UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL RISCO DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA ANEMIA INFECCIOSA EQUINA POR EQUÍDEOS ERRANTES NO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ-RN. Paulo Henrique Cavalcante Médico Veterinário Mossoró – RN - BRASIL Julho de 2009 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL RISCO DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA ANEMIA INFECCIOSA EQUINA POR EQUÍDEOS ERRANTES NO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ-RN. Paulo Henrique Cavalcante Orientador: Prof. Dr. Sidnei Miyoshi Sakamoto Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA, Campus de Mossoró, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Ciência Animal. Mossoró – RN - BRASIL Julho de 2009 Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA C376r . Cavalcante, Paulo Henrique Risco de transmissão do vírus da Anemia Infecciosa Equina por eqüídeos errantes no Município de Mossoró-RN. / Paulo Henrique Cavalcante. -- Mossoró: 2009. 45f.: il. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal: Área de concentração em Sanidade animal) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Pró-Reitoria de Pós-Graduação. Orientador: Prof.º Dr. Sc. Sidnei Miyoshi Sakamoto 1.Anemia infecciosa eqüina. 2.Animais errantes. 3.ELISA. 4. IDGA. I.Título. CDD:636.10896 Bibliotecária: Marilene Santos de Araújo CRB-5/1033 Paulo Henrique Cavalcante RISCO DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA ANEMIA INFECCIOSA EQUINA POR EQUÍDEOS ERRANTES NO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ-RN Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA, Campus de Mossoró, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Ciência Animal. . APROVADA EM: 17/07/2009. BANCA EXAMINADORA ___________________________________________________ Prof. Dr. Sidnei Miyoshi Sakamoto (UFERSA) Orientador ___________________________________________________ Prof. Dr. Raimundo Alves Barrêto Júnior (UFERSA) Conselheiro ____________________________________________________ Prof. Dr. Franklin Riet Correa Amaral (UFCG) Conselheiro DADOS CURRICULARES DO AUTOR PAULO HENRIQUE CAVALCANTE – Nascido no Município de Mossoró-RN no dia 27/03/1983, Médico Veterinário graduado pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) em 2005.2, onde foi monitor de duas disciplinas e bolsista do CNPq durante um ano, recebendo ao final do curso uma declaração de primeiro lugar da turma concluinte. Em 2007 foi selecionado pelo Programa em PósGraduação em Ciência Animal pela UFERSA, defendendo seu título em Julho de 2009. Em agosto de 2008 é aluno do Curso de Pós-Graduação em Diagnóstico e Cirurgia de Eqüinos pela Faculdade de Jaguariúna. Desde o final de sua graduação, trabalha como Médico Veterinário Autônomo de Grandes Animais atuando a nível de campo no Município de Mossoró-RN e regiões circunvizinhas nos seguintes ramos: Clínica e Cirurgia de Grandes Animais. AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus por continuar iluminando meu caminho todos os dias da minha vida. Aos meus pais José Everaldo Cavalcante e Maria Alves Ferreira Cavalcante pelo apoio incondicional em todas as minhas decisões e por mostrar que somos capazes de conseguir tudo que queremos. Aos meus queridos irmãos Cynthia Renée Cavalcante e Fábio Eduardo Cavalcante pela boa convivência em casa e pela união que cada dia que passa nos mostram que somos verdadeiramente felizes. À meu cunhado do coração Marcelo Pinheiro Costa pelo respeito e boa convivência com toda minha família. À minha querida e amada sobrinha Maria Fernanda pelo amor derramado em nossos corações com o seu nascimento. Ao meu orientador Dr. Sidnei Miyoshi Sakamoto que aceitou mais uma vez a proposta de trabalharmos juntos e pelos ensinamentos passados a mim em todas as nossas conversas. À minha querida “quase orientadora” Dra. Valéria Veras de Paula e ao meu amigão Dr. Raimundo Alves Barrêto Júnior, pela confiança depositada em mim, pelo apoio nas minhas decisões e pelo incentivo. À Clarissa Barbosa de Freitas pelo excelente convívio, pela sua calma e personalidade forte, mostrando que ainda existem pessoas maravilhosas nesse mundo. Aos meus quase irmãos Talles Vinícios e Israel Gustavo pela companhia em todas as horas (aí sim posso dizer que são “Pau pra toda obra”) e pelos bons momentos vividos no “Grupo Cavalcante de Vaquejada”. À minhas “companheiras de trabalho”: Ariana Paiva e Isabella Oliveira (diretamente de ODB), pela confiança depositada em mim e pelas inúmeras e incontáveis ajudas no meu trabalho. À Valéria Amanda, principalmente pelos conselhos sempre bem vindos. Aos professores Jean Berg e Carlos Iberê por estarem sempre dispostos a ajudarem. Aos funcionários do HOVET: Seu Alcides, Dr. Paulinho, Erinaldo, Airton, Glênia, Marluce, Seu Zé Rosado e André, por todos os dias de boa convivência e brincadeiras nas horas vagas.A Rômulo Cerqueira Leite, chefe do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva da Escola de Veterinária da UFMG, por colocar a disposição o laboratório para realização dos exames. Aos professores Marcos Bryan Heinemann e Andrey Pereira Lage e seus orientados e orientadas pelo apoio logístico e amizade. Ao professor Jenner Karlysson Pimenta dos Reis, líder do Retrolab, pela tecnologia e pelo seu conhecimento passado. À Prefeitura Municipal de Mossoró e seus funcionários (Carlinhos, Nazareno e Irenilson), por disponibilizar os animais para as coletas de sangue e pela ajuda na mesmas. E por fim, a todos os animais, com atenção especial aos EQUÍDEOS, por serem o maior motivo pra que eu possa correr atrás dos meus objetivos e ser um excelente Médico Veterinário, podendo assim retribuir todas as alegrias passadas por esses animais. I SUMÁRIO Página 1 INTRODUÇÃO __________________________________________________________________ 1 2 OBJETIVOS____________________________________________________________________ 3 3 REVISÃO DE LITERATURA _______________________________________________________ 4 3.1 ETIOLOGIA __________________________________________________________________ 4 3.2 EPIDEMIOLOGIA _______________________________________________________________ 5 3.2.1 Ocorrência ______________________________________________________________ 5 3.2.2 MODOS DE TRANSMISSÃO ______________________________________________________ 6 3.3 PATOGÊNESE ________________________________________________________________ 6 3.4 SINAIS CLÍNICOS ______________________________________________________________ 8 3.5 DIAGNÓSTICO ________________________________________________________________ 9 3.5.1 Imunodifusão em Agar gel (IDGA) __________________________________________ 10 3.5.2 Enzyme-Linked Immunosorbent Assay (ELISA) ________________________________ 11 3.5.3 Outros Métodos de Diagnóstico ____________________________________________ 12 4 MATERIAL E MÉTODOS ________________________________________________________ 13 4.1 CRITÉRIO DE INCLUSÃO NO ESTUDO _________________________________________ 13 4.3 REALIZAÇÃO DOS TESTES __________________________________________________ 15 4.3.1 IDGA _________________________________________________________________ 15 4.3.2 ELISA rgp90 ___________________________________________________________ 15 4.