nível compilatório

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ASPECTOS
DAS
FORMAÇÕES
VEGETAIS/USO
E
OCUPAÇÃO DO SOLO – FOLHA MIR-339 – SORRISO MEMÓRIA TÉCNICA
Parte 2: Sistematização de Informações Temáticas
NÍVEL COMPILATÓRIO
DSEE-VG-US-MT-023
PLANO DA OBRA
PROJETO DE DESENVOLVIMENTO AGROAMBIENTAL DO ESTADO DE MATO GROSSO - PRODEAGRO
ZONEAMENTO
SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO:
DIAGNÓSTICO
SÓCIOECONÔMICO-ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA
TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA 2ª APROXIMAÇÃO
Parte 1: Consolidação de Dados Secundários
Parte 2: Sistematização das Informações Temáticas
Parte 3: Integração Temática
Parte 4: Consolidação das Unidades
Governo do Estado de Mato Grosso
Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral - SEPLAN
Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD)
PROJETO DE DESENVOLVIMENTO AGROAMBIENTAL DO ESTADO DE MATO GROSSO - PRODEAGRO
ZONEAMENTO
SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO:
DIAGNÓSTICO
SÓCIOECONÔMICO-ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA
TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA 2ª APROXIMAÇÃO
ASPECTOS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/ USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
FOLHA MIR-339 – SORRISO –
MEMÓRIA TÉCNICA
Parte 2: Sistematização das Informações Temáticas
NÍVEL COMPILATÓRIO
MARCO ANTONIO VILLARINHO GOMES
MÁRIO VITAL DOS SANTOS
CUIABÁ
FEVEREIRO, 2001
CNEC – Engenharia S.A.
GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO
Dante Martins de Oliveira
VICE-GOVERNADOR
José Rogério Salles
SECRETÁRIO DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL
Guilherme Frederico de Moura Müller
SUB SECRETÁRIO
João José de Amorim
GERENTE ESTADUAL DO PRODEAGRO
Mário Ney de Oliveira Teixeira
COORDENADORA DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO
Márcia Silva Pereira Rivera
MONITOR TÉCNICO DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO
Wagner de Oliveira Filippetti
ADMINISTRADOR TÉCNICO DO PNUD
Arnaldo Alves Souza Neto
EQUIPE TÉCNICA DE ACOMPANHAMENTO E SUPERVISÃO DA SEPLAN
Coordenadora do Módulo Biótico/Uso do Solo
LUZIA IVO DE ALMEIDA ARIMA
(Geógrafa)
Coordenadora do Módulo Sócio-Econômico/ Jurídico-Institucional
MARILDE BRITO LIMA
(Economista)
Coordenadora do Módulo Cartografia/Geoprocessamento
LIGIA CAMARGO MADRUGA
(Engª Cartógrafa)
Supervisores de Tema
DALILA VARGAS OLIVARES SIFUENTE
(Geógrafa)
LIGIA CAMARGO MADRUGA
(Enga. Cartógrafa)
LUZIA IVO DE ALMEIDA ARIMA
(Geógrafa)
JOÃO BENEDITO PEREIRA LEITE SOBRINHO
(Engo Agrônomo)
MARIA APARECIDA CERCI DE PAIVA
(Enga. Agrônoma)
Consultor PNUD para o Módulo Biótico/ Uso do Solo
RICARDO RIBEIRO RODRIGUES
(Biólogo/Botânico)]
Consultor PNUD para o Módulo Sócio-Econômico/ Jurídico Institucional
SÉRGIO ADÃO SIMIÃO
(Engo. Agronômo)
Consultor PNUD para Geoprocessamento/ Banco de Dados
EMÍLIO CARLOS BOCHÍLIA
(Analista de Organização,
Sistemas e Métodos de
Informações – OIM)
Supervisão do Banco de Dados
GIOVANNI LEÃO ORMOND
(Administrador de Banco de
Dados)
VICENTE DIAS FILHO
(Analista de Sistema)
EQUIPE TÉCNICA DE EXECUÇÃO
CNEC - Engenharia S.A.
GERÊNCIA E COORDENAÇÃO
LUIZ MÁRIO TORTORELLO
(Gerente do Projeto)
KALIL A. A. FARRAN
(Coordenador Técnico)
MARCO A. V. GOMES
(Coordenador Técnico do Meio
Econômico/Jurídico Institucional)
Sócio-
MÁRIO VITAL DOS SANTOS
(Coordenador
Biótico)
Físico-
MARIA MADDALENA RÉ
(Coordenadora de Uso e Ocupação do Solo)
Técnico
EQUIPE TÉCNICA DE CAMPO
ADRIANA ROZZA
(Engª Agrônoma)
FRANCISCO O. DE CARVALHO
(Estagiário)
GÉZA ARBOCZ
(Engº Agrônomo)
LAURA CRISTINA FEINDT URREJOLA
(Geógrafa)
LUÍS CARLOS BERNACCI
(Biólogo)
MÁRCIA VISIBELLI
(Geógrafa)
MARIA TEREZINHA MARTINS
(Geógrafa)
MARTA CAMARGO DE ASSIS
(Bióloga)
MÔNICA TAKAKO SHIMABUKURO
(Bióloga)
NATÁLIA M. IVANAUSKAS
(Engª Agrônoma)
PAULA PINTO GUEDES
(Bióloga)
RENATO GOLDENBERG
(Engº Agrônomo)
RUBENS ANTÔNIO ALVES BARRETO
(Engº Florestal)
SALVADOR RIBEIRO FILHO
(Engº Florestal)
do
Meio
EQUIPE TÉCNICA DE FOTOINTERPRETAÇÃO
LAURA CRISTINA FEINDT URREJOLA
(Geógrafa)
MÁRCIA VISIBELLI
(Geógrafa)
MARIA TEREZINHA MARTINS
(Geógrafa)
PAULA PINTO GUEDES
(Bióloga)
RUBENS ANTÔNIO ALVES BARRETO
(Engº Florestal)
EQUIPE TÉCNICA DE GABINETE
DENISE TONELLO
(Arquiteta)
EDUARDO CECONELO
(Eng.º Civil)
FRANCISCO O. DE CARVALHO
(Estagiário)
MADALENA LÓS
(Bióloga)
MARCELO DE PAULA FERREIRA
(Arquiteto)
MÁRCIA VISIBELLI
(Geógrafa)
MARIA TEREZINHA MARTINS
(Geógrafa)
PAULA PINTO GUEDES
(Bióloga)
PENÉLOPE LOPES
(Arquiteta)
VERA MÁRCIA ARRIGHI
(Arquiteta)
SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO
2.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E OPERACIONAIS ESPECÍFICOS
À FOLHA SORRISO
003
3.
001
2.1.
DOCUMENTAÇÃO
003
2.2.
INTERPRETAÇÃO DAS IMAGENS
003
2.3.
TRABALHOS DE CAMPO
006
2.4
INTEGRAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DOS DADOS
008
CARACTERIZAÇÃO DAS UNIDADES DE MAPEAMENTO
008
3.1.
FORMAÇÕES VEGETAIS
008
3.1.1.
Formações Savânicas e Campestres
008
3.1.1.1.
Sd - Savana Florestada (Cerradão)
008
3.1.1.2.
Sa - Savana Arborizada (Cerrado)
009
3.1.1.3.
Saf - Savana Arborizada com Florestade-Galeria
009
Spf - Savana Parque com Floresta-deGaleria
010
Sgi - Savana
(Campo Úmido)
010
3.1.1.4.
3.1.1.5.
3.1.2.
3.1.3.
Gramíneo-Lenhosa
Formações Ripária
011
3.1.2.1.
Fj - Formação Justafluvial
011
3.1.2.2
Fa - Floresta Aluvial
012
Formações Florestais
3.1.3.1.
Fp - Floresta associada ao Planalto dos
Parecis
012
012
3.1.3.2.
3.1.4.
3.1.5.
3.2.
Fp* - Floresta associada ao Planalto
dos Parecis com corte seletivo
Formações de Contatos
013
3.1.4.1.
FeS - Floresta Estacional / Savana
013
3.1.4.2.
FpS - Floresta associada ao Planalto
dos Parecis / Savana
013
3.1.4.3. FpS* - Floresta associada ao Planalto
dos Parecis / Savana com corte seletivo
014
Formações Antropizadas
014
3.1.5.1.
Fr - Floresta Remanescente
014
3.1.5.2.
Fs - Formação Secundária
015
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
3.2.1.
3.2.2
013
015
Aspectos Gerais: Ocupação e Estruturação do
Território
015
Usos Agropecuários
018
3.2.2.1.
3.2.2.2.
3.2.2.3.
Ap – Uso Agropecuário em Pequenas
Propriedades
018
Aga – Uso Agropecuário em Médias e
Grandes Propriedades com predomínio
de Culturas Anuais
022
Agp – Uso Agropecuário em Médias e
Grandes Propriedades com Predomínio
de Pastagens
022
3.2.3.
Aq - Áreas de Queimada
023
3.2.4.
U - Uso Urbano
023
4.
CARACTERÍSTICAS DO MEIO FÍSICO ASSOCIADAS
FORMAÇÕES VEGETAIS E AO USO DO SOLO
4.1
4.2.
5.
FEIÇÃO DE PAISAGEM – TRANSIÇÃO
CHAPADA E O PLANALTO DOS PARECIS
ENTRE
ÀS
023
A
FEIÇÃO DE PAISAGEM – PORÇÃO OESTE E NORTE
BIBLIOGRAFIA
025
027
030
ANEXOS
ANEXO I - RELAÇÃO DAS FICHAS DE CAMPO CAMPANHA DE FORMAÇÕES VEGETAIS/
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
ANEXO II – RELAÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM VEGETAÇÃO
ANEXO III – RELAÇÃO DAS ÁREAS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/ USO E OCUPAÇÃO
DO SOLO POR MUNICÍPIO
ANEXO IV – FOTOGRAFIAS
ANEXO V - FOLHA SORRISO
A001
FORMAÇÕES VEGETAIS/ USO E OCUPAÇÃO DO SOLO– MIR 339
LISTA DE QUADROS
001
CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DOS PADRÕES INTERPRETADOS
004
002
PRINCIPAIS PADRÕES DE USO E RESPECTIVOS SISTEMAS DE
PRODUÇÃO OBSERVADOS NA REGIÃO HOMOGÊNEA. – AHP 2.
PARTICIPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS EM NÚMERO (%) E
EM ÁREA OCUPADA (%).
020
PRINCIPAIS PADRÕES DE USO E RESPECTIVOS SISTEMAS DE
PRODUÇÃO OBSERVADOS NA REGIÃO HOMOGÊNEA. – AHP 3.
PARTICIPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS EM NÚMERO (%) E
EM ÁREA OCUPADA (%).
021
003
LISTA DE FIGURAS
001
LOCALIZAÇÃO DA FOLHA SORRISO NO ESTADO
002
002
LOCALIZAÇÃO DAS CAMPANHAS DE CAMPO
007
003
DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA E ELEMENTOS DE INFRAESTRUTURA
017
PRINCIPAIS FEIÇÕES DE PAISAGEM
025
004
1
1.
INTRODUÇÃO
A presente Memória Técnica refere-se aos trabalhos de mapeamento das
Formações Vegetais/ Uso e Ocupação do Solo executados na Folha Sorriso – MIR-339
(SD.21-X-A) compreendida no Estado de Mato Grosso. A Folha mapeada situa-se na porção
central do Estado, entre os paralelos 12o00’ e 13o00’ de latitude sul e os meridianos 55o30’ e
57o00’ de longitude oeste de Greenwich (Figura 001).
A Folha MIR-339 compreende parte dos municípios de Tapurah, Sorriso, Lucas do
Rio Verde, Nova Maringá, Vera, e pequena parcela dos municípios de Nova Mutum, São José
do Rio Claro, Sinop e Porto dos Gaúchos. São presentes as sedes municipais de Sorriso e
Tapurah.
Os principais eixos viários, que cruzam a região no sentido norte-sul, correspondem
à rodovia BR-163, que interliga a região a Cuiabá e à MT-338.
Todo o território está inserido no Planalto dos Parecis; a porção oeste está inserida
na Bacia do Rio Arinos, a porção leste na Bacia do Teles Pires, drenada pelos Rios Verde e
São Manoel; as duas bacias são separadas pela Serra dos Caiabis cruza a porção central da
Folha MIR-339, orientada norte-sul.
Na Bacia do Arinos predominam formações florestais (Floresta associada ao Planalto
dos Parecis); progressivamente para leste, há o contato desta floresta com ambientes
savânicos, que predominam a leste, em zona muito alterada pela ocupação.
No uso agropecuário, destacam-se áreas de culturas anuais de grãos na porção
centro-leste, em ambientes savânicos; atividades de pecuária em médias e grandes
propriedades predominam a sudoeste e na região centro-norte do território, com um padrão de
ocupação fragmentado, permanecendo extensas formações florestais conservadas.
2
FIGURA 001 LOCALIZAÇÃO DA FOLHA SORRISO NO ESTADO
3
2.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E OPERACIONAIS ESPECÍFICOS
À FOLHA SORRISO
A metodologia geral que norteou os trabalhos de Mapeamento das Formações
Vegetais/ Uso e Ocupação do Solo na escala 1:250.000 encontra-se detalhada no Relatório
DSEE-VG/US-RT-001 - “Uso e Ocupação do Solo e Formações Vegetais - Aspectos Gerais:
Procedimentos Metodológicos e Atividades Realizadas”, onde são tratados os aspectos gerais
do trabalho, tais como: dados secundários utilizados; procedimentos metodológicos seguidos
no decorrer dos trabalhos; critérios de interpretação utilizados na identificação dos padrões das
imagens; procedimentos específicos às diversas campanhas de campo; correlação de dados
secundários e relativos a outros setores de estudo relacionados ao tema.
2.1.
DOCUMENTAÇÃO
Os trabalhos de cunho regional utilizados, que abrangem a Folha Sorriso, referem-se
a:
2.2.

