utilização de folhas de pitangueira (eugenia uniflora)

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II SIMPÓSIO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
Local: Centro Universitário São Camilo
Data:
24 de maio de 2014
UTILIZAÇÃO DE FOLHAS DE PITANGUEIRA (EUGENIA UNIFLORA) NO
CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA DE USUÁRIOS DO
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
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SILVA, Íris Menezes¹; KOROYVA, Patricia ; GUTIERREZ, Thatiane ; SILVA, Alexsandro Macedo
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Graduanda do Curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo – SP.
² Professor do Centro Universitário São Camilo – SP São Paulo – SP.
e-mail: [email protected]
Palavras-Chave: DIURÉTICOS. EUGENIA UNIFLORA. PITANGA.
INTRODUÇÃO
A fitoterapia vem sendo amplamente utilizada pela população como uma opção econômica de
tratamento, principalmente em países subdesenvolvidos, visto que a grande maioria da população
não tem acesso aos medicamentos industrializados. Em geral, as drogas de origem vegetal são
usadas indiscriminadamente sem que haja confirmação de sua ação ou mesmo da possível
existência de toxicidade. Diversos registros da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que
cerca de 82% da população faz uso de algum tipo de planta com finalidade terapêutica. Entretanto,
menos de 30% destes, possuem um acompanhamento médico (CIRQUEIRA e ALVES, 2005).
A Eugenia uniflora L. tem sido amplamente estudada, visto suas propriedades
farmacológicas, por ser utilizada popularmente no tratamento de diarreias (Almeida et al., 1995),
inflamações (Schapoval et al., 1994), hiperglicemia (Arrai et al., 1999) e hipertensão (Consolini et al.,
1999). Ensaios farmacológicos realizados com extratos de folhas da Eugenia uniflora permitiram
evidenciar atividade inibitória da enzima xantina-oxidase por ação dos flavonoides presentes nas
folhas (Schmeda-Hirschmann et al., 1987), a diminuição da pressão sanguínea mediada pela
vasodilatação direta e fraca ação diurética (Consolini et al., 1999). Observou-se atividade bacteriana
dessa planta contra alguns germes patogênicos (Fadey e Akpan, 1989), e segundo Holetz et al.,
2002, a atividade moderada tanto para S. aureus quanto para E. coli e a atividade contra algumas
leveduras (FIUZA et al., 2011).
A Hipertensão Arterial Sistêmica é a mais frequente das doenças cardiovasculares. É também
o principal fator de risco para as complicações mais comuns como acidente vascular cerebral e infarto
agudo do miocárdio, além da doença renal crônica terminal (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
OBJETIVOS
O objetivo geral desta revisão de literatura é por meio de levantamento de dados, encontrar
plantas medicinais que podem ser cultivadas em uma Unidade Básica de Saúde, e que tratem a
Hipertensão Arterial Sistêmica com efeito diurético. Entre os objetivos específicos, encontram-se a
definição e caracterização da doença, definição da planta medicinal utilizada para tratar a doença,
assim como explanação dos critérios de escolha da planta e por fim, pesquisa com embasamento
científico, da ação farmacológica, interações medicamentosas, toxicologia, bem como possíveis
reações adversas à planta medicinal.
Realização
II SIMPÓSIO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
Local: Centro Universitário São Camilo
Data:
24 de maio de 2014
METODOLOGIA
Em um primeiro momento, foi feito um levantamento de dados acerca da doença, assim como
da planta medicinal com o objetivo de apurar se a planta medicinal era viável ou não para ser
plantada em hortos de Unidades Básicas de Saúde. Com a doença definida e a planta escolhida,
realizou-se um questionário destinado a usuários do Sistema Único de Saúde, com direcionamento
para pacientes hipertensos. Neste questionário, exploraram-se aspectos como qualidade de vida
(sono, alimentação, relações interpessoais e outros), estilo de vida (uso de cigarro, consumo de
bebidas alcoólicas, realização de atividades físicas e etc). Explorou-se ainda, aspectos relacionados à
terapia farmacológica do paciente com medicamentos alopáticos como aderência ao tratamento.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a determinação da planta medicinal utilizada, discutiu-se diversos aspectos e ponderouse a viabilidade da mesma no UBS/SUS. Os critérios aplicados na determinação foram: 1. Planta
nativa brasileira; 2. Nasce em climas subtropicais; 3. Não tem exigências quanto ao solo; 4. Arbusto
pequeno; 5. Folha é a parte utilizada; 6. Frutos podem ser reaproveitados; 7. Preparação simples
(infusão – chá); 8. Estudos comprovam eficácia.
A pitangueira é originária do Brasil, nativa da Mata Atlântica, desenvolve-se bem em locais de
clima quente e úmido com boa distribuição de chuvas durante o ano. Não mostra exigências quanto
ao solo, mas cresce bem em terrenos profundos, férteis, bem drenados, sílico-argiloso ou arenosos.
É da família das Mirtráceas, pode ser árvore ou arbusto pequeno, de tronco um pouco tortuoso e de
casca fina.
