Reino Monera Frente 2 – cap.09 – p.89 Quitéria Paravidino Reúne seres vivos que são unicelulares e procariontes. Fazem parte deste reino: bactérias, cianobactérias, micoplasmas e rickettsias. I- Bactérias Apesar de serem seres vivos muito simples, a intensa versatilidade metabólica e a grande velocidade de divisão tornam as bactérias um dos mais bem sucedidos seres vivos da Terra. São encontradas em todos os habitats concebíveis do planeta, do mais frio ao mais quente, do mais ácido ao mais alcalino e ao mais salgado. Algumas vivem onde o oxigênio é abundante, e outras onde não há oxigênio. Elas se estabeleceram no fundo dos oceanos, em rochas a mais de 2 km de profundidade da superfície da Terra e até mesmo dentro de outros organismos, grandes e pequenos. Seus efeitos no nosso ambiente são diversos e profundos. 1. Características gerais São unicelulares e procariontes (desprovidas de membrana nuclear). Por não apresentar o envoltório protetor do núcleo, o material genético (cromatina), constituído por uma única molécula de DNA circular, encontra-se disperso no citoplasma. Podem ser autótrofos ou heterótrofos. Em junho de 2007, International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology, publicado pela Sociedade de Microbiologia Geral do Reino Unido, trouxe um artigo escrito por pesquisadores brasileiros e descoberta de um organismo multicelular e procarioto – Magnetoglobus multicellularis (Candidatus Magnetoglobus multicellularis), que habita águas salgadas da lagoa de Araruama (RJ). 1.1- Estrutura da célula bacteriana 2- Classificação: 2.1- Quanto à forma: A técnica de coloração de Gram Corante primário - violeta de cristal: cora o citoplasma de roxo, independentemente do tipo de célula. Mordente – solução de iodo (lugol) aumenta a afinidade entre o violeta de cristal e a célula, forma com o corante um complexo insolúvel em água. Agente descolorante – álcool, acetona ou ambos: solvente lipídico. Contrastante – safranina ou fucsina básico: cora o citoplasma de vermelho. Quanto à coloração de Gram Bactérias Gram-positivas Possuem uma parede celular constituída de muitas camadas de peptideoglicano, formando uma estrutura espessa e rígida. Esta parede retém o corante cristal violeta (violeta de metila). Por isso as bactérias ficam arroxeadas. O antibiótico penicilina interfere na síntese de peptidioglicano, sendo por isso mais eficiente neste tipo de bactéria. Bactérias Gram-negativas Possuem uma parede celular com poucas camadas de peptidioglicano e uma camada lipoprotéica externa. Esta camada externa não retém o corante cristal violeta, mas mantém o segundo corante e por isso as bactérias ficam rosadas (fucsina) ou avermelhadas (safranina). Neste tipo de bactéria a penicilina não é eficiente. GRAM POSITIVA GRAM NEGATIVA 2.2- Quanto à nutrição A) Bactérias heterotóficas Grande parte das bactérias heterotróficas obtém alimento a partir de organismos mortos ou de seus resíduos – são chamadas de saprofágicas – exercendo o papel de decompositoras no ambiente. Algumas podem estabelecer relações simbióticas mutualísticas com diferentes tipos de seres vivos. Diversas espécies de bactérias heterotróficas são parasitas, instalando-se em organismos vivos e deles extraindo alimento. Muitas bactérias parasitas eliminam substâncias tóxicas que causam doenças nos hospedeiros. São denominadas por isso, bactérias patogênicas. B) Bactérias autotróficas Podem ser fotossintetizantes ou quimiossintetizantes. Bactérias fotossintetizantes: São bactérias que possuem uma proteína, conhecida como bacterioclorofila, que capta a energia da luz para a síntese (fabricação) de glicose e outras moléculas orgânicas. 