CPV o cursinho que Mais aProva na GV

CPV O Cursinho que Mais Aprova na GV
FGV ADM Pública – 14/dez/2014
História e Geografia
01. De fato, era João Batista um verdadeiro profeta, iluminado, irascível e veemente, em revolta declarada contra as hierarquias
política e religiosa judaicas. Líder de uma seita milenarista, anunciava a iminência do Reino, mas sem reivindicar o título
de Messias. O seu apelo foi coroado de grande êxito. Entre as pessoas que, aos milhares, acorriam de toda a Palestina para
receber o batismo, encontrava-se Jesus, originário de Nazaré, na Galileia. Segundo reza a tradição cristã, João Batista
reconheceu nele o Messias.
Eliade, M. História das crenças e das ideias religiosas. De Gautama Buda ao Triunfo do Cristianismo. Zahar Editores.
a) Explique a vinculação originária entre o Cristianismo e o Judaísmo.
b) Apresente duas características políticas do Estado Romano à época do surgimento do Cristianismo.
Resolução:
a) O Cristianismo é uma religião fundada sobre alguns preceitos judaicos, sendo o próprio Messias, Jesus Cristo, um judeu de nascimento
(daí explica-se inscrição na placa sobre a cruz em sua crucificação: INRI – Iesus Nazarenus Rex Iudeus). O Cristianismo como fé só
se dissociou do Judaísmo quando Jesus Cristo morreu e seus discípulos passaram a pregar seus ensinamentos, liderados por Saulo de
Tarso (futuro São Paulo) fundador da “cristologia”.
b) Como características políticas do Estado Romano à época do surgimento do Cristianismo, podemos citar:
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– a centralização política na figura do imperador;
– o militarismo expansionista romano;
– a divinização da figura do imperador;
– o enfraquecimento da figura pública do Senado;
– as políticas sociais voltadas para agradar e obter apoio da plebe (“pão e circo”).
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02. Analise a propaganda abaixo, datada do início dos anos 1970.
a) Apresente dois aspectos da legitimação e valorização do governo brasileiro do período sugeridos pela propaganda da
Indústria Química Du Pont.
b) Do ponto de vista econômico, quais são as características desse período no Brasil?
Resolução:
a) A peça publicitária da Du Pont enquadra-se no período do autoritarismo militar (1964 – 1985), quando da execução do I Plano
Nacional de Desenvolvimento, durante o governo do general Emílio Garrastazu Médici. A propaganda da Indústria Química Du
Pont revela o nível de credibilidade e de segurança oferecido pelo regime militar aos capitais externos e empresta ao autoritarismo
brasileiro reconhecimento por parte da comunidade econômica internacional, legitimando-a. A narrativa que acompanha a imagem
ecoa o nacionalismo ufanista subjacente ao programa de desenvolvimento amplamente difundido como “Milagre Econômico”.
b) Estimuladas por incentivos fiscais, empresas estrangeiras investiram na economia nacional, tanto com inversão de capitais quanto
com transferência de tecnologia. Políticas creditícias se intensificaram, com linhas de crédito públicas e privadas voltadas para o
financiamento de bens de consumo duráveis e moradias — sobretudo nas camadas médias urbanas. No setor fabril, vigorou, no
entanto, uma política restritiva, fundada no controle e no arrocho salarial. O “milagre econômico” não sobreviveu à crise internacional
provocada pelos países produtores de petróleo, em 1973.
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03.De acordo com os planos governamentais, a Amazônia deve sediar uma parcela importante do aumento da capacidade
instalada no mapa. Destaque duas entre as principais hidrelétricas em construção na região; caracterize-as em relação à
condição hidrográfica em que elas estão se instalando e comente as controvérsias que elas geraram.
http://oglobo.globo.com/infograficos/hidreletricas/
Resolução:
Dentre as diversas hidroelétricas em construção na Amazônia, podemos relacionar: Belo Monte, Jirau, Teles Pires, Colider,
Ferreira Gomes, Santo Antonio do Jari e Estreito.
Os rios afluentes do Amazonas apresentam, nas duas margens, potencial hidrelétrico devido à sua topografia, que apresenta
declives, mais acentuados nos planaltos e mais suaves nas depressões. Quando mais suaves, são compensados pelo grande
volume de água que os rios possuem, em decorrência da existência de climas com elevada pluviosidade na maior parte do
ano, seja em suas cabeceiras ou na maior extensão de seus cursos.
As principais controvérsias relativas a essas obras estão relacionadas aos impactos socioambientais, como áreas que foram
ou serão desmatadas e alagadas, causando perdas significativas de biodiversidade e provocando o deslocamento forçado
das populações nativas, indígenas e ribeirinhas, que muitas vezes migram para as cidades da região, sendo forçosamente
inseridas de modo marginal à realidade urbana.
Desde a fase de integração da região ao centro econômico do país (década de 1970) até hoje (século XXI) a Amazônia
representa uma região rica em recursos que vêm sendo sistematicamente explorados de forma intensa e desordenada.
