Avanços na área da dor são bem visíveis

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Filomena Aleixo
Pires
Cristina
Maria dos
Caldeira
Anjos
Pereira Lopes
Psico-hipnoterapia:
Bandas
neuromusculares
uma intervenção
Capacitar
o cliente na
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avaliação dano
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dor
com
dor
crónica
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P. 3
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Luís
Javier
Abrantes
Durán
Curso
TratarECOASTOR
a dor com...aposta
em hipnose
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P. 5P. 3
Dulce
Javier
Guerreiro
Durán
Elsa
Teresa
Verdasca Curso ECOASTOR
Fontinhas
/ Maria
Singularidade
Curso ECOASTOR
na gestão
aposta
Ozonoterapia em dor
Simulador de
do Céucrónica
Santo
hand-on
da
emdor
caráter
irruptiva
neuroestimulação
_ _
P. 7P. 3
_
P. 7
Dor e gineceu
_
P. 8
medular pela 1.ª vez em
Portugal
_
P. 7
Publicações
www.justnews.pt
Congresso
DIREtor:
DIREtoR: José Alberto
AlbERto Soares
soAREs
Distribuição
DIstRIbuIção gratuita
gRAtuItA
no dia
DIA 27 de janeiro 2017
Lisboa
Lisboa| |2727janeiro
janeiro
Manter
Consultaum bom
estado
nutricional
da Unidade
da Dor
Carla Adriana Santos
Nutricionista,
nutricionista,Unidade
unidadeDor
Dordo
Hospital
Garcia
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Orta
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BEAtriz Craveiro
CrAVEiroLopes,
LoPES coordenadora
CoorDEnADorA da
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“Avanços na área da dor
são bem visíveis”
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P. 2
CEntro Hospitalar
hoSPitALAr Lisboa
LiSBoA Norte
nortE
Centro
Aliviar a dor
persistente com
tratamentos
farmacológicos,
psicoterapia e
hipnose
P. 8/9
Aliviar a dor
persistente com
tratamentos
farmacológicos,
psicoterapia
e hipnose
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P. 4/5
MAnUEL
ManuelPEDro
PedroriBEiro
RibeiroDA
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Silva,
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“Melhorámos
muito no
tratamento
da dor, mas
continuamos
a algumas
dificuldades”
P. 6/7
“Melhorámos
muito no
tratamento
da dor, mas
continuamos
a ter algumas
dificuldades”
_
P. 6/7
A dor é uma experiência multidiA dor édesagradável,
uma experiência
mensional
que multidienvolve
mensional desagradável, que envolve
não só um componente sensorial, mas
não só um componente sensorial, mas
também um componente emocional. A
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dor
crónica éé um
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dor crónica
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fisiológicos, psicossociais
psicossociais e/ou
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patológicos.
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génese
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contra
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inflamatório
persistente
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persistente
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patologias
como patologias
o cancro, diabetes,
cancro, diabetes,
cardíacas
e
doenças
cardíacas doenças
e dor crónica.
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A alimentação
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pode
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expressão
nuir fornecimento
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fornecimento
pelo
alimentos
ricos em
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em substâncias
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A
dimatórias. A diminuição da expressão antiminuição da expressão
anti-inflamatória
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a diminuição
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a melhoria
da qualidade
de vida.
melhoria
da
qualidade
de
vida.
O envelhecimento é um processo
O envelhecimento é um processo
natural, com consequências fisiológicas
natural, com consequências fisiológicas
e ocorrências patológicas, considerane ocorrências patológicas, considerando-se
do-se aa população
populaçãoidosa
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risco
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muscular
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funcional
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e da capacidade
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é indutora
da obesidade,
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mudançasno
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agravando
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no corpo,a dor.
agravando a dor.
A intervenção multidisciplinar
multidisciplinar éé
fundamental. Tanto na
na prevenção
prevençãocomo
como
na manutenção da saúde
saúde dos
dos idosos,
idosos,
permitindo-lhes uma melhor
melhor qualidade
qualidade
de
vida.
de vida.
Como
alimentação sausauComo regras
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de alimentação
dável
devemos
atender
sempre
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princípios
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quantidade ee
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acrescenta-se
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e a hidrataa digestibilidade,
a palatibilidade
e a
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devendodevendo
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tudo
O uso de confeções,
acimaindividualizada.
de tudo individualizada.
O uso
preparações
e apresentações
de confeções,
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e apresenvisualmente
e sensorialmente
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sensorialmente
agradáveis
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manter
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manter um bom estado
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bom
estado
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Temos como alimentos com proTemosanti-inflamatórias:
como alimentos com propriedades
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Chás: ricos em compostos fenólicos
Chás: ricos
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são em
anti-inflamatórios
por
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excelência.
por Condimentos,
excelência. ervas e especiarias:
Condimentos, ervas e especiarias:
açafrão, alho e gengibre estão entre
açafrão, alho e gengibre estão entre
os mais potentes anti-inflamatórios
os mais potentes anti-inflamatórios
naturais, são fonte de fitoquímicos
naturais, são fonte de fitoquímicos
anti-inflamatórios.
anti-inflamatórios. Também
Também com
com ação
ação
anti-inflamatória
temos
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alecrim,
anti-inflamatória temos o alecrim, anis,
anis,
manjericão,
manjericão, cacau,
cacau, canela,
canela, cravo,
cravo, coencoentro,
tro, curcuma,
curcuma, hortelã,
hortelã, menta,
menta, orégão,
orégão,
pimenta,
pimenta,salsa,
salsa,tomilho.
tomilho.
Bagas:
Bagas: frescas
frescas ou
ou congeladas. São
fonte
fonte de
de fitonutrientes,
fitonutrientes, como os polifenóis
nóiseeasasantocianidinas.
antocianidinas.
Legumes
Legumeseehortaliças:
hortaliças: cruas ou cozidas.Fonte
Fonte de
de fibras, vitaminas, minerais
das.
fitonutrientes, como
como bioflavonoides e
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com ação
ação antioxidante e
carotenoides,
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damembrana
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celular.
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destaque
A intervenção
multidisciplinar é
fundamental. Tanto
na prevenção como
na manutenção da
saúde dos idosos.
Frutas: de preferência da estação
Frutas:mas
de apreferência
da estação
e frescas,
opção congelada
(pol-e
frescas,
mas a opção
congelada
(polpas)
pas) também
pode ser
considerada.
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ser considerada.
São fontee
fonte depode
fibras,
vitaminas, minerais
de
fibras, vitaminas,
mineraisEx:
e fitoquífitoquímicos
antioxidantes.
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antioxidantes.
Ex: abacate,
abate, abacaxi,
acerola, açaí,
amora, cereja, coco,
framboesa,
goiaba,
groselha,
caxi,
acerola,
açaí, amora,
cereja,
coco,
kiwi, laranja,
limão,groselha,
lima, maçã,
mamão,
framboesa,
goiaba,
kiwi,
laranmaracujá,
mirtilo,
morango,
ja,
limão, lima,
maçã,
mamão, nectarina,
maracujá,
pera, pêssego,
ruibarbo,
tangemirtilo,
morango,romã,
nectarina,
pera, pêsserina
e
uva.
go, romã, ruibarbo, tangerina e uva.
2 | Jornal Médico
27 de janeiro 2017
29
2016
15º Convénio
14º
ASTOR
BEAtriz CrAVEiro LoPES, CoorDEnADorA DA UniDADE Dor Do hoSPitAL gArCiA DE ortA E rESPonSáVEL PELA orgAnizAção DAS JornADAS:
“As melhorias na área da dor são bem visíveis”
Segundo Beatriz Craveiro Lopes, as Jornadas da Unidade Dor do Hospital
Garcia de Orta surgiram, há 24 anos, da necessidade de dar a conhecer aos
vários serviços daquela unidade hospitalar e aos cuidados de saúde primários
da sua área de influência a existência e o trabalho da Unidade Dor, criada
nessa mesma altura. Em entrevista à Just News, a responsável por esta
iniciativa e coordenadora da Unidade Dor do HGO, em Almada, recorda a
criação deste espaço, as razões da formação da ASTOR, fala dos projetos
e sublinha que, apesar das dificuldades, esta é uma área que tem vindo a
desenvolver-se, a evoluir e cujas melhorias estão bem patentes.
Just News ( JN) – Estas são as 24.as
Jornadas da Unidade Dor do Hospital
Garcia de Orta e o 15.º Convénio da ASTOR. Como surgiu a ideia de iniciar estas
Jornadas?
Beatriz Craveiro Lopes (BCL) – A
ideia surgiu da necessidade de divulgar, tanto aos restantes serviços do Hospital Garcia
de Orta, como aos centros de saúde da sua
área de influência, a criação da Unidade Dor.
Naquela altura, não exista ainda qualquer
unidade dor, verificámos que essa era uma
necessidade e, de facto, passados 24 anos,
temos cada vez mais doentes. Foram feitos
convites formais às instituições e aos profissionais de saúde das principais áreas relacionadas com a dor, ou seja, aos médicos,
enfermeiros e psicólogos e, na altura, ficámos agradavelmente surpreendidos, com a
adesão de 200 pessoas logo de início.
Na época da realização das 1.as Jornadas,
em 1994, a Unidade Dor, então constituída
só por mim e pela Sr.ª Enf.ª Olga Carmona,
seguia apenas doentes referidos pelos serviços do próprio hospital e fazia, também, a
dor aguda do pós-operatório. Porém, após
a sua realização, verificou-se grande adesão
por parte dos centros de saúde, que passaram a referenciar-nos doentes, cada vez em
maior número. Felizmente, hoje, a Unidade
Dor evoluiu para o que é um centro multidisciplinar de dor, constituída por uma equipa residente de 14 pessoas, entre médicos,
enfermeiros e psicólogos, com capacidade
para diagnosticar e tratar os doentes que a
ela acorrem, referenciados, quer pelos centros de saúde, quer pelos especialistas hospitalares das redes pública e privada.
JN – Passados nove anos, as Jornadas
começaram a ser realizadas em conjunto
com o Convénio da ASTOR. Como surgiu
esta ligação?
BCL – Antes de mais, é preciso referir
que a ASTOR é constituída pelos profissionais da Unidade Dor e que foi formada com
o objetivo de ser uma entidade sem fins
lucrativos. Com a realização anual das Jornadas e com o apoio da Indústria Farmacêutica, passámos a ter verbas que tinham de ter
um fim e foi por essa razão que criámos a ASTOR (Associação para o Estudo e Desenvolvimento da Terapêutica da Dor), o principal
mecenas do centro multidisciplinar de dor.
As verbas resultantes de eventos ou trabalhos realizados pelos nossos profissionais
não são recebidas individualmente, mas sim
dirigidas para a ASTOR. É desta forma que
organizamos ações de formação nacionais e
internacionais e que mantemos a atualização
de todo o equipamento médico e não médico do centro. À exceção dos computadores e
BCL – Já vamos para a 24.ª edição, porém, existem sempre preocupações e ansiedades. Esta é uma organização complexa,
mas o espírito de equipa da Comissão Organizadora é excelente. Somos um conjunto
de profissionais que trabalham juntos há
anos, apoiados por um secretariado que colabora connosco há muito tempo, a Cast, e
uma criativa que nos dá um apoio em pleno,
Teresa Carracho. Tudo é agilizado. Contudo,
obviamente, existem sempre assuntos por
resolver, sobretudo devido aos patrocínios,
BCL – Absolutamente! É a necessidade
de divulgação, no sentido de informar, sensibilizar e formar. Nada se desenvolve e evolui
à velocidade que gostaríamos, no entanto, as
melhorias nesta área da dor são bem visíveis.
Aliás, a tipologia e a dimensão da audiência,
que anualmente vêm crescendo, mostra isso
mesmo. Cada vez temos mais médicos de várias especialidades, não apenas a palestrar,
mas também a assistir às Jornadas.
