C3_3S_QUIMICA_TEORIA_NOTURNO 13/02/14 13:43 Página 209 Físico-Química e Química Geral e Inorgânica FRENTE 1 MÓDULO 19 Oxidorredução: Número de Oxidação As reações de oxidação-redução (oxidorredução ou redox) são processos nos quais ocorre transferência de elétrons. As espécies reagentes trocam elétrons durante as colisões. A + B ⎯⎯→ elétrons A maior parte da energia utilizada pela sociedade moderna é produzida por reações de oxidorredução. A queima de combustíveis para aquecer, cozinhar ou produzir energia elétrica ou mecânica envolve a transferência de elétrons. O processo de respiração, a fotossíntese, a produção de um espelho, a pilha eletroquímica, a eletrólise envolvem reações de oxidorredução. Até mesmo a corrosão de um metal e o enferrujamento são reações de oxidorredução. Quando a palha de aço (ferro) aquecida é introduzida em oxigênio, ocorre uma violenta reação: 4Fe(s) + 3O2(g) → 2Fe2O3(s) Esse tipo de reação é de oxidorredução. Nota Em um composto iônico, o Nox é uma carga real. 1. NÚMERO DE OXIDAÇÃO (NOX) Nox é a carga que um átomo adquire quando participa de uma ligação química. Na • + xx x Cl xx xx 1+ → [Na] x x 1– x • x Cl x xx [ ] Em um composto molecular (covalente), o Nox é uma Exemplos H2 ligação fica com o átomo mais eletronegativo. Nox do H = 0 Na+Cl– H+Cl– carga imaginária. Para obter o Nox, admite-se que a Nox Nox { Na = + 1 { H=+1 Cl = – 1 F > O > N, Cl > Br > I, S, C > P, H eletronegatividade ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ decrescente Cl = – 1 H O=C=O 5+ O O—H → O 0 C=O S O=N—O—H O 6+ — 4+ O—H — 0 H – 209 C3_3S_QUIMICA_TEORIA_NOTURNO 13/02/14 13:43 Página 210 2. REGRAS PRÁTICAS ❑ Nas substâncias simples, os átomos têm Nox = 0. 0 0 0 0 Fe, Cgrafita, O2, O3 ❑ Alcalinos (Li, Na, K, Rb, Cs, Fr) e Ag têm sempre Nox = + 1 em seus compostos. 1+ 1+ Na Cl, AgNO3 ❑ Alcalinoterrosos (Be, Mg, Ca, Sr, Ba) e Zn têm sempre Nox = + 2 em seus compostos. 2+ 2+ Ca CO3, ZnO ❑ Al tem sempre Nox = + 3 em seus compostos. 3+ Al Cl3 ❑ H { Nox = + 1 ( ligado a não metais e semimetais) Nox = – 1 (ligado a metais) 1+ 1– H2O, KH ❑ O { Nox = – 2 ( maioria de seus compostos) Nox = – 1 (nos peróxidos) 2– 1– H2O, H2O2 ❑ Halogênios (F, Cl, Br, I) têm Nox = – 1 somente à direita da fórmula. (O halogênio é o elemento mais eletronegativo na fórmula). 1– Na Cl ❑ Em uma substância composta, Σ Nox = 0 (Σ = soma) 1+ 1– Na Cl ❑ Íons simples : Nox = carga iônica 2+ 3+ 2– Fe, Fe, S ❑ Íons compostos: Σ Nox = carga iônica (PO4)3– Σ Nox = – 3 ∴ + 5 + 4 (– 2) = – 3 MÓDULO 20 Reação de Oxidorredução – Oxidante e Redutor 1. REAÇÃO DE OXIDORREDUÇÃO É toda reação química em que ocorre transferência de elétrons de um elemento para outro. Exemplo Na0 + Ag+ → Na+ + Ag0 • O Nox do elemento sódio passou de 0 para +1, Consequência: haverá variação nos Nox dos elementos 210 – portanto o átomo de sódio perdeu 1 elétron (dizemos que o elemento sódio sofreu uma oxidação). C3_3S_QUIMICA_TEORIA_NOTURNO 13/02/14 13:43 Página 211 Oxidação } Perda de elétrons Aumento do Nox de um elemen- O oxidante e o redutor devem ser procurados sempre entre os reagentes da equação química. to Exemplo Na0 • O Nox do elemento prata passou de +1 para 0, portanto o íon de prata recebeu 1 elétron (dizemos que o elemento prata sofreu uma redução). Redução Na0 } + ⎯→ Ag+ | Na+ oxidação |––––––––––––––––––––––– ––| redução + Ag0 | ––––––––––––––––––––––––– Agente oxidante: Ag+ (sofreu redução; oxidou Na) Ganho de elétrons Agente redutor: Na0 (sofreu oxidação; reduziu Ag+) Diminuição do Nox de um elemento Ag+ + | ⎯→ Na+ oxidação |––––––––––––––––––––––– –––––| redução + Ag0 | –––––––––––––––––––––––––––– Observações • A oxidação e a redução são processos simultâneos. • Uma reação de oxidorredução é o resultado da soma de duas semirreações: oxidação e redução. Exemplo A formação da ferrugem é reação de oxidorredução. Semirreação de oxidação: Na0 → Na+ + e– Semirreação de redução: Ag+ + e– → Ag0 ————————–—–— Reação de oxidorredução Na0 + Ag+ → Na+ + Ag0 • Exemplo de reação que não é de oxidorredução. 1+ 2– 1+ 1+ 1– 1+ 1– 1+ 2– NaOH + HCl → NaCl + H2O 2. OXIDANTE E REDUTOR Oxidante Redutor ? } Oxida outra espécie química Sofre redução } Reduz outra espécie química Sofre oxidação A combustão é exemplo de reação de oxidorredução. SAIBA MAIS Oxidante e redutor são palavras de uso comum no nosso dia a dia. Quando dizemos que um objeto de prata se oxidou, estamos dizendo que ele cedeu elétrons. No caso da prata, os elétrons são cedidos para o oxigênio do ar. Na temperatura ambiente, realmente a prata não reage com oxigênio. Se no ar existirem compostos sulfurados (H2S, por exemplo), a prata escurece aos poucos, formando sulfeto de prata, que é preto. 0 1+ 2– 0 1+ 2– 1+ 2– 4Ag + 2H2S + O2 → 2Ag2S + 2H2O – 211 C3_3S_QUIMICA_TEORIA_NOTURNO 13/02/14 14:03 Página 212 Bico de Bunsen Bico de Bunsen é um aparelho ligado ao botijão de gás, que serve como fonte de aquecimento em laboratório. Nele, ocorre a combustão do gás butano, C4H10, conforme equação química: MÓDULO 21 Acerto dos Coeficientes por Oxidorredução 1. BALANCEAMENTO DE EQUAÇÕES DE OXIDORREDUÇÃO PELO MÉTODO DA VARIAÇÃO TOTAL DO NÚMERO DE OXIDAÇÃO Esse método de balanceamento baseia-se em: O número total de elétrons cedidos pelo redutor é igual ao número total de elétrons recebidos pelo oxidante. Importante: não se pode escolher substâncias com Nox repetido. 