Aula 6 - Islamismo - Igreja Presbiteriana Metropolitana de Guarulhos

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Seitas e Heresias 2014
Igreja Presbiteriana Metropolitana de Guarulhos
Rev. Laércio Rios Guimarães
ISLAMISMO
A religião islâmica ou mulçumana é hoje a
segunda maior em número de fiéis, estando à
sua frente apenas o cristianismo – somandose
Catolicismo
Romano,
Ortodoxos,
Protestantes, Evangélicos, etc. Hoje, o
islamismo possui seguidores em todos os
continentes do mundo.
Possui várias semelhanças com o Cristianismo,
a saber:
a) São monoteístas;
b) Ambas foram fundadas por um indivíduo
específico;
c) Creem na existência de anjos;
d) Creem no céu e no inferno;
e) Creem na ressurreição;
f) Deus se fez conhecer por meio de uma
revelação.
quando ele tinha cerca de 6 anos. Com isso
acabou recebendo os cuidados do seu avô e
depois, com a morte deste, foi criado por seu
tio.
Na juventude, se tornou guia de caravanas, de
modo que veio a conhecer profundamente os
princípios elementares do judaísmo e do
cristianismo.
Quando Maomé tinha 25 anos de idade
casou-se com uma viúva cujo nome era
Khadidja – próspera comerciante sua antiga
patroa. Ele era 15 anos mais novo do que ela,
e seu casamento durou cerca de 25 anos.
Aproximadamente 10 anos antes da morte de
sua esposa, Maomé começou a ouvir vozes,
ter visões e sonhos. Frequentemente, saia da
cidade onde morava para ficar durante vários
dias meditando em uma caverna localizada no
monte Hira.
E também diferenças:
a) no que diz respeito à pessoa de Jesus;
b) no que diz respeito à salvação;
c) no que diz respeito à Bíblia.
O que nos leva a verificar que o Cristianismo
Bíblico e o Islamismo não podem ser
verdadeiros ao mesmo tempo.
Maomé
Nasceu em cerca de 570 d.C. na cidade de
Meca, capital do comércio da Arábia com o
nome de Abulgasin Mohammed Ibn Abd AlMuttalib Ibn Hasin, ou simplesmente Maomé
(que quer dizer, altamente louvado) Seu pai
morreu antes que ele nascesse e sua mãe
Com 40 anos de idade recebeu a primeira
revelação do que se tornaria, mais tarde, o
livro santo do Islã, o Alcorão. Estas revelações
se repetiram durante mais ou menos 23 anos
(até sua morte) e o deixavam – segundo a
tradição islâmica – espumando pela boca e
como se estivesse embriagado.
As mensagens diziam que há um só Deus, que
é Alá, e que todos os ídolos deveriam ser
destruídos. Mais tarde, vieram supostas
revelações sobre o julgamento vindouro,
sobre o céu e o inferno.
A maior parte do povo da Arábia era pagã e
politeísta, usando um lugar chamado Kaaba
como templo de adoração. Maomé começou
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a pregar e obteve “pequeno” sucesso no
início. Somente sua esposa se converteu à
nova religião. Ao longo dos anos cerca de
mais 200 moradores de Meca o seguiram. Em
622 d.C., Maomé foi para Medina a fim de se
tornar
árbitro
em
questões
entre
muçulmanos, pagãos e judeus e como sua
mensagem sofria grande oposição em Meca,
mudou-se para lá. Essa fuga foi chamada de
Hégira e tornou-se o início do calendário
islâmico. Durante sua permanência em
Medina, ele transformou-se de um simples
pregador revolucionário, em poderoso
homem de guerra, e tornou-se polígamo
também. Alguns sugerem que em virtude da
pobreza de sua família e de seus seguidores
ele começou a incentivar a guerra santa cujos
despojos eram amealhados para o islã.
Maomé morreu em 632 d.C. Antes de sua
morte, tomou a cidade de Meca, destruindo
todos os ídolos da cidade, mantendo a
peregrinação a Kaaba. Nos séculos seguintes a
religião se espalhou pelo Oriente Médio,
Norte da África, parte da Índia, Espanha,
África Oriental e Ásia Central.
