uma breve Reflexão sobre a Família na roma antiga

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VI Jornada de Estudos Antigos e Medievais – Trabalhos Completos – ISBN: 978-85-99726-09-9
UMA BREVE REFLEXÃO SOBRE A FAMÍLIA NA ROMA ANTIGA
SAMPAIO, Ângela Oliveira1 - UEM
VENTURINI, Renata Lopes Biazotto - UEM/PPH
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como propósito refletir sobre a família na sociedade romana antiga,
partindo de uma análise que relaciona sociedade, homem e educação. Para que desta
maneira possa entender o ideal de homem e seus anseios, os quais acontecem a partir das
condições e vivências sociais que estruturam o perfil da família romana.
Para realizarmos esta pesquisa, utilizaremos o método histórico comparativo, tomando
como ponto de partida à sociedade romana antiga clássica, partindo de uma análise que
relaciona sociedade, homem e educação, buscando entender o ideal de homem e seus
anseios os quais acontecem a partir das condições e vivencias sociais que estruturam o
perfil de família na Roma antiga. Ao realizarmos a analise de um determinado período sob
os parâmetros da história, permite-nos compreender como o homem se movimenta, se
modifica, pois não se devemos partir do pressuposto do que os homens dizem ou pensam, e
sim, da forma como produzem os bens materiais necessários à sua vida.
Para o desenvolvimento desse estudo serão analisadas algumas obras, que retratam três
eixos de suma importância para a análise; Sociedade, família e educação. Com o intuito de
fazer uma reflexão entre diversos autores, que igualmente expressam esse período e com
um ponto em comum, a família na Roma antiga.
Para obter tais respostas, o presente trabalho divide-se em dois momentos, no primeiro
momento busca-se fazer uma breve retomada da concepção da família na sociedade
1
Ângela Oliveira Sampaio, formada em Pedagogia (UEM), especialista em Políticas Sociais: Infância e
Adolescência (UEM) e em Educação Especial (Instituto Paranaense de Ensino)
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romana. Resgatando e contextualizando qual é o olhar e a relação de todos os membros que
compõem a família romana. Já em um segundo momento tem como objetivo fazer uma
breve análise da educação, pois a mesma reflete os movimentos históricos em que a criança
romana está inserida, obtendo um papel fundamental, com tudo que está presente na
sociedade, pois reproduz conteúdos das relações sociais, que são expressões na prática
social, ou seja, a educação é um fenômeno que acontece no interior de uma sociedade, com
questões que devem ser ensinadas ao homem, atendendo as suas necessidades.
O PERFIL E OS IDEAIS DA FAMÍLIA ROMANA
A família consistia para os romanos a base de sua organização social, ou seja, termo família
não designava somente o pai, a mãe e os filhos, mas também a casa, os escravos e até os
animais de sua propriedade. Nesse espaço o pai exercia o domínio sobre a mulher, os filhos
e os escravos, tendo direito de decidir sobre o destino das crianças recém-nascidas. Ou seja,
o fato de nascer não significava que a criança fosse aceita pela família, muitos filhos eram
abandonados ou vendidos como escravos.
Os parentes do pai, que definia a identidade dos filhos e estabelecia os
vínculos de herança, nome, culto, residência, eram severos. Os tios e
avós paternos eram distantes e exigentes. Os parentes do lado materno,
sem vinculações institucionais, já que as crianças não herdavam bens,
nome, culto e residência da mãe, estabeleciam relações muito mais
ternas com seus afilhados, netos e sobrinhos. (FUNARI, 1993, p. 44)
Onema (2007) argumenta que na Roma antiga os pais tinham total poder de decisão sobre o
que lhe era de sua propriedade, aos proprietários de terras, os patrícios, obtinham o direito
de dizer o destino das mulheres e das crianças, que eram consideradas objetos de sua
propriedade, assim como os animais e as plantações. O pai poderia, por exemplo, decidir
sobre o casamento dos filhos e filhas e lhe era reservado o direito de matar os próprios
filhos, mesmos já adultos, quando representavam ameaça a sua propriedade.
