Doenças em Animais Silvestres, porque estudá-las?

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ABRAVAS
Associação Brasileira de
Veterinários de Animais
Selvagens
www.abravas.org.br
Doenças em Animais Selvagens,
porque estudá-las?
Profa.
Profa. Dra.
Dra. Eliana
Eliana
Matushima
Matushima
Depto.
Depto. de
de Patologia
Patologia
FMVZ
FMVZ –– USP
USP
[email protected]
[email protected]
Biodiversidade
O Brasil
Brasil possui
possui oo maior
maior
•• O
número de
de espécies
espécies
número
conhecidas de
de
conhecidas
mamíferos, peixes
peixes
mamíferos,
dulcícolas ee plantas
plantas
dulcícolas
superiores; oo segundo
segundo
superiores;
em riqueza
riqueza de
de anfíbios,
anfíbios,
em
terceiro em
em aves
aves ee
terceiro
quinto em
em répteis;
répteis;
quinto
De espécies
espécies endêmicas
endêmicas
•• De
Brasil encontra-se
encontra-se
oo Brasil
entre os
os cinco
cinco
entre
primeiros; ee no
no
primeiros;
conjunto destes
destes grupos,
grupos,
conjunto
ocupa mundialmente
mundialmente aa
ocupa
segunda posição.
posição.
segunda
Biodiversidade
Cerca de
de 20.000
20.000
•• Cerca
espécies já
já foram
foram
espécies
descritas no
no Brasil.
Brasil.
descritas
Estima-se que
que aa
•• Estima-se
biodiversidade do
do
biodiversidade
país seja
seja composta
composta
país
por um
um número
número 66 aa
por
10 vezes
vezes maior,
maior, ou
ou
10
seja,
seja,
aproximadamente 22
aproximadamente
milhões de
de formas
formas
milhões
de vida.
vida.
de
Número de espécies animais brasileiras
ameaçadas de extinção, conforme portaria do
IBAMA de 1989 a 1997; na coluna ‘a direita, os
números constantes da Lista Vermelha da IUCN
Classe
IBAMA, 1989-97
IUCN, 2000
Mamíferos
59
79
Aves
117
113
Répteis
9
22
Anfíbios
1
6
Peixes
0
16
Ameaças ‘a Biodiversidade
• Destruição e
fragmentação de habitats
– desmatamento,
desertificação, queimadas,
mineração, represamento,
erosão, assoreamento,
urbanização e vias de
transporte;
• Introdução de espécies e
doenças
exóticas;exploração
excessiva de espécies de
plantas e animais;
• Contaminação do solo,
água e atmosfera;
• Mudanças climáticas
globais.
Tráfico de Animais Selvagens
•• Uma
Uma outra
outra ameaça
ameaça àà
sobrevivência
sobrevivência das
das
espécies
deanimais
animais
espécies de
no
no
Brasil
é o tráfico
Brasil
é o tráfico
de
de
fauna
silvestre;
fauna
silvestre;
• e;
É a terceira maior
or
atividade
ilegal
atividade
ilegal
dodo
do
mundo,
depois
mundo,
depois
dasdas
armas
as
e das
drogas;
e das
drogas;
• s;
Cerca de 38 milhões de
de
espécimes
espécimes
sãosão
retirados
os
natureza
ano.
dada
natureza
porpor
ano.
o.
Introdução de espécies
exóticas
Problema ambiental
ambiental
•• Problema
relevante no
no Brasil;
Brasil;
relevante
Mecanismos ee
•• Mecanismos
conseqüências são
são
conseqüências
extremamente
extremamente
desconhecidas;
desconhecidas;
Introdução intencional
intencional
•• Introdução
de espécies
espécies exóticas
exóticas éé
de
tão freqüente
freqüente quanto
quanto
tão
acidental no
no Brasil.
Brasil.
acidental
•• Há
Há poucos
poucos dados
dados sobre
sobre
oo impacto
impacto das
das espécies
espécies
exóticas
exóticas sobre
sobre aa
biodiversidade
biodiversidade do
do
Brasil;
Brasil;
•• Dados
Dados indicam
indicam
eliminação
eliminação ou
ou redução
redução
de
de espécies
espécies nativas
nativas por
por
competição
competição ee predação,
predação,
introdução
introdução de
de parasitas
parasitas
ee alteração
alteração de
de
processos
processos do
do
ecossistema.
ecossistema.
Medicina da Conservação
Estudocomparado
comparadodas
das
•• Estudo
afecçõesque
queacometem
acometem
afecções
tantoanimais
animaisselvagens
selvagens
tanto
devida
vidalivre
livrecomo
comoos
os de
de
de
cativeiroééde
de
cativeiro
fundamentalimportância
importância
fundamental
paraaaconservação
conservaçãodessa
dessa
para
imensabiodiversidade
biodiversidade
imensa
existenteno
noBrasil;
Brasil;
existente
Fornecendosubsídios
subsídios
•• Fornecendo
parauma
umaintervenção
intervenção
para
imediatada
dapropagação
propagação
imediata
dedeterminada
determinadadoença
doençaee
de
comisso
issopreservar
preservaressas
essas
com
espécies.
espécies.