Esta expansão fez com que a cultura e a língua
árabe influenciassem boa parte das regiões
conquistadas, inclusive a própria Europa.
Algumas palavras da língua portuguesa têm
raiz árabe, como, por exemplo, a palavra
banana (palavra árabe que significa
semelhante ao dedo) e algarismo (derivado
do homem árabe chamado algaritmo). Daí o
nome algarismo arábico.
Após a morte de Maomé o islamismo se
dividiu por causa das disputas sobre quem
deveria liderar o grupo. Hoje existem dois
grupos principais: os sunitas (cerca de 90% do
islã e de tendência mais tolerante para com
outras religiões) e os xiitas (segundo grupo
mais numeroso, porém, extremamente
radical). Além dos dois grupos, existem
também os sufistas, que possuem uma
tendência mais mística e austera e têm livre
acesso aos dois grupos majoritários.
RAZÕES DA EXPANSÃO DO ISLÃ
1) Causas Religiosas
O entusiasmo religioso que tomou conta dos
muçulmanos fez com que o êxito militar fosse
grande. Entende-se que, querendo cumprir a
determinação de seu profeta, os árabes
tenham se precipitado sobre a Ásia e sobre a
África buscando a conversão à nova fé. Sem
medo da morte (morrer pela “fé” era abrir as
portas do paraíso) eles lutavam bravamente.
Aliado a este fato, deve-se lembrar também
do desejo de pilhagem e despojo vindos das
vitórias e conquistas.
2) Causas Econômicas
Sob a ameaça de miséria e de fome, os árabes
viram-se na necessidade de fazer um grande
esforço a fim de libertar-se da ardente prisão
no deserto. A notícia das riquezas dos vizinhos
estimulou a disseminação da nova fé.
3) Causas Militares
As tropas árabes eram dirigidas e agiam com
enorme disciplina, estavam acostumadas às
dificuldades que a vida no deserto lhes
impunha e eram recompensadas pelos
despojos. Além disso, a cada vitória era
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necessário uma outra, a fim de poder atender
às necessidades de novos combatentes
famintos.
4) Afinidade Racial e Cultural
Outro fator foi que nos territórios
conquistados já havia vários árabes e,
portanto, eles não eram considerados
bárbaros ou estrangeiros.
5) Fraqueza dos Adversários
Tanto o Império Bizantino quanto o Império
Persa estavam enfraquecidos devido às
batalhas que travaram um contra o outro.
Além disso, devido ao mesmo motivo,
estavam ambos com sérios problemas
econômicos e com profundas divisões na
sociedade.
6) Tolerância
Econômicos
Muçulmana
e
Benefícios
Os árabes eram extremamente tolerantes.
Exigiam apenas a submissão política ao Islã
que seria materializada no pagamento de
impostos e a interdição do proselitismo entre
os muçulmanos. Assim, muitos dentre os
povos conquistados não resistiram, pelo
contrário, recebeu-os de braços abertos.
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CRENÇAS DO ISLAMISMO
4) Crença nos Anjos
1) Existe Apenas um Deus
Deus criou todos os anjos. A maioria deles é
má. Cada ser humano tem um anjo-ombro
para anotar as suas boas obras e outro para
anotar as más. Satanás foi desobediente, pois
Alá mandou que ele adorasse Adão e ele não
quis fazê-lo.
Esse Deus é chamado de Alá. Ele é Uno e não
possui qualquer companheiro ou qualquer
que lhe seja igual. É totalmente diferente do
homem e sua essência é o poder. Ele é
totalmente
transcendente,
portanto,
inalcançável e incognoscível (não pode ser
conhecido).
2) Crença nos Profetas
Maomé ou Mohammed ensina que existe um
profeta para cada época, começando por
Adão e terminando em Maomé. A tradição
islâmica afirma que existiram 120 mil
profetas. Para cada um deles foi confiado um
livro sagrado que acabaram se perdendo, com
exceção de três: A Lei (Tora), dado a Moisés;
os Salmos, dado a Davi; e os Evangelhos, dado
a Jesus. Assim, Jesus é apenas mais um
profeta. Maomé recebe o Alcorão e é
considerado o selo dos profetas, sendo o
maior de todos eles.
