PONTÍFICA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM VIGILÂNCIA SANITÁRIA Nanomedicamentos e Nanocarreadores de drogas para o uso terapêutico de Câncer Adrielle Veloso Caixeta1 Pedro Canisio Binsfeld2 1 Farmacêutica- Aluna de Pós-graduação em Vigilância Sanitária pelo Instituto de Estudos Farmacêuticos e Universidade Católica de Goiás, GO. E-mail: [email protected] 2 Orientador - Docente do Programa de Pós-Graduação em Vigilância Sanitária, pelo Instituto de Estudos Farmacêuticos e Universidade Católica de Goiás - GO. E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: Nanomedicamentos são drogas produzidas em escala nanométricas com propriedades físicoquímicas diferentes transportadas por nanocarreadores que direcionam essas substâncias para células alvo cancerígenas, combatendo estas de forma mais seletiva do que os tratamentos atuais. Objetivo: descrever os principais nanomedicamentos e nanocarreadores utilizados na terapia do câncer, bem como decorrer sobre questões relacionadas à regulação sanitária disponível atualmente. Metodologia: Para o desenvolvimento deste trabalho de revisão bibliográfica foram pesquisados artigos e periódicos, realizados em bases de dados eletrônicas nacionais e internacionais, tendo como descritor de busca: nanotechnology, drug delivery system, nanomedicine, cancer, therapy, e ANVISA. A revisão foi concretizada com artigos publicados na base de dados Bireme, por meio dos serviços MEDLINE, SCIELO e LILACS. Também foram acessadas as bibliotecas virtuais da Universidade Católica de Brasília – Brasília, DF. Resultados e Discussão: Esta revisão permitiu verificar que há vários nanomedicamentos e nanocarreadores que já são utilizados ou em fase clínicas em terapia do câncer, com indicadores de resultados positivos para esta finalidade. Inúmeras pesquisas ainda estão em desenvolvimento para esta aplicação terapêutica, sendo identificado um frágil mecanismo de regulação específica. Conclusão: Esta nova tecnologia é promissora para a terapia do câncer, contudo estudos sanitários, mecanismos normativos e padronização se fazem necessários para maior controle desta emergente tecnologia. Palavras chave: Nanotecnologia, nanopartículas, terapia de câncer, nanoregulação, SUS. Nanomedications and Nanocarriers of Drugs for Therapeutic use against Cancer ABSTRACT Introduction: Nanomedicines are drugs produced in a nanometric scale with different physico-chemical proprieties that can directly deliver them to target cancer cells, this is a more selective way to battling these cells than the current treatments. Objective: To describe the main Nanomedication and nanocarriers used in cancer therapy, as well as ongoing issues related to sanitary regulation currently available. Methodology: For the development of this literature review were researched articles and journals, conducted in electronic databases domestic and international, with the descriptor search: nanotechnology, drug delivery system, nanomedicine, cancer, therapy, and ANVISA. The review was completed with published articles in the database Bireme, through services MEDLINE, SciELO and LILACS. We also accessed the virtual libraries of Universidade Católica de Brasília - Brasília, DF. Results and Discussion: This review shows that there are several Nanomedication and nanocarriers are already used in clinics or undergoing cancer therapy, with positive indicators for this purpose and many studies are still under development for this therapeutic application. It was also identified a weak specific regulatory mechanism. Conclusion: This new technology holds promise for cancer therapy, however health studies, standardization and regulatory mechanisms are needed to better control this emerging technology. Key-words: Nanotechnology, nanoparticles, cancer therapy, nanoregulation, SUS. 1 1 INTRODUÇÃO A nanociência e a nanotecnologia são áreas do conhecimento e inovação que vem despertando interesse cada vez maior da comunidade científica, dos profissionais, do setor industrial e da mídia. Pode ser conceituada como um conjunto de técnicas utilizadas para manipulação de átomos e moléculas para a criação de novos materiais em escala nanométrica (10-9 m). (BRASIL, 2011). O grande interesse no estudo destes materiais se deve ao fato de apresentarem propriedades físico-químicas distintas dos materiais base já conhecidos, o que permite inúmeras novas possibilidades de aplicações, entre os quais os nanomedicamentos e nanocarreadores, para o uso