A partir do terceiro ano de plantio e 50 dias após a floração inicia-se a colheita. A planta entra
em produção de frutos duas vezes no ano, normalmente, nos meses de março a abril e de agosto a
dezembro. Uma pitangueira pode produzir de 2,5 a 3,0Kg. de frutos/planta/ano em pomares não
irrigados.
Ensaios farmacológicos realizados com os extratos das folhas da Eugenia uniflora permitiram
evidenciar atividade inibitória da enzima xantina-oxidase por ação dos flavonoides presentes nas
folhas (Schmeda – Hirschmann et al., 1987), a diminuição da pressão sanguínea mediada pela
vasodilatação direta e fraca ação diurética (Consolini et al., 1999). Observou-se a atividade
antibacteriana dessa planta contra alguns germes patogênicos (Fadey & Akpan, 1989), a atividade
moderada tanto para S. aureus quanto para E. coli e a atividade contra algumas leveduras (FIUZA et
al., 2011).
Wazlawik et al. (1997) demonstraram um efeito vasorelaxante dose e endotélio-dependente
do extrato hidroalcoólico das folhas de pitanga em aorta torácica de rato. Esses resultados foram
confirmados por Consolini, que relataram um efeito hipotensivo dose-dependente mediado por uma
ação vasodilatadora direta com a dose efetiva (DE50) de 3.1 ± 0.4 mg/kg. O efeito diurético da pitanga
foi observado quando administrado em doses elevadas (120 mg/kg).
Schmeda – Hirschmann et al., trabalhando com folhas de E. uniflora, não verificaram
toxicidade em doses de até 4,2 g do extrato hidroalcoólico por kg de peso, administradas em
camundongos, por via oral. A DL50, por via intraperitoneal, obtida pelos autores, foi de 220 mg/kg, em
camundongos.
A utilização de E. uniflora se mostra pertinente como Prática Integrativa Complementar no
SUS para a Hipertensão Arterial, pois no Brasil são cerca de 17 milhões de portadores de hipertensão
arterial, 35% da população de 40 anos e mais. E esse número é crescente; seu aparecimento está
cada vez mais precoce e estima-se que cerca de 4% das crianças e adolescentes também sejam
portadoras. A carga de doenças representada pela morbimortalidade devida à doença é muito alta e
por tudo isso a Hipertensão Arterial é um problema grave de saúde pública no Brasil e no mundo
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
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Local: Centro Universitário São Camilo
Data:
24 de maio de 2014
CONCLUSÃO
A utilização de infusão das folhas de Eugenia uniflora L. para controle de hipertensão arterial
sistêmica, em Unidades Básicas de Saúde se mostra bastante vantajosa quando se considera fatores
como eficácia da planta medicinal, como mostram os estudos de Consolini, facilidade no cultivo e
coleta, por ela ser uma planta nativa brasileira, pelo arbusto ser pequeno, e por esse motivo, não
ocupar muito espaço na unidade, não atrapalhando o andamento/rotina da mesma. Como outra
vantagem, as bagas (frutos), podem ser reaproveitadas, e utilizadas para fins terapêuticos também,
pois é de conhecimento popular que o próprio fruto da pitangueira tem capacidade de amenizar
dores-de-cabeça. Além é claro, do leque de ações terapêuticas que tanto as folhas quanto os frutos
possuem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CIRQUEIRA, R.T.; ALVES, M.J.Q.F. Efeitos hipotensivo e diurético dos extratos aquosos de
pitanga (Eugenia uniflora L.) e jamboleão (Eugenia jambolana Lam.) em ratos normotensos
anestesiados. Revista Brasileira de Plantas Medicinais: Botucatu, v.7, n.2, p.86-91, 2005.
FIUZA, T.S.; SILVA, P.C.; PAULA, J.R.; TRESVENZOL, L.M.F.; SOUTO, M.E.D.; SABÓIA-MORAIS,
S.M.T. Análise tecidual e celular das brânquias de Oreochromis niloticus L. tratadas com
extrato etanólico bruto e frações das folhas de pitanga (Eugenia uniflora L.) – Myrtaceae.
Revista Brasileira de Plantas Medicinais: Botucatu, v.13, n.4, p.389-395, 2011.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Cadernos de Atenção Básica – nº15. Hipertensão Arterial Sistêmica.
Brasília/DF, 2006.
SCHMEDA – HIRSCHMANN, G.; THEODULOZ, C.; FRANCO, L. et al. Preliminary pharmacological
studies on Eugenia uniflora leeves: xanthine oxidase inhibitory activity. Journal Of
Ethnopharmacology, v. 21, p.183-186, 1987.
WAZLAWIK, E. DA SILVA, M.A.; PETERS, R.R. et al. Analysis of the role of nitric oxide in the
relaxant effect of the crude extract and fractions from Eugenia uniflora in the rat thoracic aorta.
Journal Pharmaceutical Pharmacology, v.49, n.4, p.433-437, 1997.
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