A expectativa do paciente no pré e pós-operatório

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PESQUISAS / RESEARCH / INVESTIGACIÓN
A expectativa do paciente no pré e pós-operatório de prostatectomia
Expectation of a patient in pre and postoperative of prostatectomy
Expectativa de un paciente en pre y postoperatorio de la prostatectomía
Maria Zélia de Araújo Madeira
Enfermeira. Mestre em educação pela
Universidade Federal do Piauí (UFPI). Docente do
curso de Enfermagem da UFPI.
Rogério da Cunha Alves
Acadêmico da Graduação em Enfermagem da
UFPI.
Rodolfo Luiz Marques Reis
Acadêmico da Graduação em Enfermagem da
UFPI.
RESUMO
O estudo tem como objetivo descrever e analisar as expectativas do paciente no pré-operatório
de prostatectomia quanto ao seu pós-operatório. Trata-se de abordagem qualitativa, realizada na
clínica urológica de um hospital de ensino em Teresina-PI. Os sujeitos são 12 pacientes no pré-operatório de prostatectomia. A partir da análise de conteúdo por meio de entrevista semi-estruturada,
emergiram três categorias: orientação quanto à prostatectomia; êxito com o resultado da cirurgia
e as alterações no cotidiano após a cirurgia de próstata. Os resultados indicam que os pacientes,
em sua maioria, não estão orientados quanto ao procedimento anestésico cirúrgico. E, em relação
a possíveis alterações em sua vida no que diz respeito à condição sexual após a cirurgia, os pacientes relataram não estar preocupados quanto à possível disfunção sexual, enquanto que outros
se mostraram preocupados. Verificou-se que a visita pré-operatória ao paciente é singular visando
ao esclarecimento de duvidas, não só quanto ao procedimento cirúrgico, mas também quanto às
informações populares que muitos sujeitos traziam em suas mentes, diminuindo o estresse pré-operatório e o nível de ansiedade.
Descritores: Assistência perioperatória. Enfermagem. Prostatectomia. Saúde do homem.
Fernando José Guedes da Silva Júnior
Acadêmico em Enfermagem pela Faculdade de
Saúde, Ciências Humanas e Tecnológicas do Piauí
(NOVAFAPI).
Ana Maria Ribeiro dos Santos
Doutoranda em Enfermagem pela USP-Ribeirão
Preto. Mestre em Enfermagem, Docente do curso
de Enfermagem da UFPI e Faculdade NOVAFAPI.
ABSTRACT
The study aims to describe and analyze the expectations of the patient preoperatively about their
prostatectomy after surgery. This is a qualitative approach, held in urology of a teaching hospital in
Teresina-PI. The subjects are 12 patients preoperatively prostatectomy. From the content analysis by
means of semi-structured interview revealed three categories: guidance on prostatectomy, with the
successful outcome of surgery and changes in daily life after prostate surgery. The results indicate
that patients, most of them do not focus on the surgical anesthetic procedure. And in relation to
possible changes in your life with regard to the sexual condition after surgery, patients reported not
being worried about the possible sexual dysfunction, while others were concerned. It was found
that the preoperative visit the patient’s natural order to clarify doubts not only about the surgical
procedure, but also popular on the information that many subjects brought in their minds, reducing
preoperative stress and anxiety.
Descriptors: Perioperative care. Nursing. Prostatectomy. Men’s health.
RESUMEN
Submissão: 13/08/2009
Aprovação: 30/11/2009
El estudio tiene como objetivo describir y analizar las expectativas del paciente antes de la intervención sobre sus prostatectomía después de la cirugía. Se trata de un enfoque cualitativo, realizado en
urología de un hospital universitario en Teresina-PI.Los temas son 12 pacientes antes de la operación de prostatectomía. Desde el análisis de contenido por medio de entrevista semi-estructurada
reveló tres categorías: orientación sobre la prostatectomía, el éxito con el resultado de la cirugía y
los cambios en la vida cotidiana después de la cirugía de próstata. Los resultados obtenidos indican
que los pacientes, la mayoría de ellos no se centran en el procedimiento anestésico quirúrgico. Y en
relación con posibles cambios en su vida con respecto a la condición sexual después de la cirugía,
Revista Interdisciplinar NOVAFAPI, Teresina. v.3, n.1, p.13-18, Jan-Fev-Mar. 2010.
