ESCOLA MAGNUS DOMINI UM DESENHO NO CÉU: ESTUDO DAS

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ESCOLA MAGNUS DOMINI
UM DESENHO NO CÉU: ESTUDO DAS CONSTELAÇÕES
Ana Carolina Petrucci
Enzo Seiti Koyama
João Pedro Borges Nascimento
Mariana Herold Constantino
Renan Karling Hoffmann
MARINGÁ
2016
1. INTRODUÇÃO
Desde sempre o ser humano possui curiosidade a respeito do céu
estrelado. O céu era visto com certo espanto, receio, admiração e respeito. O
desconhecimento das causas científicas dos fenômenos astronômicos
motivava o ser humano a destinar valores divinos aos astros celestes, por
serem diferentes de todo o universo.
O que nos motivou a realizar este trabalho é que, à noite, a imensidão
do céu nos revela pontos brilhantes e curiosos – sempre estão lá, do mesmo
“jeitinho” – são as constelações. Nesse sentido, o objetivo do nosso trabalho é
realizar um levantamento das principais constelações existentes e descrevêlas, apresentando, também, as lendas históricas que as cercam.
2. AS CONSTELAÇÕES
Uma constelação é uma região do céu onde se encontra um grupo de
estrelas, que parecem estar próximas umas das outras, ligadas por traços
imaginários, que formam determinados desenhos no céu.
O conceito definido pela IAU (International Astronomical Union - União
Astronômica Internacional) determina que constelação é a divisão da esfera
celeste, geometricamente, em 88 regiões ou partes. Importante observar que,
dependendo do local, as constelações não são vistas ou possuem outra
disposição.
Dessa forma, podemos dizer que a principal constelação no hemisfério
sul é o Cruzeiro do Sul, fácil de se localizar. No hemisfério norte, as principais
são: Ursa Maior e Ursa Menor, que também são facilmente identificáveis.
A constelação Cruzeiro do Sul, a mais importante do hemisfério sul é
somente vista desse hemisfério e faz parte das constelações austrais. Por
outro lado, as constelações vistas do hemisfério norte celeste (ursa maior e
ursa menor, por exemplo) são denominadas de constelações boreais. Na
Imagem 1, apresentamos a relação das constelações e seus hemisférios.
Imagem 1 – As constelações e os hemisférios
Cada constelação apresenta uma estrela mais importante. Por exemplo,
no caso da constelação Ursa Menor, temos a estrela polar.
Além das constelações austrais (Sul) e boreais (Norte), há as
constelações equatoriais, situadas próximas ao Equador Celeste (Órion), e as
constelações zodiacais, localizadas próximas aos limites entre norte e sul
celestes. Nas Imagens 2 e 3, a seguir, indicamos uma ilustração da
Constelação de Órion e as constelações zodiacais.
Imagem 2 – Constelação de Órion
Imagem 3 – Constelações zodiacais
Muitas constelações podem ser vistas nitidamente dos dois hemisférios,
tal qual a de Escorpião e a Constelação de Órion (formato de um caçador que
inclui a popular constelação chamada de “Três Marias”).
As constelações não são verdadeiros grupos de estrelas, porque as
estrelas que formam as constelações apenas parecem estar agrupadas,
quando são vistas a partir da Terra (se observássemos a partir de um outro
planeta, já não conseguiríamos ver). Isto acontece porque, na realidade, as
estrelas de uma constelação encontram-se a distâncias muito diferentes da
Terra, mas nós as vemos projetadas na esfera celeste, como se estivessem
todas à mesma distância de nós.
2.1 Cruzeiro do Sul
Essa constelação é importante e famosa no Hemisfério Sul. Apesar de
ser pequena, é bem reconhecível por suas estrelas de brilho considerável. O
Cruzeiro do Sul, para os gregos antigos, pertencia à constelação do Centauro e
ajudava nas rotas dos navegantes, pois o eixo maior da cruz aponta
aproximadamente para o polo Sul celeste. Basta tomarmos o tamanho do eixo
maior da cruz e o prolongarmos em linha reta cerca de quatro vezes e meia. Na
Imagem 4, a seguir, podemos identificar o Cruzeiro do Sul e as estrelas que o
compõem.
Imagem 4 – Cruzeiro do Sul
2.2 Ursa Maior
Ursa Maior, também conhecida por Ursa Major (Imagem 5), é uma das
constelações mais conhecidas do hemisfério norte celeste. É uma constelação
grande, com estrelas razoavelmente brilhantes e fácil de se localizar no céu
noturno.
