ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I Versão Online 2009 O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE Produção Didático-Pedagógica SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO- SUED PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE EQUIPE PEDAGÓGICA DO PDE ELIANE APARECIDA DUBIELI MONTIPÓ O SISTEMA SOLAR NA HISTÓRIA DA ASTRONOMIA PAULA FREITAS 2010 2 ELIANE APARECIDA DUBIELI MONTIPÓ O SISTEMA SOLAR NA HISTÓRIA DA ASTRONOMIA Material didático a ser apresentado a SEED/SUED-PR como requisito para o cumprimento das atividades previstas dentro do Programa de Desenvolvimento Educacional-PDE do Estado do Paraná, 2009/2010. Orientador: Prof. Dr. Ricardo Yoshimitsu Miyahara PAULA FREITAS 2010 3 SUMÁRIO 1- Introdução---------------------------------------------------------------------------------- 04 2- Organização Teórica Metodológica ------------------------------------------------- 06 2.1- Abordagem Histórica sobre a Observação dos Planetas---------------- 06 2.2- Configuração Atual do Sistema Solar----------------------------------------- 09 3- Encaminhamentos Metodológicos--------------------------------------------------- 12 3.1- Modelagem do Sistema Solar em Escala------------------------------------ 14 4- Considerações Finais------------------------------------------------------------------- 22 5- Para saber mais-------------------------------------------------------------------------- 24 6- Dados Bibliográficos--------------------------------------------------------------------- 25 ANEXOS--------------------------------------------------------------------------------------- 27 4 O Sistema Solar na História da Astronomia 1- Introdução Viver na era da informação implica em ter plena capacidade de comunicação, no entanto, comunicar-se bem ainda é um problema para a humanidade. Na Escola, os alunos, ainda veem o conhecimento como algo distante da sua realidade, sem importância ou significado e sem utilidade no seu cotidiano. A teoria de Ausubel apresenta uma aprendizagem a qual possui uma comunicação eficaz, respeita e conduz o aluno a sentir-se parte integrante do novo conhecimento, através de termos familiares a ele. O professor tem papel fundamental nesse processo, podendo diminuir a distância entre a teoria e a prática, organizando os conteúdos e usando estratégias metodológicas adequadas e material didático significativo. Conforme apontam as Diretrizes Curriculares Estaduais de Ciências, A aprendizagem significativa no ensino de Ciências implica no entendimento de que o estudante aprende conteúdos científicos escolares quando lhes atribui significados. Isso põe o processo de construção de significados como elemento central do processo de ensino e aprendizagem. A Astronomia, considerada “uma das ciências de referência para os conhecimentos sobre a dinâmica dos corpos celestes” (DCE, 2008), é um dos cinco Conteúdos Estruturantes da Disciplina de Ciências. Entendam-se Conteúdos Estruturantes como sendo, conhecimentos de grande amplitude que identificam e organizam os campos de estudo de uma disciplina escolar, considerados fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e ensino. (DCE, 2008) O termo Astronomia vem do grego áster (astros) e nomos (lei). É considerada a ciência que se preocupa com a forma, grandeza, distâncias, organização, origem, evolução, composição e movimento de todos os corpos celestes, conforme definição constante no dicionário de astronomia do site www.zenite.nu. Este conteúdo estruturante possibilita estudos e discussões sobre a origem e a evolução do Universo e a DCE de Ciências apontam o sistema solar como um dos conteúdos básicos que envolvem conceitos científicos necessários para o entendimento de questões astronômicas. 