Câncer de Pulmão Todos os tipos de câncer

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Prof. Dr. Luis Carlos Losso
Medicina Torácica
Cremesp 18.186
Câncer de Pulmão
Todos os tipos de câncer podem se desenvolver em nossas células, as
unidades básicas da vida. E para entender o câncer, precisamos saber
como as células normais tornam-se cancerosas. O corpo é feito por
muitos tipos diferentes de células e normalmente elas crescem, se
dividem e morrem para manter o corpo saudável e funcionando
adequadamente. Algumas vezes, entretanto, células anormais surgem
e crescem. Essas novas células extras, podem formar uma massa
tumoral benigna ou maligna.
Tumores benignos não são cânceres. Eles frequentemente podem ser
removidos e, na maioria dos casos, não se espalham para outras
partes do corpo. Mais importante, os tumores benignos não encurtam
a vida.
Tumores malignos são cânceres. As células nos tumores malignos são
anormais e dividem-se mais ou menos rapidamente. Estas células
cancerosas podem invadir e destruir os tecidos normais de seu
entorno. As células cancerosas podem entrar na corrente sanguínea ou
no sistema linfático (os tecidos e canais que carregam as células
brancas que lutam contra infecções e outras doenças). Isto resulta na
disseminação do tumor do local original (primário) para formar novos
tumores em vários outros órgãos (metástases).
Os cânceres que se originam nos pulmões são divididos em dois tipos
principais, o câncer de pulmão de células não-pequenas e o câncer de
pulmão de células pequenas, dependendo de como as células são
vistas ao microscópio. Cada tipo de câncer de pulmão cresce e se
espalha de maneiras diferentes e é tratado diferentemente.
O câncer de pulmão de células não-pequenas é mais comum e
geralmente cresce e se espalha mais lentamente. Existem três tipos
principais de câncer de pulmão de células não-pequenas. Eles são
chamados pelo tipo de célula na qual o câncer se desenvolve:
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carcinoma de células escamosas (também chamado de carcinoma
epidermóide), adenocarcinoma e carcinoma de grandes células.
O carcinoma broncogenico de células pequenas é menos comum; este
tipo de câncer de pulmão cresce mais rapidamente e se espalha mais
facilmente para outros órgãos do corpo.
A probabilidade que o fumante desenvolver câncer depende da idade
na qual começou a fumar, há quanto tempo tem fumado, o número de
cigarros fumados por dia e quão profundamente inala a fumaça do
cigarro. Parar de fumar reduz grandemente o risco de uma pessoa
desenvolver câncer de pulmão. A chance de desenvolver câncer de
pulmão é aumentada pela exposição à fumaça do tabaco no ambiente,
o que é chamado de fumo passivo.
Algumas partículas suspensas no ar ou gases, quando inaladas, como
asbesto e radônio, são fatores de risco de câncer de pulmão, que
aumentam ainda mais nos trabalhadores que fumam. Doenças
pulmonares como a tuberculose aumentam a chance das pessoas
desenvolverem câncer de pulmão o qual tende a surgir em áreas de
cicatrizes da tuberculose. Uma pessoa que teve um câncer de pulmão
uma vez, tem maior chance de desenvolver um segundo câncer de
pulmão em comparação a uma pessoa que nunca teve câncer de
pulmão. Parar de fumar após o diagnóstico de câncer de pulmão pode
prevenir o desenvolvimento de um segundo câncer.
Sinais e sintomas comuns de câncer de pulmão incluem tosse que não
cessa ou que piora com o tempo, dor torácica constante, escarro com
sangue, falta de ar, chiado ou rouquidão, pneumonias ou infecções
bronquiais de repetição, edema no pescoço e na face, perda de apetite
ou perda de peso e fadiga
A história médica, de tabagismo, a exposição a substancias ambientais
e ocupacionais, a história familiar de câncer, o exame físico e uma
radiografia do tórax fazem parte da avaliação inicial; outros exames de
imagem são utilizados para melhor caracterização da doença.
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A tomografia computadorizada é usualmente realizada para avaliar um
nódulo pulmonar, uma massa pulmonar, linfonodos e o restante da
cavidade torácica em detalhes. A tomografia computadorizada com
emissão de pósitrons (PET-CT) é técnica relativamente recente de
medicina nuclear que tem se mostrado muito útil na avaliação da lesão
pulmonar e também de todo o corpo para a busca de qualquer
evidência de que o tumor tenha se disseminado para linfonodos ou
outras órgãos do corpo humano. A imagem obtida por ressonância
magnética pode ser parte da investigação de um massa tumoral
especialmente para avaliar o cérebro, vasos e ossos.
