Apoio às aulas MAT II 18-04-2016 INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO DE LISBOA LICENCIATURA EM GESTÃO MATEMÁTICA II APOIO ÀS AULAS DE FUNÇÕES REAIS DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL 2015/2016 FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Manuel Martins Carla Martinho Ana Jorge 1 Funções reais de n variáveis reais Chama-se função real de variáveis reais a toda a aplicação de um conjunto ⊂ ℝ → ℝ. Ao conjunto chama-se domínio da função. Sejam = , , … , ∈ e = ∈ ℝ. As variáveis , , … , são as variáveis independentes e é a variável dependente. Ao conjunto ∈ ℝ: = , ∈ chama-se contradomínio de . Chama-se gráfico de ao subconjunto de ℝ : , , … , , : = , , … , ∈ ∧ = 18-04-2016 2015/2016 CI/2 FR2 1 FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Apoio às aulas MAT II 18-04-2016 Funções reais de n variáveis reais Notas: 1- Se a função for definida por uma expressão analítica, o seu domínio é o conjunto de pontos onde a expressão analítica estará definida. 2- = 1, o gráfico de é uma curva de ℝ. Se = 2, o gráfico de é uma superfície de ℝ. Por simplificação, todo o capítulo terá por base funções de 2 variáveis, podendo facilmente ser generalizado para as n variáveis. FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL 18-04-2016 CI/3 FR3 Domínio Exemplo 1 - Determine o domínio da função f (x , y ) = x 2 + y 2 − 1 − { ( { ( ( ln 4 − x 2 − y 2 y−x ) ( ) ) } D f = ( x, y ) ∈ IR 2 : x 2 + y 2 − 1 ≥ 0 ∧ 4 − x 2 − y 2 > 0 ∧ ( y − x ≠ 0) ⇔ ) ( ) } D f = ( x, y ) ∈ IR 2 : x 2 + y 2 ≥ 1 ∧ x 2 + y 2 < 4 ∧ ( y ≠ x ) A primeira equação representa o exterior de uma circunferência de raio 1; a segunda equação representa o interior de uma circunferência de raio 2; a terceira equação representa a bissetriz dos quadrantes impares. 18-04-2016 2015/2016 CI/4 FR4 2 FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Apoio às aulas MAT II 18-04-2016 Domínio Exemplo 1 - Representação geométrica: É considerada válida a área marcada a amarelo e a circunferência interior fechada com a exceção dos pontos da bissetriz. FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL 18-04-2016 18-04-2016 2015/2016 CI/5 CI/5 FR5 Domínio Exemplo 2- Determine o domínio e represente-o geometricamente, da seguinte função f ( x , y ) = ln y 2 + 1 − x 2 { ( ) ( )} { = {( x , y ) ∈ IR : ( y ≠ 0 ) ∧ ( x ∈ [− 1;1])} ( )} D f = ( x , y ) ∈ IR 2 : y 2 > 0 ∧ 1 − x 2 ≥ 0 = (x , y ) ∈ IR 2 : ( y ≠ 0) ∧ x 2 ≤ 1 ⇔ Df 2 Representação geométrica: CI/6 FR6 3 FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Apoio às aulas MAT II 18-04-2016 Domínio Exemplo 3 - Determine o domínio e represente-o geometricamente da função f ( x , y ) = ln x + 1+ x − y2 y x D f = ( x , y ) ∈ IR 2 : > 0 ∧ 1 + x − y 2 ≥ 0 ⇔ y ( ) { ( D f = (x , y ) ∈ IR 2 : [((x ≥ 0 ) ∧ ( y > 0)) ∨ ((x ≤ 0 ) ∧ ( y < 0 ))] ∧ y < 1 + x Representação geométrica: 18-04-2016 FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL )} CI/7 FR7 Limite e continuidade Diz-se que L é o limite da função , quando , tende para , e representa-se por f (x , y ) L = Lim ( x , y )→(a ,b ) quando ∀δ > 0, ∃ε > 0 : ( x, y ) ∈ D ⊂ 2 ∧ ( x, y ) − ( a,b ) < ε ⇒ f ( x, y ) − L < δ NOTA: Em ℝ, as vizinhanças de um ponto , são círculos definidos no plano, sendo as distâncias medidas pela fórmula euclidiana (exceto se houver indicação expressa em contrário) e representam-se da forma apresentada. 18-04-2016 2015/2016 CI/8 FR8 4 FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Apoio às aulas MAT II 18-04-2016 Limite e continuidade As propriedades operatórias dos limites e o teorema da unicidade conhecidos para funções reais de uma variável real são igualmente válidos para funções de n variáveis independentes. Diz-se que uma função , é contínua no ponto , = , se 1. , está definida no ponto , com , 2. , tem limite no ponto , e esse limite é igual a , é "#$%& '( , )' ' )ó )' lim (/,0)→(2,3) , = (, ) FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL 18-04-2016 CI/9 Derivadas parciais Dada a função , de duas variáveis independentes, é possível derivar em função de cada uma delas. Designa-se 2015/2016 por derivada parcial em , num ponto , e representa-se por Como sendo ordem 45 4/ a da função , = ′/ (, ) ∂f f (x ,b ) − f (a ,b ) f (a + h ,b ) − f (a ,b ) (a ,b ) = Lim = Lim x →a h →0 x−a h ∂x Designa-se por derivada parcial em ordem a y da função 45 , num ponto , e representa-se por , = ′0 (, ) 40 Como sendo 18-04-2016 FR9 ∂f f (a , y ) − f (a ,b ) f (a ,b + h ) − f (a ,b ) (a ,b ) = Lim = Lim x → a h → 0 ∂y y −b h CI/10 FR10 5 FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Apoio às aulas MAT II 18-04-2016 Derivadas parciais Chamam-se derivadas parciais da função , às funções 45 (, ) 40 45 (, ) 4/ que têm por domínio o conjunto dos pontos onde (, ) tem as respetivas derivadas parciais finitas e, em cada ponto domínio, toma os valores 45 (, ) 4/ e , desse 45 (, ). 40 Exemplo 1 - Determine, usando a definição, as derivadas parciais da função definida por , = + + no ponto (2,1) ∂f f ( x ,1) − f (2 ,1) (2 ,1) = Lim = (∗) x→2 ∂x x−2 f ( x , y ) = x 2 + xy + y 2 ⇒ f ( x ,1) = x 2 + x + 1 ∧ f (2 ,1) = 7 x (∗) = Lim x →2 2 + x +1 − 7 x2 + x − 6 (x − 2 )(x + 3) = Lim (x + 3) = 5 = Lim = Lim x →2 x →2 x→2 x−2 x−2 x−2 18-04-2016 FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL e CI/11 FR11 Derivadas parciais Exemplo 1 – Continuação ∂f f (2 ,1 + h ) − f (2 ,1) 4 + 2(1 + h ) + (1 + h ) − 7 (2,1) = Lim = Lim = h →0 h →0 ∂y h h 2 4 + 2 + 2h + 1 + 2h + h 2 − 7 4h + h 2 h(4 + h ) = Lim = Lim = h →0 h →0 h →0 h h h = Lim(4 + h ) = 4 = Lim h →0 NOTA: As regras de derivação mantêm-se verdadeiras. Teorema: Se uma função tem derivadas