METAIS PESADOS Os metais são provavelmente as mais velhas toxinas conhecidas para os humanos. Lead usage may have begun prior to 2000 B.C., when abundant supplies were obtained from ores as a by-product of smelting silver. Hippocrates is credited in 370 B.C. with the first description of abdominal colic in a man who extracted metals. Arsenic and mercury are cited by Theophrastus of Erebus (370–287 B.C.) and Pliny the Elder (A.D. 23–79). Arsenic was obtained during the melting of copper and tin, and an early use was for decoration in Egyptian tombs. In contrast, many of the metals of toxicologic concern today are only recently known to humans. Cadmium was first recognized in ores containing zinc carbonate in 1817. About 80 of the 105 elements in the periodic table are regarded as metals, but less than 30 have been reported to produce toxicity in humans. METAIS PESADOS Eles têm densidade superior a 6 g/cm3 e ocorrem naturalmente em rochas, mas se estiverem em uma concentração alta no solo, resulta em contaminação. Os metais pesados pertencem ao grupo dos elementos geoquimicamente descritos como “ elementos traços” que juntos compõem menos de 1% das rochas da crosta. Vamos falar sobre 4 metais pesados: Hg, Pb, Cd e As Estes quatro metais representam os mais problemáticos poluentes para o meio ambiente por causa de suas utilizações importantes, suas toxicidades e suas distribuições amplas. Metais são diferentes dos compostos orgânicos tóxicos porque eles são totalmente não biodegradáveis → eles são “indestrutíveis” e podem se acumular no meio ambiente. Metais pesados são poluentes da água e do solo → contaminantes da nossa alimentação (vegetais, peixe, etc...) A maior parte da contaminação acontece via deposição atmosférica. A definição de metais pesados é baseada na densidade da forma elementar do metal, e classifica os “metais pesados” como aqueles metais com densidades elementares acima de 7 g/cm3 (Bjerrum, 1936 apud Duffus, 2002). Como passar dos anos esta definição foi sendo modificada por vários autores. Em 1964, os editores da Enciclopédia Internacional de Ciência Química, Van Nostrand’s e em 1987, os editores do Dicionário Químico, Grant e Hackh’s incluíram os metais com a densidade maior que 4 g/cm3. Mais tarde, em 1989, 1991 e 1992, Parker, Lozet e Mathieu, e Morris escolheram uma densidade definindo-a como maior que 5 g/cm3. Porém, Streit usou a densidade de 4,5 g/cm3 como seu ponto de referência, e Thornton escolheu 6 g/cm3. Portanto, não existe um consenso sobre a definição de metais pesados com base na densidade (Duffus, 2002). Algumas definições têm sido formuladas com base no número atômico ou massa molar, o que nos leva a tabela periódica, tradicionalmente a classificação química mais correta e cientificamente informativa dos elementos. Porém, estes critérios ainda não são claros e apresentam algumas inconsistências (Duffus, 2002). Segundo Duffus, 2002, uma classificação dos metais e seus compostos baseada em suas propriedades químicas é necessária. Tal classificação poderia permitir uma interpretação das bases bioquímicas para toxicidade. Portanto, conhecer a biodisponibilidade passa a ser a chave para a avaliação do potencial de toxicidade dos elementos metálicos e seus compostos. A biodisponibilidade depende de parâmetros biológicos e das propriedades físico-químicas dos elementos metálicos, seus íons e compostos. TOXICIDADE DOS METAIS PESADOS Os metais pesados como elemento neutro não são particularmente