terapêutico, adjuvante terapêutico, diagnóstico ou em produtos para a saúde. (FALLEIROS et al., 2011). No Brasil, até a presente data, não há uma definição consolidada sobre nanomedicamento, e têm sido atribuídas diferentes definições em função do contexto em que é utilizado. Entretanto, para fins da compreensão e considerações do presente trabalho adotase a seguinte definição: Nanomedicamento é toda a substância ou combinação de substâncias elaborada que possuem distintas propriedades fisico-químicas, usada com a finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. Sendo esta, uma forma farmacêutica terminada que contém um fármaco em nanoescala ou associado a um nanoadjuvante com ação farmacológica específica visando modular funções metabólicas e fisiológicas. (ANVISA, 2012a). Um dos grandes objetivos da nanomedicina é o desenvolvimento de sistemas racionais de liberação controlada e dirigida de fármacos em concentração adequada no tecido alvo (medicamento inteligente). Razão pela qual, há grande interesse em sistemas de nanocarreadores (nanodelivery systems) eficazes em escala nanométrica. Entre as vantagens deste sistema estão o menor uso do medicamento, redução da dosagem, seletividade em relação ao alvo biológico (tecido ou células), reduzidos efeitos colaterais, liberação controlada evitando os picos de dosagem, típicos de medicamentos convencionais. (CERIZE, 2012; ASAI, 2012). Além disso, cerca de 40% das moléculas farmacologicamente ativas descobertas são rejeitadas, devido, principalmente, à reduzida solubilidade e biodisponibilidade. Para contornar tais problemas, carreadores micrométricos e nanométricos, capazes de modularem a liberação com alto grau de reprodutibilidade, surgiram como alternativas eficazes. (VILLANOVA et al., 2010). Já, por nanocarreador entende-se “a nanoestrutura associada ou envolta a uma substância ativa (nanomedicamento), que seja capaz de transportar e direcionar este 2 nanomedicamento a um alvo específico do organismo no qual deve agir, executando uma liberação controlada”. Em geral, nanocarreadores possuem diâmetro entre 10 e 800 nm. Como exemplos destes, tem-se: nanopartículas metálicas; nanopartículas de cerâmica, micelas; vesículas; lipossomos; dendrímeros, nanopartículas virais, conjugados fármaco-polímero; conjugado proteína-polímero, nanotubos de carbono, entre outros. Esta vetorização de fármacos no organismo é uma promessa para o tratamento de diversas enfermidades, entre os quais se destaca o câncer, tendo em conta a possibilidade de redução da dosagem o que por sua vez minimiza os efeitos colaterais. (VILLANOVA et al., 2010; CERIZE, 2012). Para a produção dos nanocarreadores procura-se usar substâncias que sejam biocompatíveis, ou seja, que sejam inertes, minimizando assim possíveis problemas nas aplicações em humanos. (FEITOSA, 2009). Segundo a Organização Mundial de saúde (OMS), o câncer é um termo genérico para um grande grupo de doenças que pode afetar diversas partes do corpo. Uma característica definidora do câncer é o célere crescimento desordenado de células anormais que pode invadir partes adjacentes dos tecidos e se espalhar para outros órgãos. (WHO, 2012). A complexidade genética e fenotípica esclarece sua diversidade clínica e resistência terapêutica. Apesar dos avanços impressionantes na biologia do câncer, esta continua sendo, de alguns anos para cá, a principal causa de mortes no mundo. (JABIR et al., 2012). Segundo dados da OMS, no relatório do GLOBOCAN de 2008, o câncer acarretou 7,6 milhões de mortes, aproximadamente 13% do total de mortes em todo mundo. A própria OMS estima um ritmo crescente de casos, com previsão de 13 milhões de casos no ano de 2030, sendo 70% deste valor em países menos favorecidos economicamente. Este quadro global constitui-se em um verdadeiro desafio científico, tecnológico e de inovação com intensa busca por tratamentos mais eficazes do que os utilizados atualmente como a radioterapia e a quimioterapia. (WHO, 2012). Neste sentido, inúmeras estratégias vêm sendo desenvolvidas e utilizadas na terapia de câncer, sendo a maioria destas para melhorar a entrega do medicamento no local do tumor, como é o caso dos nanocarreadores. Estes, além de trazer vários benefícios terapêuticos, podem também superar casos de resistência a múltiplas drogas pelas células cancerosas. (JABIR et al., 2012). Quanto a questões sanitárias e regulatórias relativas à nanomedicamentos, não há, todavia, regulamentação específica definida. (FERRONATO, 2010). E, apesar de intensa atividade científica e desenvolvimento destes novos medicamentos e carreadores 3 nanométricos, poucos foram aprovados até o momento pelas principais agências reguladoras como o FDA (Food and Drug Administration) dos EUA e pela EMEA (European Medicines Agency), entre outras. (JABIR et al., 2012). Neste contexto, o objetivo deste trabalho é descrever os principais nanomedicamentos e nanocarreadores utilizados na terapia do câncer, bem como mostrar as questões sanitárias relacionadas a essa classe inovadora de medicamentos. 