Projeto RADAMBRASIL Folha SD.21 Cuiabá, escala 1:1.000.000.

Na delimitação dos padrões das formações vegetais e do uso do solo,
abrangendo totalmente a área da Folha estudada, foram utilizadas as imagens
de satélite LANDSAT TM5 226/69 (01/11/94), 227/68 e 227/69 (03/07/94),
composição colorida, bandas 3, 4 e 5; para definição de padrões duvidosos
(nuvens, queimadas) foi também consultado o mosaico de RADAR SD.XA
(Projeto RADAMBRASIL), todos na escala 1:250.000.

Devido a defasagem temporal entre as imagens interpretadas (1994) e o
estágio atual dos trabalhos, foi consultado o Mapa da Dinâmica de
Desmatamento do Estado de Mato Grosso (1999, escala 1:250.000), elaborado
pela FEMA – Fundação Estadual do Meio Ambiente. Na Folha Temática foram
demarcadas as áreas desmatadas entre esta data e 1997 (imagem mais
recente interpretada pela FEMA).
INTERPRETAÇÃO DAS IMAGENS
A interpretação das imagens de satélite seguiu aos procedimentos gerais
explicitados no Relatório DSEE-VG/US-RT-001. De maneira geral, os processos de
mapeamento foram realizados a partir de levantamentos florísticos e fitofisionômicos da
vegetação e verificações do uso do solo em campo, aliados a fotointerpretação analógica de
imagens de satélite Landsat TM 5.
Após a conclusão dos trabalhos compararam-se os resultados obtidos ao
mapeamento realizado pelo Projeto RADAMBRASIL, verificando-se que, de modo geral, não
houve relevantes diferenciações quanto à legenda das formações vegetais em relação a este.
As diferenciações são advindas da escala mais aproximada dos trabalhos e da redução do
4
estado de conservação da vegetação, pela intensificação dos processos de antropização
ocorridos na região nos últimos anos.
A delimitação de áreas de contato entre as formações savânicas e a Floresta
Estacional (RADAM), assim como áreas revestidas pela Savana Florestada, nem sempre
podem ser observadas, porque foram substituídas pelos usos agropecuários.
Foram mapeados 14 padrões relativos às formações vegetais e 5 padrões
característicos de áreas antropizadas. Estes padrões foram, em situações específicas,
correlacionados, constituindo legendas compostas. A legenda definida pelos padrões das
imagens, corroborada pelas informações de campo é apresentada no Quadro 001, a seguir:
QUADRO 001
CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DOS PADRÕES INTERPRETADOS
LEGENDA
PADRÃO DA IMAGEM
OBSERVAÇÕES
FORMAÇÕES VEGETAIS
Sd - Savana Florestada
Cerradão)
Tons de verde escuro a médio,
mosqueado de marrom médio a
claro e marrom esverdeado.
Sa - Savana Arborizada
(Cerrado)
Tons de marrom esverdeado
escuro, mosqueado com tons
mais claros (marrom claro e
verde médio).
Saf - Savana Arborizada com
Floresta de Galeria
Spf – Savana Parque com
Floresta de Galeria
Sgi - Savana GramíneoLenhosa (Campos Úmidos)
Tons de marrom esverdeado.
Fj – Formação Justafluvial
Tons de marrom médio a escuro,
mosqueado de preto azulado,
denotando a presença de água
no solo.
Tons de verde escuro.
Fa – Floresta Aluvial
Tons de verde muito escuro.
Fp – Floresta associada ao
Planalto dos Parecis
Tons de verde escuro, com tons
de verde médio e áreas mais
rugosas, denotando um
rareamento da floresta.
Ocupa relevos aplanados com suave
dissecação, recobertos por areias
quartzosas e latossolos e áreas
descontínuas ao longo de drenagens, na
porção centro-leste da Folha MIR-339.
Observada em áreas descontínuas na
parte centro-leste e sul-sudeste da Folha
MIR-339, em interflúvios tabulares.
Ocorre, localmente, às margens do Rio
Teles Pires.
Ocorre em planícies fluviais ao longo do
Rio Teles Pires, na porção sudeste da
Folha MIR-339.
Ocorre em faixas estreitas ao longo de
algumas drenagens relevo suavemente
dissecado, a sul e leste da Folha MIR339.
Ocorrência localizada ao longo dos Rios
Arinos, Verde e ribeirões Água Branca e
do Cedro.
Localiza-se na porção oeste da Folha
MIR-339, em áreas de suave dissecação,
com solos do tipo latossolos.
(continua...)
5
QUADRO 001
CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DOS PADRÕES INTERPRETADOS
(...continuação)
LEGENDA
PADRÃO DA IMAGEM
OBSERVAÇÕES
FORMAÇÕES VEGETAIS
Fp* - Floresta Associada ao
Planalto dos Parecis
FeS – Contato Floresta
Estacional / Savana
FpS – Contato floresta
associada ao Planalto dos
Parecis / Savana
FpS* - Contato Floresta
associada ao Planalto dos
Perecis / Savana com corte
Seletivo
Fr - Floresta Remanescente
Fs – Formação Secundária
Tons de verde escuro, com tons
de verde médio e áreas mais
rugosas
Tons de verde escuro a médio,
mosqueado de marrom escuro
esverdeado.
Tons de verde escuro a médio,
com mosqueamento marrom
esverdeado.
Tons de verde escuro a médio.
Tons de verde mosqueado de
verde claro e rosa; rugosidade
que denota a retirada de árvores,
tornando a área mais aberta.
Tons de verde claro.
Ocorre na porção oeste da Folha MIR
339.
Ocorre na porção norte da Folha MIR339, em relevos de interflúvios amplos.
Observado no centro, norte e nordeste
da Folha MIR-339, em relevos de suave
dissecação, interflúvios amplos, com
predomínio de latossolos.
Ocorre em algumas áreas da porção
nordeste da Folha MIR 339.
Ocorre de forma dispersa na Folha MIR339, associada às áreas de uso.
Ocorre a leste da Folha MIR-339,
também associada às áreas de
ocupação.
USOS DO SOLO
Ap – Uso Agropecuário em
pequenas propriedades
Aga - Uso Agropecuário em
médias e grandes propriedades
com predomínio de Culturas
Anuais
Agp - Uso Agropecuário em
médias e grandes propriedades
com predomínio de pastagens
Aq – Áreas de Queimada
U – Usos Urbanos
Tons de lilás claro a escuro, rosa
médio, marrom claro, marrom
alaranjado, verde claro.
Tons arroxeados, rosa claro a
escuro, verde claro, marrom
esverdeado, marrom claro a
escuro.
Tons de rosa claro a escuro,
marrom alaranjado, verde claro,
roxo e marrom médio a escuro.
Tons de marrom muito escuro a
preto.
Tons de rosa claro a médio com
alinhamentos esbranquiçados.
Ocorre de forma localizada na Folha
MIR-339, associado a projetos de
colonização e de assentamento.
É o uso dominante na porção sul e
centro-leste da Folha MIR-339.
Localiza-se preferencialmente a
sudoeste e centro-norte da Folha MIR339.
Ocorrência restrita, em zonas de
ocupação agropecuária.
Corresponde às cidades de Sorriso e
Tapurah.
FONTE: CNEC, 1997.
Na ocorrência de formações savânicas, diferentes tipologias encontram-se
associadas em manchas não mapeáveis na escala do trabalho, tendo sido agrupadas em
legendas compostas, onde o primeiro componente é dominante. Áreas de ocupação também
aparecem entremeadas por remanescentes de formações florestais e savânicas ainda em
áreas naturais, ocorrem áreas de uso com dimensões não mapeáveis na escala de trabalho.
6
2.3.
TRABALHOS DE CAMPO
A Folha Sorriso foi coberta pelas seguintes Campanhas de Campo, cujos roteiros
são esquematizados na Figura 002:
-
02 campanhas relativas ao mapeamento dos padrões de uso e das formações
vegetais, realizadas nos meses de maio (parte do Roteiro 5) e julho-agosto de
1997 (parte do Roteiro 4), quando foram percorridos os eixos viários
transitáveis. Foram relevados os padrões de uso e das formações vegetais ao
longo dos percursos, tendo sido amostrados, para definição dos padrões, 24
pontos, apresentados no Anexo I e locados na Folha Temática (Pontos 01 a
24).
-
02 campanhas de vegetação: Expedição Tapurah, realizada no período de 06 a
17/06/97, tendo-se coletado material botânico em 17 localidades (pontos 01 a
17); Expedição Claudia, realizada no período de 11 a 23/07/97, com coletas de
material botânico realizadas nas localidades 18 e 19.
-
A Pesquisa Sócio-Econômica-Agronômica realizou entrevistas
possibilitaram a qualificação das atividades e do perfil do produtor.
que
Os pontos de amostragem e coleta encontram-se espacializados na Folha Temática
MIR-339 e suas descrições constam dos respectivos relatórios temáticos consolidados.
7
FIGURA 002 LOCALIZAÇÃO DAS CAMPANHAS
8
2.4.
INTEGRAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DOS DADOS
Como descrito na Metodologia Geral (Relatório DSEE-VG/US-RT-001), na
interpretação preliminar e no acompanhamento da campanha de campo foram utilizados dados
de outros setores de estudo relacionados ao tema em tela, notadamente no que diz respeito a
clima, solos, formas do relevo, padrões da ocupação, presença de equipamentos de infraestrutura.
Após as campanhas de campo e a revisão do mapeamento preliminar dos padrões
de uso e das formações vegetais, foi realizado trabalho de sistematização das informações de
outros temas, necessárias à compreensão dos processos de ocupação e à descrição das
formações vegetais presentes na região. Os dados primários utilizados para o processo de
correlação referem-se essencialmente às observações de campo, aos levantamentos
florísticos, fitossociológicos e faunísticos; aos resultados da pesquisa Sócio-EconômicaAgronômica; aos relatórios temáticos de Geologia, Geomorfologia e Solos específicos a Folha.
A correlação dos dados permitiu a definição da legenda dos padrões que constam na Folha
Formações Vegetais/ Uso e Ocupação do Solo – MIR-339.
3.
CARACTERIZAÇÃO DAS UNIDADES DE MAPEAMENTO
3.1.
FORMAÇÕES VEGETAIS
3.1.1.
Formações Savânicas e Campestres
3.1.1.1.
Sd - Savana Florestada (Cerradão)
