O autor pernambucano Joaquim Cardozo (1897-1978) se inspirou no desfile de personagens e nas brincadeiras da festa popular do boi para criar O Coronel de Macambira, o primeiro de uma série de seis textos teatrais. A história que ele costura avança por meio de cenas quase independentes – a cada vez um novo personagem se apresenta e, em versos, faz seu solilóquio, sempre recebido por Matheus, Catirina e Bastião. Sua peça-poema se solidariza com as dificuldades do povo brasileiro, evidencia os exploradores e dá voz às vítimas. Publicada em 1963, a obra ganha traços da dramaturgia contemporânea quando insere personagens estranhos à festa, como o Aviador e a Aeromoça, criando links com a realidade de seu tempo e, mais do que isso, chamando à cena a liberdade poética do autor. Em outra licença poética, coloca em cena o Soldado da Coluna, numa clara referência à utopia socialista que percorreu as estradas do Brasil. Em 2001, a Prefeitura do Recife editou sua obra teatral em cinco volumes, onde estão também De uma noite de festa, Os anjos e os demônios de Deus, O capataz de Salema, Antonio Conselheiro e Marechal, boi de carro. FICHA TÉCNICA Costureira de Cenário: Vera Pontes Pintura de Arte: Nilton Katayama e Regina Katayama Figurinista: Daniele Geammal Assistente de Figurinos: Renata Cortes Confecção de Figurinos: Caio Braga Costureiras de Figurinos: Fátima Araújo e Marlene de Paula Estagiária de Costura: Gê Bz Costumização de Figurinos: Mírian Meee Visagismo: Mona Magalhães Assistente de Visagismo: Rodrigo Reinoso Iluminação: Gladson Galego Operação de Luz: Janielson Silva Assessoria de Imprensa: Calina Bispo Release: Carla de Gonzales Fotógrafo: Anderson Silva Cinegrafista: Luís A. Barbosa Ilustrações: Bruno Dante Projeto Gráfico e Hotsite: Márcio Miranda Texto original: “O Coronel de Macambira”, de Joaquim Cardozo Adaptação: Rosyane Trotta e Ser Tão Teatro Concepção e Encenação: Christina Streva Elenco: Cida Costa, Gladson Galego, Isadora Feitosa, Maisa Costa, Thardelly Lima, Winsthon Aquilles, Zé Guilherme, Anderson Lima e Rodrigo Costa e Silva Assistente de Direção: Breno Sanches e Thardelly Lima Direção Musical: Beto Lemos e Zé Guilherme Letra das Músicas: Beto Lemos e Thardelly Lima Músicas instrumentais: Beto Lemos Preparação Corporal: Juliana Manhães e Valéria Vicente Coreografia: Juliana Manhães Treinamento de Comicidade: Maíra Kesten Orientação Vocal: Jane Celeste Guberfain Produção e Administração: Ser Tão Teatro Produção Executiva Turnê: Renata Mora Produção Turnê: Samara Martins Cenografia e Adereços: Carlos Alberto Nunes Assistente de Cenografia: Arlete Rua Cenotécnico: Marcos Souza Equipe de Adereços: Arlete Rua, Thaís Boulanger, Rodrigo Reinoso, Marcello Villar e Aline Vargas Modelagem de Máscaras: Bruno Dante Produção Rio de Janeiro e Belo Horizonte: EmCartaz Empreendimentos Culturais Secretariado: José Hilton Realização: Ser Tão Teatro Agradecimentos: Ana Lúcia Pedrosa, Alessandra Reis, Alvair Gonçalves de Barros, Angel Palomero, Cia Carroça de Mamulengos, Diva Streva, Elias de Lima Lopes, Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Pena, Fernando Teixeira, Galpão Cine-Horto, Jorge Kremer, José Da Costa, Kátia e Keterine, Lara Cunha, Lucas Dourado, Luciano Maia, Luis Pedro Jutuca, Malvina Tuttman, Maria da Guia Alves, Netto Ribeiro, Roberto Streva, Rômulo Avelar, Suellen Brito, Universidade Federal do Estado do Rio Janeiro e a todos os novos e velhos parceiros que ajudaram de alguma maneira para o nosso crescimento. www.sertaoteatro.com.br Patrocínio: Produção: Apoio Institucional: Realização: Apoio: FLOR DE MACAMBIRA marciomiranda.com CORONEL DE MACAMBIRA Um espetáculo do Grupo Ser Tão Teatro Baseado na obra “O Coronel de Macambira” de Joaquim Cardozo Adaptação: Rosyane Trotta / Direção: Christina Streva A adaptação da peça, deflagrada pela visão simbólica e feminina da encenadora Christina Streva, ganhou fôlego quando o grupo Ser Tão apresentou à equipe fragmentos elaborados ao longo do processo de pesquisa em torno das músicas, danças e personagens. Até o dia anterior, tudo o que tínhamos eram idéias, boas mas invisíveis, incertas. Por isso, uma alegria silenciosa tomou conta de nós quando os atores do Ser Tão invadiram a sala de ensaio. Havia ali uma linguagem muito clara e, melhor que isso, viva, contagiante. O autor de O Coronel de Macambira não poupou liberdade poética para enlaçar literatura erudita, crítica social e festa popular. Nós buscamos entrelaçar sua poesia com o Brasil