ANAIS DO I CONGRESSO CARIRIENSE DE ENFERMAGEM 10ª SEMANA DE ENFERMAGEM: A PROMOÇÃO DA SAÚDE E SUA INTERFACE COM AS PRÁTICAS DE SAÚDE DO SUS ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 APRESENTAÇÃO A Faculdade Leão Sampaio inova ao promover o I Congresso Caririense de Enfermagem, juntamente à 10ª Semana de Enfermagem com o tema: A Promoção da Saúde e sua Interface com as Práticas de Saúde do SUS, que será realizado de 11 a 15 de maio de 2015, em Juazeiro do Norte – Ceará. É com grande satisfação que convidamos cada um de vocês a participarem deste evento, que terá a presença de professores e profissionais nacionais e regionais com competências, habilidades e experiências para partilhar junto a comunidade caririense o conhecimento sobre as práticas de saúde, dentro do contexto da Promoção da Saúde. A Política Nacional de Promoção da Saúde vem ampliar o comprometimento e a corresponsabilidade entre os profissionais da saúde, usuários e território em que se localizam, de modo que altera a gestão dos serviços de saúde. Este evento tem por objetivo promover e instigar a reflexão dos acadêmicos e profissionais de enfermagem, quanto a atual prática de promoção da saúde ofertada pelo SUS, perpassando pelas tecnologias em saúde, a relação da promoção da saúde junto ao ambiente sustentável, assim como, a promoção da saúde aos trabalhadores da saúde e o empreendedorismo em enfermagem. Será desenvolvida uma diversificada programação, através de conferências, palestras, mesas redondas, minicursos e apresentações de trabalhos científicos nas modalidades oral e pôster. Sejam bem vindos ao I Congresso Caririense de Enfermagem e a 10ª Semana de Enfermagem! ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 COMISSÕES Profª. Milena Alencar Brasil Discente Hillary Silva Mota Discente Marcelo Pereira da Silva Discente Joao Paulo Xavier Silva Discente Monica Vieira Discente Rayanne Alencar Discente Guaraneiva de Sousa Braga Discente Alessandra Moraes Menezes Silva I Congresso Caririense de Enfermagem 10ª Semana de Enfermagem: A Promoção da Saúde e Sua Interface com as Práticas de Saúde do SUS. De 11 a 15 de maio de 2015 – Juazeiro do Norte –CE COMISSÃO EXECUTIVA: Coordenação: Profª. Kátia Monaisa de Sousa Figueiredo Profª. Erine Dantas Bezerra Profª. Alessandra Bezerra de Brito Profª. Aline Morais Venâncio Profª. Ana Maria Machado Borges Profª. Marlene de Sousa Teixeira Menezes COMISSÃO CIENTIFICA: Coordenação: Profª. Alessandra Bezerra de Brito Profª. Andréa Couto Feitosa Profª. Magaly Lima Mota Profª. Ana Raquel Bezerra Saraiva ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 COMISSÃO DE AVALIAÇÃO DOS TRABALHOS CIENTÍFICOS: Coordenação: Profª. Alessandra Bezerra de Brito Profª. Ana Paula Ribeiro de Castro Profª. Aline Morais Venâncio Profª. Erine Dantas Bezerra Profª. Ariadne Gomes Patrício Sampaio Profª. Kátia Monaísa de Sousa Figueiredo Profª. Elayne Fabrícia Galdino Dantas Prof. Tonny Emanuel Fernandes Macêdo Prof. Adalberto Cruz Sampaio Profª. Alessandra Bezerra de Brito Profª. Marlene de Souza Menezes Profª. Ana Maria Machado Borges Profª. Gleice Adriana Araújo Gonçalves Prof. José Diogo Barros Profª.. Amanda Gonçalves da Silva Profª. Ducyele Araújo Pinheiro Bione Profª. Maria Lys Augusto Callou Profª. Regina Petrola Bastos Rocha Profª. Sarah de Lima Pinto Profª. Lindaiane Bezerra Rodrigues Profª. Halana Cecília Vieira Pereira Profª. Juliana Fechine Braz de Oliveira Profª. Ana Raquel Bezerra Saraiva Profª. Aline Morais Venâncio Profª. Erine Dantas Bezerra Profª. Ariadne Gomes Patrício Sampaio Profª. Elayne Fabrícia Galdino Dantas COMISSÃO FINANCEIRA/INSCRIÇÕES: Coordenação: Profª. Ana Maria Machado Borges Profª. Halana Cecília Vieira Pereira Profª. Elayne Fabrícia Galdino Dantas COMISSÃO DE DIVULGAÇÃO E MARKETING: Coordenação: Profª. Aline Morais Venâncio Profª. Ana Paula Ribeiro de Castro Profª. Mônica Maria Viana da Silva Profª. Tarciana Oliveira Guedes Discente: Wallace Granjeiro Coelho COMISSÃO DE MINICURSO: Coordenação: Andréa Couto Feitosa Discente: Niédja Lina Gonçalves de Oliveira Discente: Cícera Michelle Magalhães de Souza Discente: Thamires Lunguinho Cavalcante Discente: Débora Rodrigues Lima Discente: Sofia de Moraes Arnaldo Discente: Luanne Martins Teixeira Profª. Magaly Lima Mota Profª. Alessandra Bezerra de Brito Discente: Maria Jaquelyne Feitosa Bezerra Discente: Monalisa Martins Querino COMISSÃO DE EVENTOS/PROGRAMAÇÃO CULTURAL: COMISSÃO DE Coordenação: Prof. Adalberto Cruz Sampaio PATROCÍNIO/ACOLHIMENTO: Coordenação: Profª. Teixeira Menezes Marlene de Sousa Profª. Bruna Bandeira de Oliveira Marinho Profª. Maria Elaine Silva de Melo Profª. Maria do Socorro Nascimento de Andrade Profª. Ana Karla Cruz de Lima Sales Profª. Soraya Lopes Cardoso Discente: Kátia Maria Pereira Severo Discente: Paulino Discente: Dayane Furtado de Lira Discente: Thayane dos Santos Pinheiro Discente: Cícera Raniele Vieira de Souza Discente: José Wendallo Silva Nascimento ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 Profª. Juliana Fechine Braz de Oliveira Prof. Tonny Emanuel Fernandes Macêdo Profª. Woneska Rodrigues Pinheiro Discente: Thais de Lima Felix da Silva Discente: Maria Williane Firmino de Araújo Discente: Mycaelle da Silva Tavares Discente: Maria José Ribeiro Pereira Discente: Sálvia Ulisses Santos Discente: Danielly Gonçalves da Silva RESUMO EXPANDIDO Modalidade Oral ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UMA PACIENTE PORTADORA DE DOENÇA DE CHAGAS E INSUFICIENCIA CARDÍACA CONGESTIVA: ESTUDO DE CASO Antonio Eclésio Modesto Lima, Faculdade Leão Sampaio Gabriella Siebra Modesto Magalhães, Faculdade Leão Sampaio Ana Luísa de Carvalho Souza, Faculdade Leão Sampaio Tonny Emanuel Fernandes Macêdo, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Doença de Chagas. Insuficiência Cardíaca. Cuidados de Enfermagem. Planejamento de Assistência ao Paciente. INTRODUÇÃO: A doença de chagas é uma doença crônica que se configura como um importante problema de saúde pública. Seu descobrimento assim como o de seu agente etiológico aconteceu no início do século XX, graças a estudos realizados por um médico pesquisador brasileiro do qual herdou o nome, Carlos Chagas. É também conhecida como Tripanossomíase americana por caracterizar-se como uma doença tropical exclusiva do continente americano (OLIVEIRA et al., 2008). Sua etiologia está relacionada ao parasitismo intracelular a partir da infecção pelo protozoário Tripanossoma cruzi, apresenta ciclo biológico complexo, sendo capaz de hospedar-se em seres vertebrados e não vertebrados, assumindo ciclo evolutivo distinto de acordo com o tipo hospedeiro. A prevalência dessa parasitose está fortemente relacionada à má qualidade de vida da população. Embora já se tenham passado 100 anos após sua descoberta, a Doença de chagas ainda está presente em 19 países do continente americano, tanto em áreas rurais quanto em áreas urbanas, principalmente aquelas que serviram como centro de convergência para a migração da população rural (NEVES, 2006; ALMEIDA et ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 al., 2007; PINTO et al, 2008). No Brasil é considerada a quarta principal causa de morte entre as doenças infecto-parasitárias entre indivíduos maiores de 45 anos de idade. Estima-se que, na atualidade, a cada ano surjam cerca de 300.000 casos novos em toda a América Latina e que a prevalência da doença varie entre 12 e 13 milhões de pessoas infectadas pelo protozoário. Estima-se ainda que aconteçam 21.000 óbitos por ano decorrente das complicações da infecção parasitária (ADREOLLO E MALAFAIA, 2009). Segundo Costa et al. (2013) sua transmissão acontece principalmente através do seu vetor, Triatomainfestans, entretanto são registrados outros mecanismos de transmissão, dentre elas a via transfusional, transplantar, oral, acidental e congênita. A doença apresenta-se em fase aguda e em fase crônica. A fase aguda pode acontecer de maneira sintomática ou assintomática, a depender do estado imunológico do indivíduo infectado. A mais comum é a forma assintomática, entretanto, na primeira infância predomina a forma sintomática que tem sido responsável por diversos óbitos e apresenta taxa de mortalidade de 10% entre os indivíduos acometidos. A causa da morte geralmente está relacionada a menino encefalite ou pericardite difusa. Iniciada logo em seguida a penetração do parasito no hospedeiro, a forma sintomática da fase aguda geralmente apresenta sinal de romaña quando o parasita aloja-se na conjuntiva do indivíduo cursando com edema palpebral unilateral. Quando a via de entrada é a pele, apresenta formação de nódulo conhecido como chagoma de inoculação. Os sinais da infecção podem aparecer entre 4 a 10 dias após a picada do barbeiro e quando aparecem podem durar cerca de um mês para que regridam. Algumas manifestações gerais podem ser observadas como febre, esplenomegalia, hepatomegalia, alterações neurológicas e edema localizado ou mesmo generalizado (REY, 2013). A fase crônica é subdividida em fase crônica assintomática e fase crônica sintomática. A fase assintomática também conhecida como forma indeterminada ou latente acontece quando mesmo não havendo sinais e sintomas ou mesmo quando existem, mas não sendo significantes é possível detectar a infecção através de exame sorológico. Esta fase é a mais prevalente nas áreas endêmicas e geralmente são identificadas nos hemocentros (COSTA et al, 2013; MORAES, LEITE E GOULARD, 2008). As principais complicações dessa doença envolvem o sistema cardiocirculatório e digestório podendo acarretar diversos prejuízos a saúde do seu portador. A Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) é uma das principais comorbidades cardiovasculares associadas a esta tripanossomíase americana, isto dar-se a partir de uma condição clínica denominada miocardiopatia chagásica. A fase sintomática pode levar anos para apresentarse. Os indivíduos chagásicos podem apresentar sintomas relacionados ao sistema cardiovascular, ao sistema digestivo ou em ambos, denominando-se forma cardíaca, digestiva ou mista, respectivamente. A forma cardíaca acomete grande parte dos indivíduos sintomáticos (NEVES, 2006). Na cardiopatia ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 chagásica crônica o achado clinico mais frequente é a insuficiência cardíaca congestiva (ICC) que acontece devido a diminuição da massa muscular que encontra-se comprometida e substituída por tecido cicatricial, assim como também pelo exsudato inflamatório, a destruição das terminações nervosas responsáveis pela atividade do sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático impossibilitando assim o trabalho adequado das fibras e fascículos e ocasionando arritmias cardíacas. Outro fator responsável pelas arritmias é a herniação do endocárdio devido lesões ventriculares e escassez de células miocárdicas. A congestão sanguínea devido a redução do potencial contrátil do coração expõe o portador de chagas a outros riscos como infartos devido a formação de trombos, sendo assim de maior importância clínica devido sua grande taxa de morbimortalidade. Os pacientes com insuficiência cardíaca de etiologia chagásica têm pior prognóstico em relação aos não chagásicos, na evolução, os pacientes sintomáticos e com baixa fração de ejeção apresentam taxas de mortalidade 50% a 60% em dois anos, sendo, na atualidade, em nosso meio, uma das causas mais frequente de insuficiência cardíaca refratária que requerem análise de transplante cardíaco (ALMEIDA, 2008; COSTA et al., 2013; REY, 2013). Nessa perspectiva, entendeu-se que a Doença de Chagas continua sendo uma temática atual e importante para a sociedade contemporânea, assim como também se torna primordial que se desenvolvam novos estudos que objetivem gerar subsidio técnico-científico para a promoção da saúde do ser humano e a garantia de melhor qualidade de vida aos portadores. Faz-se importante também que parte desses novos trabalhos busquem elucidar questões associadas às comorbidades oriundas das complicações da infecção parasitária, buscando agregar conhecimento e intervenções eficazes na manutenção da vida e na redução dos danos provenientes dos mecanismos fisiopatológicos envolvidos. Assim, reconhecendo-se também a importância do profissional enfermeiro e de uma assistência de qualificada nos deparamos com os seguintes questionamentos: De que maneira o profissional de enfermagem pode contribuir para melhorar a qualidade de vida de portadores de doenças de chagas e suas complicações cardiovasculares? O enfermeiro deve envolver o paciente e torna-lo corresponsável para a promoção de melhores condições de saúde? Buscando responder tais questionamentos, a partir do reconhecimento dos impactos que a patologia e suas complicações exercem na vida do portador e da família, a realização do presente trabalho buscou contribuir para o meio acadêmico e para as práticas dos profissionais de saúde através elaboração de propostas para uma assistência de enfermagem invidualizada, levando em consideração as necessidades básicas do paciente portador das doenças crônicas já referidas anteriormente com vistas à promoção da melhor qualidade de vida deste. OBJETIVOS: Para tanto, traçou-se como objetivos: Realizar a sistematização da assistência de enfermagem a paciente portadora de doença ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 de chagas e ICC; Identificar os problemas de enfermagem apresentados pela paciente através da anamnese e exame físico; Traçar os diagnósticos de enfermagem e propor intervenções de enfermagem com vistas a promoção da qualidade de vida da paciente e redução de danos à saúde. MATERIAIS E MÉTODOS: O presente trabalho consistiu em um estudo de caso clínico. O estudo de caso consiste em uma modalidade de pesquisa bastante utilizada na área das ciências sociais e biomédicas, sendo frequentemente utilizada a fim de identificar situações especificas (PRADANOV E FREITAS, 2013). O trabalho foi realizado no ano de 2015, em um hospital de referência da cidade de Crato, Ceará. O sujeito pesquisado foi uma idosa, 74 anos de idade oriunda da área rural daquele município, com diagnóstico clínico de Doença de Chagas e Insuficiência Cardíaca Congestiva. A paciente aceitou de maneira espontânea a participar da pesquisa. Durante todo o processo buscou-se obedecer aos princípios éticos e legais da pesquisa com seres humanos pautados na Portaria 466 de 12 de Dezembro de 2012. Pautando-se então nos preceitos da autonomia, justiça, equidade, não maleficência, beneficência, preservando assim os direitos da paciente assim como sua privacidade. Para a coleta de dados foi utilizado o histórico de enfermagem através da anamnese e exame físico, tendo como base científica a teoria das necessidades humana básicas de Wanda Horta. A aplicação do histórico de enfermagem buscou levantar aspectos socioeconômicos, história pregressa da doença e achados clínicos, contribuindo assim para a identificação dos problemas de enfermagem. Em seguida, traçaram-se os Diagnósticos de Enfermagem de acordo com os dados coletados tendo como subsídio das definições de diagnósticos apresentados na Taxonomia II da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA). Dessa forma, realizados os diagnósticos de enfermagem, traçaram-se as intervenções de enfermagem, buscando observar o paciente de maneira holística levando em consideração as peculiaridades identificadas buscando elaborar um plano de cuidados qualificado e integral. M.R.S, sexo feminino, aposentada, 74 anos de idade, proveniente da zona rural do município de Crato – CE, com Diagnóstico de Doença de Chagas e Hipertensão Arterial há 30 anos e Insuficiência cardíaca não recordando o tempo de morbidade, refere ter residido em casa de taipa por toda a vida, fumante de longa data, deu entrada no Hospital São Raimundo neste município. Na admissão apresentava-se dispneica, normocorada, com opressão torácica, tosse seca e edemaciada. Ao exame físico: apresentou-se consciente, orientada, colaborativa. Sono e repouso prejudicados, verbalizando suas necessidades, queixando-se de parestesia em Membros Inferiores (MMII). Hidratada, normocorada, afebril, Temperatura (T=36ºC), respirando em ar ambiente, levemente dispneica, Frequência respiratória (FR=24) respirações por minuto (RPM), a ausculta respiratória discretos ruídos crepitantes à base do pulmão esquerdo. Pulsos palpáveis, cheios e irregulares, bradicardia, Frequência Cardíaca (FC=50) ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 batimentos por minuto (BPM), Hipertensa, Pressão arterial (PA=140x100) milímetros de mercúrio (MMHG), a ausculta cardíaca, bulhas cardíacas hiperfonéticas com presença de terçeira bulha cardíaca (B3). Aceita parcialmente a dieta oferecia, eliminações vesicais presentes e sem alterações, segundo informações colhidas (SIC), eliminações intestinais ausentes há 5 dias (SIC). Abdome distendido com presença de herniação em região hipogástrica, ruídos hidroaéreos presentes e hiperativos, à percussão abdominal sons timpânicos em região de cólon transverso, descendente e sigmoide e maciço em região de cólon ascendente. Presença de edema em face e em MMII com sinal de cacifo presente. Mantendo acesso venoso periférico em membro superior esquerdo (MSE), para hidratação e terapia medicamentosa. Os dados coletados proporcionaram a realização de alguns diagnósticos de enfermagem e consequentemente foram sugeridas intervenções importantes para a promoção da qualidade de vida da paciente. O primeiro Diagnóstico traçado foi o de Nutrição alterada: menor que as necessidades corporais, relacionada a dificuldade em digerir os alimentos evidenciada por saciedade imediatamente após a ingestão. Para este diagnóstico traçaram-se as seguintes intervenções: Posicionar a paciente de maneira adequada e confortável para a realização da dieta; Realizar aconselhamento nutricional; Planejar junto com a equipe multiprofissional dieta de fácil digestão e fácil deglutição; Identificar fatores que dificultam a efetivação da dieta. Através dessas intervenções espera-se que a paciente assuma posições confortáveis para a realização de sua dieta; que a paciente compreenda a importância da dieta hipossódica no controle da retenção de líquido e na prevenção de complicações provenientes de seu quadro clínico; e que relate melhora na nutrição a partir de cardápio montado, levando em consideração as particularidades de seu quadro. O segundo diagnóstico traçado foi o de Débito cardíaco diminuído relacionado contratilidade alterada, evidenciada por bradicardia, presença de B3, alterações no eletrocardiograma (ECG) e edema. Para este diagnóstico sugeriu-se como intervenções: Estimular a paciente a aderir adequadamente à terapia medicamentosa para diminuição dos efeitos da descompensação cardíaca; Monitorar os sinais vitais da paciente; Reconhecer sinais de choque; Aconselhar repouso. Através dessas intervenções espera-se que a paciente adira de maneira adequada a terapia medicamentosa reduzindo assim riscos de descompensações; que sejam identificados sinais precoces de agravamento e que a paciente reconhecesse suas limitações físicas e que a paciente repouse a fim de melhorar sua condição clínica. Em seguida traçou-se como diagnóstico, Troca gasosa prejudicada, caracterizada por dispneia paroxística relacionada ao desequilíbrio no processo de ventilação e perfusão. Para este sugeriram-se como intervenções: Posicionar a paciente em posição de Fowler ou semi-fowler para reduzir a compressão dos órgãos abdominais sobre os pulmões e coração ampliando o espaço para expansibilidade torácica; Orientar ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 o paciente sobre técnicas respiratórias que contribuirão para melhora da frequência respiratória e no processo de ventilação para os pulmões; Oferecer suporte de oxigênio, quando necessário, de acordo com a prescrição médica. Assim, espera-se que a paciente relate melhoras nos sintomas respiratórios ao assumir posição que facilite a expansão pulmonar e a ventilação adequada; Que torne-se capaz de realizar técnicas de respiração que a ajudarão a controlar melhor seu padrão respiratório e a qualidade da ventilação e que relate melhora na sensação de cansaço e opressão torácica. Outro diagnóstico traçado foi o de Desempenho de papel ineficaz caracterizado pela adaptação inadequada à mudança relacionado ao estado físico oriundo da doença. Para este diagnóstico sugeriram-se as seguintes intervenções: Estimular sua inserção no meio familiar e no grupo de amigos; Estimular a realizar atividades cotidianas de acordo com o que seu corpo possa suportar; Orientar a paciente e a família a buscar atividades que possam promover sua autonomia, que lhe faça sentir útil e que ocupe seu tempo ocioso. A partir dessas intervenções espera-se que os laços afetivos entre a paciente e sua família e grupo social sejam fortalecidos levando a paciente a sensação de pertencimento e bem estar espiritual. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A realização deste trabalho tornou possível compreender os impactos que doenças crônicas abordadas causam na vida de seus portadores, como também na de seus familiares e cuidadores. Os problemas de enfermagem identificados a partir do histórico evidenciaram a necessidade que a paciente tem de uma assistência de enfermagem qualificada e pautada na sua realidade e na percepção da paciente frente às patologias que convive. A partir dos resultados esperados verifica-se a importância do profissional enfermeiro na assistência à saúde dos pacientes portadores de doenças crônicas como as apresentadas pelo paciente, uma vez que este profissional é capaz de identificar as necessidades básicas do paciente, os problemas que interferem no processo saúde-doença e assim traçar ações que contribuam para melhorar as perspectivas do paciente diante do seu quadro clínico. A realização de novos estudos de caso em pacientes portadores de múltiplas doenças crônicas é importante para o aprimoramento da assistência de enfermagem a esses pacientes com vistas à melhoria da qualidade de vida das pessoas. Reconhecendo a importância do conhecimento em saúde, aconselha-se que as ações de enfermagem à assistência ao paciente com doença crônica sejam pautadas também na educação em saúde tendo como objetivo tornar o paciente o mais autônomo possível, contribuindo assim para a promoção de um indivíduo capaz de reconhecer os fatores condicionantes para a redução e controle de danos, da relevância do manejo do ambiente no qual está inserido, da adesão adequada às terapêuticas e da importância do estilo de vida e seus impactos no processo saúde-doença ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 EFEITOS DA YOGA EM IDOSOS COM TRANSTORNOS MENTAIS Luana Medeiros Viana, Faculdade Leão Sampaio Nathalia Matos de Santana, Faculdade Leão Sampaio José Diogo Barros, Faculdade Leão Sampaio Letícia Bezerra de Moura, Faculdade Leão Sampaio Andreza Gomes da Silva, Faculdade Leão Sampaio Renato Felipe de Andrade, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Transtornos Mentais. Yoga. Idosos. Promoção de Saúde. INTRODUÇÃO: A doença mental caracteriza-se por uma determinação complexa que envolve dimensões econômicas, sociais, políticas e culturais, expressando-se diferentemente nas classes sociais e nas relações de gênero. Os fatores que podem causar transtornos mentais são inúmeros e neste estudo foram enfatizados os transtornos de depressão, ansiedade e estresse por acometerem tantos idosos nos dias atuais, danificando a vida cotidiana, prejudicando a autoestima e causando isolamento social. Os problemas de saúde mental são uma das principais causas de morbidade nas sociedades atuais, a área da saúde mental é de grande relevância na saúde pública, exigindo respostas cada vez mais precoces e eficientes por parte dos serviços de saúde. A gestão e o tratamento das perturbações mentais constitui um passo primordial para permitir que um maior número de pessoas tenha acesso aos serviços de saúde, porém nem todas as pessoas que necessitam desses serviços o procuram. As alterações e os déficits cognitivos podem levar o idoso ao declínio funcional, ou seja, há limitação ou perda da capacidade para ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 realizar as atividades do dia-a-dia, como por exemplo, tomar banho, vestir-se, entrar e sair do carro, fazer compras, dentre outras. Dessa forma, idosos com idade mais avançada que apresentam alterações cognitivas, podem vir a ter maior probabilidade de redução em sua capacidade funcional. O declínio nas capacidades funcionais pode levar o idoso a tornar-se dependente funcional, de forma gradual até atingir todos os domínios da funcionalidade do idoso, dificultando suas atividades cotidianas. A dependência funcional pode ser definida, como a incapacidade de executar as Atividades de Vida Diária (AVDs). Referindo-se ao quesito idade, supõe-se que idosos mais velhos chegam a apresentar mais dependência quando comparados aos idosos mais jovens, visto que com o passar dos anos há o aparecimento de doenças crônicas incapacitantes, que tornam os idosos mais dependentes de ajuda. O termo depressão é usado para descrever alterações de humor, que variam em características, intensidade e duração, apresentando-se com diferentes manifestações clínicas de caráter crônico e que requerem estratégias adequadas de intervenção. A depressão está relacionada a altos níveis de tensão e é a quarta causa de incapacidade e morte prematura nos dias de hoje. O Transtorno de Ansiedade Social (TAS) é caracterizado por ansiedade excessiva diante de uma variedade de situações sociais. Os indivíduos temem comportar-se de modo inapropriado (pelo desempenho imperfeito ou pela demonstração da ansiedade) e sofrer reprovação e crítica por parte de outras pessoas. As pessoas ansiosas têm o desejo de realizar o contato social, porém elas evitam ou suportam as situações sociais com grande ansiedade e sofrimento. O comportamento fóbico evitativo acarreta grave prejuízo no funcionamento do indivíduo, seja no trabalho, na escola ou nas relações sociais habituais. Estresse é a combinação de sensações físicas, mentais e emocionais resultantes de vários estímulos como: preocupações, medos, ansiedades, pressões psicológicas e fadiga física e/ou mental, que irão exigir uma adaptação e/ou produção de tensão. Os autores ainda afirmam que os sinais e sintomas do estresse variam de pessoa para pessoa, sendo mais evidentes em alguns, que podem apresentar reações excessivas de ganho ou perda de massa corporal, ter padrões de sono irregular ocasionando insônia, desenvolver problemas respiratórios, ter domínio da angústia mental causando depressão e introversão. Essas pessoas passam a negligenciar a família, não rendem no trabalho e têm oscilações de humor e comportamento. As pessoas que têm depressão permanecem com esse estado emocional por um longo tempo sem procurar ajuda profissional por não estarem cientes de que isso é o aparecimento de uma patologia que deve ser diagnosticada e tratada de forma adequada. Com o passar do tempo, a depressão vai causando a diminuição no rendimento acadêmico, no trabalho e nas atividades cotidianas, faltando-lhes disposição e energia pra enfrentarem as situações. As Terapias Complementares (TC), também conhecidas como terapias alternativas ou não ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 convencionais, são grandes aliadas no combate a doenças psicológicas e fazem parte de um grupo de terapias que não são consideradas parte da medicina alopática e englobam diversas práticas de atenção à saúde, tais como: acupuntura, reeducação postural global (RPG), homeopatia, medicina ayurvédica, naturopatia, medicina fitoterápica, quiropraxia, massagem, meditação, hipnose, yoga, terapia de cura por Reiki, entre outras. Os profissionais da área da saúde têm sido a favor da implantação de práticas e terapêuticas alternativas e complementares na rede básica de serviços de saúde, enfatizando que essas práticas estão relacionadas com os fundamentos promovidos pelo SUS, melhoram a qualidade de vida da população e contribuem para a promoção do autocuidado. Associadas ao tratamento médico convencional, as terapias complementares podem proporcionar ótimos efeitos à saúde. Segundo dados do Ministério da Saúde, no ano de 2008 existiam mais de 800 municípios brasileiros realizando práticas integrativas e complementares. As Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC) reconhecidas pelo Ministério da Saúde (2006) abrangem recursos que previnem danos e agravos, estimulando a recuperação da saúde por meio de técnicas seguras e eficazes, aumentando o vínculo terapeuta/paciente e atuando na integração do ser humano com a sociedade e o meio ambiente. A técnica abordada neste estudo é a yoga, por ser uma prática ativa que visa o alongamento e condicionamento da musculatura corporal, além de estimular a mente exigindo atenção durante a execução dos exercícios, a yoga envolve exercícios que adotam determinadas posturas denominadas de asanas, exigindo que o praticante se concentre associando a respiração na sua execução. Existe um número crescente de pessoas com transtornos mentais que gastam quantias exorbitantes em medicamentos psicotrópicos, para reduzir esses gastos, evitar possíveis efeitos colaterais dessas drogas e melhorar a saúde dessas pessoas, uma boa forma é fazer uso das terapias complementares, dentre elas, a prática da yoga é a que mais se destaca por apresentar ótimos resultados no estado mental desses pacientes. A yoga tem grandes vantagens como baixo custo, fácil acesso, poucos efeitos colaterais, e pode ser praticada por qualquer pessoa, independente da faixa etária. Por ser um tema de pesquisa ainda escasso, espera-se que este estudo incentive mais pessoas a pesquisarem sobre a ação da yoga nos transtornos mentais, trazendo assim mais adeptos a essa prática. OBJETIVOS: A partir disto, objetivou-se com este estudo listar os efeitos da yoga no estado físico e mental de idosos com transtornos mentais, descrever os benefícios proporcionados pela prática da yoga nos transtornos mentais e identificar em que tipo de transtorno mental a influência da yoga é mais eficaz. MATERIAIS E MÉTODOS: Esta é uma revisão de literatura, descritiva de caráter bibliográfico que envolve localizar, analisar, sintetizar e interpretar uma investigação anterior em revistas científicas, periódicos, livros, dissertações, etc. relacionada com a ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 área de estudo escolhida. É uma análise bibliográfica minuciosa, referente às obras literárias já publicadas sobre o tema. Foi realizada a pesquisa por artigos que evidenciam os efeitos da yoga em pessoas com estes distúrbios, pois essa é uma técnica que trabalha a mente e o corpo com o intuito de amenizar os sintomas dessas patologias. Para esta pesquisa estritamente bibliográfica, realizou-se uma coleta de referências no período compreendido entre os meses de agosto a outubro de 2014, onde as bibliografias foram selecionadas e analisadas criteriosamente. Foram feitas pesquisas nas bases de dados Scielo, Lilacs, Pubmed e BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), com os seguintes descritores em saúde: ”transtornos mentais”, “yoga”, “idosos” e “promoção de saúde”. A execução da pesquisa foi conduzida através de buscas de acervo bibliográfico existentes, incluindo um livro, um relatório, uma dissertação, uma tese e 34 artigos, totalizando 38 obras literárias publicados em línguas nacionais e internacionais (português=26, inglês=9 e espanhol=3), traduzidos pelos autores e também com auxílio do Google Tradutor. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Estas literaturas foram publicadas com uma abordagem referente aos efeitos da Yoga nos transtornos mentais. Quando a yoga é relacionada com outras intervenções como o relaxamento, ambas as técnicas causam reduções na ansiedade, mas apenas a yoga consegue melhorar de forma significativa, diferentes domínios do estado de saúde, como o estado mental e a função do estado emocional e quando comparada ao grupo controle, a prática da yoga diminui de forma considerável os níveis de ansiedade e estresse. Através dos exercícios respiratórios, realizados com muita concentração, da flexibilidade e da meditação presentes na prática da yoga, relatam que com a associação desses fatores, o ser humano se torna mais tranquilo e consegue atingir um estado interno de autoconhecimento e equilibrar suas emoções, assim como seus desejos reprimidos. A yoga também gera o relaxamento e para assimilar melhor os seus efeitos, nesse processo o praticante deve permanecer consciente de sua prática, se manter imóvel, com o corpo e a mente completamente relaxados, organizando seus pensamentos de forma positiva, direcionando-os ao seu bem-estar, cada pensamento gera uma emoção, fazendo com que as atitudes sejam compatíveis a essa emoção. A yoga atua gerando o relaxamento do corpo e da mente, consequentemente ela exerce influência no estado mental e emocional de seus praticantes, sendo capaz de reduzir os níveis de ansiedade e estresse e trazendo vários benefícios como integração social, melhora da consciência corporal, aumento da autoestima e melhor controle emocional. Foi encontrada uma significativa melhora nos aspectos físicos no grupo de yoga, como melhora na qualidade de vida, bem-estar, vitalidade e energia, quando comparado ao grupo de ginástica e grupo controle. Porém não houve alterações no humor e no cognitivo dos praticantes de yoga. Com idosos foram observadas poucas alterações relacionadas à cognição, porém a prática de yoga foi capaz de reduzir os níveis ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 de ansiedade de alguns praticantes e seus benefícios físicos foram bastante significativos, melhorando a realização das atividades de vida diária e consequentemente a qualidade de vida dos participantes. A prática de yoga não teve resultados favoráveis na cognição dos praticantes provavelmente por estes apresentarem a neuroplasticidade cerebral diminuída, devido o processo neurodegenerativo associado à idade avançada, reduzindo a capacidade de absorver informações e causando limitações na concentração, na atenção e na memória. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A prática regular de yoga resultou em efeitos positivos, possibilitando a redução dos níveis e sintomas de estresse e depressão em ambos os estudos com idosos, promovendo a harmonia entre corpo e mente, melhorando a compreensão de seus limites físicos, facilitando o alcance de um relaxamento que proporcionou alívio físico e mental, minimizando as tensões sofridas. Em todos os estudos pesquisados a yoga teve eficácia em reduzir os níveis de ansiedade, depressão e estresse de alguns participantes, tendo maior influência no transtorno de depressão, convertendo a depressão grave em níveis normais após a prática de yoga, confirmando seus efeitos positivos tanto em transtornos mentais quanto em aspectos físicos. A yoga é capaz de reduzir os níveis desses distúrbios mentais em populações de idosos. Esta técnica proporciona benefícios físicos, como o aumento da flexibilidade, melhora da postura e da respiração, além de promover uma melhora na conscientização corporal, e também é eficaz na saúde mental através do relaxamento e da meditação, incentivando quem a pratica a adotar pensamentos positivos. Esta revisão literária abre espaço para novos estudos na área enquadrando tanto pessoas idosas, como outras populações que necessitem adquirir efeitos satisfatórios através da prática da yoga em sua saúde física e mental. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ESQUIZOFRENIA E A VIVÊNCIA DE UM CONTEXTO BIOPSICOSSOCIAL – UM ESTUDO DE CASO Maria Luiza Bezerra Feitosa, Faculdade Leão Sampaio Wiliany Santos da Silva, Faculdade Leão Sampaio Ariadne Gomes Patrício Sampaio, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Esquizofrenia. Processos Mentais. Antipsicóticos. INTRODUÇÃO: Dentre as patologias atendidas nos CAPS III, destaca-se a esquizofrenia, que se trata de uma doença mental caracterizada por uma desorganização ampla dos processos mentais. É um quadro complexo apresentando sinais e sintomas na área do pensamento, percepção e emoções, causando marcados prejuízos ocupacionais, na vida de relações interpessoais e familiares. Nesse quadro a pessoa perde o sentido de realidade ficando incapaz de distinguir a experiência real da imaginária. Essa doença se manifesta em crises agudas com sintomatologia intensa, intercaladas com períodos de remissão, quando há um abrandamento de sintomas, restando alguns deles em menor intensidade. Estes sintomas podem ser: Delírios (confusão mental); Alucinações, sobretudo auditivas e visuais; Delírio persecutório: A pessoa crê que alguém a persegue e observa, planejando fazer alguma coisa para prejudicá-la. Durante esta fase, o indivíduo apresenta mudanças comportamentais, altos níveis de ansiedade e impulsos de agressividade; Déficit de aptidões mentais: Falta de motivação, apatia, isolamento social. O pensamento empobrece e a pessoa demonstra total indiferença emocional, dentre outros. Frequentemente a esquizofrenia costuma se manifestar no início da vida adulta, porém pode também ocorrer casos na ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 infância e adolescência. Sua prevalência atinge em uma esfera mundial cerca de 1 % da população. Não possui uma causa que possa ser especificada, é uma doença que causa uma alteração no funcionamento cerebral e uma desorganização na personalidade. Os sintomas e a gravidade da esquizofrenia podem variar de indivíduo para indivíduo, e variando também o tipo de esquizofrenia podendo ser diagnosticada como esquizofrenia paranóide, esquizofrenia indiferenciada, esquizofrenia desorganizada, esquizofrenia catatônica, esquizofrenia residual, esquizofrenia simples; o diagnóstico do tipo de esquizofrenia é fundamental para orientar a família ou cuidador e também atribuir o tratamento medicamentoso, que tem como objetivo principal controlar os sintomas, promover a possibilidade de reabilitação do sujeito para a vida, prevenir as recaídas, sendo assim a escolha correta do tipo de medicamento a ser administrado é fundamental para a melhora dos sintomas. É importante lembrar que os sintomas ocorrem ao mesmo tempo, mudando o comportamento do sujeito o que confunde muito os cuidadores e familiares. Os CAPS são instituições destinadas a acolher os pacientes com transtornos mentais, estimular sua integração social e familiar, apoiá-los em suas iniciativas de busca da autonomia, oferecer-lhes atendimento médico e psicológico. Sua característica principal é buscar integrá-los a um ambiente social e cultural concreto. Os CAPS constituem a principal estratégia do processo de reforma psiquiátrica (BRASIL, 2004). Conforme as portarias MS/GM nº 3088 e MS/GM 3089 de 23/12/ 2011, os CAPS III são serviços de saúde mental comunitários do Sistema Único de Saúde, destinados a prestar acompanhamento, por equipe interdisciplinar, a pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, estes, compõem a rede de serviços territoriais, de atenção contínua 24 horas por dia, incluindo feriados e finais de semana, abertos ao acolhimento diurno, noturno e integral, conforme definido no Projeto Terapêutico Individual, em municípios que tenham a partir de 200.000 habitantes. Seu objetivo é oferecer atendimento à população de sua área de abrangência, realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. É um serviço de atendimento de saúde mental criado para ser substitutivo às internações em hospitais psiquiátricos (BRASIL, 2004). Especialistas afirmam que não existe uma só causa para o aparecimento deste tipo de transtorno. Até hoje não se conhece nenhum fator específico causador da Esquizofrenia. Há, no entanto, evidências de que seria decorrente de uma combinação de fatores como o quadro psicológico do indivíduo, biológicos, genéticos, ambientais e a utilização de substâncias psicoativas, que contribuiriam em diferentes graus para o aparecimento e desenvolvimento da doença. O surgimento da esquizofrenia é raro em idosos e crianças. A pessoa acometida pela esquizofrenia tem grande potencial à sua frente. Precisa lutar contra as dificuldades do transtorno, é ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 verdade. Mas pode se recuperar, vencer os obstáculos e seguir seus sonhos. Nesta batalha, precisa ter ao seu lado sua família, seus amigos, pessoas que a amem e apoiem e que, sobretudo, saibam compreendê-la. Tem a seu favor medicamentos eficazes, suporte psicológico e terapias de reabilitação capazes de ajudá-la nessa superação. Certamente contará com uma sociedade mais justa e que possa recebê-la um dia como igual. OBJETIVOS: O principal objetivo deste estudo é entender a dinâmica do funcionamento e das vivências desse indivíduo dentro de um contexto biopsicossocial, através do acompanhamento deste paciente na rotina de terapias na unidade do CAPS III em Juazeiro do Norte, bem como através de visitas domiciliares junto à família do mesmo. MATERIAIS E MÉTODOS: A metodologia adotada foi o Estudo de Caso, através da elaboração do problema e de perguntas. Estas orientaram os acadêmicos de enfermagem do 5º. Semestre de uma instituição privada, no período 2014.1, durante o estágio da disciplina de Saúde Mental em um Centro de Atenção Psicossocial – CAPS III, de um município da região Metropolitana do Cariri Cearense. O Método do Estudo de Caso enquadra-se como uma abordagem qualitativa e é frequentemente utilizado para coleta de dados na área de estudos organizacionais, apesar das críticas que ao mesmo se faz, considerando-se que não tenha objetividade e rigor suficientes para se configurar enquanto um método de investigação científica. Este método tem vantagem em relação a outros métodos quando se deseja saber o “como” e o “por quê” de algum fenômeno que seja contemporâneo e sobre o qual o pesquisador tenha pouco ou nenhum controle. O estudo de caso é, portanto, um método considerado muito útil quando se deseja analisar um fenômeno amplo e complexo, em que o conhecimento acumulado seja insuficiente para a proposição de relações de causa e efeito e, também, quando o fenômeno não pode ser analisado fora do contexto no qual ele naturalmente se manifesta Para se discutir o Método do Estudo de Caso três aspectos devem ser considerados: a natureza da experiência, enquanto fenômeno a ser investigado, o conhecimento que se pretende alcançar e a possibilidade de generalização de estudos a partir do método. O caso é uma unidade de análise, que pode ser um indivíduo, o papel desempenhado por um indivíduo ou uma organização, um pequeno grupo, uma comunidade ou até mesmo uma nação. Todos esses tipos de caso são unidades sociais. Entretanto casos também podem ser definidos temporariamente (eventos que ocorreram num dado período), ou espacialmente (o estudo de um fenômeno que ocorre num dado local). Portanto, um caso pode ser um fenômeno simples ou complexo, mas para ser considerado caso ele precisa ser específico. Enquanto possibilidade para sua aplicação, um estudo de caso vai além do contar uma história: pode ser utilizado para testar hipóteses como, por exemplo, para testar a falseabilidade de teorias; pode ser estatístico, quando traz um conjunto de dados quantitativamente coletados e relacionados; ou, ainda, pode ser relato ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 de pesquisa institucional, dentre outras tantas possibilidades. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Paciente C.P.A, 37 anos, nascido em 29/03/1976, natural de Juazeiro do Norte, de cor parda, religião católica, estudante do 7º ano do ensino fundamental, desempregado, separado, pai de três filhos, o pai comerciante, e a mãe dona de casa. Tem história de tratamento a mais ou menos um ano e alguns meses (não soube referir a quantos meses) no CAPS AD (alcoolismo). Chega a esta unidade: CAPS III no dia 18/09/2013, acompanhado da genitora e da irmã. Segundo a mãe o filho vinha apresentando há alguns dias atrás sinais de “perturbação mental” (ouvia vozes que o ameaçava, falava sozinho ao telefone, e alteração do comportamento). Em um momento de crise (apresentava-se agitado) a mãe relata que o levou para o posto de saúde, para uma consulta médica. O médico encaminhando-o para acompanhamento especializado, pois o paciente apresentava-se com delírios e alucinações. Ao chegar, foi avaliado por uma equipe multidisciplinar. Onde relatam em seu histórico que, o paciente C.P.A. apresentava-se com aparência higienizada, discurso coerente, humor triste, insônia alucinações, irritabilidade, vontade de ficar sozinho e ouvia vozes. Tem história familiar de doença mental (o pai se tornou portador da doença mental após perder tudo, hoje encontra-se falecido). Relata ainda que sua doença iniciou-se na cidade de São Paulo, quando saiu do trabalho na SINGER e foi embora para aquele estado, após separar-se da sua esposa. Anos depois de desenvolver os primeiros sinais e sintomas da doença, retorna a sua cidade natal. O mesmo via-se muito magoado pelo acontecido, então resolver beber e “farrar”, sofrendo vários acidentes sendo estimulado por vozes, tudo isso fez com que ele perdesse boa parte de seus amigos. Apresenta história atual de: insônia, irritabilidade, alucinações auditivas (zumbido) e humor comprometido. Oliveira (2001) destaca que em determinados momentos, a família apresenta certa ambiguidade de sentimentos, que se manifestam em resposta às atitudes agressivas do seu familiar doente, principalmente perante os primeiros sinais da doença, pois a questão da internação também tem um fator cultural muito forte embutida, e faz com que a família tenha ainda mais essa ambivalência de sentimentos, que variam muitas vezes, como cita o autor, entre sentimento de impotência e mágoa, pois não entende o porquê de ser agredida. No caso da esquizofrenia com delírio persecutório, pode acarretar variáveis consequências, uma vez que ele se sente perseguido por um ou por vários membros da família, causando assim uma crise familiar em muitos casos. O paciente C. a principio recebeu com a prescrição médica de Seroquel 100mg; Amplictil 25 mg; Hadol meio comprimido e Dormire se necessário. Permanecendo no acolhimento noturno por alguns dias. Dia 07/10/2013, recebeu alta do tratamento no CAPS. No dia 07/ 11/ 2013, retorna para uma nova consulta com a enfermeira, referindo ainda ouvir vozes, tentado várias vezes suicídio, e ter feito usos de bebida alcoólica. Atualmente, o paciente é acompanhado pelo médico ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 Psiquiatra Cicero Jorge P. Malzoni, e pela Psicóloga Ana Germana Medeiros Feitosa, voltou a estudar, segue fazendo uso da seguinte medicação: Ceroquel 200mg/dia e Amplictil 100mg/dia. Dia 02/ 01/ 2014, em nova conduta referir querer sair de casa por falta de paciência com os outros. O paciente segue em tratamento, participando das atividades diárias no CAPS III de Juazeiro do Norte. Considerando o estado de saúde atual do paciente, pudemos observar e identificar alguns diagnósticos de enfermagem, dentre eles: Interação social prejudicada relacionado à alteração do estado mental, evidenciado por relato verbal; Medo relacionado a delírios e alucinações persistentes, evidenciado por estado de alerta aumentado; Tristeza crônica relacionada a experiências de doenças crônicas, evidenciada por observação; Estresse relacionado aos estressores intensos, violência familiar, evidenciado por demonstrar aumento de sentimentos de impaciência. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O trabalho realizado pelos estagiários foi possível devido à colaboração não somente da equipe de psicólogos CAPS, mas também, da equipe de enfermagem e terapia ocupacional, principalmente, por passar informações importantes sobre os pacientes de uma forma geral, promovendo acúmulo de materiais e conhecimento necessário para a realização das atividades. Concluímos que, os portadores de transtornos mentais, incluindo-se a esquizofrenia, muitas vezes tachados de “loucos”, são na verdade, pacientes que necessitam do nosso carinho, amor e apoio para que estes se recuperarem e sejam reinseridos na sociedade, fazendo com que o preconceito venha a ser extinto e entender que os pacientes também têm capacidades incríveis para desenvolver diversas atividades e trabalhos, basta apenas que nós deixemos o nosso preconceito de lado e abracemos o próximo como nosso irmão. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NA PERÍCIA FORENSE: UMA ESPECIALIDADE A CONHECER Jéssica Gonçalves Feitosa. Enfermeira, Universidade Regional do Cariri Ana Alinne Gomes da Penha, Universidade Federal do Ceará Jéssica Lima Soares, Universidade Regional do Cariri Natália Filgueira Rufino, Universidade Regional do Cariri Samyra Paula Lustoza Xavier, Universidade Regional do Cariri Maria Corina Amaral Viana, Universidade Regional do Cariri Palavras-chave: Enfermagem Forense. Educação em Enfermagem. Medicina Legal. INTRODUÇÃO: O número de casos de violência, nos seus diversos gêneros, cresce a cada dia o que denota a necessidade de profissionais capacitados para lidar com as situações. Um dos gêneros que está ganhando espaço é a violência doméstica, esta deve ser abordada sem tabus por parte dos enfermeiros e profissionais de saúde, eles devem procurar sempre articular a sua atuação no âmbito multidisciplinar. É inaceitável, atualmente, que a violência doméstica seja considerada um problema preocupante apenas para às polícias e tribunais. Esta realidade desencadeou a necessidade de buscar e implementar conhecimentos, na área das Ciências Forenses, por parte dos enfermeiros. Estas ciências têm objetiva colaborar para a resolução de uma investigação criminal e quando devidamente articuladas com outras disciplinas podem resultar na informação crucial para o caso em análise. Por outro lado, as ações de enfermagem estão ganhando reconhecimento na urgência e emergência, contudo, passa-se a refletir a importância desse profissional na área forense, na prestação de serviços ao indivíduo, à família e à lei. A ciência forense se trata de qualquer situação relacionada à lei, neste caso, é utilizado ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 nas especialidades da saúde como medicina, odontologia, enfermagem, dentre outros. A enfermagem forense foi primeira reconhecida nos EUA em 1992, quando 72 enfermeiras que prestavam cuidados às vítimas de violência sexual e estupro, fundaram a International Association of Forensic Nursing – IAFN, ou em português, Associação Internacional de Enfermeiros Forenses. Com sede localizada em New Jersey – EUA, esta é responsável por avaliar e regulamentar a atuação da enfermagem forense, além de desenvolver estudos com o objetivo de implementar as ações e intervenções da classe. Nos Estados Unidos, Canadá, China, Itália e Inglaterra a enfermagem examina, coleta evidências e presta cuidado às vítimas e familiares. No Brasil, a enfermagem forense ainda é pouco debatida, mas o tema já começou a ser inserido em eventos da área da saúde e do direito, o que demostra que a especialidade está ganhando espaço e tende a ser implantada no país. Este fato deve-se a importância da atuação do enfermeiro nas unidades médico legais, no atendimento ao paciente vítima de violência, e nos serviços de urgência e emergência sempre se preocupando em preservar provas. É importante salientar que o enfermeiro pode ser chamado para depor, pois este profissional tem contato direto com os indivíduos envolvidos nos casos, o qual será chamado de Expert witnesse (TestemunhaEspecializada), cabendo ao enfermeiro o cuidado com fotografias, protocolos, amostras, resultados de exames que irão respaldar a fala do profissional nos casos em que ele for convocado pela justiça. O enfermeiro forense deverá ser formado, especializado e capacitado para exercer as funções. No caso de investigação clínica da morte, o curso tem carga horária de 40 horas e inclui em sua grade curricular, auxílio de autópsias e um vasto conhecimento da anatomia, fisiologia e patologia. O curso também aborda aulas de balística, identificação de feridas por arma de fogo e arma branca, cortes, lacerações, hematomas, entre outros. Também são oferecidas aulas de entomologia forense, odontologia forense, antropologia forense, análise de DNA que servirão para dar uma noção ao enfermeiro de como referenciar aquele achado. Existem ainda cursos de mestrado, e doutorado em Enfermagem Forense que preparam os enfermeiros na maioria das sub-especialidades, tais como a psicologia forense que está diretamente ligada a enfermagem, pois o profissional terá maior contato com o paciente para identificar presença de distúrbio que possam levar a cometer algum crime. Segundo a International Assossiation of Forensic Nursing - IAFN, o enfermeiro examinador de vítimas de estupro deverá ter pelo menos dois anos de experiência na prática assistencial, em qualquer especialidade, além de 40 horas de treinamento técnico de coleta de evidências, fotos forenses, revisão de leis locais, revisão de literatura. A perícia de adultos também inclui no treinamento a prática supervisionada em mulheres voluntárias, mais a execução de dez exames ginecológicos supervisionados por um instrutor ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 qualificado. No caso de peritos em crianças, é necessário um extenso conhecimento da anatomia, fisiologia e desenvolvimento psicológico da criança e pré-puberdade, o profissional deve ter ciência que o organismo da criança é diferente do corpo do adulto, portanto, a assistência prestada é diferenciada e adequada a idade da criança. O enfermeiro forense deverá conhecer a especialidade, as funções delegadas ao cargo, e as principais leis que o ajudem a desempenhar melhor o seu papel. Entre os casos abordados pelo enfermeiro forense na urgência estão: abuso, negligência ou violência doméstica, traumas, acidentes automobilísticos, atropelamentos, abuso de álcool e drogas ilícitas, tentativa de suicídios ou homicídios, lesões ocupacionais, incidentes ambientais, vítimas de terrorismo ou crimes violentos, práticas de aborto ilegal e outros problemas de saúde pública, lesões por armas de fogo ou armas brancas, indivíduo sem identificação envolvido em algum incidente, envenenamento, cuidados com o indivíduo sob custódia, morte suspeita, súbita ou inesperada, abuso sexual, além de outros crimes. De acordo com casos citados, é importante relatar a necessidade de acompanhamento do profissional pela psicologia/ psiquiatria, visto que seus limites emocionais serão testados a cada ocorrência. A ideia de explorar o tema surgiu durante uma visita ao Instituto Médico Legal – IML, durante a realização de um curso de aperfeiçoamento em medicina legal, após identificar a atuação de outros profissionais. Em virtude disso, surge o seguinte questionamento: qual atuação da enfermagem nos serviços de perícia forense? E qual a sua importância? Ressalta-se que a especialidade não foi implantada no Brasil, porém, nos países em se desenvolvem estas práticas profissionais, há menor chance de exaustão da equipe multiprofissional e eficácia nos laudos dos casos de violência, por exemplo. OBJETIVO: Relatar a atuação da enfermagem na perícia forense e a importância deste profissional nas unidades em que estão inseridos. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura. Esse método de pesquisa tem cinco fases: identificação do tema ou questionamento do estudo; busca na literatura; avaliação dos estudos incluídos na revisão; interpretação dos resultados, e síntese do conhecimento evidenciado nos artigos analisados. Assim, apresenta objetivo de facilitar pesquisas e suas aplicabilidades; esse tipo de estudo vem sendo apontado como uma ferramenta de grande importância na área da saúde, por direcionar a prática, baseando-se em conhecimentos científicos. Os critérios de inclusão foram: ter foco na atuação da enfermagem forense, as competências desses profissionais e o histórico da especialidade. Para a seleção dos artigos, realizou-se uma busca nas seguintes bases de dados: Literatura Latino Americana e do Caribe e Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE via PUBMED), Base de dados em Enfermagem (BDENF) e a biblioteca eletrônica Scientific Electronic Library Online (SCIELO). Os descritores utilizados foram: ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 Enfermagem Forense; Educação em Enfermagem; Medicina Legal. Ainda, ressalta-se que a estratégia de busca foi adaptada de acordo com a base de dados utilizada. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Constaram 08 (oito) artigos identificados, dentre os quais 04 (quatro) atendiam aos critérios, seguindo-se da leitura exaustiva e enumeração dos dados relevantes para a pesquisa. O enfermeiro forense deverá compreender a cadeia de custódia dos casos e suas implicações relacionadas, ter pleno conhecimento das leis, em matéria médico legal, pois seu trabalho será totalmente ligado às questões jurídicas, reconhecer o que pode ser considerado como prova, conhecer os protocolos de referenciação, compreender as implicações forenses da doação de órgãos e tecidos, conhecer procedimentos legais requisitos, compreender o tipo de morte e conhecer os procedimentos necessários para dar início ao processo, conhecer os procedimentos necessários para referenciar os casos, colheita da Zaragatoa seca e úmida, colher amostras de sangue seco e armazenar adequadamente. A educação em saúde deverá ser realizada pelo enfermeiro e os demais profissionais para prevenir e identificar possíveis vítimas de incidentes, estas ações são desenvolvidas principalmente em instituições carcerárias. A prática de enfermagem forense inclui exames de perícia em vítimas de abuso sexual e estupro, investigação de morte. Neste caso, a enfermeira forense realiza e avalia o exame do corpo e do local do crime, que tem o conhecimento para tal prática. Ainda, observa detalhes que podem auxiliar a equipe multiprofissional, em especial o médico legista, na investigação e descoberta das causas que levaram o indivíduo à morte e a possível hora do óbito. O conhecimento da anatomia e fisiologia do corpo humano, adicionado ao estudo forense, facilita a visão mais acurada e segurada situação de morte do indivíduo. É importante destacar que o foco principal e ponto para onde as ações da enfermeira deve estar voltado é a causa e mecanismo da morte, delegando as investigações criminais, descoberta das causas e circunstâncias aos profissionais competentes no assunto. O profissional deverá ter conhecimento de suas competências para não cometer erros e delegar ações referentes à sua atuação, com base no que foi dito, as seguintes intervenções são de competência do enfermeiro: Ajudar o indivíduo a retirar a roupa sem comprometer eventuais provas nela contida; Embalar e armazenar provas forenses nos respectivos contentores; Fotografar sempre que possível; Colher amostras de sangue, secreções, urina ou fezes; Manter o cenário inato; Preparar o cadáver para o exame post-mortem, Colher informação; Imobilizar o paciente; Preservar produtos de concepção e Tornar o ambiente o mais seguro possível. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Diante dos resultados analisados durante este estudo, foi possível notar a importância do enfermeiro no ambiente de perícia criminal, assim como nos casos de violência, pois este desenvolverá ações junto a uma equipe multiprofissional, diminuindo a sobre carga de trabalho do médico perita. Outro ponto relevante, ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 nos casos de violência, é a relação que o enfermeiro desenvolve com a vítima e com o agressor, chamada de repport, a criação de uma afinidade, o qual diminuirá as chances de vieses durante os depoimentos, a vítima neste caso, se encontra em um estado de fragilidade, a esta são direcionadas ações de apoio emocional, tratamento dos traumas físicos e preparação para reinserção no convívio em sociedade, visto que as vítimas relatam dificuldade em para voltar à rotina, desenvolver atividades que visão diminuir as sequelas emocionais e físicas. Contudo, a importância da enfermagem forense é relevante e reforça a necessidade de implantação no Brasil, com o objetivo de prestar o cuidado eficaz, servir a lei, auxiliar na elucidação de crimes, com isso, diminuir os julgamentos e condenações injustas, nos casos onde não houver óbito criar vínculo e desenvolver ações que melhorem o convívio das vítimas, familiares e comunidade. É de grande importância a elaboração de estudos que enfoquem na atuação da enfermagem forense, com o objetivo de implantar a especialidade no Brasil com a finalidade de melhorar a assistência e elucidar casos sem que haja erros ou dúvidas. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO ADULTO PORTADOR DE PÊNFIGO VULGAR EM UMA UNIDADE HOSPITALAR José Alexandre Pinheiro, Faculdade Leão Sampaio Amanda Maria Ferreira Pereira, Faculdade Leão Sampaio Ana Cecilia Cesario de Sousa, Faculdade Leão Sampaio Maira Pereira Sampaio, Faculdade Leão Sampaio Maria Juliana do Nascimento Oliveira, Faculdade Leão Sampaio Ana Maria Machado Borges, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Pênfigo. Dermatologia. Saúde Pública. INTRODUÇÃO: O Pênfigo Vulgar é referido como pertencente a um grupo de doenças vesicobolhosas crônicas de natureza auto-imune, de etiologia ainda desconhecida. Caracteriza-se pela presença de auto-anticorpos contra proteínas desmossômicas encontrado nas junções epiteliais dos tecidos de revestimento (CARVALHO et al., 2011). É classificada de três formas: pênfigo foliáceo, pênfigo vulgar, e uma forma endêmica conhecida como pênfigo foliáceo endêmico, também chamada fogo selvagem. Ocorre em crianças, jovens e adultos, sendo que a maior incidência é na faixa etária dos 20 aos 30 anos, afetando os dois sexos igualmente. Em geral, apresenta-se em forma de vesículas intraepidérmicas vindo a acometer a pele e mucosas. Além das características clínico-laboratoriais usualmente utilizadas e consideradas importantes no diagnóstico, são necessários os exames histopatológicos e testes sorológicos, em particular a detecção de Imunoglobulina G, pela imunofluorescência indireta, e a inclusão do ensaio de imunoadsorção enzimática (ELISA). O exame histopatológico mostra bolhas acantolíticas intraepidérmicas baixas, logo acima da zona da membrana basal (PINHEIRO; FRANCO, 2014). Muitos indivíduos apresentam lesões na cavidade oral em forma de erosão de formato irregular, dolorosas, que sangram facilmente e ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 cura-se de maneira lenta. As lesões cutâneas surgem em forma de bolhas que se rompem, deixando grandes áreas de erosão dolorosas expostas, com posterior formação de crosta, acompanhado de prurido, odor fétido emanando do exsudato seroso e das demais bolhas ainda não rompidas. É comum a hipoalbuminemia envolto ao distúrbio hidroeletrolítico (SMELTZER; BARE, 2009). O presente trabalho trata-se de estudo de caso envolvendo um usuário do Sistema Único de Saúde, identificado com pênfigo vulgar que necessita de acompanhamento. Diante disso, surge o seguinte questionamento: Quais cuidados de enfermagem esse paciente necessita? O interesse pelo caso surgiu durante período de estágio curricular, por despertar a curiosidade sobre como proceder diante de tal patologia possibilitando o aprofundamento sobre o tema. A elaboração de um plano assistencial específico baseado nos achados clínicos do paciente e em literaturas contribuiu para uma assistência adequada ao paciente proporcionando uma melhora significativa na qualidade de vida deste indivíduo, servindo também como base para disseminar e esclarecer informações acerca da temática envolvida, levando aos interessados, seja eles acadêmicos, profissionais ou integrantes da comunidade, a um aprofundamento e reflexão sobre o tema. OBJETIVO: O presente estudo tem como objetivo geral: Aplicar a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) em um caso de pênfigo vulgar. MATERIAIS E MÉTODOS: O presente trabalho foi realizado na abordagem metodológica do estudo de caso. Esse pode ser definido como sendo uma exploração de um caso ou de um sistema delimitado, uma diversidade de pesquisa, que objetiva coletar e registrar dados de um ou vários casos a fim de organizar um relatório, posteriormente avaliar os dados coletados, com o objetivo de tomar decisões e propor ações transformadoras (MARCONI; LAKATOS, 2010). O estudo foi realizado no período de 05 a 26 de setembro de 2014 no decorrer do estágio curricular dos discentes do curso de graduação em Enfermagem da Faculdade Leão Sampaio, de Juazeiro do Norte, em uma Instituição Hospitalar na cidade de Barbalha-Ceará-Brasil, na unidade de internamento, clínica médica, com uma paciente diagnosticada com Pênfigo vulgar. Os dados foram obtidos através da observação, anamnese, exame físico e informações contidas no prontuário da participante, organizados em forma de relatório, com posterior análise desses dados e aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), objetivando contemplar o objetivo proposto. A SAE é um modelo de processo de enfermagem que consiste em seguir passos, sendo estes: o histórico de enfermagem; o diagnóstico de enfermagem; o planejamento ou plano de assistencial; implementação ou prescrição de enfermagem; e evolução ou avaliação de enfermagem. Vale ressaltar que, embora sejam didaticamente divididas, as etapas do processo não ocorrem de forma isolada, elas interrelacionam-se e ocorrem de forma concomitante (TANNURE; GONÇALVES, 2009). A análise é definida como uma tentativa de explicar as relações que ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 podem influenciar o assunto estudado, como também faz com que o pesquisador reflita sobre os dados coletados. Bem como a interpretação dos dados é a atividade que objetiva dar um significado amplo e mais fidedigno as respostas obtidas, sempre as comparando com os conhecimentos, acerca do assunto, já existentes (MARCONI; LAKATOS, 2010). O estudo levou em consideração os preceitos éticos contidos na Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. RESULTADOS/DISCUSSÃO: D.H.N, sexo feminino,19 anos, casada, parda, do lar, primeiro grau completo, natural de Juazeiro do Norte-Ceará, é admitida na clínica médica em uma Instituição Hospitalar na cidade de Barbalha-Ceará-Brasil no mês de setembro de 2014. Em seu histórico familiar desconhece portadores de qualquer patologia crônica, e relata ter apresentado os primeiros sintomas da enfermidade há seis meses, onde procurou assistência em uma Unidade Básica de Saúde sendo instituído tratamento inespecífico sendo referenciada, posteriormente, a Unidade Hospitalar. Apresentando-se consciente, orientada, acianótica, afebril, anictérica, eupneica, normotensa, normocárdica. Ao exame físico: ausência de pediculose, caspa ou seborreia em couro cabeludo, sem áreas de rarefação ou lesões, indolor ao toque. Sobrancelhas apresentam-se simétricas e sem sujidades. Olhos com ausência de sinais infecciosos. Pupilas isocóricas. Canal auditivo sem sujidades e indolor a palpação. Nariz sem presença de deformidades e com ausência de coriza. Boca com arcada dentária completa, presença de cárie, lesões em mucosa e sem halitose. Face com presença de lesões bolhosas, crostosas e manchas acneicas. Ausência de nódulos em pescoço e traquéia com mobilidade preservada. Tórax em forma plana, com presença de lesões bolhosas e crostosa e presença de cicatrizes em ambos hemisférios torácicos, simetria mamária normal, ausculta pulmonar com murmúrios vesiculares presentes e ausência de ruídos adventícios, ausculta cardíaca sem anormalidades. Abdômen apresenta-se em forma protuberante, com presença de lesões bolhosas, crostosas e cicatrizes; ruídos hidroaéreos presentes, indolor a palpação. As lesões bolhosas, crostosas e cicatrizes estendem-se até a região perianal. Todas as lesões vesiculares pelo corpo (exceto em palma das mãos) apresentam secreção serosa e odor fétido. Membros inferiores apresentam-se edemaciados e com lesões bolhosas e crostosas. Sinal de Nikolsky positivo (descolamento epidérmico de pele perilesional após a fricção da lesão cutânea). Eliminações vesico-intestinais presentes, sem alteração. Marcha arrastada sem uso de auxiliar de apoio de marcha. Paciente refere dor nos locais lesionados, dificuldade de deambulação, vergonha de se expor e apresenta comportamento retraído. Seu diagnóstico médico foi realizado através da análise clínica e laboratorial. Por meio de análise histopatológica do material coletado de uma das lesões na coxa esquerda pôde se identificar células acantolíticas, e instituído tratamento específico. Após observação, anamnese, exame físico e leitura do prontuário, ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 puderam-se identificar os problemas, bem como delinear os Diagnósticos de Enfermagem, sendo esses: Dor aguda relacionada à formação de bolhas em tegumento e cavidade oral, evidenciado por relato verbal; Integridade da pele comprometida relacionada com bolhas rompidas, evidenciada por áreas expostas de pele e mucosas; Ansiedade e enfrentamento ineficaz relacionados com a aparência da pele, evidenciado por comportamento alterado e relato verbal de auto- imagem prejudicada; Risco para infecção relacionada à perda da barreira de proteção de pele e mucosas; Risco para déficit de volume de líquido e distúrbio eletrolítico relacionado à perda de líquidos teciduais. Esses diagnósticos possibilitaram traçar um plano de implementação que consistiu em: administrar analgésicos, Conforme Prescrição Médica (CPM); manter paciente em posição confortável; administrar terapia corticóide e imunossupresora CPM; ingerir líquidos frios; orientar sobre técnicas de respiração e relaxamento; manter higiene oral e corporal; realizar troca de curativos diários sem uso de esparadrapo; manter lábios hidratados; utilizar água fria em banhos diários; manter ar ambiente úmido; utilizar talco não irritante após secagem da pele; estimular o autocuidado; providenciar assistência psicológica; ouvir queixas e dúvidas de paciente e família, bem como esclarecê-los; orientar paciente e família sobre a patologia; orientar família quanto ao apoio a paciente; manter técnicas assépticas em todos os procedimentos; orientar paciente quanto à higienização frequente; orientar quanto à importância na adesão do tratamento; administrar antibioticoterapia CPM; atentar para sinais locais e/ou sistêmicos de infecção; manter paciente em isolamento protetor; aferir sinais vitais a cada seis horas; estimular a ingestão hídrica bem como refeições hiperproteicas e hipercalóricas em pequenas quantidades e com maior frequência; administrar soroterapia CPM; administrar hemoderivados CPM; monitorar Hemoglobina, Hematócrito, e nível sérico de albumina; monitorar débito urinário. Após traçar um plano de implementação de acordo com os diagnósticos de enfermagem encontrados mediante os achados clínicos, foram postas em prática tais intervenções. A fim de verificar a efetividade do que foi implementado, as intervenções foram posteriormente analisadas. Após implementação, evidenciou-se a evolução do quadro de forma positiva. As lesões disseminadas apresentaram diminuição em tamanho, profundidade e quantidade de exsudato, levando a uma regressão e diminuição do surgimento de novas lesões, com consequente melhora na marcha, grau de edema de membros inferiores, nível de dor e odor atenuado. Em relação aos diagnósticos de risco, a prática das implementações culminou no não aparecimento de infecções durante o tratamento e ausência de distúrbios eletrolíticos durante o acompanhamento. Considerando que o cuidado e o ensino do paciente e família para a alta hospitalar são processos fundamentais para o sucesso da reabilitação de qualquer enfermo, os familiares da pacientes mostraram-se presentes e participativos junto à equipe ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 e a cliente, mediante as orientações de enfermagem empregadas. A paciente tornou-se adepta aos tratamentos instituídos e a cada dia mostrou-se mais cooperativa e menos ansiosa. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ficou evidenciado que o conhecimento acerca do Pênfigo Vulgar ainda não é bem difundido, podendo a doença ser confundida com outras dermatites, além de não ser uma doença de notificação compulsória, e considerada como uma dermatose bolhosa, rara, crônica e auto-imune. Isso pode influenciar de forma direta sobre as práticas assistenciais empregadas a esses casos, visto que a inadequação das práticas vincula-se a falta de conhecimentos atualizados por parte dos profissionais. Quanto às intervenções, evidenciou-se a importância de um plano assistencial específico voltado às necessidades de um portador de pênfigo vulgar, bem como a aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem. Esse plano possibilitou uma evolução significativa no quadro, mostrando ser fundamental para reestabilização do paciente, o que implica de forma direta na melhoria da qualidade de vida do portador. Sendo notória a necessidade de capacitação constante por parte dos profissionais buscando de conhecimento sobre o tema. Os resultados obtidos a partir do desenvolvimento de atividades assistenciais contribuíram não só para a melhora clínica da participante como também na capacitação profissional de todos os envolvidos, tendo em mente que o conhecimento científico é a base para realização de práticas efetivas. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PROCESSO DE DEPRESSÃO PÓS – PARTO Elaine Cristina Barboza de Oliveira, Faculdade Leão Sampaio Francisca Márcia Costa Pereira, Faculdade Leão Sampaio Jeyzianne Franco da Cruz Silva, Faculdade Leão Sampaio Karina Cavalcante Quirino, Faculdade Leão Sampaio Maria Daniele Sampaio Mariano, Faculdade Leão Sampaio Ariadne Gomes P. Sampaio, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Depressão Pós Parto. Assistência de Enfermagem. Puérpera. INTRODUÇÃO: Os profissionais da área da saúde devem estar atentos aos sinais que as mulheres apresentam após o nascimento de um bebê. O enfermeiro deve ter um olhar crítico para saber identificar os sintomas de alguma patologia, observando as manifestações nesse período, tirando suas próprias conclusões a respeito da puérpera. O profissional deve ter como função saber reconhecer os sintomas, em relação à depressão pós-parto (DPP), observando se está deprimida ou não, e qual a sua relação com seu filho. A depressão pós-parto é uma alteração de humor que dependendo do tratamento, se mantêm por um longo prazo. Estima-se em torno de 10% das puérperas no mundo, com DPP (FRIZZO, 2010). Pode-se considerar o desajuste familiar e a falta de planejamento da gestação como fatores desencadeantes da DPP. Além disso, o stress do momento do parto, colaboram para o aparecimento de sintomas depressivos (SILVA; BOTTI, 2005). Schmidt; Piccoloto; Muller (2005) acrescentam ainda as poucas condições socioeconômicas e as modificações hormonais. Quando é diagnosticado que uma mulher está no estado de depressão, ela deve realizar um acompanhamento rotineiro com uma equipe multidisciplinar, que envolve ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 enfermeiro, médico, psicólogo e, sobretudo do apoio da família. Assim, a abordagem multiprofissional abrangerá diversos saberes entendendo as particularidades da mulher, principalmente para prevenção de complicações. Quanto mais tarde iniciar o acompanhamento psicológico e psiquiátrico, maiores chances de suicídio ou de negligência com a saúde e cuidados do bebê (SILVA et al, 2003). É de fundamental importância para o restabelecimento emocional da mesma, verificando como ela se comporta em relação ao seu filho, tentando amenizar os sintomas, enquanto ela está se tratando. É de extrema importância, avaliar não só a puérpera, mas também a família e todos que a cercam. Assim têm-se uma visão mais clara a respeito dela, para com isso, obter esclarecimentos mais precisos da paciente e ajudála ao longo do seu processo de cura. Portanto, o papel do enfermeiro é imprescindível na prevenção, diagnóstico e tratamento de mulheres que apresentam tal patologia. Aquele é responsável pelo acompanhamento e desenvolvimento da recuperação das mulheres com essas alterações psicológicas, para que não venham a obter futuras complicações em sua vida pessoal, social, profissional e principalmente como mãe, tornando-se necessário serem acompanhadas antes e pós o parto (SOBREIRA, 2012). A depressão é uma patologia muito séria que apresenta como características, alterações emocionais e distúrbios de humor prejudicando todos os que a rodeiam, afetando assim o estilo de vida devido essas mudanças como mãe. (VIDEBECK, 2012). Complementando o autor supracitado Lowdermilk; Perry e Bobak (2002), dizem que na depressão em mulheres pós-parto, a mãe pode chegar a pensar que seu filho irá tomar seu lugar diante do seu companheiro, se incomodar com a presença de seu bebê, ou até mesmo em casos mais graves como, querer fazer mal ao seu próprio filho. Então, quando esses pensamentos tornam-se obsessivos, ela pode querer fazer mal a si, ou até mesmo ao seu próprio bebê. O que se pode dizer é que os casos que são identificados, muitas vezes são tratados de forma inadequada, e outras vezes quando não são expressas claramente, o tratamento se torna mais tardio, trazendo assim consequências mais graves para a puérpera. É importante verificar o comportamento da mãe logo após o nascimento do seu bebê, e observar se ela apresenta alguns desses seguintes pontos: auto-estima baixa, choro espontâneo, insônia, diminuição ou aumento de peso, sensação de que não vale a pena viver, de que nada de bom vem pela frente, desinteresse pelo seu filho ou excesso de cuidado. Além disso, apresenta sentimento de culpa a todo o momento, em pensar que não é uma boa mãe (VIDEBECK, 2012). O nascimento de um bebê geralmente é acompanhado de alegria e exaustão de maneira simultânea. Após o parto algumas mulheres apresentam uma melancolia denominada de ¨baby blues¨, caracterizada pela alteração do humor após o parto e que desaparece de forma espontânea em poucos momentos depois do nascimento. Essa melancolia pode estar associada as mudanças ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 hormonais que o organismo apresenta durante esse período. Vale ressaltar que esses sentimentos apresentados pela puérpera são normais durante algumas semanas após o nascimento. Entretanto, deve-se ficar preocupado quando essa tristeza se torna persistente, lembrando que a melancolia em si não é uma patologia, é apenas uma tristeza passageira, podendo ser resolvida com o apoio da família. Já a DPP é necessário ter uma ajuda da família e de toda a equipe de saúde. A DPP é uma doença cujo índice de pessoas vem aumentando significativamente. Em muitos casos, isso justifica-se por não conhecerem tal patologia e, dessa forma, entardece seu tratamento, diminuindo assim suas chances de cura. Diante disso decidiu-se trabalhar com o tema de DPP, porque uma das pesquisadoras do grupo vivenciou acompanhando a situação dessa patologia com uma parente. Além disso, a pesquisadora já tendo estudado no curso técnico em enfermagem, não se achou conhecedora do assunto o suficiente para ajudar este familiar. O tema torna-se relevante pois, assim como os enfermeiros, os técnicos de enfermagem também acompanham a trajetória da mulher após o parto. Portanto, exige-se um conhecimento mais aprofundado sobre os distúrbios mentais e os sinais e sintomas manifestados no início de uma DPP. Assim, estes devem ser percebidos imediatamente para uma melhor eficácia no tratamento e recuperação da mesma. No entanto, este tema não é muito abordado em cursos técnicos de enfermagem diminuindo assim a possibilidade de uma melhor assistência desse profissional para com a cliente sofredora de uma depressão pós-parto. Por isso a importância de levar conhecimentos a profissionais desta categoria. OBJETIVOS: Realizar uma atividade educativa sobre depressão pós-parto para os alunos da área de enfermagem de nível técnico do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) Crato-CE; Designar a importância do conhecimento ao profissional de saúde acerca da DPP; Abordar a prevenção, etiologia, tratamento na assistência à saúde da mulher com DPP e Informar os fatores de risco para o desenvolvimento da DPP; Apresentar vídeos sobre o assunto. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um relato de experiência da implementação de uma intervenção educativa. Escolhemos o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), em Crato-CE. Este situa-se na Região Metropolitana do Cariri, localizada ao Sul do Ceará. Essa instituição de ensino realiza e desenvolvem atividades inovadoras no país, oferecendo uma escala profissional, destinado a formação e a preparação de trabalhadores para o comércio. O SENAC de Crato oferece uma formação no campo da educação profissional, como palestras, atendimentos a comunidade, com serviços em vários seguimentos, eventos comemorativos e outros. Os espaços atendem um grande público que procuram cada vez mais os serviços e cursos oferecidos nas programações abertas e pelo programa Senac Gratuidade (PSG). A referida ação busca promover a inclusão social oferecendo cursos gratuitos de formação inicial e continuada para pessoas de ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 baixa renda, ou seja aqueles cuja renda mensal não ultrapasse dois salários mínimos. Para participar desses cursos é preciso estar cursando, ou já tenham concluído, a educação básica, estejam trabalhadores empregados ou desempregados. O SENAC do Crato oferece os cursos de cabeleireiro, técnico em enfermagem, cozinheiro, aprendizagem, maquiagem, designer de sobrancelhas, corte e costura, informática. Além disso, existe uma gama de cursos de capacitação e aperfeiçoamento que fortalecem o comércio de bens, serviços e turismo (SENAC, 2012). Escolheu-se o curso técnico em enfermagem para a atividade, pois é um tema pouco abordado no curso de nível técnico. Encaminhou-se um ofício à direção, solicitando autorização para a vivência educativa. O dia e o horário foram agendados sem prejuízo na dinâmica do curso. Utilizou-se de recursos educativos a provir de vídeos e momentos de discussões. RESULTADOS/DISCUSSÃO: O grupo de facilitadores chegou com uma hora de antecedência conforme data e horário agendado pela direção foi bem recepcionado, e em seguida, conduzidos até a sala de aula, onde a professora apresentou a turma. De início, foi distribuído recortes de papéis para os alunos com o intuito da anotação de dúvidas, para posteriormente serem esclarecidas pela equipe. Logo após foi apresentado um vídeo sobre a importância do papel do enfermeiro e do técnico de enfermagem. A intenção desse primeiro momento era favorecer um contato com a turma a partir do reconhecimento das responsabilidades que a equipe de enfermagem possui. Nesse sentido, reconhece-se o valor dos profissionais de cada categoria da equipe, favorecendo-os o reconhecimento do seu papel profissional na sociedade. Em seguida, iniciou-se a apresentação do assunto de DPP com o recurso de slides e data show. Para finalizar assistiu-se um depoimento, através de recursos visuais, de uma paciente que tinha vivenciado a depressão pós-parto. Ao final, ouve a discussão para retirada de dúvidas. Houve a interação da turma através de relato de casos semelhantes ao apresentado por uma das facilitadoras. Também surgiram perguntas em relação ao tema abordado durante toda a apresentação, tornando-a assim satisfatória e dinâmica. Ao término da apresentação a professora do curso técnico convidou toda a equipe facilitadora para que retornassem a instituição SENAC em outro momento para apresentar o trabalho em outras turmas. Por meio de leituras de artigos científicos pôde-se constatar que há uma gama de trabalhos publicados, abordando a Depressão Pós-Parto. Em um estudo de Ibiapina (2010), observou-se que a depressão pós-parto é uma patologia muito grave que ocorre logo após o nascimento do bebê, sendo um assunto pouco debatido, todavia existe um amplo aspecto para ser discutido. O autor ainda acrescenta que é uma realidade cada vez mais presente e, dessa forma, os profissionais de enfermagem necessitam de informações para o cuidado evitando prejuízos na relação díade. Para Soares (2012), não há causa definida da DPP, o que existe são os fatores de risco, que podem ser de ordem ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 multifatorial, e sua intensidade varia de pessoa para pessoa. Corroborando com estudos já apresentados anteriormente a puérpera apresenta um comportamento de isolamento, de angústia, de falta de ânimo e se encontra numa tristeza profunda. É necessário que o enfermeiro e toda a sua equipe tenha experiência o suficiente para saber identificar e ajudar a puérpera durante esse estado. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Acredita-se que este relato de experiência favoreceu a informação à cerca do assunto, com o intuito de chamar a atenção para os quesitos importantes da saúde mental feminina em relação ao período pós- parto. Além disso, desperta-se para o cuidado prestado a puérpera, tendo em vista seu acompanhamento por meio de uma ação integrada que leve em conta as variáveis associadas a depressão. As condições psicológicas são de fundamental importância nos momentos que antecedem e nos momentos posteriores ao parto, pois os processos de desenvolvimento infantil se encontram estabelecidos nessa época, o qual afeta diretamente a saúde do bebê. Como a DPP é um problema de saúde pública, é necessário que haja uma intervenção para evitar tal patologia, através de atitudes preventivas e tratamentos realizados de forma mais eficazes. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 DIABETES NA ADOLESCÊNCIA, OS ENTRAVES NO CUIDADO À REEDUCAÇÃO ALIMENTAR E O CONVÍVIO SOCIAL Lívia Lima Delmondes, Faculdade Leão Sampaio Beatriz Milena de Souza Estanislau, Faculdade de Juazeiro do Norte Eduardo Ferreira Silva, Faculdade de Juazeiro do Norte Jackeline Mayara Miranda Silva, Faculdade de Juazeiro do Norte Dayse Christina Rodrigues Pereira Luz, Faculdade de Juazeiro do Norte Palavras-chave: Família. Qualidade de Vida. Cultura. INTRODUÇÃO: O Diabetes Mellitus (DM) apresenta-se como um tema relevante por estar entre os maiores problemas de saúde pública, é uma patologia que vem crescendo em grandes índices afetando em torno de 246 milhões de pessoas em todo o mundo. Em estudos verifica-se que até o ano de 2025, a previsão é de que esse número chegue a 380 milhões de casos de Diabetes mellitus (BRASIL; 2007). Nesse número de possíveis casos, está grande maioria da população que não possuem hábitos alimentares saudáveis, são sedentários, possui alguma cormobidade e apresentam predisposição para a doença de forma hereditária. Um fator extremamente preocupante, sabendose que futuramente esses podem desenvolver problemas metabólicos como a diabetes. Que por via das vezes não se cuidam. De acordo com Brasil (2004), no Brasil, existem atualmente cerca de 5 milhões de diabéticos, dos quais cerca de 300 mil são menores de 15 anos de idade. Enfatizando assim, o grande número de diabetes na adolescência. A descoberta de Diabetes no adolescente é de difícil tratamento. Tendo em vista que o processo de crescimento traz muitas mudanças e alterações psicológicas e sociais. O adolescente preocupado com a sua inserção no meio social, demonstra ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 atitudes semelhantes aos daquele grupo, que muitas vezes não coincidem com o seu estilo de vida ideal. Além da alteração comportamental que não contribui no que se pode dizer, a não adesão correta ao tratamento. Com isso devido as restrições alimentares e aspectos de cuidados para prevenção ao agravo na doença em questão, não são realizados os cuidados de forma satisfatória por os pacientes adolescentes. Onde ele em seu psicológico, sente-se limitado pela doença, por não poder comer todos os alimentos que os outros colegas comem, e pelas restrições impostas a evitar riscos de lesões ou aparecimento de patologias secundárias, fazendo com que ele sofra ao perceber-se diferente do grupo e ao ser tratado diferentemente pelas pessoas (MARCELINO; TRACY, 1995). Seja de forma a discriminar ou a utilizar de atitudes exclusivas, devido à alimentação diferenciada necessária para a criança. Essas dificuldades juntamente com as alterações nos hábitos de vida geram diversas repercussões biopsicossociais que se evidenciam no cotidiano do paciente. Trazendo como consequência alteração na qualidade de vida e a não adesão ao tratamento adequado. Estudos mostram que pacientes com DM têm níveis menores de Qualidade de vida do que os que não manifestam a doença. (AGUIAR, 2009). Em vista a esses fatores desencadeados verificamos os principais entraves encontrados no aspecto holístico de aceitação de estar diabético ou realizar uma dieta e ter restrições perante diversas situações. Constatou-se que, segundo Zulian (2009), os adolescentes têm constrangimento por ter diabetes, ser chamado de diabético e ter o diabetes interferindo em sua vida familiar ou em outros aspectos sociais. Apesar dos avanços obtidos atualmente na terapêutica e na divulgação do conhecimento científico, onde diz que o diabetes é uma doença que pode ser controlada por toda a vida, a população adolescente continua a rotular essa condição como um constrangimento que deixam memórias negativas, taxando-se uma pessoa que tem uma desvantagem irredutível em comparação aos que não possuem diabetes. Esse pensamento ainda é muito difundido entre o público jovem, que abandonam o tratamento para conseguir uma inclusão a partir de práticas em comuns, dentre ela a alimentação. O que leva aos profissionais de saúde uma preocupação maior, acerca da construção e adesão do correto tratamento. Quando não há um tratamento adequado podem ocorrer déficits no processo de desenvolvimento do adolescente, tendo em vista que fatores como a má alimentação, sedentarismo, e pensamentos negativos sobre a doença, pode além de complicar com o agravamento da diabetes, desenvolver problemas psicológicos em vista a percepção social do adolescente. Destacando também o papel importante da família, que são os principais responsáveis por mudanças de comportamento e percepção do paciente frente a patologia. Toda a família realiza em conjunto o tratamento, seja por parte psicológica ou social ou por estímulo alimentar. O ambiente familiar torna-se responsável por a inclusão e readequação do paciente. Incentivando-os ao tratamento correto e ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 eficaz. Na área da saúde do ponto de vista assistencial, verifica-se que o grande índice de adolescentes descontrolados e com possíveis complicações futuras, trazem além de riscos a própria vida, uma assistência voltada à diminuição de agravos que poderia ser realizado precocemente. Assim esse estudo mostra a difícil tarefa enfrentada por profissionais da saúde para que o déficit de conhecimento frente a condição do adolescente diabético em vista do aspecto social, incluindo neste o apoio familiar ao paciente em tratamento para que a assistência e tratamento sejam obtidos com sucesso. Gerando uma diminuição nos índices de complicações em diabetes e maior adesão com a melhora da qualidade de vida dos adolescentes que convivem diariamente com a diabetes. OBJETIVO: Assim, este estudo teve como objetivo destacar alguns dos fatores que interferem no processo de convivência do paciente adolescente com a Diabetes Melitus, trazendo uma abordagem da vivência do portador de diabetes, seu contexto psíquico-social. Destacando a importância do papel do profissional de enfermagem. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de uma revisão integrativa que pôde verificar a importância do estimulo à adesão ao tratamento e ao apoio familiar e social no enfrentamento da diabetes na adolescência, como fator contribuinte para a inserção do paciente e a realização de um tratamento adequado. Onde utilizou como fontes de pesquisa as seguintes bases de dados LILACS (Literatura Latino Americana em Ciências da Saúde) e SciELO (Scientific Eletronic Library Online). Utilizando os descritores: diabetes; adolescência; fatores biopsicossociais. Foram encontrados um total de 24 artigos nas duas bases de dados pesquisadas. Dos quais foram escolhidos apenas 08, por tratarem da temática abordada e encontrarem-se no idioma português. Foram desconsiderados artigos que tinham outros enfoques a não ser diabetes na adolescência e a influência familiar e que não disponíveis para o acesso. RESULTADOS/DISCUSSÃO: A população brasileira teve seu estilo de vida, hábitos e padrões alimentares profundamente alterados, Sotelo (2004). A evolução do estado nutricional dos brasileiros vem indicando um importante aumento dos casos de sobrepeso com uma tendência especialmente preocupante em crianças escolares e em adolescentes, da camada social de baixa renda (BARRETO, 2005). Mostrando o risco de desenvolvimento de doenças crônicas, como a diabetes. Nesses estudos, encaixando boa parte de adolescentes que já possuem diabetes e que necessitam que a mesma seja tratada e acompanhada. Diabetes mellito é um distúrbio crônico que afeta o metabolismo dos carboidratos, das gorduras e das proteínas. Gerando graves consequências sistêmicas. Um aspecto característico do diabetes mellitos é a hiperglicemia, que constitui um reflexo da deterioração na utilização dos carboidratos (glicose) em virtude de uma resposta defeituosa ou deficiente à secreção de insulina (CONTRAN, 2001). Como considera Fialho (2011), por ser doença crônica, que requer acompanhamento continuo e sistemático, exige ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 uma série de rotinas terapêuticas, podendo levar a pessoa a apresentar dificuldades, destacando-se o seguimento do plano alimentar e aceitação do esquema insulínico inicialmente. A relação da enfermagem é de grande relevância em educar o paciente para que ele adquira conhecimentos que o ajudarão no seu autocuidado diário, isso resultaria em uma mudança de hábitos na vida desses pacientes, visando o seu bem estar. Sejam eles em que idade for. Dessa forma o comprometimento da Enfermagem promove uma melhor qualidade de vida. Além de uma maior autonomia sobre a saúde. O paciente diabético na fase da adolescência traz além das interferências comuns a não adesão do tratamento, os fatores desencadeados nessa fase. Há nesse momento à existência de dúvidas sobre a doença, sentimentos de revolta, e junto a eles o risco de que o tratamento passe a ser visto como vilão. Tendo em questão que o paciente passa a ter uma constante vigilância sobre o seu corpo e sua saúde, mas acaba sendo bastante influenciado por opiniões de outros adolescentes mal informados. Sensibilizar os diabéticos para compreender essa necessidade de alterações pessoais no estilo de vida é papel fundamental dos profissionais envolvidos com o tratamento do diabetes. Adotar uma postura de decidir junto com o paciente, quais medidas são mais pertinentes e passíveis de execução, por meio de um processo colaborativo e não essencialmente prescritivo, encoraja-os a assumirem a responsabilidade de seu próprio controle e acredita-se, que somente assim as mudanças possam se concretizar (DAMIÃO, 2010). Considerar o paciente como um ser humano com suas crenças e como essas podem influenciar é outro fator a ser respeitado por o profissional. Colocando sempre em questão conceitos, dúvidas e opções para uma terapêutica ideal para o paciente. Trazendo assim uma junção de saberes do profissional e do paciente. A enfermagem vem assim ajudando o paciente a enfrentar a doença e a adquirir um suporte para ajudá-lo no melhoramento de sua qualidade de vida. Visando a prevenção de agravos de diabetes mellitus em futuros jovens. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Assim ao perceber a grande quantidade de adolescentes que desencadeiam a diabetes mellitus, torna essa patologia alvo de políticas a serem traçadas. Percebe-se que os fatores biopsicossociais, influenciam diretamente em todo o tratamento, e no controle da doença. Fatores como influência social, instrução sobre a patologia, má educação alimentar e sedentarismo, vêm agindo de maneira conjunta e trazendo malefícios ao portador de diabetes, muitas vezes constrangido ao ser classificado como diabético por pessoas ao seu redor. Observa-se que o paciente que adere ao tratamento em vista do medo de perder sua saúde e desenvolver complicações graves. Deixa um pensamento negativo perante a doença. O que é de considerável influência no que se diz, qualidade de vida. Que incluem desde o conhecimento informacional sobre a diabetes, os aspectos adquiridos de reeducação alimentar, ansiedade, preocupação e sobrecarga social. Esse fator trás a importância do ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 entendimento por o portador de diabetes a necessidade de um maior entendimento perante a patologia em questão. Bem como o auxilio de todo o seu convívio social, família, amigos, vizinhos. É onde é reconhecido a importância do apoio familiar e da educação em diabetes como ferramentas para auxiliar o paciente a adotar estratégias de enfrentamento da doença. Que direta ou indiretamente podem desestimular o paciente e fazer com que ele não sinta-se satisfeito com sua situação. Podendo desencadear até uma piora por a negação ao tratamento e correr riscos maiores. Nesse contexto entra todo o papel de desenvolvimento pessoal do paciente que é realizado nas consultas de enfermagem, onde é passado informações e orientações para o paciente em acompanhamento. Mostra também que o profissional de enfermagem juntamente com a sua equipe tem que agir de forma multidisciplinar e holísticamente com o paciente. Para que assim a terapêutica, juntamente com a qualidade de vida do paciente possa ser atingida. Com isso foi evidenciando a necessidade de estratégias diferenciadas, juntamente a orientações, para reverter o grande índice de riscos a criança. Destacando também no estudo, a influência do papel do enfermeiro como profissional multidisciplinar, visando o paciente de forma holística. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 O NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA NA ATENÇAÕ BÁSICA Rayane Moreira de Alencar, Faculdade Leão Sampaio Márcia Michelly Pereira Duarte, Faculdade Leão Sampaio Maria Ludvania Romualdo Duarte, Faculdade Leão Sampaio Pedro Paulo Rodrigues, Faculdade Leão Sampaio Sumina Kayanni Alves de Lima, Faculdade Leão Sampaio Alessandra Bezerra de Brito, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Atenção Básica. Atendimento. INTRODUÇÃO: No ano de 2008, por meio da Portaria 154, o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) foi criado. Elaborado como uma iniciativa do Ministério da Saúde, com o intuito de proporcionar o apoio matricial dado a ESF, o trabalho realizado pela equipe multiprofissional do NASF tronou-se uma ferramenta essencial para uma maior cobertura das ações de saúde realizadas por meio da atenção básica, além disto, o mesmo surge como algo efetivo para dar suporte na inserção da Estratégia da Saúde da Família (ESF) em suas áreas de abrangência. A expansão da ESF, que é o pilar das ações da AB trouxe consigo inúmeros desafios. Entre eles, destaca-se o processo em curso de redefinição e qualificação da Atenção Básica (AB) na ordenação das RAS e na sua capacidade efetiva de gestão do cuidado, por meio, do aumento das ações de saúde, da ampliação de formatos de equipes, de ações que auxiliem na expansão da resolutividade e da articulação e suporte com o de outros pontos de atenção da RAS de forma coordenada com referência e contra referência, o que só evidencia a importância do apoio matricial promovido pelo NASF (BRASIL, 2008). A Portaria 3124, de 28 de dezembro de 2012 preconiza a existência de três tipos de modalidades para constituição do NASF. O NASF ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 1 que deverá vincular-se a no mínimo cinco e a no máximo 9 Equipes Saúde da Família e/ou equipes de Atenção Básica para populações específicas. O NASF 2 para no mínimo três e no máximo quatro ESF e/ou Equipes de Atenção Básica. E o NASF 3 com no mínimo uma e no máximo duas ESF e/ou Equipes de Atenção Básica (BRASIL, 2012). Dentre os profissionais que poderão compor o NASF podem ser citados: assistentes sociais, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, educadores físicos, farmacêuticos, médicos acupunturistas, homeopatas, dentre outros. A equipe que compõe cada NASF deve ser definida pelos gestores municipais, obedecendo aos critérios de prioridade identificados a partir das necessidades locais e da disponibilidade dos profissionais necessários. Esta equipe deve contar com profissionais de diferentes áreas de conhecimento, sendo fundamental que estes trabalhem em parceria com os profissionais das ESF que os mesmos se vinculam, compartilhando saberes e responsabilidades, sendo a base de apoio para estas unidades (SAMPAIO et al., 2012). Torna-se essencial que ocorra um processo de referência e contra referência, de modo que ocorra um compartilhamento de responsabilidade e um acompanhamento longitudinal pelas ESF e o NASF, sendo que último não deve ser a porta de entrada do sistema, e sim um componente para fortalecer a integração entre os serviços de saúde, considerando a demanda das equipes Saúde da Família. Dentre as ações de responsabilidade dos profissionais que compõem os NASF, a serem desenvolvidas em conjunto com as ESF, destacam-se: a identificação da comunidade, o acolhimento dos usuários, ações visando a coletividade, promoção de saúde, atuação integrada e planejada na unidade e em domicilio, desenvolvimento de políticas sociais como educação, cultura, esporte, lazer, elaboração de projetos terapêuticos individuais, intersetoriedade, integralidade, etc (BRASIL, 2012). Os NASF, juntamente com as ESF, devem buscar instituir a plena integralidade do cuidado físico e mental aos usuários do SUS através da qualificação e complementaridade do trabalho efetuado pelas equipes (BRASIL, 2008). Dadas as considerações, o NASF constitui como meio pelo qual se concretiza o modelo de gestão a ser operacionalizado no âmbito municipal, colocando em prática a manutenção e/ou transformação dos modelos de assistência, desta forma justifica-se aqui a escolha da temática (SAMPAIO et al., 2012). Diante da importância do NASF, o considerando uma proposta inovadora para modificar o quadro de abrangência das ações de saúde promovidas pela ESF no cenário brasileiro, espera-se que este estudo possa contribuir para o complemento da literatura, sirva como fonte de pesquisa e para ampliação de conhecimentos. OBJETIVO: O presente estudo teve por objetivo investigar as produções científicas relacionadas ao Núcleo de Apoio a Saúde da FamíliaNASF através de uma revisão integrativa da literatura. MATERIAIS E MÉTODOS: Este trabalho foi realizado através de uma revisão integrativa da ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 literatura com abordagem qualitativa. As revisões integrativas da literatura têm como finalidade reunir e resumir o conhecimento científico já produzido sobre o tema investigado, ou seja, permite buscar, avaliar e sintetizar as evidências disponíveis para contribuir com o desenvolvimento do conhecimento na temática (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008). A pesquisa qualitativa é tida como um método para explicar de maneira clara e ampla as características e significados das informações analisadas, bem como seus resultados, sem fazer uso da análise quantitativa e seus respectivos dados mensuráveis. A mesma é tida como instrumento para análise de levantamento de hipóteses (OLIVEIRA, 2010). Realizada no período de novembro de 2014, o presente estudo, utilizou como fonte para consulta literária o banco de dados digitais da Biblioteca Nacional em Saúde – BVS; Para selecionar os exemplares a serem analisados foram utilizados os descritor (Núcleo de Apoio a Saúde da Família; Atenção Básica), Os critérios de inclusão para os artigos comporem a amostra foram artigos publicados e disponíveis na íntegra, no idioma português, ter sido publicado entre os anos de 2008 a 2013, fazer parte de publicações brasileiras e ter relação com o tema, consequentemente os exemplares que não se encacharem nestes critérios foram descartados. Para analisar o conteúdo das produções foi realizada uma leitura exaustiva dos artigos, para que assim fossem abordados todos os aspectos contidos neles. Após esta etapa cinco artigos foram selecionados para composição do projeto em questão. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Alguns desafios enfrentados pelo NASF foram expresso, pode-se citar os poucos serviços e recursos que muitas vezes a região apresenta, o que leva a reduzir as possibilidades de resolução dessa equipe. Independe da expectativa de atendimento amplo do NASF os aspectos relacionados a produtividade acabam por reduzir a demanda dos atendimentos, o que leva a uma desaceleração do ritmo de trabalho, mais tempo para resolução de problemas e consequentemente um atraso no questão do apoio a ESF. Outro desafio encontrado são os instrumentos utilizados para apontar a produção, de modo que os mesmos não contemplam a complexidade e especificidade do trabalho realizado pelas equipes. Alguns profissionais dos NASF procuravam estabelecer estratégias coletivas para enfrentar os desafios citados, como por exemplo, buscar apoio entre os membros da própria equipe, com uma ajuda mutua na rotina diária. Entretanto, as principais estratégias utilizadas pelos profissionais do NASF para fazerem seu trabalho acontecer e enfrentarem as dificuldades mencionadas eram principalmente individuais. Os profissionais, de forma individual, buscam soluções de forma a se inserir nessa organização e dar conta do seu trabalho, independente dos demais colegas de trabalho (LANCMAN et al., 2015). Com a ampliação da cobertura assistencial promovida pela atuação da Estratégia de Saúde da Família, as equipes começaram a dispor de uma maior possibilidade para rastreamento e ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 identificação das necessidades de saúde da população de sua área de abrangência, como consequência tornou-se preciso uma maior demanda assistencial por parte dos membros da equipe. Diante deste quadro o NASF surge como um sistema de apoio altamente relevante, pois a aplicabilidade das ações do mesmo, por arte dos profissionais envolvidos gera condições para que a população possa desfrutar de uma assistência integral no nível da atenção básica. O intuito do NASF é buscar o envolvimento de diversos profissionais no apoio às equipes mínimas de saúde da família, visando à ampliação da rede de atenção básica, com a intenção de melhorar a assistência ao indivíduo, possibilitando uma maior abrangência no cuidado a saúde da população. É proposto pelo NASF a orientação e informação do usuário e de pessoas envolvidas no cuidado do mesmo, como os cuidadores e os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), quanto aos posicionamentos e utilização de recursos que possibilitem um melhor desempenho funcional de cada indivíduo em especial, no intuito de proporcionar um melhor acompanhamento e adaptação do ambiente para as necessidades do paciente. (FORMIGA E RIBEIRO, 2012). O NASF não constitui uma porta de entrada, nem um serviço especializado da atenção primária, o intuito é o apoio matricial, ele não deve ser buscado como primeira opção para adentrar no serviço, e para que isso não aconteça às equipes e a população deve compreender que a funcionalidade do NASF está baseada em contribuir para uma assistência mais qualificada, em um sistema de referência e contra referência. É necessário que o NASF e a ESF executem algumas atividades juntas, como por exemplo, ações de inclusão escolar ou social das pessoas com deficiência e ações voltadas ao idoso com problemas de locomoção ou acamado. Na área de reabilitação o NASF também deve atuar de forma colaborativa, compartilhando saberes e práticas com os usuários e a coletividade. Atividades de promoção a saúde, prevenção de agravos, reabilitação e outras também devem ser executadas em conjunto pelos membros das equipes. O NASF representa uma iniciativa relevante em resposta à problemática da oferta e da continuidade do cuidado na área de reabilitação. Porém, o impacto de sua implementação ainda precisa ser mais bem investigado (REIS et al., 2012). O trabalho interdisciplinar, que deve ser executado no NASF, é considerado como uma grande possibilidade de troca de conhecimentos em uma experiência de trabalho coletivo, porém encontra-se relatos de que o trabalho em equipe não ocorre na realidade das ações dos profissionais, em geral, neste caso específico, cada profissional que compõem o NASF trabalha de maneira isolada. É citada ainda a resistência que alguns profissionais da ESF apresentam em trabalhar com a equipe do NASF, o que pode ser solucionado com uma capacitação para os membros das equipes. A literatura traz ainda que há uma carência nas questões de divulgação das ações do NASF nas comunidades (SOUZA; LOCH, 2010). De forma geral, o ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 NASF deve buscar, junto às ESF‟s, a concretização do cuidado integral, a partir da qualificação e complementaridade das ações de promoção, prevenção, assistência e reabilitação em saúde, aumentando a resolutividade e diminuindo os encaminhamentos a outros níveis de atenção (LANCMAN; BARROS, 2011). Diante destes resultados, ressalta-se que o conjunto de artigos revela que os trabalhos relativos ao NASF representam uma visão segmentária, uma vez que ainda exploram dados de campos de atuação específicos em equipes do NASF, além disto, é notável que os campos de atuação do NASF ainda não estão bem estabelecidos para as demais unidades de saúde e até mesmo para alguns usuários, chegando a gerar alguns conflitos internos. É necessário reforçar a ideia primordial do NASF, que é o trabalho com uma equipe multiprofissional, diferente do que foi visto nos artigos, onde fala-se de uma assistência apenas de uma determinada categoria profissional, sem se quer relacionar com outra. É evidente a importância da atuação do NASF no âmbito da saúde, neste prisma ressalta-se que este dispositivo e seus componentes devem sofrer todas as mudanças cabíveis, seja em questão estrutural, física ou até mesmo de seus componentes, para assim atuar de forma adequada em prol do fortalecimento do Sistema Único de Saúde-SUS. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A realização deste estudo permitiu a constatação da importância do NASF na atenção básica, e sua íntima ligação com a formação de uma maior área de abrangências das ações de saúde propostas pelas ESF. Os resultados encontrados apontam o trabalho coletivo entre as equipes como a principal ferramenta para realização de qualquer ação de saúde, de modo que é evidenciado a necessidade de que os profissionais que compõe este dispositivo atuem de forma articulada, com trocas de informações constantes e respeito ao espaço dos demais em todo o processo de atendimento. Os usuários apontam o NASF como um dispositivo inovador, que é atuante na melhoria da qualidade de vida dos demais, e as ESF encontram no mesmo apoio matricial capaz de solucionar questões que exigem uma assistência mais especializada. Todavia a aplicabilidade das práticas executadas pelo NASF ainda enfrentam desafios, sendo que para a realização de um trabalho interdisciplinar, necessita-se de um ambiente físico e um clima organizacional favorável para que os profissionais interajam de modo a compartilhar diferentes saberes. Cabe a gestão garantir que este dispositivo disponha de um ambiente físico adequado, e aos profissionais compartilharem estes saberes de forma ética e eficaz, desse modo, salienta-se a importância da reflexão sobre o modo de implantação desse núcleo, a fim de que não se reproduza a lógica da fragmentação das especialid ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 O ESTRESSE EM TRABALHADORES DE UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA Rayane Moreira de Alencar, Faculdade Leão Sampaio Maria Ludvania Romualdo Duart,. Faculdade Leão Sampaio Pedro Paulo Rodrigues, Faculdade Leão Sampaio Sumina Kayanni Alves de Lima, Faculdade Leão Sampaio Suziane Michele Bernadina Silva, Faculdade Leão Sampaio Woneska Rodrigues Pinheiro, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Enfermagem. Unidade de Terapia Intensiva. Estresse. INTRODUÇÃO: O estresse é um problema atual que apresenta-se como um fator de risco para geração de um desequilíbrio no ser humano, diversos estudos vem sendo realizados por profissionais para compreender o mecanismo do desenvolvimento do estresse, entretanto o mesmo já vem sendo estudado a décadas. No ano de 1956 após observações constantes o estresse ganhou sua primeira definição, sendo conceituado como um mecanismo de reação inespecífica do corpo a estímulos internos e externos. O mesmo ainda foi caracterizado como uma consequência normal do ato de viver. O estresse apresenta-se devido o indivíduo torna-se incapaz de tolerar ou suportar determinadas exigências de natureza física ou psíquica presentes em seu meio, seja ele um ambiente de vida ou trabalho, desta forma o organismos entra em um processo de desgaste o que leva a uma redução da capacidade diária de trabalho (GUERRER; BIANCHI, 2008). Atualmente o estresse é associado com a subjetividade do indivíduo e sua forma individual de enfrentamento do estressor, sendo conceituado com qualquer estímulo, seja ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ele externo ou interno, que leve a uma não adaptação do indivíduo ou meio social a situação, sendo o mesmo uma reação comumente presente na vida pessoal e/ou profissional. Acredita que alguns fatores causadores do estresse vêm comprometendo a qualidade de vida do indivíduo nas diversas dimensões, profissional, social ou biológica. O estresse é quase sempre visualizado como um fator negativo que ocasiona prejuízo no desempenho geral do indivíduo. Existem vários tipos de atividades que são consideradas estressantes por serem desenvolvidas em ambientes que contribuem para o aparecimento de desgaste físico e mental do trabalhador. Partindo para a abordagem do estresse no campo profissional, a Enfermagem entra no grupo das profissões desgastantes, devido ao constante contato com doenças, expondo a equipe a fatores de risco de natureza física, química, biológica e psíquica, do ponto de vista etiológico (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2013). A primeira autora em Enfermagem a definir a profissão como algo estressante foi Menzies, a mesma justificou a ocorrência do estresse devido à enfermagem ser uma área na qual o profissional lida constantemente com a doença e sofrimento alheio, exigindo do mesmo compaixão e simpatia, entretanto comumente o que ocorria era o surgimento de profissionais irritáveis e depressivos, condições essas decorrente da própria atuação profissional. O contato e interação constante dos profissionais de enfermagem com os pacientes é tido como um fator relevante para surgimento do estresse profissional (GUERRER, 2007). O trabalho de enfermagem é algo presente em diversos âmbitos institucionais, desde a atenção básica a alta complexidade, entretanto quando trata-se de estresse os setores de emergência e urgência ganham destaque, sendo a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) o principal alvo de estudos e pesquisa. Sabe-se que esse setor do hospital é responsável pelo atendimento de pacientes em estado crítico ou agudo, porém com prognóstico, que necessitam de assistência médica e de enfermagem contínua e especializada. É pacientes que requerem apoio de equipamentos especiais de diagnóstico e tratamento devido estarem susceptíveis a instabilidade das funções vitais (CAVALHEIRO; MOURA; LOPES, 2008). Portanto a Unidade de Terapia Intensiva caracteriza-se como unidade complexa dotada de sistema de monitorização permanente que admite pacientes críticos ou com descompensação de um ou mais sistemas orgânicos e que com o suporte e tratamento intensivos tenham possibilidade de se recuperar. As unidades de terapia intensiva configuram-se como locais que devem dispor de recursos materiais e humanos que possibilitem atendimento ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 rápido e eficaz, além da vigilância constante, considerando que o objetivo comum das mesmas é a recuperação dos indivíduos (LUIZ; SILVA; MACHADO, 2008). Por ser um ambiente que exige que os profissionais da unidade tenham o máximo de eficiência, habilidade, atenção e maiores cuidados com o seu paciente, e por ser também um ambiente que possui um maior contato com a morte do outro e consequentemente remetendo a sua própria existência, é comum que nesta unidade os seus profissionais apresentem uma maior probabilidade de desenvolver problemas emocionais, e paralelamente a eles o estresse. A Unidade de Terapia Intensiva é vista como um dos ambientes mais tensos e traumatizantes do hospital, essa visão é sustentada não só pelos pacientes e familiares, mas também pela equipe que nela atua. Associado a essa questão o trabalho de enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva é altamente assistencialista, uma assistência que deve ser prestada de forma contínua e rigorosa, transformando, em diversas ocasiões, esse ambiente em um lugar estressante, cansativo e com sobrecarga de trabalho. Este estresse que surge está fora do controle do profissional de enfermagem, acarretando-lhes diversos prejuízos; à medida que reduz a capacidade de tomar decisões, sua concentração e raciocínio rápido, serenidade, limiar de paciência e outros, o mesmo passa a ter influência negativa na assistência prestada ao paciente, já que estas características, que são normalmente cobradas dos profissionais de saúde pelos pacientes, familiares e a própria instituição, são essenciais para prestação de um atendimento de qualidade e eficaz (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2013). Espera-se que este estudo possa contribuir para o complemento da literatura, sirva como fonte de pesquisa e para ampliação dos conhecimentos relacionados ao estresse no trabalho nas unidades de terapia intensiva. OBJETIVO: A pesquisa teve por objetivo identificar as fontes geradoras de estresse que acometem os trabalhadores de Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva, através de uma revisão integrativa da literatura. MATERIAIS E MÉTODOS: Este trabalho foi realizado através de uma revisão integrativa da literatura abordagem qualitativa. As revisões integrativas da literatura têm como finalidade reunir e resumir o conhecimento científico já produzido sobre o tema investigado, ou seja, permite buscar, avaliar e sintetizar as evidências disponíveis para contribuir com o desenvolvimento do conhecimento na temática (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008). Uma pesquisa de caráter exploratório são investigações que tem por objetivo descrever completamente determinados ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 fenômenos na qual essas descrições podem ser de caráter quantitativo ou qualitativo (MARCONI; LAKATOS, 2010). A pesquisa qualitativa é tida como um método para explicar de maneira clara e ampla as características e significados das informações analisadas, bem como seus resultados, sem fazer uso da análise quantitativa e seus respectivos dados mensuráveis. A mesma é tida como instrumento para análise de levantamento de hipóteses (OLIVEIRA, 2010). Esta análise é tida como um método para avaliar um conjunto de dados e também uma forma de realizar um aprofundamento sobre o tema; desta forma a mesma possibilitará uma reflexão sobre o estresse em trabalhadores de unidades de terapia intensiva, no cenário atual, fundamentada na literatura. Após a definição do tema foi feita uma consulta literária que se consistiu da análise de artigos publicados nas bases do banco de dados Scientific Eletronic Library Online (SciELO). Utilizou-se os descritores: Estresse; Unidade de Terapia Intensiva e Enfermagem. Os critérios de inclusão para os artigos comporem a amostra foram artigos publicados e disponíveis na íntegra, estar no idioma português, fazer parte das publicações brasileiras e ter alguma relação com o tema, contribuindo assim para a investigação em questão, sendo os de exclusão a contradição das informações anteriores. Foram encontrados um total de 5 (cinco) artigos, após isso foi realizada uma análise dos artigos obtidos através de reflexões críticas. Destes, 2 (dois) artigos foram excluídos devido o primeiro se tratar de um relato de caso de um recém-nascido portador da Síndrome de Pterígio Poplíteo na Unidade de Terapia Intensiva e o segundo ser relacionado a humanização na Unidade de Terapia Intensiva, não sendo assim relevante para a discussão em questão, que tem como foco o estresse no setor intensivista. RESULTADOS/DISCUSSÃO: A literatura aponta que a Unidade de Terapia Intensiva é considerada de fato um local estressante para os profissionais que nela atua. O estresse que surge é associado com diversos fatores causais, dentre eles, o arranjo físico. Souza (2006) traz que na UTI há uma agitação geral no ambiente devido movimentação frequente por parte dos profissionais, em contraste com uma baixa temperatura, além disso, a luminosidade é tida como espantosa, há alarmes tocando por qualquer anormalidade, uma diversidade de máquinas e sucessivas intercorrências o que leva o profissional a sentir-se em constante estímulo pelo meio, levando a um estado de vigia contínuo e maior probabilidade de descompensação no mecanismo de adaptação tolerância. Os autores ainda traz que esta unidade é dotada de uma concepção assustadora, já que a mesma é tida como um ¨túnel ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 para morte¨, o que gera uma maior sobrecarga psíquica no profissional. A gravidade dos pacientes também é tida como um fator que contribui para gerar insegurança no profissional, que encontra-se diante de um indivíduo que requer total assistência, sendo essa crucial para a sobrevivência do mesmo. A UTI é um ambiente onde a sofisticação tecnológica está cada vez mais presente, a grande presença de aparelhos, fios, dispositivos e outros aparatos tecnológicos cria uma tensão, o que acaba por propiciar um ambiente visualmente estressante. Fogaça et al. (2008), evidenciam que o ambiente hospitalar por si, gera estresse em níveis diferentes. O enfermeiro, assim como os demais profissionais de unidades de terapia intensiva, trabalha constantemente no limiar entre a vida e a morte, o que requer do mesmo um grande controle emocional, as constantes situações em que o profissional deve lidar com a perca do paciente e a reação expressa pela família é considerado como uma grande causa de estresse psicológico, o autor ainda ressalta que a relação interpessoal entre a equipe e os familiares, que diversas vezes é estabelecida, pode criar reações disfóricas e depressivas nos profissionais, alterando assim sua atuação no campo profissional. A frequente oscilação entre sucesso e fracasso e pelas exigências impostas à equipe, também é citado como um fator estressante, e estes estímulos levam ao surgimento de sentimentos como insegurança e impotência, só ampliando o quadro do profissional. As habilidades e agilidade exigida neste setor são diferenciadas, o profissional deve dispor de uma atenção redobrada, por se tratar de situações em que os pacientes precisam de cuidados bem mais complexos, onde a vida dos mesmo está em risco. Outro aspecto que é citado como causador do estresse é a necessidade de adequar o uso de tecnologia com conhecimento científico e o relacionamento entre a equipe e os familiares do paciente, o que requer do profissional qualificação constante e bom desenvolvimento das relações pessoais. Backes et al. (2011), abordam que a UTI tem um funcionamento próprio, com rotinas, materiais tecnológicos e gerenciamento distintos, apresentando as facilidades e dificuldades inerentes à unidade. As especificidades, a dinâmica e a complexidade desse ambiente, associada a uma não adaptação por parte do profissional leva a um quadro de estresse, de modo que o sentimento de sobrecarga geralmente está presente. Conservar a vida no ambiente de UTI significa investir intensivamente no cuidado à saúde dos pacientes ali internados e que se encontram em uma situação instável, com o auxílio de tecnologias diferenciadas em um espaço físico adequado e ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 específico, no qual se convive com familiares ansiosos, preocupados e angustiados, e com a presença de estresse e conflitos. Os autores também evidenciam que a presença constante do limite entre a vida e morte dos pacientes nesse ambiente, devido à gravidade dos mesmos, levam os profissionais a sentirem uma sensação de satisfação com a recuperação da saúde dos pacientes, mas também sentem se frustrados e apresentam dificuldades para aceitar e lidar com a morte dos mesmos. Como se pode observar o estresse na UTI é relacionado a diversos fatores, entretanto a constante presença da perca do paciente é tida como uma das causas mais recorrentes, associada a mesma o arranjo repleto de alta tecnologia também ganha destaque. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Após a pesquisa fundamentada na literatura, observa-se que identificar e conhecer as causas que levaram ao estresse é fundamental para que o profissional possa desenvolver estratégias de enfretamento do problema. Identificou-se que o ambiente de trabalho em si possui seus agentes estressantes em função da carga horária, condições do ambiente de trabalho, envolvimento emocional, sem mencionar a vida pessoal desses trabalhadores. Como a UTI é percebida pela equipe profissional, pelos pacientes e seus familiares, como um dos ambientes mais agressivos, tensos e traumatizantes do hospital faz-se necessária à criação e elaboração de medidas alternativas que minimizem a exposição ao estresse desse local através da implantação de salas de vídeo, reflexão, descanso, leitura, confraternização, copas, enfim, ambientes que possibilitem a promoção da saúde integral do indivíduo de modo que o mesmo possa aliviar de tensões físicas e mentais, favorecendo a melhoria da qualidade total do serviço e da assistência à saúde. Por fim, esta pesquisa sugere a necessidade de serem feitos novos estudos que abordem a relação entre os agentes redutores do estresse e os trabalhadores de unidades de terapia intensiva, com o objetivo de desenvolver medidas preventivas e modelos de intervenção para minimização do estresse no ambiente intensivista. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DO PÉ DIABÉTICO: UM ENFOQUE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE Jamilli Braga Calixto, Faculdade Leão Sampaio Ana Paula Ribeiro de Castro, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Diabetes Mellitus. Pé Diabético. Enfermagem. Atenção Primária a Saúde. INTRODUÇÃO: O Diabetes Mellitus (DM) é um dos principais agravos da saúde pública no Brasil e no mundo. É caracterizada como um grupo de distúrbios metabólicos que apresentam em comum à hiperglicemia (PEREIRA; LUCIO; SILVA, 2013, PRZYSIEZNY et al., 2013). O DM apresenta um alto índice de morbidade, mortalidade e agravos à saúde, configurando-se como um grande desafio para os sistemas de saúde em todo o mundo. As consequências humanas, sociais e econômicas da doença são devastadoras e o impacto econômico ocorre principalmente nos serviços de saúde, como consequência dos crescentes custos do tratamento e, sobretudo, das complicações da patologia (MOHR et al., 2011, PEREIRA; LUCIO; SILVA, 2013). Dentre as complicações mais sérias do DM pode-se destacar o “pé diabético”, ou seja, o pé em situação de risco de amputação, que é responsável por 40% a 70% de todas as amputações das extremidades inferiores(BONA et al., 2010).A equipe de saúde da família um papel fundamental no processo de acompanhamento e prevenção das complicações do DM, e o profissional enfermeiro assume a linha de frente neste processo por desenvolver atividades assistenciais, administrativas e educativas fundamentais (COSTA; MIRANDA, 2008, SILVEIRA et al., 2010).Neste contexto, surgiram os seguintes ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 questionamentos: Qual a atuação do enfermeiro da atenção primária frente aos portadores de diabetes mellitus? Como a assistência de enfermagem contribui para a prevenção do pé diabético? Escolheu-se este tema a partir de leituras bibliográficas, realizadas pela autora, onde foi visto que o pé diabético é uma das mais mutilantes complicações crônicas do DM, de bastante impacto social e econômico, tornando-se, desta forma, de bastante relevância na saúde pública. O estudo mostra-se relevante porque vem ajudar a refletir acerca da atuação dos enfermeiros da atenção primária, possibilitando ampliar o conhecimento sobre as ações de enfermagem executadas aos pacientes portadores de diabetes colaborando, assim, para melhoria na prática cotidiana destes profissionais e consequentemente ajudando no combate a esta patologia e suas complicações.Desta forma, a realização deste estudo contribui para esclarecer e informar acerca do processo de trabalho dos enfermeiros da atenção básica, na prevenção do pé diabético, podendo, também fornecer subsídios para o planejamento de novas pesquisas nesta área. OBJETIVOS: O estudo teve como objetivo geral conhecer sobre a atuação da enfermagem na prevenção do pé diabético na atenção primária em saúde, a partir da literatura publicada; e como objetivos específicos expor sobre as ações de enfermagem realizadas na atenção básica ao portador de diabetes mellitus e discutir sobre a assistência de enfermagem na prevenção do pé diabético. MATERIAIS E MÉTODOS: O estudo teve suporte na metodologia qualitativa e constitui-se de uma revisão sistemática da literatura. Para o levantamento de dados realizouse uma busca no Google Acadêmico e na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), através da base de dados da Literatura Latino Americana do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Para seleção das fontes foram utilizados como critérios de inclusão: artigos indexados nos bancos de dados citados anteriormente, publicados nos últimos dez anos, disponíveis eletronicamente de forma completa e gratuita, publicados no idioma português e que apresentassem temática coerente com o tema em estudo. Foram excluídos do estudo aqueles que não atenderam aos critérios de inclusão descritos anteriormente. No Google Acadêmico através das chaves: “atuação de enfermagem na atenção básica”, “atuação de enfermagem ao portador de diabetes mellitus” e “atuação de enfermagem no pé diabético”, foram encontrados 62.630 resultados de busca. Na base de dados LILACS, através dos descritores: “pé diabético” e “enfermagem”, foram encontrados 37 artigos. Destes artigos foram selecionados e utilizados 16 textos. A coleta de dados foi realizada nos meses de Janeiro a Março de 2015, através da pesquisa de artigos publicados nas bases de dados descritas anteriormente. Para registrar e organizar o levantamento de dados foi criado uma planilha, contendo o título, autor, periódico, ano de publicação e objetivo de cada texto. Os dados foram agrupados em categorias emergidas do material pesquisado. Em seguida, os textos foram organizados para leitura e seleção dos tópicos de interesse, e ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 iniciou-se uma analise critica e reflexiva com base na leitura da literatura pesquisada, visando à obtenção dos objetivos propostos. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Os resultados foram expostos em duas categorias. A primeira categoria discorre sobre as ações de enfermagem realizadas na atenção básica ao portador de DM. Nesta secção foram analisadas oito literaturas. Para entender quais são as ações de enfermagem realizadas aos portadores de DM na atenção primária, foi preciso antes compreender o trabalho do enfermeiro inserido neste nível de atenção. Valeretto, Souza e Vorpagel (2011), destacam que as atribuições básicas do enfermeiro na Estratégia de Saúde da Família (ESF) são amplas, dentre elas estão às ações de assistência básica e a participação do processo de programação e planejamento das ações e da organização do processo de trabalho na ESF. Conforme Souza et al. (2012), em seu estudo realizado com usuários de três Unidades Básicas de Saúde (UBS), após realização de consulta de enfermagem, o usuário demonstra uma percepção positiva em relação ao profissional enfermeiro. Neste sentido, Alves et al. (2012), afirmam que o enfermeiro tem encontrado um amplo espaço de desenvolvimento para sua atuação diária, e tem ganhado maior visibilidade e autonomia na atenção básica com realização de consulta de enfermagem e solicitação de exames, bem como prescrição de medicações, de acordo com os protocolos de cada município. Sendo que são através da realização da consulta de enfermagem que o enfermeiro conquistou maior prestígio e reconhecimento na atenção primária. Nota-se que o enfermeiro exerce um papel indispensável, na prevenção e promoção da saúde, no âmbito da atenção básica, assim como também é um importante provedor de cuidados no acompanhamento de diversas patologias, principalmente das doenças crônicas, destacando-se dentre elas o DM. De acordo com Brasil (2013), é de competência do enfermeiro, realizar consulta de enfermagem para pessoas com maior risco para desenvolver DM tipo 2, objetivando conhecer a história pregressa do paciente, seu contexto social e econômico, grau de escolaridade, avaliar o potencial para o autocuidado e avaliar as condições de saúde. A consulta para o acompanhamento da pessoa com diagnóstico de DM pode ser realizada por meio da aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e focando a educação em saúde para o autocuidado. Silveira et al. (2010), em seu estudo trazem que quanto ao exame físico, a maioria dos pacientes foram avaliados quanto o peso e altura, porém o Índice de Massa Corporal (IMC) foi registrado em apenas uma consulta; também foram encontrados baixos percentuais quanto à aferição da circunferência abdominal, a realização/encaminhamento para fazer exame de fundo de olho, a avaliação dos pés e a realização de orientações sobre atividade física, alimentação e tabagismo. Silva et al. (2014), também constataram uma baixa frequência na realização do exame dos membros inferiores e na orientação sobre ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 acompanhamento dos distúrbios visuais. Além disso, apenas duas etapas do Processo de Enfermagem (PE), eram empregadas: histórico e implementação de enfermagem. O exame físico e a anamnese são processos insubstituíveis durante a consulta a pacientes diabéticos. A anamnese é o passo inicial da consulta, já durante o exame físico é importante à análise do IMC, que pode ajudar na avaliação do regime alimentar e no controle da glicemia do portador de DM. A aferição da circunferência abdominal também se mostra fundamental uma vez que dimensiona a medida acumulada no abdome e pode estar associada a outros fatores como hipertensão e obesidade (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2010, SILVEIRA et al., 2010). Quanto à realização do exame de fundo de olho é importante porque a retinopatia diabética apresenta um risco de cegueira muito maior do que no restante da população (SILVEIRA et al., 2010, SILVA et al., 2014). É importante reforçar, também o PE, durante as consultas de enfermagem. Há necessidade de reforço na formação do enfermeiro para conhecimento e uso do PE em diferentes âmbitos de atuação, já que sua utilização possibilita personalizar o cuidado e criar condições para prestar atendimento digno e resolutivo, contribuindo para a melhoria das condições de saúde da população (SILVA et al., 2014).Percebe-se que as ações de enfermagem desenvolvidas na atenção básica ao portador de DM são amplas e quando aplicadas corretamente contribuem para a diminuição das complicações da patologia e melhoram a qualidade de vida dos seus portadores. A consulta de enfermagem mostra-se um instrumento muito importante para que o enfermeiro alcance bons resultados. Durante a consulta deve-se destacar a aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), e a realização do exame físico, onde é possível realizar a detecção precoce de complicações e realizar encaminhamentos. Outro aspecto importante são as orientações e a educação em saúde, com foco nas Mudanças de Estilo de Vida (MEV) e autocuidado, que devem ser desenvolvidas tanto durante a consulta quanto fora dela. A segunda categoria discorre sobre as ações de enfermagem na prevenção do pé diabético. Todos os artigos selecionados que abordaram o tema pé diabético destacaram a importância dos enfermeiros, especialmente no nível primário de atenção á saúde, na prevenção desta complicação. Santos et al. (2013), afirmam que 44% a 85% das amputações poderiam ser evitadas através de ações em saúde que visassem a prevenção e o cuidado dos pés diabéticos. O estudo realizado por Bragança et al. (2010), aponta que em relação aos profissionais que orientaram sobre os cuidados com o diabetes, a grande parte dos entrevistados responderam que estas informações eram realizadas pelo profissional enfermeiro. Um resultado semelhante também foi observado nos estudos de Andrade et al. (2010), no qual dentre os entrevistados que haviam realizado o exame dos pés, o enfermeiro foi o profissional da área da saúde responsável pela sua realização. Diante do que foi exposto, com base em todos os autores ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 acima citados, percebe-se que o enfermeiro é o profissional mais envolvido no trabalho de prevenção do pé diabético, e suas práticas trazem contribuições importantes no controle e seguimento desta patologia. Andrade et al. (2010), também trazem que medidas em relação ao exame diário dos pés, corte das unhas em linha reta, uso de hidratantes, lixas e meias de algodão ainda necessitam de reforço para serem incorporadas aos hábitos cotidianos dos diabéticos. Vale ressaltar que estas medidas são essenciais na prevenção primária da ulceração e amputação. Policarpo et al. (2014), verificaram que grande parte dos portadores de diabetes tipo 2, não sabiam como se faz a correta higienização do pés, desconheciam o corte correto das unhas, além de não conhecer sobre os tipos de calçados adequados. Apesar desse resultado quando questionados sobre o autocuidado, a maioria afirmou ter disposição para praticá-lo Assim, observou-se que os diabéticos sabiam da necessidade dos cuidados apropriados com os pés, porém tinham um comportamento de autocuidado inadequado. Isto pode estar relacionado à falta de acesso a informações e a não realização de exame físico ou testes de sensibilidade nos pés durante as consultas. Estas práticas deveriam fazer do cotidiano de trabalho dos profissionais, em especial o profissional enfermeiro, atuante na atenção primária. No estudo de Bragança et al. (2010), foi constatada na população estudada um grande percentual de diabéticos analfabetos, e este fator deve ser considerado de relevância para o desencadeamento de complicações crônicas, visto que o acesso limitado a informações, devido ao comprometimento às habilidades de leitura e escrita, pode interferir na compreensão de atividades de educação para o autocuidado. Sendo assim, o atendimento a esta clientela constitui-se um desafio ao enfermeiro da atenção básica, devendo, portanto, estar atento a esta questão durante o seu atendimento, para que se possam criar estratégias educacionais para atender a esta população, abordando as ações de educação em saúde de maneira simples de modo que facilite a compreensão deste público. Ressalta-se ainda que, a educação em saúde é uma das atividades mais eficazes realizadas pelo enfermeiro na atenção primária que contribui para a prevenção do pé diabético, no entanto para que se possam alcançar bons resultados esta prática deverá ser planejada de acordo com a realidade de cada cliente. Segundo Santos et al. (2013), em estudo realizado com portadores de pé diabético internados em um hospital público, a maioria dos pacientes submetidos a amputação referiram não ter os pés examinados e não receber orientações sobre autocuidado. A consulta de acompanhamento de pessoas com DM deverá incluir uma rotina sistemática de avaliação da sensibilidade protetora e da integridade dos pés, sendo recomendado que realizem o exame dos pés anualmente, identificando fatores de risco para úlcera e amputação (BRASIL, 2013). No estudo de Pereira et al. (2013), foi observado que os enfermeiros apresentaram baixa frequência na verificação dos pulsos periféricos. Santos et al. (2011c), afirmam ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 que os médicos e enfermeiros devem tomar como sua a responsabilidade pelo exame completo do paciente diabético, do qual deve fazer parte o exame dos pulsos distais, uma avaliação simples que não requer nenhum instrumental, apenas o conhecimento e a habilidade da palpação. A avaliação do pulso merece atenção do examinador, já que os portadores de DM poderão ter pulsos ausentes pelo comprometimento arterial, apesar de clinicamente poder apresentar boa perfusão, devido à circulação colateral compensatória (KARINO; PASSE, 2012). No estudo de Cubas et al., (2013), foi revelado que os enfermeiros apenas algumas vezes informam os pacientes sobre questões como exame diário dos pés, uso de sandálias de borracha, presença de animais domésticos para evitar ferimentos, porém estes itens deveriam ser reforçados em todas as consultas. Pereira et al. (2013) afirmam que ao incorporar uma avaliação minuciosa nos membros inferiores da pessoa com DM, o enfermeiro também estará ensinando à pessoa sobre a importância dessa atitude no seu cotidiano. Percebe-se que a atuação do enfermeiro da atenção básica na prevenção e acompanhamento aos portadores do pé diabético envolve muitos níveis e este profissional é o mais envolvido nesta área. Através do seu trabalho é possível diminuir significativamente o número de amputações e prevenir o surgimento desta complicação no portador de DM. Apesar disso, os resultados mostram que a enfermagem precisa estar mais engajada nesta questão e reconhecer a importância de suas práticas na prevenção do pé diabético. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Constatou-se que as ações de enfermagem realizadas na atenção básica ao portador de DM são efetivadas principalmente através da consulta de enfermagem. Os resultados mostraram que a consulta de enfermagem ao portador de DM deve dar ênfase a história pregressa, contexto socioeconômico, exame físico e as orientações sobre os fatores de risco e MEV e educação em saúde. A partir da literatura publicada percebeu-se que há baixa frequência na realização de exame dos membros inferiores, no encaminhamento e realização do exame de fundo de olho, na verificação do IMC e na aferição da circunferência abdominal. Outro dado importante refere-se à aplicação do PE onde não são empregadas todas as etapas. Quanto à assistência de enfermagem na prevenção do pé diabético constatou-se que os enfermeiros da atenção básica são os profissionais que mais se destacam na realização de ações envolvendo esta complicação. Através do exame clinico detalhado, objetivando a detecção precoce e o tratamento das manifestações clínicas e da educação em saúde com foco no autocuidado, o enfermeiro pode reduzir grande parte dos casos de amputações em decorrência do DM. A prática da educação em saúde, por exemplo, é uma atividade que requer basicamente o conhecimento do profissional, e é uma das estratégias mais eficazes que deve ser realizada pelo enfermeiro, visando principalmente o desenvolvimento de hábitos sadios de vida e a motivação para as ações diárias de autocuidado. Apesar disto, vários estudos ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 evidenciaram falta de conhecimento dos clientes para realização do exame diário e autocuidados dos pés, além de baixa frequência na verificação de pulsos periféricos, execução deficiente de ações preventivas e relação entre a ocorrência de amputações e a não realização do exame clinico e não recebimento de orientações sobre o autocuidado. Os enfermeiros devem estar cientes da importância de suas ações na prevenção dos agravos do DM, prestando atendimento resolutivo na atenção primária, de forma integralizada, tendo uma visão holística do indivíduo, através da consulta de enfermagem, que anexa o respaldo legal e caráter cientifico a assistência. Destaca-se ainda, a necessidade desses profissionais incorporarem a prática de educação em saúde na sua rotina, a fim de prestar um atendimento qualificado a estes indivíduos. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ENFERMAGEM DA ALEGRIA UMA FERRAMENTA DE HUMANIZAÇÃO PARA ASSISTÊNCIA AS CRIANÇAS HOSPITALIZADAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Márcia Michelly Pereira Duarte, Faculdade Leão Sampaio Állif Ramon Lima Félix da Silva, Faculdade Leão Sampaio Aline Célia Viana Nunes, Faculdade Leão Sampaio Maria Aparecida Ferreira, Faculdade Leão Sampaio Pedro Paulo Rodrigues, Faculdade Leão Sampaio Woneska Rodrigues Pinheiro, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Humanização da Assistência. Ludoterapia. Promoção da Saúde. INTRODUÇÃO: O hospital trata-se de um ambiente hostil dotado de uma rotina peculiar, na qual, quem chega precisa adaptar-se a esse processo de hospitalização que é algo difícil, complexo, podendo ser até mesmo traumático para qualquer ser humano, no caso da criança é ainda pior. Visto que a mesma estará afastada da sua vida cotidiana, rotina, família e amigos. Tendo a partir de então que assimilar e entender essa mudança de rotina, em um local ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 desconhecido, constituído de equipamentos, restrições, cheiros, procedimentos e dores, até então não comuns a sua experiência de vida. Sendo, assim, o processo de internações são acompanhados pelo medo, insegurança e diversas angústias pelas crianças (GOMES; QUEIROZ; BEZERRA; SOUZA, 2011). Nesse cenário, é preciso que os profissionais analisem não somente o lado patológico das crianças, mas também do lado psicológico e afetivo. É necessária que haja uma comunicação eficaz, uma ligação entre ambos e assim utilizar técnicas alternativas baseadas em evidências para melhor confortá-lo nesse ambiente. Para que ocorra essa interação, a assistência prestada a essas crianças necessita ser humanizada e criativa. A utilização de Terapias Alternativas e Complementares (TACS) que são métodos interligados na assistência a saúde do cliente visando à prevenção, tratamento ou cura, considerando o ser como uma tríade: corpo, mente e espírito e não apenas partes do corpo isoladas, deixando para trás o modelo hospitalocêntrico onde via-se o paciente apenas como doente e não um ser em sua integralidade. Dessa forma a base dessas terapias difere-se da tradicional que fazem a intervenção no local de dor ou órgão específico. Existem muitas TACS, dentre elas encontra-se a risoterapia ou ludoterapia que utiliza o riso como ferramenta importante no tratamento e que melhora a estadia, aliviando o estresse das crianças no período de internação, além da musicoterapia e outras atividades divertidas como: brincadeiras de rodas, contação de estórias, mágica e muita palhaçada que podem levar um pouco de alegria a um ambiente tão frio e desconfortável, é soltar a imaginação e voltar a ser criança. Isso com certeza é uma excelente forma de aproxima-se das crianças, arrancando sorrisos, estimulando o sistema imunológico, a musculatura e assim fazer com que os procedimentos que precisam ser realizados que são muitas vezes invasivos dolorosos tornem-se mais aceitáveis por parte delas (LUCHESI; CARDOSO, 2012). Durante a assistência de enfermagem é importante olhar cada cliente de modo peculiar, diferenciado e integral, é o construir do processo de humanização no elo entre profissional e paciente, para assim, conhecer um pouco de sua personalidade, características pessoais e então agregar essas TACS no relacionamento de confiança entre equipe e pacientes e aos cuidados prestados. Antes de tudo, não há humanização da assistência, se não existir cuidado quanto à realização pessoal e profissional daqueles que o fazem. (MAZOCCO; HENTGES, 2010). A integralidade do cuidar busca substituir a assistência fragmentada por um modelo holístico de prestação de serviços ao ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 cuidado, porém o fazer e ser o diferencial na assistência a criança hospitalizada requer solidariedade, humanidade, um bom caráter de profissional, postura correta e mais do que isso, amor à profissão e amor ao próximo (RODRIGUES; MARTINS, 2010). A risoterapia foi difundida pelo Médico Patch Adams, Norte-Americano, onde essa terapia consistia em um novo método terapêutico de descontração entre os pacientes, ele não se conformava apenas com as técnicas precisas que eram rotineiras ou até mesmo com aquele ambiente triste que nada favorecia para um tratamento mais eficaz e na reabilitação, logo ele passou a ser um doutor diferente e divertido, que fazia todo o hospital descontrair e os pacientes até esqueciam a dor e osofrimento causado por suas enfermidades. Para ele, ajudar ia muito além do apenas tratar, era ter compaixão, amizade tentar realmente esquecer por um momento do tratamento, da doença propriamente dita e do ambiente hospitalar através do humor, do riso. Os Doutores da Alegria encontram-se entre os pioneiros dessa prática no Brasil, foi implementado em 1991, no Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (atual Hospital da Criança), em São Paulo, profissionais especializados na arte do palhaço, artes circenses e musicais dão origem ao grupo dos “Doutores da Alegria”, que realiza cerca de 50 mil visitas por ano a crianças hospitalizadas em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2008). Na terapia, além do bom humor também é utilizado à reciprocidade, o envolvimento, a compaixão e a cumplicidade. Sendo que a cura envolve a interação, o elo com o paciente, o compartilhamento do espírito de alegria e solidariedade, e não apenas o ato de receitar medicamentos ou terapias como rege a medicina clássica (LUCHESI; CARDOSO, 2012). Com o passar do tempo e com a expansão de iniciativas como Doutores da Alegria, surgiram inúmeros movimentos envolvendo a risoterapia e desde então muitas instituições começaram a desenvolver projetos relacionados ao tema, dentro deste contexto foi criado o Grupo Enfermagem da Alegria. O grupo surgiu em 2007, com a iniciativa de alunos do segundo semestre do Curso de Enfermagem da Faculdade Leão Sampaio, estes acreditava na risoterapia como forma auxiliar no tratamento dos pacientes, a princípio as atuações eram feitas na Casa de Saúde e Maternidade São Miguel na cidade do Crato - CE, porém sentiu-se a necessidade de expandir o ato de humanizar para outras instituições hospitalares como o Pronto Socorro Infantil do Cariri (PSIC), atualmente denominado Hospital Municipal Infantil Maria Amélia, localizado na cidade de ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 Juazeiro do Norte–CE. Dos fundadores do projeto Woneska Rodrigues Pinheiro permanece até hoje como Presidenta do grupo. OBJETIVO: Divulgar vivências dos voluntários do Projeto da Enfermagem da Alegria para a comunidade cientifica através de um relato de experiência. MATERIAIS E MÉTODOS: A enfermagem da alegria é um projeto de extensão vinculado a Faculdade Leão Sampaio que atua no Hospital Infantil Maria Amélia Bezerra, localizada na cidade de Juazeiro do Norte. O projeto conta com doze integrantes que participam de forma voluntária através de um processo seletivo composto por duas etapas, sendo a primeira uma redação e a segunda uma entrevista com práticas pedagógicas criativas como: encenação de peças artísticas, musicais etc. Realizada a seleção dos voluntários as atuações ocorrem na brinquedoteca do hospital, nas enfermarias leito a leito e na urgência, tendo como público alvo crianças internadas no hospital em questão. As visitas são realizadas nas quintas-feiras das 18h00min ás 20h00min e aos domingos das 08h00min ás 10h00min. Os integrantes do projeto caracterizam-se com pinturas, diversos acessórios, maquiagens engraçadas e também utilizavam chapéus grandes que eram sempre associados aos jalecos coloridos. Além das quintas e domingos as datas festivas sempre são comemoradas no hospital por ações do grupo, além de eventos extras para divulgação do mesmo na própria faculdade e também em outros hospitais e semanas de enfermagem, bem como, locais públicos como Shopping Center. São realizadas reuniões mensais para planejamento de atividades e oficinas feitas pelos próprios voluntários, onde os mesmo levam novas músicas, pinturas, técnicas, vídeos para o melhor aperfeiçoamento e entrosamento do grupo. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Essas formas de terapias são estudas por todo o mundo, bem como, a prática da humanização na de saúde, muitos são adeptos. É comprovado cientificamente que o riso fortifica o sistema imunológico da criança, estimula funções cardiovasculares e libera endorfinas que causam analgesia e também beta - endorfinas que são mais potentes que as endorfinas, substâncias que aliviam a dor. Quando rimos, estamos não só melhorando no humor e no aspecto emocional, mas também no físico, mental e espiritual, até porque o riso atinge de várias maneiras as diferentes partes do corpo, por exemplo, no coração ele acelera o ritmo cardíaco, podendo chegar a 120 batimentos por minuto, assim o sangue circula melhor e ocorre um aumento significativo na oxigenação de células, tecidos e órgãos. Nos pulmões, a respiração acelera e, assim, há maior absorção de oxigênio pelos pulmões melhorando a respiração, ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 pois com essa maior ventilação pulmonar, elimina-se o excesso de dióxido de carbono e vapores residuais, o que promove uma limpeza, além de aumentar a tonicidade pulmonar. No sistema circulatório, devido à aceleração do ritmo cardíaco, ocorre uma vasodilatação dos vasos e mais sangue é bombeado, dessa maneira, ocorre uma redução na pressão arterial. Os músculos abdominais, por serem os mais usados durante uma gargalhada, acabam por massagear todo o sistema gastrintestinal melhorando a digestão e os órgãos excretores. No sistema imunológico, há menos cortisol e adrenalina circulando no organismo e, portanto, o sistema imunológico passa a ser fortalecido e os níveis de hormônio do estresse reduzem (LUCHESI; CARDOSO, 2012). O riso pode fazer de nós pessoas bem mais saudáveis. “Rir é sem dúvidas, o melhor remédio”, pois desperta o sistema cardiovascular, melhora o sistema respiratório, a oxigenação sanguínea, o sistema imunológico e estimula o cérebro na liberação de substâncias benéficas ao nosso corpo reduzindo o estresse. Vários estudos afirmam que rir parece ser tão benéfico quanto 30 minutos de exercícios três vezes por semana. Na risoterapia ocorre um bem estar tanto físico quanto psicológico e mental, facilitando um processo de relaxamento e de mudança, contribuindo para um aumento da capacidade de sentir, amar, a sermos mais criativos e deixar a imaginação fluir. Diante deste e de outros achados, observaram também que o riso ativa uma parte cerebral envolvida com as emoções e na sensação de recompensa localizado no (córtex pré frontal, medial e ventral). Outro achado interessante é que o riso é contagioso, pois ativa a área de motivação, do prazer e inclusive do vício, ou seja, o ato de rir induz a vontade de rir mais e mais, e assim, contagiar todos ao seu redor (LUCHESI; CARDOSO, 2012). Enquanto atuantes de forma direta na prática da humanização pelo lúdico, podemos afirmar que essas terapias são eficazes e só trazem benefícios a quem é contemplado pela mesma. Não tem explicação como um rosto pintado, uma roupa colorida ou uma voz engraçada muda todo o ambiente, começam então os olhares desconfiados das crianças ao redor, focados naquelas pessoas coloridas, de rosto pintado, de cabelo engraçado, ou naquele que escorregou e caiu que levou um tropeção na entrada, ou naquele que fala rápido demais. É notório, tudo muda antes aqueles olhares tristes que agora ganham vida novamente, pode-se perceber o ânimo, a vontade de brincar, pular, gritar, correr, dessas crianças que no final sempre perguntam quando vocês vão voltar ou então pedem um nariz de palhaço. Isso é um momento único e não tem como negar o poder da ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 alegria, do humor, do afeto e da reciprocidade do sorrir e de sua imensa contribuição para a melhora do tratamento e da estadia dessas crianças no hospital, seja ela curta ou prolongada. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A enfermagem da alegria é baseada em um método de observação e de sentimentos vividos na prática e construídos a cada visita. Entretanto ele é mais que um projeto de extensão ou de brincadeiras realizadas duas vezes por semana, ele é uma ferramenta de humanização na assistência de enfermagem que trás luz, colorido e confiança para crianças que ao menos sabem o que fazem ali em um hospital e que apenas querem estar em casa com sua família e colegas. Justamente por ser baseados nessas observações e vivências pessoais de cada membro não realizamos diários de bordo e pesquisa de campo, constrói-se trabalhos que podem ser comparados com os estudos científicos realizados sobre o tema em questão. Dessa forma sabe-se a contribuição do lúdico para a reabilitação das crianças pelo o fato de vivencialas na prática. Fazer parte desse projeto é uma honra, fazer parte da vida de cada criança que sorriu para os voluntários ou que caiu na gargalhada em um leito de hospital, é algo gratificante, uma dádiva, e poder compartilhar essa experiência com você e com a comunidade cientifica é um convite para que conheça melhor esse mundo encantado e encantador da enfermagem da alegria e ainda fortalecer a corrente dos pensadores sobre o lúdico e a humanização na assistência de saúde, onde faz-se cada vez mais presente. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 O CONHECIMENTO DA HANSENÍASE PELOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM EM UMA INSTITUIÇÃO PRIVADA, NA CIDADE DE JUAZEIRO DO NORTE, CEARÁ Jamilli Braga Calixto, Faculdade Leão Sampaio Andréa Couto Feitosa, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Hanseníase. Conhecimento. Estudantes. Instituição de Ensino. INTRODUÇÃO: A hanseníase é uma doença que acomete principalmente a pele e nervos periféricos e é considerada uma das mais antigas doenças que acomete o ser humano (BRASIL, 2005, BRASIL, 2008). O Brasil vem mantendo uma média de 47 mil novos casos de hanseníase anualmente, com alta endemicidade especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste; e o estado do Ceará ocupa o decimo lugar do país em número de casos (NUNES; OLIVEIRA; VIEIRA, 2011). Atualmente, é uma doença de notificação compulsória em todo o território nacional, sendo objeto de atuação na saúde pública devido à sua magnitude e potencial incapacitante (BRASIL, 2005). De acordo com Eidt (2004a), a hanseníase continua sendo lembrada como uma doença bíblica do passado, e grande parte da sociedade, incluindo os profissionais da saúde, desconhecem sua existência. Assim, é de extrema ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 importância, reforçar, durante a formação destes profissionais, o estudo desta patologia para que estes sejam sensibilizados e motivados para o envolvimento no trabalho com seus portadores. Na Estratégia Saúde da Família (ESF), a enfermagem faz parte de um processo coletivo de trabalho, atuando diretamente nas ações de controle da hanseníase, com o portador, com sua família e com a comunidade (FREITAS et al., 2008). Desta forma, para continuar melhorando a atenção prestada a estes pacientes e para enfrentar a problemática da hanseníase no Brasil, como um problema de saúde pública, exige-se a melhor formação dos profissionais de saúde, seja na graduação, seja durante a prática profissional (DIAS; CYRINO; LASTÓRIA, 2007, EIDT, 2004a). Neste contexto, surgiram os seguintes questionamentos: o que os acadêmicos de enfermagem conhecem a respeito da hanseníase? Quais as principais dúvidas dos referidos acadêmicos a respeito desta doença? Este tema foi escolhido após leituras bibliográficas realizadas pela autora, formando, desta forma, o interesse em estudar o tema, já que a hanseníase é uma patologia de bastante relevância na saúde pública e apresenta-se na sociedade de forma prevalente, causando sérias complicações para seus portadores. O estudo tornou-se relevante porque ajudará a melhorar a formação dos acadêmicos de enfermagem, aperfeiçoando o seu entendimento e possibilitando, no futuro, um atendimento qualificado aos portadores de hanseníase, diminuindo a sua incidência, o preconceito e as incapacidades causadas pela patologia. A realização deste estudo contribuiu para que os educadores em saúde possam traçar novas estratégias de aprendizagem, qualificando e aprimorando a formação profissional dos acadêmicos de enfermagem, que no futuro atuarão no atendimento aos portadores do referido agravo. OBJETIVOS: Este estudo teve como objetivo geral verificar o conhecimento da hanseníase pelos acadêmicos de enfermagem, em uma instituição privada, na cidade de Juazeiro do Norte, Ceará e como objetivos específicos traçar o perfil sócio-demográfico da clientela em estudo, identificar o conhecimento dos estudantes acerca da patologia em estudo e conhecer as principais dúvidas dos acadêmicos de enfermagem acerca da hanseníase. MATERIAIS E MÉTODOS: Teve como proposta metodológica a pesquisa descritiva, exploratória com abordagem quantitativa, sendo realizado em uma faculdade privada na cidade de Juazeiro do Norte, Ceará. A população foi composta por 200 acadêmicos matriculados no curso de graduação em enfermagem desta instituição e a amostra foi composta por 63 alunos que ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 atenderam aos seguintes critérios de inclusão: ser maior de 18 anos, estar regularmente matriculado no curso de graduação em enfermagem do turno da noite da faculdade escolhida, estar cursando entre o 1º e 4º semestre, não ter cursado a disciplina de enfermagem em saúde coletiva, assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e aceitar participar voluntariamente da pesquisa. Foram excluídos do estudo, os que não atenderam aos critérios de inclusão descritos anteriormente. Para o levantamento de dados foi utilizado o questionário, composto por perguntas objetivas, aplicado na em sala de aula, antes do início das mesmas, no horário da noite, nos dias de terça, quarta e quinta-feira, por serem estes dias os de menor evasão de alunos em sala de aula. A apresentação e análise dos dados quantitativos foram realizadas através de gráficos e tabelas construídos a partir dos programas Word e Excel 2010. A seguir, realizou-se o processo de exploração do material por meio da leitura e interpretação dos achados, a partir da literatura acerca do tema. A pesquisa obedeceu à Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012 e foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Leão Sampaio (número do parecer: 792.291). RESULTADOS/DISCUSSÃO: Após a coleta e organização dos dados, foram realizadas a análise e interpretação para obtenção dos objetivos propostos. Constatou-se que a maior parte da amostra foi feminina (79,4%) de estudantes que cursavam o 3º e 4º semestres (68,8%), solteiros (87,3%) e com idades que variaram de 18 a 38 anos, sendo a faixa etária de 18 a 27 a mais predominante (87,3%). Notou-se uma participação do público jovem, devido ao fato do local escolhido ser uma faculdade. Isto reforça o fato de que, as ações de controle da hanseníase devem ser efetivadas especialmente por meio de educação, no sentido de obter uma participação consciente e constante principalmente dos jovens, que são agentes disseminadores de informações para seus familiares e comunidade em geral, na busca ativa de casos, no diagnóstico precoce, prevenção e tratamento das incapacidades físicas (ALMEIDA et al., 2014). Do total de entrevistados, 90,5% (57) afirmaram saber o que é a hanseníase e 9,5% (6) não sabem o que é a doença. Observou-se um resultado satisfatório, já que um grande percentual afirma saber o que é a doença. Conforme Almeida et al. (2014), na atualidade, no âmbito social, a situação dessa enfermidade apresenta-se mais amena, contudo, ainda que essa doença faça parte da realidade brasileira, o seu conhecimento permanece pouco difundido, comprovando a essencialidade da educação e divulgação científica como ferramentas fortalecedoras do ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 diagnóstico, tratamento e cura do paciente, bem como da informação da família e da sociedade. Quanto ao conhecimento dos entrevistados sobre quando suspeitar de um caso de hanseníase, 65,1% (41) dos acadêmicos conseguiu responder corretamente a questão, afirmando que deve-se suspeitar de um caso de hanseníase, na presença de lesão (ões) de pele com alteração de sensibilidade e comprometimento de nervos. Apesar da maioria, conseguir responder corretamente, observou-se que um número significativo de estudantes, 34,9%, não conhece a correta apresentação clínica da doença e marcaram alternativas como lesão (ões) de pele pruriginosas (12,7%) e lesão (ões) acrômicas (22,2%). Isto se deve principalmente a semelhança das lesões hansênicas com as lesões de outras doenças dermatológicas, que provocam lesões de pele semelhantes às lesões características da hanseníase. Segundo Brasil (2002), a principal diferença entre a hanseníase e outras doenças dermatológicas é que as lesões de pele da hanseníase sempre apresentam alteração de sensibilidade, ao contrário das demais doenças que não apresentam essa alteração. As principais doenças de pele que fazem diagnóstico diferencial com hanseníase são a ptiríase versicolor, eczemátide, tinha do corpo e vitiligo. Quando questionados sobre a cura, 88,9% (56) dos acadêmicos assinalaram que a hanseníase tem cura, porém, 11,1% (7) acreditaram que ainda não existe cura contra a doença, talvez pelo fato da enfermidade apresentar muitas sequelas e incapacidades físicas, quando não tratada inicialmente. Fica claro que a maioria dos participantes conhece a respeito da cura da patologia, e este percentual de acertos se deve ao sucesso do tratamento Poliquimioterápico (PQT), que foi introduzido como tratamento padrão para a hanseníase e foi responsável pela redução significativa da carga global dessa enfermidade nas últimas duas décadas (OPROMOLLA; LAURENTI, 2011). Já o percentual de alunos que consideram a doença incurável deve-se, sobretudo a história da doença, já que no passado não existia cura e a segregação do portador em hospitais colônia era a única forma de profilaxia e combate a doença (CID et al., 2012). Os resultados com relação ao tratamento da hanseníase apontaram que um total de 54% dos entrevistados desconhece que o portador da hanseníase deixa de transmitir a doença no início do tratamento, sendo que destes, 44,5% (28) acredita que o doente só deixa de ser transmissor após o término do tratamento. Apenas 46% (29) assinalaram a alternativa correta, afirmando, desta forma, o desconhecimento sobre a ação do tratamento na evolução da doença. Moreira ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 et al. (2014), afirma que saber que o doente em tratamento não transmite a doença é um fato importante para a luta contra o preconceito que ainda permeia nossa realidade. Sabe-se que a PQT, é o atual tratamento para a hanseníase e que as primeiras doses da medicação destroem os bacilos, tornando-se incapaz de infectar outras pessoas. Constituída por uma combinação de medicamentos, a PQT é um tratamento simples, eficaz, de baixo custo e aceito pelos portadores, motivando a eliminação da doença, porém, não minimizando a discriminação e o preconceito (CID et al., 2012). Com relação à forma de contágio da hanseníase 66,7% (42) dos acadêmicos, afirmaram que o contágio ocorre através do contato com as lesões da pessoa infectada, após um contato direto e prolongado, 30,1% (19) responderam que ocorre através das vias aéreas, após um contato direto e prolongado e 3,2% (2) assinalaram que há transmissão através de contato sexual. Considerando que a resposta correta seria que o contágio ocorre através das vias aéreas, nota-se que a grande maioria de acadêmicos não conhece a forma correta de transmissão da doença. Um percentual expressivo de estudantes afirmou que o contágio ocorre através do contato direto com as lesões do portador, contribuindo e reforçando o preconceito e o estigma que acompanha a hanseníase. Estes dados também confirmam a necessidade de ações em saúde que viabilizem o conhecimento sobre aspectos inerentes a esta patologia, de forma que a população possa prevenir e impedir sua disseminação (MIRANDA et al., 2010). Para Cid et al. (2012), o preconceito e a discriminação contra os portadores do bacilo de Hansen devem-se, principalmente, a fatores como a insuficiente informação, relacionada à transmissão e o tratamento da doença. Quanto ao fator mais preocupante da hanseníase, notou-se que 50,8% (32) dos entrevistados afirmaram que este fator é o comprometimento dos nervos, levando a deformidades e incapacidades físicas, 25,4% (16) referiram ser uma doença altamente contagiosa e necessitar do isolamento rápido do paciente e 23,8% (15) assinalaram manchas permanentes na pele. Este resultado mostra que um total de 49,2%, ou seja, quase metade dos entrevistados desconhece que o fator mais preocupante é o comprometimento dos nervos. Sabe- se que este fator é o responsável pelas deformidades e incapacidades físicas causadas pela doença, e a falta de esclarecimento pode acarretar em um diagnóstico tardio, contribuindo para o surgimento de sequelas definitivas. Vale ressaltar que 25,4 % ainda acredita haver necessidade de isolamento do paciente, ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 porém desde a década de 1950, com a descoberta de medicamentos, como a dapsona, foi abolido o isolamento dos doentes (MOREIRA et al., 2014). Dentre as principais dúvidas percebeu-se que a transmissão e o tratamento da doença foram as alternativas mais apontadas pelos alunos, ambas com um percentual de 19% (12). A prevenção da patologia foi à segunda dúvida mais frequente, com 17,5% (11), em seguida aparece o diagnóstico com 15,9% (10), conceito com 14,3% (9) e sinais e sintomas com 12,7% (8). Apenas 1,6% (1) acadêmico afirmou não ter dúvidas. Estes resultados reforçaram o que já foi exposto nos questionamentos sobre tratamento e contágio. São estas questões que apresentaram os maiores percentuais de erros, evidenciando a necessidade de uma maior divulgação de informações, principalmente nestas áreas, para que possa haver um controle eficaz da doença. De acordo com Almeida et al. (2014), faz-se necessário o esclarecimento de modo a desmistificar alguns conceitos errôneos presentes na sociedade e dar oportunidade aos cidadãos de conhecer as informações adequadas com relação à sintomatologia, diagnóstico precoce e tratamento. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Constatou-se na população desta pesquisa uma predominância do sexo feminino, e de estudantes que cursavam o 3º e 4º semestre, com idades que variaram de 18 a 38 anos, sendo em sua maioria solteiros. A maior parte dos entrevistados afirmou saber o que é a hanseníase, e respondeu corretamente quando questionados sobre a cura da doença e sobre quando se deve suspeitar de um caso de hanseníase. Porém, quando questionados sobre o tratamento, forma de contágio e o fator mais preocupante da doença, percebeu-se que ainda existe muita desinformação a cerca da patologia. Ao analisar as principais dúvidas dos acadêmicos, observou-se maior destaque para a transmissão e tratamento, reforçando o número de erros nos questionamentos a cerca destes temas. Tais resultados possibilitaram concluir que os acadêmicos de enfermagem estão bem informados quanto ao fato da hanseníase ser uma doença que se caracteriza por lesão (ões) de pele com alteração de sensibilidade e comprometimento de nervos, e da existência de cura. Em contrapartida, desconhecem o fato de que é uma enfermidade transmitida através das vias aéreas após um contato direto e prolongado, cujo doente deixa de transmitir logo no início do tratamento, mantendo, assim, o comportamento preconceituoso que se observa historicamente e dificultando o controle e a profilaxia da doença. A realização deste estudo confirma a inquietação e percepção da necessidade de reforçar o ensino da hanseníase, ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 visando informar e orientar não somente os acadêmicos, mas toda a coletividade, quanto à sintomatologia, as formas de contágio, as complicações e o tratamento da patologia. Sugere-se que seja explorada a integração entre a universidade, os acadêmicos e a comunidade, estimulando a responsabilidade, a preocupação social e o aprendizado dos estudantes na dimensão biopsicossocial da doença, para que eles como futuros profissionais, que cuidarão de portadores da hanseníase, possam prestar um atendimento qualificado, aliando o conhecimento técnico às questões éticas, sociais e culturais que cercam a doença. Assim, a universidade cumprirá seu papel de gerador de conhecimento e suporte aos serviços de saúde, contribuindo para a eliminação da doença do Brasil. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ENFERMAGEM DA ALEGRIA: INFLUÊNCIA DAS ATIVIDADES LÚDICAS NO TRATAMENTO DA CRIANÇA HOSPITALIZADA Ana Bárbara da Silva Ribeiro, Faculdade Leão Sampaio Barbara de Oliveira David, Faculdade Leão Sampaio Gleice Adriana Araújo Gonçalves, Universidade Regional do Cariri Woneska Rodrigues Pinheiro, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade Leão Sampaio Palavras – chave: Ludoterapia. Criança Hospitalizada. Ansiedade. INTRODUÇÃO: A ansiedade envolve fatores cognitivos, comportamentais, afetivos, fisiológicos e neurológicos que definem a percepção do indivíduo sobre o ambiente, assim como o medo que são condições naturais à vida humana, provocam respostas específicas a algum tipo de ação (CLARK; BECK, 2012). Estudos apontam que o papel da criança quando posta na condição de paciente pode ser reprimida pelas rotinas e práticas hospitalares, a mesma precisa ficar alheia a tudo que lhe é submetido e acontece ao seu redor além de encontrar-se distanciada dos seus amigos, familiares, da sua escola, ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ou seja, do seu convívio diário. (JANSEN, SANTOS; FAVERO, 2010; MONTEIRO; CORRÊA, 2012). As atividades lúdicas durante a hospitalização promovem a melhora do humor, favorecem a distração, diminuem a ansiedade e o choro, aumentam o apetite e melhoram a adesão ao tratamento. Como consequência a todos esses fatores, conforme citado na literatura, ocorre uma modificação fisiológica favorecendo aumento na imunidade da criança e tal fato implica na melhora global. Sensação de segurança, conforto, e melhor aceitação do tratamento são também benefícios proporcionados pela ludoterapia (CONCEIÇÃO; OHARA; ANDRADE, 2011). Em face da necessidade de reafirmar o papel da criança na sociedade, destaca-se a importância do lúdico para a criança hospitalizada, o governo tem demonstrado seu interesse em facilitar atividades lúdicas, de modo a torná-los possíveis em qualquer instituição de saúde. Assim, em 24 de Março de 2005, o Congresso Nacional aprovou a Lei 11.104, que torna realidade atualmente a brinquedoteca hospitalar, lei na qual se obriga a instalação de brinquedotecas com a presença de um educador em unidades de saúde que atendam crianças em regime de internação (TONDATTI; CORREA, 2012). Porém vale a pena ressaltar que a luta pela humanização hospitalar começou bem antes, mais precisamente em 1985 com Patch Adams, onde o mesmo, impulsionado pelo desejo de disseminar o sorriso, fez uso de uma metodologia inusitada, começou a levar grupos de palhaços viajando por diversos lugares a fim de propagar a alegria entre as pessoas. Desde então, outros grupos de abordagem lúdica no contexto hospitalar foram surgindo influenciados pelas práticas realizadas por Patch (ADAMS, 2012). Neste processo de humanização hospitalar, o brincar utilizando a brinquedoteca hospitalar, ajuda na facilitação da comunicação: profissionais/pais/criança cria uma espécie de vínculo, de confiança e de compreensão do tratamento por parte da criança (MAIA; RIBEIRO; BORBA, 2011). Assim, diante do exposto, o desenvolvimento desta pesquisa foi motivado pela necessidade em conhecer a influência da ludoterapia no tratamento da criança hospitalizada acompanhando o Projeto de Extensão Enfermagem da Alegria no Hospital Municipal Maria Amélia Bezerra de Meneses, localizado na cidade de Juazeiro do Norte – CE. OBJETIVO: Avaliar os efeitos das atividades lúdicas no tratamento das crianças hospitalizadas no referido hospital. Tornou-se relevante, pois pode aprimorar o conhecimento sobre a prática de humanização hospitalar tomando a ludoterapia como técnica. Contribuiu assim para a população acadêmica, científica e para a sociedade como fontes de pesquisa e informações sobre a ludoterapia em âmbito hospitalar. MATERIAIS E MÉTODOS: Após aprovação desta pesquisa no Comitê de Ética, foi realizada intervenção lúdica e a anotação dos dados da escala de Yale por meio do observador. Os acompanhantes dos pacientes foram previamente esclarecidos sobre a realização da pesquisa e aceitaram a participação da criança no estudo, assinando um termo de consentimento livre ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 e esclarecido. Foram incluídas na pesquisa todas as crianças que se encontravam internadas ou na sala de espera do hospital Maria Amélia Bezerra de Meneses nos meses de julho a agosto de 2014 que estavam acompanhadas de seu representante legal e que assinaram o TLCE. Não participaram da pesquisa o indivíduo que se enquadrou nos critérios de exclusão, a saber: a) não estava acompanhado do responsável b) recusou-se a assinar o termo c) não encontrou-se internado no hospital mencionado. Para caracterização da amostra, foi aplicado um questionário aos acompanhantes contendo informações sobre idade e sexo. Para a realização das observações as crianças foram divididas em dois grupos, sendo um grupo controle, denominado (G1) e um grupo de recreação denominado (G2). As crianças do grupo controle (G1) foram observadas no local de espera e não receberam intervenção lúdica. As crianças do grupo de recreação (G2) foram observadas durante as atividades de intervenção lúdica. O observador dos dois grupos de crianças foi sempre a mesma pessoa, vestido de roupa comum não interferindo na atuação do grupo lúdico, não havendo contato pessoal entre as crianças e o observador. Foi realizado um teste piloto da escala com finalidade de treinamento no mesmo local da pesquisa. As atividades lúdicas foram realizadas na brinquedoteca do hospital e nos leitos das crianças, de acordo com sua disponibilidade e os recursos disponíveis. Faziam parte dessas atividades cantigas, contação de histórias, brinquedos, material para pintura e desenho e vídeos e os palhaços. Para medir a ansiedade, foi aplicada a Escala de Ansiedade Pré-operatória de Yale modificada (modified Yale Preoperative Anxiety Scale, EAPY-m). A EAPY-m é uma escala de observação onde contém 22 itens que são divididos em cinco categorias: atividade, vocalizações, expressão emocional, estado de despertar aparente e interação com os familiares. O escore foi avaliado conforme proposto originalmente. Para cada domínio é atribuído um escore parcial com base na pontuação observada dividida pelo número de categorias daquele domínio. O escore de cada domínio é somado aos demais e posteriormente multiplicado por 20. Os escores considerados “ponto de corte” foram: sem ansiedade (23,4 a 30) e com ansiedade (maior que 30). Os resultados foram apresentados em tabelas descritivas. A análise estatística procedeu-se com a comparação dos valores da escala de ansiedade entre os grupos através do teste Exato de Fisher e do teste não – paramétrico U de Mann- Whitney, sendo considerada diferença estatística significativa quando p < 0,05. As análises foram realizadas com o auxílio do software SPPS statistics 22.0. RESULTADOS/DISCUSSÃO: As atividades lúdicas durante a hospitalização promovem a melhora do humor, favorecem a distração, diminuem a ansiedade e o choro, aumentam o apetite e melhoram a adesão ao tratamento. Como consequência a todos esses fatores, conforme citado na literatura, ocorre uma modificação fisiológica favorecendo aumento na imunidade da criança e tal fato implica na melhora global. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 Sensação de segurança, conforto, e melhor aceitação do tratamento são também benefícios proporcionados pela ludoterapia (CASTRO et.al, 2010). A amostra foi constituída de 30 crianças, destas 15 eram do grupo G1 e 15 do Grupo G2, 17 eram meninos e 13 eram meninas, com idade entre 2 e 11 anos. O grupo G1 apresentou mediana de 48,4, já o G2 apresentou uma mediana de 28,4. Os dados sugerem que as crianças do Grupo 1 apresentaram uma mediana superior ao ponto limite da escala (30 pontos) o que significa que as crianças desse grupo apresentam-se ansiosas antes do atendimento, sendo que estas não receberam a intervenção do grupo Enfermagem da Alegria. Já as crianças do G2 apresentaram uma mediana inferior ao limite estabelecido pela escala, o que sugere que estas crianças que participaram da intervenção do grupo não apresentaram níveis de ansiedade. Outros estudos que também utilizaram a escala EAPY-m para a avaliação da ansiedade mostraram uma incidência menor de ansiedade em crianças que tiveram a experiência com o grupo lúdico (GUARATINI et al., 2006). O ponto de corte da escala corresponde a 30, ou seja, as crianças com escore abaixo de 30 não são consideradas ansiosas, e acima deste ponto de corte são consideradas ansiosas. Foi constatado que do grupo G1 13,4%, das crianças não estavam ansiosas e 86,6% estavam ansiosas. No grupo G2 foi visto que 66,7% das crianças não estavam ansiosas e 33,3% apresentavam ansiedade. Os dados da pesquisa revelaram que maior porcentagem das crianças que participaram das atividades lúdicas, que são as pertencentes ao G2 expressaram valores abaixo do “ponto de corte” para a escala EAPY-m, configurando que as mesmas encontraram-se sem ansiedade. Já as crianças do G1, das quais não receberam intervenção apresentaram percentis acima do “ponto de corte” (55) estando estas de acordo com a interpretação da escala, com ansiedade. Através da aplicação do U de Mann- Whitney pode ser visto na comparação dos escores da escala EAPY-m que o grupo controle (G1) apresenta diferença significativa (p < 0,017) em relação ao grupo recreação (G2). Assim pode ser visto que ambos os grupos não apresentam níveis semelhantes de ansiedade, ou seja, houve diferença significativa entre eles. O teste Exato de Fisher mostrou diferença estatística significativa (p<0,007) da prevalência de ansiedade entre os grupos G1 e G2, o que significa que as crianças do G1 apresentam mais ansiedade do que as crianças do G2. Quando a criança é mantida na sala de espera ela pode sentir medo, angústia, tristeza, ansiedade, ou seja, ela pode desenvolver diversas emoções em pouco tempo (WEBER, 2010). Através dos dados coletados relacionados à ansiedade, foi possível verificar que este fator estava presente em mais da metade das crianças envolvidas na pesquisa, que não receberam a intervenção. Durante a observação ainda pode-se constatar que as crianças embora debilitadas pela patologia, apresentavam interesse significativo em participar das atividades. As crianças que se recusaram a participar das intervenções e se mantiveram ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 angustiadas representaram os escores mais elevados (91,6). Foi-se ainda constatado que as intervenções não somente reduziam a ansiedade das crianças, mas como também a do seu familiar acompanhante, dado obtido através dos relatos dos acompanhantes. A aplicação da ludoterapia no meio hospitalar transforma-se em um benéfico método no processo de adaptação da criança, diante de transformações que ocorrerão no momento em que ela é submetida à internação. Então a ludoterapia surge para ajudar a criança na fase de aceitação do processo de hospitalização (LINGE, 2013). Os exemplos da inclusão do lúdico no hospital indicam que a promoção da saúde e o atendimento hospitalar passam por um momento de transformação deixando de focalizar apenas na doença, passando a trabalhar o indivíduo como um todo, conferindo uma assistência englobada nos aspectos psicológicos, sociais e culturais, além dos aspectos físicos (BRITO et al., 2009). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Com a realização do presente estudo foi-se possível concluir que durante o momento de internação, as crianças que participaram das atividades lúdicas não apresentaram ansiedade em comparação com aquelas que ficaram na sala de espera ou que não foram adeptos a intervenção. Assim percebe-se que o meio lúdico qualifica o atendimento hospitalar, proporcionando o acolhimento humanizado a criança. Ainda percebe-se que faz-se necessário garantir que a equipe de enfermagem enquanto atuante na área pediátrica tenha incentivo e subsídios para trabalhar com a assistência humanizada, atuando com responsabilidade e de um modo eficaz no serviço prestado à criança hospitalizada. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 BENEFÍCIOS DA AMAMENTAÇÃO PARA SAÚDE DA PUÉRPERA E DA CRIANÇA Dannieli de Sousa Silva Rodrigues, Faculdade Leão Sampaio Eduardo Lourenço dos Santos, Faculdade Leão Sampaio Jeyzianne Franco da Cruz Silva, Faculdade Leão Sampaio Francinúbia Nunes Barros, Faculdade Leão Sampaio Francisca Márcia Costa Pereira, Faculdade Leão Sampaio Marlene Menezes de Souza Teixeira, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Aleitamento Materno. Benefícios. Puérpera. Amamentação. Criança. INTRODUÇÃO: Comprovadamente os estudos tem nos mostrado a importância da amamentação para a saúde da criança, observamos que ha uma preocupação de propagar-se através de artigos relevantes os benefícios relacionados para a saúde da mulher. Segundo Azevedo et al. (2010), o aleitamento materno é um processo fisiológico e traz enormes vantagens em seus aspectos biológicos, psicológicos e social para as mulheres. Quando a placenta é expulsa a produção do leite é estimulada a partir do decaimento dos níveis de estrógeno/progesterona e consequentemente aumento dos níveis de prolactina estimulando a fabricação do leite pelas glândulas mamárias. De acordo com a OMS (2010), a prática do aleitamento materno exclusivo deve ser até os seis meses de vida e o leite materno tem tudo o que os bebês precisam para crescer com saúde. Além de ser a principal fonte de nutrientes, ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 protege a criança de doenças como infecções respiratórias, alergias e diarreia. Outro aspecto importante é desenvolvimento de ossos fortes e saudáveis. A OMS considera ideal que 90% a 100% das crianças menores de seis meses tenham o leite materno como um alimento exclusivo. Segundo Rea (2003) quando os recém nascidos não alimentam-se de leito materno a probabilidade de os mesmos adquirirem doenças como: enterecolite necrozante, diabetes mellitos, alergias e pneumonias torna-se elevada. A Organização Mundial da Saúde OMS (2005), relata que no aleitamento materno está contida a fonte de vida de crescimento e desenvolvimento saudável dos recém-nascidos, e influencia integralmente no processo reprodutivo da mulher com importantes implicações benéficas para a saúde materna. É imprescindível conhecer e utilizar as definições de aleitamento materno. Sendo assim a OMS citada por Brasil (2009) traz essa classificação de em: Aleitamento materno exclusivo – quando a criança recebe somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos. Aleitamento materno predominante – quando a criança recebe, além do leite materno, água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões) sucos de frutas e fluidos rituais. Aleitamento materno – quando a criança recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado), independentemente de receber ou não outros alimentos. Aleitamento materno complementado – quando a criança recebe, além do leite materno, qualquer alimento sólido ou semi-sólido com a finalidade de complementá-lo, e não de substituí-lo. Nessa categoria a criança pode receber, além do leite materno, outro tipo de leite, mas este não é considerado alimento complementar. Aleitamento materno misto ou parcial – quando a criança recebe leite materno e outros tipos de leite. Atualmente há um significativo aumento nos indicadores de aleitamento materno exclusivo no Brasil e também a consolidação de inúmeras estratégias para a promoção do aleitamento materno tornando as pessoas mais conscientes dos benefícios que ele pode proporcionar para a mãe e para a criança. Com isso pode-se questionar: há benefícios da amamentação à saúde da puérpera e concomitantemente à da criança? O leite materno é considerado o alimento primordial para os seis primeiros meses de vida da criança, onde o mesmo possui vários nutrientes que combatem inúmeras doenças e enfermidades ao bebê. Crianças que recebem leite materno como alimento exclusivo são mais resistentes a infecções, e doenças. O leite materno possui um importante papel na imunidade dos bebês, pois contém células de defesa capazes de proteger o organismo do recém-nascido. Além de ter esses vários benefícios para promoção da saúde da criança, a amamentação tem seus impactos positivos também na saúde da puérpera. Tem papel importante no sistema nervoso da mãe, diminuindo o estresse através do contato entre mãe e filho aumentando o ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 vínculo afetivo, auxilia na perda rápida de peso adquiridos durante a gestação e dentre outros benefícios. Portanto com o que foi relatado, pode-se perceber que, há sim, vários benefícios da amamentação tanto para a criança quanto para a mulher, tornando-se um processo vantajoso e ao mesmo prazeroso, no ato de cuidar e de alimentar-se respectivamente. Dessa forma torna-se relevante a abordagem sobre esses benefícios uma vez que existem muitas vantagens, em relatá-los para promoção da saúde da criança e da puérpera, bem como visualizar um melhor desenvolvimento e crescimento afetivo entre ambos. OBJETIVOS: Analisar os benefícios da amamentação para saúde da criança e da puérpera; Discorrer os benefícios da amamentação para a saúde da criança e da puérpera; Identificar os fatores que contribuem para os benefícios da amamentação e Promover conhecimentos importantes para adesão da prática do aleitamento materno. MATERIAIS E MÉTODOS: A pesquisa foi do tipo exploratório de caráter qualitativo com revisão bibliográfica, que de acordo com Marconi e Lakatos (2010) é a exploração técnica, sistemática e exata, onde o pesquisador baseia-se em estudos já realizados por teóricos anteriores e pesquisas, a fim ter a certeza do método a ser trabalhado e se realmente está com o delineamento correto. Efetuou-se pesquisa bibliográfica da literatura com foco nos benefícios da amamentação para a saúde da mulher e para saúde da criança, através de consulta aos sites SciELO e LILACS) à procura de artigos publicados com datas recentes e atualizadas. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Os benefícios relacionados à saúde da criança são inúmeros podemos verificar no estudo de Antunes et al (2006), onde colabora dizendo: A sucção, deglutição e respiração, funções primárias do bebê, são desenvolvidas através de uma correta forma de amamentação, devendo constituir um sistema equilibrado. Mamar não supre apenas a necessidade de alimentação, satisfazendo duas “fomes”: a fome de se nutrir, de se sentir alimentado, como também a “fome” de sucção, que envolve componentes emocionais, psicológicos e orgânicos. Essas duas “fomes” devem estar em equilíbrio, caso contrário, a necessidade de sucção pode não ser alcançada, causando uma insatisfação emocional, e assim a criança buscará substituto como dedo, chupeta, ou objetos, adquirindo hábitos deletérios. Segundo Carvalho et al (2006), em seu estudo a cerca do Conhecimento sobre amamentação: comparação entre puérperas adolescentes e adultas. Colabora dizendo que a amamentação protege as mais diversas formas de infecções tais quais: respiratórias, otites média, infecções neonatais, reduzindo também os quadros diarreicos. São uma gama de benefícios nutricionais, imunológicos, emocionais refletindo consideravelmente na promoção da saúde da criança e diminuindo significantemente a mortalidade de lactentes. Segundo Antunes et al (2008): O ato de amamentação propicia o contato físico entre mãe e bebê, estimulando pele e sentidos. Se a amamentação é feita com amor e carinho, sem pressa, o bebê não só sente o conforto de ver suas ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 necessidades satisfeitas, mas também sente o prazer de ser segurado pelos braços de sua mãe, de ouvir sua voz, sentir seu cheiro, perceber seus embalos e carícias. Logo, ao estabelecer esse vínculo entre mãe e filho, há compensação do vazio decorrente da separação repentina e bruta que ocorre pós-parto, corrigindo fantasias prematuras frustrantes que o parto possa lhe ter causado como abandono, agressão, ataque e fome. Ainda segundo Antunes et al (2008), os benefícios para a criança são repercutidos na fase adulta pois devido a memória imunológica ainda presente essas crianças agora adultos são beneficiados pela primeira proteção que tiveram contado quando recém-nascidos na primeira alimentação então assim o risco de muitas patologias são evitadas como: doenças cardiovasculares, surgimentos de diabetes até mesmo o câncer. Em relação aos benefícios da amamentação para saúde da mulher podemos verificar no estudo de Sterken E (2005), onde ele colabora citando que: Os benefícios relacionados à mulher após a amamentação são vários: a forma física retorna ao peso pré gestacional, menor risco de desenvolver artrite reumatóide, risco reduzido de osteoporose aos 65 anos e menor probabilidade de desenvolver esclerose múltipla. Hormônios são liberados na corrente sanguínea da puérpera durante as mamadas e ao final, que contribuem significativamente no quadro emocional, eles participam do processo de bem está da mulher, são eles; os hormônios de ocitocina e beta-endorfina, estes hormônios atuam no processo de redução do nível de estresse e mau humor, causando uma sensação de bem estar, assim elevando o nível de qualidade de vida da puérpera (ANTUNES, 2008). Segundo CAMINHA el al (2010), a amamentação repercute na vida social da mulher isso é evidenciado quando o autor faz o comentário: É marcante a importância do alimento materno nos custos dos orçamentos familiares e despesas do Estado. A alimentação dispendiosa quando comparada com o aleitamento natural, acrescentam-se ainda como custos indiretos, o uso de medicamentos e atendimento clínicos, ambulatoriais e hospitalares em razão de doenças que poderiam ser evitados através de uma amamentação exclusiva até o sexto mês de vida. Segundo Gallo et al apud Martins (2008), a amamentação também contribui significativamente para a saúde da mulher. Uma delas é vista pela ampliação entre as gestações e partos é visto quando a mulher amamenta exclusivamente passando assim ser um método de auxilio anticoncepcional. Podemos observar outra vantagem de grande valia para a saúde da mulher é que a amamentação interage impedindo a implantação de neoplasias principalmente câncer de mama e ovário. É evidenciado, através dos autores supracitados vários benefícios para saúde da mulher. Muitas mulheres desconhecem esses benefícios ou até mesmo amamentam pelo o fato de ser vantajoso para saúde da criança e acabam por vez se beneficiando sem ter ciência do mesmo. Embora seja comprovado os benefícios para saúde da puérpera ainda falta muito abordar sobre o assunto. Em um estudo de Coutinho (2014), onde relatou sobre o Conhecimento das Mães sobre os Benefícios do Aleitamento Materno à saúde da Mulher foi realizada entrevistas com algumas variáveis e uma delas foi ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 perguntada em relação ao conhecimento desses benefícios por parte das mães no pré-natal e as informações recebidas foram as seguintes de 44 adeptas ao pré-natal, destas 25 não recebiam informações sobre os benefícios. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ao fazer uma análise dos resultados foi fácil perceber a riqueza de benefícios que a amamentação promove para a saúde da criança, uma vez que a primeira alimentação é primordial por ser riquíssimo em anticorpos, e a promoção dessa amamentação por pelo os seis primeiros meses de vida para que essa criança venha crescer forte e saudável tornando assim um vinculo grandioso e afetivo para a mãe e o recém-nascido. Fazendo uma análise dos benefícios para à saúde da mulher também observamos muitas vantagens, mas esses benefícios não são tão abordados com ênfase quando comparados os das crianças. Estudos têm mostrado seus benefícios, contudo os estudos também mostram a falta de conhecimentos desses benefícios por parte das gestantes. Sendo então de grande importância o fortalecimento de campanhas relacionadas à saúde da mulher para que essa prática seja ainda mais aderida e promovida pela gestante. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 MODULAÇÕES AUTONÔMICAS EM ALTERAÇÕES DOS MECANISMOS DE REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL EM HIPERTENSOS Eli Carlos Martiniano, Faculdade de Juazeiro do Norte Danilo Ferreira de Sousa, Faculdade de Juazeiro do Norte Rutherford Alves Moura, Faculdade de Juazeiro do Norte Maria Elita da Costa, Faculdade de Juazeiro do Norte Maryldes Lucena Bezerra de Oliveir,. Faculdade de Juazeiro do Norte Milana Drumond Ramos Santana, Faculdade de Juazeiro do Norte Palavras-chave: Sistema Nervoso Autônomo. Mecanismos Regulatórios. Hipertensão. Variabilidade Cardíaca. INTRODUÇÃO: O Sistema Nervoso Autônomo (SNA) se encontra intimamente ligado ao controle da Pressão Arterial (PA) e da Frequência Cardíaca (FC), podendo, portanto, ser relacionado como um importante fator fisiopatológico no desenvolvimento da hipertensão arterial (MENEZES, MOREIRA, DAHER, 2004). Atualmente, é possível conhecer o estado de ação autonômica em que se encontra o coração, estudando a Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC). A FC varia batimento a batimento como consequência das adaptações constantes promovidas pelo SNA para manter o equilíbrio do sistema cardiovascular podendo estas alterações ser avaliadas através das variações nos intervalos RR, constituindo assim a VFC (TERRA et al., 2008). A manutenção da PA é regulada por dois sistemas principais. O primeiro, mediado neuralmente, é o reflexo barorreceptor; o segundo, mediado hormonalmente, é o sistema renina-angiotensina-aldosterona, mas, além destas, ainda existem varias fontes de regulação da PA como a leptina e o óxido nítrico entre outras. A aldosterona intervém em várias mudanças inadequadas nos sistemas nervoso e cardiovascular que promovem a ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 hipertensão, além de outras doenças cardiovasculares; também há evidências de que o aumento de leptina plasmática a níveis semelhantes aos encontrados na obesidade aumenta a PA (BOER-MARTINS et al., 2012). Como responsáveis pela diminuição da PA têm a ação dos barorreceptores arteriais, que envolvem principalmente redução reflexa da atividade simpática e aumento da atividade vagal e a síntese de óxido nítrico que possui ação vasodilatadora (ROSSI et al, 2009). O SNA é classicamente, dividido em dois grandes subsistemas: simpático e parassimpático, que possuem características próprias e atividade exercida por receptores sensoriais especializados e modulados por neurotransmissores, que, em condições normais, estão em equilíbrio para manter a homeostasia (FEREZINI DE SÁ et al., 2013).É a integração entre a modulação simpática e parassimpática que determina a VFC. Como ferramenta de pesquisa, a avaliação da VFC permite um melhor entendimento da participação do SNA em diferentes situações fisiológicas e patológicas do sistema cardiovascular, entre outras. Seu uso tem estimulado grande número de observações, indicando o valor potencial desta abordagem na expansão dos conhecimentos sobre as alterações dos mecanismos de controle da pressão arterial envolvidos na hipertensão (MENEZES; MOREIRA; DAHER, 2004). Torna-se fundamental este método de avaliação da atividade cardíaca, pois está bem estabelecido que haja uma forte relação entre a modulação autonômica cardíaca, avaliada pela VFC, e os fatores de risco cardiovasculares; onde na presença de um déficit no controle autonômico, seja pelo aumento da atividade simpática ou pela diminuição da atividade parassimpática cardíaca, há um aumento da morbidade e da mortalidade por todas as causas (FEREZINI DE SÁ et al., 2013). OBJETIVO: Descrever as variações autonômicas sofridas em decorrência de alterações em mecanismos de regulação da pressão arterial em pessoas hipertensas. MATERIAIS E MÉTODOS: Este estudo trata-se de uma revisão sistemática de abordagem qualitativa exploratória, foi realizada através de buscas na base de dados Scientific Electronic Library Online–SciELO. Na primeira busca foram utilizadas as palavras “frequência cardíaca e hipertensão” e foram aplicados como filtros: artigos na área temática sistema cardíaco e cardiovascular, idioma português e que fossem publicados entre os anos 2008 a 2015. Como resultado da busca, foram obtidos 14 artigos, porém, destes foram escolhidos apenas 08 para a confecção desta revisão, pois estes atenderam os critérios de inclusão que eram: ser artigos originais, estarem disponíveis de forma gratuita, apresentarem texto completo e que tratassem da hipertensão e dos mecanismos de regulação da PA. Na segunda busca foram utilizadas as palavras “variabilidade cardíaca e hipertensão” e foi empregado um único filtro que era estar disponível no idioma português. Como resultado obteve-se 08 artigos, más, apenas 03 foram utilizados para a construção desta revisão, pois estes estavam dentro dos critérios de inclusão que eram: tratar exclusivamente ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 da VFC associada à hipertensão e que estivessem com textos completos e disponíveis gratuitamente. RESULTADOS/DISCUSSÃO: O controle autonômico cardíaco está intimamente ligado à FC, a qual sofre flutuações fisiológicas batimento a batimento. Segundo Valenti et al. (2011), esse mecanismo de controle ocorre através de vias aferentes medulares e vagais, onde a informação que atinge o sistema nervoso central é modulada e volta ao coração através das fibras eferentes vagais rápidas e eferentes simpáticas lentas. Como a dissipação da norepinefrina liberada nas terminações simpáticas é mais lenta que a da acetilcolina nas terminações vagais, essa diferença na velocidade de transmissão nas vias colinérgicas e adrenérgicas resultarão em desigualdades na frequência de modulação desses dois sistemas no nó sinoatrial. Há evidências de que esta atividade simpática faça parte não só de mecanismos fisiológicos e da fase inicial da hipertensão arterial, como também da fase de manutenção dos níveis pressóricos elevados, junto aos mecanismos de longo prazo relacionados ao balanço hidroeletrolítico (CORREIA et al, 2003). As oscilações da FC dentro de um padrão de normalidade é o resultado dessa complexa interação que proporciona uma significativa VFC e se adapta às necessidades de cada momento (FEREZINI DE SÁ et al., 2013). A hipertensão esta ligada diretamente a uma hiperatividade simpática, esta que tem por finalidade aumentar a atividade cardíaca, ainda existem também evidencias de que um dos causadores desta condição patológica seria uma sensibilidade do controle barorreceptor prejudicada, onde seria interferida diretamente a atividade parassimpática. A queda na atividade parassimpática está também implicada nos baixos valores daporcentagem das diferenças sucessivas entre os intervalos R-R maiores que 50 ms (PNN50) em pacientes com hipertensão moderada, uma vez que o valor deste índice do domínio do tempo, que é um dos métodos de avaliação da VFC, reflete principalmente o tônus vagal (LIMA et al., 2012). Também existem baixas em outros valores avaliados pela VFC, como o desvio padrão de todos os intervalos R-R (SDNN) e no espectro de baixa frequência entre 0,04 e 0,15 Hz (LF), a análise de valores como estes podem nos dar antecipadamente indícios de que está ocorrendo alterações em modulações do SNA, e algumas destas alterações podem desencadear uma hipertensão, então uma análise antecipada destes parâmetros poderia ser utilizada para o início de um tratamento eficaz e fazer com que ocorresse a não evolução desta e outras patologias. Um dos métodos de recuperação do tônus parassimpático é o uso de inibidores de enzima conversora de angiotensina II, esta enzima tem papel vasoconstritor e também faz com que haja a reabsorção de sódio, assim elevando a PA. Conforme testes realizados por Menezes; Moreira; Daher (2004) foi comprovado a eficácia do tratamento com inibidores da enzima conversora de angiotensina II, mostrando que esta enzima é um potente inibidor da atividade barorreflexa arterial. A ação dos barorreceptores arteriais ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 envolve principalmente redução reflexa da atividade simpática e aumento da atividade vagal, fazendo com que haja diminuição da pressão arterial, pois estes são receptores que exercem seu papel pelo estiramento da fibra do vaso, aumentando seu calibre, diminuindo assim a pressão exercida. Outra forma de regulação da PA é pela atividade do óxido nítrico que possui ação vasodilatadora, o bloqueio de sua síntese promove importantes alterações no controle autonômico cardiovascular, entre elas, destaca-se a inversão no balanço autonômico cardíaco, com o predomínio simpático (ROSSI et al, 2009). Por sua ação vasodilatadora o óxido nítrico torna-se uma substancia fundamental no estabelecimento da homeostase circulatória fazendo com que o lúmen do vaso aumente e assim diminua a pressão exercida pelo fluxo sanguíneo sobre o vaso. Vários estudos mostram uma correlação positiva entre o Indice de Massa Corpórea (IMC) e a concentração da atividade da renina plasmática que é um dos reguladores da PA. A renina é significativamente maior nos pacientes obesos quando comparados aos magros normotensos, independente de níveis pressóricos, assim, a ativação do sistema reninaangiotensina-aldosterona está envolvida na hipertensão arterial e na obesidade (MARTINELLI et al., 2010). Níveis elevados de aldosterona, em associação com obesidade e resistência à insulina, promovem a inflamação não genômica e via estresse oxidativo, que desenvolvem hipertensão resistente mediante uma série de mecanismos (BOER-MARTINS et al., 2012). Essas ações potenciam a elevação da pressão sanguínea, que ocorre a partir dos efeitos clássicos da aldosterona para promover a retenção de sal e a expansão de volume, causando hipertensão. Segundo Boer-Martins et al. (2012), o aumento de leptina plasmática a níveis semelhantes aos encontrados na obesidade aumenta a pressão arterial em ratos não obesos é consistente com a hipótese de que a leptina é um importante elo entre obesidade, atividade simpática e hipertensão. Uma vez que a obesidade, como já foi visto, desempenha um papel importante em contribuir para a hipertensão, não é surpreendente que as concentrações plasmáticas de leptina sejam frequentemente elevadas em pacientes hipertensos, ou que a leptina e a pressão sanguínea estejam correlacionadas. Alguns estudos com leptina mostraram que ela regula o apetite e aumenta o gasto energético pela ativação da atividade nervosa simpática no tecido adiposo marrom termogênico. Foi também observado que a leptina gera excitação simpática no rim que, por sua vez, aumenta a pressão arterial (SANTOS et al., 2013). Alguns estudos evidenciaram que a realização de exercícios físicos também influencia o controle autonômico cardiovascular. Foi mostrado que a submissão de treinamento com exercícios físicos aeróbios apresentavam diminuição na FC, aumento no tônus vagal e diminuição do tônus simpático cardíaco. Além disso, segundo Carletti et al (2008), ocorre melhora na sensibilidade barorreflexa, representada pela maior resposta taquicárdica reflexa à hipotensão induzida e associado a esses efeitos, o ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 exercício físico também parece reduzir os valores da PA e aumentar os níveis de liberação e atividade do oxido nítrico. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Como se pode observar, diversas alterações nas funções fisiológicas podem vir a desencadear a hipertensão, entre as principais modificações presentes nessa condição clínica podemos destacar a hiperatividade simpática e uma redução no tônus vagal, implicando numa baixa atividade parassimpática. O aumento na atividade simpática proporciona uma baixa VFC, e isso significa que há uma perca na capacidade de adaptação quando exposto a condições esforço da atividade cardíaca, tonando o indivíduo susceptível a complicações. A análise da modulação autonômica se torna viável como método de estudo para complicações cardiovasculares, pois permite obter um maior conhecimento sobre alguns dos mecanismos fisiopatológicos, fazendo assim com que se possam introduzir terapias a fim de aumentar ou reduzir alguma atividade autonômica, com o propósito de se reestabelecer a homeostasia no organismo e assim prevenir complicações como a hipertensão arterial, insuficiência cardíaca congestiva e outras. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR E SUAS INTERFACES: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Eli Carlos Martiniano, Faculdade de Juazeiro do Norte Danilo Ferreira de Sousa, Faculdade de Juazeiro do Norte Rutherford Alves Moura, Faculdade de Juazeiro do Norte Maria Elita da Costa, Faculdade de Juazeiro do Norte Maryldes Lucena Bezerra de Oliveira, Faculdade de Juazeiro do Norte Palavras-chave: Transtorno Bipolar. Diagnóstico. Tratamento. INTRODUÇÃO: O transtorno afetivo bipolar (TAB) caracteriza-se principalmente por instabilidade do humor, onde estas variações envolvem mecanismos biológicos, comportamentais, sociais e cognitivos (TONELLI, 2009). Este transtorno acomete frequentemente indivíduos que estão dando inicio as suas vidas profissionais, sendo aproximadamente em torno dos 20 anos de idade (COSTA, 2008), provavelmente por que nesta fase o indivíduo tem tendência a passar por algumas frustrações como desenganos amorosos, a falta de oportunidade no mercado de trabalho, o endividamento constante e outros fatores. Muitos indivíduos portadores do TAB desenvolvem comprometimento funcional persistente, à custa de problemas relacionados ao funcionamento interpessoal (TONELLI, 2009). As repercussões sócioocupacionais derivadas de dificuldades interpessoais variam em intensidade, podendo surgir a qualquer momento durante o curso do transtorno do humor e persistir apesar de tratamento farmacológico adequado. Além disso, prejuízos do funcionamento social podem aumentar as taxas de recaída do TAB, agravando sua morbidade (TONELLI, 2009).O diagnóstico precoce permite intervenções terapêuticas antecipadas visando minimizar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e prevenir os transtornos ansiosos na vida adulta. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 Segundo Braga et al (2008), modificação comportamental e psicofarmacoterapia com inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS) são opções de tratamento. Muitas vezes estas pessoas acometidas pelo TAB não são diagnosticadas corretamente, sendo a depressão unipolar o erro diagnóstico mais frequente ,isso reflete em algumas consequências como: menor probabilidade de que esses pacientes sejam tratados com medicações atualmente recomendadas como primeira linha de tratamento; uso mais frequente de antidepressivos, com seus riscos associados, além de taxas mais altas de suicídio e hospitalização, o que acaba refletindo nos desfechos e nos custos (COSTA, 2008).Para uma possível detecção de pessoas acometidas pelo TAB são avaliadas algumas alterações no organismo destes indivíduos como mecanismos inflamatórios, pois no desenvolvimento desta patologia ocorre tanto alterações neuroimunes como neuroendócrinas. A neuroinflamação é um componente que associa vias disfuncionais e mortalidade precoce ao transtorno bipolar, tem-se utilizado a neuroinflamação como um alvo de investigaçãoe um mecanismo implicado na neuroprogressão; algumas citocinas provenientes de células residentes e provenientes da periferia tem a capacidade de causar toxicidade e apoptose em neurônios e células da glia (MAGALHÃES et al., 2012). OBJETIVO: Descrever as características clínicas, métodos diagnósticos e formas de tratamento no transtorno afetivo bipolar. MATERIAIS E MÉTODOS: Este estudo trata-se de uma revisão sistemática de abordagem qualitativa exploratória, foi realizada através de uma busca na base de dados ScientificElectronic Library Online SciELO; para esta busca foram utilizados os descritores “transtorno bipolar” e “tratamento”, foram utilizados como filtros: artigos na área da psiquiatria, no idioma português e que fossem publicados entre os anos 2008 a 2014.Como resultados da busca, foram obtidos 18 artigos, porém, destes foram escolhidos apenas 10 para a confecção desta revisão, pois estes atenderam os critérios de inclusão que eram: estar disponíveis de forma gratuita, apresentarem texto completo, e que se delimitassem fidedignamente a proposta pleiteada por este estudo, que era expor o transtorno afetivo bipolar, descrever as principais alterações sofridas e apresentar algumas formas de diagnóstico e tratamento para este transtorno. RESULTADOS/DISCUSSÃO: O TAB é uma doença mental na qual coloca a pessoa em situações extremas, ou em uma autoestima bastante elevada ou em situações depressivas. Nela o indivíduo recebe bastante influência do meio externo que pode alterar rapidamente o seu senso de humor; tanto impactos físicos como psicológicos ou espirituais, são responsáveis pela repentina mudança (COSTA, 2008). O transtorno pode se apresentar da seguinte forma: humor irritável com tempestades afetivas, curso crônico, sintomas mistos de depressão e mania, ciclagem rápida, baixa recuperação interepisódica e irritabilidade durante todos os episódios (BRAGA et al, 2008). O TAB proporciona um impacto no funcionamento social, ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ocupacional e familiar no qual o número de separações, divórcios, problemas acadêmicos e ocupacionais, acidentes e outras doenças clínicas são mais comuns entre os indivíduos acometidos pela doença. A consequência de tal fato é que indivíduos com TAB procuram duas vezes mais serviços médicos gerais no atendimento primário por qualquer razão, e cinco vezes mais serviços mentais que os controles (TONELLI, 2011). Segundo Caixeta (2009), em relação à instabilidade emocional, indivíduos com TAB tendem a viver experiências de emoções negativas, como preocupação, raiva, irritação, melancolia e vergonha. Características como tendência a ideias irracionais, baixo controle dos impulsos e dificuldade para enfrentar situações de estresse também compõem o perfil desses pacientes. Esta doença acomete mais adolescentes e adultos jovens, pois estes estão passando por mudanças hormonais e de inserção no meio social, esta faixa etária tem tendência a sofrer maiores influências do meio externo, pois estão em constante mudança, tentando achar algum vínculo, algum ambiente em que lhes proporcionem condições favoráveis ao seu desenvolvimento, e como nem sempre a resposta é positiva ao que desejam, acabam por mudar seu caráter, transformando assim sua personalidade em outra totalmente oposta em uma pequena quantidade de tempo. Essa mudança de personalidade acaba muitas vezes destruindo vínculos como casamentos, namoros e amizades, pois geralmente as pessoas não estão preparadas para lidar com uma constante mudança de personalidade de seus parceiros, o que acaba implicando em um agravamento do estado do indivíduo que sofre por TAB, porque além do momentâneo estado de crise, este ainda terá que lidar com a frustração do abandono ou culpa de alguma situação que tenha ocorrido em seu momento de crise. Uma grande quantidade de estudos avaliando a presença de disfunção cognitiva em bipolares evidenciou problemas em diversos domínios do funcionamento executivo destes indivíduos. De fato, problemas no processamento da atenção, controle inibitório, flexibilidade cognitiva, velocidade de processamento e memória de trabalho já foram associados ao TAB (BARBOSA et al., 2009). Conforme Barbosa et al. (2011) a obesidade e sobrepeso são altamente prevalentes em pacientes com TAB, e ambos estão relacionados a desfechos psiquiátricos e físicos adversos. Apetite e atividade física são afetados por episódios de mania e depressão, por isso o número de episódios da doença e o número de anos desde o início da doença podem ser importantes na prevalência de sobrepeso e obesidade de indivíduos com TAB. Na avaliação diagnóstica do TAB são observadas alterações nos mecanismos inflamatórios conectados a altos níveis de citocinas pro-inflamatórias, por exemplo, a interleucina1 (IL-1), a interleucina6 (IL-6) e o fator de necrose tumoral alfa (TNF-a) ao episodio depressivo (CAIXETA, 2009). No entanto, ate recentemente, ainda havia poucos estudos sobre o papel da inflamação no transtorno bipolar. Isso vem mudando justamente pelo entendimento do papel ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 da inflamação na articulação dos fatores neuroimunes, neuroendócrinos e neuroquímicos. Atualmente existe tratamento da TAB através de medicamentos que atuam sobre o sistema nervoso, mais muitas vezes as pessoas que fazem uso destas substâncias não atingem o prognóstico desejado, porque muitas vezes deixam de tomar o medicamento, e interrompem-no antes de concluir o tratamento, essas interrupções fazem com que o medicamento perca sua função, e até mesmo dificulta possíveis futuros tratamentos pois o organismo não se encontrará mais apto a reagir ao componente medicamentoso. Nestas situações é que vem a importante influencias dos entes mais próximos, pois estes se encarregam de dar continuidade ao tratamento incentivando o indivíduo acometido pelo TAB, dando-lhe o apoio psicológico e físico necessário (VASCONCELOS et al., 2011).O tratamento de indivíduos com transtorno bipolar é uma tarefa altamente complexa. Antes de tudo, porque envolve estratégias distintas nas diferentes fases da doença: mania, depressão e eutimia (CHENIAUX, 2011). A noção de suplementar o tratamento convencional com substancias que aliviem a sobrecarga oxidativa no transtorno bipolar é interessante e já foi investigada em ensaios clínicos. A N-acetilcisteina (NAC) tem se mostrado um composto interessante nesse sentido. Há evidencia de que a NAC aumenta os níveis cerebrais de glutationa, com um resgate do prejuízo cognitivo causado por disfunção mitocondrial induzida em um modelo animal (VASCONCELOS et al., 2011). No transtorno bipolar, esse precursor da glutationa tem se mostrado eficaz em melhorar o funcionamento associado a sintomas depressivos em estudos preliminares. De forma geral, esses achados sustentam a hipótese de um papel do estresse oxidativo na neuroprogressão do transtorno bipolar, justificando sua importância na pesquisa de novos alvos terapêuticos.Segundo Costa (2008) mais de um terço da população com TAB abandona sua medicação duas ou mais vezes, sem consultar seu psiquiatra, e um em cada dez pacientes com TAB considera parar a medicação alguma vez na sua vida. Além disso, pelo menos um terço dos pacientes com TAB falham em tomar mais de 70% da medicação prescrita. A baixa adesão pode ser a principal causa de recaídas nesses pacientes. Algumas vezes o indivíduo se encontra tão deprimido que acaba cometendo suicídio, muitas vezes por adversidades ocupacionais, financeiras, distúrbios alimentares, tudo isso reflete no alto agravamento de um estado deprimido e a falta de acompanhamento e assistência qualificada, daí também entra a necessidade de se ter um profissional qualificado a lidar com este tipo de doença (BARBOSA et al., 2011).Conforme Magalhães et al. (2012) aproximadamente 25% dos pacientes tentam suicídio, e os portadores de mania mista parecem apresentar risco maior. A taxa de suicídio é em torno de 15% para os nãos tratados. Diversos são os fatores associados às tentativas de suicídio nesses pacientes, entre eles carga genética, curso da doença, gravidade da mania, tentativas de ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 suicídio, início precoce, comorbidades como ansiedade, transtornos alimentares, adversidades ocupacionais, financeiras e de cuidado à saúde, tais como dificuldades de acesso ao sistema de saúde, além de fatores sociais, como a morte de entes queridos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Alguns métodos para a avaliação diagnóstica são alterações no organismo como mecanismos inflamatórios conectados a altos níveis de citocinas pro-inflamatórias; isso em decorrência da inflamação na articulação dos fatores neuroimunes, neuroendócrinos e neuroquímicos que são alterados em pessoas acometidas pelo transtorno. O diagnóstico preciso e antecipado torna-se fundamental para o tratamento, pois como se observou, muitas vezes as pessoas são diagnosticadas erroneamente e são submetidas a métodos de tratamento não eficazes, e isso implica no agravamento do estado de saúde do indivíduo acometido e redução da expectativa de melhora no seu quadro de saúde. Também ficou evidente a importância de se manter o tratamento, que pode ser realizado com o suplemento de substancias que aliviem a sobrecarga oxidativa, como é o caso da N-acetilcisteína que aumenta os níveis cerebrais deglutationa assim fazendo um resgate no prejuízo cognitivo. Torna-se fundamental aprofundar estudos sobre novas formas de diagnóstico e tratamento para o TAB com o intuito de agilizar e ampliar os serviços de saúde disponíveis, assim como também diminuir o sofrimento das pessoas acometidas por este transtorno e tornar menor o índice de pessoas acometidas. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM E A TERCEIRA IDADE: DESVELANDO O CUIDADO SOB A ÓTICA DA TEORIA DA ADAPTAÇÃO DE CALLISTA ROY Gislaine Loiola Saraiva Freitas, Faculdade de Juazeiro do Norte José Lucas Souza Ramos, Faculdade de Juazeiro do Norte Kelle de Lima Rodrigues, Faculdade de Juazeiro do Norte Saranádia Caeira Serafim, Faculdade de Juazeiro do Norte Ruth Nobre de Brito, Faculdade de Juazeiro do Norte Italla Maria Pinheiro Bezerra, Faculdade de Juazeiro do Norte Palavras-chave: SAE. Terceira Idade. Teoria da Adaptação. Callista Roy. Enfermagem. INTRODUÇÃO: A terceira idade é uma faixa etária que se caracteriza por mudanças fisiológicas e que precisam de cuidados para que não se tornem patológicas. Nessa fase da vida, esse processo natural de envelhecimento o qual diminui de forma progressiva as reservas funcionais, é conhecida como senescência. O que difere do conceito de senilidade, que são disfunções decorrentes de mau hábitos ou doenças adquiras durante a vida. Nota-se que um dos maiores anseios da população idosa é a qualidade de vida, pois quando possui uma senilidade bem trabalhada, várias consequências positivas são adquiridas, como um bom desenvolvimento familiar, físico e social. Esse desempenho satisfatório do trabalho, muitas vezes torna-se limitado por questões culturais, que desvalorizam o público idoso. Desta forma, a desmotivação oriunda de questões culturais, impede que os idosos obtenham hábitos de vida saudáveis principalmente relacionado a patologias, o que explica por exemplo, que pela idade, um idoso normal possui uma diminuição na capacidade óssea, porém quando não há hábitos saudáveis, essa ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 capacidade se torna mais reduzida, resultando em uma possível osteoporose. Frente a essas alterações e considerando que o idoso é um ser biopsicossocial e que o mesmo possui capacidade de adaptação a determinadas situações internas ou externas, torna-se necessário o estudo e o trabalho da enfermagem nessa área para diminuição da dependência e consequente melhoria das relações patológicas e sociais dos idosos. OBJETIVO: o presente estudo, objetivou implementar a Sistematização da Assistência de Enfermagem, (SAE) a uma idosa com a sua selinidade prejudicada sob à ótica da Teoria da adaptação de Callista Roy. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo de caso realizado no município de Juazeiro do Norte, CE, tendo como sujeito uma idosa de 60 anos, cadastrada em uma Unidade de Saúde da Família do referido município. A mesma foi convidada a participar do estudo de maneira voluntária, sendo informada sobre o tema e os objetivos propostos. Para coleta de dados, utilizou-se uma entrevista e para organização seguiu-se as etapas processo de enfermagem: histórico, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação. Nesse estudo, optou-se por utilizar da Teoria da Adaptação de Callista Roy, uma vez que esta caracteriza o homem como um ser biopsicossocial, que desde o seu nascimento passa por constantes mudanças críticas, e que diante delas, possui uma facilidade de adaptação. Portanto, as respostas ou adaptações são baseadas em três estímulos de acordo com a situação enfrentada, são esses: estímulo focal, onde trata-se algo específico que está desencadeando o problema, sendo voltado para as necessidades básicas, o estímulo contextual, podendo dessa forma tratar o contexto ambiental, e o estímulo residual que envolve os particulares de cada individuo, evidenciando a história pregressa, procedimentos anteriores, etc. Ainda utilizou-se das Taxonomias NANDA, NOC e NIC, responsáveis pela sistematização do cuidar para construção dos diagnósticos de enfermagem, resultados e intervenções de enfermagem, respectivamente. O presente trabalho respeitou os princípios éticos e legais estabelecidos pela Resolução 466/12 do conselho Nacional de Saúde, que trata da realização de pesquisas envolvendo seres humanos. O pedido de autorização, fora solicitado através do termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A entrevista só teve efetivação, após a usuária receber o devido termo, para que houvesse um consentimento da mesma. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Conforme discutido anteriormente, os resultados aqui apresentados seguiram os passos do Processo de enfermagem, assim como alguns elementos da Teoria de Enfermagem de Callista Roy, a Teoria da Adaptação. Sendo assim, a partir da coleta de dados, foi possível identificar alguns diagnósticos de enfermagem, a saber: Dor crônica relacionado à incapacidade física crônica, evidenciado por relato verbal de dor; Motilidade gastrintestinal disfuncional relacionado a envelhecimento e cirurgia caracterizado por dor abdominal e dificuldade de eliminar as fezes; Constipação relacionado à motilidade do trato gastrintestinal diminuída, ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 evidenciado por mudança no padrão intestinal; Risco de nutrição desequilibrada: mais do que as necessidades corporais relacionado a disfunção dos padrões alimentares e estilo de vida sedentário; Padrão de sono prejudicado relacionado a responsabilidades de cuidado caracterizado por relatos de dificuldade para dormir; Mobilidade física prejudicada relacionada a prejuízos musculoesqueléticos caracterizado por mudanças na marcha; Risco de quedas relacionado a mobilidade física prejudicada; Risco de olho seco relacionado a dano à superfície ocular e doenças autoimunes; Processos familiares disfuncionais relacionado a falta de habilidade para resolver problemas caracterizado por problemas familiares crônicos; Desempenho de papel ineficaz relacionado a conflito, caracterizado por insatisfação com o papel; Sobrecarga de estresse relacionado a estressores intensos caracterizado por relato de sensação de pressão; Tristeza crônica relacionado a crises relativas aos estágios do desenvolvimento evidenciado por relato de sentimentos negativos; Baixa autoestima situacional relacionado a alterações no desenvolvimento caracterizado por verbalizações auto negativas; Risco de baixa autoestima crônica relacionado a fracassos repetidos; Distúrbio na imagem corporal relacionado a mudanças desenvolvimentais caracterizado por foco na força do passado; Sentimento de impotência relacionado a interação interpessoal insatisfatória evidenciado por depressão pela deterioração física; Isolamento social relacionado a alterações na aparência física caracterizado por afeto triste; Para a solução dos problemas elencados, foi traçado um plano de cuidados, ressaltando: Aumento do controle da dor após tratamento medicamentoso e cuidados da equipe de enfermagem; Melhora acentuada na função gastrintestinal após cuidados terapêuticos da equipe multiprofissional; Melhora no estado nutricional após orientação de enfermagem; Melhora do sono após tratamento do ambiente; Diminuição do nível de fadiga após trabalho da equipe de enfermagem; Após trabalhos terapêuticos com a equipe multiprofissional, apresentar melhora na locomoção: caminhar; Apresentará diminuição do risco após trabalho da equipe; Melhora na função sensorial: visão após adesão a rotinas de preventivas; Melhora na criação de filhos: desempenho dos pais, após orientações; Melhora no nível de estresse após ações terapêuticas; Equilíbrio do humor após trabalhos sociais oferecidos pela equipe; Melhora na autoestima após orientações; Melhora na motivação após incentivo da equipe; Melhora na aceitação da imagem corporal após orientações da equipe; Melhora na motivação para resolução de sentimento de impotência após orientações; Envolvimento social após ações promovidas pela equipe de enfermagem; Saúde espiritual após ações da equipe religiosa e de saúde. Diante do que foi exposto e de acordo com a Teoria da Adaptação, o estímulo focal identificado nesta paciente refere-se às mudanças decorrentes da terceira idade, em especial a diminuição da capacidade óssea, a osteoporose. Consequentemente, a dor decorrente da osteoporose, ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 desencadeou dores agudas e crônicas além de inúmeros outros problemas, tais como: mobilidade física e deambulação prejudicada riscam de quedas, medo, baixa autoestima, isolamento social, religiosidade prejudicada. Sendo assim, nota-se a importância de utilizar-se como prioridade o tratamento da diminuição da dor para uma melhora nas outras atividades realizadas pelo paciente. Essa diminuição torna-se viável pela aplicação de medicamentos e atividades terapêuticas que possam promover conforto ao paciente, centralizando então os estímulos focais, contextuais e residuais. Porém, ainda como uma prioridade, mostra-se a terceira idade como um estímulo residual, que possui alta relevância diante dos fatos expostos. A técnica para diminuição de problemas desencadeados pela melhor idade nesta paciente, ainda são os de educação em saúde que sob a teoria de Roy, resultaria em uma adaptação trabalhada através do terceiro estímulo, ou seja, aceitação da mesma diante da sua idade. Sendo assim, ainda torna-se viável a orientação de diversas outras ferramentas, como atividade física monitorada por profissionais, procedimentos fisioterapêuticos, dieta prescrita e acompanhada por nutricionista, procedimento cirúrgico para melhora da visão e assim prevenir consequências maiores, além de inclusão social e religiosa. CONSIDERAÇÕES FINAIS: a aplicação da SAE neste estudo permitiu a aproximação da enfermagem com a paciente idosa, mostrando que a mesma não deve ser vista apenas como um ser biológico, e sim como um ser que possui uma vida social e um psicológico a ser trabalhado. Ainda, ofertou-se a oportunidade de estar investigando a fundo as necessidades descritas pelo paciente a fim de resolvê-las ou amenizá-las. Por intermédio da teoria da adaptação de Callista Roy, foi possível identificar os estímulos focais, contextuais e residuais que possibilitaram um melhor entendimento dos diagnósticos de enfermagem, e assim traçar com mais precisão, as intervenções a serem realizadas na paciente idosa. Sendo assim, percebe-se a necessidade de ampliar as discussões em casos baseadas no processo de enfermagem, nas teorias e na SAE. Durante a pesquisa sobre o tema abordado, a literatura traz diversos artigos que possibilitaram algum embasamento, porém, essas ferramentas ainda voltam o cuidado para o modelo curativista, como por exemplo, o tratamento único e exclusivo de doenças crônicas, como diabetes mellitus e hipertensão, em âmbito de atenção primária. Diante dessa realidade, torna-se necessário a ampliação de programas, políticas e estudos que visem o idoso como um ser que possui inúmeras necessidades, além das fisiológicas. Outro ponto que merece destaque é a diminuição da massa óssea no período da terceira idade, que acarreta uma gama de consequências, chegando a afetar o psicológico e o social do idoso. Sendo assim, torna-se necessário uma atenção especial para incentivo de atividades físicas, tanto antes, como nesse período de vida, além da oferta de alimentação saudável e inúmeras terapias ocupacionais. Nesse sentido, o estudo evidenciou que o idoso é um ser frágil e ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 susceptível a qualquer tipo de problema, facilmente o abalando, principalmente quando trata-se de um problema familiar ou conjugal. Portanto, é importante o trabalho familiar sob o olhar da equipe de saúde, não só trazendo o modelo curativista como ferramenta estatística, mas sim, o incentivo a participação religiosa, grupos sociais promovidos pela atenção primária, apoio psicológico através de orientações do NASF para a equipe multidisciplinar e acima de tudo, o planejamento familiar. Portanto, a aplicação da teoria de Callista Roy, e a implementação da SAE, permitiu mostrar que o trabalho com estímulos é necessário e evidencia as necessidades e particularidades do paciente, enquanto objetivo focal, contexto ambiental, familiar e o pessoal, trabalhado de forma residual. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 INTERVENÇÃO NUTRICIONAL APÓS ALTERAÇÃO ANATÔMICA ESTOMACAL INDUZIDA PELA CIRURGIA BARIÁTRICA Andreza Gomes da Silva, Faculdade Leão Sampaio Renato Felipe de Andrade, Faculdade Leão Sampaio Nathalia Matos de Santana, Faculdade Leão Sampaio José Diogo Barros, Faculdade Leão Sampaio Karoline Silva Carvalho, Faculdade Leão Sampaio Kamila Silva Carvalho, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Cirurgia Bariátrica. Obesidade. Dieta. Nutrição. INTRODUÇÃO: A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal. Contudo, deve-se destacar que a obesidade esta intimamente divida em fatores ambientais, a inatividade física e principalmente a dieta e que esses fatores associados, explicam o acúmulo de gordura corporal em grande parcela da população. O sobrepeso e obesidade são conceituados como acúmulo anormal ou excessivo de gordura no organismo, resultado de uma ingestão de calorias maior que o seu gasto energético. Estudos atuais mostram a obesidade como o problema nutricional que mais cresce no mundo e que afeta um terço da população tanto adulta quanto adolescente. A obesidade tornou-se problema de saúde pública, uma vez que as consequências para a saúde são muitas e variam do risco aumentado de morte prematura a graves doenças não letais, mas debilitantes, ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 que afetam diretamente a qualidade de vida. O portador de obesidade mórbida possui limitações quanto a sua locomoção, que contribui para que a pessoa não seja aceita no mercado de trabalho, onde direta ou indiretamente, sua condição pessoal (obesa) pode significar sua exclusão. Projeções sugerem que não havendo uma intervenção, a população americana provavelmente em 2035 atingirá um valor de 90% dos indivíduos com excesso de peso. Enquanto no Brasil, os dados da Associação Brasileira para estudo da ObesidadeABESO de 2009 a projeção para 2012 encontra-se bem pessimista: 2,3 bilhões de pessoas com excesso de peso e 700 milhões de obesos indicando um aumento de 75% nos casos de obesidade no país. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), durante quase duas décadas, a obesidade na infância e na adolescência vem crescendo em todo o mundo. Associadas à obesidade, doenças como diabetes tipo II, hipertensão e problemas respiratórios estão presentes em muitos casos. Essa população de obesos é mais propensa a desenvolver doenças cardíacas, pulmonares, psicológicas, endócrinas, muita das quais persistem na idade adulta. A Organização Mundial de Saúde (OMS) ainda diz que qualifica a obesidade fundamentada no índice de massa corpórea ou IMC e no risco de mortalidade associada. Assim, a classificação quanto ao IMC considera-se obesidade quando se encontra um valor acima de 30kg/m 2. Já, de acordo com a sua gravidade, a OMS define a obesidade como grau I quando o IMC situa-se entre 30 e 34,9kg/m2, obesidade grau II quando o IMC está entre 35 e 39,9kg/m 2 e, por fim, obesidade grau III quando o IMC ultrapassa 40kg/m 2. Como a obesidade é uma patologia crônica e multifatorial, seu tratamento envolve diversas abordagens. Uma orientação dietética, a programação de atividade física e o uso de fármacos anti-obesidade são os respaldos principais do tratamento. Entretanto, vários pacientes não respondem a estas manobras terapêuticas, tendo como necessidade intervenções mais eficazes na condução clinica de obesidade severa, atualmente a indicação para cirurgias bariátricas vem crescendo e tornando uma ferramenta diligente para o controle no tratamento da obesidade. A cirurgia bariátrica tem como princípio básico restringir a ingestão de alimentos e diminuir a absorção do alimento no estômago e nos intestinos. Seu objetivo é aumentar a sensação de saciedade e diminuir os sinais da fome, assim produzindo um estado controlável de subnutrição, consequentemente ocorrendo à perda de peso, o controle das comorbidades e melhora da qualidade de vida. A seleção de pacientes para ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 realização da cirurgia bariátrica requer um tempo mínimo de 5 anos de evolução da obesidade e história de falência do tratamento convencional realizado por profissionais qualificados. A cirurgia estaria contraindicada em pacientes com pneumopatias graves, insuficiência renal, lesão acentuada do miocárdio e cirrose hepática Os benefícios apurados por esse procedimento desenvolvem uma melhora acentuada nas doenças crônicas tal como: hipertensão, diabetes tipo II e hiperlipidemia. Contudo, o tratamento cirúrgico da obesidade não se resume apenas ao ato cirúrgico. Indivíduos submetidos à cirurgia bariátrica, após perda de peso satisfatória, podem recuperar o peso caso voltem ou não mudem os hábitos alimentares errôneos e o sedentarismo. Outras causas igualmente importantes podem ser fator para a recidiva de peso, como exemplo, o consumo excessivo de álcool, a compulsão por doces e alimentos hiperlipídicos em geral, o aumento do diâmetro da anastomose gastrojejunal e do comprimento da bolsa gástrica. A recidiva pode ocorrer após ter a eliminação satisfatória do excesso de peso ou mesmo antes disso, quando o tratamento em si não surtiu seus efeitos esperados e o paciente não obteve perda suficiente de peso. Este processo é percebido, mas muitos pacientes não procuram ajuda necessária com a equipe que o atendeu, por inúmeros motivos, dentre eles o sentimento de fracasso diante da chance do emagrecimento efetivo tão esperado com a operação, que agora torna-se um pesadelo. OBJETIVO: Desse modo o presente trabalho tem como objetivo destacar a importância da intervenção nutricional no tratamento pós-operatório da cirurgia bariátrica com a finalidade de promover uma reeducação alimentar para auxiliar na redução de peso e beneficio para a saúde. MATERIAIS E MÉTODOS: Para construção das bases do conhecimento sobre o referido tema, foram utilizados o seguinte recurso: consulta a estudos científicos publicados em periódicos nacionais, bem como referências bibliográficas importantes na área de nutrição e medicina. Para tanto, optou-se por uma revisão bibliográfica desenvolvida e fundamentada a partir da análise de artigos científicos obtidos nas bases de dados PUBMED, Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e portal CAPES, além de livros-texto de nutrição clínica e cirurgia. A pesquisa foi realizada entre os meses de setembro e outubro de 2014, e para tanto foram utilizadas os seguintes descritores: cirurgia bariátrica, obesidade, dieta, nutrição. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Quanto aos resultados e discursões pode-se dizer que a partir do procedimento cirúrgico tem-se o inicio de uma nova jornada. É o início de um período de um a dois ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 anos, que prevalecem mudanças comportamentais, hábitos alimentares e atividade física, com auxilio da monitoração de uma equipe multidisciplinar de profissionais da saúde. O acompanhamento clínico-nutricional e psicológico pós-operatório é indispensável para que o tratamento cirúrgico torne-se um sucesso duradouro. Um dos fatores mais importantes para o sucesso nutricional é a informação. Todos os pacientes necessitam exaustivamente de orientações sobre seus novos hábitos de vida e alimentar. O acompanhamento nutricional individualmente tem que ser de forma adequada para promover o sucesso da cirurgia, evitando possíveis complicações que possam vir a aparecer, tais como vômitos, intolerância alimentar e perda de peso insuficiente. A cirurgia antiobesidade é um procedimento complexo e, assim como qualquer cirurgia de grande porte, apresenta risco de complicações. Portanto, o paciente precisa conhecer muito bem qual é o procedimento cirúrgico e quais os riscos e benefícios que advirão da cirurgia. Desta forma, além das orientações técnicas, o acompanhamento psicológico é aconselhável em todas as fases do processo. É de extrema importância que o paciente cirurgiado seja controlado no mês de sua cirurgia e posteriormente, principalmente nos primeiros seis meses até completar doze meses de operado, realizando um controle continuo. Este controle inclui visitas clinicas para aferição de peso e controlar as concentrações séricas e bioquímicas e principalmente as consequências nutricionais, durante o primeiro ano feito o procedimento. Nas consultas de pós-operatório, é importante ressaltar a necessidade de atenção constante quanto à mastigação até que o alimento se torne pastoso na boca, além de explicar à acuidade de não consumir maior quantidade de alimentos do que a recomendada, tal como 50mL em duas e duas horas de alimento líquidos coados na primeira semana. Na segunda semana uma alimentação pastosa 100mL de alimentos pastosos, que oferecem o mínimo de mastigação e que sejam de fácil digestibilidade, e na terceira semana alimentos sólidos são introduzidos, 150mL ou 3 colheres de sopa. O cuidado com a hidratação também se faz necessário, deve-se esclarecer a ingestão de líquidos, em pequenas quantidades, e de preferência nos intervalos das refeições, assim evita-se a dilatação do estômago e influencia no sistema digestivo. A refeição é preferível que ocorra em um local tranqüilo e nunca apressadamente. Depois da alta hospitalar o paciente adota um plano gradual de reintrodução de alimentos, sendo que o consumo energético inicial permanece em torno de 300 a 350kcal/dia aproximadamente ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 700kcal na terceira semana. Na terceira semana, com o início da alimentação de consistência normal, ressalva-se sobre atenção quanto à introdução de carnes e vegetais crus, devido que alguns pacientes costumam a referir intolerâncias especificas. Alimentos causadores de flatulência são evitados inicialmente, assim como bebidas gaseificadas, doces e gorduras, quando a quantidade de alimento for compatível coma a capacidade gástrica, ao mesmo tempo em que a mastigação for feita de forma adequada, há grandes chances de uma boa adaptação sem ocorrência de vômitos e intolerâncias alimentares. Porém, se houver a necessidade de substituições devido a intolerância alimentar o nutricionista deverá sugerir para substitutos adequados, de forma que garanta a presença de todos os grupos de alimentos no novo padrão alimentar a ser implantado. Em relação aos micros e macros nutrientes, dependendo da cirurgia como a Fobi-Capella, há uma maior restrição calórica. Os micronutrientes também são afetados e não conseguem atingir 50% do recomendado pela Dietary Reference (DRI), havendo uma necessidade de suplementação com vitamínico-mineral. Na cirurgia de Capella a ingestão de proteína fica debilitada devido o anel de contenção e conseguintemente da formação da pequena bolsa gástrica, que comporta apenas 24 gramas por dia ao final do terceiro mês e de 41 gramas por dia ao final de 12 meses. Assim torna-se necessário neste caso a suplementação de proteína para que possa alcançar no mínimo de 60 gramas por dia conforme preconizado nos estudos de cirurgia bariátrica. Como os nutrientes tiveram o seu sitio de absorção alterado, necessitam de suplementação sejam eles vitaminas ou minerais, para que não ocorram conseqüências nutricionais principalmente no primeiro ano da cirurgia como: deficiência de ferro, hipoalbuminemia, vitamina B12, anemia, desnutrição protéica, deficiência de tiamina que pode causar encefalopatia de Wernicke com quadro de neuropatia irreversível ou até óbito. O acompanhamento nutricional no pós-operatório com verificação da evolução clinica e bioquímica e realização da anamnese alimentar qualitativa e quantitativa, dará ao nutricionista condições de prestar assistência a este paciente. O sucesso do tratamento cirúrgico da obesidade em um paciente requer um acompanhamento alimentar pós-cirurgia, de forma que aconteça a perda de peso e seja evitada a depleção de vitaminas, minerais e proteínas. Ou seja, a cirurgia bariátrica não representa o fim do tratamento contra a obesidade, e sim, o início de período de mudanças comportamentais, principalmente relativas aos hábitos alimentares. CONSIDERAÇÕES FINAIS: ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 O acompanhamento por uma equipe multidisciplinar em saúde é fundamental para garantir uma adaptação ao novo estilo de vida, mais rapidamente. O período imediatamente após a cirurgia é relatado pelos cirurgiados como sendo um dos mais difíceis. É a fase de recuperação do ato cirúrgico, de maior desconforto e de adaptação à nova dieta. Junta-se a tudo isso a expectativa, a ansiedade e a insegurança do novo período. No pós-operatório, as mudanças rápidas que acontecem, tanto relacionadas aos hábitos alimentares, quanto às mudanças do próprio corpo, acabam exigindo do paciente uma reflexão, e emergem questões emocionais. A cirurgia bariátrica é apenas uma das etapas na qual o direito a saúde deve ser aplicado, isso porque, não basta que seja realizado a cirurgia, a pessoa necessita de um tratamento psicológico póscirúrgico, uma reeducação alimentar através dos profissionais de nutrição, assim como um tratamento através de cirurgia plástica para remover o excesso de pele ocasionado pelo emagrecimento. Nesse aspecto, se observa que não é o simples fato de realizar a cirurgia e achar que já resolvido o problema da pessoa obesa. O Sistema Único de Saúde tem o dever de amparar essas pessoas, tendo em vista a garantia constitucional da saúde prevista no ordenamento jurídico brasileiro. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 O CONHECIMENTO POPULAR EM RELAÇÃO AO USO DE PLANTAS MEDICINAIS NA CIDADE DE JUAZEIRO DO NORTE – CE Francinubia Nunes Barros, Faculdade Leão Sampaio Dannieli de Souza Rodrigues, Faculdade Leão Sampaio Jeyzianne Franco da Cruz Silva, Faculdade Leão Sampaio Maria daniele Sampaio Mariano, Faculdade Leão Sampaio Maria Ludvania Romualdo Duarte, Faculdade Leão Sampaio Cleide Correia, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Plantas Medicinais. Fitoterápicos. Conhecimento Popular. INTRODUÇÃO: Sabe-se que, uma planta medicinal é aquela capaz de aliviar ou curar uma enfermidade, e que normalmente o seu uso é uma forma de tradição adotada por uma determinada população ou comunidade. Vale salientar, que para usá-las é necessário conhecer a planta, bem como o seu preparo. Dessa forma, quando uma planta medicinal é industrializada para obtenção de um determinado medicamento tem-se neste momento um fitoterápico, e cada vez mais está crescendo o interesse das empresas em produzir estes medicamentos devido ao autoconsumo da população, que em sua maior parte preferem um produto natural a medicamentos de origem farmacêuticos. O uso de plantas medicinais faz parte da cultura de um povo, e essa prática já vem sendo utilizada desde os primórdios e com o passar dos tempos esses conhecimentos são repassados para seus descentes, e assim, esses saberes populares vai passando de geração em geração ANVISA (2010). Conforme Junior et al. (2012), nos últimos tempos o uso de plantas medicinais pela população vem aumentando significativamente. Onde dados da (OMS) Organização Mundial da Saúde, revela que em torno de 80% da população utilizam algum tipo de planta para o alivio das sintomatologias em ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 que se encontram. Dados mais recente ainda relatam que em torno de 60 a 80% das pessoas de países em desenvolvimento utilizam-se plantas medicinais como única forma de acesso aos cuidados básicos da saúde, sendo que deste total, uma grande parte tanto usam ervas ou preparações destas como sendo o uso de extratos mais prevalentes. De acordo com Badke et al. (2011), muitos fatores tem contribuído para o aumento da utilização de plantas medicinais entre eles o auto custo dos medicamentos industrializados, difícil acesso das pessoas a assistência médica, bem como a tendência da população em usar produtos de origem natural. Porém, é bom ressaltar que mesmo utilizando produtos naturais deve-se ter cautela no que desrespeito ao uso de plantas medicinais, pois uma vez que usado em excesso poderá acarretar sérios danos à saúde. Acredita-se que, o cuidado realizado por meio das plantas medicinais seja favorável à saúde humana, sendo de fundamental importância que o usuário tenha conhecimento prévio quanto a sua finalidade, riscos e benefícios, para isso cabe ao profissional de saúde, especialmente o enfermeiro considerar tal recurso de origem popular na sua prática de cuidar, viabilizando um cuidado singular, centrado nas crenças, valores e estilo de vida das pessoas cuidadas. Sabe-se que, existem os grupos mais vulneráveis a determinadas situações a exemplo os idosos, e com isso se faz necessário maiores cuidados, uma vez que estes apresentam uma diminuição na taxa do metabolismo, e outros ainda possuem órgãos com função comprometida que de certa forma acarreta dificuldade na metabolização dos princípios ativos das plantas medicinais. A partir do crescimento e da utilização da prática desenfreada do automedicamento, pela procura dessas plantas houve a necessidade da regularização do consumo através de portarias que foram criadas para tornar uma prática complementar terapêutica no restabelecimento da saúde do ser humano. Não apenas para beneficiar a área da fitoterapia e plantas medicinais, mas também para reforça o crescimento da homeopatia, plantas medicinais e fitoterapia, medicina tradicional chinesa/acupuntura, assim como para observatórios de saúde do termalismo social e da medicina antroposófica, promovendo a institucionalização destas práticas no SUS. Surgiu então a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecida pela Portaria nº 971, de 03/05/2006, do Ministério da Saúde, tendo ação no SUS, nas três esferas de governo municipal, estadual e federal (BRASIL, 2006). A Política específica relacionada ao assunto é Política de “Plantas Medicinais e Fitoterápicos” aprovada pelo Decreto Presidencial nº 5.813, de 22/06/2006, ela vem assumir de fato a responsabilidade com a sociedade, a indústria e os profissionais de saúde, visando garantir o acesso seguro sem comprometer a saúde humana em nenhum aspecto, veio também gerar uma conscientização do uso racional das plantas medicinais e fitoterápicas, para que esses produtos naturais sejam retirados da natureza sem causar prejuízo a mesma, para que dessa forma as ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 gerações futuras também sejam beneficiadas com esses produtos. É importante que toda a população colabore com esta política de saúde, fazendo sua parte em não utilizar de forma exacerbada, no preparo de forma inadequada, sendo assim imprescindível a colaboração da sociedade a respeito da temática (BRASIL, 2006). Nesse sentido, se faz importante que os profissionais de saúde estejam engajados na Política Nacional de Fitoterápico para que dessa forma saibam tomar providências quanto ao uso, administração e orientações a população, prevenindo direto e indiretamente as complicações como; intoxicações, efeitos adversos e colaterais, o profissional estará ampliando suas ações à nível terapêutico como também colaborando com a saúde pública. Diante do exposto, faz-se necessário a verificação da preferência da população pelo o uso de plantas medicinais, do que os medicamentos de cunho farmacêutico, pois muitos têm uma visão que as plantas medicinais além de trazerem menos danos à saúde aliviam suas algias sem comprometer a saúde. No entanto, é de fundamental importância que a sociedade como um todo tenha a consciência de que mesmo sendo um produto natural, se utilizado de forma inadequada como foi citado anteriormente, acarretara em sérios danos a saúde desde um problema simples como uma reação adversa, colocando assim a vida das pessoas em risco. OBJETIVOS: A pesquisa desenvolvida objetivou investigar o conhecimento e o emprego de plantas medicinais por moradores da cidade de Juazeiro do Norte-CE; Identificar o uso de plantas meidicinais; descrever as plantas medicinais utilizadas no cotidiano da população e apontar a utilidades das plantas medicinais, identificar sua aplicabilidade em doenças e as formas de obtenção e preparo. MATERIAIS E MÉTODOS: Esta pesquisa foi desenvolvida, na cidade de Juazeiro do Norte – CE foi coletado dado com pessoas em uma feira livre no período de 20 de fevereiro a 20 de março de 2015. O presente estudo foi de natureza exploratório-descritiva e direcionamento quali-quantitativo. Utilizou-se um questionário semiestruturado, contendo algumas perguntas objetivas e subjetivas. Conforme Cervo e Bervian (2009), a pesquisa descritiva, busca conhecer diversas situações as quais ocorrem na vida humana, para que possa descrever registrar e analisar os fatos variáveis sem manipulá-los, buscando entender seu hábitat natural; já a pesquisa exploratória realiza descrições precisas de uma determinada situação a qual quer descobrir, as relações existentes entre seus elementos. A pesquisa qualitativa difere da quantitativa não só por empregar conhecimentos estáticos, mas também pela forma de analisar os dados, preocupando-se em analisar e interpretar os aspectos mais profundos, como o comportamento humano realizando uma investigação aos comportamentos, tendências, hábitos e etc. (MARCONE E LAKATOS, 2010). A pesquisa baseou-se na aplicação de um questionário semiestruturado previamente elaborado pelos pesquisadores, onde os aspectos avaliados foram as seguintes variáveis: perfil ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 socioeconômico, principais plantas utilizadas, formas adquiridas, formas de preparo e de aquisição e posteriormente apresentados os resultados. Vale ressaltar, que para a realização do estudo em questão, foram preservados todos os princípios e direitos éticos dos participantes, representados pela resolução 196/96 de pesquisa com seres humanos. E para a garantida de que todos estes direitos fossem respeitados foi dado aos sujeitos da pesquisa, um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que após uma leitura foi assinados pelos mesmos. Conforme a Resolução 466/2012. RESULTADOS/ DISCUSSÃO: Após aplicação do questionário obteve-se as seguintes respostas: a maioria afirmou fazer o uso de plantas medicinal sendo um percentual de 80% dos entrevistados. Segundo Junior et (2012), em seu trabalho em relação a utilização de plantas medicinais na variável em que se refere a utilização de plantas medicinais um total de 72% afirmou fazer a utilização dessas plantas medicinais. Esses dados só vêm mostrar que a utilização dessa prática ainda é bastante utilizada pelas pessoas, e os dados ainda são maiores quando se trata da utilização por pessoas idosas. Dentre os entrevistados 10% foram do sexo masculino e 90% do sexo feminino. Verificouse que a idade média dos entrevistados foi de 60 anos, sendo representado por um total de 80% da amostra. Outro aspecto avaliado foi em relação à escolaridade sendo mais de 80% possui ensino fundamental completo. Nos itens quais plantas utilizadas e parte das plantas, foram mencionados 13 tipos de plantas medicinais tais quais e seus respectivos nomes científicos: folha de boldo Pemus boldus, casca do pau ferro Caesalpinia ferrea, folha de hortelã Mentha, casca de umburuçu Pseudobombax longiflorum, galho de arnica Arnica montana, casca de ameixa Ximenia americana L, raiz de papaconha Cephaelis ipecacuanha, folha da pitanga Eugenia uniflora, semente de mostarda Sinapsis alba com mirasol Helianthus annuus, casca de aroeira Schinus molle L, folha da goiabeira Psidium guajava, quebra pedra Phyllanthus niruri L, casca de jatobá Hymenaea courbaril, e barbatimão Stryphnodendron barbatiman. Quanto à forma obtida foram relacionados: a casca, folhas e raízes. Diversos problemas de saúde foram relacionados, as morbidades relacionadas foram: problemas gastrointestinais, ansiedade, inflamação, dor de cabeça, problemas de cicatrização, algias em membros inferiores, artrose. Em relação à utilização dessas plantas por essa população foi visto que a folha de boldo é muito utilizada em distúrbios gastrointestinais, as folhas de hortelã é para distúrbios respiratórios, a folha da goiabeira para diarreias em especial para crianças é utilizada, a casca de aroeira, casca de ameixa e a raiz da papaconha são muito utilizadas em processos inflamatórios e para cicatrização, a quebra pedra é muito utilizada em problemas relacionado a pedra nos rins, e o galho de arnica é utilizada para problemas de artrose. Quando foi perguntada em relação à quantidade de vezes que eles utilizam, uma percentagem de 60%, afirmaram fazer o uso por pelo menos três vezes ao dia. Essa questão de ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 automedicação não se baseia apenas na prática, quando se tratará de fármaco, pois estudos tem mostrado que essa automedicação acontece também com produtos naturais como mencionado em um trabalho de Oliveira e Gonçalves (2006) em seu trabalho sobre o potencial de toxicidade por usuários de Belo Horizonte, foi verificado que um total de 46% dos entrevistados faziam uso de chás pelo menos uma vez ao dia, no entanto quando perguntado ao idoso é relatado que o uso é de pelo menos três vezes ao dia, o que pode configurar um quadro de intoxicação por parte dos mesmos, pois quando o numero de doses é aumentados ao invés de ocasionar um efeito benéfico, terapêutico pode ser desencadeado um problema de intoxicação. Uma vez que a função fisiológica no individuo idoso esta um pouco diminuída, ou seja, o metabolismo está lento e com isso demora mais tempo para que ocorra a metabolização e absorção desses princípios ativos presentes nos chás. Nesse sentido, os profissionais da saúde em especial o enfermeiro, é a pessoa mais indicada para prestação desses serviços. Junior et. (2012), menciona em seu trabalho uma atenção especial a esse tipo de prática esses dados merecem e atenção das autoridades públicas uma vez esse consumo desenfreado sem nenhuma orientação pode trazer consequências drásticas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Pode-se verificar que na pesquisa realizada, a utilização de plantas medicinais é uma prática ainda bastante exercida pela população, principalmente pelos idosos. A literatura mostrou que muitos dessas plantas quando utilizadas de forma inadequada ou exacerbadas podem causar malefícios à saúde, cabendo aos prestadores da saúde ter embasamento científico, para que dessa forma possam orientar a sociedade quanto aos riscos. Com isso é importante ressaltar que as plantas medicinais ou fitoterápicas ainda são consideradas terapias complementares, ou seja, em hipótese alguma podem ser substituído pelos medicamentos tradicionais já existentes, sendo assim a automedicação desaconselhada, a não ser que um médico autorizado queira complementar para reforçar o tratamento. Importante ressaltar também que os fitoterápicos já são de grande importância para saúde pública, assumindo um importante papel na sociedade, causando um aumento da opção terapêutica dos profissionais de saúde fazendo necessário o conhecimento holístico sobre temática em questão. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 PERFIL DAS PRIMEIRAS OCORRÊNCIAS REALIZADAS PELA EQUIPE DE SUPORTE AVANÇADO DO SAMU DO MUNICÍPIO DE JUAZEIRO DO NORTE – CE Ana Bárbara da Silva Ribeiro, Faculdade Leão Sampaio Antônio Marcos Dantas Rodrigues, Escola de Saúde Pública do Estado do Ceará Maria Daniele Sampaio Mariano, Faculdade Leão Sampaio Hermes Melo Teixeira Batista, Hospital Regional do Cariri Marco Akerman, Universidade de São Paulo Woneska Rodrigues Pinheiro, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Assistência Pré-Hospitalar. Serviços Médicos de Emergência. Perfil Epidemiológico. Sistema Único de Saúde. INTRODUÇÃO: O componente de urgência e emergência é uma estratégia dentro da rede de saúde de grande relevância para prestar assistência à população vítima de alguma injúria que possa trazer danos a sua saúde física e mental haja vista o grande número de agravos que necessita de um atendimento rápido e eficaz por uma equipe treinada e capacitada (BRASIL, 2003). O aumento de mortes por causas externas é um fenômeno crescente em nosso país, as causas externas estão entre as primeiras causas de morte no Brasil, ficando em primeiro lugar na faixa etária compreendida entre 5 e 39 ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 anos. As causas externas, não naturais ou ainda violentas representando os acidentes e as violências propriamente ditas (CABRAL; SOUZA; LIMA, 2010). Estes chamam a atenção por serem de causas súbitas e inesperadas, bem como pelo fato de incidência principalmente em jovens. As mortes decorrentes destas causas, embora existam em número não desprezível, desde tempos passados continuam com índice elevado na atualidade. Neste sentido as ações desenvolvidas pela rede de urgência e emergência seja ela pré-hospitalar ou hospitalar e principalmente pré-hospitalar móvel é de grande relevância para diminuir e minimizar os agravos e óbitos ocasionados por esses fatores. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) é uma forma pré-hospitalar que presta assistências à população através de uma central médica de regulação, acionada através do número 192 e assim o envio de equipe de saúde em uma ambulância, motolância, lancha ou ainda aeronaves, para assistir vitimas de agravos de naturezas diversas como: de natureza clínica, cirúrgica, obstétricas traumática, inclusive as psiquiátricas que possa comprometer a saúde das pessoas (BRASIL, 2010). A legislação vigente da politica nacional de urgência define em sua portaria 2048/2002 que o atendimento pré-hospitalar móvel na área de urgência consiste na assistência o mais rápido possível à vitima acometida por agravos de naturezas diversas como: clínica, cirúrgica, traumática física e mental que posso a levar o sofrimento, sequelas ou óbito sendo necessário prestar atendimento e/ ou transporte adequado dentro de um sistema de saúde devidamente hierarquizado e integrado como se propõe o SUS (BRASIL, 2002). O SAMU oferece duas modalidades de assistência: o de suporte básico de vida e o de suporte avançado de vida, dispondo também de um serviço de telemedicina onde a população recebe orientações do médico regulador, de acordo com a solicitação do usuário ele pode ou não liberar a ambulância dependendo do seu julgamento clínico e assim prestar algumas orientações à população (BRASIL, 2002). O serviço de suporte básico de vida é composto por um condutor socorrista e um técnico de enfermagem onde ambos, em constante capacitação profissional, atendem vítimas de menor complexidade, mas que necessitam de uma assistência rápida e um transporte seguro (MARQUES; LIMA; CICONET, 2011). A ambulância básica dispõe de equipamentos utilizados em procedimentos na maioria não invasivos e de baixa complexidade onde o paciente não corre risco de vida, como: colar cervical, prancha longa, imobilizadores de membros superiores e inferiores, dentre outros. Essas ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 viaturas são classificadas pela portaria 2048/2002 como tipo A (LADEIRA; BARRETO, 2008). As ambulâncias de suporte avançado classificada como tipo D pela mesma portaria supracitada, é composta pela equipe de médico, enfermeiro e condutor socorrista, onde todos passam por capacitações constantemente, com temas variados voltados para o atendimento préhospitalar móvel. Em suas viaturas os equipamentos são destinados a procedimentos de alta complexidade e invasivos voltados para suporte avançado de vida a pacientes críticos que necessitam de intervenções rápidas, complexas e eficazes, também é um transporte seguro (LADEIRA; BARRETO, 2008). Neste contexto o estado do Ceará ao longo do ano de 2014 vem ampliando esse serviço e descentralizando da capital para os interiores, seja grandes cidades ou cidades de menor porte, pois os óbitos por causas externas, principalmente, podem ocorrer em qualquer localidade. Sendo assim a cidade de Juazeiro do Norte foi contemplada com um pólo de regulação médica, sendo o terceiro do Ceará que regula toda região do Cariri e parte da região centro sul do estado. Desta forma pesquisas sobre as ocorrências realizadas pela equipe de suporte avançado da cidade de Juazeiro do Norte é de grande relevância, pois proporcionará um conhecimento epidemiológico dos atendimentos realizados de acordo com a proposta da ambulância tipo D preconizada na portaria 2048/2002. A pesquisa se justifica para que com os conhecimentos obtidos nos atendimentos possa-se direcionar as ações de promoção e prevenção dos agravos mais acometidos pela população do referido município, como também intensificar as capacitações aos colaboradores do suporte avançado de vida. Neste sentido, equipes de intervenção, regulação e gestão poderão discutir suas falhas, conquistas e desafios a fim de melhorar e tornar o serviço mais eficaz e resolutivo como preconiza o sistema único de saúde, o SUS. OBJETIVO: Pretendeu-se identificar a natureza das ocorrências realizadas pela equipe de suporte de vida avançado em seu primeiro ano de implantação no município de Juazeiro do Norte, Ceará, Brasil. MATERIAIS E MÉTODOS: Neste estudo documental, de corte transversal e natureza quantitativa, utilizamos como fonte de informações para coleta de dados as fichas de ocorrências realizadas pela equipe de suporte avançado de vida, no mês de março do ano de 2014 (mês e ano de implantação do SAMU no município de Juazeiro do Norte–CE), disponibilizados nos arquivos da base Pólo III do SAMU Ceará. A amostra é classificada como não probabilística acidental, tendo como foco as ocorrências geradas pelo ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 transporte de Unidade de Suporte Avançado (USA) no seu primeiro mês de funcionamento no município em questão. O lócus da pesquisa foi na base do SAMU Pólo III, localizado na cidade de Juazeiro do Norte- CE, situado na Rua Seminário s/n, Franciscanos, localizando-se ao sul com o bairro Pirajá, norte Centro, leste São Miguel, oeste Salesianos. O período de coleta de dados compreendeu os meses de março e abril de 2015. Têm-se como critério de inclusão todas as fichas disponíveis que foram geradas no mês de março e em que as ocorrências foram realizadas pela equipe de suporte avançado de vida do SAMU. Como critério de exclusão, foram isentas as fichas que constavam ocorrências atendidas pela equipe de suporte básico e que foram geradas fora do mês de março. A ficha de ocorrência é gerada para cada chamado recebido, sejam as solicitações de socorro e de transporte que são atendidas, ou as que apenas recebem orientação do médico, por telefone, ou mesmo as que não são atendidas por falta de recursos no momento, ou por não serem pertinentes. Nessas fichas foram verificados os seguintes itens: motivo da solicitação de socorro, descrição da ocorrência, turno do atendimento, dia da semana e o destino do paciente. Foram descartadas as variáveis que apresentavam déficit de preenchimento na perspectiva de minimizar vieses de pesquisa. Portanto, foram analisados os itens das fichas de ocorrência com maior ou completo preenchimento para definir maior confiabilidade das estatísticas avaliadas, totalizando 102 fichas. Os dados evidenciados na pesquisa foram analisados e discutidos à luz da literatura e apresentados de forma descritiva, a fim de possibilitar a aplicabilidade desses na prática, proporcionando melhoria para o serviço. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Foram analisadas 102 fichas de ocorrências referentes aos atendimentos prestados pela USA de Juazeiro do Norte, CE, no período de março de 2014, que corresponde ao primeiro mês de implantação desse serviço no município. Uma vítima grave necessita de um atendimento disponível em um hospital de referência que viabilize a continuidade do cuidado prestado em via pública. A escolha de uma modalidade de transporte requer a avaliação das condições clinicas do paciente, das suas necessidades de transporte avançado com o tempo de resposta reduzido, da localização geográfica do lugar e assim são analisados os riscos e benefícios desse tipo de transporte, com a finalidade em se decidir em usar ou não o serviço. A Ambulância de Suporte Avançado é um veículo destinado ao atendimento de transporte de pacientes de alto risco que necessitem de cuidados intensivos (BRASIL, 2002). Relacionado aos tipos de ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ocorrências, observou-se que 28,43% (29) foram atendimentos neurológicos, 13,73% (14) acidentes de trânsito, 8,82% (9) Transferências inter hospitalares, 6,86% óbitos, configurando mesma incidência para perfuração por arma branca (PAB) (7), 5,88% (6) cardiovascular, 4,90% (5) agravos traumáticos e 3,92% (4) de origem psiquiátrica. Outras ocorrências também foram geradas, 20,50% (21) como aeromédico, distúrbios metabólicos, intoxicação exógena, obstétrica, Perfuração por Arma de Fogo (PAF), quedas, problemas renais, respiratórios, tentativa de autoextermínio entre outras, como agressões e vômito. Ressaltase que todos os atendimentos referentes às fichas de ocorrências devem ser considerados graves, o que não se pode observar na ocorrência gerada como vômito. Pode-se sugerir a ausência de uma Unidade de Suporte Básico no momento da ocorrência, sendo o atendimento prestado pelo suporte avançado. Destaca-se os gastos desnecessários, uma vez que a manutenção de uma USA é de alto custo. O elevado número de atendimentos neurológicos devese, sobretudo às síncopes, seguida dos casos de convulsões. Embora a síncope derive de muitas causas, o elevado número de atendimentos pode ter relação com a dificuldade de acesso ao atendimento continuado na atenção básica, às medicações ou até mesmo à falta de adesão aos tratamentos adequados. O também elevado índice de acidentes de trânsito reflete na abordagem inadequada à prevenção desse tipo de fenômeno, com carência de programas de sensibilização, conscientização, educação e prevenção de riscos. O setor de saúde sente as consequências dos acidentes, pois o mesmo recebe os feridos, contabiliza os óbitos e ainda arca com as consequências dos indicadores, estes eventos configuram uma sobrecarga nos sistemas de saúde (LADEIRA; BARRETO, 2008). Ao se avaliar o turno e o dia da semana das ocorrências, constatou-se que a maioria foi registrada no sábado 28,43% (29), seguida da sexta feira 16,67% (17) e o turno dia 60,78% (62) com maior incidência. Esse cenário nos faz refletir o predomínio de ocorrências no final de semana, os fatores que podem justificar o aumento dos agravos à vida nesse período podem ser o consumo de bebida alcoólica, mistura de diferentes pessoas de diversos comportamentos, que sugerem inúmeros eventos, como aumento do número de homicídios e agressões em geral, bem como acidentes de trânsito por conduzirem veículos em estado de embriaguez. O turno dia deve-se ao fato de ser o horário de retorno às atividades do final de semana, repercutindo no elevado número de eventos. Os hospitais públicos recepcionaram 61,76% (63) dos pacientes, os hospitais privados participaram ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 com percentuais menores 0,98% (1), se comparados aos públicos. Destaca-se o papel das unidades públicas no recebimento de pacientes, funcionando como principal porta de entrada de pacientes ao Sistema de Saúde Municipal. Acredita-se que a reduzida participação dos hospitais privados deve-se ao fato da continuidade do tratamento e da transferência entre os serviços públicos, os casos de hospitais privados pode-se dever ao fato do encaminhamento de pacientes que possuem convênio de saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Assim, tendo em vista que o número de atendimentos realizado pelo SAMU no primeiro mês de funcionamento no município de Juazeiro do Norte – CE foi significativo, pode-se sugerir que a população reconhece que esse atendimento ofertado é um dos mais rápidos e eficazes, seja para prestação de assistência ou remoção da vítima para um serviço de saúde em segurança, diminuindo o número de iatrogênicas Conclui-se ainda que embora estivesse em período de implantação, o serviço ofertado pelo SAMU garantiu uma diversidade de atendimentos à população, o que se evidenciou na natureza das ocorrências, demonstrando assim a importância deste serviço para a população do município em questão. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO E INCENTIVO AO AUTOCUIDADO COMO MEDIDA DE CONTROLE DO DIABETES MELLITUS: RELATO DE EXPERIÊNCIA Eloíza Barros Luciano - Universidade Regional do Cariri Samyra Paula Lustoza Xavier - Universidade Regional do Cariri Nayara Santana Brito - Universidade Regional do Cariri Camila Lima Silva - Universidade Regional do Cariri Maria Naiane Rolim Nascimento - Universidade Regional do Cariri Pyetro Ramon Pimentel Alencar - Universidade Regional do Cariri Palavras-chave: Diabetes. Autocuidado. Educação em Saúde. INTRODUÇÃO: O Diabetes Mellitus (DM) configura-se como um importante problema de saúde na atualidade, tanto em prevalência, incidência e mortalidade prematura, como pelos custos envolvidos no controle e no tratamento de suas complicações. É caracterizado por um distúrbio no metabolismo dos açúcares, lipídios e proteínas, e caso não haja o tratamento adequado, provocará lesões graves e potencialmente fatais. O DM é a sexta causa mais frequente de internação hospitalar e contribui para outras causas de internações, como: cardiopatias, isquemias, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral e hipertensão arterial. Os principais fatores que explicam este ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 crescimento são as alterações do estilo de vida e o envelhecimento populacional, além de história familiar de diabetes. As modificações no consumo alimentar da população, com o aumento do consumo de gorduras saturadas e açúcares, associada ao sedentarismo caracterizam-se como um problema de saúde pública devido ás proporções de pandemia que vem adquirindo ao longo dos anos. A melhor compreensão das causas e meios que levam às complicações do DM tem propiciado um tratamento mais adequado e, consequentemente, o aumento da expectativa de vida e maior sobrevida das pessoas com diabetes mellitus. Ciente disso, a informação, orientação e a educação em saúde voltada ao diabetes, são processos de suma importância na conscientização e no entendimento sobre a doença para o portador. O cliente deve ser orientado e cuidado por uma equipe de multiprofissionais e, dentro desse contexto, é importante a realização de grupos educacionais organizados pelos profissionais da ESF, com objetivo de ampliar os conhecimentos do paciente acerca da doença, a fim de conquistar do paciente autonomia, controle da doença e autoestima. Diante da realidade a que os portadores de diabetes estão predispostos, tais as complicações referentes à doença, teve-se como problema alvo da intervenção identificar quais os principais fatores que impossibilitam o paciente de ter um comportamento apropriado para a manutenção da saúde, visto que, como futuros profissionais da saúde, temos a responsabilidade de conhecer a doença para ajudar e orientar os pacientes no autocontrole glicêmico melhorando a qualidade de vida e os números de agravos decorrentes das descompensações. Este estudo torna-se relevante uma vez que facilitará ações educativas junto aos pacientes, família e comunidade para esclarecimentos de questões como informações sobre as carências e complicações dessa doença que estão ligadas ao conhecimento do cuidado pessoal diário e ao estilo de vida saudável. OBJETIVOS: Identificar quais os fatores impeditivos para que os pacientes portadores de diabetes mellitus possam adquirir comportamentos necessários para o manejo adequado da doença. Identificar o conhecimento que clientes diabéticos possuem acerca da sua doença, tratamento e complicações; Incentivar propostas alternativas para realização do autocuidado. MATERIAIS E MÉTODOS: O presente estudo trata-se de um relato de experiência sobre uma atividade de intervenção realizada na Unidade Básica de Saúde, ESF 24, localizada no Bairro Pio XII da cidade de Juazeiro do Norte - CE. O estudo ocorreu em novembro de 2014, e as atividades foram divididas em cinco ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 momentos. O primeiro momento deu-se através do contato com a enfermeira da unidade para identificar o perfil dos portadores de diabetes cadastrados, identificar as principais problemáticas relacionadas ao tratamento, bem como verificar a disponibilidade da unidade de saúde para realização das atividades. De acordo com o relato da enfermeira a deficiência na taxa de adesão é maior entre os pacientes do sexo feminino com idade acima de 55 anos. No período da coleta dos dados a Estratégia de Saúde da Família (ESF 24) tinha um total de 45 clientes portadores de diabetes cadastrados, sendo apresentados por eles tanto o diabetes tipo I como o tipo II. O estudo teve como participantes, os pacientes que aceitaram participar da atividade e que apresentaram maiores dificuldades de adesão ao tratamento por não compreenderem a importância e a necessidade da mudança dos hábitos de vida para que possam manter os níveis glicêmicos estáveis. Outro critério relevante para seleção dos participantes do projeto foi o tempo de descoberta da doença, e se realizava o tratamento na referida UBS, pois nos permitiria avaliar a eficácia do conjunto de ações realizada para promoção da saúde. Todos deveriam ter um total ≥ 5 anos de tratamento, a partir do diagnóstico da doença. A partir de então, foi elencado pelos estudantes que o foco da ação seria o incentivo a prática de exercícios físicos através da educação em saúde, cuja finalidade é o empoderamento do cliente sob suas decisões em saúde e melhoria da qualidade de vida através de hábitos de vida saudáveis. O segundo momento da atividade se deu através do contato com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) para entrarem em contato com os pacientes portadores de diabetes de suas respectivas áreas, e os convidassem a comparecer a unidade de saúde no dia da atividade, que propositalmente, foi marcada no dia que acontece o atendimento aos portadores de diabetes na referida unidade. O terceiro momento ocorreu já no dia da atividade e a equipe da unidade de saúde reservou um espaço para a realização das ações que foi organizado de forma que todos os participantes ficassem a frente e se sentissem a vontade para a troca de experiências e informações sobre a temática. Inicialmente, foi realizada a entrevista, através de um formulário semiestruturado, que foi elaborado com perguntas simples, de fácil entendimento e que possibilitasse aos entrevistados responder as questões utilizando seus próprios termos. Posteriormente, os participantes foram incentivados a expor suas experiências relativas à doença, desde o momento da sua descoberta até a atualidade, relatando as potenciais complicações, tratamentos, dificuldades e desafios na ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 readequação de seu modo de vida. Após os participantes relatarem suas experiências, foi possível identificar as principais necessidades de orientação sobre o diabetes, e com a finalidade de sanar tais dúvidas, foram apresentados materiais didáticos expositivos, como cartazes com figuras ilustrativas sobre a doença e o tratamento apropriado para cada tipo de diabetes, além da disponibilização de panfletos com orientações sobre a temática. Além desses materiais, a atividade também utilizou um glicosímetro para aferição dos níveis glicêmicos dos participantes. O quarto momento das atividades contou com a participação de duas educadoras físicas, a fim de incentivar a prática de exercícios físicos e para orientá-los sobre a forma correta da realização das atividades e ressaltar a importância da prática dos exercícios no tratamento do diabetes. No quinto momento cada participante avaliou a atividade realizada e relatou o que tinha adquirido de novos conhecimentos sobre o diabetes e as formas de tratamento. No momento final teve um coffebreak para os participantes, cuja finalidade era incentivar a alimentação saudável. A presente pesquisa de campo foi pautada nos princípios éticos e legais vigentes a resolução 196/96 do Conselho Nacional da Saúde/ Ministério da Saúde. Os princípios básicos são a não maleficência, autonomia, justiça e beneficência. Foi apresentado um pedido de autorização para realização de pesquisa no ESF 24 em estudo por meio de um Ofício e posteriormente um Termo de Consentimento Livre Esclarecido assinado por cada participante. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Os resultados do estudo revelaram que a falta de informação, seja ela pelo pouco interesse dos próprios pacientes ou de incentivo por parte dos profissionais, é um fator impeditivo para a prática de mudanças comportamentais ao passo que não possibilita que os sujeitos melhorem seus hábitos de vida. Durante a roda de conversa e em posterior análise dos dados coletados na entrevista, foi possível identificar que muitos pacientes, mesmo sabendo que o açúcar e a gordura em quantidades elevadas diariamente trás malefícios e agrava os seus problemas de saúde, estes não renunciam, e em alguns casos também não diminuem, o consumo de alimentos como doces, gorduras, dentre outros, quando sabemos que a redução destes seria necessária para a manutenção da glicemia em níveis adequados. Apesar dos pacientes terem sido diagnosticados num período igual ou superior a cinco anos como portadores de diabetes, eles ainda não conseguiram adequar seus hábitos alimentares aos esperados para o tratamento exigido pela patologia, e consequentemente não desenvolveram os recursos suficientes, como por ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 exemplo, prática de exercícios, não consumir álcool, em casos específicos, que proporcione o melhor convívio com a doença. Durante esse momento da roda de conversa, os usuários mostraram-se atentos às experiências relatadas pelos companheiros, mostrando quando concordavam ou não com o que os outros falavam. Dessa forma, conseguimos atingir o objetivo desse momento, que era a troca de experiências e a identificação das necessidades de educação em saúde dos usuários. Com isso, podemos implementar ações de educação em saúde voltadas as necessidades daqueles pacientes que eram voltados basicamente para a mudança no estilo de vida, com adoção de hábitos saudáveis como alimentação adequada, prática de exercícios e abandono do álcool. Isso foi feito por meio de cartazes, figuras ilustrativas e orientações. Nesse momento eles também se mostraram dispostos a aprender o que estávamos tentando ensinar, sempre atentos ás orientações. Em seguida, em parceria com as educadoras físicas os participantes foram orientados sobre a realização de atividades físicas com atividades diárias que podem ser realizadas em seu próprio domicílio, ou em atividades de lazer, como por exemplo, a participação das atividades de dança em casas para idosos. Ao final da experiência, com a avaliação dos conhecimentos adquiridos pelos usuários, pôde-se perceber pelos seus discursos que eles assimilaram as informações que lhes foram repassadas durante as atividades, mostrando que a comunicação estabelecida foi terapêutica e efetiva. Após a intervenção realizada no ESF 24, foi possível observar o impacto e a importância do incentivo da educação em saúde sobre a vida dos pacientes portadores de diabetes, pois assim como os indivíduos tem percepções diferentes sobre o que é saúde, também têm visões diferentes acerca dos hábitos de vida adequados para o controle e manutenção eficaz do tratamento do diabetes, que na maioria das vezes é deficiente. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ciente da necessidade de orientações relativas ao diabetes, o presente trabalho buscou avaliar e melhorar a compreensão dos participantes sobre alimentação e a prática de exercícios físicos para o autocontrole do diabetes. Para que esta situação seja revertida, é de fundamental importância que os profissionais de saúde realizem de forma simples e objetiva mais programas de educação em saúde, incentivando a prática de atividades físicas e estimulando a adaptação de hábitos alimentares de forma que os pacientes possam entender as exigências necessárias para o convívio com a doença e assim conseguirem adotar os comportamentos de autocuidado necessários para o controle do ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 diabetes. Sabe-se que é difícil mudar o estilo de vida dos pacientes portadores do diabetes pelo fato de que estes não detêm de conhecimentos e do incentivo dos quais necessitam. Portanto, a assistência que os profissionais de saúde devem oferecer a esses pacientes deve ser fundamentalmente voltada à educação em saúde de forma constante. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 PREVALENCIA DE ALTERAÇÕES MORFOFUNCIONAIS DE FACE RELACIONADAS AOS HÁBITOS DE SUCÇÃO NÃO NUTRITIVAS NA PRIMEIRA INFÂNCIA Mauro Mccarthy de Oliveira Silva, Nathalia Matos de Santana, José Diogo Barros, Vanessa de Carvalho Nilo Bitu, Andreza Gomes da Silva, Renato Felipe de Andrade; Palavras-chave: Infantes. Alterações Morfofuncionais. Sucção. INTRODUÇÃO: A primeira infância é o período compreendido desde o nascimento até os seis anos de idade. Trata-se da base para o desenvolvimento cognitivo, da linguagem, habilidades motoras e de maturação dos aspectos sócio emocionais. A sucção está diretamente relacionada ao processo de deglutição e é a primeira atividade muscular coordenada da criança, sendo percebida desde a vida intrauterina. O processo de sugar é considerado hábito nutritivo até os três anos de idade e não-nutritivo a partir dessa idade. Os hábitos orais viciosos mais frequentes estão associados aos dedos, chupetas, bicos de mamadeira e à sucção da própria língua. A inexistência de alguns hábitos de sucção nutritiva como a amamentação pode ser um fator desencadeante para o processo de alterações estomatognáticas, ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 devido à instalação de hábitos orais viciosos, bem como a existência de fatores genéticos e ambientais. Como as crianças desde a vida intrauterina desfrutam de hábitos sucção não nutritivas, a amamentação torna-se mais fácil devido à pré-existência dos movimentos faciais de sucção, bem como o antecipado desenvolvimento muscular facial. Com isso a sucção não nutritiva digital ou de qualquer outro objeto tem sido fonte de estudo, por ser frequentemente utilizada e por suas consequências. Percebendo a importância de um completo acolhimento e desmistificação dos hábitos orais deletérios o desenvolvimento do estudo torna-se relevante por gerar conhecimento sobre o desempenho e desenvolvimento das funções de respiração, mastigação, deglutição e fala, favorecendo dessa maneira um melhor acolhimento e acompanhamento do correto desenvolvimento da criança, tendo em vista que essas alterações não afetam somente seu lado estético mais também a interação familiar e funções vitais já citadas acima. OBJETIVO: Diante dessa problemática, o presente estudo tem como objetivo identificar a prevalência de alterações morfofuncionais de face associadas aos hábitos de sucção não nutritiva na primeira infância em uma comunidade de baixa renda da cidade de Juazeiro do Norte, Ceará. Possuindo ainda como propósito demonstrar o percentual de alterações estomatognáticas nos infantes, a fim de corroborar para uma melhor atenção aos comprometidos. Essa pesquisa com relação à sua natureza pode ser classificada como pesquisa aplicada, pois visa gerar conhecimentos que serão aplicados na solução de problemas específicos de saúde e melhoria da qualidade de vida de um segmento da população, no caso, representado pelas crianças. MATERIAIS E MÉTODOS: O presente estudo é do tipo quantitativo, onde as informações foram analisadas e interpretadas partindo de uma técnica padronizada de coleta de dados, utilizando como instrumentos questionários e observação sistemática. Pesquisas dessa natureza são projetadas para gerar medidas precisas e confiáveis que permitam uma análise estatística, portanto as informações coletadas serão traduzidas e representadas por números. Do ponto de vista dos seus objetivos, trata-se de uma pesquisa descritiva, ao descrever o estabelecimento de relações entre as variáveis, envolvendo o uso de instrumentos padronizados de coleta de dados, como questionário e observação. Esse estudo é também experimental no que diz respeito aos procedimentos técnicos. Nesse tipo de estudo, o investigador não interfere na realidade, sendo que há manipulação de uma ou mais variáveis independentes sob adequado controle. A pesquisa foi realizada na Unidade Básica de Saúde ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 (UBS) de número 52, 5º distrito, da rua Carité, bairro Juvêncio Santana, na cidade de Juazeiro do Norte, no estado do Ceará. A amostra foi composta por crianças de ambos os sexos na faixa etária de 1 a 5 anos de idade, regularmente cadastradas na referida UBS. Através das agentes comunitárias de saúde (ACS) foi realizado um mapeamento dessas crianças cadastradas, bem como sua identificação para coleta dos dados. Foi realizada uma entrevista do tipo padronizada direcionada aos cuidadores diretos, com o objetivo de coletar os dados sócio demográficos das crianças participantes e informações relacionadas aos hábitos de sucção não nutritiva. Os pesquisadores realizaram a leitura do questionário individualmente na presença de cada cuidador e anotaram as suas respostas, assinalando as alternativas correspondentes a cada criança. As informações coletadas foram resguardadas sob sigilo e anonimato total e absoluto, ficando na responsabilidade do pesquisador, respeitando as normas éticas e humanas. Em todas as etapas foram obedecidos os referenciais básicos da bioética, sendo assegurados os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade científica e aos sujeitos da pesquisa, que somente participaram da mesma após a assinatura de um termo de consentimento livre e esclarecido. Foram realizadas análises com o intuito de observar a existência de relações estatisticamente significativas entre as características sócio demográficas entendidas como fatores de risco: idade, sexo, hábitos de sucção nãonutritiva, tempo de instalação do hábito e duração, além de outros presentes no questionário para coleta de dados sócio demográficos. Os resultados coletados através da entrevista aos cuidadores e da observação das crianças participantes é discutido tendo como base a literatura pertinente ao tema. RESULTADOS/DISCUSSÃO: No presente estudo foram avaliadas 30 crianças na faixa etária de 1 a 5 anos de idade. Feita a distribuição das crianças estudadas por faixa etária, pode-se constatar que o grupo com menor número de crianças foi aquele entre 3 e 4 anos representando 02 infantes. Nas outras faixas, o número de crianças foi praticamente o mesmo. Podemos constatar a menor incidência de genitoras que concluíram o 3º grau completo, representando dessa maneira 01 pessoa pesquisada. Enquanto 08 genitoras obtiveram conclusão do segundo grau completo, representando dessa maneira a maioria em relação aos outros graus de escolaridade. Mesmo as mães que apresentaram conhecimento sobre o uso de chupetas ou outros métodos de sucção não nutritiva, expõem suas crianças a tais vícios.No entanto o nível de ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 escolaridade das mães que dispõe seus filhos a hábitos de sucção não nutritiva em categorização do 1º grau incompleto à pós-graduação, demonstrando que aquelas mães graduadas ou pós-graduadas não expunham seus filhos ao hábito, ou seja, eles sugerem que a frequência das crianças portadoras desses hábitos torna-se decrescente com o incremento da escolaridade materna. Os dados representativos do gráfico demonstram que a maior parte das crianças pesquisadas possuem como cuidadores diretos os pais, representando 19 crianças do total. 03 dos pesquisados são cuidados pela mãe; 02 são criados somente pelo pai; 05 são cuidados pelos avós e “outros” foi representado só por 01. Percebe-se que a maior parte das crianças é cuidada pelos pais, e os menores por outros. O conhecimento sobre a saúde bucal por parte dos cuidadores é de fundamental importância para um bom desenvolvimento da criança, havendo mais exposição aos fatores causais e comprometimento do sistema estomatognático quando há negligência de cuidados por parte dos cuidadores. O maior índice de crianças predispostas aos hábitos orais deletérios acontece quando as mães deixam de ser as cuidadoras diretas das mesmas, geralmente por conta da sua entrada no mercado de trabalho.Foi observada a maior utilização da sucção digital e sucção de chupeta sobre as outras formas de vícios orais deletérios, formalizando que das 30 crianças estudadas, 23 realizam sucção de chupeta e 07 realizam sucção digital. Dessas variáveis 100% das crianças que utilizam sucção digital possuem seu horário de utilização a qualquer hora do dia, enquanto as que chupam chupeta (01) a utilizam durante a noite e 22 durante qualquer período do dia. Existe predominância do uso de chupetas quando comparada a outros hábitos. Em estudos realizados por outros autores, de cada 100 crianças, 79 faziam uso de chupeta e apenas 11 utilizavam como métodos de hábito oral vicioso a sucção digital. O hábito de sucção de chupeta é muito mais frequente em relação aos demais, com valores semelhantes ao estudo supracitado. A maior parte das crianças estudadas possuem como tipo de dentição decídua, com dados percentuais de 66,7% representando 20 crianças, com predominância em relação a dentição mista com 10 pesquisados. Na dentição decídua foi constatado como principais alterações a presença de deglutição atípica em 05 pesquisados, deglutição adaptada em outros 05, projeção lingual durante a deglutição em 04, maior atividade do músculo orbicular da boca 04 e hiper atuação dos músculos mentual e orbicular da boca com 02. Na dentição mista 03 crianças apresentaram deglutição atípica, 02 deglutição adaptada, 01 ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 projeção lingual durante a deglutição, 02 com maior atividade do músculo orbicular da boca e 02 representaram as crianças com hiper atuação dos músculos mentual e orbicular da boca. A frequência das alterações de oclusão dentária diferenciam-se em crianças que possuem dentição decídua de dentição mista. Portanto, das crianças com dentição decídua 05 apresentam mordida cruzada anterior, 14 com mordida aberta anterior e01 com mordida cruzada posterior, esta, mostrando ser a alteração mais comum. Nos infantes com dentição mista 02 mostraram-se com mordida cruzada anterior, nenhuma encontrou-se com mordida cruzada posterior e a maior parte da amostra apresentou mordida aberta anterior (08). Em pesquisa à estudos semelhantes a este, observou-se que de 09 crianças pesquisadas 08 possuíram mordida aberta anterior e 01 mordida normal, confirmando dessa maneira a sua prevalência sobre as outras formas de oclusões dentárias em crianças na faixa etária estudada. Pôde-se constatar nas crianças com dentição decídua que 11 crianças encontravam-se com pleno vedamento labial, 02 com eversão de lábio inferior e 07 com hiperfunção do músculo mentual. As crianças com dentição mista apresentaram 01 de vedamento labial, 02 de inversão de lábio inferior e 07 de hiperfunção do músculo mentual. Corroborando com este estudo, o resultado da análise de outros autores realizado com 397 crianças, tornou-se visível a elucidação da grande quantidade pesquisados com eversão labial inferior, com dados representativos de 29,47% (117 crianças).Foram observados hábitos de sucção não nutritiva em todas as crianças participantes deste estudo e em todas elas foram reconhecidas alterações morfofuncionais de face, tanto naquelas que apresentavam dentição decídua quanto mista. Os hábitos citados pelos cuidadores foram o uso de chupeta e a sucção digital, sendo percebido que aquelas que eram sugadores digitais realizavam o hábito a qualquer tempo enquanto entre as usuárias de chupeta algumas só faziam sucção durante a noite. Foram percebidas alterações de deglutição do tipo atípica e adaptada, além de alterações da atividade muscular perioral como: projeção lingual durante a deglutição, maior atividade do músculo orbicular da boca e hiper atenuação dos músculos mentual e orbicular da boca. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A partir dos resultados obtidos, percebemos a necessidade de novas pesquisas para observar a duração do hábito nesses infantes e quais serão as consequências à época da estabilização da dentição permanente. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS: SAÚDE E PREVENÇÃO COM ADOLESCENTES Cícera Michelle Magalhães de Souza, Débora Rodrigues Lima, Francisco Alderlânio Moura de Menezes, Iêda Maria Brasil Silvestre dos Santos, Jéssyca Mayane Alencar de Souza, Palavras-chaves: Adolescentes. Doenças Sexualmente Transmissíveis. Prevenção. INTRODUÇÃO: Ao longo dos anos, as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) foram ganhando destaque e sendo cada vez mais discutidas pela população. Segundo Brêtas et al. (2009), as doenças sexualmente transmissíveis representam grave problema de saúde pública pelas repercussões médicas, sociais e econômicas. Os casos de DST vêm aumentando em todo o mundo, fato que preocupa a toda comunidade da saúde. Antes, a susceptibilidade dessas doenças ficava a cargo da classe pobre do mundo. No entanto, essas doenças estão cada vez mais presentes na vida de muitas pessoas, sem distinção de classe e/ou sexo. Tudo isso inquieta os profissionais da saúde quanto aos riscos epidemiológicos, no entanto, os instigam para melhorar e aprimorar atividades que chamem atenção para esse problema de ordem educacional, econômico, social e, sobretudo de saúde. Mesmo sendo uma doença presente nos dias de hoje, sua discussão torna-se um tabu para a população, principalmente para a classe jovem. As pessoas ainda associam a transmissão das DST à relação sexual como única via de contágio. Contudo, é importante esclarecer que objetos compartilhados que ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 contenham secreções, transfusões sanguíneas, o parto, ou até mesmo pelo uso de seringas contaminadas e posteriormente compartilhadas configuram-se meios de transmissão (AZEVEDO, 2004). Pela própria evolução da humanidade os adolescentes têm suas experiências, em qualquer âmbito da vida, cada vez mais precoce, tornando-os um alvo vulnerável. Dessa forma, tornam-se então, a maior classe acometida pelas doenças sexualmente transmissíveis. Martins et al. (2006) revelam que aproximadamente 25%, incluindo todas as doenças sexualmente transmissíveis, são diagnosticadas em jovens de 25 anos. O gênero mais afetado é o feminino, sendo 40% mulheres infectadas pelo papilomavírus humano. Mais de 25% dos novos casos de HIV (Vírus da Imunodeficiência Adquirida) foram diagnosticados em jovens com menos de 22 anos. Essas altas taxas de novos diagnósticos, principalmente nos adolescentes, ligam o sinal de alerta para as consequências. Entre os problemas que surgem com o acometimento dessas doenças, podem ser destacadas a incapacidade reprodutiva (esterilidade), câncer de colo de útero, gravidez ectópica, entre outros fatores que colocam em risco a saúde e a vitalidade dos adolescentes em jogo. Algumas reflexões podem surgir diante desses fatores, como por exemplo, a ligação entre adolescentes e as DST‟s, emergindo assim, alguns questionamentos: Os adolescentes necessitam de informações sobre as DSTS? Os adolescentes têm oportunidades de serem orientados quanto à prevenção das DST? Caso tenham acesso a informações, de que forma a educação em saúde acontece? A abordagem utilizada na educação em saúde facilita a tomada de decisão do adolescente em se prevenir das DST? Portanto, partindo desses questionamentos, um grupo de acadêmicos de enfermagem do oitavo semestre de uma instituição particular, teve a iniciativa de proporcionar um momento de interação com adolescentes para discussão sobre as DST. Escolheu-se essa temática pela necessidade de abordá-la, possibilitando a troca de conhecimentos de senso comum e científico, e daí, construir uma base de reflexão, conhecimento e conscientização dos valores e das atitudes ao se confrontar com esta nova fase de suas vidas. O estudo tornou-se relevante para os adolescentes e para os acadêmicos de enfermagem pela interação obtida e o acesso as informações referentes às doenças sexualmente transmissíveis. Além disso, para os profissionais de saúde, esse relato de experiência poderá sensibilizar na adoção das práticas de educação em saúde como ações primordiais, sobretudo com um público jovem, em fase de descobertas e transformações do adolescer. É importante destacar também, a preocupação com a saúde desses adolescentes, pois a informação, pode mudar o curso da história e tira-los das estatísticas. OBJETIVOS: Proporcionar um momento de interação com os adolescentes para discussão sobre as DST‟s; abordar os adolescentes quanto as DST‟s e esclarecer as principais dúvidas quanto ao assunto e conscientizar sobre o uso do preservativo. MATERIAIS E MÉTODOS: Este estudo trata-se ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 de um relato de experiência de uma atividade de Educação em Saúde realizada a partir do Projeto de Extensão do Núcleo de Intervenção do Processo Ensino-Aprendizagem em Saúde (NIPEAS) do Curso de Enfermagem da Faculdade Leão Sampaio. A elaboração do projeto iniciou-se com discussões sobre a concepção de educação, das concepções pedagógicas e de sua ligação com a saúde, para de fato, escolher a temática e o público a serem abordados. O grupo optou em realizar uma intervenção educativa em saúde em uma turma de 3º. Ano do ensino médio de uma Escola Pública no município de Crato-Ceará. De acordo com Brêtas et al. (2009), a adolescência é uma fase com muitas transformações biológicas, psicológicas e sociais. É o momento de buscar identidade, autonomia, independência, vocação, etc. Também caracteriza-se em um período de maior risco para determinados infortúnios. O início da atividade sexual, muitas vezes sem a orientação adequada, pode ter consequências indesejáveis, como a gravidez não planejada e doenças sexualmente transmissíveis. Os pais terceirizam as informações para os filhos, à escola, quando se trata de sexualidade, por dificuldades em lidar com o tema por não terem vivido também a realidade de informações com os seus pais (BRETAS et al., 2009). Os mesmos autores acrescentam que os afazeres cotidianos fazem com que os pais tenham cada vez menos tempo para conversar com os seus filhos, o que prejudica a educação destes. O tema sexualidade fica então a cargo da escola ou dos amigos, quando deveria começar em casa, ser complementada pela escola e por profissionais de saúde capacitados para essa tarefa. Quanto mais próximos estiverem pais e filhos, menores serão os riscos de informações errôneas, além de sempre ser possível a transmissão de alguma experiência positiva para os mais jovens. Nas escolas, os programas educativos sobre sexualidade geralmente abordam o tema de forma mais genérica, além de ser insuficiente o espaço para tirar dúvidas. O importante é que as dúvidas sejam sempre esclarecidas, sem moralismo, evitando o distanciamento dos adolescentes e facilitando a adesão de práticas preventivas. Para a ação educativa, o grupo de acadêmicos, facilitadores, encaminhou um oficio solicitando à direção da escola a oportunidade de executar o projeto. Após o deferimento da autorização, agendou-se a atividade que ocorreu no mês de outubro de 2014. Para tanto, elaborou-se uma estratégia de ensino e um plano de aula. A primeira medida realizada foi a divulgação na escola em questão utilizando a comunicação visual, com a distribuição de panfletos e cartazes com palavras chaves para chamar atenção do público alvo. Dessa forma, gradativamente os adolescentes poderiam sentirem-se convidados a conversar sobre a temática. O segundo passo foi fazer um levantamento de estratégias, sobre como se daria a abordagem do tema escolhido, pois deveria ser focado, de fácil captação pelo público e de modo que não os intimidasse a participar das atividades. Outro ponto muito importante foi adentrar o universo do ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 adolescente, fazendo pesquisas de vídeos, textos e imagens que pudessem lhes chamar atenção, e não fazer com que fosse um fardo ouvir todas as informações que lhes seriam dadas. A partir de encontros dos integrantes do grupo, facilitadores do projeto e a professora orientadora, foi possível definir o plano de aula, ou seja, todo o curso do projeto. Ficando acertados: dinâmica, oficina, vídeos interativos, e o contexto do projeto através de slides. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Ao chegar à instituição, a equipe foi bem recebida e a direção logo encaminhou os facilitadores para a sala disponível para realizar as atividades, deixando tudo à disposição caso precisassem. A equipe logo tratou de organizar a sala, fazendo um círculo com as cadeiras, testando o Data Show, verificando a melhor posição para que os slides fossem bem visualizados pelos alunos. Com a chegada dos alunos, e todos acomodados, as atividades deram início com a apresentação da equipe, o nome do projeto, instituição e curso aos quais os facilitadores fazem parte, e o que os levou a desenvolver tal tema. Iniciamos com apresentação de Slides, e uma aula expositiva, momento de discussão sobre o assunto (tirando dúvidas). O conteúdo exposto era composto de imagens ilustrativas e ricas em informações claras, de fácil entendimento, deixando o público alvo atento, e participativo ao longo da palestra. Utilizou-se de vídeos como forma de ilustrar o que foi dissertado ao longo de toda palestra. Para Phillippi; Arone (2007), os cuidados de enfermagem devem ser voltados para alerta dos sinais e sintomas, orientações quanto ao tratamento, à atenção com os pacientes com doenças sexualmente transmissíveis em fase de contágio e fazer alerta quanto à prática da relação sexual com múltiplos parceiros. Todos esses cuidados e informações devem ser compatíveis com as pessoas que irão receber essas informações, ou seja, utilizar métodos de fácil aprendizado, explicando o que pode ocorrer a partir da doença contraída e o que é evitado quando se utiliza dos métodos certos de prevenção, como o uso do preservativo e um parceiro fixo. Houve uma oficina, com o auxílio de uma prótese do órgão genital masculino, sendo que o objetivo da atividade era repassar informações e instruir os adolescentes quanto ao uso correto do preservativo masculino, deixando-os livres para demonstrar suas dúvidas e representar como utilizam o preservativo nas suas vidas sexuais. Segundo Philippi; Arone (2007), o uso dos métodos preventivos das DST‟s dizem respeito principalmente à educação em saúde, atenção quanto à prostituição no âmbito da comunidade e acesso a informações de qualidade e esclarecedoras. Apesar do avanço tecnológico e científico a única forma de prevenir as doenças sexualmente transmissíveis é fazendo o uso do preservativo. O sexo seguro/protegido garante para os envolvidos a certeza e garantia de não vulnerabilidade e susceptibilidade de tais doenças. Para encerrar as atividades, realizou-se uma dinâmica intitulada “batata quente” – negociando o uso do preservativo – que funcionava da seguinte forma: uma bexiga ia passando de mão em mão até que a música ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 parasse, com isto, o adolescente com o balão selecionava um cartão que continha exemplos de episódios relacionados ao namoro e a vida sexual que possivelmente os adolescentes já tivessem vivido e/ou possam viver. Essa atividade instigava-os a responder como lidariam com aquela situação. Os envolvidos no projeto receavam a repercussão do assunto em questão, pois ainda era um assunto de difícil abordagem, e considerando o público alvo ser de adolescentes, essa apreensão era constate. No entanto, não houve dificuldades nem resistência por parte do público alvo. Tanto para iniciar quanto para desenvolver as atividades previamente preparadas os adolescentes mostraram-se interessados e satisfeitos com a oportunidade. A equipe de facilitadores, de um modo geral, ficou surpresa com a repercussão do assunto abordado. Queria-se que fosse instigante e dinâmico o assunto, mas a equipe sabia que podia encontrar um público difícil e disperso. Entretanto se surpreenderam com a disposição dos discentes quanto a ouvir, aprender e participar do processo ensino-aprendizagem. Ao longo de todo o curso das atividades os adolescentes pareciam ainda mais curiosos e interessados a saber sobre o assunto. Isso, motivava, satisfazia e envolvia o grupo no esclarecimento das dúvidas surgidas. Ao término dos trabalhos alguns alunos procuraram os facilitadores, reservadamente e confidenciaram dúvidas íntimas, anseios e experiências associadas à exposição das patologias estudadas. Ao final os adolescentes e coordenadores da instituição de ensino agradeceram a presença dos facilitadores e a iniciativa do projeto de extensão enfatizando a importância de abordar essa temática com os adolescentes. O papel enquanto facilitadores também foi concluído com sucesso, pois se conseguiu sensibilizar e alertar o público alvo sabre as patologias envolvidas no projeto. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Analisando as etapas das ações realizadas na intervenção, percebe-se que todas as ações planejadas se desenvolveram a contento. Então, pode-se concluir a obtenção de um saldo positivo para todo o desenvolver do projeto, desde a formulação da temática até o encaixe do modo dinâmico como seria abordado o assunto. Para os facilitadores do projeto foi definido como satisfatório à proporção que as atividades foram acontecendo, uma vez que por ser um assunto de difícil diálogo e conscientização pôde-se obter êxito ao refletir o máximo de informações com os adolescentes. Para o público, ficou a sensação de compreensão e desejo de outros momentos para discussão de suas demandas do adolescer. Espera-se com o relato da experiência da educação em saúde aqui descrito, possa demonstrar a importância para os acadêmicos, pois através da atividade de extensão, podese ter a oportunidade de exercitar a prática de educação em saúde com um público alvo semelhante ao esperado quando estiverem como profissionais enfermeiros. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 EDUCAÇÃO EM SAÚDE DURANTE O PRÉ-NATAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Camila Cíntia Abreu Santana, Universidade Federal de Campina Grande Cláudia Jeane Lopes Pimenta, Universidade Federal de Campina Grande Thiago Lívio Barbosa, Universidade Federal de Campina Grande Letícia Milena Freitas Silva, Universidade Federal de Campina Grande Ana Cláudia Moreira Santana, Universidade Federal de Campina Grande Antônio Carlos Alves Cartaxo, Universidade Federal de Campina Grande Palavras-chave: Pré-Natal. Educação em Saúde. Atenção Primária à Saúde. INTRODUÇÃO: A gestação é um acontecimento bastante significativo na vida da mulher, o qual é envolto por diversas transformações e modificações biológicas, psicológicas, sociais e econômicas, por desafios, anseios e significados intrínsecos a cada indivíduo. Neste período é comum a ocorrência de mudanças físicas e emocionais que influenciam direta e indiretamente e de forma positiva ou negativa, na escolha da gestante pelo acompanhamento do ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 pré-natal, sendo necessário que os profissionais de saúde ofereçam esclarecimentos às dúvidas e resposta às curiosidades, além de proporcionar apoio durante os momentos de medo, angústias e/ou fantasias (BRASIL, 2003). Os profissionais de saúde devem assumir uma postura de educadores, compartilhando conhecimentos e buscando criar um vínculo de confiança com a mulher, pois durante o pré-natal há um espaço oportuno para o desenvolvimento de ações de educação em saúde visando proporcionar um maior preparo dessa mulher para viver a gestação e o parto de maneira positiva, integradora, enriquecedora e feliz (SOUZA; ROECKER; MARCON, 2011). Nesse sentido, as ações educativas voltadas para a mulher em período gestacional apresentam-se como uma importante estratégia de promoção da saúde e incentivo à adesão/manutenção do acompanhamento de pré-natal. A promoção da saúde foi pactuada na Primeira Conferência Internacional sobre a Promoção da Saúde, documentada na Carta de Otawa, onde evidencia a importância do desenvolvimento de ações coordenadas entre os mais variados setores da sociedade a fim de criar estratégias que visem o aumento da capacidade dos indivíduos e comunidades para atuar na melhoria de sua saúde e qualidade de vida (SANTOS; PENNA, 2009). As ações educativas são referentes às atividades de educação em saúde com foco no desenvolvimento de capacidades individuais e coletivas que busquem a melhoria da qualidade e vida e de saúde de todos os envolvidos nesse processo. A educação em saúde não está relacionada apenas a processos de intervenção na doença, mas, de maneira primordial, a processos de intervenção a fim de propiciar estratégias que mantenham, promovam ou recuperem o estado de saúde daqueles indivíduos, uma conjuntura na qual estão envolvidos diversos elementos, tais como fatores orgânicos, psicológicos, socioeconômicos e espirituais (SOUZA; ROECKER; MARCON, 2011). A educação em saúde durante as consultas de pré-natal é uma ferramenta inovadora e bastante eficaz, haja vista que é um meio onde dos profissionais da saúde, principalmente os enfermeiros que realizam a primeira consulta gestacional, possam transmitir saberes, orientar sobre inúmeros aspetos relacionados à gravidez, parto e puerpério, e também esclarecer dúvidas tanto da mãe quanto dos familiares, o que contribui para uma maior autonomia no processo de cuidado (DUARTE; BORGES; ARRUDA, 2011). A assistência pré-natal garante uma atenção diferenciada para a mãe e para o bebê, tendo se apresentado, historicamente, como um dos principais focos da atenção à saúde da população. Tendo em vista a necessidade de ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 garantir uma atenção pré-natal de qualidade e reduzir os altos índices de morbi-mortalidade materna e fetal, foi criado, nos anos 2000, o Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento, que proporcionou melhorias no acesso, cobertura e qualidade do acompanhamento pré-natal, além da assistência à mulher e ao recém-nascido durante o parto e puerpério. Além desses benefícios trazidos pelo programa, também houve um grande incentivo à educação em saúde, fazendo com que esta vigorasse como um importante aspecto relativo ao pré-natal (CERON et al., 2013). A educação em saúde é algo que deve ser participativo, não se estabelecendo assim, de forma linear ou imediata, sendo caracterizada por uma construção constante e cotidiana, sempre se modificando e reinventando (SANTOS; PENNA, 2009). A partir disso, percebe-se que o papel de educador durante as consultas de pré-natal não é algo exclusivo do profissional de saúde, pois quando há o compartilhamento de informações, todos os envolvidos nesse processo se tornam tanto fornecedores quanto receptores de conhecimentos, gerando a construção de um saber próprio para cada indivíduo. OBJETIVO: O presente relato de experiência tem como objetivo descrever a experiência de enfermeiros, enquanto estagiários de uma Unidade Básica de Saúde do município de Cajazeiras-PB, durante a realização de atividades de educação em saúde com as gestantes atendidas no local. MATERIAIS E MÉTODOS: As atividades de educação em saúde foram realizadas com todas as gestantes que recebiam assistência pré-natal na Unidade Básica de Saúde onde os autores atuavam como estagiários, a qual era localizada na zona urbana do município de Cajazeiras – PB, no período de agosto a dezembro de 2014. A cidade de Cajazeiras está localizada no alto sertão paraibano, a 475 km da capital João Pessoa e apresenta uma população de 58.446 habitantes (IBGE, 2010). Este município apresenta uma rede de atenção primária à saúde composta por 16 Unidades de Saúde da Família, sendo 12 urbanas e quatro rurais, onde cada equipe é composta, em sua maioria, por enfermeiro, técnicos de enfermagem, médico, odontólogo, atendente de consultório dentário e agentes comunitários de saúde (CAJAZEIRAS, 2014). As atividades de educação em saúde ocorriam todas as terças-feiras, antes das consultas de pré-natal, nos períodos da manhã e da tarde, na sala de espera da respectiva unidade de saúde. Essas ações foram realizadas através de palestras, rodas de conversa, orientações e esclarecimento de dúvidas sobre os temas: alimentação saudável, atividade física específica para gestantes, mudanças ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 fisiológicas e emocionais, autocuidado, planejamento familiar, sinais de alerta durante a gravidez, sinais e sintomas do parto, tipos de parto e incentivo ao parto normal, importância do aleitamento materno e cuidados com as mamas, e cuidados com o recém-nascido, através de vídeos, interpretações teatrais e jogos de perguntas e respostas. Também foi elaborado um folder contendo as principais informações discutidas durante as atividades, a fim de complementar os conhecimentos adquiridos e houve distribuição de brindes, com o intuito de estimular ainda mais a participação do público-alvo. Ao fim de cada encontro sempre era solicitado que as gestantes escrevessem em um papel, de forma anônima, as suas dúvidas, críticas e sugestões de temas a serem abordados. RESULTADOS/ DISCUSSÃO: Durante as atividades de educação em saúde, observou-se que as gestantes se mostraram bastante receptivas e atentas a tudo que era discutido, sempre questionando e expondo as suas opiniões. Diante da participação destas mulheres, foi constatou-se que a maioria delas apresentava pouco conhecimento sobre o período gestacional, principalmente em relação à alimentação saudável e a prática de atividades físicas durante essa fase. Também evidenciou-se um grande número de mitos e crenças relacionados ao aleitamento materno e às mudanças fisiológicas durante a gravidez, os quais foram bastante discutidos nos encontros e foi incentivada a amamentação do recém-nascido, mediante a exposição dos benefícios dessa prática para mãe e filho. No decorrer dos meses em que foram desenvolvidas essas ações também foi identificou-se que a maioria das mulheres adotou as recomendações dadas, principalmente em relação aos hábitos alimentares saudáveis, além disso, o esclarecimento das dúvidas existentes resultou em um maior fortalecimento do vínculo entre profissional e paciente, tornando as consultas mais eficientes e prazerosas. A formação de um vínculo entre o profissional de saúde e a gestante favorece o desenvolvimento de ações voltadas às necessidades desta de uma maneira integral, não apenas direcionadas à saúde do bebê, mas proporcionando uma assistência à saúde da mulher de maneira holística, humanizada e intersetorial, o que facilita as relações interpessoais e tornam as ações de saúde em uma atenção de melhor qualidade (VIEIRA et al., 2011). O desenvolvimento de atividades de educação em saúde com as gestantes possibilitou a troca de experiências entre elas, gerando discussões e questionamentos sobre os temas apresentados, o que propiciou o compartilhamento de informações entre profissionais, gestantes e familiares, e não apenas o depósito de informações, resultando assim, em uma ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 maior segurança dessas mulheres em relação à consulta de pré-natal e a diminuição do número de evasão a cada mês. De acordo com Souza, Roecker e Marcon (2011), as gestantes sentem a necessidade de receber informações durante a assistência pré-natal, assim, quando o profissional assegura essa educação em saúde, elas se tornam multiplicadoras do conhecimento com as demais gestantes, pois ao trocarem vivências e saberes, geram importantes fontes transformadoras de suas limitações e necessidades, adquirindo maior segurança em relação ao domínio do seu corpo e poder de decisão sobre a sua gravidez. A criação de um espaço para o compartilhamento de experiências e vivências entre as gestantes, no âmbito grupal, representa uma condição indispensável, pois surgem como dispositivos que permitem elucidar dúvidas e incertezas, além de proporcionar a estas o contato com novos conhecimentos. Dessa forma, torna-se imprescindível que o educador e o educando percebam que devem agir mediante uma postura dialógica, aberta, curiosa e indagadora durante o processo de comunicação, evitando agir de maneira apassivadora e opressora da curiosidade do outro (SANTOS; PENNA, 2009; SOUZA; ROECKER; MARCON, 2011). Após o contato com as gestantes e a realização das atividades de educação em saúde, percebeu-se a importância dessas ações antes e durante as consultas de pré-natal, visto que possibilita a criação de um espaço dinâmica de compartilhamento de saberes e vivências entre todos os atores envolvidos nesse processo, havendo assim, a necessidade de realizar outras atividades de educação em saúde com esse público-alvo. CONSIDERAÇÕES FINAIS: a partir da vivência dos enfermeiros nessa Unidade Básica de Saúde, percebeu-se a importância de realizar as atividades de educação em saúde com as gestantes, visto que essas mulheres, e também seus familiares, se mostraram bastante interessados nos temas abordados durante os encontros. Além disso, as ações desenvolvidas nessa casa de saúde também geraram grandes benefícios para as gestantes assistidas naquele local, pois uma grande parte destas adotou hábitos alimentares saudáveis, os quais refletiram, direta e indiretamente, na sua qualidade de vida e satisfação com o período gestacional. Em relação aos profissionais de saúde, percebeu-se um maior entrosamento entre estes e as gestantes, uma vez que, durante as consultas de pré-natal, as mulheres se sentiam mais seguras e confiantes para discutir e argumentar sobre seus medos, anseios e frustrações, o que criou e/ou fortaleceu o vínculo com aquela comunidade. Para os estagiários dessa unidade, as experiências adquiridas ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 durante as atividades de educação em saúde foram bastante valiosas e fundamentais para o aprendizado pessoal e profissional, pois possibilitou a criação de um elo entre o conhecimento teórico-científico adquirido na universidade e o conhecimento popular adquirido com as gestantes, o que gerou a construção, reconstrução e a transformação de saberes, resultando em um grande enriquecimento para todos os participantes. Espera-se que este relato das experiências vividas pelos autores possa subsidiar o desenvolvimento de novas ações visando uma assistência pré-natal mais humanizada, de qualidade, integral e intersetorial, proporcionando benefícios diretos e indiretos para profissionais, gestantes, familiares, comunidade e para a sociedade em geral. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE NO PERÍODO CARNAVALESCO EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO Ítala Keane Rodrigues Dias, Universidade Regional do Cariri Julia Mota Farias, Universidade Federal do Ceará Érica Oliveira Matias, Universidade Federal do Ceará Maria Naiane Rorim Nascimento, Universidade Regional do Cariri Palavra-chave: Promoção da Saúde. Enfermagem. Escola. Educação em Saúde. Doenças Sexualmente Transmissíveis. INTRODUÇÃO: O Carnaval brasileiro é considerado uma das maiores festas populares do mundo em que a população fica exposta a estímulos exacerbados de risco e vulnerabilidade como, por exemplo, uso e abuso de bebidas alcoólicas, acidentes de trânsitos, e relações sexuais desprotegidas (SILVA, 2008). Neste período, o trânsito torna-se também mais violento e consequentemente o número de vítimas é maior que nos dias normais do ano, assim como há um aumento dos riscos de gravidez indesejada, infecções por Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST‟s), HIV/AIDS, o que justifica e reforça a importância do desenvolvimento de campanhas preventivas neste período (PASSOS et al., 2010). A ideia das campanhas neste período justifica- ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 se e na hipótese de que como há maior exposição às situações de vulnerabilidade, deve-se também intensificar estratégias educativas com o público que fica mais exposto aos riscos (PASSOS et al., 2010). Para tanto, o Ministério da Saúde (MS) desenvolve todos os anos inúmeras campanhas no sentido se sensibilizar a população a terem comportamentos seguros e facilitar o acesso aos serviços de diagnóstico e a insumos (PORTO, 2005). O público alvo dessas campanhas são os adolescentes e os adultos jovens, pois constituem fases da vida que apresentam diversas peculiaridades que a tornam repleta de riscos que podem influenciar negativamente em suas condições de saúde, principalmente em períodos festivos como o carnaval, causando aumento da demanda nos serviços de saúde, contribuindo para inúmeras repercussões para os níveis de saúde. Portanto, este público constitui um grupo estratégico para o desenvolvimento de ações educativas e preventivas no enfoque da promoção da saúde (MALTA et al., 2012). Dentre os espaços para a realização de ações de promoção da saúde o ambiente escolar representa um espaço privilegiado para a realização e implementação dessas ações em especialmente aqueles que promovam a qualidade de vida dos participantes, pois além de ser um espaço para construção do conhecimento, há como prerrogativa legal o incentivo governamental para que se ofereça nesse âmbito o esclarecimento formal sobre temáticas transversais (BRASIL, 2000; MAIA et al., 2012). A Educação em Saúde consiste numa estratégia de aprendizagem sobre saúde, que envolve a capacidade permanente ou disposição para mudança de cada sujeito, compreendida como atividade principal da promoção da saúde para desenvolver autonomia, responsabilidade das pessoas e comunidades com sua saúde, além de ser uma prática social crítica e transformadora amplamente utilizada na prevenção de agravos (GUBERT et al., 2009). OBJETIVO: Desta forma, este estudo objetivou descrever uma estratégia educativa para promoção da saúde sobre os riscos durante o período carnavalesco em uma Instituição de Ensino Federal. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência de uma estratégia educativa. A atividade foi realizada durante o mês de Fevereiro de 2015, pelos profissionais que compõem a equipe de Assistência Estudantil do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Campus Tauá, nos turnos da manhã e tarde com o propósito de abranger uma quantidade máxima de alunos e servidores. A equipe multiprofissional é composta por: Enfermeira, Psicóloga, Assistente de Alunos, ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 Assistente Social e Pedagogos. A instituição é composta por docentes; Técnicos Administrativos; Profissionais terceirizados; e aproximadamente 135 discentes matriculados, em sua maioria adolescentes e adultos jovens. A instituição oferta, atualmente, dois cursos um de nível Superior (Tecnologia em Telemática) e outro de nível técnico (Agronegócio). Como recurso para desenvolver a estratégia educativa foi elaborado um mural, previamente, para ficar exposto nas dependências do campus ornamentado em estilo carnavalesco contendo preservativos masculinos, que poderiam ser retirados, e cartazes com informações diversificadas relacionadas aos riscos do consumo e abuso de álcool e drogas, uso de preservativos e transmissão de DST´s, HIV/AIDS. O propósito do mural foi de caráter informativo e proporcionar que as pessoas fossem estimuladas pela curiosidade a adquirir preservativos de fácil acesso e sem burocracias. Na medida em que os preservativos eram retirados havia a sua reposição no mural pela equipe da Assistência Estudantil. No dia em que a estratégia educativa foi realizada, utilizou-se: um jogo sobre mitos e verdades, como recurso educacional; preservativos femininos e masculinos para ser feita demonstrações do uso correto; acessórios e fantasias carnavalesca para os participantes; e o auxilio de uma caixa de som tocando marchinhas de carnaval, esses dois últimos foram utilizados para proporcionar um aspecto lúdico e festivo na instituição. O jogo era composto de vinte e seis afirmações em um folheto de cores diversificadas, espalhadas em uma mesa para que cada participante pudesse escolher uma e responder se a afirmativa correspondia a uma verdade ou um mito sobre as seguintes temáticas: métodos contraceptivos, ingestão de drogas e bebidas alcoólicas, gravidez indesejada, formas de transmissão e de prevenção das DST´s, HIV/AIDS. Aqueles que justificassem a afirmativa de forma correta recebia como brinde um preservativo. Observou-se que o mural foi uma estratégia que alcançou os resultados esperados, pois houve uma alta demanda na procura pelos preservativos, na medida em que era necessário fazer a sua reposição periodicamente. Dessa forma, por ter um atrativo no local as pessoas eram motivadas a ir até o mural e assim ter acesso às informações que estavam nos cartazes. Porto (2005) ressalta que é surpreendente a abrangência dos anúncios veiculados em cartazes, em um estudo realizado por ele revelou que as mensagens da Campanha de Carnaval divulgadas por esse meio aparecem em segundo lugar entre os meios mais eficazes, sendo lembradas por grande parte das pessoas, além disso, é considerado o canal da mídia que alcança ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 uma distribuição mais uniforme. Existem indícios de que os anúncios de campanhas divulgadas por este meio contribuíram para reforçar algumas atitudes, especialmente no que se refere à afirmação da responsabilidade dos jovens na aquisição de preservativos. Para que a estratégia de disponibilização de preservativos não fosse realizada de forma isolada foram somadas outras estratégias no dia da atividade educativa, como a demonstração da correta utilização dos métodos e a discussão sobre as vantagens do método. Percebeu-se que o preservativo masculino não despertou interesse dos participantes, talvez por ser mais comum e de fácil acesso, em contra partida, o preservativo feminino chamou bastante atenção, em vista que muitos afirmaram nunca terem visto, outros mencionaram que apenas viram, mas não sabia como ser utilizado, o que despertou um grande interesse dos alunos e dos funcionários em conhecê-lo e aprender a forma correta do seu uso. Observou-se que esse interesse partiu de ambos os gêneros. Dessa forma, na medida em que era demonstrado como usar o preservativo através de imagens e simulações também se deu ênfase a sua vantagem, fazendo com que muitos tivessem interessem, pois durante e após a atividade alguns solicitaram o preservativo. Pode-se explicar a falta conhecimento em relação a este método devido a sua pouca disponibilidade nos serviços de saúde e até mesmo no comércio. Isso foi notado através da verbalização de uma servidora em que afirmou que tinha vontade de usar, mas nunca encontrava pra comprar. Segundo Oliveira et al. (2008) e Santos et al. (2005) as mulheres, em geral, tem pouca ou nenhuma experiência com os métodos de barreira intravaginais, sendo fundamental intervenções educativas que promovam a adesão e a colocação correta da camisinha feminina. Esse método é mais aceito por mulheres que conheçam seu corpo e tenham domínio sobre a forma correta de usa-lo, pois uma das principais dificuldades das mulheres para utilizar o método e a falta de intimidade com seu próprio corpo, provavelmente por questões culturais e de gênero. Mesmo que o preservativo feminino não esteja disponível na unidade de saúde é dever do profissional prestar informações sobre ele, pois cabe a sociedade civil organizada exercer o controle sobre o cumprimento da pactuação para a sua aquisição. Uma pesquisa realizada no Brasil com mulheres sobre a aceitabilidade do preservativo feminino demonstrou elevadas taxas de adesão, de continuidade de uso e de aceitabilidade do método após terem participado de um grupo para receber informações. A mesma pesquisa ainda identificou que os parceiros referiram ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 algumas vantagens desse método, como não apertar o pênis, ser confortável e não ter preocupação com a colocação, e como aspecto negativo afirmaram a interferência na estética: e feio e/ou estranho (BRASIL, 1999). Diante disso, evidencia-se a necessidade de ações que possam fornecer mais acesso a informação sobre os métodos contraceptivos para a população, principalmente para as mulheres, para que estas possam ter a autonomia de poder optar pela melhor forma de prevenção, fortalecendo dessa forma o autocuidado e os seus direitos sexuais e reprodutivos. As fantasias foram bem aceitas tanto pelos alunos como pelos servidores, ao som de marchinhas de carnaval os participantes se envolveram na atividade, postaram fotos nas redes sociais registrando a participação e o propósito da atividade. Quanto ao jogo de mitos e verdade, a maioria dos jovens participou da atividade. Houve aqueles que participaram mais de uma vez, demonstrando interesse tanto nas informações como ao brinde, que era um preservativo. A estratégia de premiação foi positiva por estimular a participação dos jovens. DISCUSSÕES: Assim, quanto mais questionamentos feitos a um participante mais oportunidade de conhecimentos e reflexão sobre as temáticas abordadas eram proporcionados. Muitas afirmações foram respondidas de forma correta, porém houveram algumas que foram respondidas incorretamente pela maioria, como por exemplo, “Usar duas camisinhas ao mesmo tempo previne duas vezes mais as DST’s e a gravidez”; “Ingerir bebidas alcoólicas melhora o desempenho sexual”; “As mulheres são mais sensíveis aos efeitos do álcool que os homens”. Esses achados evidenciam que ainda há lacunas sobre alguns aspectos dos temas abordados, o que pode representar uma vulnerabilidade para esta população, tornando-os expostos a situações de riscos. Ao responder essas afirmações de forma incorreta, muitos participantes justificavam a resposta por já ter escutado anteriormente de algum amigo ou familiar, com isso observa-se que muitas vezes o aspecto cultural é errôneo. Camilo et al. (2009) mencionam que a maioria dos jovens tem pouco ou nenhum conhecimento sobre as DST‟s, alguns sabem informações básicas, como o modo de transmissão e doenças mais frequentes, mas surgem dúvidas sobre os métodos anticoncepcionais e a gravidez, o que pode ser um reflexo da carência de informações na escola e na família, e de conhecimento adquirido sem fundamentação científica. Dessa forma, através das manifestações dos participantes, há necessidade de estratégias mais frequentes e eficazes de promoção da saúde ainda sobre os temas abordados, que possam desvelar e ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 desmistificar as dúvidas e as informações incorretas, proporcionando capacidade de melhor cuidado com a saúde. Conclui-se que a atividade proposta alcançou o seu objetivo por proporcionar na instituição um momento lúdico de aprendizagem, discussão, reflexão e sensibilização de todos sobre os riscos inerentes as festividades, como o uso de álcool e outras drogas, gravidez precoce, uso de métodos contraceptivos e sobre as DST‟s, HIV/AIDS, fazendo com que os participantes pudessem ter atitudes de forma consciente e saudável, minimizando as ações que possam trazer consequências desastrosas e grandes repercussões para as suas vidas. As ações visando estratégias preventivas sobre o uso de álcool e drogas e em saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes e adultos jovens necessitam considerar comportamentos de lazer e festas comuns desse público, juntamente a fatores comportamentais ligados a essas situações, criando-se estratégias que reduzam riscos aos agravos à saúde. A partir desta ação se evidenciou a necessidade da inclusão de ações periódicas realizadas no IFCE Campus Tauá referente às temáticas abordadas, principalmente pelo profissional enfermeiro do Campus que deve possuir habilidades e capacitação que possam proporcionar diálogo e orientações de medidas preventivas tanto para os alunos como para os demais que compõem e instituição. A vulnerabilidade aos agravos de saúde, bem como as questões econômicas e sociais, nas suas vertentes de educação, cultura, esporte, lazer e outros, determinam a necessidade de atenção mais específica e abrangente aos jovens, proporcionando direito à saúde através do acesso a informações e ao conhecimento de forma universalizada, hierarquizada e regionalizada, dentro dos preceitos do Sistema Único de Saúde (SUS). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Este estudo servirá para que sejam repensadas outras ações e propostas a serem realizadas em situações distintas, por trazer aspectos que precisam ser mais explorados. O contexto em que a atividade foi realizada, ambiente escolar, se mostrou favorável para se trabalhar conhecimentos, habilidades e mudanças de comportamento, pois é local em que os jovens permanecem o maior tempo do seu dia, tornando-se, propício e adequado para o desenvolvimento de ações educativas e de promoção da saúde. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO FRENTE À UTILIZAÇÃO DE ÓLEOS VEGETAIS Alex Araújo Rodrigues, Faculdade de Santo Augusto Paula Suene Pereira dos Santos Cícera Luciana da Silva Sobreira, Faculdade Integrada de Patos Maria do Socorro Nascimento de Andrade, Faculdade Leão Sampaio Regiane Clarice Macêdo Callou José Diogo Barros, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Óleos Vegetais. Cicatrização de Feridas. Cuidados de Enfermagem. INTRODUÇÃO: As feridas são definidas como soluções de continuidade que podem vir a comprometer a integridade tissular, podendo até mesmo chegar a atingir a parte mais profunda da pele, que venha a ser resultado de qualquer trauma (BORGES; DONOSO; FERREIRA, 2011). O interesse pelo tratamento das lesões cutâneas data de séculos atrás, podendo-se perceber quão numerosa é o arsenal científico acerca do assunto, o que remeteu a um grande avanço no conhecimento de diferentes tipos de lesões, de processo de reparação do tecido lesado e, também propiciou uma criação de produtos para ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 serem utilizados na busca do reestabelecimento de tais lesões (FERREIRA et al., 2011). A existência de inúmeros produtos no mercado torna a escolha do curativo, muitas vezes uma decisão desafiadora. Por isto faz-se necessário que o profissional considere alguns fatores, tais como: o tamanho, a etiologia, localização, risco ou mesmo a presença de infecção na lesão; fatores que estão agregados ao cliente, por exemplo: estado nutricional daquele, preferências, doenças de base, controle de dor; e, por último pode-se citar os fatores ligados ao próprio curativo: vantagens, desvantagens, facilidade de uso, indicação, contraindicações (PEREIRA; BACHION, 2005). Dentre os diversos produtos utilizados do mercado torna-se importante ressaltar a utilização de óleos de origem vegetal para o tratamento de feridas. Estudos mostram que a utilização desses óleos em ferimentos é bastante comum em países da América Latina, como é o caso do Brasil, sendo que os Ácidos Graxos Essenciais (AGE) mais utilizados são o oléico, linoléico e linolênico. No entanto, o uso de produtos que contenham AGE em sua formulação não é tradição em países como os Estados Unidos (FERREIRA, 2012; MANHEZI, BACHION, PEREIRA, 2008). Os ácidos graxos essenciais proporcionam a formação de novos vasos sanguíneos, processo conhecido como angiogênese, e promovem a quimiotaxia (atração de leucócitos), mantendo o meio úmido e conseqüentemente acelerando o processo de granulação tecidual, o que facilita a entrada de fatores de crescimento, promovendo a mitose e a proliferação celular, aumentando desta forma à permeabilidade da membrana celular, além de auxiliarem no debridamento autolítico e de agirem como bactericidas para s. aureus (MANHEZI, BACHION, PEREIRA, 2008; FERREIRA; SOUZA; RIGOTTI, 2011). A enfermagem mostra-se peça fundamental no auxílio do tratamento de feridas independentemente de serem agudas ou crônicas, estes atuam, da mesma forma, procurando adotar medidas preventivas no que se relaciona ao surgimento de novos ferimentos e possíveis complicações que podem atuar desfavoravelmente no tratamento e futuro reestabelecimento do cliente. (SILVA, SILVA, 2013). OBJETIVOS: Realizar uma revisão integrativa da literatura, objetivando-se perceber a efetividade dos óleos vegetais no tratamento dos ferimentos cujos resultados virão a acrescer e subsidiar os profissionais de saúde, em especial os enfermeiros que detém como uma de suas competências o cuidado e tratamento das lesões. OBJETIVO: Assim, o objetivo deste trabalho foi procurar identificar a efetividade dos ácidos graxos essenciais no reestabelecimento, no tratamento das lesões cutâneas. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 MATERIAIS E MÉTODOS: O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura nacional, de caráter descritivo e natureza qualitativa, onde foram analisados artigos científicos disponíveis nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e na Bibioteca Virtual da Saúde (BVS), e que tinham como tema central a utilização de óleos vegetais na cicatrização de feridas, em especial o AGE. Assim, para a busca do material foram utilizadas as seguintes palavras-chave: óleos vegetais, cicatrização de feridas e cuidados de enfermagem. Os artigos foram analisados durante os meses de Março e Abril de 2015, foram encontrados 53 artigos e após a leitura dos títulos e resumos dos mesmos viu-se que apenas 18 eram pertinentes aos objetivos propostos, sendo utilizados como fontes de informação. Para Cervo e Bervian (2002) pesquisa descritiva é aquela em que o pesquisador apenas descreve seu objeto de estudo, sem interferir no mesmo. Já para Lakatos e Marconi (2010) a pesquisa qualitativa é aquela que passa a aferir informações acerca das características mais intimas do comportamento humano e delas extrai suas interpretações. RESULTADOS/DISCUSSÃO: A pele é o maior sistema orgânico do corpo, se caracteriza por ser extremamente importante para a vitalidade humana. A presença desta proporciona a formação de barreiras entre os órgãos e o ambiente externo, sendo atribuída a este órgão também funções orgânicas vitais, entre elas as funções de proteção, regulação da temperatura, equilíbrio hídrico, sensação, produção de vitamina e resposta imune. (BRUNNER; SUDARTH, 2014). Uma interrupção da integridade do tecido corpóreo, independentemente de serem maior ou em menor extensão, denomina-se ferida. Esta pode ser desencadeada por qualquer tipo de trauma seja ele físico, mecânico, químico ou causada por causas clínica, que alertam a defesa orgânica para realizar o contra ataque. As feridas são mais comumente classificadas em agudas ou crônicas o que se relaciona com o tempo exigido por tal ferimento para a reparação tissular. As primeiras citadas podem ser originadas de cirurgias ou mesmo de traumas, a reparação tecidual acontece no tempo esperado, visto que não há complicações. As feridas crônicas são as que demonstram qualquer tipo de complicação, o que acaba retardando o processo da cicatrização (BLANES, 2004). O processo de recuperação tecidual engloba dois mecanismos, quais sejam eles: a regeneração e a cicatrização (BLANES, 2004; MÖRSCHBÄCHER; GARCEZ; CONTESINI, 2012; RODRIGUES, 2011). A reparação da pele apresenta uma estreita regulação ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 que depende da sinalização da lesão e do envolvimento correto de inúmeros tipos celulares. Àquela pode ser melhor modulado por ácidos graxos, a estes são advindas inúmeras vantagens, entre tais destacam-se: estes são substâncias que possuem baixo custo, ao se utilizar um curativo oleoso este acaba por servir como barreira protetora contra microrganismos, o que evita uma possível desidratação, há a manutenção da temperatura corpórea e uma notável diminuição de constantes traumatismos que acontecem quando da troca de curativos, estudos apontam o importante caráter imuno modulador de tais substâncias e mostram que uma deficiência nutricional de ácidos graxos chega até mesmo a retardar o curso do processo cicatricial (BORGES; DONOSO; FERREIRA, 2011; HATANAKA; CURI, 2007). O processo de cicatrização engloba uma série de eventos que visam o reestabelecimento do tecido lesado. Tal processo é divido em três fases, quais sejam: a inflamação, a formação de tecido de granulação, onde há nesta fase a deposição de matriz extracelular e, por fim ocorre a remodelação do tecido. Este é um processo complexo que envolve a interação de inúmeros componentes tanto bioquímicos quanto celulares, que acontece de forma espontânea, mas que se intermediada por artifícios tende a ocorrer de forma mais rápida e a apresentar melhores resultados (HATANAKA; CURI, 2007; RODRIGUES, 2011). A terapia tópica engloba desde a limpeza adequada até o desbridamento, escolha do tipo de curativo a ser realizado de acordo com as características da ferida. Existem diversos tipos de ácidos graxos, mas nos óleos vegetais os mais encontrados são o linolênico, o oleico e o linoleico. Aqui no Brasil, apenas o ácido linolênico encontra-se presente em formulações que fazem referência aos ácidos graxos essenciais (AGE).São os ácidos linoleico e o linolênico os mais importantes no que se refere ao tratamento de feridas. Estes são AGE, visto que os mamíferos não os conseguem sintetizar, por não possuírem a enzima delta-9 dessaturase. (FERREIRA et al, 2011). Produtos a base de AGE para se tratar ferimentos podem conter mais de um AGE, acrescidos de outros substâncias como vitamina A, E e lectina de soja, estudos mostram que as vitaminas A e E contêm propriedades antioxidantes e não permitem que radicais livres ataquem a célula. A lectina tem como função a manutenção da hidratação dos tecidos, por isso é tido como um agente protetor. Estes produtos podem ainda ter em sua composição as formulações de cadeia média (TCM). Estes são úteis como fonte de nutrientes, solventes, além de agirem tanto no tratamento quanto na prevenção de dermatites amoniacal e úlceras por pressão, pois formam ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 barreiras tópicas, o que não permite a maceração tissular, possui grande capacidade de regeneração tissular e proporciona alívio logo após a primeira aplicação, assim tem-se aumentado a resposta imune, acelerado o processo inflamatório e como consequência há um estímulo ao processo de cicatrização por meio da angiogênese e epitelização, o que acaba permitindo a entrada de fatores de crescimento na célula lesionada (FERREIRA et al, 2011). Os efeitos dos ácidos graxos têm sido especulado desde a vigência da década de 70. É de competência dos AGE promoverem a atração de leucócitos (quimiotaxia) e a angiogênese que caracteriza-se pela formação de novos vasos sanguíneos, ainda mantém o meio úmido, facilitam a entrada de fatores de crescimento, aceleram o processo de granulação tecidual, promovem a mitose, agem na membrana celular, o permitem um aumento de sua permeabilidade, são bactericidas para S. aureus e auxiliam o debridamento autolítico (BORGES; DONOSO; FERREIRA, 2011; FERREIRA; SOUZA; RIGOTTI, 2011). Os cuidados de enfermagem a clientes que se encontram com problemas dermatológicos vão desde a administração de medicamentos tópicos, ou mesmo sistêmicos até a escolha e posterior troca de curativos no dia a dia a fim de se alcançar os principais objetivos da terapêutica que se solidificam em: evitar qualquer lesão adicional, prevenir infecções, reverter processo inflamatório ali instalado e também proporcionar o alívio dos sintomas. (BRUNNER; SUDARTH, 2014). A enfermagem sempre esteve agregado o papel de principal cuidador, em especial das de lesões cutâneas, por ventura apresentadas pelo cliente, desde seu surgimento como ramo profissional. É desta a competência tanto de avaliação da lesão quanto na posterior prescrição do tratamento mais adequado, além de orientar e supervisionar toda equipe de enfermagem envolvida na execução daquele curativo. Como se tem alcançado muito no que se refere à tecnologia aplicada na área do cuidado aos portadores de feridas houve uma ascensão quanto aos produtos e métodos utilizados o que aponta para uma constante necessidade de busca por um melhor preparo técnico-científico condizente com as novas tendências e perspectivas, pois apenas se conhecendo o que há a disposição no mercado é que se pode oferecer ao cliente um tratamento eficaz que vise o seu total reestabelecimento (BRUNNER; SUDARTH, 2014). CONCLUSÃO: Conclui-se que os durante séculos houve na sociedade um interesse em relação ao tratamento de lesões cutâneas e que isso proporcionou o surgimento de diversos produtos voltados para o tratamento de feridas, entre elas os óleos ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 vegetais em especial o AGE que é utilizado desde a década de 70 desempenhando papel fundamental na angiogênese e na aceleração no processo de granulação tecidual e consequentemente recuperação do tecido lesado. No entanto é importante salientar que escolher o tipo de curativo adequado necessita de um amplo conhecimento do profissional, que passará a levar em consideração diversos fatores relacionados as características das lesões e ao estilo de vida do cliente, proporcionando desta forma que a escolha do produto favoreça a cicatrização do ferimento o mais rápido possível. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A enfermagem nesse processo se configura como sendo de extrema importância, na medida em que, esta profissão possui um caráter cuidador, sendo responsável desde muito tempo pelo tratamento das lesões cutâneas, assumindo desta forma a responsabilidade de avaliação das lesões e escolha do tratamento adequado, bem como pela orientação e supervisão da equipe que realiza o curativo, no intuito de evitar o surgimento de novas lesões, de prevenir infecções e de reduzir os sintomas associados, além de acelerar o processo cicatricial com o uso do curativo adequado. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 PROMOÇÃO DA SAÚDE PARA COM ADOLESCENTES: ANÁLISE DE UM PROCESSO EDUCATIVO Rosely Leyliane dos Santos, Maria de Fátima Antero Sousa Machado. Palavras-chave: Promoção da Saúde. Adolescente. Educação em Saúde. INTRODUÇÃO: Reporta-se que a ideia de Promoção da Saúde foi veemente divulgada e discutida a partir do entendimento referente ao conceito ampliado de saúde. Neste, vislumbrou-se como um processo amplo que não significava somente a ausência de doenças mas também envolve aspectos biológicos, psicológicos, culturais e sociais. Neste sentido, a Promoção da Saúde destacou-se por representar estratégias que propiciam a saúde do indivíduo proporcionando a melhoria da qualidade de vida dos usuários. Dentre os grupos da população, salienta-se a adolescência por permear um fase com características peculiares. Neste pressuposto, a adolescência corresponde a uma fase do ciclo biológico caracterizada por inúmeras descobertas e limitações, uma vez que ocorrem mudanças no desenvolvimento físico, mental, psicológico e social. Acrescenta-se a isto a necessidade das descobertas e de indagações que esta faixa etária possui em relação a si mesmo. Requerendo pois, deste modo, uma dispensação de atenção de forma mais precisa a este grupo populacional, uma vez que estes estão cotidianamente mais expostos a inúmeras situações de risco como drogadização, marginalização social. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 Compreendendo-se que é exatamente neste contexto que o adolescente está inserido e em virtude desta exposição, estes se tornam continuamente mais vulneráveis. Parecem estarem expostos ao risco de gravidez não planejada, infecções sexualmente transmissíveis, consumo de drogas lícitas e/ou ilícitas, evasão escolar, dentre outros. Desta forma, utilizar-se de atividades e ações de Educação em Saúde, constitui-se um dos principais meios para se conseguir com eficiência, ferramentas à promoção da saúde a estes aspectos apresentados. Já que a educação em saúde representa uma das mais importantes ferramentas, no campo da promoção da saúde, uma vez que privilegia a participação do usuário, desencadeando um processo de coresponsabilização conjunta e pode ser considerada uma estratégia de inserção social além de promover a troca de experiência entre os indivíduos envolvidos. No que concerne ao desenvolvimento de atividades de educação em saúde, aponta-se aos adolescentes como grupo de faixa etária que merece especial dispensação de práticas educativas que favoreçam a mudanças no comportamento e adoção de hábitos saudáveis. Favorece deste modo, a participação e estímulo a adoção de medidas saudáveis. Salienta-se ainda, a necessidade de destacar que para a realização e desenvolvimento destas atividades há que se planejar coerentemente as ações e atentar para o públicoalvo em questão. A utilização adequada da linguagem e dos recursos materiais que podem ser trabalhos devem ser cuidadosamente analisados a fim de que favoreçam o processo educativo. Neste sentido, faz-se alusão a necessidade de se valorizar as políticas públicas que se referem à promoção da saúde dos adolescentes e se constituem como de fundamental relevância para a adoção e prática das ações e dos serviços que estão relacionadas e/ou direcionados à promoção e prevenção da saúde deste público-alvo. Visto que as políticas públicas em saúde direcionam e orientam às práticas de trabalho com os diversos segmentos populacionais. E destas, as que se relacionam aos adolescentes fomentam acerca de valorização destes jovens no espaço social que estão inseridos, propiciam às práticas em saúde integradas e articuladas com outros setores sociais, favorecendo deste modo, ao cuidado holístico a estes. Valorizam ainda a prática da humanização, além de recorrerem veemente acerca da necessidade de práticas educativas para a melhoria da saúde destes sujeitos. Neste pressuposto, são políticas públicas idealizadas tendo em vista a singularidade e peculiaridade dos sujeitos, sendo fundamentais no entendimento do cuidado aos adolescentes. Face ao exposto, ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 reafirma-se a recorrente importância de trabalhar atividades de educação em saúde. E desta forma, imperioso é evidenciar que estas devem ser articuladas entre todos os integrantes, desde facilitadores aos integrantes; ou seja, deve envolver todos os sujeitos envolvidos durante a atividade educativa que proporciona a promoção da saúde destes jovens. OBJETIVO: Neste sentido, este estudo objetivou conhecer a percepção dos facilitadores no que se refere à participação deste em um processo educativo direcionado aos adolescentes. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se um estudo do tipo descrito, exploratório, com abordagem qualitativa. Tendo como sujeitos, facilitadores de um processo educativo direcionado aos adolescentes. Estes, atuavam em um projeto de extensão universitária que dentre suas atividades educativas, realizavam atividades de educação em saúde com o público em discussão. Desta forma, definiu-se como critério de inclusão na pesquisa os seguintes aspectos: ser membro do projeto de extensão; estar participando de forma assídua das reuniões ofertadas pelo projeto de extensão, ser facilitador da oficina. Os critérios de exclusão adotados referem-se: não ter realizado nenhuma atividade educativa, como membro, do projeto de extensão universitária. A pesquisa foi desenvolvida durante os meses de setembro a dezembro de 2013. Desta forma, quatorze informantes fizeram parte deste estudo e foram identificados segundo a denominação: Facilitador representados pela letra F seguidos de numeração arábica de acordo com a ordem de tratamento da análise de dados. Como instrumento para a coleta de dados desta pesquisa, utilizou-se um roteiro de entrevista semiestruturada com questionamentos condizentes ao objeto de estudo requerido. Foi aplicada pela pesquisadora responsável, após devidamente acordados e estabelecidos o horário da entrevista com os informantes, sendo realizada de forma individual e em local reservado sem interferências sonora e nem visual. Salienta-se ainda que para a realização da entrevista foi utilizado um aparelho gravador digital, após devidamente aceite pelo informantes, e posteriormente realizou-se a transcrição manual das entrevistas com a finalidade de permitir a fidedignidade dos registros. Os dados coletados foram organizados em categorias temáticas, utilizando-se a análise temática por conteúdo; as quais foram subsidiadas pelas falas dos participantes, e destas, temas foram retirados para conduzir a análise. Com isto, procedeu-se a leitura e organização dos depoimentos. Para análise de dados, utilizou-se a literatura pertinente que versava sobre o contexto abordado. Os aspectos éticos e legais da pesquisa foram respeitados. A todos ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 os informantes, antes da aplicação da entrevista, foi esclarecido e explicado o principal objetivo da pesquisa e após estes aceitarem participar voluntariamente da pesquisa, foi solicitada a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Destacou-se acerca do respeito à recusa em participar da pesquisa, às respostas dos entrevistados; e, garantido a estes o anonimato das informações reveladas. Sendo que esta pesquisa foi submetida para avaliação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Regional do Cariri, recebendo a aprovação pelo parecer: 328.962. RESULTADOS/DISCUSSÃO: No que se refere ao tempo de atuação no projeto de extensão universitária, com vista a conhecer sobre a participação dos entrevistados; houve uma variação considerável. Já que este tempo de participação e atuação no projeto de extensão predominou de 01 a 02 anos para onze dos facilitadores. Outros três relataram estar no projeto entre o período de 03 a 04 anos. A categoria temática emergida refere-se a: Envolvimento dos facilitadores na realização do processo educativo para com os adolescentes. Para a composição desta, foi inquirida acerca das relações de envolvimento entre os sujeitos durante a ocorrência do processo educativo realizado para o público adolescente. Destaca-se, a unanimidade de resposta dos facilitadores, já que a maioria dos depoimentos, afirmaram que havia o envolvimento e a participação dos facilitadores no processo educativo, conforme percebe-se nos relatos que se seguem: “Sim. Porque a gente procura trabalhar de uma forma que cada um possa aparecer, digamos assim, dentro do trabalho. Cada um desempenha um papel, aparece, interage, complementa, traz nova informação ou até mesmo supre aquela informação que a gente esquece. Então a gente procura trabalhar de forma que todos tenham uma efetiva participação na oficina” (F-4). Sobre isto, outro entrevistado afirma: “[...] A gente vai fazendo trabalho mesmo de equipe, de complementação, um ajuda o outro na hora que fazemos a atividade de educação em saúde” (F-6). Para outro facilitador, afirmou: “Sim, participam. Cada um ficava com um tema, mas nos ajudamos e todos participam[...] falam suas ideias, participam” (F-8). Outro depoente enfatiza que: “Todos participam. Porque cada um tem uma... uma tarefa. A gente divide tarefas. Cada um fica com uma parte da oficina. [...] Entendeu? Mas, cada facilitador também quando um precisa de auxílio, no seu tema, ou esquece de alguma coisa ou pra complementar; a gente também tá sempre ajudando, um ao outro” (F-11). Acerca da participação dos sujeitos, outro entrevistado esclarece: “Sim. Todos os facilitadores se envolvem [...]. Ai ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 cada uma falava de uma coisinha, todas tinham suas perguntas pra fazer, mas uma ajudava a outra. Nós somos unidas, e todos participam[..] porque a gente estimula os...os adolescentes a pensar [...], eles falam e perguntam muito durante nossa atividade” (F-12). Contudo, um dos facilitadores, do processo educativo entrevistado, afirmou que este processo não era efetivo em sua oficina e lamentou através do depoimento. Eis o relato: “Não, infelizmente. Eu percebo que esse processo de envolvimento isto vai muito do seu querer trabalhar de fato com adolescentes... Trabalhar com adolescente não é fácil [...] então eu vejo que os acadêmicos faltam, não justificam [...] Pra mim o facilitador é esse elo entre o conhecimento que foi produzido pelo aluno e o que de fato é pra ser passado; e tem muita gente no grupo que faz de qualquer jeito, falta você gostar do que faz. Por isso eu acredito que nem todos se envolvem”. (F-9). Em se tratando da participação e envolvimento dos facilitadores no processo educativo, enaltece-se a necessidade que esta participação ocorra de forma consistente visto que o envolvimento ativo dos facilitadores parece ser importante na condição deste processo. Observa-se ainda que podem surgir dúvidas e outros questionamentos no momento da aplicação da atividade educativa, fato este que pode ser solucionado por um ou outro facilitador. Isto, confirma-se quando um dos entrevistados pontua este acontecimento. Outro fator importante encontrado, refere-se a participação efetiva de todos os facilitadores na atividade de educação em saúde direcionadas aos adolescentes, em que os facilitadores dividem as responsabilidades evitando que um ou outro fique sobrecarregado no desempenho eficaz de suas atividades. Ou seja, isto é fundamental na realização do trabalho em equipe. Destaca-se ainda que a divisão de tempo, espaço e tarefas; é pois importante na condução do processo de educação em saúde. A necessidade de união entre os facilitadores do processo educativo ao adolescente também foi outro questionamento importante encontrado. Pois há a importância da união para a integração e efetividade do momento educativo. Embora, em um processo de educação em saúde direcionada ao adolescentes, é importante não somente que ocorra a participação dos facilitadores e principalmente dos sujeitos adolescentes para esclarecerem dúvidas e questionamentos que lhe são pertinentes. Deste modo, quando um dos entrevistado faz a alusão a este fator, é importante considerar que o processo educativo, de fato, proporcione a participação dos envolvidos. Permitindo a escuta e interação entre os adolescentes para que estes possam esclarecer ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 dúvida e valorização de suas experiências. Nessa perspectiva, inserido nesse processo educativo, o facilitador se torna um dos principais sujeitos responsáveis pela concretização dessa interação, primando assim, o trabalho em equipe entre seu grupo. O relacionamento é fundamental e parece contribuir para a superação das dificuldades que por ventura vierem a surgir. Neste entendimento, percebe-se que o trabalho em equipe favorece a contribuição dos diferentes elementos que se configuram no processo educativo, favorecendo nesta ótica a eficiência dos resultados pretendidos para com as atividades de educação em saúde. Embora, um dos entrevistados, tenha afirmado sobre a fragmentação em seu grupo de trabalho para com os adolescentes, afirmando que não ocorre de maneira efetiva; revelando até que alguns dos facilitadores que integram o desenvolvimento das atividades educativas, parecem realizar o trabalho sem o devido compromisso e por isto, afirma que nem todos os facilitadores se envolvem nas atividades educativas. Destacou ainda que alguns dos facilitadores, de seu grupo, faltam sem observarem a questão de justificar esta ausência e/ou não se comprometem na atividade educativa; proporcionando uma atividade fragmentada. Reafirma ainda que o trabalho com os adolescentes requer esforço, dinâmica e dedicação pois é um grupo singular no processo de educação em saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo desenvolvido permite inferir ainda que na maioria do desempenho das oficinas educativas há uma significativa atuação e participação de todos os facilitadores. Sendo este, importante fator encontrado no estudo tendo em vista que ainda propicia a realização efetiva do trabalho em equipe pelos facilitadores da atividade educativa. Logo, estimular a participação dos adolescentes parece ser fundamental. Visto que estes remetem a experiências peculiares além de valorizar as vivências destes, expondo diversos contextos do qual estão inseridos. Contudo, é necessário destacar que quando esta participação não ocorre de forma efetiva entre os membros da atividade educativa não se permite a eficácia pretendida e pode resultar em discrepância entre os sujeitos, além de não favorecer e se permitir o trabalho em equipe. Por isso, enaltece-se a necessidade de realização de atividades de educação em saúde direcionadas aos adolescentes de forma integrada entre todos os envolvidos da atividade para se favorecer a promoção da saúde dos sujeitos envolvidos. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À UMA GESTANTE DE ALTO RISCO: UM ESTUDO DE CASO Maria Williany Silva Ventura; Estephani Vitorino Correia da Silva; Gabriela Duarte dos Santos; Natana de Morais Ramos ; Rachel Cardoso de Almeida; Simone Soares Damasceno; Palavras-chave: Gravidez de Alto Risco. Pré-Eclâmpsia. Enfermagem. INTRODUÇÃO: Gestar deve ser um processo fisiológico que estabelece mudanças tanto físicas como emocionais. Essas mudanças visam a obtenção de um desenvolvimento fetal adequado, até chegado o momento do nascimento. Porém, algumas gestações, podem se tornar patológicas em seu decorrer por inúmeros fatores (BRASIL, 2010). As gestações de risco são as principais causas de morte materna e fetal, o Ministério da Saúde afirma que no Brasil no ano de 2014 ocorreram 1.124 casos de óbitos maternos declarados sendo que destes 792 foram por causas obstétricas diretas. Das causas obstétricas diretas o maior percentual encontrado foi na região Nordeste (292 casos que equivale a 36% do total). Por esse motivo evidenciase a necessidade de assistência de qualidade a gestação, parto e puerpério. (BRASIL, 2014). Gestação de Alto Risco é “aquela na qual a vida ou a saúde da mãe e/ou do feto e/ou do recém-nascido apresentam maiores probabilidades de evolução desfavorável que as da média da população ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 considerada”. (BRASIL, 2010). Dentre os fatores considerados para determinação de uma gestação de alto risco podemos citar alguns: idade inferior a 17 e maior que 35 anos; Altura menor que 1,45 m; Peso menor que 45 kg e maior que 75 kg; Dependência de drogas lícitas ou ilícitas; Gestação múltipla; Pré-eclâmpsia e eclampsia; Diabetes gestacional; Nuliparidade e Multiparidade (BRASIL, 2010). A assistência a gestante de alto risco no Brasil vem passando por transformações no sentido de proporcionar redução das complicações associadas a esta condição. Ressalta-se que desde o ano 2000 foram traçadas metas para o desenvolvimento do milênio para reduzir as desigualdades e melhorar o desenvolvimento humano, dentre elas está a redução dos índices de mortalidade materna e infantil até o ano de 2015 (BRASIL, 2009). Em estudo realizado em um hospital de Porto Alegre foram comparadas as características das gestantes em quatro décadas e percebeuse que a partir do ano 2000 houve um crescimento do número de gestantes de alto risco (MARQUES et al., 2012). Quanto a atuação do enfermeiro, é reconhecida sua importância, visto que realiza o pré-natal em atenção básica e deve ser capaz de identificar supostos problemas que possam afetar o transcorrer normal da gestação, ademais o enfermeiro também realiza cuidados indispensáveis na assistência hospitalar a gestantes de risco. Salienta-se ainda a necessidade estabelecer vínculo com a gestante durante todo o processo de acompanhamento da gestação e parto, acolhendo, retirando dúvidas e orientando os principais cuidados durante esta fase garantindo uma assistência de qualidade e uma evolução satisfatória das gestações (OLIVEIRA; MADEIRA, 2011). Neste estudo de caso abordar-se-á a assistência de enfermagem a uma gestante de alto risco, cujos fatores determinantes para esta condição foram: gestação gemelar, parto prematuro, história de aborto anterior e hipótese diagnóstica de pré-eclâmpsia leve. Serão apresentados os três primeiros passos do processo de enfermagem, a saber: histórico, diagnósticos de enfermagem e planejamento da assistência. A relevância deste relato de caso é evidenciada pela necessidade de garantir assistência efetiva as gestações de alto risco reduzindo a morbimortalidade materno fetal. OBJETIVOS: Sistematizar a assistência de enfermagem e traçar o plano de cuidados para um caso de uma gestação de alto risco em uma maternidade do interior cearense. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo de caso, descritivo e de abordagem qualitativa, desenvolvido em uma maternidade do município de Juazeiro do Norte-Ce durante os estágios da ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 disciplina de Enfermagem no Processo de Cuidar da Saúde da Mulher. Segundo Araújo et al (2008), "O estudo de caso é uma abordagem metodológica de investigação especialmente adequada quando procuramos compreender, explorar ou descrever acontecimentos e contextos complexos". A coleta de dados foi realizada no mês março de 2015, por acadêmicas de enfermagem da Universidade Regional do Cariri- URCA. Realizou-se o histórico de enfermagem com dados relativos a anamnese e exame físico e consultas ao prontuário da paciente para coleta de informações que não foram obtidas durante a entrevista. A partir desses dados foram planejadas as ações da assistência de enfermagem. Para o levantamento dos diagnósticos, metas e intervenções de enfermagem foram utilizadas respectivamente as seguintes taxonomias: NANDA (Classificação dos Diagnósticos de Enfermagem)- NOC (Classificação dos Resultados de Enfermagem) – NIC (Classificação das Intervenções de Enfermagem). Ressalta-se que foi obtido consentimento da paciente para participação neste estudo, após esclarecida sobre a pesquisa e seus objetivos. Ademais, para realização desse trabalho também foram realizadas buscas de artigos científicos na Biblioteca Virtual em Saúde – BVS utilizando os seguintes descritores: Gravidez de alto risco, Pré-eclâmpsia, Gemelaridade, Prematuridade e Enfermagem. Os critérios de inclusão dos artigos foram: artigos em português e disponível na íntegra. A partir dessa análise identificaram-se 54 artigos dos quais 18 foram utilizados. RESULTADOS/DISCUSSÃO: A partir do levantamento de dados formulou-se o histórico da paciente: F. T. S, 33 anos, gestação gemelar G4 P2 A1 (1º parto vaginal a termo; 2º abortamento; 3º gemelar em que ocorreu um óbito fetal intraútero, e o segundo gêmeo veio a óbito no período neonatal por complicações decorrentes da prematuridade, visto que a gestação findou-se com 33 semanas). A paciente é procedente de Juazeiro do Norte-CE, doméstica, em união estável. Com história pregressa de pré-eclâmpsia e elevação dos níveis pressóricos no pré-natal. Admitida na maternidade no dia 16/03/2015 com hipótese diagnóstica de pré-eclâmpsia leve. Apresenta IG 36 semanas e 1 dia segundo a USG do 1º trimestre, 1º feto: 2.313g, dorso à direita e 2º feto 2.324g com dorso à esquerda, ambos com situação longitudinal e apresentação cefálica. Exames solicitados: Hemograma, Ureia, Creatinina, Acido úrico, Bilirrubina total e frações, TGO, TGP e DHL. Após a análise laboratorial percebeu-se os níveis elevados de proteinúria 24h (1.145 mg/24h valor de referência: 20 à 150mg/24hs) e desidrogenase láctica (616 UI/L valor ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 de referência: 115 à 225 UI/L). A partir destes achados obteve-se o diagnóstico médico de Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG). Permaneceu internada em observação por 8 dias, apresentando níveis pressóricos variados, período no qual realizou terapêutica anti-hipertensiva e uso corticosteroides para o amadurecimento dos pulmões fetais. Paciente foi orientada a permanecer em repouso no leito em decúbito lateral esquerdo com intuito de favorecer o retorno venoso e obter melhores resultados pressóricos. Submetida a cesárea no dia 23/03. Após a realização do procedimento cirúrgico, a mesma foi encaminhada para o Alojamento Conjunto, onde foi possível dar continuidade a assistência de enfermagem. Neste momento a paciente encontrava-se em estado geral bom, consciente, orientada, hidratada, normocorada. Ao exame físico: Mamas com presença de colostro bilateralmente, mamilos protrusos. A puérpera no momento da sua avaliação queixou-se de que um dos recém-nascidos encontrava-se muito sonolento e por esse motivo não havia, até o momento, amamentado. Apresentava a eliminação dos lóquios sanguinolentos em quantidade moderada, útero palpado a abaixo da implantação da cicatriz umbilical, ferida operatória limpa e sem sinais flogísticos. Paciente encontrava-se utilizando peça íntima bastante compressiva. Edema em membros inferiores ++/4, sinal de Bandeira e Homans negativos. Sinais vitais: PA: 100x60; FR: 18 rpm; Pulso: 92 bpm; T: 35,6°C. A partir da analise do histórico pode-se obter os seguintes diagnósticos de enfermagem considerando a assistência ao final da gestação e ao puerpério imediato: Risco de lesão materna relacionado à disfunção de um órgão ou de um sistema causada por elevação da pressão sanguínea; Amamentação Ineficaz relacionado à reflexo de sucção do lactente insatisfatório evidenciado por sonolência e resistência do lactente em apreender a região areolar-mamilar com a boca; Volume de líquidos excessivo relacionado à excesso de líquidos nos MMII evidenciado por edema com sinal de cacifo positivo ++/4; Dor aguda relacionada à procedimento cirúrgico evidenciada por comportamento de proteção e relato verbal de dor; Risco de Infecção relacionado ao procedimentos invasivos e aumento da exposição ambiental a patógenos. Foram traçadas as seguintes metas, respectivamente: A gestante deverá apresentar redução dos níveis pressóricos; O lactente irá desenvolver padrão alimentar satisfatório para suprir as necessidades metabólicas; Paciente irá apresentar redução do volume de líquidos. A puérpera irá relatar a diminuição da dor; A puérpera irá evoluir sem quadro de infecção. Para alcançá-las, as ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 respectivas intervenções: Avaliar constantemente a gestante em relação aos níveis pressóricos. Recomenda-se que a gestante mantenha repouso no leito em decúbito lateral esquerdo; Orientar a mesma com relação a alimentação, diminuindo a ingesta de alimentos ricos em sódio. Mostrar a mãe a forma correta da pega e a posição que o lactente deve encontrar-se durante o aleitamento. Estimular a sucção do RN; Recomendar a puérpera a observar o tempo de sono e acorda-lo quando necessário; Estimular a deambulação precoce; Aconselhar a elevação dos membros inferiores; Administrar analgésico conforme prescrição médica; Ensinar técnicas de relaxamento para o desvio do foco na dor; Indicar a utilização de roupas intimas não compressivas; Avaliar a ferida operatória quanto a sinais flogísticos e aumento da exposição ambiental a patógenos; Orientar a retirada do curativo compressivo durante o primeiro banho após a cesárea; Orientar que a ferida operatória deve ser higienizada apenas com água e sabão neutro.Percebeu-se que os resultados deste estudo se assemelham quanto a alguns diagnósticos de enfermagem encontrados em outras pesquisas, a exemplo do estudo de Herculano et al. (2011) que encontrou a presença dos seguintes diagnósticos no puerpério imediato: “Dor aguda”, “Ansiedade”, “Risco de intolerância a atividade”. Aguiar et al. (2010) também destacou o “Risco de infecção”, “dor aguda” e “Baixo autoestima situacional”. A assistência de enfermagem vai além dos diagnósticos, metas e intervenções, ela requer um olhar humanizado levando sempre em consideração os aspectos subjetivos do ser. Oliveira, Madeira e Penna (2011, p. 52-54) revelam o medo e insegurança das gestantes de alto risco “As gestantes vivem na dúvida, na inconstância, na incerteza, não sabem o que acontecerá com elas ou com seus filhos numa situação considerada de alto risco.” CONSIDERAÇÕES FINAIS: O presente estudo descreveu as três primeiras etapas do processo de enfermagem a uma gestante de alto risco, a partir delas percebemos quais os fatores determinantes, as manifestações, principais cuidados a serem implementados e as medidas cabíveis para prevenção de possíveis complicações relativas a esta condição. Com base nos artigos selecionados para a revisão de literatura e discussão, verificou-se a constância de alguns diagnósticos de enfermagem em gestações de alto risco e puerpério imediato. Percebeu-se que a utilização do processo de enfermagem é um método eficaz no sentido de identificar os problemas reais ou potenciais e agir precocemente evitando danos nas gestações de alto risco. Após a execução do plano de cuidados proposto neste ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 estudo observou-se o progresso em relação a amamentação ou seja o recém nascido apresentou melhora quanto a pega e sucção. A paciente em seu internamento apresentou a estabilização dos níveis pressóricos. Entretanto, ressalta-se que algumas medidas poderiam requerer maior tempo e contato com a puerpéra no sentido de alcançar os demais resultados esperados. A realização deste estudo reitera a pertinência da sistematização da assistência de enfermagem e sua validade nas situações de alto risco gestacional. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DO TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO Kamille Rodrigues Freire Lopes, Faculdade Leão Sampaio Rosanny Souza Brito, Faculdade Leão Sampaio Gabryelle Pacheco Teles, Faculdade Leão Sampaio Kátia Monaisa de Sousa Figueiredo. Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Traumatismo Cranioencefálico. Epidemiologia. Perfil de Saúde. INTRODUÇÃO: De acordo com a Classificação Internacional de Doenças da OMS onde se denomina como Causas Externas-CEs, os agravos à saúde resultantes de agressões, acidentes, traumas e lesões; dessa forma podem se caracterizar de forma acidental (quedas, envenenamentos, afogamentos, acidentes de transito, de trabalho e outros tipos) e intencional (como agressão, lesões autoprovacadas, homicídios e suicídios Em relação à natureza da lesão, se engloba os envenenamentos, ferimentos, fraturas, traumas e queimaduras, entre outros (MELO et al., 2011). Trauma é o evento decorrente de causas externas, essas podem ser desejáveis ou indesejáveis, com diferentes incidências e mecanismos de lesão, que irá atingir o individuo neles envolvido, causando-lhe assim, algum dano ou lesão (IMAMURA, 2012). Na atualidade o trauma tem sido um motivo de grande discussão, sendo uma das principais causas de morbimortalidade dessa forma é descrita como um problema de ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 saúde pública, pois afeta a grande faixa etária ativa da população; por sua vez o principal trauma que mais causa vítima é o craniano (GAUDÊNCIO E LEÃO, 2013). O Trauma Crânio Encefálico (TCE) é uma agressão ao cérebro que não possui natureza degenerativa ou congênita, mas causada por uma força física externa, que suscita lesão anatômica e/ou comprometimento funcional do couro cabeludo, crânio, meninges ou encéfalo (MAIA et al., 2013) OBJETIVO: analisar os casos em determinadas localidades brasileiras e dessa forma traçar um perfil epidemiológico. MATERIAIS E MÉTODOS: Nesse sentido o estudo se propõe a realizar uma analise dos perfis epidemiológicos dos casos de Trauma Crânio Encefálico TCE em diferentes localidades do país, a fim de identificar a população mais suscetível e sintetizar um único perfil. Este estudo e do tipo de revisão sistemática da literatura onde ira abordar a produção nacional acerca do perfil epidemiológico do TCE, com o objetivo de analisar os casos em determinadas localidades brasileiras e dessa forma traçar um perfil epidemiológico. As revisões sistemáticas são estruturadas para serem de forma metódica, explícita e passível de reprodução, desse modo, esse tipo de estudo serve para que se possa nortear o desenvolvimento de projetos, indicando novas vertentes para futuras investigações (SAMPAIO E MANCINI, 2007). Para elaboração desse artigo utilizou-se os descritores Trauma Crânio Encefálico, Epidemiologia, Acidentes e Causas Externas em português nas seguintes bases de dados: LILACS (Literatura em Ciências da Saúde), SCIELO (Scientific Eletronic Library Online) e BVS Enfermagem (Biblioteca Virtual em Saúde). Observou-se durante a pesquisa o grande interesse pela temática nos últimos 07 anos, devido os diferentes estudos acerca do TCE, essa pesquisa compreendeu os anos de 2007 a 2014 e foi realizada em Setembro de 2014. Após a seleção dos descritores para a pesquisa, ocorreu um levantamento dos estudos que continhas esses descritores. Dessa forma ocorreu à finalização da seleção dos artigos, posteriormente realizaram-se buscas avançadas pelos estudos, compreendendo a leitura de títulos, resumos e objetivos, com intuito de selecionar apenas os estudos com enfoque no estudo, excluindo aqueles que não correspondiam com a temática em estudo. Desse modo, obteve-se uma amostra de dezesseis (16) estudos científicos, no qual somente 11 foram analisados. RESULTADOS/DISCUSSÃO: O primeiro aspecto a ser analisado foi a Unidade Federativa na qual os estudos sobre traumatismo cranioencefálico foram realizados, notou-se uma maior quantidade na região nordeste com 4 pesquisas equivalentes a 36% da amostra; a região sul com 2 ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 pesquisas 18% ; região norte com 1 pesquisa 9% e sudeste com 3 pesquisas 27%; além de outra que se referia a todo o Brasil. Em relação ao local de pesquisa 95% foi intra- hospitalar e 5% banco de dados. Ao se tratar de período observou-se uma predominância no ano de 2013 com 04 publicações (36%), em segundo o ano de 2010 com 03 publicações (27%), e os demais anos apenas com uma publicação, 9% para cada. Ainda que a causa principal do traumatismo cranioencefálico varie entre diversas localidades, temos os acidentes de transito e as quedas como as suas causas mais frequentes. A etiologia do trauma varia de acordo com a susceptibilidade, que leva em consideração não somente a fase de desenvolvimento, como também suas características comportamentais e individuais; como também a faixa etária, onde se pode observar que em crianças prevalecem os acidentes domésticos, os esportivos e as quedas; e já nos adolescentes e adultos jovens os acidentes de transito e as agressões se sobressaem; e nos idosos as quedas e os acidentes domésticos (LIZ et al., 2012; IMAMURA, 2009). O predomínio do sexo masculino como vitima de TCE é corroborado por diversos autores, e esta relacionado com os acidentes por meios de transporte, principalmente os motociclísticos, podendo ser justificado pelo aumento significante do número de veículos circulantes e a alta frequência de comportamentos imprudentes, atingindo assim a faixa populacional de maior produtividade. Quando se trata de crianças seus fatores de risco geralmente estão relacionados por serem naturalmente mais curiosas, propensas a exploração do meio ambiente, incapazes de distinguir o perigo, sem possuírem noções de risco, sendo incapazes de agirem de forma segura (IMAMURA, 2009). No estudo realizado no município de Barbalha foi apontado que as causa de TCE mais frequente em crianças e pré-adolescentes são as quedas, já nos adolescentes temos os acidentes de motocicletas; isso se da pelos valores culturais e sociais atribuídos aos homens dando-lhes mais liberdade para realização de atividades. Devido a essa liberdade ofertada muitas vezes o ambiente domiciliar se torna mais favorável a ocorrência de quedas, em virtude das situações de perigo existentes no lar (FILHO et al., 2010). Nos adolescentes e adultos jovens os fatores de risco destacam se devido a fatores inerentes a juventude, vitalidade, força e velocidade, a sua aptidão para desempenhar diversas atividades, o inicio de sua independência, cujos estes fatores associam-se a imprudência, tornando- os mais propensos aos acidentes (IMAMURA, 2009). Observou-se que no estado do PI ocorreu a prevalência do ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 sexo masculino nos casos de TCE leve, moderado e grave constatando que o maior número de casos se da na faixa etária de 21 a 40 anos, seguido pela faixa etária de 10 a 20 anos; tendo como as idades de menor representatividade os menores de 10 anos e os maiores de 60 anos. Tratandose da causa do TCE temos os acidentes de moto em primeiro lugar, seguido dos atropelamentos e de quedas da própria altura. As causas menos relatadas foram os acidentes devido à arma de fogo, tentativas de suicídio e maus tratos (LOPES et al., 2013). Em idosos os fatores de risco se sobressaem devido a sua idade, onde naturalmente apresentam maiores fragilidades, enfermidades, diminuição da coordenação motora, instabilidade visual e postural. Pode estar relacionado também a falta de alguém que possa auxiliá-lo, contribuindo pra a minimização dos acidentes que na sua grande maioria é decorrente de quedas (MELO et al., 2011). CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo sobre a epidemiologia do TCE mostrou-se bastante relevante. Nele, observou-se que as maiorias dos casos de TCE eram em faixas etárias ativas, predominantemente do sexo masculino, porém nem todas as causas eram decorrentes de acidentes motociclísticos, mas também de quedas da própria altura. O sexo masculino é o mais suscetível no que refere-se a TCE, devido a estes dados é necessário maior empenho no que diz respeito a saúde do homem, podendo colocar em praticas as medidas preventivas relacionadas a esse gênero. Conclui-se que é de suma importância a atuação do sistema de saúde municipal e estadual, possibilitando a criação e implantação de estratégias de prevenção e aperfeiçoamento no que diz respeito a Traumatismo Cranioencefálico, para que se possa obter uma diminuição dos casos e consequentemente uma redução de gastos, além de evitar os casos de óbitos que ocorre numa fase ativa de produção intelectual e de trabalho. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 IMPORTANCIA, AVANÇOS E DESAFIOS NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE: UM RESGATE DA PRODUÇÃO BIBLIOGRÁFICA NO BRASIL Cicera Kassiana Rodrigues Vieira ,Faculdade Leão Sampaio Erika Sobral da Silva, Faculdade Leão Sampaio Milena Alencar Brasil, Faculdade Leão Sampaio Ana Maria Machado Borges. Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Serviços de Saúde. Gestão dos Serviços de Saúde. Atenção Primária à Saúde. INTRODUÇÃO: A rede de atenção à saúde é a articulação entre serviços e sistemas de saúde, e as relações entre atores que aí atuam, mediante relações de interdependência entre os pontos da rede (MENDES, 2010). A ideia de rede está implícita nos princípios e diretrizes do SUS assim como na Lei n° 8080/90, que dispõem sobre as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde, bem como a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes. Ainda coloca sobre funcionamento de uma rede regionalizada e hierarquizada, apontando no seu Art. 10º arranjos organizacionais para as redes locorregionais através de consórcios intermunicipais e distritos de saúde como forma de integrar e articular recursos e aumentar a cobertura das ações, devendo esta assegurar os princípios de universalidade do acesso, equidade e integralidade. Desta forma, a rede de ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 Atenção à Saúde é fundamental para garantir acesso universal dos cidadãos aos serviços e ações de saúde, de acordo com suas necessidades e para oferecer atenção integral. Sendo assim, os usuários do SUS usam esta rede em busca de garantir atenção a sua saúde, e, portanto necessitam que a articulação entre as redes seja eficaz para garantir que suas necessidades sejam atendidas (SILVA, 2011). A rede de atenção à saúde é constituída por três elementos, que são: população, estrutura operacional e modelo de atenção à saúde. Existem ainda os fundamentos e atributos que juntos são fundamentais para o funcionamento da rede e essenciais para efetividade de suas ações, contribuindo assim para o alcance dos princípios e diretrizes do SUS (BRASIL, 2012). A atenção básica é considerada a porta de entrada ao sistema e o primeiro nível de atenção, e esta faz a interligação com outros pontos da rede sendo responsável por coordenar o caminhar dos usuários pelos outros pontos de atenção da rede, quando suas necessidades de saúde não puderem ser atendidas somente por ações e serviços da atenção primária e de manter o vínculo com estes usuários, dando continuidade às ações de saúde, mesmo que estejam sendo cuidados também em outros pontos de atenção da rede (BRASIL, 2012). Desde a criação do SUS viu-se a necessidade de constituição de uma rede de atenção à saúde. Também, os desafios para construir e trabalhar na rede de atenção, necessitando assim da compreensão, apoio e participação dos usuários do SUS no fluxo e na articulação da rede para uma maior efetividade, pois a rede só consegue se concretizar se houver atores políticos comprometidos com sua efetividade tais como gestores, trabalhadores da saúde e usuários (DOBOW, 2013), para um efetivo funcionamento da rede de atenção à saúde, é necessário vencer muitos obstáculos e desafios, pois ainda se vê grandes dificuldades na sua organização, onde os principais são financiamento, gestão, orientação dos serviços da atenção primária de saúde baseada na população, políticas da atenção primária e valorização social (Brasil, 2012). OBJETIVO: Identificar as produções científicas sobre redes de atenção à saúde. MATERIAIS E MÉTODOS: esta pesquisa trata-se de uma revisão sistemática. Para busca dos artigos, utilizou-se a base de dados do Scielo. As buscas foram feitas durante o mês de Março de 2015, com a utilização do seguinte descritor: rede de atenção à saúde. Foram encontrados 140 artigos. A partir daí utilizou-se como critérios de inclusão: artigos publicados em português e que tiveram conformidade específica com a gestão dos serviços de saúde e excluídos os artigos ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 tratassem das assistência a populações específicas como, idoso, criança, gestantes, entre outros. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, selecionaram-se 16 artigos. A coleta de dados seguiu as seguintes etapas: leitura exploratória de todo material selecionado, leitura seletiva e registro de informações extraídas das fontes em instrumento previamente elaborado pelas autoras, coletando-se as seguintes informações: autor(es), título, ano, revista, objetivos, tipo de pesquisa e principais resultados. A análise de dados foi realizada a partir de uma leitura analítica com a finalidade de ordenar as informações contidas nas fontes, de forma que estas possibilitassem a obtenção de respostas ao estudo sugerido. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Na primeira fase do estudo foram encontrados 140 artigos, após análise deste material, verificou-se que 16 dos artigos foram satisfatórios de acordo com os critérios estabelecidos. Ao analisar o material, percebeu-se que 100% (16) dos estudos foram realizados no Brasil. No que se refere ao ano de publicação, notou-se que 6,25% (1) dos estudos eram de 2004, 6,25% (1) de 2007, 18,75% (3) de 2010, 18,75% (3) de 2011, 25% (4) de 2012, sendo este o ano onde foram publicados mais artigos; 12,25% (2) de 2013, 12,25% (2) de 2014, e 6,25% (1) de 2015. Relacionado ao delineamento metodológico, percebeu-se que 12,25% (2) dos estudos utilizaram a abordagem quantitativa, 18,75% (3) apresentaram abordagem qualitativa, 50% (8) apresentaram revisão de literatura, sendo este o método mais adotado, 6,25% (1) apresentaram uma reflexão crítica, 6,25% (1) apresentaram estudo de caso e 6,25% apresentaram abordagem avaliativa. No que diz respeito às revistas que publicaram os artigos, percebemos que 50% (8) dos artigos foram publicados na Revista Ciência e Saúde Coletiva, sendo esta a revista que mais publicou. 