A doença de Marburgo é contagiosa após o aparecimento

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FHM3/P
30-03-2004
Ministério da Saúde
Direcção-Geral da Saúde
Nota Informativa
Febre Hemorrágica de Marburgo em Angola
Informação para pessoas que contactem com passageiros que regressem de Angola
A doença de Marburgo é contagiosa após o aparecimento dos primeiros
sintomas e não antes do início da febre. A contagiosidade aumenta com a
evolução da situação clínica. O período de incubação varia entre 2 e 21 dias.
O contacto com um indivíduo durante o período de incubação da doença de
Marburgo não representa risco. A proximidade social com um doente (indivíduo
que já tem sintomas, nomeadamente febre alta) apresenta um risco muito baixo,
uma vez que é necessário haver contacto com os seus fluidos orgânicos (vómito,
urina, esperma, etc.).
Em princípio os passageiros estarão assintomáticos, e portanto sem risco de
transmissão do vírus.
Por outro lado, se o indivíduo manifestar sinais ou sintomas de doença a bordo da
aeronave, será alvo de procedimentos adequados, de forma a minimizar o risco
para os outros passageiros e tripulação, evitando o contacto com o pessoal de
terra.
Os passageiros que, já em Portugal, vierem a manifestar sintomas,
nomeadamente febre, deverão contactar de imediato a Linha Saúde Pública (808
211 311).
Quanto à doença de Marburgo e, concretamente, à presente epidemia em Angola
prestam-se de seguida algumas informações.
Em Outubro de 2004 teve início um surto de febre hemorrágica em Angola, na
província de Uíge. Nas últimas três semanas o número de casos aumentou. Em
21 de Março de 2005 foi identificado o vírus da Febre Hemorrágica de Marburgo
como responsável pelo surto.
A Febre Hemorrágica de Marburgo é uma entidade clínica rara, identificada pela
primeira vez em 1967, que se manifesta pelos seguintes sinais e sintomas: febre
de início súbito, mal-estar geral, dores musculares e cefaleias a que se seguem
faringite, vómitos, diarreia e erupção cutânea. As formas graves acompanham-se
de manifestações hemorrágicas, falência hepática e renal, com uma taxa de
letalidade que varia entre 25 e 80%.
Desde o primeiro surto que ocorreu na Europa e permitiu a identificação do vírus,
já ocorreram mais quatro surtos, todos em África.
A transmissão do vírus ocorre por contacto directo, sem protecção
adequada, com pessoa doente ou órgãos e produtos biológicos de doentes ou
materiais contaminados ou cadáveres.
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30-03-2004
Ministério da Saúde
Direcção-Geral da Saúde
Não há tratamento específico, no entanto os doentes deverão ser internados,
isolados e submetidos a medidas de suporte médico.
Os Serviços da Direcção-Geral da Saúde acompanham atentamente a situação
em Angola através de canais de comunicação com o Ministério da Saúde
Angolano, da Embaixada de Portugal em Angola e com a Organização Mundial de
Saúde (OMS), entre outros.
As medidas adoptadas em Portugal vão sendo actualizadas e adequadas em
função da avaliação do risco que é feita relativamente à situação em Angola e têm
em atenção as características do agente infeccioso e as suas formas de
transmissão.
As últimas informações (30 de Março de 2005) permitem afirmar:
•
Não há evidência da ocorrência de casos secundários fora da província
angolana de Uíge;
•
Todos os cidadãos portugueses presentes em Angola e que estiveram no
Uíge nas últimas 3 semanas, não evidenciam sinais ou sintomas de doença;
•
Os dois casos que, em Portugal, foram noticiados como “suspeitos” vieram a
revelar-se negativos, após a realização de exames laboratoriais realizados
em laboratório de referência (em Hamburgo).
Nos aeroportos de todo o País estão a ser distribuídos folhetos informativos aos
viajantes provenientes de Angola e está publicitado o acesso à Linha Saúde
Pública (808 211 311), para informar o público e identificar situações suspeitas.
Se a situação epidemiológica e a avaliação do risco o justificarem, esta DirecçãoGeral desencadeará medidas suplementares, nomeadamente no que respeita à
informação aos passageiros e companhias aéreas.
No site da Direcção-Geral da Saúde (www.dgsaude.pt) está disponível informação
relativa ao assunto.
Direcção-Geral da Saúde, 30 de Março de 2005
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