A Síndrome de Faraó

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A Síndrome
de Faraó
A seriedade do pecado
Natanael Pedro Castoldi
Contexto:
- Os filhos de Abraão foram ao Egito para esperar Canaã depravar-se
o suficiente para recair-lhe severo juízo. Gênesis 15:12-16.
- José, filho de Jacó, tornou-se governador e, nos tempos de fome,
garantiu mantimentos e terras para a sua família na planície de
Gósen.
- Por séculos Israel cresceu, porém uma nova dinastia, que
desconhecia os hebreus, começou a reinar. Êxodo 1:6-8.
Sobre a nova dinastia: sugere-se que se deu com os hicsos, vindos do
mar, ou com o Novo Reino, depois dos hicsos (1546-1085 a.C.).
Os hicsos, estrangeiros, teriam sido tolerantes com os hebreus e,
nesse período, Israel cresceu no Egito, sendo rejeitado com o retorno
dos faraós nativos, no início do Novo Reino.
- O faraó que expulsou os hicsos do Egito foi Amósis I
(1570-1546 a.C.), sugere-se que ele foi o “novo faraó” –
1:8. Há, ainda, quem sugira Amenotepe I (1546-1525) ou
Tutmés I (1525-1512).
- A escravidão começou entre 1570 e 1512 a.C. e foi até por
volta de 1445 a.C., com o faraó Tutmés III (1490-1445 a.C.).
- O Êxodo se deu com o faraó Amenotep II (1445-1425
a.C.).
- Datações bíblicas (1 Reis 6:1) sugerem que o Êxodo se
deu entre 1446 a.C. e 1290 a.C.
Era hora de voltar para Canaã - Êxodo 2:25, 3:1-2 e 7-8.
Israel esteve no Egito?
- Uma escultura sobe uma tumba de 1900 a.C., em Beni
Hasan, mostra a entrada de um grupo de semitas no
Egito.
- Faraós costumavam permitir a entrada de pessoas do
Sinai e da Palestina em suas terras durante períodos de
fome. De 1350 a.C. há um exemplo disso: “não sabendo
como viver, veio implorando um lar nos domínios de Faraó [...]
conforme o costume dos pais de vossos pais (de Faraó) desde o
princípio...”
- Israelitas com nomes egípcios, como Moisés, Assir,
Pasur, Merari, Hofni, Finéias e Putiel. Assim como alguns
títulos egípcios utilizados em Israel: “copeiro-chefe” e
“padeiro-chefe”, por exemplo.
Quanto maior, pior:
1 - O Dono do Mundo Externo:
- O Faraó era dono de todas as terras do Egito.
- Todas as obras, exércitos e recursos eram dele.
- O Faraó era tido como um deus.
- Todos os habitantes do Egito eram dele.
- O Faraó tinha poder, inclusive, sobre a vida dos seus súditos.
Êxodo 1:11 e 16.
2 - O Dono do Mundo Interno:
-
-
Com todo o poder e status que tinha, o Faraó nutria forte
arrogância e orgulho. Êxodo 7:13
Como centro do mundo, tendia a se ver como o dono da
verdade. O que ele dizia era indiscutível.
Certamente o Faraó era ricamente instruído, tendo estudado
nalguma escola faraônica.
Era grande em poder e conhecimento. Provavelmente mimado
desde sempre.
As tentativas de Deus:
Como vimos na história de Jonas, Deus, além de salvar certo povo, o
coletivo, pretende tratar do coração orgulhoso, visitar o indivíduo em
suas dificuldades. Deus tentou transformar o Faraó.
Êxodo 7:2, 9-10, 17-18; 8:2-3, 16, 21; 9:3 e 9
* 1:02-08
Vídeo
1ª Tentativa: diálogo e “Cajado em Serpente”
7:2-3, 10 e 11-13
- Era certo que o Faraó não daria atenção aos dois. O teste
começava aqui.
- Diálogo: 7:2-3. O Faraó iria ouvir e ser disciplinado.*
- Serpente: 10. A palavra original pode referir-se a um crocodilo.
Sendo cobra ou crocodilo, Deus desprezou divindades egípcias.
- Reação do Faraó: 11-13. Há quem diga que se tratou de magia,
outros falam de ilusionismo, um truque. O fato é que a magia
barata dos magos não fez o Faraó mudar de opinião.
* A Primeira Praga era
incondicional:
aconteceria de qualquer
forma, assim Deus
julgaria o Egito,
disciplinaria o Faraó e
validaria as Suas
palavras.