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Madeira, M. Z. A. et al.
los pacientes no reportaron estar preocupados por la posible disfunción
sexual, mientras que otros estaban preocupados. Se encontró que la visita
preoperatoria orden natural del paciente para aclarar dudas no sólo sobre
el procedimiento quirúrgico, pero también muy popular en la información
que trajo muchos temas en sus mentes, reduciendo el estrés y el nivel de
ansiedad preoperatoria .
Descriptores: Cuidados perioperatorios. Enfermería. Prostatectomía. La
salud del hombre.
1
INTRODUÇÃO
A próstata é um órgão exclusivo do sistema reprodutor masculino,
formada por músculo liso e tecido fibroso que contêm glândulas cuja secreção é responsável pelo odor característico do sêmen. Pode ser sede de
um grande número de doenças que atingem o homem, principalmente a
partir da quinta década de vida, a hiperplasia prostática (SMELTZER; BARE,
2006).
A prostatectomia, possivelmente, ainda seja o tratamento mais eficaz da hiperplasia prostática benigna e do câncer de próstata localizado.
Porém, entre as complicações dessa cirurgia, temos a incontinência urinária, a qual é tida como a mais aflitiva ao paciente e à disfunção erétil.
Antonio, Munari e Costa (2002) descrevem que a cirurgia para o
paciente é um marco de momentos críticos no processo terapêutico, esse
marco é caracterizado por medo do desconhecido, sua anestesia e também do próprio risco inerente a qualquer procedimento desta natureza.
Por outro lado, a desinformação do ato cirúrgico e complicações ligadas
à doença são outros fatores geradores de sentimentos desagradáveis do
paciente, fatores estes que podem causar significativas alterações no organismo, como pico hipertensivo e alterações na taxa de glicose.
Desse modo, a equipe de enfermagem tem a possibilidade de diminuir os vários problemas emocionais relatados pelo cliente, ajudando-o no enfrentamento da doença. Porém, a ausência desta assistência ou
mesmo uma comunicação ineficaz da enfermagem sobre as dúvidas do
paciente poderá tornar-se maléfica para as necessidades do cliente.
Na perspectiva de Antonio, Munari e Costa (2002), o ato cirúrgico
para o paciente é visto como uma possibilidade de voltar a ter uma vida
“normal”, a visão do pós-operatório é, muitas vezes, tida como uma cessação de todos os desconfortos advindos da doença.
No estudo, adotou-se a palavra expectativa por significar esperança
baseada em supostas promessas e direitos. Alem do mais, no latim expectatu se traduz por esperado. E isso significa estar à espera de, aguardar, confiar em, contar com a realização de algo desejado ou prometido.
Assim, acredita-se que considerando todo o contexto acima, significa ter
esperança baseada em supostos direitos e esperar a realização de algo
desejado (SILVEIRA, 2003). Nesta perspectiva, apresenta-se como objetivo
deste estudo descrever e analisar as expectativas do paciente no pré-operatório de prostatectomia quanto ao seu pós-operatório.
2METODOLOGIA
Consiste em investigação de abordagem qualitativa em que explorou-se a experiência das pessoas na sua vida cotidiana, buscando compreender questões da realidade que, a rigor, não podem ser quantificadas, tais
como: explorar, conhecer, entender e interpretar um fenômeno, situações
e eventos, quer sejam passados ou presentes (POLIT; HUNGLER, 2005).
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O estudo foi realizado na clínica urológica e especializada, de um
hospital de ensino, em Teresina-PI. Os sujeitos em estudo, que aceitaram
participar da pesquisa, foram os pacientes admitidos no pré-operatório de
prostatectomia no período de abril a maio de 2009. A produção de dados
foi realizada por meio de entrevistas semi-estruturadas, gravadas em um
aparelho mp4 e, em seguida, precisa e literalmente, transcritas; preservando as falas dos entrevistados.
Integraram o quadro de sujeitos investigados 12 homens, e a maioria encontrava-se na faixa etária de 65 a 79 anos. Para garantir o anonimato dos sujeitos, fizemos uso de uma nomenclatura ficcional ao identificar cada um dos nossos interlocutores, tendo como fonte de inspiração
nomes de pássaros. Por exemplo: Pipira, Bem-te-vi, Arara Azul, Beija-flor,
Vim-vim, Tucano, Canário, Curió, Perdiz, Sabiá, Avoante, Bico-de-prata. Tal
escolha se deve ao fato dos pássaros, mesmo estando presos numa gaiola
e solitários, cantam cheios de esperança, similarmente ao paciente que se
encontra no pré-operatório que se mostra esperançoso diante da doença
e das adversidades ocorridas nesse período cirúrgico, tais como: a informação deficiente realizada pela equipe multiprofissional e, geralmente, a
distância em que muitos se encontram do seu lar.