JN – Além dos médicos, as Jornadas
destinam-se também…
BCL – A enfermeiros, psicólogos, sociólogos, assistentes sociais, nutricionistas…
Todas as áreas que, eventualmente, possam
estar relacionadas com a Medicina da Dor,
que é transversal a tudo e a todos.
JN – Deveriam organizar-se mais reuniões na área da dor em Portugal?
BCL - Reuniões de grande dimensão talvez não, por não existir produção científica
que o justifique. Porém, penso que deveriam
organizar-se mais eventos pequenos, monotemáticos, bem dirigidos e circunscritos, de
forma a poderem aprofundar-se determinadas áreas que o público-alvo entenda como
necessárias. Algumas áreas são “cinzentas”.
Beatriz Craveiro Lopes | Projetos não nos faltam!
impressoras, tudo o que existe neste espaço,
desde as tintas ao pavimento, é comprado com
dinheiro do mecenato, cujo principal patrocinador é, como já mencionei, a ASTOR.
JN – Como é para si organizar estas
Jornadas?
que já não são como anteriormente. A Indústria Farmacêutica está mais comedida na sua
participação.
JN – Os objetivos gerais delineados
há 24 anos mantêm-se até hoje?
Há, por exemplo, quem confunda a Medicina da Dor com a Medicina Paliativa. Apesar
de se cruzarem em determinadas circunstâncias, trata-se de áreas e de realidades muito
diferentes. O mesmo se passa com a Medicina Física e de Reabilitação, a Neurologia e
JORNAL MÉDICO CONgRessO
diretor: José Alberto soares ([email protected]) assessora da direção: Cláudia nogueira ([email protected]) assistente de direção: goreti Reis ([email protected]) redação: Maria João garcia ([email protected]), sílvia
Malheiro ([email protected]), susana Catarino Mendes ([email protected]) Fotografia: Joana Jesus ([email protected]), nuno branco - Editor ([email protected]) Publicidade: Ana Paula Reis ([email protected]),
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n.º 25, E 3, 1990-196 lisboa jornal Médico Congresso é uma publicação da just news, dirigida a profissionais de saúde impressão: Impress - Impressral Centre unipessoal, lda. notas: 1. A reprodução total ou parcial de textos ou fotografias é possível, desde que
devidamente autorizada e com referência à Just news. 2. Qualquer texto de origem comercial eventualmente publicado neste jornal estará identificado como “Informação”.
Neurorradiologia, a Neurocirurgia, a Cirurgia Vascular e também com a Medicina Geral
e Familiar, uma vez que a principal patologia
desta Unidade Dor é a lombalgia, que cruza
com várias especialidades médicas.
JN – Quais as suas expectativas em
relação à reunião deste ano?
BCL – São boas. Há alguma ansiedade,
porém, o interesse manifestado pelos colegas, até ao momento, é muito bom. Este
ano, convidámos a Unidade Dor do Hospital
de Santa Maria, CHLN, já muito diferenciada. Com certeza que teremos excelentes
apresentações. Desde há 14 anos que, ano
sim, ano não, convidamos uma Unidade
Dor nacional para colaborar na organização
das Jornadas e nos mostrar o trabalho que
desenvolve. Este seria o ano de não termos
convidados. No entanto, decidimos alterar,
uma vez que, em 2018, fazemos 25 anos,
Bodas de Prata, e gostaríamos que as Jornadas fossem organizadas apenas pelo nosso
centro. Queremos fazer uma avaliação do
nosso trabalho, mostrar o que temos feito,
de onde viemos, onde estamos e para onde
queremos ir.
JN – Projetos futuros?
BCL – Há sempre projetos. Temos uma
parceria com a Unidade Dor do Hospital
Central de Maputo, em 2015 e 2016, em que
foram feitas quatro missões com o apoio da
Fundação Calouste Gulbenkian, tal como
em anos anteriores, e acreditamos que, em
2017, teremos mais ações fora do país. Temos também projetos de formação. Uma
das ações é dirigida aos enfermeiros, para
que possam dar treino em países estrangeiros. A outra é para médicos, sobre técnicas
invasivas. Apesar de já as realizarmos na
nossa Unidade, queremos acompanhar o
que há de mais moderno e atual. Além disto,
temos a decorrer o projeto de uma pequena
ampliação do espaço da Unidade e da remodelação total de todo o mobiliário e equipamento. Projetos não nos faltam!
“Cada vez temos mais
médicos de várias
especialidades, não
apenas a palestrar,
mas também a assistir
às Jornadas.”
[email protected]
[email protected]
Tel. 21 893 80 30
www.justnews.pt
Publicações
27 de janeiro 2016
2017
29
Comparticipado até 95%
Regime Especial
Bandas
neuromusculares
Jornal Médico | 3
15º
14º Convénio
ASTOR
Portaria nº 329/2016
Portaria nº 331/2016
FORÇA
RESPEITO
Contra a Dor
Pelo doente
Analgesia*
Filomena Aleixo Piza
* Oxicodona
** Naloxona
Enfermeira especialista
na área médico-cirúrgica,
Hospital garcia de orta.
Medicina da Dor
As BNM têm vindo a
alcançar resultados
interessantes.
Inicialmente utilizadas no meio desportivo, as
BNM têm vindo a alcançar resultados interessantes,
por exemplo, em pessoas com dor associada à patologia musculoesquelética. Destacam-se alguns dos
principais efeitos fisiológicos, como diminuição da
dor, suporte muscular, drenagem e correção articular.
A BNM consiste num fio de polímero elástico,
hipoalergénico, pois está envolvido em fibras de
100% algodão. Na sua conceção existe a preocupação de aproximação às características da pele humana, nomeadamente, de elasticidade, espessura e
adesão. Pode ser aplicada em qualquer músculo ou
articulação, com a duração variável de 3 a 7 dias.
Apresenta como vantagens a não limitação de
movimentos, o facto de não se deslocar, nem alterar
a sua a função com a água, o que possibilita o seu
uso contínuo.
No entanto, existem situações em que a aplicação de uma BNM necessita de precauções ou está
desaconselhada, nomeadamente, em pessoas com
tromboses venosas, feridas, traumatismos graves,
edemas, gravidez (abdómen), diabéticos (locais de
administração de insulina, pé diabético) e em caso
de alergia.
Os resultados favoráveis na utilização das BNM
dependem de uma correta avaliação da pessoa e
da dor crónica, da seleção da região corporal e da
respetiva técnica de aplicação da BNM. Igualmente
importante, a explicação dos objetivos do tratamento
à pessoa com dor, dos cuidados a ter e da necessidade de manter o regime terapêutico instituído. Como
qualquer outra intervenção farmacológica ou não
farmacológica, a opção pela utilização de BNM requer da parte dos profissionais um acompanhamento, avaliação e registo dos resultados obtidos.
.
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Função intestinal
preservada**
Medicamento Sujeito a Receita Médica Especial
1. Resumo das características do medicamento Targin (21.12.2011).
Ferrer Portugal, S.A.
Rua Quinta do Paizinho, n.º 1 - 1º Dtº, Portela de Carnaxide • 2794-066 Carnaxide •Tel: 214 449 600 - Fax: 214 449 699
Contribuinte 500 069 190 • Capital Social: e 600.000,00
FP0090 - Janeiro/2017
O controlo da dor crónica é um desafio que
se impõe àqueles que diariamente lidam com este
problema de saúde. Exige dos profissionais de saúde cuidados complexos e diferenciados, que englobem simultaneamente intervenções farmacológicas
e intervenções não farmacológicas. As bandas neuromusculares (BNM) inserem-se nesta última área
de intervenção. A BNM foi criada por um médico
japonês, Kenso Kase, baseado no princípio de que
o movimento e a atividade musculoesquelética são
essenciais para prosseguir o projeto de saúde da pessoa. Através da utilização da BNM, pretendia replicar
a ação das mãos do profissional no corpo da pessoa.
Cada 12 horas1
NOME DO MEDICAMENTO: Targin 5 mg/2,5 mg; 10 mg/5 mg; 20 mg/10 mg; 40 mg/20 mg comprimidos de libertação prolongada. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA: Targin 5 mg/2,5 mg: Cada comprimido de libertação prolongada contém 5 mg de cloridrato
de oxicodona equivalente a 4,5 mg de oxicodona, 2,73 mg de cloridrato de naloxona di-hidratado equivalente a 2,5 mg de cloridrato de naloxona e a 2,25 mg de naloxona. Targin 10 mg/5 mg: Cada comprimido de libertação prolongada contém 10 mg de cloridrato de
oxicodona equivalente a 9,0 mg de oxicodona, 5,45 mg de cloridrato de naloxona di-hidratado equivalente 5,0 mg de cloridrato de naloxona e a 4,5 mg de naloxona. Targin 20 mg/10 mg: Cada comprimido de libertação prolongada contém 20 mg de cloridrato de oxicodona
equivalente a 18,0 mg de oxicodona, 10,9 mg de cloridrato de naloxona di-hidratado equivalente a 10,0 mg de cloridrato de naloxona e a 9,0 mg de naloxona. Targin 40 mg/20 mg: Cada comprimido de libertação prolongada contém 40 mg de cloridrato de oxicodona
equivalente a 36,0 mg de oxicodona, 21,8 mg de cloridrato de naloxona di-hidratado equivalente a 20,0 mg de cloridrato de naloxona e a 18,0 mg de naloxona. Excipiente com efeito conhecido: Targin 5 mg/2,5 mg: Cada comprimido de libertação prolongada contém
68,17 mg de lactose anidra. Targin 10 mg/5 mg: Cada comprimido de libertação prolongada contém 61,04 mg de lactose anidra. Targin 20 mg/10 mg: Cada comprimido de libertação prolongada contém 51,78 mg de lactose anidra. Targin 40 mg/20 mg: Cada comprimido
de libertação prolongada contém 103,55 mg de lactose anidra. Lista completa de excipientes, ver secção 6.1. FORMA FARMACÊUTICA: Comprimido de libertação prolongada. Targin 5 mg/2,5 mg: Comprimidos revestidos por película, azuis, oblongos, tendo gravado
“OXN” numa das faces e “5” na outra. Targin 10 mg/5 mg: Comprimidos revestidos por película, brancos, oblongos, tendo gravado “OXN” numa das faces e “10” na outra. Targin 20 mg/10 mg: Comprimidos revestidos por película, cor-de-rosa, oblongos, tendo gravado
“OXN” numa das faces e “20” na outra. Targin 40 mg/20 mg: Comprimidos revestidos por película, amarelos, oblongos, tendo gravado “OXN” numa das faces e “40” na outra. INFORMAÇÕES CLÍNICAS: Indicações terapêuticas: Dor intensa que apenas pode ser
adequadamente tratada com analgésicos opiáceos. A naloxona, um antagonista dos opiáceos, é adicionada para contrariar a obstipação induzida pelos opiáceos através do bloqueio do efeito da oxicodona localmente a nível do intestino. Posologia e modo de
administração: Via oral. Posologia: O efeito analgésico do Targin é equivalente ao das formulações de libertação prolongada de cloridrato de oxicodona. A dose deve ser ajustada à intensidade da dor e à sensibilidade de cada doente. Salvo prescrição contrária, Targin deve
ser administrado como se segue: Adultos: Para um doente que nunca tomou opiáceos, a dose inicial habitual é de 10 mg/5 mg de cloridrato de oxicodona/cloridrato de naloxona com intervalos de 12 horas. Os doentes já medicados com opiáceos poderão, inicialmente,
tomar doses mais elevadas de Targin, dependendo da sua experiência anterior com opiáceos. Targin 5 mg/2,5 mg destina-se à titulação da dose quando se inicia a terapêutica com opiáceos e ao ajuste individual da dose. A dose diária máxima de Targin é de 80 mg de
cloridrato de oxicodona e 40 mg de cloridrato de naloxona. Nos doentes que requerem doses mais elevadas de Targin, deverá considerar-se a administração suplementar de cloridrato de oxicodona de libertação prolongada nos mesmos intervalos de tempo, tendo em
consideração a dose diária máxima de 400 mg de cloridrato de oxicodona de libertação prolongada. No caso de uma administração suplementar de cloridrato de oxicodona, poderá haver uma redução do efeito benéfico do cloridrato de naloxona na função intestinal. Após a