tóxicos Exceto para o mercúrio: vapor de mercúrio é altamente tóxico Metais ligados a pequenas cadeias orgânicas são muito tóxicos Metais pesados na forma catiônica são tóxicos → POR QUE? → Os cátions metálicos tem uma grande afinidade para a função tiol SH. Enzimas que contem cisteína vão rapidamente se complexar com o cátion metálico. A ligação metal-enzima vai afetar a enzima inteira e vai prejudicar a saúde humana, e pode O causar, às vezes, a morte. M2+ + enz-SH → enz-S-M-S-enz + 2H+ Sistema estável H2N CH CH2 SH C OH cisteina Intoxicação com metais pesados: O QUE FAZER? Administração de uma substância que vai ter mais afinidade para o metal que a enzima. Complexo vai se solubilizar e ser eliminado do corpo. BAL (British Anti-Lewisite) BAL (2,3-dimercaptopropanol) foi o primeiro agente quelante usado em clínica. Foi desenvolvido durante a segunda guerra mundial contra gases contendo arsênio. → BAL é tóxico H2C OH H C SH BAL CH2 SH M2+ H2C OH H C CH2 S S M + 2 H+ EDTA OUTRAS SUBSTÂNCIAS O MERCÚRIO •Nome: Mercúrio •Símbolo: Hg •Número atômico: 80 •Massa atômica: 200.59 •Nox: +2 •Densidade: 13,5 g/cm3 •Ponto fusão: -39°C •Ponto ebulição: 357°C 1- Elemento livre Hg vem do latim HYDRARGYRUM = prata líquida O mercúrio é o único metal líquido a temperatura ambiente Hg é o metal pesado mais preocupante porque ele é o mais tóxico MUITAS APLICAÇÕES: - termômetro: por causa da sua expansão uniforme com a temperatura - Ampolas fluorescentes - Lâmpadas de mercúrio - Pesticida como fungicida - Pilha, bateria - Interruptores elétricos - Eletrodo para a formação de cloro - Amalgama → - dentista - extração de ouro O mercúrio é o mais volátil de todos os metais e seu vapor é muito tóxico. PORQUÊ: vapor de Hg passa dos pulmões para o sangue, depois passa a barreira hematoencefálica (sangue/cérebro) e provoca danos no sistema nervoso central. → perda do toque, coordenação, etc... Mercúrio líquido não é muito tóxico, uma mais ingerido, ele vai ser excretado, mas mesmo assim as crianças não podem brincar com gotas de Hg por causa dos vapores de Hg. Ambiente fechado com contaminação de Hg são perigosos. FONTES PRINCIPAIS: A- Antrópicas 1- Combustão do carvão ou do óleo diesel (pode atingir algumas centenas de ppm em alguns carvões). Os EUA possuem 440 usinas termoelétricas acionadas por carvão que liberam 48 toneladas de Hg por ano. → VAPOR de Hg 2- Incineração de lixo municipal contendo produto com Hg, bateria, por exemplo → VAPOR de Hg FONTES PRINCIPAIS: B- Natural Vulcões: principal fonte de Hg. A maior fonte de mercúrio é a desgasificação natural da crosta terrestre, incluindo áreas de terra, vulcões, rios e oceanos. O Kilauea (Avaí) produz 270 toneladas de Hg por ano. Quantidade da Fonte dos vulcões = fontes antrópicas Somando todas as fontes (A+B) → 10000 toneladas por ano No ar, a maioria do Hg é VAPOR de Hg OUTRAS FONTES: Extração de ouro do minério. RISCOS POSSÍVEIS: Um estudo sobre as regiões alagadiças tornou o quadro ainda mais sombrio. Pântanos no Alaska e no norte do Canadá servem como depósitos naturais de Hg, já que o metal adere naturalmente à turfa úmida e se converte em metilmercúrio. Isso não é problema desde que o Hg não se desloque. Mas as secas cada vez mais freqüentes (provável conseqüência do aquecimento global) levam a incêndios, o que faz com que as regiões alagadas liberem o Hg acumulado durante séculos. “Há mercúrio em acumulação desde o começo da revolução industrial”, diz Merritt Turetsky, da Universidade do