5 Entenda-se sistema solar com sendo o conjunto de todos os corpos celestes, independente de tamanho, estado físico ou propriedades, que estão gravitacionalmente ligados ao Sol e que descrevem órbitas em torno dele. Entre os objetos que orbitam ao redor do Sol estão os planetas, satélites naturais, asteróides, cometas e partículas de gás e poeira interplanetárias. (Observatório Nacional, 2009). Ao trabalharmos o conteúdo básico sistema solar, nos deparamos com livros didáticos onde este conteúdo é demonstrado através de figuras esquemáticas, sem escala definida, causando uma série de confusões quanto a tamanhos e distâncias, dificultando sua compreensão. Propomos, então, o trabalho com textos básicos e vídeos que facilitem a compreensão, por parte dos alunos, sobre a formação, localização, composição e dimensões do sistema solar. Para completar, sugerimos o desenvolvimento de uma atividade experimental utilizando a modelagem para levar à compreensão (através de escalas) das medidas de distâncias e tamanhos do Sol e dos planetas. As atividades experimentais podem contribuir para a superação de obstáculos na aprendizagem de conceitos científicos, não somente por propiciar interpretações, discussões e confrontos de ideias entre os estudantes, mas também pela natureza investigativa. (DCE, 2008) E, o lúdico promove a imaginação, a curiosidade e o interesse levando o aluno a interagir com o mundo e, principalmente, com o conteúdo que queremos que ele aprenda. Ao escolhermos abordagens, estratégias e recursos pedagógicos adequados à mediação pedagógica, procuramos contribuir para que o aluno se aproprie de conceitos científicos de forma mais significativa. Esta unidade didática de Astronomia destina-se a orientação dos professores de Ciências no desenvolvimento do conteúdo Sistema Solar o qual pode ser trabalhado com 5ª e 6ª séries do Ensino Fundamental. 6 2- Organização Teórica Metodológica Como a teoria da aprendizagem de Ausubel propõe que os conhecimentos prévios dos alunos sejam valorizados, a atividade inicial será a aplicação de um pré-teste, atividade avaliativa de caráter diagnóstico (Anexo I), que consiste em um conjunto de questões a serem respondidas pelos alunos a fim de que o professor verifique os conhecimentos prévios e também as concepções alternativas dos alunos sobre o conteúdo astronomia. A verificação dos conhecimentos prévios dos alunos orientará a abordagem dos conteúdos, a forma (metodologia) de desenvolvimento e as estratégias a serem utilizadas, pois, estes conhecimentos se constituem no ponto de partida. Esse pré-teste servirá também como pós-teste, sendo aplicado após a abordagem teórica e o desenvolvimento das atividades propostas, caracterizando-se como instrumento de verificação da aprendizagem, do crescimento pedagógico dos alunos e da eficácia da metodologia utilizada. A Secretaria de Estado da Educação do Paraná tem trabalhado na perspectiva de uma concepção de avaliação diagnóstica, processual, cumulativa, formativa, no sentido de que, na prática pedagógica, a avaliação ocorra com o objetivo de conhecer o que o aluno sabe, o quanto ele sabe e o quão distante ou perto os alunos estão dos objetivos propostos. Após essa verificação de conhecimentos prévios, sugere-se uma abordagem histórica sobre a observação dos planetas e teorias sobre os movimentos celestes. É interessante que o professor conte para seus alunos a história da observação dos planetas (usar de criatividade, utilizar imagens, fantoches dentre outros recursos). 2.1- Abordagem Histórica sobre a Observação dos Planetas Na Antiguidade, ao observar o céu, certas pessoas notaram que alguns astros faziam um trajeto muito estranho. Devido a esse movimento de ziguezague receberam o apelido de errantes (planetas, em latim). (COSTA, 2008). 