Dengue: diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança Anexo III Instituto Nacional de Cardiologia de Laranjeiras Núcleo de Bioestatística e Bioinformática Tratamento da hipertensão arterial durante infecção pelo vírus da dengue Protocolo Bernardo Rangel Tura & Marcio Lassance Martins de Oliveira & Marisa Santos 10/10/2011 A hipertensão arterial é uma das mais prevalentes condições cardiovasculares no Brasil. Como consequência, pode-se inferir que grande porcentagem de pacientes com dengue, no transcorrer de epidemias, encontrar-se-ão em tratamento com medicamentos anti-hipertensivos. Os pacientes com dengue sem sinais de choque devem adequar a medicação, especialmente durante o período crítico de hemoconcentração e extravazamento vascular. Abaixo, listamos as principais classes de drogas empregadas nos pacientes hipertensos: Classe de drogas Exemplos Betabloqueadores Propranolol, atenolol, metoprolol, bisoprolol Drogas de ação central Clonidina, Alfametildopa Vasodilatadores Hidralazina Diuréticos Hidroclorotiazida, furosemida, espironolactona Inibidores de enzima conversora de angiotensina Captopril, lisinopil, fusinopril Bloqueadores de receptor de angiotensina Losartan, ibesartan, candesartan 77 Secretaria de Vigilância em Saúde / MS Dengue: diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança Inicialmente deve-se ter em mente que pacientes hipertensos podem desenvolver sinais de choque com níveis pressóricos mais elevados. Faz-se necessário, em tal caso, atentar-se para outros sinais de gravidade, a exemplo da redução da perfusão periférica e oligúria. Ainda, redução de em relação aos níveis pressóricos pregressos pode significar hipotensão arterial. Nessas situações, as medicações hipotensoras devem prontamente ser suspensas – pacientes classificados como “dengue grave com importante extravazamento plasmático” pelo manual do Ministério da Saúde. Os pacientes com dengue sem sinais de alerta e cifras pressóricas normais devem manter as medicações habituais, com atenção especial aos betabloqueadores e à clonidina, cuja retirada pode associar-se à crise hipertensiva de rebote. Na condição de desidratação e hipovolemia, necessitando de ressuscitação venosa, mormente indivíduos com sinais de alerta, deve-se suspender a princípio os diuréticos e vasodilatadores durante o período em que o paciente estiver internado em observação. Mais uma vez há de se ponderar acerca do risco de suspensão das medicações betabloqueadoras e a clonidina, pelo risco de hipertensão rebote. 78 Secretaria de Vigilância em Saúde / MS