São formadas pelas expressões florestais das formações savânicas, que se
desenvolvem sobre solos profundos e de média fertilidade, freqüentemente podzólicos e
latossolos. As árvores que constituem o dossel possuem troncos geralmente grossos, com
espesso ritidoma, porém sem a marcante tortuosidade geralmente observada nas savanas. A
estratificação é simples e o componente arbóreo é perenifólio, atingindo altura em torno de
15m, podendo chegar a 18m. Não há um estrato arbustivo nítido e o estrato graminoso,
esparso, é entremeado de espécies lenhosas de pequeno porte. Tem composição florística
diversificada, contendo espécies das expressões mais abertas das savanas, que assumem
hábito arbóreo, e da Floresta Estacional, raramente presentes em outras formações savânicas.
É raro a presença de epífitas. É também denominada “Cerradão” ou “Savana Arbórea Densa”.
São características do estrato superior espécies como: sucupira-branca (Pterodon
pubescens), sucupira-preta (Bowdichia virgilioides), jatobá (Hymenaea courbaril), tingui
(Magonia pubescens), pau-terra (Qualea sp), pau-santo (Kielmeyera coriacea), pau-de-sobre
(Emmotum nitens), jacarandás (Machaerium sp e Dalbergia sp).
Savanas Florestadas constituem a fitofisionomia predominante na Folha MIR-339 e
estão presentes freqüentemente associadas a Savanas Arborizadas e a áreas de uso. Apesar
de bastante fragmentadas pela ocupação agropecuária, significativas extensões ainda ocorrem
em ambas as margens do Rio Verde, bem como junto às cabeceiras dos formadores do Rio
São Venceslau. Provavelmente estes extensos fragmentos constituíam um maciço,
interrompido pela rodovia MT-010, implantada na cimeira da Serra dos Caiabis, ao longo da
qual desenvolvem-se, atualmente, atividades antrópicas.
9
Um trecho de Savana Florestada em contato com Savana Arborizada, observado no
município de Tapurah, apresenta 12m de altura, com trechos abertos, decorrência de
perturbações causadas por fogo. Destacam-se as seguintes espécies: carne-de-vaca (Roupala
sp), mandioqueira (Didymopanax sp), pau-de-sobre (Emmotum nitens), Antonia ovata, tucum
(Bactris sp), entre outras.
3.1.1.2.
Sa - Savana Arborizada (Cerrado)
Corresponde à formação savânica propriamente dita, caracterizando-se pelo aspecto
xeromorfo do componente arbustivo-arbóreo e pelo expressivo estrato herbáceo, onde
predominam gramíneas cespitosas (que formam touceiras). Variações fisionômicas e
estruturais, decorrentes de características pedológicas diferenciadas e de perturbações
antropogênicas expressam-se pela distribuição espacial irregular de indivíduos, ora com
adensamento do estrato arbustivo-arbóreo, ora com maior predomínio do componente
herbáceo. A altura varia entre 2 e 7m. Apresenta, como característica marcante, estrato
arbóreo composto de exemplares de troncos e galhos retorcidos, casca espessa e folhas
grandes, muitas vezes coriáceas.
Constitui uma formação vegetal relativamente aberta, geralmente manejada com
fogo, podendo representar feições alteradas de savanas florestadas, submetidas a pressões
antrópicas.
É denominado em sentido amplo de “Cerrado”. Ocorre sobre vários tipos de solos,
mais freqüentemente em latossolos álicos, mas também em solos podzólicos, concrecionários
e Areias Quartzosas. Espécies características: jatobá-do-cerrado (Hymenaea stigonocarpa),
ipê-do-cerrado (Tabebuia caraiba), araticum (Annona coriacea), pequizeiro (Caryocar
brasiliensis), mangaba (Hancornia speciosa), lixeirinha (Davilla elliptica), colher-de-vaqueiro
(Salvertia convallariaeodora), lixeira (Curatella americana), pau-santo (Kielmeyera coriacea),
pau-terra (Qualea sp), muricis (Byrsonima sp), entre outras. A ocorrência de lianas não se dá
de forma agressiva, sendo, em sua maioria, herbáceas ou semi-lenhosas.
Encontra-se associada a Savanas Florestadas, presente em pequenos trechos a sul
e leste da Folha MIR-339. Em um fragmento observado no município de Tapurah, na estrada
para o Projeto Ipiranga, destacam-se, por sua abundância, as seguintes espécies: pau-terra
(Qualea grandiflora), pimenteira (Xylopia aromatica), marmelada (Alibertia sp), Hirtella sp,
cambará (Vochysia sp), além de capim-estrela (Rhynchospora sp), caracterizando o
componente herbáceo.
Já na estrada para Capixaba, no mesmo município, destaca-se como dominante, a
lobeira (Solanum cf. lycocarpum), sugerindo forte perturbação antropogênica. Outras espécies
comuns neste trecho da Savana Arborizada são Vismia sp mandioca-brava (Manihot sp),
Serjania sp, entre outras.
3.1.1.3.
Saf - Savana Arborizada com Floresta-de-Galeria
Esse padrão é constituído pela fisionomia da Savana Arborizada associadas as
Formações Ripárias. Porém, devido às pequenas extensões desta, não foi possível sua
individualização através de mapeamento, realizado na escala do trabalho.
Estas Formações Ripárias formam faixas ao longo das margens dos rios e córregos
onde ocorrem espécies como: ingá (Inga sp), figueira (Ficus sp), pinha-do-brejo (Talauma
ovata), pindaíba-do-brejo (Xylopia emarginata). Ao lado destas essências tipicamente ripárias,
ocorrem ainda elementos estacionais, uma vez que estas formações não estão submetidas ao
10
estresse hídrico verificado no ambiente savânico. Por constituírem faixas contínuas que se
destacam na paisagem de fisionomias abertas, recebem a denominação de Florestas-deGaleria ou Florestas Ciliares.
Savanas Arborizadas com Florestas-de-Galeria encontram-se freqüentemente
associadas a Savanas Florestas ou entremeando estas formações, a sul da Folha MIR-339
principalmente.
3.1.1.4
Spf - Savana Parque com Floresta-de-Galeria
Esse padrão representa áreas de Savana Parque onde Formações Ripárias estão
presentes, porém, devido às pequenas extensões, não é possível sua individualização através
de mapeamento, realizado na escala do trabalho.
Estas Formações Ripárias formam faixas ao longo das margens dos rios e córregos
onde ocorrem espécies como: ingá (Inga sp), figueira (Ficus sp), pinha-do-brejo (Talauma
ovata), pindaíba-do-brejo (Xylopia emarginata). Ao lado destas essências tipicamente ripárias,
ocorrem ainda elementos estacionais junto às regiões marginais menos atingidas pela
presença de água. Por constituírem faixas contínuas que se destacam na paisagem de
fisionomias abertas, recebem a denominação de Florestas-de-Galeria ou Florestas Ciliares.
Presente a sul, em trechos situados ao longo do Rio Teles Pires.
3.1.1.5.
Sgi - Savana Gramíneo-Lenhosa (Campo Úmido)
Corresponde à vegetação presente em áreas deprimidas, sobre solos hidromórficos,
onde o lençol freático aflora ou é muito superficial, geralmente em localidades caracterizadas
por nascentes, lagoas, corixos e riachos. Caracteriza-se pela presença de flora hidrófila, isto é,
que se desenvolve em ambientes úmidos. Também denominada de “Campos Úmidos”.
Desenvolve-se também sobre afloramentos rochosos ou solos muito rasos,
freqüentemente com camada de laterita superficial, podendo-se encontrar campos úmidos
onde a rocha é superficial, em topos de morros testemunhos e em alguns platôs em torno de
buritizais e Florestas-de-Galeria.
No período chuvoso, estes campos permanecem encharcados, impedindo o
crescimento de vegetação arbóreo-arbustiva. Assim, a vegetação apresenta apenas estrato
herbáceo, sendo as espécies encontradas extremamente seletivas. São muito freqüentes as
ciperáceas, gramíneas, além de outras herbáceas como cruz-de-malta (Ludwigia sp), Xyris sp,
jalapa (Mandevilla sp), bem como minúsculas plantas “carnívoras” do gênero Utricularia.
Localmente podem apresentar relevo constituído de pequenas elevações que
favorecem a presença de arbustos e arvoretas. Neste caso, recebem a denominação de
“Campos de Monchões” ou “Campos de Murunduns”.
Tem ocorrência local, associada a Savana Arborizada. Em localidade junto à estrada
MT-010, destacam-se espécies herbáceas como Xyris sp, Hyptis sp, Leiothrix flavescens,
Paepalanthus speciosus e gramíneas.
Localmente, podem ser encontrados trechos alagáveis de savanas em “murunduns”,
sobre os quais vegetam Sclerolobium sp, pau-terra (Qualea sp), Macairea sp, pau-de-sobre
(Eummotum nitens), Xyris sp e diversas espécies de gramíneas.
11
3.1.2.
Formações Ripárias
3.1.2.1.
Fj - Formação Justafluvial
Compreende diversas formas de vegetação associadas a cursos d’água, que
recebem distintas denominações, de acordo com suas peculiaridades, reflexo das condições
do substrato onde se desenvolvem: “Veredas”, “Matas de Brejo”, “Floresta-de-Galeria” ou
“Floresta Ciliar”.
Em domínio de savanas, estas formações começam, em geral, em pequenos brejos
ou nascedouros de ribeirões, sob a forma de alamedas de buritis (Mauritia flexuossa),
formando “Veredas”. Ao longo dos cursos d’água, as veredas vão progressivamente adquirindo
outras espécies de árvores, dentre as quais citam-se ingá (Inga uruguensis), copaíba
(Copaifera langsdorffii), tapiriri (Tapirira guianensis), congonha (Ilex sp), mulungu (Erythrina aff.
mulungu), encorpando e passando a constituir faixas que margeiam as linhas de drenagem.
Adquirem caráter peculiar, por se destacar na paisagem caracterizada por fisionomias abertas
e xeromorfas, e recebem a denominação de “Floresta-de-Galeria” ou “Floresta Ciliar”. Por