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA ______________________________________________________ 16 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ___________________________________________________ 17 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ________________________________________________ 24 II LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS % Porcentagem AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida AIE Anemia Infecciosa Equina C-ELISA Competitive Enzyme-Linked Immunosorbent Assay DNA Ácido desoxirribonucléico dpi Dias pós-inoculação ELISA Enzyme-Linked Immunosorbent Assay FC Frequência cardíaca FR Frequência Respiratória HIV Vírus da Imunodeficiência Humana IDGA Imunodifusão em Gel de Àgar MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ºC Graus Celsius OIE Office Internacional des Épizooties PCR Reação em Cadeia da Polimerase PMM Prefeitura Municipal de Mossoró RNA Ácido Ribonucleico UFERSA Universidade Federal Rural do semi-árido UFMG Universidade Federal de Minas Gerais VAIE Vírus da Anemia Infecciosa Equina WB Western Blotting III LISTA DE TABELAS Tabela 1 Análise de concordância entre os testes sorológicos, realizados por IDGA e ELISA para o diagnóstico da AIE em asininos, equinos e muares de Mossoró-RN (2009). ___________________________________________________________ 20 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Rebanho de equinos, asininos e muares no Brasil e no Nordeste segundo o IBGE (2007). A) Número de animais; B) Participação da Região Nordeste no rebanho nacional em números relativos. ______________________________________ 1 Figura 2 – Eqüídeos errantes nas ruas de Mossoró-RN. Fonte: Cavalcante, 2008. 13 Figura 4 – Modelo da ficha de cadastro dos animais __________________________ 14 Figura 5 – Equideos errantes incluído no estudo classificados por espécie e sexo. Mossoró-RN, 2009________________________________________________________ 17 Figura 6 – Box Plot apresentando a dispersão da idade dos animais conforme a espécie. _________________________________________________________________ 17 Figura 7 – Distribuição em mediana e quartis da idade dos animais agrupados por espécie. _________________________________________________________________ 19 Figura 8 - Curral de recolhimento de animais errantes da PMM, onde paralelamente às colheitas, foi realizado exame físico dos animais para verificar associação entre achados clínicos e resultados dos testes sorológicos. Fonte: Cavalcante, 2009. __ 21 LISTA DE QUADROS Quadro 1 Elementos genéticos e fases abertas de leitura (orf’s*) localizados no genoma do VAIE 31 ________________________________________________________ 4 Quadro 2 - População de eqüinos, asininos e muares segundo Censo Agropecuário de 2007 (IBGE, 2007). ____________________________________________________ 31 Quadro 3 - Informações colhidas dos eqüídeos errantes em Mossoró-RN, 2009. __ 32 IV RISCO DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA ANEMIA INFECCIOSA EQUINA POR EQUÍDEOS ERRANTES NO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ-RN. CAVALCANTE, Paulo Henrique. Risco de transmissão da Anemia Infecciosa Equina por Equídeos Errantes no Município de Mossoró-RN. 2009. 44f. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal: Produção e Sanidade Animal) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN, 2009. RESUMO: Este trabalho teve como objetivo detectar a ocorrência e avaliar o risco potencial de transmissão da Anemia Infecciosa Eqüina (AIE) em eqüídeos, principalmente asininos e muares errantes de Mossoró. Durante um período de nove meses, foram colhidas amostras de soro, de 33 equinos, 112 asininos e cinco muares e realizada pesquisa sorológica pelas provas de IDGA e ELISA (antígeno recombinante rgp90). Dos 150 animais analisados, todos os quatro soros positivos na IDGA foram positivos também no ELISA mas, seis soros adicionais foram positivos apenas no ELISA. Estes resultados conflitantes podem ser justificados porque asininos e muares produzem títulos de anticorpos contra o vírus da AIE abaixo do limiar de detecção da IDGA. Adicionalmente, sabe-se que anticorpos contra gp90 são detectados precocemente e em títulos mais altos que p26. Discutese as conseqüências da falta de um teste diagnóstico oficial confiável para a AIE em asininos e muares e propõe-se medidas a serem aplicadas aos eqüídeos errantes. Palavras Chave: Anemia Infecciosa Eqüina, IDGA, ELISA, gp90, animais errantes V ERRANT EQUIDS AS A RISK OF TRANSMISSION OF EQUINE INFECTIOUS ANEMIA VIRUS IN MOSSORÓ-BRAZIL. CAVALCANTE, Paulo Henrique. Errant equids as a risk of transmission of Equine Infectious Anemia Virus in Mossoró-Brazil. 2009. 44Pp. Thesis (Master’s degree In Animal Science: Animal Production and Animal Health) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN, 2009. Abstract - In order to detect the occurrence and evaluates the potential risk of equine infectious anemia (EIA) transmission between equids, mainly errant mules and donkeys from Mossoró. During a period of nine months, serum samples were collected from 33 horses, 112 donkeys and five mules. Serological survey were performed by AGID and ELISA (recombinant antigen rgp90). All four sera positive in AGID were positive in the ELISA, but six additional sera were positive only in ELISA. These misclassification may be explained because donkeys and mules produce antibodies titers to EIA virus below the threshold of AGID. Moreover, it is known that antibodies against gp90 are detected early and in higher concentrations than p26. It discusses the consequences of the lack of a reliable official diagnostic test for EIA in donkeys and mules and proposed measures to be applied to errant equids. Keywods: equine infectious anemia, IDGA, ELISA, gp90, errant animals 1 1 INTRODUÇÃO Dados recentes estimam a população total de eqüídeos no Brasil (Anexo 1) em 8.110.655 animais, distribuídos como 5.602.053 (69,1 %) equinos, 1.163.316 (14,3 %) asininos e 1.343.279 (16,6 %) muares. O Nordeste alberga 39,2% dos eqüídeos no país, porém contribuindo com 91,4 % dos asininos justificando-os como espécie símbolo da região. Figura 1 – Rebanho de equinos, asininos e muares no Brasil e no Nordeste segundo o IBGE (2007). A) Número de animais; B) Participação da Região Nordeste no rebanho nacional em números relativos. 6.000.000 5.000.000 4.000.000 Brasil Nordeste 3.000.000 2.000.000 1.000.000 0 Equino Asinino Muar Seguindo um fenômeno não isolado, a equideocultura no Município de Mossoró vem crescendo a cada dia, incentivada principalmente pela prática das vaquejadas, um esporte muito difundido no Nordeste, sendo as mesmas consideradas "Grandes Eventos Populares", atraindo um público numeroso onde quer que aconteçam 49. Entretanto, a anemia infecciosa equina (AIE) é hoje, um grande obstáculo para o desenvolvimento desta atividade, por ser uma doença transmissível e incurável, acarretando prejuízos aos proprietários que necessitam do trabalho desses animais e aos criadores interessados na melhoria das raças, além de impedir o acesso ao mercado internacional 1. 2 Também conhecida como febre dos pântanos, a AIE foi a primeira doença animal associada a um vírus 31 e embora os estudos se concentrem em cavalos e pôneis., considera-se que todos os eqüídeos são susceptíveis 13 , representando atualmente sua doença infecciosa mais importante. Uma vez que um animal é exposto ao vírus da AIE (VAIE), assume-se que ele se tornará positivo em uma prova sorológica para a detecção de anticorpos contra antígenos do agente e esta condição permanecerá por toda a vida do animal. Esta premissa é o alicerce para a vigilância da doença. O rebanho de equídeos do Município de Mossoró mantém-se numa média de aproximadamente 2470 animais desde 1990, sendo este composto aproximadamente por 49% de asininos, 36% de equinos e 15% de muares 8. Porém, como observado em muitas cidades da Região Nordeste, encontram-se à margem do Censo oficial, animais soltos nas vias públicas. Os então chamados animais errantes são classificados em: sem controle (abandonados ou sem dono) e semicontrolados (animais que vivem soltos, apesar de terem proprietário) 56 . A Prefeitura Municipal de Mossoró, dispõe de um serviço de recolhimento diário desses animais, cumprindo rotas pré-determinadas (próximos às rodovias e vias principais), bem como são apreendidos animais em qualquer outro ponto da cidade mediante solicitação ou denúncia. Os animais são alocados em um curral coletivo, onde esperam por seus respectivos donos durante um período de até seis dias. Caso não sejam resgatados, são libertados em local ermo. Entretanto, este trabalho é pioneiro na abordagem do risco sanitário potencial de equídeos errantes, principalmente asininos e muares cujas informações são escassas e tem como objetivo estabelecer um banco de soros para a identificação de animais infectados, primeiramente pelo vírus da AIE e, posteriormente fazer o diagnóstico de outros agentes etiológicos. 