IDADE CONTEMPORÂNEA: PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL CONTEÚDOS A paz armada e a Política das Alianças A Guerra (1914-1918) Os Tratados de Paz AMPLIANDO SEUS CONHECIMENTOS Durante o século 19, os países imperialistas da Europa invadiram e criaram países (Conferência de Berlim) e impuseram governos à África e Ásia, com o claro objetivo de obter riquezas naturais (ouro, pedras preciosas, marfim, etc) que enriqueciam as metrópoles, e matérias primas para abastecer as suas indústrias. Ao mesmo tempo, essas potências lucravam ao explorar a mão de obra barata desses africanos e asiáticos, que aos poucos foram transformando-se em novos mercados consumidores dos produtos europeus. O grande problema, é que nem todos os países industrializados da Europa, como a Itália e a Alemanha, conseguiram estabelecer essas colônias na África e Ásia. Desse modo, surgiram sérios conflitos de disputas de colônias entre essas nações europeias, que tiveram um processo de unificação tardio, e demais potências imperialistas. Esse fato desencadeou uma grande rivalidade entre os países da Europa, que reforçado por exaltados discursos ultranacionalistas, levou o mundo a Primeira Guerra Mundial. Saiba mais: O período conhecido como a Belle Époque (1870-1914) ganhou fama devido ao grande progresso econômico, tecnológico e artístico vivido por países como França e Inglaterra. Desse modo, com o estourar da Primeira Guerra Mundial, as pessoas que estavam acostumadas a um mundo de luxo e glamour, se viram obrigadas a encarar o contraste entre a civilidade e os horrores que essa guerra impunha. A paz armada e a Política das Alianças Antes de estourar a Primeira Guerra Mundial, os países da Europa enfrentaram-se em alguns conflitos, ora disputando a posse de territórios, ora buscando unificar alguns povos para constituírem novos países. Nos dois casos, havia uma forte disputa de poder entre as grandes potências, que aumentavam paulatinamente o seu potencial bélico, sob o pretexto de que esse arsenal intimidaria os demais e, com isso, garantiria a paz. Nesse contexto, pode-se destacar alguns importantes conflitos que antecederam a Primeira Guerra Mundial, como a: Questão Marroquina (1905-1906) - conflito gerado quando a Alemanha invade o território de Marrocos, que era um domínio da França. Essa guerra, reforça a política de aliança, entre Itália, Alemanha e Império Austro-Húngaro (Tríplice Aliança), enquanto que Inglaterra e França alinham-se como aliadas. Questão da Tripolitânia (1911-1912) - conflito gerado quando a Itália invade o território da Líbia, que era um domínio do Império Turco-Otomano. Nessa guerra, a Itália não pode contar com o apoio da Alemanha e do Império Austro-Húngaro que não pretendiam romper com o Império Turco-Otomano. Esse fato foi um dos motivos que levou ao rompimento da Itália, em 1913, com os países da Tríplice Aliança, mantendo-se neutra no início da Primeira Guerra Mundial. Questão Balcânica (1912-1914) - conflito gerado quando a Sérvia pretende unir os vários povos eslavos (bosnianos, búlgaros, croatas, eslovenos, macedônicos, montenegrinos e sérvios) para formar um grande país que seria chamado de a Grande Sérvia (Iugoslávia), livrando-se definitivamente da influência do Império Turco-Otomano. Nessa guerra, a Alemanha e o Império Austro-Húngaro se opunham a essa unificação, enquanto que o Império Russo, respaldado pela Inglaterra e França (Tríplice Entente), apoiava a Sérvia. Figura 1 - Política das Alianças Fonte: Fundação Bradesco Desse modo, os blocos de alianças estavam montados e a Primeira Guerra Mundial só precisava de um pretexto para explodir. Esse estopim, veio em meio a essa turbulência dos conflitos no Leste Europeu. No momento que o herdeiro do Império Austro-Húngaro (Ferdinando II) visita a cidade de Sarajevo, buscando com isso aumentar a influência do seu governo sobre essa região, um estudante Bósnio aproveita a oportunidade para assassiná-lo. Em