vezes, passam gradualmente a ocupar as “rampas” do interflúvio, em uma transição para as
formações adjacentes. Quando estas florestas se fundem no interflúvio, considera-se o fim da
área nuclear do domínio das savanas.
Em sítios com impedimentos de drenagem formam-se matas paludosas
denominadas “Matas de Brejo”, onde predominam espécies hidrófilas, como olandi
(Calophyllum brasiliensis) e leiteiro (Sapium sp), pindaíba (Xylopia emarginata) e buritirama
(Maurtiella armata).
Quando em domínio florestal, as Formações Justafluviais apresentam-se bem
desenvolvidas, com estrutura semelhante à das florestas com as quais se associam, sendo de
difícil discriminação no mapeamento. Possuem composição florística particular, sendo
encontradas, além de essências da flora do interflúvio, as seguintes espécies arbóreas:
cambará (Vochysia cf. divergens), anani (Symphonia globulifera), jequitibá-vermelho (Cariniana
rubra), novateiros (Triplaris sp), olandi (Calophyllum brasiliense), leiteiro (Sapium sp) e sangrad’água (Croton cf. urucurana) entre outras. No domínio da Floresta Ombrófila ou em regiões de
contato desta, é característica a presença de sororoca (Phenakospermum guianense), como
dominante no subosque.
Estas formações estão presentes a sul da Folha MIR-339, tanto em áreas de
florestas quanto em áreas de savanas e de uso agropecuário.
Nos trabalhos de campo, nas proximidades da Floresta Justafluvial não mapeada por
sua pequena extensão, foram observados Senna silvestris, Piper sp, leiteiro
(Tabernaemontana sp), ingá (Inga sp), figueira (Ficus sp), Geonoma sp, sendo bastante
característica a presença de epífitas, notadamente orquídeas como Oncidium sp e Acacallis
cyanea, que se destacam pelo efeito ornamental.
Em sítios observados próximos a Tapurah, são freqüentes buritis e buritiranas
(Mauritia flexuosa e Mauritiella sp), embaúba (Cecropia pachystachya), cambará (Vochysia sp),
marmelo (Alibertia edulis), melastomatáceas como Macairea sp e Tococa sp e heliconiáceas
(Heliconia sp).
12
3.1.2.2.
Fa - Floresta Aluvial
Ocorre seletivamente em solos aluviais, em planícies de inundação sazonal dos rios.
Apresenta elementos botânicos estacionais e ombrófilos, predominando estes ou aqueles, de
acordo com o domínio em que se insere. Sua composição florística, contudo, é relativamente
distinta e menos diversa em relação às formações florestais de interflúvios, devido às
restrições decorrentes do substrato periodicamente encharcado. Verificam-se espécies
seletivas higrófilas, dentre as quais destacam-se: ingá (Inga sp), jenipapo (Genipa americana),
olandi (Calophyllum brasiliensis), e leiteiro (Sapium sp). As palmeiras são boas indicadoras do
tipo e das condições hídricas do solo, uma vez que maripá (Attalea maripa), bacuri (Attalea
phalerata) e bacaba (Oenocarpus sp) dominam nas planícies aluviais. Em grotas e outros sítios
de maior umidade ocorrem ainda paxiúbas (Iriartea sp) e palmiteiro (Euterpe precatoria). O
baixo potencial madeireiro, a impossibilidade de exploração agrícola e a ausência de fogo
colocam este tipo de vegetação, de modo geral, em situação privilegiada em relação à sua
preservação.
Caracteriza as margens do Rio Verde, a nordeste, e de vários de seus afluentes a
sul, bem como do Rio Arinos, onde se apresenta bastante expressiva.
3.1.3.
Formações Florestais
3.1.3.1.
Fp - Floresta associada ao Planalto dos Parecis
Corresponde à formação florestal que se desenvolve sobre o Planalto dos Parecis,
na faixa intermediária entre o Domínio da Savana (Cerrado) e da Floresta Amazônica.
Constitui um ecótono entre as Florestas Ombrófila e Estacional, onde os diferentes
tipos de vegetação se misturam em um mosaico específico e a identidade ecológica é dada
pelas especificidades florísticas e fisionômicas resultantes. Em relação à composição florística,
possui elementos estacionais e ombrófilos, em freqüências variáveis. Dentre as espécies
encontradas podem ser citadas louro-branco (Ocotea guianensis), carapanaúba
(Aspidosperma carapanauba), quaresma (Miconia lepidota), maçaranduba (Manilkara sp)
angelim-de-saia (Parkia pendula), seringueira (Hevea brasilensis), castanheira (Bertholletia
excelsa), pindaíba (Xylopia discreta), goiaba-de-anta (Bellucia glossularioides), bacaba
(Oenocarpus distichus).
Fisionomicamente apresenta densa cobertura foliar, dossel bastante homogêneo,
com aproximadamente 20m de altura e grande densidade de indivíduos, caracterizados por
áreas basais reduzidas. Em geral, apresenta escassa serapilheira e raras epífitas. A baixa
freqüência de exemplares caducifólios confere pequeno grau de deciduidade a estas
comunidades vegetais, um dos aspectos que as diferenciam da Floresta Estacional que ocorre
em outras regiões do Estado de Mato Grosso.
Embora aparentemente uniforme em sua grande extensão, apresenta
heterogeneidades locais, tanto estruturais quanto florísticas, não evidenciadas por meio de
imagens de satélite. Observações de campo indicam variações associadas ao modelado do
terreno, uma vez que estas formações são freqüentemente mais vigorosas na medida em que
se aproximam dos canais de drenagem. Espécies de valor econômico, pouco comuns nos
interflúvios, estão aí representadas, tais como jatobá (Hymenea sp), peroba (Aspidosperma
sp), cedro-rosa (Cedrela fissilis), cumaru (Dipteryx sp), entre outras.
13
Este aspecto implica em maior concentração da exploração madeireira em áreas
próximas a cursos d’água. Em algumas localidades, entretanto, a maior contribuição da flora
ombrófila torna estas florestas atrativas para a exploração madeireira.
Está presente em toda a faixa oeste da Folha MIR-339.
Próximo ao Córrego Forquilha, afluente do Rio São Venceslau, esta fisionomia
apresenta sinais de corte seletivo. O dossel atinge de 20m a 25m de altura, destacando-se as
seguintes espécies: palmiteiro (Euterpe precatoria), catiguá (Trichilia sp), caroba (Jacaranda
sp), Siparuna sp, Bellucia sp, Virola sp, Cupania sp e, no subosque, sororoca
(Phenakospermum guianense). Ocorrem ainda algumas epífitas, incluindo aráceas do gênero
Philodendron.
3.1.3.2.
Fp* - Floresta Associada ao Planalto dos Parecis com Corte Seletivo
Tem ocorrência limitada às áreas de fronteiras agrícolas, recentemente colonizadas
ou em colonização. Corresponde a florestas primárias onde a extração madeireira foi
intensificada nas últimas duas décadas.
Apresenta dossel irregular devido à retirada seletiva de madeiras, o que é
evidenciado pelo padrão geométrico e irregular na imagem de satélite. Diferencia-se de
Formações Remanescentes por constituir extensos maciços contínuos, não fragmentados. São
as áreas mais sujeitas a desmatamentos atualmente, com padrão perceptível no
imageamento.
3.1.4.
Formações de Contatos
3.1.4.1.
FeS - Floresta Estacional / Savana
Corresponde a uma formação de transição, onde ambos os tipos de vegetação se
alternam em padrão de mosaico, mantendo sua identidade. A transição ocorre principalmente
entre a Floresta Estacional e a Savana Florestada, onde elementos de ambas as formações
estão presentes. Dentre estas podem ser citadas: mandiocão (Didymopanax morototoni),
gonçalo-alves (Astronium fraxinifolium), maricá (Physocalymma scaberrimum), cumaru
(Dipteryx sp), tarumaí (Rhamnidium elaeocarpus).
Fisionomicamente apresenta-se como uma formação mais aberta que a Floresta
Estacional, com menor quantidade de epífitas e lianas e com estratificação menos complexa.
O dossel apresenta distintos graus de deciduidade, dependendo das espécies prevalecentes.
Encontra-se a norte/noroeste, situada entre a Floresta associada ao Planalto dos
Parecis e as Savanas Florestadas.
3.1.4.2.
FpS - Floresta associada ao Planalto dos Parecis / Savana
Corresponde a uma formação de transição, onde ambos os tipos de vegetação se
alternam em padrão de mosaico, mantendo sua identidade, estando presentes elementos de
ambas as formações. A transição ocorre principalmente com a Savana Florestada.
14
Fisionomicamente apresenta-se como uma floresta mais aberta, de baixo porte, entre
15 a 20m de altura, com dossel relativamente homogêneo. O componente arbóreo, bastante
denso, é composto por árvores de fuste regular, com diâmetros reduzidos.
Observações e coletas nestas formações evidenciam espécies como sucupira
(Pterodon emarginatus), característica de savanas, e elementos florestais como araticum
(Guatteria sp), guamirim (Myrciaria sp) e aráceas do gênero Philodendron. Em outros sítios,
espécies comuns em savanas como pau-de-sobre (Emmotun nitens) e pequizeiro (Caryocar
brasiliense) estão associadas a mandioqueira (Didymopanax sp), Psychotria sp, jacatirão
(Miconia sp), Leandra sp, manacá (Tibouchina sp) e Maytenus sp.
Ocorre nas porções central, norte e nordeste da Folha MIR-339, em relevos de suave
dissecação, interflúvios amplos.
3.1.4.3.
FpS* - Floresta Associada ao Planalto dos Parecis / Savana com Corte Seletivo
Tem ocorrência limitada às áreas de fronteiras agrícolas, recentemente colonizadas
ou em colonização. Corresponde a florestas primárias onde a extração madeireira foi
intensificada nas últimas duas décadas.
Apresenta dossel irregular devido à retirada seletiva de madeiras, o que é
evidenciado pelo padrão geométrico e irregular na imagem de satélite. Diferencia-se de
