TRATAMENTO DE SEMENTES DE FEIJÃO COM PÓ DE ROCHA (1) Andressa Alves Moreira (2) Fagan (1) (2) (1) ; Aurélio Carneiro Soares Moreira ; Evandro Binotto (1) ; Lourranny Tavares Correa (2) ; Luís Henrique Soares Graduando em Agronomia do Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM. [email protected] Professor do curso de Agronomia do Centro Universitário de Patos de Minas – UNIPAM. INTRODUÇÃO O feijão (Phaseolus vulgaris L.) é um dos mais importantes componentes da dieta alimentar do brasileiro, sua produção vem aumentando gradativamente. De acordo com dados da COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO - CONAB (2014) a estimativa de produção de feijão teve um aumento de até 2,3% em relação ao período anterior, e a primeira safra poderá ter um ganho de até 4%. Segundo Borkert et al. (1994), um dos fatores que pode reduzir essa produtividade, é o ataque de pragas e doenças, que dependendo da espécie da praga ou da doença, da cultivar utilizada, da época de semeadura e da região de cultivo, as perdas podem chegar a 100%. Para o controle destas é necessário o uso de agroquímicos e também amplificar a resistência das plantas (BORKERT et al., 1994). Alguns autores indicam um composto de terra mineral constituído de pó de rocha pode aumentar significativamente a resistência contra doenças e pragas, além de atuar na maior sanidade do estado vegetativo da planta (SFREDO; BORKET, 2004). Contudo, um ponto que ainda deve ser estudado é a influência desse produto no crescimento das plantas, uma vez que, a indução de resistência é dispendiosa, podendo reduzir a disponibilidade de energia para o crescimento de estruturas vegetativas e reprodutivas da cultura do feijoeiro. Observando a importância dessa cultura de modo geral, desenvolver estudos eficazes para verificar o efeito de produtos utilizados para induzir resistência no crescimento de plantas mesmo quando as mesmas não são submetidas ao ataque de pragas e doenças. Portanto o objetivo do presente trabalho é avaliar a influência da aplicação de doses de pó de rocha a base de Al2O3 ( 20,56%), SiO2 (17,43%), S (9,82%), CaO (1,31%), TiO2(0,34%), MgO (0,18%), Fe2O3 (0,16%), P2O5 (0,10%) no tratamento de sementes de feijoeiro com base na atividade da nitrato redutase, valor SPAD e produtividade. MATERIAL E MÉTODOS ‘ 8º CONGRESSO MINEIRO DE INOVAÇÕES AGROPECUÁRIAS PRODUÇÃO ANIMAL E VEGETAL. A FORÇA DA PESQUISA MINEIRA UNIPAM – PATOS DE MINAS – 26 a 31 de outubro de 2015. O experimento foi desenvolvido na Escola Agrotécnica Afonso de Queiroz no município de Patos de Minas na região do alto Paranaíba em Minas Gerais, de junho até setembro de 2015. O espaçamento entre linhas foi de 0,5 m e 0,1 m entre plantas. O delineamento experimental foi o em blocos inteiramente ao acaso constituído por quatro tratamentos, sendo T1 Controle + CoMo, T2 Rocksil (0,2 g/kg de sementes) + CoMo, T3 Rocksil (0,4 g/kg de sementes) + CoMo e T4 (0,8 g/kg de sementes) + CoMo com cinco repetições. As avaliações realizadas foram atividade da enzima nitrato redutase (ANR) segundo a metodologia de Cataldo et al.,(1975) e o valor SPAD segundo a metodologia de MINOLTA,(1989) e a produtividade de grãos. Os dados coletados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo gráfico de regressão a 0,05 de probabilidade utilizando o software SISVAR® (FERREIRA, 2000). RESULTADOS E DISCUSSÕES O tratamento de sementes com 0,8 g/kg de sementes proporcionou maior atividade a nitrato redutase, sendo este tratamento similar ao Controle (Figura 1). A ação do pó de rocha (composto mineral) na fase vegetativa e reprodutiva na atividade da enzima nitrato redutase pode ser indireta, pois a características do produto é induzir resistência. Tal comportamento pode ocasionar uma redução no estresse oxidativo sofrido pelas plantas reduzindo assim os danos nos aparatos fotossintéticos, os quais fornecem energia para a assimilação