ANAIS CRIANÇA 2015 IV CONGRESSO INTERNACIONAL DE ESPECIALIDADES PEDIÁTRICAS Local: Expotrade Convention Center Curitiba – PR Data: 30 de Maio a 02 de Junho de 2015 Realização: 1 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ANESTESIOLOGIA 2 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR TEMAS LIVRES Apresentação Oral 3 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ANESTESIOLOGIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLAn-001 - ESTUDO SOBRE O TEMPO DE COAGULAÇÃO ATIVADA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS APÓS O EMPREGO DA CLONIDINA COMO ADJUVANTE DA ANESTESIA GERAL MÁRIO JOSÉ DA CONCEIÇÃO; VANESSA GOLFETTO ULIANO; GABRIELA DE SIO PUETTER KUZMA FURB INTRODUÇÃO: A clonidina é um agonista dos receptores alfa-2 adrenérgicos. Sugere-se que esses fármacos possam interferir no mecanismo de coagulação sanguínea, principalmente em relação ao mecanismo trombótico. Os estudos existentes sobre os efeitos dos agonistas #945;2 na coagulação sanguínea em pacientes adultos apresentam resultados controversos. Na literatura inexistem trabalhos que estudaram os efeitos sobre o mecanismo de coagulação em pacientes pediátricos, grupo de pacientes no qual o uso de agonistas alfa-2 é crescente tanto como adjuvantes da anestesia geral quanto como medicação pré-anestésica. OBJETIVO: O presente estudo avaliou os efeitos da clonidina sobre o tempo de coagulação ativada de pacientes pediátricos, no qual esta droga foi utilizada como adjuvante à anestesia geral. MATERIAL E MÉTODOS: Ensaio clínico aleatório. Foram observados 60 pacientes pediátricos, com idades mínima de 3 anos e máxima de 10 anos, submetidos a anestesia geral para procedimentos cirúrgicos eletivos cuja duração não excedeu 120 min. Os pacientes foram aleatoriamente divididos em dois grupos de 30 pacientes cada. O grupo C (grupo controle) recebeu anestesia geral balanceada constituída de remifentanil na dose de 0,3 #956;g.kg-1.min-1, sevoflurano e besilato de atracúrio na dose de 0,4 mg.kg-1. O grupo Alfa-2 recebeu anestesia geral balanceada constituída de remifentanil na dose de 0,1 #956;g.kg-1.min-1,sevoflurano, atracúrio na dose de 0,4 mg.kg-1. Após a indução anestésica dose de 2 µg.kg-1 de clonidina foi administrada no grupo Alfa-2. Os pacientes dos grupos em estudo tiveram amostra sanguínea (3 ml) colhida em dois momentos distintos para execução da prova de tempo de coagulação ativada (TCA), imediatamente após a punção venosa, e ao final do ato cirúrgico. RESULTADOS: Não foram encontradas diferenças estatísticas quanto aos valores de tempo de coagulação ativada entre os grupos. Não foram verificados efeitos adversos relacionados com a técnica anestésica ou com os fármacos empregados. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre os grupos, quanto aos valores de pressão arterial e frequência cardíaca. CONCLUSÕES: Nas condições deste estudo, não foram encontradas alterações no tempo de coagulação ativada, nem alterações hemodinamicamente significativas nos pacientes pediátricos aos quais se administrou clonidina. 4 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ANESTESIOLOGIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLAn-002 - INCIDÊNCIA DE VÔMITOS APÓS O EMPREGO DO ÓXIDO NITROSO COMO ADJUVANTE DA ANESTESIA GERAL EM CRIANÇAS SUBMETIDAS À ADENOTONSILECTOMIA: ESTUDO COMPARATIVO MÁRIO JOSÉ DA CONCEIÇÃO; GUSTAVO RESENDE NÓRA; FÁBIO BORDIN TRINDADE; DIONARA FRARE FURB INTRODUÇÃO: Entre as complicações frequentemente observadas no pós-operatório imediato de adenotonsilectomias em crianças, estão as náuseas e vômitos (NVPO). Torna-se portanto imperativo o aprimoramento dos tratamentos que permitam a diminuição, ou mesmo a eliminação, dos episódios de vômitos no período pós-operatório. Fatores comuns em cirurgias otorrinolaringológicas, como o estímulo do nervo trigêmeo, sangue deglutido causando irritação da mucosa gástrica, intubação traqueal, o uso de opióides e óxido nitroso no perioperatório estão associados a maior prevalência de NVPO. Portanto, apenas o uso do óxido nitroso como causa para maior incidência de NVPO em crianças poderia ser questionado uma vez que outros fatores estão envolvidos. Estudos sobre o óxido nitroso como causa para o aumento da incidência de NVPO no pós-operatório em pacientes pré-escolares são poucos, e esta faixa etária pode se comportar diferente dos adultos. OBJETIVOS: O objetivo desse estudo foi comparar o emprego do óxido nitroso como adjuvante da anestesia geral em técnicas com e sem o emprego deste agente anestésico, e a incidência de vômitos no pós-operatório de adenotonsilectomias. MATERIAL E MÉTODOS: foram observados setenta (70) pacientes pediátricos, pré-escolares, submetidos a adenotonsilectomias, aleatoriamente divididos em dois grupos de 35 pacientes cada, escolhidos através de sorteio obtido de envelope fechado e nomeados de grupos CON e SON. Os pacientes dos dois grupos, seguindo a rotina do serviço, não receberam medicação pré-anestésica. Os pacientes do grupo CON receberam anestesia geral utilizando-se óxido nitroso como coadjuvante e os pacientes do grupo SON, não receberam este agente anestésico. A incidência de vômitos no período pós-operatório, por até 24h, foi avaliada por profissionais que desconheciam a técnica anestésica empregada. Foram excluídos do estudo portadores de comorbidades, sem tratamento, de qualquer etiologia, pacientes que necessitaram qualquer tipo de medicação pré-anestésica, recusa por parte dos pais, responsáveis ou pacientes e crianças que tiveram qualquer tipo de complicação envolvendo técnicas anestésicas, bem como aqueles com histórias de vômitos por outros motivos. Os resultados obtidos receberam tratamento estatístico, e foram apresentados na forma de n (%) ou média +DP conforme indicado. Na comparação dos resultados foram utilizados testes estatísticos conforme indicados. Os valores para “p” foram fixados aleatoriamente em <0,05 como significativos. O número de pacientes (“n”) foi fixado a partir de cálculo do tamanho da amostra que determinou que 35 pacientes por grupo seriam necessários (a = 0,80 , b = 0,05). RESULTADOS: No grupo SON, um paciente apresentou um episódio de vômito em 24h no pósoperatório (2%), 34 pacientes não se queixaram, não recebendo medicação antiemética. No grupo CON, um paciente apresentou vômito (2%) em duas oportunidades. Não se observou queixa de vômitos nos 34 pacientes restantes. Na comp 5 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE BIOÉTICA, HUMANIDADES E HUMANIZAÇÃO 6 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR TEMAS LIVRES Apresentação Oral 7 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE BIOÉTICA HUMANIDADES E HUMANIZAÇÃO– TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLBh-001 - VIOLÊNCIA SIMBÓLICA CONTRA CRIANÇA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA HOUDA IZABELA DE OLIVEIRA; DAIANE PRISCILA SIMÃO-SILVA; MÁRIO ANTÔNIO SANCHES PUC-PR INTRODUÇÃO: A criança possui características singulares que a tornam vulnerável, sendo essas mais propensas a ser facilmente atingidas e vitimadas. As formas de violência contra criança podem ser física, sexual, psicológica e até mesmo simbólica. A violência simbólica difere da psicológica, pois, enquanto a psicológica afeta o desenvolvimento de uma criança, a simbólica é mais ampla e se baseia na elaboração de crenças no processo de socialização e elaboração de padrões sobre si mesma, sobre o outro e de visão de mundo. Numa sociedade globalizada, o desenvolvimento de exames para diagnóstico de anomalias congênitas em embriões (antes da implantação no útero no processo de fertilização in vitro) ou no estágio intra-uterino, na gravidez, tem sido apresentado como sinônimo de desenvolvimento biotecnológico e progresso científico. Ambos os processos configuram formas de aborto eugenésico, que é um tipo de aborto definido como de natureza terapêutica ou profilática, evitando o nascimento de crianças com patologias incuráveis. OBJETIVOS: O presente trabalho visou analisar como o diagnóstico pré-implantacional (PGD) e a legalidade do aborto eugenésico podem representar um tipo de violência simbólica contra a criança portadora de deficiência. Metodos: será utilizado o conceito de violência simbólica de Pierre Bourdieu para uma análise crítico-analítica, através de referencial teórico. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Segundo Bourdieu, para a manutenção da sociedade há a construção social de um sistema simbólico que leva a interiorização da cultura por todos os membros da mesma. Tal sistema é produtor de crenças coletivas que fazem parte do discurso dominante. Neste sentido, a violência simbólica é uma forma de poder que exerce função pedagógica através de condições sociais de imposição e inculcação. Este constructo social do sistema simbólico gera exclusão de certos grupos. Nos últimos 60 anos tem-se discutido sobre políticas e leis brasileiras na criação de programas e serviços visando à inclusão social. A inclusão não é apenas a garantia dos direitos da pessoa, mas também o combate a exclusão aos benefícios da vida em sociedade. Neste âmbito, a inclusão para as pessoas portadoras de deficiência configura-se como uma das mais desafiantes, principalmente para a criança, sendo a infância uma das fases estratégicas para valorização da diversidade e percepção das peculiaridades que a deficiência confere. Contudo, numa perspectiva de reconhecimento da dignidade da pessoa portadora de deficiência, independente a sua condição física e intelectual, deparamo-nos com novas tecnologias que legitimam a desvalorização e marginalização social dessas crianças. Neste sentido o PGD e o aborto eugênico constituem uma ferramenta de violência simbólica por expressar uma imposição “legítima e dissimulada” de um arbitrário cultural. Isto se dá pelo reconhecimento de que os testes permitem evitar o nascimento de uma criança indesejável socialmente por não atender critérios e padrões predeterminados nos discursos dominantes. CONCLUSÃO: Toda criança tem direito a uma vida digna e, conforme salienta Bourdieu sobre a violência simbólica, devemos zelar para que o sistema de exclusão da criança portadora de deficiência não seja considerado natural e inevitável, legitimado pela imputação de falta de habilidades e capacidades sociais almejadas. 8 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE BIOÉTICA HUMANIDADES E HUMANIZAÇÃO – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLBh-002 - AÇÃO MULTIPROFISSIONAL NAS PRÁTICAS COTIDIANAS DO PROCESSO DE GESTÃO PARTICIPATIVA EM UMA ENFERMARIA INFANTIL– NATAL/RN ROBERTA RIBEIRO NUNES; JOAO BOSCO LIMA BARBOSA; FERNANDA LUCIA NASCIMENTO FREIRE; ANA CLAUDIA FERNANDES DA SILVA; RUTH CLAUDINAN FREITAS L. LORENZETTI; MARIA VIVIANE PAIVA M. CUNHA; SELMA MARIA MARTINS NUNES; MARCELA DE OLIVEIRA SILVA; THAISE SANTANA LOPES; SHEILA KATIUSCIA BERNARDO S. CRUZ HOSPITAL GISELDA TRIGUEIRO O modelo de gestão participativa, como dispositivo da Política Nacional de Humanização, leva a mudanças nas práticas verticalizadas e autoritárias de gestão tradicional, com participação democrática de todas as áreas profissionais. As diversas categorias profissionais como membros de uma equipe que desenvolve práticas voltadas para o usuário e trabalhador num processo de inclusão participativa, contribuindo assim para a cogestão. OBJETIVO: Mostrar a participação de Equipe Multiprofissional dentro do processo de gestão participativa na unidade de enfermaria pediátrica do Hospital, através da participação das ações desenvolvidas dentro dos processos de trabalho, visando a qualificação da assistência voltada ao usuário do sistema único de saúde. MATERIAL E MÉTODO: Na enfermaria pediátrica do hospital, como sendo uma unidade de referência no processo de gestão participativa, vem executando práticas voltadas à melhoria da assistência ao usuário numa participação coletiva com os diversos atores envolvidos na unidade com representação de todos os profissionais (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, terapeuta ocupacional, assistente social, pedagogos, brinquedistas, higienizadores, etc..). O colegiado, como sendo uma das práticas, formado pelos componentes da equipe, se reúne sistematicamente para discutir as práticas cotidianas no processo de trabalho, as relações interpessoais, permitindo as discussões das problemáticas numa dinâmica democrática e participativa onde se estabelece a melhor forma de conduzir o funcionamento da unidade e a forma de trabalho. O representante deste colegiado se faz presente no colegiado gestor (direção e representantes de colegiados de todas as unidades hospitalar). Outra prática cotidiana implantada na enfermaria é a roda de conversa com os acompanhantes, onde há inclusão do usuário nesse processo. Nesse momento os profissionais reúnem-se junto com os familiares acompanhantes para discutirem normas e rotinas de funcionamento da enfermaria, abrindo sempre a fala para todos se colocarem e opinarem sobre seu funcionamento e formas de trabalho. RESULTADO: O processo democrático leva a satisfação dos trabalhadores e usuários, pois são incluídos na gestão, com conseqüente construção de uma melhoria da qualidade da assistência e das condições de trabalho, ao se sentirem parte integrantes. CONCLUSÃO: A transformação das práticas e do sistema de hierarquia gera dificuldades inúmeras, principalmente para os gestores que centralizam o poder. O processo de cogestão é um modelo novo que estimula a participação coletiva de todos, onde as diversas categorias profissionais vão se inserir buscando a co-responsabilidade nas ações de trabalho, porém é um processo contínuo de mudanças de paradigmas e práticas antigas que para acontecer destitui muitos de sua zona de conforto, todavia os resultados são positivos levando o trabalhador a satisfação profissional culminando com uma assistência de qualidade, refletida na satisfação das mães acompanhantes e redução da estadia hospitalar dos pequenos pacientes. 9 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE BIOÉTICA HUMANIDADES E HUMANIZAÇÃO – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLBh-003 - BRINQUEDOTECA E CLASSE HOSPITALAR: ESPAÇOS DO BRINCAR COMO FERRAMENTA NO RESGATE DA AUTONOMIA E CONTINUIDADE DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DURANTE SUA ESTADIA HOSPITALAR ROBERTA RIBEIRO NUNES; JOAO BOSCO LIMA BARBOSA; IARA LUCENA PEREIRA DA COSTA; ANA CLAUDIA FERNANDES DA SILVA; THAISE DE SANTANA LOPES; ADELAIDE CARLIANE S. H. ALENCAR DOS SANTOS; FERNANDA LUCIA NASCIMENTO FREIRE HOSPITAL GISELDA TRIGUEIRO INTRODUÇÃO: A hospitalização infantil tem gerado cada vez mais desafios para os profissionais da saúde, objetivando minimizar os efeitos negativos do internamento sobre a criança e assim torna-las cada vez mais agentes ativos nesse processo, oportunizando um atendimento integral ao pequeno paciente durante sua hospitalização, respeitando suas características dentro da sua fase de desenvolvimento. A brinquedoteca e classe hospitalar traz possibilidades de proporcionar de maneira humanizada a ressignificação no processo de adoecimento e sua recuperação, tendo como base a arte do brincar em diferentes espaços. OBJETIVO: mostrar a importância da brinquedoteca e classe hospitalar no resgate da autonomia da criança durante seu cotidiano dentro de uma enfermaria infantil. MATERIAL E MÉTODO: Através de práticas e atividades lúdicas diárias é estruturado uma rotina para a criança, onde ela transita com liberdade entre a brinquedoteca e classe hospitalar, possibilitando através de atendimentos diferenciados e específicos para cada criança um fazer através de sentidos e sentimentos construídos no ato do brincar, atividade principal da criança. Através do brincar como instrumento terapêutico na brinquedoteca e no brincar como instrumento pedagógico na classe hospitalar, respeita-se a singularidade de diferentes espaços e atuações. RESULTADO: Uma prática humanizada, respeitando o envolvimento e autonomia da criança nos diferentes espaços, valorizando cada atuação dentro da sua área de intervenção e campo de ação, entendendo a criança como sujeito de direito em desenvolvimento, com necessidades diferenciadas, resultando em um processo de recuperação de forma mais satisfatória com consequente redução de danos e da estadia hospitalar. CONCLUSÃO: A transformação do contexto hospitalar através do brincar na brinquedoteca e classe hospitalar, onde a criança se aproxima das suas atividades cotidianas perdidas ao ser internada, promovendo o respeito em sua integralidade ao entender esta criança como um ser biopsicossocial, com necessidades terapêuticas e pedagógicas, faz com que não haja uma ruptura do constante processo de desenvolvimento próprio da criança. 10 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE BIOÉTICA HUMANIDADES E HUMANIZAÇÃO – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLBh-004 - HUMANIZAÇÃO : A ARTE DE SALVAR VIDAS SIRLEI DA SILVA; ELIETE COLOMO SOCIEDADE HOSPITALAR ANGELINA CARON INTRODUÇÃO: Desde a instalação das primeiras Unidades de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal (NEO) e Pediátrica (PED), a preocupação quanto a implantação de melhores equipamentos e tratamentos diferenciados vem aumentando, buscando como resultado final uma melhor assistência à criança em estado grave. Nesta jornada, muito tem sido discutido sobre ações que tornem o atendimento ao paciente e seus familiares mais humano, tendo a enfermagem como grande aliada neste processo. OBJETIVO: Apresentar as metodologias de humanização utilizadas nas Unidades de terapia intensiva pediátrica e neo natal de um Hospital Universitário da Região Metropolitana de Curitiba no apoio terapêutico e de recuperação dos pacientes. MATERIAL E MÉTODO: Na instituição são utilizadas metodologias como mãe canguru, banho no ofurô, redes nas incubadoras, brinquedoteca, materiais lúdicos, grupos de voluntários, permite o livre acesso dos pais aos profissionais médicos e enfermeiros além de possuir uma casa de apoio. RESULTADOS: Ainda encontra-se em fase de CONCLUSÃO por meio da análise dos prontuários durante o período de Julho de 2014 a Janeiro de 2015. CONCLUSÃO: A Instituição analisada entende que humanizar é um processo que requer treinamento de toda equipe multidisciplinar, aliado ao apoio da Direção, para que haja uma mudança efetiva no atendimento. Assim, garantimos não apenas a alta mais rápida do paciente, como também a melhora da ambiência de trabalho uma vez que a equipe de saúde fazendo a diferença na vida dos outros transforma a sua própria vida. 11 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR PÔSTERES 12 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE BIOÉTICA HUMANIDADES E HUMANIZAÇÃO_POSTER PBh-001 - ODONTOLOGIA PREVENTIVA À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE NO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA MARIA DA GRAÇA DIAS SANTOS LINO; CAIO BRENO MARTINS DE OLIVEIRA PREFEITURA MUNICIPAL DE OLHO D ÁGUA DAS CUNHÃS-MA INTRODUÇÃO: As atividades de odontologia preventiva constituem estratégia relevante com vista à integralidade da atenção no âmbito odontológico de assistência na infância e adolescência. O Programa de Saúde Bucal contribui para adoção de conhecimento e desenvolvimento de habilidades e aptidões pessoais, com vantagens para a saúde bucal. Com a criação do Programa Saúde na Escola, através do Decreto nº 6.286, de 5 de dezembro de 2007, permitiu-se a integração de equipes multiprofissionais na rede escolar e a presença do odontólogo, com o propósito de participar de ações de prevenção, promoção e atenção à saúde da criança e adolescente, com cuidado integral e humanizado. OBJETIVO: Relatar a experiência profissional em atividade odontológica preventiva com crianças e adolescentes. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de estudo com abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência, realizado através de trabalho no Programa de Saúde Bucal e Programa Saúde na Escola, com crianças de 03 a 11 anos e adolescentes de 12 a 18 anos em instituições públicas de ensino no município de Olho D’Água das Cunhãs, estado do Maranhão. As atividades foram iniciadas em maio de 2014, com carga horária semanal de 10 horas. O estudo obteve aprovação ética da instituição. RESULTADOS: Realizou- se atividades preventivas de saúde bucal, com destaque para escovação supervisionada e aplicação de flúor tópico, uso dos recursos educativos de macromodelos da cavidade bucal, folhetos informativos, banners e palestras. Os temas abordados nas palestras eram selecionados de acordo com a faixa etária. Para crianças eram explicados cuidados com a dentição decídua, a substituição desta por dentição permanente e escovação dentária. As crianças faziam atividade educativa artística da cavidade oral com desenho em papel. Com os adolescentes as ações educativas procuraram explanar a ação da placa bacteriana no esmalte dentário; gengivite aguda; fatores intrínsecos e extrínsecos no processo carioso; funções dentárias: mastigatória, estética e fonética; ação química da saliva na cavidade bucal e efeito de refrigerantes e sucos industrializados na erosão do esmalte dentário. Os adolescentes também realizaram atividade artística com desenho das partes constituintes dos dentes: osso alveolar, esmalte, dentina e polpa dentária. Na presença das mães as explicações foram reforçadas e a amamentação estimulada, devido seus benefícios para a musculatura e estética facial da criança, saúde física e mental. Em todos os momentos utilizou-se linguagem de fácil entendimento para crianças, adolescentes e familiares. CONCLUSÃO: A prevenção em saúde bucal direcionada a crianças e adolescentes nas escolas ajudou a sensibilizar essa população, sobre os problemas dentários e a evitar danos ao órgão dental, uma vez que o mesmo acompanha durante toda a vida ao mastigar, falar e sorrir e nessa fase da vida merece atenção especial. No desenvolvimento do trabalho uma dificuldade foi a baixa participação dos pais, pois esses devem ser incentivadores na adesão a escovação adequada, aos hábitos de higiene oral e controle de alimentos açucarados. Assim, a odontologia preventiva pode e deve estar presente nas ações dos profissionais, pois promove novas condutas e eleva a qualidade de vida na infância e adolescência. 13 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE BIOÉTICA HUMANIDADES E HUMANIZAÇÃO_POSTER PBh-002 - MOMENTO DA PAZ UMA TECNOLOGIA RELACIONAL COMO ESTRATÉGIA NA HUMANIZAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO EM UMA ENFERMARIA INFANTIL JOAO BOSCO LIMA BARBOSA; ROBERTA RIBEIRO NUNES HOSPITAL GISELDA TRIGUEIRO INTRODUÇÃO: O Momento da Paz é uma prática dos profissionais e usuários da enfermaria infantil de um hospital público na cidade do Natal-RN, onde se reúnem num instante de meditação, reflexão e prece conjunta. OBJETIVO: Proporcionar um momento de meditação, reflexão, acompanhado de oração, com conseqüente relaxamento, gestos de confraternização e paz, envolvendo usuários acompanhantes e pequenos pacientes, equipe de funcionários (médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, psicólogo, técnicos de higienização, brinquedista, etc), voluntários e com a participação do próprio gestor. Período no qual não se permite realização de quaisquer procedimento invasivo e/ou não invasivo (coleta de exames, realização de RX, administração de medicamentos, etc), dentro do possível. MATERIAL E MÉTODOS: o acolhimento neste momento é conduzido através de uma roda onde se coloca a importância da cura não só do corpo, como também o fortalecimento espiritual, não priorizando e sim respeitando as múltiplas religiões, dando oportunidade de momentos de fala e reflexão, numa ação grupal e coletiva, abrindo espaço para discussão de questões acerca da doença, dor, medos, receios, perdas e luto, como também mostrando possibilidades, esperanças e troca de experiências vivenciadas. RESULTADO: um processo de humanização em consonância com a política nacional de humanização, que preconiza suas diretrizes na busca do aprimoramento e qualidade do atendimento ao usuário do SUS, como também seu acolhimento, valorizando seus trabalhadores e dando oportunidade para que haja um encontro com o outro neste processo de tecnologia relacional. CONCLUSÃO: esta prática, até ser concretizada, enfrentou barreiras ao quebrar normas e paradigmas de um ambiente de enfermaria hospitalar (estresse, tensão, sofrimento, dor, morte), onde houve uma abertura inicial através de rodas de conversas envolvendo funcionários e usuários nas dificuldades encontradas (horário de alimentação, medicação, realização de exames, higienização, etc), superando-as paulatinamente através dos resultados positivos que foram surgindo ao decorrer da experiência. Hoje já temos registros dessa experiência exitosa através de vídeos, fotos e depoimentos positivos em relação a esta prática, pelos usuários acompanhantes e pequenos pacientes, bem como de funcionários e profissionais envolvidos, fazendo parte da rotina semanal da unidade. Sob a ótica dos profissionais, a inserção de tecnologias leves tem sido uma contribuição positiva na superação de acompanhantes e pacientes infantis na busca da recuperação de sua autonomia durante sua estadia na ambiência hospitalar distante do próprio lar. 14 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE BIOÉTICA HUMANIDADES E HUMANIZAÇÃO_POSTER PBh-003 - A IMPORTÂNCIA DA EQUOTERAPIA NO MANEJO MULTIDISCIPLINAR E HUMANIZADO DE PACIENTE PORTADOR DE PARALISIA CEREBRAL – RELATO DE CASO BIANCA ZAMBUZZI MELONI; FRANCISCO LAECIO VIEIRA DAMACENO; ESDRAS FERNANDES FURTADO; BRUNO DE MIRANDA MONTENEGRO; LUIZ JUVENCIO MEDEIROS DE ARRUDA CÂMARA HEETSHL; COMPLEXO HOSPITALAR DE MANGABEIRA GOVERNADOR TARCÍSIO BURITY - HOSPITAL ORTOTRAUMA DE MANGABEIRA INTRODUÇÃO A Paralisia Cerebral é definida como uma encefalopatia crônica infantil não progressiva, decorrente de uma lesão ocorrida no cérebro em desenvolvimento, levando a um distúrbio postural. Não existe uma causa específica e o acometimento multifatorial deve-se principalmente por causas genéticas, infecção intrauterina, baixo peso ao nascimento, hipóxia e isquemia perinatal. A classificação é baseada no tônus muscular, podendo ser hipotônico, espástico (hipertonicidade), atetóide (tônus flutuante), atáxico (hipotonia e movimentos involuntários) e misto. As principais manifestações clínicas da paralisia cerebral são alterações motoras, do tônus postural e também distúrbios sensoriais, perceptivos, afetivos e intelectuais. O tratamento é intertransmultidisciplinar, envolvendo áreas médicas, como Ortopedia, Neurologia, Genética Médica e Cardiologia; e outras áreas da Saúde como Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Odontologia, Fonoaudiologia e Nutrição. Existem diversas técnicas de tratamento do tônus muscular, como Hidroterapia, Cinesioterapia e a Equoterapia. Esta última é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo para realizar a terapia e o acompanhamento com a Fisioterapia, buscando assim o desenvolvimento biopsicossocial e melhora do tônus postural e do equilíbrio, uma vez que o paciente necessita planejar estratégias e potencializar habilidades motoras através do movimento tridimensional e multidirecional. OBJETIVOS: Relatar caso de paciente portador de Paralisia Cerebral submetido ao manejo intertransmultidisciplinar através do tratamento com Equoterapia. METODOLOGIA: Dados coletados no prontuário e entrevista com paciente e busca bibliográfica nas bases de dados PUBMED e SCIELO. RESULTADOS: Paciente M.B.V., 04 anos, sexo masculino, procedente de João Pessoa-PB, nascido de parto normal, primogênito, APGAR 5/7, diagnosticado com paralisia cerebral e acompanhado no setor de Ortopedia iniciou quadro de bruxismo há 12 meses, evoluindo com desgaste dentário e dificuldade de mastigação; além da redução do tônus muscular devido à Paralisia Cerebral. Foi realizado tratamento com Equoterapia por 8 meses, com atividades três vezes por semana, e o resultado foi melhora do tônus muscular e consequente melhora do controle postural e função respiratória; além da melhora da condição emocional, uma vez que a interação com outras pessoas, outros ambientes e o contato com a natureza foi fundamental para estimular o aspecto biopsicossocial e, assim, diminuir a ansiedade e, por consequência, os episódios de bruxismo e, desta maneira, melhorar a saúde bucal e a mastigação. CONCLUSÃO: A Equoterapia proporciona benefícios no manejo intertransmultidisciplinar do paciente portador de Paralisia Cerebral, uma vez que fortalece o tônus muscular e o controle postural; melhora o aspecto biopsicossocial, diminuindo a ansiedade e distúrbios causados por fatores emocionais, neste caso relatado o bruxismo e, por consequência, melhorando a saúde bucal e a mastigação. Dessa maneira, a Equoterapia consegue integrar diversas áreas da Saúde como Ortopedia, Fisioterapia, Odontologia, Fonoaudiologia e Nutrição e contribuir de maneira significativa para o manejo intertransmultidisciplinar e humanizado do portador de Paralisia Cerebral. 15 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA CARDÍACA E CARDIOLOGIA 16 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR PÔSTERES 17 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRUGIA CARDÍACA E CARDIOLOGIA_POSTER PCa-001 - DIAGNÓSTICO TARDIO DE SÍNDROME DE DOWN E DEFEITO TOTAL DO SEPTO ATRIOVENTRICULAR: RELATO DE CASO RAFAELA FEITOSA ANSELMI; RÉGIA BELTRÃO TEIXEIRA; ANA PAULA SANTOS; SAMARA SANTANA DE SOUZA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE INTRODUÇÃO: As anomalias congênitas do coração e dos grandes vasos são as mais frequentes entre as malformações congênitas graves e apresentam alta mortalidade no 1º ano de vida. O defeito do septo atrioventricular (DSAV) é uma malformação cardíaca relativamente frequente, cuja prevalência é, em geral, cerca de 3% das cardiopatias congênitas. Está associado geralmente aos portadores da síndrome de Down, tornando-se o defeito mais representativo. Seu quadro clínico, em decorrência das alterações anatomofuncionais, caracteriza-se basicamente por hiperfluxo pulmonar, de manifestação precoce, nas primeiras semanas de vida. OBJETIVOS: Descrever um caso de paciente com 2 meses de vida que deu entrada em UTI Pediátrica por um quadro de pneumonia grave, com patologias congênitas não diagnosticadas. MATERIAL E MÉTODO: Relato de caso de paciente internada em UTI Pediátrica, com análise de prontuário associado à revisão da literatura científica a partir artigos publicados sobre o tema. RESULTADOS: Paciente, A.L.R.T, 2 meses de idade, proveniente da zona rural de Boca do AcreAM, deu entrada no serviço de UTI Pediátrica com história de tosse produtiva há 6 dias, associada a rinorreia, obstrução nasal e dispneia. Mãe negava conhecimento de outras patologias. Ao exame físico, paciente apresentava-se em ruim estado geral, fácies mongolóide, implantação baixa de orelhas, afebril, acianótica, hipocorada (++/4+), desidratada (+/4+), taquipneica (64irpm), com batimento de asa de nariz, retração subcostal e com saturação de oxigênio de 86%; Aparelho respiratório: murmúrio vesicular presente bilateralmente, com estertores crepitantes e bolhosos difusos; Aparelho Cardiovascular: ritmo cardíaco regular, em dois tempos, com bulhas normofonéticas, sem sopros; Extremidades: simétricas, sem edemas, pulsos periféricos não palpáveis, braquidactilia e prega palmar única bilateral. A criança foi diagnosticada com Pneumonia grave, sendo ofertado oxigênio em CPAP nasal (FIO2 = 100%), iniciada antibioticoterapia, e solicitadas avaliações da Geneticista e do Cardiopediatra. A paciente apresentou piora do padrão respiratório e hemodinâmico, evoluindo com acidose mista, necessitando de intubação orotraqueal e droga vasoativa. A geneticista confirmou o fenótipo de Trissomia do 21, solicitando exames para rastrear malformações associadas. O eletrocardiograma evidenciou taquicardia sinusal, desvio extremo do eixo, hipertrofia de câmaras direitas e bloqueio divisional ântero-superior. O ecocardiograma revelou um defeito no septo átrioventricular total com valva única, persistência do canal arterial (7,8mm) com grande fluxo, cavidades cardíacas direitas com moderado aumento e sinais de hiperfluxo pulmonar. O cardiopediatra diagnosticou a paciente com hipertensão pulmonar e insuficiência cardíaca congestiva, decorrentes da patologia de hiperfluxo e como conduta complementar prescreveu furosemida, espironolactona e captopril. Atualmente, a paciente permanece na UTI em estado grave, aguardando estabilização clínica para posterior correção do defeito no septo atrioventricular. CONCLUSÃO: Considerando a alta prevalência de cardiopatias congênitas em portadores de Síndrome de Down e a alta mortalidade a elas associada, conforme descrito na literatura, constata-se a importância do diagnóstico precoce da Trissomia do 21 e de suas possíveis malformações, bem como do seu adequado acompanhamento. 18 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRUGIA CARDÍACA E CARDIOLOGIA_POSTER PCa-002 - RABDOMIOMA EM RECÉM-NASCIDO: RELATO DE CASO DANIELE BARBOSA MARCHIOLI; ANA CLÁUDIA LOPES PLEWKA; JOÃO PEDRO PONTES CÂMARA; HENRIQUE SEDI SEKI; GISELLE LUSTOSA DE MELLO; LARA FRANKEN CIUPAK; MARCOS ANTONIO DA SILVA CRISTOVAM; FERNANDO CÁRITAS; MARIA CECÍLIA LUNARDELLI DA SILVA; JAQUELINE MACHADO DE OLIVEIRA UNIOESTE; HOSPITAL BOM JESUS INTRODUÇÃO: Tumores de origem cardíaca são raros, sendo que no feto a prevalência é de aproximadamente 0,14%. Os principais tumores cardíacos são teratomas, fibromas, hemangiomas, mixomas e rabdomiomas, dentre estes, o último se mostra como a neoplasia de maior incidência no período neonatal. Os rabdomiomas são encontrados como massas únicas ou múltiplas, com hiperecogenicidade e textura homogênea, além de apresentarem bordos bem delimitados e diâmetros variáveis. Geralmente há expansão para o interior da cavidade, em sua maioria ventricular, porém podem ser encontrados anexos ao septo interventricular ou aos átrios. O diagnóstico é beneficiado pela ultrassonografia obstétrica, que detecta massas intracardíacas de maneira precoce, pelo corte de quatro câmaras, podendo assim instituir a conduta e abordagem adequada ao nascimento. OBJETIVOS: relatar um caso de rabdomioma congênito atendido em nosso serviço. MATERIAL E MÉTODOS: análise de prontuário e principais exames complementares, além de breve revisão de literatura. RESULTADOS: RN de ECR, nascido no Hospital Bom Jesus-Toledo-PR, encaminhado à UTI Neonatal por quadro de prematuridade tardia(IG:35semanas) e desconforto respiratório precoce, foi conduzido com oxigenioterapia por campânula e medidas de suporte com boa evolução. PN: 3080g; Apgar: 07/10. Ao exame físico, à admissão: REG, corado, hidratado, FA normotensas. Ausculta cardíaca: SS+/4+; cianose de extremidades. CPP: tiragem inter e subcostal, gemência discreta, MV audível bilateral. Abdome: globoso, flácido, sem visceromegalia. Membros: pulsos periféricos presentes, com boa perfusão. Hemograma:VG:45; Hb:15 Leucócitos:10200, bastonetes:4, plaquetas:150000/mm3, gasometria e ionograma: normais. Radiografia de tórax: infiltrado intersticial difuso discreto. Após estabilização do quadro respiratório, foi encaminhado para ecocardiograma para investigação do sopro resultado: “Rabdomioma gigante de ventrículo direito sem repercusssão hemodinâmica”. CONCLUSÃO: O diagnóstico precoce tanto pela ultrassonografia obstétrica, quanto pela clínica e ecocardiograma pós-natal do paciente, faz-se necessária para a condução do caso. Apesar dos rabdomiomas possuírem crescimento lento e remissão espontânea, em alguns casos eles se comportam de maneira a gerar comprometimento no estado geral do neonato. As complicações mais comuns são obstrução na saída de ventrículo esquerdo ou direito – quando se trata de tumores de grandes proporções, arritmias também são verificadas, tais como taquicardia supraventriclular, ventricular, bloqueio atrioventricular e síndrome de Wolf-Parkinson-White. Essas estruturas raramente estão associadas à malformações cardíacas, mas deve-se lembrar das incomuns associações com anomalia de Ebstein, tetralogia de Fallot, dupla via de saída de ventrículo direito e síndrome da hipoplasia do ventrículo esquerdo. Dentre as associações genéticas, a esclerose tuberosa é uma importante varíavel a ser levada em consideração, já que a entidade consiste em supressores tumorais TSC1 e 2, que aumenta a chances de formações neoplásicas, inclusive de tumores intracardíacos. O caso relatado recebeu alta hospitalar em boas condições e sem complicações, atualmente em acompanhamento ambulatorial. 19 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRUGIA CARDÍACA E CARDIOLOGIA_POSTER PCa-003 - SITUS INVERSUS TOTALIS E CARDIOPATIA COMPLEXA ASSOCIADA BRUNA FARIA OLIVEIRA; FERNANDA VARMELING TORRES; MARCELLA FERRAZ RIBEIRO DE ASSIS; MARIA ISABEL VALDOMIR NADAF; ALESSANDRO GONÇALVES DA SILVA; EZILAINE DO NASCIMENTO ROSA; ROBERTO CANDIA; BIANCA FARIA OLIVEIRA; TARSIS MIYABARA; BÁRBARA FIGUEIREDO BORGES DE CARVALHO UNIVERSIDADE DE CUIABÁ; UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO; HOSPITAL GERAL UNIVERSITÁRIO INTRODUÇÃO: A dextrocardia associada ao situs inversus denomina-se situs inversus totalis, sendo uma condição rara, com incidência de 1:10.000 na população geral, na qual ocorre inversão completa dos órgãos de situação lateralizada nas cavidades torácica e abdominal. O isomerismo atrial direito refere-se à condição na qual as duas aurículas tem morfologia similar a da câmara direita, podendo estar associado à ramificação brônquica alta e asplenia. O ventrículo único VU é definido em situações nas quais as valvas atrioventriculares se abrem em um ventrículo comum, ou a valva atrioventricular é única e se abre em câmara ventricular única, ou câmaras ventriculares que apresentam um dos ventrículos com miocárdio não identificado (ventrículo hipoplásico), sendo nesta condição chamado de VU morfologicamente direito ou esquerdo. OBJETIVOS: O objetivo deste relato é apresentar um caso de situs inversus totalis associado a isomerismo atrial direito com ventrículo único. MATERIAL E MÉTODOS: Copilação de dados do prontuário médico e revisão bibliográfica. RESULTADOS: RNT, AIG, IG de 39 semanas, peso de 3.060 g, Apgar 9/9, nascido de parto normal, de mãe tabagista e etilista social no primeiro trimestre, apresentando ao nascimento cianose generalizada e saturação de 80% com sopro cardíaco ++/6 em borda esternal direita alta. Na UTI neonatal utilizou prostaglandina, apresentando no ecocardiograma transtorácico isomerismo atrial direito, comunicação interatrial tipo ostium secundum, atresia da válvula tricúspide, ventrículo único morfologicamente direito, ventrículo esquerdo hipoplásico com comunicação interventricular e dupla via de saída de ventrículo direito, estando a valva pulmonar atrésica e o ducto arterioso patente. A ultrassonografia abdominal evidenciou fígado no hipocôndrio esquerdo e baço no hipocôndrio direito, ambos com dimensões normais, contornos regulares e textura parenquimatosa homogênea. Sistema porta, veia cava inferior, veias hepáticas e aorta abdominal com distribuição e calibres preservados, paredes regulares e normoecogênicas. Aos 23 dias de vida foi submetido à cirurgia de Blalock-Taussig com alta hospitalar no décimo dia do pós operatório. Atualmente, criança com 3 anos e 10 meses, com scorre Z peso entre -2 e zero, evolução clínica favorável , em uso de ácido acetilsalicílico, cianose de extremidades e saturação de 85%. O coração com ictus visível no 4º Espaço intercostal direito, ritmo regular, em 2T, sopro sistodiastólico de +++/6 em borda esternal direita alta. Abdome plano, loja hepática timpânica e Traube maciço. Ressonância cardíaca atual confirmou os achados anatômicos e revelou ventrículo direito dilatado com função ventricular preservada no repouso e aorta ascendente com dimensão aumentada. Ao ecodoppler, a razão entre o fluxo pulmonar/fluxo sistêmico (Qp/Qs) de 1,0:1,0, ou seja, sem hiperfluxo pulmonar e com insuficiência da valva átrio ventricular esquerda discreta. No momento está em preparação para realizar de cirurgia de Glenn. CONCLUSÃO: No presente caso o isomerismo com baço à direita, assim como o tabagismo materno nos meses iniciais da gestação estiveram associados a anormalidades cardíacas. A correção paliativa precoce com a técnica de Blalock-Taussig, e segmento ambulatorial rigoroso, determinam o tempo ótimo para aplicação das técnicas de Glenn e Fontan, com vistas à redução da sobrecarga das câmaras cardíacas. 20 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRUGIA CARDÍACA E CARDIOLOGIA_POSTER PCa-004 - ISOMERISMO ATRIAL DIREITO COM AUSÊNCIA DE VEIA CAVA INFERIOR MARCELLA FERRAZ RIBEIRO DE ASSIS; TARSIS MIYABARA; BRUNA FARIA OLIVEIRA; FERNANDA VARMELING TORRES; MARIA CRISTINA GUSMÃO KROHLING; PEDRO ALBERTO MUFFATO; NAYARA APARECIDA CASTRO CINTRA; ALESSANDRO GONÇALVES DA SILVA; EZILAINE DO NASCIMENTO ROSA UNIVERSIDADE DE CUIABÁ; UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO; HOSPITAL GERAL UNIVERSITÁRIO INTRODUÇÃO: A síndrome da heterotaxia, isomerismo, cursa com alteração na disposição dos órgãos torácicos e abdominais. Isomerismos atriais estão relacionados a malformações abdominais, como múltiplos baços (ou sua ausência), e modificações na drenagem venosa. A interrupção da veia cava inferior, com continuidade pelo sistema ázigos, é característico do isomerismo atrial esquerdo. OBJETIVO: Relatar um caso de isomerismo atrial direito com ausência de veia cava inferior. MATERIAL E MÉTODO: Revisão bibliográfica e pesquisa em prontuário médico. RESULTADOS: Pré- escolar, 3 anos e 3 meses, feminino, parda, filha de mãe tabagista durante o primeiro mês de gestação, com ultrassonografia obstétrica sem alterações, nasceu de parto normal, peso de 2.804g, Apgar 9/10, recém-nascido de termo (39 semanas), adequado para a idade gestacional, apresentou cianose e dispneia 4 horas após o nascimento. Realizado ecocardiograma na beira do leito apresentando: cardiopatia congênita complexa cianótica com dupla via de saída de ventrículo direito; vasos em transposição; comunicação interatrial e estenose pulmonar. Cateterismo cardíaco revelou isomerismo atrial direito; ventrículo único tipo direito; estenose pulmonar moderada; persistência do canal arterial; átrio único tipo direito; ausência de veia cava inferior com presença de sistema hemiázigos à esquerda; drenagem anômala total de veias pulmonares para átrio localizado à direita; árvore pulmonar comprometida; hipertensão pulmonar leve. Devido às características da cardiopatia foi solicitado ultrassonografia abdominal para pesquisa de outras malformações, incluindo alterações esplênicas, apresentando o seguinte resultado: fígado com forma e dimensão normais; sistema porta anatômico; pâncreas e baço com forma, contorno e dimensões normais; rins tópicos; aorta abdominal com calibre, contornos e topografia normais; veia cava não visualizada; veias hepáticas desembocando em átrio único. Ecocardiograma atual apresentou: CIA tipo ostio secundum; situs inversus em dextrocardia; átrio esquerdo morfologicamente direito; conexão atrioventricular anormal, modo valva única (valva mitral atrésica); ventrículo direito com topografia à esquerda, aumentado, câmara principal de ventrículo único, com dupla via de saída; ventrículo esquerdo à direita, hipoplásico (câmara rudimentar), com via de saída ausente; estenose de valva pulmonar, isomerismo atrial direito, ventrículo único morfologicamente direito, transposição das grandes artérias com dupla via de saída da câmara principal, insuficiência tricúspide discreta, valva mitral atrésica e estenose pulmonar discreta. Cirurgia para correção da cardiopatia foi contraindicada por defeitos não corrigíveis, e comprometimento de vasos pulmonares. Atualmente apresenta pneumonia de repetição, e está em tratamento clínico com espironolactona, furosemida, captopril e digoxina. Apresenta desenvolvimento e crescimento adequados para a idade. CONCLUSÃO: A presença de estenose de valva pulmonar é importante para a sobrevida da paciente do caso relatado, pois devido a atresia de mitral e o defeito no septo interatrial, há um hiperfluxo em cavidades direitas (a estenose pulmonar protege a paciente de hiperfluxo pulmonar). Pela hipertensão pulmonar leve, foi contraindicado cirurgia para diminuição da sobrecarga cardíaca (Blalock-Taussig, Glenn), pois essas fazem desvio do fluxo para artéria pulmonar. A ausência da veia cava inferior, mais comum em isomerismo esquerdo, revela a raridade do caso. 21 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRUGIA CARDÍACA E CARDIOLOGIA_POSTER PCa-005 - AVALIAÇÃO DE UM ANO DE IMPLANTAÇÃO DO RASTREAMENTO DE CARDIOPATIAS CONGÊNITAS CRÍTICAS EM RECÉM-NASCIDOS ASSINTOMÁTICOS DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GILBERTO HISHINUMA; ANDERSON LUIZ DE PAULA; LAYANE PIMENTA BALDON; GINA BRESSAN SCHIAVON UEM Desde a criação do teste de triagem neonatal, mais conhecido como “teste do pezinho”, inúmeros outros testes de triagem foram implantados, como o teste da orelhinha e o teste do olhinho. Recentemente, a oximetria de pulso (Teste do coraçãozinho) foi proposta, com grande aceitação, como teste de rastreio para as cardiopatias congênitas, dependentes de canal arterial, sendo um exame promissor, de baixo custo e elevada sensibilidade e especificidade. Este projeto tem por objetivo descrever o rastreamento das cardiopatias congênitas dependentes de canal em recém-nascidos assintomáticos provenientes do alojamento conjunto de um Hospital Universitário. É um estudo transversal, retrospectivo através da análise dos prontuários de todos os nascidos vivos assintomáticos, com idade gestacional maior de 34 semanas, que permaneceram no alojamento conjunto do Hospital Universitário no período de Março de 2013 a Março de 2014. Foram excluídos os recém-nascidos que foram transferidos para as Unidades de tratamento intensivo e semi-intensivo neonatal ou apresentaram sintomas clínicos patológicos. Foi averiguado se houve a avaliação pela cardiopediatria, bem como a definição da conduta tomada e necessidade ou não de acompanhamento ambulatorial. Critérios avaliados: horas de vida no momento da avaliação, saturação aferida em membro superior direito (MSD) e inferior direito(MID), idade materna, sexo, idade gestacional, via de parto, peso ao nascimento e o desfecho. Constou de um total de 948 nascimentos no período, foram excluídos 85 devido a pacientes terem sido transferidos para UTI neonatal, Semi UTI neonatal, prematuros com menos de 34 semanas de idade gestacional e pacientes com alguma manifestação patológica. Assim como 189 prontuários com falha de preenchimento ou dados incompletos. O trabalho contou com um número de 674 (71%) prontuários. Apresentou mães com idade média de 24,5 anos; idade gestacional com média de 38,6 semanas; peso médio de 3186g; 100% fizeram o teste após 24horas de vida; saturação do MSD com média de 96,83%, saturação do MID com média de 96,51 %; sexo masculino 341 (50,59%); cesárias com 373 (55,34%). Desfecho 651(96,58%) testes de oximetria de pulso normais. Houve 7 (1,03%) testes repetidos com normalização na segunda tentativa. Ocorreram 20 testes alterados em que não houve avaliação da cardiopediatria, sendo o paciente liberado com alta hospitalar. Finalizando com 3 testes alterados com avaliação do cardiopediatra com Ecocardiograma, sendo 1 paciente portador de cardiopatia, porém não crítica (CIA e PCA) e 2 com Ecocardiograma normal. O estudo tem limitação quanto ao número de dados, pois trata-se um hospital regional, já os estudos comparados são muitas vezes multicentricos e com um número maior de pacientes. Porém, os dados encontrados foram compatíveis com a literatura. Este trabalho fez com que houvesse uma mudança na ficha de preenchimento do recém-nascido, colocando um espaço para preenchimento dos testes de triagem neonatal. Mostrou se a falha no momento da alta em seguir o protocolo, uma vez que foram dadas altas sem reavaliação do teste. Necessitando melhor avaliação por parte dos responsáveis pela alta dos pacientes, checando todos os dados preenchidos e treinamento constante dos profissionais envolvidos. 22 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA 23 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR TEMAS LIVRES Apresentação Oral 24 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLCi-001 - HERNIA DIAFRAGMÁTICA CONGÊNITA, REVISÃO DE 10 ANOS E REVISÃO DA LITERATURA. MARIA AUXILIADORA NEVES DE CARVALHO; BRUNA CECILIA NEVES DE CARVALHO; FLAVIA MOREIRA DE CARVALHO; ANNELI CASTELO BRANCO MAJURI; PAULO KLEIN; RENATA MARTINS DE CARVALHO; LÉIACRISTINA AZEVEDO VIANA; SABRINA CRISTINA AZEVEDO VIANA; VANESSA MARQUES MENDONÇA; NATACHA MARIA NASCIMENTO VALENTE UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS; UEA; NILTON LINS INTRODUÇÃO: A Hérnia Diafragmática Congênita (HDC) é um dos principais enigmas da cirurgia pediátrica, representando 8% das anomalias congênitas. Sua incidência varia de 1 para 2000 a 5000 nascidos vivos . Pode se apresentar de duas formas: Bochdalek ou defeito póstero-lateral, e Morgani ou defeito anterior/retroesternal, sendo o primeiro o mais comum (88%). Foi descrita pela primeira vez em 1679 pelo físico francês Lazaro Riverius e em uma criança em 1701 por Chrles Holt. Vincent Alexander Bochdalek fez a primeira análise embriológica da doença , em 1848, demonstrando a herniação do intestino pela Região Dorsal, e essa variação recebeu o seu nome. A causa da HDC é desconhecida, sendo aceita como hipótese mais provável a falha no fechamento do canal pleuroperitoneal, outras causas estão sendo estudadas como a implicação da miosina na patogênese da doença. Os dois grandes fatores envolvidos na mortalidade e na morbidade são a hipoplasia e hipertensão pulmonar gerada pelo deslocamento de vísceras para a região torácica. Fatores de mau prognóstico são a presença do fígado na cavidade torácica e a relação pulmão/cabeça ou lung-head relation (LHR). Um feto com LHR<1,2, medido no US pré natal associado a presença do fígado no tórax é um grande predito de alta taxa de mortalidade pós natal. Já fetos com LRH >1,4 entre a 22 e 27 sem. de gestação têm essa taxa diminuída. O tratamento da HDC ainda não está bem estabelecido. A maior sobrevida deve basear-se principalmente na estabilização do sistema cardiorrespiratório, buscando a estabilidade hemodinâmica e a preservação do pulmão. A intervenção no feto com diagnóstico de HDC não é considerada procedimento padrão. Vasodilatadores pulmonares (tolazolina), surfactantes, ventilação com alta frequência e óxido nítrico, são bem utilizados, mas não demonstram alterações consistentes. Já a estratégia com a hipercapnia permissiva e hipoxemia estável elaborada por Stolar e cols, demonstrou uma sobrevida de 75,8%. A intervenção cirúrgica pós-natal é essencial para auxiliar na estabilização cardiorrespiratória, principalmente de vísceras herniadas. OBJETIVOS: Avaliar os Recém-nascidos portadores de HDC atendidos em um hospital referência na cidade de Manaus-AM no período de dezembro de 2004 a dezembro de 2014, quanto ao sexo , o tipo de hérnia, o lado (D ou E), o tratamento empregado, com quantos dias de vida foram operados, a presença ou não de hipertensão pulmonar, o tempo de permanência na UTI, as patologias associadas e a sobrevida. MATERIAL E MÉTODOS: Todos os Recém-nascidos atendidos em um hospital referência da cidade de Manaus-AM foram analisados. RESULTADOS E CONCLUSÃO: No período de dezembro de 2004 a dezembro de 2014, vinte (20) Recém-nascidos com Hérnia Diafragmática foram atendidos em um Hospital referência em atendimento pediátrico em Manaus – AM, destes, oito (8) foram a óbito (40%). Neste trabalho discutiremos: as principais causas do óbito, o sexo das crianças, a idade com que foram oper 25 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLCi-002 - PERFIL DO PACIENTE CIRÚRGICO NEONATAL LUCIANE BASTOS FERNANDES DE OLIVEIRA; ADRIANE SAKAE TSUJITA; FLÁVIO SAAD; WILSON TADASHI TOMIMATSU; FRANSCISO SOLANO LOPES TORRES; RITA DE CÁSSIA FERNANDES SIMÕES; RICARDO GOMES DOS REIS GUIDONI; BEATRIZ KABBACH MAIA; PAULA SEBA RAHE; JOSÉ FERNANDO MARQUES CARDOSO HOSPITAL GUILHERME ÁLVARO - FCMS INTRODUÇÃO: A maioria das doenças cirúrgicas neonatais são de baixa incidência, quando relacionadas a outras causas de internação em Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais. Assim, parece prudente que a Cirurgia Neonatal deva estar concentrada em centros regionais terciários. A mortalidade perinatal tem sido relacionada as seguintes causas: prematuridade, asfixia, as infecções intra-uterinas e às malformações cirúrgicas múltiplas. No entanto, os avanços tecnológicos do tratamento cirúrgico neonatal e dos cuidados em UTI permitiram aumento considerável da sobrevida mesmo nas graves malformações. OBJETIVO: O presente estudo tem por objetivo analisar o perfil dos recém-nascidos cirúrgicos de um serviço de referência da região do Litoral Paulista. MATERIAL E MÉTODOS: Apresentamos um estudo coorte retrospectivo, realizado por análise de prontuários no período de 2011 a 2014, sendo selecionados 52 recém-nascidos cirúrgicos de um total de 632 recém-nascidos que foram submetidos à internação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal neste período. O estudo procura avaliar a relação de prevalência de doenças cirúrgicas neonatais e desfecho do tratamento proposto, assim como variáveis como sexo, prematuridade, peso, fatores gestacionais, tempo de internação em UTI. RESULTADOS: Para análise estatística estratificamos as patologias neonatais em 4 subgrupos: 1) Abdome Agudo Obstrutivo(AAO): o subgrupo inclui as atresias intestinais e corresponde 15% dos casos selecionados. 2) Atresia de Esôfago(AE), corresponde à 14%. 3) Defeitos da Parede Abdominal(DPA): onfalocele e gastroquise (42%). 4) Miscelânia: reúne as demais patologias que não se enquadram nos anteriores como anomalias anorretais, enterocolite necrotizante, hérnia diafragmática e megacólon congênito, correspondem 29%. O peso de nascimento variou entre 930 e 4395g, com média de 2662,5g. Em relação à idade materna, 40% das mães possuíam idade inferior ou igual a 20 anos, e/ou superior ou igual a 35 anos. A relação global de mortalidade de nosso estudo corresponde no grupo AAO 25%; na AE, 28,5 % e nas DPA, 40,9%. Nas outras situações a taxa de mortalidade foi de 26,7%. Assim, a taxa de mortalidade geral de doenças cirúrgicas neonatais neste período foi de 32%. Quando analisadas apenas as DPA, 90,9 % dos casos de DPA correspondem à gastrosquise. A idade materna mostrou-se um importante fator no surgimento de DPA (40,9% dos são de mães com idade igual ou inferior a 20 anos). CONCLUSÃO: 1) O peso e a idade materna podem estar relacionados, sendo que em 11% dos prematuros a mãe tinha idade inferior a 20 anos. 2) Os defeitos da parede abdominal permanecem como principal grupo de doenças cirúrgicas. 3) Nesta casuística, a idade materna foi fator de risco para o aparecimento de doenças cirúrgicas neonatais, principalmente os defeitos da parede abdominal. 26 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLCi-003 - AMBULATORY PEDIATRIC SURGICAL EFFECTIVITY INDEX (APSEI) FLÁVIO SAAD; LUCIANE BASTOS FERNANDES DE OLIVEIRA; GERALDO MAGELA MARQUES; ALTACÍLIO A. NUNES; WILSON TADASHI TOMIMATSU HOSPITAL GUILHERME ÁLVARO, FCMS – SANTOS; FACULDADE DE MEDICINA DA USP -RIBEIRÃO PRETO DO HCFMRP/USP INTRODUCTION: Some authors had observed that in several medical specialities, such as cardiology, ophthalmology and orthopedics, the waiting list on the public health can reach up to one year. Thus, there are a number of reasons to study the effectiveness of surgical pediatric services, considering that such services are in great demand in Brazil. Moreover, Saad et al (2013 - 2014) demonstrated a simple and practical Effectivity Index (EI) to observe and even audit some surgical services. OBJECTIVE: The main purpose of this study is trying to compare some variations in the number of consultations and surgical procedures over several periods in a ambulatory pediatric surgical unit. METHODS: Based on previous publication (2013-2014) we compared the results of 5 months (2013-2014) and the number of elective surgical procedures. The effectiveness through productivity index is calculated. Results: In 5 months period, over than 1000 children had been evaluated. were operated on. The average effectiveness index (EI) was 15 %. The index (IE) was represented in % i.e., the percent of procedures over the number of consultations. So, the IE in 2014 seems an variation from 8,4 to 22,6 %. DISCUSSION: Although Pediatric Surgery is a very important specialty in Brazil; there are few studies about productivity or effectiveness in our country. In 1995, Heckers et al studied a Risk Score to recognize some complications in Pediatric Surgery. A bias for proper quantification of risk in pediatric surgery may be related to the lack of specialist services in certain primary care to which higher complexity cases should be referenced. It seems that the young surgeons will experience some new situations. Maybe, this fact could lead an increase of productivity. Re-operation and length of stay were also reported along with patient-centered Quality Index. However, according to Wood et al (2013), one can be suppose that many biases might interfere on these interpretations. It is expected to have a better EI on the first quarter of the year considering that the number of procedures is stable, when related to the consultations that decrease. According to Nunes et al (2012), the study of effectivity or “case-resolving” is a priority of the Health Services. So, efficiency and cost-effectiveness should be the essential way to support financial issues in Health Systems. “Effectivity Index” (EI) consists in an interesting way to measure the cost-effectiveness. This number can vary throughout the year taking in to account the medical licenses and vacation of surgical staff. It is expected that this EI may help to improve the quality of surgical assistance. CONCLUSIONS: 1. There was an increase of de EI in past year (2014x2013). 2. There were an augmentation of procedures without an increase of the number of ambulatory patients. 3. It seems that an new surgeon was essential for this trend. 27 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLCi-004 - TRAUMA ABDOMINAL CONTUSO FECHADO COMO CAUSA DE OBSTRUÇÃO DUODENAL AGUDA E CRÔNICA: RELATO DE DOIS CASOS GIOVANA CAMARGO DE ALMEIDA; ELISANGELA MATTOS SILVA; MARIAH MELLO; BRUNA CECÍLIA NEVES DE CARVALHO; LETÍCIA ALVES ANTUNES; CAROLINA TALINI HOSPITAL PEQUENO PRINCIPE INTRODUÇÃO: A lesão duodenal na criança corresponde a 2 a 10% dos traumas abdominais. A localização retroperitoneal e central do pâncreas e do duodeno os protege contra lesões, entretanto de acordo com o mecanismo do trauma esta lesão deve ser suspeitada. A lesão duodenal geralmente resulta de trauma direto no epigástrio e hipocôndrio direito por compressão do duodeno contra a coluna vertebral podendo levar a hematoma intramural e obstrução, ou em aumento da pressão intraluminal e ruptura do duodeno. O exame com melhor sensibilidade para diagnóstico de trauma duodenal é a tomografia computadorizada (TC) com contraste oral e venoso. Na presença de perfuração há extravasamento de contraste ou ar no retroperitônio paraduodenal ou no espaço pré-renal. Naquelas em que há apenas hematoma duodenal a parede duodenal está íntegra. A abordagem das lesões duodenais é controversa porque são incomuns, difíceis de serem diagnosticadas no préoperatório e resultam em alta morbidade, principalmente se o diagnóstico for tardio. Na maioria dos casos, os hematomas duodenais têm sido tratados conservadoramente. OBJETIVOS: Descrever dois casos de trauma abdominal contuso que evoluíram com obstrução duodenal crônica e aguda, e discutir o manejo clínico. MATERIAIS E MÉTODOS: Através da análise do prontuário e com prévia autorização da família das crianças. Relatos de Caso: Caso 1: Paciente RGO, sexo masculino, 3 anos, vítima de trauma abdominal contuso por agressão sofrida pela madrasta. Trazido ao pronto atendimento com hematoma em epigástrio e exames compatíveis com pancreatite. TC e Ecografia (US) abdominal não demostravam alterações. Paciente submetido a tratamento clínico com boa evolução e normalização das enzimas pancreáticas. Quatro meses depois apresentou vômitos biliosos e perda de peso. Nova TC com contraste demostrando obstrução na terceira porção duodenal. Submetido à duodeno-duodeno anastomose término-terminal, com boa evolução recebeu alta no décimo quinto dia pós operatório. Caso 2: Paciente MA, sexo masculino, 4 anos, vítima de trauma abdominal fechado por pedaço de bambu. Chegou ao pronto atendimento com hematoma em epigástrio e vômitos biliosos, sem dor e sem febre. Ausência de irritação peritoneal à palpação. US demostrou hematoma na terceira porção do duodeno causando obstrução total da luz confirmada pela TC de abdome. Optado por manejo conservador (jejum, hidratação e sonda nasogástrica para descompressão). Apresentou melhora do hematoma e dos sintomas no décimo segundo dia de internação. Recebeu alta tolerando dieta via oral. CONCLUSÃO: O trauma abdominal fechado é responsável por 70% a 80% de todos os casos de hematoma duodenal notificados em crianças mesmo em trauma mínimo. A presença de um hematoma duodenal isolado não é uma indicação para a cirurgia. Atualmente, o tratamento conservador tem sido feito com bons resultados, conforme apresentando no segundo caso. O relato um chama atenção para necessidade de acompanhamento a longo prazo dessas crianças mesmo as que foram submetidas a tratamento conservador, pois pode ocorrer complicações tardias como obstrução duodenal devido estenose cicatricial ou mesmo pela pancreatite ocorrida na fase aguda necessitando cirurgia. 28 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLCi-005 - INGESTÃO DE OBJETO PONTIAGUDO EM CRIANÇAS GIOVANA CAMARGO DE ALMEIDA; DANIELA PAVIN; ANDRÁ LUIS FORTES ALVES; JOSIANE ZANELLATO; RICARDO MYAZAKI HOSPITAL PEQUENO PRINCIPE; HOSPITAL DO ROCIO INTRODUÇÃO: A ingestão de corpo estranho é um problema comum na população pediátrica. A morbimortalidade está relacionada ao tipo do corpo estranho ingerido e em geral causam grande ansiedade nos familiares. A faixa etária mais envolvida é dos 6 meses aos 6 anos e a ingestão costuma ser acidental enquanto brincam. O corpo estranho mais comumente ingerido é a moeda mas outros observados são agulhas, pregos, brinquedos, parafusos, pilhas, clipes de metal, brincos e tampas de caneta. Apesar de menos comuns, os corpos estranhos pontiagudos estão associados a um risco maior de morbidade e mortalidade pois objetos com mais de 5 cm de comprimento e 2 cm de diâmetro apresentam maior dificuldade de passagem no esôfago, no duodeno e na válvula íleo cecal e podendo causar perfuração durante a passagem. OBJETIVOS: Descrever dois casos de ingestão de objeto pontiagudo (prego) manejados clinicamente. MATERIAIS E MÉTODOS: Através da análise do prontuário e com prévia autorização da família das crianças. Relatos de Caso: Caso 1: Paciente GPS, 2 anos, masculino, trazido ao pronto atendimento por ingestão acidental de prego ocorrida 6 horas antes. Na chegada paciente estava sem dor, sem febre e sem vômitos. RX de entrada já demonstrada o corpo estranho no intestino delgado sem sinais de penumoperitôneo e por isso foi optado por manejo conservador com observação hospitalar e acompanhamento com RX diário. Ficou em observação por 6 dias, sendo que o corpo estranho demorou 3 dias para ultrapassar a válvula íleo-cecal. No sexto dia o corpo estranho foi eliminado sem intercorrências. Caso 2: LE, 5 anos, masculino, trazido ao pronto atendimento também por ingestão de corpo estranho – prego – ocorrida no dia anterior. Estava sem queixas álgicas na chegada e sem vômitos e RX demostrava o corpo estranho já em intestino delgado também sem penumoperitoneo. Optado por manejo conservador com observação hospitalar e RX seriados. Ficou em observação por 4 dias e teve passagem fácil pela válvula íleo cecal. Paciente eliminou o corpo estranho no 5 dias sem intercorrências. CONCLUSÃO: A ingestão de corpo estranho é comum em pediatria. A maior parte – 80 a 90% passa pelo trato gastrointestinal sem dificuldades e apenas uma pequena porcentagem, (10 a 20%) pode obstruir a luz e perfurar a parede. 1 % dos casos requer cirurgia. Como nos casos relatados, quando ocorre ingestão de corpo estranho pontiagudo recomenda-se o exame radiológico diário e no caso de permanência por três dias consecutivos no mesmo local recomenda-se que seja retirado cirurgicamente. 29 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLCi-006 - PRÁTICA CLÍNICA E TOMADA DE DECISÃO À DISTÂNCIA: É POSSÍVEL? FLÁVIO SAAD; LUCIANE BASTOS FERNANDES DE OLIVEIRA; WILSON TADASHI TOMIMATSU; WAGNER JOSÉ RIVA; RITA DE CÁSSIA FERNANDES SIMÕES; FRANSCISO SOLANO LOPES TORRES; ADRIANE SAKAE TSUJITA; LUCIANA TRINDADE GODINHO; GERALDO MAGELA MARQUES; RICARDO GOMES DOS REIS GUIDONI HOSPITAL GUILHERME ÁLVARO, FCMS - SANTOS INTRODUÇÃO: A Cirurgia Pediátrica é a última fronteira da Cirurgia Geral. Nesta área existe uma busca constante por procedimentos menos invasivos, principalmente na Cirurgia Neonatal e em Urologia Pediátrica. Esta prática exige tomada rápida de decisões, tornando inovações indispensáveis para a prática e avanço da Cirurgia. As crianças representam um tipo especial de população vulnerável e deve ser protegido, uma vez que não tem capacidade legal para consentir. Um sistema específico que exemplifique a prática clínica, é portanto, extremamente importante. O estudo atual propõe um projeto inicial de sistema operacional de prática clínica em Cirurgia Pediátrica. OBJETIVO: O objetivo principal deste trabalho é apresentar um aplicativo para a tomada de decisão, em Cirurgia Pediátrica. MATERIAL E MÉTODOS: Em cinco pacientes considerados “ típicos” na prática da Cirurgia Pediátrica, como hérnia inguinal, enterocolite necrosante, Apendicite Aguda, Intestinal Intussuception e acesso venoso. Foram escolhidas 18 informações fundamentais e comuns a todos os pacientes. As principais informações foram idade, peso, estado de emergência, o tempo de duração dos sintomas, co-morbidades, contagem de hematócrito, leucócitos, qualquer tipo de exame de imagem, tipo de procedimento, curva de temperatura e tempo de permanência (LOS). Outras informações não menos importantes foram: sexo, diagnóstico, tempo em outro serviço médico, tempo no hospital antes da avaliação do cirurgião, previsão de alta ou óbito. RESULTADOS: Após Beals e Fletcher (2000) e Kittle (2002), uma série de trabalhos foram publicados tentando comunicação à distância para tomada de decisão em cirurgia pediátrica. Seidman (2005) apresentou o uso dos dados para definir prioridades para investigações clínicas em andamento e propor intervenções. O American College of Surgeons National Quality Improvement Program-Cirúrgica Pediátrica foi iniciado em 2008, para conduzir a melhoria de qualidade na prática cirúrgica infantil. A prática de cirurgia pediátrica tem se tornado cada vez mais exigente e requer mais horas de trabalho com menor remuneração. Alguns avanços da tecnologia oferecem ferramentas ao cirurgião pediátrico para melhorar a eficiência e oferecer serviços em locais carentes e remotos. O objetivo desta publicação é apresentar o cirurgião pediátrico a tecnologia de telemedicina e seu potencial impacto na capacidade de integrar essa prática á atividade cirúrgica pediátrica cotidiana. (Beals). As novas ferramentas são uma completa inovação em gestão da informação. A principal característica do aplicativo é permitir interação, compartilhamento e trabalho cooperativo. CONCLUSÃO: 1) O modelo inicial apresentado é possível e de fácil reprodução. 2) Nos casos relatados foram necessárias entre 5 e 6 variáveis para tomada de decisão. 30 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLCi-007 - ALTERAÇÕES MANOMÉTRICAS EM CONSTIPAÇÃO INTESTINAL DE PACIENTES ESCOLARES ELIANE BASQUES MOURA; TAÍS SOARES CARVALHO HOSPITAL MUNICIPAL ODILON BEHRENS INTRODUÇÃO: A constipação intestinal é uma doença que afeta entre 1 e 30% das crianças, sendo mais prevalente na idade préescolar, e pode ser definida como a dificuldade ou a redução da frequência das evacuações. É uma das principais caudas de dor abdominal recorrente na infância. A manometria anorretal tem sido indicada para investigação de crianças com constipação grave, sem causas orgânicas aparentes, que não respondem adequadamente ao tratamento clínico. Ela permite distinguir entre causas congênitas ou comportamentos retentivos adquiridos, indicando ou não a necessidade de biópsia retal para complementação propedêutica. A constipação crônica altera a fisiologia evacuatória, com achados manométricos como: hipertonia de repouso do esfíncter anal interno e aumento da capacidade retal total (com surgimento de desejo evacuatório com volumes além dos usuais). Pacientes com ausência do reflexo inibitório reto-anal apresentam diminuição da função neuromotora do reto e necessitam ser submetidos à biópsia retal para exclusão do diagnóstico de doença de Hirschsprung. OBJETIVOS: Mostrar alterações manométricas pertinentes a escolares constipados. MATERIAL E MÉTODOS: Foram analisadas manometrias anorretais realizadas em escolares com constipação crônica nos últimos 2 anos. Pacientes em idade pré-escolar foram excluídos devido à falta de cooperação durante o exame. Analisamos a pressão de repouso do esfíncter interno, o grau de relaxamento do esfíncter interno, a capacidade retal máxima, o comprimento do canal funcional e presença, duranção e grau de relaxamento do reflexo inibitório reto-anal. Os dados foram expressados em média e desvio-padrão (DP). RESULTADOS: Dos 13 exames realizados, 9 foram selecionados. A idade dos pacientes variou entre 5 e 11 anos (média de 8,1). A pressão média de repouso do esfícter interno foi de 65,6 mmHg (DP: 16,39), o que mostra um importante grau de hipertonia deste esfíncter nos pacientes avaliados. O comprimento do canal anal funcional foi em média 1,6 cm (DP: 0,5). O reflexo inibitório reto-anal foi identificado em 8 dos pacientes avaliados, não sendo identificado em um deles. Nos pacientes com reflexo presente, sua duração teve média de 10,04 s (DP: 2,5) e o índice de relaxamento foi de 50,59% (DP: 6,6). Nos pacientes que colaboraram com a percepção do volume intra-retal (5 dos analisados), a capacidade retal máxima foi em média 160 mL (DP: 36,5), o que denota a presença de megarreto nos pacientes constipados. A primeira sensação não foi diferente dos dados da literatura em relação às crianças hígidas. CONCLUSÃO: Pacientes com constipação crônica apresentam um aumento da pressão de repouso do esfíncter interno e da capacidade retal máxima. É importante a identificação do reflexo inibitório reto-anal para avaliação de continuação propedêutica e instituição de terapêutica adequada. O papel da manometria anorretal ainda está em estudo, mas por ser um exame não invasivo e de baixo custo, acreditamos que assumirá um papel importante na identificação de pacientes portadores de formas ultracurtas da doença de Hirschsprung. 31 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLCi-008 - UTILIZAÇÃO DE PINÇA VIDEOCIRÚRGICA DE FECHAMENTO DE APONEUROSE NA CORREÇÃO DE HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA DE MORGAGNI NICANOR MACEDO; GILMAR STULZER; BETINA BERTRAND; BARBARA AFRODIQUE; ANDREA BAPTISTA; ANTONIO AZIZ; JOSÉ FIRMINO; JOAO BAPTISTA; TANIA LUND; MARCELO CALCAGNO HOSPITAL DA CRIANÇA INTRODUÇÃO: O uso da videocirurgia para tratamento das Hérnias diafragmáticas de Morgagni-Larrey significou importante avanço em direção a diminuição da morbidade operatória. Porém, as suturas laparoscópicas realizadas na parede anterior demandam cuidado adicional no posicionamento das cânulas e treinamento avançado para sua realização. Os autores relatam 2 casos de tratamento videoassistido de hernia de Morgagni onde foi utilizado sutura extra-corpórea através da passagem dos fios de sutura com instrumento especial. Esta técnica possibilitou uma sutura segura e rápida com baixa demanda de treinamento específico em sutura videocirúrgica. OBJETIVO: Demonstrar técncia alternativa para facilitar e agilizar a sutura dos defeitos anteriores do diafragma. Material e método: Caso 1:Criança do sexo masculino, 6 meses, diagnosticada com pneumonia aos 3 meses. Caso 2: Criança de 1a10m do sexo feminino, um episódio de pneumonia prévia. Ambas submetidas a tratamento videoassistido de Hérnia de Morgagni. Utilizou-se três cânulas de 5 mm sendo uma cânula umbilical para a óptica e duas cânulas de 5 mm no hipocôndrio direito e esquerdo. Através de incisão cutânea de 1,5 cm sobre a região do defeito diafragmático introduziu-se pinça de fechamento de aponeurose que conduziu as suturas de Poliester trançado 2-0 para fechamento do defeito. RESULTADO: O fechamento completo do defeito foi alcançado. A radiografia da transição tóraco-abdominal realizada no terceiro dia de pós-operatório confirmou o sucesso terapêutico imediato. CONCLUSÃO: A utilização de sutura videoassistida com pinça de fechamento de aponeurose é uma alternativa segura que facilita o fechamento destes tipos defeitos. 32 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR PÔSTERES 33 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-001 - LINFANGIOMA ABDOMINAL CÍSTICO GIGANTE: ABORDAGEM CIRÚRGICA NA URGÊNCIA STEFANIA PINTO MOTA; ANTONIO D' OLIVEIRA GONÇALVES PREZA; OSVALDO CESAR PINTO MENDES; ANDRÉ LUIS SILVA DO AMARAL; NAGILA MESQUITA XAVIER; IVANA MIRANDA ROSA ALVES; MARIANA VICENTINI TZI UNEMAT - UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO; SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CUIABÁ; HOSPITAL REGIONAL DE CÁCERES INTRODUÇÃO: Os linfangiomas são tumores de ordem benigna raros do sistema linfático, com predomínio do sexo feminino e cuja etiologia não é totalmente esclarecida. Localizam-se geralmente em região axilar ou cervical e apenas 4-5% das tumorações são encontradas em mediastino, estômago ou intestino. No contexto clínico, as principais queixas relacionam-se a presença de massas abdominais e dor abdominal, com quadros de abdome agudo secundário a complicações. OBJETIVOS: O objetivo deste relato de caso é descrever a abordagem cirúrgica de urgência e a evolução clínica de linfangioma abdominal cístico gigante em paciente pediátrico. MATERIAL E MÉTODOS: Realizada revisão de prontuário da paciente, anamnese dirigida à mãe no serviço de urgência e ambulatório e acompanhamento clínico pós-operatório. RESULTADOS: B. F., 6 anos, sexo feminino, encaminhada ao setor de urgência com história de dor abdominal súbita e intensa, com evolução de 2h. Ao exame físico apresentava fácies de dor, hipocorada, abdome distendido, flácido, doloroso à palpação superficial e profunda difusamente, com ruídos hidroaéreos diminuídos. O hemograma apresentava leucocitose com desvio à esquerda; hematócrito 35%, hemoglobina 11,8 g/dl e proteína C reativa 12 mg/l. A ultrassonografia de abdome revelou coleção líquida de volume moderado a acentuado em fossa ilíaca esquerda. A tomografia computadorizada apresentou volumosa massa de aspecto cístico de 13x9cm em suas maiores dimensões em fossa ilíaca esquerda. Foi realizada laparotomia transversa supraumbilical que identificou coleção líquida intracavitária escurecida, tumoração multicística, volumosa, que estava aderida à parede colônica e ocupava a região de transição entre cólon esquerdo e sigmoide. Realizou-se ressecção completa do tumor sem ressecção intestinal. Devido a íleo prolongado, foi indicada nutrição parenteral no pós-operatório. O laudo do anatomopatológico revelou fragmentos de tecido fibroconjuntivo e adiposo apresentando acentuado infiltrado inflamatório misto, com predomínio de linfócitos e eosinófilos associados a edema e hemorragia, sem sinais de malignidade. O resultado do exame imunohistoquímico foi CD31, CD34, D2-40 e Fli-1 positivos em vasos e CD45 e Ki-67 positivos em células inflamatórias, conclusivo de linfangioma cavernoso. No controle ambulatorial, por motivo da extensa ressecção tumoral, foi solicitado enema opaco, que evidenciou estenose colônica severa, no local de ressecção tumoral, confirmada por colonoscopia. Foi realizada colectomia segmentar eletiva. Decorridos quinze dias, a paciente retorna ao setor de urgência com quadro de dor abdominal tipo cólica, náuseas e dois episódios de vômito. Instituído tratamento conservador para suboclusão intestinal com dieta zero, sonda nasogástrica e antibioticoterapia com sucesso após 72h. No seguimento ambulatorial, o trânsito intestinal foi normal. CONCLUSÃO: O presente relato de caso evidencia uma das patologias que representa um desafio para a cirurgia pediátrica, tanto pela raridade quanto pela importância de diagnóstico diferencial em quadros de abdome agudo cirúrgico. Comprova-se a possibilidade de realização de ressecção primária do tumor em caráter de urgência. Entretanto, ressalta-se que ressecções amplas poderão cursar com ocorrência de estenoses segmentares ou evoluir com quadros de suboclusão, complicando o prognóstico. Transcorridos oito meses da laparotomia na urgência, a paciente encontra-se bem, sem queixas e desenvolvendo suas atividades sem restrições. 34 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-002 - TESTICULAR YOLK SAC TUMOR: RELATO DE UM CASO EM LACTENTE STEFANIA PINTO MOTA; ANTONIO DE OLIVEIRA GONÇALVES PREZA; JOSE ROBERTO RODRIGUES DE LIMA; WOLNEY DE OLIVEIRA TAQUES; ELAINE CRISTINA FORTES ZYS MELLO; CASSIO HENRIQUE DE ARRUDA REGIS; VANESSA BONICONTRO DO NASCIMENTO SANTA CASA DE MISERICORDIA DE CUIABA; HOSPITAL SANTA ROSA; UNEMAT - UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO INTRODUÇÃO: Tumores testiculares infantis são neoplasias raras que, no sexo masculino, correspondem 1-2% dos tumores sólidos pediátricos. Apresentam comportamento biológico variado, com picos de incidência, padrões histológicos e prognósticos distintos, divididos em duas categorias: tumores de células germinativas (TCGs) e tumores não-germinativos. Dentre TCGs está incluso Tumor de Seio Endodérmico (TSE), conhecido também como Tumor do saco vitelínico (Yolk Sac Tumor), que sozinho, compõe 56,1% dos tumores testiculares na infância, e quanto à malignidade, são 70-80% de todos os casos. Aproximadamente 75% ocorrem antes dos dois anos de idade. OBJETIVOS: Demonstrar relevância das evidências clínicas no diagnóstico precoce de TSE, com instalação imediata de tratamento cirúrgico e seguimento quimioterápico em pacientes pediátricos. MATERIAIS E MÉTODOS: Realizou-se consulta do prontuário, anamnese no ambulatório de especialidades, seguimento clínico e acompanhamento pós-cirúrgico. RESULTADOS: Lactente, sexo masculino, pardo, 08 meses, chega ao serviço de referência com histórico de aumento de volume testicular esquerdo, indolor, sem sinais flogísticos, de crescimento rápido e progressivo há 03 meses. Mãe trouxe duas ultrassonografias prévias, feitas com intervalo de 38 dias, que já demonstravam aumento de volume e dimensões testicular à esquerda, de dimensões 1,7x1,6x1,4cm e 3,2x2,6x2,1cm, e volume 2cm³ e 9,2cm³, respectivamente, além de aumento da vascularização em parênquima testicular esquerdo e testículo direito preservado. Na tomografia computadorizada (TC) de abdome, encontrou-se massa testicular à esquerda e pequena imagem nodular sólida, hipodensa, em segmento basal lobar inferior de pulmão esquerdo. Análise pré-operatória de marcadores tumorais séricos apontou &#945;fetoproteína >3.000IU/mL (<5,50IU/mL) e LDH 251U/L (490-730U/L). Realizada orquiectomia radical esquerda, via inguinal, após resultado de biopsia de congelação para malignidade. Pós-operatório (PO) sem intercorrências. Exame anatomopatológico confirmou presença de Tumor do Seio Endodérmico (Yolk Sac Tumor), limitado ao testículo, com estadiamento pT3, pNX, pMX. Paciente foi encaminhado ao serviço de Cancerologia Pediátrica para seguimento e terapia complementar. Com 9 dias de PO, &#946;-HCG 0,1mUI/mL. Submetido novamente à TC de abdome, 11 dias do PO, visualizaram-se imagens nodulares de densidade de partes moles, em regiões peripancreática, inguinais e raiz do mesentério; na TC de tórax, adenopatia numerosa em região axilar. Com isso, houve estadiamento no grau IV, e no mesmo dia, instaurado terapia adjuvante com ifosfamida, cisplatina e etoposide, quatro ciclos, em intervalos de 21 dias, após passagem de portocath, segundo Protocolo TCG-99 de tratamento para TCG testicular de alto risco. Do acompanhamento de marcadores tumorais, em sequências de &#945;fetoproteína, no 26º e 38º dia de PO, respectivamente, obteve-se 123IU/mL e 49,10IU/mL. Atualmente, o paciente encontra-se estável, afebril e em seguimento dos ciclos da quimioterapia. CONCLUSÃO: Uma investigação cautelosa deve ser realizada na presença de alterações sutis, insidiosas e inespecíficas ao exame clínico pediátrico, visto que TSE é raro, de natureza maligna, crescimento rápido e progressivo, favorecendo disseminação metastática. O caso apresentado enquadra-se na expectativa de 23 meses para definição diagnóstica, conforme descrito na literatura. Espera-se que haja boa evolução prognóstica, conforme os 85% de sobrevida global estimada em 5 anos para crianças com TSE. 35 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-003 - MONITORIZAÇÃO ELETROCARDIOGRÁFICA EM PACIENTES COM EPIDERMÓLISE BOLHOSA:UMA NOVA PROPOSTA LISIEUX EYER DE JESUS; BRUNO MENDONÇA BARCELLOS; PEDRO DA SILVA CAMELIER HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTÔNIO PEDRO-UFF INTRODUÇÃO: A manipulação cutânea de pacientes portadores de epidermólise bolhosa (EB) é um problema com consequências sérias e implica cuidados especiais no ato anestésico. Táticas específicas são necessárias para ao mesmo tempo prover uma monitorização segura e evitar lesões cutâneas iatrogênicas. O objetivo deste trabalho é sugerir um novo método de fixação dos eletrodos para monitoração cardíaca de portadores de EB durante o ato anestésico. MÉTODOS: Descrição de uma nova proposta para fixação de eletrodos cutâneos para monitorização cardíaca e revisão de um caso clínico em que o novo método foi utilizado com sucesso. RESULTADOS: O material colante de cinco eletrodos a serem utilizados para monitorização cardíaca foi retirado, deixando-se apenas o componente metálico. Este foi encaixado nas malhas de uma bandagem de tecido, que foi então posta em contato com a pele do paciente, de forma a prover contato entre a pele e a face interna do eletrodo e fixação do eletrodo externamente à bandagem. CONCLUSÃO: A fixação de eletrodos de monitorização cardíaca a uma bandagem de tecido é uma forma eficaz, segura e de baixo custo durante a anestesia de pacientes portadores de EB, sem causar lesões cutâneas iatrogênicas. 36 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-004 - BLOOD LOSS ASSESSMENT IN PEDIATRIC SURGERY: VISUAL VERSUS GRAVIMETRIC METHODS. AN EXPERIMENTAL STUDY. LISIEUX EYER DE JESUS; BERNARDO A. RAMOS; MAÍRA RANGEL; PEDRO DA SILVA CAMELIER; JÉSSICA BASTOS SILVA HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTÔNIO PEDRO-UFF INTRODUCTION: Estimative of perioperative bleeding is essential in Pediatric Surgery (PS). Many methods to assess blood loss (BL) are available, including visual estimative, but their accuracy and practicability are limited. This research aims to study whether relating the amount of bleeding into a gauze sponge to the percentage of the gauze´s tainted area (%TAG) may estimate surgical bleeding. METHODS: Two folded cotton gauze sponges were used to absorb predetermined volumes of blood, starting with 0.5 ml and progressing with 0.5 ml increments till oversaturation. The sponge was then opened over a white surface and photographed. Image J ® software was used to capture and circumscribe the blood-tainted areas of the sponge. The proportion between black/white areas was then calculated for each blood volume. The results obtained (%TAG) were compared the weight gain of the gauzes (WGG). The tests were done with two different hematocrit values and a set of randomized volumes was also tested. RESULTS: WGG estimates bleeding with a mean absolute error of 6.64% (min 0.36%- max 16.68%). A single gauze sponge oversaturates with 3 ml of blood and is completely tainted with 2.5 ml of blood. In practice staining of 1/3, ½ and ¾ of a 7.5 x 7.5 cm piece of an 8 layered cotton gauze sponge corresponds approximately to 0.5, 1 and 1.5 ml of absorbed blood. CONCLUSION: BL in PS can be estimated by visual evaluation of gauze sponges. It may be possible to develop specific softwares to estimate the volume of blood absorbed by a cotton gauze sponge in real time, based on the tainted area in the sponge. 37 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-005 - SEGMENTECTOMIA VIDEOLAPAROSCÓPICA NO TRATAMENTO DE MALFORMAÇÃO ADENOMATÓIDE CÍSTICA DE DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL: RELATO DE CASO LETICIA ALVES ANTUNES; ELISANGELA DE MATTOS E SILVA; SYLVIO GILBERTO AVILLA; CESAR CAVALLI SABBAGA; FERNANDO ANTONIO BERSANI AMADO; GIOVANA CAMARGO; MARIAH ZANETTI MELLO; CAROLINA TALINI; BRUNA CECÍLIA NEVES DE CARVALHO HOSPITAL INFANTIL PEQUENO PRÍNCIPE INTRODUÇÃO: A malformação pulmonar adenomatóide cística (MAC) é rara e a grande maioria dos casos são diagnosticados no período pré-natal ou neonatal. Atualmente, essas lesões pulmonares são classificadas em 5 tipos, segundo Stocker, dos quais o tipo 1 é o que oferece melhor prognóstico. Geralmente, os pacientes com essa anomalia permanecem assintomáticos, entretanto a dificuldade respiratória progressiva e infecções pulmonares de repetição fazem parte da sintomatologia conhecida. O tratamento em pacientes sintomáticos é a ressecção cirúrgica através da lobectomia ou segmentectomia. OBJETIVO: Nesse relato, apresentamos o caso de uma menina com diagnóstico pré-natal de cisto pulmonar que aos 7 meses foi submetida à uma segmentectomia pulmonar esquerda videolaparoscópica. RELATO DE CASO: AKK, 4 meses encaminhada para acompanhamento no serviço de Cirurgia Pediátrica devido ecografia pré-natal apresentando cisto pulmonar à esquerda. Paciente assintomática e sem relato de infecção pulmonar prévia. Submetida à tomografia computadorizada que evidenciou imagem cística expansiva com pequeno nível hidroaéreo situado em lobo superior esquerdo que desloca discretamente o mediastino para a direita medindo 5,6 X 3,5 cm. Devido às grandes dimensões da lesão e pelo risco futuro de infecção pulmonar foi optado pela ressecção eletiva da malformação. Exames pré-operatórios sem alterações. Paciente aos 7 meses foi submetida à toracoscopia videolaparoscópica minimamente invasiva com trocartes de 3, 4 e 5 mm. Realizado segmentectomia do lobo superior esquerdo. Não houve intercorrências no intraoperatório. Paciente permaneceu 24 horas na unidade de terapia intensiva, retirado dreno de tórax em 72 horas. Recebeu alta para seguimento ambulatorial. Anatomopatológico confirmou a hipótese de malformação pulmonar congênita das vias aéreas (CPAM) tipo 1. CONCLUSÃO: Conforme relatado na literatura o diagnóstico pré-natal das malformações pulmonares tem se tornado cada vez mais comum devido ao melhor acesso das gestantes à ultrassonografia obstétrica. Isto favorece o diagnóstico e a indicação cirúrgica precoce evitando assim que a criança apresente infecções pulmonares de repetição. A cirurgia videolaparoscópica tem ganhado espaço diminuindo o tempo de internação desses pacientes e com melhor resultado estético a longo prazo. 38 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-006 - ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE DERRAME PLEURAL COM NECESSIDADE DE DRENAGEM DE TÓRAX FECHADA EM CRIANÇAS INTERNADAS EM UM HOSPITAL DE CURITIBA FRANCISCO CARLOS YOKOYAMA; GILBERTO PASCOLAT; LINCON ARYSTOTHELES GEWEHR BABO ALVES ; PAULO ROBERTO BABO ALVES ; MARJORIE PIOVEZAN DE OLIVEIRA ; FLÁVIA NATALIA MARQUES KINGERSKI; GABRIELA CORREIA DE BRITO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO EVANGÉLICO DE CURITIBA INTRODUÇÃO: Dentre as infecções mais comuns na faixa etária pediátrica, a pneumonia representa uma das principais causas de óbito em crianças menores de cinco anos de idade no mundo. Em crianças, o derrame pleural é a complicação mais comum da pneumonia bacteriana, e recebe a denominação de derrame parapneumônico. O diagnóstico pode ser feito por radiografia de tórax e pode ser confirmado pela ultrassonografia de tórax. Geralmente o tratamento do derrame parapneumônico é realizado empiricamente com antibióticos. Em alguns casos há necessidade de medidas cirúrgicas, como toracocentese, drenagem fechada, cirurgia torácica videoassistida, minitoracotomia e decorticação. OBJETIVO: descrever aspectos relacionados a pacientes internados em um hospital de Curitiba com diagnóstico de derrame pleural e que necessitaram de drenagem de tórax fechada. MATERIAL E MÉTODOS: Este estudo é uma pesquisa epidemiológica, descritiva, transversal com dados secundários de prontuários eletrônicos. Foram analisados os prontuários eletrônicos de pacientes internados na ala pediátrica que tiveram o Código Internacional de Doença (CID) com todas as denominações que continham o termo pneumonia ou derrame pleural. Foram incluídos apenas os pacientes que necessitaram de drenagem de tórax fechada para o derrame pleural. RESULTADOS: Foram encontrados 44 casos de derrame parapneumônico em pacientes internados de 2009 a 2014 em que se pode fazer a análise necessária para compor este estudo. A maioria (59,1%) dos pacientes internados com derrame pleural tinha a idade entre 1 e 4 anos. A prevalência de derrame pleural por gênero foi exatamente igual em ambos os sexos. O tempo médio que os pacientes ficaram internados foi de 4,5 dias. Quanto ao esquema inicial de antibiótico, a grande maioria dos pacientes fez uso de penicilina. Outros usaram ceftriaxona ou outro esquema. Grande parte dos pacientes teve um desfecho clínico positivo. Entre os pacientes que apresentaram complicações, o pneumotórax, óbito e necessidade de minitoracotomia foram os desfechos mais prevalentes. CONCLUSÃO: As crianças com derrame pleural apresentaram semelhança na ocorrência de derrame pleural para o gênero e também quanto ao lado do derrame parapneumônico. 61 % dos pacientes foram considerados com boa evolução clínica, porém outros desfechos também foram significativos, como pneumatocele ou necessidade de decorticação. Diante dos resultados encontrados, sugerimos um protocolo de atendimento e seguimento dos pacientes internados nesse serviço com diagnóstico de derrame parapneumônico para uniformizar o atendimento dessas crianças e para a realização de futuros estudos. 39 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-007 -INCIDÊNCIA E SOBREVIDA DE CRIANÇAS COM GASTROSQUISE EM MANAUS- AM MARIA AUXILIADORA NEVES DE CARVALHO; BRUNA CECILIA NEVES DE CARVALHO; FLAVIA MOREIRA DE CARVALHO; ANNELI CASTELO BRANCO MAJURI; PAULO KLEIN; LÉIA CRISTINA AZEVEDO VIANA; SABRINA LEÃO STORCH; GISLAINE MELO DE OLIVEIRA; KELEN MARQUES DE SOUZA; RENATA MARTINS DE CARVALHO UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS; UEA; NILTON LINS INTRODUÇÃO: Há um amplo espectro de anomalias congênitas que podem afetar qualquer nível do trato gastrintestinal, do esôfago ao ânus. E a gastrosquise é uma dessas patologias, trata-se de uma malformação congênita caracterizada por um defeito de fechamento da parede abdominal associado à exteriorização de estruturas intra-abdominais, principalmente do intestino fetal, é uma emergência neonatal grave, associada a outras mal formações congênitas reponsável pela maioria dos casos de óbito como a Sindrome do Intestino curto e atresias intestinais, além disso maior parte dos óbitos acontece em pacientes com grande comprometimento do intestino, sepse ou complicações a longo prazo com a síndrome do intestino curto e a desproporção visceral-abdominal, ou seja, a cavidade abdominal é pequena demais para permitir um fechamento primário de parede abdominal sem comprometer a função gastrintestinal e pulmonar. Considerando o aumento desta anomalia nas últimas décadas em diversas populações por todo o mundo, variando de 1-2 até 4-5/ 10.000 nascidos vivos, incidência na qual a taxa de mortalidade é a segunda maior causa de complicação da prematuridade e período perinatal, realizou-se em uma das instituições da cidade de Manaus-AM, hospital referência em atendimento pediátrico um estudo de coorte retrospectivo de junho de 2004 a dezembro de 2014, de recém-nascidos que nasceram com essa má-formação. OBJETIVOS: Avaliar no período de 9 anos e 7 meses (junho de 2004 a dezembro de 2014), os RN atendidos em hospital referência em atendimento pediátrico na cidade de Manaus –AM, quanto ao sexo, com quantas horas ou dias de vida foi corrigido o defeito da parede abdominal sobrevida, redução primária ou não das alças intestinais para a cavidade abdominal e tempo de internação em UTI. MATERIAL E MÉTODOS: Todos os RN atendidos em Hospital referência em atendimento pediátrico em Manaus- Amazonas portadores de gastosquise foram analisados quanto ao sexo, idade da correção do defeito, correção cirúrgica primária ou não, tempo de internação em UTI, sobrevida. RESULTADOS E CONCUSÃO: No período de junho de 2004 a dezembro de 2014 foram analisados 257 RN com gastrosquise, observou-se maior incidência no sexo masculino, a maioria foi submetida a fechamento primário, geralmente nas primeiras 24 horas de vida as anomalias associadas foram poucas na maioria tratava-se de atresias intestinais, a sobrevida foi boa e a maior causa de óbito foi por sepse neonatal. 40 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-008 - LEVANTAMENTO DO NÚMERO DE CASOS DE LINFANGIOMAS OU HIGROMAS CISTICOS, EM UM HOSPITAL REFERÊNCIA EM PEDIATRIA EM MANAUS-AM E O(S) TRATAMENTO (S) EMPREGADOS. MARIA AUXILIADOR NEVES DE CARVALHO; BRUNA CECILIA NEVES DE CARVALHO; FLAVIA MOREIRA DE CARVALHO; ANNELI CASTELO BRANCO MAJURI; PAULO KLEIN; LÉIA CRISTINA AZEVEDO VIANA; SABRINA NUNCIO LEÃO STORCH; GISLAINE MELO DE OLIVEIRA; KELEN MARQUES DE SOUZA; VANESSA MARQUES MENDONÇA UEA INTRODUÇÃO: Os linfangiomas são más-formações do sistema vascular linfático que levam a formações de tumorações cisticas (micro cistos, macro cistos ou podem ser mistos), podem ser superficiais ou profundos. São tumores benignos, mas tem comportamento maligno por envolverem, desviarem ou comprimirem estruturas nobres. Podem localizar-se em diferentes regiões do corpo humano principalmente, região cervical, tórax, face, região submandibular, braços, pernas e mediastino, são indolores, e geralmente assintomáticos mas podem levar a diferentes graus de disfagia ou dispneia por compressão do esôfago ou traquéia. O sistema linfático é responsável pela coleta e drenagem de fluído linfático acumulado entre as células, nos linfangiomas esses vasos mal formados levam a um fluxo lento e acúmulo de linfa propiciando a formação de cistos. O diagnóstico é feito pelo quadro clínico e exame físico principalmente nos linfangiomas superficiais. Quando existem dúvidas quanto ao diagnóstico pode-se lançar mão de Ultra Som com Dopler, RM, Angioressonância, Angiotomografia que auxiliam na avaliação quanto a extensão e profundidade da lesão, assim como, quanto ao envolvimento de estruturas vizinhas. O Tratamento pode ser feito através de cirurgia ou agentes esclerosantes como bleomicina, solução salina hipertônica, Nitrato de Prata ou através de OK-432 ou picibanil (liofilizado de Streptpcocus pyogenes do grupo A tratados com Penicilina G Potássica). OBJETIVOS: O Objetivo desse trabalho é avaliar nos pacientes pediátricos portadores de linfangiomas atendidos na cidade de Manaus – AM em hospital referência a maior incidência quanto a idade, sexo, as principais localizações, as formas de tratamento empregados ao longo de 10 anos e os resultados encontrados. MATERIAL E MÉTODOS: No período de dezembro de 2004 a dezembro de 2014 foram avaliados todos os pacientes atendidos em um hospital referência em atendimento pediátrico na cidade de Manaus –AM, portadores de Linfangiomas , quanto a idade, sexo, localização, inicio do tratamento, tratamento(s) empregado(s), sucesso ou não do tratamento, recidivas e complicações. RESULTADOS E CONCLUSÕES: Os principais tratamentos empregados foram: uso de Nitrato de Prata e ou Cirurgia, Cirurgia e ou OK 432. De todos os pacientes avaliados, todos que foram submetidos a tratamento cirúrgico primário tiveram recidiva local. Os melhores resultados foram obtidos com o uso de OK-432. Os melhores resultados foram obtidos com o uso de Nitrato de Prata e OK 432. 41 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-009 - HEMANGIOMA GIGANTE EM CRIANÇA ASSOCIADO À SÍNDROME DE KASABACH-MERRITT: RELATO DE CASO. MARIA AUXILIADORA NEVES DE CARVALHO; BRUNA CECILIA NEVES DE CARVALHO; FLAVIA MOREIRA DE CARVALHO; ANNELI CASTELO BRANCO MAJURI; PAULO KLEIN; RENATA MARTINS DE CARVALHO; VANESSA MARQUES MENDONÇA; SABRINA NUNCIO LEAO STORCH; GISLAINE MELO DE OLIVEIRA; LEIA CRISTINA AZEVEDO VIANA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS; UEA INTRUDUÇÃO: Hemangiomas são os tumores vasculares mais comuns encontrados na faixa etária pediátrica e com prevalência mundial estimada de 1 a 10%. A maioria dos hemangiomas regride espontaneamente, sem complicação, mas quando associada ao quadro de coagulopatia de consumo, o prognóstico do paciente é comprometido, caracterizando deste modo a Síndrome de Kasabach-Merritt (SKM) descrita inicialmente em 1940 por Haig Kasabach e Katharine Merritt após relatarem o caso de um bebê de dois meses de idade que apresentava um extenso hemangioma capilar da coxa associado ao quadro de trombocitopenia. O trabalho visa relatar um caso de uma criança que apresentou ao nascimento um hemangioma da face anterior da coxa associado à coagulopatia de consumo. RELATO DO CASO: Paciente do sexo masculino, dois anos de idade, natural de Manaus, Amazonas, apresentou ao nascimento, volumosa tumoração em face anterior da coxa esquerda associada a sinais flogísticos em todo o membro inferior esquerdo. Após internação no setor de neonatologia, foram solicitados exames laboratoriais iniciando-se deste modo a investigação da etiologia da lesão. No hemograma e coagulograma, foi possível diagnosticar os quadros de anemia e plaquetopenia respectivamente. Foram solicitados os exames de ultrassonografia (USG) com Doppler e ressonância nuclear magnética (RNM), confirmando a presença de tumoração de aspecto cístico associada a inúmeros vasos sanguíneos de permeio e espessamento da pele e subcutâneo, sendo sugestivo de hemangioma. Para o tratamento da lesão, optou-se pela conduta expectante e acompanhamento ambulatorial mensal objetivando a regressão espontânea da tumoração. Após quatro meses de acompanhamento e ausência de regressão da lesão, iniciou-se o tratamento clínico com propanolol na dose de 4mg/kg/dia divididos em três doses diárias. Paciente evoluiu com diminuição gradativa da tumoração e cessação do quadro da coagulopatia apresentando, porém pequena alteração residual em coxa visualizada pela USG com Doppler. DISCUSSÃO: Cerca de 80% dos casos de SKM são diagnosticados na faixa etária de um ano, sendo 50% no primeiro mês de vida. A SKM é mais frequentemente associada ao hemangioma capilar. O tratamento dos hemangiomas e da SKM é desnecessário na maior parte dos casos. Quando necessário, é consenso que o tratamento deve ser expectante, em vez de agressivo. Diferentes modalidades têm sido utilizadas, porém a maioria gera alta incidência de complicações. Os corticosteroides, interferon-alpha 2a, agentes esclerosantes, radioterapia, fototerapia, ligadura vascular, a excisão cirúrgica e a embolização endovascular são modalidades terapêuticas potencialmente valiosas para reduzir a atividade do tumor. Para a condução do quadro de coagulopatias de consumo, especialmente a trombocitopenia, usam-se desde aspirina, dipiridamol, heparina, antifibrinolíticos, ácido e-aminocapróico até os hemoderivados, como o sangue total, concentrado de plaquetas e o plasma fresco congelado. CONCLUSÃO:O trabalho abordou um caso de paciente que apresentou ao nascimento hemangioma da face anterior da coxa evoluindo para a Síndrome de Kasabach-Merritt e cujo tratamento empregado foi inicialmente a conduta expectante seguida pelo tratamento clínico com propanolol evoluindo com regressão da lesão. 42 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-010 - HAMARTOMA PULMONAR EM RECÉM NASCIDO, RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA. MARIA AUXILIADORA NEVES DE CARVALHO; BRUNA CECILIA NEVES DE CARVALHO; FLAVIA MOREIRA DE CARVALHO; ANNELI CASTELO BRANCO MAJURI; PAULO KLEIN; RENATA MARTINS DE CARVALHO; LÉIACRISTINA AZEVEDO VIANA; KELEN MARQUES DE SOUZA; VANESSA MARQUES DE SOUZA; NATACHA MARIA NASCIMENTO VALENTE UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS; UEA; NILTON LINS INTRODUÇÃO: Hamartomas pulmonares, também chamados de hamartocondromas, hamartomas condromatosos, adenocondromas ou fibroadenomas pulmonares são neoplasias benignas com incidência de 0.3% acometendo principalmente homens idosos, (acima da sexta década de vida) sendo raros em crianças, principalmente no período neonatal. Podem ser classificados em endobrônquicos ou centrais e intraparenquimatosos ou periféricos. São neoplasias epiteliais e mesenquimatosas constituídas predominantemente de tecido cartilaginoso podendo também ser compostas de tecido conjuntivo fibromixóide, tecido adiposo, tecido muscular lisoe vasos. A mutação genética mais associada a esta patologia é a permuta entre as regiões 6p21 e 14q24, sendo geralmente encontrada apenas nas células de origem parenquimatosa. Assim, o epitélio brônquico presente poderia ter sido aprisionado durante expansão tumoral ou ser constituído de um epitélio reativo. A ocorrência de diversos padrões histológicos pode ser explicada por diferentes tipos de mutações ou por acometimento inicial de célula mesenquimatosa pluripotencial. A macroscopia é variável de acordo com o padrão predominante. RELATO DE CASO: Recém Nascido do sexo masculino, a termo, pesando 3.500 grs., apresentou nas primeiras horas de vida um quadro de dispneia progressiva, sendo necessário intubação com Ventilação Mecânica para melhora do quadro clínico, RX de tórax mostrou tumoração volumosa ocupando o Hemitorax direito, sólida, comprimindo e desviando as estruturas adjacentes. A RM confirmou a presença da Tumoração sólida, como o menor não conseguia respirar sem auxilio de ventilação mecânica com retenção de CO2, foi submetido à Toracotomia com lobectomia e DFT, evoluiu sem intercorrências recebendo alta Hospitalar 10 dias após, estando até o momento em acompanhamento clínico. O Laudo Histopatológico mostrou tratar-se de um Hamartoma Pulmonar. DISCUSSÃO: A lesão, em alguns casos, pode ser delimitada por meio de ultrassonografia e ressonância nuclear magnética durante o período pré-natal, porém sua caracterização geralmente só se torna possível após o nascimento por anatomopatologia. A clínica pode variar de assintomatologia a obstrução de vias aéreas com hemoptise e dispneia. Essa neoplasia possui crescimento insidioso, porém contínuo. A malignização é rara, porém a incidência de carcinoma brônquico é 6,3 vezes maior. Em crianças assintomáticas e que disponham de métodos de imagem e acompanhamento médico regular o tratamento pode ser conservador, visto que o hamartoma tende a diminuir após os dois anos de vida. No entanto, caso a massa cresça trazendo repercussões ao paciente a excisão cirúrgica está indicada. CONSLUSÃO: O paciente está atualmente muito bem sem sinal de recidivas, em acompanhamento ambulatorial. Vale ressaltar que a mãe do menor e Engenheira Elétrica e durante a gravidez relata ter sido exposta a radiação, o que talvez tenha contribuído para o aparecimento da lesão. 43 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-011 - ESTUDO COMPARATIVO ENTRE DIAGNÓSTICO INTRA-OPERATÓRIO E ANATOMOPATOLÓGICO EM CRIANÇAS COM APENDICITE AGUDA. LUCIANA TRINDADE GODINHO; LUCIAN BASTOS FERNANDES DE OLIVEIRA; ADRIANE SAKAE TSUJITA; FRANCISCO SOLANO LOPES TORRES; RITA DE CASSIA FERNANDES SIMÕES; FLÁVIO SAAD; RICARDO GOMES DOS REIS GUIDONI; GERALDO MAGELA MARQUES; BEATRIZ KABBACH MAIA; WILSON TADASHI TOMIMATSU HOSPITAL GUILHERME ÁLVARO - FCMS, SANTOS INTRODUÇÃO: A dor abdominal é uma das queixas mais comuns de crianças que buscam a atenção médica. Entre as diversas causas de dor abdominal na faixa etária pediátrica, a apendicite aguda (AA) é a doença cirúrgica mais comum na urgência e emergência. Por tratar-se de doença evolutiva, a AA é definida em fases durante o ato cirúrgico. A classificação mais comumente utilizada é: edematosa, flegmonosa, gangrenosa e perfurada. Rotineiramente, os apêndices são enviados a serviços de anatomia patológica para confirmação diagnóstica. Muitas vezes, a classificação inadequada do grau de doença pode resultar em eventuais falhas ou ainda, excessiva duração do tratamento. MATERIAL E MÉTODOS: Foi realizado estudo retrospectivo, transversal avaliando 113 apendicectomias realizadas no Hospital Guilherme Álvaro (HGA) em Santos (São Paulo). OBJETIVO: Correlacionar o diagnóstico intra-operatório da fase da apendicite aguda e posterior diagnóstico anatomopatológico. RESULTADOS: A maior parte dos pacientes era do sexo masculino e a média de idade foi de 8,3 anos. Apenas para a fase flegmonosa foi encontrado significância estatística (p<0,05) entre a concordância e discordância entre o diagnóstico intraoperatório e anatomopatológico. A concordância ou não entre intra-operatório e anatomopatológico não influenciou no tempo de internação hospitalar e complicações pós-operatórias. CONCLUSÃO: Pode-se concluir que o perfil dos pacientes apendicectomizados neste serviço pouco se alterou nos últimos anos. Foi encontrado relação entre diagnóstico intra-operatório e anatomopatológico apenas para a fase flegmonosa da apendicite. A fase perfurada foi responsável pelo aumento do tempo de internação hospitalar e da morbidade. 44 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-012 - TERATOMA CERVICAL EM NEONATOS: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA GIOVANA CAMARGO DE ALMEIDA; CLAUDIO SHULTZ; MARIAH MELLO; NICOLE TÁSSIA AMADEU; BRUNA CECÍLIA NEVES DE CARVALHO; LETÍCIA ALVES ANTUNES; CAROLINA TALINI HOSPITAL PEQUENO PRINCIPE; PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA INTRODUÇÃO: Os teratomas cervicofaciais em neonatos compreendem de 1,5 a 5,5% de todos os teratomas da infância e apresentam incidência de 1:20.000 a 1:80.000 nascidos vivos. A apresentação ao nascimento varia desde uma tumoração cervical assintomática até insuficiência respiratória por obstrução da via aérea. O diagnóstico pode ser feito durante ultrassonografia pré-natal. Macroscopicamente, os teratomas são assimétricos e unilaterais; podem apresentar aspecto cístico, semi-cístico ou sólido, com margens bem delimitadas, medindo de 3 até 16 cm em seus maiores diâmetros; costumam ser bem delimitados, multiloculados e com pseudocápsula. Até 50% deles possuem calcificações. O aspecto histológico depende da linhagem de diferenciação celular, podendo ser bem diferenciados ou indiferenciados. O tratamento definitivo é a ressecção cirúrgica. Quimioterapia e radioterapia podem ser associadas nos casos de teratomas imaturos. OBJETIVO: Relatar o caso de um paciente com teratoma cervical, descrevendo a investigação diagnóstica, tratamento e resultado final. MATERIAS E MÉTODOS: Análise do prontuário e com prévia autorização da família do paciente. Relato do Caso: LGPS, masculino, encaminhado por massa cervical à direita sem diagnóstico pré-natal e sem sinais de insuficiência respiratória. A tumoração era de aproximadamente 10 cm de diâmetro, fibroelástica, multilobulada, com pouca mobilidade, transluminiscente, sem sinais flogísticos, indolor e com desvio da rima labial para esquerda. Foram realizadas ecografia e tomografia cervical nos primeiros quinze dias de vida, com diagnóstico inicial de linfohemangioma com volume de 150 cm3. Iniciado tratamento com Sildenafil. Durante o acompanhamento, houve crescimento tumoral importante, associado a dispneia. Realizada nova tomografia que sugeriu hemangioma, com desvio da via aérea e aumento do tumor em 4 vezes seu volume inicial (616 cm3). Após discussão com a radiologia, sendo diagnóstico mais provável de linfohemangioma. Submetido a tentativa infiltração com Bleomicina, mas foi cancelada devido à aspiração de 3mL de conteúdo hemático puro na punção. Optado por biópsia e a intubação orotraqueal para proteção de via aérea. A biópsia resultou em tecido conjuntivo imaturo, contendo de permeio uma glândula sebácea, epitélio glandular mucosecretor, tecido adiposo e algumas células musculares imaturas. Discutido caso com patologista, optado por nova biópsia incisional da lesão e “in print” em lâmina, com laudo anatomopatológico de teratoma predominantemente maduro com áreas focais de tecido conjuntivo imaturo. Realizado ressonânica nuclear magnética que descreveu como possibilidades diagnósticas tumoração de linhagem sarcomatosa ou teratoma imaturo. Submetido a ressecção cirúrgica completa do tumor aos 4 meses de vida. A lesão apresentava bom plano de clivagem e não invadia estruturas cervicais. A peça, de consistência firme, com superfície irregular e áreas císticas de permeio, media 11x7,5x7,5 cm, foi submetida à exame anatomopatológico com laudo de teratoma cervical imaturo, grau I, com boa evolução pós operatória. No seguimento, 3 e 6 meses, 1 e 2 anos, o paciente não teve recidiva tumoral, ficando apenas com leve desvio de rima labial. CONCLUSÃO: O caso ilustra a presença do teratoma cervical como diagnóstico diferencial das massas cervicais. Evidencia também a importância do diagnóstico por imagem, influenciando no tratamento e conduta cirúrgica. 45 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-013 - RELATO DE CASO DE AVE ISQUÊMICO CRIPTOGÊNICO NA ARTÉRIA BASILAR DE PACIENTE DE 17 ANOS KARINA LUIZA ZIMMERMANN; MILTON SÉRGIO BOHATCH JÚNIOR; KALINKA DOLÇAN; PAULA DAYANA MATKOVSKI; LUCAS EDUARDO BONADIO; DANIELLE DE LARA; LUIS RENATO GARCEZ DE OLIVEIRA MELLO; LEANDRO JOSÉ HAAS UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU; HOSPITAL SANTA ISABEL DE BLUMENAU O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é pouco frequente na população jovem, entretanto, estudos populacionais e relatos evidenciaram uma tendência no aumento de casos em indivíduos jovens. Independente da faixa etária, o impacto permanece devastador sobre a qualidade de vida do indivíduo, sendo uma importante causa de óbito e incapacitação. O objetivo do trabalho é relatar um caso infrequente de AVE isquêmico em território da artéria basilar em paciente de 17 anos com dois fatores de risco potenciais: Forame Oval Patente (FOP) e o uso de anticoncepcional oral (ACO). Utilizou-se o registro de prontuário para a coleta de dados. FS, feminino, 17 anos, com quadro de cefaléia insidiosa, em região occipital, de forte intensidade acompanhado de rash cutâneo morbiliforme, estrabismo divergente, ptose palpebral à direita, afasia de expressão, disfagia, hemiparesia esquerda incompleta grau 4, reflexo cutâneo plantar em extensão à esquerda e rebaixamento do sensório. Em uso de ACO há 1 ano. Tomografia de crânio, punção lombar e exames laboratoriais sem alterações. Evoluiu com paresia do 3º e 6º pares cranianos à esquerda, nistagmo horizontal à direita, anartria, tetraparesia espástica simétrica grau 3, reflexo cutâneo plantar em extensão bilateral, clonus esgotável e hiperreflexia global. A Ressonância Magnética de crânio evidenciou isquemia em topografia mesencefálica. Arteriografia cerebral demonstrou oclusão de artéria basilar em terço médio. Em ecodopplercardiograma transtorácico evidenciou-se presença de forame oval patente (5,5 mm) com shunt discreto da esquerdo-direito. Diagnosticou-se AVE isquêmico de origem cardioembólica, estabelecendo-se anticoagulação plena para tratamento. Houve melhora do quadro neurológico e involução do rash cutâneo. Alta hospitalar com quadro clínico estável. No seguimento ambulatorial, a paciente apresentava-se lúcida e orientada, com estrabismo convergente, monoparesia MID 4+/4+, marcha e sensibilidade preservadas. Os maiores desafios clínicos no manejo do AVE em adultos jovens são estabelecer o diagnóstico de maneira precoce e identificar o fator causal. Jovens com quadro clínico sugestivo e fatores de risco devem passar por exames: hemograma, VHS, PCR, eletrólitos, glicemia, perfil lipídico, função renal, marcadores de injúria e função hepática, afim de detectar fatores de riscos biológicos e fornecer informações sobre causas raras de AVE. A RNM é a melhor técnica para confirmar AVE isquêmico ou afastar outros diagnósticos em jovens na emergência. A associação entre o FOP e AVE isquêmico é ainda controversa, porém o FOP é um achado frequente entre pacientes jovens que apresentam AVE criptogênico, reafirmado na presença de shunt direta para esquerda. Daí a necessidade de ecocardiograma. Uma nova angiografia pode ser útil para distinguir entre síndromes de vasoconstricção cerebral reversíveis e outras patologias persistentes. O ocorrência de AVE isquêmico em jovens é rara e de sintomatologia inespecífica. Há, portanto, gra 46 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-014 - CONDILOMA PERIANAL PEDIÁTRICO: TRATAMENTO COM BLOQUEADOR H2 LISIEUX EYER DE JESUS; JÉSSICA BASTOS SILVA; PEDRO CAMELIER; IVETE MARTINS GOMES; SAMUEL DEKERMACHER UFF; HOSPÍTAL FEDERAL DOS SERVIDORES DO ESTADO RJ INTRODUÇÃO: Condiloma acuminado não é incomum em crianças, podendo ser transmitido pela mãe durante a gravidez e parturição, mediante abuso sexual e contaminação ambiental, inclusive auto-inoculação a partir de verrugas vulgares. O tratamento pode ser dificultado pela imaturidade e dificuldade em colaborar do paciente. Algumas modalidades exigem anestesia geral. Tratamentos não intervencionistas e seguros são de grande interesse para pacientes pediátricos. OBJETIVO: Apresentar dois casos de condiloma acuminado pediátrico tratados exclusivamente com ranitidina oral. MATERIAL E MÉTODOS: estudo de 2 casos clínicos e revisão de literatura. RESULTADOS: Menina de 8 anos de idade e menino de 2 anos portadores de verrugas vulgares e condiloma perianal e genital foram tratados com ranitidina oral na dose de 4 mg/kg/d, com remissão completa das lesões. Comentários: O uso de bloqueadores H2 no tratamento de lesões cutâneo-mucosas causadas por vírus HPV tem sido proposto nos últimos 20 anos. O uso da cimetidina no tratamento do condiloma acuminado da criança tem sido pouco citado em literatura, apesar de evidentes vantagens para o tratamento de pacientes pediátricos em quem a aplicação de agentes tópicos locais ou métodos cirúrgicos é difícil pela não cooperação do paciente. CONCLUSÃO: O uso de bloqueadores H2 para tratar condilomas acuminados na criança é uma alternativa de baixo custo, segura e que não impede a associação simultânea ou posterior de outros métodos terapêuticos. 47 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-015 - HAMARTOMA DE CLITORIS EM ADOLESCENTE: RELATO DE CASO LISIEUX EYER DE JESUS; PEDRO CAMELIER; JÉSSICA BASTOS SILVA; LAURA PONTES FAJARDO; ALBERTO S.M.TOMÉ; VALÉRIA SCHINCARIOL UFF INTRODUÇÃO: A grande maioria das anormalidades clitorianas está associada à virilização. Anomalias isoladas são excepcionais e geralmente adquiridas. Muitas etiologias diferentes são possíveis. OBJETIVO: Relatar caso tratado em nosso serviço, discutir o diagnóstico diferencial e tratamento desta doença. MATERIAL E MÉTODOS: Relato de caso e revisão de literatura. RESULTADO: Uma adolescente de 13 anos, Tanner 3, foi referenciada para tratamento de “hipertrofia clitoriana”, apresentando problemas sociais e psicológicos secundários graves. Não havia história de trauma. O exame físico mostrava apenas deformidade e hipertrofia do prepúcio clitoriano sem sinais de virilização e sem dor à palpação. O clitóris se apresentava deslocado anterior e superiormente, sobre o púbis. Os níveis hormonais eram compatíveis com o padrão feminino normal pós-puberal. Na cirurgia foram encontradas aderências fixando o órgão ao periósteo do púbis. Foi feita lise das aderências e reposicionamento do órgão, além da prepucioplastia. A biópsia do tecido prepucial revelou um Hamartoma clitoriano. Três meses após a cirurgia os resultados estéticos são satisfatórios e os problemas psicológicos e sociais apresentados estão resolvidos. CONCLUSÃO: A literatura sobre anomalias isoladas do clitóris, que podem ser devidas a anomalias do clitóris em si (em geral tumores, principalmente hemangiomas e neurofibromas) ou do prepúcio clitoriano (pseudoclitomegalia, a maioria cistos epidemóides após infibulação), se resume a poucos relatos de caso. Apenas casos únicos de linfoma, schwanoma, xantogranuloma e hamartoma vascular foram relatados. O diagnóstico é fundamentalmente clínico, mas pode ser ajudado por exames de imagem (US e RMN) e síndromes virilizantes devem ser excluídas. O tratamento cirúrgico é aconselhável para resolver os problemas sexuais, psicológicos e sociais associados. A presença de fibrose extensa exige grande cuidado no sentido de proteger o feixe vasculo-nervoso do clitóris durante a cirurgia. 48 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-016 - FÍSTULA BRÔNQUIO ARTERIAL EM RECÉM NATO APÓS INTRODUÇÃO DEMASIADA DE PICC: RELATO DE CASO CIBELE MARIA FERREIRA DA SILVA; PEDRO IZZO; DANIELA SILVESTRE; TATIANNE MOREIRA DA COSTA HUSF INTRODUÇÃO: O cateter central de inserção periférica (PICC) oferece uma alternativa segura de acesso intravenoso central, de permanência prolongada, que permite administração de soluções de alta osmolaridade e extremos de pH ou vesicantes às veias periféricas. A sua inserção apresenta relato em literatura de que as complicações gerais variam de 2 a 17%, sendo a mais comum a infecção. A inserção periférica eliminaria complicações potenciais como pneumotórax e hemotórax, comparando com cateteres centrais inseridos cirurgicamente. OBJETIVO: Este relato de caso objetiva descrever um caso em que ocorreu introdução demasiada do PICC, com formação de fístula brônquio-arterial e subsequente complicação respiratória correlatada em recém-nascido. MATERIAL E MÉTODOS: Os dados clínicos evolutivos e diagnósticos foram obtidos após revisão do prontuário. RESULTADOS: O recém-nascido a termo, de parto cesárea, foi admitido no serviço com 3 horas de vida, encaminhado com diagnóstico de ânus imperfurado e fenda palato-labial completa. No dia seguinte a introdução percutânea do PICC e administração de nutrição parenteral, iniciou desconforto respiratório que progrediu rapidamente. Necessitou de ventilação mecânica para estabelecer troca gasosa adequada. A verificação da trajetória do cateter com auxilio de contraste radiológico revelou presença de cateter na árvore brônquica a partir do trajeto brônquio fonte esquerdo. No dia seguinte evoluiu com pneumotórax, tendo sido realizada punção e drenagem de hemitórax esquerdo. Após retirada do cateter e alguns dias de drenagem torácica fechada, houve melhora clínica e radiológica, sendo realizada extubação. CONCLUSÃO: Após revisão sobre o assunto, encontramos em recém-nascidos apenas dois relatos de fístula, um brônquio arterial e o outro, brônquio venosa. De modo geral, estudos apontam que o PICC apresenta menor incidência de complicações quando comparado a outros cateteres venosos centrais, porém a despeito da baixa frequência de eventos indesejáveis, sua ocorrência produz impactos extremamente relevantes do ponto de vista clínico. Referências bibliográficas: 1) Vendramim P, Pedreira MLG, Peterlini MAS. Cateteres centrais de inserção periférica em crianças de hospitais do município de São Paulo. Revista Gaúcha de Enfermagem 2007;28(3):331-9. 2) Costa P, Camargo PP, Bueno M, Kimura AF. Dimensionamento da dor na inserção do Cateter Central de Inserção Periférica em neonatos. Acta Paul Enferm 2010;23(1):35-40. 3) Jesus VC, Secoli SR. Complicações acerca do cateter venoso central de inserção periférica (PICC); Cienc Cuid Saude 2007 Abr/Jun;6(2):252-260. 4) DElia C, Correia MS, Oliveira SD, Barbosa NMM. Fístula broncovascular - complicação de cateter venoso central percutâneo (PICC) em neonato; J Pediatr (Rio J) 2002;78(4):347-50. 5) Johann DA. Complicações relacionadas ao uso do cateter central de inserção periférica no neonato (Dissertação de mestrado). Curitiba, 2011. 6) Camargo PP, Kimura AF, Toma E, Tsunechiro MA. Localização inicial da ponta de cateter central de inserção periférica (PICC) em recém-nascidos. Rev Esc Enferm USP 2008; 42(4):723-8 49 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-017 - TERATOMA SACROCOCCÍGEO: RELATO DE UM CASO LETICIA SCALFI CAPRONI; ALEXANDRE PETRECA; PABLO GUIDORZI GURTHER SANTA CASA DE VOTUPORANGA; HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA SÃO JOSÉ DO RIO PRETO; UNICASTELO FERNANDÓPOLIS INTRODUÇÃO: Tumores sacrococcígeos (TSC) são originados de células embrionárias pluripotentes e compostos por tecidos derivados de 2 a 3 camadas embrionárias. É uma patologia infrequente com prevalência de 1 a cada 35.000 a 40.000 nascidos vivos, porém é o tumor mais comum no período neo-natal. Atinge com maior freqüência o sexo feminino com proporção de 4:1. Em recém-nascidos mais de 90% desses tumores são benignos, contrapondo 80% de chance de malignidade em maiores de 1 ano. Os tumores podem ser císticos, sólidos ou mistos. O diagnóstico é realizado por ultrassonografia,em alguns casos pode estar associado a poliidrâmnio (70%) e hidropsia (25%). São classificados quanto ao grau de extensão intra-pélvica de acordo com Altman. O tratamento envolve a ressecção de todo o tumor incluindo o cóccix e a complicação mais comum no pósoperatório (18%) é a infecção da ferida, pela proximidade do ânus. A dosagem de marcadores tumorais é válida para o diagnóstico e rastreamento pós-operatório sendo a recorrência mais comum nos dois primeiros anos após a ressecção. DISCUSSÃO: O presente estudo relata o caso de um recém nascido, de uma primigesta (32 anos), com diagnóstico intra-útero de teratoma sacrococcígeo, realizado através de Ultrassonografia Obstétrica com idade gestacional de 22 semanas e 1 dia. Ressonância Magnética Fetal complementar comprovou o diagnóstico de TSC misto com classificação Altman I, sem outras anormalidades de estruturas e órgãos. Nascido de parto cesário, sexo feminino, pré-termo de 34 semanas e 6 dias, apresentou apgar 9/9, pesando 2.940 gramas, tumor sacrococcígeo volumoso e ulcerado. Optou-se por abordagem cirúrgica precoce, 17 horas após o nascimento, devido ao alto risco de infecção e malignidade. Realizado ressecção com incisão circular com margem de segurança de 1 cm. Ressecado todo o tumor e cóccix (110x100x90 mm, pesando 780 gramas), com abertura de canal medular e parede posterior do reto devido a extensa aderência e profundidade da massa, classificação intra-operatória Altman II. Conseguido fechamento do canal medular com tecido subcutâneo e dermorrafia parcial da ferida devido a extensa perda tecidual na exerese do tumor. Pós-operatório em leito de UTI neonatal evoluindo com fistula anorretal no 14° PO e contaminação da ferida operatória; optado por realização colostomia. Recebeu alta hospitalar no 21° dia após o nascimento. CONCLUSÃO: O TSC é um tumor infrequente, porém comum no período neonatal. O diagnóstico e a abordagem cirúrgica devem ser realizados mais precocemente possível devido ao elevado risco de malignização e infecção. O prognóstico da doença esta relacionado diretamente com a extensão e complicações, assim como o sucesso no tratamento cirúrgico. A ressecção total do tumor e cóccix é o objetivo principal do tratamento curativo e quimioterapia adjuvante por ser considerada. Deve ser levado em conta o restabelecimento das funções morfofisiológicas e anatômicas. O planejamento estético deve ser progr 50 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-018 - FIMOSE: TRATAMENTO CIRÚRGICO OU TÓPICO? WILSON TADASHI TOMIMATSU; LUCIANE BASTOS FERNANDES DE OLIVEIRA; ADRIANE SAKAE TSUJITA; RICARDO GOMES DOS REIS GUIDONI; RITA DE CÁSSIA FERNANDES SIMÕES; FRANCISCO SOLANO LOPES TORRES; FLÁVIO SAAD; GERALDO MAGELA MARQUES; LUCIANA TRINDADE GODINHO; BEATRIZ KABBACH MAIA HOSPITAL GUILHERME ÁLVARO, FCMS - SANTOS INTRODUÇÃO: A postectomia é um processo milenar, e por muitos anos foi o tratamento de eleição para os casos de Fimose. Faz aproximadamente quinze anos que alguns autores iniciaram o tratamento clínico para fimose, utilizando corticoide tópico no prepúcio, e conseguiram a exposição da glande em grande porcentagem dos casos. OBJETIVO: O objetivo deste trabalho, foi avaliar os resultados e limitações deste tratamento clínico, o que poderia levar ao tratamento cirúrgico. MATERIAL E MÉTODOS: A amostra caracteriza-se por crianças portadoras de Fimose de 1 a 12 anos de idade, no período de janeiro de 2009 à dezembro de 2012, em Clínica de Cirurgia Pediátrica em Santos. Foram analisados prontuários de pacientes portadores de Fimose com informações de variáveis de caracterização do paciente (idade, raça, grau de escolaridade dos pais) e variáveis da doença. (grau de Fimose). Após a exclusão de pacientes com afecções associadas, abandono do tratamento ou impossibilidade de contacto, 150 prontuários foram estudados. Foram observadas variações importantes nos resultados obtidos, levando em conta a idade dos pacientes e o grau de Fimose. RESULTADOS: Pacientes de 1 a 6 anos de idade, apresentaram 60% de sucesso do tratamento clínico e 40% apresentaram insucesso, indicando o tratamento cirúrgico. Já nos pacientes de 7 a 12 anos, 40% tiveram bom resultado com o tratamento clínico e 60% foram submetidos à cirurgia. Em relação ao grau de Fimose, os resultados foram mais expressivos. Nos pacientes portadores do grau 1 de Fimose, 37% obtiveram sucesso com o tratamento clínico e 63% foram submetidos ao tratamento cirúrgico. Nos pacientes portadores do grau 2 e 3 de Fimose, 80% apresentaram bom resultado com o tratamento clínico e apenas 20% foram submetidos à postectomia. CONCLUSÃO: 1) Em crianças de 1 a 6 anos de idade ocorre melhor resposta ao tratamento tópico quando comparado a pacientes entre 7 a 12 anos. 2) Nos meninos portadores de Fimose grau 2 e 3 houve melhor resultado no tratamento tópico. 