HPV: A IMPORTÂNCIA DO EXAME CITOPATOLÓGICO NA DETECÇÃO DE LESÕES PRÉ-MALÍGNAS E MALÍGNAS DO COLO DO ÚTERO E CANAL ANAL. Jessica Gardênia Silva de Lima1 Ricardo Braz Ferreira da Silva2 Biomedicina RESUMO O papiloma vírus humano (HPV) atinge a pele e as mucosas, podendo causar verrugas ou lesões precursoras de câncer do colo do útero, laringe, vulva, vagina e canal anal. Considerada uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível), sua principal via de transmissão é a sexual. O câncer de colo do útero colo do útero é o terceiro tipo de câncer de maior incidência no mundo, perdendo apenas para o de mama e o colorretal. O objetivo deste trabalho foi sinalizar os co-fatores do HPV na oncogênese cervical quando há ausência do exame colpocotológico. Tornanado mulheres propícias ao desenvolvimento de cânceres de colo de útero e canal anal. Foram analisados dados através de estudos de publicações, indexadas em científicas (Cochrane, PubMed, Scielo, Biblioteca Virtual de Saúde, Google Acadêmico, MEDLINE, Portal de Pesquisas). Este trabalho tem como perspectiva alertar mulheres sobre os riscos da infecção pelo HPV no desenvolvimento da doença e a importância do exame citopatológico para prevenção do câncer do colo do útero e canal anal. Palavras-chave: HPV. Câncer do colo do útero. Papiloma Vírus humano. IST. Anal. Colpocitologia. 1 Discente do Bacharelado em Biomedicina pela Faculdade Integrada de Pernambuco – FACIPE. E-mail: [email protected]. 2 Professor Mestre da Faculdade Integrada de Pernambuco – FACIPE. Email: [email protected]. ABSTRACT The human papilloma virus (HPV) affects the skin and mucous membranes and can cause warts or precursor lesions of cervical cancer, larynx, vulva, vagina e anal canal. Considered an STI (Sexually Transmitted Infection), the main route of transmission is sexual. The cervical cancer uterine cervix is the third type of higher incidence of cancer in the world, second only to breast cancer. The aim of this study is to analyze the risk factors that make women prone to the development of cervical cancer and anal canal when exposed to HPV virus. Data were analyzed through publications of studies, indexed, scientific databases (PubMed, ScielO, Virtual Health Library, Google Scholar, MEDLINE, Research Portal). This work has the perspective to warn women about the risks of HPV infection in the development of the disease and the importance of cervical cancer screening for prevention of cervical cancer and anal canal. Keywords: HPV. Cancer. Human papiloma virus. IST. Anal. 1.INTRODUÇÃO A infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV), causa lesões como verrugas genitais (conhecidas como condiloma acuminado, crista de galo), lesões prémalígnas e malignas do colo do útero, vagina, pênis, vulva e ânus. Caracterizado como uma infecção sexualmente transmissível (IST), o vírus tem um tropismo por pele e mucosas. A progressão da infecção está associada, principalmente, a neoplasias do colo uterino. O câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais comum na população feminina no Brasil. (MS, 2016). Sua principal via de transmissão é a sexual, também podendo ser transmitida em menor porcentagem por fômites (objetos contaminados). O rastreamento citopatológico teve início a partir dos estudos do médico grego George Papanicolau (1883-1962). Este, quando se mudou para os Estados 2 Unidos em 1910, fazia pesquisas, através da coleta de secreções vaginais, para avaliar as mudanças que hormônios provocavam no colo do útero durante a gestação. Em uma de suas voluntárias com câncer observou células com anomalias. Comparou os resultados com os de outras mulheres doentes e constatou que esse tipo de análise poderia diagnosticar tumores. Em 1943, após resumir seu trabalho e distribuí-lo entre seus companheiros médicos, alertou a comunidade científica para o exame que carrega seu nome. Até hoje este é considerado a melhor forma de rastreio em massa das lesões cervicais. (NASCIMENTO, et al 2012). Diz-se que o HPV é um problema de saúde pública pois há uma incidência mundial significativa de casos, a estimativa de novos casos de câncer do colo do útero no mundo ocasionados pela progressão das lesões do vírus HPV é de aproximadamente 16.340 mulheres. A incidência de câncer do canal anal é irrelevante (INCA, 2016). O Papanicolaou é uma medida preventiva essencial para rastreio do câncer do colo do útero, às vezes pouco acessível