Medicina Veterinária Bioquímica I 2º período Metabolismo de Carboidratos Professora: Ms. Fernanda Cristina Ferrari www.faculdadevertice.com.br Glicogênese • É o processo bioquímico que transforma a glicose em glicogênio • Ocorre em todos os tecidos animais, principalmente no fígado e músculos • O músculo armazena apenas para o consumo próprio, e só utiliza durante o exercício quando há necessidade de energia rápida • O glicogênio é uma fonte imediata de glicose para os músculos quando há a diminuição da glicose sangüínea (hipoglicemia). www.faculdadevertice.com.br Glicogênese • A primeira reação do processo glicolítico é a formação de glicose-6-fosfato (G6P) a partir da fosforilação da glicose. • • A insulina induz a formação de glicose-1-fosfato pela ação da enzima fosfoglicomutase que isomerisa a G6P. • A partir daí, há a incorporação da uridina-tri-fosfato (UTP) que proporciona a ligação entre o C1 de uma molécula com o C4 de outra ligação (enzima glicogênio sintase), • A ramificação da cadeia ocorre pela ação da enzima ramificadora (amido-1-4,1-6-transglucosidase) que transfere cadeias inteiras para um C6, formando ligações a(1- 6). www.faculdadevertice.com.br Glicogênese Fosfoglicomutase Glucose-1-fosfato Glicose-6-fosfato Glicogênio sintase Glicogênio UDP-G: Uridina difosfato glicose www.faculdadevertice.com.br Glicogênese • Unidade básica UDP-glicose; • A enzima Glicogênio sintase necessita de um “primer”, o qual deve ser formado por pelo menos quatro moléculas de glicose; • A proteína Glicogenina é a responsável pela formação desta pequena cadeia. A ela se liga o pimeiro resíduo de glicose. www.faculdadevertice.com.br Glicogenólise • É a degradação do glicogênio: remoção sucessiva dos resíduos de glicose • O glicogênio é degradado pela ação conjunta de três enzimas: • Glicogênio fosforilase: libera um a um os resíduos de glicose como glicose-1-fosfato • Enzima α-1,6 glicosidase ou desramificadora de glicogênio: libera ramificação por hidrólise • Fosfoglicomutase: converte glicose-1-fosfato em glicose-6fosfato www.faculdadevertice.com.br Glicogenólise • Glicogênio Fosforilase: – Cliva uma ligação α (1,4) com fosfato inorgânico (Pi). Esta enzima só cliva resíduos de glicose que estejam a mais de 4 resíduos de distância de uma ramificação. – Utiliza um piridoxal, um derivado de vitamina B como cofator. – Ocorre quebra de uma ligação glicosídica com introdução de uma molécula de fosfato com intervenção de ATP – Atua no glicogênio sobre os extremos não redutores das unidades de glicose α (1,4). www.faculdadevertice.com.br Glicogenólise • Glicogênio Fosforilase: – (glicose)n + Pi(glicose)n-1 + glicose-1- fosfato – Os produtos finais são unidades de glicose-1- fosfato e frações de dextrinas-limite(4-glicoses)- não podem ser degradadas pela fosforilase. www.faculdadevertice.com.br Glicogenólise • Enzima α-1,6-glicosidase glicogênio: ou desramificadora de – Transfere três resíduos de glicose de um ramo limite para outro ramo (com uma ligação α (1,6)) é eliminado por hidrólise, dando como resultado glicose livre e glicogênio desramificado. – A hidrólise é catalisada pela mesma enzima desramificadora www.faculdadevertice.com.br Glicogenólise • A glicogênio fosforilase é mais rápida do que a enzima desramificadora • Ramos exteriores do glicogênio são degradados muito rapidamente no músculo em poucos segundos quando é necessária muita energia. • A degradação do glicogênio após este ponto exige a enzima desramificadora e é portanto mais lenta, o que explica em parte o fato do músculo só poder exercer a sua máxima força durante poucos segundos. www.faculdadevertice.com.br Glicogenólise • Fosfoglicomutase: cataliza a isomerização de glicose-1fosfato a glicose-6-fosfato e vice-versa • A Glicose 6-fosfato pode ser então utilizada na glicólise. www.faculdadevertice.com.br Degradação de Glicogênio www.faculdadevertice.com.br Funções Especiais dos Carboidratos no Tecido Corporal 1- Ação poupadora de energia: a presença de carboidratos suficientes para satisfazer a demanda energética impede que as proteínas sejam desviadas para essa proposta, permitindo que a maior proporção de proteína seja usada para função básica de construção de tecido. 