Reino Monera

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Reino Monera
Frente 2 – cap.09 – p.89
Quitéria Paravidino
‹ Reúne
seres vivos que são
unicelulares e procariontes.
‹ Fazem parte deste reino: bactérias,
cianobactérias, micoplasmas e
rickettsias.
I- Bactérias
Apesar de serem seres vivos muito
simples, a intensa versatilidade
metabólica e a grande velocidade de
divisão tornam as bactérias um dos mais
bem sucedidos seres vivos da Terra.
‹ São encontradas em todos os habitats
concebíveis do planeta, do mais frio ao
mais quente, do mais ácido ao mais
alcalino e ao mais salgado.
‹
‹ Algumas
vivem onde o oxigênio é
abundante, e outras onde não há
oxigênio.
‹ Elas se estabeleceram no fundo dos
oceanos, em rochas a mais de 2 km
de profundidade da superfície da
Terra e até mesmo dentro de outros
organismos, grandes e pequenos.
‹ Seus efeitos no nosso ambiente são
diversos e profundos.
1. Características gerais
‹ São
unicelulares e procariontes
(desprovidas de membrana nuclear).
‹ Por não apresentar o envoltório
protetor do núcleo, o material
genético (cromatina), constituído por
uma única molécula de DNA
circular, encontra-se disperso no
citoplasma.
‹ Podem ser autótrofos ou heterótrofos.
‹
Em junho de 2007,
International Journal of
Systematic and
Evolutionary Microbiology,
publicado pela Sociedade
de Microbiologia Geral do
Reino Unido, trouxe um
artigo escrito por
pesquisadores brasileiros e
descoberta de um
organismo multicelular e
procarioto – Magnetoglobus
multicellularis (Candidatus
Magnetoglobus
multicellularis), que habita
águas salgadas da lagoa de
Araruama (RJ).
1.1- Estrutura da célula
bacteriana
2- Classificação:
2.1- Quanto à forma:
A técnica de coloração de Gram
Corante primário - violeta de cristal: cora
o citoplasma de roxo, independentemente
do tipo de célula.
‹ Mordente – solução de iodo (lugol)
aumenta a afinidade entre o violeta de
cristal e a célula, forma com o corante um
complexo insolúvel em água.
‹ Agente descolorante – álcool, acetona ou
ambos: solvente lipídico.
‹ Contrastante – safranina ou fucsina
básico: cora o citoplasma de vermelho.
‹
Quanto à coloração de Gram
Bactérias Gram-positivas
‹ Possuem uma parede celular constituída
de muitas camadas de peptideoglicano,
formando uma estrutura espessa e rígida.
Esta parede retém o corante cristal violeta
(violeta de metila).
‹ Por isso as bactérias ficam arroxeadas.
‹ O antibiótico penicilina interfere na síntese
de peptidioglicano, sendo por isso mais
eficiente neste tipo de bactéria.
‹
‹ Bactérias
Gram-negativas
Possuem uma parede celular com
‹
poucas camadas de peptidioglicano e
uma camada lipoprotéica externa.
‹ Esta camada externa não retém o
corante cristal violeta, mas mantém
o segundo corante e por isso as
bactérias ficam rosadas (fucsina) ou
avermelhadas (safranina).
Neste tipo de bactéria a penicilina
‹
não é eficiente.
GRAM POSITIVA
GRAM NEGATIVA
2.2- Quanto à nutrição
A) Bactérias heterotóficas
‹
‹
‹
‹
Grande parte das bactérias heterotróficas obtém
alimento a partir de organismos mortos ou de seus
resíduos – são chamadas de saprofágicas –
exercendo o papel de decompositoras no ambiente.
Algumas podem estabelecer relações simbióticas
mutualísticas com diferentes tipos de seres vivos.
Diversas espécies de bactérias heterotróficas são
parasitas, instalando-se em organismos vivos e
deles extraindo alimento.
