11 RESUMO A produção de biomassa e sobrenadante de óleo essencial de erva-cidreira [Lippia alba (Mill) N. E. Brown] pode variar de acordo com fatores endógenos e exógenos. A partir do conhecimento destes fatores aliados à planta é possível se maximizar a produção do óleo essencial e uniformizar a concentração dos constituintes de interesse. Diante destes aspectos, o presente trabalho foi proposto considerando a importância do sobrenadante de óleo essencial e as características de adaptação a diferenciados ambientes de L. alba, tendo em vista a carência de resultados de pesquisa referentes a esta espécie, considerando-se, ainda o seu elevado potencial de produção em grande escala, no estado do Tocantins. Desta forma, foram conduzidos quatro experimentos nos quais estudou-se a produção de sobrenadante de óleo essencial (teor e rendimento por planta) e de massa desidratada de folhas da espécie em foco, comparando-se, para estas variáveis, os três quimiotipos; quatro acessos provenientes de diferentes municípios do estado do Tocantins; seis horários de colheita; e, cinco idades da planta. O delineamento experimental foi o de blocos casualizados com três repetições, cujas parcelas totalizavam 24 plantas, sendo consideradas úteis as oito plantas centrais. Constatou-se que não houve diferença significativa entre os três quimiotipos para as três variáveis estudadas nas condições edafoclimáticas de Gurupi. Apesar de não ter havido diferença de massa desidratada de folhas entre os quatro acessos, aqueles provenientes de Gurupi e Cariri foram superiores aos acessos de Figueirópolis e Alvorada, quanto ao teor e rendimento do sobrenadante de óleo essencial por planta. Os maiores teores de óleo foram encontrados nos horários de corte de zero, quatro e oito horas da manhã, enquanto que o menor teor obtido foi no corte de meio dia. A massa desidratada de folhas foi crescente no período de 60 a 120 dias de idade das plantas, constatando-se maiores teores do sobrenadante de óleo essencial das plantas entre os 90 e 120 dias e o maior rendimento de óleo nas plantas de 120 dias de idade. Palavras chave: Lippia alba, rendimento, óleo essencial. 12 ABSTRACT The production of biomass and essential oil of lemon balm (Lippia alba (Mill) N. E.Brown) varies according environments factors. Knowledge of these factors combined with the plant as well as planting techniques is possible to obtain high yields; maintain the value of medicinal plants and standardization of the concentrations of constituents of interest. Considering these aspects, the present work was proposed considering the importance of essential oil and the characteristics of adaptation to different environments, the species Lippia alba, in view of the lack of research results relating to this species, considering also the high potential for large scale production in the state of Tocantins. So we studied the production of essential oil of the species in focus in four experiments in which we evaluated respectively, the three chemotypes, four accessions from different municipalities of Tocantins, harvest time and plant age. Experimental the design was a randomized complete block with three replications; the plots have 6 square meters 2m x 3m, with the spacing of 0.5 m X 0.5 m, totaling 24 plants. The plants were propagated by cuttings in trays as substrate Plantimax, after these being brought to the planting area. In conclusion, no significant difference among the three chemotypes for the characteristics studied at conditions edaphoclimatic of Gurupi. The fits of Cariri Gurupi and were superior to fits of Figueirópolis, the highest contents of oil were found in the cutting times of zero, four and eight o'clock in the morning and theolder the plant the higher the yield of essential oil. Keywords: Lippia alba, yield, essential oil. 13 1 INTRODUÇÃO Desde as primeiras civilizações, as plantas com propriedades medicinais são utilizadas como fitoterápicos. A simples observação dos recursos naturais com propriedades terapêuticas deu início aos estudos e aplicações mais efetivas para a população, principalmente a partir do século XVIII, com o surgimento de ciências agregadas. Nos anos mais recentes, tem-se observado o aumento acentuado do uso dessas plantas pela população em todo o mundo (LORENZI e MATOS, 2004). E, segundo Camargo (2001), a tendência é de contínuo crescimento. Busca-se, atualmente, o esclarecimento sobre os diversos efeitos terapêuticos de substâncias ativas encontradas nas plantas medicinais e aromáticas, assim como o potencial de outras ainda não catalogadas, visando atender às indústrias farmacêutica, de cosméticos e de perfumaria. As substâncias químicas responsáveis por tais efeitos são também ponto de partida para a síntese de produtos químicos e farmacêuticos, mas os sintéticos são muitas vezes inviáveis por apresentarem qualidade inferior aos produtos naturais. Isso faz com que os produtos de fonte natural apresentem um maior interesse no mercado. O potencial industrial de Lippia alba está associado às grandes facilidades agronômicas apresentadas, como a rusticidade, a rapidez de colonização pela propagação vegetativa, o vigor, a alogamia (fonte de variabilidade), e também por vegetar e florescer o ano todo, além de apresentar ampla adaptação para os diferentes ambientes de cultivo. A fitoterapia é hoje no Brasil uma prática terapêutica incentivada pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2007), devido à sua comprovada eficiência e baixo custo operacional. No período de novembro de 2003 a outubro de 2006, o segmento de fitoterápicos brasileiro faturou R$ 1,8 bilhões. Apenas em 2006, o comércio de fitoterápicos alcançou 2,51% do mercado farmacêutico, valor equivalente a R$ 543 milhões (FREITAS, 2007). Apesar de as estatísticas divulgadas serem pouco descritivas e imprecisas para o comércio referente a plantas medicinais, ainda é possível notar, com clareza, a importância desses produtos para o Brasil, principalmente quando com valor agregado. O preço relativamente elevado dos produtos gerados com base em plantas aromáticas e medicinais desperta o interesse dos agricultores e novos investidores 14 de forma crescente. Entretanto, os mesmos encontram dificuldades para definir a espécie, formas de manejo, épocas de plantio, colheita, etc. Assim, a demanda por pesquisas as quais possam viabilizar o cultivo e a produção das principais espécies aromáticas e medicinais torna-se de caráter fundamental para possibilitar a exploração racional e sustentada dessa riqueza natural que o país possui. A erva-cidreira [Lippia alba (Mill.) N. E. Brown], pertencente à família Verbenaceae, e uma das espécies de real importância farmacológica, sendo utilizada em diversos programas de fitoterapia, sendo largamente utilizada no Brasil devido às propriedades calmante, espasmolítica suave, analgésica, sedativa, ansiolítica e levemente expectorante (MATTOS et al., 2007). As propriedades aromáticas de L. alba vêm despertando o interesse das indústrias de cosméticos e de perfumes. O linalol, por exemplo, é um monoterpeno alcóolico extensivamente utilizado na fabricação de importantes perfumes, de cosméticos e aromatizantes. Atualmente, a fonte natural dessa substância provém da madeira do pau-rosa, árvore considerada em extinção, existindo outras fontes naturais facilmente agricultáveis, como a L. alba, apresentando rendimentos até superiores. A pureza do linalol de L. alba, fator que qualifica o óleo, já foi analisada por Lorenzi et al. (2004). O presente trabalho foi proposto considerando a importância do sobrenadante de óleo essencial e as características de adaptação a diferenciados ambientes, da espécie Lippia alba, tendo em vista a carência de resultados de pesquisa referentes a esta espécie, considerando-se, ainda, o seu elevado potencial de produção, em grande escala, no Estado do Tocantins. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do horário de colheita, idade da planta e de acessos de erva cidreira na produção do seu óleo essencial. 15 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 A família Verbenaceae A família Verbenaceae, juntamente com outras 20 famílias do grupo das asterídeas, constituem a ordem Lamiales (JUDD, 1999; SOUZA e LORENZI, 2005). Nesta ordem estão incluídas importantes plantas aromáticas, como lavândula, jasmim, menta, basílico, alecrim, verbena entre outras. Esta família possui 36 gêneros e 1000 espécies com distribuição tropical, principalmente nos neotrópicos. No Brasil, ocorrem 17 gêneros e cerca de 250 espécies, sendo 33 delas ocorrentes no cerrado. As espécies desta família possuem diversos hábitos, variando de arbustos, ervas, e até menos frequentemente, árvores e lianas (METCALFE e CHALK, 1950; SANO e ALMEIDA, 1998; JUDD, 1999; SOUZA e LORENZI, 2005). Dentre as verbenáceas, encontram-se espécies ornamentais comumente cultivadas como, por exemplo, Duranta repens e Lantana camara, espécies invasoras de culturas e espécies aromáticas e medicinais como as pertencentes ao gênero Lippia (SOUZA e LORENZI, 2005). As plantas desta família apresentam caule quadrangular ou poligonal, densamente pubescente, com tricomas não secretores e tricomas secretores. As folhas são opostas, raramente verticiladas, anfiestomáticas ou hipoestomáticas, simples, com margem serreada, às vezes lobada. Não possuem estípulas e algumas espécies apresentam nectários extraflorais. O limbo pode variar de dorsiventral a isobilateral. As folhas, assim como o caule, são densamente pubescentes. As flores são pouco vistosas e estão reunidas em cachos terminais ou axilares. São bissexuais, zigomorfas e diclamídeas. O cálice é tubular, pentâmero e gamossépalo e a corola pentâmera, gamopétala e bilabiada. Apresentam estames didínamos adnados à corola e ovário súpero bicarpelar. Os frutos da maioria das espécies são drupáceos, sendo que apenas nas espécies de Verbena estes são esquizocarpos (METCALFE e CHALK, 1950; JUDD, 1999; SOUZA e LORENZI, 2005). A presença de tricomas secretores é uma característica marcante em Verbenaceae e segundo Metcalfe e Chalk (1950), estes tricomas são de dois tipos: capitados com cabeça pequena composta de uma ou um pequeno número de 16 células e pedicelo com comprimento variável; e tricomas peltados com haste curta e cabeça multicelular em forma de disco. 