6CO2 + 12 H2S → C6H12O6 + 6H2O + 12S Exemplos: as bactérias sulfurosas verdes e bactérias sulfurosas púrpuras. Obs.: Estas bactérias absorvem luz de comprimentos de onda diferentes daqueles absorvidos pelas plantas. Como não utilizam água como reagente, não liberam O2. Todas elas são anaeróbias. Bactérias quimiossintizantes: São bactérias que obtém a energia para a síntese de glicose e outras moléculas orgânicas a partir de reações químicas de oxidação de moléculas inorgânicas. Ex.: As bactérias nitrificantes e as ferrobactérias. 2.3- Quanto à respiração O oxigênio pode ser indispensável, letal ou inócuo para as bactérias, o que permite classificá-las em: aeróbias estritas: exigem a presença de oxigênio, como as do gênero Acinetobacter. microaerófilas: necessitam de baixos teores de oxigênio, como o Campylobacter jejuni. facultativas: apresentam mecanismos que as capacitam a utilizar o oxigênio quando disponível, mas desenvolver-se também em sua ausência. Escherichia coli e várias bactérias entéricas tem esta característica. anaeróbias estritas: não toleram o oxigênio. Ex.: Clostridium tetani, bactéria produtora de potente toxina que só se desenvolve em tecidos necrosados carentes de oxigênio. 3- Reprodução A) Reprodução assexuada B) Reprodução Sexuada Conjugação Transformação Transdução Transformação: absorção de DNA bacteriano solto no meio. Transdução: um vírus é o intermediário na transferência de DNA. Conjugação: transferência de DNA de uma bactéria para outra através de ponte citoplasmática. 4- Importância das bactérias Na indústria alimentícia: produção de vinagre, coalhadas, iogurtes, queijo. Na indústria química e farmacêutica: produção de ácido butírico, acetona, butanol, antibióticos. Participação no ciclo do nitrogênio. Produção de plantas transgênicas. Decomposição da matéria orgânica. 5- Principais doenças causadas por bactérias 5.1- Doenças bacterianas associadas ao Sistema Nervoso: BOTULISMO Agente etiológico: Clostridium botulinum, bacilo gram-positivo anaeróbio estrito que forma esporos resistentes. Transmissão: ingestão da toxina liberada pela bactéria, principalmente em alimentos processados como enlatados e as conservas artesanais. Características da infecção: a toxina bloqueia a transferência de sinais nervosos para os músculos, que deixam de responder. Com isso a pessoa pode morrer de parada respiratória e cardíaca. Profilaxia: cuidados higiênicos ao processar alimentos. Fervura correta de alimentos. Tratamento: é feito com soro antitoxina. Hanseníase (Lepra) Agente etiológico: Mycobacterium leprae (bacilo de Hansen), bacilo álcoolácido resistente, gram-positivo. Transmissão: não está determinado. Presume-se que o bacilo proveniente das lesões cutâneas e das secreções nasais penetre no organismo através da pele ou pelas vias respiratórias, após contato íntimo e prolongado com pessoas infectadas. O contágio familiar ocorre 5 a 8 vezes mais freqüentemente que no extrafamiliar. Esta bactéria se aloja em nervos sensitivos próximos à superfície do corpo, levando à perda de sensibilidade e, por isso, são frequentes as lesões na pele e nas extremidades afetadas. A recepção dos bacilos (infecção) não significa que a pessoa ficará doente; tudo dependerá do grau de resistência específica (fator natural). Fatores coadjuvantes ou predisponentes à propagação: clima, subalimentação, moléstias debilitantes, imunossupressões (transplantados, AIDS, miséria) explica a maior freqüência em países em desenvolvimento. É mais freqüente em homens. Período de incubação: variável, em geral de 3 a 5 anos. Sintomas: as primeiras manifestações são sensitivas – insensibilidade térmica, seguida de insensibilidade dolorosa e finalmente insensibilidade tátil em machas delimitadas e bem