Imagem 5 – Constelação Ursa Maior
Desta constelação, destacam-se sete estrelas que formam um asterismo
que é conhecido por “Grande Carro” ou “Caçarola” ou “Arado” ou “Papagaio de
Papel”. Este asterismo é constituído pelas estrelas: Dubhe (estrela alfa da
constelação da Ursa Maior), Merak (beta), Phecda (gama), Megrez (delta),
Alioth (epsilon), Mizar (zeta), Alkaid ou Benetnasch (eta).
A partir de um observador na Terra, imaginando uma linha que liga a
estrela Merak à estrela Dubhe, e seguindo uma distância equivalente a 5 vezes
a distância entre estas duas estrelas, chega-se muito próximo da estrela Polar
(também conhecida como Polaris). Esta estrela pertence à constelação da Ursa
Menor e está muito próxima do Pólo Norte Celeste.
Na constelação da Ursa Maior existe uma binária visual muito
conhecida: o par Mizar e Alcor. Mizar é, na verdade, um sistema de 4 estrelas
ligadas gravitacionalmente, Alcor é um sistema de 2 estrelas. Porém, sem
utilizar equipamento próprio para visualização, Mizar aparece apenas como
sendo uma estrela, e Alcor também aparece apenas como uma estrela.
Visualmente Mizar e Alcor surgem no céu muito próximas uma da outra.
2.3 Ursa Menor
A Ursa Menor, também conhecida como Ursa Minor (Imagem 6), é uma
constelação do hemisfério norte celeste. Suas principais estrelas são
relativamente pouco brilhantes, mas apesar disso a Ursa Menor é uma
constelação conhecida por possuir uma estrela muito brilhante: a Polaris, mais
conhecida como estrela Polar.
Imagem 6 – Constelação Ursa Menor
A Polaris (estrela alfa da Ursa Menor) possui uma magnitude aparente
de +2,0, e está a cerca de 430 anos-luz do Planeta Terra. No nosso céu, a
posição desta estrela é quase coincidente com o Pólo Norte Celeste, por isso
ser conhecida por estrela Polar.
Outras estrelas fazem parte da constelação da Ursa Menor: Kochab
(estrela beta desta constelação) com uma magnitude aparente de +2,1 e está a
uma distância de cerca de 125 anos-luz de nós; Pherkad (estrela gama desta
constelação) tem uma magnitude aparente de +3,00 e situa-se a cerca de 480
anos luz. Ainda outras estrelas menos brilhantes fazem parte da Ursa Menor:
Yildun, Ahfa al Farkadain, Anwar al Farkadain (ou Alasco).
2.4 As Três Marias (Constelação de Órion)
Uma constelação fácil de enxergar é Órion (Imagem 7). Para identificála, devemos localizar três estrelas próximas entre si, de mesmo brilho, e
alinhadas. Elas são chamadas Três Marias, e formam o cinturão da
constelação de Órion, o caçador. Seus nomes são Mintaka, Alnilan e Alnitaka.
Imagem 4 – As Três Marias
A constelação tem a forma de um quadrilátero com as Três Marias no
centro. O vértice nordeste do quadrilátero é formado pela estrela avermelhada
Betelgeuse, que marca o ombro direito do caçador. O vértice sudoeste do
quadrilátero é formado pela estrela azulada Rigel, que marca o pé esquerdo de
Órion. Estas são as estrelas mais brilhantes da constelação. No hemisfério Sul,
Órion aparece de ponta cabeça.
3. ESTAÇÕES DO ANO E AS ESTRELAS NO HEMISFÉRIO SUL
Cada estação do ano pode ser reconhecida por meio de constelações
"chaves", que são grandes e de fácil localização, formadas por estrelas
brilhantes, e que geralmente podem ser vistas até mesmo em regiões com alto
nível de poluição luminosa, como São Paulo por exemplo. A seguir estão
relacionadas as constelações símbolos de cada estação do ano no hemisfério
sul: No outono, a constelação símbolo é Leo (Leão) e as estrelas mais
importantes são Regulus (α), Denebola (β), Algeiba (γ). No inverno, Scorpius
(Escorpião) é a constelação símbolo e tem como estrelas principais Antares
(α), Shaula (β), Lesat (γ). Já na primavera, a constelação símbolo é Pegasus
(Pégaso) e as estrelas mais importantes são Markab (α), Enif (ε). Por fim, o
verão tem Orion (Órion) como constelação símbolo e as principais estrelas
são Betelgeuse (α), Rigel (β), Bellatrix (γ), Saiph (κ), Mintaka (δ), Alnilan (ε),
Alnitak (ζ). Nebulosa de Orion (M 42).