2- Coração: o glicogênio é uma importante fonte emergencial de energia contrátil. 3- Sistema Nervoso Central: O cérebro não armazena glicose e dessa maneira depende minuto a minuto de um suprimento de glicose sangüínea. Uma interrupção prolongada glicêmica pode causar danos irreversíveis ao cérebro. www.faculdadevertice.com.br Digestão dos carboidratos • Boca A saliva contém uma enzima que hidrolisa o amido: a amilase salivar (ptialina), secretada pelas glândulas parótidas. Ela hidrolisa ligações a(1-4) • Estômago inativação da amilase pelo baixo pH • Intestino delgado A amilase pancreática é capaz de continuar a digestão do amido • Epitélio mucoso do jejuno Temos a ação das dissacaridases e oligossacaridases (enzimas que hidrolisam os dissacarídeos ou oligossacarídeos), que estão na borda das células intestinais. Ex: maltase hidrolisa maltose e produz glicose www.faculdadevertice.com.br Degradação anormal de dissacarídeos • Sintomas: cólicas, diarréia e flatulência • Deficiência de enzimas digestivas • Intolerância a lactose www.faculdadevertice.com.br Carência de carboidratos • A falta de carboidratos no organismo manifesta-se por sintomas de fraqueza, tremores, mãos frias, nervosismo e tonturas, o que pode levar até ao desmaio. • É o que acontece no jejum prolongado. • A carência leva o organismo a utilizar-se das gorduras e reservas do tecido adiposo para fornecimento de energia, o que provoca emagrecimento. www.faculdadevertice.com.br Excesso de carboidratos • Os carboidratos, quando em excesso no organismo, transformam-se em gordura e ficam acumulados nos adipócitos, podendo causar obesidade e arterosclerose www.faculdadevertice.com.br Glicemia • É a taxa de glicose no sangue. • Varia em função da nossa alimentação e nossa atividade. • Uma pessoa em situação de equilíbrio glicêmico ou homeostase possui uma glicemia que varia, em geral, de 80 a 110 mg/dL. • No cão: 65 a 110 mg/dL www.faculdadevertice.com.br Hiperglicemia • Estimula a secreção da insulina pelo pâncreas. • Esse hormônio estimula as células do organismo a absorver a glicose presente no sangue. • Se essas células não necessitam imediatamente do açúcar disponível, as células do fígado se responsabilizam pela transformação da glicose, estocando-a sob a forma de glicogênio. www.faculdadevertice.com.br Diabetes Quando o pâncreas pára de fabricar a insulina, ou o organismo não consegue utilizá-la de forma eficiente, a glicose fica circulando na corrente sanguínea, gerando a hiperglicemia e levando a uma doença conhecida como diabetes. Glicemia baixa • Estimula o pâncreas a secretar outro hormônio: o glucagon. • O fígado transforma o glicogênio em glicose e libera a glicose no sangue. • A glicemia retorna, então, ao valor de referência. www.faculdadevertice.com.br Controle Hormonal de Carboidratos Os hormônios glicorreguladores incluem: •insulina, •glucagon, •epinefrina, •cortisol e •hormônio de crescimento. www.faculdadevertice.com.br www.faculdadevertice.com.br Gliconeogênese • Consiste na síntese de glicose a partir de compostos que não são carboidratos: aminoácidos, lactato e glicerol • Aminoácidos glicogênicos: todos com exceção da lisina e leucina • Lisina e leucina produzem somente acetil-CoA, os animais são incapazes de sintetizar glicose a partir de acetil-CoA www.faculdadevertice.com.br Gliconeogênese • Os aminoácidos são provenientes da degradação de proteínas endógenas, durante o jejum • O lactato vem dos músculos submetidos à contração intensa • O glicerol derivado da hidrólise do triacilglicerol do tecido adiposo durante o jejum • O fígado é o principal órgão responsável www.faculdadevertice.com.br Medicina Veterinária Bioquímica I 2º período Metabolismo de aminoácidos Professora: Ms. Fernanda Cristina Ferrari www.faculdadevertice.com.br Aminoácidos Estrutura geral www.faculdadevertice.com.br • Ao contrário do que acontece com gorduras e carboidratos, aminoácidos não se acumulam • Não há proteínas cuja única função seja manter um suprimento de aminoácidos para utilização posterior pelo organismo • Os