51 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-019 - QUILOTÓRAX REFRATÁRIO APÓS CORREÇÃO DE HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA LUCIA XIMENA ZUBIETA ALVES; ADRIANO LUÍS GOMES; MARCIALI GONCALVES FONSECA SILVA; MARIA CARMEN LUNARDI MONTEIRO DE CARVALHO; PAULO CESAR BASSAN GONÇALVES; PAULO CESAR LOPES NAKAOSKI; FLÁVIO AUGUSTO MENIN; DANIELLE LOPES TEIXEIRA FERDINANDO; MARCÍLIO VIEIRA COSTA SANTOS; HUMBERTO LIEDTKE JUNIOR FAMERP INTRODUÇÃO: O quilotórax corresponde ao acúmulo de linfa em um ou ambos os espaços pleurais. Pode ter etiologia congênita, traumática, neoplásica ou causas mistas. A origem traumática é atribuída principalmente aos procedimentos operatórios cardíacos ou torácicos, sendo seu tratamento inicialmente conservador. OBJETIVO: Relatar o caso de um recémnascido com quilotórax após a correção de uma hérnia diafragmática congênita (“Bochdalek”), bem como descrever diversas opções de tratamento para o quilotórax. MATERIAL E MÉTODOS (RELATO DO CASO): E.H.B., masculino, nascido de parto cesárea, com 38 semanas de gestação e diagnóstico antenatal de hérnia diafragmática. Após 2 dias na U.T.I., recebendo óxido nítrico, foi submetido à laparotomia, com incisão subcostal do lado esquerdo para correção de amplo defeito diafragmático. Boa evolução, no 7º dia de pós-operatório foi iniciada a dieta e evoluiu com drenagem de secreção clara pelo dreno torácico, confirmado laboratorialmente como quilotórax. A dieta foi substituída por leite desnatado, sem sucesso. Optou-se pelo jejum e nutrição parenteral total, porém manteve volume crescente da drenagem linfática. Associou-se o acetato de octreotida mas o quilotórax mostrou-se refratário. Sob ventilação mecânica, a criança desenvolveu outras complicações como infecção de origem pulmonar, sepse, hipoalbuminemia e anasarca, sem condições clínicas para nova abordagem operatória. A drenagem de linfa chegou a 950 ml/24h e optou-se pela pleurodese com tetraciclina, realizada no leito, com resposta transitória. Após melhora clínica foi realizado novo tratamento operatório, o inventário da cavidade torácica revelou diafragma íntegro e drenagem difusa de linfa através no seio costofrênico posterior e medial, junto ao pericárdio e aorta torácica. Realizada cobertura de toda a superfície torácica do diafragma e trajeto do ducto torácico com malha de Surgicell® e cola de fibrina A técnica mostrou bom resultado por 2 dias, quando o doente evoluiu com desconforto respiratório e aumento do quilotórax. Apresentou comprometimento do estado geral, piora do padrão pulmonar e choque séptico. A equipe optou por nova tentativa de pleurodese no leito, dessa vez com iodopovidona (Povidine®). Um dia após o procedimento o débito do dreno torácico reduziu drasticamente para aproximadamente 25 ml/24h, mantendo-se baixo nos dias subsequentes. RESULTADOS: Diante de um quadro grave de quilotórax a equipe buscou na literatura opções de tratamento, tais como, dieta pobre em lipídios, jejum, nutrição parenteral, acetato de octreotida, pleurodese com tetraciclina e abordagem operatória para o bloqueio da drenagem linfática com malha de Surgicell® e cola de fibrina, mas todas estas opções revelaram resultados transitórios ou insuficientes. Apenas a pleurodese com iodopovidona mostrou-se efetiva no controle do quilotórax. Apesar disso, a criança evolui com choque séptico, indo ao óbito após 68 dias da primeira abordagem operatória. CONCLUSÃO: Apesar da provável origem traumática, o quilotórax que ocorre como complicação do tratamento de uma hérnia diafragmática pode ser de difícil tratamento. Neste caso, a pleurodese com iodopovidona mostrou melhor resultado. As experiências compartilhadas em casos como este, podem contribuir para o sucesso no tratamento de mais crianças. 52 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-020 - DIVERTICULITE DE MECKEL SECUNDARIA A ESQUISTOSSOMOSE AUGUSTO JOSE DA SILVA ALBUQUERQUE CAVALCANTE; MOACIR TIBURCIO; MARIA APARECIDA MARTINO FERREIRA; ISABELLE FALEIROS FERNANDES; ARTUR EMILIO LEONARDI TIBURCIO; GUILHERME ARANTES ROSA MACIEL SANTA CASA DE BELO HORIZONTE; UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA INTRODUÇÃO: Esquistossomose mansoni é uma infecção parasitária intravascular causada por trematoda e o ser humano é o hospedeiro definitivo. O sistema venoso mesentérico atua como principal local de desenvolvimento, onde ocorre processo inflamatório significativo podendo ser razão de abdomen agudo. OBJETIVOS: O caso descrito a seguir busca incentivar a suspeição e investigação de parasitoses frente a um abdomen inflamatório agudo. MATERIAL E MÉTODOS: Relato de caso associado à revisão da literatura científica a partir de artigos publicados sobre o tema. CONCLUSÃO: Processo inflamatório intestinal causado pela esquistossomose pode desencadear diverticulite de Meckel. 53 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-021 - TUMOR DE FRANTZ: EXPERIÊNCIA DO MANEJO CLÍNICO E CIRÚRGICO DE UM CASO. AUGUSTO JOSE DA SILVA ALBUQUERQUE CAVALCANTE; MOACIR TIBURCIO; CLARA GONTIJO CAMELO; ISABELLE FALEIROS FERNANDES; ARTUR EMILIO LEONARDI TIBURCIO; GUILHERME ARANTES ROSA MACIEL; ÁTILA REIS VICTORIA; RODRIGO ROMUALDO PEREIRA SANTA CASA DE BELO HORIZONTE; UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA INTRODUÇÃO: O tumor Sólido Pseudopapilar do pâncreas também conhecido como tumor de Frantz, é de difícil entendimento devido a sua raridade à nível mundial mas novos casos têm sido descritos nos últimos anos colaborando em seu estudo. OBJETIVOS: Descrever a experiência do manejo clinico e cirúrgico de um paciente com tumor de Frantz. MATERIAL E MÉTODOS: Relato de caso associado à revisão da literatura científica a partir de artigos publicados sobre o tema. RESULTADOS e CONCLUSÃO: O Tumor Sólido Pseudopapilar do pâncreas tem comportamento benigno, mas é de difícil manejo clinico e cirúrgico com complicações já descritas mas que necessitam de tratamento multidisciplinar e em centros com estrutura adequada para o suporte. 54 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-022 - SÍNDROME DE KINSBOURNE COMO MANIFESTAÇÃO ÚNICA EM CRIANÇA COM NEUROBLASTOMA: RELATO DE CASO LETICIA ALVES ANTUNES; CESAR CAVALLI SABBAGA; MARIAH ZANETTI DE HOLLEBEN MELLO; CAROLINA TALINI; BRUNA CECÍLIA DE NEVES CARVALHO; PAULA RUBIO VILAR HOSPITAL INFANTIL PEQUENO PRÍNCIPE INTRODUÇÃO: A síndrome opsoclonus-mioclonus-ataxia (OMA) também conhecida como Síndrome de Kinsbourne pode ocorrer como manifestação neurológica única em crianças com síndrome paraneoplásica de um neuroblastoma de baixo grau. A síndrome ocorre mais frequentemente em crianças jovens – 3 a 6 anos de idade – e é responsável por 2 a 3% das crianças com neuroblastoma. Apresenta como sinais movimentos oculares rápidos, irregulares, horizontais e verticais (opsoclonus), mioclonias, irritabilidade e ataxia cerebelar. Esta síndrome manifesta em tumores de pequeno tamanho (estágio I ou II) com histologia favorável e sem amplificação do gene N-myc. Esses tumores são indolentes e raramente recidivam após a ressecção. A sobrevida dessas crianças é mais alta do que as crianças que não apresentam manifestações neurológicas. É aceito que a síndrome paraneoplásica neurológica ocorre quando há antígenos similares entre as células tumorais e os neurônios. Apesar do tratamento com corticosteróides, corticotropina (ACTH), imunoglobulina endovenosa muitas crianças que apresentaram ataxia mantiveram um déficit residual mesmo após ressecção tumoral. OBJETIVO: Este relato descreve o caso de uma criança de 3 anos de idade que apresentou OMA como manifestação única de um neuroblastoma indolente abdominal. RELATO DE CASO: Paciente YA, 3 anos, sexo feminino, levada pelos pais para atendimento médico com Neuropediatra com relato há 3 meses de disartria quando irritada, nistagmo horizontal e ataxia. Realizado Ressonância Magnética sem alterações, pesquisa de líquor sem alterações, Eletroencefalograma mostrando atividade de base revelando surtos de ondas lentas em projeção generalizada de natureza etiológica inespecífica. Exames laboratoriais com pesquisa de Vitamina D, B12, B6 e E sem alterações. LDH 670 e Ferritina 144. Pesquisa de ácido vanilmandélico 2,5 mg/24 horas (sem alterações). Submetida à ecografia abdominal sem alterações porém na tomografia computadorizada (TC) de abdômen foi evidenciada lesão expansiva na glândula adrenal direita medindo 29 x 14 x 21 mm com imagem hiperdensa puntiforme sugestiva de calcificação. TC de tórax sem a presença de lesões expansivas. Com o diagnóstico presuntivo de neuroblastoma paciente foi submetida à adrenalectomia direita. Procedimento não apresentou intercorrências. Anátomopatológico foi condizente com neuroblastoma para-adrenal em diferenciação com baixo índice mitótico (menor do que 4%). Paciente mantinha com ataxia mesmo após ressecção tumoral, optado por realizar imunoglobulina venosa. Paciente ainda em acompanhamento com a Oncologia e Neurologia pediátrica. CONCLUSÃO: Este relato chama atenção para necessidade dos neuropediatras ou pediatras clínicos suspeitarem da hipótese de um neuroblastoma indolente frente aos casos de paciente com a síndrome OMA que não apresentam alterações na Tomografia Computadorizada de Crânio. Ainda há discussões da eficácia da pulsoterapia com corticóides ou o uso da imunoglobulina na melhora dos sintomas neurológicos porém, alguns centros de pesquisa tem realizado para minimizar os déficits permanentes. 55 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-023 - TUMOR MIOFIBROBLÁSTICO PERIBRÔNQUICO CONGÊNITO EM CRIANÇA: RELATO DE CASO LETICIA ALVES ANTUNES; CESAR CAVALLI SABBAGA; MARIAH ZANETTI DE HOLLEBEN MELLO; CAROLINA TALINI; BRUNA CECÍLIA DE NEVES CARVALHO; PAULA RUBIO VILAR HOSPITAL INFANTIL PEQUENO PRÍNCIPE; UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ INTRODUÇÃO: O tumor miofibroblástico peribrônquico congênito é uma neoplasia benigna rara do pulmão encontrada em fetos e recém-nascidos. Acredita-se que o tumor se desenvolva a partir de células mesenquimais pluripotentes e caracteriza-se histopatologicamente por células alongadas miofibroblásticas que se proliferam em torno da cartilagem brônquica. O diagnóstico pode ser feito ainda na vida uterina através da ultrassonografia. Está frequentemente associado com polidrâmnio e hidropsia fetal. Seu prognóstico é favorável quando adequadamente ressecado, não havendo relatos de recidiva. É importante fazer o diagnóstico diferencial com outras neoplasias malignas da infância (como blastoma pleuropulmonar sólido tipo III e fibrossarcoma broncopulmonar benigno) para que as crianças não sejam submetidas à quimioterapia ou radioterapia desnecessária. OBJETIVO: Esse relato de caso objetiva descrever uma criança do sexo feminino, 2 anos de idade, que foi submetida à segmentectomia pulmonar direita devido a este raro tumor. Relato de Caso: YRP, 2 anos de idade, sexo feminino, previamente hígida, sem comorbidades encaminhada do interior do estado com queixa de dispnéia e com exames de imagem sugestivo de tumor em ápice do pulmão direito de aproximadamente 4 cm. Exames pré – operatórios sem alterações. Submetida a toracotomia direita, com segmentectomia superior direita, não ocorrendo intercorrências no intra-operatório, deixado dreno de tórax por 3 dias com boa reexpansão pulmonar. Material encaminhado para o anátomopatólogico e imunohistoquímica que confirmaram a hipótese de tumor miofibroblástico peribrônquico congênito. Paciente recebe alta para acompanhamento ambulatorial não havendo necessidade de tratamento adjuvante. CONCLUSÃO: O tumor miofibroblástico peribrônquico congênito é raro, porém devido ao prognóstico favorável e com baixa indolência deve-se ficar atento pois não há necessidade de tratamento adjuvante somente seguimento após ressecção do tumor e também apresenta baixa recidiva quando há ressecção completa. 56 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-024 - VOLVO DE DIVERTÍCULO DE MECKEL COM BOLO DE ASCARIS- RELATO DE CASO ANA PAULA DINIZ MARRA; MARTA BEATRIZ FONTENELE SANTOS; LÍVIA CAROLINE COSTA FREITAS; MARCOS ORTEGA JÚDICE; ULISSES MARIANO NASCIMENTO; ANA PAULA AMARAL HOSPITAL MATERNO INFANTIL DE BRASÍLIA; HMIB INTRODUÇÃO: A obstrução intestinal é um quadro frequente de abdome agudo na criança, podendo citar dentre as causas o volvulo, invaginação, divertículo de Meckel e obstrução por Ascaris. O divertículo de Meckel é a anomalia gastrintestinal congênita mais comum, sendo causa de obstrução em 30 a 35% dos casos. Prevalência que varia de 1,5 a 2% na população geral, com leve predisposição para o gênero masculino. Já a obstrução por ascaridíase ocorre na infestação maciça, mais comum na população pediátrica e de baixas condições sanitárias. OBJETIVO: Relato de caso de paciente com vólvulo de intestino delgado devido a cordão fibroso associado a divertículo de Meckel, somado a obstrução por Ascaris. MATERIAL E MÉTODOS: Escolar de 7 anos de idade, previamente hígido, deu entrada no pronto socorro com história de dor abdominal difusa há 1 dia, associada à vômitos e parada de eliminação de flatus e fezes. Realizou exames laboratoriais com leucocitose de 33.400, radiografia de abdome com presença de níveis hidroaéreos em andar superior. Procedeu-se à ecografia abdominal com imagem sugestiva de bolo de Ascaris, iniciado tratamento conservador com suporte clínico e passagem de sonda nasogástrica calibrosa, uma vez que paciente encontrava-se estável e sem sinais de peritonite. Paciente evoluiu com piora do estado geral e dor abdominal importante no segundo dia de internação, optado fazer tomografia computadorizada mostrando obstrução na topografia da válvula ileo-cecal e presença de líquido livre em cavidade. Realizada laparotomia exploradora evidenciando extensa área de necrose ileo-ceco-cólica devido à torção do meso e volvo intestinal por cordão fibroso associado à divertículo de Meckel, que estava necrosado. Presença de aglomerados de Ascaris causando obstrução por toda extensão do intestino, principalmente na terceira porção do duodeno e jejuno. Ressecada área necrosada com anastomose primária término-terminal. Apresentou boa evolução clínica, com dieta iniciada no segundo dia de pós-operatório e alta hospitalar no sexto, após 5 dias de ampicilina com sulbactam e uso de albendazol. Manteve acompanhamento ambulatorial com recuperação satisfatória. RESULTADOS: O risco cumulativo de complicações do Divertículo de Meckel é de 4,2% na população pediátrica e o sangramento intestinal é a mais frequente (45-50%), seguido de obstrução e infecção. Apesar dos avanços das técnicas de exames de imagem, o diagnóstico pré-operatório ocorre em 4% dos casos. Ressaltando-se que o volvo como causa de obstrução é uma complicação rara, bem como a presença de necrose após torção um evento ainda mais incomum. A obstrução intestinal por bolus de Ascaris é comum na população pediátrica, bem como a perfuração; principalmente de regiões tropicais e subtropicais. Dentre as complicações possíveis decorrentes da migração desses helmintos estão a pancreatite, colecistite e raramente abscesso hepático. CONCLUSÃO: A associação de divertículo Meckel com complicação cirúrgica e obstrução por Ascaris é rara. A avaliação pré-operatória, por meio de exames radiológicos, nessas complicações deve ser concomitante a uma análise do quadro clínico do paciente. Com isso, deve-se ponderar a necessidade de indicação cirúrgica, a fim de diminuir a morbidade desses pacientes, bem como a consideração de fatores causais e concomitantes à patologia. 57 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-025 - TUMOR DE WILMS COM INVASÃO DE VEIA CAVA INFERIOR: RELATO DE CASO LETICIA ALVES ANTUNES; LEILA GRISA TELES; CLAUDIO SCHULZ; LEONARDO ANDRADE MULINARI; CAMILE CRIPA VICENTINI; MARIAH ZANETTI DE HOLLEBEN MELLO; BRUNA CECÍLIA NEVES DE CARVALHO; CAROLINA TALINI HOSPITAL INFANTIL PEQUENO PRÍNCIPE INTRODUÇÃO: O tumor de Wilms é o tumor renal primário mais comum na infância e comumente se apresenta como uma massa abdominal. A taxa de sobrevida global é de 85% atualmente. Segundo a Children’s Oncology Group (COG) o estadiamento II refere-se ao tumor com invasão de trombo em vasos extra-renais porém com margem negativa após procedimento cirúrgico e todo trombo removido no intra-operatório. Trombo tumoral intravenoso foi relatado em até 11,3% dos casos de Tumor de Wilms, com extensão para a veia cava inferior (VCI) ou átrio direito em até 8,1% dos casos. A trombose é identificada quando há falta de opacificação normal das estruturas venosas na Angiotomografia ou Ausência ou falha de enchimento no Ecodopler. O nível de extensão superior do trombo dentro do VCI ou em átrio deve ser rastreada no pré-operatório para realizar a programação cirúrgica adequada (cavotomia ou bypass). OBJETIVO: Descrever um caso de tumor de Wilms, estadio II, com invasão de trombo neoplásico na veia cava inferior no qual foi possível a ressecção tumoral e do trombo intravenoso. RELATO DE CASO: ALMW, 3 anos, sexo feminino, com história de aumento do volume abdominal há 2 semanas, hematúria iniciada há 5 dias após trauma. Procurado atendimento médico sendo realizado investigação. Ao exame físico apresentava massa em flanco esquerdo de aproximadamente 7 cm sem ultrapassar a linha média. Ecografia abdominal mostrou lesão expansiva de aspecto neoplásico primário, comprometendo o terço médio e superior do rim esquerdo com contornos regulares e bem definidos medindo cerca de 10 x 7,5 x 7,6 cm. Angiotomografia identificou trombo heterogêneo se estendendo da veia renal esquerda para a veia cava inferior até sua entrada no átrio direito. A veia renal com calibre de 1,3 cm e a cava inferior 1,5 cm. O trombo tinha extensão estimada de 10 cm. Tomografia de tórax e Ecocardiografia sem alterações. Paciente submetida ao tratamento quimioterápico neoadjuvante segundo o protocolo SIOP. Ecografia de controle pós-quimioterapia mostrou redução tumoral para 6,6 x 4,8 x 5,0 cm porém persistência do trombo no interior da veia renal e da cava inferior. Submetida à toracofrenolaparotomia conjuntamente com a equipe da Cirurgia Pediátrica e da Cardíaca realizado nefrectomia esquerda com retirada do trombo neoplásico da veia cava inferior até a desembocadura do átrio. Permaneceu 5 dias na Unidade de Terapia Intensiva e alta hospitalar no décimo dia de pós-operatório. Anátomopatológico confirmou nefroblastoma cístico que infiltra a cápsula renal focalmente sem transfixá-la com margens de ressecção renal livres de comprometimento. Análise do material da Cava Inferior foi condizente com trombo do nefroblastoma sem tecido embrionário presente na amostra. Paciente mantém acompanhamento com a Oncologia Pediátrica, realizando ciclos de quimioterapia adjuvante e até o momento sem recidiva do tumor. CONCLUSÃO: Este relato ressalta a importância dos exames pré-operatórios para realização de uma adequada programação cirúrgica e ressalta os avanços no tratamento do Tumor de Wilms em que hoje é possível aumentar a sobrevida do paciente pois é passível de ressecção mesmo os tumores extensos e com invasão tumoral intravenosa, desde que seja acompanhado por uma equipe multidisciplinar. 58 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-026 - EVOLUÇÃO INSIDIOSA DE CISTO DE COLÉDOCO -RELATO DE CASO ANA PAULA DINIZ MARRA; WALLACE ACIOLI FREIRE DE GÓIS; MARTA BEATRIZ FONTENELE SANTOS; LÍVIA CAROLINE COSTA FREITAS; LILIANNE DAMASCENO NASCIMENTO; ANA PAULA MONTEIRO ALVES HOSPITAL MATERNO INFANTIL DE BRASÍLIA; HMIB INTRODUÇÃO: Cisto de colédoco é uma malformação congênita do trato biliar, cujo quadro clínico é composto por massa abdominal palpável, icterícia flutuante e dor em até 30 % dos casos. Considerada uma doença rara com incidência 1:150.000 nascidos vivos. A maioria é diagnosticada antes dos 10 anos de idade e é até quatro vezes mais freqüente no gênero feminino. OBJETIVO: Relato de caso de evolução insidiosa de cisto de colédoco , com diagnóstico ultrassonográfico de coledocolitíase. MATERIAL E MÉTODOS: Lactente feminino de 10 meses foi atendida com quadro de icterícia, colúria, acolia fecal , febre e distensão abdominal progressiva há 10 dias. Apresentava hepatomegalia dolorosa e exames laboratoriais com aumento significativo de enzimas canaliculares e de bilirrubinas às custas de fração direta. Realizou ultrassonografia abdominal que evidenciou colelitíase, com dilatação de vias biliares e colédoco de 12 mm com cálculo no seu interior. Após uso de ceftriaxone e ursacol, houve melhora parcial dos sintomas, sendo encaminhada a serviço especializado. Foi programada CPRE, entretanto devido à melhora laboratorial e nova ecografia evidenciando migração espontânea do cálculo, optou-se por laparoscopia com objetivo de realizar colecistectomia e colangiografia intra-operatória. Durante o procedimento, visualizado fígado fibrosado, vesícula biliar de paredes espessadas e colédoco fusiforme. A cirurgia foi convertida para laparotomia, realizada colecistectomia, hepatojejunostomia em Y de Roux e biópsia hepática. Histopatológico evidenciou cisto de colédoco e cirrose. Após curto período de internação na UTI, obteve boa evolução, recebendo alta hospitalar. Em acompanhamento ambulatorial, sem intercorrências. RESULTADOS: Apesar do aumento do diagnóstico de cisto de colédoco pela ecografia gestacional, aproximadamente 60% dos pacientes são identificados acima dos 6 meses de idade ao iniciarem quadro clínico de icterícia, dor abdominal e febre. De acordo com a literatura, os tipos I (nosso caso) e IV da classificação de Alonso-Lej modificada, são considerados os mais freqüentes. Os exames de imagem se mostram pouco elucidativos quanto à diferenciação entre esses e o envolvimento intra-hepático. Sua ressecção precoce tem indicação preferencialmente até os 12 meses de idade; uma vez que o risco de transformação maligna chega a 14,5% acima dos 20 anos. Mesmo naqueles com ressecção do cisto, há um elevado índice de malignização de vias biliares remanescentes acima de 15 anos do procedimento, fazendo-se necessário um acompanhamento prolongado criterioso. Segundo Ketzer, a cirurgia pode ser antecipada em lactentes com complicações obstrutivas ou mesmo assintomáticos, mas com provas de função hepáticas alteradas. A hepaticojejunostomia, com reconstrução em Y de Roux tem sido o tratamento de escolha, com bons resultados a longo prazo. Em decorrência dos vários graus de danos hepáticos relacionados, recomenda-se biópsia h 59 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-027 - PERFURAÇÃO ESPONTÂNEA DE CISTO DE COLÉDOCO – UMA CAUSA RARA DE ABDOME AGUDO NA CRIANÇA MARTA BEATRIZ FONTENELE SANTOS; LÍVIA CAROLINE COSTA FREITAS; ANA PAULA DINIZ MARRA; PAULO MAURÍCIO LASSANCE; BRUNA DE SÁ OLIVEIRA PARAISO; FLÁVIA DE AZEVEDO BELÊSA HOSPITAL MATERNO INFANTIL DE BRASÍLIA; HMIB INTRODUÇÃO: O cisto de colédoco é uma malformação congênita de baixa incidência (1:150.000 nascidos vivos). A perfuração espontânea do cisto associada à peritonite biliar é uma complicação rara ocorrendo em 1 a 12% dos casos. OBJETIVO: Relato de caso de uma criança apresentando um quadro de abdome agudo por perfuração espontânea de cisto de colédoco. MATERIAL E MÉTODOS: Pré-escolar de 4 anos e 2 meses, previamente hígida, deu entrada no pronto-socorro com quadro de dor abdominal, vômitos e diarreia, há 7 dias. Ao exame físico, paciente se apresentava em bom estado geral, corada, hidratada e anictérica. O abdome era difusamente doloroso à palpação, com irritação peritoneal. O hemograma não mostrava alterações significativas. Realizou-se ecografia abdominal que identificou apêndice aumentado de tamanho, bem como grande quantidade de líquido com debris em toda a cavidade. Paciente foi encaminhada ao centro cirúrgico com hipótese diagnóstica de apendicite aguda. À laparotomia, foram encontrados: apêndice cecal de aspecto normal, grande quantidade de bile na cavidade e presença de diversos pontos de necrose em pingo de vela no intestino delgado, cólon, estômago, vesícula biliar e colédoco. Identificou-se necrose da parede medial da vesícula biliar e da parede anterior do colédoco. Foram realizadas apendicectomia, colecistectomia, rafia primária do colédoco com cobertura da mesma com patch de omento e lavagem da cavidade. Deixado dreno de Penrose sentinela à rafia do colédoco. No 3º dia de pós-operatório, evoluiu com piora clínica e laboratorial e aumento progressivo do débito pelo dreno. Foi realizada tomografia de abdome que evidenciou extensa coleção abdominal que se estendia do diafragma à pelve com rechaço de alças intestinais; colédoco dilatado, com impressão de irregularidade parietal na porção supra-pancreática e discretas alterações pancreáticas sugestivas de pancreatite aguda. No 4° dia de pós-operatório, a paciente foi submetida à relaparotomia. Ao inventário da cavidade, foi encontrado: grande bilioma, colédoco com dilatação fusiforme (cisto de colédoco tipo I) e perfuração de sua parede anterior. Realizada ressecção do cisto e hepaticojejunostomia em Y de Roux. A paciente evoluiu bem no pós-operatório, recebendo alta hospitalar 13 dias depois com acompanhamento ambulatorial. RESULTADOS: A etiologia da perfuração espontânea do cisto de colédoco ainda é desconhecida, mas pode estar relacionada à fragilidade da parede cística por inflamação, ao aumento da pressão intra-ductal ou ao aumento da pressão intraabdominal. Trata-se de um evento infreqüente que associado a uma sintomatologia inespecífica, dificulta seu diagnóstico préoperatório. Podem auxiliar no diagnóstico, exames de imagem, tais como ecografia, tomografia, CPRE e colangiografia. A paracentese pode ainda confirmar a presença de peritonite biliar. Várias formas de tratamento são propostas na literatura tais como o procedimento cirúrgico em uma única etapa, com ressecção do cisto e reconstrução da via biliar, e o tratamento em etapas, com drenagem inicial da via biliar e posterior excisão do cisto. CONCLUSÃO: A perfuração do cisto de colédoco é uma complicação rara, a qual exige alto grau de suspeição pela equipe médica. 60 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-028 - MEMBRANA DUODENAL: UM RELADO DE CASO MARX MARIANO DE MELO; SERGIO PACHECO FERREIRA DE MELO; LUANA SAMARA ARAÚJO DE ANDRADE VIANA; AMANDA LYRA MELO DOS REIS; ANDRÉ MARTINS ORNELAS; DANIELLE ALBUQUERQUE SOUSA HOSPITAL INFANTIL VARELA SANTIAGO; UNP A membrana duodenal (MD) é uma rara malformação congênita com incidência de 1:10.000 a 1:40.000 nascimentos que se caracteriza por falha no processo de recanalização duodenal entre a oitava e décima semana de gestação. Esta condição gera um quadro obstrutivo que se manifesta clinicamente através de distensão gástrica e vômitos persistentes, por vezes biliosos. O amplo espectro de diagnósticos diferenciais para vômitos persistentes na criança, por vezes retarda o reconhecimento precoce dessa condição, atrasando o tratamento definitivo. Nesse ínterim, podem surgir repercussões clínicas graves, como distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-basico. A MD geralmente está associada a outras anomalias congênitas. Os exames de imagem, incluindo a seriografia esofagogastroduodenal, auxiliam no diagnóstico. OBJETIVOS: relatar e analisar o caso de uma criança com cinco meses idade com diagnóstico de membrana duodenal. METODOLOGIA: Estudo descritivo do tipo relato de caso. Os dados foram coletados no prontuário e analisados à luz do referencial teórico. Relato do caso: Trata-se de uma criança do sexo feminino, com cinco meses de idade, natural de Parnamirim (RN). Nascida de parto normal. No sexto dia de vida, iniciou quadro de vômitos incoercíveis, sendo internada em outro serviço com diagnóstico de refluxo gastroesofágico. Evoluiu com discreta melhora, porém manteve vômitos recorrentes que se acentuaram até internamento em nosso serviço. Na investigação, foi submetida a seriografia esofagogastroduodenal que revelou distensão acentuada da primeira e segunda porção do duodeno e afilamento abruto na sua terceira porção, sugerindo MD como etiologia. A tomografia total de abdome descartou pâncreas anular ou compressão extrínseca do duodeno. Foi submetida a laparotomia com duodenotomia e ressecção de membrana duodenal, sem intercorrências. No sétimo dia pós-operatório a paciente recebeu alta, assintomática. DISCUSSÃO: A MD é uma causa rara de atresia intestinal que gera graus variáveis de obstrução, geralmente ao nível da segunda e terceira porções do duodeno. Aproximadamente entre a sexta e sétima semana embrionária a luz duodenal é obliterada, devido ao crescimento exagerado da camada epitelial mais interna, sendo recanalizada entre a oitava e décima semana. Quando há falha no processo de recanalização pode acontecer estenose, atresia ou formação de membrana. Na formação da MD, após a recanalização do duodeno, ocorre persistência das camadas mucosa e submucosa. O quadro clínico se caracteriza por vômitos persistentes, distensão abdominal e graus variáveis de desidratação e desnutrição. Os casos suspeitos devem requerer imediata investigação através de exames de imagem para não retardar o diagnóstico. A MD pode ser suspeitada no período pré-natal, com a ecografia demonstrando polidrâmnio, dilatação do estômago e duodeno proximal. No raio-x simples de abdome verifica-se a imagem clássica da dupla-bolha, a qual representa gás preenchendo o estômago e o duodeno; o intestino distal normalmente não apresenta gás. O diagnóstico é feito através de exame contrastado de esôfago-estômago-duodeno. O tratamento é eminentemente cirúrgico e o prognóstico é excelente. CONCLUSÃO: a membrana duodenal levando a atresia intestinal deve ser considerada na presença de recém-nascidos e lactentes jovens com quadro de vômitos incoercíveis e distensão abdominal, caracterizando quadro obstrutivo. 61 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-029 - CISTO DO DUCTO TIREOGLOSSO EM BASE DE LÍNGUA: RELATO DE CASO PAULO ACÁCIO EGGER; ANTÔNIO ROBERTO RUZZON; DAGMAR ROQUE SOTIER; LIA YONEKA TODA; FLÁVIA DE OLIVEIRA SILVA BONINI; ANA PAULA PEREIRA DA SILVA UEM INTRODUÇÃO. O Cisto Tireoglosso resulta da falha de obliteração parcial ou completa do ducto tireoglosso. O ducto tireoglosso é uma estrutura embriológica transitória, que deve desaparecer após a migração da Tireoide. O Cisto Tireoglosso apresenta-se como uma tumoração em linha média em qualquer local desde o forame cego na língua até a região cervical inferior sendo a localização mais comum próxima do osso hióide em pelo menos 80% dos casos. O Cisto Tireoglosso é considerado o defeito embriológico cervical mais comum e tem como complicação mais frequente a infecção. OBJETIVO. Relatar um caso pouco comum de cisto tireoglosso lingual, em criança com quatro meses de idade, que apresentava sintomas respiratórios com piora progressiva. MATERIAL E MÉTODO. Foi feita a revisão do prontuário e de literatura relacionada ao caso. RESULTADO. Paciente com quatro meses de idade, feminina. Apresentou estridor respiratório e roncos desde a primeira semana de vida. Evoluiu com piora progressiva dos sintomas e dificuldade para mamar e para dormir. Ao exame físico apresentava peso de 5.710 gramas, estatura de 62 centímetros, regular estado geral, hidratada, taquidispneica, acianótica e afebril. Tórax: expansibilidade preservada, presença de retração subcostal e de fúrcula; à ausculta pulmonar apresentava murmúrio vesicular presente bilateral, com roncos esparsos e poucos sibilos. Sem outros achados relevantes ao exame físico. Foi submetida à laringoscopia flexível que identificou lesão em base de língua que deslocava a epiglote para o interior da laringe durante a inspiração causando obstrução parcial de via aérea superior. A tomografia computadorizada identificou lesão nodular hipodensa com 1,3 centímetros, com contornos regulares em topografia de forame cego em base de língua, presença de Tireoide em posição anatômica. Após exames complementares e avaliação da cirurgia pediátrica, foi feita a hipótese diagnóstica de Cisto Tireoglosso em topografia de base de língua (forame cego), sendo esse tipo de manifestação considerado raro, correspondendo a apenas 0,6% a 3% dos casos de Cisto Tireoglosso. Optou-se por ressecção do cisto por via trans-oral. O laudo do exame anatomopatológico concluiu tratar-se de estrutura cística revestida por epitélio cúbico e com metaplasia escamosa compatível com Cisto Tireoglosso. Após o procedimento cirúrgico a paciente evoluiu bem e recebeu alta no quinto dia pós-operatório. Após quarenta dias a paciente encontrava-se assintomática e não apresentou recidiva da lesão no período de dois anos de seguimento. CONCLUSÃO. A ressecção do Cisto Tireoglosso situado no forame cego na base da língua pode ser realizada através de cirurgia trans-oral com muito bom resultado. A cirurgia preconizada por Sistrunk não é adequada para os casos de cistos localizados na base da Língua. 62 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-030 - HÉRNIA INGUINAL COM NECROSE DE OVÁRIO ENCARCERADO - DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE MASSA INGUINAL EM MENINAS CAMILA HELENA RICHLIN; ELISÂNGELA DE MATTOS E SILVA ; VITOR COSTA PALAZZO; MARÍLIA DE ALMEIDA BARREIRA; BRUNA SCHMELZER UNIVERSIDADE POSITIVO; HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE INTRODUÇÃO: Hérnia inguinal na criança é uma frequente afecção congênita cirúrgica. Decorre do fechamento incompleto do conduto peritoneovaginal, levando à protrusão de uma víscera ou parte dela, da cavidade abdominal para a região inguinal e/ou bolsa escrotal. A prevalência geral varia entre 0,8 a 4,4% das crianças, podendo ser até 30% mais comum em prematuros. Há predominância do sexo masculino sobre feminino (6:1 até 9:1) e o lado direito é o mais acometido (direito 60%; esquerdo 30%; bilateral 10%). A incidência é maior durante o primeiro ano, com um pico no primeiro mês de vida. OBJETIVO: Descrever o caso de uma paciente com massa palpável, móvel e indolor em região inguinal direita. RELATO DE CASO: Informante: a mãe. Lactente, sexo feminino, 3 meses e 14 dias, idade gestacional: 36 semanas, previamente hígida, procura o serviço de pronto atendimento devido ao aparecimento súbito de abaulamento em região inguinal direita. Há 3 dias da admissão hospitalar, apresentou choro inconsolável, o qual cessou espontaneamente após algumas horas. Ao exame físico, presença de nódulo visível de aproximadamente 5 cm de diâmetro, endurecido, pouco móvel e doloroso em região inguinal direita, sem sinais inflamatórios. Restante do exame sem alterações. Investigação laboratorial demonstrou leucocitose (19.200 /e#956;L) e elevação da proteína C reativa (27,4 mg/dL). Ultrassonografia (USG) inicial sugeriu presença de linfonodo no local. Foi iniciada antibioticoterapia por suspeita de linfadenite e solicitada avaliação pela cirurgia pediátrica, que levantou a hipótese da presença de hérnia inguinal com ovário encarcerado. No terceiro dia com novo USG inconclusivo, optou-se pela exploração cirúrgica. Durante o procedimento detectou-se a presença de ovário encarcerado e torcido em região inguinal direita, confirmando a hipótese aventada. Foram realizadas ooforectomia, salpingectomia e herniorrafia à direita, sem intercorrências. A paciente evoluiu bem durante o pós-operatório, sem queixas, recebendo alta hospitalar no sétimo dia. DISCUSSÃO: No sexo feminino, a hérnia inguinal pode estar associada a encarceramento e/ou torção de anexos uterinos. Embora seja rara na infância, a herniação com comprometimento vascular pode ocorrer em todas as idades e classicamente apresenta-se com aumento súbito de volume e dor forte, evoluindo para ausência de dor quando houver necrose. Apesar de ser considerado exame complementar de escolha, o USG não colaborou com o diagnóstico, devido à falha na correlação com a clínica apresentada pela paciente. A correção da hérnia inguinal é sempre cirúrgica pelo risco de comprometimento da perfusão ovariana. No caso relatado, foram retirados os anexos uterinos devido ao diagnóstico tardio e necrose já estabelecida. CONCLUSÃO: Diante do quadro clínico apresentado, um alto índice de suspeita por parte do pediatra emergencista, associado a exame complementar adequado e experiência do radiologista, e solicitação precoce de avaliação pelo cirurgião pediátrico são essenciais para esclarecimento diagnóstico. O encarceramento de ovário, com ou sem comprometimento vascular, deve estar sempre entre os diagnósticos diferencias das massas inguinais em meninas. 63 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-031 - LINFANGIOMA ABDOMINAL – ESCLEROSE COM DOXICICLINA MARCÍLIO VIEIRA COSTA SANTOS; ADRIANO LUIS GOMES; DANIELLE LOPES TEIXEIRA FERDINANDO; FLAVIO AUGUSTO MENIN; NARA PULS; LUCIA XIMENA ZUBIETA ALVES; MARIANA PASTORE DO CARMO; PAULO CESAR BASSAN GONÇALVES; PAULO CESAR LOPES NAKAOSKI; HUMBERTO LIEDTKE JUNIOR HCM/FAMERP INTRODUÇÃO: Linfangiomas são lesões congênitas de origem linfática, ocorrendo com maior frequência nas regiões cervical e facial, seguidas pelo abdômen. Normalmente são assintomáticos, podendo apresentar sintomas por compressão de estruturas adjacentes. As lesões podem ser classificadas em: microcísticas, macrocísticas ou mistas. A excisão cirúrgica apresentava-se como tratamento de escolha, porém nas ultimas décadas vários estudos têm descrito um grande número de “agentes esclerosantes” na linha de frente do tratamento de linfangiomas, com resultados satisfatórios. OBJETIVO: Relatar o caso de um doente com linfangioma intra-abdominal, tratado através de escleroterapia com Doxiciclina. MATERIAL E MÉTODOS: Revisão do prontuário médico do paciente e revisão da literatura, atualizada, sobre o tema abordado. RESULTADOS (Relato do caso): V.G.V., gênero masculino, 3 anos. Queixa de dor e distensão abdominal progressivas, durante 2 dias; a dor ocorria em região mesogástrica, de moderada intensidade, recorrente, melhorava com analgésicos, sem fatores de piora. Foi encaminhado por hipótese diagnóstica de cisto de úraco “infectado”. O exame físico revelava abdômen globoso, distendido, com dor a palpação em região mesogástrica, fossas ilíacas direita e esquerda, não existia massa palpável. Foi submetido à investigação com exames de imagem (USG e RMN) que revelaram “massa” predominantemente cística, apresentando septações grosseiras, com volume estimado de 109 cm³, localizada no retroperitônio, sugestiva de linfangioma. Após revisão da literatura, optou-se pela esclerose da lesão com solução de Doxiciclina, que consiste da diluição de um comprimido de 100mg de Doxiciclina em 10 ml de soro fisiológico à 0,9% (solução de 10mg/ml). O procedimento ocorreu com a criança sedada e monitorizada. Realizada punção do maior cisto da lesão guiada por TC, permitindo a INTRODUÇÃO de um cateter de silicone. Foram aspirados 15 ml de secreção citrina e injetado o mesmo volume da solução de Doxiciclina. O cateter foi fixado e ficou ocluído por 4 h, depois permaneceu aberto por 12 h, drenando 32 ml de secreção citrina. O procedimento foi repetido nos três dias consecutivos, na enfermaria, com o doente sob sedação, permitindo a infusão de 15 ml da solução de Doxiciclina, acompanhada pelo US. Não houve extravasamento da solução. Não houve queixa após os procedimentos. No 5º dia de internação, após 4 sessões de esclerose e drenagem, o cateter foi removido. Não houve drenagem de secreção pelo orifício do cateter. O doente recebeu alta hospitalar no 6º dia. Em acompanhamento ambulatorial a criança realizou uma tomografia computadorizada do abdome, após um mês da alta, que indicava redução da lesão, apresentando 3,6 e 2,1 cm nos maiores eixos. Atualmente mantém acompanhamento ambulatorial com USG, a cada seis meses, mantendo a redução da lesão, sem queixas abdominais. CONCLUSÃO: A Doxiciclina apresentou resultado satisfatório como agente esclerosante nesta criança com linfangioma abdominal. Embora uma grande quantidade de agentes esclerosantes tenha sido descrita no tratamento de linfangiomas, poucos foram aplicados nas lesões abdominais. As vantagens e desvantagens entre eles ainda não estão bem estabelecidas, tornando-se imprescindível a realização de estudos clínicos randomizados controlados e multicêntricos para uma avaliação adequada da efetividade deste tratamento. 64 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-032 - HEMORRAGIA DA SUPRA RENAL EM RECEM NATO: RELATO DE CASO HORACIO TAMADA; JHENNYFFER BORITZA; EMANUELLE C.D. LIMA; TIAGO C. AMARAL; HUGO M.M. RIBEIRO; GRACE K.P.C. RODRIGUES UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDONIA; FIMCA; HOSPITAL DE BASE DR. ARY PINHEIRO INTRODUÇÃO: A hemorragia de supra-renal é uma das causas menos freqüente de massa abdominal em recém nascido. Sua etiologia ainda não é esclarecida, sabe-se que pode estar associada a septicemia, choque, hipóxia, coagulopatias, trauma no parto, diabetes materno e trombose da veia renal. No neonato a desproporção de tamanho da adrenal e do rim é maior que no adulto o que pode levar a uma resistência do leito vascular, o que a torna mais sensível as variações de pressão dentro do abdome. Segundo alguns autores cogita-se que há uma compressão entre rim direito e fígado o que justificaria uma maior incidência de hemorragias deste lado. MATERIAIS E MÉTODOS: Acompanhamento clínico e cirúrgico do paciente, com revisão de literatura baseado nos bancos de dados Scielo, Bireme e Pubmed. OBJETIVO: Descrição de um caso de hemorragia em suprarenal em recém nascido com trauma obstetrico. RELATO DO CASO: RN, sexo feminino, apgar 0/9, com idade gestacional de 40 semanas, duas consultas pré-natal, parto laborioso, fratura de clavícula esquerda, foi reanimada nascer. Mãe G3P3A0, ITU de repetição na gestação. Hematócrito de 33,2% e hemoglobina de 11g/dL. Permaneceu um dia em ventilação mecânica. Ultrassonografia transfontanelar sem anormalidades, mas uma massa abdominal sólida à direita localizada acima do rim na ultrassonografia de abdome total e à tomografia computadorizada um tumor supra renal misto. Interrogou-se neoplasia tumor supra-renal. À laparotoma, a supra renal direita era de tamanho aumentado, porem sem aumento da vascularização e bem delimitado, realizada suprarrenalectomia. Laudo histopatológico da supra renal: Hemorragia (Apoplexia) e Necrose isquêmica. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: A hemorragia de supra renal pode ocorrer ainda intra-útero sendo diagnosticada por ultrassonografia obstétrica, quando não, sua manifestação clínica geralmente ocorre entre o 3º e 7º dia de vida. Em casos de apresentação mais inespecífica pode ser diagnosticado meses depois. A apresentação neonatal de hemorragia pode ser assintomática ou sintomática. Na forma sintomática frequentemente há massa abdominal palpável em flanco, icterícia e anemia. É provável que a pré-elâmpsia, insuficiência respiratória pós-natal, levando a hipoxemia, predisponha a ocorrência de hemorragia em adrenal. Hipotetiza-se que a desproporção com o rim e relações anatômicas com fígado e rim direito, a hemorragia ocorra mais frequentemente a direita com 70%; esquerda, 20%, e bilateral, 10%. Nesta ultima, pode ser fatal. Massa abdominal em recém nascido não é algo incomum chama-se a atenção para isso com intuito da realização de diagnóstico diferencial para que o mesmo seja tratado de forma adequada. Para realização do diagnóstico torna-se indispensável a utilização de exames de imagem, sendo a ultrassonografia relatada com mais sucesso de diagnóstico. O principal diagnóstico diferencial de hemorragia de supra-renal é o neuroblastoma neonatal, para exclusão desta hipótese a massa demonstrada na ultrassonografia se apresenta com liquefação central, tendo ainda dosagem de catecolaminas urinárias normal. No casos duvidosos, a cirurgia é imperativa. 65 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-033 - SINDROME DO TORAX ASFIXIANTE: RELATO DE CASO HUGO M.M. RIBEIRO; HORACIO TAMADA; EMANUELLE C.D. LIMA; JHENNYFER BORITZA; TIAGO C. AMARAL; GRACE K.P.C. RODRIGUES FIMCA; UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDONIA; HOSPITAL DE BASE DR. ARY PINHEIRO INTRODUÇÃO: A síndrome do tórax asfixiante, também conhecida com Síndrome de Jeune é uma doença caracterizada por tórax estreito e pequeno e membros curtos. Geralmente diagnosticada ao nascimento pela desproporção tórax e perímetro cefálico e é classificada como uma das seis displasias esqueléticas com costelas pequenas. Características clínicas variando de leves a graves cursando com insuficiência respiratória (hipoplasia) e óbito ainda nos primeiros meses de vida. Identifica-se envolvimento renal, hepático e pancreático em crianças maiores. A frequência é de 1 para 100.000 a 130.000 nascidos vivos, sendo autossômica recessiva, mapeada no cromossomo 15q13, locus ainda não definido. O tratamento é de suporte a clinica apresentada e naqueles pacientes que sobreviverem ao período neonatal pode ocorrer melhora na qualidade de vida devido ao desenvolvimento da caixa torácica. Não há tratamento especifico, mas deve-se instituir a imunoterapia e profilaxia de infecções respiratórias. OBJETIVO: Relatar um caso grave de paciente portador de Síndrome de Jeune. MATERIAL E METODOS: Historia Clinica com exame físico, revisão de prontuário médico e literatura nas bases de dados BIREME, LILACS e SCIELO. RESULTADOS: RN de E.P.D.A., masculino, 20 dias de vida, natural de Porto Velho procedente de São Miguel do Guaporé. Mãe 20 anos, G2P0A1, seis consultas de pré-natal, HIV, VDRL, HBsAg não reagentes. Idade gestacional 32 semanas, parto vaginal, cefálico, ausência de mecônio, uma circular de cordão, Apgar dois e 6, 1.712g de peso, 29 cm de perímetro cefálico, 24 cm perímetro torácico, 40 cm estatura. Evoluiu com insuficiência respiratória necessitando de reanimação neonatal e intubação orotraqueal. No exame radiológico foi identificada caixa torácica pequena, estreita, costelas curtas e horizontalizadas e clavículas altas; ultrassonografia transfontanelar e abdominal sem alterações. Evoluiu com septicemia tendo sido usado três esquemas de antibioticoterapia. No 20º. Dia de vida, houve quadro de pneumotórax e parada cardiorrespiratória, mas não respondeu às manobras de reanimação. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: O presente caso desde o nascimento apresentou dificuldade respiratória, tórax estreitado, pulmões pouco insuflados devido às costelas hipoplásicas e provavelmente do parênquima pulmonar também. A ventilação ocorre basicamente pela musculatura diafragmática. Devido a esses comprometimentos a maioria apresenta insuficiência respiratória no período neonatal e vai a óbito encaixando-se no quadro clínico que é frequentemente letal. É importante que se faça o diagnostico diferencial com a síndrome condroectodérmica, pois apresentam características semelhantes como membros curtos, polidactilia e dificuldade respiratória além de anomalias cardíacas congênitas (do septo atrial ou situs inversos), unhas hipoplásicas, anomalias dentárias. Estas alterações poderiam ter determinado uma evolução e tratamento distintos, mas não foram encontradas neste caso. As complicações desta síndrome são diretamente proporcionais ao comprometimento da caixa torácica. Ressalta-se a importância do diagnostico precoce, principalmente pré-natalício, para que possa realizar o manejo adequado, visando antecipar, prevenir e tratar complicações decorrentes da síndrome 66 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-034 - TUMOR OVARIANO ASSOCIADO A DISTÚRBIO DA DIFERENCIAÇÃO DO SEXO LUCIA XIMENA ZUBIETA ALVES; ADRIANO LUÍS GOMES; LEILA NEVES BASTOS BORIM; FRANCINE DE AGOSTINHO CURY MEGID; PAULO CÉSAR LOPES NAKAOSKI; PAULO CÉSAR BASSAN GONÇALVES; FLÁVIO AUGUSTO MENIN; DANIELLE LOPES TEIXEIRA FERDINANDO; NARA PULS; HUMBERTO LIEDTKE JUNIOR FAMERP INTRODUÇÃO: As neoplasias pediátricas ovarianas são raras, representando 1% das neoplasia malignas. Entre os tumores de ovário 35% são malignos na criança, destes 15% são digerminomas. Os pacientes portadores de distúrbio da diferenciação do sexo ( DDS ) tem maior risco de desenvolver neoplasias, principalmente gonadoblastomas e tumores de células germinativas. OBJETIVO: O relato tem por objetivo apresentar a investigação diagnóstica de massa abdominal em criança a partir do achado em exame físico até sua complementação diagnóstica após retirada da peça e estudo do cariótipo. MATERIAIS E MÉTODOS: Revisão do prontuário médico do caso relatado e da literatura médica pertinente. RESULTADOS (RELATO DO CASO): Y.L.R. , gênero feminino, 12 anos, atendida na emergência pediátrica por queixa de diarreia há três dias e aumento do volume abdominal notado há 1 dia. Apresentava como antecedentes crises epilépticas sob controle, com medicamentos e ausência de menarca. Queixava-se de desconforto abdominal, com massa palpável em hipogástrio e mesogástrio, mas sem sinais de irritação peritoneal. Foram solicitados exames de imagem que na ultrassonografia foi revelada imagem sugestiva de tumor ovariano e em tomografia computadorizada abdominal foi vista “massa” em região pélvica com extensão abdominal, com limites bem definidos, sem invasão de estruturas adjacentes, com 16 cm no seu maior diâmetro.Aos exame laboratoriais apresentava desidrogenase láctica aumentada. Realizada operação com incisão longitudinal, mediana, estendendo-se da sínfise púbica até a região supra-umbilical, que possibilitou a identificação de um grande tumor acometendo o ovário esquerdo, com limites bem definidos, aderido pelo epíplon maior, sem invasão de outras estruturas adjacentes. Apresentava implantes tumorais na parede anterior do reto, no retroperitônio na topografia dos vasos ilíacos comuns à direita e na lâmina peritoneal do mesentério do intestino delgado. Também no inventário da cavidade observou-se que o útero era pequeno para a idade, aparentemente displásico e o ovário contralateral (direito) era de tamanho reduzido, vestigial (ou “em fita”). Foi realizada salpingo-ooforectomia esquerda, com retirada de tumor de 15 x 10 x 6,5 cm, também foram realizadas biópsias excisionais dos implantes tumorais citados e gânglios de mesentério, peri-aórtico e peri-cava, além de biópsia incisional do ovário esquerdo. O exame histopatológico demonstrou tumor compatível com neoplasia de células germinativas, do tipo disgerminoma, com tuba uterina livre de neoplasia, mas com os implantes tumorais confirmados e os linfonodos do mesentério e peri-cava comprometidos. No ovário direito foi descrito tecido com aspecto atrófico e livre de neoplasia (gônada disgenética). Com estadiamento patológico T3c N1 Mx. A criança foi encaminhada para tratamento quimioterápico e estudo genético, com cariótipo. O resultado foi cariótipo 46,XY, reforçando a hipótese de tumor ovariano associado a DDS, do tipo disgenesia gonadal. CONCLUSÃO: Diante de um tumor ovariano, o ovário contralateral sempre deverá ser avaliado no período intraoperatório com o objetivo de investigar tumores sincrônicos ou anomalias genéticas associadas. Neste caso, ainda existe o planejamento terapêutico de acompanhamento psicológico da doente e da sua família, ooforectomia direita (devido ao alto risco de degeneração celular), pesquisa de mutação genética e terapia de reposição hormonal. 67 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-035 - LIPOBLASTOMA ABDOMINAL GIGANTE EM LACTENTE NARA PULS; ADRIANO LUIS GOMES; ANTÔNIO SOARES SOUZA; LILIAN BEANI; LÚCIA XIMENA ZUBIETA ALVES; PAULO CESAR LOPES NAKAOSKI; FLÁVIO AUGUSTO MENIN; DANIELLE LOPES TEIXEIRA FERDINANDO; MARCÍLIO VIEIRA COSTA SANTOS; HUMBERTO LIEDTKE JÚNIOR HOSPITAL DA CRIANÇA E MATERNIDADE - SÃO JOSÉ DO RIO PRETO INTRODUÇÃO: Os tumores adiposos representam aproximadamente 6% das neoplasias do tecido mole desenvolvidas nas primeiras duas décadas de vida: 94% são lipomas, 4,7% lipoblastomas e 1,3% lipossarcomas. Os lipoblastomas são tumores embrionários raros, benignos, ocorrem quase exclusivamente na infância, tendo seu pico de incidência até três anos de idade. Tais tumores apresentam rápido crescimento. Em geral, os exames de imagem sugerem o diagnóstico. É importante a análise histopatológica para o diagnóstico diferencial com lipossarcoma. Deve-se ressaltar que o lipossarcoma é extremamente raro, principalmente em crianças abaixo de três anos de idade e grande parte dos casos ocorre nas extremidades (70%). Cirurgicamente, o lipoblastoma apresenta-se como uma massa macia, lobulada e de fácil ressecção. OBJETIVO: Relatar o caso de uma lactente acometida por um lipoblastoma abdominal gigante, além de fazer uma breve revisão da literatura. MATERIAL E MÉTODOS: Revisão do prontuário médico do caso relatado e da literatura pertinente. RESULTADOS (RELATO DO CASO): E.B.B, gênero feminino, 9 meses de idade, 7,8 kg, com aumento progressivo do volume abdominal e irritabilidade. Foi avaliada pelo pediatra que palpou grande “tumor abdominal”. Foram solicitados exames de imagem, entre eles, ressonância magnética de abdome que evidenciou grande massa ocupando todo o hemiabdome esquerdo, cruzando a linha média, determinando mobilização de alças intestinais para a direita e deslocamento posterior do rim esquerdo, sendo considerada a hipótese de algum tumor de origem gordurosa. Foi indicado tratamento operatório e o inventário da cavidade revelou grande tumor encapsulado, com cápsula fina, de conteúdo gorduroso, originando-se na “raiz” do mesentério do intestino delgado e cólon transverso, progredindo ao longo dos mesmos, em íntimo contato com seus vasos sanguíneos, linfáticos e parede das alças intestinais. O tumor foi completamente retirado, sem ruptura da sua cápsula e sem a necessidade de ressecções intestinais, pesou 760 gramas. Também foram realizadas biópsias ganglionares. O exame histopatológico indicou lipoblastoma, com margens cirúrgicas e linfonodos livres de qualquer neoplasia maligna. No período pós-operatório evoluiu com moderada drenagem de secreção linfática que foi controlada com o jejum por dois dias, seguido por dieta hipogordurosa. Recebeu alta no sétimo dia com boa aceitação da dieta e com hábito intestinal normal. Após seis meses de acompanhamento manteve-se assintomática, ganhando peso, sem restrições na dieta. A ultrassonografia de controle não revelou anormalidades. CONCLUSÃO: Apesar do lipoblastoma ser considerado um tumor benigno, sua apresentação abdominal, no mesentério do intestino delgado, pode estar intimamente relacionada com vasos sanguíneos e linfáticos, tornando o tratamento operatório difícil, com possibilidade de lesões vasculares e ressecções intestinais, além de fístulas linfáticas e linfoceles. 68 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-036 - SINDROME DE MOEBIUS: RELATO DE CASO EMANUELLE D.C. LIMA; HORACIO TAMADA; TIAGO C. AMARAL; ELIANE GABRIEL; JHENNYFFER BORITZA; HUGO M.M. RIBEIRO; GRACE K.C. RODRIGUES UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDONIA; HOSPITAL DE BASE DR. ARY PINHEIRO; FIMCA INTRODUÇÃO: A síndrome de Möebius (SM), também conhecida como sequencia de Moebius, descritas em 1888 pelo neurologista alemão Paul Julius Möebius, que compunham basicamente uma face sem mímica (em máscara), relacionada a paralisia dos VI e VII pares cranianos, geralmente bilateral. Considerada rara, sua causa permanece desconhecida, a hipótese é de uma isquemia fetal transitória ou uma herança autossômica dominante. Existem outras alterações de ordem ósteo-muscular e faciais, como a micrognatia, que pode ser caracterizada como secundária ao déficit neuromuscular nos movimentos iniciais da mandíbula. As alterações da musculatura oculomotora podem ocorrer como paralisia dos músculos retos laterais de modo a fixar cada olho em adução (estrabismo convergente), comprometendo a visão lateral. OBJETIVO: Apresentar um caso de Síndrome de Möebius, atentando para a etiopatologia e necessidade de diagnóstico precoce e correto. MATERIAL E MÉTODOS: Foi realizado revisão de literatura nas bases de dados BIREME, LILACS e SCIELO. RESULTADOS E RELATO DO CASO: Paciente masculino, parto vaginal, I.G. de 33 semanas, normoidramnio, Apgar 8/9, peso 2.060. Boa vitalidade, porém não apresentava sucção efetiva, sendo então alimentado por SOG. Apresentava ptose palpebral bilateral, estrabismo convergente, desvio da rima labial para a direita. Micrognatia e macroglossia relativa. Testículo esquerdo palpavel no canal inguinal. RN manteve as dificuldades de sucção, sendo realizada gastrostomia. Ultrassom transfontanelar não identificou anormalidades intracranianas. Genitora, 21 anos, realizou 6 consultas pré-natais, sendo esta a primeira gestação e negou abortos anteriores. Sorologias não reagentes. Três ultrassonografias pré-natalicias não demonstraram anormalidades. Negou tabagismo, etilismo, drogas ilícitas e uso de medicamentos abortivos durante a gestação, nem histórico de malformações na família. DISCUSSÃO e CONCLUSÃO: A etiologia não é clara. Isquemia fetal transitória é a teoria mais aceita, na qual qualquer alteração que prejudique o fluxo sanguíneo da placenta para o feto, poderia originar a aplasia ou a hipoplasia dos núcleos dos nervos facial e motor ocular externo. Em alguns casos, porém, parece haver clara evidência de herança autossômica dominante. Alguns fatores ambientais têm sido implicados na gênese da SM: hipertermia, exposição da gestante a infecção, utilização do misoprostol, do álcool, cocaína, talidomida e benzodiazepínicos entre outros. A condição pode ser diagnosticada ao nascimento, manifestando-se por incapacidade de sugar e fechamento incompleto das pálpebras durante o sono, sinal de Bell. Mais tarde, nota-se que a criança não sorri, apresentando aspecto de “face em máscara”. Dificuldades na ingestão e deglutição são geralmente acentuadas, sendo agravadas por malformações do palato e problemas dentários, levando ao atraso no desenvolvimento dessas crianças. O exame eletroneuromiográfico e a biópsia de músculo podem fornecer subsídios para o diagnóstico da SM. O tratamento cirúrgico para proteger a córnea e as correções cirúrgicas dos defeitos associados devem ser considerados. O prognóstico quanto à vida, por se tratar de anomalias congênitas e não evolutivas, é bom. A instalação do preconceito a partir de terceiros que excluem a pessoa devido à sua “face em máscara” e inabilidade para falar, causa danos emocionais ao portador da doença. A abordagem interdisciplinar precoce contribui para um tratamento integral. 69 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-037 - HÉRNIA DE AMYAND EM RECÉM NASCIDO NARA PULS; DANIELLE LOPES TEIXEIRA FERDINANDO; NATÁLIA SOUZA AONO; PAULO CESAR LOPES NAKAOSKI; FLÁVIO AUGUSTO MENIN; ADRIANO LUIS GOMES; PAULO CESAR BASSAN GONÇALVES; MARCÍLIO VIEIRA COSTA SANTOS; LÚCIA XIMENA ZUBIETA ALVES; HUMBERTO LIEDTKE JÚNIOR HOSPITAL DA CRIANÇA E MATERNIDADE - SÃO JOSÉ DO RIO PRETO INTRODUÇÃO: Hérnia de AMYAND define-se pela presença do apêndice vermiforme dentro do saco herniário, inflamado ou não. Tal patologia rara, mais freqüente no sexo masculino e à direita, o que é atribuído a localização habitual do apêndice na cavidade abdominal. Pacientes normalmente apresentam sinais e sintomas de hérnia inguinal complicada e usualmente o diagnóstico é intraoperatório. Apresentações menos frequentes: abscesso escrotal, isquemia testicular ou escroto agudo. Extremamente raro no grupo pediátrico, especialmente em neonatos. Incidência de apendicite pode ser ainda maior em crianças. O tratamento depende do estado do apêndice, que pode estar normal, inflamado ou perfurado. Em casos com apêndice normal, a apendicectomia incidental é controversa. OBJETIVO: Relatar o caso de um paciente com sinais e sintomas de hérnia inguinal encarcerada, diagnóstico intraoperatório de hérnia de AMYAND com apêndice inflamado. MATERIAL E MÉTODOS (RELATO DE CASO): D.Z.M., gênero masculino, 25 dias de vida. Abaulamento inguinal à direita não redutível e irritabilidade. Ao exame físico: bom estado geral, choroso, e presença de massa volumosa em região inguinal direita, endurecida, com hiperemia de pele adjacente. Foi submetido à investigação com exame de imagem (ultrassonografia) que revelou hérnia inguinoescrotal à direita, alças intestinais herniadas hipoperistálticas, com espessamento parietal difuso, sugerindo sofrimento vascular e não redutíveis, além de sinais de processo inflamatório/edematoso de pele e subcutâneo da hemibolsa escrotal à direita com pequena hidrocele septada. Exploração cirúrgica por inguinotomia transversa a direita, revelou alça intestinal edemaciada e apêndice vermiforme com sinais de apendicite. Realizado apendicectomia (trans hernial), seguida de herniorrafia inguinal com ligadura alta do saco herniário. RESULTADO: Pós operatório imediato em UTI neonatal, alta hospitalar com seguimento ambulatorial, sem apresentar infecção ou recorrência. CONCLUSÃO: Concluímos no presente caso que a hérnia de AMYAND ocorreu no sexo e no lado mais freqüentes, mesmo sendo uma patologia bem rara. O diagnóstico foi realizado no intra-operatório. Exame de imagem não deu o diagnóstico. A conduta de retirar o apêndice foi segura. No seguimento ambulatorial viu-se que o paciente não apresentou sinais de recorrência e/ou infecção. 70 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-038 - SEQUÊNCIA ÓCULO-AURICULO-VERTEBRAL ASSOCIADA À SEQUÊNCIA REGRESSÃO CAUDAL: RELATO DE CASO KARINE FURTADO MEYER; ALINE DE SOUZA RUSCH; FÁBIO BORDIN TRINDADE; NATÁLIA MARCHET DE ANTONI; MARYANE CRISTINE SAFRAIDER UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU INTRODUÇÃO: A sequência óculo-auriculo-vertebral, também conhecida como displasia oculo-auriculo-vertebral e Síndrome de Goldenhar, apresenta acometimento auricular, ocular e vertebral, na sua forma clássica, podendo ainda estar associada a outras malformações congênitas, principalmente faciais, renais, cardíacas e de sistema nervoso central. Sequências de regressão caudal, que originam malformações anorretais, são raras nesses casos e podem sugerir alguns diagnósticos diferenciais como Síndrome de Vacterl, Síndrome de Nager, displasia facioauriculoradial, entre outras. OBJETIVO: Relatar um caso raro de Sequência óculo-auriculo-vertebral associada à Sequência de regressão caudal diagnosticada em um paciente pediátrico em Blumenau-SC. MATERIAIS E MÉTODOS: Revisão de prontuário de um paciente portador da Sequência óculo-auriculo-vertebral associada à anomalia anorretal, que vem sendo acompanhado ambulatoriamente. RESULTADOS: Paciente do sexo masculino, 6 anos, nascido de parto normal, à termo, com pré-natal não realizado até o sétimo mês de gestação. Ao nascimento apresentou ânus imperfurado com fístula reto-peritoneal e apêndices pré-auriculares. Foi realizado anorretoplastia no segundo dia de vida e exérese dos apêndices no primeiro mês para correção. Aos dois meses, exames complementares evidenciaram refluxo vesicouretral (RVU) grau IV à direita, sendo dilatado com vela de número 14 sem dificuldades. Cintilografia renal Estática (DMSA) revelou função tubular relativa preservada no rim esquerdo (66.6%) e deprimida em grau moderado no rim direito (33.4%) aos 4 meses. Nesse período foi observado alterações na formação da coluna dorsal com a presença de hemivértebras não segmentadas em T9 e T10 e vertebras em borboleta em T7. Foram constatadas também 12 costelas à direita com fusão parcial da 6ª, 7ª e 13ª costelas à esquerda. Em 2011, recebeu diagnóstico de coristoma ocular bilateral com resolução cirúrgica. No mesmo ano, o paciente iniciou com crises convulsivas tratadas com Fenobarbital e acompanhamento com neurologista. Diante deste quadro, foi estabelecido o diagnóstico de Síndrome de Goldenhar aos 4 anos de idade. Outros achados deste paciente consistem em cisto aracnóide de fossas posterior, insuficiência tricúspide e forame oval patente, paralisia facial e de nervos bulbares à esquerda e hipoacusia bilateral. Apresentou episódios de ITU de repetição com melhora a Cefalexina e fez uso de Lactulona devido à constipação prolongada. Desde 2014, paciente encontra-se estável ao uso de Doxazosina e Gardenal em retirada gradual. CONCLUSÃO: Grande parte dos achados clínicos presentes nesse paciente nos fazem pensar em displasia óculo-auriculo-vertebral, sendo muito comum a presença de apêndices retroauriculares, acometimento oftalmológico e vertebral. As malformações anorretais, porém, não são frequentes em pacientes com esse diagnóstico. A associação de Síndrome de Goldenhar e ânus imperfurado é pouco descrita na literatura, o que gera muitas dúvidas sobre a sua origem. Estudos mostram que essa associação pode estar relacionada a uma alteração na blastogênese, levando a uma combinação genética da sequência oculo-auriculo-vertebral com a sequência de regressão caudal. 71 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-039 - PANCREATECTOMIA (QUASE TOTAL) VÍDEOASSISTIDA COM PRESERVAÇÃO ESPLÊNICA: UMA ALTERNATIVA PARA TRATAMENTO DA FORMA DIFUSA DE HIPOGLICEMIA HIPERINSULINÊMICA PERSISTENTE DO RN. NICANOR MACEDO; GILMAR STULZER; ANDREA MELCHIADES; EDUARDO SILVA; BETINA BERTRAND; MARCELO CALCAGNO; DANIELE SAD; ADRIANA SANTOS; MARIA CHRISTINA ALMEIDA; LUIS EDUARDO MIRANDA HOSPITAL DA CRIANÇA; CASA DE SAÚDE SÃO JOSÉ INTRODUÇÃO: hipoglicemia hiperinsulinêmica persistente (HHP) do RN é caracterizada por uma profunda hipoglicemia causada por secreção inapropriada de insulina. HHP é uma doença heterogênea com várias implicações genéticas e 2 formas histológicas de apresentação. A forma focal pode ser diagnosticada utilizando-se o PET TC SCAN. Na forma difusa o diagnóstico é laboratorial e o tratamento medicamentoso deve ser a primeira linha, todavia, na ausência de resposta, a pancreatectomia quase total deve ser empregada. O diabetes é a complicação mais temida desta modalidade. PACIENTES E MÉTODOS: LSR, feminino, 3.815 g, gestação normal. Com 16 h de vida apresentou hipoglicemia (32 mg/dl). Iniciado flush de glicose mais HV com TIG de 8mg/kg/min. Com 30 h de vida apresentou crise convulsiva, hipoglicemia. A TIG foi aumentada para 11,5 mg/kg/min. No 3o dia a glicemia de 33 mg/dl. Foi iniciado hidrocortisona. No 7o dia, hipoglicemia persistente de 33mg/dl apesar da TIG de 21 mg/kg/min. Dosagem de insulina de 41,6µU/ml. Iniciado diazóxido. No 13o dia crise convulsiva. Suspenso diazóxido e iniciado octeotride. Permaneceu fazendo hipoglicemias e necessitando de TIG em altas doses. Caracterizado como ausência de resposta ao tratamento clinico. No 26o foi realizada pancreatectomia vídeoassistida: posição dorsal, trocarte de 5mm para ótica de 30o no umbigo. Dois trocartes de 5mm, um de cada lado, na borda lateral do reto abdominal. Trocarte de 3mm no epigástrio do lado esquedo. Utilizando-se bisturi selante de vasos fizemos a abertura do grande omento. A parede posterior estômago foi elevada até a parede abdominal utilizando-se ponto transparietal. Iniciou-se a liberação do pâncreas pela sua borda inferior em direção ao hilo esplênico. O ligamento esplenocólico foi incisado e o pedículo esplênico identificado. A cuada do pâncreas foi liberada e proseguiu-se com a liberação da sua borda superior. Esta dissecção prolongou-se até a junção da veia esplênica com a mesentérica inferior. Iniciou-se a dissecção da borda inferior e do processo uncinado do pâncreas até o limite da veia mesentérica superior. A partir deste achados, abordamos a cavidade abdominal através de incisão tranversa de cerca de 5 cm, orientada pela visão laparoscópica na topografia mais próxima da cabeça do pâncreas. Acessamos o pâncreas sobretudo em sua porção inferior e posterior ao duodeno. Procedemos com a pancreatectomia deixando-se apenas aquela porção aderida à parede duodenal. RESULTADOS: Anátomopatológico mostrou nesidioblastose da forma difusa. Ressonância nuclear magnética evidenciou leucomalácia em região frontoparietal esquerda. Hipotonia muscular e impossibilidade de deglutição culminou com a necessidade de cirurgia anti-refluxo e gastrostomia. Paciente aos 10 meses de idade com dieta plena e glicemias controladas ainda em uso de pequenas doses regulares de octeotride. CONCLUSÕES: HHP do RN é uma doença com risco grave para o sistema nervosa central. Na forma difusa com resistência ao tratamento medicamentoso, pancreatectomia quase total vídeoassistida é uma opção terapêutica. 72 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-040 - AGENESIA INCOMPLETA DO ESTERNO: REPARO PRIMÁRIO EM DOIS PACIENTES. NICANOR MACEDO; GILMAR STULZER; BETINA BERTRAND; EDUARDO SILVA; TANIA LUND; BARBARA AFRODIQUE; LAIS MAYHARA; MICHELE PATROCINIO; SIMONE GREGORY; JOFRE CABRAL HOSPITAL DA CRIANÇA; CLÍNICA PERINATAL LARANJEIRAS INTRODUÇÃO: a fenda esternal isolada é uma rara anomalia congênita da parede torácica anterior. Essa anomalia costuma apresentar coração em posição normal, pericárdio intacto e recoberto por pele íntegra. É resultado de falta de fusão medial das bandas externais. O tratamento cirúrgico tem como objetivo proteger o coração e as estruturas mediastinais. A correção primária sem a utilização de prótese deve ser realizada no primeiro ano de vida, de preferência no período neonatal, quando as estruturas são maleáveis e de fácil aproximação. OBJETIVO: Relato de dois casos de fenda esternal isolada tratados cirurgicamente com fechamento primário. MATERIAL E MÉTODOS: Primeiro caso: paciente 20 dias de vida, sexo masculino, 4 quilos, apgar 9 e 9. A inspeção observou-se deformidade esternal recoberta por por pele íntegra por onde se observava propulsão cardíaca seguida de retração da pele, desencadeada sobretudo quando o paciente apresentava movimentos respiratórios profundos durante o choro. À palpação notava-se deformidade esternal em forma de “U” com os ramos esternais unidas apenas na extremidade inferior. A distância de separação dos ramos na sua porção mais cranial era de 4 cm. Segundo caso: Paciente de 9 meses, sexo masculino, gemelar, apgar 9 e 9. Apresentava as mesmas características descritas para o caso anterior com uma separação dos ramos externais de 5 cm. Ambos o casos tinham ecocardiograma normal e não apresentavam outras malformações associadas. RESULTADOS: Nos dois casos foi realizado fechamento primário sob anestesia geral. Realizouse uma incisão mediana de cerca de 4-5 cm na parede torácica anterior. A pele foi liberada do pericárdio e da face anterior do ramo esternal de cada lado. Procedeu-se com a liberação do pericárdio e da pleura dos ramos externais em toda a extensão da deformidade, com o objetivo de se criar espaço para a passagem dos pontos de aproximação das vertentes. A extremidade inferior em “U” foi separada e fragmentos foram ressecado para que o defeito se transformasse em “V”. A aproximação das hastes foi confeccionada com ponto transfixante de poliéster 5. Após a passagem dos pontos, procedeu-se com com a aproximação destes, no entanto, sem amarrá-los por um período de latência de 10 minutos, tempo este necessário para que o anestesiologista observasse possíveis alterações cardiocirculatórias. Não houveram alterações. Após a ligadura dos nós a pele foi fechada. Observou-se maior dificuldade técnica para liberação e aproximação dos ramos esternais na criança maior. O primeiro caso foi extubado ao final do procedimento. Seguimento de 15 meses sem intercorrências e com ótimo resultado cosmético. O segundo caso desenvolveu infecção pulmonar severa por germe multirresistente e permaneceu internado na UTI em prótese ventilatória durante 15 dias. Não foi apresentou nenhum mecanismo compressivo ou restritivo. Também apresenta excelente resultado estético e funcional. CONCLUSÃO: O tratamento cirúrgico recomendado é a aproximação primária sem necessidade do uso de próteses. Deve ser realizado antes de 1 ano de vida, se possível no período neonatal. 73 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-041 - RETOSACROPEXIA LAPAROSCÓPICA PARA O TRATAMENTO DE PROLAPSO RETAL NICANOR MACEDO; GILMAR STULZER; ANTONIO AZIZ; BETINA BERTRAND; BARBARA AFRODIQUE; MARIANA EMERSON; ANDREA BAPTISTA; DANIELE SAD; TANIA LUND; MARCELO CALCAGNO HOSPITAL DA CRIANCA INTRODUÇÃO: A grande maioria dos casos de prolapso retal são tratados conservadoramente. O tratamento operatório é reservado aos casos que não apresentam melhora com o tratamento conservador. Diversas técnicas foram desenvolvidas para o tratamento do prolapso retal, entre elas: reparo posterior e suspensão, Plicatura retal posterior, cerclagem anal (Thiersch Wire) e retosacropexia. Com o advento da videocirurgia surgiram diversos relatos de retosacropexia laparoscópica. OBJETIVO: Relatar caso de prolapso retal sem resolução clínica em criança nascida com Mielomeningocele que foi tratado com retosacropexia laparoscópica com sucesso. MATERIAL E MÉTODO: Criança de 3a6m do sexo masculino nascido com mielomeningocele e que apresentava prolapso retal total intratável clinicamente foi submetida a correção laparoscópica através de retosacropexia. Procedimento foi realizado utilizando-se uma cânula de 6 mm para óptica de 5 mm 30° no umbigo, cânula de 5 mm no flanco esquerdo para pinça de preensão forte e atraumática e cânula de 3,5 mm para instrumentos de dissecção delicados de 3,5 mm no flanco direito. A retosacropexia foi levada a efeito com dois pontos de fio de poliéster trançado a cada lado do reto fixado à fascia pré-sacral. RESULTADO: Apesar do pequeno seguimento pós-operatório de dois meses obteve-se cura total do prolapso. CONCLUSÃO: A retosacropexia laparoscópica elimina a morbidade da laparotomia e se constitui em uma alternativa ao tratamento dos casos de prolapso retal que não respondem a medidas conservadoras. 74 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-042 - ANALISE DA EXPERIÊNCIA PERI-OPERATÓRIA DE PACIENTES SUBMETIDOS A NEFRECTOMIA NO HOSPITAL PEDIÁTRICO MARIA ALICE FERNANDES RODRIGO CÉSAR LIMA DE OLIVEIRA; CAMILLA CAVALCANTE FREITAS; SÉRGIO PACHECO FERREIRA DE MELO UNIVERSIDADE POTIGUAR A hidronefrose fetal afeta de 1-2% dos RN, permanecendo em aproximadamente 50%, muitas vezes necessitando de tratamento cirúrgico, sabidamente o diagnóstico é em 90% dos casos dado no pré-natal, e orientado a mãe a já iniciar acompanhamento em serviço especializado no período pré-parto. Os principais diagnósticos nesse período são a obstrução da junção ureteropélvica (OJUP), refluxo vesicoureteral (RVU), megaureter primário, rim displásico multicístico, válvula de uretra posterior (VUP) e ureterocele. Tendo em vista essa prevalência e somada a presença de outras patologias renais, objetivamos fazer uma análise abordando sintomas iniciais, diagnóstico, idade, exames realizados e tratamento cirúrgico e evolução pós-operatória nos pacientes acometidos por patologias de rim entre os anos de 2012 até março 2015. Para a realização do trabalho foi feito um levantamento e análise dos prontuários dos pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos nefro-urológicos. Foram encontrados 31 pacientes, sendo 11 meninas e 20 meninos, com idades na época da cirurgia variando de 11 meses a 9 anos, a maioria das alterações foram em rim direito, com prevalência de estenose de JUP, 1 caso de Nefroblastoma, 3 de duplicidade pielocalicial, 1 de má formação renal. Há pouca descrição de exames laboratoriais ou de imagem do pré-operatório. Dos procedimentos cirúrgicos realizados apenas sete pacientes foram submetidos a mais de um procedimento cirúrgico, foram 5 nefrectomias parciais, 1 reimplante de ureteres, 5 ureteroplastias, os demais foram submetidos a nefrectomia total que na sua grande maioria foi por abordagem videolaparoscopica; o tempo cirúrgico variou de 1-6 horas, dentre os achados do intraoperatório foram descritos rins atróficos, dilatação ureteral, dilatação renal, duplicidade ureteral, persistência do úraco. No acompanhamento pós-operatório há apenas uma descrição de patologia da peça cirúrgica; Nenhum paciente apresentou infecção de sitio operatório ou alterações na cicatrização; E poucos pacientes tem a descrição dos exames de acompanhamento pós-operatório. Concluímos que a prevalência diagnóstico encontrada concorda com a literatura; Há um déficit de preenchimento das fichas médicas e de registros de exames dificultando bastante a coleta de dados e entendimento de cada caso, e o diagnóstico preciso; Por se tratar de um serviço de cirurgia sem o acompanhamento clínico em conjunto, ficamos sem a informação de como o paciente evoluiu no pós-operatório tardio; Não houve complicações pós-operatórias quase que na totalidade dos casos; Faz-se necessário um novo contato com os pacientes para um melhor relato da história clínica e início dos sintomas; É necessária uma maior atenção dos serviços de obstetrícia para a identificação precoce dos casos de alterações renais e encaminhamento para serviço de referência para que seja feito o acompanhamento conjunto e resolução com menos prejuízo para o paciente, de forma mais precoce. 75 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER PCi-043 - TRATAMENTO LAPAROSCÓPICO DE VOLVO GÁSTRICO PRIMÁRIO ORAGONOAXIAL NICANOR MACEDO; GILMAR STULZER; MARIANA EMERSON; LAÍS MAYHARA; MICHELE PATROCÍNIO; ANDREA MELCHIADES; ANDREA BAPTISTA; EDUARDO SILVA; BETINA BERTRAND; MARCELO CALCAGNO HOSPITAL DA CRIANÇA A ocorrência de volvo gástrico é incomum. Esta afecção manifesta-se muitas vezes secundariamente a um defeito diafragmático. A ocorrência de volvo gástrico primário é rara. A gastropexia trata o volvo gástrico e sempre foi realizada através de gastrostomia. Porém, diversos relatos surgiram de gastropexia laparoscópica. OBJETIVO: Os autores relatam um caso de volvo gástrico primário organoaxial tratado com gastropexia laparoscópica. MATERIAL E MÉTODO: Recém-nascido a termo com 17 dias de vida e história de vômitos desde o nascimento. Seriografia esôfago, estômago e duodeno revelou volvo gástrico primário organoaxial. Foi submetido a gastropexia laparoscópica com três cânulas: cânula de 5 mm no umbigo para a óptica e duas cânulas de 3,5 mm nos flancos. A fixação gástrica foi levada a efeito através de três pontos passados através da parede abdominal fixando a grande curvatura à parede abdominal anterior. RESULTADO: A alimentação oral por sucção foi restabelecida um dia após o procedimento e os vômitos cessaram completamente. CONCLUSÃO: A gastropexia laparoscópica é uma opção cirúrgica que permite o tratamento do volvo gástrico e evita a realização de gastrostomia ou mesmo laparotomia para gastropexia. 76 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENDOCRINOLOGIA 77 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR PÔSTERES 78 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENDOCRINOLOGIA - POSTER PE-001 - TRIAGEM DE HIPOTIREOIDISMO EM CRIANÇAS – VISÃO DOS MÉDICOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DE UM MUNICÍPIO DE MÉDIO PORTE NATHÁLIA BORDEIRA CHAGAS; LEONARDO ANTONELLI; VANESSA DE OLIVEIRA FURINO; DÉBORA GUSMÃO MELO; CARLMA MARIA RAMOS GERMANO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS Resumo: INTRODUÇÃO: O hipotireoidismo, patologia causada pela deficiência da produção ou da ação dos hormônios tireoidianos, tem prevalência comum na infância e as indicações de investigação compreendem a presença de um conjunto de sinais e sintomas compatíveis com o quadro clínico de hipotireoidismo franco frequentemente associado a obesidade. OBJETIVO: Avaliar quais parâmetros os médicos da atenção primária à saúde do município de São Carlos, São Paulo, Brasil, adotam para realizar triagem de função tireoidiana em crianças e adolescentes, quais exames complementares são solicitados e qual conduta diante de resultados laboratoriais alterados. METODOLOGIA: Estudo descritivo, no qual participaram 26 profissionais, correspondendo a 96,3% de todos os médicos da atenção primária da cidade que atuam no cuidado de crianças e adolescentes. Os participantes responderam quais as três situações mais frequentes na prática clínica em que indicam triagem de hipotireoidismo na população pediátrica, quais os exames complementares solicitados nesta avaliação e qual conduta frente a exames laboratoriais com resultados alterados. RESULTADOS: As situações clínicas mais frequentes apontadas pelos participantes como indicações de avaliação tireoidiana foram: obesidade com 23 respostas (88,5%), baixa estatura com 16 (61,5%) e síndrome de Down com 8 (30,8%). Nove (34,6%) médicos responderam realizar o rastreio através da dosagem de TSH e T4l e outros 9 (34,6%), através da dosagem de TSH isolado. A conduta mais citada diante de um resultado alterado foi o encaminhamento ao endocrinologista pediátrico, com 14 respostas (53,8%). CONCLUSÕES: O cenário encontrado neste estudo mostra que exames de função tireoidiana são solicitados rotineiramente por médicos da atenção primária no acompanhamento de crianças obesas. Como obesidade infantil tem alta prevalência, isso pode determinar aumento importante dos custos do serviço de saúde e sobrecarga nos serviços de atenção especializada. 79 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENDOCRINOLOGIA - POSTER PE-002 - PUBERDADE PRECOCE CENTRAL (PPC) E HAMARTOMA HIPOTALÂMICO (HH) EM PACIENTE DE 4 ANOS DE IDADE KALINKA SANA DOLÇAN; KARINA LUIZA ZIMMERMANN; MARIA CLÁUDIA SCHMITT LOBE; MILTON SÉRGIO BOHATCH JÚNIOR FURB INTRODUÇÃO: Puberdade precoce é caracterizada pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários antes dos 8anos nas meninas e antes dos 9anos nos meninos. Puberdade Precoce Central (PPC) surge com ativação prematura do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal, de forma semelhante à fisiológica, porém antes da idade adequada. Clinicamente o paciente apresentará inicialmente um aumento de mamas para as meninas e aumento de volume testicular para os meninos(>4cc), além da aceleração na velocidade de crescimento e da maturação esquelética, resultando no fechamento prematuro das epífises ósseas e consequentemente, comprometimento da estatura final. A PPC têm uma incidência estimada de 1:5.000 a 1:10.000, mais frequente no sexo feminino, em uma proporção de 20 meninas/1 menino. A forma idiopática representa a maioria dos casos de PPC em meninas (90%). Dentre as causas orgânicas de PPC, a mais frequente em ambos os sexos é o hamartoma hipotalâmico (HH). Atualmente, as formas consideradas idiopáticas, estão sendo correlacionados com fatores genéticos. O HH é malformação congênita, não neoplásica, composta por massa heterotópica de tecido hipotalâmico, localizada próximo ao tuber cinéreo ou aos corpos mamilares. Pode desencadear sintomas neurológicos e endocrinológicos, dentre eles PPC e crises convulsivas. O mecanismo da PPC decorrente dos HH não é bem esclarecido, mas algumas teorias incluem a presença de neurônios secretores de Hormônio Liberador de Gonadotrofina(GnRH) no tecido do HH ou a produção intrínseca do fator de crescimento de transformação-alfa (TGF-alfa), que são estimuladores da secreção de GnRH, que por sua vez induzem a secreção de hormônios gonadotróficos pela hipófise e elevam os níveis de esteroides sexuais. O Tratamento para PPC é o uso dos análogos de GnRH, que irá bloquear o eixo de secreção das gonadotrofinas e uma consequente redução dos esteroides gonadais para níveis pré-puberais. Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 5anos de idade, refere aparecimento de mama aos 4anos e após seis meses o surgimento de pelos pubianos. Com 4anos e 8meses, apresentou sangramento menstrual com duração de 3dias, que se repetiu após 30 dias. Apresenta crescimento acelerado e muita fome. Ao exame físico: Peso: 31,400kg (>P-97), estatura: 130,3cm (>P-97, Z-escore: 4,23), acne, pele oleosa, M4P3(Tanner). Idade Óssea(IO): 11 anos(Greulich-Pyle), previsão de estatura final(PEF): 147cm (BP). Estatura alvo:1,68cm. Os exames laboratoriais mostraram LH 10,07(mU/L); FSH 13,9(mU/L); Estradiol 60(pg/ml); TSH 2,79(mU/L); T4 l: 0,81(ng/dl). Ultrassonografia pélvica: aumento de volume uterino e ovariano. A Ressonância Nuclear Magnética (RNM) de hipófise revelou HH na topografia de túber cinério com diâmetro máximo de 0,38cm. O diagnóstico foi de PPC devido a HH, foi iniciado tratamento com Triptorrelina 3,75mg IM de 28/28 dias. Atualmente, a paciente está com 6anos e 9meses, estatura: 141,5cm (Z-escore: 3,84), IO: 12 anos (PEF: 157cm), houve redução do volume mamário, M2 e queda dos pelos pubianos P1. CONCLUSÃO: O diagnóstico de PPC decorrente de alteração em SNC em meninas deve ser pensado em crianças menores de 6anos de idade. O tratamento, com análogo de GnRH, deve ser instituído para permitir um adequado desenvolvimento da criança e preservar o potencial genético de crescimento. 80 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENDOCRINOLOGIA - POSTER PE-003 - AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO DE BAIXA ESTATURA IDIOPÁTICA E INSUFICIÊNCIA DE GH EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM USO DE SOMATOTROPINA CADASTRADOS NA SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO ESTADO DO PARANÁ ANA CRISTINA RAVAZZANI DE ALMEIDA FARIA; LUCAS DE SOUZA SOTANA; ANDREA FERRARI AREVALO; GUSTAVO CORREA; LISIE CRISTINE BICALHO; HELENA REBACK GRAICHEN PUCPR INTRODUÇÃO: O diagnóstico de deficiência de GH classicamente tem sido baseado na demonstração de uma elevação inadequada do GH sérico após o estímulo provocativo ou em alguma outra medição da secreção de GH. Considera-se a incapacidade do GH elevar acima de 10 ng/mL após estímulo como diagnóstico de deficiência de GH. Em muitas crianças que apresentam um crescimento reduzido, não se consegue encontrar uma etiologia específica para tal, sendo esta condição chamada de baixa estatura idiopática ou baixa estatura sem deficiência de GH, a qual é dada através de um diagnóstico de exclusão. Esta condição ocorre em crianças que apresentam idade óssea de acordo com a idade cronológica ou pouco atrasada, velocidade de crescimento normal/baixa, com a previsão da estatura final inferior ao padrão familial e puberdade em época normal quando comparada à população geral. Ou seja, crianças com uma secreção de GH normal, mas com baixa estatura. METODOLOGIA: O trabalho realizado é um estudo observacional transversal, no qual foram coletados dados de prontuários de 44 crianças cadastradas no CEMEPAR que tiveram toda investigação usual para causas de baixa estatura negativas e testes de laboratório com IGF1 normal e um ou mais testes provocativos com GH normais (maior ou igual a 7 ng/dl). Foram coletados os dados do início do tratamento e da última avaliação, além dos dados de investigação hormonal do GH ao inicio do tratamento (IGF1 e testes provocativos de GH). RESULTADOS: Os dados após tratamento mostraram que houve aumento da velocidade de crescimento para 9,96±1,82 cm/ano (#916;=5,42 cm/ano) (P<0,01), melhora no desvio padrão da estatura para -1,68±0,94 (#916;=0,44) (P<0,01) e aumento da previsão de estatura final para 161,2±7,2 cm (#916;=0,34) (P<0,01). A idade ao início do tratamento, o sexo, a estatura alvo, o estadio puberal, a dose de GH e o tempo de tratamento não interferiram na evolução da previsão de estatura final, velocidade de crescimento e score Z da estatura após tratamento. CONCLUSÃO: A terapia de reposição de GH em crianças com Baixa Estatura Idiopática e Insuficiência de GH mostrou melhora na velocidade de crescimento, previsão de estatura final e score Z da estatura após 10,5 meses de tratamento nesta população. É necessário manter o acompanhamento para avaliação da estatura final nestes pacientes. 81 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENDOCRINOLOGIA - POSTER PE-004 - SÍNDROME DE RUSSELL- SILVER: RELATO DE CASO THAISE BRIGHENTE VOLPATO; PAULO ROBERTO RAMOS ALVES; ANDERSON STEVENS; CAMILA DUARTE MACHADO; FERNANDO STEFFEN ANTUNES UNIPLAC; HOSPITAL INFANTIL SEARA DO BEM INTRODUÇÃO: A síndrome de Russell-Silver (SRS) é caracterizada pelo grave retardo de crescimento intra-uterino e pós-natal, expressando-se posteriormente com manifestações de face típica, pequena e triangular, clinodactilia do quinto dedo, problemas alimentares e outras menos comuns como, prejuízo cognitivo e anomalias cardíacas. O desenvolvimento neuromotor costuma ser normal. Sua incidência é 1:50000 a 1:100000 nascidos vivos. É sabido que 10% dos acometidos tem modificação no cromossomo 7 e 40% no cromossomo 11. O diagnostico clinico é estabelecido pela presença de três dos seguintes critérios: Recém nascido pequeno para idade gestacional; baixa estatura no diagnostico; face pequena e triangular, fronte proeminente, orelhas de implantação baixa, micrognatia; clinodactilia do quinto dedo e; assimetria corpórea. Quanto mais cedo o diagnostico mais visíveis as manifestações faciais. Manifestações gastrointestinais costumam complicar os primeiros anos de vida, levando a criança a quadros de hipoglicemia e baixa ingestão calórica. OBJETIVO: O presente estudo visou relatar um caso da síndrome de Russell-Silver. MATERIAL E MÉTODO: L.A,masculino de 6 anos, diagnosticado com SRS aos 3 anos de idade durante internação hospitalar apresentando dificuldade de ganho ponderal e baixo peso. Criança nascida com 29 semanas devido oligodramnio severo e retardo no crescimento intrauterino(RCIU), pesando 1200g, estatura de 34cm, perímetro cefálico de 29cm, Apgar 5/7. Permaneceu 49 dias internado devido prematuridade. Teve dois internamentos por recusa alimentar, vômitos e perda de peso. Recebeu alimentação via sonda com retorno do ganho ponderal porém permanecendo com peso e estatura abaixo do percentil 3. Aos 2 anos foi encaminhado à um hospital de referencia para acompanhamento nutricional e elucidação diagnóstica. Realizado Endoscopia Digestiva com biópsia sem alterações. No exame físico, apresentava fronte proeminente, micrognatia, macrocrania, clinodactilia de 5º dedo, implantação anômala das orelhas e à radiografia com idade óssea atrasada. Após os achados e historia de RCIU diagnosticou-se clinicamente a SRS, com analise de cariótipo mostrando alteração no cromossomo 11. Atualmente faz uso de Somatropina, permanece com desenvolvimento pondero estatura abaixo do percentil 3 (IMC 12,6), porém com desenvolvimento neuropsicomotor e inteligibilidade normais. Persiste com dificuldade de alimentação, realizando acompanhamento regular com endocrinologista e nutrólogo. Discussão: A SRS é caracterizada por retardo do crescimento intrauterino e pós-natal. Apresenta em alguns casos distúrbios alimentares iniciando logo nos primeiros meses de vida. No caso descrito podemos ressaltar o quadro de perda ponderal e baixo peso levaram a procura e conseqüente diagnostico da síndrome. Corroborando com a literatura atual, o paciente apresentava características típicas da síndrome, como descrito anteriormente, e o teste genético com alteração do cromossomo 11, descrita na literatura em cerca de 40% das pessoas diagnosticadas. O paciente está em uso de hormônio do crescimento, com objetivo de melhorar a estatura como descrito na literatura. Pode ser acrescido ao tratamento suporte nas áreas deficientes. O prognóstico da síndrome é bom com expectativa de vida normal. CONCLUSÃO: Apesar de alguns achados serem característicos da síndrome, ela pode se apresentar com grande variabilidade de expressões. O diagnóstico precoce visa obter melhor acompanhamento multiprofissional para suprir as necessidades da criança e mante-la com desenvolvimento próximo da normalidade. 82 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENDOCRINOLOGIA - POSTER PE-005 - SÍNDROME DE BERARDINELL-SEIP: RELATO DE CASO LOUISE HEIL; CAMILA VIEGAS; MARIA CLÁUDIA SCHMITT LOBE; GABRIELA DE SIO PUETTER KUZMA FURB; AMBULATÓRIO DE ENDOCRINOLOGIA PEDIÁTRICA - FURB INTRODUÇÃO: Os indivíduos com Síndrome de Berardinelli-Seip ou Lipodistrofia congênita generalizada (BSCL), apresentam-se clinicamente com redução importante na quantidade de tecido adiposo em todo o corpo, hipertrofia muscular generalizada, hepatomegalia, hipertrigliceridemia, esteatose hepática e grave resistência à insulina. Sua prevalência é baixa, a cada 1:10.000.000 nascidos vivos, com cerca de 250 casos descritos até 2012. É uma doença de transmissão autossômica recessiva. Em 95% dos casos foram encontradas mutações em dois dos três genes relacionados à síndrome. RELATO DE CASO: Paciente masculino, atualmente com 11 anos e 2 meses, acompanha desde o nascimento por BSCL. Ao nascimento: peso de 2,390g; estatura de 46cm, APGAR 8/9. Recebeu orientação nutricional desde 7 meses de idade e apresentou variações dos níveis de triglicerídeos e das transaminases. Aos 6 anos e 7 meses, apresentava idade óssea de 12 anos e 6 meses, Tanner: P2T3, glicemia: 93mg/dl; insulina: 45,81 mUI/mL; HDL-col: 18mg/dl; LDL-col: 71mg/dl; colesterol total: 118mg/dl; triglicerídeos: 147mg/dl; TGO: 29U/L; TGP: 51U/L; gama-GT: 14U/L; LH: < 0,1 mUI/mL; testosterona: 2,96 pg/mL. Ultrassom de abde: fígado com aumento de volume, acentuação difusa da ecogenicidade e esteatose hepática. Atualmente, apresenta-se clinicamente com hipertrofia muscular generalizada, fácies grosseira, mãos e pés grandes, acantose nigricans, hepatomegalia, hirsutismo e com hipertrigliceridemia. Aos 11 anos e 2 meses apresenta peso de 46,9 Kg, estatura de 159cm (>95P), Tanner: P4T6; idade óssea: 14anos. Neste momento, em puberdade, houve piora dos exames laboratoriais. Glicemia de jejum: 127mg/dl, insulina de jejum: 203,5mUI/mL; LH: 1,17mUI/mL; colesterol total: 124mg/dl; TGO: 61U/L; TGP: 151U/L; triglicerídeos: 307mg/dL; HDL: 29mg/dl; Gama-GT: 65,25U/L; testosterona: 42,69 pg/mL. Iniciado Metformina® na dose de 850mg/dia. Com esta dose houve redução da glicemia de jejum para 109mg/dl e dos níveis de insulina para 55,1mUI/mL. Peptídeo C: 6,8ng/ml; HbA1c: 6,8% (VR: <6); HOMAIR: 14,81 Umol/L (VR: <2,7), HOMA-Beta: 432,24(VR: 167-175). No momento está com controle alimentar, aumento de atividade física e faz uso de Metformina® 850mg/dia. DISCUSSÃO: Verifica-se o aumento da resistência insulínica nos pacientes portadores dessa síndrome. Atualmente, não há cura da doença, mas é possível diminuir as complicações com acompanhamento médico e diagnóstico precoce. Acredita-se que a patogênese da BSCL está associada à mutações nos genes 9q34 e 11q13 resultando em uma deficiência de 1-acilglicerol-3-fosfato-0-aciltransferase-2, uma proteína fundamental para a formação de triacilglicerol e glicerofosfolipídeos. Devido a estoque escasso destes produtos dentro dos adipócitos, ocorre um acúmulo patogênico de lipídeos em outros órgãos, tais como baço, pele, e coração além de esteatose hepática. O déficit de tecido adiposo leva à grave resistência insulínica, evoluindo para aterosclerose precoce, nefropatia e hipertrofia cardíaca. O desequilíbrio glicêmico neste paciente coincidiu com o início da puberdade, época em que se desenvolve um processo fisiológico e temporário de maior resistência insulínica. O tratamento desta condição baseia-se no controle e manejo das complicações crônicas. 83 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENDOCRINOLOGIA - POSTER PE-006 - CARCINOMA DE TIREÓIDE COMO CAUSA DE MASSA CERVICAL EM ADOLESCENTE – RELATO DE CASO MARIA EMMERICK GOUVEIA; NATHÁLIA DE PAULA NAVI; RAQUEL DE ARAÚJO MACEDO; CLÉO BRAGANÇA CARDOSO TAMMELA; BRUNO COUTINHO DE OLIVEIRA; MARIANA KAPPAUN DE ANDRADE; VALERIA SCHINCARIOL; DANIELLE PLUBINS BULKOOL HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTÔNIO PEDRO; UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INTRODUÇÃO: O câncer de tireóide é considerado raro, representando aproximadamente 1,5% a 3% de todos os cânceres da infância, sendo mais comum no sexo feminino. OBJETIVO: Relatar o caso de um adolescente com diagnóstico de carcinoma papilífero de tireóide diagnosticado e tratado em nosso serviço. MATERIAL E MÉTODOS: Revisão do prontuário e da literatura. Resultados: A.C.S.J, masculino, 12 anos, branco, natural do RJ, apresentava massa indolor, endurecida e móvel em região cervical anterior, com crescimento progressivo em quatro meses e linfonodomegalia cervical anterior esquerda. Nega outros sintomas. Realizou ultrassonografia que evidenciou nódulo sólido, heterogêneo, hipoecóico, de contornos irregulares e hipervascularização ao Doppler em lobo esquerdo da tireóide, linfonodomegalia nas cadeias cervicais anterior e posterior esquerdas, alguns com calcificações e perda da estrutura habitual. Hormônios tireoidianos normais. Realizou punção aspirativa por agulha fina (PAAF) da tireóide e de linfonodo, que mostrou, respectivamente, lesão folicular de significado indeterminado (Bethesda III) e presença de atipias nucleares sugestivas de neoplasia metastática de provável origem tireoidiana. RX de tórax sem alteração. Realizou tireoidectomia total com esvaziamento ganglionar cervical. Está em uso de levotiroxina. Histopatológico revelou carcinoma papilífero de tireóide com extensão extratireoidiana e invasão angiolinfática com presença de metástase em 16 de 38 linfonodos cervicais. Encaminhado para radioterapia com iodo ativo. DISCUSSÃO: Diante de um nódulo tireoidiano é necessário avaliar características sugestivas de malignidade, como crescimento rápido, fixação a estruturas adjacentes, nódulo endurecido, adenomegalia, história de irradiação e história familiar de CA de tireóide. Sexo masculino, carcinoma folicular e a extensão da doença no sítio primário também são fatores de risco para malignidade na infância. A dosagem de TSH e a ultrassonografia com Doppler são fundamentais na abordagem inicial de um nódulo de tireóide. Este último auxilia a identificar características associadas a um maior risco de malignidade, como hipoecogenicidade, microcalcificações, aumento do diâmetro ântero-posterior em relação ao transverso, margens irregulares, hipervascularização ao Doppler e adenomegalia regional. A PAAF deve ser realizada em todos os nódulos maiores que um centímetro ou com características ultrassonográficas sugestivas de malignidade ou história clínica de risco, exceto quando há nódulo funcionante. A tireoidectomia é recomendada se a citologia for suspeita para malignidade (Bethesda V ou VI) ou quando: há nódulos bilaterais; associada à irradiação; citologia indeterminada e nódulo maior que quatro centímetros; ou menor que quatro centímetros, mas com alta suspeita clínica ou ultrassonográfica de câncer. O paciente apresentava linfonodos comprometidos e alta suspeita ultrassonográfica, o que indicava a tireoidectomia total com dissecção linfonodal. A presença de metástase linfonodal ao diagnóstico é frequente no carcinoma papilífero de tireóide, mas não está associada a um pior prognóstico. CONCLUSÃO: A adenomegalia cervical pode ser o primeiro sinal do câncer de tireóide na infância. A presença de um nódulo tireoidiano palpável na criança é mais suspeita de malignidade do que no adulto. Portanto, é indispensável que o exame da tireóide faça parte da rotina de todos os pediatras. 84 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENDOCRINOLOGIA - POSTER PE-007 - MÉTODO CANGURU: COMPARAÇÃO ENTRE AS ETAPAS 1 E 2 E SEU IMPACTO SOBRE O ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO CAMILA NORONHA HASSE; CAMILA SMEKATZ SIMÃO; JÉSSICA DE ANDRADE; MARIA BEATRIZ REINERT DO NASCIMENTO; MARCO ANTONIO MOURA REIS; FERNANDA AMARAL VERBINEN NUNES; LEONICE GAN BIANCHINI UNIVILLE; MATERNIDADE DARCY VARGAS INTRODUÇÃO: O Método Canguru tem como objetivo melhorar a interação entre os pais e seus filhos prematuros, influenciando o estabelecimento dos futuros vínculos afetivos familiares, o desenvolvimento e crescimento adequados do recém-nascido. As vantagens são proporcionar maior vínculo mãe-filho, estimular o aleitamento materno, reduzir a infecção e permanência hospitalar, entre outras. O Método Canguru tem três etapas. Na primeira, o RN está impossibilitado de ficar junto à mãe no alojamento conjunto. Os pais são estimulados a entrar na unidade neonatal e estabelecer contato pele a pele com a criança, desde que as condições clínicas permitam. Na segunda etapa, a mãe é convidada a retornar ao hospital para permanecer continuamente ao lado do filho. É necessário oferecer um espaço físico, uma acomodação para seu repouso e permanência, com o bebê colocado em posição canguru. Esta etapa é parte essencial do método, pois finaliza e otimiza a primeira etapa e prepara para a alta hospitalar (terceira etapa). OBJETIVO: Caracterizar os recém-nascidos submetidos ao Método Canguru, comparando as populações atendidas nas etapas 1 e 2, e determinando a freqüência do aleitamento materno exclusivo no momento da alta hospitalar. MATERIAL E MÉTODOS: Tratouse de um estudo observacional, prospectivo, em que foram avaliados 274 recém-nascidos de baixo peso, de uma maternidade de grande porte, entre julho de 2010 e maio de 2014. A coleta de dados baseou-se em uma entrevista com as mães e em informações do prontuário médico padrão do neonato. Os dados do prontuário médico foram armazenados com o uso do Epidata entry 3.1 e analisados com o SPSS 13.0, com prévia aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa referência do hospital. Para a análise dos dados foram utilizados métodos estatísticos descritivos, o teste t para variáveis contínuas, e o teste do quiquadrado para variáveis categóricas, adotando-se o nível de significância de 5%. RESULTADOS: Foram estudados 130 recémnascidos masculinos e 144 femininos. O peso ao nascimento variou entre 570g e 2315g (média = 1476,7g ± 365,2g). A idade gestacional oscilou entre 24 e 39 semanas e 2.1 dias (média = 31 semanas e 5 dias ± 2 semanas e 5 dias). Ocorreram 203 cesarianas e 71 partos normais. A frequência do aleitamento materno exclusivo por ocasião da alta foi de 69,7%. Observou-se uma associação significativa entre a participação na etapa 2 e menor idade materna (p=0,03), primeira visita e primeiro toque mais precoces (p=0,01 e p=0,01), menor peso de nascimento (p=0,03), amamentação exclusiva (81,2% x 61,8% p<0,01) e peso inferior à alta (p<0,01). CONCLUSÕES: Os neonatos submetidos à segunda etapa eram mais frequentemente filhos de mulheres mais jovens que realizaram visita e toque mais precocemente, e tinham menor peso de nascimento, quando comparados aos que fizeram só a etapa 1. Da mesma forma, os primeiros receberam alta com menor peso e com mais aleitamento materno exclusivo. 85 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENDOCRINOLOGIA - POSTER PE-008 - RELATO DE CASO DE ACANTOSE NIGRICANS EM PACIENTE DE 10 ANOS KARINA LUIZA ZIMMERMANN; ANA CAROLINA SANTIN DE MEDEIROS ; ANA CAROLINA LEINDORF; CAMILA AMARAL DE OLIVEIRA VIEGAS ; LILIAN BELINASO; MARCIELI BIANCHI DA SILVA; MILTON SÉRGIO BOHATCH JÚNIOR; PAULA DAYANA MATKOVSKI UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU A Acanthosis nigricans (AN) é condição dermatológica caracterizada por espessamento, hiperpigmentação e acentuação das linhas da pele, gerando aspecto grosseiro e aveludado no local afetado. As endocrinopatias são as principais causas de AN, sendo a obesidade o distúrbio mais comum, frequentemente associado ao hiperinsulinismo, ao diabetes mellitus e à resistência à insulina. Outros distúrbios endócrinos associados à AN são descritos: doença de Cushing, ovários policísticos, tireoideopatias, hirsutismo, doença de Addison, acromegalia, entre outros, alguns dos quais cursam com resistência à insulina. A incidência de AN na população pediátrica é paralela ao aumento da obesidade infantil e associados à resistência insulínica. Pacientes com Acanthosis Nigricans correm o risco de todos os componentes da síndrome metabólica: obesidade, hipertensão, níveis elevados de triglicerídeos, lipoproteína de alta densidade, e a intolerância à glicose. Cada vez mais crianças e adolescentes estão ficando obesos, diabéticos, hipertensos. É essencial que saibamos conduzir todos os casos da melhor maneiro possível. O objetivo deste trabalho é relatar caso de paciente de 10 anos com AN. Utilizou-se registro de prontuário para a obtenção de dados. Paciente do sexo masculino, branco, 10 anos, diagnosticado com autismo, hipotireoidismo, obesidade, hipertensão arterial, asma brônquica, miocardiopatia dilatada e insuficiência cardíaca congestiva. Mãe relata aparecimento de manchas escuras com rachadura no pescoço, axilas, dedos das mãos e no peito há 3 anos. Em uso de Puran, Captopril, Furosemida, Digoxina, Predinisona e Aerolin. Ao exame físico apresenta xerose cutânea associada a lesões descamativas em mãos principalmente em falanges distais, placas hipercrômicas de coloração marrom-enegrecido de superfície aveludada, de limites mal definidos, localizadas em pescoço, axila e região torácica. O tratamento de escolha foi diprosalic creme e orientações de estilo de vida. O paciente apresentou melhora progressiva das lesões em 6 meses. Percebe-se que, neste caso, a causa da AN está na obesidade associada à endocrinopatia e uso prolongado de glicocorticoide. É necessário, além do tratamento das lesões, que se trate a causa. Recomenda-se investigação de diabetes melitos e orientação de perda de peso, atividade física regular e controle glicêmico. À medida que aumenta a frequência e o grau de obesidade na população, um aumento concomitante na acantose nigricans é esperado. A presença de obesidade deve iniciar uma busca por uma essas manchas, uma vez que a presença, trazem evidências sobre doenças sistêmicas que devem ser investigadas e acompanhadas, evitando uma série de morbidades futuras, como diabetes e doenças ateroscleróticas. Cada vez mais o médico deve estar atento aos sinais de doenças crônicas infanto-juvenis, e o diagnóstico preciso e conduta adequada devem ser tomados afim de preservar a saúde do paciente. 86 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM 87 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR TEMAS LIVRES Apresentação Oral 88 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-001 - RELATO DE EXPERIÊNCIA DE RESIDENTES DE ENFERMAGEM NO PERÍODO INTRA-OPERATÓRIO EM UM TRANSPLANTE CARDÍACO PEDIÁTRICO LARISSA MARCONDES; CELENE CICONETTO; LURDES NOGUEIRA; CAROLINE BERTÉ; MARIA EDUARDA WUICIK HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE O transplante cardíaco é uma opção para tratamento de pacientes com problemas cardíacos graves e/ou refratário ao tratamento clínico. Estudos mostram aumento na sobrevida dos pacientes, capacidade de realização de atividade física, qualidade de vida, retorno à atividades diárias, quando comparado ao tratamento convencional. Por esse recurso ser de grande complexidade a equipe de enfermagem necessita prestar uma assistência específica, tanto no pré, intra e pós operatório. Este artigo tem como objetivo apresentar a experiência e as atividades vividas durante o intra-operatório de um transplante cardíaco pediátrico. O acompanhamento desse transplante se deu pela sistematização e planejamento dos cuidados prestados a uma criança internada em um hospital pediátrico de referência no estado de origem, num período de 7 horas dentro de um ambiente cirúrgico. Os cuidados de enfermagem realizados foram: cateterismo vesical de demora com técnica asséptica; monitoramento de hemorragias e perdas de líquidos; infusão de soroterapia, hemoterapia e medicamentos, junto à equipe multidisciplinar; coleta de exames laboratoriais de urgência, bem como seu encaminhamento ao setor responsável; prevenção à ocorrência de hipotermia com a utilização de equipamento próprio para aquecimento humano; administração de soluções intravenosas aquecidas; posicionamento em mesa cirúrgica, visando a prevenção de lesões ulcerativas por pressão utilizando dispositivos acolchoados; além de contato durante a cirurgia com a família do paciente dando o feedback do andamento do procedimento; passagem de plantão com informações necessárias para a equipe da UTI em continuidade ao cuidado. Concluímos que a enfermagem não só nos transplantes mas como em toda dispensação de cuidados parte da ideia de avaliar, detectar e intervir precocemente nas possíveis complicações juntamente com a equipe multidisciplinar que esteja envolvida. Podemos perceber que a sistematização da assistência de enfermagem se faz necessário para prevenir e/ou minimizar iatrogenias. Contando com boas práticas de procedimento cirúrgico, comunicação interdisciplinar e interação familiar, o cuidado se torna integral e de qualidade. 89 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-002 - A CONSULTA DE ENFERMAGEM APLICADA AO ADOLESCENTE NO PÓS TRANSPLANTE HEPÁTICO E IMPACTO NA ADESÃO AO TRATAMENTO DAIANA DE PAULA; JULIANA OLLÉ MENDES DA SILVA; DÉBORA MARIA VARGAS MAKUCH; JOELIZE CLAUDIANE STANOGA FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE Para o sucesso no pós transplante hepático o paciente deverá ser acompanhado pela equipe multidisciplinar que lhe proverá informações para seguimento do seu tratamento, minimizando o risco de rejeição do enxerto. Mas, o índice de pacientes não aderentes aumentou, e na adolescência este número se evidencia, desta forma, este estudo é norteado pelo seguinte questionamento: Como a Consulta de Enfermagem pode contribuir na adesão do adolescente ao tratamento no pós transplante hepático? Teve como objetivos: levantar o perfil sociodemográfico dos adolescentes em tratamento de pós transplante hepático; Identificar fatores de adesão (ou não) pelos adolescentes ao tratamento no pós transplante hepático, através da Consulta de Enfermagem. Para o desenvolvimento desta pesquisa optou-se pela abordagem qualitativa e o método escolhido foi a Pesquisa-Cuidado efetivada por meio da Consulta de Enfermagem. Participaram da pesquisa 6 adolescentes em consulta realizada no ambulatório de um Hospital de grande porte referência em pediatria na cidade de Curitiba. O projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Junho/2014, sob CAAE 31115614.8.0000.5580 e parecer nº 701.325. O levantamento do perfil sociodemográfico evidenciou adolescentes do sexo masculino como 67% da amostra. A faixa etária dos participantes era de 12 a 16 anos, e a prevalência de nível de escolaridade ensino fundamental (66,8%). As causas para o transplante foram diversas. Em relação as questões de adesão, a maioria não tem dificuldade de vir as consultas sendo 4 (67,8%) devido ao beneficio do programa Tratamento Fora de Domicilio (TFD). Todos são solteiros, 5 (83%) moram com a família, apenas 1(16,8%) mora sozinho. Todos os adolescentes referiram já ter esquecido de tomar a medicação, e 5 (83%) pacientes tomam a medicação após algum familiar ou pessoa próxima o lembrar, enfatizando a importância do suporte familiar para a manutenção do tratamento e a necessidade de inserí-la nos cuidados. Em relação ao uso de métodos para auxílio, apenas 2 (33%) adolescentes referiram utilizar (despertador e celular), os demais não utilizam métodos. Dados apontados na literatura enfatizam que, o uso de métodos pode aumentar a adesão pelos adolescentes. Em relação aos efeitos colaterais, 4 (66,8%) adolescentes assinalaram que não se incomodavam. Dos adolescentes, 5 (83%) não apresentam dificuldades ao acesso aos medicamentos, por tratar-se de medicamentos excepcionais, que são padronizados pelo Ministério da Saúde e possuem, elevado valor e cronicidade do tratamento, a sua dispensação é realizada a nível ambulatorial. Conclui-se que, o profissional enfermeiro é capacitado para realizar a assistência sistematizada devido ao seu conhecimento, sua capacidade de julgamento e poder de decisão, e ao estar inserido no processo de doença e transplante hepático, e através da consulta de enfermagem é possível identificar algumas dificuldades relatadas pelos adolescentes, e elaborar um plano de cuidados para que possibilite a melhora na sua adesão ao tratamento, que vai além do uso de medicações, promovendo o bem estar biopsicossocial deste individuo e de seus familiares. 90 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-003 - TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA DA CRIANÇA OU ADOLESCENTE: O PROCESSO DE TRANSIÇÃO DE FAMILIARES COM FUNDAMENTAÇÃO EM ROY PRISCILA PANEK; IVETE PALMIRA SANSON ZAGONEL FPP Este estudo teve como objetivo apreender a significação atribuída por familiares sobre o processo de adoecimento e necessidade de transplante de medula óssea da criança ou adolescente com base no modelo de adaptação de Roy, identificar como se dá o processo de enfrentamento e adaptação de familiares diante do transplante de medula óssea da criança ou adolescente e estabelecer o perfil de crianças que realizaram o transplante de medula óssea e de seus familiares. O método utilizado foi o de pesquisa-cuidado com abordagem qualitativa. Este estudo foi desenvolvido um Hospital Infanto-juvenil do Paraná. Os participantes deste estudo foram os familiares (mãe, pai, irmã), das crianças ou adolescentes que necessitam ou já realizaram o transplante de medula óssea. A amostra foi composta por dez participantes sendo nove mães e uma irmã com idade entre 22 e 50 anos. Na coleta de dados foi utilizada a entrevista semi-estruturada gravada. As informações coletadas foram analisadas de acordo com a técnica de análise de conteúdo de Bardin e o referencial teórico da teoria de enfermagem de Roy. Pode-se concluir que foi possível compreender a significação atribuída pelos familiares das crianças ou adolescentes que necessitam ou já realizaram o transplante de medula óssea e também traçar um perfil sócio demográfico destes entrevistados. Por meio das informações coletadas ocorreu a identificação de como se dá o processo de enfrentamento, transição e adaptação diante da necessidade do transplante de medula óssea e desta forma, aliando o referencial metodológico escolhido da pesquisa cuidado com o referencial teórico da Teoria de Roy foi possível identificar necessidades de cuidado e estabelecer o cuidado aos familiares visando a adaptação a este processo. A teoria de Roy contribuiu para que os familiares envolvidos fossem cuidados, enquanto realizava a pesquisa, considerando suas necessidades de enfrentamento e adaptação. Os participantes salientam a dificuldade dessa vivência, pelas múltiplas dimensões que são ativadas e que necessitam enfrentar. Foi possível, a partir da análise, a observação do que cada familiar enfrenta, e as particularidades neste processo como, história de vida, rede de apoio, dificuldades e facilidades enfrentadas para a adaptação efetiva ou não diante desta realidade e a partir daí, apreender a compreensão de que as formas de cuidado implantadas devem ser individualizadas. 91 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-004 - DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM EM PACIENTE SUBMETIDO A TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCOHEMATOPOÉTICAS POR SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA DE HIPER IGE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA LARA CÁSSIA SILVA SANDRI; ANA PAULA BATISTELA; MARIANA BERTOTTI MENDES; VANESSA DA ROCHA; LETÍCIA PONTES; LUCIANA PUCHALSKI KALINKE UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, HOSPITAL DE CLÍNICAS Com o avanço tecnológico das ciências da saúde, inúmeros tratamentos complexos foram se desenvolvendo ao longo das últimas décadas, incluindo o Transplante de Células Tronco Hematopoéticas. Este, inicialmente utilizado como última medida terapêutica, atualmente é considerado uma forma de terapia bem sucedida para determinadas doenças habitualmente fatais. Crianças com a síndrome da imunodeficiência de Hiper IgE, caracterizada por deficiência de células T e B, também, podem ser beneficiadas por esta modalidade de tratamento. Este relato de experiência tem como objetivo apresentar os diagnósticos de enfermagem, segundo a taxonomia da North American Nursing Diagnosis Association, identificados por um grupo de enfermeiros que assistiram a primeira criança da América Latina submetida ao Transplante de Células Tronco Hematopoéticas Alogênico não Aparentado, por síndrome da imunodeficiência de Hiper IgE. Após análise retrospectiva do prontuário do paciente, conclui-se que os diagnósticos de enfermagem elencados, nas diferentes fases do transplante, para e elaboração do planejamento do cuidado, no referido paciente foram: No período pré–condicionamento, após inserção do cateter venoso central semi-implantado – Ansiedade; Risco de solidão; Integridade Tissular Prejudicada; Integridade da Pele Prejudicada; Risco de Infecção; Dor aguda; Constipação. No período de condicionamento (dia -8 a dia -1) – Integridade Tissular Prejudicada; Integridade da Pele Prejudicada; Hipertermia por Neutropenia; Náusea; Troca de Gases Prejudicada; Dor aguda; Risco de Infecção; Nutrição desequilibrada, menos que as necessidades corporais; Risco de desequilíbrio eletrolítico e Risco de Constipação. No dia da infusão das células tronco hematopéticas (dia zero) – Mucosa Oral Prejudicada; Integridade Tissular Prejudicada e Nutrição desequilibrada, menos que as necessidades corporais. No período pós–transplante (dia +1 à dia +27) – Mucosa oral prejudicada, Higiene oral prejudicada, Risco de infecção, Risco de sangramento, Proteção ineficaz; Deambulação prejudicada; Náusea; Hipertermia; Integridade Tissular Prejudicada; Isolamento Social; Constipação; Nutrição desequilibrada menos que as necessidades corporais; Dor aguda; Integridade da Pele Prejudicada. Alta hospitalar (D+27). Após reinternação (dia +31): Eliminação urinária prejudicada; Dor aguda; Integridade da Pele Prejudicada; Risco de Infecção; Náusea; Nutrição desequilibrada, menos que as necessidades corporais; Risco de Baixa Auto Estima; Integridade Tissular Prejudicada e Ansiedade. Em 05/12/14 (D+52) alta hospitalar. Assim, foram identificados 21 diferentes diagnósticos de enfermagem, durante todas as fases do transplante de células tronco hematopoéticas, com maior número no período pós–transplante. Os diagnósticos apresentados pelo paciente em todas as fases do transplante, durante o período de internamento, foram Risco para infecção e Integridade tissular prejudicada. Isso tem sido, também, uma condição freqüente nos transplantes realizados por outras patologias, considerando a neutropenia apresentada praticamente em todo o processo do tratamento, além do uso do cateter venoso central semi-implantado. Acreditamos que a avaliação do paciente e o reconhecimento dos diagnósticos de enfermagem apresentados, neste paciente, pode auxiliar o enfermeiro no planejamento de cuidados a outros pacientes submetidos a Transplante de Células Tronco Hematopoéticas por síndrome da imunodeficiência de Hiper IgE. 92 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-005 - QUALIDADE DE VIDA EM CRIANÇAS PORTADORAS DE CARDIOPATIA CONGÊNITA LIZANDRA BARROS UCDB INTRODUÇÃO: Com a evolução das técnicas de tratamento das doenças crônicas na infância, a preocupação passou a não contemplar apenas aspectos físicos inerentes à doença, mas também à qualidade de vida (QV) destas crianças no decorrer e após o tratamento. A cardiopatia congênita (CC) está inserida no contexto das doenças crônicas considerando seu tratamento e acompanhamento longo, muitas vezes permeado por internações, cirurgias e outros aspectos. Dessa forma, a CC pode trazer importantes repercussões na QV da criança. OBJETIVO: Avaliar a QV da criança portadora de CC sob a ótica da própria criança. MÉTODO: Esse estudo caracteriza-se como exploratório, descritivo e de corte transversal. Participaram do estudo 25 crianças com diagnóstico de CC com idade entre 4 e 12 anos. Para avaliar a QV dessas crianças, foram utilizados dois instrumentos: um questionário sociodemográfico e o Autoquestionnaire Qualité de Vie Enfant Imagé (AUQEI). RESULTADOS: Das 25 crianças participantes, 10 são do sexo masculino e 15 feminino, com idade predominante entre 4 e 6 anos. Relacionando o diagnóstico, 18 tiveram acesso ao diagnóstico até os 2 anos de vida, sendo que dessas, 12 antes de completar o sexto mês de vida. No tratamento, 13 foram submetidas à cirurgia para correção da CC. Nos diagnósticos, houve predomínio da Comunicação Interventricular (7) e Comunicação Interatrial (4). Na avaliação da QV, 18 crianças apresentavam QV satisfatória e a média geral de escore do grupo foi 52,60 ± 7,3. Não foi identificada correlação significativa entre os dados sociodemográficos e a análise da QV (p<0,05). Os domínios mais bem pontuados foram Lazer e Família, com destaque para as questões abordando “aniversário”, “mãe” e “avôs”. O domínio com menor pontuação foi Autonomia, cuja questão com a temática “longe da família” demonstrou o menor escore. CONCLUSÕES. Os achados obtidos demonstraram QV satisfatória nas crianças cardiopatas, em que a doença não é fator predominante para redução da QV no grupo estudado. O baixo escore obtido no domínio Autonomia pode estar ligado à relação superprotetora dos pais e à dificuldade em reconhecer que o filho tem capacidades semelhantes ou mesmo iguais aos de outras crianças sãs. Uma QV satisfatória na criança com CC pode estar relacionada a mecanismos de adaptação à doença. 93 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-006 - MEMORY BOX: CONTRIBUIÇÕES PARA O CUIDADO NEONATAL E PEDIÁTRICO ANA IZABEL JATOBÁ DE SOUZ; SOLIANE SCAPIN; LORRAINE ABDALLA ALVES; PATRICIA KUERTEN ROCHA; JANE CRISTINA ANDERS UFSC INTRODUÇÃO: Para que o enfrentamento da hospitalização infantil seja positiva e benéfica a comunicação e vínculo da equipe cuidadora com a família e a criança é de fundamental importância. Por isso, uma forma de proporcionar o cuidado tanto no momento da hospitalização quanto na etapa final da vida é a utilização da Memory Box. A Memory Box é uma forma de guardar lembranças e promover a comunicação, criando vínculo. Ela possui o significado de uma caixa de memórias, onde são depositados conteúdos que podem variar dependendo das características das famílias. Os estudos sobre a Memory Box são predominantemente de origem internacional, ressaltando a importância do aprofundamento da temática em nossa cultura. OBJETIVO: Analisar como a Memory Box pode ser utilizada, como uma tecnologia para o cuidado pediátrico e neonatal, na perspectiva da equipe de enfermagem. METODOLOGIA: Estudo descritivo exploratório, quantitativo, tipo survey transversal, com amostra de 143 profissionais de enfermagem de um Hospital Pediátrico de Santa Catarina. Critérios de inclusão: profissionais em atuação nas unidades selecionadas e que estavam disponíveis a assistir a explicação acerca da Memory Box e responder o questionário. Critérios de exclusão: profissionais em férias, licença de qualquer natureza ou atestado médico. Período da coleta: Agosto à Outubro de 2013. Os dados foram analisados utilizando estatística simples, exploratória, e teste nãoparamétrico, adotando nível de significância de pe#8804;0,05, para analisar se ouve significância estatística utilizou-se teste Chiquadrado. Este estudo foi submetido ao Comitê de Ética, sendo aprovado e obtendo parecer CAAE 15296413.1.0000.0121. RESULTADOS: Verificou-se que 86% dos profissionais consideraram a Memory Box um instrumento interessante de se utilizar em unidades pediátricas e neonatais, e 88,1% acreditam que ela é uma forma de prestar cuidado individualizado e diferenciado para a criança e família. Ainda, observado que 75,5% dos participantes acreditam que a aplicação da Memory Box necessita de treinamento, sendo que 85,3% o fariam. Relacionado à aplicação, 84,6% dos profissionais aplicariam ou auxiliariam na aplicação. Ainda, se observou a ausência de tecnologia para lidar com a família e a criança quando 75,5% responderam que nunca utilizaram tecnologia semelhante para trabalhar a hospitalização e 84% afirmaram que não utilizam nenhum instrumento para trabalhar com a morte. Constatou-se também que a Memory Box contribui para o processo de comunicação entre a equipe e a família. Percebeu-se a Memory Box como forma de aproximar a família durante a hospitalização, contribuindo para a criação de vínculo. CONCLUSÃO: A Memory Box é uma tecnologia que contribui no processo de estabelecimento da comunicação entre os profissionais e familiares de crianças hospitalizadas ou em situações críticas de saúde. Demonstrando que a Enfermagem tem a preocupação de prestar um cuidado diferenciado à criança/neonato e sua família, reconhecendo os benefícios do cuidado centrado no binômio criança-família, bem como, a importância da presença integral da família no ambiente hospitalar. Inovar na condução desse enfrentamento juntamente com a equipe mostrou-se possível e bem aceito. 94 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-007 - FATORESINTERVENIENTES DO CUIDADO HUMANIZADO EM ENFERMAGEM PEDIÁTRICA PATRÍCIA DIAS DA ROCHA; KARIN ROSA PERSEGONA OGRADOWSKI; LEANDRO ROZIN; GRACIELE DE MATIA FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE INTRODUÇÃO: O processo relativo à humanização da assistência de enfermagem em âmbito hospitalar é algo que vem sendo bem trabalhado, entretanto, em toda esta trajetória existe um foco voltado à assistência humanizada ao paciente, porém pouco direcionada á trajetória que o prestador desta assistência percorre até chegar ao objetivo. O estudo desta temática se deu pela observação da importância de ser trabalhado o profissional para a assistência humanizada, verificando que direcionando a qualidade ao profissional existirá a possibilidade, deste como um ciclo, passar esta qualidade ao cliente. A questão que norteou esta pesquisa foi: Existem fatores intervenientes na prestação da assistência humanizada em hospital pediátrico na visão dos profissionais de enfermagem? OBJETIVOS: Identificar junto à equipe de enfermagem se existem fatores intervenientes implícitos na prestação da assistência humanizada em hospital pediátrico, e categorizar os fatores intervenientes na prestação da assistência humanizada, a partir das expressões da equipe de enfermagem. METODOLOGIA: A pesquisa apresenta uma abordagem qualitativa do tipo exploratório descritivo, sendo realizada com 25 profissionais de enfermagem, atuantes em unidade de terapia intensiva (UTI) e enfermaria cardíaca. Os critérios de inclusão foram: Ser profissional de enfermagem, atuante em UTI ou enfermaria, que aceitassem participar da pesquisa, perante o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. E os critérios de exclusão foram os que não atendem aos critérios de inclusão. A coleta de informações foi realizada a partir de entrevista semi-estruturada gravada. Foram respeitados os aspectos éticos envolvendo pesquisas com seres humanos especificados pela resolução 196/96 do conselho nacional de saúde. Resultados: As análises foram feitas a partir da divisão das falas dos sujeitos, em 3 categorias e 10 subcategorias(1). DISCUSSÃO: A humanização na assistência ocorre por envolvimento de alguns fatores: O reconhecimento ao profissional (2), relacionamento interpessoal multiprofissional adequado (3), e dimensionamento adequado de profissionais, que contribui para a prestação de uma assistência humanizada (4). CONCLUSÃO: Os profissionais têm conhecimento em relação á assistência humanizada, e fazem o possível para passar isso ao cliente, sem dissociar o familiar, porém apresentam dificuldades relevantes, principalmente em ambiente de UTI, abordando diversos aspectos a serem trabalhados, juntamente com a solução destes. 