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Segundo Montanelli (1998) a vida dos romanos era uma vida dura, de constante exposição
e perambulação de lugar para lugar. Por estas razões, a severidade era essencial para sua
sobrevivência, e os rituais severos eram observados no momento do nascimento. Pois a
partir do nascimento, o romano já estava sujeito a receber todas as leis, religiões, tradições
e costumes que eram seguidos por séculos, entretanto muitas das leis tradicionais com o
passar dos tempos iam diminuindo, mas os traços das mesmas ainda permaneciam. Tais leis
variavam de tribo para tribo e de país para país.
A religiosidade na qual crescia o menino romano, mais do que
aperfeiçoá-lo, no sentido que hoje damos a essa palavra, visava
discipliná-lo. Com efeito, ela não o impelia na direção dos nobres ideais
da bondade e da generosidade, mas na aceitação das regras litúrgicas,
que tornavam um rito toda a sua vida. Não se pedia a ele, por exemplo,
que não fosse interesseiro; pedia-se, aliás exigia-se, que respeitasse
certas regras e participasse das cerimônias. Todas as suas orações eram
voltadas à consecução de fins práticos e imediatos. Dirigia-se a Abeona
para que lhe ensinasse a dar os primeiros passos, a Fabulina para
aprender a pronunciar as primeiras palavras, a Pomona para que lhe
fizesse crescer bem as peras no jardim, a Saturno para que o ajudasse a
semear, a Ceres para que lhe permitisse colher, a Estérculo para que as
vacas no curral dessem bastante esterco. (MONTANELLI, 1998, p.72)
Regras rígidas começavam a ser observadas no momento da gravidez antes do nascimento
em si de uma criança romana, pois está trazia toda a linhagem de sua família. A maioria
dessas regras era baseada na crença de que a mulher era impura, durante a gravidez e por
um período depois do nascimento da criança até o seu batismo. Quando uma mulher
certificava de que estava grávida, revelava ao seu marido e às outras mulheres na
comunidade, pois a gravidez retratava uma mudança em seu status no grupo, ou seja,
significava que a mulher era "impura" e deveria ficar isolada o tanto quanto possível de
toda a comunidade.
Funari (1993) retrata que existia uma variedade de rituais que deveriam preceder o
nascimento. Em algumas tribos a mãe deveria desatar alguns nós, para garantir que o
cordão umbilical não ocorresse o risco de ter um nó, todos os nós nas roupas da gestante
eram desfeitos ou cortados e o cabelo da gestante não poderia estar preso era solto. A mãe
não poderia ser vista por homem algum, exceto o seu marido, até o dia do batismo, e o
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marido enfrenta restrições também. Pois o mesmo ficava proibido de sair entre o por do sol
e o nascer do sol, pois acreditavam de desta maneira o pai ficaria longe de espíritos
malignos, que poderiam atacar a criança durante a noite.
Outros rituais simbólicos envolviam o reconhecimento formal do filho
por seu pai, em algumas tribos romanas, a criança era embrulhada em
faixas com algumas gotas do sangue paterno, em outras situações, a
criança era coberta com uma peça de roupa que pertencia ao pai. Em
outras tribos, era tradicional o ato da mãe colocar o bebê no chão e o pai
o apanhava e colocava uma tira vermelha em torno de seu pescoço,
reconhecendo assim que a criança é sua. (FUNARI, 1993, p.50)
Os pais romanos eram considerados extremamente permissivos na criação de seus filhos,
de acordo com os padrões não Romanos. O rigor e as dificuldades na existência dos
Romanos tornavam a criança forte, a mesma, possuía um lugar especial no seio da família,
adorada e guardada por seus pais. E era responsabilidade de todos os membros da família
ajudar a cuidar da criança, a qual aprendia e realizava as habilidades de seus pais, primeiro
como um processo de imitação e finalmente ajudando os seus pais no que for preciso.