2.1.1 O gênero lippia Lippia Houst., primeiramente descrito em 1753 por Linnaeu, é um gênero nativo da família Verbenaceae, que inclui ervas, arbustos e pequenas árvores. Possui cerca de 200 espécies, a maioria concentrada no Brasil, Paraguai e Argentina, havendo poucas espécies endêmicas da África. No Brasil, ocorrem cerca de 150 espécies distribuídas em áreas de cerrados, e montanhas altas e campos rupestres de Minas Gerais e Bahia (PASCUAL et al., 2001; SALIMENA, 2002; LEAL et al., 2003; PIMENTA et al., 2007). Muitas espécies deste gênero são utilizadas em programas fitoterápicos e de complementação alimentar no Brasil, sendo Lippia alba (Mill.) N. E. Brown e L. sidoides Cham. As espécies mais conhecidas e estudadas sob o ponto de vista químico e agronômico (PASCUAL et al., 2001; LEAL et al., 2003; DUARTE et al., 2005). L. alba, conhecida popularmente como Lippia alba brasileira ou falsa melissa, é consumida na forma de chás como digestiva, macerada para dores de dente e na forma de banhos como febrífuga. As atividades antifúngica, bactericida e analgésica dos óleos produzidos por esta espécie foram comprovadas com testes farmacológicos. (PASCUAL et al., 2001; AGUIAR e COSTA, 2005). A espécie Lippia alba, originária da América do Sul, também ocorre no Brasil e é uma das mais estudadas do gênero Lippia que é da família Verbenaceae, é plantada e usada em todo Brasil por suas propriedades analgésica, antiespasmódica, calmante, sedativa e citostática, e seus efeitos terapêuticos já foram comprovados cientificamente (MING, 1992). No Brasil, quase todas as plantas medicinais não são cultivadas e se encontram em estado totalmente selvagem, crescendo espontaneamente, a exemplo da L. alba, o que desperta o interesse por estudos de qualquer natureza que possam trazer benefícios à exploração comercial das mesmas . No caso da L. alba, o seu potencial agroindustrial está associado às grandes facilidades agronômicas que ela apresenta, ou seja, rusticidade, rapidez de colonização, 17 propagação vegetativa, alogamia, plasticidade fenotípica além de vegetar e florescer o ano todo. O seu melhoramento genético pode resultar em produto com sustentabilidade na exploração comercial e, ainda, se consolidar como mais uma espécie para agricultura familiar (YAMAMOTO, 2006). 2.1.2 Importância econômica da Lippia alba A Lippia alba é utilizada em forma de chás, macerada, em compressas, banhos ou extratos alcoólicos, por causa de suas propriedades farmacológicas devidas aos seus constituintes ativos, dentre eles o Sobrenadante de óleo essencial (JULIÃO et al. 2003). Possui diversos nomes populares, como chá-de-tabuleiro, cidrila, erva-cidreira-de-arbusto, alecrim-selvagem, cidreira-brava, falsa-melissa, erva-cidreira, erva-cidreira-brasileira, erva-cidreira-do-campo, cidreira carmelitana, salva, salva-do- (TAVARES et Brasil, al., salva-limão, 2005). É alecrim-do-campo, usada tradicionalmente salva-brava, como sávia analgésica, antiinflamatória, antipirética, sedativa, tempero culinário, remédio para diarréia e disenteria, tratamento de doenças cutâneas, remédio para perturbações gastrointestinais, tratamento de doenças hepáticas, remédio para desordens menstruais, antiespasmódica, tratamento de doenças respiratórias, sífilis e gonorréia (PASCUAL et al., 2001). Atualmente a L. alba é uma planta promissora para as indústrias farmacêutica, de aromáticos e perfumes e também pode ser indicada para indústrias de químicos agrícolas, devido às suas comprovadas propriedades antifúngica, inseticida e repelente (YAMAMOTO et al., 2008). Do ponto de vista sócio-econômico, a venda de plantas medicinais, como por exemplo, Lippia alba, constitui uma importante fonte de renda para os coletores e comerciantes. Por outro lado, conservação dos recursos de importância medicinal usados popularmente gera questões relevantes com respeito à sustentabilidade do comércio formado em torno destes. Algumas das espécies usadas na medicina popular encontram-se ameaçadas de extinção (PEREIRA-FILHO, 2007). 18 2.1.3 Comercialização dos óleos essenciais de plantas O tratamento das enfermidades humanas a partir de plantas medicinais, ou seus derivados, é uma prática antiga e que atualmente encontra-se em expansão por todo o mundo. Calcula-se que, no ano 2000, os produtos a base de plantas medicinais movimentaram cerca de 30 bilhões de dólares (ENGELKE, 2003). A fitoterapia tem ressurgido como uma opção medicamentosa bem aceita e acessível aos povos do Mundo, e no caso do Brasil, é adequada para as necessidades locais de centenas de municípios brasileiros no atendimento primário à saúde (ELDIN e DUNFORD, 2001). A expansão da fitoterapia pode ser atribuída a diversos fatores tais como os efeitos adversos de fármacos sintéticos, a preferência dos consumidores por tratamentos “naturais”, a validação científica das propriedades farmacológicas de espécies vegetais, o desenvolvimento de novos métodos analíticos colocados à disposição do controle de qualidade, o desenvolvimento de novas formas de preparações e administrações de produtos fitoterápicos, o melhor conhecimento químico, farmacológico e clínico das drogas vegetais e seus derivados, além do menor custo, se comparado com os fármacos sintéticos (CAÑIGUERAL et al. 2003; Vieira 2001). O Brasil possui uma farmacopéia popular muito diversa baseada em plantas medicinais, resultado da miscigenação cultural envolvendo africanos, europeus e indígenas, com introdução de espécies exóticas pelos colonizadores e escravos. Além disso, o país possui a maior diversidade vegetal do planeta, aproximadamente 55 mil espécies de plantas superiores (ENGELKE, 2003). A segurança e a eficácia dos fitoterápicos dependem de diversos fatores e, dentre estes, pode-se destacar a qualidade do produto comercializado. Segundo Farias (2001), a eficácia é dada pela comprovação, por meio de ensaios farmacológicos pré-clínicos e clínicos, dos efeitos biológicos preconizados para esses recursos terapêuticos, e a segurança é determinada pelos ensaios que comprovam a ausência de efeitos tóxicos. No entanto, a má qualidade de um produto fitoterápico ou droga vegetal pode vir a anular a sua eficácia e trazer riscos à saúde do consumidor. Melo et al. (2004) enfatizam que a fraude e a má qualidade em fitoterápicos são motivos de preocupação por parte dos profissionais da área de saúde e da comunidade 19 científica, pois interferem na eficácia e segurança do produto. Devido a grande demanda por produtos a base de plantas medicinais, conseqüência do significativo aumento do interesse do público brasileiro por “terapias naturais”, faz-se necessário investigar como esses produtos estão sendo oferecidos ao consumidor, de acordo com a legislação específica e critérios estabelecidos cientificamente. As pesquisas com esta orientação são escassas na região Nordeste (NASCIMENTO et al. 2005a; CARVALHO et al. 2004; AMARAL et al. 2003), particularmente nos grandes centros urbanos, como Recife, onde se observa um elevado comércio de produtos medicinais de diversas formas (RAMOS et al. 2005; ALBUQUERQUE et al. 2007) sem fiscalização efetiva da qualidade e garantias de eficácia e segurança. 2.2 Os óleos essenciais Óleos essenciais são misturas complexas de substâncias voláteis, lipofílicas, com baixo peso molecular, geralmente odoríferas e líquidas, constituídos, na maioria das vezes, por moléculas de natureza terpênica. Comumente apresentam odor agradável e marcante. São freqüentemente extraídos das partes vegetais através de arraste à vapor d’ água, hidrodestilação ou expressão de pericarpo de frutos cítricos, havendo, porém, outros métodos de extração, como a enfleurage ou enfloração, extração por CO supercrítico (muito utilizado na indústria) e por solventes orgânicos apolares (não apresentam valor comercial) (BLANK., 2006). Em temperatura ambiente apresentam aspecto oleoso, tendo como principal característica a volatilidade. Isto os diferencia dos óleos fixos, que são misturas de substâncias lipídicas, geralmente provenientes de sementes, como, por exemplo, óleo de rícino, manteiga de cacau e óleo de linhaça. Apresentam-se, geralmente, incolores ou levemente amarelados, com sabor ácido e picante, pouco estáveis em presença de luz, calor e ar, além de serem pouco solúveis em água (SIMÕES e SPITZER, 1999; SAITO e SCRAMIN, 2000). A composição química dos óleos essenciais é determinada por fatores genéticos, porém, outros fatores podem acarretar alterações significativas na produção dos metabólitos secundários. De fato, os metabólitos secundários representam uma interface química entre as plantas e o ambiente. Os estímulos 20 decorrentes do ambiente, no qual a planta se encontra, podem redirecionar a rota metabólica, ocasionando a biossíntese de diferentes compostos (BEZERRA et al., 2008). 2.3 Os metabólitos secundários Uma das características dos seres vivos é a presença de atividade metabólica. O metabolismo nada mais é do que o conjunto de reações químicas que ocorrem no interior das células. No caso das células vegetais, o metabolismo costuma ser dividido em primário e secundário (ASHIHARA et al., 1996). Entende-se por metabolismo primário o conjunto de processos metabólicos que desempenham uma função essencial no vegetal, tais como a fotossíntese, a respiração e o transporte de solutos. Os compostos envolvidos no metabolismo primário possuem uma distribuição universal nas plantas. Esse é o caso dos aminoácidos, dos nucleotídeos, dos lipídios, carboidratos e da clorofila (BRISKIN, 2000). Em contrapartida, o metabolismo secundário origina compostos que não possuem uma distribuição universal, pois não são necessários para todas as plantas CUNNINGHAM, et al., 1998). Como conseqüência prática, esses compostos podem ser utilizados em estudos taxonômicos (quimiossistemática). Embora o metabolismo secundário nem sempre seja necessário para que uma planta complete seu ciclo de vida, ele desempenha um papel importante na interação das plantas com o meio ambiente. Um dos principais componentes do meio externo cuja interação é mediada por compostos do metabolismo secundário são os fatores bióticos. Desse modo, produtos secundários possuem um papel contra a herbívora, ataque de patógenos, competição entre plantas e atração de organismos benéficos como polinizadores, dispersores de semente e microorganismos simbiontes. Contudo, produtos secundários também possuem ação protetora em relação a estresses abióticos, como aqueles associados com mudanças de temperatura, conteúdo de água, níveis de luz, exposição a UV e deficiência de nutrientes minerais (UEFUJI et al., 2003). 21 Existem três grandes grupos de metabólitos secundários: terpenos, compostos fenólicos e alcalóides (Figura 1). Os terpenos são elaborados a partir do ácido mevalônico (no citoplasma) ou do piruvato e 3-fosfoglicerato (no cloroplasto). Os compostos fenólicos são derivados do ácido chiquímico ou ácido mevalônico. Por fim, os alcalóides são derivados de aminoácidos aromáticos (triptofano, tirosina), os quais são derivados do ácido chiquímico, e também de aminoácidos alifáticos (ornitina, lisina) (WINKEL-SHIRLEY, et at., 2001). Figura 1. Principais vias do metabolismo secundário e suas interligações. Fonte: Metabolismo Secundário (Lázaro E. P. Peres) Pode se dizer que as plantas possuem dois tipos básicos de polímeros: os ácidos nucléicos (DNA e RNA) e as proteínas. Contudo, existe uma terceira classe de compostos que se assemelham aos polímeros. Trata-se dos terpenos. Na verdade, cada unidade básica dos terpenos é composta por uma molécula de cinco carbonos denominada isopreno ou isopentenilpirofosfato. Desse modo, os terpenos são classificados de acordo com o número de unidades de isopreno que entram na sua composição (Quadro 1). 