aminoácidos devem ser obtidos da dieta, sintetizados de novo ou produzidos pela degradação protéica normal www.faculdadevertice.com.br Aminoácidos Proteínas Aminoácidos Amônia Bases nitrogenadas Uréia Ácido úrico Glutationa Pigmentos biliares Grupos hemo Alantoína Neurotransmissores www.faculdadevertice.com.br Amônia Uréia Ácido úrico Formas de excretar o nitrogênio www.faculdadevertice.com.br www.faculdadevertice.com.br Catabolismo • Catabolismo: são processos metabólicos que implicam na “quebra” de substâncias complexas em substâncias mais simples. • A “quebra” das proteínas do tecido muscular para obter energia é um exemplo de catabolismo. www.faculdadevertice.com.br Anabolismo • São processos metabólicos que implicam construção de moléculas a partir de outras. na • A síntese protéica, a síntese de ácidos graxos e a síntese de hormônios são exemplos de reações anabólicas. www.faculdadevertice.com.br Digestão de Proteínas As proteínas sofrem digestão gástrica, pancreática e intestinal. • Suco gástrico: pepsinogênio ácido clorídrico, e a pró-enzima • Pepsina: estável em meio ácido, secretada como pepsinogênio (forma inativa, por células cerosas do estômago) • A remoção de aminoácidos em sua sequência permite o dobramento correto necessário para a enzima se tornar ativa pepsina www.faculdadevertice.com.br Digestão das proteínas por enzimas pancreáticas •Especificidade: •Tripsina (forma ativa do tripsinogênio) cliva apenas o grupo carbonila da lisina ou arginina •As outras enzimas liberadas no intestino delgado são ativadas pela ação da tripsina que hidrolisa parte destes zimogênios, tornando-os ativos. •Pancreatite crônica, fibrose cística: digestão e absorção de proteína e gordura é incompleta www.faculdadevertice.com.br Síntese de Proteínas Tradução: a “linguagem” da sequencia nucleotídica no RNAm é traduzida para a linguagem de uma sequencia de aminoácidos www.faculdadevertice.com.br Etapas da síntese protéica • • • • • • Iniciação Alongamento Terminação Polissomos Direcionamento protéico Regulação da tradução www.faculdadevertice.com.br Componentes necessários para a Tradução • Aminoácidos • RNA transportador – Sítio de ligação ao aa – Anticódon • • • • • Aminoacil-RNAt sintetases RNA mensageiro Ribossomos Fatores protéicos Fontes de energia: ATP e GTP www.faculdadevertice.com.br www.faculdadevertice.com.br Degradação de Proteínas • Proteases de lisossomos: catepsinas (mais restrito) • Mais geral Ubiquitina: proteína presente em todas as células eucarióticas • Para iniciar a degradação de uma proteína, o primeiro passo é sua ligação à ubiquitina seguido de reações com gasto de ATP • Proteínas alteradas são identificadas por um processo ainda pouco conhecido e degradadas rapidamente ou as proteínas normais são degradas no processo de renovação. www.faculdadevertice.com.br Síntese de aminoácidos • Nos seres vivos capazes de sintetizar todos os 20 aminoácidos (plantas e microorganismos) a amônia resultante da fixação do nitrogênio é utilizada para formar glutamato e glutamina • Para produção dos demais aminoácido o Nitrogênio é obtido destes • Aminoácidos essenciais • Aminoácidos não essenciais (sintetizados a partir dos essenciais) www.faculdadevertice.com.br Degradação de aminoácidos • Via exclusiva • Remoção do grupo amino: como glutamato • Oxidação da cadeia carbônica remanescente • Nos mamíferos o grupo amino é convertido em uréia e as 20 cadeias carbônicas resultantes são convertidas a compostos comuns ao metabolismo de carboidratos e lipídeos www.faculdadevertice.com.br Ciclo da uréia • Nos mamíferos a uréia é produzida no fígado sendo transportada para o rim e excretada na urina • A síntese se inicia na matriz mitocondrial, com formação de carbamoil-fosfato a partir de bicarbonato e amônio, consumindo 2 ATPs • As reações subsequentes compõem o ciclo da uréia www.faculdadevertice.com.br Ciclo da uréia www.faculdadevertice.com.br A cadeia carbônica dos aminoácidos é degradada a piruvato, acetil-CoA ou intermediários do ciclo de Krebs: • • • • Fornecem energia Entram na gliconeogênese Conversão a triacilgliceróis Armazenamento www.faculdadevertice.com.br