GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL CAPÍTULO IV – A DINÂMICA DA ATMOSFERA CONCEITOS BÁSICOS Meteorologia: corresponde a uma parte da Física que se dedica ao estudo dos fenômenos atmosféricos e à previsão do tempo. Estuda as variações diárias das condições atmosféricas, as propriedades elétricas e ópticas da atmosfera e a variação dos elementos meteorológicos. Climatologia: ramo da Geografia Física que estuda os climas, analisando-os e caracterizando-os com base nos elementos e fatores climáticos. Tempo: reflete as condições atmosféricas de um determinado lugar em um dado momento, ou seja, o tempo corresponde a um estado momentâneo da atmosfera. Clima: corresponde a uma sucessão habitual dos tipos de tempo num determinado lugar da superfície terrestre, ou seja, o clima reflete o conjunto dos estados atmosféricos. A determinação do tipo de clima de um local implica em observação e análise que pode levar em torno de 30 anos. Podemos visualizar a diferença entre tempo e clima, imaginando o tempo como sendo uma fotografia dos estados atmosféricos e o clima como um filme destes estados ao longo de um longo período. 1% restante é formado por argônio (0,9%), dióxido de carbono (0,3%), distintas proporções de vapor de água, material particulado, cinzas, microorganismos e traços de hidrogênio, ozônio, metano, monóxido de carbono, hélio, néon, criptônio e xenônio. Considerar que devido à grande poluição, hoje, uma série de outras substâncias é encontrada na atmosfera, além de ocorrer uma alteração significativa na sua composição. A atmosfera é aquecida de forma indireta. Os raios solares aquecem a crosta terrestre e a irradiação de calor, na forma de infravermelho, aquece a atmosfera. Como pode ser verificado pela ilustração abaixo, nem todo o calor que chega à Terra é absorvido, pois existe um balanço em relação à energia solar: as nuvens refletem 23% da energia solar; a atmosfera difunde e dispersa 7%; 16% é absorvida pelo vapor de água, pela poeira e pelos gases da atmosfera; 4% é refletida pela terra e pelos oceanos e 47% é absorvida pelo solo e pela água. A DINÂMICA DA ATMOSFERA A atmosfera corresponde à camada gasosa que rodeia a Terra, retida pelo seu campo gravitacional. Encontra-se dividida em diferentes camadas com características específicas. Denomina-se a capacidade de reflexão dos raios solares de albedo planetário. O albedo ocorre em função da cor da superfície de contato. Desta forma, nas regiões polares, onde predomina o branco, o albedo gira em torno de 75%. Já na região amazônica, por ter o predomínio do verde, a reflexão gira em torno de 15%. Portanto, quanto menor for o albedo, maior será a absorção dos raios solares, maior será também o aquecimento e maior será a irradiação solar. A compreensão da dinâmica climática exige o entendimento do mecanismo exercido pelos denominados fatores climáticos estáticos e dinâmicos. Latitude: devido à esfericidade da terra e à inclinação do eixo terrestre, há uma variação considerável na insolação. Quanto maior é a latitude, menor será a temperatura, devido a maior inclinação dos raios solares; quanto mais próximo ao Equador, maior será a temperatura, pois os raios solares incidem de forma perpendicular, aquecendo uma área menor. A atmosfera terrestre é constituída principalmente por nitrogênio (78%) e oxigênio (21%). O Prof.: Carlos Alberto (Cacá) Fonte: ADAS, Melhem. Panorama Geográfico do Brasil. Editora Moderna, São Paulo, 2004. 1 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL A variação latitudinal permite identificar as faixas climáticas: faixa tropical (limitada pelos trópicos), faixa temperatura (entre os trópicos e os círculos polares) e faixa polar (além dos círculos polares), fato que ajuda na determinação dos diferentes tipos de clima e vegetação do planeta. A redução das temperaturas com o aumento latitudinal também acarreta em um aumento da pressão à medida que nos afastamos do Equador. Altitude: com o aumento da altitude, ocorre uma redução nas temperaturas, pois as áreas montanhosas possuem menor capacidade de reter e irradiar o calor, a menor superfície. As menores temperaturas ocorrem também em função da maior rarefação do ar. Observar na ilustração abaixo que apesar das cidades se encontrarem na mesma latitude, ocorre uma variação nas temperaturas em função da diferença de altitude. Entre os exemplos mais característicos de correntes marítimas, podemos citar a Corrente do Golfo. Trata-se de uma corrente quente que se origina da junção da Corrente das Guianas (originária da corrente Equatorial Sul) e da Corrente Equatorial Norte. Esta corrente subdivide-se em três ramos: ameniza o clima da Islândia e da Escandinávia, das ilhas britânicas e da Europa Ocidental Continental. As Correntes de Humboldt, Benguela e da Califórnia são frias e estão relacionadas à aridez do Chile (deserto de Atacama); do sudoeste da África (deserto da Namíbia) e da aridez de regiões da Califórnia. As corrente frias reduzem a temperatura das áreas litorâneas, condensam as massas de ar na altura dos oceanos, provocando chuvas. Quando estas massas atingem o continente já estão secas e provocam a desertificação. O encontro das correntes Kuro-Shivo (quente) e Oia-Shivo (fria), no Japão, favorecem a formação do plâncton, tornando a área em uma das principais regiões pesqueiras do mundo. Este fato está relacionado ao fenômeno da ressurgência em que as águas mais profundas deslocam-se para cima de forma a compensar o movimento das águas superficiais. A maior atividade solar favorece a atividade biológica, concentrando nutrientes e atraindo os cardumes. A maior rarefação do ar, à medida que se aumenta a altitude, implica numa redução da pressão atmosférica devido a menor coluna de ar. Continentalidade e maritimidade: a proximidade ou afastamento do mar exerce influência sobre a umidade e sobre a temperatura. As áreas que se localizam no interior dos continentes, portanto mais afastadas da influência do mar, apresentam climas com menor umidade e uma maior amplitude térmica diária e anual (diferença entre as máximas e as mínimas). A proximidade do mar confere aos climas maior umidade e menor amplitude térmica, pois o rigor do clima é atenuado. O mar atua como regulador térmico em função de possuir um calor específico maior do que a terra. Correntes Marítimas: as correntes marítimas atuam como se fossem verdadeiros rios que se deslocam pelos oceanos e se caracterizam por possuírem direções específicas, assim como temperaturas características, podendo ser frias ou quentes, dependendo do local de origem. O mecanismo por trás das correntes marítimas está relacionado às condições de salinidade, pressão, mecanismo dos ventos e movimento de rotação da Terra. Vegetação: a vegetação possibilita a evapotranspiração e impede a incidência direta dos raios solares. Desta forma, a vegetação está relacionada à temperatura e às médias pluviométricas. O desmatamento pode comprometer imensamente o microclima de uma determinada região, conduzindo, inclusive, à desertificação. Massas de ar: correspondem ao deslocamento de imensas porções de ar das áreas de alta pressão (anticiclonais) para as áreas de baixa pressão (ciclonais). As massas de ar podem ser classificadas em Polares (com origem nos oceanos acima de 50 0 de latitude ou em áreas continentais próximas aos Pólos); Tropicais (com origem junto aos oceanos e áreas desérticas junto aos Trópicos) e Equatoriais (com origem junto aos oceanos e áreas continentais próximas ao Equador). Estas massas podem ser quentes ou frias e úmidas ou secas, dependendo do seu local de origem. À medida que se deslocam podem ir perdendo as suas características originais. Exercem imensa influência sobre o clima, sendo responsáveis pelo seu dinamismo. As grandes zonas climáticas são marcadas pela circulação geral da atmosfera, também denominada Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 2 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL primária. As circulações secundária e terciária relacionam-se a manifestações mais restritas e locais das massas de ar, como os anticilones e as monções e ventos locais, como o minuano e o pampeiro. Estes mecanismos podem ser visualizados na ilustração abaixo. outras práticas agrícolas, acarretam grandes problemas devido às enchentes. Durante o inverno, as pressões são maiores no continente e os ventos se deslocam em direção ao oceano. Fonte: Pucrs Observar que os ventos se deslocam, no Hemisfério Norte sempre para a direita e, no Hemisfério Sul, sempre para a esquerda. Lembrar que o deslocamento dos ventos também está relacionado ao movimento de rotação. Este fenômeno consiste no Efeito de Coriolis, pois a velocidade de rotação da Terra é maior junto ao Equador. Os ventos tendem a se deslocar com a velocidade de rotação de seu local de origem. As brisas relacionam-se ao maior calor específico do mar. Durante o dia, a terra se aquece mais rapidamente do que o mar, apresentando, portanto, uma menor pressão. Os ventos se deslocam, então, do mar (maior pressão) em direção à terra, constituindo as brisas marinhas. Durante a noite, a terra já se resfriou, apresentando, portanto, uma pressão maior do que o mar. As brisas se deslocam, então, do continente para o mar, consistindo nas brisas continentais. Os ventos podem ser classificados em: - Constantes: Alísios, Contra-Alísios e Polares. Os ventos alísios deslocam-se das áreas subtropicias com maiores pressões (anticilonais) para as áreas equatoriais (ciclonais). Estes ventos, ao se deslocarem, vão se carregando de umidade e se aquecendo. Ao chegarem às áreas equatoriais (ZCIT), ascendem e, em altitudes elevadas, se condensam, provocando chuvas. Retornam, depois, em altitudes mais elevadas, secos (ventos contra-alísios), provocando a desertificação junto à faixa subtropical no seu movimento descendente. Fonte: Adaptado de McKNIGHT, T.L. Physical Geography - a landscape appreciation. New Jersey: Prentice Hall, 1996. p. 135. - Ventos locais: originam-se de pequenos centros ciclonais e anticiclonais. • Símun: quente, Saara. • Siroco: quente, Itália e Grécia • Pampeiro: frio, sul do Brasil • Minuano: frio, Argentina, Uruguai, sul do Brasil • Mistral: frio, sul da França • Bora: frio, região dos Bálcãs. Frentes - Periódicos: As Monções são ventos sazonais, ou seja, ocorrem de acordo com as estações do ano e caracterizam o clima da Ásia úmida ou monçônica. Durante o verão, ocorrem as monções de verão, quando os ventos se deslocam do oceano Índico, que apresenta maiores pressões que o continente, para as áreas continentais. Estes ventos provocam chuvas torrenciais e apesar de sua importância, pois permite a rizicultura e O encontro de duas massas de ar com características diferentes, ou seja, uma fria e outra quente, ocasiona a formação de frentes. Se a massa de ar frio avança sobre a massa de ar quente ocorre uma frente fria. Se o contrário ocorre, estamos diante de uma frente quente. As frentes acarretam em alterações na temperatura e umidade, podendo provocar chuvas (chuvas frontais). Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 3 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL Pressão Fonte: ADAS, Melhem. Panorama Geográfico do Brasil. Editora Moderna, São Paulo, 2004 (Adaptado). - Ação antrópica: a ação humana, através dos processos de urbanização, industrialização e das práticas agrícolas tem acarretado profundas alterações nas condições climáticas de algumas regiões e do planeta, como as mudanças climáticas e o aquecimento global verificado ao longo das últimas décadas. Alguns aspectos significativos destes processos já foram analisados na unidade sobre impactos ambientais. - Relevo: além de influenciar em função da variação da altitude, o que altera pressão e a temperatura, o relevo pode facilitar a penetração das massas de ar ou dificultar o seu deslocamento, conduzindo à formação de regiões áridas. A pressão atmosférica corresponde à força que o peso do ar exerce sobre uma determinada área. A pressão, como já estudado, varia de acordo com a altitude, pois à medida que a altitude se eleva, as moléculas de ar se tornam mais dispersas devido a maior rarefação, resultando em uma menor pressão. A pressão varia, também, de acordo com a temperatura, pois com o aumento da temperatura, as moléculas de ar dilatam-se e o ar quente ascende, criando uma zona de menor pressão (ciclonal). Podemos concluir, então, que quanto maior a latitude, menor será a temperatura, e, portanto, maior será a pressão. A ZCIT corresponde a uma área de alta temperatura e de baixa pressão, daí a convergência dos alísios. O diferencial de pressão está por trás do mecanismo da circulação atmosférica, tanto em escala planetária, quanto em escala local. A pressão atmosférica é avaliada através de barômetros. Ao nível do mar, a pressão corresponde a uma força que é igual ao peso de uma coluna de mercúrio de 1 centímetro de diâmetro e 76 centímetros de altura. Observar na tabela abaixo, a variação da pressão com a altitude. ELEMENTOS CLIMÁTICOS Os elementos climáticos constituem as características fundamentais do clima. Como já estudamos anteriormente, os fenômenos climáticos relacionam-se diretamente com a energia solar. A Terra apresenta um balanço térmico positivo, pois 64% da energia solar é por ela absorvida e é responsável pelos fenômenos da evaporação, aquecimento e circulação atmosférica. Fonte: Ufpe Temperatura Umidade atmosférica Pelo estudo que fizemos dos fatores climáticos, podemos perceber que a temperatura é um elemento dinâmico e que é influenciada pela altitude, latitude, relevo, vegetação, maritimidade, continentalidade e correntes marítimas, além das alterações antrópicas, como o caso do denominado “clima urbano” em função da urbanização. A temperatura corresponde ao estado térmico da atmosfera e é avaliada através de termômetros que utilizam a escala Celsius e a escala Fahrenheit em que 0 oC = 32 oF. Observar a variação da temperatura com a altitude na tabela abaixo. A umidade atmosférica consiste na presença do vapor de água na atmosfera, o que corresponde a aproximadamente 2% de toda a massa atmosférica. A umidade atmosférica está diretamente relacionada com os diferentes tipos de precipitações. Pelos mecanismos já estudados, podemos concluir que a umidade normalmente diminui com o aumento da latitude e da altitude devido a menor presença do vapor de água. A umidade é avaliada através de higrômetros e pode ser medida de duas formas. - absoluta: avalia-se a quantidade de vapor de água na atmosfera em um determinado lugar em um dado Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 4 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL momento. A avaliação é feita em gramas de vapor de água por metro cúbico de ar. - relativa: esta avaliação é feita em relação ao ponto de saturação que corresponde a 4% de vapor de água na atmosfera. Quando se atinge o ponto de saturação, dependendo também de outros fatores como a temperatura, ocorrem as precipitações. Portanto, se a umidade relativa for de 70%, isto significa que temos 70% de vapor de água em relação ao ponto de saturação que é 4%. A representação dos fenômenos climáticos, em um mapa, costuma utilizar uma série de linhas representativas. • Isoietas: linhas que unem as mesmas quantidades médias de precipitações em um mapa. • Isoígras: linhas que unem os mesmos valores de umidade. • Isóbaras: linhas que unem os mesmos valores de pressão. • Isotermas: linhas que unem os mesmos valores de temperatura. Denominam-se meteoros aos diferentes tipos de precipitações. As precipitações podem ser nãosuperficiais, como as chuvas, a neve e o granizo e superficiais, como o orvalho, o nevoeiro e a geada. As precipitações relacionam-se diretamente ao clico hidrológico que corresponde à circulação da água existente no planeta em seus diferentes estados (sólido, líquido e gasoso). Chamamos, portanto, de ciclo hidrológico, ou ciclo da água, a constante mudança de estado da água na natureza, cuja causa é o calor irradiado pelo sol e em função das diferentes e particulares condições climáticas presentes em nosso planeta. A figura a seguir ilustra os principais aspectos do ciclo hidrológico. A figura anterior ilustra os principais tipos de nuvens, a saber: - Cirros: formam-se no alto do céu (em torno de 8 quilômetros), assemelham-se a “rabos-de-cavalo”, devido aos fortes ventos. As temperaturas são demasiado baixas, portanto eles são formados inteiramente por cristais de gelo. - Cúmulos: parecem a flocos de algodão e formam-se entre 2 e 6 quilômetros de altitude. Costumam apresentar lados escuros, sombreados. - Estratos: distribuem-se em camadas horizontais entre 500 e 1000 metros. - Nimbos: são nuvens escuras, baixas e que provocam chuvas. Podemos observar que os principais tipos de nuvens, geralmente, encontram-se associadas, como os cirros-estratos, os cirros-cúmulos, os cúmulos-nimbos, os estratos-cúmulos, os estratos-nimbos. Fonte:http://www.ambiente.sp.gov.br/aquifero/def_aquifero.htm (Adpato) As nuvens são formadas pela condensação do vapor de água em gotículas ou cristais de gelo nas baixas temperaturas das elevadas altitudes. PRECIPITAÇÕES Não-superficiais Chuvas: as chuvas ocorrem devido ao fenômeno da coalescência. O vapor de água se condensa, em altas altitudes, devido às menores temperaturas. As gotículas, muito pequenas, se mantém em suspensão, pois não conseguem vencer a resistência do ar. Com a colisão de gotículas maiores, a resistência do ar é vencida e ocorre a precipitação. O deslocamento da precipitação por camadas de ar com temperaturas abaixo de 0 oC forma Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 5 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL cristais de gelo que devido ao atrito sofrem o derretimento. Portanto, sintetizando, as chuvas ocorrem quando nuvens saturadas de vapor de água são submetidas a condições de baixa temperatura. Identificam-se três tipos de chuvas, conforme identificadas abaixo. Orvalho: sua formação ocorre à noite, quando o ar próximo à superfície sofre um elevado resfriamento. O vapor de água, que é irradiado, condensa-se junto à superfície, formando gotículas sobre plantas e objetos. Considerar, portanto, que o orvalho e a geada não são, na verdade, precipitações , pois não caem das nuvens, mas se formam junto à superfície. Os índices de precipitação variam bastante de acordo com as estações do ano, com a maior ou menor proximidade do mar e em função das latitudes. O gráfico abaixo permite concluir que as precipitações são mais elevadas nas baixas latitudes (regiões equatoriais), médias nas médias latitudes (regiões temperadas) e baixas nas altas latitudes (zonas polares). As chuvas convectivas formam-se pela condensão do vapor de água nas camadas mais frias da atmosfera. Provocam chuvas torrenciais (normalmente ao entardecer), geralmente acompanhadas por tempestades de raios e trovões. São conhecidas como “chuvas de verão”. As chuvas frontais resultam da formação de frentes, ou seja, quando do encontro de duas massas de ar de características diferentes (quente e fria). São chuvas mais persistentes e menos intensas. As chuvas orográficas ou de relevo resultam da elevação das massas de ar ao encontrarem o obstáculo do relevo (serras, montanhas). Elevam-se, condensamse e provocam as chuvas que se caracterizam pela intermitência. Neve: as precipitações nivais ocorrem em médias e altas latitudes. Ocorre o agrupamento de cristais de gelo, formando flocos (em nuvens abaixo de 0 oC). As temperaturas do ar entre as nuvens e o solo devem estar também abaixo de 0oC. Granizo: conhecido popularmente como “chuva de pedra”. Ocorre uma mistura de chuva e pedra, pois as temperaturas não nem tão baixas, nem tão altas a ponto de se formar neve ou chuva. Na verdade, ocorre a precipitação para uma camada de ar frio, provocando o congelamento parcial. A formação do granizo está associada à ação de correntes convectivas. Superficiais Geada: no caso da geada ocorre o ponto de congelamento antes de ocorrer a saturação, ou seja, o vapor de água se transforma diretamente numa camada delgada de gelo. Fonte: CONTI, J. B.; FURLAN, S. A. Geoecologia: o clima, os solos e a biota. In: ROSS, J. L. S. (org.). "Geografia do Brasil". 2. ed. São Paulo: Edusp, 1998. p. 96. Lembre-se de estudar os diferentes tipos de clima, visualizando as faixas climáticas, pois facilita o estudo. É importante saber identificar as características fundamentais dos climas a partir dos climogramas respectivos. Nos climogramas, a representação em blocos ilustra as variações dos índices pluviométricos ao longo dos meses do ano e as linhas representam as variações de temperatura. Cuidado, ao identificar um clima com base nos ideogramas, observando o hemisfério em que ocorre o respectivo clima. Lembrar que as estações dos anos são invertidas. A desatenção em relação a este fato pode conduzir a erros. Sugiro que ao estudar as características dos diferentes tipos de clima, se identifique, também, o tipo de vegetação correspondente ao clima em estudo, identificando, também, as suas principais características. Desta forma, se estará estudando os dois temas de forma correspondente, o que facilita o estudo. Estudar, no mapa a seguir, a ocorrência mundial dos diferentes tipos de clima e os climogramas que lhes correspondem. Nevoeiro: também conhecido como neblina. Neste caso, ocorre a condensação do vapor de água junto à superfície que por se encontrar mais fria que o ar conduz à perda de calor do ar superficial, levando à condensação e a formação de gotículas (nevoeiro). Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 6 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL TIPOS DE CLIMAS CLIMOGRAMAS Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 7 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DOS CLIMAS Equatorial. Clima sob a influência das baixas pressões, com grande evaporação e sujeito a chuvas torrenciais e grande umidade relativa do ar. Médias térmicas iguais ou superiores a 24 oC. Amplitudes térmicas entre 1 oC e 3 oC. Precipitações acima de 2 000 mm/anuais. Ocorrência: Amazônia, Bacia do Congo e Golfo da Guiné e na Insulíndia. Domínio da floresta Equatorial. Tropical. Médias térmicas em torno de 20 oC. Amplitudes térmicasem torno de 5oC. Precipitações entre 1 000 e 2 000 mm/anuais. Apresenta duas estações: chuvas no verão e estiagem no inverno devido à redução da evaporação. Ocorrência: grande parte do Brasil Central e México, grande faixa da África, litoral da Índia e norte da Austrália. Domínio das Savanas. Temperado Oceânico. Médias térmicas em torno de 20 o C. Invernos atingem -8 oC. Ocorrem na faixa oeste dos continentes (entre 45 e 55 oC) e são amenizados pela maritimidade que reduz a amplitude térmica e mantém o ar sempre úmido. Ocorrência: litoral ocidental da Europa, litoral pacífico do Canadá e dos Estados Unidos, sul do Chile e Nova Zelândia. Domínio das Florestas Temperadas. Temperado Continental. Médias térmicas em torno de 20 oC. Maior amplitude térmica com verões quentes e invernos rigorosos que chegam a -10 oC. As precipitações ficam entre 500 e 1 000 mm/anuais. Ocorrência: norte dos Estados Unidos e sul do Canadá, Europa Oriental e parte central da Rússia, nordeste da China. Domínio das pradarias. Continental Frio. Médias térmicas baixas, com o verão abaixo de 20 oC e médias no inverno abaixo de 0 oC. Precipitações abaixo de 750 mm, no inverno em forma de neve. Ocorrência: entre 450 e 650 de latitude norte: Europa Oriental, Sibéria, norte da Manchúria e do Japão. Domínio da Floresta Boreal ou Taiga. Mediterrâneo. Representa um clima de transição entre os climas mais secos e mais úmidos. Verões amenos entre 20 oC e 25 oC. Invernos entre 5 oC e. Precipitações entre 500 e 700 mm, com as chuvas ocorrendo no inverno e secas no verão. Ocorrência: bacia do Mar Mediterrâneo, norte e sul da África, dentro do Chile, litoral pacífico dos Estados Unidos, sul da Austrália. Domínio dos Maquis e Garriga. Polar. Ausência de massas de ar quente. Os raios solares encontram-se sempre no máximo na linha do horizonte. As médias térmicas ficam abaixo de 8 oC. Os verões são curtos, em torno de 2 meses. Invernos longos e abaixo de 0 oC. Precipitações escassas. Ocorrência: acima de 70o de latitude. Domínio da Tundra. Desértico. Médias térmicas entre 20o C e 20o C. Amplitude térmica diária elevada, podendo atingir 30 o C, pois o solo não retém o calor. Precipitações abaixo de 250 mm e com freqüência inferiores a 150 mm. As chuvas são muito concentradas. Ocorrência: na faixa tropical anticlonal ao redor do Globo, entre 15o e 45o de latitude. Norte do México, faixas do Chile (Atacama), norte e sudoeste da África (Saara, Namíbia e Calaari), Oriente Médio, centro da Austrália, etc. Domínio das xerófilas. Clima de Montanha. Ocorre acima de 4 000 metros de altitude. Médias térmicas baixas, com invernos que chegam a atingir -30 0C e verões inferiores a 10 0C. Precipitações na forma de neve (Neves eternas). Subtropical. Ocorre nas médias latitudes, com médias pluviométricas em torno de 1000 mm/anuais e as chuvas bem distribuídas ao longo do ano. Semi-árido. Clima de transição,com chuvas escassas e concentradas em poucos meses. As precipitações ficam na média de 366 mm/anuais. Ocorrência: nas zonas tropicais, com médias térmicas elevadas (nordeste do Brasil) e nas zonas temperadas, com médias térmicas baixas (Ásia Central). Um tipo de classificação que foi bastante usado, mas que não tem sido muito contemplado nos vestibulares é a classificação de Köppen. Trata-se de uma classificação estática, baseada nos elementos climáticos e que não leva em consideração a dinâmica das massas de ar, apesar de poder ser adaptado. Esta classificação atribui letras às diferentes características dos climas: letras maiúsculas ao tipo climático principal e letras minúsculas às características de pluviosidade e temperatura. Tipo climático A = tropical chuvoso B = seco (árido e semiárido) C= temperado (mesotérmico úmido) D = frio (microtérmico úmido) E = polar Pluviosidade f = em estação seca, sempre úmido m = com uma estação seca e chuvas abundantes(monçônico) w = chuvas de verão w’ = chuvas de verão e outono s = chuvas de inverno e outono S = secas de verão W = secas de inverno T = tundra Temperatura F = neve e gelo perpétuo a = verão quente b = verão brando c = verão frio d = inverno muito frio h = quente ou sempre quente k = frio moderado FENÔMENOS CLIMÁTICOS Diversos fenômenos climáticos têm marcado o panorama mundial ao longo dos últimos anos. Alguns destes fenômenos são fenômenos naturais, com a sua ação intensificada devido à ação antrópica. Outros destes fenômenos acham-se diretamente relacionados às alterações provocadas pela ação humana. Fenômenos como inversão térmica, efeito tampão, ilhas de calor, chuvas ácidas, aumento do efeito estufa e as suas conseqüências, como as mudanças climáticas e o aumento da temperatura global já foram considerados na unidade sobre impactos ambientais. Recomendamos uma revisão destes tópicos. Abordamos, a seguir, alguns aspectos relativos a fenômenos como o El Niño, La Niña e os furacões. O fenômeno do El Nino O pico do fenômeno denominado costuma ocorrer na época do Natal, por isso foi batizado El Niño, o menino, no século XVIII, por pescadores peruanos, Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 8 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL num misto de reverência e temor ao Menino Jesus. O El Nino corresponde a um aquecimento anormal das águas do Pacífico. As causas subjacentes a este fenômeno são bastante discutidas. Entre as causas aponta-se o efeito provocado pela atividade vulcânica junto ao Círculo de Fogo do Pacífico ou a dinâmica das placas tectônicas que provocariam uma coluna quente, responsável pelo fenômeno. Há uma tendência a se considerar as manchas solares como o fator responsável, pois existe uma correspondência entre estes fenômenos e a ocorrência do El Niño É importante compreender a interação existente entre os mecanismos atmosféricos e o El Nino. Na atmosfera, o ar circula junto à linha do equador entre a superfície e o topo da atmosfera formando circuitos fechados, chamados células de Walker. Uma ao lado da outra, elas dão a volta ao mundo e amarravam a pressão atmosférica entre os oceanos Índico e Pacífico. Se a pressão aumenta de um lado, ela diminui do outro, e vice-versa. A luz do solar ocasiona a evaporação da água e a formação de nuvens. Ela também cria os ventos, pois o ar quente se expande e ocupa mais volume. Com isso, fica mais rarefeito, mais leve, e sobe. O vazio provocado é preenchido pelo ar frio, gerando o vento. Portanto, este mecanismo faz a pressão atmosférica subir num ponto e, ao mesmo tempo, descer num ponto da Terra. Este fenômeno é conhecido como de Oscilação Sul e ocorre uma interconexão entre ele e o El Nino. Denomina-se a esta interação com a sigla em inglês Enso (El Niño-Oscilação Sul). O El Nino corresponde a um fenômeno que possui desdobramentos planetários, sendo, na verdade, o primeiro efeito descoberto, capaz de mudar o clima no planeta todo. Seu padrão de ocorrência é irregular, pois pode se manifestar a cada dois anos ou ficar até sete anos sem ocorrer. O El Nino que ocorreu em 1982 foi o mais forte monitorado no último século, quando as águas do Pacífico chegaram a aumentar em torno de 5,5o. A possibilidade atual de se fazerem modelagens computacionais permite prever com relativa antecedência e com relativa segurança os impactos deste fenômeno no mundo. Hoje, é possível entender um pouco melhor a forma como as correntes marítimas influenciam o deslocamento superficial dos ventos e como estes interferem com as correntes da alta atmosfera. No entanto, alguns aspectos ligados a este fenômeno ainda se constituem uma incógnita, como a causa real para a redução na velocidade dos ventos alísios. Os ventos alísios que normalmente deslocamse, no hemisfério sul, no sentido leste-oeste ocasionam um aumento das águas nas proximidades da Austrália. As correntes marítimas superficiais mais quentes também se deslocam neste sentido. Quando ocorre o fenômeno do El Niño, os ventos alísios tornam-se mais fracos, ocasionando um aumento do nível das águas próximo ao litoral da América do Sul. A temperatura das águas também aumenta devido ao seu menor deslocamento. A sua ação é diversificada, pois pode ocasionar secas em determinadas regiões e chuvas intensas em outras, com grande impacto nas atividades econômicas parte do Pacífico recebe a denominação de Tufão. Consistem, portanto, em grandes massas de ar que e reflexos ambientais que intensificam diversos problemas Fonte: Ameaças da Terra. Editora Online. N 0 2 Quando ocorre o El Nino, passa a atuar, na América do Sul, uma nova massa de ar que se desloca de noroeste a sudeste, desviando a Massa Equatorial Continental, responsável pelas chuvas de verão no Brasil, que não atinge a região Nordeste, intensificando a seca, o que também ocorre no norte do Brasil. Já no sul do país o efeito é o inverso com a ocorrência de enchentes. A Massa Polar Atlântica também se desloca para o Atlântico, minimizando as quedas de temperatura no Sudeste brasileiro durante o inverno. La Niña O fenômeno La Nina é exatamente o oposto do que ocorre com o El Nino, ou seja, dá-se o resfriamento das águas superficiais das águas do Pacífico, nas proximidades do Peru. Este fenômeno é menos freqüente e, teoricamente, provoca os efeitos contrários aos do El Nino. Embora não existam provas muito conclusivas de que La Niña tenha influência nas anomalias climáticas ocorridas em território brasileiro, algumas evidências observadas mostram que durante os períodos de La Niña as massas polares avançam para o continente, levando chuvas abundantes ao Nordeste e tornando o inverno mais seco e rigoroso no Sul do País. Furacões, tornados e etc... Furacões. Os furacões correspondem a ciclones tropicais com ventos turbilhonantes que atingem, em média, 118 km/h, podendo atingir mais de 300 km/h. Esta designação é usada no Atlântico norte. Na maior giram em altas velocidades, com ventos extremamente fortes. Uma série de condições ambientais é necessária Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 9 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL para a sua