2 METODOLOGIA O presente trabalho é uma pesquisa qualitativa, de modalidade teórica e com análise da bibliografia formal. O método de abordagem indutivo foi escolhido como procedimento monográfico, realizando o levantamento das publicações em bases de dados nacionais, internacionais e a legislação e normas sanitárias, com o objetivo de compreender o uso de nanomedicamentos e nanocarreadores de drogas no uso terapêutico contra o câncer. Para o desenvolvimento deste trabalho de revisão bibliográfica foram pesquisados artigos científicos e periódicos, tendo como descritores de busca: nanotechnology, drug delivery system, nanomedicine, cancer, therapy, e ANVISA e foi realizada no idioma português, inglês e espanhol. A revisão foi concretizada com artigos publicados na base de dados Bireme, por meio dos serviços MEDLINE, SCIELO e LILACS. Também foram acessadas as bibliotecas virtuais da Universidade Católica de Brasília – Brasília, DF. O período da pesquisa foi delimitado do ano de 2003 a 2012. Este recorte temporal foi escolhido em função da maior disponibilidade de bibliografia e a crescente evolução tecnológica na última década. Visa-se também avaliar a evolução do número de estudos científicos, desenvolvimento tecnológico e oferta de produtos inovadores para a terapia do câncer, assim como, a evolução da regulação de nanomedicamento. Os dados foram tratados, categorizados e discutidos segundo os objetivos da revisão integrativa. (AZEVEDO et al., 2010). 4 3 RESULTADO E DISCUSSÃO Para a busca de artigos científicos em diferentes bancos de dados, usou-se a combinação dos descritores “nanotechnology” e “cancer”, para a qual foram encontrados 2.633 no PubMed, 3 no Scielo e 9 LILACS e 1.126 no MEDLINE. Já, utilizando os termos “nanomedicine” e “therapy”, foram encontrados 2.035 no PubMed, 1 no Scielo, 2 no LILACS, e 597 no MEDLINE e para os termos ANVISA e SUS foram encontrados 10 no Scielo. Dos artigos e periódicos selecionados, foram utilizados apenas os que apresentavam ano de publicação referente ao ano de 2003 a 2012. Os artigos não apresentados na íntegra, e cuja temática não contemplava a abordagem desse estudo, permaneceram fora da seleção. 3.1 NANOMEDICAMENTOS UTILIZADOS PARA TERAPIA DO CÂNCER Aproximadamente 150 drogas baseadas em nanotecnologias já foram desenvolvidas, sendo algumas já aprovadas e outras ainda em estágios de desenvolvimento. Alguns exemplos de fármacos para fins de terapia oncológica vêm sendo estudados utilizando os nanomateriais, entre os quais se destacam o 5-fluorouracilo, dexametasona, docetaxel, doxorrubicina, paclitaxel, dentre outros. (JABIR et al., 2012; WHO, 2012). De forma exemplar, serão apresentados 3 dos nanomedicamentos mais utilizados, paclitaxel, doxorrubicina e docetaxel. 3.1.1 Paclitaxel É um potente agente anticancerígeno muito utilizado para tratar inúmeros tipos de cânceres humanos, como tumores sólidos de mama, do cérebro, ovário e pulmão. Como nanomedicamento, possui um tamanho de 100 a 200nm e está entre os primeiros quimioterápicos clinicamente bem sucedidos aprovado pela FDA. Seus componentes, por ser insolúvel na água, podem ser solubilizados por duas substâncias sendo elas Cremophor® e etanol. (JAIN, 2010; SIDDIQUI et al., 2012). 5 O Cremophor® causa inúmeros eventos adversos no organismo, dessa forma, nanopartículas carregadas de Paclitaxel, que podem ser administradas por via intravenosa, estão sendo preparadas para melhorar o índice terapêutico do fármaco e diminuir os efeitos adversos causados por seus solubilizantes. Resultados demonstraram que a utilização de formulações de paclitaxel encapsulados em nanopartículas possuem eficiência 13 vezes maior que a utilização da droga livre solubilizada. (SIDDIQUI et al., 2012). 