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Piauí (UFPI), sob o número do CAAE 0223.0.045.000-08,
obedecendo aos critérios da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de
Saúde que regulamenta a pesquisa envolvendo seres humanos. A solicitação de participação no estudo se deu verbalmente seguido da assinatura
do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
3
ANÁLISE DOS DADOS
Neste trabalho, objetivamos descrever e analisar as expectativas
do paciente no pré-operatório de prostatectomia. Assim, partindo-se das
falas dos depoentes, nomearam-se três categorias que serão apresentadas
e discutidas a seguir.
3.1 Orientação quanto à prostatectomia
Nesta categoria, mostra-se a visão do paciente sobre sua cirurgia,
relacionado ao que ele espera saber sobre o procedimento cirúrgico ao
qual será submetido. Para o paciente, as informações sobre a cirurgia prestadas pelo médico ou pelo enfermeiro lhes deixam mais tranqüilos para
realizar a cirurgia. Observou-se que a maioria dos pacientes entrevistados
relatou não ter sido informada quanto ao procedimento cirúrgico em si,
nem quanto ao preparo pré-operatório ou protocolo da instituição em
relação à rotina das cirurgias. Essa constatação foi direcionada quando
perguntamos aos sujeitos sobre orientações e dúvidas em relação a sua
cirurgia de prostatectomia. Os depoimentos abaixo elucidam:
[...] Não foi me falado nada não. Mas, como não fiz nenhuma cirurgia, a gente
tem medo, fica preocupado [...] (Bem-te-vi).
[...] Não recebi orientação. Na realidade, eu estou desorientado nesse problema da cirurgia. Eu não tenho essa orientação [...] (Bico-de-prata).
Pode-se perceber a nítida preocupação e desinformação no primeiro relato, o paciente mostrou-se nervoso e ansioso quanto à cirurgia;
enquanto, na segunda fala, o sujeito revelou seu total desconhecimento
sobre qualquer procedimento ou cuidado cirúrgicos.
Christóforo e Carvalho (2009) defendem que o principal objetiRevista Interdisciplinar NOVAFAPI, Teresina. v.3, n.1, p.13-18, Jan-Fev-Mar. 2010.
A expectativa do paciente no pré e pós-operatório de prostatectomia
vo dos profissionais de saúde, que acompanham um paciente cirúrgico
no seu período pré-operatório, é propiciar o bem-estar porque é, nesse
momento, que os pacientes apresentam altos níveis de estresse e podem
desenvolver sentimentos que atuariam de maneira negativa no processo
cirúrgico. Observaram também que o estado emocional, muitas vezes, independe da complexidade cirúrgica, e a excitação está intimamente ligada à falta de informação sobre o procedimento cirúrgico, a anestesia e os
cuidados que devem ser realizados.
As autoras mencionam também a existência de deficiências no
preparo físico, psicológico e espiritual do paciente e enfatizam a importância do enfermeiro no planejamento de uma assistência que vise sanar
tais problemas, além de orientar quanto à cirurgia e ao preparo necessário
para o paciente. Todos esses cuidados devem ser realizados de tal forma a
se adequar a cada individuo, respeitando suas individualidades, suas reais
necessidades e estimulando o paciente a participar da decisão no cuidado
prestado.
Há muito tempo que o valor da orientação pré-operatória é reconhecido pela enfermagem, o paciente é ensinado como um indivíduo,
considerando-se quaisquer preocupações ou necessidades próprias. O ensinamento deve transcender os procedimentos, incluindo também as sensações que o paciente pode experimentar. Saber o que o espera ajuda o
paciente a antecipar reações e diminuir a tensão (SMELTZER; BARE, 2006).
Os depoimentos a seguir trazem as principais dúvidas dos pacientes quanto à prostatectomia, mostrando claramente a desinformação e
falta de uma comunicação eficaz entre eles e a equipe de enfermagem.