Um exemplo de estudo sobre
Cinomose em espécies de vida livre
•• Em
Em1994,
1994,mortalidade
mortalidadede
de30%
30%de
de
leões
leõesno
noParque
Parquedo
doSerengueti,
Serengueti,em
em
umapopulação
populaçãoestimada
estimadaem
em3000.
3000.
uma
Os
Osanimais
animaisapresentavam
apresentavam
convulsão,
convulsão,mioclonia
miocloniarecorrente,
recorrente,
desorientação,
desorientação,ataxia
ataxiaee
depressão;
depressão;
•• Pesquisa
Pesquisade
desoro
soroeetecidos
tecidosde
de23
23
leões
leõesmortos
mortosou
oueutanasiados;
eutanasiados;
•• Títulos
Títulosaltos
altospara
paracinomose;
cinomose;
•• Histopatologia:
Histopatologia:encefalite,
encefalite,
pneumonia
pneumoniaintersticial,
intersticial,depleção
depleção
linfóide
linfóideeecorpúsculos
corpúsculosde
deinclusão
inclusão
intranuclear
intranucleareeintracitoplasmático
intracitoplasmático
––infecção
infecçãopor
porMorbillivírus.
Morbillivírus.
Após 1994,
1994, outros
outros leões
leões de
de outras
outras áreas
áreas
•• Após
foram infectados;
infectados; hienas
hienas também
também
foram
apresentaram aa doença;
doença;
apresentaram
• Historicamente, o vírus da cinomose não era
• Historicamente, o vírus da cinomose não era
patogênico para
para leões
leões ee nem
nem hienas;
hienas;
patogênico
Em estudo
estudo epidemiológico
epidemiológico retrospectivo,
retrospectivo,
•• Em
sorologia foi
foi realizada
realizada em
em amostras
amostras de
de leões
leões
sorologia
coletados
em
1984
a
1989;
1990
a
1993,
–
coletados em 1984 a 1989; 1990 a 1993, –
apresentavam anticorpo
anticorpo contra
contra oo vírus
vírus da
da
apresentavam
cinomose.
cinomose.
Vírusisolado
isoladode
deleões,
leões,
•• Vírus
hienas,raposas
raposaseecães
cães
hienas,
domésticos(que
(queviviam
viviam
domésticos
próximos‘a‘aárea
áreados
dos
próximos
leões);
leões);
Seqüênciagênica
gênicado
dovírus
vírus
•• Seqüência
isoladodos
dosleões:
leões:
isolado
similaresao
aodos
doscães
cães
similares
domésticos;bastante
bastante
domésticos;
patogênicopara
paraleões
leõesee
patogênico
hienas;
hienas;
Cãesdomésticos
domésticosseriam
seriam
•• Cães
osreservatórios
reservatóriosdesse
desse
os
vírus;havendo
havendo
vírus;
transmissão
transmissão
interespécies.
interespécies.
•• Rota
Rotade
detransmissão
transmissão
entre
entrecães
cãeseeleões
leõesnão
não
está
estábem
bemesclarecida,
esclarecida,
provavelmente
provavelmenteseria
seria
através
atravésdas
dashienas,
hienas,que
que
percorrem
percorremlongas
longas
distâncias
distânciasdentro
dentrodo
do
parque
parquedo
doSerengeti;
Serengeti;
•• Ao
Aoredor
redordesse
desseparque
parque
existiam
existiam
aproximadamente
aproximadamente30.000
30.000
cães
cãesdomésticos,
domésticos,muitos
muitos
não
nãovacinados;
vacinados;
•• Impacto
Impactosobre
sobreoutras
outras
espécies
espéciescarnívoras
carnívorasnão
nãoéé
conhecida.
conhecida.
Conclusão:
Conclusão: Necessidade
Necessidade
de
de continuar
continuar monitorando
monitorando
aa doença
doença em
em animais
animais de
de
vida
vida livre
livre ee desenvolver
desenvolver
programas
programas de
de vacinação
vacinação
em
em animais
animais domésticos
domésticos em
em
contato
contato com
com os
os de
de vida
vida
livre.
livre.
Fibropapilomatose em tartarugas marinhas:
um exemplo brasileiro
O que é a fibropapilomatose ?
Patologia da Fibropapilomatose
Tumores benignos,
benignos,que
que
Tumores
podematingir
atingiraté
até30
30cm
cm
podem
dediâmetro
diâmetroeeque
que
de
envolvemtegumento,
tegumento,
envolvem
podendoestar
estarpresentes
presentes
podendo
emnadadeiras,
nadadeiras,olhos,
olhos,base
base
em
dacauda,
cauda,regiões
regiõesoral,
oral,
da
cervical,inguinal
inguinaleeaxilar
axilaree
cervical,
casco.
casco.