7 A princípio, eram cinco os planetas observados. Havia um que “corria” próximo ao Sol, ziguezagueando veloz, em seu caminho, às vezes pouco antes do nascer do Sol, outras vezes pouco depois do por do Sol. Recebeu o nome de Hermes, o mensageiro dos deuses. Nós usamos até hoje o nome latino: Mercúrio. Outro vagava por perto, belo e cintilante, recebeu significado feminino, era Afrodite ou Vênus, a deusa da beleza. Outro errante brilhava em vermelho, cor de sangue. Para os antigos era Ares, um planeta ferido de morte – ou Marte, o deus da guerra. O poderoso Zeus, senhor supremo, também estava lá. Para os antigos era o planeta mais brilhante depois de Vênus, com uma coloração branco-alaranjado, era Júpiter. Por fim, havia aquele que os gregos chamavam de Cronos, o senhor do tempo. Para nós ficou Saturno, o senhor dos anéis. A Terra não era considerada um planeta, pois, não vagava sem rumo pelo céu. (COSTA, 2008). Desde a Grécia antiga, acreditava-se que o Universo girava em torno da Terra. Para Tales de Mileto (600 a.C.) a Terra era plana e flutuava na água sob a imensa abóbada celeste. Pitágoras (530 a.C.) imaginava uma Terra esférica e em rotação em torno de um fogo central, circundada por dez esferas concêntricas contendo as estrelas e os planetas. Aristarco de Samos (280 a.C.) propôs a idéia revolucionária de um Universo centrado no Sol e não na Terra. Por suas ideias foi acusado de perturbar o descanso dos deuses. O primeiro a confirmar que a Terra era esférica foi Eratóstenes (250 a.C.) que mediu em Alexandria, no Egito, o raio da Terra. Ptolomeu (150 d.C.) em sua obra, O Almagesto, descreveu um modelo de Sistema Solar que permaneceu em vigor durante 1300 anos. Nele, a Terra ocupava o centro e tudo mais girava ao seu redor. A disposição dos astros em torno da Terra foi obtida admitindo-se que quanto mais distante um deles estivesse da Terra, mais tempo levaria para dar uma volta em torno dela. A disposição era na seguinte ordem: Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno; englobando tudo estavam as estrelas. (FRIAÇA, 2006). A visão heliocêntrica do Universo chega com Copérnico, em 1543; ele propõe um modelo simples do Sistema Solar, com o Sol no centro do sistema. 8 O modelo de Copérnico considerava as órbitas dos planetas circunferências perfeitas; foi o astrônomo alemão Johannes Kepler que, no início do século XVII, mostrou que as órbitas planetárias eram elípticas. Kepler utilizou as observações de Tycho Brahe; os dados obtidos por Tycho eram os mais precisos da época e no limite, do que o olho humano, sem instrumentos, pode conseguir. Foi usando esses dados que Kepler propôs três leis que descrevem corretamente os movimentos dos planetas. (RODRIGUES, 2001). Com o trabalho de Kepler desvendou-se como os planetas se movimentavam, mas, foi só com a Teoria da Gravitação Universal de Isaac Newton (publicada em 1687), que o porquê do movimento dos planetas ao redor do Sol foi explicado. A teoria da gravitação mostra que os corpos se atraem uns aos outros, isto é, um corpo cria em torno de si um campo gravitacional que é sentido por todos os outros corpos. Esse campo gravitacional é tanto mais intenso quanto maior a massa do corpo, e diminui proporcionalmente com o quadrado da distância. Newton também descreveu exatamente como um corpo se movimenta quando sujeito a certa força, qualquer que seja sua natureza. (RODRIGUES, 2001). Em sua obra, o “Principia”, Newton não só demonstra as leis de Kepler e calcula fenômenos como as marés e os equinócios, mas também, prevê e determina a forma achatada da Terra. (RODRIGUES, 2001). Os movimentos dos maiores corpos do sistema solar eram explicados tanto do ponto de vista de sua descrição, como de sua causa, mas, foi só em 1755 que o filósofo Immanuel Kant propôs a hipótese nebular (tentando explicar como surgiu o sistema solar). Posteriormente foi desenvolvida pelo matemático francês Pierre-Simon de Laplace. A hipótese nebular considera que o sistema solar formou-se a partir de uma nuvem de gás e poeira em rotação. (RODRIGUES, 2001). Foi, também, no