COMISSAO ORGANIZADORA/ COMISIoN ORGANIZADORA José Cotter Miguel Mascarenhas Saraiva Guilherme Macedo José Soares Rolando Pinho Bruno Rosa UMA CAUSA RARA DE ENTEROPATIA EXSUDATIVA Martins, C.; Gagnaire, A.; Martin, L; Ribeiro, S.; Teixeira, C.; Gamito, E.; Oliveira, A.P. PAPEL DA ENTEROSCOPIA POR DUPLO BALÃO NO DIAGNÓSTICO DA DOENÇA DE CROHN EXCLUSIVA DO INTESTINO DELGADO Joana Castela, Susana Mão de Ferro, Sara Ferreira, Ricardo Fonseca, Paula Chaves, António Dias Pereira LIGADURA ELÁSTICA EM LESÃO DE DIEULAFOY DE JEJUNO Admar Borges da Costa Junior, MD ENTEROSCOPIA DE DUPLO BALÃO NAS NEOPLASIAS DO INTESTINO DELGADO: EXPERIÊNCIA DE 11 ANOS DE UM HOSPITAL TERCIÁRIO Gravito-Soares M., Gravito-Soares E., Lopes S., Almeida N., Figueiredo P., Sofia C. UTILIDADE DA ENTEROSCOPIA DE DUPLO BALÃO NO DIAGNÓSTICO DE UMA DOENÇA RARA NO TRATO GASTROINTESTINAL Joana Moleiro, Sara Ferreira, Susana Mão-de-Ferro, A. Dias Pereira RESECCION MUCOSA MULTIPLE EN EL SINDROME “BLUE RUBBER BLEB NAEVUS” E Pérez-Cuadrado Martínez, E Pérez-Cuadrado Robles, B Martínez Andrés, JF Sánchez Melgarejo, P. Esteban, J Shanabo, A López Higueras. programa 15h45 DEBATE SEDAÇÃO | ANESTESIA EM ENTEROSCOPIA - QUEM E COMO SEDACIÓN | ANESTESIA EN ENTEROSCOPIA – QUIÉN Y CÓMO PRESIDENTES GUILHERME MACEDO | JOSÉ LLACH MODERADORES MARTA SALGADO | CRISTINA CARRETERO › SEDAÇÃO POR ENDOSCOPISTA | SEDACIÓN POR ENDOSCOPISTA LEOPOLDO LÓPEZ ROSES › ANESTESISTA SEMPRE | ANESTESISTA SIEMPRE CRISTIANA FONSECA 16h30 PAUSA 17h00 COMUNICAÇÕES LIVRES E CASOS CLÍNICOS | INSTANTÂNEOS ENDOSCÓPICOS COMUNICACIONES LIBRES Y CASOS CLÍNICOS | INSTANTANEOS ENDOSCÓPICOS PRESIDENTES ANTÓNIO DIAS PEREIRA | PEDRO ALONSO AGUIRRE MODERADORES MARIA JOÃO MOREIRA | ENRIQUE PÉREZ-CUADRADO ROBLES GRANULOMA PIOGÉNICO DO JEJUNO – CAUSA RARA DE ANEMIA Joana Castela, Susana Mão de Ferro, Ricardo Fonseca, António Dias Pereira EGUIMENTO A LONGO PRAZO DE LESÕES VASCULARES DO INTESTINO DELGADO S SUBMETIDAS A TRATAMENTO ENDOSCÓPICO POR ENTEROSCOPIA Ana Ponte, Rolando Pinho, Adélia Rodrigues, Carlos Fernandes, Iolanda Ribeiro, Joana Silva, Jaime Rodrigues, Miguel Mascarenhas-Saraiva, João Carvalho LIPOMA ULCERADO JEJUNAL: CAUSA RARA DE HEMORRAGIA DIGESTIVA MÉDIA Gravito-Soares E., Gravito-Soares M., Lopes S., Figueiredo P., Almeida N., Ferreira A.M., Tomé L., Sofia C. ELEVADA RECIDIVA HEMORRÁGICA A CURTO PRAZO EM DOENTES TRATADOS POR ENTEROSCOPIA A ANGIECTASIAS DO INTESTINO DELGADO JÁ COM RECIDIVA HEMORRÁGICA PRÉVIA Ponte A., Pinho R., Rodrigues A., Silva J., Rodrigues J., Mascarenhas-Saraiva M., Carvalho J. ENTEROSCOPIA INTRA-OPERATÓRIA – A PROPÓSITO DE UM CASO Rita Vale Rodrigues, Liliane Meireles, Susana Mão de Ferro, Ricardo Nogueira, Cecília Monteiro, Inês Rolim, Isabel Claro, António Dias Pereira ENTEROSCOPIA POR MONO-BALÃO: EFICÁCIA E CONCORDÂNCIA COM A AVALIAÇÃO POR MÉTODOS NÃO INVASIVOS DO INTESTINO DELGADO Coelho R., Marques M., Santos-Antunes J., Cardoso H., Vilas-Boas F., Ribeiro A., Macedo 19h00 MESA REDONDA FRONTEIRAS DA ENTEROSCOPIA TERAPÊUTICA FRONTERAS DE LA TERAPIA ENTEROSCOPICA PRESIDENTES PEDRO FIGUEIREDO | SARBELIO RODRIGUEZ MUÑOZ MODERADORES MIGUEL MASCARENHAS SARAIVA | ENRIQUE PÉREZ-CUADRADO MARTÍNEZ › POLIPECTOMIA E MUCOSECTOMIA | POLIPECTOMÍA Y MUCOSECTOMÍA ANDRES SANCHEZ YAGÜE › DILATAÇÃO E PRÓTESES | DILATACIÓN Y PRÓTESES VICENTE PONS › CPRE ROLANDO PINHO › TERAPÊUTICA ENDOSCÓPICA DE LESÕES VASCULARES: NECESSIDADE E PROPOSTA DE ESTUDO IBÉRICO PROSPETIVO | TERAPIA ENDOSCÓPICA DE LAS LESIONES VASCULARES: NECESIDAD Y PROPUESTA DE ESTUDÍO IBÉRICO PROSPECTIVO SUSANA MÃO DE FERRO RESUMOS 1. GRANULOMA PIOGÉNICO DO JEJUNO – CAUSA RARA DE ANEMIA Joana Castela, Susana Mão de Ferro, Ricardo Fonseca, António Dias Pereira Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil Mulher de 69 anos, com antecedentes de hipertensão arterial e sob terapêutica antiagregante profiláctica, que recorreu ao Serviço