3.1.2 Doxorrubicina É um fármaco anticancerígeno de largo espectro anfifílico, ou seja, molécula que consegue se dissolver tanto em meios polares quanto apolares, no qual é administrado por via intravenosa para o tratamento de muitos tipos de câncer. Sua baixa penetração e limitada distribuição em tumores sólidos são a principal causa da sua falha como um agente terapêutico, além de sua afinidade pelos tecidos cardíacos, sendo assim uma substância tóxica ao organismo (cardiotóxico). Devido ao baixo pH do meio extracelular do tumor, as drogas fracamente básicas, tais como a doxorubicina, são protonados e exibem uma diminuição da absorção celular. (MUSSI et al., 2012). Contudo a combinação de nanomoléculas de ácido docosa-hexaenóico (DHA) e doxorrubicina, por exemplo, tem demonstrado aumentar a sensibilidade e a absorção por células cancerosas, diminuindo assim sua toxicidade em células sadias e ainda melhorando sua seletividade celular, ajudando assim na terapia dos pacientes. Diversos outros estudos também tem sido desenvolvidos para avaliar o uso do DOXIL (doxorrubicina envolvido em um revestimento de polietilenoglicol) em combinação com outras drogas, como por exemplo, a cisplatina e bevacizumab, para utilização na terapia do câncer. (MUSSI et al., 2012). 3.1.3 Docetaxel É um medicamento antineoplásico usado no tratamento de vários tipos de cânceres, notadamente no carcinoma da mama, do pulmão, de células maiores, da próstata, da cabeça, pescoço e adenocarcinoma gástrico. É um taxano semi-sintético, que possui 6 mecanismo de ação baseado na inibição da mitose e da divisão celular. Pode causar hipersensibilidade, nefrotoxicidade, retenção de líquido e neutropenia. Contudo sua encapsulação em carreadores nanoestruturados pode reduzir estes problemas e melhorar sua eficácia. O tratamento com este fármaco oferece vários benefícios, como o aumento da expectativa de vida dos doentes; diminuição do tumor e da sua progressão; diminuição do risco de recidivas. (KATZUNG, 2007; MARTINS et al., 2010; ZHAO et al., 2012). 3.2 PRINCIPAIS NANOCARREADORES O desenvolvimento de nanopartículas usadas para a entrega de drogas às células tumorais representa uma técnica inovadora para terapia do câncer, pois se utiliza como base a criação de nanopartículas que otimizem a liberação adequada das drogas, sejam elas isoladas ou em combinação, especificamente nos tecidos ou nas células-alvo, sem sobrecarregar o organismo com doses altas, como é o caso dos quimioterápicos, que danificam células sadias de forma não específica, causando assim certo grau de toxicidade e efeitos colaterais secundários como a supressão da medula óssea. (PAVON et al., 2007; ASAI, 2012; JABIR et al., 2012). A miniaturização dos carreadores de drogas a escala nanométricas melhora a estabilidade, a solubilidade e a absorção do fármaco, facilitando o fornecimento da droga nas diversas barreiras existentes no organismo, como a barreira hemato-encefálica, para obter desta maneira a atividade farmacodinâmica esperada. Além disso, evita reações por corpo estranho, aumentando a tolerância local e sistêmica, ajuda na diminuição da proliferação da doença e ainda protege as células sadias ao redor do tumor, além de incluírem maior eficácia, diminuição da toxicidade, menores efeitos colaterais secundários, entrega eficiente e a superação da resistência a múltiplas drogas, que ocorre principalmente em câncer em estágios avançados. (PAVON et al., 2007; JAIN, 2010; JABIR et al., 2012). A entrega de drogas anticancerígenas pode ocorrer por meio de dois mecanismos diferentes. No mecanismo passivo as nanopartículas são levadas por meio de difusão ou pela vasculatura tumoral. Ocorre o extravasamento das nanopartículas para o interstício tumoral, que pelo fato de possuir uma drenagem deficiente, se acumula no tumor 7 exercendo assim seu efeito. Já no mecanismo ativo, se utiliza conjugados de nanopartículas com imunogênicos, como por exemplo, anticorpos e aptâmeros, que servem para melhorar a funcionalização das nanopartículas. (YALLAPU et al., 2010). Já foram descritas vários sistemas de liberação de drogas, entre os quais se destacam as nanopartículas: de lipossomas, de lipídeos sólidos, de ouro, nanodiamantes, nanovetor magnético, nanotubo de carbono, nanocarreadores quantum dot, nanopartículas poliméricas, dendrímicas, nanocarreadores mediados por vírus, dentre outros. (JABIR et al., 2012). Estão descritos abaixo os principais nanocarreadores utilizados na terapia do câncer. 