Tema 30_Idade Contemporânea_Primeira Guerra Mundial

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IDADE CONTEMPORÂNEA: PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
CONTEÚDOS

A paz armada e a Política das Alianças

A Guerra (1914-1918)

Os Tratados de Paz
AMPLIANDO SEUS CONHECIMENTOS
Durante o século 19, os países imperialistas da Europa invadiram e criaram países
(Conferência de Berlim) e impuseram governos à África e Ásia, com o claro objetivo de
obter riquezas naturais (ouro, pedras preciosas, marfim, etc) que enriqueciam as
metrópoles, e matérias primas para abastecer as suas indústrias. Ao mesmo tempo, essas
potências lucravam ao explorar a mão de obra barata desses africanos e asiáticos, que aos
poucos foram transformando-se em novos mercados consumidores dos produtos europeus.
O grande problema, é que nem todos os países industrializados da Europa, como a
Itália e a Alemanha, conseguiram estabelecer essas colônias na África e Ásia. Desse modo,
surgiram sérios conflitos de disputas de colônias entre essas nações europeias, que tiveram
um processo de unificação tardio, e demais potências imperialistas. Esse fato desencadeou
uma grande rivalidade entre os países da Europa, que reforçado por exaltados discursos
ultranacionalistas, levou o mundo a Primeira Guerra Mundial.
Saiba mais: O período conhecido como a Belle Époque (1870-1914) ganhou fama devido
ao grande progresso econômico, tecnológico e artístico vivido por países como França e
Inglaterra. Desse modo, com o estourar da Primeira Guerra Mundial, as pessoas que
estavam acostumadas a um mundo de luxo e glamour, se viram obrigadas a encarar o
contraste entre a civilidade e os horrores que essa guerra impunha.
A paz armada e a Política das Alianças
Antes de estourar a Primeira Guerra Mundial, os países da Europa enfrentaram-se
em alguns conflitos, ora disputando a posse de territórios, ora buscando unificar alguns
povos para constituírem novos países. Nos dois casos, havia uma forte disputa de poder
entre as grandes potências, que aumentavam paulatinamente o seu potencial bélico, sob o
pretexto de que esse arsenal intimidaria os demais e, com isso, garantiria a paz.
Nesse contexto, pode-se destacar alguns importantes conflitos que antecederam a
Primeira Guerra Mundial, como a:
 Questão Marroquina (1905-1906) - conflito gerado quando a Alemanha invade o território
de Marrocos, que era um domínio da França. Essa guerra, reforça a política de aliança,
entre Itália, Alemanha e Império Austro-Húngaro (Tríplice Aliança), enquanto que
Inglaterra e França alinham-se como aliadas.
 Questão da Tripolitânia (1911-1912) - conflito gerado quando a Itália invade o território
da Líbia, que era um domínio do Império Turco-Otomano. Nessa guerra, a Itália não
pode contar com o apoio da Alemanha e do Império Austro-Húngaro que não pretendiam
romper com o Império Turco-Otomano. Esse fato foi um dos motivos que levou ao
rompimento da Itália, em 1913, com os países da Tríplice Aliança, mantendo-se neutra
no início da Primeira Guerra Mundial.
 Questão Balcânica (1912-1914) - conflito gerado quando a Sérvia pretende unir os vários
povos eslavos (bosnianos, búlgaros, croatas, eslovenos, macedônicos, montenegrinos
e sérvios) para formar um grande país que seria chamado de a Grande Sérvia
(Iugoslávia), livrando-se definitivamente da influência do Império Turco-Otomano. Nessa
guerra, a Alemanha e o Império Austro-Húngaro se opunham a essa unificação,
enquanto que o Império Russo, respaldado pela Inglaterra e França (Tríplice Entente),
apoiava a Sérvia.
Figura 1 - Política das Alianças
Fonte: Fundação Bradesco
Desse modo, os blocos de alianças estavam montados e a Primeira Guerra Mundial
só precisava de um pretexto para explodir. Esse estopim, veio em meio a essa turbulência
dos conflitos no Leste Europeu. No momento que o herdeiro do Império Austro-Húngaro
(Ferdinando II) visita a cidade de Sarajevo, buscando com isso aumentar a influência do
seu governo sobre essa região, um estudante Bósnio aproveita a oportunidade para
assassiná-lo. Em consequência, o Império Austro-Húngaro invade a Sérvia iniciando a
Primeira Guerra Mundial.