Michigan. Fonte: ISTOÉ , 27 de setembro 2006, n.1927 2- Amálgama de mercúrio O mercúrio forma rapidamente amálgamas: soluções ou ligas com qualquer outro metal ou combinação de metais. - Amálgama dentar: 50% Hg + 50% mistura Ag+Sn O vapor de mercúrio emitido das amálgamas de obturação dentária é a maior fonte de vapor de mercúrio que afeta o público em geral. A mastigação aumenta a taxa de liberação. Contudo, a quantidade inalada é baixa comparativamente aos níveis tóxicos conhecidos. Em alguns indivíduos com história de mastigação excessiva pode-se atingir níveis que colocam a saúde em risco. Alguns países, como a Alemanha, baniu o uso do mercúrio no amálgama dentar, trocando por resinas sintéticas. - Espelho =Amálgama Hg + Sn - Garimpo do ouro ou prata Pequena quantidade de ouro ou prata pode ser extraída de grande quantidade de lama ou sedimentos adicionando mercúrio metálico elementar à mistura. Isso extrai o ouro ou a prata formando um amálgama. O aquecimento faz destilar o mercúrio e o metal precioso é recuperado como mostrado na figura 1. A contaminação ocorre nesses dois momentos, quando o mercúrio escapa para a água e para a atmosfera. Entre 1570 e 1900, esse processo foi usado para extrair prata na América central e do sul → 1 grama de mercúrio foi perdido no meio ambiente para cada grama de prata produzida → liberação de 200.000 toneladas de mercúrio. figura 1 Hoje, esse método é ainda usado em grande escala no Brasil para extrair o ouro a partir dos sedimentos dos rios da Amazônia, sobretudo. → destilação do amálgama provoca poluição do ar e do rio → intoxicação dos trabalhadores → enfraquece o sistema imune → sujeito a outra doença 37 t de mercúrio contaminam comunidades Garimpo clandestino na divisa dos Estados do Amapá e Pará. Foto:Polícia Federal Um estudo realizado pelo Cetem (Centro de Tecnologia Mineral), instituto ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, indica que os níveis de contaminação por mercúrio nos solos, nas plantas, nas águas, nos peixes e até nos moradores da Reserva Garimpeira da Bacia do Tapajós, no Pará, estão acima das concentrações máximas aceitas pela OMS (Organização Mundial da Saúde). O garimpo do Tapajós é a origem de metade de todo o ouro extraído no Brasil. Um grupo de 23 pesquisadores do Cetem coletou em 2003 mais de mil amostras ambientais e biológicas nas pequenas comunidades de São Chico e Creporizinho, que pertencem ao município de Itaituba, no sudoeste paraense. Eles constataram que, no caso dos peixes, 60% tinham teores altíssimos de mercúrio no organismo. E estimaram em 37 toneladas o total desse metal liberado nos rios e na atmosfera nos últimos 15 anos somente nas duas comunidades. Os limites da Organização Mundial da Saúde foram ultrapassados também nas plantas. Na comunidade de São Chico, por exemplo, 18 amostras de vegetais chegaram a ter 2.400% do metal acima do valor aceitável. A concentração máxima de mercúrio, 1.280 partes por milhão (ppm), foi observada numa teia de aranha coletada numa loja de ouro na vila. Complica a situação a grande mobilidade do mercúrio. "Por ser um metal pesado, sofre poucas transformações. O mercúrio que vai para o rio, por exemplo, alcança grandes distâncias, até 20 quilômetros", diz Saulo. Depois de coletado, o ouro é posto em contato com o mercúrio, que o separa de outros materiais. Em seguida, é feita a queima do amálgama (mercúrio misturado com ouro) para purificar o ouro. A contaminação ocorre nesses dois momentos, quando o