de Urgência por astenia com vários meses de evolução. Analiticamente apresentava anemia ferropénica (Hb 7,5g/dL), sem perdas hemáticas visíveis. Realizou endoscopia digestiva alta e colonoscopia total sem evidência de sangue vivo ou lesões potencialmente sangrantes. A TC abdomino-pélvica mostrou discreto espessamento parietal circunferencial a nível de ansa do jejuno, sem dilatação a montante. Para esclarecimento adicional realizou cápsula endoscópica (CE) com identificação no jejuno médio de lesão nodular, de aspecto subepitelial, com cerca de 10mm, de superfície vascularizada e ulcerada com hemorragia em toalha. Efetuou enteroscopia por duplo balão (EDB) por via oral que confirmou a presença de lesão de aspecto submucoso, polipoide, de 20mm, ulcerada e com hemorragia de baixo débito no jejuno médio/distal. Procedeu-se a tatuagem do local e a biopsias da lesão, cujo resultado histológico mostrou alterações inflamatórias inespecíficas. A doente foi submetida a enterectomia segmentar. A análise anatomo-patológica revelou a presença de pólipo séssil de 15mm, com proliferação de capilares sanguíneos e tecido de granulação, correspondendo a um hemangioma capilar lobular (“granuloma piogénico”). A doente apresentou evolução favorável, com melhoria gradual da anemia após a cirurgia. O granuloma piogénico é um tumor vascular benigno que ocorre tipicamente na pele ou na cavidade oral, mas que raramente é observado no trato gastrointestinal. O envolvimento do intestino delgado é extremamente invulgar, com apenas 17 casos descritos, dos quais 5 são do jejuno. Manifesta-se habitualmente por anemia e hemorragia digestiva de origem indeterminada e é tratado por excisão cirúrgica ou, menos frequentemente, por ressecção endoscópica. O caso pretende ilustrar a importância da CE e EDB no diagnóstico de uma entidade rara de anemia grave. Serão apresentadas imagens endoscópicas, imagiológicas e histológicas. 2. SEGUIMENTO A LONGO PRAZO DE LESÕES VASCULARES DO INTESTINO DELGADO SUBMETIDAS A TRATAMENTO ENDOSCÓPICO POR ENTEROSCOPIA Ana Ponte1, Rolando Pinho1,2, Adélia Rodrigues1, Carlos Fernandes1, Iolanda Ribeiro1, Joana Silva1, Jaime Rodrigues1, Miguel Mascarenhas-Saraiva2, João Carvalho1 1 Serviço de Gastrenterologia, Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho 2 ManopH e ManopH-Instituto Cuf, Porto Introdução: A eficácia do tratamento endoscópico de lesões vasculares do intestino delgado suscita dúvidas, dado revisões recentes revelarem elevada recidiva hemorrágica após 2A de seguimento. Objetivos: Avaliação da recidiva hemorrágica a longo prazo de lesões vasculares do intestino delgado submetidas a terapêutica endoscópica; identificação de preditores de hemorragia; avaliação das necessidades transfusionais. Material: Análise dos doentes com lesões vasculares do intestino delgado tratados por enteroscopia, entre julho/2007-fevereiro/2015. Avaliou-se o tempo decorrido até recidiva, definida como presença de hemorragia digestiva manifesta (HDM), necessidade de transfusão de eritrócitos ou decréscimo ≥2g/dL de hemoglobina. Concomitantemente, avaliaram-se preditores de recidiva hemorrágica e compararam-se necessidades transfusionais de eritrócitos antes e após tratamento. Análise estatística: Curvas de Kaplan-Meier, Log-rank, Regressão de Cox, teste t-student, X2. Significância: p<0,05. Resultados: Incluíram-se 35 doentes, com idade mediana de 70A, dos quais 20(57,1%) eram homens. Observaram-se angiectasias em 97,1%(n=34), das quais 14,3%(n=5) tipo 1a e 82,9%(n=29) tipo 1b da classificação de Yamamoto, e lesão de Dieulafoy em 2,9%(n=1), tipo 2a. Lesões 1a/1b foram tratadas com árgon-plasma isolado em 88,6%(n=31) ou associado a outra técnica em 11,4%(n=3) e a lesão 2a com adrenalina+clip. Verificou-se recidiva global de 40%(n=14), dos quais 42,9%(n=6) com necessidade de transfusão, 35,7%(n=5) com HDM e 21,4%(n=3) com diminuição ≥2g/dL