A adaptação da Igreja Católica nas novas mídias por meio da RCC Santa Catarina1 The adaptation of the Catholic Church in the new media through the CCR Santa Catarina Mariéli Salvador de Souza 2 Jaqueline Marcos Garcia de Godói 3 Resumo Este artigo faz um estudo se a Igreja Católica, especificamente o Movimento da Renovação Carismática Católica (RCC) de Santa Catarina, está inserida nas novas mídias. Também conta um pouco da história da Igreja e da RCC, bem como a evolução da comunicação dentro do catolicismo. Assim, é possível observar como o movimento faz para atingir o seu público dentro deste novo universo online. É possível notar também qual a importância das mídias para a Renovação Carismática e com quais ferramentas mais se trabalha, bem como analisar como mesmo nas plataformas digitais é possível manter a identidade tradicional fixada para o público. Palavras-chave: Igreja Católica; Renovação Carismática Católica; Assessoria de Comunicação; Identidade Católica. Abstract This article is a study of how the Catholic Church, specifically the Movement of the Catholic Charismatic Renewal (CCR) of Santa Catarina, have been inserted in the new media. It also has some of the history of the church, the CCR and the evolution of communication within Catholicism. Thus, it is possible to observe how the movement is to reach your audience in this new online world. You can also note that the importance of the current media to the Charismatic Renewal and which more tools working and see how even in the digital platforms is possible to maintain the traditional fixed identity to the public. Keywords: Catholic Church, Catholic Charismatic Renewal, Advice of Communication, Identity Catholic. Introdução Com o passar do tempo e o avanço das tecnologias no mundo, a sociedade precisa manter-se em constante evolução e aperfeiçoamento. Nunca antes se tornou tão necessário a 1 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Jornalismo da Faculdade SATC, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Jornalismo. 2 Nome do acadêmico – [email protected] 3 Orientador – [email protected] 1 passagem do mundo real para o mundo virtual, ou seja, a migração para as plataformas digitais para atingir as pessoas. Todos os dias se observa o aumento de ferramentas que, de certa forma, fazem o mundo estar conectado, mesmo aqueles que possuem sua tradição enraizada, como no caso da Igreja Católica, estão inseridos neste meio. A instituição por muitos anos teve sua única forma de comunicar por meio do Evangelho (Bíblia) e agora utiliza destas ferramentas para também cumprir seu papel no meio online. Com o surgimento das novas mídias, foi necessário uma adaptação para levar a mensagem religiosa. Neste contexto pode-se citar a Renovação Carismática Católica (RCC), que em estrutura organizada traz para dentro do movimento um novo jeito de evangelizar. O trabalho se faz importante para analisar de que forma a igreja está incluída nas novas mídias, como utiliza os novos meios de comunicação e se está sendo eficaz na hora de atingir o público e afirmar sua identidade como instituição religiosa - identidade esta que segundo Moreira (2015) se reestrutura e precisa manter diálogo com ela própria para lidar com as novas situações históricas. A Renovação Carismática é um movimento pentecostal existente há 49 anos no país e há 40 anos em Santa Catarina, que desde então possui uma equipe somente para a parte de comunicação, chamada de Ministério de Comunicação Social. O grande marco da comunicação católica foi o Concílio Vaticano II, onde a Igreja se mostrou, pela primeira vez, seriamente interessada em discutir sobre o assunto, ou seja, comunicar-se com o mundo em que estava inserida. Daí em diante, ela passou por diversas modificações, se adequando à realidade vivida. De acordo com Zolin (2010), a Igreja, em si, é fruto da comunicação. A autora aponta que a Igreja se sente responsável em promover a comunicação entre o Senhor e as pessoas por meio do Evangelho. O advento das novas plataformas que surgiram no último século como o Facebook, Instagram e outros trouxeram a necessidade da reinvenção, para que a Igreja chegue aos fiéis com uma nova forma de comunicar. Por isso, a problemática do estudo tem como problema: a RCC conseguiu se adaptar às novas mídias? Tendo como objetivo geral analisar de que forma o movimento trabalha para atingir o público online. Como objetivos específicos o artigo analisa: avaliar a importância das mídias sociais para a RCC, observar as ferramentas mais usadas, analisar de que forma o movimento trabalha para manter sua identidade nestas plataformas? O estudo de natureza básica traz uma abordagem de pesquisa qualitativa e explicativa. Foi usado o procedimento bibliográfico e de estudo de caso, tratando especificamente da 2 Renovação Carismática. Foram feitas entrevistas semiestruturadas com jornalistas atuantes na área para chegar aos resultados propostos. Para uma melhor compreensão do leitor o trabalho foi organizado da seguinte maneira: assessoria de imprensa; webjornalismo; a história da Igreja Católica, a história da RCC e sua estrutura de comunicação; a evolução da comunicação católica e a relação com as novas mídias; procedimentos metodológicos; análise e conclusão. 1. Fundamentação Teórica 1.1 A tradicional Assessoria de Comunicação e a inserção nas novas mídias A assessoria de comunicação é uma das grandes áreas do jornalismo, que possui forte influência na sociedade atual. Conforme Ferraretto e Ferraretto (2009), o primeiro indício da assessoria é analisado nas cartas circulares da dinastia Han, na China, por volta de 202 a.C, e da mesma forma no informativo do Fórum Romano no ano 69 também a.C. Existem autores que contradizem o período do surgimento da assessoria, como é o caso de Chaparro (2008) e Carvalho e Reis (2009), que colocam que o serviço surgiu em 1906 pelo jornalista americano Ivy Lee. Com um bem-sucedido projeto profissional de relações com a imprensa, a serviço de um cliente poderoso, Ive Lee conquistou, por direito e mérito, na história moderna da comunicação social, o título de fundador das relações públicas, berço da assessoria de imprensa. Ou vice-versa (DUARTE apud CHAPARRO, 2008, p. 34). Vale lembrar aqui que existe diferença entre a assessoria de imprensa e de comunicação. Como explica o Observatório da Imprensa (2013), a assessoria de imprensa se compõe exclusivamente por jornalistas e tem a função de lidar diretamente com o meio jornalístico, bem como deve estar inteirada de projetos, propostas e atividades do assessorado para elaborar os materiais. Já a assessoria de comunicação tem por integrantes pelo menos um profissional de cada área da comunicação, como publicitários, jornalistas e outros. Esta, por ser mais completa, exige também um trabalho ainda mais