ATENÇÃO: O material a seguir é parte de uma das aulas da apostila de MÓDULO 2 que por sua vez, faz parte do CURSO de ELETROELETRÔNICA ANALÓGICA -DIGITAL que vai do MÓDULO 1 ao 4. A partir da amostra da aula, terá uma idéia de onde o treinamento de eletroeletrônica poderá lhe levar. Você poderá adquirir o arquivo digital da apostila completa (16 aulas), ou ainda na forma impressa que será enviada por por correio. Entre na nova loja virtual CTA Eletrônica e veja como: www.lojacta.com.br Além de ter a apostila e estuda-la, torne-se aluno e assim poderá tirar dúvidas de cada uma das questões dos blocos atrelados a cada uma das aulas da apostila, receber as respostas por e-mail, fazer parte do ranking de módulos e após a conclusão do módulo com prova final, participar do ranking geral e poder ser chamado por empresas do ramo de eletroeletrônica. Saiba mais como se tornar um aluno acessando nossa página de cursos: www.ctaeletronica.com.br/web/curso.asp APOSTILA ELÉTRICA-2 E ELETRÔNICA-1 MÓDULO - 2 AULA TRANSFORMADORES 4 Redutor - elevador e auto-transformador Núcleo e perdas no transformador Fase de um transformador Ligações do transformador na rede elétrica TRANSFORMADORES Um transformador é um dispositivo destinado a transmitir energia elétrica ou potência elétrica de um circuito a outro, transformando tensões, correntes e ou de modificar os valores das impedância elétrica de um circuito elétrico. Trata-se de um dispositivo de corrente alternada que opera baseado nos princípios eletromagnéticos da Lei de Faraday e da Lei de Lenz. O transformador consiste de duas ou mais bobinas ou enrolamentos e um "caminho", ou circuito magnético, que "acopla" essas bobinas. Há uma variedade de transformadores com diferentes tipos de circuito, mas todos operam sobre o mesmo princípio de indução eletromagnética. Autotransformador Tanto a tensão de entrada como a de saída compartilham o mesmo enrolamento, que é primário e secundário ao mesmo tempo. Pode ser elevador ou redutor de tensão, como veremos mais a d i a n t e . Ve m o s abaixo, as chapas internas dos transformadores Transformadores redutores de tensão: Recebem em seu primário (entrada) uma tensão em corrente alternada, que será retirada no secundário (saída) com um valor menor, ou seja, reduz a tensão de entrada. Transformadores elevadores de tensão: Recebem em seu primário (entrada) uma tensão em corrente alternada, que será retirada no secundário (saída) com um valor maior, ou seja, eleva a tensão de entrada. ELETRÔNICA Funcionamento do transformador: Como já vimos no estudo sobre indução, quando um condutor é emergido dentro de um campo magnético teremos a criação de uma d.d.p. em seus extremos. Se este campo manter-se constante e o condutor estacionário, nos extremos dos fios não haverá d.d.p.(diferença de potencial), mas, caso haja variações na intensidade do campo magnético ou ainda o movimento do condutor dentro deste campo, teremos induzido nos terminais do fio, tensões proporcionais aos movimentos realizados. Usando-se desse princípio, se aplicarmos uma corrente alternada (a corrente vai e vem) em uma bobina, teremos a criação de um campo magnético variável (aumenta e diminui). Aproximando um indutor ou bobina dentro deste campo criado pela primeira bobina, teremos uma indução neste último indutor. A indução criada irá gerar uma d.d.p. que acompanhará as variações de fluxo magnético, ou seja, teremos uma AC (corrente alternada) na segunda bobina com as características da AC aplicada na primeira. Resumidamente, podemos dizer que neste caso, tivemos uma conversão elétrica para magnética e magnética para elétrica. INDUTORES-REATÂNCIA INDUTIVA/CAPACITIVA-TRANSFORMADORES-FILTROS-SEMICONDUTORES-DIODOS-ZENERS-TRANSISTORES-AMPLIFICADORES DE SINAL-AMPLIFICADORES A,B,C 45 APOSTILA ELÉTRICA-2 E ELETRÔNICA-1 figura 1 MÓDULO - 2 figura 4 N Corrente primária Corrente secundária fonte de tensão alternada L1 resistência de carga PRIMÁRIO L2 SECUNDÁRIO S Na figura 1, temos duas bobinas enroladas em dois bastões. A primeira bobina (primário) recebe uma AC (tensão alternada-corrente