hemoglobina e recidiva aos 1A/2A/3A/4A/5A de 32,7%/38,3%/46,0%/53,7%/63,0%, respetivamente. Doentes com estenose aórtica/ lesão renal crónica/hepatopatia crónica/síndrome Osler-Weber-Rendu apresentaram recidiva superior na análise univariada (p=0,006) e multivariada (p=0,02), sendo de 51,3/67,6% aos 1/3A, comparando com 6,7/22,2% nos doentes sem estas comorbilidades. As necessidades transfusionais decresceram de 11,5 (2,0-17,0) unidades no ano anterior ao tratamento endoscópico para 6,3 (0,0-6,0) unidades no ano subsequente (p=0,002). Conclusão: Verificou-se recidiva hemorrágica de 38,3% aos 2A, consistente com revisões sistemáticas recentes. Mais de metade dos doentes recidivam após 5A de seguimento, apesar da diminuição das necessidades transfusionais. A presença de comorbilidades condiciona aumento da recidiva. 3. UMA CAUSA RARA DE ENTEROPATIA EXSUDATIVA Martins, C.(1); Gagnaire, A.(2); Martin, L(2); Ribeiro, S.(1); Teixeira, C.(1); Gamito, E.(1); Oliveira, A.P.(1) (1) Centro Hospitalar de Setúbal – Hospital de São Bernardo, Setúbal, Portugal (2) Centre Hospitalier Universitaire Dijon, Dijon, França A enteropatia exsudativa é uma causa rara de hipoproteinemia. O diagnóstico diferencial deverá incluir a doença gastrointestinal erosiva ou não erosiva, os distúrbios cardiovasculares que induzem aumento da pressão venosa central e a patologia obstrutiva à drenagem linfática. Os autores apresentam o caso de uma mulher de 60 anos, leucodérmica, encaminhada para consulta de Gastrenterologia para investigação etiológica de hipoalbuminemia e hipogamaglobulinemia assintomáticas. Apurou-se história pessoal de hipercolesterolemia e hipotiroidismo sob levotiroxina e história familiar de talassemia. Ao exame objetivo constatava-se discretos edemas bimaleolares. Na investigação analítica inicial realçava-se hipoproteinemia com hipoalbuminemia e hipogamaglobulinemia e linfopenia. Do estudo etiológico realizado salientava-se bioquimica hepática, função renal, exame sumário de urina, VS, LDH, beta-2-microglobulina e ECA normais, prova de tuberculina, IGRA, serologias para VIH e anticorpos anti-transglutaminase negativos e clearence da alfa-1-antitrisina aumentada. O ecocardiograma transtorácico não revelou alterações. A EDA e respetivas biópsias duodenais foram normais. A enteroRM mostrou espessamento difuso de todo o jejuno. A enteroscopia evidenciou mucosa jejunal difusamente edemaciada com ponteado esbranquiçado difuso (snowflake appearence), sugestivo de linfangiectasias intestinais. As biópsias jejunais confirmaram franca dilatação dos linfáticos da mucosa e submucosa. Estabeleceu-se o diagnóstico de linfangiectasia intestinal primária (Doença de Waldamman) tendo-se iniciado dieta hiperproteica, hipolipídica e suplementação de triglicéridos de cadeia média verificando-se favorável evolução analítica. A Doença de Walddman ou linfangiectasia intestinal primária é uma causa rara e idiopática de enteropatia exsudativa. A enteroscopia com biópsia consitui o goldstandard para o diagnóstico sendo fulcral a exclusão de causas secundárias. O presente caso é descrito pela sua raridade e singularidade apresentando-se a respetiva iconografia enteroscópica, radiológica e histológica. 4. PAPEL DA ENTEROSCOPIA POR DUPLO BALÃO NO DIAGNÓSTICO DA DOENÇA DE CROHN EXCLUSIVA DO INTESTINO DELGADO Joana Castela, Susana Mão de Ferro, Sara Ferreira, Ricardo Fonseca, Paula Chaves, António Dias Pereira Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil A enteropatia exsudativa é uma causa rara de hipoproteinemia. O diagnóstico diferencial deverá incluir a doença gastrointestinal erosiva ou não erosiva, os distúrbios cardiovasculares que induzem aumento da pressão venosa central e a patologia obstrutiva à drenagem linfática. Os autores apresentam o caso de uma mulher de 60 anos, leucodérmica, encaminhada para consulta de Gastrenterologia para investigação