—Do Epidemiological Bulletin, Vol. 22 No. 4, December 2001— Definições de Caso: Doença Meningocócica e Meningite Viral Doença Meningocócica Razão para a Vigilância A doença meningocócica ocorre esporadicamente e epidemias de meningite meningocócica; a maioria dos casos ocorre em crianças <5 anos de idade. A meningite meningocócica é a única forma de meningite que causa epidemias. A taxa de mortalidade está entre 5% e 15%. Enquanto no sub Saara africano é a área mais severamente afetada, a doença meningocócica epidêmica pode afetar qualquer país. As vacinas bivalente contra meningococo A, C e a quadrivalente A, C, Y, W135 estão disponíveis; a imunização de uma população inteira deve ser considerada para fazer parar epidemias devido a meningococo do sorogrupo A e C. Em alguns países, a vacina é usada para contatos próximos de pacientes com doença meningocócica por sorogrupos A, C, Y ou W135 a fim de prevenir casos secundários. A imunização é também indicada para pessoas que viajam para áreas endêmicas. A vigilância é necessária para medir e detectar epidemias e estabelecer o impacto da epidemia e doença não epidêmica. Definição de Caso Recomendada Definição de caso clínico Uma doença com início súbito de febre (>38.5°C via retal ou >38.0°C axilar) e um ou mais dos seguintes: rigidez de nuca, consciência alterada, outros sinais meningeos ou petéquias ou exantema purpúreo. Em pacientes <1 ano de idade, se suspeita de meningite quando a febre é acompanhada por abaulamento da fontanela. Critério laboratorial para o diagnóstico Detecção de antígeno no LCR ou positivo para cultura. Classificação de Caso Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho e-mail: [email protected] Em 26/04/2002 Suspeito: Suspeito Um caso que atende a definição clínica de caso. Provável: Provável Um caso suspeito como definido acima e LCR turvo (com ou sem cepa Gram positiva) ou evidência de vínculo epidemiológico a um caso confirmado. Confirmado: Confirmado Um caso suspeito ou provável com confirmação laboratorial. Tipos Recomendados de Vigilância A nível periférico, os registros individuais devem ser mantidos (particularmente para contato). Notificação imediata de todos os casos suspeitos ou prováveis do nível periférico ao nível intermediário. Todos os casos devem ser investigados. Dados de seguimento sobre o organismo identificado e sobre o resultado do paciente devem ser procurados pelo nível intermediário. Notificação semanal/mensal de rotina para dados agregados ou baseados em caso, do nível intermediário ao nível central. Uma vigilância paralela usando os laboratórios de referência para doenças meningocócicas pode fornecer dados microbiológicos detalhados sobre o sorogrupo ou genótipo com uma base central (de utilidade para análise epidemiológica). Nota 1: 1 Em países com infra-estrutura de vigilância limitada, 2 caminhos para a vigilância clínica podem ser integrados: 1. Uma quantidade limitada de dados notificados por todos os centros de saúde (por exemplo, casos novos e óbitos por semana) 2. Dados mais extensivos notificados de centros de saúde de referência selecionados. Nota 2: 2 A vigilância da cobertura vacinal pode ser feita em áreas de vacinação em massa ou onde a vacinação para a doença meningocócica seja parte da vacinação de rotina. Elementos de Dados Mínimos Recomendados Vigilância Clínica Dados baseados em caso para registros individuais e para notificação: Classificação de caso (suspeito/provável/confirmado), identificador único, idade, sexo, informação geográfica, data do início, data da consulta, estado vacinal, tratamento recebido, história de contato com um caso, contatos próximos. Dados agregados para notificação: Por classificação de caso (suspeito/provável/confirmado), grupo etário, semana, área geográfica e resultado. Vigilância Laboratorial Dados baseados no isolamento do agente para notificação: Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho e-mail: [email protected] Em 26/04/2002 Identificador único, idade, sexo, data do início, data da amostra, tipo da amostra, sorogrupo. Genótipo. Dados agregados para notificação: Casos por grupo etário, tipo de amostra, sorogrupo, genótipo. Análise de Dados recomendada, Apresentação, Relatórios - Incidência por semana, mês, área geográfica e grupo etário. - Uso de dados de incidência para estabelecer os limiares epidêmicos pela comparação da taxa de incidência semanal durante o mesmo período em 3-5 anos anteriores não epidêmicos (marcação). - Distribuição por sorogrupo e genótipo (se disponível). - Cobertura vacinal (se disponível). Principais Usos de Dados para Tomada de Decisão - Detecção e controle da doença meningocócica epidêmica tão cedo quanto possível, especialmente em áreas de países em desenvolvimento onde a meningite epidêmica levanta