alternada) de um gerador, produzindo uma corrente elétrica, da qual será criado um campo magnético que atuará sobre a segunda bobina (secundário). O campo N figura 2 Núcleo de um transformador O núcleo nada mais é do que um material com alta permeabilidade, que conduzirá as linhas de força do campo magnético gerado pelo primário para o secundário, afim de produzir uma ligação magnética-elétrica eficaz. Neste caso, as duas bobinas (primário e secundário), são enroladas FIOS DO PRIMÁRIO figura 5 L1 NÚCLEO DE FERRO L2 S magnético se converte em elétrico (corrente alternada) na segunda bobina. Desse campo elétrico (d.d.p.), teremos a circulação de corrente na resistência ligada a bobina (secundário). Para que o campo magnético criado pelo primário atinja eficazmente o secundário, deveremos aproximar o máximo uma bobina da outra ou coloca-las no mesmo núcleo (Bastão na qual as bobinas são enroladas - figura 2). FIOS DO SECUNDÁRIO sobre um material “condutor” e o campo gerado pelo primário será conduzido para o secundário através deste material “condutor”, cuja permeabilidade é alta, pois o objetivo é o de conduzir as linhas de força. FIOS DO PRIMÁRIO NÚCLEO DE PLÁSTICO, PAPELÃO OU CERÂMICA figura 3 L1 L2 figura 6 FIOS DO SECUNDÁRIO Na figura 5, temos a aparência física de um transformador, cujo símbolo pode ser visto na figura 7a. Entre as bobinas temos dois traços verticais, os Acompanhado a figura 3, temos a bobina L1 como primário e L2 como secundário. O campo criado pela bobina L1 atinge a bobina L2 a uma certa distância. Se aumentarmos a distância entre o campo e a bobina (figura 4), teremos uma menor indução sobre L2, pois a uma distância maior a capacidade de indução do campo vai enfraquecendo. 46 SIMBOLOGIA SIMBOLOGIA Estes traços representam o ferrite figura 7a figura 7b INDUTORES-REATÂNCIA INDUTIVA/CAPACITIVA-TRANSFORMADORES-FILTROS-SEMICONDUTORES-DIODOS-ZENERS-TRANSISTORES-AMPLIFICADORES DE SINAL-AMPLIFICADORES A,B,C ELETRÔNICA APOSTILA ELÉTRICA-2 E ELETRÔNICA-1 quais representam o núcleo do transformador. Na figura 6, temos outro tipo de transformador, cujo símbolo correspondente pode ser visto também na figura 7b. MÓDULO - 2 campo, irá atuar em todo espaço em volta das espiras do primário, induzindo assim um campo magnético sobre o secundário do transformador. figura 8d PRIMÁRIO SECUNDÁRIO Análise detalhada do transformador: Na figura 8a, um gerador AC alimenta o primário de um transformador. Com a chave principal fechada e considerando que a tensão seja positiva no lado superior do primário e negativa no lado inferior, teremos uma corrente circulante na bobina no sentido do positivo para o negativo (figura 8b). Desta corrente surgirá um campo magnético (figura 8c), o qual atuará no secundário, criando por indução, uma d.d.p. (figura 8d). figura 8a PRIMÁRIO SECUNDÁRIO FEM INDUZIDA NO SECUNDÁRIO Como esse campo magnético é alternado como a corrente do primário, irá induzir no secundário uma diferença de potencial que pode ser vista na figura 8d. A tensão induzida no secundário tem a mesma polaridade do primário, ou seja, positivo em cima e negativo embaixo. A tensão induzida no secundário será aplicada a carga ligada no mesmo, resultando em uma circulação de corrente (figura 8e). figura 8e FEM APLICADA AO PRIMÁRIO PRIMÁRIO SECUNDÁRIO Na figura 8b, podemos ver a corrente circulando pelo primário do transformador depois que a chave foi fechada. Podemos perceber que a corrente elétrica sempre circulará do polo positivo para o negativo, apesar de que o fluxo de elétrons sai do polo negativo sendo atraído pelo polo positivo. figura 8b PRIMÁRIO SECUNDÁRIO CORRENTE NO SECUNDÁRIO A tensão aplicada no primário é oriunda de um gerador de corrente alternada, portanto, haverá a inversão de polaridade aplicada na bobina do primário, resultando na mudança de sentido do campo e consequentemente na mudança de polaridade do secundário, fazendo circular na carga uma corrente com sentido inverso ao anterior (figura 8f). CORRENTE NO PRIMÁRIO Na figura 8c, temos a criação do campo magnético devido a circulação de corrente no primário. Esse