GEOQUÍMICA DOS SOLOS ADOLPHO JOSÉ MELFI 2009 BIBLIOGRAFIA BÁSICA SOLOS DUCHAUFOUR, Ph & SOUCHIER, B. (1983) Pédologie (Vol. 1 et 2), 2e édition, Masson, Paris, France. 491p - 665p. CHAMAYOU, H. & LEGROS, J. P. (1989) - Les bases physiques, chimiques et minéralogiques de la science du sol. Presses Universitaires de France, Paris, France, 593p. FANNING, D.S. & FANNING, M.C.B.(1989) - Soil: morphology, genesis and classification, John Wiley & Sons, New York, 394p. BRADY,N.C. & WEIL,R. (1999) – The nature and properties of soils. 12th ed., Prentice-Hall Inc.,New Jersey, 881p. SOLUÇÃO DE ALTERAÇÃO GARRELS, R.M. & CHRIST, C.L. (1965) - Solutions, Minerals and Equilibria. Harper and Row, New York, 450p. STUMM, W. & MORGAN, J.J. (1970) - Aquatic Chemistry: An introduction emphasing chemical equilibria in natural water. TARDY, Y. (1986) - Le cicle de l’eau, climats, paleoclimats et géochimie global. Masson, Paris, 338p. MIYAZAKI, T. (1993) - Water flow in soils. 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Definição - vários conceitos Conceitos: dependem das funções que o solo desempenha FUNÇÕES DO SOLO Produção de alimentos Produção de fibras Produção de biocombustíveis Ciclagem de nutrientes Armazenamento de água Reciclagem de carbono SOLO Fonte de materiais de construção Filtro biológico Depósito de resíduos Fundações obras civis Alimentos, fibras e biocombustíveis SOLO: recurso finito ou infinito População mundial Atual – 6,5 bilhões de habitantes Superfície de terras emersas 13,5 bilhões de hectares Superfície de terras aráveis 3 bilhões de hectares 2025 – 8,5 bilhões de habitantes RECURSOS MUNDIAIS EM SOLOS Solo recurso finito, pouco abundante e não renovável Interações com o ambiente Solo é uma fina camada que se situa na interface entre atmosfera, hidrosfera, biosfera e litosfera Atmosfera Hidrosfera SOLO Litosfera Biosfera Interações com o ambiente ► Solo recebe da atmosfera partículas poluentes (metais pesados) e compostos tóxicos (NOx, SOx – chuvas ácidas) fixando-os por via física, química e biológica e/ou transformando-os, essencialmente, por via biológica ► Atua como reservatório do carbono, fixado pelas plantas e matéria orgânica do solo. Participa no controle de emissões de CO2 (gás de efeito estufa) ► Desempenha papel de filtro natural para água e efluentes antes de atingirem os lençóis de águas subterrâneas Habitat biológico e reserva genética ► O solo contém 99% da biodiversidade (apenas 1% é estudada). Qualidade do solo está associada à diversidade e intensidade da atividade biológica, aspecto fundamental na produção de alimentos ► Microorganismos são importantes na fixação do nitrogênio atmosférico e na mineralização do N e de outros nutrientes presentes na matéria orgânica do solo. Solubilização de nutrientes da matéria mineral e na estabilização do ecossistema solo Depósito de resíduos e lixo ►Locais apropriados para a deposição de resíduos de diversas atividades humanas: industriais, urbanos (aterros sanitários), agrícolas Fonte de material (matéria prima) ► Fornece areia para construção civil e indústria de vidro, argila para a indústria cerâmica, para vedar barragens, etc. ► Fonte de minérios, como por exemplo bauxita, couraças ferruginosas, etc. Solo – submetido a qualquer ação que tende modificar suas propriedades físicas, químicas e/ou biológicas pode sofrer degradações Para impedir ou minimizar os efeitos dessas transformações, a moderna ciência do solo deve estudar o solo sob o ponto de vista de sua dinâmica e evolução, descrevendo seu estado atual de organização (anatomia do solo) e seu funcionamento (fisiologia do solo) no modelado terrestre, o qual irá permitir não só reconstruir sua história, mas também prever sua evolução futura DA ROCHA AO SOLO E DO SOLO À ROCHA Para o cientista solo: material constituinte da pedosfera Solo É o resultado das transformações químicas, físicas e mineralógicas sofridas pelas rochas na superfície da Terra, na interface litosfera, atmosfera, hidrosfera e biosfera Definição não é correta - intemperismo