mercúrio escapa para a água e para a atmosfera. Saúde - No caso da saúde da população ribeirinha daquelas comunidades, a pesquisa analisou as duas principais vias de exposição ao mercúrio: pelo vapor liberado durante a queima do amálgama e pelo consumo do peixe dos rios. Isso foi feito por meio da análise de amostras de sangue, urina e cabelo. Os sintomas nas comunidades ainda não são agudos. Mas, como o efeito da contaminação é cumulativo, deverão aparecer a longo prazo. Muitos moradores da região já reclamam: 50% relataram gosto metálico na boca, tremor e palpitação e 40% tinham sensações de formigamento, adormecimento ou ardência nas mãos e nos pés. A doença decorrente da intoxicação de mercúrio ficou conhecida como mal de Minamata. Na década de 1950, milhares de pessoas que se alimentavam de peixes e de frutos do mar na baía de Minamata, no Japão, desenvolveram sintomas no sistema nervoso e cérebro. O mercúrio era jogado por uma indústria química num rio que desaguava no mar. "Até hoje não há uma conclusão epidemiológica de quantas pessoas de fato foram afetadas porque os estudos realizados na época eram precários", explica o toxicologista Sergio Graff. "Mas o resultado da catástrofe foi no mínimo de 1.400 mortes." Esse projeto de conscientização ganhou uma concorrência mundial preparada pela ONU (Organização das Nações Unidas) e se tornou o braço brasileiro do Projeto Mercúrio Global, cujo objetivo é diminuir a poluição por mercúrio em águas internacionais. Há iniciativas semelhantes em países como Laos, Sudão e Tanzânia. A verba da ONU para o Projeto Mercúrio Global é de US$ 3 milhões para 6 países. No Brasil, foram gastos US$ 130 mil. Cerca de US$ 34 mil serão para a campanha de esclarecimento. O Cetem ainda não sabe qual é o custo da fase final, mas crê que os equipamentos novo estarão listados até o fim do ano. O Cetem coordena o projeto junto com o Instituto Evandro Chagas e a Fundação Nacional de Saúde. 3- O Mercúrio e o Processo Cloro-Soda Em algumas plantas industriais de álcalis clorados, é usado um amálgama de sódio e mercúrio no processo que converte cloreto de sódio aquoso nos produtos comercias cloro e hidróxido de sódio (e hidrogênio) por eletrólise. Com o objetivo de formar uma solução pura e concentrada de NaOH, é usado mercúrio líquido como eletrodo negativo (cátodo) da célula eletroquímica. O sódio metálico produzido na eletrólise por redução combina-se com mercúrio, sendo removido da solução de cloreto de sódio sem reagir com e meio aquoso. Hg → Na+(aq)+ eNa (em amálgama Na/Hg) Quando metais como o sódio são dissolvidos em amálgamas, suas reatividades são grandemente diminuídas, se comparadas àquelas do estado livre, de forma que o sódio elementar, que de outra maneira seria altamente reativo, não reage com a água da solução original quando na forma de amálgama Na-Hg. Uma vez formado, o amálgama é removido e posteriormente levado a reagir com água, mediante a aplicação de uma pequena corrente elétrica, em uma câmara separada, produzindo assim hidróxido de sódio livre de sal. O mercúrio é então recuperado e reciclado para a célula original. (Figura 2) Contudo, nem todo o mercúrio é reciclado, uma pequena parte é lançada no ar e vertida no rio do qual é obtida a água de refrigeração da planta e para o qual retoma. Embora o mercúrio líquido não seja nem solúvel em água nem em ácido diluído, evidentemente ele pode ser oxidado até formas solúveis mediante a intervenção de bactérias presentes nas águas