a alguma parte da população, juntamente com informações sobre seus fatores de risco. O câncer cervical no Brasil é o terceiro tumor mais frequente na população feminina, atrás apenas do câncer de mama e o colorretal (INCA, 2016), e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Um fator agravante é a falta de uma política sistematizada sobre a magnitude Da infecção pelo HPV, pois existem uma diversidade de genótipos (LIMA, 2011). Sistema imunológico comprometido, IST associadas, comportamento sexual de risco, tabagismo, multiparidade, desnutrição, ausência de rastreio citológico são outros fatores que influenciam o desenvolvimento da infecção pelo vírus HPV. O comportamento epidemiológico do HPV em mulheres é variável, podendo ou não se contradizer em relatos clínicos. (MENDONÇA, 2010; FERNANDES II, 2007; SERRAVALLE, 2014). A metodologia de rastreio primário do HPV mais comum e mais acessível, econômica e socialmente é a colpocitologia oncótica. As condutas deverão ser realizadas pelos resultados de exames citopatológicos. (MS, 2016). Existem outras formas de diagnósticos que, guiadas pelo laudo citopatológico, podem auxiliar mais precisamente na conduta a ser adotada para cada estágio de 3 progressão da infecção. A colposcopia, biópsia do colo do útero, anuscopia, hibridização molecular, anuscopia de alta resolução (AAR), são exames complementares que ajudam a demonstrar a extenção das lesões. Quando o resultado da citologia oncótica está fora dos padrões da normalidade, classificam-nas em ASCUS (Células Escamosas Atípicas de Significado Indeterminado) ou LIEBG (Lesão Intraepitelial Escamosa de Baixo Grau/ NIC 1) e LIEAG (Lesão Intraepitelial Escamosa de Alto Grau/ NIC 2 e NIC 3). O estudo epidemiológico da etiologia do HPV é de suma importância, pois existem casos multivirais ou até mesmo laudos citopatológicos normais que apresentam genótipos de HPV no qual interferem na progressão ou regressão da infecção. (JUNIOR et al., 2011). O HPV é classificado em dois grupos: baixo e alto risco oncogênicos. A infecção pelo HPV pode ser por um ou múltiplos genótipos concomitantemente, o que pode ocasionar a persistência da infecção viral e progressão da lesão (JUNIOR ET AL, 2011). Existem mais de 150 genótipos de HPV conhecidos, pelo menos, 40 dos quais podem causar câncer do colo do útero e de outros sítios. O HPV subtipos 16 e 18, são oncogênicos mais comuns, causando aproximadamente 70% de todos os cânceres cervicais em todo o mundo, especialmente os genótipos 6 e 11, também pode causar verrugas genitais (BOSH, 2008). O governo adota campanhas para rastreamento precoce das lesões prémalígnas do colo uterino. O exame preventivo feito anualmente em mulheres entre 25 e 64 anos que tem ou tiveram atividade sexual pode prevenir até 100% dos casos de câncer do colo do útero. Outra medida adotada foi a inclusão da vacinação contra HPV em meninas de 9 à 13 anos. A vacinação preventiva deve ser dada, preferencialmente, antes do início do contato sexual, devido a seu efeito profilático, para que o sistema imune reconheça e evite a infecção viral antes da entrada do vírus na célula (BRAGAGNOLO, 2010). O uso do preservativo masculino ou feminino, também é uma conduta profilática adotada, apesar de não proteger totalmente contra o vírus HPV. Esse trabalho teve como O objetivo deste trabalho foi sinalizar os co-fatores do HPV na oncogênese cervical quando há ausência do exame colpocotológico. 4 Tornando mulheres propícias ao desenvolvimento de cânceres de colo de útero e canal anal. 2.METODOLOGIA O estudo foi baseado em uma revisão de literatura O estudo foi baseado em uma revisão de literatura cuja pesquisa bibliográfica realizou-se mediante a busca eletrônica de artigos indexados em bases de dados com os sites da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS); O National Center for Biotechnology Information (NCBI); PubMed; Scielo (Cochrane e Scientific Eletronic Library Online); MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online); e na base Periódicos CAPES. Após pesquisa aos descritores em Ciências da Saúde (Decs), identificaram-se as palavras chave: HPV, Câncer do colo do útero ,Papiloma Vírus Humano, IST , anal, colpocitologia O estudo considerou os artigos publicados entre os anos de 2000 a 2016, limitando apenas a estudos em humanos, incluindo-se publicações em português, inglês e espanhol. 3.