3 2 OBJETIVOS Geral: ¾ Detectar a ocorrência e avaliar o risco potencial de transmissão da AIE em eqüídeos, principalmente asininos e muares errantes de Mossoró; ¾ Estabelecer um banco de informações e de amostras biológicas para o diagnóstico de outros patógenos de eqüídeos. Específicos ¾ Realizar pesquisa sorológica para o VAIE em eqüídeos errantes no Município de Mossoró-RN pelas provas de IDGA e ELISA (antígeno rgp90) ¾ Propor medidas de prevenção e controle da AIE aplicável aos eqüídeos errantes; 4 3 REVISÃO DE LITERATURA 3.1 Etiologia O vírus da AIE (VAIE) foi não apenas o primeiro “agente filtrável” a ser associado com infecção animal como também esteve perto de ter sido o primeiro vírus descoberto, com sua descrição por Vallée e Carré em 1904 pouco tempo depois do vírus do mosaico do tabaco, embora seu caráter contagioso já tivesse sido constatado por Anginiard em 1859 10, 31. O VAIE pertence à família Retroviridae todos os equídeos 24 4, 53 e gênero Lentivirus 10 . Acomete . Seu genoma é composto por duas fitas simples de RNA não complementares de 8,2 kb — o menor e mais simples entre os lentivirus. Um resumo dos elementos, bem como das fases abertas de leitura contidos no genoma viral está apresentado no Quadro 1, conforme revisão de Leroux (2004) 31. Quadro 1 Elementos genéticos e fases abertas de leitura (orf’s*) localizados no genoma do VAIE 31 orf* Proteína Função p26 – capsídeo envoltório em torno do nucleocapsídeo p15 – matriz face interna do envelope Gag p11 nucleocapsídeo proteínas ligantes de RNA p9 transcriptase reversa Pol integração no genoma hospedeiro integrase protease superfície externa interação vírusgp90 do envelope receptor e penetração Env na célula gp45 transmembrana Tat controle da replicação e propriedades Tat patogênicas Rev Ver S2 S2 U3’ LTR (região de elemento seqüência promotora – regulação da R terminação não transcrição e mediação da integração no longa) transcrito genoma hospedeiro U5’ *orf: open reading frame – fase aberta de leitura As funções dos fatores e elementos enumerados no Quadro 1 estão descritos na seção 3.3 – Patogênese. 5 3.2 Epidemiologia 3.2.1 Ocorrência A AIE é uma enfermidade cosmopolita mas, devido à sua transmissão por insetos vetores, predomina em climas quentes e úmidos 48 . Há poucos estudos de prevalência planejados, ficando os dados limitados a relatórios de exames sorológicos dos laboratórios oficiais. Sabe-se que muitos animais não são diagnosticados, tendo como exemplo, a França, onde somente 12 mil animais são testados anualmente a partir de uma população estimada de 350 mil animais 31 ea pesquisa sorológica é feita visando o controle da movimentação animal, mais do que para um programa sistemático de vigilância epidemiológica 25. No Brasil, os primeiros relatos da doença datam de 1950, mas apenas em 1967, a AIE foi oficialmente reconhecida através de lesões anatomopatológicas de animal necropsiado no Jockey Clube do Rio de Janeiro 44. Um estudo de prevalência da AIE no Estado do Acre, no período de 1986 a 1996, foi realizado por análise de dados secundários referentes a 9963 animais submetidos ao teste de Imunodifusão em Gel de Agarose (IDGA) provenientes de 1891 propriedades. As prevalências calculadas foram 14,5% para propriedades e 7,5% para animais 55. No Município de Uruará-PA, localizado na Amazônia Oriental, foram pesquisadas as soroprevalências de diversas doenças, entre elas a AIE. A partir de uma população de 2069 propriedades rurais, foram estimadas por amostragem prevalências de 53% de propriedades com pelo menos um animal soropositivo e de 17,71% para animais 20. As amostras de sangue, de 6540 eqüídeos de 1940 rebanhos foram coletadas no período de setembro de 2003 a março de 2004, nos 853 municípios do Estado de Minas Gerais. Foram utilizados dois testes de laboratório em seqüência: ELISA com antígeno recombinante gp90, e IDGA. As prevalências foram de 5,3% (IC=4,3 a 6,3%) para rebanhos e de 3,1% (IC=2,2 a 3,9%) para animais. O Estado de Minas Gerais foi considerado área endêmica para AIE. As mais altas prevalências para rebanhos e para animais foram encontradas na região 6 Norte/Noroeste, seguida pela região Vale do Mucuri/Jequitinhonha 1. 3.2.2 Modos de transmissão O vírus é transmissível a todos os equídeos, sem que haja qualquer preferência por raça, sexo e idade, através da picada de insetos hematófagos, como a mosca dos estábulos (Stomoxys calcitrans) e a mosca dos cervos (Chrysops spp) como as mais incriminadas 16 e fontes iatrogênicas, tais como: agulhas, seringas, esporas, freios, arreios ou outros utensílios contaminados com sangue infectado. Eqüinos febris e com outros sinais clínicos de AIE têm título mais elevado de viremia e muito maior probabilidade de servir como fonte de transmissão da doença que os portadores inaparentes. O titulo de vírus dos eqüinos infectados sofre redução considerável entre os episódios clínicos, momentos em que a sua propensão a doença diminui. O vírus da AIE pode cruzar a placenta, havendo relatos de transmissão in útero 50. A infecção intra-uterina pode ocorrer e resultar no abortamento ou nascimento de potros infectados, que frequentemente morrem dentro de dois messes 48. Outra forma de transmissão é via leite e/ou colostro, que ocorre comumente se a mãe sofre uma reação febril aguda, acompanhada de viremia com alto título 28. O vírus também é capaz de invadir através das mucosas bucal e nasal intactas, feridas e, mesmo, pele intacta, mas essas portas são provavelmente de menor importância nos surtos a campo. A transmissão da infecção de eqüino a eqüino parece possível através de swabs usados para coletar saliva para testes de doping. Ela pode ser transmitida no sêmen de garanhão infectado 48. 3.3 Patogênese O VAIE é macrófago-trópico e o receptor celular para ele é membro da família de proteínas receptoras para Fator de Necrose Tumoral 65 . As interações funcionais entre o receptor e a proteína gp90 foram mapeados recentemente 66 . Estes estudos 7 são importantes porque sabe-se que a gp90 apresenta uma superfície com domínios variáveis e conservados. A análise da reatividade desses peptídeos contra o soro de pôneis infectados experimentalmente demonstrou que a resposta contra determinantes antigênicos contidos nos domínios conservados da gp90 apareceu antes e com títulos mais elevados do que anticorpos contra determinantes apresentados nos domínios variáveis. Estas observações contribuem para explicar o estabelecimento do controle imunológico das infecções pelo VAIE viremia associados ao desenvolvimento de quasispécies 5, 17 14, 22, 32, 33, 35 com ciclos de . Variações na seqüência LTR também são importantes na formação de quasispécies durante infecções persistentes 34 tecidos durante infecções crônicas inaparentes e na compartimentalização em 40, 52 . Alterações nesta seqüência podem desenvolver linhagens com virulência acentuada 11, 41 . Aplicando infecção experimental em pôneis, avaliou-se que durante a fase aguda da doença, o sítio predominante de infecção e replicação foi o baço, que contribuiu com 90% da carga viral, mas na fase inaparente, outros tecidos serviram para manutenção do vírus (fígado, medula e córtex renais, linfonodos periféricos e medula óssea) 19 . Além dos macrófagos, células endoteliais podem ser infectadas, gerando a hipótese de estarem envolvidas na formação do edema que pode estar associado à infecção. Estas células também podem ser persistentemente infectadas servindo como reservatório para o vírus nas fases subclínicas da infecção 39. Monócitos do sangue podem ser infectados, mas a transcrição viral é limitada até a célula se diferenciar em macrófagos teciduais - um fenômeno chamado de "cavalo de Tróia. Esta regulação ocorre provavelmente pela ligação das seqüências LTR virais com fatores de transcrição celulares 52 . Outros fatores relatados na regulação da atividade viral são: i) atividade dUTPase está presente no gene