suspensão completa da terapêutica com Targin e subsequente mudança para outro opiáceo, poderá esperar-se um agravamento da função intestinal. Alguns doentes medicados com Targin de acordo com um regime posológico regular, requerem analgésicos de libertação
imediata de “recurso” para conter o reaparecimento da dor. Targin apresenta-se numa formulação de libertação prolongada e portanto não se destina ao tratamento do reaparecimento da dor. Para o tratamento do reaparecimento da dor, uma dose única de uma “medicação
de recurso” deve representar um sexto da dose diária equivalente de cloridrato de oxicodona. A necessidade de mais de dois ”SOS” por dia é geralmente uma indicação de que a dose de Targin necessita de um ajuste e um aumento. Este ajuste deverá ser efetuado cada 1-2 dias
em tomas de 5 mg/2,5 mg duas vezes por dia ou, quando necessário, 10 mg/5 mg de cloridrato de oxicodona/cloridrato de naloxona até se atingir uma dose estável. O objetivo será estabelecer uma dose diária em duas tomas específica para o doente, mantendo uma analgesia
adequada e recorrendo o menos possível a medicação de recurso enquanto for necessária a terapêutica da dor. Targin é tomado na dose determinada, duas vezes por dia, de acordo com um horário fixo. Apesar da administração simétrica (a mesma dose de manhã e à noite),
sujeita a um horário fixo (de 12 em 12 horas) ser apropriada para a maioria dos doentes, nalguns casos, dependendo da situação individual em termos de dor, poderá ser benéfica uma administração assimétrica ajustada ao padrão da dor. De um modo geral, deverá selecionar-se
a dose analgésica eficaz mais baixa. Na terapêutica da dor não maligna, são geralmente suficientes doses diárias até 40 mg/20 mg de cloridrato de oxicodona/cloridrato de naloxona, mas poderão ser necessárias doses mais elevadas. População pediátrica: A segurança e
a eficácia de Targin não foram estabelecidas em crianças com menos de 18 anos de idade. Não estão disponíveis dados. Doentes idosos: Tal como acontece com os adultos mais jovens, a dose deve ser ajustada à intensidade da dor e à sensibilidade individual de cada
doente. Doentes com insuficiência hepática: Um estudo clínico revelou que as concentrações plasmáticas, tanto da oxicodona como da naloxona, se encontram elevadas nos doentes com insuficiência hepática. As concentrações de naloxona eram mais afetadas do que as da
oxicodona (ver secção 5.2). Não é ainda conhecida a relevância clínica de uma exposição relativamente elevada à naloxona em doentes com insuficiência hepática. Devem tomar-se precauções quando se administra Targin a doentes com insuficiência hepática ligeira (ver secção
4.4). Targin está contraindicado em doentes com insuficiência hepática moderada e grave (ver secção 4.3). Doentes com insuficiência renal: Um estudo clínico revelou que as concentrações plasmáticas, tanto da oxicodona como da naloxona, se encontram elevadas nos doentes
com insuficiência renal (ver secção 5.2). As concentrações de naloxona eram mais afetadas do que as da oxicodona. Não é ainda conhecida a relevância clínica de uma exposição relativamente elevada à naloxona em doentes com insuficiência renal. Devem tomar-se precauções
quando se administra Targin a doentes com insuficiência renal (ver secção 4.4). Modo de administração: Targin é tomado na dose determinada, duas vezes por dia, de acordo com um horário fixo. Os comprimidos de libertação prolongada podem ser tomados durante ou fora
da hora das refeições, com uma quantidade de líquido suficiente. Os comprimidos de Targin devem ser engolidos inteiros e não devem ser partidos ou mastigados. Duração da utilização: Targin não deve ser administrado durante mais tempo do que o absolutamente
necessário. Se for necessário um tratamento prolongado da dor, devido à natureza e à gravidade da doença, deve ser feita uma monitorização cuidadosa e regular para estabelecer se e em que medida é necessário continuar o tratamento. Quando o doente já não
necessitar da terapêutica com opiáceos, é aconselhável reduzir gradualmente a dose para prevenir os sintomas de privação (ver secção 4.4). Contraindicações: • Hipersensibilidade às substâncias ativas ou a qualquer um dos excipientes mencionados na secção 6.1
• Qualquer situação em que os opiáceos estejam contraindicados • Depressão respiratória grave com hipoxia e/ou hipercapnia • Doença pulmonar obstrutiva crónica grave • Cor pulmonale • Asma brônquica grave • Íleo paralítico não induzido pelos opiáceos
• Insuficiência hepática moderada a grave. Advertências e precauções especiais de utilização: O principal risco do uso excessivo de opiáceos é a depressão respiratória. Devem ser tomadas precauções quando se administra Targin a doentes idosos ou debilitados,
doentes com íleo paralítico induzido pelos opiáceos, doentes com insuficiência grave da função pulmonar, mixedema, hipotiroidismo, doença de Addison (insuficiência adrenocortical), psicose tóxica, colelitíase, hipertrofia da próstata, alcoolismo, delirium tremens,
Devem
também
tomar-sehipertensão,
precauções doenças
quando se
administra Targin
a doentes com
insuficiênciacranianos
hepática ou
renal ao
ligeira.
particularmente
necessária
uma cuidadosa
monitorização
clínicaoudos
doentes compara
insuficiência
renal
grave. A medicados
diarreia deve
serinibidores
considerada
pancreatite,
hipotensão,
cardiovasculares
pré-existentes,
traumatismos
(devido
riscoÉ de
aumento da pressão
intracraniana),
perturbações
epiléticas
predisposição
convulsões
ou doentes
com
da como
MAO.
um possível efeito da naloxona. Nos doentes submetidos a um tratamento prolongado com doses elevadas de opiáceos, a mudança para o Targin pode, inicialmente, provocar sintomas de privação. Tais doentes podem necessitar de particular atenção. Targin não é adequado
para o tratamento de sintomas de privação. O doente pode desenvolver tolerância ao medicamento durante uma administração prolongada e necessitar de doses cada vez mais elevadas para manter o efeito analgésico desejado. A administração crónica de Targin pode
originar dependência física. Podem ocorrer sintomas de privação após uma interrupção abrupta da terapêutica. Quando um doente já não necessitar da terapêutica com Targin, é aconselhável reduzir gradualmente a dose diária, de modo a prevenir a ocorrência de uma
síndrome de privação. Existe a possibilidade de desenvolvimento de dependência psicológica (toxicodependência) aos analgésicos opiáceos incluindo o Targin. Targin deve ser utilizado com especial precaução em doentes com antecedentes de abuso de álcool e drogas.
A oxicodona isoladamente possui um perfil de abuso semelhante ao dos outros agonistas dos opiáceos potentes. De modo a não modificar as características de libertação prolongada dos comprimidos de libertação prolongada, estes devem ser engolidos inteiros e não devem
ser partidos, mastigados ou esmagados. Partir, mastigar ou esmagar comprimidos de libertação prolongada para ingestão provoca uma libertação mais rápida das substâncias ativas e a absorção de uma dose de oxicodona possivelmente fatal (ver secção 4.9). O uso concomitante
de álcool e Targin pode aumentar os efeitos indesejáveis de Targin; o uso concomitante deve ser evitado. Não foram realizados estudos relativos à segurança e eficácia de Targin em crianças e adolescentes com menos de 18 anos de idade. Deste modo, não se recomenda a
sua utilização em crianças e adolescentes com menos de 18 anos de idade. Não existe experiência clínica em doentes com cancro associado a carcinomatose peritoneal ou com síndrome sub-oclusiva em estadios avançados de cancros digestivos e pélvicos. Por este motivo,
não se recomenda a utilização de Targin nesta população de doentes. Não se recomenda a utilização de Targin no pré-operatório ou nas primeiras 12-24 horas do pós-operatório. Dependendo do tipo e extensão da cirurgia, do procedimento selecionado para a anestesia, de outra
co-medicação e do estado individual de cada doente, o momento exato para o início do tratamento pós-operatório com Targin depende de uma cuidadosa avaliação do risco-benefício efetuada para cada doente. É fortemente desencorajado qualquer consumo excessivo de Targin
por toxicodependentes. Caso se verifique um consumo excessivo de Targin por via parentérica, intranasal ou oral por indivíduos dependentes de agonistas dos opiáceos, tais como a heroína, morfina ou metadona, é de esperar que se produzam acentuados sintomas de privação
- devido às características do antagonista dos recetores dos opiáceos, a naloxona – ou que se verifique uma intensificação dos sintomas de privação já existentes (ver secção 4.9). Targin consiste numa matriz de dois polímeros, destinada apenas a uma administração oral. É
previsível que a utilização abusiva de injeções parentéricas dos componentes do comprimido de libertação prolongada (especialmente do talco) resulte numa necrose tecidular localizada e na ocorrência de granulomas pulmonares ou que origine outros efeitos indesejáveis graves,
potencialmente fatais. A matriz vazia do comprimido de libertação prolongada pode ser visível nas fezes. A utilização de Targin pode produzir resultados positivos nos controlos antidoping. A utilização de Targin como agente de doping pode tornar-se um risco para a saúde.
Este medicamento contém lactose. Doentes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose, deficiência de lactase de Lapp ou má absorção de glucose-galactose não devem tomar Targin. Interações medicamentosas e outras formas de interação: As
substâncias com efeito depressor do SNC (por exemplo, outros opiáceos, sedativos, hipnóticos, antidepressivos, fenotiazinas, neurolépticos, anti-histamínicos e antieméticos), podem potenciar o efeito depressor do SNC (ex., a depressão respiratória) do Targin. O álcool
pode potenciar os efeitos farmacodinâmicos de Targin; o uso concomitante deve ser evitado. Têm sido observados casos individuais de aumentos ou diminuições clinicamente relevantes na Relação Normalizada Internacional (RNI ou valor de Quick), com a administração
concomitante de oxicodona e anticoagulantes cumarínicos. A oxicodona é primeiramente metabolizada pelas vias do CYP3A4 e parcialmente através da via do CYP2D6 (ver secção 5.2). As atividades destas vias metabólicas podem ser inibidas ou induzidas por vários
fármacos administrados concomitantemente ou elementos da dieta. Pode ser necessário ajustar as doses de Targin em conformidade. Os inibidores do CYP3A4, tais como os antibióticos macrólidos (ex: claritromicina, eritromicina, telitromicina), agentes antifúngicos
azólicos (ex: cetoconazol, voriconazol, itraconazol, posaconazol), inibidores da protease (ex: ritonavir, indinavir, nelfinavir, saquinavir), cimetidina e sumo de toranja, podem provocar diminuição da depuração da oxicodona, o que poderá originar um aumento das
concentrações plasmáticas de oxicodona. Poderá ser necessária uma redução da dose de Targin e subsequentemente uma nova titulação. Os indutores do CYP3A4, tais como a rifampicina, carbamazepina, fenitoína e o hipericão, podem induzir o metabolismo da
oxicodona e provocar um aumento da depuração do fármaco, dando origem a uma diminuição das concentrações plasmáticas de oxicodona. Devem tomar-se precauções e poderão ser necessárias titulações adicionais de forma a obter um controlo adequado da dor.