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Mulheres que apresentam irregularidade na rotina ginecológica, início precoce da atividade sexual, baixo grau de escolaridade, têm multiplicidade de parceiros, multiparidade, apresentam maior probabilidade de uma lesão de alto grau pelo vírus HPV ainda fatores socioeconômicos representam fatores de risco para a progressão da infecção para alto grau de lesão intraepitelial e câncer cervical. (GUIMARÃES et al, 2010). Estudos epidemiológicos têm indicado que tanto a infecção pelo HPV quanto o câncer cervical são fortemente influenciadas pela iniciação sexual precoçe. A idade parece ser um fator importante. (FONSECA et al 2012). Fatores além do próprio vírus contribuem para o desenvolvimento da infecção, como estado imunológico comprometido ou uso de imunossupressores, desnutrição, uso de drogas, presenças de outras IST, uso de contraceptivos orais e antecedentes genéticos do hospedeiro também são considerados de risco para a infecção pelo HPV. (CASTELLSAGUÉ, 2008; SANTOS et al, 2016). 5 3.1 HPV e a importância da colpocitologia oncótica ou exame Papanicolaou. A colpocitologia oncótica é o exame mais difundido no mundo para o rastreio da infecção pelo HPV. O exame deve ser feito preferencialmente pelas mulheres entre 25 e 64 anos, que têm ou já tiveram atividade sexual. (INCA, 2016). O Papanicolau é um exame da rotina ginecológica da mulher e deve ser feito pelo menos uma vez por ano, caso negativo. O exame consiste numa sequência de etapas laboratoriais que permitem identificar nas células esfoliativas do colo do útero alterações suspeitas de transformação neoplásica. Amostras da secreção da endocérvice e ectocérvice com auxílio de uma espátula e uma escovinha são espalhadas em lâmina. Essa por sua vez é mergulhada em álcool 90% e transportada à patologia, onde será corada e lida. Os dois primeiros exames devem ser feitos com intervalo de um ano e, se os resultados forem normais, o exame passará a ser realizado a cada três anos. (INCA, 2016). Caso positivo, o exame deve ser repetido pelo menos a cada semestre ou encaminhado para biópsia para definir a intensidade do agravo. Esse exame possibilita um resultado factível para alterações celulares pré-malignas. Caso a lesão persista, sugere-se o exame colpóscopia, que consiste na observação das possíveis lesões do colo do útero com ajuda de um colposcópio. Com ajuda de lentes de aumento é caracterizada a expansão da lesão. Após controle, colpocitologia e colposcopia duas vezes ao ano, e a lesão não regredir ou evoluir faz-se a biópsia do colo uterino. O procedimento é efetuato na colposcopia e com ajuda de uma pinça é retirado um fragmento do local lesionado para através de histopatológicoe técnicas moleculares saber qual genótipo do HPV presente. Fonte:www.clinicadamulheraguaslindas 3.2. Dos principais tipos de HPV e sua identificação laboratorial. 6 Os HPV são classificados de acordo com seu tipo de base na sequência de primers de DNA. Os vários tipos e subtipos são identificados a partir da semelhança de uma sequência de nucleotídeos, pela Hibridização Molecular. Se houver menos de 50% de semelhança com outros membros é caracterizado como um novo, se maior que 50% é um subtipo. (MS, 2016). Existem mais de 150 tipos de HPV, 40 desses são achados no trato ano-genital, destacam-se por serem de HPV de alto risco: HPV-16; HPV18; HPV-31; HPV35; HPV-39; HPV-45; HPV-51; HPV-52; HPV-58. Os vírus são considerados variantes de um mesmo tipo, então são genotipados e não sorotipados. Os mais achados em exames laboratoriais moleculares e laudos de biópsias de colo do útero ou anais são 16 e 18, que estão presentes em 70% dos cânceres do colo do útero. Mulheres com HPV 16 e 18 têm um risco aumentado de desenvolver câncer cervical quando comparadas com as que têm outros tipos (BARBIERI et al, 2010). E os genótipos 6 e 11, encontrados em 90% dos condilomas genitais, considerados não oncogênicos. Estes se apresentam por verrugas individuais ou sobrepostas. Tratamento consiste em cauterização com o ácido tricoroacético ou remoção cirúrgica total das verrugas. Há outros tratamentos, cabendo a avaliação médica a individualização de cada caso. Dependendo de sua linhagem poderá além de causar lesões condilomatosas, desenvolver neoplasias intraepiteliais (INCA, 2016) O exame definitivo da infecção pelo HPV é feito pela identificação da presença do DNA viral por meio de testes de hibridização molecular (hibridização in situ, PCR, captura híbrida), porém estes não são comuns (MENDONÇA et al, 2010). 