Pol e é importante para a eficiência da replicação viral em macrófagos in vitro e in vivo, conforme demonstrado em estudo com vírus mutante deficiente daquela atividade 35; ii) atividade de transativação de Tat influencia eventos regulatórios da expressão gênica e infectividade do VAIE e depende de interações com fatores de transcrição célula-específicos 15, 38. Em potros experimentalmente infectados foram quantificados anticorpos imunoprecipitantes e, aqueles que reconheceram gp90 e gp45 apresentaram títulos 10 a 100 vezes maiores que para proteína estrutural interna p26. Baixos níveis de anticorpos neutralizantes apareceram 23 a 46 dias pós-infecção, demonstrando que 8 altos níveis de atividade anti-glicoproteínas não têm ação antiviral 45. Nas fases iniciais da infecção, o controle da viremia coincide com o aparecimento de linfócitos T citotóxicos, o que ocorre antes do aparecimento de anticorpos neutralizantes. Em cavalos portadores, o tratamento com drogas imunossupressoras resultam em viremia antes que mudanças nos títulos de anticorpos neutralizantes ocorram 43 . Assim, o controle imunológico da infecção durante o estágio clinicamente inaparente parece depender de uma combinação complexa de mecanismos do sistema imunológico que funciona plenamente maduro de 6 a 8 meses pós-infecção 18, 35, 67. 3.4 Sinais Clínicos O vírus causador da AIE é o único no grupo dos lentivirus em que há uma febre aguda inicial com uma viremia associada, seguida por ciclos recorrentes da doença e, finalmente, um período assintomático prolongado 12. A doença se manifesta clinicamente de diferentes formas, sendo possível a reversão de uma forma a outra, a qualquer instante. Os sintomas gerais nos casos agudos e subagudos são de febre intermitente oscilando entre 39 e 41˚C, anorexia, fraqueza, anemia, e a morte poderá ocorrer entre 10 e 30 dias após o inicio dos sintomas. Ainda na forma aguda da doença, os animais jovens podem apresentar forte prostração e andar cambaleante. Pode-se notar palidez de mucosas e hemorragias petequiais, ou ainda icterícia e edema nas partes baixas do corpo 12. Nos casos crônicos ativos, o eqüino apresenta períodos de febre de 1 a 7 dias e, a seguir, podem voltar a normalidade por algumas semanas, para, posteriormente, principalmente sob condições de estresse e de má nutrição, manifestar novamente os sintomas. Eventualmente, sob condições de intenso estresse, o quadro pode voltar a forma aguda e a doença provocar a morte do animal. Os períodos de melhora do quadro clinico e recaídas podem se prolongar por muito tempo, ou mesmo os casos crônicos serem assintomáticos, transformando o cavalo em portador inaparente sem qualquer sinal da doença 12. Os achados clinicopatológicos e laboratoriais em mulas, infectadas naturalmente ou experimentalmente com o VAIE, foram similares aqueles 9 observados em cavalo e pôneis 61. A terapia prolongada com corticosteróides pode causar recidiva e mesmo na ausência de doença clinica 43 , os animais infectados desempenham sua função de modo menos eficiente do que os não-infectados. Os animais infectados apresentam também um considerável aumento de volume do baço que pode ser detectável pelo reto e as éguas prenhes podem abortar 48. Durante um ensaio, foram infectados experimentalmente pôneis (Equus caballus) e asininos com duas cepas do VAIE de virulências distintas. Observou-se durante 365 dias que os quatros pôneis inoculados apresentaram sinais clínicos da doença (vários episódios de febre, anorexia, depressão, caquexia, declínio do número de plaquetas e do valor do hematócrito) a partir de 17 dpi. Os asininos não apresentaram nenhuma manifestação clínica durante o período do experimento (365 dias), independente da cepa inoculada, com exceção de declínio transitório de plaquetas entre os dias 24 à 59 dpi 13. Duas mulas livres do vírus foram inoculadas com 10 ml de sangue total de outra mula naturalmente infectada com o VAIE. Esses animais infectados experimentalmente apresentaram alguns sinais clínicos sugestivos da AIE (como febre, anorexia, depressão) em contraste com os dois infectados naturalmente, dos quais um deles apresentou sinais clínicos da AIE após seis dias de observação, sendo então eutanasiado, sugerindo influência da dose infectante e reforçando o conceito sobre a capacidade desta espécie se apresentar como portador inaparente, pelo menos durante o período de observação 61. 3.5 Diagnóstico Considerando que mais de 95% dos animais infectados pelo vírus da AIE são portadores assintomáticos, o diagnóstico laboratorial assume um papel decisivo no controle e prevenção da AIE, pois seu programa oficial de controle determina a eutanásia dos animais infectados 8. Conforme artigo de revisão de Issel e Cook (1993) 25 , embora tenha sido o primeiro vírus animal descoberto, o insucesso nas tentativas de cultivo do agente em mais de meio século seguinte à sua descoberta, em 1904, culminou numa 10 defasagem no conhecimento em relação a outros lentivirus e, por conseqüência, no desenvolvimento de técnicas de diagnóstico. Tentativas como teste de precipitação, desenvolvido por Russell e colaboradores, e de fixação de complemento, por Kono e Kobayashi, ambos publicados em 1966, não tiveram grande aceitação por falta e acuraria ou de praticidade. No início dos anos 1970, os antígenos do VAIE eram extraídos do baço de cavalos inoculados ou cultivados em leucócitos eqüinos. A aplicação do procedimento aperfeiçoado por Ouchterlony – dupla difusão em Agar – provou-se efetiva 9. 3.5.1 Imunodifusão em Agar gel (IDGA) A adaptação do método de Ouchterlony para diagnosticar a AIE foi amplamente aceita e padronizada internacionalmente. Batizada como teste de Coggins, em homenagem ao seu criador, a IDGA é a prova padrão-ouro da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) 3, 37, 47 , bem como pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para o diagnóstico de AIE, o qual somente poderá ser realizado em laboratórios credenciados pelo MAPA 8. O IDGA, utilizado no diagnostico da doença desde 1970, detecta anticorpos contra a proteína p26 do core viral que é antigenicamente estável, com domínios altamente conservados entre os isolados do VAIE e imunodominante 7, 23, 26, 47. Quando o animal é infectado, o vírus replica em células da linhagem monócito-macrófago e são lançados na corrente sangüínea antes da manifestação da febre ou outro sintoma. Esta primeira viremia ocorre cinco a sete dias pós infecção (d.p.i.). O eqüino infectado produz resposta humoral detectável em 12 d.p.i. mas se torna positivo para a IDGA entre 15 e 45 d.p.i 24. Apesar da facilidade de execução, não é um teste rápido, pois a leitura é feita em 48 horas. Outra limitação seria os resultados falsos negativos ou duvidosos, principalmente quando se trata de muares e asininos que normalmente possuem baixíssimos níveis de viremia 44. Duas mulas livres do vírus foram inoculadas com 10 ml de sangue total de outra mula naturalmente infectada com o VAIE. Esses animais infectados experimentalmente apresentaram alguns sinais clínicos sugestivos da AIE (como 11 febre, anorexia, depressão) em contraste com os dois infectados naturalmente, dos quais um deles apresentou sinais clínicos da AIE após seis dias de observação, sendo então eutanasiado, sugerindo influência da dose infectante e reforçando o conceito sobre a capacidade desta espécie se apresentar como portador inaparente, pelo menos durante o período de observação 61. Conforme citado anteriormente (item 3.4), um experimento acompanhando mulas inoculadas com sangue de outra mula naturalmente infectada, observou-se que esses animais, apesar de terem apresentados alguns sinais clínicos sugestivos da AIE, foram negativos à pesquisa de anticorpos específicos pelo IDGA até 30 dias pós-inoculação (dpi) 61. Em outro trabalho, dois asininos e quatro pôneis foram infectados experimentalmente com o VAIE, resultando em três pôneis positivos à IDGA no 21 d.p.i. e um no 23 d.p.i. Entre os asininos, um apresentou uma fraca reação positiva no 49 d.p.i. e o outro no 42 d.p.i. 13. 