Metabolismo e Bioenergética METABOLISMO Mas o que é metabolismo? Metabolismo é o nome que damos ao conjunto das reações químicas que ocorrem dentro das células. O fato é que todas as reações químicas que acontecem dentro das células dos seres vivos não violam qualquer lei química ou física: as transduções de energia obedecem a TODAS as leis da termodinâmica O conjunto de reações químicas que ocorrem dentro das células é chamado de METABOLISMO e visa: •Obter energia química pela degradação de nutrientes •Converter os nutrientes em precursores de macromoléculas •Organizar as pequenas moléculas em polímeros ou em moléculas complexas • Formar e degradar moléculas necessárias a funções especializadas das células As vias centrais do metabolismo são muito similares em quase todas as formas de vida A questão central é a capacidade que os organismos vivos têm de conseguirem formas eficientes de aproveitar a energia potencial. Bioenergética Estudo quantitativo das transformações de energia que ocorrem nas células vivas, bem como da natureza e função dos processos químicos nelas envolvidos. Ex. conversão da energia química em gradientes de concentração e elétrico, em movimento e em calor. Os processos que ocorrem nos seres vivos também obedecem as leis da termodinâmica. • Primeira lei da termodinâmica: princípio da conservação de energia. “Para qualquer transformação física ou química, a quantidade total de energia no universo permanece constante, a energia pode mudar de forma ou ser transportada de uma região para outra; entretanto, ela não pode ser criada ou destruída.” • Segunda lei da termodinâmica: tendência do universo à desordem crescente. “Em todos os processos naturais, a entropia do universo aumenta.” Entropia (S): expressão quantitativa da desordem de um sistema. Quanto menos complexo e mais desordenado forem as moléculas, maior será o ganho de entropia. Energia livre de Gibbs (G): expressa a quantidade de energia capaz de realizar trabalho. Gi Gf S P ΔG = Gf - Gi ΔG = negativo, molécula do produto com menos energia (reação exergônica) ΔG = positivo, molécula do produto com mais energia (reação endergônica) ΔG – Variação de energia livre ΔH - Variação da entalpia ΔS – Variação da entropia T - Temperatura Entalpia (H): conteúdo de calor do sistema reagente refletindo o número e os tipos de ligações químicas nos reagentes e nos produtos. ΔH = negativo, há liberação de calor - reação exotérmica ΔH = positivo, o sistema absorve energia na forma de calor reação endotérmica Considerando a 2ª lei da termodinãmica... ΔG = ΔH - TΔS ΔG negativo ESPONTÂNEA + Variação de energia livre padrão está relacionada com a constante de equilíbrio. “A composição de um sistema reagente tende a variar até que o equilíbrio químico seja atingido.” Constante de equilíbrio aA + bB Fotossíntese 6 CO2 + 6 H2 O C6 H12 O6 + 6 O2 Respiração C6 H12 O6 + 6 O2 6 CO2 + 6 H2O cC + dD G’° = + 2850 KJ/mol G’° = - 2850 KJ/mol Acoplamento de energia reações exergônicas (espontâneas) X reações endergônicas Ex: Glicose + Pi ATP +H2O Glicose + ATP Glicose–6P + H2O ADP + Pi G = 13,8 kJ/mol G = -30,5 kJ/mol Glicose–6P + ADP G = -16,7,5 kJ/mol Adenina Trifosfato (ATP) • As células heterotróficas obtêm energia pelo catabolismo durante o processo exergônico sintetizando ATP a partir de ADP e Pi. • O ATP fornece a energia química para as células durante o processo endergônico. • A energia do ATP é utilizada para formação de macromoléculas a partir de precursores menores, transporte de substâncias contra o gradiente de concentração, movimento mecânico, geração de calor. Base química da alta liberação de energia livre pela hidrólise de ATP A forma pela qual o ATP fornece a energia que possibilita uma reação química nem sempre é uma simples hidrólise Fosfocreatina • Durante o período de contração ativa a fosfocreatina regenera o ATP. • Após o exercício a fosfocreatina é ressintetizada a partir da creatina e ATP. Composto de alta energia, na glicólise, fornece o fosfato para a formação do ATP. •Fosfoenolpiruvato – PEP •1,3 bisfosfoglicerato – 1,3 BPG Compostos de alta energia G’º hidrólise < -25 kJ/mol Em reações químicas, o fluxo de elétrons é capaz de gerar energia Reações de óxido redução •Nas reações químicas podem ocorrer transferência de elétrons de uma molécula para outra. • Coenzimas, NAD+, NADP+ e FAD+, são moléculas hidrossolúveis que sofrem redução e oxidação. • As coenzimas recebem um íon hidreto (:H-) sendo transformada na sua forma reduzida. NAD+ + 2e- + 2H+ NADH + H+ Coenzimas transportadoras de elétrons • Características gerais das vias metabólicas IRREVERSIBILIDADE DIRECIONAMENTO ECONOMIA DOS INTERMEDIÁIOS REGULAÇÃO IRREVESSIBILIDADE Tem um passo irreversível (termodinamicamente muito favorável ∆G«0), no início da via, que serve para comprometer a direção do fluxo e assegurar a irreversibilidade Reação irreversível nas condições celulares Características das rotas metabólicas: - Irreversibilidade Direcionamento Economia dos intermediários Regulação Várias etapas existem para oxidar a glicose más somente uma faz sentido nas transformações químicas necessárias para a célula Características das rotas metabólicas: - Irreversibilidade Direcionamento Economia dos intermediários Regulação Intermédiários que participam de forma reversível nas reções de oxido-redução como transportadores de életrons GLICERALDEÍDO 3-P DESIDROGENAE Características das rotas metabólicas: - Irreversibilidade Direcionamento Economia dos intermediários Regulação • Limitado pelo substrato (reação em equilíbrio). • Limitado pela enzima (reação exergônica) – passo limitante da via. Características das rotas metabólicas: - Irreversibilidade Direcionamento Economia dos intermediários Regulação Enzimas específicas (pelo menos uma) para catalisar apenas anabolismo ou catabolismo. CARBOIDRATOS CARBOIDRATOS (HIDRATOS DE CARBONO) ESTRUTURA RECONHECIMENTO REGULAÇÃO ENERGIA ESTRUTURA: Participa na composição da matriz extracelular e em paredes celulare RECONHECIMENTO: identificação de células pelo sistema imune REGULAÇÃO: enzimas podem ser glicosiladas e mudar de localização na célula ENERGIA: fornecimento de energia (glicólise) ou armazenamento CARBOIDRATOS (DEFINIÇÃO) • Poli-hidroxi-cetonas ou Poli-hidroxi-aldeídos. • Fórmula empírica: (CH2O)n • CLASSIFICAÇÃO: – Monossacarídeos – Oligossacarídeos (dissacarídeos) – Polissacarídeos (>20 unidades) MONOSSACARÍDEOS • Carbonos ligados por ligações simples na forma aberta. • Os mais simples são as trioses: • Grupo carbonila: aldoses (no fim da cadeia do carbono) ou cetoses • Pelo número de carbonos: trioses, tetroses, pentoses... • O mais abundante é a glicose (aldohexose) ALDOSES CETOSES ENANTIÔMEROS • • Todos os monossacarídeos, com exceção da dihidroxiacetona, apresentam um ou mais carbono assimétrico. Por convenção, uma forma é chamada isômero D e a outra isômero L ESTRUTURAS CÍCLICAS • Em solução, carbonos com 5 ou mais carbonos formam estruturas cíclicas semelhantes ao pirano e furano: MONOSSACARÍDEOS MODIFICADOS • • • Além dos monossacarídeos discutidos até aqui, organismos apresentam uma série de hexoses derivadas. Nesses casos, um grupo hidroxil é substitído por outros grupos ou a carbonila é oxidada gerando uma carboxila. Outra modificação importante é a fosforilação. Glicose 6-P OLIGOSSACARÍDEOS • Formados pela ligação de dois ou mais monossacarídeos. • Forma-se uma ligação O-glicosídica. • Os mais comuns são os dissacarídeos. Glicose + frutose Glicose + Galactose Glicose + Glicose Açúcar de mesa (cana de açúcar) Leite Vegetais POLISSACARÍDEOS • • • • Formados pela ligação de mais de 20 monossacarídeos. Podem formar cadeias lineares ou ramificadas. Homopolissacarídeos: amido, glicogênio, celulose, quitina Heteropolissacarídeos: peptidoglicanas (parede de bactérias) É necessário de energia para manter as moléculas do sistema em ordem. Energia Calor PRINCIPAIS PROCESSOS ONDE OCORRE CONSUMO DE ATP 1 – Estágios iniciais da degradação de nutrientes • Glicose + ATP Glicose-6P + ADP • palmitato + CoA palmitoil CoA + AMP + 2 Pi 2 – Interconversão de nucleosídios tri- fosfato • ATP + NDP ADP + NTP 3 – Processos fisiológicos tais como: •Transporte ativo •Contração muscular •Biossíntese de proteínas •Replicação do DNA 4 – Garantindo reações altamente endergônicas PRINCIPAIS PROCESSOS ONDE OCORRE PRODUÇÃO DE ATP 1. 2. 3. 4. Fosforilação ao nível do substrato Fosforilação oxidativa Fotofosforilação Reação da adenilato quinase ADP ATP + AMP ATP NÃO É ESTOCADO • o tempo de meia vida do ATP varia de alguns minutos a segundos, dependendo da célula; • O suprimento de ATP do cérebro é suficiente para poucos segundos de atividade celular;