Formações Remanescentes por constituir extensos maciços contínuos, não fragmentados. São
as áreas mais sujeitas a desmatamentos atualmente, com padrão perceptível no
imageamento.
A ocorrência desta formação se dá na porção central e ao longo do leste da Folha.
3.1.5
Formações Antropizadas
3.1.5.1.
Fr - Floresta Remanescente
Ocorre em áreas intensamente ocupadas, onde Florestas Remanescentes estão
presentes, porém com sinais de perturbações, notadamente relacionadas com a retirada
seletiva de madeira. Apesar de manter elementos da floresta primária, apresentam-se com
composição florística empobrecida e estrutura alterada, com redução da altura dossel, que se
apresenta descontínuo e irregular. Nesta matas, espécies de valor madeireiro tornaram-se
escassas.
Prevalece no limite nordeste e leste da Folha MIR-339, estando presente ainda a
sudoeste e a norte, relacionada com eixos viários e centros urbanos.
15
3.1.5.2.
Fs - Formação Secundária
Remanescente de floresta que, devido às perturbações causadas por retirada
seletiva de madeiras, abertura de clareira e efeitos de borda, não apresenta características
originais de estrutura, tendo altura menor, dossel irregular e raras emergentes. A composição
florística é empobrecida em relação à floresta original, prevalecendo espécies secundárias e
de baixo valor econômico. Geralmente apresenta pequenas extensões e encontra-se em áreas
antropizadas.
Enquanto nas florestas preservadas, as lianas têm uma ocorrência discreta, nas
Formações Secundárias as perturbações favorecem seu estabelecimento nas bordas, clareiras
e interior, formando cortinas e colunas sobre as árvores. Entre as lianas mais comuns
encontram-se representantes das famílias Bignoniaceae, Malpighiaceae, Sapindaceae,
Mimosaceae, Caesalpiniaceae, Curcubitaceae, Vitaceae, Dioscoriaceae, Apocynaceae e
Convolvulaceae, entre outras.
Esta formação é presente na porção leste da Folha MIR-339, relacionada às
extensas áreas de uso agropecuário que caracterizam aquele setor.
3.2.
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
A descrição dos padrões de uso ocorrentes neste território está baseada no
mapeamento resultante da interpretação das imagens de satélite e dos levantamentos
efetuados através das campanhas de campo; sua caracterização é ainda baseada nos
resultados da Pesquisa Sócio-Econômica Agronômica realizada junto aos estabelecimentos
rurais do Estado. Os resultados desta pesquisa referem-se aos sistemas de produção
agropecuária característicos de 13 Regiões Homogêneas, delimitadas em função de critérios
explicitados no Relatório Técnico DSEE-VG/US-RT-002.
Do conjunto de sistemas de produção agropecuários detectados em cada uma
destas Zonas Homogêneas, foram correlacionados, nesta caracterização, os sistemas
predominantes quanto à expressão em termos de área ocupada pelas atividades
agropecuárias e quanto à expressão representada pelo número de estabelecimentos
pesquisados.
O território da Folha MIR-339 insere-se em praticamente sua totalidade na Região
Homogênea AHP 3, com pequenas parcelas do território a sudoeste (município de Nova
Maringá) a norte (município de Porto dos Gaúchos) e a oeste (municípios de Sinop e Vera),
inseridas na Região Homogênea AHP 2; as características dos sistemas de produção
predominantes no território mapeado pressupõem portanto um grau de generalização,
parcialmente corrigido pelas observações das campanhas de campo e pela interpretação da
imagem de satélite.
3.2.1.
Aspectos Gerais: Ocupação e Estruturação do Território
A Folha MIR-339 abrange parte dos municípios de Tapurah, Sorriso, Lucas do Rio
Verde, Nova Maringá, Nova Mutum, Vera, São José do Rio Claro, Sinop, Porto dos Gaúchos,
sendo presentes as sedes municipais de Tapurah e Sorriso e os distritos de Novo Eldorado
(município de Tapurah) e Primavera (município de Sorriso) - (Figura 003).
16
A rodovia BR-163, asfaltada, cruza a porção leste da Folha MIR-339, orientada no
sentido norte-sul, constituindo o principal eixo de ligação com Cuiabá e com as regiões
setentrionais do Estado, interligando-se ao Estado do Pará, via Santarém. Este eixo propiciou
o desenvolvimento agrícola e urbano da região, sendo que a cidade de Sorriso situa-se lindeira
à rodovia, em posição centralizada na folha. A esta rodovia conectam-se, orientadas para
leste, a BR-242, que demanda o distrito Caravagio e Nova Ubiratã (MIR-340) e a MT-225, que
demanda Vera (MIR-340).
Outros eixos viários orientados norte sul, na porção oeste da Folha MIR-339,
correspondem à MT-338 (Estrada Baiana) que, conectada à BR-163 a sul do território
mapeado, demanda Porto dos Gaúchos e a MT-220 (MIR-319), que acessa Tapurah e as
localidades Ana Terra e Simione; a MT- 010 interliga-se à MT-338 a sul de Tapurah e demanda
também a MT-220, a norte, passando pelo distrito Novo Eldorado.
17
FIGURA 003 DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA E ELEMENTOS DE INFRA-ESTRUTURA
18
A região é polarizada por Sorriso e, na porção noroeste, por Sinop (MIR-319/320).
Sorriso, lindeira à rodovia BR-163, teve origem em projeto de colonização privada (década de
70) emancipando-se de Nobres em 1986. O território passou por um acelerado processo de
crescimento, caracterizado, nos anos recentes, pela alta modernização da agricultura, com
menor participação da atividade pecuária. Este núcleo constitui um sub-centro polarizador na
região; sua importância deriva da presença de infra-estruturas de apoio às atividades
agropecuárias, em especial à agricultura comercial.
Tapurah foi criado município em 1988, constituindo centro de apoio local às
atividades da região. O município abrange ambientes diferenciados, florestas e savanas
florestadas, com formas de apropriação do espaço e estrutura produtiva diversificadas. A
porção centro-norte, associada a formações florestais, obedece a uma tipologia de fronteira,
com predomínio da pecuária e presença da extração madeireira. Na porção centro-sul,
predomina a agricultura de grãos. No território do município são presentes as glebas de
reassentamento Eldorado I, Novo Eldorado I, Tapurah/Itanhanga, esta em processo de
implantação; estas glebas situam-se em ambientes florestais, respectivamente nas bacias dos
Rios Verde e Arinos.
As atividades de extrativismo mineral presentes na Folha MIR-339 limitam-se a
portos de areia nos Rios Teles Pires e Celeste e de cascalhos, materiais estes utilizados na
construção civil.
3.2.2.
Usos Agropecuários
A descrição dos padrões de uso ocorrentes neste território está baseada no
mapeamento resultante da interpretação das imagens de satélite e dos levantamentos
efetuados através das campanhas de campo; sua caracterização é ainda baseada nos
resultados da Pesquisa Sócio-Econômica Agronômica realizada junto aos estabelecimentos
rurais do Estado. Os resultados desta pesquisa referem-se aos sistemas de produção
agropecuária característicos de 13 Regiões Homogêneas, delimitadas em função de critérios
explicitados no Relatório Técnico DSEE-VG/US-RT-002.
Do conjunto de sistemas de produção agropecuária detectados em cada uma destas
Zonas Homogêneas, foram correlacionados, nesta caracterização, os sistemas predominantes
quanto à expressão em termos de área ocupada pelas atividades agropecuárias e quanto à
expressão representada pelo número de estabelecimentos pesquisados.
O território das Folhas insere-se em praticamente sua totalidade na Região
Homogênea AHP 3, com pequenas parcelas do território a sudoeste (município de Nova
Maringá) a norte (município de Porto dos Gaúchos) e a oeste (municípios de Sinop e Vera),
inseridas na Região Homogênea AHP 2; as características dos sistemas de produção
predominantes no território mapeado pressupõem portanto um grau de generalização,
parcialmente corrigido pelas observações das campanhas de campo e pela interpretação da
imagem de satélite.
3.2.2.1.
Ap - Uso Agropecuário em Pequenas Propriedades
Corresponde a bolsões de pequenas propriedades mapeadas, nesta escala de
trabalho, no entorno de Sorriso; na extremidade nordeste da Folha MIR-339 (Ap 2 / BR-163); a
norte de Tapurah, originados de projetos de colonização e de projetos de assentamento em
implantação.
19
A maior ocorrência desta tipologia de uso está inserida na Região Homogênea AHP
3, onde predominam estabelecimentos de pecuária com manejos de média tecnologia
associados ao produtor familiar de pequeno porte econômico. São presentes, principalmente
no entorno de Sorriso, pequenos estabelecimentos com agricultura de alta tecnologia
associados ao produtor familiar de pequeno porte.
Destaca-se a presença de grandes glebas de assentamento, com pequenas parcelas
já apropriadas pelo uso, em processo de ocupação e de abertura das frentes de uso, com
pecuária e agricultura de subsistência.
Na Região Homogênea AHP 2 este padrão ocorre na extremidade nordeste da Folha
MIR-339, com expressão territorial pouco expressiva.
20
QUADRO 002
Padrão
de Uso
PRINCIPAIS PADRÕES DE USO E RESPECTIVOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO
OBSERVADOS NA REGIÃO HOMOGÊNEA. – AHP 2. PARTICIPAÇÃO DOS
ESTABELECIMENTOS EM NÚMERO (%) E EM ÁREA OCUPADA (%).
Principais Sistemas de Produção *¹
Participação
em Número
(%) *²