Muitas bactérias parasitas eliminam substâncias
tóxicas que causam doenças nos hospedeiros. São
denominadas por isso, bactérias patogênicas.
B) Bactérias autotróficas
‹ Podem ser fotossintetizantes ou
quimiossintetizantes.
‹ Bactérias fotossintetizantes:
‹ São bactérias que possuem uma proteína,
conhecida como bacterioclorofila, que
capta a energia da luz para a síntese
(fabricação) de glicose e outras moléculas
orgânicas.
‹
6CO2 + 12 H2S → C6H12O6 + 6H2O + 12S
‹
Exemplos: as bactérias sulfurosas verdes
e bactérias sulfurosas púrpuras.
‹ Obs.:
Estas bactérias absorvem luz
de comprimentos de onda diferentes
daqueles absorvidos pelas plantas.
‹ Como não utilizam água como
reagente, não liberam O2.
‹ Todas elas são anaeróbias.
Bactérias quimiossintizantes:
‹ São bactérias que obtém a energia
para a síntese de glicose e outras
moléculas orgânicas a partir de
reações químicas de oxidação de
moléculas inorgânicas.
‹ Ex.: As bactérias nitrificantes e as
ferrobactérias.
2.3- Quanto à respiração
‹
‹
‹
‹
‹
O oxigênio pode ser indispensável, letal ou inócuo
para as bactérias, o que permite classificá-las em:
aeróbias estritas: exigem a presença de oxigênio,
como as do gênero Acinetobacter.
microaerófilas: necessitam de baixos teores de
oxigênio, como o Campylobacter jejuni.
facultativas: apresentam mecanismos que as
capacitam a utilizar o oxigênio quando disponível,
mas desenvolver-se também em sua ausência.
Escherichia coli e várias bactérias entéricas tem esta
característica.
anaeróbias estritas: não toleram o oxigênio. Ex.:
Clostridium tetani, bactéria produtora de potente
toxina que só se desenvolve em tecidos necrosados
carentes de oxigênio.
3- Reprodução
A) Reprodução assexuada
B) Reprodução Sexuada
‹ Conjugação
‹ Transformação
‹ Transdução
Transformação:
absorção de DNA
bacteriano solto no
meio.
‹ Transdução: um
vírus é o
intermediário na
transferência de
DNA.
‹ Conjugação:
transferência de DNA
de uma bactéria para
outra através de
ponte citoplasmática.
‹
4- Importância das bactérias
‹ Na
indústria alimentícia: produção de
vinagre, coalhadas, iogurtes, queijo.
‹ Na indústria química e farmacêutica:
produção de ácido butírico, acetona,
butanol, antibióticos.
‹ Participação no ciclo do nitrogênio.
‹ Produção de plantas transgênicas.
‹ Decomposição da matéria orgânica.
5- Principais doenças
causadas por bactérias
5.1- Doenças bacterianas
associadas ao Sistema Nervoso:
BOTULISMO
‹ Agente etiológico: Clostridium botulinum, bacilo
gram-positivo anaeróbio estrito que forma esporos
resistentes.
‹ Transmissão: ingestão da toxina liberada pela
bactéria, principalmente em alimentos processados
como enlatados e as conservas artesanais.
‹ Características da infecção: a toxina bloqueia a
transferência de sinais nervosos para os músculos,
que deixam de responder. Com isso a pessoa pode
morrer de parada respiratória e cardíaca.
‹ Profilaxia: cuidados higiênicos ao processar
alimentos. Fervura correta de alimentos.
‹ Tratamento: é feito com soro antitoxina.
Hanseníase (Lepra)
‹ Agente etiológico: Mycobacterium
leprae (bacilo de Hansen), bacilo álcoolácido resistente, gram-positivo.
‹ Transmissão: não está determinado.
Presume-se que o bacilo proveniente das
lesões cutâneas e das secreções nasais
penetre no organismo através da pele ou
pelas vias respiratórias, após contato
íntimo e prolongado com pessoas
infectadas.