A Guerra (1914-1918)
No momento em que o Império Austro-Húngaro invade a Servia, em represália ao
assassinato de Ferdinando II, o Império Russo com o apoio dos demais países da Tríplice
Entente, declara guerra aos países da Tríplice Aliança.
Como a Alemanha, Império Austro-Húngaro e Império Turco-Otomano, estão
geograficamente no meio do conflito (e, por isso eram conhecidos como as potências
centrais), eles precisam dividir seus exércitos em duas frentes de batalha. Isto é,
precisavam manter uma parte de seus agrupamentos militares no Ocidente, para combater
os exércitos inglês e francês, e outra parte no Oriente, para combater o exército russo.
Figura 2 - A Europa as vésperas da Primeira Guerra Mundial
Fonte: Fundação Bradesco
Em um primeiro momento, os exércitos (cada um do seu lado) deslocavam-se
tentando impedir o avanço territorial do grupo inimigo. As estratégias também focavam em
evitar o encurralamento, controlar as nascentes de rios para impedir que os inimigos
envenenassem a água que iria abastecer o exército e manter o acesso livre das tropas as
áreas fornecedoras de armas e alimentos.
Desse modo, os estrategistas tinham que levar em conta as questões militares de
ataque e defesa, mas também a logística que garantiria a sobrevivência das suas tropas.
Por esse motivo, essa primeira fase do conflito recebeu o nome de “guerra de movimentos”.
Figura 3 – Soldados com suas armas
Fonte: Wikimedia Commons
O efeito cascata das alianças que se estabeleceu durante a Primeira Guerra
Mundial, fez com que novos países se envolvessem no conflito, como foi o caso de Portugal,
que se aliou a Inglaterra devido à presença alemã no Atlântico, da Bélgica, que se aliou a
França depois da invasão alemã e a Itália que até então estava neutra, mas que decide em
1915 entrar na guerra ao lado da Tríplice Entente, lutando contra seus antigos aliados.
Apesar dessa guerra ser essencialmente europeia, algumas das colônias das
grandes potências envolvidas no conflito acabaram tornando-se campos de batalha
paralelos ao grande conflito estabelecido na Europa.
Curiosidade: Uma vez que os homens que estavam aptos ao trabalho, foram recrutados
para lutar na guerra, para manter as fábricas da Europa funcionando, sobretudo aquelas
que dedicavam-se a produção de armas e equipamentos bélicos, foi fundamental
explorar a mão de obra feminina.
Figura 4 - Trabalho Feminino nas fábricas de Armamentos
Fonte: Wikimedia commons
Desse modo, pode-se dizer que a atuação das mulheres que ficaram em suas
cidades, foi tão importante quanto, a dos homens que foram para os campos de batalha,
uma vez que, foi a força do trabalho feminino que sustentou a Primeira Guerra Mundial.
Na medida que a guerra avançava, a força militar de cada um dos lados, parecia se
equilibrar, não havendo com isso, mais espaço para a movimentação das tropas. Assim,
nesse segundo momento, os grupos militares de ambos os lados, começam a construir
trincheiras para defender suas posições e dificultar o avanço do inimigo durante os ataques.
Como os conflitos praticamente estacionaram em suas posições e as novas
estratégias militares visavam formas de destruir as trincheiras inimigas, essa segunda fase
recebeu o nome de “guerra de trincheiras”.
Durante os anos que a guerra se desenrolava, a tecnologia de guerra avançou
bastante. O uso de bombas com gases tóxicos, de canhões de grande porte, de tanques,
de submarinos e de aviões e dirigíveis que sobrevoavam as áreas de conflito,
transformaram o modo de combater nos campos de batalha. Além disso, a fome e as
doenças passaram a ser um novo inimigo que os soldados tinham de enfrentar dentro das
trincheiras.
Figura 5 - Soldados em uma trincheira
Fonte: Wikimedia Commons
Essa equivalência no poder de fogo e a pouca movimentação das tropas que não
conseguiam avançar, fez com que a guerra parecesse interminável. Com isso, surgiram
uma série de movimentos pacifistas pelo mundo, reivindicando o fim dos conflitos.