3.5.2 Enzyme-Linked Immunosorbent Assay (ELISA) Durante os últimos anos, a detecção de anticorpos contra o VAIE pelo ELISA tem sido descrita e usada em alguns países onde este teste é comercializado em vários formatos 37 . Nos Estados Unidos (USA) alguns ELISAs foram aprovados pelo US Department of Agriculture Animal and Plant Health Inspection Service (USDA:APHIS) em 1990 como métodos de teste equivalentes para a diagnostico de AIE. Estudos para validação do teste indicaram boa concordância, apontando, em alguns casos, maior sensibilidade para o ELISA. Um soro de eqüino sabidamente positivo para AIE foi testado e continuou sendo diagnosticado como positivo pelo ELISA até a diluição de 1/1600, ao contrário da IDGA, que apresentou resultado positivo até a diluição de 1/100 46. Um ELISA utilizando gp90 recombinante foi desenvolvido por Reis (1997) e demonstrou ser mais eficiente do que o ELISA com antígeno p26 58 , pois detectou anticorpos para o VAIE mais precocemente em animais infectados, apresentou boa correlação com os resultados do teste de IDGA e foi recomendado como teste de triagem em levantamentos sorológicos 36, 51. 12 O teste ELISA indireto com a proteína gp90 recombinante (rgp90) tem sido utilizado em MG e no Laboratório de Retroviroses - Retrolab. Este teste possui vantagens frente ao IDGA por detectar os anticorpos anti-gp90, que são os primeiros a aparecerem no sangue e os mais abundantes, diminuindo o número de resultados falso-negativos. É considerado um método sensível para detectar anticorpos antiVAIE, possibilitando o teste de muitas amostras ao mesmo tempo com resultados obtidos dentro de 4 a 5 horas 36. 3.5.3 Outros Métodos de Diagnóstico Até mesmo quando ambos os testes (IDGA e C-ELISA) tem sido usados por serem boas ferramentas de diagnóstico, diversos fatores podem contribuir para resultados conflitantes que precisa ser confirmado usando um teste de diagnóstico seguro e altamente específico. O Western Blot, de uso mais experimental, é aplicado como um teste diagnóstico confirmatório para doenças virais, por ser um teste altamente sensível e específico 2. A reação em cadeia da polimerase tem sido proposta como método de diagnóstico confirmatório para a AIE e outras retroviroses. A especificidade do teste é geralmente satisfatória quando são usados iniciadores dirigidos a uma região conservada no genoma do VAIE 29, 30 . A PCR para detecção de DNA proviral do VAIE é sensível e específica para identificar cavalos em estágio subclínico, como também cavalos recentemente infectados em processo de montagem de resposta imune 23, 25, 30, 42, 54, 61, 63. Um ensaio baseado em polarização fluorescente foi desenvolvido usando um peptídeo da gp45. Esta tecnologia se baseia na detecção de diferença na emissão de fluorescência emitida por uma molécula pequena como é o peptídeo marcado com o fluorógeno e a emissão pelo mesmo peptídeo marcado formando um complexo com um anticorpo específico 62. 13 4 MATERIAL E MÉTODOS 4.1 CRITÉRIO DE INCLUSÃO NO ESTUDO No curral de recolhimento da Prefeitura Municipal de Mossoró os animais são distribuídos aproximadamente da seguinte forma: 65% de asininos, 22% de eqüinos, 10% de bovinos e 3% de muares. Durante um período de nove meses, Foram colhidas amostras de sangue de eqüídeos errantes (Figura 2), para separação do soro, de eqüídeos totalizando 33 eqüinos, 112 asininos e cinco muares. Figura 2 – Eqüídeos errantes nas ruas de Mossoró-RN. Fonte: Cavalcante, 2008. Para cada animal foi feita uma ficha de cadastro (Figura 3) para alimentar o banco de dados, dividida em três partes: i) identificação do animal (número, idade, sexo, espécie e o local onde foi recolhido); ii) exame clínico do animal - frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), temperatura retal (TR), anormalidades em pele, mucosas e linfonodos; iii) resenho para individualização dos animais. As idades foram estimadas pela modificação na face oclusal (mesa dentária, de ovalada à biangular) pela erupção continuada dos dentes e pelo desgaste de 14 seus elementos constituintes 59 e, para a identificação. os animais foram ferrados a ® frio, usando o Marfix , com os números registrados nas fichas, pois, a maioria dos asininos apresenta o mesmo padrão de pelagem sem marcas ou sinais suficientes para permitir a identificação. Figura 3 – Modelo da ficha de cadastro dos animais ® Hidróxido de sódio a 22%, Laboratório BraVet 15 4.3 REALIZAÇÃO DOS TESTES Os testes (IDGA e ELISA) foram realizados no Laboratório de Retroviroses Retrolab no Departamento de Medicina Veterinária Preventiva da UFMG. 4.3.1 IDGA A IDGA foi realizada com kit comercial contendo antígeno p26 e soro padrão positivo do fabricante IDEXX, lote 03878-FB564 de 14.06.2008. Foi aplicado o protocolo adaptado no Retrolab – metodologia clássica de Coggins e Norcross com algumas modificações - e descrito por Motta 27 . Foi preparado um gel de agar Noble a 1% em tampão borato (0,15 M H3BO3; pH 8,6 ajustado com NaOH) fundido em microondas e distribuído (4,5mL) em lamina para microscopia. Após sua solidificação, o ágar foi perfurado com um furador próprio, formando sete orifícios eqüidistantes: um central e seis periféricos cada qual com volume aproximado de 25μL. O antígeno foi depositado no orifício central e, nos orifícios periféricos, foram alternados os soros teste com o controle positivo. As laminas prontas foram incubadas em câmaras úmidas com solução fenolada a 1% e mantidas a temperatura ambiente por 48 horas e a leitura feita a olho nu ou com o auxilio de uma fonte de luz indireta sob um fundo escuro para a verificação da presença de uma linha de precipitação entre o antígeno e os soros testes em continuidade (identidade) com as linhas formadas entre o controle positivo e o Antígeno. 4.3.2 ELISA rgp90 Foi seguido o protocolo preconizado por Reis (1997) 51 . A proteína recombinante rgp90 foi diluída em tampão carbonato 50 mM (pH 9,6) na concentração de 0,5 µg/cavidade e incubada (100 µl por poço) em placas ELISA (Nunc-Immuno Plate Maxisorp) por 18 horas a 4ºC. As placas foram lavadas por 16 duas vezes com PBS-Tween 0,05% (pH 7,6) e incubadas por no mínimo uma hora com solução de bloqueio PBS-Tween 0,05% (200 µl por poço) acrescida de leite em pó desnatado a 5%. Nova lavagem foi realizada (3 vezes) e o soro incubado na diluição de 1:50 (4 µl de soro em 196 µl de PBS-Tween 0,05% + 1% leite) por uma hora a temperatura ambiente. Para a diluição do soro foram utilizadas placas próprias para diluição com 96 cavidades e em seguida as amostras diluídas foram transferidas para a placa ELISA adsorvida previamente com a proteína recombinante rgp90. As placas foram novamente lavadas com solução de PBSTween 0,05% por três vezes e incubadas com solução de conjugado na diluição de 1:7500 (coelho anti Ego eqüina-peroxidase SIGMA) em PBS-Tween 0,05% + 1% leite em pó (100 µl por poço) por 1 hora a temperatura ambiente. Após nova lavagem com PBS-Tween 0,05% por 3 vezes, 100 µl do substrato foi adicionado: solução de ortofenilenodiamino (OPD) (0,5 mg/ml), 20 µl de peróxido de hidrogênio (H2O2) em 10 ml de tampão fosfato citrato (pH 5,0) por 10 minutos a temperatura ambiente. A reação foi interrompida com 40 µl de solução de ácido sulfúrico a 0,5 N e a densidade ótica lida em leitor de ELISA a um comprimento de onda de 492 nm. 4.