características. Edema e dor nas articulações, alterações motoras, deformação da mão (forma de garra), lesões e comprometimento dos nervos periféricos... Ocorre em 2 formas principais: a forma tuberculóide que é menos grave e pode ter recuperação espontânea; e a forma lepromatosa que é mais grave por ser progressiva e formar nódulos desfigurantes. Tratamento longo feito com multidrogaterapia, os pacientes tornam-se não-transmissores após alguns dias de tratamento. Profilaxia: tratamento dos doentes, vacina BCG (parcialmente protetora). Meningite Agentes etiológicos: Neisseria meningitidis (meningite meningocócica – associada a epidemias, bactéria aeróbica gram-negativa), Hemophilus influenzae ou Streptococcus pneumoniae. Transmissão: A bactéria é transmitida de uma pessoa para outra pela secreção respiratória (gotículas de saliva, espirro, tosse). Sintomas: As bactérias provocam inflamação das meninges, produzindo febre alta, dores de cabeça intensa, rigidez do pescoço e vômitos, podendo levar à morte. Profilaxia: deve-se evitar aglomerações em ambientes pouco ventilados e contato com as pessoas contaminadas, que devem ficar hospitalizadas em isolamento. A maioria das vacinas disponíveis é constituída por antígenos polissacarídicos da cápsula da bactéria e confere proteção por tempo limitado (cerca de três anos), com reduzida eficácia em crianças de baixa idade (particularmente abaixo de 2 anos). Tétano Agente Etiológico: Clostridium tetani, bacilo anaeróbio gram-positivo, que libera uma toxina responsável pelos sintomas. Transmissão: Essa bactéria é encontrada no ambiente (solo, esterco, superfície de objetos) sob uma forma extremamente resistente, o esporo. Quando contamina ferimentos profundos, sob condições favoráveis (presença de tecidos mortos, corpos estranhos e sujeira), torna-se capaz de produzir a toxina, que atua em terminais nervosos, induzindo fortes contrações musculares. Período de incubação: 2 a 21 dias. Sintomas: observa-se o trismo (alteração nervosa que impossibilita a abertura da boca), riso sardônico (produzido por espasmos dos músculos faciais), dores nas costas, rigidez abdominal e da nuca, espasmos e convulsões. O quadro pode ser tornar complicado e causar parada respiratória ou cardíaca. Profilaxia: Como não é possível eliminar os esporos do Clostridium tetani do ambiente, para evitar a doença é essencial que todas as pessoas estejam adequadamente vacinadas. Principais vacinas:em crianças – vacina tríplice (DPT), em adultos – vacina dT ou ATT. Tétano neonatal (Mal de 7 dias) É uma doença infecciosa aguda, não contagiosa, causada pela contaminação do coto umbilical por esporos do Clostridium tetani, presentes em instrumentos sujos, utilizados para secção do cordão umbilical ou em substâncias usadas para cobrir o coto umbilical (teia de aranha, pó de café, fumo, esterco etc). Pode ser prevenido com a vacinação das gestantes e higiene na limpeza do coto umbilical. 5.2- Doenças bacterianas associadas aos Sistemas cardiovascular e linfático: Febre maculosa Agente etiológico: Rickettisia rickettsii Transmissão: picada do carrapatoestrela(Amblyomma cajannense) ou de suas ninfas, conhecidas como micuins, contaminados. Esses carrapatos são ectoparasitas de aves, mamíferos e cobras (portadores naturais). Característica da infecção: é necessário que o carrapato fiquem aderidos ao corpo por no mínimo 4 a 6 horas. Se esses animais forem esmagados na pele, a contaminação pode ocorrer pelas lesões provocadas. Ocorre febre, vômitos, dores de cabeça e musculares, manchas vermelhas no corpo. Pode ser mortal. Profilaxia: evitar locais infectados por carrapatos sem proteger o corpo com calças e botas, vistoriar o corpo de 3 em 3 horas, usar