aprofundado. No Brasil, a assessoria de comunicação deu seus primeiros indícios em 1909, quando segundo Ferraretto e Ferraretto (2009) foram executados trabalhos de comunicação semelhantes aos de hoje, como de jornalistas e publicitários, para cumprir funções para o governo: 3 O Serviço de Informação e Divulgação do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, misturando divulgação e comunicação institucional, que começa a se construir em 1909; e o Departamento de Relações Públicas da São Paulo Tramway Ligth and Power Company, a popular Ligth, que objetivava dar informações ao público (FERRARETTO; FERRARETTO, 2009, p. 26). Já Duarte (2008) analisa que foi em meados do século XX que a comunicação começou a estar em níveis federal e estadual. A figura do redator era quem fazia e organizava a divulgação de textos para os veículos de comunicação, gabinetes e bureaux dos órgãos governamentais. Ele ainda acrescenta que foi em 1931 que se originou o Departamento Oficial da Publicidade na Imprensa Nacional, sob a responsabilidade do jornalista Salles Filho. O trabalho de assessoria foi se aperfeiçoando com o tempo e incorporando técnicas à rotina diária da profissão para facilitar e personalizar o tipo de trabalho. Conforme Ferraretto e Ferraretto (2009), a assessoria é uma variedade de opções de ferramentas e estratégias utilizadas, como o press release, mailing list, press kit e clipping e agora, recentemente, as mídias digitais, que é o foco deste estudo. Duarte (2008) coloca que foi somente na década de 80 que se notou a necessidade de ampliar as áreas de atuação, aumentando os desafios e exigindo mais capacidade de criação e administração dos recursos de comunicação. Para o autor, o press release (matéria jornalística) é uma importante ferramenta de comunicação. “O release é enviado às redações na suposição de que seu conteúdo possa gerar interesse, mas não é possível tratar do assunto pessoalmente com cada jornalista” (DUARTE, 2008, p. 288). Já para Carvalho e Reis (2009), esta é a primeira atitude do assessor para transformar uma informação em notícia. Eles ainda levantam uma questão importante com relação ao material: Aqui vale iniciar uma discussão sobre o conceito da notícia. Das definições de notícia, a que mais se aplica à nossa atividade é a de coisa nova, novidade. O release pode se transformar em uma matéria jornalística se tratar de algo novo, inédito, um assunto que consegue se destacar no conteúdo da mídia que diariamente é apresentado aos leitores, telespectadores, ouvintes e usuários de internet (CARVALHO; REIS, 2009, p. 1). Ferraretto e Ferraretto (2009) destacam os tipos existentes de press releases. São eles: padrão (feitos em forma de pirâmide invertida e destacando o lead); de opinião (texto baseado em entrevista); dirigido (quando leva em consideração cada especificação dos veículos); especial (citado pelo autor como uma grande reportagem); artigo (texto opinativo preparado pelo assessorado e finalizado pelo jornalista); para rádio e televisão (são produzidos apenas em algumas situações específicas, como por exemplo a divulgação de eventos em programas); para 4 internet (este é baseado no release padrão, mas contendo informações mais completas e podendo se adequar aos mais diversos tipos de portais; cobertura (resultado de um evento); convocação (informa sobre algum evento); nota oficial (usado em situações difíceis, para dar posicionamento ao assessorado) e comunicado (com informações dirigidas especificamente para os jornalistas e não para os veículos). Já a ferramenta de mailing list, ou chamada somente de mailing, é uma listagem como um banco de dados que armazena informações e contatos que são os destinatários dos materiais produzidos pela assessoria. Para Ferraretto e Ferraretto este método deve conter nome, endereço, números telefônicos, endereços eletrônicos, quadro de funcionários, bem como as áreas específicas de atuação de cada profissional da área que irá recebê-lo e a grade de programação de rádio e televisão e seus horários. Os dados contidos na mailing list orientam o trabalho diário da AI, possibilitando-lhe saber exatamente a quem – dentro de um jornal, emissora de rádio ou televisão ou portal na internet – deve mandar cada tipo de relise ou demais produtos (FERRARETTO; FERRARETTO, 2009, p. 117). Entre as estratégias fundamentais da assessoria de comunicação está também o press kit, que pode ser identificado como “kit de imprensa”. Segundo Ferraretto e Ferraretto (2009), esta alternativa pode ser utilizada nas entrevistas coletivas e eventos, para dar ainda mais informações sobre o tema. Os autores destacam que o press kit deve incluir materiais como press release padrão, press release de convocação, currículos e fotos de palestrantes, históricos de eventos, levantamentos estatísticos, sugestões de pautas e até programações de palestras, seminários e outros. “Press kit pode ser definido como um conjunto informativo composto de textos, artigos, números, índices econômicos, fotografias e outros materiais destinados a divulgação de fato jornalístico” (CHINEM, 2008, p. 73). Atualmente, este serviço é realizado todo via e-mail e redes sociais. Após toda prestação de serviço de divulgação por meio da assessoria é necessário realizar um relatório de análise para ver onde os materiais enviados foram publicados, e para isso existe o clipping. Para Bueno (2009. p. 389), uma certeza neste trabalho é que tudo acabará em clipping - “concretamente o clipping é o recorte ou gravação de uma unidade informativa”. Ele ainda relata que independente da mídia esse resultado deve ser coletado. Impresso ou eletrônico, ele representa a etapa final de um esforço de comunicação, geralmente empreendido pelo assessor, e mediado pelos veículos (jornais, revistas, rádio, TV e, mais recentemente, as publicações online), tendo em vista divulgar fatos, informações, produtos e etc., de interesse de uma empresa ou entidade (BUENO, 2008, p. 389). 5 Por último, as mídias sociais também desempenham um forte papel dentro da assessoria. Este tipo de ferramenta vem sendo o grande destaque da última década e ganhou força diante das inúmeras redes sociais apresentadas todos os dias para a população. O sucesso das redes sociais na internet dá-se pela liberdade de expressão e realidade dos conteúdos postados. Por não estarem cara a cara, há uma entrega maior dos usuários quanto à exposição de seus sentimentos e opiniões que são postados e discutidos na rede (CIRIBELI; PAIVA, 2011, p. 65). Sousa, Sousa e Maia (2010) ressaltam que a cada ano surge uma nova mídia, como foi o caso do Facebook, Twitter, Youtube e outros. Segundo os autores, o fato é que essas novas mídias estão mudando a forma de comunicação, natureza de trabalho e até do viver das pessoas. As chamadas mídias digitais são novos meios de comunicação obtidos através da revolução da informática do século XX. As novas mídias podem ser definidas com um conjunto tecnológico que permite a transmissão de novas formas de conteúdo de comunicação (SOUZA; SOUZA; MAIA, 2010, p. 9). Para a execução dos trabalhos de assessoria dentro da religião, em específico das mídias digitais, entra o webjornalismo, como veremos a seguir. 