6,25% (1) foram publicados na Revista de Saúde Coletiva, 6,25% (1) foram publicadas na Revista de Enfermagem, 6,25% (1) foram publicados no Caderno de Saúde Pública, 6.25% (1) foram publicados na Revista Saúde e Debate, 6,25% foram publicados na Revista Eletrônica Gestão e Saúde, 6,25% (1) foram publicadas na Revista Panam Salud Pública, 6,25% (1) foram publicadas na Revista Brasileira Saúde Materna Infantil Recife, 6,25% (1) foram publicadas na Revista Saúde Pública, e 6,25% (1) foram publicados na Saúde Soc. São Paulo. Como principais resultados, foi possível perceber que a maioria dos artigos apresenta estratégias para a melhoria do serviço, sendo um total de 50% (8 artigos) que abordam este tipo de assunto, onde relatam que ter organização no serviço, apresentar negociação dos papéis, novas soluções para velhos problemas, ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 avaliar se está tendo ou não melhoria do serviço, são adaptações necessárias indispensáveis para que o sistema venha a apresentar uma maior qualidade. Uma boa qualidade das redes de atenção à saúde pode melhorar a condição clínica, os resultados sanitaristas dos usuários e diminuir os custos dos sistemas (SILVA, 2011). Para tanto, identificou-se três aspectos julgados importantes na consolidação e melhoria da qualidade das redes de atenção à saúde, inicialmente a integralidade no seu sentido vertical, que pressupõe a busca das necessidades dos usuários a partir de um olhar integral, procurando captar holisticamente o que pode beneficiar sua saúde nos seus contatos com os diferentes pontos do sistema. O segundo seria a integralidade horizontal, no qual se evidencia que as respostas às necessidades dos usuários geralmente não são obtidas a partir de um primeiro ou único contato com o sistema de saúde, havendo necessidade de contatos sequenciais, com diferentes serviços e unidades, e monitorização do trajeto de uns aos outros. O último aspecto diz respeito à interação entre políticas públicas e, portanto, à intersetorialidade. Logo se percebe que as redes de atenção não são restritas a um único setor. Três dos artigos utilizados relatam os déficits encontrados na oferta dos serviços, sendo estes a deficiência na biossegurança dos procedimentos, ausência de estrutura que favoreça o desenvolvimento adequado, insuficiência de recursos na UBS, falta de informação e educação da população, podendo ser perceptível que todos estes irão contribuir para o regresso da assistência. No que diz respeito à insuficiência de recursos na UBS, Shimizu (2013) reconheceu que este é um problema enfrentado pelas redes e contribui para sua fragmentação, assim como a carência na estrutura como um todo, em especial, equipamentos diagnósticos e terapêuticos, tecnologias nos serviços públicos de atenção básica e serviços assistenciais de média complexidade. Isso levou a um crescimento desproporcional dos serviços privados complementares ao SUS. Já que a atenção básica deve ser o contato preferencial dos usuários, caracterizando-se como principal porta de entrada e centro de comunicação da rede, portanto seu alicerce, logo, se a oferta de recursos assistenciais for insuficiente para a atenção primária, haverá prejuízo para todos os pontos de atenção (SILVA, 2011). Outros 12,25% (2 artigos) abordaram os desafios encontrados pelas redes, que as impede de fornecer uma assistência de qualidade, sendo eles a demanda da população que muitas das vezes está aumentada o que sobrecarrega a assistência, poucos profissionais e alta rotatividade. Também, pode ser citada a complexidade das ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 políticas da rede pública e a falta de investimento adequado do governo, tudo isso contribui para que o sistema apresente falhas, e muitas vezes deixe a desejar, não fornecendo uma assistência de qualidade aos usuários do sistema. Nessa perspectiva, Silva (2011) enfatiza que a grande rotatividade e a pouca disponibilidade de profissionais para as demandas, sobretudo da Atenção Primária a Saúde, com destaque para o médico, coopera para uma orientação falha dos serviços segundo a demanda. Ademais, os serviços oferecidos, muitas vezes não coincidem com as necessidades e expectativas da população assistida. Constatou-se que as práticas de cuidado da equipe devem ser reestruturadas para efetivamente conseguirem dar respostas às necessidades da população. Para isso, existem muitos critérios que devem ser postos em prática para que os pacientes possam se assegurar de que realmente existe um sistema integrado de serviços, por exemplo, não precisar repetir sua história a cada consulta, não precisar submeter-se a repetições inúteis de exames, não se restringir a um nível de atenção inadequado por incapacidade de atendimento em outro nível, entre tantos outros (BRASÍLIA, 2012). O autor ressaltou ainda que o montante orçamentário destinado às redes, em especial à Atenção Primária a Saúde é insuficiente e sua alocação é gerencialmente ineficaz, que mesmo com aumentos constantes, é considerado insuficiente para suprir as necessidades de saúde. No que diz respeito ao financiamento, deve haver participação das três esferas governamentais (tripartite), entretanto, na maioria das vezes há uma desarticulação, levando a uma desagregação e ineficácia dos serviços. A Política de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS) se encontra fragmentado devido à fragilidade do processo de articulação entre as instâncias gestoras do sistema, o que dificulta o acesso e a continuidade da atenção à saúde (SHIMIZU, 2013). Nesse sentido, os autores destacam que para superar os desafios e avançar na qualificação da atenção e da gestão em saúde, é preciso forte decisão dos gestores do SUS, enquanto protagonistas do processo instituidor e organizador do sistema de saúde, implicando no cumprimento de pactos políticos cooperativos entre as instâncias de gestão do sistema, para garantir os investimentos e recursos necessários à mudança. É necessária articulação de conhecimentos e vontades dos vários setores envolvidos na saúde, incluindo o governo em suas diversas esferas e instâncias, além das categorias profissionais da saúde e da sociedade civil organizada em instâncias participativas de deliberação. Desta forma, o olhar de cada um poderá ser ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 incorporado no processo de superação dos desafios (BRASÍLIA, 2012). Outros 37,75% (6 artigos) trouxeram informações como, o aumento das publicações dos artigos relacionados a este tipo de tema, onde observou-se que comparado a épocas passadas vem crescendo e ganhando seu espaço. Outro tema abordado foram as funções da rede básica, onde foi possível perceber que ela age produzindo valores para os usuários do serviço, coordenando o cuidado, e funcionando também como o primeiro nível de contato da população com o sistema, devendo coordenar o fluxo dos usuários entre os vários serviços de saúde, buscando garantir maior equidade ao acesso e à efetiva utilização das demais tecnologias e serviços do sistema, para responder às necessidades de saúde da população. Os artigos utilizados abordaram ainda sobre composição das redes interfederativas, que são compostas por diversas redes de serviços organizadas territorialmente, e por último viu-se que a atenção primária no Brasil vem sendo desenvolvida nos últimos anos, ganhando um papel de destaque por coordenar o cuidado e organizar o sistema. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A Rede de Atenção à Saúde é a melhor estratégia para garantir atenção efetiva e eficaz às populações assistidas, devendo esta assegurar os princípios e diretrizes do SUS. Sendo assim, as redes regionalizadas e integradas de atenção à saúde oferecem condições estruturalmente mais adequadas para efetivação da integralidade de atenção além de reduzir os custos dos serviços por imprimir uma maior racionalidade do sistema na utilização de recursos e assim garantir o atendimento integral a todas as necessidades da população, em qualquer setor da rede. Entretanto, viu-se que a produção de artigos que trata sobre o tema ainda é escassa, apesar de ter aumentado de forma sutil em comparação com épocas passadas. A atenção básica à saúde tem uma importância primordial na rede de atenção, como coordenadora do cuidado e ordenadora do acesso dos usuários para outros pontos de atenção, sendo que todos os pontos de atenção à saúde são importantes e se relacionam horizontalmente, pois se não fosse assim, não seria uma rede. Por outro lado, há que se ressaltar que sistemas de saúde baseados numa forte orientação para a atenção primária de saúde sem dúvida são mais adequados porque se organizam a partir das necessidades de saúde da população; mais eficientes porque apresentam menores custos e reduzem procedimentos mais caros; mais equitativos porque discriminam positivamente grupos e regiões mais pobres e diminuem o gasto do bolso das pessoas e famílias; e de maior qualidade porque colocam ênfase na promoção da saúde e ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 na prevenção das doenças e porque ofertam tecnologias mais seguras. Contudo, ainda há grandes desafios a serem alcançados para uma real efetivação das redes de atenção a saúde bem como de todos os serviços e sistemas da saúde. Nesse sentido, o gestor tem grande contribuição, principalmente ao assumir a responsabilidade do SUS, seja em qualquer área. Nesse caso, ele deve ter conhecimento sobre a realidade do local, direcionado à saúde e ao perfil epidemiológico populacional, para só então estabelecer um modelo de atenção que atenda a cada indivíduo de acordo com sua necessidade. Para que isto seja possível, o gestor terá que adequar o financiamento de acordo com as condições reais, superar a fragmentação das ações e serviços de saúde e qualificar as praticas clínicas. Desta forma, o incentivo aos pesquisadores se faz necessário, no sentido de publicarem mais estudos sobre o tema, que tragam soluções realmente eficazes para uma melhor funcionalidade das redes e que abram os olhos dos gestores para o real desafio a ser enfrentado, pois sem dúvida, com uma maior riqueza de informações e diferentes alternativas aos obstáculos, há uma menor fragilidade e fragmentação do sistema como um todo. Finalmente, vale destacar que a superação dos desafios é uma tarefa que deve ser assumida pelas três esferas de governo (municipal, estadual e nacional), devendo ser adotadas alternativas consideradas absolutamente necessárias tais como, uma nova reforma sanitária, o aperfeiçoamento da gestão intergovernamental, a qualificação da atenção primária, e a ordenação de sua continuidade nos outros níveis do sistema. Não se dispensa também uma reflexão sobre as práticas de saúde, implicando assim em romper paradigmas por meio de uma reorientação, exigindo realizações de médio e longo prazo, cobrando profundas mudanças culturais sobre o que é saúde, através de uma radical reflexão sobre o modo de fazer e pensar saúde, lutando para que haja a consolidação do SUS e para que os princípios (universalidade, integralidade e equidade) sejam postos em prática. A não realização disto contribui para que a evolução do cenário em saúde no Brasil, que atualmente apresenta um relativo déficit na oferta de serviços públicos de saúde, face às demandas em saúde da população. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 EFEITOS EMOCIONAIS ENFRENTADOS PELA MULHER E SEUS FAMILIARES FRENTE AO DIAGNÓSTICO DE CÂNCER DE MAMA Cícera Luciana da Silva Sobreira, Faculdade Leão Sampaio Wdyane Layane da Costa Rodrigues, Faculdade Leão Sampaio Cassia Rodrigues Viera, Faculdade Leão Sampaio Maria do Socorro Nascimento de Andrade, Faculdade Leão Sampaio Paula Suene Pereira dos Santos Maria, Faculdade Leão Sampaio Elaine Silva de Melo. Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Câncer de Mama. Mulheres. Enfrentamento Familiar. INTRODUÇÃO: Atualmente o número de mulheres portadoras de câncer de mama no mundo aumentou. Segundo Gonçalves et al. (2009) e Primo et al. (2010) a cada ano cerca de 22% dos novos casos de câncer no sexo feminino são de mama, segundo dados de 2008 foram registrados no Brasil cerca de 49.400 novos casos de câncer de mama, com risco estimado de 51 casos para cada 100 mil mulheres. A detecção precoce é a principal ferramenta para ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 diminuir suas taxas de morbimortalidade, sendo utilizados os métodos de rastreamento da neoplasia mamária: o Exame Clínico das Mamas (ECM), o Autoexame das Mamas (AEM) e a mamografia. Camargo e Souza (2003) lembram que o câncer de mama tem um típico e, por vezes, complexo impacto psicológico. Assim, para minimizar os efeitos danosos do diagnóstico e tratamento cada vez mais, os cirurgiões estão optando pela utilização da cirurgia conservadora (onde não há extirpação completa da mama) o que favorece a redução do efeito negativo na auto-imagem e da própria imagem corporal das mulheres afetadas pela doença. Segundo Soares (2009) ao ser diagnosticada com câncer de mama a mulher passa a vivenciar uma série de preocupações, entre elas o medo de ser estigmatizada e rejeitada pela sociedade e por seus familiares ao tomarem conhecimento de sua doença, a possibilidade de disseminação da neoplasia pelo seu corpo,o medo da queda do cabelo e seus efeitos sobre sua auto-estima, além da incerteza quanto ao futuro, a sua sexualidade, ao seu relacionamento conjugal e materno e principalmente o medo da recidiva da doença. Por se tratar de uma doença que atinge muitas mulheres no mundo têm-se a necessidade de se avaliar como acontece esse impacto no seio familiar. Dessa forma, trata-se de um tema que provoca curiosidade não só nas mulheres, mas em toda sociedade. Almeja-se, assim, contribuir para uma nova visão dos efeitos emocionais enfrentados pelas mulheres e seus familiares na captação de informações que possam esclarecer dúvidas, bem como uma forma de divulgar a importância do autoexame e do diagnóstico precoce. OBJETIVO: Objetivou-se conhecer, a luz da literatura, os efeitos emocionais vivenciados pelos familiares e pelas mulheres com câncer de mama, com suas adaptações e mudanças. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica da literatura nacional, de caráter descritivo e natureza qualitativa. A pesquisa é resultado de buscas e analises de artigos científicos disponíveis nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e na Bibioteca Virtual da Saúde (BVS) e que tratavam dos efeitos emocionais vivenciados pelos familiares e pelas mulheres com câncer de mama, com suas adaptações e mudanças. Após a análise do material, foi possível dispor em categorias determinadas pelo teor do conteúdo: O câncer de mama; Reações das mulheres ao receberem o diagnóstico e o Enfrentamento familiar. Os artigos foram analisados durante os meses de Fevereiro e Maio de 2010, foram encontrados 30 artigos e após a ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 leitura dos títulos e resumos dos mesmos viu-se que apenas 22 eram pertinentes aos objetivos propostos, sendo utilizados como fontes de informação. Para Cervo e Bervian (2002) pesquisa descritiva é aquela em que o pesquisador apenas descreve seu objeto de estudo, sem interferir no mesmo. Já para Lakatos e Marconi (2010), a pesquisa qualitativa é aquela que passa a aferir informações acerca das características mais intimas do comportamento humano e delas extrai suas interpretações. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Nos resultados evidenciou-se que o câncer de mama é visto como um momento amedrontador, em que a mulher ao ser diagnóstico passa por sentimentos de pesar, raiva e medo intenso. Deve-se, a trajetória da doença, que pode levar a mulher a vivenciar situações que tanto levem a ameaça a sua integridade psicossocial, quanto a se defrontar com a possibilidade de recorrência da doença e da morte. Para Vieira, Lopes e Shimo (2005) o diagnóstico do câncer afeta tanto a paciente quanto a família, trazendo efeitos como angústia e mudanças de humor, provavelmente atribuída à dependência da mulher, que se encontra fragilizada, devido a patologia. Ao receberem o diagnóstico muitas mulheres acabam se sentindo como quem recebeu uma sentença de morte e tornam-se deprimidas. Em alguns momentos do tratamento, a família acaba desmotivada, gerando um sentimento de angústia e incapacidade que acaba influenciando diretamente a cliente. De acordo com Bergamasco, Ângelo (2001); Camargo; Souza (2003) e Fernandes et al. (2012) as reações e sentimentos das mulheres durante o período de diagnóstico são relativas, podendo variar de indiferença até um medo real. Aliado ao diagnóstico a reação ao câncer de mama traz um forte impacto psicológico sobre o indivíduo e sua família, que produz sentimentos como medo, ansiedade, dúvidas, raiva e sofrimento emocional desde o momento do diagnóstico. “A primeira reação de uma mulher ao receber o diagnóstico de câncer de mama e da iminência da perda do seio, é uma tentativa, mesmo que nula, de salvação deste órgão adoecido, esse fato pode estar relacionado com o significado da mama para a mulher” (SOUZA, 2009, p. 02). Camargo e Souza (2003) mencionam que após o diagnóstico de câncer de mama a mulher pode vivenciar a fase de negação e depressão, que são vistas como defesas psicológicas. O período cirúrgico é visto como outro momento delicado na vida da mulher. Pois, apesar da tendência atual para a realização da cirurgia conservadora, ainda existem casos em que exigem mastectomia, sendo assim, é nesse momento a mulher se depara com o maior de seus confrontos, a perda da mama e o medo da ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 cirurgia, da mutilação e da própria morte. Assim, segundo os mesmo autores, esse impacto psicossocial que traz o câncer de mama pode ser visto em três momentos: o desconforto psicológico, que causa ansiedade, depressão e raiva; as mudanças em sua rotina de vida, como desconforto físico e a disfunção sexual; o medo com a ocorrência da mastectomia, bem como a recidiva da doença e a morte. Corbellini (2001) menciona que para algumas mulheres, estar com câncer significa a perda da mama, sofrimento, dor e uma morte solitária. Para outras, um alívio, pois a partir do diagnóstico, poderão iniciar o tratamento e retomar as suas vidas normais. Para muitas, o diagnóstico vem como um choque completo, talvez por que não tiveram noção de que o nódulo poderia ser algo sério ou porque simplesmente usaram o sentimento de negação para anular os sintomas presentes. Dependendo ou não dos tipos de reações, o diagnóstico de câncer de mama cria um novo cenário na vida das mulheres, fazendo com que elas procurem se adaptar a uma realidade diferente. Bergamasco e Ângelo (2001) lembram, ainda, que para a mulher com câncer de mama, a compreensão da doença e seus significados faz com que ela seja capaz de refletir sobre o papel que exerce na vida da família, bem como descobrir maneiras de ter uma melhor qualidade de vida. Refletindo sobre sua importância no contexto familiar, a mulher sente-se mais encorajada e disposta a enfrentar a doença, tendo em vista que precisa desse tipo de comportamento para dar continuidade em sua vida. Uma série de emoções e sentimentos as invadem, dessa forma, o apoio da família é bastante relevante para o enfrentamento da doença. Gianini (2007) enfatiza que qualquer mudança no status de saúde pode mudar o que considerávamos um estilo de vida estável, normal. Quando a mudança é causada pelo diagnóstico de câncer, a qualidade de vida certamente é ameaçada ou diminuída e, frequentemente, substituída pelo medo e incertezas. Quanto à família da portadora, a literatura dispõe sobre a criação de um sentimento de responsabilidade e condescendência, que pode modificar o cenário na vida cotidiana, fazendo com que a família da portadora procura se adaptar a nova rotina de tratamento e reabilitação (BERGAMASCO E ÂNGELO, 2001). Seguindo nessa linha, Gianini (2007), relata que a reação frente ao problema deve ser encarada de maneira benéfica no quis diz respeito ao encorajamento da mulher por parte dos familiares, pois o enfrentamento da doença, do tratamento, das mudanças de vida, passa a ser uma realidade vivenciada em conjunto, o que fortalece o vinculo familiar. Bergamasco e Ângelo (2001) ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 mencionam a pressão exercida por familiares, amigos e profissionais, para que a mulher comece o tratamento o quanto antes, é visto como ajuda, fazendo com que se sinta fortalecida para não desistir. Deve-se lembrar de que há várias mudanças na vida do indivíduo e que elas influenciam no seu tratamento. “O apoio social exerce efeitos sobre o sistema imunológico, fortalece a autoconfiança, aumenta a capacidade das pessoas de enfrentarem situações adversas, podendo vir da família, dos amigos, do trabalho e dos serviços de saúde” (RAMOS, LUSTOSA, 2009, p. 87). Venâncio (2004) afirma esta opinião no momento e que “aponta que a eclosão do câncer de mama na vida da mulher acarreta efeitos traumáticos, para além da própria enfermidade, visto que ela se depara com a iminência da perda de um órgão investido de representações.” Fernandes et al. (2012) lembram, ainda, que o câncer de mama pode representar para a mulher não apenas uma doença mamária, que será acompanhada de tratamento, por vezes mutiladora e traumatizante, mas também um somatório de situações conflituosas e avassaladoras dos efeitos causados pela doença, como: mudanças corporais, insatisfação sexual, além da variabilidade do humor e da instabilidade emocional. Isso implica em uma grande instabilidade emocional para a cliente, seus familiares e amigos, e todos os profissionais envolvidos no seu tratamento. O medo de enfrentar a doença pode estar presente dificultando o tratamento e, de certa forma, promovendo a perca da autoestima. No início, a mulher sente-se um pouco desequilibrada com a nova situação que lhe foi imposta e algumas se tornam tão inseguras que mudam o comportamento com familiares, parceiro e amigos. Camargo e Souza (2003) lembram que, ao contrário de outros tratamentos para doenças crônicas, o contra o câncer são vistos como mais tóxicos e intensos, o que resulta num desgaste tanto físico quanto psicológico para sobreviver e vivenciar a doença. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O câncer de mama altera toda a dinâmica familiar, o que por vezes se não for adequado dificultará o suporte emocional à mulher, desta forma torna-se indispensável, portanto, que a família possa proporcionar a mulher diagnosticada com a patologia todo apoio e incentivo para realização da terapêutica adequada. Diante do diagnóstico e do tratamento antineoplásico percebe-se a grande responsabilidade que a família exerce em prover suporte emocional de que a mulher necessita para uma atitude positiva. Assim, o desenvolvimento de pesquisas que envolvam a mulher e suas famílias, como foco no cuidado domiciliar, com o intuito de preparar os profissionais enfermeiros para ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 reconhecerem esses familiares como aliados ao tratamento e à recuperação da mulher com câncer de mama, torna-se fundamental diante da gama que envolve esse tratamento. De tal modo, além da necessidade de se conhecer os significados construídos pelas famílias acerca do cuidado que prestam à mulher com câncer de mama, deve-se entender a dinâmica que envolve a família e a própria percepção que a mulher tem de si, possibilitando que essa compreensão de suas atitudes e desses familiares ajude a orientar melhor a prática do profissional enfermeiro. EDUCAÇÃO EM SAÚDE NAS ESCOLAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA Camila Cíntia Abreu Santana, Cláudia Jeane Lopes Pimenta, Thiago Lívio Barbosa, Letícia Milena Freitas Silva, Ana Cláudia Moreira Santana, Antônio Carlos Alves Cartaxo. Palavras-chave: Adolescência. Educação em Saúde. Promoção da Saúde. INTRODUÇÃO: a escola é considerada um ambiente propício para o desenvolvimento e transmissão de conhecimentos e habilidades junto aos professores, funcionários, alunos e a comunidade na qual está inserida, o que favorece a realização de ações de educação em saúde (GUBERT et al., 2009). O desenvolvimento de estratégias que visem a promoção da saúde da ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 população é uma temática bastante discutida atualmente, apresentando-se um método promissor para enfrentar os múltiplos problemas de saúde que enfrentam os diversos grupos populacionais e demais indivíduos ao seu redor, evidenciando a necessidade de uma maior articulação entre os saberes técnicos/científicos e do senso comum, fazendo com que todos os indivíduos nesse processo auxiliem na construção de propostas viáveis para os problemas de saúde (CERVERA; PARREIRA; GOULART, 2011). De acordo com a 1ª Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde realizada em 1986 no Canadá, a promoção da saúde é definida como “o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo” (BRASIL, 2002). Diante disso, percebe-se a importância dos profissionais de saúde desenvolverem atividades de educação em saúde nos mais variados espaços da comunidade, o que proporcionará a troca de conhecimentos e o esclarecimento de dúvidas, possibilitando assim, uma melhor qualidade de vida, prevenção de agravos e doenças e promoção da saúde de maneira individual e coletiva. Mediante essa prerrogativa, percebe-se que a escola é um espaço oportuno para a realização de ações de educação em saúde onde podem ser abordados os mais variados temas, buscando aperfeiçoar conhecimentos, habilidades e destrezas para o autocuidado e prevenção de condutas de risco, estimular o debate e a troca de saberes e experiências, e possibilitar o aprendizado daqueles indivíduos de forma que possam transmitir o que foi assimilado, buscando fortalecer tudo que contribui para a melhoria da saúde e do desenvolvimento humano (MACIEL et al., 2010). A escolha do ambiente escolar para o desenvolvimento de educação em saúde é algo que deve ser estimulado, haja vista que, devido ao fato de todas as crianças de um país passarem pelo sistema de ensino, faz com que as informações passadas pelos profissionais de saúde atinjam um grande contingente populacional, o qual é formado por indivíduos em fase de formação física, mental e social, sendo mais receptivos à aprendizagem e assimilação de conhecimentos e hábitos de vida saudáveis. Além disso, a educação em saúde na escola também proporcionará a formação de cidadãos que irão colaborar com os profissionais da saúde no ato de educar, sendo assim, disseminadores de valiosos saberes (GOMES, 2009). Dentre os diversos temas que podem ser discutidos em ambiente escolar, a educação sexual é algo que merece destaque, pois ainda existe uma grande resistência por parte de alguns ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 professores, pais ou responsáveis, em discutir e explorar a temática com os adolescentes. Há vários obstáculos sociais responsáveis pela resistência da explanação desse assunto, entre eles podem destacar-se as questões educacionais e/ou culturais, o desconhecimento, a vergonha e/ou insegurança e os preconceitos (FREITAS; DIAS, 2010). Diante disso, o profissional da saúde tem papel importante na orientação sobre educação sexual para os adolescentes, devendo, sempre, utilizar uma abordagem da sexualidade numa perspectiva ampliada, considerando diversos fatores que influenciam direta ou indiretamente nas práticas sexuais desses indivíduos, tais como aspectos sociais, culturais e econômicos, a orientação sexual, as questões de gênero e vulnerabilidade, e não somente a esfera biológica/reprodutiva (BRASIL, 2006). OBJETIVO: O presente relato busca descrever a experiência dos autores durante a realização de atividades de educação em saúde nas escolas públicas do município de Cajazeiras-PB. MATERIAIS E MÉTODOS: As atividades de educação em saúde foram desenvolvidas nas escolas públicas da rede municipal e estadual da cidade de Cajazeiras – PB, no período de março a junho de 2014. As atividades foram realizadas nos períodos da manhã e da tarde, durante o horário normal das aulas, tendo duração de aproximadamente uma hora e meia, e contemplavam os alunos do 7º ano do ensino fundamental até o 3º ano do ensino médio, os quais apresentavam apenas adolescentes matriculados. Segundo, a Lei nº 8.069 de 1990 que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, considera-se como criança toda pessoa que apresentar idade inferior a doze anos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos (BRASIL, 2012). Durante as atividades, foram realizadas palestras e rodas de conversa com foco em temas relacionados à sexualidade dos jovens, tais como mudanças corporais durante a puberdade, doenças sexualmente transmissíveis e gravidez na adolescência, através de vídeos, interpretações teatrais e jogos de perguntas e respostas, com o intuito de tornar o momento o mais dinâmico possível. Além disso, como forma de tornálo mais atrativo foi realizada a entrega de brindes, e para obter-se um aprendizado mais efetivo foram distribuídos folders e cartilhas aos alunos com informações complementares daquilo que havia sido discutido. Ao fim de cada ação solicitou-se aos alunos que escrevessem em um papel, de forma anônima, as suas dúvidas a respeito de cada tema abordado, as quais eram respondidas de forma imediata. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Durante a realização das atividades de educação em saúde, percebe-se que os alunos se ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 mostraram bastante receptivos e atentos, sempre expondo suas opiniões e discutindo sobre cada assunto. Entretanto, evidenciou-se que a maioria dos participantes apresentava pouco conhecimento e/ou saberes errôneos sobre a temática sexualidade, grande parte envolta por mitos e crenças comuns no cotidiano da sociedade. Segundo Camargo e Ferrari (2009), a adolescência é uma fase da vida onde ocorrem diversas modificações corporais, psicológicas e sociais, o que faz com que esses indivíduos vivenciem intensamente a sua sexualidade, manifestando-a muitas vezes por meio de práticas sexuais desprotegidas. Essa conjuntura pode se tornar um grande problema em decorrência, principalmente, da falta de informação e de comunicação entre os familiares a respeito do tema, resultando na procura do adolescente por fontes não confiáveis para a aquisição de conhecimentos. As mesmas autoras ainda afirmam que existe uma grande lacuna de informações devido à falta educação sexual nos locais onde os adolescentes convivem mais tempo, dentre eles a escola e a família. Diante disso, faz-se necessário que o profissional da saúde, sobretudo o enfermeiro, realize constantemente atividades de educação em saúde na escola, visando orientar e esclarecer as dúvidas dos adolescentes sobre sexualidade, o que possibilitará a formação de um vínculo de confiança, permitindo a troca mútua de conhecimentos e experiências. Conforme explicitam Oliveira, Carvalho e Silva (2008), os enfermeiros, como profissionais da saúde com formação generalista, devem atuar nas mais diversas áreas, sejam preventivas ou curativas, e a educação em saúde é uma parte fundamental do papel da enfermagem, o que constitui a saúde dos adolescentes como uma interface importante de sua atuação, tornando assim, a escola como uma ferramenta fundamental para a utilização de estratégias que visem a disseminação de conhecimentos em saúde, pois é o espaço no qual o adolescente permanece a maior parte do dia. As estratégias de educação em saúde favorecem a interação entre educador e o educando através da realização de ações e atividades em grupo, objetivando uma aprendizagem compartilhada e a formulação individual e coletiva do conhecimento, resultando na aquisição de autonomia pelos adolescentes no cuidado com a sua saúde física, mental e emocional (DIAS et al., 2010). Em contrapartida, Sousa et al. (2008) asseguram que as atividades de educação em saúde que envolvem esse público-alvo específico devem considerar o meio socioeconômico e cultural no qual estão inseridos, além de possibilitar a oportunidade de gerar reflexões críticas sobre a temática da sexualidade. Ao ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 fim das atividades, todos os questionamentos dos alunos foram respondidos, onde a maioria foi relacionada ao ato sexual, uso do preservativo e mitos relacionados ao desenvolvimento do corpo. Essa conjuntura também foi encontrada por Freitas e Dias (2010), onde em suas práticas com adolescentes, em ambiente escolar, evidenciaram que a temática de maior interesse era a sexualidade, a partir da descoberta da sua própria sexualidade, das mudanças corporais, dos relacionamentos e relações sexuais e demais aspectos referentes ao tema. Para Camargo e Ferrari (2009), é explícita a importância que os adolescentes atribuem para o conhecimento sobre o seu corpo e o do outro, o que destaca a busca desses indivíduos em descobrir cada vez mais sobre a sexualidade. As mesmas autoras ainda afirmam que esse interesse deve ser incentivado pela escola, a qual tem o compromisso de desenvolver nesses adolescentes a preocupação e a responsabilidade com o autocuidado, buscando promover neles a capacidade de decisão sobre práticas sexuais seguras. Após o contato com esses adolescentes e a discussão sobre a temática, evidenciou-se que se faz relevante a atuação dos profissionais de saúde no ambiente escolar, havendo assim, a necessidade de realizar outras atividades de educação em saúde nesse espaço. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A partir dessa vivência, constatou-se que é imprescindível o desenvolvimento de atividades de educação em saúde nas escolas, sobretudo relacionadas ao tema sexualidade, visto que os adolescentes se mostraram bastante interessados e cheios de dúvidas sobre a temática. A atuação do profissional de saúde, sobretudo do enfermeiro, no ambiente escolar é algo que deve ocorrer com maior frequência, haja vista que esse profissional também apresenta o papel de educador e deve contribuir para a transmissão e disseminação de conhecimentos relevantes para a promoção e prevenção da saúde, não somente dos adolescentes, mas da sociedade como um todo, tanto de forma individual quanto coletiva. A escola se mostrou como um ambiente favorável para o desenvolvimento das atividades, pois foi possível realizar a troca de conhecimentos e experiências entre um grande número de pessoas, não somente alunos, mas também entre professores e funcionários que participaram das ações. Diante disso, faz-se necessário que os profissionais de saúde observem a escola como um importante espaço de saúde, o qual deve se tornar um ambiente de rotina para o desenvolvimento de ações e estratégias de educação em saúde, não apenas voltadas para a prevenção e cura de doenças e agravos, mas direcionada para a promoção da saúde desses ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 indivíduos. Espera-se que este relato das experiências vividas pelos autores possa subsidiar o desenvolvimento de novas ações no ambiente escolar, não somente relacionadas à sexualidade e/ou ao público adolescente, mas a diversos temas que são de fundamental importância para a saúde e com públicos-alvo diversificados, o que proporcionará a todos os envolvidos nesse processo um melhor entendimento sobre as questões de saúde-doença, ampliando assim os seus conhecimentos, o que auxiliará na realização do autocuidado, na percepção de sinais e sintomas característicos de determinadas doenças, bem como na busca de tratamentos adequados, ou seja, essas ações permitem um melhor desenvolvimento da saúde pública brasileira PROJETO DE EXTENSÃO ADOLESCER COM SAÚDE: DESENVOLVENDO ESTRATÉGIAS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE DO ADOLESCENTE Eloíza Barros Luciano, Camila Lima Silva, Maria de Fátima Antero Sousa Machado, Antônia Alizandra Gomes dos Santos, Ítala Keane Rodrigues Dias. Palavras-chave: Promoção da Saúde. Adolescentes. Educação em Saúde. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 INTRODUÇÃO: Para o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a adolescência compreende o período entre os 12 e os 18 anos. Restringir a adolescência a uma faixa etária, embora não permita uma compreensão mais abrangente do processo, torna possível delimitar um grupo populacional para a elaboração de políticas de saúde. O Ministério da Saúde segue a Organização Mundial da Saúde (OMS) que demarca o período entre 10 e 19 anos, 11 meses e 29 dias de idade como adolescência. A adolescência caracteriza-se como uma etapa da vida de grandes transformações biológicas, psíquicas e sociais, sendo um processo fisiológico da maturação humana. No entanto, essas transformações geram crises vivenciadas com conflitos, que na maioria das vezes atinge também os familiares e o grupo social no qual o adolescente está envolvido. Frente a isso, a adolescência torna-se uma fase conturbada, com muitas novidades e decisões a tomar em sua vida, como a sexualidade, a carreira, ou como reagir às drogas e ao álcool. De acordo com É uma fase importante para o profissional de saúde intervir de forma a garantir a qualidade de vida na adolescência, com uma vivência saudável, pautada em ações educativas, que incluam os adolescentes como sujeitos ativos no cuidado a sua saúde, fomentando o pensamento crítico, prezando a autonomia e cidadania de cada um. Desse modo, se faz necessária a adoção de estratégias mais eficazes de participação e adesão a medias que promovam e cuidem da saúde desses jovens. Nessa perspectiva, o governo brasileiro instituiu em 2006 o Programa Saúde na Escola (PSE). O programa surgiu como uma política intersetorial entre os Ministérios da Saúde e da Educação. O PSE tem a perspectiva da atenção integral (prevenção, promoção e atenção) à saúde de crianças, adolescentes e jovens do ensino público básico. Acontece no âmbito das escolas e Unidades Básicas de Saúde. Dentro de sua área de abrangência, foi desenvolvido o projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE), que se fundamenta na discussão de assuntos pertinentes às relações de gênero, bem como diversidade sexual, gravidez na adolescência, drogas lícitas e ilícitas, doenças sexualmente transmissíveis (DST‟s) e preconceito racial e étnico, trazendo consigo como principal estratégia para o desenvolvimento de ações no âmbito da escola e da saúde (BRASIL, 2011). Santos et al (2012) pontua que escola é vista como um contexto privilegiado para efetivar ações de promoção da saúde, fruto da sua capacidade de abrangência, é uma aliada importante para a concretização de ações de promoção da saúde, voltadas para o fortalecimento das capacidades dos indivíduos, para a tomada de decisão favorável à sua saúde e à comunidade, para a criação de ambientes saudáveis e promotores de saúde, bem como para a consolidação de uma política intersetorial, voltada para a qualidade de vida, pactuada no respeito ao indivíduo e tendo como foco o estabelecimento de uma nova cultura de saúde. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 Procurando, portanto, efetivar práticas que possibilitem a interação com adolescentes, o curso de Enfermagem da Universidade Regional do Cariri URCA, mantém um Projeto de Extensão, vinculado a escolas públicas de ensino fundamental na cidade de Crato - CE. O “Projeto Adolescer com saúde” vem sendo desenvolvido há sete anos por docentes e discentes do curso de enfermagem, cujo objetivo é oferecer um espaço para discussão acerca de temáticas importantes na adolescência. OBJETIVO: apresentar o Projeto de extensão Adolescer com saúde, bem como seus objetivos e resultados atingidos ao longo dos anos em que vem sendo desenvolvido. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um relato de experiência sobre o Projeto de Extensão Adolescer com Saúde, que é desenvolvido desde 2008, por docentes e discentes do Curso de Enfermagem da Universidade Regional do Cariri URCA, em escolas públicas de ensino fundamental da cidade de Crato-CE. O projeto surgiu a partir de uma atividade da disciplina de educação em saúde que acabou se transformando em um grupo de extensão sendo aprovado pelo colegiado do departamento de enfermagem da referida instituição em 28 de dezembro de 2008. Neste trabalho, abordam-se assuntos relacionados às oficinas realizadas no projeto, aos participantes, as vivências e experiências adquiridas. A metodologia empregada nas oficinas favorece um processo educativo participativo, pois, por meio das dinâmicas, grupais, os adolescentes são estimulados a atuar como sujeitos reflexivos e ativos na vivência ensinoaprendizagem realizada, e não como meros espectadores. Assim, na aplicação do método escolhido, é criado um ambiente aberto de diálogo, envolvendo a participação de todos, de forma ativa e reflexiva. Além disso, é feita uma avaliação parcial com os adolescentes após cada oficina, no intuito de perceber os aspectos positivos e negativos da oficina, para serem ajustados nos próximos encontros. RESULTADOS/DISCUSSÃO: O principal objetivo do “Projeto Adolescer com Saúde” é promover espaços para discussão entre os adolescentes, sobre os mesmos temas propostos pelo PSE: Álcool e outras drogas; Diversidade sexual e gênero; DST`s, HIV e AIDS; Raças e etnias; Sexualidade e saúde reprodutiva. Nosso embasamento teórico, as dinâmicas realizadas nas oficinas e os conteúdos abordados nas mesmas são extraídos dos manuais fornecidos pelo programa Saúde na Escola, porém com adequações ás realidades locais e ao interesse dos participantes. Ao todo são oito manuais que apresentam as oficinas dos temas já falados, além de um específico descritivo das mudanças da adolescência e outro que versa sobre a metodologia de educação entre pares. O trabalho com esses temas exige uma abordagem pedagógica que inclui informação, reflexão, emoção, sentimento e afetividade. Por isso, o conjunto de fascículos dos manuais do SPE, oferece uma variedade de conteúdos e trabalha com conceitos científicos, poesias, música, textos jornalísticos, dados históricos e de pesquisa, entre outros.Cada um deles contém: texto básico; materiais de apoio, com informações variadas ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 e/ou curiosidades sobre o que se discutirá em cada oficina; letras de músicas, poesia e sugestões de filmes que mostram como o tema tem sido tratado em diversas manifestações culturais e em diferentes lugares, no Brasil e no mundo. A educação de pares visa capacitar os adolescentes para que depois os mesmos possam ser multiplicadores das informações obtidas, estimulando assim, o protagonismo juvenil. Os objetivos do projeto permeiam atividades de ensino, pesquisa e extensão. No ensino, pretende-se complementar a vivência teórico-prática das disciplinas da graduação. São oferecidas capacitações aos participantes pelos docentes do projeto acerca das metodologias a serem adotadas e formas de se comunicar com os adolescentes, por exemplo. Na pesquisa, visa desenvolver o hábito da observação, registro e divulgação das informações coletadas; e apoiar e participar de projetos de pesquisa que possam contribuir para o desenvolvimento científico no âmbito da saúde do adolescente. A extensão busca o contato com os adolescentes das escolas públicas do município do Crato – CE; e a organização e desenvolvimento de oficinas educativas com temas relacionados á sexualidade, drogas, gravidez na adolescência e outros que se fizerem necessários para o andamento do projeto. Além disso, a participação no projeto contribui para a formação dos participantes do Adolescer com saúde, chamados de facilitadores das oficinas, enquanto enfermeiros, por meio do aprendizado do processo de comunicação com os adolescentes. O público alvo são adolescentes com idade entre 11 e 19 anos de ambos os sexos. Para o desenvolvimento das atividades, são marcados encontros com os adolescentes nas escolas, conforme acordo estabelecido anteriormente com a diretoria da escola que também define as turmas que participarão das oficinas. Os assuntos tratados nas oficinas referem-se aos recomendados pelo SPE: Álcool e outras drogas; Diversidade sexual e gênero; DST`s, HIV e AIDS; Raças e etnias; Sexualidade e saúde reprodutiva. Nos encontros, busca-se a interação entre os participantes, buscando a ludicidade e liberdade nas atividades, assim, promovendo o comprometimento e a motivação para a aprendizagem. Utilizam-se ferramentas diversas, tais como cartolinas, cartazes, pincéis atômicos, camisinhas, dentre outros, a depender da oficina. As oficinas têm duração de aproximadamente duas horas e contam com no máximo quarenta participantes, a depender do número de alunos da turma, sendo realizadas conforme a possibilidade dos adolescentes, das escolas e dos acadêmicos de enfermagem. As escolas disponibilizam salas para que os encontros sejam realizados, deixando os participantes bem à vontade. No decorrer das oficinas, é possível construir um espaço dialógico com os adolescentes, pois eles têm a oportunidade de manifestar suas opiniões e pensamentos sobre os temas abordados. Isso permite a obtenção e a troca de conhecimentos, de acordo com as necessidades oriundas da realidade em que os adolescentes estão inseridos. Nesse contexto, torna-se imprescindível para os realizadores do ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 projeto a busca e o aprofundamento das informações sobre as temáticas abordadas nas oficinas, fortalecendo o exercício proativo de construção de conhecimento. Ao mesmo tempo, a troca de ideias entre todos favorece a ponderação sobre os temas, tanto no âmbito da teoria quanto no da prática. Desta maneira, o projeto busca contribuir com a promoção da saúde dos adolescentes e com a construção coletiva de conhecimento na área da Enfermagem, por meio de uma produção que remeta à promoção do desenvolvimento saudável da juventude. Pretende-se desencadear, por meio da continuidade do presente projeto, ações de reflexão que contribuam para a qualificação profissional na área, bem como possibilitem oportunidade de transformação no modo de atuar da enfermagem na sua prática cotidiana, renovando o seu compromisso com a integralidade da assistência do adolescente. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O fato de a adolescência representar um período de transformações físicas e psicológicas, permeada por fatores culturais, deixa os jovens em situações de confusão, com muitos questionamentos e necessidade de uma atenção especializada. Nessa perspectiva, destaca-se a importância de projetos como o Adolescer, com o objetivo de estabelecer ações educativas, que fomentem orientações, discussões e aquisição de novos conhecimentos por parte dos participantes, a partir da adoção de uma postura baseada no diálogo, evitando o autoritarismo, a hipocrisia e a visão unilateral ou discriminatória sobre os diversos temas que permeiam e são de interesse na vida desses jovens. Nota-se que o desenvolvimento deste projeto permite suprir necessidades de informações aos adolescentes, além de fornecer orientações acerca de suas dúvidas, qualificando os cuidados com sua saúde. É possível perceber durante as oficinas e no retorno que as escolas oferecem, que o projeto é efetivo como forma de promoção da saúde do adolescente, ajudando-o a superar esse período de grande turbulência que é a adolescência. Além disso, este projeto proporciona aos acadêmicos do curso de enfermagem a oportunidade de exercer, ensinar e aprender sobre a atuação de um profissional da área da saúde engajado em ações de cunho educativo. Isso vem a contribuir para o crescimento pessoal e profissional do estudante. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 A SAÚDE E SUA DETERMINAÇÃO SOCIAL: CONCEITOS E VISÕES À LUZ DOS ESTUDOS DA ÚLTIMA DÉCADA Willyane Leandro de Oliveira, Faculdade Leão Sampaio Thamires Lunguinho Cavalcante, Faculdade Leão Sampaio Gabryelle Pacheco Teles, Faculdade Leão Sampaio Woneska Rodrigues Pinheiro Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Determinantes Sociais de Saúde. Saúde Pública. Saúde e Sociedade. INTRODUÇÃO: As políticas sanitárias criadas para atender as demandas de saúde estão cada vez mais valorizando as necessidades sociais das comunidades, fato esse que resulta de uma forte tendência oriunda do avanço do tema saúde e sociedade no âmbito nacional desde o início dos anos 2000, e ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ainda devido à compreensão da saúde como um fenômeno social . Os Determinantes Sociais de Saúde foram foco de atenção em 2005 com a criação da Comissão sobre DSS por parte da OMS, que consolidou a fixação do tema na agenda global, recebendo assim atenção dos governos, ministérios e organizações civis. A partir desse ponto, foi possível a criação de uma definição mais ampla que levasse em consideração todas as esferas sociais, se consolidando como as características sociais, bem como as econômicas, culturais, étnicas, pessoais e psicológicas que tem capacidade de influenciar o bem estar do indivíduo e de sua coletividade . A relação entre condições de saúde e condições sociais se expressa por vezes em níveis de saúde que podem ser distintos entre as partes que são socialmente discordantes, o que torna conveniente de criação de políticas que valorizem as necessidades sociais dos cidadãos como fator crucial para o alcance de um nível de saúde adequado para aquela realidade. A produção literária acerca do tema sofre avanços após virar foco de vários autores que trabalham o tema e suas vertentes, de forma a fomentar o debate iniciado pela OMS, o que promove a disseminação do tema em âmbito nacional ao passo que reforça a importância de reconhecer a influência dos determinantes sociais na condição de saúde das populações. OBJETIVO: Contribuindo para esse debate, o presente estudo objetiva realizar uma análise conceitual sobre os Determinantes Sociais de Saúde e solidificar as ideias já incorporadas na temática, a partir da revisão sistemática da literatura vigente, utilizando a visão de diversos autores que contribuíram para a compreensão da complexidade da relação entre saúde e sociedade na última década. MATERIAIS E MÉTODOS: O estudo teve suporte na metodologia qualitativa e constitui-se de uma revisão sistemática da literatura que analisou as bibliografias produzidas nos últimos 10 anos, período o qual o tema Determinantes Sociais de Saúde foi incorporado na agenda global da OMS. A análise sistemática consequentemente serve de recurso para fomentar o debate que favorece mudanças positivas, especialmente se tratando de criação e melhorias de políticas públicas em saúde que atendam as demandas sociais. Partindo dos objetivos propostos, para a busca de periódicos utilizou-se os termos “Determinantes Sociais de Saúde” e “Desigualdades em Saúde”, em português, o último indexado ao DecS (Descritores em Ciências da Saúde). Foi utilizado a BVS (Biblioteca Virtual da Saúde) que encaminhou as buscas para diversas bases de dados, embora a busca tenha sido concluída em periódicos publicados na base de dados ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 LILACS (Literatura em Ciências da Saúde). Ocorreu repetição de periódicos quando utilizado a base de dados SCIELO (Scientific Eletronic Library Online), motivo o qual não foi utilizado como fonte de literatura. A pesquisa foi realizada em fevereiro de 2015. Em relação ao primeiro descritor utilizado, “Determinantes Sociais de Saúde”, foram encontrados 869 resultados na BVS. Após a filtragem a busca foi resumida a 29 resultaods. Os 29 artigos foram submetidos a uma análise inicial na qual foi possível detectar apenas as literaturas que tratassem do tema de forma direta. Variações de tema, bem como estudos que tratavam o assunto de forma subjetiva foram excluídos da amostra. Ocorreram ainda duplicidades de artigos uma vez que o mesmo artigo continha ambos os descritores utilizados. Por fim, o presente estudo é composto pela análise sistemática de 18 artigos acadêmicos encontrados na base de dados LILACS. Apesar da busca selecionar artigos da última década, as demais filtragens restringiram a amostra aos anos de 2007 à 2014, período esse que corrobora com a literatura como o mais significativo para a disseminação do tema. A análise foi realizada por categoria temática onde as ideias convergentes sobre conceitos e solidificações frente aos Determinantes Sociais de Saúde de diversos autores foram agrupadas para melhor compreensão da temática. RESULTADOS/DISCUSSÃO: A análise por categoria temática permitiu o estabelecimento de quatro eixos temáticos que foram separados de acordo com as opiniões convergentes dos autores, encontradas nos 18 artigos científicos que compõem a amostra do presente estudo. Dessa forma, foi possível estabelecer conceitos que serão pertinentes a um diálogo sólido sobre os Determinantes Sociais de Saúde, bem como as principais ideais resultantes de estudos recentes sobre a temática. Saúde e Determinação Social: ponto de partida conceitual – Podendo ser conceituado como as condições na qual a vida transcorre, como condições de vida e trabalho são estreitamente relacionadas com a situação de saúde de uma comunidade. Mesmo que discreta essa definição ataca todos os fatores relacionados ao convívio cotidiano e permite destacar a que ações específicas voltadas para renda, educação, estrutura familiar, disponibilidade de serviços, saneamento básico, exposição a doenças redes de apoio e lazer são ponto chaves. Uma vertente originada da inserção das ciências da saúde como nada mais que uma ciência social incorpora uma visão mais holística à temática em questão. Sendo assim, a saúde resulta de uma série de dimensões interrelacionadas a partir do contexto político e social ao qual o individuo e sua ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 comunidade está submetida. As condições de vida social, bem como a “vantagem social” de cada indivíduo, sua posição e voz perante seu meio são cruciais para as decisões que afetam seu modo de viver e sua condição de saúde. Caracterizando os DSS – A literatura especifica como determinantes social de saúde os diversos aspectos relacionados ao nosso dia-a-dia, como: fatores econômicos como renda e ocupação; fatores educacionais como: inclusão social e escola; fatores sociais como: lazer, justiça social/equidade, presença de redes de apoio comunitárias, segurança, recursos disponível de saúde, transporte públicos; fatores pessoais e psicológicos como: alimentação, estresse, primeiros anos de vida, auto-estima; e ainda fatores ambientais como: saneamento, habitação, recursos sustentáveis e ecossistema saudável. O contexto histórico existente no estudo da temática levou a criação de modelos que procuravam esquematizar as relações complexas existentes entre os determinantes acima citados. O modelo que mais prevaleceu nas amostras analisadas foi o modelo de determinação social de Dahlgren e Whitehead, uma vez que este modelo é o adotado pela Comissão Nacional Sobre Determinantes Sociais de Saúde, devido sua simplicidade e clara visualização gráfica. A influência dos determinantes sociais na situação de saúde é reconhecida e caracterizada pelos autores citados como uma forma de facilitar as ações que buscam a equidade nos sistemas sociais e de saúde. Dessa forma, as ações transformadoras de uma realidade, bem como as políticas públicas criadas para combater as iniquidades geradas pelos determinantes sociais poderão ser direcionadas para aquilo que se constitui um determinante social e que está atrelado à realidade das comunidades atuais. Os Determinantes Sociais e as Iniquidades em Saúde - Iniquidades em saúde são aquelas diferença que colocam determinados grupos sociais em constante situação de desvantagem em relação aos demais, fato esse que favorece a ocorrência de danos à saúde e que modifica o modo de viver como um todo daquela população. Os estudos recentes sobre iniquidades em saúde buscam a reposta para a relação entre saúde e pobreza, o entendimento sobre os níveis diferentes de saúde de acordo com os critérios de estratificação socioeconômica impostas, e ainda, entender como a posição social influencia diretamente na situação atual de saúde, ou seja, tenta explicar como acontecem as iniquidades em saúde. O maior desafio é estabelecer uma hierarquia de determinação social entra os vários determinantes já citados e o meio pelos quais esses componentes refletem na situação de saúde do grupos ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 sociais, uma vez que já é fatídico que essa relação é inconstante. Utilizando o conhecimento dos DSS como estratégia para a elaboração de medidas que visem à melhoria das condições de saúde e a minimização das iniquidades, autores propõem o estabelecimento de pontos estratégicos para a promoção da equidade em saúde, são eles: a melhoria por parte dos governos perante o desenvolvimento pessoal e do setor saúde, promoção da justiça “real”, estimular a participação social na construção de políticas que iram repercutir na sua própria forma de viver coletivamente, monitorar os avanços e ainda trabalhar diretamente nos fatores causados de iniquidades. Perspectivas, desafios e o trabalho realizado pela Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais de Saúde (CNDSS) - Os estudos sobre os DSS caminham para o entendimento do mecanismo real de como os fatores políticos, social e econômico incidem diretamente na situação de saúde das pessoas e grupos sociais. Quando se pretende analisar as diferentes vertentes de uma sociedade moderna, e falando de vertente, falamos também de nível de saúde, é consenso de vários autores que não é válido analisar sobre uma postura individualizante, pois é será possível reproduzir uma impressão das coletividades a partir de tal óptica. Determinantes como pobreza e desigualdades tem múltiplas dimensões de atuação, e dessa forma, é necessário ultrapassar a fronteira individual para caracterizar sua relação com a vulnerabilidade em saúde. O Brasil foi o primeiro pais membro da ONU a adotar uma comissão nacional para falar sobre o tema. Criada em 15 de março de 2006, em sua primeira conferência oficial foi trabalhado as possibilidades de atuação frente o tema, principalmente com o objetivo de combater as iniquidades em saúde presentes no perfil atual do país. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O presente estudo mostrou como a entrada do tema DSS evoluiu desde que virou foco da Organização das Nações Unidas, e como a produção científica tem se preocupado em abordar a partir de uma mesma base teórica as diversas vertentes envolvidas no desdobramento da temática. Vale ressaltar, que o principal objetivo atual envolvido quando se tenta entender o mecanismo de determinação social da saúde/doença é poder encontrar subsídios que favoreçam o enfrentamento desses determinantes, bem como que as iniquidades geradas a partir dessas indiferenças, e favorecer melhorias nos sistemas de saúde pública que atendem a maior parcela da população nos dias de hoje. Acredita-se no monitoramento das melhorias e a continuidade dos estudos científicos na área para o avanço do tema, de forma a incitar a prática ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 do enfrentamento dessas causas, empoderar a população no nível de atuação dos DSS, e promover a saúde equânime das populações. INCIDÊNCIA DE VÍTIMAS DECORRENTES DE ACIDENTES MOTOCICLÍSTICOS Mauro Mccarthy de Oliveira Silva, Maxvan Anacleto Suassuna Lima, Nathalia Matos de Santana, José Diogo Barros, Suzy Helen Carvalho Bezerra, Renato Felipe de Andrade. Palavras-chave: Acidentes de Trânsito. Acidentes Motociclísticos. Vítimas de Trânsito. INTRODUÇÃO: Na atualidade, a motocicleta vem sendo o pivô da maioria dos acidentes de trânsito e das lesões traumáticas de entrada nos hospitais de emergência, visto que muitas pessoas optam por ela, pois, já que é um meio de transporte rápido, barato e com a facilidade de credito oferecida no mercado, o número destes veículos vem crescendo potencialmente nas ruas gerando ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 muitos prejuízos para o indivíduo acometido, como também para os cofres públicos, com destaque para o Sistema Único de Saúde (SUS), e em casos mais graves, para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Entre 2000 e 2010 a população cresceu 120%, atingindo quase 65 milhões de veículos. Na atualidade, o Brasil participa com apenas 3,3% do número de veículos da frota mundial, mas é responsável por 5,5% dos acidentes com vítimas fatal, registrados em todo mundo. Provocando superlotações nos setores de trauma dos hospitais. O Departamento de Trânsito do estado do Ceará (DETRAN-CE) registrou na ultima década 58.572 mil vítimas de acidentes motociclísticos dentre elas fatais e não fatais durante o período de agosto de 2003 até agosto de 2013, somente no estado do Ceará, representando 69,91% do total geral de acidentes de trânsito. Os acidentes com motocicletas estão levando a várias sequelas, sendo algumas delas irreversíveis e, podendo até mesmo levar os indivíduos acometidos a óbito. Há prejuízo físico para a vítima como também para os cofres públicos na parte financeira com o tratamento ou em caso de invalidez para previdência, que na maioria das vezes quando não perdem a vida ficam com graves sequelas e muita delas irreversíveis. Ademais, fatores externos também contribuem para esses índices, tais como: a ingestão de bebidas alcoólicas, o uso indevido ou o não uso do capacete, má conservação das vias, desrespeito aos limites de velocidades e as leis de trânsito. Segundo o Sistema de Informações de Mortalidades (SIM) do Ministério da Saúde, o número de vítimas fatais foi de 40.610 pessoas, sendo que 25% ocorreram com motocicletas. De 2002 a 2012 a quantidades de óbitos ocasionados por acidentes com motos quase triplicou no país, saltando de 3.744 para 10.143 mortes. No Brasil os acidentes de moto foram responsáveis por 82,0% do total de internações por causas externas no âmbito do SUS, dentre eles, os acidentes de transporte terrestre ocuparam 15,7% das hospitalizações com risco de 7,6 internações por 10 mil homens em comparação com as mulheres 3,2 internações por 10 mil mulheres. Os hospitais em todo estado estão com a maioria dos seus leitos ocupados por pessoas que se acidentaram pilotando moto. Muitos estão nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) e outros ficaram com sequelas graves (cadeiras de rodas). O Cariri lidera em número de mortes e acidentes no interior do Ceará. Só na rotatória (Triângulo Crato, Juazeiro e Barbalha), a quantidade de acidentes envolvendo motocicletas é alarmante. Nos fins de semana os acidentes aumentam por falta de fiscalização e consumo de álcool. As quedas representam 39,1% das ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 internações entre 2000 a 2010, verificou-se um aumento de 19,1% na taxa de internação hospitalar por causas externas. Já para acidentes, houve um aumento de 8,7 no risco de internação por acidente de transporte terrestre. 2010 foram autorizadas 929.893 internações hospitalares por causa externa nos serviços financiados pelo SUS. Os homens representam 70,5% das internações por essas causas e as mulheres 29,5%, no entanto, aumentaram de 243,1% no risco de internação com motocicleta, que passou de 1,1 internações por 10 mil habitantes para 3,7 internações por quedas (10,5%), em comparação com as demais. A partir de 2010, a frota de motocicletas cresceu 500% no Estado. Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), o número passou de 170.282 para 845.287 veículos, uma explosão que tem duros reflexos. Apenas no Cariri, 300 pessoas morreram em 2011, vítimas da própria imprudência ou do desrespeito no trânsito de outros condutores. Maior quantidade de moto consequentemente maior números de acidentes gerando mais gastos. A única subtração nesse caso é de vidas. Os eventos adversos do trânsito envolvem vários tipos de vítimas, com diversas lesões associadas ao evento. Dentre as principais estão as lesões musculoesqueléticas, que podem ser definidas como danos causados por trauma físico sofrido pelos tecidos do corpo, o que acarreta maior dano e, consequentemente, maiores sequelas ao indivíduo. Segundo um relatório divulgado pelo Detran-CE, no ano passado morreram em acidentes de trânsito em todo estado, nada menos que 887 motociclistas. Desse total, 557 motoqueiros perderam a vida em ruas, avenidas e rodovias no interior e, apenas 124 na capital. A triste estatística que cresce de ano para ano, mostra o despreparo daqueles que adquirem uma moto sem a perícia necessária para utilizá-la. Diante da situação os pesquisadores notaram a necessidade do estudo no seu ambiente de trabalho no Hospital Regional do Cariri (HRC), localizado na cidade Juazeiro do Norte- CE, devido a grandes relatos de acidentes moto ciclísticos de internos na unidade de traumatologia da referida instituição hospitalar. A pesquisa tornara-se relevante para a comunidade, para gestores de saúde, para corporações ligadas à intervenções em acidentes de trânsito como corpo de bombeiros e socorristas, como também para os profissionais da área saúde, logo estes terão acesso as informações contidas neste trabalho, podendo então ficar a par da temática pesquisada. OBJETIVOS: quantificar a incidência de vítimas decorrentes de acidentes moto ciclísticos nos últimos dez anos no estado do Ceará, identificar a incidência anual dessas vítimas, traçar média anual de vítimas referente a ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 uma década e comparar os dados registrados de acidentes moto ciclísticos antigos com os registrados recentemente. MATERIAIS E MÉTODOS: Este estudo caracteriza-se como descritivo, documental (pois foi realizada através de um levantamento de dados epidemiológicos no site do DETRAN) e quantitativo. A pesquisa foi realizada através de um levantamento de dados epidemiológicos no site do Departamento De Trânsito Do Ceará (DETRAN). Incluindo-se no estudo dados referentes a acidentes envolvendo motocicleta desde agosto de 2003 à agosto de 2013. Este site mostra as estatísticas de acidentes moto ciclístico discriminando os envolvimentos de vítimas com os referidos acidentes e os diferencia em tipos de veículos, tipos de vítimas, tipo de acidente. As informações que não envolviam acidentes de motocicleta foram excluídas do estudo. Logo a obtenção dos dados, as informações coletadas foram organizadas a partir da técnica de descrição estática. Após a tabulação dos dados, os mesmos foram dispostos em forma de tabelas e gráficos para uma melhor visualização e compreensão da realidade analisada, onde se utilizará dos cálculos estatísticos pelo programa SPSS e gerados pelo Microsoft Excel versão 2010. Sendo consideradas as denominações dos dados de 2003 a 2008 como dados antigos e de 2009 a 2013 como dados recentes, para melhor aplicabilidade nos gráficos e tabelas para uma média. RESULTADOS,/CONCLUSÃO: Após consulta na base de dados, foram registradas 58.572 vítimas de acidentes envolvendo motociclistas, dentre elas fatais e não fatais no período considerado, estratificadas por tipo de acidente sendo colisão, atropelamento e outros. A partir dos dados pesquisados por meio desta amostra um alto índice de vítima fatal no decorrer dos anos citados, foi representado por 29,42% do total de acidentes de trânsito registrado a partir do ano de 2003 até Agosto de 2013 pelo DETRAN-CE. Sendo que o ano que obteve o maior índice foi o ano de 2012 com 36,91% do total de acidentes registrados pelo DETRAN-CE, durante o período supracitado. O sexo masculino predomina em acidentes motociclísticos que podem levar a morte, é atribuído a uma maior exposição e maior número de pilotos no decorrer do aumento do número de motocicletas, baixos custos, características da idade: imaturidade, autoconfiança, subestimação do jovem de suas capacidades e limites, pouca prática na pilotagem, ingestão de álcool, uso de drogas, comportamentos de riscos, não aceitação das leis de trânsitos e a não utilização do equipamento de proteção individual. Novamente o ano de 2012 bate o recorde no número de vítimas, porém na porcentagem do total geral o ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ano de 2013 obteve 48,55% contra 48,30% do ano de 2012, devido ao menor número de acidentes registrados em 2013. Diante do exposto percebe-se o aumento gradual com o passar dos anos da frota de motocicleta, que preocupa não só o sistema de planejamento viário, mas também o sistema público de saúde e da previdência social brasileira. O maior número de acidentes vem gerando grande impacto nos índices de morbidade. A cada ano cresce o contingente de vítimas com incapacidades temporárias e/ou permanente, tornando-se incapacitados fisicamente para os serviços. A pesquisa nos vem mostrar um alto índice de vítimas não fatais registradas, mas com boa parte delas com sequelas distintamente e com plena necessidade de realizarem fisioterapia para adquirir sua reabilitação. Vale ressaltar que o número de vítimas não fatal e bem maior do que o registrado pelo DETRAN em virtude de que nem todo acidente que acontece envolvendo motocicleta por ser muitas vezes de poucas consequências físicas e materiais não e dado queixa, sendo muitas vezes acordado a despesa financeira por ambas as partes envolvidas. A média anual de acidentados no decorrer de uma década da quantidade de motociclistas acidentado por ano, dentre eles vítimas fatais e não fatais de acordo com o mesmo gráfico, o período de 2003 até Agosto de 2013 totalizaram 58.932 mil acidentes moto ciclísticos mostrando assim uma média de 5.357 mil acidentes por ano. Pôde-se observar também que o ano de 2005 foi o que apresentou menor índice 4.370 mil de vítimas por acidentes moto ciclísticos incluindo fatais e não fatais, e 2012 com o maior índice 7.214 mil, no qual também apresenta uma queda abrupta no número de vítimas no ano de 2013 com 4.715 mil vítimas em relação ao ano de 2012. De acordo com a metodologia do trabalho os primeiros cinco anos são denominados como dados antigos e os últimos cinco anos com dados recentes. Verificou-se que os dados antigos tiveram uma menor média de acidentes por ano que os dados recentes que apresentou uma média mais elevada por ano, isso se dá pela facilidade de crédito que foi sendo proporcionada com o passar dos anos tendo assim um aumento da frota de motocicletas no estado do Ceará, pelo custo benefício barato, fácil manutenção, versatilidade no trânsito e o agravamento das condições socioeconômicas colaboram para a maior utilização desse veículo. O Ceará e um dos estados com o índice mais elevado de vítimas de trânsito envolvendo motocicleta, com isso as autoridades de saúde deveriam implantar projetos que induzem a participação dos indivíduos destas motocicletas, para melhor utilização da mesma, em forma de campanha. Entre outras formas de ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 alerta para os altos índices apresentados. Com o referente estudo, observa-se que devido ao elevado número de motocicleta circulando no Estado do Ceará, também aumentou o número de acidentes com vítimas fatais e não fatais, e concluímos que os índices de vítimas por acidentes envolvendo motocicleta só aumentaram com o passar dos anos, com uma média 5.357 vítimas, total por ano referente há uma década, e uma discrepância de 1.459 vítimas, bem evidente com relação à média por ano dos primeiros cinco anos com relação aos últimos cinco anos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Este trabalho tornou-se relevante para o conhecimento particular de cada pesquisador assim como também para os interessados no tema, pois com ele será capaz de se obter uma noção das quantidades de vítimas que vem a se derivar dos acidentes envolvendo motocicletas no estado do Ceará. Como também o aprofundamento do tema nos mostra em números como é grande os índices de vítimas que se envolvem nesse tipo de acidente. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 PRINCIPAIS FATORES RELACIONADOS À DEPRESSÃO ENTRE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM Danilo Ferreira de Sousa, Eli Carlos Martiniano, Maria Hevelma Leonel de Melo, Marcia Raquel Xavier de Lima, Cícera Barbosa de Souza, Maryldes Lucena Bezerra de Oliveira. Palavras-chave: Depressão. Estudantes. Enfermagem. INTRODUÇÃO: A depressão pode ser compreendida como um processo em que ocorrem vários sintomas de alterações de humor. Devido a esse fato ocorrem várias consequências na vida do indivíduo principalmente referente a questões comportamentais afetando as atividades de vida diárias e relacionamentos sociais como um todo (FUREGATO et al., 2010). Esse quadro representa cerca de 30% dos casos de déficit de capacidade social no mundo. Sua prevalência é alta principalmente em indivíduos com mais de 20 anos e antes da terceira idade. Ela ocorre em mais de 5% da população em geral e afeta principalmente o sexo feminino (AMADUCCI et al., 2010). Na população em geral, certos fatores como ser do sexo feminino, ter história familiar de transtorno mental ou do próprio quadro depressivo são características frequentemente associadas ao desenvolvimento da condição. O estudo desses fatores permite a identificação de alguns grupos que se mostram mais ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 vulneráveis a desenvolver a depressão subsidiando melhores estratégias de prevenção e tratamento (SOKRATOUS et al., 2014). O quadro de depressão influencia nas condições de vida vivenciadas pelos estudantes. Isso tem como consequência um maior impacto no nível e qualidade educacional desenvolvida pelos mesmos. Durante o curso está implícito o desenvolvimento de qualidade de relacionamento que sofre interferências de aspectos cognitivos e afetivos. Essa situação reflete o desenvolvimento do processo de cuidar dos pacientes tendo influências nas questões pessoais e profissionais. Um quadro de depressão durante a graduação pode refletir negativamente nesse aspecto (BAMPI et al., 2013). OBJETIVO: Identificar os principais fatores relacionados ao desenvolvimento de depressão entre alunos de enfermagem. MATERIAIS E MÉTODOS: Para alcançar os objetivos do estudo foi optado pela revisão sistemática com abordagem principalmente qualitativa, permitindo uma avaliação crítica e síntese de evidências em que é possível deduzir algumas generalizações a partir de um conjunto de estudos selecionados previamente por critérios de inclusão e exclusão em pesquisas feitas em bases de dados. Neste estudo foram realizados alguns passos para a revisão como: seleção das questões norteadoras a serem analisadas, estabelecimento dos critérios de inclusão / exclusão previamente elencados para selecionar a amostra, análise das características dos textos e seus dados a partir da leitura inicial de títulos e resumos e posteriormente pela leitura dos estudos na íntegra, interpretação dos resultados com base em suas características e em critérios de análise e apresentação da revisão. Realizou-se a busca por descritores nas bases de dados eletrônicas Scientific Electronic Library Online (SciELO), Public Medline or Publisher Medline (PubMed), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), utilizando como descritores em Decs – Descritores em Ciências da Saúde: “depressão”, “estudantes” e “enfermagem” e seus correspondentes em inglês “Depression”, “Students” e “nursing” na base de dados que requeria em que obteve-se como resultados somando-se em todas as bases de dados 487 estudos. Foi estabelecido o período de publicações de janeiro de 2010 a março de 2015, devido a uma maior possibilidade de encontrar estudos sobre o tema nos últimos anos a considerar que em anos anteriores a relação entre estudantes e níveis de depressão mostrou-se escassa. A revisão ocorreu no mês de março de 2015. O operador Booleano de escolha foi AND. Em um primeiro momento houve uma análise ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 preliminar tendo como critérios de inclusão estar disponíveis de forma gratuita, publicados entre os anos de 2010 a 2015, disponíveis em qualquer língua e considerando o objeto de estudo inerente à temática. Os critérios de exclusão foram artigos que abordassem outras patologias associadas a discentes de enfermagem. Foram aplicados os critérios de inclusão restando 103 estudos. Foi realizada a exclusão de estudos repetidos excluindo-se 12 estudos e restando 91 artigos. Após a leitura dos títulos e resumos para identificar os critérios de exclusão destacados anteriormente resultaram em 13 estudos que fundamentam a revisão em questão. Os estudos selecionados foram analisados sobre sua distribuição segundo a análise temporal, idiomas, periódicos (bases de dados os quais pertenciam), produções nacionais e internacionais, desfechos, fatores relacionados com a depressão e tipos de estudo. Essas características foram avaliadas na quantidade de estudos e suas respectivas porcentagens aproximadas. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Foram encontradas 487 referências nas bases de dados citados e após aplicação dos critérios de inclusão/ exclusão foram selecionados 13 estudos os quais compõe a presente revisão. A maioria dos estudos que foram abordados é do tipo transversal que pode responder quais as frequências e exposição a algum fator de risco ou evento que possa ocorrer. Em relação à distribuição temporal dos estudos, eles se subdividiram de maneira uniforme no corte de tempo estabelecido, principalmente nos anos de 2010 e 2014 que pode retratar certa uniformidade das publicações e variados estudos realizados sobre o assunto inerente. Ainda nesse contexto, quase 50% das produções encontra-se em língua diferente do português brasileiro. Apesar do crescimento da produção científica brasileira vir crescendo nos últimos tempos, pode-se em alguns casos afirmar que ainda não é ideologicamente relevante dentro do cenário mundial quando comparados com outros parâmetros. Entre os fatores para desenvolvimento do quadro depressivo está a fadiga referida em quase 8% dos estudos. Os principais fatores referidos como sua causa está pontos relativos ao próprio curso como quantidade de horas, número de disciplinas, atividades curriculares inerentes, a fato de morar longe da casa de origem, padrões não funcionais de sono, pouco lazer e problemas com transportes. A fadiga é encontrada em mais de 80% dos discentes do curso enfermagem e a grande maioria é do sexo feminino e segundo estudos o nível de fadiga aumenta conforme os anos de estudos assim como a prevalência de depressão (AMADUCCI et al., 2010). Outro fator que também influencia nesse processo é ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 o nível de estresse referido em mais de 15% dos estudos. Este também aumenta com o decorrer da vida acadêmica devido a maiores cobranças acadêmicas e ansiedade relativas ao término do curso. Esse período envolve o enfrentamento de novos desafios fora do ambiente de conforto da faculdade. Isso implica também em um menor tempo para realizar atividades de lazer (MOREIRA et al., 2013). Outros cursos como medicina e engenharia também apresentam grandes níveis de estresse aos quais submetem os alunos independente de outros fatores. Apesar disso a enfermagem ainda se apresenta como um curso estressante correlacionado com outros fatores encontrados em outros cursos como tempo de formação, cobranças acadêmicas e iniciação de estágios (BEHERE et al., 2011). Esse quadro tem como consequências o surgimento de pontos negativos nas atividades de vida diária dos estudantes inclusive na sua percepção sobre bem-estar em que o mesmo se encontra. No que se refere ao gênero o sexo feminino encontra-se predominante entre os índices não só por que é maioria nos cursos de enfermagem como também por características emocionais mais sensíveis. O desenvolvimento de depressão pode acarretar piora nas condições vivenciadas referentes ao sono, alterações emocionais e a realização das suas necessidades de vida básicas (SOUZA et al., 2012). No que se refere à autoestima mais de 20% dos alunos a apresentam em caráter mediano ou baixo o que também influencia no desenvolvimento do quadro. Muitos alunos que apresentam sintomas depressivos tem uma percepção negativa sobre sua saúde. Normalmente essas percepções são principalmente físicas que é evidenciado quando os próprios alunos se avaliam (FUREGATO et al., 2010). Estudos realizados demonstram que estudante que tem melhor auxílio psicológico adoece menos. A maioria dos alunos revela que possuem vida social mediana envolvendo relações familiares, amigos e atividade sexual. Outro fator bastante apontado como causador de depressão é déficit financeiro evidenciado por características inerentes da maioria dos estudantes que não trabalham e tem gastos consideráveis (BAMPI et al., 2013). A maior prevalência do aparecimento de sintomas depressivos ocorre em jovens, mulheres e solteiros. Essas características não são exclusivas para o curso de enfermagem. O aumento do índice de depressão ocorre em outros cursos o que também deve ser atentado para outras categoriais profissionais, inclusive da saúde, para um melhor desenvolvimento de práticas e estratégias preventivas no desenvolvimento do sofrimento mental (CHRISTENSSON et al., ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 2010). No que se refere a aspectos sociais verificou-se que a relação depressão e nível econômico são inversamente proporcionais. Essa categoria tem importante influencia sobre temáticas mentais, sociais e físicas os quais são sabidamente relacionados com níveis de depressão (FUGERATO et al., 2010). Durante a própria profissão de enfermagem o profissional é exposto a situações de alterações psíquicas, ansiedade, incertezas o que influencia diretamente nas suas alterações de humor e relações sociais. Nesse contexto, os sintomas de acadêmicos normalmente aparecem quando este tem contato com pacientes nas mais variadas situações e este sofre o impacto que aquele ambiente lhe transpassa tendo prejuízos no processo de comunicação e prestação da assistência pelo acadêmico ao paciente (MOURA et al., 2014). Foi demonstrado também que pacientes que possuem um melhor bem-estar espiritual tem menores chances de desenvolverem depressão. Esse fato é diretamente proporcional com o estresse que como visto tem grande influencia para desencadear sintomas depressivos (LEE, 2014). Um fator bastante discutido é a relação da depressão e o nível de assertividade que se mostra inversamente apresentado influenciando em tomadas de decisão inerentes a profissão. Outra relação também significativa é o interesse na área de estudo e desenvolvimento da depressão. Em estudantes que se apresentam mais interessados no seu campo de estudo, desenvolvem menos sintomas depressivos do que acontece na relação inversa. Essa relação mostra-se influenciada e causadora de diferentes níveis de motivação as quais podem contribuir para a constituição da doença (REZAYAT et al., 2014). Ademais, relacionamentos interpessoais vivenciadas pelos estudantes também influencia na sua saúde mental. Isso foi evidenciado em um estudo no qual foi aplicado programas de relacionamentos interpessoais para os estudantes e estes apresentaram melhora na autoestima (YOON et al., 2011). O conhecimento dos principais fatores inerentes ao desencadeamento de depressão entre estudantes poderá nortear melhores práticas de saúde voltadas a esse público como uma atenção mais focalizada para essa questão no que se refere ao âmbito educacional. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os principais fatores relacionados com a depressão entre discentes de enfermagem foram estresse, fadiga, relacionamentos sociais, autoestima, eventos de vida diária e até o próprio interesse do aluno na área no qual está inserido. Como se percebe esses fatores encontra-se relacionados tanto com questões cotidianas em ambientes extracurriculares como inerentes a atividades acadêmicas com ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 esses fatores funcionando de certa forma simultaneamente. Mais estudos sobre a temática podem influenciar na identificação de grupo de riscos mais vulneráveis ao desenvolvimento de depressão e proporcionar a implementações, tanto em nível de saúde publica como relativas à academia, que possam gerar melhores estratégias de promoção e principalmente de prevenção do desenvolvimento de quadros depressivos entre estudantes, haja vista a grande quantidade de aspectos negativos na vida dos mesmos essa condição pode causar. Por meio de possíveis ações implementadas nos mais diversos setores para melhorar a situação encontrada é possível fazer com que os alunos reflitam e encontrem soluções saudáveis para sua situação depressiva melhorando suas atividades de vida realizadas. Isso irá permitir que estudantes conseguissem usar o conhecimento que foi adquirido na academia para um bom desempenho de suas atividades profissionais como pósgraduado o que implica a necessidade de maiores estudos na área. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM MULHERES NO CLIMATÉRIO EM UM GRUPO DE TERCEIRA IDADE Luciana Maria Pereira dos Santos, Universidade Regional do Cariri Angélica Isabely de Morais Almeida, Universidade Regional do Cariri Luciana Feitosa Lucas, Faculdade Leão Sampaio Maria Elaine Silva de Melo, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Climatério. Educação em Saúde. Assistência ao Paciente e Familiares INTRODUÇÃO: A saúde da mulher no Brasil foi incorporada às políticas nacionais no início do século XX e a atenção à saúde especificamente no climatério vem seguindo um processo evolutivo. O climatério é definido como conjunto de sinais e sintomas que provocam mal-estar físico e emocional, destacando-se em curto prazo, ondas de calor, insônia, irritabilidade e depressão; em médio prazo: atrofia dos epitélios, mucosa e colágeno; a longo prazo, as doenças cardiovasculares e perda de massa óssea (MENDONÇA, 2003). Dentro deste processo ocorre a menopausa, que é a cessação fisiológica permanente da menstruação associada ao declínio da função ovariana (BRUNNER; SUDDARTH, 2009). Cerca de 32% das mulheres no Brasil estão na faixa etária em que ocorre o climatério (DATASUS, 2007). A ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 expectativa de vida da mulher brasileira, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2000), é de 72,4 anos. Após a menopausa, que ocorre por volta dos 50 anos, as mulheres dispõem-se de cerca de um terço de suas vidas, que podem ser vividos de forma lúcida, saudável, com prazer, atividade e produtividade. É dever inerente das profissões de saúde, o esclarecimento a respeito dos questionamentos e problemas expressados pela população. Nesse aspecto a educação continuada em saúde com esse grupo especificamente trata-se de uma prioridade. OBJETIVOS: O presente estudo teve como objetivo promover atividades de educação e saúde em mulheres no climatério. Inicialmente, traçar o perfil das mulheres que estão no climatério, esclarecer as principais dúvidas relacionadas às alterações físicas e psicológicas do climatério e apresentar estratégias e ações que melhorem a qualidade de vida dessas mulheres. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo de cunho descritivo-exploratório na modalidade relato de experiência. Para Andrade (2003, p.124), na pesquisa descritiva „„[...] os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador interfira neles [...]‟‟, ou seja, os dados apresentados descrevem as reflexões, com exatidão das situações investigadas do comportamento humano, seja no contexto individual ou coletivo da sociedade. O campo para a coleta de dados foi o grupo da terceira idade Renascer do Serviço Social do Comercio - SESC, localizado no município de Juazeiro do Norte-CE, sendo a população composta por 46 mulheres com idade entre 45 a 82 anos. A escolha da população obedeceu aos seguintes critérios de inclusão: participar das atividades realizadas nos encontros semanais, residir no município de Juazeiro do Norte-CE, estar no climatério e concordar em participar da pesquisa. Foi utilizado como critério de exclusão o não comparecimento a um dos 16 encontros que foram realizadas as atividades de educação em saúde. A coleta de dados foi realizada no período de junho a setembro de 2014, onde no primeiro dia foi realizado o levantamento do perfil socioeconômico e sintomatológico, além da verificação dos sinais vitais utilizando-se uma entrevista semi-estruturada com questões fechadas para obter as informações relatadas pelas mulheres e assim podermos estar a par das necessidades educacionais daquele grupo. Nos demais encontros foram utilizados como tecnologia leve a educação continuada em saúde, onde foram utilizadas como ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 recursos humanos duas Enfermeiras da Universidade Regional do Cariri, dois educadores físicos da Universidade Vale do Acaraú – UVA e uma psicóloga. Durante a pesquisa foi utilizado datashow e computador para exposição de informações audiovisuais e houve atividades demonstrativas sobre preparação de uma alimentação saudável compatível com o climatério. Em seguida, foi utilizado um questionário com questões abertas para avaliar a contribuição das atividades de educação em saúde e o conhecimento das mulheres sobre a temática após as atividades. Os dados estão dispostos em gráficos e comentados com apoio de informações contidas na literatura para, assim, vincular a presente pesquisa com as demais já existentes. Durante toda a pesquisa foram obedecidos todos os preceitos da resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde e todas as participantes assinaram um Termo de Consentimento Livre e esclarecido. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Dentre os sintomas mais freqüentes entre as mulheres pesquisadas tivemos: fogachos ou ondas de calor; alterações urogenitais; alterações do humo; modificação da sexualidade com diminuição do desejo sexual (libido); aumento do risco cardiovascular e osteoporose. Todos esses sintomas foram evidenciados durante os encontros e a cada encontro um deles era utilizado como foco para as orientações e atividades desenvolvidas. A atividade educativa foi realizada com 46 mulheres com idade entre 45 e 82 anos sendo em sua maioria entre 50 e 60 anos (41,1%). Cerca de 70% afirmaram serem donas de casa e o restante tem outra ocupação. Todas eram casadas e, entre estas, apenas 8,3% eram viúvas, sendo que todas as mulheres tinham filhos. 50% referiram ter estudado o Ensino Fundamental incompleto, sendo 16,6% analfabetas. A atividade sexual foi referida por metade delas (50%) sendo observada a diminuição da libido em 45% delas, 55% relatou ter dispaurenia e 90% sentiam fogachos. Verificou-se que apenas 5% das mulheres eram diabéticas tendo estas histórico de diabetes mellitus na família. Ainda foi verificada uma pequena porcentagem de hipertensas (4%) e apenas 25% praticavam atividades físicas. Tratando-se de alimentação, 60% relatou a presença de frutas e verduras em seu cardápio, além da ingestão diminuída de gordura e de sal. Ao realizarmos o estudo, as mulheres relataram serem felizes e 17% tinham depressão. O apoio da família neste período é de suma importância, porém apenas 5% recebiam apoio. Ao iniciarmos a atividade educativa nenhuma das mulheres ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 sabia definir o que é o climatério e todas confundiam o climatério com a menopausa. Após a atividade educativa, 100% das mulheres souberam definir com clareza o que é o climatério. Um dos temas abordados foi o câncer de mama e a atividade educativa proporcionou o aprendizado do auto-exame das mamas das mulheres, onde, depois da atividade 80% já sabia fazê-lo. Outro ponto a ser abordado foi a alimentação, onde 84% relatou ter aprendido novas opções de alimentos para ajudá-las nesta fase (exemplo, linhaça e camomila). Dentre as que não praticavam atividade física, 65% aderiram à prática de algum exercício físico. Ao indagarmos a contribuição da atividade educativa todas afirmaram que todos os encontros promovidos foram ótimos. As mulheres relataram que a atividade de educação em saúde foi importante para trazer conhecimento sobre o climatério (55%), esclarecer dúvidas (30%) e ajudá-las a ter uma vida mais saudável (15%). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados evidenciaram as características das mulheres, os sintomas e os problemas psicofisiológicos mais freqüentes, os quais podem estar relacionados à desinformação da mulher, a sua história de vida e ao contexto familiar e cultural, mesmo estando estas sempre interessadas em buscar conhecimento seja aonde for. Com o presente estudo pôde-se verificar nesta população sinais e sintomas do climatério de acordo com o que encontramos na literatura. .O enfoque decorre do aumento da longevidade e, assim, avaliar as medidas mais adequadas para possibilitar senilidade com melhor condição de saúde e qualidade de vida. A oportunidade é a enfermagem preventiva, através do acompanhamento do estilo de vida adequado e tratamento correto, quando necessário, optando-se pela individualização de cada mulher. Os resultados mostram o perfil biopsicossocial das mulheres, além de expor a porcentagem de aprendizado através das orientações feitas sobre cada tema abordado. Através dos achados podemos verificar a eficácia e perceber a contribuição da atividade realizada. A principal atitude do profissional de saúde diante da mulher no climatério deve ser em relação à promoção da saúde e prevenção dos sofrimentos, fazendo os esclarecimentos cabíveis, compartilhando experiências pessoais e profissionais, estando pronto para ouvir seus desabafos emocionais e preparando-a para enfrentar todas as dificuldades vigentes. A enfermagem está em uma posição excelente, com suas interações, para ajudar a desmistificar as atitudes e as crenças da ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 sociedade sobre esta etapa de vida de transição das mulheres, agindo como facilitadoras do processo de ressignificação e direcionamento da mulher nesta etapa de vida tendo para isto a educação continuada em saúde como excelente ferramenta. Atividades com essa podem amenizar possíveis sofrimentos posteriores provocados pelo desconhecimento. A enfermagem está muito além dos atendimentos em salas de estratégias básicas focando a patologia já instalada, mas sim atuando frente a grupos como estes que propagam as informações nele recebidas com maior velocidade para o alcance de uma assistência de primazia. A nossa assistência está muito aquém no descompasso entre o que é oferecido e o que elas desejam. Temos a necessidade de construir um modelo de assistência à mulher climatérica, que possibilite compreendê-la em seu contexto ambiental, atendendo às necessidades reais dessas mulheres. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA EM UM GRUPO DA TERCEIRA IDADE PARTICIPANTES DO PROJETO “BOMBEIROS E SOCIEDADE” Damiana Geanice Gregório Ribeiro, Faculdade Leão Sampaio Daiany Furtado de Lira, Faculdade Leão Sampaio Franciene Maria Galvão, Faculdade Leão Sampaio José Ivam Freire Amorim, Faculdade Leão Sampaio Macsuelma Michelly Correia de Lima, Faculdade Leão Sampaio Ana Paula Ribeiro de Castro, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Idoso. Qualidade de Vida. Atividade Física INTRODUÇÃO: A atividade física vem ganhando força ao longo dos anos, incentivada desde a juventude até a velhice, sendo muito relevante para a melhoria e manutenção da qualidade de vida de cada indivíduo. Atualmente, temos diversas formas de se exercitar, segundo Pitanga (2002), a atividade física é entendida como qualquer movimento corporal, produzido pela musculatura esquelética, que resulta em gasto energético maior que os níveis de repouso. Possuem elementos e determinantes de ordem biopsicossocial, cultural e comportamental, podendo ser exemplificada por jogos, lutas, danças, esportes, exercícios físicos, deslocamentos, dentre outros. Cada praticante tem várias formas de se exercitar podendo escolher a atividade que mais se adéqüe as suas necessidades e limites corporais. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2010) o Brasil teve um aumento da população com 65 anos e mais, de 4,8% em 1991, para 5,9% em 2000 chegando a 7,4% em 2010. O crescimento absoluto da população do Brasil nestes últimos dez anos se deu principalmente em função do crescimento da população adulta, com conseqüente aumento da participação da população idosa. O rápido crescimento da população de idosos, no Brasil, causa importante impacto em toda a sociedade, principalmente nos sistemas e programas de saúde. Contudo, a infraestrutura necessária para responder às demandas desse grupo ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 etário, quanto a instalações, programas específicos e recursos humanos adequados, quantitativamente e qualitativamente, ainda é precária, necessitando assim de uma atenção especial voltada para a melhoria das condições de serviços e qualidade a essa população (LOURENÇO et al., 2005). A indução de atividades físicas e práticas corporais é um reflexo da grande importância atribuída a um modo de viver ativo como fator de proteção e manutenção da saúde, exercícios regulares e hábitos de vida saudáveis são essenciais para garantir mais qualidade de vida na terceira idade (MALTA, et al., 2009). Escolheu-se a temática pela relevância que a atividade física tem no impacto positivo na sua qualidade de vida, retardando as complicações de doenças crônicas, promovendo a manutenção da funcionalidade e promovendo a autonomia das pessoas idosas. OBJETIVOS: Conhecer os benefícios da atividade física na terceira idade em um grupo de idosos na cidade de Crato, Ceará; traçar o perfil sócio-econômico da população em estudo; Identificar os fatores que levaram à adesão pela atividade física no grupo de idosos e listar os benefícios da atividade física referida pelos idosos do estudo. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo exploratório com abordagem quantitativa desenvolvido na cidade de Crato durante o mês de abril de 2013, tendo como lócus um grupo de idosos do Projeto “Bombeiros e Sociedade”. Segundo o informante-chave, sargento Lira, o objetivo do grupo é a melhoria da qualidade de vida por meio de atividades físicas, hábitos saudáveis de alimentação e integração social, contando com 380 núcleos no Ceará que beneficiam cerco de 50 mil pessoas da terceira idade. As aulas acontecem duas vezes por semana, com duração de uma hora. Além da atividade física, são realizadas palestras realizadas por estudantes universitários sobre diversos temas relacionados à saúde. A população se constituiu de 28 idosos participantes regularmente no grupo, sendo a amostra de 14 pessoas idosas, a partir dos critérios de inclusão que foram: ter 60 anos e mais, pois participam pessoas de outras faixas etárias, saber ler e escrever, e estarem assíduos, ou seja, participarem regularmente do grupo há pelo menos três meses. Os que não se adequaram á esses critérios foram excluídos. A coleta de dados foi realizada após a anuência do capitão responsável pelo grupo, por meio de um questionário, aplicado em horário previamente acordado com o participante, e após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, sendo respeitadas todas as recomendações da resolução 466/12. As respostas foram agrupadas e organizadas no Excel 2007, sendo apresentados em forma de gráficos e tabelas, sendo analisados e discutidos pela literatura pertinente e embasada. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Dos 14 participantes do estudo 06 (43%) tinham idade entre 60 a 69 anos e 08 (57%) se encontravam com idade acima de 70 anos. Em relação ao estado civil, 04 (28%) se declararam solteiros, 05 (35%) casados, 04 (viúvos) e 01 (9%) em outro tipo de relacionamento. Quanto à escolaridade 05 (36%) não concluíram o ensino fundamental, 05 (36%) tinham ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ensino fundamental completo e 04 (28%) tinham o ensino médio incompleto. Estudos evidenciam que a baixa escolaridade é uma das grandes responsáveis pela diminuição da cognição na terceira idade, devendo realizar atividades e exercícios para estimular a memória e outras habilidades para a manutenção da saúde física e mental (BRASIL, 2006). Em relação ao tempo de participação dos mesmos no grupo 09 (64%) participavam há 2 anos e 05 (36%) estavam desde a sua formação, há 7 anos. A atividade física pode proporcionar benefícios à saúde a curto, médio e longo prazo, sendo que quanto mais tempo houver esta prática mais benefícios são alcançados ao longo dos anos. O entendimento e a compreensão dos motivos que fazem co que o idoso procure e participe de um programa de atividade física, bem como procurar saber quem é este idoso, como vive, qual sua idade, como está sua saúde, qual sua história de vida, entre outras informações, são questões fundamentais para orientar as ações e intervenções dos profissionais que oferecem programas educacionais ou de atividade física para essa população. Além disso, permite desenvolver e elaborar estratégias e métodos que possam alcançar e trazer aqueles idosos que possuem resistência à prática de atividade física (PEREIRA; OKUMA, 2009). Os idosos foram questionados sobre a prática de atividade física antes de entrarem no grupo atual sendo que 08 (57%) relataram não participarem e 06 (43%) responderam afirmadamente. A maioria desses idosos relatou que eram sedentários antes de entrar no grupo. A adoção de estilos de vida saudáveis e a participação ativa no cuidado da própria saúde são determinantes importantes em todas as fases da vida. Um dos mitos do envelhecimento é que á tarde para adotar hábitos saudáveis, por se sentirem no estágio último de suas vidas. Pelo contrário, o envolvimento do idoso em atividades físicas adequadas, alimentação saudável, a abstinência do fumo e do álcool e fazer uso de medicamentos sabiamente podem prevenir doenças e o declínio funcional, aumentar a longevidade e a qualidade de vida (OPAS, 2005). Sobre os motivos que levaram os idosos à prática de atividade física temos 09 (64%) disseram que por vontade própria, já 05 (36%) por motivos de saúde e indicação médica. Esse ponto é importante, pois se atentar para os motivos que fazem a população idosa procurar a prática de atividade física conhecendo e compreendendo suas necessidades e limitações é fundamental para ajudá-la nesse processo de forma mais contínua.Tão importante quanto investigar os benefícios proporcionados por prática de atividade físicas, é compreender como deixar as pessoas motivadas a se manterem engajadas e envolvidas neste propósito (MCIEL, 2010). De acordo com Geris (2003), a motivação é uma conduta que produz algo que move um indivíduo a comportar-se de uma determinada maneira, e a mesma fará com que a atividade física não seja abandonada, já que toda conduta humana necessita ser motivada e incentivada para que haja esforço e assiduidade na atividade física. Nesse processo de motivação alguns aspectos são facilitadores como, ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 por exemplo, o incentivo de amigos e familiares, a procura por companhia ou ocupação, alguns programas específicos de atividade física e, principalmente, a orientação de um profissional de saúde especializado, estimulando a população idosa um estilo de vida mais ativo e saudável (BRASIL, 2006). Ao se perguntar sobre os benefícios da atividade física para a saúde, as respostas foram diversas como: ter mais saúde (28%), melhoria para realizar as atividades de vida diária (16%), aumento da energia corporal (6%), ser mais feliz (16%), fazer amizades e aumentar a convivência social (12%) e bem-estar geral (22%). A atividade física pode ser associada a progressos significativos da capacidade funcional e do estado de saúde, podendo contribuir na prevenção ou diminuição da gravidade de algumas doenças, mais para isso, o indivíduo deve ter participação regular e contínua. Sendo alguns desses benefícios evidenciados cientificamente como: aumento do bem-estar, melhora da saúde física e psicológica, preservação da independência, controle do estresse e obesidade, prevenir incapacidades na terceira idade (MANIDI; MICHEL, 2001). Com a prática da atividade física também há uma redução potencial nos custos de cuidados institucionais geriátricos economicamente viáveis para a gestão (SHEPHARD, 2003). As atividades físicas oferecidas pelo grupo proporcionam diversas melhorias no dia a dia de acordo com os idosos, que não deixam de serem benefícios à sua saúde e que além de proporcionarem uma melhoria na qualidade de vida destes, traz um convívio social entre os mesmos, quebrando as barreiras que levam ao isolamento social. Além disso, acrescenta-se a situação em que o idoso estará ocupando seu tempo livre com atividades de lazer que irá fazer com que se sinta bem consigo mesmo, aumente a sensação de bem-estar e diversão, multiplique seu relacionamento e comunicação com os outros participantes do grupo e adquira como nova aprendizagem a prática de atividade física, seja com esportes, seja com lazer (GERIS, 2003). Podemos considerar que a atividade física faz bem em um aspecto geral ao idoso, não só pela melhoria da sua qualidade de vida, mas pela sua condição física melhorada, suas atividades sociais, que resultam em suporte para o bem-estar físico e emocional, funcional e psicológico. A atividade física por mais simples que seja reduz a complexidade de sinais e sintomas físicos e emocionais nessa população crescente da terceira idade. CONSIDERAÇÕES FINAIS. A manutenção e prevenção à saúde busca prolongar a capacidade funcional e retardar os processos fisiopatológicos acarretados pela velhice, tornando-se fatores que contribuem para uma melhor qualidade de vida da população geronto-geriátrica. De modo que a prática regular de atividade física é um importante meio para se alcançar tais finalidades. Este estudo evidenciou diversos benefícios à saúde de um grupo de pessoas idosas participantes do Projeto “Bombeiro e Sociedade”, tais como: controle de patologias crônicas e problemas relacionados à senescência, aumento da disposição em realizar as atividades de vida diária, aumento da ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 energia, do prazer e felicidade, melhoria das relações sociais, pois o grupo proporcionou uma forma de interação e integração social e melhoria do bemestar físico, mental e social. Portanto, a atividade física deve ser estimulada desde a juventude até a velhice, lembrando que não existe idade limitada para um indivíduo começar a se exercitar. Necessário pois, a compreensão das necessidades dessa população para a elaboração de estratégias de intervenção, promovendo uma melhor adesão por parte dos idosos na atividades físicas regulares, fortalecendo cada vez mais os benefícios que ocasionam nessa população especificamente. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) A UMA PACIENTE PORTADORA DE EDEMA AGUDO DE PULMÃO (EAP) Alex Araújo Rodrigues, Faculdade de Santo Augusto-FAISA/RS Paula Suene Pereira dos Santos Cícera Luciana da Silva Sobreira, Faculdade Integrada de Patos Maria do Socorro Nascimento de Andrade, Faculdade Leão Sampaio Regiane Clarice Macêdo Callou Maria Elaine Silva de Melo, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Sistematização da Assistência de Enfermagem. Edema Agudo de Pulmão. Equipe de Enfermagem INTRODUÇÃO: Edema Agudo de Pulmão (EAP) é uma patologia classificada como emergência clínica, caracterizada pelo acúmulo de liquido nos alvéolos levando a uma congestão pulmonar, que manifesta-se pelo quadro de insuficiência respiratória e hipóxia (BRASIL, 2008). O EAP acontece quando há um desequilíbrio entre a pressão hidrostática (pressão intravascular), e a pressão oncótica (fora dos vasos), fazendo com que haja transudação de líquidos para o espaço intersticial e alveolar dos pulmões causando uma congestão pulmonar dando uma sensação de sufocamento e/ou afogamento (MASELLA, 2012). O paciente apresenta-se extremamente dispneico, cianótico e agitado, dessa forma pode levar rapidamente para torpor, depressão respiratória e, apneia seguida de parada cardíaca. O seu diagnóstico clínico é de fundamental importância, para que assim possa ser iniciado o tratamento, minimizando a progressão de sua gravidade (CASTRO, 2003). Sendo assim, temos como justificativa, a gravidade do EAP e o quão é importante o profissional de saúde estar preparado para agir e intervir em tal situação, reconhecendo os sinas e sintomas clínicos para que o tratamento correto seja implementado, livrando o paciente de maiores complicações. Com isso surge o questionamento: como o enfermeiro e a equipe de enfermagem poderiam atuar ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 em tal situação para ajudar a o paciente com diagnostico de EAP? Tentaremos identificar a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) para tal paciente. A relevância deste trabalho consiste em proporcionar aos pacientes acometidos por tal patologia mencionada um plano de cuidados rápido, eficiente, e livre de danos, como principal intuito de reversão do quando patológico, prevenir complicações e promover tratamento rápido e adequado, melhorando assim a qualidade de vida do paciente e seus familiares. Este estudo apresenta contribuição de ordem acadêmica, à medida que servirá como fonte de estudo para os pesquisadores, bem como, para outros estudantes e profissionais de saúde acerca da temática envolvida, terá contribuição social a medida que todo conhecimento adquirido pelos envolvidos no estudo poderá ser implementado na assistência de pacientes acometidos pelo EAP, de forma direta e indireta. OBJETIVOS: Objetivo Geral: Descrever a atuação do enfermeiro na assistência ao processo de cuidar de uma paciente com Edema Agudo de Pulmão. Objetivos Específicos: Realizar pesquisa no prontuário da paciente; Elaborar história clínica da paciente; Fazer pesquisa bibliográfica sobre Edema Agudo de Pulmão; Implementar a Sistematização da Assistência de Enfermagem. MATERIAIS E MÉTODOS: O presente trabalho consiste em um estudo de caso realizado em uma unidade hospitalar do município de Barbalha-CE, no Cariri cearense, durante cumprimento regular do Estágio Supervisionado II (atenção Hospitalar), no período de agosto a setembro de 2014. O estudo de caso discorre sobre uma paciente acometida por Edema Agudo de Pulmão. Para execução do estudo em questão, foi realizado consultas no prontuário da paciente e exame físico, bem como a leitura de artigos científicos relacionado com o tema disponíveis em base de dados virtuais como: Literatura Latino-americana em ciências da saúde (LILACS) e Scientific Eletronic Library Online (SciELO), com posterior avaliação e estabelecimento das condutas de enfermagem a um cliente diagnosticada com Edema Agudo de Pulmão. Para análise dos dados e realização da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) foi utilizado a taxonomia II da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA). RESULTADOS/DISCUSSÃO: Diagnósticos Médicos: Edema Agudo de Pulmão, Insuficiência Respiratória Aguda, Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes Mellitus, Insuficiência Cardíaca Crônica e Depressão. Histórico de Enfermagem: Paciente do sexo feminino de iniciais H. P. N., de 60 anos de idade, cor parda, viúva, dois filhos, católica, dona do lar, reside na cidade de Barbalha – CE. A paciente acometida com várias co-morbidades associadas: Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Diabetes Mellitus (DM), Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC), Depressão, o que acarretou a paciente um quadro de EAP e uma Insuficiência Respiratória Aguda (IRA), levando-a a procurar uma Unidade Hospitalar. Foi levada ao hospital por familiares, com quadro clinico de ansiedade e agitação, taquicardia, taquidispnéia, falta de ar, ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 estenose de jugular, Murmúrios Vesiculares diminuídos, créptos pulmonares bilaterais, hipoxemia, cianose de extremidades, e Pressão Arterial elevada. A paciente referiu não seguir o tratamento corretamente como orientação medica a respeito de medicamentos, dieta, estilo de vida, o que provavelmente descompensou suas patologias de base e levou-a a um quadro de Emergência. A mesma refere que já esteve internada neste nosocômio com o mesmo quadro de dispneia, aguda tendo sido intubada e traqueostomizada, ficando internada por volta de 40 dias; faz uso de: Captopril, HCTZ, espirinolactona, furosemida, metformina, digoxina, amitriptilina, diazepan, clonazepan. Tabagista forte parou há menos de um ano, tem infecções respiratórias de repetição sempre tratada com antibióticos. Dia 29-08-2014 a paciente foi admitida as 13 horas no pronto socorro do HMSVP com PA: 226x120mmhg onde foi realizada ausculta pulmonar e evidenciado créptos em ambos hemitorax foram feitos 60 mg de furosemida, morfina, isordil10mg sublingual. Encaminhada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI); chega, consciente, orientada, estável do ponto de vista hemodinâmico, PA: 140x90mmhg, ventilação espontânea em ar ambiente com suporte de O2 por máscara de Venturi a 50%, AVP em MSE, diurese por SVD com urina de cor clara. Por volta das 21:50 horas do mesmo dia a paciente chega acompanhada do técnico de enfermagem do Pronto socorro, consciente, orientada, estado geral regular, com quadro de dor precordial, dispneia, taquicardia, hipertensão arterial 140x90mmhgestável,ventilação espontânea em ar ambiente, foi instalado O2 por Venturi a 50%, AVP em MSE, em SVD coletado material para exame. Estável do ponto de vista hemodinâmico monitorizada; PA; coletado material para exames laboratoriais, realizado RX e ECG. No dia 30-08-2014 cliente evolui consciente, orientada, dispneica, O2 úmido por máscara de Venturi a 50%, monitorizada + oximetro de pulso, pressão arterial não invasiva, AVP em MSD, faz uso de hidratação controlada por BIC; aceita a dieta, diurese presente por SVD, evacuações ausentes há 2 dias, medicada CPM, prestados os cuidados de enfermagem, realizado fisioterapia motora e respiratória. Dia 01-09-2014 paciente evolui com EGB, consciente, orientada, cooperativa e verbalizando. AAA, normotensa, taquicardia, monitorizada, com boa saturação, AVP em MSD sem sinais flogísticos, aceita a dieta; Ao exame: TX: AR: MV(+) em AHT. ABD globoso com RHA (+), maciço a percussão, indolor a palpação. Em uso de fralda com diurese (+) e evacuações (-) há 3 dias (SIC). MMSS e MMII: livres de edema e com pele integra. SSVV: T: 36c, FC:110 bpm, PA:100x90mmhg, FR: 26 irpm, SPO2:96% em ar ambiente. Aguarda alta para o bloco IV. Segue sob os cuidados intensivos. Dia 02-09-2014 no bloco IV, Paciente evolui em EGB, com HD de insuficiência respiratória aguda (melhorada), EAP de etiologia a/e (superada), HAS (em tratamento), DM em tratamento, ICC (controlada), Depressão evolui com EGB, acianótica, anictérica, hidratada, normocorada, consciente, orientada, estável, ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 taquicardica, normotensa, afebril, normoglicêmica. Renovado AVP em MSD, HV em BIC. Sem DVA dieta por via oral boa aceitação, diurese por SVD debito presente, evacuações (+), desvio da comissura labial por isquemia transitória, Evidenciado leve disartria. Com suporte de terapêutica psicológica. No dia 0309-2014paciente evolui com EGB acianótica, anictérica, hidratada, normocorada, consciente, orientada, estável, taquicardica, normotensa, afebril, normoglicêmica. SSVV: T: 36ºC,FC:110 bpm, PA:100x90mmhg, FR: 26 irpm SPO2:96% em ar ambiente, AVP em MSD, HV em BIC. Sem DVA, dieta por via oral boa aceitação, diurese por SVD debito presente, evacuações (+). Segue estável, sem drogas vasoativas refere leve cefaleia, foi ADM analgésico conforme prescrito. Paciente evolui com EGB acianótica, anictérica, hidratada, normocorada, consciente, orientada, estável, taquicardica, normotensa, afebril, normoglicêmica. SSVV: T: 36ºC,FC:110 bpm, PA:100x90mmhg, FC: 26 irpm, SPO2:96% em ar ambiente, AVP em MSD, HV em BIC. Sem DVA dieta por via oral boa aceitação, diurese por SVD debito presente, evacuações presentes e fisiológicas. Em finalização de antibioticoterapia. Prescrição Médica: Dia 29-0814: 1- Dieta zero (manter SNG aberta); 2- SF em BIC de 24/24 10 ml hora frasco com 250 ml; 3- Ranitidina 25 mg amp 2ml; 4- Dipirona 500 mg 1amp 2 ml diluir em 10 ml de água para injeção injetável se dor ou febre6/6h; 5- Plamet amp c/10mlagua p/ injeção se náuseas o u vômitos; 6- Clexane ser c/40ml; 7Glicose 50% amp ACM; 8- Insulina humana 10 ml ACM; 9- Furosemida amp c/2 ml EV 12/12h; 10- Isordil comp c/10 mg 1 comp SL ACM; 11- Dimorf1 mg IV ACM; 12- Captopril; 13- ASS; 14- Sinvastatina. Exames Solicitados: Exames Laboratoriais: Hemograma completo; Gasometria; Ureia bioquímica; Creatinina bioquímica; Sódio bioquímica; Potássio bioquímica; Cloro sérico; Cálcio bioquímica; Fósforo bioquímica; Magnésio bioquímica; Bilirrubina total e frações; Tempo de Protrombina (TAP); Tempo de Tromboplastina Parcial (PTT); Albumina; Sumario de urina; Proteína C reativa titulada; Lactato arterial; Troponina I; Creatina fosfoquinase fração MB; Exame de imagens: Eletrocardiograma e RX de tórax PA. Implementação da assistência de enfermagem / diagnóstico e intervenções de enfermagem: Como resultados desse estudo foram identificados alguns diagnósticos de enfermagem para a paciente em questão, onde os mesmos foram elaborados a partir da verificação das necessidades da paciente e de acordo com estes diagnósticos foram propostas suas metas e implementadas intervenções. Os principais diagnósticos de enfermagem encontrados para esta paciente foram: a) Agitação, relacionada com a incapacidade de respirar, evidenciada por desconforto respiratório; b) Conhecimento deficiente sobre o EAP, relacionado a falta de informação, evidenciado por relato verbal; c) Dor torácica, relacionada aos esforços respiratórios, evidenciada por uso da musculatura acessória para respirar; d) Perfusão tecidual prejudicada, relacionada com as trocas gasosas, evidenciada pala cianose de extremidades; e) Risco para ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 volume de líquidos aumentados, relacionado com o edema pulmonar, evidenciado por sinais e sintomas característicos; f) Nutrição desequilibrada: mais que as necessidades corporais, relacionada a não realização da dieta hipossódica e hipolipídica, evidenciada por peso excessivo; g) Padrão respiratório ineficiente, relacionada a taquidispneia, evidenciado por dificuldade na amplitude respiratória; h) Risco para quedas, relacionado com a hipoxemia, evidenciado por tonturas e sincope. Teremos como principais metas frente aos respectivos diagnósticos: a) A paciente terá a eliminação da agitação; b) Paciente terá suas dúvidas esclarecidas a respeito do EAP; c) A paciente relatará diminuição da dor torácica; d) A Paciente terá sua Perfusão tecidual reestabelecida; e) A paciente apresentará quantidade de liquido satisfatória; f) A paciente tentará normalizar seu peso; g) A paciente terá seu padrão respiratório normalizado; h) A paciente não apresentará quedas. Para estes diagnósticos e para o alcance das metas propostas, será realizada as seguintes intervenções de enfermagem: 1) Administrar oxigenioterapia conforme prescrição; 2) Auscultar sons respiratórios; 3) Realizar monitoração cardíaca e respiratória; 4) Realizar educação em saúde com a paciente sobre o EAP; 5) Fornecer informações seguras e confiáveis a respeito do EAP; 6) Administrar analgésicos, diuréticos, anti-hipertensivos e outras medicações conforme prescrição medica; 7) Realizar monitoramento da dor torácica; 8) Realizar coleta de gasometria; 9) Avaliar preenchimento capilar, cianose e valores da saturação de oxigênio e valores da Gasometria; 10) Posicionar a paciente em angulação confortável que favoreça a respiração; 11) Oferecer suporte de nutrição dietética adequado para seu quadro clinico; 12) Sugeri acompanhamento psicológicas; 13) Realizar monitoramento dos sinais vitais; e 14) Manter a Elevação das grades do leito. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ao serem inseridos na realidade da instituição hospitalar, os autores tiveram a possibilidade de vivenciar e executar a SAE a uma paciente acometida por EAP, compreendendo que a cliente diagnosticada com tal patologia deve ser atendida o mais rapidamente possível por uma equipe multiprofissional qualificada, para reversão de alterações já existentes, bem como prevenir agravos e novas complicações. Este estudo de caso proporcionou maior entendimento acerca do adoecimento e enfrentamento da doença pelo paciente promovendo aos acadêmicos um estudo mais amplo do assunto Edema Agudo de Pulmão. Em virtude disso torna-se necessário que os profissionais de saúde, tenham um maior conhecimento dessas patologias de forma a permitir uma intervenção rápida, adequada, e capaz de reduzir os riscos de complicações possíveis. Diante do exposto concluiu-se que ao realizarem a implementação da sistematização da assistência de enfermagem, os discentes puderam conhecer melhor o edema agudo de pulmão e quais condutas frente a ele. Entretanto, fica claro que para a melhor compreensão do que é ser enfermeiro, e do que esse profissional faz em sua prática diária, nada ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 melhor do que ser inserido na sua realidade, onde podemos aliar todo conhecimento teórico, que adquirimos durante todos esses anos de academia, a prática executada, onde isso acarreta em um melhor apreender. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 CONHECENDO AS VIVÊNCIAS DA MATERNIDADE TARDIA Vanessa Macêdo Cruz Cordeiro de Morais, Universidade Regional do Cariri Valeska Macêdo Cruz Cordeiro, Faculdade Leão Sampaio Dayanne Rakelly de Oliveira, Universidade Regional do Cariri Palavras-chave: Gravidez Tardia. Maternidade. Saúde da Mulher. INTRODUÇÃO: Ao longo dos anos o universo feminino vem passando por profundas transformações de cunho social, político e econômico com vistas à parcial ou total independência do sexo oposto, ao qual esteve submissa durante toda história, e só apenas na primeira metade do século XIX, com os movimentos feministas, vem conseguindo vez e voz frente à sociedade patriarcal que tanto oprimiu e calou essas mulheres (RODRIGUES, 2008). Além da forte influência dos movimentos feministas sobre a inserção da mulher no mercado de trabalho, o atual sistema econômico do capitalismo, que se caracteriza pela acumulação de capital, obriga as mulheres a evadirem dos seus compromissos exclusivos no lar e trabalharem fora, como forma de complementar a renda familiar, e oferecer a sua família uma vida mais digna (OLIVEIRA, 2009). Nesse contexto, a partir do século XX, década de 60, a difusão do uso do anticoncepcional, vem trazer mais autonomia ao sexo feminino sobre seu corpo, como também, seu modo de agir e pensar questões pertinentes à sexualidade e à reprodução (AQUINO; XIMENES; PINHEIRO, 2010). Assim, a mulher passa a decidir o momento ideal para procriar, mudando ao longo dos anos os contornos da maternidade, evidenciando a nãoconcepção medicalizada e diversos fatores como colocação no mercado de trabalho, estabilidade conjugal, carreira profissional, como determinantes no adiamento de gestações. A gravidez tardia se enquadra no grupo das ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 gestações de risco, sendo um dos principais fatores da morbi-mortalidade materna, acarretando ônus social e econômico (PARADA; PELÁ, 1999). Tornase, portanto, esta temática, um ponto de estudo que necessita de melhor investigação e abordagem multiprofissional na saúde pública. A gravidez tardia é estabelecida tradicionalmente, como aquela igual ou superior a 35 anos (GUSMÃO; TAVARES; MOREIRA, 2003; KRISTENSEN et al., 2007 apud RODRIGUES, 2008). Nessa faixa etária, os riscos são maiores e podem ser refletidos por meio de complicações maternas, fetais e do recém-nascido, e obstétricos (ANDRADE et al.,2004). OBJETIVOS: Conhecer as vivências da maternidade tardia; Caracterizar o perfil socioeconômico e obstétrico das primíparas de idade materna avançada e Identificar os motivos que determinam o adiamento da gestação; Realizar aproximação do universo feminino frente à gestação tardia. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo descritivo-exploratório com abordagem qualitativa, realizado em Juazeiro do Norte-CE. As participantes do estudo foram mulheres que tiveram seu primeiro filho em idade igual ou superior a 35 anos, cadastradas no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), durante o 1º semestre do ano de 2011. No sistema, através da ocorrência dos nascimentos, encontramos informações sobre a mãe (idade materna, distribuição espacial e temporal, número de gestações, entre outras), gestação e parto, bem como o perfil dos nascidos vivos, conforme preenchimento da declaração de nascido vivo. Após essa seleção prévia, identificamos seus domicílios, através do endereço contido na declaração, e foi estabelecido um primeiro contato com vistas a explicar a finalidade da pesquisa e confirmar a possibilidade de participação da mesma no estudo. Para determinação do número de oito participantes no estudo, utilizamos o critério de saturação dos dados, ou seja, a coleta de dados encerrou-se a partir da repetição das respostas. Foi desenvolvido um formulário para coleta de dados para o SINASC e roteiro para entrevista semi-estruturada. Após a coleta de dados, os mesmos foram analisados e organizados através da interpretação e categorização das falas, pela técnica de análise de conteúdo. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Regional do Cariri- URCA, através do parecer n°127/2011. RESULTADOS/DISCUSSÃO: A faixa etária para gravidez das mulheres entrevistadas oscilou de 35 a 43 anos. Encontramos quatro (50%) mulheres com faixa etária de 35 anos, uma (12,5%) com 37 anos, duas (25%) mulheres com idade de 40 anos, e a mais velha 43 anos. Segundo dados do IBGE ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 (2009) a faixa etária de 35 anos é predominante nas mulheres classificadas como gestantes tardias tanto a nível municipal como estadual. No ano de 2009 temos na cidade de Juazeiro do Norte 36 nascidos vivos de mães com 35 anos, 17 nascidos vivos de mães com 40 anos, nas idades maternas de 45,46 e 47 anos apenas o registro de um nascido vivo. Com relação ao estado civil, quatro eram solteiras (50%) e quatro eram casadas (50%). Segundo Guazzelli; Abrahão; Conz (2011), a quebra de tabus da histórica identidade feminina focada no casamento e na procriação vem sendo substituído pelo desejo de realizações acadêmicas e profissionais, possibilitando participação crescente na sociedade. Portanto a procriação deixa de estar intrinsecamente relacionada ao casamento, assim a mulher contemporânea pode ou não ter um filho independentemente do seu estado civil. A escolaridade mostrou-se divergente entre as entrevistadas, duas (25%) possuíam 4 a 7 anos de estudo, quatro (50%) possuíam 8 a 11 anos e apenas uma (12,5%), 12 anos ou mais de estudo. Como pode ser observada, a maioria das entrevistadas não seguia as estatísticas de que a maternidade tardia ocorre principalmente em mulheres de alta escolaridade (RODRIGUES, 2008). Quanto à profissão, observamos a ocorrência de: doméstica (2), do lar (1) por preferir ficar em casa para cuidar do filho, artesã (1), costureira (1), vendedora (1), auxiliar administrativa (1), aposentada (1) por problemas de saúde que a incapacitaram de trabalhar fora do lar e inclusive realizar atividades de autocuidado e cuidados com a criança. A maioria das entrevistadas tinham duplas ou triplas jornadas de trabalho, uma vez que trabalhavam fora de casa como forma de complementação da renda familiar e quando chegavam tinham que cuidar do filho, dos afazeres domésticos, dá atenção ao esposo, etc. Isso confirma a ideia de Corrêa (1997) apud Oliveira (2009) que a mulher atual participa plenamente na vida familiar, profissional, social. Cabe a ela cuidar da casa, do relacionamento conjugal, e muitas vezes contribuir ativamente ou ser a provedora do sustento familiar. Com relação à renda familiar, os dados observados foram homogêneos, sendo a renda das famílias de até 3 salários mínimos. Três (37,5%) possuíam renda de até 1 salário mínimo, uma (12,5%) de 1 a 2 salários mínimos e quatro (50%) possuíam renda familiar de 2 a 3 salários mínimos. Umas das entrevistadas que apresentou menor renda, até um salário mínimo, era doméstica, solteira e não contava com a participação do pai da criança nas suas despesas. Esse resultado contrapõe-se ao da pesquisa do IBGE (2005), que relata que as mães que tiveram seu primeiro filho em idades relativamente avançadas eram ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 participantes de famílias com alto poder aquisitivo. Os dados obstétricos das entrevistadas apresentaram resultados satisfatórios com relação ao número de consultas de pré-natal realizadas, sendo constatado que o pré-natal foi realizado em 100% das gestantes, tendo 87,5% (07) das grávidas realizado sete ou mais consultas de pré-natal. A realização do pré-natal em 100% das entrevistadas foi feita pelo médico, exceto uma cliente que foi assistida pelo médico e pela enfermeira da Estratégia Saúde da Família. O pré-natal e puerpério são momentos de atenção destinados à mulher visando o bom prognóstico materno e neonatal, deve ser iniciado logo no início da gestação, preferencialmente primeira consulta realizada até 120 dias da gestação, estendendo-se até 42 dias após o parto, onde deve ser realizada a consulta de puerpério. Nesse intercurso do pré-natal, deverão ser realizadas um número mínimo de seis consultas, distribuídas como uma no primeiro trimestre, duas no segundo trimestre e três no último trimestre (BRASIL, 2006). O aumento do número de consultas no último trimestre de gestação visa à detecção precoce das intercorrências clínicas mais comuns nesse trimestre dentre as quais podemos citar: trabalho de parto prematuro, pré-eclâmpsia e eclâmpsia, amniorrexe prematura e óbito fetal, bem como a avaliação do risco perinatal (BRASIL, 2006). Tipo de gravidez única e tipo de parto cesariano foi unanimidade nas entrevistadas. Diversos estudos relatam que as taxas de cesariana vão aumentando com o avançar da idade materna, Silva e Surita (2009) indica que a partir de 35 anos aumentam, as taxas de cesariana, a chance de fracasso na prova de trabalho de parto e as taxas de complicações. A opção da cesariana foi feita apenas por uma gestante e não por opção, mas por escolha e conduta médica, para as demais mulheres. A única gestante que marcou a cirurgia contempla o que nos diz França (2012) em seu estudo, quando relata que a indicação da cesariana muitas vezes corresponde ao anseio e medo do casal, que optam por essa via de parto, quando se trata de uma gestação em idade materna avançada. Portanto as condições maternas e fetais ou complicações obstétricas não são preponderantes para esta escolha. Quanto à fertilidade, seis das mulheres entrevistadas relataram não ter tido dificuldade para engravidar, duas mulheres relataram dificuldades relacionadas à má formação uterina e infertilidade. Brasil (2010) define a infertilidade como ausência de gravidez em um casal após um ano ou mais de comportamento sexual ativo que não façam uso de métodos anticonceptivos. Quando questionadas sobre a gestação, parto e puerpério obtiveram diferentes relatos. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 Na gravidez, cinco (62,5%) gestantes relataram ter problemas e três (37,5%) terem tido uma gestação sem intercorrências. Com relação ao momento do parto, três (37,5%) relataram ter tido complicação; duas apresentaram préeclâmpsia e uma delas, além disso, reação à anestesia e outra hipotensão e vômitos. O puerpério foi vivenciado sem dificuldades para quatro (50%) mulheres e com dificuldades para quatro (50%). Dos motivos relatados como dificuldades, a referência aos pontos da cirurgia foi relatada por três (37,5%) mães, outro motivo referido por uma (12,5%) das mães foi uma leve depressão. É precipitado identificar essas complicações correlacionadas ao quesito de faixa etária materna, por conseguinte seria necessário um maior aprofundamento para entendimento dos riscos maternos e fetais atribuídos à idade avançada. A escolha do momento ideal da mulher torna-se mãe, pode muitas vezes não ter influência com o envelhecimento do padrão etário de fecundidade, uma vez que 50% (quatro) das entrevistadas relataram não planejar a gravidez e 50% (quatro) ter planejado. Dos motivos que determinaram a postergação da gravidez para idades mais avançadas encontramos respostas relacionadas a problemas clínicos, infertilidade masculina e com predominância a importância que estas davam a constituição familiar, sendo esse quesito a se mostrar um fator sociocultural determinante na concepção dessas mulheres, assim as circunstâncias pessoais predominaram diante de carreira profissional quando elas pensaram em ter filhos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O adiamento da maternidade para terceira, quarta décadas de vida da mulher é uma tendência cada vez mais frequente no cenário nacional. Adiar biologicamente uma gravidez representa a nova formação da identidade feminina que vêem na priorização dos estudos e da carreira profissional uma maneira de se inserir no mercado de trabalho e se tornarem tão competitivas quanto o sexo masculino. A desvantagem dessa inserção repercute no seu cotidiano porque essas mulheres são obrigadas a conciliar a maternidade, casamento, profissão e cuidados com o lar. Assim, a maternidade tardia representa a configuração de uma nova identidade feminina. Através do presente estudo vemos uma realidade diferente com relação a esse adiamento, que para as mulheres entrevistadas não se manifesta como o desenvolvimento de carreira acadêmica e profissional, mas, ocasionadas por busca de relacionamentos estáveis ou problemas clínicos. Portanto o destino de longos anos de estudo e carreira profissional e acadêmica, tão citado na literatura, não se manifestou. Apreendemos da idade ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 materna avançada benefícios e malefícios, daí a importância do acompanhamento por profissionais qualificados que visem diminuir os medos e angústias de se gestar um filho tardiamente, bem como a prestação de uma assistência individualizada e humanizada capaz de suprir as necessidades apresentadas. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E PREVALÊNCIA DE SÍNDROME METABÓLICA EM PACIENTES SOROPOSITIVOS Danilo Ferreira de Sousa Eli Carlos Martiniano Maria Hevelma Leonel de Melo Marcia Raquel Xavier de Lima Maryldes Lucena Bezerra de Oliveira Dayse Christina Rodrigues Pereira Luz Palavras-chave: Síndrome Metabólica. HIV. Epidemiologia INTRODUÇÃO: Com os avanços nas terapias antirretrovirais o estado de saúde e sobrevida de pacientes portadores do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) tem melhorado significativamente e associado a essa melhoria também aconteceu o aumento de complicações cardiovasculares e metabólicas como gordura visceral, dislipidemia, diabetes e hipertensão. A Síndrome Metabólica (SM) pode ser entendida como um conjunto de alterações metabólicas que acontecem no organismo e que estão associadas a presença de adiposidade visceral (DIEHL et al., 2010). Normalmente, há presença de obesidade abdominal, resistência à insulina, hipertensão e dislipidemia. A SM geralmente está associada ao desenvolvimento de Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) e problemas cardiovasculares que quando associado com as condições clínicas inerentes da pessoa infectada pelo HIV geram grandes consequências para o paciente que é afetado com a síndrome em mais de 20% ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 dos casos (SIGNORINI et al., 2012). A prevalência de pacientes com a SM juntamente com todos os seus fatores de risco como obesidade, dislipidemia, pressão arterial elevada e a associação com HIV tem aumentado especialmente quando associado com outro problema clínico correlacionado como a lipodistrofia. Essas características geralmente estão associadas com inatividade física, má alimentação e fatores genéticos. Esses fatores também contribuem para o aumento de complicações decorrentes das duas situações clínicas relatadas (MARRENO et al., 2014). Além disso, a própria terapia relacionada ao HIV tem sido associada a aumento de doenças cardiovasculares assim como características virais não totalmente elucidadas parecem contribuir de forma positiva para a arteriosclerose presente na SM (NGATCHOU et al., 2013). A dislipidemia tem sido relatada como associada ao uso da terapia antirretroviral se relacionando com as altas taxas de mortalidades nesses pacientes, o que sugere que importantes alterações podem ocorrer nesses pacientes e que a temática merece mais estudos (BEHANE et al., 2012). Nesse contexto o diagnóstico de SM especialmente em pacientes com Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é de especial importância visto que possibilita nortear ações estratégicas para a promoção da saúde e prevenção de possíveis complicações associadas ao quadro (LAUDA et al., 2011). OBJETIVO: Identificar as características clínicas e a prevalência de síndrome metabólica em pacientes portadores de HIV. MATERIAIS E MÉTODOS: Para a construção desse estudo foi realizado uma revisão sistemática com abordagem principalmente qualitativa, permitindo uma avaliação crítica e síntese de evidências em que é possível deduzir algumas generalizações a partir de um conjunto de estudos selecionados previamente por critérios de inclusão e exclusão em pesquisas feitas em bases de dados. Neste estudo, foram realizados alguns passos para a revisão como: seleção das questões norteadoras a serem analisados, estabelecimento dos critérios de inclusão/exclusão previamente elencados para selecionar a amostra, análise das características dos textos e seus dados a partir da leitura inicial de títulos e resumos e posteriormente pela leitura dos estudos na íntegra, interpretação dos resultados com base em suas características e em critérios de análise e apresentação da revisão. Realizou-se a busca por descritores nas bases de dados eletrônicas Scientific Electronic Library Online (SciELO), Public Medline or Publisher Medline (PubMed), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 Ciências da Saúde (LILACS), utilizando como descritores em Decs – Descritores em Ciências da Saúde: “síndrome x metabólica”, “HIV” e “epidemiologia” e seus correspondentes em inglês “metabolic syndrome x”, “HIV” e “epidemiology” na base de dados que requeria em que obteve-se como resultados somando-se em todas as bases de dados 298 estudos. Foi estabelecido o período de publicações de janeiro de 2010 a abril de 2015, devido a uma maior possibilidade de encontrar estudos sobre o tema nos últimos anos a considerar que em anos anteriores a relação entre a síndrome metabólica e infecção por AIDS não era tão fortemente focada, pois havia mais interesse em tratar e amenizar sintomas desta. A revisão ocorreu no mês de abril de 2015. O operador Booleano de escolha foi AND. Em um primeiro momento houve uma análise preliminar tendo como critérios de inclusão estar disponíveis de forma gratuita, publicados entre os anos de 2010 a 2015, disponíveis em qualquer língua e considerando o objeto de estudo inerente à temática. Os critérios de exclusão foram artigos que abordassem a síndrome metabólica isoladamente ou que a considerasse inteiramente inerente a determinada faixa etária ou condição de saúde. Foram aplicados os critérios de inclusão restando 72 estudos. Foi realizada a exclusão de estudos repetidos excluindo-se 15 estudos e restando 57 artigos. Após a leitura dos títulos e resumos para identificar os critérios de exclusão destacados anteriormente resultaram em 12 estudos que foram utilizados para a construção da revisão em contexto. Os estudos selecionados foram analisados sobre sua distribuição segundo as características clínicas e taxas de prevalência da associação entre AIDS e síndrome metabólica, assim como objetivos e desfechos encontrados e características inerentes dos estudos como distribuição temporal, nacionalidade ou não e as principais ideias referentes ao tema e ao objetivo do presente estudo foram concatenadas para uma melhor análise e interpretações do tema. RESULTADOS/DISCUSSÃO: O perfil antropométrico dos pacientes que apresentam síndrome metabólica associado com HIV geralmente corresponde a indivíduos do sexo masculino (mais de 50%), com altura de mais de 1,60 m, Indice de Massa Corporal (IMC) configurando sobrepeso e obesidade (mais de 35%), com mais de 8 anos de infecção pelo HIV e uso há mais de 6 anos de terapia antirretroviral (DIEHL et al., 2010). Os pacientes relatam que geralmente após o diagnóstico de AIDS observam mudanças corporais, principalmente referente à adiposidade principalmente mulheres, mas as alterações ocorrem em ambos os sexos. Uma condição chamada de ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 lipodistrofia associada ao HIV é descrita em mais de 40% dos pacientes e estes geralmente apresentam fatores de risco evidentes para o desenvolvimento de SM como hipertensão, diabetes, dislipidemia, aumento da circunferência abdominal mostrando-se mais prevalentes em indivíduos com mais de 40 anos de idade o que também predispõe a complicações cardiovasculares aumentando as taxas de mortalidade (DIEHL et al., 2010). A prevalência de SM associado ao HIV é de cerca de 20 a 30% da população infectada o que é um valor alto considerando os riscos e complicações que são inerentes às duas situações clínicas (SIGNORINI et al., 2012). Crenças e percepções sobre a própria saúde também podem influenciar o prognóstico dos pacientes que irão ter impacto sobre às relações terapêuticos praticadas influenciando, por exemplo, estilo de alimentação que influencia diretamente o desenvolvimento ou não de SM. Para a prevenção de complicações referentes à SM e correlações cardiovasculares é essencial à prática de atividades físicas com a redução de comportamentos sedentários e mudanças nos hábitos alimentares e a autoestima do paciente influencia muito nesse processo (MARRENO et al., 2014). Pacientes com mais de 40 anos mostraram-se 6 vezes mais propensos ao desenvolvimento de aterosclerose (FALCÃO et al., 2012). Além disso, pacientes com as características relatadas apresentam em mais de um quarto dos casos co-infecção por hepatite C o que aumenta ainda mais as consequências das patologias. Há sugestão de que o aumento das taxas de SM em pacientes soropositivos está intimamente relacionado com aumento das taxas de pessoas obesas geralmente em indivíduos que já tinham peso elevado antes de qualquer diagnóstico (FREITAS et al., 2011). A associação direta entre os antirretrovirais e o desenvolvimento de SM ainda não e bem esclarecida. O que pode acontecer é que o desenvolvimento da última pode ser resultado da má prestação de serviços de saúde principalmente na atenção primária frente a esses indivíduos e seus fatores de risco para o surgimento de condição secundária (LAUDA, et al., 2011). Em relação a aspectos fisiológicos a idade, sexo, história familiar, duração da infecção pelo HIV, contagem de células CD4 e medidas antropométricas auxiliam na identificação da predisposição a SM (ALVAREZ et al., 2010). A presença de SM e triglicerídeos elevados podem funcionar como preditores de mortalidade em indivíduos com HIV, pois se constatou que em indivíduos que apresentam essas duas condições as taxas de mortalidade são mais altas principalmente por causa do aumento de inflamações sistêmicas (JARRETT et ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 al., 2013). Foi constatado que há um aumento da prevalência de SM em pacientes após o começo de uso da terapia comum a AIDS elevando as taxas em mais de 8% dos casos. Existe uma controversa em tal teoria que associa a SM principalmente ao aumento da idade e estilos de vida (KRISHNAN et al., 2012). Várias características antropométricas podem ser utilizadas na determinação de fatores de risco para o desenvolvimento de síndrome metabólica. Além dos usualmente conhecidos como IMC, circunferência abdominal e peso a circunferência do pescoço e a circunferência da coxa mostra-se como marcadores valiosos, pois algumas características como aumento da circunferência do quadril podem estar associadas a características próprias do avanço da idade (PULLINGER et al., 2010). Ainda em relação às características dos pacientes mais de 50% é casado e mais de 30% não possuem níveis de estudo elevados e estes possuem como principais características obesidade e níveis elevados de dislipidemia (BERHANE et al., 2012). Apesar dos índices antropométricos se apresentarem mais baixos nos indivíduos com HIV do que na população geral, esses ainda determinam situações de risco para desenvolvimento de SM. Estratégias para a modificação dos fatores de risco como orientações contra o fumo, praticas de exercícios físicos, mudanças na dieta podem ser uteis na prevenção de doenças e agravos, mas é preciso que o profissional conheça tais singularidades e aplicações para cada tipo de paciente (NGATCHOU et al., 2013). Mais de 50% dos estudos analisados sobre a temática não eram nacionais e em relação à distribuição temporal, ela mostrou-se uniforme de certa maneira, porém com poucos estudos relevantes envolvendo diretamente o assunto nos últimos anos apresentou-se um pouco escassa o que sugere a necessidade de mais estudos sobre o tema que poderão nortear as estratégias de saúde na assertividade de suas condutas frente aos pacientes que apresentem as duas situações clínicas associadas gerando graves impactos na sua saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A SM é referida em mais de 20% dos pacientes com HIV e as principais características clínicas/epidemiológicas dos mesmos é ser do sexo masculino, com sobrepeso ou obesidade, alto índice de IMC, circunferência abdominal, do pescoço, quadril e coxa, mais de 6 anos de diagnóstico e terapia antirretroviral, grandes taxas de lipodistrofia, percepções sobre a imagem corporal alterada, baixa autoestima, idade acima de 40 anos, valores lipídicos alterados, normalmente casados e com baixo nível de escolaridade. Este fator atesta para a necessidade de desenvolvimento de ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 estratégias de educação em saúde voltadas para esses pacientes em relação a fatores de vida modificáveis como hábitos alimentares e de exercícios com ações específicas para os pacientes em questão. Para isso é necessário o conhecimento sobre os fatores de risco e características dos indivíduos mais propensos a desenvolver o quadro que pode nortear para o profissional de saúde a seleção de público-alvo mais propenso para uma melhor elaboração e direcionamento de atividades que permitam a execução de forma plausível os objetivos propostos de promoção e prevenção de agravos que se discutem referentes aos mais diversos pacientes e nesse caso aos portadores de HIV e propensos a desenvolver SM. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 MOTIVOS QUE INFLUENCIAM A REALIZAÇÃO TARDIA DO EXAME PAPANICOLAU SEGUNDO A PERCEPÇÃO DE MULHERES NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA CENTRO EM EXU-PE Antonio Ronaldo de Sousa Junior, Faculdade Leão Sampaio Adalberto Cruz Sampaio, Faculdade Leão Sampaio Marlene Menezes de Sousa, Faculdade Leao sampaio Charlene Coelho de Moura, Faculdade Leão Sampaio Expedito Rennê Delmondes Miranda, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Câncer de Colo de Útero. Exame Papanicolau. Enfermagem INTRODUÇÃO: Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de cem doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se para outras regiões do corpo. Não obstante, o câncer vem tomando proporções consideráveis na população, principalmente por falta de informações adequadas quanto à prevenção, ao diagnostico e ao tratamento dessa doença, visto que o método de reduzir os índices é o preventivo, com expectativas maiores de cura quando há o diagnostico precoce. A despeito do câncer de colo do útero, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer – INCA, órgão vinculado ao Ministério da Saúde do Brasil 2012, o câncer cervical é uma patologia de evolução lenta cujas alterações nas células, desencadeantes do câncer, podem ser descobertas facilmente no exame preventivo, também denominado de papanicolau, fato que confirma a importância de sua realização periódica. Nesse contexto a literatura afirma que o principal fator de risco para esse tipo de câncer é a infecção pelo Vírus do Papiloma Humano – HPV, com alguns subtipos de alta correlação ontogênica com o desenvolvimento de alterações intra-epiteliais na cérvice. O câncer de colo uterino ainda hoje é uma das maiores causas de morte em mulheres adultas jovens, perdendo apenas para o câncer de mama que ocupa primeiro lugar em caso de mortes femininas por ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 câncer. Durante a consulta de enfermagem, no programa de controle de câncer uterino, percebe-se que muitas mulheres que procuram a unidade para realizar o exame preventivo pela primeira vez só o fizeram depois de muitos anos de início da vida sexual ativa. O interesse pelo estudo se deu durante as aulas de saúde da mulher e revisão de estágio nas quais o exame Papanicolau era um tema muito abordado e ao realizar um estágio extracurricular em uma Estratégia Saúde da Família – ESF do município de Exu-PE, na qual foi percebida uma dificuldade na adesão das mulheres no que diz respeito à realização do exame ginecológico e quando as mesmas procuravam a UBS já apresentavam alguma sintomatologia de uma outra patologia que poderia ter sido evitada se o exame estivesse sido realizado com antecedência, como forma de prevenção. A pesquisa realizada traz informações acerca das reações pelas quais as mulheres atendidas na UBS, resistem a realizarem o exame ginecológico preventivo do câncer de colo uterino e explica por que as mesmas só o procuram tardiamente. Os dados coletados contribuíram na divulgação e orientação das pacientes pesquisadas sobre o exame, assim compreendendo os fatores indicados e na reestruturação de estratégias de alcance voltados para estas mulheres, não somente no âmbito local. OBJETIVOS: Avaliar os motivos que norteiam as clientes da Unidade Básica de Saúde- UBS à um exame ginecológico tardio; Traçar o perfil socioeconômico das clientes usuárias do programa de saúde da mulher; Investigar os fatores que interferem na realização do exame ginecológico para prevenção do câncer de colo de útero; Determinar aspectos que possam contribuir à má adesão ao exame Papanicolau. O útero é um órgão que recebe os óvulos e, em caso de gravidez aloja o embrião que aí se desenvolve até o nascimento ele situa-se na pelve, entre a bexiga urinaria e o intestino. Trata-se de um órgão muscular oco. O útero tem forma de uma pera invertida e está situado no assoalho pélvico entre a bexiga urinaria e o reto, apresentando três porções: uma porção acima das tubas, chamada de fundo, uma porção central chamada de corpo e uma porção estreita que se abre para a vagina chamada de colo. Há cinquenta anos o câncer do colo de útero era a principal causa de morte por câncer nas mulheres norte americanas, com a introdução e o emprego disseminado da triagem citológica, a incidência de câncer cervical diminuiu nos países ocidentais. É o sexto câncer feminino mais comum nos Estados Unidos, onde a taxa de mortalidade caiu em 70%. Não obstante mundialmente o câncer cervical ainda é o segundo câncer mais comum em mulheres. O câncer de colo de útero é considerado um problema de saúde publica, atingindo todas as camadas sociais e regiões geo-econômicas do país. É o segundo tipo de câncer mais comum na população feminina, perdendo apenas para o câncer de mama. As lesões podem variar de processos benignos exuberantes até adenocarcinoma endocervical in situ. Uma discussão dos casos duvidosos com o citopatologista pode auxiliar e o grau de investigação dependerá das ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 condições clinicas de cada paciente. Em nosso meio, o problema do câncer é particularmente grave, pois, a maior parte das mulheres acometida pela doença é de faixa etária ainda economicamente ativa e associada ao fato de que detecção tardia da doença implica em aumento da mortalidade, uma vez que a lesão do carcinoma invasor pode levar a óbito e, por outro lado, seu tratamento pode causar sequelas importantes que dificultarão a reintegração familiar e social, além do custo assistencial alto. O câncer vem sendo considerado mundialmente, um grave problema de saúde pública por representar a segunda causa de morte por doença, precedida apenas pelas doenças cardiovasculares. No Brasil, o câncer de colo de útero ocupa o segundo lugar, sendo evidenciado a partir dos 20 anos de idade e apresenta seu maior risco entre 25 e 49 anos, sendo responsável pelo óbito de aproximadamente 230 mil mulheres ao ano. O câncer de colo de útero é uma patologia que se instala na parede do epitélio da cérvice uterina. O câncer não é o crescimento desordenado das células imaturas, mas um processo patológico coordenado, no qual uma célula normal sofre modificação adquirindo capacidades especiais.O câncer de colo de útero pode se originar em um ou em ambos os epitélios. O mais frequente é o carcinoma epidermoide, iniciado no epitélio metaplasico (zona de transformação) e precedido por lesão precursora: Neoplasia Intraepitelial Cervical – NIC. Os tumores malignos do colo de útero dividem-se em tumores epiteliais, sendo os principais o carcinoma de células escamosas e o adenocarcinoma. Estima-se que uma redução de aproximadamente 80% da mortalidade por câncer de colo de útero é possível através do rastreamento com o exame preventivo e tratamento das lesões precursoras com alto potencial de malignidade de carcinoma in situ. MATERIAIS E MÉTODOS: O presente estudo foi de natureza descritiva exploratória com abordagem quantitativa, estabelecendo característica da população que busca a realização do exame citopatológico de colo uterino. O caráter descritivo é escolhido pela necessidade de ampliar os conhecimentos acerca do problema a ser investigado, analisando as características dos fatores para que se possa estabelecer uma relação com outros, tornando o estudo mais abrangente e completo. A pesquisa exploratória permite um aumento de experiências para o investigador tratando-se de um determinado problema. Esta tem o objetivo de explorar tipicamente a primeira aproximação de um tema, visando a criação de um maior laço em relação a um fato e um fenômeno. A pesquisa foi realizada na Estratégia de Saúde da Família – Centro, localizada na Rua Coronel Manoel Aires, Nº 346, Bairro Centro, na Cidade de Exu, Pernambuco, Brasil. A pesquisa foi desenvolvida no período de Agosto 2013 a Maio 2014, sendo de Agosto a Novembro 2013 a elaboração do projeto de pesquisa e janeiro a maio de 2014 foi coletados dados para conclusão da pesquisa. A população do estudo foi composta por todas mulheres usuárias das UBS na cidade de Exu – PE. Participaram após ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que atenderem ao seguinte critério de inclusão: estar cadastrada na UBS pesquisada e ter idade entre 18 a 58 anos. A amostra foi composta por 40 mulheres cadastradas na ESF – centro, que buscaram realizar o exame preventivo citológico. O instrumento escolhido para guiar o estudo foi o formulário, onde foram identificados os fatores que influenciam a realização tardia do exame papanicolau. A entrevista foi realizada após autorização da participante, sendo a ela explicado que se tratava de uma pesquisa cientifica com o intuito de ajudar na prevenção do câncer de colo de útero e que os dados estatísticos serão de utilidade para órgãos de saúde. O formulário é uma lista informal, catálogo ou inventário, destinado à coleta de dados resultantes quer de observação, quer de interrogação, cujo preenchimento é feito pelo próprio investigador. Os dados quantitativos coletados foram organizados e analisados através de gráficos, e foram interpretados de acordo com as perguntas formuladas na coleta de dados e fundamentadas na literatura pertinente a temática abordada. Gráficos são figuras que servem para a representação dos dados. Bem com a utilização da ferramenta Microsoft Office Excel 2010 para analise e construção dos gráficos. Viabilizando assim o desenvolvimento das informações coletadas. A pesquisa foi realizada baseada nas normas éticas da resolução Nº466/2012, do Comitê Nacional de Saúde/Ministério da Saúde, que regulamenta a pesquisa com seres humanos. RESULTADOS/DISCUSSÃO: O grupo de mulheres entrevistadas constitui-se, portanto de quarenta mulheres com idade média de 38 anos (mínima 18 anos, máxima 58 anos), das quais 20 (50%) são casadas/União estável; 18 (45%) são solteiras e 2 (5%) são viúvas, sendo também o grupo entrevistado 16 (40%) possui ensino médio completo; 13 (32,5%) afirma possuir ensino fundamental completo, 7 (17,5%) são alfabetizadas , sabem assinar seu nome; 3 (7,5%) são analfabetas e apenas 1 (2,5%) possui ensino superior completo. O nível educacional é um fator que pode interferir na adesão ao exame preventivo de câncer de colo de útero, ocasionando uma menor compreensão sobre a doença e da importância do exame e uma menor utilização dos serviços de saúde. Um estudo realizado sobre a prevalência e seus fatores associados a não realização do exame citopatológico evidenciou que as mulheres de menor nível de escolaridade apresentam prevalência significativamente maior para a não realização do exame preventivo. Este fato ficou evidenciado na nossa pesquisa. A mulher tem papel primordial no cuidado com a casa e os filhos, relacionados ao dia-a-dia repleto de afazeres que socialmente se vêem como necessários, considerando as funções das mulheres que somam as atividades de casa e ao papel de mãe e a condição de trabalhadora fora de casa. Existe uma relação intima entre o baixo nível de escolaridade e a renda familiar, estimulando que as mulheres enquadradas nesta relação sejam mais suscetíveis ao câncer de colo de útero. ComparamISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 se que estejam expostos a um maior risco de morbimortalidade por utilizarem com menor freqüência os serviços de saúde e a prevenção de doenças. No que diz respeito a importância e a finalidade do exame papanicolau 40 (100%) das mulheres considera o exame importante e expressa sua opinião a que se refere suas finalidades onde 25 mulheres 62,5% das entrevistadas diz que o mesmo previne o câncer de colo de útero, 8 (20%) diz que o exame serve como método de diagnostico do câncer de útero e 7 (17,5%) afirmam que o exame é usado como forma de tratamento das DST‟S. Evidenciou-se na pesquisa que as mulheres apontam a prevenção de doença como a principal finalidade do exame. No entanto após analisar todos os dados que, elas definem a prevenção como algo que detem o desenvolvimento da anormalidade. A prevenção significa, para as mulheres impedir o surgimento da doença, ou seja, refere-se a ação que evita, intercede, e até mesmo estaciona o processo de adoecimento. Foi avaliada ainda a adesão das mulheres ao exame de Papanicolau relativo à frequência com que as mulheres o realizam, sendo que o grupo de mulheres na sua maioria esta esclarecida quanto a esse procedimento, onde 25 mulheres (62,5%) das entrevistadas realizam o exame de Papanicolau em um intervalo preconizado pelo Ministério da Saúde, isto é, anualmente. Isso pode ser justificado pela possibilidade de um aumento real na sua cobertura, tendo em vista a ocorrência de divulgação de importância do exame na década de 80. Outra possibilidade pode ter sido pelo aumento do numero de citologias cervicais realizadas em mulheres como procedimento de rotina durante o pré-natal e o planejamento familiar, fazendo-se destacar neste estudo, pelo fato dessa população esta vinculada a uma Unidade Básica de Saúde. No entanto, 13 mulheres (32,5%) das pesquisadas realiza o exame em períodos não recomendados, sendo 3 (7,5%) tardiamente (a cada 2 anos), explicando que essa raridade era apenas quando estava apresentando alguma sintomatologia de alguma patologia cervical, 5 (12,5%) precocemente (a cada 6 meses) e 5 (12,5%) raramente realiza o exame, o que demanda uma intervenção educativa, buscando adequar essa periodicidade com vista a uma melhor detecção precoce de alterações cervicais sem custo desnecessários, ainda foi constatado que 2 (5%) das entrevistadas nunca realizaram o exame de Papanicolau. Contudo vale ressaltar que a pesquisa em questão não revela se a periodicidade das entrevistadas a cada 2 anos é após 2 exames consecutivos com resultados negativos para displasia ou neoplasia cervical. O Ministério da saúde, desde 1988, segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde que propõe a realização do teste de Papanicolau a cada três anos em mulheres entre 25 e 60 anos de idade, após dois controles anuais negativos. Quanto aos cuidados necessários antes das mulheres se submeterem a realização do exame de Papanicolau, observa-se que as mesmas no geral, apresentam algum conhecimento. Foram citados os cuidados, sendo estes os resultados: 20 mulheres (50%) não tiveram relações ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 sexuais na véspera do exame; 2 (5%) não usar cremes vaginais; 6 (15%) não estar menstruada e 12 (30%) responderam que é necessário realizar higiene intima. Os resultados mostra uma necessidade de intervenção educativa direcionada às mulheres para os cuidados prévios a sua coleta, sendo que a negligência das mulheres interfere na realização do exame, assim como, no seu resultado, sabendo-se que esses cuidados referidos devem ser do conhecimento de todas as mulheres que realizam o exame de Papanicolau. Na avaliação dos Motivos que norteiam as mulheres a um exame tardio ou se recusam a realizar o exame de papanicolau, observa-se que 15 mulheres (37,5%) não realiza o exame por vergonha, as mulheres sentem-se inferiorizadas, demonstrando vergonha de se expor, principalmente para um médico. O exame ginecológico, em especial o exame de prevenção do câncer de colo do útero, foi o exame mais citado como temido e vergonhoso. Atingindo uma porcentagem menor que a vergonha, o medo de realizar o exame soma 10 (25%) das entrevistadas. O medo age como sinal condicionalmente e antecipador de sofrimento, caso tome proporções altas. Algumas mulheres não mencionam a palavra dor, mas expressam o medo de senti-la na realização do exame, enquanto outras 30 (75%) conseguem verbalizar seus sentimentos (vergonha, medo, nervosismo, desconforto), que parecem estar diretamente relacionados à questão de pudor. Estes achados comparam-se as informações coletadas no presente estudo, nas quais as mulheres relatam o medo antecipado e a vergonha protagoniza os seus sentimentos. Desse modo os profissionais de saúde devem dispor de estratégias que minimizem esses sentimentos, como: informar as clientes sobre o exame, o procedimento em si; expor somente partes do corpo necessárias para a realização e evitar que outras pessoas circulem na sala do exame. Outro fator avaliado foi a falta de conhecimento das mulheres sobre a importância do exame atingindo a mesma porcentagem que a vergonha 17 (37,5%). Um estudo com mulheres com câncer de colo de útero em um hospital no município de São Paulo, demonstrou que a deficiência do conhecimento sobre o exame da papanicolau é freqüente em mulheres mais velhas provavelmente porque a historia das ações preventivas no Brasil é recente. Os dados desta pesquisa mostram que a população pesquisada foi composta por mulheres já em plena fase reprodutiva, com renda familiar e escolaridade predominantemente menor que 01 salário mínimo e nível médio, respectivamente. Todas as entrevistadas referiam conhecer a importância do exame Papanicolau, o apontado como meio de prevenir o câncer de colo de útero, diagnosticar o câncer de útero e tratar as DST‟S. Observou-se também, que a maioria 25 (62,5%) dessas mulheres realiza o exame em um intervalo preconizado pelo ministério da saúde, ou seja, anualmente. No entanto, 15 (37,5%) delas o realizam em períodos não recomendados (tardiamente, precocemente ou nunca realizaram), o que demanda uma intervenção educativa, buscando adequar ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 essa periodicidade com vistas a uma melhor detecção precoce de alterações cervicais sem custos desnecessários. Quanto aos cuidados necessários para a realização do exame Papanicolau, as pesquisadas, no geral apresentam conhecimento satisfatório, como: não ter relação sexual na véspera do exame; higiene intima; não estar menstruadas e não usar cremes vaginais. No entanto, o conhecimento fragmentado expressado por essas mulheres demonstra a necessidade de uma intervenção educativa direcionada aos cuidados prévios a sua coleta, visto que a negligência dos mesmos interfere na realização do exame, bem como, no seu resultado. Avaliando as causas pelas quais as mulheres realizam o exame tardiamente as entrevistadas relacionaram vergonha, medo e falta de conhecimento sobre a importância do exame. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Considera-se, portanto, que a vergonha e o medo, são ainda, os maiores causadores da não realização do exame de Papanicolau pela maioria das mulheres, confirmando as afirmações de autores, os quais referem ser o câncer de colo de útero uma seria ameaça à população feminina brasileira, apesar dos programas de prevenção da doença existir e estarem disponíveis a população. Portanto vale ressaltar, que os projetos educativos em saúde sejam direcionados não apenas para a necessidade de divulgação da importância e finalidade do exame de Papanicolau, mas também, abordem sobre os cuidados necessários antes do exame e a humanização na interação profissional-cliente durante a consulta ginecologia. Visando este direcionamento reduzir a vergonha, o medo na realização do exame, contribuindo assim na prevenção do câncer do colo de útero e de outras doenças ginecológicas que são detectados, imprescindíveis na promoção da saúde da mulher. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 CONDUTA DO ENFERMEIRO FRENTE A PACIENTES COM INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO Eduarda Brennda Ferreira Gonçalves de Lima José Diogo Barros Nathalia Matos de Santana Renato Felipe de Andrade Mauro Mccarthy de Oliveira Silva Palavras-chave: Assistência de Enfermagem. Fármacos. Protocolo INTRODUÇÃO: O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) refere-se a uma alteração cardiológica, que quando não aplicadas terapias corretas é irreversível. É caracterizado pela interrupção do fluxo sanguíneo dos vasos coronários que irrigam o coração, essas alterações são marcadas por necrose do tecido miocárdico em consequência de uma isquemia local causada frequentemente pela formação de trombose em decorrência de uma placa aterosclerótica. Para que a região isquêmica consiga se reestabelecer, o fluxo sanguíneo tem que permanecer ao menos com 40% de atividade. Se a normalidade do fluxo não for restabelecida dentro de 4 a 6 horas, a necrose tecidual se completa e a lesão dessa maneira torna-se irreversível. A população brasileira nos últimos anos vem passando por transformações impactantes, como a redução das taxas de fecundidade e aumento da expectativa de vida. Esses fatos refletem diretamente no surgimento das epidemias debilitantes decorrentes da idade, como: IAM, neoplasias e doenças crônicas relacionadas ao aparelho respiratório. O IAM preocupa bastante a esfera governamental e os prestadores de assistência direta a pacientes com essa patologia, pois requer internação hospitalar nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI‟s), por sua gravidade e complexidade, gerando dessa maneira uma quantidade muito grande de gastos aos cofres públicos e mais demanda de profissionais ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 capacitados para seu tratamento. É cada vez mais vista a necessidade de qualificação profissional visando assistências humanizadas e de qualidade, sobre tudo pelo crescente desenvolvimento das tecnologias hospitalares, o impacto do alto índice de mortalidade e o volume em demasia de internações que o IAM representa. Por mais que os avanços nas ciências da saúde existam, driblar o óbito e proporcionar diagnóstico correto em tempo hábil e tratamento a esses pacientes ainda é um objetivo a ser alcançado. O diagnóstico se faz basicamente por associação de três fatores: dor torácica, alterações nos traçados eletrocardiográficos (desnivelamento ou supra nivelamento do segmento ST) e presença de marcadores de necrose miocárdica (troponinas T) e a Creatinofosfoquinase massa (CKMB). A enfermagem está envolvida em todas as etapas da assistência prestada a tais pacientes, desde sua entrada no serviço hospitalar até sua reabilitação, porém o conhecimento a respeito da identificação e da assistência ainda é muito pouco aplicado. Diante de tais considerações, esse estudo torna-se relevante por concentrar-se na necessidade de aprimoramento e aprofundamento na temática em questão, facilitando desse modo à disseminação de informações referentes a atuação do enfermeiro no IAM tanto no âmbito acadêmico como no profissional. Desse modo a questão norteadora dessa pesquisa foi: quais condutas/protocolos dão subsídios à atuação do enfermeiro frente ao infarto agudo do miocárdio? OBJETIVO: O presente estudo objetivou verificar os principais métodos de abordagem dos enfermeiros aos pacientes infartados. MATERIAIS E MÉTODOS: Para que esse objetivo fosse alcançado, realizouse ensaio teórico, a partir de revisão de literatura, delimitando e sintetizando o tema em questão, de maneira sistemática e organizada favorecendo dessa maneira a uma maior compreensão sobre o assunto em estudo, visto que esse método de análise proporciona adquirir conhecimentos a partir do emprego de informações obtidas de materiais informatizados. No que tange o levantamento bibliográfico optou-se pelo acesso online as seguintes bases de dados: Sientific Eletronic Library Online (SCIELO) e National Library of Medicine and NationalInsti tutes of Health (MEDLINE), bem como utilizado busca a acervos de livros atualizados na área em questão. A busca nas bases de dados ocorreu no período de Setembro a Outubro do ano de 2014. RESULTADOS/ DISCUSSÃO: A assistência de enfermagem a pacientes com iam é fundamentada em protocolos respaldados, que visam a reversão de quadros isquêmicos e estabilização do quadro cardiológico do indivíduo. A avaliação do profissional enfermeiro em pacientes com sintomatologia de IAM deve ser realizada por meio de protocolos estabelecidos de enfermagem, sendo dessa maneira respeitada a fase de coleta da história clínica do paciente como: data de início da dor, intensidade, localização, duração, irradiação e alívio. Tendo em vista o objetivo do estudo, foram delimitadas três categorias que contemplam as condutas do enfermeiro em casos de IAM, são elas: controle da ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 dor precordial, realização de exames e administração de medicações cardiológicas. A característica marcante do IAM é a dor prolongada, com localização subesternal, abdominal alta ou precordial que se irradia para o pescoço, ombro, mandíbula, braço ou mão esquerda. O IAM pode ser seguido de sudorese, palidez, falta de ar e perda temporária de consciência, com isso torna-se muito importante a identificação da dor, bem como correlacioná-la com IAM. A dor torácica pode ser dividida nas de origem cardiovascular ou não. A dor de origem cardiovascular especifica de IAM se manifesta como uma dor retroesternal com duração de 15min que se espalha através do tórax podendo irradiar para a face interna do braço. A enfermagem atua na administração de drogas, e uma das principais drogas analgésica é a nitroglicerina, um potente agente vasoativo que é administrado para reduzir o consumo de oxigênio pela musculatura cardíaca, o que de forma indireta influencia no controle da dor causada pela isquemia. A nitroglicerina também atua aumentando o fluxo sanguíneo coronariano, facilitando dessa maneira a perfusão dos vasos sanguíneos colaterais. Segundo o formulário brasileiro terapêutico nacional, outra droga também pode ser empregada, a morfina, que é classificada como o analgésico narcótico para dor intensa e é muito utilizado também em casos de neoplasias por seu potente efeito. Para tratamento de IAM, a dose inicial de morfina é 10mg EV, seguido de doses adicionais de 5 a 10mg. A administração de drogas para alivio da dor e do sofrimento é de extrema relevância, as facetas da atuação da enfermagem em pacientes com IAM tangem deixar o cliente confortável, visto que quanto mais confortável o paciente estiver, mais oxigênio será poupado, o que auxiliará no avanço mais retardado da doença. São de extrema importância também registar a medicação e o horário que foi administrado. É de fundamental importância que o enfermeiro tenha dentro de seu contexto científico a padronização e priorização da prestação de cuidados a pacientes que apresentam sintomatologia de infarto agudo do miocárdio. O diagnóstico e o tratamento precoce melhora de forma significativa a qualidade de vida desses pacientes. A atuação frente à dor é uma das medidas mais importantes a serem tomadas frente a pacientes com um quadro de IAM sintomático. A droga de primeira escolha para tratamentos de tais pacientes é a morfina, por se tratar de um analgésico de forte potencial de ação, sessando dessa forma os quadros álgicos decorrentes de isquemia da musculatura cardíaca. É muito importante que o enfermeiro da atenção básica identifique tais pacientes desde seus primeiros sintomas, a fim de diminuir o tempo gasto pelo paciente. A eletrocardiografia é o exame mais importante para identificação de IAM, o enfermeiro deve realiza-lo seriadamente nas primeiras 24 horas e diariamente depois de passado o primeiro dia. O supra desnivelamento de segmento S-T constitui um importante traçado na identificação do IAM, por exemplo: supra de derivação V1, V2 e V3 relacionase com isquemia septal, aVL e DI a parede lateral alta, de V1 a V6 de parede ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 anterior extensa e V7 e V8 que são derivações especiais indicam lesão isquêmica posterior. Outro exame de extrema relevância é dosar os marcadores de lesão cardíaca, a enfermeiro é responsável por realizar uma coleta de sangue para identificação de CK-MB (creatino-fosfoquinase) onde se encontra alterada de 04 a 06 horas após o início da lesão cardíaca, dosa-se também mioglobina, quando existe lesão cardíaca a mioglobina é liberada pelo miocárdio em um tempo de 01 a 02 horas após o IAM, e a troponina, dosam-se as quantidades de troponinas T e troponina I, qualquer uma dessas encontrase na musculatura cardíaca, podendo com isso indicar uma lesão necrótica. Os marcadores de lesão cardíaca são macromoléculas intracelulares que são liberadas quando a musculatura entra no processo de necrose, lesionado dessa forma a membrana dos sarcômeros musculares. A velocidade do aparecimento dessas moléculas na circulação depende de vários fatores incluindo fluxo do sistema linfático, seu peso molecular e o fluxo sanguíneo.: Além do conhecimento da sintomatologia do IAM, o enfermeiro deve desenvolver competência de entender a terapia medicamentosa adequada para reestabilização de pacientes com desnivelamento de segmento S-T. Entre as medicações utilizadas temos a estreptoquinase (SK) é uma droga muito utilizada por seu baixo custo em comparação a outros trombolíticos. Utiliza-se também a tenecteplase (TNK), considerada um trombolítico de terceira geração, apesar de alto custo (3.770,77) foi escolhido para atendimento préhospitalar, comparando a estreptoquinase (250,00) seu custo é mais elevado. A terapia imediata realizada em pacientes com infarto agudo do miocárdico com supranivelamento do segmento S-T (IAMCSST) seja ele administrado nas unidades de suporte avançado ou nos prontos socorros (PS) é realizado com a utilização da droga TNK, sua dose varia de 30 a 50mg. Se o paciente chega à unidade terciaria para tratamento em até 90 min do início dos sintomas não realiza-se a TNK, realiza-se primeiramente a angiografia para verificar grau de perfusão de coronárias. Além do TNK, o paciente utiliza como drogas coadjuvantes de morfina, heparina (de baixo peso molecular) Endovenoso (EV) além de drogas orais como: AAS, nitratos, aspirina e betabloqueadores. As principais drogas utilizadas para tratar IAM são as seguintes: AAS 200mg que devem ser mastigados na admissão do paciente; clopidogrel 75mg, 1 comprimido via oral (VO) com associação ao AAS; Nitratos via sublingual; estreptoquinase ou tenecteplase quando não for possível realizar angiografia; Heparina de baixo peso molecular; atenolol, 5 mg, EV durante 5 min e a segunda dose após 10 min, e ansiolíticos como diazepan. É necessária a presença de um enfermeiro para realizar a administração de oxigênio (3l/min a 100% por meio de cateter de posicionamento nasal) e monitorização eletrocardiográfica momentânea ou continua dependendo da analise bioquímica ou da avaliação clínica. Como parte da assistência de enfermagem a tais pacientes, temos além da administração da medicação: a observação de ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 possíveis hemorragias sistêmicas, trombose decorrente da estreptoquinase, arritmias e depressão respiratória caso a droga de escolha para dor tenha sido a morfina, bem como observar sinais de hipersensibilidade aos fármacos administrados. Enfim, o protocolo de atendimento a pacientes infartados se baseia em seus sintomas apresentados, onde imediatamente ao ser confirmado é iniciada a terapêutica de reperfusão miocárdica, podendo ser química com o uso de trombolíticos, ou mecânica, através da Angioplastia Transluminal Cutânea (ACT), que trata-se da colocação de um stent na artéria obstruída com a finalidade de desoclusão. A ACT é indicada nas primeiras horas após a confirmação através do Eletrocardiograma (ECG) e de sua sintomatologia, o que diminuirá a área de necrose e a mortalidade quando mais precocemente realizado. Fazendo parte também do protocolo de tratamento inicial tem-se o “MONAB” (Morfina, Oxigênio, Nitratos, Ácido Acetil Salicílico – AAS, e Betabloqueadores). A morfina é essencial porque tem efeito analgésico, reduz a ansiedade e tem efeitos na diminuição da resistência vascular sistêmica. O oxigênio é administrado em uma fração de 2-4l/min se SO2 < 90%. Nitratos reduzem o desconforto torácico. AAS é um antiagregante plaquetário, impedido assim uma reoclusão coronariana, e por fim os betabloqueadores, que reduzem a reincidência de infarto ao tempo que promovem à < FC, bem como redução da sobrecarga cardíaca, poupando dessa maneira mais oxigênio ao miocárdio. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O presente estudo demostra que a atuação do enfermeiro é de fundamental importância para um bom reestabelecimento do quadro de IAM, bem como a compreensão das fases de tratamento que os enfermeiros atuam. Com isso, foram identificadas a necessidade de realização de exames confirmatórios, como a analise bioquímica que registra dessa forma as enzimas que são marcadores de necrose cardíaca como a CKMB, Troponina I e mioglobina. Outro exame é o eletrocardiograma, trata-se de uma avaliação cárdica realizada por enfermeiros e que teria que ser interpretado por tal, o que não foi evidenciado nesse estudo, contudo é de fácil realização e entendimento. Farmacologicamente a enfermagem atua na administração de drogas cardiológicas, tendo as principais os trombolíticos tenecteplase e estreptoquinase, o analgésico morfina, o antiagregante plaquetário AAS e heparina, e betabloqueadores. Lembra-se que a atuação do enfermeiro encontra-se no preparo, administração e avaliação posterior a medicação, visto que esses fármacos tem um potencial de efeito colateral muito alto. Sem esgotar a temática em questão, o presente estudo demostra a necessidade de uma atuação pautada em conhecimento científico por parte dos enfermeiros para tratamento e intervenção em possíveis complicações cardiológicas envolvendo o IAM, bem como a necessidade de conhecimento sobre os traçados eletrocardiográficos. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 AVALIAÇÃO DO CARTÃO PRÉ-NATAL DE PARTURIENTES ASSISTIDAS EM UM HOSPITAL PÚBLICO DA MICRORREGIÃO DE BREJO SANTO NO ANO DE 2014 Eloá Ribeiro Santana, Faculdade Leão Sampaio Cleidiane Barbosa Paz, Faculdade Leão Sampaio Lediane Xavier Almeida Torquato, Universidade da Cidade de São Paulo Palavras-chave: Pré-Natal. Assistência de Enfermagem. Registros INTRODUÇÃO: No Brasil, as políticas públicas de saúde tiveram um considerável avanço principalmente pela vigência do Sistema Único de Saúde (SUS) na década de 80, o que acarretou uma ampliação das ações e serviços de saúde. Com base nisso, a assistência à mulher sofreu diversas modificações, passando a abrangê-la em todo o ciclo vital, levando em conta as significativas taxas de morbidade e mortalidade que esse grupo representava e ainda representa nos dias atuais. Nestas perspectivas, o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), implementado pelo Ministério da Saúde em 1984, tornou-se um direito na Constituição da República Federativa de 1988, cujas ações estão voltadas para a assistência integral à saúde da mulher desde a adolescência até a terceira idade. A elaboração desse programa, que oferece propostas de atendimento à mulher garantindo seus direitos de cidadania, decorreu de uma mobilização social levando feministas e profissionais da saúde, juntamente ao Ministério da Saúde, ao desenvolvimento do mesmo (DUARTE; ANDRADE, 2006). No entanto, a elaboração e implantação do PAISM não foi o suficiente para resolver o grave problema brasileiro quanto às altas taxas de morbidade e mortalidade decorrente da baixa qualidade da atenção à mulher no ciclo gravídico-puerperal. Assim, tendo em vista a magnitude desse problema, o ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 Ministério da Saúde instituiu em 1º de junho de 2000, o Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento (PHPN), que possui como objetivos: diminuir o índice de morbidade e mortalidade materna e perinatal, ampliar o acesso às consultas pré-natal, estabelecer critérios para qualificar essas consultas e promover o vínculo entre a assistência ambulatorial e o parto (BRASIL, 2000). Esse programa fez com que cada município refletisse e discutisse sobre a assistência prestada à gestação, ao parto e ao puerpério, criando estratégias para cumprir essa portaria que estabelece critérios mínimos a serem seguidos. Paralelo a esse desenvolvimento surgiu, no Brasil, o Programa Saúde da Família (PSF), oficializado em 30 de dezembro de 1998, como estratégia de implementação das ações de assistência integral de saúde coletiva em todas as fases do ciclo da vida. Assim, dentre as diversas ações englobadas, podemos destacar o pré-natal, voltado à assistência específica à gestante, uma vez que diversas são as alterações que ocorrem no corpo de uma mulher durante esse período, alterações essas que são vivenciadas diferentemente por mulher, dependendo do contexto familiar, social, econômico e cultural que essa gestante esteja inserida. Com base nisso, torna-se imprescindível o acolhimento da mesma pela Equipe de Saúde da Família (ESF), garantindo uma assistência de qualidade e humanizada, que contribuirá para preservar a saúde da gestante e do feto. Diante o exposto, surgiram-se os seguintes questionamentos: os cartões de pré-natal estão sendo preenchidos adequadamente? Qual o grau de aparecimento dos registros oriundos da assistência pré-natal? Torna-se imperativo relatar a importância da avaliação para uma posterior demonstração da validade das ações desenvolvidas, apontando a relação entre o proposto e o obtido, uma vez que o cartão prénatal faz parte de um todo da qualidade da assistência prestada. Assim sendo, torna-se essencial destacarmos que os registros do cartão pré-natal estabelecem uma comunicação escrita de informações pertinentes às condições do processo gravídico e dos cuidados que são necessários ao mesmo, além de assegurar a continuidade da assistência, detectar novos problemas para a avaliação dos cuidados prescritos e possibilitar a comparação das respostas da gestante aos cuidados prestados. Esses registros oferecem subsídios para propor mudanças e adequações centralizadas no cuidado individualizado, integral e resolutivo. OBJETIVO: Desta forma, o estudo teve como objetivo avaliar a presença de determinados registros presentes nos cartões de pré-natal das parturientes assistidas em um hospital público da microrregião de Brejo Santo - Ceará no ano de 2014. MATERIAIS E MÉTODOS: Para o alcance dos objetivos, empregou-se um estudo documental, retrospectivo e com abordagem quantitativa, onde buscouse informações nos cartões de pré-natal de parturientes que evoluíram para o parto normal e cesariano. A pesquisa foi desenvolvida em um hospital público de um município da microrregião de Brejo Santo, localizada no estado do ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 Ceará. Esse, por sua vez, é dividido geograficamente em 33 microrregiões e, Brejo Santo, é uma dessas microrregiões pertencente à mesorregião Sul Cearense com uma área total de 1891,514 km 2 e formada pelos municípios de Abaiara, Brejo Santo, Jati, Milagres e Penaforte (CEARÁ, 2010). A população do estudo consistiu em prontuários de parturientes do referido hospital no ano de 2014 e, levando em consideração a problemática do presente estudo, foram investigados os que atenderam aos seguintes critérios: prontuário de parturiente, independente do tipo do parto (normal ou cesariano); e possuir em anexo a cópia do cartão pré-natal em condições legíveis para análise. Utilizouse como instrumento de coleta de dados um formulário autoelaborado e as seguintes variáveis foram analisadas: idade gestacional na primeira consulta; o número de consultas pré-natal realizadas; dados do exame físico (pressão arterial da gestante, ausculta dos Batimentos Cardiofetais - BCF, medida da altura uterina - AU, determinação do peso da gestante e índice de massa corpórea - IMC); e os registros dos exames laboratoriais segundo as recomendações do Ministério da Saúde ao pré-natal de baixo risco (tipagem ABO/Rh, hemoglobina/hematócrito, Venereal Disease Research Laboratory VDRL, glicemia de jejum, sumário de urina, sorologia para hepatite B e antiHIV). Os resultados encontrados foram dispostos com base na estatística descritiva e avaliados à luz dos referenciais teóricos específicos, obedecendo às recomendações da Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde Ministério da Saúde, que relata as diretrizes e normas regulamentadoras das pesquisas que envolvem seres humanos. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Investigaram-se 95 prontuários de mulheres que evoluíram para o parto no ano de 2014 no referido hospital; desses, 66 evoluíram para o parto cesariano e 29 para o parto normal. Por conseguinte, apenas 39 prontuários puderam ser incluídos na pesquisa por se enquadrarem nos critérios de inclusão estabelecidos. Diante dos dados adquiridos, observou-se uma maior incidência de cesarianas entre os prontuários das parturientes incluídas na pesquisa (33/84,6%), sendo importante relatar que o tipo de parto não consistiu como variável pré-determinada do estudo, uma vez que o intuito da pesquisa foi avaliar os registros presentes no cartão pré-natal. Mas, preliminarmente, é preciso destacar que o índice de partos cesarianos no Brasil é alarmante. Uma pesquisa coordenada pela FIOCRUZ e em parceria com diversas instituições mostrou que a cesariana é realizada em 52% dos nascimentos, o que contradiz com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que somente 15% dos partos devem ser realizados por procedimentos cirúrgicos (FIOCRUZ, 2014). Os dados referente ao início da assistência pré-natal mostraram que a maioria (28/71,8%) das adesões ao serviço de pré-natal ocorreram ainda no 1º trimestre gravídico, 8/20,5% no segundo trimestre, 1/2,6% no terceiro trimestre e 2/5,1% dos cartões não foram informados esse dado. Sabe-se que o Ministério da Saúde recomenda minimamente um total de ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 seis consultas de pré-natal e, na referida pesquisa, detectou-se que 35/89,7% realizaram 6 ou mais consultas e 4/10,3% um número inferior ao recomendado. Fica evidente que os cuidados antenatais têm um efeito significativo na saúde dessa criança levando, consequentemente, à minimização das taxas de mortalidade e morbidade perinatais. No entanto, para que o resultado do prénatal torne-se significativo é necessário levar em consideração, além da qualidade da assistência, o momento ideal para a realização da primeira consulta e o número desejável de consultas durante essa gestação. O objetivo de iniciar o pré-natal o mais precoce possível está relacionado ao fortalecimento da adesão dessa mulher ao acompanhamento sistemático e, com isso, rastrear os possíveis fatores de risco inerentes a essa gravidez refletindo, assim, no sucesso da mesma (GRANGEIRO; DIÓGENES; MOURA, 2008). O alcance desse objetivo envolve vários fatores, dentre eles, a busca ativa dessas gestantes e, após essa busca, um adequado acolhimento da mesma pelos profissionais, dedicando-os a prestar um atendimento digno e humanizado garantindo, com isso, que o pré-natal transcorra de forma segura e continuada. Quanto aos dados do exame físico, constatou-se que as variáveis pressão arterial sistêmica e peso da gestante apareceram com a maioria dos seus registros iguais ao número de consultas, 30/76,9% e 35/89,8% respectivamente. Por outro lado, as variáveis BCF (33/84,6%) e medida da altura uterina (32/82%) revelaram-se registros inferiores ao número de consultas. Vale a pena destacar que 21/53,8% dos cartões analisados não possuíam informações referentes à variável IMC, registro de extrema importância e indispensável para o acompanhamento nutricional da gestante. É importante salientar que na primeira consulta pré-natal o profissional responsável deverá realizar uma anamnese com a gestante, com o intuito de adquirir informações sobre a história clínica dessa mulher, objetivando identificar fatores de riscos que envolvem essa assistência. Realizada a anamnese, o profissional deve continuar a consulta realizando o exame físico geral e o específico, o gineco-obstétrico e, em seguida, solicitar os exames complementares a fim de identificar anormalidades (BRASIL, 2012). Novamente, destacamos que o PHPN foi instituído com a visão de assegurar a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento prénatal, da assistência ao parto e puerpério às gestantes e ao recém-nascido. Quanto à assistência à gestação, o mesmo determina os parâmetros de acesso e frequência ao atendimento e a solicitação de exames complementares básicos, na perspectiva do direito à cidadania e da humanização da assistência. Com relação aos critérios recomendados para alguns exames laboratoriais, podemos destacar que a tipagem ABO/Rh e o toxoplasmose IgM/IgG, devem ser solicitados na primeira consulta ou no primeiro trimestre; já a hemoglobina/hematócrito, o VDRL, a glicemia de jejum, o sumário de urina, a sorologia para hepatite B e o anti-HIV são exames básicos que devem ser ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ofertados um na primeira consulta/primeiro trimestre e outro no terceiro trimestre (BRASIL, 2012). Com base nisso, outra variável pertencente aos dados desse estudo são os registros dos exames laboratoriais realizados pelas gestantes e considerados como essenciais no acompanhamento do pré-natal de baixo risco, detectando-se grande variabilidade da presença dos mesmos. Segundo os registros coletados, 5/12,8% das parturientes não portavam a tipagem ABO/Rh e nem a dosagem da hemoglobina/hematócrito em seus cartões. O VDRL, a glicemia em jejum e o sumário de urina também não foram anotados em 3/7,7% dos cartões analisados. Além disso, destacou-se um significativo percentual de cartões sem registros dos exames Anti-HIV e Sorologia para hepatite B, onde em 12/30,8% e 16/41% dos cartões não apareceram dados desses exames, respectivamente. Dando sequência aos dados desse estudo, averiguou-se ainda que, nos cartões, esses exames laboratoriais sobressaíram com apenas um registro, ou seja, a maioria dos exames foram realizados apenas uma vez durante o pré-natal, aparecendo da seguinte forma: hemoglobina/hematócrito em 17/43,6% dos cartões, VDRL em 21/53,8%, glicemia de jejum em 19/48,7%, sumário de urina em 20/51,2%, sorologia para hepatite B em 19/48,7% e anti-HIV em 22/56,4%. Vale acrescentar ainda que 12/30,8% dos cartões pertencentes ao estudo possuíam registros de outros exames além dos já descritos anteriormente, como o exame de toxoplasmose e coombs indireto. Tais dados nos levam a entender que a maioria das gestantes não possuíram uma cobertura adequada de exames no primeiro e no terceiro trimestre, já que alguns exames devem ser repetidos para a continuidade da assistência. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Diante do que foi analisado, os dados do presente estudo permitiram concluir que o início precoce do pré-natal e o número adequado de consultas por si só não garantem uma assistência de qualidade, necessitando também de um número adequado de exames laboratoriais e avaliação física/obstétrica criteriosa, uma vez que ficou visível nos dados da pesquisa. Assim, os registros nos cartões devem ser reconhecidos como etapa fundamental do pré-natal, objetivando monitorar e acompanhar a gestação para identificar e assim intervir nas situações de risco à saúde materna e fetal. Dessa forma, vale ressaltar a importância desses registros, visto que os mesmos proporcionam a continuidade da assistência prestada favorecendo, com isso, a segurança do paciente. Além disso, a presença dos registros fundamenta essa assistência e respaldam os profissionais da saúde, uma vez que deve ser utilizado como instrumento que permita avaliar sua própria atuação e ser usado como base de suas reivindicações para melhoria da atenção. Nessa perspectiva, é relevante darmos seguimento a investigação iniciada, pois sem duvida, novos elementos serão incluídos e pontuados, possibilitando uma melhor adequação às necessidades das gestantes e ao mesmo tempo em que proporcionarão ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 visibilidade ao trabalho do profissional de saúde no cenário da atenção básica e hospitalar. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO PÉ DIABÉTICO E DEMAIS COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS AO DIABETES MELLITUS Cícera Luciana da Silva Sobreira, Faculdade Leão Sampaio Maria do Socorro Nascimento de Andrade, Faculdade Leão Sampaio Paula Suene Pereira dos Santos, Faculdade Leão Sampaio Alex Araújo Rodrigues, Faculdade Leão Sampaio Maria Elaine Silva de Melo, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Pé Diabético. Complicações do Diabetes. Cuidados de Enfermagem INTRODUÇÃO: Tem-se observado no Brasil a partir da década de 60 uma maior incidência de doenças crônicas degenerativas não transmissíveis (DCNT) entre elas a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM). Algumas dessas patologias surgem principalmente após os 60 anos. A DM é caracterizada como uma epidemia mundial, se constituindo desta forma como um desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo (CAMPOLINA et al., 2013; BRASIL, 2013). Os principais responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência dessa patologia são o envelhecimento da população, a crescente urbanização e a adoção de hábitos de vida pouco saudáveis, tais como: sedentarismo, alimentação inadequada e obesidade (BRASIL, 2013). "O diabetes mellitus é definido como uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta ou da incapacidade da insulina em exercer adequadamente seus efeitos no organismo" (ALMEIDA et al., 2013, p.143). A patologia está associada a um aumento nas taxas de mortalidade devido ao alto risco que os ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 portadores tem de desenvolver complicações agudas e crônicas. Entre as principais complicações agudas pode-se citar a hipoglicemia, a cetoacidose diabética e o coma hiperosmolar. No entanto podem ocorrer complicações crônicas sendo que estas estão associadas a alterações na microcirculação, causando a retinopatia e a nefropatia e de alterações na macrocirculação que podem levar a quadros de cardiopatia isquêmica, doença cerebrovascular, doença vascular periférica e ainda neuropáticas (VIEIRA-SANTOS et al., 2008). O diabetes se caracteriza por ser a principal causa de cegueira, doença renal terminal e amputação de membros na população com diagnóstico da patologia nos Estados Unidos. Clientes com diagnóstico de diabetes têm entre 15 e 40 vezes mais chances de se submeteram a uma amputação dos membros inferiores quando comparadas a população em geral. Sendo que, em pacientes que apresentam alguma lesão infectada e isquêmica, o risco pode ser até 90 vezes maior quando comparado ao apresentado por clientes que não apresentam isquemia ou infecção (VIRGINI-MAGALHÃES; BOUSKELA, 2008). “O pé diabético é a principal causa de internação de diabéticos e corresponde a 6% das hospitalizações nos Estados Unidos. No Brasil, a prevalência desse tipo de ulceração em diabéticos do tipo 2 é de 5% a 10%”(ROCHA; ZANETTI; SANTOS, 2009, p.18). OBJETIVO: Este trabalho tem como objetivo identificar as principais complicações desencadeadas pelo diabetes em pacientes com diagnóstico da patologia e verificar a importância que o enfermeiro exerce na prevenção dessas complicações. MATERIAIS E MÉTODOS: O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura nacional, de caráter descritivo e natureza qualitativa, onde foram analisados artigos científicos disponíveis nas seguintes bases de dados Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e na Bibioteca Virtual da Saúde (BVS), e que tinham como tema central as principais complicações desencandeadas pelo DM, em especial o pé diabético e as principais intervenções dos enfermeiros para prevenção das mesmas. Assim, a análise foi subdividida em tópicos, como: pé diabético, complicações do diabetes e cuidados de enfermagem as complicações do diabetes. Os artigos foram analisados durante os meses de Março e Abril de 2015, a princípio foram encontrados 27 artigos, após a leitura dos títulos e resumos dos mesmos 12 trabalhos foram pré-selecionados por serem pertinentes aos objetivos propostos nesse estudo. A pesquisa descritiva de acordo com Cervo e Bervian (2002) se caracteriza por ser uma descrição que o ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 pesquisador faz do seu objeto de estudo, sem que ocorra a interferência do mesmo. Já a pesquisa qualitativa para Lakatos e Marconi (2010) é aquela em que o pesquisador passa a aferir informações acerca das características mais intimas do comportamento humano e delas extrai suas interpretações. RESULTADOS/DISCUSSÃO: A diabetes mellitus está associada ao surgimento de complicações micro e macrovasculares de elevada morbimortalidade, e desta forma necessitando de cuidado contínuo, educação permanente e suporte para prevenção de complicações agudas e redução de riscos de complicações crônicas. Em conseqüência das complicações crônicas, os clientes diagnosticados como diabéticos apresentam, quando comparados a população não diabética, elevadas taxas de morbidade e mortalidade, equivalentes a duas a três vezes maiores, com redução na expectativa de vida. Este quadro evolutivo indesejado pode ser reduzido com a implantação de ações educativas voltadas para prevenção de agravos e manutenção da qualidade de vida (SOUZA et al., 2012; CHAVES; TEIXEIRA; SILVA, 2013). “As consequências humanas, sociais e econômicas relacionadas ao DM são devastadoras, sendo a doença responsável direta ou indiretamente por aproximadamente 4 milhões de mortes por ano, o que representa 9% da mortalidade mundial total”(SOUZA et al., 2012, p. 276). Dentre as diversas complicações que o portador de DM pode vivenciar as ulcerações nos pés representam uma grande preocupação em virtude de aumentar o risco de amputações nesse cliente e interferir na qualidade de vida dos mesmos. Segundo Almeida et al. (2013), cerca de 15% dos pacientes com diabetes mellitus ao longo da vida desenvolvem algum tipo de lesão nos pés, que se caracterizam por serem feridas de tratamento complexo, principalmente aquelas que encontram-se infectadas e com acentuada profundidade, o que contribuem para maior possibilidade de amputação. Batista; Luz (2012), salientam que a perda de uma parte do corpo pode alterar toda a existência do ser, na medida em que viver uma incompletude pode trazer uma serie de alterações no existir. O cliente que vivencia esse processo terá que se adaptar e readaptar a nova condição, revisando seus valores e planos e aprendendo a viver novamente com outras perspectivas de si mesmo e do mundo. Pé diabético é definido como sendo uma infecção, ulceração e/ou destruição dos tecidos profundos associados a anormalidades neurológicas e vários graus de doença vascular periférica nos membros inferiores (Vieira-Santos et al, 2008). De acordo com Rocha; Zanetti; Santos (2009), um dos maiores desafios para ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 que se possa estabelecer um diagnóstico precoce dos riscos de desenvolver ulcerações nos membros inferiores de clientes diabéticos é a realização de um cuidado inadequado para com os pés ou simplesmente a falta de um exame nos mesmos. Cerca de 10% a 19% dos pacientes diabéticos admitidos em unidades de saúde tiveram seus pés examinados após a remoção de meias e sapatos, sendo que realização dessa avaliação é de extrema importância na prevenção de problemas nos pés dessa população, reduzindo em aproximadamente 85% esses agravos. Santos; Capirunga; Almeida (2013) nos apresenta outra pesquisa que corrobora com esses achados mostrando que 65% dos internautas que tem diagnóstico de diabetes e responderam a entrevista informaram que nunca tiveram seus pés examinados, demonstrando dessa forma que a negligência que alguns profissionais têm no atendimento a esses clientes pode influenciar negativamente na prevenção dessas lesões. A realização de uma avaliação sistemática dos pés se constitui como sendo essencial na identificação de fatores de risco e na redução das chances de ulceração e amputação essa avaliação deve ser realizada em associação com a história clinica do cliente, de forma a investigar a ocorrência de lesões e amputações anteriores, observando as incapacidades dos clientes para realizar o autocuidado com os pés. Desta forma pela enfermagem ser uma profissão que se constrói tendo como base o estabelecimento de uma relação de confiança com os clientes, deve ter uma visão holística do mesmo, avaliando os aspectos biopsiquicosociais envolvidos no processo saúde-doença, o que contribuirá para identificação de fatores que possam interferir na qualidade de vida dos mesmos (SANTOS; CAPIRUNGA; ALMEIDA, 2013; CHAVES; TEIXEIRA; SILVA, 2013). Batista; Luz (2012) sugerem-nos que tendo em vista a cronicidade do diabetes mellitus torna-se necessário para que ocorra a redução de complicações como a amputação que o cliente diagnosticado com a patologia participe ativamente do tratamento, pra isso é imprescindível que o enfermeiro resgate as experiências, o conhecimento, os valores e crenças do mesmo para que desta forma possa ter um direcionamento acerca das atitudes desse cliente em relação ao cuidado com sua saúde. De acordo com Santos; Capirunga; Almeida (2013) a idade avançada do cliente, o sexo e o estilo de vida adotado pelo mesmo (crenças valores, condições socioeconômicas e de saúde) podem influenciar negativamente a prestação do autocuidado, se configurando desta forma como os principais fatores para a prática ineficaz do mesmo. Sensibilizar os clientes diagnosticados com diabetes para a ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 compreensão da necessidade de alterações no estilo de vida se constitui como sendo o principal papel dos profissionais de saúde envolvidos no tratamento da patologia. O profissional deve ajustar, juntamente com o cliente, quais medidas são pertinentes e viáveis de execução, abandonando, desta forma, o mecanismo essencialmente prescritivo e instituindo um processo colaborativo, capaz de ouvir os questionamentos e dilemas dos pacientes e se tornar mais efetivo, provocando mudanças concretas na vida dos usuários (CHAVES; TEIXEIRA; SILVA, 2013). A atuação do enfermeiro se constitui como sendo de extrema importância no rastreamento de clientes com DM e na prevenção das ulcerações nos pés, pois através da identificação dos clientes de risco, do exame clinico associado a uma avaliação física detalhada, da aferição dos pulsos distais e da investigação de neuropatia, da implementação de medidas preventivas é possível reduzir as complicações decorrentes da patologia (SANTOS; CAPIRUNGA; ALMEIDA, 2013). Assim, o comprometimento dos profissionais de enfermagem em disseminar ensinamentos e orientações aos usuários, de forma a incentivá-los a terem um maior autocuidado consigo mesmo, promove uma melhor qualidade de vida reduzindo as complicações oriundas do diabetes mellitus (CHAVES; TEIXEIRA; SILVA, 2013). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se desta forma que o diabetes mellitus se caracteriza por ser uma doença crônica associada a altas taxas de morbimortalidade na principalmente na população idosa. Diversas são as complicações decorrentes da patologia, entre elas, o pé diabético, que se caracteriza por lesões nos membros inferiores que podem ser altamente incapacitantes levando os clientes acometidos, quando não tomados os cuidados adequados, a amputação do membro afetado. Desta forma percebese o efeito negativo que a patologia pode provocar na qualidade de vida dos clientes, tornando-os dependentes e reduzindo a expectativa de vida dos mesmos. Entretanto é importante salientar que esse quadro pode ser reduzido significativamente quando implementadas ações educativas voltadas para a prevenção desses agravos. Neste sentido a atuação dos profissionais de saúde, em especial do enfermeiro, se torna imprescindível, na medida em que estes profissionais podem identificar com maior rapidez o surgimento de complicações, através da realização de uma avaliação sistemática dos membros inferiores, que inclui a palpação de pulsos periféricos e a identificação de lesões, associada a uma avaliação da história clínica do cliente em questão na busca de hábitos que o tornem propenso ao surgimento dessas ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 complicações. A atuação dos profissionais de enfermagem é de extrema importância na realização de orientações a esses clientes tendo em vista que a maior proximidade que esses profissionais tem com os mesmos, proporciona o desenvolvimento de uma relação de confiança, que muito favorece o diálogo, contribuindo assim para que esse profissional tenha um maior conhecimento acerca das necessidades individuais dos clientes e possa sensibilizá-los a terem um maior autocuidado, melhorando assim a qualidade de vida dos mesmos e reduzindo as complicações decorrentes da patologia. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO CLIENTE COM PROBLEMAS NA VESICULA BILIAR Edinaldo do Nascimento Silva, Faculdade Leão Sampaio Hyllary Silva Mota, Faculdade Leão Sampaio Alessandra Bezerra de Brito, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Problemas. Vesícula Biliar. Sistematização. Enfermagem INTRODUÇÃO: o Presente trabalho pretende abordar e ressaltar a importância da sistematização da enfermagem na assistência ao cliente com problemas na vesícula biliar, enfatizando a importância dessa sistematização e revelando os seus resultados que são alcançados através do diagnostico de enfermagem, das metas traçadas e das intervenções realizadas. Também denominada litíase biliar a colelitíase é conhecida popularmente como “pedra na vesícula”. Essa patologia é caracterizada por formar cálculos (massas cristalizadas) no interior da vesícula biliar, causado pela a saturação e por hipersecreção de elementos que compõem a bile principalmente o colesterol e bilirrubina, Suas complicações mais comuns são inflamações aguda ou crônica da vesícula (colecistite), compressão e obstrução de ductos biliares exemplificando o ducto colédoco (coledocolitiase), inflamação no pâncreas (pancreatite) e adenocarcinoma da vesícula biliar que pode ocorrer devido à inflamação crônica e prolongada (CONTRAN; COLLINS, 2000). A colelitíase pode apresentar-se em três variantes: assintomática, sintomática e complicada. Na forma assintomática não apresenta manifestações clínicas, na forma sintomática destacam-se os seguintes sintomas: cólica biliar, fortes dores na região hipocondríaca direita, já na forma complicada: as dores hipocondríacas são irradiantes á escapula direita e região epigástrica que podem indica complicações inflamatórias. Além de todos esses sintomas apresentados a ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 litíase biliar também pode acometer ao portador os seguintes sintomas clínicos: febre, calafrios, náuseas, vômitos, flatulos, e ainda podemos cita outra complicação severa, e já mencionando o risco iminente de vida, sendo está outra complicação o abscesso fistular, comunicando a vesícula com o aparelho digestivo, podendo levar a sepse (infecção generalizada) e consequentemente à morte (NUNES et al., 2007). O exame físico abdominal não consiste um método totalmente confiável para o diagnóstico da colelitíase, embora seja bastante importante sua realização, pois através da avaliação o examinador pode encontrar achados sugestivos da patologia, pois, seus acometidos ao exame físico demonstram os seguintes sinais indicativos: Dor ao palpar o hipocôndrio direito, sendo possível constatar rigidez abdominal local, associada à possibilidade da vesícula se encontrar aumentada com percepção iminente do examinador, além de possível observação do sinal de Murphy, sinal em que o acometido apresenta dificuldades ao respirar relatando dores locais em região próxima a vesícula biliar (MAYA et al., 2009). O diagnóstico preciso e precoce da colecistite é extremamente importante, pois ajudar numa melhor escolha do tratamento, sendo os achados diagnósticos encontrados mediante a realização de exames laboratoriais como: hemograma onde se apresenta o quadro de leucocitose com desvio para esquerda, enquanto ao hepatograma apresenta elevação das transaminases, bilirrubinas (hiperbilirrubinemia), amilases (hiperamilasemia) e também o aumento da fosfatase alcalina, porém o exame padrão “ouro” para o diagnóstico da colecistite que pode ser decorrente de uma litíase, e a ultrassonografia abdominal, pois somente esse exame permite avaliar e classificar alterações inflamatórias da vesícula biliares sendo essas calculosas ou acalculosas, e também possibilita a visualização de liquido perivesicular e possível estado de distensão biliar por cálculo ou por inflamação crônica. Podem-se utilizar também outros métodos de avaliação diagnóstica a exemplos: Tomografia Computadorizada (TC), Ressonância Nuclear Magnética (RNM), entre outros (SANTOS et al., 2008). A incidência da litíase biliar aumenta de acordo com o avanço da idade, no qual são fatores predisponentes o sexo, tendo uma proporção média de quatro mulheres para cada homem em idade reprodutiva, se igualando ao longo do tempo devido ao envelhecimento. Também vale lembrar as condições físicas, bem como as de saúde, que também são importantes para o aparecimento do quadro patológico. Além disso, são mencionados os seguintes fatores de riscos para o surgimento e desenvolvimento da litíase biliar: Diabetes mellitus, hormônio estrogênico, menopausa, gravidez, doenças hemolíticas, cirrose e obesidade. A colelitíase é uma das patologias mundiais de maior indicação cirúrgica, assim na maioria das vezes os pacientes são submetidos à cirurgia de retirada da vesícula biliar (colecistectomia), (MAYA; ET AL. 2009). OBJETIVOS: Realizar a sistematização da assistência de enfermagem ao paciente com problemas na vesícula biliar e avaliar os resultados da assistência de enfermagem ao ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 paciente com problemas na vesícula biliar. MATERIAS E MÉTODOS: A pesquisa é documental, bibliográfica e exploratória: documental pesquisa que é realizada através de documentos denominados fontes primária de investigação. Bibliográfica pesquisa que permite meios para definir ou resolver problemas conhecidos ou não. Exploratória pesquisa que consiste em investigações com objetivo de formulação de um problema, com finalidade principal de desenvolver e solucionar hipótese (MARCONI; LAKATOS, 2010). Essa pesquisa foi construída através de um caso clinico. Os dados foram coletados pelo prontuário do paciente, através de sua autorização por escrito. Quanto os sinais e sintomas, foram identificados mediante ao exame físico abdominal. Posteriormente á coleta primária de dados foi realizada á sistematização da assistência de enfermagem no dia 26 de setembro de 2014. Realizada através das seguintes informações: Histórico de Enfermagem: Paciente R.F.N, 46 anos, sexo feminino, auxiliar de serviços gerais, solteira, mãe de dois filhos, procedente de nova Olinda, admitida desde o dia 25/09/2014, devido a queixarse de intensas dores abdominais especificamente na região hipocondríaca direita, com diagnóstico médico de colelitiase, “pedra na vesicular”, medicado sob prescrição, administrado dipirona quarenta gotas quatro vezes ao dia, ceftriaxona intramuscular uma ampola duas gramas uma vez ao dia, tramal uma capsula duzentos miligramas duas vezes ao dia, plasil uma ampola de oito em oito horas se necessário, e hidratada com solução fisiológica 0,9 por cento intravenoso mais complexos B mais vitamina C com acesso venoso no membro superior direito. No dia 26/09/2014, foi realizada a atualização do histórico de enfermagem e consulta subsequente, onde se verificou ao exame físico que a cliente apresentava-se orientada, consciente, normocorada, normocardiaca, taquipnéica com Frequência respiratória 23 movimentos respiratórios por minuto, verificar-se estado geral calmo, estado mental ativo colaborativo, apresentava-se preocupada apenas quando se referia a supostos problemas familiares por envolvimento dos filhos e netos com drogas, apresenta-se chorosa ao fazer menção a esse problema, relata ainda dificuldades na relação com os jovens. Eliminação presente, sono e repouso preservado. Ao exame físico abdominal, detectado rigidez local perceptiva a palpação, nega dores momentâneas, refere ainda sentir incomodo apenas quando anda muito ou quando faz qualquer esforço físico prolongado e duradouro. Paciente segue aos cuidados da equipe de enfermagem, sendo orientada quanto à doença e medicada, aguardando conduta médica. Após o histórico foi realizada a sistematização de assistência em enfermagem abordando os seguintes diagnósticos, metas, intervenções e avaliação de enfermagem: Diagnóstico de Enfermagem: Deambulação prejudicada relacionada à dificuldade e desconforto abdominal ao andar evidenciada por dores hipocondríacas direitas. Meta: Reestabelecer o padrão de mobilidade; Intervenções: Administrar medicação analgésica conforme prescrição médica; Monitorar a frequência, ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ritmo profundidade respiratória, avaliando a ocorrência de possíveis incômodos ao deambular; Ofertar dieta liquida e sucos de frutas típicas da região para reposição hídrica e vitamínica corporal, e evitar o aumento do desconforto abdominal ao andar; Diagnóstico de Enfermagem: Desconforto físico prejudicado relacionado á colelitíase evidenciada por dores abdominais; Meta: Aliviar as dores e cólicas abdominais; Intervenções: Administrar medicação analgésica conforme prescrição médica; Avaliar a dor de acordo com intensidade, localização e características; Orientar uma posição de conforto; Diagnóstico de Enfermagem: Conforto social prejudicado relacionado á problemas familiares evidenciados por relação problemáticas com filhos e netos usuários de drogas; Meta: Reestabelecer conforto social; Intervenções: Proporcionar conforto a paciente em atuação conjunta aos profissionais competentes; Aconselhar a paciente a evitar estresse, conflitos informando que pode prejudicar sua saúde e da família; Orientar a paciente a tentar manter um nível de convivência familiar saudável; Diagnóstico de Enfermagem: Risco de depressão relacionado a problemas familiares evidenciado por choro; Meta: Diminuir o risco de depressão; Intervenções: Administrar medicamentos tranquilizantes, calmantes conforme prescrição médica, se necessário; Fornecer suporte emocional (NANDA, 2013) e (SMELTZER; BARE et al., 2014). Avaliar grau de comprometimento emocional; abordagem citada foi realizada no dia 26 de setembro de 2014 no hospital são Raimundo na cidade do Crato-CE. RESULTADOS/DISCUSSÃO: A avaliação ocorreu no dia 27 de setembro de 2014 á paciente apresentou: melhora dos sintomas referidos após tratamento medicamentoso; Redução das dores abdominais após administração medicamentosa; Melhora seu aporte vitamínico após ingestão de frutas; Não apresenta complicações relacionadas à colelitiase; Diminuiu significadamente o risco de depressão; apresentado sinais de estabilidade emocional; Apresentou-se tranquila em relação ao procedimento cirúrgico. Esses resultados foram obtidos após a sistematização da enfermagem em que os profissionais foram norteados quanto a melhor forma e método de prestação de assistência de enfermagem ao paciente com distúrbios da vesícula biliar onde puderam planejar e realizar a assistência mais eficaz. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A sistematização da assistência de enfermagem ao paciente com colelítiase pode contribuir de forma decisiva para melhor elaboração de intervenções que de fato sejam eficazes para proporcionar o bem-estar do cliente; a assistência sistematizada facilitar o processo de avaliação do paciente, sendo então um importante instrumento de facilitação do processo do trabalho em enfermagem, pois através da aplicação da equipe de profissionais de enfermagem o cuidado prestando fica mais abrangente e eficaz ao cliente, e assim torna-se possível a atender toda a necessidade do paciente de maneira mais organizada e articulada, visando evitar complicações potencias ou ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 qualquer tipo de intercorrências indesejadas, vale ressaltar que o processo de trabalho sistematizado e uma ação privativa do profissional enfermeiro (a), cuja sua elaboração e execução e de responsabilidade exclusiva desse profissional, onde compete ao enfermeiro obedecer aos critérios básicos para sua realização que é feito nas seguintes etapas: historio de enfermagem onde ocorre a colheita e agrupamento de dados do paciente através de entrevista, prontuário e/ou exame físico. Diagnóstico de enfermagem etapas em são levantas dados relevantes com relação ao quadro clinico da paciente. Metas ou planejamento etapa em que se cria um proposito principal para a assistência ao paciente. Intervenções ou implementações etapa onde são realizadas de fato as ações que visar à melhoria do estado de saúde do cliente. E evolução ou avaliação etapa em que são avaliados os resultados referentes ás ações já implementadas avaliando se foram eficazes ou não, com relação aos resultados observados no cliente. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 TENDÊNCIA TEMPORAL DA MORBIMORTALIDADE POR FEBRE HEMORRÁGICA DA DENGUE (FHD) Letícia Milena Freitas Silva, Universidade Federal de Campina Grande Edsonete Feitas Silva, Sociedade Beneficente São Camilo Islaini de Barros Costa, Universidade Federal de Campina Grande Camila Cintia Abreu Santana, Universidade Federal de Campina Grande Cláudia Jeane Lopes Pimenta, Universidade Federal de Campina Grande Thiago Lívio Barbosa, Universidade Federal de Campina Grande Palavras-chave: Morbimortalidade. Dengue Hemorrágica. Epidemiologia. Prevenção INTRODUÇÃO: A dengue é uma doença infecciosa aguda, transmitida através da picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti contamidado (ROCHA; TAUIL, 2009). De caráter tropical que anualmente acomete de 50 a 80 milhões de pessoas em mais de 100 países e no Brasil atingi aproximadamente 20 mil indivíduos (MENDONÇA; SOUZA; DUTRA, 2009). Ela pode ser causada por 4 sorotipos diferentes, se apresentando de uma forma mais amena como a dengue clássica, até uma mais grave como a febre hemorrágica da dengue (FHD) e choque, acometendo 500.000 pessoas por ano no mundo, tendo 21.000 casos de óbitos (MASERA et al., 2011). Com a detecção do DEN-3, no Rio de Janeiro no ano de 2000, o Ministério da Saúde implantou dois anos depois o Plano Nacional de Controle da Dengue (PNCD), com a finalidade de aumentar as ações que já existiam e introduzir novas, com maior abrangência, mas foi ineficaz (PESSANHA et al., 2009). E apesar do avanço do Sistema Único de Saúde na vigilância e prevenção de doenças infecciosas, a situação se agravou com o surgimento do DEN-4, em 2010, pois a população se encontrava completamente suscetível, assim a demanda aos serviços de ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 saúde se elevou tornando-se difícil assistir com qualidade a população (TEIXEIRA; COSTA; BARRETO, 2011). E a FHD permanece como um importante problema de saúde pública no Brasil (CAVALCANTI et al., 2010). Sendo de notificação compulsória, com intuito de descobrir o foco e adotar as medidas preventivas mais eficazes, principalmente em combate ao vetor. Sendo diagnosticada através de sinais e sintomas característicos, dentre eles febre com duração de até 7 dias, trombocitopenia, manifestações hemorrágicas, hematócrito com um aumento de 20% do valor basal, ou queda após tratamento e confirmação laboratorial específica (PENNA et al., 2011). Essas manifestações hemorrágicas variam numa escala de até 4 grau, cujo grau I é a positividade da prova do laço e a FHD II é caracterizada pelo aparecimento de petéquias (manchas vermelhas na pele), epistaxe (hemorragias nasais), gengivorragia (hemorragia nas gengivas) e hematúria (sangue na urina). Os graus III e IV são os mais graves, denominados de Síndrome de Choque do Dengue (SCD) (CATÃO; GUIMARÃES, 2011), mas em ambos os casos podem levar ao óbito. Uma das grandes dificuldades de diagnóstico dessa doença é a falta de preparo dos profissionais de saúde, principalmente os da atenção primária, pois muitos não sabem realizar o exame do laço, sendo necessária uma capacitação desses profissionais. E por causa da variedade de vírus da dengue é esperado um aumento em diversos casos, até os de maior gravidade, além da morbidade ocular e sistêmica, por isso, medidas de profilaxia, para a eliminação dos focos da dengue, o uso de telas protetoras em janelas e portas para impedir o acesso do mosquito, o uso de inseticidas e desinfetantes para diminuir a quantidade dos mosquitos são de suma importância para a diminuição do risco de contágio (ARAGÃO et al., 2010). Diante do exposto torna-se clara a importância do conhecimento sobre os dados de mortalidade por FHD para a instituição de formas mais efetivas de prevenção e controle com o intuito de erradicá-la no país, partindo do pressuposto das características das vítimas mais acometidas e focando na educação em saúde, capacitação dos profissionais da saúde e na melhoria do ambiente, sendo esse um trabalho coletivo. OBJETIVOS: Analisar a distribuição da morbimortalidade por FHE no Brasil e sua tendência temporal no período de 2000 a 2012, descrever as características das vítimas e identificar a região brasileira, o ano e o local de ocorrência com maior coeficiente de mortalidade por esse tipo de agravo e identificar a melhor forma de combate a essa doença. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo epidemiológico, retrospectivo com abordagem quantitativa, do tipo descritivo, com dados secundários, coletados no site DATASUS/Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), tendo como variáveis óbitos por FDH no Brasil no período de 2000 a 2012 por residência, faixa etária, raça/cor, estado civil, sexo, escolaridade, unidade de federação e local de ocorrência. Teve como população todos os indivíduos que vieram a óbito por essa causa no Brasil no ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 período escolhido e a amostra foi composta por 1418 pessoas registradas no SIM. Para a seleção e a tabulação dos dados foi utilizado o microsoft office word 2010 e o excel 2007, usando como parâmetro estatístico a proporção e como medida de tendência central a média. Na construção das tabelas adotouse a abreviação das regiões brasileiras assim ficando: N para Norte, NE para Nordeste, SE para Sudeste, S para Sul e CO para Centro-oeste. No tocante faixa etária as mesmas foram agrupadas em menor igual a 19 anos, de 20 a 39 anos, de 40 a 59 anos, de 60 a 79 anos e maior igual a 80 anos e ignorada. Para a variável raça/cor tem-se as categorias: branca, parda, preta, amarela, indígena e ignorada. A variável estado civil foi agrupada em solteiro, separado judicialmente, casado, viúvo e em outros/ignorado. Por local de ocorrência temse hospital, outro estabelecimento de saúde, domicílio, via pública, outros e ignorado. Com relação a escolaridade, foi dividida em nenhuma, de 1 a 3 anos, de 4 a 7 anos, de 8 a 11 anos, de 12 anos e mais e ignorado. De acordo com a Unidade de Federação foram divididas entre as 25 capitais do país. Por último tem-se quanto ao sexo masculino e feminino. Para a construção das oito tabelas utilizou-se a variável ano como base e as demais para fazer relação com ela. Os preceitos éticos da Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde foram obedecidos, mesmo a pesquisa tratando-se de dados secundário, onde primou-se pelo respeito e manutenção fidedigna dos dados consultados. RESULTADOS/DISCUSSÃO: O ano que apresentou o maior número de casos de óbitos por FHD foi o de 2010 com 334 casos. Esse dado pode ser justificado, pois no Brasil, nesse mesmo ano, foi constatado o surgimento do DENV4, ou seja, do sorotipo 4, e por ainda ser algo novo, a população se encontrava bastante suscetível, então com o agravamento da doença sendo esta hemorrágica, ocasionou o maior número de mortes (TEIXEIRA; COSTA; BARRETO, 2011). A região com maior coeficiente de mortalidade foi a sudeste, com 550 casos de óbitos no período estudado, cuja Unidade de Federação do Rio de Janeiro foi a mais acometida com 318 casos. Nele já houve quatro grandes epidemias relacionadas a essa doença, em 1986-1987, 1990-1991, 2001-2002 e 2007-2008 com mais de 500.000 mortes, e o elevado número no sudeste pode estar relacionado ao tamanho da sua população e uma maior quantidade de dispositivos para o diagnóstico e a notificação dos casos (WYSE; CHAMILCO, 2011). Salientando-se que a quantidade de casos de óbitos por essa doença varia de acordo com vários determinantes, dentre eles o número populacional. Sendo necessário observar as outras diferentes variáveis responsáveis por tal constatação, como o risco de transmissão, condições socioeconômicas e ambientais, além do grau de imunidade e hábitos da população e a eficácia das ações de controle desse tipo de enfermidade (RESENDES et al., 2010). Tendo como maiores vítimas homens com 737 casos. Essa constatação vai contra o estudo realizado por França et al. (2011) onde as mulheres foram as mais incidentes com esse tipo de doença, pois em ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 sua maioria, elas passam muito tempo em casa, sendo este um local muito propício ao desenvolvimento de focos da dengue. A faixa etária de 60 a 79 foi a mais acometida com 345 casos, salientando que 90 casos corresponderam a crianças com idade igual ou inferior a 4 anos, entre esses, 40 eram menores de 1 ano. Em crianças esse agravo ocorre com maior gravidade, sendo de difícil diagnóstico inicialmente, pois assemelha-se a outras enfermidades, causando irritabilidade, dores musculares, articulares e febre e a sua evolução se dá rapidamente, podendo ocasionar o óbito (ABE; MARQUES; COSTA, 2012), então deve-se observar e realizar uma consulta mais detalhada. Esse grande número de óbitos na melhor idade pode ser explicado pela diminuição da imunidade. Como o constatado em um estudo, que afirma que apenas saber sobre as causas, transmissão e os fatores de risco da dengue não são suficientes para combatê-la e que pessoas idosas apresentam maior risco e vulnerabilidade social, pois com o passar dos anos, maiores são os cuidados a serem prestados, e muitos tornam-se dependentes da família ou de um profissional da saúde, podendo eles mesmo serem os principais produtores de focos da dengue, devido a determinados hábitos (BRITO; COBELLO, 2010). A raça/cor parda se apresentou como a de maior coeficiente de mortalidade com 596 casos. Ao contrário dos resultados de um estudo em Anápolis, onde a raça/cor branca foi a mais incidente (OLIVEIRA, 2010). O estado civil casado foi o de maior registro de óbitos por esse tipo de causa com 484 casos. Tal afirmação corrobora com um estudo realizado por Boas et al. (2011), onde foi constatado que os casados se apresentaram como os mais incidentes nesse tipo de agravo. Em relação a escolaridade, constatou-se a categoria ignorada como a com maior quantidade de vítimas com 459 casos, tendo a de menor índice os indivíduos que estudaram de 12 ou mais anos representados por 97 óbitos. Assim fica claro que quanto maior o nível de instrução educacional, menores são os riscos de vir a ter FHD (ASSUNÇÃO; AGUILAR, 2014). Devido a categoria ignorada ter se apresentado com essa grande quantidade de casos, demonstra a falta de dados importantes para um melhor diagnóstico situacional da população e assim a implantação de melhores medidas que podem ser desenvolvidas através da educação. Havendo a necessidade de um melhor preenchimento das informações referentes ao paciente. Por local de ocorrência tem-se o hospital como o principal com 1268 casos. O fato da ocorrência dessa grande quantidade de mortes nesse local, possivelmente darse pela gravidade dos pacientes que são acometidos pela FHD, pois devido a sua rápida evolução, com febre e hemorragias, os pacientes são levados ao hospital, com o intuito de um atendimento mais eficaz. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ao traçar o perfil epidemiológico de óbitos por febre hemorrágica da dengue, percebe-se que, mesmo havendo uma relativa diminuição em sua incidência, ainda é preocupante o elevado número de casos ocorridos. Bem como a dificuldade de encontrar dados e pesquisas atualizadas referentes a ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 esse assunto, apesar de ser uma doença de notificação compulsória e em constante estudo. Havendo a necessidade de estudos mais aprofundados sobre as vítimas e outros fatores determinantes, além dos já conhecidos, mesmo essa doença atingindo qualquer pessoa, em todo lugar e em qualquer faixa etária. Há várias formas de combate a essa doença, cujo conjunto dessas ações tem como consequência uma maior eficácia. Sendo algumas delas as voltadas ao meio ambiente, através de um destino adequado ao lixo, a não poluição de lagos, rios e outras de fontes de água e o não acúmulo de água parada em recipientes e lugares propícios a proliferação. Sendo de suma importância a educação em saúde, havendo uma maior atenção às formas de prevenção, pois uma forma de combater a dengue e a febre hemorrágica proveniente dela são através do conhecimento e das ações promovidas pela comunidade juntamente aos profissionais da saúde, onde esses devem ser capacitados sobre a dengue e suas implicações, através de uma educação permanente. Ressalta-se que é dever de cada um selar pela sua vida e pela do próximo, assim, através de um trabalho feito por todos, finalmente esse agravo poderá ser erradicado. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE PORTADOR DE DIABETES MELLITUS E HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA: UM ESTUDO DE CASO Natália Daiana Lopes de Sousa Camila Caldas Neves Menezes Damiana Maria de Oliveira Alves João Paulo de Sousa Gonçalves Italo Robson Sobreira Miranda Palavras-chave: Diabetes Mellitus. Pé Diabético. Hipertensão. Assistência de Enfermagem INTRODUÇÃO: O Diabetes mellitus é uma doença metabólica, de natureza crônica, caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose no sangue, resultante da resistência à ação da insulina, destruição das células betas do pâncreas ou por alterações na secreção da insulina produzida. O diabetes pode ser classificado em Diabetes Mellitus tipo 1 mais conhecido como diabetes juvenil, onde as células betas produtoras da insulina são destruídas, caracterizando por 10% dos casos, em que o paciente é dependente da insulinoterapia; no Diabetes Mellitus tipo 2 ou diabetes do adulto, representado por 90% dos casos, a dependência da insulina é relativa ao quadro clínico do paciente uma vez que o organismo apresenta uma resistência a ação desse hormônio ou ha alguma alteração na sua secreção; já o diabetes gestacional não tem uma etiologia definida, no entanto é considerado um estágio préclínico de diabetes detectado no pré-natal. Os principais sintomas do Diabetes Mellitus são a polifagia, polidipsia, perda involuntária de peso e a poliúria, no entanto outros sintomas podem ser observados como a letargia, fraqueza, infecções de repetição, fadiga, balanopostite e prurido cutâneo e vulvar. O ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 diagnostico do diabetes é feito a partir do quadro clinico do paciente (sintomatologia) e por exames laboratoriais como a glicemia de jejum, o Teste Oral de Tolerância a Glicose (TTG-75mg) e a glicemia casual. Suas complicações podem ser severas e comprometer alguns órgãos alvo, principalmente rins, cérebro, olhos e coração. Dentre suas complicações, evidencia-se o pé diabético, termo empregado para determinar as diferentes alterações anatomopatológicas periféricas que ocorrem nos pés de um indivíduo portador do Diabetes mellitus, o qual se caracteriza como uma das complicações mais frequentes nesses indivíduos, resultado de um conjunto de alterações que o diabetes provoca nos membros inferiores, incluindo lesões nos nervos, no sistema circulatório distal com e micro e macrovasculopatias plantar, redução da imunidade e até mesmo distorcias nos pés. A neuropatia reduz a sensibilidade dos pés, concomitante ao desenvolvimento de incapacidades como a macha anormal, neste sentido, o profissional de saúde deve enfatizar suas orientação relacionadas aos cuidados com os pés, por exemplo, utilização de sapatos adequados e corte correto das unhas. O tratamento do pé diabético depende do grau do comprometimento, após o diagnóstico de diabetes o paciente deve controlar os níveis de glicose através da alimentação e quando necessário, com medicações, para evitar o comprometimentoo neurovascular. Caso haja complicações destes pés diabéticos, com consequente osteomielite e/ou isquemia, se faz necessário a amputação cirúrgica do membro. O diabetes quando não controlado, corrobora com o aparecimento de doenças cardiovasculares, dentre elas enfatiza-se a Hipertensão Arterial Sistêmica, a qual de acordo com o Ministério da Saúde é definida pela Pressão Arterial Sistólica maior ou igual a 140 mmHg e uma Pressão Arterial Diastólica maior ou igual a 90 mmHg para indivíduos que não estão em uso de medicação anti-hipertensiva. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, as doenças cardiovasculares são a primeira causa de morte no mundo, sendo a Hipertensão uma das três principais doenças responsáveis por este panorama. O diagnóstico e tratamento da hipertensão arterial frequentemente são negligenciados, pois estudos mostram uma baixa adesão por parte dos pacientes, ao tratamento sugerido. Mudanças no estilo de vida é de fundamental importância para o tratamento dos hipertensos, como uma alimentação adequada, prática de atividade física, controle do peso e do consumo de álcool, que juntamente com o tratamento medicamentoso, proporcionaram valores de pressão arterial adequados. As intervenções nãofarmacológicas têm sido indicadas pela literatura, devido ao baixo custo e eficácia na diminuição da pressão arterial. Desta maneira, essas intervenções têm um grande papel no controle dos fatores de risco e nas modificações do estilo de vida dos pacientes, prevenindo a evolução da hipertensão arterial. Neste contexto, o aumento progressivo na prevalência e incidência de Diabetes mellitus e das doenças cardiovasculares, evidência a necessidade de se ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 desenvolver e implementar medidas de prevenção com relação aos seus fatores de risco. Sabe-se que o Diabetes mellitus e a Hipertensão Arterial Sistêmica são patologias comuns à população, tendo em vista os riscos e complicações que as mesmas podem acarretar a saúde quando diagnosticadas e tratadas tardiamente ou de forma incorreta, dessa forma torna-se necessário discutir sobre a temática, ressaltando sua importância na qualidade da assistência de enfermagem e no processo saúde-doença desta população. O presente estudo visa contribuir para uma assistência de enfermagem mais qualificada e humanizada, bem como na aquisição de conhecimento para os profissionais de saúde e acadêmicos da área sobre a temática abordada. OBJETIVO: Conhecer a Sistematização da Assistência de Enfermagem a um paciente com Diabetes mellitus e Hipertensão Arterial Sistêmica. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo de caso realizado no Hospital Maternidade São Vicente de Paulo, localizado no município de Barbalha- CE no período de janeiro a abril de 2015, referente ao estágio curricular supervisionado II do curso de graduação em Enfermagem, da Faculdade Leão Sampaio. Para execução deste estudo de caso os acadêmicos em questão escolheram aleatoriamente um paciente da clínica médica onde passaram a acompanhá-lo rotineiramente durante sua permanecia de internação, observando assim o processo de saúde-doença. A coleta de dados deu-se a partir de informações obtidas no prontuário da paciente e da anamnese feita pelos acadêmicos. A partir dos dados coletados, foram identificados diagnósticos de enfermagem, os quais foram elaborados de acordo com a Associação Norte Americana de Diagnósticos de Enfermagem (NANDA). Ressalta-se que para realização deste trabalho foram respeitados os princípios da Resolução de nº 466/2012, no que se refere à pesquisa com seres humanos, como também assinado o Termo de Consentimento livre e Esclarecido. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Paciente F. V. N., 67 anos, sexo feminino, viúva, agricultora, católica, acompanhada pelo Hospital Maternidade São Vicente de Paula do município de Barbalha-CE, residente na zona rural. Portadora de Hipertensão Arterial Sistêmica há 4 anos e Diabetes mellitus tipo 2 descompensada com complicação de pé diabético. Devido comprometimento da lesão do membro inferior direito, foi hospitalizada no dia 19/02/15. A mesma relata que sua lesão foi devido a um corte na região dorsal do pé no seu ambiente de trabalho, procurou o referido hospital após alguns dias mediante a inflamação exsudativas sanguinolenta, edema, rubor, calor e dor local, havendo uma discreta exposição da fácia muscular. Em relação ao exame físico evidenciou-se: cabeça e pescoço não apresentavam deformidades ou alterações aparentes, pele hidratada e ictérica, sem lesões na face e pescoço. Acuidade visual preservada, sem dificuldade de enxergar, audição apresentava hipoacusia unilateral em ouvido esquerdo, que segundo paciente começou gradativamente. Tórax plano, simétrico, com expansão pulmonar bilateral, em que ausculta realizada no ápice e base pulmonar, ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 apresentou murmúrios vesiculares na porção anterior e na posterior do tórax. Na ausculta cardíaca observou-se presença de bulhas efetivas nos quatro focos (Aórtico, Pulmonar, Tricúspide e Mitral). No momento do exame a paciente apresentava-se taquicárdica com pulso forte e hipertenso. Abdome protuso, flácido sem nenhuma alteração; ausculta feita nos quatro quadrantes abdominais, com ruídos hidroaéreos presentes; percussão apresentou som maciço característico; palpação superficial e profunda não constatou nenhuma alteração de sensibilidade. Em relação as genitália não referiu queixas. A paciente não estava restrita ao leito, deambulava com auxílio do acompanhante. Diurese presente e evacuações ausentes. Membros superiores com perfusão periférica adequada, tônus muscular preservado, sem edema nas mãos e articulações. Venóclise em membro superior direito com acesso pérvio e sem sinais flogísticos. Membro inferior direito com sinais acentuados de inflamação devido a complicações do diabetes, em que no mês anterior, após um acidente na zona rural onde trabalha, sofreu um corte profundo na região dorsal do pé. Membro inferior esquerdo encontrava-se edemaciado e íntegro. Durante o período de internação da paciente, perante suas patologias, a equipe multidisciplinar estabilizou seu quadro a partir de suas necessidades. Mediante o quadro clínico da paciente, elencaram-se os seguintes diagnósticos de enfermagem: 1) Risco de infecção relacionado à ferida do pé diabético. Meta: recuperar a integridade da pele. Foram elaboradas as seguintes intervenções: trocar curativo diariamente; observar pontos consideráveis de infecção, exsudação e necrose; manter curativo seco e aerado. Os resultados foram observados mediante a exsudação diminuída, o odor característico tornou-se brando em relação a sua admissão e os sinais flogísticos reduziram. 2) Risco de glicemia instável evidenciado pela monitoração da glicemia capilar. Meta: paciente evidenciar níveis de glicemia de acordo com os parâmetros normais exigidos pela Sociedade Brasileira de Diabetes. E como intervenções: diminuir a ingestão de alimentos hiperglicêmicos e utilização de hipoglicemiantes orais; resultando na diminuição das taxas glicêmicas. 3) Risco de perfusão tissular periférica ineficaz evidenciada por edema e dor em extremidade relacionado a diabetes. Meta: Diminuição da dor e do edema periférico. Intervenções: elevação de membros, uso da mobilidade articular e administração de analgésicos conforme prescrição médica. Os resultados alcançados foram: retorno sanguíneo evidenciado pela diminuição do edema e do estimulo da motricidade, e ainda o alivio da dor com uso preciso dos medicamentos. 4) Mobilidade física prejudicada evidenciada pela dificuldade de deambulação. Meta: facilitar deambulação. As intervenções foram executadas com apoio do incentivo quanto a importância de não ficar restrito ao leito e melhora no sistema microcirculatório distal com auxílio de fisioterapia. Os resultados obtidos: paciente restringiu-se menos ao leito. Após os diagnósticos e intervenções, reforçou-se a importância de um plano individualizado de ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 alimentação para atingir o objetivo de controle da glicemia e da pressão arterial devido a mesma atingir valores pressóricos e glicêmicos elevados, concomitante a educação medicamentosa, consolidando o uso adequado dos fármacos conforme prescrição médica, os quais redusirão disturbios endocrinos e farmacocinéticos. Incentivou-se o planejamento de exercícios físicos regulares, levando em consideração a sua condição socioeconômica e ambiental e o monitoramento da glicemia. Orientou-se o autocuidado com a ferida, em que a paciente deverá monitorar o processo cicatricial do pé acometido, com realização de limpeza e curativos diários. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O acompanhamento e a participação do enfermeiro é de extrema importância na recuperação do cliente, tanto na orientação em relação a doença e no tratamento, como na implementação dos cuidados e na reabilitação de suas necessidades. Quanto a paciente, ressaltamos a importância da adesão as condutas corretas, visto que ela é a peça chave para a obtenção de resultados positivos, contribuindo assim, para o prognóstico esperado. No período de internação observou-se que o quadro clínico da mesma manteve-se estável, evidenciando que o controle das patologias de base são possíveis e condicionam a uma melhora da qualidade de vida do paciente. Neste sentido, ver-se necessário uma busca gradual quanto ao conhecimento sobre o Diabetes Mellitus e a Hipertensão Arterial Sistêmica por parte dos profissionais de saúde, de forma a amenizar os impactos causados por essas doenças. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 O PROTAGONISMO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA VISÃO DAS MULHERES QUE TIVERAM TRABALHO DE PARTO PREMATURO Daniel Pereira Barros, Faculdade Leão Sampaio Maria Jeanne De Alencar Tavares, Faculdade Leão Sampaio Aline Morais Venancio, Faculdade Leão Sampaio Ivaneide Lemos Soares, Universidade Anhanguera Palavras-chave: Trabalho de Parto Prematuro. Assistência de Enfermagem. Satisfação das Puérperas INTRODUÇÃO: O parto prematuro vem sendo considerado o problema de saúde pública perinatal mais importante nos últimos tempos, é caracterizado pelo parto ocorrido entre a 22ª e 37ª semanas de gestação e é observado em pouco mais de 10% de todas as parturições (MONTENEGRO E REZENDE, 2008). Sendo o parto pré-termo, atualmente, um grande entrave à saúde da mulher e que requer assistência indissociável ao binômio mãe-filho, pois está associado a diversas morbidades, maternas e fetais, bem como a índices significativos de mortalidade neonatal, julga-se necessário estudos que favoreçam a resolução ou minimização desses entraves que norteiam a ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 temática (BETIOL et al., 2010). Com isso, percebeu-se a importância de levantar estratégias que possam minimizar ao máximo os danos e/ou complicações, materna ou fetal, que podem advir da prematuridade, e sabendo que a equipe de enfermagem se constitui por profissionais que se encontram mais presentes durante a assistência pré-natal, parto e puerpério, a pesquisa buscou investigar se a atuação dessa equipe está sendo resolutiva frente às necessidades de mulheres em trabalho de parto prematuro, uma vez que a assistência prestada por esses profissionais favorecem significativamente tanto no conforto e recuperação da mãe quanto a um bom prognóstico do neonato. Escolheu-se esse assunto pelo fato do pesquisador ter desenvolvido, em outro momento, projeto de intervenção em saúde voltada para a assistência à mulher e à criança, e neste ter observado que se mostra inesgotável todo e qualquer estudo que permeie a assistência materno-infantil, sabendo então que a prática da enfermagem apresenta papel indispensável para esta assistência, julgou-se necessário uma abordagem teórico-prática sobre a atuação dos enfermeiros diante de pacientes em Trabalho de Parto Prematuro (TPP), que ora foi realizada através da referida pesquisa, bem como se vê a necessidade de manter permanentemente dados atualizados sobre a assistência voltada para a mulher e neonato. O estudo se mostrou relevante à medida que abordou sobre a importância dos cuidados prestados pela equipe de enfermagem e reconheceu o papel desses profissionais como ferramenta indispensável para se protagonizar a assistência de enfermagem frente à mulher em trabalho de parto prematuro. A pesquisa contribuiu para a valorização da assistência de enfermagem, como também para avaliação sobre a participação dos enfermeiros durante o manejo obstétrico de mulheres com diagnóstico de prematuridade. Contribuiu ainda na divulgação do nível de satisfação das mulheres que tiveram partos prematuros e receberam assistência de enfermeiros. Servindo ainda, como fonte de dados para o desenvolvimento de novas pesquisas na área que permeia a assistência materno-infantil. OBJETIVOS: Analisar o protagonismo da equipe de enfermagem na visão das mulheres que tiveram trabalho de parto prematuro, investigando a atuação da equipe de enfermagem frente à mulher em condição de prematuridade e identificar o nível de satisfação, na percepção das puérperas, com base na assistência prestada pelos enfermeiros. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo de campo, de natureza qualitativa, pois além da investigação a respeito das causas que levaram ao problema estudado, o pesquisador assumiu um papel na busca ativa de informações diretamente da fonte da problematização, ficando face a face com a população que vivencia a temática abordada. Os dados foram coletados durante o segundo semestre de 2014, nos meses de setembro a outubro, com duas visitas semanais, às segundas e quintas-feiras pela manhã, realizada no Hospital e Maternidade São Lucas, localizado à Rua São Benedito, 243-São Miguel, Juazeiro do NorteISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 CE, sendo uma instituição de referência materno-infantil na região do cariri. As participantes foram convidadas a responder uma entrevista semi-estruturada, desde que atendessem aos critérios de inclusão da pesquisa: puérperas que tiveram partos prematuros e que se encontravam admitidas no local do estudo no momento em que o pesquisador compareceu para proceder a coleta de dados. Obtendo um total de 12 entrevistadas que participaram legalmente da pesquisa. Os critérios de exclusão foram aplicados nos casos em que mulheres receberam diagnóstico de trabalho de parto prematuro, porém, foram transferidas para outra instituição de saúde. Não houve delimitação de faixa etária, número de gestações, riscos de complicações do parto pré-termo ou outros critérios que impossibilitaram a inclusão das mulheres na pesquisa, exceto o já citado. Após levantados todos os dados, procedeu-se a organização, análise e interpretação das informações obtidas através do depoimento das pesquisadas. Foi utilizado como método de análise dos resultados a categorização temática, por meio de agrupamento das falas. O estudo esteve fundamentado na resolução 466/2012, que assegura os direitos dos seres humanos participantes de pesquisa científica, individual e coletiva, como tambem, esteve fundamentada na resolução do Conselho Federal de Enfermagem - COFEN 311/2007, que trata do código de ética dos profissionais de enfermagem. Foi ainda mantido em toda e qualquer forma a integridade, o desconhecimento e o respeito à identidade dos entrevistados. Para tal, foi utilizado como meio de identificação das falas dos pesquisados nomes de personagens femininos de fábulas e desenhos animados popularmente reconhecidos. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Após o desenvolvimento das entrevistas com as puérperas que vivenciaram partos prematuros e que aceitaram legitimamente participar do estudo, procedeu-se a organização, análise e interpretação das informações por meio dos depoimentos das participantes. Diante da análise realizada emergiram 5 categorias. Na categoria 1 foi indagado sobre qual o “Profissional que esteve mais presente durante a assistência, na concepção da mulher” e ainda que uma boa parte das entrevistadas tenha apresentado algum grau de dificuldade em saber identificar quem são enfermeiros e quem são técnicos de enfermagem, profissional de enfermagem de nível superior e nível médio, respectivamente, a grande maioria das entrevistadas afirma serem os enfermeiros o profissional que prestou maiores cuidados, embora algumas terem apontado o médico obstetra e o técnico de enfermagem como o profissional mais presente no decorrer de sua assistência. O fator diálogo se mostrou importante para essa opinião, uma vez que as participantes do estudo relataram que estes profissionais conversavam, tranquilizavam e prestavam informações claras sobre suas dúvidas, angústias e anseios. Observou-se, que além da realização dos procedimentos específicos de enfermagem, esse profissional transcorre sobre a humanização no âmbito de sua profissão, conquistando com isso o ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 reconhecimento de seu papel durante a assistência às parturientes. Com base nessas informações, percebe-se que o enfermeiro ao atuar com um bom acolhimento, presteza nos cuidados, educação, cordialidade, interesse e preocupação com as necessidades do cliente, comunicação por meio de orientações e esclarecimento de dúvidas, torna-se mais fácil o estabelecimento de confiança e do vínculo afetivo profissional-cliente e, consequentemente, conquista a satisfação do usuário pela atividade prestada. Contudo, vale ressaltar que para alcançar esse reconhecimento, se faz necessário que o enfermeiro tenha embasamento científico, prático-profissional, mas também uma postura ética e humanizada no âmbito de sua profissão. Na categoria 2 foram abordados os “Procedimentos realizados pela enfermagem durante o trabalho de parto prematuro” e com base nas falas das entrevistadas pôde-se observar que a maioria desses profissionais estão atuando de acordo com o que se preconiza sobre a assistência de enfermagem à mulher que teve parto pré-termo, já que foi observado no estudo que a grande maioria dos enfermeiros desempenha cuidados diretos e específicos de sua atribuição às mulheres em trabalho de parto prematuro, vejamos algumas falas: “[...] Fez o toque em mim, olhou o coração do bebê, pediu pra colocar um soro em mim, apertou minha barriga”. (Luluzinha); “[...] Me dava assistência, pedia para os técnicos escutar o coração da criança”. (Rapunzel); “[...] Me examinava, verificou minha pressão, olhava se eu tava com febre, escutou o coração do bebê, examinou minha barriga, procurou a posição do bebê”. (Cinderela); “[...] Ela chegou e disse que o que eu precisasse ela tava ali pra ajudar. Passou uma sonda em mim e providenciou a vaga de meu bebê na NEO”. (Mônica); “[...] Examinou minha barriga, olhou o coração do bebê. Foram todos legais comigo. Teve paciência, me tranquilizava”. (Magali); “[...] Colheu sangue pra fazer exame e colocou soro pra eu tomar”. (Narizinho); “[...] Fez o exame de toque e me mandou pra sala de parto, olhou minhas contrações contando no relógio, escutou os batimentos do coração do bebê”. (Florzinha); “[...] Me deu injeção na veia, toda hora ia deixar remédio e media minha pressão”. (Chapeuzinho Vermelho). Contudo, nota-se que esses mesmos cuidados são prestados tambem à mulheres que apresentam trabalho de parto a termo. Com isso, não sendo possível destacar procedimentos que sejam especificamente realizados diante da condição de prematuridade que diferencie dos cuidados prestados às parturientes com idade gestacional a termo. A categoria 3 abordou a “Assistência de enfermagem atendendo às necessidades da mulher” uma vez que, a partir da afirmação das participantes de que era comum solicitar a presença do enfermeiro junto ao leito as mesmas foram indagadas se este profissional solucionou seu problema e de que forma? Obtendo um resultado unânime de que o enfermeiro compareceu ao leito todas as vezes que foi requisitado e que atendeu às suas necessidades, com isso, é possível afirmar que os enfermeiros da instituição em estudo estão sendo resolutivos ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 nas atribuições às quais lhes são incumbidas, sem que seja preciso omitir as condutas privativas de sua função. A categoria 4 abordou sobre o “Papel de maior destaque realizado pelo enfermeiro segundo a percepção das puérperas” onde foi possível observar que os discursos das participantes em relação à essa categoria variaram entre procedimentos técnicos, assistência burocrática e assistência humanizada, vejamos alguns registros: “[...] Chamar o médico pra fazer meu parto”. (Magali); “[...] Tomou uma atitude pra eu ganhar logo, porque ele disse que eu não podia esperar mais. Ele disse: pois pode se preparar que você vai pra sala de cirurgia ser operada e chamou o médico e explicou que eu tava entrando em trabalho de parto, [...] disse ao médico assim: ela não tem como ganhar normal não porque o bebê já está posicionado de cabeça pra baixo e ela não tem passagem”. (Cinderela); “[...] Quando ela perguntou se eu tinha me alimentado, porque senão eu tinha ido pra sala de cirurgia e não podia. [...] por ela ter sido atenciosa”. (Cininho); “[...] Ele ficava do meu lado e examinando eu direto. [...] me tranquilizava mais porque ele ficava conversando comigo”. (Luluzinha); “[...] A avaliação do trabalho de parto, [...] porque me tratou bem. Me colocou na Central de Regulação e ficava cobrando a vaga”. (Rapunzel); “[...] O cuidado e a atenção. [...] olhou minhas contrações e escutou o coração do bebê [...] me tranquilizava e dizia que tava tudo bem”. (Emília); “[...] Providenciou a vaga de meu bebê na NEO, [...] porque só podia fazer minha cirurgia se tivesse vaga pra colocar meu bebê quando ele nascesse”. (Mônica); “[...] Me acompanhou quando eu ia pra sala de cirurgia e foi me tranquilizando. [...] fez o toque vaginal em mim e chamou o médico”. (Narizinho). Levando com isso a perceber que o papel do enfermeiro enquanto coordenador de sua equipe e articulador dos serviços integrados discorre pelo desempenho de inúmeras atividades para que se alcance uma assistência de qualidade para os usuários dos serviços de saúde. Por fim, a categoria 5 abordou sobre o “Nível de satisfação das mulheres relacionado à atuação do enfermeiro” obtendo como resultado de todas as participantes que apontaram o enfermeiro, ou não, como o profissional que lhe prestou maior assistência a afirmativa de que se encontravam satisfeitas com os cuidados desempenhados pela equipe. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Embora se reconheça que há necessidade de novos estudos e investigações sobre a atuação dos profissionais de enfermagem, a pesquisa realizada apresenta claras evidências, por meio da percepção das mulheres, que o enfermeiro e técnicos de enfermagem vêm atuando com resolutividade diante dos cuidados que devem ser executados durante o período de trabalho de parto, principalmente se tratando de assistência humanizada nos serviços de saúde. Ao ser destacada atividades de enfermagem, vista pelas mulheres como indispensáveis para a qualidade no cuidado evidenciou que a prática profissional do enfermeiro representa uma parcela, da totalidade, das inúmeras ações necessárias para alcançar uma assistência qualificada oferecida nos ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 serviços de saúde pública. Embora outros profissionais tenham sido apontados como o ator principal durante essa assistência, médico-obstetra e técnico de enfermagem, a representatividade mais expressiva indica o enfermeiro como o integrante da equipe de cuidados que apresentou maior atuação frente às necessidades apresentadas pelas parturientes. Assim, a pesquisa evidencia que de um modo geral as puérperas encontram-se satisfeitas com os cuidados prestados pelos enfermeiros da instituição pesquisada, permitindo afirmar com base no estudo realizado que estes profissionais se categorizam como protagonistas da assistência à mulher em trabalho de parto prematuro. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 PERCEPÇÃO DO ENFERMEIRO ATUANTE NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE SOBRE A PRÉ-ECLÂMPSIA Rosely Leyliane dos Santos, Universidade Regional do Cariri Helaine Porfírio dos Santos, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Gestante. Atenção Primária em Saúde. Pré-Eclâmpsia INTRODUÇÃO: A gestação é uma fase na vida da mulher permeada por inúmeras alterações físicas, psicológicas e sociais. Representa, pois, uma fase complexa e quer requer especial atenção. Adiciona-se ainda, a necessidade de se considerar este período como passível de alguma intercorrência clínica que poderá influenciar no transcurso gestacional. Podendo se constituir deste modo, como complicações potenciais e que afetem a qualidade de vida da mãe e do filho. Neste contexto, percebe-se que, dentre as patologias clínicas que costumam ocorrer durante o período gestacional, são as doenças hipertensivas. Neste contexto, evidencia-se a pré-eclâmpsia como uma alteração nos níveis pressóricos da gestante acompanhada de hipertensão arterial, proteinúria, podendo lesar órgãos nobres e desencadear a eclâmpsia e neste caso, evoluir para a convulsão. O que se faz relevante destacar ainda é que estas alterações podem alterar órgãos e sistemas orgânicos além de influir diretamente na qualidade de vida do recém-nascido. O que parece, é que a pré-eclâmpsia ainda é responsável pela morbimortalidade materna e perinatal. Rementendo deste modo, a necessidade de se ampliar a atenção às gestantes para que esta patologia não ocorra e/ou agrave-se, diminuindo os índices por morbimortalidade materna e fetal. No que se refere ao acompanhamento da gestante por intermédio das consultas de pré-natal, as equipes de saúde necessitam fortalecer a capacidade de atenção ao pré-natal e estarem preparadas com recursos humanos e materiais a fim de realizarem o pré-natal de baixo risco. O pré-natal de baixo pode ser acompanhado pelo profissional ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 enfermeiro nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), em consultas regulares, bem como a intervenção de toda equipe multiprofissional em saúde com a finalidade de realizar também esta atenção durante a gestação. Deve realizar as consultas, atividades educativas sobre alimentação, cuidados com a gestação, alterações corporais provocadas pela gestação, sexualidade, imunização, cuidados ao recém-nascido, aleitamento materno, participação do parceiro, preparação do parto e puerpério; dentre outras. Contudo, na identificação de fatores de risco maternos e fetais, reconhece-se a necessidade de encaminhar a gestante para acompanhamento de atenção em saúde especializada no que se condiz ao pré-natal de alto risco. Nesta ótica, retratase a importância da atenção ao pré-natal de baixo risco que pode ser acompanhado pelo enfermeiro da UBS com consultas alternadas pelo médico da UBS. Entretanto, salienta-se que mesmo a gestante em acompanhamento no pré-natal de alto risco, a equipe de saúde deve acompanhá-la e orientar sobre quaisquer necessidades requeridas pela gestante, seu companheiro e familiares. Neste entendimento, o enfermeiro atuante na atenção básica em saúde parece necessitar conhecer sobre as principais sintomatologias desencadeadas pelas síndromes hipertensivas haja vista as necessidades demandadas por algumas gestantes que se apresentarão com pré-eclâmpsia. Neste contexto, reitera-se a relevância da prevenção desta síndrome hipertensiva através do diagnóstico oportuno, intervenção e manejos adequados e demais ações que se poderá ofertar visando contribuir para a redução da mortalidade materna e fetal além de influenciar na qualidade de vida dos sujeitos. Representando ainda a necessidade do profissional enfermeiro, atuante na atenção básica de saúde, em se aperfeiçoar constantemente para melhorar o desempenho de suas atividades profissionais. Neste sentido, esta pesquisa contribui para a compreensão dos profissionais enfermeiros atuantes nas UBS sobre a pré-eclâmpsia. Destacando as necessidades de aperfeiçoamento profissional para a melhoria das atividades e ações realizadas nos serviços de saúde. OBJETIVO: Neste sentido, este estudo tem como objetivo analisar a percepção do enfermeiro atuante na atenção básica em saúde sobre a pré-eclâmpsia. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa do tipo descritivo-exploratória, com abordagem qualitativa. O cenário do estudo foram as UBS localizadas em regiões urbana e rural de um município localizado na região Centro Sul, no estado do Ceará. Utilizaram-se como critérios de inclusão: ser enfermeiro da UBS, atuar como profissional há no mínimo seis meses, estarem na UBS quando da aplicação da entrevista. Como critérios de exclusão, adotaram-se os seguintes: não ser enfermeiro, estar de férias durante o período das entrevistas. Neste contexto, compuseram o estudo 15 enfermeiros atuantes na atenção básica em saúde. O estudo foi realizado entre os meses de Dezembro de 2013 a Janeiro de 2014. As entrevistas foram gravadas com aparelho celular após a concordância dos ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 participantes da pesquisa para posterior, transcrição na íntegra para que deste modo fosse garantido a fidedignidade dos relatos. Com a finalidade de preservar o anonimato e o sigilo de informações dos participantes da pesquisa, o registro das falas foi por meio de numeração crescente, antecedidas da letra “E” remetendo ao termo enfermeiro, para que de forma não se identificasse o relator de cada resposta. Desta forma, de acordo com a descrição, foi acrescida numeração crescente em consonância com a realização das análises das falas. Para a coleta de dados, optou-se pela realização de uma entrevista semiestruturada que fora aplicada aos sujeitos após devidamente acordados dia e horário. Os dados foram organizados após a transcrição das falas e categorizados pela técnica Análise de Conteúdo, a qual foi conduzida pelos relatos dos sujeitos. A entrevista procurou identificar sobre a percepção dos enfermeiros sobre a pré-eclâmpsia, considerando a atenção ao pré-natal ofertada além de facilidades e dificuldades encontradas. Salienta-se que o estudo observou o que preceitua os aspectos éticos e legais da pesquisa com seres humanos. A todos os entrevistados, explicou-se o objetivo principal da pesquisa sendo solicitado a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foi garantido o anonimato dos participantes e o direto de desistir da pesquisa, caso achassem necessário. A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Regional do Cariri, recebendo parecer CAAE: 31773514.3.0000.5055. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Os sujeitos desta pesquisa foram os enfermeiros que atuavam nas UBS durante o período pesquisado. Sendo 15, todos do sexo feminino. Construiu-se a seguinte Categoria: Percepção dos enfermeiros da atenção básica em saúde acerca da pré-eclâmpsia. Foi perguntado sobre como o enfermeiro percebe a pré-eclâmpsia. As respostas indicam esta categoria: “A gente começa, é... a perceber através do... da Pressão Arterial, né? Começa a avaliar através da pressão, da PA.” (E-6) Outra enfermeira afirmou mais que isto, como segue o relato: “Assim, geralmente um mal-estar, né? Por conta da pressa alta, [...] A gente pede pra verificar a pressão, o peso, a altura; né? Sempre que a gestante vem fazer a consulta. Aí a gente já ver isso aí. E também o mal-estar e, e também tem a hereditariedade, né? Na família quando o pai é hipertenso ou a mãe é hipertensa. Isso também a gente tem que ver tudo, né? Fazer tipo uma anamnese da, da gestante.” (E-09). Outra enfermeira do estudo, relatou e descreveu sobre os edemas que podem ocorrer: "[...] a gente primeiro faz o acompanhamento da pressão arterial, quando a gente vê alguma alteração na pressão normal da que a gente vem acompanhando, vem a questão também dos edemas, certo? [...], sempre aumentando a pressão e também vem a questão do edema.” (E-13). Outra afirmou que: “[...] a gente ver a questão de tornozelo, se tá edemaciado, o evoluir da gestação, se a PA vem aumentando ou se continua do mesmo jeito de como iniciou, é... a questão dos exames também se tem alguma alteração, é esse tipo de coisa.” (E-15). Pelos relatos, ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 nota-se que os profissionais percebem a pré-eclâmpsia como uma alteração da pressão arterial, em discrepância com outros sinais e sintomas que se manifestam nesta patologia. Portanto, a identificação apenas desse cuidado revela a limitação da assistência às pacientes com pré-eclâmpsia. Entende-se que para oferecer uma assistência eficaz à gestante com pré-eclâmpsia, o enfermeiro precisa estar embasado em conhecimento científico, reconhecendo suas habilidades e competências. Deste modo, destaca-se a necessidade constante do profissional enfermeiro atualizar periodicamente seus conhecimentos técnicos e científicos que são importantes no desempenho de suas atividades nos serviços de saúde para se ofertar uma qualidade na assistência. No entanto, alguns dos enfermeiros percebem a pré-eclâmpsia como uma sintomatologia ampla relatando hipertensão, edema, proteinúria, aumento da creatina, cefaleia, fadiga. Conforme registrados nos relatos abaixo: “É... a gente verifica primeiro os sinais vitais, né? A pressão. Aí com a pressão a gente vai vendo as alterações, os edemas, que é a parte que a gente visualiza né? Aí, daí a gente faz o pedido do exame proteinúria e creatinina. E com os diagnósticos, com os exames a gente passa pra médica. A médica daqui da unidade... a gente não pode diagnosticar! e a médica toma todas as condutas, as medicações que é pra tomar, remédio pra pressão tudo direitinho, os acompanhamentos.” (E-1). Outra enfermeira relatou: “Geralmente a gestante, ela chega se queixando de dor de cabeça intensa, muitas vezes visão turva, tem delas que apresenta assim, diz que tem tipo desfalecimento. Aí se verifica a pressão, né? Muitas vezes é constatado que tá alta. Assim, a gente já encaminha e ela faz o pré-natal especializado” (E-8). A outra enfermeira, atuante na atenção básica de uma UBS, que participou desta pesquisa, afirma: “[...] quando a gestante tá apresentando pressão alta, né? Começa os picos hipertensivos e quando ela tem associado o edema... Aí a gente pede o sumário de urina, se tiver a presença de proteína na urina, aí a gente percebe que é uma pré-eclâmpsia.” (E-14). No que se refere ao edema, relatado pelos informantes, é importante considerar que isoladamente este sinal pode ser desencadeado frequentemente no período gestacional e, portanto, merece ser investigado de forma especializada especialmente se associado a alterações nos níveis pressóricos. Ainda neste contexto, pode-se afirmar que não havendo manejo adequado, a pré-eclâmpsia pode evoluir para a forma mais grave, a eclâmpsia, e comprometer o prognóstico materno e fetal. Deste modo, a percepção dos enfermeiros que atuam na atenção básica em saúde, em sua maioria; relataram alguma dificuldade sobre a sintomatologia da pré-eclâmpsia. Ou conhecem como sintomas apenas de hipertensão arterial ou edema, renegando os demais aspectos da síndrome hipertensiva específica da gestação. Somente três dos profissionais relataram proceder com outras pesquisas para diagnósticos da doença; sendo necessário trabalhar este aspecto. Estas se referem porque os profissionais focam apenas na verificação ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 da pressão arterial e no encaminhamento para o médico. Nota-se dessa forma, um desconhecimento das demais questões essenciais a serem ofertadas para a gestante, apresentando algumas dificuldades na atenção em saúde durante o pré-natal para o reconhecimento desta síndrome hipertensiva específica da gestação. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A maneira como o enfermeiro da atenção básica em saúde adota as intervenções durante a atenção ao prénatal, pode influenciar na resolubilidade do caso. Por isso, as intervenções direcionadas são determinantes para prevenção de complicações. Por isto, ainda é relevante destacar que o enfermeiro deve informar sobre os principais cuidados domiciliar a serem observados pela gestante em que se manifeste esta síndrome. Pois, mesmo a gestante em acompanhamento no pré-natal de alto risco, é importante o acompanhamento periódico do enfermeiro da atenção básica a esta gestante, pelas consultas de acompanhamento, garantindo o vínculo e esclarecimentos à esta gestante. Espera-se ainda que os resultados obtidos nesta pesquisa propiciem a melhoria das atividades assistenciais realizadas pelos enfermeiros da atenção básica em saúde, apontando as possíveis intervenções que possam ser realizadas para a eficácia de tais atividades com foco na prevenção da doença e promoção da saúde das gestantes. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 PREVENÇÃO NA ESCOLA AO USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS ATRAVÉS DO PROJETO DE EXTENSÃO ADOLESCER COM SAÚDE Camila Lima Silva, Universidade Regional do Cariri Eloíza Barros Luciano, Universidade Regional do Cariri Maria Naiane Rolim Nascimento, Universidade Regional do Cariri Antonia Alizandra Gomes dos Santos, Universidade Regional do Cariri Maria de Fatima Antero Sousa Machado, Universidade Regional do Cariri Palavras-chave: Adolescência. Prevenção ao Uso Abusivo de Álcool e Outras Drogas. Escola INTRODUÇÃO: A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera os indivíduos com faixa etária entre 10 a 19 como adolescentes. A adolescência é um período considerado crítico no que se refere ao desenvolvimento de competências pessoais e interpessoais, aquisição de habilidades e tomada de decisões. Além disso, nessa fase os sujeitos buscam mais fortemente o universo das experimentações (descoberta do novo) e identificações, geralmente com associações a grupos. De modo que, o adolescente encontrase mais vulnerável à gravidez não planejada, às Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), à experimentação de drogas, exposição aos acidentes em decorrência do comportamento desafiador, além de diferentes formas de violência, conforme explicam Vaters; Pillon (2011) e Jesus et al. (2011). Em especial, o consumo de drogas, entre adolescentes, vem ganhando maior amplitude na sociedade contemporânea. Tal uso tem ocorrido precocemente e, assim, suas consequências ou prejuízos também podem ser antecipados. Além da vulnerabilidade dos adolescentes ao consumo de substâncias psicoativas, o uso indevido de álcool, por exemplo, tem sido considerado um dos principais fatores para a morbimortalidade por acidentes de trânsito entre os jovens (ARALDI et al., 2012). Segundo Fonseca et al. (2012), no Brasil, os riscos ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 inerentes aos problemas relacionados ao alcoolismo são uma das principais vulnerabilidades que acometem as crianças e os adolescentes, seja pelo próprio consumo ou pela violência doméstica gerada pelo mesmo. Desse modo, se faz necessária a adoção de estratégias mais eficazes de participação e adesão a medidas que promovam e cuidem da saúde desses jovens. Nessa perspectiva, o Governo brasileiro instituiu em 2006 o Programa Saúde Escola (PSE). O programa surgiu como uma política intersetorial entre os Ministérios da Saúde e da Educação. O PSE tem a perspectiva da atenção integral (prevenção, promoção e atenção) à saúde de crianças, adolescentes e jovens do ensino público básico. Acontece no âmbito das escolas e Unidades Básicas de Saúde. Dentro de sua área de abrangência, foi desenvolvido o projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE), que se fundamenta na discussão de assuntos pertinentes às relações de gênero, bem como diversidade se sexual, gravidez na adolescência, drogas lícitas e ilícitas, doenças sexualmente transmissíveis e preconceito racial e étnico, trazendo consigo como principal estratégia para o desenvolvimento de ações no âmbito da escola e da saúde. (BRASIL, 2009) (BRASIL, 2006). Santos et al. (2012) pontuam que escola é vista como um contexto privilegiado para efetivar ações de promoção da saúde, fruto da sua capacidade de abrangência, é uma aliada importante para a concretização de ações de promoção da saúde, voltadas para o fortalecimento das capacidades dos indivíduos, para a tomada de decisão favorável à sua saúde e à comunidade, para a criação de ambientes saudáveis e promotores de saúde, bem como para a consolidação de uma política intersetorial, voltada para a qualidade de vida, pactuada no respeito ao indivíduo e tendo como foco o estabelecimento de uma nova cultura de saúde. OBJETIVO: Descrever uma experiência promotora de saúde vivida graduação em durante a oficina de prevenção ao uso de álcool e outras drogas do projeto de extensão Adolescer com saúde com adolescentes do ensino fundamental de uma escola do município de Crato, Ceará. MATERIAIS E MÉTODOS: Esta pesquisa é um relato de experiência, de caráter descritivo com abordagem qualitativa, realizada por acadêmicas do Curso de Enfermagem da Universidade Regional do Cariri - URCA, participantes do projeto de extensão Adolescer com Saúde da referida instituição. O projeto desenvolve atividades com adolescentes de escolas públicas, e aborda através de oficinas os mesmos temas do PSE: Álcool e outras drogas; Diversidade sexual e gênero; DST`s, HIV e AIDS; Raças e etnias; Sexualidade e saúde reprodutiva. O embasamento teórico, as dinâmicas realizadas nas oficinas e os conteúdos abordados são extraídos dos manuais fornecidos pelo projeto PSE, porém de forma flexível. Ao todo são oito manuais que apresentam as oficinas dos temas, além de um específico descritivo das mudanças da adolescência e outro que versa sobre a metodologia de educação entre pares. A educação de pares visa capacitar os adolescentes para que depois os mesmos possam ser ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 multiplicadores das informações obtidas, estimulando assim, o protagonismo juvenil. O estudo foi realizado com 18 alunos (6 meninas e 12 meninos) na faixa etária entre 12 e 13 anos do 8° ano de uma escola municipal da cidade de Crato-CE, no mês de abril de 2015. Inicialmente, o projeto e o seu intuito foram apresentados aos adolescentes. Os alunos foram questionados se gostariam de participar das atividades. As cadeiras foram dispostas em círculo, possibilitando que todos se vissem, criando assim um ambiente propício ao debate. Geralmente antes do início das oficinas, realiza-se a “dinâmica quebra gelo”, que como o próprio nome sugere, ela ajuda a quebrar as barreiras de comunicação e interação que possam existir naquele espaço. Para tanto, se fez uso da dinâmica “a origem do nome”. Todos os participantes deveriam dizer seu nome e a origem do mesmo, caso soubessem. O objetivo é tornar o ambiente mais tranquilo e amistoso já que, a partir de então é projetada a ideia que todos se conhecem. Na sequencia, os estudantes foram divididos em equipes por meio da dinâmica “os animais”. Foram distribuídos papéis contendo o nome de 5 animais (jumento, galinha, macaco, bode e porco). Os alunos deveriam imitar os animais dos seus papeis e reconhecer nos demais quem estava imitando o mesmo animal que o seu. A partir daí os “animais” iguais formariam um grupo. Montado os grupos, segue-se para a primeira oficina. A oficina “o que me dá prazer” do manual do PSE tem por objetivo discutir as diferentes motivações para o uso de drogas, seus fatores de risco e formas de proteção. Visa responder questões como: qual a relação entre droga, prazer, sexualidade e AIDS e o que uma coisa tem a ver com a outra; quais os fatores de risco e de proteção dos adolescentes e jovens em relação ao uso de drogas; quando a família, a escola, e os amigos são fatores de risco e de proteção. Para tanto, foram distribuídos aos grupos canetas piloto e uma cartolina. Foi-lhes solicitado que dividissem a cartolina em três colunas enunciadas de prazer, risco e proteção. Foi-lhes orientado que na coluna “prazer” eles deveriam escrever algo que lhes davam prazer, na coluna “risco” precisavam relatar os riscos que implicariam dos prazeres por eles descritos e por fim, na coluna “proteção” eles teriam que apontar formas de proteção para esses riscos. Deu-se um tempo de 15 minutos para conclusão da atividade. Terminado isso, cada grupo apresentou seus resultados e em conjunto apontou-se os riscos que a droga, considera como prazer para alguns, poderia gerar como também a proteção para estes. A segunda oficina “É fato ou é boato” também do manual do PSE objetiva trazer informações sobre as drogas mais utilizadas pela camada jovem da população. Pretende responder o efeito do álcool no Sistema Nervoso Central e o que poderia levar uma pessoa a dependência química. De início explicamos o significado de boato, que é uma informação falsa que surge em um determinado grupo e que muitas pessoas acabam acreditando de tanto ouvir. As afirmações foram: 1. O álcool é uma droga que deprime o Sistema Nervoso Central - SNC (cérebro). 2. As mulheres ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 são mais sensíveis aos efeitos do álcool que os homens. 3. Beber é uma forma de curar a tristeza. 4. Uma pessoa sob o efeito do álcool está mais vulnerável a contrair o HIV. 5. A maconha é uma droga leve que não causa prejuízos ao/à usuário(a). 6. A maconha afeta a memória. Após cada resposta, explicamos melhor o porquê de aquela resposta ser a certa ou errada. Encerramos a atividade aprofundando o tema a partir das questões a serem respondidas. Após a realização das duas oficinas deu-se inicio a um debate em grupo sobre o que se tinha vivenciado em sala de aula ate aquele momento e quais eram as dúvidas que ainda não tinham sido sanadas. Para o encerramento, pediu-se que cada adolescente descrevesse em uma palavra ou frase o sentimento gerado por aquele momento. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Como resultado da primeira oficina “O que me dá prazer” os prazeres citados foram: doces, frituras, massas, internet, celular, vídeo game, dormir, mulher e andar de skate. Destacamos que todas as equipes citaram o “açúcar”/doces como prazer. Os alunos citaram como riscos: engordar, diabetes e glicose alta para os doces; engordar, entupimento das veias e enfarto para as frituras e massas; vício, problemas de visão e psicológico para os prazeres internet, celular e vídeo game; sedentarismo como causa do dormir; ter filhos para o prazer “mulher”; e quedas por andar de skate; Os estudantes citaram como proteção: comer doces moderadamente, comer menos massa, trocar as frituras por frutas, ingerir menos açúcar, ter uma alimentação saudável, gastar mais energia; usar menos a internet e o celular, manter certa distância da tela da TV/computador; sair mais para evitar o sedentarismo; usar camisinha; usar equipamentos de proteção (caneleiras) quando andar de skate. Discutiu-se que mesmo que comer, fazer ou usar certas coisas que proporcionam prazer, estas podem gerar riscos e é necessário saber como se proteger do mesmos. Os adolescentes foram questionados se consideravam a droga como um prazer, e a maioria, respondeu que não. Foi solicitado que os estudantes elencassem os risco que as drogas geram e a proteção para os aqueles. Para riscos eles apontaram o vício, morte, doenças, câncer, cadeia, violência e roubo; e as medidas de proteção citadas foram: não deixar se influenciar por “amigos”, não usar drogas, tratamento/terapia. As respostas das perguntas que a oficina se propôs a discutir foram respondidas, por exemplo, os alunos citaram a influencia dos maus amigos como risco para o uso das drogas e não deixar se influenciar pelos mesmos como uma proteção. A religião também foi destacada como uma forma de se proteger dos riscos do uso das drogas. Uma pessoa não começa a usar drogas ou a abusar delas por acaso ou por uma decisão isolada. Cada vez mais pesquisas e estudos mostram que o uso de drogas é fruto de vários fatores. (BRASIL, 2010). Os fatores de risco são condições ou variáveis associadas à possibilidade de ocorrência de resultados negativos para a saúde, o bem-estar e o desempenho social. Alguns desses fatores se referem a características das pessoas; outros ao meio em que se vive ou, ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ainda, a condições estruturais e socioculturais mais amplas (BRASIL, 2010). Frequentemente, quando uma situação arriscada ocorre, todos esses fatores estão trabalhando de forma simultânea. Por exemplo, os adolescentes desse estudo, fizeram a ligação entre o uso do crack como o vício (fator pessoal) com o risco de morte por arma de fogo, caso o usuário da droga não pagasse o traficante, ou seja, relacionado ao meio externo e as relações sociais. Brasil (2010) explica que os fatores de proteção são aqueles que resguardam as pessoas de situações que podem agredi-las física, psíquica ou socialmente, garantindo um desenvolvimento saudável. Por exemplo, ter acesso aos serviços e ações de saúde, participar de atividades educativas dentro e fora da escola, praticar atividades físicas. Na prática, para esses fatores sejam efetivados, é necessário investir no desenvolvimento de um processo participativo que os identifique e multiplique em um determinado contexto e lugar. Na escola, por exemplo, é essencial ter espaços para conversar, sem constrangimento, sobre os diversos assuntos de interesse a saúde dos adolescentes, entre estes, a prevenção e redução de danos no uso de álcool e outras drogas. Esses espaços, se democráticos, respeitosos e participativos, vão funcionar como fatores e processos de proteção. Ações continuadas e permanentes que incentivem atividades solidárias, fortalecendo a comunicação e o respeito às diferenças, minimizam os mais diversos fatores de risco e incrementam potenciais fatores de proteção. Após a conclusão do momento anterior, iniciou-se a segunda oficina “É fato ou é boato”, a partir de uma discussão sobre o que são drogas lícitas e ilícitas. O resultado foi bem satisfatório, pois resultou em uma ampla discussão do uso e efeitos das drogas sobre o corpo humano além das implicações que essas trariam para a vida social dos usuários. Os adolescentes demonstraram largo conhecimento dos tipos de drogas e as consequências que estas implicam. Os mesmo foram capazes de correlacionar, por exemplo, o uso de substâncias psicoativas e risco para adquirir uma doença sexualmente transmissível. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Durante as oficinas é evidente o interesse e envolvimento dos adolescentes, na medida em que participaram ativamente tirando suas dúvidas e levantando questões. Percebeu-se uma disparidade de comportamento dos jovens, onde uns demonstraram saber uma postura correta diante das diversas situações, outros verbalizaram a vontade de se submeter a situações de perigo e até mesmo acreditar que determinadas situações não geravam risco para sua saúde. As atividades puderam contribuir para formação de jovens críticos e que tenham consciência de suas atitudes, sendo de grande importância na medida em que os fazem refletir em situações reais, dialogando seus medos e dúvidas. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 RELATO DE EXPERIÊNCIA: UTILIZAÇÃO DA LITERATURA DE CORDEL NA REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE Luciana Feitosa Lucas, Faculdade Leão Sampaio Palloma Feitosa Lucas, Faculdade Leão Sampaio Maria Elaine Silva de Melo, Faculdade Leão Sampaio Luciana Maria Pereira dos Santos, Universidade Regional do Cariri Palavras-chave: Educação em Saúde. Cordel. Promoção da Saúde INTRDUÇÃO: A educação em saúde trata-se de um ramo da promoção em saúde, no qual visa à disseminação dos conhecimentos ligados à saúde por profissionais da área para a comunidade, atuando na divisão de responsabilidades, uma vez que é importante a realização de momentos educativos, com fito de formar cidadãos mais críticos e corresponsáveis por sua saúde, como também, pela saúde da comunidade e do meio ambiente. Consoante o pensamento de Roncalli (2003) e Fernandes, Chagas e Souza (2010), a educação em saúde configura-se, como uma das principais ações promotoras da saúde, recebendo várias denominações, de acordo com cada período e sua própria evolução, denominando-se em determina época, educação sanitária, educação em saúde, educação para a saúde, dentre outros, tendo sempre como intenção difundir informações para a diminuição, controle e erradicação de doenças. De acordo com Renovato e Bagnato (2012), a educação sanitária associa-se diretamente à saúde pública, como forma de prevenir doenças através do repasse de informações à população por profissionais, caracterizando-se pela normatização, regulação e rigor, no intuito de modificar hábitos indesejáveis, sendo amplamente empregada para ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 transmitir conhecimentos de higiene, especialmente a crianças em idade escolar. Construindo um parâmetro de diferenciação, Souza e Jacobina (2009) asseveram que a educação em saúde difere-se daquela através da ampliação do seu conceito, tornando-se instrumento de reflexão onde os sujeitos podem interagir com as informações passadas, expor suas experiências, o saber popular, e assim promover a troca de saberes, como também para conscientização de sujeitos corresponsáveis por sua saúde e pela saúde da comunidade. Portanto, destacamos a importância da realização de momentos educativos, para a criação de cidadãos críticos corresponsáveis por sua saúde, pela saúde da comunidade e do meio ambiente. Neste sentido, Smeltezer e Bare (2009), afirmam que é preciso estimular à sociedade a cultivar condutas apropriadas à saúde como, dieta equilibrada, realização de atividades físicas regularmente e boas práticas de higiene, medidas estas que reduzem os custos especializados em saúde, gerados por tratamentos complexos, uma vez que várias doenças podem ser evitadas e o tratamento inicial é mais barato. No entanto, para promover sua saúde, o indivíduo deverá participar ativamente de ações e serviços que estimulem cuidados em prol da saúde e implementar as mudanças necessárias, pois, de nada adiantará ter posse das informações que fortaleçam sua saúde, se não colocá-las em prática. Por isso, o projeto em questão busca promover ações educativas na área da saúde no ambiente escolar e em unidades do programa Estratégia Saúde da Família (ESF), através do uso da literatura de cordel. Segundo Moura et al. (2007), a promoção à saúde no ambiente escolar é uma extensão das políticas públicas de saúde, e como tal de extrema importância demandando planejamento, parceria, integração e fortalecimento de seus agentes promotores, tendo assim estrutura multidisciplinar colaborando com os indivíduos no confronto dos problemas de saúde, ela requer que a população fortaleça sua capacidade de enfrentar o processo saúde-doença, individual e coletivamente de forma consciente, a fim de fortalecer a saúde e melhorar a qualidade de vida. O interesse dos pesquisadores partiu durante acompanhamento do estágio supervisionado do curso Técnico em Enfermagem, de uma Escola Estadual de Educação Profissional (E.E.E.P), em uma unidade do programa Estratégia Saúde da Família, quando os estudantes realizavam uma atividade educativa em saúde, tendo como tema: Prevenção, controle e tratamento da Hanseníase, durante o desenvolvimento da ação educativa, notamos dificuldades em sua execução em relação a compreensão e entendimento pela comunidade, quanto as informações passadas. O desenvolvimento do projeto justifica-se pela elaboração de um recurso didático, que visa facilitar a compreensão e entendimento da comunidade independente do seu nível sociocultural, ao participarem de atividades educativas relacionadas à saúde, por conter linguajar simples e com humor, porém contendo informações pertinentes e relevantes aos temas abordados. Para Castoldi e Polinarski (2009), recursos ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 didáticos são quaisquer elementos que beneficiam a aprendizagem. Os sujeitos frente à utilização destes recursos se mostram, mais motivados e interessados a participarem. A relevância do projeto se dá por seu caráter social, na medida em que podemos sensibilizar os discentes de uma E.E.E.P e a comunidade, quanto à prática de hábitos saudáveis de vida, a prevenção de doenças, como ao mesmo tempo, estimular a participação e o acesso às ações e serviços de saúde como é o caso de palestras e ações educativas. OBJETIVO: Neste sentido, o presente estudo objetivou relatar a experiência das autoras, na promoção de ações educativas na área da saúde, no ambiente escolar e em unidades do programa Estratégia Saúde da Família (ESF), através do uso da literatura de cordel, por meio da elaboração de cordéis pelas docentes, com a contribuição de discentes do curso Técnico em Enfermagem de uma E.E.E.P, situada na região do Cariri, tendo temáticas relacionadas à saúde, como também visa contribuir para formação de profissionais especializados para atuarem de maneira interdisciplinar durante sua formação e atuação profissional. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo de cunho descritivo-exploratório na modalidade relato de experiência, a cerca do uso da literatura de cordel em atividades de educação em saúde. Para Andrade (2003, p.124), na pesquisa descritiva „„[...] os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador interfira neles [...]‟‟, ou seja, os dados apresentados descrevem as reflexões, com exatidão das situações investigadas do comportamento humano, seja no contexto individual ou coletivo da sociedade. Ainda na concepção de Andrade (2003), a abordagem exploratória tem várias finalidades, dentre elas a formulação de hipóteses, definição de objetos e possibilidade de um direcionamento novo, para um estudo futuro. Por fim, segundo Tereza; Santos e Santos (2007), relatos de experiências tem a capacidade transmitir/repassar questões singulares da vivência profissional, tornando objeto de discussão coletiva e social. O projeto de extensão nomeado “Saúde em Cordas” foi idealizado em 2011 e ainda está em execução, à elaboração dos cordéis se deu de forma conjunta, contando com a participação de docentes nas áreas de Enfermagem, Artes e discentes do segundo e terceiro ano do curso Técnico em Enfermagem, da E.E.E.P Aderson Borges de Carvalho, situada na cidade de Juazeiro do Norte - CE. Como sujeitos da pesquisa, compuseram estudantes dos demais cursos e turmas da instituição de ensino em questão e a comunidade participante das ações educativas realizadas utilizando os cordéis. Como critério de inclusão para o estudo, analisamos apenas os indivíduos participantes das atividades educativas em saúde realizadas utilizando os cordéis. A coleta dos dados se deu através da observação participativa e as avaliações das ações educativas em saúde ocorram, por meio dos feedbacks dos participantes durante os atos educativos. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Utilizando a literatura de cordel como recurso didático, na elaboração de ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 cordéis específicos com temáticas ligadas à saúde. Segundo Tereza; Santos e Santos (2007, p. 329) “Os cordéis têm como vantagem a possibilidade de falar sobre os mais diversos temas, podendo ser excelente veículo para educar em saúde”, uma vez que os mesmos, são constituídos de linguajar simples e com humor, possibilitou maior interatividade entre os membros da comunidade e os profissionais da saúde durante a realização de ações de educação em saúde, contribuindo assim para favorecer a compreensão e o entendimento das informações passadas. Fontana (2008) evidencia um dado relevante, que é fundamental que os responsáveis pelas ações educativas abordando qualquer questão, atentem para o entendimento das informações passadas, ainda no planejamento das ações e durante sua execução, adotem recursos que facilitem a comunicação, porque compreender é o primeiro passo, para conscientizar os indivíduos que eles são responsáveis por sua saúde, assim como o Estado. Durante a confecção dos cordéis os alunos participantes do projeto, tiveram que pesquisar de forma exaustiva as temáticas propostas, na tentativa de explorar e relacionar da melhor forma os conteúdos que foram abordados, as rimas características dos cordéis, sendo escolhidos num primeiro momento os temas hanseníase e saúde bucal, vale destacar que os cordéis contam ainda com xilogravuras confeccionadas por alunos da escola em questão, de todos os cursos oferecidos pela instituição destacando-se os do curso técnico em enfermagem, feitas especialmente para ilustrar cada tema abordado, enfatizando a interdisciplinaridade. O primeiro cordel elaborado abordou o tema hanseníase relatando sobre o histórico da doença, sinais e sintomas, tratamento e cura, sendo utilizado dentre outros locais, durante uma ação educativa desenvolvida no Centro de Dermatologia de Juazeiro do NorteCE, durante a apresentação do cordel observamos uma boa aceitação por parte dos ouvintes, como também os mesmos, foram presenteados com um exemplar do cordel em questão, desta forma ampliamos a possibilidade das questões abordadas durante a educação em saúde serem discutidas no ambiente domiciliar, escolar ou no trabalho, atuando assim, os participantes como agentes multiplicadores dos conhecimentos adquiridos. Segundo Maciel (2009) as ações educativas em saúde passam a ser definidas como um processo que objetiva capacitar indivíduos ou grupos para contribuir na melhoria das condições de vida e saúde da população, devendo ainda servir como estímulo à reflexão crítica das causas dos seus problemas bem como das ações necessárias para sua resolução. Para a elaboração do segundo cordel abordamos a temática saúde bucal, destacando a importância da higiene bucal para uma saúde plena, escovação completa da cavidade bucal, convívio social, halitose bucal e o preconceito gerado pela mesma, o cordel foi apresentado de forma dramatizada para facilitar ainda mais a compreensão do público durante um evento na E.E.E.P Aderson Borges de Carvalho. Este projeto possibilitou aos alunos participantes, um conceito reflexivo da ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 educação, utilizando estratégia diferenciada contribuindo assim para a formação de profissionais de saúde comprometidos com o processo de educação e saúde, bem como tornou os momentos de educação em saúde mais atrativos. Para os clientes, a experiência ofereceu oportunidade de tratar de forma descontraída e bem humorada de assuntos ligados à saúde, destacando-se a prevenção de doenças em especial da hanseníase e o incentivo a saúde bucal. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A educação é um processo rico, contínuo, porem dinâmico e repleto de desafios, que mobiliza o sujeito a não só replicar os saberes, mas também a interagir e construir conhecimentos a partir de sua realidade. Neste intuito, o estudo em questão, possibilitou relatar a experiência das autoras, na realização de atividades de educação em saúde, utilizando a literatura de cordel, por meio da elaboração de cordéis com temas relacionados à saúde, episódio que proporcionou maior interatividade entre os membros da comunidade e os profissionais da saúde durante a realização de ações de educação em saúde, contribuindo assim para favorecer a compreensão e o entendimento das informações passadas. A realização de ações educativas na área da saúde tem papel de destaque, neste caso em especial, pois os alunos participaram ativamente do processo construtivo dos mesmos, aprofundando seus conhecimentos sobre as temáticas abordadas, tanto para a elaboração dos cordéis, quanto para a apresentação dos mesmos. Por fim, esta iniciativa que contribuiu de direta ou indiretamente no fortalecimento da saúde individual e/ ou coletiva, por meio da promoção à saúde, destacando-se a prevenção de doenças, em especial da hanseníase e o incentivo a saúde bucal. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 A ENFERMAGEM ASSISTENCIALSTA ATUANTE EM NÍVEL HOSPITALAR: ELE ESTÁ BEM? Jéssyca Isabel de Aquino Carvalho, Faculdade Leão Sampaio Danielly Gonçalves da Silva, Faculdade Leão Sampaio Ana Bárbara da Silva Ribeiro, Faculdade Leão Sampaio Kamille Rodrigues Freire Lopes, Faculdade Leão Sampaio Woneska Rodrigues Pinheiro, Faculdade de Medicina do ABC; Faculdade Leão Sampaio Marco Akerman, Universidade de São Paulo Palavras-chave: Desgaste Profissionais de Saúde Profissional. Burnout. Estresse Profissional. INTRODUÇÃO: Estresse é um tema de larga abrangência e que ocupa lugar de destaque nos diversos meios de comunicação. É amplamente abordado em temas de discussão popular, assim como na literatura científica (BIANCHI, 2000). O termo estresse tem sido cada vez mais utilizado e associado a situações e sentimentos desagradáveis, que provocam algum tipo de reação negativa aos sujeitos acometidos (PRETO; PEDRÃO, 2009). Com o passar dos anos, várias abordagens foram surgindo. Como pontos marcantes nesse desenvolvimento têm-se Selye (1956) que definiu o chamado stress biológico, com a descrição da Síndrome de Adaptação Geral (SAG). Foi chamado o "pai” da teoria do estresse devido à delimitação que colocou no uso do termo estresse. Smeltzer e Bare (2005) apontaram que o estresse ocorre quando ha uma modificação ameaçadora, lesiva ou tensa no ambiente, desencadeando um desequilíbrio no individuo. O individuo sente ou torna-se incapaz de realizar tarefas sob essa situação. Esse estímulo causador de tal situação é o fator estressor, sendo variável: o fator estressor que gera estresse em um indivíduo ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 pode não gerar em outro. Os estressores podem ser distinguidos como físicos (agentes químicos, frio e calor), fisiológicos (fadiga, dor) ou psicossociais (medo de perder, falhar ou errar). Guyton (1988) nos lembra que a fisiologia do estresse envolve mecanismos hormonais que começam no cérebro com o estímulo da neuro-hipófise e desencadeiam uma cascata de eventos que englobam as glândulas da suprarrenal, que agem sobre o estômago, o coração, o sistema linfático, mobilizando inclusive o sistema imunológico que, além de deixar o organismo com as defesas comprometidas, baixam também os níveis de endorfinas e serotonina que elevam a autoestima do ser humano. Este estudo apresenta uma revisão sistemática da literatura com o objetivo de identificar e analisar as últimas concepções teóricas sobre estresse na área da saúde, discutidas nos últimos anos, buscando contribuir para propor soluções para diminuir o impacto negativo na vida profissional e pessoal destes profissionais, sensibilizando gestores e os próprios profissionais sobre a problemática em questão. MATERIAIS E MÉTODOS: Este estudo trata-se de um levantamento sistemático bibliográfico, apoiado na necessidade de se conhecer melhor o estresse que vêm comprometendo a qualidade de vida nas diversas dimensões, profissional, social ou biológica dos profissionais de enfermagem que atuam na assistência direta a nível hospitalar. Considerandose o objetivo referido, foram selecionados estudos que contemplassem a temática sobre a saúde psíquica e física dos profissionais de enfermagem publicados em periódicos nacionais indexados nas bases de dados LILACS (Literatura em Ciências da Saúde) e SCIELO (Scientific Eletronic Library Online). A pesquisa foi realizada em fevereiro de 2015. Como primeiro procedimento para busca e seleção dos artigos foi identificado os descritores (desgaste profissional, burnout, estresse profissional) nas bases de dados, em português, ambos indexados ao DecS (Descritores em Ciências da Sáude). Com esses descritores, foram levantados 45 estudos indexados no LILACS e 31 estudos indexados no SCIELO, totalizando 76 artigos. Chegou-se a esses números após seleção de filtros específicos no site da BVS, são esses: artigos, do período de 2010 a 2014, nacionais e em português. Assim, finalizou-se a seleção dos estudos, onde após essa primeira identificação, realizou-se buscas avançadas pelos estudos, de forma atenta e minuciosa, compreendendo a leitura dos títulos, objetivos e resumos, visando selecionar apenas estudos relacionados ao foco do estudo. Foram excluídos, além dos estudos que não estavam relacionados com o tema, os trabalhos que não estavam disponibilizados na íntegra e que encontravam-se em outro idioma que não o português. Dessa forma, a amostra final ficou composta por quinze estudos científicos. Os trabalhos selecionados, no momento da análise, foram ordenados e organizados pela seguinte sequência: Nome do autor, o título do estudo, o ano de publicação, a metodologia, periódico de indexação e a conclusão. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Os quinze artigos científicos ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 selecionados compuseram a fonte de análise de onde extraiu-se diversos trechos que demostram comprometimento da qualidade de vida dos trabalhadores de enfermagem associados a condição de trabalho, tanto no âmbito físico, quanto psíquico. Esses artigos foram numerados de 1 a 15 e diferenciados por ano de acordo com o eixo temático pertencente. A formulação deste estudo compôs-se de uma criteriosa seleção, onde a partir de um corpus de 76 artigos, selecionou-se 15 ou 21,42 % dos trabalhos. Em relação ao ano de publicação, percebe-se que houve maior número de indexações 2011 e 2013, atingindo um total de 66,66% publicações, 5 correspondente a cada ano. O segundo período que apresentou maior frequência foi do ano de 2010, com 26,66% das publicações. E o terceiro período com o menor número de indexações foi o de 2012, com o total de 6,66% de publicações. No ano de 2014 não foram encontrados nenhum resultado. Esses dados demostram, de uma maneira geral, a timidez de pesquisas científicas abordando a temática em questão. Em relação aos periódicos de indexação, destacou-se as Revista de Escola de Enfermagem da USP, Revista Gaúcha de Enfermagem e a Revista de Enfermagem UERJ com o maior número de artigos publicados com esta temática, perfazendo 60% do total. Os periódicos como Revista de pesquisa: saúde é fundamental, Ciência e Saúde Coletiva, Revista Saúde Pública, Escola Ana Nery e Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool Drogas, também continham artigos considerando o tema pesquisado. Partindo dessa sistematização, foram identificados os seguintes eixos temáticos: “Vulnerabilidade ao Burnout entre os profissionais de saúde” e “Cargas de trabalho geradoras de desgaste profissional”, proporcionando uma melhor da análise dos estudos selecionados. Vulnerabilidade ao Burnout entre os profissionais: Entre os estudos analisados, quatro citam a Síndrome de Burnout diretamente como estressores ocupacionais na vida dos trabalhadores estendendo-se a várias categorias de profissões, sendo que 3 apontam o conceito e sinais e sintomas da mesma, diferenciando do estresse comum (OLIVEIRA; COSTA; SANTOS, 2013; LIMA, et al., 2013; LIMA; SOUZA; FELICIANO, 2013; EZAIAS et al., 2010). Conforme um dos estudos, a Síndrome de Burnout é definida como uma síndrome característica do meio laboral, que se constitui em um processo de resposta ao estresse ocupacional crônico, e traz consigo consequências negativas em nível individual, profissional, familiar e social. Porém, há um conceito multidimensional, que é evidente nos artigos, o conceito de referência é o de Maslach e Jackson, os quais afirmam que a síndrome resulta de um processo que envolve a superposição de: (1) alta Exaustão Emocional (EE), perda ou desgaste dos recursos emocionais com sentimentos de esgotamento e tensão; (2) alta despersonalização (DP), distanciamento emocional contraproducente frente aos pacientes, colegas e organização; (3) baixa realização pessoal no trabalho (RP), tendência à auto avaliação negativa, com declínio no sentimento de ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 competência (LIMA; SOUZA; FELICIANO, 2013; EZAIAS et al., 2010). Jbeili (2008) enfatiza que a Síndrome de Burnout é expressa no estágio mais avançado do estresse. Tem seu início com o desânimo e a desmotivação com o trabalho, e pode chegar a doenças psicossomáticas, fazendo com que o profissional tenha altas taxas de absenteísmo, afastamento temporário das funções, chegando até a aposentadoria por invalidez. Após esse breve percurso, apresenta-se os efeitos do Burnout sobre a saúde: hipertensão arterial, cefaleia, insônia, mialgia, artralgia, ansiedade, irritabilidade, desmotivação, desconcentração, entre outros; e o trabalho: absenteísmo, rotatividade, diminuição da produtividade e qualidade da assistência. Existem várias características evidenciavéis, algumas em maior, outras em menor intensidade, dentre elas ressalta-se a angústia, taquicardia, distúrbios gastrintestinais, entre outras. Diante de um dos estudos apresenta-se a dificuldade de uma necessidade de correta diferenciação entre a Síndrome de Burnout e o estresse comum, uma vez que a síndrome envolve atitudes e condutas negativas do profissional em relação à população por ele assistida, à organização e ao seu processo de trabalho; assim como também engloba atitudes e sentimentos que geram problemas de ordem prática e emocional ao trabalhador e à instituição. Já o estresse não envolve atitudes e condutas, pois se refere ao esgotamento pessoal, que interferem na vida do indivíduo, mas não necessariamente em sua relação com o trabalho. Inicialmente, esta síndrome era diagnosticada apenas em profissionais que trabalhavam em contato direto com as pessoas. Resultados típicos mostram diferentes categorias profissionais, dentre as profissões que mais têm desenvolvido a síndrome do Burnout encontra-se a enfermagem. Esse fato relaciona-se ao árduo trabalho em turnos, à falta de reconhecimento profissional, às relações de trabalho e ao lidar constantemente com a sensação de impotência frente à morte. Destaca – se também estudos que contemplam, ao mesmo tempo, distintas categorias de profissionais de saúde encontram maiores níveis entre médicos tanto da propensão à síndrome quanto da ocorrência de Burnout (LIMA et al., 2013; OLIVEIRA; COSTA; SANTOS, 2013). Por fim, no âmbito institucional, os efeitos da Síndrome de Burnout refletem-se na diminuição da produtividade, na qualidade do trabalho, no aumento do absenteísmo, na alta rotatividade, no incremento de acidentes ocupacionais, na visão negativa da instituição; tendo como resultado importantes prejuízos financeiros para as organizações e constituindo-se em um evento com repercussões no processo de trabalho em saúde (BENEVIDES, 2003). Cargas de trabalho geradoras de desgaste profissional: A partir da década de 1980, houve uma eclosão de estudos sobre os estudos sobre saúde do trabalhador, a qual passa a ser concebida como campo de conhecimento e, como consequência, incrementouse as produções científicas referentes ao assunto. Desse modo, a saúde ocupacional passou a ser entendida como uma importante estratégia, não ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 apenas para garantir a saúde dos trabalhadores, mas também contribuir para a motivação e satisfação no trabalho, a produtividade, a qualidade dos produtos e, portanto, para a melhoria geral na qualidade de vida dos indivíduos e da sociedade como um todo (NEVES et al., 2010). Santana et al. (2006) complementa que na concepção histórico-social, dada à inserção desses trabalhadores na prestação de serviços de saúde, apreende-se que os mesmos interagem com uma variedade de cargas no seu processo de trabalho as quais são geradoras de processos de desgaste, conferindo-lhes perfil de morbidade característico. A convergência das temáticas de qualidade de vida e saúde do trabalhador em uma mesma direção pode proporcionar um avanço significativo na qualidade dos serviços prestados pelos trabalhadores. Inserido no contexto do trabalho, o profissional da área de saúde muitas vezes atua em favor da otimização do bem-estar de seus clientes e, quase sempre, negligencia o cuidado em direção ao seu próprio estado de saúde (NEVES et al., 2010). Cargas de trabalho são definidas como os elementos do processo de trabalho que interagem entre si e com o corpo do trabalhador, desencadeando alterações nos processos biopsíquicos que se manifestam como desgastes físicos e psíquicos potenciais ou efetivamente apresentados. Elas são classificadas em cargas de materialidade externa ao corpo do trabalhador (cargas físicas, químicas, biológicas e mecânicas) e cargas de materialidade interna (cargas fisiológicas e psíquicas), por se estabelecerem por meio do seu corpo (SECCO et al., 2010). Três dos artigos pesquisados ressaltaram a Enfermagem como uma das categorias da área da saúde que tem longas jornadas de trabalho. Nesse grupo profissional, as longas jornadas podem levar à exaustão e fadiga, podendo afetar a assistência aos pacientes. As condições de trabalho da equipe de enfermagem, principalmente nos hospitais, têm sido consideradas impróprias no que concerne às especificidades do ambiente gerador de riscos à saúde. Os trabalhadores de enfermagem muitas vezes, necessitam de vários vínculos de trabalho, por situação econômica desfavorável e baixos salários que prejudicam a qualidade de vida (SILVA; ROTENBERG; FISCHER; 2011; SCHMOELLER et al., 2011; LIMA et al., 2013). A ideia de carga de trabalho tem sido utilizada na literatura para estudar a saúde dos trabalhadores. Esta é definida como um dos elementos do processo de trabalho que interagem entre si e com o corpo do trabalhador, desencadeando alterações nos processos biopsíquicos, que se manifestam como desgaste físico e psíquico, potenciais ou efetivamente apresentados (SCHMOELLER et al., 2011). Nas últimas décadas tem-se observado uma tendência mundial no aumento da jornada de trabalho. Há dificuldade em se estabelecer um limite seguro para a duração das jornadas devido à variedade de condições envolvidas. Contudo, estudos apontam interferências negativas das longas jornadas de trabalho em diversos aspectos da vida dentro e fora do trabalho (SILVA; ROTENBERG; FISCHER, 2011). CONSIDERAÇÕES FINAIS: ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 Com a realização deste trabalho, foi possível verificar o avanço tímido de estudos sobre o estresse e a qualidade de vida dos trabalhadores de saúde na atuação hospitalar em todas suas dimensões, especialmente no que diz respeito ao profissional de enfermagem, tendo em vista que o estresse está diretamente relacionado com o estado de saúde regular desses profissionais. Acredita-se que este trabalho contribuiu para uma melhor compreensão da amplitude e complexidade da saúde física e psíquica dos profissionais de saúde, a partir da forma como as literaturas mais recentes o trazem, revelando outros contextos sobre estresse, voltando-se para a avaliação das estratégias defensivas desenvolvidas pelo trabalhador de saúde no seu cotidiano de trabalho, da assistência prestada, ponto de vista dos profissionais e gestores e a organização dos serviços de saúde. Julga-se que medidas de enfrentamento, juntamente com organização e colaboração de gestores das unidades, certamente resultarão em melhor qualidade de vida da equipe de saúde e elevará a qualidade da assistência prestada aos pacientes que necessitarem de atendimento. No que diz respeito ao conceito de qualidade de vida dos profissionais de enfermagem, considera-se vários fatores que afetam e desestabilizam os mesmos, como, atuação no período noturno, atuar como principal responsável pela renda familiar são fatores relevantes em relação ao trabalho, seja doméstico, seja profissional. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 A INFLUÊNCIA DOS FATORES ESTRESSORES E COMO ELES ATUAM NA VIVÊNCIA DOS CONDUTORES DE VEÍCULOS DA CIDADE DE JUAZEIRO DO NORTE-CE Thereza Deborah de Oliveira Sales, Faculdade Leão Sampaio Nathalia Matos de Santana, Faculdade Leão Sampaio José Diogo Barros, Faculdade Leão Sampaio Fernanda Matos de Santana, Faculdade Leão Sampaio Mauro Mccarthy de Oliveira Silva, Faculdade Leão Sampaio Chesla de Alencar Ribeiro, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Trânsito. Fatores Estressores. Condutores de Veículos INTRODUÇÃO: O trânsito local da cidade de Juazeiro do Norte – CE caracteriza-se como sufocante já há algum tempo. Difícil pelo número de veículos, motociclistas, bem como outros do tipo não motorizados, que circulam na cidade o que foi considerado como alvo da problemática, a partir da dificuldade de locomoção nas ruas estreitas e sem planejamento prévio. Entender uma população com tanta diversidade cultural, assim como conviver com ela, suas complicações e um trânsito tão conturbado é um desafio. O que leva os condutores de veículos desta cidade, a se sentirem tão ansiosos? Quais problemas acarretam o estresse, interferindo este no comportamento desses condutores? Este trabalho objetiva analisar como se dá a vivência de situações estressantes no trânsito da cidade de Juazeiro do Norte - CE fazendo, pois um levantamento dos fatores que levam os condutores de veículos, a comportamentos inábeis e grosseiros, prejudicando sua qualidade de vida. Já que a metodologia consiste em colher dados através de entrevistas com condutores da cidade, bem como ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 obter informações sobre como e porque, o emocional dos sujeitos se mostra abalados, torna-se assim um estudo relevante, uma vez que se é partícipe ativa desse processo, na posição de condutora de veículo automotor. OBJETIVO: Como hipótese, procurou-se investigar se existe na cidade, uma configuração que comporte diversos fatores estressantes, de forma que afetem consideravelmente a saúde dos condutores de veículos, bem como dos transeuntes e da população de um modo geral. A contribuição que este trabalho visa proporcionar para uma visão mais ampliada acerca do trânsito em nossa cidade para o conhecimento de quantos se apropriarem desta leitura, assim como subsidiar áreas da psicologia como educacional, do trânsito, ambiental, social, estatística, já que o trânsito interage com várias vertentes da vida humana. MATERIAIS E MÉTODOS: Este estudo tem uma abordagem qualitativa, de caráter descritivo. Foi realizada no Auto Posto Casarão, localizado na Av. Leão Sampaio, Km. Oito. Este foi escolhido pela pesquisadora, como ponto aleatório, visto que qualquer um outro, se representaria significativo. Na pesquisa de campo, foram utilizadas entrevistas semiestruturadas onde o pesquisador perguntou sobre a percepção a respeito do trânsito nos quesitos violência, estruturação urbana, fatores estressantes e como ele (a) se sente diante das situações cotidianas sabendo que a cidade apresenta demanda, principalmente nos últimos anos, de muitos acidentes no transito. A abordagem aos condutores de veículos também foi feita através de entrevista gravada, e depois transcrita na íntegra. Colheu-se a categorização por maiores relevâncias nas falas dos entrevistados. Esta etapa da pesquisa se deu no período de uma semana. Os sujeitos do estudo foram os condutores de veículos automotores, incluindo motociclistas da cidade, não sendo necessário delimitar o número da amostra, em virtude de se utilizar o conceito do ponto de saturação. Previamente ao início da coleta de dados, o presente projeto foi registrado no Sistema Nacional de Informações sobre Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos (SISNEP) e encaminhados ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Faculdade Leão Sampaio. Os dados coletados na entrevista foram mantidos em sigilo quanto à identificação das pessoas analisadas, em acordo com a resolução 466/12 do Ministério da Saúde que rege as pesquisas envolvendo seres humanos, respeitando os princípios da bioética (autonomia, justiça, beneficência, não malevolência) e garantindo os direitos do sujeito, do pesquisador e da comunidade científica. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Analisando as entrevistas efetuadas, ficou bem evidenciada a problemática sobre o trânsito cotidiano na cidade de Juazeiro do Norte-CE. Ressaltam-se várias vertentes que se pode discutir e realçar através das falas dos motoristas, bem como as dificuldades encontradas no exercício do ato de dirigir, respondendo a hipótese que se ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 procurou investigar, quanto aos fatores estressantes permeando o cotidiano do condutor de veículos da cidade. De início é importante salientar a resistência encontrada quanto às aceitações em se fazerem entrevistados. A pressa era uma constante, a falta de tempo para a execução da entrevista, o horário para se chegar ao destino, enfim eram tantas as alegativas contrárias ao intento da pesquisadora, necessitando de muita persuasão, paciência e determinação para a concretude da tarefa proposta. São muitos os problemas encontrados nas famílias pobres, apresentando um leque de dificuldades no enfrentamento do cotidiano, tais como instabilidade, falta de segurança, analfabetismo, baixa escolaridade, violência, fome. Tudo isto acarreta uma série de mudanças no comportamento pessoal de cada um, sendo refletido no trânsito. A inquietude ante a pressa, a falta de respeito para com o outro, é desgastante, para quem está num veículo, numa moto, ou a pé. De conformidade com as respostas escutadas pelos entrevistados, os comportamentos dos condutores diferem, não obstante, em sua maioria retratam nervosismos, ansiedade, grosseria, falta de educação, de atenção, de respeito, de responsabilidade, ousadia, enfim, são registrados amiúde, e por estas razões expressam atos indisciplinados e estressantes. A educação para o trânsito é um compromisso social e político de todos os cidadãos, focando a educação ética-social, integrando o homem, o meio ambiente e a realidade social. Conforme o que os próprios entrevistados falaram a respeito de compromisso político, eles acreditam ser escasso entre a classe, e quanto ao éticosocial, são poucos os que se apegam a este comportamento. Em todos os entrevistados, a resposta foi unânime quando indagados sobre o que achavam do trânsito na cidade. Representando um percentual de 100% de desaprovação quanto à Educação no trânsito, o que se pode constatar a necessidade urgente de práticas educativas, e de políticas públicas direcionadas a uma educação nas disciplinas escolares, nas práticas das autoescolas, enfim, propagandas insistentes com o objetivo de chamar a atenção dos condutos menos disciplinados, para uma melhor prática diretiva e quiçá, ética e política. A violência no trânsito não se dá somente por colisões, atropelamentos e mortes, mas também na conduta verbal de alguns condutores. Nos xingamentos, nos gestos obscenos, nas buzinadas insistentes e desnecessárias, acontecidas pela impaciência e nervosismo. Infelizmente tais atitudes se alastram por todo o país, como se percebe através dos jornais escritos e falados. “[...] dirigir tendo ingerido álcool, dá uma conotação de superioridade, esperteza, independência e, sobretudo ser moderno”. O município de Campinas - São Paulo apresentava, como Juazeiro do Norte-CE, um trânsito desordenado e com índices alarmantes de mortes no trânsito. Medidas preventivas foram estabelecidas pelo ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 município a partir de sérias colocações do próprio governo municipal, com autonomia para gerir a Instituição, deslocando percentual da renda municipal e juntamente com as multas arrecadadas pelas irregularidades cometidas, suprir o pessoal responsável. Com isso o número de mortalidade teve um acentuado déficit, mesmo com a nova investida na motorização de novos veículos chegados à cidade. Além de muitas situações de empasse que a locomoção dos condutores sofre, a trânsito concorre para um comprometimento no rendimento do trabalho, pelo tempo que o condutor leva para chegar até ele. Apesar de todos os entrevistados terem se reportado ao trabalho como prazeroso, percebe-se sua significância na vida dos trabalhadores de um modo em geral. Não obstante, é indiscutível o quanto denotam o temor pelo atraso, pela mercadoria entregue em tempo hábil, pela distância residência/trabalho, necessitando chegar a tempo para o não recebimento da cobrança pelos responsáveis. Percebe-se nas entrelinhas da pesquisa, que este fator os deixa por demais estressados. Teóricos afirmam que “o termo estresse denota o estado gerado pela percepção de estímulos que provocam excitação emocional [...] O termo estressor por sua vez define o evento ou estímulo que provoca ou conduz ao estresse. As situações estressantes envolvem um incremento que desperta o organismo, acelerando o ritmo dos batimentos cardíacos, secura da boca, sensação de estômago apertado e sudação excessiva. Diante de tais constatações percebe-se que, como o estresse provoca os fatores internos dos condutores que por sua vez, são provocados pelos fatores externos, o que interferem no modo de agir de muitos. Outros fatores também são ressaltados como irritantes para os condutores, tais como “más condições das vias; condições do trabalho vistas como precárias; condições climáticas relacionadas com o calor excessivo. Já se procura amenizar a situação do trânsito e do álcool, implementando providências como ações ambientais fiscalizatória e educacional, propiciando pelo menos inibir um pouco, as situações drásticas para os sujeitos e para a sociedade de modo geral. Pode-se tirar como conclusões deste estudo, uma gama de conhecimentos acerca dos fatores estressores, e o que leva os condutores de veículos a terem comportamentos nervosos no trânsito da cidade de Juazeiro do Norte-Ce. Foi de imensa valia, haja vista, a problemática ser de cunho abrangente a todos que participam do cotidiano da cidade, suas idas e vindas e, naturalmente integram sua mobilidade urbana. Desde os primórdios da criação da cidade, sua edificação foi comprometida pela falta de planejamento estratégico. Suas ruas são estreitas de forma a dificultar a movimentação diária, já que houve um considerável crescimento religioso, comercial e populacional. De acordo com as entrevistas realizadas, foram relacionadas três categorias que se mostraram mais salientes e pertinentes ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 às falas. Estas denotaram a falta de educação no trânsito, os fatores estressores que mais enervam os condutores de veículos evo álcool associado à direção. É perceptível que dirigir nesta cidade se tornou nos últimos tempos um desafio. E também o ato de dirigir, mesmo que não profissionalmente, se tornou difícil, onde se faz necessário a cautela e a habilidade, bem como uma atenção redobrada, haja vista, concomitante aos carros e motos, bicicletas, carroças, animais estão presentes no cenário diário da cidade. Além desses, outros veículos trafegam por motivos de subsistência. Foi também percebida através da fala dos entrevistados, a cobrança no trabalho, no que diz respeito à pressa no cumprimento de cotas repassadas pelos gestores, calor excessivo, ruas mal cuidadas e esburacadas, e significativamente o consumo de álcool associado à direção, bem como a falta de educação da população condutora de veículos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O trânsito se tornou um problema de saúde pública, atingindo o biopsicossocial dos sujeitos. Destarte, se faz premência numa reconstituição comportamental, seja nas escolas, nas companhias que perpassam os ensinamentos, seja nos órgãos administrativos subsidiados pelos governos municipais, estaduais ou federais. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 AÇÃO DE PROMOÇÃO DA SAÚDE À PESSOA COM HIPERTESÃO E/OU DIABETES EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA Lydia Nianny Ribeiro de Brito, Faculdade Leão Sampaio Jéssica Barbosa Sampaio, Universidade Federal de Campina Grande Milena Silva Costa, Universidade Federal do Cariri Palavras-chave: Promoção da Saúde. Hipertensão. Diabetes Mellitus INTRODUÇÃO: A trajetória do processo saúde-doença da população mundial e brasileira tem perpassado por diversas mudanças nos últimos anos, devido o avanço tecnológico e científico, ocasionando alterações no perfil epidemiológico, em que as doenças crônicas passaram a ser destaque. A maior longevidade da população associada às modificações ocorridas no estilo de vida também tem contribuído significativamente para o aumento na ocorrência destas doenças, que são responsáveis por um grande número de óbitos em todo o mundo. As doenças crônicas são caracterizadas por história natural prolongada, multiplicidade de fatores de risco, interação de fatores etiológicos e biológicos, período de latência, curso clínico geralmente prolongado e permanente, manifestações clínicas com período de reemissão, exacerbação e evolução para graus variados de incapacidade e morte. Como exemplos, a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Melittus (DM) são consideradas como as principais doenças crônicas acometidas pela população, decorrente há vários fatores multicausais. O diagnóstico da HAS consiste na média aritmética da pressão arterial maior ou igual a 140/90mmHg, verificada em pelo menos três dias diferentes com intervalo mínimo de uma semana entre ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 as medidas, ou seja, soma-se a média das medidas do primeiro dia mais as duas medidas subsequentes e divide-se por três. Sua prevalência no Brasil varia entre 22% e 44% para adultos, sendo 32% em média, chegando a mais de 50% para indivíduos com 60 a 69 anos e 75% em indivíduos com mais de 70 anos. A HAS tem alta prevalência e baixas taxas de controle. Associa-se a doenças cardiovasculares, cerebrovasculares, renais e metabólicas. Consideram-se como fatores de risco a dislipidemia, tabagismo, sobrepeso, obesidade, sedentarismo, DM, hereditariedade, população negra, idade avançada, uso de anticoncepcional. O tratamento para o controle da HAS inclui além da utilização de medicamentos quando indicado, a própria ideia de saúde que o indivíduo possui, ou seja, a concepção de saúde é formada por meio da vivência e experiência pessoal de cada indivíduo, tendo estreita relação com suas crenças, valores, pensamentos e sentimentos, o que leva o indivíduo, muitas vezes, a aderir ou não ao tratamento. Quando ele percebe esta necessidade, procura controlar o peso, reduzir o consumo de bebidas alcoólicas, abandona o tabagismo, pratica atividade física regular e adota hábitos alimentares saudáveis. Portanto, a HAS requer um diagnóstico precoce, tratamento e autocuidado adequado. No tocante a DM, é definida como grupo de doenças metabólicas, com etiologias diversas, caracterizado por hiperglicemia devido à deficiência de secreção de insulina pelas células beta do pâncreas, resistência periférica à ação da insulina, ou por ambas as causas. É classificada em tipo 1 e tipo 2. Há uma perspectiva que em 2030 haverá 19,6 milhões de pessoas com DM, sendo que o tipo 2 se destacará em maior número de casos, representando 90% dos casos. São fatores de risco a dislipidemia, tabagismo, sobrepeso, obesidade, sedentarismo, hereditariedade, idade avançada, HAS, diagnóstico de diabetes gestacional ou macrossomia fetal. São sinais e sintomas: a poliúria, polidipsia, polifagia, perda de peso, fraqueza, tonturas, turvação visual e parestesia. O diagnóstico de DM se faz quando a pessoa apresentar sintomas e glicose acima de 200mg/dl em qualquer momento; em jejum, se a glicose apresentar maior que 126mg/dl em duas ocasiões ou se a glicose evidenciar acima de 200mg/dl após 2h de carga de 75g dextrose. Quanto ao tratamento, é baseado em medicamentos sendo eles hipoglicemiantes orais e insulina, além disso, é necessário uma reeducação alimentar, a prática de exercícios e está sempre monitorando os níveis de glicose e hemoglobina glicada. Ao certo é que a HAS e DM são responsáveis pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizações no ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 Sistema Único de Saúde (SUS); há cerca de dois milhões de cadastrados no Sistema de Informação de Acompanhamento de Hipertensão e Diabetes (SISHIPERDIA), sendo que 23% destes tem diabetes e hipertensão e 4% somente diabetes, representando assim um desafio para assistência implementada pelos profissionais de saúde. Para reduzir os números e controlar os casos é necessário o acompanhamento integral pelos profissionais de saúde nos três níveis de atenção em saúde. No que se referem à equipe da atenção primária, os profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF) atuam nas ações para a promoção da saúde dessas pessoas com enfoque nas questões sociais, culturais e econômicas em que o paciente está inserido, bem como a patologia, tratamento e adesão desse paciente as mudanças no estilo de vida. Então, parte-se do pressuposto que ações de promoção da saúde desenvolvidas na ESF às pessoas com HAS e/ou DM contribuem para o controle das doenças, prevenção de agravos e melhor qualidade de vida. E quando há parcerias com os cursos de saúde de instituições de ensino técnico e superior, os resultados podem ser mais eficazes por acreditar que o trabalho interdisciplinar proporciona grandes benefícios para a população em tela. Dessa forma, o presente trabalho se justifica pela importância que se tem de apresentar os resultados das ações desenvolvidas por profissionais da ESF em parceria com estudantes de cursos na área de saúde. Com o resultado, espera-se que esse relato de experiência colabore para reflexões das equipes de ESF quanto o significadorelevante em desenvolver tais ações. OBJETIVO: Relatar as experiências vivenciadas por uma equipe da ESF durante atividade interdisciplinar de promoção da saúde às pessoas com HAS e/ou DM. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um relato de experiência de uma equipe de ESF atuante em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) localizada na zona urbana do município de Juazeiro do Norte – Ceará, que realizou uma atividade de promoção à saúde de pessoas com HAS e/ou DM, em parceria com professores e alunos dos cursos de Técnico em Enfermagem e de graduação em Farmácia, no dia primeiro de abril de 2015, no horário matutino. Para tanto, houve um planejamento prévio em que a equipe estabeleceu os temas que seriam abordados, a enfermeira contatou com as instituições parceiras, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) convidaram os participantes através de convites impressos e houve distribuição de tarefas entre os demais membros da equipe para que fossem possíveis os resultados. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Na ocasião, compareceram 25 mulheres ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 predominantemente idosas, com história de HAS e/ou DM, cinco alunos do curso Técnico em Enfermagem, cinco alunos do curso de Graduação em Farmácia, dois professores que estavam acompanhando tais alunos e os membros da referida equipe: médica, enfermeira, sete ACS, uma técnica de enfermagem, um agente administrativo, recepcionista e uma educadora física da equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). A equipe da ESF junto com os alunos e professores das instituições de ensino recepcionaram as convidadas, fizeram uma atividade de acolhimento e explicaram os objetivos da ação. Os alunos do curso técnico de enfermagem, professora, enfermeira e a técnica de enfermagem verificaram a glicemia capilar, pressão arterial, peso, altura e circunferência abdominal das participantes. Em seguida, iniciou-se a troca de diálogos com os respectivos temas: “Medicação e alimentação para hipertensos e diabéticos” abordado pela médica da equipe e alunos do curso de Farmácia, que explicaram sobre a doença, fatores de risco, as medicações recomendadas, uso, efeitos adversos, automedicação e mudanças no estilo de vida. O segundo tema foi sobre “Atividade física e sua importância” contemplada pela educadora física, que aproveitou a oportunidade para ensinar quais são os exercícios recomendados e exercitar junto com todos os participantes. A enfermeira abordou sobre o autocuidado. A recepcionista agendou as consultas de retorno das participantes. As convidadas estavam descontraídas, tiraram as dúvidas, interagiram com todos os que estavam presentes, alimentaram-se com um café da manhã saudável ofertado pela equipe, sugeriram que outros encontros devem acontecer por apresentarem benefícios à saúde, agradeceram e parabenizaram pela ação. Diante dos resultados, percebeu-se que apesar de homens e mulheres terem sido convidados, apenas as mulheres compareceram, fato que pode está relacionado aos homens não terem o hábito de procurar os serviços de saúde, por eles não disponibilizarem de tempo em virtude das atividades laborais, ou ainda, porque as mulheres são as pessoas que mais procuram os serviços de saúde e por serem a maioria na área de atuação da equipe. Os envolvidos na ação realizaram as atividades que o Ministério da Saúde recomenda para a promoção da saúde das pessoas com HAS e/ou DM, que são: esclarecer sobre os fatores de risco e mudanças nos hábitos de vida; orientar sobre as medidas de prevenção; perguntar ao paciente se o mesmo está seguindo o tratamento; verificar os níveis da PA, peso, altura e circunferência abdominal; agendar consultas; dentre outros. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Considera-se que ações ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 como essa devem propagar entre as equipes de ESF, pois se todos os profissionais de saúde agir com as suas devidas tarefas e de forma interdisciplinar, conseguirão obter resultados melhores em relação à promoção da saúde das pessoas hipertensas e diabéticas. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PACIENTE APRESENTANDO FRATURA TRANSTROCANTÉRICA DE FÊMUR, COM EVOLUÇÃO PARA TROMBROSE VENOSA PERIFÉRICA EM MEMBRO INFERIOR DIREITO: UM ESTUDO DE CASO Daniel Pereira Barros, Faculdade Leão Sampaio Aline Morais Venancio, Faculdade Leão Sampaio Maysa Kelly Leite de Lavor, Universidade Vale do Acaraú Ivaneide Lemos Soares, Universidade Anhanguera Palavras-chave: Fratura de Fêmur. Estratégia Saúde da Família. Assistência Domiciliar. Cuidados Enfermagem. INTRODUÇÃO: O envelhecimento representa a passagem do tempo, não uma patologia, sendo um processo natural e fisiológico. No idoso, as alterações como osteoporose, acuidade visual diminuída, fraqueza muscular, diminuição de equilíbrio, doenças neurológicas, cardiovasculares e deformidades osteomioarticulares são fatores que contribuem para a alta incidência de fratura do terço proximal do fêmur (MUNIZ et. al., 2007). As fraturas do colo femoral ou transtrocanterianas ocorrem em uma área entre o pequeno e o grande trocânter, na porção extra-articular, em osso de predominância esponjosa e ricamente vascularizado. São muito comuns na população idosa, estimando-se que nove em cada dez fraturas do quadril ocorram em pacientes com mais de 65 anos de idade e mulheres. Essas fraturas são o resultado de forças diretas e indiretas envolvendo o fêmur proximal. Geralmente estão associadas a quedas, mas forças aplicadas indiretamente pelos músculos circundantes também desempenham um papel definido, embora seja difícil de quantificar (SMELTZER; BARE, 2005). O número de fraturas do quadril e cirurgias para estas fraturas teve um aumento significativo nos últimos anos. Estima-se que a partir de 2050 mais de 6 milhões de fraturas transtrocantérica ocorram em todo o mundo, isto é explicado pelo aumento no número de idosos e por ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 consequência na incidência de osteoporose. Este tipo de lesão ocasiona maior mortalidade (15%) no primeiro ano pós-fratura, ou representa perda significativa da capacidade funcional. Cerca de metade dos idosos torna-se incapaz de deambular e um quarto necessita de cuidado domiciliar prolongado (MUNIF, 2008). Apesar da cirurgia, o paciente idoso tem uma maior dificuldade de locomoção. O estresse e a imobilidade relacionados com o trauma predispõem o adulto idoso a pneumonia, sepse e capacidade reduzida para lidar com outros problemas de saúde. Muitas pessoas idosas hospitalizadas com fratura de fêmur ficam confusas em consequência do estresse do trauma, ambiente desconhecido, privação do sono, medicamentos e doença sistêmica (SMELTZER; BARE, 2005). Dessa forma, é válido destacar que, quando ocorre o descomprometimento da família e dos profissionais de saúde na reabilitação e recuperação do paciente isso poderá implicar como um fator agravante na assistência prestada. Diante dessa problemática, o presente estudo buscou acompanhar as etapas da reabilitação de um paciente vítima de fratura de fêmur ressaltando a importância do apoio familiar durante essa fase de sua vida, bem como, destacar o papel do enfermeiro na assistência ao cliente durante esse processo de recuperação, como também, sistematizar a assistência de enfermagem ao paciente em estudo. Segundo Ribeiro et. al. (2009), a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma metodologia de trabalho, que possibilita a organização, planejamento e avaliação do cuidado prestado, sendo uma ferramenta importante para o enfermeiro alcançar qualidade da assistência, melhorar a comunicação entre a equipe, priorizar as necessidades de cada paciente e ainda desenvolver ações baseadas em conhecimento técnico-cientifico. A escolha do presente estudo ocorreu durante o estágio supervisionado dos pesquisadores na rede de Atenção Básica, por indicação de um Agente Comunitário de Saúde (ACS) e da preceptora responsável pelo estágio, onde os pesquisadores buscaram aprofundar seus conhecimentos e desempenhar suas capacidades de cuidados de enfermagem frente ao caso de um paciente vítima de acidente de trânsito que teve como trauma uma fratura de fêmur, evoluindo para uma trombose venosa periférica. A pesquisa mostra-se relevante à medida que fortalece a importância do programa de cuidado domiciliar por profissionais da ESF e a importância do papel da atenção básica – rede primária, na reabilitação do paciente. Com isso, a pesquisa contribuiu ainda na recuperação do cliente, através da aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem, e proporcionou estratégias para que o paciente pudesse ser reinserido na sociedade com qualidade de vida. Como também, contribuiu aos pesquisadores na construção do papel de indivíduos atuantes, enquanto profissionais da equipe de enfermagem, dos serviços de saúde da atenção primária. OBJETIVO: Sistematizar a assistência de enfermagem em um paciente vítima de acidente motociclístico, apresentando fratura ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 transtrocantérica de fêmur, evoluindo com trombose venosa periférica em membro inferior direito. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo de caso desenvolvido na Estratégia de Saúde da Família 25, situada em Juazeiro do Norte-CE, este sendo quesito obrigatório a ser apresentado ao estágio supervisionado da rede de Atenção Básica, como parte integrante da grade curricular do Curso de Graduação em Enfermagem. O estudo realizou-se de fevereiro a maio de 2014 e ocorreu na residência do pesquisado, localizada na cidade de Juazeiro do Norte-CE. Foram realizadas 4 (quatro) visitas domiciliares ao sujeito do estudo, destas 2 (duas) no mês de março e 2 (duas) no mês de abril, todas essas visitas aconteceram em período vespertino, com escolha do dia e horário de maneira aleatória. Dados pertinentes ao paciente e sua patologia foram coletados através de uma entrevista informal e sucinta com o mesmo e familiares, foram avaliados exames apresentados, receituários e consulta ao prontuário, além da realização de exame físico. A abordagem desse exercício teórico-prático foi qualitativa-descritiva, usando como instrumento de consulta e orientação o roteiro de Anamnese e Exame Físico orientado em Potter e Perry (2005). Foi realizado pesquisa bibliográfica para o desenvolvimento do embasamento teórico do problema através de livros, revista brasileira de ortopedia e saúde, artigos da biblioteca virtual em saúde (BVS), entre outros. Para a implementação dos diagnósticos de enfermagem utilizou-se como referência a North American Nursing Diagnosis Association– NANDA. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Foi traçado um plano de cuidado de enfermagem individualizado, onde os pesquisadores buscaram atuar com base nos problemas reais e potenciais do paciente, visando proporcionar um nível máximo de saúde. Através dos dados levantados, que serão apresentados a seguir, emergiram-se 5 diagnósticos de enfermagem que exigiram intervenções distintas para cada um. Histórico do Paciente: A. P. S. 76 anos, casado, pedreiro, possui 3 (três) filhos, residente na cidade de Juazeiro do Norte-CE, mora com sua esposa, uma filha e um neto. Vítima de acidente motociclístico, apresentando fratura transtrocantérica de fêmur (D), evidenciado por exame de imagem junto ao laudo médico, evoluindo com Trombose Venosa Periférica (TVP) em Membro Inferior Direito (MID). No momento da 1ª visita (em 19-0314) apresentava grande dificuldade de mobilidade física e locomoção, ferida operatória com secreção serossanguinolenta e com sinais flogísticos, região patelar do MID com sinais de inflamação e referindo dor intensa nessa localidade. Fazia uso de HCTZ 25mg (01 comprimido pela manhã) e Anlodipino 5mg (1 vez ao dia), no momento suspensos, fazendo uso de Privaroxabana 15mg. Contando com auxílio de cadeira de rodas para se locomover e realizar suas atividades de vida diária. O ACS de sua microárea e o técnico de enfermagem da Unidade Básica de Saúde (UBS) que está circunscrito forneceram orientações básicas de cuidados e agendamos visita para semana seguinte. Visitas realizadas: 28/03/14 – Realizado visita de rotina para ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 acompanhamento do paciente em foco. No momento, o mesmo não refere queixas, mas ressalta a inflamação em região patelar do MID. Ao exame: Encontram-se consciente, orientado quanto ao tempo e espaço, pupilas reativas a feixe de luz (miose), normocorado, anictérico, turgor nos limites de normalidade, normorrítmico (69 bpm), pulso radial cheio e normoisfígmico, Avaliação do Aparelho Pulmonar: murmúrios vesiculares presentes, com ausculta pulmonar sem alterações em ápice, terço médio e base (anteroposterior), eupinéico (22 irpm). Abdômen globoso, rígido, porém depressivo e indolor à palpação superficial e profunda em todos os seus quadrantes, percussão com som timpânico em Quadrante Superior Direito (QSD) e submaciço em Quadrante Superior Esquerdo (QSE), som maciço em Quadrante Inferior Direito (QID); sons hidroaéreos presentes e movimentos peristálticos hiperativos (8/min.); evacuações presentes, de característica sólida e coloração marrom, Segundo Informações Colhidas (SIC); micções presentes de cor amarelo-claro (SIC); incisão cirúrgica com ausência de sinais flogísticos, não apresentando secreções, porém com presença de pequeno orifício e acúmulo de pequena massa tecidual; membros inferiores (MMII) com presença de edema em região tibial (3+/4+) em MID e região do maléolo lateral (2+/4+) do mesmo membro; perfusão periférica normal, tônus muscular preservado e discreta descamação em região plantar dos MMII. Condutas: Indicação do uso de óleo de canola nos MMII, orientado a secar bem entre os dedos após o banho, realização de exercício e movimentos leves, fisioterapia domiciliar profissional do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), orientação sobre cuidados para prevenção de quedas (piso escorregadio, objetos pela casa, má iluminação, etc), alimentação correta (sucos, arroz, feijão, legumes, verduras). 03/04/14 – Realizado visita domiciliar de rotina para avaliação do quadro clínico do paciente e evolução de sua recuperação. Apresenta-se com estado geral bom, continua sem uso de anti-hipertensivos, refere sono e repouso preservados, eliminações fisiológicas presentes, segundo informações colhidas (SIC). Relatando facilidade para transferência da cadeira de rodas e fica em pé sem apoio, porém ainda refere parestesia em MID. Ainda apresenta pequena inflamação no joelho direito e força diminuída do tônus muscular, porém o edema dos MMII regrediram significativamente. No momento, os níveis pressóricos encontravam-se com valores normais (110x70 mmHg); apresenta glicemia capilar pós-prandial dentro dos valores aceitáveis (HGT: 115mg/dl). Condutas: Reforçamos a continuidade da fisioterapia motora domiciliar (NASF); elevação dos MMII; movimentação terapêutica do membro afetado (pressionar bola terapêutica com movimentos regulares). 24/04/2014: Realizado visita domiciliar de rotina dando continuidade na assistência do processo de reabilitação do cliente. Paciente apresenta com estado geral bom, sem grandes queixas no momento. Consciente, orientado, hidratado, normocorado, anictérico, pupilas reagentes; ictus cordis não palpável a nível do 5º espaço ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 intercostal paraesternal à esquerda; bulhas cardíacas audíveis e normofonéticas. AAP: Toráx plano; abaulamento xifoidiano; simétrico, sem presença de cicatriz; murmúrios vesiculares presentes; ausculta pulmonar normal em ápice, terço médio e base (ântero-posterior). Abdômen: Globoso, rígido, porém depressivo e indolor à palpação superficial e profunda; ruídos hidroaéreos presentes, movimentos peristálticos normais (3/min); à percussão, apresentou som maciço em QID e som timpânico em QSE. Eliminações fisiológicas presentes e normais (SIC), e perfusão periférica satisfatória. Condutas: Incentivamos adesão à alimentação hipossódica, uso de muletas, deambulação e suspensão dos membros. Com isso, foi ainda desenvolvido um plano de assistência ao paciente através de diagnósticos e intervenções de enfermagem, podendo ser observado a seguir: Diagnóstico: - Dor aguda relacionada com a fratura, evidenciado por relato verbal. Intervenções: realizamos avaliação do tipo e a localização da dor; orientamos quanto ao uso correto de analgésicos; orientamos para que manuseasse suavemente o membro afetado, apoiando-o com as mãos ou travesseiro. Resultados alcançados: o paciente descreveu confiança nos esforços para controlar a dor, expressando pouco desconforto para a mudança de posição, referindo também conforto quando a perna era posicionada de maneira cômoda e imobilizada, passou a utilizar as medidas físicas, psicológicas e farmacológicas para reduzir o desconforto, o paciente mostrou-se encorajado no posicionamento terapêutico. Diagnóstico: Mobilidade física comprometida relacionada com a fratura de quadril, evidenciada por restrição em cadeira de roda. Intervenções: orientamos quanto às alterações de posições e transferência; instruímos sobre a necessidade de auxílio do cuidador durante suas atividades de vida diária e transferência da cadeira de roda para outros assentos; encorajamos o uso de muletas como instrumento de apoio à marcha. Resultados alcançados: o cliente contribuiu nas mudanças de posição e mostrou independência aumentada nas transferências; passou a exercitar-se na cadeira de rodas; aderiu as orientações sobre a deambulação progressiva; participou ativamente na realização dos exercícios; utilizou o instrumento de apoio à marcha (muletas) de maneira correta e segura. Diagnóstico - Integridade cutânea comprometida relacionada com a incisão cirúrgica, evidenciada por secreção serossanguinolenta. Intervenções: monitoramos os Sinais Vitais (SSVV); orientamos quanto à troca de curativos de forma asséptica (colocar o paciente em uma posição confortável, realizar higiene das mãos antes de iniciar a troca do curativo, evitar expor grande parte do membro onde se localiza a ferida, a fim de evitar infecção, usar luvas de procedimento e máscara, se possível, colocar saco de lixo com fácil alcance, retirar o esparadrapo em direção paralela a pele, a fim de evitar lesões teciduais, não tocar na área da ferida, entre outras); avaliamos o aspecto da ferida e caráter de drenagem. Resultados alcançados: o paciente manteve os SSVV dentro da faixa de ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 normalidades; exibiu a incisão cirúrgica sem deiscência, secreção e nem sinais flogísticos. Diagnóstico: - Risco de comprometimento de eliminação relacionado com a imobilidade. Intervenções: orientamos quanto ao aumento da ingesta de líquidos; encorajamos à deambulação; indicamos alimentação com fibras e hipofermentadas. Resultados alcançados: o cliente referiu ingesta de líquidos aumentada e exibiu os padrões miccionais normais (SIC). Diagnóstico: - Risco de manutenção da saúde ineficaz relacionado com a fratura de quadril e mobilidade comprometida. Intervenções: Realizamos visita domiciliar periodicamente; encorajamos o paciente a expressar suas preocupações sobre o cuidado em casa; dialogamos com o paciente, explorando as possíveis soluções para os problemas; investigamos a disponibilidade de outros profissionais da ESF para atuarmos conjuntamente e de maneira interdisciplinar. Resultados alcançados: o paciente relatou desconforto mínimo e ausência de hematomas, descreveu ainda, sentimentos relativos à fratura de quadril e implicações na mudança do estilo de vida. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A assistência de enfermagem ao paciente vítima de acidente motociclístico que teve como consequência fratura de fêmur, evoluindo para uma TVP se mostrou de suma importância para uma boa progressão do tratamento, uma vez que ajudou a proporcionar a reabilitação do paciente e regressão das complicações comuns às fraturas de fêmur. Através dessa investigação, houve um maior aprendizado por parte dos pesquisadores sobre o papel dos profissionais de enfermagem na atenção básica, no que diz respeito ao programa de cuidado domiciliar a pacientes incapacitados de se locomover até a ESF. Deve-se então, reforçar que uma sistematização da assistência de enfermagem com qualidade e humanização promove uma evolução clínica satisfatória independentemente da condição em que o paciente apresenta-se. Dessa forma, constata-se que o presente estudo foi de imensa contribuição não só para o desenvolvimento de habilidades dos pesquisadores, que a partir de então, poderão atuar com maior resolutividade frente a pacientes que apresentem fratura transtrocantérica e que, após receber alta hospitalar, necessite de cuidados domiciliares e suporte dos profissionais de saúde da ESF, mas também contribuiu significativamente no processo de recuperação e reabilitação do cliente, uma vez que o presente estudo ofereceu maior autonomia aos pesquisadores para tomada de decisões e execução de estratégias que foram possíveis de ser aplicadas a essa condição e que obtiveram resultados satisfatórios. Dessa forma, verifica-se neste estudo que a aproximação com a Sistematização da Assistência de Enfermagem durante a formação acadêmica é um meio de promover mudanças e estimular os profissionais a aderir à implantação da SAE nos serviços de saúde. . ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE COM PANCREATITE AGUDA E DIABETES MELLITUS TIPO 2: UM ESTUDO DE CASO Italo Robson Sobreira Miranda, Faculdade Leão Sampaio Camila Caldas Neves Menezes, Faculdade Leão Sampaio Simone Pereira de Souza, Faculdade Leão Sampaio João Paulo de Sousa Gonçalves, Faculdade Leão Sampaio Natália Daiana Lopes de Sousa, Universidade Regional do Cariri Palavras-chave: Assistência Enfermagem. Pancreatite. Diabetes Mellitus INTRODUÇÃO: A pancreatite aguda é uma inflamação que ocorre no pâncreas geralmente autolimitada que possui início variável podendo manifestar-se através de um simples desconforto abdominal ou de forma súbita e agressiva podendo levar a falência de múltiplos órgãos até ao óbito. Pesquisas demonstram que a pancreatite é um dos diagnósticos etiológicos de abdômen agudos mais frequentes nas internações hospitalares, a magnitude das lesões pancreáticas está correlacionada com a gravidade da doença evidenciada através de exames laboratoriais e de imagem. A pancreatite aguda é provocada por agentes etiológicos decorrentes geralmente de doenças litiásicas biliares, pela ingestão de álcool, além de problemas congênitos, hereditários e adquiridos por agentes de natureza química, traumática e infecto-parasitárias, o que desencadeia a ativação das enzimas anômalas pancreáticas no interior da célula causando a liberação de uma série de mediadores inflamatórios. A litíase biliar é responsável por aproximadamente 60% dos casos de pancreatite aguda devido a cálculos embutidos passageiramente na papila duodenal. Dessa forma, em pacientes com ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 pancreatite aguda, cálculos são frequentemente encontrados na vesícula biliar, no colédoco e achados nas fezes peneiradas, nas primeiras 24 horas de evolução do episódio agudo em mais de 90% dos pacientes. O uso crônico do álcool, certamente é a causa mais básica de pancreatite crônica onde sua etiologia não é bem conhecida, acreditando-se que seja por múltiplos fatores, como: espasmo do esfíncter de Oddi que é o ducto que transporta a bile, obstrução de ductos pancreáticos pela precipitação de proteínas, ativação de zimogênios pancreáticos e resposta secretiva exorbitante pancreática à colecistoquinina – CCK. Em sua forma grave, possui alta taxa de mortalidade provocada pelo surgimento das disfunções orgânicas desencadeada pela Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica, e mais adiante por infecções da necrose pancreática, abscesso, pseudocisto de pâncreas e sepse. Esse processo inflamatório reproduz uma alteração da permeabilidade capilar, evoluindo com edema tissular além de alterações na microcirculação pancreática, levando a hipóxia tissular, isquemia e necrose. Posteriormente, evolui para lesão e destruição tissular nos lóbulos pancreáticos periféricos e dos ductos pancreáticos, caracterizando a necrose pancreática, que pode envolver também vasos e gerar hemorragia ou trombose. O tratamento da pancreatite aguda é clínico e dependendo de sua gravidade deve ser realizado em uma unidade de terapia intensiva. Essa abordagem clínica deve ser realizada para limitar a intensidade da inflamação pancreática ( com inibidores de secreção pancreática, inibidores das enzimas pancreáticas, inibidores dos mediadores inflamatórios ) interromper a patogenicidade das complicações com antibióticos, antiácidos, heparina e vasopressina e também como medidas de suporte e tratamento das complicações como: restauração e manutenção do volume intravascular, reposição de eletrólitos, suporte ventilatório, suporte nutricional e analgesia. O diabetes mellitus por sua vez, é uma doença metabólica causada pela não secreção de insulina ou até mesmo pela resistência à ação da mesma. É um grave problema de saúde pública, pois se trata de um distúrbio crônico com altas taxas de morbidade que afeta grande parte da população brasileira, tendo como principais causas de acometimento a hereditariedade e fatores ambientais. No Brasil estima-se que cerca de cinco milhões de pessoas com diabetes mellitus, sendo que quase a metade dessas pessoas não tem diagnóstico confirmado. Em sua evolução, a hiperglicemia associada a complicações resultam em disfunções e insuficiência de vários órgãos, principalmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sanguíneos. São conhecidos os tipos: Diabetes gestacional, Diabetes mellitus tipo 1 e Diabetes mellitus tipo 2. O diabetes gestacional ocorre durante a gravidez, trazendo prejuízos para mãe e filho, como macrossomia fetal, entre outras. O Diabetes mellitus tipo 1 se instala quando o pâncreas, através das células beta das Ilhotas de Langerhans, produz pouca ou nenhuma insulina, em que se inicia na infância e adolescência, sendo seus portadores ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 insulinodependentes crônicos. O diabetes mellitus tipo2 é uma síndrome que resulta da deficiência de secreção de insulina ou de sua ação. Os fatores ambientais, que se referem principalmente aos hábitos de vida, funcionam com os precursores fundamentais da síndrome diabética. Estudos epidemiológicos têm indicado o diabetes mellitus tipo 2 como a principal causa de morbidade e mortalidade prematuras, afetando milhares de indivíduos. A alimentação abundante de carboidratos e gordura, o sedentarismo e o excesso de peso, consequentemente, culminam com o estado de “resistência à insulina”, que pode associar-se ou não ao diabetes mellitus tipo 2. Os indivíduos acometidos estão mais dispostos aos riscos, com probabilidade maior para doenças cardiovasculares. Além disso, o diabetes é a causa principal de doenças renais terminais, amaurose, neuropatia periférica e ulcerações de membros inferiores. No tratamento do Diabetes mellitus tipo 2, geralmente, diante da incapacidade de controlar os níveis glicêmicos pela dieta e prática de exercícios físicos, entre os agentes medicamentosos disponíveis para sua terapia estão incluídos a insulina em casos emergenciais e os hipoglicemiantes orais. O diagnóstico do diabetes mellitus é feito a partir do quadro clínico do paciente (sintomatologia) e por exames laboratoriais como a glicemia de jejum, o teste oral de tolerância a glicose (TTG-75mg ) e a glicemia casual. Contudo, cabe aos profissionais de saúde estar atentos na identificação das pessoas com risco para o diabetes mellitus e intensificar as ações para promover o seu controle, entre os já diagnosticados. Acredita-se que a família tem papel fundamental em ambas as patologias. OBJETIVO: Aplicar a sistematização da assistência de enfermagem a um cliente com Pancreatite Aguda e Diabetes Mellitus tipo 2, visando ampliar o conhecimento relacionado ao tema. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo em forma de estudo de caso, desenvolvido em um hospital conveniado ao Sistema Único de Saúde, localizado no município de Barbalha-CE, no período de abril de 2015. Na instituição citada, os pacientes são assistidos por uma equipe multiprofissional composta de médicos especializados, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, assistentes sociais, dentre outros. Foi realizada escolha randomizada de um cliente com diagnóstico de pancreatite aguda e diabetes mellitus tipo 2.A coleta de dados foi realizada por meio da entrevista com o paciente, anamnese, exame físico, evolução clínica, consulta ao prontuário e observação de procedimentos de enfermagem. A partir dos dados coletados, foram identificados diagnósticos de enfermagem, os quais foram elaborados de acordo com a Associação Norte Americana de Diagnósticos de Enfermagem (NANDA). O presente estudo segue as normas da Resolução 466/12 referente à pesquisa envolvendo seres humanos. Foi assegurado o sigilo sobre a identidade do cliente ou sobre qualquer informação que pudesse identificá-lo. Vale salientar que o paciente assinou um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido permitindo a realização do estudo. RESULTADOS/DISCUSSÃO: ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 Paciente R.P.M.F, 41 anos, sexo masculino, divorciado, um filho, etilista crônico, não tabagista, sedentário, trabalha como vigilante. Tem como antecedente familiar mãe hipertensa. Diagnóstico de pancreatite aguda e diabetes mellitus tipo II, nega outras doenças clínicas. Faz uso de plasil, dipirona, insulina regular, glicose 50%, metformina, glibenclamida. Nega alergia medicamentosa. Queixa-se de epigastralgia intensa associada à sudorese profunda com episódios de êmese. Encontra-se consciente, calmo, orientado no tempo e espaço, higienizado, compactuando verbalmente. Deambula sem auxílio. Hipocorado, afebril (36,5ºC), normotenso (pressão arterial = 120x60mmHg), normocárdico (frequência cardíaca = 80bpm), eupneico (frequência respiratória = 17irpm). Aceita parcialmente as dietas oferecidas, referindo desconforto na digestão de alguns alimentos. Sono e repouso preservados. Couro cabeludo higienizado. Pupilas isocóricas. Escleróticas levemente ictéricas. Mucosa oral hidratada, tórax simétrico, abdome flácido, dolorido em sua porção superior. Na ausculta cardíaca= bulhas normofonéticas rítmicas, ausculta pulmonar = murmúrios vesiculares presentes, ausculta abdominal = ruídos hidroaéreos presentes. Diurese presente, eliminação intestinal diária. Apresenta conhecimento satisfatório sobre a patologia, fazendo assim todas as orientações adequadas. Diante do quadro evidenciado na coleta de dados, foram encontrados cinco diagnósticos de enfermagem: 1) Dor aguda definido por evidência observada de dor e relato verbal de dor relacionado a edema e distensão do pâncreas, tendo como meta a melhora da dor. Foram implementadas as seguintes intervenções: administração de analgésicos prescritos, uso da escala de avaliação da dor, controle do ambiente (conforto). Como resultado do diagnóstico, observou-se, durante as visitas a melhora da dor. 2) Nutrição desequilibrada menos que as necessidades corporais, evidenciado por dor abdominal, relacionado à capacidade prejudicada de digerir os alimentos, tendo como meta a melhora da digestão dos alimentos. Foram executadas as intervenções a seguir: investigar a ingestão alimentar, retirando da dieta alimentos que ocasionem desconforto gástrico, relatados pelo paciente; registrar a aceitação da dieta e se o cliente recusar, registrar o motivo. Como resultado obtido, houve a melhora do desconforto abdominal, relatado pelo paciente. 3) Ansiedade caracterizada por relato de apreensão relacionado ao medo de morte, tendo como meta a diminuição da ansiedade. As intervenções nesse caso foram: monitorar o estado emocional do indivíduo; oferecer ambiente calmo e agradável, para proporcionar bem estar; retirar todas as dúvidas sobre a patologia. Obteve-se como resultado a melhora da ansiedade, com a compreensão pelo paciente das complicações acerca da patologia. 5) Risco de glicemia instável relacionado a estado de saúde física, tendo como meta a estabilidade da glicemia. Intervenções: monitorar os níveis de glicose sanguínea, conforme indicação; observar os sinais e sintomas de hipoglicemia ou hiperglicemia; ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 monitorar os níveis de gasometria arterial. O resultado obtido foi a constatação, na última visita, da estabilidade da glicemia. 5) Náusea evidenciada por relato verbal, relacionado à doença pancreática, tendo como meta o alívio da náusea. As intervenções realizadas foram: comunicar reflexos de náusea e êmese a equipe médica; registrar características da êmese; administrar medicações conforme prescrição médica; manter cabeceira 180° e observar e anotar estado de consciência. O resultado encontrado foi a melhora da náusea, não apresentando hêmese até a última visita. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Em virtude dos fatos mencionados, podemos concluir que a pancreatite aguda e o diabetes mellitus são doenças que requerem assistência e cuidados constantes, uma vez que podem evoluir com complicações agudas e crônicas. A assistência de enfermagem, principalmente utilizando a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) neste contexto é fundamental, pois o enfermeiro é o profissional que estará em contato direto com o paciente, além de monitorizar a evolução clínica da doença, também é capaz de traçar estratégias de cuidado que auxiliem o tratamento. . ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 A IMPORTÂNCIA DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO DOMICILIAR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Letícia Milena Freitas Silva, Universidade Federal de Campina Grande Camila Cíntia Abreu Santana, Universidade Federal de Campina Grande Cláudia Jeane Lopes Pimenta, Universidade Federal de Campina Grande Thiago Lívio Barbosa, Universidade Federal de Campina Grande Antonio Carlos Alves Cartaxo, Universidade Federal de Campina Grande Ana Cláudia Moreira Santana, Universidade Federal de Campina Grande Palavras-chave: Assistência. Enfermagem. Domicílio INTRODUÇÃO: A partir da década de 60 a atenção domiciliar começou a ser introduzida no Brasil, tendo destaque as iniciativas nas esferas municipais nos anos de 1990 e 2000, onde essa atenção começou a ser vista como uma nova modalidade da atenção á saúde disponibilizada em domicílio e marcada por um conjunto de ações de promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças, com enfoque desse atendimento disponibilizado a partir da assistência na atenção básica (BRASIL, 2014). Assim, a atenção domiciliar pode ser realizada por órgãos públicos e privados, e no setor público, essas ações são desenvolvidas através das Estratégias Saúde da Família (ESF), onde, ao identificar a necessidade dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) em receberem assistência em domicilio, a equipe de enfermagem realiza visitas para desenvolver ações que almejam a prevenção e a promoção em saúde domiciliar, levando a saúde para mais perto das famílias (BRASIL, 2003). As visitas domiciliares, realizadas pela equipe de enfermagem, buscam prestar uma assistência continua com base no contexto sociocultural no qual o paciente esta inserido, observando suas relações na comunidade e em ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 particular no contexto familiar (GIACOMOZZI; LACERDA, 2006). Dessa forma, o enfermeiro pode perceber a real problemática vivenciada pelos indivíduos e não apenas aquelas expostas pelo paciente, mas considerando também fatores econômicos, condições de higiene, segurança, conhecimento acerca da saúde e modo de enfrentamento da doença no seio familiar, fatores esses, extremamente importantes para se direcionar um atendimento qualificado, humanizado e adequado as condições particulares vivenciadas por cada individuo (LACERDA; OLINISKI, 2003). Dessa forma, o domicílio é um lugar singular, onde o enfermeiro pode fundamentar-se para traçar suas metas e estratégias frente à assistência domiciliar, para indivíduos que necessitam de cuidados contínuos havendo a manutenção da vida, que deve ser oferecida priorizando uma excelente qualidade. Cabendo também ressaltar que, o SUS atende mais de setenta por cento da população brasileira, então vê-se a necessidade de formar profissionais enfermeiros que tenham essa visão da importância da assistência de enfermagem no atendimento domiciliar (TAKAHASHI; OLIVEIRA, 2001). Nesse contexto, a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) oferece aos alunos do Curso de Bacharelado em Enfermagem, na disciplina Estágio Supervisionado I a oportunidade de vivenciar essa experiência no atendimento domiciliar na ESF, tendo como finalidade aproximar os acadêmicos da graduação em enfermagem á assistência domiciliar, onde essa assistência engloba tanto a consulta de enfermagem, como a troca de curativos, verificação de sinais vitais, teste de glicemia, bem como a educação em saúde sobre alimentação saudável e higiene pessoal. Portanto, a inserção dos acadêmicos de enfermagem nas ESF, no âmbito da assistência do atendimento domiciliar, objetivando atender as necessidades da população com metas de promoção e prevenção da saúde e buscando concretizar a de enfermagem no atendimento domiciliar e reorganizar as práticas de saúde indo além dos muros das ESF justifica o relato da experiência dessa assistência no atendimento domiciliar vivenciada por esses alunos. OBJETIVO: O objetivo deste trabalho é relatar a importância da assistência de enfermagem no atendimento domiciliar. MATERIAIS E MÉTODOS: Esse relato de experiência refere-se á realização da assistência de enfermagem no atendimento domiciliar, em um município do estado da Paraíba, durante o Estágio Supervisionado I do curso de Bacharelado em Enfermagem da Universidade Federal de Campina Grande-UFCG, desenvolvida por acadêmicos e estagiários da atenção básica, onde foram ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 realizados consultas de enfermagem, troca de curativos, verificação de sinais vitais e teste de glicemia, bem como a educação em saúde sobre alimentação saudável e higiene pessoal. Essas atividades foram tutoreadas e coordenadas pela enfermeira da Unidade Básica de Saúde (UBS) responsável pelo estágio dos graduandos. Os pacientes que receberam a assistência de enfermagem em domicilio eram pacientes idosos, acamados e/ou com alguma dificuldade de locomoção em virtude de alguma enfermidade, em geral pessoas impossibilitadas de se deslocar até a UBS para o atendimento. Foram realizadas seis visitas domiciliares ao todo, sendo duas a cada semana por cada dupla de graduandos, acompanhados pela Enfermeira deste estabelecimento de saúde. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Em cada visita foi realizada a consulta de enfermagem, tendo seu inicio com a anamnese e o histórico de enfermagem abordando os aspectos epidemiológicos, antecedentes familiares e pessoais, história atual da doença, história de doenças pregressas e consumo de medicamentos, estabelecendo assim, contato com o paciente e colhendo informações a respeito de seus hábitos de vida, para que fosse possível desenvolver um raciocínio crítico e dessa forma tomar as devidas decisões a respeito do tipo de cuidado a ser prestado ao cliente. A realização destes questionamentos colabora para o conhecimento de sua condição clínica atual e anterior, com a finalidade de conduzir o enfermeiro às próximas etapas deste processo (SANTOS; VEIGA; ANDRADE, 2011). Uma vez obtidas essas devidas informações foi possível direcionar o exame físico, sendo realizado com o intuito de obter dados complementares a respeito da saúde do paciente, objetivando confirmar os dados coletados na entrevista, além da verificação dos sinais vitais onde, segundo Potter e Terry (2004) os sinais vitais são informações básicas colhidas pelo enfermeiro para a avaliação do estado de saúde do paciente. Assim, a verificação dos sinais vitais foi utilizada para auxiliar o exame clínico, com intuito de observar possíveis alterações clínicas, a depender da condição de saúde do paciente, sendo eles, a pressão arterial periférica, a temperatura, a frequência respiratória e cardíaca, que são considerados indicadores do estado de saúde, de acordo com essas medidas pode-se indicar a eficácia das funções circulatória, respiratória, neural e endócrina do corpo. Em todas as verificações dos sinais vitais, se apresentaram com valores normais, tendo em vista que muitos pacientes faziam uso de remédios para o controle da pressão. E em apenas uma visita domiciliar foi realizado o teste de glicemia em jejum, também ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 estando de acordo com a normalidade, pois o indivíduo em questão utilizava antiglicemiantes orais e fazia uma dieta alimentar adequada a sua condição de saúde, obtendo assim, um controle de seu nível glicêmico. O diferencial dessa consulta de enfermagem em domicílio é que em se tratando do ambiente ao qual foi realizada, possibilitou o estabelecimento de uma escuta e uma observação qualificadas, favorecendo o vínculo e o acolhimento, e dessa forma houve a associação dos problemas relatados pelo paciente e observados no exame físico ao universo social encontrado. Então se percebeu os reais problemas, fraquezas, fragilidades e necessidades de saúde. Dessa forma, evidenciou-se o paciente e a família no espaço domiciliar, com o foco na promoção, prevenção e reabilitação da saúde com base nas legítimas necessidades do indivíduo. Nesse contexto, foi desenvolvido ações de promoção e educação em saúde, evidenciando a melhoria da qualidade de vida e a prevenção de doenças, com o foco na mudança de comportamento: estimulando-os para os princípios do autocuidado, para que sejam capazes de se responsabilizarem pela sua saúde, despertando a consciência crítica do cliente e da família sobre os aspectos relacionados à saúde. Que de acordo com Santos; Leon e Funghetto (2011), o atendimento domiciliar tem o intuito de restabelecer a autonomia do paciente, através da execução de suas próprias ações desempenhadas em seu lar. Partindo desse princípio da autonomia do paciente, durante a assistência prestada em todas as residências selecionadas, houve a preocupação em promover a educação em saúde sobre alimentação saudável e higiene pessoal, apesar de haver casos onde o paciente se restringia ao leito e, em algumas vezes, o banho era realizado lá mesmo. Então, foram passadas informações sobre a ajuda do paciente durante sua própria higiene, mesmo que precisassem de auxilio para chegar ao banheiro e se limpar, orientando também sobre alguns materiais e utensílios que deveriam ter o não na residência, como por exemplo, a não utilização de tapetes ou panos no banheiro e em toda a casa, para evitar quedas, a colocação de barras nas paredes para que o idoso possa se apoiar e haver cadeiras ou bancos para que possam sentar-se durante o banho se for necessário. E com relação à alimentação, discutiu-se sobre alimentos mais saudáveis ao cliente, levando em consideração sua condição financeira e de clínica, bem como do seu goste, orientando aos seus cuidadores a estimulá-los a comer sozinhos, quando possível. Assim, pretendeu-se devolver a esses indivíduos assistidos uma maior autonomia dentro de suas limitações, tentando superar as ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 dificuldades de locomoção, além de melhorar a auto-estima deles, ao serem capazes de desempenhar ações simples. De acordo com Lacerda (2010), os profissionais da saúde têm o intuito de possibilitar uma melhor condição de vida à família e ao paciente, estabelecendo metas realmente alcançáveis, para que o cliente consiga ser autônomo e possa conduzir seu próprio cuidado, através do ensino e acompanhamento das condutas de saúde, sendo os serviços de saúde de grande auxílio a eles. Em quatro atendimentos em domicílio foram realizadas trocas de curativos, em pacientes com úlceras venosas ou úlceras de decúbito, sendo esta última encontrada em pacientes acamados, que por ficarem na mesma posição por muito tempo acabaram desenvolvendo esse tipo de lesão, principalmente na região sacral e nos calcâneos em virtude do atrito provocado pelo contato constante com a cama. Com relação às úlceras venosas, percebeu-se o cuidado inadequado com essas lesões nos casos em que se apresentaram, onde o indivíduo não utilizava um tratamento adequado e quando utilizava, devido ao esforço com os afazeres, muitas vezes domésticos, tinham como consequência o aumento da dor e da extensão do ferimento. Então, constatou-se a falta de informação sobre ações que possibilitariam a diminuição da dor e prevenção do aumento desse tipo de lesão. Sendo essas ações a terapia compressiva, associada ou não a substâncias que auxiliam na cicatrização, a realização de exercício físico quando possível e repouso (SILVA et al., 2012). Além da realização dos curativos, com técnicas assépticas e com embasamento científico, eram passadas informações aos pacientes e/ou cuidadores sobre o tratamento adequado e a prevenção dos agravos. Demonstrando assim a importância da assistência de enfermagem em domicílio, que ao realizar mais uma vez a educação em saúde, visando à promoção e melhoria da qualidade de vida, através de informações, como limpeza adequada das lesões, com técnicas assépticas, alimentação adequada, fortalecimento do sistema imunológico para auxílio da cicatrização, e a mudança frequente de decúbito, a cada hora, podese prevenir o surgimento ou a evolução das úlceras de pressão, sendo necessário para isso o conhecimento sobre esses assuntos e as experiências vividas pelo profissional de enfermagem. segundo Souza et al. (2010), uma formação de qualidade e os saberes gerados das reflexões sobre assuntos de saúde, são necessários para a melhoria da qualidade da assistência de enfermagem a esses indivíduos. Portanto, essas ações de prevenção de complicações e promoção da saúde, objetivaram desenvolver a educação ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 permanente, capacitando assim, o paciente e a família para a busca da melhoria de suas condições de saúde, proporcionando uma melhor qualidade de vida. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Através dessa experiência, propiciada pelo estagio Supervisionado I do curso de Bacharelado em Enfermagem, foi possível constatar que a assistência de enfermagem no atendimento domiciliar traz inúmeros benefícios, entre eles a redução dos custos para a família e o setor de saúde devido à diminuição da demanda pelas UBS. Como também, a criação de vinculo entre a população e o enfermeiro fortalecendo os pilares da humanização e da excelência no atendimento, mediante o conhecimento da realidade vivenciando pelo indivíduo, identificando os reais problemas no domicílio, garantindo assim, uma boa qualidade de vida ao paciente. Nesse contexto, percebemos que a assistência de enfermagem no atendimento domiciliar exerce a função de proporcionar saúde a comunidade uma vez que objetiva os quatro princípios fundamentais da atenção básica: acessibilidade, longitudinalidade, integralidade e coordenação e aos três princípios doutrinários do SUS: universalidade de acesso, equidade na assistência e integralidade da assistência. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA Maria Ludvania Romualdo Duarte, Faculdade Leão Sampaio Pedro Paulo Rodrigues, Faculdade Leão Sampaio Rayane Moreira de Alencar, Faculdade Leão Sampaio Sumina Kayanni Alves de Lima, Faculdade Leão Sampaio Aline Morais Venâncio, Faculdade Leão Sampaio Palavras–chave: Doença Profissional. Esgotamento Profissional. Fatores Risco INTRODUÇÃO: A síndrome de burnout é considerada um transtorno mental relacionado ao trabalho, constituído partir de reações de tensão emocional, desenvolvido no contexto laboral de profissionais que mantém contato direto e duradouro com outros seres humanos. O termo burnout foi usado pela primeira vez em 1974, citado pelo psicólogo Herbert J. Freudenberger, quando descreveu um quadro observado em jovens trabalhadores de uma clínica de dependentes de substâncias químicas na cidade de Nova York, Estados Unidos, os profissionais reclamavam que já não conseguiam ver os pacientes como pessoas que necessitavam de cuidado, tendo em vista que estes não se esforçavam em seguir o tratamento (MOREIRA et al., 2009). Desde esse momento alguns estudiosos começaram a expor suas teorias e definições sobre burnout, porém a proposta que maior teve e impacto e também considerada de melhor aceitação acadêmica a definir a síndrome de burnout é ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 a de Maslach caracterizando-a como uma síndrome de cansaço emocional levando até a baixa realização profissional, que normalmente ocorre entre indivíduos em que o trabalho requer contato com pessoas. A palavra em inglês Burnout traz como significado “queimar-se” ou “consumir-se”, sendo empregado para caracterizar um conjunto de sintomas predominantemente evidenciados em profissionais que lidam com outros seres humanos como: enfermeiros, professores, médicos e policiais entre outras profissões, estes ao apresentar os sintomas da síndrome queixam-se de esgotamento físico e mental, perda do interesse pelo trabalho e sentimento de auto-desvalorização. Apesar de a síndrome de burnout acometer diversas profissões, as que demonstram que há uma maior vulnerabilidade são as que se lida com o sofrimento alheio, dor, morte e miséria. O desenvolvimento de eventos negativos do burnout inicia-se com o cansaço e o desgaste físico e mental progressivo, estresse ocupacional levando a exaustão emocional do profissional (TEIXEIRA et al., 2010; TAVARES et al., 2014). A síndrome de burnout é um processo composto por três dimensões: Exaustão emocional, despersonalização e baixa realização profissional. No estado de exaustão emocional, o profissional sente-se esgotado, com as forças diminuídas, desprovido de força física e emocional, com extrema dificuldade para realizar sua atividade laborativa, afirmando frequentemente estar com excesso de trabalho e assoberbado, sendo considerada então a dimensão mais obvia da síndrome, pois uma pessoa que se descreve experimentando burnout estará referindo exaustão, normalmente sendo relacionada à sobrecarga laboral e a conflito pessoal no trabalho. Na despersonalização o trabalhador gera uma distância entre ele e outras pessoas como colegas de trabalho e clientes, desenvolvendo uma forma de insensibilidade emocional, sendo esse distanciamento uma reação consequente da exaustão. À medida que a despersonalização progride diminui-se o tempo no trabalho e a energia que o profissional dispensa para realizar tais atividades, interferindo assim na qualidade e desempenho do serviço prestado, o que levará em contrapartida a um sentimento de incompetência e improdutividade e falta de realização, o qual é considerado a terceira dimensão da síndrome a Realização Profissional diminuída (SÁ et al., 2014). A enfermagem é considerada uma área profissional que exige conhecimento técnico e cientifico voltado para ao cuidado humano de forma holística, portanto o enfermeiro necessita de várias habilidades: cognitivas, interpessoais e psicomotoras aliadas ao embasamento científico. Desse modo o serviço de enfermagem é de grande importância por tratar-se de um componente vital e de extrema importância do serviço de assistência médica. Os profissionais de enfermagem estão diariamente em contato direto com pacientes e familiares, tornando-os assim mais expostos por trabalhar com pessoas em situações vulneráveis e encontram-se rotineiramente cercado por um ambiente ocupacional o qual oferece risco de desenvolvimento de tal ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 síndrome, pois na maioria das vezes o excesso de atividades laborais que esse executa em conjunto com a ausência do reconhecimento do trabalho prestado o leva ao estresse ocupacional, podendo evoluir para burnout quando as estratégias utilizadas para enfrentar o estresse pelos profissionais tornam-se ineficazes (FRANÇA; FERRARI, 2011; GALINDO et al.,2011). O desenvolvimento de burnout nesses profissionais leva a uma diminuição na qualidade da assistência prestada bem como uma desmotivação para o trabalho, sendo assim considerado de grande relevância o estudo sobre os fatores de risco para desenvolvimento de síndrome de burnout em profissionais de enfermagem. OBJETIVO: A pesquisa teve como objetivo conhecer os fatores de risco para síndrome de burnout e em profissionais de enfermagem através da analise de estudos realizados sobre o assunto. MATERIAIS E MÉTODOS: Esse estudo apresenta-se como uma revisão sistemática de caráter exploratório de abordagem qualitativa, a qual procura responder a pergunta. Quais os fatores de risco para síndrome de burnout em profissionais de enfermagem? O método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um certo fim ou um resultado desejado, não se inventa um método; ele depende fundamentalmente, do objeto da pesquisa (CERVO; BERVIAN, 2010). Um estudo de revisão sistemática, igualmente a outros tipos de pesquisa de revisão é uma forma de estudo que utiliza como fonte de dados a literatura sobre determinado tema e aplicam técnicas explicitas e sistematizadas de identificação de pesquisas originais e de abstração de dados literários com o objetivo de evitar ou minimizar distorções dos resultados (SAMPAIO;MANCINI 2006). Uma pesquisa de caráter exploratório são investigações que tem como objetivo descrever completamente determinados fenômenos na qual essas descrições podem ser de caráter quantitativo ou qualitativo. Já a abordagem qualitativa trata-se de um método que não utiliza instrumentos estatísticos, havendo uma maior preocupação na análise e interpretação dos aspectos, fornecendo assim uma análise mais detalhada sobre as investigações (MARCONE; LAKATUS, 2010). O presente estudo foi desenvolvido utilizando artigos publicados nas bases do banco de dados da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e Utilizou-se também artigos da base do banco de dados ScientifcEletronicLibrary Online (scielo) como forma de complementar a pesquisa, utilizou-se os descritores; síndrome burnout e enfermagem, foram utilizados os seguintes critérios: o texto deve estar completo, na base de dados da LILACS, ter país como assunto o Brasil e estar em idioma português. Sendo como critérios de exclusão a contradição das informações anteriormente descritas. O estudo foi realizado durante o mês de março de 2015. Foram encontrados na base de dados da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) quatro artigos sendo um descartado por não relacionar-se com profissionais de enfermagem e sim com estudantes de enfermagem, após essa seleção foi realizada uma leitura para se obter uma melhor compreensão sobre ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 o assunto abordado e posteriormente foi realizada uma análise dos mesmos. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Em estudo realizado em um hospital de grande porte localizado na Região Sul do Brasil, o Hospital Nossa Senhora da Conceição, localizado em Tubarão, Santa Catarina, com 15 enfermeiros, 106 técnicos e 48 auxiliares de enfermagem obteve-se que os trabalhadores no inicio da carreira profissional e geralmente abaixo de 26 anos em relação aos mais velhos são mais passíveis a desenvolver a doença por mostrar-se menos realizados, podendo explicar-se pelo fato destes encontrar-se no inicio da vida profissional e estarem em um período de sensibilização e na passagem dessas expectativas idealistas para a realidade nem sempre se obtém o resultado esperado. Porém, a ocorrência da atividade laboral estressante, prolongada e subvalorizada pode estar ligado ao aparecimento ou agravamento desses sintomas (MOREIRA et al., 2009). Ainda para Moreira et al. (2009) no estudo realizado os profissionais com cansaço emocional com prevalência de índices alto ou médio eram trabalhadores acima de 35 anos que foi mais que o dobro ao relacionar-se aos que tem até 25 anos, como maior realização pessoal tevese os indivíduos na faixa entre 26 e 35 anos, ao avaliar o cansaço emocional relacionado ao estado civil obteve-se que os solteiros mostraram-se menos propensos aos sintomas dessa dimensão, os que não tem filhos foram associados a menores níveis de cansaço emocional e despersonalização, já o tempo de profissão maior que cinco anos associou-se a alta pontuação na dimensão cansaço emocional. Mediante contexto, verifica-se que a síndrome de burnout pode afetar os indivíduos em diversas faixas etárias desses os adultos jovens, até aqueles mais experientes, mostrando que em nenhuma idade o indivíduo está livre de desenvolver o transtorno. De acordo com Ezaiaset al. (2011) em um estudo realizado com 160 trabalhadores dentre esses sendo 8 enfermeiros e 53 técnicos/auxiliares de enfermagem de um hospital de media complexidade em Londrina-PR, obteve-se que os profissionais que apresentaram maior grau de exaustão emocional foram os da equipe de enfermagem sendo 18 técnicos/auxiliares e 3 enfermeiros, justificando-se, que por esses passarem um maior tempo junto ao paciente e familiares, vivenciando situações de estresse e nem sempre estarem psicologicamente capacitados para tal situação leva-se ao risco de transformar o trabalho como algo penoso que pode repercutir na sua vida pessoal e ao analisar o grau de despersonalização também obteve-se os profissionais da enfermagem como os que apresentavam mais representantes de trabalhadores com alta taxa de despersonalização 17 técnicos/auxiliares e 3 enfermeiros os resultados quanto a nível de realização profissional encontrou-se novamente que os trabalhadores da classe de enfermagem foram os que tiveram mais representantes sendo daqueles que apresentam a baixa realização profissional como característica da Síndrome de Burnout sendo representado por 10 trabalhadores. E tem-se ainda que o nível educacional elevado mostraISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 se como um agravante para o desenvolvimento da síndrome, apresentando-se também como um risco: encontrar-se em estado civil solteiro, viúvo ou divorciado por considera-se que esses não tem com quem dividir suas emoções, elevando assim o risco para o desenvolvimento da síndrome de burnout, contudo não trata-se de um problema ligado somente a fatores individuais, mas também ao ambiente social no qual o indivíduo atua. Tendo como exemplo de fatores para baixa realização profissional, escassez de recursos humanos e materiais e estrutura física não adequada, baixo nível de controle das atividades ou até mesmo a baixa participação nas tomadas de decisão, que provocam pouca ou nenhuma satisfação ao trabalhador. Para Oliveira et al. (2011) as unidades hospitalares mais pesquisadas são as de terapia intensiva, emergência, centro cirúrgico, unidade de cuidados pós operatório e setor de queimados, por normalmente nesses locais haver uma sobrecarga da atividade laboral e de responsabilidades dos profissionais que lá atuam, sendo que esses enfermeiros além de assistir esses pacientes com cuidados diretos e indiretos ainda desenvolvem atividades gerenciais, tornando-se assim um fator contributivo para uma maior carga de trabalho aumentando a probabilidade dos profissionais de enfermagem que trabalham nesses setores apresentar síndrome de burnout. Tem-se ainda que os conflitos interpessoais afeta significativamente para níveis de exaustão emocional elevados, sendo ainda um precursor negativo que poderá levar a uma menor realização pessoal no trabalho e provável surgimento de burnout. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Após a realização do estudo foi possível averiguar a importância de se estudar a síndrome de burnout em profissionais de enfermagem, tendo em vista que fatores que aumentam a probabilidade de desenvolver a síndrome estão diariamente e diretamente presente no local de trabalho desses profissionais, e ainda por esta patologia ter característica subjetiva e apresentar o envolvimento de aspectos emocionais e psicológicos alguns tornam-se mais propensos a ser acometido, sendo importante uma vigilância continua com a saúde desses trabalhadores, para que possam ser implantadas medidas a fim de minimizar o risco de desenvolver tal doença, afinal a natureza e eficácia da assistência prestada depende também da saúde do profissional que a executa. Dessa forma a pesquisa pretende contribuir para divulgação da síndrome de burnout, visto a escassez de estudos sobre a temática e a dificuldade no diagnóstico da doença, o que leva muitas vezes ao seu mascaramento e sem divulgação sobre ela, não é possível a implementação de medidas preventivas eficazes. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 O PROCESSO DE TRABALHO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM RELACIONADO À VACINAÇÃO DO IDOSO NA CIDADE DE CARIRIAÇU-CE Pastora Wilma Feitosa, Faculdade Leão Sampaio Daniel Pereira Barros, Faculdade Leão Sampaio Mariana Coelho Lima, Faculdade Leão Sampaio Fredielma Alexsandra Santos de Sousa, Faculdade Leão Sampaio Elainy Fabrícia Galdino Malta, Faculdade Leão Sampaio Geni Oliveira Lopes, Faculdade Leão Sampaio; Faculdade Juazeiro do Norte Palavras-chave: Vacinação. Promoção Saúde. Prevenção Doenças. Educação INTRODUÇÃO: A vacinação nas pessoas idosas tem se mostrado uma medida custo-efetiva na prevenção de doenças infecciosas, possibilitando a redução dos índices de morbimortalidade e a melhoria da qualidade de vida. Esses são alguns dos aspectos que justificam a utilização da imunização como parte fundamental para obtenção de uma boa expectativa de vida. O velho, o idoso ou a pessoa da terceira idade foi assunto evitável por muitos anos. Porém, com a mudança no perfil demográfico cresce o interesse pelos estudos voltados a essa faixa etária. A mudança na pirâmide populacional se dá pelo declínio das taxas de natalidade e fertilidade, melhoria da qualidade de vida e a evolução tecnológica médica. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vêm alertando o aumento significativo da população idosa. As projeções estatísticas apontam que para o ano de 2025 os idosos passarão a representar 14% da população (KEYTH, 2008). Isso quer dizer que entre 1950 a 2025, a população brasileira de idosos crescerá 16 vezes. Diante disso, é provável que, em 2025, o Brasil tenha a sexta maior população idosa do mundo (CORDOBA, 2013). A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu saúde como sendo “estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas ausência de enfermidade” (CORDOBA, 2013). Ainda para o mesmo autor, o estado de saúde e doença é um constante equilíbrio e reequilíbrio. Segundo o dicionário ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 Aurélio, saúde é o estado habitual de equilíbrio do organismo. Para Cordoba (2013), o conceito de saúde direcionada a população idosa é abrangente e não se restringe apenas a presença ou ausência de doença, mas a sua independência e autonomia. O envelhecimento envolve a redução progressiva da capacidade funcional dos indivíduos, senescência, como também, situações passíveis de causar condições patológicas, ou seja, a senilidade (BARROS, 2011). O ser humano passa por várias alterações como morfológicas, funcionais e bioquímicas, por isso o envelhecimento manifesta-se pelo declínio gradativo da funcionalidade dos sistemas do corpo humano que caracteristicamente, tende a se limitar em função do tempo, em termos mais grosseiros, as pessoas idosas tendem a adquirir problemas e doenças à medida de envelhecem (KEYTH, 2008). Dada a atual ênfase, faz-se necessário que a equipe de enfermagem reflita sobre o papel na saúde do idoso, já que esse grupo é mais suscetível e vulnerável a infecções, aumentando os índices de hospitalizações. Diante do exposto, surge o seguinte questionamento: as equipes de enfermagem que atuam nas salas de imunização do município de Caririaçu têm acompanhado a situação vacinal dos idosos em suas áreas de abrangência? A razão da escolha pela temática se deu pela curiosidade em saber se as equipes de enfermagem da Estratégia Saúde da Família (ESF) recomendam e conhecem as vacinas disponíveis no calendário básico de vacinação do idoso, implantado desde 1999 como umas das efetivações do governo brasileiro em consonância com a universalidade, a integralidade e a equidade, princípios fundamentais do Sistema Único de Saúde (SUS). O estudo se torna relevante à medida que tem buscado sensibilizar os profissionais de saúde, os idosos e os leitores para a importância da vacinação e os benefícios que as vacinas trazem para a saúde do idoso, tendo como consequência melhoria na qualidade de vida, redução de gastos com medicamentos, redução de internação e óbitos. O presente trabalho, ainda contribuiu para a sociedade e para a enfermagem como um referencial teórico para a elaboração de projetos voltados ao conhecimento das vacinas, assim como o aprimoramento das práticas dos profissionais de saúde que trabalham na sala de vacinação, disponibilizando dados e informações para que estes profissionais possam melhor atender a população idosa. OBJETIVO: Dessa forma, pretendeu-se com esse estudo averiguar o processo de trabalho da equipe de enfermagem sobre o calendário básico de vacinação do idoso, de acordo com o ponto de vista desses profissionais. MATERIAIS E MÉTODOS: A presente investigação é do tipo exploratório, descritivo, de abordagem qualitativa. A pesquisa qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo o comportamento humano. Possibilitando uma analise mais detalhada sobre as investigações, hábitos, atitudes, tendências do comportamento etc. (MARCONI E LAKATOS, 2011). Os dados foram coletados no município de Caririaçu-CE, este, segundo IBGE ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 (2010), apresenta uma população de 26.393 habitantes (população urbana 14.031,000 (53,22%) e rural 12.362,000 (46,8%)). O presente estudo ocorreu no período entre setembro e novembro de 2014. Os participantes do estudo foram representados pela equipe de enfermagem da Estratégia Saúde da Família (enfermeiros (as) e técnicos (as) de enfermagem) da zona rural e urbana em exercício de suas funções nas salas de vacinação das Unidades Básicas de Saúde (UBS) no momento da coleta e que aceitaram participar do estudo. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados questionário semiestruturado, com o objetivo de traçar o perfil dos sujeitos da pesquisa, buscando conhecimentos sobre os dados relativos à vida acadêmica e profissional e conhecer as possibilidades e limites dos enfermeiros e técnicos de enfermagem enquanto membros da equipe da Estratégia Saúde da Família, sendo aplicado a todos esses profissionais, seja da zona rural ou urbana em exercício de suas funções nas salas de vacinação das Unidades Básicas de Saúde (UBS) que no momento da presença da pesquisadora nessas unidades aceitaram participar do estudo. Para a análise dos dados, a princípio realizaram-se diversas leituras das respostas como forma de obter uma visão geral do material a ser analisado, empregando a técnica de análise de conteúdo, a qual segundo Bardin (1999), diz ser um conjunto de técnicas voltadas para um trabalho rigoroso de interpretações que oscilará entre a objetividade e a subjetividade da mensagem para então configurar a resposta do sujeito sobre o objeto pesquisado. Dessa forma, apoiando-se no referencial teórico utilizado para dar suporte à pesquisa, partiu-se então para a análise dos dados coletados. A pesquisa seguiu a diretriz e normas da resolução 466/2012 de pesquisa em seres humanos. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Com base nos dados do questionário, traçou-se o perfil dos interlocutores da pesquisa com relação às variáveis de gênero, de idade, de estado civil, de titulação máxima, de quantidade de locais de trabalho, de tempo de atuação como profissional da equipe de enfermagem. Os dados encontrados sinalizam que os interlocutores do estudo são profissionais com experiência, em sua maioria, com mais de 5 anos de atuação na área de enfermagem. Indicam ainda que se trata de profissionais que atuam somente em uma instituição, apresentando um percentual de 50% de solteiros e 50% de casados. Na maioria, os sujeitos pesquisados situam-se na faixa etária entre 31 e 50 anos. Desse conjunto de profissionais, todos os enfermeiros possuem título de especialista. Essa realidade pode-se justificar em função da pouca oferta dos cursos de pósgraduação stricto-sensu na área de Enfermagem na região pesquisada, o que acaba por dificultar a busca por esse nível de estudo. Em seguida, procedeu-se a um estudo mais apurado, articulando-o com os objetivos e o referencial teórico estabelecido na pesquisa. Nesse momento, estabeleceram-se três eixos de análise, levando-se em conta os aspectos fundamentais estabelecidos nos objetivos propostos para averiguar o processo de trabalho da equipe de ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 enfermagem sobre o calendário básico de vacinação do idoso, identificando o conhecimento dos pesquisados, a periodicidade da avaliação dos cartões de vacina e conhecer as estratégias utilizadas pelos profissionais de enfermagem para que os idosos mantenham suas vacinas em dia. Ao solicitar aos participantes que nomeassem as alterações que ocorreram no calendário vacinal, identificou-se que 70% dos entrevistados desconheciam que houve mudanças. Observou-se que alguns dos entrevistados explanaram insegurança ao discorrer sobre esta informação, demonstrando pouco conhecimento sobre o conteúdo abordado. Indagados sobre quais as vantagens e/ou desvantagens da vacinação para o idoso, 100% dos entrevistados relataram que havia vantagens na vacinação e expuseram as seguintes falas: Diminuir as complicações das IRAS, infecção respiratória aguda, inclusive pneumococo. (Enf. 1); Melhoria da expectativa de vida, diminuição do número de internação.(Enf. 2); Vantagem é que os mesmos ficam imunizados (Tec. A); Proteção, prevenção (Téc. F). Como último eixo de análise, buscou-se apreender e caracterizar as estratégias pedagógicas utilizadas pela equipe de enfermagem para que os idosos mantenham suas vacinas em dia e identificar a periodicidade que é avaliada os cartões de vacinação. Para compreender como os interlocutores desenvolvem suas práticas pedagógica de educação em saúde no cotidiano da Unidade Básica de Saúde, veja o que revelam suas narrativas: Campanhas, educação em saúde sobre o autocuidado, e cuidados com o idoso, acompanhamento HAS e DM, visita domiciliar. (Enf. 3); Orientações. (Téc. B); Campanhas e palestras. (Téc. D). Com isso, observa-se que todos os profissionais se dizem está sendo atuantes no que diz respeito a desenvolver estratégias pedagógicas para manter o cartão de vacinação do idoso atualizado, porém, torna-se evidente a necessidade dos profissionais atualizarem seus conhecimentos, técnicas e habilidades, a fim de conseguir seu aperfeiçoamento, capacitação e qualificação profissional para uma prestação de serviço com qualidade a essa população. Pois, percebeu-se a fragilidade dos enfermeiros sobre o conhecimento das vacinas oferecidas aos idosos, ao passo em que nenhum respondeu conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. Será mesmo que a população está suficientemente esclarecida sobre as doenças evitadas por imunização? Será que os profissionais divulgam e indicam as vacinas? Como falar sobre algo ou indicar, sem que tenha o domínio do conhecimento? Afinal, somos sabedores de que o conhecimento técnico-científico, a supervisão em relação à imunização e a capacitação dos demais profissionais da sala de vacina são atribuições do profissional de enfermagem. Sua atuação vai desde a conservação da vacina até a busca ativa dos faltosos para obter qualidade nos serviços e cobertura vacinal. Portanto, os profissionais de enfermagem que atuam nas equipes de saúde da família precisam contribuir na conscientização da população, adotando atitudes que busque a participação da comunidade. Estas práticas é ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 algo gradativo, pois a obtenção do êxito fica mais fácil quando a equipe de enfermagem possui vínculos e confiança desse grupo, sendo ilusório acreditar que os usuários dos serviços de saúde passarão a acreditar no profissional apenas por conta de uma vacinação. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Mediante os dados obtidos, a pesquisa alcançou os objetivos propostos. As ações de promoção da saúde e prevenção de doenças das pessoas idosas dependem do desenvolvimento de ações dos profissionais de saúde. Nota-se, que o processo de trabalho está fragilizado, que grande parte dos profissionais está parcialmente preparada e/ou motivada para trabalhar no que tange a vacinação junto com a população idosa, seja por sobrecarga de trabalho, indisposição das condições operacionais ou por ser um tipo de atuação considerado de pouca importância. Os dados mostraram ainda, a importância da atualização contínua, por parte da equipe de enfermagem, sobre os conceitos que envolvem a imunização, uma vez que, torna-se necessário para o desenvolvimento profissional, mediante a motivação pela busca do autoconhecimento, do aperfeiçoamento ampliando seus conhecimentos técnico-científicos, para melhor desenvolver o cuidado prestado ao cliente e a comunidade. Assim, a busca pelo aperfeiçoamento deve ser constante. Vale ressaltar sobre a importância da necessidade de capacitação e educação contínua para os profissionais que atuam na sala de vacinação para motivar, mobilizar e informar a comunidade a respeito da importância das imunizações para que esta participe de todos os momentos, seja para divulgar informações, seja para participar da vacinação. É relevante enfatizar que o planejamento das ações de vacinação no que tange a saúde continuada, aperfeiçoamento de práticas, divulgação e informação do calendário de vacina é algo primordial visando minimizar os riscos de incapacidade e melhoria na qualidade de vida. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 QUEIMADURAS EM CRIANÇAS E A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA Márcia Michelly Pereira Duarte, Faculdade Leão Sampaio Rayane Moreira de Alencar, Faculdade Leão Sampaio Ycaro Barros Muniz, Faculdade Leão Sampaio Maria Elaine Silva de Melo, Faculdade Leão Sampaio e Universidade Regional do Cariri Palavras-chave: Queimaduras. Crianças. Assistência de Enfermagem INTRODUÇÃO: Durante o processo de desenvolvimento neuropsicomotor infantil para que aconteça a maturidade biológica é necessário que ocorra a interação dessa criança com o meio ambiente, pois ele exerce um importante papel. Essa interação proporciona o aprendizado motor por meio da vivência de novas experiências, porém a criança pode torna-se mais susceptível a acidentes como quedas, intoxicações, afogamento, envenenamento e queimaduras que é um dos traumas mais graves podendo deixar sequelas físicas, sociais, emocionais e ainda econômicos que irão marcar a criança e o cuidador pelo resto da vida (SANTOS; SÁ, 2014). As queimaduras têm como definição lesões cutâneas causadas pela ação direta ou indireta do calor, sendo causados principalmente por a chama direta, o contato com água fervente ou líquidos quentes, com superfície aquecida, corrente elétrica e também por agentes químicos. Estas lesões podem comprometer diferentes estruturas orgânicas e são avaliadas em graus, conforme a profundidade do trauma nos tecidos. Na queimadura de 1º grau o comprometimento está restrito à epiderme. Na queimadura de 2º grau o comprometimento envolve não somente toda a estrutura da epiderme como também parte da derme. Já na queimadura de 3º grau tem-se destruição da epiderme e derme podendo atingir o tecido subcutâneo, tendões, ligamentos, músculos e ossos. Como as queimaduras provocam lesões que leva ao rompimento da integridade da pele ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 provoca um comprometimento das funções locais e o surgimento de necrose e coagulação decorrente de trombose dos vasos que causa repercussão sistêmica. Em relação às complicações mais expressivas encontra - se a sepse responsável pelo o maior número de óbitos nas vítimas de queimaduras, outras complicações, também comuns nestes pacientes, são as cardiovasculares e o comprometimento da função renal, diretamente associada à hipovolemia. Entre as cardiovasculares tem-se a hipotensão, aumento da freqüência cardíaca e o choque. Desta forma, o tratamento para estes pacientes envolve tanto o local quanto o sistêmico. O tratamento local da lesão, conta com coberturas de ação bactericida e/ou bacteriostático e de desbridamento de tecidos desvitalizados. Entre os agentes tópicos destacam-se a sulfadizina de prata 1% e os Ácidos Graxos Essenciais (AGE). Entre os produtos naturais destacam - se a papaína e o mel e entre as soluções, o nitrato de prata, o gluconato de clorexidina e o iodopovidona, embora pouco utilizado nos dias atuais. Outra alternativa é o uso dos substitutos temporários de pele indicados para proteger a lesão até a realização de enxerto ou apenas na proteção da pele até a cicatrização caso não haja infecção. Os substitutos podem ser de origem animal como o enxerto homólogo, membrana amniótica, e o colágeno; sintéticos como o silicone, o poliuretano; e finalmente associados à matéria orgânica como o colágeno e silicone (MONTES; BARBOSA; NETO, 2011). Mediante a gravidade do problema e considerando a especificidade do tratamento no grupo infantil, a maioria dos casos de queimaduras demanda hospitalização por longo período muitas vezes, o que para a criança constitui uma experiência nova que, na maioria dos casos, exige adaptação a situações como: horários préestabelecidos, exames dolorosos, afastamento do ambiente familiar, distanciamento das atividades escolares, diminuição de estímulos de socialização, entre outros (BATISTA; RODRIGUES; VASCONCELOS, 2011). Outro fator crucial é a qualidade de vida desses pacientes no ambiente hospitalar no período de internação para que o sofrimento seja atenuado estudos recentes mostram que as atividades pedagógicas complementares relacionadas pintura, dramatização, musicalização, jogos recreativos e de raciocínio, podem diminuir as tensões e tornar o ambiente hospitalar mais agradável quando trata-se de crianças a comunicação entre a vítima e a equipe de cuidados fica mais fácil para construir uma relação de confiança (SOUZA, 2011). Dessa forma o profissional de enfermagem deve estar atento para a possibilidade do uso de novos artifícios e tecnologias para prestar uma assistência qualificada para esse grupo de pacientes, bem como, o uso da Sistematização da Assistência de Enfermagem é uma ferramenta crucial para o processo da assistência prestada, por meio, dela é possível enfocar nos segmentos mais graves do paciente através da clinica apresentada por ele embasando, assim os diagnósticos, intervenções e prescrições de enfermagem na visão holística do paciente (BATISTA; RODRIGUES; VASCONCELOS, ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 2011). OBJETIVO: Realizar um levantamento das produções científicas acerca da temática queimadura em crianças por meio de uma revisão sistemática. MATERIAIS E MÉTODOS: A revisão sistemática consiste em uma síntese rigorosa de todas as pesquisas relacionadas a uma temática específica, tendo como finalidade identificar não só a produção, mas a causa e as soluções do problema da mesma. A revisão sistemática difere da revisão tradicional por buscar superar possíveis vieses em todas as etapas, seguindo um método rigoroso de busca e seleção de pesquisas, validação da relevância e validade das pesquisas encontradas, coleta, síntese e interpretação dos dados oriundos das pesquisas. (GALVÃO; SAWADA; TREVIZAN, 2014). O estudo em questão utilizou-se como descritor “Queimaduras em Crianças”. A base de dados utilizada para a busca de produções científicas foi a Literatura LatinoAmericana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), bem como, os seguintes filtros: texto completo disponível, idioma português, tipo de documento artigo publicados no período de 2010 a 2014, no total foram encontrados 132 artigos para o descritor, após a utilização dos filtros permaneceram 18 produções, e uma foi excluída, pois tratava-se de aspectos orofaciais e negligência odontológica não aplicando-se a temática em questão. Todas as produções selecionadas foram publicadas em revistas, sendo a Revista Brasileira de Cirurgia Plástica tendo 4 publicações, Revista Paulista de Pediatria com 2 publicações, Caderno de Saúde Pública, Ciência e Saúde Coletiva, Revista Escola de Enfermagem da USP, Revista Latino Americana de Enfermagem, Scientia Médica Porto Alegre, Revista Gaúcha de Enfermagem, Revista Médica de Minas Gerais, Revista René de Fortaleza, Revista Eletrônica de Enfermagem, HU Revista de Juiz de Fora, Revista Baiana de Saúde Pública, todas com 1 publicação cada. RESULTADOS/DISCUSSÃO: O Sistema Nacional de Serviços Sentinelas de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA), que é um inquérito acerca dos atendimentos decorrentes de causas externas realizados em serviços de urgência e emergência em todo o Brasil os levantamentos estatísticos do ano de 2009 com relação a queimaduras os dados do inquérito teve como resultado: à faixa etária as crianças menores de 10 anos são as mais atingidas, com as queimaduras, responsável por total de 22% dos atendimentos nos serviços de emergência do Sistema Único de Saúde. Evidenciou-se que a faixa etária de 0 a 4 anos representa 16% do total de atendimentos. Observou - se ainda que 96,5% das queimaduras em crianças nesta faixa ocorreram nas residências, e que esta proporção vai diminuindo com o aumento da idade. As queimaduras ocorreram predominantemente nas residências representando 62,1% do total de atendimentos. E em relação ao agente causador, a substância quente foi responsável pela maior proporção de queimaduras em todas as faixas etárias, atingindo o valor mais alto para as crianças entre 0 e 4 anos 61% (GAWRYSZEWSKI et al., 2012). Temos ainda dados mais recentes dos ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 registros no Brasil em um estudo comparativo apontam que, em 2006, foram hospitalizadas 16.573 crianças e adolescentes menores de 15 anos, devido a lesões por queimaduras, representando 14% de todas as internações nesse grupo etário. No mesmo ano, as queimaduras foram responsáveis por 363 óbitos nessa faixa etária. Em 2010, o número de hospitalizados este tipo de trauma aumentou para 21.472, mas o número de casos fatais caiu para 313. Esses dados evidenciam que, embora os avanços no atendimento hospitalar venham contribuindo para a sobrevivência de pacientes que sofreram queimaduras, ainda são imprescindíveis medidas preventivas. Como principais causas de queimaduras na faixa etária em questão podem ser citadas as ocorrências acidentais em ambiente doméstico, sendo as escaldaduras ou lesões por líquidos aquecidos. Entre outras situações de risco, destacam - se a manipulação de produtos químicos ou inflamáveis, acidentes com panelas no fogão cujo cabo está voltado para fora, com bombas festivas, com tomadas elétricas, manipulação de fios descascados e metais aquecidos. O agente causador varia conforme a idade, sendo que, em menores de dois anos, predominam os banhos em água excessivamente quente. Em pré escolares, dos dois aos sete anos, as substâncias inflamáveis são a causa mais prevalente, sendo o fato justificado pelo início da exploração do ambiente pela criança e a atração pela luminosidade das fontes. Já em escolares e adolescentes, há o predomínio da queimadura por combustão. Entretanto, independentemente da idade, ocorrem os acidentes provocados por adultos, mesmo que sem intenção (BISCEGLI et al., 2014). A violência e os maus tratos na infância contribuem para o aumento da porcentagem das queimaduras com um valor de 2,6% dessa porcentagem a faixa etária mais acometida é a de 0 a 1 ano e causada por substâncias quentes (MALTA et al., 2012). Com relação aos cuidados de enfermagem prestados as vítimas de queimaduras em especial em crianças são repletas de uma simbologia negativa e dolorosa, principalmente dependendo da área corporal atingida e da profundidade pelo o fato de tratar-se de crianças isso fica ainda mais evidente, o procedimento citado pelos os profissionais de enfermagem mais difícil é troca de curativos (GAWRYSZEWSKI et al., 2012). No âmbito da assistência de enfermagem os diagnósticos de enfermagem com base no NANDA, mais encontrado nos prontuários foram: integridade da pele prejudicada relacionada, a fatores térmicos e elétricos, evidenciado por tecido lesado; risco de disfunção neurovascular periférica, relacionado às queimaduras e por fim risco de infecção relacionada ao trauma, procedimentos invasivos e destruição de tecidos (BATISTA; RODRIGUES; VASCONCELOS, 2011). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Fica evidente que o problema queimaduras em crianças, ainda ocorrem, em índices consideráveis, e levando em consideração, que é um evento passível de prevenção e de difícil tratamento, os profissionais das mais diversas áreas devem atuar junto a comunidade, visando a prevenção. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 Observou - se que as causas variam de acordo com a faixa etária, envolvendo desde brincadeiras, até acidentes envolvendo o ambiente doméstico ou maus tratos e negligência infantil as produções encontradas ainda são poucas quando compara - se a relevância da temática. Espera-se que esse estudo contribuía para chamar atenção para a produção de novas pesquisas nessa área para que os dados epidemiológicos e o perfil das crianças atingidas sejam cada vez mais definidos para subsidiar a prevenção das queimaduras e que as principais causas sejam atenuadas ou eliminadas principalmente no ambiente doméstico que é o principal local da ocorrência das queimaduras. Ainda tem se a preocupação com a qualidade de vida dos pacientes internados como prevenir as complicações decorrentes das queimaduras para que o número de óbitos seja reduzido proporcionando uma assistência de qualidade e um tratamento adequado para a reabilitação dessas crianças no âmbito físico e psicológico não esquecendo o familiar das vítimas. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 O USO DE PLANTAS MEDICINAIS NA CIDADE DE CRATO-CE Maria Ludvania Romualdo Duarte, Faculdade Leão Sampaio Daniele de Souza Rodrigues, Faculdade Leão Sampaio Francinubia Nunes Barros, Faculdade Leão Sampaio Naiéli Schiefebein Souto, Universidade Federal Santa Maria Sumina kayanni Alves de Lima, Faculdade Leão Sampaio Cleide Correia de Oliveira, Faculdade Leão Sampaio Palavras–chave: Doença Mental. Plantas Medicinais. Uso INTRODUÇÃO: O uso de plantas medicinais é uma prática muito antiga, podendo-se dizer até milenar que é passada de geração a geração com o intuito de obter dessas espécies a cura ou o alivio de algumas enfermidades, durante o processo de metabolismo as plantas produzem uma série de substancias químicas conhecidas como principio ativos, esses podem interagir e provocar respostas biológicas ao ser introduzido em um organismo animal (ARGENTA et al., 2011). A Organização Mundial de Saúde (OMS) caracteriza planta medicinal como sendo todo e qualquer vegetal que possui em um dos seus órgãos, substancias que podem ser utilizadas com fins terapêuticos ou que seja precursores de fármacos semi-sintéticos (VEIGA; PINTO, 2005). Nos tempos atuais observa-se o uso das plantas por um número bastante elevado de pessoas, seja devido a fatores culturais ou econômicos, em alguns casos o alto custo de medicamentos também leva ao uso dessas. A sua utilização em rituais no Brasil é uma prática comum resultante da forte influência cultural dos indígenas locais miscigenadas as tradições africanas, oriundas de três séculos de tráfico escravo e da cultura européia trazida pelos colonizadores (ALMEIDA, 2003). O habito de se usar-las está ligado a manifestações culturais e é uma forma de apresentar a importância que estas espécies têm em relação aos ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 costumes de um povo. O comércio de plantas de uso medicinal vem sendo estimulado nas últimas décadas pela crescente necessidade da população em encontrar uma saída considerada “natural” para as afecções que atingem grande parte da sociedade, geralmente comercializadas em feira livre, mercados populares, lojas de produtos naturais e algumas vezes cultivadas em quintais das residências. A tradição popular de uso de plantas medicinais leva a origem de valiosos conhecimentos a cerca desses produtos, porém o conhecimento empírico ao ser passado oralmente pode se dispersar-se ocorrendo assim a perda de informações corretas e de valor (ROCHA, 2006 ). E dentre outras formas de utilização das plantas de uso medicinal, diversos autores como ALBUQUERQUE (1997) e MORGAN (1995) afirmam que é grande o interesse por tais plantas, tanto em âmbito nacional quanto internacional, pois estas apresentam um potencial terapêutico e econômico, visado especialmente pela indústria farmacêutica que realiza a prospecção de novos produtos. É de suma importância que os profissionais de saúde, principalmente médicos e enfermeiros, aceitem e difundam a prática da fitoterapia nos tratamentos de enfermidades mentais e convençam os próprios pacientes da eficácia, benefícios e cuidados desse tipo de tratamento. O uso de fitoterápicos e plantas medicinais, com fim profilático curativo ou paliativo ou ainda com fins de diagnósticos é uma pratica reconhecida oficialmente pela Organização Mundial de Saúde desde o ano de 1978, sendo também considerada uma pratica que se expandiu globalmente. No Brasil cerca de 82% da população utilizam produtos a base de plantas medicinais seja em forma de chá decocção ou outros sendo esse conhecimento passado de geração a geração no popular “boca a boca” e muitas vezes até mesmo no nível primário de saúde por intermédio do Sistema Único de Saúde (SUS), o uso de plantas medicinais através da medicina natural e medicina complementar vem tornando-se cada vez mais objeto de políticas públicas nacionais e internacionais incentivadas pela Organização Mundial de Saúde, a fim de assegurar a população o acesso seguro e uso racional de plantas medicinais e fitoterápico a fim de promover o uso de forma segura (BRASIL, 2006). Considerando o crescente uso de plantas medicinais torna-se de fundamental importância o estudo sobre o tema tendo em vista a importância de se conhecer sobre as plantas utilizadas bem como o conhecimento que os usuários tem sobre a forma de consumo. OBJETIVO: O presente estudo teve objetivo verificar a existência do uso de plantas medicinais no tratamento de transtornos mentais na cidade de Crato-CE. MATERIAIS E MÉTODOS: A presente pesquisa trata-se de um estudo quali-quantitativo que foi desenvolvido na cidade de Crato-CE, Brasil no período de 01 a 31 de março de 2015, tendo como amostra da pesquisa uma composição de 10 participantes. O método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um certo fim ou um resultado desejado (CERVO; BERVIAN, 2009). Não se inventa ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 um método; ele depende fundamentalmente, do objeto da pesquisa (CERVO; BERVIAN, 2010). O presente estudo apresenta caráter descritivo-exploratório e direcionamento quali-quantitativo. Segundo Cervo e Bervian (2009), a pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos, sem manipulá-los; já a pesquisa exploratória realiza descrições precisas da situação e quer descobrir as relações existentes entre seus elementos componentes. Bopp (2003) descreve a pesquisa qualiquantitativa como sendo aquela que interpreta as informações quantitativas através de símbolos numéricos, e dos dados qualitativos através da observação e interação participativa. Como instrumento de coleta de dados (ICD) foi utilizado a entrevista, que consiste na conversação face a face, realizada de maneira metódica, onde perguntas e respostas são expressas verbalmente e permitindoao participante revelar valores, normas e símbolos. (MARCONI; LAKATOS, 2001; GIL, 2007). A entrevista pode ser classificada em estruturada, que visa à obtenção de dados “uniformes”entre os entrevistados, permitindo assim uma comparação; não estruturada, onde a conversação é iniciada por um tema geral, sem direcionamentodo entrevistador; e semiestruturada, que se segue um roteiro pré-elaborado, mas sem muita rigidez. A entrevista realizada contém questionamentos em torno de dados epidemiológicos do paciente, como idade, sexo, escolaridade e etnia, e por fim, dados relacionados ao uso, terapêutica desenvolvida e características da planta medicinal utilizada pelo paciente. A amostra da pesquisa foi composta por pessoas cadastradas nas Unidades de Saúde da Família (USFs) da zona rural da cidade de Crato-CE, escolhidas aleatoriamente. Foram descartados da amostra, os pacientes que não fizeram referência ao uso de plantas medicinais como método terapêutico para as patologias mentais. Como critérios de inclusão, foram considerados apenas àqueles usuários que tinham suas faculdades mentais preservadas, que aceitaram de forma livre e legal participar do estudo e que tenham realizado ou estavam realizando acompanhamento profissional médico na cidade de CratoCE. A coleta de dados foi realizada por meio da de uma entrevista semiestrutura, previamente elaborada pelos pesquisadores, e que foi aplicada durante visitas às residências dos pacientes. De acordo com Fortin (2003), qualquer estudo/investigação suscita o surgimento de questões morais e éticas, pelo que é necessário proteger os direitos e liberdades dos indivíduos que participam no estudo. Na sociedade a ética tem o papel de proteger todos os indivíduos, principalmente os que não podem defender a si mesmo. A interação do pesquisador com os sujeitos desta envolve uma série de questões de ordem moral, daí a grande necessidade de salvaguardar os direitos dos participantes do estudo. Assim sendo, neste estudo foram preservados todos os princípios e direitos éticos dos participantes, representados pela resolução 196/96 de pesquisa com seres humanos, além de ser previamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa – CEP da Faculdade Leão Sampaio. A ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 garantida de que todos estes direitos serão respeitados será dada aos sujeitos da pesquisa por meio de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que foi assinado pelos mesmos após uma leitura prévia.Conforme a Resolução 466/2012. RESULTADOS/DISCUSSÃO: De acordo com os dados coletados encontrou-se que: Em relação ao perfil sócio-economicocultural dos 10 participantes do estudo 70% dos participantes são do sexo feminino e 30% do sexo masculino, 70% com idade entre 25 a 50 anos e 30% mais que 50 anos. Sendo residentes da zona rural. A renda familiar declarada pelos entrevistados foi que 20% recebem 1 salario mínimo e 80% de 1 a 3 salários mínimos. Quanto à ocupação 20% declararam ser aposentados, 10% gerente, 20% dona de casa, 30% estudante 10% auxiliar de cozinha, 10% cabeleireiro. Quando questionados quanto à religião 80% disseram serem católicos, 10% evangélico e 10% declaram não ter religião. Quanto ao nível de escolaridade 20% declaram ter cursado o 1º grau completo, 50% nível médio e 30% nível superior incompleto. Quanto aos saberes e práticas em relação ao uso das plantas medicinais. Todos os participantes do estudo declararam usar plantas medicinais por indicação da família. Tendo como forma de obtenção das mesmas, 50% compram, 30% cultivam e 20% ganham. As plantas citadas pelos entrevistados, forma de uso e indicação de acordo com os entrevistados são:10% utilizam Alecrim, Rosmarinusofficinalis, em forma de Chá (infusão) com as folhas e caule para dor de cabeça. 20% utilizam boldo Pemusboldus em forma de chá (infusão) com as folhas para cólicas intestinais. 10% utilizam camomila Matricariarecutita, em forma de Chá (infusão),folhas,sementes,raiz para dor de cabeça.10% utilizam Girassol Helianthusannus em forma de chá (infusão), com as sementes torradas para evitar convulsão. 10% utilizam hortelã Mentha x villosahuds em chá (decocção), folhas para sanar febre. 20% utilizam laranjeira Citrusvulgaris em forma de chá (infusão), folhas para evitar nervosismo. 10% utilizam macelaAchyroclinesatureioides em forma de chá (infusão) com as flores para dor na barriga e indigestão. 10% utilizam nozmoscada Myristicafragrans em forma de chá(infusão) com a semente para mal estar. O estudo mostrou que muito rotineiramente acontece o uso de plantas medicinais e que essa prática é passada através dos parentes. Comecei a usar através dos meus pais sabe.(...) A gente aprende que o que é natural é melhor não faz mal pra saúde né[...](p1.).(...) Comecei a usar por causa da minha mãe, para dor de barriga, boldo, macela faço fervido melhora.(p.2). Comecei a usar pela minha mãe uso para mal estar o chá da noz moscada.[...] (p.5).Em relação a forma de obtenção das plantas a metade dos pesquisados relatam comprar a planta medicinal e disseram utilizar rotineiramente. Quanto a forma de conservação foi observado que os participantes relataram preparar o chá na hora do consumo apenas dois referiram conservação de modo diferente. Conservo o chá aquecido (p.4). Faço o chá e deixo em temperatura ambiente(p.2). Em estudo relizado por Boscolo e valle (2011), tem-se as ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 atividades biológicas estabelecidas por algumas plantas medicinais como a macela Achyrocline satureioides apresentado-se como atividade biológica estabelecida analgésica e antiinflamatória. Girassol Helianthus annushipocolorestiamiante, antimicrobiana, antioxidante, antitumoral, antiinflamatória. Boldo Pemusboldus, estimulante do sistema nervoso central, antidispeptica, antiulcerogênica. Alecrim Rosmarinusofficinalis,antimicrobiana, anti-helmintica antifúngica e hipertensiva. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo evidencia a utilização de plantas medicinais como práticas da população a fim de buscar a cura ou alivio de sintomas dolorosos ou mentais como dores de cabeça, cólicas intestinais, nervosismo, indigestão, mal estar, febre entre outros. Consagrando como de extrema importância estudos sobre o tema, por tratar-se de uma pratica tão utilizada, pois algumas plantas podem apresentar atividades tóxicas para o usuário e esse desconhece essa possibilidade acreditando que por tratar-se de um produto natural esse somente lhe trará benefícios, fazendo assim uso inapropriado deste, podendo provocar assim uma dosagem excessiva, pois de acordo com a pesquisa foi evidenciado que a maioria desses usuários obtém conhecimentos sobre as plantas somente a partir de informações prestadas por seus familiares, desconhecendo que algumas vezes não é realmente a atividade biológica que a planta desenvolve no usuário. Dessa forma a pesquisa almeja auxiliar sobre a divulgação da temática, visto a carência de estudos sobre o uso das plantas e conhecimento popular sobre as mesmas, torna-se importante que sejam desenvolvidos mais estudos sobre esse tema. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 PROMOÇÃO DA SAÚDE FRENTE AOS DESAFIOS ENCONTRADOS NO AMBIENTE HOSPITALAR, UMA NOVA PERSPECTIVA DE ASSISTÊNCIA Sumina Kayanni Alves de Lima, Faculdade Leão Sampaio Maria Ludvania Romualdo Duarte, Faculdade Leão Sampaio Pedro Paulo Rodrigues, Faculdade Leão Sampaio Rayane Moreira de Alencar, Faculdade Leão Sampaio Maria Elaine Silva de Melo, Faculdade Leão Sampaio e Universidade Regional do Cariri Palavras-chave: Assistência Enfermagem. Qualidade de Vida. Promoção Saúde INTRODUÇÃO: Em 1986 no Canadá, acontecia a I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, sendo definida a partir da Carta de Otawa, como um processo para a capacitação de uma determinada comunidade, atuando na melhoria da qualidade de vida e saúde, contribuindo, para um maior controle deste processo. Foram identificados nesse documento cinco campos de ações: reorientação dos serviços de saúde, reforço da ação comunitária, desenvolvimento de habilidades, criação de ambientes favoráveis à saúde e construção de políticas públicas de saúde (BRASIL; 2002). A prática da promoção da saúde surgiu e desenvolveu-se com maior vigor nos últimos vinte anos, especialmente nos países que se encontram em desenvolvimento como: o Canadá, Estados Unidos e alguns países da Europa Ocidental. A Organização Mundial da Saúde (OMS), em relação à promoção da saúde e instituições de serviços de saúde, em conjunto com o Centro de Colaboradores para a promoção da saúde, tem como principal objetivo apoiar o desenvolvimento de hospitais e de outras instituições para se tornarem promotores de saúde, proporcionando suporte técnico-científico e favorecendo a comunicação entre os hospitais que compõem a rede; afirmando também que estas instituições devem consistir em: espaços saudáveis para os cuidados ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 com a saúde, permitindo ir além do tratamento de doenças, com a prevenção e a promoção da saúde de maneira positiva e humanista; contribuir para o empoderamento das pessoas hospitalizadas, para que as mesmas possam controlar os fatores que influenciam ou não o seu estado de saúde; veículos de participação da comunidade; um local adequado, saudável, para que os profissionais da saúde trabalhem com mais êxito e organizações sustentáveis, humanitárias e saudáveis (BRASIL; 2002). O hospital historicamente se constituiu como um espaço especificamente para o tratamento e a cura, em que o modelo profissional dominante nesse local diz respeito a um conjunto de aparato tecnológico e político, distanciando assim prática efetivamente promotora de saúde, que em conjunto com as relações hierárquicas de poder e autoritárias de profissionais de saúde e usuários do serviço, dificultam ainda mais a construção de espaços de autonomia e participação daqueles que buscam atenção à saúde, espaços estes que uma vez constituídos, contribuem para a efetivação de uma prática promotora de saúde (CECÍLIO; 2006). Em contra partida, ainda acredita-se que seja possível em tempos atuais uma mudança de paradigma, em respeito à promoção da saúde em ambientes hospitalares, apesar de inúmeras dificuldades ainda existentes e persistentes nos diversos ambientes hospitalares, em que a clínica e a técnica curativa predominam até hoje (ROLLO; 2006). O ambiente hospitalar é considerado um lugar estratégico de intervenção, tratando-se de um território inexplorado na perspectiva de humanização do atendimento e da defesa da vida, enfatizando ser possível pensar em promoção da saúde, em educação em saúde e construção de vínculos em ambientes hospitalares. Mas, para isso é necessário que haja uma mudança no que se diz respeito ao atendimento médico-paciente, médico-equipe e o serviço hospitalar como um todo (CECÍLLIO; 2006). Esse processo é dificultado, contudo pela supervalorização do processo saúde-doença, tornando-se uma rotina mecanicista em que há fragmentação da assistência deixando muitas vezes aberturas para uma assistência não qualificada e humanizada, tendo como visão o indivíduo necessitado como um objeto da equipe em si; a relação desigual permeada pelo autoritarismo e pela prepotência inibindo qualquer desejo de autonomia preexistente, que levaria o indivíduo a ser tratado como um sujeito em seu processo de recuperação e cura; essa realidade acaba refletindo também acerca das ações de enfermagem desenvolvidas no processo de promoção à saúde dos indivíduos, família e comunidades por eles assistidas, compreendendo que prestar cuidado curativo por si só torna-se suficiente (ROLLO; 2006). Para que haja a implementação da promoção da saúde em ambientes hospitalares, torna-se necessário uma mudança gradativa das instituições em direção à promoção da saúde, sem perder sua essência, prover cuidados clínicos e de urgência, para isso, as práticas desenvolvidas precisam ser reorientadas, no sentido de se tornarem condizentes com o que é proposto, ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 alcançando-se assim à promoção da saúde em ambientes hospitalares (DIAS; 2008). OBJETIVOS: Diante do exposto o objetivo desse estudo é apresentar perspectivas acerca da prática da promoção da saúde em ambientes hospitalares, abordando desafios encontrados que dificultam sua implementação. MATERIAIS E MÉTODOS: Este estudo trata-se de um estudo descritivo, bibliográfico e qualitativo. A pesquisa descritiva é aquela na qual o pesquisador não interfere na pesquisa, apenas coleta os dados obtidos e documenta-os; a bibliográfica tem como principal característica a obtenção de informações advindas de materiais gráficos, sonoros ou informatizadas, visando à resolução de problemas ou somente para a abrangência de conhecimentos e a abordagem qualitativa não utiliza instrumentos estatísticos, tem-se uma maior preocupação em análise e interpretação dos aspectos, fornecendo uma resposta mais detalhada sobre as investigações realizadas (MARCONI; LAKATUS 2010). A pesquisa bibliográfica foi realizada do dia 02 a 09 de Abril de 2015. A consulta bibliográfica foi realizada através da busca de informações em livros, revistas acadêmicas e banco de dados digitais Scientific Electronic Library Online (scielo), em que os critérios de inclusão para a análise bibliográfica foram ter relação com o tema e contribuir para a investigação em questão e os de exclusão, não ter relação com tema e não contribuir para a investigação em questão. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Os resultados encontrados mostram que considerando a realidade dos ambientes hospitalares, afirma-se que é possível vivenciar novas experiências nesses locais e são sugeridas diversas estratégias para serem trabalhadas no sentido de construção de um novo ambiente hospitalar, defendendo-se que o hospital não é intrínseca nem inevitavelmente um espaço só de prática de cura e de reabilitação, e que pode e deve ser um espaço de promoção da saúde, de defesa da vida e da cidadania, com suas equipes colaborando ativamente na formação de novas relações dentro do sistema de saúde (DIAS; 2008). Para isso devem-se destacar estratégias para a institucionalização da promoção da saúde dentro dos ambientes hospitalares como: a criação de espaços coletivos nas unidades de trabalhos que possam garantir a discussão saudável entre os componentes do ambiente hospitalar, com ênfase na escuta dos usuários, tendo em vista que os profissionais da saúde possuem um importante papel na vida dos indivíduos e seus familiares no período de internação, sendo esses espaços de conversação um meio de transmitir uma assistência mais qualificada, conhecendo, identificando e repassando informações mediante uma relação horizontal de sujeito para sujeito, permeados por confiança, cooperação e responsabilidades; também é considerado para o processo de mudança, o desenvolvimento de uma abordagem sistemática, devendo ser direcionada às necessidades do indivíduo, dos trabalhadores e da comunidade atendida, sendo as atividades de promoção da saúde um meio para se transmitir conhecimentos e motivar o indivíduo a reduzir seus riscos, prevenir ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 doenças e a maximizar seu potencial de bem estar, através de uma abordagem positiva de estilo de vida e o aperfeiçoamento dos programas de educação em saúde desenvolvidas em ambiente hospitalar, devem incluir os familiares da pessoa hospitalizada, a discutirem sobre os efeitos oriundos da doença na vida diária da família, preparando a pessoa para o processo de hospitalização, contribuindo para o indivíduo a compreensão de sua patologia após alta hospitalar, incentivando portanto a adoção de comportamentos saudáveis que promovam a saúde (CECÍLIO; 2006). Para que haja a implementação dessas estratégias, é necessário que enfermeiros, médicos e outros profissionais de saúde, que constituem o ambiente hospitalar, estejam preparados para adotarem esta nova abordagem direcionada a pacientes e familiares, permitindo uma assistência qualificada. Percebe-se que as culturas complexas e repletas de burocratização das instituições de saúde dificultam o processo de mudança nesse espaço, outra questão, diz respeito às crenças em relação à efetividade das intervenções para a promoção da saúde, sendo este o principal desafio encontrado, assim como a falta de tempo dos profissionais para o engajamento em projetos que visem à mudança no trabalho, pois a concepção que os profissionais de saúde apresentam acerca de promoção da saúde pode contribuir para maior ou menor alcance deste propósito (ROLLO; 2006). Ressalta-se a importância de que as instituições de saúde se preocupem com a salubridade dos seus funcionários, proporcionando um ambiente saudável para o desempenho de atividades que resultarão em uma assistência qualificada aos indivíduos necessitados, pois como dito anteriormente, um ambiente adequado e com recursos suficientes para prestação de uma melhor assistência, tem um reflexo positivo na qualidade de atendimento ao próximo (CECÍLIO; 2006). Diante disso, considera-se que o fortalecimento de ações de promoção da saúde não se constitui apenas ação básica, não ocorre anteriormente à doença, nem antecede a atenção primária, secundária ou terciária, partindo, entretanto do pressuposto de que um indivíduo com uma patologia crônica poderá usufruir de uma vida saudável e reintegrando a compreensão de que a clínica não se constitui apenas como um espaço antagônico à promoção da saúde, e sim está presente em todos os espaços de atenção à saúde, sendo viável e indispensável também na atenção terciária (DIAS; 2008). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que, as atuais instituições hospitalares possuem em seu contexto histórico um leque de aspectos que as distanciam das propostas sobre a promoção da saúde, tornando-se um real desafio para a mudança nesse contexto obtido há tempos atrás. Os diversos profissionais que constituem essas instituições, devem se preocupar com a promoção da saúde de seus clientes por eles assistidos, buscando a ampliação de conhecimentos, o aperfeiçoamento de estratégias para que possam ser realizadas com êxito, observando as necessidades atuais de cada indivíduo, necessitando um novo olhar, uma nova postura, uma cultura ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 atual que seja cultivada nos ambientes hospitalares, tendo como objetivo, a saúde integral do indivíduo, e abolindo a visão restrita da doença, indo contra o modelo biomédico de saúde. Embora haja a compreensão da abrangência das ações de promoção da saúde, com o amplo conceito saúde/doença, considerase que a promoção pode ser implementada no ambiente hospitalar apesar dos inúmeros desafios impostos atualmente, contribuindo para uma nova perspectiva de assistência qualificada, acreditando-se, portanto que, a promoção da saúde tanto seja possível quanto necessária em ambientes hospitalares e que as ações desenvolvidas durante todo esse processo de adaptação podem conduzir o indivíduo e sua família na busca de uma melhor qualidade de vida reduzindo o risco de reinternações. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ORIENTAÇÕES DE ENFERMAGEM À MULHER EM PUERPÉRIO IMEDIATO: EDUCAÇÃO EM SAÚDE Jaqueline Duda Rodrigues, Faculdade Estácio Daniel Pereira Barros, Faculdade Leão Sampaio Pastora Wilma Feitosa, Faculdade Leão Sampaio Maria Jeanne de Alencar Tavares, Faculdade Estácio Faculdade e Leão Sampaio Palavras-chave: Educação Saúde. Processo Ensino-aprendizagem. Puerpério. Cuidados de Enfermagem INTRODUÇÃO: A saúde da mulher tem sido prioridade no Brasil desde a implantação do Programa de Atenção à Saúde da Mulher (PAISM), na década de 1980. Porém, os índices de morbidade e mortalidade no período gravídicopuerperal permanecem em números acima do aceitável. Com isso, o Ministério da Saúde tem propagado diversos programas que tem como objetivo reduzir os agravos que ora venham a ocorrer durante o período puerperal, bem como tem incentivado que os estabelecimentos que prestem assistência à mulher estabeleçam condutas diante das complicações materno-infantil, procurando assim, alcançar práticas de assistência de qualidade e permeando a humanização (ARAÚJO, 2012). O puerpério, que também pode ser denominado de sobreparto ou pós-parto, consiste no período em que ocorrerão todas as manifestações de involução e recuperação da genitália materna. Este período pode variar de tempo e ser impreciso, dependendo da condição fisiológica de cada puérpera. Durante essa fase é observado diversas modificações que permanecem ativamente até o retorno do organismo às condições pré-gravídicas. Em geral, a involução puerperal se dá por volta de 6 semanas, sendo que este período é dividido em três fases, sendo elas: pósparto imediato – que vai do 1º ao 10º dia; pós-parto tardio – do 10º ao 45º dia e ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 pós-parto remoto – além do 45º dia (REZENDE, 2009). Segundo Araújo (2009), o puerpério imediato se caracteriza como uma fase crítica que a mulher (puérpera) irá vivenciar, pois é durante este período (primeiras horas do pósparto) que a probabilidade de ocorrer hemorragia é bastante significativa. As puérperas enfrentam um maior risco de infecções genitais e extragenitais durante este período, bem como, encontram-se em um estado de exaustão pós-parto e sensibilidade psicológica devido à adaptação à maternidade. Logo durante os primeiros dias do pós-parto, quando a mãe e a criança encontramse estáveis e em condições satisfatória de recuperação e adaptação, são encaminhados para o alojamento conjunto, onde terão continuidade da assistência e permanecerão até receberem alta hospitalar, possibilitando assim, o estabelecimento do vínculo afetivo mãe-filho que se torna acentuadamente com a prática de amamentação. Diante desse contexto, o presente estudo buscou levar informações, que julga-se necessárias, para esclarecer dúvidas que constantemente podemos observar entre as mulheres que permeiam os primeiros dias pós-parto. Escolheu-se o referido tema pelo fato de nós, pesquisadores, acreditarmos que será inesgotável toda e qualquer ação voltada para a assistência materno-infantil, uma vez que considerando esse binômio ainda existem muitas indagações a serem respondidas a respeito dos cuidados que devem ser prestados a este grupo de indivíduos, bem como se vê a necessidade de manter permanentemente uma educação continuada, por parte dos profissionais de saúde, voltada para a mulher e neonato. A relevância do estudo se mostra através da aquisição de conhecimentos por parte das puérperas, onde se propõe que através deste possam descobrir que, na grande maioria, as complicações puerperais podem ser evitadas através do auto-cuidado e por meio da assistência de enfermagem prestada à mulher (puérpera). Agora deve-se pensar como usar esses conhecimentos para alcançar a prevenção efetiva das complicações advindas da falta de esclarecimentos da população. E isso só será obtido juntamente com intensas e permanentes atividades de educação em saúde, educação cívica, educação ambiental e educação sanitária, no âmbito da coletividade. A intervenção contribuiu na divulgação de cuidados básicos profiláticos e eficientes na prevenção dos riscos que a mulher permeia durante este período crítico, que é o puerpério imediato. Como tambem, teve sua contribuição no desenvolvimento de técnicas e métodos, por parte dos pesquisadores, para que, a partir de então, possamos elaborar palestras educativas permeadas no objetivo do processo ensino-aprendizagem. Servindo ainda, como fonte de dados para o desenvolvimento de novas pesquisas na área de educação em saúde e que permeia a assistência materno-infantil. OBJETIVO: Abordar, junto às puérperas, os principais cuidados de enfermagem inerente à mulher, em puerpério imediato, através do processo ensino-aprendizagem em saúde. MATERIAIS E MÉTODOS: O estudo compreendeu uma pesquisa-ação, sendo ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 esta ferramenta metodológica indispensável em projetos de intervenções voltados para a educação em saúde, no âmbito da coletividade. Pois, segundo Koerich et al. (2009), a pesquisa-ação emerge a possibilidade de transformação das práticas de saúde. Visto que, é uma metodologia de grande valor em diversas áreas sociais, em especial na área de saúde, o estudo alia pesquisa e ação simultaneamente, ou seja, academia e prática como via de mão dupla. É realizada em estreita associação com a resolução de um problema coletivo, no qual os pesquisadores e os participantes, representativos da situação e/ou do problema, estão envolvidos de forma participativa e cooperativa (KOERICH, 2009). As atividades ocorreram durante dois dias por final de semana dos meses de novembro e dezembro de 2013, ou seja, um primeiro momento ocorreu no dia 23/11/13 (sábado) e no dia seguinte, 24/11/13 (domingo). O roteiro das atividades repetiu-se no final de semana seguinte, 30/11/13 e 01/12/13, já que o publico alvo era composto por novas participantes. A educação em saúde foi oferecida a todas as puérperas do Hospital Maternidade São Lucas, localizado em Juazeiro do Norte-Ce, que permeava os 10 primeiros dias do pós-parto (puerpério imediato). O referido hospital oferece campo de estágio para acadêmicos de medicina, enfermagem e outras graduações da área de saúde, sendo uma das referências em assistência materno-infantil na região do cariri, atende um público das mais variadas classes sociais, e além da assistência básica voltada para a mulher em período gravídico-puerperal e recém-nascido, conta ainda com os serviços de U.T.I. neonatal e banco de leite humano. O campo de pesquisa foi indicado por dispor da população específica para a intervenção em saúde, uma vez que cotidianamente é prestada assistência á mulher em puerpério imediato no referido hospital. Foi apresentado às puérperas o termo de permissão e compromisso para a autorização de imagens, a fim de registrar fotografias das participantes, que se mostraram necessárias, como um dos meios de comprovação da realização das atividades. Na oportunidade, foi proposto que todas assinassem com letra legível, em folha reservada para este fim, o acordo já mencionado, validando assim o compromisso e servindo de comprovante de participação nas atividades. Foi mantido em toda e qualquer forma a integridade e o respeito à imagem das participantes. Ainda foi reservado às puérperas o direito de se desligarem a qualquer momento das atividades se ora apresentassem interesse. Utilizamos uma linguagem popular, mas que não fugiu do contexto das informações que pretendíamos passar para as puérperas. Outrossim, foi permitido à elas registrar as impressões digitais com auxílio de almofada para carimbo nos casos que as participantes não sabiam assinar por escrito, afim de evitar-se o constrangimento a qualquer instância. Obedecendo aos aspectos éticos e legais de uma pesquisa científica, a intervenção seguiu conforme as regras estabelecidas pela resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, que assegura os direitos dos seres humanos ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 participantes de pesquisa individual e coletiva, bem como, esteve fundamentada na resolução COFEN 311/2007, que trata do código de ética dos profissionais de enfermagem. RESULTADOS/DISCUSSÃO: As puérperas foram convidadas a se desligarem, momentaneamente, do alojamento conjunto e se dirigirem ao auditório do Banco de Leite Humano, que fica interno às dependências do hospital. No primeiro momento houve apresentação da equipe e foi explanado a proposta e o objetivo das atividades, bem como todo o conteúdo programático da educação em saúde. Em seguida, toda nossa equipe se apresentou e foi procedida a leitura do termo de compromisso de autorização do uso de imagem para que houvesse autorização efetiva, e assim, concedessem-nos o direito de fotografá-las durante as atividades realizadas no decorrer da intervenção, sendo que ao nos afirmarem verbalmente que aceitavam as condições no termo expressas pedimos a elas que registrassem esse acordo através de suas respectivas assinaturas, nos casos que foi impossível esse ato foi sugerido que a autorização fosse feita através de suas impressões digitais, e escrito ao lado o nome por extenso, onde um dos membros do nosso grupo ficou responsável por esse processo. Dando continuidade as atividades, foram mostradas fotos das mais diversas complicações que ocorrem no puerpério devido a simples falta do conhecimento correto ou mesmo da negligência que por vezes às puérperas acabam cometendo. A intervenção seguiu com orientações sobre os principais cuidados que se deve fazer durante o puerpério, bem como abordamos a importância da assistência de enfermagem frente à mulher em período puerperal. A fim de realizar as atividades de maneira metódica e dentro de um tempo hábil e suficiente, foi traçado um conteúdo programático para nortear as informações que abordamos no decorrer da intervenção, onde seguimos o seguinte roteiro: Adaptação psicológica à maternidade; Normas higiênicas e dietéticas; Exercício e deambulação; Micção e função intestinal; Vida sexual; Cuidados com as mamas; Alojamento conjunto e amamentação. Após a explanação de todos os conteúdos foi realizado uma dinâmica em grupo (sobre conhecimentos populares relacionados aos cuidados com a saúde) e, posteriormente, havendo encerramento do primeiro momento da intervenção. Com isso, dando pausa nas atividades e retornando no dia posterior. Voltando às atividades, foi revisado de maneira breve e sucinta todo o conteúdo programático repassado no dia anterior. Após a revisão, foi exposto em data show um questionário de perguntas e respostas referente aos assuntos discutidos, de maneira clara e respostas acessíveis, com o objetivo de motivar a participação, com isso, servindo de avaliação da proposta de educação em saúde. Onde foi possível observar, através das respostas das participantes, que a grande maioria conseguiram absorver algum dos conhecimentos que foram repassados no dia anterior, nos fazendo acreditar que o propósito da intervenção foi, pelo menos em parte, alcançado. Após a interação com as ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 participantes através do questionário proposto, realizamos uma dinâmica em grupo voltada para a auto-estima e motivação, com o objetivo de despertar uma reflexão sobre os desafios que a vida nos impõe e que devem ser superados da melhor maneira que possamos encontrar, uma vez que só o fato de serem “mães de primeira viagem” já se mostra como o primeiro desafio dos próximos que irão permear nesse novo mundo que é o de ser mãe. Obtemos novamente, uma participação efetiva das puérperas, bem como, ficamos felizes por terem entendido a proposta da dinâmica. Posteriormente foi lida uma fábula, também de caráter reflexivo, voltada pro contexto da coletividade, discutimos o objetivo da mesma e ouvimos, assiduamente, todos os depoimentos que cada mãe quis dividir com a gente nesse momento tão especial em nossa vida acadêmica. Dando término as atividades, foram ofertados a cada participante 01 (um) kit cegonha (no ultimo dia de cada final de semana), com o simples objetivo de agradecer às mães pela colaboração em participar do projeto e pela a troca de conhecimento que ocorreu durante o horário desses dois dias em que estivemos juntos. Em cada kit havia 03 (três) camisetas de algodão, 02 (duas) fraldas de algodão e 01 (um) sabonete para recém-nascido. Esperamos com isso, que as puérperas participantes do estudo sejam capazes, assim como foram no momento da avaliação, de realizarem sua higiene intima de maneira correta; reconhecerem o tempo ideal permitido para o retorno à deambulação; reconhecerem a importância do aleitamento materno; realizarem a técnica correta da amamentação; identificarem o melhor período para o retorno da atividade sexual e reconhecerem a melhor maneira de adaptação à maternidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Sabendo-se que a intervenção educativa se mostra como uma das estratégias para desenvolver a promoção e prevenção de saúde nos mais diversos níveis de complexidade, bem como atenção primária, secundária e terciária, percebemos a necessidade de que haja constante aprendizado e aperfeiçoamento por parte do profissional responsável por levar o conhecimento à população, para isso, é também imprescindível que este profissional esteja acerca das características que norteiam o processo ensino-aprendizagem, uma vez que, tendo propriedade das ferramentas metodológicas para uma boa apresentação o profissional mostrará domínio e, consequentemente qualidade no ensino. Sendo assim, as habilidades desenvolvidas através da vivência docente embasadas no processo ensino-aprendizagem nos permitiu a capacidade de atuação futura no campo da educação em saúde, munidos de conhecimentos teóricos e práticos do processo de ensinagem, o que por sua vez, nos ofereceu uma preparação técnica, ao mesmo tempo em que nos instiga a direcionar ao caminho da docência. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ADESÃO AO EXAME PAPANICOLAU EM MULHERES IDOSAS DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO INTERIOR CEARENSE Márcia Jackeline Cardoso Macedo, Faculdade Leão Sampaio Isabela Pacífico Vasconcelos Araújo, Faculdade Leão Sampaio João Paulo Xavier Silva, Faculdade Leão Sampaio Aline Célia Nunes Viana, Faculdade Leão Sampaio Itallo Carvalho Gomes, Faculdade Leão Sampaio Ana Paula Ribeiro de Castro, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Idoso. Papanicolau. Mulher INTRODUÇÃO: O envelhecimento populacional é um fato irreversível, natural e mundial, sendo esta crescente em nosso país. Entre os grupos “mais idosos, muito idosos ou idosos em velhice avançada, também têm aumentado proporcionalmente e de maneira mais acelerada, constituindo o segmento populacional que mais cresce nos últimos tempos, sendo hoje mais de 12% da população idosa” (BRASIL, 2010, p. 11). Apesar das mulheres idosas viverem mais, pode encontrar-se funcionalmente incapacitadas ou com uma saúde debilitada, e quase sempre isso é resultado de doenças preveníveis, como o câncer cérvico-uterino. A longevidade das mulheres resulta num grande número de idosas que vivenciam a fragilidade biológica do organismo, elas são mais susceptíveis a alguns tipos de neoplasias, que são associadas às doenças sexualmente transmissíveis, tabagismo, uso de contraceptivo orais por longos períodos e várias gestações (SANTOS et al., 2010). O envelhecimento progressivo das mulheres idosas é um desafio para todos os profissionais de saúde, pois possibilitar uma velhice mais ativa e autônoma é ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 um dos objetivos das políticas destinadas à população geriátrica. Neste sentido, o Ministério da Saúde fala da grande importância epidemiológica do câncer no Brasil, a sua magnitude social, as condições da população brasileira em relação ao acesso à atenção oncológica, os custos que estão cada vez mais altos na alta complexidade, sendo necessário rever a estruturação de redes de serviços regionalizados e hierarquizados em relação à saúde integral à população (BRASIL, 2013). O câncer de colo uterino ou câncer cervical demora muitos anos para se desenvolver, sendo que detectado precocemente as chances de cura são consideráveis. O exame para sua detecção precoce é o papanicolau sendo este realizado de modo periódico, anualmente e a cada três anos após dois exames anuais negativos consecutivos (BRASIL, 2011). O câncer de colo uterino é considerado um grave problema de saúde pública, devido ao fato de altas taxas de incidência ser observadas em países em desenvolvimento, com elevada associação com as condições precárias de vida, os baixos índices de alfabetismo, baixo índice de conhecimento sobre a doença pela população e ausência ou deficiência de ações de promoção e prevenção em saúde pela população feminina. Além da dificuldade de acesso ao serviço de saúde para o diagnóstico precoce de lesões precursoras. A realização do exame sistemático do papanicolau é uma estratégia de detecção para o câncer de colo uterino, muitas mulheres o fazem por ter uma vida sexual ativa. Desta forma, o estudo traz os seguintes questionamentos: as mulheres idosas procuram realizar o exame papanicolau de forma adequada? As questões sobre a sexualidade são fatores impeditivos na realização desse exame? Quais as barreiras enfrentadas pelas idosas para realizar esse exame? A necessidade do estudo pela pesquisadora emergiu por meio de observações durante às consultas à mulher em estágios curriculares nas Unidades de Saúde, onde foi percebido que muitas mulheres acima de 60 anos não procuravam o serviço nos dias destinados ao atendimento para realização do Papanicolau. Espera-se que com os resultados do estudo os serviços possam promover estratégias para que as mulheres a partir de 60 anos possam aderir à realização do exame de prevenção do câncer do colo uterino e assim possibilitar diagnósticos precoces da doença, facilitando o tratamento, reabilitação e cura. OBJETIVOS: Investigar a adesão ao exame papanicolau em mulheres idosas entre 60 a 64 anos em uma unidade de saúde, caracterizar o perfil sócio-econômico das idosas pesquisadas, identificar as dificuldades/facilidades na realização do exame papanicolau da população pesquisada e descrever o conhecimento entre idosas sobre o exame. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo descritivo, exploratório com abordagem qualitativa. Realizado na cidade de Juazeiro do Norte, Ceará. O lócus do estudo foi a unidade de saúde da Estratégia Saúde da Família 46, situada no bairro Tiradentes, onde possui 68 mulheres na faixa etária entre 60 a 64 anos. A coleta de dados foi realizada no período de agosto a outubro de 2014, após a ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 anuência do secretário de saúde do município. Participaram 10 idosas a partir dos seguintes critérios de inclusão: ser cadastrada na equipe da Estratégia Saúde da Família 46, ter idade entre 60 a 64 anos e aceitar participar do estudo após a assinatura do Termo de consentimento Livre e Esclarecido. Foram excluídas todas as idosas que não se adequaram aos critérios anteriormente citados. Utilizou-se um roteiro de entrevista semiestruturada, sendo essas gravadas e transcritas na íntegra, sendo encerradas pelo critério de saturação das falas. Analisou-se as falas das participantes pelo método de análise de conteúdo proposto por Minayo na qual coloca que o método “consiste em descobrir os núcleos de sentido que compõem uma comunicação, cuja presença ou frequência signifiquem alguma coisa para o objeto analítico visado” (MINAYO, 2010, p. 316). A pesquisa atendeu aos preceitos éticos e legais de pesquisas com seres humanos a partir da resolução 466/12 (BRASIL, 2012). RESULTADOS/DISCUSSÃO: Das dez idosas entrevistadas 8 são aposentadas e 2 não tem renda, em relação à escolaridade somente 4 das mulheres tem ensino fundamental incompleto, 2 completo e 3 eram analfabetas e quanto ao estado civil, 4 eram casadas, 3 viúvas e 1 solteira, o que para Maeda; Alves e Silva (2012), a idade avançada, o baixo nível sócio econômico, o fato de não ter conjugue são fatores apresentados para a não realização do exame preventivo, além disso, não frequentam o serviço de saúde adequadamente em relação à prevenção de doenças. As falas, após transcritas, foram organizadas em três categorias temáticas intituladas: Categoria 1 - conhecimento das idosas sobre o câncer de colo uterino; Categoria 2 - Conhecimento das idosas sobre o exame papanicolau, sua importância e periodicidade; Categoria 3 - Dificuldades das idosas em relação à realização do exame papanicolau. Na primeira categoria as idosas foram abordadas sobre o conhecimento das mesmas sobre o câncer de colo uterino revelando que cerca de 50% delas não souberam responder adequadamente ao questionamento. Castro (2010) afirma que as mulheres desconhecem o câncer, o exame preventivo e a sua importância e acrescenta que a maioria só procura o serviço quando surgem sinais e sintomas. A outra metade das participantes revelou que entendem o câncer de colo uterino como uma doença incurável e fácil de morrer, associando adjetivos como “horrível, desagradável, devastador” ao mesmo. Torna-se muito importante verificar o que as usuárias sabem sobre o câncer de colo uterino, pois quanto mais esclarecidas forem essas mulheres, melhor será a adesão ao exame, pois é uma doença um alto grau de letalidade e mortalidade sendo considerado um grave problema de saúde pública (SOUZA; SILVA; PINTO, 2010). O desconhecimento pode levar ao diagnóstico tardio, como revelam Moura et al. (2010) quando diz que em relação à sobrevida das mulheres ao câncer do colo uterino, a média estipulada dessas mulheres em cinco anos varia de 59% a 69% nos pises desenvolvidos, já nos países em desenvolvimento, como no Brasil, os casos de ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 câncer do colo uterino são encontrados em estágios avançados da doença, com isso a média de sobrevida dessas mulheres é de 49% após cinco anos da doença, ou seja, só metade delas sobrevivem após cinco anos do seu diagnóstico. Na categoria 2 foi investigado o conhecimento das participantes sobre o exame de papanicolau sendo revelado que um déficit de conhecimento em metade das entrevistadas, sendo “não sei, não sei responder” as principais respostas. Somente duas mulheres revelaram ter conhecimento sobre o exame quando falam: “O que eu sei é que é pra prevenir...” (Participante I) e outra que afirmou “Que através dele é que detecta se a gente tem algum problema no útero ” (Participante A). Quando questionadas sobre a periodicidade da realização do exame foi unânime ser anual. Souza; Silva e Pinto (2010) colocam ser muito importante que o enfermeiro, em especial, informe e oriente a população de sua área sobre os fatores de risco do câncer, sobre o que é, e como prevenir, isso ajudará muitas mulheres a diminuir o índice de morbimortalidade. Na categoria 3, metade das participantes revelaram não ter nenhuma dificuldade no acesso à realização do exame, já a outra relataram medo, vergonha, não gostarem de ir ao médico, não ter tempo por serem cuidadoras e pela demora na entrega do resultado pelos postos de saúde. Souza, Silva e Pinto (2010) dizem que a vergonha é um dos principais motivos para a não realização do exame preventivo, sendo um sentimento desafiador para essas idosas. No estudo de Maeda; Alves e Silva (2012) revelou que a demora na entrega dos exames ser um fator desmotivador para a realização dos mesmos para a população. Como também a falta de transporte, trabalho, esquecimento em relação à pegar o exame, dificultam que as mulheres realizem periodicamente o exame papanicolau. Em um estudo de Mantovani e Lucini (2012) revelou que os motivos das idosas não realizarem o exame papanicolau está associado ao desconhecimento da importância do mesmo, ter vergonha, medo do resultado dá positivo para displasia e não apresentar nenhum sinal e sintoma da doença. É importante ressaltar que a vergonha pode está ligada a experiências do passado onde as idosas tenham vivenciado de forma negativa nos serviços de saúde, como a falta de privacidade na realização dos exames, ou seja, não ter uma experiência positiva no acolhimento a essas mulheres. Diante de tudo isso, gera uma inquietação pela procura de respostas a cerca dos motivos pelas quais as mulheres idosas não realizam adequadamente o exame papanicolau, necessitando de uma reflexão de todos os profissionais da saúde envolvidos com a prevenção do câncer do colo uterino no sentido de melhorar a adesão ao exame dessa população. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O conhecimento sobre o câncer de colo de útero e o exame papanicolau por grande parte das idosas do estudo ainda é escasso, uma vez que as mesmas associam a consulta com o profissional de saúde como um ato de cuidar da saúde em relação ao câncer e não à realização do exame. Consequentemente, essa situação remete aos altos ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 índices de mortalidade por neoplasias. Tal doença carecendo um olhar mais aprofundado e crítico por meio de ações preventivas, com estratégias educativas e esclarecedoras direcionadas especialmente para a população feminina em processo de envelhecimento. Essas estratégias devem ser elaboradas pelos profissionais de saúde em articulação com as famílias, fomentando assim a importância da Estratégia Saúde da Família (ESF) na prevenção do câncer de colo uterino. Para aconteça a redução na mortalidade por câncer de colo uterino entre as idosas é de extrema importância que se faça o rastreamento pela busca ativa dessas mulheres. Esse deve ser um trabalho de toda a equipe de saúde para que haja a efetivação do diagnóstico precoce e condutas terapêuticas adequadas e oportunas. Nesse contexto, a ESF deve aproximar-se das famílias, consequentemente da mulher idosa, atuando em um âmbito de integralidade, por meio do diálogo simples e coeso. A expansão nas unidades básicas de saúde atuando na elaboração de protocolos integrados para a assistência de forma efetiva acaba por tomar a mesma, cada vez mais, um instrumento de suma importância no combate a essas neoplasias. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 A EFICÁCIA DO TRATAMENTO COM OZÔNIO NO PROCESSO CICATRICIAL DA ÚLCERA POR PRESSÃO Dannieli de Sousa Silva Rodrigues, Faculdade Leão Sampaio Jeyzianne Franco da Cruz Silva, Faculdade Leão Sampaio Francisca Márcia Costa Pereira, Faculdade Leão Sampaio Maria Daniele Sampaio Mariano, Faculdade Leão Sampaio Monalisa Martins Querino, Faculdade Leão Sampaio Maria Lys Augusto Callou, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Úlcera. Ozonioterapia. Tratamento INTRODUÇÃO: A pele é o maior órgão do corpo humano, o reveste totalmente protegendo contra os invasores externos, resistente e flexível ao mesmo tempo, possui as funções de proteção, regulação da temperatura corpórea, renovação e reparação, dentre outras. É composta por três camadas: epiderme, derme e hipoderme. A epiderme é a camada mais superficial dapele, está em contato direto com o meio externo, defendendo-a contra agentes patogênicos, não possui vasos sanguíneos, todavia possui inúmeras terminações nervosas que à torna bastante sensível ao toque, é constituída de células epiteliais, pelos melanócitos, que são células produtoras de melanina, pigmento responsável pela coloração da pele. A derme é a camada intermediária, formada por tecido conjuntivo, por vasos sanguíneos e terminações nervosas, possui a função de sustentação e nutrição das células, é constituída por fibras de colágeno e elastina que são responsáveis pela elasticidade e resistência do corpo. A hipoderme ou tecido subcutâneo é a camada mais profunda da pele, basicamente formada por células de gordura, funciona como um isolante térmico, e acumula energia para um bom funcionamento do organismo, (DÂNGELO; FATTINI, 2005). A pele desempenha papel vital para a existência humana, e quando sua integridade encontra-se prejudicada podem ocorrer às úlceras por pressão (UPP), que são ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 lesões cutâneas, ocorrem no tecido epitelial sobre proeminências ósseas devido a uma pressão, fricção ou cisalhamento que é o principal fator etiológico para ocorrência das mesmas. Decorrente disto há a interrupção do fluxo sanguíneo impossibilitando o transporte de oxigênio para as células, podendo ocorrerá morte celular. As UPP representam um grave problema de saúde pública, devido ao grande índice de pessoas que as apresentam após períodos de internação por falta de uma assistência de qualidade. Interfere diretamente na qualidade de vida, as quaistrazem complicações financeiras, sociais e psicológicas ao paciente, além de onerar cada vez mais os sistemas de saúde com problemas que poderiam ser resolvidos de forma preventiva. É uma preocupação permanente dos profissionais que proporcionam assistência aos pacientes acamados, porém na maioria das vezes podem ser evitadas, através da equipe de enfermagem, que possui a responsabilidade de prestar um cuidado de excelência aos clientes, tendo uma visão holística do mesmo. As UPPs classificam-se em: Estágio I: É caracterizada pela alteração da cor da pele íntegra relacionada à pressão, onde apresenta uma hiperemia persistente. Pele de pigmentação mais clara é de fácil visualização, no entanto as mais escurecidas podem não ser tão perceptíveis as alterações. Estágio II: Há uma perda parcial da espessura da pele que pode comprometer a epiderme e/ou derme, apresenta-se como úlcera superficial, onde o leito da ferida encontra-se avermelhado, pode apresentar bolhas ou cratera superficial. Estágio III: Perda total da espessura da pele, comprometendo, epiderme, derme e hipoderme. Pode haver a visualização de tecido adiposo, todavia não há exposição de ossos, músculos e tendões. Pode haver esfacelo distribuído sobre a lesão. Estágio IV: Perda total da espessura da pele caracterizada por danos nas estruturas de suporte, como tecidos, músculos, ossos e tendões, pontos de necrose ou esfacelo podem estar presentes, há comprometimento das funções normais do organismo provocando lesões muitas vezes irreversíveis. Sem estagiamento: Ocorre a perda total do tecido. Podem conter esfacelos e escaras no leito da lesão e não há possibilidade de identificar o estágio antes de ser realizado o desbridamento cirúrgico (POTTER, 2013). Atualmente, existem diversas coberturas para o processo de cicatrização das UPP, como: Filme transparente, hidrocolóides, hidrogel, alginatoea terapia através do ozônio, dentre estes enfatizaremos a ozonioterapia como uma das formas de tratamento alternativo. O ozônio é um componente químico formado por três átomos de oxigênio (O3), é obtido através de um aparelho gerador por meio de descargas elétricas, se constitui na forma de gás incolor com odor característico perceptível. Atualmente, a ozonioterapia está sendo disseminada com resultados surpreendentes, para fins terapêuticos no tratamento de diversas patologias, pois apresenta facilidade de elevar a quantidade de oxigênionas células, melhorando a oxigenação nos tecidos, uma vez que, é um vasodilatador, possuem na sua estrutura as funções bactericidas, fungicidas e ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 antivirais. Tem importante função de estimular a circulação sanguínea, como também de revitalizar as funções orgânicas de um modo geral, além de ativar o sistema imunológico. É indicado na utilização de várias terapias, dentre elas, feridas infectadas e inflamadas, mal curadas, e de processos inflamatórios crônicos, tais como úlceras nas pernas, colites e outras inflamações intestinais, além de queimaduras, osteomelite, abcessos, pé diabético, doenças isquêmicas, fibromialgia e degeneração macular relacionada com a idade, (OLIVEIRA, 2011). Na utilização para as UPPs, a ozonioterapia induz a formação do tecido de granulação, devido as suas propriedades antissépticas e bactericidas, melhorando assim a permeabilidade capilar, consequentemente aumenta o suprimento de oxigênio nas células, ocasionando a reparação do tecido. O sistema imune possui papel importante nesse processo, produzindo mediadores como o interferon e as interleucinas que ativam o sistema imunológico para que o processo cicatricial ocorra de forma mais rápida, mediante estímulo do organismo. São utilizadas como terapia complementar em associação a tratamentos médicos habituais. Suas formas de aplicação constituem-se de uso tópico, injeção intra-articular, insuflação vaginal, injeção intra-discal, insuflação retal e inalação. Todavia a forma de aplicação irá depender da necessidade da lesão acometida, (BARREIRA, 2011). A escolha do tema deu-se devido à necessidade dos pesquisadores em obter maior conhecimento a respeito da temática em questão, visando um aprimoramento sobre os recursos que são utilizados no processo cicatricial na úlcera por pressão. A relevância do presente estudo baseia-se em pesquisar através da literatura, novas técnicas e conhecimentos a respeito do tema descrito, proporcionando a informatização à cerca do tratamento com ozônio para cicatrização de úlceras por pressão. Diante do exposto faz-se necessário um estudo abrangente sobre as formas de cicatrização através do ozônio, ampliando assim uma terapêutica com recursos atualizados e que proporcionem uma melhor retração tecidual. Temos como OBJETIVOS: Analisar mediante revisão de literatura a eficácia do tratamento com ozônio no processo cicatricial da úlcera por pressão. Identificar as vantagens e os benefícios da aplicação do ozônio nas úlceras por pressão; Descrever os resultados da aplicação; Avaliar a efetividade da aplicação. MATERIAIS E MÉTODOS: Para execução desse estudo realizou-se uma revisão de literatura para a busca de informações sobre a eficácia do ozônio no processo de cicatrização. Foi realizado um levantamento bibliográfico, mediante pesquisa nos Bancos de Dados Scielo, Lilacs e livros didáticos. Como critérios de inclusão foram definidos: artigos na versão em português compreendendo os anos de 2010 a 2104 e como critérios de exclusão artigos que não se enquadraram no tema proposto e anos inferiores a 2010. As palavras-chaves utilizadas para a coleta foram: úlcera por pressão, cicatrização de UP, ozonioterapia. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Através das leituras de artigos ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 científicos pôde-se observar que já existem vários trabalhos relacionados sobre o assunto, com seres humanos e também com animais, abordando a utilização do ozônio no processo de cicatrização. Em um estudo de Cardoso (2012), demonstrou-se através de relato de caso a utilização da ozonioterapia como tratamento na ferida do pé diabético, através de uma administração tópica seguida de várias seções e observou-se que a partir de 14 semanas de tratamento tópico, a ferida apresentou-se completamente cicatrizada. Nesse estudo o ozônio foi utilizado simultaneamente com a hidroterapia, agindo na remoção de secreção e matéria orgânica, promovendo a abertura dos poros, hidratando e melhorando a circulação periférica, facilitando o trabalho de remoção do tecido desvitalizado. Cardoso et al. (2012), ainda afirma que a falta de oxigênio no tecido lesado gera dor, e a aplicação do ozônio possui a função analgésica, e melhora o metabolismo celular , diminuindo de forma considerável a presença da dor no local da inflamação e nos tecidos circunjacentes. Assim, a chamada ozonioterapia tópica pode apresenta-se como alternativa para auxílio no tratamento de lesões em diabéticos, pois além de seu poder antimicrobiano, estimula a angiogênese na região afetada, expandindo a irrigação local, estimulando a formação de tecido de granulação, diminuindo assim o tempo para cicatrização. Alcoforado (2012) realizou um estudo de caso utilizando a hidrozonioterapia, não timização do tratamento da Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) e foi verificado que depois de 36 seções, acompanhados de práticas complementares adjuvantes, o paciente recebeu alta médica. Esse tratamento baseou-se de um estudo de caso em que o paciente passou por etapas subsequentes como tratamento tradicional da Leishmaniose mais sempre acompanhada de práticas complementares. Tornou-se bastante relevante, a utilização do ozônio no processo cicatricial, pois o mesmo, através da hidroterapia promovia a oxigenação celular, que tem a potencialidade cicatricial e isso é evidenciado através de alguns adventos que ocorriam nas úlceras, como por exemplo, a região onde era realizado o procedimento ficava bastante hiperemiado, indicando dessa forma um aumento da circulação periférica local, contribuindo então para a oxigenação do tecido lesado promovendo a cicatrização do tecido. Oliveira (2011), através de uma revisão de literatura sistemática, demonstrou a utilização do ozônio através do aparelho de alta freqüência, no tratamento da úlcera por pressão, onde foi possível verificar o benefício da ozonioterapia pelos trabalhos revisados, sendo que nessa revisão observou-se nos estudos realizados que o desfecho que acontecia com maior freqüência foi à cicatrização. O ozônio mostrou-se eficaz nos mais diversos tipos de úlceras como: hansênicas, leishmaniose, pessoas com complicações de pé diabético, sendo evidenciado nos trabalhos supracitados. Também se podem verificar outras vantagens relacionadas ao ozônio com o seu efeito bactericida, fungicida e antisséptico. No estudo de caso de Sancheetel (2011), foi utilizado um tratamento tópico de ozônio na ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ferida de 2º intenção, através de curativo com óleo ozonizado e pôde-se constatar a formação da crosta e o início da retração tecidual no intervalo de três dias. Verificamos que os estudos de casos e revisões sistemáticas corroboram entre si em relação à eficácia do ozônio no processo cicatricial, sendo o ozônio eficaz e pouco oneroso torna-se acessível à população para tratamentos dos diversos tipos de úlceras. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Existem várias formas para tratamento das UPPs, a mais eficaz é a condição preventiva, porém quando essa forma de prevenção se mostra falha, é necessário que haja intervenção de uma equipe multidisciplinar para que ocorra a reparação do tecido de forma satisfatória sem causar maiores danos à saúde do paciente. No presente estudo foi possível identificar as diversas formas da utilização do ozônio, e a atuação significante no processo cicatricial, sua eficácia quando associado a terapias como a hidroterapia e a utilização de aparelhos de alta freqüência, que além do seu potencial poder cicatrizante, também são bactericida, fungicida e antisséptico, auxiliando assim no processo de reparação tecidual. Dessa forma o ozônio contribui de forma significativa na restauração do tecido epitelial, seja relacionado à úlcera por pressão ou qualquer outra lesão que prejudique a integridade da pele, tornando-o eficaz no processo de cicatrização. Destacando-se assim uma alternativa de terapia eficiente, de custo dispendioso e que pode ser utilizada para diversas enfermidades, com a finalidade de melhorar a qualidade de vida do paciente/família, consequentemente não haverá sobrecarrega nos sistemas de saúde, reduzindo assim despesas com as úlceras por pressão, para que se possa reinvestir em outras áreas da saúde. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 O OLHAR DO IDOSO PERANTE AS AÇÕES DESENVOLVIDAS POR ENFERMEIROS PARA A SUA SAÚDE João Paulo Xavier Silva, Faculdade Leão Sampaio Itallo Carvalho Gomes, Faculdade Leão Sampaio Maria Elisabete Pereira Matias, Faculdade Leão Sampaio Maria Soraia de Sousa Mauricio, Faculdade Leão Sampaio Kerliane Gomes de Araújo, Faculdade Leão Sampaio Ana Karla Cruz de Lima Sales, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Idoso. Enfermagem. Envelhecimento INTRODUÇÃO: O processo de envelhecimento pode ser visto de diversas maneiras pelas pessoas, porém é algo real, individual e inevitável, que acontece de forma espontânea e gradativa. Durante este processo percebemse diversas perdas naturais do ciclo da vida, que culminam na velhice e em maior fragilidade do ser idoso, dificultando as ações de saúde previstas pelas políticas públicas, não sendo observadas as reais necessidades e dificuldades dessa parcela da população com características tão específicas. É um fenômeno inerente ao processo da vida, que varia de indivíduo para indivíduo, de acordo com sua genética, sues hábitos de vida e seu meio ambiente (BRASIL, 2008). Envelhecer não significa necessariamente adoecer. Um indivíduo pode envelhecer de forma natural, convivendo bem com as limitações impostas pelo passar dos anos e mantendo-se ativo até as fases mais tardias da vida. Há que se ter uma visão global do envelhecimento como processo, e dos idosos como indivíduos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), atualmente existem no Brasil, aproximadamente, 20 ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, o que representa pelo menos 10% da população brasileira. Segundo projeções estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS), no período de 1950 a 2025, o grupo de idosos no país deverá ter aumentado em quinze vezes, enquanto a população total em cinco. Assim, o Brasil ocupará o sexto lugar quanto ao contingente de idosos, alcançando, em 2025, cerca de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais (BRASIL, 2010). Dessa forma, considerando a necessidade de dispor de uma política devidamente expressa relacionada à saúde do idoso, o Ministério da Saúde (MS) aprovou a Política Nacional de Saúde do Idoso (PNSI), Portaria GM/MS Nº. 1395/99 (MINAS GERAIS, 2006). A Equipe de Saúde da Família deve ser responsável pela atenção à saúde da pessoa idosa pertencente a sua área de abrangência. Todos os profissionais, principalmente os enfermeiros, devem oferecer ao idoso e sua família uma atenção humanizada com orientação, acompanhamento e apoio domiciliar. O interesse em analisar como o idoso percebe as ações desenvolvidas pela enfermagem para sua saúde surgiu a partir da observação em campo de estágio curricular onde foi observado que na maioria das vezes o idoso fica intimidado frente ao profissional de saúde e não expressa suas reais necessidades de saúde. Esse estudo é importante por contribuir na produção científica que venha a direcionar a ação dos profissionais de saúde em relação à pessoa idosa, reconhecendo suas expectativas diante das atividades de enfermagem. OBJETIVOS: Analisar como o idoso percebe as ações enfermagem desenvolvidas para a sua saúde; compreender as expectativas dos idosos em relação à consulta de enfermagem na ESF e identificar quais são as ações de enfermagem realizadas para a promoção da saúde do idoso. MATERIAIS E MÉTODOS: O presente estudo teve como proposta metodológica a pesquisa de natureza descritiva, exploratória, com abordagem qualitativa. Os participantes desta pesquisa foram 12 idosos com idade igual ou superior a 60 anos, cadastrados na Estratégia de Saúde da Família 17, do município de Juazeiro do Norte-CE. A amostra foi constituída pelos idosos que estavam presentes na Unidade Básica de Saúde (UBS) no período da coleta de dados, utilizou-se o critério da saturação ou recorrência dos dados. A coleta de dados foi realizada através de uma entrevista semi-estruturada. Os dados foram analisados por meio da técnica da categorização temática. Foram respeitados os preceitos éticos e legais da pesquisa contidos na Resolução 466/12 do Conselho Nacional da Saúde. RESULTADOS/DISCUSSÃO: No que se refere ao perfil do público alvo dessa pesquisa, foram entrevistados 12 idosos com idades entre 61 e 84 anos, 11 eram do sexo feminino e apenas 01 do sexo masculino, com o número de idosos do sexo feminino superior ao masculino. Com base nos dados dos últimos censos, observam-se importantes diferenciais por gênero entre os idosos que procuram os serviços de saúde na atenção básica, com uma expressiva predominância das mulheres sobre os homens ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 (BRASIL, 2000). Estudos demonstram que os homens procuram menos os serviços de saúde para as ações de promoção e preventivas de doenças, pois associam a fraqueza, ao comportamento feminino, levando a desconfiança da masculinidade, socialmente instituída (GOMES, 2007). No quesito escolaridade predominou o ensino fundamental incompleto, onde 01 era analfabeto, 08 tinha apenas o ensino fundamental incompleto, 01 tinha o ensino médio incompleto e 02 o ensino médio completo. Estes dados evidenciam o significativo número de pessoas com pouco ou nenhum grau de escolaridade; fato considerado comum na realidade dos países como o Brasil, principalmente quando se trata de idosos que viveram sua infância em uma época em que o ensino não era prioridade (PAVARINI et al., 2008). No que diz respeito às doenças crônicas constatou-se que: 10 idosos tem Hipertensão arterial sistêmica (HAS), 07 idosos tem Diabetes mellitus (DM), 05 idosos tem HAS e DM, e 01 idoso tem osteoporose. A prevenção de doenças tem como consequência a redução da morbidade associada ao envelhecimento, em que os idosos que chegam à velhice mais avançada com 80 anos ou mais sem doenças típicas e sem o agravamento de condições crônicas são vistos como sobreviventes. A hipertensão é um fator de risco importante em qualquer idade, embora seja um problema característico da população idosa (NERI et al., 2009). Durante as entrevistas, os relatos puderam evidenciar as ações realizadas pela equipe de enfermagem, para o bem-estar e melhoria da promoção da saúde aos idosos, onde os depoimentos destacaram como principais pontos a realização de consultas de enfermagem e palestras. Outros pontos importantes que foram observados: a falta de divulgação das palestras, e ânsia dos idosos para que as palestras aconteçam com mais frequência. O aumento da população idosa reflete em uma maior utilização dos serviços de saúde, o que requer dos profissionais a implementação de novas ações e intervenções diferenciadas, para o alcance de uma abordagem direcionada, tanto para o envelhecimento fisiológico, quanto para o psicossocial, buscando assim, tecnologias para se oferecer um cuidado multidimensional (COSTA; VERAS, 2003). Para os idosos a promoção da saúde é tão importante quanto para as outras faixas etárias, apesar de um grande número de idosos apresentarem uma ou mais doenças crônicas e exibirem limitações em suas atividades, esta se apresenta de forma positiva uma vez que os idosos exibem ganhos significativos para sua saúde. Como a projeção futura é que a população idosa brasileira aumente cada vez mais, fica evidente a necessidade de se abrir às portas da atenção básica, por meio dos profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF) para os idosos. A enfermagem como parte essencial do ESF, deve prestar aos idosos de sua área de cobertura uma assistência integral e isso só é possível quando se conhece as particularidades da pessoa idosa. A consulta de enfermagem é compreendida como a atenção prestada ao indivíduo, à família, e à comunidade de modo sistemático e contínuo, realizada pelo profissional ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 enfermeiro com a finalidade de promover a saúde, mediante o diagnóstico e tratamento precoce (OLIVEIRA; TAVARES, 2010). Identificou-se que, o que eles mais esperam da consulta de enfermagem são as ações técnicas, ou seja, voltadas a atender as suas necessidades biológicas. Profissionais que cuidam de idosos devem iniciar suas ações terapêuticas já com a simples presença: a saudação gentil, as abordagens bem humoradas que transmitem alegria, o respeito e a esperança que exercem efeitos surpreendentes. Ainda que conquiste a confiança do usuário e da família, o profissional precisa ser atencioso e fornecer explicações, responder perguntas, demonstrar boa vontade em esclarecer todas as dúvidas. Acima de tudo, o profissional tem que ter o claro discernimento que sua postura deve transmitir conhecimento e segurança, sem austeridade (SALDANHA; CALDAS, 2004). As expectativas dos idosos em relação à consulta de enfermagem na sua maioria são coincidentes com as de outros estudos, como o de Pereira e Costa (2007), onde os idosos esperam receber a receita para manter a medicação, devido a situações de cronicidade (antidiabéticos, hipotensores, diuréticos, anti inflamatórios, entre outros.); verificar a pressão arterial e a glicemia capilar; e receber orientações quanto ao uso dos medicamento, alimentação e prática de atividades físicas, o que é também observado neste estudo. O trabalho em saúde não pode ser expresso apenas por equipamentos e saberes estruturados, ele requer a incorporação de novos recursos para transitar no campo das relações interpessoais. Os idosos entrevistados, de um modo compreensivo, mostraram-se bastante satisfeitos com o atendimento prestado pela enfermagem em sua área de abrangência. A equipe de enfermagem é responsável pela melhoria da qualidade da assistência e consequente satisfação do usuário; entretanto, deve-se pensar na produção de cuidados e práticas humanizadas levando-se em conta as especificidades desse ofício que envolve a utilização intensiva de capacidades físicas e psíquicas, intelectual e emocional, incluindo troca de afetos e de saberes. Desta forma, se o atendimento é voltado para o bem estar do idoso, não é difícil que os pacientes estejam satisfeitos durante o mesmo, pois a tarefa de atender traz consigo benefícios ou resultados positivos, tais como satisfação, melhora do senso de realização, aumento do sentimento de orgulho e habilidade para enfrentar desafios, melhora no relacionamento com idoso, retribuição, entre outros (FREITAS, 2002). As falas mostram o reconhecimento dos idosos de serem bem atendidos pela enfermagem e diante desse resultado a relação que se estabelece entre o idoso e o profissional de saúde é de satisfação. A satisfação é um importante instrumento para avaliar a qualidade da assistência prestada. Grande parte dos problemas de saúde pode ser resolvida atribuindo às unidades básicas funções de acolhimento, diálogo-comunicação, assistência humanizada e vigilância à saúde. De acordo com Schimith e Lima (2004), a satisfação do usuário está diretamente ligada ao acolhimento e vínculo entre ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 profissional e paciente, proporcionando assim, qualidade nos serviços prestados. Diante deste contexto, onde os idosos se mostram satisfeitos, compreende-se que a enfermagem vem cumprindo o seu papel no sentido de fornecer acesso à porta de entrada do vínculo profissional-usuário. No entanto, o cuidado à saúde continua centrado na doença, considerando que esta população deveria estar envolvida em ações promotoras da melhoria da qualidade de vida, especialmente ações educativas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Através deste estudo foi possível perceber que os idosos, de um modo geral, estão satisfeitos em relação às ações de enfermagem desenvolvidas para sua saúde. Mesmo diante da satisfação expressa por eles, percebe-se que há ainda a necessidade de uma maior divulgação para os idosos sobre um conceito mais amplo de saúde, é possível considerar que ainda persiste uma cultura voltada para a necessidade de cuidados curativos. O estudo mostrou também que através da relação que se estabelece com o cliente é possível desvelar as necessidades de saúde e assistenciais sentidas pelo mesmo. Desta forma a atitude compreensiva da enfermagem é fundamental para que se alcance o bem-estar e a saúde do idoso. Cabe aos profissionais de enfermagem que lidam com a Estratégia de Saúde da Família, o acesso à educação permanente, visando uma atenção básica competente, humanizada e resolutiva. Espera-se que esta pesquisa possa subsidiar outros estudos, favorecer a compreensão das necessidades decorrentes do processo de envelhecimento, contribuir para que os futuros idosos não sejam estigmatizados e para que esta fase da vida seja mais bem compreendida e respeitada em sua plenitude. É importante ressaltar que ter ou não as necessidades de saúde supridas, não é responsabilidade individual. Fatores econômicos, sociais e culturais interferem diretamente no bem-estar de uma população. Desse modo, deve-se investir constantemente para a construção de uma sociedade que esteja preparada para envelhecer com qualidade. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 SEPSE NEONATAL PRECOCE E SEUS CUIDADOS: UM OLHAR DA LITERATURA Sumina Kayanni Alves de Lima, Faculdade Leão Sampaio Maria Ludvania Romualdo Duarte, Faculdade Leão Sampaio Pedro Paulo Rodrigues, Faculdade Leão Sampaio Rayane Moreira de Alencar, Faculdade Leão Sampaio Ana Raquel Bezerra Saraiva, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Sepse Neonatal Precoce. Recém-Nascidos. Assistência Enfermagem INTRODUÇÃO: A mortalidade infantil atualmente vem sendo vista como um indicador de qualidade de vida e da assistência prestada dos vários âmbitos da saúde, podendo ser observadas ao longo dos tempos com acréscimos e decréscimos de seus índices. No que tange ao período neonatal houve um decréscimo da morbimortalidade infantil, principalmente devido ao resultado de boas campanhas de vacinação, o incentivo ao aleitamento materno e divulgação de medidas preventivas de doenças infectocontagiosas. Quando o óbito acontece na primeira semana de vida é chamado de morte neonatal precoce, o que possibilita diante de sua ocorrência questionamentos de como estão sendo realizadas a promoção e prevenção dos fatores que levaram a esses óbitos (BRASIL, 2010). A sepse neonatal precoce é definida como uma infecção sistêmica, que se apresenta até 72 horas após o nascimento, em que irá apresentar alterações clínicas e laboratoriais diversas, tem como o principal agente causador o Streptococcus agalactiae, também chamado Streptococcus do grupo B (VALÉRIO et al., 2012). A sepse é vista como uma Síndrome de Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS) na presença de: disfunção cardiovascular, síndrome do desconforto respiratório agudo ou duas ou mais disfunções orgânicas, em decorrência da imaturidade do sistema imunológico ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 dos Recém-Nascidos (RN) (AGMONT; 2010). Os fatores de risco para a sepse neonatal podem ser agrupados em fatores maternos, neonatais ou ambientais. Dentre os principais fatores de risco estão o trabalho de parto prematuro; a ruptura de membranas em período superior de 18 horas antes do parto; a colonização materna pelo Streptococcus agalactiae (SGB); febre materna (≥ 38 ºC) durante ou imediatamente após o trabalho de parto; baixo peso ao nascimento (< 2500 g); corioamnionite e filho anterior com infecção neonatal (KREBS; 2003). A taxa de transmissão materno-fetal de bactéria é alta, chegando a 50%, calcula-se que entre 1 a 2% do total de RNs desenvolvam a doença, sendo a infecção precoce a mais comum entre os nascidos a termo, acima de 37 semanas de gestação (SILVEIRA; GIACOMINE; PROCIANOY, 2010). A apresentação clínica da infecção precoce de sepse pode ocorrer na forma de pneumonia ou meningite, em geral nas primeiras 24 horas de vida da criança. Os sinais são inespecíficos, como o aumento da irritabilidade, surgimento de letargia, alteração da temperatura corpórea, aumento da frequência respiratória, hipóxia, choque séptico, caracterizado por má perfusão tecidual e hipotensão (AGMONT; 2010). A manifestação tardia da infecção neonatal, por SGB, pode estar relacionada ao contato do RN com familiares, amigos ou demais frequentadores do ambiente hospitalar. Ao contrário da doença precoce, ela se manifesta com mais frequência em RNs pré-termo, sendo sua forma clínica mais comum a bacteremia. Nos quadros de bacteremia existe um histórico prévio ou atual de infecções respiratórias de vias aéreas superiores (IVAS), acompanhado dos mesmos sinais e sintomas da precoce (KREBS; 2003). Como exames complementares para o diagnóstico de sepse neonatal precoce destaca-se o leucograma; a proteína C-reativa (PCR) e a cultura para bactérias piogênicas (FREITAS et al., 2011). Como forma de prevenção do surgimento da sepse, estão os cuidados realizados pela assistência de enfermagem, evidenciados pela atividade de supervisão constante e atenta ao RN; administração de medicamentos conforme prescrição médica; aferição de sinais vitais e o controle hídrico (AGAMONT; 2010). Existe uma preocupação constate dos enfermeiros diante da assistência prestada, no intuito de reduzir ou minimizar o surgimento da sepse, pois a utilização da técnica asséptica torna-se primordial como forma de prevenção de seu aparecimento. Assim, avaliar e conhecer as formas de sepse, bem como sua prevenção servirá para minimizar o seu surgimento e até mesmo para que outros profissionais entendam como poderão prevenir e melhorar a sua assistência. Diante do exposto, uma assistência qualificada e humanizada favorece a redução dos índices de mortalidade infantil, principalmente quando foram em decorrência de fatores evitáveis como quebra de técnica diante da assistência realizada. Assim, promover uma discussão, tanto com a comunidade acadêmica quanto com os profissionais, permite que sejam revistas as formas de assistir ao RN enfermo, minimizando, assim, o risco de ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 mortalidade pela quebra de qualidade de assistência. OBJETIVOS: Conhecer, sob a ótica da literatura, os principais fatores desencadeantes da sepse em recém-nascidos, bem como os seus cuidados para sua prevenção. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo de revisão sistemática, com uma abordagem qualitativa. Uma revisão sistemática é toda aquela em que podem ser avaliadas as pesquisas originais e abstração de dados literários, evitando ou minimizando futuras distorções de resultados (ROUQUAYROL; ALMEIDA FILHO, 2003). A pesquisa qualitativa consiste de uma maneira para explicar de forma ampla e concreta as características e significados das informações analisadas, bem como seus resultados, sem utilizara para isso de dados quantitativos (OLIVEIRA, 2010). Após a definição do tema foi realizada uma consulta de artigos publicados na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), com os seguintes critérios de inclusão: artigos completos, na íntegra e em português e que em seu titulo ou resumo fizessem menção a “Sepse neonatal precoce”. A ordem para seleção foi realizada da seguinte forma: leitura do título e do resumo e apreciação pormenorizada do artigo. Com isso, foram encontrados noventa (90) artigos, dos quais apenas vinte e dois (22) encontravam-se de acordo com os critérios, sendo relevantes para a pesquisa em questão. Foram excluídas publicações que não faziam referência a recém-nascidos prematuros e/ou seres humanos e aquelas que, após a leitura pormenorizada do artigo, não associassem sepse neonatal precoce. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Sabe-se que a sepse neonatal constitui um problema de saúde pública com grande impacto em vários aspectos, pois acarreta diretamente no aumento no tempo de internação, bem como elevação de custos com impacto econômico na assistência a saúde. Deve-se ter atenção especial a essa problemática nos países em desenvolvimento, onde se sabe da escassez de recursos humanos, financeiros e de medidas de prevenção com controle de infecções hospitalares, além do uso abusivo e pouco criterioso de antibióticos, favorecendo a resistência de micro-organismos (BARBOSA et al., 2014). A literatura aponta que foram determinados os fatores de risco para sepse neonatal precoce, como a própria prematuridade. Existe uma maior probabilidade para os RNs, nascidos com menos de 28 semanas de desenvolverem sepse, em relação aqueles com idade gestacional maior que 37 semanas. Cabe lembrar, que em geral, a sepse apresenta com um início silencioso, em que seus sinais e sintomas podem ser facilmente confundidos por serem bastante inespecíficos e apresentam semelhanças com condições da idade, como por exemplo: taquipneia transitória do recém-nascido, distermias ambientais, apneia de prematuridade e exacerbações agudas da displasia broncopulmonar. Por vezes o RN que se encontra verdadeiramente séptico, pode ser tratado apenas pela suspeita clínica presumida e não aquela confirmada de infecção (CAMPOS et al., 2010). Assim, torna-se relevante que os profissionais consigam identificar os pacientes que sejam de alto risco, o mais precocemente possível, sendo ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 esse um dos grandes desafios no cuidado de pacientes críticos. Pois, para a maioria das condutas, realizadas nos pacientes que estão com sepse severa, são baseadas tanto na clínica quanto na análise laboratorial. No entanto, cabe reiterar a importância de um maior entendimento na fisiopatologia da inflamação sistêmica, bem como a identificação dos fatores de risco para minimizar essa ocorrência (VALÉRIO, et al., 2012). Vale lembrar, que assim como a prematuridade, o baixo peso ao nascimento, também foi evidenciado como fator para o aumento do risco de infecção neonatal precoce. No que tange o acompanhamento pré-natal, se a gestante apresentar número de consultas próximo ao preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o risco para sepse neonatal precoce é bem reduzido. Pois, sabe-se que pelo menos seis consultas de pré-natal, favorece a redução dos índices de morbimortalidade infantil. A associação entre colonização vaginal materna e SGB também é amplamente reconhecida como fator de risco para sepse neonatal por este patógeno (SILVEIRA; GIACOMINIII; PROCIANOY, 2010). Este risco se torna mais elevado quando associado à ruptura prematura de membranas, bem como febre materna ou prematuridade. Para minimizar essa ocorrência usa-se quimioprofilaxia intraparto, o que favorece a redução da possibilidade de o RN desenvolver sepse neonatal precoce. Porém, sabe-se que um número muito restrito da população recebe a quimioprofilaxia, tendo em vista não ser uma prática nos vários serviços de saúde (GOULAR et al., 2006). A literatura, também, aponta para a ocorrência de sepse neonatal precoce em prematuros devido ao pré-natal insatisfatório, bem como em cenário de multiparidade, ou até mesmo a presença da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) materna (GOULAR et al., 2006). Os seguintes fatores que estão associados ao perfil materno que podem levar a sepse neonatal precoce são: idade materna superior a 25 anos, pré-natais com número insatisfatório de consultas, multiparidade, Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG), bolsa rota por tempo prolongado, e o nascimento por via abdominal. Já os fatores neonatais observados para o risco de sepse precoce estão: RN com asfixia grave e necessidade de reanimação na sala de parto; idade gestacional inferior a 33 semanas; quadro alterado respiratório e necessidade de suporte respiratório com ventilação mecânica; uso de surfactante e o uso de antibióticos para tratamento de sepse. Assim, os cuidados prestados nesse período se tornam de suma importância para a estabilidade do quadro do RN, pois toda assistência prestada deverá suprir as suas necessidades, de forma humanizada e que não lhe traga riscos de morte. Diante da assistência ao RN enfermo com sepse neonatal precoce, a enfermagem poderá atuar de forma singular com medidas de: supervisão constante e atenta ao RN; bem como diante da administração de medicamentos respeitando e orientando a sua administração apenas conforme prescrição médica; aferindo sinais vitais, com o controle do balanço hídrico; cuidados e atenção com o ambiente e ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 equipamentos utilizados, evitando futuras infecções decorrentes do manejo inadequado de equipamentos (REZENDE et al, 2010). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Sendo a sepse neonatal uma das causas que mais contribuem na taxa de morbimortalidade infantil, torna-se cada vez mais necessária a realização de estudos que demonstrem medidas de prevenção e terapêutica diante da assistência ao RN enfermo. Deve-se voltar o olhar também para as formas de aparecimento da infecção e suas medidas de prevenção, inclusive dando-se ênfase à resistência bacteriana em ambiente intra-hospitalar, principalmente quais agentes etiológicos são mais prevalentes e fatores de riscos. Assim, diante do amplo conhecimento possam estabelecer planos de ações na tentativa de reduzir as taxas de infecção precoce, sendo a quimioprofilaxia intraparto um fator a ser abordado como medida de saúde pública para redução da incidência desse tipo de sepse. No que tange a enfermagem, voltar o olhar para a assistência que respeite a técnica asséptica, bem como a atualização constante com a participação em cursos de capacitação para ampliar e nortear a assistência de toda a equipe de enfermagem minimizando, assim, os riscos de infecção para o recém-nascido. Com essa atualização, o profissional poderá reconhecer e identificar precocemente os sinais que possam sugerir um episódio de sepse em RNs, favorecendo uma assistência holística mais capacitada. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE NO PERÍODO CARNAVALESCO EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO Ítala Keane Rodrigues Dias (Universidade Regional do Cariri) Julia Mota Farias (Universidade Federal do Ceará) Érica Oliveira Matias (Universidade Federal do Ceará) Maria Naiane Rorim Nascimento (Universidade Regional do Cariri) O Carnaval brasileiro é considerado uma das maiores festas populares do mundo em que a população fica exposta a estímulos exacerbados de risco e vulnerabilidade como, por exemplo, uso e abuso de bebidas alcoólicas, acidentes de trânsitos, e relações sexuais desprotegidas (SILVA, 2008). Neste período, o trânsito torna-se também mais violento e consequentemente o número de vítimas é maior que nos dias normais do ano, assim como há um aumento dos riscos de gravidez indesejada, infecções por Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST‟s), HIV/AIDS, o que justifica e reforça a importância do desenvolvimento de campanhas preventivas neste período (PASSOS et al., 2010). A ideia das campanhas neste período justifica-se e na hipótese de que como há maior exposição às situações de vulnerabilidade, deve-se também intensificar estratégias educativas com o público que fica mais exposto aos riscos (PASSOS, et al., 2010). Para tanto, o Ministério da Saúde (MS) desenvolve todos os anos inúmeras campanhas no sentido se sensibilizar ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 a população a terem comportamentos seguros e facilitar o acesso aos serviços de diagnóstico e a insumos (PORTO, 2005). O público alvo dessas campanhas são os adolescentes e os adultos jovens, pois constituem fases da vida que apresentam diversas peculiaridades que a tornam repleta de riscos que podem influenciar negativamente em suas condições de saúde, principalmente em períodos festivos como o carnaval, causando aumento da demanda nos serviços de saúde, contribuindo para inúmeras repercussões para os níveis de saúde. Portanto, este público constitui um grupo estratégico para o desenvolvimento de ações educativas e preventivas no enfoque da promoção da saúde (MALTA et al., 2012). Dentre os espaços para a realização de ações de promoção da saúde o ambiente escolar representa um espaço privilegiado para a realização e implementação dessas ações em especialmente aqueles que promovam a qualidade de vida dos participantes, pois além de ser um espaço para construção do conhecimento, há como prerrogativa legal o incentivo governamental para que se ofereça nesse âmbito o esclarecimento formal sobre temáticas transversais (BRASIL, 2000; MAIA et al., 2012). A Educação em Saúde consiste numa estratégia de aprendizagem sobre saúde, que envolve a capacidade permanente ou disposição para mudança de cada sujeito, compreendida como atividade principal da promoção da saúde para desenvolver autonomia, responsabilidade das pessoas e comunidades com sua saúde, além de ser uma prática social crítica e transformadora amplamente utilizada na prevenção de agravos (GUBERT et al., 2009). Desta forma, este estudo objetivou descrever uma estratégia educativa para promoção da saúde sobre os riscos durante o período carnavalesco em uma Instituição de Ensino Federal. Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência de uma estratégia educativa. A atividade foi realizada durante o mês de Fevereiro de 2015, pelos profissionais que compõem a equipe de Assistência Estudantil do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Campus Tauá, nos turnos da manhã e tarde com o propósito de abranger uma quantidade máxima de alunos e servidores. A equipe multiprofissional é composta por: Enfermeira, Psicóloga, Assistente de Alunos, Assistente Social e Pedagogos. A instituição é composta por docentes; Técnicos Administrativos; Profissionais terceirizados; e aproximadamente 135 discentes matriculados, em sua maioria adolescentes e adultos jovens. A instituição oferta, atualmente, dois cursos um de nível Superior (Tecnologia em Telemática) e outro de nível técnico (Agronegócio). Como recurso para desenvolver a estratégia educativa foi ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 elaborado um mural, previamente, para ficar exposto nas dependências do campus ornamentado em estilo carnavalesco contendo preservativos masculinos, que poderiam ser retirados, e cartazes com informações diversificadas relacionadas aos riscos do consumo e abuso de álcool e drogas, uso de preservativos e transmissão de DST´s, HIV/AIDS. O propósito do mural foi de caráter informativo e proporcionar que as pessoas fossem estimuladas pela curiosidade a adquirir preservativos de fácil acesso e sem burocracias. Na medida em que os preservativos eram retirados havia a sua reposição no mural pela equipe da Assistência Estudantil. No dia em que a estratégia educativa foi realizada, utilizou-se: um jogo sobre mitos e verdades, como recurso educacional; preservativos femininos e masculinos para ser feita demonstrações do uso correto; acessórios e fantasias carnavalesca para os participantes; e o auxilio de uma caixa de som tocando marchinhas de carnaval, esses dois últimos foram utilizados para proporcionar um aspecto lúdico e festivo na instituição. O jogo era composto de vinte e seis afirmações em um folheto de cores diversificadas, espalhadas em uma mesa para que cada participante pudesse escolher uma e responder se a afirmativa correspondia a uma verdade ou um mito sobre as seguintes temáticas: métodos contraceptivos, ingestão de drogas e bebidas alcoólicas, gravidez indesejada, formas de transmissão e de prevenção das DST´s, HIV/AIDS. Aqueles que justificassem a afirmativa de forma correta recebia como brinde um preservativo. Observou-se que o mural foi uma estratégia que alcançou os resultados esperados, pois houve uma alta demanda na procura pelos preservativos, na medida em que era necessário fazer a sua reposição periodicamente. Dessa forma, por ter um atrativo no local as pessoas eram motivadas a ir até o mural e assim ter acesso às informações que estavam nos cartazes. Porto (2005) ressalta que é surpreendente a abrangência dos anúncios veiculados em cartazes, em um estudo realizado por ele revelou que as mensagens da Campanha de Carnaval divulgadas por esse meio aparecem em segundo lugar entre os meios mais eficazes, sendo lembradas por grande parte das pessoas, além disso, é considerado o canal da mídia que alcança uma distribuição mais uniforme. Existem indícios de que os anúncios de campanhas divulgadas por este meio contribuíram para reforçar algumas atitudes, especialmente no que se refere à afirmação da responsabilidade dos jovens na aquisição de preservativos. Para que a estratégia de disponibilização de preservativos não fosse realizada de forma isolada foram somadas outras ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 estratégias no dia da atividade educativa, como a demonstração da correta utilização dos métodos e a discussão sobre as vantagens do método. Percebeu-se que o preservativo masculino não despertou interesse dos participantes, talvez por ser mais comum e de fácil acesso, em contra partida, o preservativo feminino chamou bastante atenção, em vista que muitos afirmaram nunca terem visto, outros mencionaram que apenas viram, mas não sabia como ser utilizado, o que despertou um grande interesse dos alunos e dos funcionários em conhecê-lo e aprender a forma correta do seu uso. Observou-se que esse interesse partiu de ambos os gêneros. Dessa forma, na medida em que era demonstrado como usar o preservativo através de imagens e simulações também se deu ênfase a sua vantagem, fazendo com que muitos tivessem interessem, pois durante e após a atividade alguns solicitaram o preservativo. Pode-se explicar a falta conhecimento em relação a este método devido a sua pouca disponibilidade nos serviços de saúde e até mesmo no comércio. Isso foi notado através da verbalização de uma servidora em que afirmou que tinha vontade de usar, mas nunca encontrava pra comprar. Segundo Oliveira et al. (2008) e Santos et al. (2005) as mulheres, em geral, tem pouca ou nenhuma experiência com os métodos de barreira intravaginais, sendo fundamental intervenções educativas que promovam a adesão e a colocação correta da camisinha feminina. Esse método é mais aceito por mulheres que conheçam seu corpo e tenham domínio sobre a forma correta de usa-lo, pois uma das principais dificuldades das mulheres para utilizar o método e a falta de intimidade com seu próprio corpo, provavelmente por questões culturais e de gênero. Mesmo que o preservativo feminino não esteja disponível na unidade de saúde é dever do profissional prestar informações sobre ele, pois cabe a sociedade civil organizada exercer o controle sobre o cumprimento da pactuação para a sua aquisição. Uma pesquisa realizada no Brasil com mulheres sobre a aceitabilidade do preservativo feminino demonstrou elevadas taxas de adesão, de continuidade de uso e de aceitabilidade do método após terem participado de um grupo para receber informações. A mesma pesquisa ainda identificou que os parceiros referiram algumas vantagens desse método, como não apertar o pênis, ser confortável e não ter preocupação com a colocação, e como aspecto negativo afirmaram a interferência na estética: e feio e/ou estranho (BRASIL, 1999). Diante disso, evidencia-se a necessidade de ações que possam fornecer mais acesso a informação sobre os métodos contraceptivos para a população, principalmente ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 para as mulheres, para que estas possam ter a autonomia de poder optar pela melhor forma de prevenção, fortalecendo dessa forma o autocuidado e os seus direitos sexuais e reprodutivos. As fantasias foram bem aceitas tanto pelos alunos como pelos servidores, ao som de marchinhas de carnaval os participantes se envolveram na atividade, postaram fotos nas redes sociais registrando a participação e o propósito da atividade. Quanto ao jogo de mitos e verdade, a maioria dos jovens participou da atividade. Houve aqueles que participaram mais de uma vez, demonstrando interesse tanto nas informações como ao brinde, que era um preservativo. A estratégia de premiação foi positiva por estimular a participação dos jovens. Assim, quanto mais questionamentos feitos a um participante mais oportunidade de conhecimentos e reflexão sobre as temáticas abordadas eram proporcionados. Muitas afirmações foram respondidas de forma correta, porém houveram algumas que foram respondidas incorretamente pela maioria, como por exemplo, “Usar duas camisinhas ao mesmo tempo previne duas vezes mais as DST’s e a gravidez”; “Ingerir bebidas alcoólicas melhora o desempenho sexual”; “As mulheres são mais sensíveis aos efeitos do álcool que os homens”. Esses achados evidenciam que ainda há lacunas sobre alguns aspectos dos temas abordados, o que pode representar uma vulnerabilidade para esta população, tornando-os expostos a situações de riscos. Ao responder essas afirmações de forma incorreta, muitos participantes justificavam a resposta por já ter escutado anteriormente de algum amigo ou familiar, com isso observa-se que muitas vezes o aspecto cultural é errôneo. CAMILO et al. (2009) mencionam que a maioria dos jovens tem pouco ou nenhum conhecimento sobre as DST‟s, alguns sabem informações básicas, como o modo de transmissão e doenças mais frequentes, mas surgem dúvidas sobre os métodos anticoncepcionais e a gravidez, o que pode ser um reflexo da carência de informações na escola e na família, e de conhecimento adquirido sem fundamentação científica. Dessa forma, através das manifestações dos participantes, há necessidade de estratégias mais frequentes e eficazes de promoção da saúde ainda sobre os temas abordados, que possam desvelar e desmistificar as dúvidas e as informações incorretas, proporcionando capacidade de melhor cuidado com a saúde. Conclui-se que a atividade proposta alcançou o seu objetivo por proporcionar na instituição um momento lúdico de aprendizagem, discussão, reflexão e sensibilização de todos sobre os riscos inerentes as festividades, como o uso de álcool e outras drogas, gravidez precoce, uso de métodos ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 contraceptivos e sobre as DST‟s, HIV/AIDS, fazendo com que os participantes pudessem ter atitudes de forma consciente e saudável, minimizando as ações que possam trazer consequências desastrosas e grandes repercussões para as suas vidas. As ações visando estratégias preventivas sobre o uso de álcool e drogas e em saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes e adultos jovens necessitam considerar comportamentos de lazer e festas comuns desse público, juntamente a fatores comportamentais ligados a essas situações, criando-se estratégias que reduzam riscos aos agravos à saúde. A partir desta ação se evidenciou a necessidade da inclusão de ações periódicas realizadas no IFCE Campus Tauá referente às temáticas abordadas, principalmente pelo profissional enfermeiro do Campus que deve possuir habilidades e capacitação que possam proporcionar diálogo e orientações de medidas preventivas tanto para os alunos como para os demais que compõem e instituição. A vulnerabilidade aos agravos de saúde, bem como as questões econômicas e sociais, nas suas vertentes de educação, cultura, esporte, lazer e outros, determinam a necessidade de atenção mais específica e abrangente aos jovens, proporcionando direito à saúde através do acesso a informações e ao conhecimento de forma universalizada, hierarquizada e regionalizada, dentro dos preceitos do Sistema Único de Saúde (SUS). Este estudo servirá para que sejam repensadas outras ações e propostas a serem realizadas em situações distintas, por trazer aspectos que precisam ser mais explorados. O contexto em que a atividade foi realizada, ambiente escolar, se mostrou favorável para se trabalhar conhecimentos, habilidades e mudanças de comportamento, pois é local em que os jovens permanecem o maior tempo do seu dia, tornando-se, propício e adequado para o desenvolvimento de ações educativas e de promoção da saúde. PALAVRA-CHAVE: Promoção da saúde; Enfermagem; Escola; Educação em Saúde; Doenças Sexualmente Transmissíveis; Drogas. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 NOVEMBRO AZUL: CONTRIBUIÇÕES DO INSTITUTO FEDERAL DO CEARÁ PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE Ítala Keane Rodrigues Dias ,Universidade Regional do Cariri Érica Oliveira Matias ,Universidade Federal do Ceará Helyane Candido Pereira ,Universidade Regional do Cariri Eloíza Barros Luciano (Universidade Regional do Cariri PALAVRAS-CHAVE: Promoção da saúde; Educação em Saúde; Saúde do Homem; Câncer de Próstata, Diabetes Mellitus. Os meses do ano têm sido utilizados para eleger ações especificas referentes aos principais problemas de saúde pública, assim, são dadas cores aos meses que tem alguma representação e simbologia para as respectivas ações. O mês de Novembro foi escolhido para divulgar, esclarecer, sensibilizar, incentivar e alertar a população, principalmente os homens, para a importância da realização dos exames de detecção precoce do câncer de próstata, sendo a cor azul a escolhida para a campanha “Novembro Azul”. Ainda neste mesmo mês, no dia 19, é comemorado o dia mundial da Diabetes Mellitus (DM), a qual também é representada pela cor azul. Dessa forma, profissionais de saúde com o apoio das instituições de saúde e de ensino tentam mobilizar a comunidade em prol de ações que busquem esclarecer a comunidade sobre a ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 importância de ações preventivas e de diagnóstico precoce para essas comorbidades. De acordo com o INCA (2015), o câncer de próstata é o mais incidente entre os homens em todas as regiões do país, foi estimado para o ano de 2014 aproximadamente 68.800 casos novos de câncer de próstata no Brasil, esses valores correspondem a um risco estimado de 70,42 casos novos a cada 100 mil homens. Por sua vez, o DM é uma doença crônica de fundo metabólico na qual existe, por parte do organismo incapacidade total ou parcial para metabolizar a glicose, o tipo 2 que geralmente acomete pessoas mais velhas, é o mais frequente, responsabilizando-se por mais de 90% dos casos. Essa doença crônica é responsável por uma epidemia mundial, representando um grande desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo. Somente no ano de 2002 eram 173 milhões de adultos com a doença, com a projeção de chegar a 300 milhões em 2030, além disso, a DM é um importante fator de risco e de disfunção para outras condições mais graves, tais como, as Doenças Cardiovasculares, Insuficiência Renal e a cegueira (GOULART, 2011). Dessa forma, o diagnóstico precoce, tratamento e a prevenção tanto do DM e do câncer de próstata devem ser viabilizadas por meio do acesso aos serviços de saúde e programas educativos efetivos e eficazes através de metodologias que proporcionem capacitação da população através do acesso a informação que permitam as pessoas fazerem escolhas por medidas preventivas a fim de terem uma vida mais saudável. Os profissionais de saúde, dentre eles Enfermeiros devem ter competências para atuar na prática educativa buscando conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para a concretização dessas ações educativas a serem realizadas junto aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) visando à educação para o autocuidado (FRIGO et al., 2012). Dessa forma, este estudo objetivou descrever uma ação de promoção da saúde acerca do câncer de próstata e da DM no mês de Novembro, promovido pelo Instituto Federal do Ceará (IFCE) Campus Tauá, em uma comunidade da Região dos Inhamuns. Este estudo consiste em um Relato de Experiência de uma atividade realizada no dia vinte e oito de Novembro do ano de 2014. A atividade foi organizada pela Enfermeira do IFCE Campus Tauá, com o apoio dos servidores da instituição. O IFCE é uma instituição de ensino que tem como missão produzir, disseminar e aplicar os conhecimentos científicos e tecnológicos na busca de participar integralmente da formação do cidadão, tornando-a mais completa, visando sua total inserção social, política, cultural e ética. Com isso, desenvolve ações articuladas com a comunidade na qual está inserido na perspectiva de contribuir no âmbito da saúde, do meio ambiente, da tecnologia e produção, da cultura, comunicação, educação, direitos humanos e justiça. No Campus Tauá, atualmente, é ofertado dois cursos, um de nível Superior (Tecnologia em Telemática) e outro de nível técnico (Agronegócio). Para desenvolver a promoção da saúde no Novembro azul a Enfermeira do Campus participou de um programa de rádio da cidade de ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 Tauá para esclarecer a comunidade sobre alguns aspectos do câncer de próstata e da DM, a exemplo: quais são os fatores de riscos dessas duas doenças, quais os sinais e sintomas apresentados, como são realizados os exames de diagnóstico e as medidas preventivas. Após a participação do programa de rádio toda a comunidade foi convidada para participar da atividade promovida delo IFCE que iria ocorrer próximo á rádio, localizada no centro da cidade, referente as duas comorbidades. A ação consistiu em realizar exame de glicemia capilar através do glicosímetro, que é um aparelho de controle glicêmico com grande potencial de aplicação no auxílio de diagnóstico, monitoramento e prevenção das complicações da DM, com o propósito de identificar alterações sugestivas da doença; entregar folders informativos sobre o câncer de próstata e DM, no sentido de estimular a população masculina para realizar o exame do toque retal através de esclarecimentos sobre a importância do exame e informar sobre aspectos do DM. Os homens que participavam da ação tinham direito de estourar um balão contendo uma numeração de um brinde personalizado do IFCE, em virtude e ser um mês especifico de ações voltadas à saúde do homem. A ação ocorreu durante toda a manhã. A atividade na rádio pode contribuir para aumentar o conhecimento da população e esclarecer a comunidade sobre dúvidas relacionadas às duas doenças, proporcionando para aqueles que tiveram acesso ao programa de rádio refletir sobre seus hábitos de vida no enfoque do autocuidado. O momento na rádio também serviu pra divulgar a ação que iria ser realizada pelo IFCE, logo em seguida, que séria a verificação de glicemia capilar, entrega de folders informativos e premiação de alguns brindes para os participantes. A rádio é um dos meios de comunicação que pode ser usado para o desenvolvimento de ações de promoção da saúde, na medida em que se torna um facilitador para levar informações e conhecimentos para a sociedade civil, devendo ser umas das estratégias utilizadas pelos profissionais da saúde. Para Porto (2005) os anúncios do rádio são os que possuem uma presença mais constante em todas as classes sociais e suas mensagens tem altos índices de exposição entre o público em geral. A realização de glicemia capilar foi realizada em 53 pessoas que manifestaram interesse em fazer o exame. Deste total de pessoas 19 foram mulheres e 34 homens. Todos eram adultos. As idades mais prevalentes estavam entre 40 a 49 anos, que somaram quinze; entre 50 e 59 anos, total de doze e entre 60 a 69 que corresponderam a oito. A participação predominante dos homens foi um aspecto muito positivo da atividade, em vista que eles consistiam em um dos principais público alvo, embora a ação desenvolvida pelo IFCE abrangesse toda a comunidade isso denota o engajamento e o reconhecimento desse público em torno das atividades do Novembro azul, devido ser um mês do desenvolvimento de campanhas especifica para a saúde masculina. Com isso, percebe-se que cada vez mais os homens estão participando de forma efetiva das ações que ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 veem sendo implementadas desde o ano de 2008, em que foi criado pelo Ministério da Saúde a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, com objetivo de promover ações de saúde que contribuam significativamente para a compreensão da realidade singular masculina nos seus diversos contextos socioculturais e político-econômicos, a fim de possibilitar o aumento da expectativa de vida e a redução dos índices de morbimortalidade por causas que poderiam ser prevenidas e evitadas nessa população (BRASIL, 2008). O fato da maioria dos participantes estarem na faixa etária acima dos quarenta anos foi bastante satisfatório, pois corresponde a faixa etária indicada para iniciar a realização dos exames preventivos de câncer de próstata, contemplando dessa forma um dos objetivos da ação, que era exatamente sensibilizá-los sobre a importância do exame. Pois, de acordo com o INCA (2015) o único fator de risco bem estabelecido para o desenvolvimento desse câncer é a idade, aproximadamente 62% dos casos diagnosticados no mundo ocorrem em homens com 65 anos ou mais e nos casos em que há o tratamento adequado e de forma precoce a sobrevida aproximada chega a ser de 80%, portanto, ações de controle da doença devem focar em outras estratégias, como a prevenção primária e o diagnóstico precoce. Observa-se que enquanto era realizado e exame glicêmico os homens eram abordados e interrogados quanto à realização do exame do toque retal. Um fato importante é que grande parte deles afirmaram já ter realizado o exame; alguns relataram inclusive, realiza-lo periodicamente; uns ainda mencionaram que iriam realizar, já tendo a data agenda; enquanto os outros que ainda não havia feito e apresentavam a idade indicada se reforçou a importância de ter de fazê-lo devido possibilitar um diagnóstico precoce e melhor prognóstico da doença. Embora, Carrara et al. (2009) afirmarem que a proposta inclusiva dos homens em ações de saúde é desafiadora por eles não terem reconhecimento do cuidado e valorização do corpo no propósito da saúde como questões sociais e preconceito existir em relação ao gênero masculino, nós podemos verificar durante a atividade um comportamento positivo por parte do sexo masculino em relação aos cuidados com a saúde, em vista que foi surpreendente a quantidade de homens que participaram da atividade e afirmaram já terem realizado exames preventivos e de forma periódica. Esses achados demonstram que essa população vem se tornando cada vez mais consciente e valorizando os cuidados com o corpo no sentido da saúde como questão social. Portanto, é necessário que os profissionais de saúde, em relação à saúde do homem, adotem formas diferentes de pensar, rompendo crenças e valores para incorporar novos conceitos pertencentes a sua saúde adequando as ações de prevenção, promoção, proteção e recuperação ao contexto em que estão inseridos, aproveitando as diferentes formas para garantir que o homem crie o hábito rotineiro de cuidados e que diferentes meios sejam utilizados para alcança-los através de ações de ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 educação em prol da saúde (SILVA, et al., 2013). A premiação de brindes para aqueles que participaram contribuiu para dinamizar a ação, servindo de incentivo para que outras pessoas pudessem participar também. Ao ser entregue os folders se tinha o cuidado de explicar as informações contidas neles, para que não se tornasse uma ação mecanizada, proporcionando dessa forma um maior entendimento por parte das pessoas. Quanto aos resultados do exame da glicemia capilar a maioria obteve um valor entre 100 a 150mg/dl, trinta e três pessoas; treze apresentaram um valor menor que 100mg/dl; dois obtiveram um valor entre 180 e 190mg/dl, enquanto dois estavam com hiperglicemia apresentando respectivamente 207mg/dl e 267mg/dl. O fato foi que as pessoas que afirmaram ter DM apresentaram a glicemia dentro dos parâmetros normais, enquanto aqueles que cotiveram um valor elevado e hiperglicemia afirmaram que não sabiam se tinham a doença. Nenhum que estava com a glicemia elevada relatou, no momento, nenhuma queixa após interrogando pela enfermeira. Os que apresentaram valor maior de 200mg/dl receberam encaminhamento para realizar acompanhamento na Estratégia Saúde da Família de referência além de se reforçar a importância de fazer o diagnóstico e tratamento. A verificação da glicemia pode proporcionar para aqueles que tivessem a doença a oportunidade de verificar seus níveis glicêmicos auxiliando o tratamento, assim como pode se fazer um rastreamento daqueles que tinham alguma alteração, servindo, portanto de alerta, além de identificar os que provavelmente possuíam a doença e ainda continuavam sem tratamento. Mira, Candido e Yale (2008) afirmam que as campanhas públicas de conscientização, associadas aos métodos modernos de diagnóstico e tratamento do DM, têm resultado, ao longo das últimas décadas, tanto em aumento no número de casos diagnosticados da doença quanto em aumento da expectativa de vida dos pacientes, proporcionando tratamento precoce com diminuição das complicações. De fato, segundo (BRASIL, 2006) o envelhecimento da população, a urbanização crescente e a adoção de estilos de vida pouco saudáveis como sedentarismo, dieta inadequada e obesidade são os grandes responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência da diabetes em todo o mundo. Assim, além das medidas visando o diagnóstico precoce da doença o combate aos principais fatores de risco deve ser incluído como estratégias essenciais, uma vez que a DM se tornou uma doença tão comum e de grandes repercussões para a vida das pessoas. Pode-se concluir a parti deste estudo que a comunidade foi bastante receptiva e participativa durante a atividade proporcionando que a promoção da saúde pudesse ser realizada com êxito, e que essa atividade pode contribuir para orientar e auxiliar na tomada de decisão e conscientizar os sujeitos participantes sobre a importância do autocuidado. O sucesso da ação pôde ser obtido devido à integração e participação dos servidores do IFCE Campus Tauá, o que demonstra a importância que é dada pela equipe para ações em torno da ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 qualidade de vida da população. É importante que as ações voltadas para a prevenção do câncer de próstata e da DM sejam realizadas de forma constantes promovidos pela atenção primária e não somente durante o mês de Novembro em torno da Campanha Novembro Azul. Além disso, os serviços de saúde devem proporcionar e facilitar o atendimento ao publico masculino, o qual apresenta suas particularidades, tentando sempre inseri-los em ações de promoção da saúde para que estes possam adquirir o habito de perpetuar uma prática saudável de vida. Este estudo torna-se um instrumento que poderá nortear o desenvolvimento de outras intervenções de caráter educativo e de promoção da saúde por órgãos gestores e demais profissionais de saúde, além de produzir avanços mais significativos no enfoque que é dado às práticas educativas desenvolvidas pelo Enfermeiro na perspectiva de reduzir no sistema público de saúde as taxas de morbidade e mortalidade e aumentando a qualidade de vida dos usuários. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 IMPACTO NA DINÂMICA FAMILIAR DIANTE DO INTERNAMENTO DE UMA CRIANÇA: REFLETINDO SOBRE A PERCEPÇÃO DO ACOMPANHANTE Leiliane de Queiroz Oliveira, ESP Zilma Nogueira da Silva, SOSPI Daniela Cavalcanti e Silva Novais Carvalho, FMABC Magnollya Moreno de Araújo Lelis, URCA Rafaely Maria Pereira de Carvalho Queiroz, FLS PALAVRAS-CHAVE: Hospitalização; impacto; dinâmica familiar. INTRODUÇÃO: A internação hospitalar é um dos eventos que mais pode causar alterações na rotina de qualquer ser humano, gerando uma série de mudanças nos hábitos de toda a família, tornando-se uma situação crítica e delicada (FAQUINELLO, HIGARASHI, MARCON, 2008). Durante o processo de hospitalização as crianças e suas famílias estão expostas a diversas pressões externas e internas, no que diz respeito privação do ambiente familiar, dos demais membros da família, da vida escolar e das atividades da vida diária como as brincadeiras infantis (MILANESI, COLLET, OLIVEIRA, VIEIRA, 2006). A hospitalização é uma situação desencadeadora de sofrimento de natureza social, emocional, cognitiva e motivacional, tanto para as crianças envolvidas, como para os familiares; o fato de ter um filho hospitalizado gera mudanças em toda a dinâmica familiar (VITORINO, LINHARES, MINARDI, 2005). Quando a enfermidade e a hospitalização atravessam a trajetória das famílias e do desenvolvimento da criança, emergem algumas questões fundamentais, como o fato primordial podemos citar as dificuldades em permanecer acompanhando seus filhos durante o internamento, principalmente ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 quando possuem outros filhos que também necessitam de cuidados. O internamento hospitalar provoca uma série de problemáticas uma vez que a hospitalização de um filho desestabiliza a família, gerando alterações no processo saúde-doença dos demais membros da família. Cabe a Equipe de Enfermagem e demais profissionais da equipe, se utilizar de intervenções que ajudarão a família a mudar suas expectativas sobre o membro doente de maneira realista; criando um ambiente hospitalar de privacidade e de apoio para a família (CARPENITO, 2001). A criança não está isolada no mundo, sempre que uma criança adoece toda a família adoece junto, não importa se o caráter é agudo ou crônico, se o tratamento será ambulatorial ou hospitalar, toda a dinâmica familiar é alterada; os demais aspectos da vida perdem sentido. A doença mostra-se assim, como um fator desorganizador da dinâmica familiar (ROSSI, RODRIGUES, 2007). A internação pediátrica mostra-se como uma reviravolta na vida familiar, obrigando a mãe a modificar seus hábitos e sua relação com os familiares, afastar-se das atividades rotineiras, dos amigos, e até do trabalho. (VASCONCELOS, et al, 2006). O medo do desconhecido, o sofrimento, à doença do filho e ao mesmo tempo não saber como proceder em relação aos outros filhos que ficaram em casa, agrava ainda mais o sofrimento da mãe, que muitas vezes não pode contar com a ajuda de familiares ou até mesmo de amigos. A mãe sofre por ter que deixar seus filhos pequenos aos cuidados de outras pessoas. Com base nesse contexto, consideramos relevante a problemática em questão, pois se constitui uma oportunidade de compartilhar aspectos modificadores da dinâmica familiar, fato esse gerador de diversas transformações no cotidiano de vida das famílias. A divulgação desse tipo de informação poderá contribuir para a melhoria da assistência prestada à criança hospitalizada, ampliando-a no sentido da integralidade, princípio doutrinário estabelecido pela política de atendimento prestado pelo Sistema Único de Saúde – SUS; incluindo a família nessa assistência, tentando amenizar seu sofrimento frente à hospitalização de um filho e contribuindo para uma melhor aceitação da doença, seu envolvimento no processo terapêutico e no desenvolvimento de estratégias de enfrentamento na mudança ocorrida na dinâmica familiar. OBJETIVOS: Conhecer o impacto na dinâmica familiar ocasionado pelo internamento hospitalar de crianças internadas em um hospital pediátrico de Juazeiro do Norte – Ceará; identificar o principal acompanhante da criança internada e quais os responsáveis diretos pelos cuidados dos familiares que permanecem em casa; verificar a existência de permanência do vínculo familiar do acompanhante com os outros familiares; averiguar como a família se organiza para se adequar a internação de um de seus membros; identificar o impacto no sono, repouso e alimentação das crianças internadas e dos membros da família. MATERIAIS E MÉTODOS: Para realização do estudo optou-se pelo de natureza exploratória, tomando como base fatores práticos como o tempo para o estudo, custos e recursos disponíveis. Para tanto, nos ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 baseamos em Leopardi et al. (2002), que defende a utilização de questionários, pois permite aumentar a experiência em relação ao tema, como também esse tipo de investigação admite a utilização de outros subsídios necessários à investigação. Quanto à abordagem, o estudo é do tipo qualitativo, no qual consideramos representatividade das falas dos entrevistados. O estudo foi realizado entre os meses de maio a Julho de 2013 em um Hospital Pediátrico de pequeno porte da Cidade de Juazeiro do Norte, fundado em 1977. Esse serviço é responsável por toda a demanda de internação clínica pediátrica da Cidade de Juazeiro do Norte e cidades circunvizinhas. Utilizamos como procedimentos para coleta de dados um formulário com o objetivo de caracterizar o perfil sociodemográfico dos entrevistados. Em um segundo momento, utilizamos a técnica de grupo focal, contemplando perguntas acerca da temática envolvida no estudo. Formam realizados 03 momentos com grupos focais, durante um período do mês escolhido para coleta de dados, com o objetivo de extrair das acompanhantes os diversos problemas enfrentados com o adoecimento de um membro da família durante o decorrer do internamento. O grupo focal foi composto por em média 04 pessoas, devido principalmente ao fato que a maioria das acompanhantes das crianças internadas recusou-se a participar da pesquisa; outro ponto relevante é em relação ao critério de inclusão, que permite a participação de acompanhantes que estivessem por mais de quatro dias de internamento. Os grupos aconteceram na Sala de Estudos do Hospital. A análise dos dados levou em consideração a freqüência dos eventos observados e a associação entre eles, e distribuído em categorias de acordo com os objetivos propostos. Foram dispostos e analisados à luz da bibliografia pertinente. Em observância aos pressupostos éticos, foi enviada a Instituição selecionada para pesquisa, a cópia do projeto de pesquisa bem como um ofício de solicitação para coleta de dados junto a esta. Após o aceite formal, o protocolo de pesquisa foi encaminhado à avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) através da Plataforma Brasil e obteve parecer favorável sob o nº 434.802/2013 do CEP da FLS, conforme as normas da resolução 466/12 (CNS). RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os sujeitos participantes da pesquisa foram 12 acompanhantes, com idade variando entre 19 e 54 anos; em relação à profissão, a grande maioria relatou realizar atividades domésticas tanto no domicílio, quanto trabalhar como diarista em algumas casas de família, complementando o orçamento doméstico. Em relação ao grau de escolaridade, a maioria das pesquisadas (07 acompanhantes) relatou possuir apenas o Ensino Fundamental Incompleto; sobre a renda familiar, recebem em média de 1 a 2 salários mínimos; consideramos relevante o fato de 01 acompanhante relatar estar com todos os membros desempregados, o que pode aumentar a tensão durante o internamento devido a questões financeiras. Em relação às pessoas que residem em casa com as acompanhantes, possuem de 3 a 8 pessoas, ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 considerando pai, mãe e/ou irmãos(as); a grande maioria, quando questionada sobre o estado civil (05 acompanhantes), relatou possuir união estável com o companheiro. Durante a realização dos grupos focais emergiram 03 categorias: APOIO, UNIÃO E PERMANÊNCIA DO GRUPO FAMILIAR: Quando um familiar adoece, ocorrem mudanças na rotina diária e no relacionamento entre seus membros; atitudes e laços familiares acabam se reformulando (PINTO; RIBEIRO; SILVA, 2005) A família fica mais unida, demonstrando mais afeto e apoiando diante das necessidades para manter o vínculo. Devido às mudanças ocorridas pela hospitalização, ocasionada pela ausência da criança e do próprio acompanhante, todo o convívio familiar se altera, o auxilio entre os membros torna-se evidente, cooperando na realização dos cuidados domiciliares e muitas vezes adiando seus compromissos com a função de atender as necessidades e assim manter a estrutura familiar, conforme podemos observar na seguinte fala de uma mãe do Grupo 02: “Ficamos mais unidos, todo mundo tem que se ajudar né?”( G-2). CUIDADO DE MÃE É FUNDAMENTAL: Mesmo sendo algo inesperado para a família, as mães tendem a aceitar a hospitalização, acreditando que é a única forma de tratamento e recuperação; relatam ser de extrema importância que a mãe acompanhe o filho durante o internamento, sentindo-se mais seguras quando elas estão responsáveis pelo cuidado, não delegando essa responsabilidade para outra pessoa (SCHNEIDER, MEDEIROS, 2011). MUDANÇAS NO COTIDIANO, SONO, ALIMENTAÇÃO E REPOUSO: A maioria das acompanhantes relatou que houve mudanças consideráveis em relação ao seu sono, repouso e alimentação, bem como das crianças e dos demais membros familiares durante o período de internação. Podemos observar que eram as mães que cuidavam dos filhos porque se sentiam seguras, o apoio social suprido centrou-se nas realizações das atividades domésticas pelos familiares. As estratégias utilizadas pelas famílias para enfrentar as mudanças ocorridas durante a hospitalização foram possíveis devido à rede de apoio de outros familiares, que mantiveram o vínculo através de visitas a instituição hospitalar, telefonemas, amparo aos outros filhos que permaneceram no domicílio, bem como a troca de papéis para que a responsável pela criança pudesse descansar e não deixasse de lado totalmente o cotidiano domiciliar, relacionados aos cuidados com a casa ou direcionados aos outros filhos. Evidenciamos ainda, que o período de internação proporcionou o estreitamento do vínculo entre os familiares e a união entre os membros da família. Percebeu-se que mudanças que ocorrem com a hospitalização de um filho, sendo motivo de angústias e sofrimento emocional, além de afetar o seu físico, trazem conseqüências emocionais e físicas tanto para os pais como para criança, os sintomas podem ser diversos, tais como, dor, sofrimento, cansaço e mudanças nas rotinas da família, gerando alterações no sono, repouso e alimentação, sendo que as estratégias usadas pelos pais são baseadas ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 principalmente pelo auxílio no suporte de familiares. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Nesse estudo, os resultados mostraram que eram as mães que cuidavam dos filhos porque se sentiam seguras, e o apoio social suprido centrou-se nas realizações das atividades domésticas pelos familiares; evidenciamos ainda, que o período de internação proporcionou o estreitamento do vínculo entre os familiares e a união entre os membros da família. É fundamental que a equipe que presta assistência, reconheça a importância da manutenção dos vínculos e do cuidado com a família; é essencial que os profissionais tenham dedicação, atenção e, principalmente, a interrelação dos saberes e fazeres das diversas profissões responsáveis pelo cuidado da criança e da família, a fim de auxiliar no enfrentamento e adaptação a esta nova situação. O oferecimento de assistência humanizada diminui o impacto traumático que a hospitalização causa na vida dos familiares e das crianças; o acolhimento dos profissionais, oferta de acomodações adequadas, alimentação ricas em nutrientes, promoção de atividades físicas para acompanhantes; maior abertura da unidade hospitalar para que os familiares das crianças internadas possam ter participação mais ativa na vida dos familiares durante o período de internação; são ações simples que proporcionaram ao ambiente hospitalar a possibilidade de construção de redes e apoio social necessários para o enfrentamento da condição enfrentada durante o internamento. Deve-se permitir que: a criança mantenha ao máximo os mesmos hábitos que tinha em casa; a mãe/familiar participe de todos os procedimentos e decisões referentes às condutas realizadas; e que a criança participe das aulas da classe hospitalar, atividades recreativas e receba a visita dos familiares. Diante do exposto, decidimos propor sugestões com o objetivo de favorecer o fortalecimento da atenção à saúde, criando ações de apoio à família das crianças internadas na Pediatria do Hospital, realizando ações de intervenção junto a essas famílias: encaminhar todas as acompanhantes ao atendimento individual para os profissionais de saúde inseridos na Unidade Hospitalar (Médicos, Enfermeiros, Assistente Social, Psicopedagogo, Nutricionista, Fisioterapeuta); Abordar sentimentos e atitudes das acompanhantes diante de quaisquer assistências prestadas a criança e a família; criar espaços de acomodação favoráveis ao repouso das acompanhantes e das crianças; oferecer alimentação de alto valor nutritivo, rico em frutas, sucos, verduras para acompanhantes e crianças internadas na instituição; comemorar datas importantes, como o dia das mães, dia das crianças, aniversariantes do mês, Páscoa, etc; engajar os profissionais de diversas faculdades de medicina e enfermagem com atividades de promoção e educação em saúde para acompanhantes e familiares; oferecer atividades que promovam a melhora do condicionamento físico das mães acompanhantes durante o internamento; proporcionar o engajamento da rede de apoio familiar no decorrer do tratamento hospitalar e reforçar com orientações para alta hospitalar. O estudo ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 sinaliza ainda, para o desenvolvimento de mais pesquisa que abordem outras questões e contextos vivenciados nas mudanças na dinâmica familiar diante da internação de uma criança e sobre a necessidade de implementação de políticas públicas a essa população que permitam a construção de redes de apoio social necessários para o enfrentamento da condição de internamento, tanto em nível domiciliar em particular, como familiar. HANSENÍASE COMO TEMÁTICA DE INTERESSE NA ROTINA DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO BÁSICA Ana Alinne Gomes da Penha, Universidade Federal do Ceará Jéssica Gonçalves Feitosa, Universidade Regional do Cariri Natália Filgueira Rufino, Universidade Regional do Cariri Kátia Monaísa de Sousa Figueiredo, Faculdade Medicina do ABC Regina Petrola Bastos Rocha, Universidade Regional do Cariri Maria Corina Amaral Viana, Universidade Regional do Cariri PALAVRAS-CHAVE: Hanseníase; Enfermeiras de Saúde Pública; Educação Continuada. INTRODUÇÃO: A hanseníase é uma doença infectocontagiosa que tem como agente causador o Micobacterium leprae (M.leprae), sendo este descoberto em 1873, pelo médico norueguês Amaneur Hansen. Ao qual foi feita a homenagem ao seu descobridor, também chamado de bacilo de Hansen. Ao longo dos tempos a hanseníase apresentou características de uma doença com forte presença histórica e social. Na sua trajetória encontra-se, destaques para o estigma desde tempos bíblicos e tantos outros fatores que afetam o imaginário popular no presente. No decorrer dos tempos, muitas idéias e conceitos a respeito da doença foram fixados pelos homens, atravessaram séculos e foram ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 praticamente aceitos universalmente sem questionamentos por inúmeras gerações. A hanseníase apresenta-se no cenário mundial da saúde como questão ainda ser solucionada, principalmente, nos países em desenvolvimento. Tal questão é reconhecida como um dos problemas de saúde pública no mundo, onde foram notificados 249.007 casos novos, em 121 países, em 2008, dos quais 134.184 (54%) foram detectados na Índia, o país que apresenta maior número de casos novos, seguido do Brasil com 39.047 (15%) e da Indonésia com 17.441 (7%). A segunda colocação mundial em número de casos de hanseníase pertence ao Brasil. Os últimos anos foram seguidos por elaboração de planos, metas e estratégias para conseguir alcançar a eliminação da hanseníase, isto é, atingir a taxa de prevalência menor que um caso por 10.000 habitantes. as regiões Norte e Nordeste têm apresentado a maior tendência de crescimento em termos do número de casos confirmados no Brasil, sendo conceituadas como áreas foco para o controle. No ano de 2007 obteve notificação de um total de 39.271 casos novos de hanseníase no país, a maior parte advinda da região Nordeste (16.335, 41,6% dos casos do país). O Estado do Ceará foi responsável por 2.510 casos novos (6,4% dos casos do país e 15,4% dos casos da Região Nordeste). No Brasil permanece o coeficiente médio de detecção em menores de 15 anos de idade de 0,53 casos novos por 10.000 habitantes (número absoluto 2.980 casos novos), que pode ser considerado muito elevado. O Programa Nacional de Controle da Hanseníase (PNCH) nos últimos três anos vem divulgando este indicador como prioritário para o acompanhamento da doença. A região nordeste, sozinha, apresentou o número de 47,0% de todos os casos em menores de 15 anos de idade no país em 2007. Já o estado do Ceará de forma isolada foi responsável por 5,5% de todos os casos em menores de 15 anos de idade do país, o 6º lugar entre todas as unidades da federação em termos de número absoluto. A redução da taxa de prevalência e o aumento do número de casos tratados com a poliquimioterapia (PQT). A doença de Hansen dispõe de tratamento gratuito e tem cura. A PQT teve início no Brasil a partir de 1986, em quatro centros de referência, e, só a partir de 1993, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MS) adotaram como rotina no serviço, a “dose fixa” da PQT em todo país. O tratamento do paciente acometido pela hanseníase é fator primordial na cura e no rompimento da cadeia de transmissão da doença, sendo responsável também por ajudar no controle dessa endemia e desenvolver esperança de vida nova aos pacientes acometidos. A garantia na quantidade dos medicamentos utilizados é calculada com base no número de casos, pela equipe técnica do Programa Nacional de Eliminação da Hanseníase (PNEH), com ajuda da assistência farmacêutica, certificando o tratamento de todos os pacientes. A assistência de enfermagem referente à hanseníase desempenha várias ações. Estas são prevenção, busca e diagnóstico dos casos, tratamento sendo realizado o acompanhamento dos ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 pacientes, prevenção e tratamento de incapacidade, gerência das atividades de controle da doença, sistema de registro e vigilância epidemiológica e pesquisas. O enfermeiro tem papel fundamental no acompanhamento da doença quando realiza assistência de enfermagem ao paciente. Em virtude disso, tem se a seguinte questão norteadora: qual seu interesse na temática hanseníase aplicada a sua rotina de trabalho na atenção básica (AB)? OBJETIVO: Relatar o interesse dos enfermeiros atuantes na AB sobre a temática hanseníase. METODOLOGIA: O estudo é do tipo exploratório, com abordagem qualitativa de caráter descritivo, foi realizado com os enfermeiros da AB de um município de pequeno porte da região endêmica do Cariri, sul do Ceará – Brasil. Os participantes da pesquisa foram nove enfermeiros que atuam na AB do referido município. O cenário do estudo constituiu-se por duas UBS da zona urbana e sete UBS da zona rural. Os critérios de inclusão foram: terem acompanhado o tratamento de pelo menos um paciente com hanseníase e ser enfermeiro da AB há mais de seis meses. Já os critérios de exclusão: os enfermeiros que estavam de férias e licença médica no período de coleta de dados. A pesquisa foi desenvolvida durante os meses de agosto-setembro de 2014. O instrumento de coleta de dados adotado foi uma entrevista semiestruturada, sendo utilizado gravador digital e posteriormente feito transcrição e digitação das falas no programa Word. No ato da entrevista foi realizada a leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), para os enfermeiros, que farão parte da entrevista. É importante esclarecer que para zelar a identidade dos participantes e o sigilo absoluto das informações prestadas por estes, foi utilizado códigos como a letra E (Enfermeiro) e números de identificação 1, 2... 9. Utilizou-se a técnica de análise de conteúdo temática, que segundo Minayo, é dividida em três etapas: a pré-análise, que corresponde à escolha do material a ser utilizado; exploração do material, que consiste na operação de codificação; tratamento dos resultados obtidos e interpretação, que coloca em relevo as informações obtidas, propõem inferências e realiza interpretações previstas no seu quadro teórico. A pesquisa obedeceu aos aspectos éticos da pesquisa com seres humanos, conforme institui a resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que dispõe sobre a normatização das pesquisas envolvendo seres humanos. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Regional do Cariri (URCA), com parecer nº 705.008. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram entrevistados nove enfermeiros que atuam na atenção primária à saúde do município estudado. Durante a análise de conteúdo temática dos dados emergiu a seguinte categoria, a saber: Hanseníase como temática de interesse na rotina dos enfermeiros atuantes na atenção primária à saúde. A hanseníase é uma doença que dispõe de tratamento eficaz, seguro e gratuito disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Tal tratamento deve ser realizado de maneira correta e disciplinada pelos pacientes a fim de ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 que o objetivo que é a cura seja alcançado. Entretanto em hanseníase existe uma carga de preconceito e estigma que muitas vezes fazem com que o paciente abandone ou mesmo ignore o tratamento. Este é imprescindível como estratégia de controle da doença, enquanto problema de saúde pública. O objetivo almejado através dele é de interromper a transmissão da doença, atuar quebrando a cadeia epidemiológica, como também, prevenir incapacidades físicas, promover a cura e a reabilitação física e social do portador. Assim, é importante que o paciente tenha em mente que o tratamento deve ser realizado com compromisso e que a hanseníase tem cura. A negação a doença e recusa a se submeter a um tratamento médico ou mesmo adesão, é uma questão rotineira devido ao estigma, preconceito e ignorância existentes em torno de sua manifestação. Ainda nesse contexto, os pacientes acometidos pela hanseníase, atualmente, ainda enfrentam preconceito e sofrem com o estigma da doença. Aliados a isso se encontram a falta de conhecimento sobre a doença, a incapacidade física e as deformidades causadas pelo comprometimento dos nervos periféricos. Em relação ao manejo os enfermeiros relataram ainda existir uma resistência por parte dos pacientes ao tratamento. Ainda, o desempenho profissional na prestação de serviços muitas vezes parte do interesse pessoal com campo de trabalho. Além disso, o profissional na maioria dos casos deve ser provido de empatia por sua área de atuação, no caso da hanseníase, não se limitando ao seu conteúdo já adquirido, antes buscar sempre algo mais para incrementar sua bagagem de conhecimentos e desenvolver um trabalho de qualidade junto à comunidade. Foi possível perceber através da entrevista que a maioria dos enfermeiros considera o tema em questão de grande interesse profissional através dos relatos que se seguem: É do meu interesse sim, porque nós lidamos diariamente com pessoas portadores da doença de hanseníase e outras que poderão ser (E1). Já para outro entrevistado: Os profissionais de saúde ainda encontram muita dificuldade no atendimento a esses pacientes e acho que é um tema que merece um olhar especial por parte de todos, pois há muito a se fazer pelos portadores de hanseníase (E2). Em outra fala: [...] é importante estudar sobre esse tema porque podemos a qualquer momento nos deparar com um paciente de hanseníase é bom sempre está preparado para atender pacientes com hanseníase (E6). Este entrevistado acrescenta a meta de eliminação em seu discurso: Com certeza, né?! Se não a gente nunca vai alcançar a nossa meta de eliminação e de reduzir conforme o ministério preconiza como a região aqui a gente saber que endêmica e todo profissional de saúde tem obrigação de está por dentro dos problemas relacionados à hanseníase para saber atender bem e manejar o paciente (E5). Neste discurso: [...] assim na nossa região a gente tem uma incidência alta, né de hanseníase e ainda um tanto que não descoberta ainda subnotificada e assim é importante [...] e aí eu acho importante nesse sentido, principalmente, porque é coisa ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 muito presente na nossa região e não é todo mundo que tem habilidade para trabalhar com hanseníase (E4). Assim, mesmo existindo o desenvolvimento de uma política voltada para o controle da hanseníase, o interesse pessoal ou individual é tido como influência para o alcance do resultado almejado. Destaca-se também o compromisso particular do indivíduo em realizar a prática de ações, pactuações ou novos aprendizados, pode alcançar o êxito ou não de um programa. No tocante aos participantes ficou evidente através de suas falas um interesse significativo em desenvolver seus conhecimentos no campo da hanseníase e pô-los em prática para o sucesso do programa de controle da mesma. O envolvimento como empenho profissional e a capacitação de enfermeiros correspondem ao alcance de um bom desempenho. CONCLUSÃO: Diante dos resultados obtidos pelo presente estudo, foi possível relatar o interesse dos enfermeiros da AB sobre a temática hanseníase. Ainda, vale destacar quão difícil é trabalhar com uma doença com forte estigma e preconceito persistentes. A educação continuada é um meio utilizado para atualizar e aprimorar os conhecimentos dos profissionais envolvidos na assistência ao paciente e aos familiares devendo ser utilizado pelos gestores como instrumento essencial para melhora o desempenho profissional e a inovação da assistência nos serviços de saúde. Dessa forma, o estudo foi incisivo em apontar que há muito em que se aprimorarem os conhecimentos dos profissionais da saúde, em especial, os enfermeiros atuantes no manejo dos pacientes com hanseníase. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 DIFICULDADES NO DIAGNÓSTICO DA HANSENÍASE MULTIBACILAR: UM ESTUDO DE CASO Natália Daiana Lopes de Sousa, Universidade Regional do Cariri Natália Silvestre de Carvalho, Universidade Regional do Cariri Caroline Torres da Silva Cândido, Universidade Federal de Campina Grande Gabriela Duarte dos Santos, Universidade Regional do Cariri Italo Robson Sobreira Miranda, Faculdade Leão Sampaio PALAVRAS-CHAVE: Hanseníase Multibacilar; Diagnóstico; Complicações. INTRODUÇÃO: A hanseníase é uma doença infectocontagiosa crônica causada pelo agente etiológico Mycobacterium Leprae, este bacilo é capaz de infectar grande número de pessoas, porém poucas adoecem, isto acontece pois o desenvolvimento da hanseníase depende de três fatores e da relação entre eles, quais sejam: o hospedeiro, o grau de endemicidade do meio e o próprio bacilo. Essa doença é de notificação compulsória em todo o território nacional e de investigação obrigatória. Constitui relevante problema de saúde pública, visto que no decorrer dos últimos anos houve uma redução drástica no ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 número de casos, mas sempre deixando autoridades e profissionais da saúde em alerta para uma possível recidiva. É transmitida pelas vias respiratórias superiores de pacientes multibacilares não tratados, diminuindo efetivamente a quantidade dos bacilos após a primeira dose do tratamento, sendo também, o trato respiratório a mais provável via de entrada do M. Leprae no corpo, essa transmissão está relacionada a fatores socioeconômicos e principalmente, a resposta imunológica celular que pode inibir ou retardar a fase de adoecimento e diminuir a carga bacilar. O período de incubação da hanseníase é muito relativo, podendo ocorrer de sete meses até mais de 10 anos, a partir do contato com os bacilos, mas geralmente ocorre, em média, de dois a sete anos. O bacilo apresenta afinidade por células dos nervos periféricos e células cutâneas, por esse motivo, a hanseníase atinge pele e nervos periféricos podendo levar a sérias incapacidades físicas, e o seu poder incapacitante está diretamente relacionado ao poder imunogênico do bacilo e ao diagnóstico tardio da doença, que permite sua cronicidade. De acordo com sua carga bacilar, a doença ativa é classificada na forma paucibacilar (PB) quando poucos bacilos estão presentes, e na multibacilar (MB) quando grande carga bacilar está presente nas lesões. Neste contexto, ao se levar em consideração a quantidade de lesões, a forma paucibacilar é constituída por até cinco, já a multibacilar por mais de cinco lesões. Desta forma, admite-se que a forma multibacilar seja considerada fonte de transmissão e infecção para os susceptíveis. No Brasil, no período de 2007 a 2011, uma média de 37.000 casos novos de hanseníase foram detectados a cada ano, sendo 7% deles em menores de 15 anos. A hanseníase tem cura e seu tratamento é poliquimioterápico (PQT), em regime ambulatorial, que efetivamente diminui a carga bacilar do organismo, interrompendo a transmissão da doença e, quando iniciada precocemente, diminui ou impede a instalação de incapacidades e sequelas. O nível de gravidade da doença é avaliado não somente pela forma física, mas principalmente pela alta potencialidade de limitação da vida social e problemas psicológicos, inclusive, estigma e preconceito contra os portadores da doença. Seu diagnóstico é clínico e epidemiológico, baseado nos antecedentes familiares, nas condições de vida do indivíduo e exames dermatoneurológico, a basciloscopia da linfa é definida como diagnóstico complementar. O diagnóstico precoce tem grande importância, pois assim, se pode reduzir fontes de transmissões e prevenir as formas graves da doença. Porém apesar da importância do diagnóstico precoce, estudos realizados recentemente evidenciam que muitas vezes os indivíduos são diagnosticados tardiamente procurando o serviço de saúde quando já possuem incapacidades físicas estabelecidas. Pesquisa realizada em um ambulatório de referência de hanseníase, com portadores de hanseníase, apresentou que 71,20% dos indivíduos estudados tinham procurado de uma a oito vezes os serviços de saúde, apresentando lesões de pele e sinais neurais, para que pudessem ser ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 diagnosticados corretamente. Diante do exposto, a iniciativa de desenvolver este trabalho deu-se devido à dificuldade de se diagnosticar indivíduos com hanseníase entre os profissionais de saúde, tendo como suporte as lacunas evidenciadas em estudos publicados, como também a minha vivencia profissional que corrobora com a premissa de diagnósticos tardios para essa doença. OBJETIVO: O estudo objetivou conhecer as dificuldades enfrentadas por uma paciente da atenção primária à saúde, para o seu diagnóstico de hanseníase multibacilar. METODOLOGIA: Esta pesquisa trata-se de um estudo de caso, abordagem metodológica adequada para quando se deseja compreender, explorar ou descrever acontecimentos e contextos complexos, nos quais estão simultaneamente envolvidos diversos fatores. O estudo foi desenvolvido no mês de junho de 2014, em uma unidade de Estratégia Saúde da Família (ESF) da zona urbana, no município de Icó, Ceará, com uma portadora de hanseníase multibacilar, paciente escolhida de forma aleatória, a qual relatou para a pesquisadora a dificuldade de diagnóstico para sua doença, a qual vinha sendo tratada a 3 meses para outra doença dermatológica. A coleta de dados foi realizada através da entrevista com paciente, assim como a observação dos documentos prontuário e ficha de notificação. Os dados pesquisados basearam-se nos parâmetros utilizados no processo assistencial do enfermeiro, profissional de saúde que mais tem contato com está clientela na atenção básica, levando-se em consideração o processo de sistematização de enfermagem em suas etapas da anamnese, tais como, história clínica e as condições de vida do paciente e exame físico, incluindo o exame dermatológico, com provas de sensibilidade superficial (térmica, tátil e dolorosa) e pesquisa de nervos periféricos acometidos, como também a realização da baciloscopia da linfa para classificação do diagnóstico complementar. É de grande importância ressaltar que para realização deste trabalho foram respeitados os princípios da Resolução 466/2012, no que se refere à pesquisa com seres humanos, como também assinado o Termo de Consentimento livre e Esclarecido. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Paciente A.G.A., 50 anos, sexo feminino, solteira, dona de casa, raça autoreferida branca, ensino fundamental incompleto, natural da cidade de Icó, Ceará, onde reside, mora em casa de alvenaria com cinco cômodos com saneamento básico presente, acompanhada pela mãe e filho. Tem história familiar de dois tios e um primo que tiveram hanseníase há aproximadamente 8 anos, refere que na época morava vizinho a esses familiares, onde mantinha contato constante com eles, relata também não recordar ter recebido orientações de profissionais de saúde da ESF de sua área sobre a vacinação de comunicantes. Compareceu a ESF com queixas de sangramento e ressecamento nasal, dores e déficit parcial de força motora em membro inferior esquerdo, portando o exame de baciloscopia da linfa positivo. Referiu que há 3 meses teria percebido a hiperemia em manchas na pele e queimação em ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 pavilhão auricular o que fez procurar atendimento médico no hospital geral do município por três vezes, iniciando o tratamento para dermatite alérgica, onde obteve agravamento dos sintomas, mediante o acontecido, decidiu procurar um profissional médico da rede privada que solicitou a baciloscopia da linfa e a orientou à procurar a ESF mais próxima. Ao exame dermatoneurológico realizado na ESF evidenciou-se os seguintes pontos: pele e anexos secos, apergaminhada, descamativa e escurecida. Madarose caudal e ciliar total, espessamento de pavilhões auditivos e fronte; lesões papulo-nodulares, delimitadas, simétricas, esparsas e anestésicas em MMSS (mãos, braços e antebraços direito e esquerdo), MMII (região plantar dos pés, coxa e perna direita e esquerda), tronco e pescoço, totalizando 24 lesões. Espessamento bilateral dos nervos ulnar e mediano, tibial posterior e fibular. Cavidade oral com lesões ulceradas em dorso da língua e palato, dentes sépticos. Gânglios linfáticos móveis, indolores com cerca de um centímetro em cadeia cervical e inguinal. Ao se avaliar a força motora, detectou-se movimento parcial na abdução do 5º pododáctilo direito e esquerdo, polegar direito e esquerdo, extensão do hálux direito e esquerdo. A dorsoflexão do pé direito e esquerdo apresentou movimento parcial. Neste contexto, o acometimento neural pode ocorrer em todas as formas de hanseníase, onde os pacientes com esse tipo de acometimento devem ser tratados de forma especial, levando em consideração a prevenção de incapacidades, que provavelmente aparecerão se não houver tratamento. Segundo estudiosos no assunto, os nervos periféricos mais frequentemente acometidos no momento do diagnóstico são o nervo ulnar, o nervo tibial posterior e o nervo fibular. Após diagnostico da hanseníase mutibacilar, preencheu-se a ficha de notificação compulsória e iniciou-se a medicação preconizada pelo Ministério da Saúde por 12 meses seguidos ou até 18 meses, que é a Rifampicina: uma dose mensal de 600 mg (2 cápsulas de 300 mg) com administração supervisionada, em que recomenda-se ao paciente que evite o consumo de álcool (para prevenir hepatoxicidade) como também o uso de qualquer outra droga ou medicação, durante a terapia com Rifampicina deve-se monitorar as funções hepáticas, hematopoiéticas e ácido úrico, devido ao aumento da atividade das enzimas hepáticas, orientando também a administração da medicação 1h antes ou 2h após as refeições para possibilitar boa absorção. Clofazimina: uma dose mensal de 300 mg (3 cápsulas de 100 mg) com administração supervisionada e uma dose diária de 50mg autoadministrada, com o uso desta medicação recomenda-se aplicações frequentes de óleos para minimizar episódios de prurido e ressecamento da pele durante a terapia, concomitantemente administrar um ou mais agentes leprostáticos para prevenir o desenvolvimento de resistência a cada droga e avaliar as reações adversas diante do aumento do desconforto gastrointestinal e/ou outras incomum, além de alterações na coloração da urina, fezes, saliva, suor e elevação da glicose. Dapsona: uma ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 dose mensal de 100mg supervisionada e uma dose diária autoadministrada, durante a terapia deve-se monitorar as funções hematológicas (anemia aplástica) e diante leucopenia e trombocitopenia significativa suspender a medicação, orientar que a Dapsona deve ser ingerida durante as refeições. Os diagnósticos de enfermagem firmados foram: risco de lesão relacionada a déficits sensoriais, na medida em que há acentuado dano físico causado por déficit sensorial e motor; percepção sensorial tátil perturbada, na qual se percebe mudança na quantidade ou no padrão dos estímulos que estão sendo recebidos, acompanhados por resposta diminuída, exagerada, distorcida ou prejudicada a tais estímulos; isolamento social, em que a solidão experimentada pelo indivíduo é percebida como imposta por outros e como um estado negativo ou ameaçador; distúrbio da imagem corporal, onde há uma confusão na imagem mental do físico do indivíduo. Diante dos diagnósticos as prescrições de enfermagem foram: orientar paciente e familiares a identificar e aplicar as medidas de segurança para evitar lesões; assistir e orientar o paciente desmistificando o isolamento social, estimulando o paciente a realizar alterações no estilo de vida ou na rotina diária para aumentar o contato com a comunidade; estimular uma rotina de cuidados cutâneos para refletir as alterações relacionadas às manchas hipocrômicas, durante a conversa com o paciente, focalizou-se seus potenciais e o que ela pode fazer, enfatizando-se os aspectos positivos do envelhecimento para aumentar a autoestima do paciente. Após realização das explicações do diagnóstico da doença e dos diagnósticos de enfermagem sobre a doença e seu tratamento para a paciente, já que a portadora é peça primordial no seu tratamento, iniciou-se busca ativa dos comunicantes, realizando imunização e exame físico dos mesmos, os quais não apresentaram alterações. Essa busca torna-se essencial tendo em vista a prevenção do surgimento de novos casos principalmente entre moradores de uma mesma residência, na qual o contato direto torna-se a principal via de infecção. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A partir do presente estudo de caso, evidenciou-se que apesar dos avanços obtidos ao decorrer dos anos para o diagnostico da hanseníase, é imprescindível a presença de um profissional capacitado para realizá-lo. Uma vez que, o tratamento eficaz, a recuperação do paciente e a prevenção de incapacidades necessitam de um diagnóstico precoce. Portanto percebe-se a necessidade de educação continuada para estes profissionais. Este estudo evidenciou também o habito cultural por parte da população em procurar atendimento apenas na atenção secundaria, o que pode acarretar sérios danos no tratamento de algumas comorbidades, pois o atendimento secundário é de caráter emergencial o que não garante a continuidade do atendimento e do tratamento. É importante ressaltar a importância da divulgação junto à população dos sinais e sintomas da hanseníase para que haja maior chances do diagnóstico precoce e a existência de tratamento e cura, eliminando o sentimento de estigma, ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 preconceito e até mesmo o isolamento do portador da doença dentro da sua residência ou comunidade, visto que o convívio social e familiar só faz contribuir para a melhor adesão ao tratamento e consequentemente a cura. RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE EDUCAÇÃO EM SAÚDE: UTILIZAÇÃO DE MÚLTIPLAS FORMAS DE ENSINO Natália Daiana Lopes de Sousa, Camila Caldas Neves Menezes, Damiana Maria de Oliveira Alves, João Paulo de Sousa Gonçalves, Italo Robson Sobreira Miranda. PALAVRAS-CHAVE: Escola. Educação em saúde. Formas de ensino. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 INTRODUÇÃO: A Educação em saúde pode ser definida por diferentes maneiras, tendo um caráter mais amplo, não se restringindo ao conceito de ensinar sobre hábitos de vida mais saudáveis, mas também sobre ações para a estabilização da saúde e sua manutenção, formas de prevenção, tratamento e cura de doenças, dentre outras. Assim, a promoção em saúde torna-se uma excelente estratégia para a solução dos problemas em saúde que afetam a população (CERVERA; PARREIRA; GOULART, 2011). E para que ocorra o ensino voltado para a saúde é necessária a atuação de profissionais, principalmente dos atuantes da atenção básica, pois formam a base dos serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), em escolas, faculdades, hospitais e em centros educativos, mas em sua maioria, muitos ainda utilizam metodologias pouco produtivas e antiquadas, não conseguindo alcançar efetivamente a população. E por essas práticas educativas apresentarem um caráter autoritário, com intuito de construir um perfil comportamental mais adequado para que a população a siga a fim de terem saúde, dificulta a criação de um vínculo com a comunidade (ALVES; AERTS, 2011). Então os acadêmicos em enfermagem podem contribuir para a disseminação desses conteúdos, adaptando metodologias antigas e complementando com novas formas de ensino, uma vez que durante a graduação acabam exercendo a prática da docência de formas indiretas, através de palestras em Unidades Básicas de Saúde, rodas de conversas, em monitorias, programas de extensão e programas de iniciação à docência, demonstrando a importância dessas experiências para esses alunos que ao se formarem poderão continuar a realizar essas práticas de ensino, além de contribuírem positivamente para a ampliação de ações voltadas ao bem estar da comunidade. Assim a atuação voluntária de graduandos em enfermagem na educação em saúde em escolas tem o seu respaldo, pois estes locais são promissores ao aprendizado em saúde, onde os indivíduos podem aprender sobre higiene pessoal, bucal, sobre os principais agravos de seu país e de sua região, formas de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, bons hábitos alimentares, prática de exercício físico, enfim de como ter uma vida mais saudável, cuidando também coletivamente do meio ambiente a sua volta. Diante do exposto fica clara a importância da promoção em saúde através da educação em escolas sobre temas diversos voltados a saúde, cuja utilização de diferentes formas de ensino auxiliam na melhor compreensão da população, tendo os graduandos em enfermagem o papel fundamental de disseminação desses assuntos. OBJETIVO: O presente estudo tem o objetivo de relatar as experiências vividas pelos autores sobre a promoção da saúde através da educação utilizando múltiplas formas de ensino em escolas. METODOLOGIA: Esse relato de experiência refere-se á realização de atividades educativas em escolas públicas de um município do estado da Paraíba, desenvolvidas por um grupo, composto por 6 acadêmicos do curso de Bacharelado em Enfermagem da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), como atividade extracurricular do Estágio Supervisionado I, referente a atenção básica de ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 saúde, tendo como proposta metodológica a implementação da promoção da saúde no âmbito educacional, abrangendo o público infantil, juvenil e jovens adultos. Essas atividades foram tutoreadas e coordenadas por 2 docentes da UFCG e por um preceptor, representado por um enfermeiro, funcionário municipal atuante do SUS. Para Leite et al. (2013) a escola é um ambiente estratégico para a realização da educação em saúde, tendo em vista que esta deve atuar na formação do cidadão e na aprendizagem em saúde, e tem como agente principal desse processo didáticopedagógico o enfermeiro atuante na Estratégia de Saúde da Familia (ESF). Diante disso foram idealizadas e realizadas atividades dinâmicas em 4 escolas públicas, abordando as seguintes temáticas: infecções sexualmente transmissíveis (IST‟s) e doenças sexualmente transmissíveis (DST‟s), com os tópicos: transmissão, sinais, sintomas e prevenção da sífilis, tricomoníase, vírus da imunodeficiência humana (HIV)/síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), hepatites, candidíase, gonorréia e vírus do papiloma humano (HPV); vacinação para adolescentes, jovens e adultos, a saber, dT (contra difteria e tétano), tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), hepatite B e HPV (contra vírus do papiloma humano); e alimentação saudável, higiene e exercícios físicos. Os métodos utilizados foram: apresentação teatral de um jornal televisivo, com apresentação em power point, roda de conversa, e jogo educativo, com tabuleiro em tamanho real, após exposição de vídeos, placas explicativas, arcada dentária gigante, creme dental e escova dentária, respectivamente. Os métodos utilizados foram escolhidos de acordo com o público, levando em consideração pontos importantes, como faixa etária e nível de escolaridade. E assim permitiram uma participação significativa dos ouvintes, tornando-os componentes ativos do processo ensino-aprendizagem, ao invés de meros coadjuvantes. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O objetivo primordial das atividades educativas realizadas com uma determinada população é utilizar o saber anterior dos indivíduos participantes, buscando um enriquecimento dos seus conhecimentos, de forma que haja um aprimoramento do senso crítico (Cruz et al., 2012). Então com esse intuito pode-se observar reações favoráveis a utilização de múltiplas formas de ensino, adequando o assunto abordado a faixa etária correspondente. Assim na atividade educativa sobre alimentação saudável, higiene e exercícios físicos, realizada para o público infantil, através da utilização de vídeos, placas explicativas, arcada dentária em tamanho grande, creme dental e um jogo de tabuleiro em tamanho real, houve uma maior interação entre os alunos e os condutores do ensino, possibilitando as crianças aprender de uma maneira divertida, e aos educadores, restaram uma melhor transmissão dos assuntos abordados, assim as ações educativas em promoção da saúde aconteceram com maior facilidade, cuja transmissão nessa faixa etária auxilia na construção de hábitos individuais e coletivos adequados a melhoria e manutenção da saúde. Tal resultado positivo foi constatado por Guedes e Silva (2012), cuja pesquisa teve como resultado o uso benéfico de jogos e brincadeiras como formas de ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 ensino na escola, atuando no desenvolvimento e aprendizagem dessas crianças. Assim a escola se apresenta como local propício ao ensino em saúde. E de acordo com o Programa Saúde na Escola (PSE) a escola é um espaço que contribui significativamente na construção de vida dos educandos, tendo em vista que é o lugar designado para o desenvolvimento e aprimoramento do pensamento crítico e político dos seus indivíduos. E de acordo com o componente II do PSE, intitulado como promoção e prevenção a saúde, as estratégias de promoção da saúde devem ser elaboradas de acordo com as necessidades prioritárias do território em questão (BRASIL, 2011). Diante disso, foram escolhidos dois temas de acordo com as vulnerabilidades presentes na adolescência, através de novos arranjos organizacionais e metodológicos, a saber, roda de conversa e encenação teatral. Um dos escolhidos foi vacinação na adolescência, sendo este realizado através de uma roda de conversa com alunos do ensino fundamental II, na qual eles se mostraram bastante interessados, expressando seus conhecimentos prévios sobre o assunto e os questionamentos acerca das doenças abordadas, bem como possíveis contraindicações e efeitos colaterais dos imunobiológicos em questão, principalmente da vacina contra o HPV, tendo em vista que esta foi fornecida recentemente pelo Ministério da Saúde. Logo, esta interação permitiu tanto a propagação dos benefícios desta vacina, bem como reforçou a importância dos imunobiológicos fornecidos há alguns anos, sendo estes, contra hepatite b, difteria e tétano, sarampo, caxumba e rubéola. Além do interesse demonstrado por esses alunos e do conhecimento adquirido, os graduandos de enfermagem que conduziram as conversas, também foram beneficiados, adquirindo experiências sobre como articular conteúdos de maior complexidade com esse público alvo, além de absorver outros saberes discutidos durante esse diálogo, ficando notória a importância do ouvir, não partindo do pressuposto que os alunos não têm conhecimento sobre o assunto ao qual se aborda, mas sim, que podem ter informações prévias, vistas durante suas vidas pessoais e até mesmo na própria escola. Assim, como o afirmado por Machado et al. (2015) onde a roda de conversa atua como auxílio para a autonomia dos indivíduos envolvidos, através da discussão do problema em questão, partindo das informações existentes e com a reflexão das soluções do mesmo. O outro tema abordado foi IST‟s e DST‟s, cujas explanações foram realizadas por meio de power point, com uma encenação teatral de um jornal televiso, com alunos do ensino médio, as quais se mostraram bastante proveitosas, tendo em vista que o público interagiu de forma significativa, expondo seus conhecimentos e dúvidas sobre o tema proposto. As principais indagações foram voltadas para entregas de camisinhas na ESF para adolescentes, métodos contraceptivos, realização dos testes laboratoriais, principalmente sobre a confidencialidade, principais sinais e sintomas e uso adequado da camisinha. Logo, torna-se notório a contribuição dessas apresentações para a prevenção e tratamento das doenças sexualmente transmissíveis da população em questão. Essas interações ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 contribuíram de forma significativa para a ascensão da saúde dos indivíduos participantes, e possivelmente dos seus familiares e conhecidos, pois Segundo Araújo et al. (2010) a faixa etária denominada adolescentes possui uma nível elevado de susceptibilidade a algumas doenças, como rubéola, sarampo, tétano, AIDS e hepatite B, tendo em vista que nessa fase da vida há uma tendência a prática de relações sexuais sem proteção e com múltiplos parceiros, além experiências com drogas lícitas e ilícitas. Por isso a promoção da saúde através da educação é a base para a prevenção e tratamento de doenças, bem como da reabilitação da saúde, pois não é possível mudar hábitos e atitudes sem antes conhecer ou aprimorar seus conhecimentos sobre os benefícios e consequências de cada um. Sendo necessário considerar a importância dos saberes dos adolescentes, valorizando-os nas ações de promoção da saúde (GURGEL et al., 2010). Ainda é importante ressaltar que os assuntos abordados são bastante polêmicos e alguns bem divulgados, apesar disso, através das indagações feitas pelos participantes, foi possível notar, que os indivíduos da faixa etária envolvida, ainda não possuíam conhecimentos suficientes para prevenir ou combater as doenças e complicações abordadas. Em todas as formas de ensino utilizadas o resultado foi bastante satisfatório, resultando em uma participação ativa do público-alvo, mostrando-se, que são métodos eficazes, não havendo apenas uma transferência de saber, mas sim uma troca de conhecimentos e experiências, contribuindo assim, para o crescimento dos saberes tanto da população-alvo quanto dos acadêmicos. Logo, a escola torna-se um ambiente bastante propício para a implementação da promoção da saúde com o intuito de obter-se uma população mais propensa ao modelo preventivo idealizado pelo SUS. Sendo notório que a união entre escola e equipe de saúde têm o poder de trazer novas perspectivas na produção da saúde da comunidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A promoção da educação em saúde em escolas utilizando diversas metodologias de ensino tem sua importância por alcançar um público muitas vezes pouco assistido, apesar de programas realizados com esse intuito, sendo necessária a sua complementação com a atuação conjunta de profissionais da atenção primária e de acadêmicos de enfermagem, bem como de outras áreas da saúde por terem um maior contato com a comunidade, desempenhando formas de ensino adequado a faixa etária do público alvo e ao assunto abordado, selecionando conteúdos que atendem as necessidades desses indivíduos, envolvendo metodologias antigas e novas, através de palestras, rodas de conversas, brincadeiras e jogos interativos, teatro e outras formas de transmissão de conteúdos, criando um vínculo maior com a população, conseguindo atingi-la efetivamente, ensinando como eles podem atuar individual e coletivamente para a melhoria e manutenção da saúde na comunidade. E para os graduandos em enfermagem a promoção da educação em saúde em escolas lhes proporciona importantes conhecimentos e experiências inigualáveis, contribuindo positivamente para sua formação acadêmica e pessoal, assim terão uma visão mais clara de como ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 devem atuar ao se formarem, e através de projetos de extensão, monitorias e outras formas iniciais de docência, desenvolvem novas habilidades, escolhendo ações criativas, renovadores, utilizando múltiplas formas de ensino que façam com que haja essa interação com os indivíduos aos quais querem alcançar, partindo do pressuposto que saúde se aprende inicialmente na escola, junto com a construção de outros saberes que os alunos devem aprender ao longo da vida. Assim a educação em saúde é primordial para a melhoria e manutenção da saúde da população. PERFIL DE PACIENTES COM TUBERCULOSE EXTRAPULMONAR NO MUNICIPIO DE BARBALHA-CE Alisson de Meneses Sampaio,Faculdade Leão Sampaio(FLS) Antonio Gonçalves, Faculdade Leão Sampaio(FLS) Severino Samuel figueredo Rodrigues , Faculdade Leão Sampaio(FLS) Salatieol Oliveira Silva, Faculdade Leão Sampaio(FLS) Alessandra Bezerra de Brito, Faculdade Leão Sampaio(FLS) Andréa Couto Feitosa, Faculdade Leão Sampaio(FLS) PALAVRAS-CHAVE: Paciente; tuberculose; atenção básica; diagnóstico. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 Introdução: Existem registros da tuberculose desde a antiguidade, sendo conhecida por grande parte, por peste branca Européia. Essa doença tem acometido milhões de pessoas em todo o universo nacional causando grande sofrimento e morte, sendo observado a sua magnitude no cotidiano dos pacientes que são acometidos por esta patologia.Antigamente, as pessoas infectadas eram levadas para dispensários, onde eram isoladas para a busca do tratamento e cura. Atualmente, quando diagnosticada a tuberculose, é iniciado o tratamento, e nas duas primeiras semanas deixa de ser transmissível. Além de ser uma doença infectocontagiosa, a tuberculose é uma doença crônica que acomete o homem desde o princípio da história (BRASIL, 2002). Em 2007, foram detectados 9,27 milhões de novos casos da doença no mundo, sendo, destes, 92 mil casos no Brasil. Estes indicadores são resultados de estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), e tem como fonte o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) ou Sistema de Informações de Agravos e Notificação (SINAN). De acordo com o SINAN (2010), no Ceará, foram notificados 3.430 casos novos de tuberculose, segundo dados da Coordenadoria Regional de Saúde 21ª (CRES), a qual reúne os municípios da região do Cariri (BRASIL, 2009). De acordo com a estimativa da OMS (2009), um terço da população mundial esta infectada pelo Mycobacterium tuberculosis, e a cada ano 8milhões de pessoas adoecem de tuberculose, matando 2,9 milhões dos 8 milhões de casos anuais, sendo que 95% ocorrem em países em desenvolvimento.Para Santos (2010), 5 mil brasileiros morrem todos os anos por causa da doença, o que é lamentável, já que a tuberculose é 100% curável, se tratada corretamente. Para Brasil (2010), as ações para o controle da tuberculose no Brasil têm como meta diagnosticar pelo menos 90% dos casos esperados e curar pelo menos 85% dos casos diagnosticados. A expansão das ações do controle para 100% dos municípios complementa a metas a serem alcançadas. Essa estratégica ocorre no âmbito da atenção básica, agindo de forma planejada, garantindo, desta forma, o controle da tuberculose. Levando-se em consideração o caráter endêmico da tuberculose no Brasil, a doença ainda apresenta persistência, constituindo, assim, um importante problema de saúde pública e social muito discutido em nosso país, estando intimamente ligadas as condições de pobreza, desnutrição, ao aumento da população e moradia insalubre. A pesquisa foi realizada no município de Barbalha, Ceará, com o intuito de evidenciar fatores epidemiológicos dos casos notificados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio das fichas de notificação da tuberculose. A partir deste momento, surgiu as seguintes indagações: Qual o perfil sociodemográficodos participantes do estudo? Qual a importância de identificar a existência de outras formas de tuberculose na população estudada? É importante a identificação da evolução e dos critérios utilizados para o encerramento do ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 tratamento da tuberculose extrapulmonar?O interesse pelo estudo fez-se em razão de, atualmente, haver aumento considerável de agravos associados á Tuberculose Extra (TBEP), e na oportunidade, o pesquisador trabalhar na vigilância epidemiológica deste município. A TBEP é uma doença de difícil diagnóstico, sendofundamental despertar na equipe médica um estudo mais profundo para detectar, de forma mais precocemente possível a doença, evitando complicações posteriores, promovendo a cura e observando se o paciente está apto a exercer suas funções de vida diária. A contribuição da pesquisa visa identificar o perfil de pacientes diagnosticados com tuberculose extrapulmonarno município de Barbalha-Ceará, a fim de mostrar as ações para as equipes de saúde na perspectiva de encontrar, o mais rápido possível, cura para a doença.É relevante a discussão da patologia no município em estudo, devido à cidade estar inclusa nos municípios prioritários para o controle da TBEP, segundo o relatório de situação do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde (SNVS) (2006), visando melhorar as ações de busca e controle da patologia estudada. Objetivos: Tem-se como objetivo geral o de conhecer o perfil de pacientes diagnosticados com tuberculose extrapulmonar no município de Barbalha-Ceará, e como específicos: traçar o perfil sociodemográfico dos participantes em estudo, verificar as formas de tuberculose extrapulmonar e identificar a evolução e os critérios utilizados para o encerramento do tratamento da tuberculose extrapulmonar.Materiais e Métodos:Teve como proposta metodológica a pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa. A coleta dos dados foi realizada no setor de vigilância epidemiológica, na Secretaria de Saúde do município de Barbalha - Ceará, após uma comunicação prévia à Secretaria mediante ofício de solicitação para autorização da realização da pesquisa, nos meses de setembro e outubro de 2012. Os dados foram extraídos das fichas de notificação compulsória dos casos confirmados de tuberculose existente no Sistema de Informação Nacional de Agravo de Notificação (SINAN), A população foi constituída de 92 fichas de pacientes com tuberculose pulmonar e extrapulmonarnos ano de 2007 a 2011, sendo a amostra composta de 12 pacientes com diagnóstico de tuberculose extrapulmonar. Quanto aos critérios de inclusão foram todas as fichas do SINAN que tenham notificação de tuberculose extrapulmonar, enquanto que os critérios de exclusão foram todas as fichas do SINAN que tenham notificação de pacientes com diagnóstico de tuberculose pulmonar e TBEP. O instrumento utilizado foi o formulário, visando obter conhecimentos necessários para atingir os objetivos propostos.Para elucidar a análise dos resultados foram construídos gráficos e tabelas no programa microsoftexcel 2010. Através deste programa, serão analisados os testes estatísticos necessários para a análise dos dados. O estudo obedeceu aos preceitos sobre pesquisas envolvendo seres humanos, segundo a Resolução Nº 196/96 (BRASIL, 1996) do Conselho Nacional de Saúde (CNS), obedecendo às ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 determinações que atendeu as exigências éticas e científicas fundamentais.Por se tratar de uma pesquisa onde ocorreu a manipulação dos dados das fichas de cadastro dos pacientes, foi obedecida ainda a Resolução Normativa 01/97, que discorre sobre a utilização de dados de prontuários de pacientes e de dados em pesquisa, utilizando o termo de fiel depositário. Resultados/Discussão:Durante o período de 5 anos foi diagnosticado 12 casos de tuberculose extrapulmonar, sendo 42% (7) do sexo feminino.Observou-se que a prevalência foi maior no sexo masculino com 58 % dos casos de TBEP, sendo semelhante ao estudo de Ferreira et al., (2005). Em relação à raça /cor, a parda foi a mais referida com 50% (6). Há sempre um questionamento voltado à cor ou raça. Em muitos casos, notou-se que o entrevistado é negro, mas ele se define como pardo, uma vez que esta cor é medianeira entre o branco e o negro, segundo resultado preliminar (IBGE, 2010).Segundo o boletim da CEInfo (2011), sobre análise do quesito raça/cor, a partir de sistemas de informações da saúde do Sistema Único411de Saúde (SUS), no município de São Paulo, do ponto de vista epidemiológico, observouse que em 2010, o número de casos atendidos de pretos e pardos (negros) chegou ao patamar de 39,6, próximo dos 45% contrariando o presente estudo.No que diz respeito ao grau de escolaridade, o ignorado e branco foi o mais acometido com 25% (3) e 2 (17%) analfabetos. Através da análise de escolaridade é importante salientar que quanto mais esclarecido for o paciente, maiores informações buscarão a respeito da patologia, do tratamento, das conseqüências e de outros fatores. Entendeu-se que a baixa escolaridade atua como um fator de risco para a tuberculose, colaborando inclusive para o aumento na taxa de abandono e não adesão ao tratamento.Na pesquisa realizada por Mascarenhas; Araújo e Gomes (2005) mostrou que a população mais atingida foi os analfabetos com 68,4%, contestando o atual estudo.A faixa etária com maior número de portadores foi entre 20-29 anos. Foi possível perceber através do estudo, queos pacientes notificados variaram de 5 a 79 anos de idade, concordando com o estudo realizado por Cruz (2003), onde houve uma predominância de idade variando entre 20 a 79 anos. A zona urbana foi a mais atingida sendo com 67% (8). Achados semelhantes foram encontrados no estudo de Coelho et al. (2008), onde a população rural do município apresenta incidência superior em 48% àquela encontrada na população urbana. Em relação ao tipo de ocupação, de todos os casos notificados,41,7% são do lar.No que se refere ao critério para encerramento do tratamento do caso, o número de alta por cura foi de 83% (10), como mostra bem próximo da meta proposta por Brasil (2010), que é curar mais ou menos 85% dos casos novos de tuberculose extrapulmonar.De acordo com Brasil (2010), é de grande importância que o tratamento de curta duração contra a tuberculose seja supervisionado até o final, visando desta forma a cura da doença.No tocante ao total geral de todos os casos de tuberculose, observouISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 se 87% (80) de tuberculose pulmonar, 12% (11) de tuberculose extrapulmonar, 12% (11) de tuberculosepulmonar + extrapulmonar e1(1% ) de tuberculose pulmonar + extra pulmonar, no qual foi encontrado 1 (um) caso de tuberculose miliar. Dados da ficha de notificação do SINAN da tuberculose (2007), diz que a forma de tuberculose miliar esta enquadrada entre a TBEP, enquanto que o Manual de Recomendações para o controle da tuberculose(2011), diz que a tuberculose miliar não é uma TBEP.Conclusão: Analisando os dados obtidos na pesquisa, revelou-se que o município de Barbalha-Ceará, no período de 2007 a 2011, após confirmação do diagnóstico, revelou 80 casos de tuberculose pulmonar, dos quais 12 foram TBEP, totalizando 100% dos casos de portadores de TBEP.Através dos resultados obtidos, foi possível identificar vários fatores que contribuíram para que o paciente tenha alta por cura da doença, tendo predominância os indivíduos do sexo masculino, na faixa etária de 35 a 49 anos, com baixo grau de escolaridade, de cor parda e que residem na zona urbana. Concluiu-se que a falta de informações pelos pacientes e a abordagem inadequada dos profissionais de saúde frente à população abordada,ambos contribuíram, de forma significativa, para que o paciente receba alta por curada TBEP. Em relação à caracterização da pesquisa, observou-se que o serviço de saúde destinado aos portadores de TBEP, no município de Barbalha-Ceará,precisa melhorar com uma intensiva e contínua busca ativa, disponibilizar um maior número de baciloscopias de escarro e aumentar os índices de cura. O trabalho deve ser consolidado, visando diminuir o impacto que a tuberculose causa nas pessoas, como a exclusão social, rejeição, injúria e desprezo, que são agravados pelas variáveis da natureza, como a econômica, sociocultural, condições precárias de habitação, falta de saneamento básico, carência de escolaridade, ausência de lazer e desemprego.Portanto, espera-se que esta pesquisa venha contribuir e impulsionar gestores e profissionais de saúde a oferecer um atendimento humanizado e de qualidade aos indivíduos, mostrando uma forma de despertar e de construir as competências relacionadas ao emocional e ligadas às técnicas, nos tornando melhores cuidadores. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 PREVALÊNCIA DE TRICOMONÍASE EM MULHERES SEXUALMENTE ATIVAS E OS FATORES CONDICIONANTES A INFECÇÃO, MUNICÍPIO DE JUAZEIRO DO NORTE – CE. Alessandra Morais Menezes Silva, Faculdade Leão Sampaio José Valentim Belém, Faculdade Leão Sampaio Priscila da Silva Ferreira, Faculdade Leão Sampaio Patricia da Silva Almeida, Faculdade Leão Sampaio Kátia Monaisa de Sousa Figueiredo, Faculdade Leão Sampaio Magaly Lima Mota. Faculdade Leão Sampaio PALAVRAS-CHAVE: Tricomoníase; fatores de risco; profilaxia. INTRODUÇÃO: Conforme Neves 413L 413L. (2014) Trichomonas vaginalis é o agente etiológico da Tricomoníase, a única DST de infecção por protozoário. Apresenta como aspectos biológicos, como um organismo anaeróbio facultativo, cresce na ausência de oxigênio, em meios de cultura com Ph ácido e em temperaturas altas. É transmitido através de relação sexual, o parasito pode sobreviver por uma semana no prepúcio do homem sadio, após o coito com a mulher infectada. O homem é o vetor da doença, pois com a ejaculação, os Trichomonas presentes na uretra são levados à vagina pelo esperma. Trichomonas vaginalis tem se destacado como um dos principais patógenos do trato urogenital humano, e, está associado a sérias complicações de saúde. No homem, o parasitismo ocorre de forma assintomática e transitória, melhorando espontaneamente em muitos casos. Ele costuma ser um carreador assintomático do parasito. Quando há sintomas, o quadro mais comum é a ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 uretrite (inflamação na uretra) levando a dor para urinar e corrimento uretral purulento. Uma complicação pouco comum, mas possível é a infecção da próstata, levando a prostatite. No sexo feminino a infecção pelo trichomonas também pode ser assintomática, mais pelo menos 2/3 das mulheres infectadas apresentam sintomas. O quadro mais comum é a vaginite, inflamação da vagina que cursa com corrimento amarelo-esverdeado bolhoso de odor desagradável, que aumenta a susceptibilidade a infecção pelo vírus da Imunodeficiência Humana Adquirida (HIV), associado a disúria ( dor ao urinar), dispareunia (dor durante o ato sexual), prurido, causa também baixo peso, bem como de nascimento prematuro; predispõe mulheres as doenças inflamatórias pélvica atípica, câncer cervical e infertilidade (REY, 2010). A Tricomoníase, além das complicações patológicas à mulher, apresenta outra problemática, a mesma é negligenciada pelo sistema público de saúde, as mulheres não tem conhecimento sobre a mesma, não existem campanhas de prevenção, o que leva a mantê-la no meio. No âmbito de ação da enfermagem na prevenção da Tricomoníase, constata-se que, segundo Servo (2006), a atuação da assistência de enfermagem no tratamento e prevenção da Tricomoníase, é orientar os clientes na higiene pessoal e na não ingestão de bebidas alcoólicas durante o tratamento. A enfermagem possui várias oportunidades para orientar os pacientes quanto à medida de higiene pessoal. Os odores genitais raramente provêm da vagina, e sim, da interação de bactérias com óleos secretados pela pele da vulva. Sangue menstrual velho e fluido seminal que permanecem após o coito. Por vezes produzem mau cheiro, odor ou drenagem abundante que podem indicar um tampão retido ou outro corpo estranho, ou determinada condição patogênica, devendo ser mais bem avaliado. A limpeza da área perianal com água e sabão é normalmente suficiente para higiene da mulher. No caso das mulheres, o diagnóstico geralmente estabelece-se em poucos minutos, examinando uma amostra da secreção vaginal ao microscópio. No caso dos homens, é necessária a coleta de secreção uretral por meio de Zaragatoa ou alça de platina, preferencialmente pela manhã, quando a secreção é mais abundante. A massagem prostática pode auxiliar na sua detecção. A doença pode ser difícil de diagnosticar nos homens. Homens são tratados se a infecção é diagnosticada em qualquer um de seus parceiros ou parceiras sexuais. Os homens também podem ser tratados se eles têm sintomas contínuos de queimação uretral ou comichão. Tanto o paciente quanto os parceiros e parceiras sexuais precisam de tratamento e evitar ter relações sexuais desprotegidas até que a infecção seja curada, o que leva cerca de uma semana. E para que o tratamento seja eficaz, tanto a mulher quanto o homem precisa ser diagnosticado e tratado, para que não haja reinfecção (NEVES et al., 2014). A terapia da tricomoníase torna-se eficaz somente quando os parceiros são simultaneamente tratados, por isso a importância do parceiro ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 acompanhar a paciente tanto nas consultas, como no tratamento. E as pacientes também tem um importante papel em incentivar seus parceiros a acompanha-las para entender melhor a forma de tratamento, transmissão e cura. A Tricomoníase requer tratamento sistêmico já que o protozoário pode ser encontrado no meio não vaginal, como uretra e glândulas perivaginal, causando inflamação destes tecidos. O metronidazol em dose única é a melhor opção terapêutica. As resistências ao imidazólicos é relativa e dosedependente; portanto, se ocorrer falha do tratamento basta repeti-lo, usando doses ou tempo de duração maiores. Os parceiros devem ser avaliados e também tratados. Não é recomendado o uso dos nitroimidazólicos devido a seu potencial mutagênico e carcinogênicos observados em animais não comprovados em humanos. Em grávidas, a Tricomoníase está associada com a ruptura da membrana, partos prematuros e retardo no crescimento intrauterino. O tratamento farmacológico adequado é metronidazol em dose única, evitar o uso tópico do medicamento para não atingir diretamente o feto. Para se reduzir o risco de contaminação pela Tricomoníase: deve-se seguir algumas recomendações: Prática do sexo seguro, a adequada higienização genital, diminuindo o número de parceiros sexuais e fazendo o uso preservativo tanto o masculino como o feminino que além de prevenir contra todas as Doenças Sexualmente Transmissíveis, ainda evita filhos indesejáveis. OBJETIVOS: Assim, esse estudo objetiva verificar a incidência de Tricomoníase em mulheres sexualmente ativas no PSF 27, no município de Juazeiro do NorteCe, no ano de 2013, e, determinar os fatores que contribuem para o surgimento das mesmas nestas pacientes. METODOLOGIA: Tipo de estudo: Trata-se de uma pesquisa quantitativa, com abordagem documental, pois o relato foi feito através de verificações documental. Para Cervo (2010), pesquisa quantitativa é uma pesquisa feita com quantidade de pessoas, opiniões entre outros, utilizase formas estatísticas como: moda, média, mediana. É uma pesquisa que envolve números, matemático e estatística. Pesquisa documental é elaborada a partir de material que não recebe tratamento analítico. A pesquisa foi realizada no PSF 27, no bairro Santa Tereza, em Juazeiro do Norte-Ce, no período de fevereiro a abril de 2014, local onde se encontra arquivado o livro de registros, que relata a patologia apresentada pelas pacientes no exame de prevenção, no período de 2013. A população constituiu em todas as fichas registradas no livro do PSF 27 do ano de 2013. A amostra foi composta pelas fichas registradas no livro dos pacientes com diagnóstico de Tricomoníase no ano de 2013 e que fazem parte da área do PSF 27 no município de Juazeiro do Norte-Ce. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi o formulário de descrição do paciente. Aspectos éticos e legais da pesquisa: Para o Conselho Nacional de Saúde (2012), a pesquisa envolvendo seres humanos deve atender aos fundamentos éticos e científicos pertinentes. Respeito ao participante da pesquisa é um dos mais importantes aspectos ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 éticos e além desses aspectos éticos terá que ser feito o uso do termo de fiel depositário, que se trata de um termo jurídico usado para designar um individuo a quem a justiça confia um bem durante um processo. Sendo responsabilidade de o fiel depositário zelar pela conservação do bem, sob pena de prisão caso não cumpra. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após análises dos formulários das pacientes atendidas no PSF 27, constatou-se que para cada quinze mulheres que foi realizado prevenção no período de 2013, apenas cinco pacientes (33%) apresentaram Tricomoniase. Este dado é considerado relevante e de risco, pois, qualquer portador de Tricomoníase constitui potencial vetor para propagação do parasito a outras pessoas. Existem vários fatores associados à manutenção da Tricomoníase, inclusive nestas pacientes, podendo destacar principalmente a ausência de vigilância de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) na população, bem como a determinação de fatores de risco da doença. (SIMÕES-BARBOSA, 2002). Dentre essas DSTs, a Tricomoníase é a doença sexualmente transmissível não viral no mundo com maior estimativa de prevalência , porém é negligenciada (WHO, 2005). De acordo com Pinotti; Fonseca e Bagnoli (2005), um dos fatores que contribuem a infecção por T. vaginalis está associado às altas taxas de divórcio, que contribuem para que o maior número de mulheres se depare com a falta de parceiro sexual, numa fase mais avançada da vida. Por serem monogâmicas por longos períodos de suas vidas e não se preocuparem com os riscos de DST‟s, o uso do preservativo não é uma prática comum da vida destas mulheres, ficando mais suscetíveis a essas doenças. Seguindo as análises dos dados, observou-se que 100% da amostra retornaram ao PSF 27 para receber o resultado e iniciar o tratamento. Destas, 27% das portadoras obtiveram a efetiva cura, e, 6% após o tratamento, desenvolveu reinfecção, com retorno ao referido PSF. Os prováveis fatores que condicionaram a paciente a se reinfectar podem estar associados à falta de conhecimento profilático pela portadora; o não tratamento do parceiro concomitante com a mesma, levando-a a recontaminação por ele ou o não uso de preservativo durante o ato sexual. Conforme Fonseca e Passos (1990), na Tricomoniase recidiva, deve-se observar a falha dos tratamentos que ocorre por uso incorreto da medicação ou por ausência de tratamento por um dos parceiros sexuais, bem como, o contato com outras pessoas infectadas não deve ser descartados. Tem-se observado que os esquemas terapêuticos de tempo prolongado, levam ao abandono, por parte da cliente, antes do intervalo prescrito. CONCLUSÃO: A Tricomoníase é uma patologia muito frequente entre as mulheres. Seu diagnóstico não deve ser somente pelas manifestações clínicas, mas também pelas decorrentes complicações desta, como a possibilidade de ascensão de outras DSTs e inflamações pélvicas. Nos postos de saúde, percebe-se uma busca ativa, por parte das mulheres, pelo exame preventivo, mesmo com a dificuldade e demora na realização dos exames. De ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 acordo com os dados obtidos, conclui-se que as mulheres que retornam para a unidade de saúde em busca dos resultados de seus exames e conclui seu tratamento adequado, a grande maioria consegue obter o resultado esperado que é a cura da patologia. Desta forma, é extremamente importante determinar a incidência e as faixas etárias mais atingidas, visando à realização de programas de saúde para controle desta parasitose, como de outras DST‟s, tendo este trabalho a pretensão de contribuir para orientação e prevenção. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 RESUMO EXPANDIDO Modalidade Pôster ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 A PRÁTICA DO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO DE MULHERES EM UMA MATERNIDADE ESCOLA DE UMA CAPITAL BRASILEIRA Rafaely Maria Pereira de Carvalho Queiroz, Faculdade Leão Sampaio Magnollya Moreno de Araújo Lelis, Universidade Federal do Cariri Isabelita de Luna Batista, Universidade Regional do Cariri Renata Peixoto de Oliveira, Universidade Regional do Cariri Leiliane de Queiroz Oliveira, Escola de Saúde Pública Daniela Cavalcanti e Silva Novais Carvalho, Faculdade de Medicina do ABC Paulista Palavras-chave: Aleitamento Materno. Vínculo. Mulheres. Prática. INTRODUÇÃO: A amamentação compreende uma prática essencial para o crescimento e desenvolvimento da vida da criança. Trata-se de um complexo relacionamento que traz o fortalecimento do vínculo entre o binômio mãe-filho, proporcionando ao bebê, uma alimentação completa, sensação de segurança e proteção, além de beneficiar a saúde da nutriz e oferecer intimidade entre ambas às partes através da troca de carinho. Dentre as classificações para o aleitamento materno, destacamos o Aleitamento Materno Exclusivo (AME), sendo este, quando bebê recebe apenas o leite materno. Dessa forma, segundo a OMS (2007), a prática, é realizada diretamente da mama, ordenhado ou de outra fonte humana, sem que haja suplementação de líquidos ou sólidos, exceto em casos de uso de medicações, sais de reidratação oral, xaropes ou suplementos minerais, recomendado de forma exclusiva até os seis meses, e complementado até dois anos ou mais. Sabe-se, que o aleitamento materno exclusivo traz inúmeros benefícios para a saúde da criança, já que é o alimento mais completo, e da mãe, por auxiliar em sua recuperação no pósparto. Além disso, contribui no planejamento familiar e na redução de custos, por ser totalmente gratuito. O Ministério da Saúde recomenda a amamentação exclusiva até os seis primeiros meses de vida, por ser o melhor para o crescimento forte e saudável do bebê, fornecendo-lhe proteção contra doenças, evitando mortes infantis, diarreias, infecções respiratórias, alergias, ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 desenvolvimento de obesidade, auxiliando no desenvolvimento da cavidade bucal, garantindo uma boa digestão, além de outras vantagens (BRASIL, 2009). Neste evento da vida, as mulheres, tornam-se protagonistas no processo de amamentação, podendo assim, participar de forma ativa da indescritível sensação de satisfação, por poder fornecer ao seu filho alimento e carinho. O aleitamento materno exclusivo é um ato de pura doação, e ao observarmos a sociedade em geral, nos deparamos com uma amplitude de pensamentos, crenças, limitações e imposições direcionadas a mulher durante essa prática. Sabemos que os benefícios são muitos, a ambas as partes, mas que também podem existir dificuldades maternas no processo de amamentação. Percebe-se que nem todas as mulheres exercem o aleitamento materno da mesma maneira, por existirem fatores capazes de desencorajá-las, como nos casos de despreparo sobre a forma correta de amamentar, desconhecimento dos benefícios da amamentação, situações de doença que as impossibilite de amamentar ou até mesmo a falta do apoio familiar. Assim, nota-se a importância de enfermeiros capacitados para o desenvolvimento de ações de incentivo ao aleitamento materno, abrangendo essas mulheres de forma integral, valorizando o lado do ser mulher que amamenta, exaltando sua natureza feminina, esclarecendo dúvidas, respeitando e sendo sensíveis ao discutirem seus sentimentos e crenças, para que a nutriz obtenha maior segurança e consiga alcançar êxito no vínculo com seu filho, através do processo de amamentação. OBJETIVO: Conhecer a vivência de mulheres em Aleitamento Materno Exclusivo- AME. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa descritiva exploratória com abordagem qualitativa sobre a vivência de mulheres em AME nas unidades de alojamento conjunto de uma Maternidade pública de grande porte, vinculada ao Sistema Único de Saúde (SUS), A coleta de dados se deu no mês de maio do ano de 2012, após aceitação do Comitê de Ética em Pesquisa da instituição, cujo protocolo é de nº 42/08. A população foi composta por mulheres que tiveram parto único, independente da idade, classe social, tipo de parto e paridade, estando em boas condições de saúde para amamentar e em AME no alojamento conjunto, durante o período de maio de 2012. Para quantificar a amostra, utilizou-se o critério de saturação dos dados, que segundo Fontanela; Ricas e Turato (2008), é utilizado na delimitação de uma amostra, interrompendo a obtenção de mais componentes, por repetição dos dados. Os dados foram coletados através de uma entrevista semi- estruturada. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Participaram do estudo vinte e uma (21) puérperas sendo a coleta realizada no turno diurno. As participantes tinham entre 16 e 37 anos, com idade média de 23,4 anos, cuja situação conjugal caracterizava-se por 10 (47,6%) dessas apresentarem união consensual, 07 (33,3%) serem solteiras e 04 (19,0%) casadas. Com relação ao nível de escolaridade, 16 (76,1%) das mulheres não chegaram a concluir o segundo grau, sendo que apenas 03 (14,2%) concluíram ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 o ensino médio, 01 (4,7%) o ensino superior incompleto e 01 (4,7%) o ensino superior completo. Observou-se que 06 (28,5%) delas, tinham entre 16 e 18 anos e mostraram ter baixo nível de conhecimento sobre sexualidade segura e saúde reprodutiva. Sabe-se que a pouca orientação sobre essa temática, predispõe ao aumento de índices de gravidez na adolescência. Nesse contexto, Gurgel et at (2008), acreditam que este evento pode ser ocasionado pelos seguintes fatores: descuido, uso incorreto dos métodos contraceptivos, promiscuidade e acessos a informações de forma inadequada. Isto nos mostra como é imprescindível abordar este assunto a este grupo, desenvolvendo práticas de educação em saúde sobre sexualidade segura e vida reprodutiva, desde o ambiente estudantil. Com relação ao trabalho e ocupação das entrevistadas, apenas 09 (42,8%) exercem atividade remunerada e 12 (57,1%) cumprem serviços não remunerados, sendo estas, estudantes e do lar. No tocante ao trabalho dessas mulheres, percebeu-se que as atividades remuneradas exercidas, em sua maioria 07 (33,3%), não requeriam nível médio ou superior completo para serem desenvolvidas. O estrato social mostrou que dentre as participantes, 08 (38,0%) tinham uma renda familiar de um salário mínimo e 07 (33,3%) de dois salários, 04 (19,0%) não chegavam nem sequer a um salário, e apenas 02 (9,5%) a três salários mínimos ou mais, vigentes no período. Mediante as informações, percebeu-se que a maioria das puérperas mantinham uma classe social desfavorecida. Subtende-se que a baixa renda familiar intervém negativamente na qualidade de vida, no que gera a busca por uma atividade remunerada, porém, a mulher, como integrante da família, tenta dar a sua parcela de contribuição no sustento do lar. Dentre as participantes, 10 (47,6%) tiveram parto vaginal (normal) e 11 (52,3%) tiveram parto cirúrgico (cesariano), por condições necessárias. Quanto ao tipo de paridade, 11 (52,3%) eram multíparas, aquelas consideradas por parirem mais de uma vez, e 10 (46, 6%) eram primíparas, sendo aquelas que tiveram o primeiro parto (DICIO, 2012). Quanto ao planejamento e aceitação da gravidez, 12 (57,1%) das puérperas foram surpreendidas e apenas 09 (42,8%) haviam planejado. Com relação ao intervalo interpartal, 04 (19%) tinham menos de dois anos, 07 (33,%) mais de dois anos e 10 (47,6%) não se aplicavam a esse intervalo, por serem primíparas. Foram questionados às participantes, o acompanhamento de pré-natal e a origem de informação sobre o aleitamento materno, havendo frequência de 17 (80,9%) na realização de consultas e 04 (19,0) a não adesão. O estudo mostrou ainda, que das orientações recebidas, 02 (9,5%) vinham apenas de médicos, 05 (23,8%) de enfermeiros, 02 (9,5%) junção de médico e enfermeiro, 03 (14,2%) através da família, 03 (14,2%) por meio de outras fontes, como internet, panfletos, propagandas da mídia e amigos, e 06 (28,5%) não receberam nenhuma orientação, e nem sequer a buscaram. A consulta de pré-natal é o momento oportuno não só para avaliar as condições de saúde da gestante e seu bebê, mas também, para o fornecimento de informações sobre ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 as diversas transformações que ocorrem neste período, assim como o esclarecimento de dúvidas, desvelamento de mitos e tabus, e o encorajamento à prática da amamentação. Em relação ao local onde o bebê foi amamentado pela primeira vez, 07 (33,3%) foram ainda em sala de parto, 05 (23,8%) em sala de recuperação, 07 (33,3%) em alojamento conjunto e 02 (9,5%) no berçário. No que diz respeito à experiência em amamentar, o estudo mostrou que 13 (61,0%) das puérperas não tinham vivenciado esta prática, e apenas 08 (38%) delas, já haviam amamentado antes. O tempo de prática mencionado por elas variou de uma semana a um ano e seis meses, sendo que 03 (14%) amamentaram por menos de seis meses. Dentre estas, 02 ofereceram apenas até duas semanas, 03 (14%) chegaram até os seis meses, 02 (9,5%) foram além dos seis meses e 13 (61,9%) não se aplicaram, devido a sua primiparidade. Diante os resultados acima citados, percebe-se que o incentivo ao Aleitamento materno deve continuar sendo trabalhado. Os profissionais de saúde precisam estar cada vez mais capacitados e dispostos a estimularem as mães, a ressaltarem a importância da duração, e a predominância da amamentação de forma exclusiva até os seis primeiros meses, abordando questões de saúde ao binômio mãe-filho. Em relação à opinião das entrevistadas sobre os fatores que facilitam a amamentação, citaram: boa alimentação, apoio da família, disposição e determinação para amamentar, tranquilidade e um bom psicológico durante a prática, experiência de aleitamento, posicionamento adequado da mãe e do bebê, e a praticidade e comodidade do leite materno. O apoio da família envolve auxílio nos cuidados com o bebê, nas atividades do lar, especialmente logo após o parto e no período de adaptação da criança. Configura-se em incentivo para o aleitamento materno, principalmente quando a nutriz se vê diante de obstáculos a serem superados (SHIMODA; SILVA, 2010). Em relação a como a mulher deve estar psicologicamente para amamentação, relataram que o nervosismo apenas atrapalha este evento,sendo necessário todo um preparo e paciência, pois a lactante deve antes tentar se acalmar e relaxar, para que haja o momento de satisfação a ambas as partes. O aleitamento materno proporciona o contato pele a pele da mãe com o bebê, estimulando assim os sentidos. Se realizada sem pressa e com amor e carinho o bebê além de sentir o conforto de ter suas necessidades satisfeitas, vive o prazer por estar nos braços de sua mãe, sentindo seu cheiro e suas carícias (ANTUNES et al, 2008). No que diz respeito prática em amamentar, ainda se tratando dos fatores identificados como facilitadores, foram enfatizados pelas puérperas que a experiência própria em aleitar, ajuda nesse momento. Acreditam que essas mulheres, tem uma maior noção de como é o decorrer deste evento e assim as possíveis medidas a serem tomadas em momentos de dificuldades. Quanto ao posicionamento adequado para se amamentar, 03 (14,2%) afirmaram ser este um importante fator que predispõe o sucesso da amamentação, devendo ser ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 preservado, por proporcionar conforto a mãe nesse momento. A inadequação no posicionamento mãe e bebê dificulta a relação entre a boca da criança e o mamilo, interferindo na pega correta e descida do leite, mostrando assim que as ocorrências acontecem uma por consequências da outra (MARQUES et al, 2008). Quando ainda questionadas sobre os facilitadores da duração da amamentação, 02 (9, 5%) mencionaram a praticidade e comodidade de aleitar, por se tratar de um alimento completo que não necessita de tempo para preparo, pois já vem pronto para ser oferecido à criança. Relacionado aos fatores que dificultam o aleitamento materno, os principais obstáculos encontrados pelas mães, foram os relacionados às mamas e suas alterações, sendo estes: fissuras mamilares, devido a pega incorreta, mamas ingurgitadas, mamilos planos que dificultam a pega correta, assim, como: inexperiência, situações de estresse, impaciência e nervosismo, falta de tempo devido ao trabalho ou a escola. Dentre as entrevistadas, apenas 04 (19,4%) afirmaram não ver nenhum problema para amamentar. Quanto às dificuldades relacionadas às mamas e suas alterações, foram abordados pelas lactantes, as fissuras mamilares, e mamilos planos. Assim, percebe-se a dificuldade que essas mulheres têm em proporcionar uma pega correta durante a lactação, por se tratar de motivos que geram intenso sofrimento durante o aleitamento, comparadas ao fato de que este deve ser um momento prazeroso a ambas as partes. Os ferimentos nas regiões mamilares são as causas mais comuns de dor quando se vai amamentar, ocasionadas pelo mau posicionamento e pega inadequada. Outras causas compreendem mamilos planos, curtos ou invertidos, assim como, disfunções orais na criança, freio de língua demasiadamente curto, períodos prolongados de sucção não nutritiva, extração de leite inadequada, suspensão incorreta da sucção do bebê quando for preciso retirá-lo do peito, uso de produtos que causam processos alérgicos nos mamilos e exposição a protetores mamilares e forros úmidos por muito tempo (BRASIL, 2009). Com relação ao ingurgitamento mamário, as mulheres mencionaram a dor, o desconforto e o sofrimento que elas sentem durante a lactação, decorrentes desse processo. De acordo como Ministério da Saúde (BRASIL, 2009), O ingurgitamento mamário ocorre devido a congestão da vascularização da mama, seguido da retenção de leite nos alvéolos e o edema devido ao aumento e obstrução da drenagem que o sistema linfático realiza comprometendo a saída do leite. As situações de inexperiência, estresse, impaciência e o nervosismo, foram enfatizados como fatores que interferem na descida do leite. Nesse contexto, Shimoda e Silva (2010), observam em seu estudo que a nutriz se preocupa em manter o equilíbrio emocional, por acreditar que as situações de estresse e sentimentos ruins possam interferir negativamente na sua produção de leite e a prejudicar sua criança. Quanto à disposição de tempo para amamentar, as puérperas citaram a questão do trabalho e a volta aos estudos como fator que as dificultem de amamentar seus ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 filhos. Sabe-se que a jornada de trabalho e maternidade é difícil de ser conciliada, e requer disposição da nutriz, apoio da família, assim como o incentivo por parte dos profissionais de saúde ao acompanharem essas mulheres em sua nova fase de vida. Apesar da linguagem simples, percebeuse que as puérperas haviam adquirido informações sobre o aleitamento materno, pois mostraram ter conhecimento sobre a importância da amamentação, onde algumas adotam modelos mais biologicistas e outras mais sentimentais e culturais. Dentre elas, foram mencionadas palavras relacionadas a questões sentimentais, como: a sensação de dependência, apego e o fortalecimento do vínculo entre ambos, a alegria e felicidade que proporcionavam prazer, a tranquilidade e a promoção de confiança. Os laços afetivos que envolvem a mãe e seu bebê durante a amamentação, geram na mulher a sensação de não apenas oferecer o seu leite, mas de vivenciar um momento que poderá aflorar sentimentos de satisfação e prazer, influenciados pelo vínculo com seu filho (ARAÚJO et al, 2008). Ainda sobre os motivos que facilitam a lactação, também acreditavam em modelos biologicistas, quando mencionavam a saúde, o crescimento, desenvolvimento, imunidade e proteção do bebê, assim como a recuperação mais rápida de sua saúde. Refletindo neste exemplo, percebeu-se que as depoentes acreditavam que ao amamentarem, contribuíam para que seus filhos permanecessem saudáveis. Observou-se que 11 (52,3%) mostraram crer que o leite materno proporciona um bom crescimento, ganho de peso e desenvolvimento da criança. O aleitamento materno traz ao recém-nascido, vantagens relacionadas ao suprimento das suas necessidades nutricionais durante os primeiros seis meses de vida, promovendo resistência contra infecções e ainda estimulando vínculo a mãe e seu bebê (ARAÚJO et al, 2008). O estudo revelou que as entrevistadas acreditavam que a prática do aleitamento materno contribui para a recuperação mais rápida da saúde da mãe.O aleitamento materno proporciona inúmeros benefícios à saúde da mulher e sua recuperação. De acordo com o Ministério da Saúde, a amamentação iniciada logo ao nascer, atua diminuindo os sangramentos da mãe após o parto e prevenindo a anemia materna, além de ajudar na involução uterina, diminuir os riscos de desenvolvimento de câncer de mamãe e ovário, e ainda ser um método natural que auxilia no planejamento familiar (BRASIL, 2007). CONCLUSÃO: O estudo nos permitiu conhecer a vivência de mulheres em Aleitamento Materno Exclusivo através de seus relatos, onde nos fizeram apreciar as experiências e conhecimentos adquiridos desse universo de conexão real entre mãe e filho, o vínculo perfeito e uma das formas mais lindas de se expressar a dependência de um ser e do cuidar. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 FATORES DE RISCO PARA ACIDENTES COM MATERIAL BIOLÓGICO COM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM NO AMBIENTE HOSPITALAR Pedro Paulo Rodrigues, Faculdade Leão Sampaio Maria Ludvania Romualdo Duarte, Faculdade Leão Sampaio Rayane Moreira de Alencar, Faculdade Leão Sampaio Sumina Kayanni Alves de Lima, Faculdade Leão Sampaio Aline Morais Venâncio, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Enfermagem. Saúde. Trabalhador. Risco Biológico. INTRODUÇÃO: No Brasil, a promulgação da constituição brasileira, em 1988, representou importante marco na atenção à saúde do trabalhador, uma vez que o trabalho é um determinante/condicionante da saúde dos indivíduos e que a saúde dos trabalhadores deve ser viabilizada pelo Sistema Único de Saúde, segundo os princípios que o orientam (SIMÃO et al., 2010). Os trabalhadores da área da saúde estão expostos a diferentes riscos ocupacionais; físico, ergonômico, químico, biológico e psicossocial, a que se sujeitam os demais trabalhadores, sendo o risco biológico o mais presente no cotidiano dos profissionais da área da saúde, uma vez que se expõe constantemente ao contato com sangue e outros fluídos orgânicos contaminados por uma variedade imensa de patógenos desencadeadores de doenças. Considera-se risco biológico a probabilidade da exposição ocupacional a agentes biológicos como microrganismos, geneticamente modificados ou não; as culturas de células; os parasitas; as toxinas. Os profissionais de enfermagem no desenvolvimento de suas funções estão expostos a inúmeros riscos ocupacionais que podem ocasionar doenças ocupacionais e acidentes de trabalho (ALMEIDA et al., 2009). Conforme as estatísticas observadas, a equipe de enfermagem é uma das principais categorias profissionais sujeitas às exposições com material biológico, este fato relaciona-se à enfermagem ser a profissão da área da saúde que tem maior contato direto com os pacientes e são os que realizam a administração de medicamentos, punção venosa, soroterapia e aspiração, sendo as mãos a parte do corpo mais envolvida nos ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 acidentes, causados principalmente por agulhas (SIMÃO et al., 2010). O trabalho realizado pela equipe de enfermagem no âmbito hospitalar é caracterizado por exigências organizacionais múltiplas, sobrecarga de trabalho, situações conflitantes, tensão constante e estresse tanto pessoal quanto situacional, levando o profissional a um desgaste físico e mental acentuado, causando-lhe muitas vezes alterações emocionais, físicas, imunológicas e até mesmo psicossomáticas, além de propiciar a ocorrência de acidentes (SILVA; SANTOS; NASCIMENTO, 2008). Apesar do risco de infecções ao cuidar de pacientes infectados por algum patógeno (vírus, bactéria ou outro microrganismo) sempre ter existido, somente após a descoberta do vírus da imunodeficiência (HIV), as organizações aumentaram no sentido de prevenir o contágio dos trabalhadores através da diminuição da exposição ocupacional aos fluidos orgânicos potencialmente contaminados. Por isso, para se evitar o risco de exposição a material biológico, todo profissional deve ter à sua disposição Equipamentos de Proteção Individual (EPI), instrumentos de uso pessoal, cuja finalidade é neutralizar a ação de certos acidentes possíveis de causar lesões ao trabalhador e protegê-lo contra prováveis danos à saúde, causados pelas condições de trabalho (SIMÃO et al., 2010). É dever da empresa fornecer o EPI em quantidade e qualidade, e cabe ao trabalhador utiliza-lo apenas com finalidade a que se destina, responsabilizar-se por sua guarda e conservação, além de comunicar ao empregador qualquer dano ou alteração que o torne impróprio para o uso. A análise da utilização de EPI é complexa, pois existem fatores relacionados ao empregador, ao empregado e ao próprio EPI (OLIVEIRA; LAGE; AVELAR, 2011). Almeja-se que este estudo possa contribuir como fonte de pesquisa e para aumento das informações pertinentes aos riscos de acidentes com material biológicos que estão expostos os profissionais de enfermagem no ambiente hospitalar. OBJETIVOS: Identificar os fatores de risco para acidentes com material biológico que envolva os profissionais de enfermagem que trabalham em ambiente hospitalar, segundo a literatura. MATERIAIS E MÉTODOS: Este trabalho é uma apresentação de revisão sistemática, natureza exploratória e com abordagem qualitativa, onde a mesma procura responder a seguinte pergunta: Quais são os fatores de risco para a ocorrência de acidentes com material biológico entre os profissionais de enfermagem? Revisões sistemática, igualmente a outros tipos de pesquisa de revisão é uma forma de estudo que utiliza como fonte de dados a literatura sobre determinado tema e aplicam técnicas explicitas e sistematizadas de identificação de pesquisas originais e de abstração de dados literários com o objetivo de evitar ou minimizar distorções dos resultados (SAMPAIO; MANCINI 2006). Uma pesquisa de caráter exploratório são investigações que tem por finalidade apresentar por completo os apontados fenômenos onde essas descrições podem ser de caráter quantitativo ou qualitativo. Já a abordagem qualitativa é aquela que permite ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 abordar aspectos subjetivos e complexos de uma amostra que precisa ser reduzida quando comparada com uma abordagem quantitativa. A metodologia qualitativa permite uma análise profunda e psicossocial da amostra em estudo além da interpretação dos dados (MARCONE; LAKATOS, 2010). Onde toda esta análise é empregada como uma técnica para avaliar um conjunto de dados obtidos e também uma maneira de fazer uma pesquisa mais profunda sobre o tema abordado; através disso a mesma nos proporcionalizará realizar a identificação dos tipos de risco biológicos e modos de prevenção em profissionais de enfermagem dentro do ambiente hospitalar, fundamentada na literatura. Após a definição do tema foi feita uma consulta literária que se consistiu da análise de artigos publicados nas bases do banco de dados Scientific Eletronic Library Online (SciELO). Utilizou-se os descritores: Enfermagem; Risco de Acidente; Material Biológico. Os critérios de inclusão dos artigos foram estar na íntegra, estar no idioma português, fazer parte das publicações brasileiras e ter alguma relação com o tema, e serem na unidade hospitalar, contribuindo assim para a investigação em questão, sendo os de exclusão a contradição das informações anteriores. O período da pesquisa foi do dia 12 a 19 de abril de 2015. Foram encontrados um total de 7 (sete) artigos, após isso foi realizada uma análise dos artigos obtidos através de reflexões críticas. Destes, 3 (três) artigos foram excluídos, devido não estarem de acordo com os critérios de inclusão. RESULTADOS/DISCUSSÃO: A literatura mostra os principais fatores para a ocorrência de acidentes envolvendo material biológico entre os profissionais de enfermagem. No que se refere aos profissionais de saúde como um todo, a precariedade das condições de trabalho, somadas a dificuldade de convivência com os colegas de profissão, acarretam prejuízos na vida cotidiana privada. Tendo em vista a permanência no hospital, devido às escalas extras de plantões, esses trabalhadores se veem forçados a abdicar do seu lazer em prol de melhores condições salariais (OLIVEIRA; LAGE; AVELAR, 2011). Muitas vezes a estrutura física da instituição hospitalar é inadequada, como por exemplo: salas apertadas, corredores estreitos, salas que deviam estar acopladas uma à outra, distantes entre si, ausência de boa iluminação, ventilação, estrutura física antiga e em más condições, banheiros insuficientes para o número de funcionários, ausência de melhores condições de trabalho, falta de recursos material e equipamentos; geram frustração, irritação e fadiga no funcionário que tem de se adaptar a situação apesar de realizar bem o seu trabalho (SILVA; SANTOS; NASCIMENTO, 2008). Os acidentes com perfuro cortantes são caracterizados como o principal tipo de acidente na enfermagem, oferecendo riscos à saúde física e mental dos trabalhadores, sendo que todos esses acidentes têm como meio de contaminação o contato do indivíduo com o sangue e secreções através de materiais perfuro cortantes ou por respingos do liquido contaminado em mucosas ou pele lesadas, que podem transmitir ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 infecções graves, como o vírus do HIV, da Hepatite B e C (SILVA; SANTOS; NASCIMENTO, 2008). A lâmina de bisturi também é responsável por um grande número de acidentes, estando relacionado com seu uso indevido ou descarte em local inadequado. O reencape das agulhas foi um dos comportamentos de risco mais referidos nas publicações e associado aos acidentes percutâneos, evidenciando a permanência desta prática entre a equipe de enfermagem apesar das recomendações oficiais que contraindicam o reencape. Ainda é preciso destacar que o acidente com exposição a material biológico é considerado como agravo de notificação compulsória. A identificação dos locais, momentos e atividades que oferecem perigo para os trabalhadores é fundamental para o planejamento de ações de modo a minimizar o risco de acidentes. Os principais fatores condicionantes são: desconhecimento dos profissionais quanto ao risco de adquirir uma doença infectocontagiosa, indisponibilidade de equipamentos ou subestimação do risco (ALMEIDE et al., 2009). Desta forma, medidas preventivas são importantes, necessárias e eficazes para redução de acidentes com perfuro cortantes, cabendo ao enfermeiro o planejamento e implementação destas (SIMÃO et al., 2010). De acordo com a legislação vigente, a Norma Regulamentadora 32 (NR 32), os EPI, descartáveis ou não, deverão estar à disposição em número suficiente nos postos de trabalho, de forma que seja garantido o imediato fornecimento ou reposição. O trabalhador deve receber capacitação quanto ao risco biológico e sobre a utilização de EPI e vestimenta de trabalho. A não adesão às medidas preventivas foi bastante discutida e foram fatores condicionantes: desconhecimento dos profissionais quanto ao risco de adquirir uma doença infectocontagiosa, indisponibilidade de equipamentos ou subestimação do risco. Em um dos estudos foi observado que 79,6% dos trabalhadores da enfermagem afirmaram que em seu local de trabalho havia equipamentos de proteção individual (EPI), entretanto 46,3% dos que sofreram acidentes não faziam uso deles. Os trabalhadores quando questionados sobre os motivos do não uso, 84,0% alegaram ser desnecessário por não haver contaminação. No que se refere a não adesão às precauções padrão, os EPI surgem como protagonistas. Existe muito descaso com tais equipamentos, tanto por parte dos trabalhadores, que mesmo tendo acesso aos equipamentos não os usam em seus procedimentos, quanto por parte dos empregadores que não os disponibilizam para seus funcionários ou, quando o fazem, estes são inadequados ou insuficientes (ALMEIDA et al., 2009). Ainda como medida preventiva, todo trabalhador de serviços de saúde deve receber, gratuitamente, imunização ativa contra tétano, difteria, hepatite B e os estabelecidos no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Sempre que houver vacinas eficazes contra outros agentes biológicos a que os trabalhadores estão ou poderão estar expostos, o empregador deve fornecê-las gratuitamente (SIMÃO et al., 2010). É preciso valorizar a participação dos enfermeiros como ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 educadores, sendo de extrema importância o paradigma nas práticas de saúde do trabalhador. A educação em saúde, caracterizada por propostas de mudanças, desde as atividades nas instituições de ensino, como a adoção de medidas preventivas de biossegurança no ato de cuidar do cliente, é essencial e pertinente na formação do enfermeiro e demais elementos da equipe de enfermagem. A aderência às medidas de prevenção deve ser estimulada durante a sua formação profissional, seja ele de nível médio, superior e de pósgraduação e se estender para o seu local de trabalho, com a finalidade de concretizar o conhecimento adquirido e que possa permitir ao profissional ser corresponsável pela conservação da sua própria integridade física. Entretanto, não satisfaz somente disponibilizar as atividades de educação permanente, é preciso rever os métodos de como elas estão sendo realizadas, pois a forma de transmissão de informações, no que se refere a pedagogia tradicional, não está atendendo às necessidades da sociedade na atualidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Após a pesquisa fundamentada na literatura, foram descritas as ocorrências desse tipo de acidente com os profissionais de enfermagem, fatores relacionados aos mesmos. No que se refere às causas dos acidentes, o reencape de agulhas foram os mais evidenciados. Também evidenciam que os trabalhadores estão expostos ao risco em todas as áreas das instituições onde existe contato com os pacientes ou seus resíduos biológicos, sendo potencializado quando relacionado aos cuidados diretos aos pacientes e com elevado número de procedimentos. A não adesão às medidas preventivas foi muito discutida. É preciso valorizar a participação dos enfermeiros como educadores, sendo de extrema importância o paradigma nas práticas de saúde do trabalhador. A educação em saúde é essencial e está relacionada com a formação do enfermeiro e dos demais elementos da equipe de enfermagem, pois os mesmos necessitam com o passar do tempo de atualização, de inovação, para a melhoria da sua assistência. Se o ensino tem enfatizado estes aspectos, não tem conseguido alterar a prática, indicando que há necessidade de mudanças. É preciso formar estratégias que permitam uma maior adesão dos profissionais às prevenções de acidentes, que é o determinante para a redução dos índices de acidentes. A pesquisa aponta ainda para necessidade de serem feitos novos estudos sobre a relação entre os acidentes com material biológico e os profissionais de enfermagem, com a finalidade de criar medidas preventivas e modelos de intervenção para minimização dos acidentes no ambiente hospitalar. ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 A IMPORTÂNCIA DAS PRÁTICAS EDUCACIONAIS APLICADAS PELOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NAS ESTRATÉGIAS SAÚDE DA FAMÍLIA Pedro Paulo Rodrigues, Faculdade Leão Sampaio Rayane Moreira de Alencar, Faculdade Leão Sampaio Magaly Lima Mota, Faculdade Leão Sampaio Alessandra Bezerra de Brito, Faculdade Leão Sampaio Palavras-chave: Educação. Profissionais. Saúde. Estratégia Saúde Família. INTRODUÇÃO: A Estratégia Saúde da Família (ESF), modelo assistencial da atenção básica, a educação permanente, que tem suas origens no Programa Saúde da Família (PSF) oficializado em 1994, constitui-se como um instrumento essencial para a capacitação e qualificação dos profissionais, buscando as lacunas de conhecimentos e atitudes, dando subsídios para que eles possam entender e atender às necessidades de saúde da população, de resolutividade, de organização dos serviços e de transformação da realidade (COELHO ET AL., 2012). O foco deste programa é a família no seu espaço físico e social, proporcionando à equipe de saúde uma visão ampliada do processo saúde- doença, que permite intervenções além das práticas curativas (FERREIRA; SCHIMITH; CÁCERES, 2012). Na qual suas equipes devem prestar atendimento de saúde e criar espaços contínuos e crescentes de atividades educativas (FERNANDES; BACKES, 2010). As diretrizes da educação para a saúde foram definidas através do Ministério da Saúde, em 1980, como atividades planejadas que tinham como objetivo desenvolver condições para produzir transformação de comportamento dos usuários. Naquele momento, tais atividades eram voltadas para a cura, gerando um estímulo para a sociedade apenas medicar-se em busca da cura das doença (GAZZINELLI; GAZZINELLI; REIS; PENNA, 2005). Ao se considerar as referidas diretrizes, constata-se que o contexto atual aponta para a necessidade de uma reorientação no conceito de educação em saúde, ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 tornando estas atividades uma base para que a população tenha autonomia de participar de forma ativa durante todo o processo de cura ou manutenção do seu estado de saúde, deste modo a abordagem dos profissionais deve evitar uma redução as resoluções dos agravos de saúde apenas com a prática curativa. Está sustentada na concepção de aprendizagem significativa que produza sentido e proporcione a transformação das atividades profissionais mediante a reflexão crítica sobre as práticas reais dos serviços de saúde. Para trabalhar a educação em saúde na ESF é fundamental que os profissionais conheçam a realidade da população da sua área de abrangência, suas limitações e possibilidades, e que diante disso desempenhem seu trabalho de forma ética, criativa, inovadora e acolhedora, sabendo lidar com as adversidades. Contudo, muitos dos entraves à realização das ações educativas referidos, provavelmente, fogem do controle contíguo dos profissionais de saúde, tendo em vista o caráter macroideológico que abarca tal questão (SILVA; DIAS; RODRIGUES, 2009). A construção de um processo educativo, voltado para os profissionais, traduz-se na possibilidade de se oferecer um serviço de melhor qualidade e resolutividade, visão mais abrangente da necessidade do usuário, programação de ações para a saúde, intervenção efetiva em relação aos problemas locais. Nesse sentido, a ação educativa desenvolvida pelo enfermeiro deve propiciar uma reflexão crítica, problematizadora, ética, estimulante da curiosidade, do diálogo, a escuta e a construção de conhecimentos compartilhados. Então se faz necessário conhecer as necessidades de cada profissional, para que cursos de capacitação e reciclagem de profissionais em serviço possam vir a adequar os perfis destes profissionais e consolidar a Estratégia Saúde da Família. Portanto, justifica-se a realização de pesquisas que visem monitorar a adequação do perfil dos profissionais de saúde em Programas de Saúde da Família em diferentes municípios do país (FERREIRA; SCHIMITH; CÁCERES, 2012). Ressalta-se que a educação em saúde representa um importante instrumento facilitador para a capacitação da comunidade, contribuindo para a promoção da saúde. Assim, trabalhadores de saúde e usuários precisam estabelecer uma relação dialógica pautada na escuta terapêutica, no respeito e na valorização das experiências, das histórias de vida e da visão de mundo. Para desenvolver estas ações, é necessário o conhecimento destas práticas educativas por parte destes trabalhadores, considerando que é essencial conhecer o olhar do outro, interagir com ele e reconstruir coletivamente saberes e práticas cotidianas. Esse tema é relevante pois a educação em saúde, é tida como prática norteadora do processo saúde-doença, representando uma importante ferramenta para a prevenção da doença e promoção da saúde (CERVADA; PARREIRA; GOULART, 2011). OBJETIVOS: A pesquisa teve por objetivocompreender a importância das práticas educacionais aplicadas pelos profissionais de saúde nas Estratégias Saúde da ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 Família. MATERIAIS E MÉTODOS: esse presente estudo apresenta uma revisão sistemática de modo exploratório e com abordagem qualitativa. Revisões sistemáticas são as que se usam métodos específicas e explícitas de assimilação de pesquisas originais e de abstração de informações literários, com a finalidade de evitar ou tornar mínimo as distorções dos resultados (ROUQUAYROL; ALMEIDA, 2003). As pesquisas de modo exploratório são averiguações que tem como finalidade expor completamente os determinados fenômenos onde essas descrições podem ser de caráter quantitativo ou qualitativo. A pesquisa qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do comportamento humano (MARCONI; LAKATUS, 2010). Onde toda esta análise é empregada como uma técnica para avaliar um conjunto de dados obtidos e também uma maneira de fazer uma pesquisa mais profunda sobre o tema abordado; através disso a mesma nos proporcionalizará realizar a identificação do nível de conhecimento dos profissionais de saúde, que atuam nas ESF acerca das práticas educacionais; as principais formas de aplicação das práticas educacionais por estes profissionais nas unidades; e conhecer as principais dificuldades encontradas na aplicação destas práticas, fundamentada na literatura. Após a definição do tema foi feita uma consulta literária que se consistiu da análise de artigos publicados nas bases do banco de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Utilizou-se os descritores: Educação; Profissionais de Saúde e PSF. Os critérios de inclusão dos artigos foram estar na íntegra, estar no idioma português, fazer parte das publicações brasileiras, serem publicações do ano de 2010 a 2015 e ter alguma relação com o tema, contribuindo assim para a investigação em questão, sendo os de exclusão a contradição das informações anteriores. O período da pesquisa foi do dia 9 a 20 de abril de 2015. Foram encontrados um total de 7 (sete) artigos, após isso foi realizada uma análise dos artigos obtidos através de reflexões críticas. Destes, 4 (quatro) artigos foi excluído, devido um deles ter como tema central a assistência materna das puérperas; o segundo pelo fato de retratar as atribuições das equipes de saúde da família, o terceiro pois fala sobre o acolhimento no PSF, e o ultimo traz as mudanças comportamentais do usuário do PSF, não sendo assim relevante para a discussão em questão, que tem como foco o risco biológico em toda a unidade hospitalar. RESULTADOS/DISCUSSÃO: A literatura mostra os principais fatores para a ocorrência da promoção à saúde na ESF implica um novo olhar dos profissionais da equipe multidisciplinar, vislumbrando um conceito ampliado de saúde, tendo a integralidade como princípio de ação. Nesse sentido, para suprir as lacunas de formação destes profissionais para esse novo olhar, o processo de educação permanente em saúde é essencial (COELHO ET AL., 2012). No campo de competências e atribuições comuns à toda equipe, a atribuição mais citada como fácil pelos profissionais de saúde da família foi a ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 questão do conhecimento da realidade das famílias, além da identificação de problemas e riscos à saúde vinculada à família e criação de vínculo familiar. A facilidade em obter estes conhecimentos e vínculos se deve principalmente ao cadastramento realizado pelos agentes comunitários de saúde e também pelo fato dos mesmos, além de fazerem parte desta comunidade, desempenharem o papel de elo entre os profissionais de saúde e as famílias, trazendo e mostrando informações que facilitam o trabalho das equipes. Outro fator importante pode ser a necessidade deste tipo de serviço pelas famílias, que normalmente são carentes, e também o nível adequado de formação e especialização dos profissionais, já que muitos têm alguma experiência prévia com PSF. O foco de atenção das equipes à família no seu espaço físico e social e o conhecimento da realidade delas irão proporcionar uma visão ampliada do processo saúde-doença, vivenciada pelas equipes de trabalho, norteando as equipes para uma maior facilidade no desenvolvimento de ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde (COELHO ET AL., 2012). Alguns profissionais veem as ações de educação em saúde como oportunidade para desenvolver nas pessoas a consciência acerca da importância da corresponsabilização de todos os envolvidos na promoção e proteção da saúde, tanto o profissional, quanto os indivíduos e a comunidade (RODRIGUES; SANTOS, 2010). A atividade mais difícil de desempenhar, segundo as equipes, é a questão das ações intersetoriais e parcerias com organizações existentes na sociedade. Uma vez que os diversos setores da sociedade sempre trabalharam de forma independente, as organizações formais e informais não estavam acostumadas a participar juntamente com profissionais de saúde no enfrentamento dos problemas de saúde das comunidades onde as mesmas estão inseridas. Segundo o Ministério da Saúde, o profissional de saúde da família deve ter habilidades ou desenvolver habilidades nas clínicas de estabelecimento de parcerias e trabalho em equipe multissetorial (FERREIRA; SCHIMITH; CÁCERES, 2012). A atualização é necessária para a realização do trabalho visto que o conhecimento é dinâmico e a cada dia surgem novas informações que o profissional precisa buscar e acompanhar. As ações educativas devem levar o ser humano a despertar nele a capacidade de pensar sobre o papel do aprendizado, no seu contexto individual e de trabalho, além da sua capacidade de ser sujeito do processo de mudança. Portanto, o processo de educação permanente deve levar em consideração os profissionais como protagonistas no campo da prática. A integração da equipe auxilia no processo de aprendizado. O trabalho em equipe é uma tendência atual, uma vez que, frente à complexidade e diversidade dos problemas vivenciados na prática, os profissionais devem desenvolver competências associadas à capacidade de cooperação, na resolução de problemas (COELHO ET AL., 2012). Como pode-se observar a educação permanente em os profissionais de saúde de uma ESF esta muitas ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 vezes relacionado ao modelo tradicional e a precariedade desse modelo, ficando evidente a necessidade de um novo modelo e novas práticas, que englobe o diálogo e o trabalho em equipe dos membros dessa equipe, pois a aprendizagem deve acontecer em equipe, por meio de trocas de informações favorece a aplicação do aprendizado, no cotidiano de trabalho. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Após a pesquisa fundamentada na literatura, foram identificadas as contribuições da educação permanente em uma ESF, destacando-se as falhas e a resolução de problemas na organização do trabalho; a possibilidade de maior relação entre equipe e comunidade e uma maior motivação para a procura de qualificação e aperfeiçoamento, que necessita de uma identificação precoce das falhas no atendimento e a conscientização das necessidades reais de saúde. No que se refere às facilidades observadas, os profissionais mostraram menores dificuldades com atribuições coletivas e relacionadas a métodos e técnicas básicas de cada área. Por outro lado, os resultados mostraram que, ainda após doze anos da criação desta estratégia, os profissionais encontram várias dificuldades em atuar da forma correta. Levando em conta a expansão da ESF no Brasil, notase que os estudos ainda são muito fracos, pois abrangem somente uma pequena quantia dos programas implantados. A educação permanente torna o profissional capacitado a planejar, organizar, desenvolver e avaliar ações que respondam às necessidades da comunidade. E para que isto aconteça, é preciso uma contínua interação com a comunidade, no sentido de mobilizá-la e estimular sua participação. Por último, esta pesquisa aponta a necessidade de serem feitos novos estudos sobre a relação entre as práticas educacionais e profissionais de saúde de uma ESF, e espera-se contribuir para a inserção da educação em saúde com base em um modelo de diálogo e emancipatório das práticas do cotidiano dos profissionais inseridos na ESF, para assim proporcionar uma melhoria do atendimento no processo do cuidar ISBN 978 – 85 – 65221 – 12 – 2 SATISFAÇÃO DO ENFERMEIRO COM O SEU TRABALHO EM HOPITAIS Otávia Maria dos Santos S