PPG-MA – Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
PPG-MA – Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente
Movimentos Sociais (Antropologia do Meio Ambiente)
Prof. Rosane M. Prado
No de Créditos: 4 (quatro), 60 horas, 15 sessões
Período: 2º. Semestre de 2009
Horário: Quartas-feiras, de 9h as 13h
Local: Sala de Aula do PPCIS – 9017A
“ANTROPOLOGIA DO MEIO AMBIENTE”
Prof. Rosane M. Prado
EMENTA
Discursos e práticas “ecológicas” correspondem a um plano de normatização
fortemente presente na contemporaneidade, e que tem sido objeto de estudo e tema
de uma avassaladora literatura que vem se acumulando. Pode-se dizer que tem
havido nos tempos recentes – mais claramente a partir da década de setenta do
século XX – uma espécie de “ecologização” da vida, que se manifesta nas
preocupações com o “meio ambiente”. Nesse contexto, por um lado, se constata
uma pretensão de civilizar ecologicamente “o outro”. A marca do ecológico – o
prefixo “eco”, o verbo “ecologizar” – é como um selo de garantia, seja de positividade,
seja de importância de um fato ou questão. Por outro lado, se é possível reconhecer
aí uma ideologia ambientalista que emana de certos pólos no Ocidente, há também
expressões diferenciadas, rebatimentos e conversões dessa ideologia, conforme
diferentes configurações sócio-culturais.
Neste curso, a partir da perspectiva da antropologia social, serão abordados, de um
lado, essa ideologia ambientalista e suas pretensões universalistas, e de outro lado,
as traduções e apropriações variadas desse sistema de valores ecológicos. Trata-se
de avaliar os próprios conceitos de meio ambiente, ecologia e temas correlatos,
focalizando as referências históricas e culturais dos mesmos; de considerar a
percepção e os significados de meio ambiente/ecologia segundo diferentes visões de
mundo e saberes locais; de reconhecer as formas de lidar com a natureza e de
representá-la, a percepção de risco e de outras “questões ambientais” em distintos
grupos humanos.
As perspectivas da etnoecologia (ecologias nativas ou específicas) e do
etnodesenvolvimento (desenvolvimento para as populações nativas/locais) serão
examinadas, tendo como pano de fundo a relação entre o que se pode chamar de
“ideologias ecológicas/ambientalistas” e as “visões nativas/locais”. Nesse sentido,
serão focalizados estudos de casos, em especial referentes ao Brasil e aos impasses
em torno das populações que habitam áreas protegidas.
PROGRAMA
Apresentação
Sessão 1
(26/08/09)
- Apresentação e discussão da proposta do curso.
- Apresentação dos alunos, seus interesses e projetos.
A perspectiva da antropologia
Sessão 2
(02-09-09)
- SAHLINS, Marshall. O “pessimismo sentimental” e a experiência etnográfica: por
que a cultura não é um “objeto” em via de extinção - Parte I. Mana 3/1 (Estudos de
Antropologia Social), abril/1997. Rio de Janeiro: PPGAS, Museu Nacional, UFRJ/Ed.
Contracapa, 1997.
- SAHLINS, Marshall. O “pessimismo sentimental” e a experiência etnográfica: por
que a cultura não é um “objeto” em via de extinção - Parte II. Mana 3/2 (Estudos de
Antropologia Social), outubro/1997. Rio de Janeiro: PPGAS, Museu Nacional,
UFRJ/Ed. Contracapa, 1997.
[dia 09/09/09, estarei fora e não teremos aula]
Sessão 3
(16/09/09)
- MILTON, Kay. Introduction: Environmentalism and anthropology. In ____. (org.)
Environmentalism. The view from anthropology. Londres e Nova York: Routledge,
1993.
- LITTLE, Paul Ecologia política como etnografia: um guia teórico e metodológico.
Horizontes Antropológicos ano 12 nº 25, Antropologia e Meio Ambiente. Porto
Alegre: UFRS, 2006.
- leitura compl.: CROLL, Elizabeth & PARKIN, David. Cultural understandings of
the environment. In ____. (orgs) Bush base: Forest farm. Culture, environmment
and development. Routledge: Londres, 1992.
A ideologia ecológica, sua perspectiva universalizante e seus corolários
Sessão 4
(23/09/09)
- LEIS, Hector. Modernidade insustentável. Petrópolis: Vozes, 1999.
- RIBEIRO, Maurício Andrés. Parte 1 - Princípios para a ação. In ____. Ecologizar:
pensando o ambiente humano. Belo Horizonte: Rona Edit., 2000.
Sessão 5
(30/09/09)
- LEITE LOPES, José Sérgio. Sobre processos de ‘ambientalização’ dos conflitos e
sobre dilemas da participação. Horizontes Antropológicos ano 12 n. 25, Antropologia
e Meio Ambiente. Porto Alegre: UFRS, 2006.
- CORREA, Silvia Borges. Cap. III – O processo ambientalizador e a etiqueta
ambiental na CSN. In ____. O processo ambientalizador e a etiqueta ambiental da
empresa que ‘pensa verde’: O caso da Companhia Siderúrgica Nacional. Tese de
doutorado. Rio de Janeiro:UERJ, 2006.