Saiba mais: A população russa há séculos vivia insatisfeita com a sua situação de miséria
e com o autoritarismo do governo czarista e seus pesados impostos. Durante a Primeira
Guerra Mundial, a recessão e a escassez no Império Russo agravaram-se
profundamente. A retirada dos homens e dos filhos mais velhos do trabalho para serem
enviados aos campos de batalha, deixou muitas famílias completamente desamparadas.
Desse modo, a população revoltou-se em uma grande revolução que conseguiu
tomar o poder e derrubar o governo czarista, mesmo com parte dessa população ainda
envolvida nas batalhas da Primeira Guerra Mundial.
Em 1917, em consequência da Revolução Russa, o governo Lenin decide assinar
um acordo de paz (Tratado de Brest-Litovski) com os países da Tríplice Aliança e retirar a
Rússia da Primeira Guerra Mundial. A saída da Rússia desequilibrou o conflito, uma vez
que as Potências Centrais não precisavam mais lutar com seus exércitos divididos entre o
oriente e o ocidente. Esse fato, fez com que os países da Tríplice Aliança se fortalecessem
no conflito e começassem a atacar também alguns navios mercantes dos Estados Unidos.
Os Estados Unidos que haviam declararam-se neutros, e aproveitaram do conflito
para vender armas, produtos industrializados, medicamentos e alimentos para todos os
países envolvidos na guerra. Desse modo, seus lucros aumentaram consideravelmente,
principalmente porque as antigas potências industriais, que poderiam concorrer com eles,
estavam envolvidas com as batalhas da Primeira Guerra Mundial que destruíram seus
principais polos industriais.
Com o avançar do conflito, os Estados Unidos passaram a se preocupar com uma
possível derrota da Tríplice Entente, o que acarretaria no não pagamento das dívidas que
esses países contrariam durante a guerra. Desse modo, em 1917, os norte-americanos
decidiram declarar guerra contra os países da Tríplice Aliança. Porém, foi só com os efeitos
da saída da Rússia e com avanço do exército alemão, que os Estados Unidos decidiram
em 1918, que era necessário entrar efetivamente na guerra, enviando tropas para a Europa.
Figura 6 - Campanha dos escoteiros apoiando os soldados norte-americanos
Fonte: Wikimedia Commons
Com os seus soldados sadios e descansados, e um poder de fogo bastante
devastador, os Estados Unidos impuseram um novo ritmo a essa guerra que já se estendia
por quatro anos. Após sucessivas vitórias norte-americanas, os países da Tríplice Aliança
acabaram rendendo-se e aceitando a sua derrota nessa grande guerra.
Com o fim da guerra, as potências capitalistas do Velho Mundo estavam destruídas,
mas o território dos Estados Unidos estava preservado, uma vez que suas tropas foram
lutar em território europeu. Isso fez com que os norte-americanos ocupassem o posto de
país mais rico, poderoso e influente do mundo pós guerra.
Saiba mais: A entrada dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial, motivou alguns
países latino-americanos a entrarem nesse conflito ao lado da Tríplice Entente. No caso
do Brasil, por exemplo, essa participação se deu durante a República do Café com Leite
no governo de Wenceslau Brás. Sem um grande exército e com um armamento pouco
tecnológico, o Brasil pouco contribuiu na decisão dos conflitos mais importantes dessa
guerra.
A atuação dos brasileiros ficou mais centrada no apoio médico, no fornecimento
de alimentos e navios de guerra que tinham a responsabilidade de impedir que os
submarinos alemães ultrapassassem o Estreito de Gibraltar e atingissem as águas do
Oceano Atlântico. Porém, o maior inimigo que esses marinheiros enfrentaram foi a
epidemia de “Gripe Espanhola”, que matou muitos dos combatentes brasileiros.
Figura 7 - Cruzador Bahia (navio de guerra brasileiro)
Fonte: Wikimedia Commons
Os Tratados de Paz
Nos momentos finais da Primeira Guerra Mundial, o presidente dos Estados Unidos,
propõe um acordo de paz (sem vencedores ou derrotados) denominado “Os 14 Pontos de
Wilson”. Porém, os países da Tríplice Entente não concordaram com os termos presentes
nesse acordo e o recusaram. Desse modo, para efetivar a paz, foi proposto o “Tratado de
Versalhes” que responsabilizava os recém derrotados países da Tríplice Aliança, como os
responsáveis pela guerra, impondo a eles uma série de sanções, multas e indenizações.