Teoricamente, os medicamentos que inibem a atividade do CYP2D6, tais como a paroxetina, a fluoxetina e a quinidina, podem provocar uma diminuição da depuração da oxicodona, o que poderia originar um aumento das concentrações plasmáticas de oxicodona. A
administração concomitante com inibidores do CYP2D6 teve um efeito insignificante na eliminação da oxicodona e não teve também nenhuma influência nos efeitos farmacodinâmicos da oxicodona. Os estudos de metabolismo in vitro indicam que não são previsíveis
interações clinicamente relevantes entre a oxicodona e a naloxona. É mínima a possibilidade de ocorrência de interações clinicamente relevantes entre o paracetamol, o ácido acetilsalicílico ou a naltrexona e a combinação de oxicodona e naloxona nas concentrações
terapêuticas. Efeitos indesejáveis: A classificação dos efeitos indesejáveis baseia-se nas seguintes classes de frequência: Muito frequentes: (> 1/10), Frequentes: (> 1/100 a < 1/10), Pouco frequentes: (> 1/1.000 a < 1/100) , Raros: (> 1/10.000 a < 1/1.000), Muito
raros: (< 1/10.000), Frequência desconhecida (não pode ser calculada a partir dos dados disponíveis). Os efeitos indesejáveis são apresentados por ordem decrescente de gravidade dentro de cada classe de frequência. Classe de sistema de órgãos MedDRA: Doenças
do sistema imunitário: Pouco frequentes Hipersensibilidade Doenças do metabolismo e da nutrição: Frequentes Diminuição ou mesmo perda do apetite. Perturbações do foro psiquiátrico: Frequentes Insónia Pouco frequentes Agitação, Ideação anormal, Ansiedade,
Confusão, Depressão, Nervosismo Frequência desconhecida Humor eufórico, Alucinações, Pesadelos. Doenças do sistema nervoso: Frequentes Tonturas, Cefaleias, Sonolência Pouco frequentes Convulsões1, Diminuição da atenção, Perturbações da fala, Síncope, Tremores
Frequência desconhecida Parestesias, Sedação. Afeções oculares: Pouco frequentes Diminuição da visão. Afeções do ouvido e do labirinto: Frequentes Vertigens. Cardiopatias: Pouco frequentes Angina de peito2, Palpitações Raros Taquicardia. Vasculopatias: Frequentes
Afrontamentos Pouco frequentes Diminuição da pressão arterial, Aumento da pressão arterial. Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino: Pouco frequentes Dispneia, Rinorreia, Tosse Raros Bocejos Frequência desconhecida Depressão respiratória. Doenças
gastrointestinais: Frequentes Dor abdominal, Obstipação, Diarreia, Xerostomia, Dispepsia, Vómitos, Náuseas, Flatulência Pouco frequentes Distensão abdominal Raros Alterações dentárias Frequência desconhecida Eructação. Afeções hepatobiliares: Pouco frequentes
Aumento das enzimas hepáticas, Cólicas biliares. Doenças dos órgãos genitais e da mama: Frequência desconhecida Disfunção eréctil. Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos: Frequentes Prurido, Reações cutâneas, Hiperidrose. Afeções musculosqueléticas e dos
tecidos conjuntivos: Pouco frequentes Espasmos musculares, Contrações musculares súbitas, Mialgia. Doenças renais e urinárias: Pouco frequentes Urgência na micção Frequência desconhecida Retenção urinária. Perturbações gerais e alterações no local de
administração: Frequentes Condições asténicas Pouco frequentes Síndrome de privação do fármaco, Dor no peito, Calafrios, Mal-estar, Dor, Edema periférico, Diminuição de peso Raros Aumento de peso. Complicações de intervenções relacionadas com lesões e
intoxicações: Pouco frequentes Lesões causadas por acidentes. 1 - Especialmente em pessoas com perturbações epiléticas ou predisposição para convulsões. 2 - Em particular em doentes com antecedentes de doença arterial coronária. Para a substância ativa cloridrato
de oxicodona, são conhecidos os seguintes efeitos indesejáveis adicionais: Devido às suas propriedades farmacológicas, o cloridrato de oxicodona pode provocar depressão respiratória, miose, espasmo brônquico e espasmo dos músculos não estriados e pode suprimir
o reflexo da tosse. Classe de sistema de órgãos MedDRA: Infeções e infestações: Raros Herpes simplex. Doenças do sistema imunitário: Frequência desconhecida Respostas anafilácticas. Doenças do metabolismo e da nutrição: Pouco frequentes Desidratação Raros
Aumento do apetite. Perturbações do foro psiquiátrico: Frequentes Alteração do humor e alteração da personalidade, Diminuição da atividade, Hiperatividade psicomotora Pouco frequentes Agitação, Perturbações da perceção (por exemplo desrealização), Diminuição da
líbido, Dependência do fármaco. Doenças do sistema nervoso: Pouco frequentes Diminuição da concentração, Enxaqueca, Alteração do paladar, Hipertonia, Contrações musculares involuntárias, Hipoestesia, Coordenação anormal. Afeções do ouvido e do labirinto: Pouco
frequentes Perda de audição. Vasculopatias: Pouco frequentes Vasodilatação. Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino: Pouco frequentes Disfonia. Doenças gastrointestinais: Frequentes Soluços Pouco frequentes Disfagia, Íleo, Ulceração da boca, Estomatite Raros
Melenas, Hemorragia gengival. Afeções hepatobiliares: Frequência desconhecida Colestase. Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos: Pouco frequentes Pele seca Raros Urticária. Doenças renais e urinárias: Frequentes Disúria. Doenças dos órgãos genitais e da mama:
Frequência desconhecida Amenorreia. Perturbações gerais e alterações no local de administração: Pouco frequentes Edema, Sede, Tolerância ao fármaco. Titular da A.I.M.: Mundipharma Farmacêutica Lda Para mais informações deverá contactar o Titular da
Autorização de Introdução no Mercado Distribuído por: Ferrer Portugal, S.A. - Rua Quinta do Paizinho, n.º 1 - 1º Dtº, Portela de Carnaxide 2794-066 Carnaxide, Contribuinte: 500 069 190 Capital Social: €600.000,00. Classificação de Dispensa ao Público: MSRM
Especial. Embalagens de 28 unidades comparticipadas pelo escalão C no Regime Geral. Ao abrigo da Portaria n.º 329/2016, de 20 de Dezembro e da Portaria n.º 331/2016, de 22 de Dezembro, a taxa de comparticipação é feita pelo escalão A.
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14º
15º Convénio
ASTOR
UniDADE MULtiDiSCiPLinAr DE Dor Do CEntro hoSPitALAr LiSBoA nortE
Aliviar a dor persistente com tratamentos farmacológicos,
Na Unidade Multidisciplinar de Dor do Centro Hospitalar Lisboa Norte
(CHLN) não se conta apenas com tratamentos farmacológicos e de
intervenção. A hipnose, juntamente com a psicoterapia, pode ser outra
vertente na luta contra a dor.
Aliviar a dor persistente que, em muitos
casos, afeta a qualidade de vida das pessoas
durante anos é o principal objetivo da Unidade Multidisciplinar de Dor (UMD) do CHLN.
Teresa Fontinhas, a coordenadora, trabalha
há 20 anos com a dor e sabe como pode ser
bastante penoso não ter a devida assistência.
“Os doentes chegam cansados, angustiados,
porque já tentaram de tudo para acabar com
o sofrimento e sem sucesso”, sublinha.
Nesta Unidade, criada em 2008 e que
envolve vários especialistas, trata-se da dor
de “forma holística, tendo em conta as suas
características fisiológicas, mas também o
impacto da mesma na vida diária dos utentes e na sua saúde mental”. Utilizam-se assim
tratamentos farmacológicos, de intervenção
e a psicoterapia, que também pode ser complementada com hipnose.
Afinal, “a dor não se vê e a sua medição
depende de vários critérios, quer seja a escala da dor (analógica, de números e de faces),
as expressões faciais do utente, pareceres de
colegas de diferentes especialidades, etc.”.
Entre as várias patologias que podem
gerar quadros dolorosos crónicos, as musculoesqueléticas são as mais frequentes, além
da lombalgia, gonalgia, dores articulares generalizadas e fibromialgia, entre outras.
os casos mais avançados são encaminhados
para os cuidados paliativos, segundo a médica.
Além da dor crónica, a UMD também dá
apoio na dor aguda, trabalhando, inclusive,
com as equipas do Internamento.
Psicoterapia e hipnose
no controlo da dor
Nesta Unidade, quem faz hipnose é o enfermeiro Luís Abrantes, que está atualmente
a dar tutoria ao estágio em hipnose de outro colega. “Esta Unidade é muito solicitada
como campo de estágio, tendo já apoiado a
formação de muitos profissionais”, refere.
Vários tratamentos, incluindo
a Consulta do Doente Geriátrico
Luís Abrantes
teresa Fontinhas
A dor neuropática representa um desafio, ao ponto de haver consultas específicas
para várias áreas. Predominam ainda a dor
orofacial por nevralgia do trigémeo e outras
patologias de cabeça e pescoço, “além da
dor pélvica, com todas as suas repercussões
na sexualidade dos doentes”. No caso da dor
geriátrica, esta é dirigida a uma entidade específica, como a Geriatria.
“Também estamos a receber doentes
oncológicos em fases precoces e de remissão, pois, a utilização de novas quimioterapias, mais dirigidas, prolongam a vida dos
doentes, mas também são um desafio no
tratamento de complicações a nível neuropático”, aponta a especialista.
O perfil da UMD não se adequa
propriamente a doentes da área da
Oncologia, a não ser nestas situações, pois,
psíquico associadas a dor, não há profissionais suficientes. “Sou a única psicóloga, mas,
mesmo assim, consegue-se dar uma boa
resposta aos casos que nos surgem e que
precisam mesmo desta intervenção, independentemente de se incluírem as sessões
de hipnose”, refere.
Quanto às dificuldades sentidas no seu
trabalho, realça a desconfiança das pessoas:
“Muitas delas acham que a referenciação
para a Psicologia é um sinal de que duvidam
da dor que estão a sentir, atribuindo-lhe uma
origem mental.”
Nesses casos, Cristina Caldeira diz que o
seu trabalho começa, inevitavelmente, pela
“desconstrução desta ideia”, explicando que
“existe a dor física, mas que, psicologicamente, é possível evitar que a dor tome conta da
vida da pessoa”.
O seu trabalho é desenvolvido em parceria com a psicóloga Cristina Caldeira, que
está na UMD desde que esta iniciou funções,
em 2008, sendo que se encontra ligada à área
da dor há mais tempo. Juntamente com Luís
Abrantes, está a desenvolver um trabalho
de parceria para que determinados doentes
possam ter psicoterapia e sessões de hipnose. “Todas as semanas temos reuniões para
debater os casos clínicos, além de falarmos
antes e depois de cada sessão de hipnose, a
fim de darmos uma resposta mais adequada
às necessidades das pessoas”, explica.
E os resultados têm sido muito positivos: “Tal como refere a bibliografia internacional, temos notado melhorias significativas
na junção dos dois tratamentos, verificando-se uma redução das sessões de psicoterapia
e até na toma de medicamentos.”
Cristina Caldeira é psicóloga a tempo
inteiro na UMD e recebe utentes que precisam de fazer psicoterapia. “Quando os
médicos assistentes fazem a referenciação,
aplico uma bateria de testes para determinar
a intervenção mais adequada ao doente e
perceber as dinâmicas internas do mesmo.
Depois, com o enfermeiro, determinamos
quem pode usufruir dos benefícios da hipnose”, explica.
Apesar de acreditar que o melhor seria
rastrear todos os doentes com dor crónica,
como forma de perceber doenças do foro
Os doentes quando chegam à UMD já
passaram, na maioria das vezes, por diversos
tratamentos. “Foram a vários médicos, tomaram muitos analgésicos – o que é contraindicado nestes quadros dolorosos –, estão física
e psicologicamente cansados e angustiados e
é preciso conjugar o conhecimento de toda
a equipa para inverter esta situação”, explica
Teresa Fontinhas, a coordenadora da UMD.
A médica aponta mesmo casos de enorme fragilidade. “Está-se a falar de uma dor
que não passa o dia inteiro, dorme-se mal,
perde-se apetite, deixa-se de ter vida social e
nem se tem paciência para ouvir os outros.