22 Quadro – 1. Principais terpenóides encontrados nas plantas. ISOPRENOS 1 ÁTOMOS DE C 5 NOME ISOPRENO 2 10 MONOTERPENO 3 4 6 15 20 30 SEQUITERPENO DITERPENO TRITERPENO 8 40 N N Fonte: (Djerassi, 1970) TETRATERPENO POLISOPRENO EXEMPLOS CADEIA LATERAL das CITOCININAS PIRETRÓIDES e ÓLEOS ESSENCIAIS ABA e LACTONAS GIBERELINAS e TAXOL ESTERÓIDES e SAPONINAS CAROTENÓIDES BORRACHA Como pode ser observado no Quadro 1, alguns dos compostos vegetais importantes são terpenos ou possuem derivados de terpenos em partes de sua molécula. Dentre esses compostos, encontram-se algumas das principais classes de hormônios vegetais como, por exemplo, a Giberelina, Auxina (GILBERT, et al., 2001). Como mencionado anteriormente, os terpenos são montados por meio da justaposição sucessiva de unidades de cinco carbonos denominadas isopentenilpirofosfato (IPP). O IPP é derivado do ácido mevalônico ou mevalonato e dá origem a todos os outros terpenos (Figura 2). Contudo, é necessário salientar que, enquanto os monoterpenos (C10), sesquiterpenos (C15) e diterpenos (C20) são montados pela adição de uma molécula C5 de cada vez, os triterpenos (C30) são o resultado da junção de duas moléculas C15 (FPP) e os tetraterpenos de duas moléculas C20 (GGPP) (GIULIANO et al., 2000). 23 Figura 2. Biossíntese dos terpenos. Fonte: Metabolismo Secundário Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Lázaro E. P. Peres). A junção de duas unidades de isopreno ou isopentenilpirofosfato (IPP) forma o geranilpirofosfato (GPP), o qual é precursor dos monoterpenos. A adição de mais um IPP gera o farnesilpirofostato (FPP), o qual origina os sesquiterpenos. A adição de mais um IPP a um FPP origina o geranilgeranilpirofosfato (GGPP), sendo este o precursor dos diterpenos. A junção de dois FPPs dá origem aos triterpenos. De modo semelhante, são precisos dois GGPPs para obtermos um tetraterpeno (PERES, 2008). Os monoterpenos, devido ao seu baixo peso molecular, costumam ser substância voláteis, sendo portanto denominados óleos essenciais ou essências. Contudo nem todos os óleos voláteis são terpenóides; alguns podem ser compostos fenólicos (fenilpropanóides). Os monoterpenos podem ocorrer em pêlos glandulares (Lamiaceae), células parenquimáticas diferenciadas (Lauraceae, Piperaceae, Poaceae); canais oleíferos (Apiaceae) ou em bolsas lisígenas ou esquizolisígenas 24 (Pinaceae, Rutaceae) (Peres, 2008). Podem estar estocados em flores (laranjeira), folhas (capim-limão, eucalipto, louro) ou nas cascas dos caules (canelas), madeiras (sândalo, pau-rosa) e frutos (erva-doce). A função dos óleos essenciais nas plantas pode ser tanto para atrair polinizadores (principalmente os noturnos) quanto para repelir insetos (pragas). Entre o primeiro grupo, está o limoneno, o citral e a carvona, onde os memos estão dispostos na Figura 3 abaixo. Esses compostos são inseticidas naturais derivados do cravo-de-defunto (Chrysanthemum spp). A volatilidade desse inseticida tem sido bastante útil para o desenvolvimento dos conhecidos inseticidas domésticos para repelir pernilongos (PERES, 2008). Figura 3. Estrutura da Carvona, Citral e Limoneno (Peres, 2009). Muitos sesquiterpenos também são voláteis e, assim como os monoterpenos, estão envolvidos na defesa contra pragas e doenças. Dois exemplos são o gossipol (dímero de C15), o qual está associado à resistência a pragas em algumas variedades de algodão, e as lactonas, presentes na família Compositae e responsáveis pelo gosto amargo de suas folhas. Alguns sesquiterpenos são considerados fitoalexinas, como a rishitina de tomateiro. Contudo, a maior parte das fitoalexinas é, na verdade, compostos fenólicos (isoflavonóides) (GRUSAK et al., 2000). Os diterpenos normalmente estão associados às resinas de muitas plantas. Um exemplo é a resina cicatrizante de Hymenaea courbaril. Contudo, talvez o principal papel desempenhado por um diterpeno seja o das giberelinas, as quais são importantes hormônios vegetais responsáveis pela germinação de sementes, alongamento caulinar e expansão dos frutos de muitas espécies vegetais (DJERASSI, 1970). 25 Entre os triterpenos está uma importante classe de substâncias, tanto para vegetais quanto para animais. Trata-se dos esteróides, os quais são componentes dos lipídios de membrana e precursores de hormônios esteróides em mamíferos (testosterona, progesterona), plantas (brassinoesteróides) e insetos (ecdiesteróides) (Peres, 2008). Outra classe importante de triterpenos são as saponinas. Como o próprio nome indica, estas são prontamente reconhecidas pela formação de espuma em certos extratos vegetais, sendo semelhantes ao sabão porque possuem uma parte solúvel (glicose) e outra lipossolúvel (triterpeno). Nas plantas, desempenham importante papel na defesa contra insetos e microorganismos. Isso pode ocorrer de diversos modos. Um deles é a complexação das saponinas com esteróides dos fungos, tornando-os indisponíveis (OGITA et al., 2003). As plantas também podem desenvolver saponinas como análogos de hormônios esteróides de insetos. Esses análogos, denominadas fitoecdisonas, interferem no desenvolvimento dos insetos, tornando-os estéreis. Há inclusive a possibilidade de sintetizar hormônios animais a partir de saponinas. Isso tem ocorrido com a saponina diosgenina, derivada de Dioscorea macrostachya, para produção industrial da progesterona (Fig. 4). A produção industrial de hormônios animais a partir de saponinas vegetais causou uma significativa mudança no comportamento da sociedade contemporânea, pois foi a base da produção dos anticoncepcionais (DJERASSI, 1970). Outro triterpeno que tem mudado o comportamento da sociedade, ou pelo menos seus hábitos alimentares é o colesterol. Embora o colesterol seja um importante componente de membrana e precursor de hormônios esteróides, sua acumulação tem sido associada às doenças cardíacas. Tal constatação fez com que a população passasse a buscar alimentos com baixos níveis desses compostos. É comum encontrarmos em diversos produtos de origem vegetal, tais como óleos, azeites e margarinas, a indicação de que eles não contém colesterol. Nem poderia ser diferente, já que as plantas normalmente acumulam pouco colesterol devido a ação da enzima esterol metiltransferase. Essa enzima adiciona metil ou etil ao carbono 24 dos esteróides levando à acumulação de outros esteróides (sitosterol, campesterol) e não do colesterol, pois esse último não possui CH3 no carbono 24 (DIENER et al., 2000). 26 Figura 4. Estrutura química da saponina diosgenina e do hormônio esteróide progesterona (PERES, 2009). Outras saponinas que merecem destaque são a azadiractina, uma saponina do tipo limonóide presente no neem (Azadirachta indica), a tomatidina (um alcalóide esteroidal), a glicirrizina presente no alcaçuz (Glycyrrhiza blabra) e o protopanaxodiol extraído do ginseng (Panax ginseng). Embora essas saponinas tenham sido desenvolvidas pelas plantas para sua proteção, elas vêm sendo utilizadas pelo homem em diferentes aplicações, como inseticidas naturais (azadiractina) e remédios (protopanaxodiol e glicirrizina) (PERES, 2009). Os tetraterpenos mais conhecidos são os carotenos e as xantofilas. Esses compostos lipossolúveis desempenham um importante papel tanto nas plantas quanto nos animais. Nas plantas, basta dizer que os carotenóides fazem parte das antenas de captação de luz nos fotossistemas. Sem os carotenóides não haveria, portanto, a fotossíntese. Além disso, esses compostos são importantes antioxidantes e dissipadores de radicais livres gerados pela fotossíntese. Embora os vertebrados não sejam capazes de sintetizar carotenóides, esses compostos desempenham importantes funções no metabolismo animal. Além de o betacaroteno ser precursor da vitamina A (retinal), outros carotenóides, como o licopeno, são importantes dissipadores de radicais livres nos animais (PERES, 2008). Por fim, o último grupo de terpenóides é composto pelos polisoprenos. Entre esses compostos está a borracha: um terpeno formado por 1.500 a 15.000 unidades de isopreno. A borracha está presente no látex de diversas plantas, sendo a mais importante a seringueira (Hevea brasiliensis) (PERES, 2008). 27 2.4 Influência dos fatores abióticos na produção e rendimento de sobrenadante de óleo essencial de Lippia alba Dentre tais fatores, podem-se ressaltar as interações planta/ microrganismos, planta/insetos e planta/ planta; idade e estádio de desenvolvimento, fatores abióticos como luminosidade, temperatura, pluviosidade, nutrição, época e horário de colheita, bem como técnicas de colheita e pós–colheita. É válido ressaltar que estes fatores podem apresentar correlações entre si, não atuando isoladamente, podendo exercer influência conjunta no metabolismo secundário. Em estudos de campo e com plantas anuais, os efeitos da sazonalidade podem ser confundidos com alterações metabólicas, sob controle do processo de desenvolvimento hormonal, controlado pela planta, devendo assim ser considerados em conjunto (BLANK AF et al., 2005). 2.4.1 Temperatura e luminosidade A temperatura e a luminosidade apresentam papel relevante na fotossíntese, pois a interação destes fatores poderá garantir o ambiente ideal para o processo fisiológico (SOUZA et al., 2008). Apesar de as espécies terem se adaptado ao seu habitat natural, os vegetais são capazes de resistir a grandes variações de temperatura. Estas variações são responsáveis pelas alterações na produção de metabólitos secundários. Os óleos essenciais, na maioria das vezes, apresentam aumento em seu teor quando as plantas produtoras se encontram em ambientes com temperatura elevada, porém, em dias muito quentes, pode-se observar perda excessiva dos mesmos. A maior produção de metabólitos secundários sob altos níveis de radiação solar são explicadas devido ao fato de que as reações biossintéticas são dependentes de suprimentos de esqueletos carbônicos, realizados por processos fotossintéticos e de compostos energéticos que participam da regulação dessas reações (TAIZ e ZEIGER, 2004). 