Pesquisa de vírus do EpsteinBarr em linfoepiteliomas: Comparação entre métodos de Imuno-Histoquímica e Hibridização in situ Sementilli L1, Nonogaki S2, Shirata NK2, Paes RAP1. 1. Departamento de Anatomia Patológica da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. 2. Núcleo de Patologia Quantitativa do Centro de Patologia do IAL. Suely Nonogaki [email protected] Introdução O vírus Epstein-Barr (EBV) é associado a diversas neoplasias, como Linfomas de Hodgkin e Burkitt e Carcinoma de nasofaringe (CNF). O CNF apresenta um dos piores prognósticos dentre os tumores malígnos de cabeça e pescoço e geralmente é descoberto em estágio avançado. O linfoepitelioma é uma variante morfológica do carcinoma indiferenciado do CNF. A infecção pelo EBV é considerado o evento iniciador do CNF onde o DNA-EBV é clonal. Uma única célula infectada evolui para câncer invasivo. As técnicas de ISH são utilizadas para localizar sequências específicas de ácidos nucleícos em amostras celulares ou de tecidos sendo considerada Gold Standard na identificação da infecção latente pelo EBV. Objetivo Comparar a sensibilidade das reações imuno-histoquímica (IHQ) e hibridização in situ (ISH) cromogênica (CISH) na pesquisa do EBV em amostras histológicas de linfoepiteliomas. Metodologia O EBV pode ser detectado em amostras fixadas em formalina e incluidas em parafina por imuno-histoquímica, hibridização in situ e reação em cadeia da polimerase. IHQ Recuperação antigênica pelo calor úmido sob pressão, com solução tampão citrato pH 6. Reação overnight a 4ºC com anticorpo monoclonal anti LMP1 clones CS1-4 (Dako). Amplificação das ligações antígeno-anticorpo com polímeros de terceira geração (Thermo) marcados com peroxidase. Revelação com DAB e contracoloração com hematoxilina. Positividade em membrana/citoplasma de coloração marrom dourado. ISH Sonda marcada com digoxigenina (ZytoVision) utilizando protocolo modificado no NPQ. Denaturação a 75ºC e hibridização a 55ºC por 60 min com sonda RNA em hidridizador automático (StatSpin,Dako). Híbridos ligados ao anticorpo anti–digoxigenina seguido de polímeros conjugados com peroxidase (ZytoVision). Revelação com DAB e contracoloração com hematoxilina. Positividade nuclear de coloração marrom dourado. Resultados Métodos IHQ + IHQ - Total CISH + 06 (27,3%) 09 (40,9%) 15 (68,2%) CISH - 00 07 (31,8%) 07 (31,8%) Total 06 (27,3%) 16 (72,7%) 22 (100%) FIG1. CISH- EBV–EBER–Positivo 40X (NPQ1369) FIG2. IHQ–EBV-LMP1– Negativo 40X (NPQ1369) Cinco casos com resultados negativos por ambos os métodos, afastou o diagnóstico de linfoepitelioma. Dois casos foram negativos por ambos os métodos, mas permaneceu com o diagnóstico de linfoepitelioma. FIG3. CISH-EBV–EBER–Positivo 40X (NPQ1388) FIG4. IHQ–EBV-LMP1– Positivo 40X (NPQ1388) Comentários, Discussão e Conclusão ISH mostrou-se mais sensível do que a IHQ na detecção do EBV em linfoepitelioma. A ausência da positividade em dois casos pelo CISH deveu-se, provavelmente, a fatores pré–analíticos, como a fixação inadequada das amostras. Os resultados mostraram que a realização da ISH seria suficiente para confirmação diagnóstica. O tratamento convencional é pela quimio/radioterapia. Terapias como imunoterapia específica, epigenética e indução lítica do vírus, tendo como alvo o EBV, poderão elevar a taxa de cura. Necessário métodos sensíveis que demonstrem a presença do vírus no tumor, como a ISH NPQ1389