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA Foi utilizado o software de domínio público Epi Info versão 3.4.1 * para a construção do banco de dados e testes estatísticos (Qui quadrado, Qui-quadrado de Mantel Haenzel e análises de risco: risco relativo e odds ratio) quando aplicáveis. Outros programas estatísticos foram empregados de acordo com o teste, cuja escolha foi definida pela natureza da variável analizada: se qualitativa – como espécie e sexo – ou quantitativa – como idade. Neste último caso, foi necessário decidir por testes paramétricos ou não paramétricos na dependência de haver ou não distribuição normal, o que foi avaliado pelo teste Kolmogorov-Smirnov. Os programas utilizados foram: Minitab® 15.1.0.0. † , Statistica 8.0 ‡ e InStat 3.06 § * Centers for Disease Control and Prevention - CDC Minitab; ‡ StatSoft § Graphpad Software † 17 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Não houve diferença estatística na proporção de machos e fêmeas, tanto nos eqüinos quanto nos asininos. Nos muares, esta análise não foi feita em virtude da pouca quantidade de animais (Figura 4). Figura 4 – Equideos errantes incluído no estudo classificados por espécie e sexo. MossoróRN, 2009 Conforme pode-se observar na Figura 5, valores de idade extremos de alguns indivíduos influenciaram no resultado da média, impossibilitando a análise com este parâmetro. A distribuição desta variável não apresentou distribuição normal, portanto, as comparações foram feitas pelo tese Kruskal-Wallis (não paramétrico). Houve diferença estatisticamente significante (p<0,008) dos muares em relação a eqüinos e asininos que, por sua vez, não apresentaram diferença significante entre eles, o que pode ser observado na Figura 66, mostrando a distribuição por quartis. Figura 5 – Box Plot apresentando a dispersão da idade dos animais conforme a espécie. 18 Os asininos apresentaram uma mediana (6,0) menor que os eqüinos (8,0) e estes tiveram uma amplitude maior de distribuição com maior número relativo de animais no último quartil. Tal fato pode ser explicado pela diferença de trabalho desempenhado por essas espécies e pelo seu modo de criação. Os eqüinos são mais aproveitados que os asininos no trabalho e, por conseqüência, circulam em menor número soltos nas ruas. Adicionalmente, observou-se no decorrer desta pesquisa que muitos dos eqüinos recolhidos pela prefeitura são resgatados por seus donos, mostrando que são animais semi-controlados e que ainda estão servindo como força de trabalho. Porém, embora não tenham ocorrido animais reincidentes na amostra estudada, sabe-se por relato pessoal que muito dos animais resgatados voltam ao curral durante o mês, pois os proprietários soltam-nos nas ruas novamente. Mais lentos no trabalho, os asininos são aproveitados apenas na ausência de eqüinos e muares, o que pode explicar seu maior número nas vias públicas, provavelmente se reproduzindo nesta condição, dado o número representativo de animais jovens, repondo a população de susceptíveis. 19 Os muares foram representados em menor número e com indivíduos mais velhos, possivelmente por serem híbridos (inférteis) e, em função de sua resistência, apresentarem rendimento e longevidade no trabalho superior que as outras duas espécies. Desta forma, os muares, quando abandonados, o são mais tardiamente. No pantanal mato-grossense, há fazendeiros substituindo os cavalos de serviço por muares devido a sua maior resistência em apresentar sintomas da AIE 44 . Na situação epidemiológica encontrada ali, com regiões apresentando prevalência de até 50%, torna-se menos relevante o fato dos muares estarem ou não infectados, mas não se pode dizer o mesmo dos animais em Mossoró. Figura 6 – Distribuição em mediana e quartis da idade dos animais agrupados por espécie. Box Plot da idade agrupada por espécie 24 22 20 18 16 idade (anos) 14 12 10 8 6 4 2 0 -2 asinino equino muar 25%-75% Non-Outlier Range Outliers Extremos espécie Dos 150 animais analisados, todos os quatro soros positivos na IDGA foram positivos também no ELISA mas, seis soros adicionais foram positivos apenas no ELISA (Tabela 1). Estes resultados conflitantes podem ser justificados porque asininos e muares produzem títulos de anticorpos contra o VAIE abaixo do limiar de 20 detecção da IDGA. De fato, quando testados por Western blot, as amostras discordantes apresentaram concentrações baixas de anticorpos contra o antígeno p26, que é o marcador da IDGA ** . Adicionalmente, sabe-se que anticorpos contra gp90 antígeno empregado no ELISA são detectados precocemente e em títulos mais altos que p26 25, 36, 51 . Consequentemente, não se pode descartar que os resultados ora apresentados sejam de animais infectados recentemente. Tabela 1 – Análise de concordância entre os testes sorológicos, realizados por IDGA e ELISA para o diagnóstico da AIE em asininos, equinos e muares de Mossoró-RN (2009). IDGA Eqüinos Asininos Muares TOTAL ELISA P N P 2 0 2 N 0 31 31 P 2 4 6 N 0 106 106 P 0 2 2 N 0 3 3 TOTAL 4 146 150 Apesar do estresse sofrido por esses animais nas ruas e até mesmo no curral de recolhimento após a apreensão — sem cuidados adequados, sem alimentação nem fonte de água limpa, com superlotação e muitas vezes brigas entre os animais (Figura 7), fatores suficientes para recrudescimento da viremia 12, 43 , não foi observado nenhum quadro clínico sugestivo da AIE. Os animais que por ventura já estivessem infectados no momento da coleta seriam portadores crônicos assintomáticos. Outros que se infectassem após a apreensão, durante o confinamento, não teriam tempo hábil para a manifestação dos sintomas até sua liberação ou resgate, tampouco o período em que os animais recolhidos permanecem cativos (até sete dias) permitiriam, na maioria dos casos, a detecção de anticorpos específicos pelos testes sorológicos a gp90 é detectável em 7 dpi 25. ** Relato pessoal (Reis, 2009), dados não publicados 21 Figura 7 - Curral de recolhimento de animais errantes da PMM, onde paralelamente às colheitas, foi realizado exame físico dos animais para verificar associação entre achados clínicos e resultados dos testes sorológicos. Fonte: Cavalcante, 2009. Conforme relacionado no Anexo 2, dos animais positivos (seis asininos, dois muares e dois eqüinos), apenas os asininos de número 23 e 92 apresentaram pêlos grandes e sem brilho e o primeiro apresentou mucosas hipocoradas. Ambos apresentaram temperatura retal dentro dos limites normais, mas conforme descrito no experimento de Cook et al., (2001) 13 , asininos inoculados com o VAIE não demonstraram picos febris em nenhum momento durante os 365 dias de observação, diferentemente dos pôneis que apresentaram vários picos febris, com alguns chegando até mais de 41° C. Outros animais, soro-negativos, apresentaram a mesma sintomatologia dos animais 23 e 92, o que pode ter como causa outros fatores, por exemplo: verminose (exame não realizado), má alimentação crônica e idade avançada. Desta forma, embora não se possa afirmar que os sinais apresentados tenham sido em decorrência da infecção pelo VAIE, curiosamente, estes foram os asininos positivos para o ELISA e o IDGA. Na forma como os resultados se apresentaram, ou seja, o pequeno número de animais positivos para qualquer dos testes utilizados não permitiu o cálculo dos parâmetros bayesianos como sensibilidade, especificidade e valores preditivos. Porém, baseado no desempenho dos dois testes descritos em estudos anteriores 1, 22 36, 44, 51, 55 , assumiu-se como falsos negativos os resultados da IDGA para asininos e muares quando o resultado do ELISA for positivo. Existe relato de recrudescimento de um surto de AIE em eqüinos na França, seis anos após ter sido controlado, devido a um jumento falso negativo à IDGA 63 . O ELISA não é prova aceita oficialmente no Brasil, mas por não consumir o tempo de processamento da IDGA e ser mais sensível, poderia ser empregado como teste de triagem para eqüinos ou como prova de eleição para asininos e muares. É notória a importância do serviço de recolhimento dos animais sem controle ou semi-controlados pois a apreensão realizada pela Polícia Rodoviária Federal contribuiu para diminuir 17% os acidentes envolvendo animais nas rodovias federais no Rio Grande do Norte 64 . Porém, é necessário estudar alternativas e ponderar sobre o risco de serem recolhidos animais de diferentes pontos da cidade e mantêlos agrupados em um mesmo local para que, logo em seguida, sejam soltos. Não se pode descartar a possibilidade de que algum desses animais previamente infectados atuem como fonte de infecção para outro que será solto ou resgatado por um proprietário que tenha outros animais, podendo estabelecer novas cadeias de transmissão, já que o curral, principalmente na época chuvosa (época em que a proliferação de vetores responsáveis pela transmissão da AIE é maior), pode ser um local maior de disseminação entre esses animais. A falta de um teste diagnóstico oficial confiável para asininos e muares faz com que não haja instrumento legal para aplicação de medidas de controle. A adaptação de programas de educação sanitária já bem descritos para pequenos animais 56 podem propor medidas importantes como: posse responsável; controle populacional; substituir animais de trabalho infectados no caso de proprietários sem recursos financeiros. Os dados apresentados neste trabalho sugerem um risco potencial de transmissão do VAIE que não pôde ser quantificado devido ao tamanho reduzido da amostra. O tempo em que os animais recolhidos permanecem cativos mas a ampliação do período de colheita e a inclusão de testes moleculares deverão fornecer mais informações sobre o tamanho da população de eqüídeos errantes, a prevalência da doença, viremia e subpopulações virais para o rastreamento da origem da transmissão. 