3 .a Etapa: inverter os resultados obtidos (simplifique, se possível), que serão os coeficientes das substâncias escolhidas. Os demais coeficientes são determinados por tentativas. Seja a equação química: Al Exemplo + Na0 oxidação Ag+ ⎯→ Na+ + Ag0 redução O agente redutor Na cedeu 1 elétron ao agente oxidante Ag+, portanto, a proporção de seus coeficientes é 1 : 1. Roteiro 1.a Etapa: descobrir o elemento que se oxida e o que se reduz e achar a variação do Nox (Δ). Δ = Nox maior – Nox menor 2.a Etapa: escolher uma substância do ramal oxi e outra do ramal red. Para cada substância escolhida, calcular o seguinte produto: Δ.x em que x é o número de átomos do elemento que se oxida ou se reduz. Esse produto indica o número de elétrons cedidos ou recebidos. 212 – Ag+ + ⎯→ Al 3+ + Ag Determinemos os coeficientes desta equação por etapas: 1.a Etapa: Al0 oxi Ag+ + ⎯→ Δ=3 Al3+ + Ag0 red Δ = 1 2.a Etapa: ramal oxi ramal red Al 0 Δ.x=3.1=3 Ag+ Δ.x=1.1=1 3.a Etapa: 1 Al0 3 Ag+ 3 Al0 1 + 3Ag+ ⎯→ Al3+ + 3Ag C3_3S_QUIMICA_TEORIA_NOTURNO 13/02/14 13:43 Página 213 4. EQUAÇÕES QUE ENVOLVEM ÁGUA OXIGENADA 1– 2HI 1– + 2– ⎯→ H2O2 2H2O 0 + I2 redução A água oxigenada (H2O2) tem a capacidade de atuar como oxidante e como redutora. oxidação Exemplos a) Na presença de um redutor forte, ela funciona como oxidante. H2O2: oxidante b) Na presença de um oxidante forte, a água oxigenada funciona como redutora. 7+ 1– 2MnO–4(aq) 6H+(aq) + + 5H2O2(aq) 2+ ⎯→ 2Mn(aq) + 8H2O(l) + 5O02 (g) redução oxidação H2O2: redutora MÓDULO 22 Reação de Deslocamento 1. REAÇÃO DE DESLOCAMENTO OU SIMPLES TROCA 2. REAÇÃO DE DESLOCAMENTO ENTRE METAIS Uma substância simples reage com uma substância composta, originando uma nova substância simples e outra composta. C + AB → CB + A ↓ ↓ metal metal Condição: C mais reativo que A Genericamente, pode-se representar esse tipo de reação por: Para esse tipo de reação de deslocamento, devemos usar a fila de reatividade dos metais. Alc > AlcT > Al > Zn > Fe > Pb > H > Bi > Cu > Hg > Ag > Pt > Au C + AB CB + A ou C + AB reatividade diminui AC + B Exemplos C deslocou A C deslocou B Zn(s) + CuSO4(aq) ZnSO4 (aq) + Cu(s) (ocorre reação, pois Zn > Cu) Exemplo Zn(s) + 2HCl(aq) ZnCl2(aq) + H2(g) ou Zn(s) + Cu2+ (aq) Zn2+ (aq) + Cu(s) 2– Diz-se, então, que o zinco deslocou o hidrogênio. O ânion sulfato (SO4 ) não participa efetivamente da reação. Vide ilustração abaixo. – 213 C3_3S_QUIMICA_TEORIA_NOTURNO 13/02/14 13:43 Página 214 3. REAÇÃO DE DESLOCAMENTO ENTRE AMETAIS Mg reage a quente Δ Mg + 2HOH ⎯→ Mg(OH)2 + H2 AB → AC + B ↓ ametal C + ↓ ametal Condição: C mais reativo que B Para esse tipo de reação de deslocamento, devemos usar a fila de reatividade dos ametais. F > O > Cl > Br reatividade diminui > I Cu + HOH ⎯→ Não ocorre, pois Cu < H. Exemplos Cl2(aq) + 2NaBr(aq) ou Cl2(aq) + 2Br –(aq) 2NaCl(aq) + Br2(aq) (ocorre, pois Cl > Br) Observação Toda reação de deslocamento é uma reação de oxidorredução. 2Cl –(aq) + Br2(aq) 6. CONCLUSÕES: O que significa deslocar? O cátion sódio (Na+) não participa efetivamente da reação. Br2(aq) + 2NaCl (aq) ⎯→ Não ocorre, pois Br < Cl. 4. REAÇÃO DOS METAIS COM ÁCIDOS DILUÍDOS NÃO OXIDANTES C + HA Os outros metais mais reativos que o hidrogênio, tais como Al, Fe e Zn, reagem com vapor de água a alta temperatura, deslocando o hidrogênio e dando os respectivos óxidos. Δ Zn + H2O ⎯→ ZnO + H2 CA + ½ H2 Quando um metal A desloca um metal B, significa que A deu elétrons para o cátion de B. e– A + B+ Se, por exemplo, o metal C não desloca o metal D, significa que C não consegue dar elétrons para o cátion de D. e– metal C + D+ → não há reação espontânea Condição: C mais reativo que H Zn(s) + H2SO4(aq) ZnSO4(aq) + H2(g) (ocorre, pois Zn > H) 2H+(aq) Exemplos e– Na + Ag+ ou Zn(s) + A+ + B ⎯→ Zn2+ (aq) + H2(g) Ag(s) + H2SO4(aq) → Não ocorre, pois Ag < H. 5. REAÇÃO DE METAIS COM ÁGUA Na+ + Ag e– Zn + Cu2+ Zn2+ + Cu e– 2K + 2H+ 2K+ + H2 e– Os metais alcalinos (1A) e alcalinoterrosos (2A), exceto Mg e Be, reagem com água a frio, deslocando o hidrogênio. Ag + Na+ não há reação espontânea e– Cu + Zn2+ → não há reação espontânea 214 – + ½ H2 Na + HOH NaOH Ca + 2HOH Ca(OH)2 + H2 e– H2 + 2K+ → não há reação espontânea C3_3S_QUIMICA_TEORIA_NOTURNO 13/02/14 13:43 Página 215 Podemos resumir com dois tipos de equações para as reações: e– B+ A+ + B { { + A metal mais reativo (menos nobre) metal menos reativo (mais nobre) e– C– C + ametal menos reativo D– { { D + ametal mais reativo Exemplo Reação do metal sódio com água contendo indicador fenolftaleína. MÓDULO 23 O movimento do sódio na água origina um rastro aver melhado devido à formação de NaOH. O movimento do sódio é provocado pela liberação de H2. Eletroquímica (I): Pilhas Eletroquímicas 1. PILHA ELETROQUÍMICA É uma reação de oxidorredução que produz corrente elétrica. Exemplo Zn(s) + Cu2+(aq) redutor oxidante → Zn2+(aq) + Cu(s) O redutor (Zn) e o oxidante (Cu2+) devem ser colocados em recipientes separados para que haja produção de corrente elétrica. 