A PERCEPÇÃO DE PROPRIETÁRIOS DE ANIMAIS DE COMPANHIA SOBRE A IMPORTÂNCIA DA IMUNIZAÇÃO DE CÃES E GATOS ANUÁRIO DA PRODUÇÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DISCENTE Vol. 13, N. 21, Ano 2010 Thais Pelisari Cristiani Paula Souza Kcleyr Gonçalves dos Santos Suelen Samera Fernandes Prof. Larissa Correa Hermeto Curso: Medicina Veterinária UNIVERSIDADE ANHANGUERAUNIDERP CAMPUS DOURADOS RESUMO A vacinação nos animais é fator fundamental para a sanidade animal, desde filhote até adulto, pois os protege de diversas doenças infecto contagiosas. Nesse contexto o estudo buscou o conhecimento e a percepção dos proprietários em relação à importância da imunização, visando o bem estar do animal. Foram realizadas 102 entrevistas com os proprietários de animais, sobre vacinação no período de Fevereiro a Abril de 2010, realizada no Hospital Veterinário da Faculdade Anhanguera de Dourados/MS. Em se tratando da vacinação quando filhote para prevenir as viroses, 71,57% afirmaram vacinar os animais quando filhote e um grande percentual dos entrevistados 53,92% confessaram não fazer o reforço anual das vacinas. Portanto para que haja uma visão diferente, os proprietários devem ser orientados sobre a importância de o animal ser levado ao Médico Veterinário mais habitualmente e não apenas quando já estão doentes ou debilitados, mas sim para realização do esquema de vacinação adequado. Palavras-Chave: imunização; médico veterinário; proprietários; viroses; vacinas. Anhanguera Educacional Ltda. Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 4266 Valinhos, SP - CEP 13278-181 [email protected] Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Publicação: 7 de novembro de 2012 Trabalho realizado com o incentivo e fomento da Anhanguera Educacional 145 146 A percepção de proprietários de animais de companhia sobre a importância da imunização de cães e gatos 1. INTRODUÇÃO Nos últimos 120 anos foi demonstrado que a vacinação é o método mais eficiente no controle de doenças infectocontagiosas, sendo recomendada a qualquer animal desde filhote, respeitado o período em que a imunidade passiva ocorre, para torná-lo eficientemente imune a possíveis infecções (TIZARD, 2002). A importância da vacinação contra as doenças virais age de forma profilática, pois os programas mundiais de vacinação combatem por completo ou quase completamente e fazem erradicação de várias doenças em países desenvolvidos (ABBAS et al, 2003). O conhecimento a respeito da prevalência e distribuição das doenças virais possui grande utilidade para indicar a necessidade de vacinação nos animais de companhia e também para indicar medidas de controle (MURPHY et al., 1999). As vacinas de uso rotineiro induzem proteção pela ativação das células efetoras de vida longa e células de memória, sendo que a maioria das vacinas funciona através da imunidade humoral e estão em andamento para estimular as respostas imunes mediada por células por meio de vacinação (ABBAS et al, 2003). O uso sistêmico de vacinas contra o parvovírus, adenovírus, canine distemper vírus (CDV) e coronavírus tem reduzido as infecções e a circulação do vírus na espécie canina em todo o mundo. Mas o surgimento de novas cepas, a persistência do vírus no ambiente e em animais portadores e o desenvolvimento e aparecimento de infecções e doenças em animais vacinados têm contribuído para o caráter enzoótico dessas viroses e a ocorrência de surtos (BOHM et al, 2004). A raiva, de todas as zoonoses é a mais temida, sendo que o cão é o principal transmissor para o homem. O Ministério da Saúde (MS) criou em 1973 o programa de profilaxia da raiva, aonde prevê medida de controle da doença, através da vacinação em massa de cães e gatos a fim de deter o ciclo de transmissão do vírus (MIRANDA et al, 2004). Vacinar combater determinado vírus, exclusão e inclusão de cepas na formulação das vacinas e a idade mínima e intervalos de tempo entre as vacinações são medidas a serem eventualmente recomendadas (DEZENGRINI et al, 2007). O presente estudo teve como objetivo determinar o conhecimento e a percepção dos proprietários em relação à importância da imunização, as doenças que os animais de companhia estão susceptíveis, o tipo de vacina utilizada, qual o protocolo de imunização adotada, e se há conhecimento a respeito do reforço anual, visando à saúde e o bem estar dos animais. Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente Vol. 13, N. 21, Ano 2010 p. 145-155 Thais Pelisari, Cristiani Paula Souza, Kcleyr Gonçalves dos Santos, Suelen Samera Fernandes, Larissa Correa Hermeto 2. 147 OBJETIVO Investigar a percepção dos proprietários de animais de companhia através da aplicação de questionário sobre a importância da imunização, as doenças que seus animais estão susceptíveis, qual protocolo de imunização utilizado e tipo de vacina escolhida. Visando a eficácia do protocolo e vacina utilizada de acordo com as respostas dos entrevistados com relação aos antecedentes mórbidos do animal após a vacinação. 3. METODOLOGIA A pesquisa foi realizada no Hospital Veterinário da Faculdade Anhanguera de Dourados/ MS, durante o período de estágio supervisionado II que foi realizado nos meses de fevereiro até abril de 2010. Foi aplicado um questionário contendo 20 perguntas aos proprietários dos animais de companhia (tabela 01). No momento da consulta, após a realização da anamnese do animal no ambulatório era realizada a entrevista na qual o proprietário respondia as perguntas com alternativas de múltipla escolha a respeito da vacinação. Ao todo foram respondidos 102 questionários, onde as respostas foram compiladas e analisadas com auxilio do programa computacional Microsoft Excel 2007. Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente Vol. 13, N. 21, Ano 2010 p. 145-155 148 A percepção de proprietários de animais de companhia sobre a importância da imunização de cães e gatos Quadro 1- Questionário sobre imunização aplicado aos proprietários dos caninos atendidos durante a consulta ambulatorial no Hospital Veterinário da Faculdade Anhangüera de Dourados/MS. Questionário sobre “Vacinação” Nome do proprietário:____________________________________ Escolaridade:___________________________________________ Nome animal:__________________________________________ Espécie CAN ( ) FEL ( ) Sexo MACHO ( ) FÊMEA ( ) Raça _________________________________ Idade___________ Suspeita clínica / Diagnóstico:______________________________ 1)Quantas pessoas moram na casa? ( ) Adultos ( )CRIANÇAS até 6 anos ( ) ACIMA de 7 e até 16 anos 2) Quantos animais possui? ( )Cães ( )Gatos OUTROS.................. 3)Seus animais entram dentro de casa? ( )Sim ( )Não ( )Apenas............. 4) Seus animas tem acesso a rua? ( )Sim ( )Não ( )Apenas............. 5) Sabe porque deve-se vacinar os animais? ( )Sim ( )Não 6) Você sabe para quais doenças deve vacinar o seu animal? ( ) Não sabe ( ) Raiva ( )Parvovirose ( ) Cinomose ( ) Outras........................................................ 7) Todos os seus animais (cães e gatos) foram vacinados contra RAIVA? ( )Sim ( )Não ( )Apenas.................................................. 8) Eles são revacinados anualmente para RAIVA? ( )Sim ( )Não ( )Apenas................................................................ 9) Caso a resposta seja SIM, a vacinação é feita durante a Campanha de Vacinação Anti-rábica do CCZ? ( )Sim ( )Não 10) Caso a resposta da questão anterior seja NÃO, ONDE costuma vacinar? 11) Este animal possui carteira de vacinação? ( ) Sim ( ) Não 12) Este animal é vacinado na campanha contra a RAIVA? ( )Sim ( )Não 13) Este animal foi vacinado quando filhote para outras doenças? ( )Sim ( )Não ( ) Não sabe 14) Qual vacina foi utilizada? ( )Importada ( )Nacional ( )Não lembra 15) Qual a marca da vacina?__________________________________ 16) Quantas doses foram aplicadas quando filhote? ( )1dose/45 dias ( )2/45-66dias ( )3 doses/45-66-87 dias 17) Onde você leva o seu animal para tomar a vacina? ( ) casa agropecuária ( ) clinica veterinária ( ) hospital veterinário ( ) em casa 18) É feito o reforço anualmente desta vacina? )Sim ( )Não 19) O animal já teve diagnóstico de alguma doença após ser vacinado? ( )Não ( )Sim, qual foi diagnóstico?