Participação em Área
(%) *²
Pecuária de média tecnologia

Produtor familiar de pequeno porte econômico
Pecuária de média tecnologia


Produtor empresarial de pequeno porte econômico
Agricultura de baixa e pecuária de média tecnologia
-
Produtor empresarial de pequeno porte econômico
Agricultura de baixa tecnologia
-
Produtor familiar de pequeno porte econômico
Pecuária de baixa tecnologia
-
Produtor familiar de pequeno porte econômico
Agricultura de alta tecnologia
Aga
-
Produtor empresarial de muito grande porte econômico
Pecuária de média tecnologia
Agp


Produtor empresarial de médio porte econômico
Pecuária de média tecnologia
-
Produtor empresarial de grande porte econômico
Pecuária de baixa tecnologia
-
Produtor empresarial de grande porte econômico
FONTE: CNEC, 1997.
(*¹) A metodologia para definição dos sistemas de produção é descrita com detalhes no Relatório Técnico (DSEEVG/US-RT-002).
(*²) intervalos de porcentagem – conforme relacionado a seguir.
Ap
21
QUADRO 003
Padrão
de Uso
PRINCIPAIS PADRÕES DE USO E RESPECTIVOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO
OBSERVADOS NA REGIÃO HOMOGÊNEA. – AHP 3. PARTICIPAÇÃO DOS
ESTABELECIMENTOS EM NÚMERO (%) E EM ÁREA OCUPADA (%)
Principais Sistemas de Produção *¹
Participação
em Número
(%) *²

Participação em Área
(%) *²
Pecuária de média tecnologia
-Produtor familiar de pequeno porte econômico
Agricultura de alta tecnologia
-
Produtor familiar de pequeno porte econômico
Agricultura de alta tecnologia
Aga


Produtor empresarial de muito grande porte econômico
Agricultura de alta tecnologia


Produtor familiar de muito grande porte econômico
Agricultura de alta tecnologia


Produtor familiar de grande porte econômico
Agricultura de alta tecnologia


Produtor empresarial/familiar de muito grande porte
econômico
Pecuária de média tecnologia
Agp
-
Produtor empresarial de grande porte econômico
FONTE: CNEC, 1997.
(*¹) A metodologia para definição dos sistemas de produção é descrita com detalhes no Relatório Técnico (DSEEVG/US-RT-002).
(*²) intervalos de porcentagem – conforme relacionado a seguir.
Ap
Percentual, em número, do sistema de
produção no
total dos estabelecimentos pesquisados:
-- menor que 5%
 de 5% a 10%
  de 10,1 a 15%
   de 15,1 a 20%
    maior que 20%
FONTE: CNEC, 1997.
Percentual, em área, do sistema de
produção em
relação ao total de área dos
estabelecimentos
pesquisados:
-- menor que 5%
 de 5% a 10%
  de 10,1 a 15%
   de 15,1 a 20%
    maior que 20%
As principais características dos sistemas de produção predominantes na Folha MIR339, obtidos na Pesquisa Sócio-Econômica-Agronômica e constantes dos Quadros 002 e 003,
são:

Nos estabelecimentos de pecuária com manejo rudimentar, há utilização das
pastagens naturais, com pequena aplicação de capital e baixo padrão
zootécnico do rebanho;

A pecuária, quando de baixa tecnologia, caracteriza-se pela utilização de
pastagens naturais ou plantadas, com rebanhos de baixo padrão zootécnico. O
manejo incorpora pequena aplicação de capital, podendo haver melhorias
quanto ao uso de insumos e preparação das terras;

Na agricultura de baixa tecnologia, a atividade é marcada pela força de tração
manual, eventualmente complementada pela tração animal. Há uma baixa
utilização de insumos, denotada pela qualidade das sementes e pelo nível de
utilização de fertilizantes químicos e de calcário, com pequena aplicação de
capital no manejo, melhoramento e conservação das terras e lavouras;

Quando de média tecnologia, a atividade pecuária é marcada pela presença de
pastagens plantadas, sendo que as atividades, de forma geral, incorporam o
uso de insumos e melhor padrão zootécnico do rebanho. Caracteriza-se pela
22
média aplicação de capital nas técnicas de manejo, melhoramento e
conservação das terras e pastagens;
3.2.2.2.

Na agricultura de alta tecnologia, é utilizada força de tração mecanizada,
eventualmente complementada pela tração animal. O uso de insumos é de
médio a alto, denotado pela qualidade das sementes e pelo nível de utilização
de fertilizantes químicos e de calcário;

Nas gestões onde o caráter é familiar, a maior parte da força de trabalho é
fornecida pelos familiares do produtor, eventualmente complementada por
empregados permanentes ou temporários. Nos sistemas onde a gestão é
empresarial, a maior parte da força de trabalho é contratada, constituída por
empregados permanentes, eventualmente complementada por empregados
temporários;