carrapaticidas em animais domésticos. Peste negra ou peste bubônica Agente etiológico: Yersinia pestis, uma bactéria que pode multiplicar-se no interior de macrófagos, em vez de ser destruída. É um bacilo anaeróbio, gram-negativo, não formador de esporos. Transmissão:Adquire-se a bactéria pela picada de pulga de rato (Xenopylla cheopis) contaminada ou por ferimentos e arranhões causados por animais infectados (cães e gatos). Sintomas: inchaço dos linfonodos das virilhas e axilas, acompanhado de febre. Sem tratamento, a morte pode ocorrer menos de uma semana após os primeiros sintomas. Profilaxia:combater pulgas e ratos e evitar contato com animais que possam estar contaminados. Causou uma pandemia na Europa no séc. XIV, que dizimou 1/3 da população. 5.3- Doenças bacterianas associadas ao Sistema Respiratório Antraz, Anthrax ou Carbúnculo Agente Etiológico: Bacillus anthracis (gr. carvão, devido à capacidade de causar feridas negras na pele dos doentes). Bacilo formador de esporos resistentes, aeróbico gram-positivo. Transmissão: Cutânea:o bacilo pode penetrar na pele por meio de cortes, arranhões ou feridas quando se manipula terra ou produtos de animais infectados (bois e carneiros); maneira mais comum(95% dos casos). Intestinal: ingestão dos bacilos presentes em carne mal cozida de animais infectados. Aérea: inalação de esporos suspensos no ar (pelo menos 8.000 esporos) Período de incubação: Forma cutânea: 1 a 2 dias. Forma intestinal: 1 a 2 dias. Forma pulmonar: 1 a 6 dias. Mortalidade: Forma cutânea: 20% dos casos não tratados. Forma intestinal: 25% dos casos tratados e 60% dos casos não tratados. Forma pulmonar: 90% a 99% dos casos de doentes tratados, 100% dos casos não tratados. Sintomas: Forma cutânea: inicialmente aparecem coceira e pequenas inchações, mas que, com o tempo podem se tornar ulcerações. Forma intestinal: surgem na seguinte ordem – naúseas, vômitos, febre, dores abdominais e vômitos de sangue. Forma pulmonar O que ocorre: 1° dia: esporos entram nos pulmões. 1° ao 6° dia: esporos migram para os linfonodos. 6° ao 8° dia: esporos mudam para a forma bacteriana. 8° dia: Proliferação bacteriana com aumento de toxinas. 9° dia: Esgotamento de oxigênio e morte celular Sintomas: Não há. Parecidos com gripe comum, tosse seca. Ligeira melhora por várias horas. Repentina dificuldade de respirar, suores intensos, pele azulado (cianose). Falência respiratória e cardíaca. Prevenção: A vacina é eficiente para a forma cutânea e dá imunização relativa nas outras formas. Após a vacinação, a imunização demora 18 meses para acontecer. Como o Antraz pode ser transformado em arma Coqueluche Agente etiológico: Haemophilus pertussis (antiga Bordetella pertussis), bacilo gramnegativo imóvel. Afeta principalmente crianças. Transmissão: inalação de bactérias eliminadas durante a tosse de pessoas infectadas. Sintomas: os primeiros sintomas assemelham-se aos de um resfriado. Em seguida sobrevém uma fase de tosse intensa, decorrente de as secreções bacterianas imobilizarem os cílios da traqueia, impedindo a eliminação de muco acumulado nas vias respiratórias. Profilaxia: vacina tríplice(DPT) ou tetravalente (DPTM). Difteria ou crupe Agente etiológico: Corynebacterium diphteriae uma bactéria anaeróbia facultativa. Transmissão:inalação de bactérias eliminadas com as secreções respiratórias de pessoas infectadas, as quais podem ser assintomáticas. Sintomas: dor de garganta e febre, seguidas de mal estar e inchaço no pescoço. Forma-se na garganta uma membrana cinzenta em resposta à infecção, constituída de fibrina, tecidos mortos e células bacterianas, podendo bloquear totalmente a passagem de ar para os pulmões. Algumas linhagens da bactéria, portadoras