28 2.4.2 Nutrição De acordo com Corrêa Jr et al. (1994), Malavolta et, al., (1979) e Haag (1987), as plantas superiores necessitam de energia solar, armazenadas na forma de compostos de energia, como ATP e NADPH, CO, água, e de nutrientes. Hoje em dia, são conhecidos dezessete elementos essenciais ao crescimento dos vegetais, pois desempenham funções vitais no o desenvolvimento das plantas, sendo estes o carbono, o oxigênio e o hidrogênio, provenientes do ar e da água, e os nutrientes: nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre (macronutrientes), boro, cloro, cobre, cobalto, ferro, manganês, molibdênio e zinco (micronutrientes). Todos estes nutrientes provém do solo, com exceção do nitrogênio, que primeiramente, passa pelo processo de fixação (MATTOS et al., 1996). Segundo Martins et al. (1995), dentre todos os fatores que podem interferir nos princípios ativos de plantas, a nutrição é um dos que requerem maior atenção, pois o excesso ou a deficiência de nutrientes pode estar diretamente correlacionado à variação na produção de substâncias ativas. Segundo Martins et al. (1995) destas variações, o déficit de nitrogênio pode provocar redução no teor de alcalóides em lobélia (Lobellia inflata), sendo observada ação inversa para papoula (Papaver somniferum) e beladona (Atroppa belladona), as quais apresentaram aumento no teor de morfina e atropina. O fósforo também contribui para o aumento da concentração de atropina, assim como do Sobrenadante de Óleos essênciaiss essenciais em coentro (Coriandrum sativum) e funcho (Foeniculum vulgare), porém, o seu déficit no solo reduz a concentração de cumarinas em chambá (Justicia pectoralis var stenophilla), tendo como efeito mais prejudicial, a redução na produção de fitomassa, gerando uma redução na produção global do princípio ativo. Corrêa Jr. et al. (1994), afirmam que a deficiência de magnésio pode causar sensível diminuição na formação de princípios ativos, de modo geral, devido à diminuição da clorofila e, conseqüentemente, da taxa de fotossíntese. Avaliando a influência da nutrição mineral no rendimento e composição do Sobrenadante de óleo essencial de Ocimum basilicum (manjericão), Coriandrum sativum L. (coentro), Antethum graveolens L. (endro) e Mentha piperita L. (menta), Hornok (1983), relatou a ocorrência de variações e função dos quatro níveis de NPK 29 utilizados (N: 0; 80; 160 e 240 kg/ ha; P: 0; 50; 100 e 150 kg/ha; K: 0; 60; 120 e 180 kg/ha). Com o aumento do nível de fósforo, houve um aumento no Sobrenadante de Óleos essênciais essencial de menta e manjericão e redução no Sobrenadante de Óleos essênciais essencial e de fitomassa de endro. O aumento dos níveis de nitrogênio também incrementou o Sobrenadante de óleo essencial da menta e do manjericão, ocorrendo, porém, redução no percentual de mentol e linalol. Ainda em relação aos níveis de nitrogênio, os autores observaram aumento na produção de biomassa verde de endro e coentro, mas não de sementes. Houve incremento nos teores de mentol (em menta), linalol e estragol (no manjericão), à medida que os níveis de potássio foram elevados 2.4.3 Horário de colheita Ao longo do dia, pode-se observar que o aroma característico de cada planta torna-se mais acentuado, sendo possível acreditar que a concentração de óleos essenciais seja maior naquele período, ou que esteja ocorrendo alteração na proporção relativa entre os componentes deste mesmo óleo essencial. Assim, o horário de coleta das plantas torna-se um aspecto relevante na produção de óleos essenciais. A colheita torna-se o ponto crítico, pois se faz necessário que se defina o momento ideal para a mesma. Todas as pesquisas na área de metabólitos secundários de plantas medicinais deveriam ter como o principal objetivo, coincidir o momento de maior expressão de princípio ativo, neste caso, dos óleos essenciais, com o momento de maior rendimento de fitomassa, obtendo-se assim, o tão esperado sucesso (NASCIMENTO et al., 2006). Em ensaios realizados com Melissa officinalis, em dois horários de coleta, Blank et al. (2005) concluíram que houve inversão no percentual de compostos majoritários do óleo essencial, obtendo-se 49,0% de neral e 34,4% de geranial às 9h, e 34,1% e 50,8% às 15h para neral e geranial, respectivamente. Esta alteração na composição do Sobrenadante de óleo essencial pode ocasionar respostas diferenciadas em ensaios com fitopatógenos, pois, o composto responsável 30 provavelmente pela atividade biológica, pode ter sua concentração no Sobrenadante de óleo essencial alterada, devido a coletas em horários diferentes. Nascimento et al (2006) verificaram o efeito do horário de corte sobre o rendimento do Sobrenadante de óleo essencial de capim-limão (Cymbopogon sp.), bem como sobre o teor de citral, componente majoritário do seu óleo essencial. Os horários de corte pesquisados foram 7, 9, 11, 13, 15 e 17 horas. Houve diferença estatística entre os horários, sendo o corte realizado às 7 h o que apresentou maior rendimento (5,06 mL/kg). O maior percentual de citral ocorreu por ocasião do corte realizado às 13 horas (91,7%), porém, este é o horário de menor produção de óleo essencial. Carvalho-Filho et al. (2006) investigaram a interferência do horário de coleta (8h, 12h e 16h), associado à diferentes temperaturas de secagem (40° C, 50°C e 60°C), na composição do Sobrenadante de óleo essencial de folhas de manjericão (Ocimum basilicum cultivar Fino Verde). Os compostos majoritários deste Sobrenadante de óleo essencial são linalol e eugenol. Foi observado aumento na concentração de linalol proveniente do Sobrenadante de óleo essencial extraído do manjericão colhido às 16 horas e seco a 40º C, porém, a maior concentração de eugenol foi observada no Sobrenadante de óleo essencial extraído de folhas frescas, colhido às 16 horas. Estas alterações na composição química do Sobrenadante de óleo essencial podem ser explicadas pela conexão entre a variação de temperatura com a atividade metabólica das plantas. 2.4.4 Pós–colheita A composição do Sobrenadante de óleo essencial sofre alterações durante os processos de colheita e pós-colheita. Estas alterações ocorrem devido a conversões espontâneas, que ocorrem continuamente, acarretando mudanças na composição do óleo essencial. Com base nestes fatos, a comercialização torna-se um problema, já que a composição do Sobrenadante de óleo essencial deve ser préestabelecida como demanda de mercado (BEZERRA et al., 2008). Carvalho-Filho et al (2006), pesquisaram o rendimento e a composição do Sobrenadante de óleo essencial de Ocimum basilicum cultivar Fino Verde 31 (manjericão) submetido a diferentes temperaturas de secagem. Folhas, inflorescências e plantas frescas foram secas em estufa com circulação de ar forçada, em períodos de 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 11, 13 e 16 dias após a colheita, ele concluiu que a maior concentração de linalol, composto majoritário, foi obtida no quinto dia de secagem (86,8%), quando comparada à composição do Sobrenadante de óleo essencial extraído de material fresco (45,2%) Nas inflorescências, a maior concentração do linalol ocorreu no décimo primeiro dia (92,6%), contrastando com o material fresco (80,7%), o menor número de compostos do Sobrenadante de óleo essencial de folhas foi observado a partir do quinto dia de secagem. Não observaram a presença de cânfora na composição do Sobrenadante de óleo essencial de inflorescências de O. basilicum cultivar Fino Verde, sendo este um fato importante, já que este composto é importante na classificação aromática desta espécie.Guimarães et al. (2008) investigaram a estabilidade do Sobrenadante de óleo essencial de Cymbopogon citratus frente aos fatores luz e temperatura, visando condições de armazenamento capazes de manter a qualidade final do óleo essencial. Os componentes citral e mirceno sofreram degradação durante o período de armazenamento de 120 dias, tanto em presença quanto em ausência de luz. Com relação à temperatura, esta contribuiu para a degradação do mirceno, não se observando mesmo para o citral. Isto demonstra que este composto não sofre influência da temperatura no processo de degradação. Os autores concluíram que, por ser o citral o composto majoritário do Sobrenadante de óleo essencial de C. citratus, e de maior interesse pela indústria, o mesmo deve ser armazenado ao abrigo da luz, não necessitando, porém, de temperaturas muito baixas. De acordo com Solomons (2001), em presença de luz, compostos orgânicos podem gerar radicais devido à quebra homolítica de reações químicas, que podem reagir com outras moléculas, gerando novos radicais, bem como com o oxigênio atmosférico, gerando peróxidos, hiper-peróxidos, que são compostos instáveis capazes de serem transformados em novos radicais ainda mais reativos. 32 2.4.5 Estádio de desenvolvimento A idade e o estádio de desenvolvimento da planta podem influenciar não apenas a quantidade total de metabólitos secundários produzidos, mas a proporção relativa destes compostos. Tecidos mais jovens geralmente apresentam grande atividade biossintética, aumentando a produção de vários compostos, dentre estes, os óleos essenciais. Silva et al. (2003), estudando a relação entre o estádio de desenvolvimento e o Sobrenadante de Óleos essênciais essencial em plantas de Ocimum basilicum encontraram maior produtividade na colheita realizada aos dez meses após o plantio, em relação à colheita realizada aos cinco meses após o plantio. Nemeth et al. (1993) estudando espécies selvagens de Achillea crithmifolia sob diferentes condições ambientais e fases de desenvolvimento da espécie, verificaram que a proporção de cânfora no Sobrenadante de óleo essencial decresceu à medida que a planta avançou nas suas fases fenológicas, quando a mesma se encontrava em tanto em ambiente quente ou frio. Para 1,8 - cineol, o comportamento observado foi o contrário. Tavares et al. (2005) analisaram o Sobrenadante de óleo essencial de três quimiotipos de Lippia alba, provenientes de regiões diferentes, cultivados em condições semelhantes, avaliando-se, dentre outros fatores, a influência do período reprodutivo (floração) no rendimento e composição química dos óleos essenciais. A extração foi realizada quando as plantas se encontravam em crescimento vegetativo e durante a floração. A análise dos óleos essenciais mostrou que não houve variação na composição do Sobrenadante de óleo essencial com relação aos componentes majoritários (geranial e neral) nos dois estádios de desenvolvimento da planta (análise qualitativa). Já a análise quantitativa destes elementos mostra que a percentual de citral (geranial + neral), carvona e linalol sofreu uma ligeira diminuição durante a época de floração, observando-se aumento no percentual do limoneno. Os autores concluíram que a extração de Sobrenadante de óleo essencial de L. alba para a obtenção de citral, carvona e linalol deve ser efetuada em plantas em fase de crescimento vegetativo, estádio em que o rendimento do óleo e os teores dos componentes majoritários são maiores. Sanda et al. (2001) verificaram que o rendimento de Ocimum gratissimum em folhas frescas permaneceu relativamente 33 constante, em torno de 0,16 %, durante 05 meses de cultivo. Até os 03 meses, pcimeno foi o principal constituinte (23,0%), enquanto nos dois últimos meses o timol foi o constituinte majoritário (27-30%). Para O. basilicum, até o quarto mês o Sobrenadante de Óleos essênciais foi 0,26 %, mas decresceu para 0,14 %, do último mês de estudo. O principal constituinte foi o estragol que permaneceu praticamente constante durante a pesquisa (81-83%) (VOIRIN et al., 1990). 