MÉXICO Contexto: Os Estados Unidos Mexicanos, ou México, como popularmente o conhecemos, é um Estado moderno com uma história rica que antecede o calendário gregoriano. A região da Mesoamérica foi o berço de várias das grandes civilizações antigas. Existem traços marcantes de civilizações que já plantavam, caçavam e se organizavam socialmente há dez mil anos atrás: estas mesmas civilizações viriam a resultar nos misteriosos impérios dos Astecas, Maias, Toltecas e Olmecas, entre outros. A descoberta do México ocorreu em decorrência das explorações dos espanhóis na região, que vinha se expandindo desde 1492. Em 1511, um naufrágio de um navio espanhol deixou apenas dois sobreviventes, que anos mais tarde conseguiriam entrar em contato com outros exploradores espanhóis, que por sua vez, organizaram uma expedição às terras do sul do México. Desde a descoberta da região do México, as expedições dos espanhóis tinham como objetivo a expansão territorial e a erradicação das nações nativas. A campanha espanhola contra os astecas culminou na captura de Tenochtitlan e a instauração da colônia, que passava agora a se chamar Nova Espanha. Os descendentes destes povos até hoje compõem grande parte da população mexicana, os mestiços (descendentes das uniões entre espanhóis e nativas), e várias ruínas de cidades ainda existem e servem como pontos turísticos, mas suas nações não sobreviveram. A independência do México foi conquistada apenas em 1821, após vários anos de batalhas e levantes contra a coroa espanhola. Declarou-se, então o Império do México, sob o governo de Agustín de Iturbide. No entanto, uma série de generais mexicanos decididos a derrubar a monarquia e instaurar a república logo iniciaram um movimento para depor o imperador, e obtiveram sucesso no ano de 1824. Nascia, então, uma república federativa sob o nome de Estados Unidos do México. Apesar da declaração da república, seguiu-se um período de instabilidade política, marcada por medidas drásticas e ditatoriais (como por exemplo a anulação da Constituição de 1824). Foi ainda no século XIX que iniciaram-se as tensões com os Estados Unidos. Colonizadores americanos passaram a montar comunidades nas cidades ao norte do México, o que escalou as tensões nas fronteiras. Este período é conhecido, na história dos Estados Unidos, como a Conquista do Oeste, ou Velho-Oeste, exaustivamente retratado em filmes clássicos de Hollywood. Estas tensões resultaram em uma guerra, com vitória dos Estados Unidos, que obtiveram, como um dos ganhos, o Estado do Texas. Em 1861, o Império da França invadiu o México, instaurando ali, novamente, um império (embora não seja correto dizer que anteriormente o período configurava uma república, visto que adequava-se mais aos moldes de uma ditadura). Embora os interesses franceses na região fossem mais brandos (com preocupações com o povo mexicano e cessão dos maus tratos à população, em detrimento da mera exploração de riquezas naturais), os liberais mexicanos não aceitavam uma nova monarquia, e os conservadores recusavam a ideia de uma monarquia limitada. Assim, em 1867, instaurou-se novamente a república. Mais uma vez, a república marcou-se por medidas ditatoriais, ainda que acompanhadas por uma modernização relativa nas áreas da saúde e economia. Em 1910, diante de um quadro político instável, o ditador Porfírio Díaz, acreditando não haver oposição suficientemente poderosa, decide realizar novas eleições. Para seu espanto, uma grande camada da população passa a apoiar o acadêmico Francisco Madero. Para evitar sua queda, o governo de Díaz fraudou as eleições com resultados falsos: Díaz seria reeleito com a maioria esmagadora dos votos. A população então iniciou a Revolução Mexicana, marcada por figuras ilustres como Pancho Villa e Emiliano Zapata. O fim da revolução, em 1929, colocou no poder o Partido Revolucionario Institucional (PRI), que curiosamente permanerecia no poder pelos próximos 71 anos. Neste mesmo período houve o milagre econômico mexicano, processo encabeçado pelo governo do México no intuito de modernizar o país e estabilizar a economia. Durante a Segunda Guerra Mundial, o México teve participação modesta, ao lado dos americanos, contra o Japão. A economia mexicana sofreu um forte baque em 1970, acompanhado por insatisfação pública com o governo, o que resultou no Massacre de Tlatelolco, em 1968. A crise econômica terminou com auxílio americano, incluindo a entrada do México no NAFTA, que é um bloco econômico atualmente composto por Estados Unidos, Canadá e México. Ainda no período de 1960, o México procurou desenvolver tecnologias para enriquecimento de urânio para fins bélicos, e obteve sucesso: desde 1974 o país tem capacidade e materiais para produzir armamentos nucleares. No entanto, oficialmente, o país afirma não adquirir ou tentar adquirir armamentos desta natureza, inclus ive em função do Tratado de Tlatelolco, assinado no México em 1967. Em 2010, o México concordou em entregar seu urânio enriquecido para os Estados Unidos, mas esta medida ainda não foi aprovada pelo Congresso Mexicano. De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica, é possível que o México possua armas nucleares ou tenha interesse em adquiri-las, visto que suas instalações nucleares são fiscalizadas e controladas pelos militares. Estima-se que o México pode ter participado no teste nuclear conhecido como o “Incidente Vela”. Esta hipótese, no entanto, jamais foi confirmada. Desde 2000, quando o Partido Revolucionario Institucional deixou o poder, as eleições têm sido competitivas e conturbadas, com diversos recursos e pedidos de recontagem dos votos. Atualmente, não é diferente: no mês de Julho do ano de 2012, as eleições do México são foco de atenção da mídia internacional, visto que o candidato mais popular e vencedor das eleições, Enrique Peña Nieto, que marca o retorno do PRI ao poder, foi acusado de lavagem de dinheiro, e o principal partido concorrente (que esteve no poder de 2000 a 2011) acusou uma fraude eleitoral, demandando a anulação do resultado. Haverá, portanto, uma sessão no tribunal eleitoral mexicano que decidirá se o presidente eleito no ano de 2012 é, de fato, Enrique Peña Nieto. Parceiros Comerciais: Importações: Estados Unidos, China Exportações: Estados Unidos, Canadá Tratados Relevantes: Tratado sobre Proibição Parcial de Testes Nucleares – assinado e ratificado (1963) Tratado de Tlatelolco – assinado e ratificado (1967) Tratado do Espaço Exterior – assinado (1967) e ratificado (1968) Tratado de Não-Proliferação – assinado (1968) e ratificado (1969) Tratado de Controle de Armas no Leito Marítimo – ratificado (1984) Tratado para a Proibição Completa dos Testes Nucleares – assinado (1996) e ratificado (1999)