O filho homem e sadio, no entanto, em geral era bem recebido, não só
porque mais tarde, com seu trabalho, seria de ajuda aos pais, mas
também porque estes acreditavam que, se não deixassem alguém para
cuidar de suas tumbas e celebrar os devidos sacrifícios, a alma deles não
entraria no paraíso (MONTANELLI, 1998, p. 78)
Segundo Funari (1993) o casamento para as moças também representava, como nas cidades
gregas, a passagem de suas vidas do controle paterno para o do marido. As mulheres
romanas também tinham como centro da sua atuação o âmbito doméstico, onde tinham que
rezar conjuntamente com os maridos e filhos, orientar a limpeza da casa, coordenar a
preparação das refeições e, depois de tudo isso, com o auxílio das criadas, se preparar para
recepcionar o marido, cansado de mais um árduo dia de trabalho e afazeres na rua. Por esse
motivo as mulheres romanas passavam por um pequeno tratamento de beleza diário que
incluía penteados, maquiagem e a escolha de belos trajes para o final do dia em companhia
do marido.
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Já Machado (2007) retrata que existência de famílias numerosas era estimulada na Roma
Antiga, nem sempre isso se concretizava devido às condições precárias em que a
maternidade ocorria normalmente no âmbito doméstico, o que acarretava a morte prematura
das mães e também das crianças. Uma outra ação corriqueira por parte das famílias
tradicionais e plebéias no Império Romano era o sacrifício ou o abandono de crianças
recém-nascidas que tivessem deficiências. A perfeita saúde física e mental era considerada
como atributo indispensável para que a criança pudesse em sua vida futura seguir os passos
do pai, no caso dos meninos, ou conseguir um bom casamento, no das meninas.
Por todos esses fatos abordados anteriormente, era comum perceber na estrutura da família
romana, que o nascimento de uma criança era um evento muito especial, confirmava a
continuação da linhagem familiar e acrescentava respeito a esta. O anúncio da vinda de
uma nova criança requeria certos costumes a serem observados para a introdução de um
bebê saudável na família, o qual carregaria todas as linhagens e tradições da sua família.
A VISÃO DA SOCIEDADE PERANTE A EDUCAÇÃO
A educação romana era utilitária e moralista, organizada pela disciplina e justiça, o que
caracteriza o homem em todos os tempos e lugares. Este estudo era dado na escola do
"gramático", que seguia algumas fases; ditado de fragmento do texto, memorização deste,
tradução da prosa em verso, expressão da mesma idéia em diversas construções, análise das
palavras e frases e composição literária.
A sociedade romana era composta de grandes proprietários: patrícios, grandes proprietários
e plebeus, pequenos proprietários, que eram excluídos do poder, do direito ao voto. Um
nobre romano deveria aprender coisas sobre a agricultura, a guerra e a política. Aos poucos
a camada aristocrática cede lugar a pequenos comerciantes, artesãos e para uma pequena
classe de burocratas. Sentindo a necessidade de escolas que preparasse administradores, já
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que para a guerra não havia necessidade de escola, os quartéis ou a própria guerra
resolviam o problema.
Sendo o direito era uma das grandes atividades em que o homem romano se inseria, nas
vias da vida publica e da política romana, mas não se esquecendo do amplo papel que o
orador representava também dentro dos foros e assembléias, este deveria abarcar uma série
de conhecimentos em sua formação que o ajudassem a tornar persuasiva e verossímil sua
argumentação para os ouvintes. Para tanto, a retórica para os antigos romanos significava a
busca pela persuasão do ouvinte por intermédio da argumentação, e que o êxito de um
orador só era alcançado com o veredicto favorável de um auditório, em que a alma do
ouvinte percebendo um discurso bem pronunciado, repleto de tons que suscitem paixões ou
gestos que expressem o caráter, era levada a acreditar que a fala deste estaria impregnada
de verdade.
O Estado se ocupa diretamente da educação, treinando supervisores-professores cujo
regimento se parecia com os militares. A igreja foi à única instituição a ter direito a
ministrar aulas e, como sempre, a educação foi mais censura do que método: proibia-se a
existência de classes mistas, pedia-se a atenção dos mestres com a sexualidade dos alunos,
exigia-se que os livros adotados fossem aprovados pela Igreja ou então que tivessem seus
trechos “perigosos” cortados.