formação: só se originam sobre o oceano; a temperatura das águas devem estar acima de 27 oC e as pressões baixas; formam-se em latitudes acima de 15o. Os furacões são classificados em cinco categorias, dependendo da força dos ventos. Tipo 1: ventos entre 100 e 150 km/h; Tipo 2: 150 a 200 km/h; Tipo 3: 200 a 250 km/h; Tipo 4: entre 250 e 300 km/h; Tipo 5: acima de 300 km/h. Os furacões perdem a intensidade à medida que se deslocam para costa e no continente. A estação dos furacões ocorre, principalmente, entre junho e novembro. Na bacia do Atlântico, a maior ocorrência se dá em setembro. São muito raros, portanto, os furacões no Atlântico Sul, incluindo o Brasil, pois a temperatura das águas é muito baixa. O “olho do furacão” corresponde ao eixo de rotação do furacão, onde quase não ocorrem precipitações e apresenta relativa calma, podendo variar de 8 a 200 km de diâmetro e caracterizado por baixa pressão. Os furacões podem durar dias e outra de suas características é a direção de rotação que no hemisfério norte ocorre no sentido anti-horário e no hemisfério sul, no sentido horário devido ao Efeito de Coriolis. Tornados. Também conhecidos com Twisters são diferentes dos ciclones tropicais, pois não se formam no mar e sim na terra. São menores e de menor duração, pois tem diâmetros de centenas de metros e não de quilômetros e duram,em média, alguns minutos e são formados por uma única tempestade convectiva, ao passo que os furacões podem compreender diversas destas tempestades. Os tornados são formados devido ao choque entre correntes de ar frio e quente,o que cria o vórtice com velocidades que variam de 115 a 480 km/h aproximadamente. A sua intensidade é avaliada através da escala Fujita que vai de F0 (ventos de 64 a 115 km/h) a F6 (ventos entre 500 e 600 km/h). Os furacões, ao atingirem o continente, podem provocar tornados. Ciclone extratropical. Corresponde a um sistema de baixa pressão que se forma fora dos trópicos. Pode se originar de uma tempestade tropical. Ciclone tropical. Corresponde a um sistema de baixa pressão onde o núcleo é mais quente do que a atmosfera circundante. Além destes fenômenos, podem ocorrer ciclones subtropicais, ondas tropicais, perturbações e tempestades tropicais. É importante ressaltar que a maior parte da comunidade científica alerta que o aquecimento global e as mudanças climáticas tendem a potencializar a ocorrência destes fenômenos em diversas partes do mundo. A figura a seguir ilustra a formação de um furacão. Editora Online. N0 Fonte: Ameaças da Terra. 2 Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 10 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL Fonte: organizado pelo autor, com base no mapa climático in: ROSS, J.L.S. (Org.), Geografia do Brasil. 2 0 ed. São Paulo: Edusp, 1998 (Adaptado). Fatores condicionantes - Latitude. O Brasil se localiza entre 5o 16’ 19” de latitude norte e 33o 45’ 09” de latitude sul, ou seja, na faixa de baixa latitude (entre 0o e 30o), sendo, portanto, marcado pela tropicalidade, onde se concentra 93% do território. - Relevo. A altimetria brasileira é modesta, com já estudamos, mas também influencia o clima braslieiro, como ocorre na região serrana do Sudeste, com o clima tropical de altitude. A configuração do relevo também facilita a penetração da massa polar até a Amazônia. Meridional. A Borborema oferece obstáculo à penetração das massas de ar, contribuindo para a semiaridez do nordeste brasileiro. - Corrente marítima. O litoral brasileiro acha-se submetido à influência da Corrente do Brasil. Constitui uma corrente quente, com origem na altura do Equador, mas que não exerce uma influência tão considerável nos climas brasileiros. - Vegetação. Desempenha papel importante, pois considerando a intensa pluviosidade da maior parte dos climas brasileiros, a vegetação é fundamental para conter a lixiviação e a laterização. Tem grande influência no regime pluviométrico devido à evapotranspiração. - Massas de Ar. O território brasileiro encontra-se submetido à ação das massas de ar ilustradas no mapa abaixo. Como regra geral, com exceção da massa polar, as massas de ar responsáveis pela dinâmica climática do Brasil possuem características quentes. Fonte: COELHO, Marcos de. Geografia do Brasil. Ed. Moderna. São Paulo, 1985 (Adaptado) • Massa Equatorial Continental (Ec): quente e úmida, com origem na Amazônia Ocidental. Ligada aos mecanismos dos alísios. Atua sobre quase todo o território brasileiro no verão. Responsável pelas intensas chuvas convectivas de verão que marcam grande parte do território. No inverno, se recolhe, restringindo a sua ação à Amazônia Ocidental devido ao avanço da massa polar. • Massa Tropical Continental (Tc): tem origem na Depressão do Chaco. É uma massa quente e seca com influencia no sul da região Centro-Oeste e oeste das regiões Sul e Sudeste. • Massa Equatorial Atlântica (Ea): massa quente e úmida, originando os ventos alísios de nordeste. Atua nas regiões litorâneas do Norte e Nordeste, com atuação mais intensa no verão e na primavera. Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 11 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL • Massa Tropical Atlântica (Ta): massa quente e úmida com origem no Atlântico Sul. Está ligada aos ventos alísios de sudeste e atual ao longo de todo o litoral. Clima Tropical de Altitude. Predomínio nas terras altas do Sudeste, com invernos mais rigorosos e verões mais brandos. • Massa Polar Atlântica (Pa): massa fria e úmida com origem no Atlântico Sul, na altura da Patagônia. Durante o inverno atual sobre grande parte do território. Apresenta três ramos. O primeiro ramo avança ao longo do litoral e forma frentes, provocando chuvas frontais, ao se encontrar com a Massa Tropical Atlântica e com a Massa Equatorial Atlântica, onde provoca as chuvas de inverno. O segundo ramo penetra pelo interior do território e afeta os Estados do Sul até São Paulo, onde é responsável pelas geadas no inverno. O terceiro ramo penetra pela calha do rio Paraná e avança até a Amazônia Meridional, devido ao recuo da Massa Equatorial Continental, onde provoca o fenômeno da friagem, representado por uma queda brusca da temperatura. Clima Subtropical. Ocorrência na região Sul. Influenciado pela mPa. Apresenta a maior amplitude térmica dos climas brasileiros, com invernos rigorosos. Chuvas bem distribuídas ao longo do ano e estações mais marcadas. Ocorrência freqüente de geadas devido à penetração de frentes frias e até neve em áreas mais elevadas, como São Joaquim, em Santa Catarina. O mapa abaixo ilustra as temperaturas médias do Brasil, no verão e no inverno, condicionadas pela dinâmica das massas de ar. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS CLIMAS As características fundamentais dos climas brasileiros já foram levantadas no estudo geral de climatologia, para onde remetemos o estudante. Ressaltamos abaixo mais alguns aspectos característicos em relação ao Brasil. Clima Equatorial Úmido. Característico da Amazônia. Controle da mEc. Temperaturas elevadas (25/28 oC) e elevada pluviosidade (2 000 mm/anuais). Baixa amplitude térmica (em torno de 3º). Observar no quadro abaixo uma adaptação da classificação climática de Köppen aos climas brasileiros. Clima Tropical. Clima predominante, com domínio sobre o Brasil Central. No verão a mEc avança pelo território, provocando chuvas de verão. Clima Tropical Semi-Árido. Característico do Sertão Nordestino e do norte de Minas Gerais. Médias térmicas elevadas (em torno de 28 oC) e pluviosidade baixa e concentrada em poucos meses (inferior a 1 000 mm). Fatores determinantes: barreira da Borborema que dificulta a penetração das massas úmidas; bolsão de alta pressão sobre a região com as temperaturas elevadas ); a mEc já chega enfraquecida, não propiciando umidade). As massas conseguem penetrar em alguns trechos, dando origem aos denominados “brejos”, onde a atividade agrícola é mais propícia. O mapa abaixo marca o denominado Polígono das Secas. HIDROGRAFIA DO BRASIL Fonte: Pur- RJ Clima Tropical Úmido. Característico do litoral. Controle da mTa, o que provoca chuvas de relevo, no Sudeste (Serra do Mar). No litoral nordestino, ocorrem chuvas de inverno e outono (chuvas frontais, devido ao encontro da mEa e da mPa). Aproximadamente 70% da superfície da Terra são cobertos pelos oceanos, mas somente 2,5% da água existente correspondem a água doce e menos de 1% desta está mais acessível ao uso. Em torno de 70% da água doce encontra-se nas geleiras. Estima-se que Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 12 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL cerca de oitenta países com 40% da população mundial sofrem com falta de água e as projeções da ONU para daqui a 25 anos é a de que dois terços da população mundial sofrerão com a falta de água. Por volta de 2020, o consumo de água no mundo terá aumentado 40% e cerca de 2,7 milhões de pessoas não terão acesso a água para as necessidades básicas. Estimativas da ONU sustentam que 60% dos 227 maiores rios da Terra tem o seu uso comprometido pela construção de represas e canais. Só a agricultura é responsável por cerca de 70% do consumo total de água, além dos outros problemas graves, como a poluição, o desperdício, etc. Estes dados tornam a questão da água um dos principais componentes geopolíticos do mundo atual. O Brasil detém uma das maiores reservas hídricas do mundo, concentrando cerca de 15% da água doce superficial disponível no planeta, apresentando, portanto, um grau elevado de sustentabilidade hídrica, pois mesmo se considerarmos o uso futuro nas próximas duas décadas, o país só comprometerá em torno de 10% do seu potencial. O Brasil apresenta uma disponibilidade de 35mil m3 "per capita" o que significa 17 vezes o que tem a Alemanha e quase 10 vezes a França. A ONU estabelece prioridades na utilização da água, a saber: o consumo humano em primeiro lugar, depois a irrigação e, a seguir, a geração de energia. Com o objetivo de tornar a utilização da água mais responsável, em 1997, foi instituída a Política Nacional de Recursos Hídricos que, em sua implementação, considera, a bacia hidrográfica como unidade territorial para avaliar e monitorar a quantidade de água disponível, entendida como "a área de captação da água precipitada, demarcada por divisores topográficos, na qual toda a água captada converge para um único ponto de saída", ou seja, a área abrangida por um rio principal e sua rede de afluentes e subafluentes. A despeito desta disponibilidade, deve-se levar em consideração, entretanto, a irregularidade na distribuição de chuvas, principalmente no Nordeste, assim como o fato de que os Estados mais populosos são encontrados em áreas com menor quantidade de água disponível; enquanto os Estados menos populosos