1.2 Webjornalismo dentro das mídias religiosas Os novos meios de comunicação trouxeram para o mundo real novas linguagens e formas de fazer jornalismo. Os meios televisivos, radiofônicos e escritos precisaram se reinventar e entrar dentro da realidade virtual, fazendo do webjornalismo a grande ideia do século. Com base na convergência de texto, som e imagem em movimento, o webjornalismo pode explorar todas as potencialidades da internet, oferecendo um produto completamente novo: a webnotícia (CANAVILHAS, 2001, p. 1). A chamada webnotícia é uma forma de comunicação que pode ser usada nas mais diferentes plataformas, levando a informação necessária ao cidadão. Desta forma, podemos observar que a religião também vem utilizando as ferramentas do webjornalismo para atingir os fiéis no meio online, como colocam Sousa, Sousa e Maia (2010), que destacam a customização do conteúdo dentro desta forma de jornalismo. Os autores colocam aspectos como a interatividade, hipertextualidade, multimidialidade/convergência, instantaneidade e memória como algumas das fortes características do conteúdo religioso nas mídias digitais. 6 A Internet exerce uma influência muito grande sobre o modo de pensar e sobre os comportamentos individuais ou coletivos, em especial dos mais jovens. Esse “mundo digital” possui uma cultura bem diferente da que vivenciamos no nosso dia-a-dia. (SOUSA; SOUSA; MAIA, 2010, p. 9). O webjornalismo religioso possui algumas peculiaridades, como linguagem diferenciada (para atingir um público específico), abrangência e fixação da identidade católica independente da mídia. Mas aqui as características principais do jornalismo de web não ficam despercebidas e a relação entre o online e a religião se estreitam cada dia mais. Quando as tecnologias de comunicação se tornam uma experiência diária e passam a abranger todas as instâncias da vida, como relacionamentos, negócios, trabalho, família, religião e política, o entretenimento também se dissolve nas atividades rotineiras e se torna incrustado em praticamente todas as ações humanas (ALMEIDA, s/d, p. 5). Preocupada com a forma de atingir os fiéis, a Igreja Católica e a RCC viram a necessidade da inserção no mundo digital. Conforme Silva (2010), o catolicismo divulgou alguns documentos que lhe inserem no universo do ciberespaço como: Igreja e internet, Ética na internet, Ética na publicidade, Ética nas comunicações e outros. Neste trabalho, porém, buscouse apoio nos documentos Igreja e Internet e Ética na Internet. O autor ainda reafirma a necessidade de o meio fazer parte do online, tendo em vista a difusão que a internet ganhou nos últimos tempos. [...] A Igreja está atenta a essa situação nova da comunicação e entende que sua ação não pode mais limitar-se ao universo concreto, mas é necessário entrar nesse continente digital e decodificar o ciberespaço, mundo no qual se desenvolvem as relações da pós-modernidade na sociedade midiatizada (SILVA, 2010, p. 119). A Igreja tem por princípio que as mídias não devem ser usadas apenas para entretenimento, mas para prestação de serviço e informação à sociedade, por meio do webjornalismo e das ferramentas que possuem a disposição. O jornalismo tem sido um grande aliado para propagar a mensagem religiosa que perpassa os anos. 7 1.3 Igreja Católica Apostólica Romana O catecismo da Igreja Católica atribui o termo Igreja ao desígnio de Deus, que reúne o povo por uma única fé e um único batismo, formando o corpo de Cristo4. A Igreja Católica já possui mais de 2 mil anos de existência e está ligada aos principais acontecimentos de desenvolvimento da sociedade, inclusive moldando-se de diversas formas para acompanhar a atualização do mundo moderno. O historiador americano Tomas E. Woods Jr. (2008) atribui à Igreja Católica toda a construção e estabilização da civilização ocidental, destacando o papel da Igreja na formação da nova sociedade e da Europa, principalmente após a queda do Império Romano. Woods (2008) relata que os monges foram os idealizadores do mundo ocidental e a Igreja em geral, da criação dos hospitais, modelo escolar e das universidades, ampliando o conhecimento e o estudo das diversas áreas à população em geral e não somente ao clero. [...] A civilização ocidental deve à Igreja o sistema universitário, as ciências, os hospitais e a previdência, o direito internacional, inúmeros princípios básicos do sistema judiciário, etc, etc. [...] Para sermos exatos, foi ela que construiu a civilização ocidental. (WOODS, 2008, p. 05). A Igreja Católica possui uma hierarquia e tem o seu sistema de governo semelhante a uma monarquia, porém sem a sucessão familiar e sim através da eleição chamada de conclave, promovida pelos cardeais (príncipes da Igreja), após a renúncia ou morte do Papa. A Igreja, portanto, é governada pelo Papa (atualmente, Francisco), seguida hierarquicamente pelos cardeais, bispos, sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas e pelos leigos 5 em todas as suas instâncias, desde paroquiais até as nacionais. Para reger o seu trabalho missionário, a Igreja possui diversos movimentos e pastorais responsáveis pelos cuidados sociais e espirituais do povo a ela confiada. A maioria desses movimentos são coordenados por leigos e apenas orientados pelos sacerdotes e bispos da respectiva localidade. Entre os inúmeros movimentos dentro do catolicismo está a RCC, que existe há 40 anos em Santa Catarina, abrangendo 11 estados. 4 5 Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, 2005, n. 147, p. 56. Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, 2005, n. 177 a 193, pags. 62 a 65. 8 1.3.1 A Renovação Carismática Católica A Renovação Carismática Católica, popularmente conhecida como RCC, é um movimento de espiritualidade Pentescostal6, que surgiu na Igreja em meados do ano de 1967 e está ligada ao pedido de uma maior devoção ao Espírito Santo feito pelo Papa Leão XIII na encíclica Divinum Illud Munus, escrita em 1897. O movimento surgiu após as aberturas concedidas pelo Concílio Vaticano II7, onde o papa João XXIII creditava o Concílio como um novo Pentecostes para a Igreja8. Com a proximidade entre o ano de encerramento do Vaticano II e o início do movimento dentro da Igreja, acredita-se que a Renovação Carismática tenha sido um dos frutos do concílio. Não havia passado um ano sequer ao término do concílio, quando no verãooutono de 1966, começou a despontar o fenômeno religioso chamado agora de “Renovação Carismática”. Nesta circunstância, a Renovação aparece como um acontecimento pós-conciliar estreitamente vinculado ao próprio concílio [...]