Para Funari (1993) haviam leis que garantiam certos privilégios às mães de três filhos, pois
cumpriram seu dever, embora alguns documentos atestem à existência de famílias
numerosas contendo cinco, nove e até doze filhos. A educação das crianças era confiada a
uma nutriz (aquela que amamenta) e a um pedagogo, também chamado "nutridor", os quais
desempenhavam um papel decisivo na formação do jovem. As crianças viviam com eles
durante todo o dia; a nutriz ensinava as crianças a falar, enquanto os escravos, chamados
pedagogos, acompanhavam-nas até a escola, a partir dos seis ou sete anos de idade. Aos
doze anos, meninos e meninas se separavam.
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Como herdeiros de parte da tradição grega, os romanos também definiram sua estrutura
educacional e familiar com base no paternalismo. Esposa, filhos e escravos estavam todos
aos seus auspícios. Era comum entre os romanos que irmãos se mantivessem vivendo
debaixo de um mesmo teto ou numa mesma propriedade até a morte de seu pai e que, em
virtude disso, as famílias de irmãos se considerassem toda como parte de uma única e
grandiosa unidade familiar. Além de abrigar durante um bom tempo os seus próprios filhos,
era usual que influentes homens da sociedade romana mantivessem famílias humildes sob a
sua proteção, agindo dessa forma como patronos. Isso garantia a esses poderosos senhores
vantagens como votos em eleições, trabalhadores e, até mesmo, amantes e filhos fora de
seus casamentos.
Dentro da soberania incontestável do pater familias, a família é o meio
natural em que a criança romana deve crescer e se formar. A função de
transmissão dos valores cabia sempre à mãe, que quando não podia
desempenhar esta função, transferia a tarefa para outro membro de idade
madura, apto na transferência dos ideais de moral e severidade. No
primeiro plano, está o ideal moral: a necessidade de formar a
consciência da criança ou do jovem, e ampará-lo com um sistema de
valores morais, reflexos de um tenaz estilo de vida. (MACHADO, 2006,
p.20 )
Os homens das famílias nobres tinham um dia de agenda cheia de compromissos de
trabalho, era comum para os romanos uma educação com atribuições voltada para o caráter
político ou militar. Por esse motivo tinham que preparar documentos, discursos e participar
de conversas com funcionários ou com membros das corporações nas quais atuavam. Já os
plebeus tinham um cotidiano bastante duro, tendo que acordar cedo e se alimentar de forma
espartana antes de assumir suas funções no campo como agricultores, no comércio ou na
prestação de pequenos serviços em áreas urbanas e trabalhar até o final do dia, quando
retornavam para suas casas, exaurido pela longa jornada e pelo trabalho pesado.
Mas o toque definitivo na formação deles era dado pelo exército. Quanto
mais um cidadão era rico, mais impostos tinha de pagar e mais anos
devia prestar de serviço militar. Para quem desejava iniciar uma carreira
pública, o mínimo era dez anos. Portanto, praticamente só os ricos
podiam abraçá-la, pois somente eles podiam passar tanto tempo longe da
terra ou da oficina. Mas também os que se contentavam em exercer seus
direitos políticos, isto é, os do voto, deviam ser soldados. De fato, era
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como tal, ou seja, como membros da centúria, que participavam da
Assembléia Centurial, o corpo máximo legislativo do Estado, dividida,
como já dissemos, em suas cinco classes. (MONTANELLI, 1989, p.75)
Como já foi retratado anteriormente, para Funari (1993, p.52) a educação era privilegio de
poucas crianças romanas, apenas os meninos de famílias abastadas tinham esse privilégio.
Ensinava-se o latim e o grego, cálculos, literatura e retórica. “Os meninos ricos
normalmente contavam com preceptores, uma espécie de professores particulares, que
ensinavam uma série de disciplinas. Aprendiam não apenas ler e a escrever, como
estudavam grego, muitas vezes antes do próprio latim”. As meninas tinham que aprender os
deveres domésticos com suas mães, as pessoas provenientes de famílias humildes
raramente eram alfabetizadas e os meninos eram preparados para seguirem a formação
voltada para o exército.