de um fago lisogênico, podem produzir uma toxina potente que ataca coração e rins, causando a morte. Profilaxia: vacina tríplice (DPT) Tuberculose Agente etiológico:Mycobacterium tuberculosis (bacilo de Koch) Transmissão: O bacilo é adquirdo normalmente por inalação, ao atingir os alvéolos pulmonares, é fagocitado pelos macrófagos que, ao invés de destruí-las, passam a protegê-las. Quando o número de bactérias torna-se muito grande, elas abandonam os macrófagos e espalham-se pelo sistema respiratório e, eventualmente, por outros sistemas corporais. Os bacilos podem sobreviver por semanas no escarro seco e são resistentes a antisépticos e desinfetantes. Sintomas: tosse inicialmente seca, depois com catarro e às vezes sangue; hemoptise (eliminação de sangue cor vermelho-vivo); dispnéia; dor torácica; rouquidão; febre e sudorese vespertina; perda de peso e uma geral de vigor. Profilaxia: Vacina BCG (bacilo de Calmette e Guerin) Mapa dos países onde 80% dos casos de tuberculose estão concentrados. 5.4- Doenças bacterianas associadas ao sistema digestório Cólera Agente Etiológico: Vibrio cholerae, vibrião gram-negativo, com um único flagelo. é uma bactéria capaz de produzir uma enterotoxina que causa diarréia. Sintomas: a enterotoxina induz as células intestinais a liberar água e sais. A perda de líquido, na forma de vômito e, principalmente, diarréia, pode chegar de 12 a 20 litros em um só dia, levando ao colapso dos órgãos e, com freqüência, à morte. Transmissão: ingestão de água ou de alimentos contaminados com as fezes de portadores. Profilaxia: higiene na preparação de alimentos e água tratada. 5.5- Doenças bacterianas associadas ao Sistema Urinário Leptospirose Agente Etiológico: Leptospira interrogans, espiroqueta aeróbio obrigatório que é fracamente corado. Doença típica de animais domésticos e selvagens. Transmissão: A L. interrogans penetra através da pele e de mucosas (olhos, nariz, boca) ou através da ingestão de água e alimentos contaminados. A presença de pequenos ferimentos na pele facilita a penetração, que pode ocorrer também através da pele íntegra, quando a exposição é prolongada. A L. interrogans eliminada junto com a urina de animais sobrevive no solo úmido ou na água, que tenham pH neutro ou alcalino. Não sobrevive em águas com alto teor salino. O rato de esgoto (Rattus novergicus) é o principal responsável pela infecção humana, em razão de existir em grande número e da proximidade com seres humanos. A L. interrogans multiplica-se nos rins desses animais sem causar danos, e é eliminada pela urina, às vezes por toda a vida do animal. Profilaxia:combater os ratos, um dos principais portadores, e evitar contato com animais que possam estar contaminados. Há uma vacina que é aplicada em animais domésticos. O risco de transmissão pode ser reduzido nos centros urbanos através da melhoria das condições de infra-estrutura básica (rede de esgoto, drenagem de águas pluviais, remoção adequada do lixo e eliminação dos roedores). Existe risco ocupacional para as pessoas que têm contato com água e terrenos alagados (limpadores de fossas e bueiros, lavradores de plantações de arroz, trabalhadores de rede de esgoto, militares) ou com animais (veterinários, pessoas que manipulam carne). 