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Descubra as Suas
Vidas Passadas com
a Astrologia Kármica
DULCE REGINA
Descubra as Suas
Vidas Passadas com
a Astrologia Kármica
Adaptação de:
Ana Rita Silva
Pergaminho
CAPÍTULO I
A reencarnação e a astrologia
A observação das estrelas no céu e a perceção das correlações
dos seus movimentos com a vida na Terra é uma arte cuja origem
se perde nos tempos. «O que está em cima é como o que está
em baixo» – frase atribuída a Hermes Trismegisto, grande mestre que viveu no antigo Egito, ou seja, como o macrocosmo é o
microcosmo, tudo o que acontece no céu reflete-se também na
Terra. Esta noção de unidade do Universo é a base da Astrologia,
que chegou até nós como um misto de religião, arte e ciência.
A observação de um céu estrelado inspira, com certeza, fé,
admiração e curiosidade. Ao unirem a força vital e as leis matemáticas, os astrólogos estabeleceram relações entre a mente
humana, a ordem que rege a natureza e as leis do Universo.
Desta forma, a Astrologia e a Astronomia caminharam juntas
e as suas histórias não se podem dissociar.
A Astrologia dos Caldeus tinha uma prática profética, e o
conhecimento baseava-se nos resultados da contemplação
direta dos astros e dos seus movimentos. O seu fator principal
era a intuição. Para os reis, a astrologia tinha uma conotação
filosófica e religiosa que muitas vezes garantia a posição do
monarca. Era praticada exclusivamente pelos sacerdotes, que
costumavam interpretar os fenómenos celestes com fins políticos e religiosos.
Tendo sido iniciado na Mesopotâmia, o estudo dos astros
rapidamente se propagou pela Pérsia, Índia, Arábia, Egito e
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Grécia. As cartas estelares egípcias surgiram antes de 4200 anos
a. C., e em 2637 a. C. a Astrologia passou a ser praticada na
China.
Na Grécia, o estudo dos astros ganhou importantes defensores. Platão via o mundo como um ser vivente e o homem –
criado à semelhança de Deus – como uma cópia desse mundo.
Acreditava, ainda, que as divindades astrais possuíam vida.
Hipócrates, o pai da medicina, observava no organismo
humano uma correspondência com os ritmos próprios da natureza: segundo ele, um médico que não conhecesse a Astrologia
não poderia tocar num doente.
O conflito entre a Igreja e a prática da Astrologia começou
na Idade Média. O declínio desta ciência não se deve tanto ao
progresso da ciência moderna, mas à bula do Papa Inocêncio
III que limitou o seu estudo e prática.
Vários séculos depois, o psicanalista Carl Jung promoveu
um estudo estatístico com o intuito de comprovar a ligação
entre o destino humano e as configurações astrais. Um curso
sobre o assunto foi ministrado pelo astrólogo Fankhauser no
Instituto de Psicologia da Universidade de Zurique, entre 1945
e 1955.
Na atualidade, a Astrologia é novamente estudada com
seriedade e experimenta um crescimento em todo o mundo
ocidental. A existência de diversas escolas de Astrologia possibilita que o conhecimento seja divulgado entre um número
maior de pessoas, deixando agora de lado o conceito divinatório. Na verdade, os antigos conceitos passam a ser revistos
à luz da ciência moderna, o que desperta o interesse das mais
variadas áreas de estudo, como é o caso da psicologia, da
medicina, da química e da física, entre outras.
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UNIÃO DA ASTROLOGIA À ESPIRITUALIDADE
Segundo Paramahansa Yogananda, em Autobiografia de Um
Iogue:
«A Astrologia é o estudo das reações do homem aos estudos
planetários. Os astros não têm qualquer benevolência ou aversão consciente, eles meramente enviam radiações positivas ou
negativas de acordo com a posição no Céu entre eles; portanto,
não ajudam nem prejudicam a humanidade, mas oferecem um
canal para que se manifeste o equilíbrio de causas e efeitos,
que em vidas passadas cada ser colocou em movimento.
Uma criança nasce no dia e na hora em que os raios celestes
estão em harmonia matemática com o seu karma individual.»