Pelo Tratado de Versalhes, os Impérios Austro-Húngaro e Turco-Otomano são
fragmentados e perdem boa parte de suas áreas. A Alemanha transforma-se em uma
república, sofre uma redução no seu território e perde suas colônias. Todos esses países
ficam proibidos de produzir armas e organizar exércitos. Além disso tudo, eles ainda
pagariam anualmente aos vencedores indenizações de guerra. Porém, todas essas
restrições impostas as nações derrotadas na guerra, irão contribuir para o nascimento de
um espírito revanchista, sobretudo na Alemanha pós-guerra.
Figura 8 - Palácio da Liga das Nações em Genebra na Suíça
Fonte: Wikimedia Commons
Para garantir a paz mundial e evitar com que novas guerras surgissem, foi criada a
“Liga das Nações”. Esse órgão internacional, composto pelas grandes potências vitoriosas
da época (exceto a Rússia), era uma das propostas dos 14 Pontos de Wilson para impedir
com que novos conflitos levassem o mundo a uma outra grande guerra. Um dado curioso
é que os Estados Unidos, por fim, não aderiram a esse órgão.
Anos mais tarde, infelizmente, a Liga das Nações e a diplomacia entre as grandes
potências, não foram capazes de impedir, que estourasse a Segunda Guerra Mundial.
ATIVIDADES
1. (ENEM-2014) Três décadas - de 1884 a 1914 - separam o século 19 - que terminou com
a corrida dos países europeus para a África e com o surgimento dos movimentos de
unificação nacional na Europa - do século 20, que começou com a Primeira Guerra Mundial.
É o período do Imperialismo, da quietude estagnante na Europa e dos acontecimentos
empolgantes na Ásia e na África.
ARENDT, H. As origens do totalitarismo. São Paulo: Cia. das Letras, 2012.
O processo histórico citado contribuiu para a eclosão da Primeira Grande Guerra na medida
em que
a) difundiu as teorias socialistas.
b) acirrou as disputas territoriais.
c) superou as crises econômicas.
d) multiplicou os conflitos religiosos.
e) conteve os sentimentos xenófobos.
2. Observe o esquema a seguir:
Tríplice
Entente
Tríplice
Aliança
Explique por que os países da Tríplice Aliança tiveram que lutar com os exércitos divididos
em dois grupos durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
3. Leia a seguir, o epitáfio deixado por um combatente da Primeira Guerra Mundial:
"Se alguém perguntar por que morremos, diga-lhe, porque nossos pais mentiram"
SEVCENKO, Nicolau. Orfeu extático na Metrópole. São Paulo: Cia das letras, 1998.
Nos campos de batalha, a fome, as doenças e a miséria caminhavam juntas com a
violência e a morte promovida diariamente pelos combates da Guerra de Trincheiras. Desse
modo, os soldados, recrutados para lutar em nome de sua pátria, sofriam os horrores dessa
guerra que defendia prioritariamente os interesses econômicos das grandes potências
imperialistas. Em síntese, quem sacrificava a vida nesse sangrento conflito, praticamente
não tinha nada a ganhar com a vitória de um ou outro grupo.
Nesse momento em que a Primeira Guerra Mundial parecia interminável, uma
mudança de cenário, gerou importantes consequências para o desenrolar desse conflito.
Trata-se da
a) saída do Império Russo da Tríplice Entente e a entrada efetiva de tropas norteamericanas nos combates contra a Tríplice Aliança.
b) neutralidade da Itália que inicialmente não se envolveu no conflito, mas depois entrou ao
lado dos seus antigos aliados da Tríplice Aliança.
c) a equiparação de forças entre o Império Russo e os Estados Unidos, que lutaram desde
o início dessa guerra em lados opostos.
d) aceitação de todos os países envolvidos do acordo pacifista proposto pelas potências
centrais para encerrar a guerra sem perdedores.
e) entrada maciça de tropas brasileiras que conseguiram desestabilizar os exércitos da
Tríplice Aliança e garantiram o fim da guerra.