2ª Tentativa: diálogo e Primeira Praga
7:16-18, 20 e 22
- Diálogo: 7:16. Obstinado (14), o Faraó
ouviria e receberia o Sinal do Poder de Deus.
- Primeira Praga: 17-18 e 20. Deus
zombou das divindades egípcias Hapi
(espírito do Nilo) e Khnum (guardião do Nilo).
- Reação: 22. Os magos fizeram o mesmo
numa pequena porção d’água. O Faraó
preferiu o truque fajuto deles.
Para essa praga Deus endureceu o
coração do Faraó: a Praga era
inescapável, como forma de
disciplina e demonstração do
poder do Criador. 7:3
- Infanticídio
- Tortura
- Tirania
3ª Tentativa: diálogo e Segunda Praga
8:1-2, 6-8 e 14-15
Diálogo: 8:1-2. Aqui o Faraó já poderia ter cedido: “SE”. Por sete
dias o Faraó pôde pensar na questão do Nilo em Sangue (7:25).
Segunda Praga: 6. Deus zombou das divindades egípcias Heqt
(deus em forma de sapo) e Hapi.
Reação: 7. Os magos repetiram, mas o Faraó deixou de considerálos, 8. Quando as rãs foram embora, o Faraó se endureceu – mesmo
que o Egito estivesse terrivelmente fedorento (14-15).
4ª Tentativa: Terceira Praga
8:16-19
Sem conversa: depois de três diálogos, não adiantava mais
conversa. No alívio o Faraó se endureceu por conta.
Terceira Praga: 16-17. Deus pôs a magia egípcia à prova, 18.
“Piolho” podia significar “mosquito” ou “pulga”.
Reação: 19. Conforme Deus já sabia, o Faraó se endureceu.*
* Deus
conhecia o
coração do
Faraó, o seu
caráter.
5ª Tentativa: Diálogo e Quarta Praga
8:20-21, 22, 24-25, 27-28 e 32
Diálogo: depois do último trauma, Deus tentou dialogar
novamente com o Faraó, 20-21.
Quarta Praga: 22 e 24. O povo de Israel foi poupado¹. Deus
zombou de Uatchit, o “deus mosca”.
Reação:
25, 27, 28 e 32. O Faraó permitiu a saída do povo para
adoração, mas voltou atrás. Seu coração se endureceu.*
* O Faraó, além
de tudo, não
honrava a sua
palavra.
¹ Quando Deus
poupou Israel,
ficou evidente que
era o Deus de
Israel quem estava
castigando.
6ª Tentativa: Diálogo e Quinta Praga
9:1-7
Diálogo: 9:1-3. O Faraó teve um dia para pensar, 5.
Quinta Praga: Israel foi poupado, 4. Deus zombou de Ápis,
“divindade touro”, além de Ptah, Mnrvis e Hathor, 6.
Reação: o Faraó irritou-se com Israel e endureceu o seu coração, 7.
7ª Tentativa: Sexta Praga
Sem diálogo: não adiantava mais dialogar.
Sexta Praga: 8-9, 11. Deus zombou de Sekhmet (deusa que cura)
e Serápis (deus curandeiro).
Reação: Faraó endure... Deus endureceu o coração do Faraó?! 12.
O que isso significa?
Além dos limites:
- O Faraó poderia ter ouvido o pedido de
Deus da Segunda até a Quinta Pragas, mas
permaneceu irredutível.
- Deus tinha tirado do Faraó tudo aquilo que
o impedia de ceder: a economia do
Egito estava arruinada, os exércitos e
magos cheios de feridas e os deuses
desacreditados. Mas o “deus de Faraó”, que
era ele mesmo, ainda sobrevivia.
- Depois de ter tido várias chances e
disciplinas, o Faraó prosseguia quase no
mesmo orgulho de antes. Nada mais
poderia ser feito.
- Deus continuou castigando o Egito: os
egípcios precisavam reconhecê-Lo - o juízo
sobre o Faraó serviria de exemplo.
Romanos 1:21-24
- Sétima Praga: (9:13-14, 16-19, 26-28,
-
34-35) incondicional, 9:13-14. Faraó
inegociável: 17. Objetivo: 16. Praga:
18. Piedade: 19 e 26. O Faraó se
sensibilizou diante da emoção do
momento, 27-28, mas voltou atrás, 3435. Deus zombou de Seth (deus das
plantações) e Nut (deusa do céu). Deus
mostrou ter poder sobre a terra e o
céu.