de nitrogênio, aumentando a atividade da enzima nitrato redutase (KLIEWER; EVANS, 1963). Assim o tratamento com a maior dose obteve os melhores resultados, de nitrato redutase, valor SPAD e produtividade, devido à redução no estresse oxidativo que o produto proporcionou, pois ao disponibilizar maior energia para a assimilação de nitrogênio, proporcionou uma maior atividade da enzima nitrato redutase sendo o incremento de 8,2 % em relação ao Controle. Esta enzima possui o papel de transformar nitrato em nitrito, e por consequência formar aminoácidos (VERT et al., 2002). Também relacionado ao nitrogênio está o valor SPAD, o qual é uma medida indireta do teor de clorofila, para esta análise novamente o melhor tratamento foi aquele com a dose de 0,8 g/kg de sementes, o qual apresentou resultado similar ao Controle (Figura 2). Assim o maior teor de clorofila sugere que o tratamento possua uma maior taxa fotossintética, o que ocasiona em maior energia para o desenvolvimento da planta. Tal comportamento influenciou os resultados de produtividade onde a planta ao possuir maior assimilação de nitrogênio, ‘ 8º CONGRESSO MINEIRO DE INOVAÇÕES AGROPECUÁRIAS PRODUÇÃO ANIMAL E VEGETAL. A FORÇA DA PESQUISA MINEIRA UNIPAM – PATOS DE MINAS – 26 a 31 de outubro de 2015. maior teor de clorofila, obteve maior energia para a formação de grãos, sendo o incremento de 26 sacas ha-1 (Figura 3). Figura 1. Atividade da enzima nitrato redutase (ANR, µg N-NO2 mg FV, h-1), em plântulas de feijão sob o tratamento de sementes com o composto mineral (pó de rocha). Núcleo de Pesquisa em Fisiologia e Estresse de Plantas (NUFEP). Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM), Outubro de 2015. Figura 2. Valor SPAD de plântulas de feijão sob o tratamento de sementes com o composto mineral (pó de rocha). Núcleo de Pesquisa em Fisiologia e Estresse de Plantas (NUFEP). Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM). Outubro de 2015 ha-1 Figura 3. Produtividade (sacas ha-1) de feijão submetidas ao tratamento de sementes com o composto mineral (pó de rocha). Núcleo de Pesquisa em Fisiologia e Estresse de Plantas (NUFEP). Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM). Outubro de 2015. CONCLUSÕES (i) O tratamento de sementes com a dose de 0,8 g/kg de sementes proporcionou maior produtividade da cultura do feijão. ‘ 8º CONGRESSO MINEIRO DE INOVAÇÕES AGROPECUÁRIAS PRODUÇÃO ANIMAL E VEGETAL. A FORÇA DA PESQUISA MINEIRA UNIPAM – PATOS DE MINAS – 26 a 31 de outubro de 2015. REFERÊNCIAS BORKERT, C. M.; YORINORI, J. T.; CORREA-FERREIRA, B. C.; ALMEIDA, A. M. R.; FERREIRA, L. P.; SFREDE, G. J. Seja o doutor da sua soja. Informações agronômicas, nº 66, junho de 1994. CONAB - COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Décimo levantamento de grãos safra 2015/2016, julho 2015. Disponível em:<http://www.conab.gov.br> acesso em: janeiro de 2015. CATALDO, D.A; HAROON, M.; SCHIRADEV, L.E.; YOUNGS, V.L. Rapid colorimetric determination of nitrate in plant tissue by nitration of salicylic acid. Communications in Soil Science and Plant Analysis, New York, v. 6, p. 71-80, 1975 KLIEWER, M.; EVANS, H. J. Cobamide coenzyme contents of soynbean nodule and nitrogen fixing bacteria in relation to physiological conditions. Plant Physiology, Rockville, v.38, p. 99-104, 1963. MINOLTA CHLOROPHYLL meter SPAD-502: instruction manual. Osaka, 1989. 22 p. SFREDO, G. J.; BORKERT, M. B. Deficiência e toxidade de nutrientes em plantas de feijão. EMBRAPA SOJA, ISSN 1516-781X, n 231, Londrina, 2004 VERT, G.; GROTZ, N.; DEDALDECHAMP, F.; GAYMARD, F.; GUERINOT, M. L.; BRIAT, J. F.; CURIE, C. IRT1, an Arabidopsis transporter essential for iron uptake from the soil and for plant growth. Plant Cell, v. 14, p.1223–1233, 2002. ‘ 8º CONGRESSO MINEIRO DE INOVAÇÕES AGROPECUÁRIAS PRODUÇÃO ANIMAL E VEGETAL. A FORÇA DA PESQUISA MINEIRA UNIPAM – PATOS DE MINAS – 26 a 31 de outubro de 2015.