parciais contínuas num ponto, ela é contínua nesse ponto 18-04-2016 2015/2016 CI/12 FR12 6 FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Apoio às aulas MAT II 18-04-2016 Derivadas parciais Exemplo 2 - Determine a derivada parcial em ordem a x da função , = + Usando a definição: ∂f f (x + h , y ) − f (x , y ) (x + h ) + (x + h )y 2 − x 2 − xy 2 = (x , y ) = Lim = Lim h → 0 h → 0 ∂x h h x 2 + 2 xh + h 2 + xy 2 + hy 2 − x 2 − xy 2 2 xh + h 2 + hy 2 = Lim = Lim = h →0 h →0 h h h 2x + h + y 2 = Lim = Lim 2 x + h + y 2 = 2 x + y 2 h →0 h →0 h 2 ( ) ( ) FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL 18-04-2016 18-04-2016 2015/2016 CI/13 FR13 Derivadas parciais Usando as regras de derivação (em ordem a x, esta comporta-se como variável e y como uma qualquer constante): ∂f (x , y ) = x 2 + xy 2 ' = x 2 ' + xy 2 ' = 2 x + y 2 (x )' = 2 x + y 2 ∂x ( ) ( ) ( ) CI/14 FR14 7 FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Apoio às aulas MAT II 18-04-2016 Derivadas parciais Exemplo 3 - Determine as derivadas parciais da função , = ' 0 + ln / 0 + Usando as regras de derivação em ordem a , esta comporta-se como variável e como uma qualquer constante: ' ∂f (x , y ) = xe 2 y + ln x + xy 2 = (x )' e 2 y + ∂x y = e2 y + 1 y (x )' x y + y 2 = e2 y + 1 y x y + y2 = e2y + ( ) + (x ) y x ' y ' x y 2 = 1 y 1 + y2 = e2y + + y2 y x x FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL 18-04-2016 18-04-2016 2015/2016 CI/15 FR15 Derivadas parciais Continuação do Exercício 3 - Em ordem a y, esta comporta-se como variável e x como uma qualquer constante: ' ∂f (x , y ) = xe2 y + ln x + xy 2 = x(2 y )' e2 y + ∂y y ( x )' y −( y )' x = 2 xe + 2y y2 x y + 2 x y = 2 xe 2 y + ( ) + x(y ) = x ' y 2 ' x y −x y 1 + 2 xy = 2 x e 2 y − + 2 x y 2 y x y CI/16 FR16 8 FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Apoio às aulas MAT II 18-04-2016 Derivada da Função composta Considere-se a função , e sejam = 9 $ e = Ψ $ . Num ponto a, sejam ; = 9 e ; = Ψ . Então a derivada da função em ordem a $ num ponto é dada por ∂f (a ) = ∂f (x0 , y0 ) ∂x (a ) + ∂f (x0 , y0 ) ∂y (a ) ∂t ∂x ∂t ∂y ∂t Considere-se a função , e sejam = 9 <, $ e = Ψ <, $ . Num ponto , sejam ; = 9 , e ; = Ψ , . Então as derivadas parciais da função em ordem a < e < num ponto , são dadas por ∂f (a ,b) = ∂f (x0 , y0 ) ∂x (a ,b) + ∂f (x0 , y0 ) ∂y (a ,b) ∂r ∂r ∂x ∂r ∂y ∂f ∂f ∂x ∂f ∂y (a ,b) = (x0 , y0 ) (a ,b) + (x0 , y0 ) (a ,b) ∂t ∂x ∂t ∂y ∂t FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL 18-04-2016 18-04-2016 2015/2016 CI/17 FR17 Derivada da Função composta = Exemplo 1 - Seja , = + 2 e sejam = $ e = . Calcule 45 . 