SISTEMA RESPIRATÓRIO VENTILAÇÃO PULMONAR

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19/08/2016
Ventilação Pulmonar
SISTEMA RESPIRATÓRIO
VENTILAÇÃO PULMONAR
Nossas células necessitam, enquanto vivas e desempenhando suas funções, de um
suprimento contínuo de oxigênio para que, num processo químico de respiração
celular, possam gerar a energia necessária para seu perfeito funcionamento e
produção de trabalho.
Da mesma forma que um motor de automóvel necessita, para produzir seu trabalho
mecânico, além da fonte de energia orgânica fornecida pelo combustível (gasolina,
álcool ou diesel), de fornecimento constante de oxigênio; da mesma forma que uma
chama num palito de fósforo, para permanecer acesa necessita, além da matéria
orgânica presente na madeira do palito, também de oxigênio, nossas células também,
para manterem seu perfeito funcionamento necessitam, além da fonte de energia
proporcionada pelos diversos alimentos, de um fornecimento constante de oxigênio.
O oxigênio existe em abundância em nossa atmosfera. E para captá­lo necessitamos
de nosso aparelho respiratório. Através deste, parte do oxigênio da atmosfera se
difunde através de uma membrana respiratória e atinge a nossa corrente sanguínea, é
transportado pelo nosso sangue e levado às diversas células presentes nos diversos
tecidos. As células, após utilizarem o oxigênio, liberam gás carbônico que, após ser
transportado pela mesma corrente sanguínea, é eliminado na atmosfera também pelo
mesmo aparelho respiratório.
Para que seja possível uma adequada difusão de gases através da membrana
respiratória, oxigênio passando do interior dos alvéolos para o sangue presente nos
capilares pulmonares e o gás carbônico se difundindo em sentido contrário, é
necessário um processo constante de ventilação pulmonar.
A ventilação pulmonar consiste numa renovação contínua do ar presente no interior
dos alvéolos. Para que isso ocorra é necessário que, durante o tempo todo, ocorram
movimentos que proporcionem insuflação e desinsuflação de todos ou quase todos os
alvéolos. Isso provoca, no interior dos alvéolos, uma pressão ligeiramente, ora mais
negativa, ora mais positiva do que aquela presente na atmosfera.
Durante a inspiração, devido a uma pressão intra­alveolar de aproximadamente 3
mmHg. mais negativa do que a atmosférica, uma certa quantidade de ar atmosférico é
inalado pelo aparelho respiratório; durante a expiração, devido a uma pressão intra­
alveolar de aproximadamente 3 mmHg. mais positiva do que a atmosférica, a mesma
quantidade de ar é devolvida para a atmosfera.
Para que possamos insuflar e desinsuflar nossos alvéolos, devemos inflar e desinflar
nossos pulmões. Isso é possível através de movimentos que acarretem aumento e
redução do volume no interior da nossa caixa torácica, onde nossos pulmões estão
localizados.
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Podemos expandir o volume de nossa caixa torácica levantando nossas costelas e
contraindo o nosso músculo diafragma. Para retrairmos o volume da caixa torácica
fazemos exatamente o contrário: rebaixamos nossas costelas enquanto relaxamos o
nosso diafragma.
Portanto temos diversos músculos que nos são bastante importantes durante nossa
respiração:
Músculos utilizados na inspiração: diafragma, esternocleidomastoideos, intercostais
externos, escalenos, serráteis anteriores.
Músculos utilizados na expiração: intercostais internos, retos abdominais e demais
músculos localizados na parede anterior do abdomen.
Durante a inspiração e durante a expiração, o ar passa por diversos e diferentes
segmentos que fazem parte do aparelho respiratório:
Nariz: É o primeiro segmento por onde, de preferência, passa o ar durante a inspiração.
Ao passar pelo nariz, o ar é filtrado, umidificado e aquecido. Na impossibilidade
eventual da passagem do ar pelo nariz, tal passagem pode acontecer por um atalho, a
boca. Mas infelizmente, quando isso acontece, o ar não sofre as importantes
modificações descritas acima.
Faringe: Após a passagem pelo nariz, antes de atingir a laringe, o ar deve passar pela
faringe, segmento que também serve de passagem para os alimentos.
Laringe: Normalmente permite apenas a passagem de ar. Durante a deglutição de
algum alimento, uma pequena membrana (epigloge) obstrui a abertura da laringe, o
que dificulta a passagem fragmentos que não sejam ar para as vias respiratórias
inferiores. Na laringe localizam­se também as cordas vocais, responsáveis para
produção de nossa voz.
Traquéia: Pequeno tubo cartilaginoso que liga as vias respiratórias superiores às
inferiores, logo abaixo.
Brônquios: São numerosos e ramificam­se também numerosamente, como galhos de
árvore. Permitem a passagem do ar em direção aos alvéolos.
Bronquíolos: Mais delgados, estão entre os brônquios e os sacos alveolares, de onde
saem os alvéolos.
Por toda a mucosa respiratória, desde o nariz até os bronquíolos, existem numerosas
células ciliadas, com cílios móveis, e grande produção de muco. Tudo isso ajuda
bastante na constante limpeza do ar que flui através das vias respiratórias.
Os alvéolos apresentam uma certa tendência ao colabamento. Tal colabamento
somente não ocorre normalmente devido à pressão mais negativa presente no espaço
pleulra, o que força os pulmões a se manterem expandidos. O grande fator responsável
pela tendência de colabamento dos alvéolos é um fenômeno chamado Tensão
Superficial. A Tensão Superficial ocorre no interior dos alvéolos devido a grande
quantidade de moléculas de água ali presente e revestindo, inclusive, toda a parede
interna dos alvéolos. A Tensão Superficial no interior dos alvéolos certamente seria
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bem maior do que já o é se não fosse a presença, nos líquidos que revestem os
alvéolos, de uma substância chamada surfactante pulmonar. O surfactante pulmonar é
formado basicamente de fosfolipídeos (dipalmitoil lecitina) por células presentes no
epitélio alveolar. A grande importância do surfactante pulmonar é sua capacidade de
reduzir significativamente a tensão superficial dos líquidos que revestem o interior dos
aléolos e demais vias respiratórias.
Copyright ­ 1999 ­ Milton Carlos Malaghini RETORNA
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