etiológica de hipoalbuminemia e hipogamaglobulinemia assintomáticas. Apurou-se história pessoal de hipercolesterolemia e hipotiroidismo sob levotiroxina e história familiar de talassemia. Ao exame objetivo constatava-se discretos edemas bimaleolares. Na investigação analítica inicial realçava-se hipoproteinemia com hipoalbuminemia e hipogamaglobulinemia e linfopenia. Do estudo etiológico realizado salientava-se bioquimica hepática, função renal, exame sumário de urina, VS, LDH, beta-2-microglobulina e ECA normais, prova de tuberculina, IGRA, serologias para VIH e anticorpos anti-transglutaminase negativos e clearence da alfa-1-antitrisina aumentada. O ecocardiograma transtorácico não revelou alterações. A EDA e respetivas biópsias duodenais foram normais. A enteroRM mostrou espessamento difuso de todo o jejuno. A enteroscopia evidenciou mucosa jejunal difusamente edemaciada com ponteado esbranquiçado difuso (snowflake appearence), sugestivo de linfangiectasias intestinais. As biópsias jejunais confirmaram franca dilatação dos linfáticos da mucosa e submucosa. Estabeleceu-se o diagnóstico de linfangiectasia intestinal primária (Doença de Waldamman) tendo-se iniciado dieta hiperproteica, hipolipídica e suplementação de triglicéridos de cadeia média verificando-se favorável evolução analítica. A Doença de Walddman ou linfangiectasia intestinal primária é uma causa rara e idiopática de enteropatia exsudativa. A enteroscopia com biópsia consitui o goldstandard para o diagnóstico sendo fulcral a exclusão de causas secundárias. O presente caso é descrito pela sua raridade e singularidade apresentando-se a respetiva iconografia enteroscópica, radiológica e histológica. 5. LIGADURA ELÁSTICA EM LESÃO DE DIEULAFOY DE JEJUNO Admar Borges da Costa Junior, MD Hospital da Restauração, Recife, Brasil Lesão de Dieulafoy é uma incomum causa vascular de hemorragia digestiva. Embora bem mais frequente no estômago, quando acontece em intestino delgado seu acesso para diagnóstico e terapêutica endoscópica se torna mais difícil. Uma mulher de 71 anos chegou em outra instituição hospitalar com história de episódios de hematoquezias volumosas por 6 horas antes da sua admissão. Ao exame físico estava muito descorada, pressão arterial 90/40mmHg, FC 120b/min e Hb 7,0 g/dl. Após a obtenção de acesso venoso calibroso procedeu-se à reposição volêmica com soluto fisiológico seguida de hemotransfusão. Endoscopia Digestiva Alta e Colonoscopia não evidenciaram o sítio do sangramento. Foi transferida para nosso hospital a fim de se submeter à enteroscopia de duplo-balão que diagnosticou lesão de Dieulafoy em jejuno com coágulo sobreposto, tendo sido realizada ligadura elástica da lesão. A paciente evoluiu sem intercorrências e recebido alta hospitalar quatro dias após o procedimento. Um mês depois da alta, em consulta ambulatorial, a paciente não referiu queixas digestivas. Ligadura elástica surge como uma opção terapêutica enteroscópica ao tratamento da lesão de Dieulafoy apesar de certa dificuldade de montagem do kit de ligadura. Outras opções de tratamento enteroscópico são aplicação de clip, injetoterapia, termo ou eletrocoagulação. Pela tendência a sangramento intenso e característica recorrência da hemorragia, a localização precisa da lesão de Dieulafoy seguida do seu efetivo tratamento são fatores críticos no prognóstico dessa doença. 