Isto acontece durante anos!”
E continua: “Estas pessoas apresentam,
muitas vezes, sintomas de ansiedade e depressão graves, porque deixaram de acreditar que podem viver bem, mesmo com dor.”
Um problema que se deve, em grande
parte, à fraca divulgação deste tipo de apoio.
“Já se fala mais de unidades de dor, mas quer
os doentes como os médicos de Medicina
Geral e Familiar ainda não estão muito informados, o que atrasa a referenciação”, diz.
Quanto aos tratamentos disponíveis na
UMD, tanto se aposta nos farmacológicos
como nos outros que não envolvem medicação. “Depende, inevitavelmente, do quadro
clínico e do estádio da doença”, afirma Teresa
Fontinhas.
No caso do tratamento farmacológico, os
doentes da UMD do Hospital de Santa Maria
têm acesso aos não invasivos (via oral, transdérmica e tópica), assim como aos invasivos,
como endovenosos, ozonoterapia, bloqueio
dos nervos periféricos e bloqueio epidural. A
destacar ainda a estimulação elétrica transcutânea (TENS) e a neuroestimulação medular,
além das intervenções no bloco operatório,
como radiofrequência (térmica ou pulsada),
em que a passagem de corrente elétrica perineural vai dessensibilizar ou mesmo eletrocoagular o nervo “doloroso”.
Existe ainda a neuroestimulação medular, que consiste na colocação de elétrodos
no espaço epidural, conectados a um neuroestimulador (tipo pacemaker), o qual será
programado para modular a informação álgica das vias aferentes da dor.
Na área não farmacológica, além da psicoterapia e da hipnose, também se recorre à
acupuntura.
Para os mais idosos – acima dos 75
anos, ou seja, a 4.ª idade – existe a Consulta
do Doente Geriátrico. “Atualmente, 30% dos
novos pedidos de consulta de dor crónica
são para pessoas de maior idade”, refere Teresa Fontinhas. Nestes casos, são realizados
ensinos específicos para este grupo de pessoas, que têm um período de 3 meses. “Além
de técnicas de relaxamento, da hipnose, da
nutrição, da acupuntura, também apoiamos
os mais idosos que necessitam de hidroginástica, para encontrarem piscinas onde a
prática, nestes casos, é gratuita”, acrescenta.
Enfermeiros ensinam estratégias
para adesão à terapêutica
Cristina Caldeira
Amélia Matos é a enfermeira-chefe. Há
8 anos que está na UMD e a dor é uma área
em que gosta de apostar. “Um dos primeiros
contactos que se tem na UMD acontece na
consulta de triagem da Enfermagem, onde
se faz uma avaliação global, incluindo o contexto sociofamiliar, para se estabelecer, com
a equipa médica, um plano de intervenção
para cada doente.”
Além desta avaliação inicial, Amélia
Matos aponta a importância do enfermeiro
no ensino: “Fazemos muita educação para a
saúde, porque é fundamental existir adesão
à terapêutica, caso contrário não se consegue ter sucesso.” Para a enfermeira, a adesão
terapêutica é um dos pontos que mais se
tem de trabalhar.
“Neste contexto de doença crónica, há
uma modificação dos hábitos de vida do
doente e da sua família e a introdução de
muitas medidas terapêuticas para gestão do
processo de dor e, por vezes, é-lhes difícil integrar todas estas alterações e cumprir as recomendações dos profissionais de saúde”, refere.
Os fármacos usados, por vezes opioides, exigem também, segundo a enfermeira,
que o doente tenha a informação adequada
sobre o efeito pretendido e sobre todo o
plano terapêutico. “É preciso alertar, por um
lado, para os efeitos secundários que podem
surgir, por outro, para as estratégias para
lidar com essa sintomatologia, que pode
acontecer principalmente nos primeiros dias
e que pode, por vezes, levar ao abandono da
medicação.”
Amélia Matos realça que “há muita
preocupação na adequação da linguagem
e das estratégias para melhorar a adesão às
características de cada doente e em validar com
o próprio os conhecimentos sobre o plano
instituído, sendo esta informação completada
com a entrega de folhetos informativos.”
A responsável sublinha que os doentes vêm
muitas vezes com a expectativa de que, finalmente, vão conseguir viver sem dores, logo, “se não
explicarmos que é um trabalho de adaptação,
até nas suas atividades do dia-a-dia, de continuidade, de parceria em que o doente é o elemento principal, feito degrau a degrau e que, nos
primeiros dias, é preciso tomar outros medica-
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15º
ASTOR
, psicoterapia e hipnose
Psico-hipnoterapia – Uma intervenção
transdisciplinar no doente com dor
Cristina Caldeira
Psicóloga da unidade
Multidisciplinar de Dor do
CHln
mentos para controlar os efeitos secundários,
facilmente desanimam e perpetuam o ciclo de
desconforto e mal-estar”.
Amélia Matos
Para que possa haver continuidade de
cuidados e um acompanhamento mais próximo, principalmente nas fases iniciais da terapêutica farmacológica e não convencional,
a enfermeira esclarece que a UMD tem uma
linha telefónica direta para esclarecimento
de dúvidas. “Além disso, os enfermeiros telefonam aos doentes de forma programada
para avaliar a evolução da situação clínica,
após determinada intervenção, para se saber
como a pessoa está a recuperar.”
Paralelamente a este apoio, os enfermeiros também intervêm no Internamento
e, desde final de 2016, na dor aguda após
intervenção cirúrgica.
Resposta à dor pensada desde 1980
Antes da Unidade, os doentes apenas
tinham acesso a uma Consulta da Dor, que
esteve a cargo da médica Delfina Fernandes,
entretanto aposentada. “A Unidade também
se iniciou com esta médica, depois passei a
ser a coordenadora em 2011”, indica Teresa
Fontinhas.
A primeira proposta para a criação de
uma estrutura que permitisse diminuir o
sofrimento das pessoas com dor, sobretudo
crónica, aconteceu em 1980, com o falecido
médico João Santos Pereira. Foi nesse ano
que também se iniciou a Consulta da Dor,
tendo sido um ano mais tarde aprovada a
inclusão de terapêutica da dor no Hospital
de Dia Polivalente do Hospital de Santa Maria, por despacho ministerial.
Em 1984, os médicos viram então
reconhecido, a nível hospitalar, a necessidade de organização de uma unidade que
“aliviasse a dor persistente”. Mas apenas
em 2008 foi criada a UMD, para substituir
a Consulta de Dor Crónica, tendo iniciado
as suas funções em 3 de março desse ano.
Para Teresa Fontinhas, a UMD “foi um
passo muito importante, porque todos trabalhamos em equipa, multidisciplinar, oferecendo os tratamentos mais inovadores aos doentes”. Contudo, como faz questão de salientar,
“não se cura a dor, mas alivia-se a sua sintomatologia, para que a pessoa possa viver, mesmo
que seja com dor crónica, de uma forma mais
saudável e com maior bem-estar”.
E acrescenta: “Felizmente, tem-se observado um aumento deste tipo de cuidados
nos hospitais, porque uma única consulta
não permite ter uma visão e intervenção
mais abrangente do problema da dor.”
As patologias mais comuns são as musculoesqueléticas, sendo a lombalgia “a mãe de
todas”, segundo Teresa Fontinhas. “Este problema de saúde pode afetar várias pessoas e a
sua causa por ser variada, como hérnia discal,
compressão do nervo ou neuropatia pós-herpética após um quadro clínico de zona”, diz.
Quanto aos desafios futuros da UMD,
Teresa Fontinhas espera que se possa ter
mais recursos humanos. No entanto, garante, “temos uma ótima equipa, que tem
permitido o nosso grande objetivo: aliviar
a dor persistente e dar maior qualidade de
vida às pessoas”.
A dor é desde 14 de Junho de 2003 considerada o 5º Sinal Vital, juntando-se assim à
frequência respiratória, frequência cardíaca,
pressão arterial e temperatura corporal.
A unidade multidisciplinar da dor
(UMD) do Centro Hospitalar Lisboa Norte,
Hospital de Santa Maria (HSM), faz uma
abordagem multidisciplinar da problemática da dor, na qual a intervenção psicoterapêutica e a hipnose, têm um papel complementar na ajuda prestada aos doentes, com
o objetivo de lhes ensinar estratégias que os
ajudem a lidar melhor com a sua dor, e reorganizar-se dentro das suas limitações. Esta
apresentação pretende demonstrar o trabalho desenvolvido, em particular, descrever a
parceria entre a psicóloga e o enfermeiro/
hipnólogo da UMD.
As sessões de psicoterapia são
individuais, e a psicóloga assiste às de
hipnose. Antes e depois de cada sessão,
baseando-se nos progressos conseguidos,
os técnicos delineiam estratégias para as
próximas.
O enfermeiro/hipnólogo aplica técnicas
em situação de hipnose para diminuição do
desconforto.
Na intervenção psicoterapêutica, optou-se por uma abordagem eclética, que reúne dados provenientes da teoria da relação
de objeto.
Trata-se de um modelo centrado na pessoa, com seleção das técnicas mais adequadas a cada doente, integrando procedimentos provenientes de diferentes orientações
psicoterapêuticas e de outras orientações
teóricas, particularmente das perspetivas
experiencial/emocional e interpessoal/relacional.
Este caso clínico tem em consideração
esta abordagem transdisciplinar, e teve uma
duração de dezoito meses. Trata-se de uma
doente do género feminino de 28 anos de
idade, que passamos a designar doravante
de Maria (nome fictício). Na UMD, teve um
acompanhamento multidisciplinar onde
participaram o médico assistente, a psicóloga e o enfermeiro/hipnólogo.
Diagnóstico de Síndrome de Behçet aos
23 anos, com sintomatologia de cataratas
oculares, como consequência do excesso de medicação, dores articulares. Já em
intervenção transdisciplinar, mas na prática
da sua atividade preferida – a dança, sofreu
uma lesão grave no joelho direito, com
semi-rutura dos ligamentos interiores do
mesmo, deslocamento da rótula.
Recorda que teve uma infância muito
feliz, com um pai muito presente. A mãe,
porque trabalhava por turnos não tinha tan-
ta disponibilidade como o pai, que a ia buscar à escola (…), contava-lhe histórias. Era
uma ligação muito forte. O pai morre, tinha
a Maria 8 anos de idade, recorda: “depois de
virmos do cemitério, a nossa casa tinha sido
assaltada e roubaram tudo o que era meu. A
casa estava vazia”.
Ao longo de um acompanhamento
de 18 meses, conseguiu eliminar todos os
sintomas do diagnóstico clínico que a referenciara para a equipa. Totalmente restabelecida do seu joelho direito. Grávida de 8
meses, sem fármacos, e sem dor.
“É como se há um ano atrás, eu fosse
uma balança com os dois pratos em baixo
devido ao peso excessivo, e agora tenho os
dois pratos equilibrados”
“Lembro-me de voltar a ser criança, de
ter um balão na mão, de ver o meu falecido
pai, de chorar de saudades, e depois, com
a mesma velocidade como tinha chegado
àquele lugar, voltei seguindo sempre a voz
do enfermeiro. Voltar ao princípio é estranho, e cheguei a perguntar se teria mesmo
conseguido, se tinha mesmo estado naquele
sítio, porque a sensação que se tem é que
se está semi-presente. Foi decidido na altura que as sessões iam continuar. 1º com o
objetivo de conseguir controlar a dor sem
o uso de químicos, e depois, para me proporcionar bem-estar. Num 1º pensamento,
é nos difícil acreditar que a hipnose pode
realmente substituir alguns medicamentos,
mas como vão ver a seguir, é possível!”
“Ou seja acho que neste ano que passou, sofri uma aprendizagem enorme sobre
mim própria e sobre a minha relação com
os outros”.
tratar a dor com… hipnose
Luís Abrantes
Enf.º da unidade
Multidisciplinar de Dor,
H. st.ª Maria, CHln.
Enf.º especialista em
saúde Comunitária.