2.4.6 Sazonalidade A composição química e o Sobrenadante de Óleos essênciais essencial podem sofrer alterações durante as estações do ano. Colheitas de Ocimum gratissimum realizadas na Índia, durante a estação úmida e quente, proporcionaram incremento na produção de fitomassa, quando comparadas às colheitas realizadas no período mais frio e seco (Choudhury et al., 1986). Estudos realizados por Czepac (1996), nos quais avaliaram-se as freqüências de corte de Mentha arvensis, demonstraram que os menores rendimentos de fitomassa foram obtidos nos cortes efetuados no inverno. Pesquisas avaliando o efeito da sazonalidade associada à época de colheita na produção de fitomassa de L. alba, destacaram que os maiores rendimentos foram obtidos nos cortes realizados na primavera e no verão, sendo os menores obtidos no corte realizado no inverno (Castro, 2001). Silva et al. (2005), com o objetivo de verificar a influência da época e do horário de corte no rendimento e composição do Sobrenadante de óleo essencial de manjericão (O. basilicum) realizaram cortes às 8h e 16 h, em agosto de 1999 e janeiro de 2000. Os autores concluíram que a época de colheita influenciou o teor final do óleo essencial, apresentando, o Sobrenadante de óleo essencial colhido em janeiro, maior rendimento (2,26%) em relação ao Sobrenadante de óleo essencial colhido em agosto (1,06%). Não houve influência do horário de corte em relação à composição do óleo essencial, o qual apresentou, como compostos majoritários, o eugenol e o linalol. Porém, observou-se redução do teor de linalol no corte efetuado em janeiro (21,24%) quando comparado ao corte de agosto (25,03%). 34 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Área experimental Os experimentos foram conduzidos na Estação Experimental de Pesquisa (EEP), da Universidade Federal do Tocantins, Campus de Gurupi, localizada a 11° 43’ S e 49° 04’ N, a 278 m de altitude. O clima é do tipo B1wA’a’ úmido com moderada deficiência hídrica, segundo a classificação climática de Köppen (1948). A temperatura média anual é de 26 ºC, variando de 22 ºC a 32 ºC. A umidade relativa média do ar é de 76% e chove, em média, 1804 mm anualmente. O solo da área experimental é da classe Latossolo vermelho amarelo distrófico, com textura média, cuja análise química e é apresentada na Tabela 1. Os dados de precipitação pluviométrica e temperatura são apresentados no Quadro 2 e os dados de radiação solar são apresentados na figura 5. Tabela 1 - Análise química do solo coletado na área experimental na profundidade de 0-20 cm. Profund. pH P K Al3+ H + Ca2+ Mg2+ SB T V MO (cm) Al H2O mg dm-3 -----------------cmolc dm-3----------------% g m-3 0-20 5,62 3,98 4,6 0,00 3,56 2,04 0,71 43,7 6,3 43,7 22,9 35 Quadro 2. Dados de precipitação pluviométrica e temperatura do ano de 2011 em Gurupi – TO. Mês JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 2011 243,2 233,6 259,8 114,0 97,8 8,2 0,0 0,0 3,0 190,4 204,6 206,1 Mínima 21,6 21,9 22,4 21,9 20,6 17,7 17,6 18,3 20,5 21,9 21,8 21,7 Máxima 31,0 31,4 31,4 32,1 32,7 32,8 33,5 34,9 35,4 33,5 31,9 31,1 ANUAL 123,1 21,7 31,1 Fonte: Estação Climatológica da UFT - Campus de Gurupi. Figura 5. Média da radiação solar anual em Gurupi – TO NOV OUT SET AGO JUL JUN MÉDIA MAI ABR MAR FEV JAN 0 5000 10000 15000 Fonte: Estação Climatológica da UFT campus de Gurupi. 36 3.2 Experimentos Para se avaliar a produção do Sobrenadante de óleo essencial de Lippia alba em resposta a alguns fatores ambientais, foram realizados quatro experimentos de campo, no ano de 2011. O delineamento experimental de todos os experimentos foi o de blocos ao acaso, com três repetições, com parcelas medindo 3 m x 2 m e espaçamento entre plantas de 0,5 m x 0,5 m, contendo quatro linhas de seis plantas, totalizando vinte quatro plantas por parcela. Em cada parcela, foram consideradas como plantas úteis as quatro plantas centrais das duas linhas centrais, sendo todas as outras plantas consideradas bordadura. Na preparação das mudas, foram utilizadas estacas livres de patógenos. Foram retiradas, das plantas matrizes, estacas com 20 cm de comprimento e três gemas, e diâmetro superior a 0,5 cm. As mesmas foram colocadas para enraizar em bandejas de isopor com substrato comercial Plantimax – R, por aproximadamente 30 dias, antes de serem plantadas definitivamente no campo. Os tratos culturais foram realizadas manualmente com enxada de acordo com as necessidades, e durante o período de estiagem foi realizada irrigação utilizando um turno de rega de três dias utilizando o sistema tipo auto - propelido. A colheita das folhas, em todas as avaliações, foi realizada sempre no período da manhã entre 08h00min e 09h00min horas com exceção do experimento 03, que teve sua colheita escalonada de quatro em quatro horas durante 24 horas, em horários específicos. Os ramos das plantas eram colhidos a 10(dez) cm do solo e, imediatamente, retirada toda biomassa foliar, sendo acondicionada em sacos plásticos e transferidos ao Laboratório de Eco fisiologia Vegetal da UFT- Campus de Gurupi. A biomassa fresca foi pesada e depois secada em ambiente natural do laboratório, com temperatura em torno de 26ºC, por 48 horas. Após este tempo de secagem, pesava-se a biomassa desidratada das folhas. Na parte laboratorial, foi avaliado somente o sobrenadante do hidrolato liquido resultante da Hidrodestilação. Em cada parcela, eram amostradas 50 g de folhas desidratadas, triturando-as manualmente. Em seguida, estas amostras eram colocadas em balões de vidro de 1000 ml, adicionando-se 500 ml de água destilada, o qual foi colocado sobre uma manta aquecedora e acoplado ao aparelho do tipo Clevenger, para o procedimento de hidrodestilação do óleo. Após o período 37 ininterrupto de 1 hora de destilação, anotava-se o volume do sobrenadante do liquido resultante da hidrodestilação, e o cálculo do teor e rendimento foi feito pela seguinte fórmula: (Teor = Volume (mL)/m(g) X 100) obtido em cada amostra na escala milimétrica do condensador do clevenge de Acordo com a normativa proposta pela AMERICAN OIL CHEMISTS SOCIETY. Cada experimento é descrito a seguir: 3.2.1 - Avaliação de três quimiotipos de Lippia alba: quimiotipos I, II e III. O plantio no campo foi realizado em 03 (três) de fevereiro de 2011 e o tempo padrão de colheita foi de 90 dias após o plantio a campo. As estacas para produção de mudas foram retiradas do horto florestal da estação experimental do Campus de Gurupi e colocadas para brotação em casa de vegetação em bandejas de isopor utilizando substrato Plantimax sendo irrigada três vezes por dia até à brotação. 3.2.2 - Avaliação de quatro acessos de L. alba: procedentes dos municípios de Gurupi, Cariri, Figueirópolis e Alvorada, todos situados no sul do Estado do Tocantins. O plantio no campo foi efetuado em 26 de março de 2011e o tempo padrão de colheita foi de 90 dias após o plantio a campo.As estacas para produção de mudas foram retiradas em cada município e plantadas em bandejas de isopor com substrato Plantimax em casa de vegetação localizada no Campus experimental de Gurupi sendo irrigadas três vezes por dia até à brotação. 3.2.3 - Avaliação do horário de colheita: 0, 4, 8, 12, 16 e 20 horas. O plantio no campo foi realizado em 03 de fevereiro de 2011e a idade padrão de colheita foi de 90 dias após o plantio a campo. O quimiotipo escolhido para o plantio foi o QII (quimiotipo dois) em virtude da falta de material suficiente dos outros quimiotipos I e III. As estacas para produção de mudas foram retiradas do horto florestal da estação experimental Campus de Gurupi e plantadas em bandejas de isopor com substrato Plantimax em casa de vegetação e irrigadas três vezes por dia até à brotação. 3.2.4 – Avaliação da idade da planta: aos 60, 75, 90, 105 e 120 dias após o plantio definitivo. O plantio foi realizado em 25 de agosto de 2011. O horário padrão de corte foi de 60 dias após o plantio sendo utilizado no plantio o quimiotipo II (Q II).As 38 estacas para produção de mudas foram retiradas do horto florestal da estação experimental Campus de Gurupi e plantadas em bandejas de isopor com substrato Plantimax em casa de vegetação e irrigadas três vezes por dia até à brotação. 3.3 Análise estatística Os dados obtidos foram submetidos á análise de variância ANOVA, sendo posteriormente analisados pelo programa estatístico SISVAR, aplicando-se o teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade, e o teste F tanto a 5% quanto á 1% de probabilidade segundo Ferreira (2005). 3.4 Introdução dos trabalhos experimentais Considerando a importância dos óleos essenciais e os objetivos propostos no trabalho de pesquisa sobre Lippia alba, como também seu potencial de produção, foram avaliados em quatro experimentos respectivamente, os três quimiotipos, os quatro acessos provenientes do sul estado do Tocantins, horários e idade de colheita das plantas. Os resultados foram condizentes com os objetivos propostos, sendo que a maior produção de óleo ocorreu quando foi colhido ás oito horas da manhã, e a idade da planta com cento e vinte dias, após o plantio. Os quimiotipos I, II e III tiveram comportamento semelhantes no que diz respeito à produção de óleo essencial, pois de acordo com os resultados obtidos, não houve diferença significativa. Os acessos de Gurupi e de Cariri foram superiores aos acessos de Figueirópolis e de Alvorada, sendo que estes últimos foram semelhantes entre si em termos de produção de óleo essencial, de acordo com o teste Tukey a 5% de probabilidade. Nas plantas de erva cidreiras, Ehlert (2003) observou que a idade de colheita das folhas varia em função da época de plantio, influenciando na produção de matéria fresca e seca foliar, teor e composição do óleo essencial da planta. Para que se tenha uma melhoria na qualidade das plantas medicinais, é importante conhecer a influência dos fatores fisiológicos e ambientais para se estabelecer uma 39 tecnologia de produção, capaz de se obter um maior rendimento de compostos ativos de interesse. Contudo, o objetivo deste trabalho, foi avaliar o efeito do horário de colheita, idade das plantas e de acesso de ervas cidreiras na produção de óleo essencial nas condições climáticas de Gurupi, sul do estado do Tocantins. 