figura 8c PRIMÁRIO figura 8f N FEM APLICADA FEM INDUZIDA I SECUNDÁRIO CARGA FCEM S GERAÇÃO DE UM CAMPO ELETRÔNICA Na figura 8e, temos o gerador aplicando uma FEM (Força Eletro-Motriz) no primário, induzindo no INDUTORES-REATÂNCIA INDUTIVA/CAPACITIVA-TRANSFORMADORES-FILTROS-SEMICONDUTORES-DIODOS-ZENERS-TRANSISTORES-AMPLIFICADORES DE SINAL-AMPLIFICADORES A,B,C 47 APOSTILA ELÉTRICA-2 E ELETRÔNICA-1 secundário uma FEM com a mesma “polaridade” do primário do primário. Essa FEM induzida irá provocar uma corrente I circulante pela carga e também pelo enrolamento secundário, gerando assim um campo magnético que também irá induzir no primário uma FCEM (Força Contra Eletro-Motriz) figura 8g S CARGA CORRENTE INDUZIDA N CAMPO MAGNÉTICO CAUSADO PELA CORRENTE DO SECUNDÁRIO de polaridade invertida (figura 8g), se opondo à FEM do gerador e com isso, aumentando o consumo de energia (em forma de corrente) do gerador. Quanto maior for a corrente do secundário (carga com maior consumo) maior será a FCEM induzida no primário, aumentando mais o consumo do gerador, na forma de corrente. Relação de espiras Primário-Secundário: A relação de espiras (quantidade de espiras) do primário com o secundário será fundamental para definirmos a tensão induzida no secundário. figura 9 Ep = 110VCA Es = 220VCA 1000esp V 2000esp Na figura 9, temos no primário do transformador um enrolamento com 1000 espiras. Cada espira teria uma energia (tensão) de 0,11V (110 ÷ 1000 = 0,11), considerando a tensão aplicada de 110Vac. No secundário teremos, para cada espira, uma tensão figura 10 Ep = ? 200esp 100esp R1 = 1kW MÓDULO - 2 de 0,11V. Como o total de espiras no secundário é de 2000 espiras, teremos uma tensão de 220Vac final. Outro exemplo pode ser visto na figura 10. Nesta figura, a tensão de entrada não foi definida, mas temos a relação de espiras, sendo 200 espiras no primário e 100 espiras no secundário. A tensão aplicada no primário será dividida pelo número de espiras do mesmo, ou seja, 200 espiras. No secundário teremos a multiplicação deste resultado pela quantidade de espiras do secundário, ou seja, 100 espiras. Note que no secundário, teremos a metade da tensão aplicada no primário, uma vez que a quantidade de espiras do secundário é a metade do primário. Portanto, este é um transformador redutor de tensão. Para fixar o entendimento do aluno vamos resolver alguns exercícios: 1) Qual a tensão do secundário de um transformador, ligado a uma tensão de 200Vac que tem 800 espiras no primário e 200 espiras no secundário? 2) Quantas espiras tenho que enrolar no secundário de um transformador cuja tensão do primário seja 240Vac e a do secundário 12Vac, se tenho 2000 espiras no primário? 3) Qual a tensão do secundário de um transformador que tem 250 espiras no primário e 1000 espiras no secundário, caso o mesmo seja ligado a uma tensão de 110Vac? 4) Quantas espiras o primário de um transformador deve ter para reduzir uma tensão de 220Vac para 9Vac, se no secundário temos 140 espiras? 5) Qual a tensão do secundário de um transformador ligado a uma tensão de 100Vdc, que tem 100 espiras no primário e 50 espiras no secundário? Solução do 1° exercício: Neste exercício temos 800 espiras no primário e 200 no secundário isso nos dá uma relação de 4 vezes mais espiras no primário que no secundário (800 ÷ 200 = 4), portanto a tensão do primário é 4 vezes a tensão do secundário. Logo, se tenho 200Vac no primário devo ter 50 Vac no secundário (200 ÷ 4 = 50). Solução do 2° exercício: Neste exercício temos um transformador redutor de tensão que transforma uma tensão de 240Vac para 12 Vac, ou seja ele tem uma proporção de redução de 20 vezes (240 ÷ 12 = 20), como tenho 2000 espiras no primário e tenho que manter a proporção de 20 vezes devo enrolar 100 espiras no secundário (2000 ÷ 20 = 100). Solução do 3° exercício: Neste exercício temos um transformador com 250 espiras no primário e 1000 no secundário, nos 48 INDUTORES-REATÂNCIA INDUTIVA/CAPACITIVA-TRANSFORMADORES-FILTROS-SEMICONDUTORES-DIODOS-ZENERS-TRANSISTORES-AMPLIFICADORES DE SINAL-AMPLIFICADORES A,B,C ELETRÔNICA