4= ∂f (x , y ) = 2 x + 2 y ; ∂f (x , y ) = 2 x; ∂x (t ) = 2t ; ∂y (t ) = 1 ; ∂x ∂y ∂t ∂t 2 ∂f ∂f ∂x ∂f ∂y (t ) = (x , y ) (t ) + (x , y ) (t ) = (2 x + 2 y )2t + 2 x ⋅ 1 = ∂t ∂x ∂t ∂y ∂t 2 = 4tx + 4ty + x = 4t ⋅ t 2 + 4t ⋅ ( 2t ) + t 2 = 4t 3 + 3t 2 CI/18 FR18 9 FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Apoio às aulas MAT II 18-04-2016 Derivada da Função composta Exemplo 2 - Seja , = + 2 e sejam = $' > e = ln $ + 3@. Calcule 45 4= e 45 . 4> ∂f (x , y ) = 2 x + 2 y; ∂f ( x, y ) = 2 x; ∂x ∂y ∂x ∂ y (t , w) = e 2w ; (t , w) = 1 ; ∂x (t , w) = 2te 2 w ; ∂y (t , w) = 3; ∂t ∂t ∂w t ∂w ∂f ∂f ∂x ∂f ∂y (t , w) = ( x, y ) (t , w) + (x , y ) (t , w) = ∂t ∂x ∂t ∂y ∂t 1 2x = (2 x + 2 y )e 2 w + 2 x ⋅ = 2 xe 2 w + 2 ye 2 w + = t t 2w 2te = 2te 2 we 2 w + 2(ln(t ) + 3w)e 2 w + = 2te 4 w + 2(ln(t ) + 3w)e 2 w + 2e 2 w t ∂f (t , w) = ∂f (x , y ) ∂x (t , w) + ∂f (x , y ) ∂y (t , w) = ∂w ∂x ∂w ∂y ∂w = (2 x + 2 y )2te 2 w + 2 x ⋅ 3 = 4 xte 2 w + 4 yte 2 w + 6 x = = 4t 2e 4 w + 4(ln(t ) + 3w)te 2 w + 6te 2 w FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL 18-04-2016 CI/19 FR19 Função Implícita Dada a equação do tipo Φ , , B = 0 onde a cada par de valores de e do domínio da equação corresponde um e um só valor de z, diz-se que a equação define de forma implícita a função B = , . Teorema da Função Implícita Seja D ⊂ ℝ × ℝ um aberto, , , " ∈ D ' : D ⟶ ℝ uma função tal que: 1. , , " = 0, 2. ∈ G (a função e respetivas derivadas de 1ª ordem são continuas) 3. 45 4H , , " ≠ 0. Então , , B = 0 define implicitamente a variável B como função das variáveis ' numa vizinhança do ponto (, , "). 4H (, ) 4/ 18-04-2016 2015/2016 KL KM = − KL KO (2,3,N) (2,3,N) KL e 4H (, ) 40 KP = − KL KO (2,3,N) (2,3,N) CI/20 FR20 10 FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Apoio às aulas MAT II 18-04-2016 Função Implícita Exemplo 1 Considere a função , , B = + ln 2 − B − B . Mostre que a equação φ , , B = 0 define implicitamente como função das variáveis e B, numa vizinhança do ponto R(−1, −1, 1) e calcule, para esse ponto, 40 4/ e 40 . 4H 1º Passo: Verificar que o ponto P pertence à curva φ , , B = 0 ϕ (− 1,−1,1) = −1 + ln(2 − 1) + 1 = 0 2º Passo – A função, assim como as suas 1ª derivadas são continuas (função polinomial e função logarítmica) logo a função é de classe G. xz ∂ϕ ∂ϕ 2 3º Passo: ∂y (− 1,−1,1) = 0(? ) → ∂y = x − 2 − xyz ∂ϕ (− 1,−1,1) = x 2 − xz (− 1,−1,1) = 1 − − 1 = 2 ≠ 0 ∂y 2 − xyz 2 −1 Então a função define implicitamente como função das variáveis e B, numa vizinhança do ponto R(−1, −1, 1) FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL 18-04-2016 18-04-2016 2015/2016 CI/21 FR21 Função Implícita Então: yz 3 ∂ϕ (− 1,−1,1) 2 xy − 2 − xyz − z (− 1,−1,1) 2 + 1 − 1 ∂y (− 1,1) = − ∂∂ϕx =− =− = −1 ∂x 2 2 (− 1,−1,1) ∂y xy ∂ϕ − − 3 xz 2 (− 1,−1,1) ( − 1,−1,1) 2 − xyz ∂y −1 + 3 (− 1,1) = − ∂∂ϕz =− =− = −1 ∂z 2 2 (− 1,−1,1) ∂y CI/22 FR22 11 FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Apoio às aulas MAT II 18-04-2016 Função Homogénea Uma função (, ) diz-se homogénea de grau ∝ se e só se ∀ , ∈ 5 , ∀ $ ∈ ℝ, ∀ $, $ ∈ 5 , ∃ ∝∈ ℝ ∶ $, $ = $ ∝ (, ) Exemplo 1- Mostre que a função , = / / W 0 W é homogénea e descubra o seu grau de homogeneidade. tx tx tx = 2 2 2 2 = 2 2 = 2 t x + t y t x + y2 (tx ) + (ty ) x = t −1 2 == t −1 f (x , y ) x + y2 f (tx ,ty ) = ( 2 ) Logo a função é homogénea de grau ∝ = −1. FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL 18-04-2016 CI/23 Função Homogénea Exemplo 2 – Relativamente à função do exemplo 1, verifique a seguinte igualdade (de Euler) X X , + , = ∝ , X X Onde é uma função homogénea de grau ∝ ' 2 2 ∂f (x , y ) = 2 x 2 = y2 − x2 2 ∂x x +y x +y ( ) ' ∂f (x , y ) = 2 x 2 = − 2 2 xy 2 ∂y x +y x +y ( x 18-04-2016 2015/2016 FR23 ) 2 ∂f ∂f y 2 − x2 2 xy +y =x −y 2 2 2 2 ∂x ∂y x +y x + y2 ( ) ( ) 2 = (− x )(x 2 + y 2 ) = − (x 2 +y ) 2 2 x = −1⋅ f (x , y ) x + y2 2 CI/24 FR24 12 FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Apoio às aulas MAT II 18-04-2016 Derivadas Parciais de Ordem Superior à 1ª Dada a função , se existirem 45 4/ , e 45 40 , num ponto ∈ e se estas admitirem derivada em ordem, respetivamente, a e a , num ponto , a essa derivada chama-se derivada de segunda ordem de em ordem a ou a respetivamente. Representam-se por X X Se 45 4/ X X ' admitir derivada em ordem a , num ponto ∈ D, a essa derivada chama-se derivada de segunda ordem de Z em ordem a [ e a \. De igual modo se define a derivada de segunda ordem de a em ordem a . X XX ' X XX] Estas últimas derivadas chamam-se derivadas cruzadas. FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL 18-04-2016 CI/25 FR25 Derivadas Parciais de Ordem Superior à 1ª Assim, as derivadas parciais de 2ª ordem da função f , são representadas por: ∂f ∂x f ( x , y ) ∂f ∂y ∂2 f ∂x 2 ∂2 f ∂ x ∂ y ∂2 f ∂y∂x 2 ∂ f 2 ∂ y }... O desenvolvimento anterior mostra que o número de derivadas parciais cresce exponencialmente em função da ordem, ou seja: • Derivadas parciais de 1ª ordem = 2; • Derivadas parciais de 2ª ordem = 4 = 2 ; • Derivadas parciais de 3ª ordem = 8 =2 ; etc. 18-04-2016 2015/2016 CI/26 FR26 13 FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Apoio às aulas MAT II 18-04-2016 Derivadas Parciais de Ordem Superior à 1ª Exemplo 1 - Determine as derivadas parciais de 2ª ordem da função , = + 2 + ' 0 ∂f (x, y ) = 2 x + 2 y + e2 y ∂x 2 2y f ( x , y ) = x + 2 xy + xe ∂f 2y ∂y ( x , y ) = 2 x + 2 xe ∂2 f (x , y ) = 2 ∂x 2 ∂2 f (x , y ) = 2 + 2e 2 y ∂x∂y ∂2 f (x , y ) = 2 + 2e 2 y ∂y∂x 2 ∂ f ( x , y ) = 4 xe 2 y 2 ∂y FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL 18-04-2016 18-04-2016 2015/2016 CI/27 FR27 Derivadas Parciais de Ordem Superior à 1ª Teorema de Schwartz Seja ∶ D ⊂ ℝ ⟶ ℝ e parciais 4W 5 4/40 45 45 , 4/ 40 e 4W 5 4/40 , um ponto interior a D. Se as derivadas estão definidas numa vizinhança do ponto , e se é contínua em , então 4W 5 404/ também está definida