naturais. Por esse mecanismo, o mercúrio torna-se acessível aos peixes. Processo Cloro-Soda figura 2 A massa de mercúrio procedente dessas plantas de cloro perdida para o ambiente tem diminuído enormemente desde que o problema foi identificado na década de 60. Não obstante, as instalações na América do Norte que usam eletrodos de mercúrio estão sendo eliminadas gradativamente e substituídas por plantas que utilizam membranas à base de fluorocarbonetos para separar a solução de cloreto de sódio da solução livre de cloretos no eletrodo negativo; a membrana é projetada de maneira a permitir a passagem unicamente do Na+, mas impede a permeação dos ânions (figura 3). Em ambos tipos de células, a reação global é: 2 NaCl(aq) + 2 H2O → 2 NaOH(aq) + Cl2(g) + H2(g) As plantas de cloro-soda contribuíram com cerca de 7 das 158 toneladas de mercúrio emitidos no ambiente nos Estados Unidos no período entre 1994 e 1995. Na Europa, os processos nos quais se utiliza o mercúrio ainda originam-se aproximadamente dos dois terços da produção de cloro, embora as emissões do metal por estas instalações sejam aparentemente muito pequenas. figura 3 4- Mercúrio Iônico: Hg2+ Minério = Hg2+S2- : muito insolúvel em água HgS(s) + O2(g) → Hg(g) + SO2(g) Nas minas romanas, o tempo de vida dos escravos era em media de 6 meses ! Hg(NO3)2 é solúvel em água e era usado antigamente para tratar o couro usado para a fabricação dos chapéus. (deixa o couro mais maleável) → trabalhador do ramo de chapéus sofriam com freqüência de desordens nervosas: tremores musculares, depressão, perda de memória, paralisia e demência → chapeleiro doido de Alice no país das maravilhas de Lewis Carroll O Hg2+ como o vapor de mercúrio ataca o sistema nervosa central mas os principais órgãos-alvo do Hg2+ são os rins e o fígado, onde pode causar graves danos Baterias=“pilhas de mercúrio” contêm Hg2+O2- Ânodo: Zn(s) + 2OH-(aq) → ZnO(s) + H2O(l) + 2eCátodo: HgO(s) + H2O(l) + 2e- → Hg(l) + 2OH-(aq) → 1,35 V → formação de Hgo → incineração das baterias emite vapor de Hgo na atmosfera. 5- A formação do Metilmercúrio “HgCH3+ ” Hg2+ vai formar ligações covalente com ânions como Cl- ou CH3- → HgCl2 ou Hg(CH3)2 O processo de formação de dimetilmercúrio Hg(CH3)2 ocorre nos sedimentos de rios e lagos, especialmente sob condições anaeróbicas, quando bactérias e microrganismos anaeróbios convertem Hg2+ em Hg(CH3)2. O agente ativo do processo de metilação é um constituinte comum dos microrganismos: derivado da vitamina B12 com um ânion CH3- ligado a um cobalto = METILCOBALAMINA O dimetilmercúrio Hg(CH3)2 evapora da água com facilidade (figura 4). O metilmercúrio, HgCH3+ (sob as formas HgCH3Cl ou HgCH3OH) é formado da mesma maneira que o Hg(CH3)2 mas de maneira mais rápida (sobretudo em condições neutras ou ácidas). O metilmercúrio, HgCH3+ é a forma mais tóxica do mercúrio Ordem de toxicidade 1- HgCH3+ 2- vapor de Hg 3- Hg2+ X = CH3- METILCOBALAMINA X = 5'-deoxyadenosine adenosylcobalamin ( "coenzyme B12") X = SO3- sulphitocobalamin X = CN- cyanocobalamin ("vitamina B12") oxidação (peixe) figura 4 O Metilmercúrio HgCH3+ é mais perigoso porque ele é solúvel nos tecidos gordurosos dos animais, dos peixes → BIOACUMULAÇÃO e BIOMAGNIFICAÇÃO HgCH3+Xingerido → complexação com proteínas contendo cisteína HgCH3-S-Prot (solúvel em qualquer tecido biológico) atravessa a barreira hematoencefálica sangue/cérebro CÉREBRO= Alvo do HgCH3+ → problemas neurológicos → MORTE atravessa a barreira da placenta CONTAMINAÇÃO DO