Verbo

Propaganda
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Verboto
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- é o elemento fundamental da oração – não há orações
sem verbo (explícito ou subentendido) W
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- exprime um processo ou uma situação
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Verbo
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Orações sem predicado (verbo)
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M
Há muitas frases que não têm predicado (verbo) expresso. Isto acontece, por
exemplo, quando queremos ser mais económicos e abreviar a linguagem.
Contudo, é sempre possível identificar o predicado, que está subentendido.
O que estás a fazer? – Um exercício para a aula de português.
= Estou a fazer um exercício para a aula de português.
A que horas voltaste? – Às duas.
= Voltei às duas.
Boa viagem!
= Desejo-te uma boa viagem.
Vou visitar-te amanhã. – A que horas?
= A que horas vais visitar-me amanhã.
Vais sair hoje à noite? – Talvez.
= Talvez saia hoje à noite.
Conheces a nossa nova leitora de português. – Não.
= Não conheço a nossa nova leitora de português.
Funcionamento sintático dos verbos
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Os verbos podem ser classificados da seguinte forma:
Transitivos – os que pedem ou implicam um complemento:
transitivos directos – com complemento directo:
A Mariana cozinhou uma sopa.
transitivos indirectos – com complemento indirecto:
O Bruno telefonou ao Miguel.
transitivos directos e indirectos (verbos com duplo
complemento) – com complemento directo e indirecto:
O professor entregou o prémio ao melhor estudante.
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Intransitivos – os que não admitem complemento directo nem indirecto:
A criança caiu e magoou-se.
Verbos de ligação ou copulativos – os que não têm um significado
próprio definido e necessitam de um predicativo do sujeito para poderem
transmitir um sentido (verbos ser, estar, ficar, continuar, permanecer,
parecer, etc.):
Sou amiga do João.
O Manuel parecia muito zangado.
Muitas vezes os complementos podem ser omitidos, mas mesmo assim estão
subentendidos e é possível identificá-los do contexto:
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A Mariana gosta de cozinhar.
cozinhar = cozinhar um jantar, uma sopa, um caldo, uma massa ou outro
alimento
A Maria lia.
lia = lia um livro, uma revista, uma carta, um jornal ou outra matéria impressa ou
manuscrita
Já telefonaste?
telefonaste = telefonaste àquela pessoa ou àquele sítio a que querias telefonar
És amiga do Pedro? – Sou.
sou = sou amiga do Pedro
Esperas que os alunos recebam boas notas? – Espero.
espero = espero que recebam boas notas
O Manuel parecia muito zangado? – Parecia.
parecia = parecia muito zangado
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Flexões do verbo
Os verbos são flexionados em:
modo
tempo
voz
pessoa
número
Tema verbal
Tirando o r do infinitivo obtemos o tema do verbo, composto por radical e
vogal temática.
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Infinitivo
Tema
Radical
Vogal
temática
ama(r)
ama
am
a
come(r)
come
com
e
abri(r)
abri
abr
i
Conjugações
Em português há três conjugações, que correspondem a três vogais temáticas:
1.ª conjugação: a (amar)
2.ª conjugação: e (comer)
3.ª conjugação: i (abrir)
4
Morfemas de modo e tempo (características) e morfemas de pessoa e
número (desinências)
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característica (morfema de modo e tempo): acrescenta-se ao tema para
caracterizar o tempo e o modo:
amava (modo: indicativo; tempo: pretérito imperfeito)
desinência (morfema de pessoa e número): acrescenta-se ao tema ou à
característica para indicar pessoa e número:
amávamos (pessoa: 1.ª; número: plural)
Terminação
Radical
Vogal temática
Característica
Desinência
AM
Á
VA
MOS
Terminação = vogal temática + característica + desinência
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Tema do presente: do presente do indicativo formam-se o imperfeito do indicativo,
o presente do conjuntivo e o imperativo
amar: eu amo → am
Tema do pretérito: da 3.a pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo
formam-se o mais-que-perfeito do indicativo, o imperfeito do conjuntivo e o futuro do
conjuntivo
amar: eles amaram → ama(r)
Tema do infinitivo: do infinitivo não flexionado formam-se o futuro do indicativo,
o condicional, o infinitivo flexionado, o gerúndio e o particípio passado
ama(r)
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Formas rizotónicas e arrizotónicas
Formas rizotónicas (acentuadas sobre o radical):
amo, amas, ama, amam
Formas arrizotónicas (accentuadas sobre a terminação):
amamos, amava, amou, amar
Modo
Forma como o emissor concebe o processo ou a situação expressos pelo verbo.
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Em português há quatro modos:
Indicativo – o conteúdo do verbo é apresentado como uma realidade:
O Mário partiu a perna.
Conjuntivo – o conteúdo do verbo é apresentado como uma irrealidade, uma
possibilidade, um desejo ou uma realidade apresentada de uma forma subjectiva
(avaliativa):
Se fores ao Rio, avisa-me.