consequência, o Império Austro-Húngaro invade a Sérvia iniciando a Primeira Guerra Mundial. A Guerra (1914-1918) No momento em que o Império Austro-Húngaro invade a Servia, em represália ao assassinato de Ferdinando II, o Império Russo com o apoio dos demais países da Tríplice Entente, declara guerra aos países da Tríplice Aliança. Como a Alemanha, Império Austro-Húngaro e Império Turco-Otomano, estão geograficamente no meio do conflito (e, por isso eram conhecidos como as potências centrais), eles precisam dividir seus exércitos em duas frentes de batalha. Isto é, precisavam manter uma parte de seus agrupamentos militares no Ocidente, para combater os exércitos inglês e francês, e outra parte no Oriente, para combater o exército russo. Figura 2 - A Europa as vésperas da Primeira Guerra Mundial Fonte: Fundação Bradesco Em um primeiro momento, os exércitos (cada um do seu lado) deslocavam-se tentando impedir o avanço territorial do grupo inimigo. As estratégias também focavam em evitar o encurralamento, controlar as nascentes de rios para impedir que os inimigos envenenassem a água que iria abastecer o exército e manter o acesso livre das tropas as áreas fornecedoras de armas e alimentos. Desse modo, os estrategistas tinham que levar em conta as questões militares de ataque e defesa, mas também a logística que garantiria a sobrevivência das suas tropas. Por esse motivo, essa primeira fase do conflito recebeu o nome de “guerra de movimentos”. Figura 3 – Soldados com suas armas Fonte: Wikimedia Commons O efeito cascata das alianças que se estabeleceu durante a Primeira Guerra Mundial, fez com que novos países se envolvessem no conflito, como foi o caso de Portugal, que se aliou a Inglaterra devido à presença alemã no Atlântico, da Bélgica, que se aliou a França depois da invasão alemã e a Itália que até então estava neutra, mas que decide em 1915 entrar na guerra ao lado da Tríplice Entente, lutando contra seus antigos aliados. Apesar dessa guerra ser essencialmente europeia, algumas das colônias das grandes potências envolvidas no conflito acabaram tornando-se campos de batalha paralelos ao grande conflito estabelecido na Europa. Curiosidade: Uma vez que os homens que estavam aptos ao trabalho, foram recrutados para lutar na guerra, para manter as fábricas da Europa funcionando, sobretudo aquelas que dedicavam-se a produção de armas e equipamentos bélicos, foi fundamental explorar a mão de obra feminina. Figura 4 - Trabalho Feminino nas fábricas de Armamentos Fonte: Wikimedia commons Desse modo, pode-se dizer que a atuação das mulheres que ficaram em suas cidades, foi tão importante quanto, a dos homens que foram para os campos de batalha, uma vez que, foi a força do trabalho feminino que sustentou a Primeira Guerra Mundial. Na medida que a guerra avançava, a força militar de cada um dos lados, parecia se equilibrar, não havendo com isso, mais espaço para a movimentação das tropas. Assim, nesse segundo momento, os grupos militares de ambos os lados, começam a construir trincheiras para defender suas posições e dificultar o avanço do inimigo durante os ataques. Como os conflitos praticamente estacionaram em suas posições e as novas estratégias militares visavam formas de destruir as trincheiras inimigas, essa segunda fase recebeu o nome de “guerra de trincheiras”. Durante os anos que a guerra se desenrolava, a tecnologia de guerra avançou bastante. O uso de bombas com gases tóxicos, de canhões de grande porte, de tanques, de submarinos e de aviões e dirigíveis que sobrevoavam as áreas de conflito, transformaram o modo de combater nos campos de batalha. Além disso, a fome e as doenças passaram a ser um novo inimigo que os soldados tinham de enfrentar dentro das trincheiras. Figura 5 - Soldados em uma trincheira Fonte: Wikimedia Commons Essa equivalência no poder de fogo e a pouca movimentação das tropas que não conseguiam avançar, fez com que a guerra parecesse interminável. Com