início do século XVII que, Galileu direcionou sua luneta para Júpiter e observou quatro astros (mais tarde chamados satélites galileanos de Júpiter), que descreviam órbitas em torno desse planeta e não da Terra; descobriu, também, o relevo lunar, as manchas no Sol, identificou a 9 estrela dupla Mizar e enunciou o princípio da inércia. Suas observações também contribuíram para a comprovação de que a Terra não era o centro de todos os movimentos celestes. (FRIAÇA, 2006). Em 1784, Herschel descobre Urano (céu, em grego) e várias nebulosas. Estudando a distribuição das estrelas, propõe uma nova estrutura para a galáxia, uma espécie de elipsoide centrado no Sol. (FRIAÇA, 2006). Netuno (na mitologia grega Poseidon, o rei dos mares), foi observado em 1846 por Johann Gottfried Galle, no Observatório de Berlim. Frequentemente, os créditos dessa descoberta vão para o inglês John Couch Adams e o francês Urbain Le Verrier, que não o observaram, mas previram a sua existência matematicamente. (COSTA, 2008). Plutão (na mitologia grega Hades, o senhor dos infernos), foi descoberto em 1930 por Clyde Wiliam Tombaugh, auxiliar de Percival Lowel. Um dos satélites de Plutão, Caronte, foi descoberto somente em 1978. (COSTA, 2008). Em 1951, o astrônomo holandês Gerard Kuiper, propôs a existência de um segundo cinturão de asteroides além da órbita de Plutão. Hoje essa região é conhecida como Cinturão de Kuiper e se conhecem mais de 600 objetos no cinturão. (COSTA, 2008). 2.2- Configuração Atual do Sistema Solar Segundo a Teoria da nebulosa solar, provavelmente, nosso sistema solar formou-se a partir de uma nuvem espiral de gás e poeira. Quando o Sol obteve luz suficiente, gases e poeira remanescentes foram afastados pelo espaço, originando planetas que orbitam o Sol. Isso ocorreu há cerca de 4,5 bilhões de anos. O Sistema Solar é muito mais do que apenas os planetas e seus respectivos satélites. É o conjunto de todos os corpos celestes, independente de tamanho, estado físico ou propriedades, que estão gravitacionalmente ligados ao Sol e que descrevem órbitas em torno dele. Entre os objetos que 10 orbitam ao redor do Sol estão os planetas, satélites naturais, asteroides, cometas e partículas de gás e poeira interplanetárias. (Observatório Nacional, 2009). No Universo, a distribuição e hierarquia dos objetos devem-se, basicamente, pela força gravitacional; no Sistema Solar, a maior parte da massa está concentrada no Sol (99,86%), que é o centro de referência em torno do qual todos os objetos pertencentes a ele descrevem suas órbitas. Entenda-se por órbita a trajetória que um corpo percorre ao redor de outro sob a influência de alguma força (normalmente gravitacional). Dentro do Sistema Solar, os planetas, asteróides, cometas e outros objetos de menor tamanho percorrem órbitas elípticas ao redor do Sol, enquanto que os satélites naturais o fazem ao redor dos planetas. (Wikipédia, 2010) Define-se como Estrela um astro de luz própria, em forma esferoidal formado por gases. A energia das estrelas é gerada por fusão nuclear e emitida no espaço sob a forma de radiação eletromagnética, vento estelar, neutrinos e outras formas de radiação. (Wikipédia, 2010) Classifica-se como Planeta o corpo celeste que orbita em torno do Sol; possui forma aproximadamente esférica e é grande o suficiente para ser dominante em sua órbita, tendo eliminado objetos menores de sua vizinhança; esta definição foi estabelecida pela União Astronômica Internacional em agosto de 2006. Satélite natural é um corpo celeste que orbita um planeta ou outro corpo menor. (Wikipédia, 2010) Asteroides são objetos rochosos e/ou metálicos, sem atmosfera, que estão em órbita em torno do Sol, mas são pequenos demais para serem considerados como planetas. A maior parte deles está espalhada na região situada após 2 e antes de 5 UA (Unidade Astronômica) do Sol. (Observatório