6. E NTEROSCOPIA DE DUPLO BALÃO NAS NEOPLASIAS DO INTESTINO DELGADO: EXPERIÊNCIA DE 11 ANOS DE UM HOSPITAL TERCIÁRIO Gravito-Soares M., Gravito-Soares E., Lopes S., Almeida N., Figueiredo P., Sofia C. Serviço Gastrenterologia, Centro Hospitalar e Universitário Coimbra, E.P.E. Introdução: A prevalência das neoplasias do intestino delgado é de 3-6%, sendo 5,5% em Portugal. No nosso centro, a prevalência de neoplasias malignas do intestino delgado foi de 9,4% de 2005-2008. A enteroscopia de duplo balão (EDB) é o método gold-standard na suspeita de neoplasias do intestino delgado. Objetivo: Caraterizar as neoplasias do intestino delgado detetados por EDB e avaliar o valor diagnóstico da EDB. Material e Métodos: Estudo retrospetivo das EDB realizadas de 2005-2015. Incluídos todos os doentes com suspeita de patologia do intestino delgado e estudo convencional prévio negativo. Recolhidos dados clínicos, endoscópicos, imagiológicos e cirúrgicos dos tumores diagnosticados. Avaliado valor diagnóstico da EDB por comparação com vídeo-cápsula endoscópica e enterografia-TC. Resultados: Efetuadas 267 EDB em 213 doentes, sendo 55,8% homens e idade média 60,4±17,8anos. A principal indicação para EDB foi a hemorragia digestiva, obscura em 62,5% e oculta em 71,9% dos casos. Realizados 187(70,0%) exames por via anterógrada, 73(27,3%) por retrógrada e 7(2,6%) por ambas as vias. Por via anterógrada, foi alcançado o íleo em 48,7%. A EDB detetou lesões em 66,3%(177/267) dos casos, principalmente angiectasias (67/177;37,8%). Diagnosticaram-se 32 neoplasias do intestino delgado em 30 doentes. O diagnóstico por EDB foi efetuado em 87,5%(28/32). Foram obtidas biopsias em 59,4% dos tumores, das quais 3(15,8%) foram negativas. A maioria das neoplasias eram subepiteliais (17/32; 53,1%), malignas (19/32; 59,4%) e localizados no jejuno (21/32; 65,6%). As principais neoplasias diagnosticadas foram GIST (7/32; 21,9%), adenoma com displasia baixo/alto grau (6/32; 18,8%), adenocarcinoma (5/32; 15,6%) e lipoma (5/32; 15,6%). Relativamente aos resultados cirúrgicos, a EDB (acuidade:93,4%;p<0,001) mostrou superioridade diagnóstica, comparativamente à vídeo-cápsula (acuidade:86,1%;p<0,001) e exames imagiológicos (acuidade:72,9%;p=0,032). Conclusão: As neoplasias do intestino delgado foram 12,0%(32/267) e malignas em 7,1%(19/267). A EDB é uma ferramenta útil, com elevada acuidade diagnóstica para o estudo das neoplasias do intestino delgado. 7. UTILIDADE DA ENTEROSCOPIA DE DUPLO BALÃO NO DIAGNÓSTICO DE UMA DOENÇA RARA NO TRATO GASTROINTESTINAL Joana Moleiro, Sara Ferreira, Susana Mão-de-Ferro, A. Dias Pereira Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil O linfoma folicular (LF) primário gastrointestinal é uma entidade rara, recentemente individualizada, contabilizando apenas 3,6% de todos os linfomas Não-Hodgkin, reconhecendo-se características clínicas distintas, nomeadamente a sua apresentação típica em estádios precoces e o prognóstico favorável. Nos últimos anos a difusão de diversas modalidades de enteroscopia têm contribuído para o seu crescente diagnóstico, sendo possível o reconhecimento de aspetos endoscópicos particulares. Os autores apresentam quatro doentes do sexo masculino, idade média de 51±23 (20-74) anos, avaliados por quadro recorrente de diarreia e/ou desconforto abdominal. Após investigação inicial não esclarecedora dois doentes realizaram enteroscopia por videocápsula, identificando-se múltiplos pólipos diminutos dispersos pelo jejuno, e os outros dois realizaram TC abdominal, identificando-se num doente um espessamento difuso do jejuno e no outro massa com 65x40mm, adjacente à raiz do mesentério mas com aparente origem no intestino delgado, e várias formações ganglionares adjacentes. A enteroscopia de duplo balão identificou, nos três primeiros doentes, múltiplos pólipos esbranquiçados <2mm difusamente dispersos pelo jejuno médio, coalescentes em algumas áreas; no quarto doente identificou, no jejuno proximal, lesão de aspeto polipoide revestida por mucosa irregular/mamilonada, ocupando ¼ da circunferência do órgão. A avaliação histológica de todos os casos foi compatível com LF primário gastrointestinal. Relativamente à estratégia terapêutica adotada, dois doentes foram tratados com quimioterapia, encontrando-se atualmente em remissão, num doente foi preconizada uma estratégia “watch and wait” e um doente encontra-se em estadiamento. Os autores consideram que a pertinência dos casos advém da raridade desta entidade, muitas vezes associada a quadros clínicos subtis, ao mesmo tempo que se pretende difundir os aspetos endoscópicos típicos, associando-se iconografia endoscópica. 