5.6- Doenças bacterianas associadas ao Sistema Genital Cancro mole Agente etiológico: Hemophilus ducreyi. Transmissão:contato sexual com parceiros contaminados. Período de incubação: 3 a 5 dias, mas que pode estender-se por até 2 semanas. É mais freqüente nos homens. Sintomas:lesões, geralmente dolorosas, nos órgãos genitais. Gonorréia ou blenorragia Agente etiológico: Neisseria gonorrhoeae Transmissão:Relação sexual (genital, anal ou oral). O risco de transmissão é superior a 90% ao se ter um relacionamento sexual com um(a) parceiro(a) doente. O fato de não haver sintomas (caso da maioria das mulheres contaminadas), não afeta a transmissibilidade da doença. Da mãe para o recém-nascido, durante o parto. Período de incubação: 2 a 10 dias. Sintomas: Manifestam-se de 2 a 30 dias após a contaminação. Presença de abundante secreção (corrimento) purulenta pela uretra no homem e vagina e/ou uretra na mulher. Este quadro frequentemente é precedido por prurido (coceira) na uretra e ardência miccional. Em alguns casos podem ocorrer sintomas gerais, como a febre. Nas mulheres os sintomas são mais brandos ou podem estar ausentes (maioria dos casos). Complicações: Pode causar esterilidade, tanto no homem quanto na mulher. No caso do bebê infectado pela mãe na hora do parto, pode ter infecção no globo ocular que, em muitos casos pode levar a cegueira parcial ou total. Profilaxia: Camisinha, higiene póscoito. Sífilis ou Lues Agente etiológico: Treponema pallidum, um espiroqueta gramnegativo. Transmissão: relação sexual (genital, anal ou oral), pode ser congênita. Período de incubação: médio – 3 semanas, mas pode variar de 2 semanas a vários meses. Sintomas Sífilis primária Cancro duro, indolor, que libera um líquido altamente contagioso. Em poucas semanas desaparece deixando ou não cicatriz. Pode passar despercebido se surgir na cérvice feminina ou na uretra masculina. Formação de íngua próxima à virilha. Latência de 2 a 3 meses. Sífilis secundária Perda de pêlos do couro cabeludo ou das sobrancelhas, mal estar e febre leve. Máculas pelo corpo, principalmente na palma das mãos e sola dos pés. Alguns apresentam alterações neurológicas. Estes sintomas cedem após algumas semanas e a doença entra no período latente. Período latente Não existem sintomas, mas exames sorológicos dão positivo. Pode durar muitos anos. Em alguns casos ressurge em um estágio terciário com lesões denominadas gomas que podem ulcerar, enfraquecimento da aorta. Se o SNC é lesado: perda do controle motor, alterações de personalidade, cegueira e convulsões. Sífilis congênita Transmissão de mãe para filho através da placenta. Infecção comum quando a gestação ocorre durante o período latente. Sintomas: lesões neurológicas graves. Se a gestação ocorre durante o estágio primário ou secundário provoca fetos abortados ou natimortos. Cianobactérias As algas azuis ou cianofíceas Características gerais: São procariontes. Autotróficas fotossintetizantes e podem apresentar outros pigmentos além da clorofila a: ficocianina (azul), caroteno (amarelo) e ficoeritrina (vermelho). São fixadoras de N2 atmosférico. O cromossomo (DNA circular) localiza-se na região central (nucleóide). Podem ser unicelulares, coloniais ou filamentosas. Estrutura celular Envoltório de mucilagem: Sua função é associada à proteção contra dessecamento, agentes antibacterianos (antibióticos, fagos, anticorpos, etc) e predação por protozoários. Parede celular: Em função da constituição de sua parede celular são consideradas bactérias gram-negativas, porém, é consideravelmente mais espesso que o das demais bactérias assim classificadas. Membrana plasmática Lamelas: membranas lipoprotéicas responsáveis pela fotossíntese. Ribossomos: responsáveis pela síntese protéica. Material de reserva: é o amido das cianofíceas (molécula semelhante ao glicogênio). Inclusões : podem conter amido, cianoficina (armazena nitrogênio) e polifosfato. • • • Algumas cianobactérias apresentam heterocisto, que é uma célula de conteúdo homogêneo, parede espessa, que pode ocorrer em algumas colônias filamentosas. Está relacionada com a fixação de N2. Habitat Podem viver em ambientes extremamente diversos. A