[...] Eu vou realizar a cirurgia amanhã, mas não sei, como por exemplo, quantos meses eu vou ter que ficar sem fazer nada, sem trabalhar, sem andar de
bicicleta, até eu ficar bom [...]. (Arara Azul).
[...] A duvida que eu tenho é sobre o dia da minha cirurgia [...] era para ser hoje
de manhã [...] (Beija-flor).
Eu tenho dúvida em relação à dieta, porque dizem que é de 3 meses de dieta
sem trabalhar. Eu creio que vai dar tudo certo. Eu estou meio ansioso. Como
é? A anestesia é geral? Depois da meia noite não pode mais tomar água [...]
(Vim-vim).
[...] Eu queria saber sobre a cirurgia e o risco de retornar para o hospital, porque tem paciente que volta (Curió).
Com a cirurgia não tenho medo, mas tenho com a sonda, porque ficar com
ela, dois, três meses... é difícil [...] (Avoante).
Nos relatos, os sujeitos sabem minimamente sobre os cuidados
a serem prestados e o procedimento cirúrgico. Percebe-se uma falha de
comunicação entre os profissionais de saúde, no caso, os de enfermagem,
que são responsáveis pela orientação perioperatória ao paciente. Isso se
evidencia claramente na fala do Beija-flor que desconhecia o motivo do
adiamento de sua cirurgia e sua remarcação. Pode-se perceber também
que o mínimo conhecimento apresentado pelos depoentes, mesmo que
na forma de questionamentos, baseia-se ou em experiências cirúrgicas
anteriores ou na observação da vivência de terceiros, como a fala do depoente Avoante.
O vocábulo “dieta”, mencionado pelo depoente Vim-vim, não se
refere apenas à alimentação após a cirurgia, mas a todas as orientações
voltadas para a plena recuperação pós-cirúrgica. As principais dúvidas dos
pacientes estão nos cuidados pós-operatórios, como se esses cuidados
fossem de inteira responsabilidade do paciente e seus cuidadores. Quanto
aos cuidados pré-operatórios, os pacientes acabam por deixar esses cuidados a cargo da equipe de enfermagem, esta por fim, na maioria das
Revista Interdisciplinar NOVAFAPI, Teresina. v.3, n.1, p.13-18, Jan-Fev-Mar. 2010.
vezes, não os instrui de maneira correta.
O principal motivo que provoca o aumento do estresse nos pacientes cirúrgicos é proveniente da obscuridade das informações que
envolvem as características da cirurgia ao qual será submetido (PAULA;
CARVALHO, 1997).
Segundo Paula e Carvalho (1997), dentre os principais objetivos da
visita pré-operatória, estão: diminuir os níveis de ansiedade do paciente,
ajudar em sua recuperação prestando uma assistência planejada e qualificada; além de prestar informações que detalhem as ações de enfermagem
realizadas no período perioperatório. Tais orientações devem ser repassadas de forma individual ou em grupo, de forma clara e objetiva, e que
estejam em nível de compreensão do paciente.
De acordo com o processo de enfermagem utilizado para um paciente que se submete à prostatectomia, um dos diagnósticos encontrados é o conhecimento diminuído sobre o tratamento e os cuidados pré
e pós-operatórios. A orientação do paciente se dá tanto para a cirurgia
como para os exames diagnósticos. A informação emitida baseia-se nas
necessidades e perguntas do paciente. As orientações tanto no pré-operatório quanto no pós-operatório devem ser claras e de fácil entendimento
para o paciente a fim de otimizar sua reabilitação e evitar complicações
potenciais (SMELTZER; BARE, 2006).
Para Floriani (2008), a falta de conhecimento do paciente sobre seu
diagnóstico é um dos principais fatores que inviabiliza a tomada de decisão por parte dele com relação à escolha de seu tratamento. Este se torna
“fútil”, pois sua escolha muitas vezes parte de uma decisão unilateral médica, ou senão, sofre intervenção da família ou cuidador, que desconsidera
os desejos e as preferências do paciente nos processos decisórios.
Os relatos, abaixo, explicitam a importância de uma visita pré-operatória que transfira de forma clara e objetiva as informações sobre os
cuidados de enfermagem e o procedimento cirúrgico.
Eu gosto de ser informado, porque a gente já vai sabendo de tudo. A coisa
mais importante é a pessoa ser orientada, fica mais tranqüilo (Tucano).
Eu gosto de ser orientado pelas pessoas que sabem e que queiram me
orientar, e eu acho bom. Eu ouvi dizer que tem outra operação com raio laser
(Canário).