A SUPERFÍCIE DA TERRA Os ciclos geológicos Superfície da Terra é constituída por rochas processos endógenos Geradas no interior do Terra (prof. entre 16 e 160km) P entre 5 e 50 kbars e ToC entre 700 e 1200 Quando na superfície tornam-se instáveis Processos exógenos Transformações químicas, físicas e mineralógicas (P = 1 bar e T entre 10 e 20oC em média) CICLOS GEOQUÍMICOS Dois ciclos agem na Superfície da Terra Ciclo externo ou exógeno Ciclo interno ou endógeno Três fontes de energia Interna – radiatividade Externa – solar e gravitacional Ciclo endógeno ou interno : se manifesta pela renovação dos fundos oceânicos, que permite a criação de uma nova litosfera ao longo das dorsais oceânicas e nas bacias marginais. Este ciclo se desenvolve em meio sólido, e cerca de 1024 kg de manto superior são reciclados a cada bilhão de anos Ciclo exógeno ou externo : alteração das rochas na superfície, transporte dos elementos liberados e sedimentação. Meio essencialmente líquido (hidrosfera) ou gasoso (atmosfera) e movimenta-se através do ciclo da água, o qual é regido por dois motores: radiação solar e gravidade Ciclo Externo No interior do ciclo exógeno: podem ser separados 2 grandes conjuntos evolutivos Ciclo exógeno s.l.: envolvendo inclusive a sedimentação marinha Ciclo supérgeno: se desenrola na epiderme dos continentes, o qual atuando sobre as rochas podem formar rochas, solos, saprolitos, formações superficiais, jazidas minerais, etc. O ciclo supérgeno se desenvolve Intemperismo Pedogênese por meio Erosão quatro processos principais Sedimentação continental Intemperismo: Processos físicos, químicos e biológicos que provocam a transformação das rochas na superfície da Terra, sob ação de agentes atmosféricos, hidrosféricos e biosféricos Limite de atuação: superior - superfície da Terra em contato com a atmosfera inferior - variável, poucos metros a algumas centenas de metros Pedogênese: Reorganiza os materiais resultantes da alteração das rochas, sob a ação de agentes biológicos (organismos vivos vegetais e animais). Reorganização em horizontes, que no conjunto denominamos de perfil de solo Conceitos de pedogênese e intemperismo em geral se confundem:intemperismo é mais amplo e, em geral, atua junto com a pedogênese na formação dos solos Erosão: Remoção de materiais na superfície da Terra, provocado pelo trabalho mecânico das forças meteóricas, como por exemplo: vento, água, gelo, etc. (erosão física) ou pela dissolução química promovida pelas águas e soluções que percolam as rochas e os solos (erosão química). Erosão física (mecânica) e erosão química provocam o abaixamento da superfície da Terra (denudação), e o aplainamento do terreno pelo transporte de substâncias sólidas ou dissolvidas de regiões mais elevadas para regiões mais baixas. Chuva Esc oam ento superfic ial: desloc am ento de partículas Infiltraç ão: dissoluç ão de m inerais Erosã o m ec ânic a Erosão química Lenç ol freático Sedimentação: Trata-se da sedimentação continental, que representa uma acumulação local de fragmentos (sedimentação detrítica) ou de materiais reprecipitados (sedimentação química) que foram transportados e depositados por forças erosionais. A sedimentação continental é freqüentemente transitória, pois pode ser retrabalhada pela erosão, sendo o destino final desses materiais os fundos oceânicos INTEMPERISMO O intemperismo atuando sobre a rocha, por um certo tempo, promove a formação do manto de intemperismo ou de alteração, cujo estudo é feito por meio do perfil de alteração Físico Desagregação das rochas, com separação dos grãos minerais, antes coesos. Não ocorrem modificações químicas e mineralógicas Tipos de intemperismo: Químico Processo dominante na alteração das rochas. Age por meio de reações entre a água (chuva) e os minerais Ocorrem modificações nas composições químicas e mineralógicas REAÇÕES ENVOLVIDAS NO INTEMPERISMO QUÍMICO Equação genérica do intemperismo químico Mineral primário + Solução de alteração Mineral + secundário Solução de percolação Reação depende: Leis