estão situados em áreas de maior disponibilidade de água. No Brasil, como em outras regiões do mundo, os fatores comprometedores da qualidade da água associam-se à maior concentração das atividades econômicas, principalmente os setores industrial e agrário, que utilizam a água de forma pouco racional, prejudicando a sua qualidade com agrotóxicos e dejetos industriais. Além disso, as regiões Sul e Sudeste apresentam grandes concentrações urbanas com ocupações irregulares em áreas de mananciais, desmatamento, e conseqüente assoreamento, despejos de esgotos e lixo doméstico. Fonte: PUC-PR Podemos observar, pelo mapa anterior, que o Planalto Central brasileiro se constitui num dos principais divisores de águas no país, além de contribuir para o abastecimento das bacias Amazônica (1), do Tocantins-Araguaia (2), do São Francisco (3) e da bacia Platina (4). Os planaltos da região Norte do Brasil também representam importantes fontes de abastecimento dos rios da margem esquerda do Amazonas. O Brasil possui seis grandes bacias hidrográficas e cinco conjuntos de bacias menores, de vertente oceânica. A região do litoral e encostas é banhada por pequenas bacias hidrográficas que se lançam diretamente, no oceano Atlântico. Os rios brasileiros são principalmente rios de planalto, perenes (com exceção de alguns rios nordestinos que são temporários), com regime tropical (pluvial) e drenagem exorréica direta ou indiretamente tributária do Oceano Atlântico. As bacias brasileiras apresentam grande potencial hidráulico para a geração de energia, grande potencial em termos de transporte hidroviário, apesar da ainda pequena exploração e facultam também grande potencial em termos de abastecimento, irrigação, lazer e turismo e exploração econômica através da pesca. Os mapas abaixo indicam as bacias hidrográficas do Brasil e a concentração populacional a fim de se estabelecer uma correlação entre disponibilidade e demanda. Fonte: Unesp (Adaptado) Devido à tropicalidade, os rios brasileiros, de modo geral, apresentam regime pluvial com grande potencial, aspecto intensificado pelo relevo planáltico. Grande parte dos rios brasileiros são encachoeirados Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 13 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL com grande potencial hidráulico, como as quedas de Urubupungá (na Bacia do Paraná) e Itaparica, Paulo Afonso, Sobradinho (na Bacia do São Francisco). Os rios da Bacia Amazônica e do Paraguai se deslocam por áreas de planície. Alguns rios da região Nordeste, devido à estiagem, são temporários, como o Jaguaribe. Há rios, como Paraguaçu (na Bahia) que se torna subterrâneo e volta, depois, a emergir. Bacia Amazônica Constitui a maior bacia hidrográfica do mundo, abrangendo em torno de 56% do território brasileiro. O rio principal, o Amazonas, nasce no planalto de La Raya, nos Andes peruanos, com o nome de Vilcanota, desce a Cordilheira, atravessa a planície peruana e chega ao Brasil, próximo à cidade de Tabatinga (AM), passando a denominar-se, até encontrar-se com o rio Negro, quando finalmente passa a denominar-se Amazonas. O Amazonas é o mais extenso rio, com 7 100 metros e o de maior volume de água, fato explicado pelas características climáticas da região e pelo fato de ter afluentes nos dois hemisférios: os afluentes da margem esquerda, com origem no Planalto das Guianas e os afluentes da margem direita, com origem no Planalto Central, estes se constituem nos grandes divisores de água do território brasileiro. Sua largura varia entre 4 e 5 km, chegando a 10 km em alguns trechos. Em sua foz, encontra-se a maior ilha costeira do Brasil, a ilha de Marajó. A Bacia Amazônica é a bacia brasileira que apresenta o maior potencial hidráulico e grandes possibilidades em termos de navegabilidade, principalmente o rio Amazonas que corta imensas áreas de planície e é navegável desde sua foz, no oceano Atlântico, até a cidade de Iquitos, no Peru. Apresenta mais de 7 mil afluentes, permitindo a navegação em mais de 230 mil km. As cheias periódicas favorecem a formação de uma rede de canais e braços de rios, como os igarapés, que são estreitos cursos-d’água e um dos principais meios de transporte da região. Os rios amazônicos têm também uma fauna riquíssima, com cerca de 1.400 espécies de peixes que são a base da alimentação para a população da região Norte. Abaixo, encontra-se representada a hidrovia do Madeira, exemplo de transporte intermodal, através da qual se exporta soja e se importam adubos. Fonte: "Folha de São Paulo" - 25/03/97 - Supl. Agrícola Bacia do Tocantins-Araguaia Em torno de 9,5% do território brasileiro são drenados por esta bacia, constituindo-se na maior bacia hidrográfica totalmente nacional. Além da possibilidade da navegação, pois possui em torno de 3 000 km navegáveis, o rio Tocantins abriga a usina hidrelétrica de Tucuruí, que abastece de energia os projetos minerais da região, como Carajás. . O rio Tocantins tem 1.710 km de extensão desde o nascimento, na confluência dos rios Maranhão e Paraná (GO) até desaguar na foz do Amazonas. O rio Araguaia, que nasce em Mato Grosso, é o principal afluente do Tocantins ao qual se junta na região denominada de Bico do Papagaio. Bacia do São Francisco O rio São Francisco tem estado bastante na mídia em função do polêmico projeto da transposição de suas águas. Conhecido como o “Velho Chico”, o “Nilo Brasileiro”, o “Rio da Integração Nacional” é um rio planáltico, com grande potencial hidráulico, abrigando enorme quantidade de hidrelétricas e sendo bastante utilizado para a irrigação e transporte, pois é navegável de Pirapora (MG) até Juazeiro (BA). É um rio perene, apesar de passar por áreas do semi-árido, pois nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais. Possui poucos afluentes e drena em torno de 7,5% do território nacional. Bacia do Paraná-Paraguai Constitui a segunda maior bacia brasileira e a segunda em potencial hidrelétrico. Adquire importância estratégica por atender a demanda da principal região econômica do país. Drena 15,5% do território brasileiro e o seu rio principal, o Paraná, constitui fronteira natural entre o Brasil e o Paraguai, sendo formado pelos rios Grande e Paranaguá e desaguando no Atlântico, no estuário do rio da Prata, após percorrer o território argentino. Entre outros rios importantes desta bacia está o rio Paraguai que corta o Pantanal, sendo navegável e unindo-se ao rio Paraná, constituindo o rio da Prata, cujo estuário está no Atlântico. O rio Paraná, com aproximadamente 4.100 km, é navegável em território nacional, mas exige obras reguladoras. Nesta bacia está localizada a maior usina hidrelétrica do mundo: a Usina de Itaipu, no Estado do Paraná, projeto conjunto entre Brasil e Paraguai. No rio Iguaçu, afluente do rio Paraná, se encontram as cataratas do Iguaçu, antes da confluência com o rio Paraná. A construção da hidrovia Paraguai-Paraná já foi iniciada e deverá ser concluída até o final de 2006. Essa obra possibilitará a navegação de grande porte em um trecho de aproximadamente 3.450 km, de Cáceres, no Mato Grosso, até Nueva Palmira, no Uruguai. O referido projeto prevê dragagem, retirada de rochas e retificação Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 14 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL de curvas nesse trecho, é isso tem causado polêmica, pois estas obras podem acarretar em grandes impactos ambientais. A hidrovia Tietê-Paraná também é importante, fortalecendo a posição de São Paulo no Mercosul. como os agrotóxicos. Suas águas são bastante utilizadas em algumas áreas de São Paulo através de poços artesianos. TEXTOS COMPLEMENTARES Texto 1 O clima dos últimos 650 mil anos O rio Uruguai que serve de divisa entre o Brasil e a Argentina e entre o Uruguai e a Argentina, nasce em território brasileiro e apresenta relativo potencial hidrelétrico no curso superior por ser planáltico. Em seu curso inferior também é navegável. O Brasil também apresenta cinco conjuntos de bacias costeiras ou secundárias: do Norte, Nordeste Ocidental, Nordeste Oriental, Sudeste e Sul, subdividem-se em sub-bacias. Estas bacias não possuem integração e os rios principais de cada bacia forma a sua própria bacia hidrográfica, como é o caso do Paraíba do Sul. Aqüífero Guarani Fonte: http://www.ambiente.sp.gov.br/aquifero. Acessado em 21 de abril de 2004 Um dos maiores reservatórios de águas subterrâneas do mundo estende-se sob uma área de 1,2 milhão de km2, dois terços em áreas sedimentares do Brasil e o restante no noroeste da Argentina, leste do Paraguai e norte do Uruguai, totalizando um volume de água superior a todos os rios da Terra. Há cerca de 200 milhões de anos atrás, quando a América do Sul e a África ainda se encontravam unidas no imenso continente de Gondwana, a região hoje coberta pelo aqüífero era, nas verdade, um grande areal. Há aproximadamente 130 milhões de anos atrás, com a deriva continental, ocorreu o derrame de lavas através de falhas tectônicas que recobriu a areia que veio a formar o arenito, extremamente poroso e com grande capacidade de absorção. Há aproximadamente 120 milhões de anos atrás, houve o endurecimento da lava, originando o basalto que chega a atingir um manto de 1 quilômetro de espessura em algumas áreas. O arenito encontra-se, portanto sob o manto basáltico, mas nas áreas de erosão mais intensa aflora à superfície, permitindo a infiltração da água da chuva, o que também possibilita a contaminação por poluentes, Cada vez mais se discute os possíveis efeitos do aquecimento global. É também cada vez maior o número de estudiosos que afirma que as causas do aumento das temperaturas globais estão intimamente relacionadas à ações antropogênicas resultantes da queima de combustíveis fósseis que geram grandes emissões de dióxido de carbono, o principal gás gerador do efeito estufa. O texto a seguir, de autoria do biólogo Fernando Reinach e publicado no jornal O Estado de São Paulo (7/12/2005), revela mais elementos científicos para entendermos melhor esta que é para muitos especialistas, uma das principais questões ambientais do século XXI. Nosso planeta está esquentando e muitos acreditam que isso se deve à queima de combustíveis fósseis. Por outro lado, é possível que a Terra esteja simplesmente passando por um ciclo natural de aquecimento. Uma possível solução para esse dilema vem de um experimento no qual se determinou como a quantidade de CO2 e a temperatura da atmosfera variaram nos últimos 650 mil anos. A neve seqüestra amostras da atmosfera em que se formou em pequenas bolhas de ar. A cada ano se firma uma nova camada de gelo na Antártida com amostras do ar daquele ano. Coletando as camadas de gelo é teoricamente possível reconstituir as alterações que ocorreram na atmosfera ao longo dos