Câncer de estômago, colon, reto e pancreático – risco em relação a

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Câncer de estômago, colon, reto e pancreático – risco em relação a dieta
José de Felippe Junior
Câncer não são células malignas e sim células doentes necessitando
cuidados, não extermínio JFJ
Câncer gástrico
Em meta-análise realizada entre 1980 e 2013 de 39 estudos sendo 10 estudos
cohort e 29 case-control, comparou-se o nível mais alto de ingestão de laticínios com o
nível mais baixo. Concluiu-se que o consumo de leite e derivados apresentou aumento
não significante do risco de câncer gástrico. Leite, manteiga e margarina deram os
mesmos resultados, mas para o iogurte foi diferente. A ingestão de iogurte diminui o
risco de câncer gástrico 0.66 (95%CI: 0.39-1.12) (Sun-2014).
Na Coréia em estudo case-control feito entre 1991 e 1992 verificou-se aumento
do risco de câncer gástrico com a maior ingestão de carne ou peixe grelhados, produtos
fermentados e salgados de peixes e alimentos cozidos tais como pasta de soja ensopada.
Panqueca de feijão, tofu, couve, espinafre e óleo de gergelim diminuem o risco. Quanto
ao método de cozinhar, o mesmo alimento pode aumentar ou diminuir o risco de câncer
de estômago. Estranhamente os autores verificaram que as frituras de carne ou peixe se
associaram com diminuição do risco, enquanto os cozidos aumentaram o risco.
Legumes em conserva (picles) aumentam o risco, enquanto legumes frescos diminuem.
Em um estudo de coorte recente em Seul, verduras e alimentos de soja foram associados
com diminuição do risco de câncer de estômago. Caso-controle e estudos de coorte têm
relatado que a ingestão de ginseng diminuem o risco de câncer gástrico (Ahn-1997).
Todos os trabalhos que consultamos concordam que as frituras aumentam o risco
dos mais variados tipos de câncer.
Câncer colo-retal
A atividade física convincentemente protege contra o câncer colo-retal e pulmão.
Com apenas 60 minutos de atividade física aeróbica ao dia diminui as concentrações
séricas de insulina, IGF-1, estrógenos e progesterona ao lado de aumentar drasticamente
os níveis de IL-6 (Interleucina-6).
O aumento de IL-6 diminui as citocinas inflamatórias, aumenta as citocinas
antinflamatórias e aumenta a imunidade, tanto a inata (macrófagos, neutrófilos, Natural
Killer, células dendríticas) como a adaptativa (linfócitos) (in WCRF-2007 e 2010).
Estudo case-control envolvendo 890 pacientes com câncer colo-retal e 890
pacientes sem câncer de mesmo sexo e idade mostrou que a alta ingestão de
fosfatidilcolina, glicerofosfocolina e esfingomielina, mas, não colina livre ou
fosfocolina diminui o risco de câncer de colon e retal no homem e na mulher (Lu-2015).
As principais fontes de derivados da colina são ovos, fígado de vaca, fígado de galinha,
gérmem de trigo, soja, bacon e carne de porco. Não é por isso que iremos indicar carne
de porco ou bacon, que sabidamente são carcinocinéticos ou até carcinogênicos.
Câncer de pâncreas
Estudo populacional tipo case-control foi conduzido na Califórnia entre 1995 e
1999. Utilizou-se questionários semi-quantitativos em 532 casos de câncer de pâncreas
e 1701 controles sem câncer. Comparou-se altos níveis com baixos níveis de ingestão e
observou-se associação positiva com: carne de vaca/cordeiro (OR=2,2), hambúrguer
(OR=1,7), ovo inteiro (OR=1,6), manteiga (OR=2,4), gordura total (OR=1,6), gordura
animal (OR=1,9), gordura saturada (OR=1,9), gordura monossaturada (OR=1,3),
colesterol da dieta (OR=1,5) e laticínios em geral. Encontrou-se associação inversa com
o grande consumo de frango e peru com OR=0,7 (Chan-2007).
Outra meta-análise mais robusta, com 14 estudos cohort prospectivos
envolvendo 862.680 participantes e 2.212 casos de adenocarcinoma de pâncreas não
suportou a hipótese de leite ou laticínios, cálcio ou vitamina D estarem associados com
o risco da doença. Não houve associação com a ingestão de leite em separado dos
latícinios, leite de baixo teor de gordura, leite integral, queijo, queijo cottage, iogurte e
sorvete. Não houve associação com a ingestão de cálcio da dieta ou o total de cálcio
comparando ingestão superior a 1300 mg/ dia com ingestão inferior a 500mg/dia.
Ingestão maior ou menor de vitamina D também não interferiu no risco.
Cuidado: ingerir não quer dizer absorver e absorver não quer dizer assimilação
pelas células alvo.
Referências no site www.medicinabiomolecular.com.br
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