23 6 CONCLUSÕES ¾ A AIE está presente nos eqüídeos errantes de Mossoró ¾ Para os eqüinos, os testes ELISA e IDGA podem ser aplicados em série: o primeiro como triagem e o segundo, confirmatório para o diagnóstico da AIE. ¾ O teste ELISA e IDGA devem ser aplicados em paralelo para o diagnóstico da AIE em muares e asininos, tendo o ELISA como prova de eleição para estas espécies. ¾ Os equideos errantes representam risco potencial para a equideocultura de Mossoró, principalmente para a AIE, por existir animais portadores assintomáticos da doença transitando livremente perto das fazendas. ¾ Apesar de ser uma medida que diminui a quantidade de acidentes nas ruas, o recolhimento dos animais em um curral coletivo, pode favorecer a disseminação da doença entre esses animais, por não serem adotada medidas sanitárias associadas a esse serviço 24 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 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ANO Região Geográfica Brasil Nordeste Rio Grande do Norte Mossoró – RN Tipo de rebanho Equino Asinino Muar Equino Asinino Muar Equino Asinino Muar Equino Asinino Muar 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 5.831.533 5866780 5.831.341 5.831.817 5.801.055 5.774.493 5.828.376 5.787.250 5787249 5749117 5602053 1.248.507 1232750 1.236.401 1.242.177 1.239.025 1.217.122 1.208.660 1.196.324 1191533 1187419 1163316 1.294.507 1292412 1.335.771 1.347.855 1.345.656 1.339.161 1.345.389 1.358.419 1388665 1386015 1343279 1.433.495 1413760 1.408.397 1.400.180 1.403.297 1.391.596 1.405.484 1.412.432 1423693 1428543 1430408 1.155.561 1136010 1.139.054 1.141.294 1.138.847 1.115.485 1.106.510 1.092.301 1085775 1080158 1063012 655.171 653787 687.571 690.331 686.987 676.182 671.039 675.461 689968 691019 687523 34.591 36982 37.314 38.618 38.213 39.933 39.614 40.338 41979 43550 42933 56.806 54332 56.394 60.089 59.677 63.300 63.341 63.068 62586 57738 57955 15.873 18976 19.599 20.686 20.910 21.108 20.868 20.900 21848 21894 21277 940 916 943 896 905 980 821 830 900 1050 1086 1.050 1023 1.051 1.208 1.290 1.320 1.462 1.500 1235 1180 1275 370 362 372 357 360 376 341 350 392 450 486 31 32 ANEXO B Quadro 3 - Informações colhidas dos eqüídeos errantes em Mossoró-RN, 2009. Animal Idade (anos) Sexo FC FR Temp 1 6 fêmea 32 16 36,0 normocoradas asinino 2 4,5 macho 40 20 36,8 normocoradas asinino 3 4 5 0,7 fêmea fêmea 52 40 40 20 37,6 37,5 normocoradas asinino hipocoradas asinino 5 0,65 macho 48 20 38,2 hipocoradas asinino 6 9 fêmea 36 20 37,5 hipocoradas equino 7 8 9 10 11 18 5 3 13 3 fêmea fêmea macho fêmea fêmea 60 44 48 52 36 28 20 28 60 16 37,8 39,0 38,5 38,2 37,0 normocoradas hipocoradas normocoradas normocoradas normocoradas muar equino equino equino equino 12 13 macho 36 16 37,8 normocoradas equino 13 12 macho 28 20 37,5 normocoradas asinino 14 6 fêmea 32 20 36,5 hipocoradas asinino 15 18 fêmea 40 20 37,4 normocoradas muar 16 19 fêmea 120 24 37,5 normocoradas muar 17 18 19 20 21 4 5 8 15 4,5 macho fêmea fêmea macho fêmea 48 40 44 44 60 20 20 16 28 36 37,5 37,4 37,8 37,5 37,4 normocoradas asinino normocoradas asinino hipocoradas equino normocoradas equino normocoradas asinino 22 6 macho 40 20 37,8 hipocoradas asinino 23 10 macho 40 28 37,5 hipocoradas asinino 24 15 macho 44 32 37,8 ictéricas asinino 25 6 fêmea 44 28 37,6 26 6 macho 32 24 37,7 27 3 macho 44 24 38,0 normocoradas asinino 28 4 fêmea 44 20 36,9 normocoradas asinino 29 2,5 fêmea 40 16 36,5 normocoradas asinino 30 15 fêmea 42 20 36,8 normocoradas 31 7 fêmea 40 20 36,9 normocoradas asinino 32 7 macho 42 13 36,4 33 5 fêmea 48 21 36,8 normocoradas asinino 34 1,5 macho 30 16 36,4 normocoradas asinino Mucosas Espécie normocoradas asinino hipocoradas hipocoradas equino muar asinino ELISA IDGA Data Da Colheita Local da Colheita Sto Antonio Sto negativo negativo 22/fev/08 Antonio negativo negativo 22/fev/08 Boa Vista negativo negativo 22/fev/08 Paredões Sto negativo negativo 22/fev/08 Antonio Nova negativo negativo 22/fev/08 Betânia negativo negativo 26/fev/08 Paredões negativo negativo 29/fev/08 Centro negativo negativo 29/fev/08 Centro negativo negativo 29/fev/08 Centro negativo negativo 29/fev/08 Redenção Nova negativo negativo 29/fev/08 Betânia Bom negativo negativo 29/fev/08 Jardim Bom negativo negativo 29/fev/08 Jardim Costa e positivo negativo 29/fev/08 Silva Sto negativo negativo 29/fev/08 Antonio negativo negativo 04/mar/08 Boa Vista negativo negativo 04/mar/08 Paredões negativo negativo 04/mar/08 Boa Vista negativo negativo 04/mar/08 Boa Vista negativo negativo 04/mar/08 Pintos Sto negativo negativo 04/mar/08 Antonio Nova positivo positivo 04/mar/08 Betania Nova negativo negativo 08/mar/08 Betania Bom negativo negativo 08/mar/08 Jardim Costa e negativo negativo 08/mar/08 Silva Bom negativo negativo 08/mar/08 Jardim Sto negativo negativo 28/mar/08 Antonio Sto negativo negativo 28/mar/08 Antonio Bom positivo negativo 28/mar/08 Jardim Sto negativo negativo 28/mar/08 Antonio Nova negativo negativo 28/mar/08 Betania Sto negativo negativo 28/mar/08 Antonio Bom negativo negativo 28/mar/08 Jardim negativo negativo 11/fev/08 33 Animal Idade (anos) Sexo FC FR Temp 35 15 fêmea 40 18 36,0 normocoradas asinino negativo negativo 28/mar/08 36 7 fêmea 60 32 37,0 normocoradas asinino negativo negativo 28/mar/08 37 15 fêmea 48 18 37,3 normocoradas asinino negativo negativo 28/mar/08 38 1,5 fêmea 60 20 37,4 normocoradas asinino negativo negativo 28/mar/08 39 4 macho 52 12 37,2 normocoradas asinino negativo negativo 28/mar/08 40 18 macho 24 18 36,8 normocoradas asinino negativo negativo 28/mar/08 41 1,5 fêmea 80 30 37,0 normocoradas asinino negativo negativo 28/mar/08 42 9 macho 36 16 36,8 normocoradas asinino negativo negativo 28/mar/08 43 15 macho 40 16 37,2 normocoradas asinino positivo negativo 28/mar/08 44 12 macho 37 16 37,4 normocoradas asinino negativo negativo 28/mar/08 45 13 macho 40 16 37,4 normocoradas asinino negativo negativo 28/mar/08 46 8 macho 28 16 37,0 normocoradas asinino negativo negativo 28/mar/08 47 7 macho 28 12 36,8 normocoradas asinino negativo negativo 28/mar/08 48 2,5 fêmea 44 25 37,2 normocoradas equino negativo negativo 04/abr/08 49 14 fêmea 52 20 37,4 normocoradas equino negativo negativo 04/abr/08 50 17 macho 44 16 37,4 hipocoradas equino negativo negativo 04/abr/08 51 7 macho 39 23 37,7 normocoradas equino negativo negativo 04/abr/08 52 7 macho 42 35 37,8 normocoradas equino positivo positivo 04/abr/08 53 54 2,5 2 fêmea fêmea 51 39 23 23 37,4 38,0 normocoradas normocoradas equino equino negativo negativo negativo negativo 04/abr/08 04/abr/08 55 3,5 macho 31 26 38,4 normocoradas asinino negativo negativo 04/abr/08 56 12 macho 55 30 37,4 normocoradas asinino negativo negativo 04/abr/08 57 6 macho 36 24 38,5 normocoradas asinino negativo negativo 26/abr/08 58 10 macho 24 20 36,4 normocoradas asinino negativo negativo 26/abr/08 59 60 61 62 18 4 2 18 macho macho macho macho 36 18 36 36 20 24 20 40 36,2 37,0 37,2 37,4 normocoradas normocoradas normocoradas normocoradas negativo negativo negativo negativo negativo negativo negativo negativo 26/abr/08 26/abr/08 