Nacional, 2009) Cometas são corpos de forma irregular, frágeis e pequenos, em geral formados por uma mistura de grãos não voláteis e gases congelados. Essas 11 massas congeladas de gases, gelo, restos rochosos e poeira descrevem órbitas altamente elípticas, bem definidas, que cruzam o Sistema Solar. (Observatório Nacional, 2009) Por todo o Sistema Solar estão espalhadas partículas de gás e poeira, resquícios da formação do próprio Sistema Solar. Essas partículas recebem o nome de matéria interplanetária. (Observatório Nacional, 2009) Para melhor descrever o Sistema Solar, os astrônomos preferem dividi-lo em algumas partes que englobam corpos com características semelhantes: Sol – chamado de Hélio pelos gregos, Mitras pelos persas e Rá pelos egípcios. É uma estrela relativamente comum, descrita como uma bola de gás incandescente (composto basicamente de hidrogênio e hélio) com 1,4 milhões de quilômetros de diâmetro, sua massa é 333 mil vezes maior que a da Terra; com temperatura superficial de cerca de 6000 kelvin e temperatura nuclear de alguns milhões de graus; maior corpo de todo o sistema solar, contendo mais de 99% de toda sua massa; é ele que mantém o sistema coeso. Planetas internos ou terrestres – são os quatro planetas mais próximos do Sol (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte); compostos basicamente por rochas e metais e aquecidos devido à proximidade com o Sol. Todos eles têm superfícies sólidas que registram processos geológicos como formação de crateras, montanhas e vulcões. Cinturão de Asteroides – localizado entre os planetas Marte e Júpiter; é o local onde está distribuída a maioria dos asteroides conhecidos (com tamanhos diversos e formas irregulares), pequenos demais para serem considerados planetas. Planetas externos ou gigantes – são os planetas Júpiter, Saturno, Urano e Netuno; são bem maiores que os planetas internos, compostos por materiais bem mais leves que se apresentam na forma de gases, gelos e líquidos. Planetas-anões – A União Astronômica Internacional estabeleceu, em assembleia geral, em agosto de 2006 uma classe provisoriamente chamada de “planetas-anões” – um grupo especial de objetos trans-neptunianos. Estes 12 corpos para serem classificados como tal devem apresentar as características de órbita em torno do Sol; forma aproximadamente esférica e, além disso, não devem ser satélites de outros objetos e não podem ser grandes o suficiente para terem “limpado” a sua vizinhança, ou seja, não são dominantes em suas órbitas. Deste modo, Plutão foi reclassificado como planeta-anão, por não ser dominante em sua órbita (foi descoberto astro maior que ele em órbita além de Netuno, o objeto 2003 UB313), além de que Plutão é menor que a Lua e apresenta uma órbita bastante excêntrica e inclinada 17º em relação ao plano da órbita da Terra, muito maior quando comparada aos outros planetas. Alguns dias depois da reclassificação de Plutão, 2003 UB313 recebeu a sua nomenclatura definitiva: Éris, a deusa da discórdia. Cinturão Trans-Neptuniano ou Cinturão de Kuiper – esta região em forma de disco, com milhões de objetos, está localizado a partir da órbita do planeta Netuno; é o local de origem de vários cometas que cruzam o Sistema Solar. Nuvem de Oort – com possivelmente milhões de objetos, que seriam restos da formação do Sistema Solar, está situada muitíssimo depois do planeta-anão Plutão. A Nuvem de Oort tem a forma de uma imensa esfera que envolve todo o Sistema Solar. Nos últimos 30 anos os conhecimentos sobre o Sistema Solar ampliaram-se, graças à melhoria dos detectores e telescópios e às várias sondas espaciais que o cruzaram. A Astronomia é uma ciência e nenhuma ciência está terminada. As definições continuam evoluindo com o tempo. (COSTA, 2008). 