95 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-008 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA VIOLÊNCIA PRATICADA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO MUNICÍPIO DE FORTALEZA - CEARÁ KELCIONE PINHEIRO LIMA; VERÔNICA PEREIRA LOPES; SAMIRA ROCHA MAGALHÃES; ANTÔNIA TAVARES MACIEL UNIVERSIDADE DE FORTALEZA; HOSPITAL DR FERNANDES TÁVORA; UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ INTRODUÇÃO: A violência contra crianças e adolescentes acompanha a trajetória da Humanidade, manifestando-se de múltiplas formas, nos diferentes momentos históricos e sociais. É considerada um dos maiores desafios para as autoridades de saúde pública, por afetar a saúde física, mental e emocional, e quanto mais tempo é perpetuada mais se agrava, deixando maior número de sequelas. Diante dessa gama de violência os direitos desse grupo foram garantidos na constituição da república federativa do Brasil em 1988 e regulamentada em 1990, pela Lei 8.060 denominado Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA); A vigilância da aplicação do ECA é realizada pelos conselhos tutelares e são alimentados pelo Sistema de Informação para a Infância e Adolescência(SIPIA). OBJETIVO: Traçar o perfil epidemiológico da violência praticada contra crianças e adolescentes através do SIPIA, que nos permitirá conhecer a situação da violação de direitos da criança e do Adolescente no Ceará e no município de Fortaleza. METODOLOGIA: Estudo epidemiológico descritivo, relacionado aos dados de violação dos direitos da infância e adolescência, disponibilizados pelo SIPIA do Ministério da Justiça, referente ao período de 2010 a 2014. Por tratar-se de dados agrupados não houve necessidade do estudo ser submetido à aprovação do comitê de ética, por não haver personalização das vítimas e dos agressores. RESULTADOS: Foi identificado no Ceará que as violações mais presentes foram em crianças (41,8%) do sexo masculino (50,6%); O direito violado de mais ocorrência foi convivência familiar e comunitária (53,6%), seguido de liberdade, respeito e dignidade com (35,1%); Já em Fortaleza mostrou a convivência familiar e comunitária (40%) com maior número de casos, seguido de liberdade, respeito e dignidade (26,3% ) e educação, cultura, esporte e lazer (24,2% ) ; O Agente violador mais importante no Ceará foi a família sendo a mãe (38,94% ) e o pai ( 21%) os principais; em Fortaleza os ambulatórios públicos foram os que mais violaram os direitos desse grupo com( 15,7%). CONCLUSÃO: Através da análise das tabelas foi possível destacar a família como principal agente violador, as principais causas dessa situação são falta de condições em mantê-los e os conflitos no seio familiar, tornando vulneráveis as suas condições de crescimento e desenvolvimento. As informações lançadas no portal SIPIA mostraram que a sub notificação é uma realidade e que o enfrentamento da mesma vem se tornando um desafio para o Brasil. O Profissional de saúde torna-se de grande importância na identificação de situações de violências ou em condições que indiquem a possibilidade de acontecer. A notificação de maus tratos ainda é pouco discutida nos estabelecimentos de saúde, sendo necessária a capacitação e orientação de profissionais quanto à identificação e notificação de registros de violências praticadas contra crianças e adolescentes. 96 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-009 - DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM À CRIANÇAS PORTADORAS DE CARDIOPATIA CIANOGÊNICA SOB A PERSPECTIVA DA ENFERMAGEM HUMANÍSTICA KARIN ROSA PERSEGONA OGRADOWSKI; LARISSA SYDOR VICTOR; JULIANA OLLÉ MENDES DA SILVA; VERA LÚCIA DOS ANJOS; ERINEIDE APARECIDA NEVES FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE; HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE INTRODUÇÃO: Cardiopatia congênita é a definição de uma anormalidade cardiovascular estrutural ou funcional presente no nascimento, mesmo quando seu diagnóstico ocorre muito mais tarde (BONOW et al., 2013).A Enfermagem em Cardiologia e o cuidado com crianças com cardiopatias cianogênicas (as que tem a cianose como sintoma) é de extrema importância, visto que é responsabilidade do profissional enfermeiro a garantia de que as informações que serão obtidas no levantamento do histórico sejam condizentes com a situação de saúde atual do paciente, além do levantamento dos diagnósticos de enfermagem para a efetividade do cuidado. A enfermagem tem como essência o cuidado integral e humanizado, efetivado através das etapas do processo de enfermagem, instrumento de trabalho que sistematiza a ações através da interseção teoria-pesquisa-prática. A identificação de diagnósticos precisos precede as etapas que concretizam as ações de cuidar com efetividade. Desta forma, identificar diagnósticos de enfermagem segundo NANDA (2013) e elencar os prevalentes neste contexto específico de cuidados contribui para o aprimoramento do cuidado de enfermagem e a visibilidade da profissão no contexto intensivo. OBJETIVOS: O presente estudo teve como objetivos determinar os diagnósticos de enfermagem à criança portadora de cardiopatia cianogênica à luz da teoria de Paterson e Zderad no período pós-operatório imediato e evidenciar os diagnósticos de enfermagem prevalentes. MÉTODO: Estudo de abordagem qualitativa e quantitativa, realizado por meio das etapas do Método PesquisaCuidado (NEVES e ZAGONEL, 2006), tendo como participantes cinco crianças portadoras de cardiopatia cianogênica no pósoperatório imediato, na Unidade de Terapia Intensiva Cardiológica de um hospital infanto juvenil de grande porte em CuritibaPR. Os dados foram coletados entre dezembro de 2014 e janeiro de 2015 e analisados com olhar no referencial teóricometodológico e pela efetivação do processo de enfermagem aos participantes do estudo, com ênfase na etapa de diagnóstico de enfermagem segundo a classificação diagnóstica de NANDA (2013). RESULTADOS: O método utilizado permitiu identificar trinta e um (31) diagnósticos de enfermagem à criança portadora de cardiopatia cianogênica e seus pais no período pósoperatório imediato. Destes, oito (8) foram identificados em todos os participantes do estudo; seguido de quatro (4) identificados em quatro (4) participantes do estudo e outros três (3) identificados igualmente em três participantes do estudo. CONCLUSÃO: Desta forma conclui-se que foi possível efetivar todo o caminho metodológico estabelecido, na perspectiva de pesquisar-cuidar de crianças portadoras de cardiopatia cianogênica e sua família, atendendo aos objetivos delineados. Os resultados obtidos tornam-se subsídios importantes para outras pesquisas relacionadas ao tema, evidenciando a busca constante da enfermagem pela excelência no cuidado. 97 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-010 - DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM A NEONATOS E LACTENTES PORTADORES DE ANOMALIAS GASTROINTESTINAIS COM INDICAÇÃO CIRÚRGICA À LUZ DE PATERSON E ZDERAD KARIN ROSA PERSEGONA OGRADOWSKI; CARLA VANESSA ANGELONI FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE; HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE As anomalias gastrointestinais ocupam a oitava posição entre as malformações identificadas ao nascimento, no Brasil (BRASIL, 2012). Nesta perspectiva, torna-se foco de atenção à equipe de saúde, em especial a enfermagem, pois exige um cuidado humanizado e peculiar, por se tratar de uma condição que determina a realização de procedimento cirúrgico para o adequado manejo, na grande maioria dos pacientes. A enfermagem tem como essência o cuidado integral e humanizado, efetivado por meio das etapas do processo de enfermagem, instrumento de trabalho que sistematiza a ações com cientificidade. A identificação de diagnósticos precisos precede as etapas que concretizam as ações de cuidar com efetividade. Desta forma, identificar diagnósticos de enfermagem segundo NANDA (2013) e elencar os prevalentes neste contexto específico de cuidados contribui para o aprimoramento do cuidado de enfermagem e a visibilidade da profissão no contexto da neonatologia. Desta forma o presente estudo teve como objetivos determinar os diagnósticos de enfermagem ao neonato e lactente portador de anomalia gastrointestinal com indicação cirúrgica à luz de Paterson e Zderad no período pré e pós-operatório e elencar os diagnósticos de enfermagem prevalentes. Estudo de abordagem quantitativa e qualitativa, prospectivo, realizado por meio das etapas do Método Pesquisa-Cuidado (NEVES e ZAGONEL, 2006). Os participantes foram oito neonatos e lactentes portadores de anomalia gastrointestinal com indicação cirúrgica na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) de um hospital infanto juvenil de grande porte em Curitiba-PR. Os dados foram coletados entre fevereiro e abril de 2014 e analisados com olhar no referencial teórico-metodológico e pela efetivação do processo de enfermagem aos participantes do estudo, com ênfase na etapa de diagnóstico de enfermagem segundo a classificação diagnóstica de NANDA (2013). A metodologia utilizada permitiu, através da relação dialógica e da presença autêntica, identificar dezessete (17) diagnósticos de enfermagem ao neonato e lactente portador de anomalia gastrointestinal no período pré e pós-operatório e seus pais. Destes, quatorze (14) prevaleceram, sendo identificados em todos os participantes do estudo; seguido de um (1) identificado em cinco (5) participantes do estudo e outros dois (2) identificados igualmente em seis participantes do estudo. Desta forma conclui-se que foi possível efetivar todo o caminho metodológico estabelecido, na perspectiva de pesquisar-cuidar de neonatos e lactentes portadores de anomalias gastrointestinais com indicação cirúrgica e sua família, atendendo aos objetivos delineados. Os resultados obtidos tornam-se subsídios importantes para outras pesquisas relacionadas à temática, evidenciando a busca constante da enfermagem pela excelência no cuidado. Descritores: Teoria de Enfermagem; Cuidados de Enfermagem; Recém-nascido; Anomalia Congênita. 98 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-011 - O CUIDADO DE ENFERMAGEM EM CRIANÇA COM BRONQUITE PLÁSTICA FRENTE AO USO DA TEORIA DE ENFERMAGEM DE KING: RELATO DE EXPERIÊNCIA LUANA TONIN; MARIA EDUARDA LUCA ALVES WUICIK; LEANDRO ROZIN FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE INTRODUÇÃO: A bronquite plástica (BP), também conhecida como bronquite fibrinosa ou pseudomembranosa, ou ainda molde brônquico, concebe a presença de secreção brônquica que evolui com a moldagem dos brônquios (EBERLEIN; DRUMMOND et al., 2008). O molde brônquico geralmente está associado a transtornos de hipersecreção brônquica difusa, asma, bronquiectasias, mucoviscidose, aspergilose, pneumonia, patologias cardíacas e outros (LIS; JAROSZ, 2013). Embora a BP seja uma causa rara de obstrução das vias aéreas, a taxa de mortalidade é alta (de até 50%), mais frequentemente vista em crianças com cardiopatia congênitas (CC) submetidas à cirurgia cardíaca (LIS; JAROSZ, 2013). O tratamento da mesma consiste no controle das patologias que causem o molde brônquico. A terapia sintomática tem como objetivo adotar medidas para a eliminação dos moldes (GARCIA; SILVA JUNIOR et al, 2009). Atualmente esta se fazendo o uso de heparina inalatória (MADSEN; SHAH, 2005). OBJETIVO: Desta forma este estudo tem como objetivo relatar o cuidado de enfermagem baseado na Teoria de King frente ao uso de heparina inalatória em criança portadora de BP. MATERIAL E MÉTODOS: O presente estudo trata-se de um relato de experiência de natureza descritiva, com abordagem qualitativa, realizado em campo de atividade prática de um Programa de Residência em Enfermagem em Saúde da Criança e do adolescente em um Hospital Pediátrico de grande porte no Brasil no ano de 2014. RESULTADOS: O uso das Teorias de Enfermagem frente ao cuidado de Enfermagem e ao Processo de Enfermagem, possibilita avaliar um conjunto de conceitos interelacionados sobre uma forma sistemática de ver os fatos pela finalidade de prever os possíveis acontecimentos embasando cientificamente o respectivo cuidado (GORGE et al., 2000). Neste estudo observou-se pela Teoria de King, a saúde entendida como experiência dinâmica que implica em ajustes constantes aos estressores no ambiente externo (uso da heparina inalatória) e aos estressores internos (patologia-BP). Com o enfoque do processo de trabalho na interação da criança com o seu ambiente ajudando a manter a sua saúde, levando-se em consideração o crescimento e desenvolvimento infantil, imagem corporal, espaço, tempo e os sistemas interpessoais. CONCLUSÃO: Neste ínterim o cuidado embasado na Teoria de Enfermagem-King, mostra uma enfermagem preocupada com a criança, interagindo com o seu ambiente de maneira que levam a autopreenchimento e à manutenção da saúde. Um enfoque na percepção do estado de saúde e a sua capacidade de adaptar-se as adversividades e usar os recursos para atingir um potencial de vida diária. Referências: EBERLEIN, M. H.; DRUMMOND, M.B., HAPONIK, E.F. Plastic bronchitis: a challenge. Rev. Am J Med Sci.; 335(2):1639, 2008. GARCIA. E. , FERREIRA DA SILVA JUNIOR, A., SCHORR, F., HOTA, M., GONDIM BRIZZI, R., BARRETO DA SILVA, A. Molde brônquico devido ao uso de interferon peguilado e ribavirina. Rev. J Bras Pneumol. 35(7):713-716, 2009. GORGE, J.B e colaboradores. Teorias de Enfermagem. Os fundamentos à prática profissional. Editora Artmed. Porto Alegre, 2000. LIS, G., CICHOCKA-JAROSZ, E., JEDYNAK-WASOWICZ, U., GLOWACKA, E. Tratamento adjuvante com nebulização salina hipertônica em uma criança com bronquite plástica após a operação de Glenn. Rev. J Bras Pneumol. 35(7):713-716, 2009. MADSEN, P, SHAH, S. A., RUBIN, B.K. 99 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-012 - PROGRAMA EDUCATIVO PARA REDUÇÃO DE RUÍDOS EM UTI NEONATAL BASEADO NA TEORIA DE ALCANCE DE METAS DE KING JOELIZE STANOGA; DÉBORA MAKUCH; JULIANA SILVA; DAIANA PAULA FPP Ao longo dos anos a implantação de Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) aliada aos avanços técnico-científicos contribui para o reestabelecimento da saúde dos recém-nascidos, garantindo assim uma maior sobrevida, porém a alta complexidade de procedimentos e tecnologias empregadas na recuperação dos neonatos resulta em condições ambientais com intensa estimulação sensorial, destacando-se os níveis de ruídos incompatíveis com o bem-estar dos recém-nascidos, profissionais e familiares que se encontram inseridos nesse contexto. Mesmo sendo o assunto debatido há décadas ainda constitui como uma preocupação no âmbito hospitalar e, a aplicação de um programa educativo à luz do processo de interação humana proposto por King poderá gerar a sensibilização necessária para conscientizar os profissionais no que condiz à redução de ruídos, impactando diretamente na melhor qualidade assistencial ao recém-nascido além da melhor qualidade de vida dos profissionais envolvidos. Os objetivos deste estudo foram levantar o conhecimento da equipe multidisciplinar diante da presença de ruídos em uma UTIN, mensurar o nível de ruídos nesta unidade antes e após a aplicação de um programa educativo e avaliar a eficácia de um programa educativo para a redução de ruídos na UTIN baseado no Processo de Interação Humana da Teoria de Alcance de Metas de King. A pesquisa foi realizada por meio do método exploratório-descritivo com abordagem quantitativa; participaram desse estudo 36 profissionais de uma UTIN de grande porte da cidade de Curitiba, sendo o projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Abril/2014, sob CAAE 28686514.2.0000.5580 e parecer nº 615.006. A pesquisa se deu em quatro etapas, sendo respectivamente: mensuração dos ruídos na UTIN pré-programa educativo; aplicação de questionário estruturado centrado no conhecimento e percepção sobre os ruídos; a aplicação do programa educativo, que percorreu as etapas de interação humana proposta por King; e a mensuração dos ruídos pós-programa educativo. Apesar de a equipe possuir o conhecimento dos ruídos e seus efeitos, ainda assim foram constatados níveis acima dos valores preconizados pelas legislações vigentes. A aplicação de um programa educativo é uma estratégia capaz de gerar a sensibilização necessária para a redução de ruídos na UTIN; utilizar uma teoria de enfermagem aliada a esse programa se mostra mais eficaz no que se refere ao cuidado com enfoque holístico e humanizado ao paciente, tão almejado pelo enfermeiro. É importante destacar que a aplicação do programa educativo é um cuidado a ser adotado continuamente e apenas sua aplicação não é suficiente; devem ser levadas em consideração melhorias e adequações arquitetônicas da unidade, a aquisição de aparelhos e equipamentos menos ruidosos, a manutenção preventiva desses equipamentos, assim como a elaboração de normas e protocolos institucionais focados no tema, possibilitando assim a sensibilização profissional necessária para favorecer um ambiente acusticamente saudável. 100 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-013 - DIÁLOGOS AO LONGO DO PRÉ-NATAL CARLA REGINA DE ALMEIDA CORRÊA; AMANDA DE ASSUNÇÃO LINO; BIANCA ROYANA PEREIRA DE OLIVEIRA; SARA EDUARDA DE MORAES; FLÁVIA CORRÊA PORTO DE ABREU; JAMILE CLARO DE CASTRO BUSSADORI; MONIKA WERNET UFSCAR INTRODUÇÃO: A promoção a saúde, a proteção ao desenvolvimento infantil e a valorização e qualificação das relações de cuidado, são ações de prioridade entre as recomendações da agenda em saúde no Brasil. O pré-natal constitui-se como período estratégico para realizar tais recomendações, sendo que criar e implementar grupos de diálogo com gestantes, constitui-se como uma das ferramentas utilizadas para efetivação destas premissas. OBJETIVO: Compreender a influência de tecnologia leve (diálogos) no período pré-natal na experiência de parir e nas práticas de cuidado parental nos primeiros quatro meses após o nascimento da criança. MÉTODO: Trata-se de estudo exploratório, de caráter qualitativo, cujo referencial teórico e metodológico é a hermenêutica filosófica de Gadamer. O mesmo está em andamento, com resultados parciais que derivam de entrevistas em profundidade com quatro mulheres. Houve aprovação junto a um comitê de ética em pesquisa sob o parecer de número 957.814. RESULTADOS: Os resultados vêm evidenciando que a tecnologia leve, na forma de diálogos, contribui para que as mulheres sintam-se mais seguras, tranquilas e com maior autonomia no processo de parir e de cuidado a criança. A caracterização do impacto desta tecnologia leve no desenvolvimento deste estudo ocorre através dos temas revelados: “Autonomia e processo de parir”, “Autonomia e maternagem” e “Ampliação e visibilidade da rede social”. CONCLUSÃO: O grupo é espaço de troca de conhecimentos e vivências entre pessoas e, por meio do diálogo, podem ocorrer transformações das concepções prévias relativas à experiência de parir e práticas de cuidado à criança. Isto ocorre em função da participação, onde há contato (in)direto com outras pessoas da comunidade, conhecidas ou desconhecidas anteriormente, as quais tem potencialidade de vir integrar sua rede social, bem como veiculam conhecimentos da rede de atenção à saúde. Assim, a tecnologia leve ‘diálogos’ traz fortes indícios de constituir-se em espaço de desenvolvimento da autonomia da mulher, com contribuição à sua saúde e de sua família. 101 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-014 - TRATAMENTO DE FERIDA COM EXTRATO DE CALENDULA OFFICINALIS A 2% EM NEONATOS COM ONFALOCELE E GASTROSQUISE AMANDA ZIEMER; ALEXANDRA LENZI; IVANIA CREMONINI; HARLI PASQUINI; ARIANE BERNARDES; FRANCIELE FREITAS; MARCELO BUZZI; MARIENI RICIERI HOSPITAL PEQUENO PRINCIPE, PHYTOPLENUS BIOATIVOS S/A INTRODUÇÃO: A onfalocele é a herniação dos órgãos abdominais na inserção umbilical, resultante da má formação da parede abdominal. A gastrosquise se diferencia da onfalocele devido a presença do saco embrionário recobrindo as vísceras. Em ambas as patologias há a necessidade de intervenção cirúrgica para correção da deformidade, seguido de tratamento da pele lesionada decorrente da extensão da ferida operatória, precisando, desta forma, utilizar produtos/curativos específicos para cicatrização da pele. Normalmente, este processo de cicatrização pode levar meses até a sua resolução, podendo ocorrer deiscências de repetição. O tratamento dessas feridas pode ser por meio de curativos especiais industrializados e, como alternativa, produtos fitoterápicos, como o extrato de calêndula a 2% (Calendulaofficinalis L.). OBJETIVO: descrever dois tratamentos de sucesso (onfalocele e gastrosquise) referente ao tempo de resposta reduzido e efetividade da cicatrização. MÉTODO: Foram acompanhados dois recém-nascidos prematuros, um deles com diagnóstico de onfalocele gigante (37 semanas), íntegra e com vísceras em seu interior; e outro (35 semanas) com gastrosquisevolumosa com edema e sangramento ativo em alças intestinais, internados na UTI neonatal do Hospital Pequeno Príncipe, no período desetembro a novembro de 2014. Os pacientes foram submetidos ao uso de extrato de calêndula 2% spray (Phytoplenus®). O uso do produto consistiu, inicialmente, em limpar o leito da lesão com SF 0,9% deixando secar por 2 minutos. Na sequência, borrifou-se sobre a ferida de 2 a 3 vezes o extrato de calêndula, de acordo com a área lesionada, deixando secar por 2 a 5 minutos. Ao final, cobriu-se a ferida com gaze e atadura. A periodicidade desse procedimento foi de 2 vezes ao dia. RESULTADOS E DISCUSSÃO: No paciente com gastrosquise, devido ao volume das vísceras foi necessário realizar uma fascectomia bilateral de aproximadamente 6cm cada. Desta forma 3 incisões cirúrgicas foram tratadas com a calêndula. O paciente com onfalocele tinha uma área tecidual exposta de aproximadamente 20cm.Para ambas as enfermidades, a ferida demonstrou uma melhora progressiva onde, respectivamente, no 16º e 10º dia de tratamento houve crescimento de tecido epitelial na borda da ferida; no 30º e 21º dia, grande aumento dos tecidos epiteliais e granulares com diminuição e cessação do exsudato, respectivamente; no 42º e 52º dia de tratamento, ambas as feridas apresentavam-se cicatrizadas. Anterior ao uso de extrato de calêndula, os pacientes haviam utilizado o tratamento padrão com curativo de hidrofibra a base de prata. A efetividade do tratamento se deu devido as ações antitumoral, analgésica, antiinflamatória e cicatrizante da Calendulaofficinalis, atribuídas aos compostos bioativados como saponinas, terpenos, flavonoides, cumarinas, óleos essenciais, hidrocarbonetos, ácidos graxos, entre outros, bem como à extração de alta qualidade do composto (Phytoplenus®). Pacientes com lesão de pele extensas como ferida pós operatória de gastrosquise e onfalocele, principalmente em recém-nascidos prematuros, geralmente demandam tempo prolongado de tratamento. Nos casos relatados, a cicatrização rápida e efetiva foi o resultado de maior relevância. CONCLUSÃO: A Calêndula Phytoplenus® mostrou-se um medicamento fitoterápico efetivo e seguro na cicatrização de feridas complexas como a onfalocele e a gastrosquise em neonatos prematuros. 102 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-015 - COMUNICAÇÃO DE EVENTOS ADVERSOS EM UNIDADES DE EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA ANA IZABEL JATOBÁ DE SOUZA; TAÍSE ROCHA MACEDO; PATRICIA KUERTEN ROCHA; JANE CRISTINA ANDERS; ANDREIA TOMAZONI UFSC INTRODUÇÃO: O dinâmico e complexo contexto da produção de cuidados de saúde oferece riscos ao paciente de ordem física, social ou psicológica que podem prejudicar a segurança do paciente. Esses riscos, quando se transformam em incidentes que geram alguma lesão ao paciente, são chamados de eventos adversos. Dados internacionais apontam que diariamente entre 2,9 e 16,6% dos pacientes internados são acometidos por eventos adversos tais como: complicações peri e pós-operatórias, erros de medicações, queda do leito, infecções relacionadas ao cuidado em saúde, dentre outros. Nas unidades pediátricas, a ocorrência de eventos adversos torna-se mais frequente devido às peculiaridades destes pacientes e podem ser mais graves quando comparado aos adultos, devido à imaturidade funcional e pela dificuldade de detecção dos eventos neste grupo. OBJETIVO: Avaliar o número de eventos adversos comunicados pelos profissionais de enfermagem de unidades de emergência pediátrica de Hospitais Públicos da Grande Florianópolis/ SC. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo exploratório, de cunho quantitativo, do tipo survey transversal, realizado em três unidades de emergência pediátrica da Grande Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. A amostra do estudo foi intencional, não probabilística, sendo composta por 75 profissionais da equipe de enfermagem. Critérios de inclusão: ser enfermeiro, técnico ou auxiliar de enfermagem e estar no exercício de suas funções nas emergências pediátricas no período da coleta de dados; profissionais admitidos e lotados no setor a mais de 2 meses e, realizar a devolução do instrumento de coleta de dados preenchido. A coleta dos dados aconteceu entre os meses de Setembro e Novembro de 2014, por meio da aplicação do instrumento Hospital Survey on Patient Safety Culture (HSOPSC). Para a análise dos dados inicialmente tabulou-se todas as respostas obtidas dos instrumentos originais em planilha Microsoft Excel, sendo posteriormente submetidos à análise descritiva. As questões éticas seguiram a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, sendo aprovado sob o protocolo 35231514.1.0000.5361. RESULTADOS: A notificação de eventos adversos no âmbito do sistema de saúde brasileiro é realizada de forma espontânea pelo profissional de saúde. Neste sentido, os dados apontam que independente da categoria profissional, os eventos adversos foram poucas vezes notificados pelos participantes do estudo ao longo dos últimos doze meses, quando 34 participantes (45%) não realizaram nenhuma notificação, 26 (35%) notificaram até dois eventos, 12 (16%) de três a cinco eventos, e apenas três (4%) participantes notificaram de 6 a 21 eventos adversos no último ano. Outra informação importante, é que independente da categoria profissional dos participantes, o número de eventos comunicados permaneceu reduzido, quando 12 (71%) enfermeiros, 32 (80%) dos técnicos de enfermagem e 16 (89%) dos auxiliares de enfermagem notificaram de zero a dois eventos adversos nos últimos anos. CONCLUSÃO: Estimular a discussão a respeito da temática, aperfeiçoar o sistema de notificação de eventos adversos nos serviços de saúde é fundamental para melhorar as questões que envolvem a segurança do paciente. Ampliar o número de eventos notificados é imprescindível, uma vez que a investigação destes relatos permite direcionar ações que geram mudanças sistêmicas e previnem a ocorrência de eventos adversos. 103 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-016 - DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIAS CARDÍACAS PEDIÁTRICAS JULIANA OLLÉ MENDES DA SILVA; JULLIANA RITA ALMEIDA SILVA; DÉBORA MARIA VARGAS MAKUCH; FRANCINE DUTRA MATTEI; GRACIELE MATIA; KARIN ROSA PERSEGONA OGRADOWSKI FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE; HOSPITAL INFANTIL WALDEMAR MONASTIER INTRODUÇÃO: Ao abordar o pós-operatório das cardiopatias congênitas, não se pode deixar de citar a importância do diagnóstico precoce. A rotina na suspeita de doença cardíaca congênita começa mediante a história e exame físico dirigidos. Para auxiliar o enfermeiro a tomar decisões e planejar e avaliar o cuidado enfermeiro faz-se uso da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), por meio das etapas do Processo de Enfermagem (PE), que funciona como um instrumental tecnológico e/ou um modelo metodológico para o cuidado científico e profissional de enfermagem. Os objetivos desta pesquisa foram identificar o perfil sócio demográfico e de saúde da criança submetida ao ato cirúrgico; desenvolver o processo de enfermagem relacionando os diagnósticos de enfermagem à criança no pós-operatório de cirurgias cardíacas, ressaltando os fatores relacionados e características definidoras, segundo a classificação de NANDA 2012-2014. Método: A metodologia aplicada foi de natureza qualitativa por meio do método exploratório-descritivo. A coleta ocorreu através de um instrumento contendo as fases do Processo de Enfermagem: Histórico, Diagnóstico de Enfermagem (DE), Planejamento, Implementação e Avaliação dos resultados. Resultados: Participaram treze (13) crianças de ambos os sexos, internados em Unidade de Terapia Intensiva Cardiológica. Da totalidade, sete (7) eram do sexo feminino e seis (6) do sexo masculino. A faixa etária variou de 8 dias à 13 anos e 4 meses, sendo que nove (9) estavam entre 0 (zero) à 5 (cinco) anos. Em relação aos procedimentos cirúrgicos, é notável a disparidade entre eles, sendo as de maiores ocorrências Jatene, Correção Total e Bandagem da Artéria Pulmonar. De acordo as cardiopatias apresentadas pelas crianças do estudo e por conseguinte, com o levantamento dos problemas apresentados, foram elaborados Diagnósticos de Enfermagem relacionados a este contexto. Os DE com maior prevalência foram: Risco de função hepática prejudicada, Risco de perfusão gastrintestinal ineficaz, Risco de perfusão renal ineficaz, Risco de perfusão tissular cardíaca diminuída, Risco de perfusão tissular cerebral ineficaz, Disposição para a paternidade ou maternidade melhorada, Risco de perfusão tissular periférica ineficaz, Risco de Infecção, Risco de aspiração, Risco de Integridade da pele prejudicada, Risco de sangramento, Padrão respiratório ineficaz, Troca de gases prejudicada, Ventilação espontânea prejudicada, Risco de desequilíbrio na temperatura corporal. CONCLUSÃO: Fazendo uso das etapas do PE o enfermeiro identifica as demandas de cuidado, sendo capaz de planejar o cuidado integral aos indivíduos em foco, com vistas ao bem estar, à humanização, sempre com a expectativa de melhora da qualidade de vida. Acredita-se que estudos como esse sejam essenciais para alcançar a excelência no Cuidado de Enfermagem prestado não somente à clientela participante desta pesquisa, mas também aos demais pacientes/clientes, familiares e comunidades que compõem os inúmeros cenários de atuação do Enfermeiro. Além disso, espera-se com este estudo incrementar e instigar as pesquisas relacionadas ao uso de uma das maiores e mais importantes ferramentas da prática do Enfermeiro, a Sistematização da Assistência de Enfermagem. 104 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-017 - USO DE PORTFOLIO POR ALUNOS DE CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM EM SETORES PEDIATRICOS NADINE DE BIAGI ZIESEMER; EDIVANE PEDROLO; JOSIANE BERNARD DA SILVA FERLA; MARGARETH VOIGT MACHADO; MARIA ANGÉLICA PINTO NUNES; RADAMÉS BOOSTEL; RAYMUNDA VIANA AGUIAR; TANGRIANE HAINISKI RAMOS MELEK; TELMA PELAES DE CARVALHO; RUBENS GOMES CORRÊA INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ INTRODUCÃO: O presente trabalho trata-se de um relato de experiência na formação técnica em enfermagem, nas áreas de organização do processo de trabalho e saúde da criança, utilizando como ferramenta avaliativa o Portfólio. Este representa um instrumento de desenvolvimento da capacidade de reflexão, que é constituído por um conjunto coerente de documentação, refletidamente selecionada, significativamente comentada e sistematicamente organizada e contextualizada no tempo. Portanto, trata-se de uma produção individual e singular na qual o educando é permanentemente incluído no processo avaliativo (FRIEDRICH ET AL, 2010). Trata-se de abordagem avaliativa de base sociocultural na qual o centro da educação deixa de ser o professor e seus conteúdos curriculares e passa a ser o aluno que assume posição ativa neste processo, de forma criativa e curiosa. Estudo realizado por Rodrigues (2012) envolvendo o uso do Portfólio no ensino de enfermagem, aponta que a estratégia possibilita comprometimento e reflexão sobre a prática; diminuição da ansiedade pela avaliação processual; relação professor/aluno horizontal, sendo o aluno instrumentalizado para a tomada de decisão; possibilidade de avaliação formativa e somativa; e reconhecimento pelo aluno da construção de sua aprendizagem e proposição de estratégias de superação dos problemas. Ainda ressalta que para o sucesso da ferramenta Portfólio, faz-se necessário que alunos e professores tenham clareza quanto aos objetivos da aprendizagem. OBJETIVOS: Descrever como se deu a utilização do Portfólio como ferramenta avaliativa no Curso Técnico em Enfermagem durante o estágio de Organização do Processo de Trabalho em Enfermagem nos setores de pediatria. MATERIAL E MÉTODO: a construção do Portfólio teve duração de seis meses, neste período o aluno estagiou em setores de pediatria clínica e cirúrgica e produziu com o apoio de um professor orientador, por meio de encontros semanais, um Portfólio estruturado a partir de um roteiro pré-estabelecido. Este serviu como um guia flexível, que tinha como função indicar temáticas/áreas que deveriam ser contempladas nas observações de campo e de reflexão teórica nesta construção. Era composto pelos seguintes itens: Levantamento de normas utilizadas na sua unidade de trabalho; Estrutura física; Equipe de enfermagem; Processo de trabalho de enfermagem; Registros de enfermagem e prontuário do paciente; Características e finalidades do serviço e do setor, Sistematização da Assistência de Enfermagem; Grau de risco e condições de trabalho da equipe de enfermagem; e Educação em serviço. CONCLUSÃO: O trabalho propiciou a reflexão e o empoderamento do aluno acerca do local de estágio e do processo de trabalho em Enfermagem por meio da construção de conhecimentos sólidos e recobertos de significados pessoais e profissionais que subsidiaram uma apresentação pública de qualidade. O aprendizado na área de enfermagem pediátrica foi ampliado e reforçado, uma vez que, na construção do portfólio, muitos assuntos discutidos ao longo do curso foram retomados. Também questões relacionadas às relações humanas e sociais ganharam espaço de reflexão. O Portfólio demonstrou ser, na visão dos docentes envolvidos, uma ferramenta avaliativa de qualidade. 105 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-018 - CATETER VENOSO CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA: COMPLICAÇÕES DA MIGRAÇÃO PARA VEIA LOMBAR IZABELA LINHA SECCO; TAINE COSTA HOSPITAL INFANTIL WALDEMAR MONASTIER INTRODUÇÃO: O cateter central de inserção periférica (CCIP) vem sendo amplamente utilizado em unidades de terapia intensiva neonatal em detrimento de outros cateteres centrais. As vantagens são inúmeras: diminuiu a necessidade de várias punções e preserva vasos para uso futuro, é um procedimento fácil devido disponibilidade de rede venosa ampla, além de ser seguro, já que soluções hiperosmolares são infundidas dentro de um fluxo sanguíneo maior, atingindo uma hemodiluição eficaz. OBJETIVOS: Descrever as complicações neurológicas decorrentes do posicionamento incorreto do cateter central de inserção periférica na veia lombar. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo de caso utilizando a técnica documental para coleta de dados que se deu através do levantamento de informações do prontuário do paciente. RESULTADOS: Cateteres centrais podem apresentar complicações que, apesar de inerentes ao seu uso, causam alta morbidade e mortalidade quando posicionados em vasos não recomendados, como veia lombar ascendente. Exceto posicionamento em veia cava superior e inferior, o CCIP não pode ser considerado central. Os prejuízos para o sistema nervoso central incluem estase venosa e trombose, vasculites, aumento da pressão dentro do canal espinal, injúria da medula e perfuração do espaço subaracnoideo, além de paraplegia e mioclônus. CONCLUSÃO: O enfermeiro deve mensurar corretamente o comprimento do cateter antes de inserí-lo, optando pelos membros superiores a fim de prevenir migração para veias conectadas com a cava inferior. Deve-se monitorar a ponta distal do cateter com imagem radiológica duas vezes por semana, mesmo quando o CCIP está centralmente posicionado. Fixar adequadamente o curativo e realizar lavagem com cuidado podem também prevenir a migração do cateter. 106 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-019 - TRIAGEM NEONATAL: PERCEPÇÃO DE FAMILIARES DE RECÉM-NASCIDOS INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL KAREN ISADORA BORGES; AMANDA VALESE COELHO; ROBERTA TOGNOLLO BOROTTA; LARISSA SEGANTINI FELIPIN; DARCI APARECIDA MARTINS CORRÊA; IEDA HARUMI HIGARASHI UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ INTRODUÇÃO: O Teste do Pezinho é um exame obrigatório, realizado em todos os recém-nascidos com mais de 48 horas de vida, a fim de detectar possíveis doenças que causem riscos à saúde em longo prazo. Para os bebês internados em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), as rotinas de coleta e realização de exames são intensas, devido aos inúmeros procedimentos aos quais são submetidos. A família, e em especial, os pais de um neonato internado em uma UTIN, encontra-se abalada e, muitas vezes, desprovida de informações valiosas sobre o estado de seu bebê, inclusive com relação ao Teste do Pezinho. OBJETIVOS: investigar as rotinas adotadas na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal de um Hospital Universitário envolvendo a realização do Teste do Pezinho e analisar o conhecimento dos familiares de bebês internados em relação a tal procedimento diagnóstico. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, cuja coleta de dados ocorreu entre maio e setembro de 2014. Foram entrevistados familiares dos bebês que estivessem internados na UTIN e que tivessem idade superior a 18 anos. Foram realizadas entrevistas a partir de um roteiro semi estruturado, composto por duas partes: caracterização dos participantes e a seguinte questão disparadora: “Sabe o que é e para que serve o teste do pezinho”? Após transcrição, os relatos foram submetidos à análise categorial temática. RESULTADOS: Foram entrevistadas nove mães, com média de idade de 25 anos. A análise permitiu revelar as seguintes categorias: (Des)Conhecimento das mães de neonatos internados acerca do Teste do Pezinho e Educação em saúde na prática de atenção neonatal: o papel das rotinas para a qualificação da assistência de enfermagem. CONCLUSÃO: Os resultados apontaram a falta de conhecimentos dos familiares acerca do Teste do Pezinho, tanto no que se refere a suas finalidades, como em termos de sua operacionalização. Tais deficiências podem ser atribuídas à ausência de uma rotina de orientação por parte da equipe, o que denota a necessidade de intervenções voltadas à conscientização e envolvimento dos profissionais, no que tange à importância desta prática educativaassistencial para a qualificação da atenção neonatal. 107 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-020 - ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A CRIANÇA HOSPITALIZADA COM HIDROCEFALIA MAYARA MAJEVSKI; BRUNA HEINZ; ELIANE ANDRADE; MARIA NASCIMENTO; THAIS HACKEMBERG SALDANHA; THAIS CASTRO; JULIANA OLLÉ MENDES DA SILVA FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE INTRODUÇÃO: A Hidrocefalia é uma situação patológica de dilatação dos ventrículos cerebrais por acúmulo excessivo de líquido cefalorraquidiano (LCR) em virtude do desequilíbrio entre a produção e a absorção liquórica. O tratamento da hidrocefalia consiste em reduzir a quantidade de líquido no cérebro por meio da drenagem do LCR do ventrículo lateral para um compartimento extracraniano, o peritônio ou átrio do coração, a fim de diminuir a pressão intracraniana. Doenças de base do individuo podem influenciar no desenvolvimento da hidrocefalia, sendo nesse estudo elencado a Síndrome de Ondine ou Síndrome da Hipoventilação Central Congênita “caracterizada pela presença de uma resposta ventilatória autonômica anormal à hipercapnia progressiva e hipoxemia sustentada, sobretudo durante o sono”. OBJETIVOS: Desvelar como ocorre a assistência de Enfermagem a criança portadora de Hidrocefalia. MÉTODO: Revisão Integrativa com base nas etapas propostas por Mendes, Silveira e Galvão (2008), com busca de artigos realizada na BVS, no período de 2009 a 2013, utilizando as palavras chave: hidrocefalia, hidrocefalia enfermagem, com a seleção de 51 artigos. Foi possível capturar 08 artigos com base nos critérios de inclusão estabelecidos: somente artigos, idioma português, relacionados ao tema, desconsiderando os não disponíveis online e redundantes. RESULTADOS: A análise do material capturado intrincou na complexidade do tratamento da hidrocefalia na criança, tanto para a família quanto para os profissionais de saúde. Assim o paciente necessita de cuidados que visam aplicar medidas de prevenção contra complicações por conta dos inúmeros procedimentos invasivos que a criança com hidrocefalia enfrenta durante o tratamento. Para o enfermeiro é fundamental aplicar o processo de enfermagem nesse tipo de paciente, para que seja possível identificar problemas e planejar uma assistência adequada à realidade do paciente. CONCLUSÕES: Esse estudo expõe a importância do conhecimento do profissional de enfermagem sobre o contexto e os cuidados da criança com hidrocefalia. O enfermeiro deve estar ciente da sua responsabilidade assistencial e de coordenação da sua equipe para que todos realizem os cuidados terapêuticos de maneira adequada e efetiva para esse tipo de paciente. Casos que necessitam de cuidados especializados quando realizados corretamente proporcionam uma melhora significativa do paciente, além de proporcionar uma rede de cuidadores, profissionais e familiares em beneficio da própria criança. 108 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-021 - EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS POR MÃES DE RECÉM-NASCIDOS HOSPITALIZADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL. PAOLA REGINA DOS SANTOS; LEIDIENE FERREIRA SANTOS; ISABELLA AFONSO DE SOUZA; CINTIA MUTTI FLORES; ISABELA CRISTINE FERREIRA FERNANDES; LIZETE MALAGONI DE ALMEIDA CAVALCANTE OLIVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS; UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS INTRODUÇÃO: a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), configura-se em local de alta tecnologia que, aliada ao conhecimento técnico especializado dos profissionais, tem proporcionado boa assistência e melhores taxas de sobrevivência a recém-nascidos (RN) gravemente enfermos. Entretanto, a internação do RN nessa unidade é um evento estressante às famílias, que vivenciam diferentes sentimentos e emoções, como tristeza, medo, pena, culpa e impotência (SANTOS et al., 2012). OBJETIVO: compreender a experiência de ter e conviver com recém-nascido hospitalizado em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. MATERIAIS E MÉTODOS: pesquisa descritiva exploratória, de abordagem qualitativa, realizada com 10 mães de RN hospitalizados na UTIN de uma maternidade pública, localizada no município de Palmas – TO/Brasil, em que a coleta de dados aconteceu nos meses de setembro a dezembro de 2014, por meio de entrevista individual, norteada pela seguinte questão: “fale-me sobre a experiência de ter e conviver com RN hospitalizado em UTIN”. As entrevistas foram transcritas e submetidas à técnica de análise de conteúdo (BARDIN, 2010). Essa pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa Humana da Universidade Federal do Tocantins (protocolo 036/2014). RESULTADOS: os resultados levaram à proposição da categoria “Vivencias maternas e significados da internação do RN em UTIN”. Notou-se que diversos sentimentos e situações podem ajudar a mãe do RN à experienciar, de modo menos traumático, o processo de hospitalização da criança. Entretanto, algumas situações corroboram comprometer significativamente o bem estar materno/familiar e, inclusive, prejudicar a interação família/criança e família/equipe de saúde, tais como desconhecimento, “quebra” do vínculo entre mãe e filho, insegurança, privação do convívio social e familiar, submissão à rotina hospitalar e impotência diante da situação em que se encontra o RN. CONCLUSÃO: ter um filho hospitalizado em UTIN resulta em intenso sofrimento para as mães e em alterações significativas na dinâmica familiar. De modo quase consensual, verificou-se que essa situação afeta o relacionamento familiar, a saúde física e mental e a manutenção da rede social das mães. Acreditamos que os resultados deste estudo podem subsidiar intervenções direcionadas às reais necessidades da mãe que experiencia a situação de ter o filho, recém-nascido, hospitalizado. Embora o sofrimento dos familiares seja comum e frequente, nas UTIN, é preciso deixar de ser percebido, pelos profissionais de saúde, como algo normal e esperado no contexto hospitalar. É necessário que estes reflitam sobre sua prática e passem a se sentir inquietos e incomodados frente ao sofrimento das famílias, ao ponto de se verem compelidos a procurar novas estratégias de atuação para mudar esse cenário. Referências: - BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2010. SANTOS, LF; OLIVEIRA, LMAC; MUNARI, DB; PEIXOTO, MKAV; SILVA CC; FRREIRA, ACM, et al. Grupo de suporte como estratégia para assistência de enfermagem a família de recém-nascidos hospitalizados. Rev Eletrônica Enferm. 2012;14(1):42-9. 109 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-022 - O CUIDADO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM PARALISIA CEREBRAL NA PERSPECTIVA DE CUIDADORES FAMILIARES ROSANE MARIA SANTOS; GISELLE ATHAYDE MASSI; MARILUCI HAUTSCH WILLIG; ROSANE SAMPAIO SANTOS; MARCIA HELENA FREIRE HC/UFPR; UFPR; TUIUTI INTRODUÇÃO: As sequelas de uma Paralisia Cerebral altera o modo de vida das pessoas que convivem com essas sequelas e o de seus cuidadores familiares, que precisam realizar o cuidado em paralelo às tarefas cotidianas. A demanda intensa de cuidados requeridos pela pessoa com PC pode levar seus familiares a sentirem-se cansados, isolados, estressados e sobrecarregados. OBJETIVO: identificar as percepções de cuidadores familiares acerca do processo de cuidar de crianças e adolescentes com paralisia cerebral, atendidos em um hospital de ensino, vinculado ao Sistema Único de Saúde. MÉTODO: Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa e quantitativa de corte transversal. Participaram do estudo, 50 cuidadores familiares de crianças e adolescentes com paralisia cerebral. Para a coleta dos dados, utilizou-se de questionário composto por 39 questões, sendo 35 fechadas e quatro abertas. Além disso, foi usado o Inventário de Sobrecarga de Zarit. Para a investigação quantitativa foi aplicado o teste estatístico qui-quadrado nas associações de variáveis, considerando-se o nível de significância estatística de 0,05. De um ponto de vista qualitativo, foi realizado análise de conteúdo, conforme método proposto por Bardin. RESULTADOS: A idade dos cuidadores participantes concentra-se na faixa de 20 a 49,9 anos, 94% são mulheres, 80% são mães, 72% declaram-se casadas, 38% afirmam ter o segundo grau, e 44% estão desempregados. Além disso, 77,6% apontam alterações na vida pessoal ocasionadas pelo ato de cuidar, 42% referem oscilação na própria saúde e 72% buscam apoio na religiosidade. Concernente ao grau de sobrecarga observou-se que 48% dos cuidadores indicam pequena sobrecarga e 52% grau moderado. A partir da análise de conteúdo, é possível inferir que a maioria dos cuidadores tem percepções positivas diante do ato de cuidar e, ao relatarem sobre sua Qualidade de Vida, vinculam-na ao bem estar dos sujeitos cuidados. Com relação ao entendimento acerca de Direitos e Deveres dos cuidadores, parcela significativa dos respondentes vincula a sua própria cidadania aos Direitos dos sujeitos de quem cuidam. CONCLUSÃO: Apesar, das percepções positivas dos cuidadores acerca do cuidar de crianças e adolescentes com Paralisia Cerebral, percebe-se que essa prática ao longo dos anos pode sobrecarregar o sujeito que cuida. E isso pode comprometer a sua condição de saúde física, mental e social, com alterações significativas em sua qualidade de vida e na do sujeito cuidado. Compete aos profissionais de saúde o desenvolvimento de ações que promovam o conhecimento do cuidador, a fim de empoderá-lo para o desenvolvimento do cuidado. Ressalta-se que essas ações precisam ser desenvolvidas no sentido de facilitar a prática do cuidado no contexto familiar, evitando a sobrecarga e promovendo a saúde do cuidador, considerando sua história pessoal e familiar, sua cultura, crenças e valores. 110 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-023 - FAMÍLIA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DEFICIÊNCIA VISUAL: O DESPERTAR PARA O DIAGNÓSTICO. MAYARA CAROLINE BARBIERI; DAIANNE CIBELE DE SOUZA BORGES; BEATRIZ CASTANHEIRA FACIO; CARLA REGINA DE ALMEIDA CORRÊA ; FLÁVIA CORRÊA PORTO DE ABREU; GABRIELA DER ZWAAN BROEKMAN CASTRO; MONIKA WERNET; GISELLE DUPAS UFSCAR INTRODUÇÃO: Os impactos que a deficiência visual (DV) acarreta na família devem ser valorizados, pois esta não afetará apenas o portador, mas toda ela. Essa experiência perpassa desde o diagnóstico, as tentativas de tratamento até a utilização dos recursos de tratamento, quanto este for indicado. As etapas são vivenciadas em família e envolvas de inúmeros sentimentos. OBJETIVO: compreender a experiência da família no processo de diagnóstico da DV em crianças e adolescentes. MATERIAIS E MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo, qualitativo, parte de uma pesquisa de mestrado em andamento, que adotou como referencial teórico o conceito de rede de apoio citado anteriormente. Para identificação dos sujeitos utilizou-se o cadastro de crianças com deficiência visual, fornecido pela Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo. Com o cadastro em mãos entramos em contato com os coordenadores/diretores das respectivas escolas para que ela mediasse o encontro das famílias com a pesquisadora. A coleta de dados foi realizada no domicílio, por meio de entrevista semi-estruturada gravada em áudio com famílias de crianças e adolescentes com deficiência visual, residentes em uma cidade do interior do estado de São Paulo. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer de número: 748.751. Para análise dos dados utilizou-se a análise das narrativas como referencial metodológico. RESULTADOS: Entrevistou-se 06 famílias, totalizando 29 participantes, 7 eram crianças e adolescentes com o diagnóstico de DV, 5 eram mães, 2 pai, 2 padrastos, 9 irmãos, 3 tios e 1 chefe dos pais. Da análise das narrativas emergiram categorias: “Despertar para os primeiros sinais da deficiência visual”, “Vigilante na progressão da deficiência visual” e “Incertezas e medos da terapêutica”. A família permanece atenta a todo o processo da deficiência, desde os primeiros sinais, diagnóstico, progressão, até a alternativa e escolha terapêutica da DV. É no ambiente domiciliar que os primeiros sinais são percebidos e neste momento se inicia o itinerário terapêutico. A progressão da DV é dificultosa para a família, principalmente quando as crianças são menores. E a terapêutica envolve tempo e dedicação familiar. CONCLUSÃO: Todo o processo é vivenciado em família e perpassa por constante atenção, dúvidas e escolhas. O delinear do itinerário terapêutico gera sofrimento familiar. O apoio dos profissionais de saúde se mostra incipiente nas relações de apoio. 111 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-024 - CARACTERIZAÇÃO DE BEBÊS PREMATUROS COM RETINOPATIA DA PREMATURIDADE E DA REDE DE APOIO DE SEUS PAIS BRUNA DE SOUZA LIMA MARSKI; BEATRIZ CASTANHEIRA FACIO; FLÁVIA CORRÊA PORTO DE ABREU; MAYARA CAROLINE BARBIERI; CARLA REGINA DE ALMEIDA CORRÊA ; GISELLE DUPAS; MONIKA WERNET UFSCAR INTRODUÇÃO: A Retinopatia da Prematuridade (ROP) é uma doença vasoproliferativa secundária à vascularização inadequada da retina imatura dos recém-nascidos pré-termos, cujos fatores de risco incluem a prematuridade, o baixo peso ao nascer, a oxigenoterapia, a hemorragia intracraniana e a persistência do canal arterial. A OMS estima que das 100.000 crianças cegas na América Latina, 24.000 são cegas em decorrência da ROP. Por ser uma realidade que traz sofrimento para a família, torna-se importante conhecer o perfil das crianças com ROP e a rede de apoio de seus pais. OBJETIVO: Caracterizar bebês nascidos prematuros diagnósticos com ROP e a rede de apoio dos pais. MATERIAL E MÉTODOS: A partir do referencial teórico do Interacionismo Simbólico, foram realizadas nove entrevistas qualitativas com pai e/ou mãe de crianças com ROP. Sete delas remetem a um município do norte paranaense e, outras duas, no centro-leste do estado de São Paulo. Os pais foram localizados através da estratégia snow-ball e adotou-se como referencial metodológico a Pesquisa de Narrativa. Houve aprovação do comitê de ética sob o parecer 716.611. Resultados: A caracterização dos sete bebês nascidos prematuros e diagnosticados com ROP ocorreu a partir de perguntas dirigidas aos pais, como: nome, idade gestacional e atual, tipo de parto, peso ao nascer, necessidade de oxigenoterapia e história clínica. RESULTADOS: A idade dos bebês variou de 1 ano e 2 meses a 2 anos e 6 meses, idade gestacional entre 24 semanas e 29 semanas, e peso ao nascer de 620g a 1.210g, sendo todos por parto cesárea. Todos os bebês fizeram uso de oxigênio durante parte do período de internação na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Quanto às complicações decorrentes da prematuridade e internação, pode-se citar hemorragia intracraniana, meningite, epilepsia, pneumonia, displasia broncopulmonar, parada cardiorrespiratória e enterocolite. Os serviços citados como rede de apoio pelos entrevistados na região paulista foram: a UTIN, o Serviço de Acompanhamento e Intervenção Neonatal Precoce em Bebês de Alto Risco (SAIBE) e o setor destinado a tratamento da ROP no Hospital das Clínicas. Os entrevistados paranaenses identificaram organização sem fins lucrativos que promove a inclusão de pessoa com deficiência intelectual, a UTIN e a Pediatria de um hospital universitário, o ambulatório de seguimento do prematuro no Hospital das Clínicas e uma associação filantrópica que atende crianças e adolescentes com deficiência. CONCLUSÃO: À medida que os pais conhecem os serviços disponíveis na rede, tornam-se mais seguros e autônomos para cuidar do filho e são capazes de identificar novos serviços e recorrer à sua rede de apoio social quando preciso. Contudo nota-se incipiência por parte dos profissionais no que tange à oferta de informações quanto aos serviços disponíveis, o que sugere serem os pais sujeitos ativos na busca pela ampliação da rede de apoio para o cuidado e promoção do desenvolvimento de seus filhos. 112 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-025 - AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA IMPLANTAÇÃO DA REDE MÃE PARANAENSE NA MORTALIDADE MATERNA E INFANTIL DE TRÊS REGIONAIS DE SAÚDE DO PARANÁ BRUNA REGINA BRATTI FRANK; BEATRIZ ROSANA GONÇALVES DE OLIVEIRA TOSO; ANA TEREZA BITTENCOURT GUIMARÃES; SEBASTIÃO CALDEIRA UNIOESTE INTRODUÇÃO: Em 2012, o Estado do Paraná (PR) implantou o Programa Rede Mãe Paranaense (PRMP), tendo em vista a humanização e assistência da população materno infantil, e o definiu como prioritário nas ações em saúde. O Programa tem por objetivo reduzir os índices de mortalidade materna e infantil do Estado, que apresentaram uma estagnação nos últimos anos. Assim sendo, fez-se necessária uma avaliação do impacto da implantação do Programa para os indicadores de saúde materno infantis. OBJETIVOS: Avaliar o impacto da implantação do PRMP aos indicadores de saúde materno infantis nos municípios de três Regionais de Saúde (RS) do Estado. MÉTODOS: Pesquisa quantitativa, avaliativa e documental, desenvolvida nos municípios da 9ª, 10ª e 17ª RS-PR. Para coleta de dados da mortalidade materna e infantil utilizaram-se as bases de dados em saúde: SINASC, SIM e DATASUS, referente aos anos Pré (2010 e 2011) e Pós (2012 e 2013) implantação do Programa, em cada uma das RS. O domínio “Mortalidade” foi criado contemplando a soma dos escores do coeficiente de mortalidade neonatal precoce, neonatal tardia, pós neonatal e razão de mortalidade materna. A partir do cálculo da média desses escores nas três RS, os resultados foram normalizados em uma escala de 0 a 100, em que valores acima de 70% foram considerados adequados e abaixo de 70%, inadequados. RESULTADOS: Os resultados demonstraram que, em relação aos indicadores de saúde materno infantis, a 17ªRS foi a que sofreu maior impacto positivo com a implantação da Rede Mãe Paranaense, sendo que sua média foi de 80,05% no período Pré para 85,11% no período Pós, seguida da 10ªRS (média de 89,25% no período Pré para 90,25% no período Pós); já a 9ªRS foi a que apresentou o menor impacto nos indicadores de mortalidade, passando de 84,02% no período Pré para 83,33 no período Pós. Todas as RS apresentaram resultados adequados em relação à análise do impacto da implantação do Programa para os indicadores de mortalidade (valores maiores de 70%). CONCLUSÃO: Em relação ao objetivo essencial do Programa, o resultados apresentados revelam que, ainda que incipiente, a Rede Mãe Paranaense tem demonstrado impactos positivos na redução dos índices de mortalidade materna e infantil e contribuído para melhoria dos indicadores de saúde materno infantis do Paraná. 113 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-026 - PLANEJAMENTO EM SAÚDE A PARTIR DO CONSUMO ALIMENTAR DE CRIANÇAS DE 6 A 12 MESES LARISSA GRAMAZIO SOARES; FERNANDA OLÍVIA CARRERO; DANIELLE WISNIEWSKI; POLLYANNA BAHLS DE SOUSA; LETICIA GRAMAZIO SOARES; MARIANA LUSTOSA BERLING; DANIELE MOREIRA DE LIMA; ISABELA SCHROEDER ABREU UNICENTRO INTRODUÇÃO: A alimentação complementar, de 6 meses a 12 meses de idade, está relacionada com bom crescimento e um desenvolvimento saudável. Esses alimentos deverão ser especialmente preparados para a criança, com aumento progressivo da consistência até chegar à alimentação da família. A adoção de práticas alimentares adequadas nos primeiros anos de vida é de extrema importância, pois esse é o período em que os hábitos alimentares são estabelecidos e que continuarão ao longo da vida. OBJETIVO: identificar as práticas alimentares das crianças Brasileiras, com 6 - 12 meses, no ano de 2012. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, comparativo. Os dados coletados foram obtidos do Sistema de Informações do Ministério da Saúde, através do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Como os dados utilizados constam em bancos de dados públicos, não foi necessário análise ao Comitê de Ética em Pesquisa. RESULTADOS: de acordo com os dados obtidos e comparados podemos observar um número elevado em relação aos hábitos de consumo e de alimentos oferecidos a essas crianças, pois identificamos que (17%) alimentam-se em frente a televisão, (32%) apresentam consumo de bebidas ou preparações adoçadas, (25%) com consumo de suco industrializado ou refresco em pó e (18%) consumiam refrigerante, em um universo total de 21180 crianças analisadas. Diante da apresentação desses dados, tornase evidente a importância do acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento da saúde infantil, com ações de promoção e prevenção a fim de evitar a hábitos de consumo e de alimentos prejudiciais a saúde que influenciam a ocorrência do número de casos da obesidade infantil. Sabe-se que a obesidade infantil pré-dispõe o aparecimento de dislipidemias, inflamações crônicas, aumento da tendência a coagulação sanguínea, disfunção endotelial, resistência a insulina, diabetes tipo 2, hipertensão, complicações ortopédicas, alguns tipos de cânceres, apneia do sono, entre outros. Além do quadro psicológico conturbado, com diminuição da autoestima, depressão e distúrbio da autoimagem, também está associado à obesidade infantil. Por outro lado, os dados do Relatório de Investigação de Desnutrição para crianças dessa mesma faixa etária são alarmantes, onde do total de 129964 crianças avaliadas, 15% dessas apresentam caso de desnutrição, 0.56% apresentam atraso no desenvolvimento, 0.84% são crianças que já estão tomando suplemento de ferro e 1.04% crianças que já receberam mega dose de vitamina A. Estes dados devem ser amplamente analisados e discutidos por todos os profissionais de saúde, pois a desnutrição causa danos permanentes e irreversíveis no corpo e na mente das crianças. O bom estado de saúde da criança em seus primeiros anos de vida depende fundamentalmente de uma dieta adequada, imprescindível para um ótimo crescimento e desenvolvimento. CONCLUSÃO: É possível concluir, que existe a necessidade da implementação de ações efetivas voltadas as práticas dietéticas promovidas pelos profissionais de saúde a fim de reduzir a chance de agravos nutricionais como a desnutrição e obesidade infantil, e requer, adequado acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento das crianças em todas as faixas etárias. 114 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-027 - ESTRATÉGIAS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM PEDIÁTRICA PARA O DESCARTE ADEQUADO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE NO AMBIENTE HOSPITALAR ANA IZABEL JATOBÁ DE SOUZA; DEONIZIO GERCY BENTO; ROBERTA COSTA HIJG, UFSC Pesquisa qualitativa, do tipo pesquisa-ação com o objetivo de elaborar estratégias que garantam o descarte seguro e eficiente dos Resíduos do Serviço de Saúde em unidades de internação pediátrica. O estudo foi desenvolvido em duas unidades de internação de um Hospital Infantil do Sul do Brasil. Os participantes foram 30 profissionais da equipe de enfermagem. O estudo baseou-se nos pressupostos da metodologia problematizadora de Paulo Freire. A coleta de dados ocorreu nos meses de julho a agosto de 2014, através de encontros utilizando o Arco de Charles Maguerez, promovendo o diálogo e possibilitando aos envolvidos a participação ativa no processo. A análise de dados respeitou os fundamentos da pesquisa qualitativa. Os dados dos encontros foram transcritos na íntegra e após leitura minuciosa procedeu-se a categorização dos mesmos, agrupando-os por semelhança ou discordância, preparando-os para a fase dialógica com o marco conceitual e a literatura. Os resultados demonstram que os profissionais tinham pouco conhecimento sobre a questão dos resíduos dos serviços de saúde, o que interfere diretamente no descarte seguro e eficiente dos mesmos. Ao se dar conta do problema relativo ao descarte inadequado e do pouco conhecimento sobre a temática, os profissionais apontam que a instrumentalização e momentos de diálogo no dia a dia da assistência são as estratégias essenciais para possibilitar mudanças relativas a esta prática. O desenvolvimento desta pesquisa-ação permitiu, não só a instrumentalização dos profissionais da equipe de enfermagem, mas possibilitou aos profissionais detectarem algumas falhas, sendo impulsionados a corrigir as questões que estavam relacionadas ao descarte inadequado. A Enfermagem pode ser o ponto de partida para a segregação adequada destes resíduos, através de capacitações, treinamentos, supervisões e estudo de casos pontuais, fornecendo uma visão ampla dos Programas de Gerenciamento de Resíduos e sua influência para uma melhor qualidade de vida. Estes resultados reafirmam a necessidade de espaços de reflexão no cotidiano da prática assistencial. Por fim, sugere-se que novos estudos sejam feitos nesta área, seja com estudantes ou com profissionais de enfermagem atuantes na área hospitalar e na Atenção Primária, para conhecer a rotina do manejo dos resíduos dos serviços e instituições de saúde e nos ambientes de formação da Enfermagem permitindo a identificação de estratégias que garantam o adequado descarte destes resíduos. Recomenda-se que o enfermeiro coordenador das unidades possa assumir a questão da educação permanente no cotidiano da assistência, permitindo o diálogo constante sobre a temática. Destaca-se a importância das Instituições tratarem esta questão com maior seriedade, contribuindo para o cuidado do meio ambiente e a qualidade de vida dos trabalhadores e da comunidade. 115 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-028 - PREVALÊNCIA DE ATENDIMENTO DE CRIANÇAS COM DOENÇAS RESPIRATÓRIAS EM UM HOSPITAL FILANTRÓPICO DA CIDADE DE CURITIBA-PR BIANCA FONTANA AGUIAR; CAROLINE BERTE; JESSICA LUIZ DINARDI; LUANA TONIN; PALOMA PEREIRA PAVAN; MARIA EDUARDA DE LUCA ALVES WUICIK; MARISTELA THOMAZ; IVANIA CREMONINI; LEANDRO ROZIN; NOELI ALVES DOS SANTOS HACK FACULDADES PEQUENO PRINCIPE; HOSPITAL PEQUENO PRINCIPE Na infância, as doenças respiratórias, vêm sendo motivo de preocupação para os profissionais de saúde, devido a sua elevada morbidade; elas são res¬ponsáveis pela maior parte de adoecimento e morte em adultos e crianças. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 13 milhões de crianças menores de cinco anos morrem anualmente no mundo por doenças do aparelho respiratório e 95% delas ocorrem nos países em desenvolvimento. As doenças respiratórias infantis, destacando as infecções respiratórias agudas (IRA), constituem importante gerador de demanda de serviços de saúde em todos os países, sendo responsáveis por 30 a 60% das consultas ambulatoriais e importante causa de hospitalização na infância. Mediante essa problematização, objetivou-se neste estudo identificar a prevalência de doenças respiratórias, entre os pacientes que são atendidos nas emergências de um hospital, que possui atendimentos do sistema único de saúde (SUS), particular e convênios. Trata-se de um estudo de campo, de natureza exploratória, de característica quantitativa, em um hospital pediátrico de grande porte do Paraná, durante a residência de enfermagem de saúde da criança e do adolescente. A coleta de dados foi realizada por meio dos registros contidos no sistema informatizado do hospital, programa MV saúde; no período de um mês de atendimento, sendo escolhido o mês de maio de 2014, pelo fato deste possuir maior demanda de atendimento. A amostra foi composta pelas três maiores causas de atendimento, relacionado a doenças do sistema respiratório, possuindo como critério de inclusão na pesquisa os CID-10 relacionados às doenças respiratórias, vale salientar que foram excluídos os CID-10 referentes a outras patologias. Em todo o momento deste trabalho, foram respeitados os preceitos éticos da instituição, não existindo contato direto com o paciente, bem como a não identificação ou utilização dos dados individuais. Os resultados obtidos mostram que do total de 9834 pacientes atendidos nos setores de pronto atendimento SUS e convênios da instituição durante o mês de estudo; 11,50% apresentaram infecção aguda das vias aéreas superiores não especificada, 11,27% amigdalite aguda não especificada, 11,27%, 11,02% bronquite aguda não especificada, 6,96% asma não especificada. Mediante os dados encontrados conclui-se que as doenças respiratórias constituem um grande motivo para procura do serviço, sendo que o conhecimento sobre a prevalência das doenças respiratórias na infância é fundamental para a melhoria da qualidade da assistência prestada pela enfermagem, bem como para a realização de estudos posteriores. 116 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-029 - CARACTERIZAÇÃO DOS NASCIMENTOS PREMATUROS DE NOVEMBRO DE 2012 A NOVEMBRO DE 2013 DE UMA UBS DE UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DO PARANÁ LARISSA GRAMAZIO SOARES; LETICIA GRAMAZIO SOARES; FRANCIELE SUTIL DE OLIVEIRA; ISABELA SCHROEDER ABREU; MARIANA LUSTOSA BERLING; TATIANA DA SILVA MELO MALAQUIAS; ALESSANDRA CRISTINA DE PAULA FARIA; DANIELE MOREIRA DE LIMA UNICENTRO INTRODUÇÃO: O recém-nascido prematuro (RNPT) é aquele com idade gestacional menor que 37 semanas de gestação, sendo que a prematuridade é reconhecida como um problema de saúde pública e requer instrumentos de cuidados que potencializem a qualidade de vida das crianças nascidas prematuras e suas famílias. OBJETIVO: Caracterizar os nascimentos prematuros do período de novembro de 2012 a novembro de 2013 de uma UBS de um município do interior do Paraná. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem quantitativa, realizada em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), justificada a escolha por ser a de maior área de abrangência do município, este localizado no interior do Paraná. Primeiramente foi realizado um levantamento das Declarações de Nascidos Vivos (DN) do período de novembro de 2012 a novembro de 2013, que estavam arquivado na UBS, no total constavam 294 DN, dessas 16 eram nascimentos prematuros, contudo, foram localizadas apenas 09 dessas mães, incluídas como participantes desta pesquisa. Os coleta dos dados foram coletados em domicílio, em formulário desenvolvido pela pesquisadora com enfoque nas variáveis sociodemográfica, caracterização do RNPT e utilização dos serviços de saúde, após isso os dados foram submetido a análise descritiva simples. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa através do parecer nº 521.324/2013. RESULTADOS: Em relação aos dados sociodemográficos: (55%) das mães encontravam-se entre 20 e 30 anos de idade; (66%) possuíam o ensino médio; quanto ao estado civil (56%) eram casadas ou amasiadas; no tocante ocupação (66%) declaram-se do lar; (76%) possuíam de um a cinco filhos; (88,8%) tinham renda familiar até três salários mínimos com até cinco dependentes. Destacamos que o risco para o para parto prematuro pode relacionar-se tanto com fatores sociais, como biológicos. No que diz respeito a caracterização do RNPT, (55,5%) nasceram com idade gestacional de 30 a 34 semanas; (68%) tiveram score de 7 no primeiro minuto na avaliação do apgar; (56%) nasceram de parto cesárea; (77,7%) foram classificadas como alto risco; (55%) nasceram com peso entre 2000 a 3000 gramas; (88%) tiveram amamentação artificial. Isso nos mostra a importância do incentivo ao aleitamento materno desde o pré-natal, devido à importância do AM para o desenvolvimento saudável do RN, além disso, um dado alarmante diz respeito à prevalência das crianças classificadas como alto risco, sendo necessário o devido acompanhamento pela UBS. No que tange a utilização dos serviços de saúde: (55,5%) das mães não tinham realizado no mínimo sete consultas de pré-natal; (77,7%) procuram atendimento na UBS para assistência à criança; (66,6%) mantêm consultas mensais de puericultura; (89%) das crianças apresentaram internamentos de origem respiratória. Com base nos dados percebemos a necessidade da retomada da valorização das ações da atenção primária através da rede materna-infantil, com ênfase na puericultura e pré-natal. CONCLUSÃO: Dessa forma podemos concluir a importância de fortalecer a atenção primária à saúde desde o momento do planejamento familiar, pré-natal, parto e também o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança, destacando o papel primordial do enfermeiro em todos os níveis de atenção. 117 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-030 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE RECÉM-NASCIDOS HOSPITALIZADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL MARIANE DE MELO COSTA; LEIDIENE FERREIRA SANTOS; CARLA THAILENNA JORGE PEREIRA; CINTIA FLORES MUTTI; ISABELA CRISTINE FERREIRA FERNANDES; LIZETE MALAGONI DE ALMEIDA CAVALCANTE OLIVEIRA; CLAUDIA CRISTINNE GOMES CARDOSO; PAOLA REGINA DOS SANTOS UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS, UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS INTRODUÇÃO: a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), caracteriza-se como uma área de assistência a recém-nascidos (RN) graves, altamente vulneráveis, que necessitam de cuidados especiais e contínuos, o que exige dos profissionais de saúde conhecimento técnico científico especializado (SANTOS et al., 2012). Os altos porcentuais de mortes por causas evitáveis, entre RN, sugerem problemas de acesso aos serviços de saúde, de cobertura e/ou na qualidade da assistência prestada (UNITED NATIONS CHILDREN’S FUND, 2014). OBJETIVO: analisar o perfil epidemiológico de recém-nascidos hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa documental, descritiva, em que foram utilizados, como fonte de dados, os registros dos prontuários de RN hospitalizados na UTIN, de uma Maternidade pública, localizada no município de Palmas – Tocantins/Brasil. Os dados foram coletados no período de outubro de 2014 à fevereiro de 2015, armazenados em banco de dados informatizado, no programa Microsoft Excel, e submetidos a análise estatística descritiva, exploradas por frequências simples e percentuais. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Tocantins (protocolo 040/2014). RESULTADO: foram analisados 180 prontuários de RN hospitalizados na UTIN. A idade média materna foi de 25 anos (DP= 6,6), com máximo foi de 40 e mínimo de 13 anos. 60 (33,3%) mulheres trabalharam fora do lar, exercendo diversas funções, tais como lavradora, funcionária pública, atendente de caixa, manicure, babá entre outras. Quase metade (86; 47,8%) das famílias dos RN hospitalizados na UTIN. Não foram identificadas intercorrências durante o período gestacional em 88 (48,9%) mulheres. Entretanto, 92 (51,1%) apresentaram algum tipo de complicação, tais como Infecções do Trato Urinário (ITU), toxoplasmose, Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG), sífilis, malformação congênita, vaginoses bacteriana, entre outros. Apesar de muitas mulheres (87; 48,3%) não terem apresentado intercorrências no período gestacional, inúmeros agravos levaram os RN a depender de cuidados intensivos, tais como prematuridade, cardiopatias, malformação congênita, sepse, sífilis entre outros. No período da coleta de dados, 180 (100%) RN foram hospitalizados na UTIN e, desses, 33 (18,3%) foram a óbito. CONCLUSÃO: mesmo não se identificando alterações durante o período gestacional, podese chegar a desfecho desfavorável à criança, após seu nascimento. A prematuridade, cardiopatia, malformação congênita, sepse e sífilis, foram os principais agravos que levaram o RN à hospitalização em UTIN. Os dados registrados nos prontuários dos RN revelam que a assistência recebida pelas gestantes, durante o pré-natal, está aquém do que se é preconizado pelas políticas públicas de saúde no Brasil. REFERÊNCIAS: UNITED NATIONS CHILDREN’S FUND. Estimates Developed by the UN Inter-agency Group for Child Mortality Estimation. New York, 2014. 118 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-031 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE ÓBITOS INFANTIS OCORRIDOS EM UM HOSPITAL ESCOLA NA REGIÃO SUL ENTRE 2009 A 2012. MARIA EDUARDA DE LUCA ALVES; MÁRCIA HELENA DE SOUZA FREIRE; MICHELLE THAIS MIGOTO UFPR INTRODUÇÃO: os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio foram estabelecidos com o intuito de melhorar a qualidade de vida. O quarto objetivo compreende a redução da mortalidade infantil. Esse coeficiente é um indicador sensível as condições de vida de uma determinada população em um período de tempo. A mortalidade infantil compreende os óbitos de crianças menores de um ano. É composta pela mortalidade neonatal precoce que compreende óbitos menores de seis dias de vida, neonatal tardio com óbitos entre 7 a 28 dias e pós-neonatal entre 29 dias até 11 meses e 29 dias. Segundo o Datasus a mortalidade infantil em Curitiba, no ano de 2012, foi de 9,4/1000 nascidos vivos (NV), a mortalidade neonatal mais prevalente com 7,1/1000 NV. Esses coeficientes estão abaixo da média brasileira que foi de 13,5 e 9,3 por 1000 NV respectivamente. OBJETIVOS: caracterizar os óbitos infantis ocorridos e investigados em um hospital escola e seus fatores determinantes, conforme a Ficha de Investigação ao Óbito Infantil. METODOLOGIA: estudo quantitativo, descritivo e exploratório, realizado em um hospital escola na região sul, durante 2009 a 2012, estratificado em biênios 2009-2010 (B1) e 2011-2012 (B2). Foi utilizado o programa Microsoft Office Excel 2007, para tabulação dos dados secundários coletados na Declaração de Óbito (DO) e Ficha Individual de Investigação ao Óbito Infantil (FIIOI), disponibilizados no Serviço de Epidemiologia conforme atuação do Comitê Hospitalar de Prevenção da Mortalidade Infantil e Fetal. Foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. RESULTADOS: em B1 houve 2829 de nascidos vivos (NV), com 105 óbitos que compreende 3,7% nascimento. Em B2 houve um aumento de NV para 3183, com 118 casos de óbitos, mantendo a mesma proporção 3,7%. Anomalias congênitas foi a principal causa de óbito em ambos biênios com 58,2% e 50%. Para os casos reduzíveis em B1 foi de 29,5% e em B2 26,5%, como critério de redutibilidade mais prevalente foi adequada atenção a gestação de 35,7% e 36,7%, seguido de adequada atenção ao recém-nascido 21,4% e 26,7% respectivamente. Quanto as variáveis maternas a faixa etária mais prevalente foi de 25 a 39 anos, escolaridade entre 7 a 4 anos de estudo, mais de 90% aproximadamente foram gestação única e consideradas de risco. Para tipo de parto o mais prevalente foi a cesárea 58,4% e 52,5%. Quanto ao pré-natal 93,1% e 92,8% fizeram o acompanhamento e 47,4% e 37,5% fizeram mais de sete consultas. CONCLUSÃO: este estudo encontrou falhas no registro das DO, comprometendo a análise da mortalidade. O preenchimento da FIIOI são referências para discussões e estudos. Sabe-se que o pré-natal. 119 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral TLEn-032 - INQUÉRITO EPIDEMIOLÓGICO DAS REAÇÕES ADVERSAS PÓS-VACINAL EM CRIANÇAS COM IDADE ENTRE 0 A 5 ANOS GISELE MIRANDA; GRACIELE DE MATIA; LEANDRO ROZIN FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE INTRODUÇÃO: a imunização é considerada uma das principais estratégias de saúde pública tanto no controle quanto na erradicação de doenças, sabe-se então que as vacinas estimulam a produção de anticorpos, quais podem vir a desenvolver eventos adversos principalmente nas crianças. OBJETIVO: analisar as prevalências das reações adversas pós-vacinal em crianças com idade entre 0-5 anos através das notificações de reações pós-vacinal ocorridas nos últimos seis anos em uma determinada cidade, apontando manifestações clinicas, erros programáticos e comorbidades. MATERIAIS E MÉTODOS: o estudo foi de caráter documental, descritivo com abordagem quantitativa, na busca de dados já existentes para identificação epidemiológica dos casos de notificações de reações adversas pós-vacinal, seguindo todos os preceitos éticos. RESULTADOS: através dos dados coletados e analisados 234 casos de reações pós-vacinal foram obtidos dados relevantes como os citados a seguir, o ano de 2009 foi o qual mais registrou notificações de reações pós-vacinal em crianças, já a vacina que mais apresentou reação foi a BCG totalizando 49 casos, a faixa etária que mais apresentou reações foi de 3-4 anos, quanto a fase do calendário vacinal ocorreu mais reação na vacina BCG durante a primeira dose, e a conduta mais realizada pelos profissionais ao receber estes pacientes no serviço de saúde foi administração de antitérmico. CONCLUSÃO: apesar das imunizações serem conhecidas tanto pela população e por profissionais da área da saúde, ainda há um grande desconhecimento sobre as reações adversas pós-vacinal, levando-se então em conta, que a partir destes conhecimentos, podem ser criadas estratégias que venham prevenir ou minimizar estas reações, talvez sendo atentado na horas da administração das mesmas como através de uma coleta de dados deste paciente e orientações aos familiares e responsáveis destas crianças de como proceder quando ocorrer sintomas indesejados, e também auxilia em uma educação da equipe vindo atentar para um maior cuidados na técnica de aplicação, onde foram constatados que inúmeras vacinas como a BCG, ocorrem devido a técnica de aplicação e outras como a pentavalente por erro programático. 120 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR PÔSTERES 121 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-001 - CUIDADO À CRIANÇA QUE TEM DOENÇA ONCOLÓGICA AVANÇADA: COMPREENDENDO A MORTE COMO POSSIBILIDADE CINTIA FLORES MUTTI; STELA MARIS DE MELLO PADOI; CRISTIANE CARDOSO DE PAULA UFT; UFSM INTRODUÇÃO: A estimativa de incidência de câncer na infância e juventude se baseia na implantação de sistemas de informação, com Registros de Câncer de Base Populacional. O percentual encontrado nos registros brasileiros se situa próximo a 2,5%, o que corresponde a 9.386 casos por ano de tumores pediátricos no país, e está entre as cinco principais causas de óbitos desde os primeiros anos de vida. O tratamento em oncologia se desenvolve pelo cuidado preventivo, curativo e paliativo. Em relação à prevenção primária, não existem medidas efetivas para impedir o desenvolvimento de câncer. Com o objetivo de aumentar as taxas de sobrevida, minimizar os efeitos tardios do tratamento, e reintegrar a criança na sociedade com qualidade de vida, inicia-se o tratamento curativo que pode ser realizado através da quimioterapia, radioterapia, cirurgia e transplante de células tronco hematopoiéticas. No entanto, apesar do progresso tecnológico, muitas crianças apresentam recidivas durante o tratamento até encontrarem-se em situação de doença avançada, cuja enfermidade não responde mais aos tratamentos curativos. Nesse cenário surge o cuidado paliativo, como condição básica para resgatar o respeito e a dignidade daquele que tem doença avançada. A atuação da equipe de enfermagem diante da complexidade do cuidado a essas crianças compreende a necessidade de empenho da equipe de saúde, por meio do trabalho interdisciplinar. OBJETIVO: Compreender o significado para a equipe de enfermagem de cuidar de crianças que têm doença oncológica avançada, cuja enfermidade não responde mais aos tratamentos curativos. MÉTODOS: Investigação fenomenológica heideggeriana. Etapa de campo desenvolvida no período de dezembro de 2010 a março de 2011, com 15 profissionais de enfermagem, em um Hospital Universitário na região Sul, Brasil. RESULTADOS: A presente pesquisa proporcionou a compreensão do significado para o profissional de enfermagem de cuidar da criança e da família que vivenciam a doença oncológica avançada. Ao significar o cuidado, descreve a longa convivência com as crianças e suas famílias, e os anos de tratamento. Expressa que é difícil, pois hoje cuida da criança sem saber se amanhã ainda estará na unidade, pois fazem parte da rotina profissional as situações em que a criança piora sua condição de saúde e morre. Ele expressa que, quando perde a criança, sente muito e toda a unidade fica de luto. CONCLUSÕES: O modo de ser com na solicitude confere ao ser profissional a possibilidade de ultrapassar o entendimento cotidiano da morte em direção à compreensão do conceito existencial da finitude como possibilidade mais própria de cada ser do humano. O movimento de transportar a compreensão da expressão da morte no sentido biológico para o sentido ontológico existencial aponta a possibilidade de cuidar da criança e de sua família para além da rotina assistencial fundada somente na clínica, dimensão objetiva, para uma abertura ao cuidado que contemple a singularidade do ser, dimensão subjetiva. Portanto, é imprescindível aliar as potencialidades da tecnologia disponível na especialidade da oncologia às possibilidades do encontro com o outro mediado pelo diálogo e pelo apoio diante das demandas cotidianas do processo de adoecimento, morrer e morte. 122 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-002 - FORÇAS QUE INTERFEREM NO PROCESSO DE MATERNAGEM EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL LEIDIENE FERREIRA SANTOS; ISABELLA AFONSO DE SOUZA; CINTIA MUTTI FLORES; ISABELA CRISTINE FERREIRA FERNANDES; LIZETE MALAGONI DE ALMEIDA CAVALCANTE OLIVEIRA; KARINA MACHADO SIQUEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS; UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS INTRODUÇÃO: o nascimento de uma criança simboliza momento de grande expectativa para mulher e sua família. Nesse cenário, algumas intercorrências podem requer que o recém-nascido (RN) seja hospitalizado em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Quando isso acontece, as pessoas envolvidas nessa experiência passam a experimentar sentimentos como ansiedade e sofrimento, além de estresse emocional (SANTOS et al., 2015). Atualmente, pesquisadores (FREITAS, 2012) tem usado a “Teoria de campo de forças” do psicólogo Kurt Lewin (LEWIN, 1939), para compreender fatores que impulsionam e que restrigem diversos aspectos do trabalho em equipe, bem como o funcionamento de ambientes organizacionais. Nessa pesquisa, utilizou-se a “Teoria de campo de forças” (LEWIN, 1939), como recurso para compreender fatores que facilitam e dificultam a interação entre mãe/criança hospitalizada e mãe/profissionais de saúde. OBJETIVO: compreender as forças impulsoras e restritivas envolvidas no processo de maternagem aos recém-nascidos hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. METODOLOGIA: trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória, de abordagem qualitativa, que possui como referencial teórico a “Teoria de Campo de Forças” (LEWIN, 1939). Participaram do estudo 10 mães de RN hospitalizados na UTIN de uma maternidade pública de grande porte, localizada no município de Palmas-TO, Brasil, no período de setembro a dezembro de 2014. Para coleta de dados foi realizada entrevista individual, gravada em mídia digital. O dados foram transcritos e submetidos à técnica de análise de conteúdo (BARDIN, 2010), especificamente o procedimento de distribuição dos fenômenos por “caixas”, ou seja, os dados foram analisados a partir de categorias pré-definidas, de acordo com o referêncial teórico adotado na pesquisa (LEWIN, 1939), a fim de se identificar componentes que caracterizem as forças que impulsionam e restrigem o cuidado materno ao RN. Essa pesquisa foi aprovada por Comitê de Ética em Pesquisa Humana (protocolo 036/2014). RESULTADOS: os resultados foram distribuídos em duas categorias: “Forças que impulsionam o processo de maternagem ao RN hospitalizado em UTIN” e “Forças que restrigem o processo de maternagem ao RN hospitalizado em UTIN”. CONCLUSÃO: inúmeros fatores colaboram para restringir o processo de maternagem na UTIN, tais como se observou no vetor “Outro/Equipe de Saúde” as condutas autoritárias dos profissionais de saúde; no vetor “Ambiente/Unidade de Terapia Intensiva Neonatal” os estigmas relacionados a UTIN e falta de unidades especializadas para assistência à saúde da criança e no vetor “Eu/mãe do RN” o distanciamento do filho, não realizar cuidados ao RN, o cansaço físico e emocional, a condição clínica do RN, sentimentos negativos (medo, ansiedade, impotência) e mudanças na rotina diária. A aproximação ao referencial teórico “campo de forças” (LEWIN, 1939) e sua aplicação, inédita no contexto da UTIN e na perspectiva dessa pesquisa, permitiram vislumbrar forças que atuam para favorecer e dificultar o processo de maternagem nesse local, bem como compreender como o ambiente, os profissionais de saúde e as mães dos RN hospitalizados, se interrelacionam. 123 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-003 - A UTILIZAÇÃO DA SIMULAÇÃO NO CONTEXTO DA REANIMAÇÃO INTEGRATIVA NEONATAL: UMA REVISÃO FABÍOLA SANTOS LINO; ELAINE CRISTINA CARVALHO MOURA; SILVANA SANTIAGO DA ROCHA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ INTRODUÇÃO: O nascimento é um fenômeno de significativa vulnerabilidade, onde a criança passa por adaptações à vida extrauterina, sendo fundamental identificar possíveis intercorrências. Na abordagem ao recém-nascido, pode surgir a necessidade de reanimação neonatal, uma atividade que exige capacidade de aplicar competências cognitivas, técnicas e comportamentais dos profissionais de saúde. A simulação em reanimação neonatal pode gerar resultados positivos para Enfermeiros e neonato, pois consiste em simular a realidade em cenário clínico, demonstrar técnicas, ajudar na tomada de decisões e na crítica das ações ocorridas no ambiente simulado. OBJETIVO: Conhecer como a simulação vem sendo utilizada no contexto da reanimação neonatal. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de revisão integrativa da literatura, que consiste em realizar a síntese sobre determinada temática, através de etapas sistematizadas. Utilizou-se a questão norteadora: como a simulação vem sendo utilizada no contexto da reanimação neonatal? A busca ocorreu nas bases de dados: Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL); Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saude (LILACS); Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE/ PUBMED), de setembro a novembro de 2014, com descritores em ciências da saúde simulation, resuscitation e newborn; como critérios de inclusão houve busca de artigos científicos no período de 2009 a 2013; textos completo gratuitos, nos idiomas inglês, português e espanhol. A primeira busca encontrou 3.364 trabalhos, sendo aplicado o filtro (ano, texto completo e idioma), o numero de trabalhos reduziu para 945, com análise destes e aplicação dos critérios de exclusão, chegou-se a amostra final de 18 artigos. RESULTADOS: Os artigos estavam distribuídos em 11 periódicos, destaque para o Ressuscitation e Pediatrics; o maior número de publicações ocorreu no ano de 2012, com seis artigos; os Estados Unidos foi o país que apresentou maior número de publicações, oito estudos; em seguida aparece Brasil e Finlândia com duas publicações cada. Na análise qualitativa dos estudos, elaborou-se três categorias: a simulação como metodologia inovadora de ensino-aprendizagem, onde demonstrou o uso da simulação para treinamento de equipes profissionais em instituições de saúde, com participação de Enfermeiros, Neonatologistas, Enfermeiros Obstetras, Fisioterapeutas, Parteiras e Bombeiros. A segunda categoria: uso de simuladores para reproduzir situações da realidade, havendo uso de simuladores de baixa e alta fidelidade na organização dos cenários. A terceira categoria: um despertar para boas práticas e novas pesquisas, onde percebeu-se a intenção dos autores em comparar as intervenções e assim recomendar boas práticas, mais seguras e efetivas, com valorização de temas, como a gestão de vias aéreas. CONCLUSÃO: A simulação figura como metodologia ativa, com novas modalidades de ensinar e aprender, com possibilidade de criar cenários de simulação, motivar estudantes e profissionais, em especial Enfermeiros, para vivenciar atividades, que podem acontecer na prática. O uso de manequins de alta fidelidade permitiram avaliação de sinais vitais e treino de habilidades complexas. O debriefing permitiu a reflexão dos participantes e análise sobre sua atuação nos cenários. Assim, a utilização da simulação em reanimação neonatal deve ser foco de instituições de saúde e educacionais. 124 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-004 - QUALIDADE DE VIDA DE CUIDADORES DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES ASMÁTICOS ISABELA CRISTINE FERREIRA FERNANDES; LEIDIENE FERREIRA SANTOS; KARINA MACHADO SIQUEIRA; MARIA ALVES BARBOSA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS; UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS INTRODUÇÃO: as doenças crônicas, em especial a asma, são de tratamento complexo, exigindo adaptação e modificação dos hábitos de vida do próprio asmático e de seus cuidadores. Sendo assim, torna-se fundamental não priorizar somente informações e cuidados clínicos, mas também aspectos relacionados à subjetividade que envolve o processo de adoecimento e também sua influência na qualidade de vida das pessoas. OBJETIVO: avaliar a qualidade de vida dos cuidadores de crianças e adolescentes asmáticos em atendimento ambulatorial especializado. METODOLOGIA: estudo transversal, descritivo, com caráter quantitativo, realizado no ambulatório especializado de asma infantil de um hospital público de ensino do município de Goiânia, Goiás, Brasil. A coleta de dados foi realizada por meio da aplicação de um questionário contendo questões relacionadas a aspectos sociais, econômicos e demográficos e do instrumento genérico de qualidade de vida World Health Organization Quality of Life - Bref (WHOQOL-Bref). O alfa de Cronbach variou entre 0,63 e 0,85, inferindo uma boa confiabilidade do instrumento. RESULTADOS: a população do estudo foi composta por 89 cuidadores, sendo o mais jovem com 23 anos e o mais velho com 60 anos. Predominantemente, mães (85,4%), que possuíam outros filhos além do asmático (72,9%), com companheiro fixo (65,2%), residentes fora da região metropolitana de Goiânia (53,9%), com ensino médio ou superior (62,9%), renda pessoal mensal de até um salário mínimo (57,3%), renda familiar mensal entre dois e três salários mínimos (65,2%) e, pertencentes ao catolicismo (47,2%). A maioria dos cuidadores (64,0%) considerou ter uma boa percepção de qualidade de vida e expressou satisfação com a própria saúde. As medianas dos escores do WHOQOL-Bref foram maiores nos domínios Psicológico (70,83) e Relações Sociais (66,67) e, os menores escores foram obtidos dos domínios Meio Ambiente (56,25) e Físico (60,71). Em relação aos potenciais fatores associados aos escores de qualidade de vida, concluiu-se que houve relação com as seguintes variáveis: ser mãe, ter 35 anos ou mais, ter outros filhos além do filho asmático e ter ensino médio ou superior. CONCLUSÃO: esse estudo permitiu identificar as dimensões da qualidade de vida dos cuidadores que estão afetadas, ressaltando a necessidade de se estabelecer novas estratégias de assistência qualificada a essa clientela. Compreender os significados das vidas dos cuidadores facilitará o planejamento de um cuidado apropriado, bem como a evolução de intervenções específicas. Nesse contexto, destaca-se o papel dos profissionais de saúde, que precisam estar aptos a prestar uma assistência humanizada e colaborar no processo de conscientização e autonomia do cuidado. 125 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-005 - O PREPARO DE UNIDADES PEDIÁTRICAS PARA AVALIAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO PELA ACREDITAÇÃO HOSPITALAR LEILA SOARES SEIFFERT; LILLIAN DAISY GONÇALVES WOLFF UFPR INTRODUÇÃO: Acreditação é um sistema de avaliação e certificação da qualidade de serviços de saúde, de caráter educativo, voltado à melhoria contínua. Confere vantagens à organização acreditada, como segurança aos clientes e profissionais e qualidade da assistência. Consultorias internas podem preparar unidades hospitalares para submeterem-se à avaliação de certificação pela acreditação. Os consultores devem deter competência técnica, visão horizontal da organização e conhecimento de seus produtos e processos. OBJETIVOS: Aplicar um Modelo Lógico-Teórico de consultoria interna com vistas ao preparo de unidades hospitalares para a avaliação de certificação pela acreditação. MATERIAL E MÉTODOS: Pesquisa participante, com abordagem qualitativa, realizada com nove integrantes do Grupo Interno da Qualidade de uma Clínica Pediátrica de hospital de ensino, em Curitiba-PR. O Modelo Lógico-Teórico (Seiffert, 2011) teve como opção pedagógica a metodologia da problematização mediante o Arco de Maguerez. A coleta de dados realizou-se no período de março a agosto de 2011, com a técnica de grupos operativos, viabilizados por oficinas. Na Etapa Observação da Realidade os participantes conheceram nãoconformidades apontadas em auditoria interna realizada em janeiro de 2011; na Etapa Pontos-chave, obteve consenso de que a solução de 52 das 60 não-conformidades estavam na governabilidade da unidade; na Etapa Teorização, uma participante levantou a discussão sobre cultura de organizações públicas, e as limitações e razões de determinados comportamentos observados, e a pesquisadora aprofundou a temática de ferramentas da qualidade já utilizadas no Hospital. Na Etapa Hipóteses de Solução, foi elaborado um Plano de Ação, o qual foi executado na Etapa Aplicação à Realidade. RESULTADOS: Nos meses de janeiro e agosto de 2011 foram auditados 143 itens e identificadas 60 e 20 não conformidades, respectivamente. Outros resultados positivos decorrentes do trabalho viabilizado pela consultoria interna foram identificaram pelos participantes: envolvimento, ampliação de conhecimentos sobre acreditação; sensação de segurança na prestação da assistência, crescimento pessoal e uniformização na linguagem. Como aspectos negativos, citaram a falta de tempo implicando limitações à elaboração do plano de ação; dificuldades no uso de ferramentas da qualidade e na abordagem do restante da equipe da unidade; e ansiedade decorrente do ‘querer resolver tudo rápido’. Quanto à segurança do paciente, relacionaram avanços na Clínica Pediátrica, como: a dupla checagem na transfusão sanguínea; controle do lacre carro de emergência; aplicação do fluxo para atendimento a emergências; medidas para evitar quedas do berço; redução de infiltrações de quimioterápicos; controle das etiquetas de validade dos medicamentos; uso de EPIs; identificação nas anotações de enfermagem e atualização dos POPs. CONCLUSÃO: A aplicação do Modelo Lógico-Teórico de consultoria interna na mostrou-se eficaz e efetiva. Por meio de processo participativo viabilizou a autonomia de um grupo para atuar como agente de transformação da Clínica Pediátrica, para torná-la um ambiente de cuidado seguro e de qualidade, e submeter-se à avaliação de certificação almejada. Considera-se tal modelo útil para ser replicado em organizações de saúde de qualquer natureza e porte, e pode ser adequado para enfocar as especificidades dos demais programas e processos de gestão da qualidade. 126 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-006 - A UTILIZAÇÃO DO FAMILY MANAGEMENT STYLE FRAMEWORK PARA AVALIAÇÃO DO MANEJO FAMILIAR DA CRIANÇA COM DOENÇA FALCIFORME ELAINE CRISTINA RODRIGUES GESTEIRA; REGINA SZYLIT BOUSSO; CAROLLINY ROSSI DE FARIA ICHIKAWA; MAIRA DEGUER MISKO; MARIANA COSTA; PATRICIA PERES OLIVEIRA ESCOLA DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI INTRODUÇÃO: a doença falciforme (DF) é uma enfermidade de herança genética autossômica recessiva e que se apresenta de forma sintomática consequente à presença do gene da hemoglobina S em homozigose ou combinado com outras alterações da hemoglobina. Essa apresentação leva a fenômenos vaso-oclusivos e a hemólise crônica desencadeando crises álgicas, infecções, anemia, icterícia, priapismo, acidente vascular encefálico (AVE), atraso de crescimento, entre outros sintomas e complicações. OBJETIVO: conhecer a experiência de manejo familiar da criança com DF à luz do Family Management Style Framework (FMSF). MÉTODO: trata-se de um estudo de caso de caráter qualitativo que utilizou o FMSF como referencial teórico e análise temática como referencial metodológico. O FMSF é um referencial de permite identificar os aspectos-chave de como a família, como uma unidade, responde a doença de um dos seus membros, para isto, há três dimensões que são avaliadas: definição da situação (são os significados subjetivos que os membros da família atribuem a importantes elementos da sua situação diante da doença); comportamentos de manejo ( são os esforços direcionados ao cuidado para a doença e adaptação da vida familiar para atender as demandas relacionadas à doença) e conseqüências percebidas (são os resultados atuais e esperados da família, criança e da doença que modulam os comportamentos de manejo). O caso apresentado é da família de uma criança com 10 anos de idade, e que apresenta a DF (HbSS). A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas com a mãe e análise do prontuário. RESULTADOS: os resultados revelaram que a família define a DF como uma experiência conflitante e dolorosa, logo após a descoberta pelo teste de triagem neonatal há o mecanismo de não aceitação da doença, já que aparentemente a criança é sadia, com o crescimento da criança e o surgimento das primeiras crises como reações dolorosas da síndrome mão e pé, doenças respiratórias e seqüestro esplênico, a família gradualmente compreende o que é a doença e seus sintomas, e tende a adaptar-se a nova situação, que embora difícil, desencadeia comportamentos de manejo como a atenção redobrada à sintomatologia e cuidados especiais relacionados à dieta, ao uso constante de medicamentos, à prática de exercícios físicos, mudanças climáticas, rotina escolar, exames e hemotransfusões. Percebe-se que os pais e irmãs tendem à superproteção, a criança compreende a doença, embora apresente o desejo de levar a vida normal como à de outras crianças da mesma idade. Diante do exposto, as conseqüências percebidas refletem uma família apreensiva e temerosa diante das experiências vivenciadas no passado, pois a criança teve oito internações por crises respiratórias e seqüestro esplênico levando-o a esplenectomia com 1 ano e 9 meses de idade, aos 4 anos teve um AVE, além disso, a família aguarda o teste de compatibilidade das irmãs para um provável transplante de medula óssea. CONCLUSÃO: conclui-se que o modelo de avaliação do manejo auxilia os profissionais no conhecimento sobre as demandas da família frente a doença da criança e subsidia o planejamento para a efetivação de intervenções. 127 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-007 - O COTIDIANO DA FAMÍLIA DA CRIANÇA COM DOENÇA FALCIFORME: DESVELANDO SENTIMENTOS E NECESSIDADES ELAINE CRISTINA RODRIGUES GESTEIRA; REGINA SZYLIT BOUSSO; CAROLLINY ROSSI DE FARIA ICHIKAWA; MAIRA DEGUER MISKO; MARIANA COSTA; ALZILID CINTIA RODARTE; PATRICIA PERES OLIVEIRA; WALQUIRIA SANTOS ESCOLA DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI INTRODUÇÃO: a doença falciforme (DF) é uma doença grave, de origem genética em que a herança do gene da globina beta S (gene BS) determina a presença da hemoglobina variante S nas hemácias diminuindo sua sobrevida e seu adequado funcionamento, consequentemente os eritrócitos afoiçados obstruem a luz dos vasos levando a sintomas vaso-oclusivos. Uma das primeiras manifestações na infância são as crises dolorosas conhecidas como “síndrome mão-pé”, outros sintomas poderão surgir como anemia crônica, infecções, acidente vascular encefálico (AVE), priapismo, atraso de crescimento, complicações oculares e de membros inferiores. É uma doença crônica que desencadeia mudanças na dinâmica familiar. Desse modo, a família precisa de apoio para ajustar-se a nova situação e orientação no manejo dos cuidados diários com a criança. OBJETIVO: analisar as publicações científicas acerca do cotidiano das famílias de crianças com DF. MÉTODO: realizou-se revisão integrativa da literatura de artigos publicados entre 2004 e 2014, por meio da integração dos descritores: Anemia falciforme; Criança; Família, nas seguintes bases de dados: LILACS, SCIELO e PUBMED. Os critérios de inclusão foram: artigos disponíveis online gratuitamente e na íntegra nos idiomas português, inglês e espanhol. Os critérios de exclusão foram: teses e dissertações e artigos que continham apenas o resumo online. RESULTADOS: a amostra foi composta por 7 artigos, sendo 3 nacionais e 4 internacionais, os anos de publicação foram: 2005; 2007; 2010; 2011; 2012 e 2013, mostrando uma constante produção da temática. Após análise, os resultados dos estudos foram agrupados e emergiram dois temas: Impacto da DF sobre a família, o qual destaca primeiramente a não aceitação da doença frente a descoberta do diagnóstico, o temor da morte prematura do filho, o medo em relação ao cuidados diários com a criança, a sobrecarga do cuidador, na maioria as mães que deixam o mundo do trabalho para cuidarem do filho doente, além disso, há um sofrimento psicossocial, estresse e o não ajustamento que abala a família, em especial, os irmãos da criança afetada, que sendo saudáveis, também precisam de cuidados do núcleo familiar; e Rotina diária modificada pela doença, revelada pelas múltiplas hospitalizações da criança por causa das hemotransfusões, crises dolorosas e de sequestro esplênico, e também das mudanças relacionadas ao cuidado diário com o filho envolvendo ações para o tratamento da doença, a saber: utilização de medicamentos de uso contínuo, dieta adequada, diminuição de esforços físicos, cuidados especiais extensivos à escola, enfim, exigências que colocam a família frente à situações novas e imprevisíveis.CONCLUSÃO: os resultados desta pesquisa subsidia a prática profissional direcionando ações de promoção para a adaptação e enfrentamento da doença crônica pelas famílias de crianças com DF 128 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-008 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E DEMOGRÁFICO DAS CRIANÇAS PORTADORAS DE CARDIOPATIAS CONGÊNITAS SUBMETIDAS A TRATAMENTO CIRÚRGICO EM UM HOSPITAL DE GRANDE PORTE CAMPO GRANDEMS LIZANDRA ALVARES FELIX BARROS; EVANILDA DA SILVA; TONI SALVADOR MASSIABA JORGE; KELLEN CAROLINA GOMES DA SILVA MIRANDA UNIVERSIDADE CATOLICA DOM BOSCO OBJETIVO: Caracterizar o perfil epidemiológico e demográfico das crianças portadoras de cardiopatias congênitas (CC) submetidas a tratamento cirúrgico em um Hospital de grande porte em Campo Grande/MS. MATERIAL E MÉTODOS: estudo retrospectivo e documental realizado em um hospital de referência em CC. A análise compreendeu 764 prontuários dos anos de 2007 a 2012. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética, Protocolo nº 624.943. RESULTADOS: a análise dos 764 prontuários não demonstrou diferença significativa em relação ao sexo; e apontou prevalência de lactentes (menos de 365 dias de vida) com 35,5%; Em relação ao peso, 68% possuíam #8804;10 quilos. Sobre o tipo de internação, 64,5%foram eletivas, sendo 89,1% admitidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O tempo médio de internação foi de 8 à 30 dias (53,1%). Entre as CC identificadas, houve frequência maior dos tipos acianóticas, sendo que a Comunicação Interventricular (CIV) esteve presente em 172 casos (22,3%), Persistência canal arterial (PCA) com 111 casos (14,4%) e Comunicação Interatrial (CIA) com 102 (13,2%). Entre os procedimentos cirúrgicos, houve predomínio da Ventriculoseptoplastia e a correção cirúrgica de PCA (ligadura, secção e sutura), com 111 cada, seguida de Correção cirúrgica de CIA (102). Houve 122 casos de óbitos, correspondendo a 15,88% da amostra, sendo maior o número de óbitos em recém nascidos e lactentes. CONCLUSÃO: O acesso ao diagnóstico se dá principalmente no período neonatal e de lactentes, sendo a CIV a CC mais frequente e a Ventriculoseptoplastia e a correção de PCA os procedimentos cirúrgicos mais prevalentes. 129 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-009 - DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA CLIENTES DAS UNIDADES DE INTERNAÇÃO: MANUAL DE SISTEMATIZAÇÃO ANDRÉ LUIZ GOMES DE OLIVEIRA; ZENITH ROSA SILVINO UFF/EEAAC/MPEA Trata-se da prévia de dissertação de Mestrado Profissional em Enfermagem Assistencial (MPEA/UFF). INTRODUÇÃO: de acordo com a lei 7498/86, o planejamento e a supervisão da assistência de enfermagem são competências privativas do enfermeiro1. O Processo de Enfermagem foi difundido no Brasil, na década de 70, por Horta2. A pesquisa é fundamentada pela Teoria de Wanda Horta. Justifica-se pela representatividade que o Hospital estudado possui em sua região, pela qualificação do serviço de enfermagem prestado, bem como o manual poderá contribuir para um melhor gerenciamento do tempo gasto pelos enfermeiros na realização do Processo de Enfermagem e, por conseguinte, fortalecer sua execução. Objeto: diagnósticos e intervenções de enfermagem. OBJETIVOS - geral: confeccionar um manual de diagnósticos e intervenções de enfermagem à clientela de um Hospital Público Pediátrico do Rio de Janeiro; - específicos: 1- identificar a prevalência dos diagnósticos de enfermagem registrados em prontuário; 2- elaborar um instrumento estruturado de diagnósticos e intervenções de enfermagem à clientela pediátrica. MATERIAL E MÉTODO: esta pesquisa está sendo realizada obedecendo à resolução 466/12, com parecer nº 849.957 do CEP do HUAP. Tipo de Estudo: de campo, exploratório, retrospectivo, com abordagem quantitativa e utilização de fontes primárias. Cenário: um Hospital Público Pediátrico do RJ. Critérios de Inclusão: prontuários dos clientes que foram internados no Hospital no período de janeiro a dezembro de 2013. Critérios de Exclusão: prontuários dos clientes que permaneceram menos de 48h de internação nas enfermarias, de clientes que permaneceram internados na emergência e de neonatos. Amostra: composta de 333 prontuários. Coleta: foram coletados de fonte primária, com utilização de 02 formulários. Análise: foram tabulados utilizando-se o programa Excel® 2010 da Microsoft® e receberam análise estatística. RESULTADOS: observa-se maior prevalência de crianças entre 1 mês a 5 anos, sendo 75,97% da amostra. Quanto ao tempo médio de internação é de 8,55 dias. Foi identificada a ocorrência de 105 diagnósticos de enfermagem, sendo os mais frequentes: risco de infecção, hipertermia e integridade da pele prejudicada. Outros diagnósticos significativos: padrão respiratório ineficaz, desobstrução ineficaz de vias aéreas e, risco de desequilíbrio eletrolítico. Intervenções de enfermagem mais frequentes: verificar sinais vitais, registrar queixas de dor e características, registrar frequência e características das eliminações. CONCLUSÃO: espera-se contribuir com a gerência de enfermagem de forma a facilitar a qualificação, documentação e visibilidade do serviço de enfermagem da instituição estudada e servir de subsídio para pesquisas na área da Sistematização da Assistência de Enfermagem e sua implementação nos serviços de saúde pediátricos. REFERÊNCIAS: 1. COFEN. Legislação 7498/86 de 25 de Junho de 1986. Disponível em: http://www.portalcofen.gov.br. Acesso: 10 de outubro 2013. 2. Brasil. Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar. Brasilia, 2001 pág. 5. Disponível em:http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/anvisa+portal/anvisa/sala+de+imprensa/menu++noticias+anos/2013+noticias/nora+da+anvisa+re gulamenta+a+seguranca+do+paciente>. Acesso em 07 de outubro de 2013. 2. Horta, WA. Processo de Enfermagem. Rio de Janeiro (RJ): Guanabara Koogan; 2011. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC 36/2013. Disponível em: http://s.anvisa.gov.br/wps/s/r/cilB. North American Nursing Diagnosis Association. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificações 2012-2014. Porto Alegre: Artmed, 2012. 130 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-010 - OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA PERCEPÇÃO DA CRIANÇA HOSPITALIZADA PRISCILA MATTOS DOS SANTOS; LILIANE FARIA DA SILVA; EMÍLIA GALLINDO CURSINO; JÉSSICA RENATA BASTOS DEPIANTI UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE A hospitalização infantil é um acontecimento estressante e traumatizante para a criança, pois ocorre ruptura com o seu meio social, suas atividades, hábitos e costumes. Apesar de estarem hospitalizadas, suas necessidades para o desenvolvimento infantil permanecem. Sendo assim, os profissionais que atuam em pediatria, precisam ter um olhar mais cuidadoso para essas necessidades, em especial a equipe de enfermagem, pois é responsável pelos cuidados diretos, e assim passa a fazer parte do cotidiano desses pequenos seres. Compreender a experiência da criança hospitalizada aponta para uma assistência de enfermagem em que as palavras e os comportamentos possuem o valor significativo que é a comunicação. As crianças, especialmente em idade escolar, são capazes de expressar seus sentimentos, desejos, ideias e expectativas, desde que tenham oportunidade de expressá-los. Com base no exposto, o estudo teve como objeto, a percepção da criança hospitalizada em idade escolar acerca dos cuidados de enfermagem. Os Objetivos foram: identificar a percepção da criança hospitalizada em idade escolar acerca dos cuidados de enfermagem; e discutir as melhores formas de abordagem da criança hospitalizada em idade escolar quanto aos cuidados de enfermagem. Pesquisa qualitativa, descritiva exploratória. O cenário foi a unidade de internação pediátrica de um Hospital Universitário Federal, localizado no estado do Rio de Janeiro. Os participantes foram dez escolares, que tiveram sua identidade preservada através da escolha de nomes de personagens de desenho animado. Como técnica para coleta de dados utilizou-se a entrevista semiestruturada mediada por desenho, para responder aos seguintes questionamentos: Fale um pouco sobre os cuidados que as enfermeiras e enfermeiros realizam em você. O que você acha desses cuidados? Como você gostaria de ser cuidado pelas enfermeiras e enfermeiros? Para a análise dos dados procedeu-se análise temática. A pesquisa respeitou os aspectos éticos da Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, e foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição cenário do estudo. Da análise das entrevistas, emergiram duas unidades temáticas, a percepção do escolar acerca dos cuidados de enfermagem e as melhores formas de realizar os cuidados de enfermagem à criança em idade escolar hospitalizada. Nessas categorias, as crianças apontaram a necessidade do brincar, da cordialidade no setor, tratando essas crianças com carinho, explicando os procedimentos realizados, respeitando sua hora de sono e repouso, tendo em vista a importância do cuidado multidisciplinar em prol de uma alta hospitalar eficaz. Fez-se evidente também a percepção da dor desses escolares e a necessidade de um lugar apropriado no hospital para que eles de distraiam e brinquem durante esse período. Bem como as melhores formas para esses enfermeiros prestarem seus cuidados, através de brincadeiras, carinho, respeito, cuidado e de explicações sobre os procedimentos a serem realizados. Conclui-se que os profissionais que atuam em unidade de internação pediátrica precisam levar em consideração a forma que as crianças gostariam de receber os cuidados para que assim sejam respeitadas suas particularidades. 131 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-011 - AÇÕES DE PROMOÇÃO DA SAÚDE VISUAL EM CRIANÇAS ESCOLARES SIMONE TRAVI CANABARRO; OLGA ROSÁRIA EIDT; KARIN VIEGAS; GISELE CARVALHO UFCSPA INTRODUÇÃO: Estudos epidemiológicos brasileiros mostram deficiência visual em 10,8% a 12% das crianças escolares. E a Organização Mundial de Saúde reconhece que existem 153 milhões de pessoas cegas no mundo por erros refracionais não corrigidos precocemente. O projeto do Governo Federal Olhar Brasil, criado em 2007, que prioriza identificar precocemente os problemas visuais de crianças matriculadas em escolas públicas, é de suma importância, visto que alterações oculares passíveis de tratamento efetivo na fase infantil, se não forem detectadas e tratadas, podem levar a danos visuais permanentes. Além disso, crianças que nascem com déficit visual podem não expressar queixa, pois na sua vivência não sabem o que é uma visão normal. Portanto, o exame dos olhos e a correspondente promoção da saúde são ações inerentes a integralidade do cuidado da saúde infantil. Neste contexto, é evidente o papel do enfermeiro como cuidador e educador. OBJETIVO: Capacitar acadêmicos de enfermagem para realizar triagem visual individual em crianças de escolas públicas contribuindo para a redução da deficiência visual passível de prevenção. MATERIAL E MÉTODO: Trata-se de um relato de um projeto assistencial educativo, integrado nas disciplinas de enfermagem à criança, de uma Faculdade de Enfermagem, em andamento desde 2005, orientado por enfermeiras pediatras e desenvolvido em quatro escolas da rede pública da cidade de Porto Alegre, abrangendo aproximadamente 1 mil crianças. A capacitação consistiu de embasamento teórico sobre o contexto da deficiência visual; promoção da saúde visual infantil e sua avaliação; aulas práticas com simulação do ambiente; aplicação/interpretação do Teste de Aferição da Acuidade Visual com a escala optométrica E de Snellen e abordagens interativas para entrevistar e examinar crianças de seis a doze anos; elaboração de instrumentos para registros apropriados aos resultados do teste; comunicação com pais/cuidadores responsáveis; planilha informativa ao professor da classe e encaminhamento à Unidade Básica de Saúde. Preliminarmente foi realizada a sensibilização dos professores e familiares, estimulando a participação. RESULTADOS: Destacase nos resultados a contribuição deste projeto para a saúde visual infantil. Constatou-se que havia crianças sem avaliações visuais anteriores, com deficiências visuais leves e importantes e com dificuldades no rendimento escolar. O projeto proporcionou: acesso à avaliação visual; desenvolvimento de grupos educativos com as crianças por meio de oficinas para instrumentalizá-las para a discussão, reflexão e problematização no sentido de ter, manter e reivindicar sua saúde visual; articulação com professores e famílias buscando a superação da dificuldade visual nos ambientes escolares e domiciliares; encaminhamento da criança na rede básica de saúde para o tratamento requerido, obtenção de aparelhos corretivos e avaliação dos resultados alcançados. CONCLUSÕES: Conclui-se que o processo educativo desenvolvido 132 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-012 - ENCONTROS INTERGERACIONAIS NA PERSPECTIVA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NADINE DE BIAGI ZIESEMER; ALINE ROMÃO DOS SANTOS; GISELLE MASSI INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ; UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ INTRODUÇÃO: Atualmente, com delimitações de funções para cada etapa da vida - infância, adolescência, idade adulta e velhice -, é possível perceber um profundo distanciamento entre pessoas de diferentes gerações. Contudo, estudos revelam que trocas intergeracionais podem promover uma vida mais saudável para pessoas de diferentes idades. Pois, vivenciando aspectos positivos da cooperação entre gerações, elas revelam que sentem maior segurança em relação a si mesmas e aos outros, suportando com mais facilidade doenças e demais situações adversas, próprias da vida contemporânea. Nesse sentido, a UNESCO afirma que a criação de programas intergeracionais é essencial para garantir a manutenção e o desenvolvimento de diferentes culturas e povos, contribuindo com a aprendizagem continuada, que deve se dar em todas as fases da vida. No Brasil, o Estatuto do Idoso dispõe sobre a prioridade na “viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso com as demais gerações”. OBJETIVO: Analisar a visão que um grupo de crianças e adolescentes tem sobre o sujeito idoso após terem participado de atividades intergeracionais. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo quantiqualitativo transversal utilizandose de análise estatística simples e da técnica do Discurso do Sujeito Coletivo – DSC. Participaram 20 crianças e adolescentes com idades entre 10 e 14 anos, inseridos em uma ONG com atividades de contra turno. O estudo aconteceu a partir de encontros intergeracionais destas crianças e adolescentes com 10 idosos com idades entre 60 e 83 anos. Por um período de seis meses eles se encontraram semanalmente para o desenvolvimento de atividades de leitura, escrita e organização de histórias de vida em conjunto. A coleta dos dados deu-se após a finalização dos encontros, por meio da aplicação de questionário semiestruturado. RESULTADOS: 100% das crianças e adolescentes afirmam que gostaram de trabalhar com idosos, o que foi referenciado no DSC 1 “A intergeracionalidade foi uma ótima ideia. Muitas crianças não gostam dos idosos, eu aprendi a conversar com o idoso, eles nos contam histórias de vida e nos ensinam sobre a época deles”. 71,4% deles consideraram que as atividades contribuíram para promover mudanças nas relações dos jovens com as pessoas idosas, conforme evidenciado no DSC 2: “Mudei meu jeito de pensar, quando via um idoso na rua pensava: - coitadinho, agora penso: - que bom que ele tem saúde. Procuro ter carinho, respeito, solidariedade. Aprendi a conversar, eles não são rabugentos!”. 75% tiveram sua visão sobre o velho positivamente alterada a partir dos encontros intergeracionais, conforme o DSC 3: “Antes achava o idoso mandão, chato, briguento, para mim não era legal ser velho. Agora que tenho uma amizade com eles, vejo-os de outra forma: divertidos, alegres, carinhosos, eles são legais para mim!” CONCLUSÃO: Este estudo indicou que a aproximação intergeracional fortalece e supera os preconceitos frente a velhice. As crianças e adolescentes passaram a perceber a velhice de forma mais favorável e benéfica, o que pode contribuir com o próprio processo de envelhecimento vivenciado por eles. 133 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-013 - A ESCOLA COMO LÓCUS DE CUIDADO A PREVENÇÃO DE TRAUMAS FÍSICOS INFANTIS SIMONE TRAVI CANABARRO; OLGA ROSÁRIA EIDT; KARIN VIEGAS; GISELE PEREIRA DE CARVALHO UFCSPA INTRODUÇÃO: Os Traumas Físicos Infantis podem ser considerados, na maioria das vezes, como situações evitáveis, no entanto permanece como um grave problema demonstrado pelo número de óbito de crianças brasileiras em 2009, segundo o Departamento de Informática do SUS (DATASUS), 4.992 crianças de 0 a 14 anos em decorrência de acidentes evitáveis. Estimase que 90% destes traumatismos podem ser prevenidos com adoção de medidas como: ações educativas, modificações do meio ambiente, entre outras(LIMA; SOUZA; BRITO, 2008). Segundo a Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA), do Ministério da Saúde, em 2007 aconteceram 16.219 atendimentos por ocorrência de acidentes em crianças de até 14 anos (JORGE; KOIZUME, 2010). OBJETIVO: Capacitar acadêmicos de enfermagem para assumirem a responsabilidade de realizarem oficinas de prevenção aos Traumas Físicos Infantis para crianças em comunidades escolares. MATERIAL E MÉTODO: Período de realização de agosto a dezembro de 2010, em escola da rede municipal de Porto Alegre- Brasil. Foram realizadas oficinas sistemáticas que contemplaram em todas as quintas feiras com alunos de 4a e 5a séries. Utilizou-se as técnicas: dramatização e de livre expressão gráfica através de elaboração de painéis. Os professores das disciplinas foram convidados a participar como observadores da atividade. RESULTADOS: Observou-se o engajamento dos acadêmicos de enfermagem na realização das oficinas desde o planejamento na busca dos acidentes frequentes a cada faixa etária; elaboração com preparação de material lúdico e de musicalidade para trabalhar com a expressão dos alunos até a avaliação da atividade. Chama a atenção a receptividade das crianças para discutir o tema exemplificando com o caso de um colega que tenha sido atropelado na faixa de segurança o que ocasionou uma fratura extensa. Este fato traz a discussão da legislação vigente que preconiza a sinalização pelo pedestre para que os veículos deem preferencia a passagem de pedestres e a violência do trânsito manifestada pelos condutores. CONCLUSÃO: Deve-se pensar em práticas que contemplem estratégias em todas dimensões promotoras da saúde da criança, estendendo às crianças como sujeitos e atores do processo educativo. Urge como prática sistemática e pedagógica escolar a elaboração um cronograma de atividades para prevenção dos traumas físicos infantis que seja contínuo é indispensável para que se articule com o trabalho intersetorial. Compreende-se que a equipe de saúde deva estar articulada com a escola nesta tarefa para que as atividades sejam adequadas a realidade da ocorrência dos Traumas Físicos Infantis. Além disso, é necessário ampliar as discussões de como alcançar toda a comunidade escolar incluindo as famílias das crianças. 134 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-014 - RELAÇÃO DA FAMÍLIA E EQUIPE DE ENFERMAGEM FRENTE À CRIANÇA HOSPITALIZADA ANA PAULA TAQUETE SALES; DERIK DEILY ALMEIDA; NERIANE HEUSSER LERME; DÉBORA Mª VARGAS MAKUCH; JULIANA OLLÉ MENDES DA SILVA; GRACIELE DE MATIA HOSPITAL DE JARAGUÁ DO SUL; HOSPITAL WALDEMAR MONASTIER; HOSPITAL CURITIBANOS; FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE Conflitos entre a equipe de enfermagem e a família da criança hospitalizada são passíveis de ocorrer durante a prestação do cuidado integral. O problema se agrava quando criança e familiar permanecem longos períodos em regime de internação hospitalar. A internação da criança desencadeia uma variedade de sentimentos nos familiares e pacientes, desde tristeza, medo, culpa, desespero, insegurança até desorganização da estrutura familiar, em especial na Unidade de Terapia Intensiva. Os fatores aos quais as famílias estão expostas vulnerabilizam suas emoções se manifestando em oscilações de humor, potencializando conflitos entre estes e equipe de enfermagem. A Lei n°8.069 de 13 de junho de 1990, no Estatuto da Criança e do Adolescente no artigo 12 garante o direito da criança ser acompanhada pelo familiar, que deve ser incluído no atendimento prestado pela equipe de enfermagem que, usualmente prioriza apenas a criança em detrimento ao familiar e suas inquietações. O objetivo deste estudo foi compreender os fatores que interferem na relação da família de crianças hospitalizadas por longa permanência e a equipe de enfermagem. Realizado por meio de revisão integrativa, permitindo avaliar artigos de forma crítica sintetizando as evidências encontradas. Foram analisados 16 artigos selecionados na Biblioteca Virtual de Saúde, publicados no período de 2009 a setembro de 2014, culminando em quatro categorias: 1) A família como peça importante na confiança e apoio à criança hospitalizada; 2) O cuidado de enfermagem à criança/família; 3) Interações e conflitos entre família e equipe de enfermagem e 4) Necessidade de treinamento e preparo para a equipe de enfermagem no cuidado diário à família e à criança. A internação da criança predispõe a família a sentimentos diversos. Para a equipe de enfermagem, o cuidado do paciente faz parte de sua prática profissional. Cada família apresenta limitações, carências e necessidades, que desencadeiam reações inconstantes por parte da equipe, evidenciando despreparo no manejo dessas situações. Conclui-se que a criança é um ser único, digno de atendimento humanizado, holístico, englobando bem estar físico, mental, social e espiritual, fazendo-se necessária a união dos recursos oferecidos pela instituição, bem como, a parceria com os familiares. O enfermeiro é responsável por mediar à relação equipe e família, observando disfuncionalidades, promovendo a harmonia e estimulando o cuidado interdisciplinar sempre que necessário. 