26/abr/08 26/abr/08 63 2,5 macho 36 36 37,8 normocoradas asinino negativo negativo 26/abr/08 64 65 2,5 3,5 macho macho 48 36 32 24 37,6 37,1 hipocoradas asinino normocoradas asinino negativo negativo negativo negativo 26/abr/08 26/abr/08 66 8 macho 32 28 37,8 normocoradas asinino negativo negativo 26/abr/08 67 68 15 2,5 macho macho 32 40 28 20 37,7 37,7 normocoradas asinino normocoradas asinino negativo negativo negativo negativo 26/abr/08 26/abr/08 69 1,5 fêmea 44 28 37,3 asinino negativo negativo 26/abr/08 70 71 3,5 9 macho macho 44 32 36 28 37,8 37,6 hipocoradas asinino normocoradas muar negativo negativo negativo negativo 26/abr/08 26/abr/08 Mucosas hipocoradas Espécie asinino asinino asinino asinino ELISA IDGA Data Da Colheita Local da Colheita Sto Antonio Sto Antonio Pintos Bom Jardim Sto Antonio Sto Antonio Sto Antonio Nova Betania Bom Jardim Sto Antonio Sto Antonio Sto Antonio Sto Antonio Sto Antonio Sto Antonio Costa e Silva Redenção Nova Betânia Abolição I Abolição I Sto Antonio BR-304 Sto Antonio Bom Jardim BR-304 Barrinha Paredões Aeroporto Alto S. Manoel Barrinha BR-304 Bom Jardim Redenção BR-304 Sto Antonio Aeroporto Aeroporto 34 Animal Idade (anos) Sexo FC FR Temp 72 12 fêmea 40 32 73 1,5 macho 40 74 12 fêmea 75 1,5 76 ELISA IDGA Data Da Colheita Mucosas Espécie 37,3 normocoradas equino negativo negativo 26/abr/08 32 37,4 normocoradas equino negativo negativo 26/abr/08 35 22 37,6 normocoradas equino negativo negativo 08/mai/08 macho 39 20 38,2 normocoradas equino negativo negativo 08/mai/08 2,5 fêmea 42 24 37,6 hipocoradas equino negativo negativo 08/mai/08 77 2,5 macho 46 18 36,8 normocoradas asinino negativo negativo 08/mai/08 78 14 fêmea 32 16 38,5 hipocoradas equino negativo negativo 08/mai/08 79 80 13 22 macho macho 32 44 16 24 37,8 38,4 hipocoradas normocoradas equino equino negativo negativo 14/mai/08 positivo positivo 14/mai/08 81 12 fêmea 48 16 38,0 normocoradas equino negativo negativo 14/mai/08 82 4 macho 32 20 37,5 normocoradas asinino negativo negativo 21/mai/08 83 12 fêmea 36 20 38,0 normocoradas asinino negativo negativo 21/mai/08 84 2,5 macho 32 20 37,1 normocoradas asinino negativo negativo 21/mai/08 85 86 1,75 3 fêmea fêmea 48 40 36 24 37,7 37,4 normocoradas asinino normocoradas asinino negativo negativo 21/mai/08 negativo negativo 21/mai/08 87 3,5 fêmea 36 48 38,0 normocoradas asinino negativo negativo 21/mai/08 88 7 fêmea 36 24 38,0 normocoradas asinino positivo negativo 21/mai/08 89 8 fêmea 32 16 37,8 normocoradas equino negativo negativo 21/mai/08 90 3,5 fêmea 36 20 37,9 normocoradas equino negativo negativo 21/mai/08 91 1,5 macho 39 17 36,7 normocoradas asinino negativo negativo 10/jun/08 92 18 fêmea 62 20 37,4 normocoradas asinino positivo positivo 10/jun/08 93 7 macho 26 13 37,1 normocoradas asinino negativo negativo 10/jun/08 94 12 macho 39 12 37,0 normocoradas equino negativo negativo 10/jun/08 95 12 macho 42 14 37,8 normocoradas asinino negativo negativo 10/jun/08 96 97 98 13 2,5 18 fêmea fêmea fêmea 30 55 30 15 22 19 36,8 37,4 37,4 normocoradas asinino normocoradas asinino normocoradas asinino negativo negativo negativo negativo negativo negativo 10/jun/08 10/jun/08 10/jun/08 99 6 fêmea 51 33 38,0 hipocoradas asinino negativo negativo 10/jun/08 100 12 macho 24 12 37,5 hipocoradas asinino negativo negativo 10/jun/08 101 4,5 macho 18 36 37,8 hipocoradas asinino negativo negativo 10/jun/08 102 1,6 macho 44 32 37,6 normocoradas asinino negativo negativo 10/jun/08 103 14 macho 28 24 37,7 normocoradas asinino negativo negativo 24/jul/08 104 18 macho 36 20 37,8 normocoradas asinino negativo negativo 24/jul/08 105 3 macho 40 28 37,9 normocoradas asinino positivo negativo 24/jul/08 106 2,5 macho 36 20 37,4 normocoradas asinino negativo negativo 24/jul/08 107 2 macho 44 20 37,8 normocoradas asinino negativo negativo 24/jul/08 Local da Colheita Sta Delmira Sta Delmira Bom Jardim Aeroporto Sta Delmira Aeroporto Sto Antonio Abolição I Abolição I Sto Antonio Sto Antonio Sto Antonio Sta Delmira Paredões Paredões Nova Betânia Sto Antonio Aeroporto Abolição IV Sto Antonio Sto Antonio Sto Antonio Centro Sto Antonio Pintos Pintos Paredões Sto Antonio Sto Antonio Nova Betânia Sto Antonio Paredões Alto S. Manoel Sta Delmira Sto Antonio Redenção 35 Animal Idade (anos) Sexo Data Da Colheita Local da Colheita 108 109 18 2,5 macho macho 32 44 24 24 37,7 37,7 normocoradas asinino normocoradas asinino negativo negativo negativo negativo 24/jul/08 24/jul/08 normocoradas asinino negativo negativo 24/jul/08 37,2 normocoradas asinino negativo negativo 24/jul/08 20 37,8 normocoradas asinino negativo negativo 24/jul/08 32 24 38,0 normocoradas equino negativo negativo 24/jul/08 fêmea 40 24 38,2 normocoradas equino negativo negativo 24/jul/08 12 macho 28 20 37,0 normocoradas equino negativo negativo 24/jul/08 116 18 fêmea 48 24 36,7 normocoradas asinino negativo negativo 15/ago/08 117 3 macho 32 19 37,8 normocoradas asinino negativo negativo 15/ago/08 118 1,5 macho 46 24 38,2 normocoradas asinino negativo negativo 15/ago/08 119 18 macho 42 20 36,6 120 2 macho 36 14 36,7 121 15 macho 28 15 37,2 hipocoradas asinino negativo negativo 15/ago/08 122 18 macho 38 20 36,9 hipocoradas asinino negativo negativo 15/ago/08 123 124 125 9 2,5 3 macho fêmea macho 48 38 42 26 15 18 39,2 37,4 36,6 normocoradas asinino normocoradas equino normocoradas asinino negativo negativo 15/ago/08 negativo negativo 15/ago/08 negativo negativo 15/ago/08 126 12 macho 43 24 37,5 normocoradas asinino negativo negativo 15/ago/08 127 3 macho 28 20 38,3 normocoradas asinino negativo negativo 15/ago/08 128 4,5 macho 54 24 39,4 129 15 macho 38 12 130 7 fêmea 40 131 5 macho 132 2,5 133 Redenção Redenção Bom Jesus Bom Jesus Sto Antonio Nova Betânia Alto S. Manoel Alto S. Manoel Sto Antonio Sto Antonio Pintos 30 de setembro Sta Delmira Sto Antonio Sto Antonio Paredões Centro Abolição I Sto Antonio Pintos Alto S. Manoel Nova Betânia Abolição III Sto Antonio Sto Antonio 30 de setembro Sto Antonio Sto Antonio Sto Antonio Sto Antonio Sto Antonio Sto Antonio Belo Horizonte Sto Antonio 110 12 macho 32 24 37,6 111 12 macho 32 24 112 1,75 macho 40 113 7 fêmea 114 13 115 FC FR Temp Mucosas hipocoradas Espécie ELISA IDGA asinino negativo negativo 15/ago/08 normocoradas asinino negativo negativo 15/ago/08 ictéricas asinino negativo negativo 15/ago/08 39,0 normocoradas asinino negativo negativo 15/ago/08 44 37,5 normocoradas asinino negativo negativo 29/ago/08 32 24 37,4 normocoradas asinino negativo negativo 29/ago/08 fêmea 44 30 37,8 normocoradas asinino negativo negativo 29/ago/08 6 macho 40 30 37,6 normocoradas asinino negativo negativo 29/ago/08 134 6 macho 36 24 38,0 normocoradas asinino negativo negativo 29/ago/08 135 2 macho 40 19 37,4 normocoradas asinino negativo negativo 29/ago/08 136 2,5 macho 40 23 37,6 normocoradas asinino negativo negativo 29/ago/08 137 7 macho 30 17 37,7 normocoradas asinino negativo negativo 29/ago/08 138 8 macho 43 25 36,8 normocoradas asinino negativo negativo 29/ago/08 139 8 fêmea 45 28 37,6 normocoradas asinino negativo negativo 29/ago/08 140 8 macho 28 19 37,8 normocoradas negativo negativo 29/ago/08 141 6 fêmea 40 18 37,5 normocoradas asinino positivo negativo equino 19/set/08 36 Animal Idade (anos) Sexo FC FR Temp 142 4 fêmea 44 24 39,5 143 18 fêmea 42 18 36,5 144 7 fêmea 56 14 145 18 macho 32 146 147 148 18 7 2 macho fêmea macho 149 6 150 2,5 Mucosas Espécie normocoradas asinino ELISA IDGA Data Da Colheita negativo negativo 19/set/08 asinino negativo negativo 19/set/08 38,2 normocoradas asinino negativo negativo 19/set/08 24 37,4 normocoradas asinino negativo negativo 19/set/08 28 56 72 14 32 48 38,2 37,2 36,9 hipocoradas asinino normocoradas asinino normocoradas asinino negativo negativo negativo negativo negativo negativo 19/set/08 11/out/08 11/out/08 fêmea 42 24 37,8 normocoradas asinino negativo negativo 11/out/08 fêmea 64 36 37,3 negativo negativo 11/out/08 hipocoradas hipocoradas asinino Local da Colheita Sto Antonio Sto Antonio Abolição III Alto S. Manoel Redenção Redenção Pintos Costa e Silva 30 de setembro