‹ O contágio familiar ocorre 5 a 8 vezes
mais freqüentemente que no extrafamiliar.
‹
‹
‹
‹
‹
Esta bactéria se aloja em nervos sensitivos
próximos à superfície do corpo, levando à perda
de sensibilidade e, por isso, são frequentes as
lesões na pele e nas extremidades afetadas.
A recepção dos bacilos (infecção) não significa
que a pessoa ficará doente; tudo dependerá do
grau de resistência específica (fator natural).
Fatores coadjuvantes ou predisponentes à
propagação: clima, subalimentação, moléstias
debilitantes, imunossupressões (transplantados,
AIDS, miséria) explica a maior freqüência em
países em desenvolvimento.
É mais freqüente em homens.
Período de incubação: variável, em geral de 3
a 5 anos.
Sintomas: as primeiras manifestações
são sensitivas – insensibilidade térmica,
seguida de insensibilidade dolorosa e
finalmente insensibilidade tátil em machas
delimitadas e bem características.
‹ Edema e dor nas articulações, alterações
motoras, deformação da mão (forma de
garra), lesões e comprometimento dos
nervos periféricos...
‹
Ocorre em 2 formas principais: a forma
tuberculóide que é menos grave e pode ter
recuperação espontânea; e a forma
lepromatosa que é mais grave por ser
progressiva e formar nódulos desfigurantes.
‹ Tratamento longo feito com
multidrogaterapia, os pacientes tornam-se
não-transmissores após alguns dias de
tratamento.
‹ Profilaxia: tratamento dos doentes, vacina
BCG (parcialmente protetora).
‹
Meningite
‹ Agentes etiológicos: Neisseria meningitidis
(meningite meningocócica – associada a
epidemias, bactéria aeróbica gram-negativa),
Hemophilus influenzae ou Streptococcus
pneumoniae.
‹ Transmissão: A bactéria é transmitida de
uma pessoa para outra pela secreção
respiratória (gotículas de saliva, espirro,
tosse).
‹ Sintomas: As bactérias provocam inflamação
das meninges, produzindo febre alta, dores de
cabeça intensa, rigidez do pescoço e vômitos,
podendo levar à morte.
Profilaxia: deve-se evitar aglomerações
em ambientes pouco ventilados e contato
com as pessoas contaminadas, que devem
ficar hospitalizadas em isolamento.
‹ A maioria das vacinas disponíveis é
constituída por antígenos polissacarídicos
da cápsula da bactéria e confere proteção
por tempo limitado (cerca de três anos),
com reduzida eficácia em crianças de
baixa idade (particularmente abaixo de 2
anos).
‹
Tétano
‹ Agente Etiológico: Clostridium tetani,
bacilo anaeróbio gram-positivo, que libera
uma toxina responsável pelos sintomas.
‹ Transmissão: Essa bactéria é encontrada
no ambiente (solo, esterco, superfície de
objetos) sob uma forma extremamente
resistente, o esporo. Quando contamina
ferimentos profundos, sob condições
favoráveis (presença de tecidos mortos,
corpos estranhos e sujeira), torna-se capaz
de produzir a toxina, que atua em terminais
nervosos, induzindo fortes contrações
musculares.
‹ Período de incubação: 2 a 21 dias.
Sintomas: observa-se o trismo (alteração
nervosa que impossibilita a abertura da
boca), riso sardônico (produzido por
espasmos dos músculos faciais), dores
nas costas, rigidez abdominal e da nuca,
espasmos e convulsões.
‹ O quadro pode ser tornar complicado e
causar parada respiratória ou cardíaca.
‹ Profilaxia: Como não é possível eliminar
os esporos do Clostridium tetani do
ambiente, para evitar a doença é essencial
que todas as pessoas estejam
adequadamente vacinadas.
‹ Principais vacinas:em crianças – vacina
tríplice (DPT), em adultos – vacina dT ou
ATT.