Constata-se a importância contida em cada frase, nota-se que os
sujeitos mostram uma satisfação com a promessa de receber orientação
sobre o procedimento cirúrgico. De acordo com o relato do Canário, ele
possui um pequeno conhecimento com relação a outras opções de tratamento, conhecimento este adquirido de terceiros. Em virtude disso,
confirmamos com a literatura de que a falta de informação interfere e,
muito, na autonomia do paciente em relação a seu poder decisório no
tratamento.
Christóforo e Carvalho (2009) também mencionam que o período
que antecede a internação é bastante complicado para o paciente, ele
sabe muito pouco sobre sua situação e o que ocorrerá com ele. Grande
parte dos pacientes que se submeterá a um procedimento cirúrgico busca – em leigos, amigos e familiares que vivenciaram uma situação semelhante – as informações que lhes são favoráveis. Contudo, freqüentemente essas informações são repassadas de maneira equivocada, o que pode
aumentar, muitas vezes, a ansiedade e os receios dos pacientes frente ao
procedimento cirúrgico ao qual será submetido. O enfermeiro é um profissional preparado para fazer essa orientação de forma a esclarecer as dúvidas do paciente, além disso, ele é obrigado legal e moralmente a fazê-la.
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Madeira, M. Z. A. et al.
3.2 Êxito com o resultado da cirurgia
Nesta categoria, o paciente relata sua esperança quanto ao resultado da cirurgia. Essa esperança é acompanhada de seu sucesso ou não,
podendo apresentar dúvidas de sua expectativa quanto à prostatectomia.
Através dos depoimentos, percebe-se que os sujeitos estão principalmente preocupados com o sucesso do procedimento cirúrgico e conseqüentemente com o retorno a sua qualidade de vida com a cessação de todos
os sintomas provocados pela patologia.
Ao serem questionados sobre suas expectativas em relação ao
tratamento cirúrgico e o período pós-operatório, os sujeitos emitiram os
seguintes discursos:
O que eu penso é de ficar bom e continuar minha vida. Então, depois da cirurgia eu não vou trabalhar, mas eu quero ter uma vida assim... Para eu passear,
para andar na casa de meus filhos [...] (Arara Azul).
Eu quero mesmo é ser cortado de um jeito adequado e não ter problema.
Pra mim, tá tudo bem, estou tranqüilo. O que eu espero é ficar bom e poder
voltar para minha casa, cuidar da roça (Beija-flor).
Eu estou esperando que ocorra tudo normal, que ocorra na normalidade
(Vim-vim).
Nos discursos, percebe-se na fala do depoente Vim-vim que ele
atribui aos termos “normalidade” e “normal” um significado de sucesso
cirúrgico, a resolução de seu problema com o mínimo de complicações
possíveis é basicamente o que ele espera. De certa forma, é difícil predizer
o que o paciente considera normal, já que conforme analisado na primeira
categoria, o baixo nível de orientação dos pacientes não dá parâmetros
para que se possa afirmar até que ponto as alterações fisiológicas, após a
cirurgia, serão entendidas como normais.
Os relatos de Arara Azul e Vim-vim afirmam que a maior expectativa pra eles é de alcançar a cura e poder voltar as suas rotinas e afazeres
interrompidos pela patologia. Para eles, terem de novo suas qualidades de
vida com autonomia e fazer o que faziam antes sem a ajuda de terceiros é
o mais importante. Vale salientar que o conceito de qualidade de vida não
deve ser confundido com padrão de vida.
Devem-se distinguir as idéias de qualidade de vida e padrão de
vida. Este refere aos indicadores globais das formas relevantes do modo
de convivência em sociedade; em termos sociais, econômicos, demográficos e de cuidados básicos de saúde. O primeiro fundamenta-se em fatores
que se referem a uma visão subjetiva dos aspectos importantes da vida
dos indivíduos, podendo coincidir com os indicadores de padrões de vida
ou não. A cultura em que a pessoa vive influencia nessas percepções, ou
seja, é de fundamental importância na concepção de um povo em relação
à qualidade de vida. Portanto, diferentes culturas podem priorizar diferentes aspectos na definição de qualidade de vida, podendo esta aproximar-se do conceito de padrão de vida (PANZINI et al., 2007).