135 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-015 - A RELAÇÃO ENTRE O DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM E A QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA ANA CAROLINE TERRES DOS SANTOS LINHARES; DANIELI PRADO DE LIMA; FERNANDA KAROLINE SCHAMNE; GISLAINE CRISTINA MARCÃO; FERNANDA DE MATIA; GRACIELE DE MATIA CLÍNICA DR GEORGIO BARATTA; HOSPITAL MUNICIPAL NOSSA SENHORA DA LUZ DOS PINHAIS; HOSPITAL SÃO VICENTE; HOSPITAL INFANTIL SEARA DO BEM; FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE A necessidade da melhoria da qualidade da assistência tem acarretado um desafio para as instituições de saúde, onde os profissionais de enfermagem ocupam uma parcela significativa do quadro de pessoal e é a que mais contabiliza horas desempenhando atividades frente aos clientes. O dimensionamento de pessoal apresenta-se como uma ferramenta importante, pois possibilita adequar o quadro funcional para melhorar a qualidade da assistência. Este estudo justifica-se pela necessidade de compreender qual é a importância do dimensionamento de pessoal de enfermagem na qualidade da assistência, suscitando a necessidade de fornecer subsídios para a melhora da qualidade da assistência oferecida e fomentar a discussão sobre a necessidade do dimensionamento de pessoal para busca de resultados satisfatórios para a clientela atendida. O objetivo deste estudo foi identificar a relação do dimensionamento de pessoal de enfermagem com a qualidade da assistência. Realizado por meio de revisão sistemática com a finalidade de buscar a concordância sobre a temática e auxiliar a síntese de evidências disponíveis na literatura, percorreu-se seis fases metodológicas utilizando a proposta por Souza, Silva e Carvalho (2010). Pesquisou-se artigos no período de 2003 a 2013 na base de dados eletrônica Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e que retratam a relação entre o dimensionamento de pessoal de enfermagem e a qualidade da assistência. As palavras chave foram: Dimensionamento de Pessoal; Personnel Downsizing; Reducción de Personal; Downsizing Organizacional; Qualidade da Assistência à Saúde; Quality Of Health Care; Calidad de La Atención de Salud; padronizados pelos Descritores em Ciência da Saúde (DeCS/Bireme), sendo utilizados os boleanos AND e OR. Para o processo de análise foi elaborado um instrumento amparado em preceitos metodológicos com o total de 10 artigos a serem analisados. Com a leitura dos artigos e análise dos mesmos foi possível estabelecer as seguintes categorias: Categoria I – A Importância do Dimensionamento de Pessoal de Enfermagem; Categoria II – A Implantação do Dimensionamento de Pessoal de Enfermagem; Categoria III – Modelos de Dimensionamento de Pessoal de Enfermagem; Categoria IV - A Relação do Dimensionamento de Enfermagem com a Qualidade na Assistência. Conclui-se que existe uma relação direta entre o dimensionamento de pessoal de enfermagem e a qualidade da assistência, pois, o quadro correto de profissionais possibilita assistência de qualidade à clientela, e satisfação aos trabalhadores. Para que o dimensionamento de pessoal de enfermagem seja eficiente e eficaz é necessário uma mudança de comportamento dos enfermeiros gestores, que são os profissionais executantes do dimensionamento, porém a percepção atual desta classe é de que o dimensionamento além de trabalhoso, não será posto em prática pelos gestores das instituições de saúde. Porém se houver uma mudança nessa percepção, o enfermeiro gestor ao realizar o dimensionamento, estará também iniciando uma mudança na percepção e quiçá na forma de atuação da sua instituição ao comprovar aos seus gestores que o quadro de funcionários corretamente dimensionado é garantia de segurança e qualidade em curto prazo, e sim, de economia em longo prazo, pensando em redução de possíveis consequências de eventos decorrentes de erros por falta de profissionais. 136 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-016 - A VIVÊNCIA DOS GESTORES EM SAÚDE NO CUIDADO À CRIANÇA EM CONDIÇÃO CRÔNICA JULIANA JULIMEIRE CUNHA; PATRÍCIA JULIMEIRE CUNHA; IZABEL CRISTINA MEISTER MARTINS COELHO; FERNANDA DE MATIA; GRACIELE DE MATIA FACULDADES SANTA CRUZ; FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE; HOSPITAL INFANTIL SEARA DO BEM A condição crônica na infância pode ser entendida como um agravo que interfere no funcionamento do corpo da criança por um período prolongado ao ponto de determinar a necessidade de seguimento e assistência por profissionais de saúde, além de afetar o processo de crescimento e desenvolvimento da criança, como também o seu cotidiano e de sua família. Assim, percebese a relevância deste tema que teve a seguinte questão norteadora: “como o cuidado à criança em condição crônica é vivenciado pelos gestores em saúde?”. Os objetivos deste estudo foram: conhecer como o cuidado à criança em condição crônica é vivenciado pelos gestores em saúde; analisar a vivência dos gestores em saúde no cuidado à criança em condição crônica. Este estudo foi realizado por meio de uma pesquisa qualitativa na perspectiva descritiva, utilizando a análise de conteúdo temático, proposta por Minayo. Participaram da pesquisa gestores das áreas de: enfermagem (3), medicina (2), nutrição (2), fisioterapia (2) e fonoaudiologia (2). O cenário do estudo da pesquisa foi uma instituição hospitalar pública e privada de grande porte da cidade de Curitiba – PR, a qual realiza atendimentos às crianças e adolescentes. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa das Faculdades Pequeno Príncipe de 11 de junho de 2014 sob Registro CEP/SD: 686.721. A partir dos dados levantados evidenciaram-se as seguintes unidades: aproximando-se do cuidado à criança em condição crônica; realizando o processo de gestão do cuidado à criança em condição crônica a partir de múltiplas interações; percebendo o cuidado à criança em condição crônica; sugerindo melhorias para o processo de cuidado à criança em condição crônica. O número de pacientes pediátricos com agravos crônicos de saúde que necessita de cuidados de saúde é crescente, o que direciona o Estado a ampliar as possibilidades de oferta desse tipo de cuidado, bem como aprofundá-lo. As iniciativas de ampliação e regulamentação do cuidado à criança em condição crônica são necessárias, pois vão ao encontro das necessidades de saúde da população que, além do cuidado institucional realizado em hospitais, unidades de saúde, clínicas, também ocorrem no domicílio, necessitando continuar com seu cuidado em casa. A gestão deste processo de trabalho juntamente com a formação dos profissionais de saúde não tem conseguido acompanhar com igual velocidade os avanços na área da pediatria e especificamente com pacientes crônicos. Existem poucas pesquisas voltadas para essa área de atuação. Além disso, evidenciase, portanto, que esta pesquisa contribui para a prática do profissional de saúde que está em contato com a população do estudo em questão. E ainda, exige deste profissional uma formação específica para lidar com a criança em condição crônica, possibilitando-o a compreender as bases do cuidado e entender o processo saúde-doença nesta área de atuação e assim, respeitar as singularidades de cada paciente, sensibilizá-lo para essa área e capacitá-lo para uma atuação qualificada. 137 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-017 - EQUIPE DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA: FATORES DE (IN)SATISFAÇÃO NO TRABALHO PAMELA POL; LAURA MORIGGI CASTILHO; GRACIELE DE MATIA HOSPITAL CAJURU; FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE A qualidade de vida no trabalho e a satisfação profissional vêm conforme os anos se tornando um grande desafio para as instituições de saúde e os líderes de uma equipe, um desafio instigante numa época em que muitos se sentem em meio a uma rotina desgastante e massacrante no ambiente de trabalho, ainda mais em uma unidade de terapia intensiva que é uma especialidade exigente e complexa. No cotidiano prático da enfermagem, dependendo da forma como o serviço é executado e organizado e, das condições oferecidas, demanda ações, no sentido de suprir as necessidades desses profissionais, as quais podem gerar sentimentos de satisfação ou insatisfação no ambiente de trabalho. Tendo como questão norteadora: “Quais os fatores que contribuem para a (in)satisfação no trabalho da equipe de enfermagem em UTI pediátrica?”. Sendo os objetivos: investigar os fatores que contribuem para a satisfação e para a insatisfação no trabalho da equipe de enfermagem; estabelecer estratégias de modificação que favoreçam a satisfação no trabalho da equipe de enfermagem. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, efetivada por meio do método exploratório e descritivo. Os sujeitos participantes do estudo foram 18 profissionais, sendo: enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. As informações foram coletadas por meio da entrevista semiestruturada gravada, sendo posteriormente transcritas e codificadas. O projeto foi aprovado com o registro no CEP nº0900-10. Para o processo analítico dos discursos, utilizou-se a análise de conteúdo proposta por Bardin. Emergindo duas categorias: A) Motivações internas e externas da equipe de enfermagem quanto a (in)satisfação na atuação profissional em UTI Pediátrica e, B) Estratégias que favoreçam a satisfação no trabalho da equipe de enfermagem. Os diversos problemas e dificuldades frente às condições laborais da equipe de enfermagem levam a refletir na relação dialógica entre cuidar e ser cuidado: de um lado, encontrava-se o paciente que necessitava de assistência pela equipe de forma integral, nas suas necessidades bio-psico-sócioespirituais, de outro, encontravam-se os profissionais que também devem ser vistos na integralidade de suas necessidades. O profissional de enfermagem tem como finalidade em seu trabalho o cuidar, e para que o profissional realize de maneira eficaz seu trabalho é fundamental que suas condições de trabalho sejam no mínimo satisfatórias para que haja a qualidade na assistência prestada. Este estudo investigou os principais elementos insatisfatórios no ambiente de trabalho da equipe de enfermagem, a fim de, estabelecer estratégias de modificação que favorecessem a satisfação no trabalho da equipe, como: reconhecimento, valorização, ambiente adequado, treinamentos, reuniões, entre outros, para que este profissional possa fazer uma assistência de melhor qualidade, o que conseqüentemente contribui para o sucesso da empresa. Visualizando assim, que a insatisfação é uma questão que pode afetar a harmonia e a estabilidade psicológica dentro do ambiente de trabalho, e esse fator pode interferir na qualidade da assistência prestada aos pacientes que devem receber primordialmente o cuidado com qualidade e que o trabalho pode ser percebido de diferentes maneiras considerando-se que cada um tem a sua concepção de mundo, suas aspirações, suas tristezas e suas alegrias. 138 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-018 - TRAUMA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES ATENDIDAS EM UMA UNIDADE DE EMERGÊNCIA ROSA, E.B; SILVEIRA, D.B; CARVALHO, G.P.; CANABARRO, S.T.; VIEGAS, K UFCSPA INTRODUÇÃO: O trauma continua sendo uma das causas mais frequentes de morte e invalidez na infância e adolescência, sendo uma epidemia do século XX, sendo que o trauma pediátrico é um dos problemas infantis menos conhecidos. O tema tem sido abordado pela literatura como a principal causa de morbimortalidade entre crianças. (SILVA et al., 2010) No ano de 2012, no Brasil, foram registradas 152.066 internações por trauma provenientes de causas externas em menores de 14 anos tais como: quedas, exposição a forças mecânicas animadas, afogamento, acidentes automobilísticos, exposição à fumaça ao fogo e as chamas, queimaduras, contato com animais e plantas venenosas, agressões, dentre outras. No estado do Rio Grande do Sul foi registrado um total de 14.919 internações e em Porto Alegre houve 3.018 internações por causas externas, na mesma faixa etária. (BRASIL, 2013) OBJETIVO: identificar o perfil epidemiológico relacionado ao trauma em crianças e adolescentes de zero a 14 anos atendidos em uma emergência de um hospital público e as situações que levaram a ocorrência do trauma. MATERIAL E MÉTODO: Foi realizado estudo transversal e retrospectivo na emergência de um hospital referência em trauma e analisados boletins informatizados de atendimento de 375 crianças e adolescentes de zero a 14 anos incompletos, atendidas por qualquer tipo de trauma, no período de 14 de junho a 14 de dezembro de 2013. RESULTADOS: Identificou-se que a maioria dos pacientes do sexo masculino (65,1%), raça branca (89,1%), atendidos principalmente no turno da noite (45,9%) e pertencentes a faixa etária dos 10 aos 14 anos (40,3%), a cabeça e pescoço predominaram no número de ocorrências com 33,6% dos atendimentos, seguido pelos membros superiores 27,7% e membros inferiores 26,9%. Em relação ao tipo de trauma, as quedas corresponderam a 45,6% dos atendimentos, seguido de exposição a forças mecânicas inanimadas (12%) e exposição a forças mecânicas animadas (5,9%). Ao compararmos o dia da semana com a faixa etária, encontramos significância dos valores (P=0,044), principalmente no sábado e domingo onde as crianças de 1 a 4 anos sofrem mais acidentes. CONCLUSÕES: durante a semana as crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos sofrem mais traumas se comparado com o final de semana. A hipótese mais significativa para este achado é que as crianças que frequentavam a escola estavam mais protegidas durante a semana, principalmente pela supervisão direta por um responsável durante as atividades, e quando nos finais de semana por terem maior tempo livre sem supervisão para brincar acabam se tornando mais vulneráveis à ocorrência do traumatismo. Apesar dos achados significativos encontrados, durante o processo de coleta dos dados contatou-se a falta de registros, bem como sua padronização. O levantamento do perfil desta população trouxe subsídios para uma reflexão sobre a organização dos serviços de emergência no cuidado à criança e adolescente. 139 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-019 - PROMOVENDO SAÚDE NO HOSPITAL: FORTALECENDO A FAMÍLIA PARA O CUIDADO ANA IZABEL JATOBÁ DE SOUZA; GABRIELA BEIMS GAPSKI; PATRICIA KUERTEN ROCHA; JANE CRISTINA ANDERS UFSC INTRODUÇÃO: a promoção da saúde é uma prática que pode ser executada pelos profissionais da saúde nos mais diversos cenários de atuação, e dentre ele destaca-se o hospital. A internação de uma criança pode se constituir em um momento oportuno para fortalecer a família para o cuidado com os seus membros utilizando para isso ações de promoção da saúde. Neste sentido, este trabalho tem o objetivo de relatar a contribuição de um projeto de extensão desenvolvido por docentes e discentes do Departamento de Enfermagem de uma universidade do Sul do Brasil. O referido projeto tem como OBJETIVOS: promover saúde e cidadania de crianças, jovens, adultos e famílias hospitalizadas e em situação de vulnerabilidade pessoal e social contribuindo para o fortalecimento e o empoderamento individual e familiar. Como objetivos específicos: estimular a formação de hábitos para um viver saudável; promover a discussão de temas relacionados a saúde e cidadania; potencializar e fortalecer a capacidade de cuidar e se cuidar dos participantes; desenvolver uma metodologia sócio-educativa e preventiva junto a clientela em situação de vulnerabilidade pessoal e social que se encontrem hospitalizados na unidade de internação pediátrica com a proposta de contribuir para o fortalecimento de crianças, jovens e adultos em situação de vulnerabilidade. MATERIAL E MÉTODOS: as atividades de extensão são desenvolvidas na unidade de internação pediátrica com a utilização de oficinas reflexivas junto às crianças, adolescentes hospitalizados e seus familiares sobre temas de saúde e cidadania elencados tanto pela clientela como pela equipe de saúde sob a perspectiva da promoção da saúde. Dentre os temas abordados no ano de 2014 destaca-se: como conviver com o momento da hospitalização de uma forma saudável; conversando sobre o desenvolvimento infantil; promovendo uma alimentação saudável. Os participantes constituíram-se de crianças hospitalizadas e seus familiares. Os temas foram desenvolvidos ao longo do ano de 2014 em diversos momentos da internação. Outra forma de abordagem dos temas foi o atendimento individual, com orientações específicas à beira do leito quando nem a criança ou seu familiar podiam se deslocar do quarto ou enfermaria. RESULTADOS: durante a realização das atividades foi possível perceber o interesse dos familiares e das crianças internadas nos temas abordados, inclusive diante do desconhecimento de alguns aspectos trazidos durante a discussão dos mesmos. A avaliação dos familiares participantes ressaltou a importância de ações como essa não apenas para potencializá-los para o cuidado com seus membros, mas também como forma de serem cuidados durante a hospitalização, diminuindo a ansiedade frente ao desconhecido que a hospitalização representa. Mesmo abordando temas de aparente conhecimento dos participantes, principalmente dos familiares, os mesmos evidenciaram o quanto estes ainda representam desafios para o cuidado da criança. CONCLUSÕES: ações de promoção da saúde devem ser realizadas pela equipe de saúde, mesmo durante a hospitalização da criança ou do adolescente, sendo o hospital um cenário propício e rico para a realização de tais ações. Torna-se necessário o engajamento da equipe de saúde no planejamento e execução de ações, contribuindo para o fortalecimento do sistema familiar durante a hospitalização infanto juvenil. 140 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-020 - O USO DAS REDES SOCIAIS ONLINE PELO ADOLESCENTE HOSPITALIZADO UYARA TALMATARE JESUS CAMARA; CAMILA AMARAL BORGHI; MICHELLE FREIRE BALIZA; REGINA SZYLIT BOUSSO EEUSP Compreender como as redes sociais online são utilizadas e sua importância durante o processo de hospitalização dos adolescentes. MÉTODOS: Estudo qualitativo descritivo, desenvolvido a partir da Etnografia Virtual, realizado com seis adolescentes em um hospital escola de nível terciário, localizado na cidade de São Paulo. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas e análise de postagens e comentários nas páginas dos perfis em redes sociais online dos adolescentes entrevistados. Os dados foram submetidos a analise de conteúdo. RESULTADOS: Foram identificadas seis categorias. Elas foram: meios de acesso para utilização das redes sociais online; comunicação online; postagens; as redes sociais online como forma de apoio; a dependência com as redes sociais online e os riscos da utilização das redes sociais online. CONCLUSÃO: As redes sociais online se configuram como importantes formas de entretenimento, comunicação e suporte social para os adolescentes durante a hospitalização. Os enfermeiros, ao considerarem o uso das redes sociais online pelos adolescentes hospitalizados, tem a possibilidade de identificar a sua importância durante esse período, orientar adolescente e família sobre o uso seguro das redes, e providenciar recursos no ambiente hospitalar para ampliar o acesso dos adolescentes. 141 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-021 - EXPRESSÕES DE UMA ADOLESCENTE EM CUIDADOS PALIATIVOS: PERFIL EM UMA REDE SOCIAL. CAMILA AMARAL BORGHI; MAIARA RODRIGUES DOS SANTOS; REGINA SZYLIT BOUSSO EEUSP INTRODUÇÃO: Os cuidados paliativos pediátricos não se limitam ao cuidado de final de vida das crianças e adolescentes. Às vezes, são necessários desde a infância para algumas crianças que sofrem de doenças crônicas e também para outras em fase terminal. O crescente número de comunidades virtuais relacionadas à saúde mostra que as pessoas utilizam a socialização virtual e também procuram apoio. O objetivo deste estudo foi explorar o uso da rede social Facebook por uma adolescente com uma doença genética que necessita de cuidados paliativos e também analisar o comportamento de outros usuários, bem como o conteúdo de partilha. METODOLOGIA: Este é um estudo de caso qualitativo que utiliza a etnografia virtual e análise de conteúdo. Cinquenta e quatro comentários postados, incluindo fotos e mensagens, foram analisados em um perfil de Facebook de uma adolescente de 13 anos de idade. A participante tem osteogênese imperfeita, também conhecida como doença dos ossos frágeis. Este perfil foi observado durante 222 dias, quando todas as mensagens, comentários e fotos foram decodificados para análise de conteúdo. RESULTADOS: Foi possível identificar temas que incluem: emoções e sentimentos, lidando com o estigma e preconceito, e crença religiosa. Tais temas capturaram a manifestação de sentimentos, geralmente retraídos, e a interação das questões sociais, que não são tratadas abertamente, e são essenciais para uma abordagem paliativa, especialmente com crianças em idade escolar e adolescentes. DISCUSSÃO: Redes sociais virtuais têm um papel importante para expressar e contar histórias, pensamentos e sentimentos. Esta adolescente compartilhou seu sofrimento, habilidades, crenças e tarefas diárias com os amigos. Considerando-se que os cuidados paliativos podem melhorar a qualidade de vida, e também pode influenciar positivamente o curso da doença, proporcionando alívio da dor e outros sintomas angustiantes, as redes sociais virtuais podem ser uma ferramenta importante para os profissionais de saúde para se aproximar de crianças, adolescentes e famílias. 142 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-022 - ENCONTROS INTERGERACIONAIS NA PERSPECTIVA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NADINE DE BIAGI ZIESEMER; ALINE ROMÃO DOS SANTOS; GISELLE MASSI INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ; UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ INTRODUÇÃO: Atualmente, com delimitações de funções para cada etapa da vida - infância, adolescência, idade adulta e velhice -, é possível perceber um profundo distanciamento entre pessoas de diferentes gerações. Contudo, estudos revelam que trocas intergeracionais podem promover uma vida mais saudável para pessoas de diferentes idades. Pois, vivenciando aspectos positivos da cooperação entre gerações, elas revelam que sentem maior segurança em relação a si mesmas e aos outros, suportando com mais facilidade doenças e demais situações adversas, próprias da vida contemporânea. Nesse sentido, a UNESCO afirma que a criação de programas intergeracionais é essencial para garantir a manutenção e o desenvolvimento de diferentes culturas e povos, contribuindo com a aprendizagem continuada, que deve se dar em todas as fases da vida. No Brasil, o Estatuto do Idoso dispõe sobre a prioridade na “viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso com as demais gerações”. OBJETIVO: Analisar a visão que um grupo de crianças e adolescentes tem sobre o sujeito idoso após terem participado de atividades intergeracionais. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo quantiqualitativo transversal utilizandose de análise estatística simples e da técnica do Discurso do Sujeito Coletivo – DSC. Participaram 20 crianças e adolescentes com idades entre 10 e 14 anos, inseridos em uma ONG com atividades de contra turno. O estudo aconteceu a partir de encontros intergeracionais destas crianças e adolescentes com 10 idosos com idades entre 60 e 83 anos. Por um período de seis meses eles se encontraram semanalmente para o desenvolvimento de atividades de leitura, escrita e organização de histórias de vida em conjunto. A coleta dos dados deu-se após a finalização dos encontros, por meio da aplicação de questionário semiestruturado. RESULTADOS: 100% das crianças e adolescentes afirmam que gostaram de trabalhar com idosos, o que foi referenciado no DSC 1 “A intergeracionalidade foi uma ótima ideia. Muitas crianças não gostam dos idosos, eu aprendi a conversar com o idoso, eles nos contam histórias de vida e nos ensinam sobre a época deles”. 71,4% deles consideraram que as atividades contribuíram para promover mudanças nas relações dos jovens com as pessoas idosas, conforme evidenciado no DSC 2: “Mudei meu jeito de pensar, quando via um idoso na rua pensava: - coitadinho, agora penso: - que bom que ele tem saúde. Procuro ter carinho, respeito, solidariedade. Aprendi a conversar, eles não são rabugentos!”. 75% tiveram sua visão sobre o velho positivamente alterada a partir dos encontros intergeracionais, conforme o DSC 3: “Antes achava o idoso mandão, chato, briguento, para mim não era legal ser velho. Agora que tenho uma amizade com eles, vejo-os de outra forma: divertidos, alegres, carinhosos, eles são legais para mim!” CONCLUSÃO: Este estudo indicou que a aproximação intergeracional fortalece e supera os preconceitos frente a velhice. As crianças e adolescentes passaram a perceber a velhice de forma mais favorável e benéfica, o que pode contribuir com o próprio processo de envelhecimento vivenciado por eles. 143 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-023 - O EMPREGO DE TERAPIAS NÃO FARMACOLÓGICOS NO ALÍVIO DA DOR NEONATAL ALESSANDRA CRISTINA DE PAULA FARIA; CRISTIANE DE MELO AGGIO; TATIANA DA SILVA MELO MALAQUIAS; LARISSA GRAMAZIO SOARES UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE – UNICENTRO INTRODUÇÃO: A exposição do recém-nascido à dor, a curto e a longo prazo, pode resultar em inúmeras alterações fisiológicas e comportamentais, que ocasionam o aumento da morbimortalidade durante período de internação. Tal constatação aponta para a importância do controle da dor na assistência ao neonato, sendo necessária a construção de um ambiente terapêutico apropriado, livre de estímulos nocivos, visando promover o desenvolvimento adequado, potencializar a reabilitação e minimizar os efeitos negativos da doença e separação dos pais (BUENO et al, 2008). Métodos não-farmacológicas para o alívio da dor em neonatos podem ser implementadas com autonomia pelo enfermeiro na prescrição dos cuidados e tem grande eficácia no manejo da dor durante procedimentos dolorosos, facilitando a organização e auto-regulação dos recém-nascidos (CRESCÊNCIO et al, 2009). OBJETIVO: Analisar a produção científica sobre o uso de métodos não farmacológicas no alívio da dor em recémnascidos. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de uma revisão integrativa. A busca de artigos científicos deu-se nas bases de dados LILACS, SciELO e BDEnf. Os descritores utilizados para encontrar a produção científica correspondente foram: Dor; Recémnascido; Terapia Intensiva Neonatal; Enfermagem Neonatal; os quais foram submetidos a cruzamentos entre si. Os critérios de inclusão utilizados foram artigo original e disponibilizado online na íntegra em periódicos indexados nas bases de dados eletrônicas consultadas; publicado de 2003 a 2013, no idioma português, realizado no Brasil, independentemente do local de sua publicação e que abordasse o uso de medidas não farmacológicas no manejo da dor no recém-nascido. RESULTADOS e CONCLUSÃO: Foram encontrados no total 176 artigos, selecionados 19 de acordo com os critérios de inclusão, sendo incluídos 16 destes no estudo. Após a interpretação e síntese dos resultados, os artigos foram subdivididos em duas categorias, com base na análise de conteúdo. Categoria A: A eficácia de medidas não farmacológicas no alívio da dor neonatal, Categoria B: O manejo da dor neonatal por profissionais da enfermagem. No que se refere a eficácia de medidas não farmacológicas no alívio da dor neonatal, grande parte dos estudos apresentaram a sucção não nutritiva e o uso de glicose oral como as terapias não farmacológicas mais eficazes no alívio da dor neonatal, sendo indicado o seu uso, isolado ou associado, durante a realização de procedimentos dolorosos. Falcão et al (2012) afirma que a combinação de sucção não nutritiva e glicose tem se mostrado eficaz na redução da proporção de tempo de choro após procedimentos dolorosos simples. O uso de soluções glicosadas é eficaz para alívio da dor, uma vez que libera endorfinas endógenas, diminuindo o choro e atenuando a mímica facial da dor. Com relação ao manejo da dor neonatal por profissionais da enfermagem, muitos estudos demonstraram a preocupação destes em executar ações adequadas diante da dor, o que tem estimulado a adoção diversos métodos não-farmacológicos em sua prática diária, evitando os danos causados pela exposição do recém-nascido à dor, proporcionando um cuidado humanizado e aperfeiçoando a qualidade da assistência ao recém-nascido. 144 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-024 - A PEDICULOSE ENQUANTO NECESSIDADE DE SAÚDE DOS ESCOLARES VANESSA CARLA BATISTA; DÉLIS RENARDIN; ALESSANDRA CRISTINA DE PAULA FARIA; CRISTIANE DE MELO AGGIO; TATIANA DA SILVA MELO MALAQUIAS UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE – UNICENTRO INTRODUÇÃO: Há milhares de anos e, em todo o mundo, a pediculose tem sido um problema de saúde pública que acomete especialmente os escolares. Seu recrudescimento pode ocorre pela resistência do piolho e reinfestação do hospedeiro, sendo a comercialização de pentes finos e de piolhicidas práticas difundidas, refletindo o despreparo dos profissionais da educação e da saúde quanto a transmissão e tratamento desta doença, que, além das lesões pruriginosas no couro cabeludo, trazem riscos de infecções bacterianas oportunistas e o absenteísmo escolar. OBJETIVO: Analisar a produção científica brasileira a cerca da pediculose entre os escolares. METODOLOGIA: Durante as atividades práticas em Unidade Básica de Saúde, um grupo de acadêmicos do segundo ano do curso de Enfermagem, de uma universidade do Paraná, identificou surto de pediculose entre escolares, justificando esta revisão de literatura, na base de dados Scielo, com o descritor pediculose, com pleno acesso eletrônico. RESULTADOS: Foram encontrados 24 artigos, sendo selecionadas 11 publicações em português, entre os anos de 1985 e 2009, na área temática de saúde publica e ocupacional, sendo excluídos 3 artigos repetidos. Verificou-se que o Pediculus humanus corporis (piolho do corpo, com baixa incidência na população) e o Pediculus humanus capitis (piolho do couro cabeludo, causador de impetigo na população de baixa renda) estão associados ao baixo rendimento escolar e à anemia na criança. O contagio se dá de cabeça a cabeça, especialmente entre as crianças mais próximas, sendo o uso de pente fino melhor que a observação direta da cabeça da criança, o tratamento em massa com ivermectina e a educação as ferramentas terapêuticas eficazes e seguras. Mesmo sendo mais prevalente na população menos favorecida e nas escolas da rede pública, a pediculose não está associada às condições de higiene da criança. A maioria dos funcionários da educação infantil já foi vítima da pediculose no ambiente familiar e laboral, acredita que o piolho voa, que o inseto ataca mais as meninas e crianças com sangue doce, durante o verão, recomendando o uso de shampoo, vinagre e sal. DISCUSSÃO: A escassez de artigos sobre a pediculose revela a inexistência de programas de controle desta infestação, a qual é negligenciada por profissionais e autoridades de saúde, da educação e pela população afetada. Observou-se que a transmissão do piolho se dá pelo contato direto e próximo das crianças ou pelo compartilhar de adereços de cabeça, não sendo os hábitos de higiene ou sexo um fator predisponente para a infestação, embora as crianças carentes e da rede publica de ensino sejam as mais acometidas. O uso de pente fino deve ser usado no diagnóstico clínico e faltam evidencias cientificas quanto ao uso de vinagre, sal, óleos, entre outras medidas não medicamentosas. CONCLUSÃO: Esta revisão de literatura forneceu o embasamento teórico necessário aos acadêmicos de enfermagem para o planejamento de ações educativas a serem realizadas em parceria com a unidade de saúde e escolas de educação infantil, sendo o trabalho coletivo em massa a melhor alternativa para o enfrentamento deste problema que afeta as boas condições de vida da comunidade. 145 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-025 - CONHECIMENTO DAS PUÉRPERAS SOBRE CUIDADOS PRIMÁRIOS AO RECÉM-NASCIDO TATIANA DA SILVA MELO MALAQUIAS; MAIARA SARTORI; ALESSANDRA CRISTINA DE PAULA FARIA; CRISTIANE DE MELO AGGIO; LARISSA GRAMAZIO SOARES UNICENTRO; SAMU INTRODUÇÃO: Cuidar de um recém nascido é ajudá-lo a exceder a fase de maior vulnerabilidade da vida do ser humano, que é a transição da vida intrauterina para extrauterina. Logo após o parto os profissionais da saúde devem trabalhar mãe e filhos juntos, pois é neste momento que se formarão os vínculos afetivos entre a mãe e o recém-nascido. Durante a gestação ambos viviam como um só individuo, mas agora é que realmente vão se conhecer (FIGUEIREDO, 2003). O puerpério é considerado um período que abarca inúmeros fatores relacionados ao aspecto cultural que a mulher e sua família estão envolvidos, devendo-se considerar as crenças, costumes e mitos existentes. Essas questões refletem diretamente nos cuidados prestados ao recémnascido, especialmente nos aspectos que envolvem o banho e curativo do coto umbilical. A maioria das mães sente bastante dificuldade na realização destes cuidados, pela insegurança ou falta de conhecimento (SANTOS, 2002). Deste modo, é imprescindível que as gestantes e puérperas sejam orientadas desde o ínicio do pré-natal sobre os cuidados que prestará ao seu bebê. OBJETIVO: desta forma, este estudo teve como objetivo identificar os conhecimentos das puérperas de uma maternidade do interior do Paraná sobre o banho e curativo do coto umbilical do recém-nascido. MÉTODO: estudo qualitativo em que os dados foram coletados por meio de entrevista utilizando um roteiro semiestruturado. Participaram da pesquisa vinte puérperas com idade superior a dezoito anos, internadas no hospital de estudo no momento da coletada de dados e que aceitaram participar da pesquisa. Foram seguidos os preceitos da Resolução 196/96. RESULTADOS E CONCLUSÕES: os resultados evidenciam que as orientações recebidas no pré-natal não foram suficientes para esclarecer as dúvidas das mães referentes aos cuidados primários com o recém-nascido. O fator cultural se mostrou relevante nos cuidados prestados ao recém-nascido pelas mães, salientando a importância de esclarecimentos às puérperas para que os saberes empíricos não impliquem em complicações para seu filho (a), favorecendo o cuidado e continuidade da assistência ao recém-nascido. 146 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-026 - O CONHECIMENTO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM SOBRE O BRINQUEDO TERAPÊUTICO TATIANA DA SILVA MELO MALAQUIAS; ALESSANDRA CRISTINA DE PAULA FARIA; CRISTIANE DE MELO AGGIO; JULIANE AYRES BAENA; LARISSA GRAMAZIO SOARES; ANA PAULA DOS SANTOS CAMPOS; SIMONE RAQUEL KLAUS MOREIRA; VANESSA ANTONIASSI DENARDI BALDISSERA; IEDA HARUMI HIGARASHI UNICENTRO; UEM INTRODUÇÃO: A internação em ambiente hospitalar é um processo impactante e gerador de medo na maioria das pessoas, e quando se trata de crianças, esta condição se agrava especialmente em função das alterações que ocasiona na rotina familiar (SOUZA, 2012). Além do afastamento do ambiente familiar, a criança hospitalizada é constantemente submetida a procedimentos hospitalares que, apesar de justificáveis pelas finalidades, costumam ser dolorosos, invasivos e ameaçadores (RIBEIRO; ANGELO, 2005). Portanto, é necessário que os profissionais que atuam em pediatria dediquem-se em tornar o ambiente hospitalar mais humano e o processo de hospitalização menos ansiogênico, destacando as possibilidades do brincar no ambiente hospitalar, que desponta por seu papel relevante na comunicação, na assimilação da realidade, na definição de papéis, no divertimento e, sobretudo, por seu papel atraumático durante a hospitalização (LAPA, 2011;BETO et al, 2011) . OBJETIVO E MÉTODOS: pesquisa de campo descritiva com abordagem qualitativa que teve por objetivo compreender as percepções da equipe de enfermagem de uma unidade de internação pediátrica quanto ao uso do Brinquedo/Brinquedo Terapêutico. Os dados coletados mediante técnica de grupo focal, tendo por sujeitos 16 profissionais de enfermagem, foram submetidos à análise de conteúdo modalidade temática. RESULTADOS E CONCLUSÕES: a análise das falas dos participantes permitiu elencar as categorias temáticas: O brinquedo é percebido segundo sua função recreativa e catártica durante a hospitalização da criança; O ato de brincar é normalmente delegado a profissionais não pertencentes à equipe de enfermagem. Os resultados apontaram que os profissionais consideram o uso brinquedo importante e benéfico ao desenvolvimento do cuidado infantil, porém nem todos o inserem em sua prática cotidiana, delegando esta atividade aos profissionais de outras áreas. Sinaliza-se a importância de fornecer subsídios à equipe de enfermagem para que atividades lúdicas, com finalidades terapêuticas ou recreativas, integrem a assistência pediátrica. 147 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-027 - O COTIDIANO DE TRABALHO DO ENFERMEIRO NA PESQUISA CLÍNICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA LUANA TONIN; ANGELA BATTAGLIN COLLET; LUIZ FELIPE DE ALMEIDA FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE; HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE INTRODUÇÃO: A pesquisa clínica pode ser caracterizada como um estudo sistemático que adota métodos científicos aplicáveis aos seres humanos, denominados voluntários ou sujeitos, os quais podem estar sadios ou enfermos dependendo da fase em que a pesquisa se encontra (LOUSANA, 2002). Para desenvolver uma pesquisa clínica, é imprescindível seguir regras internacionais, as quais estão registradas nas Boas Práticas Clínicas, que são um conjunto de normas e orientações éticas e científicas. Este documento pode ser entendido como um modelo para o desenho, condução, realização, monitoramento, auditoria, registro, análises e relatórios de estudos clínicos, assegurando a credibilidade e a precisão dos dados e resultados relatados, bem como a proteção dos direitos, integridade e confidencialidade dos sujeitos do estudo (LOUSANA, 2002). Este tema mostra-se como ainda pouco discutido pela enfermagem, por se tratar de um campo de atuação recente para os respectivos profissionais. Porém, ao mesmo tempo, percebe-se que é uma área em potencial desenvolvimento, aumentando a nossa prática profissional (GALVÃO, SAWADA et al., 2003). OBJETIVO: Desta forma este estudo tem como objetivo relatar a experiência do trabalho no cotidiano dos enfermeiros que atuam em Pesquisa Clínica. MATERIAL E MÉTODOS: O presente estudo trata-se de um relato de experiência de natureza descritiva, com abordagem qualitativa, realizado em campo de atividade prática de um Núcleo de Pesquisa Clínica em um Hospital Pediátrico de alta complexidade no Brasil no ano de 2015. RESULTADOS: Trata-se de uma natureza diferente para a assistência de enfermagem em cenário hospitalar, no qual os sujeitos são absorvidos pelo Sistema de Saúde. Na pesquisa clínica, não é todo paciente que pode participar do estudo, apenas aqueles que correspondem aos critérios de inclusão pré-estabelecidos no protocolo. Desta forma, acabamos dependendo das peculiaridades envolvidas, tornando-se muito difícil a etapa de captação. Nesse processo, é necessária a utilização de uma metodologia adequada para a captação e o acompanhamento de sujeitos, bem como apresentar as sugestões desta captação e possíveis intervenções e desfechos para o Núcleo de Pesquisa Clínica, tendo como objetivo final sempre a qualidade de vida do paciente e dados fidedignos para a comunidade científica. Mas para que tudo isso ocorra da melhor forma possível o enfermeiro neste setor tem a necessidade de realizar uma programação, planejamento, conhecimento de suas responsabilidades diárias, conhecer suas ferramentas de processo de trabalho e ter muito conhecimento sobre os protocolos envolvidos. CONCLUSÃO: Neste ínterim concluímos que faz parte das atribuições do enfermeiro, atividades não somente de assistência na Pesquisa Clínica, mas também administrativas, coordenação e de educação permanente com a equipe. Além disso, observamos a dedicação em estudos individuais ou em grupo, a constante atualização e estudo em banco de dados brasileiros e internacionais e o preparo de projetos de pesquisa. Referências: LOUSANA, G. Pesquisa clínica no Brasil. Rio de Janeiro: Revinter; 2002. GALVÃO, C.M., SAWADA, N.O., MENDES, I. A. C. A busca das melhores evidências. Rev Esc Enferm. USP. 37(4):43-50, 2003. TRINDADE, E. A incorporação de novas tecnologias nos serviços de saúde: o desafio da análise dos fatores em jogo. Rev. Cad Saúde Pública. 24(5):951-64, 2008. 148 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-028 - ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UMA CRIANÇA COM SÍNDROME DE WEST: ESTUDO DE CASO SIMONE TRAVI CANABARRO; ADRIANA ONICE FINGER VITÓRIA; BRUNA VIEIRA OLIVEIRA; FELIPE DE CASTRO BORGES ; GISELE PEREIRA DE CARVALHO; JÉSSICA SEIBERT; RENATA SIMIONATO UFCSPA INTRODUÇÃO: A Síndrome de West (SW) consiste em uma tríade caracterizada por espasmos infantis, deterioração neurológica ou psicomotora e padrão eletroencefalográfico interictal conhecido como hipsarritmia (BRUST, 2011). A SW pode ser classificada em três categorias: criptogênica, idiopática e sintomática, sendo esse último o abordado no estudo de caso (EC), cujas causas são claras (como hipóxia neonatal) (MATTA; CHIACCHIO; LEYSER, 2007). OBJETIVO: Realizar um estudo de caso na prática assistida em pediatria relacionando com o processo de enfermagem. METODOLOGIA: Este estudo foi estruturado em cinco etapas: coleta de dados, diagnósticos de enfermagem, planejamento de enfermagem, intervenções e avaliação. Teve como cenário o hospital de ensino vinculado à Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. A coleta de dados foi realizada por estudantes de enfermagem do 5º semestre e teve, como critério de seleção, a patologia do paciente. Para a etapa de coleta de dados foi realizada anamnese, exame físico, relato dos familiares e dados do prontuário. ESTUDO DE CASO: Anamnese - G.F.P., sexo masculino, 7 anos, natural de Três Coroas/RS, acompanhado da mãe. Nasceu com 42 semanas e 3 dias de idade gestacional, parto normal, com ocorrência de anóxia perinatal, possível causa da paralisia cerebral e desenvolvimento da SW. Permaneceu 15 dias em coma após o nascimento. Diagnosticado com SW entre 4 e 6 meses de vida. Com 1 ano realizou gastrostomia, aos 3 anos submeteu-se a traqueostomia e colocação de prótese laringotraqueal. Realiza fisioterapia respiratória de 3 a 4 vezes por semana. Conforme relato dos familiares, tem histórico de internações prévias para tratamento de diversas intercorrências associadas à patologia. Atualmente, encontra-se no 10º dia do pós operatório de ressecção de lesão maligna e benigna de região bucomaxilofacial, com diagnóstico médico de fibromatose gengival. Exame físico - Paciente em decúbito dorsal, recebendo oxigênoterapia via traqueostomia, com ventilação de O2 à 1 min. Mucosas hidratadas e hiperemiadas, cavidade oral edemaciada, FO aberta e hematoma em face lateral esquerda. Tórax simétrico, sem anormalidades, infundido SF 0,9% em CVC portocath. AP: MVUD com roncos difusos e AC: BFN2TRR. Abdome normotenso com presença de ruídos hidroaéreos. Gastrostomia com pele circundante íntegra. Recebe dieta por sonda gástrica. Região perineal íntegra. Eliminações presentes. Extremidades aquecidas e perfundidas. SV: Temperatura: 36,5ºC, FC: 79, FR: 18, Sat O2: 98%, PA: 90/50, Dor: 4 (escala CHIPPS), Peso: 19,9 Kg, Altura: 116 cm, IMC: 14,7. Através do processo de enfermagem pôde-se elencar dois diagnósticos de enfermagem: Dor aguda relacionada a cirurgia, evidenciada por expressão facial de dor e Risco de infecção relacionada a procedimentos invasivos. Intervenções: Realizar avaliação completa da dor, observar a ocorrência de indicadores não verbais de desconforto e assegurar que o paciente receba cuidados precisos de analgesia. Assegurar o emprego da técnica adequada no cuidado de feridas e ensinar aos familiares como evitar infecção. CONCLUSÃO: O EC contribuiu para qualificar o cuidado e implementar o plano terapêutico para a criança e sua família, além de desenvolver habilidades técnicas e o pensamento clínico dos graduandos. 149 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-029 - EPILEPSIA NA INFÂNCIA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DÉLIS RENARDIN UNICENTRO INTRODUÇÃO: A epilepsia é caracterizada como uma síndrome, devido a sua complexidade, a qual é definida como uma descarga neuronal anormal, resultando em distúrbios da função cerebral (FERNANDES; LI, 2006). Geralmente acomete crianças, afetando sua qualidade de vida, a qual é entendida como uma percepção subjetiva de felicidade ou satisfação com a vida em termos de esferas de importância para o indivíduo” (ALONSO ET AL. 2010, apud BURCKHARDT). OBJETIVO: Identificar na literatura científica as publicações referentes aos aspectos impactantes na (QV) de crianças com epilepsia, na percepção dos seus pais ou cuidadores, no período de 2000 a 2014. MÉTODOS: Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008). O levantamento dos artigos foi realizado na base de dados BIREME com os seguintes descritores: epilepsia; criança; estigmas e qualidade de vida. As estratégias utilizadas para o levantamento dos artigos foram conduzidas pela seguinte questão norteadora: “Quais aspectos são impactantes na QV de crianças com epilepsia?”, além disso foram aplicados os critérios de inclusão, sendo: artigos completos; originais; publicados no período entre 2000 e 2014; disponível no idioma português. Desse modo a amostra resultou em 06 artigos. RESULTADOS: Os autores Geib e Nunes (2011) relatam que as causas epilepsia não estão relacionadas à baixa renda, mas a QV está relacionada com aspectos de discriminação, estado financeiro, apoio social, estilo de vida, tal afirmação corrobora com os achados de Fernandes e Li (2006). Contudo, os autores Zanini, Portuguez, Costa e Costa (2007) afirmam que a QV de vida das crianças com epilepsia (CCE) é inferior quando comparada com crianças normais, pois está relacionada ao lazer. Em um estudo realizado por Amorin e Mendonça em 2003, e outro estudo de Fernandes e Li em 2006, convergem ao afirmarem que o estigma é alterado de acordo com a situação na qual está inserido, afetando a QV das crianças, permeado por sentimentos de raiva, insegurança, medo, que são superados de acordo com o tratamento. Precisa, portanto, atender o aspecto social, resultando em sentimento de segurança e tranquilidade (COSTA; FILHO; GOMES, 2009). O estudo de Amato, Sampaio, Aucelio e Melo em 2009, apontam que os pais são os responsáveis pelas maiorias das informações que auxiliam no diagnóstico, e isso gera sentimentos negativos, resultando nos estigmas vividos por eles. Entretanto, a literatura faz referência de três passos para superá-los: Campanhas na mídia; trabalho biopsicossocial com pacientes e famílias; programas de educação continuada. Pois o combate ao estigma exige uma intervenção ampla, envolvendo equipes de saúde, psicólogos e o social, sendo importante basear-se no modelo biopsicossocial que avalia o impacto exercido pelo estilo de vida e por variações sociais sobre a 150 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-030 - LEVANTAMENTO DOS PRINCIPAIS ACIDENTES NA PRIMEIRA INFÂNCIA ATENDIDOS EM UM PRONTO ATENDIMENTO DE UM HOSPITAL PEDIÁTRICO DE GRANDE PORTE DE CURITIBA – PR EWERTON DOS SANTOS ARISTIDE; INGRID SCHWYZER; NAYARA BEVILAQUA LOPES FPP; FACEAR; HPP 1. INTRODUÇÃO: Avanços de estratégias e políticas no que dizem respeito à saúde da criança foram determinantes para a redução da mortalidade infantil, porem observa-se um elevado índice de crianças vitimas de acidentes. Segundo MALTA (2009), no Brasil, a principal causa de morte em crianças menores de 10 anos relacionam-se à acidentes de transporte (29,3%), afogamentos (21,1%), riscos a respiração (15,4%), agressões (7,0%) e as quedas (5,1%). Conforme observou Cumaru (2001), nas sociedades industrializadas, a proporção de mortes causadas por acidentes varia entre países. Segundo ele, 50% dos óbitos de crianças com idade superior a 1 ano e 67% dos óbitos na adolescência são provocados por acidentes. Por se tratar de um público totalmente diferenciado com suas subjetividades de ordem física, psíquica e comportamental, em consoante com os riscos e a tal complexidade no que se refere às situações indesejáveis refletidas pela família, somados com a escassa produção cientifica relativa a essa problemática no Brasil se deu interesse pela pesquisa. 2. OBJETIVOS: A presente pesquisa tem como objetivo geral o de levantar os principais acidentes na primeira Infância atendidos em um pronto atendimento de um Hospital Pediátrico de grande porte de Curitiba – PR, fornecendo assim posteriormente variáveis determinantes caracterizadas por cada caso. 3. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa de análise documental, de cunho quantitativo, na qual foram analisadas fichas de atendimento de pacientes na faixa etária de 0 a 6 anos completos, vítimas de acidentes correspondentes ao mês de janeiro de 2012, independentemente de raça, estado geral de saúde, origem, classes e grupos sociais. Após aprovação por parte do Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital, foram coletados os dados referentes à idade, sexo, necessidade ou não de internamento, tipos de eventos, município de origem e horário de chegada ao atendimento. 4. RESULTADOS: Foram avaliadas 1024 fichas de atendimento, destas, 677 se incluíram na pesquisa. Percebe-se que a faixa etária mais acometida foi de 0 a 6 anos (primeira infância) principalmente de 0 a 3 anos, as quedas obtiveram grande impacto na pesquisa levantada com 64% de todos os eventos. Crianças do sexo masculino com leve vantagem em relação ao sexo feminino. Grande parte dos atendimentos, pacientes provindos de Curitiba, com predomínio nos horários da tarde e noite. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Acredita-se que parte dos pais e cuidadores, a responsabilidade de manter um ambiente seguro diariamente, guardando as recomendações e orientações dos profissionais, executando-as intensamente, principalmente nos casos mais graves, onde a prevenção especifica da injuria pode ser visualizada facilmente. Uma forma de observarmos com exatidão os riscos, é de nos colocarmos à altura da criança e caminharmos por todas as peças da casa principalmente, observando o que podemos alcançar, os objetos perigosos, onde podemos subir, altura em qu 151 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-031 - HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PEDIATRIA COM A UTILIZAÇÃO DO BRINQUEDO TERAPÊUTICO: REVISÃO INTEGRATIVA CAROLINE BERTE; KARIN ROSA PERSEGONA OGRADOWSKI; AMANDA PRODOCIMO FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE; HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE INTRODUÇÃO: A criança é um ser especial que possui como principal atributo a capacidade de crescer e desenvolver-se. A hospitalização significa para a mesma um fator de estresse, por ficar vulnerável a mudança de rotina e da relação intrafamiliar, e a procedimentos dolorosos, que podem ser geradores de traumas passageiros ou mesmo permanentes. Devemos lembrar que a atuação dos profissionais do cuidado que lidam com crianças, deve incluir além da assistência direta e do componente administrativo, atividades que busquem atender as etapas do desenvolvimento infantil. A responsabilidade de minimizar o sofrimento, estimulando a criança a buscar mecanismos internos para o tratamento, é um diferencial na arte do cuidar. A utilização do brinquedo pode ser considerada uma ampliação apropriada nos sentidos do cuidar e colaborar para a humanização na hospitalização da criança. O brinquedo terapêutico (BT) possibilita a manifestação de seus medos e ansiedades e permite a ela revelar o que sente e pensa. OBJETIVO: Realizar uma revisão integrativa de literatura sobre o BT. MATERIAL E MÉTODO: Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura, que objetivou analisar publicações no período de março de 2005 a março de 2015. O estudo aplica métodos explícitos e sistematizados de busca, apreciação crítica e síntese da informação selecionada. RESULTADOS: A busca foi realizada com o navegador Google Chrome utilizando a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), com a combinação dos descritores: enfermagem pediátrica, jogos e brinquedos, criança hospitalizada. Utilizou-se como filtro de idioma português. Com a associação de todas as combinações possíveis de descritores, chegou-se ao resultado de 325 artigos. Foram excluídos artigos cujo tema não se relacionava verdadeiramente ao BT, publicados anteriormente a março de 2005, indisponíveis para a leitura na integra e repetidos, restando 18 artigos, os quais foram analisados no período de março de 2015. Foi possível evidenciar que os principais objetivos abordados foram: aplicação do BT e avaliação da técnica pelos pais e/ou pela criança; levantamento do conhecimento, percepções e sensibilização da equipe de enfermagem a respeito do BT; elaboração de protocolo utilizando a técnica em procedimentos invasivos; e revisão de literatura sobre o tema. Todos os artigos reforçam os resultados positivos mediante a utilização desta prática. Abordam sobre a falta de conhecimento e de capacitação pela equipe de enfermagem, percepção pela mesma de que a utilização do BT é importante e benéfica, porém não a utilizam em sua prática cotidiana, delegando esta atividade a profissionais de outras áreas. Outros trazem a sensibilização e incorporação da técnica pela equipe após a instrumentalização da mesma. Por fim, recomendam a utilização do BT em todas as instituiçõesonde a criança precise do cuidado, bem como, a necessidade do ensino e da integração da técnica junto à assistência de enfermagem. CONCLUSÃO: Conclui-se que o BT deve fazer parte da rotina da pediatria, pois promove tratamento humanizado para a criança hospitalizada. Salienta-se a importância de fornecer subsídios à equipe de enfermagem, para que esta práticaseja integrada a assistência pediátrica. 152 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-032 - ANÁLISE DO PERFIL DAS DOADORAS DE LEITE HUMANO DO BANCO DE LEITE HUMANO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE CURITIBA. KARYNA OSTERNACK; CAROLINE FERREIRA; JÉSSICA PEREIRA FEPAR Para se garantir leite de qualidade aos recém-nascidos internados, os Bancos de Leite Humano (BLH) dependem exclusivamente de doação altruística de nutrizes. Conhecer o perfil dessas doadoras do BLH de um Hospital Universitário se deu como objetivo desta pesquisa, a fim de se identificar a melhor forma de captação destas. O estudo trata-se de cunho exploratório, de caráter descritivo e de abordagem quantitativa, onde se entrevistou doadoras ativas e externas do BLH no período de agosto e setembro de 2014. Das 113 nutrizes aptas a responderem o formulário durante o período da pesquisa, 73,5% colaboram com o projeto. Constatou que 33% das entrevistadas estão na faixa entre 30 e 35 anos, 61% possuem ensino superior completo, 76% são casadas e 73% possuem apenas um filho. O conhecimento do perfil dessas nutrizes, se faz de suma importância, não só para o BLH, mas também para os demais hospitais especializados, pois podem estabelecer um laço educativo de conscientização traçando uma estratégia mais apurada para o recrutamento de novas doadoras, aumentando assim a disponibilidade de leite humano. 153 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-033 - PLANEJAMENTO EM SAÚDE A PARTIR DO CONSUMO ALIMENTAR DE CRIANÇAS DE 6 A 12 MESES LARISSA GRAMAZIO SOARES; FERNANDA OLÍVIA CARRERO; DANIELLE WISNIEWSKI; POLLYANNA BAHLS DE SOUSA; LETICIA GRAMAZIO SOARES ; MARIANA LUSTOSA BERLING; DANIELE MOREIRA DE LIMA; ISABELA SCHROEDER ABREU UNICENTRO INTRODUÇÃO: A alimentação complementar, de 6 meses a 12 meses de idade, está relacionada com bom crescimento e um desenvolvimento saudável. Esses alimentos deverão ser especialmente preparados para a criança, com aumento progressivo da consistência até chegar à alimentação da família. A adoção de práticas alimentares adequadas nos primeiros anos de vida é de extrema importância, pois esse é o período em que os hábitos alimentares são estabelecidos e que continuarão ao longo da vida. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, comparativo, que teve como objetivo objetiva identificar as práticas alimentares das crianças Brasileiras, com 6 – 12 meses, no ano de 2012. Os dados coletados foram obtidos do Sistema de Informações do Ministério da Saúde, através do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Como os dados utilizados constam em bancos de dados públicos, não foi necessário análise ao Comitê de Ética em Pesquisa. RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com os dados obtidos e comparados podemos observar um número elevado em relação aos hábitos de consumo e de alimentos oferecidos a essas crianças, pois identificamos que (17%) alimentam-se em frente a televisão, (32%) apresentam consumo de bebidas ou preparações adoçadas, (25%) com consumo de suco industrializado ou refresco em pó e (18%) consumiam refrigerante, em um universo total de 21180 crianças analisadas. Diante da apresentação desses dados, torna-se evidente a importância do acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento da saúde infantil, com ações de promoção e prevenção a fim de evitar a hábitos de consumo e de alimentos prejudiciais a saúde que influenciam a ocorrência do número de casos da obesidade infantil. Sabe-se que a obesidade infantil pré-dispõe o aparecimento de dislipidemias, inflamações crônicas, aumento da tendência a coagulação sanguínea, disfunção endotelial, resistência a insulina, diabetes tipo 2, hipertensão, complicações ortopédicas, alguns tipos de cânceres, apneia do sono, entre outros. Além do quadro psicológico conturbado, com diminuição da autoestima, depressão e distúrbio da autoimagem, também está associado à obesidade infantil. Por outro lado, os dados do Relatório de Investigação de Desnutrição para crianças dessa mesma faixa etária são alarmantes, onde do total de 129964 crianças avaliadas, 15% dessas apresentam caso de desnutrição, 0.56% apresentam atraso no desenvolvimento, 0.84% são crianças que já estão tomando suplemento de ferro e 1.04% crianças que já receberam mega dose de vitamina A. Estes dados devem ser amplamente analisados e discutidos por todos os profissionais de saúde, pois a desnutrição causa danos permanentes e irreversíveis no corpo e na mente das crianças. O bom estado de saúde da criança em seus primeiros anos de vida depende fundamentalmente de uma dieta adequada, imprescindível para um ótimo crescimento e desenvolvimento. CONCLUSÃO: É possível concluir, que existe a necessidade da implementação de ações efetivas voltadas as práticas dietéticas promovidas pelos profissionais de saúde a fim de reduzir a chance de agravos nutricionais como a desnutrição e obesidade infantil, e requer, adequado acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento das crianças em todas as faixas etárias. 154 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-034 - CUIDADOS PARA MANUTENÇÃO DO CATETER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA: UM DESAFIO DA ENFERMAGEM NEONATAL VERÔNICA PEREIRA LOPES; KELCIONE PINHEIRO LIMA; SAMIRA ROCHA MAGALHÃES; ANTÔNIA TAVARES MACIEL HOSPITAL DR FERNANDES TÁVORA; UNIVERSIDADE DE FORTALEZA; UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ INTRODUÇÃO: A unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal deve contar com os avanços terapêuticos e tecnológicos disponíveis para o cuidado do recém-nascido (RN), assim como profissionais capacitados e protocolos específicos para que a assistência de enfermagem possa atender a essas novas realidades (TAMEZ; SILVA, 2013). O cateterismo venoso central é prática comum nas unidades de cuidados intensivos neonatais por fornecer acesso vascular seguro ao recém-nascido, destacando-se o cateter central de inserção periférica (PICC) (FRANCESCHI; CUNHA, 2010). O PICC é um cateter central que vem se mostrando como uma alternativa de primeira escolha para a clientela neonatal; em virtude de ser seguro em comparação a outros cateteres centrais por sua baixa incidência de complicações. OBJETIVO: Verificar os aspectos metodológicos utilizados na produção científica acerca do PICC no recém-nascido e identificar os cuidados de enfermagem realizados na inserção, manutenção, manuseio e remoção, segundo a literatura científica. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa, realizada por meio de busca online, do sítio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Biblioteca regional de medicina (BIREME), sendo utilizadas as bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Bases de Dados em Enfermagem (BDENF), PUBMED, COCHRANE e SCOPUS. Os critérios de inclusão definidos para a seleção dos artigos foram: ter sido publicado em português, espanhol e/ou inglês; estar disponível na íntegra nas referidas bases de dados; responder as perguntas do estudo. Foram excluídos os artigos repetidos, bem como as cartas, monografias e editoriais. RESULTADOS: Foram encontrados 160 artigos a partir dos descritores; após a leitura dos resumos foram selecionados 22 artigos, dos quais atenderam os critérios de inclusão, tendo como discussão e análise assuntos relevantes para a prática de enfermagem na assistência a RN´s em uso do PICC. Em relação aos cuidados de enfermagem para inserção do PICC encontrou-se nos estudos: monitorizar o RN, verificar sinais vitais, posicionar o corpo, lavar as mãos, manter o RN confortável, medir o local de inserção, medir o diâmetro do membro e realizar Raio X após o procedimento. Quanto aos cuidados de enfermagem na manutenção e manuseio do PICC foram localizados os seguintes: registro dos impressos de manutenção, curativo, lavagem/salinização, tipo de seringa e substituição de extensões. As principais causas de remoção do cateter são: término da terapia proposta, ruptura ou quebra do cateter, posicionamento inadequado, extravasamento de líquidos, presença de processo infeccioso ou inflamatório. CONCLUSÃO: Conclui-se que os artigos estão relacionados a novas tecnologias do cuidado, caracterização do uso na prática em UTI neonatal e estímulo a busca do aprendizado teórico-prático de enfermeiros. Acredita-se que essa revisão integrativa poderá proporcionar subsídios para atualização e melhoramento das práticas e condutas dos enfermeiros neonatologistas diante do RN submetido a terapia intravenosa, assim como acompanhar o uso do PICC nas unidades em que trabalham. 155 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-035 - HEMORRAGIA PERI-INTRAVENTRICULAR EM NEONATOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA JÉSSICA LUIZ DINARDI; KARIN ROSA PERSEGONA OGRADOWSKI FACULDADE PEQUENO PRINCIPE INTRODUÇÃO: A primeira hora de vida do recém-nascido (RN) é crítica, sendo necessário sua monitorização, principalmente ao prematuro. RN de risco, é aquele que passou por intercorrências na gestação, no pré ou pós-parto. A qualidade de vida dos RN internados em unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN) é afetada por diversos fatores. Sendo o enfermeiro um profissional fundamental para proporcionar maior qualidade de vida ao mesmo, principalmente por ser o profissional que tem maior manipulação do mesmo. Se o cuidado não é adequado, e há manipulação excessiva, pode acarretar em lesões, como a hemorragia peri-intraventricular (HPIV). A HPIV é tipicamente de origem venosa, que ocorre na matriz germinal, a qual é altamente vascularizada. Esse evento ocorre principalmente em RN prematuros com idade gestacional inferior a 32 semanas, devido à imaturidade do desenvolvimento da matriz germinal e pré disposição anatômica. A HPIV é classificada em quatro graus (I, II, III e IV) de acordo com a extensão e localização da área atingida pela hemorragia. OBJETIVO: Realizar uma revisão integrativa de literatura sobre HPIV em neonatos. MATERIAL E MÉTODO: Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura, que objetivou analisar as publicações sobre HPIV em neonatos internados em UTIN, publicados no período de março de 2005 a março de 2015. O estudo aplica métodos explícitos e sistematizados de busca, apreciação crítica e síntese da informação selecionada. RESULTADOS: A busca foi realizada com o navegador Google Chrome utilizando a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), com a combinação dos descritores: Hemorragia Cerebral, Hemorragia Periventricular, Hemorragia Intraventricular, Neonatal, Perinatal, Recém-nascido, Recém-nascido prematuro, Enfermagem, Cuidados de Enfermagem, Diagnostico de Enfermagem, Ultrassonografia. Utilizou-se como filtro o idioma português. Após a combinação dos descritores, chegou-se ao resultado de 1248 artigos. Foram excluídos artigos não relacionados ao tema, redundantes, não disponíveis na íntegra, publicados fora do ano delimitado, restando 17 artigos, os quais foram analisados no período de março de 2015. Discussão: Os artigos conversam entre si, as informações básicas sobre HPIV estão presentes em praticamente todas as publicações, como origem da lesão, fatores de risco, diagnostico, prevenção, tratamento e consequências da HPIV. Sobre a origem, tem-se que ela é originada na matriz germinativa, como principal fator de risco a prematuridade, sexo masculino e baixo peso ao nascimento, sendo a ultrassonografia tranfontanelar o exame de escolha para o diagnostico. A prevenção se dá com o uso de corticosteroide antenatal. A HPIV compromete principalmente o desenvolvimento cognitivo e motor. Há maior incidência de graus I e II, no entanto as de III e IV são as mais nocivas à saúde. CONCLUSÃO: Esse tema necessita de atenção, em virtude de que uma HPIV pode gerar várias consequências para a vida posterior do neonato. Além disso, há poucas publicações em português e não há autores enfermeiros. Podemos concluir também que há uma incidência maior no sexo masculino, RN prematuros, e de baixo peso, devendo-se então o cuidado a esse tipo de paciente ser mais atencioso e criterioso, observando-se o mínimo tipo de mudança de comportamento. 156 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-036 - INFECÇÃO DE TOXOPLASMOSE EM GESTANTES E RECÉM-NASCIDOS FERNANDA INDIANARA COSTA A toxoplasmose é uma doença infecciosa, congênita ou adquirida, causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, sendo uma doença de notificação compulsória. Foi realizado um estudo com a finalidade de caracterizar os recém - nascidos (RNs) expostos à toxoplasmose congênita, atendidos no ambulatório de especialidades de um hospital localizado no noroeste do estado do Paraná, durante o período de setembro de 2010 a setembro de 2012 e identificar as medidas preventivas adotadas para evitar a infecção congênita, e identificar as gestantes que realizaram ou não o pré-natal de forma adequada. A fonte de dados foram as fichas do Sistema Nacional de Notificação Compulsória (SINAN) dos RNs acompanhados neste período, devido as fichas não conterem todas as informações necessárias em alguns casos utilizou-se também os prontuários das gestantes. Foram analisadas 35 gestantes e destas nenhuma apresentou sintomatologia para toxoplasmose, sendo detectadas por meio de exames laboratoriais que são solicitados durante o pré-natal. Os resultados mostraram a importância de um pré-natal assistido de forma adequada, pelos profissionais de saúde ainda na unidade básica de saúde, para que haja um tratamento adequado prevenindo danos futuramente. 157 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-037 - CATETER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA COM DISPOSITIVO DE LUZ INFRAVERMELHA EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DÉBORA FERNANDA VICENTINI BAUER; ELIENE PORTO PAIVA DOS SANTOS; FRANCIELE FÁTIMA FERREIRA; MANOELA PRIETO GERMINARI PESSOA; MARÍLIA BARBOSA DO VALE HOSPITAL DE CÂNCER DE LONDRINA INTRODUÇÃO: O cateter venoso em pediatria é tecnicamente desafiador, devido ao calibre e localização profunda no tecido subcutâneo, o que os torna difíceis de palpar ou visualizar, e esta realidade é intensificada no decurso de tratamentos oncológicos, por estado de fragilidade vascular à carências nutricionais. O cateter central de inserção periférica (PICC) cada vez mais tem sido utilizado no cuidado de pacientes pediátricos. No Brasil, por meio da Resolução nº 258/2001 do Conselho Federal de Enfermagem o enfermeiro possui a competência técnica e legal para exercer a prática de punção e manipulação do cateter PICC. Por ser uma alternativa confiável de acesso central, o PICC deve ser considerado como acesso venoso de primeira escolha, reduzindo a dor por múltiplas punções, proporcionando economia de tempo e material para a equipe e maior conforto à criança e sua família. Aliado a isso, no padrão de práticas do Infusion Nurse Society (INS) é indicado o uso de tecnologias de visualização para identificação e seleção da veia, como um dispositivo de luz infravermelha que delineia o curso de execução de veias subcutâneas. OBJETIVO: Descrever a experiência da inserção do PICC na criança oncológica com auxílio do dispositivo de luz infravermelha. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo descritivo que relata a experiência da inserção do PICC através do uso de dispositivo para visualização e identificação de veia, em um paciente pediátrico oncológico internado na unidade pediatríca de um hospital filantrópico oncológico do norte do Paraná. RESULTADOS: Masculino, 13 anos, 51kg, com diagnóstico de Leucemia Linfóide Aguda. Indicado PICC devido indução de Quimioterapia, apresentando rede venosa precária, com 3 tentativas punção para inserção do cateter em MMSS sem progressão. Após a 3ª tentativa foi realizada visualização e cateterização de PICC 5Fr na veia jugular E refletida no tecido circundante através da luz infravermelha projetada na área com aparelho portátil utilizado a cerca de 30cm de distância, o qual teve fácil progressão do cateter e localização adequada diminuindo a manipulação da criança após a inserção. CONCLUSÃO: Esta experiência evidenciou os benefícios do dispositivo de luz infravermelha para inserção do PICC no paciente pediátrico oncológico, como opção favorável a técnica, servindo de base de dados para novas pesquisas. Impactam significativamente os resultados, custos e minimizando o sofrimento físico. 158 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-038 - A COMPLEXIDADE DO CUIDADO EM PEDIATRIA E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O REGISTRO DO ENFERMEIRO PAULA CARVALHO BARBOSA DE OLIVEIRA GIOLITO; GISELLA DE CARVALHO QUELUCI EEAAC – UFF Trata-se de uma prévia de dissertação do Mestrado Profissional em Enfermagem Assistencial (MPEA / UFF). INTRODUÇÃO: Estudos apontam que cerca de 50% das informações inerentes ao cuidado do cliente são fornecidas pela equipe de Enfermagem, o que deixa clara a necessidade de registros adequados e frequentes sobre suas condições, contribuindo assim para a garantia de continuidade da assistência1. A motivação para a realização deste estudo se deu a partir da observação de fragilidades nos registros de enfermeiros em pediatria, no que tange a utilização da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) na prática diária. Assim, o objeto deste estudo é o registro dos enfermeiros em uma unidade de internação pediátrica. OBJETIVOS: elaborar um protocolo de avaliação de registros de enfermeiros em pediatria; aplicar o protocolo problematizando com os enfermeiros aspectos relativos aos princípios fundamentais da prática profissional; discutir a partir da problematização as implicações desses aspectos para o cuidado de enfermagem em pediatria. MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, cujo cenário é a unidade de internação de um hospital pediátrico do Estado do Rio de Janeiro. O mesmo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer consubstanciado nº 755.471. A amostragem do estudo contou com a participação de 12 enfermeiros assistencialistas, que atendiam aos critérios de inclusão da pesquisa. Para a coleta dos dados, realizada em janeiro e fevereiro de 2015, foram utilizados um formulário individual de identificação do perfil dos enfermeiros e para a discussão em grupo da temática, a metodologia da problematização2. RESULTADOS PRELIMINARES: através da análise inicial dos dados coletados, evidenciou-se que os enfermeiros sentem-se extremamente atarefados no seu cotidiano, o que pode influenciar negativamente no estabelecimento dos graus de complexidade do cuidado de seus pacientes, levando assim à dificuldade de executar o processo de Enfermagem de acordo com a SAE. Todos apontaram para a necessidade de otimização do tempo na execução de seus cuidados, inclusive no momento da evolução no prontuário das crianças. Assim, de acordo com a problematização, no segundo encontro em grupo com os participantes, foram discutidos os conceitos de Enfermagem Fundamental e Complexidade do Cuidado em Pediatria, de forma a direcionar a elaboração do protocolo de avaliação e a construção de um modelo de evolução do enfermeiro em Pediatria no formato de check-list. CONCLUSÃO: esperase através deste estudo contribuir com a Gerência de Enfermagem deste serviço, propondo alternativas de otimização da prática dos enfermeiros, buscando assistência cada vez mais qualificada e resolutiva. REFERÊNCIAS: 1. Santos SR, Paula AFA de, Lima JP. O enfermeiro e sua percepção sobre o sistema manual de registro no prontuário. Rev. Latino-am Enfermagem 2003; 11(1): 8087. 2. Sobral FR, Campos CJG. Utilização de metodologia ativa no ensino e assistência de enfermagem na produção nacional: revisão integrativa. Rev Esc Enferm USP. 2012 [Cited 2014 April 10]; 46(1):208-18. Available from: http://www.revistas.usp.br/reeusp/article/download/40938/44443 159 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-039 - CONTRIBUIÇÕES DE ENFERMAGEM NO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÕES POR UM ADOLESCENTE COM HANSENIASE VIRCHOWIANA CAMILA CARMEM GOMES FERNANDES UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO INTRODUÇÃO: A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, não hereditária e seu prognóstico depende essencialmente do sistema imunológico do portador. Manifesta-se principalmente por sintomas dermatoneurológicos e assume quatro classificações: indeterminada, tuberculóide, virchowiana e dimorfa. Apesar de possuir repercussões milenares, ainda é frequentemente estigmatizada e pouco compreendida, mesmo tendo cura através do tratamento de poliquimioterapia (PQT) proposto de Organização Mundial de Saúde. OBJETIVO: Demonstrar o papel do enfermeiro frente às dificuldades de aceitação da doença e tratamento por um adolescente com hanseníase virchowiana há dois anos e episódio de reação hansênica há seis meses, estudante de ensino médio de uma escola pública de Imperatriz, Ma, que evadiu do sistema de ensino devido a problemáticas interpessoais (negação, raiva, preconceito, bullyng). MÉTODO: Trata-se de um relato de experiência da autora ao acompanhar uma consulta de enfermagem durante estágio. RESULTADOS: O adolescente em questão, após a consulta de enfermagem para ingestão da dose supervisionada da PQT, foi orientado quanto a sua condição clínica e aconselhado a retomar os estudos, ressaltando a relevância do convívio social e o aprendizado em si para o cliente. Através de intervenções da enfermeira para redução da ansiedade, melhora da autoestima e assistência para o autocuidado o paciente decidiu retornar a escola e prosseguir com o tratamento. CONCLUSÃO: O profissional de enfermagem assume posição relevante ao tratar de pacientes adolescentes, pois o mesmo distancia-se da imagem de “carrasco”, comum entre os pais e responsáveis que muitas vezes obrigam os filhos a tomar decisões e aproxima-se do papel de conselheiro, demonstrando interesse pela saúde biopsicossocial do individuo juvenil. 160 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-040 - O PAPEL DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NO CUIDADO HUMANIZADO EM UTI NEONATAL CAMILA STREISKY DE FARIAS DO VALLE HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PONTA GROSSA Sabe-se que o ambiente adequado para o crescimento e desenvolvimento do bebê menor de 37 semanas é o útero materno, já que este ambiente possui características distintas e de suma importância para o bebê, como temperatura constante e agradável, ruídos diminuídos, aconchego e até mesmo a maciez. No entanto, por alguns motivos inerentes, algumas vezes é necessário que este aconchego seja interrompido e o ambiente para o bebê seja então a UTI Neonatal (OLIVEIRA, LOPES, COLET, 2006). Este é o local recomendado para recém-nascidos que precisarão de cuidados especiais, onde logo em suas primeiras horas de vida, necessitarão ser separados dos seus pais e ser cuidado por um período muitas vezes longo por uma equipe de saúde. A UTI Neonatal é, entretanto, conhecida como um ambiente nervoso, impessoal e muito temido para quem não está habituado a sua rotina; sua luminosidade acentuada, ruídos, mudanças repentinas de temperatura, assistência muitas vezes tecnicista, interrupções no ciclo de sono, dão a ela esta imagem desconfortável. Vê-se com isso que o recém-nascido necessita de uma terapêutica que ultrapasse as técnicas e procedimentos e atinja um cuidado humanizado, dando atenção especial aos causadores de estresse, proporcionando então o ambiente mais terapêutico. Neste contexto, iniciar medidas que minimizem estes conflitos é papel do profissional enfermeiro. O objetivo, então, foi buscar na literatura ações da equipe de Enfermagem que pudessem contribuir para a humanização no cuidado na UTI Neonatal. Para realizar esta pesquisa optou-se pelo tipo revisão bibliográfica já que ela foi baseada em materiais já desenvolvidos, elaborados, que se constituíram de livros e artigos científicos (MINAYO, 2006). Foram selecionadas as principais ações encontradas que possam ser contribuintes para a humanização no cuidado na UTI Neonatal. Foram então identificadas e alistadas as seguintes ações: * Estreitar laços entre o recém-nascido, os pais e a equipe: Desta maneira, cria-se uma ponte entre o bebê e os pais, propiciando intimidade capaz de minimizar os efeitos nocivos da hospitalização de forma que o recém-nascido não sentirá tão bruscamente a separação que teve de enfrentar. * Mãe Canguru: Método que presta atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso e em consequência gera uma série de ações na assistência neonatal que envolve o paciente, sua família e os profissionais de saúde. Esse método tem como vantagens aumentar o vínculo mãe-filho; evitar longos períodos sem estimulação sensorial por reduzir o tempo de separação mãe-filho; estimular o aleitamento materno; melhorar o controle térmico, devido a maior rotatividade de leitos; reduzir o número de recém-nascidos em unidades de cuidados intermediários; reduzir o índice de infecção hospitalar e possibilitar menor permanência no hospital (Ministério da Saúde, 2003).* Propiciar ambiente terapêutico, tornando o ambiente mais parecido com o ambiente uterino, dando atenção especial posicionamento do recém-nascido, constância da temperatura, diminuição de ruídos e luminosidade, respeito ao sono e utilização de músicas agradáveis. Por fim, acredita-se que estas ações podem minimizar o estresse e propiciar cuidado mais humanizado ao recém-nascido internado em UTI Neonatal. 161 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-041 - MÉTODO MÃE CANGURU: IMPLICAÇÕES RELEVANTES CAMILA STREISKY DE FARIAS DO VALLE; JÉSSICA MOURA DA SILVA HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PONTA GROSSA 1. INTRODUÇÃO: O método mãe canguru corresponde a uma técnica simples, porém de importância fundamental no estabelecimento do vínculo entre a mãe e o recém-nascido (Rn), bem como promove a estabilização térmica e da freqüência cardíaca do bebê, podendo reduzir o tempo de internação do Rn hospitalizado. Segundo a revista “Informe Saúde”, 2003, o método consiste na colocação do Rn sem roupas contra o peito da mãe, pele a pele, promovendo a estabilidade térmica, bem como a substituição das incubadoras, em Rn’s com condições clínicas para tal prática. 2. OBJETIVOS: Os objetivos correspondem em analisar as principais implicações relevantes relacionadas ao método mãe-canguru, sensibilizando toda a equipe para a importância da realização do mesmo. 3. MATERIAL E MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de caráter bibliográfico, onde procurou-se reunir conceitos e experiências sobre o assunto. 4. RESULTADOS: Verifica-se em diversos estudos que apesar da grande difusão sobre o método mãe-canguru, ainda existem muitas dúvidas, bem como inseguranças por parte da equipe multidisciplinar envolvida. Porém, vários são os estudos a favor do método canguru, os quais corroboram com as afirmações do Ministério da Saúde, 2001, bem como UNICEF respectivamente: o qual afirma que “o método canguru atua diretamente na humanização dos Rn’s hospitalizados e de baixo peso”. “ O programa mãe-canguru é uma luz de esperança para milhões de crianças em todo o mundo que nascem prematuramente e com baixo peso”. Alguns elementos básicos são de extrema relevância tratando-se do método canguru. Comprovadamente, o método antecipa a alta do Rn, promove o aleitamento exclusivo, a posição canguru promove calor, amor, estímulos, evita, refluxos, apnéias e abandono, bem como a mãe sente parte importante do processo, reduzindo por muitas vezes o sentimento de culpa da mãe pelo bebê ter nascido prematuramente. As UTIs Neonatais e maternidades com cuidados convencionais, acabam por aumentar os custos do internamento, bem como por vezes separando a mãe do seu filho, sendo portanto os objetivos principais do método, reduzir os custos com internação, acelerar a alta do Rn, efetivar o vínculo entre a mãe e o bebê. Um estudo realizado em Bogotá entre 1979 e 1986, avaliou 1654 crianças que nasceram com peso abaixo de 2.000g dentro do programa Mãe-canguru. Destes, 65 bebês receberam alta durante os primeiros 3 dias de vida. 87%, receberam alta durante os primeiros 14 dias de vida. A taxa de mortalidade foi de apenas 6%. 5. CONCLUSÃO: Conclui-se diante destes dados, que o Programa Método-Canguru possui extrema importância em se tratando de saúde pública, pois refere-se a redução de custos com hospitalização, aumento do vínculo entre a família e o bebê, inserção da família no processo terapêutico como um todo, redução da mortalidade neonatal. Dessa forma faz-se importante difundir ainda mais o método entre as UTI’s Neonatais e maternidades do país, com a finalidade de humanizar o processo da assistência. 162 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-042 - ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO RECÉM- NASCIDO NA UNIDADE CANGURU:UM RELATO DE EXPERIÊNCIA FABÍOLA SANTOS LINO; SILVANA SANTIAGO DA ROCHA; NALMA ALEXANDRA ROCHA DE CARVALHO; ELAINE CARININY LOPES DA COSTA; AUGUSTO CEZAR ANTUNES DE ARAUJO FILHO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ INTRODUÇÃO: Atualmente o elevado número de neonatos de baixo peso ao nascimento, peso inferior a 2.500g, constitui problema de saúde pública e representa elevado percentual na morbimortalidade neonatal. A assistência neonatal contempla um cuidado integral e humanizado, responsável por atender as diversas necessidades nessa fase. Dessa forma, tem-se o Método Canguru como modalidade de cuidado que adota o contato pele a pele precoce entra a mãe e o recém-nascido, sendo desenvolvido em três fases, com ênfase no presente estudo a segunda delas, a Unidade Canguru, espaço que recebe mãe, família e bebê estabilizado, para correção do peso, estímulo ao aleitamento materno e aos cuidados neonatais específicos. OBJETIVO: Relatar a experiência acadêmica em atividade prática da disciplina Saúde da Criança e do Adolescente em Unidade Canguru. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de relato de experiência vivenciado durante a atividade discente no Estágio da Disciplina Saúde da Criança e do Adolescente de Universidade Pública do Estado do Piauí, em Maternidade Estadual no município de Teresina no Piauí, período de setembro a novembro de 2014, onde foi realizada assistência de Enfermagem na Unidade Canguru por alunos da graduação. As atividades foram supervisionadas pelas docentes responsáveis no campo de estágio, sendo o estudo realizado com aprovação ética da Instituição. RESULTADOS: Os resultados apontam a realização de reconhecimento do campo de estágio e levantamento das necessidades do neonato e cuidador, onde utilizou-se impressos da Sistematização da Assistência de Enfermagem Neonatal, com Histórico de Enfermagem, Diagnósticos de Enfermagem e Intervenções de Enfermagem. Os alunos executaram a sistematização; o correto preenchimento dos impressos; avaliação semiológica do neonato; banho humanizado ao prematuro; orientações às mães sobre a posição canguru; sinais da boa pega na amamentação e cuidados gerais com o recém-nascido. A atividade acadêmica preocupou-se com a construção do conhecimento acerca da importância do Método Canguru. Algumas mães demostraram resistência a utilização do top(blusa) canguru que a maternidade disponibilizava e recomendava a sua utilização durante a maior quantidade de tempo possível. Atividades educativas foram relevantes para o sucesso da assistência, pois apesar do longo tempo de permanência na Unidade, mães e familiares apresentavam muitas dúvidas acerca, do Método Canguru em si, banho, higiene da criança e coto umbilical, além principalmente, da amamentação. O acolhimento executado pelos acadêmicos nesse setor foi contínuo, desde a admissão e estendendo-se para o período de internação e alta. CONCLUSÃO: A experiência foi relevante, pois possibilitou aos discentes e docentes da disciplina a oportunidade de oferecer uma assistência planejada, com documentação da prática, visando recuperação do neonato e maior interação do binômio mãe-filho. Dessa forma os acadêmicos perceberam a importância da educação em saúde em qualquer âmbito da assistência, e que o Método Canguru, destaca-se como uma oportunidade para Enfermeiros e estudantes de enfermagem executarem uma assistência de qualidade e humanizada e também de mães e familiares oferecem um cuidado ao neonato com supervisão profissional , além de expressar suas dúvidas, medos e sentimentos, fortalecendo assim a relação paciente/ profissional. 163 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-043 - ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA A CRIANÇA COM PARALISIA CEREBRAL NO CONTEXTO DA PUERICULTURA TATIANA MELISSA LANSKI; ALINE FERREIRA; ANGELIANA MEIRELES; DAMARES SANTOS; DANIELLE SANTOS; FERNANDA CAETANO; JULIANA OLLÉ MENDES DA SILVA FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE INTRODUÇÃO: Paralisia cerebral (PC) ou Encefalopatia Crônica não progressiva é uma lesão de uma ou mais partes do cérebro, provocado muitas vezes pela falta de oxigenação das células cerebrais. OBJETIVO: Investigar a etiologia e fatores relacionados à Paralisia Cerebral descrevendo as ações do Enfermeiro de Puericultura no cuidado a criança com Paralisia Cerebral. MÉTODO: Revisão Integrativa com base nas etapas propostas por Mendes, Silveira e Galvão (2008). Busca realizada na BVS, no período de 2009 a 2013, utilizando as palavras chave: Cuidados de Enfermagem, Paralisia Cerebral, Puericultura, com a seleção de 263 artigos. Foi possível capturar 06 artigos com base nos critérios de inclusão estabelecidos: somente artigos, idioma português, relacionados ao tema, desconsiderando os não disponíveis online e redundantes. RESULTADO: Com a análise do material capturado levantou-se que a PC pode ocorrer durante a gestação, no momento do parto ou após o nascimento; no processo de amadurecimento cerebral da criança. Pode acarretar na alteração visual, disfunção intestinal e urinária, distúrbios do sono, sialorréia, anormalidades ortopédicas, comprometimento cognitivo, transtorno na linguagem, no aprendizado e no comportamento. Dependendo do grau de comprometimento a criança poderá depender totalmente de um cuidador. A terapêutica adotada depende evidentemente do grau de dificuldade motora, da intensidade de retrações e deformidades esqueléticas e da disponibilidade e qualidade da reabilitação. Os tratamentos tem o intuito de melhora psicomotora e social do paciente acometido com PC, dentre eles pode-se destacar: Equoterapia para o desenvolvimento do equilíbrio, autoconfiança e autoestima; Natação adaptada, auxilia no relaxamento muscular e das articulações; Pedia Suit, desenvolvimento do Sistema Nervoso Central, tônus musculares, desenvoltura e padrão de marcha; Fisioterapia, melhora do desenvolvimento motor; Fonoaudiologia, auxilia na deglutição, fala e audição e Consulta de Enfermagem, que avalia, acompanha e orienta no desenvolvimento da criança portadora de PC, junto à equipe multidisciplinar. Diante disto, cabe ao profissional de saúde assegurar ao paciente, família e coletividade a assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência. O trabalho na Estratégia de Saúde da Família (ESF) exige principalmente do enfermeiro em Puericultura uma liderança capaz de articular estratégias institucionais com enfoque na promoção da saúde e efetivação dos princípios do Sistema Único De Saúde (SUS). O profissional deve ter atitudes e habilidades em prol do coletivo, gerenciando e organizando a USF na qual atua, conciliando recursos humanos e materiais para realização da assistência. CONCLUSÃO: Este estudo possibilitou conhecer as dificuldades e as mudanças vivenciadas pelas famílias e pelas crianças com PC, na sua integralidade e a acessibilidade aos serviços de saúde que deveriam estar disponibilizados pelo SUS, visto que a saúde é um direito do cidadão e um dever do Estado. O profissional Enfermeiro possui visão integralizadora e como resultado do seu processo de trabalho proporciona aos pacientes respostas claras, fortalece o vínculo binômio mãe-filho, alcançando assim melhor qualidade de vida para a família. 164 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-044 - ESTÁGIO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM NA DISCIPLINA SAÚDE DA CRIANÇA : RELATO DE EXPERIÊNCIA ISABELLA SCHROEDER ABREU; LETICIA GRAMAZIO SOARES; LARISSA GRAMAZIO SOARES; DANIELE MOREIRA DE LIMA; WELLIGTON LUCIANO BRAGUINI UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE INTRODUÇÃO: O processo de formação de enfermeiros requer um ensino de qualidade, que lhe conceda competência na realização de atividades assistenciais, de gerência, ensino e pesquisa; assim sendo, os cursos de graduação em Enfermagem, buscam desenvolver atividades teóricas, práticas e de estágio. Os estágios possibilitam ao aluno o contato direto com o paciente, possibilitando a aplicação dos conhecimentos teóricos, além do desenvolvimento de habilidade e destreza nas ações de enfermagem. Na disciplina de Saúde da Criança, os alunos podem vivenciar a prática, nos mais diversos locais e áreas: na saúde coletiva, em escolas, creches, hospitais, entre outros. Enquanto docentes, acreditamos que as atividades de estágio são extremamente relevantes para a formação profissional e por isso devem ser realizadas de forma organizada, planejada e sistematizada; visto que o estágio é um processo pedagógico de formação profissional que vincula a formação teórico-científica e as situações do cotidiano. OBJETIVO: Relatar as principais atividades realizadas pelos discentes do curso de graduação em Enfermagem, no estágio da disciplina de Saúde Criança , associando teoria e prática na formação discente e suas implicações na assistência ao recém-nascido (RN) e sua família. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um relato de experiência das docentes da disciplina de Saúde da Criança do Curso de Graduação em Enfermagem de uma Universidade no interior do Paraná, sobre as atividades desenvolvidas no estágio realizado na unidade de Alojamento Conjunto (AC), no período de outubro a dezembro de 2014, Participaram do estágio um total de 20 alunos, os quais faziam inicialmente o reconhecimento da unidade e de seus profissionais, acompanhados da docente responsável. Os objetivos do estágio, as principais atividades a serem realizadas e a forma de avaliação também eram apresentados. Na unidade de AC, o enfoque do estágio, era o atendimento ao RN saudável, a termo: recepção do binômio mãe-bebê na unidade, a primeira dose da vacina de hepatite B; banho e higiene do RN; exame físico completo do RN; realização do teste do pezinho; acompanhamento e orientações sobre o aleitamento materno; além de orientações para a alta hospitalar e continuidade do acompanhamento do RN, enfocando na importância da realização da puericultura. Uma atividade de Educação em Saúde às famílias dos RNs, era realizada ao final do estágio de cada grupo, onde os cuidados específicos ao RN e o aleitamento materno eram os temas principais a serem abordados. RESULTADOS: Foi observado uma construção coletiva gratificante e relevante para os discentes a partir da realização do estágio e da forma como foi planejado, permitindo aos alunos a vivência na prática, da assistência ao RN saudável e sua família, reforçando nesta etapa, o que já havia sido trabalhado em sala de aula, associando a teoria à prática. CONCLUSÃO: Enquanto docentes, pudemos constatar o quanto a atividade prática possibilita a construção do agir, do saber e do fazer em enfermagem, subsidiando o processo de aprendizagem dos discentes do curso de graduação em enfermagem na área de Saúde da Criança. 165 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-045 - AVALIAÇÃO DO USO E COMPLICAÇÕES DO CATETER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA EM RECÉMNATOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA. MARIA EDUARDA DE LUCA ALVES WUICIK; JULIANA OLLÉ MENDES DA SILVA; LUANA TONIN; BIANCA FONTANA AGUIAR FACULDADE PEQUENO PRÍNCIPE INTRODUÇÃO: O cateter central de inserção periférica (PICC) é considerado um dispositivo vascular inserido em veias periféricas com auxílio de um introdutor progredindo até a localização central (veia cava superior ou inferior). É utilizado para infusão de soluções vesicantes ou irritantes, e nutrição parenteral prolongada. Apresenta como principais complicações relacionadas à pósinserção do cateter: a flebite, celulite, infecção sistêmica, ruptura de cateter com posterior embolia, migração e oclusão. O processo de inserção do cateter foi introduzido no Brasil no ano de 1990 por meio da Resolução nº 258/2001, do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), onde no art. 1º considera-se lícito ao enfermeiro a inserção do cateter periférico central. De acordo com o art. 2º dessa resolução, o enfermeiro, para o desempenho de tal atividade, deverá ter se submetido à qualificação ou capacitação profissional. Diante disso, buscou-se identificar na produção científica da Enfermagem e Medicina brasileira acerca da utilização e complicações dos cateteres centrais de inserção periférica em recém-natos (RN). OBJETIVO: Realizar uma revisão integrativa de literatura sobre o uso e complicações de PICC em RN. MATERIAL E MÉTODO: Trata-se de um estudo de revisão integrativa de literatura, a qual objetivou integrar e sistematizar informações provenientes da literatura disponível, sobre a utilização e complicações dos PICCs em RNs, selecionaram-se artigos publicados nos últimos 10 anos. RESULTADOS: Para a efetivação das buscas utilizou-se a Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), para identificação dos descritores a serem utilizados foi realizada uma consulta ao Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), em que foram selecionados: enfermagem neonatal, unidade de terapia intensiva neonatal, recém-nascido, cateterismo venoso central e complicações. Utilizando as combinações possíveis de descritores, chegou-se ao resultado de 129 artigos. Foram excluídos artigos que não se relacionavam verdadeiramente com a temática, publicados há mais de 10 anos, não disponíveis para a leitura na integra, repetidos, e em inglês, restando 15 artigos, os quais foram analisados no período de março de 2015. Identificou-se que os principais aspectos abordados foram: as indicações, vantagens e desvantagens do PICC, bem como suas complicações; identificar a atuação legal do enfermeiro na prática assistencial; relatar a importância do preenchimento de registros para acompanhamento do procedimento. A grande maioria dos artigos associa o PICC positivamente à internações prolongadas e terapia intravenosa superior a 6 dias, relatam ainda quanto a importância da sistematização da assistência de enfermagem voltada para os cuidados com PICC, organizando as ações destinadas a clientela e fornecendo respaldo legal ao profissional envolvido. CONCLUSÃO: Conclui-se que para a avalição do uso de PICC, sua manutenção e avaliação das taxas de complicações, as fichas de acompanhamento devem ser preenchidas corretamente e discutidas pelo enfermeiro capacitado teórico e cientificamente visando fornecer subsídios à equipe para melhoria da assistência destinada a criança e ao adolescente. 166 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-046 - ASSOCIATED FACTORS TO INCREASE THE CHANCE OF DEVELOPMENTAL DISABILITIES IN CHILDREN: AN INTEGRATIVE REVIEW VANESSA BERTOGLIO COMASSETTO ANTUNES DE OLIVEIRA; DANIEL IGNÁCIO DA SILVA; MARIA DE LA Ó RAMALLO VERÍSSIMO; RAYLA AMARAL LEMOS UNIBRASIL / ESCOLA DE ENFERMAGEM – USP INTRODUCTION: The advances achieved by neuroscience, molecular biology, epigenetics and the behavioral and social sciences show that the influences that children receive during their early childhood determine their educational success, their health throughout his life, their capacity for economic productivity and their role as a responsible citizen.The development of the child is conditioned by the structure and function of the central nervous system associated with a set of features that directly or indirectly influence and may cause disability. OBJECTIVE: To describe theaspects that increase the chances of the children suffer delays or losses in their development. MATERIALS AND METHODS: It is an integrative review, with the following guiding question: Which factors increase the chance of the children suffers delays or impairments in their development? The literature review was developed with research in databases: MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online), CINAHL (Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature), Web of Science, PubMed (US National Library of Medicine National Institutes Database Search of Health) and Scopus, which were chosen because they contain most of the studies regarding delays in childhood development. We used the descriptors from the system MeSH (Medical Subject Headings): Developmental disabilites associated with Child Development Disorders, Deviation. The sample was selected according the following criteria: scientific article as a result of cohort, case-control or randomized clinical trial, published in the 2012-2013 period and in the journals indexed in Medline, CINHAL, PubMed, Web of Science and Scopus. The collected data analysisfollowed the referential of categorical thematic analysis and they were grouped according to the analytical matrix of vulnerability in child development. RESULTS: Eighty-one articles composed the final sample and the results were organized infive analytical categories: 1)Prenatal care: Metabolic disorders, Nutritional disorders, Maternal mental health conditions, Maternal infectious conditions and Maternal use of Teratogens; 2)Type of delivery and gestational age: Weight of the born alive, Complications at birth, Placental abnormalities and Uterine abnormalities. 3) Prevention of diseases to children: Absence of immunization; 4) Physiological conditions of children: Congenital malformations and History of diseases of the child; and 5) Exposure to agents or harmful situations: Exposure to toxic chemicals, accidents and aggressions. These aspects presented may influence the child development, which may bring severe damages in the domains of development:Sensory-motor, Social-emotional and Cognitive and language. CONCLUSION: According the consulted literature, the conditions of pregnancy and delivery, as well the prevention of diseases, heath care and exposition of children against harmful situations may increase the chance of developmental disabilities. These results may support the health team in identifying adverse situations to child development. 167 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-047 - A IMPORTÂNCIA DO CONTATO PELE A PELE PRECOCE PARA A MÃE E O BEBÊ: UMA REVISÃO INTEGRATIVA KARYNA OSTERNACK; MARÍLIA FAGUNDES; SARA VIEIRA FEPAR, POSITIVO INTRODUÇÃO: O Ministério da Saúde (MS), nos últimos anos, têm proposto políticas voltadas à humanização da assistência ao parto e ao nascimento, visando reintegrar a mulher como protagonista do parto e acolher o recém-nascido sem agravar o impacto da diferença entre o mundo intra e extra-uterino. O MS orienta que o neonato de baixo risco, depois do nascimento, deve ser entregue prioritariamente à mãe para que ela possa estabelecer com o filho um contato íntimo e precoce, olho no olho, pele a pele. O contato pele a pele precoce refere-se ao posicionamento, imediatamente após o parto, do recém-nascido, despido, em posição prona, sobre o corpo materno, de forma que a mãe possa acariciá-lo. OBJETIVO: O presente estudo é uma revisão integrativa que teve por objetivo verificar as publicações em língua portuguesa, de janeiro de 2000 a julho de 2014, que discorrem a respeito do contato pele a pele e os efeitos benéficos desta prática para o binômio mãe-bebê. MATERIAL E MÉTODOS: A seleção dos artigos foi realizada através das bases de dados LILACS, IBECS, MEDLINE, Biblioteca Cochrane, SciELO e CINAHL, com o uso dos descritores “contato pele a pele” “contato pele a pele mãe bebê” “contato pele a pele mãe filho” “pele a pele” “pele a pele mãe bebê” “pele a pele mãe filho” “contato precoce mãe bebê” “contato precoce mãe filho”, sendo que foram incluídos artigos cujos títulos ou resumos atendessem ao tema em estudo. RESULTADOS: A amostra constitui-se de treze artigos que, em maioria, relacionaram a importância da prática do contato pele a pele com a formação do vínculo entre mãe e filho e o estímulo à amamentação na primeira hora de vida. Os artigos relatam que, logo após o parto, o recém-nascido passa por um período denominado inatividade alerta nos sistemas sensórios, em que os estímulos maternos desencadeiam as respostas do filho, o que favorece a formação dos laços afetivos, importantes na construção da saúde psíquica da criança. Ainda discorrem que o contato precoce estabelece um ótimo ambiente para a adaptação do bebê à vida extra-uterina, auxiliando na manutenção da temperatura corpórea neonatal, como exemplo de contribuição à saúde física da criança. Nos artigos, menciona-se também que esta prática suscita alguns sentimentos no binômio, como felicidade, amor, conforto e tranquilidade, que estimulam a produção do hormônio ocitocina na mulher, responsável pela ejeção do leite. A partir disso, torna-se possível a amamentação na primeira hora de vida, o que contribui para diminuir a posteriori o desmame precoce e as dificuldades de aleitamento – ao proporcionar desde cedo uma sucção eficiente e eficaz, sendo que o leite materno tem importância ainda na proteção contra infecções. Também existem indícios de que o contato precoce facilita o processo de expulsão da placenta e auxilia na involução uterina, segundo alguns artigos. CONCLUSÃO: Observou-se, através dos dados obtidos na revisão integrativa, a carência de literatura recente e pesquisas em língua portuguesa que enfoquem o contato pele a pele e os benefícios a curto e a longo prazo para a mãe e o bebê. 168 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-048 - CONHECIMENTO DOS ADOLESCENTES DE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DA CIDADE DO RECIFE SOBRE BULIMIA E ANOREXIA WALQUIRIA QUIRINO DE QUEIROZ; GERLANDE PEREIRA DA SILVA Resumo: O ato de alimentar-se é uma necessidade humana vital. Mas, a relação do alimento com o peso ou com a imagem corpórea nem sempre é harmoniosa, o pode que resultar em desequilíbrios da conduta alimentar. Exemplos disso são os transtornos alimentares como: anorexia e a bulimia, que apresentam características comuns que os assemelham, bem como características próprias que os distinguem. Porém, o padrão alimentar que cada pessoa desenvolverá é um fenômeno singular. O tipo de comida, frequência de consumo, quantidade ingerida apresentam um comportamento específico e individual. A anorexia é uma condição psiquiátrica, cujos sintomas surgem mais freqüentemente na adolescência. Segundo o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-IV), a anorexia é um transtorno alimentar caracterizado pela recusa do indivíduo em manter um peso adequado para a sua estatura, medo intenso de ganhar peso e uma distorção da imagem corporal, além de negação da própria condição patológica. Já a bulimia caracteriza-se por episódios repetidos de grande ingestão alimentar e uma preocupação excessiva com o controle do peso corporal. O paciente chega a adotar medidas extremas, a fim de evitar o ganho de peso, devido à ingestão exagerada de alimentos. As adolescentes do sexo feminino são mais susceptíveis porque durante a puberdade passa por mudanças fisiológicas e bioquímicas marcantes, com acúmulo pronunciado de gordura. Em função dessas mudanças e da pressão da mídia e da sociedade que ditam por normas de magreza incompatíveis com os parâmetros de nutrição adequada. Uma vez que tais patologias abordam aspectos tanto físicos como psicológicos, deve-se ter a aplicação de instrumentos que avaliem as comorbidades, a estrutura anatômica, a qualidade de vida, os aspectos sociais, são fatores relevantes para uma maior compreensão do quadro clinico do paciente. O conhecimento dos adolescentes sobre progressão da BN e AN é uma maneira de desencorajar atividades radicais de redução de peso, no qual as expectativas da sociedade pela magreza têm uma forte influência no desenvolvimento desses distúrbios. OBJETIVO: Investigar o conhecimento dos adolescentes sobre bulimia e anorexia. MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, composta por adolescentes com idade entre 12 e 18 anos de uma instituição pública do Recife. A coleta foi realizada através de entrevista que por meio desta identificou o conhecimento à cerca da bulimia, anorexia e do comportamento alimentar. RESULTADO: A média dos adolescentes que já ouviram falar em Transtornos alimentares foi de 58%, desses 46,67% especificaram anorexia e bulimia. Com relação ao comportamento alimentar, cerca de 70% fazem mais de quatro refeições por dia. CONCLUSÃO: o conhecimento sobre anorexia e bulimia foi parcial, demonstrando a há a necessidade de intervenções nas escolas públicas com o objetivo de informar aos estudantes sobre esses transtornos e sobre os hábitos alimentares saudáveis. 169 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-049 - A TRANSFERÊNCIA ENTRE UNIDADES HOSPITALARES: IMPLICAÇÕES NA SEGURANÇA DO PACIENTE PEDIÁTRICO ANA IZABEL JATOBÁ DE SOUZA; MICHELINI FÁTIMA FARIA; JANE CRISTINA ANDERS; PATRICIA KUERTEN ROCHA; MATREDE DA SILVA UFSC, HU UFSC Os processos de comunicação são complexos e dinâmicos nos serviços de saúde e, em especial, na área hospitalar. O alto fluxo de informações e o grande número de profissionais que integram diferentes equipes, além da grande demanda de atividades, acarretam uma necessidade constante de atualização e troca de informações entre as equipes e pacientes e seus familiares(ANVISA,2013). Outro aspecto do processo de comunicação que pode ser considerado crítico para a ocorrência de eventos adversos com os pacientes é a forma como estão estruturadas as trocas de informações entre os turnos de trabalho nos serviços de saúde. As passagens de plantão, rounds ou relatórios de troca de turnos são uma característica do trabalho em saúde. A continuidade do atendimento do paciente exige o compartilhamento de informações em um processo que envolve a transferência e aceitação de responsabilidade de alguns aspectos do cuidado do paciente ou de um determinado grupo de pacientes( ANVISA,2013). Diante do exposto, persiste a necessidade de se investir na busca de uma comunicação eficaz e na garantia de segurança do paciente pediátrico nas passagens de plantão e transferências entre unidades hospitalares. A comunicação eficaz é essencial durante a permanência do paciente no período de hospitalização, assim como, na sua transferência para outro setor e/ou serviço( WHO,2007). Estudo exploratório-descritivo de natureza qualitativa, com objetivo de descrever o processo de transferência entre emergência pediátrica e unidade de internação, e suas implicações na segurança do paciente pediátrico. Realizado em um Hospital Universitário do Sul do Brasil. Os dados foram coletados nos meses de fevereiro e março de 2013, através de entrevista semiestruturada com 13 profissionais. Agruparam-se os dados em duas categorias: Passagem de plantão e sua interface com a comunicação, e fatores que interferem na comunicação. Os resultados evidenciaram que a passagem de plantão entre a equipe de enfermagem é considerada ferramenta fundamental para a prevenção de falhas e erros nos cuidados de pacientes, principalmente na área de pediatria. Podem ser adotadas diferentes estratégias para efetuar a troca de informações relevantes para assegurar a continuidade e a segurança dos cuidados realizados. Evidenciou vários pontos que interferem na comunicação durante a transmissão das informações, ressaltando que, neste caso o processo de transmissão de informações ocorreu via telefone, forma esta, que muitas vezes pode dificultar a compreensão dos dados repassados, especialmente com relação ao estado geral em que a criança se encontra, desta forma, podendo comprometer o preparo da equipe, tanto em recursos materiais, físico-estruturais, quanto humanos, para o recebimento deste paciente, no que tange o cuidado, conforto e segurança do paciente. Permanecem algumas práticas como: ausência do profissional enfermeiro 24 horas e passagem de plantão realizada por outras categorias da enfermagem, situações estas que podem comprometer a comunicação e a continuidade da assistência de enfermagem segura ao paciente pediátrico no processo de transferência entre as referidas unidades. A apresentação de informações exatas, completas e relevantes durante a passagem de plantão propicia um atendimento qualificado e seguro ao paciente pediátrico. 170 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-050 - DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM EM FAMÍLIAS DE RECÉM-NASCIDOS HOSPITALIZADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA. LEIDIENE FERREIRA SANTOS; LIZETE MALAGONI DE ALMEIDA CAVALCANTE OLIVEIRA; CINTIA MUTTI FLORES; ISABELA CRISTINE FERREIRA FERNANDES UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS, UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS INTRODUÇÃO: a hospitalização do recém-nascido (RN) em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) é um evento estressante que leva à família a vivenciar sentimentos de angústia, dúvida, medo e incertezas, além da dificuldade de aceitação em relação à separação do filho. Nesse cenário, destaca-se que a identificação de diagnósticos das necessidades da família permite a implementação de intervenções que qualificam e humanizam a assistência oferecida pelos profissionais da saúde (SANTOS et al., 2012). OBJETIVOS: identificar os principais Diagnósticos de Enfermagem (DE) em famílias de Recém-nascidos hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e descrever Intervenções de Enfermagem (IE) em um grupo de apoio a pais e familiares (GRAPF) de crianças hospitalizadas. MÉTODO: trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória, de abordagem qualitativa, baseada em dados produzidos durante sessões de um Grupo de Apoio a Pais e Familiares (GRAPF) de RN hospitalizados em uma UTIN, de um Hospital Escola de alta complexidade, no período de fevereiro a julho de 2010. Ao total foram gravadas, em mídia digital, oito sessões do GRAPF e, posteriormente, transcritas pelas pesquisadoras. A coleta de dados, a análise do material e a identificação dos Diagnósticos de Enfermagem/DE, foram sustentadas pela Teoria das Necessidades Humanas Básicas (HORTA, 1979). Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Humana (protocolo 153/2009). RESULTADOS: por meio da análise dos depoimentos dos familiares foram identificados os seguintes DE: Padrão de sono prejudicado; Manutenção do lar prejudicada; Conhecimento deficiente; Comunicação verbal prejudicada; Risco de baixa autoestima situacional; Paternidade ou maternidade prejudicada; Tensão do papel de cuidador; Processos familiares interrompidos; Interação social prejudicada; Síndrome do estresse por mudança; Sentimento de impotência; Medo e Conforto prejudicado. Em respostas aos DE, foram implementadas as seguintes IE (DOCHTERMAN; MCCLOSKEY; GLÓRIA, 2008): Atividades para “aumento da socialização” e “educação para saúde”. CONCLUSÃO: os DE identificados nesse estudo indicam que a família é uma unidade complexa com diversas necessidades, interesses, contradições e com forte influência nos comportamentos de saúde. Por isso, a equipe de saúde deve estabelecer relação cordial e de empatia com essa clientela, pois ela sente dificuldade em lidar com o sofrimento da criança e, também, com seu próprio sofrimento. A identificação dos DE, à luz das Teorias das necessidades Humanas Básicas, se mostrou uma estratégia eficaz, qualificada e segura, para descrever as verdadeiras demandas das famílias e, dessa maneira, favorecer a implementação de intervenções de enfermagem capazes de atender integralmente essa clientela. Referências: - DOCHTERMAN J, MCCLOSKEY B, GLÓRIA M. Classificação das intervenções de enfermagem (NIC). Trad. Regina Machado Garcez. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2008. - HORTA WA. Processo de Enfermagem. São Paulo: EPU; 1979. -North American Nursing Diagnosis Association. Diagnóstico de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2012-2014. Porto Alegre: Artmed; 2013. - SANTOS, LF; OLIVEIRA, LMAC; MUNARI, DB; PEIXOTO, MKAV; SILVA CC; FRREIRA, ACM, et al. Grupo de suporte como estratégia para assistência de enfermagem a família de recém-nascidos hospitalizados. Rev Eletrônica Enferm 2012;14(1):42-9. 171 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-051 - APENDICITE NEONATAL DERIVADA DE ENTEROCOLITE: ESTUDO DE CASO IZABELA LINHA SECCO; TAINE COSTA HOSPITAL INFANTIL WALDEMAR MONASTIER INTRODUÇÃO: A apendicite neonatal é descrita como uma entidade extraordinariamente rara. Em recém-nascidos, dificilmente é considerada como diagnóstico diferencial no abdome agudo, sendo um agravo pouco freqüente abaixo de dois anos de idade, acometendo apenas 2% das crianças desta faixa etária. Nos últimos trinta anos, foram descritos menos de cinqüenta casos na literatura. É predominante no sexo masculino e nos recém-nascidos prematuros, com letalidade elevada devido ao atraso no diagnóstico, evoluindo para óbito nas primeiras vinte e quatro horas do início dos sintomas. OBJETIVOS: Divulgar um caso de apendicite neonatal ocorrido em um hospital infantil da região Sul do Brasil, evidenciando o grande impacto na sobrevida do neonato, o qual está dependente de uma equipe multiprofissional qualificada para uma intervenção em tempo oportuno. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo de caso utilizando a técnica documental para coleta de dados que se deu através do levantamento de informações do prontuário da paciente. RESULTADOS: O quadro clínico é caracterizado inicialmente por intolerância alimentar enteral, evoluindo para hipoatividade, alteração de sinais vitais e septicemia por perfuração intestinal em 80% dos casos. A conduta primaria é exclusivamente cirúrgica, já que nenhum caso descrito na literatura foi diagnosticado no pré-operatório. Geralmente, os achados voltam-se para abdome agudo e, somente no transoperatório é confirmado como apendicite. CONCLUSÃO: Deve-se estabelecer uma vigilância clínica enfocada quando o recém-nascido apresenta quadro de irritação peritoneal. O acompanhamento preciso da evolução e piora dos sintomas pela enfermagem, como parte da equipe de cuidado e parceira da equipe médica, propicia intervenção cirúrgica precoce, além de evitar complicações como septicemia e óbito. 172 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-052 - ALEITAMENTO MATERNO: A EXPERIÊNCIA DE MÃES ENFERMEIRAS BRUNA CAROLINE RODRIGUES; AMANDA VALESE COELHO; REBECA ALMEIDA FERRARESE; ROSIMARA OLIVEIRA QUEIROZ; JULIANE AIRES BAENA; IEDA HARUMI HIGARASHI UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ INTRODUÇÃO: O leite materno é composto por água, proteínas, vitaminas, lipídios, propriedades antiinfecciosas, fatores de crescimento, lipase e minerais, e é considerado um alimento completo e adequado às necessidades da criança nos primeiros meses de vida. Em razão disso, o aleitamento materno apresenta vantagens tanto para o bebê quanto para a mãe, seja na esfera biológica e nutricional e/ou no processo de formação do vínculo mãe e filho. No entanto, muitas mães relatam as mais variadas dificuldades para amamentar, tais como, deficiência orgânica da mãe, nível socioeconômico, mudanças na estrutura familiar, algum problema com o bebê, grau de escolaridade, urbanização, condições de parto, idade materna, falta de incentivo do cônjuge e de parentes, trabalho materno ou mesmo, o desinteresse da mãe em amamentar. Ao considerar, os profissionais de saúde, e em especial as enfermeiras, é evidente o nível de pressão vivenciada ao lidar com a própria maternidade e a amamentação de seus filhos. Isto se deve ao fato destas assumirem, na maior parte dos serviços de saúde, a incumbência da orientação e do incentivo desta prática junto às mães. Assim, diante do insucesso no processo de amamentar seus próprios filhos, as mães enfermeiras experimentam sentimentos de frustração e impotência. OBJETIVOS: O presente estudo teve por objetivo compreender a vivência do aleitamento materno e desmame dos filhos por mães enfermeiras. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo exploratório com abordagem qualitativa, que teve como sujeitos da pesquisa 10 mães enfermeiras com apenas um filho, em idade pré-escolar e que estivessem atuando profissionalmente. Por ser um estudo qualitativo, optou-se pela utilização da amostra intencional e o processo de seleção das mães se deu pelo método de cadeias ou de “bola de neve”. A coleta de dados ocorreu no período de novembro de 2011 a janeiro de 2012, por meio de entrevistas, apoiado em um roteiro semiestruturado. Os dados foram analisados com base na técnica de análise de conteúdo. RESULTADOS: A partir dos resultados provieram três categorias: Compreendendo o processo de gestação e o aleitamento materno no contexto de vida de mães enfermeiras; Delineando o processo de desmame na perspectiva de mães enfermeiras; Aleitamento materno e as demandas profissionais de mães enfermeiras: motivações e estratégias utilizadas para o desmame. Os resultados do estudo evidenciaram que a necessidade de retornar ao trabalho, após o término da licença-maternidade, foi fator determinante da duração do aleitamento materno, levando a sentimentos de profunda tristeza e frustração diante da interrupção do aleitamento materno exclusivo antes do sexto mês de vida. O cansaço físico durante o processo de amamentação, principalmente no período noturno, foi referenciado como um aspecto negativo desta experiência. O momento do abandono do aleitamento materno foi retratado como um acontecimento muito difícil, agravado pela dificuldade na adoção de estratégias para o desmame. CONCLUSÃO: Pode-se concluir que o conhecimento prévio acerca do aleitamento materno e de sua importância não constitui garantia de sua prática efetiva, sendo essencial a existência de uma rede social de apoio para a mãe enfermeira, para compartilhamento do cuidado à criança. 173 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-053 - BENEFÍCIOS DA SUCÇÃO NÃO NUTRITIVA EM RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS VANESSA FERREIRA DE LIMA; JOELMA CHOMEN; KARINA CRISTIANE PAULENA; JULIANA OLLÉ MENDES DA SILVA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, HOSPITAL DE CARIDADE SÃO VICENTE DE PAULO, FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE O aumento tecnológico e de profissionais capacitados na área de terapia intensiva neonatal dos últimos anos, tem contribuído para a sobrevida dos recém-nascidos pré-termos (RNPT) (MOURA et al., 2009). Contudo, devido as dificuldades de adaptação sofridas ao nascimento, os recém-nascidos (RNs) necessitam de uma atenção de enfermagem diferenciada, humanizada e integral (CAETANO, FUJINAGA e SCOCHI, 2003). Sendo assim, uma das ações que pode ser realizada pelos profissionais de saúde a fim de estabelecer atenção diferenciada a estas crianças é o método de sucção não nutritiva, o qual possui diversos benefícios que precisam ser conhecidos por todos os profissionais de saúde, para que estes realizem-no corretamente. A pesquisa realizada teve como objetivo geral caracterizar e analisar a produção científica sobre os benefícios da sucção não nutritiva em recém-nascidos prematuros, e como objetivos específicos: apresentar referenciais em relação aos benefícios da sucção não nutritiva em RNPT, e verificar o conhecimento dos profissionais de saúde em relação à realização do método de sucção não nutritiva. A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica integrativa, seguindo as etapas propostas por Mendes, Silveira e Galvão (2008), sendo utilizado material de fonte secundária disponível em duas bases de dados, totalizando 16 artigos encontrados e utilizados na pesquisa. Os resultados obtidos demonstram que em relação ao número de publicações encontradas seis artigos (37,5%) foram publicados no ano de 2010, seis (37,5%) em 2011, três (18,75%) em 2012 e um (6,25%) no ano de 2013. Com relação ao periódico de publicação, três (18,75%) dos artigos foram publicados na Revista Brasileira de Fonoaudiologia e três (18,75%) foram publicados na revista RENE, os demais periódicos encontrados cada um teve apenas um (6,25%) artigo publicado. No que diz respeito a metodologia de pesquisa utilizada, dos 16 artigos capturados, nove (56,25%) artigos eram pesquisas quantitativas. Com relação as categorias encontradas, onze artigos falavam sobre os principais métodos de sucção não nutritiva utilizados, cinco salientavam o conhecimento e aplicabilidade pelos profissionais de saúde em relação a sucção não nutritiva e quatro explicavam a importância desse método de sucção. Constatou-se que o método não farmacológico predominantemente utilizado foi o uso da glicose oral com o dedo mínimo enluvado com luva de látex. Conclui-se que a sucção não nutritiva é uma das medidas não farmacológicas mais utilizadas para o alívio da dor e desconforto em RNPT, porém é necessário que as equipes estejam capacitadas para a realização correta desse método, o que culminará em uma assistência integral e de qualidade a estas crianças. Referências: CAETANO, L.C.; FUJINAGA, C.I.; SCOCHI, C.G.S. Sucção não–nutritiva em bebês prematuros: estudo bibliográfico. Rev Latino-Am. Enfermagem., Ribeirão Preto, v.11, n.2, p. 232-236, 2003. MENDES, K.D.S.; SILVEIRA, R.C.C.P.; GALVAO, C.M. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto contexto – Enferm,. Florianópolis, v.17, n.4, p.758-764, 2008. MOURA, L.T.L.M.; TOLENTINO, G.M.; COSTA, T.L.S.C.; ALINE, A.A. Atuação fonoaudiológica na estimulação precoce da sucção não-nutritiva em recém nascidos prétermo. Rev CEFAC., São Paulo, v.11, n.3, p.448-456, 2009. 174 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-054 - CONTEXTUALIZAÇÃO DO MANEJO FAMILIAR DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES PORTADORES DE DOENÇAS CRÔNICAS EVIDENCIADAS PELO FAMILY MANAGEMENT MEASURE: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA GISELE WEISSHEIMER; MÁRCIA HELENA DE SOUZA FREIRE; VERÔNICA DE AZEVEDO MAZZA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ INTRODUÇÃO: o Family Management Measure (FAMM) é um instrumento de medida de manejo familiar que tem como objetivo avaliar como a família lida com a criança portadora de doença crônica (Knafl, Deatrick, Gallo, Dixon et al, 2011). OBJETIVO: descrever a utilização do FAMM e os contextos que tem sido aplicado. METODOLOGIA: Esta é uma revisão bibliográfica sobre o manejo familiar de crianças e/ ou adolescentes portadores de doenças crônicas, em publicações entre os anos de 2009 a 2015, em português, inglês e espanhol. A coleta de dados foi realizada em Março de 2015 em duas bases de dados: na Biblioteca Virtual em Saúde e no Google por meio das palavras “Family Management Measure”, “Instrumento de Medida de Manejo Familiar” e na primeira base de dados foi utilizado o sobrenome da autora do instrumento “Knafl KA”, no formato citação. Após leitura dos resumos das publicações foram selecionados sete artigos para fazer parte da revisão de literatura. Desta maneira, foram excluídos artigos que não se referiam ao instrumento, um escrito em língua coreana, duas dissertações, três resumos, dois livros e 20 artigos repetidos. RESULTADOS: quanto à caracterização das produções, cinco periódicos são da área de enfermagem, um da psicologia e um multiprofissional com enfoque na educação em saúde para diabéticos. Com relação ao ano de publicação um artigo foi publicado em 2009, dois em 2011, um em 2012, um em 2013 e dois em 2014. Os locais de realização dos estudos foram cinco nos Estados Unidos, um na Austrália, um no Brasil e um na Coréia do Sul. Em relação às doenças crônicas foram referidas: diabetes tipo 1, doença de crohn, fibrose cística, artrite, paralisia cerebral, doença cardíaca, asma, deficiência auditiva, doença falciforme, convulsões, distúrbios hematológicos, fenilcetonúria, espinha bífida, talassemia minor, intolerância à lactose, bronquites, rinites, tumor cerebral e câncer infantil. Os artigos analisados abordaram dois aspectos: em quatro deles foi apresentado à perspectiva metodológica de construção e de validação do instrumento e em três artigos foram descritos o uso do instrumento para validação do manejo familiar de crianças e adolescentes com doenças crônicas. CONCLUSÃO: o instrumento tem uma amplitude na sua utilização para famílias com crianças e adolescentes com diferentes doenças crônicas, porém, para fornecer melhores evidências para compreender a resposta das famílias frente a essa situação as autoras recomendam que cada pesquisa se atenha a uma determinada doença crônica. Ressalta-se ainda a necessidade de mais pesquisas com a utilização deste instrumento para consolidação do mesmo. Referências: Knafl K, Deatrick J, Gallo A, Dixon J, Cinzento M, Knafl G, O´Malley J. Assessment of the Psychometric Properties of the Family Management Measure. J Pediat Psychol. 2011 May; 36 (5):494-505. 