‹
‹ Tétano
neonatal (Mal de 7 dias)
É uma doença infecciosa aguda, não
contagiosa, causada pela contaminação do
coto umbilical por esporos do Clostridium
tetani, presentes em instrumentos sujos,
utilizados para secção do cordão umbilical
ou em substâncias usadas para cobrir o
coto umbilical (teia de aranha, pó de café,
fumo, esterco etc).
‹ Pode ser prevenido com a vacinação das
gestantes e higiene na limpeza do coto
umbilical.
‹
5.2- Doenças bacterianas associadas aos
Sistemas cardiovascular e linfático:
Febre maculosa
‹ Agente etiológico: Rickettisia rickettsii
‹ Transmissão: picada do carrapatoestrela(Amblyomma cajannense) ou de
suas ninfas, conhecidas como micuins,
contaminados.
‹ Esses carrapatos são ectoparasitas de
aves, mamíferos e cobras (portadores
naturais).
Característica da infecção: é necessário
que o carrapato fiquem aderidos ao corpo
por no mínimo 4 a 6 horas. Se esses
animais forem esmagados na pele, a
contaminação pode ocorrer pelas lesões
provocadas. Ocorre febre, vômitos, dores
de cabeça e musculares, manchas
vermelhas no corpo. Pode ser mortal.
‹ Profilaxia: evitar locais infectados por
carrapatos sem proteger o corpo com
calças e botas, vistoriar o corpo de 3 em 3
horas, usar carrapaticidas em animais
domésticos.
‹
Peste negra ou peste bubônica
‹ Agente etiológico: Yersinia pestis, uma
bactéria que pode multiplicar-se no interior
de macrófagos, em vez de ser destruída.
‹ É um bacilo anaeróbio, gram-negativo, não
formador de esporos.
‹ Transmissão:Adquire-se a bactéria pela
picada de pulga de rato (Xenopylla cheopis)
contaminada ou por ferimentos e arranhões
causados por animais infectados (cães e
gatos).
‹ Sintomas: inchaço dos linfonodos das
virilhas e axilas, acompanhado de febre.
Sem tratamento, a morte pode ocorrer
menos de uma semana após os primeiros
sintomas.
Profilaxia:combater
pulgas e ratos e
evitar contato com
animais que possam
estar contaminados.
‹ Causou uma
pandemia na Europa
no séc. XIV, que
dizimou 1/3 da
população.
‹
5.3- Doenças bacterianas associadas ao
Sistema Respiratório
Antraz, Anthrax ou
Carbúnculo
‹ Agente Etiológico:
Bacillus anthracis (gr.
carvão, devido à
capacidade de causar
feridas negras na pele
dos doentes).
‹ Bacilo formador de
esporos resistentes,
aeróbico gram-positivo.
Transmissão:
‹ Cutânea:o bacilo pode penetrar na pele
por meio de cortes, arranhões ou feridas
quando se manipula terra ou produtos de
animais infectados (bois e carneiros);
maneira mais comum(95% dos casos).
‹ Intestinal: ingestão dos bacilos
presentes em carne mal cozida de animais
infectados.
‹ Aérea: inalação de esporos suspensos no
ar (pelo menos 8.000 esporos)
Período de incubação:
‹ Forma cutânea: 1 a 2 dias.
‹ Forma intestinal: 1 a 2 dias.
‹ Forma pulmonar: 1 a 6 dias.
Mortalidade:
‹ Forma cutânea: 20% dos casos não
tratados.
‹ Forma intestinal: 25% dos casos tratados
e 60% dos casos não tratados.
‹ Forma pulmonar: 90% a 99% dos casos
de doentes tratados, 100% dos casos não
tratados.
Sintomas:
‹ Forma cutânea: inicialmente
aparecem coceira e pequenas
inchações, mas que, com o tempo
podem se tornar ulcerações.