40 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Avaliação dos três quimiotipos de Lippia alba Os resultados obtidos quanto à massa desidratada das folhas, teor e rendimento do Sobrenadante de óleo essencial dos três quimiotipos de L. alba são apresentados na Tabela 2 e os quadros abaixo se referem a análise de variância Peso de massa fresca, massa desidratada, teor de sobrenadante de óleo essencial e rendimento por planta, especificados respectivamente no quadro abaixo e realizados pelo SISVAR com o teste de hipótese “F á 5% e 1% de probabilidade”. Quadro 3. Anova do teor de sobrenadante de óleo essencial, peso de massa fresca, massa desidratada, e rendimento por planta respectivamente de Lippia alba. FV TRAT BLOCO ERRO TOTAL FV TRAT BLOCO ERRO TOTAL FV TRAT BLOCO ERRO TOTAL FV TRAT BLOCO ERRO TOTAL GL 2 2 4 8 GL 2 2 4 8 GL 2 2 4 8 GL 2 2 4 8 QM 8365,52 46547,97 8861,15 F 0,944 NS 5,253 NS CV (%) 19,77 QM 569,633 469,11 327,08 F 1,742 NS 1,434 NS CV (%) 12,01 QM 0,001 0,01 0,01 F 0,07 NS 1,00 NS CV (%) 12,15 QM 0,012534 0,00558 0,006666 F 1,880 NS 0,838 NS CV (%) 21,46 41 Tabela 2. Teor de óleo essencial (%), rendimento de óleo essencial (mL/planta) e massa desidratada das folhas (g), dos três quimiotipos de Lippia alba, no município de Gurupi - TO. QUIMIOTIP/CARAC Teor de óleo essencial (%) Massa Desidratadas das Folhas (g) Rendimento Óleo essencial/ Planta (mL) Massa Fresca das Folhas (g) QUIMIOTIPO I QUIMIOTIPO II QUIMIOTIPO III 1,92a 2,00a 2,00a 1,97 147.11a 164.49a 140.23a 150.61 0.34a 0.45a 0.34a 0,38 414.60a 646.05a 430.22a Média 505.30 CV (Teor de óleo essencial) = 12.15 % CV (Rendimento) = 21.46 % CV (Massa desidratada de Folhas) = 12.01 % CV (Massa Fresca) = 19,77 % Médias seguidas de mesma letra na linha não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o teste de Tukey a 5% de probabilidade. De acordo com os resultados obtidos, verifica-se não ter havido diferença significativa quanto ao teor, a massa desidratada das folhas e o rendimento de Sobrenadante de óleo essencial entre os três quimiotipos I, II e III, demonstrando que não houve diferença significativa dos quimiotipo sobre a produção quantitativa do Sobrenadante de óleo essencial e a biomassa de folhas de Lippia alba, nas condições experimentais entre os quimiotipos adquiridos. Os rendimentos dos três quimiotipos I, II e III foram os seguintes 13,6 Litros/há; 18 Litros/há e 13,6 Litros/há, considerando uma população de 40.000 plantas por hectare. Segundo Guimarães et al (2008), a composição quantitativa e qualitativa dos óleos essenciais de Lippia alba é determinada por fatores genéticos. Porém, outros fatores podem acarretar alterações significativas na produção dos metabólitos secundários. As variações na composição do óleo essencial e características morfológicas têm sido observadas dependendo da origem geográfica do material, o que levou à hipótese de que seria conseqüência da influência de fatores ambientais. (Retamar, 1994; Zoghbi et al.,1998). Segundo Tavares et al., (2005), Analisando o teor de óleo essencial de folhas de três quimiotipos de Lippia alba (Mill.) N. E. Br. (Verbenaceae) cultivados 42 em condições semelhantes observaram que as diferenças na composição e quantidade do de óleo essencial dos três quimiotipos não constituem produto da influência de fatores ambientais, mas refletem variação genotípica entre as plantas já que tais diferenças mantiveram-se em plantas cultivadas lado a lado em um mesmo canteiro. E que a extração de óleo essencial de L. alba para a obtenção de citral, carvona e linalol deve ser efetuada em plantas em fase de crescimento vegetativo quando o rendimento do óleo e os teores dos componentes majoritários são maiores. As informações encontradas pelos autores acima, reforçam os resultados obtidos para as características estudadas para os três quimiotipos em Gurupi-TO. 4.2 Avaliação de quatro acessos de Lippia alba Os resultados referentes ao teor, massa desidratada de folhas e rendimento de Sobrenadante de óleo essencial dos acessos de L. alba, procedentes de quatro municípios do sul do Estado do Tocantins são apresentados na Tabela 3 e os quadros abaixo se referem a análise de variância Peso de massa fresca, massa desidratada, teor de sobrenadante de óleo essencial e rendimento por planta, especificados respectivamente no quadro abaixo e realizados pelo SISVAR com o teste de hipótese “F á 5% e 1% de probabilidade”. Conforme os resultados obtidos, verificou-se que os teores dos óleos essenciais dos acessos de L. alba procedentes dos municípios de Gurupi e Cariri não diferiram entre si, tendo sido superiores aos teores dos óleos essenciais dos acessos de Figueirópolis e Alvorada, os quais, por sua vez, não diferiram entre si. Quanto à biomassa dos quatro acessos, não se constatou diferença significativa entre estes, tendo o rendimento de Sobrenadante de óleo essencial por planta apresentado a mesma tendência da variável Sobrenadante de Óleos essenciais, ou seja, rendimento de sobrenadante de óleo essencial por planta superior nos acessos de Gurupi e Cariri, os quais não diferiram entre si, também não havendo diferença significativa entre os acessos de Figueirópolis e Alvorada. 43 Quadro 4. Anova do teor de sobrenadante de óleo essencial, peso de massa fresca, massa desidratada, e rendimento por planta respectivamente de Lippia alba. FV TRAT BLOCO ERRO TOTAL FV TRAT BLOCO ERRO TOTAL FV TRAT BLOCO ERRO TOTAL FV TRAT BLOCO ERRO TOTAL GL 2 2 4 8 GL 2 2 4 8 GL 2 2 4 8 GL 2 2 4 8 QM 729,043675 8810,691633 817,687000 F 0,892 NS 10,775 ** CV (%) 11,68 QM 2386,283967 7951,707700 3991,743533 47012,728500 QM 0,349722 0,017500 0,009722 F 0,598 NS 1,992 NS CV (%) 10,53 F 35,971 ** 1,800 NS CV (%) 12,72 QM 0,026152 0,001128 0.000864 F 30,263 ** 1,306 NS CV (%) 15,33 1,306 Tabela 3. Teor (%) e rendimento de Sobrenadante de óleo essencial (mL/planta), Rendimento por planta, Massa desidratada das folhas (g) e massa fresca de acessos de Lippia alba procedentes de quatro municípios do sul do Estado do Tocantins, cultivados em Gurupi - TO. ACESSOS/CAR. GURUPI CARIRI FIG. ALVORADA Média Teor (%) 2,26a 2,00a 0,92b 1,00b 1,54 Rend/Planta 0.27a 0.26a 0.11b 0.11b 0.19 (mL) Massa 97.89a 110.02a 95.14a 89.25a desidratada 0,98 Folhas(g) Massa Fresca 286.32a 269.41a 279.22a 249.03a 272.99 Folhas(g) CV (Teor) = 12.72 % CV (Rendimento) = 15.33 % CV (Massa desidratada de Folhas) = 10.53 % CV (Massa Fresca Folhas) = 11,68 % Médias seguidas da mesma letra na linha não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o teste Tukey a 5% de probabilidade. 44 Os quadros abaixo se referem a análise de variância Peso de massa fresca, massa desidratada, teor de sobrenadante de óleo essencial e rendimento por planta, especificados respectivamente no quadro abaixo e realizados pelo SISVAR com o teste de hipótese “F á 5% e 1% de probabilidade”. Camêlo et al. (2011), avaliando o potencial agronômico de diferentes acessos de Lippia alba provenientes de regiões distintas (nas regiões da Bahia, Rio de Janeiro e Ceará), também observaram diferenças significativas na produção de óleo essencial. Segundo Sant’ana (2009), a pressão ambiental causa variabilidade genética intra-específica. A caracterização morfológica das espécies também é importante para o entendimento de adaptações ocorridas em diversas partes das plantas, como em estruturas secretoras que produzem os princípios ativos, e desta maneira influenciando a produção dos mesmos. Embora o nível de metabólitos secundários seja controlado geneticamente, a quantidade e a concentração desses compostos variam acentuadamente em função das condições ambientais. Apresentam-se como importantes fatores ambientais, a luz (intensidade e foto período), a latitude, a temperatura (mínima, máxima e média), o solo (propriedades químicas e físicas), os ventos, os macro e micro nutrientes e a disponibilidade hídrica. Esses fatores apresentam respostas diferenciadas nas diversas espécies estudadas, devendo-se considerar as condições ambientais ótimas para a máxima produção de cada espécie Palevitch, (1987). 45 4.3 Avaliação dos horários de colheita 1.5 y = 0,000x3 - 0,010x2 + 0,048x + 1,207 R² = 0,506 Teor de Óleo essêncial 1.3 1.1 0.9 0.7 0.5 0 4 8 12 Horário de Colheita 16 20 Figura – 6. Gráfico referente ao teor de Sobrenadante de Lippia alba em Função do horário de colheita. A Tabela 4 e a figura 6 mostram que os maiores conteúdos de óleo foram encontrados nos horários de corte de zero, quatro e oito horas da manhã e o menor conteúdo foi encontrado no corte realizado ao meio dia devido á produção de óleo essencial ter sido influenciado pelos fatores do ambiente. Os conteúdos de óleo observados às 16 e 20 horas apresentaram valores semelhantes, estatisticamente, aos valores extremos. Conforme resultados obtidos por Nascimento (2006), onde o mesmo constatou que o corte realizado às 7 h foi o que apresentou maior rendimento com L. Alba, quando se observa uma maior concentração de citral, devido à influência das altas temperaturas na qualidade do óleo. Em ensaios realizados com Melissa officinalis em dois horários de corte, Blank et al. (2005) concluíram que houve inversão no percentual de compostos majoritários do óleo essencial, obtendo-se 49,0% de neral e 34,4% de geranial às 9h, e 34,1% e 50,8% às 15h para neral e geranial, respectivamente (resultados quantitativos). Esta alteração na composição do Sobrenadante de óleo essencial pode ocasionar respostas diferenciadas em ensaios com fitopatógenos, pois, o 46 composto responsável provavelmente pela atividade biológica, pode ter sua concentração no Sobrenadante de óleo essencial alterada, devido a coletas em horários diferentes. Martins e Santos (1995) mencionam que, de acordo com a substância ativa da planta, existem horários em que a concentração desses princípios é maior. No período da manhã é recomendado a colheita de plantas com óleos essenciais e alcalóides, e no período da tarde, de plantas com glicosídeos. Neste sentido os resultados obtidos da avaliação do horário de corte sobre o rendimento de óleo de capim citronela no Estado do Ceará (BORGES et al., 2002) mostraram que o corte às 9 horas da manhã proporcionou maior rendimento de Sobrenadante de óleo essencial dando um total de 1,71 mL.kg-1. Resultados semelhantes foram obtidos por Costa et al. (2004). Este critério é importante com relação a qualidade química do produto, pois uma baixa concentração da substância ativa no material pode levar a uma desconfiança na pureza do produto. Segundo Angelopoulou et al (2002), diferenças no rendimento e na composição química de óleos essenciais sobre a influência da época e horário de colheita tem sido relatado em muitas espécies. Em Cistus monspeliens, o rendimento do Sobrenadante de óleo essencial das folhas foi maior no mês de maio (0,21–0,45%) e menor em fevereiro (0,03–0,04%) (v/p) e quanto ao horário de colheita, o melhor rendimento foi às 18 horas nos meses de maio, agosto e fevereiro e às 12 horas no mês de novembro. Analisando os efeitos de diferentes horários de colheita sobre o conteúdo de Sobrenadante de óleo essencial de Ocimum selloi (Lamiaceae), Martins (1996) constatou que o maior conteúdo ocorreu pela manhã, não tendo havido alteração no teor de estragol (constituinte majoritário) entre os horários estudados. Presume-se que há, simultaneamente, dois padrões de resposta do metabolismo secundário aos estímulos ambientais: em um deles, as alterações produtivas dependem das variações climáticas sazonais, tendo maior dimensão, ocorrendo, porém, mais lentamente. No outro, as plantas respondem a estímulos que determinam modificações menores e mais rápidas, por exemplo, aquelas causadas pelas flutuações climáticas diárias (LEAL et al., 2001). 