8. RESECCION MUCOSA MULTIPLE EN EL SINDROME “BLUE RUBBER BLEB NAEVUS” E Pérez-Cuadrado Martínez, E Pérez-Cuadrado Robles, B Martínez Andrés, JF Sánchez Melgarejo, P. Esteban, J Shanabo, A López Higueras. Hospital Morales Meseguer. Murcia INTRODUCCIÓN: El síndrome “blue rubber-bleb naevus” (BRBNS) puede causar anemia desde intestino delgado (ID). Presentamos una mujer de 19a con requerimiento transfusional y cápsula endoscópica (CE) con múltiples lesiones polipoideas angiomatosas. ENDOSCOPIA: Con enteroscopia de doble balón (EDB) realizamos resección mucosa de 4 hemangiomas elevando suficientemente las lesiones con adrenalina con corte en una sola pieza. Hubo sangrados inmediatos tras el corte pero procedentes de la propia lesión resecada y sólo en una se aplicó tratamiento a la escara por sangrado leve. Todas se tatuaron y se realizó CE con lectura en tiempo real (CE-TR) a las 24h que mostró escaras/tatuajes sin hallazgos y ausencia de lesiones distales hasta Bahuin, siendo alta. COMENTARIOS: La resección en cuña quirúrgica ha demostrado no recurrencia, pero debe abordar múltiples segmentos separados. Hay alternativas menos invasivas: mecánicas (bandas,ligadura), térmicas (argón) y de inyección de sustancias (lauromacrogol, esclerosantes), pero pueden no eliminar la lesión. La resección mucosa si eliminó por completo las lesiones vasculares con escaras similares a la polipectomía. Ante lesiones múltiples de ID han de tatuarse las lesiones por si se indica retratamiento. La CE-TR permite descartar retratamiento y acortar estancia. El control de lesiones metacrónicas no está bien establecido pero parece razonable CE en 2 años. En resúmen, la EDB puede tratar con resección mucosa el BRBNS de ID. Al tratarse de una enfermedad rara será difícil establecer comparaciones entre distintas técnicas terapéuticas, pero la usada en nuestro caso se ha mostrado sencilla, sin complicaciones, y accesible a los grupos de enteroscopia. 9. LIPOMA ULCERADO JEJUNAL: CAUSA RARA DE HEMORRAGIA DIGESTIVA MÉDIA Gravito-Soares E., Gravito-Soares M., Lopes S., Figueiredo P., Almeida N., Ferreira A.M., Tomé L., Sofia C. Serviço Gastrenterologia, Centro Hospitalar e Universitário Coimbra, E.P.E. Introdução: Os lipomas são neoplasias benignas, representando 4% do total de neoplasias gastrointestinais. A localização mais frequente é no cólon (65%). A maioria são assintomáticos, sendo rara a hemorragia gastrointestinal como primeira manifestação. O tratamento das lesões sintomáticas é a resseção cirúrgica. A resseção endoscópica é possível em casos selecionados. Caso clínico: Doente, sexo masculino, raça caucasóide, de 66 anos. Antecedentes de Doença renal crónica secundária a Diabetes mellitus, estadio IV. Por anemia microcítica hipocrómica e ferropénica sintomática (tonturas e astenia), realizou esofagogastroduodenoscopia com biopsias no antro e corpo, revelando gastrite crónica com atrofia sem atividade Hp-positiva, tendo efetuado terapêutica de erradicação sequencial e, colonoscopia total com boa preparação intestinal, sem alterações. O valor médio de hemoglobina era 9,2g/dL e o valor mínimo de 6,3g/dL e VGM 72fL, coincidente com toma de AINES (Naproxeno 500mg/dL 2id) por lombalgia crónica agudizada. Após 6 meses da suspensão dos AINES, realizou videocápsula endoscópica, tendo-se conseguido enteroscopia total, com identificação de lesão de aspeto adenomatoso/infiltrativo no jejuno proximal/médio, sem condicionar dificuldade à progressão distal da cápsula. Posteriormente, efetuada enteroscopia de duplo balão via anterógrada, alcançado o jejuno médio, identificando-se a este nível lesão subepitelial com cerca de 25-30mm de