‹ Forma intestinal: surgem na seguinte
ordem – naúseas, vômitos, febre,
dores abdominais e vômitos de
sangue.
Forma pulmonar
O que ocorre:
‹ 1° dia: esporos entram nos
pulmões.
‹ 1° ao 6° dia: esporos
migram para os linfonodos.
‹ 6° ao 8° dia: esporos
mudam para a forma
bacteriana.
‹ 8° dia: Proliferação
bacteriana com aumento de
toxinas.
‹
9° dia: Esgotamento de
oxigênio e morte celular
Sintomas:
‹ Não há.
‹
‹
‹
‹
Parecidos com gripe
comum, tosse seca.
Ligeira melhora por várias
horas.
Repentina dificuldade de
respirar, suores intensos,
pele azulado (cianose).
Falência respiratória e
cardíaca.
Prevenção:
‹ A vacina é eficiente para a forma
cutânea e dá imunização relativa nas
outras formas.
‹ Após a vacinação, a imunização
demora 18 meses para acontecer.
Como o Antraz pode ser transformado em arma
Coqueluche
‹ Agente etiológico: Haemophilus pertussis
(antiga Bordetella pertussis), bacilo gramnegativo imóvel. Afeta principalmente
crianças.
‹ Transmissão: inalação de bactérias
eliminadas durante a tosse de pessoas
infectadas.
‹ Sintomas: os primeiros sintomas
assemelham-se aos de um resfriado. Em
seguida sobrevém uma fase de tosse intensa,
decorrente de as secreções bacterianas
imobilizarem os cílios da traqueia, impedindo
a eliminação de muco acumulado nas vias
respiratórias.
‹ Profilaxia: vacina tríplice(DPT) ou
tetravalente (DPTM).
Difteria ou crupe
‹ Agente etiológico: Corynebacterium
diphteriae uma bactéria anaeróbia facultativa.
‹ Transmissão:inalação de bactérias
eliminadas com as secreções respiratórias de
pessoas infectadas, as quais podem ser
assintomáticas.
‹ Sintomas: dor de garganta e febre, seguidas
de mal estar e inchaço no pescoço. Forma-se
na garganta uma membrana cinzenta em
resposta à infecção, constituída de fibrina,
tecidos mortos e células bacterianas, podendo
bloquear totalmente a passagem de ar para
os pulmões. Algumas linhagens da bactéria,
portadoras de um fago lisogênico, podem
produzir uma toxina potente que ataca
coração e rins, causando a morte.
‹ Profilaxia: vacina tríplice (DPT)
Tuberculose
‹ Agente etiológico:Mycobacterium
tuberculosis (bacilo de Koch)
‹ Transmissão: O bacilo é adquirdo
normalmente por inalação, ao atingir os
alvéolos pulmonares, é fagocitado pelos
macrófagos que, ao invés de destruí-las,
passam a protegê-las.
‹ Quando o número de bactérias torna-se
muito grande, elas abandonam os
macrófagos e espalham-se pelo sistema
respiratório e, eventualmente, por outros
sistemas corporais.
‹ Os bacilos podem sobreviver por semanas
no escarro seco e são resistentes a antisépticos e desinfetantes.
‹ Sintomas:
tosse inicialmente seca,
depois com catarro e às vezes
sangue; hemoptise (eliminação de
sangue cor vermelho-vivo); dispnéia;
dor torácica; rouquidão; febre e
sudorese vespertina; perda de peso
e uma geral de vigor.
‹ Profilaxia: Vacina BCG (bacilo de
Calmette e Guerin)
Mapa dos países onde 80% dos casos
de tuberculose estão concentrados.
5.4- Doenças bacterianas
associadas ao sistema digestório
Cólera
‹ Agente Etiológico:
Vibrio cholerae, vibrião
gram-negativo, com
um único flagelo.
‹ é uma bactéria capaz
de produzir uma
enterotoxina que causa
diarréia.
Sintomas: a enterotoxina induz as células
intestinais a liberar água e sais.