4. CONSTELAÇÕES DA BANDEIRA
Nas estrelas da Bandeira do Brasil, aparecem nove constelações e 27
estrelas em representação a cada uma das unidades da Federação, das quais
se destacam as constelações: Cruzeiro do Sul, Escorpião, Triângulo Austral,
Cão Maior e Cão Menor. A Imagem 8 revela tais constelações.
Imagem 5 – Constelações da Bandeira do Brasil
O céu representado na nossa bandeira corresponde ao céu da cidade do
Rio de Janeiro no dia e hora da Proclamação da República, que aconteceu no
dia 15 de novembro de 1889, às 8h30. Neste horário, não havia estrelas
visíveis no céu além do nosso Sol, mas, ainda assim, os astrônomos sabiam as
constelações que estavam no céu naquele momento.
5. CONHECIMENTO POPULAR SOBRE AS ESTRELAS
Em uma constelação, a estrela mais brilhante recebe o nome de alfa; a
segunda recebe o nome de beta; a terceira recebe o nome de gama, e assim
por diante, de acordo com a ordem do alfabeto grego.
O conhecimento popular nos traz que apontar para estrela faz nascer
verruga na ponta do dedo. Essa superstição surgiu como uma forma de
proteção dos judeus, em especial as crianças. Isso porque, no século XV, na
Europa, os judeus eram perseguidos pela Inquisição. Como o judaísmo possui
um calendário lunar, o nascimento da primeira estrela, que é Vênus, marca o
início do outro dia. Nas sextas-feiras, as crianças ficavam ansiosas pelo
aparecimento da primeira estrela, pois indicava que o sábado, que é um dia
sagrado para os judeus, havia chegado. Assim, os pequenos apontavam a
estrela e eram facilmente reconhecidos como crianças judias. Por isso, os pais
inventaram essa crendice de que se apontasse para estrela uma verruga
enorme iria aparecer no dedo, pois assim deixariam de fazer e poderiam se
disfarçar entre as outras crianças.
Também é senso comum fazer três pedidos quando conseguimos
enxergar uma estrela cadente. A lenda começou na Grécia por volta do ano
150 a.C. O astrônomo Ptolomeu disse que quando os deuses estavam
entediados eles ficavam espiando a Terra. Seria nesse momento, então, que
algumas estrelas se desprendiam do céu e cruzavam nosso espaço. Por isso,
fazer um pedido nessa hora teria uma garantia a mais de ele ser atendido, já
que os deuses estariam olhando para nós naquele exato instante. Essa
tradição já dura mais de 2 mil anos e tem variações ao redor do mundo. No
Chile, por exemplo, você precisa pegar uma pedra enquanto faz o pedido. Já
nas Filipinas, é necessário dar um nó em um lenço para seu desejo ser
atendido.
6. CONCLUSÃO
Com esta pesquisa, podemos aprender que as constelações não são só
a união de várias estrelas, pelo contrário, são muito mais do que isso – são
úteis para a localização. Cada constelação tem um nome e algumas delas
foram criadas pelas civilizações. Ou seja, sem a observação do homem, é
possível que seus nomes nem existissem.
REFERÊNCIAS
OLIVEIRA. Astronomia e Astrofísica. 2.ed. São Paulo: Livraria da Física, 2004.
RIDAPATH, Ian. Guia ilustrado Zahar astronomia. Tradução:Borges, Maria
SILVA, Edna Maria Esteves da. As constelações.
VARELLA, Irineu Gomes. Constelações do Zodíaco.
http://www.observatorio.ufmg.br/dicas13.htm
http://principiosdaastronomia.blogspot.com.br/2010/08/constelacoes-ereconhecimento-do-ceu.html
http://www.cfh.ufsc.br/~planetar/textos/constel.htm
http://www.infoescola.com/astronomia/principais-constelacoes/
http://www.siteastronomia.com
https://www.todamateria.com.br/principais-constelacoes/
http://www.uranometrianova.pro.br/astronomia/AA001/zodiaco.htm.
http://www.megacurioso.com.br/astronomia/75829-por-que-fazemos-pedidos-aestrelas-cadentes-como-a-que-passou-pelo-parana.htm
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