O Mapa Kármico revela o passado e os resultados prováveis
para o futuro, refletindo-se na vida atual o que fizemos em
vidas passadas. Porém, podemos transcender as nossas limitações ao termos consciência do nosso karma.
Uma vez interpretado o mapa, compreendemos de onde
vem a raiz dos conflitos: se desta ou de outra vida.
O primeiro passo é tentar compreender as causas, saber de
onde vêm alguns medos irracionais que não se conseguem
explicar. Porque tem uma pessoa medo da água? De onde vem
o pânico de falar em público? Porque surgem os problemas de
aprendizagem? De onde vem o terror do escuro e o medo
de ambientes fechados? O receio de ser enganado? As dificuldades de comunicação? Qual é a origem dos conflitos: na
infância ou num passado mais longínquo, de outras vidas?
O Mapa Kármico é um diagnóstico espiritual de outras
encarnações, tanto das experiências positivas como das negativas do nosso espírito. No meu trabalho, após essa interpretação, caso seja necessário e a pessoa o desejar, é possível
passar pelo processo de limpeza dos karmas, em que aplico
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uma técnica por mim desenvolvida há algum tempo: a Limpeza
Kármica, que são sessões de relaxamento consciente.
Utilizo também a Regressão, que é um retorno ao passado,
às cenas mais marcantes desta e de outras vidas, às emoções
que se acumulam e geram peso no nosso espírito. Revivemos
os traumas e libertamo-nos deles com a Chama Violeta da
transmutação.
Yogananda afirma: «Podemos transcender qualquer limitação,
primeiro porque fomos nós que criámos o nosso karma com as
nossas próprias ações e, segundo, porque possuímos recursos
espirituais que não estão sujeitos a pressões planetárias.»
REENCARNAÇÃO
A doutrina da reencarnação parte do princípio de que a nossa
alma encarna muitas vezes através do corpo físico, adquirindo
capacidades e fortalecendo o seu poder para evoluir. À medida
que vivemos cada encarnação na Terra, a nossa alma vai adquirindo novas experiências e equilibrando o padrão vibratório,
tornando-se mais completa. Quando encarnamos no plano terreno, cometemos alguns erros e negligenciamos a nossa evolução,
por isso retornaremos à vida para termos mais uma hipótese de
aprender as lições necessárias ao nosso aperfeiçoamento espiritual.
É importante perceber que, apesar de termos vivenciado
muitas vidas e muitas mortes, nem sempre uma encarnação em
que tivemos muito poder e abundância pode ter representado
alguma aprendizagem positiva para a nossa alma, pois algumas
das lições mais importantes podem ser assimiladas numa vida
de simplicidade e humildade.
Um ser que encarna pela primeira vez no plano da Terra não
possui karma, mas este vai sendo adquirido de acordo com as
ações que o indivíduo praticar no decorrer da sua vida.
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O karma é programado por meio de atos negativos e positivos.
KARMA
Relacionada com a lei da reencarnação, temos a lei do
karma, que consiste em ação e reação. O karma ensina lições.
Portanto, atitudes positivas e negativas podem ser contrabalançadas.
Como o nosso espírito reencarna dentro de grupos, é
comum reencontrarmos os grupos com quem partilhámos
experiências noutras vidas, o que nos dá a oportunidade de
resgatar o que ficou pendente em encarnações anteriores. Na
maior parte das vezes, reencontramos espíritos com os quais
tivemos alguma ligação anterior – normalmente reconhecemo-los quando sentimos simpatia ou antipatia por pessoas que
encontramos pela primeira vez. Experimentamos, assim, sensações de amor ou desconfiança. Desta maneira, as inimizades
são resolvidas e as relações de amor e amizade continuam e
tornam-se mais belas. Nada é perdido nem desperdiçado: no
final chegamos todos à mesma meta de perfeição, apesar de
estarmos em estágios diferentes de evolução.
O karma é adquirido pelos registos do corpo emocional,
quando se passa por uma emoção muito forte. Esta emoção
fica registada, e levamos este registo para as outras encarnações.