2. MONTAGEM DE UMA PILHA (não comercial) Semipilha de Cu: lâmina de Cu está mergulhada em solução de sal de cobre (Cu2+). Pilha de Daniell: é uma pilha formada por uma semipilha de Zn e uma semipilha de Cu interligadas. Uma pilha é formada por duas semipilhas, isto é, um metal (eletrodo) mergulhado numa solução contendo cátions do metal. Exemplo Semipilha de Zn: lâmina de Zn está mergulhada em solução de sal de zinco (Zn2+). estado inicial – 215 C3_3S_QUIMICA_TEORIA_NOTURNO 13/02/14 13:43 Página 216 Catodo } semipilha em que temos redução pólo positivo (recebe elétrons) Exemplo estado final a) Semipilha de Zn (metal mais reativo) • Lâmina de Zn diminui de massa (ocorreu dissolução). • Concentração de Zn2+ na solução aumenta. Esses fatos podem ser explicados pela oxidação da semipilha de Zn. Zn0 ⎯→ Zn2+ + lâmina vai para a solução 2e– vão para a lâmina de Cu através do fio 4. EQUAÇÃO GLOBAL DA PILHA É a soma das semirreações que ocorrem no anodo (oxidação) e no catodo (redução). Exemplo Os elétrons liberados pela oxidação de Zn fluem pelo fio e chegam à lâmina de Semirreação no anodo: Zn0 → Zn2+ + 2e– Cu. Semirreação no catodo: Cu2+ + 2e– → Cu0 ———————————— Equação global da pilha: Zn0 + Cu2+ → Zn2+ + Cu0 b) Semipilha de Cu (metal menos reativo) Importante • Lâmina de Cu aumenta de massa (ocorreu deposição). • Concentração de Cu2+ na solução diminui. Esses fatos podem ser explicados pela redução Semipilha do metal mais reativo: sofre oxidação. Semipilha do metal menos reativo: sofre redução. da semipilha de Cu. Cu2+ + 2e– ⎯→ solução lâmina de Cu Cu0 fica depositado na lâmina de Cu 3. CONVENÇÕES DAS PILHAS Anodo 216 – } semipilha em que temos oxidação polo negativo (emite elétrons) 5. PONTE SALINA A finalidade da ponte salina é impedir que as soluções se misturem e, através de uma corrente iônica, mantê-las eletricamente neutras. Uma ponte salina corresponde a um tubo de vidro em forma de U preenchido com uma solução saturada de um sal (geralmente, KCl ou KNO3). C3_3S_QUIMICA_TEORIA_NOTURNO 13/02/14 13:43 Página 217 A ponte salina despeja íons Cl – para neutralizar os íons Zn2+ formados devido à oxidação do metal Zn. A ponte salina despeja íons K+ para neutralizar os íons SO2– 4 que estão em excesso, pois houve diminuição de Cu2+ devido a sua redução. A ponte salina pode ser substituída por uma placa de porcelana porosa. MÓDULO 24 Para manter a neutralidade elétrica das soluções, existe um fluxo de íons através da placa porosa. Cátions (Zn2+) migram para o catodo (Cu). 2– Ânions (SO4 ) migram para o anodo (Zn). Eletroquímica (II): Potencial de Redução e Voltagem 1. POTENCIAL DE REDUÇÃO (E) Observe a seguir o esquema da pilha de Daniell: O potencial eletroquímico (E) é chamado de potencial de redução, cujos valores são fornecidos em tabelas. Semirreação → Au0 Au3+ + 3e– ← → Ag0 Ag+ + e– ← → Cu0 Cu2+ + 2e– ← →H 2 H+ + 2e– ← 2 → Zn0 Zn2+ + 2e– ← → Al0 Al3+ + 3e– ← → Li0 Li+ + e– ← E(volts) +1,50V +0,80V +0,34V 0,00V –0,76V –1,66V –3,00V { { redução mais fácil que o padrão (padrão) redução mais difícil que o padrão Maior Ered → mais fácil a redução da espécie O fluxo de elétrons no fio elétrico evidencia uma diferença de potencial (ddp) entre as semipilhas. de uma semirreação ou semipilha. Na pilha de Daniell, temos: – semipilha de Cu: Cu2+ sofre redução, pois tem Cada semipilha tem o seu potencial eletroquímico (E), que é devido às semirreações que ocorrem em cada semipilha. maior Ered (+0,34V); – semipilha de Zn: Zn0 sofre oxidação, pois Zn2+ tem menor Ered (–0,76V). – 217 C3_3S_QUIMICA_TEORIA_NOTURNO 13/02/14 13:43 Página 218 2. CÁLCULO DA DDP OU VOLTAGEM OU 4. CORROSÃO DO FERRO FORÇA ELETROMOTRIZ DE UMA PILHA (ΔE) A ddp ou a voltagem de uma pilha pode ser calculada pela seguinte fórmula: ΔE = Emaior – Emenor Na presença de ar úmido ou de água contendo oxigênio dissolvido, o ferro sofre um processo de oxidação, transformando-se num produto chamado ferrugem (mistura de Fe(OH)2 e Fe(OH)3). Exemplo Pilha de Daniell ΔE = Emaior – Emenor (Cu) (Zn) ΔE = +0,34V – (–0,76V) ΔE = +1,10V Observação A ddp ou voltagem também pode ser calculada pela soma das semirreações. redução: Cu2+ + 2e– → Cu0 + 0,34V oxidação: Zn0 → Zn2+ + 2e– + 0,76V –––––––––––––––––––––––––––––––––––– Zn0 + Cu2+ → Zn2+ + Cu0 + 1,10V 3. DETERMINAÇÃO DA EQUAÇÃO DE UMA PILHA USANDO A TABELA DOS ERED A equação de uma pilha é devida à soma de duas semirreações: oxidação e redução. Semirreação de maior Ered: mantida (igual à da tabela), pois haverá redução. Semirreação de menor Ered: invertida, pois haverá oxidação. Exemplo Dados os potenciais de redução, escrever a equação da pilha entre Zn e Cu. → Zn0 Zn2+ + 2e– ← → Cu0 Cu2+ + 2e– ← Proteção contra a corrosão: a) ferro galvanizado (ferro revestido de zinco); b) lata (ferro revestido de estanho); c) ferro com plaquetas de Zn ou Mg presas na superfície e que funcionam como eletrodo de sacrifício. Se o ferro galvanizado for riscado e ficar exposto ao ar, irá formar Fe2+, mas o Zn0 imediatamente o transforma em Fe0. Fe2+ + Zn0 → Fe0 + Zn2+ Os eletrodos de sacrifício devem ter menor Ered que o Fe2+. Os mais usados são: Mg ou Zn. E = – 0,76V E = + 0,34V Resolução → Zn2+ + 2e– Zn2+ (menor E, invertida) Zn0 ← → Cu0 Cu2+ (maior E, mantida) Cu2+ + 2e– ← ––––––––––––––––––––––––– → Zn0+Cu2+ ← Zn2++ Cu0 218 – A reação global do processo pode ser assim equacionada: 3 2 Fe + –– O2 + x H2O → Fe2O3 . x H2O 2 (ferrugem) Observação Na lata, o estanho só protege o ferro enquanto estiver revestindo-o, pois tem maior Ered que o Fe2+. Forma-se uma película de SnO2 que protege o estanho restante e o ferro. C3_3S_QUIMICA_TEORIA_NOTURNO 13/02/14 13:43 Página 219 Química Orgânica FRENTE 2 MÓDULO 19 Isomeria Óptica 1. ISOMERIA ÓPTICA É um tipo de isomeria espacial presente em cristais assimétricos e em moléculas assimétricas ou quirais. O caso mais importante de assimetria molecular ocorre quando existir, na estrutura da molécula, pelo menos um carbono assimétrico ou quiral (indicado por um asterisco (*)). 