3.2.1 Nanopartículas de lipossomas Os lipossomas são pequenas vesículas lipídicas dentro do intervalo de 50 a 1000 nm. São veículos coloidais formados espontaneamente quando determinados lipídeos são hidratados em meio aquoso, são relativamente estáveis, biocompatíveis e biodegradáveis. Podem encapsular drogas hidrofílicas em seu interior a serem carreadas, como fármacos antineoplásicos. As drogas hidrofílicas podem ser encapsuladas tanto em volume aquoso retido, quanto na interface da bicamada, sendo protegido dessa forma das reações extralipossomais que podem vir a alterar as propriedades das drogas encapsuladas. O carreamento das nanopartículas lipossomais às células alvo tumorais não ocorrem de forma direta. Primeiramente acontecem modificações de desenho que protegem os lipossomas de interações indesejadas com proteínas plasmáticas e membranas celulares. Posteriormente acontece o extravasamento das nanopartículas para o tecido do tumor, no qual permanecem dentro do estroma tumoral como depósito de droga. Em seguida, podem ser degradadas por enzimas ou ataque fagocitário, levando à liberação direta da droga nas células tumorais. Representam uma das classes mais avançadas dos sistemas de liberação controlada, sendo que já existem várias nanopartículas lipossomais no mercado e outras ainda em estudos clínicos. (JABIR et al., 2012; TIWARI et al., 2012; SIDDIQUI et al., 2012). 3.2.2 Micelas É um grupo de moléculas anfifílicas, formadas de maneira espontânea em meio aquoso, onde possuem propriedades hidrofílicas na parte externa e hidrofóbicas na parte interna. Pode apresentar estrutura de caroço ou casca, com tamanhos que variam desde 10 a 8 100 nm. O objetivo primário da micela é proteger e melhorar a solubilidade e estabilidade hidrofóbica (lipofílica) de drogas. Demonstrou-se que a solubilidade aquosa de nanopartículas micelares podem ser aumentadas em até 30 mil vezes em relação aos tamanhos macromoleculares. (HOLTZ, 2009; BOULAIZ et al., 2011; KATAOKA et al., 2012; SIDDIQUI et al., 2012). 3.2.3 Nanotubos de carbono São nanopartículas formadas de uma ou várias camadas de carbonos cilíndricos, com uma gama de propriedades diferentes. A estrutura de uma camada simples, ou seja, de uma única camada, possui um diâmetro em torno de 0,4 a 2,22 nm, já a de múltiplas camadas pode variar de 1-3 nm a 2-100 nm. A estrutura de carbono simples é a mais utilizada para a entrega direcionada de drogas, pois possui propriedades fototérmicas, além de sua facilidade de absorção. Nanotubos de carbono podem ser sintetizados pelo aquecimento de carbono e grafite, em um ambiente onde a chama possa ser controlada. Contudo, o principal problema deste método é a irregularidade na forma, tamanho, resistência mecânica, qualidade e pureza obtidas dessas nanopartículas. A partir daí, outras maneiras de síntese vêm sendo sugeridas. Este sistema é outro veículo que vem sendo utilizado para carrear drogas para dentro da célula, no qual as drogas podem se fixar a superfície externa ou serem carregadas dentro dos nanotubos de carbono. Sua fraca solubilidade é superada pela funcionalização das superfícies dos tubos, ou seja, fazendo mudanças anatômicas em sua superfície. (FILHO et al., 2007; MADANI et al., 2011; JABIR et al., 2012). 3.2.4 Nanopartículas de ouro Nanopartículas de ouro (AuNPs) possuem propriedades físicas únicas, como área de superfície grande em proporção da massa, reatividade de superfície elevada, biocompatibilidade, proprorcionando assim sua utilização na terapia do câncer. Possuem várias vantagens como fácil sintetização usando métodos simples e seguros, economicamente baratos. Seu tamanho pode variar de 2 a 500 nm, alterando assim seus parâmetros de reação, e ainda podem ser feitos em formatos diferentes como esferas, 9 varetas, tubos, fios, fitas, prato, cúbica, hexagonal, triangular, pois sua superfície pode ser alterada facilmente com revestimentos como polietilenoglicol, por exemplo. Nanopartículas de ouro além de serem encontradas na superfície do tumor ainda pode ser encontrada no núcleo do tumor, demonstrando assim uma maior eficácia. (SKRABALAK et al., 2008; CHEN et al., 2010; PATRA et al., 2010). 3.2.5 Dendrímeros São macromoléculas poliméricas ramificadas formadas por três componentes: o núcleo, sua ramificação e grupos terminais funcionais. Sua estrutura varia de tamanho entre 2 a 15 nm e permite encapsulação de drogas, conjugação de drogas, devido a sua multifuncionalidade da rede dendrítica. Além disso, o direcionamento da droga pode ser alcançado através da “Peguilação” sobre a superfície de dendrímeros. (BHARALI et al., 2009; HOLTZ, 2009). 