7 Fonte: www.hpvonline.com.br 3.2.1 Achados citológicos sugestivos de alteração pelo HPV: ASCUS E ASCH. O sistema de Bethesda foi criado em 1988 como medida conciliadora de informações clinicamente relevantes que possam refletir em uma melhor compreensão da neoplasia. De acordo com nomenclatura existe uma classificação de acordo com anomalias do epitélio pavimentoso cervical e epitélio glandular. São estas: A ASCUS (Células Escamosas Atípicas de Significado Indeterminado) significa uma atipia celular de células escamosas, mas sem presença de fatores pré-malignos, na maioria apresenta processos infecciosos, reativos e reparativos. A ASCH (Células Escamosas Atípicas de Significado Indeterminado) representa uma mudança nas células escamosas, podendo haver significantes malignos, sem confirmação. Esta categoria é empregada para indicar células escamosas com anormalidades que não preenchem os critérios habitualmente encontrados em condições inflamatórias reativas, pré-neoplásicas ou neoplásicas. (LIMA et al, 2002). ASCUS WWW.ICYTOLOGY.WORDPRESS.COM ASCH WWW.NIH.TECHRIVER.NT 3.2.2 Achados sugestivos de alterações pelo HPV: LIEBG e LIEAG. Lesões do colo do útero com representação pré-malignas, no exame citológico, são identificadas como LIEBG (Lesão Intraepitelial Escamosa de Baixo Grau) e LIEAG (Lesão Intraepitelial Escamosa de Alto Grau). O LSIL indica uma displasia leve, no caso, uma lesão pré-maligna de baixo grau que tende a desaparecer entre 6 meses a dois anos, dependendo do organismo da mulher e/ ou acompanhamento controle. LIEBG – lesão em que a morfologia celular está acrescida 1/3 de infecção no epitélio provendo alterações celulares sugestivas de infecção por HPV, as células apresentam coilocitose, policromasia. Pode regredir em até 2 anos. 8 LIEAG – é uma lesão indicativa de grande transformação na porção afetada, no que diz respeito a tamanho e formato celular. Considerado um achado que indica lesão pré-maligna avançada (NIC II ou NIC III). A lesão de alto grau tipo III ou NIC III e câncer do colo do útero exige a retirada de todo o local afetado por exérese de zona de transformação (EZT) ou cone clássico, ambas feitas por CAF (Cirurgia de Alta Frequência). Progressão da infecção FONTE:WWW.BRIG2UBLOG.WORDPRESS.COM 3.3 Citologia anal, anuscopia, biópsia anal e ANUSCOPIA DE ALTA RESOLUÇÃO (AAR). A investigação ânus está indicada na presença de infecção pelo HPV perianal ou lesão de baixo e alto graus do trato genital inferior feminino. O rastreio das lesões anais é feito pela colheita da citopatogia oncótica anal, método similar a colpocitologia, e anuscopia associada a anuscopia de alta resolução com o auxílio do colposcópio, para visualização da zona de transformação. O HPV anogenital pode apresentar sintomas clínicos (verrugas anais) e subclínicos (prurido e ardência). A citologia anal, demonstra a lesão e seu grau, porém devido as pregas anais há um índice de falhas maior que a colpocitologia cervico-vaginal. A anuscopia avalia o grau da lesão, ou seja, nos descreve a magnitude do campo afetado. Podemos sugerir que é de grande valia o rastreio nesses pacientes utilizando a AAR aliada à citologia anorretal (NETO et al, 2011). A biópsia anal é um exame complementar a anuscopia, que faz retirada de um pequeno fragmento da parede anal na área da lesão vista ao colposcópio. As neoplasias intraepiteliais anais também são classificadas em baixo grau (LIABG), que incluem neoplasias intraepiteliais de grau I (NIA I), e lesões de alto grau (LIAAG), que correspoendem a neoplasia intraepitelial de alto grau II e III (NIA I e NIA III). As 9 lesões anais de alto grau são consideradas pré-malignas e podem progredir para o câncer anal de forma similar ao que ocorre nas lesões cervicais de alto grau (CHAVES et al, 2011). www.euroanlaserproject.com www.hpvonline.com.br www.scielo.com 3.4 HPV e os cânceres do colo do útero e câncer anal. As células humanas possuem um controle natural e contínuo de replicação, crescem, multiplicam-se e morrem. No caso do colo do útero e anal, o local afetado passa pelos processos NIC I, II,II (colo do útero) sem tratamento. Mediante a progressão da infecção os 3/3 do colo uterino fica lesionado, transpassando a barreira basal ocasionando o câncer invasor do colo do útero e anal. Todo esse processo é acarretado pela inativação do gene que codifica