175 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-055 - ANÁLISE DE SEGUIMENTO DE TRANSPLANTE RENAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES ENTRE OS ANOS DE 1989 A 2013 GISELE WEISSHEIMER; ROMILDA VIEIRA DOS SANTOS; MARIANA FAUCZ MUNHOZ DA CUNHA; ALEXANDRA OLIVEIRA FERNANDES CONCEIÇÃO; LEANDRO ROZIN UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE INTRODUÇÃO: o transplante renal é aceito como a melhor terapia para crianças com insuficiência renal crônica terminal. Mesmo com a priorização infantil para o transplante renal com doador falecido, ainda é necessário um período de espera (MAGEE, KRISHNAN, BENFIELD, HSU, 2008). O diagnóstico ambíguo e demorado na pediatria leva a adoção tardia de medidas terapêuticas que poderiam ter impacto potencial na evolução da doença renal crônica terminal. O Sistema Único de Saúde é protagonista no financiamento da terapia renal substitutiva no Brasil, assim, parece desejável e oportuno à colaboração dos setores envolvidos no cuidado com essas crianças, juntamente com o Sistema Único de Saúde, na busca por mecanismos de captação e análise de dados sobre a doença renal crônica na pediatria de forma prospectiva (NOGUEIRA, FELTRAN, CAMARGO, LEÃO et al, 2011). OBJETIVO: descrever a prevalência, os fatores condicionantes e determinantes do transplante renal em um hospital de referência no Paraná em saúde da criança e do adolescente, entre os anos de 1989 a 2013. MÉTODO: estudo documental, descritivo com abordagem quantitativa, identificou 264 casos de transplantes renais durante o período. Para análise dos dados foi utilizado o test t para as variáveis demográficas contínuas e categóricas. O nível de significância utilizado em ambos os testes foi de 5% (p< 0,05). RESULTADOS: a distribuição do número de transplantes renais por ano, bem como o número de transplantes com doador falecido demonstrou aumento conforme o decorrer dos anos. Os doadores vivos representaram 65,91% (n=174) dos transplantes e os doadores falecidos 34,09% (n=90). A faixa etária prevalente foi de 11 a 15 anos (38,26%), o gênero masculino representou 59,09%. Com relação às doenças de base, as uropatias tiveram domínio em representação (51,14%). O número de perdas de enxertos renais correspondeu a 28,03% (n=74) e tiveram como principais causas a nefropatia crônica do enxerto (24,32%), seguida de trombose (17,57%), as causas infecciosas, não aderência ao tratamento e outras, tiveram representação percentual de 13,51%, as causas indeterminadas e recidivas da doença de base representaram 6,76%, e causas imunológicas constituíram 4,05% dos casos. O percentual de óbitos foi 12,50% (n=33) e desses óbitos, 36,36% (n=12) ocorreram com enxerto renal funcionante. CONCLUSÃO: os dados pediátricos e de adolescentes possibilitaram a análise de 25 anos de transplantes renais em um centro transplantador no Paraná. Há evidências do impacto das Políticas de Transplantes Brasileiras no perfil dos números de transplante anuais e tipo doador e os dados demográficos são semelhantes a outros estudos. Referências: MAGEE, JC. JC. KRISHNAN, SM. BENFIELD, MR. HSU, DT. Shneider, BL. Pediatric transplantation in the United States, 1997-2006. American Journal of transplantation. 2008 April; v8: 935-945. Acesso em: 13 de Dezembro de 2014. Disponível em: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1600-6143.2008.02172.x/full. NOGUEIRA, PCK. FELTRAN, LS. CAMARGO, MF. LEÃO, ER. BENNINGHOVEN, JRCS. GONÇALVES, NZ. PEREIRA, LA. SESSÃO, RC. Prevalência estimada da doença renal crônica terminal em crianças no Estado de São Paulo. Revista da Associação Médica Brasileira. V. 57, n. 4, p. 443-449, 2011. 176 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-056 - PROCESSO DE ENFERMAGEM BASEADO NA TEORIA DE OREM: ESTUDO DE CASO SOBRE EXTROFIA DE CLOACA GISELE WEISSHEIMER; ROMILDA VIEIRA DOS SANTOS; IVETE PALMIRA SANSON ZAGONEL; JULIANA OLLÉ MENDES DA SILVA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE, FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE INTRODUÇÃO: as malformações congênitas são definidas como alterações na forma dos órgãos evidenciadas por deformidades microscópicas e irregularidades das células e estão presentes no momento do nascimento (HERRERA, 2005). No Brasil, as causas perinatais representam 56,8% das mortes infantis e as malformações congênitas evidenciam a segunda causa de mortalidade, correspondendo a 11,2% (VICTORA, BARROS, 2001). Dentre as malformações congênitas geniturinárias, a extrofia de cloaca é uma condição rara com incidência de 1 em 200.000 nascimentos (FUENZALIDA, CORREA, 2004). Diante da raridade desta malformação, realizou-se um estudo de caso, pois há a importância da articulação do cuidado integral de enfermagem ao individuo para compreender o ser humano em sua multidimensionalidade e a consideração de suas necessidades e a capacidade de interferir em seu processo de vida e adoecimento. OBJETIVO: retratar os aspectos psicossociais do adolescente portador de má formação de extrofia de cloaca com base na teoria de Orem e identificar as alterações anatômicas geniturinárias associadas à extrofia de cloaca. MÉTODO: estudo exploratório-descritivo com abordagem quali-quantitativa, realizado com paciente atendida em uma instituição hospitalar localizada no estado do Paraná, que nasceu com extrofia de cloaca, passou por processo terapêutico e atualmente está na adolescência. Foram aplicadas as cinco etapas da Sistematização da Assistência de Enfermagem com base na teoria de Orem para a coleta das informações, por considerar relevante subsidiar os profissionais de enfermagem sobre a amplitude do cuidado que deve ser dedicado a este paciente, bem como reconhecer os fatores intervenientes que podem afetar a qualidade de vida. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdades Pequeno Príncipe, sob número de CAAE 21961513.8.0000.5580. RESULTADOS: identificaram-se sete diagnósticos de enfermagem delineando os aspectos psicossociais. As malformações associadas à extrofia de cloaca foram, duplo canal vaginal, vagina atrésica, rim esquerdo hipoplásico com refluxo vesico uretral grau V e rim direito com má rotação. CONCLUSÃO: salientase a adequabilidade do processo de enfermagem baseado na Teoria de Orem para evidenciar fatores psicossociais no adolescer bem como alterações associadas à malformação pelo Processo de Enfermagem. Percebe-se que é possível a aplicabilidade da teoria referida, por isso há necessidade de encorajar os enfermeiros a prestar cuidados fundamentados em princípios teóricos científicos e aplicar este referencial em novos estudos. Referências bibliográficas: HERRERA, JN. Malformaciones congênitas: Generalidades. In: FUENZALIDA, PV. CORREA, FO. Extrofia de La cloaca. Malformacíones congênitas. Diagnóstico y manejo neonatal. Editora Universitaria. 2005. HERRERA, JN. Malformaciones congênitas: Generalidades. In: GUZMÁN, MEH. FERNÁNDEZ, RR. HERRERA, JN. Malformacíones congênitas. Diagnóstico y manejo neonatal. Editora Universitaria. 2005. VICTORA, CG. BARROS, FC. Infant mortality due to perinatal causes in Brazil: trends, regional patterns and possible interventions. São Paulo Medical Journal. V 119, n. 1. São Paulo, 2001. Acesso em: 12 de Março de 2015. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttextepid=S1516-31802001000100009 177 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-057 - A IMPORTÂNCIA DA ESCOLHA DO ACESSO VENOSO IDEAL EM PEDIATRIA - UM RELATO DE EXPERIÊNCIA ALIADO À REVISÃO BIBLIOGRÁFICA BRUNA PASETTO; FERNANDA CARDOSO MACHADO É inquestionável a importância da terapia endovenosa na recuperação do paciente hospitalizado havendo diversas formas de acessar a rede venosa. Sabe-se que os acessos venosos periféricos são de curta permanência e nos pacientes pediátricos tornase inevitável repetidas punções, tornando a terapia cada vez mais difícil e traumática. Mesmo reconhecendo essas dificuldades, os acessos periféricos ainda são os mais utilizados, seguidos dos acessos centrais duplo lúmen e, em menor quantidade, dos acessos venosos centrais de inserção periférica (PICC). O presente trabalho tem como objetivo conscientizar os profissionais da saúde atuantes em pediatria da importância da escolha correta do dispositivo venoso levando em consideração a durabilidade e o tipo do tratamento. Como metodologia foi utilizada a revisão bibliográfica interativa, utilizando o relato de experiência das autoras aliado à revisão bibliográfica. Os resultados apontam que a literatura defende o uso do PICC, mostrando inúmeras vantagens em relação aos demais dispositivos. Porém, mesmo com tantas vantagens, foi constatado pelas autoras que o PICC ainda é pouco utilizado, mesmo que o diagnóstico e situação clínica do paciente indiquem seu uso, sendo substituído em sua grande maioria pelo acesso venoso periférico, e em poucas situações, pelo cateter central duplo lúmen. Concluímos que é necessária a conscientização dos enfermeiros sobre a importância da autonomia na escolha do dispositivo ideal e de uma comunicação efetiva com a equipe médica. É preciso que o enfermeiro conheça as indicações do PICC e torne-se habilitado, a fim de realizar o procedimento com segurança nas unidades em que atua. Um organograma sobre a escolha do acesso seria uma ferramenta de grande valia, sendo um instrumento fácil, rápido e seguro de utilizar, baseado em três características básicas no tratamento endovenoso: duração da terapia, característica da droga a ser utilizada e a particularidade da rede venosa de cada paciente 178 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-058 - ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO PLANEJAMENTO DOS CUIDADOS À CRIANÇA PORTADORA DA DOENÇA DE WERDNIG HOFFMANN ODETTE MOURA DOS SANTOS; JOENI KOBREN; SANDRA MARA POMPEU DE LINHARES; JULIANA OLLÉ MENDES DA SILVA; GRACIELE MATIA; DÉBORA Mª VARGAS MAKUCH FPP A Atrofia Muscular Espinhal, também conhecida como Doença de Werdnig Hoffmann (WH) é uma doença hereditária caracterizada pela atrofia muscular progressiva, causando a inatividade dos músculos essenciais resultando na incompatibilidade com a vida; em geral, as crianças com a doença de WH raramente completam o primeiro ano de vida. Os objetivos do estudo foram elencar os diagnósticos de enfermagem mais frequentes ao portador da doença de WH e elaborar um plano de cuidados de enfermagem relacionados aos Diagnósticos de Enfermagem (DE) elencados. O estudo foi desenvolvido por meio de revisão bibliográfica, utilizando como descritores: Atrofia Muscular Espinal e Cuidados de Enfermagem (CE) em busca de artigos na Biblioteca Virtul em Saúde (BVS) resultando em apenas 4 (quatro) artigos disponíveis sendo complementados por literatura. Dentre os DE e CE elencados destacam-se: Padrão ineficaz de alimentação caracterizada por sucção fraca resultando em preensão insuficiente da região aréola mamilar relacionado à anomalia genética: Orientar família quanto à administração de dieta via sonda naso/orogástrica e Pesar a criança diariamente; Mobilidade física prejudicada caracterizada pela incapacidade de elevar tronco, membros superiores, sentar e se posicionar relacionado ao prejuízo neuromuscular: Manter criança em posição fisiológica neutra usando travesseiros ou dispositivos de suporte e Realizar mudança de decúbito da criança no leito; Padrão respiratório ineficaz caracterizado por capacidade vital diminuída e ventilação diminuída relacionada à disfunção neuromuscular: Manter oximetria não invasiva para controle de saturação; Ansiedade relacionada à morte caracterizado medo da dor relacionado à morte (família) relacionada à incerteza quanto ao prognostico: Encorajar a família a falar sobre os medos e ansiedades em relação ao prognostico; Risco de aspiração relacionado à alimentação via sonda naso/orogástrica e presença de traqueostomia /tubo traqueal: Avaliar posicionamento da sonda nasogástrica/enteral e Manter leito em proclive; Desobstrução ineficaz de vias aéreas caracterizado por mudança no ritmo respiratório relacionada à disfunção neuromuscular: Realizar higiene pulmonar rotineira incluindo aspiração de vias aéreas e Aspirar vias aéreas na presença de roncos, sibilos e dessaturações. Diante do exposto, o estudo contribuiu para aperfeiçoar as intervenções de enfermagem para que a criança, bem como o grupo familiar envolvido, tenham suporte e principalmente qualidade de vida, além de contribuir com a produção de conhecimento, visto que, poucos são os relatos encontrados sobre o tema especialmente no que se refere à área da enfermagem. Ao enfermeiro caberá realizar uma abordagem precoce, identificando as alterações sistêmicas que caracterizam a doença, podendo planejar as intervenções, acompanhando a evolução da doença juntamente com equipe multiprofissional promovendo o cuidado com qualidade. 179 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-059 - NECESSIDADES EM SAÚDE DAS FAMÍLIAS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES SUBMETIDOS AO TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS CLAUDIA DE SOUZA; RENATA MACHADO DA SILVA; ALINE RIGO ESTEVÃO; JULIANA BERTOLIN GONÇALVES; LUCIANA FERREIRA LEMOS; NEN NALÚ ALVES DAS MERCÊS; VERÔNICA DE AZEVEDO MAZZA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ INTRODUÇÃO: Os pacientes submetidos ao transplante de células-tronco hematopoéticas vivenciam experiências que envolvem toda a família. Estas famílias necessitam reestruturar sua rotina de forma a integrar o cuidado à criança/adolescente submetido ao transplante. Este momento configura-se como um período de crise familiar, no qual muitas necessidades antes não percebidas agora são sentidas. OBJETIVO: identificar as necessidades em saúde das famílias de crianças e adolescentes submetidos ao transplante de células-tronco hematopoéticas. METODOLOGIA: Pesquisa descritiva com abordagem qualitativa, realizada com 15 famílias de crianças e adolescentes submetidos ao transplante de células-tronco hematopoéticas em um Serviço de Transplante da Cidade de Curitiba. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas no período de dezembro de 2014 e março de 2015. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Setor de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Paraná, parecer nº 726.145. RESULTADOS: Dentre as necessidades apontadas configuram-se a de apoio psicológico para a família enfrentar este período de crise, e até mesmo, para o paciente. Suporte social para obtenção de medicamentos não padronizados e de auxílio financeiro, devido aos elevados custos com medicações, transporte, moradia e alimentação diferenciada, aliados a diminuição da renda familiar por deixarem o emprego para cuidar do filho. Auxílio para ajuste estruturais no domicílio, a fim de atender as necessidades do paciente pós-transplante. CONCLUSÃO: identificar as necessidades das famílias de crianças e adolescentes submetidos ao transplante de células-tronco hematopoéticas por parte dos profissionais de saúde, corrobora para uma reflexão sobre sua prática profissional, almejando uma assistência multiprofissional voltada a atender as reais necessidades em saúde não apenas do paciente, mas do seu núcleo familiar. 180 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-060 - APOIO SOCIAL RECEBIDO PELAS FAMÍLIAS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES SUBMETIDOS AO TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS CLAUDIA DE SOUZA; ALINE RIGO ESTEVÃO; RENATA MACHADO DA SILVA; JULIANA BERTOLIN GONÇALVES; LUCIANA FERREIRA LEMOS; NEN NALÚ ALVES DAS MERCÊS; VERÔNICA DE AZEVEDO MAZZA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ INTRODUÇÃO: Os pacientes submetidos ao transplante de células-tronco hematopoéticas vivenciam experiências que afetam toda a família. Estas famílias necessitam reestruturar sua rotina de forma a integrar o cuidado à criança/adolescente submetido ao transplante. Este momento configura-se como um período de crise familiar, sendo que uma rede social forte e integrada pode proporcionar apoio a família neste momento. OBJETIVO: identificar o apoio social recebido pelas famílias de crianças e adolescentes submetidos ao transplante de células-tronco hematopoéticas. METODOLOGIA: Pesquisa descritiva com abordagem qualitativa, realizada com 15 famílias de crianças e adolescentes submetidos ao transplante de células-tronco hematopoéticas em um Serviço de Transplante da Cidade de Curitiba. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas no período de dezembro de 2014 e março de 2015. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Setor de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Paraná, parecer nº 726.145. RESULTADOS: O apoio emocional recebido pelas famílias advém principalmente dos membros da família nuclear e extensa, para os quais são demonstradas as emoções neste período de crise, mas também, algumas pessoas da casa de apoio e profissionais de saúde do hospital também foram citadas. A companhia social também foi referida como realizada pelos membros da família nuclear e extensa. A orientação cognitiva e de conselhos CONCLUSÃO: identificar os elementos da rede de apoio social das famílias de crianças e adolescentes submetidos ao transplante de células-tronco hematopoéticas por parte dos profissionais de saúde, corrobora para uma reflexão sobre a dinâmica da rede de relações da família e, a partir desta, procurar expandir novas fontes de apoio, envolvendo família, comunidade e sistemas de saúde, voltado para as reais necessidades de saúde das famílias. 181 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-061 - SABERES E FAZERES DE ENFERMAGEM NO MANEJO DA DOR EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA PALOMA PEREIRA PAVAN; IEDA HARUMI HIGARASHI FACULDADES PEQUENO PRINCIPE, UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ A dor é um fenômeno complexo, multidimensional e subjetivo que marca a vida da criança. A abordagem diagnóstica e terapêutica de uma criança gravemente enferma em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica é em sua maioria invasiva e agressiva devido à rotina de procedimentos freqüentemente realizados. Este estudo teve como objetivo desvelar o conceito de dor dos profissionais de enfermagem da UTI-pediátrica, bem como identificar quais os principais fatores apontados como elementos importantes na avaliação da dor na criança hospitalizada e especificar quais práticas assistenciais são utilizadas para avaliação e controle da dor. MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo, transversal de abordagem quali-quantitativa. Os dados foram coletados por meio de entrevista semi-estruturada no mês de setembro de 2013. Participaram do estudo 13 profissionais da equipe de enfermagem que atuavam na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica de um hospital-escola. RESULTADOS: A análise dos relatos deu origem três categorias: Definindo a dor e sua importância no contexto da atenção em UTI-Pediátrica; Avaliando a dor na realidade da atenção intensiva pediátrica; Estratégias para o manuseio da dor em pediatria. Evidenciou-se que os profissionais definem a dor como sendo uma sensação de incômodo, desconforto, inquietação e alteração profunda no bem-estar e percebem a diferença na avaliação desse sintoma, no entanto não utilizam métodos validados para mensurá-la. O controle farmacológico da dor foi colocado pelos profissionais como principal maneira de alivio desse sintoma, sendo os métodos não-farmacológicos utilizados como segunda alternativa. CONCLUSÃO: Persistem ainda na realidade assistencial dificuldades a serem superadas para a plena adequação da atenção no controle da dor, pois a maior parte se restringe aos métodos farmacológicos e não visualiza o sintoma de forma ampla. No entanto, há preocupação e interesse dos profissionais em buscar iniciativas que viabilizem a utilização de protocolos voltados ao manejo da dor na realidade da assistência pediátrica. 182 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-062 - INTERNAÇÕES POR ANEMIAS NUTRICIONAIS EM MENORES DE 5 ANOS NO ESTADO DO PARANÁ – 2000 A 2012 LETICIA GRAMAZIO SOARES; LARISSA GRAMAZIO SOARES; IEDA HARUMI HIGARASHI; ISABELLA SCHROEDER ABREU; MAICON HENRIQUE LENTSCK; JORGE MARCELO SAUKA; MARIANA LUSTOSA BERLING UNICENTRO, UEM INTRODUÇÃO: As anemias nutricionais podem ser definidas como processo patológico no qual a concentração de hemoglobina encontra-se baixa como consequência de uma deficiência de nutrientes, independentemente da causa dessa deficiência. Pode ocorrer a deficiência de ferro, vitamina B12, vitamina C, ácido fólico, folato e outros nutrientes. A anemia na infância pode provocar dificuldades na aprendizagem da linguagem, distúrbios psicológicos e comportamentais, além de debilitar a defesa imunológica, facultando a ocorrência e/ou agravamento de doenças infecciosas. Este estudo teve como objetivo caracterizar as internações por anemias nutricionais em menores de 5 anos residentes no Paraná nos anos de 2000 a 2012. Trata-se de um estudo descritivo de abordagem quantitativa. A fonte de dados das internações foi o site DATASUS, pelo Sistema de Informação Hospitalar (SIH-SUS). Foi confeccionado um banco de dados com as informações proveniente da Autorização de Internação Hospitalar (AIH). Para este estudo selecionou-se somente as internações do grupo D 50.0 ao 53.0 do CID-10, os quais referem-se as anemias nutricionais. Foram calculadas as taxas pela razão entre o número total de internações na faixa etária entre 0 a 5 anos pela população total residente nesta faixa etária e período, multiplicando-se por 100.000. Para a tabulação dos dados e cálculo utilizaram-se os softwares Microsoft Office Excel (versão 2007) e SPSS (versão 18.0). O estudo é dispensado de análise ética por considerar o uso de dados secundários de acesso público e disponibilizados pela internet. Nos anos de 2000 a 2012 o Paraná registrou o total de 991.059 internações hospitalares de crianças menores de 6 anos, destas 1.523 (0,15%) foram causadas por anemias nutricionais. Apesar de representar uma pequena porcentagem, ao analisarmos as taxas verificou-se que maiores taxas nos anos de 2002 a 2004 (7,50, 7,81, 7,85 respectivamente), sendo que a menor taxa concentrou-se no ano de 2009 (4,00). Já nos últimos anos verificou-se que as taxas mantiveram praticamente estáveis, sendo 4,80 em 2011 e 4,20 em 2012, semelhantes as taxas dos anos 2000 (4,25). Em reação ao sexo, verificou-se 43% do sexo masculino e 57% feminino. um dado agravante refere-se a faixa etária, pois 48% das internações foram de crianças entre 12 a 24 meses. Em relação aos tipos de anemia verificou-se que 68% corresponderam a anemias nutricionais sem a especificação da vitamina ou mineral, 29% anemia ferropriva, 1,22% deficiência de folato, 1,78% deficiência de vitamina B12. Conclui-se que os serviços de saúde devem atuar na promoção à saúde e prevenção de anemias, valorizando a puericultura e o trabalho multi e interdisciplinar. Realizar ações efetivas quando fatores de risco forem identificados, intervindo precocemente e assim evitando internações desnecessárias. Ressalta-se o Programa Nacional de Suplementação de Ferro, reformulado em 2013, que é uma das estratégias para o combate da deficiência de ferro no Brasil, o programa objetiva a prevenção e controle da anemia por meio da administração profilática de suplementos de ferro às crianças de 6 a 24 meses de idade. A melhoria da qualidade de vida as famílias brasileiras também tem influencia positiva no surgimento de anemias nutricionais. 183 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-063 - SEGURANÇA DO PACIENTE: REVISÃO E REFLEXÃO PARA O PROCESSO DE TRABALHO DA ENFERMAGEM WALQUIRIA QUIRINO DE QUEIROZ A segurança do paciente tornou-se uma preocupação mundial em função de práticas inseguras relacionadas à assistência e pode ser entendida como o ato de evitar, prevenir e melhorar os resultados adversos ou as lesões originadas no processo de atendimento médico hospitalar. A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem lançado, isoladamente ou em parceria com outras organizações, vários desafios e diretrizes com o intuito de fornecer subsídios para a discussão das realidades locais e, especialmente, para que as instituições de saúde tenham um ponto de partida para implantar e promover medidas de segurança imperativas e urgentes. O é erro é definido como não intencional, multifatorial, eminentemente resultante de falhas do sistema, mais do que do individuo, sendo possível sua prevenção, para isso, é necessária a adoção de cultura organizacional que gera analise sistêmica de falhas. Este estudo de revisão de literatura tem como objetivo refletir acerca de melhorias na pratica da enfermagem e estas, como promoção e prevenção de ricos da segurança do paciente. Para realizar essas atividades os enfermeiros necessitam de instrumento conceitual e teórico abordando a realidade a pratica. Foram analisados artigos publicados na base de dados da Biblioteca virtual em saúde, BDENF e Scielo; e sites do Ministério da saúde, ANVISA, COFEN; que atendem a um período de cinco anos. Foram analisados 12 artigos e a análise foi realizada por meio do método comparativo, onde os conceitos associados à segurança do paciente foram examinados. Recentemente, o Ministério da saúde e a ANVISA lançaram o Programa Nacional de segurança do Paciente, por meio da Portaria nº 529, de 1 de abril de 2013. O objetivo é reduzir a incidência de eventos adversos envolvendo a segurança dos pacientes com vistas na gestão de risco, que definida como aplicação sistêmica e contínua de iniciativas procedimentos, condutas e recursos na avaliação e controles dos riscos e eventos adversos que afetam a segurança, a saúde humana, a integridade profissional, o meio ambiente e a imagem institucional. É necessário que os educadores busquem incentivar e sensibilizar os profissionais da saúde e principalmente os futuros profissionais, assim como a partir de agora, todos os hospitais deverão montar Equipes de núcleo de Segurança do paciente para que sejam aplicados e fiscalizados todos os protocolos. Os serviços de saúde deverão também notificar no site da ANVISA a ocorrência de eventos adversos. Alguns temas são destacados como a higienização das mãos, a segurança do sangue e hemoderivados em transfusões, a administração segura de medicamentos em procedimentos cirúrgicos, o saneamento e o gerenciamento dos resíduos. A segurança do paciente é fundamental para o cuidado com a saúde e um imperativo ético e moral do cuidado para com os outros; e é de responsabilidade compartilhada entre os profissionais de Enfermagem e os demais que atuam, direta e indiretamente, na área da saúde. Espera-se que este estudo desperte novos olhares para a formação do profissional enfermeiro no sentido de buscar subsídios para a discussão das temáticas em questão. 184 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-064 - INTERNAÇÕES POR ICTERÍCIA EM RECÉM-NASCIDOS NO ESTADO DO PARANÁ – 2000 A 2012 LETICIA GRAMAZIO SOARES; LARISSA GRAMAZIO SOARES; IEDA HARUMI HIGARASHI; ISABELLA SCHROEDER ABREU; JORGE MARCELO SAUKA; MARIANA LUSTOSA BERLING; DANIELE MOREIRA DE LIMA; MAICON HENRIQUE LENTSCK UNICENTRO, UEM A icterícia é uma doença muito frequente nos primeiros dias de vida, geralmente representa um fenômeno transitório, apesar disso alguns recém-nascidos necessitam de tratamento hospitalar para uso de fototerapia. Este estudo teve como objetivo caracterizar as internações por icterícia em recém-nascidos residentes no Paraná nos anos de 2000 a 2012. Trata-se de um estudo descritivo de abordagem quantitativa. A fonte de dados das internações foi o site DATASUS, pelo Sistema de Informação Hospitalar (SIH-SUS). Foi confeccionado um banco de dados com as informações proveniente da Autorização de Internação Hospitalar (AIH). Para este estudo selecionou-se somente as internações do grupo P58 e P59 do CID-10, os quais referem-se as incterícias neonatais. Foram calculadas as taxas pela razão entre o número total de internações na faixa etária de nascidos vivos pela população total residente nesta faixa etária e período, multiplicando-se por 10.000. Para a tabulação dos dados e cálculo utilizaram-se os softwares Microsoft Office Excel (versão 2007). O estudo é dispensado de análise ética por considerar o uso de acesso público disponibilizados pela internet. Nos anos de 2000 a 2012 o Paraná registrou o total de 89.399 internações hospitalares de recém-nascidos (0 a 28 dias de vida), destas 3.968 (4,4%) foram causadas por icterícia. Apesar de representar uma pequena porcentagem, um dado importante do estudo refere-se a análise das taxas de internação. Verificou-se aumento progressivo nos anos estudados, sendo que de 2010 a 2012 encontrou-se as maiores taxas (2,73; 3,52; 2,84 respectivamente). Dentre os diferentes tipos de icterícia 3.263 (82%) das internações foram notificadas como icterícia neonatal não especificada (CID-10 59.9). Em relação ao sexo, houve pouca variação nos anos estudados, verificou-se 52% do sexo masculino e 48% feminino. Sobre a duração da internação observamos uma média de 10 dias, sendo que (1.469) 37% dos casos necessitaram de cuidados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Conclui-se que a icterícia neonatal é um agravo a saúde dos neonatos que apresenta alta incidência, pois tem mantido altas taxas no decorrer dos anos. Apesar das várias causas ressalta-se a importância de realizar o primeiro atendimento do bebê, tão logo ele chegue à comunidade, preferencialmente nos primeiros dias de vida. Este atendimento deve ser realizado por enfermeiro de maneira sistematizada, com exame físico completo, com objetivo de orientar a mãe e encaminhar para consulta médica quando necessário, prevenindo formas graves da doença.É possível evitar internações e gastos desnecessários, muitas vezes hospitalizações prolongadas, que afetam negativamente o desenvolvimento do neonato na família. Algumas medidas de controle, em alguns tipos de icterícia podem ser bem aplicadas e se supervisionadas serão efetivas no controle, tais como banho de sol e incentivo a amamentação. 185 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-065 - CONDUTAS DE ENFERMAGEM FRENTE AO MANEJO ADEQUADO DOS RUÍDOS EM AMBIENTE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL CAMILA STREISKY DE FARIAS DO VALLE HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PONTA GROSSA Em um ambiente hospitalar o avanço e a tecnologia necessária para que o paciente receba uma assistência de qualidade acaba, em muitas vezes, acarretando um ambiente perturbador, com ruídos excessivos. Todos os efeitos causados pelo ruído são agravados no RNPT ,principalmente, pela imaturidade do cérebro para processar e registrar as informações sensoriais, sendo então muito mais sensível e incapaz de selecionar os estímulos recebidos devido à falta de controles inibitórios . Estes efeitos podem comprometer o processo de seu desenvolvimento e crescimento; podem ter como consequencia um aumento de consumo calórico e, portanto, ganho de peso lento; alteração de repouso e sono, agitação, irritabilidade ( Tamez e Silva, 1999). Além dos prejuízos causados ao recém - nascido, o ruído excessivo pode causar prejuízos para as outras pessoas que convivem no ambiente da UTIN, tendo seu bem estar físico e mental prejudicados. De acordo com Medeiros (1999) por ser um som indesejável o ruído pode irritar e, conseqüentemente, diminuir a capacidade de concentração, afetando o desempenho na habilidade de realizar algumas tarefas . Sendo assim, o intuito deste estudo foi identificar condutas que possam favorecer o conforto do recém nascido internado em UTI Neonatal, bem como, da equipe que o acompanha. Para isso optou-se pelo tipo revisão bibliográfica já que ela foi baseada em materiais já desenvolvidos, elaborados, que se constituíram de livros e artigos científicos (MINAYO, 2006). Como resultado desta minuciosa revisão, foram identificadas as seguintes condutas como aliadas ao processo de diminir o estresse do ambiente intensivo neonatal: - Diminuir o volume das vozes; - Diminuir o volume do telefone; - Atender prontamente aos alarmes; - Desligar alarmes desnecessários; - Atentar para o uso do rádio neste ambiente: Limitá-lo para apenas horários propícios com músicas indicadas para os recém nascidos; - Manipular a incubadora com cuidado; - Evitar apoiar objetos sobre a superfície da incubadora; - Fechar cuidadosamente as portas ( sem deixá-la bater); - Fechar cuidadosamente as lixeiras; - Pressionar delicadamente os fechos das portinholas; - Não utilizar telefones celulares dentro da unidade; - Orientar os pais para estes mesmos cuidados. E ainda, entende-se como de extrema importância, a implantação da Hora do Silêncio nas UTIN. É importante sinalizar que a UTI Neonatal é uma área de silêncio e implementar horários de silêncio. Trata-se de um programa de redução de ruídos que requer a cooperação de toda a equipe multidisciplinar. Neste horários as seguintes sugere-se as seguintes condutas: - A UTIN deve ser sinalizada alertando todas as pessoas deste horário; - Nenhum procedimento eletivo deve ser realizado por qualquer profissional; - Os cuidados com relação à ruídos e luminosidade devem ser intensificados, em prol de um bom padrão de sono; - As lâmpadas principais deverão ser desligadas e no período noturno, a lâmpada auxiliar, de menor intensidade, será ligada em local estratégico. Conclui-se que desta forma será possível oferecer um ambiente mais confortável e menos estressante para aqueles que deixaram há pouco o seu maior conforto. 186 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-066 - PROTEINOSE ALVEOLAR CONGÊNITA: UM DESAFIO NO CUIDADO NEONATAL IZABELA LINHA SECCO; TAINE COSTA HOSPITAL INFANTIL WALDEMAR MONASTIER INTRODUÇÃO: A proteinose alveolar pulmonar (PAP) é uma rara síndrome clínica caracterizada pelo acúmulo excessivo de material lipoproteináceo no interior dos alvéolos, interferindo significativamente nas trocas gasosas, podendo evoluir para insuficiência respiratória grave. Descrita pela primeira vez em 1958, ainda há lacunas no entendimento desta doença e sua patogênese está sustentada na diminuição da depuração do surfactante no alvéolo. Duas formas são reconhecidas: a primeira adquirida, sendo predominante em adultos e o tipo mais comum, a segunda congênita, ocorrendo no período neonatal e parece ser resultado de mutações em genes que codificam o surfactante. OBJETIVOS: Divulgar um caso de PAP congênita ocorrido em um hospital do sul do Brasil, evidenciando o grande impacto na sobrevida do neonato, além de ampliar o conhecimento dos profissionais de saúde sobre essa doença rara. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo de caso utilizando a técnica documental para coleta de dados que se deu através do levantamento de informações do prontuário do paciente. RESULTADOS: Devido os macrófagos alveolares desempenharem uma importante função na depuração de proteínas do surfactante e lipídios, é plausível que uma depuração prejudicada ou diminuída do surfactante pelos macrófagos cause PAP. A forma congênita manifesta-se logo após o nascimento, evoluindo com falência pulmonar severa e normalmente para óbito mesmo com reposição exógena de surfactante ou suporte de vida extracorpóreo. O diagnóstico inicial geralmente inclui radiografia e tomografia computadorizada de tórax, porém o padrão ouro e assertivo consiste em biópsia pulmonar a céu aberto. CONCLUSÃO: A forma congênita contribui para a minoria dos casos, entretanto, torna-se mais agravante porque as alternativas terapêuticas no período neonatal são escassas e decepcionantes, ainda com ventilação mecânica convencional, sendo insuficiente para prevenir a fatalidade da doença. Atualmente, o transplante pulmonar é a única terapêutica eficaz para impedir tal evolução. 187 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-067 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS HOSPITALIZADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL. CLAUDIA CRISTINNE GOMES CARDOSO; LEIDIENE FERREIRA SANTOS; CARLA THAILENNA JORGE PEREIRA; CINTIA FLORES MUTTI; ISABELA CRISTINE FERREIRA FERNANDES; LIZETE MALAGONI DE ALMEIDA CAVALCANTE OLIVEIRA; MARIANE DE MELO COSTA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS, UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS INTRODUÇÃO: A redução da mortalidade infantil ainda configura-se em grande desafio para diversos países, inclusive para o Brasil. Ainda que avanços significativos tenham sido alcançados nos últimos anos, ainda há muito que se fazer para melhorar a assistência à saúde infantil no país. Dentre as principais causas de morte entre menores de cinco anos, destacam-se a prematuridade, as infecções respiratórias, as complicações relacionadas ao parto e as doenças diarreicas. A mortalidade infantil afeta, ainda, desproporcionalmente, diferentes classes socioeconômicas, sendo maior o número de óbitos entre as classes menos favorecidas (UNICEF, 2014; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012). OBJETIVO: analisar o perfil epidemiológico de recém-nascidos (RN) prematuros hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). MÉTODO: trata-se de um estudo documental, em que os dados foram coletados em prontuários de RN hospitalizados na UTIN, de uma maternidade localiza no município de Palmas – Tocantins/Brasil, nos meses de outubro de 2014 a fevereiro de 2015. As informações foram armazenadas em banco de dados informatizado, no programa Microsoft Excel, e submetidas à análise estatística descritiva, exploradas por frequências simples e percentuais. Essa pesquisa foi aprovada por Comitê de Ética em Pesquisa, sob o protocolo 040/2014. RESULTADOS: no período da coleta de dados, 180 (100%) RN foram hospitalizados na UTIN. Destaca-se, entre as causas de internação nessa unidade, o nascimento prematuro, responsável por 104 (57,8%) internações. Entre as crianças com nascimento prematuro, 59 (56,7%) gestantes apresentaram complicações na gestação. A idade gestacional variou de 23 a 36 semanas e, o peso ao nascimento, de 515 gramas a 3.326 gramas. A maioria das internações aconteceram logo após o nascimento da criança (81; 77,9%) e, ao total, 19 (18,3) RN foram à óbito. Do total de nascimentos prematuros (104; 100%), em 43 (41,3%) casos registrou-se somente prematuridade e em 61 (58,7%) ela esteve associada a outro agravo à saúde, tais como cardiopatia, malformação congênita, sepse e sífilis. CONCLUSÃO: a prematuridade é uma complicação frenquente que pode levar ao óbito infantil. Muitas vezes, ela pode, ainda, estar associada a outros agravos à saúde, tais como cardiopatia, malformação congênita, sepse, sífilis entre outros. Assim, as UTIN devem estar preparadas para receber crianças nessa situação, com estrutura física adequada e profissionais de saúde especializados, com o objetivo de garantir a manutenção da vida do RN gravemente enfermo. Todavia, também é necessário qualificar a assistência de pré-natal oferecida nas Unidades Básicas de Saúde, visando prevenir complicações e, consequentemente, reduzir o número de nascimentos prematuros, de complicações neonatais e de mortalidade infantil. REFERÊNCIAS: MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual AIDIPI neonatal. 3 ed. Brasília, 2012. UNICEF. UNITED NATIONS CHILDREN’S FUND. Committing to Child Survival: a Promise Renewed - Progress Report 201 New YorK, 2013. 188 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-068 - EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS POR MÃES DE RECÉM-NASCIDOS HOSPITALIZADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL. PAOLA REGINA DOS SANTOS; LEIDIENE FERREIRA SANTOS; ISABELLA AFONSO DE SOUZA; CINTIA FLORES MUTTI; ISABELA CRISTINE FERREIRA FERNANDES; LIZETE MALAGONI DE ALMEIDA CAVALCANTE OLIVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS, UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS INTRODUÇÃO: a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), configura-se em local de alta tecnologia que, aliada ao conhecimento técnico especializado dos profissionais, tem proporcionado boa assistência e melhores taxas de sobrevivência a recém-nascidos (RN) gravemente enfermos. Entretanto, a internação do RN nessa unidade é um evento estressante às famílias, que vivenciam diferentes sentimentos e emoções, como tristeza, medo, pena, culpa e impotência (SANTOS et al., 2012). OBJETIVO: compreender a experiência de ter e conviver com recém-nascido hospitalizado em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. MATERIAIS E MÉTODOS: pesquisa descritiva exploratória, de abordagem qualitativa, realizada com 10 mães de RN hospitalizados na UTIN de uma maternidade pública, localizada no município de Palmas – TO/Brasil, em que a coleta de dados aconteceu nos meses de setembro a dezembro de 2014, por meio de entrevista individual, norteada pela seguinte questão: “fale-me sobre a experiência de ter e conviver com RN hospitalizado em UTIN”. As entrevistas foram transcritas e submetidas à técnica de análise de conteúdo (BARDIN, 2010). Essa pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa Humana da Universidade Federal do Tocantins (protocolo 036/2014). RESULTADOS: os resultados levaram à proposição da categoria “Vivencias maternas e significados da internação do RN em UTIN”. Notou-se que diversos sentimentos e situações podem ajudar a mãe do RN à experienciar, de modo menos traumático, o processo de hospitalização da criança. Entretanto, algumas situações corroboram comprometer significativamente o bem estar materno/familiar e, inclusive, prejudicar a interação família/criança e família/equipe de saúde, tais como desconhecimento, “quebra” do vínculo entre mãe e filho, insegurança, privação do convívio social e familiar, submissão à rotina hospitalar e impotência diante da situação em que se encontra o RN. CONCLUSÃO: ter um filho hospitalizado em UTIN resulta em intenso sofrimento para as mães e em alterações significativas na dinâmica familiar. De modo quase consensual, verificou-se que essa situação afeta o relacionamento familiar, a saúde física e mental e a manutenção da rede social das mães. Acreditamos que os resultados deste estudo podem subsidiar intervenções direcionadas às reais necessidades da mãe que experiencia a situação de ter o filho, recém-nascido, hospitalizado. Embora o sofrimento dos familiares seja comum e frequente, nas UTIN, é preciso deixar de ser percebido, pelos profissionais de saúde, como algo normal e esperado no contexto hospitalar. É necessário que estes reflitam sobre sua prática e passem a se sentir inquietos e incomodados frente ao sofrimento das famílias, ao ponto de se verem compelidos a procurar novas estratégias de atuação para mudar esse cenário. Referências: - BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2010. SANTOS, LF; OLIVEIRA, LMAC; MUNARI, DB; PEIXOTO, MKAV; SILVA CC; FRREIRA, ACM, et al. Grupo de suporte como estratégia para assistência de enfermagem a família de recém-nascidos hospitalizados. Rev Eletrônica Enferm. 2012;14(1):42-9. 189 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-069 - DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM EM FAMÍLIAS DE RECÉM-NASCIDOS HOSPITALIZADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA. LEIDIENE FERREIRA SANTOS; LIZETE MALAGONI DE ALMEIDA CAVALCANTE OLIVEIRA; CINTIA FLORES MUTTI; ISABELA CRISTINE FERREIRA FERNANDES UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS, UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS INTRODUÇÃO: a hospitalização do recém-nascido (RN) em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) é um evento estressante que leva à família a vivenciar sentimentos de angústia, dúvida, medo e incertezas, além da dificuldade de aceitação em relação à separação do filho. Nesse cenário, destaca-se que a identificação de diagnósticos das necessidades da família permite a implementação de intervenções que qualificam e humanizam a assistência oferecida pelos profissionais da saúde (SANTOS et al., 2012). OBJETIVOS: identificar os principais Diagnósticos de Enfermagem (DE) em famílias de Recém-nascidos hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e descrever Intervenções de Enfermagem (IE) em um grupo de apoio a pais e familiares (GRAPF) de crianças hospitalizadas. MÉTODO: trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória, de abordagem qualitativa, baseada em dados produzidos durante sessões de um Grupo de Apoio a Pais e Familiares (GRAPF) de RN hospitalizados em uma UTIN, de um Hospital Escola de alta complexidade, no período de fevereiro a julho de 2010. Ao total foram gravadas, em mídia digital, oito sessões do GRAPF e, posteriormente, transcritas pelas pesquisadoras. A coleta de dados, a análise do material e a identificação dos Diagnósticos de Enfermagem/DE, foram sustentadas pela Teoria das Necessidades Humanas Básicas (HORTA, 1979). Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Humana (protocolo 153/2009). RESULTADOS: por meio da análise dos depoimentos dos familiares foram identificados os seguintes DE: Padrão de sono prejudicado; Manutenção do lar prejudicada; Conhecimento deficiente; Comunicação verbal prejudicada; Risco de baixa autoestima situacional; Paternidade ou maternidade prejudicada; Tensão do papel de cuidador; Processos familiares interrompidos; Interação social prejudicada; Síndrome do estresse por mudança; Sentimento de impotência; Medo e Conforto prejudicado. Em respostas aos DE, foram implementadas as seguintes IE (DOCHTERMAN; MCCLOSKEY; GLÓRIA, 2008): Atividades para “aumento da socialização” e “educação para saúde”. CONCLUSÃO: os DE identificados nesse estudo indicam que a família é uma unidade complexa com diversas necessidades, interesses, contradições e com forte influência nos comportamentos de saúde. Por isso, a equipe de saúde deve estabelecer relação cordial e de empatia com essa clientela, pois ela sente dificuldade em lidar com o sofrimento da criança e, também, com seu próprio sofrimento. A identificação dos DE, à luz das Teorias das necessidades Humanas Básicas, se mostrou uma estratégia eficaz, qualificada e segura, para descrever as verdadeiras demandas das famílias e, dessa maneira, favorecer a implementação de intervenções de enfermagem capazes de atender integralmente essa clientela. Referências: - DOCHTERMAN J, MCCLOSKEY B, GLÓRIA M. Classificação das intervenções de enfermagem (NIC). Trad. Regina Machado Garcez. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2008. - HORTA WA. Processo de Enfermagem. São Paulo: EPU; 1979. -North American Nursing Diagnosis Association. Diagnóstico de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2012-2014. Porto Alegre: Artmed; 2013. - SANTOS, LF; OLIVEIRA, LMAC; MUNARI, DB; PEIXOTO, MKAV; SILVA CC; FRREIRA, ACM, et al. Grupo de suporte como estratégia para assistência de enfermagem a família de recém-nascidos hospitalizados. Rev Eletrônica Enferm 2012;14(1):42-9. 190 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-070 - O PROCESSO DE CUIDAR DOS FILHOS: DESVELANDO A REALIDADE DE MÃES ENFERMEIRAS BRUNA CAROLINE RODRIGUES; REBECA ALMEIDA FERRARESE; AMANDA VALESE COELHO; ROSIMARA OLIVEIRA QUEIROZ; BRUNO MASCHIO NETO; IEDA HARUMI HIGARASHI UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ A criação dos filhos é um processo que está inserido no contexto familiar. Entretanto, atualmente, em decorrência das demandas financeiras, os pais passam grande parte do dia fora de casa e deixam seus filhos sob os cuidados de terceiros. Este processo de terceirização do cuidado não raramente acaba gerando um sentimento de frustração nas mães, no que diz respeito ao pleno exercício do papel materno. É sabido que, historicamente, a profissão de enfermagem sempre esteve atrelada à figura feminina, da mesma forma que o papel socialmente atribuído à mulher sempre esteve associado ao exercício da maternidade e à função de cuidar dos demais membros da família e criar/educar os filhos. Neste contexto, o presente estudo teve como objetivo compreender o processo de realização do cuidado com os filhos no contexto de vida de mães enfermeiras. Trata-se de um estudo descritivo-exploratório com abordagem qualitativa. Para o recrutamento das participantes do estudo, optou-se pela amostragem intencional, por meio da utilização da técnica de bola de neve (snow ball) para seleção de 10 mães enfermeiras. A coleta de dados ocorreu no período de novembro de 2011 a janeiro de 2012 por meio de entrevistas semiestruturadas, submetidas à análise de conteúdo temática. A partir dos resultados foi possível delinear duas categorias temáticas principais: Vivências da maternidade e maternagem de mães enfermeiras; Exercício profissional e o processo de criação dos filhos. A primeira teve como escopo de discussão, as vivências da maternidade sob a ótica de profissionais enfermeiras; a segunda analisou as influências da formação profissional sobre o exercício do papel materno. Os resultados do estudo evidenciaram que o ato de cuidar envolve uma situação de pessoalidade, vivenciada por cada mãe de forma bastante particular, e que envolve sentimentos de angústia por parte destas mulheres trabalhadoras, ao terem que delegar a criação e cuidado dos filhos, para paradoxalmente, se dedicarem ao cuidado de seus pacientes. Ademais, o estudo permitiu concluir que as mulheres/mães/enfermeiras sofrem com pressões internas relacionadas à profissão e à suposta obrigação de prestar um cuidado adequado, seja em sua dimensão profissional quanto em sua dimensão pessoal, em especial no que tange ao cuidado de seus próprios filhos. 191 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-071 - MANEJO DA DOR EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA: CONSIDERAÇÕES DOS ENFERMEIROS SOBRE A PRÁTICA PALOMA PAVAN; ROBERTA TOGNOLLO BOROTTA; REBECA ALMEIDA FERRARESE; KAYNA TROMBINI SCHMDIT; JAQUELINE DIAS; IEDA HARUMI HIGARASHI UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ INTRODUÇÃO: A dor é um sintoma comum que integra o quadro clínico de várias patologias e é referida por indivíduos de diversas faixas etárias. Sua presença se contrapõe à sensação de bem-estar, sendo usualmente associada à ideia de que algo não vai bem. A sensação dolorosa foi, e continua sendo uma das maiores preocupações da humanidade, e por meio da busca pelas suas razões e métodos de controle, contribui também para a evolução das ciências médicas e da saúde. Incorporar a mensuração da dor à verificação dos sinais vitais assegura que todos os pacientes tenham acesso às intervenções para alívio do estímulo doloroso, da mesma como ocorre quando outras alterações são identificadas. A avaliação e mensuração da dor não é uma tarefa fácil, porém deve se tornar rotineira, principalmente nas unidades de terapia intensiva pediátrica (UTIP), local de internação de crianças graves, altamente submetidas a procedimentos dolorosos e geralmente com capacidade de comunicação prejudicada. OBJETIVOS: desvelar o conceito de dor na opinião dos enfermeiros que atuam em UTIP, identificar os elementos para avaliação da dor, e elencar as práticas para seu controle dentro da UTIP. MATERIAL E MÉTODOS: trata-se de um estudo descritivo, de abordagem qualitativa, realizado junto a enfermeiros que atuam em UTIP. Foram entrevistados 13 profissionais durante o mês de setembro de 2013, com a seguinte questão norteadora: Como você define a dor? As entrevistas foram gravadas, e posteriormente transcritas na íntegra, sendo submetidas à análise de conteúdo. A pesquisa cumpriu as exigências preconizadas pela resolução nº 466 do Conselho Nacional de Saúde, e foi aprovada pelo comitê de ética com parecer nº: 350.113. RESULTADOS: somente um dos 13 profissionais era do sexo masculino. Em relação à categoria de trabalho, nove eram enfermeiros e quatro eram técnicos de enfermagem. A idade variou entre 28 e 56 anos, com tempo de formação entre quatro e 30 anos, e média de experiência de 20 anos. Em relação à formação complementar, nove possuíam título de especialização, porém apenas três eram na área enfermagem pediátrica. Após análise dos relatos, emergiram as seguintes categorias: Dor e sua importância no contexto da atenção em UTIP; Avaliando a dor na realidade da atenção intensiva pediátrica; e Estratégias para o manejo da dor da clientela pediátrica. CONCLUSÃO: o estudo ajudou a demonstrar que os profissionais se interessam pelo tema, pois revelaram preocupação em buscar iniciativas que viabilizem a utilização de protocolos voltados ao manejo e alívio da dor, bem como de um processo de educação permanente que mantenha a equipe sensibilizada. 192 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-072 - ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO DA ESF COM CRIANÇAS PORTADORAS DE DIABETES MELLITUS TIPO 1 RAFAELA DA COSTA VIEIRA; AMANDA NALESSO TEIXEIRA; MARCELA NOVAK; MARCIA SENEM TAHAN; JULIANA OLLÉ MENDES DA SILVA HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE O Diabetes Mellitus (DM1) vem se tornando um problema de saúde pública. As consequências econômicas, sociais e humanas são devastadoras, configurando-se como uma epidemia mundial, e um grande desafio para os sistemas de saúde. O DM1 é uma das doenças crônicas e endócrino-metabólica mais comum na infância e também uma das mais importantes nessa faixa etária pediátrica, sendo necessária adaptação por parte da criança e da família, nos âmbitos psicológico, social e físico. Não são poucas as dificuldades encontradas com relação ao tratamento e ao acompanhamento do DM1, fazendo da obtenção do controle um desafio aos profissionais e família. A Unidade Básica de Saúde, estruturada de acordo com a Estratégia Saúde da Família (ESF), é a porta de entrada da rede pública à estes pacientes. O objetivo foi identificar a atuação do enfermeiro na ESF com crianças portadoras da DM1, contribuindo para um melhor manejo da doença pela criança e família, sendo o enfermeiro atuante no processo de educação em saúde. Tratou-se de uma Revisão Bibliográfica seguida de abordagem quantitativa. A base para a busca foi a Biblioteca Regional de Medicina, entre 2007 e 2013, sendo ampliado devido a poucos artigos encontrados referente ao tema, os critérios de inclusão/exclusão estabelecidos para a análise dos dados foram: artigos completos, em português, publicados em periódicos da saúde, protocolos, impressos de órgãos oficiais a nível Federal, Estadual e Municipal no período temporal acima definido. Foram usados os seguintes descritores; Enfermagem Diabetes Mellitus 1; crianças Diabetes Mellitus, Enfermeiro do ESF, aparecendo no título ou no resumo dos artigos. Ao analisar a amostra, observou-se que o DM1 só é identificado em situações agudas da doença, como a cetoacidose diabética. Ficou evidenciado que esta doença requer cuidados especiais que modificam sobremaneira a vida de seus portadores. Destacou-se a importância do Enfermeiro da ESF, pois estabelece ações em saúde voltadas às necessidades da criança e da família e que para o alcance de resultados satisfatórios, necessita do trabalho interdisciplinar efetivo. Sendo assim, diante destas percepções/observações conclui-se que este estudo atingiu o objetivo proposto, porém, houve a limitação do número de publicações sobre o tema. Este estudo pode servir de base para novas pesquisas, uma vez que ainda existe a necessidade deste profissional de intensificar suas ações estratégicas para uma assistência de enfermagem à criança portadora de DM1 e sua família, e de se libertar das influências históricas do modelo biologicista e hospitalocêntrico. 193 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-073 - ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM MIELOMENINGOCELE LEIRI FÁTIMA DE PARIS; ALINE BUENO DE FRANÇA; ELIANE SOUZA DOS SANTOS; GIULLIANO ALMEIDA E SILVA; KAMILA ALVES; MARIA HELENA BORGES BIUN; MILENA DA COSTA; DÉBORA Mª VARGAS MAKUCH; JULIANA OLLÉ MENDES DA SILVA FPP A Mielomeningocele (MMC) é uma malformação embrionária do sistema nervoso central que ocorre nas primeiras quatro semanas da gestação, recorrente de um defeito no fechamento do tubo neural (DFTN) de etiologia multifatorial com participação de fatores genéticos e ambientais. O Enfermeiro possui papel importante no cuidado de pacientes portadores da MMC, preparando o paciente e familiares para uma assistência adequada e de qualidade. O método utilizado para este estudo foi a Revisão Integrativa. Assim, o objetivo do estudo foi realizar revisão integrativa sobre MMC e suas implicações em pacientes pediátricos, elencar os Diagnósticos de Enfermagem mais frequentes ao portador desta patologia e elaborar plano assistencial enfatizando as etapas da Sistematização da Assistência de Enfermagem. A base de dados escolhida para a busca de artigos foi a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) utilizando na primeira busca os descritores: mielomeningocele and cuidados de Enfermagem e na segunda busca apenas mielomeningocele resultando em 9 (nove) artigos relevantes ao tema. Da leitura e análise destes estudos emergiram 2 (duas) categorias: Categoria I - Mielomeningocele e suas implicações e Categoria II - Prevenção e diagnóstico da Mielomeningocele e, através da Enfermagem Baseada em Evidência, foi possível elencar os Diagnósticos de Enfermagem e respectivas Prescrições de Enfermagem: Eliminação urinária prejudicada evidenciado por cistostomia relacionada à bexiga neurogênica: Observar e anotar débito urinário e Realizar sondagem de alivio quando necessário; Risco de Lesão relacionada à dificuldade de deambulação: Orientar o uso de cremes hidratantes em áreas de proeminências ósseas e Explicar sobre a importância de deambulação; Dor crônica evidenciado por deformidades em membros inferiores relacionados à fatores biológicos: Encaminhar ao serviço Nutricional e de Fonoaudiologia e Propiciar ambiente prazeroso durante a alimentação. Conclui-se que, o Enfermeiro possui papel fundamental na prevenção dos DFTN, visto ter autonomia para orientar o planejamento familiar, nas consultas de pré-natal e na prescrição do ácido fólico, a principal estratégia para a prevenção desta doença e, quanto ao cuidado com o manuseio do paciente com MMC, o Enfermeiro deve estar preparado para promover os cuidados e orientações necessárias, a fim de minimizar as dúvidas e incertezas que a família e o paciente enfrentam. 194 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-074 - ANEMIA FALCIFORME E O IMPACTO NA VIDA DE ADOLESCENTES RAFAELA APARECIDA PEREIRA; MÁRCIA HELENA DE SOUZA FREIRE; EVELYN JULIANA RAMOS; ALESSANDRA PATRÍCIA STELMAK; MICHELLE THAIS MIGOTO UFPR INTRODUÇÃO: A anemia falciforme é um problema de saúde pública no Brasil, originária na África e trazida pela imigração. Com previsão de aumento de portadores da anemia falciforme até 2050, devido à miscigenação. No Brasil, desde 2001, foi implementado o Programa de Triagem Neonatal (PTN), propiciando diagnóstico precoce e tratamento oportuno para melhorar a qualidade de vida. Pode acarretar impactos na vida emocional, física e social dos indivíduois acometidos, e consequentemente comprometer a qualidade de vida deles. OBJETIVO: analisar o impacto da anemia falciforme, relatado por adolescentes no seu cotidianos. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de pesquisa descritiva, de abordagem quali-quantitativa, realizada após a aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa, de uma pesquisa maior. A coleta de dados ocorreu com 12 jovens, entre 12 a 25 anos, que são atendidos em um ambulatório público de referência para o estado do Paraná. A entrevista foi orientada por instrumento semi-estruturado, com as seguintes perguntas: O que você entende por anemia falciforme? Fale um pouco sobre quando e como foi feito seu diagnóstico. Você nota alguma diferença entre você e seus colegas? Como a anemia falciforme interfere nas suas atividades do dia a dia? Você tem alguma sugestão para que este ambulatório lhe atenda melhor? Anteriormente às perguntas, houve preenchimento do bloco de identificação do entrevistado e de sua família. As respostas às perguntas foram audiogravadas e transcritas na íntegra. A análise dos dados ocorreu com o apoio do software Qualiquantisoft®, do Método do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), fundamentado na Representação Social. RESULTADOS: dos entrevistados 83,3% eram mulheres, 66,7% tinham 12 anos, 50% eram negros; 83,3% cursavam o ensino fundamental; 58,2% eram procedentes de outras cidades do estado; 61,1% estavam em companhia da mãe; 62,5% relatavam que a principal causa de internação era a dor. Quanto ao conhecimento da doença, 50% relataram ter algum tipo conhecimento; para 66,7% o diagnóstico aconteceu na PTN; 83,3% não se sentem diferentes por apresentarem essa patologia; mas 62,7% relatam que a anemia interfere fisicamente no cotidiano, principalmente durante as atividades físicas. Quanto aos DSC foram construídos discursos, segundo as categorias organizadas para cada pergunta, mediante as idéias centrais que veiculavam as expressõeschaves das respostas. CONCLUSÃO: os adolescentes percebem o impacto da doença no seu crescimento, desenvolvimento e socialização, que fica muito prejudicada pelas ausências escolares devido internações recorrentes. Relatam crises álgicas como principais limitadoras das atividades entre amigos e de estar em grupos sociais. Também evidenciou-se a necessidade de implantação de novos ambulatórios no estado do Paraná, pois os residentes em municípíos mais distantes têm que se deslocar frequentemente com seus responsáveis, o que prejudica as atividades de rotina. Percebeu-se a necessidade indispensável da implementação de um programa de educação em saúde para esses adolescentes, a fim de favorecer o auto-conhecimento e melhorar a qualidade de vida nesse período de transição para a idade adulta, e afirmação individual. 195 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-075 - PERFIL DE INFECÇÃO NO TRANSPLANTE HEPÁTICO PEDIÁTRICO. CAROLINE BERTÉ; MARIA EDUARDA DE LUCA ALVES WUICIK; ANNA VICTORIA MAURER RAVAGLIO; ALEXANDRA OLIVEIRA FERNANDES CONCEIÇÃO FACULDADE PEQUENO PRÍNCIPE INTRODUÇÃO: Em 2014, 190 transplantes hepae#769;ticos pediátricos foram realizados. O número de transplantes com doador vivo, aumentou cerca de 43% entre 2010 a 2014. Sendo que, as principais indicações para o procedimento estão agrupadas em quatro categorias, a saber: doença hepática primária com evolução progressiva, doença hepática não progressiva de reconhecida morbi-mortalidade, doença metabólica do fígado e insuficiência hepática fulminante. Segundo encontrado na literatura, a infecção é a complicação mais comum após o transplante de fígado, ocorrendo 60 – 70% dos casos. Em pacientes transplantados é mais difícil diagnosticar uma infecção, porque geralmente os sinais e sintomas estão diminuídos. Além disso, podem estar presentes fatores de risco para infecção, como estado nutricional, peso e gravidade da doença hepática. Existe uma gama ampla de potenciais patógenos, e muitas vezes a infecção progride rapidamente. O correto e precoce diagnóstico microbiológico é essencial para orientação do tratamento, dessa forma minimizando a terapia medicamentosa não essencial. OBJETIVOS: Identificar as principais infecções que acometem os pacientes submetidos a transplante hepático pediátrico. METODOLOGIA: Este trabalho apresenta um projeto de pesquisa em andamento, de um estudo quantitativo, de caráter documental retrospectivo, onde serão analisados os seguintes dados: fases pré transplante, até 30 dias após o transplante, até 6 meses e acima de 6 meses de ocorrência do transplante; relacionando com as seguintes infecções; infecções bacteriana, infecções virais, infecções fúngicas e parasitárias. O local da pesquisa constituirá em um Hospital Pediátrico de Referência Nacional na cidade de Curitiba, Paraná. Serão analisados aproximadamente 83 prontuários de pacientes em acompanhamento ambulatorial a partir de 2000, menores de 18 anos. RESULTADOS ESPERADOS: Espera-se levantar quais são as principais infecções que acometem os pacientes durante todo o processo do transplante hepático pediátrico, com o intuito de minimizar seus agravos. Bem como relacionar estas infecções com os fatores de risco que as desencadeiam, visando preveni-las. Sendo de fundamental importância, ter conhecimento a respeito do perfil das infecções no transplante hepático pediátrico, para subsidiar o embasamento teórico e prático no planejamento e execução do cuidado, fundamentado para melhoria da assistência destinada a criança e ao adolescente. 196 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-076 - PUERICULTURA: RELATO DE UMA PÓS-GADUANDA DE ENFERMAGEM DAIANNE CIBELE DE SOUZA BORGES; CARLA REGINA DE ALMEIDA CORRÊA; MAYARA CAROLINE BARBIERI; BEATRIZ CASTANHEIRA FACIO; FLÁVIA CORRÊA PORTO DE ABREU; MONIKA WERNET; GISELLE DUPAS UFSCAR INTRODUÇÃO: A assistência à saúde da criança é uma atividade essencial desempenhada pelo enfermeiro. Por meio do acompanhamento da criança, espera-se reduzir a incidência de doenças, potencializando o seu crescimento e desenvolvimento. A consulta de puericultura também promove o vínculo do enfermeiro com a criança e a família. OBJETIVOS: Relatar a experiência de uma pós-graduanda de enfermagem na realização de puericulturas em uma Unidade Básica de Sáude (UBS) de uma cidade do interior de São Paulo. MATERIAIS E MÉTODO: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência que descreve aspectos vividos pela autora. O relato de experiência é caracterizado como uma pesquisa mais informal está sendo cada vez mais utilizado para enriquecer a fundamentação teórica com a experiência pessoal ou profissional dos autores. Esta atividade está inserida em uma disciplina de capacitação docente em que o aluno da pós-graduação auxilia o docente nas atividades de estágio curricular obrigatório dos alunos da graduação de enfermagem. As consultas de puericultura foram realizadas por um período de cinco meses. As consultas eram realizadas as segundas e terças feira no período da manhã. Participavam da consulta o pós-graduando, o aluno da graduação, a criança e sua família; foram realizadas pela pós graduanda cerca de 31 consultas puerperais na UBS. RESULTADOS: As famílias que frequentam a UBS, são em sua maioria vulneráveis socialmente. Observou-se que a maior parte das mulheres que realizavam este tipo de acompanhamento na UBS eram do lar, não possuíam ensino superior, nem residência própria, e estavam acompanhadas do(s) irmão(s) do recém-nascido. Num primeiro momento, havia um certo receio da parte delas em serem atendidas por estagiários do curso de enfermagem ao invés da enfermeira da unidade. Percebeu-se que a postura da equipe de enfermagem da unidade, bem como dos próprios estagiários, pós graduanda e docente, foi fundamental para que essas mulheres acolhessem de forma mais favorável esse contato. As consultas duravam em média 45 minutos, os estagiários foram orientados pela pós-graduanda e docente, a manter uma escuta ativa e a procurar estabelecer uma comunicação efetiva com as mães, voltada para o apoio informacional e de encorajamento no cuidado, abstendo-se de julgamentos pessoais negativos. A cada exame físico era solicitada a permissão para realizar o mesmo, bem como era explicado de forma clara e objetiva seu propósito, para que as mães pudessem entender sua importância e o porquê eram realizados. Percebeu-se que as mães participaram ativamente das consultas, expondo suas dúvidas e dificuldades, e recebendo orientações sobre as mesmas. CONCLUSÃO: A consulta puerperal foi um valioso momento para se estabelecer vínculos entre os estagiários de enfermagem, pós-graduanda, crianças e suas famílias. Constituiu-se também como um precioso momento para o estagiário se capacitar a realizar intervenções de saúde de maneira humanizada, unindo a teoria à prática profissional; à pós- graduanda esse espaço proporcionou o desenvolvimento de suas habilidades enquanto docente e profissional, contribuindo para o crescimento acadêmico e assistencial. 197 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-077 - REDE DE SUPORTE FAMILIAR DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DEFICIÊNCIA VISUAL GABRIELA VAN DER ZWAAN BROEKMAN CASTRO; MAYARA CAROLINE BARBIERI; BEATRIZ CASTANHEIRA FACIO; CARLA REGINA DE ALMEIDA CORRÊA; MONIKA WERNET; GISELLE DUPAS UFSCAR INTRODUÇÃO: A deficiência visual (DV) é entendida como quaisquer doenças oculares que comprometam o funcionamento ideal da visão. No Brasil é um significante problema de saúde pública, já que acrescenta-se à deficiência propriamente dita, a falta de programas preventivos, fatores socioeconômicos/culturais, atrelados à pouca disponibilidade de recursos oftalmológicos qualificados para intervenções em saúde ocular. Trata-se de uma condição crônica cujo percurso pode trazer momentos estressantes e difíceis para a família, que para superá-los precisam de rede/apoio social. A rede social refere-se à dimensão estrutural ou institucional, enquanto ligada a um indivíduo. O apoio social encontra-se na dimensão pessoal, sendo constituído por membros desta rede social, efetivamente importantes para as famílias. OBJETIVOS: Compreender a experiência da família da criança/adolescente com deficiência visual, frente às interações estabelecidas com a rede de apoio acessada. METODOLOGIA: Trata-se de pesquisa qualitativa, que teve como referencial teórico o Interacionismo Simbólico. O cadastro das crianças com DV foi fornecido pela Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo. Em seguida, entramos em contato com os coordenadores/diretores das respectivas escolas para que fosse mediado o encontro das famílias com as pesquisadoras. A coleta de dados foi realizada no domicílio, por meio da confecção de Genograma/Ecomapa, além de entrevista semiestruturada gravada em áudio. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer número: 748.751. A análise de narrativa foi adotada como referencial metodológico. RESULTADOS: Entrevistou-se 06 famílias, totalizando 29 participantes: 7 crianças/adolescentes com o diagnóstico de DV, 5 mães, 2 pais, 2 padrastos, 9 irmãos, 3 tios e 1 chefe dos pais. Da análise das narrativas obteve-se três categorias: “Instituições fornecendo apoio”, “Encontrar na família o apoio” e “Espiritualidade”. Na categoria “instituições fornecendo apoio” são várias as citadas, mas sem a capacidade de formar rede, pois não mantêm interlocução, sendo a assistência fragmentada. “Encontrar na família o apoio” é experiência marcante no cotidiano, pois a família nuclear e extensa é a maior fonte de apoio a seus membros. Quanto à “espitirualidade”, é apreendida como importante ferramenta para a sustentação dos membros familiares, pois promove esperança para a continuidade da luta e da busca por melhores condições para as crianças/adolescentes com DV. CONCLUSÃO: Os serviços de atendimento à saúde, educação e assistência social, evidenciados nas narrativas das famílias; necessitam de articulação para funcionarem efetivamente como redes de apoio. O que se percebe é que os “nós” de sustentação e interface entre os serviços acabam por serem dados pela própria família, a fim de assegurarem pelo menos o mínimo de amparo. 198 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-078 - EVIDÊNCIAS SOBRE INDICAÇÕES E CUIDADOS DE ENFERMAGEM EM CRIANÇAS TRAQUEOSTOMIZADAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA CLAUDIA DANIELLA AVELINO VASCONCELOS BENÍCIO; NALMA ALEXANDRA ROCHA CARVALHO; ISABELA RIBEIRO DE SÁ GUIMARÃES NOLETO; MARIA HELENA BARROS ARAÚJO LUZ; FABÍOLA SANTOS LINO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI INTRODUÇÃO: O procedimento cirúrgico denominado Traqueostomia consiste na abertura da parede anterior da traqueia, interligando-o com o meio externo e tornando assim a via aérea pérvia. A indicação de traqueostomia na população infantil passou por uma transformação nas duas últimas décadas, observando-se dessa forma indicações mais definidas e resultados mais satisfatórios no seguimento a longo prazo. OBJETIVO: Descrever as principais indicações e cuidados de enfermagem, com base na literatura, na realização de traqueostomia em crianças. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de uma revisão integrativa cuja busca foi realizada nas bases de dados disponíveis pelo Portal da Capes: Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem online (MEDLINE Complete - Ebesco) e Cummulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL). Para a seleção dos estudos foram utilizadas combinações dos descritores específicos: tracheostomy, nursing care e pediatrics. Critérios de inclusão: artigos originais, disponíveis na íntegra, on line, nos idiomas inglês, português e espanhol, indexados nas bases de dados selecionadas e publicados a nos últimos 5 anos (2010- 2015), ao final restaram 08 artigos que embasaram o trabalho. RESULTADOS: Por meio dos estudos analisados, pode-se evidenciar que as principais indicações da realização do procedimento de traqueostomia em criança dizem respeito às patologias respiratórias que afetam esse público que são as relacionadas a obstrução da via aérea superior, como alérgias, metabólicas, profiláticas, degenerativas, desordem do sono, congênitas, traumas, infecções e neoplasias, além de ventilação mecânica prolongada. Nos últimos anos, a traqueostomia de curto prazo foi comumente realizada por causas infecciosas, como epiglotite. Porém as referências afirmam que a maioria dos pacientes são crianças muito jovens com doenças graves e crônicas. Este fato explica as taxas de decanulação relativamente baixos, longos tempos de punção e alta mortalidade. A mortalidade relacionada traqueostomia, por outro lado, é relativamente baixo. Quando se trata dos cuidados de enfermagem, os artigos indicam cuidados essenciais relacionados principalmente a Aspiração e (Manter a via aérea livre de secreções, evitando uma potencial obstrução/ aspiração pulmonar), fixação do tubo (Vários materiais, como gravatas de velcro, adesivos, elásticos entre outros estão disponíveis para fixar o tubo), desenvolvimento da fala (comunicação e deglutição), reduzir o risco de infecção na área da traqueostomia e educação aos cuidadores quanto aos cuidados pós internação. CONCLUSÃO: A traqueostomia é um procedimento muito delicado, quer para o paciente quer para quem o executa. Este procedimento, apesar de vantajoso para o paciente, em termos de conforto, constitui também uma grande porta de entrada a microrganismos e, consequentemente, uma maior susceptibilidade a infecções, quer respiratórias quer no local de inserção da cânula de traqueostomia. Assim sendo, o enfermeiro deve prestar cuidados ao paciente com traqueostomia tendo por base a prevenção da infecção, na medida em que a sua prevenção constitui a primeira meta de conforto do paciente. 199 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-079 - O CUIDADO DA CÓLICA NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: PROFISSIONAIS E MÃES FLÁVIA CORRÊA PORTO DE ABREU; CARLA REGINA DE ALMEIDA CORRÊA; JÚLIA BALDI VIEIRA; BEATRIZ CASTANHEIRA FACIO; MAYARA CAROLINE BARBIERI; MÁRCIA REGINA CANGIANI FABBRO; DAIANNE CIBELE DE SOUZA BORGES; LISLAINE APARECIDA FRACOLLI; MONIKA WERNET UFSCAR, USP-SP INTRODUÇÃO: A cólica infantil é uma condição clínica frequente na infância e queixa recorrente nas consultas de puericultura. Sua etiologia está relacionada a imaturidade fisiológica tendo múltiplos fatores da sua causa, divididas em fatores gastrointestinais e não gastrointestinais. Tem início na segunda semana após o nascimento persistindo até o terceiro mês de vida. A Estratégia de Saúde da Família, local privilegiado para promoção da saúde, busca a universalidade, equidade e integralidade do cuidado, entretanto, os profissionais destas equipes precisam construir junto às famílias o cuidado e os conhecimentos necessários aos cuidados à criança com cólica. OBJETIVO: Caracterizar a inter-relação do manejo da cólica infantil por parte das mães e profissionais da Estratégia de Saúde da Família, com vistas a ampliar a humanização do cuidado. MATERIAL E MÉTODOS: Adota-se como referencial teórico Interacionismo Simbólico e usa o método qualitativo por enfatizar o conhecimento e compreensão de eventos e situações. E como referencial metodológico a Pesquisa de Narrativa. Adota-se para coleta de dados duas estratégias: o grupo focal para a compreensão do cuidado profissional e a entrevista não-estruturada de abordagem individual com as mães, tendo como foco o manejo da cólica infantil e os processos interacionais experienciados nas tomadas de decisão a respeito da mesma. RESULTADOS: Os resultados foram construídos de forma conjunta após a análise de 31 entrevistas com mães e 4 grupos focais, a fim de obter uma análise das convergências e divergências dos participantes no manejo da cólica infantil. Emergiram duas categorias “abordagem diagnóstica”; “abordagem terapêutica”. A primeira categoria traz que o diagnóstico profissional pauta-se no conhecimento teórico adquirido na sua formação e para as mães no que o profissional a orientou na maternidade e nas consultas de puericultura, além disso, as mães apontam que os profissionais reforçam ser a cólica um processo fisiológico “normal” para os bebês o que contribui para uma tendência de o profissional dar pouca relevância a ela na puericultura. A segunda categoria traz que a cólica infantil é entendida como situação que requer intervenção tanto para mães quanto para os profissionais. As primeiras justificam tal necessidade pelo sofrimento da criança derivado da dor gerada pela cólica e buscam o alívio da mesma. Já em relação aos profissionais, há os que entendem ser uma queixa materna e, portanto, deve ser acolhida de alguma forma, e, outros (minoria) compadecem-se com o sofrimento da criança e mãe, sobretudo dessa última, e sendo tal sofrimento que os conduz a ter ações voltadas à cólica infantil. CONCLUSÃO: Os profissionais preocupam-se em diferenciar a cólica das intercorrências patológicas prevalentes nos primeiros seis meses de vida, bem como obter outros dados que reforcem a suspeita de. As mães por sua vez buscam ter a certeza do diagnóstico de cólica infantil. Assim, ambos estão voltados aos sinais e sintomas de confirmação do distúrbio. Portanto, todos os espaços de reflexões e de aprendizagem, acerca da condição prática de cuidado a este evento, precisam de transformações, a fim de se obter um cuidado humanizado e integral através do acolhimento da queixa de cólica infantil. 200 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-080 - MANEJO DA DOR DO RECÉM-NASCIDO INTERNADO EM UTI NEONATAL CAMILA STREISKY DE FARIAS DO VALLE HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PONTA GROSSA A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a lesão tissular real ou potencial (Merskey e Bogduk, 1994). Os prematuros não só são capazes de sentir dor como também são mais sensíveis do que crianças mais velhas. Diante disso, o objetivo deste estudo foi identificar alguns métodos não-farmacológicos que possam minimizar a dor e o desconforto do RN no cotidiano de uma UTIN. Para isso optou-se por uma revisão bibliográfica já que ela foi baseada em materiais já desenvolvidos, elaborados, que se constituíram de livros e artigos científicos (MINAYO, 2006). Nos estudos revisados, entendeuse que, em casos em que procedimentos dolorosos serão executados, pode- se utilizar algumas condutas como sucção não nutritiva, soluções adocicadas, substituição da punção calcânea pela venosa , etc. Porém, no cotidiano das unidades de terapia intensiva, podem ser utilizados com o intuito de diminuir o estresse e a dor do RNPT : • Som: Alguns sons podem ser benéficos aos bebês, como a voz de sua mãe, que é o som a que ele está habituado. Orientá-la a conversar com ele, cantar ou até mesmo trazer uma fita gravada com sua voz, pode ser uma maneira de mantê-lo mais calmo. Durante o seu descanso, nenhum som deve ser feito, em respeito a este período e sua importância. • Uso da Música: A música tem finalidade terapêutica e possui efeito calmante em RNs prematuros e a termo.Os musicoterapeutas acreditam que a música favorece uma distração que desvia o foco da dor para a música, por isso ela tem sido indicada para o alívio da dor de diferentes origens. • Luz: A luz excessiva pode afetar os olhos do bebê ou ainda perturbar seu período de descanso ,o que altera o ritmo de seu organismo. Por isso é importante que se determine um horário para que a iluminação seja reduzida e , em especial, um período maior, durante a noite. Isso ajuda ao bebê a organizar seu padrão de sono e colabora nas alterações hormonais e de temperatura. • Toque: Nos prematuros extremos a pele é muito frágil e deve ser manuseada com muito cuidado. Estudos mostram que, para prematuros com menos de 30 semanas de idade gestacional, o toque pode ser mais estressante do que confortável. Sendo assim, ao tocarem os bebês, os pais devem ser devidamente orientados. Enquanto que, para prematuros mais velhos, o toque pode ser muito benéfico. Há indícios de que tocá-los todos os dias gentilmente e com segurança por um curto período de tempo, sem conversar com eles durante o toque, pode ser bom, fazendo inclusive com que ele ganhe peso mais rápido. Conclui-se então, que medidas simples no cotidiano podem ser mantidas com foco em diminuir a dor e o estresse do bebê internado. É importante que o bebê seja sempre observado e que a equipe possa detectar se a conduta daquele momento está sendo adequada. No geral, a equipe consegue perceber quando o estímulo está sendo impróprio para o bebê ou quando algo está estressando-o. 201 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-081 - RELATO DE UM ESTUDO DE CASO DE PNEUMONIA VIVÊNCIADO NO ESTÁGIO HOSPITALAR EM PEDIATRIA LARISSA GRAMAZIO SOARES; ANIELI THOMÉ; CAROLINA PASALA; LAÍS BASTOS DEPAOLI; LETICIA GRAMAZIO SOARES UNICENTRO INTRODUÇÃO: A pneumonia é uma infecção do parênquima pulmonar causada por microorganismo, principalmente vírus e bactérias. Representa um problema grave de saúde publica devido a alta prevalência e mortalidade necessitando de medidas terapêuticas precoce e efetivas para seu controle. Origina-se da flora normal cuja resistência foi alterada, ou a partir da aspiração da flora presente na orofaringe, com frequência os pacientes apresentam doenças subjacentes aguda ou crônica que compromete as defesas do hospedeiro. Ela pode resultar também de microrganismos transportados pelo sangue, que penetram na circulação pulmonar e são aprisionados no leito capilar pulmonar, ela afeta tanto a ventilação quanto difusão, podendo ocorrer uma reação inflamatória nos alvéolos, produzindo um exsudato que interfere na difusão do oxigênio e dióxido de carbono. OBJETIVO: Relatar um caso de pneumonia, vivenciado pelas discentes no estágio hospitalar em pediatria na disciplina de Saúde da Mulher e da Criança. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo tipo relato de caso, vivenciado na disciplina de Saúde da Mulher e da Criança do 3º ano do curso de Enfermagem da Unicentro. Essa disciplina possui uma carga horária total de 408 horas, em que 40% é destinada as atividades práticas. Este estudo ocorreu no mês de outubro de 2013, no setor de pediatria de um hospital de pequeno porte no interior do Paraná Portanto. Dentre todas as atividades desenvolvidas no estágio, as discentes realizaram o estudo de caso de um paciente internado por Pneumonia. RESULTADOS: Em relação a descrição do caso: K. C. M, sexo feminino, 11 anos de idade, reside com os pais. Tem dois irmãos vivos, sendo que uma irmã faleceu aos 3 meses de idade por pneumonia. O motivo da internação foi por pneumonia, sendo admitida na UTI em setembro de 2014, onde ficou durante três dias em tratamento, após este período ficou internada na pediatria. Além da pneumonia, têm bronquite, asma, gripes frequentes e é obesa. Outros problemas identificados foram o tabagismo na família, renda familiar baixa, má relação com o pai, pouca freqüência na ESF, alimentação ineficaz desde o nascimento, pois a mesma foi alimentada com leite artificial até os seis meses de idade, alimentação hipercalórica, uso freqüente de bombinha, presença de tosse e esforço respiratório, higiene precária e presença de cáries. Entre as necessidades de saúde destacamos, o ambiente que não favorece uma boa condição respiratória; perda de peso; tratamento dentário; déficit na convivência familiar (com o pai) entre outras necessidades sociais. CONCLUSÃO: A criança apresenta principalmente problemas de saúde relacionados a distúrbios respiratórios, o que remete ao principal fator de risco presente na família que é o uso de tabaco pelo pai e pela mãe. Outro fator importante em relação ao caso seria a alimentação inadequada desde o nascimento até os dias atuais, caracterizando o quadro de obesidade. Portanto, a principal linha de intervenção no caso seria na atenção primária, com enfoque na educação e promoção de saúde com a família e a criança além da identificação da rede de apoio social. 202 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-082 - ORIENTACÕES SOBRE AMAMENTACÃO EM CRIANÇAS COM FISSURAS LABIOPALATINAS CLAUDIANA BRISKIEWSKI; NEIS MIRIAM; SWETLANA CIVIRKUN; PABLO PASE; PEDRO BINS ELY; MARCOS JAEGER; VANESSA GIGOSKI; LISIANE BARBOSA; MARIA CRISTINA CARDOSO HOSPITAL DA CRIANÇA SANTO ANTÔNIO - ISCMPA, HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE, UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE INTRODUÇÃO: As fendas labiais e/ou fissuras palatinas (FLP) são malformações congênitas, de origem multifatorial, que podem ser definidas com base em suas manifestações, sendo caracterizadas pela descontinuidade das estruturas do lábio, do palato, ou de ambos, ocorrendo em diferentes porções e com extensão variável. As criancas com FLP podem apresentar dificuldades na alimentação, principalmente nas fissura pós-forame incisivo ou transforme incisivo, devido às sucções ineficientes por falta de pressão intra-oral. A nutrição do paciente fissurado é um componente crucial do tratamento adequado, sendo que a enfermagem desempenha importante papel não só no fornecimento de orientações referentes à execução correta da amamentação mas também como suporte incetivador do vínculo mãe bebê. OBJETIVO: Efetuar revisão da literatura corrente sobre amamentação de pacientes fissurados e elaborar uma síntese de orientações que devem ser passadas aos responsáveis de crianças com fissuras labiopalatinas. MATERIAL E MÉTODOS: Foram pesquisadas orientações e manejos com a amamentação de crianças com fissura labiopalatina na literatura nacional e internacional dos últimos 10 anos. Realizou-se a compilação das informações juntamente com equipe multidisciplinar envolvida no atendimento do paciente fissurado. RESULTADOS: Elaboraram-se, dentre outras, a partir da coleta dos dados na bibliografia, as seguintes recomendações que devem ser passadas aos pais de crianças com FLP: - A FLP não exclui o aleitamento materno nem alimentação, uma vez que os reflexos de sucções e deglutição estão preservados; * Bebês com fissura pré-forame incisivo não costumam ter dificuldades para se alimentar. Porém, deve-se atentar para lado emocional da mãe durante amamentação; * Para bebês com FLP pós-forame incisivo ou transforame incisivo: o leite costuma passar pela fissura, podendo haver escape de leite nasal; cuidar posicionamento durante a amamentação, pois haverá grande chance do leite entrar pela tuba auditiva, causando infecção de orelha média; engasgos são frequentes; * Quando for optado por aleitamento artificial, deve-se priorizar o uso da colher; * A mamadeira pode ser introduzida quando se esgotarem outras possibilidades; * Para escolha do bico da mamadeira deve ser considerado: comprimento (nem tão comprido e nem tão curto); flexibilidade; tamanho do furo adequado ao fluxo de leite; e posição do bico dentro da cavidade oral da criança. * Recomendação de bicos específicos para FLP e ortodônticos: o bico da mamadeira deve estimular o lado da fissura, promovendo oclusão desta durante a mamada. CONCLUSÃO: São diversas as técnicas e orientações para facilitação da alimentação das crianças com FLP. Primeiramente, deve-se auxiliar as mães para conseguirem oferecer o aleitamento materno aos seus filhos. Não havendo condições para tal, procuram-se as estratégias e orientações corretas, a fim de proporcionar um bom crescimento e desenvolvimento da criança. 203 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER PEn-083 - CONTRIBUIÇÕES DA CONSULTA DE ENFERMAGEM A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE CAMILA CARMEM GOMES FERNANDES; MÁRCIA CAROLINE NASCIMENTO SÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHAO INTRODUÇÃO: A infância e a adolescência correspondem às fases da vida que requerem atenção especial em função dos altos coeficientes de mortalidade infantil e a vulnerabilidade intrínseca e extrínseca dos adolescentes. OBJETIVO: Este estudo objetivou compreender a relevância da consulta de enfermagem a criança e ao adolescente, pelo profissional que atua na Estratégia Saúde da Família. MÉTODO: Trata-se de um relato de experiência. RESULTADOS: A consulta de enfermagem diferencia-se das consultas de outros profissionais por ser sistematizada sem, no entanto, ser mecânica, além de englobar o indivíduo como um todo, indo além das suas queixas, sinais e sintomas. Presta-se em primeiro lugar o acolhimento. Em seguida realiza-se a verificação do estado nutricional e da situação da carteira de vacinação. Para as crianças de até dois anos, verifica-se o peso, altura e perímetro cefálico, até doze anos peso e a altura e para os adolescentes é verificado o Índice de Massa Corpórea (IMC). A carteira de vacinação é avaliada, investigando os motivos pelos quais a criança ou o adolescente deixou de receber alguma vacina. O próximo passo é ouvir as queixas, geralmente relatadas pelos acompanhantes. O enfermeiro deve ser perspicaz, reconhecer o vocabulário popular local, compreender a linguagem verbal e não verbal, pois o corpo também fala. A investigação, como primeira parte do Processo de Enfermagem, consiste na coleta de dados referentes ao estado de saúde do cliente, da família e da comunidade, a fim de identificar as necessidades, problemas e preocupações do cliente. Nesta etapa também é realizado o exame físico, que tem por finalidade verificar os marcos do crescimento e desenvolvimento, bem como reconhecer modificações que sugiram a instalação de processos patológicos e evidencias de maus tratos, tais como o abuso sexual. Seguindo a sistematização da assistência, passamos para as condutas de enfermagem, que consistem nas orientações, prescrições medicamentosas, pedidos de exames laboratoriais e encaminhamentos para atendimento especializado. CONCLUSÃO: Sabemos que a consulta de enfermagem a criança e ao adolescente consiste em um trabalho longo, criterioso e muitas vezes exaustivo, porém a enfermeira que busca se aperfeiçoar consegue contornar as dificuldades advindas do sistema público e prestar um atendimento de qualidade a essa clientela tão pequena e especial. 204 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA 205 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR TEMAS LIVRES Apresentação Oral 206 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLFi-001 - AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN: UM ENFOQUE NA MOTRICIDADE AMPLA LUCIANA VIEIRA CASTILHO WEINERT; JÚLIA BEATRIZ DA SILVA CUNHA; MARTHA DE OLIVEIRA PINHEIRO UFPR Ao longo da vida, o ser humano passa por diversas transformações, sendo uma das principais, o desenvolvimento motor, que depende da aprendizagem do movimento. Alguns fatores podem influenciar este desenvolvimento e acarretar em atrasos, como a presença de síndromes com repercussão sobre o sistema nervoso. A Síndrome de Down é uma condição que resulta em características físicas e mentais específicas. Indivíduos com esta síndrome apresentam atraso no desenvolvimento de habilidades com uma predominância de déficits motores na primeira infância e de déficits cognitivos na idade escolar. Existem evidências de que o desenvolvimento motor destas crianças apresenta atraso nas aquisições de marcos motores básicos, e isto se deve às alterações do sistema nervoso decorrentes da síndrome. Além do atraso nas questões motoras, a criança também apresenta dificuldades de adaptação social, de integração perceptiva, cognitiva e proprioceptiva Este estudo teve como objetivo avaliar a motricidade ampla de crianças com Síndrome de Down, para verificar quais os principais atrasos e assim, realizar intervenções fisioterapêuticas através de atividades lúdicas, visando minimizar os atrasos detectados. Participaram do estudo 7 crianças, na faixa etária de 2 a 5 anos, com Síndrome de Down estudantes de uma escola especial. Nos procedimentos de avaliação utilizou-se o Teste de Triagem de Denver II os testes de coordenação motora propostos por O’Sullivan (2010). Na sequência foram realizadas 12 intervenções fisioterapêuticas lúdicas direcionadas para a estimulação motora ampla. Após as intervenções as crianças foram reavaliadas pelos mesmos instrumentos para verificar sua evolução motora. Durante a avaliação inicial verificou-se que todas as crianças possuíam atraso em pelo menos uma das 4 áreas do Teste de Denver (pessoal-social, motor fino-adaptativo, linguagem e motor- grosseiro), além de déficits de equilíbrio e coordenação motora, sendo estes o foco principal das intervenções. Os resultados obtidos após a reavaliação pela escala de Denver mostraram que as intervenções conseguiram influenciar as áreas motor fino-adaptativo e linguagem, onde alguns atrasos se tornaram risco para atraso. A reavaliação pelos testes de O’Sullivan mostraram que 6 dos 7 pacientes obtiveram uma melhora no seu desempenho de pelo menos 50% comparado a sua condição inicial com a condição final. Conclui-se assim, que apesar de todas as crianças participantes apresentarem atrasos em seu desenvolvimento motor amplo em relação às suas idades cronológicas, esse atraso ocorre de maneira singular com cada um, e, varia de acordo com os estímulos recebidos. Neste contexto a fisioterapia teve importante papel para a estimulação do desenvolvimento psicomotor das crianças com Síndrome de Down. Através de uma avaliação correta e de intervenções adequadas às necessidades individuais, pode-se minimizar os atrasos já existentes e contribuir para a ocorrência da aprendizagem motora que possibilita maior interação socioambiental e aumenta o potencial para o desenvolvimento de habilidades cognitivas. 207 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLFi-002 - IMPORTÂNCIA DA REABILITAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PROGRAMAS DE SEGMENTO DE PREMATUROS DANIELA AKEMI ITAKURA; HELENARA SALVATI BERTOLOSSI MOREIRA; MILENE DE MORAES SEDREZ ROVER; FRANCISLENE APARECIDA BIEDERMAN; SILVANA DELATORE; MARIA GORETI WEIAND BERTOLDO HUOP;UNIOESTE Nas ultimas 3 décadas, ocorreu um significativo aumento na sobrevida de recém-nascidos prematuros. Muitos avanços científicos e tecnológicos na assistência neonatal tem contribuído para a melhora da sobrevida destes que apresentam maior frequência de alterações no desenvolvimento do que os lactentes nascidos a termo. A prematuridade e o baixo peso ao nascimento estão associados a inúmeros fatores de risco que podem interferir no desenvolvimento. Comparar Prematuros de Muito Baixo Peso (PTMBP) acompanhados no ambulatório de seguimento interdisciplinar que necessitaram intervenção fisioterapêutica com aqueles que não necessitaram. Estudo descritivo, comparativo entre PTMB nascidos em 2013, acompanhados no ambulatório de seguimento interdisciplinar e que necessitaram de Fisioterapia com aqueles que não necessitaram, em relação aos dados de nascimento e principais intercorrências durante a internação na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). A amostra foi composta por 44 PTMBP destes, 32 (72,72%) fizeram parte do grupo que necessitou de intervenção da Fisioterapia (Grupo Intervenção - GI) e 12 (27,27%) fizeram parte do grupo que não necessitou de fisioterapia (Grupo Controle - GC). Em relação ao motivo do encaminhamento do GI: 46,87% por atraso e assimetria postural cervical com limitação de movimento associado ou não a plagiocefalia; 37,5% por atraso no neurodesenvolvimento; 9,37% por atraso e problemas respiratórios e 6,25% por problemas respiratórios. A média da Idade gestacional e do peso de nascimento no GI foi de 29,68 semanas e 1.169 g e do GC foi de 30,5 semanas e 1.187 g, respectivamente. Em relação ao gênero: GI: 53,12% do gênero masculino; GC: 75% do gênero feminino. Em relação ao APGAR no 5ºminuto: 53,12% apresentou anóxia moderada no GI e 33,33% no GC. Em relação à média do tempo de uso de ventilação mecânica (VM) e tempo total de oxigênio no GI: 8,12 dias e 33 dias, respectivamente. No GC: 3,75 dias de VM e 26,08 dias de tempo total de oxigênio. No GI 9,37% dos prematuros apresentaram alterações na tomografia de crâneo. O tempo médio de internação no GI foi de 51,75 dias e de 51 dias no GC. A avaliação do desenvolvimento motor faz parte do protocolo de seguimento dos prematuros egressos da UTIN e nos casos dos pacientes que foram encaminhados para a Fisioterapia, os mesmos primeiramente foram avaliados através do TIMP- Teste de Performance Motora para bebês, que é um teste que pode ser aplicado da 32ª semana de idade gestacional até o 4º mês. Após esse período os prematuros foram avaliados pela escala de Aberta ou AIMS- Albert Infant Motor Scale que pode ser aplicada até os 18 meses. Na estimulação motora os manuseios foram baseados no conceito Neuroevolutivo Bobath e os casos mais graves também foram tratados na Fisioterapia Aquática. Observamos que uma maior porcentagem dessa população de PTMBP necessitou de intervenção fisioterapêutica, além disso, o GI permaneceu maior tempo em VM, maior porcentagem de anóxia moderada e alterações na tomografia de crâneo. Sugere-se que esses fatores possam influenciar no atraso desenvolvimento e destaca-se a importância do acompanhamento fisioterapêutico para detecção precoce. 208 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLFi-003 - ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA POR CORRENTE CONTÍNUA ASSOCIADA AO TREINO DE MOBILIDADE COM REALIDADE VIRTUAL SOBRE O EQUILÍBRIO DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL ROBERTA DELASTA LAZZARI; CIBELE ALMEIDA SANTOS; STEFANY BELINA FERREIRA; RENATA CALHES FRANCO DE MOURA; ARISLANDER JONATHAN LOPES DUMONT; LUIZ ALFREDO BRAUN FERREIRA; VERONICA CIMOLIN; MANUELA GALLI; FABIANO POLITTI; CLAUDIA SANTOS OLIVEIRA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO – UNINOVE; POLITECNICO DI MILANO INTRODUÇÃO: Um corpo está em equilíbrio quando se encontra em repouso (equilíbrio estático) ou em movimento estável (equilíbrio dinâmico). Um sistema estável é aquele no qual o movimento não é significativamente alterado a partir da trajetória desejada, mesmo quando submetido a perturbações. O Déficit ou comprometimento motor em crianças com PC estão relacionados ao controle postural deficiente que interferem amplamente nas atividades de vida diárias (AVD’s) e se torna mais evidente na postura ereta do que sentada devido à alta demanda da habilidade de controlar a postura. OBJETIVO: O objetivo do presente estudo foi examinar os efeitos da estimulação transcraniana por corrente contínua no córtex motor primário, associada ao treino mobilidade com realidade virtual sobre o equilíbrio de crianças com paralisia cerebral (PC) em uma única sessão. MATERIAIS E MÉTODOS: 12 Crianças com PC entre 4 e 12 anos de idade foram alocadas aleatoriamente em dois grupos (Grupo Controle: treino de mobilidade com uso de realidade virtual e estimulação transcraniana placebo; Grupo Experimental: treino de mobilidade com o uso de realidade virtual e estimulação transcraniana ativa) e avaliadas em dois momentos distintos (pré-intervenção, pós-intervenção). O equilíbrio estático foi avaliado através da plataforma de força (Kistler Plataform model 9286BA), em quatro condições: pés apoiados na plataforma com olhos abertos, pés na plataforma com olhos fechados, pés na espuma olhos abertos, pés espuma olhos fechados, por 30 segundos cada condição. RESULTADOS: A análise multivariada do efeito imediato do tratamento com ETCC sobre á área, deslocamento, velocidade e freqüência de oscilação do CoP, verificadas nos eixos ântero-posterior (CoPap) e mediolateral (CoPml), demonstrou que somente a velocidade de oscilação apresentou interação significativa. CONCLUSÃO: A realização de uma única sessão de tDCS anódica associada ao treino de mobilidade com realidade virtual sugere um aumento na velocidade de oscilação do COP. 209 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLFi-004 - DISFUNÇÃO VESICAL E INTESTINAL NA CRIANÇA- AVALIAÇÃO CLÍNICA DA RESPOSTA TERAPÊUTICA REJANE DE PAULA BERNARDES; LUCIANA KATIUCIA ANDRADE HERRERA; DANIELE CORDEIRO BRAGA; SYNDIA COLAÇO VAZ MELAMED; SIMONE CONCEIÇÃO DE ANDRADE CLINICA NEFROKIDS CURITIBA INTRODUÇÃO: Está bem estabelecida a associação das disfunções vesicais e intestinais em crianças, portanto todos os pacientes que consultam por sintomas urinários, ou aqueles que consultam por constipação, devem ser submetidos a uma anamnese detalhada sobre ambos os sistemas. A terapia global de ambos os sistemas com métodos fisioterápicos tem possibilitado uma boa resposta terapêutica mais duradoura, possibilitando a minimização de uso de fármacos, especialmente anticolinérgicos que tem como efeito adverso aumentar o resíduo urinário e aumentar a constipação, além das recaídas frequentes na retirada. OBJETIVOS: Apresentar a evolução clínica dos sintomas, no início e final do estudo, em crianças portadoras de disfunção de trato urinário (DTUI) associada a constipação intestinal, salientando a importância de uma anamnese detalhada sobre os hábitos miccionais e intestinais nestas crianças, tanto para diagnóstico como para avaliação evolutiva. MATERIAL E MÉTODOS: Foram selecionadas 351 crianças com diagnóstico de DTUI e constipação, que foram submetidas a um tratamento combinado, no mínimo 10 sessões de biofeedback animado de assoalho pélvico (BFAP), uroterapia com orientação em relação a postura nas micções, ingesta líquida, horários de micções e dieta para constipação. A profilaxia antibiótica e o uso de anticolinérgicos foram indicados de acordo com cada condição clínica. A eletroestimulação transcutânea (TENS) parassacral ou tibial posterior foi indicada em 280 pacientes, na maioria portadores de hiperatividade de detrusor no estudo urodinâmico. Análise estatística Graphpad®, teste de Fischer. RESULTADOS: 351 pacientes, com idade média de 7.6±2.5 anos, 22±18 meses de acompanhamento, 79% sexo feminino, realizaram 30±20 sessões de BFAP, 80% com TENS associada (média de 28 sessões) e uso de relógio condicionador em 47%. A melhora dos sintomas iniciais comparado com os finais foi significativa (p<0.001). Comparando a frequência dos sintomas no início, com a ausência total dos sintomas no final do estudo observamos que a constipação passou de 100 para 29%, infecção do trato urinário de 64 para 10%, incontinência urinária diurna de 77 para 20%, enurese de 42 para 30%, urgência de 61 para 13%, manobras retentoras de 78 para 11%, dor abdominal de 47 para 13%, eritema vulvar de 69 para 22%, micções muito ou pouco freqüentes de 92 para 25%. Profilaxia antibiótica foi indicada inicialmente em 46% dos casos, passando a 23% no final do estudo. Anticolinérgico foi prescrito no início em 54%, reduzindo para 33% no final do estudo. Adesão ao tratamento foi boa em 61%, média em 29% e ruim em 10%. CONCLUSÃO: O tratamento das disfunções vesicais e intestinais na criança requer uma combinação de terapias visando corrigir não só as alterações funcionais na fase de enchimento vesical mas também o esvaziamento intestinal e vesical. Assim obtemos um resultado mais duradouro dos sintomas de incontinência urinária, constipação intestinal e infecções recorrentes do trato urinário. Hoje a uroterapia e as técnicas fisioterápicas tem sido reconhecidas como tratamento de escolha. O resultado está também condicionado à adesão da família e pacientes. 210 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLFi-005 - EFEITOS DE UM PROGRAMA LÚDICO DE REABILITAÇÃO PULMONAR EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES ASMÁTICOS RAVENA CAROLINA CARVALHO; FERNANDA SANTOS DE OLIVEIRA; TALLYTA PEREIRA MACIEL DOS SANTOS; ARIANE PEDROSA DINIZ; ALISSON JHONATHAS ALVES DE SOUZA; ANDREIA MARIA SILVA; CARMÉLIA BOMFIM JACÓ ROCHA; TEREZA CRISTINA CARBONARI DE FARIA; JULIANA BASSALOBRE CARVALHO BORGES UNIFAL-MG INTRODUÇÃO. A asma é uma doença crônica inflamatória que apresenta hiper-responsividade das vias aéreas inferiores e limita o fluxo aéreo. Entre as alterações respiratórias infantis, a asma é a mais prevalente contribuindo para o terceiro maior gasto em hospitalizações pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. A reabilitação pulmonar em asma tem demonstrado resultados importantes para a redução e espaçamento das crises. OBJETIVO. Avaliar os benefícios da aplicação de um programa de reabilitação pulmonar em crianças e adolescentes asmáticos, atendidos na rede pública de saúde de um município do sul de Minas Gerais. MATERIAL E MÉTODOS. Foram avaliadas 13 pacientes asmáticos de ambos os sexos com média de idade de 7,9 ± 3,6 anos, para avaliação da Pressão expiratória máxima (PEmáx) e Pressão inspiratória máxima (PImáx) os pacientes foram submetidos a manuvacuometria, para avaliar o Pico de fluxo expiratório (PEF), Capacidade Vital Forçada (CVF) e o Volume expiratório forçado no primeiro segundo (Vef1) foi utilizada a espirometria, para avaliar o condicionamento foi realizado o teste do degrau de seis minutos e teste de caminhada de seis minutos e, foi aplicado um questionário de qualidade de vida específico para asma (PAQLQ). Os pacientes foram avaliados no inicio do estudo e após 16 sessões de reabilitação pulmonar através da educação em asma e exercícios lúdicos (aquecimento, condicionamento e desaquecimento). Para análise estatística foi utilizado o teste T de Student pareado com significância de p<0,05. RESULTADOS. Os pacientes apresentaram melhora estatisticamente significativa dos valores da Pressão Inspiratória Máxima (p=0,011) e Pressão Expiratória Máxima (p=0,008), dos teste de caminhada de seis minutos-TC6 (p<0,001) e teste do degrau de seis minutos-TD6 (p=0,005), da avaliação da qualidade de vida pelo PAQLQ (p=0,005) e do pico de fluxo (p=0,008). CONCLUSÕES. Um programa de reabilitação lúdico e de baixo custo pode trazer resultados significativos para crianças e adolescentes asmáticos refletindo em melhora da qualidade de vida, condicionamentos e variáveis respiratórias. 211 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLFi-006 - IDENTIFICAÇÃO DE FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM CRIANÇAS DE SEIS A 11 ANOS DO MUNICÍPIO DE ALFENAS/MG. MARIANA FULANETTI COSTA; FLAVIA APARECIDA DE LIMA; BRUNO HAISLAN FERREIRA; ANA EMÍLIA FONSECA DE CASTRO; DENISE HOLLANDA IUNES; CARMÉLIA BOMFIM JACÓ ROCHA; TEREZA CRISTINA CARBONARI DE FARIA; LIGIA DE SOUZA; SEBASTIÃO MARCOS RIBEIRO DE CARVALHO; JULIANA BASSALOBRE CARVALHO BORGES UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS, UNIFAL-MG; UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA, UNESP INTRODUÇÃO: O processo aterosclerótico inicia-se na infância e adolescência sendo acelerado na presença de fatores de risco, assim sua prevenção pode ser mais eficaz quando mais precocemente iniciada. Embora tenham manifestação clínica na vida adulta, é crescente o número de casos diagnosticados em crianças e adolescentes. OBJETIVOS: identificar fatores de risco cardiovascular e o nível de atividade física em crianças, no município de Alfenas/MG, além de verificar a associação desses fatores como o sexo, idade e índice de massa corpórea. MATERIAL E MÉTODOS: realizado estudo transversal em crianças de duas escolas públicas na cidade de Alfenas/MG. Trabalho aprovado pelo Comitê de Ética. Foram investigadas 299 crianças entre seis e 11 anos (média 8,8 ±1,2anos), de maio de 2013 a agosto de 2014. As crianças foram submetidas à avaliação: dados pessoais, sinais vitais, exame físico por pressão arterial e antropometria (massa corporal, altura e IMC) e Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ). RESULTADOS: observou-se, 45,2% crianças do sexo masculino e 54,8% do feminino. Em relação à faixa etária: 47,5% oito e nove anos, 31,8% 10 e 11 anos e 20,7% 6 e 7 anos. Em relação ao IMC: 68,2% de crianças eutróficas e 31,7% acima do peso (21,7% sobrepeso e 10,0% obesidade). Foi observado média de PA sistólica 93,5 mmHg (±11,6) e média de PA diastólica 55,2 mmHg (±11,4). Em relação ao IPAQ, observou-se maioria das crianças, 52,5% sedentárias/insuficientemente ativas, seguida por 36,4% de ativas e 11,1% muito ativas. Na comparação das variáveis antropométricas e de pressão arterial segundo a faixa etária e a classificação do IMC foi observado resultado significante em todas variáveis (p<0,001), sendo as crianças mais velhas e as obesas com os maiores valores. Na comparação da faixa etária com a classificação do IMC (eutrófico, sobrepeso e obeso) observou-se resultado não significante. Na comparação das variáveis em estudo segundo o sexo e o IPAQ, observou-se resultado não significante. Foram observadas correlações positivas entre: PA sistólica com IMC (r=0,228; p<0,001), peso (r=0,444; p<0,001) e altura (r=0,434; p<0,001). CONCLUSÕES: os achados do presente estudo mostraram que a maioria das crianças foi considerada sedentária e verificou-se elevada prevalência de sobrepeso e obesidade. A faixa etária e a classificação do IMC interferem nas variáveis antropométricas e de pressão arterial. Não foi observado associação entre sexo com IMC, nível de atividade física e valores de pressão arterial. O aumento da massa corporal está correlacionado com o aumento da PA sistólica, mostrando que estas variáveis devem ser consideradas para controle de fatores de risco em crianças. Esses achados apontam necessidade de adoção de medidas preventivas, objetivando aquisição de hábitos alimentares saudáveis juntamente com a prática regular de atividade física, na tentativa de minimizar a incidência de sobrepeso e obesidade em crianças. 212 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLFi-007 - PERFIL DAS CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA MATRICULADAS NOS CDI’S DO MUNICIPIO DO MUNICIPIO DE GASPAR/SC FERNANDA RIBEIRO LEITÃO; JOICE LAIS BÄR; LIANE STAUB FUNDAÇÃO UNIVERSITARIA DE BLUMENAU - FURB INTRODUÇÃO: atualmente a inclusão de crianças com deficiência é uma realidade nas escolas de ensino regular, o número crescente de crianças incluídas faz com que sejam necessários estudos que identifiquem as problemáticas encontradas para que a partir destes, possam ser implementadas ações específicas de prevenção e resolução. OBJETIVO: o presente trabalho tem como objetivo descrever o perfil das crianças com deficiência que participaram do projeto de extensão Mais Inclusão do curso de fisioterapia da Universidade Regional de Blumenau (FURB), aprovado no edital PROPEX 07/2014 em parceria com a Secretaria de Educação de Gaspar (SC). MATERIAIS E MÉTODOS: para o levantamento do perfil das crianças foi utilizada a ficha de avaliação fisioterapêutica desenvolvida para o projeto que continha dados referentes a antecedentes gestacionais e neonatais, distúrbios associados, histórico pregresso da deficiência, diagnóstico clínico e fisioterapêutico apontando as necessidades físicofuncionais que interferiam no processo de inclusão educacional. Para identificarmos quais Centros de Desenvolvimento Infantil (CDIs) haviam crianças com deficiência matriculadas, a Secretaria de Educação disponibilizou uma listagem com estas informações, a partir destas entramos em contato com os CDIs para marcarmos por telefone o dia em que aconteceriam as visitas. O CDI ficou responsável por entrar em contato com os pais para que os mesmos comparecessem no dia da nossa avaliação. As reuniões aconteciam nas dependências dos CDIs com a presença das professoras, coordenadoras e pais das crianças. RESULTADO: foram avaliadas 10 crianças de 5 CDIs. Nestes CDIs encontramos: 2 crianças com transtorno do espectro autista, sendo 1 com epilepsia associada, 4 crianças com encefalopatia crônica não progressiva da infância (ECNPI), sendo que 1 delas apresentava epilepsia associada, 1 criança com hidrocefalia, 1 criança com Síndrome Cornélia de Lange, 1 criança com Mielomeningocele, 1 criança com Distrofia Muscular de Duchenne. Destas, 4 eram meninas e 6 eram meninos. Quanto a idade cronológica, 2 crianças tinham 1 ano, 1 tinha 2 anos, 2 tinham 4 anos, 2 tinham 5 anos e 3 tinham 6 anos. Das 10 crianças avaliadas, 1 necessitou de adaptações na cadeira de rodas, 4 de adaptações da cadeira de sala de aula, 3 de adaptações na cadeira do refeitório, 5 de orientações e adaptações posturais no chão, 3 de adaptações quanto a posicionamento e uso de talheres durante a alimentação, 3 de adaptações nos brinquedos do parque, 2 de modificações para acessibilidade urbanística e 2 de orientações às professoras sobre a utilização de órtese e 1 não necessitou de orientação específica. CONCLUSÃO: a partir do perfil traçado das crianças matriculadas nos CDIs de Gaspar foi possível que a fisioterapia auxiliasse nas escolhas das ações especificas de prevenção e resolução de dificuldades encontradas. 213 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLFi-008 - AVALIAÇÃO NEUROMOTORA EM PACIENTES COM MIELOMENINGOCELE SUBMETIDOS OU NÃO À CIRURGIA INTRAUTERINA TEREZA CRISTINA CARBONARI DE FARIA; JULIANA BASSALOBRE CARVALHO BORGES; LIGIA SOUSA; WAGNER JOU HISABA; SÉRGIO CAVALHEIRO UNIFAL-MG; UNIFESP-EPM INTRODUÇÃO: Os defeitos de fechamento do tubo neural (DFTN) representam a segunda malformação congênita mais frequente e também, um dos mais complexos defeitos com longo tempo de vida levando a consequências sociais e econômicas. Dentre estes defeitos, a mielomeningocele (MMC), uma forma de espinha bífida aberta, é a mais comum e apresenta, geralmente, um prognóstico difícil de ser realizado antes e após o nascimento baseando apenas no nível anatômico da lesão. Nas últimas décadas vários tratamentos cirúrgicos surgiram para a correção da hidrocefalia, condição presente na maioria das crianças com MMC. Mas, em 1998 foi realizada a primeira cirurgia intrauterina para a correção da MMC em humanos nos Estados Unidos com o objetivo de minimizar as co morbidades presentes na doença tais como a hidrocefalia, a paraplegia e a incontinência urinária. OBJETIVOS: Avaliar e comparar o desenvolvimento neuromotor em pacientes portadores de mielomeningocele submetidos e não submetidos à intervenção cirúrgica intrauterina. MATERIAL E MÉTODOS: Foram avaliados 13 pacientes com idades entre três anos e meio a seis anos distribuídos em dois grupos: Grupo A (seis pacientes submetidos a cirurgia fetal intrauterina para correção da mielomeningocele) e Grupo B (sete pacientes não submetidos à cirurgia fetal intrauterina). Avaliou-se o desenvolvimento neuromotor (descrevendo o nível anatômico e motor funcional), tipo de marcha, necessidade de órteses e nível cognitivo de ambos os grupos. RESULTADOS: A função motora apresentou melhora significante, com nível funcional mais alto em dois ou mais segmentos em relação ao nível anatômico, em todas as crianças do Grupo A e em duas crianças do Grupo B, com diferença estatística entre os grupos (p<0.05). Cinco crianças do Grupo A e uma do grupo B eram deambuladoras comunitárias. CONCLUSÃO: Apesar da pequena amostragem, nos 6 casos que realizaram cirurgia intrauterina observou-se melhora da função motora e menor necessidade de shunts pós-natais. 214 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLFi-009 - FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA EM CRIANÇA SUBMETIDA A IMPLANTAÇÃO DE MARCA-PASSO DIAFRAGMÁTICO CAMILA GEMIN RIBAS; DEBORA SPALA GARCIA; GREICY KELLY DE JESUS; VALÉRIA CABRAL NEVES; ROBERTA CUNHA; ADRIANA KOLISKI HOSPITAL DE CLÍNICAS/UFPR INTRODUÇÃO: A ventilação mecânica invasiva (VMI) é um método artificial que utiliza a pressão positiva visando à manutenção da ventilação e oxigenação pulmonar em indivíduos com insuficiência respiratória. Seu uso inadequado e tempo prolongado podem predispor a barotraumas, hipoventilação pulmonar, aumento da secreção pulmonar, maior risco de infecções respiratórias associadas à VMI e atrofia diafragmática por desuso. Visando substituir a VMI em pacientes com integridade da função do nervo frênico, pode ser indicado o uso do marco-passo diafragmático (MPD). OBJETIVO: Relatar o caso de uma criança dependente de VMI submetida à implantação de MPD, internada há oito meses em uma Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) no município de Curitiba – Paraná, Brasil e descrever o efeito do trabalho de fisioterapia realizado. MATERIAL E MÉTODOS: I.V.P.D., um ano e sete meses, gênero feminino, internou em uso de VMI na UTIP em 23 de julho de 2014 para investigação diagnóstica. Em agosto de 2014, a paciente foi diagnosticada com Síndrome da Imunodeficiência Combinada Grave e submetida a um transplante de medula óssea alogênico, sem intercorrências. Mesmo após estabilidade imunológica e retorno para UTIP, não se obteve sucesso no desmame da VMI devido à presença de uma lesão em tronco encefálico, apresentando apnéias, dessaturação de oxigênio e cianose. Optou-se então pela implantação de um MPD em fevereiro de 2015. Durante o internamento a paciente realizava fisioterapia respiratória duas vezes ao dia. Na avaliação fisioterapêutica, a paciente encontrava-se traqueostomizada, sob VMI modo assisto/controlado, com pressão inspiratória (Pi) 20 cmH2O, pressão expiratória (PEEP) 6 cmH2O, frequência respiratória (Fr) 12 incursões por minuto (ipm), tempo inspiratório (Ti) 0,60 segundos e fração inspirada de oxigênio (FiO2) de 35%. Com o objetivo de manter as vias aéreas pérvias, prevenir e recrutar áreas de colapso alveolar foram realizadas manobras de desobstrução traqueobrônquica e reexpansão pulmonar (bag squeezing, aceleração do fluxo expiratório associada à pressão positiva intermitente e aspiração endotraqueal) e ajuste dos parâmetros da VMI quando necessário. O treinamento muscular foi iniciado trinta dias após a implantação do dispositivo. A paciente foi retirada da VMI duas vezes ao dia, durante vinte minutos, permanecendo apenas em uso do MPD. No treinamento diário o dispositivo foi ajustado com uma Fr 20 ipm e uma amperagem de dois miliamperes, podendo progredir em tempo e intensidade de acordo com a resposta da paciente. A família foi orientada a realizar o procedimento juntamente com e equipe de fisioterapeutas. RESULTADOS: A paciente permanece estável, em uso de VMI modo ventilação mandatória intermitente sincronizada: Pi 18 cmH2O, Pressão de Suporte 16 cmH2O, PEEP 6 cmH2O, Fr 12 ipm, Ti 0,80 segundos, necessitando de FiO2 e#8804; 30%, mantendo Saturação de Oxigênio e#8805; 95% e realizando 80 minutos de treinamento muscular ao dia. CONCLUSÃO: O trabalho realizado em conjunto com cirurgiões pediátricos, médicos intensivistas e fisioterapeutas permitiu estabilidade clínica da paciente, alteração do modo ventilatório, redução dos parâmetros controlados e baixas FiO2. O aumento progressivo dos períodos com o MPD permite concluir que a paciente evolui de maneira satisfatória, sugerindo possível retirada da VMI. 215 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR PÔSTERES 216 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-001 - ANALISE ANALÍTICA DAS REPERCUSSÕES HEMODINÂMICAS NA APLICAÇÃO DE UM PROGRAMA DE FOLLOW-UP NO DESENVOLVIMENTO SENSÓRIO-MOTOR EM RECÉM-NASCIDOS PRÉ-TERMO. KAREN CRISTINA DIAS DA SILVA; OSMAR APARECIDO THEODORO JUNIOR; ANTONIO OLIVAL FERNANDES; EDUARDO FILONI; LUIS PAULO OLIVEIRA VASCONCELOS; ROBERTO NAVARRO MORALES JUNIOR UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES INTRODUÇÃO: A prematuridade é uma condição definida para os bebês com menos de 37 semanas e seis dias de gestação. Partindo do pressuposto, que RNPT se encontram em risco de apresentarem atrasos no desenvolvimento, programas de followup e intervenção precoce vêm sendo criados para acompanhar e tratar essas crianças. OBJETIVO: Avaliar as alterações hemodinâmicas (Saturação Periférica de O2 / Frequência Cardíaca / Frequência Respiratória) durante a aplicação do programa de follow-up no desenvolvimento sensório-motor de recém nascidos pré-termo, com atraso das habilidades motoras. MATERIAIS E MÉTODOS: O estudo consiste da aplicação de um programa de follow-up no desenvolvimento sensório-motor de recém nascidos pré-termo. Todos os participantes do estudo foram submetidos antes do programa a uma avaliação da hemodinâmica. Foram acompanhados durante o período de cinco dias. RESULTADOS: De acordo com os resultados, observaram-se alterações da hemodinâmica dos RNPT, sendo que, na avaliação dos três fatores (SpO2, FC e FR) que reagem a circulação do sangue no organismo, a FC foi o fator que demonstrou resultados parecidos entre os recém-nascidos. CONCLUSÃO: De acordo com os resultados obtidos observou-se que as variações da hemodinâmica apresentadas pelos recémnascidos durante a aplicação das estimulações no programa de follow-up não apresentaram alterações significantes e não trouxeram efeitos deletérios para a hemodinâmica do grupo estudado. 217 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-002 - AVALIAÇÃO DA DOR ATRAVÉS DA ESCALA NIPS NA ESTIMULAÇÃO SENSÓRIO-MOTORA E NO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR EM RECÉM-NASCIDOS PRÉ-TERMO NA UNIDADE DE CUIDADOS INTERMEDIARIOS NEONATAL AMANDA MARTINS SAKASHITA; OSMAR APARECIDO THEODORO JUNIOR; EDUARDO FILONI; ANTONIO OLIVAL FERNANDES; LUIS PAULO OLIVEIRA VASCONCELOS; ROBERTO NAVARRO MORALES JUNIOR UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES; HOSPITAL MOYSES DEUTSCH INTRODUÇÃO: A dor no recém nascido poderá levar a conseqüências orgânicas e emocionais manifestadas através de alterações na freqüência cardíaca e respiratória, pressão arterial, saturação de oxigênio e níveis hormonais, além do movimento corporal, mímica facial, choro, entre outros, manifestações estas que comprometem o seu bem estar. OBJETIVO: Avaliar a dor antes, durante e após a aplicação da estimulação sensório-motora seguindo a aplicação do protocolo de atendimento em um Hospital do Municipio de São Paulo, no desenvolvimento neuropsicomotor de recém-nascidos pré-termo. MATERIAIS E MÉTODOS: A amostra foi composto por 3 recém nascido pré - termo de ambos os sexos com idades gestacional menor que 32 semanas no período de 5 dias. Os RN´s serão avaliados pela equipe médica antes de serem inclusos na pesquisa. Após o preenchimento da ficha de coleta de dados pessoais, serão aplicadas as técnicas do programa de follow-up. E a escala utilizada da avaliação de dor no recém nascido NIPS. RESULTADOS: Os resultados encontrados mostra que durante o programa de followup em um período de 5 dias os RN´s tiveram uma adaptação aos estímulos e tendo uma diminuição da dor em relação a escala NIPS. CONCLUSÃO: O presente estudo conclui-se que foi possível verificar que durante os 5 dias de estimulação sensório-motora os RN pré-termo tiveram uma adaptação dos estímulos externo, não apresentando mais os sinais de dor. Porém pode afirma que falta estudos na literatura sobre a dor em recém-nascidos pré-termo através de procedimentos não invasivos. 218 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-003 - ESTUDO COMPARATIVO DAS OPORTUNIDADES DE DESEMPENHO MOTOR EM CRIANÇAS COM E SEM LESÃO NEUROLÓGICA AULERIANE MORGADO FEITOSA; MARCELO LUIZ MONTEIRO; EDUARDO FILONI; ANDREA ABRAMO UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL INTRODUÇÃO: O desenvolvimento humano é determinado por interações e adaptações contínuas, uma interdependência entre indivíduo, o ambiente no qual está inserido e diante de tarefas diversas. Ele se dá a partir de uma constante interação das características do indivíduo com os ambientes em que estão introduzidos. O objetivo do presente estudo foi avaliar as oportunidades para o desenvolvimento motor no ambiente familiar de crianças entre a faixa etária de 18-42 meses, comparando o ambiente de crianças com lesão neurológica e crianças sem lesão neurológica. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo comparativo realizado no período de Março a Maio de 2014. Participaram desta pesquisa 20 voluntários, sendo estes responsáveis por crianças com idade entre 18 a 42 meses, de ambos os sexos. Para atingir os objetivos da pesquisa, foi utilizado o questionário AHEMD Affordances in the Home Environment for Motor Development- “Oportunidades de estimulação motora no ambiente familiar”. RESULTADO: A amostra foi formada de 7 crianças do sexo feminino, sendo 4 delas do Grupo com Lesão e 3 do Grupo sem Lesão e 10 crianças do sexo masculino, onde 4 dessas crianças compunham o Grupo com Lesão e 6 delas eram integrantes do Grupo sem Lesão. observa-se os resultados descritivos da análise do espaço exterior da casa onde a criança habita, onde obteve-se como média do valor estandardizado 2,5 classificados como FRACO em ambos os grupos. Os resultados descritivos da análise do espaço interior das casas demostrou que ambos os grupos apresentaram média 3,0 do valor estandardizado, sendo classificados como BOM. Em relação aos resultados descritivos da variedade de estimulação, onde o Grupo Com Lesão foi classificado como FRACO, apresentando uma média 2,5 do valor estandardizado, já o Grupo Sem Lesão obteve média 3,0 do valor estandardizado sendo classificado como BOM. CONCLUSÃO: Através do presente estudo foi possível percebermos que é fraca a existência de materiais de estímulo à motricidade fina e grossa nos ambientes familiares dessas crianças com e sem lesão neurológica. 219 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-004 - POSSÍVEIS CORRELAÇÕES ENTRE A ARTETERAPIA E A FISIOTERAPIA SOBRE O QUADRO MOTOR DE CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN ENTRE 06 E 11 ANOS DE IDADE. AMANDA JESUS OLIVEIRA DA SILVA; LUANA LUCAS COSTA; RUANNE OLIVEIRA FERNANDES; EDUARDO FILONI; ANDRÉA ABRAMO UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL INTRODUÇÃO: A Síndrome de Down (SD) foi descrita clinicamente pela primeira vez pelo médico inglês John Langdon Down em 1866, mas, apenas em 1959, o francês Jerome Lejeune identificou causas genéticas, sendo, de todas as síndromes genéticas, a mais comum. A arteterapia é uma profissão assistencial ao ser humano. Ela oferece oportunidades de exploração de problemas e de potencialidades pessoais por meio da expressão verbal e não verbal e do desenvolvimento de recursos físicos, cognitivos e emocionais, bem como a aprendizagem de habilidades, por meio de experiências terapêuticas com linguagem artísticas variadas. OBJETIVO: Verificar a influência da arteterapia no tratamento fisioterápico de crianças com idade entre 06 (seis) e 11 (onze) anos com Síndrome de Down. MÉTODOS: Estudo do tipo ensaio clínico randomizado, no qual participaram 5 crianças com Síndrome de Down, de ambos os gêneros, os quais foram divididos em dois grupos, (A) Fisioterapia Convencional, que participou do programa com três sessões de fisioterapia por semana e (B) Fisioterapia associado à Arteterapia, que também participou de três sessões por semana, sendo duas de fisioterapia e uma de arteterapia, as sessões tiveram duração de quatro semanas para ambos os grupos. O enfoque da sessão do grupo A foi o desenvolvimento motor, cognitivo, de equilíbrio e coordenação da criança e do Grupo B atividades que consideraram a evolução dos níveis sensório/motor, perceptivo/afetivo, cognitivo/simbólico e nível criativo, a partir da apresentação da história “O Mágico de Oz” (L. Frank Baum, 1969) as sessões de arteterapia foram divididas em recordar a história da sessão anterior, ouvir o novo capítulo e realizar o fazer artístico. RESULTADOS: Após a intervenção houve uma melhora no desenvolvimento motor, cognição, equilíbrio e coordenação motora fina em ambos os grupos, havendo maior significância no grupo (B) Fisioterapia associado à Arteterapia. CONCLUSÃO: Conclui-se que tanto a fisioterapia convencional quanto a arteterapia são eficazes quando se visa a melhora do desenvolvimento psicomotor, ambos correlacionados proporcionam benefícios à crianças com Síndrome de Down. 220 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-005 - IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO INCENTIVO AO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO HELENARA SALVATI BERTOLOSSI MOREIRA; ANELISE LUDMILA VIECZOREK; MARIA DO CARMO T. C. JORGE; TATIANE CRISTINA ROSA PERES; JULIANA CRISTINA FRARE; CARLA FÁTIMA ALBUQUERQUE; ELIDIANE MAFIOLETTI NUNES; GRAZIELI DA SILVA; HEWELAYNE GOMES; RAFAEL JURKEVICZ UNIV. ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ- UNIOESTE; HUOP INTRODUÇÃO: O leite materno é o alimento ideal para o desenvolvimento saudável de recém-nascidos, contribui para redução da mortalidade infantil, baixo custo e tem importante efeito preventivo sobre a saúde da mãe e lactente. Os profissionais que atuam no puerpério devem ser capazes de intervir precocemente atendendo as dúvidas, dificuldades e expectativas próprias do início da prática do aleitamento materno, garantido a integralidade do acompanhamento, pressuposto básico dos programas de atenção à saúde da mulher e da criança. Cada vez mais o Fisioterapeuta também tem atuado no incentivo do aleitamento e este profissional também deve dispor de orientações e métodos de avaliação que favoreçam o sucesso no estabelecimento do aleitamento materno. No Hospital Universitário onde foi realizado o estudo, a Fisioterapia também participa das orientações e acompanhamento das mães na maternidade. OBJETIVO: Verificar as principais dificuldades observadas e as práticas estabelecidas pela Fisioterapia no incentivo ao aleitamento materno exclusivo. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de um estudo observacional, de caráter transversal, realizado em uma maternidade de um hospital universitário do oeste do Paraná. Os dados foram coletados através de um formulário elaborado para o estudo, contendo dados referentes ao grau de instrução das mães, dados do pré-natal, dados do parto, histórico obstétrico, amamentação atual e anteriores e dados do bebê. Durante a coleta foram realizadas orientações quanto a pega correta, posicionamento do bebê, postura da mãe para prevenção de dor na coluna, prevenção de ingurgitamento mamário. Foi aplicado o sistema LATCH que gradua como está bem estar mamário, tipo de mamilo, a deglutição, a pega e o tipo de apoio da mãe em seguida foram realizadas diversos manuseios visando a ordenha de alívio coe orientações quanto a importância da doação para o banco de leite humano. RESULTADOS: Participaram do estudo 238 puérperas com média de idade de 25 anos, quanto ao perfil da amostra, 55% eram casadas, 34,8% tinham ensino médio completo e 42,8% eram do lar. Destas, 238, realizaram pré-natal durante a gestação e quando questionadas em relação a ter recebido orientações relacionadas ao aleitamento materno no pré-natal, 167 não receberam nenhuma orientação sobre amamentação, 71 foram orientadas sobre a importância da amamentação. Das 167 mulheres que receberam orientação 106 delas estavam conseguindo amamentar sem intercorrências e relataram não sentir dificuldades na amamentação e apenas 61 referiram dificuldades e ou dúvidas sobre a amamentação com ingurgitamento mamário e início de fissura em mamilo não obtendo nota 10 no sistema LATCH. Das 71 que não tinham sido orientadas no pré-natal, 51 não apresentavam dificuldades para amamentar, 20 tiveram a nota abaixo de 10 no sistema LATCH. CONCLUSÃO: Apesar da maioria das mulheres terem realizado pré-natal durante a gestação, quase 70% não receberam nenhuma orientação sobre amamentação. Sendo assim, foi possível observar que as ações empregadas pelos profissionais da saúde no pós parto, inclusive pelo fisioterapeuta, tem auxiliado na prática do aleitamento. Se faz necessário, que todos os profissionais da saúde estejam aptos para orientar não apenas no puerpério, mas também no pré-natal favorecendo, cada vez mais, a promoção do aleitamento materno exclusivo. 221 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-006 - RELAÇÃO ENTRE SOBRECARGA FÍSICA/EMOCIONAL E QUALIDADE DE VIDA NOS CUIDADORES DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM PARALISIA CEREBRAL MIRELLA RAIANNE DE OLIVEIRA CABRAL SILVA; CRISTIANA MARIA MACEDO DE BRITO UNICAP INTRODUÇÃO: A Paralisia Cerebral (PC) reporta-se a uma lesão no sistema nervoso central durante o desenvolvimento, consistindo em uma doença de caráter não progressivo, que pode provocar comprometimento motor, limitações nas atividades básicas de rolar, sentar, engatinhar, deambular e, como consequência, dependência na mobilidade, higiene pessoal e alimentação, levando assim a uma necessidade de cuidados redobrados por parte dos familiares. A dependência física da criança com PC e o consequente aumento da responsabilidade na função diária com a mesma pode ocasionar sobrecarga física e emocional nos cuidadores familiares, traduzida por cansaço, isolamento e estresse, além de interferir na sua qualidade de vida. OBJETIVO: Investigar a possível associação entre o nível de sobrecarga física/emocional e a Qualidade de Vida (QV) em cuidadores familiares de crianças com PC. MATERIAL E MÉTODOS: Foram entrevistados 17 cuidadores familiares de crianças com PC, utilizando-se do instrumento Burden Interview (BI) para avaliar sobrecarga, o qual aborda itens relativos às áreas de saúde, vida social e pessoal, situação financeira, bem-estar emocional e relacionamento interpessoal. Já para analisar a QV, foi aplicado o questionário SF-36 constituído por 36 itens relacionados à capacidade funcional, aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental. Foi utilizado ainda o WHOQOL-bref para avaliar a QV, composto por 26 itens que abordam os domínios físicos, psicológicos, relações sociais e saúde ambiental. Para relacionar a sobrecarga física e emocional com a QV foi utilizado o programa de Software SPSS 13. RESULTADOS: No que diz respeito à correlação entre o nível de sobrecarga e à QV segundo o SF-36, observaram-se respostas significativas p<0,05 apenas para os domínios de aspectos físicos e estado geral de saúde, significando que quanto maior a sobrecarga menor a pontuação nos domínios aspectos físicos e estado geral de saúde. Quanto à correlação entre o nível de sobrecarga e a QV segundo o WHOQOLbref, verificou-se uma associação inversamente proporcional em todos os domínios, revelando que quanto menor o escore nesses domínios, maior foi a sobrecarga, embora não tenha revelado significância estatística. CONCLUSÃO: Foi possível observar que a referida amostra apresentou um nível de sobrecarga de leve a moderado, bem como uma percepção da QV como moderada. Além disso, apenas os domínios aspectos físicos e estado geral de saúde mostraram-se significantes, o que chama a atenção para uma melhor abordagem aos cuidadores em relação a esses aspectos no sentido de potencializar a sua qualidade de vida. 222 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-007 - AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DE CRIANÇAS DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO DO MUNICÍPIO DE PARANAGUÁ - PR LUCIANA VIEIRA CASTILHO WEINERT; ALINE FAGUNDES BONFIM; GABRIELA SOARES XIMENDES; THAYLA SUELLEN RODRIGUES DA SILVA UFPR O desenvolvimento psicomotor é um processo de mudança sequencial e contínuo no comportamento motor que ocorre ao longo do ciclo da vida. Suas manifestações estão relacionadas a idade, bem como a fatores hereditários individuais, estímulos ambientais e demandas contextuais. O presente estudo teve como objetivo analisar o desenvolvimento neuropsicomotor de crianças de dois a cinco anos de idade, frequentadoras de uma instituição pública e outra privada no Município de ParanaguáPR. A pesquisa foi caracterizada como um estudo qualitativo e quantitativo com aprovação por um comitê de ética em pesquisas (CAAE 13314813.5.0000.0102). Foram excluídas deste estudo crianças que apresentavam patologias do sistema nervoso ou do sistema musculoesquelético e aquelas que não estavam regularmente matriculadas nas instituições onde o estudo ocorreu. Participaram desta pesquisa 43 crianças submetidas a uma avaliação psicomotora pelo Teste de Triagem de Denver II. Este teste avalia crianças de 0 a 6 anos e possui um total de 125 itens divididos em quatro áreas: pessoal-social, motor fino, linguagem e motor grosseiro. Os itens são direta¬mente aplicados à criança e, em alguns deles, é solicitado que o cuidador, responsável ou professor informe se a criança realiza ou não a tarefa solicitada. Como resultados constatou-se que a incidência de atraso ocorre de maneira igual nas escolas pública e particular, no entanto o risco para atraso é mais frequente na escola particular. Através da análise das áreas do desenvolvimento, identificou-se que dentre as avaliadas (pessoal-social, motor fino-adaptativo, linguagem e motor- grosseiro), as áreas de domínio pessoal-social e motor fino adaptativo foram as mais afetadas. A faixa etária em que houve maior risco para atraso foi a de 4 anos, seguida da de 2 e 3 anos. Esta pesquisa torna-se importante, pois a discussão que ela acarreta, é útil na medida em que desencadeia um processo de reflexão acerca das condições oferecidas nestes ambientes educacionais. No Brasil existe um número crescente de crianças expostas a uma variedade de condições de risco, que podem levar a atrasos neuropsicomotores, a utilização de instrumentos para detecção precoce de distúrbios é um passo essencial para implementação de programas preventivos de assistência a estas crianças. O desenvolvimento psicomotor adequado nos primeiros anos de vida torna-se essencial para o desenvolvimento da criança, pois é neste primeiro período que se iniciam as mudanças significativas das áreas motoras e perceptivas que influenciarão posteriormente no desenvolvimento de sua inteligência e afetividade. Também se sugere a reflexão sobre as abordagens fisioterapêuticas de intervenção sobre tais atrasos e riscos para atraso. 223 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-008 - INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO DESENVOLVIMENTO DE INDIVÍDUOS COM PARALISIA CEREBRAL KARIZE RAFAELA MESQUITA NOVAKOSKI; LUCIANA VIEIRA CASTILHO WEINERT; TAINÁ RIBAS MÉLO UFPR; UNIANDRADE O movimento é um aspecto essencial à vida, pois através dele é possível caminhar, correr, brincar, comer, entre outras tarefas motoras importantes ao cotidiano. O desenvolvimento motor é específico à tarefa e restrito pelo ambiente, ou seja, o indivíduo produz um movimento para obedecer às demandas da tarefa que é executada dentro de um ambiente específico. Uma das questões que pode prejudicar o desenvolvimento, e, consequentemente os movimentos de um indivíduo, é a Paralisia Cerebral (PC). A PC é uma lesão que atinge o encéfalo quando este é imaturo, interferindo diretamente na motricidade do indivíduo afetado e que cursa com desenvolvimento motor atípico e perturbações do tônus, da postura e do movimento. Este trabalho teve como objetivo analisar os efeitos da intervenção do profissional de fisioterapia na reabilitação funcional (do movimento e da postura) de indivíduos com Paralisia Cerebral, segundo a abordagem pelo Conceito Neuroevolutivo de Bobath e pela Psicomotricidade. As intervenções priorizaram a promoção da independência funcional, do equilíbrio e da motricidade fina, bem como aprimorar funções que o indivíduo já desenvolve e estimular a sua aprendizagem motora. Participaram deste estudo duas crianças que frequentavam um centro municipal de diagnóstico e reabilitação. Como instrumentos de avaliação utilizou-se as escalas Gross Motor Function Classification System (GMFCS), Gross Motor Function Measure (GMFM) e (Quality of Upper Extremity Skills Test) QUEST para detectar as necessidades de cada indivíduo. Na sequência realizou-se um protocolo de 10 intervenções, com frequência semanal de duas vezes por semana e duração de aproximadamente 60 minutos. Após as intervenções os indivíduos foram reavaliados pelos mesmos instrumentos. Como resultados, na escala GMFCS, uma das crianças foi classificada como nível II e a outra como nível III, e, esta classificação se manteve na reavaliação. Na escala GMFM, pode-se observar mudanças, negativas e positivas, um dos indivíduos obteve melhora nas dimensões em pé e andar, correr e saltar, enquanto o outro obteve discreta piora em todas as dimensões. Já na escala QUEST, uma das crianças atingiu a pontuação máxima tanto na avaliação quanto na reavaliação e a outra criança manteve sua pontuação da avaliação na reavaliação. Os resultados apresentaram pequena melhora quantitativa, porém na análise qualitativa realizada pelo fisioterapeuta observou-se evolução expressiva dos pacientes. Concluiu-se que o tratamento fisioterapêutico em indivíduos com PC pode potencializar questões funcionais, valorizando o acompanhamento e a observação do fisioterapeuta, garantindo melhora na qualidade de vida do indivíduo. Ao analisar as variáveis encontradas entre os resultados, sugere-se a continuidade deste trabalho por um maior período de tempo, com maior número de participantes e enfoque no tratamento baseado no Conceito Neuroevolutivo Bobath e na Psicomotricidade em conjunto com outras modalidades terapêuticas. 224 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-009 - ANÁLISE DA COORDENAÇÃO MOTORA E DO EQUILÍBRIO EM PRATICANTES DE TAEKWONDO E FUTEBOL: UM ESTUDO NA TERCEIRA INFÂNCIA ELISIANE KRUPNISKI DE SOUZA; LUCIANA VIEIRA CASTILHO WEINERT; RODERLEY REIS CIRINO; WAGNER RODRIGO WEINERT; TAINÁ RIBAS MÉLO UFPR ; UNIANDRADE O incentivo à prática de atividades físicas é uma forma lúdica de se modificar o ambiente em que a criança está inserida e de se incluir uma tarefa agradável a sua rotina. A importância desse estudo consiste em investigar se tal prática pode evitar atrasos no desenvolvimento físico-motor na terceira infância. O desenvolvimento motor acontece dinamicamente dependendo do indivíduo, do meio e moldado por estímulos externos. Desta forma, a prática de atividade física torna-se um aspecto facilitador da aprendizagem motora durante a infância. Este trabalho teve como objetivo analisar o potencial da atividade física como agente promotor do desenvolvimento da coordenação e do equilíbrio na terceira infância. Desta forma, esta pesquisa buscou verificar se as habilidades motoras de equilíbrio e coordenação de meninos entre 7 e 11 anos que pratiquem taekwondo e futebol são mais desenvolvidas que as habilidades de meninos da mesma faixa etária não praticantes de atividades físicas específicas. A pesquisa foi aprovada por um comitê de ética em pesquisas (CAAE nº. 11135712.7.0000.0102). Foram incluídos no estudo crianças com idade de 7 a 11 anos, que não possuíam patologia do sistema nervoso ou musculoesquelético, e, cujo tempo de prática de taekwondo e futebol era superior a 4 meses. O grupo controle foi constituído de indivíduos não praticantes de atividades físicas além da oferecida em turno escolar (educação física). Não participaram da pesquisa sujeitos do sexo feminino, e todos os casos incompatíveis com os critérios de inclusão. Os instrumentos utilizados foram os testes referentes a coordenação motora final, coordenação motora ampla e equilíbrio da Escala de Desenvolvimento Motor (EDM). Comparou-se o desenvolvimento de crianças praticantes de futebol e taekwondo, com o desenvolvimento de crianças não praticantes de atividade física além da educação física escolar. Os resultados obtidos indicaram que os sujeitos praticantes de atividade física tendem a possuir um melhor desempenho nos testes propostos. A idade mais relevante foi a faixa etária dos oito anos em que tanto os resultados qualitativos quanto os quantitativos foram superiores nos praticantes de atividades físicas. Os praticantes de futebol apresentaram resultados aquém do esperado quando comparados ao grupo controle em algumas faixas etárias. Porém, na média, os praticantes de taekwondo obtiveram os resultados mais expressivos. Com esta pesquisa foi possível verificar a influência que a prática de atividade física exerce sobre o desenvolvimento motor de uma criança. A maioria da população estudada apresentou classificação de desenvolvimento dentro do que se considera normal para as idades correspondentes. Os fatores ambientais e sociais que estas crianças vivenciam influenciam estes resultados, dentre estes, a prática de atividade física. O esporte, ou a atividade física, devem ser considerados como lazer e atividade pedagógica pelos quais a criança irá se desenvolver e conhecer melhor as possibilidades de seu corpo e a si própria. Sua prática culminará em benefícios fisiológicos, psicomotores, culturais, cognitivos, além da boa socialização pela disciplina e pelas regras de cada atividade. 225 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-010 - ASSOCIAÇÃO DE POLIMORFISMOS EM GENES DO REPARO DE DNA COM FISSURA LÁBIO PALATINA NÃOSINDRÔMICA NA POPULAÇÃO BRASILEIRA. HELENARA SALVATI BERTOLOSSI MOREIRA; RICARDO DELLA COLETTA; RENATO ASSIS MACHADO; SIBELE NASCIMENTO DE AQUINO; ANA LÚCIA CARRINHO AYROSA RANGEL UN. ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ; FOP UNICAMP; UNIMONTES As fissuras lábio-palatinas não-sindrômicas (FL/PNS) representam as malformações faciais mais comuns em seres humanos e são causadas por uma combinação de fatores genéticos e ambientais sob um modelo de herança multifatorial. Dados epidemiológicos brasileiros demonstram uma variação entre 0,36 a 1,46 para cada 1000 nascidos vivos. Nos países em desenvolvimento, o impacto das fissuras orofaciais ainda está por ser reconhecido e são difíceis de serem mensurados. Vários profissionais entre eles o Fisioterapeuta atuam na reabilitação desses pacientes. As FL/PNS são etiologicamente heterogêneas e fatores multifatoriais como os ambientais e genéticos são determinantes importantes, por isso a avaliação genético-clínica e o aconselhamento genético são etapas inalienáveis do acompanhamento dos pacientes com FL/PNS e os estudos recentes visam atender essa necessidade, tentando cada vez mais, evoluir no entendimento dos fatores causais com a identificação de novas variantes genéticas, de fatores de risco ambientais e de interações multifatoriais. O objetivo deste estudo foi caracterizar o perfil epidemiológico (características clínicas, demográficas e ambientais) dos indivíduos afetados por FL/PNS residentes na região oeste do estado do Paraná na busca por fatores de risco para o desenvolvimento das FL/PNS e também verificar a associação de polimorfismos em genes que codificam enzimas do sistema do reparo do DNA na susceptibilidade das FL/PNS. Para a primeira parte do estudo, foram coletadas 194 amostras de saliva de pacientes com FL/PNS e seus pais e realizadas entrevistas com os genitores visando o levantamento de dados referentes aos aspectos ambientais relacionados às fissuras. A segunda parte do estudo envolveu a análise dos polimorfismos rs1136410 no gene ADPRT, rs1052133 no gene OGG1, rs1800734 no gene MLH1, rs1130409 no gene APEX1, rs861539 no gene XRCC3, rs1801321 no gene RAD51, rs25487, rs25489, rs3213245 e rs1799782 no gene XRCC1 e rs13181 e rs1799793 no gene ERCC2 em 223 trios (pai, mãe e paciente com fissura) pelo teste de desequilíbrio de transmissão (TDT). As amostras utilizadas para a investigação de polimorfismo foram provenientes de 4 Centros diferentes de tratamento da FL/P, composta por 93 trios de Minas Gerais, 74 do Paraná, 34 da Bahia e 22 da Paraíba. Entre os pacientes avaliados, um predomínio de homens, leucodermas e afetados por fissuras lábio-palatinas (FLP) foi observado. Entre as alterações sistêmicas, as otorrinolaringológicas foram significantemente mais prevalentes em fissuras palatinas (FP) em comparação com as fissuras labiais (FL; p=0,013). Mais de 80% das mães dos pacientes com FL/PNS reportaram que não fizeram uso de suplementos vitamínicos durante o primeiro trimestre de gestação. Entre os 12 polimorfismos avaliados, rs3213245 no gene XRCC1 demonstrou uma significante associação com FL (p=0,03) e rs13181 do gene ERCC2 demonstrou tendência de associação com FLP (p=0,06). O haplótipo formado pelos polimorfismos rs25487, rs25489, rs321345 e rs1799782 no gene XRCC1 também foi significantemente associado as FLs (p=0,02). Os resultados deste estudo revelaram o perfil epidemiológico dos pacientes com FL/PNS atendidos no oeste do estado do Paraná e demonstram que os polimorfismos nos genes XRCC1 e ERCC2, que codificam enzimas associadas ao sistema e reparo do DNA, podem estar associados à suscetibilidade ao desenvolvimento das FL/PNS. 226 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-011 - REFLUXO VESICOURETERAL EM CRIANÇAS COM DISFUNÇÃO VESICAL E INTESTINAL – RESULTADO DO TRATAMENTO REJANE DE PAULA BERNARDES; LUCIANA KATIUCIA ANDRADE HERRERA; DANIELE CORDEIRO BRAGA; SYNDIA COLAÇO VAZ MELAMED; SIMONE CONCEIÇÃO DE ANDRADE CLINICA NEFROKIDS CURITIBA INTRODUÇÃO: As disfunções vesicais e intestinais (DVI), até então designadas síndrome de eliminações, tem sido descritas como a forma mais severa de disfunção em crianças. As consequências mais temidas são o refluxo vesicoureteral (RVU) com infecções de trato urinário recorrentes, cicatrizes renais, e hipertensão arterial. As formas mais severas (antes designadas síndrome de Hinman) podem evoluir com insuficiência renal crônica. As DVI podem cursar com alteração funcional na fase de enchimento (hiper ou hipoatividade de detrusor) e/ou na fase de esvaziamento (disfunção miccional) associados ao transtorno de esvaziamento intestinal. A prevenção destas complicações é possível com o tratamento adequado das disfunções. OBJETIVOS: Avaliar a ocorrência de RVU em um grupo de crianças portadoras de disfunção vesical e intestinal, como também avaliar a evolução do refluxo com o tratamento realizado. MATERIAL E MÉTODOS: Foram selecionadas 351 crianças com diagnóstico de disfunção vesical e intestinal que realizaram investigação completa com uretrocistografia miccional (UCM) e estudo urodinâmico (EU). Todos os pacientes receberam tratamento com uroterapia – condicionamento de micções e ingesta e dieta para constipação e biofeedback animado de assoalho pélvico (BFAP). A eletroestimulação transcutânea (TENS) e a farmacoterapia – antibióticos profiláticos e/ou anticolinérgicos, foram indicados de acordo com a condição clínica, tipo de disfunção vesical e opção da família. Para análise estatística utilizamos o teste de Fischer e o software Graphpad® . RESULTADOS: Foram avaliados 351 pacientes, com idade média de 7.6±2.5 anos, 79% do sexo feminino, com tempo de acompanhamento de 22±18 meses. 18% dos pacientes apresentaram RVU na primeira avaliação, sendo 70% unilateral e 30% bilateral. Entre 80 unidades com RVU, 45% grau I, 23% grau II, 16% grau III, 14% grau IV e 2% grau V. Uretra em pião estava presente em 41% das UCM. Dilatação pielocalicial em 61% das ecografias. Cicatrizes renais foram detectadas em 36% dos pacientes que realizaram cintilografia renal ao DMSA (46/129). As alterações urodinâmicas encontradas foram: hiperatividade de detrusor com disfunção miccional em 214 pacientes (61%), disfunção miccional em 69 (20%), hiperatividade de detrusor em 41 (12%) e hipoatividade de detrusor em 27 (7%). 30±20 sessões de BFAP foram realizadas em 351 pacientes, uma média de 28 sessões de TENS parassacral e/ou tibial posterior em 280 pacientes. No final do estudo 41 entre 63 pacientes com RVU haviam realizado UCM controle demonstrando 68% de resolução completa, 24% de redução no grau do RVU e somente 17% mesmo grau de RVU. Profilaxia antibiótica e anticolinérgicos foram indicados em 46 e 54%, no início do tratamento e no final do estudo 23 e 33%, respectivamente. CONCLUSÃO: O RVU secundário às disfunções, na maioria de grau I a III e ITUs recorrentes resultam em elevado índice de cicatrizes renais. O percentual de resolução do RVU é elevado quando realizado tratamento adequado da disfunção. O diagnóstico e tratamento mais precoce das disfunções deve provavelmente prevenir a ocorrência destas complicações. 227 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-012 - O PAPEL DA FISIOTERAPIA NO PROJETO DE EXTENSÃO MAIS INCLUSÃO JANAÍNA REAL DE MORAES; MARLUCI LUZIA LUNELLI; FERNANDA RIBEIRO LEITÃO; BÁRBARA ASUNÇÃO SOMBRIO UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU INTRODUÇÃO: O projeto de extensão Mais Inclusão do curso de Fisioterapia da Universidade Regional de Blumenau (FURB), aprovado no edital PROPEX 07/2014, buscou auxiliar a inclusão educacional de crianças com deficiência matriculadas nos Centros de Desenvolvimento Infantil (CDIs) por meio de uma parceria firmada com a Secretaria de Educação de Gaspar (SC). OBJETIVO: descrever o papel da fisioterapia na inclusão educacional de crianças que participaram do projeto de extensão Mais Inclusão do curso de Fisioterapia da FURB. MATERIAIS E MÉTODOS: Como materiais utilizamos duas entrevistas semiestruturadas direcionadas aos pais e professoras das crianças e uma ficha de avaliação fisioterapêutica. Estes instrumentos foram desenvolvidos a fim de fornecer dados que mostrassem as necessidades específicas de cada criança no ambiente do CDI quanto a manuseios, alinhamento e estabilidade postural, adaptação do material pedagógico, bem como a necessidade de orientações específicas aos pais e professores quanto às deficiências encontradas. Para coletarmos as informações necessárias, primeiro marcávamos por telefone com os CDIs o dia de nossa visita. O CDI ficava responsável por entrar em contato com os pais para que os mesmos comparecessem no dia da avaliação. A avaliação fisioterapêutica tinha como objetivos: colher o histórico da deficiência, detectar as possíveis necessidades que as mesmas tinham no ensino regular e suas características físicofuncionais, bem como já realizar orientações aos pais para auxiliar no processo de inclusão. Era avaliada uma criança por vez para que pudéssemos conversar e orientar seus pais e professores no mesmo dia, a fim de detectar quais eram suas dificuldades e dúvidas. Após a avaliação, a equipe do projeto se reunia para ser traçado um plano de orientações fisioterapêuticas que era entregue ao CDI. RESULTADOS: o projeto vem sendo desenvolvido desde abril de 2014, onde realizamos 12 visitas em 6 CDIs de Gaspar. Participaram do projeto 10 acadêmicos de fisioterapia, foram avaliadas 10 crianças com deficiência e dadas orientações a 10 professores e 11 pais. As ações realizadas pela fisioterapia envolveram sugestões de recursos de alinhamento e estabilidade postural, adaptações de material pedagógico, orientações de posicionamento e manuseio. CONCLUSÃO: concluímos que o papel da fisioterapia foi o de aliar as necessidades das crianças, os relatos dos pais e professores com as limitações do ambiente, apontando sugestões a fim de sanar as dificuldades encontradas. Além disso a fisioterapia desenvolveu ações de prevenção, promoção e ampliação das condições de saúde, unindo reabilitação e educação, contribuindo para que a inclusão se torne realidade, visto que as consequências decorrentes da exclusão educacional apontam para um dos problemas emergentes da sociedade atual. 228 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-013 - USO DE VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA EM RECÉM-NASCIDOS COM INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA MARCELA GOMES FERREIRA; DANIELA SIVIERO; JESSICA ALINE KREBS; ALINE DA SILVA; LETICIA DUBAY MURBACH; MARIZANE PELENZ; SUELY MARIKO OGASSAWARA; CLAUDIA REJANE LIMA DE MACEDO COSTA; ERICA FERNANDA OSAKU HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO OESTE DO PARANÁ-UNIOESTE INTRODUÇÃO: Os avanços no tratamento neonatal têm elevado cada vez mais a sobrevida de recém-nascidos (RN), sendo que grande parte deles acaba necessitando de um suporte ventilatório. Diversos fatores podem causar insuficiência respiratória aguda (IRpA), dentre eles complicações durante o parto, descolamento prematuro de placenta, malformações congênitas e prematuridade, que desponta como a principal causa de morbimortalidade perinatal. A ventilação não invasiva (VNI) tem sido cada vez mais utilizada em IRpA na tentativa de reduzir a necessidade de intubação orotraqueal (IOT) e prevenir suas complicações, podendo também ser uma estratégia no auxílio ao desmame da ventilação invasiva. A VNI permite recrutar alvéolos colapsados, aumentar as trocas gasosas, melhorar a relação ventilação-perfusão e diminuir o trabalho respiratório. OBJETIVO: Avaliar a eficácia do uso da VNI em neonatos com Insuficiência respiratória aguda. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram analisadas as fichas de avaliação de recém-nascidos admitidos na unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal de um hospital universitário do Paraná durante o período de abril de 2014 á fevereiro de 2015. Os critérios de inclusão foram todos os RN que necessitaram de VNI, seja com o objetivo de reduzir a necessidade de IOT ou no auxílio ao desmame da ventilação mecânica invasiva (VMI). A eficácia foi avaliada pelo cumprimento do objetivo inicial do uso da VNI. RESULTADOS: Nesse período, 114 RN foram avaliados e destes 33 lactentes fizeram uso de VNI, sendo 14 para reduzir a necessidade de IOT e 19 no auxílio ao desmame ventilatório, compondo assim a amostra estudada. Dos 33 que fizeram uso de VNI 81% apresentaram diagnóstico de prematuridade (Limítrofe 11%, moderada 21% e extrema 68%), 10% de desconforto respiratório do RN, 3% por descolamento prematuro de placenta, 3% anóxia cerebral e 3% por atresia duodenal. A média de peso na admissão da UTI neonatal foi de 935 ±844 gramas, e a média de peso da alta foi 1.173 ±1.077 gramas. Nos 14 pacientes que utilizaram VNI para reduzir necessidade de IOT apenas 3 não tiveram sucesso e necessitaram de VMI, porém posteriormente foram extubados e tiveram êxito no desmame, 2 deles com novo uso de VNI e 1 com suporte de oxigênio. Todos os RN que utilizaram a VNI no desmame tiveram sucesso e não necessitaram de re-intubação. Esses resultados demonstram que a VNI é uma importante ferramenta nos cuidados de RNs com insuficiência respiratória aguda que necessitam de suporte ventilatório para sobrevida. CONCLUSÃO: A VNI cumpriu o objetivo para o qual foi utilizada, reduzindo a necessidade de IOT e auxiliando no desmame da VMI. 229 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-014 - VIABILIDADE DA DEAMBULAÇÃO COM PACIENTE INTUBADO: UM RELATO DE CASO MARCELA GOMES FERREIRA; DANIELA SIVIERO; JESSICA ALINE KREBS; ALINE DA SILVA; MÔNICA MARIANA DE MORAES; NATANIEL MATHEUS NEITZKE; SUELY MARIKO OGASAWARA; CLAUDIA REJANE LIMA DE MACEDO COSTA; ERICA FERNANDA OSAKU HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO OESTE DO PARANÁ-UNIOESTE INTRODUÇÃO: A fraqueza adquirida em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um quadro frequente em pacientes ventilados mecanicamente, que pode acarretar em um tempo maior de internamento e repercutir durante anos na qualidade de vida do doente crítico. A deambulação é a forma mais completa de mobilização, pois proporciona uma gama de estímulos sensóriomotores. Contudo a deambulação é um desafio dentro da UTI, principalmente em pacientes sob ventilação mecânica invasiva (VMI), pois sua segurança e viabilidade são contestadas. OBJETIVO: Avaliar a segurança e viabilidade da deambulação em paciente ventilado mecanicamente. DESCRIÇÃO DO CASO: KBM, sexo feminino, 8 anos. Paciente com histórico de internamentos recorrentes na UTI pediátrica de um hospital universitário, com diversas falências de extubação por insuficiência respiratória aguda, diagnóstico de mal asmático e pneumonia. No internamento atual já havia apresentado uma falência de extubação e permanecia sem sedação, consciente (ECG 11) e responsiva, sendo então realizada a deambulação durante o atendimento fisioterapêutico. No dia da deambulação encontrava-se hemodinamicamente estável sem a necessidade de uso de drogas vasoativas, apresentava imagem radiológica sugestiva de atelectasia em base pulmonar direita, em ventilação mecânica com parâmetros ventilatórios baixos (FiO2 35%, PEEP 5) em modo PSV/CPAP. A intervenção foi iniciada com a saída da paciente do leito com apoio, apresentando a FC 135 bpm, SPO298% e FR 30 rpm. A paciente foi mantida em sedestação em uma cadeira, evoluindo para ortostatismo mantido por alguns minutos para adaptação á postura, neste momento foi necessária a aspiração do TOT por grande mobilização de secreção. Iniciou-se então, a caminhada, a paciente foi acompanhada por dois fisioterapeutas e monitorada através de oximetro de pulso portátil, mantendo FC em torno de 135-150bpm e SPO2 98%. Foi estimulada a apoiar-se no próprio ventilador mecânico guiando-o. Caminhou em torno de 5 metros e todo processo de sentar, deambular e volta ao leito durou aproximadamente 35 minutos. Após o retorno ao leito, foi verificado novamente a FR 29rpm, FC 128bpm e SPO2 99%, havendo nova necessidade de aspiração do TOT, evidenciando assim um dos benefícios da deambulação, a mobilização e expectoração de secreção. Apresentou melhora radiológica em menos de 48 h da deambulação, sendo extubada com sucesso e recebeu alta após 72 h da intervenção. A paciente manteve força muscular grau 5 pela escala de Medical Research Council (MRC) durante todo o período de internação em UTI, que foram de 12 dias, desses 10 em VMI. Evidenciandose, dessa forma, que não houve perca significativa de massa muscular e preservação da força. CONCLUSÃO: Não houve nenhuma intercorrência durante a deambulação e a paciente manteve-se estável até o dia da alta, demostrando que é possível, viável e seguro deambular com pacientes intubados em ventilação mecânica. 230 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-015 - ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NA HIDROCEFALIA CONGÊNITA: UM RELATO DE CASO DANIELA SIVIERO; MARCELA GOMES FERREIRA; JESSICA ALINE KREBS; ALINE DA SILVA; MARIZANE PELENZ; NATANIEL MATHEUS NEITZKE; CLAUDIA REJANE LIMA DE MACEDO COSTA; ERICA FERNANDA OSAKU HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO OESTE DO PARANÁ-UNIOESTE INTRODUÇÃO: Hidrocefalia apresenta-se com limitações funcionais de mobilidade, equilíbrio e coordenação, prejudicando a realização de atividades, e comprometendo o desenvolvimento neuropsicomotor. Além da fisioterapia motora, a fisioterapia respiratória é de suma importância nessa patologia, principalmente nos casos de ventilação mecânica prolongada, tendo como objetivo prevenção de pneumonias, atelectasias, e outras complicações pulmonares. OBJETIVO: Descrever a importância da atuação fisioterapêutica no tratamento das complicações da hidrocefalia congênita. DESCRIÇÃO DO CASO: J. L. S, 1 ano e 4 meses, sexo feminino, raça caucasiana. Diagnosticada com hidrocefalia congênita aos 3 meses de vida, sendo necessária a colocação de válvula de derivação ventrículo-peritoneal (DVP). Após 9 meses da colocação da DVP foi admitida na emergência de um Hospital Universitário do Paraná com histórico de vômito, evoluindo com apnéia e bradicardia, sendo intubada e transferida para Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTI). Paciente diagnosticada com hipertensão intracraniana, sendo realizado troca de DVP. Após 28 dias do procedimento cirúrgico, houve tentativa de extubação, porém apresentou falha devido à desconforto respiratório e hipossaturação, sendo reintubada e retornada para ventilação mecânica. Após 12 dias foi submetida a traqueostomia. No decorrer do internamento, ocorreram inúmeras complicações no quadro clínico, dentre elas duas paradas cardiorrespiratória (PCR), síndrome convulsiva, infecções recorrentes, meningite bacteriana, nova troca de DVP e Síndrome do desconforto Respiratório Agudo (SDRA). Em decorrência das sequelas adquiridas durante o internamento, a paciente tornou-se dependente da ventilação mecânica, devido ausência de drive respiratório. Também houve comprometimento do desenvolvimento neuromotor, incluindo encurtamento e atrofia muscular. A equipe de fisioterapia da unidade realizou o atendimento de fisioterapia motora, o qual consistiu em alongamentos e mobilização da musculatura global, visando a redução de encurtamentos e deformidades. Também foi dado ênfase à fisioterapia respiratória, utilizando-se técnicas de reexpansão pulmonar, e higiene brônquica, incluídos técnica de aspiração de vias aéreas. O atendimento foi realizado diariamente, em média 2 vezes ao dia, durante o período de internamento. Outro ponto importante da atuação fisioterapêutica, foi a tentativa de desmame da ventilação mecânica. Houve redução gradativa dos parâmetros ventilatórios, e tentativa de ventilação no modo PSV/CPAP, o qual a paciente não tolerou. A criança foi mantida durante 8 meses em um ventilador mecânico no modo SIMV, e após esse período submetida ao suporte ventilatório por um BIPAP, no modo SIMV, com baixa fração inspiratória de oxigênio. Durante o período do internamento os parâmetros ventilatórios mantiveram-se baixos, salvo o período em que a paciente desenvolveu SDRA e necessitou ser pronada, sendo elevado FIO2 acima de 70%, PEEP acima de 10 cm/H2O e PIP acima de 35 cm/H2O, sendo esses parâmetros reduzidos gradativamente em um período de cinco dias. Após 12 meses de internamento, com estabilização do quadro clínico, e adaptação do suporte ventilatório pelo BIPAP, a paciente recebeu alta hospitalar, e continua em uso contínuo de assistência ventilatória domiciliar. CONCLUSÃO: A fisioterapia foi importante na manutenção da mobilidade articular, e principalmente na prevenção de complicações respiratórias devido ao uso prolongado da ventilação mecânica, favorecendo assim o uso de baixos parâmetros ventilatórios. 231 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-016 - ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: RELATO DE CASO DANIELA SIVIERO; MARCELA GOMES FERREIRA; JESSICA ALINE KREBS; ALINE DA SILVA; LETICIA DUBAY MURBACH; MÔNICA MARIANA DE MORAIS; SUELY MARIKO OGASAWARA; CLAUDIA REJANE LIMA DE MACEDO COSTA; ERICA FERNANDA OSAKU HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO OESTE DO PARANÁ-UNIOESTE INTRODUÇÃO: O Lúpus Eritematoso Sistémico (LES) é uma doença multissistémica, auto-imune, caracterizada por inflamação vascular e do tecido conjuntivo, com anticorpos antinucleares. As manifestações clínicas são variáveis, com história natural progressiva e imprevisível. Apresenta um variado espectro de achados clínicos, crônicos, com fases de exacerbações e períodos de remissões. O LES acomete indivíduos de todas as raças, mas, em estudos norte-americanos, sua prevalência é três a quatro vezes maiores em mulheres negras que brancas. O envolvimento renal é a principal causa de morbidade e mortalidade em pacientes com LES. Alteração do sedimento urinário e/ou proteinúria ocorre em cerca de 50% dos pacientes ao longo da evolução da doença. Cerca de 10% dos pacientes com nefrite lúpica evoluem para insuficiência renal terminal após cinco anos. OBJETIVO: Descrever a abordagem fisioterapêutica em uma paciente com nefrite lúpica em UTI. Descrição do caso: M. L. S. S. 9 anos de idade, gênero feminino, raça negra, com diagnóstico de LES há 6 anos, em tratamento. Nega artralgia ou rigidez articular. A mãe procurou o serviço de saúde do município de origem, devido aumento do edema em abdômen e MMII. No pronto atendimento apresentou pico hipertensivo de 200/140 mmHg, sendo medicada com sintomáticos. Posteriormente encaminhada a um hospital universitário. Após 8 dias de internamento na ala hospitalar, foi transferida para unidade de terapia intensiva pediátrica (UTI – pediátrica), necessitando de diálise peritoneal devido a insuficiência renal aguda. Iniciou o tratamento fisioterapêutico a partir do primeiro dia de internamento, com uma média de 2 atendimentos ao dia, em 24 dias. Foram realizados exercícios respiratórios visando a prevenção da fraqueza muscular respiratória e demais complicações pulmonares comuns na doença, obtendo-se sucesso, pois durante toda a permanecia na unidade não houve alterações radiológicas importantes, e a paciente manteve - se eupneica com freqüência respiratória média de 29rpm, hipertensa com pressão arterial média de 124,2mmHg, mantendo saturação entre 93-99%, não necessitando de oxigenoterapia durante todo o internamento. Devido a longos períodos de permanência no leito para as diálises, a fisioterapia teve o papel importante na manutenção de força e amplitude de movimento, mantendo força muscular integra durante todo internamento, sendo realizado bipedestação e deambulação com auxílio de andador e exercícios lúdicos de forma ativa e ativa resistida com monitorização continua dos sinais vitais, visando à prevenção de atrite de pequenas articulações, comum em pacientes com LES, sendo que durante todo internamento na UTI permaneceu ativa, comunicativa e com raciocínio lógico. CONCLUSÃO: A fisioterapia foi um recurso relevante na prevenção de complicações respiratórias e manutenção de força muscular e amplitude de movimento. 232 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-017 - ATUAÇÃO FISIOTERAPEUTICA EM CRIANÇA QUEIMADA: UM RELATO DE CASO MARCELA GOMES FERREIRA; DANIELA SIVIERO; JESSICA ALINE KREBS; ALINE DA SILVA; LETICIA DUBAY MURBACH; MÔNICA MARIANA MORAES; MARIZANE PELENZ; NATANIEL MATHEUS NEITZKE; CLAUDIA REJANE LIMA DE MACEDO COSTA; ERICA FERNANDA OSAKU HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO OESTE DO PARANÁ-UNIOESTE INTRODUÇÃO: Em pacientes com queimaduras, deve-se admitir sempre a possibilidade de intubação traqueal, pois as condições são difíceis, pelo edema facial, às vezes lacerações de partes de moles e tumescência das vias aéreas superiores. Após lesão por queimaduras, os mediadores da inflamação liberados nos locais da ferida promovem grande edema e favorecem ao dano pulmonar, que resulta do processo inflamatório desencadeado pelo trauma, aumentando dessa forma o líquido extravascular pulmonar. Todas essas alterações podem gerar um desmame difícil da ventilação mecânica, sendo assim a traqueostomia vem sendo cada vez mais utilizada como alternativa para desmame ventilatório desses pacientes. OBJETIVO: Relatar a atuação da fisioterapia respiratória na abordagem de uma criança com queimaduras de segundo grau. RELATO DE CASO: Paciente M.V.S, sexo feminino, 1 ano e 2 meses. Criança deu entrada no pronto socorro de um hospital universitário do Paraná, devido queimaduras de segundo grau por café quente, acometendo membros superiores, dorso, pescoço e algumas áreas da face, totalizando em média 40% da superfície corporal. Na admissão paciente foi submetida a intubação orotraqueal, e encaminhada ao centro cirúrgico para debridamento das áreas acometidas. Após o procedimento foi recebida na unidade de terapia intensiva pediátrica (UTI pediátrica), sedada, e em ventilação mecânica no modo SIMV, FIO2 45%, PIP 21 cmH2O, PEEP 5 cmH2O. No decorrer do internamento a paciente foi submetida a aproximadamente 09 debridamentos, com rápida evolução e cicatrização das lesões. A paciente permaneceu em ventilação mecânica (VM) por 14 dias, com desmame progressivo de sedação e dos parâmetros ventilatórios. Durante o internamento apresentou recorrentes imagens radiológicas sugestivas de atelectasia, sendo revertidas. A atuação fisioterapeutica foi direcionada para reexpansão pulmorar e higiene brônquica, favorecendo melhora do quadro radiológico. Após 13 dias de internamento, foi realizado tentativa de extubação, porém a criança apresentou estridor laríngeo, sendo re-intubada e depois de 4 dias apresentou uma auto-extubação, seguida de nova falência. Devido as falhas de extubação, no 21 º dia de internamento foi submetida à traqueostomia (TQT). Permaneceu em VM durante 4 dias pós TQT, sendo passada para ventialação espontânea, e instalado suporte de oxigênio por nevoa úmida, mantendo–se com bom padrão respiratório, saturação de oxigênio e imagem radiológica sem alterações, não sendo necessário o retorno à ventilação mecânica. Após 4 dias recebeu alta da UTI. CONCLUSÃO: A fisioterapia foi importante na reversão de atelectasias e na prevenção de complicações respiratórias, favorecendo assim o desmame ventilatório. 233 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-018 - AVALIAÇÃO DA DOR EM RECÉM-NASCIDOS POSICIONADOS NA REDE. DANIELA SIVIERO; MARCELA GOMES FERREIRA; JESSICA ALINE KREBS; ALINE DA SILVA; MARCELA APARECIDA LEITE; ALESSANDRA MADALENA GARCIA; CLAUDIA REJANE LIMA DE MACEDO COSTA; ERICA FERNANDA OSAKU; NELSON OSSAMU OSAKU HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO OESTE DO PARANÁ-UNIOESTE INTRODUÇÃO: O uso da rede para recém-nascidos(RN) internados em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal(UTIN) e Unidades de Cuidados Intermediários Neonatais(UCIN) é descrita há diversos anos como forma de posicionamento, proporcionando um ambiente que simula o útero materno, proporciona estimulo sensório motor, melhora o conforto e relaxamento do paciente. Por outro lado, a necessidade de avaliar a resposta do RN durante este procedimento é necessária para sustentar que este não gera nenhum desconforto quando utilizado. Para esta avaliação, algumas escalas podem ser utilizadas, entre elas a Neonatal Infant Pain Scale(NIPS) e Neonatal Facial Coding System(NFCS), que utilizam observação das respostas comportamentais do lactente às intervenções e, assim avaliam a dor nesta população. OBJETIVO: avaliar a resposta do RN prematuro ao posicionamento na rede comparado através das escalas de dor NIPS e NFCS. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo de caráter retrospectivo realizado no período de Maio a Setembro de 2014 na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais(UCIN) de um hospital universitário do Paraná. Foram realizadas observações e avaliações do RN posicionado na rede segundo as reações abordadas nas escalas utilizadas, antes e 30 minutos após o posicionamento na rede. As variações compreendem observação da face e movimentos corporais do RN. A análise dos dados foi realizada por meio de média, desvio padrão e proporção. Os critérios de inclusão compreenderam pacientes com idade gestacional(IG) e#8804;34 semanas, idade gestacional corrigida(IGC) e#8805;32 semanas, estabilidade hemodinâmica, sem necessidade de oxigênio suplementar e que não tenham sido submetidos a procedimento doloroso ou estressante nas últimas 72 horas. Os critérios de exclusão abrangeram RNs com menos de 72 horas de vida, uso de corticoides, antibióticos, opiáceos ou qualquer outro medicamento que altera a nocicepção, RNs com distúrbios neurológicos ou renais, submetidos à fototerapia ou cirurgias nas últimas 72 horas. RESULTADOS: No período analisado, foram admitidos 141 pacientes na UCIN, onde 113 foram excluídos conforme critérios de exclusão e 28 foram elegíveis. Três pacientes foram excluídos devido ao inicio de fototerapia, retorno de suporte de oxigênio e retorno para UTIN. Assim, foram incluídos 25 pacientes, onde 13 foram do sexo feminino, IG média 31±2,22 semanas e idade gestacional corrigida (IGC) no dia da intervenção 34±0,96. A pontuação na escala NIPS permaneceu com média 0±0,40 no inicio da intervenção e 0±0,5 no final do posicionamento, onde 19(76%) mantiveram a pontuação, 03(12%) aumentaram e 03 (12%) reduziram a pontuação. O mesmo foi observado na escala NFCS, onde a média permaneceu 0±0,40 no inicio da intervenção e 0±0,37 após o posicionamento na rede, onde 22 (88%) mantiveram pontuação, 02(08%) diminuíram e apenas 01(04%) apresentou aumento. CONCLUSÃO: Com base na interpretação das escalas utilizadas, o posicionamento na rede não proporcionou episódios de dor ou desconforto ao RN, sendo que estes mantiveram, em sua maioria, a mesma pontuação nas escalas de dor NIPS e NFCS. 234 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-019 - ELABORAÇÃO E REALIZAÇÃO DE UM SUPORTE PARA REDE EM UNIDADE DE CUIDADOS INTERMEDIÁRIOS NEONATAIS. MARCELA GOMES FERREIRA; DANIELA SIVIERO; JESSICA ALINE KREBS; ALINE DA SILVA; MARCELA APARECIDA LEITE; ALESSANDRA MADALENA GARCIA; EUGÊNIO LUIZ MASSALAI; CLAUDIA REJANE LIMA DE MACEDO COSTA; ERICA FERNANDA OSAKU; NELSON OSSAMU OSAKU HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO OESTE DO PARANÁ-UNIOESTE INTRODUÇÃO: A utilização da rede como forma de posicionamento para recém-nascidos(RN) internados em Unidades de Terapia Intensiva Neonatais(UTIN) e Unidades de Cuidados Intermediários Neonatais(UCIN) é descrita há diversos anos e observam-se benefícios como melhora na condição de relaxamento, estimulo sensório motor e simulação do útero materno. Porem, não é estabelecido claramente de que maneira estas redes são posicionadas na incubadora ou sobre o berço do paciente, de forma que ofereça segurança, possibilidade de higienização, facilidade de transporte e acesso. OBJETIVOS: Descrever o processo de elaboração de um suporte de rede para ser utilizado em uma UCIN e assim, proporcionar os benefícios do posicionamento na rede para RNs internados na unidade. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo de caráter descritivo, realizado no período de Agosto a Setembro de 2013 na UCIN de um hospital universitário do Paraná. Foi realizado um projeto de suporte para rede que utilizou canos de PVC que é um material leve, de fácil acesso, baixo custo e que possibilita a higienização conforme as normas da unidade. RESULTADOS: O projeto de um suporte foi elaborado pela equipe de fisioterapia da UCIN frente à necessidade de um instrumento para a utilização da rede, visto que os benefícios advindos deste posicionamento são diversos. Após a elaboração do projeto, a equipe de manutenção do hospital realizou a montagem do suporte, conforme as medidas dos berços da UCIN. O suporte mede 55cm de altura, 93cm de comprimento e 58cm de largura. Em sua face lateral existe uma abertura que permite o encaixe do suporte ao berço e na parte superior tem uma haste onde a rede é amarrada. Ao colocar o suporte lateralmente, amarramos a rede e ela fica disposta bem no centro do berço, permitindo maior segurança e apoio do recém-nascido. Desta forma, o suporte pode ser utilizado sobre o berço do RN e após a utilização, pode ser retirado, higienizado e guardado em local apropriado. A rede de pano foi confeccionada pelas costureiras do hospital e permanece com o mesmo paciente até o momento da alta, onde então, é encaminhada com os demais itens utilizados pelo paciente para a devida higienização. Assim, a utilização da rede nos RNs desta UCIN é viável, de fácil acesso e reprodutibilidade. CONCLUSÃO: A elaboração e confecção de um suporte para rede se mostrou viável, seguro e de fácil reprodutibilidade. Permitindo assim que os RN´s da unidade usufruam do posicionamento. 235 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-020 - A ADESÃO AO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO AMBULATORIAL NAS CONDIÇÕES DE AGRAVOS CRÔNICOS EM PEDIATRIA: ESTUDO DE PREVALÊNCIA PAULA DE ALMEIDA THOMAZINHO; MICHELLE RODRIGUES DE FARIAS; MARCIA REGINA VINHAES; MIRIAM RIBEIRO CALHEIROS DE SÁ INSTITUTO FERNANDES FIGUEIRA - IFF/FIOCRUZ; UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA Além da utilização adequada de medicamentos, a adesão pode ser compreendida como um conjunto de atividades em que o paciente ou responsável segue às orientações prescritas, entende e concorda com elas, em uma relação de “aliança terapêutica”, sendo reconhecidas as responsabilidades específicas de todos os envolvidos (direta ou indiretamente) no tratamento. Esse tema vem sendo amplamente discutido e questões fundamentais como conceitos, terminologias e fatores de interferência têm sido abordados, embora o fenômeno adesão à fisioterapia seja pouco explorado em pesquisas científicas, mesmo constituindo a base do seu tratamento. Cinco fatores são determinantes no comportamento de adesão. As “dimensões” englobam: sistema e equipe de saúde, fatores socioeconômicos, fatores relacionados à doença, ao paciente e ao tratamento. Sabe-se que a adesão por si só é deficitária em crianças e idosos, principalmente pela dependência que eles apresentam em relação a outras pessoas. Em condições de agravos crônicos, o impacto é ainda maior para toda a família pelo longo período de tratamento. A doença crônica na infância apresenta uma prevalência elevada. Afeta 15-18% da população infantil americana, incluindo condições físicas, deficiências no desenvolvimento, dificuldades de aprendizagem e doença mental5. Este estudo tem como objetivo: identificar o comportamento de adesão em relação à assiduidade ao tratamento fisioterapêutico pediátrico em um ambulatório especializado. MATERIAIS E MÉTODOS: Foi avaliada a assiduidade durante os anos de 2008-2014, das crianças (0-3 anos) atendidas em um ambulatório especializado de fisioterapia motora pediátrica. Feita coleta de dados a partir dos registros de falta e presença da ficha de frequência de atendimentos, preenchida pelo fisioterapeuta responsável pela rotina. A prevalência de faltas foi identificada pelo número de faltas em relação ao total de atendimentos agendados para o período. A amostra dos registros utilizados foi calculada em um mínimo de 63 atendimentos/mês considerando erro amostral de 10%, nível de confiança de 97%, percentual mínimo estimado de faltas de 20%, em um total médio de 400 atendimentos. Análise dos dados no Excel 2008. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP-IFF/Fiocruz nº 09662812.2.0000.5269). RESULTADOS: Não foram observadas interferências sazonais dos índices de assiduidade entre os anos de estudo. Os meses com menor e maior prevalência de faltas apresentaram respectivamente valores de 17,28% em 2009 e de 57,14% em 2010, e por consequência maior e menor adesão ao tratamento ambulatorial. A média anual de faltas do período foi de 37,76% (DP ± 2,31), com mínima de 34,60% e máxima de 40,65%. CONCLUSÃO: As condições de agravos crônicos têm aspecto relevante para a adesão, pela maior dificuldade em seguir o tratamento de forma regular e sistemática. Em relação ao objeto desse estudo, não foram encontradas referências diretas para comparação dos resultados. 236 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-021 - ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO MOTOR DE BEBÊS DE 1 A 12 MESES DE IDADE NO LITORAL DO PARANÁ LUCIANA VIEIRA CASTILHO WEINERT; BRUNA LETÍCIA DOS SANTOS; TAINARA PIONTKOSKI MALDANER; LETÍCIA ANDRES; SUZANE DE OLIVEIRA UFPR; PREFEITURA MUNICIPAL DE PONTAL DO PARANÁ O desenvolvimento motor se refere ao movimento, como um processo contínuo e sequencial, e que está associado à idade. As mudanças que ocorrem durante o primeiro ano de vida são as importantes modificações, pois neste período acontecem os maiores saltos evolutivos. Salienta-se que determinados marcos do desenvolvimento motor só podem ser investigados nesta faixa etária, pois evoluem ou desaparecem com o tempo e o amadurecimento da criança. Os impactos ocasionados por atrasos no desenvolvimento motor infantil têm grande relação com questões de morbidade infantil, desta forma, se considera importante traçar perfis de normalidade do desenvolvimento motor em populações específicas. A realização deste estudo justifica-se pela importância de se conhecer a realidade local, e utilizá-la para embasamento em métodos de diagnóstico e reversão de atrasos no desenvolvimento psicomotor de crianças em uma população específica. Quando se conhece as peculiaridades de uma população, os atrasos podem ser detectados e minimizados precocemente. Assim este projeto tem por objetivo identificar o perfil do desenvolvimento motor de crianças entre 1 e 12 meses de idade no litoral do Paraná, e como objetivos específicos pretende avaliar a presença de características específicas da motricidade nesta faixa etária, como reflexos, reações, padrões de movimento, planos de movimento e habilidades motoras. Este estudo caracterizou-se como analítico observacional transversal e foi aprovado por um comitê de ética em pesquisas (CAAE n.º 21001613.9.0000.0102). Os indivíduos que fizeram parte desta pesquisa foram crianças de ambos os sexos, com idade entre 1 e 12 meses. Como critérios de exclusão definiu-se a presença de patologias ortopédicas ou neurológicas que cursem com alteração no desenvolvimento motor típico, e, a utilização de sondas gástricas ou enterais que dificultem o manuseio durante a avaliação motora. Foram avaliadas 385 crianças segundo a caracterização do desenvolvimento motor proposta por Castilho-Weinert e colaboradores (2010, 2015). Durante a avaliação de uma criança, enfatizou-se a observação das características correspondentes a idade motora esperada (correspondente a cronológica), e, também avaliou-se as características do mês anterior e posterior a esta idade motora. Este procedimento foi realizado por considerar-se que uma criança realiza transição gradual de um mês para outro de idade motora. Os resultados analisados até o momento indicam que amostra avaliada possui o desenvolvimento motor próximo daquele relatado pela literatura recente disponível sobre o assunto. Destas, 88 crianças possuíam defasagem em seu desenvolvimento motor, com atraso de pelo menos um mês na comparação entre as idades motora e cronológica. Conclui-se que é fundamental o acompanhamento periódico do desenvolvimento motor no primeiro ano de vida a fim de caracterizar se tais atrasos são transitórios ou se são devidos a alguma alteração do sistema nervoso central. Como trabalhos futuros, pretende-se realizar correlação dos dados obtidos até o momento com a Idade Gestacional ao nascimento e as notas do Boletim de Apgar. Além disso, pretende-se elaborar um instrumento educativo sobre as fases do desenvolvimento motor, embasado nos dados da população investigada. 237 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-022 - CORRELAÇÃO ENTRE VOLUMES PULMONARES E O ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA DE CRIANÇAS EUTRÓFICAS NA FASE ESCOLAR: ESTUDO PILOTO CAROLINE HEEMANN VIONE; LETÍCIA CORREA DE BARROS; DANNUEY MACHADO CARDOSO; DULCIANE NUNES PAIVA UNISC INTRODUÇÃO: A medida da função pulmonar torna-se importante não apenas como parâmetro clínico, mas também como instrumento de medida do adequado crescimento e desenvolvimento pulmonar infantil havendo, entretanto poucos estudos sobre a interação entre o Índice de Massa Corporal (IMC) e os volumes pulmonares. OBJETIVO: Avaliar possível correlação entre os volumes pulmonares e o IMC de crianças eutróficas hígidas em fase escolar. MATERIAL E MÉTODO: Estudo quase experimental que analisou crianças de ambos os sexos, com idade entre 6 e 9 anos, que não apresentavam doença pulmonar prévia. Utilizado espirômetro portátil (MicroloopCareFusion®, EUA) para obtenção da manobra de Capacidade Vital Forçada (CVF) realizada pré e pós broncodilatador (BD). Foi realizado no mínimo 03 manobras de expiração forçada e no máximo 06 manobras pré e pós BD, seguindo as normas da American ThoracicSociety (ATS, 2007). Para indução da broncodilatação foi utilizado quatro puffs de salbutamol spray (100 mcg/dose). RESULTADOS: Foram avaliadas crianças de ambos os sexos (n=36) com média de IMC de 15,9 ± 1,2Kg/m2, tendo sido observado que o IMC se correlacionou de modo direto, moderado e significativo com o Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo (VEF1) (r= 0,522, p= 0,001) tendo apresentado correlação direta e fraca com a CVF (r= 0,463, p= 0,004). CONCLUSÃO: o presente estudo detectou correlação significante entre os volumes pulmonares avaliados e o IMC em crianças eutróficas, sendo tal resultado preliminar balizador para futura avaliação da correlação entre os volumes pulmonares e a obesidade infantil. 238 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-023 - EFICÁCIA DA EQUOTERAPIA NA FUNÇÃO MOTORA GROSSA E NA INTERAÇÃO SOCIAL DE UMA CRIANÇA COM PARALISIA CEREBRAL: ESTUDO DE CASO. GIOVANA PASCOALI RODOWANSKI; RAFAELA SILVA MOREIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA INTRODUÇÃO: A equoterapia é uma intervenção terapêutica empregada em pacientes com disfunções neuromotoras, favorecendo ganhos motores através da movimentação tridimensional do cavalo e de atividades que possam ser realizadas durante a cavalgada. Crianças com paralisia cerebral podem apresentar alterações motoras e cognitivas que levam a restrições de atividades e participação social para o indivíduo e sua família. Deste modo, acredita-se que a equoterapia possa melhorar a funcionalidade e auxilie na conquista de benefícios sócio-afetivos no tratamento da paralisia cerebral. OBJETIVO: Verificar a eficácia da intervenção de equoterapia na função motora grossa e na interação social na paralisia cerebral. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo de caso do paciente H.L.A.O., seis anos, sexo masculino, diagnosticado com paralisia cerebral do tipo quadriplegia espástica e GMFCS nível V. As sessões de equoterapia eram realizadas por estagiárias de fisioterapia em uma associação de atividades equestres, no sul do país. Ocorriam uma vez por semana, durante 30 minutos. No primeiro e no último encontro foi realizada uma avaliação fisioterapêutica pediátrica considerando o desempenho da criança nos domínios motor grosso, linguagem, motor fino e pessoal-social. O plano de tratamento da equoterapia consistia na aproximação da criança ao animal, atividades lúdicas envolvendo aspectos psicomotores e na despedida do animal. Inicialmente, a criança era estimulada a acariciar o animal. Durante a montaria, eram realizados alongamentos passivos de membros superiores e inferiores, atividades como tocar objetos suspensos acima do paciente, arremessar brinquedos com auxílio, e realizar preensão de uma bola de basquetebol. Em decúbito ventral, no cavalo, eram fornecidos comandos a H.L.A.O., tais como, “olhe para os pássaros”, “olhe para frente” objetivando sustentação de cabeça, além de exercícios de alcance de brinquedos. Em ambas as posições o animal cavalgava em diferentes intensidades e deslocava-se em zigue-zague por cones situados no chão. RESULTADOS: Foram realizadas três sessões de equoterapia com o paciente H.L.A.O. Após a avaliação fisioterapêutica pediátrica observou-se que H.L.A.O. levantava a cabeça ao comando da estagiária, porém não a sustentava. Voltava-se ao barulho e ao chamado, acompanhava objeto além da linha média, alcançava e fazia preensão de brinquedos com auxílio. Após as sessões de equoterapia, foi realizada uma nova avaliação e verificou-se uma sustentação da cabeça em 90°, maior verbalização de sentimentos tais como gritar e sorrir. Observou-se ainda um maior esforço do paciente no alcance de brinquedos e em tarefas de socialização como “dar tchau” e agradecer. CONCLUSÃO: A equoterapia acarretou uma melhora da função motora grossa e na interação social do paciente com paralisia cerebral, tendo em vista os ganhos motores, comportamentais e de comunicação alcançadas. Estes achados realçam a importância da incorporação de outros métodos de intervenção na reabilitação em pediatria e podem contribuir na conquista de melhores resultados no tratamento da paralisia cerebral com o emprego da equoterapia. Para que os resultados possam ser generalizados, faz-se necessário que esta intervenção seja adotada em novos estudos contendo amostras maiores. 239 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-024 - ETCC ASSOCIADA AO TREINO FUNCIONAL DE MEMBROS SUPERIORES SOBRE A ATIVIDADE MUSCULAR EM CRIANÇA COM PARALISIA CEREBRAL HEMIPARÉTICA ESPÁSTICA: RELATO DE CASO CIBELE ALMEIDA SANTOS; RENATA CALHES FRANCO DE MOURA; ROBERTA DELASTA LAZZARI; ARISLANDER JONATHAN LOPES DUMONT; STEFANY BELINA FERREIRA; GISLENE DE JESUS FERNANDES; LARISSA CAROLINE DE FREITAS; ROBÉRIA SANTANA; VERONICA CIMOLIN; CLAUDIA SANTOS OLIVEIRA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO - UNINOVE INTRODUÇÃO: As crianças com hemiparesia têm limitações em sua capacidade de usar o membro superior comprometido e déficits de coordenação bimanual que impacta sobre as atividades diárias. Os prejuízos primários dos membros superiores, como espasticidade, fraqueza muscular e alterações do controle motor, podem dar origem a complicações secundárias osteomusculares, como contraturas e deformidades, resultando em limitações dos movimentos. Variações nos sinais eletromiográficos de crianças podem significar imaturidade do sistema nervoso central, considerando que quanto maior a idade melhor é a precisão das características temporais da ativação muscular. OBJETIVOS: Relatar os efeitos da estimulação transcraniana por corrente contínua associado ao treino funcional de membros superiores sobre a atividade muscular de bíceps e tríceps braquial de uma criança com paralisia cerebral hemiparética espástica. MÉTODOS: Uma criança com paralisia cerebral hemiparética espástica, do gênero masculino, 10 anos de idade. A criança foi recrutada na clínica de fisioterapia de uma Universidade particular na cidade de São Paulo, Brasil. Visando o alcance, foram realizadas dez sessões de treino funcional de membros superiores por um período de 02 semanas, sendo 05 por semana. Cada sessão de treino funcional do membro parético teve duração de 20 minutos. Durante os treinos a criança recebeu estimulação transcraniana por corrente contínua no córtex motor primário no hemisfério cerebral lesionado, com intensidade de 1mA. A avaliação foi realizada em dois momentos, pré e pós o treino funcional. RESULTADO: Foram analisados os valores de RMS (Root Mean Square) da eletromiografia dos músculos bíceps braquial (BB) e tríceps braquial (TB) bilateral nos movimentos de extensão e flexão de cotovelo. Os resultados encontrados na avaliação pré treino para os músculos BB e TB no lado plégico durante a extensão foram 0,05 e 0,014, e de 0,035 e 0,014 durante a flexão. Após o treino os valores para o lado plégico foram de 0,041 e 0,019, e de 0,049 e 0,017 para BB e TB na extensão e flexão respectivamente. Na avaliação do lado não plégico o resultado encontrado no pré treino durante a extensão foram 0,043 e 0,015 para BB e TB, e durante a flexão foi 0,08 e 0,016 para BB e TB. Após o treino os valores foram 0,063 e 0,019, e de 0,105 e 0,018 para BB e TB na extensão e flexão, respectivamente no lado não plégico. Na comparação entre os lados avaliados observa-se que o lado não plégico apresentou valores de RMS superiores quando comparado ao lado plégico, mas ambos tiveram aumento da atividade após os treinos. CONCLUSÃO: Sugere-se que as técnicas utilizadas interferem na atividade muscular dos músculos bíceps e tríceps braquial. 240 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-025 - O EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL DE MEMBRO SUPERIOR NA DESTREZA MANUAL DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL RENATA CALHES FRANCO DE MOURA; CIBELE ALMEIDA SANTOS; ROBERTA DELASTA LAZZARI; STEFANY BELINA FERREIRA; GISLENE DE JESUS FERNANDES; LARISSA CAROLINE DE FREITAS; ROBÉRIA SANTANA; ARISLANDER JONATHAN LOPES DUMONT; LUIZ ALFREDO BRAUN FERREIRA; CLAUDIA SANTOS OLIVEIRA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO - UNINOVE INTRODUÇÃO: As crianças com hemiparesia têm limitações em sua capacidade de usar o membro superior comprometido e déficits de coordenação bimanual que impacta sobre as atividades diárias. A qualidade e o desempenho nas atividades da vida diária são determinados em grande parte pelas funções da mão e pela destreza manual. A destreza manual é avaliada para medir o déficit motor, monitorar sua evolução e medir o grau de recuperação alcançado pelos pacientes. O Teste de Caixa e Blocos (TCB) foi criado para ser um teste pré-vocacional para pessoas com deficiência física. Permite avaliar e medir de forma simples a destreza manual de pacientes com problemas neuromusculares e paralisia cerebral. OBJETIVOS: Realizar uma análise comparativa dos efeitos do treino funcional de membro superior parético, sobre a destreza manual de crianças com paralisia cerebral do tipo hemiparesia espástica, níveis I a II do MACS. MÉTODOS: A amostra foi selecionada por conveniência não randomizada composta por 12 crianças diagnosticadas com PC hemiparesia espástica nível I ou II do MACS, de ambos os gêneros, com idades entre 06 e 13 anos. As crianças foram recrutadas a partir de clínicas de fisioterapia de uma Universidade particular na cidade de São Paulo, Brasil. Dez sessões de fisioterapia foram realizadas por um período de 02 semanas, sendo 05 em cada semana. Cada sessão de treinamento funcional do membro superior parético apresentou duração de 40 minutos. Três estratégias motoras foram treinadas: alcance, extensão do cotovelo e deslocar objetos com manutenção da extensão do cotovelo. RESULTADO: Foi considerado o total de blocos que os participantes conseguiram deslocar no Teste de Caixa e Blocos no tempo de 60 segundos. Os resultados encontrados foram expressos em média e desvio padrão, sendo que na pré intervenção a quantidade de blocos foi 16,3333±12,0403, e após o protocolo de treino de 10 sessões a quantidade foi de 19,5833±13,2353. CONCLUSÃO: Houve uma melhora significativa (p=0,011) na destreza manual do membro superior parético após o treinamento funcional quando comparado ao membro não parético. 241 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-026 - ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA POR CORRENTE CONTÍNUA ASSOCIADA AO TREINO DE MOBILIDADE COM REALIDADE VIRTUAL SOBRE A MOBILIDADE FUNCIONAL DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL ROBERTA DELASTA LAZZARI; CIBELE ALMEIDA SANTOS; STEFANY BELINA FERREIRA; RENATA CALHES FRANCO DE MOURA; ARISLANDER JONATHAN LOPES DUMONT; LUIZ ALFREDO BRAUN FERREIRA; VERONICA CIMOLIN; MANUELA GALLI; FABIANO POLITTI; CLAUDIA SANTOS OLIVEIRA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO – UNINOVE; POLITECNICO DI MILANO INTRODUÇÃO: A alteração no controle postural da criança com PC, altera o desempenho nas atividades de vida diária, O TUG é um instrumento validado e confiável para a avaliação mobilidade funcional para crianças com PC. OBJETIVO: Verificar os efeitos da estimulação transcraniana por corrente contínua no córtex motor primário, associada ao treino mobilidade com realidade virtual sobre a mobilidade funcional de crianças com paralisia cerebral (PC) em uma única sessão. MÉTODOS: A amostra populacional que fez parte deste estudo foi composta de 12 crianças com PC entre 4 e 12 anos de idade. As crianças foram alocadas aleatoriamente em dois grupos Controle e Experimental e avaliadas em dois momentos distintos em uma única sessão (20 minutos pré-intervenção, imediatamente após a intervenção. A avaliação foi constituída da análise do Teste Timed Up e Go(TUG) para avaliação da funcionalidade. RESULTADOS: Os dados foram expressos em média e desvio padrão. No grupo controle a média antes a sessão foi de 14,40+5,79 e após 13,81+5,18, na comparação pré e pós intervenção foi realizado o test t pareado e não houve diferença estatística p=0,279. No grupo experimental a média antes a sessão foi de 15,73+5,77 e após 13,96+5,48, na comparação pré e pós intervenção foi realizado o test t pareado e houve diferença estatística com p=0,004. Na comparação entre grupos após 1 sessão foi realizado o test t não pareado com o Teste de Levene e não houve diferença estatística p=0,853. CONCLUSÃO: Sugere-se que a tDCS interfere na mobilidade funcional em crianças com paralisia cerebral. 242 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-027 - A FREQUÊNCIA NO SERVIÇO DE PUERICULTURA E SUA RELAÇÃO COM A IDADE DOS BEBÊS ACOMPANHADOS POR ESTE ATENDIMENTO TAINARA PIONTKOSKI MALDANER; BRUNA LETÍCIA DOS SANTOS; LETÍCIA ANDRES; LUCIANA VIEIRA CASTILHO-WEINERT UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ; SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE PONTAL DO PARANÁ A puericultura constitui-se de um acompanhamento integral à saúde de crianças e apresenta-se atualmente como um dos pilares da saúde materno infantil do país. Ela analisa o perfeito desenvolvimento físico e mental de crianças de 0 a 5 anos de idade. Para crianças de até 12 meses de vida o acompanhamento é mensal, para as de 12 a 24 meses é bimensal, para as de 24 a 36 é semestral e para as de 36 meses até aos cinco anos é anual. A qualidade da puericultura relaciona-se à participação de uma equipe multidisciplinar, que tem como prioridade a promoção da saúde da criança. O fisioterapeuta é um dos profissionais da área de saúde que contribui com seus conhecimentos a respeito da avaliação e estimulação motora e orientações à familiares e cuidadores das crianças. Esta pesquisa tem como objetivo discutir questões que podem influenciar a adesão de bebês aos atendimentos de puericultura no primeiro ano de vida. Este estudo foi aprovado por um comitê de ética em pesquisas (CAAE n.º 21001613.9.0000.0102). Os participantes foram 385 crianças com idade entre 1 e 12 meses, frequentadoras do serviço de puericultura do município de Pontal do Paraná. Como resultados verificou-se que no primeiro trimestre de vida concentra-se 45,1% da amostra, no segundo trimestre 24,4%, seguidos de 17,4% e 12,9% no terceiro e quarto trimestres, respectivamente. Observou-se que nos primeiros meses de vida a adesão ao serviço de puericultura é grande e com o passar dos meses os pais deixam de levar seus filhos à Unidade de Saúde e ocorre o abandono do acompanhamento. Considera-se que muitos fatores podem estar relacionados a este abandono. Com o término da licença maternidade e consequentemente do período em que a mulher pode proporcionar atenção em tempo integral ao recém-nascido e assim participar da puericultura, a indisponibilidade de horários alternativos para a realização da puericultura, e, as dificuldades de locomoção por condições financeiras ou de acessibilidade da população até a unidade de saúde que abrange uma ampla área territorial. Outra questão é a inexistência de agentes comunitários de saúde que possam realizar a busca das crianças que abandonaram o acompanhamento. A ocorrência de tais situações compromete o acompanhamento do serviço de puericultura com o avançar da idade do bebê. Desta forma, aponta-se a necessidade de sensibilizar a população a respeito da importância da puericultura para a prevenção de agravos e promoção da saúde das crianças. 243 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-028 - INSERÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NO ACOMPANHAMENDO DE PUERICULTURA E SUA IMPORTÂNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO MOTOR DE LACTENTES BRUNA LETÍCIA DOS SANTOS; TAINARA PIONTKOSKI MALDANER; LUCIANA CASTILHO- WEINERT; LETÍCIA ANDRES UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ; SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE PONTAL DO PARANÁ – PR A puericultura tem como prioridade oferecer promoção de saúde a crianças de 0 a 5 anos de idade. No entanto, a qualidade deste serviço está diretamente relacionada com a participação de uma equipe multidisciplinar. Muitos profissionais de saúde podem participar deste acompanhamento. Nesta perspectiva o papel do fisioterapeuta é contribuir com conhecimentos a respeito da avaliação neuropsicomotora, da estimulação motora precoce e da aprendizagem motora, além de orientações às famílias sobre como promover a ocorrência do desenvolvimento motor infantil. A avaliação psicomotora tem como objetivo a detecção precoce de situações de risco e de atraso motor. Já a estimulação precoce visa minimizar e reverter os distúrbios que afetam o desenvolvimento motor típico de uma criança, permitindo que ela atinja todo seu potencial. Quanto mais cedo realizase a intervenção fisioterapêutica, maiores são as chances de prevenir a instalação de padrões posturais e de movimentos anormais. Esta pesquisa tem como objetivo discutir a inserção do fisioterapeuta na equipe multiprofissional de puericultura do município de Pontal do Paraná. A partir de um trabalho de conclusão de curso incorporou-se a atuação do fisioterapeuta ao serviço de puericultura do município, firmando uma parceria entre Universidade e Secretaria Municipal de Saúde a partir do ano de 2013. Atualmente, o serviço continua em vigor, com um fisioterapeuta inserido na equipe multiprofissional de puericultura. Todos os bebês entre 1 e 12 meses de idade são avaliados mensalmente pelo fisioterapeuta, após a consulta de enfermagem e antes da consulta com o médico pediatra. Realiza-se avaliação motora e orientações a mãe ou responsável presente a respeito da estimulação adequada, de acordo com a idade do bebê e de suas necessidades específicas. A equipe multidisciplinar de acompanhamento a saúde da criança encontra-se em constante diálogo, principalmente no que diz respeito aos casos de alteração do desenvolvimento motor, de forma que quando necessário, inicia-se precocemente o atendimento em fisioterapia e os encaminhamentos para consultas neuropediátricas. Ressalta-se a importância do fisioterapeuta integrado à equipe multiprofissional, atuando na promoção da saúde, identificando possíveis alterações no desenvolvimento motor e prevenindo ou minimizando a instalação de alterações neurosensoriomotoras nas crianças atendidas. Trata-se, também, de uma importante medida de redução gastos para o município, partindo do pressuposto de que medidas preventivas dentro da atenção primária são mais efetivas e com menores custos. 244 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-029 - PERFIL DE ESCOLARIDADE MATERNA DOS FREQUENTADORES DO SERVIÇO DE PUERICULTURA DO MUNICÍPIO DE PONTAL DO PARANÁ TAINARA PIONTKOSKI MALDANER; BRUNA LETÍCIA DOS SANTOS; LETÍCIA ANDRES; LUCIANA VIEIRA CASTILHO-WEINERT UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ; SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE PONTAL DO PARANÁ O desenvolvimento motor se dá a partir da interação constante das características individuais e do ambiente em que a criança está inserida. Diversos fatores podem colocar em risco o curso normal do desenvolvimento motor de uma criança. Dentre estes fatores encontra-se o nível educacional precário dos pais. Por esta razão, o impacto desta condição socioeconômica é objeto de inúmeros estudos nas últimas décadas. Este trabalho tem o objetivo de verificar a associação entre o desenvolvimento motor e a escolaridade materna de lactentes frequentadores do serviço de puericultura do município Pontal do Paraná, por meio do mapeamento da escolaridade das famílias atendidas. Este estudo foi aprovado por um comitê de ética em pesquisas (CAAE n.º 21001613.9.0000.0102). Como critérios de inclusão considerou-se as famílias que possuíam filhos com idade entre 1 e 12 meses. Analisou-se os dados de escolaridade materna relacionados a 194 crianças que realizaram puericultura na unidade básica de saúde materno-infantil. Apenas 4,6% concluíram cursos de pós-graduação, 12,3% graduação, 0,5% ensino técnico, 37,6% ensino médio e 19,5% ensino fundamental. Ainda, 17,5% possuíam ensino fundamental incompleto, 0,5% eram analfabetas, e, 14,7% da amostra não responderam. Conclui-se que em relação a escolaridade materna há predomínio de mulheres com ensino médio completo, porém muitas possuem nível de escolaridade e compreensão compatível com dificuldades em entender e responder a perguntas simples, as quais precisaram frequentemente ser reformuladas e explicadas pelo entrevistador. A literatura refere que a escolaridade dos pais esta intimamente ligada à condição socioeconômica dos mesmos, e, consequentemente com o acesso às condições ideais de moradia, saúde e educação, além de influenciar nos hábitos cotidianos da família. Como é consenso que os estímulos ambientais tem papel decisivo no desenvolvimento motor infantil, compreende-se que quanto maior a escolaridade, maior será a taxa de sucesso no processo de desenvolvimento e aprendizagem motora. Diversos estudos apontam que valores baixos para os indicadores de escolaridade aumentam a probabilidade de déficits no desenvolvimento motor de crianças. Desta forma, a continuidade deste estudo pretende correlacionar os dados maternos com a existência de atraso motor entre as crianças participantes. 245 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-030 - AVALIAÇÃO DA DOR NO RECÉM-NASCIDO PREMATURO: UM RELATO DE CASO BRUNA LETICIA DOS SANTOS; NATACHA VERÔNICA BAZANELLA; MARIMAR GORETTI ANDREAZZA MADEIRA; JARBAS MELO FILHO; ARLETE ANA MOTTER UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ; HOSPITAL DE CLINICAS – UFPR Em recém-nascidos (RN), as vias responsáveis pela recepção, transmissão e integração do estímulo doloroso estão formadas, mesmo naqueles nascidos prematuramente. Entretanto, a capacidade de respostas destes indivíduos frente a dor é inespecífica e desorganizada. Devido a impossibilidade de verbalização, ela traduz-se em desconforto físico, psíquico e sofrimento, desencadeando uma resposta global e repercutindo nos sistemas cardiovascular, respiratório, imunológico, hormonal e comportamental (ANAND, 1990; OLIVEIRA et al., 2011). O RN prematuro está exposto a um número elevado de procedimentos dolorosos quando comparado aos nascidos a termo, e geralmente permanece por um tempo prolongado na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). O objetivo do estudo foi avaliar a dor no RN prematuro após os procedimentos convencionais dentro da UTIN. Trata-se de um relato de caso de natureza descritiva, com abordagem quali e quantitativa. O estudo foi desenvolvido com um RN prematuro extremo, do sexo masculino, internado em uma UTIN. Seguiu a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição responsável e autorizado pela responsável do RN mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Verificou-se a frequência dos procedimentos realizados no RN e quais estiveram associados a dor pela avaliação das escalas NIPS e PIPP (LAWRENCE et al., 1993; STEVENS et al., 1996) e incluiu observações quanto à utilização de medidas não farmacológicas pela equipe multiprofissional para conforto e diminuição da dor do RN. As observações e a coleta de dados totalizaram 20 horas, realizadas em dias e períodos alternados, por 5 horas consecutivas: no período da manhã, das 07:00 às 12:00 horas, (1°, 2° e 4° dia) e período da tarde, das 13:00 às 18:00 horas (3°dia). Os dados foram observados a partir da tabulação em planilhas do programa excel, com análise descritiva dos resultados. Observou-se 28 procedimentos durante o período investigação, realizados por 5 profissionais, sendo que o RN pontuou dor em 9 (32%) deles na escala NIPS e em 6 (21%) deles na escala PIPP. Observou-se média de dor no procedimento de cuidados de enfermagem de 6,5 pontos (NIPS) e 30 pontos (PIPP). Os acessos pontuaram 5,5 (NIPS) e 17 (PIPP) pontos. As punções pontuaram em média 5 na NIPS. O procedimento de aspiração pontuou 9 na NIPS e 12 na PIPP, já o round a beira de leito pontuou 5 na NIPS somente. E o transporte do RN pontuou em média 6 pontos na NIPS e 14 na PIPP. Durante o período de pesquisa não foram observadas medidas não-farmacológicas para conforto e diminuição da dor pela equipe multiprofissional. Concluiu-se que o RN Prematuro extremo é submetido e exposto a diversos procedimentos dolorosos e manuseios desconfortáveis na rotina da UTIN. Ressalta-se a importância e necessidade da utilização de medidas não-farmacológicas para a diminuição da dor e conforto do RN, além da conscientização e reconhecimento deste fenômeno pela equipe multiprofissional, que podem contribuir positivamente para a saúde e bem-estar do prematuro. 246 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-031 - UTILIZAÇÃO DA ESTRATÉGIA “ATENÇÃO INTEGRADA ÀS DOENÇAS PREVALENTES NA INFÂNCIA (AIDPI)” NO BRASIL: REVISÃO SISTEMÁTICA VICTORIA GOMES E SILVA ENGELKE; RAFAELA SILVA MOREIRA UFSC INTRODUÇÃO: A AIDPI tem como finalidade proporcionar à criança oportunidades para que tenha um desenvolvimento adequado e reduzir a mortalidade infantil. Trata-se de uma nova abordagem da atenção à saúde na infância, desenvolvida originalmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância e a Adolescência (UNICEF) que permite prevenir e tratar eficazmente as principais doenças e problemas que afetam a saúde nos primeiros anos de vida. OBJETIVO: Examinar e compreender o uso da AIDPI na atenção primária à saúde no Brasil. MATERIAIS E MÉTODOS: Revisão sistemática de estudos publicados nos últimos 15 anos indexados nas bases de dados Google Acadêmico, Lilacs, Pubmed e Scielo, em língua portuguesa. Foram realizados levantamentos bibliográficos usando as seguintes palavras chave: “Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância”; “Atenção Primária à Saúde”; “Desenvolvimento Infantil” e “Fatores de Risco”. Foram incluídos estudos que abordassem a AIDPI e que tivessem como público-alvo crianças, mães e/ou cuidadores. A qualidade dos artigos foi avaliada utilizando a escala STROBE. RESULTADOS: A busca eletrônica identificou 59 artigos nas diferentes bases de dados, destes, somente 8 atenderam aos critérios de elegibilidade. Estabelecida no Brasil desde 1997, a inserção da AIDPI, a princípio, teve como prioridade municípios com índices elevados de óbitos por pneumonia, diarreia, desnutrição, dentre outras doenças evitáveis e que tivessem implantados o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e o Programa de Saúde da Família (PSF). Apesar dos primeiros estados escolhidos no país para implementação da AIDPI serem o Ceará, Pará, Pernambuco e Sergipe, 62,5% dos artigos encontrados foram produzidos em estados da região Sudeste. Os profissionais da área da saúde que mais utilizam o método em atenção primária são médicos (12,5%) e enfermeiros (12,5%), seguidos por outros (12,5%). Nenhum artigo citou o uso da AIDPI por fisioterapeutas. Todos os artigos incluídos no estudo relatam a utilização da AIDPI como uma estratégia eficaz no controle de doenças prevalentes na infância, sendo fundamental para a melhoria das condições de saúde das crianças. A maior parte demonstra que as crianças mais suscetíveis a atraso no desenvolvimento apresentam como fatores de risco serem mães adolescentes, com menos de oitos ano de estudo e mais de três filhos. CONCLUSÃO: Apesar de não existirem muitos estudos sobre o uso da AIDPI no Brasil, a utilização desta estratégia na atenção primária à saúde demonstra efetividade na detecção precoce de atraso do desenvolvimento. A implementação da AIDPI nos estados brasileiros poderia auxiliar na redução dos índices de mortalidade do país. No progresso de modificação das práticas em saúde em nosso país é de extrema importância que todos os profissionais da área da saúde sejam capacitados para proporcionar orientações adequadas às famílias e que considerem a união de fatores biológicos, ambientais, familiares e sociais as quais interferem diretamente no desenvolvimento. Incentivo à INTRODUÇÃO da AIDPI no ensino de graduação e maiores investimentos na saúde poderiam se constituir medidas importantes. 247 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-032 - ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL NO BRASIL: REVISÃO SISTEMÁTICA GABRIELA PERETRO; ALINE LUANA BALLICO; RAFAELA SILVA MOREIRA UFSC INTRODUÇÃO: A fisioterapia dispõe de modalidades visando a prevenção, correção e o alívio de disfunções anatomofisiológicas, com diversas especialidades, sendo uma delas a atuação fisioterapêutica na UTI neonatal (UTIn). As UTI’s neonatais surgiram com o objetivo de garantir e oferecer uma melhor sobrevida aos recém-nascidos, visando uma diminuição da morbimortalidade. Evidências apontam que a implementação da fisioterapia na UTIn, acarreta em uma diminuição no tempo de internação e de custos hospitalares para o Sistema Único de Saúde. Este dado é ainda mais satisfatório quando a presença deste profissional na UTIn é de no mínimo 12 horas ou em período integral, conforme regulamentado pelo Ministério da Saúde. Após 25 anos da inserção do fisioterapeuta na equipe multidisciplinar das UTIns do Brasil, ainda percebe-se uma escassez de profissionais especialistas em neonatologia e também de estudos nesta área. Cada vez mais é reconhecida a importância deste profissional na UTIn, pelo desenvolvimento de práticas que visam a manutenção e a melhora das condições fisiológicas do recém-nascido (RN). OBJETIVOS: Conhecer e examinar a atuação fisioterapêutica nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatais no Brasil. MATERIAIS E MÉTODOS: Revisão sistemática de estudos publicados e indexados nas bases de dados Google Acadêmico, Pubmed, Scielo, Periódico Capes, Pedro, Lilacs e BVS. As palavras-chaves utilizadas foram: ‘UTI neonatal e Fisioterapia’, ‘UTI neonatal e atuação da fisioterapia’. Foram incluídos estudos que abordassem a atuação da fisioterapia na unidade de terapia intensiva neonatal no Brasil, publicados nos últimos 10 anos em língua portuguesa, e disponíveis nas bases de dados pesquisadas. Foram excluídos revisões bibliográficas, relatos de caso, monografias e diretrizes. A avaliação da qualidade dos artigos foi feita utilizando a escala STROBE. RESULTADOS: Foram encontrados 12 artigos sendo selecionados 7 a partir dos critérios de elegibilidade. Todos os artigos (100%) apresentaram efeitos positivos da intervenção fisioterapêutica na UTIn. Dos desfechos analisados 2 artigos (28%) ressaltaram a importância da atuação fisioterapêutica na UTIn com consequente diminuição no tempo de internação e custos hospitalares. Dois estudos (28%) analisaram o desfecho dor em neonatos após a intervenção fisioterapêutica. A fisioterapia respiratória foi a área de maior atuação, verificada em 4 artigos (57%), sendo as técnicas mais utilizadas a vibrocompressão, higiene brônquica e percussão. A fisioterapia motora foi citada em apenas 1 artigo (14%). Três estudos (42%) caracterizaram a amostra, citando dados como peso e idade gestacional. Com base nos artigos selecionados as pesquisas nesta área concentram-se principalmente nas regiões sudeste (42%) e centro-oeste (28%) do país. CONCLUSÃO: A partir da presente revisão foi verificada a importância da presença do fisioterapeuta na UTIn, mostrando ser fundamental para um adequado desenvolvimento dos recém nascidos durante o período de internação. Uma limitação percebida foi a escassez de profissionais especializados em neonatologia para atuar nas UTIns. Apesar de existirem poucos estudos, os artigos selecionados ressaltaram os pontos positivos da atuação fisioterapêutica, demonstrando resultados satisfatórios. Entretanto ainda se faz necessário a realização de estudos futuros que possam direcionar a prática baseada em evidências, caracterizando melhor a amostra e também as condutas adotadas. 248 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-033 - ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA EM CRIANÇAS COM BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA EM UM HOSPITAL PÚBLICO MONICA CHAIM; EDUARDO FILONI; ROBERTO NAVARRO MORALES JUNIOR; ANTONIO OLIVAL FERNANDES; PATRICIA FRANÇÃO UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES INTRODUÇÃO: A Bronquiolite Viral Aguda (BVA), é uma doença inflamatória aguda que acomete as vias aéreas inferiores, afetando crianças com idade inferior a dois anos, com quadro respiratório obstrutivo, podendo variar de acordo com a sua intensidade. O equivalente a 1-3% dos lactantes com BVA são hospitalizados e até 15% necessitam de cuidados na unidade de terapia intensiva pediátrica. A Fisioterapia Respiratória é um tratamento coadjuvante na BVA e age no aumento da clearence mucociliar, facilitando a desobstrução de vias aéreas, a ventilação e a troca gasosa. Não há evidências até o momento que demonstrem que a fisioterapia respiratória traz benefícios aos pacientes nessa situação clínica. OBJETIVO: Avaliar a eficácia da fisioterapia respiratória através de manobras de higiene brônquica, em pacientes com diagnostico de BVA internadas na enfermaria pediátrica de um hospital público. MATERIAIS E MÉTODOS: O estudo foi desenvolvido na Enfermaria Pediátrica do Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch no período de outubro a dezembro de 2011. Os lactente com diagnóstico de Bronquiolite Viral Aguda foram avaliados em dois momentos submetidos a uma sessão de fisioterapia onde foi realizado drenagem postural, vibrocompressão, aceleração do fluxo expiratório (AFE), estímulo da tosse, desobstrução rinofaríngea retrógrada (DRRI) e aspiração nasotraqueal de acordo com a necessidade de cada indivíduo. RESULTADOS: A amostra foi composta por 15 lactentes sendo 10 do sexo masculino e 5 do sexo feminino. Das variáveis estudas o Score de Wood-Downes foi a única que apresentou melhora estatisticamente significante. CONCLUSÃO: houve melhora da gravidade da BVA após a realização da fisioterapia. 249 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-034 - LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DOS ATENDIMENTOS DE NEUROPEDIATRIA NO AMBULATÓRIO DE FISIOTERAPIA DA UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES – CAMPUS VILA LOBOS, SÃO PAULO / SP. LIGIA ASSIS GATTO SILVA MANTOVANI; OSMAR APARECIDO THEODORO JUNIOR; CHRYSTIANNE MELO SETTER; EDUARDO FILONI UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES A fisioterapia pode ser definida, de acordo com Atílio Lopes (2005), como a ciência da saúde que estuda, previne e trata os distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações genéticas, por traumas e por doenças adquiridas. O atendimento de crianças constitui importante área de atuação para a Fisioterapia e é reconhecido na área da saúde, devido aos benefícios proporcionados ao desenvolvimento infantil. A intervenção da Fisioterapia vai ocorrer em condições agudas, traumáticas, infecciosas ou neurológicas, que geram períodos de deficiências que podem ser reduzidos ou ter suas sequelas minimizadas. OBJETIVO: Retratar o perfil epidemiológico dos atendimentos de neuropediatria no ambulatório de fisioterapia da Universidade Mogi das Cruzes – Campus Villa Lobos, São Paulo / SP. MÉTODOS: Foram observados prontuários de pacientes que utilizam atendimento fisioterapêutico em neuropediatria no ambulatório da Universidade Mogi das Cruzes – Campus Villa Lobos, São Paulo / SP durante o período de janeiro a março de 2014, totalizando o número de 36. Os dados tabulados foram: nome, sexo, idade, classificação tônica, diagnóstico clínico, causa, doenças associadas, uso de medicamentos, uso de prótese / órtese / adaptações, tônus, AVD’s, número de sessões, número de faltas, número de faltas justificadas, abandono / desistência / óbito e alta. RESULTADOS: A média de idade dos pacientes atendidos foi de 4,92 (+-3,98), sendo 22 indivíduos do sexo masculino e 14 indivíduos do sexo feminino. Os pacientes foram divididos conforme classificação tônica, diagnóstico clínico, causa, doenças associadas, uso de medicamentos, uso de prótese/órtese/adaptações, Tipo de tônus, AVD’s, abandono/desistência/óbito e alta. Também foram Tabulados número de sessões, número de faltas e número de faltas justificadas. CONCLUSÃO: Conclui-se que o perfil epidemiológico das crianças caracterizou-se por pacientes do sexo masculino com média de idade de 4,92 anos. A classificação tônica de maior incidência foi a de pacientes espásticos e o diagnóstico clínico com maior prevalência foi o de paralisia cerebral diparética, com causas pósnatais. A doença associada mais apresentada foi o refluxo gastroesofágico e o medicamento mais utilizado foi o anticonvulsionante. A órtese mais utilizada é a goteira anti-equina associada com a cadeira de rodas. Notou-se também que a grande maioria dos pacientes são totalmente dependentes de seus cuidadores. 250 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-035 - AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO INSURE EM NEONATOS CARLA REGINA MOREIRA CAMARGO; CINTIA TEIXEIRA ROSSATO MORA; CHRISTIANE RIEDI DANIEL; MÔNICA GIMENES DE CASTRO COUTINHO HOSPITAL MINISTRO COSTA CAVALCANTI; UNICENTRO INTRODUÇÃO: A síndrome do desconforto respiratório (SDR) é causada primariamente pela deficiência de surfactante ao nascimento, associada a uma imaturidade estrutural pulmonar, cuja estratégia mais eficaz para diminuir a mortalidade é a administração de surfactante exógeno. O INSURE (Intubar, Surfactar e Extubar) é um dos procedimentos utilizados para evitar a necessidade da ventilação mecânica, minimizando seus efeitos deletérios. OBJETIVO: Analisar os fatores que interferem no desempenho do INSURE em prematuros. MATERIAL E MÉTODO: Foram incluídos prontuários analisados por meio eletrônico, no período de janeiro de 2012 à dezembro de 2014. Para avaliar o desempenho foram registrados: idade gestacional, peso e apgar no 1º e 5º minuto de nascimento. RESULTADOS: Foram avaliados 228 prontuários, sendo excluídos seis, por não apresentarem dados completos, portanto, a amostra foi constituída de 222 prontuários. A média da idade gestacional foi de 32,86 ± 2,21 semanas, peso de 1936,80 ± 520,83 gramas, apgar no 1º minuto de 7,21±1,83 e no 5º minuto 8,47±1,22. Destes recémnascidos, 200 (90,13%) obtiveram sucesso e 22 (9,87%) insucesso no INSURE. Observou-se que a idade gestacional (p=0,71), peso ao nascer (p=0,87), apgar no 1º minuto (p=0,26) e 5º minuto (p=0,08) não apresentaram diferenças estatisticamente significante em relação ao desfecho do INSURE. CONCLUSÃO: A partir destes prontuários não foi identificado diferença estatística em relação ao desempenho do INSURE e as variáveis analisados. 251 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-036 - A IDADE GESTACIONAL E O PESO AO NASCER NÃO IMPACTAM NO DESEMPENHO DO INSURE CINTIA TEIXEIRA ROSSATO MORA; CHRISTIANE RIEDI DANIEL; CARLA REGINA MOREIRA CAMARGO; MÔNICA GIMENES DE CASTRO COUTINHO HOSPITAL MINISTRO COSTA CAVALCANTI; UNICENTRO INTRODUÇÃO: O INSURE (Intubar, Surfactar e Extubar) é umas das estratégias utilizadas para diminuir as complicações associadas á síndrome do desconforto respiratório (SDR) no recém-nascido (RN) que é consequência da deficiência do surfactante alveolar associada à imaturidade estrutural dos pulmões e tentar evitar a manutenção do suporte ventilatório invasivo Destaca-se que tanto a incidência como a gravidade da doença relacionam-se diretamente com o grau da prematuridade. OBJETIVO: Analisar se a idade gestacional e peso ao nascer impactam no desempenho do INSURE. MATERIAL E MÉTODO: O registro dos dados foi realizado a partir de prontuários eletrônicos, no período de janeiro de 2012 à dezembro de 2014. Para avaliar o desempenho do INSURE a idade gestacional foi categorizada em: prematuro extremo (24-30 semanas), moderada (31-36 semanas) e limítrofe (37-38 semanas) e o peso ao nascer em: extremamente baixo peso (<1000 gramas), muito baixo peso (1500 gramas) e baixo peso (<2500). RESULTADOS: Para esta análise identificaram-se 222 prontuários, destes, 90,09% (200) apresentaram sucesso no INSURE, em relação à categorização da prematuridade, identificou-se que no prematuro extremo o sucesso foi em 87% (28), moderada 90% (163) e na limítrofe 100% (9), sem diferença significativa. Ao analisar o peso de nascimento, observou-se que os neonatos classificados como extremamente baixo peso 67% (4) obtiveram sucesso, muito baixo peso 89% (39) e baixo peso 91% (157), também sem diferença estatística (p=0,13). CONCLUSÃO: Apesar do INSURE apresentar um melhor desempenho quanto maior a idade gestacional e o peso ao nascer, esta relação não foi estatisticamente significativa. 252 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-037 - AVALIAÇÃO DA HABILIDADE DO SENTAR EM CRIANÇAS A TERMO KARINE DIEHL PINHEIRO; ELOÁ MARIA SANTOS CHIQUETTI UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA - UNIPAMPA INTRODUÇÃO: O desenvolvimento da criança se expressa através de seus atos motores e/ou comportamentos, partindo de simples reflexos até o controle voluntário e consciente de movimentos, seguindo uma sequência progressiva de estruturação do sistema nervoso. Diante disso, o desenvolvimento motor é considerado como um processo contínuo, sequencial e multifatorial. No entanto, sabemos que a aquisição de habilidades motoras ocorre de forma mais rápida ainda no primeiro ano de vida, pois é um período de grande plasticidade neural, possibilitando a otimização do desenvolvimento. Dentre essas aquisições está o sentar, que se dá por volta dos seis meses de idade. Esta é uma habilidade de sustentação muito importante, pois precede uma habilidade locomotora, o engatinhar. A avaliação motora torna-se um importante instrumento que favorece o conhecimento de dados relacionados ao desenvolvimento motor da criança e sugere estratégias de integração de atividades relacionadas às necessidades específicas de cada uma delas. OBJETIVOS: detectar eventual atraso no desenvolvimento motor de crianças a termo de seis e sete meses de idade na aquisição da postura do sentar independente. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de estudo observacional e descritivo, cujos participantes foram selecionados a partir de uma amostra de 267 crianças avaliadas em um projeto de extensão universitária, realizado por acadêmicos do curso de Fisioterapia. Foram selecionadas 44 crianças a termo de ambos os sexos na faixa etária de seis e sete meses de idade. O instrumento de avaliação utilizado foi a escala motora infantil de Alberta (AIMS), que apresenta caráter observacional baseada na movimentação espontânea do bebê, composta por 58 itens divididos em quatro subescalas: prono (21 itens), supino (9 itens), sentada (12 itens) e em pé (16 itens), considerando comportamentos do mais simples ao mais complexo. Quanto mais elevada a pontuação, melhor o desenvolvimento da criança de acordo com sua idade. O manual de aplicação da AIMS fornece uma tabela normativa que permite classificar o desenvolvimento da criança, conforme o escore, em três níveis: normal ou típico, suspeito, ou atrasado. Dos 12 itens da postura sentada, o sentar independente é demonstrado a partir da 6ª postura, portanto, as crianças com idade de 6 a 7 meses que não apresentavam essa postura foram consideradas com atraso para essa habilidade. RESULTADOS: Das 44 crianças avaliadas 12 apresentaram atraso na aquisição da postura do sentar independente. Ao analisar os resultados do desenvolvimento motor dessas crianças, de acordo com a classificação na escala AIMS, seis crianças (50%) apresentaram desenvolvimento motor atrasado, ou seja, percentil menor que 5% da normativa da AIMS; quatro crianças (33%) apresentaram suspeita de atraso no desenvolvimento motor (percentil entre 5 e 25%), e duas crianças apresentam desenvolvimento típico. CONCLUSÃO: Os resultados encontrados neste estudo entre a habilidade de sentar com as outras aquisições do desenvolvimento motor avaliadas pela AIMS revela que a postura sentada se reflete na evolução das habilidades motoras como um todo. 253 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-038 - COMPARAÇÃO DA AVALIAÇÃO NEUROMOTORA EM PRÉ-ESCOLARES DE INSTITUIÇÃO PÚBLICA E PRIVADA TEREZA CRISTINA CARBONARI DE FARIA; JULIANA BASSALOBRE CARVALHO BORGES; LIGIA SOUSA; JOSIE RESENDE TORRES DA SILVA; JÚLIA RIZO PARISI; ANDREIA MARIA SILVA; LUCIANA MARIA REIS; CAROLINA KOSOUR UNIFAL-MG INTRODUÇÃO: O domínio progressivo das habilidades motoras básicas como andar, correr, saltar, agarrar apresentam sequência definida e sofrem influência tanto dos fatores internos como do ambiente. Dentre os ambientes que as crianças frequentam, o sistema escolar se caracteriza como um espaço muito influente por representar um local que deve prover estímulos e cuidados para o bom desenvolvimento global. Entretanto, fatores como níveis socioeconômico e culturais baixos e a quantidade insatisfatória do número de cuidadores são apontados como principais fatores de riscos para um atraso no desenvolvimento de habilidades motoras em crianças que frequentam creches. OBJETIVO: O objetivo desta pesquisa foi avaliar o desenvolvimento neuromotor em crianças de três a seis anos, de uma Escola Privada e de uma Creche. MATERIAL E MÉTODOS: Foram avaliadas 80 crianças, sendo 40 crianças de cada instituição. Foi aplicado um protocolo de avaliação baseado no Exame Neurológico Evolutivo do autor Lefèvre, que avaliou o Equilíbrio, Coordenação, Persistência Motora e Sensibilidade. Resultados: Aos três anos, pôde-se observar que o equilíbrio estático teve pontuação máxima entre as escolas avaliadas. Quanto ao equilíbrio dinâmico e coordenação apendicular, mais crianças da escola privada apresentaram pontuação máxima, com diferença significante entre as escolas. Aos quatro anos, todas as avaliações mostraram maiores pontuações em crianças de escola privada, porém, apenas a coordenação apendicular e a persistência motora mostraram diferença significante entre as escolas. Aos cinco anos, não foi possível observar diferença significante entre as escolas. Aos seis anos, apenas a avaliação de equilíbrio dinâmico mostrou diferença significante entre grupos, sendo que as crianças de creche apresentaram maior pontuação. CONCLUSÃO: Conclui-se que não houve diferença significante na comparação do desenvolvimento neuromotor em crianças da instituição privada e da creche nas pontuações globais da avaliação. Apenas observou-se diferenças significantes em algumas habilidades avaliadas o que não apontou prejuízos no desenvolvimento dos grupos de crianças avaliadas. 254 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-039 - EFEITOS DA REABILITAÇÃO VIRTUAL EM INDIVÍDUOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL ANGÉLICA PONTES DA SILVA; LEONARDO CESAR CARVALHO; PAULO ALEXANDRE BRESSAN; LIGIA SOUSA; JULIANA BASSALOBRE CARVALHO BORGES; LEANDRA CARVALHO NOGUEIRA; FERNANDO AUGUSTO SCARANELLI VINCE; SAANE RIOS; TEREZA CRISTINA CARBONARI DE FARIA UNIFAL-MG INTRODUÇÃO: A deficiência mental (DM) é segundo a American Association of Mental Retardation uma condição deficitária, que envolve habilidades intelectuais, comportamento adaptativo, participação comunitária, interações e papéis sociais entre outras. Nos últimos anos, a área de saúde vem sendo impulsionada pelas novas tecnologias integradas aos procedimentos clínicos, com destaque a utilização de recursos virtuais. Na reabilitação esses recursos são vistos como promissores nos processos de recuperação de pacientes com diversos tipos de deficiências. Indivíduos com deficiência intelectual apresentam nível de atividade física diminuída o que leva, em muitos casos, ao sedentarismo, a obesidade e aumento de doenças cardiovasculares. OBJETIVOS: O objetivo do presente estudo foi analisar os efeitos da reabilitação virtual em indivíduos com deficiência intelectual. MATERIAL E MÉTODOS: Foi realizado estudo clínico, quase experimental (pré e pós) em 13 pacientes de ambos os sexos com média de idade 25,38 ±10,43 anos com DM, alunos de um instituto de artes para realização de terapia com uso da Realidade Virtual (RV). A avaliação, inicial e final, constou: pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), frequência cardíaca (FC), Pressão Inspiratória máxima (PImáx.), Pressão Expiratória máxima (PEmáx.), Pico de Fluxo Expiratório (PFE). Foi também realizado teste de equilíbrio dinâmico Timed Up and Go. Após a avaliação os sujeitos realizaram 10 sessões de reabilitação virtual utilizando os jogos do Wii Fit Plus, duas vezes por semana por 30 minutos cada sessão. Foram utilizados testes de normalidade para verificação dos dados (Shapiro- Wilk), devido o n ser menor que 30. Após utilizou-se o teste T Pareado. Adotou-se nível de significância de 5%. RESULTADOS: Observou-se na Pressão arterial sistólica e diastólica inicial e final: PAS 111,61± 6,87mmHg; 110,00±7,07mmHg, (p = 0,010) PAD 75,23±11,79mmHg; 76,92±10,31;(p= ,156). Frequência cardíaca FC inicial e final: 86,84±12,10 bpm; 78,00±11,95bpm (p= 0,414). Nas variáveis respiratórias, os valores médios, inicial e final respectivamente foram: PImax 21,84 ±16,94 cmH20; 45,53 ±29,32 cmH2O (p=0,001); PEmax 41,53 ±16,29, cmH2; 67,69±24,08 cmH20 (p=0,018); PFE 192,30 ±66,85 L/min; 274,61 ±86,68 L/min (p=0,001). Quanto ao teste de equilíbrio Timed Up and Go inicial e final TUG: 9,000segundos, 6,50 segundos (p=0,006). CONCLUSÕES: O trabalho realizado através da reabilitação virtual em indivíduos com deficiência intelectual apontou efeitos benéficos nessa população estudada mostrando melhora após o programa realizado nos valores obtidos na avaliação cardiorrespiratória (com exceção da PAD e FC) e no equilíbrio dinâmico pelo TUG. Tais resultados refletem a importância da utilização de novos recursos como a RV e de pesquisas contínuas nessa área promissora da reabilitação. 255 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-040 - CONTROLE CERVICAL NA PARALISIA CEREBRAL: UM DESAFIO? PATRÍCIA PINHEIRO SOUZA; ALINE MARTINS TOLEDO HOSPITAL DA CRIANÇA DE BRASÍLIA; UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA INTRODUÇÃO: O déficit no controle postural é uma das marcas registradas de deficiência em crianças com paralisia cerebral. A estabilização de cabeça é uma das principais metas para o controle postural, sendo importante para a visão. Promove estabilidade para olhar e estabilidade da imagem na retina, facilitando o processamento da informação visual. Também é essencial para o controle postural dinâmico eficaz em movimentos do corpo inteiro. Uma vez que serve como base para a orientação inercial para a postura e para o controle motor a partir das referências visuais e vestibulares. O desenvolvimento da estabilidade cabeça tem recebido pouca atenção dos pesquisadores de controle postural. Pouco se sabe sobre o processo de desenvolvimento do movimento da cabeça na criança com paralisia cerebral. OBJETIVO: Verificar quais os métodos de avaliação e quais as técnicas terapêuticas utilizadas para avaliar e tratar o controle cervical de crianças com paralisia cerebral. MATERIAIS E MÉTODOS: As fontes de dados foram baseadas em publicações médicas revisadas entre os anos de 2000 e 2014, e livros relevantes, obtidas a partir de busca feita no Pubmed e base de dados MEDLINE, utilizando descritores cerebral palsy/head control/head stability. RESULTADOS: Foi encontrada apenas uma referência que fizesse intervenção para melhorar o controle cervical, datada de 1981, com recursos tecnológicos limitados, devido ao momento em que o estudo foi realizado. E mesmo que de forma subjetiva, foi observado melhor controle cervical após sessões de estimulação motora. Os outros estudos apresentam métodos de avaliação, quantitativa e/ou qualitativa do controle cervical em crianças com paralisia cerebral. CONCLUSÕES: O presente estudo mostrou que existem poucas pesquisas relacionadas ao desenvolvimento do controle cefálico em crianças com paralisia cerebral. Em crianças com severo comprometimento motor e funcional o controle cefálico deve ser priorizado, já que é um precursor necessário para outras aquisições motoras e posturais. Posturas adequadas são essenciais na promoção de movimentos voluntários, contudo ainda não existem métodos quantitativos para avaliar o controle cefálico dessas crianças. São necessários ensaios clínicos bem estruturados para permitir reprodutibilidade da melhor forma de avaliar e tratar. 256 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-041 - APLICAÇÃO DA KINESIO TAPING PARA ALÍVIO DE SINTOMAS VASCULARES EM PACIENTES COM DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE: RELATO DE CASO LIGIA SOUSA; TACIANE NARESSI ZAMBINATTI; GABRIELA ANDRADE VIEIRA; ANÁLIA CRISTINA XAVIER DE OLIVEIRA; JULIANA BASSALOBRE CARVALHO BORGES; TEREZA CRISTINA CARBONARI DE FARIA UNIFAL-MG INTRODUÇÃO: Os comprometimentos motores presentes em pacientes com Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) podem envolver uma série de fatores que levam a alterações vasculares, resultando em edema e sintomas vasculares em membros inferiores. A Kinesio Taping é uma técnica de bandagem que normaliza a função muscular e aumenta o fluxo linfático, melhorando os sintomas vasculares. OBJETIVO: Avaliar os efeitos do linfotaping na melhora de sintomas vasculares em pacientes com DMD. MATERIAL E MÉTODOS: estudo de caso de dois pacientes com DMD, idade de 10 e 15 anos, sexo masculino, cadeirantes, com queixas relacionadas a sintomas vasculares. O programa de tratamento foi composto pela aplicação de Kinesio Taping, na região posterior da panturrilha pela técnica FanTape. O tratamento totalizou duas semanas, com três trocas de faixas por semana. Os pacientes foram questionados sobre sintomas vasculares: (1)aperto, (2)peso, (3)dureza, (4)dolorimento, (5)desconforto, (6)calor, (7)volume, (8)formigamento, (9)fraqueza e (10)entorpecimento pela Escala Numérica, câimbras. Foi realizada a perimetria de membros inferiores direito e esquerdo na região de panturrilha por marcação inicial na tuberosidade da tíbia e demarcados pontos abaixo a cada cinco centímetros. Para avaliar o pé, foi realizada a medida sobre as articulações metatarsofalangeanas. Para análise dos dados foi utilizada a porcentagem de melhora. Os resultados negativos significam a porcentagem de redução dos sintomas conseguida com o uso da Kinesio Taping, já aqueles com resultado positivo significa que houve aumento dos sintomas ou da perimetria. RESULTADOS: para paciente I reduziu 80% a sensação de peso, 57% dor, 80% dolorimento, 57% desconforto e 66% formigamento. A câimbra ocorria duas vezes ao dia, reduzindo para nenhum episódio nos dias durante o tratamento. Para paciente II, houve melhora de 100% para dor, dolorimento e formigamento e 66% para desconforto. Paciente II relatou, antes do tratamento, câimbra uma vez ao dia, apresentando apenas um episódio durante todos os dias de tratamento. Houve redução pouco evidente da perimetria. CONCLUSÕES: A aplicação da Kinesio Taping mostrou-se eficaz na redução de sintomas vasculares, porém sugere-se tratamento permanente visando a manutenção e melhora de desconfortos vasculares. 257 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-042 - AVALIAÇÃO E TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO EM MIOPATIA: ESTUDO DA QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE JULIANA BASSALOBRE CARVALHO BORGES; GABRIELA ANDRADE VIEIRA; ANÁLIA CRISTINA XAVIER DE OLIVEIRA; TACIANE NARESSI ZAMBINATTI; TEREZA CRISTINA CARBONARI DE FARIA; LIGIA SOUSA UNIFAL-MG INTRODUÇÃO: As doenças neuromusculares conduzem ao comprometimento progressivo da função pulmonar e motora, acarretando prejuízo na qualidade de vida (QV). OBJETIVO: Avaliar a percepção de qualidade de vida em crianças com Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) e comparar com crianças controle, sem a distrofia e de idade correlatas. MATERIAL E MÉTODOS: Foram investigados quatro meninos entre 9 e 15 anos com DMD e quatro indivíduos controle do mesmo sexo, faixa etária e IMC, no período de abril a julho de 2013. A QV foi avaliada por meio do instrumento AUQEI - Autoquestionnaire Qualité de Vie Enfant Imagé, na sua versão traduzida e validada para a língua portuguesa. O questionário é baseado no ponto de vista da satisfação da criança, composto de 26 questões que exploram relações familiares, sociais, atividades, saúde, funções corporais e separação. Dezoito questões estão contidas em quatro fatores ou dimensões: função, família, lazer e autonomia. Para análise estatística foi utilizado o teste de Kolmogorov Smirnov para testar a normalidade, seguido de teste t pareado, adotou-se nível de significância de 5%. RESULTADOS: Quanto ao IMC no grupo de DMD observou-se 1 paciente classificado em eutrófico e três obesos. O escore médio total da QV foi 53,0 pontos (±7,65), considerando ponto de corte 48 encontrou-se 75% com qualidade de vida positiva e 25% com QV prejudicada (1 criança com 43 pontos). O domínio lazer apresentou o maior valor e autonomia, a menor percepção de qualidade de vida. Nas crianças consideradas controle, em relação ao IMC observou-se, 1 eutrófico e três obesos. O escore médio total da QV foi 55,0 pontos (±2,45), todos apresentaram QV positiva. Os domínios lazer e autonomia tiveram resultados iguais ao do grupo com DMD. Na comparação entre a percepção da qualidade de vida das crianças com e sem DMD observou-se resultado não significante, tanto no escore total como para os domínios (p>0,05). CONCLUSÃO: Os achados do presente estudo mostram que a QV das crianças foi considerada positiva, sendo somente uma criança com DMD considerada QV prejudicada e é melhor no domínio lazer. Não foi observada diferença na percepção da QV entre os grupos, apontando que mesmo as crianças com comprometimento motor importante, não se sentem prejudicadas em relação a isso. O presente estudo apresenta-se em andamento com intuito de aumentar a amostra e apontar novos resultados. 258 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-043 - A CONTRIBUIÇÃO DA FISIOTERAPIA NAS ORIENTAÇÕES DOS RECURSOS DE ALINHAMENTO E ESTABILIDADE POSTURAL PARA AS CRIANÇAS PARTICIPANTES DO PROJETO DE EXTENSÃO MAIS INCLUSÃO JANAINA REAL DE MORAES; CAMILA DE MELO; TATIANE SCHLICHTING FURB INTRODUÇÃO: Com o objetivo de facilitar o processo de inclusão educacional das crianças e adolescentes com deficiência, foi criado em abril de 2014 e aprovado no edital PROPEX 07/2014, o Programa Incluir, que é um projeto de extensão do Curso de Fisioterapia da Universidade Regional de Blumenau (Furb), que ocorre em parceria com a Secretaria de Educação do município de Gaspar/SC. O Programa é composto por dois projetos: o Formação de Professores e o Mais Inclusão. O Projeto Mais Inclusão acontece nos Centros de Desenvolvimento Infantil (CDI’s) e nas escolas do município de Gaspar/SC, leva a fisioterapia, por meio de seus acadêmicos e professores, para auxiliar no processo de inclusão educacional das crianças e adolescentes com deficiência. OBJETIVOS: Identificar a contribuição da fisioterapia nas orientações dos recursos de alinhamento e estabilidade postural para as crianças matriculadas nos CDI’s do município de Gaspar, participantes Projeto de extensão Mais Inclusão. MATERIAIS E MÉTODOS: como material para coleta de dados elaboramos uma matriz instrumental que foi desenvolvida para extrair dos relatórios de orientações fornecidos aos CDIs, somente as relacionadas ao alinhamento e estabilidade postural de cada criança participante do projeto no ano de 2014. Estes relatórios de orientações foram formulados a partir da avaliação fisioterapêutica das crianças com deficiência incluídas nos CDIs. As avaliações ocorreram durante as visitas aos CDIs, onde participavam a professora coordenadora dos Projetos e as acadêmicas voluntárias. RESULTADOS: No ano de 2014 foram avaliadas 10 crianças com deficiência e todas receberam orientações para alinhamento e estabilidade postural, dentre essas: 9 crianças foram orientadas quanto ao posicionamento na posição sentada, com joelhos, quadril e tornozelos a 90 graus com a distribuição do peso em ambos os lados evitando que a coluna ficasse hipercifótica ; 3 crianças orientadas a sentar de lado (sidesitting); 3 crianças orientadas a utilizarem um cinto para estabilidade na cadeira de rodas; 4 crianças orientadas a utilizarem a calça de posicionamento; 2 a ficarem com faixa em 8 em membros inferiores a fim de evitas abdução excessiva; 2 crianças orientadas a realização de decúbito lateral para ambos os lados para estimular a simetria corporal e 2 crianças a quando fosse necessário ficar no colo, que fosse em uma postura de “cadeirinha” que estimule o controle de cabeça e tronco, voltado para o ambiente. CONCLUSÃO: Concluímos que através de orientações simples e fáceis de serem executadas é possível melhorar o alinhamento e estabilidade postural das crianças com deficiência e assim contribuir para o processo de inclusão. 259 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-044 - MASSAGEM SHANTALA: INCLUINDO A FAMÍLIA NO CUIDADO DE SEUS BEBÊS RAFAELA SILVA MOREIRA; JORDANA FELTRIN; LARISSA DE SOUZA; KETLYN GERMANN HENDLER; MARIA LUIZA SILVA CRUZ UFSC INTRODUÇÃO: A Shantala é uma massagem originária do sul da Índia que compõe-se da realização de uma série de movimentos por todo o corpo do bebê. É considerada uma arte tradicional, na qual o toque transmite amor e ternura ao bebê, relembra o mundo vivenciado no útero materno e desenvolve o vínculo entre a mãe e o filho. Pesquisas sugerem que Shantala, enquanto toque terapêutico, proporciona a estimulação cutânea e melhora o desenvolvimento neuropsicomotor da criança. O toque estimularia a pele, que, por sua vez, produziria enzimas necessárias à síntese protéica. Ocorre também a produção de substâncias que ativam a diferenciação de linfócitos T, responsáveis pela imunidade celular. Ainda em termos biológicos, a massagem diminuiria os níveis das catecolaminas (epinefrina, norepinefrina e cortisol) e ativaria a produção de endorfinas, neurotransmissores responsáveis pelas sensações de alegria e de bem-estar. Como conseqüência, a criança relaxa, o sono fica mais tranquilo e mais resistente a barulhos externos, a amamentação é facilitada e a ocorrência de cólicas diminui. OBJETIVOS: Considerando os benefícios da Shantala este estudo tem como objetivo instruir e facilitar o aprendizado e desenvolvimento da técnica Shantala por mães ou cuidadores, e investigar as implicações da massagem no comportamento e na saúde física do bebê, além das repercussões e benefícios no vínculo mãe-criança. MATERIAL E MÉTODOS: O presente estudo é um relato de experiência de um projeto de extensão sobre a massagem Shantala. O projeto foi conduzido nas principais Estratégias em Saúde da Família de um município de Santa Catarina. As atividades de massagem em bebês foram realizadas 1 vez por semana com duração 45 minutos, tendo como público alvo mães/cuidadoras de bebês na faixa etária de 3 a 12 meses. Estudantes de fisioterapia, devidamente treinados para aplicação da técnica, eram instrutores que ensinavam a Shantala aos pais/cuidadores. Os encontros consistiam de explicação sobre a massagem e seus benefícios, a aplicação da técnica nas diferentes partes do corpo e para finalizar uma explicação sobre banho de balde. RESULTADOS: A aplicação da massagem ocorreu em 8 unidades básicas de saúde do município. Houveram 24 mães inscritas e destas apenas 5 mães concluíram a aprendizagem da Shantala. Em média foram necessárias 3 sessões para um completo aprendizado da técnica pelos pais. Segundo relatos dos pais, após a Shantala as crianças passaram a dormir melhor, ficaram menos agitadas e houve uma ligação maior entre mãe e filho. Os discentes do curso de Fisioterapia tiveram a oportunidade de interagir com crianças e seus pais, o que contribui para a melhora das suas habilidades durante o atendimento na área de pediatria. A comunidade teve acesso a uma atividade gratuita e diferenciada para seus filhos. CONCLUSÃO: A principal dificuldade enfrentada pelo projeto foi a pequena adesão das mães o que limitou a obtenção de maiores resultados. Apesar disso o projeto conseguiu alcançar boa parte dos objetivos propostos e contribuiu para uma maior aproximação entre universidade e comunidade, além de ampliar os conhecimentos adquiridos pelos discentes envolvidos. 260 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-045 - RELAÇÃO ENTRE QUALIDADE DE VIDA, ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E SEXO EM CRIANÇAS DE ESCOLAS PÚBLICAS NA CIDADE DE ALFENAS/MG. BRUNO HAISLAN FERREIRA; FLÁVIA APARECIDA DE LIMA; MARIANA FULANETTI COSTA; ISADORA VICTORINO DA SILVA AMATTO; DENISE HOLLANDA IUNES; CARMÉLIA BOMFIM JACÓ ROCHA; TEREZA CRISTINA CARBONARI DE FARIA; LIGIA DE SOUZA; SEBASTIÃO MARCOS RIBEIRO DE CARVALHO; JULIANA BASSALOBRE CARVALHO BORGES UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS, UNIFAL-MG; UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA, UNESP INTRODUÇÃO: O estilo de vida está intimamente associado à saúde e a qualidade de vida (QV) das pessoas em todas as idades. Nas últimas décadas, o interesse por pesquisas que envolvem QV tem progredido substancialmente, contudo, em crianças e adolescentes ainda é escasso e a faixa etária menos estudada diz respeito às idades entre seis e 12 anos. OBJETIVOS: determinar a percepção de QV em crianças de escolas públicas na cidade de Alfenas, MG. Além de verificar a relação entre os escores de QV com índice de massa corporal e sexo. MATERIAL E MÉTODOS: realizado estudo transversal em crianças de duas escolas públicas na cidade de Alfenas/MG. Trabalho aprovado pelo Comitê de Ética. Investigadas 299 crianças entre seis e 11 anos (média 8,8 ±1,2 anos), de maio de 2013 a agosto de 2014. Todas as crianças foram submetidas à avaliação por protocolo que constava: dados pessoais, perguntas sobre hábitos de vida, antropometria (massa corporal, altura e IMC) e avaliação da QV. A QV foi avaliada por meio do instrumento AUQEI - Autoquestionnaire Qualité de Vie Enfant Imagé, na sua versão traduzida e validade para a língua portuguesa. RESULTADOS: dentre as 299 crianças avaliadas, 45,2% do sexo masculino e 54,8% feminino. Observouse 68,2% de crianças eutróficas e 31,7% acima do peso (21,7% sobrepeso e 10,0% obesidade). O escore médio total da QV foi 51,0 ± 6,0 pontos, considerando ponto de corte 48, 72,2% das crianças apresentaram QV positiva e 27,8% prejudicada. Na comparação entre o escore para QV positiva e prejudicada segundo o sexo (feminino e masculino) e a classificação do IMC (eutrófico, sobrepeso e obeso) o resultado foi não significante (p>0,05). Considerando a amostra total de crianças, o domínio lazer apresentou o maior valor e autonomia, a menor percepção de QV. Na comparação dos escores de QV com o sexo masculino e feminino, observou-se resultado não significante (p>0,05). Quando se comparou os escores de QV entre o sexo, dentro de cada classificação do IMC (eutrófico, sobrepeso e obeso), observou-se resultado significante: em sobrepeso, melhor QV no domínio função (p=0,023) para o sexo feminino e em obeso, melhor QV em função (p=0,011) e em lazer (p=0,012) para o sexo feminino. CONCLUSÕES: Os achados do estudo mostram que a QV das crianças foi considerada na maioria como positiva e melhor em lazer. O sexo e a classificação do IMC, não apresentam associação com a QV quando considerada a amostra total. No estudo da QV segundo a classificação das crianças pelo IMC, observou-se associação do sexo, as crianças do sexo feminino com excesso de peso têm melhor QV em função e lazer quando comparadas com o sexo masculino. 