O ser humano foi-se desenvolvendo porque o espírito tem
como objetivo adquirir maior poder criador. Esse desenvolvimento só pode ser conseguido pelo espírito, que, aprisionado
no corpo físico, mas guardando a sabedoria conquistada em
vidas passadas, necessita de trazer à luz da sua consciência esses
dons adquiridos.
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Os seres humanos evoluem de maneira firme, passando cada
um por constantes renascimentos até que, gradualmente, através do karma, conseguem um conhecimento das leis do Universo ou o efeito dos seus próprios pensamentos e atos, obtendo
força e poder através do domínio de uma lei após outra.
Como guardamos as experiências adquiridas nas vidas passadas? E qual é o resultado dessas experiências na vida atual?
Uma criança com um QI elevado, por exemplo, é o resultado de um esforço contínuo de estudos adquiridos em vidas
passadas, enquanto uma pessoa com dificuldades de aprendizagem pode ser consequência de uma recusa anterior em desenvolver os seus conhecimentos; um portador de deficiência
física corresponde ao karma de alguém que negligenciou o
próprio corpo.
Com base neste raciocínio, podemos perceber que a ideia
de que existe injustiça ou desigualdade na vida é uma ideia
falsa, porque são os espíritos que escolhem os seus próprios
meios de aprender as lições – e isto só pode ser feito através
de experiência, sofrimento ou consciencialização. Não podemos culpar os nossos pais, ou quem quer que seja, pois somos
donos do nosso próprio destino e colhemos exatamente o que
semeámos no passado. Este é o efeito da causa – o karma.
Não atingimos a perfeição ou a nossa meta espiritual
enquanto existir um único sentimento de inimizade entre nós
e outros, ou ainda enquanto houver algo pendente, assuntos
por resolver.
Quando somos possessivos e controladores, perdemos a
oportunidade de despertar para o que existe de melhor no
nosso ser: a nossa sabedoria, a saúde, o amor, as qualidades
que nos pertencem e que não podem ser divididas. A possessividade desencadeia sentimentos de vingança, inveja e ódio
que limitam o nosso espírito e nos deixam aprisionados na
matéria e nas pessoas pelas quais nutrimos esses sentimentos.
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Quando aceitamos as leis da reencarnação e do karma,
mudamos as nossas conceções e a forma como percebemos o
mundo ao nosso redor. Tomamos consciência de que o medo –
que nos paralisa – é inútil, porque, mesmo que, em vidas passadas, o nosso espírito tenha passado pela morte violenta e pela
dor, estamos novamente no plano da Terra. Temos de adquirir
consciência dos efeitos kármicos dos nossos atos e dos nossos
pensamentos – é importante lembrar que os pensamentos são
energias que permanecem ligadas a quem as criou e que continuam a existir nas regiões etéreas até serem desintegradas
pelo nosso próprio esforço.
A LEI DOS ASTROS
O mapa astral assemelha-se a um mapa que o viajante consulta para determinar o caminho a seguir. Assim como num
mapa se encontram marcadas as diversas cidades, aldeias e cruzamentos, no mapa astral também está marcado o caminho do
ser humano, com as circunstâncias que deverá encontrar na vida.
O homem é um ser trino: o seu espírito manifesta-se no
mapa através do Sol, a sua alma através da Lua e o seu ascendente através da personalidade. Conhecendo as leis cósmicas
e através do Mapa Kármico, podemos saber o motivo pelo qual
encarnamos, quais as lições que devemos aprender e o que
encontraremos seguindo o caminho espiritual.
O MAPA NATAL
É uma fotografia do céu no preciso momento em que a
pessoa respirou pela primeira vez e começou a viver como um
ser independente da sua mãe.
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Para a elaboração deste mapa, tomamos a Terra como centro do nosso sistema, porque é o ponto de referência do evento.
Assim como se monta um mapa natal, também é possível
fazê-lo para um determinado evento, bastando para tal saber
a hora, o local e a data do evento.
Na Astrologia, o Sol e a Lua são denominados luminares.
No sentido astrológico, o movimento mais importante é o do
Sol, enquanto os astros guiam as épocas propícias para semear
e plantar e influenciam o ciclo reprodutor dos animais – ou
seja, a vida terrestre está de acordo com o pulsar do Universo.
Os astros inclinam, mas não obrigam.
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