3- Encaminhamentos Metodológicos Ao contar a história, sugere-se procurar despertar nos alunos a curiosidade em conhecer mais sobre os astros do sistema solar. Uma proposta de encaminhamento metodológico é dividir a turma em grupos e pedir para que pesquisem em livros, revistas, internet, sobre os astros que compõem o 13 sistema solar (poderá ser realizado sorteio dos temas entre os grupos ou, cada grupo poderá escolher o seu tema para pesquisar). Cada grupo irá produzir um resumo sobre o tema que será apresentado para a classe (sugerir que utilizem de criatividade, produzindo cartazes ou, trazer imagens para serem mostradas na Tvpendrive (TV multimídia) ou filmes curtos sobre o tema); para a elaboração do resumo há a necessidade de um roteiro organizado previamente, indicando os principais pontos que os alunos devem explicitar em suas sínteses (Anexo II). Após as apresentações de todos os grupos, pode-se montar um painel com as dúvidas e questionamentos sobre o assunto, nesse momento há a possibilidade de trabalhar também a construção de conceitos, principalmente daqueles aos quais os alunos não souberam responder no pré-teste. Essas questões podem ser respondidas pelo professor ou então, buscam-se leituras que complementem as informações sobre o assunto. Para o aprofundamento teórico do professor e para auxiliá-lo a responder aos possíveis questionamentos dos alunos, sugerimos o acesso ao site do Observatório Nacional em: http://www.on.br/site_edu_dist_2009/site/index_ss.html , o qual disponibiliza o material: Astrofísica do Sistema Solar. Este material foi ofertado para curso à distância e é riquíssimo em dados históricos, dados técnicos, imagens e explicações sobre o sistema solar (vale à pena conferir). Complementando, pode-se utilizar o filme Sistema Solar (Feira de Ciências), encontrado no endereço http://www.youtube.com/watch?v=S2-5Lnw517U. Este filme de 8’58” mostra imagens do Sistema Solar em sua atual configuração e algumas características de cada astro. Justificamos o uso dos filmes por serem fontes valiosas de relação entre a realidade e o conteúdo discutido, e também por se tratarem de uma forma de linguagem mais próxima do aluno. No desenvolvimento dessa atividade orientar os alunos para que façam anotações das informações principais com o intuito de utilizá-las em discussão posterior à exibição. 14 Como atividade experimental, propomos a modelagem dos astros do sistema solar a fim de que compreendam (através de escalas) as medidas de distâncias e tamanhos do Sol e dos planetas. 3.1- Modelagem do Sistema Solar em Escala Devido ao fato de trabalhar com distâncias e tamanhos muito grandes e para não falar constantemente em distâncias de milhões de quilômetros, os astrônomos preferem usar duas outras unidades de medida, o ano-luz e a unidade astronômica. Ano-luz é a distância que a partícula de luz, chamada fóton, viaja em um ano no vácuo. Sua abreviação é “a.l.”. Para obter este valor multiplica-se o número de segundos que existem em um ano pelo valor exato da velocidade da luz no vácuo, que é 299 792 458 metros por segundo, obtendo-se como resultado 9 460 528 410 545 436,2688 metros ou 9 460 528 410 545,4362688 km. Como ainda é uma medida muito grande usa-se a notação científica para escrever que um ano-luz = 9,46053 x 1012 km; comumente aproxima-se o resultado mais ainda, dizendo que um ano-luz equivale a 1013 km (ano-luz é uma unidade de medida de distância e não de tempo). Também se usam subunidades do ano-luz como: hora-luz (distância percorrida pela luz em uma hora = 1 079 252 820 km); minuto-luz (distância percorrida pela luz em um minuto = 17 987 547 km) e segundo-luz (distância percorrida pela luz em um segundo = 299 792 km). Unidade astronômica é definida como a distância média entre a Terra e o Sol. Sua abreviação é U.A. (sempre em letras maiúsculas). Uma unidade astronômica equivale a 149 597 870,691 km, mas, em geral, considera-se o valor de 150 milhões de quilômetros. Uma unidade astronômica equivale, aproximadamente, 499 segundos-luz. Um feixe de luz leva aproximadamente 8,3 minutos para viajar uma unidade astronômica. Isso simplesmente nos diz que uma partícula de luz, ou seja, um fóton, depois que deixa o Sol, leva 8,3 minutos para alcançar a Terra. 