FETO A maioria do mercúrio presente em seres humanos encontra-se na forma de HgCH3+ → vem do consumo de PEIXES 80% do Hg contido no peixe está na forma de HgCH3+ HgCH3+ ATRAVÉS DAS BRÂNQUIAS: HgCH3+ DISSOLVIDO NA ÁGUA VAI SE DIFUNDIR NO PEIXE E DISSOLVER NA PARTE GORDUROSA ALIMENTAÇÃO CONTAMINADA BIOMAGNIFICAÇÃO DO METILMERCÚRIO HgCH3+ PEIXE HgCH3+ na parte gordurosa do peixe HS-Prot HgCH3-S-Prot = solúvel em qualquer tecido biológico DISTRIBUIÇÃO NO PEIXE INTEIRO ≠ ORGANOCLORADO QUE FICAM SOMENTE NA GORDURA BIOMAGNIFICAÇÃO DO METILMERCÚRIO HgCH3+ A RAZÃO [HgCH3+]músculo do peixe = 1,0-10 milhões [HgCH3+]água Maior a idade do peixe, maior será a concentração em metilmercúrio Concentração superior a 1ppm são encontrada para peixes predadores de vida longa → atum (30-40 anos), tubarão, peixe-espada = peixes do mar → perca, truta, lúcio = peixes de rio Fonte: ISTOÉ , 27 de setembro 2006, n.1927 TOXICIDADE DO METILMERCÚRIO HgCH3+ A meia-vida dos compostos de metilmercúrio em seres humanos, de cerca de 70 dias, é muito maior que a dos sais de Hg2+, devido à sua afinidade pelos átomos de enxofre dos grupos sulfidrila e a sua grande solubilidade em ambientes lipídicos. Em conseqüência, o metilmercúrio pode se acumular no organismo em concentrações muito maiores que aquelas observadas no estado estacionário, mesmo que uma pessoa consuma diariamente quantidades que, consideradas individualmente, não seriam prejudiciais. A maioria dos problemas ambientais envolvendo o mercúrio, que são objeto de grande divulgação, liga-se ao fato de que a forma metilada é um veneno cumulativo. Contudo, em 1977, a pesquisadora americana em oncologia Karen Wetterhahn, do Dartmouth College, morreu de envenenamento por mercúrio vários meses depois que uma ou duas gotas de dimetilmercúrio puro penetraram através das luvas de látex que estava usando enquanto manipulava o composto em experimentos. Acidente de Minamata (Japão, 1956) Na cidade de pescadores de Minamata, Japão, uma planta química da indústria química Chisso, que utilizava Hg2+ como catalisador no processo de produção de cloreto de polivinila, descarregou resíduos que continham mercúrio em um rio que desaguava no mar da Baía de Minamata; o metilmercúrio formado acumulou-se, então, em níveis que atingiram 100 ppm nos peixes, que eram o componente principal da dieta de muitos residentes locais. Para fins comparativos, é útil mencionar que o limite de mercúrio atualmente recomendável na América do Norte para peixes destinados ao consumo humano é de 0,5 ppm. Milhares de pessoas foram afetadas, por envenenamento, em Minamata devido ao mercúrio procedente desta fonte nos anos 50, o que ocasionou a morte de centenas delas. Em razão dos sintomas iniciais nos seres humanos serem retardados, os primeiros sinais da "doença de Minamata" foram observados em gatos que tinham comido peixe descartado: eles começavam a pular e a se contorcer, corriam em círculos e, finalmente, lançavam-se na água e afogavam-se. Os sintomas nas pessoas começaram por disfunções do sistema nervoso central, visto que o órgãoalvo do metilmercúrio é o cérebro; os sintomas incluem dormência em braços e pernas, visão nebulosa e mesmo perda da visão, perda de audição e da coordenação muscular, letargia e irritabilidade. Dado que o cloreto de metilmercúrio pode passar para o feto, as crianças nascidas de mães envenenadas por mercúrio, mesmo levemente, apresentaram danos cerebrais profundos (figura 5) , algumas em grau fatal. Elas manifestaram