Pós-graduado em Ciências
da Dor e Hipnose Clínica
e Experimental
A Unidade Multidisciplinar de Dor do
Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte, surgiu em 2008 e, desde
então, recorre-se à hipnose para ajudar os
doentes a con (viver) com a dor.
Inicialmente, comecei por recorrer a
esta terapêutica em sessões curtas, para perceber os benefícios da mesma em doentes
com dor crónica. Tal como noutras terapêuticas, nem todas as pessoas necessitam desta
intervenção, mas, ao longo destes anos, os
casos que temos acompanhado demonstram como a hipnose pode ter um papel
fundamental na dor.
Apesar de já existir bibliografia, estudos
científicos internacionais que validam a hipnose clínica, esta terapêutica ainda é alvo de
algumas resistências. Felizmente, na UMD,
sempre senti, desde o início, um grande apoio
da parte de toda a equipa e da Direção da instituição. Aliás, foi o anterior diretor do Serviço
de Anestesiologia que me convidou a frequentar o Curso de Hipnose Clínica e Experimental
da Faculdade de Medicina de Lisboa.
As principais vantagens desta terapêutica
assentam, sobretudo, na redução da medicação
ou até na sua ausência. Inicialmente, começa-se
sempre por trabalhar as palavras “dor” e “desconforto”, de modo que a primeira se torne na
segunda, muito mais aceitável para o doente.
A hipnose não é praticada apenas na
UMD, mas também se ensina o utente a auto
hipnotizar-se, recorrendo a mecanismos de
sugestão que indicamos nas sessões hospitalares. Desta forma, os doentes conseguem
controlar determinadas emoções próprias de
quem sofre de dor crónica. A depressão e a
ansiedade são comuns, não só pela dor em
si, mas por todas as consequências que daí
advêm. As pessoas tendem a isolar-se, não
conseguem aguentar qualquer ruído e acabam por não ter vida social e familiar, além
de perderem, por vezes, o emprego.
Por exemplo, uma das pessoas que
acompanhamos na UMD, desde que faz
hipnose, consegue trabalhar sem problemas
de maior, apesar de ter uma lesão do plexo
braquial e de ser empregado de mesa.
Na UMD, trabalho em conjunto com a
Dr.ª Cristina Caldeira, psicóloga, o que nos
permite juntar as abordagens de cada um,
para se encontrar “o fato à medida para cada
pessoa”.
As limitações da hipnose são mínimas.
Por exemplo, os doentes com esquizofrenia
não devem ser submetidas a esta terapêutica – apesar de alguns artigos indicarem que
não há problema – e é necessário ter algum
cuidado nos epiléticos que não tomam, de
forma adequada, a medicação.
Sabe-se que cerca de 25% das pessoas
têm dificuldade em ser submetidos à hipnose e em 5% é completamente impossível.
Isto deve-se ao facto de as pessoas não terem capacidade imaginativa – recorremos
muito à imagética –, ou por terem uma
personalidade muito racional, ou então por
sentirem dúvidas existenciais que os impede
de entrar em estado hipnótico.
Mas o mais importante é que a prática
clínica e a investigação científica têm demonstrado que a hipnose é uma terapêutica
importante, nomeadamente nos doentes com
dor crónica. Esperemos que haja mais profissionais de saúde interessados, para que os doentes possam beneficiar com esta terapêutica.
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14º
15º Convénio
ASTOR
MAnUEL PEDro riBEiro DA SiLVA, PrESiDEntE DA AStor:
“Melhorámos muito no tratamento da dor, mas conti
a ter dificuldades, sobretudo na multidisciplinarida
Como o próprio nome indica, a ASTOR, Associação para o Desenvolvimento
da Terapia da Dor, tem como objetivo proporcionar melhores condições de
trabalho, quer em termos de formação, quer de infraestruturas e equipamentos,
aos profissionais que se dedicam a esta área. Manuel Pedro Ribeiro da Silva, seu
presidente, conta-nos um pouco do trabalho que têm vindo a desenvolver na
Unidade Dor do Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada. Para si, o tratamento
da dor crónica em Portugal sofreu uma evolução positiva. No entanto, há ainda
muito que fazer, sobretudo, no que respeita à multidisciplinaridade.
Just News ( JN) – É presidente da ASTOR desde novembro de 2015. Qual o
balanço que faz deste último ano?
Manuel Pedro Ribeiro da Silva (MPRS)
– A ASTOR mantém os seus objetivos de proporcionar melhores condições de trabalho
aos profissionais de saúde que se dedicam à
dor, tanto no que respeita à sua formação profissional como aos equipamentos disponíveis
para que se possam efetuar os melhores tratamentos possíveis ao doente. Além disso, a
ASTOR tem a preocupação de facilitar a realização de estágios em outros centros de formação e unidades ou clínicas da dor em Portugal
e, também, no estrangeiro, com o objetivo de
se aperfeiçoarem algumas técnicas.
Muito recentemente, a Unidade Dor do
HGO contratou uma especialista em Medicina
Física e de Reabilitação e, com certeza, vão ser
necessários novos equipamentos, como, por
exemplo, para a realização de mesoterapia
e de outras terapêuticas com eletricidade. A
Associação tem, também, como finalidade a
melhoria do espaço físico da Unidade Dor do
HGO. Ou seja, complementado o orçamento
do Hospital, que é sempre limitado, estamos
empenhados em modernizar o espaço e em
modernizar equipamentos e infraestruturas
das salas utilizadas para tratamento da dor.
No que respeita à formação, temos sido
procurados por muitas unidades e serviços do
HGO e de outros hospitais. Como é sabido,
a Medicina da Dor faz parte do currículo do
Internato Complementar de Anestesiologia,
tendo os médicos desta especialidade de fazer um estágio de, pelo menos, dois meses
numa unidade de dor diferenciada. Alguns
querem fazer mais três meses opcionais. Além
destes, a Unidade Dor recebe também, desde
há alguns anos, durante um mês, internos de
Medicina Geral e Familiar, maioritariamente
provenientes de USF da Margem Sul do Tejo.
Esta é uma aposta na formação dos médicos. É um trabalho desenvolvido pela ASTOR e
pela Unidade Dor do HGO – duas entidades
interligadas – e que acaba por beneficiar outras entidades e, em especial, os doentes com
dor. Em 2016, recebemos, pela primeira vez,
uma interna de Psiquiatria, que é uma área
muito importante na Medicina da Dor, acolhemos também vários médicos em formação
específica em Medicina Física e de Reabilitação, uma especialidade que nos procura já há
vários anos. Um momento importante da atividade da ASTOR, dentro da sua atividade formativa, é a realização do Convénio, que vai na
sua 15.ª edição, em coorganização com as Jornadas da Unidade Dor do HGO, 24.ª edição.
JN – Considera que os médicos mais
jovens saem destes estágios devidamente
sensibilizados e bem formados para a dor
e para o seu tratamento?
MPRS – Trabalhamos para isso! A ideia que
temos é que não só saem mais sensibilizados
como mais capacitados – e há vários dados que
nos permitem acreditar nisso, apesar de, obviamente, ser um aspeto que varia de pessoa para
pessoa. Por um lado, fazemos avaliação teórica
e prática e percebemos que muitos internos
saem muito capacitados e a dominar bastante
bem as técnicas e fármacos para tratamento da
dor. Por outro, todos têm de fazer um relatório
da sua atividade durante o estágio aqui na Unidade e é notório, pelo que escrevem e pelo que
dizem, que estão mais capacitados.
Outro dado que é muito interessante e
grato de detetar é que, após o estágio na Unidade, muitos destes internos, sobretudo os de
MGF, passam a fazer-nos uma referenciação
mais cuidada dos seus doentes e com mais qualidade. Manifestam que caracterizaram melhor
o doente com dor, que iniciaram o tratamento
– por vezes, muito adequadamente e já com
alguma diferenciação – e as referenciações que
nos fazem são pertinentes e justificadas.
Os enfermeiros têm também uma intensa
atividade formativa aqui na Unidade Dor. Recebemos, com muita frequência, estagiários, em
diferentes fases da sua formação ou especialização; passam semanas ou até meses connosco,
orientados pelas enfermeiras da Unidade.
A formação dos colegas de Moçambique é
algo que considero também muito interessante. A Unidade Dor tem participado num protocolo, patrocinado pela Fundação Calouste
Gulbenkian, e recebe médicos, enfermeiros e
psicólogos clínicos de Moçambique. Este ano,
fizemos quatro missões de uma semana no
Hospital Central de Maputo, onde estivemos
a orientar a formação em dor para médicos,
enfermeiros e psicólogos desse hospital.
A formação de colegas de outras especialidades em Medicina da Dor é uma luta contínua. Todas têm muitos aspetos específicos
da sua área que lhes ocupam muito tempo e
esforço e, por vezes, é tanto o investimento
na investigação das causas da doença que o
tratamento efetivo da dor fica para um segundo plano. É muito compreensível, mas o que
o doente deseja, em primeiro lugar, é que lhe
tratem a dor – mesmo que não se consiga tratar
a causa ou enquanto não se consegue. Quando
somos solicitados pelas várias especialidades,
acabamos por assumir a responsabilidade pela
terapêutica analgésica destes utentes, para preencher as lacunas existentes nesse aspeto.
JN – E como é a interação da Anestesiologia com as restantes especialidades
médicas?
MPRS – Esta é uma unidade de dor
crónica. No entanto, há alguns anos, foi definido pelo Ministério da Saúde que todos os
serviços de Anestesiologia deveriam ter pelo
menos um posto de trabalho dedicado a dor
aguda pós-operatória. De facto, nós anestesiologistas temos algumas skills essenciais
para o tratamento da dor. Dominamos bem
os opioides no intra e no pós-operatório e,
por outro lado, temos um certo domínio das
técnicas regionais e locorregionais dos bloqueios dos neurológicos. Nas unidades de
dor temos uma relação próxima com todas
as especialidades cirúrgicas (como é próprio
da Anestesiologia) e, ainda, com a Oncologia,
Pneumologia, Neurologia e Neurocirurgia.
Diria mesmo que a Anestesiologia não apenas
utiliza técnicas úteis para o tratamento da dor
como tem, por definição, uma relação muito
JN – No que se refere à dor crónica, em
geral e na sua opinião, como está o estado
da arte do seu tratamento em Portugal?
MPRS – Não é uma pergunta fácil! Como
se sabe, há toda uma história, eu diria até de
batalha, para que seja fácil o acesso a unidades
No entanto, somos pioneiros europeus
nesse aspeto e o nosso Plano Nacional de
Luta Contra a Dor é uma referência em revistas internacionais. Ao longo dos anos, muitos profissionais foram sendo formados em
várias unidades e, entretanto, constituiu-se a
Competência em Medicina da Dor, que acaba,
também, por promover a atividade formativa
constante, tanto no que respeita a aspetos teóricos como a estágios em unidades da dor.
Em suma, melhorámos muito, mas continuamos a ter várias dificuldades, da qual
a primeira é a multidisciplinaridade. Não
conseguimos ter, com facilidade, profissionais especialistas apenas para a Medicina da
Dor! Este é um problema de todas as unidades de dor, apesar da do HGO ter esse assunto muito bem resolvido, graças ao trabalho
da Dr.ª Beatriz Craveiro Lopes.
Para não falar nas outras especialidades!
Convencer um diretor de um serviço a ter um
especialista na Unidade de Dor não é fácil. Por
exemplo, com a Neurologia, muitas vezes, o
que conseguimos é uma consulta multidisciplinar, algumas vezes por semana ou por mês. Te-
e a tratamentos que poderiam ser demasiado
caros para os doentes. Nunca foi e continua a
não ser fácil a formação dos profissionais de
saúde para que avaliem a dor e para que o façam sistematicamente e registem pelo menos
a intensidade da dor – conforme é mandado
na circular normativa da DGS sobre o registo
da sua intensidade da dor, que é um aspeto
fundamental. Pode haver muita dor, porém,
se não estiver registada, não for visível nos
registos clínicos e não for avaliada, não conta.
mos doentes selecionados, sobre os quais conversamos e avaliamos conjuntamente. Porém,
muitas vezes, não se consegue essa tal multidisciplinaridade na avaliação diária dos doentes.