em , e X X a, b = (, ) XX XX CI/28 FR28 14 FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Apoio às aulas MAT II 18-04-2016 Derivadas Parciais de Ordem Superior à 1ª Dada a função , designa-se por Matriz Hessiana a matriz ∂2 f ∂2 f (x , y ) 2 (x , y ) ∂x ∂x∂y H = 2 2 ∂ f (x , y ) ∂ f (x , y ) ∂y∂x ∂y 2 Visto tratar-se de uma matriz quadrada, é possível falar no seu determinante, ` designado por Hessiano. Teorema Se a função , verifica o teorema de Schwartz, a matriz Hessiana é uma matriz simétrica. FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL 18-04-2016 CI/29 FR29 Extremos relativos Seja , : ⊂ ℝ ⟶ ℝ , e , i) um ponto interior a . , diz-se um máximo relativo de f se existir uma vizinhança b de a, b tal que , ≤ , . i) , diz-se um máximo absoluto de , se ∀ , ∈ ⇒ , ≤ , iii) , diz-se um mínimo relativo de , se existir uma vizinhança b de , tal que , ≥ , . iv) , diz-se um mínimo absoluto de , se ∀ , ∈ ⇒ , ≥ , 18-04-2016 2015/2016 CI/30 FR30 15 18-04-2016 FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Apoio às aulas MAT II Extremos relativos Sejam ∶ ⊂ ℝ ⟶ ℝ e , ∈ %$ (). Se 45 4/ , = 45 40 , = 0, diz-se que , é um ponto critico ou um ponto de estacionaridade de . Teorema Seja ∶ ⊂ ℝ ⟶ ℝ e suponhamos que tem um extremo relativo no ponto , pertencente ao interior de e que todas as derivadas parciais de existem no ponto (, ). Então , é um ponto crítico de . FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL 18-04-2016 FR31 Extremos relativos Teorema 18-04-2016 2015/2016 CI/31 Dada a função, , seja , ponto crítico da função e seja H matriz Hessiana associada. Então: i. Se 4W 5 4/ W , < 0 e ` , >0 então (, ) é um máximo relativo de . ii. Se 4W 5 4/ W , > 0 e ` , > 0 então , é um mínimo relativo de . iii. Se ` , < 0 então , é um ponto de sela de . iv. Se ` , = 0 nada se pode concluir sobre o ponto , . CI/32 FR32 16 18-04-2016 FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Apoio às aulas MAT II Extremos relativos Exemplo 1 - Determine e classifique os extremos relativos da função definida por , = 3 − − 0W . ∂f = 3 y − 3x 2 ∂x y 2 3 f ( x , y ) = 3xy − x − 2 ∂f ∂y = 3x − y ∂2 f = −6 x ∂x 2 ∂2 f =3 ∂x∂y ∂2 f =3 ∂y∂x 2 ∂ f = −1 2 ∂y Pontos críticos: ∂∂fx = 3 y − 3x 2 = 0 9 x − 3x 2 = 0 3x(3 − x ) = 0 x = 0 ∨ x = 3 ⇔ ⇔ ⇔ ∂f − ∂y = 3x − y = 0 y = 0 ∨ y = 9 y = 3x FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL 18-04-2016 CI/33 FR33 Extremos relativos Exemplo 1 – Continuação – Os pontos (0,0) e (3,9) são pontos críticos da função; Ponto 0, 0 − 6 x 3 0 3 H (0 ,0 ) = = = −9 < 0 3 − 1 (0 ,0 ) 3 − 1 O ponto 0, 0 é um ponto de sela. Ponto (3,9) H (3,9 ) = − 18 3 3 −1 =9 > 0∧ ∂2 f <0 ∂x 2 Logo 3, 9 = 13,5 é um máximo da função , . 