anos. Para tanto basta fazer um poço e retirar o gelo do buraco. A primeira camada corresponde à neve de 2004, a segunda à de 2003 e assim por diante. Um time de cientistas fez um estudo desse tipo em uma região da Antártida chamada Dome Concórdia. O poço foi feito no topo de uma cordilheira de gelo de 3.200 metros de altura. Para recolher o gelo acumulado nos últimos 650 mil anos foi necessário fazer um furo de 3 mil metros de profundidade. A operação é difícil. Foi preciso cavar um poço fundo em uma das regiões mais frias do planeta. Além disso, cada naco de gelo retirado teve de ser cuidadosamente preservado. O ar preso nas bolhas das camadas de gelo foi analisado. Primeiro se mediu a concentração de CO2 no ar das bolhas, depois a razão entre o deutério e o hidrogênio, o que permite calcular a temperatura do ar no ano em que ele foi seqüestrado. O resultado final é um gráfico que mostra como vaiou a quantidade de CO2 e a temperatura do ar ao longo dos últimos 650 mil anos. O gráfico permite várias conclusões. O perfil obtido no Dome Concórdia confirma os dados de um outro perfil obtido na estação de Vostok. Os dois perfis demonstram a existência de ciclos de aquecimento e resfriamento que duram 100 mil anos. Durante cada ciclo a atmosfera esquenta e esfria acompanhando o aumento e a diminuição da quantidade de CO2. Também se observou que em nenhum dos seis ciclos que cobrem os 650 mil anos, a quantidade de CO2, Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 15 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL passou de 300 ppm (partes por milhão), variando de 190 a 300 ppm. O último ciclo, que se iniciou faz 25 mil anos, com baixas temperaturas e 190 ppm de CO2, estava no seu pico, com 280 ppm de CO2, no início da Revolução Industrial. A partir de então, a quantidade de CO2 continuou a aumentar e hoje está em 370 ppm. São duas as conclusões. Primeiro: os níveis atuais de CO2 na atmosfera são os maiores dos últimos 650 mil anos. Segundo: estes níveis foram atingidos após iniciarmos a queima de combustíveis fósseis, o que ocorreu exatamente quando a atmosfera já estava na sua temperatura máxima. Esses resultados reforçam a teoria que responsabiliza a queima de combustíveis fósseis pelo aquecimento global. Nas últimas seis vezes em que houve um aumento de CO2 um mecanismo ainda desconhecido reverteu o aquecimento. Vamos torcer para que esse mecanismo ainda esteja em ação, porque no ritmo que a humanidade vem queimando petróleo, e dada a resistência mostrada por diversos países em reduzir suas emissões de CO2, só nos resta pagar para ver. Mais informações em Stable carbon-cycle climate relationship during the late pleistocene, na revista Science, volume 310, página 1313, de 2005. Fernando Reinach é biólogo. Fonte: Pangea/Mundo, 19/12/2005 Texto 2 O Pentágono alerta sobre mudança climática Por Stephen Leahy Toronto, 17/2/2004 - O Pentágono - o poderoso Departamento de Defesa dos Estados Unidos - mostra grande preocupação com a mudança climática, fenômeno que o governo de George W. Bush tenta minimizar. Washington deve preparar-se para rechaçar ondas de refugiados ambientais famintos procedentes do México, da América do Sul e do Caribe, segundo um relatório encomendado pelo secretário Donald Rumsfeld. Tempestades, inundações e cheias do mar mais intensas, bem como prolongadas secas na África e na Ásia, originarão guerras pelo fornecimento de alimentos, água e energia, segundo o estudo, publicado pela revista norte-americana Fortune, especializada em economia. O Pentágono entregou à revista o estudo elaborado por analistas independentes Peter Schwartz e Doug Randall, da Rede Mundial de Empresários, para que o setor privado comece a levar a sério a ameaça da mudança climática, segundo observadores. Schwartz e Randall não responderam aos pedidos de entrevista feitos pela IPS. A mudança climática esteve por, muito tempo, vinculada a ciclos graduais e lentos de 50 a cem anos, mas cada vez mais evidência atribui as características aceleradas do fenômeno à liberação na atmosfera dos chamados gases causadores do efeito estufa. A maioria desses gases é produzida pela queima de combustíveis fósseis - como petróleo, gás e carvão - em processos industriais e de transporte, e ao impedir a saída dos raios de sol pela atmosfera elevam a temperatura do planeta. Porém, o governo Bush questionou os cálculos da maioria dos cientistas do mundo, quando em 2001 retirou a assinatura dos Estados Unidos do Protocolo de Kyoto da Convenção Internacional sobre Mudança Climática. Esse tratado, firmado pelo antecessor de Bush, Bill Clinton, estabelece metas e compromissos dos países do Norte industrial para a redução das emissões de gases que causam o efeito estufa. A retirada da assinatura dos Estados Unidos coloca em risco todo o processo. A pesquisa de gelos no Ártico e em outras regiões revela mudanças abruptas em alguns poucos anos, informou Raymond Schmitt, cientista do Instituto Oceanográfico Woods Hole, do estado de Massachusetts (EUA). Modificações do clima semelhantes ocorreram há 1.300 anos, em uma espécie de era glacial. Outra mudança radical foi a registrada no período conhecido como "pequena era glacial", marcado por invernos duros, tempestades violentas e secas, concluído no século XIX. A causa destes grandes fenômenos de mudança climática está nas modificações das correntes no oceano Atlântico, cujo fluxo desde o círculo Ártico, onde esfria, regressa ao sul pelo fundo do mar. Chamada de "esteira transportadora do Atlântico", esta corrente oferece permanentemente águas quentes e, assim, maiores temperaturas ao leste norte-americano e à Europa setentrional. Isso explica porque a temperatura da Grã-Bretanha é relativamente temperada apesar de estar na mesma latitude que a fria Labrador, no leste do Canadá. Se essa esteira transportadora atlântica diminuir haverá menos água quente para as regiões setentrionais, o que reduziria a temperatura, tal como ocorreu durante e "pequena era glacial". O aquecimento do planeta está dissolvendo os gelos árticos, o que, além de aumentar a massa de água fria que se dirige ao oceano Atlântico setentrional, pode reduzir a esteira transportadora, disse Schmitt em uma entrevista. "Paradoxalmente, um aumento da temperatura mundial colocaria o norte da Europa no congelador", acrescentou. Para compreender o fenômeno, o Pentágono perguntou aos cientistas - não identificados no artigo publicado pela fortune - o que aconteceria se a esteira transportadora começasse a falhar em 2010. Nesse período, responderam, a temperatura média cairia 3,5 graus na Europa e 2,8 graus na América do Norte. Secas maciças afetariam regiões agrícolas-chave. A média de chuvas na Europa setentrional diminuirá em quase 30% e o clima dessa região se assemelhará ao da Sibéria. Por outro lado, tempestades violentas, grandes inundações e secas obrigariam 400 milhões de pessoas a abandonarem regiões que se tornariam inabitáveis, acrescenta o relatório. A redução da produtividade agrícola européia terá um enorme impacto na segurança alimentar mundial, disse Lester Brown, da ONG Earth Policy Institute. "O clima quente e os bons solos da França permitem a esse país produzir mais cereais do que todo o Canadá", mas, com os modelos desenvolvidos pelos cientistas contratados pelo Pentágono, isso mudaria drasticamente. a produção mundial de grãos já está em queda, e uma grande mudança climática seria desastrosa, disse Brown à IPS. "Isso desestabilizaria os países e a economia mundial", afirmou. Assim, não foi surpresa, o fato de o relatório do Pentágono apresentar um futuro cheio de conflitos em torno de recursos minguantes. Além disso, adverte que o clima nos Estados Unidos também mudará, afetando a economia. Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 16 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL O principal desafio de Washington será conter os refugiados ambientais que procurarão, desesperados, melhores condições de vida no país norte-americano, para o que o relatório recomenda ao governo fortificar as fronteiras. As migrações também afetarão a Europa, pois os habitantes do norte do continente se dirigirão ao sul, igual às ondas de pessoas originárias da África setentrional. A seca e a desertificação já estão gerando refugiados ambientais, disse Brown. Barcos carregados de africanos tentam desembarcar na Itália, Grécia, França e Espanha, e desesperados haitianos procuram chegar aos Estados Unidos. "Temos grandes desafios no futuro, mesmo sem uma mudança climática abrupta", concluiu Brown. (IPS/Envolverde). Assinale a alternativa que contém a identificação do fenômeno, duas regiões brasileiras onde sua ocorrência é mais freqüente e a principal dificuldade que provoca aos meios de transporte. Ambiente Global, quinta-feira, 19 de fevereiro de 2004 QUESTÕES OBJETIVAS 1.(IBMEC RJ) Utilizado pela primeira vez por José A. Marengo, cientista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o termo “Rios Voadores” é dado às correntes de ar de baixa altitude que sopram entre um e três quilômetros de altura, transportando umidade, gerada da região amazônica, para praticamente todo o Brasil. Este termo se refere aos ventos úmidos que circulam a leste dos Andes da Amazônia até o norte da Argentina. a) Precipitação pluvial; Sudeste e Nordeste; escorregamento em rodovias. b) Geada; Nordeste e Norte; dificuldade na navegação de cabotagem. c) Neblina; Sul e Sudeste; perda de visibilidade. d) Granizo; Sudeste e Centro-Oeste; avalanches em estradas. e) Névoa; Centro-Oeste e Norte; fechamento de aeroportos. 3. (UFF) O fenômeno registrado na fotografia remete à importância de se conhecer a dinâmica da natureza. Sobre o fenômeno “Rios Voadores”, e considerando a dinâmica das massas de ar que atuam no Brasil, podese afirmar que: I. O aquecimento da água do mar cria uma corrente de ar conhecida como ventos alíseos que sopram do mar para o continente praticamente o ano todo. II. Seguindo em direção aos Andes, a corrente de ar encontra a cordilheira e não consegue atravessá-la. O fluxo é então refletido para o Sul. III. Grande parte das chuvas do Centro-Oeste, do litoral do Nordeste e litoral do Sudeste é consequência deste fenômeno. IV. A imensa cobertura vegetal da floresta pode causar redução da evaporação, ocasionando a alteração na atração aos ventos alíseos. De acordo com as afirmativas acima, assinale a opção correta: a) I e II estão corretas. b) II e III estão corretas. c) I e IV estão corretas. d) III e IV estão corretas. e) I, II e IV estão corretas. 