. (CARRANZA, 2000, p. 85). Em 1966, um grupo de amigos americanos, motivados pela leitura dos livros “A cruz e o Punhal” e “Eles falavam em Línguas”, buscaram aconselhamento com um pastor9 que forneceu uma direção espiritual. Em 1967, em um retiro ocorrido na Universidade de Duquesne cerca de 30 estudantes e mais alguns professores fizeram a experiência pentecostal, quando clamaram o batismo no Espírito Santo10. Ranaghan (1972, p. 33) afirma que “[...] o fim de semana de Duquesne, como viria a ser chamado, foi certamente um dos mais notáveis acontecimentos na história do movimento pentecostal”. O movimento se espalhou rapidamente entre as universidades e ciclos católicos. Carranza (2000) aponta a chegada do movimento carismático ao Brasil por meio dos padres Eduardo Dougherty e Haroldo Rahm, no início da década de 70, na região de Campinas, São Paulo. Padre Rahm exerceu maior liderança na fundação do movimento, tendo escrito o primeiro livro no Brasil sobre a espiritualidade pentecostal11. 6 Palavra que remete ao evento de Pentecostes, narrado no livro dos Atos dos Apóstolos, capítulo 2. O evento narra a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos em Jerusalém – RCC Brasil. 7 Aconteceu em Roma, convocado pelo Papa João XXIII em 1962 e encerrado por Paulo VI em 1965. Tratou de reformas pastorais profundas na Igreja Católica – Santa Sé. 8 Cf. Constituição Apostólica Humanae Salutis, para a convocação do CV-II. 9 Cf. RANAGHAN, Kelvin; RANAGHAN, Dorothy. Católicos Pentecostais. Tradução: Orlando S. Boyer. São Paulo: Imprensa Metodista, 1972, p. 20. 10 Segundo o Novo Testamento o batismo no Espírito Santo é uma experiência enviada por Jesus como o poder do alto, as bênçãos de Deus. 11 Cf. RAHM, Haroldo J.; LAMEGO, Maria J. R. Sereis batizados no Espírito. 2 ed. São Paulo: Loyola, 1991. 9 As décadas de 80 e 90 foram de grande expansão do movimento, que ganhou força devido aos grandes eventos organizados e o investimento nos meios de comunicação, como a criação dos canais televisivos Século XXI e Canção Nova, além de outros canais de rádio. Deve-se também o crescimento da RCC ao surgimento de padres que alcançaram a fama, como Pe. Marcelo Rossi, Mons. Jonas Abib e outros12. Em Santa Catarina, a Renovação Carismática Católica surgiu em 1976, por meio da necessidade de uma nova manifestação da misericórdia de Deus para seus filhos. O site estadual do movimento ressalta que a RCC segue uma espiritualidade própria, que se baseia na experiência de Deus, por meio do batismo no Espírito Santo. Atualmente o movimento dentro do estado abrange as dioceses de Joinville, Criciúma, Tubarão, Chapecó, Caçador, Lages, Joaçaba, Rio do Sul, Blumenau e Arquidiocese de Florianópolis. Conforme explica o site oficial da RCC Santa Catarina, a base do movimento são os grupos de oração e a vivência da vida espiritual em comunidade. Estes grupos promovem seminários, experiências de oração e ações que visem ao fortalecimento da fé. A RCC, assim como a nacional, se estrutura através de ministérios, entre eles o Ministério de Comunicação Social. Este setor tem por finalidade utilizar ferramentas e meios de comunicação para levar a mensagem cristã. 1.3.2 A comunicação dentro da RCC Assim como outros setores da sociedade, a Renovação Carismática Católica também possui o seu trabalho de comunicação. A assessoria realizada pela RCC é feita por meio da equipe do Ministério de Comunicação Social. Conforme o site oficial do movimento, este ministério tem por objetivo anunciar a boa nova do Senhor semeando a cultura de pentecostes, que é o berço da RCC. Dentro da Renovação Carismática, é um ministério de serviço que tem o objetivo de dinamizar, organizar e efetivar a evangelização através dos meios de comunicação, bem como ser responsável por toda parte de divulgação e cobertura dos eventos dentro da RCC, servindo de suporte aos demais ministérios (RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA, 2013). De acordo com a Cartilha do Ministério de Comunicação (2014), a assessoria do movimento possui várias áreas do conhecimento que visam “pensar, articular e promover a 12 Cf. RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA. A RCC do Brasil. Disponível em: <http://www .rccbrasil.org.br/institucional/a-rcc-do-brasil.html>. Acesso: 16 mai. 2016. 10 comunicação, estabelecendo relações e construindo comunhão no seio do movimento e fora dele [...]”. O documento oficial relata que o integrante da equipe de comunicação possui a tarefa de propagar as ações da Renovação Carismática, zelar pela imagem do movimento, colaborar com planejamento e execução de eventos, bem como outras diversas atividades que fazem parte da atuação do comunicador. Em âmbito mundial, a comunicação ocorre tanto em níveis nacionais, estaduais, diocesanos e dentro dos próprios grupos de oração nas cidades. A RCC de Santa Catarina, objeto de estudo desta pesquisa, é a equipe que integra a comunicação em nível estadual, composta por voluntários de diversas áreas como design, publicidade e propaganda, jornalismo e outros. As atividades efetuadas pelos componentes são as mesmas descritas pelo manual da RCC citadas anteriormente, como organização de eventos, atualização de site, redes sociais e assessoria de imprensa. Um trabalho de extrema importância é realizado para a difusão das informações sobre o movimento e também da Igreja Católica, por isso são utilizadas inúmeras ferramentas. Com relação à modernização dos tempos atuais, em especial com o uso da internet, a CNBB (2014) coloca que é fundamental que a Igreja esteja inserida neste contexto: A internet e a articulação das redes sociais passaram a ser partes integrantes da vivência cotidiana contemporânea, despertando diferentes possibilidades de comunicação e de relação na sociedade. As redes sociais dão formas novas às dinâmicas da comunicação que cria relações, seja no universo do trabalho, da educação, do lazer, da cultura, da arte, como também da religião (CNBB, 2014, p. 18). A equipe voluntária de comunicação, neste caso, atua no auxílio de coberturas de eventos, notícias e principalmente as mídias sociais, funções estas que se tornaram fundamentais devido ao avanço tecnológico. 1.3.3 A revolução na comunicação católica e as novas mídias Com o passar do tempo as organizações e todos os setores de comunicação passaram por uma evolução e aperfeiçoamento da forma de interagir com o meio em que estão, e na Igreja Católica não é diferente. A partir do Concílio Vaticano II13, em 1963, a instituição já trouxe à tona a necessidade de comunicar, ela definitivamente precisava conversar com o mundo. 