MESOPOTÂMIA A Mesopotâmia era uma região que se localizava entre os rios Tigre e Eufrates no continente asiático, onde atualmente encontra-se o Iraque. Este fato deu origem ao seu nome, que significa “terra entre rios”. A Mesopotâmia fazia parte de uma grande região conhecida como “Crescente Fértil”, pois era a região mais fértil do mundo antigo, juntamente com Egito, Palestina, Fenícia dentre outras civilizações que se desenvolveram as margens de rios. A região da Mesopotâmia era dividia em Alta Mesopotâmia ao norte e Baixa Mesopotâmia ao Sul. A Alta Mesopotâmia era uma região com poucos recursos, por isso, os povos que habitavam esta região tinham como principal atividade o saque de mercadorias. A região da Baixa Mesopotâmia ao sul possuíam muitos recursos, o que facilitou o desenvolvimento da agricultura, a principal atividade desta região. A principal atividade econômica dos povos da Mesopotâmia era a agricultura, sendo os principais produtos o trigo, cevada, centeio, gergelim. A pecuária também era praticada na criação de bois, cavalos, porcos, carneiros. Outras atividades como o artesanato, pesca, caça, comércio, também eram realizados. A religião na Mesopotâmia era politeísta, ou seja, acreditavam em vários deuses. O rei, além de chefe absoluto, também era considerado o representante de Deus na terra (não era o próprio Deus como em outras culturas), formando assim uma Teocracia (governo divino). Já na cultura, principalmente no campo científico, os mesopotâmicos tiveram destaque no papel do desenvolvimento da escrita com a criação de um sistema de caracteres cuneiformes, criando assim a escrita cuneiforme. Com o grande processo das atividades comerciais, a álgebra teve também um grande desenvolvimento com as operações matemáticas e o sistema de pesos e medidas. Em meio a todas essas inovações, podemos citar também o grande interesse na astronomia, que permitiu a distinção de estrela e planeta e o desenvolvimento de um calendário lunar com doze meses de duração. Podemos citar também o ramo da arte e da arquitetura, onde os mesopotâmicos ficaram conhecidos pela construção de grandes e belíssimos palácios e templos que ficaram conhecidos como zigurates. As esculturas mesopotâmicas eram muito simples, com rostos poucos expressivos, porém com uma riqueza quase minimalista de detalhes quando se referia a corpos. Já nas pinturas, os temas que tinham maior interesse eram o cotidiano, o religioso e o militar, que assim recebiam um maior destaque. Outro objeto artístico que é preciso dar importância é a cerâmica onde criaram vários utensílios e foram responsáveis também no registro de documentos escritos. Varias civilizações surgiram na Mesopotâmia, como os Sumérios, Acádios, Babilônios, Assírios, que possuíam algumas características semelhantes, entretanto, a região era frequentemente palco de varias invasões e guerras. SUMÉRIOS Zigurate Desenvolveram um importante sistema de canalização dos rios para melhor armazenar a água para sua comunidade. Também criaram a escrita cuneiforme, registrando os detalhes de seus cotidianos através de placas de argila, e os zigurates, construções piramidais que serviam de armazenamento de produtos agrícolas e de prática religiosa. As cidades-Estado de Nipur, Lagash, Uruk e Ur datam da época dos sumérios. A região foi governada durante aproximadamente 1800 anos por assírios, acadianos e amoritas. Além disso, existiram governos intermediários dos cassitas, mitanis e hititas. Os hititas tiveram origem indo-europeia, enquanto os mitanis constituíram povos de cultura originada dos Sumérios. A organização política era administrada por estas três dinastias reais que dominaram a Mesopotâmia. O desenvolvimento científico dos sumérios era muito grande: desenvolveram ciências matemáticas, de uso prático para as mais variadas aplicações naquele período. Tinham também vasto conhecimento sobre ervas medicinais, com propriedades benéficas para a cura de muitos males de saúde da população. Os sumérios interessavam-se pelos astros e a observação do céu era sistematizada de acordo com as possibilidades científicas da época. No campo da religião os deuses eram representados de maneira hierárquica e eram homenageados por intermédio de rituais de sacrifício, esses rituais eram realizados em grandes templos considerados locais sagrados. Os deuses eram tidos como seres responsáveis pelas forças da natureza, como a terra, a água, o céu, o fogo, etc. Os registros de esculturas e pinturas representavam os deuses antropomórficos (com semelhança de homens). Acádios Tribo de nômades que vieram do deserto da Síria, os acádios chegaram à Mesopotâmia por volta de 2550 a.C., enquanto este território estava dominado pelos sumérios. Entretanto, a guerra entre os sumérios para a permanência no poder acabou dando espaço para que a conquista acadiana da Mesopotâmia tivesse êxito. Mas esses dois povos, de culturas similares, acabariam se unificando para formar o I Império Mesopotâmico. As cidades-Estado foram unidas pela primeira vez pelo soberano Lugal-zage-si, de Uruk, por volta de 2375 a.C. Quase um século depois, o imperador Sargão I, que comandava a cidade de Acádia, conquistou a maioria do território outrora ocupado pelos sumérios, chegando a cobrir