47 5.4 Avaliação da idade das plantas por ocasião da colheita Os resultados referentes ao teor, à massa desidratada de folhas e rendimento de Sobrenadante de óleo essencial de plantas de Lippia alba de cinco diferentes idades são apresentados na Tabela 5. y = 0.012x + 0.684 R² = 0.802 Teor de óleo essêncial 2.5 2 1.5 1 0.5 0 50 60 70 80 90 100 110 120 130 Idade Figura 7. Gráfico referente ao teor de Óleo essencial de Lippia alba em Função da Idade da Planta. De acordo com o gráfico acima, pôde-se observar que os menores teores de Sobrenadante de óleo essencial nas menores idades (60 e 75 dias), com tendência de aumento dos teores do Sobrenadante de óleo essencial de L. alba entre 90 e 120 dias de idade das plantas. 48 y = 0.007x - 0.328 R² = 0.924 0.7 Rendimento/Planta ( mL) 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 0 50 60 70 80 90 100 110 120 130 Idade Figura 8. Gráfico referente ao rendimento por Planta de Lippia alba em Função da Idade de colheita. De acordo com o gráfico acima, pôde-se observar que o rendimento por planta e massa foliar, este foi maior na colheita aos 120 dias após o plantio, conforme os resultados obtidos. Este fato foi possível, graças à produção de fotoassimilados, que aumenta de acordo com a massa foliar, durante o crescimento vegetativo. 800 y = 6.249x - 91.54 R² = 0.646 700 Massa fresca Folhas (g) 600 500 400 300 200 100 0 50 60 70 80 90 100 110 120 130 Idade Figura 9. Gráfico referente á Massa fresca das folhas de Lippia alba em Função da Idade de colheita. 49 Silva et al. (2003) avaliaram a relação entre o estádio de desenvolvimento e o teor de Óleo essencial em plantas de manjericão (Ocimum basilicum), aos cinco e dez meses após o plantio. Os autores relataram maior produtividade, teor e/ou rendimento de óleo essencial na colheita realizada aos dez meses após o plantio. Este fato foi também observado neste trabalho, sendo que as plantas mais velhas têm maior produção de Sobrenadante de óleo essencial devido à maior massa foliar e, como conseqüência, maior eficiência fotossintética, levando-as a produzir mais óleo essencial. Massa desidratadas de Folhas (g) 250 y = 2.006x - 33.47 R² = 0.750 200 150 100 50 0 50 60 70 80 90 100 110 120 130 Idade (dias) Figura 10. Gráfico referente á massa desidratadas de folhas da Planta de Lippia alba em Função da Idade de colheita. A idade e o estádio de desenvolvimento da planta podem influenciar, não apenas a quantidade total de metabólitos secundários produzidos, mas a proporção relativa destes compostos. Tecidos mais jovens, geralmente, apresentam grande atividade biossintética, aumentando a produção de vários compostos, dentre estes, os óleos essenciais (Camêlo et al., 2011). Tavares et al. (2005) analisando três quimiotipos de Lippia alba, observaram que a extração do óleo essencial para a obtenção de citral, carvona e linalol deve ser efetuada em plantas em fase de crescimento vegetativo, estádio em que o rendimento do óleo e os teores dos componentes majoritários são maiores. 50 Nas plantas de erva-cidreira, Ehlert (2003) observou que a idade de colheita das folhas varia em função da época de plantio (estações do ano), influenciando na produção de matéria fresca e seca foliar, teor e composição de óleo essencial da planta. Para a melhoria da qualidade das plantas medicinais, é importante conhecer a influência dos fatores fisiológicos e ambientais de acordo com o ambiente de cultivo, para estabelecer uma tecnologia de produção capaz de obter o maior rendimento de compostos ativos de interesse. 51 5 CONCLUSÕES A) Avaliação dos três Quimiotipos: Não houve diferença significativa entre os três quimiotipos de Lippia alba para as características estudadas nas condições edafoclimáticas de Gurupi a respeito do teor de óleo essencial e/ou sobrenadante, massa fresca e desidratada das folhas e rendimento por planta. B) Avaliação dos acessos: Os acessos de L. alba provenientes de Gurupi e Cariri não diferiram entre si e foram superiores aos acessos de Figueirópolis e Alvorada para as características analisadas, os quais não diferiram entre si quanto às características analisadas a respeito do teor de óleo essencial e/ou sobrenadante, massa fresca e desidratada das folhas e rendimento por planta. C) Avaliação do horário de colheita: Os maiores teores de óleo de L. alba foram encontrados nos horários de corte de zero, quatro e oito horas da manhã e o menor teor foi encontrado no corte realizado ao meio dia. Já os horários de 16 e 20 horas, são de produção intermediárias dentre os outros horários. D) Avaliação da Idade de colheita: No período avaliado, entre 60 e 120 dias, quanto maior for à idade da planta, maior será seu rendimento de óleo essencial, levando em consideração, tanto o Sobrenadante de Óleos essencial quanto a massa fresca e desidratada das folhas. 52 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUIAR, J.S. e Costa, M.C.C.D. (2005) Lippia alba (Mill.) N. E. Brown (Verbenaceae): levantamento de publicações nas áreas química, agronômica e farmacológica, no período de 1979 a 2004. Revista Brasileira de Plantas Medicinais. 8, 79-84. Albuquerque, U.P. & Andrade, L.H.C. 2002. Uso de recursos vegetais da caatinga: o caso do agreste do estado de Pernambuco (Nordeste do Brasil). Interciencia (7): 336-346. Albuquerque, U.P.; Monteiro, J.M.; Ramos, M.A. & Amorim, E.L.C. 2007. Medicinal and magic plants from a public market in northeastern Brazil. Journal Ethnopharmacology 110: 76-91. ALMEIDA, C.F.C.B.R. & ALBUQUERQUE, U.P. Uso de plantas e animais medicinais no estado de Pernambuco (Nordeste do Brasil): Um estudo de caso. Interciencia, v. 27 (6), 2002, p. 276-284. ALVES, R. R. N. & PEREIRA-FILHO, G. A. Commercialization and use of snakes on North and Northeastern Brazil: implications for conservation and management. Biodiversity and Conservation, v. 16, 2007, p. 969-985. ALVES, R.R.N. & ROSA, I.L. Why study the use of animal products in traditional medicines. Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine, v.1, 2005, p. 1-5. Amaral, F.M.M.; Coutinho, D.F.; Ribeiro, M.N.S. & Oliveira, M.A. 2003. Avaliação da qualidade de drogas vegetais comercializadas em São Luís, Maranhão. Revista Brasileira de Farmacognosia 13 (1): 27-30. AMERICAN OIL CHEMISTS SOCIETY. Official methods and recommended practices. Champaign, 1994. Amorozo, M.C.M. 2002. Uso e diversidade de plantas medicinais em Santo Antônio do Leverger, MT, Brasil. Acta Botanica Brasilica 16 (2): 189-203. 53 ANGELOPOULOU, D.; DEMETZOS, C.; PERDETZOGLOU, D. Diurnal and seasonal variation of the essential oil labdanes and clerodanes from Cistus monspeliens L. leaves. Biochemical Systematics and Ecology, v.30, p.189-203, 2002. ASHIHARA, H.; MONTEIRO, A. M.; GILLIES, F. M. & CROZIER, A. Biosynthesis of caffeine in leaves of coffee. Plant Physiology, 111:747-753, 1996. BEZERRA AME; MEDEIROS-FILHO S; OLIVEIRA, LDM; SILVEIRA ER. 2008. Produção e composição química da macela em função da época de colheita. Horticultura Brasileira 26: 26-29. BLANK AF. 2006. Influence of the harvesting time, temperature and drying period on basil (Ocimum basilicum L.) essential oil. Revista Brasileira de Farmacognosia 16: 24-30. BLANK AF; FONTES SM; OLIVEIRA AS; MENDONÇA MC; SILVA-MANN R.; ARRIGONIBLANK MF. 2005. Produção de mudas, altura e intervalo de corte em melissa. Horticultura Brasileira 3: 780-784. BLANK M.F., 2005. Produção de mudas, altura e intervalo de corte em melissa. Horticultura Brasileira 3: 780-784. BORGES, N.S.S.; INNECCO, R.; MATTOS, S. H.; NAGAO, E.O. Horário de corte no rendimento de ÓLEO ESSENCIAL de óleo essencial de capim citronela (Cynbopogon winterianus). Horticultura brasileira, v.20,n.2, 2002. Suplemento. CDROM. CAMARGO, R.C.R. Biologia floral da Lippia alba (Verbenaceae), atividade antibacteriana e caracterização de amostras de méis de Apis mellifera L. 2001. 99p. Dissertação (Doutorado em Zootecnia - Nutrição e Produção Animal) Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu. 54 Camêlo L. C. A., Blank A. F., Ehlert, C. R. D. Caracterização morfológica e agronômica de acessos de ervacidreira- brasileira [Lippia alba (Mill.) N. E. Br.]. VOL. 7, NUM. 5., Scientia Plena 2011. São Paulo – Brasil. Cañigueral, S.; Dellacassa, E. & Bandoni, A.L. 2003. Plantas Medicinales y Fitoterapia: indicadores de dependência o factores de desarrollo? Acta Farmacéutica Bonaerense 22 (3): 265-278. CARVALHO FILHO JLS; ALVES PB; EHLERT PAD; MELO AS; CAVALCANTI SCH; ARRIGONIBLANK MF; SILVA-MANN R; BLANK AF. 2006. Influence of the harvesting time, temperature and drying period on basil (Ocimum basilicum L.) essential oil. Revista Brasileira de Farmacognosia 16: 24-30. Carvalho, A.C.B.; Fernandez, M.G.; Santos, E.J.V.; Melo, A.F.M.; Medeiros, I.A. & Diniz, M.F.F.M. 2004. Avaliação legal da propaganda e publicidade de medicamentos fitoterápicos anunciados na Paraíba (Brasil). Acta Farmacéutica Bonaerense 23 (3): 413-417. CASTRO DM. 2001. Efeito da variação sazonal, colheita selecionada e temperaturas de secagem sobre a produção de biomassa, rendimento e composição de óleos essenciais de folhas de Lippia alba (Mill.)N. E. Br ex Britt. & Wilson (Verbenaceae). Botucatu: UNESP. 132 p. (Tese Doutorado). CHOUDHURY SM; BORDOLOI DN. 1988. Effect of sowing on the growth, yield and oil quality of Ocimum gratissimum Linn. Indian Perfum 30: 25-60. CUNNINGHAM, F. X. Jr & GANTT, E. Genes and enzymes of carotenoid biosynthesis in plants. Annual Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology, 49:557-583, 1998. CZEPAC MP. 1996. Produção de óleo bruto e mentol cristalizável em oito freqüências de colheita da menta (Mentha arvensis L). Piracicaba, ESALQ – USP. 45 p. (Dissertação Mestrado). 