13 Concílio Vaticano II foi uma série de conferências realizadas entre os anos de 1962 e 1965, onde bispos de todo o mundo se reuniram para debater assuntos importantes para a Igreja e colocá-los em votação. Foi considerado um grande evento do século 20 e trouxe grandes mudanças para o catolicismo. 11 A mudança tecnológica nos últimos tempos obrigou, de forma ainda mais severa, que a Igreja estivesse em sintonia com seu público fiel e entrasse dentro das plataformas modernas para levar sua identidade e mensagem. De acordo com Moreira (2015), um dos questionamentos que se tem hoje dentro da missão católica é como focar nas oportunidades e desafios dentro do ciberespaço, na era virtual, para fazer a evangelização. Ainda conforme o autor, o mundo virtual é uma fronteira indefinida, que proporciona uma série de oportunidades para o mundo religioso. Em especial, as mídias sociais possuem um papel fundamental no processo do desenvolvimento da comunicação católica, como em um todo. O próprio Papa Francisco (2016) coloca que as redes sociais, chats e meios online podem ser formas eficazes de comunicação, com aspecto totalmente humano. Em rede, também se constrói uma verdadeira cidadania. O acesso às redes digitais implica uma responsabilidade pelo outro, que não vemos mas é real, tem a sua dignidade que deve ser respeitada. A rede pode ser bem utilizada para fazer crescer uma sociedade sadia e aberta à partilha. (FRANCISCO, 2016). Em pouco tempo, novas mídias tomaram conta do mundo virtual. É possível citar aqui meios como o Facebook, Instagram, Youtube e blogs. O aparecimento destas novas plataformas modifica a forma de comunicar e lidar com as pessoas. Para Ramalho (2010), o que se entende hoje por mídias sociais é uma forma fácil de praticar uma das atividades de sobrevivência do ser humano: a socialização. O sucesso das redes sociais na internet dá-se pela liberdade de expressão e realidade dos conteúdos postados. Por não estarem cara a cara, há uma entrega maior dos usuários quanto à exposição de seus sentimentos e opiniões que são postados e discutidos na rede. Um dos desafios da era digital para a comunicação católica é a confirmação ou permanência da identidade dentro de um espaço onde todas as opiniões e expressões são permitidas. Para essa afirmação, Moreira (2015) analisa que na era Facebook a identidade passa a ser ambígua por meio da virtualização e as mudanças culturais. Ele avalia que o cristianismo deve estar sempre caminhando na busca por levar a mensagem de Cristo dentro dos meios modernos. Segundo a pesquisa Digital in 2016, da We Are Social (2015, apud MARKETINGDECONTEUDO.COM, 2016), realizada ao longo do último trimestre de 2015, o Brasil possui uma média de 45% da população ativa em redes sociais de todos os tipos. De acordo com o Target Group Index, levantamento da Kantar IBOPE Media (apud KANTARIBOPEMEDIA.COM, 2015), 83% dos brasileiros estiveram em redes sociais nos últimos 30 dias. 12 Na sequência das atividades mais realizadas pelos respondentes da pesquisa, está assistir e/ou baixar vídeos (69%), ler notícias nacionais e internacionais (61%) e ouvir música (38%). A pesquisa revela também que o acesso à internet é móvel: 68% dos respondentes navegam de seus smartphones, enquanto 60% deles entram na internet a partir de computadores – notebooks ou desktops. Sobre o local de acesso, a maioria usa a internet em casa (93%), e 26% entram na rede no trabalho. Ainda segundo o levantamento, 44% concordam com a frase a “internet é a minha principal fonte de entretenimento” e 59% dos internautas recorrem primeiro à internet quando buscam qualquer tipo de informação. A pesquisa representa os hábitos de 47% da população brasileira entre 12 e 75 anos, o equivalente a 83 milhões de pessoas. (IBOPE MÍDIA apud KANTARIBOPEMEDIA.COM, 2015). Para a execução e uso eficiente das ferramentas disponibilizadas a todo momento pela internet o trabalho do jornalismo é fundamental. É possível observar que toda função do Ministério de Comunicação é baseada na tradicional assessoria de comunicação. Para toda execução do estudo, após o referencial teórico será explicado os procedimentos metodológicos utilizados para chegar as conclusões, como veremos abaixo. 2. Procedimentos metodológicos Este capítulo visa descrever os procedimentos metodológicos usados nesta pesquisa, para chegar ao resultado final de saber se a Renovação Carismática Católica se adaptou as novas mídias. A pesquisa teve como intuito saber se o movimento se adaptou as novas mídias, baseando-se na visão dos profissionais de jornalismo envolvidos com a RCC do estado de Santa Catarina. Ao longo do estudo se abordou Assessoria de Comunicação, que abrange várias áreas da comunicação, mas se optou falar apenas com jornalistas envolvidos para manter o foco da linha de pesquisa jornalística. Por isso, os questionários foram aplicados com quatro jornalistas em um roteiro de oito questões, sendo uma fechada e sete abertas. Do ponto de vista da natureza esta pesquisa é básica, que segundo Gerhardt e Silveira (2009) tem por objetivo gerar novos conhecimentos e possui também utilidade para o avanço da ciência, mas sem aplicação prática objetivada. Quanto à abordagem do problema, o presente estudo está estruturado por meio de uma pesquisa qualitativa, já que não necessita de estatística e visa à compreensão de um grupo social ou organização. A pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de 13 uma organização, etc. Os pesquisadores que adotam a abordagem qualitativa opõem-se ao pressuposto que defende um modelo único de pesquisa para todas as ciências, já que as ciências sociais têm sua especificidade, o que pressupõe uma metodologia própria. (GERHARD; SILVEIRA, 2009, p. 31) Já do ponto de vista dos objetivos, este estudo se caracteriza como explicativo. Conforme Prodanov e Freitas (2013) procura identificar fatos que ocasionam um determinado fenômeno, aprofundando o conhecimento. [...] isto é, facilitar a delimitação do tema da pesquisa; orientar a fixação dos objetivos e a formulação das hipóteses ou descobrir um novo tipo de enfoque para o assunto. Assume, em geral, as formas de pesquisas bibliográficas e estudos de caso (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 52). Com relação aos procedimentos técnicos o estudo é bibliográfico, ou seja, se caracteriza pela realização a partir de material já publicado e construído através de livros e artigos, além de envolver um estudo profundo de objetos que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento. A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Parte dos estudos exploratórios podem ser definidos como pesquisas bibliográficas, assim como certo número de pesquisas desenvolvidas a partir da técnica de análise de conteúdo. (GIL, 2010, p. 50). A pesquisa também traz um estudo de caso, quando aborda especificamente a Renovação Carismática Católica. Conforme Gil (2010), este se caracteriza pelo estudo profundo de um ou até mais objetos, onde se permite um conhecimento detalhado. Ainda segundo o autor, esse tipo de estudo se faz cada vez mais frequente para explorar situações da vida real, descrever situações do contexto que está sendo realizada e explicar causas de determinado fenômeno. Através dos procedimentos metodológicos citados é possível analisar como a Igreja Católica, por meio da Renovação Carismática, se adaptou às novas mídias e como, a partir disso, mantém sua identidade diante dos desafios da comunicação católica. 