Concordo que não podem existir unidades da
dor sem anestesistas. No entanto, em muitos
países, a Neurologia tem um papel liderante
nestes espaços e muito bem. Toda a transmissão da dor é um fenómeno neurológico e, se
formos ver a investigação e as publicações nesta área, uma boa parte é dessa especialidade.
ampla com todas as especialidades hospitalares, até mesmo com as não cirúrgicas.
Fazemos muitos outros procedimentos
anestésicos para especialidades não cirúrgicas, para exames endoscópicos, no âmbito
da Pneumologia e Gastrenterologia, e até
para algumas técnicas psiquiátricas utilizadas para o tratamento da depressão profunda, em que os doentes têm de ser anestesiados. Tal como a Obstetrícia, uma das áreas
da minha preferência. Hoje em dia, já não
é razoável que se façam partos sem nenhum
apoio anestésico. É a anestesia que permite
que o parto se torne um momento feliz e
não para esquecer. É por tudo isto que, hoje
em dia, faltam anestesistas – há mais anestesistas do que nunca, mas são cada vez mais
as áreas que os solicitam.
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15º
14º Convénio
ASTOR
Singularidade na gestão da dor irruptiva
nuamos
de”
Além disto, é preciso que se perceba
que devemos ter enfermeiros dedicados à
dor e não apenas a fazer umas horas. Esse é
também um problema que temos resolvido
na nossa Unidade e que é uma mais-valia
inestimável. Tratar a dor exige uma equipa
de várias pessoas e, por vezes, parece haver
outras prioridades para quem decide. Contudo, para os doentes, não há nada mais
importante que o tratamento da dor.
JN – O que o levou a assumir este
cargo na ASTOR?
MPRS – Verdadeiramente, o que me
fez assumir este cargo foi um compromisso
com a equipa, porque foi consensual que
isso poderia ser importante para a Unidade.
JN – Os objetivos a que se propôs
têm sido cumpridos?
MPRS – Sim, a ASTOR mobiliza os profissionais da área e tenta proporcionar-lhes
melhores condições de trabalho e de formação, tanto a quem está neste hospital como a
quem vem de fora. O nosso objetivo é que pos-
sam fazer um melhor trabalho e, ainda, transmitir os seus conhecimentos nos seus centros de
saúde e noutros locais onde se tratam doentes
com dor. Penso que sim, estão a ser cumpridos.
JN – Como está a ser a experiência
de organizar estas Jornadas?
MPRS – Desde que o Convénio ASTOR
começou a ser organizado em simultâneo com
as Jornadas que, ano sim, ano não, procuramos fazê-lo com a colaboração de uma unidade de dor de outro hospital. Este seria o ano
de o fazermos sozinhos. Contudo, e porque,
em 2018, fazemos 25 anos, queremos que a
organização seja apenas nossa, nesse ano.
Desta vez, convidámos a Unidade da
Dor do Hospital de Santa Maria, para realizarem connosco o programa científico. Esta
Unidade é coordenada pela Dr.ª Teresa Fontinha e é uma das áreas de atividade do Serviço de Anestesiologia, cujo diretor é o Dr.
Lucindo Ormonde. Vamos receber alguns
colegas que são autoridades mundiais no
tratamento da dor e dos que mais publicam
em Medicina da Dor; estarão connosco ao
fim da manhã e ao princípio da tarde.
Além disso, vão ser entregues dois prémios, patrocinados também pela ASTOR e
por empresas farmacêuticas, para as melhores comunicações livres e melhores posters.
Um prémio é de 2500 euros e o outro de 500.
JN – Que mensagens deixa aos médicos presentes nas Jornadas?
MPRS – Que participem e que fomentem
os trabalhos na área da investigação da dor,
para que no próximo ano tenhamos ainda
mais comunicações livres e posters. As nossas
Jornadas são o maior evento em tratamento da
dor crónica e aguda que se realiza no país e
acolhem participantes de várias áreas – diferentes especialidades médicas, Psicologia Clínica, enfermeiros e fisioterapeutas, entre outros. Gostaria da passar a mensagem de que se
houver alguma técnica ou área em que pensam
que seria importante organizar um workshop
nos digam. Podemos perfeitamente fazê-lo nas
próximas Jornadas. As Jornadas seguintes tentam inspirar-se também nas sugestões que pedimos em cada edição. Portanto, participem,
assistam, façam sugestões de temas para o ano
que vem. Tomem iniciativas, tanto na realização de trabalhos como de workshops.
Dulce guerreiro
Enfermeira da unidade Dor
do Hospital garcia de orta
A dor crónica é um problema comum nas
pessoas idosas, causando grande impacto na
sua qualidade de vida (DGS, 2010).
A pessoa idosa com dor crónica pode,
simultaneamente, sofrer exacerbações transitórias de dor, apesar de medicada com terapêutica analgésica. A este quadro, Portenoy
& Hagen (1990) propuseram o termo breakthrough pain. Em Portugal, o termo dor
irruptiva surge no início do século XXI, numa
tentativa de tradução do termo anglo-saxónico
(Portela, 2003).
A definição proposta em 2008 pela Science Committee of the Association for Palliative
Medicine of Great Britain and Ireland descreve a dor irruptiva como uma exacerbação
transitória da dor que ocorre quer espontaneamente, quer desencadeada por um fator
específico (previsível ou imprevisível), apesar
Manuel Pedro Ribeiro da silva nasceu em lisboa, no ano de 1959. licenciou-se pela Faculdade de Medicina de lisboa/Hospital de santa Maria, em
1984, local onde regressou, mais tarde, para se especializar em Anestesiologia.
segundo conta, o seu gosto pela Medicina surgiu, apenas, por volta de 1974,
tendo, até então, pensado em ser oficial da Marinha “no Portugal de outrora”.
A Anestesiologia foi “uma paixão tardia”, que se manifestou por volta dos
40 anos, tendo, até essa altura, feito clínica geral, que ainda pratica duas tardes por semana. Colabora com a unidade Dor do Hgo desde fevereiro de
2005. nos tempos livres, gosta de ler, de praticar natação e de conviver com
os amigos.
Referências bibliográficas:
- Buchanan, A., Geerling, J. & Davies, A. (2014). Breakthrough cancer pain: the role of the nurse. International Journal of Palliative Nursing, 20(3), 126-129.
- Burton, B. & Zeppetella, G. (2011). Assessing the impact of breakthrough cancer pain. British Journal of
Nursing, 20(10), S14-S19.
- Davies, A. N., Dickman, A., Reid, C., Stevens, A.M. &
Zeppetella, G. (2009). The management of cancer-related breakthrough pain: Recommendations of a task
group of the Science Committee of the Association for
Palliative Medicine of Great Britain and Ireland. European Journal of Pain, 13, 331-338.
- DGS (2010). Orientações técnicas sobre o controlo
da dor crónica na pessoa idosa nº 015/2010 de 14 de
dezembro.
- EONS (2013). Breakthrough cancer pain guidelines.
- Gomes, I. D. (2013). Promover o cuidado de si: a natureza da parceria entre o enfermeiro e o doente idoso no domicílio. In Anjos, M. A. P. (org.). O cuidado de
enfermagem à pessoa idosa: da investigação à prática
(pp 77-113). Loures: Lusociência.
- Mercadante, S., Marchetti, P, Cuomo, A., Mammucari,
M. & Caraceni, A. (2015). Breakthrough pain and its
treatment: critical review and recommendations of
IOPS (Italian Oncologic Pain Survey) expert group.
Supportive Care in Cancer. 24(2).
- Portela, J. L. (2003). Estudo de Prevalência de Dor
Irruptiva em Portugal. Revista Dor. 11 (3), p. 23-25.
- Portenoy, R. K. & Hagen, N. A. (1990). Breakthrough
pain: definition, prevalence and characteristics. Pain,
41 (3), 273-281.
- Ribeiro, A. L. A. (2013). A pessoa com dor crónica Um modelo de acompanhamento de enfermagem.
(Tese de doutoramento não publicada). Universidade
Católica Portuguesa, Porto.
- RustØen, T., Geerling, J. I., Pappa, T., Rundstrom, C.,
Weisse, I., Williams, S. C….Wengstrom, Y. (2013). How
nurses assess breaktrough cancer apin, and the impact of
this pain on patients’daily lives- Results of a European survey. European Journal of Oncology Nursing, 17, 402-407.
CUrSo ECoAStor
Simulador de neuroestimulação
medular pela 1.ª vez em Portugal
A 5.ª edição do Ecoastor vai trazer, pela
1.ª vez a Portugal, um simulador de neuroestimulação medular. Segundo Javier Duran,
coordenador do curso, este aparelho é, sem
dúvida, uma mais-valia, pois, permite “recriar
num manequim a colocação de elétrodos,
como se de um doente real se tratasse”.
“A neuroestimulação medular é uma técnica muito difícil de ensinar, uma vez que é efetuada em bloco operatório, com o apoio do RX e
em muito poucos doentes/ano”, lembra Javier
Duran, acrescentando que o simulador não traz,
sequer, risco de radiação para os formandos.
MAnUEL PEDro riBEiro DA SiLVA:
“A Anestesiologia foi uma paixão tardia”
do relativamente estável e adequado controlo
da dor basal (Davies et al., 2009).
As pessoas idosas vivenciam um grande
impacto negativo na sua qualidade de vida
e também na dos cuidadores familiares,
pelas várias complicações induzidas pela
dor irruptiva, nomeadamente, a nível físico
(imobilidade, quedas, malnutrição, insónia),
psicológico (ansiedade, depressão) e social
(isolamento e diminuição da participação em
atividades recreativas) (Buchanan, Geerling
& Davies, 2014; Burton & Zeppetella, 2011;
EONS, 2013; Mercadante, Marchetti, Cuomo,
Mammucari & Caraceni, 2015; RustØen et al.,
2013).
O controlo da dor irruptiva é um desafio para a pessoa que vivencia a situação e
para os profissionais de saúde. Para compreender o acontecimento de doença, avaliar a
situação da pessoa, fornecer informação e
propor soluções para o problema, são necessários conhecimentos que possibilitem
ajudar e capacitar a pessoa idosa ou seu
cuidador familiar no controlo da dor irruptiva, tendo em conta a sua singularidade
(Gomes, 2013).
As enfermeiras têm, neste processo, uma
importância essencial na promoção da qualidade de vida, ajudando a pessoa idosa e a família a usar os recursos necessários para gerir
a dor irruptiva na sua singularidade, mantendo
a autonomia na tomada de decisão e uma participação ativa no seu projeto de vida e saúde,
uma vez que se impõem grandes exigências de
adaptação (Ribeiro, 2013).
Javier Duran
Dirigido a todos os profissionais médicos
de diferentes especialidades que se dediquem
ao tratamento da dor, esta edição do Ecoastor, à semelhança das anteriores, foca-se nas
técnicas de intervenção em Medicina da Dor,
com base numa abordagem prática, em que o
formando aprende fazendo, sempre acompanhado de “peritos de prestígio internacional”.
“Esta é uma oportunidade ótima para
poderem adquirir bases para as técnicas que
poderão depois executar nos seus hospitais
de origem”, menciona Javier Duran, acrescentando que tudo é feito num “ambiente
descontraído e familiar”.
Além da neuroestimulação medular,
vai ser realizado o ensino de técnicas ecoguiadas, em modelos humanos, e de radiofrequência, em simuladores de origem animal (carne e outros). “A estrutura do curso
consiste numa série de bancas práticas, com
grupos reduzidos, no máximo de quatro
alunos por formador, cujo conteúdo científico é apresentado de forma muito particular
e onde são mostrados procedimentos para
cada tipo de dor”, explica Javier Duran.
técnica torna a prática da intervenção muito
eficiente e recompensadora, tanto para o
médico como para o doente”, indica.