261 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-046 - TREINAMENTO MUSCULAR RESPIRATÓRIO EM PACIENTES COM DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE: ENSAIO CLÍNICO DE GRUPO ÚNICO GABRIELA DE ANDRADE VIEIRA; LARISSA PEROSSI NASCIMENTO; ANA LAURA MARTINS DE ANDRADE; CARMÉLIA BOMFIM JACÓ ROCHA; LIGIA DE SOUSA; TEREZA CRISTINA CARBONARI DE FARIA; SEBASTIÃO MARCOS RIBEIRO DE CARVALHO; JULIANA BASSALOBRE CARVALHO BORGES UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS, UNIFAL-MG; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SÃO PAULO, UNESP INTRODUÇÃO: Fraqueza da musculatura respiratória é a principal responsável por insuficiência respiratória na Distrofia Muscular de Duchenne (DMD). OBJETIVO: Avaliar efeitos do treinamento muscular inspiratório na força respiratória de pacientes com DMD. MÉTODO: Ensaio clínico de grupo único com cinco pacientes (DMD), idade 11,4 ±2,6 anos, avaliados pela manovavuometria (PImax e PEmax) e Peak Flow (PFE) em três momentos: inicial (basal), quinta e décima sessão. Realizado treino muscular inspiratório, com 30% da PImax em dispositivo de carga linear (Threshold®), cinco séries de 10 repetições, totalizando 10 sessões, três vezes por semana. Trabalho aprovado pelo comitê de ética. Estatística: teste de Friedmann e teste de Dunn, cálculo do tamanho de efeito (r) de Cohen. RESULTADO: Valores médios inicial, quinta e 10ª sessão, respectivamente: PImax (cmH2O) -64, -69,8 e -86,8; PEmax (cmH2O) 64, 67 e 73,6 e PFE (L/min) 210, 218 e 232. Teste de Friedmann significante: PImax (p=0,006), PEmax (p=0,003) e PFE (p=0,012). Teste de Dunn: PImax: Incial = 5sessões < 10sessões (p=0,527; p=0,040; p=0,007); melhora de 29% inicial para 10 sessões e tamanho de efeito r=0,85 (grande), explicando 72% da variância total. PEmax: Inicial e#8804; 5sessões e#8804; 10sessões (p=0,343; p=0,058; p=0,004); melhora de 25% inicial para 10 sessões e tamanho de efeito r=0,90 (grande) explicando 81% da variância total. PFE: Inicial = 5sessões < 10sessões (p=0,752; p=0,027; p=0,011); melhora de 9% inicial para 10 sessões e tamanho de efeito r=0,80 (grande) explicando 64% da variância total. CONCLUSÃO: Treinamento proposto mostrou-se eficaz no ganho de força respiratória, em 10 sessões. Devido a progressão da DMD sugere-se tratamento permanente visando a manutenção e melhora da força muscular inspiratória. 262 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-047 - O EMPREGO DO MÉTODO PILATES PARA CORREÇÃO POSTURAL EM CRIANÇA PÓS-REABILITADA DA DOENÇA DE LEGG-CALVÉ-PERTHES THALITA RAFAELA LOPACINSKI MACHADO CLÍNICA VITALY Pilates é um método utilizado para educar nosso corpo de uma forma consciente e equilibrada trabalhando a musculatura profunda, trazendo, assim, muitos benefícios posturais e diminuindo a carga para as articulações. Por isso, pode ser aplicado desde a reabilitação até o condicionamento físico de atletas, tornando-se um método tão famoso no mundo inteiro e praticado por diversos públicos: idosos, crianças, gestantes, atletas, bailarinos etc. Atualmente, as crianças vêm conhecendo e desfrutando dos benefícios do Pilates, pois o mesmo tende a contribuir para o seu desenvolvimento, uma vez que, além de fortalecer a musculatura, corrige a postura, introduz à disciplina, melhora a concentração e ainda serve de canal para extravasar a energia típica da idade. Legg-Calvé-Perthes é uma doença que acomete mais o sexo masculino em uma faixa etária dos 4 aos 9 anos, necrosando de forma avascular a epífise óssea da cabeça femoral, acometendo seu núcleo de ossificação. Como tratamento, a fisioterapia atua de forma terapêutica no treino de marcha, na restauração da amplitude de movimento e da força muscular do quadril, proporcionando maior funcionalidade e confiança para o paciente. Entretanto, o prognóstico e as possíveis sequelas variam de paciente para paciente. Neste estudo, um menino de 9 anos, em fase final de acompanhamento desta doença, apresentou um desvio postural não estrutural, provavelmente devido ao uso das muletas com descarga de peso maior em um dos membros. Com isso, o presente trabalho tem como objetivo mostrar a eficiência da utilização do método Pilates para correção postural, reforçando e alongando a musculatura acometida, devido à doença de Legg-Calvé-Perthes. Para este estudo foram realizadas sessões de Pilates 5 vezes por semana, com duração de 30 minutos cada uma, durante 2 meses. Foi-lhe ensinado os princípios do método, e os exercícios foram direcionados para o problema. Paciente mostrou na avaliação alguns encurtamentos musculares, desvios posturais e fraqueza da musculatura que atua na sustentação da postura correta. Na avaliação do diâmetro de membros inferiores também se notaram diferenças, tendo o acometido 2 cm a menos tanto nas medições das coxas como nas de tornozelos. Após os dois meses, paciente foi entrevistado e diz ter gostado muito da atividade diferente e que quer continuá-la, pois está se sentindo bem e com uma postura melhor para o seu dia a dia. Quanto às diferenças encontradas na avaliação, todas tiveram resultados excelentes para a musculatura, equilibrando-a, e a diferença no diâmetro de membros foi reduzida a 1 cm tanto em coxas como em tornozelos. Portanto, pôde-se avaliar e notar que o Pilates, além de ser uma atividade lúdica para pacientes crianças, é também eficiente para correção postural. 263 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-048 - IMPACTO DA ASMA E A INFLUÊNCIA DO ESTADO NUTRICIONAL SOBRE O NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES JOÃO PAULO HEINZMANN FILHO; TAILA CRISTINA PIVA; CRISTHIELE TAIS WOSZEZENKI; DÉBORA GONZALEZ; ANDRESSA NUNES DOS SANTOS; MÁRCIO VINÍCIUS FAGUNDES DONADIO PUCRS INTRODUÇÃO: Nos últimos anos, vem ocorrendo um aumento expressivo da prevalência de asma, obesidade e sedentarismo na faixa etária pediátrica. Além disso, são escassas as informações sobre a influência do estado nutricional nos níveis de atividade física mensurada por meio de uma medida objetiva em escolares asmáticos. OBJETIVO: Avaliar o impacto da asma e a influência do estado nutricional sobre o nível de atividade física em crianças e adolescentes. MATERIAL E MÉTODOS: Foram incluídos participantes com/sem diagnóstico de asma, idade entre 6 e 18 anos, recrutados em duas escolas públicas de Porto Alegre-RS. Os sujeitos asmáticos foram selecionados através dos critérios do ISAAC e os participantes do grupo controle, a partir da ausência de sintomas respiratórios. Foram coletados dados demográficos e antropométricos (peso e altura). A classificação do índice de massa corporal (IMC) foi realizada através do escore-z, sendo divididos em: eutrófico (e#8805;-2 e e#8804;+1), sobrepeso (>+1 e e#8804;+2) e obeso (>+2). Após, foi avaliado o nível de atividade física por meio de uma medida objetiva (acelerômetro). A avaliação da atividade física foi realizada através de acelerômetros triaxiais (wGT3X-BT). Os participantes foram convidados a utilizar o equipamento durante o dia inteiro, no lado esquerdo da cintura, no período de quarta a segundafeira. Foram analisados os dados dos sujeitos que utilizaram o equipamento mais do que 4 dias, por no mínimo 600 minutos/dia. Os resultados foram expressos em counts/min e classificados em relação ao tempo despendido em atividades de acordo com a sua intensidade, sendo essas: sedentária (<100 counts), leve (e#8805;100 counts) e moderada a vigorosa (>2296 counts). A comparação entre as características amostrais e os dados de atividade física entre os grupos avaliados foram realizadas através do teste t de Student, Qui-quadrado de Pearson e do teste U de Man Whitney. RESULTADOS: Do total de 71 participantes, 87,3% utilizaram o equipamento adequadamente, sendo 29 asmáticos e 33 controles. A média de idade de ambos os grupos foi 12 anos, sendo 52% do sexo feminino. Destes, 22,6% foram classificados como sobrepeso e 27,4%, obeso. Não houve diferença significativa na comparação entre as características demográficas e antropométricas dos grupos avaliados. Os resultados de atividade física (counts/min) no grupo asmático demonstraram-se similares aos sujeitos controles (514,1±220,8 vs. 595,1±236,7; p>0,05), respectivamente. Embora não houve diferença significativa na comparação em relação ao tempo despendido em atividades de acordo com a sua intensidade, ambos os participantes despendem mais tempo em atividades consideradas sedentárias. Por fim, o IMC não apresentou influencia significativa sobre os níveis de atividade física entre os sujeitos asmáticos e controles. CONCLUSÃO: As crianças e adolescentes asmáticas demonstram níveis similares de atividade física em comparação aos participantes controles. De um modo geral, há um maior tempo despendido em atividades sedentárias, independente do grupo estudado. Além disso, o estado nutricional pareceu não influenciar nesses resultados. 264 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-049 - ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NO ASTROCITOMA PILOCÍTICO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA CAMILA GEMIN RIBAS; DEBORA SPALA GARCIA; GREICY KELLY DE JESUS; VALÉRIA CABRAL NEVES; ROBERTA CUNHA; ADRIANA KOLISKI HOSPITAL DE CLÍNICAS/UFPR INTRODUÇÃO: Os Astrocitomas representam os mais frequentes tumores sólidos da infância e a segunda causa de mortalidade por câncer nessa faixa etária. Os Astrocitomas Pilocíticos são caracterizados por crescimento lento e apresentam-se como massas bem delimitadas, na maioria das vezes císticas, sem infiltração dos tecidos subjacentes. OBJETIVO: Relatar o caso de uma criança com diagnóstico de Astrocitoma Pilocítico internada há seis meses em uma unidade de terapia intensiva pediátrica (UTIP) no município de Curitiba – Paraná, Brasil, descrevendo o efeito do trabalho de fisioterapia realizado. MATERIAL E MÉTODOS: M.B., nove anos, gênero feminino, internou na UTIP em 19 de setembro de 2014, com quadro de tetraplegia aguda, necessitando de ventilação mecânica invasiva (VMI). Foi submetida a uma ressonância nuclear magnética indicando lesão expansiva no quarto ventrículo com extensão para fossa posterior e invasão medular até nível cervical. Sete dias após, foi realizada a ressecção microcirúrgica do tumor. A análise histológica foi compatível com Astrocitoma Pilocítico. Após abordagem cirúrgica a paciente retorna a UTIP apresentando: tetraplegia flácida, arreflexia, parestesia, ausência de drive respiratório com manutenção da VMI modo assisto/controlado, com pressão inspiratória (Pi) 28 cmH2O, pressão expiratória (PEEP) 10 cmH2O, frequência respiratória (Fr) 24 incursões por minuto (ipm), tempo inspiratório (Ti) 0,90 segundos e fração inspirada de oxigênio (FiO2) de 80%. A lesão inviabilizou o controle do centro respiratório e atividade diafragmática, impossibilitando o desmame da VMI, sendo submetida à cirurgia de traqueostomia e gastrostomia. A paciente foi acompanhada pelo serviço de fisioterapia, recebendo quatro intervenções diárias, sendo duas motoras e duas respiratórias. Durante a fisioterapia respiratória foram realizadas manobras de higiene brônquica com objetivo de manter as vias aéreas pérvias, exercícios de expansão pulmonar para prevenir e recrutar áreas de atelectasia. Na tentativa de redução dos parâmetros controlados, ajustava-se a VMI otimizando assim a ventilação da paciente e garantindo a expansibilidade pulmonar. Realizava-se fisioterapia motora com mobilização articular global, dissociação de cintura escapular e pélvica, descarga de peso em membros superiores e inferiores, alongamento muscular, uso de órteses e posicionamento, evitando assim contraturas, úlceras de pressão e favorecendo a melhora do retorno venoso. Ao final do atendimento, a paciente era retirada do leito e posicionada para adaptação em cadeira de rodas. Os atendimentos eram realizados na presença dos familiares com o objetivo de orientação para a alta hospitalar. RESULTADOS: A paciente encontra-se clinicamente estável, em uso de VMI modo assisto/controlado: Pi 22 cmH2O, PEEP 10 cmH2O, Fr 20 ipm, Ti 0,90 segundos, necessitando de FiO2 e#8804; 30%, mantendo Saturação de Oxigênio e#8805; 95%. Levando em consideração o tempo de permanência em ambiente hospitalar, o quadro motor após seis meses segue sem presença de contraturas e deformidades. CONCLUSÃO: O acompanhamento fisioterapêutico durante o processo de hospitalização manteve o quadro motor da paciente. A mesma encontra-se em uso de ventilador mecânico portátil utilizando parâmetros controlados reduzidos, com previsão de transferência para hospital de sua cidade de origem e familiares orientados sobre os cuidados com o ventilador e posicionamento da paciente. 265 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-050 - ATUALIZAÇÃO DAS TÉCNICAS DE ASPIRAÇÃO DE VIAS AÉREAS SUPERIORES E INFERIORES POR MEIO DE DISPOSITIVOS RECOMENDADOS GREICY KELLY DE JESUS; CAMILA GEMIN RIBAS; DEBORA SPALA GARCIA; VALÉRIA CABRAL NEVES; ROBERTA CUNHA; ELESSANDRA SOUZA BITENCOURT HOSPITAL DE CLÍNICAS/UFPR INTRODUÇÃO: A aspiração de vias aéreas (VA) é um procedimento realizado por meio de uma sonda adaptada a uma rede de pressão negativa (vácuo), exercendo a sucção das secreções das VA. Quando indicada corretamente, auxilia na manutenção da permeabilidade das VA e permite coleta de amostras para fins de diagnóstico. Contudo é um procedimento invasivo que oferece riscos ao paciente, fazendo-se necessário o uso de dispositivos recomendados, protocolos de padronização e atualização contínua dos profissionais para aumento da segurança do procedimento. OBJETIVO: Relatar processo de atualização de profissionais de saúde envolvidos em ambiente hospitalar pediátrico sobre técnicas de aspiração de VA superiores e inferiores por meio de dispositivos recomendados. MATERIAIS E MÉTODOS: O projeto foi idealizado pela coordenação do grupo de gestão da qualidade dos setores de pediatria de um hospital universitário localizado na cidade de Curitiba, Paraná – Brasil, após identificação das dificuldades dos profissionais quanto à indicação do procedimento, desuso dos equipamentos de proteção individual (EPI) e utilização de dispositivos e técnicas não estéreis durante sua execução. A revisão de diretrizes e trabalhos científicos sobre o procedimento, bem como execução da oficina, foi de responsabilidade de fisioterapeutas inseridos em um programa de residência multiprofissional voltado à atenção da saúde da criança e do adolescente. As oficinas tinham duração média de 60 minutos e dispunham de material didático impresso. As práticas contavam com os EPI, materiais estéreis recomendados, além de manequins simulando pacientes em diferentes faixas etárias sob ventilação espontânea ou sob auxílio de via aérea artificial. Eram abordados temas como: características do sistema respiratório da criança, avaliação clínica, riscos ao paciente e ao profissional, técnica de aspiração de VA, diferenças dos sistemas aberto e fechado de aspiração. As capacitações ocorreram nos três turnos de trabalho da instituição durante o período de uma semana, nos setores onde 60 profissionais da equipe de enfermagem (enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem) estão inseridos. Além disso, foi aplicado um questionário de autoavaliação sobre o conhecimento do tema. RESULTADOS: Dos 60 funcionários da equipe de enfermagem, participaram 55 (91%) profissionais. De acordo com o questionário de autoavaliação, o atendimento as expectativas sobre a oficina foi “ótimo” de acordo com 50 (33%) profissionais, sendo que 32 (53,33%) consideraram seu conhecimento pré oficina “bom” e 46 (76,67%) consideraram seu conhecimento posterior “ótimo”. Um Protocolo Operacional Padrão foi criado e disponibilizado para acesso em todos os setores da pediatria. Nota-se sete meses após, que os profissionais que participaram das atualizações melhoraram o critério de avaliação dos pacientes elegíveis ao procedimento, aperfeiçoaram a técnica e atualmente utilizam apenas dispositivos recomendados. O curso ainda possibilitou maior integração multiprofissional. CONCLUSÃO: O trabalho de educação em saúde desenvolvido por meio de atividades teórico-práticas permitiu a abertura de um espaço esclarecedor de dúvidas e mitos, resultando na padronização do procedimento e consequentemente na qualidade e segurança na assistência ao paciente. 266 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-051 - UMA BREVE HISTÓRIA DO PERCURSO DA DESOSPITALIZAÇÃO DE UMA PACIENTE DO SUS DEPENDENTE DE SUPORTE VENTILATÓRIO: RELATO DE CASO FERNANDA SANT´ANNA LUCAS; DEUSIANE SANTOS SILVA HOSPITAL MARTAGÃO GESTEIRA INTRODUÇÃO: A doença crônica se caracteriza por ter um curso demorado, tratamento longo, gerando impacto na capacidade funcional do individuo. As doenças crônicas podem causar limitações de função ou atividade, ocasionando prejuízo nas relações sociais, dependência de medicação, dieta especial, tecnologia médica, aparelhos específicos e assistência pessoal, além de necessidade de cuidados médicos, psicológicos ou educacionais especiais. OBJETIVO: Retratar a história clinica, o processo de desmame ventilatório e a preparação da família para cuidar de uma paciente com doença crônica. MÉTODOS: Para este trabalho foi selecionado um paciente de um Hospital pediátrico vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS) na Bahia. As informações foram obtidas por meio de revisão do prontuário, entrevista com o responsável e revisão de literatura. RESULTADOS: S.V.C.S, 1 ano e 3 meses, nascida a termo, parto à forceps, com história de asfixia perinatal, PCR e lesão do plexo braquial ao nascimento. Cursou com longo tempo de internamento em Unidade de terapia intensiva, devido a sucessivos quadros de infecções e longo tempo de ventilação mecânica (VM). Além disso, possui sequelas motoras como: plegia de membro superior esquerdo (MSE), hipotonia de membros inferiores e atraso no Densenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM). Devido ao longo tempo de VM foi indicado traqueostomia, feito ao 4° mês de vida. Em seguida, realizou gastrostomia devido ao quadro de disfagia e desnutrição. A partir daí a criança passa a ser considerada como paciente crônica, sendo transferida para a Unidade de Treinamento para Desospitalização (UTD). A UTD é uma unidade pediátrica criada para receber pacientes com doenças crônicas (traqueostomizadas e gastrostomizadas), estáveis do ponto de vista clinico, e dependentes ou não de suporte ventilatório. A UTD é formada por uma equipe multiprofissional que ministra o ensino teórico-prático a família do doente quanto a todos os aspectos do cuidado ao paciente com doença crônica. Na unidade, a equipe de fisioterapia implementou um protocolo de desmame ventilatório para a paciente, que consistia de períodos de PSV (Pressão inspiratória de 7cmH2O e PEEP 5cmH2O) intercalados com períodos de SIMV com parâmetros baixos. Posteriormente, períodos de PSV, com períodos de TUBOT com oxigênio a 1l/mim. Após pouco mais de 1 mês, a criança foi desmamada totalmente da prótese ventilatória. A alta da unidade se deu pouco tempo depois, ficando a mesma acompanhada pela equipe de internamento domiciliar, que deu seguimento ao seu tratamento. Hoje a menor encontra-se sem traqueostomia, e é acompanhada pela equipe de fonoaudiologia em seu próprio domicílio, que segue no tratamento da disfagia. CONCLUSÃO: Apesar das sequelas neurológicas e de ser enquadrada no perfil de doente crônico, essa criança avançou em inúmeros aspectos de sua condição clinica prévia, e hoje está inserida em seu ambiente familiar com acompanhamento continuo da equipe multiprofissional, que segue investindo em sua melhora. 267 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-052 - ESTIMULAÇÃO MOTORA EM PACIENTE COM SÍNDROME DE JARCHO LEVIN INTERNADA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL GREICY KELLY DE JESUS; CAMILA GEMIN RIBAS; DEBORA SPALA GARCIA; MARIMAR GORETTE ANDREAZZA MADEIRA; MARIA APARECIDA DE ANDRADE BAZÍLIO; ÍRIA FREITAS; LILIAN CÁSSIA MARINI HOSPITAL DE CLÍNICAS/UFPR INTRODUÇÃO: Durante o desenvolvimento motor (DM), a criança adquire habilidades motoras progredindo de movimentos simples e desorganizados para habilidades organizadas e complexas. Sabe-se que além da maturação do sistema nervoso central, a interação entre a criança e suas características físicas e estruturais, ambiente em que está inserida e à tarefa, são determinantes para a aquisição das habilidades motoras. As hospitalizações prolongadas podem privar a criança de estímulos, reduzir o seu aprendizado e interferir nos padrões de aquisição motora. OBJETIVO: Relatar o caso de uma paciente com diagnóstico de Síndrome de Jarcho Levin internada há um ano e seis meses em uma unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN) no município de Curitiba – Paraná, Brasil, descrevendo o trabalho fisioterapêutico realizado. MATERIAL E MÉTODOS: L.S.I., um ano e seis meses, gênero feminino, interna logo após o nascimento em UTIN apresentando múltiplas malformações musculoesqueléticas congênitas, envolvendo a cintura escapular, coluna vertebral, esterno e arcos costais. Necessitava de ventilação mecânica invasiva (VMI) modo assisto/controlado: pressão inspiratória (Pi) 20 cmH2O, pressão expiratória (PEEP) 5 cmH2O, frequência respiratória (Fr) 30 incursões por minuto (ipm), tempo inspiratório (Ti) 0,40 segundos e fração inspirada de oxigênio (FiO2) de 80%. O quadro motor era compatível com a idade cronológica. Não foi possível o desmame da VMI, sendo assim, a paciente foi submetida à cirurgia de traqueostomia e gastrostomia. Desde a admissão, foi acompanhada pelo serviço de fisioterapia, recebendo quatro intervenções diárias, sendo duas motoras e duas respiratórias. Realizava-se na fisioterapia respiratória manobras de higiene brônquica, exercícios de expansão pulmonar e ajuste da VMI quando necessário. A fisioterapia motora teve como principal objetivo proporcionar condições de aprimoramento do DM, levando em consideração a dificuldade de determinadas posturas devido a VMI via traqueostomia e do uso da gastrostomia. Para isso, era realizada mobilização articular global, dissociação de cintura escapular e pélvica, alongamento e fortalecimento muscular, propriocepção, trocas de posturas, descarga de peso em membros superiores e inferiores, sedestação, treino de equilíbrio e marcha. Ainda, eram realizadas orientações aos demais profissionais e aos familiares para contribuição na estimulação do DM. RESULTADOS: A paciente encontra-se clinicamente estável, em uso de VMI modo pressão controlada: Pi 20 cmH2O, PEEP 6 cmH2O, Fr 24 ipm, Ti 0,70 segundos e FiO2 de 40%. O quadro motor da paciente foi monitorado através da escala de avaliação Alberta Infant Motor Scale, com o objetivo de analisar a sequência de aquisições motoras e direcionar o tratamento fisioterapêutico. Atualmente, suas habilidades motoras são compatíveis ao DM de uma criança com oito meses, considerando que devido a VMI via traqueostomia e o uso da gastrostomia, a paciente apresenta dificuldades de pontuar algumas habilidades na posição prona. Entretanto, nos demais decúbitos, a paciente evolui satisfatoriamente conseguindo realizar sedestação sem apoio e marcha com apoio. CONCLUSÃO: Os resultados do presente estudo sugerem que o processo de internação hospitalar prolongada pode ter influenciado o DM normal da paciente. Contudo, o acompanhamento da equipe de fisioterapia e auxílio dos demais profissionais da equipe multiprofissional proporcionou evolução das habilidades motoras. 268 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-053 - EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE SUPORTE BÁSICO DE VIDA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA MILENA MARCELINO MENDONÇA; FERNANDA SANT´ANNA LUCAS HOSPITAL MARTAGÃO GESTEIRA INTRODUÇÃO: Paradas cardiorrespiratórias (PCR) súbitas podem ser causadas por problemas cardíacos, que podem ocorrem quando os impulsos elétricos no coração tornam-se rápido ou caótico fazendo com que o coração pare de bater de repente, ou por causas respiratórias, como a asfixia, fator esse que representa a primeira causa que leva uma criança a apresentar uma PCR. Segundo a American Heart Association (AHA), a cada ano, em média 383 mil pessoas sofrem uma PCR fora de hospitais, e 88% desses eventos ocorrem em casa, e, por isso, associado ao desconhecimento de como agir por parte do espectador, menos de 8% das vitimas de eventos extra-hospitalares sobrevivem. Assim, ao aprender a realizar uma reanimação cardiorrespiratória, o indivíduo poderá salvar a vida de um familiar. Dessa forma, é de extrema importância realizar ações de educação em saúde sobre reanimação cardiorrespiratória para toda a sociedade, mas especialmente a famílias que tem como integrante uma criança com doenças neuromusculares crônicas dependente de tecnologia para manutenção da vida. OBJETIVO: Orientar e capacitar cuidadores responsáveis por crianças dependentes de tecnologia para manutenção da vida, internadas em uma unidade de treinamento para desospitalização do estado da Bahia, a realizar manobras de reanimação cardiorrespiratória. MATERIAIS E MÉTODOS: foi realizada uma atividade educativa, promovida por residentes de enfermagem e fisioterapia, com os familiares, cuidadores das crianças hospitalizadas em uma unidade de treinamento para desospitalização, utilizando como recursos slides expositivos e ilustrativos, vídeo demonstrativo e dois manequins de reanimação cardiorrespiratórias, um modelo adulto e outro uma criança com traqueostomia. RESULTADOS: na ação, de 13 cuidadores que se encontravam hospitalizados, participaram somente seis mães que tinham idade média de 26 anos, observou-se que além da baixa adesão, as participantes se apresentavam dispersas, mas todas realizaram a simulação da reanimação no manequim, e foram orientadas quanto identificação de uma PCR, sequência correta do salvamento, conforme a guideline da AHA de 2010, correto posicionamento do corpo da vítima e do socorrista, relação compressão-ventilação, e a importância de deixar o tórax assumir a posição original para viabilizar o enchimento da câmara cardíaca de sangue e permitir o bombeamento para os demais órgãos, bem como agir e como ventilar a criança em caso de obstrução da traqueostomia. CONCLUSÃO: todas as participantes finalizaram a atividade realizando as manobras de reanimação no manequim de forma correta, de acordo com as orientações fornecidas. Além disso, mostraram compreender a importância do treinamento para o seu dia a dia, visto que, seus filhos são crianças potencialmente instáveis com alto risco de apresentar uma PCR. Contudo, pela baixa adesão, dispersão e dúvidas que surgiram duram a ação, observou-se a necessidade de manter essa atividade como ação seriada, a fim de ampliar a participação de mais pessoas e verificar a consolidação do conhecimento proposto. 269 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-054 - O DESENVOLVIMENTO AOS 4 E 8 MESES DE PREMATUROS PEQUENOS PARA A IDADE GESTACIONAL PELO TESTE BAYLEY-III CAROLINE OLIVEIRA ALVES; LÍVIA CASTRO MAGALHÃES; RAFAELA SILVA MOREIRA; ISABELLA FREITAS DA SILVEIRA; MARIA CÂNDIDA FERRAREZ BOUZADA VIANA; MÁRCIA GOMES PENIDO MACHADO UNIVERSIDADE DE BRASILIA; UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA OBJETIVO: comparar o desenvolvimento de crianças nascidas prematuras pequenos para a idade gestacional (PIG) com adequadas para a idade gestacional (AIG) aos quatro e oito meses de idade corrigida. MÉTODOS: estudo longitudinal de coorte retrospectivo no qual foram acompanhadas 105 crianças nascidas prematuras aos quatro e aos oito meses utilizando o Bayley III. RESULTADOS: a amostra foi composta por 58 PIGs e 47 AIGs. Aos quatro e aos oito meses não houve diferença significativa no Bayley III entre as crianças PIG e AIG quando nascidas com menos de 30 semanas. Em relação as crianças nascidas com 30 semanas ou mais de IG, houve diferença significativa entre PIG e AIG aos quatro e oito meses na escala linguagem e aos oito meses na escala motora. Em ambas escalas as PIGs exibiram resultados significantemente mais baixos. CONCLUSÕES: crianças nascidas prematuras PIG manifestaram elevados riscos de alteração na linguagem aos quatro e oito meses e na área motora aos oito meses. Não foi observada diferença na área cognitiva nas idades e amostras analisadas. O estudo evidencia a importância do acompanhamento das crianças prematuras utilizando instrumentos padronizados de avaliação, para possibilitar a identificação de atrasos no desenvolvimento e o encaminhamento para intervenção. 270 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-055 - DESENVOLVIMENTO GLOBAL AOS 4 E 8 MESES DE IDADE GESTACIONAL CORRIGIDA DE CRIANÇAS NASCIDAS PREMATURAS CAROLINE OLIVEIRA ALVES; LÍVIA CASTRO MAGALHÃES; RAFAELA SILVA MOREIRA; ISABELLA FREITAS DA SILVEIRA; MARIA CÂNDIDA FERRAREZ BOUZADA VIANA; MÁRCIA GOMES PENIDO MACHADO UNIVERSIDADE DE BRASILIA; UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Os grandes avanços na assistência perinatal resultaram em maior sobrevida de recém-nascidos (RN) com peso ao nascimento cada vez mais baixo. No entanto, essas crianças têm elevado risco de apresentar alterações no desenvolvimento. OBJETIVO: analisar a relação entre as variáveis perinatais e o desenvolvimento global de crianças prematuras aos quatro e oito meses de idade corrigida. MÉTODO: estudo longitudinal coorte retrospectivo em que foram acompanhadas 91 crianças nascidas prematuras com idade gestacional (IG) igual ou abaixo de 34 semanas. As crianças foram avaliadas aos quatro e aos oito meses pelas escalas cognitiva, de linguagem e motora do Bayley Scales of Infant Development III. RESULTADOS: o peso ao nascimento e a displasia broncopulmonar (DBP) foram identificados como fatores para a permanencia no atraso no desenvolvimento global. A intervenção após encaminhamento foi identificado como fator para a melhora no desenvolvimento. CONCLUSÕES: o peso ao nascimento abaixo de 1.000 gramas e a DBP foram os principais fatores preditivos para o atraso no desenvolvimento e a intervenção sistemática fator preditivo para a melhora no desenvolvimento. O estudo evidenciou a importância do acompanhamento às crianças prematuras com idade gestacional corrigida de 34 semanas ou menos, pois possibilita identificação e encaminhamento para intervenção o mais cedo possível. 271 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER PFi-056 - PREVALÊNCIA DE SINTOMAS DE ASMA E RINITE ALÉRGICA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DA GRANDE FLORIANÓPOLIS/SC TAYNÁ CASTILHO; MAÍRA SEABRA DE ASSUMPÇÃO; FABÍULA DA MATA BELÉM; FERNANDA CABRAL XAVIER SARMENTO DE FIGUEIREDO; RENATA MABA GONÇALVES; CAMILA ISABEL SANTOS SCHIVINSKI UDESC INTRODUÇÃO: a ocorrência de sintomas de asma e a rinite alérgica são comuns entre crianças e adolescentes, sendo considerada um problema de saúde pública. Em virtude dessa situação, instrumentos de pesquisa voltados para investigações em caráter populacional foram desenvolvidos, como questionário ISAAC (International Study of Asthma and Allergies in Childhood), já validado na versão brasileira. OBJETIVO: determinar a prevalência de sintomas de asma e de rinite alérgica em crianças e adolescentes da Grande Florianópolis/SC, Brasil. MATERIAL E MÉTODO: estudo observacional de caráter transversal. Foram utilizados os módulos 1 e 2 do questionário ISAAC, referentes a asma e rinite alérgica, respectivamente. O questionário foi aplicado de outubro de 2012 a maio de 2014, em escolares de instituições da rede pública e privada. A prevalência de asma e rinite alérgica foi estimada pelo percentual de respostas positivas às perguntas de número dois, em ambos os módulos: “Você teve sibilos (chiado no peito) nos últimos 12 meses?” para identificar asma, e a pergunta: “Nos últimos 12 meses seu filho (a) teve algum problema com espirros, coriza (corrimento nasal) ou obstrução nasal quando não estava gripado ou resfriado?”, para rinite alérgica. Para análise dos dados os escolares foram divididos por sexo e em faixas etárias (de seis a nove anos, e de 10 a 14 anos), sendo os dados apresentados em distribuição por frequência por meio de porcentagem. RESULTADOS: avaliaram-se 864 questionários, dos quais 44 foram excluídos por não estarem completos e/ou crianças identificadas fora da faixa etária estabelecida, totalizando 820 para análise final. A prevalência de sintomas de asma nas crianças de seis a nove anos, na rede pública de ensino, foi de 18% dos meninos e de 13% das meninas. Já na rede privada, esses valores foram de 23% e 20% respectivamente. Ainda considerando a resposta positiva para doença no módulo asma, para os participantes de 10 a 14 anos, a prevalência verificada na rede pública foi de 14% para sexo masculino e 24% para o feminino. Nas escolas privadas, essa estimativa foi de 20% para os meninos e 15% para as meninas. A prevalência de rinite alérgica mostrou-se maior. Foram observadas prevalências de 13% nos meninos e de 30% nas meninas de seis a nove anos. Na rede privada esses valores ultrapassaram 50% (58% nos meninos e 54% nas meninas). Essas porcentagens mais altas também foram identificadas na faixa etária de 10 a 14 anos, tanto em meninos (36%) como em meninas (27%) da rede pública, quanto para estudantes da rede privada, 54% dos meninos e 42% das meninas. CONCLUSÃO: observou-se que a rinite alérgica é mais prevalente que a asma em ambas as faixas etárias e redes de ensino. Também foi possível detectar que a prevalência de asma e rinite alérgica foi superior nas escolas particulares. Ressalta-se a importância de práticas que visem o tratamento clínico dessas crianças e adolescentes. 272 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA 273 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR TEMAS LIVRES Apresentação Oral 274 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLNu-001 - TEMPO PARA OTIMIZAR O APORTE CALÓRICO PLENO: VISÃO DE UMA UNIDADE PEDIÁTRICA LUCIANA CORRÊA AGUIAR; NARA LÚCIA ANDRADE LOPES SEGADILHA; LILIAN MARIA SOBREIRA TANAKA HOSPITAL COPA D´OR INTRODUÇÃO: A desnutrição em crianças hospitalizadas tem sido amplamente relatada na literatura científica e está associada ao maior risco de infecção, maior tempo de internação e aumento da morbimortalidade. A terapia nutricional adequada contribui para a recuperação de crianças enfermas ao reduzir o risco de desnutrição energética e ou proteica, diminuindo o tempo de hospitalização e a morbimortalidade. OBJETIVOS: Avaliar o tempo (em dias) decorrido para atingir o aporte calórico pleno (ACP) e os eventuais motivos de demora ou impedimento para este atingimento, após início da terapia nutricional enteral (TNE) em crianças hospitalizadas em unidade pediátrica. MATERIAL E MÉTODOS: Análise retrospectiva de pacientes internados no ano de 2014 na pediatria de um hospital privado. Variáveis analisadas: sexo, faixa etária (menor que 1 ano: A; 1 a 4 anos e 11 meses: B; 5 a 9 anos e 11 meses: C; e 10 a 14 anos e 11 meses: D), estado nutricional (desnutrição, eutrofia ou sobrepeso), diagnóstico de internação (clínico ou cirúrgico), vias de acesso para a TNE (cateter enteral: CE ou gastrostomia: GTT), formulação enteral prescrita (polimérica ou oligomérica), tempo para ACP menor ou igual a 3 dias ou maior que 3 dias, motivos para não atingir o ACP em até 3 dias e necessidades calóricas. RESULTADOS: Foram analisados dados de 33 crianças, 16 (48,5%) do sexo masculino e 17 (51,5%) do sexo feminino, sendo 14 (42,4%) A, 10 (30,3%) B e 9 (27,3%) C + D. Do total, 21 (63,6%) eram eutróficos, 11 (33,4%) desnutridos e 1 (3%) com sobrepeso, sendo 26 (78,8%) clínicos e 7 (21,2%) cirúrgicos. Quanto à via de acesso para a TNE, 19 (57,6%) eram CE e 14 (42,2%) GTT. Dietas poliméricas foram prescritas para 15 pacientes (45,5%) e oligoméricas para 17 (51,5%), 1 criança (3%) iniciou TNE com oligomérica, sendo modificada para polimérica posteriormente. Observou-se que, para 19 (57,6%) crianças, o tempo para ACP foi menor ou igual a 3 dias, para 9 (27,3%) maior que 3 e 3 (9,1%) crianças não receberam o ACP durante o período de análise do estudo (10 dias após a internação na pediatria). Os motivos para demora ou não atingimento do ACP com a TNE incluíram interrupção para exames e procedimentos, instabilidade hemodinâmica, intercorrências gastrointestinais e associação com dieta via oral. As necessidades calóricas de acordo com as equações preditivas (FAO, Schofield, Harris-Benedict) e calorimetria indireta foram: para A - mediana de 475kcal (mínimo:330; máximo:900); para B - mediana de 850kcal (mínimo:600; máximo:1100); para C - mediana de 1200kcal (mínimo:1000; máximo:1200) e para D - mediana de 1500kcal (mínimo:1300; máximo:1680). CONCLUSÃO: A dificuldade em atingir os requerimentos nutricionais dos pacientes pediátricos hospitalizados com a TNE é descrita em vários estudos. Um tempo reduzido para atingir o ACP denota qualidade no atendimento prestado e minimiza o risco de desnutrição intra-hospitalar. Neste trabalho, apesar da heterogeneidade do grupo estudado e do tamanho reduzido da amostra, mais de 50% das crianças internadas conseguiram receber o ACP em até 3 dias após o início da TNE. 275 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLNu-002 - INFLUÊNCIA DA HISTÓRIA FAMILIAR E DO PESO AO NASCER SOBRE O PERFIL PRESSÓRICO DE UMA AMOSTRA REPRESENTATIVA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES FABIANA ALMEIDA DA SILVA; FELIPE SILVA NEVES; VANESSA SEQUEIRA FONTES; RENATA MARIA SOUZA OLIVEIRA; MICHELE PEREIRA NETTO; ANA PAULA CARLOS CÂNDIDO UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial (HA) predispõe o indivíduo ao surgimento de doenças cardiovasculares. Sabe-se que àqueles com história familiar positiva de HA têm maiores probabilidades de apresentarem níveis pressóricos elevados. Outra questão que vem sendo estudada é a história pregressa, como o peso ao nascer. Estudos demonstram que baixo peso ou peso elevado no nascimento podem provocar um aumento na pressão arterial (PA) já na adolescência. OBJETIVO: Verificar a associação da história familiar e do peso ao nascer com a PA de crianças e adolescentes. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo epidemiológico transversal realizado com 708 alunos, de 7 a 14 anos de idade e de ambos os sexos, matriculados em escolas públicas e particulares da área urbana do município de Juiz de Fora (Minas Gerais). Os estudantes foram selecionados por processo amostral aleatório simples e estratificados de acordo com sexo, idade e proporção em cada escola. Foram executadas avaliações antropométricas e questionado o peso ao nascer das crianças e dos adolescentes. Através do aparelho oscilométrico digital Omron® (HEM-705CP), a PA de pais e alunos foi mensurada por três vezes alternadas – respeitando um intervalo mínimo de 20 minutos entre cada aferição realizada – estando os indivíduos assentados e com o braço esquerdo estendido na altura do coração. Os valores pressóricos foram examinados conforme os protocolos estabelecidos pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Os seguintes testes estatísticos foram executados: razão de chance e qui-quadrado. Para as análises, adotou-se o software SPSS versão 17.0, considerando-se uma significância de 5%. RESULTADOS: A amostra foi composta por 47,7% meninos e 52,3% meninas, com média de idade de 10,1±2,8 anos. Do total, 18,8% dos escolares apresentaram sobrepeso e 13,9% estavam obesos. Observamos que filhos de mães hipertensas apresentaram uma tendência não significativa 2 vezes maior de manifestarem valores pressóricos acima do percentil 90 que os filhos de mães normotensas. Na avaliação da obesidade familiar, observamos que filhos de pais obesos tiveram uma prevalência 2,6 vezes maior de obesidade que os filhos de pais eutróficos ou com sobrepeso. Em relação ao peso ao nascer, crianças acima de 2500 g mostraram uma probabilidade 3 vezes mais elevada de apresentarem valores pressóricos acima do percentil 90 que crianças que nasceram com peso menor ou igual a 2500 g. CONCLUSÃO: Constatamos que o perfil pressórico dos pais e o peso ao nascer podem influenciar os níveis de PA dos escolares, o que indica a necessidade de adoção de medidas preventivas para que a morbidade e a mortalidade por doenças cardiovasculares sejam evitadas ou reduzidas. Apoio: CNPq, FAPEMIG e UFJF. 276 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLNu-003 - ADEQUAÇÃO DO APORTE ENERGÉTICO EM PACIENTES PEDIÁTRICOS INTERNADOS EM UM CENTRO DE TERAPIA INTENSIVA LINDENÁKIA DANIELLE SAMPAIO DE OLIVEIRA; SANDRA ALINE CARRARA ELOY; MARIANNA OLIVEIRA BARRETO; CARLA CRISTINA MAIA SANTOS; MARIANNA BARRETO SILVA; DANIELLE ALMEIDA SENA; DORIANNE CONCEIÇÃO LACERDAS; ANNA RODRIGUES; CYNTHIA BARBOSA ALBUQUERQUE; TATIANA MARIA PALMEIRA DOS SANTOS UNIVERSIDADE TIRADENTES; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE INTRODUÇÃO: Crianças em estado crítico são particularmente vulneráveis à desnutrição ocasionada pela fase aguda da doença e frequentemente apresentam desnutrição energético-proteica (MEYER et al,2009).A desnutrição em crianças hospitalizadas é uma condição patológica altamente relevante, pois interfere na resposta apropriada à doença e predispõe à infecção e à falência múltipla de órgãos, sendo fator de risco para desfecho desfavorável,internação prolongada,atraso na recuperação e aumento dos custos de cuidados.(PRIETO,2014; HARTMAN et al.,2012). OBJETIVO: Analisar a adequação do aporte energético dos pacientes pediátricos críticos, avaliando se há proximidade entre o que está de fato sendo consumido e as necessidades estimadas. MATERIAL E MÉTODOS: Este é um estudo observacional retrospectivo.Foram utilizados dados das planilhas de acompanhamento nutricional diário de crianças de ambos os sexos, atendidas na UTI Pediátrica do Hospital de Urgência de Sergipe no período de maio a agosto de 2014.Os dados utilizados foram: sexo, idade, peso, necessidades energéticas, frequência de dias em dieta zero, volume da dieta prescrito, volume energético total (VET) do volume prescrito, volume da dieta infundido e VET do volume infundido.Os dados foram tabulados no Excel. O Diagnóstico Nutricional foi realizado pela classificação do índice Peso/Idade de acordo com as curvas de crescimento da OMS (2006). As dietas foram classificadas pelo tipo em: Dieta enteral, Fórmula Elementar e Fórmula Semi-Elementar; e pelo sistema, em: Sistema Aberto e Sistema Fechado. As causas de Internação foram dividas em: Neuropatia; Insuficiência Respiratória e Pneumonia; Sepse e Pneumonia;Traumatismo CrânioEncefálico (TCE); e Outros. O número de avaliações consistiu no número de dias em que os dados foram coletados, ou o número de consultas.Calculou-se o Gasto Energético Basal através da fórmula preditiva da OMS (1985) para crianças de 0 a 10 anos de idade. Utilizou-se recomendação diária de proteínas por Kg de peso da OMS (1985). Foram calculados os percentuais de adequação através das razões mostradas no Quadro 1. Considerou-se Subalimentação quando o percentual de adequação do VET infundido foi menor que 90% e Superalimentação quando foi maior que 110% (Taylor etal, 2003). Estes mesmos pontes de corte foram utilizados para identificar deficiência e excesso de proteína Consumida. RESULTADOS: Dos 24 pacientes internados, apenas 2 pacientes (8,3%) receberam a quantidade de calorias adequada, 18 (75%) foram subalimentados e 4 (16,7%) foram superalimentados.Apenas 4 pacientes receberam a quantidade de proteínas adequada (16,7%), 14 receberam quantidades muito aquém do recomendado (58,3%) e 6 receberam quantidades muito além do recomendado (25%),13 pacientes estavam em uso de dieta enteral (54,2%), 7 de fórmula semi-elementar (29,2%) e 4 de fórmula elementar (16,7%). CONCLUSÃO: Fora concluído que a infusão de energia e proteínas é inferior ao recomendado e calculado por meio de equações preditivas e com isso,deve-se aprimorar os métodos de prescrição energética,para então promover melhores evoluções e desfechos clínicos. 277 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLNu-004 - CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM EXCESSO DE PESO: AVALIAÇÃO DE RESULTADOS DE UM PROTOCOLO DE INTERVENÇÃO NUTRICIONAL IVONE MORIMOTO; FRANCINE SANTOS; GREICE PADILHA; JESSICA SANTOS; TATIANE LIMA PUCPR INTRODUÇÃO: A incidência de excesso de peso em crianças e adolescentes tem aumentado, fato este preocupante devido ao maior risco destes se tornarem adultos obesos,suscetíveis ao surgimento precoce de doenças. Estratégias de educação nutricional em grupos, permitem troca de informações entre familiares e indivíduos com um mesmo problema e a individualização do tratamento favorece a adesão devido adequação à rotina de vida. OBJETIVOS: Avaliar resultados do protocolo de intervenção nutricional a crianças e adolescentes com excesso de peso. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo quantitativo, longitudinal e retrospectivo. Os participantes do estudo são adolescentes e crianças, de ambos os sexos que buscaram tratamento nutricional em uma clínica escola, entre os anos de 2011 e 2013. A amostra foi composta de 30 adolescentes e 31 crianças com sobrepeso e obesidade segundo o Índice de Massa Corporal por idade(IMC/I), que estiveram presentes aos dois encontros da fase de aconselhamento e pelo menos duas consultas individuais, totalizando, em média, três meses.Os dados foram coletados dos prontuários após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa.O protocolo de intervenção nutricional preconiza o atendimento em duas etapas. A primeira consiste de dois encontros que ocorrem em pequenos grupos, denominado “aconselhamento nutricional”. São abordados os temas ingestão adequada de água, elaboração de prato saudável, mastigação e fracionamento de refeições. Esta fase é seguida de consultas individuais com foco na alimentação equilibrada e no esclarecimento de dúvidas além do comprometimento de pais e familiares. Os parâmetros analisados foram estatura/idade, índice de massa corporal/idade, hábito de realizar café da manhã e fracionamento de refeições. A classificação de parâmetros antropométricos foi realizada por meio do programa Antro Plus v. 1.0.4, que utiliza as curvas de crescimento da Organização Mundial da Saúde (2007) como padrão de referência. RESULTADOS: Todas as crianças e adolescentes mantiveram a classificação estatura adequada, ao longo das intervenções. Avaliando resultados obtidos junto às crianças, verificou-se que segundo o IMC/I houve redução de 90,4% para 87,2% obesos, porém, aumentou a frequência de sobrepeso de 6,4 para 9,6% indicando que crianças passaram da classificação obeso, para sobrepeso. Ao analisar a variação do IMC, observou-se que 48,4% das crianças diminuíram o valor, 16,2% mantiveram e 35,4 aumentaram. A frequência de pacientes que passaram a ingerir o café da manhã aumentou de 70,9% para 90,3% e dos que realizavam 5 a 6 refeições diárias, de 38,7% para 87%. Quanto aos adolescentes, verificou-se que segundo o IMC/I houve redução de obesos de 80% para 70% e de maneira semelhante às crianças, aumentou a frequência de sobrepeso de 20 para 30%. Ao analisar a variação do IMC, 53,3% diminuíram o valor, 26,6% mantiveram e 20% aumentaram. A frequência de pacientes que passaram a ingerir o café da manhã aumentou de 63% para 70% porém, houve redução dos que realizavam 5 a 6 refeições diárias, de 80% para 73,3%. CONCLUSÃO: A educação nutricional em pequenos grupos, seguida de atendimento individualizado, com envolvimento de familiares demonstrou modificações favoráveis no período de três meses. 278 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR PÔSTERES 279 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA - POSTER PNu-001 - FATORES QUE INFLUENCIAM NA RESTRIÇÃO DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INTRA-UTERINO DO FETO EM GESTAÇÕES APÓS CIRURGIA BARIÁTRICA. CECILIA MELECH UTP INTRODUÇÃO: A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal no indivíduo, o que resulta em vários prejuízos para saúde. O grande aumento dos casos de obesidade tornou mais frequente a procura da cirurgia bariátrica como forma de tratamento. Cerca de 84% dos pacientes que se submetem a cirurgias bariátricas são mulheres em idade fértil e, nesse sentido, deve-se pensar nos riscos de uma gravidez após a cirurgia. OBJETIVO: O objetivo deste estudo é realizar uma revisão de literatura para analisar quais são os principais fatores que influenciam, em um desenvolvimento e crescimento inadequado do feto, em gestações com mães pós cirurgia bariátrica. MÉTODO: Foram consultados artigos que analisaram os principais fatores que podem influenciar em um desenvolvimento e crescimento intra-uterino inadequado no feto, em mãe pós-cirurgia bariátrica. Foram utilizadas as seguintes descrições: Gestação, obesidade, cirurgia bariátrica. RESULTADO: Obteve-se 25 artigos e foram excluídos 10 por não atenderem aos critérios de inclusão. Sendo assim, utilizou-se 15 artigos para confecção do presente trabalho. CONCLUSÃO: A análise dos artigos evidenciou que um acompanhamento médico e nutricional em gestantes póscirurgia bariátrica deve ser realizado rigorosamente para se evitar implicações nutricionais causadas principalmente pelo período de déficits nutricionais que que podem levar a intercorrências no desenvolvimento e crescimento do feto. 280 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA - POSTER PNu-002 - ESTUDO DAS VARIÁVEIS QUE INTERFEREM NO PROCESSO DE AMAMENTAÇÃO EM CRIANÇAS ATÉ O 6º MÊS DE VIDA. SANDRA ALINE CARRARA ELOY; MARIANA OLIVEIRA BARRETO; LINDENÁKIA DANIELLE SAMPAIO DE OLIVEIRA; DANIELLE ALMEIDA SENA; MARIANA BARRETO SILVA; TATIANA MARIA PALMEIRA DOS SANTOS; GRACIANE DA SILVA OLIVEIRA; CARLA CRISTINA MAIA; NISA EMILE PEREIRA SACRAMENTO; DORIANE DA CONCEIÇÃO LACERDA UNIT INTRODUÇÃO: O leite humano é indiscutivelmente o alimento que reúne as características nutricionais ideais, importantes na diminuição da morbidade e mortalidade infantil, com balanceamento adequado de nutrientes e desenvolvimento de inúmeras vantagens imunológicas e psicológicas (LAMOUNIER, VIEIRA, 2001). A amamentação é então, importante para a criança, para a mãe, para a família e para a sociedade em geral. A recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde) é de uma amamentação exclusiva até os 6 meses e a manutenção do aleitamento materno acrescido de alimentos complementares até os 2 anos de vida ou mais, baseado em evidências científicas. Mesmo com benefícios comprovados em relação ao aleitamento, os programas governamentais não conseguem atingir as recomendações da OMS, mães não amamentam exclusivamente e/ou não mantêm o aleitamento. OBJETIVO: Este estudo tem como propósito analisar as variáveis que interferem no desmame precoce. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo transversal com mães que estavam amamentando crianças de 0 a 6 meses de idade, inseridas nas três equipes de Programa de Saúde da Família (PSF) da área urbana do munício de Campo do Brito/SE. Os dados foram coletados por meio de um questionário previamente testado e aplicado pelas pesquisadoras. Posteriormente ao levantamento dos dados, foi elaborada uma tabela em planilha Excel na qual estão elencadas as variáveis que predominam no desmame precoce, a frequência e o percentual dos resultados obtidos. RESULTADOS: Durante a pesquisa, foram acompanhadas um total de 38 mães, com idade média de 25,5±6,8 anos, que não amamentaram exclusivamente até o 6º mês de vida da criança. Observou-se que 65,8% das mães ofereciam aleitamento materno misto e 34,2% das mães não amamentavam. Em relação às variáveis que influenciaram no desmame precoce, observou-se que os pontos apontados pelas mães foram: o leite ser fraco (5,2%); tinha pouco leite (18,4%); o bebê rejeitava (10,5%); mães não queriam amamentar (13,1%); ocupação com o trabalho (7,8%). Também foi observada que a utilização de chupeta encontra-se em maior porcentagem no grupo de mães que não amamentam (31,5%) quando comparadas com mães que amamentam (15,7%). CONCLUSÃO: A amamentação é uma habilidade adquirida por aprendizagem tanto pela mãe quanto pelo bebê. Prática, paciência e perseverança são necessárias à medida que a mãe e o bebê aprendem um sobre o outro. Necessita-se de uma expansão de promoção e apoio ao aleitamento materno porque enquanto as mães estiverem inseguras quanto a sua capacidade inata para amamentar, o desmame continuará acontecendo precocemente fazendo-se necessárias intervenções educativas junto as mesmas. 281 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA - POSTER PNu-003 - ANÁLISE DA PERCEPÇÃO E INSATISFAÇÃO CORPORAL DE CRIANÇAS MARIANNA OLIVEIRA BARRETO; SANDRA ALINE CARRARA ELOY; LINDENÁKIA DANIELE SAMPAIO DE OLIVEIRA; CARLA CRISTINA MAIA SANTOS; MARIANNA BARRETO SILVA; DANIELLE ALMEIDA SENA; TAYS AREIDE DOS SANTOS ANDRADE; JUSSIMARA MENDONÇA; CYNTHIA BARBOSA ALBUQUERQUE; TATIANA MARIA PALMEIRA DOS SANTOS UNIVERSIDADE TIRADENTES INTRODUÇÃO: A imagem corporal é a capacidade de reprodução mental do próprio corpo, sendo que esta imagem envolve vários aspectos, que estão relacionados à estrutura (como tamanho e dimensões) e à aparência (forma, aspecto), além de outros elementos físicos e psicológicos. A imagem corporal pode ser definida como a representação que cada pessoa tem acerca do seu próprio corpo (LAUS et al 2006; PINHEIRO e JIMÉNEZ, 2010). Esta autopercepção corporal sofre influências de fatores ambientais, incluindo ideais, normas e valores da cultura dominante (ALMEIDA, 2005). OBJETIVO: Avaliar a percepção e a insatisfação corporal em crianças entre 7 e 9 anos de escolas da rede privada do município de Aracaju e analisar a relação dessas variáveis com o gênero, idade e IMC. MATERIAL E MÉTODO: A metodologia utilizada foi um estudo de corte transversal, onde participaram 84 crianças de 2 escolas privadas de Aracaju, Sergipe. A participação foi voluntária após a devolução do termo de consentimento livre e esclarecido assinado por um dos pais ou responsável. Em relação a antropometria, foram coletados dados de peso e altura para, posteriormente, calcular o Índice de Massa Corporal (IMC). Para avaliar a percepção e insatisfação da imagem corporal foi utilizada a Escala Infantil de Imagem Corporal (Children´s Body Image Scale - CBIS), criada por Truby e Paxton (2002). Foi utilizado o método do qui-quadrado com nível se significância de 5%. RESULTADOS: Ao avaliar a distorção das crianças quanto a sua própria imagem, levando-se em consideração todas as idades, separando-as apenas por gênero, foi percebido que 9,5% dos meninos não apresentaram distorção, contra 90,5% que se viam diferentemente do que são. Foram encontrados valores semelhantes para as meninas, onde 16,7% não apresentaram distorção e 83,3% apresentaram. Na análise de associação, verificou-se que não há associação entre haver ou não distorção com ser menino ou menina (x2= 0,941; P= 0,332) a maioria dos alunos gostariam ter uma imagem menor que a imagem atual, ou seja, gostaria de ser mais magro independente do sexo e da idade. CONCLUSÃO: A partir dos resultados da presente pesquisa conclui-se que a distorção perceptiva e a insatisfação corporal estão presentes desde a infância, portanto, torna-se essencial que novas investigações sejam realizadas no sentido de identificar populações com altos índices de distorção e insatisfação com relação à imagem corporal, a fim de promover intervenções adequadas. Referências: AlmeidaGAN; Santos JES; Pasian, SR; LoureiroSR.Percepção de tamanho e forma corporal de mulheres: estudo exploratório. Psicol.Estud., Maringá, v.10, n.1, p.27-35, 2005. Laus MF; Zancul MS; Martins TM; Kakeshita IS; Almeida SS.Percepção da imagem corporal e estado nutricional em estudantes de nutrição.Alim. Nutr., Araraquara, v.17, n.1, p.85-89, 2006. Pinheiro N; Jiménez M. Percepção e insatisfação corporal: um estudo em crianças brasileiras.Psico, Porto Alegre,v. 41, n. 4, p.510-516, 2010. Truby H; Paxton SJ. Development of the Children’s Body Image Scale.British Journal of Clinical Psychology, v.4, p.185-203, 2002. 282 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA - POSTER PNu-004 - INFLUÊNCIA DA ESCOLARIDADE MATERNA SOBRE A DURAÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO. MARIANNA OLIVEIRA BARRETO; SANDRA ALINE CARRARA ELOY; LINDENÁKIA DANIELE SAMPAIO DE OLIVEIRA; CARLA CRISTINA MAIA SANTOS; MARIANNA BARRETO SILVA; DANIELLE ALMEIDA SENA; TAYS AREIDE DOS SANTOS ANDRADE; JUSSIMARA MENDONÇA; CYNTHIA BARBOSA ALBUQUERQUE; TATIANA MARIA PALMEIRA DOS SANTOS UNIVERSIDADE TIRADENTES INTRODUÇÃO: Estudos recentes têm evidenciado a influência de fatores como escolaridade e idade maternas sobre a incidência e duração do aleitamento materno, a prática da amamentação encontra-se condicionada a diferentes fatores, tais como conhecimentos científicos, comportamentos sociais e interesses comerciais (HORTA, 2007; FRANCA, 2007; OLIVEIRA, 2005; VENÂNCIO, 2002). Contudo, fica evidente a necessidade de se conhecer os fatores ligados ao aleitamento materno em cada realidade, visando auxiliar na escolha de estratégias mais eficazes na promoção da amamentação, que focalizem e adequem as intervenções aos grupos de maior risco (DAMIÃO, 2008). OBJETIVO: Identificar uma associação entre a escolaridade e idade materna e o tempo de amamentação exclusiva em pré-escolares. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo de delineamento transversal, envolvendo 44 crianças de dois a cinco anos de uma instituição de ensino particular, localizada no município de Itabaiana/SE. Os pais das crianças responderam um questionário sobre tempo de amamentação(categorizadas em < 4 meses; 4 a < 6 meses e e#8805; 6 meses)e a escolaridade materna (categorizadas em ensino básico completo, ensino secundário completo e ensino superior completo). RESULTADOS: Das 44 mães entrevistadas 38,63% (17 entrevistadas) possuíam até o Ensino Básico, 34,09% (15 entrevistadas) o Ensino Secundário e 27,27% (12 entrevistadas) o Ensino Superior. Dentre as mães que possuem Ensino Superior incompletos 58,33% (9 entrevistadas), seguiam a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde que preconiza o aleitamento materno exclusivo por seis meses. Já dentre as mães que possuem Ensino Básico apenas 29,41% (5 entrevistadas) amamentaram exclusivamente os filhos durante seis meses. E em meios as mães que possuem o Ensino Secundário 26,66% (4 entrevistadas) seguiram a recomendação. CONCLUSÃO: Podemos concluir no presente estudo que houve associação entre a duração do aleitamento materno exclusivo e a escolaridade materna. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: DAMIÃO, Jorginete de Jesus. Influência da escolaridade e do trabalho maternos no aleitamento materno exclusivo. Rev. bras. epidemiol. vol.11 n°.3 São Paulo Sept. 2008. FRANCA, G.V.A.et al. Determinantes da amamentação no primeiro ano de vida em Cuiabá, Mato Grosso. Rev Saúde Pública 2007; 41(5): 711-8. HORTA, B.L. et al. Duração da amamentação em duas gerações. Rev Saúde Pública2007; 41(1): 13-8. OLIVEIRA, L.P.M. et. al. Duração do aleitamento materno, regime alimentar e fatores associados segundo condições de vida em Salvador, Bahia, Brasil. Cad Saúde Pública 2005; 21(5): 1519-30. VENÂNCIO, S.I. et al. Freqüência e determinantes do aleitamento materno em municípios do Estado de São Paulo. RevSaúdePública 2002; 36(3): 313-8. 283 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA - POSTER PNu-005 - PREVALÊNCIA DE ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO E SEU EFEITO SOBRE O ESTADO NUTRICIONAL DE PRÉ-ESCOLARES. LINDENÁKIA DANIELLE SAMPAIO DE OLIVEIRA; SANDRA ALINE CARRARA ELOY; MARIANNA OLIVEIRA BARRETO; CARLA CRISTINA MAIA SANTOS; MARIANNA BARRETO SILVA; DANIELLE ALMEIDA SENA; TAYS AREIDE DOS SANTOS ANDRADE; JUSSIMARA MENDONÇA; CYNTHIA BARBOSA ALBUQUERQUE; TATIANA MARIA PALMEIRA DOS SANTOS UNIVERSIDADE TIRADENTES INTRODUÇÃO: Um notável aumento na prevalência do sobrepeso e da obesidade infantil tem sido demonstrado nos últimos trinta anos. O leite de vaca tem sido apontado como um dos mecanismos responsáveis para uma elevação do risco da obesidade (MORAIS e GIUGLIANO, 2011; MOREIRA et al., 2012; WHO, 2012; SCHUCH et al., 2013; SILVEIRA et al., 2013; RZEHAK et al., 2013). Nesse contexto, o desmame precoce e a consequentemente privação de compostos presentes no leite materno poderia influenciar o risco do surgimento da obesidade infantil (ROGERO, 2010). OBJETIVO: Identificar uma associação entre o tempo de amamentação exclusiva e possível proteção no desenvolvimento do sobrepeso e obesidade em pré-escolares. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo de delineamento transversal, em que 48 crianças de dois a cinco anos de uma instituição de ensino particular, localizada no município de Itabaiana SE, foram avaliadas quanto ao peso e estatura. Os pais das crianças responderam a um questionário sobre tempo de amamentação. As crianças foram categorizadas em amamentadas exclusivamente e não amamentadas exclusivamente até os 6 meses e, posteriormente, tais dados foram relacionados ao estado nutricional. RESULTADOS: Das 48 crianças estudadas, 6,2% nunca haviam recebido leite materno e 93,8% receberam leite materno, nas quais 62,5% (30 crianças) receberam aleitamento materno exclusivo durante seis meses ou mais e 31,25% (15 crianças) tiveram além do aleitamento materno a inserção da alimentação complementar durante a mesma faixa temporal. Dentre as crianças que receberam aleitamento materno exclusivo, notou-se uma prevalência de eutrofia (80%) em detrimento do sobrepeso (20%). CONCLUSÃO: Foi possível concluir que houve associação significativa entre duração do aleitamento materno exclusivo e a prevenção de sobrepeso e obesidade em pré-escolares, concordando com os dados da literatura. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: MORAES, JFVN; GIUGLIANO, Rofolfo. Aleitamento materno exclusivo e adiposidade. Revista Paulista Pediatria, v. 29, n. 2, p. 152-6, 2011. MOREIRA, M.A. et al.Excesso de peso e fatores associados em crianças da região nordeste do Brasil. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 88, n. 4, p. 347-52, 2012. ROGERO, MM. et al. O desmame precoce afeta o ganho de peso e a composição corporal em camundongos adultos? RevistaNutrição, Campinas, v.23, n.1, p.85-93, jan./fev. 2010. RZEHAK, P. et al. Associations of IGF-1 gene variants and milk protein intake with IGF-I concentrations in infants at age 6 months — Results from a randomized clinical trial. GrowthHormonee IGF Research, v. 23, p. 149-158, 2013. SCHUCH, I. et al. Excess weight in preschoolers: prevalence and associated factors. Jornal de Pediatria, v.89, n.2 , p. 179-188, Rio de Janeiro: 2013. SILVEIRA, J.A.C. et al. Secular trends and factors associated with overweight among Brazilian preschool children: PNSN1989, PNDS-1996, and 2006/07. Jornal de Pediatria, v.12, n. 3, p.1-9, 2013. WORLD HEALTH ORGANIZATION.Population-Based Approaches to childhood obesity prevention.WHO, Geneva; 2012. 284 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA - POSTER PNu-006 - POLÍTICAS DE INCENTIVO A AMAMENTAÇÃO SOB A LUZ DOS DIREITOS HUMANOS ANA GABRIELLA MAGALHAES DE AMORIM; PAULO VICTOR MODÂNESI HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PRESIDENTE DUTRA – UFMA É consenso que o leite materno é o único alimento com a capacidade de nutrir adequadamente e atender todas as necessidades fisiológicas do lactente. São diversos os pactos internacionais que aludem o aleitamento materno como um direito humano. No Brasil, as políticas de incentivo ao aleitamento materno iniciaram-se ainda na década de 80, e entre elas estão a Rede Amamenta Brasil, o Hospital Amigo da Criança e a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (BLH). Apesar dos avanços nas políticas da amamentação, torna-se necessário uma visão crítica do poder legislativo e judiciário para que o Direito Humano ao aleitamento materno durante os 6 meses seja assegurado de forma integral. Essa pesquisa constitui-se de uma revisão de literatura com busca de artigos indexados nas bases de dados do SciELO, Portal de Periódicos CAPES e sites do governo federal. 285 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA - POSTER PNu-007 - PERFIL LIPÍDICO E NÍVEIS PRESSÓRICOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES RESIDENTES NO MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA (MG) FABIANA ALMEIDA DA SILVA; FELIPE SILVA NEVES; VANESSA SEQUEIRA FONTES; THAÍS DA SILVA SABIÃO; RENATA MARIA SOUZA OLIVEIRA; MICHELE PEREIRA NETTO; ANA PAULA CARLOS CÂNDIDO UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial e as alterações de colesterol e triglicerídeos constituem-se como fatores de risco cardiovasculares e vêm sendo estudadas na atualidade. Algumas investigações relatam associações entre as variáveis lipídicas e a pressão arterial (PA). OBJETIVO: Descrever o perfil lipídico e os níveis de pressão arterial de crianças e adolescentes, bem como verificar a existência de correlação entre esses parâmetros. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo epidemiológico transversal realizado com 708 alunos, de 7 a 14 anos de idade e de ambos os sexos, matriculados em escolas públicas e particulares da área urbana do município de Juiz de Fora (Minas Gerais). Os estudantes foram selecionados por processo amostral aleatório simples e estratificados de acordo com sexo, idade e proporção em cada escola. Peso e estatura foram aferidos e, após coleta de sangue com 12h de jejum, efetuaram-se as dosagens bioquímicas de glicose e triglicerídeos, além de colesterol total e frações (HDL e LDL). Através do aparelho oscilométrico digital Omron® (HEM-705CP), a PA foi mensurada por três vezes alternadas – respeitando um intervalo mínimo de 20 minutos entre cada aferição realizada – estando os indivíduos assentados e com o braço esquerdo estendido na altura do coração. De acordo com estatura e idade, os valores pressóricos foram examinados conforme os protocolos estabelecidos pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Os seguintes testes estatísticos foram executados: razão de chance e qui-quadrado. Para as análises, adotou-se o software SPSS versão 17.0, considerando-se uma significância de 5%. RESULTADOS: A amostra foi composta por 47,7% meninos e 52,3% meninas, com média de idade de 10,1±2,8 anos. Observou-se que 18,8% dos escolares apresentavam sobrepeso e 13,9% estavam obesos. Na avaliação dos níveis pressóricos, observamos valores médios de 106,4±10,6 mmHg para a PA sistólica e de 66,1±7,2 mmHg para a PA diastólica. Do total de escolares, 5,6% estavam pré-hipertensos, 2,3% hipertensos de nível I e 1,7% hipertensos de nível II, sem diferenças entre os sexos e as idades. O nível médio do colesterol total foi de 155,2±26,8 mg/dL, sendo que 29,9% apresentaram valores limítrofes e 27,3% valores aumentados. Em relação ao LDL (93,7±23,5 mg/dL), 31,3% estavam limítrofes e 7,1% aumentados. Para o HDL (48,6±10,8 mg/dL), foram observados níveis baixos em 38,1% dos alunos. Sobre os triglicerídeos (68,2±32,8 mg/dL), 10,1% exibiram níveis limítrofes e 5,1% concentrações aumentadas. A hiperglicemia foi encontrada em 2,3% dos estudantes, sendo a média dos níveis de glicose de 81,2±9,0 mg/dL. O valor do HOMA foi de 1,7±1,3 e a hiperinsulinemia (>15 µU/mL) detectada em 5,9% da amostra. CONCLUSÃO: Não encontramos associação entre PA e lipídios séricos. Entretanto, observamos uma considerável prevalência de dislipidemia na população avaliada, o que indica a relevância da adoção de estratégias de promoção de saúde e prevenção de doenças para que a morbidade e a mortalidade por doenças cardiovasculares sejam evitadas ou reduzidas. Apoio: CNPq, FAPEMIG e UFJF. 286 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA - POSTER PNu-008 - ÍNDICE DE MASSA CORPORAL AJUSTADO E FATORES ASSOCIADOS AO RISCO CARDIOVASCULAR EM CRIANÇAS CAMILA FRANCISQUINI; FABIANA ALMEIDA DA SILVA; FELIPE SILVA NEVES; VANESSA SEQUEIRA FONTES; RENATA MARIA SOUZA OLIVEIRA; MICHELE PEREIRA NETTO; ANA PAULA CARLOS CÂNDIDO UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA INTRODUÇÃO: Fatores associados ao risco cardiovascular estão presentes precocemente na vida, especialmente o sobrepeso e a obesidade. O IMC é o método mais utilizado para a sua detecção, porém impreciso ao determinar a adiposidade corporal. OBJETIVO: Devido a essa fragilidade, o estudo tem por objetivo analisar se o IMC ajustado proposto por Mialich et al. (2011) aplica-se a crianças, associando seus valores ao risco cardiovascular. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo epidemiológico transversal realizado com estudantes de escolas públicas e particulares da área urbana do município de Juiz de Fora (Minas Gerais), selecionados por processo amostral aleatório simples e estratificados de acordo com sexo, idade e proporção em cada instituição. Foram avaliadas variáveis antropométricas, clínicas e bioquímicas. Para as análises estatísticas, utilizou-se o software SPSS 17.0 e foram realizados os seguintes testes: correlação de Pearson, Kappa e regressão linear múltipla. RESULTADOS: Foram avaliadas 301 crianças (8,7±1,1 anos), sendo 49,8% meninas e 50,2% meninos. As médias do IMC e do IMC ajustado foram semelhantes em ambos. O teste de Kappa entre o IMC e o IMC ajustado demonstrou uma concordância quase perfeita (0,85 a 0,93). Em ambos os sexos, houve correlação forte e significante com as variáveis antropométricas, e fraca e significante com as variáveis bioquímicas. O modelo de regressão demonstrou que nas meninas, 90% da variação do IMC se deve a idade, pressão arterial diastólica e gordura bipolar; enquanto que no IMC ajustado, 85% da influência é exercida pela idade, circunferência de cintura, HDL, LDL e pressão arterial diastólica. No modelo masculino, as variáveis responsáveis por 95% da variação do IMC são idade, circunferência de cintura, HDL, colesterol total, LDL, somatório da PCT e PCSE e percentual de gordura tetrapolar. Aquelas que influenciam o IMC ajustado são pressão arterial sistólica, triglicérides, somatório da PCT e PCSE e circunferência de cintura, explicando 90% da variação. Ao comparar IMC e IMC ajustado, observou-se que as mesmas variáveis compõem os dois modelos, mostrando a semelhança entre os índices. Ambos têm uma resposta melhor na presença de uma variável antropométrica, indicando a importância de uma medida que complemente a avaliação do IMC. CONCLUSÃO: Na população avaliada o IMC é comparável ao IMC ajustado. Novos estudos são necessários para a mensuração do desempenho diagnóstico do IMC ajustado em diferentes grupos etários. Apoio: CNPq, FAPEMIG e UFJF. 287 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA - POSTER PNu-009 - CONSUMO ALIMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL DE PRÉ-ESCOLARES DE UMA CAPITAL DO NORDESTE. DORIANE CONCEIÇÃO LACERDAS; ANA HELOÍSA SOUZA GOES; ANDREZA MELO DE ARAUJO; THAMIRIS THATIELE RODRIGUES DE MELO; RICARDO QUEIROZ GURGEL; FLÁVIA EMÍLIA LEITE DE LIMA; DANIELLE GÓES DA SILVA UNIVERSIDADE TIRADENTES; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE; UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA INTRODUÇÃO: A alimentação infantil é indispensável para o adequado crescimento, desenvolvimento e para prevenção de doenças a curta e longo prazo (ROSSI, MOREIRA, RAUEN, 2008). É sabido que inadequações no consumo alimentar por um longo período de tempo pode culminar em problemas nutricionais carenciais e/ou de excesso (TAVARES, 2012). A variedade alimentar na infância pode estar relacionada ao estado nutricional e a formação de hábitos alimentares saudáveis (NICKLAUS, 2009). Assim, é fundamental que crianças possuam uma alimentação variada em tipos e grupos alimentares, nas várias refeições do dia, para que sejam atingidas as necessidades nutricionais (NICKLAUS, 2009). OBJETIVO: Avaliar o consumo alimentar de préescolares, e suas associações com a faixa etária e o estado nutricional. MATERIAL E MÉTODO: Estudo transversal com amostra representativa (n=910) de crianças de 2 a 6 anos de escolas municipais do município de Aracaju, Sergipe, Brasil. O consumo alimentar foi avaliado pelo Recordatório Alimentar de 24 horas. O estado nutricional foi avaliado pelo Índice de Massa Corporal para idade. RESULTADOS: Os pré-escolares apresentaram consumo excessivo de cereais, açúcares e doces, e consumo insuficiente de frutas, hortaliças, leite e derivados. Os principais alimentos consumidos foram arroz, feijão, açúcar e leite em pó. As crianças menores (24 a 59 meses) consumiram mais alimentos como leite em pó, frutas, arroz e frango, enquanto as maiores (60 a 83 meses) apresentaram maior consumo de pão francês. Os pré-escolares com baixo peso apresentaram maior consumo de bebidas (leite e suco), os eutróficos consumiram mais frituras e aqueles com excesso de peso mais café. CONCLUSÃO: O estudo em questão observou uma baixa variedade alimentar na dieta dos pré-escolares, com consumo insuficiente de alimentos protetores e importantes para crescimento e desenvolvimento. Foi possível observar também que a falta de variabilidade e monotonia na dieta foi mais identificada nas crianças de maior idade, assim como as eutróficas e obesas. 288 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA - POSTER PNu-010 - PRÁTICAS ALIMENTARES DE CRIANÇAS ATÉ DOIS ANOS DE IDADE INTERNADAS NA PEDIATRIA DE UM HOSPITAL PÚBLICO DO NORDESTE DO BRASIL DORIANE CONCEIÇÃO LACERDAS; DAMARES OLIVEIRA SANTOS; JOANA SOUZA DOS SANTOS; ERIK MICHEL RODRIGUES DE SOUZA; MARIA DE LOURDES ALVES DA SILVA NETA; ANA CRISTINE SANTOS PACHECO UNIVERSIDADE TIRADENTES; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE; HOSPITAL DE URGÊNCIA DE SERGIPE INTRODUÇÃO: Segundo o Ministério da Saúde, a alimentação de crianças menores de dois anos deve ser cuidadosamente avaliada, pois esta faixa etária é a mais vulnerável para a ocorrência de desnutrição e deficiências nutricionais. Uma alimentação adequada tanto quantitativa como qualitativamente, nos primeiros anos de vida, é essencial para o crescimento e desenvolvimento da criança, pois ela fornece ao organismo a energia e os nutrientes necessários para o bom desempenho de suas funções e para a manutenção da saúde. As carências nutricionais são uma das principais causas de risco morbimortalidade infantil (VILELA, 2008). OBJETIVO: Avaliar as práticas alimentares de crianças de até dois anos de idade internadas em um hospital público do Nordeste do Brasil. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo descritivo do tipo transversal, no qual foram estudadas 31 crianças de ambos os gêneros, internadas na pediatria de um hospital público do nordeste brasileiro, no período de fevereiro (2015). Os dados foram compilados dos protocolos do serviço de nutrição clínica do hospital (peso, estatura, diagnostico clínico, presença de cormorbidades), as práticas alimentares foram coletadas através da história dietética, no momento da admissão. No processamento e analise dos dados, foi usado o software SPSS versão 15 e o ANTHRO com padrão do NCHS, segundo o score z. Na analise estatística, utilizou-se o teste do Qui-quadrado de Pearson e intervalo de confiança de 95% (p< 0,05). RESULTADO: No presente estudo, encontrou-se 58,1% de crianças do gênero masculino e 41,9% do gênero feminino. O diagnostico clínico mais prevalente foi pneumonia (48,4%); Observou-se um importante percentual de desmame (22,6%) e uma reduzida prevalência de aleitamento materno exclusivo (9,7%). Entre as crianças menores de 6 meses (n=15), 60% não eram amamentadas, 26,7% complementavam a amamentação com leite não humano e apenas 13,3% estavam em amamentação exclusiva. Nas crianças de 6 a 24 meses, observou-se que 26,6% só consumiam alimentos lácteos (leite não humano e mingau), 66,7% consumiam mingau e outros alimentos e 6,7% ainda permanecia com aleitamento materno exclusivo. CONCLUSÃO: As crianças estudadas mostraram práticas de aleitamento materno insuficiente, principalmente os menores de seis meses quando o aleitamento materno deve ser o alimento prioritário. Além disso, pode ser observado um consumo de alimentos lácteos em excesso principalmente os lácteos com farináceos. 289 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA - POSTER PNu-011 - ESTADO NUTRICIONAL E TEMPO DE INTERNAÇÃO DE CRIANÇAS NA PEDIATRIA DE UM HOSPITAL PÚBLICO DORIANE CONCEIÇÃO LACERDAS; ANNA CRISTINE SANTOS PACHECO; MARIA DE LOURDES ALVES DA SILVA NETA; TAINARA BONFIM DE SOUZA ALMEIDA; MICHELE OLIVEIRA LOPES; ISABEL CRISTINA SANTOS DO NASCIMENTO; ESTEFÂNIA DE VASCONCELOS SENA; ANA HELOÍSA DE SOUZA GOES; KELLY GONÇALVES RIBEIRO UNIVERSIDADE TIRADENTES; HOSPITAL DE URGÊNCIA DE SERGIPE INTRODUÇÃO: O período da infância é fundamental para o desenvolvimento de todos os aspectos humanos, sejam eles biológicos, psicossociais e cognitivos. Patologias surgidas nessa fase da vida podem prejudicar o processo de crescimento e desenvolvimento da criança. A hospitalização pode representar um trauma para a criança que é obrigada a se ausentar de seu ambiente social e entrar em contato com tratamentos muitas vezes dolorosos. (BORTOLOTE E BRÊTAS, 2008). Estes fatores associados à própria patologia podem comprometer o estado nutricional da criança. Assim, considerando que a identificação do risco nutricional da criança no momento da hospitalização pode interferir na recuperação precoce do paciente e quando identificadas à tempo, favorece a tomada de decisão precoce para o grupo de maior risco. OBJETIVO: Avaliar o estado nutricional de crianças internadas na pediatria de um hospital público em uma capital do nordeste. MATERIAL E MÉTODO: A amostra foi composta por 479 crianças, com idade de 0 a 10 anos, de ambos os gêneros, internadas na pediatria de um hospital público no período de junho de 2010 a janeiro de 2011. Até 48h da admissão, eram aferidos peso e estatura e o estado nutricional foi avaliado a partir dos índices antropométricos: peso/estatura (P/E), estatura/idade (E/I), peso/idade (P/I) e índice de massa corporal/idade (IMC/I) que são utilizados no protocolo do serviço. Para a associação do estado nutricional com tempo de internação, optou-se pelo indicador P/I. No processamento e analise dos dados foi usado o software o SPSS versão 15 e o ANTHRO com padrão do NCHS, segundo o score z. Na analise estatística, utilizou-se o teste do Qui-quadrado de Pearson e intervalo de confiança de 95% (p< 0,05). RESULTADO: Das crianças avaliadas 43,2% eram do gênero masculino e 56,8% do gênero feminino. Houve maior número de internações de crianças menores que 60 meses (63,9%). Verificou-se que 88,1% (n=422) estavam eutróficas e 9,6% (n=46) apresentavam baixo peso ou muito baixo peso. Das variáveis analisadas, foi encontrada associação estatisticamente significante entre faixa etária e diagnostico clinico(p=0,001), faixa etária e estado nutricional (p=0,02) e tempo de internação e estado nutricional (0,02). Assim, crianças menores de 60 meses apresentaram mais neuropatias, doenças respiratórias e traumas, além serem classificadas como muito baixo peso ou baixo peso e passarem mais tempo internadas. CONCLUSÃO: O estudo mostrou uma maior vulnerabilidade das crianças menores de 5 anos, que apresentou maiores riscos para doenças e maior tempo de internação. Porem faz-se necessário a utilização de outros parâmetros de avaliação como os subjetivos e bioquímicos. O estado nutricional adequado identifica os pacientes em risco, possibilitando a condução de tratamentos mais efetivos. 290 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA - POSTER PNu-012 - AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS PORTADORAS DE PARALISIA CEREBRAL DORIANE CONCEIÇÃO LACERDAS; STEPHANIE CECÍLIA ARAÚJO DE SOUZA; BÁRBARA DE SOUZA OLIVEIRA; CECÍLIA MAYARA OLIVEIRA SANTOS UNIVERSIDADE TIRADENTES INTRODUÇÃO: Os distúrbios neurológicos decorrentes das lesões no sistema nervoso demonstram consequências no estado nutricional de acordo com a localização atingida, afetando por vezes as capacidades físicas e cognitivas necessárias para uma nutrição adequada (SIMONY et al., 2014). Uma das neuropatias mais frequentes é a paralisia cerebral (PC), também denominada encefa¬lopatia crônica não progressiva da infância, e é consequência de uma lesão no cérebro em fase de maturação estrutural e funcional, no período pré, peri ou pós-natal (WHO, 1999). OBJETIVO: Avaliar o estado nutricional de crianças portadoras de paralisia cerebral (PC). MATERIAIS E MÉTODO: Estudo transversal incluindo crianças atendidas no ambulatório escola de fisioterapia e na associação dos pais e amigos dos excepcionais (APAE) de ambos os sexos, com idades entre 2 a 13 anos, diagnosticadas com paralisia cerebral (PC) . Os indicadores nutricionais antropométricos estudados foram: peso, altura, índice de massa corporal, área muscular e de gordura do braço tendo como referência as Novas Curvas de Crescimento Específicas para PC (NCEPC) que estão organizadas de acordo com o GMFCS (nos 5 níveis de comprometimento motor) e as recomendações de Frisancho. RESULTADOS: A frequência de comprometimento nutricional (< Percentil 10), de acordo com os indicadores antropométricos para idade, foram: 31,8% para peso e 53% para IMC. A PCT e CMB também ficaram abaixo dos valores de normalidade, pela classificação de Frisancho, com 68,9% e 58,3% respectivamente. Os determinantes que influenciam o estado nutricional: 79,5% das crianças foram classificadas no nível V de comprometimento motor, segundo a escala GMFCS. Essas mesmas crianças (79,5%) foram referidas com disfagia; Também desde percentual, 68,9% já apresentou pelo menos um episódio de pneumonia e 37,1% foram referidas com presença de refluxo gastroesofágico e todas estas crianças apresentaram desnutrição para alguns índice antropométrico. CONCLUSÃO: Observou-se, nesse estudo, uma predominância de desnutrição nas crianças acometidas por paralisia cerebral, presente mais no sexo masculino (maior parte da população) do que no feminino. Observou-se também que todos os determinantes analisados atuaram significativamente no estado nutricional dessa população, sobretudo a disfagia e o grau de comprometimento motor. 291 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA - POSTER PNu-013 - PERFIL NUTRICIONAL DE ESCOLARES DA EDUCAÇÃO INFANTIL ELIMARY FRANCELINO DE OLIVEIRA; FABIANA OLIVEIRA GARCIA PREFEITURA MUNICIPAL DE CIANORTE INTRODUÇÃO: O estado nutricional de uma criança possui papel fundamental para que seu crescimento seja progressivo e para que ela desenvolva suas aptidões psicomotoras e sociais, sendo assim, a avaliação do estado nutricional tem se tornado aspecto cada vez mais importante no estabelecimento de situações de risco, no diagnóstico nutricional e no planejamento de ações de promoção à saúde e prevenção de doenças. Sua importância é reconhecida tanto na atenção primária, para acompanhar o crescimento e a saúde da criança, quanto na detecção precoce de distúrbios nutricionais, seja desnutrição, seja obesidade. OBJETIVOS: Avaliar o perfil nutricional dos alunos que frequentam os Centros Municipais de Educação Infantil. MÉTODO: Foram avaliados alunos de ambos os sexos, com idade entre 6 e 60 meses. A avaliação antropométrica foi realizada pela nutricionista responsável. O peso foi obtido utilizando balança digital. Para aferição do comprimento dos alunos com faixa etária entre 6 e 23 meses foi utilizado antropômetro com amplitude de 100 cm e subdivisões de 0,1cm. Já para os alunos com idade entre 23 a 60 meses foi utilizado o estadiômetro de haste móvel vertical com escala em centímetros (cm) e precisão de um milímetro (mm). O cálculo do índice de massa corporal (IMC) foi realizado pela formula do peso (kg) dividido pela altura (cm) ao quadrado. A classificação foi por meio dos índices peso para estatura (P/E), estatura por idade (E/I), peso para idade (P/I) e IMC para idade (IMC/I), que tem como pontos de cortes as curvas de crescimento da Organização Mundial da Saúde, SISVAN, 2006. RESULTADOS: Foram avaliados 844 alunos, sendo 420 (49,8%) do sexo feminino e 424 (50,2%) do sexo masculino. No índice P/E houve prevalência do peso adequado em ambos os sexos. No índice E/I teve como prevalência a estatura adequada para idade no sexo feminino e no masculino com, 51,8% e 47,1%, respectivamente. Já no IMC/I a prevalência foi o IMC adequado em ambos os sexos, com 57,3% (482 alunos) do total de crianças avaliadas, porém houve um maior número de meninas com sobrepeso, que corresponde há 116 alunas (13,7 %). E por último, o índice P/I, o peso adequado foi o que obteve maior percentual, com 86,2% (728 alunos), seguido de 12,7% (108 alunos) com peso elevado. CONCLUSÃO: Este estudo mostrou que a maioria dos alunos estão adequado em todos os índices, porém existem grande parte deles com sobrepeso e obesidade, na qual mostra uma necessidade de uma intensificação da educação nutricional, com as crianças e, principalmente, com os pais, bem como uma melhor atenção à alimentação no período escolar direcionados à prevenção de obesidade infantil, visto que nos primeiros anos de vida é que são estabelecidas as práticas alimentares que repercutem nas condições de saúde até a vida adulta. 292 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA - POSTER PNu-014 - PERFIL NUTRICIONAL DE ESCOLARES DA PRÉ-ESCOLA E ENSINO FUNDAMENTAL FABIANA OLIVEIRA GARCIA; ELIMARY FRANCELINO DE OLIVEIRA PREFEITURA MUNICIPAL DE CIANORTE INTRODUÇÃO: No Brasil, tem sido detectada a progressão da transição nutricional da população, caracterizada fundamentalmente por redução nas prevalências dos déficits nutricionais e ocorrência mais expressiva de sobrepeso e obesidade. Esta transição nutricional está relacionada, principalmente, ao sedentarismo, aumento do consumo de calorias e alimentos industrializados. Para tanto a avaliação nutricional de crianças é uma forma de analisar o estado nutricional, planejar ações de promoção à saúde, prevenir doenças e realizar o tratamento precoce. OBJETIVO: Avaliar o perfil nutricional dos estudantes, das Escolas Municipais, a fim de identificar a prevalência de baixo peso, peso adequado e excesso de peso, além de fazer um comparativo com os anos anteriores. MÉTODO: Foram avaliados os estudantes de ambos os sexos, com faixa etária de 4 a 11 anos. A aferição das medidas antropométricas foi realizada em sala reservada especialmente para este fim, por acadêmicos de Educação Física previamente treinados e Nutricionistas. O peso foi aferido por medição única em balança digital. A estatura foi aferida com estadiômetro de haste móvel vertical com escala em centímetros (cm) e precisão de um milímetro (mm). O cálculo do índice de massa corporal (IMC) foi realizado por meio da fórmula que relaciona o peso (kg) com a altura (metros) ao quadrado: IMC = Peso / (Altura)² e o diagnóstico do IMC, se deu com base no artigo de Conde e Monteiro, 2006, da Sociedade Brasileira de Pediatria. RESULTADOS: Foram avaliadas 4.642 crianças, sendo elas, 2.279 meninas, representando 49% e 2.363 meninos, representando 51%. Das meninas, tivemos 44 delas com baixo peso (2%), 1.363 com peso adequado (60%) e 872 com excesso de peso (38%). Já os meninos, 17 com baixo peso (0,7%), 1.645 com peso adequado (69,6%) e 701 com excesso de peso (29,7%). E na avaliação em geral, tivemos 61 crianças com baixo peso (1%), 3.008 com peso adequado (65%) e 1.573 com excesso de peso (34%). Com base nos dados coletados nos anos anteriores, 2012, tivemos 4.402 estudantes avaliados, 6% de baixo peso, 67% de peso adequado e 27% de baixo peso e 2013, 4.480 estudantes avaliados, 2% de baixo peso, 65% de peso adequado e 33% de excesso de peso, obtivemos queda no índice de baixo peso, contra aumento do índice de excesso de peso. CONCLUSÃO: Estes resultados confirmam uma tendência que é mundial, onde a frequência de excesso de peso entre os escolares avaliados é elevada, contrariamente ao baixo peso. Que apesar de ser um problema antigo, a obesidade nunca havia alcançado proporções epidêmicas como atualmente, fato parcialmente explicado pela redução da atividade física e pelas modificações dos hábitos alimentares, caracterizadas pelo aumento na quantidade e frequência do consumo de produtos de alta densidade energética. 293 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA - POSTER PNu-015 - ANÁLISE DAS POSSÍVEIS INTERAÇÕES DROGRA-NUTRIENTES DE PACIENTES CRÔNICOS PEDIÁTRICOS INTERNADOS EM UNIDADE DE TREINAMENTO PARA DESOSPITALIZAÇÃO(UTD) MARÍLIA ALMEIDA; CAMILA LIMA HOSPITAL MARTAGÃO GESTEIRA INTRODUÇÃO: A manutenção do equilíbrio metabólico é influenciada pela ingestão de alimentos. Sua importância é associada à capacidade de fornecer ao corpo humano nutrientes necessários ao estabelecimento da integridade física e mental. Os nutrientes podem interagir com os fármacos e comprometer o estado nutricional e terapêutico constituindo significativos problemas na prática clínica. Em crianças, além de afetar o estado nutricional pode afetar também o processo de crescimento e desenvolvimento. O fenômeno de interação droga-nutriente pode ocorrer em qualquer etapa que envolve a farmacocinética e farmacodinâmica do fármaco. OBJETIVO: Avaliar as possíveis interações droga-nutrientes de pacientes pediátricos com doenças crônicas em uma unidade de treinamento para desospitalização. MÉTODOS: O estudo é do tipo transversal, descritivo com abordagem quantitativa das possíveis interações droga-nutrientes ocorrida em uma unidade pediátrica de fevereiro a março de 2015. A Unidade de Treinamento para Desospitalização consiste em uma unidade de internamento hospitalar que presta serviços assistencialistas e educacionais a paciente crônicos e seus responsáveis. São atendidos pacientes com alterações genéticas e neuropatias que cursam com repercussões respiratórias necessitando de Ventilação Mecânica e distúrbios de deglutição utilizando vias alternativas de alimentação. Os cuidadores são treinados pela equipe para assistir as crianças e estarem aptos a realizar os cuidados em domicílio. São ensinadas técnicas de manejo com equipamentos, materiais e medicamentos, realização de manobras, além de reconhecimentos de sinais que indiquem alterações do estado normal da criança, podendo entrar em contato com a equipe a qualquer momento em situações de emergência. A coleta dos dados foi realizada por meio de consulta aos prontuários eletrônicos pelas residentes de farmácia e nutrição e posteriormente, os dados foram corroborados com a literatura. RESULTADOS: Foram avaliadas 19 prescrições sendo 63,16% (12) referente aos pacientes do sexo masculino e 36,84% (7) do sexo feminino. A alimentação principal é por via gastrostomia correspondendo 84,21% (16). Dos pacientes hospitalizados, 63,16%(12) utilizaram dieta sistema fechado,21,05% (4) sistema aberto e 15,79% (3) utilizaram dieta via oral. Das prescrições analisadas 100% apresentaram possibilidades de interação droga-nutrientes. Os suplementos nutricionais tiveram uma frequência de 35,09% (40), seguidos dos antimicrobianos com 31,58% (36) e diuréticos 11,40% (13). As interações podem reduzir absorção ou alterar o metabolismo dos nutrientes, alterar a absorção e biodisponibilidade de fármacos e reduzir seu efeito terapêutico. Os principais nutrientes envolvidos são as vitaminas B12 e as lipossolúveis e os minerais como magnésio, potássio, cálcio e sódio. Os polivitamínicos, sulfato ferroso e ciprofloxacino foram os medicamentos mais prescritos. CONCLUSÃO: Para os pacientes em uso de dieta enteral contínua e que utilizam medicamentos que possam interagir, a interrupção da dieta em horários próximos a administração de fármacos se faz necessária. Em contrapartida, as dietas de via oral e enteral intermitente devem ser aprazadas de modo a não ser administradas simultaneamente com os medicamentos. O presente estudo sinaliza a importância para o acompanhado das possíveis interações entre fármacos e nutrientes, a fim de garantir a manutenção do estado nutricional e a efetividade do tratamento farmacológico. 294 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA - POSTER PNu-016 - FATORES QUE ALTERAM A ACEITAÇÃO ALIMENTAR EM PACIENTES ONCOLÓGICOS PEDIÁTRICOS HOSPITALIZADOS MONICA APARECIDA PRATA ALVES; PALOMA DOS SANTOS GARCIA; LUCIMARA PEREIRA DA SILVA GONÇALVES; MICAELE SILVA NOGUEIRA MOTA; JANAÍNA ALVARENGA FEITOSA VILAR INTRODUÇÃO: O câncer é uma enfermidade que se caracteriza pelo crescimento descontrolado, rápido e invasivo de células com alteração em seu material genético. (INCA, 2009). As formas mais comuns de tratamento incluem quimioterapia, radioterapia, cirurgia e transplante de medula óssea. O tratamento assim como a própria doença tem efeitos agressivos ao hospedeiro. (Garófolo, 2005). A redução da ingesta alimentar, alteração do gasto energético, absorção e metabolismo de nutrientes, além de complicações, como toxicidade oral e gastrointestinal, nefrotoxicidade e infecção têm o papel importante na etiologia da desnutrição. (INCA, 2014; Garofolo, 2005). Sabendo – se o que pode alterar a aceitação alimentar de pacientes oncológicos pediátricos é possível assim atuar na tentativa de atenua los e promover melhor qualidade de vida. OBJETIVOS: 1) Conhecer os fatores que contribuem para alterar a aceitação alimentar em pacientes oncológicos; 2) Identificar as conseqüências da baixa aceitação alimentar; 3) Revisar e discutir formas para atenuar as conseqüências da baixa aceitação alimentar; MÉTODOS: Este estudo será realizado através de revisão de literatura. Serão utilizados como critérios para escolha das referências bibliográficas os seguintes tópicos: • Artigos publicados em periódicos indexados e nas bases de dados SciElo, LiLacs, Pubmed, que tenham sido publicados a partir do ano de 2005; • Livros publicados a partir do ano de 2005; • Sites de instituições e sociedades brasileiras e internacionais de oncologia pediátrica. DISCUSSÃO E RESULTADOS: Pacientes oncológicos são mais susceptíveis a desnutrição que em qualquer outra doença, isso porque tanto a própria patologia gera alterações fisiológicas e metabólicas, como os tratamentos que existem hoje, possuem inúmeros efeitos colaterais que podem contribuir para a diminuição da ingesta alimentar (Palmiere et al, 2013). No paciente pediátrico a preocupação deve ainda ser maior uma vez que o tratamento influencia diretamente no estado nutricional interferindo no crescimento da criança (Garófalo, 2005). A neoplasia independente de seu tipo promove alterações catabólicas importantes, astenia e disfunção imunológica e estas normalmente são acompanhadas de anorexia gerando perda involuntária e progressiva de peso. (Mello e Bottaro, 2010). O nutricionista tem a responsabilidade de alterar a dieta do paciente de modo a torná-la atrativa e palatável, no intuito de driblar os fatores que alteram a aceitação alimentar. (Palmieri et al, 2013). Os sintomas decorrentes do tratamento que podem ser atenuados com a atuação do nutriconista durante a internação são: Anorexia, constipação intestinal, diarréia, disfagia, disgeusia, entre outros. CONCLUSÃO: Foi possível concluir que os fatores que interferem na aceitação alimentar são os inerentes ao próprio processo de doença, efeitos colaterais ao tratamento e questões psicológicas advindas de todo este conjunto e a hospitalização. As conseqüências da 295 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA - POSTER PNu-017 - MANEJO DA DESNUTRIÇÃO GRAVE INFANTIL EM AMBIENTE HOSPITALAR MONICA APARECIDA PRATA ALVES; PALOMA SANTOS GARCIA; LUCIMARA PEREIRA DA SILVA GONÇALVES; MICAELE SILVA NOGUEIRA MOTA; JANAÍNA ALVARENGA FEITOSA VILAR INTRODUÇÃO: A desnutrição é uma doença metabólica de origem multi – causal e complexa. Pode começar já na vida intra – uterina e/ ou estar associada a ocorrência de doenças (MS, 2005). No ambiente hospitalar, encontramos desnutrição prévia, por conta de fatores primários ou associados a eventos catabólicos agudos e/ou crônicos (Nogueira e Ribeiro in Nogueira et al, 2011). Com esta problemática, vê – se a importância de explorarmos este tema com intuito de melhorar o atendimento hospitalar reforçando a investigação da desnutrição grave. OBJETIVOS: Revisar as estratégias nutricionais para atuação prática na desnutrição grave infantil em ambiente hospitalar. MÉTODOS: Este estudo será realizado através de revisão de literatura. Serão utilizados como critérios para escolha das referências bibliográficas os seguintes tópicos: • Artigos publicados em periódicos indexados, que tenham sido publicados a partir do ano 2000; • Livros publicados a partir do ano de 2003; • Sites de instituições e sociedades brasileiras e internacionais de pediatria. RESULTADO: Para o diagnóstico da desnutrição é importante seguir alguns passos (Nützenadel, 2011): 1) Verificar a possibilidade de a desnutrição estar associada a outras doenças; 2) Avaliação do estado nutricional; subjetiva e objetiva; 3) Identificar o grau de desnutrição e os riscos que esta pode causar à criança no momento. O tratamento da desnutrição compreende 3 fases: Fase 1 – Estabilização -> Compreende tratar e/ou prevenir a hipoglicemia, a desidratação e a hipotermia. Corrigir os distúrbios hidroeletrolíticos, tratar infecções, fazer estimulação emocional e física, iniciar a alimentação de forma lenta e progressiva, com uso de suplementos orais ou terapia nutricional (enteral ou parenteral) se necessário. Fase 2 – Reabilitação -> Progredir a alimentação, aumentando a oferta energético – protéica, conforme a tolerância, fazer estimulação emocional e física, corrigir as deficiências nutricionais com a suplementação de polivitamínicos e oligoelementos, realizar o preparo para a alta hospitalar. Fase 3 – Acompanhamento -> A alta hospitalar pode ser dada antes da total recuperação, desde que haja garantia do seu acompanhamento após, continuar com abordagem multidisciplinar via ambulatorial, fazer aconselhamento nutricional de alta hospitalar, manter suplementação de polivitamínicos e oligoelementos, aferir peso semanalmente na UBS – caso não haja alteração deverá retornar ao hospitalar para reavaliação. CONCLUSÃO: Foi possível concluir que a desnutrição em ambiente hospitalar reduziu com o passar dos anos, porém os dados em literatura são incompletos com poucos estudos conduzidos com este público. Embora as formas de tratamento para esta doença estejam bem delimitadas, torna – se necessária uma maior atenção da equipe multi em registrar adequadamente os dados para que o manejo da desnutrição seja mais eficaz. 296 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA - POSTER PNu-018 - O PAPEL DO NUTRICIONISTA E ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES ACOMPANHADOS PELO PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA DOMICILIAR(PAVD) DE UM HOSPITAL PEDIÁTRICO NA BAHIA. MARÍLIA ALMEIDA; ANA CLEUSA SANTOS; FERNANDA DURIER HOSPITAL MARTAGÃO GESTEIRA INTRODUÇÃO: O nutricionista tem um papel fundamental na saúde e qualidade de vida dos seus pacientes, tendo como algumas das atribuições a prestação de assistência dietética aos pacientes e educação nutricional a seus responsáveis visando à promoção, manutenção e recuperação da saúde dos estão sendo cuidados. Pacientes pediátricos neuropatas e/ou com síndromes genéticas degenerativas podem apresentar alterações na deglutição, necessitando do uso da gastrostomia como via de alimentação definitiva. Desta forma, o nutricionista é o profissional responsável, principalmente, por orientar a família na preparação artesanal de forma segura tanto microbiologicamente quanto nutricionalmente, adequando a dieta às necessidades de cada paciente, com o objetivo de promover o crescimento e desenvolvimento saudável. OBJETIVO: Avaliar o estado nutricional dos pacientes acompanhados pelo Programa de Assistência Ventilatória Domiciliar e as atribuições do nutricionista na rede de cuidado domiciliar. MÉTODOS: O estudo é do tipo transversal, descritivo com abordagem qualitativa e quantitativa do estado nutricional dos pacientes acompanhados no período de fevereiro a março de 2015. O Programa de Assistência Ventilatória Domiciliar acompanha atualmente 13 pacientes e consiste em uma rede de acompanhamento domiciliar, de um hospital filantrópico da Bahia, que presta serviços assistencialistas e educacionais a paciente crônicos e seus responsáveis, de forma contínua, com visitas semanais da equipe multiprofissional. São atendidos pacientes com alterações genéticas e neuropatas que cursam com repercussões respiratórias necessitando de Ventilação Mecânica e distúrbios de deglutição utilizando vias alternativas de alimentação. Durante o período de internamento hospitalar, os cuidadores são treinados pela equipe para assistir as crianças e estarem aptos à realizar os cuidados em domicílio. São ensinadas técnicas de manejo com equipamentos, materiais e medicamentos, realização de manobras, confecção de dietas artesanais, além de reconhecimentos de sinais que indiquem alterações do estado normal da criança, podendo entrar em contato com a equipe multiprofissional a qualquer momento em situações de emergência. A coleta dos dados foi realizada por meio de aplicação de dois questioná¬rios, um contendo dados que buscaram caracterizar a amostra e outro no qual havia questões quantitativas sobre a forma de alimentação dos pacientes, a indicação, os benefícios e as complicações na produção das dietas. Foram coletados os registros de peso e altura feitos pela nutricionista responsável e pela residente de nutrição, e posteriormente, foram classificadas de acordo com as curvas específicas para neuropatas. RESULTADOS: Foram avaliadas 13 crianças sendo 30,76% (4) referente aos pacientes do sexo feminino e 69,23% (9) do sexo masculino. A alimentação principal é por via gastrostomia correspondendo a 92,3% (12). Dos pacientes avaliados, 61,53% (8) encontra-se eutrófico, 15,38% (2) cursa com obesidade e 15,38% (2), são eutróficos, porém com risco nutricional. De acordo com a realização e confecções das dietas artesanais, os cuidadores não apresentaram dificuldade no manejo desta atividade. CONCLUSÃO: O nutricionista dentro da equipe multiprofissional pode promover qualidade de vida a essas crianças, a partir da educação continuada aos cuidadores sobre alimentação adequada, assegurandoos de possíveis infecções transmitidas por alimentos e oferecendo, de forma individualizada, preparações ricas em nutrientes, a fim de promover o crescimento e desenvolvimento da criança. 297 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA - POSTER PNu-019 - INFLUÊNCIA DE FATORES PERINATAIS NO INCENTIVO AO CONTATO PRECOCE PELE A PELE NA PRIMEIRA HORA DE VIDA AMANDA MARTINS; JACKELINE NASS; MARINA CASTAGNA RODRIGUES; CARLA S. BERNARDO; LETICIA CARINA RIBEIRO UFSC O objetivo deste estudo foi avaliar a influência de fatores perinatais com a ocorrência do contato pele a pele na primeira hora de vida, preconizado pelo quarto passo da Iniciativa Hospital Amigo da Criança. Os dados foram coletados através de questionário em entrevista com as mães e informações do prontuário. As variáveis analisadas foram estado civil, escolaridade, idade materna, número de consultas pré-natais, tipo de parto, complicações da mãe e do bebê, Apgar, idade gestacional e peso ao nascer. A prevalência de contato precoce na primeira hora de vida encontrada neste estudo foi de 82,3%, resultado que apresenta conformidade com o preconizado pelo Critério Global para o Passo 4. A respeito dos fatores perinatais, estiveram associadas negativamente ao contato precoce, o parto cesárea 38,4% (IC95%:28,62;48,45), Apgar<7 no primeiro minuto 44,44% (IC95%: 27,4;61,5), idade gestacional e#8804;37 semanas 31,03% (IC95%:13,12;48,94). Como fator de influência positiva ao contato precoce nesta amostra foi encontrado peso ao nascer <2500g 14,9% (IC95%:10,9;19,78), fato este que não corrobora com o observado na literatura. De acordo com estudo anterior realizado no Brasil, os valores encontrados neste estudo apresentam-se acima dos observados em capitais brasileiras. A conclusão encontrada para este estudo foi que o contato precoce entre mãe e bebê é influenciado por variáveis que podem ser evitadas, pois dizem respeito mais à conduta da equipe do que a fatores perinatais. O apoio e estímulo ao parto normal e a assistência pré-natal para evitar complicações na gravidez e no nascimento são fundamentais para incentivar o contato precoce na primeira hora. 298 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA - POSTER PNu-020 - DESMAME PRECOCE E ALEGAÇÕES MATERNAS DE MULHERES ACOMPANHADAS EM UM PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF). SANDRA ALINE CARRARA ELOY; MARIANNA OLIVEIRA BARRETO; LINDENÁKIA DANIELLE SAMPAIO DE; DANIELLE ALMEIDA SENA; MARIANNA BARRETO SILVA; CARLA CRISTINA MAIA SANTOS; CYNTHIA BARBOSA ALBUQUERQUE; TATIANA MARIA PALMEIRA DOS SANTOS; GRACIANE DA SILVA OLIVEIRA; NISA EMILE PEREIRA SACRAMENTO UNIT INTRODUÇÃO: A preocupação com os efeitos deletérios do desmame precoce representa uma unidade nas agendas de saúde coletiva do Brasil de hoje. Os modelos explicativos para a relação amamentação - desmame multiplicam-se e sinalizam para o embate entre saúde e doença, evidenciando os condicionantes sociais, econômicos, políticos e culturais que transformaram a amamentação em um ato regulável pela sociedade. O leite humano é considerado, de forma consensual, como o único alimento capaz de atender de maneira adequada a todas as peculiaridades fisiológicas do metabolismo dos lactentes (ALMEIDA, 1999). Dentre as vantagens comprovadas, podemos citar o valor nutricional, a proteção imunológica devido a presença de fatores circulantes como lactoferrina, IgA secretora, anti corpos e outros, o menor risco de contaminação, e o fortalecimento da relação afetiva entre mãe e filho. Além da economia para a família e a redução dos custos para o Estado que muitas vezes é obrigado a importar fórmulas lácteas e leite em pó para suprir as necessidades decorrentes de práticas do desmame (RESENDE, SILVA, 2012). Com tantas vantagens comprovadas cientificamente, o desmame precoce ainda é elevado. OBJETIVOS: Estudar as alegações para o desmame entre mulheres acompanhadas em um Programa de Saúde da Família em Campo do Brito, SE. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo transversal com mães 38 mães (com filhos com idade entre 0 a 6 meses) que receberam informações sobre o aleitamento materno durante a gravidez, e eram acompanhadas por três equipes de PSF da área urbana do município de Campo do Brito/SE. Os dados foram coletados por meio de questionário previamente testado e aplicado pelas pesquisadoras. Posteriormente ao levantamento dos dados foi elaborada uma tabela em planilha no Excel, na qual está elencada as variáveis que predominam no desmame precoce, a frequência e o percentual dos resultados obtidos. RESULTADOS: Foram estudadas 38 mulheres com idade média de 25,5 ± 6,8 anos que receberam informações sobre o aleitamento materno durante a gravidez: 20 (vinte) receberam essas informações nos centros de saúde, 1 (uma) em hospital particular e 16 (dezesseis) na maternidade. Apesar do conhecimento sobre aleitamento materno apenas 25 (65,78%) das mães amamentaram, porém, nenhuma de forma exclusiva e 13 (34,22%) não amamentaram e/ou pararam. Os relatos das mães para suspensão do aleitamento materno foram: 3 (23,07%) disseram que o bebê não queria, 4 (30,76%) o leite não saía/não tinha leite, 2 (15,38%) o leite não sustentava ou era pouco, 2 (15,38%) o bebê rejeitou e 2 (15,38%) relataram falta de tempo. Em relação ao surgimento de problemas com amamentação 11 (28,94%) tiveram fissuras, 1 (2,63%) mastite e 3 (7,89%) disseram ter outros problemas. CONCLUSÃO: As mães tiveram informações sobre o aleitamento, poucas tiveram problemas com a amamentação e mesmo assim houve o desmame e a amamentação não exclusiva. Nesta perspectiva, vale atentar para a necessidade de reformulação do modelo assistencial vigente, no sentido de considerar a amamentação como forma de alimentar o bebê prolongada , um ato que precisa ser aprendido pela mãe e protegido pelos programas governamentais. 299 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ONCOLOGIA E HEMATOLOGIA 300 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR TEMAS LIVRES Apresentação Oral 301 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO ONCOLOGIA HEMATOLOGIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLOn-001 - LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA: RELATO DE CASO DE ADOLESCENTE COM MONOSSOMIA DO 17 ANA PAULA SANTOS; LEONARDO ASSAD LOMONACO; ISABEL BRAGA PAIVA; RAFAELA FEITOSA ANSELMI; RÉGIA BELTRÃO TEIXEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE; HOSPITAL DO CÂNCER DO ACRE INTRODUÇÃO: A leucemia linfoblástica aguda (LLA) consiste em uma doença maligna das células progenitoras da linhagem linfóide, sendo mais comum na faixa etária pediátrica, com pico de incidência entre 2 e 5 anos. Quando acomete crianças de uma faixa etária mais avançada, como adolescentes, está associada a um pior prognóstico e sobrevida. Além disso, determinadas alterações citogéneticas, como a presença de cariótipo complexo, deleções e mutações, são consideradas fatores prognósticos, possibilitando a abordagem adequada do paciente. OBJETIVO: Relatar o caso de um paciente adolescente portador de leucemia linfoblástica aguda, com estudos de imunofenotipagem e citogenético, relacionados a mau prognóstico. MATERIAS E MÉTODOS: As informações foram obtidas por meio de revisão de prontuário e da literatura. RESULTADOS: Paciente, 17 anos, sexo masculino, branco, estudante, procedente de Rio Branco, Acre, com quadro de adenomegalia generalizada com 4 meses de evolução, associado a febre e sudorese noturna. Ao exame foram evidenciadas adenomegalias cervicais, e esplenomegalia. Exames laboratorias apresentaram leucocitose com linfocitose. Realizado mielograma que apresentou infiltração leucêmica/linfomatosa por blastos do tipo linfoide compatível com LLA T. Os exames de imunofenotipagem constataram como marcadores positivos CD2, CD3 citoplasmático, CD5, CD7, CD71, HLA-DR, sugerindo o diagnóstico de Linfoma Linfoblástico T. A análise citogenética concluiu cariótipo complexo, com monossomia do cromossomo 17, e marcador não identificado. Foi iniciado tratamento com quimioterapia no esquema BFM 2002, com duração de 12 meses, porém, 3 meses após o termino do esquema o paciente evoluiu de forma não satisfatória apresentando recaída, e evoluindo à óbito 18 meses após diagnóstico da doença. CONCLUSÃO: Atualmente, as alterações citogenéticas são o principal fator prognóstico descrito. Cariótipos complexos conferem um risco aumentado de falha de tratamento e consequentemente evoluções com piores prognósticos. A presença em especial da deleção do cromossomo 17, uma alteração rara, esta associada a menor sobrevida em 5 anos. Desta forma, observou se no caso supracitado achados prognósticos e evolução condizentes com a literatura. 302 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO ONCOLOGIA HEMATOLOGIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLOn-002 - HAMARTOMA MESENQUIMAL HEPÁTICO EM CRIANÇA: RELATO DE CASO LUCAS EROTILDES DE SOUZA; ÂNGELO ANTÔNIO GONÇALVES QUADROS; DÉBORA FRIGOTTO; CARMEM MARIA COSTA MENDONÇA FIORI; ALINE CARLA ROSA; LUIS CESAR BREDT; TIAGO CESAR MIERZWA; RAFAELA FREIRIA MATEUS UNIOESTE; UOPECCAN INTRODUÇÃO: Os tumores hepáticos em criança são raros, dentre os tumores benignos os císticos e os vasculares são mais frequentes que os sólidos. O mais comum é o hemangioma (40%), seguido dos cistos congênitos, hereditários e parasitários (35%). O Hamartoma Mesenquimal Hepático é um tumor cístico congênito benigno, de etiologia desconhecida , considerado uma má-formação proliferativa da placa ductal, que se origina mais frequentemente na região portal, composto por um tecido fibroso, contendo uma quantidade variável de vasos sanguíneos e ductos hepáticos. É um tumor raro em crianças e representa 6% dos tumores hepáticos primários, com poucos casos relatados na literatura médica. OBJETIVO: Relatar um caso raro de tumor hepático benigno na infância. MATERIAIS E MÉTODOS: Análise de prontuário médico e revisão bibliográfica. RELATO DE CASO: Paciente DBS, masculino, 3 anos e 4 meses, com historia de dor abdominal há 30 dias. Procurou atendimento médico na Unidade de Pronto Atendimento em 26/12/2014. Ao exame físico, apresentava-se em bom estado geral, eupneico, corado, com abdômen semi-globoso e massa abdominal volumosa em hipocôndrio direito e região epigástrica de aproximadamente 8x8 cm com consistência aumentada. A Ecografia abdominal demonstrou uma lesão expansiva homogênea de 11,9x9,2 cm nos segmentos III, IV do lobo esquerdo hepático estendendo-se à região da pelve com dilatação das vias biliares intra-hepáticas do lobo esquerdo. Sendo encaminhado ao serviço de referencia para diagnostico e tratamento do câncer em 29/12/14. A Tomografia Computadorizada de abdome demonstrava, lesão expansiva de 13,2x8,2x12,8 cm apresentando pequenas áreas de lesão cística e necrose. Exames laboratoriais de alfa-fetoproteína, HCG e CEA dentro dos limites normais para idade. Indicado biópsia por agulha, cujo exame anatomopatológico, revelou Hamartoma Mesenquimal Hepático em segmentos II, III e IV do lobo esquerdo do Fígado com ausência de proliferação epitelial ou mesenquimal atípica associada. O menor foi encaminhado a um hospital de alta complexidade, e em 29/01/15 e submetido ao procedimento cirúrgico, segmentectomia do segmento III hepático, com ressecção completa do tumor com boa evolução clínica pós-cirúrgica. COMENTÁRIOS: O Hamartoma mesenquimal hepático é uma doença benigna, rara, detectável na maioria das vezes pela palpação de uma massa abdominal indolor, sendo necessária uma avaliação mais precisa com exames de imagem e exames laboratoriais para diagnóstico diferencial com as patologias malignas hepáticas na infância. Por meio do relato de caso, é possível observar o destaque ao diagnóstico precoce dos tumores hepáticos na infância, além de demonstrar a importância de esclarecer o diagnóstico, inclusive nas doenças raras, e solucionar da melhor maneira possível a abordagem terapêutica nas doenças benignas do fígado. 303 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR PÔSTERES 304 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO ONCOLOGIA HEMATOLOGIA - POSTER POn-001 - SÍNDROME HEMOFAGOCÍTICA SECUNDÁRIA A NEUROBLASTOMA EM LACTENTE: UMA ASSOCIAÇÃO INCOMUM JULIANE NERY; FÁBIO A. NASCIMENTO; JOANNA TRENNEPOHL; MARA ALBONEI DUDEQUE PIANOVSKI HOSPITAL INFANTIL PEQUENO PRÍNCIPE; HOSPITAL DE CLÍNICAS DE CURITIBA- UFPR INTRODUÇÃO: As neoplasias malignas são relativamente raras na infância, correspondendo a aproximadamente 3% de todos os tumores pediátricos. Todavia, se situam entre as principais causas de óbito em crianças. Com relação os tumores sólidos na infância, o neuroblastoma se destaca como o tumor maligno intra-abdominal mais comum, sendo que a maioria dos pacientes acometidos já apresenta metástases ao diagnóstico. OBJETIVO: Relatar o caso de uma lactente de 14 meses de vida diagnosticada tardiamente com neuroblastoma e que, durante a evolução da doença, desenvolveu síndrome hemofagocítica, agravando sobremaneira seu prognóstico e levando a paciente a óbito. DISCUSSÃO: O neuroblastoma é uma neoplasia originada nas células dos gânglios nervosos simpáticos, sendo a glândula adrenal o local mais acometido. A síndrome hemofagocítica secundária a neoplasia em crianças é principalmente encontrada nas doenças linfoproliferativas e mieloproliferativas. Ademais, raramente pode estar associada à quimioterapia ou às infecções oportunistas que podem ser decorrentes desta. Mesmo assim, a ocorrência da síndrome hemofagocítica em uma lactente sob tratamento quimioterápico para neuroblastoma é um evento rarissimamente descrito na literatura. CONCLUSÃO: Ressalta-se a importância da realização do diagnóstico precoce tanto das neoplasias quanto da síndrome hemofagocítica na faixa etária pediátrica, uma vez que a instituição imediata de tratamento adequado pode alterar dramaticamente o prognóstico para muitos pacientes. 305 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO ONCOLOGIA HEMATOLOGIA - POSTER POn-002 - TENDÊNCIA DE MORTALIDADE POR LEUCEMIA NO ESTADO DO PARANÁ EM UM PERÍODO DE 12 ANOS. VIVIANE KNUPPEL DE QUADROS GERBER UNICENTRO INTRODUÇÃO: As leucemias compreendem um grupo de doenças malignas, que geram uma desordem no sistema hematopoiético decorrente de uma ou mais mutações que resultam num processo multifatorial, por meio de exposições ambientais, combinação de fatores genéticos e de susceptibilidade individual. OBJETIVO: Analisar a tendência de mortalidade por leucemias, no estado do Paraná, nos últimos 12 anos. MATERIAL E MÉTODOS: Utilizou-se dados de mortalidade por leucemia de ambos os sexos e todas as idades, pertencentes ao estado do Paraná no período de 2000 a 2012, obtidos do banco de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), diretamente do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), mantido pelo Ministério da Saúde do Brasil. Foram incluídos todos os óbitos por leucemia cuja causa básica havia sido codificada de acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID – 10). As taxas de mortalidade foram calculadas pelo número de óbitos dividido pela população de cada regional de saúde em cada ano e multiplicada por um milhão de habitantes. Para análise de tendência optou-se pelos modelos de regressão linear e dividiu-se os resultados das 22 regionais de saúde do estado do Paraná em perfil de estabilidade, crescente e decrescente dos óbitos por leucemias. RESULTADOS: Foram analisados 3312 óbitos. No sexo masculino a incidência foi maior quando comparada ao sexo feminino. Segundo a faixa etária, acima de 60 anos, concentrou 41,7% dos óbitos, e de 0 a 15 anos, foram 13,9% dos óbitos. O tipo de Leucemia com maior quantidade de óbitos, foi a Leucemia Mielóide Aguda 38,8%, seguida pela Leucemia Linfoblástica Aguda 21,9%. CONCLUSÃO: O estudo mostra que não houve redução do número de óbitos por leucemias no estado do Paraná, devido a maior parte das regionais de saúde, apresentarem tendência de estabilização e crescente números de óbitos por leucemia no período estudado, e somente 13%, correspondendo a três regionais, apresentaram tendência decrescente. Pela disposição das regionais não há distinção das tendências na capital ou interior do estado ou até mesmo por região. 306 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO ONCOLOGIA HEMATOLOGIA - POSTER POn-003 - FREQUÊNCIA DE ALTERAÇÕES GENÉTICAS EM LEUCEMIAS DE PACIENTES PEDIÁTRICOS DO ESTADO DO PARANÁ ASSOCIADA AOS SEUS DADOS LABORATORIAIS BRUNO OSTERNACK; IVAN LUIZ DOS SANTO; MARA ALBONEI DUDEQUE PIANOVSKI; ROBERTO ROSATI PEQUENO PRÍNCIPE; UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ A leucemia linfoide aguda (LLA) é a neoplasia mais comum até os 14 anos de idade, apresentando com frequência alterações genéticas bem estabelecidas na literatura. A FISH é uma ferramenta valiosa para a identificação destas alterações, pelo fato de o blasto da LLA ser de difícil crescimento em cultivo e fornecendo resultados em amostras sem metáfase para a citogenética. Neste sentido, a FISH é preconizada pela OMS por ser um instrumento que pode ser realizado com núcleos interfásicos, e substituir técnicas que apresentam resultados falso negativos e problemas técnicos. OBJETIVO: Esta pesquisa teve por objetivo avaliar a frequência de alterações genéticas apresentadas em pacientes pediátricos diagnosticados com leucemias agudas, e associar essas alterações com idade, gênero e resultados de hemograma, citogenética clássica e imunofenotipagem. MATERIAL E MÉTODOS: Para tanto, foi realizada um estudo transversal descritivo de caráter quantitativo, com coleta retrospectiva de dados em prontuários médicos, a partir do início das análises de FISH, Janeiro de 2013 a Novembro de 2014. RESULTADOS: Foram analisadas 70 amostras, sendo 54 (77%) amostras do Hospital Infantil Pequeno Príncipe (HIPP) e 16 (23%) do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-PR), 32 (46%) amostras foram obtidas de pacientes masculinos e 38 (54%) de pacientes femininos. As análises por FISH evidenciaram 18 amostras com alteração, sendo 2 amostras BCR/ABL1 positivas, 4 amostras MLL positivas e 5 amostras ETV6/RUNX1 positivas. A frequência de rearranjo do gene MLL, dos genes de fusão BCR/ABL1 e ETV6/RUNX1 foi de 7%, 4,2% e 19,2%, respectivamente. Analisando os resultados obtidos verificou-se a mesma frequência de BCR/ABL1 até os 15 anos, e a maior frequência de ETV6/RUNX1 e MLL até o quinto ano de vida e diminuindo com o aumento da idade, mas com ETV6/RUNX1 sendo o mais frequente no estudo. Os 2 casos BCR/ABL1 positivos possuíam expressão de CD10 e CD45 com uma confirmação pela citogenética. Os 4 casos MLL positivos possuíam expressão de CD38 e CD45, porém com 1 caso com expressão de CD10 e 2 casos confirmados pela citogenética. Os 5 casos ETV6/RUNX1 positivos não apresentaram a translocação pela citogenética e possuíam expressão de CD19 e ausência de CD3. Os resultados de PML/RARe#945; por FISH foram todos negativos. CONCLUSÃO: Concluindo a FISH é uma ferramenta necessária na pesquisa de alterações genéticas de neoplasias hematológicas, principalmente nos casos de alterações crípticas e com ausência de metáfases, não devendo excluir ou negligenciar técnicas como citogenética clássica, imunofenotipagem e PCR. 307 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO ONCOLOGIA HEMATOLOGIA - POSTER POn-004 - ADENOCARCINOMA POLIMÓRFICO DE BAIXO GRAU: RELATO DE CASO EM ADOLESCENTE DEBORA FRIGOTTO; CARMEM MARIA COSTA MENDONÇA FIORI; ALINE CARLA ROSA; EDUARDO RODRIGUES DA SILVA; HILDEBRANDO MASSAHIRO NAGAI; ALEXANDRE GALVÃO BUENO; LUCAS EROTILDES DE SOUZA; ÂNGELO ANTÔNIO GONÇALVES DE QUADROS UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ-UNIOESTE; HOSPITAL DO CÂNCER DE CASCAVEL- UOPECCAN INTRODUÇÃO: O Adenocarcinoma Polimórfico de Baixo Grau (APBG) é um tumor maligno, quase exclusivo de glândulas salivares menores, com baixo poder infiltrativo e crescimento lento. É mais frequente em mulheres e tem um pico de incidência entre a quinta e oitava décadas de vida, sendo considerado raro em crianças e adolescentes. É uma neoplasia de baixo potencial agressivo e acomete principalmente o palato. O seu desenvolvimento é indolente, podendo assumir aspecto nodular ou ulcerado. O tratamento principal é a cirurgia e alguns casos associado à radioterapia. OBJETIVO: Descrever um caso de adenocarcinoma polimórfico de baixo grau em adolescente de 14 anos e alertar os profissionais da área pediátrica sobre uma neoplasia rara para essa faixa etária. RELATO DE CASO: RSF, sexo masculino, 14 anos, foi encaminhado a um centro de referência em oncologia, com queixa de lesão indolor no palato há 3 meses. Nega comorbidades pregressas. Relata história familiar de câncer: um caso em faringe e dois de leucemia. Exame físico: bom estado geral, eutrófico, cavidade oral com lesão nodular avermelhada de 4x4 cm, com área central ulcerada, em palato duro. Tomografia computadorizada verificou uma lesão elevada, granulosa, com contornos regulares, de 4 cm em palato duro à esquerda, cruzando a linha média. Biópsia da lesão: diagnóstico de adenocarcinoma polimórfico de baixo grau. Encaminhado para cirurgia, sendo realizado maxilectomia para ressecção total do tumor. A anatomia patológica e imunohistoquímica confirmaram o diagnóstico, sendo estadiado como doença localizada (T2NxMx). Após 2 meses do procedimento cirúrgico, o menor apresentava boa cicatrização, com adaptação de prótese móvel de palato a fim de impedir a comunicação nasal/oral decorrente do procedimento. Após 4 meses, menor encontra-se em remissão, com cicatrização total do orifício comunicante, sem necessidade do uso de prótese. COMENTÁRIOS: O adenocarcinoma polimórfico de baixo grau é uma neoplasia maligna de glândula salivar menor, rara em crianças e adolescentes. Por apresentar característica de baixa agressividade, a suspeita clínica e o diagnóstico precoce são fundamentais para o sucesso terapêutico com procedimento cirúrgico exclusivo, resguardando a integridade e evolução do paciente. Devemos estar atentos para lesões orais atípicas na população pediátrica, pois o diagnóstico precoce é fundamental para o aumento na chance de cura nesses pacientes. 308 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO ONCOLOGIA HEMATOLOGIA - POSTER POn-005 - ANÁLISE DE BANCO DE DADOS PARA ESTUDO DOS CASOS ENCAMINHADOS À ONCOPEDIATRIA DO HOSPITAL DO CÂNCER DE CASCAVEL - UOPECCAN A PARTIR DA IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DIAGNÓSTICO PRECOCE DO CÂNCER INFANTO-JUVENIL BERNARDO DE LIMA; CARMEM MARIA MENDONÇA COSTA FIORI; MARIA CECÍLIA LUNARDELLI SILVA; ALINE CARLA ROSA; JAQUELINE MACHADO DE OLIVEIRA HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO OESTE DO PARANÁ; UNIÃO OESTE PARANAENSE DE ESTUDOS E COMBATE AO CÂNCER INTRODUÇÃO: A Oncopediatria da UOPECCAN é um serviço especializado em atender crianças e adolescentes com suspeita ou diagnóstico confirmado de câncer de toda a região Oeste do Estado do Paraná e/ou do Brasil e, até mesmo, de países vizinhos que são fronteiras com o Estado (Argentina e Paraguai). A partir de 2008, em parceria com o Instituto Ronald MacDonald (IRM), iniciou-se o Programa Diagnóstico Precoce do Câncer Infanto-Juvenil para divulgar os principais sinais sintomas da doença aos profissionais de saúde da família e proporcionar a formação de uma rede de atenção oncológica infanto-juvenil na região, com os gestores municipais, com o objetivo de encaminhamento e diagnóstico precoce da doença. OBJETIVOS: avaliar os casos suspeitos mais frequentemente encaminhados, oncológicos ou não, ao serviço da especialidade e os estadiamentos clínicos dos casos confirmados, diagnóstico precoce e/ou tardio, antes e após a intervenção do Programa Diagnóstico Precoce na região. METODOLOGIA: Será realizado um estudo retrospectivo, observacional, descritivo e longitudinal. A pesquisa não contará com critérios de inclusão e exclusão, tendo em vista que os dados serão coletados diretamente das fichas de encaminhamento e/ou do Prontuário Médico e/ou do registro hospitalar. A população do estudo compreenderá aproximadamente 200 crianças e adolescentes até a idade de 19 anos completos, atendidos na UOPECCAN, entre Janeiro de 2007 a Dezembro de 2014, seguindo os períodos pré-determinados. A coleta de dados incluirá: data nascimento, data do atendimento, iniciais do paciente, número do prontuário, cidade de procedência, instituição médica de procedência (Hospital, Unidade Básica de saúde, Pronto atendimento, Consultórios médicos, etc.) sexo, sinais e sintomas, exame laboratorial inicial, idade ao diagnóstico, tempo entre os sinais/sintomas até o atendimento médico na UOPECCAN, diagnóstico final e estadiamento. Para os casos confirmados de câncer, será avaliado o grau de comprometimento da doença, estadiamento I/II precoce e III/IV tardio para os tumores sólidos, e para as leucemias, avaliaremos o número de leucócitos, se menor ou maior de 50.000/mm3 quando for possível, e classificar em baixo e alto riscos, respectivamente. Os dados serão armazenados em banco de dados do programa Microsoft Excel e serão analisados por meio de estatísticas descritivas: média aritmética e mediana quando for adequado, ou testes estatísticos que forem necessários. RESULTADOS: Este estudo tem como finalidade avaliar se o Programa Diagnóstico Precoce do Câncer Infanto-Juvenil desenvolvido em nossa região, desde 2008, é efetivo na divulgação dos principais sinais de alerta para um diagnóstico precoce de câncer aos profissionais de saúde. Com os dados obtidos desse estudo, pretende-se intensificar campanhas de divulgação e capacitação aos profissionais da saúde para promover o diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil em nossa região. CONCLUSÃO: O Diagnóstico precoce é o meio mais rápido para mudar a evolução e prognóstico de uma criança e/ou adolescente com câncer, reduzindo o tempo de trajetória entre o aparecimento dos sinais e sintomas ao diagnóstico, contribuindo com o aumento de chance de cura das crianças e adolescentes e com tratamento do câncer. 