‹ A perda de líquido, na forma de vômito e,
principalmente, diarréia, pode chegar de
12 a 20 litros em um só dia, levando ao
colapso dos órgãos e, com freqüência, à
morte.
‹ Transmissão: ingestão de água ou de
alimentos contaminados com as fezes de
portadores.
‹ Profilaxia: higiene na preparação de
alimentos e água tratada.
‹
5.5- Doenças bacterianas
associadas ao Sistema Urinário
Leptospirose
‹ Agente Etiológico:
Leptospira
interrogans,
espiroqueta aeróbio
obrigatório que é
fracamente corado.
‹ Doença típica de
animais domésticos e
selvagens.
Transmissão: A L. interrogans penetra
através da pele e de mucosas (olhos,
nariz, boca) ou através da ingestão de
água e alimentos contaminados.
‹ A presença de pequenos ferimentos na
pele facilita a penetração, que pode
ocorrer também através da pele íntegra,
quando a exposição é prolongada.
‹ A L. interrogans eliminada junto com a
urina de animais sobrevive no solo úmido
ou na água, que tenham pH neutro ou
alcalino.
‹ Não sobrevive em águas com alto teor
salino.
‹
O rato de esgoto (Rattus novergicus) é o
principal responsável pela infecção
humana, em razão de existir em grande
número e da proximidade com seres
humanos. A L. interrogans multiplica-se
nos rins desses animais sem causar
danos, e é eliminada pela urina, às vezes
por toda a vida do animal.
‹ Profilaxia:combater os ratos, um dos
principais portadores, e evitar contato
com animais que possam estar
contaminados.
‹ Há uma vacina que é aplicada em animais
domésticos.
‹
‹
‹
O risco de transmissão pode ser reduzido nos
centros urbanos através da melhoria das
condições de infra-estrutura básica (rede de
esgoto, drenagem de águas pluviais, remoção
adequada do lixo e eliminação dos roedores).
Existe risco ocupacional para as pessoas que
têm contato com água e terrenos alagados
(limpadores de fossas e bueiros, lavradores de
plantações de arroz, trabalhadores de rede de
esgoto, militares) ou com animais (veterinários,
pessoas que manipulam carne).
5.6- Doenças bacterianas
associadas ao Sistema Genital
Cancro mole
‹ Agente etiológico: Hemophilus ducreyi.
‹ Transmissão:contato sexual com parceiros
contaminados.
‹ Período de incubação: 3 a 5 dias, mas que
pode estender-se por até 2 semanas.
‹ É mais freqüente nos homens.
‹ Sintomas:lesões, geralmente dolorosas, nos
órgãos genitais.
Gonorréia ou blenorragia
‹ Agente etiológico: Neisseria gonorrhoeae
‹ Transmissão:Relação sexual (genital, anal
ou oral).
‹ O risco de transmissão é superior a 90% ao
se ter um relacionamento sexual com
um(a) parceiro(a) doente.
‹ O fato de não haver sintomas (caso da
maioria das mulheres contaminadas), não
afeta a transmissibilidade da doença.
‹ Da mãe para o recém-nascido, durante o
parto.
‹ Período de incubação: 2 a 10 dias.
Sintomas: Manifestam-se de 2 a 30 dias
após a contaminação.
‹ Presença de abundante secreção
(corrimento) purulenta pela uretra no
homem e vagina e/ou uretra na mulher.
‹ Este quadro frequentemente é precedido
por prurido (coceira) na uretra e ardência
miccional.
‹ Em alguns casos podem ocorrer sintomas
gerais, como a febre.
‹ Nas mulheres os sintomas são mais
brandos ou podem estar ausentes
(maioria dos casos).
‹
‹ Complicações:
Pode causar
esterilidade, tanto no homem quanto
na mulher.
‹ No caso do bebê infectado pela mãe
na hora do parto, pode ter infecção
no globo ocular que, em muitos
casos pode levar a cegueira parcial
ou total.