Nos depoimentos que seguem, percebeu-se a religiosidade de alguns pacientes e a confiança que eles têm em seu “Deus” (ser supremo e
divindade que as religiões consideram criador do Universo) para interceder e ajudar no êxito do tratamento.
A preocupação que eu tenho é de ficar bom, mas essa fé eu tenho em Deus,
que eu fico bom (Canário).
Eu tenho fé em Deus que eu vou ficar é bom, estou nas mãos de Deus. Quando eu fizer a operação, eu quero ficar é bom (Bico-de-prata).
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[..] Eu creio que vai dar tudo certo. Eu estou confiante em Deus,
primeiro a gente tem que colocar Deus, porque é ele que determina. Eu
sei que o médico faz, mas é Deus que usa ele pra fazer a coisa bem feita.
(Vim-vim)
Na fala dos sujeitos, a profunda importância da religiosidade em
suas vidas, ao ponto de atribuir o sucesso do procedimento cirúrgico primeiramente nas “mãos de Deus” do que na figura do médico, como se
observa no discurso do Vim-vim.
Avaliando a caracterização dos sujeitos em estudo, constatamos
que compreendem majoritariamente de idosos. Para grande parte dos
idosos, a religiosidade é fator essencial de suas vidas, relacionado-a ao
surgimento, à manutenção e às possibilidades de atenuação de agravos
à saúde física e mental. O avanço da idade e o aumento da espiritualidade
são fontes importantes no suporte emocional, contribuindo de forma decisiva para o bem-estar na velhice (FLORIANO; DALGALARRONDO, 2007).
Para Salgado, Rocha e Conti (2007), alguns enfermeiros sentem-se
inseguros para tratar com o tema da religião com os pacientes por este
ser um assunto polêmico, principalmente no âmbito da ciência. A negligência de não discutir o tema no ambiente hospitalar torna o processo de
cuidar fragmentado, além de faltar com o dever profissional e desrespeitar
o direito do cliente.
Os relatos contidos, nessa categoria, ratificam que a expectativa
dos sujeitos entrevistados é o bem-estar, cura e saúde após o procedimento cirúrgico. As falas a seguir ilustram o que foi dito.
O que eu penso é de fazer essa cirurgia e ficar bom e não fazer por onde eu
voltar, porque eu conheço muitos que já foram operados três vezes e não
estão bom (Arara Azul).
Vai ser melhor pra mim, porque do jeito que eu estou não posso fazer nada,
não posso trabalhar e eu quero é ficar bom. Vai dar tudo certo (Perdiz).
Nos depoimentos de Arara Azul e Perdiz, a confiança que eles têm
em sua melhora, para eles, está com uma saúde ótima após a cirurgia
é essencial. Mas falar em saúde sempre se remete ao conceito adotado
pela OMS (Organização Mundial de Saúde) de que “saúde é um estado de
completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de
doença.” Isso nos intriga e nos leva a refletir sobre qual idéia de saúde a
população possui ou acredita.
Scliar (2007) considera que a amplitude do conceito de saúde emitida pela OMS em 1948 seria algo inatingível e utópico não podendo ser
usada como objetivo para os órgãos de saúde apenas como uma meta
para manter o grau de qualidade e eficiência dos serviços. Para ele, o conceito de saúde remete a uma conjuntura social, econômica, política e cultural, ou seja, a saúde nunca será a mesma coisa para as pessoas, o mesmo
vale para o conceito de doença.
3.3 Alterações no cotidiano após a cirurgia de próstata
Nesta categoria, os sujeitos em estudo relatam a problemática da
doença hiperplasia prostática e a preocupação com relação à sua condição sexual após a cirurgia. Esta é entendida como uma alteração do desejo sexual e/ou das respostas psicológicas e fisiológicas do corpo frente
aos estímulos sexuais, sendo que, culturalmente, pode causar sofrimento
e insatisfação não só na pessoa afetada, como, possivelmente, também
no seu par.
Assim, durante a entrevista, os sujeitos relataram estar preocupados com sua condição sexual, mas atingir a cura é fundamental, é mais
Revista Interdisciplinar NOVAFAPI, Teresina. v.3, n.1, p.13-18, Jan-Fev-Mar. 2010.
A expectativa do paciente no pré e pós-operatório de prostatectomia
importante, apresentados nos seguintes trechos:
Se disserem que eu não presto mais pra mulher [...] eu já disse foi pra muita
gente, eu quero ficar é bom, sem sentir dor, caminhando. [...] esse negócio de
mulher é bom, mas se o cara não pode, não tem nada, não é por causa disso
que eu vou meter uma corda em meu pescoço e morrer (Arara Azul).