E acrescenta: “Os procedimentos deverão sempre ser integrados com outras modalidades terapêuticas – farmacológica, terapia manual, exercício terapêutico, técnicas
de relaxamento, correção postural, entre
outras – e supervisão periódica.”
A importância da Fisiatria de Intervenção
Miguel Costa, do Grupo de Fisiatria de
Intervenção e Centro Hospitalar do Algarve
e um dos formadores do Ecoastor, refere
que a “Fisiatria de Intervenção vai crescer”,
nas próximas décadas, e deixar a sua marca,
fundamentalmente na melhoria da qualidade de vida dos doentes, com uma redução
drástica do tempo de incapacidade laboral e
dos custos de saúde associados. “A sua prática deve ser continuamente protocolada e
regulamentada e cada vez mais integrada na
formação do jovem fisiatra”, salienta.
Quando questionado acerca dos seus
objetivos para esta formação, Miguel Costa
responde que pretende, sobretudo, transmitir que a “Fisiatria de Intervenção é uma
ferramenta determinante no sucesso do tratamento ou na gestão de patologia musculoesquelética aguda e/ou crónica”.
“Quando o doente é bem selecionado e
tem um diagnóstico preciso, a avaliação dos
fatores contextuais e a correta seleção da
Miguel Costa
No entender de Miguel Costa, o fisiatra não
tem de dominar todos os procedimentos sobre
ecografia em dor crónica. Contudo, é proveitoso que reconheça as indicações para as técnicas.
“As estruturas abordadas vão desde articulação, músculo, tendão, ligamento, nervo e
bursa, onde cada uma tem a sua especificidade
e formas de reabilitar. O nível de dificuldade na
sua execução varia com riscos proporcionais,
onde todo o Fisiatria beneficiará em dominar
os procedimentos mais simples e frequentes na
sua prática clínica, como, por exemplo, a abordagem intra-articular do joelho, ou a síndrome
miofascial do trapézio”, afirma, concluindo que
como procedimentos de nível de dificuldade
elevado está, por exemplo, o bloqueio do ramo
medial e a abordagem intra-articular da anca.
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15º Convénio
14º
ASTOR
Dor e gineceu
de equipa que também envolve a avaliação
e apoio psicológico da Dr.ª Cristina Caldeira (psicóloga) tem-se mostrado gratificante
para as doentes, sendo de realçar a importância da colaboração do Dr. Francisco Sam-
paio, diretor do Serviço de Medicina Física e
de Reabilitação, para onde são referenciadas
algumas doentes.
A utilização de técnicas de intervenção,
como o TENS (Estimulação Elétrica Transcu-
tânea), infiltrações no espaço epidural, bloqueios caudais (diagnósticos e terapêuticos),
radiofrequência do gânglio ímpar e colocação de neuroestimuladores medulares são
“mais-valias” que a Unidade pode oferecer
para esta patologia.
A melhoria da qualidade de vida, devidamente monitorizada por toda a equipa,
traduz o benefício e a satisfação de quem
procura esta consulta.
teresa Fontinhas
Coordenadora da unidade
Multidisciplinar de Dor,
CHln
NÃO PERCA O RUMO
NO CONTROLO DA DOR
Lyrica®, no alívio da dor neuropática e comorbilidades associadas.1 Siga
ao leme com a confiança de um tratamento experiente, que o guia rumo ao
bem-estar dos seus doentes.
Maria do Céu Santo
ginecologista, Hospital
santa Maria, CHln
A avaliação das
repercussões da dor
na atividade física,
psíquica, vida diária
e vida sexual são
fundamentais para a
decisão terapêutica.
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NOME LYRICA® COMPOSIÇÃO Cada cápsula contém 25 mg, 50 mg, 75 mg, 100 mg, 150 mg, 200 mg, 225 mg e 300 mg de pregabalina. Também contêm lactose mono-hidratada. INDICAÇÕES
TERAPÊUTICAS Dor neuropática: tratamento da dor neuropática periférica e central, em adultos. Epilepsia: terapêutica adjuvante em adultos com crises parciais de epilepsia, com ou sem
generalização secundária. Ansiedade generalizada: tratamento da perturbação de ansiedade generalizada, em adultos. POSOLOGIA E MODO DE ADMINISTRAÇÃO: 150 a 600 mg diários,
administrados em duas ou três tomas, por via oral, com ou sem alimentos. Dor neuropática: O tratamento pode ser iniciado com 150 mg diários divididos em duas ou três doses. Com base na
resposta e tolerabilidade individuais do doente, a dose pode ser aumentada para 300 mg diários, após 3 a 7 dias e, se necessário, para a dose máxima de 600 mg diários após um intervalo
adicional de 7 dias. Epilepsia: O tratamento pode ser iniciado com 150 mg diários divididos em duas ou três tomas. Com base na resposta e tolerabilidade individuais do doente, a dose pode ser
aumentada para 300 mg diários, após 1 semana. A dose máxima de 600 mg diários pode ser atingida após mais uma semana. Perturbação de ansiedade generalizada: O intervalo posológico
é de 150 a 600 mg por dia, administrado em duas ou três tomas. A necessidade de tratamento deve ser reavaliada regularmente. O tratamento com pregabalina pode ser iniciado com 150 mg
diários. Com base na resposta e tolerabilidade individuais do doente, a dose pode ser aumentada para 300 mg diários, após uma semana. A dose pode ser aumentada para 450 mg diários,
após mais uma semana. A dose máxima de 600 mg diários pode ser atingida após mais uma semana. Descontinuação da pregabalina: se for necessário descontinuar a pregabalina, esta deve
ser retirada, gradualmente, durante um período mínimo de uma semana. Compromisso renal: A redução deve ser individualizada em função da depuração de creatinina. Consultar o RCM para
ajustes de dose em doentes com compromisso renal. Afeção hepática: Não é necessário ajustar a dose. População pediátrica: Não é recomendado. Idosos: Pode ser necessário reduzir a dose no
doente idoso devido à diminuição da função renal CONTRAINDICAÇÕES Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes. EFEITOS INDESEJÁVEIS As reações adversas
enumeradas também podem estar associadas a doenças subjacentes e/ou medicações concomitantes. No tratamento da dor neuropática central devido a lesão da medula espinhal, a incidência
de acontecimentos adversos em geral, acontecimentos adversos do SNC e especialmente de sonolência, aumentou. As seguintes reações adversas foram classificadas como: Muito frequentes (≥
1/10): tonturas, sonolência, cefaleia Frequentes (≥ 1/100 a <1/10): nasofaringite, aumento do apetite, humor eufórico, confusão, irritabilidade, diminuição da líbido, desorientação, insónia, ataxia,
coordenação anómala, tremores, disartria, amnésia, diminuição da memória, perturbações da atenção, parestesias, hipoestesia, sedação, distúrbio do equilíbrio, letargia, visão turva, diplopia,
vertigens, vómitos, náuseas, xerostomia, obstipação, diarreia, flatulência, distensão abdominal, cãibras musculares, artralgias, dores de costas, dores nos membros, espasmo cervical, disfunção
eréctil, alteração da marcha, sensação de embriaguez, fadiga, edema periférico, edema, queda, sensação anormal, aumento de peso. Pouco frequentes (≥1/1000 a <1/100): neutropenia,
hipersensibilidade, anorexia, hipoglicemia, alucinações, ataques de pânico, instabilidade psicomotora, agitação, depressão, humor deprimido, humor elevado, agressividade, variações de humor,
despersonalização, dificuldade em encontrar palavras, sonhos anómalos, aumento da líbido, anorgasmia, apatia, síncope, estupor, mioclonia, perda de consciência, hiperatividade psicomotora,
discinesia, tontura postural, tremor intencional, nistagmo, perturbação cognitiva, perturbações mentais, alterações no discurso, hiporreflexia, hiperestesia, sensação de queimadura, ageusia,
mal-estar, perda de visão periférica, perturbação visual, edema dos olhos, alterações do campo visual, acuidade visual reduzida, dor ocular, astenopia, fotopsia, xeroftalmia, aumento do
lacrimejo, irritação ocular, hiperacusia, taquicardia, bloqueio auriculoventricular de primeiro grau, bradicardia sinusal, insuficiência cardíaca congestiva, rubores, afrontamentos, hipotensão,
hipertensão, arrefecimento periférico, dispneia, epitaxis, tosse, congestão nasal, rinite, ressonar, secura nasal, doença de refluxo gastroesofágico, sialorreia, hipoestesia oral, erupção papular,
urticária, hiperidrose, prurido, espasmos musculares, edema das articulações, mialgias, cervicalgia, rigidez muscular, incontinência urinária, disúria, atraso na ejaculação, disfunção sexual,
dismenorreia, mastodinia, sensação de aperto torácico, astenia, sede, dor, arrepios, edema generalizado, edema facial, pirexia, elevação de creatina fosfoquinase sanguínea, elevação de alanina
aminotransferase, elevação de aspartato aminotransferase, número de plaquetas diminuído, elevação da glicemia, elevação de creatinemia, diminuição do potássio no sangue, perda de peso
Raras (≥1/10000 a <1/1000):angioedema, reação alérgica, desinibição, convulsões, hipocinesia, parosmia, disgrafia, perda da visão, queratite, oscilopsia, alteração da perceção da profundidade
visual, midríase, estrabismo, brilho visual, prolongamento do intervalo QT, taquicardia sinusal, arritmia sinusal, edema pulmonar, sensação de aperto na garganta, ascite, pancreatite, edema da
língua, disfagia, Síndrome de Stevens-Johnson, suores frios, rabdomiólise, insuficiência renal, oligúria, retenção urinária, amenorreia, corrimento mamário, aumento mamário, ginecomastia,
diminuição dos glóbulos brancos. A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação
benefício-risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas diretamente ao INFARMED, I.P. DATA DE REVISÃO 11/2016.
Medicamento Sujeito a Receita Médica. Comparticipação: Escalão A. Para mais informações deverá contactar o titular de autorização de introdução no mercado.
v
1. Saldaña, M. et al. Patient-reported-outcomes in subjects with painful lumbar or cervical radiculopathy treated with pregabalin: evidence from medical practice in primary care settings. Rheumatol Int (2010) 30: 1005-1015.
2. Medicamentos autorizados e comercializados em Portugal – pesquisa efetuada no Informed a 05.12.16.
PP-LYR-PRT-0052
A cavidade pélvica, que na mulher representa o “gineceu” biológico, é traduzida
por um espaço anatómico que envolve várias
especialidades. Embora se pense de imediato na Ginecologia ou na Urologia, o facto é
que a Gastrenterologia, a Reumatologia, a
Ortopedia e a Neurologia também estão envolvidas neste espaço.
Na Unidade Multidisciplinar de Dor
Crónica do CHLN, a Consulta de Dor Pélvica
existe há dois anos, numa parceria entre a
Dr.ª Teresa Fontinhas (anestesiologista) e a
Dr.ª Maria do Céu Santo (ginecologista). Esta
parceria tem sido fundamental para a boa
evolução clínica das doentes.
Na área da Ginecologia, a patologia mais
frequentemente referenciada à consulta é,
sem dúvida, a endometriose, seguida da dispareunia, sendo a causa mais frequente desta última a doença oncológica em doentes
submetidas a radioterapia ou cirurgia prévia.
Muitas delas já experimentaram várias
terapêuticas, sem sucesso, recorrendo à consulta num estado avançado de dor e desgaste
emocional. A avaliação das repercussões da
dor na atividade física, psíquica, vida diária e
vida sexual são fundamentais para a decisão
terapêutica.
Embora o alívio completo desta queixa
álgica nem sempre seja possível, o trabalho
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