‹ Profilaxia: Camisinha, higiene póscoito.
Sífilis ou Lues
‹ Agente etiológico:
Treponema pallidum, um
espiroqueta gramnegativo.
‹ Transmissão: relação
sexual (genital, anal ou
oral), pode ser congênita.
‹ Período de incubação:
médio – 3 semanas, mas
pode variar de 2 semanas
a vários meses.
Sintomas
Sífilis primária
‹ Cancro duro, indolor, que libera um líquido
altamente contagioso. Em poucas
semanas desaparece deixando ou não
cicatriz.
‹ Pode passar despercebido se surgir na
cérvice feminina ou na uretra masculina.
‹ Formação de íngua próxima à virilha.
‹ Latência de 2 a 3 meses.
Sífilis secundária
‹ Perda de pêlos do couro cabeludo ou
das sobrancelhas, mal estar e febre
leve.
‹ Máculas pelo corpo, principalmente
na palma das mãos e sola dos pés.
‹ Alguns apresentam alterações
neurológicas.
‹ Estes sintomas cedem após algumas
semanas e a doença entra no
período latente.
Período latente
‹ Não existem sintomas, mas exames
sorológicos dão positivo. Pode durar
muitos anos.
‹ Em alguns casos ressurge em um
estágio terciário com lesões
denominadas gomas que podem
ulcerar, enfraquecimento da aorta.
‹ Se o SNC é lesado: perda do controle
motor, alterações de personalidade,
cegueira e convulsões.
Sífilis congênita
‹ Transmissão
de mãe para filho
através da placenta.
‹ Infecção comum quando a gestação
ocorre durante o período latente.
‹ Sintomas: lesões neurológicas
graves.
‹ Se a gestação ocorre durante o
estágio primário ou secundário
provoca fetos abortados ou
natimortos.
Cianobactérias
As algas azuis ou
cianofíceas
Características gerais:
São procariontes.
‹ Autotróficas fotossintetizantes e podem
apresentar outros pigmentos além da
clorofila a: ficocianina (azul), caroteno
(amarelo) e ficoeritrina (vermelho).
‹ São fixadoras de N2 atmosférico.
‹ O cromossomo (DNA circular) localiza-se
na região central (nucleóide).
‹ Podem ser unicelulares, coloniais ou
filamentosas.
‹
Estrutura celular
Envoltório de mucilagem: Sua função é
associada à proteção contra dessecamento,
agentes antibacterianos (antibióticos,
fagos, anticorpos, etc) e predação por
protozoários.
‹ Parede celular: Em função da constituição
de sua parede celular são consideradas
bactérias gram-negativas, porém, é
consideravelmente mais espesso que o das
demais bactérias assim classificadas.
‹ Membrana plasmática
‹
Lamelas: membranas lipoprotéicas
responsáveis pela fotossíntese.
‹ Ribossomos: responsáveis pela
síntese protéica.
‹ Material de reserva: é o amido das
cianofíceas (molécula semelhante ao
glicogênio).
‹ Inclusões : podem conter amido,
cianoficina (armazena nitrogênio) e
polifosfato.
•
•
•
Algumas
cianobactérias
apresentam heterocisto,
que é uma célula de
conteúdo
homogêneo,
parede espessa, que pode
ocorrer
em
algumas
colônias filamentosas.
Está relacionada com a
fixação de N2.
Habitat
Podem viver em ambientes extremamente
diversos.
‹ A maioria é aquática de água doce,
podendo sobreviver a temperaturas de até
74°C em fontes termais (ex.
Synechococcus) ou a temperaturas muito
baixas, de lagos antárticos, onde podem
ocorrer sob a calota de gelo.
‹ Existem formas marinhas que resistem a
altas salinidades, ou a períodos de
dessecamento, como as cianofíceas que
habitam o litoral.
