MINISTÈRE DES AFFAIRES ÉTRANGÈRES ET EUROPEENNES N° 35 – Dezembro 2010 Fundo Francês para o Meio Ambiente Mundial: um instrumento diferenciado Paisagem do leste da República Democrática do Congo / © FFEM - C. Du Castel Luta contra as mudanças climáticas e degradação de terras, proteção da biodiversidade, redução da poluição nas águas internacionais, erradicação dos poluentes orgânicos persistentes... Esses são alguns dos desafios globais que o Fundo Francês para o Meio Ambiente Mundial está enfrentando, através do financiamento de ações inovadoras que conciliam preservação ambiental e desenvolvimento econômico e social, com ênfase na África e no Mediterrâneo. Exploração racional das florestas, planejamento urbanístico e processos industriais sustentáveis fazem parte das ações desenvolvidas pelo Fundo Francês para o Meio Ambiente Mundial (FFEM, na sigla em francês) em parceria com governos, setor privado e sociedade civil. O Fundo resultou dos Acordos do Rio de 1992: para executar as convenções sobre diversidade biológica e mudanças climáticas, os países comprometeram-se então a financiar um novo instrumento, o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês), de fomento a projetos voltados para essas temáticas globais. Depois, foram firmadas duas outras convenções para lutar contra a degradação de terras e erradicar produtos orgânicos persistentes, e outra convenção está sendo elaborada para melhorar a gestão das águas internacionais. “A França, que também assumiu esses compromissos, criou um instrumento específico, além de sua contribuição para o GEF, explica Christophe du Castel, assessor no FFEM. O Fundo francês prioriza os países africanos. Além disso, os financiamentos previstos pelos acordos do Rio visavam apenas à proteção do meio ambiente, ao passo que o FFEM pretende articular esse objetivo com ações de desenvolvimento.” O Comitê Executivo é presidido pelo Ministério da Economia e agrega os Ministérios das Relações Exteriores e Europeias, Ecologia, Pesquisa, bem como a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD). Os projetos apresentados por cada um desses integrantes são analisados por um Comitê Científico e Técnico composto por doze membros de alto nível, vinculados a diversas instituições de pesquisa. DIRECTION DE LA COMMUNICATION ET DU PORTE-PAROLAT SOUS DIRECTION DE LA COMMUNICATION MINISTÈRE DES AFFAIRES ÉTRANGÈRES ET EUROPEENNES As demandas iniciais podem ser feitas por membros do Comitê Executivo, países interessados, ONGs, etc. Para ser analisado, um projeto deve conter ações que contribuam para o desenvolvimento sócio-econômico dos países e o meio ambiente global, através de cofinanciamento, uma vez que o FFEM subsidia apenas cerca de 30%. O FFEM recebe 20 milhões de euros anuais para subsidiar cerca de vinte projetos a cada ano. Os beneficiários do Fundo são governos, ONGs ou empresas privadas. Dois terços ficam na África e na região do Mediterrâneo, e outro terço na Ásia, América Latina e Pacífico. Parcerias foram estabelecidas com empresas francesas públicas e privadas, com os departamentos internacionais da Agência do Meio Ambiente e Controle Energético (ADEME) e da Agência Nacional das Florestas, bem como instituições de pesquisa (CIRAD, Museu de História Natural, ANR, ARD, Conservatório do Litoral, etc.). Os projetos que envolvem questões de clima e biodiversidade captam cerca de 75% dos recursos do FFEM. São seguidos por projetos que contemplam águas internacionais, degradação de terras e materiais nocivos. Dentre as operações-pilotos na luta contra as mudanças climáticas, estão a melhoria da habitação na China, com fins ecológicos, a eficiência energética das indústrias do Marrocos, ou ainda planos urbanísticos sustentáveis em Hanoi ou no Cairo. O FFEM apoia também o uso consciente dos biocombustíveis e o desenvolvimento das energias alternativas renováveis. Em termos de biodiversidade, o FFEM promove atividades respeitosas ao meio ambiente, como ecoturismo, produção de alimentos ou recursos genéticos. “Um objetivo importante é a valorização econômica, salienta Christophe du Castel. Por exemplo, oferecemos apoio a vários projetos de manejo florestal, como na bacia do Congo, para desenvolver processos de certificação da madeira e das formas de exploração que possibilitem a renovação dos recursos.” Na área de águas internacionais, em que o Ministério das Relações Exteriores e Europeias tem dada especial atenção, os projetos eligíveis tratam de bacias transfronteiriças: “Ajudamos na criação de instrumentos comuns de gestão nos países interessados, explica Christophe du Castel. Para o rio Senegal, por exemplo, Mali, Mauritânia e Senegal construíram uma única usina hidrelétrica que fornece energia aos três países.” Hoje, outro grande desafio é o novo acordo sobre florestas que resultou do encontro de Copenhague. A França, assim como outros países, comprometeu-se a realizar atividades específicas para frear o desmatamento, recorrendo ao FFEM. Trata-se de implementar formas de monitoramento pelos governos, além de modernizar, até 2012, o sistema de transferências financeiras entre os países poluidores e países captadores, ainda pouco eficiente no que tange às florestas. Sylvie Thomas DIRECTION DE LA COMMUNICATION ET DU PORTE-PAROLAT SOUS DIRECTION DE LA COMMUNICATION