4. Observe a imagem a seguir:
Fonte: Fundação Bradesco
Explique por que a charge ironiza a proposta norte-americana de criar um órgão capaz de
garantir a paz mundial.
LEITURA COMPLEMENTAR
Unificações da Itália e Alemanha
 Unificação italiana
A península Itálica era uma região dividida em várias unidades políticas
independentes entre si. Com as decisões do Congresso de Viena, passou a ser dominada
por austríacos e franceses, bem como pela Igreja Católica. O desenvolvimento industrial
levou ao crescimento das cidades e à intensificação do comércio. Para dar continuidade ao
processo de crescimento e expansão de suas atividades no exterior, a burguesia local
desejava a unificação de toda a região.
O rei do Piemonte-Sardenha, Carlos Alberto, liderou a primeira tentativa de
unificação em 1848, declarando guerra contra a Áustria. Esta declaração, baseada nos
ideais liberais e nacionalistas, incentivou rebeliões em vários estados na península, mas
todas foram sufocadas pelas tropas austríacas e pela intervenção francesa. Com a derrota,
Carlos Alberto abdicou ao trono em favor de seu filho Vitor Emanuel II. Mas o ideal de
unificação se manteve vivo pelos nacionalistas.
Somente o reino do Piemonte-Sardenha possuía uma constituição liberal. A
burguesia incentivou o movimento a favor da unificação da Itália, liderado pelo primeiroministro Camillo Benso, conde de Cavour, e por manifestantes políticos como Giuseppe
Mazzini, fundador do movimento Jovem Itália, que visava à criação de uma república
italiana.
Cavour deu início, apoiado pela França, à guerra contra a dominação austríaca em
1859, conseguindo importantes vitórias. Enquanto isso, no sul da península, Giuseppe
Garibaldi formou um exército de voluntários, conhecido como camisas vermelhas, e
avançou pelo território.
Ao final de 1860, a unificação estava praticamente concluída. Vitor Emanuel II foi
proclamado rei da Itália. Somente Veneza e Roma resistiram por algum tempo, sendo a
primeira anexada em 1866 e a segunda, em 1870.
 Questão Romana
O Papa Pio IX e a Igreja Católica, não aceitaram a perda de seus territórios. Mesmo
com Roma anexada, o papa permaneceu no palácio do Vaticano, considerando-se um
prisioneiro.
Essa questão resolveu-se apenas em 1929 com a assinatura do Tratado de Latrão,
entre o papa Pio IX e o Estado italiano. Esse tratado determinou a criação do pequeno
Estado do Vaticano, com área de 0,44 Km², sob o governo da Igreja Católica.
 Unificação alemã
A Alemanha era um conjunto de 39 Estados independentes entre si e diversificados.
Desde 1815, pelas determinações do Congresso de Viena, esses Estados estavam
reunidos na Confederação Germânica, liderada pela Prússia e pela Áustria.
Em 1834, sob a influência de grupos de industriais, sobretudo da Prússia,
estabeleceu-se o Zollverein, uma união aduaneira (uma forma de integração econômica)
com o objetivo de eliminar os impostos alfandegários entre os integrantes da Confederação
Germânica. Até 1823, quase todos os Estados alemães haviam aderido ao Zollverein,
exceto a Áustria. Além de integrar a Confederação Germânica, o Zollverein contribuiu para
impulsionar o desenvolvimento econômico alemão.
 Bismarck e Unificação
Em vários Estados da Confederação Germânica, cresciam as ideias nacionalistas,
elaboradas por intelectuais que desejavam a união étnica e cultural dos povos germânicos
sob a tutela de um só Estado.
A primeira tentativa, empreendida pela Prússia em 1850, fracassou devido à
interferência da Áustria. Em 1862, no entanto, o rei prussiano Guilherme I nomeou como
seu primeiro ministro Otto von Bismarck, conhecido como o Chanceler de Ferro, e a Prússia
passou a liderar firmemente o processo de unificação, investindo em força bélica.
Bismarck acreditava que a unificação da Alemanha não se concretizaria sem o uso
da força militar. Assim, usando de diplomacia, mas também de muita determinação,
organizou um poderoso exército e liderou a Prússia em guerras contra a Dinamarca, Áustria
e França. Ao final dessas guerras, em 1871, Guilherme I foi proclamado imperador da
Alemanha.