‹
‹ Algumas
formas são terrestres,
vivendo sobre rochas ou solo úmido.
‹ Outras vivem em associações com
fungos, como nos líquens Cora e
Leptogium, entre outros.
‹ Ainda existem algumas que se
associam a vegetais (Anthoceros,
briófita; Azzola, pteridófita; Cycas,
gimnosperma) ou a protozoários.
Reprodução
É assexuada, por divisão binária,
semelhante à das bactérias.
‹ As formas filamentosas podem reproduzirse assexuadamente por fragmentação ou
hormogônia .
‹ Algumas formas coloniais filamentosas
produzem esporos resistentes,
denominados acinetos, que podem
destacar-se e originar novos filamentos.
‹
Importância
Ecológica
‹ São co-responsáveis pela produção
primária e pela fertilidade dos corpos
aquáticos e dos solos; são componentes
da rede trófica, sendo ativamente
consumidas por consumidores primários;
são fixadoras de nitrogênio; são
colonizadoras e estabelecem uma
variedade de relações simbióticas.
‹
Econômica
‹ Produção de vasta gama de produtos
secundários bioativos, as cianobactérias
possuem enorme potencial de aplicação na
área médica.
‹ Drogas anti-tumorais, assim como para o
tratamento da asma, artrite, diabete,
malária, herpes e outras moléstias
prevalentes na população humana.
‹ Podem igualmente ser utilizadas como
herbicidas, antifúngicos e como fertilizantes
agrícolas.
‹
Sanitária
‹ Em ambientes eutrofizados, sobretudo de
água doce, representam os organismos
dominantes, formando florações
freqüentes.
‹ Colocam em risco a qualidade da água,
através da liberação de compostos de
propriedades organolépticas que conferem
gosto e odor desagradável às águas de
abastecimento.
‹ Produzem substâncias de efeito nocivo
sobre outros seres vivos.
‹
Condições para a floração
‹ Oferta
de luz, fósforo e nitrogênio
(poluentes orgânicos).
‹ Grande concentração de indústrias e
elevada população produzem maior
quantidade de poluentes orgânicos,
(áreas de alto risco).
‹ A toxina mais conhecida é a
microcistina, liberada pela espécie
Microcystis aeruginosa.
‹ Se
uma pessoa ingerir
acidentalmente água ou peixe
contaminados, pode apresentar
cefaléia, febre, dor abdominal,
náusea e vômitos.
‹ Porém, isto ocorre raramente, pois a
água contaminada com esta alga
tem um odor desagradável.
‹ A morte geralmente é causada por
lesão hepática ou do sistema
nervoso, dependendo da
concentração de toxina na água.
Micoplasmas e
rickettsias
Os menores seres vivos
Micoplasmas (PPLO)
São considerados
como os menores
organismos capazes
de se autoreplicar.
‹ O tamanho permite a
sua passagem por
filtros que detêm as
bactérias.
‹ Provocam vários
tipos de doenças em
humanos.
‹
Diferenças marcantes entre os
micoplasmas e demais procariotos
‹ Ausência
parede celular;
‹ Tamanho das colônias extremamente
diminuto;
‹ Constituição da membrana celular –
colesterol.
Rickettsias
São microrganismos que possuem
características tanto das bactérias como
dos vírus.
‹ Como as bactérias, são procariotos e
unicelulares, têm enzimas e paredes
celulares, utilizam oxigênio e podem ser
controladas ou destruídas pelos
antibióticos.
‹ Como os vírus, apenas podem viver e
multiplicar-se dentro das células
(parasitas intracelulares obrigatórios).
‹ São gram-negativas.
‹
‹
‹
‹
Vivem normalmente em
ácaros, carrapatos,
pulgas e piolhos e
podem ser transmitidas
aos humanos através
das picadas desses
insetos que sugam
sangue.
Doenças: tifo endêmico
e febre maculosa.
Pesquisas recentes
revelaram um possível
parentesco com as
mitocôndrias.
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