Em todos os sistemas associados a estas categorias de uso, os
estabelecimentos de pequeno rendimento econômico têm receitas anuais
médias inferiores a R$ 15.000,00. Nos estabelecimentos de porte econômico
médio, a receita anual situa-se entre R$ 15.000,00 e 60.000,00; entre R$
60.000,00 e 300.000,00 nos de grande porte econômico; é superior a R$
300.000,00, nos de muito grande porte econômico (valores de dezembro de
1996).
Aga - Uso Agropecuário em Médias e Grandes Propriedades, com Predomínio de
Culturas Anuais
Padrão com presença expressiva em toda a porção centro-leste e meridional do
território mapeado, caracterizado pelo predomínio da agricultura mecanizada de grãos,
correspondendo a um conjunto diversificado de sistemas de produção (Quadro 002 e 003).
No território mapeado predominam estabelecimentos com agricultura de alta
tecnologia associada ao produtor empresarial de muito grande porte e ao produtor familiar de
muito grande porte; estão também presentes produtores empresariais e familiares de grande e
muito grande porte econômico. Esta tipologia de ocupação predomina a leste do Rio Verde,
em zona polarizada pela rodovia BR-163 e pela cidade de Sorriso ocorrendo, de forma mais
fragmentada, na porção centro-sul do território e no entorno da cidade de Tapurah. Nesta
situação são presentes propriedades médias a grandes, com culturas de grãos e cana de
açúcar.
Esta tipologia de ocupação caracteriza-se, na região, pela ocupação extensiva do
território e pela grande interferência nos aspectos do meio físico e biótico.
3.2.2.3.
Agp - Uso Agropecuário em Médias e Grandes Propriedades com Predomínio de
Pastagens
Padrão de mapeamento caracterizado pelo predomínio de pastagens, sendo pouco
expressiva a participação de culturas. Tem participação significativa na Folha MIR-339 (porção
centro-norte), embora sub-dominante em relação à extensão das áreas com uso agrícola.
Inserido em sua maior parte na AHP 3, caracteriza-se nesta região, por sistemas de produção
(Quadro 003) onde predominam os estabelecimentos de pecuária de média tecnologia
associados ao produtor empresarial de grande porte econômico.
23
Na Região Homogênea AHP 2, esta tipologia de ocupação ocorre restrita à margem
esquerda do Rio Arinos (oeste) e à porção nordeste do território (Sinop), com características
similares ao contexto regional, apesar das diferenciações ocorrentes nesta Região Homogênea
(Quadro 002).
Estes padrões de uso ocorrem de forma descontínua, entremeados por formações
naturais e por matas alteradas, com maior expressão na porção central do território a oeste do
Rio Verde, entremeando áreas agrícolas em zona polarizada pela rodovia MT-010; a sudoeste
(Tapurah), onde ocorrem propriedades de grandes dimensões, às margens do Rio Arinos; e no
interflúvio dos Rios Verde e Branco. No restante do território, ocorrem de forma esparsa com
menores dimensões. A leste do Rio Verde, esta tipologia de uso agropecuário é subdominante,
no predomínio de usos agrícolas. Na área em tela, este padrão de uso é também associado a
estabelecimentos rurais com baixo grau de exploração ou mesmo inexplorados.
3.2.3.
Aq - Áreas de Queimada
Áreas de queimada comumente utilizadas para a abertura de áreas com vegetação
natural (desmatamento) e como sistema de manejo de pastagens durante a estação seca
foram verificadas na região norte da MIR-339.
3.2.4.
U - Uso Urbano
Os núcleos urbanos presentes na Folha são: Sorriso localizada na porção leste e
Tapurah, no centro-sul.
O núcleo urbano de Sorriso tem posição estratégica, ao longo da BR-163, se
caracterizando como centro de alta diversificação, com especialização restrita a determinadas
funções urbanas, associadas às médias densidades de equipamentos e estabelecimentos.
4.
CARACTERÍSTICAS DO MEIO FÍSICO ASSOCIADAS
VEGETAIS E AO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
ÀS
FORMAÇÕES
O território está inserido em região de transição entre o clima Equatorial Continental
Úmido que predomina na região norte do Estado, o clima Sub-Equatorial Continental Úmido
que caracteriza o Planalto dos Parecis e o clima Tropical Continental, alternadamente, úmido e
seco, que predomina nas regiões meridionais.
Na porção norte, as condições climáticas mantêm características de Clima Equatorial
Úmido com estação definida (maio-setembro), com excedente hídrico elevado (1.000 –
1.200mm) de novembro a abril.
Na porção central e oeste do território, há excedentes mais reduzidos (800 –
1.000mm) em função da diminuição dos totais pluviométricos da estação chuvosa. A
evapotranspiração potencial é ainda elevada, com totais mensais variando entre um mínimo de
70mm (julho) e um máximo de 130mm (novembro) com um total anual médio da ordem de
1300mm.
Na porção sudeste do território, o clima já apresenta características de Tropical
Continental quente e úmido, com uma variação acentuada nos totais pluviométricos (1.800 –
2.100mm), seca estacional mais moderada (250 - 300mm), também entre maio e setembro. Os
excessos são de moderados a elevados (800 – 1.100mm) de novembro a abril.
24
A Folha Sorriso compreende parte das bacias de drenagem do Rio Arinos (oeste) e
do Rio Teles Pires, separadas pela Serra dos Caiabis; a Bacia do Teles Pires é drenada por
este e pelo Rio Verde. A rede de drenagem principal tem orientação sul-norte.
Os principais afluentes do Arinos, em sua margem direita, são os Rios São Miguel,
São Venceslau, o Córrego Formoso e o Rio São Cosme e Damião, orientados leste-oeste e
sudoeste-noroeste. Na Bacia do Teles Pires destacam-se o Córrego Rubi e o Ribeirão do
Cedro, orientados sudoeste-nordeste, afluentes ao Rio Verde, com nascentes na Serra dos
Caiabis; os Rios Lira e Celeste são afluentes da margem direita do Teles Pires, orientados
aproximadamente sul-norte.
Predominam relevos aplanados, com amplos interflúvios; locais mais acidentados
ocorrem apenas em correspondência a talvegues encaixados, e em situações localizadas
(Serra dos Caiabis).
O território assenta sobre litologias da Superfície Peneplanizada Terciária e arenitos
da Formação Utiariti, que propiciaram o desenvolvimento, na maior parte da região, de
latossolos. Predominam Latossolos Vermelho-Escuros e Vermelho-Amarelos, álicos e
distróficos, são predominantes no território, com textura média, areno-argilosa, quando
relacionados a arenitos (Formação Utiariti) e com textura argilosa sobre as superfícies
terciárias. Estão associados predominantemente a ambientes florestais e secundariamente às
savanas. Estes solos têm, localmente, caráter plíntico, em locais com deficiência de drenagem
e lençol freático aflorante. Apresentam boas características físicas, que os tornam apropriados
para culturas mecanizadas, necessitando, entretanto de correção da baixa fertilidade natural.
Neste território, são utilizados para culturas anuais na porção centro-sul e leste.
As Areias Quartzosas encontram-se associadas aos latossolos e solos podzólicos,
em situações de relevo plano a suave ondulado, sob vegetação savânica e, secundariamente,
florestal. Têm fortes restrições ao uso agrícola, pela baixa fertilidade natural e pequena
retenção de umidade e nutrientes; na região, são localmente utilizadas com pastagens. Os
solos podzólicos estão relacionados à Superfície Terciária e ocorrem associados a latossolos e
a Areias Quartzosas, em ambientes florestais. Presta-se a usos agrícolas, com as limitações
impostas pelo relevo e pela vulnerabilidade à erosão.
Nas extensas planícies fluviais, predominam solos aluviais associados a solos
gleizados e, secundariamente, a plintossolos.
Diferenciações do embasamento, características da vegetação e diferentes formas
de apropriação do espaço, fazem com que possam ser destacadas, neste território, duas
grandes feições de paisagem (Figura 004):
25
FIGURA 004 PRINCIPAIS FEIÇÕES DE PAISAGEM
26
A porção sudeste da Folha MIR-339, área polarizada pela BR-163, que corresponde,
aproximadamente, às Superfícies Peneplanizadas Terciárias, ocupando extensas áreas da
Bacia do Rio Teles Pires e parte do interflúvio entre o Rio Arinos e seu afluente São
Venceslau; esta região caracteriza-se pelo uso agrícola extensivo, em ambientes de savânicas
muito alterado pela ocupação.
A porção norte e oeste da Folha MIR-339, onde predominam ambientes
florestais transicionais; a ocupação é descontínua, com predomínio da pecuária. Esta feição
desenvolve-se também nos vales dos Rios Teles Pires e Verde, interpenetrando a feição de
transição entre a Chapada e o Planalto dos Parecis.
4.1.
FEIÇÃO DA PAISAGEM
DOS PARECIS
– TRANSIÇÃO ENTRE A CHAPADA E O PLANALTO
Esta feição de paisagem compreende a franja de transição entre a Chapada e o
Planalto dos Parecis, na porção centro-sudeste da Folha MIR-339. A região caracteriza-se
pelas superfícies preservadas, em altitudes da ordem de 380 - 420 metros, com declividades
suaves. Apresenta topos amplos e rampeados, vales abertos e erosivos, com baixa densidade
de drenagem; corresponde, geologicamente, à Superfície Peneplanizada Terciária em contato
com a Formação Utiariti.
A cobertura vegetal é de formações savânicas, com predomínio da Savana
Arborizada com Florestas de Galeria e, secundariamente, da Savana Florestada. A região tem
uso agrícola intensivo, tendo-se confirmado, em campo, o domínio da savana apenas pelos
remanescentes entre as áreas de uso. Esta ocupação delimita os fundos de vale e as áreas
úmidas, onde são preservadas as Formações Aluviais.
A maioria dos solos nesta feição é constituída pelo Latossolo Vermelho-Amarelo
distrófico com texturas variando de arenosa a argilosa, ocorrendo manchas de Latossolo
Vermelho-Escuro distrófico argiloso. A Savana Florestada foi observada em vários pontos,
geralmente associada à ocorrência de Latossolo Vermelho-Escuro. As baixas declividades e a
cobertura argilosa destes solos propiciam uma baixa potencialidade para ocorrência de
processos erosivos, observando-se, entretanto erosão laminar em terras aradas.
São comuns, nestas áreas aplanadas, a presença de depressões úmidas, com
alagamentos e problemas de drenagem, com solos de horizontes plínticos. Os solos são
encharcados e há inundações periódicas na estação chuvosa, necessitando de drenagem para
a utilização agrícola.
A paisagem é dominada pelas culturas anuais, desenvolvidas sobre os terrenos
planos, que se prestam à mecanização. O cultivo dominante é o da soja, ocorrendo rotação de
