Câncer de próstata e dieta José de Felippe Junior Câncer não são células malignas e sim células doentes necessitando cuidados, não extermínio JFJ O leite de vaca ativa a via de sinalização mTORc e promove crescimento e proliferação celular neoplásica e supressão da autofagia. O persistente consumo do leite, que é rico em caseína, aumenta a concentração de aminoácidos de cadeia ramificada (BCAAs), os quais provocam aumento da insulinemia e da produção hepática de IGF-1 no pós-prandial. A ingestão de “whey proteins” provoca em comparação com o leite maiores elevações de insulinemia e IGF-1, ambos carcinocinéticos. Acresce que o leite vem da vaca no puerpério e assim rico em hormônios sexuais, proliferativos (Melnik2012). Qin em 2004 analisou 47 pesquisas que associavam o leite e derivados com o câncer de próstata. Na meta-análise concluiu que os homens que ingeriam maior quantidade de leite e laticínios apresentaram 68% maior incidência de câncer de próstata em relação aos que consumiam menor quantidade (Qin-2004). O mesmo autor comparou 152 médicos com câncer de próstata com 152 médicos sem câncer de próstata e constatou que os médicos com a doença ingeriam maior quantidade de leite e derivados e apresentavam concentração de IGF-1 mais elevada. No final concluiu que o leite aumenta o aparecimento tanto do câncer de próstata devido ao aumento do IGF-1. Na China, 71% das calorias ingeridas são provenientes dos cereais, produtos da soja, legumes, verduras e frutas e 15% das calorias são provenientes de produtos animais. Nos EUA, 30% das calorias ingeridas são provenientes dos alimentos vegetais e 62% dos alimentos animais, principalmente lácteos e carnes. Na China, ocorrem 1.7 casos de câncer de próstata por 100.000 habitantes e nos EUA ocorrem 104 casos (McCann-2005). Na China, 0,3% das calorias provêm do leite, enquanto que nos EUA, 11% das calorias são provenientes do leite. Na China ocorrem 2.4 casos de câncer de próstata, mama e colon por 100.000 habitantes e nos EUA, 117 casos por 100.000 habitantes (Zhang-2005). O autor considera o 17 beta estradiol, contido no leite de vaca carcinogênico para o câncer de próstata. O leite de vaca contém altos níveis de IGF-1, fator de risco para o câncer de próstata (Qin-2004). Entretanto, o que pensamos acontecer é o 17 beta estradiol funcionar como carcinocinético e não carcinogênico, o mesmo acontecendo com o IGF-1. Ambos aumentam a velocidade de progressão do tumor que fica mais facilmente diagnosticável por imagem e marcadores tumorais. Três estudos cohort, 11 estudos case-control e 6 estudos ecológicos investigaram o papel dos legumes. Quatro estudos cohort, 4 estudos case-control e 2 estudos ecológicos investigaram a soja e seus derivados. A maioria dos estudos mostraram diminuição do risco do câncer de próstata com o aumento da ingestão de legumes. Meta-análise dos case-control evidenciou associação de dose-resposta com a ingestão de legumes. Entretanto, as evidências são limitadas que a soja e seus produtos ou os legumes protejam contra o câncer de próstata. Quatro case-control e uma revisão sistemática, totalizando 2579 pacientes com câncer e 2277 controles pareados analisaram se as frituras se associavam ao câncer de próstata. Em dois destes estudos, a maior ingestão de alimentos fritos se associou com aumento de 1,3 a 2,3 vezes no risco de câncer de próstata; e os outros não mostraram associação. Entretanto, a meta-análise mostrou que a maior ingestão de frituras se associou com aumento de 35% no risco de câncer de próstata (Lippi-2015). Um total de 27 estudos, sendo 12 cohort e 15 case-control, envolvendo 469.986 participantes e 23.703 casos de câncer de próstata mostrou significativamente que não há associação entre a ingestão de frango e câncer de próstata. A divisão geográfica, Ocidente, Asia e América do Sul mostrou o mesmo resultado negativo (Peer-2016). Referências no site www.medicinabiomolecular.com.br