do equilíbrio químico Oscilações das condições ambientais Hidratação Dissolução Tipos de reações Oxidação Hidrólise Hidratação, dissolução e oxidação: reações específicas para alguns minerais ou grupos de minerais Hidratação – entrada da molécula de água na estrutura de um mineral anidrita (CaSO4) Gipso (CaSO4.2H2O) Dissolução – minerais altamente solúveis (evaporitos) Halita (NaCl), Calcita (CaCO3) Oxidação – minerais constituídos por elementos que possuem mais de um estado de oxidação, como por exemplo Fe, Mn, etc. Piroxênio (FeIISiO3) FeIIIO3 (hematita) Hidrólise – reação que melhor caracteriza o intemperismo. Afeta todos os silicatos (principais constituintes das rochas) Água dissociada (H+ e OH-) – desloca os elementos (alcalinos e alcalino terrosos) da estrutura do silicato, que entra em colapso e libera Si e Al para a solução Os elementos em solução: em função de sua mobilidade e das condições de fluxo das soluções e de pH podem ou não se reorganizarem para formar minerais secundários (p.ex. argilominerais) Hidrólise normal - hidrólise Em função do pH Hidrólise ácida - acidólise Hidrólise alcalina - alcalinólise Hidrólise Mecanismo dominante: regiões tropicais, equatoriais e temperadas quentes pH das soluções entre 5 e 9 Al imóvel Si e bases comportamento variável função do fluxo das soluções 3 graus da hidrólise KAlSi3O8 + 8 H2O Ortoclásio 2 KAlSi3O8 + 11 H2O Ortoclásio 2,3 KAlSi3O8 + 8,4 H2O Ortoclásio 3 H4 SiO4 + Al(OH)3 + (K+ + OH-) Solução Gibbsita Solução 4 H4SiO4 + Si2Al2O5(OH)4 + 2 (K+ + OH-) Solução Caolinita Solução 3,2 H4SiO4 + Si3,7Al0,3O10Al 2(OH)2 K0,3 + 2 (K+ + OH-) Solução Beidellita Solução (1) (2) (3) Reação 1 – Hidrólise total - alitização Si e cátions são eliminados Permanece Al sob a forma de gibbsita (Al(OH)3 O Fe também permanece Reação 2 – Hidrólise parcial - monossialitização Cátions eliminados totalmente Sílica parcialmente (66%) Sílica e alumínio se combinam – caolinita (argilomineral 1/1) Reação 3 – Hidrólise parcial - bissialitização Cátions eliminados parcialmente (87%) Sílica parcialmente (46%) Sílica, alumínio e cátions se combinam – esmectita (argilomineral 2/1) Acidólise (hidrólise ácida) Mecanismo: regiões frias, boreais com evolução lenta da matéria orgânica formação de ácidos orgânicos hidrossolúveis pH inferior a 5 faixa onde Al (Fe) podem ser solubilizados graus da acidólise dependem do pH (abaixo de 3 e entre 3-5) 2 graus da acidólise KAlSi3O8 + 4 H+ Ortoclásio 9 KAlSi3O8 + 32 H Ortoclásio 3 H4SiO4 + 4 H2O + (Al3+ + K+) Solução 6,5 H4SiO4 + 3 Si3,5Al0,5O10Al 2(OH)2 [Al(OH)2]0,5 + (1,5 Al3+ + 9 K+) Solução Beidellita aluminosa Solução (1) (1) (2) (2) Reação 1 –acidólise total - podzolização pH inferior a 3 - todos elementos em solução - são eliminados Não há formação de minerais secundários Reação 2 – acidólise parcial - aluminossialitização pH entre 3 e 5 – eliminação do alumínio não é completa Si e Al podem se combinar para formar argilominerais 2/1 aluminosos Alcalinólise (hidrólise alcalina) Mecanismo: pequena representatividade geográfica, regiões áridas e semi-áridas ocorrência não contínua, soluções com reagentes básicos pH superiores a 9,6 Dissociação do H4SiO4 H3SiO3- Alumínio, pelo menos parcialmente como Al(OH)4- 2 graus da alcalinólise OH- 6H3SiO4- + 2Al(OH)4- + 2(K+ , OH-) solução 6SiO2.Al2O3K2O Ortoclásio (1) OH- 6SiO2.Al2O3K2O Ortoclásio (Si2Al)6Na.H2O + 4H3SiO4- + Al(OH)4- + Na+ K+ , OH- (2) Analcita Solução Reação 1 –alcalinólise total - solodização pH superior a 11,3 Sílica e alumínio em solução na forma aniônica Não há formação de minerais secundários Reação 2 – alcalinólise parcial – bissialitização zeolitização Meio não é suficientemente alcalino para que todo Al e Si estejam como ânions pH entre 9-10 – alcalinidade nítida, meios menos concentrados - bissialitização pH superiores a 10, meios mais concentrados, Al na forma aniônica reage com a sílica para formar um silicato (tectossilicato) - zeolitização FATORES QUE CONTROLAM O INTEMPERISMO Rocha: Fator passivo, reage à ação dos outros agentes