Unificada a Alemanha, o processo de industrialização do país acelerou-se,
tornando-o uma das economias mais fortes do mundo. Esse crescimento industrial,
econômico e militar, por sua vez, exigiu a ampliação dos mercados consumidores para seus
produtos, levando a Alemanha a disputar regiões coloniais antes dominadas por Inglaterra
e França.
MARTINS, Ulisses. Unificação italiana e unificação Alemã. Globo.com/Educação.
Disponível em: <http://educacao.globo.com/historia/assunto/liberalismo-no-ocidente/
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INEP. Prova Amarela do Primeiro dia do ENEM de 2014. Disponível em:
<http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2014/CAD_ENEM_2014_DIA
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JANOTTI, Maria de Lourdes Monaco. A Primeira Grande Guerra: o confronto de
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MARTINS, Ulisses. Unificação italiana e unificação Alemã. Globo.com/Educação.
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16h30min.
PERROT, Michelle. História da vida privada: da revolução francesa à primeira guerra.
São Paulo: Companhia das letras, 1997.
REMARQUE, Erich Maria. Nada de Novo no Front. São Paulo: Abril Cultural, 1981.
SONDHAUS, Lawrence. A Primeira Guerra Mundial. Coleção - História Completa. São
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WIKIMEDIA COMMONS. Campanha dos escoteiros apoiando os soldados norteamericanos.
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Soldados
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<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:The_Girl_Behind_the_Gun_1915.jpg>.
Acesso em: 23 ago. 2016. 10h.
GABARITO
1. Alternativa B
Comentário: O texto da questão retoma as questões do imperialismo na África e Ásia e das
questões nacionalistas que promoveram as unificações de nações como a Itália e
Alemanha. Desse modo, ele aponta para o seu leitor que uma das causas que levaram ao
início da Primeira Guerra Mundial foi a disputa territorial entre as grandes potências da
Europa.
2. Comentário: Os países da Tríplice Aliança, também conhecidos como as Potências
Centrais, receberam esse codinome por estarem geograficamente localizados no meio das
áreas de conflito, ou seja, esses países eram cercados pelos países da Tríplice Entente.
Desse modo, a estratégia de guerra deles era dividir suas tropas em dois fronts de batalha,
isto é, uma parte lutaria no ocidente contra a Inglaterra e a França, e outra parte lutaria no
oriente contra o Império Russo. Para visualizar melhor, retome a “Figura 2” desse Tema de
Estudo, que apresenta um mapa com os países envolvidos no início da Primeira Guerra
Mundial.
3. Alternativa A.
Comentário: Em 1917, em consequência da Revolução Russa, o governo Lenin decide
assinar um acordo de paz (Tratado de Brest-Litovski) com os países da Tríplice Aliança e
retirar a Rússia da Primeira Guerra Mundial. A saída da Rússia desequilibrou o conflito,
uma vez que as Potências Centrais não precisavam mais lutar com seus exércitos divididos
entre o oriente e o ocidente. Mesmo os norte-americanos declarando guerra em 1917 aos
países da Tríplice Aliança, foi só com os efeitos da saída da Rússia e com avanço do
exército alemão, os Estados Unidos decidiram em 1918, que era necessário entrar
efetivamente na guerra, enviando tropas para a Europa. Com os seus soldados sadios e
descansados e um poder de fogo bastante devastador, os Estados Unidos impuseram um
novo ritmo a essa guerra que já se estendia por quatro anos. Após sucessivas vitórias norteamericanas, os países da Tríplice Aliança acabaram rendendo-se e aceitando a sua derrota
nessa grande guerra.
4. Comentário: Para efetivar a paz na Europa, o presidente dos Estados Unidos propôs para
os países envolvidos na guerra um acordo de paz chamado de os 14 Pontos de Wilson.
Apesar de não ter sido aceito, uma vez que esses países redigiram um novo acordo
denominado Tratado de Versalhes, os membros da Tríplice Entente resolveram aproveitar
um dos pontos propostos pelos Estados Unidos que era criar um órgão internacional que
ficasse responsável por garantir a paz mundial. Porém, apesar da proposta ter partido dos
Estados Unidos, esse país acabou não se integrando a esse órgão que ficou conhecido
como Liga das Nações.
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