maioria é aquática de água doce, podendo sobreviver a temperaturas de até 74°C em fontes termais (ex. Synechococcus) ou a temperaturas muito baixas, de lagos antárticos, onde podem ocorrer sob a calota de gelo. Existem formas marinhas que resistem a altas salinidades, ou a períodos de dessecamento, como as cianofíceas que habitam o litoral. Algumas formas são terrestres, vivendo sobre rochas ou solo úmido. Outras vivem em associações com fungos, como nos líquens Cora e Leptogium, entre outros. Ainda existem algumas que se associam a vegetais (Anthoceros, briófita; Azzola, pteridófita; Cycas, gimnosperma) ou a protozoários. Reprodução É assexuada, por divisão binária, semelhante à das bactérias. As formas filamentosas podem reproduzirse assexuadamente por fragmentação ou hormogônia . Algumas formas coloniais filamentosas produzem esporos resistentes, denominados acinetos, que podem destacar-se e originar novos filamentos. Importância Ecológica São co-responsáveis pela produção primária e pela fertilidade dos corpos aquáticos e dos solos; são componentes da rede trófica, sendo ativamente consumidas por consumidores primários; são fixadoras de nitrogênio; são colonizadoras e estabelecem uma variedade de relações simbióticas. Econômica Produção de vasta gama de produtos secundários bioativos, as cianobactérias possuem enorme potencial de aplicação na área médica. Drogas anti-tumorais, assim como para o tratamento da asma, artrite, diabete, malária, herpes e outras moléstias prevalentes na população humana. Podem igualmente ser utilizadas como herbicidas, antifúngicos e como fertilizantes agrícolas. Sanitária Em ambientes eutrofizados, sobretudo de água doce, representam os organismos dominantes, formando florações freqüentes. Colocam em risco a qualidade da água, através da liberação de compostos de propriedades organolépticas que conferem gosto e odor desagradável às águas de abastecimento. Produzem substâncias de efeito nocivo sobre outros seres vivos. Condições para a floração Oferta de luz, fósforo e nitrogênio (poluentes orgânicos). Grande concentração de indústrias e elevada população produzem maior quantidade de poluentes orgânicos, (áreas de alto risco). A toxina mais conhecida é a microcistina, liberada pela espécie Microcystis aeruginosa. Se uma pessoa ingerir acidentalmente água ou peixe contaminados, pode apresentar cefaléia, febre, dor abdominal, náusea e vômitos. Porém, isto ocorre raramente, pois a água contaminada com esta alga tem um odor desagradável. A morte geralmente é causada por lesão hepática ou do sistema nervoso, dependendo da concentração de toxina na água. Micoplasmas e rickettsias Os menores seres vivos Micoplasmas (PPLO) São considerados como os menores organismos capazes de se autoreplicar. O tamanho permite a sua passagem por filtros que detêm as bactérias. Provocam vários tipos de doenças em humanos. Diferenças marcantes entre os micoplasmas e demais procariotos Ausência parede celular; Tamanho das colônias extremamente diminuto; Constituição da membrana celular – colesterol. Rickettsias São microrganismos que possuem características tanto das bactérias como dos vírus. Como as bactérias, são procariotos e unicelulares, têm enzimas e paredes celulares, utilizam oxigênio e podem ser controladas ou destruídas pelos antibióticos. Como os vírus, apenas podem viver e multiplicar-se dentro das células (parasitas intracelulares obrigatórios). São gram-negativas. Vivem normalmente em ácaros, carrapatos, pulgas e piolhos e podem ser transmitidas aos humanos através das picadas desses insetos que sugam sangue. Doenças: tifo endêmico e febre maculosa. Pesquisas recentes revelaram um possível parentesco com as mitocôndrias.