em função de sua composição química e mineralógica, textura e estrutura Clima: Fator ativo mais importante, fundamental na formação do saprolito. Condiciona sua distribuição no globo. Age por meio da quantidade e qualidade das água (temperatura). Definem o tipo da hidrólise Relevo: Atua sobre as condições hidrodinâmicas do meio (velocidade de fluxo), sobre as condições de transporte (erosão) e sobre as condições climáticas Organismos: Influenciam a qualidade da água de alteração, seu pH; rochas colonizadas por liquens e algas são mais facilmente alteradas Tempo: Fator importante para o desenvolvimento do manto de alteração. Sua influência varia de acordo com o tipo de rocha e de clima Os tipos de reações hidrolíticas controlam a formação dos minerais secundários. Os argilominerais são praticamente onipresentes e permitem separar os grandes domínios de alteração em 5 grandes zonas (associadas ao clima) Regiões do globo onde inexiste água líquida -14% (10% zonas recobertas por gelo e 4% zonas áridas) Regiões frias do globo com degradação lenta da matéria orgânica e formação de compostos ácidos hidrosolúveis (hidrólise ácida) - 16% Regiões temperadas, estépicas e semi-áridas (bissialitização) – 39%. Nas zonas mais secas bissialitização pode ser acompanhada de formação de crostas calcárias (alcalinização) Regiões tropicais úmidas, com estações secas alternadas. Domínio da (monossialitização) - 18%. Nas regiões onde estação seca é marcada pode ocorrer couraças ferruginosas (lateritização) Regiões equatoriais muito úmidas, a caolinita pode ser acompanhada por expressivas quantidades de gibbsita (alitização) – 13% Distribuição dos principais processos de formação dos minerais secundários das alterações e dos solos na superfície da Terra. 1) Zona de alitização, 2) Zona de monossialitização, 3) Zona de bissialitização, 4) Zonas áridas sem alteração química, 5) Zona de acidólise total (hidrólise ácida), 6) Zona coberta por gelo, sem alteração química e 7) Áreas tectonicamente ativas, nas quais os tipos de alteração encontram-se modificados. O manto de alteração (saprolito) apresenta características diferentes nas diferentes zonas climáticas do planeta Saprolito: definições Geologia: rocha alterada “in situ” pela ação do intemperismo, podendo ou não preservar a estrutura da rocha original Ciência do Solo: confunde-se com o horizonte C, isto é, horizonte mineral não afetado pelos processos pedogenéticos Zonas tropicais: saprolito é, em geral, material de origem do solo Saprolito: Variações faciológicas o tipo de rocha Saprolito varia com a posição geográfica Saprolito grosso Saprolito fino Saprolito Grosso: definição Material de textura grossa, cujos elementos apresentam granulometria variando de centimétrica a decimétrica, constituído por minerais primários individualizados ou parcialmente desagregados, ou por fragmentos de rochas, com minerais primários associados e parcialmente alterados Saprolito Fino: definição Material de textura fina, com granulometria milimétrica a submilimétrica, constituído por minerais primários resistentes à alteração (quartzo), mas sobretudo por minerais secundários. De acordo com a localização geográfica do perfil, e com o tipo de rocha, o saprolito fino pode apresentar -se subdividido em vários fácies Saprolito: importância Material de origem da maior parte dos solos tropicais Material de construção (estradas, etc.) Depósito de resíduos Concentrações de minerais economicamente aproveitáveis (bauxita) Saprolito - material de origem de solos Saprolito - material de origem de solos Saprolito - material de construção Saprolito - formação de minérios (bauxita) PEDOGÊNESE Dokuchayev –– solo como função de cinco fatores principais (Pai da pedologia) Rocha matriz Clima Organismos Relevo e altitude Tempo Jenny (1941) – S= f (M.O., C, R, O,T.....) Salientou a importância do próprio clima do solo (temperatura e drenagem), os organismos e o relevo. Formação do solo O QUE DIFERENCIA O SAPROLITO DE UM SOLO? Saprolito – material friável, móvel, anidro, mineral