55 DIENER, A.. C.; LI, H.; ZHOU, W-X.; WHORISKEY, W. J.; NES, W. D. & FINK, G. R. STEROL METHYLTRANSFERASE 1 controls the level of cholesterol in Plants. The Plant Cell, 12:853-870, 2000. DJERASSI, C. Birth control after 1984. Science, 169:941, 1970. Duarte, M.C.T.; Figueira G.M.; Sartoratto A.; Rehder V.L.G. e Delarmelina C. (2005) Anti-Candida activity of Brazilian medicinal plants. Journal of Ethnopharmacology, 305-311. EHLERT, P. A. D. “Épocas de plantio, idades e horários de colheita na produção e qualidade do ÓLEO ESSENCIAL de óleo essencial de Lippia alba (Mill.) N. E. Br., quimiotipo limoneno-carvona”. 2003. 106. Tese (Doutorado em Agronomia) Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciências Agronômicas, Botucatu, 2003. Eldin, S. & Dunford, A. 2001. Fitoterapia na atenção primária à saúde. São Paulo, Manole. Engelke, F. 2003. Fitoterápicos e Legislação. Jornal Brasileiro de Fitomedicina 1(1): 10-15. Farias, M.R. 2001. Avaliação da qualidade de matérias-primas vegetais. Pp. 197220. In: C.M.O. Simões (ed.). Farmacognosia: da planta ao medicamento. Florianópolis, Universidade Federal de Santa Catarina. FERREIRA, D.F. Análises estatísticas por meio do Sisvar para Windows versão 4.0. In...45a Reunião Anual da Região Brasileira da Sociedade internacional de Biometria. UFSCar, São Carlos, SP, Julho de 2000. p.255-258. FREITAS, A. Estrutura de mercado do segmento de fitoterápicos no contexto atual da indústria farmacêutica brasileira. 2007. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal /arquivos/pdf/estudo_fitoterapicos.pdf>. Acesso em 12 mar. 2009. 56 GILBERT, K. G.; COOKE, D. T. Dyes from plants: past usage, present understanding and potential. Plant Growth Regulation, 34:57-69, 2001. GIULIANO, G.; AQUILANI, R. & DHARMAPURI, S. Metabolic engineering of plant HAAG HP. 1987. A nutrição mineral e o ecossistema. In: CASTRO, R. C. et al. Ecofisiologia da produção agrícola. Piracicaba: Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato. p. 49-69. HORNOK L. 1983. Influence of nutrition on the yield and content of active compounds in some essential oil plants. Acta Horticulturae 132: 239-247. Judd, W.S.; Campbell, C.S.; Kellog, E.A. e Stevens, P.F. (1999) Plant Systematics: a phylogenetic approach. Sinauer Associates , Inc. USA. 349p. JULIÃO, L.S.; TAVARES, E.S.; LAGE, C.L.S.; LEITÃO, S.G. Cromatografia em camada fina de extratos de três quimiotipos de Lippia alba (Mill) N. E. Br. (ervacidreira). Revista Brasileira de Farmacognosia,13 (1): 36-38 (2003). KÖPPEN, W. 1948. Climatologia. Fondo de Cultura Económica. México. Leal, L.K.A.M.; Oliveira, V.M.; Araruna, S.M.; Miranda, M.C.C. e Oliveira, F.M.A. (2003). Análise de timol por CLAE na tintura de Lippia sidoides Cham. (alecrimpimenta) produzida em diferentes estágios de desenvolvimento da planta. Revista Brasileira de Farmacognosia. 13, 09 -11. LEAL, T.C.A.B. et al. Avaliação do efeito da variação estacional e horário de colheita sobre o teor foliar de ÓLEO ESSENCIAL de óleo essencial de capim cidreira (Cymbopogon citratus (DC) Stapf). Revista Ceres, v.48, n.455, p.445- 53, 2001. Lewinsohn, E.; Dudai, N.; Tadmor, Y.; Katzir, I.; Ravid, U.; Putievsky, E. & Joel, D.M. 1998. Histochemical localization of citral accumulation in lemongrass leaves (Cymbopogon citratus (DC.) Stapf., Poaceae). Annals of Botany 81: 35-39. 57 LORENZI, H.; MATOS, F.J.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas cultivadas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum. 512 p (2004). MALAVOLTA E; VITTI G.C; OLIVEIRA SA. 1979. Avaliação do estado nutricional das plantas: princípios e aplicações. 2. ed. rev. e atual. Piracicaba: POTAFOS. 319p. MARTINS ER; CASTRO DM; CASTELLANI DC; DIAS JE. 1995. Plantas medicinais. Viçosa: UFV, Imprensa universitária. 22p. MARTINS, E.R. Morfologia interna e externa, caracterização isozimática e ÓLEO ESSENCIAL de óleo essencial de Olimum selloi Benth. 1996. 93p. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. MARTINS, E.R.; SANTOS, R.H.S. Plantas medicinais: uma alternativa terapeutica de baixo custo. Viçosa: UFV, Imprensa Universitária, 1995. 26p. MATOS, F.J.A. As ervas-cidreira do Nordeste do Brasil – Estudo de três quimiotipos de Lippia alba (Mill.) N. E. Brown (Verbenaceae) Parte I – Farmacognosia. MATTOS JKA. 1996. Plantas medicinais: aspectos agronômicos. Brasília: Edição do autor.51 p. MATTOS, S. H.; INNECCO, R.; MARCO, C. A.; ARAÚJO, A. V. Plantas medicinais e aromáticas cultivadas no Ceará: tecnologia de produção e óleos essenciais. Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil, 2007. p. 61-63.(série BNB - ciência e tecnologia 2) Melo, J.G.; Nascimento, V.T.; Amorim, E.L.C.; Lima, C.S.A. & Albuquerque, U.P. 2004. Avaliação da qualidade de amostras comerciais de boldo (Peumus boldus Molina), pata-de-vaca (Bauhinia spp.) e ginco (Ginkgo biloba L.). Revista Brasileira de Farmacognosia 14(2): 111-120. 58 Metcalfe, C.R. e Chalk, L. (1950) Anatomy of the dicotyledons II. Claredon, Oxford. 1500p. MING, L.C. Influência de diferentes níveis de adubação orgânica na produção de biomassa e ÓLEO ESSENCIAL de Óleos essênciaiss essenciais de Lippia alba (Mill.) N.E.Br. -Verbenaceae. Curitiba: UFPr, 1992, 206 p. (Tese mestrado). NASCIMENTO IB; INNECCO R; MATOS SH; BORGES NSS; MARCO CA. 2006. Influência do horário de corte na produção de ÓLEO ESSENCIAL de óleo essencial de capim santo (Andropogum sp.). Revista Caatinga 19: 123-127. Nascimento, J.E.; Lacerda, E.U.; Nascimento, V.T.; Melo, J.G.; Alves, B.S.; Silva, L.G.M.; Ramos, M.A.; Lima, C.S.A.; Albuquerque, U.P. & Amorim, E.L.C. 2005a. Produtos a base de plantas medicinais comercializados em Pernambuco – Nordeste do Brasil. Acta Farmacéutica Bonaerense 24(1): 113-122. OGITA, S.; UEFUJI, H.; YAMAGUCHI, Y.; KOIZUMI, M.; SANO, H. Producing decaffeinated coffee plants. Nature, 423:823, 2003. PALEVITCH, D. Recent advances in the cultivation of medicinal plants. Acta Horticulturae, v.208, p.29-34, 1987. PASCUAL, M.E.; SLOWING, K.; CARRETERO, E.; MATA, D.S.; VILLAR, A. Lippia: Pereira, R.S.; Sumita, T.C.; Furlan, M.R.; Jorge, A.O.C. & Ueno, M. 2004. Atividade antibacteriana de óleos essenciais em cepas isoladas de infecção urinária. Revista de Saúde Pública (2): 326-328. Peres, L.E.P. METABOLISMO SECUNDÁRIO DE PLANTAS - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba, São Paulo – 2008 Pimenta, M.R.; Fernandes, L.S.; Pereira, U.J.; Garcia, L.S.; Leal, S.R.; Leitão, S.G.; Salimena, F.R.; Viccini, L.F. e Peixoto, P.H.P. (2007) Floração, germinação e estaquia em espécies de Lippia L. (Verbenaceae). Revista Brasileira de Botânica. 59 30, 211-220. Porto Alegre/Florianópolis. Editora da UFSC/ Editora da Universidade UFRGS. Ramos, M.A.; Albuquerque, U.P. & Amorim, E.L.C. 2005. O comércio de plantas medicinais em mercados públicos e feiras livres: um estudo de caso. Pp. 127163. In: U.P. Albuquerque; C.F.C.B.R. Almeida & J.F.A. Marins, (orgs.). Tópicos em Conservação, Etnobotânica e Etnofarmacologia de Plantas Medicinais e Mágicas. Recife, NUPEEA. Retamar JA 1994. Variaciones fi toquimicas de la especie Lippia alba (salvia morada) y sus aplicaciones en la química fina. Essenze Derivati Agrumari 16: 5560. Salimena, F.R.G. (2002) Novos sinônimos e tipificação em Lippia SCT. Rhodolippia (Verbenaceae). Darwiniana. 40, 121-125. Sano S.M. e Almeida, S.P. (1998) Cerrado: ambiente e flora. Planaltina: EMBRAPACPAC 556p. SANTOS, M.R.A.; INNECCO, R.; FERNANDES, C.F. Efeitos da altura de corte de erva-cidreira (Lippia alba) na produção de biomassa e óleo essencial. Boletim de pesquisa e desenvolvimento / EMBAPA Rondônia, 35:1677-8618 (2006). SILVA F; SANTOS RHS; DINIZ ER; BARBOSA LCA; CASALI VWD; LIMA RR. 2003. Teor e composição do ÓLEO ESSENCIAL de óleo essencial de manjericão (Ocimum basilicum L.) em dois horários e duas épocas de colheita. Revista Brasileira de Plantas Medicinais 6: 33-38. SILVA, S.R., BUITRÓN, X., OLIVEIRA, L.H. & MARTINS, M.V.M. Plantas medicinais do Brasil: aspectos gerais sobre legislação e comércio. Relatório Final. Ministério de Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha & IBAMA. TRAFFIC, south America: published reports. América do Sul: 2001. 63 p. 60 SIMÕES, O. C. M.; SCHENKEL, E. P.; GOSMANN, G.; DE MELLO, J. C. P.; MENTZ, L. A.; PETROVICK, P. R. Farmacognosia: da planta ao medicamento. SOLOMONS TWG.. 2006. Química orgânica. 7ª. Ed. Rio de Janeiro: Editora Livros Técnicos e Científicos. v.1. SOUZA J.R.P.; MORAIS, H.; CARAMORI, P.H.; JOJANNSSON, L.; MIRANDA, L.V. 2008. Desenvolvimento da espinheira-santa sob diferentes intensidades luminosas e níveis de poda. Horticultura Brasileira 26: 40-44. Souza, V.C. e Lorenzi, H. (2005) Botânica Sistemática: um guia ilustrado para identificação das famílias de angiospermas da flora brasileira, baseado em APG II, Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum. TAIZ, L; ZEIGER, E. 2004. Fisiologia vegetal. 3ª ed. Rio de Janeiro: Ed. Artmed. 720 p. Tavares E.S.; Julião L.S.; Lopes D.; Bizzo H.R. Análise do ÓLEO ESSENCIAL de óleo essencial de folhas de três quimiotipos de Lippia alba (Mill.) N. E. Br. (Verbenaceae) cultivados em condições semelhantes. Rev. bras. farmacogn. vol.15 nº.1 João Pessoa Jan./Mar. 2005 traditional uses, chemistry and pharmacology: a review. Journal of Ethnopharmacology, 76: 201- UEFUJI, H.; OGITA, S.; YAMAGUCHI, Y.; KOIZUMI, N.; SANO, H. Molecular cloning and functional characterization of three distinct N-methyltransferases involved in the caffeine biosynthetic pathway in coffee plants. Plant Physiology, 132:372-380, 2003. VENTRELLA, M.C. Produção de folhas, ÓLEO ESSENCIAL de óleo essencial e anatomia foliar quantitativa de Lippia alba (Mill.) N. E. Br. (Verbenaceae) em diferentes níveis de sombreamento e épocas de colheita. Tese de doutorado em Horticultura da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”/Faculdade de Ciências Agronômicas, 2000, 84 p. 61 VIEIRA, R.A. 2001. Validação científica de plantas medicinais como fator catalisador no desenvolvimento da indústria farmacêutica nacional. Revista Saúde e Ambiente 2(1/2): 57- 64. VOIRIN, B; BRUN, N; BAYET, C. 1990. Effects of day length on the monoterpene composition of leaves of M. x piperita. Phytochemistry 29: 749-755. YAMAMOTO, P.Y. Interação Genótipo X Ambiente na Produção e Composição de Óleos Essenciais de Lippia alba (Mill.) N. E.Br. Dissertação (de Mestrado)Instituto Agronômico (IAC), Campinas, 2006. SIQUEIRA, W.J. Performance of ginger Grass (Lippia alba) for traits related to the production of essencial oil. Scientia Agricola, 65 (5): 481-489 (2008). Zoghbi MGB, Andrade EHA, Santos AS, Silva MH, Maia JGS 1998. Essential oils of Lippia alba (Mill) N. E. Br growing wild in the Brazilian Amazon. Flavour Frag J 13: 47-48.