Para confirmar a presença de câncer de pulmão, o médico deve
examinar o tecido suspeito do pulmão. Uma biópsia – a remoção de
um pequeno fragmento de tecido para exame sob um microscópio por
um patologista – pode mostrar se uma pessoa tem câncer. Para obter
este tecido, diversos exames podem ser realizados. Pela broncoscopia,
um aparelho é introduzido através do nariz ou da boca para examinar
a traqueia e os brônquios. Através deste tubo, é possível coletar
células ou pequenas amostras de tecido. Pela punção aspirativa ou
biópsia percutânea, uma agulha é inserida através da parede do tórax
até o tumor para remover uma amostra de tecido. Quando há derrame
pleural de causa indeterminada a toracocentese usa uma agulha, pela
qual é removida uma amostra de líquido pleural, que envolve os
pulmões, para ver se encontra células cancerosas. A
videomediastinoscopia é um procedimento minimamente invasivo
onde uma pequena incisão de dois centímetros é realizada na base do
pescoço para remover linfonodos, o que permite diagnosticar um
câncer e indicar a extensão do tumor auxiliando na determinação do
tratamento apropriado. Se ainda assim não se alcançou diagnóstico a
realização de uma videotoracoscopia minimamente invasiva permite
que uma biópsia seja obtida com a realização de dois ou três
pequenos orifícios na parede do tórax; uma câmera inserida por uma
das incisões permite ao cirurgião a visão direta para a obtenção de
amostras do tumor para exame. A toracotomia, uma operação
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convencional para abrir o tórax, é algumas vezes necessária para
diagnosticar o câncer de pulmão.
Se o diagnóstico de uma lesão pulmonar é câncer, é necessário
estabelecer o estágio (ou extensão) da doença. O estadiamento é feito
para saber se o câncer se espalhou e se isto aconteceu, para que parte
do corpo. O câncer de pulmão frequentemente se espalha para o
cérebro, ossos e fígado. O conhecimento do estágio da doença orienta
o médico a planejar o tratamento.
O tratamento depende de vários fatores, incluindo tipo de câncer de
pulmão, o tamanho, localização e extensão do tumor e a saúde geral
do doente. Muitos tratamentos diferentes e combinações de
tratamento podem ser usados para controlar o câncer de pulmão e/ou
melhorar a qualidade de vida reduzindo os sintomas.
O tipo de operação para remover um câncer depende da localização
do tumor e de seu tamanho no pulmão. A operação mais comum para
câncer de pulmão é a lobectomia que consiste na retirada de um dos
lobos de um pulmão. A cirurgia torácica minimamente invasiva tem se
firmado como operação de escolha em portadores de doença em fase
inicial. Em situações bem definidas ressecções limitadas menos
extensas podem ou devem ser realizadas; por outro lado as vezes é
necessária uma pneumonectomia que é a retirada de um pulmão
inteiro. Alguns tumores são irressecáveis (não podem ser removidos
pela operação) devido ao tamanho ou localização e alguns doentes
não podem ser operados por outras razões médicas.
Mesmo depois que um câncer do pulmão foi removido, as células
cancerosas podem ainda estar presentes em outros órgãos. O uso de
medicamentos para matar as células cancerosas pelo corpo podem ser
necessários para controlar o crescimento do câncer ou para aliviar os
sintomas. A maioria dos medicamentos contra o câncer são
administrados por injeção diretamente na veia ou por meio de um
cateter, um tubo fino que é colocado numa veia de maior diâmetro e
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permanece lá o tempo que for necessário. Alguns medicamentos
contra o câncer são administrados sob a forma de comprimidos.
Radioterapia é outra medida para o tratamento adjuvante; envolve o
uso de raios de alta energia para matar as células cancerosas. A
radioterapia é dirigida por uma área limitada e afeta células
cancerosas apenas naquela área. A radioterapia pode ser usada antes
da operação para encolher um tumor, ou depois da operação para
destruir quaisquer células cancerosas que permanecem na área
tratada. Os médicos também usam a radioterapia, frequentemente
combinada com a quimioterapia, como tratamento primário ao invés
da operação. A radioterapia pode também ser usada para aliviar
sintomas tais como a falta de ar.
Os efeitos colaterais do tratamento de câncer dependem do tipo de
tratamento e podem ser diferentes para cada pessoa. Os efeitos
colaterais são frequentemente temporários. Os médicos devem
explicar os possíveis efeitos colaterais do tratamento e eles podem
sugerir maneiras para ajudar a aliviar os sintomas que podem ocorrer
durante e depois do tratamento. A operação para o câncer de pulmão
é uma operação de grande porte. Os doentes necessitam de
fisioterapia pós-operatória para recuperar a capacidade pulmonar. Dor
ou fraqueza no tórax e no braço e falta de ar são efeitos comuns da
operação do câncer de pulmão. Os doentes podem precisar várias
semanas ou meses para recuperar sua energia e força. A quimioterapia
afeta as células cancerosas e normais. Os efeitos colaterais dependem
do tipo de droga e da dose. Os efeitos colaterais comuns incluem
náuseas, vômitos, perda de cabelo, úlceras na boca e fadiga. A
radioterapia, como a quimioterapia, afeta tanto as células normais
como as cancerosas. Os efeitos colaterais dependem de parte do
corpo que está sendo tratada e da dose do tratamento. Efeitos
colaterais comuns são garganta dolorosa e seca; dificuldade de
engolir, fadiga; mudanças na pele no local do tratamento; e perda do
apetite.
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O acompanhamento após o tratamento do câncer de pulmão é muito
importante. Exames regulares permitem detectar alterações no estado
de saúde e verificar se o câncer voltou ou um novo câncer surgiu de
modo que possa ser tratado logo que possível.
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