2. CARBONO ASSIMÉTRICO OU QUIRAL (C*) É todo carbono saturado que apresenta quatro ligantes diferentes. a | b — C* — d | a≠b≠c≠d c Exemplos F H | | H — C* — Cl | Br O H3C — C* — C | OH OH 3. COMPOSTOS COM UM CARBONO ASSIMÉTRICO OU QUIRAL (C*) Apresentam sempre dois isômeros ópticos: um dextrogiro (d) e um levogiro (l). Observações • A única maneira de saber se um isômero óptico é dextrogiro (d) ou levogiro (l) consiste em utilizar um polarímetro. • Utilizando um polarímetro, verificou-se que ambos os isômeros provocam o mesmo desvio angular, mas em sentidos opostos, da luz polarizada. • Isômero dextrogiro (d): desvia o plano da luz polarizada para a direita. • Isômero levogiro (l): desvia o plano da luz polarizada para a esquerda. • Mistura racêmica: mistura de quantidades iguais de dextrogiro e levogiro (não desvia o plano da luz polarizada). Esquematicamente Exemplo H | H3C — C* — COOH | OH ácidos láticos Existem dois ácidos láticos espacialmente diferentes: ácido lático dextrogiro ácido lático levogiro Os isômeros ópticos podem ser assim representados: – 219 C3_3S_QUIMICA_TEORIA_NOTURNO 13/02/14 13:43 Página 220 • Se um composto apresentar mais de um carbono assimétrico diferente, podemos determinar o número de isômeros ópticos utilizando a expressão de van’t Hoff. isômeros ópticos = 2n Exemplo H H | | H3C — C* — C* — CH2 — CH3 | OH n = número de carbonos assimétricos diferentes. 2n misturas racêmicas = –––– 2 MÓDULO 20 | CH3 n=2 isômeros ópticos = 2n = 22 = 4 (d, l, d’, l’) mistura racêmica = 2 (d + l; d’ + l’) Reações Orgânicas (I): Reação de Substituição 1. REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO São aquelas em que um átomo ou grupo da molécula orgânica é substituído por outro átomo ou grupo. Exemplos água H3C — Cl + NaOH ⎯⎯⎯→ H3C — OH + NaCl O Cl foi substituído pelo OH. H2 H2 1 H3C — C — OH + Na → H3C — C — O–Na+ + –– H2 2 O H foi substituído pelo Na 1 H3C—C≡ CH + Na → H3C — C ≡ C–Na+ + –– H2 2 Exemplos Halogenação (Cl2 ou Br2) Δ CH4 + Cl2 ⎯⎯⎯→ H3C — Cl + HCl ou luz metano clorometano (cloreto de metila) Nitração (HNO3 = HONO2) Δ CH4 + HONO2 ⎯⎯→ H3C — NO2 + H2O metano nitrometano Sulfonação (H2SO4 = HOSO3H) Δ CH4 + HOSO3H ⎯⎯→ H3C — SO3H + H2O metano ácido metanossulfônico Em alcanos mais complexos (3C em diante), a reação de substituição produz uma mistura de compostos, pois todos os H são substituídos. Verificou-se que a velocidade de substituição de átomos de hidrogênio encontra-se sempre disposta pela ordem: C3 ário > C2 ário > C1ário O H do alquino verdadeiro (H ligado em C da tripla) foi substituído pelo Na. 2. SUBSTITUIÇÃO EM ALCANOS OU PARAFINAS Exemplo H H H H3C— CH2 — CH2Cl + HCl | | | Δ 1-cloropropano H — C — C — C — H + Cl2 Cl | | | | H H H H C — CH —CH + HCl 3 3 2-cloropropano Os alcanos são os compostos orgânicos menos reativos e, por isso, foram chamados parafinas (parum = pouca; afinis = reatividade). A maioria das reações dos alcanos são de substituição. 220 – 3. SUBSTITUIÇÃO EM AROMÁTICOS O anel benzênico é muito estável, portanto as reações de substituição são as mais características dos aromáticos. C3_3S_QUIMICA_TEORIA_NOTURNO 13/02/14 13:43 Página 221 Exemplos Acilação de Friedel-Crafts O Halogenação (Cl2 ou Br2) AlCl3 H + H3C – C H + Cl2 catalisador Cl Cl + HCl benzeno clorobenzeno benzeno AlCl3 Nitração (HNO3 = HONO2) H + HONO2 O H2SO4 benzeno NO2+ H2O C – CH3 + HCl fenilmetilcetona O nitrobenzeno || O grupo orgânico – C – CH3 é chamado de acila, Sulfonação (H2SO4 = HOSO3H) O pois é derivado do – H + HOSO3H SO H + H2O 3 O – – ácido benzenossulfônico H3C – C benzeno OH ácido etanoico ácido acético tolueno ou metilbenzeno H | | –H H – C – H ⎯⎯⎯→ H – C – | H metano etanoíla acetila CH3 + HCl O grupo orgânico – CH3 é chamado de alquila, pois é derivado do CH4 (alcano). H – H + CH3 – Cl AlCl3 O – OH H3C – C – Alquilação de Friedel-Crafts OH – – benzeno (ácido carboxílico) H3C – C 4. SUBSTITUIÇÃO EM CICLOALCANOS COM 5C OU MAIS NO CICLO Os cicloalcanos com 5C ou mais no ciclo dão reação de substituição, pois esses anéis são estáveis. Exemplo | + Cl2 H metil ciclopentano Cl + HCl clorociclopentano Cloração do metano (CH4) – 221 C3_3S_QUIMICA_TEORIA_NOTURNO 13/02/14 13:43 Página 222 MÓDULO 21 Reação de adição 1. REAÇÕES DE ADIÇÃO 3. REAÇÕES DE ADIÇÃO MAIS USUAIS ❑ Ocorrem quando um reagente se adiciona a uma ligação dupla ou tripla da substância orgânica. Ni H2C = CH2 + H2 ⎯⎯→ H3C — CH3 Δ eteno etano Exemplo Cl Cl | | Hidrogenação catalítica: adição de H2 H2C = CH2 + Cl2 ⎯→ H2C — CH2 HC ≡ CH + H2 etino ou acetileno Veja que o cloro se adicionou à molécula do eteno. Ni ⎯⎯→ H2C = CH2 Δ eteno ou etileno 2. REGRA DE MARKOVNIKOV Nas reações de adição, quando o reagente for HX (HCl, HBr, HI) e H2O, devemos utilizar a regra de Markovnikov. ❑ Halogenação: adição de Cl2 ou Br2 Br Br | | H2C = CH2 + Br2 ⎯→ H2C — CH2 O H adiciona-se ao C da dupla ou tripla mais hidrogenado. eteno 1,2-dibromoetano incolor Exemplos líquido marrom — Cl H3C — CH = CH2 + HCl propeno H3C — CH — CH3 2-cloropropano Teste para verificar se o composto tem dupla ou tripla-ligação. ❑ Adição de HX (HCl, HBr, HI) Cl — OH H3C — CH = CH2 + HOH H3C — CH — CH3 | H2C = CH2 + HCl ⎯→ H3C — CH2 eteno propeno 2-propanol ou propan-2-ol (cloreto de etila) Cl — Br — H3C — C — — CH + HBr H3C — C = CH2 | HC ≡ CH + HCl ⎯⎯→ H2C = CH etino propino 222 – 2-bromopropeno cloroetano cloroeteno (cloreto de vinila) matéria-prima do PVC C3_3S_QUIMICA_TEORIA_NOTURNO 13/02/14 13:43 Página 223 ❑ Hidratação: adição de H2O Cl H2SO4 | H2C = CH2 + HOH ⎯⎯⎯→ H3C — CH2 eteno — — Ni + Cl2 OH Cl H2C — CH2 — CH2 — CH2 1,4-diclorobutano ciclobutano etanol (álcool etílico) 5. ADIÇÃO EM AROMÁTICOS Por hidratação do eteno ou etileno, obtido do cracking do petróleo, é que muitos países, como o Japão e os EUA, produzem etanol. Em condições enérgicas, os aromáticos dão reações de adição. Exemplos 4. CICLOALCANOS COM 3 E 4 CARBONOS NO CICLO Devido à