Não tenho preocupação quanto à função sexual, porque de qualquer jeito eu
quero é ficar bom, o importante é a saúde da gente (Perdiz).
É importante lembrar que os entrevistados estavam no período
do pré-operatório, daí devemos ter em mente que seus níveis de estresse
estavam, de certa forma, alterados, ou seja, eles apresentavam-se num período de angústia e de ansiedade. Para Peniche e Chaves (2000), a cirurgia
e a anestesia desencadeiam sentimentos no homem que, influenciados
pelas diferenças individuais, resultarão em comportamentos peculiares de
ajustes, cuja finalidade é enfrentar o stress e a ansiedade provocada por
esse evento. Dessa forma, podemos pressupor, embora que não seja verdadeiro afirmar, que tais indivíduos negaram sua vida sexual por estar em
período de estresse e ansiedade.
Para Fighera e Viero (2005), o paciente pré-cirúrgico lança mão
de algumas estratégias para tentar obter controle sobre a ansiedade e o
medo, tais como: desqualificação dos sentimentos e controlar o pensamento. Este controle pode ser evidenciado pelo relato do Vim-vim, abaixo:
[...] alguns dizem que quem faz cirurgia de próstata fica incapaz pra mulher,
não sei se é assim. [...] de qualquer maneira tem que tratar da saúde (Vim-vim).
Alguns pacientes podem ter negado sua verdadeira angústia por se
mostrarem em situação de conflitos devido à internação hospitalar. Ferreira et al. (2000) menciona que o paciente cirúrgico se mostra em situação
de conflito devido à expectativa em relação ao sucesso da intervenção.
Este paciente espera amparo e soluções para os seus problemas. Assim,
por conta disso, podem demonstrar maior preocupação com a cirurgia
sem ter um foco na disfunção sexual. Observe os relatos transcritos abaixo.
Rapaz, [...] se eu tivesse bem como eu era mesmo tava bom, mas eu tô sabendo que eu tô com essa coisa, aí (em relação à vida sexual) não me preocupa
não (Canário).
[...] no fundo bate uma preocupação, porque o cara não é mais homem, não
presta mais. [...] Mas tem problema não, eu quero é ficar vivo para tratar de
meus negócios (Arara Azul).
Porém, pode-se dizer que, para estes pacientes, o que realmente
está importando é a melhora total dos incômodos que a hiperplasia prostática lhes traz. Segundo Smeltzer e Bare (2006), tais incômodos são: aumento da freqüência de micção, nocturia, hesitação no inicio da micção,
esforço abdominal à micção, diminuição no volume e força do jato urinário, interrupção do sistema urinário, gotejamento (gotas de urina depois
da micção), uma sensação de que a bexiga não se esvaziou por completo,
retenção urinária aguda e infecções recorrentes no trato urinário.
Verificou-se, ainda, que alguns sujeitos não se mostram preocupados com sua vida sexual, devido ao fato de que já não se consideravam
aptos ao sexo.
O homem, depois dos 70 anos, lembra do que foi um dia, e eu que passei dos
74 [...]. A gente cuida da vida da gente, da saúde é o que importa. A gente
já foi novo, gozou bem, quando se está nesta idade só quer gozar a saúde
e a vida (Tucano)
Isso é assim, [...] o velho já morreu faz é tempo [risos]. Em casa, era a maior
luta, e agora que eu estou com essa sonda aqui aí pronto acabou-se (Pipira).
sexual, sem que viessem a mencionar outros fatores que pudessem afetar
sua saúde.
Tem deles que diz que se cortar de trevessa, fica capado. Não sei. Eu espero
que não me deixe capado. (Sabiá)
Eu tenho medo que a cirurgia venha afetar a função sexual, porque a vida da
gente é essa, o camarada perdeu isso aí já era. (Avoante)
Os pacientes se mostraram preocupados em manter uma vida sexual ativa presente. Para Grassi e Pereira (2001), a condição de disfunção
sexual é tida como uma não identificação da masculinidade, ou seja, há
uma deformação da imagem do corpo do homem como um todo, a qual
era antes sustentada ou imaginada por meio do órgão ereto.