3.2.6 Magnetohipertermia Hipertermia é um tratamento antineoplásico baseado no aquecimento da área acometida pelo câncer, causando a lise deste. Este procedimento tem como fundamento a destruição de células tumorais a uma temperatura que pode variar de 41º C a 46º C, protegendo assim as células normais que são mais resistentes a essas temperaturas. Esse aumento de temperatura pode ser atingido com a aplicação de nanopartículas magnéticas. (PAVON et al., 2007). As nanopartículas magnéticas se aquecem quando submetidas a um campo magnético externo de frequências alternadas. Essas nanopartículas podem estar em meios sólidos (sólidos granulares) ou em meios líquidos (fluidos magnéticos ou ferrofluidos) e são muito utilizadas pela sua grande capacidade de absorver energia em comparação às outras nanopartículas. (FALLEIROS et al., 2011). Geralmente são associadas a anticorpos monoclonais específicos, para reconhecimento por proteínas das membranas das células tumorais, para melhorar sua funcionalização. Técnicas como ressonância nuclear e de vetorização de medicamentos, são também utilizadas em associação com o tratamento por hipertermia-magnética. Sua vantagem no tratamento do câncer está relacionada ao seu nível 10 de alcance intracelular. Magnetolipossomos e fluidos magnéticos são usados como mediadores no tratamento por hipertermia. (PAVON et al., 2007; FALLEIROS et al., 2011). 3.3 ASSOCIAÇÕES DE NANOMEDICAMENTOS E NANOCARREADORES A administração controlada de fármacos busca conhecer e desenvolver nanomedicamentos associados à nanocarreadores com diâmetros entre 1 e 800 nm. As principais associações das diversas classes de nanocarreadores que já estão sendo utilizados com nanomedicamentos em terapias do câncer estão sintetizados no quadro 1. 11 Quadro 1- Principais classes de nanopartículas associadas a carreadores utilizadas em terapias de alguns tipos de câncer. NANOPARTÍCULAS LIPOSSOMAIS • Várias nanopartículas lipossomais carregadas de antraciclinas, doxorrubicina, daunorrubincina já estão sendo descritas para tratamento de câncer de estômago, pulmão e próstata. A doxorrubicina lipossomal preguilada já vêm demonstrando eficácia na terapia do câncer de mama tanto como monoterapia quanto na sua associação com outros agentes antineoplásicos. As gerações futuras destes sistemas de distribuição incluirá outros tipos de segmentos como imunolipossomas, que também permitiram o reconhecimento do tumor utilizando ligantes dirigidos. (TIWARI et al., 2012). MICELA • As primeiras formulações poliméricas foram micelas de paclitaxel, Genexol-AM e de Cremophor-EL-livre. São usadas em pacientes com neoplasias refratárias de estágio avançado, sendo utilizadas drogas como doxorrubicina carregada. Imunomicelas também estão sendo desenvolvidas, no qual encapsulam drogas insolúveis em água, como o paclitaxel, que de maneira mais eficaz se ligam a várias células tumorais, nesse sistema. Algumas desvantagens são observadas nesse grupo de nanopartículas, pois estas permitem que o fármaco encapsulado possa ser liberado de forma prematura. No entanto, essas limitações podem ser contornadas no momento da manipulação dessas micelas com a ajuda da química correta. (SIDDIQUI et al., 2012). NANOTUBOS DE CARBONO • Nanotubos de carbono podem encapsular diversos tipos de drogas como gemcitabina para utilização em câncer de ovário, daunorrubicina para terapia de leucemia, paclitaxel e doxorrubicina para câncer de mama. (MADANI et al., 2012). OURO • Algumas drogas já estão sendo utilizadas para serem entregues por nanopartículas de ouro rumo às células alvo, como o paclitaxel, a gemcitabina, cetuximab, e outras ainda se encontram em fase de teste, como a utilização do fator de necrose tumoral, que se encontra em fase de teste I para ser usado em tumores sólidos, e ainda receptor de fator de crescimento de anticorpos como agentes alvo. Apesar de sua utilização inúmeros estudos ainda devem ser feitos para avaliar sua eficácia e segurança nos diversos tipos de câncer existentes. (SKRABALAK et al., 2008; CHEN et al.,2010; PATRA et al., 2010). DENDRÍMEROS • Utilizada para entrega de drogas como doxorrubicina, que nessa formulação demonstrou menor acumulação em órgãos vitais em comparação com a droga livre. Com isso esse fármaco pode permanecer mais tempo na circulação do organismo tendo assim um tempo de meia vida maior. Muitos investigadores vêm explorando também a incorporação da cisplatina a esse sistema. (HOLTZ, 2009; BHARALI et al., 2009). Na Tabela 1 estão descritas algumas drogas antineoplásicas já aprovadas ou em desenvolvimento para serem utilizadas para terapia do câncer. Relacionam o nome comercial, juntamente com o princípio ativo utilizado e os nanocarreadores associados, assim como, o status ou estágio de desenvolvimento. 