sua instabilidade, estes ciclos dão preferência a reações de adição (ruptura do ciclo). Ni + 3 H2 180 °C 140 atm benzeno (C6H6) ciclo-hexano (C6H12) Cl Exemplos + 3 Cl2 + H2 Ni Δ luz Δ Cl Cl Cl Cl H3C — CH2 — CH3 benzeno Cl propano ciclopropano hexaclorociclo-hexano BHC – inseticida Desidratação de Alcoóis – Combustão H OH — H—C—C—H — Os alcoóis podem sofrer dois tipos de desidratação: intramolecular e intermolecular. Exemplo 2. DESIDRATAÇÃO INTRAMOLECULAR Nessa reação, temos a perda de água quando o H — 1. REAÇÕES DE DESIDRATAÇÃO — MÓDULO 22 H H etanol (álcool etílico) H2SO4 conc. 170° C H2C = CH2 + H2O eteno ou etileno 3. DESIDRATAÇÃO INTERMOLECULAR e OH são eliminados de uma mesma Nessa reação, temos a perda de água molécula, formando alquenos. quando o H agente álcool ⎯⎯⎯⎯⎯→ alqueno + água desidratante e OH são eliminados de duas moléculas de álcoois, formando éteres. – 223 C3_3S_QUIMICA_TEORIA_NOTURNO 13/02/14 13:43 Página 224 4. REAÇÃO DE COMBUSTÃO agente 2 alcoóis ⎯⎯⎯⎯⎯→ éter + água desidratante É a reação com O2, que é chamado comburente. As substâncias que sofrem a combustão são chamadas combustíveis. Principal combustível: hidrocarboneto } CxHy + t1 O2 ⎯→ x CO2 + y/2 H2O (completa) t2 O2 ⎯→ x CO + y/2 H2O (incompleta) t3 O2 ⎯→ x C + y/2 H2O (incompleta) Exemplos CH4 + 2 O2 ⎯→ CO2 + 2H2O (completa) 3 CH4 + — O2 ⎯→ CO + 2H2O (incompleta) 2 CH4 + O2 ⎯→ C + 2H2O (incompleta) O líquido éter é utilizado como solvente e anestésico. Exemplo H2SO4 conc. H3C — CH2 — OH + HO — CH 2 — CH3 ⎯⎯⎯⎯⎯→ 140˚ C etanol (álcool etílico) ⎯⎯⎯⎯→ H3C — CH2 — O — CH2 — CH3 + H2O etoxietano éter dietílico éter sulfúrico Observação A reação de combustão é uma reação de oxidorredução, portanto, temos: Comburente (O2): agente oxidante Combustível: agente redutor 0 4– 4+ 2– CH4 + 2O2 ⎯→ CO2 + 2 H2O oxidação redução CH4: redutor O2: oxidante MÓDULO 23 Oxidação de Alcoóis – Redução de Aldeídos e Cetonas 1. OXIDAÇÃO DE ÁLCOOIS Exemplo H3C — C — — — H2O O [O] H etanal etanol — — H 3C — C — H H Esses oxidantes, na sua decomposição, liberam [O] (oxigênio atômico ou nascente), que vai reagir com a molécula do álcool. O [O] H 3C — C OH ácido etanoico ácido acético Álcool secundário OH ligado a carbono secundário. Vejamos as oxidações de cada tipo de álcool. Álcool primário OH ligado a carbono primário. 224 – — OH — — Os agentes oxidantes mais usados são KMnO4 (per manganato de potássio) e K2Cr2O7 (dicromato de potássio) em meio ácido. [O] [O] álcool 1ário ⎯→ aldeído ⎯→ ácido carboxílico [O] álcool 2ário ⎯⎯→ cetona C3_3S_QUIMICA_TEORIA_NOTURNO 13/02/14 13:43 Página 225 Exemplo 2. REDUÇÃO DE ALDEÍDOS E CETONAS OH — H3C — C — CH 3 H 2O — — — O [O] H3C — C — CH3 H 2-propanol ou propan-2-ol A redução é feita com gás hidrogênio (H2). propanona acetona Álcool terciário H2 aldeído ⎯⎯→ álcool 1ário Exemplo — — — O — OH H3C — C + HH X H etanal — H3C — C — CH3 [O] CH3 OH — [O] Álcool 3ário ⎯⎯→ Não reage H3C — C — H — OH ligado a carbono terciário. H etanol 2-metil-2-propanol ou 2-metilpropan-2-ol H2 cetona ⎯⎯→ álcool 2ário Observação Podemos também usar como agente oxidante o gás oxigênio (O2). Exemplo Exemplo H3C — C — CH3 + HH H3C — C H propanona — OH H3C — C — CH3 — — — — — — 1 H3C — C — H + —O2 2 H 2O H etanol O — O OH H 2-propanol etanal Oxidação do álcool O álcool é oxidado enquanto o íon Cr2O 72–(alaranjado) é reduzido para Cr 3+ (verde). – 225 C3_3S_QUIMICA_TEORIA_NOTURNO 13/02/14 13:43 Página 226 Esterificação – Lipídios MÓDULO 24 1. ESTERIFICAÇÃO Essa reação ocorre quando um ácido reage com um álcool, produzindo éster e água, sendo que a reação inversa é denominada reação de hidrólise. Modelo molecular do ácido palmítico. esterificação ácido + álcool ⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ ←⎯⎯⎯⎯⎯⎯ éster + água hidrólise Modelo molecular do ácido oleico (cis). 3. ÓLEOS E GORDURAS Exemplo H3C — C hidrólise O — CH3 + H2O Com o auxílio do isótopo 18 do oxigênio, provou-se que, nos álcoois primários, o OH sai do ácido e o H do álcool: O H2C — O H HC — O H + H2C — O H → R — COO — R + H2O H2C — O — C — R1 H2O O HO — C — R 2 HC — O — C — R2 + H2O O O HO— C — R 3 H2C — O — C — R3 H2O éster com oxigênio-18 ácidos graxos glicerol glicerina propano-1,2,3-triol O 2. ÁCIDO GRAXO H2C — O — C — R1 óleo • prevalece cadeia insaturada • líquido a 25°C — — HC — O — C — R2 O H2C — O — C — R3 Exemplos OH OH ácido palmítico ácido esteárico saturados O C17H33 — C — C17H35 — C — — C15H31 — C — — — — O — — O OH ácido oleico, insaturado (tem uma dupla-ligação) Observações • Ácidos graxos estão presentes nos óleos e gorduras. • Fórmula geral de ácido graxo saturado: CnH2n+1COOH. 226 – óleo ou gordura • prevalece cadeia saturada • sólida a 25°C O — — Ácido carboxílico com 12 ou mais átomos de carbono, de cadeia aberta normal, podendo ser saturado ou insaturado. triéster do glicerol gordura — — R — COOH + HO — R álcool 1.