309 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO ONCOLOGIA HEMATOLOGIA - POSTER POn-006 - ESPLENECTOMIA DE URGÊNCIA EM PACIENTE REFRATÁRIO AO TRATAMENTO CLÍNICO DE PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IMUNE AGUDA: RELATO DE CASO. MELLYSSA MATOS DE CASTRO LIMA; SUZANE SOUZA ROHR; BEATRIZ ZAGO GOMES; LUAN CÉSAR COELHO; LUCIANA BELESTRERO OLIVEIRA PERIM HOSPITAL ESTADUAL INFANTIL NOSSA SENHORA DA GLÓRIA INTRODUÇÃO: A púrpura trombocitopênica imune (PTI) é um causa frequente de plaquetopenia em crianças. Sua patogênese é ainda indefinida, sendo baseada em presença de anticorpos contra a superfície de plaquetas que, ao serem reconhecidas por macrófagos esplênicos, são fagocitadas e posteriormente destruídas. A doença cursa com petéquias e sangramento de mucosas e apresenta evolução benigna na maioria dos casos, com resolução espontânea na presença ou não de tratamento. O tratamento clínico depende da evolução do paciente, sendo inicialmente feito com corticoterapia e/ou imunoglobulina. As complicações graves são raras, estando indicado o tratamento cirúrgico através da esplenectomia na presença das mesmas. OBJETIVOS: Relatar o caso de paciente diagnosticado com púrpura trombocitopênica imune com evolução grave e rara, não responsiva ao tratamento clínico, sendo feito esplenectomia como medida salvadora. MATERIAL E MÉTODOS: Análise, revisão e registro fotográfico de prontuário e de exames complementares de paciente internado em hospital de alta complexidade em pediatria, no setor de hematologia. RESULTADOS: C.H.L.C.A., 7 anos, com diagnóstico prévio de autismo, iniciou, 6 dias antes de procurar atendimento médico, quadro de petéquias e equimoses difusas, associadas a sangramento de mucosas. Hemograma evidenciou plaquetopenia (2.000/mm³), com contagem de séries vermelha e branca normais. Submetido a mielograma, que evidenciou medula óssea normocelular para a idade, sem alterações nos setores eritróide, granulocítico, linfo-monoplasmocitário ou megacariocítico. No dia seguinte, apresentou queda do leito com traumatismo crânio-encefálico. Submetido a tomografia computadorizada de crânio, que demonstrou fratura frontal direita e conteúdo hemático em prolongamento do ventrículo lateral direito. Iniciada terapia com imunoglobulina por 2 dias e corticoide por 5 dias, além de concentrado de plaquetas. Não houve resposta nos níveis plaquetários (1.000/mm³). Apresentou hemorragia pulmonar grave, hemorragia digestiva alta e hematúria, necessitando de entubação orotraqueal e aminas vasoativas para manutenção hemodinâmica adequada. No sétimo dia de internação, devido quadro grave de plaquetopenia e hemorragia, optou-se pela realização de esplenectomia de urgência como medida salvadora, realizada sem intercorrências, por laparotomia, durante a qual encontrouse baço acessório que também foi retirado. Foram infundidos 2 concentrados de plaquetas durante o procedimento. Após 24 horas, foi possível a retirada das aminas vasoativas e os níveis plaquetários ascenderam para 42.000/mm³. Em 72 horas de pós operatório, já houve normalização dos níveis plaquetários (158.000/mm³), com melhora gradativa dos sangramentos e equimoses. Realizada tomografia computadorizada de crânio de controle, com regressão parcial do foco hemorrágico em ventrículo lateral direito. Recebeu alta após 20 dias de internação, com normalização dos exames laboratoriais, vacinação para germes encapsulados e orientação para acompanhamento com serviço de hematologia. CONCLUSÃO: Alguns fatores podem influenciar a indicação de esplenectomia em episódio agudo de PTI, como os sangramentos potencialmente fatais. Apesar de a esplenectomia não se constituir opção de escolha devido às complicações atribuídas ao procedimento e secundárias à imunossupressão pela retirada de um órgão de defesa, mostrou-se essencial para a sobrevida do paciente no caso relatado. 310 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO ONCOLOGIA HEMATOLOGIA - POSTER POn-007 - TUMOR MIOFIBROBLÁSTICO PERIBRÔNQUICO CONGÊNITO: UM RELATO DE CASO ÂNGELO ANTÔNIO GONÇALVES DE QUADROS; CARMEM MARIA COSTA MENDONÇA FIORI; DÉBORA FRIGOTTO; LUCAS EROTILDES DE SOUZA; ALINE CARLA ROSA; CESAR CAVALLI SABBAGA; LUIS CÉSAR BREDT; TIAGO CESAR MIERZWA; RAFAELA FREIRIA MATEUS UNIOESTE - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ; UOPECCAN - UNIÃO OESTE PARANAENSE DE ESTUDOS E COMBATE AO CÂNCER; HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE; HUOP - HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO OESTE DO PARANÁ INTRODUÇÃO: O tumor miofibroblástico peribrônquico congênito (TMPC) é um tumor benigno, raro, de células fusiformes do pulmão encontrado em recém-nascidos e fetos. Foi primeiramente descrito em 1993 por McGinnies, após ter sido relatado em diversas categorias, dentre elas hamartoma e malformação mesenquimal congênita. Poucos casos são descritos na literatura, e frequentemente os recém-nascidos apresentam hidropsia neonatal e/ou insuficiência respiratória aguda, ao passo que nas gestantes podem apresentar polidrâmnio. OBJETIVO: Relatar um caso de tumor miofibroblástico peribrônquico congênito. MATERIAIS E MÉTODOS: Análise de prontuário médico e revisão bibliográfica. RELATO DE CASO: Paciente YRP, sexo fem, 1a 9m, apresentando adenopatia supraclavicular há 60 dias, com quadro gripal há 5 meses. Ao exame: bom estado geral, eupneica, corada, acúmulo de gordura em região supraclavicular direita e nódulo palpável de 1,5cm, elástico, indolor. RX de tórax velamento de terço superior do hemitórax direito e focos de consolidações para-hilares à direita. Tomografia Computadorizada de tórax - tecido mediastinal hipotenuante mal definido, de aspecto infiltrativo, promovendo redução de calibre de artéria pulmonar direita e veia cava superior e redução da luz do brônquio, com sinal de atelectasia completa do lobo. Cirurgia ressecção do lobo pulmonar superior direito. Anátomo-patológico - Tumor Miofibroblástico Peribrônquico Congênito com medidas de 4,0 x 2,1 x 1,6 cm em lobo pulmonar superior direito, confirmado em exame imuno-histoquímico. Houve boa evolução clinica pós-cirurgia, e encontra-se clinicamente bem e em remissão. COMENTÁRIOS: Embora seja um tumor benigno raro, com apenas 16 casos descritos na literatura, o Tumor Miofibroblástico Peribrônquico Congênito (TMPC) deve ser considerado como hipótese em crianças com adenopatia supraclavicular inespecífica, sendo necessária a investigação com exames de imagem para elucidação diagnóstica. Sendo uma doença rara e benigna se faz necessário alertar ao pediatra no encaminhamento precoce a centros de referência em tumores pediátricos para que se possa aprofundar a investigação, pois o diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso terapêutico e cura desses pacientes. 311 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ORTOPEDIA 312 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR PÔSTERES 313 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ORTOPEDIA - POSTER POr-001 - ARTROPLASTIA TOTAL DE QUADRIL EM ADOLESCENTE PORTADOR DE PARALISIA CEREBRAL E LUXAÇÃO PARALÍTICA DE QUADRIL MICHELLE ZANFERARI; MILTON VALDOMIRO ROOS; PRISCILA CELLA STOFFEL HOSPITAL ORTOPÉDICO DE PASSO FUNDO INTRODUÇÃO: Pacientes com paralisia cerebral (PC) tem alto risco de desenvolver displasia do quadril, causando dor e limitações funcionais progressivas. Dentre as alternativas para tratamento encontra-se a artroplastia total de quadril (ATQ), esta ainda pouco utilizada em pacientes pediátricos e reservada a pacientes deambuladores. Relata-se, portanto, um caso de luxação paralítica inveterada do quadril em paciente diplégico espástico deambulador. RELATO DO CASO: Paciente masculino, 14 anos, diplégico espástico, deambulador, GMFCS III (Gross Motor Function Classification System), cognitivo normal, cursando escola regular. Ao exame físico apresentava marcha em agachamento e dificuldade ao apoio do membro inferior esquerdo com flexo rígido de 30° e contratura em adução de 15° com dor acentuada a mobilização do quadril esquerdo. Na radiografia apresentava displasia acetabular, subluxação e deformidade da cabeça femoral esquerda. Foi optado pela cirurgia de artroplastia total de quadril, com colocação de prótese não cimentada, osteotomia de subtração femoral além de acetabuloplastia utilizando enxerto autólogo da cabeça femoral. Evoluiu sem complicações peri e pós-operatórias. A radiografia com seis semanas demonstrou consolidação da osteotomia do fêmur, sendo liberado o apoio com muletas. Atualmente, com um ano de pós-operatório, apresenta-se sem dor a mobilização do quadril, melhora da marcha em agachamento, retornando as atividades escolares e a classificação funcional prévia à luxação. DISCUSSÃO: Pacientes com PC tem maior probabilidade de desenvolverem displasias do quadril por apresentarem coxa valga persistente, alteração da tonicidade muscular e anteversão do colo femoral. A subluxação do quadril causará dor e limitações funcionais progressivas causadas pelo processo de artrose gerado pela incongruência articular. Métodos conservadores de tratamento são paliativos no controle dos sintomas mas não alteram a historia natural da doença. O único tratamento efetivo é o tratamento cirúrgico para centrar a cabeça do fêmur no acetábulo. Neste caso foi optado pela ATQ, que é a única técnica que restaura função, preservando a mobilidade. Sua grande complicação é a luxação protética pelo desequilíbrio muscular secundário a espasticidade. Mesmo assim, é considerado atualmente uma boa opção de tratamento uma vez que devolve a capacidade de marcha aos deambuladores, retornando a GMFS prévia sem que o desgaste do material seja maior que a população em geral. CONCLUSÃO: Apresenta-se um caso de luxação paralítica inveterada de quadril em paciente deambulador, sendo realizada técnica de artroplastia total de quadril para correção da deformidade com boa evolução. Concluiu-se que a técnica realizada é adequada para o tratamento da patologia, além de promover qualidade de vida através do retorno as atividades de vida diária, prévias a patologia. 314 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ORTOPEDIA - POSTER POr-002 - TRATAMENTO CIRÚRGICO DAS FRATURAS SUPRACONDILIANAS DO ÚMERO NA CRIANÇA: ESTUDO DE 63 CASOS PEDRO VASCONCELOS BARROS POGGIALI; FRANCISCO CARLOS SALLES NOGUEIRA; BERNARDO LUIZ FORNACCIARI RAMOS HOSPITAL MATER DEI INTRODUÇÃO: A fratura supracondiliana do úmero na criança, com seu elevado potencial para complicações, ainda é fonte de ansiedade para os ortopedistas. Apesar de bastante estudada e muito frequente, persistem controvérsias sobre a melhor forma de fixação e a necessidade da abordagem cirúrgica precoce. OBJETIVOS: O objetivo deste estudo é apresentar os resultados obtidos com o tratamento cirúrgico das fraturas supracondilianas do úmero na criança e as suas complicações, correlacionandoos com as características epidemiológicas e as abordagens cirúrgicas utilizadas. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de estudo retrospectivo longitudinal com pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico de fraturas supracondilianas em um hospital de nível terciário entre os anos de 2009 e 2013. Uma amostra de 63 pacientes foi selecionada por preencher os critérios de inclusão: idade entre 01 e 16 anos; tratamento cirúrgico de fraturas supracondilianas desviadas com fixação por fios de Kirschner; acompanhamento pós-operatório até a consolidação da fratura e retirada dos implantes. Através da análise dos prontuários foram revisados dados do atendimento inicial, exame físico, descrição cirúrgica, radiografias e consultas pósoperatórias. Foi tentado contato telefônico com todos os pacientes estudados convocando-os para reavaliação tardia no ambulatório de ortopedia pediátrica. Os pacientes que retornaram foram submetidos a novo exame físico, incluindo medição das amplitudes de movimento (ADM) e dos ângulos de carregamento. A classificação utilizada foi a de Gartland modificada por Wilkins. Para as análises estatísticas foi utilizado o Statistical Package for Social Sciences. Um valor de p <0,05 foi considerado significativo. RESULTADOS: A média da idade dos pacientes avaliados foi 5,65 anos, o predomínio do membro superior esquerdo foi de 69,8%. Alterações ao exame neurológico foram encontradas em 11,1% dos pacientes e 6,3% apresentaram alterações ao exame vascular. Dentre as fraturas do Tipo III tratadas com 02 fios, 23,1% perderam a redução e foram reoperadas. Não houve perda de redução nos casos de fraturas do Tipo III em que se utilizou 03 fios. A correlação entre o número de implantes e a perda ou não da redução, mostrou associação estatisticamente significativa (p = 0,032), favorecendo a indicação de 03 fios para fraturas Tipo III. A análise também mostrou que a demora para o tratamento cirúrgico pode estar associada à necessidade de redução aberta da fratura (p = 0,044). Entre os 04 casos em que se precisou realizar redução cruenta, 03 foram operados após as primeiras 24 horas. A segunda etapa do trabalho abrangeu 21 dos 63 pacientes estudados e o intervalo médio entre a cirurgia e a reavaliação tardia foi de 19,4 meses. Apenas 01 paciente apresentava cúbito varo, nenhum paciente apresentava déficit neurológico e 02 apresentavam contratura em flexão do cotovelo com limitação significativa da ADM. CONCLUSÃO: Os resultados obtidos nesta série podem ser considerados satisfatórios uma vez que 90,5% dos pacientes reavaliados tardiamente apresentaram ADM superior a 130° e 95,2% apresentaram ângulo de carregamento valgo ou neutro nos cotovelos fraturados. A análise dos dados sugere que as fraturas Tipo III devem ser fixadas com 03 fios e que a abordagem precoce pode evitar a necessidade de redução cruenta. 315 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ORTOPEDIA - POSTER POr-003 - MÉTODO DE TROCAS SERIADAS DE GESSO EM CADEIA CINÉTICA FECHADA NA CORREÇÃO DE CONTRATURA SEVERA EM EQUINO NA PARALISIA CEREBRAL:RELATO DE CASO BRUNNO MOREIRA; TAYRA GOMES; JANICE BALDO; FERNANDA THOMAZ; LARISSA SALOMAO; MONYK ALENCAR; ANDREA ARAUJO; DIANA MACHADO; SAMIA BESSA REDE SARAH DE HOSPITAIS INTRODUÇÃO: A história natural da deformidade em equino na Paralisia Cerebral espástica(PCE), revela que a espasticidade do tríceps sural é acompanhada por uma contratura muscular progressiva. O equino severo determina instabilidade na marcha e possui indicação cirúrgica de tratamento. Nas crianças com idade precoce, há maior risco de recidiva após as intervenções, considerando o elevado potencial de crescimento nesta fase. A necessidade de múltiplas cirurgias pode determinar enfraquecimento e hiperalongamento muscular. OBJETIVOS: Descrever os resultados do tratamento da deformidade em equino com trocas seriadas de gesso em uma criança portadora de PCE, diplegia assimétrica (6 anos, GMFCS 2), padrão sagital de marcha em equino verdadeiro. Apresentava no início do tratamento um déficit de extensão passiva do tornozelo direito de 30° com o joelho em extensão. Referia dor, ferimento nas extremidades dos dedos, alargamento do antepé e dificuldade para adaptar calçados. Não havia sido submetida a qualquer tratamento prévio da espasticidade ou cirurgias. MATERIAIS E MÉTODOS: O método consiste na realização de trocas de gesso sintético suropodálico, quinzenalmente, até o tornozelo atingir a posição neutra com o joelho em extensão. Um movimento lento e persistente de dorsiflexão do tornozelo é realizado com leve inversão da articulação subtalar. Uma força contrária é aplicada com o joelho a 120º de flexão durante todo o procedimento, determinando um sistema de correção em cadeia cinética fechada. A criança é orientada a deambular com carga total. Dados referentes ao arco de movimento passivo de dorsiflexão, força e seletividade dos músculos periarticulares do tornozelo e análise funcional da marcha, foram registrados em prontuário eletrônico e avaliados no intervalo de dezoito meses. RESULTADOS: O período total de imobilização foi de doze semanas. Após a retirada do gesso, foi verificado melhora na amplitude de dorsiflexão passiva do tornozelo, atingindo a posição neutra com o joelho em extensão. Iniciou programa fisioterápico com exercícios de fortalecimento e treino de seletividade muscular, associado ao uso órtese de polipropileno tornozelo-pé. Após seis meses de retirada do gesso, observamos início de contração voluntária do músculo tibial anterior. A amplitude de dorsiflexão passiva era de 10º de extensão do tornozelo com o joelho estendido. Após doze meses de evolução, a força do músculo tríceps sural vencia a máxima resistência externa em amplitude total. Havia seletividade preservada do músculo tibial anterior, o que justificou a suspensão da órtese. O padrão de marcha sagital com apoio restrito na extremidade dos dedos modificou para o padrão calcanhar-dedo. Os resultados foram mantidos até a última avaliação realizada com dezoito meses de evolução. CONCLUSÃO: O método de trocas de gesso em cadeia cinética fechada mostrou ser uma opção de tratamento conservador eficiente para correção do equino rígido e severo, em idade precoce na PCE. O ganho de amplitude passiva de dorsiflexão foi de 40°, com melhora dos parâmetros de força, seletividade muscular e funcionalidade da marcha. Os resultados foram mantidos por um período de dezoito meses. 316 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ORTOPEDIA - POSTER POr-004 - TROCAS SERIADAS DE GESSO EM CADEIA CINÉTICA FECHADA NA CORREÇÃO DE CONTRATURA SEVERA EM EQUINO NA PARALISIA CEREBRAL BRUNNO MOREIRA; GIAMPAULO CATELAN; TAYRA GOMES; JANICE BALDO; ACACIA SILVA; LUCIANNE RHODEN; JERUSA LONGHI; ROBERTO CARVALHO; SIANE PINHEIRO REDE SARAH DE HOSPITAIS INTRODUÇÃO: A história natural da paralisia cerebral espástica (PCE), revela que o equino dinâmico evolui para uma deformidade rígida com o crescimento da criança. A contratura severa em flexão plantar possui indicação cirúrgica de tratamento. A severidade da contratura em equino e a idade precoce são fatores de risco para recidiva da deformidade. A necessidade de múltiplas cirurgias acentua a fraqueza do músculo espástico. OBJETIVOS: Avaliar o efeito das trocas seriadas de gesso em cadeia cinética fechada, na correção da contratura severa em equino na PCE. MATERIAIS E MÉTODOS: Realizado um ensaio clínico no período de 2009 a 2014 com 35 crianças em 45 membros (16 hemiplégicas e 29 diplégicas), GMFCS 1-3, idade entre 3 e 8 anos, portadoras de PCE. Todas apresentavam déficit de extensão passiva do tornozelo e#8805; 10° com o joelho em extensão. Nenhuma criança havia sido submetida a qualquer tratamento prévio de espasticidade ou cirurgias. A técnica consiste na confecção de gesso sintético suropodálico com trocas quinzenais, até atingir a posição neutra do tornozelo com o joelho em extensão. Um lento e persistente movimento de dorsiflexão do tornozelo, é realizado com leve supinação da articulação subtalar. Uma força de compressão oposta é aplicada no joelho em flexão de 120°, o que confere um sistema de correção em cadeia cinética fechada. Quando em seis semanas o resultado não foi atingido, realizamos uma cunha de extensão do tornozelo no gesso. Órtese tornozelo-pé foi utilizada por um período de seis meses após a retirada do gesso. Avaliação do arco de movimento passivo do tornozelo foi realizada ao longo de nove meses após o início do tratamento. RESULTADOS: A média de contratura em equino antes do início do tratamento foi de 24.8° ±10.22°. Na avaliação após a retirada do gesso, foi verificado aumento significativo da amplitude de movimento passivo do tornozelo, com dorsiflexão média de 2.4° ± 10.75° (p<0.001). O número total de gesso foi de 3.0± 1.0 e 13 membros foram submetidos a cunhas de extensão do tornozelo no gesso. Ao final de nove meses os resultados foram mantidos, com aumento significativo da dorsiflexão passiva do tornozelo comparado aos valores iniciais. A média de contratura em equino na última avaliação foi de 1.2° ±7.85° (p<0.001) e o ganho total de dorsiflexão passiva do tornozelo de 23.6°±12.78°. Em 31 membros (77,8%) houve correção para uma posição neutra de dorsiflexão do tornozelo e 11 membros (24,4%) com manutenção de contratura leve e#8804;10º. Em 3 membros (6,7%), manteve deformidade e#8805;10°. Nenhuma criança obteve o tratamento interrompido pela presença de dor ou ferimentos. CONCLUSÃO: O método de trocas de gesso em cadeia cinética fechada mostrou ser uma técnica conservadora eficaz para correção do equino severo na PCE. O ganho de amplitude passiva de dorsiflexão foi de 23.6°. Os resultados foram mantidos por um período de nove meses. 317 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ORTOPEDIA - POSTER POr-005 - USO DO CABO ANTIROTATÓRIO ACOPLADO A ÓRTESE SUROPODÁLICA COMO UM MEIO AUXILIAR NA CORREÇÃO DO ALINHAMENTO DO MEMBRO INFERIOR NA MARCHA POR DEFOMRIDADE ROTACIONAL INTERNA DA TIBIA NA MIELOMENINGOCELE ANA CAROLINA PAULETO HOSPITAL INFANTIL PEQUENO PRINCIPE Resumo: OBJETIVO: Descrever o uso do cabo antirotatório acoplado à órtese suropodálica como meio auxiliar na correção do alinhamento do membro inferior por deformidade rotacional interna da tíbia em pacientes com mielomeningocele até os 6 anos de idade. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo retrospectivo, observacional e transversal, em 13 pacientes com idade inferior a 6 anos com diagnóstico de mielomeningocele lombar baixa ou sacral submetidos a tratamento com o uso de órtese suropodálica (OSP) associado a cabo antirotatório no período entre 1996 e 2011 num hospital pediátrico. RESULTADOS: Idade média entre 2 – 38 meses, uso médio da órtese entre 5 – 66 meses, todos deambuladores comunitários. Onze (84,5%) pacientes com nível lombar baixo e 2 pacientes (15,5%) nível sacral. Não houve necessidade de correção da deformidade em 30,8% dos pacientes que utilizaram o dispositivo. CONCLUSÃO: A apresentação do cabo antirotatório acoplado a órtese suropodálica como meio auxiliar de locomoção para prevenção da marcha em rotação tibial interna da tíbia na mielomeningocele tem a finalidade de oferecer um dispositivo de baixo custo, fácil adaptação, que melhora a deambulação até que o paciente tenha uma idade adequada para a indicação da correção definitiva, ou mesmo, em alguns casos correção sem necessidade de indicação cirúrgica. 318 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ORTOPEDIA - POSTER POr-006 - IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE NA PREVENÇÃO DE COMPROMETIMENTO NEUROPÁTICO NA SÍNDROME DE DESFILADEIRO TORÁCICO DIREITO POR COSTELA CERVICAL – RELATO DE CASO FRANCISCO LAECIO VIEIRA DAMACENO; BIANCA ZAMBUZZI MELONI; BRUNO DE MIRANDA MONTENEGRO; LUIZ JUVENCIO MEDEIROS DE ARRUDA CÂMARA HEETSHL; COMPLEXO HOSPITALAR DE MANGABEIRA GOVERNADOR TARCÍSIO BURITY- HOSPITAL ORTOTRAUMA DE MANGABEIRA INTRODUÇÃO: A Síndrome de Desfiladeiro Torácico (SDT) é um conjunto de sinais e sintomas que acometem o membro superior e que são ocasionados por compressão de estruturas vasculares e nervosas presentes no trajeto do Desfiladeiro Torácico. Diversas causas são relatadas, como presença de primeira costela cervical, tumores e calo ósseo após fratura de clavícula. A Síndrome de Desfiladeiro Torácico por costela cervical devido à compressão nervosa tem como principais manifestações clínicas dor neuropática, parestesia e paresia. O diagnóstico é essencialmente clínico e pode ser associado com radiografia da coluna cervical evidenciando presença da primeira costela cervical; entretanto, a sintomatologia é soberana para que o diagnóstico seja efetivado. O tratamento pode ser conservador, com técnicas de fisioterapia, reeducação postural corporal ou acupuntura associado ou não com uso de antiinflamatórios não-hormonais ou hormonais; ou tratamento cirúrgico nos casos graves sem melhora com tratamento conservador. As principais complicações são lesões irreversíveis ocasionadas pela compressão crônica, como atrofia muscular e lesões nervosas. OBJETIVOS: Relatar caso de Síndrome de Desfiladeiro Torácico por costela cervical enfatizando-se a importância do diagnóstico precoce para evitar comprometimento neural e diminuir a dor neuropática nesta Síndrome. METODOLOGIA: Dados coletados no prontuário e entrevista com paciente e busca bibliográfica nas bases de dados PUBMED e SCIELO. RESULTADOS: Paciente N.Z.M., 12 anos, sexo feminino, procedente de São Paulo-SP, buscou atendimento no ambulatório de ortopedia com queixa principal de dor no membro direito há 3 meses. Durante o atendimento, paciente relatou que, há 3 meses, iniciou quadro álgico (valor 8 na escala unidimensional da dor caracterizada pela resposta verbal-numérica), parestesia e paresia no território do nervo ulnar direito, apresentando piora progressiva com o uso repetitivo do membro direito em tarefas diárias. Ao exame físico estático, apresentou simetria dos membros e alteração biomecânica, com leve cifose torácica; no exame físico dinâmico, foram positivos os testes de Roses, “Mãos ao alto”, Tínel, e as manobras de Adson e Sanders. A radiografia de coluna cervical evidenciou presença de primeira costela cervical e o exame de eletroneuromiografia de membros superiores não evidenciou nenhuma alteração. Assim, o diagnóstico foi SDT direito por costela cervical em fase inicial. Foi realizado tratamento conservador, com 30 sessões de Reeducação Postural Global e mudança postural com diminuição da cifose torácica. Dez semanas após o tratamento, a paciente evoluiu com melhora significativa da neuropatia/algia (valor 2 na escala de dor verbal-numérica). CONCLUSÃO: A Síndrome de Desfiladeiro Torácico por costela cervical é progressiva nos casos não tratados, podendo evoluir para complicações neurais e vasculares e, por essa razão, o diagnóstico precoce é fundamental para que seja instituído o tratamento conservador a tempo de ter resultado eficaz e evitar complicações e necessidade de intervenção cirúrgica. 319 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ORTOPEDIA - POSTER POr-007 - IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE NO MANEJO DE TROMBOEMBOLISMO VENOSO PERIFÉRICO EM FRATURA SUPRACONDILEANA DE ÚMERO EM CRIANÇAS – RELATO DE CASO BIANCA ZAMBUZZI MELONI; FRANCISCO LAECIO VIEIRA DAMACENO; ESDRAS FERNANDES FURTADO; BRUNO DE MIRANDA MONTENEGRO; LUIZ JUVENCIO MEDEIROS DE ARRUDA CÂMARA; ALDÊNIO AMORIM DE LIMA HEETSHL; COMPLEXO HOSPITALAR DE MANGABEIRA GOVERNADOR TARCÍSIO BURITY - HOSPITAL ORTOTRAUMA DE MANGABEIRA INTRODUÇÃO: As fraturas de membro superior em crianças ocorrem principalmente nos ossos do antebraço e em segundo lugar no cotovelo. Considerando o cotovelo, 85% das fraturas acometem região distal do úmero e dessas, 55 a 75% são supracondilares, representando assim 3% de todas as fraturas na criança. As fraturas supracondileanas de úmero são causadas por trauma direto ou indireto e o diagnóstico é obtido pela clínica, como dor, edema e equimose na prega anterior do cotovelo (Sinal de Kirmisson); e por exame radiológico ântero-posterior e em perfil do cotovelo. Utiliza-se a Classificação de Gartland em que no tipo 1 o desvio dos fragmentos é ausente ou mínimo; no tipo 2 ocorre deslocamento dos fragmentos, mas com preservação da integridade do córtex posterior; e no tipo 3 ocorre desvio total dos fragmentos com perda da integridade da região cortical posterior. O tratamento pode ser redução incruenta e imobilização gessada, redução incruenta e fixação percutânea com dois fios de Kirchner cruzados ou redução cruenta e fixação, caso não seja possível bom resultado com método fechado; e deve ser instituído com urgência devido à alta morbidade e complicações graves decorrentes deste tipo de fratura. As principais complicações imediatas são Síndrome Compartimental, lesão nervosa em cerca de 6% dos casos e lesão vascular em aproximadamente 3% dos casos; e complicações tardias são consolidações viciosas e deformidades angulares. OBJETIVOS: Relatar caso de tromboembolismo venoso periférico de artéria braquial por fratura supracondileana de úmero esquerdo, enfatizando-se a importância do diagnóstico precoce para diminuir a morbidade de complicações neurovasculares. METODOLOGIA: Dados coletados no prontuário e entrevista com paciente e busca bibliográfica nas bases de dados PUBMED e SCIELO. RESULTADOS: Paciente Y.G.F.A., 06 anos, sexo feminino, procedente de João Pessoa-PB, foi atendida no setor de emergência de ortopedia e traumatologia com história de queda da própria altura. Ao exame físico, apresentava dor, edema 2+/4+, pulso braquial 3+/3+ e pulso radial +/3+, oximetria simétrica em relação ao membro contralateral. As radiografias de cotovelo esquerdo evidenciaram fratura supracondileana de úmero esquerdo tipo 3 de Gartland. Foi realizado tratamento cirúrgico com redução incruenta e osteossíntese com dois fios de Kirchner cruzados; evoluiu 6 horas após o trauma com ausência de pulso da artéria braquial em fossa cubital e ausência de pulsos distais e Eco-doppler colorido arterial evidenciou ausência total de fluxo no terço distal da artéria braquial esquerda e artérias umeral, radial e ulnar, tendo como diagnóstico lesão vascular de dissecção endotelial com trombose venosa periférica de artéria braquial e distais do membro superior esquerdo. O tratamento vascular foi arteriotomia, trombolectomia arterial, fixação do segmento endotelial dissecado e arteriorrafia da artéria braquial esquerda e tratamento com heparinização plena por 10 dias. Evoluiu no pós-operatório com retorno dos pulsos distais, perfusão dos quirodáctilos, ausência de dor e ausência de edema. CONCLUSÃO: As fraturas supracondileanas de úmero tipo 3 de Gartland em crianças necessitam de diagnóstico precoce para que o manejo seja realizado em caráter de urgência e diminua a morbidade de complicações graves, principalmente neurovasculares. 320 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ORTOPEDIA - POSTER POr-008 - A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO PRECOCES NA SÍNDROME DE BANDA CONSTRICTIVA AMNIÓTICA CONGÊNITA – RELATO DE CASO FRANCISCO LAECIO VIEIRA DAMACENO; BIANCA ZAMBUZZI MELONI; ESDRAS FERNANDES FURTADO; BRUNO DE MIRANDA MONTENEGRO; LUIZ JUVENCIO MEDEIROS DE ARRUDA CÂMARA HEETSHL; COMPLEXO HOSPITALAR DE MANGABEIRA GOVERNADOR TARCÍSIO BURITY - HOSPITAL ORTOTRAUMA DE MANGABEIRA INTRODUÇÃO: A Banda Constrictiva Amniótica Congênita é incomum, de etiologia não específica e não genética, acometimento assimétrico de membros, sem predileção por sexo ou etnia e denominações como: anel de constrição congênito, banda de constrição anular, displasia de Streeter e defeito anular congênito. As manifestações clínicas variam desde simples anel de constricção em dedos até sindactilia, acrossindactilia, amputações e malformações associadas à face, cabeça e tronco. O diagnóstico precoce é realizado no período pré-natal por ultrassonografia no final do primeiro trimestre de gestação e o tardio é realizado no período pós-natal. Utiliza-se a Classificação de Patterson para critérios de diagnóstico: (I) anéis de constrição simples; (II) anéis de constrição acompanhados de deformidades da parte distal, com ou sem linfedema; (III) anéis de constrição acompanhados de fusões das porções distais ou sindactilia terminal; (IV) amputação intrauterina. Também utiliza-se a Classificação de Hennigan e Kuo para determinar as zonas acometidas das faixas de constricção, sendo a zona 1 correspondente à coxa; zona 2 à perna; zona 3 ao tornozelo; e zona 4 ao pé; e a Classificação de Hennigan e Kuo para determinar gravidade, sendo grau 1 acometimento do tecido subcutâneo; grau 2 até a fáscia; grau 3 comprometimento das fáscias e necessitam liberação; e grau 4 amputações congênitas. O tratamento pode ser conservador ou cirúrgico, este último através de zetaplastia, dablioplastia ou ressecção do anel fibroso com rotação de retalho de subcutâneo e fechamento da pele e o procedimento pode ser feito em um só tempo ou com a liberação de metade da circunferência do anel de constrição em um tempo e a outra metade 6 a 12 semanas após o primeiro procedimento cirúrgico. METODOLOGIA: Dados coletados no prontuário e entrevista, além de busca bibliográfica nas bases de dados PUBMED e SCIELO. RESULTADOS: Paciente L.D.M.S., 1 mês de idade, sexo masculino, branco, parto normal nascido a termo, peso adequado para idade gestacional, APGAR 1º, 5º e 10º minutos de 8, 8 e 9, respectivamente, procedente de Itapororoca-PB, levado para atendimento no ambulatório de Ortopedia pela sua progenitora com história de diminuição da perfusão do pé direito e esquerdo e edema bilateral progressivo desde o nascimento. Ao exame: pés direito e esquerdo com aspecto macroscópico normal, baixa perfusão, linfedema e presença de anel fibroso em todo o diâmetro dos tornozelos direito e esquerdo. O diagnóstico realizado foi Banda Constrictiva Amniótica Congênita tipo I (Classificação de Patterson) em zona 3 dos membros inferiores direito e esquerdo e grau 2 de Classificação de Hennigan e Kuo para gravidade. O tratamento foi liberação cirúrgica com ressecção profunda e reconstrução com retalho em dablioplastia múltipla de metade da circunferência em um tempo cirúrgico e da outra metade 6 semanas após a primeira intervenção cirúrgica. No pós-operatório imediato e tardio, paciente evoluiu com boa perfusão dos membros inferiores, diminuição total do linfedema e desenvolvimento macroscópico normal. CONCLUSÃO: A Síndrome de Banda Constrictiva Amniótica Congênita pode acarretar deformidades primárias e secundárias importantes, devendo o diagnóstico e tratamento serem instituídos precocemente para evitar complicações e sequelas irreversíveis, como amputação. 321 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ORTOPEDIA - POSTER POr-009 - PRINCIPAIS ALTERAÇÕES MUSCULOESQUELÉTICAS ENCONTRADAS EM PACIENTES COM PARALISIA CEREBRAL AVALIADOS EM LABORATÓRIO DE ANÁLISE TRIDIMENSIONAL DA MARCHA ALESSANDRO GIURIZATTO MELANDA; ANA CAROLINA PAULETO; ALANA ELIZABETH KUNTZE FERREIRA; DIELISE DEBONA IUCKSCH; CRISTINA ARANTES CARARO; ILTON BRONDANI SOBRINHO; RODRIGO FAUCZ MUNHOZ DA CUNHA CENTRO HOSPITALAR DE REABILITAÇÃO-CURITIBA; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA-PR; HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPEPR INTRODUÇÃO: Paralisia cerebral é resultante de lesão encefálica não progressiva ocorrida em um cérebro imaturo. Entretanto, as deformidades musculoesqueléticas são frequentemente progressivas na criança em crescimento. As deformidades musculoesqueléticas quando presentes podem dificultar a função motora global inclusive a deambulação. OBJETIVO: Apontar as alterações musculoesqueléticas mais frequentes, na série de casos avaliada, que interferem na deambulação de pacientes com paralisia cerebral. MATERIAL E MÉTODOS: Foram avaliados retrospectivamente pacientes com diagnóstico de paralisia cerebral espástica classificados de acordo com a topografia motora (hemiplégicos, diplégicos e tetraplégicos) e pela classificação funcional GMFCS (Gross Motor Function Classification System). Os casos foram avaliados através de exame clínico e análise tridimensional da marcha (ATM). O exame clínico constou da goniometria das principais articulações dos membros inferiores, avaliação da força muscular, espasticidade e controle seletivo. A ATM foi realizada com os indivíduos deambulando em pista de 10 metros, através do uso de sistema de captura de 6 câmeras Hawk e software Cortex versão 1.1.4.368 da Motion Analysis Corporation. As alterações musculoesqueléticas foram definidas quando o exame clínico e o estudo cinemático dos membros inferiores durante a marcha (ATM) mostravam sua presença. RESULTADOS: Foram avaliados 66 pacientes, 36 pacientes do sexo masculino e 30 do sexo feminino com diagnóstico de paralisia cerebral espástica. Média de idade 13 ± 3,8 anos, sendo 48 (72,7%) diplégicos, 10 (15,2%) hemiplégicos e 8 (12,1%) tetraplégicos. De acordo com a classificação GMFCS 18,2% tipo 1, 66,7% tipo 2, 12,1% tipo 3 e 3% tipo 4. A contratura dos flexores dos joelhos foi alteração mais frequente, presente em 65,2% dos casos, seguida pela espasticidade do músculo reto anterior da coxa 59,1%, contratura dos flexores dos quadris 54,5%, contratura do tríceps sural 53%, alteração na rotação do quadril 39,4%, pé plano 21,2%, insuficiência do tríceps sural 15,2%, alteração na rotação do segmento perna (torção tibial) 13,6%, insuficiência do mecanismo extensor do joelho 10,6% e contratura em adução do quadril 9,1%. Nos pacientes com diplegia e tetraplegia a contratura dos flexores quadris e joelhos estava presente em mais de 60% dos casos. Nos hemiplégicos 90% apresentavam contratura do tríceps sural. A insuficiência do mecanismo extensor dos joelhos e do tríceps sural, assim como pé plano valgo foram presentes apenas nos casos de diplegia e tetraplegia. As alterações rotacionais dos quadris foram presentes em mais de 40% dos casos com diplegia e tetraplegia, enquanto as alterações rotacionais do segmento perna foram presentes apenas nos diplégicos. Quando avaliados em relação a classificação funcional (GMFCS), nota-se que os pacientes com maior funcionalidade (GMFCS 1,2), apresentam prioritariamente contraturas musculares e os com menor funcionalidade (GMFCS 3-4) tendência a insuficiências musculares e pés planos. CONCLUSÃO: Os dados da frequência das alterações musculoesqueléticas, que interferem na deambulação dos pacientes com paralisia cerebral, nesta série de casos, pode auxiliar o profissional assistente na avaliação e programação de tratamentos. 322 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE ORTOPEDIA - POSTER POr-010 - PERFIL DOS PACIENTES COM PARALISIA CEREBRAL AVALIADOS EM LABORATÓRIO DE ANÁLISE TRIDIMENSIONAL DA MARCHA ANA CAROLINA PAULETO; ALANA ELISABETH KUNTZE FERREIRA; DIELISE DEBONA IUCKSCH; ALESSANDRO GIURIZATTO MELANDA; RODRIGO FAUCZ MUNHOZ DA CUNHA; ILTON BRONDANI SOBRINHO; CRISTINA APARECIDA ARANTES CARARO CENTRO HOSPITALAR DE REABILITAÇÃO DO PARANÁ INTRODUÇÃO: A análise tridimensional da marcha (ATM) possibilita aquisição de dados para avaliação e planejamento de tratamentos de pacientes com distúrbios de deambulação. Os pacientes que tem recebido maior influência no seu tratamento são os com diagnóstico de Paralisia Cerebral (PC). OBJETIVOS: Traçar o perfil dos pacientes com PC avaliados em um laboratório de ATM. MATERIAIS E MÉTODOS: Coleta de dados retrospectiva de pacientes com PC avaliados no período entre 2010-2014 em laboratório de marcha. O Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS – Gross Motor Function Classification System) foi utilizado para determinar a função motora grossa dos pacientes[1]. Para classificá-los quanto à mobilidade funcional utilizou-se a Functional Mobility Scale (FMS), a qual classifica a mobilidade em três distâncias distintas (5, 50 e 500 metros), escolhidas para representar a mobilidade em casa, na escola e na comunidade em geral [2]. A média e o desvio padrão da idade e análise de frequência das demais variáveis foram realizadas através do programa estatístico SPSS 20.0. RESULTADOS: Dos 66 pacientes avaliados, 45,5% eram do sexo feminino e 54,5% do sexo masculino e tinham idade entre 5 e 21 anos (média 13±3,8 anos). Dos 48 (72,7% do total) diplégicos, 12,5% foram classificados como GMFCS 1, 66,7% GMCS 2, 16,7% GMFSC 3 e 4,2% GMFCS 4. Dos 10 (15,2%) hemiplégicos, 60% foram classificados como GMFCS 1 e 40% GMCS 2. Dos 8 (12,1%) tetraplégicos, 100% foram classificados como GMFCS 2. Em relação à FMS para 5, 50 e 500 metros, respectivamente, a classificação mais frequente para os diplégicos foi 5 (41,7%), 5 (50%) e 5 (54,2%); para os hemiplégicos foi 6 (80%), 6(70%) e 6 (60%); e para os tetraplégicos foi 5 (62,5%), 5 (100%) e 5 (100%). A maioria dos pacientes (71,2%) não utilizou meios auxiliares para realização do exame. CONCLUSÃO: Entre os pacientes avaliados houve equilíbrio entre os sexos feminino e masculino. A diversidade de faixa etária observada demostrou que a ATM pode ser indicada em idades variadas nos pacientes com PC. A maioria dos pacientes avaliados eram diplégicos, GMFCS 2, FMS 5,5,5, indicando que mesmo com boa funcionalidade existe uma preocupação dos profissionais da saúde em indicar a ATM como complemento ao exame físico e para confirmar hipóteses de tratamentos previamente estabelecidos. Referências Bibliográficas: [1] Palisano R, Rosenbaum P, Walter S, Russell D, Wood E, Galuppi B. Development and reliability of a system to classify gross motor function in children with cerebral palsy. . Developmental Medicine e Child Neurology. 1997;39:214-23. [2] Graham HK, Harvey A, Rodda J, Nattrass GR, Pirpiris M. The Functional Mobility Scale (FMS). Journal of Pediatric Orthopaedics. 2004;24:514-20. 323 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA 324 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR TEMAS LIVRES Apresentação Oral 325 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLPe-001 - TUMOR CARDÍACO EM PACIENTE COM SÍNDROME DE EDWARDS: RELATO DE CASO ALLINY BELETINI DA SILVA; ADRIANA RODRIGUES MORO RIGUE; MARIA JOSÉ PARODE VIEGAS LOTTI; ARNONN AFONSO AGASSI MARTELLI UFSM INTRODUÇÃO: A Síndrome de Edwards ou trissomia do 18 consiste na presença de uma cópia extra do autossomo 18 e foi descrita em 1960 por Edwards et al. Esta doença genética é caracterizada por um quadro clínico amplo e prognóstico reservado. As anomalias causadas por essa síndrome acometem praticamente todos os órgãos e sistemas, sendo o aparelho cardiológico um dos mais acometidos. A maioria dos fetos com essa síndrome vai a óbito ainda na vida intrauterina e os que nascem geralmente são prematuros e dificilmente passam do primeiro ano de vida. Como nas outras síndromes genéticas, a idade materna elevada ainda é um dos principais fatores de risco. Várias cardiopatias congênitas, muitas vezes múltiplas, têm sido relatadas associadas a essa síndrome, inclusive já estavam presentes no relato original da síndrome de Edwards. No entanto, não foi encontrado relato dessa síndrome associada a tumor cardíaco. Estudos recentes mostram que as cardiopatias congênitas são as principais causas de óbito nesses pacientes. Em um estudo realizado com gestantes de risco para malformações fetais, foi encontrada uma prevalência de 0,06% de tumor cardíaco fetal. Além disso, tumores cardíacos primários são achados raros em pacientes de todas as idades e apresentam prevalência aproximada de 0,01%. Em estudos de necropsia em pacientes pediátricos, a prevalência dos tumores cardíacos primários variou de 0,0017 a 0,28%. No feto a prevalência destes tumores é de aproximadamente 0,14%. Relato do caso: Recém-nascido, do sexo feminino, nascido de parto cesárea por hipertensão materna, CIUR, centralização fetal, diástole reversa e polidrâmnio, prematuro de 31 semanas e 5 dias com peso de nascimento de 1000g e diagnóstico antenatal de mal formação cardíaca com ecocardiograma fetal mostrando defeito do septo atrioventricular completo, CIV muscular apical, sobrecarga global das cavidades cardíacas e grande massa móvel pediculada nas cavidades direitas. No nascimento teve apgar 7 e 8 do primeiro e quinto minuto, respectivamente, e foi identificado estigmas sindrômicos sugerindo trissomia do 18. Mãe com 45 anos, gesta 6, sem outros filhos sindrômicos. Após o nascimento, o ecocardiograma mostrou defeito do septo atrioventricular, sobrecarga global das cavidades cardíacas, função contrátil biventricular preservada, persistência do canal arterial e grande massa móvel nas cavidades direitas. Essas alterações tinham indicação cirúrgica, porém devido a prematuridade, baixo peso e ao mau prognóstico da Síndrome a paciente não apresentava condições de tratamento específico. Não ficou nenhum dia fora da ventilação mecânica e com 47 dias de vida, por insuficiência cardíaca grave, evoluiu para óbito. COMENTÁRIOS: O objetivo deste trabalho foi relatar um caso de tumor cardíaco em paciente portado de Síndrome de Edwards, uma vez que esta associação não foi encontrada previamente na literatura. 326 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLPe-002 - DIAGNÓSTICO DE OSTEOGÊNESE IMPERFEITA E PROGNÓSTICO- RELATO DE CASO. DYRLANNE LOPES BASTOS; SILMARA APARECIDA POSSAS; CARLA TIEMI MINAMIHARA; RAFAELA MARTINS MAIA; ELLIZANDRA GONÇALVES DUREX; BIANCA CESARIO CAVICHIOLLO HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE INTRODUÇÃO: A Osteogênese Imperfeita (OI) é uma enfermidade genética de interesse ortopédico e pediátrico, devido a diversas alterações osteometabólicas. O problema se concentra na codificação do colágeno tipo I, responsável pela composição do osso. É caracterizada por múltiplas fraturas, escleras azuladas, perda progressiva de audição, baixa estatura e deformidades torácicas, convergindo para distúrbios respiratórios. Há vários subtipos na classificação, sendo os mais graves os subtipos II e IV, com acometimento maior de fraturas e mal formações mais acentuadas, como as deformidades torácicas, limitando o movimento respiratório. O diagnóstico dessa doença pode ser realizado intraútero, por meio de ultrassonografia na 17º semana de gestação. Por ser um exame operador-dependente poderá ser confundida com outros diagnósticos, como a acondroplasia ou nanismo. A evolução dessas crianças depende do grau de comprometimento da síntese do colágeno. Nos casos mais leves, pode cursar com fraturas durante a deambulação e sem comprometimento da estatura. Nos casos mais severos, pode evoluir com a morte intraútero. No caso do tipo II, os pacientes costumam evoluir com óbito no período neonatal. RELATO DE CASO: RN feminino, procedente de Paranaguá, parto cesárea, 34 semanas de idade gestacional, Apgar 6 e 8, peso de nascimento de 1830g. Genitora teve acompanhamento gestacional por 6 consultas e ultrassonografia obstétrica com mal formações em membros com suspeita de acondroplasia. Pais não consanguíneos e genitor com história familiar positiva de mal formações em membros. Ao nascimento, RN apresentou diversas mal formações em membros, tórax e crânio. Evoluiu com esforço respiratório, necessitando de ventilação mecânica invasiva e transferência para UTI Neonatal de centro de referência em Curitiba. Nesse hospital, foi realizado diagnóstico de Osteogênese imperfeita do tipo II, devido a presença de esclera azulada em fundo de olho, presença de ossos Worminianos (múltiplos), múltiplas fraturas e deformidades dos ossos longos e arcos costais. Paciente recebeu no 15º dia de vida o primeiro ciclo de pamidronato, assim como profilaxia com vitamina D e sulfato ferroso. Paciente precisou ser mantida com sedação e analgesia. OBJETIVO: Relatar caso de Osteogênese Imperfeita, discutindo a sobrevida e a importância do aconselhamento genético. MATERIAL E MÉTODOS: Será utilizado o prontuário com a autorização e consentimento dos pais. CONCLUSÃO: As Mal Formações Congênitas representam a segunda causa de mortalidade infantil no Brasil, suscitando grande impacto econômico e social. O diagnóstico é difícil, mesmo em centros de referência. A capacitação dos profissionais é imprescindível, visto diagnóstico e tratamento precoces alterarem o prognóstico. A avaliação pré-natal é fundamental nas anomalias congênitas para o aconselhamento genético de casais de risco, possibilitando discernimento dos progenitores. Este relato de caso é relevante devido a escassez de literatura específica, o subdiagnóstico e falta de instrução dos profissionais de saúde para tratamento. Com a difusão desse conhecimento, tem-se a possibilidade de prevenir as contraturas posicionais e deformidades, proporcionar o alívio da dor, manipular a criança com mais segurança, reduzindo o risco de novas fraturas, cuidado no transporte e alimentação. Isso contribui para a melhora do prognóstico e da qualidade de vida desses paciente. 327 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLPe-003- ALTERAÇÕES NUTRICIONAIS EM CRIANÇAS DA ESCOLA ESTADUAL DE SOROCABA, SÃO PAULO. LARISSA OLM CUNHA; LUIZ FERRAZ DE SAMPAIO NETO; MARIA CAROLINA PEREIRA DA ROCHA; JENNIFER STESCHENKO; FILIPE FRANZ HOLANDA TERZIS; INAJA REGINATTO ROBERTO; LUCAS DEPERON TOLDO; JULIA CRISTINA DE SOUZA; LIGIA MARIA MANZOLI TORRES; SAMANTHA FARIA DE MATOS PUC-SP SOROCABA INTRODUÇÃO: A infância constitui um período de elevado ritmo de crescimento e fenômenos maturativos, levando a uma maior demanda de substâncias nutritivas. Uma dieta inadequada pode acarretar prejuízos no crescimento e desenvolvimento², bem como constituir-se num importante fator de risco para desnutrição e distúrbios metabólicos, como obesidade e sobrepeso. No cenário de distúrbios nutricionais, a desnutrição ou subnutrição pediátrica merecem destaque. OBJETIVO: Levantar dados antropomorfométricos e hábitos alimentares de crianças e investigar a etiologia das alterações identificadas. População e MÉTODOS: 160 alunos, na faixa etária de 6 a 9 anos, matriculados em escola pública de Sorocaba. A coleta de dados foi realizada em três etapas: 1) avaliação dos dados antropométricos (determinação da massa corporal, estatura e circunferências abdominais); 2) encaminhamento de solicitações de exames laboratoriais, indicadas segundo o desvio nutricional detectado; 3) preenchimento d recordatório alimentar de uma semana por todos os alunos dessa faixa etária com ajuda dos professores. A intervenção consistiu em reunião dialogada entre alguns dos autores e os pais sobre práticas de orientação alimentar e erros alimentares mais habituais de pais e alunos. Foram disponibilizados materiais de orientação impressos e realizadas atividades lúdicas com as crianças. DISCUSSÃO E RESULTADOS: 62% apresentavam peso adequado à faixa etária; 38% apresentavam algum tipo de distúrbio nutricional (sobrepeso, baixo peso ou obesidade); relativa equivalência entre os percentuais de crianças com sobrepeso e obesidade (16% e 17% respectivamente). Houve predominância do sexo masculino em achados de peso adequado e obesos, e feminino em distúrbios de baixo peso e sobrepeso. Os distúrbios nutricionais de excesso de peso não estavam, em sua maioria, relacionados a RA classificados como inadequados. Ao contrário: as crianças que apresentaram RA pior classificados foram as eutróficas. CONCLUSÃO: A discussão dialogada realizada com os pais teve importante papel na troca de experiências. O tema “Alimentação Saudável” constitui-se em motivo de muitas dúvidasdos pais das crianças. Outro importante ponto a ser destacado foram os problemas advindos da escolha do RA como instrumento de pesquisa, já que a análise qualitativa desses dados prejudicou a obtenção de um dado estatístico objetivo. Por fim, ressaltamos ainda a grande importância da parceria entre os pesquisadores,instituição de ensino e serviço de saúde. 328 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLPe-004 - AVALIAÇÃO DA ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE E SUA RELAÇÃO COM O BAIXO PESO AO NASCER. CÁTIA REGINA BRANCO DA FONSECA; MARIA WANY LOUZADA STRUFALDI; LIDIA RAQUEL DE CARVALHO; ROSANA FIORINI PUCCINI UNESP – FMB; UNIFESP - ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA; UNESP – IBB O baixo peso ao nascer é um importante indicador de saúde de uma população e o cuidado pré-natal é um dos principais constituintes do Pacto da Atenção Básica do Sistema Único de Saúde, que compreende um conjunto de atividades a fim de identificar riscos e promover assistência adequada, com melhoria para a saúde da mulher e do recém-nascido. OBJETIVO: Identificar se há heterogeneidade na qualidade da assistência pré-natal através da elaboração de indicadores, e se esta qualidade da assistência tem impacto no peso do recém-nascido. MÉTODO: Estudo de avaliação de serviço através de dados secundários agregados, dos seguimentos Pré-Natais de todos os recém-nascidos com peso inferior ou igual a 2500g foram coletados dos prontuários em todas as Unidades Básicas de Saúde de Botucatu/SP (UBS), 2004 a 2008. Indicadores de processo foram elaborados e, para a classificação das Unidades em grupos de acordo com a similaridade das variáveis do seguimento prénatal, Indicadores de Qualidade: IAd (Indicador de Adesão), IAPN (Indicador de ausência pré-natal), ICPN (Indicador de adequação do número de consultas pré-natal), IIPN (Indicador de início precoce de pré-natal), IEColpo (Indicador de exames colpocitologicos), IEMama (Indicador de exames clínicos de mama), IELab (Indicador de exames laboratoriais), INUS (Indicador de não realização de US). Análise de agrupamentos das UBS por agrupamento hierárquico utilizando “Between group linkage” e a medida de distância euclidiana ao quadrado com pré-definição de 2 agrupamentos. Em seguida, comparação entre os clusters em relação aos indicadores de qualidade pelo teste não paramétrico de Mann-Whitney. Diferenças foram consideradas estatisticamente significativas se p< 0,05. Análise feita com o software SPSS – Statistical Package for the Social Science (version 15.0, SPSS Inc., Chicago) foi realizada a análise de agrupamento pelo método de Ward e construídos Dendogramas. RESULTADOS: Dois Clusters foram obtidos pelo método de agrupamento utilizado. O Cluster 1 contém as Unidades com os melhores indicadores, sendo a diferença estatisticamente significantes entre os dois clusters para quase todos os indicadores avaliados no estudo, exceto para os indicadores “número adequado de consultas pré-natais”, “ início precoce do seguimento pré-natal” e” realização de todos os exames laboratoriais” preconizados. Apesar de dois clusters por similaridade terem sido formados, não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos e o percentil de recém-nascido com baixo peso. CONCLUSÕES: A elaboração de indicadores compostos para avaliação da qualidade da assistência Pré-natal é um bom instrumento para a gestão em saúde. As falhas na assistência Pré-natal não mostraram correlação significante com o percentil de baixo peso ao nascer das gestantes matriculadas nestas Unidades de Saúde. Os resultados obtidos indicam a necessidade de ações para melhoria da atenção pré-natal incluindo ações básicas e bem determinadas no Brasil, na assistência pré-natal. 329 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLPe-005 - AS OFICINAS DA AMAMENTAÇÃO NO BRASIL JACEMAR CRISTINA ROCHA DA COSTA; CLAUDETE CLOSS; CARMEM CRISTINA MOURA DOS SANTOS; ELAINE CRISTINA ANTOSIEVICZ DA SILVA; HEDI MARTHA SOEDER MURARO; MARIA DE NAZARÉ CARVALHO NERY PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA; SESA/PR INTRODUÇÃO: As oficinas da amamentação surgiram a partir da instituição da Rede Cegonha no âmbito do Sistema Único da Saúde (SUS), por meio da Portaria nº 1.459 de 24 de junho de 2011, fundamentando-se nos princípios da humanização e assistência que asseguram às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo, à atenção humanizada à gravidez, parto e puerpério e às crianças (de 0 a 24 meses), o direito ao nascimento seguro, crescimento e desenvolvimento saudável. OBJETIVOS: aprofundar os conhecimentos sobre as oficinas de amamentação no Brasil e o seus benéficios na saúde das lactentes e crianças nas quais as participantes além de poderem socializar suas experiências, também entram em contato com o que preconiza a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil e consolidam a Educação em Saúde permamente com atividades participativas e lúdicas. MATERIAL E MÉTODOS: foi realizada um estudo bibliográfico retrospectivo no período de 2009 a 2014 com ênfase nas atividades das oficinas da amamentação que são orientadas por meio dos Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno(AM) e da Alimentação Complementar Saudável(ACS) para crianças menores de dois anos. RESULTADOS: as oficinas esclarecem que :a)o aleitamento materno sendo a principal fonte de nutrientes no primeiro ano de vida promove o desenvolvimento sensório e cognitivo da criança e a protege contra doenças crônicas e infecciosas, promove a redução da mortalidade infantil( neonatal precoce, tardia e pós-neonatal) por enfermidades comuns da infância e estimula o cuidado especial às crianças;b)aumenta o vinculo afetivo mãe/filho de nutrição e saúde e ainda, não corre o risco de ser contaminado por bactérias. Assim, o pré-natal é o melhor momento para a abordagem adequada do incentivo ao AM, onde deve ser informado sobre a técnica adequada, as vantagens e desvantagens da amamentação exclusiva e da ACS; c)as mães possuem direitos sociais/legais ,ambiente de auto-estima,saúde bucal aos bebês entre outros. CONCLUSÃO: a integração das gestantes nas oficinas refletindo sobre a possibilidade inata de amamentar e a qualidade da alimentação complementar saudável das crianças menores de 2 anos de idade contribuem para redução da morbimortalidade infantil , o crescimento das taxas do AM , o fortalecimento da adesão ao pré-natal e a prevenção de patologias tais como diabetes mellitus, hipertensão arterial e obesidade. 330 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLPe-006 - AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DE ADOLESCENTES UNIVERSITÁRIOS SOBRE VITAMINAS E SUPLEMENTOS ALIMENTARES PALOMA MATIAZZO PEÑA LUPIAÑES; ANNE TWARDOVSKI DI DONATO; CRISTINA OKAMOTO; ELIANE CESAREO MALUF; PATRÍCIA RIGON VASCONCELLOS; PEDRO HENRIQUE PEDRUZZI SEGATO; VERUSKA PERON UNIVERSIDADE POSITIVO INTRODUÇÃO: O índice de insatisfação dos adolescentes com sua própria imagem corporal aumenta à medida que a mídia impõe ideais de beleza, o que estimula a busca por recursos como suplementos alimentares e complexos vitamínicos, muitas vezes sem a orientação e acompanhamento de um profissional qualificado, resultando em riscos à saúde. OBJETIVO: Conhecer a frequência de uso de suplementos alimentares e complexos vitamínicos, identificar as principais motivações para seu uso e avaliar o conhecimento sobre tais substâncias entre universitários de 18 e 19 anos. MATERIAIS E MÉTODOS: estudo descritivo transversal que incluiu universitários de 18 e 19 anos de uma universidade privada de Curitiba-PR; a coleta de dados foi realizada durante o segundo semestre de 2014. Para a análise estatística foi utilizado o programa GRAPHPAD PRISM 5.0. RESULTADOS: A amostra foi composta de 266 alunos sendo 52,3% do gênero feminino. Do total, 72 (27%) responderam fazer uso de alguma das substâncias estudadas, sendo 23 (8,6%) somente de vitaminas, 32 (12%) somente de suplementos e 17 (6,4%) de ambos. Dentre os usuários de vitaminas e de suplementos, 23 (57,5%) e 16 (32,65%) são do sexo feminino e 17 (42,5%) e 33 (67,34%) do masculino, respectivamente. As vitaminas mais consumidas nesta amostra foram os polivitamínios com 57,5% (23), seguido pela vitamina C (15%) e pela vitamina D com 7,5% da preferência dos entrevistados. Quanto aos suplementos, a proteína do soro do leite foi a mais citada, representando 85,7% dos suplementos (42), seguida pela creatinina com 22,4% (11) e pelo BCAA (Branch Chain Amino Acids) com 20,4% (10). Apenas 19 (47,5%) dos usuários de vitaminas e 14 (28,6%) dos de suplementos o fazem com indicação médica. A internet foi a fonte de busca de informações mais citada pelos entrevistados com 195 (73,3%), seguida pelos profissionais de saúde 180 (67,7%), jornais/revistas/tv 114 (42,9%) e com menor expressão, amigos 67 (25,2%) e instrutores de academia 43 (16,2%). As médias de acertos das 7 questões sobre vitaminas foi de 3,5, e para as 7 de suplementos, de 3,4 questões. No que se refere às motivações para o consumo de polivitamínicos e suplementos alimentares, o aumento da força muscular foi o mais citado (59%) seguido pelo aumento da imunidade (52%) e pelo desejo de beleza (52%). Quando divididos por gênero, o feminino citou 93 (66,9%) beleza/estética, 78 (56,1%) aumentar a imunidade e 74 (53,2%) aumentar força muscular. Enquanto, o masculino, 84 (66,1%) aumentar força muscular, 61 (48%) aumentar a imunidade e 46 (36,2%) beleza/estética. CONCLUSÃO: O estudo permitiu delinear o perfil do jovem em relação ao consumo de vitaminas e suplementos, estimulado principalmente pelo desejo de aumento da força muscular e beleza. A internet como principal fonte de informação, relacionada ao baixo número de acertos, alerta para os riscos à saúde dos adolescentes. 331 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLPe-007 - LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA NO LACTENTE – UM RELATO DE CASO JULIANA BUCANEVE; JÉSSICA MARIA CAMARGO BORBA; CRISTIANE NOGUEIRA BINOTTO UNIVERSIDADE POSITIVO INTRODUÇÃO: A leucemia linfoide aguda (LLA) em lactente menor de um ano possui prognóstico reservado. Está associada a fatores desfavoráveis como hiperleucocitose, infiltração do sistema nervoso central (SNC) e presença de mutações genéticas, sendo o rearranjo do gene MLL o mais prevalente. Pode cursar com febre, palidez, manifestações hemorrágicas, dores ósseas, entre outras. O diagnóstico é confirmado se 25% ou mais das células da medula óssea (MO) forem linfoblastos. Para lactentes, são utilizados internacionalmente protocolos específicos de intensificação da quimioterapia (QT), resultando em maior sobrevida. No Brasil, o protocolo utilizado é o do Grupo Brasileiro de Tratamento da Leucemia Infantil (GBLTI-LLA-2009), sendo as drogas e as fases de terapia similares aos internacionais. RELATO DE CASO: Feminino, 1 mês e 15 dias, natural de Palmas – PR. Há 2 semanas do internamento apresentou distensão abdominal, palidez e estado subfebril (37,6º C). Há 3 dias do internamento surgiram petéquias em face, tronco e foi confirmada anemia e plaquetopenia. Não houve exposição a inseticida, a agrotóxicos ou uso de produtos químicos no cabelo durante a gestação. Foi internada em um hospital de Curitiba. Ao exame físico: hipocorada, hepatoesplenomegalia e petéquias no abdome. Confirmada LLA com 98% de células linfoides imaturas na imunofenotipagem, citogenética positiva para o rearranjo do gene MLL e imunofenotipagem com predomínio de linhagem linfoide B imatura. Iniciou o protocolo GBLTI-2009 para lactentes. Não respondeu ao tratamento, iniciou o protocolo para alto risco do Instituto da Criança de recidivas e, posteriormente, um protocolo paliativo. Após 66 dias de internamento, foi a óbito. DISCUSSÃO: Os fatores de pior prognóstico apresentados foram idade < 6 meses, hiperleucocitose ao diagnóstico e presença de mutações genéticas. A presença de doença infiltrando o SNC, linhagem de células T, ausência do antígeno CD10, resposta baixa à prednisona no D8 do tratamento e remissão morfológica insuficiente da doença na MO, no D14, também podem ocorrer. A presença do rearranjo MLL representa o tipo mais desfavorável de LLA, é diagnosticada com mais frequência em meninas menores de um ano e a sobrevida global em 5 anos é de 50%. Transplante alogênico de MO é indicado desde o diagnóstico se resposta terapêutica adequada, com MO sem células neoplásicas e a presença de um doador compatível (o que não ocorreu com a paciente), sendo a realização de quimioterapia pré-transplante obrigatória. CONCLUSÃO: O diagnóstico precoce associado à terapia multidisciplinar é fundamental para o estabelecimento de melhor sobrevida. Para o futuro, é necessário manter os estudos clínicos com protocolos, sendo a junção dos grupos internacionais de estudo da doença uma opção para uma possível cura sem recidiva. 332 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLPe-008 - AVALIAÇÃO ORTOPÉDICA DE PACIENTES REFERENCIADOS AO AMBULATÓRIO DE UM HOSPITAL PEDIÁTRICO ANA CAROLINA PAULETO HOSPITAL INFANTIL PEQUENO PRINCIPE OBJETIVOS: O objetivo deste estudo é comparar a hipótese diagnóstica referenciada pelo pediatra ou outros profissionais de saúde e o diagnóstico definitivo estabelecido após avaliação do ortopedista pediátrico e confrontar esses diagnósticos com as diretrizes da Academia Americana de Pediatria. 1. MÉTODOS: Estudo prospectivo, quantitativo, por 12 meses, onde foram analisados prontuários de crianças entre zero e 18 anos encaminhadas de Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município, região metropolitana e municípios do estado, previamente submetidas à avaliação por pediatra, outro profissional de saúde ou solicitação interna entre especialidades, para triagem num serviço de referência em Ortopedia Pediátrica. RESULTADOS: Dos 2.337 pacientes encaminhados para o ambulatório de “Triagem” de um Hospital Pediátrico, 1.190 (50,9%) eram do gênero feminino e 1.147 (49,1%) masculino. Entre os profissionais referenciadores, 897 atendimentos foram por pediatra, 771 por médico clínico e 246 por ortopedista geral e 423 outros profissionais. A hipótese diagnóstica dos referenciadores corroborou com o diagnóstico definitivo do ortopedista pediátrico em 786 (41%), sendo 316 (35,2%) referenciados por pediatra, 290 (37,6%) por médico clinico e 180 (73,2%) por ortopedista. (p<0,001). Segundo diretrizes da AAP, o número de encaminhamentos concentrou-se na faixa etária de 1,1 a 12 anos, com pouca diferença na distribuição entre gêneros, enquanto pela patologia 1392 (60.1%) foram considerados inapropriados por não se incluírem nos critérios APP. Entre os diagnósticos das alterações músculo-esqueléticas mais freqüentes, 10,1% pertenciam ao grupo VIII (doenças neuromusculares), 8,91% ao grupo XI (deformidades congênitas do membro superior), 5,51 % ao grupo VII (escoliose ou dismetria de membros), grupo I (pé torto congênito/outra malformação congênita), 2,12% ao grupo Xi (lesões ósseas benignas) e 2,91% associação de grupos. 2. CONCLUSÃO: Considerando a pouca concordância entre os diagnósticos referenciados com o do ortopedista pediátrico, o estudo demonstra a necessidade de uma análise crítica da importância do diagnóstico correto e compreensão da história natural das condições ortopédicas por profissionais de saúde envolvidos na atenção básica. Por conseguinte, também poderia ser discutida a criação de diretrizes condizentes com a nossa realidade brasileira, semelhante a AAP, prevenindo referências desnecessárias 333 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLPe-009 - FREQUÊNCIA DO USO DE ANDADORES INFANTIS NA CIDADE DE CURITIBA LETÍCIA METZGER; PAULA CAMPOS SEABRA; ELIANE MALUF UNIVERSIDADE POSITIVO INTRODUÇÃO: Os andadores infantis são alvo de discussões por serem amplamente utilizados e frequentemente responsáveis por acidentes nesta fase da vida. São vistos por muitos pais como um benefício para a criança, por proporcionar entretenimento, exercício físico, segurança, auxílio no desenvolvimento da marcha, independência e praticidade no cuidado. A literatura mostra que cerca de 60-90% das crianças entre 5-15 meses de idade utilizam andadores, sendo que prevalece o uso entre os meninos. Apesar de parecerem inofensivos, podem atingir a velocidade de um metro/segundo e causar quedas de escadas, queimaduras, intoxicações, afogamentos, choques contra objetos, sendo frequente o traumatismo craniano. A grande mobilidade e independência fornecida à criança pelo andador faz com que os pais não consigam supervisioná-la em tempo integral. OBJETIVO GERAL: Avaliar a frequência de uso de andadores infantis em Curitiba, bem como conhecer a taxa e as características dos acidentes mais frequentes. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Positivo. A população alvo foi constituída por pais ou responsáveis, maiores de 18 anos, de crianças com idade de 6 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias. O instrumento de coleta de dados foi elaborado pelas pesquisadoras e aplicado em forma de entrevista em serviços de atendimento infantil (público e privado). Os resultados foram analisados utilizando-se o pacote estatístico SPSS 20. RESULTADOS: Foram realizadas 445 entrevistas, sendo a frequência de uso do andador de 46,7%, destes 47,5% (99) são usuários do SUS, enquanto os que tinham convênio (346) apresentaram 46,5% de uso (p>0,05). Das 208 crianças que utilizaram o andador: 55,3% do gênero masculino; frequência de uso diário de andador: 46,2%; motivo mais prevalente do uso: auxílio da marcha (50%), entretenimento (33,2%) e praticidade (15,4%). A mãe aparece em primeiro lugar, dentre os que compraram o andador (25,5%), seguido de avós e amigos, juntos com 41,4%. Não houve diferença na média de idade para andar sem apoio das crianças que usaram andador e das que não usaram (p>0,05). O número de acidentes ocorridos com o uso do andador foi de 21(10,2%). A média de idade em que ocorreu o acidente foi de 9 meses; local do trauma: 71,5% cabeça/face; mecanismo do acidente: 61,9% corresponde à queda de escada, 28,5% queda da própria altura e 4,8% colisão contra objeto; 5 (33,3%) das 20 crianças que sofreram acidente foram atendidas em hospital e 10 (47,6%) continuou fazendo uso de andador após o acidente. CONCLUSÃO: A frequência de uso do andador se mostrou elevada, assim como o número de acidentes, o que corrobora com a necessidade de intervenções efetivas, por apresentar potencial risco de morbimortalidade. A redução dos agravos à saúde causados pelo seu uso depende de medida simples e de baixo custo, que é a educação em saúde. É importante incluir na consulta de rotina da criança a orientação sobre seu uso. 334 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLPe-010 - RELAÇÃO SPO2/FIO2 COMO PREDITOR DE FALHA DA VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA ANTES E APÓS O TRANSPLANTE HÉPATICO EM PEDIATRIA CINTIA JOHNSTON; THIAGO LUCIANO SILVA; ALCIDES AUGUSTO NETTO; RAMIRO ANTHERO AZEVEDO; ADRIANO MIZIARA GONZÁLES; NILTON FERRARO OLIVEIRA UNIFESP - EPM OBJETIVO: Verificar se a relação SpO2/FiO2 é preditora de falha da ventilação não invasiva (VNI) quando aplicada após a extubação em crianças após transplante hepático (ATH). MÉTODO: Estudo piloto prospectivo (realizado de junho/2008 a agosto/2009) na UTI Pediátrica de um hospital universitário. Critérios de inclusão: pacientes pediátricos (0-18 anos) ATH, que desenvolveram insuficiência ventilatória aguda (IVA) após a extubação. Protocolo: decúbito elevado (30º-45°); sonda nasogástrica aberta (10 min antes e até 2hs após instituição da VNI); adequação da interface; umidificação e aquecimento do ar (34º-36ºC). Modo ventilatório utilizado na VNI: com dois níveis de pressão (bilevel) com os parâmetros iniciais: IPAP 812cmH2O; EPAP 3-5cmH2O; FR de backup 8-12 cpm). Os dados foram coletados antes e 2 horas após o início da VNI, sendo eles: gases arteriais; sinais vitais (FR, FC e SpO2); parâmetros ventilatórios (IPAP, EPAP, FR e FiO2) e calculada a relação SpO2/FiO2. Análise estatística: Os grupos, falha e sucesso da VNI, foram comparados quanto aos dados coletados antes do início da VNI e após 2h da sua instituição. Realizada análise descritiva, devido ao número da amostra, apresentando os resultados em percentual, mediana (mínimo-máximo), média±dp. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética da instituição (CEP 0370/09). RESULTADOS: No período do estudo, 11 crianças ATH foram extubadas e evoluíram com IVA, sendo submetidas à VNI. Características demográficas da amostra: idade 9 (7-168) meses; peso 6,85 (4,6-8) Kg; tempo de VPM invasiva 12 (1-34) dias. Parâmetros da VNI após 2hs:IPAP 18±2,6 cmH2O; EPAP 5,8±0,7 cmH2O; FR 18,5±10,1 cpm; FiO2 41,9±11,9%. Gasometria arterial antes vs 2hs após VNI: pH 7,41±0,08 vs 7,38±0,06; PaCO2 36,1±00,6 vs 38,5±16,24 mmHg, PaO2 80±10,39 vs 108,3±14,6 mmHg, HCO3 23±7,5 vs 23±11,6 mEq/L, SaO2 89±5,6 vs 96±3,07%, BE -1,4±4,7 vs -2,9±4,85. Sinais vitais antes vs 2h após VNI: FR do paciente 42±14,8 vs 30,6±17,39 ipm, FC 134±24,8 vs 142,3±17,39 bpm, SpO2 91,75±3,2 vs 97±3%. Relação SpO2/FiO2 antes da VNI (sucesso: 212,14 vs falha: 201,2) e 2hs após a VNI (sucesso: 229 vs falha: 205,5). CONCLUSÕES: Neste estudo piloto três crianças falharam na VNI com necessidade de reintubação, essas apresentaram uma menor relação SpO2/FiO2 tanto antes como após o uso da VNI. É necessário a continuidade deste estudo para identificar se a relação SpO2/FiO2 pode ser aplicada como índice preditivo de sucesso ou falha da VNI em pediatria ATH naqueles que evoluírem para IVA após a extubação assim como para indicar a aplicação VNI após a extubação nestes casos. 335 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLPe-011 - PERFIL DOS ATENDIMENTOS A PACIENTES PEDIÁTRICOS EM UM CENTRO DE INFORMAÇÃO TOXICOLÓGICA DE REFERÊNCIA ENTRE 2005 E 2013 MARCOS VINÍCIOS RAZERA; MARIA DA GRAÇA BOUCINHA MARQUES; RAFAEL ROESLER UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL; CENTRO DE INFORMAÇÃO TOXICOLÓGICA DO RIO GRANDE DO SUL INTRODUÇÃO: Os pacientes pediátricos estão constantemente expostos a diferentes tipos de agentes que apresentam potencial toxicidade. Dessa maneira, torna-se fundamental para o Pediatra, especialmente aos que atendem casos de urgência/emergência, a identificação da população de risco, o conhecimento dos principais agentes envolvidos e o manejo inicial para os acidentes mais frequentes. OBJETIVOS: Avaliar o perfil dos atendimentos toxicológicos pediátricos realizados em um centro de informação toxicológica durante 9 anos. MATERIAL E MÉTODOS: Análise qualitativa e quantitativa dos registros de atendimentos telefônicos de casos envolvendo pacientes até 19 anos realizados entre 2005 e 2013 por um serviço de informação toxicológica. RESULTADOS: No período analisado, o serviço realizou 176.925 casos de exposição humana, sendo 76.030 (42,97%) de pacientes até 19 anos de idade, correspondendo aproximadamente a 8.448 casos pediátricos/ano e 23 casos pediátricos/dia. Analisando os dados anuais isoladamente, nota-se que o percentual de atendimentos pediátricos apresenta uma regularidade, variando entre 40,85 e 46,51% do total dos atendimentos de exposição humana. Na análise das faixas etárias pediátricas isoladas, nota-se que a maioria dos atendimentos pediátricos (41.436 - 54,50% do total) envolve pacientes entre 1 e 4 anos de idade, com uma variação anual entre 53,68 e 55,96%. Na avaliação dos agentes tóxicos envolvidos em acidentes pediátricos, percebe-se que 37,79% são por medicamentos (variação anual entre 35,72 e 39,41%); 18,49% por animais peçonhentos (16,36 a 19,98%); e 11,43% por saneantes domissanitários (10,85 a 12,69%). Em relação à distribuição dos atendimentos por estação climática, percebe-se que há um predomínio do número de casos de exposição humana nos meses quentes: 104.223 (58,91%) contra 72.702 (41,09%) nos meses frios. No entanto, no grupo de pacientes pediátricos menores de 5 anos, não se observa tal discrepância: 22.947 (53,61%) nos meses quentes e 19856 (46,39%) nos frios. Na avaliação dos atendimentos por gênero entre 2006 e 2013, verifica-se uma distribuição igualitária entre os pacientes pediátricos: 35.128 (52,24%) do sexo masculino, 31997 (47,58%) do sexo feminino e 122 (0,18%) indeterminado. CONCLUSÃO: Nota-se que o número de intoxicações em pacientes pediátricos representa uma parcela importante dos atendimentos realizados pelo serviço de toxicologia, ultrapassando 2/5 dos casos. Além disso, destaca-se o grupo com maior risco: crianças entre 1 e 4 anos, com discreto predomínio do sexo masculino e com distribuição igualitária dos acidentes entre os meses do ano. Ainda, percebe-se que 2 dos 3 agentes mais comuns em acidentes toxicológicos pediátricos podem ser encontrados dentro de casa, demonstrando que grande parte dos acidentes pode ser evitado pela simples presença ou pela adequada orientação de pais ou responsáveis. 336 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLPe-012 - SÍNDROME DE GOLDENHAR: RELATO DE CASO RENATA COELHO GOMES; LARISSA DE CARVALHO SAKANE; THAÍS DIAS CÔRTES; GILBERTO PASCOLAT; RUBENS KLIEMANN HUEC INTRODUÇÃO: A Síndrome de Goldenhar só tornou-se conhecida em 1952 após a descrição de três casos por Goldenhar. O caso pioneiro no Brasil foi descrito por Paiva, em 1971. A síndrome apresenta um amplo espectro de anomalias e sua incidência varia de um para cada 5.000 a 20.000 nascidos vivos. É mais comum no sexo masculino (3:2) e afeta com mais frequência o lado direito do organismo. De patogênese ainda incerta, trata-se possivelmente de uma anomalia no processo de desenvolvimento do primeiro e/ou segundo arco branquial. Existem diversas manifestações clínicas possíveis na síndrome, porém pelo menos duas das anormalidades estão presentes: microssomia facial, má-formação no ouvido, alterações oculares e alterações vertebrais. Podem apresentar também alterações cardíacas, fenda palatina ou labial e alterações renais. OBJETIVO: O objetivo deste trabalho é apresentar um caso da síndrome de Goldenhar e enfatizar a necessidade de incluir essa síndrome no diagnóstico diferencial de malformações craniofaciais. MÉTODO: Paciente do sexo feminino, 7 meses, filha de pais não consanguíneos, nascida de parto vaginal, gemelar, a termo (39 semanas e dois dias), pequena para a idade gestacional, pesando ao nascimento 2.185 gramas, sorologias maternas e da paciente foram negativas, porém com pré-natal negligente (apenas três consultas). Apresentava micrognatia e agenesia de pavilhão auricular à direita. Ecocardiograma durante o internamento evidenciou PCA pequena e com 5 meses de vida o exame estava dentro dos limites da normalidade. Teste da orelhinha normal à esquerda. A tomografia de crânio evidenciou uma assimetria da calota craniana, sem outras alterações detectáveis. O exame oftalmológico revelou opacificação total do olho direito e ausência de reflexo vermelho. Olho esquerdo com micro-hemorragias difusas em retina. USG de vias urinárias e de abdome: sem alterações. Polidactilia em mão direita. Apêndice nasal à direita. Teste do pezinho: Normal. Ao exame clínico atual apresentava 6.830 gramas (percentil 50), estatura de 62 cm (percentil 15,9), perímetro cefálico com 42,5 cm (percentil 50), com assimetria facial, hipoplasia da face à direita, anotia à direita, ausência de conduto auditivo externo direito. Desenvolvimento neuropsicomotor dentro dos limites da normalidade. RESULTADOS: O paciente portador da síndrome de Goldenhar pode apresentar todos ou alguns dos sinais que compõem a síndrome. A paciente em questão apresenta sinais clássicos como alteração ocular, assimetria facial e agenesia do pavilhão auricular. As alterações predominantemente unilaterais, mais comumente à direita, encontradas na paciente correspondem com os dados da literatura. CONCLUSÃO: Mediante a identificação diagnóstica o paciente deverá passar por um processo de investigação criteriosa, abordagem mul 337 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLPe-013 - SÍNDROME HEMOFAGOCÍTICA FRANCIELE SCOBAR GOMES BIGNOTTO; ANA CLAUDIA MACHADO DE SOUSA; ALINE TOMAZ DE SOUZA; PAOLA MARI NAKASHIMA CANO; THAIS VERGINIO GERALDELLI HOSPITAL REGIONAL ROSA PEDROSSIAN INTRODUÇÃO: A síndrome hemofagocítica (SHF) tem como característica principal a proliferação não maligna de histiócitos, que possuem intensa atividade hemofagocítica. Está relacionado com um defeito na citotoxicidade celular e também com o gene da perforina. Pode ser primária ou secundária. A primária ou familiar afeta principalmente crianças e exige história familiar relacionada com a alteração genética autossômica ligada ao X. A secundária é mais frequente em adultos e é induzida por uma doença de base. Está principalmente ligada ao CMV e ao Epistein Barr. O diagnóstico pode ser clínico ou através de achado patológico de macrófagos ativados. O quadro clínico envolve hepatoesplenomegalia, febre arrastada, bicitopenia, aumento de triglicerídeos, hemofagocitose e aumento da ferritina. O tratamento é realizado com imunossupressão, antibióticos, antifungicos e antivirais. O transplante alogênico de medula óssea é a única opção curativa em formas hereditárias. OBJETIVO: Expor um caso de Síndrome Hemofagocítica. MATERIAL E ESTUDOS: Estudo descritivo tipo relato de caso. RELATO DE CASO: P.E.F.M , 1 ano, sexo masculino, indigena. História de febre há 3 meses associado a linfonodomegalia difusa, vômitos e lesões maculopapulares eritematosas e pruriginosas de tamanho variado em MMII e MMSS. Na cidade de origem foi realizado antibioticoterapia de amplo espectro, sem melhora. transferido ao Hospital Regional de Campo Grande, ao exame físico apresentava edema palpebral bilateral e de MMII associado a petéquias e pápulas, hepatoesplenomegalia e linfonodomegalia difusa. Apresentava hemograma com anemia, leucocitose, neutropenia, aumento de LDH e queda da albumina, raio X de tórax com pneumonia bilateral. Optado por iniciar antibioticoterapia. Após 15 dias paciente evoluiu com piora do padrão respiratório, palidez e diurese de coloração escurecida. Sorologia para CMV, Epstein Barr, sífilis, toxoplasmose, rubéola, leishmaniose e HIV. Novo hemograma com bicitopenia, trigliderídeos de 1.231, LDH de 3.788, ferritina de 77.000 e aumento de enzimas hepáticas. Foi então transferido ao CTI onde apresentou 2 episódios de crise convulsiva generalizada. Iniciado tratamento com imunossupressão, antivirais e antifungicos. Aspirado de medula óssea confirma o diagnóstico de Síndrome Hemofagocítica. Paciente vai a óbito após dois meses de tratamento. RESULTADOS: Linfohistiocitose hemofagocítica (HLH) é uma síndrome rara, caracterizada por febre, esplenomegalia, icterícia, e o achado patológico de hemofagocitose (fagocitose por macrófagos de eritrócitos, leucócitos, plaquetas e precursores) na medula óssea e outros tecidos. Está relacionado com um defeito na citotoxicidade celular e também com o gene da perforina, uma proteína envolvida na ativação de macrófagos, a perforina e uma proteína expressa em linfócitos, macrófagos e outros precursores de medula óssea e esta envolvida em processos citolíticos, ativação persistente 338 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLPe-014 - MEMBRANA AMNIÓTICA NO TRATAMENTO DE QUEIMADURA FACIAL EM PACIENTE PEDIÁTRICO CLAUDIANA BRISKIEWSKI; NEIS MIRIAM; SWETLANA CIVIRKUN; PABLO PASE; PEDRO BINS ELY; ELISABETE WEBER; EDUARDO CHEM HOSPITAL DA CRIANÇA SANTO ANTÔNIO – ISCMPA; HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE; HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO DE PORTO ALEGRE; UNIVERSIDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE; BANCO DE TECIDOS DR ROBERTO CORREA CHEM DA ISCMPA INTRODUÇÃO: O uso da membrana amniótica como curativo biológico em ferimentos traz como vantagens o alívio da dor, prevenção de infecções, aceleração da cicatrização, além do baixo custo em relação aos materiais sintéticos disponíveis no mercado. Tem sido utilizada no tratamento a queimados em substituição ao método que inclui extensos e frequentes curativos, demandando tempo da equipe de enfermagem, quantidade considerável de material e sedativos para alívio da dor do paciente. Por ser fina, adesiva, facilmente moldável e removível, a membrana amniótica é extremamente indicada no tratamento das queimaduras infantis, especialmente em queimaduras de face. OBJETIVOS: Relatar o uso da membrana amniótica como curativo biológico para o tratamento de queimadura térmica por escaldo na face de uma paciente de 1 ano de idade. MATERIAL E MÉTODOS: Paciente sexo feminino, 1 ano de idade, apresentando queimadura térmica por escaldo de segundo grau em toda a face. Realizou-se desbridamento sob analgo-sedação em UTI Pediátrica e aplicação imediata de membrana amniótica sem cobertura secundária associada. RESULTADOS: Ocorreu reepitelização total da lesão em 6 dias. Não houve sinais de infecção secundária ou necessidade de novas aplicações. Não foi necessária analgesia especial, além de sintomáticos eventuais. Não foi utilizada antibioticoterapia. O paciente permaneceu em ventilação espontânea durante toda o tratamento. CONCLUSÃO: O uso da membrana amniótica como curativo biológico no presente caso demonstrou benefícios como fácil aplicação, boa e rápida reepitelização e pouca necessidade de uso de analgésicos. É um método eficaz, de baixo custo e efetivo no tratamento das queimaduras de face infantis. 339 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLPe-015 - MULTIDISCIPLINARIDADE NA AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DE PACIENTES COM A SÍNDROME DE DELEÇÃO 22Q11 (SÍNDROME VELOCARDIOFACIAL/DIGEORGE) VICTÓRIA BERNARDES GUIMARÃES; LUCIANA AMORIM BELTRÃO; ELISA PACHECO ESTIMA CORREIA; KAREN LIZETH PUMA LLIGUIN; JULIA SANTANA TROMBETTA; FERNANDA ALTMANN; VANESSA CHAVES PETERSEN; PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN; RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE INTRODUÇÃO: a síndrome de deleção 22q11 (ou síndrome Velocardiofacial/DiGeorge) (SD22q11) é atualmente considerada uma das doenças genéticas mais comuns em humanos. OBJETIVOS: relatar o caso de uma paciente com diagnóstico de SD22q11, salientando o envolvimento multidisciplinar comumente associado à síndrome. MATERIAL E MÉTODOS: realizou-se a descrição do caso com uma revisão da literatura. RESULTADOS: a paciente é uma menina de 3 anos e 4 meses, avaliada inicialmente no período perinatal devido a diagnóstico de interrupção do arco aórtico do tipo A. A paciente foi submetida à cirurgia cardíaca pouco tempo depois. A criança evoluiu após a cirurgia com hipocalcemia de difícil controle, tendo recebido na época diagnóstico de hipoparatireoidismo. O ultrassom abdominal realizado durante a hospitalização evidenciou também agenesia do rim à esquerda. No exame físico, realizado aos 23 dias de vida, a paciente apresentava estrabismo intermitente, palato alto, micrognatia, orelha direita rotada para trás e esquerda em fauno, e pequena hérnia umbilical. O resultado do cariótipo foi normal. Contudo, a avaliação através da técnica de hibridização in situ fluorescente (FISH) confirmou a suspeita clínica de SD22q11. No acompanhamento da paciente, observou-se que ela evoluiu com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, dificuldade de fala e alteração comportamental. CONCLUSÃO: a SD22q11 é uma condição cuja prevalência estimada chega a ser de até 1 para cada 2.000 nascimentos. Ela é bastante subdiagnosticada, pois usualmente escapa à detecção através do cariótipo, sendo detectada através de técnicas específicas como o FISH. Até o momento, mais de 180 achados clínicos, tanto físicos como comportamentais, já foram descritos e podem envolver praticamente todos os órgãos e sistemas. E isto pôde ser evidenciado em nosso caso, em que diferentes especialidades, como a Genética, a Cardiologia, a Endocrinologia e a Psiquiatria, foram envolvidas. Nosso caso ilustra a importância da avaliação e tratamento multidisciplinar em casos de pacientes com a SD22q11. 340 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLPe-016 - SINOSTOSE RADIOUMERAL EM UMA CRIANÇA COM HISTÓRIA DE FRATURAS: SÍNDROME DE ANTLEYBIXLER VICTÓRIA BERNARDES GUIMARÃES; LUCIANA AMORIM BELTRÃO; JULIA SANTANA TROMBETTA; KAREN LIZETH PUMA LLIGUIN; ELISA PACHECO ESTIMA CORREIA; JULIANA ROSA CHINELATO; CARLA GRAZIADIO; PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN; RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE INTRODUÇÃO: a síndrome de Antley-Bixler (SAB) é uma doença genética rara caracterizada, entre outros achados, por sinostose radioumeral. OBJETIVOS: relatar um paciente com diagnóstico de SAB, chamando a atenção para os achados que podem levar à sua suspeita diagnóstica. MATERIAL E MÉTODOS: realizou-se o relato do caso, juntamente com uma revisão da literatura. Resultados: o paciente é o primeiro filho de pais jovens e não consanguíneos, sem casos de fraturas ou doenças ósseas na família, encaminhado para avaliação devido à suspeita de osteogênese imperfeita. Nasceu de parto cesáreo, a termo, pesando 3540 gramas e com Apgar de 9/10. No quinto dia, observou-se que o bebê apresentava restrição nos cotovelos, sendo verificadas fraturas de membros. O cariótipo era normal. Aos 27 dias de vida, observou-se crânio com parietais proeminentes, fontanela ampla, fronte proeminente, fendas palpebrais oblíquas para baixo, hipoplasia de raiz nasal, orelhas displásicas, e rigidez nas articulações dos cotovelos, joelhos e tornozelos. A avaliação radiográfica evidenciou fratura de úmero e fêmur esquerdos, aumento do diâmetro anterolateral do crânio, deformidade das extremidades distais dos úmeros e das proximais dos rádios e ulnas, com fusão do úmero e ulna à esquerda, e fêmur esquerdo alargado e encurvado lateralmente. A ressonância magnética de encéfalo revelou moderada dilatação do sistema ventricular supratentorial; acentuação das fissuras e sulcos corticais hemisféricos, e megacisterna magna. Aos 9 meses de idade, observou-se dificuldade respiratória e otite bilateral. A nasofibrobroncoscopia não revelou obstrução de coanas, e foi realizada a colocação de dreno timpânico em ambos os ouvidos. CONCLUSÃO: a soma dos achados observados foi compatível com o diagnóstico de SAB. A mortalidade durante o período neonatal associada à síndrome tem sido tão alta quanto 80%, e se deve, primariamente, a um comprometimento da via aérea. A SAB deveria ser considerada em casos apresentando sinostose radioumeral, um achado considerado geralmente mínimo para a realização do diagnóstico. 341 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLPe-017 - ACIDENTES NA INFÂNCIA: PREVALÊNCIA E FATORES DE RISCO DANIELLY LOUISE TAMBURUSSI BUENO; ANDRESSA RIBEIRO DE SOUZA; LUCAS HENRIQUE RIGON VIDOTO; DAYANY LAYS DE ALENCAR; MARIA RITA BAULE FACULDADE INGÁ INTRODUÇÃO: O perfil de saúde e doença da população vem se transformando por conta de mudanças nos estilos de vida. Nos últimos anos a composição das causas de mortalidade por faixa etária, demonstra ascensão das doenças não transmissíveis e das causas externas. Hoje são considerados problemas de saúde pública e despertam preocupação pelo seu deslocamento para faixas etárias cada vez mais jovens, em especial as crianças. No Brasil, as causas externas ocupam as primeiras colocações como causa de mortalidade no grupo infanto-juvenil. OBJETIVOS: O presente artigo tem por objetivo a descrição dos acidentes causados em crianças e adolescentes de 0 a 14 anos, e seus fatores de risco, com intuito de classifica-los e usá-los como subsídio para o desenvolvimento de ações que visem a prevenção de acidentes, bem como colaborar para otimização do conhecimento do assunto. MÉTODOS E MATERIAIS: A pesquisa caracterizou-se por revisão bibliográfica, retrospectiva e descritiva sobre a prevalência de acidentes na infância . Foram selecionados artigos publicados entre 2013 e 2014 nas bases de dados MedLine, Lilacs e Scielo. Utilizaram-se como descritores: acidentes, criança, mortalidade e infância. DISCUSSÃO: A partir da pesquisa, os principais fatores de risco relacionados aos acidentes foram os químicos (medicamentos), ambientais (janelas, escadas), biológicos (insetos) e estruturais. Associados a esses fatores, acrescentaram-se características como idade, sexo, imaturidade física e mental, incapacidade de prever perigo, falta de coordenação, além das alterações anatômicas, como desproporção entre corpo e crânio, que tornam as crianças os personagens mais vulneráveis aos acidentes. Observou-se também que, de forma generalizada, os principais acidentes causadores de óbito ou sequelas entre crianças e adolescentes até 14 anos foram quedas, queimaduras, afogamento, engasgamentos, intoxicações e choques elétricos. Tais fatores podem levar a complicações como fraturas e encefalopatias devido a traumatismos, anóxia por quase afogamento e desfiguração por queimaduras. Se separados pela faixa etária, percebeu-se que nos primeiros meses, a criança foi exposta a riscos provenientes de terceiros, como quedas e queimaduras. Já os pré-escolares, foram passíveis de quedas e tropeções, pelo fato de estarem aprendendo a reconhecer seus limites. Na fase escolar, há a conquista da autonomia, em que aprendem a pedalar, usar materiais com pontas e desenvolvem maiores habilidades motoras, alcançando objetos (objetos pontiagudos, materiais de limpeza). A partir da adolescência, os acidentes foram causados principalmente por acontecimentos extradomiciliares. Além do exposto acima, é extremamente importante avaliar se as lesões apresentadas não são causadas por agressão ou negligência, visto que, muitas vezes, foram relatadas pelos cuidadores como acidente ou dano não intencional. Situações de violência são responsáveis pela crescente taxa de mortalidade infantil e hoje é um grande desafio para a saúde. CONCLUSÃO: Conclui-se, após análise dos principais fatores que convergem em acidentes a faixa pediátrica, que a maioria dos acidentes relacionados foram considerados evitáveis. Dessa forma, o principal foco de ações em saúde está cravado na prevenção dos mesmos, conscientização da população para que não haja negligência e treinamento na área em saúde, visando um melhor acolhimento desta população em seus atendimentos. 342 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLPe-018 - GASTROSQUISE E ENCEFALOCELE ASSOCIADAS A MÚLTIPLAS MÁS FORMAÇÕES: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA THAÍS DIAS CÔRTES; RENATA COELHO GOMES; LARISSA DE CARVALHO SAKANE; FLAVIA NATALIA MARQUES KINGERSKI; THAIS ARIELA MACHADO BRITES; GILBERTO PASCOLAT; FRANCISCO CARLOS YOKOYAMA HUEC INTRODUÇÃO: Os defeitos do fechamento do tubo neural são malformações congênitas que ocorrem devido a uma falha no fechamento do tubo neural embrionário, durante a quarta semana de embriogênese. Eles são responsáveis por aproximadamente 50% das mortes por malformações congênitas severas. A encefalocele é uma forma clínica desse tipo de defeito e consiste em uma herniação de estruturas intracranianas através de uma má formação óssea congênita ou mais raramente, através de forames ou fissuras normais do crânio. A incidência é de aproximadamente 0,8 a 3/10.000 nascimentos. O diagnóstico é feito no período pré-natal com lesões exofíticas intracranianas identificadas na ultrassonografia obstétrica. As dosagens de alfafetoproteína materna e amniótica geralmente são normais visto que essas lesões são comumente epitelizadas. A gastrosquise pode ser definida como um defeito da parede abdominal, de localização paraumbilical, associado a evisceração do intestino fetal. Sua incidência varia de 1 a 5 por 10.000 nascidos vivos, não havendo predileção por gênero. Alguns estudos tem demonstrado que mulheres jovens (abaixo de 20 anos de idade) tem uma possibilidade maior de ter um feto com esta anomalia do que a população obstétrica em geral. Isto tem sido relacionado a fatores ligados ao estilo de vida desta população que inclui o hábito de fumar, uso de drogas ilícitas, consumo de álcool, baixo índice de massa corpórea e aumento da ocorrência de infecções do trato urinário. O diagnóstico é ecográfico associado a dosagem de alfafetoproteína materna e é possível a partir do segundo trimestre de gestação, quando se constata o defeito da parede abdominal e alças intestinais flutuando livremente no líquido amniótico, sem membrana limitante. Anomalias estruturais e cromossômicas são raras, porém é frequente a associação com malformações intestinais (atresias). OBJETIVO: Relatar um caso de associação de encefalocele e gastrosquise, pois não foram encontrados casos semelhantes descritos na literatura. MÉTODO: Mãe 24 anos, 3ª gestação, 2 partos normais anteriores, 2 filhos vivos e hígidos, Sem intercorrências. Nega tabagismo, etilismo e uso de drogas ilícitas. Doenças na gestação: Hipotireoidismo. Recém-nascido sexo masculino, mal estado geral, hipoativo, hipotônico, cianótico, frequência cardíaca menor que 60 batimentos por minuto, sem choro. APGAR 1/1/2. Peso nascimento 1,875gramas, perímetro cefálico e estatura não avaliados. CAPURRO= 36 semanas. Após cuidados iniciais, paciente permanecia em regular estado geral, sem tônus, hipoativo, sem movimentos respiratórios, tecido cerebral todo exteriorizado com extravasamento de líquor, ausculta pulmonar sem presença de murmúrio vesicular, ritmo cardíaco regular, bulhas cardíacas normofonéticas sem sopros. Não palpado abdome pois paciente apresentava múltiplas malformações, com alças intestinais, estômago e fígado exteriorizados. Realizada ventilação com pressão positiva com oxigênio a 100%, porém paciente manteve frequênc 343 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLPe-019 - CONHECIMENTO DOS PROFESSORES DA PRÉ-ESCOLA E ENSINO FUNDAMENTAL SOBRE ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR DOS AGRAVOS EM SAÚDE E ACIDENTES NAS CRIANÇAS. CRISTINA CARDOZO; BÁRBARA GONÇALVES; GUILHERME FRANZEN; JULIANA MOTTA; LAURA LANZONI; RAFAELLA FERREIRA; RENATA TENÓRIO; RODRIGO DOMINGUES UP OBJETIVO: Avaliar o conhecimento dos professores de pré-escola e ensino fundamental sobre atendimento pré-hospitalar dos agravos e acidentes mais prevalentes ocorridos em crianças no ambiente escolar. MÉTODO: Estudo descritivo quantitativo, realizado após aprovação do CEP da Universidade Positivo. Dados foram coletados na cidade de Curitiba a partir de questionário com 18 perguntas objetivas sobre: queda com suspeita de fratura, ferimentos, queimaduras, choque elétrico, avulsão dentária, ingesta ou contato com produtos químicos e/ou medicamentos, febre, convulsão, desmaio, mordida de animal, contusões, parada cardiorrespiratória, epistaxe, presença de corpo estranho nos olhos e obstrução de vias aéreas. Foram abordadas 25 escolas privadas e entregues 200 questionários: 98 devolvidos respondidos, 19 sem TCLE, 26 em branco e 57 não foram devolvidos. Totalizando um n final de 77 questionários. Revisão de literatura pelos bancos de dados eletrônicos Scielo, Pubmed, BIREME, Up to Date, manuais e livros. RESULTADOS: A taxa média de acertos foi de 65,37%. As perguntas que apresentaram o maior índice de acertos foram sobre queimadura por calor (97,40%), trauma do sistema musculoesquelético (93,50%) e desmaio (90,90%). As perguntas com menor índice de acertos foram referentes a contato com produto tóxico (23,37%), mordida por animal (29,87%), ferimento com objeto encravado e avulsão dentária (ambos com 40,25%). CONCLUSÃO: A taxa de acerto não se mostrou a ideal, contudo foi superior às expectativas do trabalho baseadas na revisão de literatura. Apesar de melhores resultados, eles denunciam um déficit no conhecimento dos professores aos temas abordados. 344 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLPe-020 - INTERNAÇÃO HOSPITALAR ENTRE CRIANÇAS MENORES DE CINCO ANOS EM CIDADE DA AMAZÔNIA BRASILEIRA ISABEL BRAGA PAIVA; CRISTIELI SÉRGIO DE MENEZES OLIVEIRA; THIAGO SANTOS DE ARAÚJO UFAC INTRODUÇÃO: Estudos sobre internação infantil constituem importantes ferramentas para caracterização dos problemas de saúde, pois refletem indiretamente a qualidade da assistência oferecida e sua resolutividade. Esta análise pode ser útil tanto para avaliações dos serviços de saúde como para a formulação e o aperfeiçoamento de estratégias adequadas a cada realidade e grupo populacional, especialmente em regiões isoladas e com escassez de recursos. OBJETIVO: O presente estudo tem como objetivo conhecer o perfil epidemiológico das crianças menores de cinco anos internadas no município de Jordão, estado do Acre, no ano de 2012. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo transversal de base populacional conduzido em 778 crianças menores de cinco anos no município de Jordão, na Amazônia brasileira. Para análise estatística utilizou-se o teste de qui-quadrado, adotando-se p<0,05. RESULTADOS: A prevalência de internação encontrada foi de 19,9%, predominando em crianças do sexo masculino (27%; p=0,041), com idade entre 43 e 60 meses (36,7%; p=0,00) e cujas famílias recebiam um ou mais salários mínimos (31%; p=0,043). Além disso, as variáveis idade da mãe, morar com pai ou com avó, ter ascendência indígena, local de nascimento e qual tipo de parto estiveram associados ao desfecho. Com relação às morbidades, houve relação entre internar e ter apresentado chiado (26,8%; p=0,029), pneumonia (39,7%; p=0,000) e desnutrição (30,9%; p=0,004). Dentre as causas de internação, destaca-se diarreia (8,7%) e pneumonia (3,2%). CONCLUSÃO: Apesar dos avanços com relação ao fortalecimento da atenção primária à saúde no município, o estudo evidenciou desfavorável condição de saúde da população infantil, apresentando alta frequência de internação. Condições de cuidado e morbidades ainda permanecem como grandes problemas a serem enfrentados. Assim, são necessárias ações que visem à qualidade da atenção primária, na tentativa de minimizar tais problemas e estabelecer um perfil de saúde mais favorável a estas crianças. 345 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLPe-021 - IMPORTÂNCIA DA TROMBOSE VENOSA RENAL NA CLÍNICA PEDIÁTRICA. NATHÁLIA RAMOS LOPES; BRÁULIO BRANDÃO RODRIGUES; DANIELA CRISTINA TIAGO; LUIS MÁRIO MENDES DE MEDEIROS; LARA DE MELO Y LONGO; STANLEY JAMES FANSTONE PINA UNIEVANGÉLICA INTRODUÇÃO: A trombose venosa renal (TVR) é por estase venosa secundária à hemoconcentração ou diminuição da pressão de perfusão renal. Portanto, a TVR é a obstrução total ou parcial do sistema de drenagem venosa do rim. Sendo assim, o rim do recém-nato tem maior suscetibilidade por apresentar baixa pressão de perfusão e resistência de 2 leitos consecutivos de capilares intra-renais, condição predisponente à estase venosa. Além da tendência a hiperviscosidade, vasos com pequeno calibre, hematócrito elevado e circulação lenta, o que frequentemente causa insuficiência renal crônica. Apesar de ser clinicamente rara é potencialmente fatal, resultando em sequelas renais graves a longo prazo. Dentre as tromboses venosas em recém-nascidos aparece com um índice de 10% de todos os casos. Cerca de 75% dos casos ocorrem no período neonatal e apenas 7% em crianças maiores de 1 ano. A fata de estudos de grande escala sobre o assunto torna inviável a taxa exata de incidência. OBJETIVOS: Analisar a importância de se conhecer dentro da nefrologia pediátrica a TVR. Uma vez que esta causa alto índice de sequelas no sistema renal de recém-nascidos. E segundo estudos, crianças com TVR estão sujeitas a ter mais defeitos protrombóticos do que a população em geral, assim justifica-se a necessidade de rastreio e estudo nessa área. METODOLOGIA: O método utilizado trata-se de uma revisão de literatura baseado em um levantamento bibliográfico. Usou-se como ferramenta textos de bancos de dados Scielo e LILACS. Palavras chaves: Criança, Trombose da veia renal, Nefrologia. RESULTADOS: A etiologia da TVR ainda não completamente compreendida, mas tem como mecanismos propostos a hipoperfusão renal, hiperosmolaridade, hipercoagulabilidade e hiperviscosidade. Contudo, encontra-se associada a estados de desidratação, sepses, asfixia, prematuridade, choque, cardiopatia congênita cianótica, policitemia, diabetes materna, parto traumático, defeitos congênitos das veias renais, aplicação de cateteres venosos umbilicais, uso materno de diuréticos, anormalidades de coagulação e fibrinólise próprias do recém-nato. O diagnóstico clínico apoia-se na tríade clássica: massa abdominal palpável, hematúria macroscópica e trombocitopenia. Desta forma, também, pode se manifestar com proteinúria, oligúria, hipertensão arterial e insuficiência renal. O achado concomitante de todos os sinais da tríade não é frequente. Logo, a confirmação diagnóstica depende de exames radiológicos por imagem. Portanto, o procedimento de escolha para o diagnóstico e acompanhamento da TVR é a ultrassonografia, por sua eficácia e segurança de (92,3%). Atualmente o tratamento é direcionado para o manuseio conservador que consiste em: manutenção do equilíbrio ácido básico e hidroeletrolítico, através de adequada terapia endovenosa e suporte da função renal. Contudo, se evita infusões hipertônicas, antibióticos, drogas nefrotóxicas e estudos com contrastes radiográficos hiperosmolares. CONCLUSÃO: A TVR é a trombose não relacionada com cateter vascular mais comum na infância, ocorrendo predominantemente no período neonatal. Predomínio no sexo masculino e unilateral do rim esquerdo, consequência da diferença anatômica das veias renais. A TVR neonatal evolui em longo prazo para lesões renais sequelares, como: hipertensão arterial, atrofia renal e insuficiência renal crónica. Apesar de rara, sua suspeição clínica precoce faz-se importante para início terapêutico a tempo. 346 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLPe-022 - MENINGITIS AS A PRIMARY MANIFESTATION OF VOGT-KOYANAGI-HARADA SYNDROME: A CASE REPORT BIANCA CESARIO CAVICHIOLLO; KAREN LUIZA RAMOS SOCHER; MARCIA BANDEIRA; RAFAELA GROCHOSKI HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE INTRODUCTION: Vogt-Koyanagi-Harada Syndrome is a rare condition in children. It is mainly characterized by ocular finding with bilateral uveitis and exudative retinal detachments. It’s an auto immune disease against melanocytes and it’s related to genetic factors. There are three forms of VKH Syndrome. In the three forms there must have: no trauma or ocular surgery history, no other ocular disease and bilateral involvement. Neurological findings include: meningismus and cerebrospinal fluid pleocytosis. In children is poorly recognized. OBJECTIVES: To show a case in which the neurological findings were the first manifestation of the VKH syndrome, showing that it can be a differential diagnose for meningoencephalitis. CASE: T.A, 13 years old, male. The patient was admitted at the Emergency Unit of Pequeno Príncipe Children Hospital with a history of 6 days of headache, fever and arthralgia. On the day of the consultation the patient woke up with conjunctive hyperemia, blurred vision and poor visual acuity. During the first six days of the disease the patient looked for other medical help and he was diagnosed as having an acute tonsillitis and prescribed antibiotics. He has no previous disease and no history of surgeries or trauma. On the physical examination the patient was in regular state, presenting with neck stiffness, articular pain and difficulties on walking. The ocular findings were hyperemia and poor visual acuity. He was submitted to a Brain CT, that resulted normal, and after to a lumbar puncture. The lumbar puncture result was: 415 leucocytes (87% lymphocytes, 5% neutrophils, 8% monocytes), protein 53, glucose 43. It was started the use of Ganciclovir 7,5 mg/kg/day and Cefururoxima 200 mg/kg/day. On the next day the patient was evaluated by the ophthalmologic team that gave the diagnosis of VKH syndrome by the characteristic findings: figures of vision in both eyes, anterior camera BIO right eye reaction (3 + / 4), pupillary fibrin membrane, left eye anterior camera reaction (3 + / 4), MR difficult fundus visualization due to media opacities (anterior chamber), bilateral uveitis. The medications were interrupted then and it was started the use of metilprednisolone 1g/day for five days. After the first day of the pulse the patient had an important improvement of the symptoms, having no more headache or neck stiffness. The vision improved also. Prednsione 40mg/day was started after the pulse. CONCLUSIONS: Vogt-Harada-Syndrome is a difficult recognizing disease in children. It may present in first with neurological findings that may mimic meningoencephalitis. Analyzing the diagnoses criteria the patient is part of the incomplete form of the disease, since he did not show signs of hearing loss. The treatment with high doses of metilprednisolone was effective, but the visual acuity didn’t return to normality. Although it’s a rare condition in children it’s important to emphasize that ophthalmologic examination is essential in those children with meningitis symptoms and blurred vision, so that we can recognize this important and high morbidity disease. 347 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLPe-023 - ARTERITE DE TAKAYASU EM PEDIATRIA: UM DESAFIO DIAGNÓSTICO MÁRCIA BANDEIRA; LANZONI LAURA; LETÍCIA METZGER UP; HPP OBJETIVO: relatar o caso de um paciente de 5 anos com diagnóstico de Arterite de Takayasu em fase inicial, período de sintomas inespecíficos. Mostrando a necessidade de investigação detalhada quando há queixa de febre recorrente em um paciente. MÉTODO: informações obtidas a partir da revisão do prontuário, entrevistas com os familiares para obter detalhes sobre historia clínica do paciente, registro fotográfico dos métodos diagnósticos que o paciente foi submetido e revisão da literatura. RESULTADO: 5 anos, masculino, internado por rebaixamento do nível de consciência após bromoprida para quadro de vômito e febre há 1 dia e dor abdominal há 15 dias. Iniciou tratamento para pneumonia e encefalopatia herpética. Melhora do quadro clínico, contudo, persistiu com febre resistente à medicação e com marcadores inflamatórios positivos. Angiotomografia apresentou espessamento da parede da aorta distal. Após alta hospitalar, em consulta de retorno ambulatorial, mãe do paciente referiu claudicação do membros inferiores e dor para erguer o corpo, sendo internado para início do tratamento específico com pulsoterapia. CONCLUSÕES: a presença de sintomas inespecíficos apesar do tratamento para encefalopatia herpética e pneumonia, permitiu a suspensão de doença auto-imune. Com a continuidade dos exames diagnósticos conclui-se que o paciente apresentava Arterite de Takayasu pelos critérios de EULAR/PRINTO/PRES, tipo IV, pelos critérios de Hata et al com características de doença em atividade, pelos critérios da NIH. 348 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral TLPe-024 - POLIARTERITE NODOSA CUTÂNEA NA INFÂNCIA COM NECROSE DE PAVILHÕES AURICULARES – RELATO DE CASO. MARÍLIA DE ALMEIDA BARREIRA; MARCIA BANDEIRA; CAMILA HELENA RICHLIN UNIVERSIDADE POSITIVO; HOSPITAL PEQUENO PRINCIPE INTRODUÇÃO: Poliarterite nodosa é uma vasculite primária de pequenas e médias artérias caracterizada por ruptura e necrose da parede do vaso por infiltração de neutrófilos. Apresenta-se sobre duas formas: sistêmica ou cutânea (PAN-C). Na sistêmica há o acometimento das artérias viscerais e seus ramos, provocando disfunção de órgãos internos, enquanto na cutânea o acometimento é limitado aos vasos da pele, do sistema musculoesquelético e do sistema nervoso periférico. Na PAN-C as manifestações cutâneas são as mais comuns, podendo se apresentar com: livedo reticular, nódulo subcutâneo, ulcera, petéquia, púrpura, e, mais raramente, necrose, gangrena e auto amputação. OBJETIVO: Relatar caso de PAN-C com necrose de pavilhões auriculares, enfocando no tratamento realizado. RELATO DE CASO: Paciente do sexo feminino, 4 anos e 8 meses, queixa de “manchas roxas pelo corpo”. Há 10 dias do internamento iniciou com lesões cutâneas dolorosas e pruriginosas, eritematovioláceas em região malar, progredindo em 48 horas para orelhas, nádega e membro inferior direito, sendo internada para investigação. O quadro evoluiu para membros superiores e as lesões em pavilhões auriculares se agravaram, caracterizando necrose, necessitando de corticoterapia EV. Após 6 dias, com melhora da dor e do prurido, recebeu alta e foi encaminhada ao reumatologista por suspeita de vasculite, sendo readmitida para investigação e tratamento. À admissão, apresentava lesões eritemato-violáceas em nádega, coxa e braço à direita; lesões enegrecidas com contorno eritemato-violáceo em região malar e pavilhão auditivo bilateralmente; dor moderada à palpação; ausência de sinais flogísticos. No terceiro dia de internamento iniciou pulsoterapia com metilprednisolona e realizou biópsia de pele que evidenciou características sugestivas de PAN-C. Após o termino da corticoterapia, foram introduzidas varfarina e prostaglandina para melhora da perfusão periférica e metotrexato. Com 26 dias de internamento, a paciente recebeu alta por melhora significativa do quadro cutâneo, mantendo lesão crostosa em pavilhão auricular direito e lesões residuais hipercrômicas em região malar e coxa direita, sendo indolores e não pruriginosas. Foi liberada com corticoide e metotrexato VO, com retorno agendado para acompanhamento ambulatorial. DISCUSSÃO: O diagnóstico se deu através do achado cutâneo associado ao exame histopatológico característico. O acometimento sistêmico foi afastado através de exames complementares. Em crianças, até 75% dos casos são precedidos por infecção respiratória de origem estreptocócica, neste caso não foi evidenciada tal relação (ASLO = inferior a 50). A paciente apresentou necrose súbita em pavilhões auriculares e risco iminente de auto amputação, com significativa melhora das lesões após realizar o tratamento de forma agressiva com corticoide VO e EV, metotrexato SC, prostaglandina EV e varfarina VO. CONCLUSÃO: A PAN-C, mesmo sendo uma condição rara, deve ser considerada como diagnóstico diferencial de vasculites que acometem pequenas e médias artérias, pois o diagnóstico precoce e o tratamento adequado evitam e/ou reduzem as manifestações graves como a necrose e auto amputação. Não houve correlação do aparecimento da doença com infecção estreptocócica prévia, sugerindo que outra causa menos frequente esteja envolvida neste caso. 349 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR PÔSTERES 350 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA - POSTER PPe-001 - A EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA E O CUIDADO À CRIANÇA MENOR DE UM ANO VANESSA DE OLIVEIRA FURINO; FERNANDA DE OLIVEIRA FURINO; MONIKA WERNET; KARINA RUMI UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS INTRODUÇÃO: A Estratégia Saúde da Família (ESF) é um modelo de atenção básica do governo brasileiro com vistas à integralidade da atenção, sendo a equipe um elemento importante no apoio ofertado à família. O primeiro ano de vida é um momento crítico deste processo, pois a família deve incorporar a criança em todas as ações direcionadas na dinâmica da família e no exercício da parentalidade. OBJETIVO: caracterizar as necessidades da equipe no cuidado a crianças menores de 1 ano e como os profissionais de saúde percebem a relação da Unidade Saúde da Família (USF) no apoio e cuidado à família. METODOLOGIA: adota como referencial teórico Interacionismo Simbólico e seleciona o método qualitativo por enfatizar o conhecimento e compreensão de eventos e situações. A coleta de dados foi desenvolvida através de grupo focal com profissionais de saúde que pertencem a Estratégia Saúde da Família adscritas ao território de São Carlos, com foco no cuidado da mesma e do apoio ofertado pela equipe de saúde da família no cuidado deste. RESULTADOS: os resultados obtidos foram analisados e dividos em 3 categorias: ações de controle da equipe, orientações e entraves para o acompanhamento da criança. CONSIDERAÇÕES FINAIS: tais resultados evidenciaram como dificuldades no acompanhamento à criança, a deficiente comunicação entre os profissionais da equipe de saúde o que provoca a fragmentação do cuidado ao indivíduo, além da centralização na figura materna no cuidado o que distancia a família da participação no acompanhamento. O controle centrado no conhecimento científico da equipe e a obrigatoriedade em cumprir o que foi proposto pela Manual do Ministério, origina uma hierarquização no cuidado, afastando a família do controle central do eixo do cuidado, encaminhando para o desenvolver de uma relação frágil e superficial com os profissionais de saúde. 351 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA - POSTER PPe-002 - TUMOR DE WILMS FAMILIAR SIMULTÂNEO EM IRMÃOS- RELATO DE CASO THAMARA PIAZZA; CARMEM FIORI UNIOESTE INTRODUÇÃO: Tumor de Wilms ou Nefroblastoma é uma neoplasia rara, maligna e embrionária do rim, com maior incidência em menores de cinco anos e pico aos dois anos de idade. Nessa neoplasia a queixa mais frequente é a massa abdominal, de causa ainda não totalmente esclarecida. Aproximadamente 1% dos casos acometem membros da mesma família, sendo a susceptibilidade genética herdada de forma autossômica dominante com penetrância incompleta (Rahman, Arbour et al. 1996). Apesar da raridade desse tumor em membros da mesma família, deve-se ter atenção as queixas relatadas por familiares, onde a presença de hematúria, hipertensão arterial, aparecimento de massa abdominal, febre e anemia são sinais e sintomas que podem estar associados ao tumor, e que devem ser investigados em membros da mesma família. OBJETIVO: Relatar um caso de tumor de wilms familiar com acometimento simultâneo entre dois irmãos, um de dois anos e outro de oito anos de idade. MATERIAIS E MÉTODOS: Revisão dos prontuários médicos, dos dois pacientes, fornecidos pelo Hospital do Câncer de Cascavel – Uopeccan. Coleta de dados com a mãe dos pacientes. RESULTADOS: GAF, M, oito anos, chegou ao hospital de emergência em outubro de 2006 com histórico de urina escura e dor abdominal após queda de nível (cerca de 2m). A ecografia abdominal revelou extensa massa ocupando a loja renal direita, com invasão da veia cava inferior. Foi para cirurgia de emergência, na qual foi realizada a nefrectomia direita. O anátomo patológico revelou a presença de nefroblastoma medindo 8 x 6 cm, tipo blastematoso e epitelial, sem sinais de anaplasia, infiltrando hilo renal e veia cava inferior. O caso foi classificado segundo a NWTS em estadio grau III, grau de alto risco. GAF, M, quatro anos, na fase de recuperação clínica cirúrgica do irmão (caso 1.), apresentou queixas de hematúria, a qual ocorria há cerca de dois meses. A ecografia revelou formação nodular incaracterística de 2, 8 x 2,9 cm em loja renal direita. A tomografia abdominal confirmou processo expansivo renal à direita. O paciente foi encaminhado a nefrectomia. O resultado do anátomo patológico mostrou nefroblastoma, predominantemente blastematoso, medindo 4 x 3 cm, em pólo inferior do rim direito, circundado por pseudocápsula fibrosa, sem invasão hilar e ureteral ou anaplasia associadas. O caso foi classificado segundo a NWTS em estadio I. CONCLUSÃO: O tumor de Wilms ou Nefroblastoma é a neoplasia renal mais comum na primeira infância, se tornando rara e peculiar quando aparece vinculada a características hereditárias. Apesar de ser rara na infância e mais ainda entre irmãos, deve-se sempre pesquisar com cuidado a hematúria, podendo ela ser peça chave em uma rotina diagnóstica correta, na qual o diagnóstico precoce torna-se fundamental para o sucesso terapêutico em crianças com essa doença. 352 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA - POSTER PPe-003 - TUMOR DE WILMS FAMILIAR- REVISÃO DA LITERATURA THAMARA PIAZZA; CARMEM FIORI UNIOESTE INTRODUÇÃO: O Tumor de Wilms ou Nefroblastoma é uma doença maligna embrionária do rim, com maior incidência em crianças menores de cinco anos, tendo seu pico aos dois anos. Apresenta-se na maioria das vezes assintomáticos, ou a presença de massa abdominal lisa sugere o diagnóstico (Dome and Huff 1993) (Pochedly and Baum 1984). A causa ainda é desconhecida, porém estudos epidemiológicos (Hirayama 1987) sugerem que há associação com fatores ambientais e/ou ocupacionais. Aproximadamente 1% dos casos acomete membros da mesma família, a susceptibilidade parece ser herdada de forma autossômica dominante com penetrância incompleta (Rahman, Arbour et al. 1996). Apesar do Tumor de Wilms familiar ser raro, deve-se prestar atenção nas queixas relatadas pelos familiares dos pacientes com nefroblastoma. A presença de sinais e de sintomas como hematúria, hipertensão, aparecimento de massa abdominal lisa, febre e anemia podem ser sinais de alerta para uma investigação mais detalhada em membros de uma mesma família. OBJETIVO: Analisar as publicações referentes ao nefroblastoma familiar e as respectivas relações encontradas entre a sintomatologia familiar e a respectiva patologia. As variáveis utilizadas foram: Wilms Tumor e Wilms Tumor family. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de uma revisão de literatura realizada por meio de fonte impressa e eletrônica. Esse tipo de investigação caracteriza-se por utilizar artigos científicos como principal fonte de informações. As fontes de informações eletrônicas foram de bases de dados do PUBMED, as fontes impressas, por sua vez, são decorrentes do “Tratado de Pediatria” de BERHMAN, KLIEGMAN e JENSON, NELSON, assim como, da literatura “Rotinas em Oncologia” de GUIMARÃES, J.L.M. e ROSA, D.D. A busca de dados realizada no PUBMED foi feita por meio do descritor “Wilms tumor” e os limites foram preenchidos com “Humans” e “free full- text articles in PUBMED Central”. RESULTADOS: Tumor de Wilms é a terceira neoplasia sólida mais comum na infância. O histórico familiar está presente em apenas 1% dos casos de Tumor de Wilms. Cruzando esses dados, muitas vezes, as queixas de sinais e de sintomas relatados por parentes do paciente são ignorados, devido à raridade de um familiar também apresentar nefroblastoma. Mesmo sendo improvável o acometimento de membros da mesma família pelo nefroblastoma, há um caso entre duas primas de primeiro grau (J. Med. Case Rep.2013). Ainda no que diz respeito a essa questão, cumpre observar que há outro caso o de um homem e de sua filha (Eur. J. Med. Genet.). CONCLUSÃO: O Tumor de Wilms familiar é uma doença rara. O desenvolvimento tumoral em membros da mesma família pode estar relacionado a fatores intrínsecos (herança genética autossômica dominante) que podem ou não se manifestar em decorrência de fatores extrínsecos (ainda desconhecidos). Nesses pode-se incluir os fatores ambientais. Visto que membros da mesma família podem estar expostos aos mesmos fatores a 353 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA - POSTER PPe-004 - INFÂNCIA DIGITAL: USO DE MÍDIA ELETRÔNICA POR CRIANÇAS DE 3 MESES A 2 ANOS EM UM HOSPITAL INFANTIL DE CURITIBA, PARANÁ THOMAS VIEIRA LOBÃO; MARCELO GROTT LOBO HOSPITAL INFANTIL PEQUENO PRÍNCIPE INTRODUÇÃO: Nos últimos anos, o acesso de crianças à mídia eletrônica vem crescendo constantemente, em especial aquelas entre zero e 2 anos. Em vista disso, em 1999, a Academia Americana de Pediatria (AAP) lançou uma política de saúde pública denominada Media Education, que vem reconhecendo os riscos e benefícios que a mídia eletrônica pode causar em crianças e adolescentes. OBJETIVOS: Avaliar a exposição à mídia eletrônica por crianças de 3 meses a 2 anos em um Hospital Infantil de Curitiba, Paraná. METODOLOGIA: Estudo descritivo transversal não controlado, envolvendo 90 crianças de 3 meses a 2 anos que estiverem internadas em uma enfermaria de pediatria geral de um Hospital Infantil de Curitiba no período de 1º de agosto a 31 de outubro de 2014. Os dados foram coletados através da aplicação de um questionário por meio de uma entrevista realizada com os responsáveis pelas crianças. As perguntas envolviam variáveis sobre exposição infantil à mídia eletrônica (tipo, frequência, quantidade e conteúdo) além de dados demográficos familiares. As observações foram armazenadas em um banco de dados e analisadas por meio de cálculos de médias e proporções, gerando tabelas e gráficos. O projeto também teve finalidade de pesquisa-ação, sendo que ao final da entrevista, foi entregue para os pais/cuidador um folder educativo informando sobre brinquedos adequados para cada faixa etária. RESULTADOS: A exposição das crianças à televisão e DVD/vídeos foi 87,8% e 61,1%, respectivamente. Metade das crianças já fazia uso de algum aparelho eletrônico (computador/notebook, Ipad, celular e videogames). A idade de início de exposição à televisão e DVD/vídeos foi de 5,5 meses e a aparelhos eletrônicos foi de 9,8 meses, numa média de 100 e 24,4 minutos por dia, respectivamente. A maioria das crianças (72,1%) costuma assistir televisão com suas mães, mas uma parcela significativa (26,6%) assiste sozinha. Das crianças que assistem televisão, quarenta (50,6%) têm este aparelho em seus quartos, sendo os desenhos infantis o conteúdo mais assistido. As crianças que eram o primeiro filho passam mais tempo em frente à televisão e usando outros aparelhos eletrônicos do que as crianças que tinham irmãos mais velhos. A razão principal citada pelos entrevistados para justificarem a exposição de suas crianças à mídia eletrônica foi o fato de acreditarem que esta contribui para o aprendizado e desenvolvimento de seus filhos, e consideraram aceitável, em média, a exposição máxima de 99,5 minutos para as crianças assistirem televisão/DVD/vídeos por dia e de 31,2 minutos por dia para uso de aparelhos eletrônicos. Apenas cinco entrevistados (5,5%) já foram alguma vez orientados por algum pediatra/profissional da saúde sobre o uso de mídia eletrônica por crianças de 3 meses a 2 anos incompletos. CONCLUSÃO: Um grande número de crianças está sendo exposta à mídia eletrônica em uma idade cada vez mais jovem e em uma quantidade de tempo acima do recomendado pela Academia Americana de Pediatria. Os achados encontrados neste estudo devem incentivar os pais e pediatras a conversarem sobre o uso de mídia eletrônica pelas crianças bem como alternativas para esta atividade. 354 ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas 30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR MÓDULO DE PEDIATRIA - POSTER PPe-005 - ERITEMA TÓXICO - RELATO DE CASO KARINA EBRAHIM; ARIANNE GASPAR; KATIA FREIRE; KARIN FRANCK; LEONARDO EBRAHIM; JÚLIA ALVES; LUCAS RAISER; MOHAMED HUSSEIN FAG INTRODUÇÃO: O Eritema Tóxico neonatal (ETN) é uma das afecções neonatais mais comuns já descritas. É uma doença benigna, auto-limitada em recém-nascidos a termo, porém rara em prematuros e com peso abaixo de 2.500g. RELATO DE CASO: Recémnato feminino, com 22 horas de vida, apresentou lesões maculares extensas, com pápulas e pústulas sobrepostas em torno de 1 a 2 mm cada, distribuídas amplamente pela face, pescoço, tronco, região genital, nádegas e membros inferiores, poupando áreas de plantas dos pés e palmas das mãos. O bebê apresentou-se choroso no período pós-parto até as primeiras 48 horas de vida. Não foi observada febre associada e/ou outras comorbidades. Foram realizadas orientações à mãe sobre a benignidade da dermatose e seu período auto-limitado. Após três semanas do parto, a mãe retornou com o bebê, ocasião em que foi observada a regressão completa das lesões, confirmando o diagnóstico. DISCUSSÃO: A avaliação inicial do recém-nascido é de extrema importância para diagnosticas as principais erupções vesico-pustulosas como acrodermatite enteropática, histiocitose das células de Langerhans, incontinência pigmentar, síndrome da hiperglobulina E e hipoplasia dérmica focal, as quais são potencialmente graves. Por este motivo, faz-se necessária a anamnese detalhada com ênfase nas complicações no período g