Estestumores
tumores
Estes
representamameaça
ameaçaàà
representam
sobrevivênciados
dosanimais
animais
sobrevivência
afetados,pois
poisprovocam:
provocam:
afetados,
emaciação,inabilidade
inabilidadede
de
emaciação,
nataçãoeelocomoção
locomoçãoee
natação
impedemaaapreensão
apreensãode
de
impedem
alimentos,eeaarespiração.
respiração.
alimentos,
Etiologia da fibropapilomatose
•• Origem
Origeminfecciosa,
infecciosa,por
poração
açãoou
ou
reação
a
fatores
ambientais
e
reação a fatores ambientais e
predisposição
predisposiçãogenética
genéticados
dos
animais.
animais.
•• Origem
Origemviral:
viral:súbito
súbito
aparecimento
da
aparecimento dadoença,
doença,
variação
da
prevalência
variação da prevalênciaentre
entre
locais
muito
próximos
e
locais muito próximos e
recuperação
recuperaçãode
dealguns
algunsanimais
animais
acometidos.
acometidos.
•• Transmissão
Transmissãoda
dadoença
doençapara
para
animais
não
afetados
através
animais não afetados atravésda
da
inoculação
de
homogenados
inoculação de homogenados
celulares
celularesde
defibropapilomas.
fibropapilomas.
•• Herpesviridae,
Herpesviridae,Papovaviridae,
Papovaviridae,
Poxviridae,
Adenoviridae
Poxviridae, Adenoviridaeee
Retroviridae:
Retroviridae:lesões
lesões
proliferativas
e
proliferativas etumores.
tumores.
•• Recentemente:
Recentemente:partículas
partículas
herpesvírus-like
herpesvírus-likeeepapilomavíruspapilomavíruslike
em
quelônios.
like em quelônios.
Estudos recentes sobre a
fibropapilomatose
•• Métodos
Métodos moleculares:
moleculares: seqüências
seqüências gênicas
gênicas de
de
herpesvírus
herpesvírus pela
pela reação
reação de
de amplificação
amplificação gênica
gênica pela
pela
polimerase
polimerase (PCR)
(PCR) em
em tecidos
tecidos tumorais
tumorais de
de tartarugas
tartarugas
marinhas
Chelonia mydas
mydas ee
marinhas ⇒
⇒ 96%
96% dos
dos tumores
tumores de
de Chelonia
Caretta
Caretta caretta.
caretta.
•• Em
Em pesquisa
pesquisa realizada
realizada conjuntamente
conjuntamente com
com oo Projeto
Projeto
Tamar
Tamar -- Base
Base de
de Ubatuba
Ubatuba -- SP,
SP, FMVZ
FMVZ -- USP
USP ee ICB
ICB -USP,
USP, obtivemos
obtivemos até
até oo momento:
momento:
** Cultura
Cultura de
de explante,
explante, sangue
sangue da
da lesão
lesão cirúrgica,
cirúrgica,
secreção
secreção ocular
ocular ee saliva,
saliva, quando
quando submetidos
submetidos ao
ao PCR:
PCR:
positivo
positivo para
para Herpesvírus.
Herpesvírus.
** Células
in vitro
vitro de
de tumores:
tumores: àà ME,
ME,
Células de
de cultura
cultura in
partículas
partículas sugestivas
sugestivas de
de vírus
vírus (( 75
75 ee 50
50 nm)
nm) ee
presença
presença de
de corpúsculos
corpúsculos de
de inclusão,
inclusão, tanto
tanto em
em MO
MO
como
como em
em ME.
ME.
Produtos amplificados por reação de Nested- PCR no sangue total
dos animais T6 e T8 (canaletas 1 e 3 respectivamente)
e na saliva do animal T7 (canaleta 8).
Nested 28/09
Nested 04/10
1
3
8
Cultura de explante das células
tumorais e ME
Um outro exemplo brasileiro
Miopatia de Captura
Fases ou quadros clínicos da miopatia de captura
Tipo
Latência
Aspectos clínicos
pós-captura
Lesões
Síndrome
mioglobinúria
6h – 7d
Ataxia, dor intensa,
oligúria com
mioglobinúria.
Hemorragia,
necrose e edema
de órgãos. Urina
cor de coca-cola.
Shock da
captura
1 – 6h
Taquicardia,
taquipnéia,
hipotensão arterial
e prostação.
Congestão:
pulmão, fígado e
intestino.
Síndrome do
músculo
rompido
2d
Ataxia e dor
intensa.
Ruptura e
necrose
muscular.
Síndrome
hiperagudaretardada
1d
Fibrilação cardíaca
fulminante.
Inespecífica
Conservação da Biodiversidade
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