___________________________ 20) Com que freqüência o seu animal é levado ao veterinário? ( ) 1x/semana ( ) 1x/mês ( )1x/ ano ( ) só quando doente 4. DESENVOLVIMENTO A percepção dos proprietários de animais de companhia a respeito da vacinação é uma questão importante a ser abordada para a melhora da qualidade de vida destes animais e a respeito da prevenção a doenças infectocontagiosas. Os proprietário precisam ser melhor orientados quanto a importância da imunização de seus animais e os protocolos para que esta medida de controle sanitário seja efetiva. Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente Vol. 13, N. 21, Ano 2010 p. 145-155 Thais Pelisari, Cristiani Paula Souza, Kcleyr Gonçalves dos Santos, Suelen Samera Fernandes, Larissa Correa Hermeto 149 Nos últimos 120 anos foi demonstrado que a vacinação é o método mais eficiente no controle de doenças infectocontagiosas, sendo recomendada a qualquer animal desde filhote, respeitado o período em que a imunidade passiva ocorre para torná-lo eficientemente imune a possíveis infecções (TIZARD, 2002). Durante as primeiras semanas de vida, é importante fazer a proteção contra a infecção natural, quando o sistema imune do animal não está pronto para suportar uma infecção por um vírus altamente patogênico e virulento, que é dada pela transferência passiva imunológica. Uma variação individual no nível de proteção, dependendo do título de anticorpos que esses animais recebem, através da imunidade materna e pela quantidade de colostro ingerido pelo filhote. Os anticorpos são catabolizados no organismo do filhote, levando a meia vida de cerca de oito dias. A imunidade adquirida dura cerca de nove a doze semanas, havendo redução na sexta a sétima semana de vida. Após a exposição ao agente viral desenvolvem imunidade longa através de anticorpos neutralizantes persistindo por muitos anos (BIAZZONO et al, 2001). As enfermidades podem ser combatidas mediante a utilização de vacinas que possuem adequada capacidade imunológica. A proteção contra as enfermidades causadas por esses vírus pode ser obtida mediante a utilização de vacinas que possuam adequada capacidade imunogênica (EK KOMMONEN et al., 1997; JOZWIK et al., 2002). Há alta correlação entre os títulos de anticorpos e o nível de proteção e, devido a isso, a determinação dos níveis de anticorpos é uma medida amplamente utilizada como indicador de imunidade ao vírus da cinomose e parvovírus sendo estas as doenças de ocorrência mais rotineira (JOZWIK et al., 2002; ELIA et al.,2005). Segundo Domingos et. al. (2007) em estudo do perfil da população de cães e gatos em Mato Grosso do Sul, constataram que há negligência dos proprietários quanto à imunização de seus animais. Isso demonstra a necessidade de um trabalho efetivo de conscientização dos proprietários de animais de companhia, tendo em vista o contato que os mesmos têm com seus animais e o risco de zoonoses. 5. RESULTADOS O presente trabalho buscou representar um estudo sobre o conhecimento e os cuidados que os proprietários devem ter a respeito da imunização dos seus animais de companhia evitando assim o risco de contraírem viroses e assim adoecerem. Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente Vol. 13, N. 21, Ano 2010 p. 145-155 150 A percepção de proprietários de animais de companhia sobre a importância da imunização de cães e gatos Foram realizados 102 (cento e duas) entrevistas com os proprietários dos animais sobre vacinação no período de fevereiro a abril do ano de 2010, realizada no Hospital Veterinário da Faculdade Anhanguera de Dourados/MS. A primeira questão abordada aos proprietários foi quantas pessoas moram em casa, obtendo como resultado um total de 76,57% do número de adultos, 13, 71% acima de 7 anos e 9,71% acima de 6 anos. Outra pergunta questionada foi quantidade de animais as pessoas possuem em casa, sendo que os números foram de 214 cães (81,27%), 31 gatos (11,79%) e ainda tiveram outros animais de estimação tais como hamster, porco da índia e peixe (6,84%), dados representados no gráfico 01, sendo que esses valores também foram verificados por Pinheiro Jr. et al (2006, p.3) que mostra em entrevista feita durante a visita domiciliar no município de Garça /SP em 160 casas com animais de estimação foram encontrados 180 (87,80%) cães e 25 (12,20%) gatos, de um total de 250 animais. Gráfico 01: Número de animais, de acordo com questionário respondido no Hospital Veterinário. Em relação aos motivos pelo qual deve se vacinar