Lamento que o Mário tenha partido a perna.
Imperativo - o conteúdo do verbo é apresentado como uma ordem, um pedido, um
conselho:
Diz-me a verdade, por favor.
Condicional (BR uma das formas do indicativo) - o conteúdo do verbo é apresentado
como dependente de uma condição:
Se eu fosse rico, faria uma viagem à volta do mundo.
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Tempo
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Situa os processos ou as situações expressos pelos verbos em relação
ao tempo em que se fala ou escreve: presente, passado ou futuro.
Em português há tempos simples e tempos compostos.
Tempos simples
Presente – exprime algo que se refere ao momento em que se fala ou
escreve, uma acção habitual, uma verdade atemporal ou uma acção
futura:
As crianças vão à escola.
A Terra é redonda.
Amanhã almoço na cantina.
Pretérito – exprime algo que se refere ao passado e pode ser:
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perfeito – quando exprime algo que se realizou completamente no passado:
Comprei um ramo de flores.
Fomos dar um passeio.
imperfeito – quando descreve acontecimentos ou situações verificados
anteriormente ou exprime acções habituais ou repetidas no passado:
Quando o Mário chegou a casa, a Joana via televisão.
Enquanto ele limpava o quarto, ela preparava o jantar.
Quando andava na faculdade saía para dançar todas as noites.
mais-que-perfeito – quando refere um facto passado, anterior a outro também
passado:
Quando chegamos à aldeia, o avô já morrera.
Conhecera o Paulo antes de ele ir viver para o Brasil.
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Futuro imperfeito – indica um acontecimento ou uma situação posterior
ao momento em que se fala ou escreve:
O Presidente da República fará uma visita à Albânia no próximo mês.
Tempos compostos
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Verbo auxiliar (ter ou haver) + particípio passado do verbo principal
Os tempos compostos denotam anterioridade em relação a um determinado
momento do presente, do passado ou do futuro. Além disso, o pretérito perfeito
composto inclui também o presente.
Pretérito perfeito composto:
As crianças têm brincado muito. (= ainda não deixaram de brincar)
Pretérito mais-que-perfeito composto:
Ele nunca havia dito tal coisa.
Futuro composto:
Quando você chegar, eu já terei deixado o país.
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Formas nominais (infinitas) do verbo
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Em si não exprimem tempo, modo, pessoa ou número.
Desempenham funções sintácticas de advérbio, adjectivo ou nome (substantivo).
Gerúndio - indica um processo em curso e pode desempenhar o papel de um
advérbio ou de um adjectivo :
A criança, gritando, acordou os vizinhos.
Particípio - indica o resultado de um acontecimento e funciona, sintacticamente,
como um adjectivo ou um nome (substantivo):
O artigo, publicado na revista Science, foi muito bem recebido.
O preso fugiu da prisão.
Infinitivo - indica um processo ou uma situação em geral e funciona,
sintacticamente, como um nome (substantivo):
Amar é respeitar.
Voz activa e voz passiva
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Só os verbos transitivos directos podem ser transformados na voz passiva.
Na voz activa o sujeito realiza o processo designado pelo verbo:
Eu escrevi este poema.
Na voz passiva o sujeito representa a coisa ou pessoa afectada por este
processo:
Este poema foi escrito por mim.
Agente da passiva: pessoa ou coisa que realiza o processo na voz passiva:
Os alunos foram avaliados pelo professor.
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Conjugação dos verbos
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Verbos regulares: mantêm o seu radical inalterável por toda a conjugação.
amo, amarás, amávamos
bebia, beberemos, beberiam
partia, partirão, partis
Verbos irregulares: alteram o radical.
fazer, fizemos, fareis, faço
posso, pudeste, poderia
Verbos defectivos: não se conjugam em todos os tempos ou em todas as
pessoas (banir, colorir, emergir, falir, florir, retorquir, etc.).
Verbos impessoais: usam-se só na 3.ª pessoa do singular sem sujeito expresso e
designam fenómenos da natureza (chover, nevar, trovejar etc.). O verbo haver,
sinónimo de existir, também é impessoal.
Em Bergen, chove muito.
Há muitos problemas ligados a este assunto.
Conjugação pronominal: verbo conjugado com os pronomes pessoais o, a, os, as
(complemento directo):
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Nós lemo-las. (:as revistas)
Conjugação reflexa: verbo conjugado com os pronomes pessoais me, te, se, nos,
vos, se, designando que o sujeito é o mesmo que o objecto da oração:
A Joana penteia-se.
Conjugação perifrástica: forma-se com um verbo auxiliar e o gerúndio ou o
infinitivo do verbo principal para exprimir diversos valores modais, temporais ou
aspectuais (intenção, iminência, necessidade, obrigação, duração, repetição etc.):
Estou a ler um conto. (BR Estou lendo um conto.)
Acabamos de chegar.
Temos de sair.
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