Da expansão da fronteira agrícola até a atual "fronteira energética", a Amazônia é palco de acontecimentos polêmicos entre
o desenvolvimento tradicional e o desenvolvimento sustentável ambiental e social.
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04. Os mapas abaixo representam a evolução, ao longo de 100 anos, da organização do território brasileiro.
Compare-os e descreva as transformações fundamentais neles representadas.
Théry, Hervé; Mello, Neli A. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território.
Resolução:
A evolução da ocupação do território brasileiro apresentada nos mapas refere-se à ideia da transição de “arquipélago a continente”.
Entre o século XVI e o início do XX, o Brasil pode ser comparado a um “arquipélago” ou país desarticulado. Em síntese, pode-se destacar:
povoamento concentrado no litoral e ao longo dos rios; ausência de integração entre as áreas econômicas mais ativas e densamente
povoadas, pois estavam isoladas umas das outras, comunicando-se apenas por via marítima; a ocupação econômica até meados do século
XX foi estimulada, principalmente, pela demanda de produtos para o comércio exterior. Tais características são evidenciadas pelos ciclos
econômicos ocorridos no Brasil, como a produção de açúcar no litoral nordestino, a exploração do ouro e de pedras preciosas (a partir do
século XVIII) e a consolidação da economia cafeeira (final do século XIX) no Sudeste.
As modificações ocorridas entre os mapas de 1890 e 1940 retratam um processo de relativa integração do território, com industrialização
intensa em São Paulo e arredores, permitindo que a cidade e o Estado adquirissem papel central na vida econômica do país e a construção
de Brasília durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), marco representativo do processo de interiorização do país.
A partir das últimas décadas (anos 1990), o crescente acréscimo de ciência e tecnologia ao território configura-se como o elemento
central da diferenciação regional. A partir desse momento, o território brasileiro passou a apresentar novas e significativas transformações,
como: infraestrutura e integração nacional; diversificação econômica e desconcentração industrial; nova fase de urbanização, na qual
a urbanização e o povoamento, que estavam exclusivamente no litoral, passaram a atingir todo o território brasileiro, dando razão ao
surgimento de novas cidades médias em todo o país.
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05. O Índice de desigualdade de gênero (IDG) foi projetado pela ONU para medir as desigualdades de gênero, de acordo com os
valores nacionais relativos à saúde reprodutiva, autonomia e capacitação das mulheres no mercado de trabalho.
Considerando o mapa a seguir e os seus conhecimentos, procure estabelecer relações entre as desigualdades mundiais medidas
pelo IDG e pelos níveis de desenvolvimento econômico.
Resolução:
O Índice de desigualdade de gênero (IDG), projetado pela ONU, mede as desigualdades com base no gênero em três
dimensões: saúde reprodutiva, autonomia e atividade econômica. A partir do mapa apresentado, podemos perceber, no geral,
que quanto menor é o nível de desenvolvimento econômico das regiões, maior é o nível de desigualdade por gênero.
Por exemplo, a África Subsaariana, região que apresenta baixos níveis de desenvolvimento, apresenta os mais altos níveis
de desigualdade por gênero. A Europa, ao contrário, apresenta baixa desigualdade por gênero associada a um alto nível de
desenvolvimento econômico. Cabe ressaltar que nem sempre essa relação é constante: os Estados Unidos, 5º país no ranking
do IDH (2014), está em 47º no IDG (2013).
É importante lembrar que a “Igualdade entre sexos e a Valorização da Mulher” é uma das oito metas do milênio. Portanto, a
busca pela igualdade entre gêneros é uma das principais questões a serem enfrentadas pela nações: a necessidade de igualar
rendas e dar autonomia para as mulheres, bem como melhorar a saúde reprodutiva (a liberdade para decidir se, quando e
com que frequência as mulheres devem ter relações sexuais) é mais presente nos países ricos. Os países pobres ainda estão
atrasados em relação às questões apresentadas.
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Comentário SOBRE AS QUESTÕES de História
A Prova Discursiva para os candidatos a Administração Pública apresentou 2 questões de História abordando temas clássicos,
bem elaboradas e com grau de dificuldade média.
Os assuntos abordados foram:
1 – História Geral - Antiguidade - Império Romano / Cristianismo;
2 – História do Brasil - República - Ditadura Militar / Milagre Econômico.
As questões podem ser consideradas de bom nível para avaliar e selecionar os candidatos para o ingresso na carreira.
Comentário SOBRE AS QUESTÕES de geografia
A Prova Discursiva para os candidatos a Administração Pública apresentou 3 questões de Geografia envolvendo temas brasileiros:
3 – Geografia do Brasil - Hidrografia - novos projetos e obras de hidrelétricas na Amazônia;
4 – Geografia do Brasil - Território - evolução da ocupação do território brasileiro;
5 – Geografia Geral - População - Índice de Desigualdade de Gênero no mundo.
As questões trouxeram importantes informações visuais que auxiliaram a elaborar suas resoluções.
Trata-se de questões com grau médio de dificuldade, privilegiando, assim, os alunos bem preparados.
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