18-04-2016 2015/2016 CI/34 FR34 17 18-04-2016 FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Apoio às aulas MAT II Extremos relativos Exemplo 2 - Seja a função definida por , = − − k − k . Verifique que a função tem extremos relativos e classifique-os. ∂f = 2(x − y ) − 4 x 3 ∂x 2 f (x , y ) = (x − y ) − x 4 − y 4 ∂f 3 ∂y = −2(x − y ) − 4 y ∂2 f 2 2 = 2 − 12 x ∂x ∂2 f = −2 ∂x∂y ∂2 f = −2 ∂y∂x 2 ∂ f = 2 − 12 y 2 2 ∂y Pontos críticos: ∂∂fx = 2( x − y ) − 4 x 3 = 0 − 4 y 3 − 4 x 3 = 0 x3 = − y3 ⇔ ⇔ ⇔ ∂f 3 − − ∂y = −2( x − y ) − 4 y = 0 x = −y x = −y x = −y ⇔ ⇔ ⇔ 3 2 − 2 2 x + 4 x = 0 x 1 − x = 0 x 0 x = 1 ∨ x = −1 = ∨ ( ) ( ) FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL 18-04-2016 CI/35 FR35 Extremos relativos Exemplo 2 – Continuação - Os pontos (1,–1), (–1,1) e (0,0) são pontos críticos da função. Ponto (1,–1) 2 − 12 x 2 H (1,−1) = −2 − 10 − 2 ∂2 f = = 96 > 0 e = −10 < 0 − 2 − 10 ∂x 2 2 − 12 y 2 (1,−1) −2 Logo 1, −1 = 2 é um máximo relativo da função . Ponto (–1,1): 2 − 12 x 2 H (−1,1) = −2 − 10 − 2 ∂2 f = = 96 > 0 e = −10 < 0 − 2 − 10 ∂x 2 2 − 12 y (−1,1) −2 2 Então −1, 1 = 2 é um máximo relativo da função . 18-04-2016 2015/2016 CI/36 FR36 18 FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Apoio às aulas MAT II 18-04-2016 Extremos relativos Exemplo 2 – Continuação Ponto (0,0): 2 − 12 x 2 H (0 ,0 ) = −2 2 −2 = =0 − 2 2 2 − 12 y (0 ,0 ) −2 2 Estudo direto - Efetuando o estudo por aproximação do ponto ao longo das retas y=0: (x y=x: (− x 2 ) − x 4 x → 0 + →0 4 ) − x 4 x → 0 − →0 Os limites direcionais têm sinais contrários logo existem valores maiores e menores que a função em torno do ponto (0,0); Assim, (0,0) é um ponto de sela da função. FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL 18-04-2016 CI/37 FR37 Extremos relativos Exemplo 3 - Seja l / a função definida pela seguinte expressão / 0 , = + + . Verifique que tem extremos relativos e classifique-os { } D f = ( x , y ) ∈ IR 2 : (x ≠ 0) ∧ ( y ≠ 0) ∂f 8 1 =− 2 + x y ∂x 8 x f (x , y ) = + + y x y x ∂f ∂y = − y 2 + 1 ∂ 2 f 16 = ∂x 2 x 3 ∂2 f 1 =− 2 ∂x∂y y ∂2 f 1 =− 2 ∂y∂x y 2 ∂ f = 2x ∂y 2 y 3 ∂∂fx = − 82 + 1y = 0 y = x 2 − − x 8 ⇔ 2 ⇔ x2 2 ⇔ 4 ⇔ ∂f x ∂y = − y 2 + 1 = 0 x − 64 x = 0 8 −x=0 y − x = 0 y=2 − ⇔ 3 ⇔ x = 0 ( ∉ Df ) ∨ x = 4 x x − 64 = 0 ( ) ( 18-04-2016 2015/2016 ) CI/38 FR38 19 18-04-2016 FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL Apoio às aulas MAT II Extremos relativos Exemplo 3 – Continuação Como x = 0 não pertence ao domínio, o ponto (4,2) é o único ponto crítico da função. 163 H (4 ,2 ) = x 1 − y 2 1 − y12 = 41 2x (4 ,2 ) − 4 y3 − 14 1 = 3 ∂2 f 1 >0 e = >0 16 ∂x 2 4 Logo 4, 2 = 6 é um mínimo relativo da função , . FUNÇÕES DE MAIS DE UMA VARIÁVEL REAL 18-04-2016 FR39 Bibliografia 1. Ana Sá, Bento Louro. 2010. Cálculo Diferencial em ℝ −Uma introdução. Departamento de Matemática. FCT/UNL . 2. Larson, Hostetler, Edwards. 2006. Cálculo. Volume 2. Oitava Edição. McGraw- Hill. 18-04-2016 2015/2016 CI/39 CI/40 FR40 20