a proteína p53 gene. Esse gene é ativado em resposta a danos celulares que promove a parada do ciclo celular na fase G1, antes de ocorrer a duplicação de DNA danificados, possuindo probabilidade de reparos. A P53 induz a apoptose celular, quando a reparação celular não é possível. Quando a P53 sofre mutações, as células danosas podem desencadear mutações malignas ao invés de se autodestruírem, replicam-se (FERRAZ et al, 2012). Essas lesões podem ser identificadas mediante exame de Papanicolaou e quando em estágio inicial, podem ou não apresentar sintomas como corrimento, dor, sinuserra (sangramento no ato sexual). O Papanicolaou detecta as alterações que o HPV pode causar nas células e um possível câncer. (Bayer, 2016). Sem um controle de rotina pela colpocitologia oncótica não há como estabelecer o nível de expansão da lesão. Podendo ocasionar lesões de alto grau ou câncer do colo do útero, caso não haja adequação de seguimento e tratamento (PARELLADA, 2006). Por ser uma infecção de lento desenvolvimento, outros fatores podem influenciar o desenvolvimento do câncer do colo do útero em mulheres, aumentando sua incidência e agressividade como ausência de 10 exames citológicos anuais, IST, comportamento sexual de risco, tabagismo, baixa imunológica, multiparidade, desnutrição, iniciação sexual precoce (MENDONCA et al 2010). Das 291 milhões de mulheres que são portadoras de HPV no mundo ao menos 500 mil desenvolvem casos de câncer do colo do útero. A infecção pelo HPV é um fator necessário, mas não suficiente, para o desenvolvimento do câncer do colo do útero. (INCA, 2016). Progressão da infecção no colo do útero Fonte:www.patoneoplasia.blopspot.com A citologia anal também é de extrema importância para o rastreamento do HPV anorretal, pois atua em ambiente específico com ajuda de um anuscópio, que revela a área afetada pela infecção e direciona o tratamento. Acredita-se que a citologia anal possa servir para esse rastreamento. (NADAL et al, 2007). Por possuir comportamento celular desordenado, a neoplasia intraepitelial anal, chamada de NIA, pode evoluir de lesão de alto grau para um carcinoma invasivo. Acredita-se que a neoplasia intraepitelial anal (NIA), provocada pelo HPV, seja a lesão precursora do carcinoma anal. (NADAL, et al 2008). Progressão do NIA Fonte:www.colorrectalsurgeanssy.com 11 3.5 Profilaxia A prevenção do HPV, a priori, está relacionada à diminuição do contágio pelo vírus, que ocorre por via sexual e contato com a pele. A citologia oncótica é o meio mais comum de rastreio para as mulheres que têm atividade sexual. Sua indicação é uma vez ao ano. O exame tendo 2 (dois) resultados anuais consecutivos normais, pode ser feita a cada 3 (três) anos. O preservativo masculino e feminino é outro método utilizado para prevenção do HPV, porém a utilização de preservativos durante a relação sexual, com penetração, protege parcialmente contra o contágio, que pode ocorrer, também, pelo contato com a vulva, períneo, região perineal e escroto. Em 2014, o Ministério da saúde adicionou ao calendário vacinal a vacinação tetravalente contra o HPV para meninas entre 9 e 13 anos. Essa vacina apresenta uma proteção contra os subtipos 6, 11, que causam verrugas genitais e 16 e 18, responsáveis por 70% do câncer de colo do útero. A vacinação contra HPV no Brasil está sendo implantada e ofertada para adolescentes do sexo feminino no SUS (OSIS, 2014). Os métodos se complementam para um objetivo eficaz, pois o Papanicolaou não previne o HPV e a vacina não protege contra os subtipos oncogênicos em geral. www.regiaonews.com.br www.saude.gov.br 4.CONCLUSÃO Os principais co-fatores para predisposição à oncogênese do vírus HPV são: comportamento sexual de risco, baixo nível socioeconômico e cultural, multiparidade, tabagismo, sistema imunológico deficitário, agentes infecciosos, iniciação sexual precoce, desnutrição e falta de rotina ginecológica. Apesar de existirem outras medidas preventivas para o câncer do colo do útero e anal, conclui-se que o exame Papanicolaou é a medida preventiva mais viável 12 para a população. Está disponível gratuitamente para as mulheres carentes é mais viável economicamente, servindo como método de rastreio e controle e para infecções pelo HPV. REFERÊNCIAS ALMEIDA, F. L ; BEIRAL, J . S ; RIBEIRO, K. R ; SHIMODA, EDUARDO ; SOUZA, C. H . M DE. Rev. Científica Link Science Place. 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