culturas, na chamada safrinha (entressafra), quando ocorre plantio de milho, secundado por
milheto, arroz e mais raramente sorgo.
A maioria das propriedades é de porte médio a grande; caracterizam-se pela
utilização de técnicas modernas e insumos (adubos, agrotóxicos) observando-se, nas
propriedades, maquinários e benfeitorias. Os proprietários normalmente residem nos núcleos
urbanos, não havendo sedes nas propriedades - apenas instalações de serviço e alojamentos
dos empregados.
Na porção leste da Folha MIR-339, a ocupação foi induzida pela rodovia BR-163; a
cidade de Sorriso, lindeira à rodovia, polariza a região do entorno. A porção meridional, lindeira
à BR-163, é polarizada por Lucas do Rio Verde, situada imediatamente a sul do território
mapeado (MIR-356).
27
A oeste, as áreas de ocupação desenvolvem-se a partir das rodovias MT-338 (a
estrada Baiana) e MT-010, que percorrem interflúvios entre os rios Arinos e Verde, em
ambientes de Savanas Arborizada e Florestada.
Ao longo da rodovia MT-010 até o município de Tapurah, ocorrem áreas agrícolas
com culturas anuais que são entremeadas por fazendas de médias a grandes de pecuária.
A cidade de Tapurah e o distrito Novo Eldorado situam-se ainda no domínio da
Savana, no limite com a Floresta associada ao Planalto dos Parecis, a oeste. Verifica-se a
presença de culturas anuais, principalmente milho, realizadas (na época das campanhas de
campo – maio/junho) para rotação de cultura com a soja, a chamada “safrinha”. Além das
culturas de grãos é presente a cana-de-açúcar, com mais freqüência nas proximidades de
Tapurah.
A sudeste desta cidade, ao longo da rodovia MT-338, a ocupação existente é de
grandes propriedades, com culturas e pastagens; também ocorrem extensas áreas
degradadas por desmatamentos e queimadas, realizados de forma predatória, inclusive em
áreas marginais aos cursos d’água e com declividades acentuadas.
Nesta unidade de relevo, bolsões de pequenas propriedades ocorrem de forma
restrita, a norte de Tapurah e no entorno de Sorriso.
Predominam na região, Savana Arborizada a sul, floresta a norte e a oeste. Estas
formações ocorrem em manchas isoladas entre as zonas de uso, em geral nos vales, onde são
também presentes a Savana Parque e, localmente, Formações Justafluviais e Aluviais (Rio do
Cedro e afluentes). Progressivamente a norte e a oeste há a transição entre a vegetação de
savanas e formações florestais. As matas observadas na porção norte da feição (Contato
Floresta associada ao Planalto dos Parecis/Savana) encontram-se muito alteradas, em estágio
de capoeiras ou capoeirões.
A oeste de Tapurah, na área drenada pelo Rio Arinos, a transição entre a Savana
Florestada e a Floresta associada ao Planalto dos Parecis é mais definida. No campo, foram
também observadas manchas de Floresta Ombrófila ocupando pequenas áreas, não
mapeáveis nesta escala em solo mais argiloso, em contato com estacional, em solo mais
arenoso. Foram também observadas matas de brejo com muitas palmeiras (Oenocarpus sp),
Cecropia sp, periquiteira (Trema cf. micrantha), maçaranduba (Manilkara sp) e Astronium sp
Não são expressivas, nesta feição, áreas desmatadas no período 94/97, relevadas
no trabalho da FEMA, visto o alto grau de ocupação do território. Correspondem a áreas
limitadas, de pequena extensão, individualmente esparsas em toda a feição, mais numerosas a
leste (Sorriso), correspondendo à expansão de áreas já apropriadas por usos agrícolas.
4.2.
FEIÇÃO DA PAISAGEM – PORÇÃO OESTE E NORTE
Esta feição caracteriza-se por apresentar interflúvios muito amplos, vales abertos,
com largas planícies aluviais ao longo das principais drenagens. As declividades médias são
pequenas e as altitudes da ordem de 350 – 390 m. O interflúvio entre os Rios Arinos e Verde
apresenta-se desnivelado, separado por uma escarpa que constitui a Serra dos Caiabis, neste
trecho orientada norte-noroeste, com caimento para sudoeste e diferenciais altimétricos da
ordem de 40-50 metros.
O substrato geológico é constituído de arenitos da Formação Utiariti, sobre os quais
se desenvolvem Latossolos Vermelho-Escuros e Vermelho-Amarelos. A cobertura vegetal
compreende Savana Florestal (cerradão), Floresta associada ao Planalto dos Parecis,
28
contatos desta com a Floresta Estacional e com Savanas. Nos fundos de vale há depósitos de
aluviões atuais, sobre os quais desenvolvem-se predominantemente solos Gleis hidromórficos,
com Florestas Aluviais, particularmente expressiva ao longo do Rio Arinos.
O uso antrópico é descontínuo, concentrado imediatamente a norte de Tapurah, ao
longo da rodovia MT-338 e na porção norte e nordeste da Folha MIR-339, entre as rodovias
BR-163 e MT-010. Predominam grandes propriedades com pecuária, sendo presente a
agricultura mecanizada a nordeste. São também presentes pequenas propriedades, nas
glebas Novo Eldorado I e Tapurah/Itanhangá, assentamentos de grande expressão territorial,
mas ainda em processo de implantação, com poucas áreas apropriadas pelo uso.
A norte de Tapurah há uma grande mancha de áreas agrícolas lindeira à MT-338,
correspondente ao “Projeto Ana Terra”, projeto de colonização financiado pelo governo
japonês há cerca de 20 anos, com lotes de 450 ha. Este projeto foi responsável pelo
desenvolvimento do município de Tapurah, que se emancipou na época de sua implantação.
As culturas anuais aqui plantadas são milho e soja, tendo o milheto e o sorgo como produtos
agrícolas secundários. São também presentes pastagens e seringais recém-implantados.
Com acesso também pela estrada Baiana, cerca de 70 Km a norte de Tapurah,
situa-se o citado assentamento Tapurah/Itanhangá, com cerca de 1.200 km², em fase de
implantação. Vai assentar cerca de 1000 famílias, em região de solos bastante fracos, onde
predominam Latossolos Vermelho-Amarelo distróficos, arenosos, em ambiente florestal.
Nesta porção noroeste da Folha MIR-339 o tipo de uso é a pecuária de corte em
propriedades médias a grandes. Ao longo da Estrada Baiana são presentes madeireiras e
acampamentos de “sem terras” que cultivam pequenas roças de mandioca e banana.
A cobertura vegetal apresenta, em grande parte, caráter transicional entre formações
florestais e savânicas, notadamente a norte e nordeste. Já a oeste, no limite com a Folha MIR338, prevalecem florestas, cujas especificidades florísticas e fisionômicas diferenciam-nas
significativamente das formações estacionais e ombrófilas, tendo sido mapeadas como
Floresta associada ao Planalto dos Parecis. As espécies de valor econômico, predominantes
próximo aos canais de drenagem, são menos freqüentes nos interflúvios, onde ocorrem por
indivíduos de baixo valor de mercado, devido às pequenas áreas basais, muitas vezes
inferiores às exigidas para planos de manejo. Este aspecto tem gerado problemas ambientais,
visto que a exploração de madeira concentra-se, freqüentemente, em áreas de preservação
permanente, com conseqüente assoreamento de cursos d´água.
As florestas transicionais assumem diferentes características, dependendo se
prevalecem, em associação à flora savânica, elementos da Floresta Estacional, conforme
assinalado a norte/noroeste, ou da Floresta associada ao Planalto dos Parecis, como ocorre na
porção central e a leste.
Verifica-se, no sentido Tapurah / Porto dos Gaúchos, uma associação equilibrada de
formações savânicas e florestais, constituindo um contato ora dominado por pela primeira , ora
pela segunda. De fato, a MT-338 situa-se no limite entre os domínios da Floresta associada ao
Planalto dos Parecis, a oeste, e formações savânicas e transicionais, a leste.
Ressalta-se na porção noroeste da Folha MIR-339, entremeando as áreas de uso
agrícola, o alto grau de alteração das formações florestais (Floresta associada ao Planalto dos
Parecis), pelas ações de desmatamento seletivo.
Nesta unidade de relevo as áreas desmatadas no período 94/97 (FEMA) são
expressivas, correspondendo a abertura de novas áreas de uso em ambiente florestal (norte e
noroeste de Tapurah) e no contato entre florestas e savanas na porção centro-norte e
29
nordeste. É também significativa a abertura de novas áreas de uso em correspondência às
glebas de reassentamento (Tapurah / Itanhangá e Novo Eldorado I).
30
BIBLIOGRAFIA
BITTENCOURT, M. D. & PIVELLO, V. R., 1998. SIG e sensoriamento remoto orbital auxiliando
o zoneamento ecológico. Investigaciones Geográficas, 36, 42p.
BRASIL – Dep.Nacional de Produção Mineral. Projeto RADAMBRASIL, 1982 – Levantamento
de Recursos Naturais. Folha Cuiabá (SD-21). Rio de Janeiro.
IBGE, 1992. Manual técnica da vegetação brasileira / Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatísticas, Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. - Rio
de Janeiro: 92p.
VELOSO, H.P., RANGEL-FILHO, A.L.R, LIMA, J.C.A. 1991. Classificação de vegetação
brasileira, adaptada a um sistema universal. IBGE. Rio de Janeiro. 124 p. MATO GROSSO.
ANEXOS
ANEXO I - RELAÇÃO DAS FICHAS DE CAMPO
CAMPANHA DE FORMAÇÕES VEGETAIS/
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
ANEXO II – RELAÇÃO DOS PONTOS DE
AMOSTRAGEM DE VEGETAÇÃO
ANEXO III – RELAÇÃO DAS ÁREAS DAS
FORMAÇÕES VEGETAIS/ USO E OCUPAÇÃO
DO SOLO POR MUNICÍPIO
RELAÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM DE VEGETAÇÃO
VEGETAÇÃO
Campanha de Vegetação – Expedição Tapurah, realizada no período de 06 a 16/06/97.
Coleta de material botânico nas localidades:
V.01 - Coordenadas UTM 530.801, 8632.879.
V.02 - Coordenadas UTM 603.331, 8647.458.
V.03 - Coordenadas UTM 603.324, 8645.615.
V.04 - Coordenadas UTM 588.782, 8632.760.
V.05 - Coordenadas UTM 585.142, 8627.241.
V.06 - Coordenadas UTM 581.493, 8618.036.
V.07 - Coordenadas UTM 561.548, 8607.026.
V.08 - Coordenadas UTM 568.784, 8605.167.
V.09 - Coordenadas UTM 570.595, 8605.162.
V.10 - Coordenadas UTM 572.400, 8603.315.
V.11 - Coordenadas UTM 576.030, 8606.991.
V.12 - Coordenadas UTM 572.395, 8601.471.
V.13 - Coordenadas UTM 557.916, 8601.505.
V.14 - Coordenadas UTM 557.878, 8583.073.
V.15 - Coordenadas UTM 561496, 8583.065.
V.16 - Coordenadas UTM 556.032, 8564.645.
V.17 - Coordenadas UTM 559.647, 8564.638.
Campanha de Vegetação – Expedição Cláudia, realizada no período de 11 a 23/07/97.
Coleta de material botânico nas localidades:
V.18 – Coordenadas UTM 659.567, 8652.737.
V.19 – Coordenadas UTM 661.401, 8656.415.
FONTE: CNEC, 1997.
ANEXO IV- FOTOGRAFIAS
ANEXO V - FOLHA SORRISO
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