3. Análise e discussão dos resultados A análise deste estudo foi construída através dos resultados obtidos por meio dos questionários aplicados aos entrevistados já citados nos procedimentos metodológicos e também através da fundamentação teórica. A pesquisa foi aplicada ao longo do mês de outubro, via e14 mail, com quatro jornalistas que auxiliam voluntariamente no trabalho do Ministério de Comunicação da RCC Santa Catarina, objeto de análise nesta pesquisa. O surgimento do movimento no estado se deu em 1976 e tem como característica a espiritualidade própria, pelo batismo no Espírito Santo. O site oficial da RCC de Santa Catarina coloca que atualmente o movimento está inserido nas dioceses de Joinville, Criciúma, Tubarão, Chapecó, Caçador, Lages, Joaçaba, Rio do Sul, Blumenau e Arquidiocese de Florianópolis. Assim como as demais pastorais e movimentos da Igreja Católica, a RCC se estrutura através de Ministérios, que realizam suas funções para levar a mensagem aos fiéis, como é o caso do Ministério de Comunicação. A partir das respostas dos entrevistados envolvidos na equipe de comunicação da RCC foi possível identificar como está a adaptação dentro das novas mídias e também os problemas no que diz respeito a levar a mensagem com a nova forma de comunicar. Nesta etapa são apresentadas as respostas dos profissionais, junto das opiniões dos autores explorados no referencial teórico. As profissionais da área de jornalismo foram unânimes quanto à adaptação da Igreja às novas mídias. Todas as entrevistadas afirmaram que sim, a instituição passou e continua passando por uma grande mudança neste aspecto, mesmo ainda necessitando de grandes avanços na área. Lima (2016)14, que é jornalista e coordenadora do Ministério de Comunicação estadual, afirmou que a comunicação tem se reinventado cada dia mais e desde o papado de Bento XVI, entre os anos de 2005 e 2013, vem se fortificando na adaptação para as novas mídias. Esta ideia reforça o pensamento de Moreira (2015), que coloca que as novas mídias e o mundo virtual trazem grandes oportunidades para o mundo religioso na forma de propagar sua mensagem. Já Dutra (2016)15 acredita que está ocorrendo uma evolução na atuação dentro das mídias sociais. Porém, ressalta a necessidade de uma maior dedicação quando se verifica a formação dos que estão por trás delas. Segundo ela, ainda há uma parcela que não vê importância nessa atuação, o que é preciso que se modifique para que a Igreja esteja mais atuante nas novas mídias. A mesma opinião é compartilhada por Denardi16 (2016), que apontou a evolução principalmente nas redes sociais. A Igreja ainda está se adaptando aos novos formatos de comunicação, principalmente com a questão do digital. Entretanto, é claro que muito tem sido feito na questão de levar as atividades da Igreja e o Evangelho através 14 Jornalista Franciela Custódia Lima – entrevista concedida à autora deste estudo. Jornalista Geovanna Laurea Dutra – entrevista concedida à autora deste estudo. 16 Jornalista Andréia Carol Denardi – entrevista concedida à autora deste estudo. 15 15 das redes sociais e com iniciativas interessantes que fazem com que um mesmo tema seja abordado de maneiras diferentes. (DENARDI, 2016). O próprio Papa Francisco (2016) relatou na mensagem ao Dia Mundial das Comunicações de 2016 que os meios de comunicação devem ser bem utilizados e que os católicos estão fazendo um grande esforço para fazer parte deste espaço virtual e que se bem utilizados se faz crescer uma sociedade aberta à partilha e sadia de comunicação. Nesta mesma visão, Ramalho (2010) analisa que o que se entende atualmente por comunicação e uso das mídias digitais nada mais é que uma socialização entre as pessoas. A imagem abaixo vem ao encontro desta afirmação sobre a relação que as mídias fazem entre as pessoas. A página oficial do movimento possui atualmente 9.652 curtidas, sendo que as pessoas interagem, perguntam, comentam e compartilham os conteúdos expostos na página, que trazem informações do movimento em todo o estado (dados de 17 de outubro de 2016). Figura 1 – Página Facebook RCC Santa Catarina Fonte: www.facebook.com/rccssc Quando questionados sobre a forma como a Igreja Católica por meio da RCC está trabalhando para atingir o público, os entrevistados avaliaram que a forma mais eficaz que a 16 RCC utiliza para renovar sua forma de comunicação é através das mídias sociais. Forgiarini (2016)17 destacou a presença da RCC por meio das redes sociais, sites estruturados e atualizados, com produção de conteúdo de qualidade para diferentes meios de comunicação online. Já Lima (2016) reforçou que até mesmo o mais alto nível da Igreja hierarquicamente, o Vaticano, já tem intensificado as formações das equipes de assessoria para esta área das mídias online. “A Igreja Católica está intensamente nas redes de relacionamento (Youtube, Facebook, Twitter, Blog) para evangelizar [...]” (LIMA, 2016). De acordo com Dutra (2016), “a missão da Igreja sempre foi de anunciar o Evangelho, e estando nas novas mídias não poderia ser diferente”. Segundo ela, esse novo mundo da internet é uma oportunidade de as pessoas realmente conhecerem a Igreja Católica. As afirmações das profissionais vão ao encontro de Silva (2010) quando fala que o catolicismo está se preocupando com este novo espaço, até com a divulgação de documentos que o inserem no ciberespaço. Com relação à importância das mídias sociais dentro do catolicismo da RCC, as entrevistadas enfatizaram a importância das ferramentas para fortalecer a imagem. Lima (2016) ressaltou que as mídias são importantes para que o movimento possa propagar suas ações, atividades e meios de evangelização. Este pensamento vai ao encontro do que diz Forgiarini (2016) quando expõe que é preciso ir além: “É essencial comunicar uma igreja viva, atuante e moderna, sem perder os valores, os princípios. Sem as mídias perderíamos uma grande oportunidade de evangelizar”. O relato das profissionais segue a linha de Ciribeli e Paiva (2011), que abordam o sucesso das redes sociais na internet: “Assim como os computadores e a internet, as mídias sociais vieram para ficar. Elas já fazem parte da vida das pessoas, que estão diversificando cada vez mais a forma de usá-las” (CIRIBELI; PAIVA, 2011, p. 72). Para Denardi (2016), estes espaços de interação entre os usuários possibilitam a conversa e troca de informações de forma rápida e com alcance instantâneo com jeito facilitado. As mídias conseguem atingir públicos de diferentes idades e classes sociais. Através deste meio, o Evangelho é levado de duas formas: a tradicional ou conceitual e aquela com os recursos de imagens e outras tecnologias, de uma forma criativa e irreverente (DENARDI, 2016). A exemplo disto, a RCC possui hoje a página de Facebook, Instagram e site para conseguir maior acesso aos fiéis e troca de ideias através de mensagens e comentários. 