maior eixo, com ulceração central, biopsada e tatuada com tinta da china. O resultado histológico foi inconclusivo, com bordo de lesão ulcerada do jejuno, não englobando a lesão subepitelial. Submetido a enterectomia segmentar laparoscópica de 19cm do jejuno, sem intercorrências, cujo resultado histológico demonstrou lipoma jejunal ulcerado de 3x3x3,5cm. Posteriormente, assintomático, com valor médio de Hg de 14,0g/dL. Conclusão: Os autores apresentam este caso, pela raridade etiológica subjacente a um caso de hemorragia digestiva média, como apresentação inicial. Documentação iconográfica endoscópica por video-cápsula e enteroscopia de duplo balão. 10. ELEVADA RECIDIVA HEMORRÁGICA A CURTO PRAZO EM DOENTES TRATADOS POR ENTEROSCOPIA A ANGIECTASIAS DO INTESTINO DELGADO JÁ COM RECIDIVA HEMORRÁGICA PRÉVIA Ponte A.1, Pinho R.1,2, Rodrigues A.1, Silva J.1, Rodrigues J.1, Mascarenhas-Saraiva M.2, Carvalho J.1 1 Serviço de Gastrenterologia, Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, 2 ManopH e ManopH-Instituto Cuf, Porto Introdução: No ocidente, as lesões vasculares constituem os achados mais comuns na enteroscopia assistida por balão (BAE) em doentes com hemorragia gastrointestinal obscura. A taxa global da primeira recidiva hemorrágica após tratamento endoscópico por BAE situa-se nos 40%, havendo escassa evidência da eficácia de sessões adicionais de terapêutica endoscópica na redução da recidiva hemorrágica. Objetivo: Avaliação da segunda recidiva hemorrágica de lesões vasculares do intestino delgado, após duas sessões de tratamento endoscópico por BAE. Material: Análise de todos os doentes com primeira recidiva hemorrágica após tratamento endoscópico por BAE de lesões vasculares do intestino delgado, submetidos a nova sessão terapêutica endoscópica, entre julho/2007-agosto/2015. Avaliou-se o tempo decorrido até à segunda recidiva, definida como presença de hemorragia digestiva manifesta (HDM), necessidade de transfusão de eritrócitos ou decréscimo ≥2g/dL hemoglobina. Análise estatística: Curvas de Kaplan-Meier, X2. Significância: p<0,05. Resultados: Incluíram-se 17 doentes, 52,9% (n=9) eram homens com idade mediana de 71A. Em 94,1% (n=16) dos casos, realizou-se estudo endoscópico e/ou imagiológico adicional. Em 70,6% (n=12), repetiu-se BAE, das quais 75% (n=9) por via anterógrada, 8,3% (n=1) por via retrógrada e 16,7% (n=2) por via anterógrada/retrógrada (exame completo). Em 83,3% (n=10) das BAE, observaram-se angiectasias do tipo 1b da Classificação Yamamoto, múltiplas em 60% (n=6) dos casos, com mediana de achados de 3,5. Realizou-se tratamento endoscópico com árgon-plasma nas 10 BAE. Verificou-se recidiva global em 60% (n=6) dos doentes submetidos a segunda sessão terapêutica, dos quais, 50% (n=3) com HDM, 33,3% (n=2) com necessidade transfusional e 16,7% (n=1) com diminuição ≥2g/dL hemoglobina. A taxa de recidiva aos 12 meses foi de 60%, não ocorrendo recidiva no restante período de seguimento. Conclusão: Apesar da maior recidiva verificada a curto prazo, poderá haver benefício na realização de sessões adicionais de terapêutica endoscópica de lesões vasculares do intestino delgado, dada a eficácia num grupo de doentes. 11. ENTEROSCOPIA INTRA-OPERATÓRIA – A PROPÓSITO DE UM CASO Rita Vale Rodrigues, Liliane Meireles, Susana Mão de Ferro, Ricardo Nogueira, Cecília Monteiro, Inês Rolim, Isabel Claro, António Dias Pereira Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Francisco Gentil Homem de 63 anos, sem antecedentes pessoais relevantes. No contexto de infecção respiratória, realizou TC Torácica identificando-se, nos cortes abdominais superiores, um nódulo mesentérico bem delimitado com cerca de 3cm. O doente foi referenciado à consulta de gastrenterologia após ter realizado biopsia guiada por TC, cuja histologia revelou um Tumor Neuroendócrino (TNE) G2 (cromogranina A +, Sinaptofisina + e Ki67 8%). Realizou PET - 68Ga DotaNoc que mostrou 3 focos de hipercaptação a nível de ansas do intestino delgado distal, e nódulo mesentérico sugestivo de metástase ganglionar, sem evidência de doença à distância. Após discussão em reunião multidisciplinar, optou-se por ressecção cirúrgica, com enteroscopia intra-operatória. Procedeu-se a enteroscopia intra-operatória por via oral, assistida por cirurgião, com progressão do colonoscópio até à válvula ileo-cecal. Na retirada identificaram-se, no íleon médio, 4 lesões submucosas, duas delas ulceradas, com 5 a 25 mm de diâmetro, 3 delas também identificadas por palpação do intestino delgado. No mesmo tempo procedeu-se a enterectomia segmentar e ressecção do nódulo mesentérico. A peça operatória confirmou as 4 lesões identificadas, compatíveis com TNE, depósito secundário no mesentério e metástases em 5 dos 8 gânglios excisados. Os TNE do intestino delgado são, habitualmente, lesões de pequenas dimensões, podendo ocorrer tumores síncronos em cerca de 30% dos casos. A enteroscopia intra-operatória, ao permitir identificar e ressecar todas as lesões endoluminais, deverá ser equacionada em todos os doentes com este diagnóstico em que o estadiamento mostre apenas doença loco-regional. Apresentamos um caso ilustrativo da utilidade deste procedimento já que permitiu identificar 4 lesões de pequenas dimensões, uma das quais não identificada por PET ou por palpação intra-operatória. A iconografia apresentada, em forma de vídeo, tem como objectivo, para além de ilustrar o caso clínico, descrever a técnica utilizada na realização de enteroscopias intra-operatórias. 12. ENTEROSCOPIA POR MONO-BALÃO: EFICÁCIA E CONCORDÂNCIA COM A AVALIAÇÃO POR MÉTODOS NÃO INVASIVOS DO INTESTINO DELGADO Coelho R., Marques M., Santos-Antunes J., Cardoso H., Vilas-Boas F., Ribeiro A., Macedo G. Serviço de Gastrenterologia – Centro Hospitalar São João, Porto Introdução: o impato clínico da enteroscopia por mono-balão (EMB) é ainda pouco conhecido, assim como a sua acuidade diagnóstica comparativamente a outros exames radiológicos e/ou endoscópicos do intestino delgado (ID). Objetivos: avaliar a eficácia e o grau de concordância da enteroscopia de mono-balão com outros exames radiológicos e endoscópicos do ID. Métodos: estudo retrospetivo num centro único de doentes submetidos a EMB por suspeita de lesões do ID em exames imagiológicos prévios. Foram analisados dados demográficos e clínicos e avaliados os resultados da EMB dos doentes incluídos de junho de 2010 a dezembro de 2014. O grau de concordância dos achados endoscópicos positivos com outros métodos de diagnóstico foi avaliado calculando o coeficiente de κappa (κ). Resultados: foram incluídos 168 doentes, a maioria do sexo masculino (64.3%), com idade média de 53.3±17.6 anos. Foram analisadas um total de 197 EMBs (122 por via alta, 75 por via baixa e em 6 doentes por via alta e baixa). A maioria das EMBs (86.3%) foram precedidas pela realização de exames não invasivos do ID: 61.4% (n=119) realizaram cápsula endoscópica (CE), 18.8% (n=37) tomografia computorizada e 6.1% (n=12) ressonância magnética. Quarenta e três doentes (25.6%) realizaram tratamento endoscópico durante a EMB, destacando-se pela sua maior frequência: coagulação de angiectasias com árgon plasma (53.4%) e polipectomia (34.9%). Os diagnósticos mais frequentes realizados com EMB foram: alterações compatíveis com doença inflamatória intestinal (21.8%) e lesões vasculares (14.2%). A acuidade diagnóstica da EMB foi de 69%, confirmando as lesões do ID previamente diagnosticadas. O grau de concordância entre a CE e a EMB foi significativo, com coeficiente κ=0.635 (p<0.001). Contudo, o grau de concordância entre EMB e os exames radiológicos foi apenas moderado: coeficiente κ=0.410 (p<0.001). A EMB teve um efeito imediato em 20% dos pacientes, modificando as estratégias de diagnóstico e o tratamento médico e/ou cirúrgico.