2. (UNESP SP) O esquema refere-se à formação de um fenômeno climático que, no hemisfério sul, ocorre com maior incidência entre os meses de maio e setembro. O principal fator de formação das ondas e a causa específica do fenômeno apresentado estão corretamente associados em: a) corrente marítima, vinculada à diferença de temperatura. b) vento, provocado por ciclone extratropical no oceano. c) salinidade, produto do variável índice pluviométrico. d) abalo sísmico, decorrente de acomodações na crosta terrestre. e) relevo litorâneo, resultante da formação geológica no continente. 4. (ENEM) Na figura, observa-se uma classificação de regiões da América do Sul segundo o grau de aridez verificado Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 17 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL b) c) Disponível em: http:// www.mutirao.com.br.- Acesso em: 5 ago. 2009. Em relação às regiões marcadas na figura, observa-se que a) a existência de áreas superáridas, áridas e semiáridas é resultado do processo de desertificação, de intensidade variável, causado pela ação humana. b) o emprego de modernas técnicas de irrigação possibilitou a expansão da agricultura em determinadas áreas do semiárido, integrando-as ao comércio internacional. c) o semiárido, por apresentar déficit de precipitação, passou a ser habitado a partir da Idade Moderna, graças ao avanço científico e tecnológico. d) as áreas com escassez hídrica na América do Sul se restringem às regiões tropicais, onde as médias de temperatura anual são mais altas, justificando a falta de desenvolvimento e os piores indicadores sociais. e) o mesmo tipo de cobertura vegetal é encontrado nas áreas superáridas, áridas e semiáridas, mas essa cobertura, embora adaptada às condições climáticas, é desprovida de valor econômico. 5.(ENEM) O clima é um dos elementos fundamentais não só na caracterização das paisagens naturais, mas também no histórico de ocupação do espaço geográfico. Tendo em vista determinada restrição climática, a figura que representa o uso de tecnologia voltada para a produção é: a) d) e) 6. (UFF) O fragmento da notícia e a letra da canção referem-se às mesmas áreas da região Nordeste, nas quais se verificou uma mudança brusca nas condições climáticas habituais, devido ao excesso de chuva numa região marcada pela sua falta. Fonte: Folha de São Paulo, 06/05/2009. Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 18 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL c) a atmosfera absorve 70% da radiação solar incidente sobre a Terra. d) mais da metade da radiação solar que é absorvida diretamente pelo solo é devolvida para a atmosfera. e) a quantidade de radiação emitida para o espaço pela atmosfera é menor que a irradiada para o espaço pela superfície. Último Pau-de-Arara A vida aqui só é ruim Quando não chove no chão Mas se chover dá de tudo Fartura tem de montão Tomara que chova logo Tomara, meu Deus, tomara Só deixo o meu Cariri No último pau-de-arara Só deixo o meu Cariri No último pau-de-arara 9.(UNIRIO) No continente asiático, a circulação atmosférica apresenta uma situação singular, como mostra o mapa a seguir: Venâncio/Corumbá/J. Guimarães É possível identificar diversos fatores relacionados a essa mudança ambiental. Identifique o fator principal. a) b) c) d) e) A intensificação das chuvas ácidas regionais. A redução da camada de ozônio da estratosfera. A ocorrência do fenômeno climático La Niña. A redução das emissões de gás carbônico. A diminuição da influência da Corrente do Golfo. Diagrama para as questões de números 7 e 8. O diagrama abaixo representa, de forma esquemática e simplificada, a distribuição da energia proveniente do Sol sobre a atmosfera e a superfície terrestre. Na área delimitada pela linha tracejada, são destacados alguns processos envolvidos no fluxo de energia na atmosfera. Sobre o regime das monções, podemos afirmar que a) está associado à circulação das massas de ar de origem oceânica, que transferem calor para os continentes. b) é explicado como um mecanismo normal de regulação climática, devido ao aquecimento das águas superficiais do oceano. c) é explicado pela diferença de insolação nas áreas próximas ao equador, o que provoca grandes diferenças térmicas no continente. d) está associado à “gangorra” dos centros de pressão, que se alternam sazonalmente entre o oceano e o continente. e) é explicado pela radiação solar, que transforma energia radiante em calor, ao aquecer diretamente a atmosfera. 10.(PUCRJ) O gráfico abaixo apresenta o número de horas mensais de insolação em algumas cidades litorâneas brasileiras. Suponhamos uma provável viagem de um grupo de turistas estrangeiros, no final da década de 1980, para o Brasil, em busca de dias ensolarados, durante a primavera do hemisfério sul. 7.(ENEM) A chuva é o fenômeno natural responsável pela manutenção dos níveis adequados de água dos reservatórios das usinas hidrelétricas. Esse fenômeno, assim como todo o ciclo hidrológico, depende muito da energia solar. Dos processos numerados no diagrama, aquele que se relaciona mais diretamente com o nível dos reservatórios de usinas hidrelétricas é o de número a) I. b) II. c) III. d) V. e) V. 8.(ENEM) Com base no diagrama acima, conclui-se que a) a maior parte da radiação incidente sobre o planeta fica retida na atmosfera. b) a quantidade de energia refletida pelo ar, pelas nuvens e pelo solo é superior à absorvida pela superfície. Aponte duas cidades do litoral brasileiro, selecionadas no gráfico, onde a ocorrência de dias claros foi maior, no período considerado.] Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 19 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL a) João Pessoa e Florianópolis. b) João Pessoa e Fortaleza. c) Rio de Janeiro e Fortaleza. d) Rio de Janeiro e Florianópolis. e) Fortaleza e Florianópolis. 11.(PUCSP) "Ontem à tarde o furacão Georges deixou Cuba e rumava pelo oceano Atlântico em direção aos EUA. Em Cuba, ele tinha ventos de 130 km/h. Mas a expectativa era que ganhasse força e velocidade nas águas quentes do Atlântico e chegasse aos EUA com ventos de até 180 km/h, o que significa alto poder de destruição". (MARINHEIRO, Vaguinaldo. "Folha de S. Paulo", 4 set. 1998). Indique a afirmação que NÃO se refere corretamente ao fenômeno relatado. a) Trata-se de uma nova forma de relação homem natureza, possível somente no período atual, caracterizado por avanços tecnológicos: o conhecimento imediato das características do furacão permite um certo controle da situação. b) Embora se possam prever os furacões, é fundamental também considerar a capacidade de mobilização das populações envolvidas, o que é feito com eficiência nos EUA e de modo precário nos países da América Central. c) O fenômeno citado e suas conseqüências ilustram bem a capacidade que a humanidade alcançou de tomar conhecimento das dinâmicas naturais em tempo real, graças, sobretudo, ao uso pacífico dos satélites. d) As tecnologias envolvidas nesse processo são satélites, supercomputadores, aviões com radares etc., cujo objetivo principal é monitorar o comportamento dos furacões, auxiliando nas ações que protejam as populações envolvidas. e) A possibilidade de acompanhar o comportamento dos furacões significou uma diminuição drástica dos efeitos catastróficos no século XX, que esse fenômeno climático produzia em quase todas as partes do planeta. que explica a ocorrência dos grandes desertos subtropicais do planeta. c) As zonas de menor volume pluviométrico correspondem às regiões polares, o que pode ser explicado pelo excessivo resfriamento do ar e sua baixa capacidade de retenção de umidade. d) O volume pluviométrico médio precipitado é decrescente das altas para as baixas latitudes do planeta, o que pode ser explicado pela importância da abundância de energia nos processos de evaporação e transporte de umidade. 13. (UNIRIO) A respeito da dinâmica do quadro natural, leia as afirmativas a seguir: I - A existência de desertos pode estar associada a causas diferenciadas tais como: a influência dos centros de altas pressões subtropicais, a presença de um relevo montanhoso e a influência de correntes marítimas frias. II - Nas regiões de clima úmido aparecem formas suaves e arredondadas de relevo devido ao predomínio da decomposição química das rochas, enquanto nas regiões áridas desenvolvem-se formas abruptas como resultado da desagregação mecânica do material rochoso. III - A vegetação é elemento importante do sistema natural não só por diminuir os efeitos da erosão, mas também por interferir nas condições climáticas ao funcionar como fator regulador de regime de chuvas. Assinale a opção que apresenta a(s) afirmativa(s) correta(s): a) I e II b) I, II e III c) II e III d) apenas a II e) apenas a III 14.(ENEM) A chuva é determinada, em grande parte, pela topografia e pelo padrão dos grandes movimentos atmosféricos ou metereológicos. O gráfico mostra a precipitação anual média (linhas verticais) em relação à altitude (curvas) em uma região em estudo. 12. (PUCMG) Observe o gráfico a seguir. Ele representa a distribuição média da precipitação ao longo da superfície terrestre. Baseado nessas informações, assinale a alternativa INCORRETA. Modificado de Ecologia, E. P. Odum, E. P. Ecologia. Ed. Guanabara. 1988. a) Existe uma expressiva correlação entre o volume pluviométrico médio precipitado e a tropicalidade do clima, o que pode ser explicado pela eficiência dos processos convectivos na geração da chuva. b) As regiões situadas em torno de 30o de latitude correspondem a áreas de baixo volume pluviométrico e coincidem com zonas de altas pressões atmosféricas, o De uma análise ambiental desta região concluiu-se que: I. Ventos oceânicos carregados de umidade depositam a maior parte desta umidade, sob a forma de chuva, nas encostas da serra voltadas para o oceano. Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 20 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL II. Como resultado da maior precipitação nas encostas da serra, surge uma região de possível desertificação do outro lado dessa serra. III. Os animais e as plantas encontram melhores condições de vida, sem períodos prolongados de seca, nas áreas distantes 25km e 100km, aproximadamente, do oceano. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e II, apenas. e) I, II e III. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. 