17 Jornalista Taise Forgiarini – entrevista concedida à autora deste estudo. 17 Figura 2 – Perfil RCC no Instagram Fonte: www.instagram.com/rccsc Figura 3 – Capa site RCC Fonte: www.rccsc.com.br Além do Facebook oficial a RCC SC, que dispõe de mais de nove mil curtidas, ainda possui um perfil no Instagram, com 1360 seguidores. O número de acessos do site segue 18 na média entre dois a seis mil visitantes, como mostra a tabela abaixo, disponibilizada pela Arcanjo Comunicação Católica – empresa que auxilia nos trabalhos da plataforma. Segundo a empresa, os picos de visitação se dão quando ocorre algum evento específico do movimento de grande proporção em nível estadual. Figura 4 – Dados de acesso do site da RCC Fonte: Agência Arcanjo Comunicação Católica Vale lembrar que as entrevistadas quando questionadas sobre as mídias mais usadas pela RCC focaram que as principais alternam entre Facebook, Instagram, Youtube, Snapchat, Twitter e Blogs/Sites. Os profissionais reforçaram também durante o questionamento como as novas mídias têm influenciado no alcance dos fiéis por meio de experiências, histórias e conteúdos especiais. “Através dessas ferramentas a Igreja tem mostrado a face da misericórdia ao mundo. Muitos são tocados através de testemunhos que são compartilhados nas mídias sociais relacionadas à Igreja” (DUTRA, 2016). A Igreja já tem mostrado um grande avanço no que diz respeito à relação com as novas mídias, mas ainda precisa evoluir. Denardi (2016) relata que “[...] é preciso haver um maior avanço, quando se trata de evangelizar pelos meios de comunicação”. 19 Para Forgiarini (2016), a presença da RCC nas mídias alcança milhares de pessoas, ao ponto de não se medir em quantidade em números exatos, porque muitas vezes as pessoas estão ali, mas não interagem, ou seja, fazem parte de uma nova forma de conhecimento onde se lê e assiste determinada informação sem muitas vezes se poder mensurar. Para reforçar essa informação Sousa, Sousa e Maia (2010) mencionam a evolução das mídias a cada ano, como o surgimento das mais conhecidas como o Facebook, Twitter, Youtube e outros. Eles apontam a mudança da forma de comunicar por meio dessas novas plataformas e até mesmo a vivência das pessoas. Com relação à RCC, Lima (2016) acredita que a Igreja tem buscado humanizar as ações, agregando assim cada vez mais pessoas. “Ela tem a missão de aproximar e tornar comum o interesse religioso e espiritual que as pessoas têm buscado cada vez mais”. Apesar da grande evolução que a Igreja já teve dentro da forma de comunicar, as jornalistas ainda apontaram durante o questionário que é necessário aperfeiçoar o serviço de comunicação na Igreja Católica no mundo moderno. Neste ponto, Dutra (2016) relatou que está acompanhando a tendência do mundo atual dentro das novas mídias, mas que ainda deve aumentar a formação e conhecimento dessas ferramentas para que o evangelho seja propagado. Dutra (2016) avalia que a Igreja, por meio da RCC, tem se inserido com intensidade no mundo moderno da tecnologia, mas não está perdendo sua essência e vem acompanhando a mudança da comunicação. Conforme já citado no referencial teórico, Silva (2010) destaca que a Igreja já está preocupada com a inserção neste meio. A Igreja, pois, assume a decisão de integrar ao seu campo de ação o mundo virtual a fim de povoá-lo como os valores e princípio da fé e navegando nesse continente digital provocar o diálogo entre fé e cultura. Superada a idéia de combate, trata-se agora de entender os mapas desse novo continente e decodificar os fios que tecem as redes do ciberespaço. (SILVA, 2010, p. 119) Deste ângulo, Forgiarini (2016) acredita ser necessário um constante aperfeiçoamento, em vista do amadorismo que ainda existe dentro do processo de comunicação. Já Lima (2016) avalia que a RCC percebeu a necessidade de usufruir dos meios de comunicação e isso só tende a aumentar. Com todo o trabalho em processo de aperfeiçoamento e inserção nas novas mídias, a Igreja precisa estar atenta a sua identidade. “Na identidade cristã, aplica-se um princípio que nos faz fiéis ao Evangelho e que melhor exprime a natureza do cristianismo: Somos escondidos como Cristo em Deus” (MOREIRA, 2015, p. 34). 20 O autor analisa que é necessário atenção à forma de comunicar para que a mensagem seja repassada sem perder a identidade da Igreja, sendo ela o que é em sua essência, apesar da modernização. Em primeiro lugar, para um cristão, a comunicação não é um simples fato psicológico, próprio da natureza humana: é um dom de Deus. Não se inventa comunicação, se recebe. Naturalmente, pode-se aprender a comunicação nos livros e nos seminários de dinâmica de grupos, mas tais modos não superam o nível dos funcionamentos humanos (MOREIRA, 2015, p. 225). A Renovação Carismática Católica, em especial, possui uma identidade muito peculiar e fixada para os fiéis, por isso necessita de uma atenção ainda maior para não perder sua essência em um universo online composto de inúmeros conteúdos. Ao mesmo tempo, torna-se um desafio para os profissionais da área, que devem fazer o jornalismo em sua raiz mantendo as características “carismáticas”. Com o olhar voltado para este aspecto, Lima (2016) colocou este ponto como desafio, ainda mais estando ligada à Igreja Católica, que se perpetua há mais de 2 mil anos. Trabalhar a identidade católica existente há 2 mil anos torna esse desafio ainda mais peculiar. A tendência atualmente é você falar de religião sem ser “invasivo”, “incoerente”, “fanático”, o desafio de falar de religião atualmente é você “humanizar” as ações da instituição e aproximar cada vez mais os fiéis desse contexto. Mostrar a ele, que o Vaticano sede da Igreja Católica, o Papa Francisco, estão distantes, porém com as novas tecnologias, por meio da comunicação ele pode estar muito próximo das pessoas. Mas acredito que esses “tabus” estão cada vez mais deixando de existir pela forma como a Igreja tem posicionado a sua marca (LIMA, 2016). No mundo onde todos podem dar suas opiniões e expressar sentimentos, Moreira (2015) alerta para que o cuidado seja o foco sobre determinado assunto na era virtual. Ele coloca que o cristianismo deve levar sempre a mensagem de Cristo, mesmo nos meios modernos, sem perder o que diz respeito à essência do catolicismo. Forgiarini (2016) finalizou dizendo da importância do zelo e prudência neste desafio de comunicar o catolicismo, mesmo com a modernização não se deve esquecer os valores, crenças e posturas. Ainda dentro do conceito de comunicação no movimento da Renovação Carismática Católica, Zolin (2010) aponta que todos os dias é necessário que se esteja mais inserido nos meios de comunicação para levar a mensagem cristã. “A Igreja recomenda essa presença, consciente de que o ciberespaço pode ser de relevante importância para muitas atividades e programas da Igreja [...]" (ZOLIN, 2010, p. 193). A autora lembra que a realidade virtual não 21 substitui as relações interpessoais, mas é um grande auxílio na complementação do processo de levar a mensagem desejada. 