de nosso tempo e a linguagem cênica que emana do jogo vivo dos atores. Tomamos o mote tradicional do casal de enamorados que luta para defender seu amor. Em Flor de Macambira, os inimigos são aqueles que iludem o casal com o dinheiro fácil, criando uma dívida crescente que só pode ser paga com a própria alma. Nossa história acompanha a transformação da jovem Catirina, que enfrenta um triunvirato diabólico para salvar seu amado. (Da esq. p/ dir.) Winsthon Aquilles, Isadora Feitosa, Christina Streva, Cida Costa, Rodrigo Costa e Silva. (Agachados) Zé Guilherme, Thardelly Lima, Maisa Costa e Gladson Galego. O Ser Tão Teatro é um grupo fundado em 2007 em João Pessoa a partir de um projeto de pesquisa e extensão do Departamento de Teatro da Universidade Federal da Paraíba. Ao longo dos últimos quatro anos, o grupo montou dois espetáculos e circulou com eles por várias cidades brasileiras, apresentando peças, ministrando oficinas e promovendo debates. Em 2010, levamos “Vereda da Salvação” para o palco de seis cidades e a “Farsa da Boa Preguiça” para praças públicas de 21 cidades nordestinas. Apenas com esses dois projetos o Ser Tão atingiu um público de mais de 20 mil pessoas em sete estados distintos. Mambembear por regiões diversas e fazer teatro para pessoas de todas as idades e classes sociais é a cachaça do nosso grupo. É aí que encontramos nosso motivo de existir, de onde extraímos nossa força, nos conscientizamos da beleza do nosso povo, e reforçamos nossa crença no Brasil. Em 2011, através do Programa Eletrobrás de Cultura, a Chesf se tornou nossa parceira em mais uma audaciosa aventura: a criação de “Flor de Macambira” e sua circulação pelas 10 principais cidades do leito do Rio São Francisco. Dezoito pessoas da equipe percorrerão, de ônibus, cerca de 5.860 km, levando teatro às praças de Penedo (AL), Propriá (SE), Petrolina (PE), Paulo Afonso (BA), Juazeiro (BA), Bom Jesus da Lapa (BA), Xique-Xique (BA), Januária (MG), São Francisco (MG) e Pirapora (MG), além de Belo Horizonte e Rio de Janeiro. “Flor de Macambira” é baseada na obra “O Coronel de Macambira”, de Joaquim Cardozo, publicada em 1963, mas pouco encenada até hoje. É uma leitura contemporânea do texto da década de 60 que apesar do diálogo com a dimensão política da época, atualiza a narrativa personificando o drama na protagonista, que não existia no texto original. Criamos uma fábula brasileira, que bebe na fantasia popular misturando música, comicidade e a teatralidade dos atores em cena manipulando bonecos, utilizando máscaras e pernas de pau. O pontapé do processo foi investigarmos, juntos, o folguedo do Bumba-meu- boi e outras manifestações populares brasileiras. Através de ricos encontros com grandes artistas, o grupo foi ganhando substância e propriedade tanto no texto quanto na pesquisa. Da experimentação na cena, do jogo dos atores e das entrelinhas da peça fomos descobrindo uma história de amor, não mais entre o Mateus e a Catirina do folguedo, mas sim de um casal à la Romeu e Julieta. Seguindo ainda mais fundo na nossa estrada, buscamos também os mistérios ocultos na ingenuidade das histórias populares. Foi surgindo, então, a história da menina e o “Coronel...” foi sendo transformado em “Flor...”. Catirina, a mais bela flor da Fazenda Macambira, que sucumbe aos vícios e as tentações mundanas e, para salvar a si e ao seu amado, mergulha nas profundezas de sua alma. Um momento marcante do processo foi o encontro do grupo que já havia iniciado a pesquisa há oito meses na Paraíba com a equipe do Rio. À energia contagiante que eles traziam, somou-se a direção de Christina Streva, a dramaturgia de Rosyane Trotta, a garra dos assistentes, a criatividade e o domínio técnico das equipes de cenário, figurino e caracterização, e a explosão musical causada pelo encontro dos tambores de Zé Guilherme com a delicadeza e a genialidade de Beto Lemos. Ao longo de um frenético ultimo mês de ensaios, com oito horas de trabalhos diários, fomos costurando os preciosos retalhos da “Flor de Macambira”. Vê-la desabrochar é vivenciar mais uma experiência de superação coletiva. Navegando pelo Velho Chico o Ser Tão vai levar toda sua energia para contar a história da Flor de Macambira. Oficina voltada para atores e não atores que desejam conhecer a metodologia do processo criativo utilizado pelo Grupo Ser Tão Teatro. A partir da construção de um estado de jogo, propõe-se a criação de dinâmicas de relação entre os atores, o texto e demais elementos cênicos.