ELIAS, Nobert.
Cap. 2 (parte) - A civilização como transformação do
comportamento humano, p.68-99. In ____. O processo civilizador. Uma história dos
costumes. Rio de Janeiro: jorge Zahar Edit., 1990.
(Convidada: Silvia Borges Correa – a confirmar)
Impactos sócio-ambientais
Sessão 6
(07/10/09)
- SIGAUD, Lygia. Efeitos sociais de grandes projetos hidrelétricos: as barragens de
Sobradinho e Machadinho. In ROSA, Luiz Pinguelli et. al.Impactos de grandes
projetos hidrelétricos e nucleares. Rio: Marco Zero, 1988.
- Filme: Adeus Rodelas
Construção e distribuição social do risco
Sessão 7
(14/10/09)
- BECK, U. Chap. 1 - On the logic of wealth distribution and risk distribution. In ___.
Risk society Towards a new modernity. Londres: Sage Publications, 1992.
- SILVA, Gláucia Oliveira da. Risco tecnológico e tradição: notas para uma
antropologia do sofrimento. Antropolítica n. 7, Niterói: EdUFF, 1999.
- leitura compl.: DOUGLAS, Mary. Risk and blame. Londres: Routledge, 1992.
Introdução e cap. 1.
(Convidada: Gláucia Oliveira da Silva – a confirmar)
Sessão 8
(21/10/09)
- DAS, Veena. Chap. Six: Suffering, legitimacy and healing: The Bhopal case. In
____. Critical events. An anthropological perspective on contemporary India. Delhi:
Oxford Un. Press, 1996.
PRADO, Rosane M. A beleza traída: reação da população de Angra dos Reis à
usina nuclear. In Antropolítica nº 13 (2º sem. 2002). Niterói: EdUFF, 2002.
A “indigenização” da ecologia – perspectivas locais
Sessão 9
(28/10/09)
- LITTLE, Paul E. Etnoecologia e direitos dos povos: elementos de uma nova ação
indigenista. In SOUZA LIMA, Antonio Carlos e BARROSO-HOFFMANN, Maria
Introdução (orgs.) Etnodesenvolvimento e políticas públicas: bases para uma nova
política indigenista. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria/LACED.
- PRADO, Rosane. A indigenização da Agenda 21: Reflexão a partir de um caso na
Ilha Grande (Angra dos Reis, RJ). XXVII Encontro Anual da ANPOCS, Caxambu MG, 2003
- (referência anterior: SAHLINS, Marshall. O “pessimismo sentimental” e a
experiência etnográfica: por que a cultura não é um “objeto” em via de extinção Parte I. Mana 3/1 (Estudos de Antropologia Social), abril/1997. Rio de Janeiro:
PPGAS, Museu Nacional, UFRJ/Ed. Contracapa, 1997.)
Áreas protegidas e populações locais
Sessão 10 (04/11/09)
- DIEGUES, Antonio Carlos. O mito moderno da natureza intocada. São Paulo:
Hucitec, 1998. (partes a definir)
- ADAMS, Cristina. As populações caiçaras e o mito do bom selvagem: a
necessidade de uma nova abordagem interdisciplinar. In Revista de Antropologia v.
43 n. 1. São Paulo:USP, 2000.
- Filmes:
Vida caiçara, de Luiz Bargmann
Vestígios, de Cecilia Lang et al.
Sessão 11 (11/11/09)
- BARRETO FILHO, Henyo. Da nação ao planeta através da natureza: uma
abordagem antropológica das unidades de conservação de proteção integral na
Amazônia brasileira. Tese de doutorado. São Paulo: USP/PPGAS/FFLCH, 2001
(partes a indicar).
- SILVEIRA, Luciana Braga. Os donos da natureza: patrimônio, posse e
propriedade na instituição de RPPNs. Tese de doutorado. Rio de Janeiro:
UERJ/PPCIS, 2009.
Sessão 12 (18/11/09)
- INGOLD, Tim & KURTTILA, Terhi. Perceiving the environment in Finnish Lapland.
Body Society 2000; 6; 183.
- PRADO, Rosane & CATÃO, Helena. Fronteiras do manejo: embates entre
concepções num universo de conservação. 26ª. Reunião Brasileira de Antropologia,
Porto Seguro, 2008.
(Convidada: Helena Catão – a confirmar)
Arrematando com uma determinada perspectiva
Sessão 13 (25/11/09)
- INGOLD, Tim. Sobre a distinção entre evolução e história. Antropolítica n.20.
Niterói: EdUFF, 1. sem. 2006.
- INGOLD, Tim. Introdução a O que é um animal. Antropolítica n.22. Niterói:
EdUFF, 1. sem. 2007.
Sessão 14 (02/12/09)
- VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. O nativo relativo. Mana (Estudos de
Antropologia Social), vol. 8 n.1. Rio de Janeiro: PPGAS, Museu Nacional, UFRJ/Ed.
Contracapa, abr.2002.
Sessão 15 (09/12/09)
- Apresentação e discussão das propostas de trabalho dos alunos.
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