isso, surgiram uma série de movimentos pacifistas pelo mundo, reivindicando o fim dos conflitos. Saiba mais: A população russa há séculos vivia insatisfeita com a sua situação de miséria e com o autoritarismo do governo czarista e seus pesados impostos. Durante a Primeira Guerra Mundial, a recessão e a escassez no Império Russo agravaram-se profundamente. A retirada dos homens e dos filhos mais velhos do trabalho para serem enviados aos campos de batalha, deixou muitas famílias completamente desamparadas. Desse modo, a população revoltou-se em uma grande revolução que conseguiu tomar o poder e derrubar o governo czarista, mesmo com parte dessa população ainda envolvida nas batalhas da Primeira Guerra Mundial. Em 1917, em consequência da Revolução Russa, o governo Lenin decide assinar um acordo de paz (Tratado de Brest-Litovski) com os países da Tríplice Aliança e retirar a Rússia da Primeira Guerra Mundial. A saída da Rússia desequilibrou o conflito, uma vez que as Potências Centrais não precisavam mais lutar com seus exércitos divididos entre o oriente e o ocidente. Esse fato, fez com que os países da Tríplice Aliança se fortalecessem no conflito e começassem a atacar também alguns navios mercantes dos Estados Unidos. Os Estados Unidos que haviam declararam-se neutros, e aproveitaram do conflito para vender armas, produtos industrializados, medicamentos e alimentos para todos os países envolvidos na guerra. Desse modo, seus lucros aumentaram consideravelmente, principalmente porque as antigas potências industriais, que poderiam concorrer com eles, estavam envolvidas com as batalhas da Primeira Guerra Mundial que destruíram seus principais polos industriais. Com o avançar do conflito, os Estados Unidos passaram a se preocupar com uma possível derrota da Tríplice Entente, o que acarretaria no não pagamento das dívidas que esses países contrariam durante a guerra. Desse modo, em 1917, os norte-americanos decidiram declarar guerra contra os países da Tríplice Aliança. Porém, foi só com os efeitos da saída da Rússia e com avanço do exército alemão, que os Estados Unidos decidiram em 1918, que era necessário entrar efetivamente na guerra, enviando tropas para a Europa. Figura 6 - Campanha dos escoteiros apoiando os soldados norte-americanos Fonte: Wikimedia Commons Com os seus soldados sadios e descansados, e um poder de fogo bastante devastador, os Estados Unidos impuseram um novo ritmo a essa guerra que já se estendia por quatro anos. Após sucessivas vitórias norte-americanas, os países da Tríplice Aliança acabaram rendendo-se e aceitando a sua derrota nessa grande guerra. Com o fim da guerra, as potências capitalistas do Velho Mundo estavam destruídas, mas o território dos Estados Unidos estava preservado, uma vez que suas tropas foram lutar em território europeu. Isso fez com que os norte-americanos ocupassem o posto de país mais rico, poderoso e influente do mundo pós guerra. Saiba mais: A entrada dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial, motivou alguns países latino-americanos a entrarem nesse conflito ao lado da Tríplice Entente. No caso do Brasil, por exemplo, essa participação se deu durante a República do Café com Leite no governo de Wenceslau Brás. Sem um grande exército e com um armamento pouco tecnológico, o Brasil pouco contribuiu na decisão dos conflitos mais importantes dessa guerra. A atuação dos brasileiros ficou mais centrada no apoio médico, no fornecimento de alimentos e navios de guerra que tinham a responsabilidade de impedir que os submarinos alemães ultrapassassem o Estreito de Gibraltar e atingissem as águas do Oceano Atlântico. Porém, o maior inimigo que esses marinheiros enfrentaram foi a epidemia de “Gripe Espanhola”, que matou muitos dos combatentes brasileiros. Figura 7 - Cruzador Bahia (navio de guerra brasileiro) Fonte: Wikimedia Commons Os Tratados de Paz Nos momentos finais da Primeira Guerra Mundial, o presidente dos Estados