12 Tabela 1 Representação de algumas drogas utilizadas na terapia do câncer com a indicação do carreador usado, da indicação terapêutica e estágio de desenvolvimento (Status). Nome composto/ Nome comercial Nanocarreadores Status Tipos de câncer Paclitaxel (Abraxane) Aprovado Câncer de mama Paclitaxel (PTX) Ligada à albumina (ligada a partículas de proteínas para suspensão injetável) Micela Fase II Câncer de estômago Paclitaxel (Genexol-PM) Micela Fase II/III Paclitaxel (Xyotax) Conjugado de polímero Fase III Paclitaxel (PICN) Nanodispersão Fase I FaseII: Pulmão, ovário, pâncreas e bexiga FaseIII: Câncer de mama Câncer de ovário e pulmão Tumores sólidos Doxorrubicina (DOXIL) lipossoma Aprovado Doxorrubicina (Thermodox) Lipossoma Fase III Utilizado em diversos tipos de cãncer Câncer de fígado Doxorrubicina (Livatag) Polialquil-cianoacrilato FaseI/II Câncer de fígado Doxorrubicina (MCC-465) Imunolipossoma Fase II Câncer de estômago Doxorrubicina e Antraciclina (PK1) Doxorrubicina (SP1049C) Polímero Fase III Micela Fase III Doxorrubicina (MYOSET) Lipossomas não peguilhado Aprovado Câncer de mama, pulmão e coloretal Adenocarcinomas de esófago e gastroesofágica V Docetaxel (BIND-014) Aptâmeros (Cyclosert) Daunorrubicina (CPX-351) Micela Micela Lipossoma Fase I Fase I Fase II Câncer metastático Vários tipos de câncer Leucemia mielóide aguda Daunorrubicina (Daunoxome) Lipossama Aprovado Sarcoma de Kaposi Zinostatina (SMANCS) Polímero-conjugado com proteína Aprovado Carcinoma hepatocelular Irinotecano (NKTR-102) Micela Fase II/III Câncer de coloretral Irinotecano e Floxuridine (CPX-1) Irinotecano (LE-SN38) Lipossoma Fase I Lipossoma Fase II Tumores sólidos avançado e Câncer colo retal Vincristina (Marqibo) Lipossoma Aprovado Leucemia aguda Nanopartículas de ouro Fase I Câncer de óvario Micela Polímero-conjugado com proteína Fase I Aprovado Câncer de estômago Leucemias Fator de (CIT6091) necrose tumoral Cisplatina ( NC-6004/CDDP) Asparaginase (Oncaspar / PEG-L-) mama e linfoblástica Fonte: Modificada de JAIN, 2010; LOLLO, 2012; WEI et al., 2012. 13 3.4 ABORDAGEM SANITÁRIA DOS NANOMEDICAMENTOS As nanopartículas possuem propriedades físico-químicas diferentes das mesmas partículas em tamanho normal, como já citado. Devido a esse fator, problemas de segurança já estabelecidos para as partículas em tamanho normal, tem que ser reanalisadas nas nanopartículas. Contudo padrões para avaliar segurança, a eficácia e a toxicidade dessas nanopartículas ainda estão em discussão. (FERRONATO et al., 2010). A regulamentação sanitária é a forma de se ter um controle social, através da criação de meios legais, sejam eles decretos, leis ou resoluções, para que se possam prevenir os danos causados a saúde. A emergência na criação de regulamentos, para os nanomedicamentos e nanotecnologias em geral, serve para melhorar o conhecimento das implicações toxicológicas que as propriedades das nanopartículas possam vir a causar no organismo. Além disso, ajuda a estimar o impacto ambiental dessas estruturas. Somente dessa forma o risco/benefício poderá ser avaliado de maneira adequada. Isto é feito por meio de fiscalização de sua comercialização e produção, e ainda, através da gestão de risco que envolva esta nova tecnologia. (FERRONATO et al., 2010). A Agência Nacional de Vigilância sanitária (ANVISA) é o órgão responsável no Brasil pelo registro de medicamentos, pela autorização de funcionamento dos laboratórios farmacêuticos e demais empresas da cadeia farmacêutica, e pela regulação de ensaios clínicos. (ANVISA, 2012a). Dessa maneira é preciso criar um arcabouço legal grande para acompanhar o uso dessa nova tecnologia, pois no Brasil ocorre uma enorme pressão econômica para o avanço da nanotecnologia. Para isso, inúmeros estudos ainda devem ser feitos, relacionando e conhecendo a fundo cada nanomaterial manipulado de acordo com a doença a qual se deseja tratar. (FERRONATO et al., 2010). Do ponto de vista de controle de qualidade, deve ser observado o seguimento das Boas Práticas de Fabricação (BPFs). Alguns parâmetros para a obtenção de nanopartículas adequadas são analisados, como por exemplo, a área de superfície, as propriedades químicas e físicas, a porosidade do revestimento da superfície, pureza, esterilidade, estabilidade, o tamanho da partícula e sua distribuição, avaliação se o comportamento in vitro reflete no comportamento in vivo. Devem ser observados ainda, padrões de bioequivalência, após o produto acabado, ou seja, a evidência de liberação da droga da maneira e na quantidade adequada. (SADRIEH, 2009). 