PROTOCOLO DE TRATAMENTO DA DISLIPIDEMIA ASSOCIADA

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PROTOCOLO DE TRATAMENTO DA DISLIPIDEMIA ASSOCIADA AO
DIABETES MELLITUS
INTRODUÇÃO:
Dislipidemia é definida como modificações nos níveis circulantes dos lipídeos
em relação a valores referenciais para uma determinada amostra
populacional, considerando-se uma elevação do CT, LDL-c e TGL acima do
percentil 95 ou níveis de HDL abaixo do percentil 10 para a população geral1.
Frequentemente, pacientes com DM2 são portadores de uma série de fatores
de risco para as doenças aterotrombóticas, entre os quais a dislipidemia
provavelmente exerce o papel mais importante2.
O perfil lipídico mais como nesses pacientes consiste em hipertrigliceridemia
e baixo HDL-C. A concentração média do LDL-C não apresenta diferenças
quantitativas quando em comparação com pacientes não-diabéticos, no
entanto, do ponto de vista qualitativo, se distingue por perfil de elevada
aterogenicidade através de maior proporção das partículas pequenas e
densas da lipoproteína de baixa densidade (LDL)2.
CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE DOENÇAS E PROBLEMAS
RELACIONADOS À SAÚDE:
Engloba as classificações de CID 10: E78.
RASTREAMENTO DE DISLIPIDEMIA EM PACIENTES DIABÉTICOS:
Deve ser realizados através do perfil lipídico sérico no momento do diagnóstico
do diabetes, na avaliação inicial do tratamento e/ou aos 40 anos de idade e
periodicamente (a cada 1 – 2 anos)3.
DINÂMICA DE ATENDIMENTO:
Nome: _________________________________________________________
Registro: ____________________
DN: ____/____/____ Raça: _______
Diabetes mellitus + dislipidemia presentes?
Abordagem clínica: Anamnese / exame físico geral: (Registrar sintomas / sinais/
fatores de risco/ história de doenças cardiovasculares prévias e familiares)
Abordagem bioquímica:
Perfil lipídico:
- Colesterol total (CT)
- Lipoproteína de alta densidade (HDL-C)
- Lipoproteína de baixa densidade (LDL-C)
- Triglicerídeos
DINÂMICA DE TRATAMENTO:
Todos os pacientes devem estabelecer modificações comportamentais (dieta,
atividade física e cessação do tabagismo) associado ao tratamento
farmacológico.
1. Pacientes com menos de 75 anos com doença cardiovascular definida
(infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral isquêmico,
revascularização miocárdica ou outras evidências de aterosclerose como
aneurisma de aorta, placa aterosclerótica em artérias carótidas, estenose de
artérias renais ou doença arterial periférica): Tratamento intensivo com
estatinas2,3.
2. Pacientes acima de 40 anos, sem doença cardiovascular definida com
fatores de risco (micro ou macroalbuminúria, retinopatia diabética,
hipertensão arterial, tabagismo ou história familiar de doença coronariana
prematura): Tratamento moderado com estatinas2,3.
3. Pacientes sem doença cardiovascular, com menos de 40 anos ou acima
de 40 anos sem fatores de risco: Estratificar o risco cardiovascular
individualmente por meio do uso da calculadora UKPDS-RE, a qual pode ser
obtida pelo site: http://www.dtu.ox.ac.uk/index.php?maindoc=/riskengine/.
O paciente deve ser classificado em três caterogias: alto risco (>20%), risco
intermediário (10% a 20%) ou baixo risco (<10%). Aqueles com risco acima
de 10% devem receber tratamento moderado com estatinas2,3.
Tabela 1– Fatores de risco e dose de estatina recomendada2.
Idade
< 40 anos
40 – 75 anos
> 75 anos
Dose de estatina
recomendada*
Fatores de risco
-
Nenhum
Fator(es) de risco CV**
Evento CV manifesto, prévio ou
SCA#
Nenhum
Fator(es) de risco CV
Evento CV manifesto, prévio ou
SCA
Nenhum
Fator(es) de risco CV
Evento CV prévio ou SCA
-
Nenhuma
Moderada ou alta
Alta
-
Moderada
Alta
Alta
-
Moderada
Moderada ou alta
Alta
* Junto com mudança do estilo de vida. ** Fatores de risco cardiovascular (CV): LDL ≥ 100 mg/dL, hipertensão
#
arterial, fumo, sobrepeso/obesidade. SCA: síndrome coronariana aguda.
4. Grupos de exceção:
-
Pacientes com LDL-c maior do que 190mg/dL: tratamento intensivo
com estatinas2-4.
Idosos acima de 75 anos: a decisão do uso de estatinas deve ser
tomada de modo individualizado, levado em conta as comorbidades, a
expectativa de vida e as medicações em uso, devido ao maior risco de
efeitos adversos2.
ESTATINA DISPONÍVEL PELO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: Sinvastatina
de 20mg.
ESTATINAS DISPONÍVEIS NA FARMÁCIA E SUAS CLASSIFICAÇÕES
QUANTO À INTENSIDADE DE AÇÃO4:
Intensidade Alta:
Redução ≥ 50%
Intensidade Moderada:
Redução 30 – 50%
Intensidade Baixa:
Redução < 30%
Atorvastatina (40) 80mg
Atorvastatina 10 (20)mg
Sinvastatina 10mg
Rosuvastatina 20 (40)mg
Rosuvastatina 5 (10)mg
Pravastatina 10 – 20mg
Sinvastatina 20 – 40mg
Pitavastatina 1mg
Pravastatina 40 (80)mg
Lovastatina 20mg
Pitavastatina 2 – 4mg
Lovastatina 40mg
FIBRATOS
Fibratos: Indicados apenas para redução de risco de pancreatite em
pacientes com triglicérides acima de 500mg/dL2.
MONITORIZAÇÃO:
•
Avaliação bioquímica:
-
Repetir 4 a 12 semanas após início do tratamento para avaliar
aderência e resposta à farmacoterapia
Após, avaliações devem ser realizadas a cada 3 a 12 meses 4.
-
REFERÊNCIAS
1. Bandeira F, Scott AR. Dislipidemias: aspectos gerais. In: Bandeira F,
Graf H, Griz L, Faria M, Lazaretti-Castro M, editors. Endocrinologia
Básica e Diabetes. 2.ed. Rio de Janeiro: Medbook Editora (in press).
2. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes: 2014-2015/Sociedade
Brasileira de Diabetes; (organização José Egidio Paulo de Oliveira,
Sérgio Vencio). São Paulo: AC Farmacêutica, 2015.
3. Cardiovascular
Disease
and
Risk
Management.
Diabetes
Care January 2015 38:S49-S57; doi:10.2337/dc15-S011.
4. Stone NJ, Robinson J, Lichtenstein AH, Bairey Merz CN, Blum CB,
Eckel RH, et al. 2013 ACC/AHA guideline on the treatment of blood
cholesterol to reduce atherosclerotic cardiovascular risk in adults: a
report of the American College of Cardiology/ American Heart
Association Task Force on the Practice Guidelines. J Am Coll Cardiol.
2014 Jul 1;63(25 Pt B): 3024-25.
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