ário HO — C — R 1 O 18 → 18 O — — etanoato de metila acetato de metila — — metanol álcool metílico — — ácido etanoico ácido acético — — OH — — + H O — CH3 — — H3C — C São misturas contendo ésteres do glicerol com ácidos graxos e pertencem à classe dos lipídios. O esterificação — — — — — — O Óleos e gorduras podem ser chamados de glicerídeos ou triglicerídeos. Exemplos Origem Gorduras Óleos Animal • sebo (bovinos) • banha (suínos) • manteiga (leite) Vegetal • caroço de algodão • amendoim • gordura de coco • oliva • manteiga de cacau • milho • soja • fígado de bacalhau • capivara C3_3S_QUIMICA_TEORIA_NOTURNO 13/02/14 13:43 Página 227 4. FABRICAÇÃO DE MARGARINA Os óleos possuem cadeias carbônicas insaturadas por ligações duplas, que podem sofrer hidrogenação catalítica, sendo assim transformados em gorduras. H2 Óleo (insaturado) ⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ margarina catalisador (gordura) óleo Assim, os óleos de milho, soja, girassol e outros podem ser convertidos em margarina por meio da hidrogenação catalítica. manteiga Exemplo O O || || H2C — O — C — C17H33 O H2C — O — C — C17H35 O || HC — O — C — C17H33 O + 3H2 Ni ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ catalisador || H2C — O — C — C17H33 trioleína || HC — O — C — C17H35 O || H2C — O — C — C17H35 triestearina margarina 5. SAPONIFICAÇÃO óleo ou gordura + base ⎯→ sabão + glicerol — — O NaOH H2C — O — C — R — — O HC — O — C — R + NaOH → — — O H2C — O — C — R C12 H25 – SO3 Na+ dodecilbenzenossulfonato de sódio • Detergente de cadeia ramificada não é decomposto por um micro-organismo aquático (não biodegradável). 6. ATUAÇÃO NA LIMPEZA A molécula de um sabão ou de um detergente pode ser representada por: NaOH óleo ou gordura H2C — OH — → 3R—C — — O + HC — OH O– Na + sabão H2C — OH glicerol Sabão é um sal de ácido graxo, isto é, um sal de ácido carboxílico de cadeia longa. A utilização de NaOH irá originar sabão duro, e quando utilizarmos KOH, obteremos sabão mole (creme de barbear). Observações • Detergentes: sais de ácidos sulfônicos de cadeia longa. Quando as moléculas do sabão ou detergente se aproximam da sujeira apolar, a cadeia apolar interage com ela, e a parte polar interage com a água. Devido à agitação, formam-se as micelas (sujeira envolvida pelo sabão), que ficam dispersas na água. – 227 C3_3S_QUIMICA_TEORIA_NOTURNO 13/02/14 13:43 Página 228 Físico-Química FRENTE 3 MÓDULO 19 Cinética Química (II): Mecanismo por Etapas 1. DETERMINAÇÃO DA EQUAÇÃO DA VELOCIDADE A PARTIR DAS ETAPAS DE UMA REAÇÃO Considere o seguinte exemplo: Um fato interessante que ocorreu nesse exemplo é que os coeficientes da equação coincidiram com as ordens presentes na equação da velocidade. Quando isso acontecer, as reações serão denominadas reações elementares, que sempre ocorrem em uma única etapa. NO2(g) + CO(g) → NO(g) + CO2(g) A equação da velocidade da reação, obtida experimentalmente, é Apenas numa reação elementar, a ordem será igual aos coeficientes estequiométricos. v = k [NO2]2 Explicação A maioria das reações químicas ocorre em mais de uma etapa. Frequentemente, uma etapa é bem mais lenta que as demais. Em tais casos, a etapa lenta determina a velocidade da reação global, pois o tempo da reação é devido à etapa lenta. A equação da velocidade da reação é igual Outros exemplos de reações elementares e suas equações da velocidade. 1 H2 + 1 I2 → 2 HI v = k [H2]1[I2]1 2 NO2 → NO + NO3 v = k [NO2]2 Observações • É impossível dizer se uma reação é ou não elementar apenas olhando para a equação da reação. à equação da velocidade da etapa lenta. No exemplo dado, admite-se que a reação ocorre em duas etapas: Efeito da concentração na velocidade de reação Etapa 1:NO2(g) + NO2(g) → NO3(g) + NO(g) (lenta) Etapa 2: NO3(g) + CO(g) → NO2(g) + CO2(g) (rápida) vreação = vetapa lenta = k [NO2]2 A etapa lenta envolve a colisão entre duas moléculas de NO2, portanto a velocidade da reação não depende da concentração de CO. 2. EQUAÇÃO DA VELOCIDADE DE UMA REAÇÃO ELEMENTAR Observe o seguinte exemplo: 2 NO + 1 Cl2 → 2 NOCl v = k [NO]2 [Cl2]1 228 – Reação entre Zn e HCl conReação entre Zn e HCl diluído (reação mais lenta). centrado (reação mais rápida). C3_3S_QUIMICA_TEORIA_NOTURNO 13/02/14 13:43 Página 229 MÓDULO 20 Equilíbrio Químico: Conceito de Equilíbrio Químico → OU =) 1. REAÇÃO REVERSÍVEL ( ← Equilíbrio ⎯→ v1 = v2 ⎯→ [N2O4], [NO2] Químico Os reagentes não são consumidos totalmente, pois temos duas reações ocorrendo simultaneamente: reagentes originam produtos e produtos originam reagentes. permanecem constantes O equilíbrio químico é atingido quando as velocidades das reações direta e inversa tornam-se iguais. reagentes ⎯→ produtos: direta: A + B ⎯→ C + D produtos ⎯→ reagentes: inversa: C + D ⎯→ A + B Equação química de uma reação reversível → C+D A+B ← Exemplo: N2O4(g) → ← incolor 2NO2(g) castanho 2. EQUILÍBRIO QUÍMICO N2O4(g) Equilíbrio químico é uma reação reversível, na qual a velocidade da reação direta é igual à velocidade da reação inversa e, consequentemente, as concentrações de todas as substâncias permanecem constantes. 3. GRÁFICOS DO EQUILÍBRIO QUÍMICO Seja a reação reversível tempo (s) Reforçando, temos: v1 = k1 [N2O4] v1 ⎯→ ←⎯ 2NO2(g) v2 0 0,100 mol/L 0 20 0,070 mol/L 0,060 mol/L 40 0,050 mol/L 0,100 mol/L 60 0,040 mol/L 0,120 mol/L 80 0,040 mol/L 0,120 mol/L 100 0,040 mol/L 0,120 mol/L t=0 v1 = k1 . 0,100 t = 20s v1 = k1 . 0,070 v1 vai diminuindo t = 40s v1 = k1 . 0,050 até ficar constante (60s) t = 60s v1 = k1 . 0,040 v2 = k2 [NO2]2 t=0 v2 = k2 . 0 t = 20s v2 = k2 . (0,60)2 t = 40s v2 = k2 . (0,100)2 até ficar constante (60s) t = 60s v2 = k2 . (0,120)2 v2 vai aumentando Observe que, decorridos 60s, as concentrações passam a ficar constantes. A partir desse instante (de 60s em diante), dizemos que a reação reversível atingiu o equilíbrio químico (v1 = v2). v1 = velocidade da reação direta v2 = velocidade da reação inversa – 229 C3_3S_QUIMICA_TEORIA_NOTURNO 13/02/14 13:43 Página 230 • Em reação com participante gasoso, o equilíbrio químico somente será atingido em sistema fechado. • As propriedades macroscópicas (cor, volume, pressão etc.) do sistema em equilíbrio não mais se alteram. Estado inicial: somente N2O4 (incolor). Observações • A maioria das reações químicas é reversível. MÓDULO 21 KC e KP 1. CONSTANTE DE EQUILÍBRIO EXPRESSA EM TERMOS DAS CONCENTRAÇÕES EM MOL/L (Kc) v1 ⎯→ cC + dD aA + bB ←⎯ v2 no equilíbrio, [A], [B], [C] e [D] são constantes. No equilíbrio, a relação entre as concentrações dos produtos e reagentes é constante e foi denominada constante de equilíbrio (KC). Na expressão do KC, não entram sólidos. • Dedução do KC Supondo os processos elementares, podemos escrever as expressões de velocidade: v1 = k1 . [A]a . [B]b [HI]2 KC= —––––––– [H2] . [I2] ⎯→ CaO(s) + CO (g) • CaCO3(s) ←⎯ 2 KC = [CO2] Observações • KC só depende da temperatura. • KC, a uma certa temperatura, não depende das concentrações iniciais de reagentes e de produtos. ⎯→ 2HCl • H2 + Cl2 ←⎯ KC = 3,8 . 