dificuldades particulares. - Fortalecer a capacidade para resposta de emergência a epidemias de doença meningocócica. - Mobilizar atividades de imunização. - Monitorar a cobertura vacinal por área geográfica para monitorar o progresso e identificar áreas de desempenho deficiente. - Monitorar o impacto da vacinação sobre a incidência da doença e eficácia da vacina durante epidemias. Aspectos Especiais Decidir quando uma epidemia está ocorrendo ou provavelmente ocorrerá (estabelecendo limiares). Áreas hiperendêmicas: 15 casos por 100.000 por semana foi a média de 2 semanas consecutivas. Uma vez detectada a doença epidêmica em uma dada área, um valor inferior (5 casos/100.000 por semana) pode ser usada como um limiar em áreas contíguas. Outras situações: aumento de 3 a 4 vezes comparado com o período de tempo correspondente nos anos anteriores, ou o Dobro de casos de uma semana para a próxima durante um período de 3 semanas. Meningite Viral Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho e-mail: [email protected] Em 26/04/2002 Razão para a Vigilância A meningite viral ocorre esporadicamente e também como doença epidêmica. As taxas de letalidade são geralmente baixas; a infecção pode ter seqüela de potencial duradouro nos afetados (principalmente as crianças), porém a doença é raramente grave e a recuperação é usualmente completa. A detecção precoce da epidemia através da vigilância epidemiológica permite a identificação do agente causal e a instituição de medidas de controle direcionadas e gerenciamento efeito do caso. Definição de Caso Recomendada Definição de Caso Clínico Um caso com febre =38.5°C e um ou mais dos seguintes: rigidez de nuca, cefaléia grave não esclarecida, dor na nuca e 2 ou mais dos seguintes: - fotofobia - náusea - vômitos - dor abdominal - faringite com exsudato. Para crianças <2 anos de idade um caso é definido como uma pessoa com febre =38.5°C e um ou mais do seguinte: irritabilidade, abaulamento de fontanela. Critério Laboratorial para Confirmação O vírus específico confirmado em cultura celular. Classificação de caso Suspeito: Suspeito Um caso que atenda a definição de caso clínico. Provável: Provável Um caso suspeito com um ou mais dos seguintes: - glicose normal no LCR e proteína normal ou ligeiramente aumentada no LCR (>50mg/dl), aumento moderado de células no LCR (<500/mm3) e predominância de linfócitos (>50%) - LCR Positivo para sequenciamento genômico viral usando PCR (Reação de Polimerase em Cadeia) - Vínculo Epidemiológico a um caso confirmado. Confirmado: Confirmado Um caso suspeito ou provável com confirmação laboratorial. Tipos Recomendados de Vigilância - No nível periférico os registros individuais devem ser mantidos. - Notificação imediata de todos os casos suspeitos ou prováveis do nível periférico para o nível intermediário e nível central. Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho e-mail: [email protected] Em 26/04/2002 - Todos os casos devem ser investigados. Acompanhar os dados sobre o organismo identificado e o resultado do paciente a ser buscado pelo nível intermediário e central. - Notificação semanal rotineira dos dados concordantes ou baseados no caso do nível intermediário ao nível central. Uma vigilância paralela usando laboratórios de referência para doenças virais pode fornecer mais dados virológicos mais detalhados sobre os agentes causais específicos em uma base nacional; estes são de utilidade para análise epidemiológica. Elementos de Dados Mínimos Recomendados Vigilância Clínica Dados baseados no caso para os registros individuais e para notificação: Classificação de caso (suspeito/provável/confirmado), identificador único, idade, sexo, informação geográfica, data do início, data da consulta, tratamento recebido. Dados agregados para notificação: Classificação caso por caso (suspeito/provável/ confirmado), grupo etário, semana, área geográfica, e resultado. Vigilância Laboratorial Dados baseados no isolado para notificação: Identificador único, idade, sexo, data do início, data da amostra, tipo de amostra, organismo identificado. Dado agregado para notificação: Casos por grupo etário, tipo de amostra, organismo identificado. Análise de Dados Recomendada, Apresentação, Relatórios Incidência por semana, mês, área geográfica, grupo etário, resultado. Principais Usos de Dados para Tomada de Decisão: - Detectar e controlar epidemias de meningite viral tão rápido quanto possível - Fortalecer a capacidade para resposta de emergência a epidemias de meningite viral. Este documento traduzido trata-se de uma colaboração da Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações – CGPNI/CENEPI/FUNASA/MS, a todos que se dedicam às ações de imunizações. Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho e-mail: [email protected] Em 26/04/2002