Unidos, propõe um acordo de paz (sem vencedores ou derrotados) denominado “Os 14 Pontos de Wilson”. Porém, os países da Tríplice Entente não concordaram com os termos presentes nesse acordo e o recusaram. Desse modo, para efetivar a paz, foi proposto o “Tratado de Versalhes” que responsabilizava os recém derrotados países da Tríplice Aliança, como os responsáveis pela guerra, impondo a eles uma série de sanções, multas e indenizações. Pelo Tratado de Versalhes, os Impérios Austro-Húngaro e Turco-Otomano são fragmentados e perdem boa parte de suas áreas. A Alemanha transforma-se em uma república, sofre uma redução no seu território e perde suas colônias. Todos esses países ficam proibidos de produzir armas e organizar exércitos. Além disso tudo, eles ainda pagariam anualmente aos vencedores indenizações de guerra. Porém, todas essas restrições impostas as nações derrotadas na guerra, irão contribuir para o nascimento de um espírito revanchista, sobretudo na Alemanha pós-guerra. Figura 8 - Palácio da Liga das Nações em Genebra na Suíça Fonte: Wikimedia Commons Para garantir a paz mundial e evitar com que novas guerras surgissem, foi criada a “Liga das Nações”. Esse órgão internacional, composto pelas grandes potências vitoriosas da época (exceto a Rússia), era uma das propostas dos 14 Pontos de Wilson para impedir com que novos conflitos levassem o mundo a uma outra grande guerra. Um dado curioso é que os Estados Unidos, por fim, não aderiram a esse órgão. Anos mais tarde, infelizmente, a Liga das Nações e a diplomacia entre as grandes potências, não foram capazes de impedir, que estourasse a Segunda Guerra Mundial. ATIVIDADES 1. (ENEM-2014) Três décadas - de 1884 a 1914 - separam o século 19 - que terminou com a corrida dos países europeus para a África e com o surgimento dos movimentos de unificação nacional na Europa - do século 20, que começou com a Primeira Guerra Mundial. É o período do Imperialismo, da quietude estagnante na Europa e dos acontecimentos empolgantes na Ásia e na África. ARENDT, H. As origens do totalitarismo. São Paulo: Cia. das Letras, 2012. O processo histórico citado contribuiu para a eclosão da Primeira Grande Guerra na medida em que a) difundiu as teorias socialistas. b) acirrou as disputas territoriais. c) superou as crises econômicas. d) multiplicou os conflitos religiosos. e) conteve os sentimentos xenófobos. 2. Observe o esquema a seguir: Tríplice Entente Tríplice Aliança Explique por que os países da Tríplice Aliança tiveram que lutar com os exércitos divididos em dois grupos durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). 3. Leia a seguir, o epitáfio deixado por um combatente da Primeira Guerra Mundial: "Se alguém perguntar por que morremos, diga-lhe, porque nossos pais mentiram" SEVCENKO, Nicolau. Orfeu extático na Metrópole. São Paulo: Cia das letras, 1998. Nos campos de batalha, a fome, as doenças e a miséria caminhavam juntas com a violência e a morte promovida diariamente pelos combates da Guerra de Trincheiras. Desse modo, os soldados, recrutados para lutar em nome de sua pátria, sofriam os horrores dessa guerra que defendia prioritariamente os interesses econômicos das grandes potências imperialistas. Em síntese, quem sacrificava a vida nesse sangrento conflito, praticamente não tinha nada a ganhar com a vitória de um ou outro grupo. Nesse momento em que a Primeira Guerra Mundial parecia interminável, uma mudança de cenário, gerou importantes consequências para o desenrolar desse conflito. Trata-se da a) saída do Império Russo da Tríplice Entente e a entrada efetiva de tropas norteamericanas nos combates contra a Tríplice Aliança. b) neutralidade da Itália que inicialmente não se envolveu no conflito, mas depois entrou ao lado dos seus antigos aliados da Tríplice Aliança. c) a equiparação de forças entre o Império Russo e os Estados Unidos, que lutaram desde o início dessa guerra em lados opostos. d) aceitação de todos os países envolvidos do acordo pacifista proposto pelas potências centrais para encerrar a guerra sem perdedores. e) entrada maciça de tropas brasileiras que conseguiram desestabilizar os exércitos da Tríplice Aliança e garantiram o fim da guerra. 