sintomas similares aos da paralisia cerebral: retardamento mental e distúrbios motores e mesmo paralisia. O envenenamento de Minamata deve seguramente ocupar um dos primeiros lugares na classificação dos principais desastres ambientais dos tempos modernos. A Organização Mundial da Saúde concluiu que a ocorrência de níveis de 10-20 ppm de metilmercúrio no cabelo indicam que uma mulher grávida possui metilmercúrio suficiente em seu sangue para afetar o desenvolvimento do feto. Isso coloca em risco o desenvolvimento dos fetos em mais de 30% das mulheres de algumas comunidades nativas do norte do Canadá, em que o peixe constitui parte importante de sua dieta. Pescador japonês na Baia de Minamata. Depoimento: "É somente o mar, e eu posso confiar. Quando alguém diz para mim que o mar está sujo, eu quero agredi-lo. Como ousam dizer que o mar está sujo? Não é o mar que está sujo, não é o mar que está errado. O mar é a minha vida, o mar é a minha religião." Face angustiante de paciente da Doença de Minamata, sob observação de um grupo de médicos, do Governo Japonês e da Chisso Co. figura 5 ATENÇÃO ao CAÇÃO !!! Consumer Guide to Mercury in Fish The list below shows the amount of various types of fish that a woman who is pregnant or planning to become pregnant can safely eat, according to the Environmental Protection Agency. About the mercury-level categories: The categories on the list (least mercury to highest mercury) are determined according to the following mercury levels in the flesh of tested fish. Least mercury: Less than 0.09 parts per million Moderate mercury: From 0.09 to 0.29 parts per million High mercury: From 0.3 to 0.49 parts per million Highest mercury: More than .5 parts per million LEAST MERCURY Enjoy these fish: Anchovies Butterfish Catfish Clam Crab (Domestic) Crawfish/Crayfish Croaker (Atlantic) Flounder* Haddock (Atlantic)* Hake Herring Mackerel (N. Atlantic, Chub) Mullet Oyster Perch (Ocean) Plaice Pollock Salmon (Canned)** Salmon (Fresh)** Sardine Scallop* Shad (American) Shrimp* Sole (Pacific) Squid (Calamari) Tilapia Trout (Freshwater) Whitefish Whiting MODERATE MERCURY Eat six servings or less per month: Bass (Striped, Black) Carp Cod (Alaskan)* Croaker (White Pacific) Halibut (Atlantic)* Halibut (Pacific) Jacksmelt (Silverside) Lobster Mahi Mahi Monkfish* Perch (Freshwater) Sablefish Skate* Snapper* Tuna (Canned chunk light) Tuna (Skipjack)* Weakfish (Sea Trout) HIGH MERCURY Eat three servings or less per month: Bluefish Grouper* Mackerel (Spanish, Gulf) Sea Bass (Chilean)* Tuna (Canned Albacore) Tuna (Yellowfin)* HIGHEST MERCURY Avoid eating: Mackerel (King) Marlin* Orange Roughy* Shark* Swordfish* Tilefish* Tuna (Bigeye, Ahi)* * Fish in Trouble! These fish are perilously low in numbers or are caught using environmentally destructive methods. ** Farmed Salmon may contain PCB's, chemicals with serious long-term health effects. MINISTÉRIO DA SAÚDE PORTARIA N.º 518, DE 25 DE MARÇO DE 2004 Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências. Art.14. A água potável deve estar em conformidade com o padrão de substâncias químicas que representam risco para a saúde expresso na Tabela 3, a seguir: Mercúrio Valor Máximo Permitido= 0,001mg/L RESOLUÇÃO CONAMA No 357, DE 17 DE MARÇO DE 2005 Art. 14. As águas doces de classe 1 observarão as seguintes condições e padrões: Mercurio total 0,0002 mg/L Hg Art. 16. As águas doces de classe 3 observarão as seguintes condições e padrões: Mercurio total 0,002 mg/L Hg