Oitava Praga: (10:1-2, 11-12 e 20)
10:1-2. O Faraó deixou apenas parte ir,
11. Com Deus não se negocia: 12. Deus
endureceu o coração do Faraó 20. Ísis
(deusa da vida) e Seth (protetor das
plantações), foram zombados.
- Nona Praga: (10:21-22, 24, 27-29) 21-
-
22. O Faraó liberou Israel inteiro, com
exceção dos rebanhos, 24. Com Deus
não se negocia! Israel não pôde ir, 27. O
Faraó ameaçou Moisés de morte e,
assim, sentenciou a sua própria, 28-29.
Rá, a divindade máxima (Sol), e Atom
(deus do sol poente), foram zombados.
Décima Praga: (11:4-7, 12:7,*12-13,
29, 30-31 e 33) 11:4-7, essa praga seria
inexplicável. Deus mostrou ter o
domínio sobre a noite, 29, sobre a vida
e sobre o Faraó, demonstrando ao povo
que ele não era divino e nem intocável,
30. Deus zombou de Osíris (doador da
vida) e do próprio Faraó (uma
divindade). O povo foi liberto, 31 e 33. * Deus concluiu o julgamento
sobre os deuses egípcios.
*1:12:10-17:00
Vídeo
A morte do Faraó:
14:5-7, 10, 16-18, 22-23,
25, 28 e 30.
Irredutível, mais uma vez
o Faraó volta atrás. A
economia egípcia estava
devastada, os deuses
envergonhados e os
sucessores (inclusive do
Faraó), mortos – todas as
casas foram atingidas.
Faltava fazer ruir o
exército e o governo do
Egito. Deus mostrou Seu
poder sobre o mar.
Esse foi o último passo
para a emancipação total
de Israel.
Quanto menor, melhor:
- Faraó, provavelmente o maior homem de seu período, pelo
menos da Ásia Menor até o Oceano Atlântico. Por causa da sua
força e irredutibilidade, virou “comida de peixe”, literalmente.
- Moisés, com compreensível medo do Faraó, disse ter “falta de
capacidade” (3:11), “falta de mensagem” (3:13), “falta de
autoridade” (4:1), “falta de eloquência” (4:10) e “falta de
inclinação” (4:13). Deus respondeu: Ele seria presente (3:12),
manifestaria sua onipotência (4:2-9, 6-7), capacitaria (4:11-12) e
orientaria tudo (4:14-16). Moisés precisou de ajuda!
A diferença entre o grande e o pequeno é que o
primeiro precisa ser quebrado, enquanto o
segundo, somente capacitado.
Aplicações:
A Síndrome de Faraó
- Eu e você podemos sofrer da “Síndrome
de Faraó”, nos sentindo donos, deuses
de nossas vidas.
- Com base no patrimônio e nas pessoas
“menores” que nós, eu e você temos nos
sentido “grandes”? Poderosos?
- Quais são os “deuses” que, na minha
vida, precisam ser destruídos? Eu já
percebi que se eu não destruí-los, ou
eles me endurecerão ou Deus os
destruirá?!
- Eu, assim como o Faraó,
- Deus teve que tirar tudo o que dava
me entrego quando vem o
força ao Faraó (a religião, o poder e a sofrimento, mas me
riqueza). Eu tenho usado mal esses
endureço quando tudo
recursos?
fica bem?
A seriedade do pecado
- Eu tenho entendido que o
pecado é um assunto sério? Sério
até a morte?
- Eu entendo que a insistência
consciente no mesmo erro,
desprezando o amor e a
disciplina de Deus, pode me levar
a ter um “coração endurecido”?
- Eu tenho consciência de que de
“Deus não se zomba” e de que o
pecado voluntário é uma afronta
a Deus? Tenho consciência das
consequências dele? Gálatas 6:7
- Tenho consciência de que outras
pessoas podem sofrer com os
meus erros?
- A expressão para que os
magos faziam pende mais pra
“truque”. Assim como o Faraó,
você tem procurado conselhos
de pessoas, “magos”, que lhe
incentivarão no seu erro? Ou
tem sido como os “magos”?
- Naamã também era grande, mas quando Deus o quebrou, ele se
arrependeu, ao contrário do Faraó - Naamã tinha caráter. Tenho
sido Faraó ou Naamã?
Ou melhor: eu tenho tentado ser como Moisés, pequeno,
ou como Faraó, grande como um deus?
A diferença entre o grande e o pequeno é que o
primeiro precisa ser quebrado, enquanto o
segundo, somente capacitado.
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