15.CESGRANRIO) Assinale a opção que correlaciona corretamente tipo de clima / região do Brasil / características do clima, respectivamente: a) Equatorial / Toda a Amazônia / Sem estação seca e chuvas acima de 3000mm. Estações individualizadas. b) Tropical com estação seca / Planalto Central / Seca na primavera e verão; chuvas abaixo de 1000mm. c) Semi-árido / Alto vale do São Francisco / Chuvas de outono-inverno, em torno de 600mm. d) Tropical de altitude / Áreas mais elevadas do Planalto Central / Sem estação seca, temperaturas médias acima de 25° e verões muito quentes. e) Subtropical / Maior parte da Região Sul / Chuvas bem distribuídas, médias térmicas abaixo de 25° e estações mais acentuadas. Tipos Climáticos 1. Temperado 2. Mediterrâneo 3. Semi-árido 4. Desértico 5. Semi-árido 6. Tropical 7. Equatorial No planisfério, essa seqüência de tipos climáticos pode ser encontrada no eixo: a) A-B b) I-J c) C-D d) G-H e) E-F 18. (UFF) O mapa apresenta a distribuição das chuvas de verão no território brasileiro: 16. (PUCRS) Responder à questão com base no mapa que representa a localização de cidades hipotéticas e nas afirmações a seguir. . As cidades A e B, por estarem em latitudes semelhantes, sempre apresentam as mesmas características de temperatura. II. As cidades D e E se caracterizam por invernos rigorosos e verões quentes, pois estão em latitudes semelhantes e têm o mesmo grau de continentalidade. III. As cidades C e A, apesar de estarem em altitudes semelhantes, apresentam características climáticas diferentes: a cidade A é mais quente e úmida que a C. IV. Caso a cidade D esteja a mais de 4.000 metros de altitude acima do nível do mar, apresentará uma menor pressão atmosférica que a cidade E, que se encontra no nível do mar. Com base na leitura do mapa e na análise das afirmativas, conclui-se que somente estão corretas a) I, II e III b) I e II c) I e III d) II e IV e) III e IV A partir da análise do mapa afirma-se: (I) Durante o verão, há uma distribuição desigual das chuvas nas cabeceiras dos grandes rios brasileiros. (II) A pluviosidade é, durante o verão, entre média e alta na área de confluência dos rios Araguaia e Tocantins. (III) O curso do rio São Francisco atravessa áreas em que, durante o verão, a pluviosidade é intensa. Com relação a estas afirmativas conclui-se: a) Apenas a I é correta. b) Apenas a I e a III são corretas. c) Apenas a II e a III são corretas. d) Apenas a III é correta. e) Todas são corretas. 17. (FGV) Observe o planisfério e a seqüência de tipos climáticos apresentados a seguir. Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 21 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL QUESTÕES ANALÍTICAS 19.(UFMG) Analise estes mapas: Temperaturas médias no Hemisfério Norte Oriental 1. (UNICAMP SP) Os climogramas abaixo representam dois tipos climáticos que ocorrem em território brasileiro. Observe-os e responda: FONTE: FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 1998. p. 71. A partir da análise e interpretação desses mapas, é INCORRETO afirmar que a) as linhas de igual temperatura média tendem ao paralelismo e, ao mesmo tempo, se deslocam para o norte ou para o sul, conforme a estação do ano. b) os traçados das isolinhas das temperaturas médias formam padrões ou configurações que independem dos efeitos da continentalidade. c) o centro-norte da Sibéria exerce o papel de um verdadeiro "pólo ártico", pólo do frio, no inverno boreal. d) o Equador térmico está muito longe de acompanhar o Equador, oscila no decorrer do ano e pode atingir latitudes elevadas. (Adaptado de http://www.climabrasileiro.hpg.ig.com.br) a) A que tipos climáticos se referem as figuras 1 e 2, respectivamente? b) Qual a vegetação característica das respectivas regiões? 2.(UERJ) O principal objetivo da adoção do horário de verão é a economia de energia que ele proporciona, conforme se verifica na tabela abaixo: 20.(UFMG) Meteorologia (1961-1990) Considerando os fatores naturais, justifique a exclusão das regiões Norte e Nordeste da adoção do horário de verão. Em seguida, explique a diferença na redução percentual da demanda de energia entre a região Sul e as regiões Sudeste e Centro-Oeste. A partir da análise e interpretação desse gráfico, é INCORRETO afirmar que a) as chuvas em Cabo Frio, assim como em Torres, têm uma distribuição anual típica dos climas tropicais austrais. b) a influência oceânica é insuficiente para explicar os totais e a distribuição sazonal das chuvas no litoral brasileiro. c) os regimes pluviométricos de João Pessoa e Salvador são os mais semelhantes entre si, embora o último seja mais regular que o primeiro. d) as curvas revelam a grande variabilidade dos padrões de distribuição de chuvas, mesmo se tratando de apenas um trecho do litoral brasileiro. 3.(PUC-RJ) As fotografias de satélite acima foram tiradas, na seqüência, em datas importantes que se referem ao início das quatro estações do ano. Com base nessa informação, Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 22 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL a) identifique a estação do ano que tem início no hemisfério sul na foto 3 e justifique a sua resposta; b) identifique, para cada uma das fotos, um solstício ou um equinócio tendo como referência o hemisfério norte. 4.(PUC-RJ) Observe as figuras A e B a seguir. A - Condições Normais de Circulação Atmosférica sobre o Oceano Pacífico Equatorial A partir da análise desses climogramas, justifique as diferenças de amplitude térmica e de total anual de chuva verificadas entre os dois tipos climáticos representados. B - Condições Anormais (El Niño)de Circulação Atmosférica sobre o Oceano Pacífico Equatorial 7.(UFC) Considerando as fases e etapas do ciclo hidrológico, discuta sucintamente as relações entre: a) precipitação e evaporação nas áreas semi-áridas do Nordeste Brasileiro. b) escoamento superficial e infiltração nos terrenos sedimentares arenosos. 8.(UERJ) Cidades disputam Copa de extremos http://www.funceme.br/DEMET/el_nino/Infotec/nino.htm “[...] O El Niño é um fenômeno oceânico caracterizado pelo aquecimento incomum das águas superficiais nas porções central e leste do Oceano Pacífico, nas proximidades da América do Sul, mais particularmente na costa do Peru [...]” (Mendonça, F. e Danni-Oliveira, I. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos. 2007). A partir das informações acima, a) aponte dois efeitos climáticos do El Niño no Nordeste brasileiro; b) indique uma possível conseqüência social para as populações do Sertão nordestino em anos de ocorrência do fenômeno em destaque. 5 FUVEST) A base de dados climatológicos e os modelos de previsão meteorológica atualmente existentes podem ser considerados conhecimentos com valor geopolítico e econômico para nações e corporações. a) Explique como é possível, hoje, realizar previsões meteorológicas com alto nível de precisão. b) Explique a importância dessas previsões para nações e corporações. 6.(UERJ) Os climogramas são gráficos que permitem comparar os climas por meio de dados referentes a temperatura e umidade. O mundial de futebol de 2014 deve ser o mais difícil em termos climáticos e de logística da história do campeonato. Observe o esquema abaixo, com um possível itinerário de uma seleção de futebol participante da Copa do Mundo no Brasil. Prof.: Carlos Alberto (Cacá) Adaptado de Folha de São Paulo, 18/08/2007 23 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL Tendo em vista as características naturais do território brasileiro, explique as diferenças de temperatura verificadas entre Manaus e Porto Alegre e as diferenças de pluviosidade entre Brasília e Rio de Janeiro. 9. (UERJ) (Adaptado de Agnelo W. S. Castro, Clima urbano e saúde: as patologias do aparelho respiratório associadas aos tipos de tempo de inverno, em Rio Claro-SP. Rio Claro: UNESP/IGCE, Tese de Doutoramento, 2000). a) Qual a massa de ar cuja atuação é intensificada nas estações de outono/inverno no sudeste brasileiro? Como pode ser observado na figura, a Terra possui uma inclinação de 23º27´ em relação ao plano de sua órbita em torno do Sol, o que gera vários fenômenos físicos. Aponte duas alterações, uma no clima e outra na duração dos dias e das noites, que a ausência dessa inclinação provocaria. 10.(UFRJ) Nos dois planisférios a seguir estão representadas as médias das temperaturas nos meses de julho e dezembro respectivamente. Médias Térmicas Anuais na Superfície Terrestre em Janeiro e Julho (° C) b) Por que razão há uma tendência para o aumento do número de óbitos nas estações de outono/inverno na cidade de Rio Claro? c) Quais os tipos de tempo que a massa de ar mencionada acima proporciona? Como eles podem contribuir para o aumento do número de óbitos? 12.(UFRJ): "... Ela chega ninguém sabe é quando. Chega no meio da noite, o corpo se encolhe na rede com a friagem dela, o sono se embala na cantiga que ela inventa com as palmas das inajazeiras..." Thiago de Mello Apesar de situada próxima à zona equatorial, a região que compreende os estados de Mato Grosso, Rondônia, Acre e oeste do Amazonas está sujeita à ocorrência do fenômeno da FRIAGEM. Trata-se da queda súbita e acentuada da temperatura que pode ocorrer durante alguns dias do inverno. Explique a ocorrência da FRIAGEM. 13.(UNICAMP) O gráfico a seguir retrata a distribuição das temperaturas e precipitações médias mensais de Barra (BA). Aponte as diferenças na distribuição das temperaturas nos dois hemisférios nesses meses do ano e explique as causas deste fenômeno. 11. (UNICAMP) Rio Claro, cidade de porte médio do interior do estado de São Paulo, apresenta alguns problemas relacionados à poluição urbana. A partir dessas informações e dos gráficos a seguir, responda: Gráfico 1: Variação Semestral das Temperaturas médias e dos óbitos na cidade de Rio Claro-SP (Outubro/Inverno 1994 - Outubro/Inverno 1997) Gráfico 2: Variação Semestral das Temperaturas médias e inalações na cidade de Rio Claro-SP (Outono/Inverno 1995 - Outono/Inverno 1997) (Fonte: E. Nimer. "Climatologia da Região Nordeste do Brasil: introdução à climatologia dinâmica". REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA. Rio de Janeiro, IBGE, 34(2), 1972, p. 46.) a) Qual é o tipo climático representado e sua principal área de ocorrência? b) Descreva os principais aspectos térmicos pluviométricos do tipo climático representado. Prof.: Carlos Alberto (Cacá) e 24 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL c) Qual é a formação vegetal que aparece associada a este tipo climático? 14. .(UERJ) O esquema a seguir representa o avanço de uma frente fria no dia 12 de julho de 2003, no Estado do Rio de Janeiro. a) Explique o processo de formação de uma frente fria. b) A partir da dinâmica das massas de ar, justifique por que a freqüência e a intensidade das frentes frias que atingem o Rio de Janeiro são maiores nesse período. 15. (UFES) Vários fatores influenciam a distribuição da temperatura sobre a superfície da Terra. Entre eles podemos citar a quantidade de insolação recebida em um lugar, a natureza da superfície que recebe a insolação, o relevo, a distância a partir dos corpos hídricos e as correntes oceânicas. De que maneira cada um desses fatores atua sobre a superfície da Terra? Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 25 GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL Prof.: Carlos Alberto (Cacá) 26