os animais, 92,16% responderam “SIM”, ou seja, estavam cientes do porque deve se imunizar os animais tendo como resposta” para evitar e prevenir que o animal fique doente”, já 6,86% deram como resposta “NÃO”, negam ter o conhecimento do porque deve se vacinar os animais e 0,98% não contestaram a está pergunta durante a entrevista. Sobre quais doenças devem vacinar os animais, quando questionados aos proprietários foram obtidas como resposta 21,84% responderam cinomose, 45,98% deram como resposta raiva, 21,26% falaram parvovirose, 10,92% não sabiam para quais doenças devem vacinar os animais. Vacinas contra doenças infecciosas comuns nos cães (cinomose, hepatite infecciosa, parvovirose, coronavirose) são importantíssimas para a saúde do animal e para o controle dessas doenças na população canina. Os surtos Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente Vol. 13, N. 21, Ano 2010 p. 145-155 Thais Pelisari, Cristiani Paula Souza, Kcleyr Gonçalves dos Santos, Suelen Samera Fernandes, Larissa Correa Hermeto 151 esporádicos podem surgir e isso ocorre principalmente pela falta de vacinação dos cães (FREITAS, 2000). Entre todos os entrevistados 87 (85,29%) admitiram ter a carteira de vacinação do animal, 13 (12,75%) afirmaram que não possuíam e 2 (1,95%) recusaram responder a esta pergunta pois não lembravam ou pelo fato do animal ser filhote e ainda não ter alçado idade para vacinar. O que se refere à vacinação do animal na campanha anti-rábica 73,53% asseguraram que realizavam a imunização e 26,47% negaram que fazem a vacinação pelo fato de terem receio ou pelo fato de fazerem a vacina fora da campanha. De acordo com Souza et al (2002, p.230) em áreas urbanas a população acredita que apenas levando o seu animal para a campanha anti-rábica anualmente, seja o único meio de responsabilidade para com a saúde deste. Se tratando da vacinação quando filhote para prevenir as viroses, 71,57% afirmou que vacina os animais quando filhote, o que demonstra que há conscientização pela maioria dos entrevistados na importância de imunizar os animais (Gráfico 02), de acordo com Dezengrine et al (2007, p.186) uma parcela dos cães nos bairros onde foi realizado o questionário apresentavam histórico de vacinação contra essas viroses . Já Souza et al (2002,p.228) afirmaram que a maior parte dos proprietários (67,98%) não sabe que precisa vacinar seus cães com outras vacinas além da anti-rábica, afirmando que a maior parte dos proprietários, em especial os mais carentes, desconhece a necessidade de aplicação de outras vacinas além da anti-rábica. Gráfico 02: Respostas obtidas com os proprietários sobre a vacinação Por sua vez, em se tratando do tipo de vacina utilizada 34,31% das pessoas responderam que o seu animal recebeu a vacina importada, 18,63% alegaram que fizeram a vacina nacional por ter um preço mais acessível, 31,37% não lembra qual o tipo de imunização realizada no animal, e a minoria dos proprietários 15,69% relataram que o animal não era vacinado. Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente Vol. 13, N. 21, Ano 2010 p. 145-155 152 A percepção de proprietários de animais de companhia sobre a importância da imunização de cães e gatos Em seguida foram questionadas quantas doses de vacina foram realizadas, sendo que a maioria (48,04%) responderam ter feito as 3 doses da vacina (45-60-90 dias), 8,82% enfatizaram ter feito apenas 1 dose da vacina(45 dias) , 4,90% fizeram 2 doses( 45-60 dias), 19,61% não eram vacinados e os outros 18,63% não sabem quantas doses o animal recebeu, sendo que estes dados foram diferentes do encontrado por Homem et al ( 1999,p.533) que em estudo constatou que a grande maioria dos cães não possuía o esquema de vacinação completo e atualizado (93,9%). Ainda nos dias de hoje procura-se estudar o papel das vacinas e a proteção imunológica contra as infecções virais HARRESTEIN et al (1997) . Em se tratando do local onde eram realizadas as vacinas, 45,10% afirmaram fazer a imunização na clinica veterinária, 17,65% realizavam as vacinas em casa agropecuária, 19,61% dos animais não eram vacinados (Gráfico 03). De acordo com relato de caso apresentado por Monti (2004, p.12) foram observados vários casos suspeitos de cinomose em animais