e abiótico Solo – corpo organizado, vivo e ativo, friável, poroso, hidratado, mineral e orgânico, capaz de assegurar a alimentação mineral dos organismos vivos autotróficos e, em particular, dos vegetais superiores Quatro mecanismos são fundamentais para a reorganização do saprolito e promover a formação de um corpo organizado (SOLO) Adição de matéria Perda de matéria Transformação de matéria Translocação de matéria Os quatro mecanismos permitem, com o tempo, o aparecimento de uma organização em camadas, sensivelmente paralelas à superfície do terreno e que se diferenciam entre si por características físicas, quimicas, mineralógicas A organização ocorre tanto verticalmente, como lateralmente, função do modelado do relevo Topossequência de Kossélili (Bocquier, 1971) acumulação lateral de matéria Solos latossólicos Solos lixiviados hidromórficos Solos planossólicos Solonetz solodizado Saprolito torna-se solo Capaz de assegurar a alimentação das plantas Saprolito Solo Capaz de assegurar a alimentação das plantas Vida água + elementos minerais ar Solo água rocha estágio intermediário (sólido-líquido) Esqueleto Complexo argilohúmico Papel do complexo argilohúmico do solo na alimentação dos organismos autotróficos Matéria sólida inerte Mineral (rocha) Orgânico (tecidos) Liquido Alteração Complexo (Plasma) K+ Argila Humus Solução PO4- NO3- Decomposição Pós-morte Matéria viva Alimentação Fase mineral Fase orgânica Alteração das rochas e dos minerais primários Decomposição da matéria orgânica fresca e humificação argilas Humus e polissacarídeos Associações organo-minerais complexo argilohúmico Pedoplasmação (agregação) Principais etapas de formação do solo Complexo argilohúmico parte ativa do solo com propriedades específicas, que o caracteriza: Sistema hidratado Sistema dinâmico Sistema reativo (adsorção, troca iônica, catálise) Sistema evolutivo (no tempo) 1) Sistema hidratado – mesmo em meios fortemente evaporantes. Água contida nestes meios é fortemente ligada a estrutura cristalina das argilas 2) Sistema dinâmico – umectação e desidratação provocam variações de volume 3) Sistema reativo - do ponto de vista físico-químico devido às características da interface sólido-líquido (adsorção, troca iônica, catálise, etc.). Reatividade varia com o grau de hidratação do meio 4) Sistema evolutivo (no tempo) – estrutura em camadas dos argilominerais permite adaptações cristaloquímicas contínuas e progressivas Solo corpo vivo que evolui com o tempo Fase Jovem: ► Componente mineral dominante (minerais primários) ► Alta reserva de nutrientes (cátions alcalinos e alcalino terrosos ► Esqueleto abundante ► Complexo arghilohúmico pouco desenvolvido ► Material praticamente inerte. Biosfera pouco desenvolvida Fase Madura: ► Meio equilibrado ► Reserva em elementos nutrientes importante ► Fertilidade elevada ► Complexo argilohúmico bem desenvolvido ► Biosfera atinge sua plenitude Fase Senil: ► Equilíbrio é rompido, lixiviação contínua esgota reserva do complexo ► Complexo argilohúmico começa a se desestruturar ► Quebra das ligações complexo-esqueleto do solo ► Liberação de argila na forma dispersa (vertical e lateralmente) ► Permanece “in situ” esqueleto (arenoso ou siltoso) ► Esqueleto com minerais primários resistentes (quartzo, muscovita) ou secundários (gibbsita, óxidos de ferro, calcita) dependendo do clima ► Material inerte impróprio para o desenvolvimento da biosfera Com o tempo solo evolui para materiais anidros, incoerentes ou coerentes com características de sedimentos ou rochas Zonas frias ou equatoriais úmidas: Espodossolos (podzois) sedimentos arenosos (areias brancas) Zonas semi-áridas: Solos alcalinos (planossolos nátricos) crostas calcárias, evaporíticas Zonas tropicais: Latossolos bauxitas ou lateritas (couraças ferruginosas) SISTEMA LATOSSOLO-ESPODOSSOLO Sistema Latossolo/Espodossolos na Amazônia 500m 50m Níveis de transformações Latossolos argilosos Solos intermediários Podzóis arenosos Areias brancas Evolução do sistema latossolo/espodossolo (podzol) na Amazônia