1033 (valor muito alto) v2 = k2 . [C]c . [D]d No equilíbrio, v1 = v2, então: [HCl]2 K c = 3,8 . 1033 = ————— [H 2] . [Cl2] k1 . [A]a . [B]b = k2 . [C]c . [D]d [C]c • No equilíbrio, há mais produto do que reagente • Rendimento da reação [D]d k1 . KC = —— = ———–—— k2 [A]a . [B]b 230 – [P] Fórmula geral: KC = —– [R] Exemplos ⎯→ 2HI(g) • H2(g) + I2(g) ←⎯ Seja a reação reversível [C] c . [D] d Kc = ——–——— [A] a . [B]b Equilíbrio: mistura de N2O4 e NO2 (cor castanha). ⎯→ 2NO • N2 + O2 ←⎯ C3_3S_QUIMICA_TEORIA_NOTURNO 13/02/14 13:43 Página 231 KC = 1,0 . 10–30 (valor muito baixo) K c = 1,0 . 10–30 [NO] 2 = ————– [N 2] . [O 2] p = pressão parcial • No equilíbrio, há mais reagente do que produto • Rendimento da reação baixo. Exemplos ⎯→ 2HI(g) • H2(g) + I2(g) ←⎯ P2HI ––– Kp = —–––––– P H . PI 2. CONSTANTE DE EQUILÍBRIO EM PRESSÃO PARCIAL (KP) 2 Seja a reação reversível 2 ⎯→ CaO(s) + CO (g) • CaCO3(s) ←⎯ 2 v1 ⎯→ cC + dD aA + bB ←⎯ v2 Kp = PCO 2 As mesmas observações feitas para o KC valem para o Kp. PCc . PDd Kp = ————— PAa . PBb MÓDULO 22 Na expressão do Kp, só entram gases. Cálculo das Quantidades no Equilíbrio 1. CÁLCULO DAS QUANTIDADES NO EQUILÍBRIO Analisemos a questão: 2 mols de uma substância AB são colocados em um recipiente de 2 litros. Atingido o equilíbrio, nota-se a presença de 0,5 mol de B. início → ← 2 A + 0 B 0 reage e é produzido no equilíbrio Qual o KC da reação: AB → ← A+B Resolução: Este é o tipo de problema mais importante nos cálculos com a constante de equilíbrio. Como sabemos, a constante de equilíbrio só pode ser calculada com as concentrações no equilíbrio. No entanto, para este problema foram dadas apenas a quantidade inicial e uma quantidade no equilíbrio. Para resolvê-lo, devemos usar o “quadro” a seguir. Tal quadro consta de três linhas: AB AB → ← A + B início reage e é produzido no equilíbrio Na primeira linha colocamos as quantidades iniciais. Evidentemente, no início não há produto. Só reagente. Logo, no início não há nada de A e B e o quadro começa assim: O outro dado do problema é que no equilíbrio há 0,5 mol de B. Esse dado é colocado na 3.a linha. Ora, se no equilíbrio há 0,5 mol de B e, no início, não havia nada, isso significa que, durante a reação, produziu-se 0,5 mol de B. Esse dado é, então, passado automaticamente para a 2.a linha. AB início 2 → ← A 0 + B 0 reage e é produzido 0,5 no equilíbrio 0,5 Para preencher a 2.a linha, devemos montar uma proporção (regra de 3) com os coeficientes das substâncias participantes. É um procedimento lógico, pois se 0,5 mol de B foi produzido, a partir desse dado, podemos saber quanto de A foi produzido e quanto de AB foi consumido. – 231 C3_3S_QUIMICA_TEORIA_NOTURNO 13/02/14 13:43 Página 232 AB → ← A + B início 2 0 0 reage e é produzido 0,5 0,5 0,5 no equilíbrio 0,5 Temos, então, as quantidades no equilíbrio. Dividindo todas pelo volume (em litros), teremos as respectivas concentrações (em mol/litro) e substituiremos na fórmula: 1,5 mol [AB] = ––––––– = 0,75 mol/litro 2 litros A regra de 3 é facilmente mostrada: 1 = ––– 1 = ––– 1 ––– y x 0,5 0,5 mol [A] = ––––––– = 0,25 mol/litro 2 litros x = 0,5 Agora, é só subtrair quando for reagente, e somar quando for produto. Isso é lógico, já que os reagentes foram consumidos (havia 2 mols; 0,5 mol reagiu; sobrou 1,5 mol) e os produtos foram formados (não havia nada; produziu-se 0,5 mol; existe 0,5 mol no equilíbrio). [A] . [B] Kc = ––––––––– [AB] Teremos, então: AB → ← A + B início 2 reage e é produzido 䊞 䊝 䊝 0,5 0,5 0,5 no equilíbrio 1,5 mol 0,5 mol 0,5 mol 0 Seja o equilíbrio químico: N2O4(g) ⎯→ ←⎯ 2NO2(g) o (100 C) KC = 0,36 0,52 mol/L castanho equilíbrio 2 N2O4(g) ⎯→ ←⎯ 2NO2(g) KC = 0,36 ≠ 0,74mol/L ≠ 0,52 mol/L Variando a concentração, pressão ou temperatura. Os fatores que deslocam um equilíbrio são: concentração, pressão e temperatura. 232 – KC = 8,3 . 10–2 Podemos deduzir o sentido de deslocamento, quando uma das três mudanças é feita, aplicando-se o Princípio de Le Châtelier, que diz o seguinte: Se um sistema em equilíbrio for perturbado, o equilíbrio irá deslocar-se no sentido contrário a essa perturbação. 2. EFEITO DA CONCENTRAÇÃO As concentrações de N2O4 e NO2 poderão ser alteradas (obtemos um novo equilíbrio), se ocorrer: variação na concentração de um participante ou variação na pressão (variando o volume do sistema) ou variação na temperatura. (100oC) Resposta: Deslocamento de Equilíbrio 1. DESLOCAMENTO DE EQUILÍBRIO – PRINCÍPIO DE LE CHÂTELIER 0,74 mol/L incolor 0,25 . 0,25 Kc = –––––––––– = 8,3 . 