Naccarato e Perchon (2004) dizem que a dor psicológica causada
pela disfunção erétil pode ser mais incapacitante que os problemas físicos.
Isso pode ser evidenciado pela fala do Bem-te-vi abaixo.
Mas rapaz, ave Maria, se uma pessoa tiver uma coisa dessa [disfunção sexual],
ele não quer a vida (Bem-te-vi).
Porque na idade que eu tô, se ficar capado nem tem mais gosto na vida (Sabiá).
Os depoimentos de Bem-te-vi e Sabiá colocam que seu prazer pela
vida está relacionado ao sexo. Para Vitiello (2000), a ereção se constitui o
ponto central da atividade sexual, sendo seus relacionamentos altamente
genitalizados. Essa situação abre uma ferida na identidade masculina, pois
o pênis ereto exerce um significado de poder para o homem. Por isso, a
incapacidade de manter-se funcionante dói para o sujeito impotente. A
imagem de um homem sexualmente inativo se mostra para os depoentes
como uma pessoa não apta ao papel da masculinidade.
Ao analisar as falas dos depoentes, notamos que vários pacientes já
haviam ouvido falar da possível disfunção sexual ocorrida devido à prostatectomia.
Eu já disse foi pra muita gente, eu quero ficar é bom, sem sentir dor, caminhando (Arara Azul).
[...] alguns dizem que quem faz cirurgia de próstata fica incapaz pra mulher,
não sei se é assim (Vim-vim).
Porque o povo fica dizendo que não vai ser mais ninguém, aí a gente fica
preocupado (Curió).
Normalmente, essas informações, que de certa forma foram erroneamente transmitida ao paciente, trazem uma série de preocupação e
angústia ao mesmo. Ferreira et al. (2000) diz que o corpo de enfermagem
deve compreender a ansiedade do paciente, que pode ter como causas os
conhecimentos estereotipados por experiências contadas por amigos ou
outros pacientes.
Nesse caso, a equipe multiprofissional deve estar atenta a prestar
as informações ao paciente. Nesse sentido, o seguinte bloco de narrativas
ilustra o fenômeno em apreço:
[...] no fundo bate uma preocupação, porque o cara não é mais homem, não
presta mais (Arara Azul).
Porque a vida da gente é essa, o camarada perdeu isso aí, já era (Avoante).
Os depoimentos nos afirmam que o homem é aquele que se sente
obrigado a estar à altura da possibilidade que lhe é oferecida de fazer crescer sua honra buscando a glória e a distinção na esfera pública (BOURDIEU,
1999).
Outros pacientes deixaram explícita sua preocupação com a vida
Revista Interdisciplinar NOVAFAPI, Teresina. v.3, n.1, p.13-18, Jan-Fev-Mar. 2010.
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Madeira, M. Z. A. et al.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O indivíduo afetado por qualquer tipo de doença encontra-se muito
vulnerável tanto em seus aspectos físicos quanto psíquicos e ainda mais
quando o tratamento escolhido para sua patologia é tão invasivo e traumático quanto à cirurgia. Dentre os vários tipos de cirurgias, a prostatectomia
hoje em dia é uma das mais realizadas, em sua maioria por homens de
maior idade e em decorrência de câncer de próstata ou hiperplasia prostática benigna.
A princípio, foi evidenciada a falta de informações pelos pacientes
como sendo um dos principais componentes no aumento da ansiedade e
angústia. O medo do desconhecido, da anestesia e da dor são fatores presentes na mente dos pacientes cirúrgicos. Portanto, o preparo e a orientação no pré-operatório são de responsabilidades da equipe de enfermagem
e um direito do paciente.
Apesar de todas as expectativas, a que mais se destacou foi a relacionada ao procedimento cirúrgico em si e ao seu êxito. Os entrevistados,
apesar de todas as dúvidas e medos, pronunciaram-se de maneira enfática
ao relatar que almejavam obter uma boa saúde e qualidade de vida com a
cirurgia, isso dentro de suas concepções culturais, sócio-econômicas, políticas e demográficas.
O presente estudo nos trouxe uma enorme contribuição ao desvendar o que se passa na mente dos homens em um momento tão delicado de suas vidas, como nas horas que antecedem uma prostatectomia.
Com isso, a enfermagem tem uma ferramenta muito importante para o
planejamento da assistência e implementação de cuidados de forma efetiva e humanizada aos pacientes em pré-operatório de prostatectomia.
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