vacinados no ambulatório do HOV-UFV, aonde alguns dos cães receberam vacinas comercializadas em lojas de produtos agropecuários, sem a orientação de médico veterinário, o que comprovou que estes apresentavam titulo baixos de anticorpos, devido à ineficácia da vacina. Outro dado preocupante é que 7,89% dos proprietários acreditam que as vacinas podem ser aplicadas em casa ou casas de ração (LIMBERT et al, 2009). Gráfico 03: Local de realização da vacinação. Um grande percentual dos entrevistados (53,92%) confessou não fazer o reforço anual das vacinas para a prevenção das viroses nos seus animais, 31,37% confirmaram que fazem a revacinação e 14,71% recusaram responder a esta pergunta. Diferente de Rocha; Santos (2009, p.2) que durante visita domiciliar realizou um questionário aos proprietários dos animais sobre vacinação onde resultou nos dados: 13,96% vacinados Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente Vol. 13, N. 21, Ano 2010 p. 145-155 Thais Pelisari, Cristiani Paula Souza, Kcleyr Gonçalves dos Santos, Suelen Samera Fernandes, Larissa Correa Hermeto 153 com esquema de vacinação completo e reforço anual, 27,27% somente vacina anti-rábica e 58,77% nenhum tipo de vacina. LIMBERT et al (2009, p.105) em entrevistas realizada com população de um bairro carente no município de Dourados /MS, 26,32% dos entrevistados acreditam que as outras vacinas devem ser realizadas anualmente ou conforme a orientação de medico veterinário. Dados esses que foram inferiores aos encontrados durante as entrevistas no ambulatório do Hospital Veterinário da Faculdade Anhanguera de Dourados /MS. No intuito de avaliar a eficácia da vacina e o efeito da imunização, foi questionado durante a entrevista se depois de vacinado o animal teve o diagnóstico para alguma doença viral, porém 64,71% relataram que o animal não ficou doente, o que comprova a eficácia da vacina e a proteção imunológica contra as viroses. Segundo os entrevistados quando argüidos a respeito da freqüência que levam seus animais ao veterinário 81,37% dos entrevistados responderam apenas quando o animal fica doente e apenas 8,82% levam pelo menos 1 vez ao mês. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS A vacinação e um fator muito importante na vida de todos os animais seja ele, adulto ou filhote. No entanto este estudo contribuiu não apenas para se obter o conhecimento dos proprietários a respeito da imunização, mas se há a conscientização da necessidade de vacinar, com a finalidade de proteção e bem estar animal, evitando assim que fiquem doentes. Foi comprovado que a grande maioria dos proprietários que levaram seus animais ao Hospital Veterinário, estão cientes da importância da vacinação e utilizam o esquema de imunização de forma segura, tanto em se tratando das doses vacinais, quanto ao tipo vacina utilizada e ainda o local de realização da mesma. Mas ainda há pouca informação por parte dos proprietários a respeito de quais viroses podem acometer os animais e a respeito do reforço anual, pois muitos ainda admitiram não ter o conhecimento da necessidade de se fazer essa vacina anualmente, tendo apenas a informação de que é importante fazer somente a prevenção da raiva anual durante a campanha do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e assim acreditam ser o suficiente para que o animal fique imunizado. Portanto para que haja um conhecimento diferente, os donos dos animais de companhia devem ter mais orientação para que os seus animais estejam sempre saudáveis e acreditar e ter noção do quanto é importante que o animal seja levado ao veterinário Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente Vol. 13, N. 21, Ano 2010 p. 145-155 154 A percepção de proprietários de animais de companhia sobre a importância da imunização de cães e gatos mais rotineiramente e não apenas quando já estão doentes ou debilitados, para realização de esquema de vacinação adequado. No entanto, não foi o objetivo do estudo orientar os proprietários dos animais sobre quais atitudes devem se tomar com relação à prevenção e imunização correta dos animais, e sim apenas um levantamento sobre o conhecimento destes sobre imunização, e de forma paralela, informar a classe veterinária sobre este