5) Crença no Juízo Final
A salvação é pelas obras que serão pesadas
numa balança. Se as boas obras superarem as
más, tal pessoa entrará no paraíso. Os
mártires irão todos para o paraíso.
O conceito de paraíso é sensual: existem
lindas virgens de olhos negros para cada
homem, além de rios, árvores frutíferas e
perfumes no paraíso.
O inferno é reservado para os nãomuçulmanos. É um lugar de fogo e tormento
indescritível. A maioria dos muçulmanos
aceita a ideia da existência de um purgatório e
acham que o pecado imperdoável é associar
algo ou alguém a Alá.
3) Crença nos Livros Sagrados
6) Crenças nos Decretos de Deus
Como já foi dito o Alcorão é o último e mais
importante dos livros Sagrados. Foi escrito em
tábuas de ouro e fica ao lado do trono de Alá,
tendo sido recitado a Maomé pelo anjo
Gabriel. Ele confirma os livros anteriores
(Antigo e Novo Testamentos)
Há, porém, especialistas que afirmam que 225
versos foram suprimidos do Alcorão e outros
mais antigos substituídos.
Alá é absolutamente soberano. Não tem
qualquer obrigação moral, pois isso limitaria
seu poder e soberania. Tudo o que acontece é
porque Deus assim quis. Logo, o destino de
cada ser humano está decretado e vai
acontecer de qualquer forma (termo
macthub)
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PRÁTICAS DO ISLAMISMO
O islamismo é um modo de vida que cobre os
aspectos religiosos, político, social e cultural.
Não existe a nossa ideia de separação entre
Estado e Igreja. Existe o que eles chamam de
pilares do islamismo que são:
1) Testemunho ou Confissão (SHAHADAH)
Eu testifico que não existe outro deus além de
Alá e que Mohamed é o mensageiro de Deus.
Recitar isto, crendo no que está dizendo, o faz
um muçulmano. Isto é recitado no ouvido do
recém-nascido. É recitado no ouvido da
pessoa que está morrendo. A cada vez que se
repete esta confissão há um acúmulo de
méritos. Ela é repetida mais de 30 vezes nas
orações diárias.
2) Orações Formais (SALAT)
As orações rituais devem ser feitas cinco vezes
por dia voltando-se para Meca
a) ao amanhecer, quando você vir um fio
branco;
Este ritual pode ser repetido várias vezes a fim
de se conseguir mais méritos.
3) Dar Esmolas e Fazer Caridade (ZAKAT)
Existe uma escala proporcional para a
caridade islâmica:
2,5 % das suas entradas financeiras;
5% dos produtos agrícolas;
10% de todos os bens importados;
Isto tudo pode ser dado aos pobres ou para
causas religiosas, incluindo a guerra santa.
4) O Mês de Jejum (SAOUM)
É no mês lunar do Ramadan. O jejum tem
uma duração de 29 a 30 dias. Jejua-se
somente durante o dia. Não se deve comer
nem beber desde o nascer até o pôr-do-sol.
Durante a noite pode-se comer à vontade. O
Alcorão é dividido em 30 partes a fim de ser
lida uma parte diariamente e no final do
período ele todo deve ter sido lido. Os
viajantes, mulheres grávidas, mulheres no
período menstrual, crianças e enfermos estão
isentos.
b) Ao meio-dia;
5) A Peregrinação (HAJI)
c) No meio da tarde;
d) Ao por do sol;
e) À noite, em algum momento antes de
deitar.
Nesses momentos o fiel deve prostrar-se
tocando a testa no chão sem cometer
qualquer erro a fim de se alcançar mérito.
É uma ideia que vem antes do islamismo. A
Kaaba já havia sido mencionada por Diodorus
Siculus, em 60 a.C. A peregrinação a Meca é
obrigatória pelo menos uma vez na vida. Ao
se chegar lá, deve-se cumprir as seguintes
obrigações:
a) Caminhar 7 vezes ao redor da Kaaba;
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b) Vestir roupas especiais para a ocasião;
c) Apedrejar Satanás;
d) Relembrar a busca de Hagar por água;
e) Viver em tendas na planície de Arafat;
f) Beijar ou tocar a pedra negra na parede da
Kaaba.