10–2 0,75 0 MÓDULO 23 equilíbrio 1 0,5 mol [B] = –––––– = 0,25 mol/litro 2 litros Aumento da concentração: desloca no sentido oposto. Diminuição da concentração: desloca no mesmo sentido. Exemplo 1 ⎯→ 2NO (g) N2O4(g) ←⎯ 2 2 Adicionando N2O4: favorece a reação 1, isto é, aumenta a concentração de NO2. Adicionando NO2: favorece a reação 2, isto é, aumenta a concentração de N2O4. O gráfico a seguir mostra a adição de 1 mol de N2O4 no equilíbrio. C3_3S_QUIMICA_TEORIA_NOTURNO 13/02/14 13:43 Página 233 ⎯→ 2NO (g) N2O4(g) ←⎯ 2 KC = 0,36 (100oC) equilíbrio 1: 0,74 mol/L 0,52 mol/L equilíbrio 2: 1,62 mol/L 0,76 mol/L (0,52)2 (0,76)2 [NO2]2 KC = –––––––– = –––––––– = –––––––– = 0,36 [N2O4] 0,74 1,62 Observações A pressão não desloca equilíbrios nos quais não há variação de volumes gasosos. N2(g) + 1 volume O2(g) ⎯→ ←⎯ 1 volume 2NO(g) 2 volumes Nos equilíbrios em que há substâncias no estado gasoso e no estado sólido ou líquido, a variação de volume é determinada unicamente pelas substâncias no estado gasoso. ⎯→ C(s) + O2(g) ←⎯ 1 volume CaCO3(s) CO2(g) 1 volume ⎯→ CaO(s) + CO (g) ←⎯ 2 1 volume Observação A adição ou a retirada parcial de um sólido não desloca um equilíbrio. Exemplo ⎯→ CO (g) C(s) + O2(g) ←⎯ 2 A adição ou a retirada parcial de C(s) não desloca o equilíbrio dado. 3. EFEITO DA PRESSÃO Aumento da pressão: desloca no sentido de menor volume dos gases. Diminuição da pressão: desloca no sentido de maior volume dos gases. Quando adicionamos um gás inerte, ou seja, um gás que não reage, a um sistema em equilíbrio, ocorre um aumento da pressão total do sistema. No entanto, como não há variação da concentração nem das pressões parciais de cada gás componente do equilíbrio, a adição do gás inerte não afeta o equilíbrio. 4. EFEITO DA TEMPERATURA Aumento da temperatura: desloca no sentido da reação endotérmica. Diminuição da temperatura: desloca no sentido da reação exotérmica. Exemplo 1 ⎯→ 2NO (g) N2O4(g) ←⎯ 2 2 1 volume 2 volumes Aumento de pressão: favorece a reação 2 (contração de volume). Diminuição de pressão: favorece a reação 1 (aumento de volume). Exemplo endo(1) ⎯⎯⎯→ 2NO (g) N2O4(g) ←⎯⎯⎯ 2 exo(2) ΔH = +58,2kJ Aumento da temperatura: favorece a reação 1. Diminuição da temperatura: favorece a reação 2. – 233 C3_3S_QUIMICA_TEORIA_NOTURNO 13/02/14 13:43 Página 234 5. AÇÃO DOS CATALISADORES KC e Kp mudam com a temperatura. Catalisadores não deslocam equilíbrio. Reação direta endotérmica: • temperatura aumenta. • Kc aumenta. endo ⎯⎯⎯→ 2NO (g) N2O4(g) ←⎯⎯⎯ 2 exo v1 ⎯⎯⎯→ C + D A + B ←⎯⎯⎯ v2 ΔH = +58,2kJ t(oC) 50 100 KC 0,022 0,36 Reação direta exotérmica: • temperatura aumenta. • KC diminui. exo ⎯⎯⎯→ 2NH (g) N2(g) + 3H2(g) ←⎯⎯⎯ 3 endo 234 – ΔH = –92,4kJ t(oC) 200 400 KC 650 0,50 Catalisador: v1 e v2 igualmente aumentadas. Se o catalisador aumenta a velocidade das reações direta e inversa, o único efeito que ele provoca num equilíbrio é a diminuição do tempo necessário para que esse equilíbrio seja atingido. C3_3S_QUIMICA_TEORIA_NOTURNO 13/02/14 13:43 Página 235 Equilíbrio Iônico MÓDULO 24 1. EQUILÍBRIO IÔNICO – CONCEITO É todo equilíbrio químico do qual participam íons. Ácido forte: bastante ionizado: alto valor de Ka. Ácido fraco: pouco ionizado: baixo valor de Ka. Exemplo Conclusão 2– Cr2O7 (aq) → + H2O(l) ← alaranjado 2– 2CrO4 (aq) + + 2H (aq) amarelo Os exemplos mais importantes de equilíbrios iônicos são: solução aquosa de ácidos e solução aquosa de bases. 2. SOLUÇÃO AQUOSA DE ÁCIDOS Quanto maior for o valor da constante de ionização de um ácido (Ka), maior será a força desse ácido. Observações • Quando um ácido apresenta mais de um hidro- Nesse equilíbrio, a constante de equilíbrio (Kc) pode ser simbolizada por Ki ou Ka (constante de ionização de um ácido). gênio ionizável, podemos escrever uma constante de acidez para cada etapa de ionização. Exemplos Exemplos → H+(aq) + HS–(aq) H2S(aq) ← K1 = 1,0 . 10–7 + – HCl(aq) + H2O(l) → ← H3O (aq) + Cl (aq) → H+(aq) + S2–(aq) HS–(aq) ← K2 = 1,0 . 10–14 ou, simplificadamente: • Sempre: K1 > K2 > …… – + HCl(aq) → ← H (aq) + Cl (aq) 3. SOLUÇÃO AQUOSA DE BASES Kc = Ki = Ka = 1,0 . 107 + – [H ] . [Cl ] Ka = –––––––––– = 1,0 . 107 [HCl] • O numerador é 1,0 . 107 vezes o denominador. • Alta tendência para liberar H+. + – HCN(aq) → ← H (aq) + CN (aq) Kc = Ki = Ka = 4,9 . + 10–10 – [H ] . [CN ] Ka = ––––––––––– = 4,9 . 10–10 [HCN] • O numerador é menor que o denominador. • Baixa tendência para liberar H+. Nesse equilíbrio, a constante de equilíbrio (Kc) pode ser simbolizada por Ki ou Kb (constante de ionização de uma base). Exemplo → NH + + OH– NH3 + H2O ← 4 Kc = Ki = Kb = 1,8 . 10–5 + [NH4 ] . [OH–] Kb = ––––––––––––– [NH3] Quando a água é solvente, sua concentração é tão alta em relação aos demais componentes que é considerada constante, sendo omitida na expressão de Kc. – 235 C3_3S_QUIMICA_TEORIA_NOTURNO 13/02/14 13:43 Página 236 2– + Cr2O2– (aq) + H2O(l) → ← 2CrO4 (aq) + 2H (aq) 7 →↓ H+(aq) + OH–(aq) → H2O(l) Adicionando-se uma solução de NaOH a uma solução 2– contendo íon Cr2O7 (aq) (alaranjado), o equilíbrio . é deslocado no sentido do íon CrO42–(aq) (amarelo). Solubilidade do HCl (g) em água A solução de água contendo tornassol muda de azul para vermelho. O tornassol em meio neutro ou básico é azul e, em meio ácido, é vermelho. A reação que ocorre é a dissolução do HCl(g), com a sua ionização. O HCl gasoso é muitíssimo solúvel em água. Na aparelhagem abaixo, o HCl(g) e a água não estão inicialmente em contato. HCl(g) Água + + tornassol azul Início da experiência 236 – Solução + + tornassol vermelho Fim da experiência Coloca-se o HCl(g) em contato com a água, girando (abrindo) a torneira. → HCl(aq) HCl(g) ← → HCl(aq) + H2O(l) ← H3O+(aq) + Cl–(aq) Devido à diminuição da pressão dentro do balão, pois ocorre a dissolução do HCl(g) em água, observa-se um chafariz de água dentro do balão. A água se desloca de baixo para cima, ou seja, da cuba para o balão.