4. Observe a imagem a seguir: Fonte: Fundação Bradesco Explique por que a charge ironiza a proposta norte-americana de criar um órgão capaz de garantir a paz mundial. LEITURA COMPLEMENTAR Unificações da Itália e Alemanha Unificação italiana A península Itálica era uma região dividida em várias unidades políticas independentes entre si. Com as decisões do Congresso de Viena, passou a ser dominada por austríacos e franceses, bem como pela Igreja Católica. O desenvolvimento industrial levou ao crescimento das cidades e à intensificação do comércio. Para dar continuidade ao processo de crescimento e expansão de suas atividades no exterior, a burguesia local desejava a unificação de toda a região. O rei do Piemonte-Sardenha, Carlos Alberto, liderou a primeira tentativa de unificação em 1848, declarando guerra contra a Áustria. Esta declaração, baseada nos ideais liberais e nacionalistas, incentivou rebeliões em vários estados na península, mas todas foram sufocadas pelas tropas austríacas e pela intervenção francesa. Com a derrota, Carlos Alberto abdicou ao trono em favor de seu filho Vitor Emanuel II. Mas o ideal de unificação se manteve vivo pelos nacionalistas. Somente o reino do Piemonte-Sardenha possuía uma constituição liberal. A burguesia incentivou o movimento a favor da unificação da Itália, liderado pelo primeiroministro Camillo Benso, conde de Cavour, e por manifestantes políticos como Giuseppe Mazzini, fundador do movimento Jovem Itália, que visava à criação de uma república italiana. Cavour deu início, apoiado pela França, à guerra contra a dominação austríaca em 1859, conseguindo importantes vitórias. Enquanto isso, no sul da península, Giuseppe Garibaldi formou um exército de voluntários, conhecido como camisas vermelhas, e avançou pelo território. Ao final de 1860, a unificação estava praticamente concluída. Vitor Emanuel II foi proclamado rei da Itália. Somente Veneza e Roma resistiram por algum tempo, sendo a primeira anexada em 1866 e a segunda, em 1870. Questão Romana O Papa Pio IX e a Igreja Católica, não aceitaram a perda de seus territórios. Mesmo com Roma anexada, o papa permaneceu no palácio do Vaticano, considerando-se um prisioneiro. Essa questão resolveu-se apenas em 1929 com a assinatura do Tratado de Latrão, entre o papa Pio IX e o Estado italiano. Esse tratado determinou a criação do pequeno Estado do Vaticano, com área de 0,44 Km², sob o governo da Igreja Católica. Unificação alemã A Alemanha era um conjunto de 39 Estados independentes entre si e diversificados. Desde 1815, pelas determinações do Congresso de Viena, esses Estados estavam reunidos na Confederação Germânica, liderada pela Prússia e pela Áustria. Em 1834, sob a influência de grupos de industriais, sobretudo da Prússia, estabeleceu-se o Zollverein, uma união aduaneira (uma forma de integração econômica) com o objetivo de eliminar os impostos alfandegários entre os integrantes da Confederação Germânica. Até 1823, quase todos os Estados alemães haviam aderido ao Zollverein, exceto a Áustria. Além de integrar a Confederação Germânica, o Zollverein contribuiu para impulsionar o desenvolvimento econômico alemão. Bismarck e Unificação Em vários Estados da Confederação Germânica, cresciam as ideias nacionalistas, elaboradas por intelectuais que desejavam a união étnica e cultural dos povos germânicos sob a tutela de um só Estado. A primeira tentativa, empreendida pela Prússia em 1850, fracassou devido à interferência da Áustria. Em 1862, no entanto, o rei prussiano Guilherme I nomeou como seu primeiro ministro Otto von Bismarck, conhecido como o Chanceler de Ferro, e a Prússia passou a liderar firmemente o processo de unificação, investindo em força