14 Apesar dos produtos farmacêuticos e medicamentos serem formulados para prevenir, aliviar e curar enfermidades, estes podem produzir efeitos indesejáveis, maléficos e danosos. Essa relação, às vezes trágica, torna a farmacovigilância atividade indispensável à regulação sanitária em qualquer país. A farmacovigilância vem para proteger as populações de danos causados por produtos comercializados e distribuídos por todo o país, por meio da identificação precoce do risco e intervenção oportuna. A farmacovigilância é o trabalho de acompanhamento do desempenho dos medicamentos que já estão no mercado, ou seja, que já foram produzidos e que estão sendo utilizados em larga escala pela população. As suas ações são realizadas de forma compartilhada pelas vigilâncias dos estados, Municípios e pela ANVISA, a fim de integrar todos os sistemas de informações e assim intervir de forma mais rápida e eficiente, caso necessário. Dessa maneira, deve-se ter a utilização da farmacovigiância no acompanhamento de nanotecnologias, já que existem inúmeros produtos em produção e uso no mercado, para que possam ser identificadas e notificadas reações, que não são observadas em fases de teses, e para embasar e criar normas de padronização e regulamentação desta área. (ANVISA, 2012b). 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Para a terapia do câncer foram identificados distintos procedimentos tecnológicos que se valem das nanotecnologias. A principal característica que torna essa nova tecnologia diferente dos outros tratamentos já utilizados são suas propriedades físico-químicas, que pelo fato de serem produzidas em escala nanométrica, apresentam diferenças em relação às mesmas estruturas de macromoléculas. Vários nanomedicamentos são utilizados na terapia do câncer, sendo os principais o paclitaxel, a doxorrubicina e o docetaxel. Embora as drogas não sejam novas, pela sua forma de apresentação tornam-se conceitualmente diferenciadas sob o aspecto terapêutico, tanto do ponto de vista de eficácia quanto dos seus efeitos colaterais. Alguns nanomedicamentos já estão aprovados para uso na terapia em diversos tipos de câncer, como por exemplo, o câncer de ovário, de mama, de fígado, gástrico, dentre outros. Alguns ainda estão em distintas fases de desenvolvimento. Os nanomedicamentos são encaminhados para seus locais de ação através dos nanocarreadores, que direcionam essas drogas de forma específica para células malignas. Os 15 nanocarreadores mais utilizados são nanopartículas lipossomais, micelares, de ouro, de carbono, dendrítica e nanopartículas magnéticas. Esta última é associada ainda a outros procedimentos, como a hipertermia, que ajuda no aquecimento dessas nanopartículas levando à lise das células cancerosas. As vantagens observadas nesse novo sistema de entregas de drogas são diminuição da quantidade da droga administrada, sendo assim um tratamento menos tóxico, proteção das células sadias, diminuição na resistência as drogas, obtenção de uma melhor solubilidade das drogas, dentre outros. As abordagens sanitárias dos nanomedicamentos consistem do registro, BPFs e ainda farmacovigilância. Diversas drogas já possuem registro de produção e inúmeros estudos vêm sendo realizados na busca de se obter padrões de segurança e assim constituírem um arcabouço legal para assegurar a utilização adequada desses produtos. Para isso a farmacovigilância vem prestando um papel indispensável, para acompanhamento e notificação de produtos nanotecnológicos já usados. Neste sentido, verifica-se que o sistema de nanocarreadores como um novo sistema de entrega de drogas é uma tecnologia promissora para a terapia do câncer, mostrando uma eficiência não demonstrada por tratamentos atuais. Assim, presume-se que deve haver mais investimentos para esta área de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, a fim de melhorar as terapias aplicadas atualmente e consequentemente à qualidade de vida dos pacientes. 5. BIBLIOGRAFIA ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Medicamentos: Conceitos técnicos. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/conceito.htm#1.2>. Acesso em: 6 out. 2012a. 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