Como não existia a escola pública, somente os meninos, se pertencessem a uma família
abastada, continuavam seus estudos, passando pelo secundário até atingir o ensino superior.
Sob a supervisão de um professor de literatura, estudavam os autores clássicos, a mitologia,
as ciências humanas, etc. Pretendia-se formar um jovem instruído nas belas letras,
desenvolvendo sua capacidade de retórica, sua eloqüência. Já as meninas não continuavam
seus estudos, pois entre os doze e quatorze anos eram consideradas adultas, os homens as
chamavam de "senhora", e algumas já eram entregues em casamento desde esta tenra idade.
Assim, era o marido, escolhido pelo pai da noiva, que cuidava da educação dessas jovens
romanas.
Já para Giardina (1992, p.7), a educação aplicada ao cidadão romano tratava-se em
primeiro lugar do ensino da retórica e a preparação para a carreira militar. Sabendo que a
possibilidade de ingresso nesta etapa do ensino era restrita a uma parcela muito reduzida da
sociedade romana, e o homem romano autor era definido como “um homem não
particularmente brilhante, menos culto do que o grego, mas guerreiro e disciplinado e por
tanto eficiente e valente como nenhum outro”. E que para compreender e entender o perfil
do homem romano é por influencia da própria história romana, ou seja, por intermédio das
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lutas políticas, religiosas que era moldado o perfil desta criança que futuramente se
transformaria em um homem pronto para defender os valores e anseios da sua sociedade.
Mas, concebia-a apenas na medida em que ela se completava e se
concretizava num contrato político que concretizava cada homem em
cidadão ou que, mais exatamente, definia a humanidade através da
qualidade de cidadão: só é verdadeiramente homem aquele que é
também cidadão, como só é verdadeiramente povo aquele que é livre e
soberano. [...] Seja como for, os modernos não fizeram, mas do que
perpetuar esta nostalgia retrospectiva. (GIARDINA, 1992, p.21)
A educação romana teve que produzir o homem necessário para a relação com a sociedade.
Desta forma, era preciso fazer com que a criança desde cedo entendesse que educação
voltada para a grande originalidade do ensino latino era o fato de oferecer à ambição dos
jovens a carreira jurídica, pois para os romanos o homem que conhece o direito, que sabe a
fundo as leis, os costumes, regras processuais, o repertório da jurisprudência, o homem que
diz o direito, que tem a habilidade de o pô-la em execução.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este texto teve como objetivo, fazer uma reflexão sobre a família na sociedade romana
antiga, com o objetivo de entender o ideal de homem e seus anseios, os quais acontecem a
partir das condições e vivências sociais que estruturam o perfil da família romana.
No primeiro momento enfatizamos o perfil e os ideais da família romana em relação à
todos os membros que compõem a família romana. As famílias eram muito numerosas, mas
o nascimento de uma criança era um evento muito especial, confirmava a continuação da
linhagem familiar e acrescentava respeito a esta. O anúncio da vinda de uma nova criança
requeria certos costumes a serem observados para a introdução de um bebê saudável na
família. A futura mãe era cuidada somente por outras mulheres da comunidade, mas
continuava a conviver em seu ambiente familiar e o seu marido poderia passar somente
poucos períodos de tempo com ela durante toda a gravidez. Normalmente era função do
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marido assumir todas as tarefas domésticas enquanto a sua esposa não era mais capaz de
realiza-las.
Na seqüência, traçamos um breve olhar da sociedade romana perante a educação. Ela tinha
como base a retórica, entendida como um importante instrumento de ação política. A
educação transmitida para a criança, era utilitária e moralista, organizada pela disciplina e
justiça, o que caracteriza o homem em todos os tempos e lugares. Neste sentido, pode-se
entender que a criança e a educação nada mais são do que o reflexo da sociedade em que
vivem.
REFERÊNCIAS
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GIARDINA, Andréa (org.). O Homem Romano. Lisboa: Artes Gráficas, 1992.
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