levantamento, podendo sugerir ações que possam ser desenvolvidas futuramente, como por exemplo, uma divulgação explicativa para a população de um modo geral. REFERÊNCIAS ABBAS,A. K; LICHTMAN,A.H;POBER,J.S. Imunologia celuler e molecular. Rio de Janeiro. Revinter,2003. BÖHM, M. et al. Serum antibody titres to canine parvovirus, adenovirus and distemper virus in dogs in the UK which had not been vaccinated for at least three years. Veterinary Record, v.154, p.457-463, 2004. BIAZZONO, Luciane; HAGIWARA, Mitika Kuribayashi; CORREA, Antonio Roberto. Avaliação da resposta imune humoral em cães jovens imunizados contra a cinomose com vacina de vírus atenuado. Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci., vol.38, n.5, p. 245-250, 2001. DEZENGRINE, R; WEIBLEN, R.; FLORES,E.F. Soroprevalência das infecções por parvovírus , adenovírus, cornavírus canino e pelo vírus da cinomose em cães de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. Ciência Rural, Santa Maria, v.37,n.1, p.183-189,jan-fev, 2007. DOMINGOS, IARA HELENA; RIGO, LEONARDO; HONER, MICHAEL ROBIN. Perfil das populações canina e felina no município de campo grande, MS. Ensaios e Ciência, v.11, n.1, p.97103, abril, 2007. ELIA, G.; CAVALLI, A.; CIRONE, F. et al. Antibody levels and protection to canine parvovirus type 2. J. Vet. Med. B., v.52, p.320-322, 2005. EK-KOMMONEN, C.; SIHVONEN,L.; PEKKANEN,K.. Outbreak of canine distemper in vaccinated dogs in Finland. Veterinary Record, v.141, p.380-383, 1997. FREITAS, E. C.; Debate sobre vacinas realizado durante o III Congresso Estadual de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais do Estado do Rio de Janeiro. Revista Clínica Veterinária, n.24, p. 17, 2000. HARRENSTEIN, L.A., MUNSON, L., RAMSAY, E.C. Antibody responses of red wolves to canine distemper virus and canine parvovirus vaccination. J. Wildl. Dis., v.33, p.600-605, 1997. HOMEM, V.S.F.; MENDES, Y.G.; LINHARES, A.C. Gastrenterite canina - agentes virais nas fezes de cães diarréicos e não diarréicos. Arq.Bras. Med. Vet. Zootec., v.51, p.531-536, 1999. JOZWIK, A; FRIMUS,T.Natural distemper in vaccinated and unvaccinated dogs in Warsaw. J. Vet. Med. B Infect. Dis.Vet. Public Health 49:413-414, 2002. LIMBERT, B.N.P; MENEZES, J. S.; FERNANDES, S.S.P. Estudo daTriade: Educação Sanitária, Posse responsável e Bem estar animal em animais de companhia em comunidades de baixa renda.Anuário de Produção e Iniciação Cientifica Discente, Vol.XII, nº 13, ano 2009, p.99-108. MIRANDA, S.C. et al. Diagnosis of canine parvovirus infection in the state of Rio de Janeiro from 1995 to 2003 In: ENCONTRO NACIONAL DE VIROLOGIA, 15., 2004, São Pedro. Resumos... São Paulo: Sociedade Brasileira de Virologia, V.9, p.187, 2004. Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente Vol. 13, N. 21, Ano 2010 p. 145-155 Thais Pelisari, Cristiani Paula Souza, Kcleyr Gonçalves dos Santos, Suelen Samera Fernandes, Larissa Correa Hermeto 155 MONTI, F.D.S.Anticorpos contra o vírus da cinomose em cães vacinados em diferentes estabelecimentos da área urbana no município de viçosa/MG. Tese apresentada à Universidade Federal de Viçosa para o Programa de Pós Graduação em Medicina Veterinária. Minas Gerais, 2004. MURPHY, F.A. et al. Veterinary virology. 3.ed. Califórnia: Academic, 1999. 629p. PINHEIRO JR, Osni Alamo; Rocha, J.R.;SANTOS,L.M . Posse responsável de cães e gatos no município de Garças/SP. REVISTA CIENTÍFICA ELETRÔNICA DE MEDICINA VETERINÁRIA, Publicação Cientifica da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Garça/FAMED ano III, numero 06, Janeiro de 2006. ROCHA, J.R; SANTOS, L.M. Índice de pré-exposição e pós-exposição ao vírus da raiva no município de Garça/SP no ano de 2007. Revista Cientifica Eletrônica de Medicina Veterinária, Ano VII – Número 12 – Janeiro de 2009 – Periódicos Semestral. SOUZA, L.C; MODOLO, J.R.P.; PADOVANI, C.R.;MENDONÇA,A.O.;LOPES,A.L.S.;SILVA,W.B. Posse responsável de cães no município de Botucatu /SP: Realidades e Desafios. Revista Educação continua CRMV-SP, São Paulo, volume, 5fascículo 2. p. 226 – 23,.2002. TIZARD, Ian R.Imunologia Veterinária. 6 ed. São Paulo, SP: ROCA LTDA, 2002. Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente Vol. 13, N. 21, Ano 2010 p. 145-155