6) A Guerra Santa (JIHAD)
A palavra árabe jihad significa lutar por Deus.
Isto pode significar guerra ou qualquer
manifestação militar a favor de Alá (compare
com o texto de Gn 16.12).
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O ALCORÃO
ISLAMISMO E CRISTIANISMO
O termo corão vem de uma palavra árabe que
significa leitura ou recitação. Conforme já foi
visto, o Alcorão – segundo a tradição Islâmica
- é um livro de ouro que está eternamente no
céu. Quando o anjo Gabriel revelou-o a
Maomé, este não recebeu absolutamente
nada por escrito, tendo que memorizar e
recitar para confirmar a memorização. À
medida que isso era feito, os homens que o
acompanhavam registravam tudo o que
escutavam. As recitações contidas no Alcorão
eram dadas de acordo com as necessidades
das situações em que se encontrava Maomé.
As primeiras revelações podiam ser anuladas
por revelações mais recentes. Supostamente,
o Alcorão confirma os outros livros sagrados
(Lei, Salmos e o Evangelho), porém, por ser
mais recente é a única que deve ainda ser
seguida. Segundo o islamismo o Alcorão é
todo-suficiente. Não haverá mais outro
profeta ou outra revelação.
Quando da morte de Maomé, o Alcorão ainda
não tinha sido formado. Os primeiros adeptos
haviam decorado as revelações originais.
Porém, muitos deles haviam morrido durante
as batalhas. Uma versão oficial foi então
compilada, porém, muitas outras já existiam e
continham divergências quando comparadas.
O califa Otmã impôs a versão que ele havia
autorizado e ordenou a destruição das
demais. Isso trouxe (e ainda traz) reações e
divisões entre os mulçumanos.
Infelizmente, o Alcorão contém erros e
contradições e sua forma final não foi aceita
por muitos dos sectários dentro do próprio
islamismo.
Possuindo um suposto livro de revelação,
obviamente os muçulmanos não aceitam a
Bíblia e seus ensinos. Vejamos algumas de
suas opiniões:
a) A Bíblia
Para eles a Bíblia foi corrompida e mudada. O
livro da Lei, os Salmos e o Evangelho que
existem hoje na Bíblia não são aqueles que
realmente existiam no passado. Porém, não
possuem qualquer prova disso, o que, na
verdade, demonstra uma simples conjectura
sem nada que possa sustentar a afirmação.
b) Jesus não é Deus
Como seu ensino defende a ideia de um Deus
único, não existe a possibilidade da doutrina
da Trindade e de que Jesus seja Deus. Talvez
esta tenha sido descartada e rejeitada por
Maomé, uma vez que ele entendeu ser a
Trindade formada por Alá, Maria e Jesus e que
Cristo teria sido concebido através de uma
relação física entre Alá e Maria (Jo 14.19;
10.30). O mais interessante de tudo isso é que
o próprio Alcorão faz referência a respeito de
Cristo que contrariam esses pensamentos:
Seu nascimento virginal; sua santidade e
perfeição; ele é o Messias; ele é a própria
Palavra de Deus; é um espírito vindo de Deus;
é o criador da vida; ele curou doentes; ele
ressuscitou mortos; ele veio com claros sinais;
ele é um sinal para a humanidade; ele é ilustre
neste mundo e no além; ele foi levado ao céu;
ele voltará para o julgamento.
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c) Rejeita-se a crucificação e morte expiatória
de Cristo
Para eles a morte de Cristo foi apenas
imaginação. Várias são as versões dadas por
eles: que Cristo foi pregado na cruz, mas foi
retirado apenas desmaiado. Outros dizem que
Judas foi confundido com Jesus e crucificado
(1 Co 1.22-24).
Assim, se não houve morte na cruz, não
houve sacrifício, remissão, expiação e perdão
pelos pecados (Hb 9.22).
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