bélica. Bismarck acreditava que a unificação da Alemanha não se concretizaria sem o uso da força militar. Assim, usando de diplomacia, mas também de muita determinação, organizou um poderoso exército e liderou a Prússia em guerras contra a Dinamarca, Áustria e França. Ao final dessas guerras, em 1871, Guilherme I foi proclamado imperador da Alemanha. Unificada a Alemanha, o processo de industrialização do país acelerou-se, tornando-o uma das economias mais fortes do mundo. Esse crescimento industrial, econômico e militar, por sua vez, exigiu a ampliação dos mercados consumidores para seus produtos, levando a Alemanha a disputar regiões coloniais antes dominadas por Inglaterra e França. MARTINS, Ulisses. Unificação italiana e unificação Alemã. Globo.com/Educação. Disponível em: <http://educacao.globo.com/historia/assunto/liberalismo-no-ocidente/ unificacao-alema-e-unificacao-italiana.html>. Acesso em: 26 ago. 2016. 16h30min. REFERÊNCIAS BRENER, Jayme. A Primeira Guerra Mundial. São Paulo: Ática, 2008. HOBSBAWN, Eric. A era dos extremos: o breve século XX (1914-1991). São Paulo: Cia. das Letras, 1995. INEP. Prova Amarela do Primeiro dia do ENEM de 2014. 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Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:The_Girl_Behind_the_Gun_1915.jpg>. Acesso em: 23 ago. 2016. 10h. GABARITO 1. Alternativa B Comentário: O texto da questão retoma as questões do imperialismo na África e Ásia e das questões nacionalistas que promoveram as unificações de nações como a Itália e Alemanha. Desse modo, ele aponta para o seu leitor que uma das causas que levaram ao início da Primeira Guerra Mundial foi a disputa territorial entre as grandes potências da Europa. 2. Comentário: Os países da Tríplice Aliança, também conhecidos como as Potências Centrais, receberam esse codinome por estarem geograficamente localizados no meio das áreas de conflito, ou seja, esses países eram cercados pelos países da Tríplice Entente. Desse modo, a estratégia de guerra deles era dividir suas tropas em dois fronts de batalha, isto é, uma parte lutaria no ocidente contra a Inglaterra e a França, e outra parte lutaria no oriente contra o Império Russo. Para visualizar melhor, retome a “Figura 2” desse Tema de Estudo, que apresenta um mapa com os países envolvidos no início da Primeira Guerra Mundial. 3. Alternativa A. Comentário: Em 1917, em consequência da Revolução Russa, o governo Lenin decide assinar um acordo de paz (Tratado de Brest-Litovski) com os países da Tríplice Aliança e retirar a Rússia da Primeira Guerra Mundial. A saída da Rússia desequilibrou o conflito, uma vez que as Potências Centrais não precisavam mais lutar com seus exércitos divididos entre o oriente e o ocidente. Mesmo os norte-americanos declarando guerra em 1917 aos países da Tríplice Aliança, foi só com os efeitos da saída da Rússia e com avanço do exército alemão, os Estados Unidos decidiram em 1918, que era necessário entrar efetivamente na guerra, enviando tropas para a Europa. Com os seus soldados sadios e descansados e um poder de fogo bastante devastador, os Estados Unidos impuseram um novo ritmo a essa guerra que já se estendia por quatro anos. Após sucessivas vitórias norteamericanas, os países da Tríplice Aliança acabaram rendendo-se e aceitando a sua derrota nessa grande guerra. 4. Comentário: Para efetivar a paz na Europa, o presidente dos Estados Unidos propôs para os países envolvidos na guerra um acordo de paz chamado de os 14 Pontos de Wilson. Apesar de não ter sido aceito, uma vez que esses países redigiram um novo acordo denominado Tratado de Versalhes, os membros da Tríplice Entente resolveram aproveitar um dos pontos propostos pelos Estados Unidos que era criar um órgão internacional que ficasse responsável por garantir a paz mundial. Porém, apesar da proposta ter partido dos Estados Unidos, esse país acabou não se integrando a esse órgão que ficou conhecido como Liga das Nações.