4. Considerações Finais O presente estudo respondeu aos questionamentos sobre a adaptação da Igreja Católica, por meio do Movimento da Renovação Carismática Católica nas novas mídias. Durante a pesquisa foi encontrada a resposta que visava analisar se a RCC conseguiu se adaptar às novas mídias. Da mesma forma trouxe à tona o objetivo geral de verificar de que forma o movimento trabalha para atingir o público online e respondeu os objetivos específicos, que abordaram a importância das mídias sociais para a Renovação Carismática Católica; as ferramentas mais usadas e a forma como o movimento trabalha dentro das novas mídias para manter sua identidade. O catolicismo vem ganhando uma nova roupagem nos últimos tempos, no que diz respeito à comunicação. O mundo mudou, a tecnologia ganha força todos os dias e as pessoas estão vivendo conectadas, por isso se tornou necessário, uma adaptação da Igreja neste aspecto. A Renovação Carismática Católica é um movimento que traz um novo olhar para os assuntos de comunicação dentro da religião. Como característica a RCC possui sua própria estrutura para esta função: o Ministério de Comunicação Social. Esta equipe vem ao encontro da instituição católica como um todo, que se mostra mais propensa e aberta em se aperfeiçoar. Fenômenos não vistos há anos atrás hoje são práticas comuns dentro da religião, como a inserção de líderes como o Papa Francisco e padres na era digital, bem como destinando documentos e mensagens específicas para quem está inserido neste meio. O resultado aponta que o movimento da RCC se adaptou às novas mídias, de maneira que obtém um grande espaço no ambiente virtual. Mas ainda existe um grande caminho para ser percorrido para que esse processo esteja efetuado por completo e com perfeição. É necessário um maior profissionalismo por parte dos envolvidos, como por meio de formações que o próprio Ministério proporciona e também cursos seculares para que este meio esteja ainda mais adequado. Apesar de ainda necessitar de formação para com os envolvidos, o universo online já está enraizado na Renovação Carismática e, aos poucos, tem mudado a forma de alcançar os fiéis, promovendo uma maior socialização, diálogo e propagação da mensagem. O movimento vem se inserindo no ambiente virtual com as novas mídias através de ferramentas como Facebook, Instagram, Youtube, blogs, sites e o mais recente Snapchat. Através deles, está se conseguindo passar a mensagem religiosa desejada, bem como ouvir 22 opiniões, receber sugestões e fazer com que as pessoas conheçam ainda mais o movimento pentecostal. A entrada da RCC neste espaço online é de extrema importância para a propagação das ações, levando os valores e princípios da religião. O contato com o público é um dos pontos mais positivos deste ambiente. Diferente de tempos passados, atualmente é possível manter um contato com pessoas de todo o mundo, saber o que desejam ver e ao mesmo tempo poder fornecer as mais diversas informações, promovendo desta maneira ainda mais o que se deseja. Outro ponto positivo é a instantaneidade que se dá por meio destas novas mídias para a mensagem religiosa. Por meio delas é possível levar o que ocorre em tempo real e transmitir fatos de todo mundo que envolva o movimento. Um case positivo neste caso foi a Jornada Mundial da Juventude de 2016, em que a RCC SC trouxe flashs e postagens ao vivo do evento, por meio da coordenadora do ministério, que esteve no local, e com isso foi possível saber das informações do outro lado do mundo. A maneira de levar as informações por meio das novas mídias também permite formas mais criativas e irreverentes de tratar de um assunto que apesar de tradicional como a Igreja Católica deve atingir todas as pessoas. Diante de tantas possibilidades e facilidades da inserção no ciberespaço se traz o cuidado com a preservação da identidade, que é fundamental e se torna um desafio para os profissionais envolvidos. Apesar de ser um movimento de apenas 40 anos em Santa Catarina e de trazer uma forma renovada de evangelizar, não se deve esquecer da importância de colocar sempre à frente o seu berço, que é a Igreja Católica em sua raiz, com suas tradições que perpassam mais de 2 mil anos. É preciso nos dias atuais manter sua identidade sem ser invasivo e sabendo lidar com as mais diferentes opiniões e formas de utilizar as mídias. O conteúdo mais livre e com mais possibilidades de inovação precisa estar cercado de cuidados para manter a essência, por isso os integrantes que auxiliam neste trabalho possuem, antes de tudo, o zelo pelo que fazem para que possam manter sempre sua postura, sabendo lidar com o meio online. Assim como em outros setores da sociedade, as novas mídias já fazem parte do cotidiano da Igreja como um todo, e assim da RCC. Estes meios fazem com que ela esteja em contato com o mundo e levando a evangelização, que é a sua meta inicial. O estudo mostra que com o tempo a RCC está se acostumando com este formato de propagar a mensagem, e assim buscando melhorar cada vez mais, mesmo ainda tendo muito para conquistar no que diz respeito à comunicação. A área do jornalismo na área religioso ainda possui uma grande deficiência no que se refere a materiais e pesquisas, por isso, o tema pode se expandir ainda mais por meio de novos 23 estudos como: de que forma a comunicação na Igreja influencia as pessoas? Como a nova postura do Papa, líder da Igreja, diante das novas tecnologias pode colaborar para a difusão da comunicação nesta área? E outros diversos temas que podem ser explorados no campo religioso. Referências ALMEIDA, Melissa Ribeiro de. Webjornalismo e a Cultura do Entretenimento. Disponível em: http://www.bocc.ubi.pt/pag/bocc-almeida-webjornalismo.pdf. Acesso: 30 de set. 2016. BUENO, Wilson da Costa. Medindo o retorno do trabalho de assessoria de imprensa. In: DUARTE, Jorge (org.). 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