todo o Mar Mediterrâneo e a Anatólia. A partir da margem esquerda do rio Eufrates, entre Sippar e Kish (onde hoje localiza-se o Iraque), os acádios conquistaram a Mesopotâmia meridional e Elam, criando os estados de Isin, Larsa e Babilônia. O centro hegemônico acádio seria a cidade de Akad. Apesar disso, as cidades-Estado sumerianas ainda eram dominadas pelos mesmos governantes, com a rígida condição de que pagassem os tributos exigidos pelos acadianos. Por seu extenso domínio, Sargão I chegou a ser reconhecido como “soberano dos quatro cantos da terra”, ou seja, rei do mundo inteiro. Sob a liderança de Sargão I, os acádios criaram um Estado centralizado, nos moldes sumérios, e avançaram nas táticas militares através da mobilidade pelo deserto, com armamentos leves como o venábulo (lança) para elevar a resistência de seus guerreiros. Na religião, a crença politeísta permitiu que novos deuses fossem cultivados, incluindo o próprio rei. O desenvolvimento da escrita cuneiforme pelos sumérios possibilitou o registro da primeira língua semítica da Antiguidade: a língua acadiana, que já chegou a ser usada como língua internacional por todo o Oriente Médio. Inclusive, o Código Hamurábi, escrito pelo monarca amorita de mesmo nome e conhecido como o primeiro código penal que se tem registro, foi elaborado em acadiano. Por volta de 2150 a.C., os constantes ataques dos guti, povos asiáticos da região montanhosa da Armênia, acabariam com o domínio acádio, que já estava abalado com as revoltas internas após a fraqueza política que se instaurou com a morte do Imperador Sargão I. BABILÔNIOS Jardim Suspenso Criaram os primeiros códigos de lei para controlar a sociedade, como as Leis de Talião (leia: Código de Hamurábi , formuladas pelo Imperador Hamurábi que previam castigos severos aos criminosos de acordo com a gravidade de seus delitos. Por volta do século VII a.C., o Imperador Nabucodonosor II, que formava o Segundo Império Babilônico, ordenou que fossem construídos dois templos que serviriam de grande reverência arquitetônica: os Jardins Suspensos e a Torre de Babel. ASSÍRIOS Os assírios, assim como grande parte dos povos do antigo Oriente Médio, era um povo de guerreiros rudes e camponeses, possuíam a justiça baseada no código estabelecido no século XVIII a.C., pelo rei Hamurábi da Babilônia. A Assíria constituía-se basicamente como uma nação de servos que eram presos à terra que cultivavam. Eram praticamente escravos, pois podiam ser vendidos junto com a propriedade e deviam obediência à vila mais próxima. A vila estava sujeita à cidade pela obrigatoriedade de pagamento de impostos, participação nos festivais religiosos e obediência às normas administrativas. As cidades, dentre as quais destacavam-se Assur, Nínive e Nimrod, ficavam subordinadas à autoridade do rei. O rei da Assíria detinha poder absoluto sobre todas as dimensões do governo (econômico, político, religioso e militar), embora fosse tido como homem acreditava-se que ele era um enviado dos deuses. Em virtude dessa crença o monarca ficava distanciado dos demais mortais e apenas o superintendente do palácio podia vê-lo regularmente. Ao príncipe herdeiro apenas era permitida uma audiência com o rei se houvessem presságios favoráveis e os demais só podiam estar na presença do rei com os olhos vendados. O rei empenhava-se em deixar os deuses satisfeitos e por isso era submetido periodicamente a árduos rituais, como jejuar e ficar isolado de todos durante uma semana em uma cabana. Por vezes, haviam sinal que eram interpretados como se os deuses estivessem terrivelmente descontentes. O pior sinal que podia ocorrer era um eclipse, pois quando ocorria eram considerado um presságio da morte do monarca. Quando isso ocorria o rei abdicava do trono por certo tempo e um suplente ficava em seu lugar, assumindo a responsabilidade por aquilo que irritou os deuses. Após cem dias, o rei retornava ao poder e o seu substituto era executado, sob a justificativa de dar aos deuses a morte do rei predita pelo eclipse. A violência militar assíria tinha legitimidade por meio da religião: a conquista de territórios e riquezas era a missão divina dos reis. Os assírios eram extremamente agressivos e se vangloriavam de suas práticas sangrentas, tinham no terror e na atrocidade seus instrumentos de política externa. Um soberano assírio chamado Salmanasar I (1274 a 1245 a.C.), levou como escravos cerca de 14 mil soldados inimigos derrotados, porém para assegurar-se de que seriam dóceis tratou de cegá-los. Além destes, caldeus e amoritas, dentre outros, também constituíram a sociedade mesopotâmica. Eles eram povos politeístas (acreditavam em vários deuses) e tinham uma ligação religiosa com a natureza. Os povos da Mesopotâmia também desenvolveram a economia através da agricultura e dos pequenos comércios de caravanas, com base em uma política centralizada por um rei ou imperador. Por volta do século VI a.C., o Império Persa se fortaleceu sob comando do Imperador Ciro II, que não poupou esforços para tomar o poder dos babilônios, que tinham pleno domínio da Mesopotâmia. A conquista dos persas acabou com as primeiras formas de dinâmica culturais que marcaram a sociedade de origem mesopotâmica, uma das pioneiras da Antiguidade.