15 Para se ter a nítida noção do que representam essas medidas, podemos trabalhar uma atividade de modelagem, utilizando escalas. Inicialmente, precisamos calcular numa mesma escala as medidas de distâncias e de tamanhos dos planetas em relação ao Sol. Para tanto, adotamos uma escala onde o Sol será representado por uma esfera de 60 cm de diâmetro, medida essa que corresponderá ao comprimento de 1 392 000 km (medida do diâmetro do Sol) e, por regra de três, calculamos os diâmetros dos planetas e suas distâncias ao Sol. Por exemplo: para Mercúrio que tem 4 878 km de diâmetro e 57 900 000 km de distância ao Sol, teremos, em escala, 0,21 cm de diâmetro e 2495,68 cm ou 24,95 m de distância. 1 392 000 km ------------- 60 cm 4 878 km -------------- x 1 392 000 x = 292 680 1 392 000 km ------------- 60 cm 57 900 000 km ------------- x 1 392 000 x = 3 474 000 000 x = 292 680 x = 3 474 000 000 1 392 000 x = 0,21025862 cm 1 392 000 x = 2495,689655 cm Realizando os cálculos de regra de três, completamos a tabela dos diâmetros do Sol e dos planetas (Tabela 1) e a tabela das distâncias médias ao Sol (Tabela 2). Tabela 1 – Diâmetros do Sol e dos Planetas ASTRO Sol Mercúrio Vênus Terra Marte Júpiter Saturno Urano Netuno Plutão Em km 1 392 000 4 878 12 104 12 756 6 794 142 984 120 536 51 200 49 528 2 274 DIÂMETRO Na escala em cm 60 0,21 0,52 0,55 0,29 6,16 5,19 2,20 2,13 0,09 16 Tabela 2 – Distâncias Médias dos Planetas ao Sol DISTÂNCIA MÉDIA AO SOL ASTRO Em U.A. Em ano-luz aproximado) Escala em cm Em km (valor Escala em m Sol --- --- --- --- Mercúrio 0,387 3,21 minutos-luz 57 900 000 2495,68 24,95 Vênus 0,723 6,01 minutos-luz 108 200 000 4663,79 46,63 Terra 1,000 8,30 minutos-luz 149 600 000 6448,27 64,48 Marte 1,524 12,67 minutos-luz 227 900 000 9823,27 98,23 Júpiter Saturno Urano Netuno Plutão 5,203 9,539 19,182 30,058 39,44 43,27 minutos-luz 778 300 000 33547,41 61508,62 123689,65 193818,96 254893,10 335,47 615,08 1236,89 1938,18 2548,93 1,32 horas-luz 1 427 000 000 2,66 horas-luz 2 869 600 000 4,17 horas-luz 4 496 600 000 5,47 horas-luz 5 913 520 000 Essa atividade também pode utilizar outras escalas, variando-se o tamanho do Sol, para mais ou para menos (lembrando que devemos utilizar a mesma escala para diâmetros e distâncias, respeitando assim, a proporcionalidade). Neste caso, é só substituir os 60 cm pelo valor que se quiser e fazer os cálculos de regra de três (é interessante pelo fato de se observar o sistema solar em várias escalas e ter a noção da sua imensidão). Para a modelagem serão necessários os seguintes materiais: massa de modelar ou massa epoxi (Durepoxi); bexiga (super ou gigante); compressor de ar; papel sulfite; tesoura; compasso; régua; lápis ou caneta; rolo de barbante e trena. Procedimentos: encha a bexiga até que atinja o diâmetro de 60 cm; ela representará o Sol. Mas, como saber se a bexiga cheia já atingiu 60 cm de diâmetro? Vamos recorrer a Matemática utilizando a fórmula do comprimento da circunferência C = 2Лr onde C é o comprimento, Л é o Pi com valor aproximado 3,14 e r é o raio que é a metade do diâmetro, no caso, 30 cm. Multiplicando-se os três valores (2 x 3,14 x 30), teremos o comprimento da circunferência da bexiga que deve ser 188,4 cm ou 1,88 metros. Então, basta 17 cortarmos o barbante com 1,88 m e medirmos a bexiga cheia para saber se ela já atingiu os 60 cm de diâmetro. Com a massa de modelar ou a massa epoxi (Durepoxi) deve-se modelar os planetas observando seus diâmetros na tabela 1. Para não precisar passar a aula fazendo cálculos dos comprimentos das circunferências dos planetas, podemos optar por desenhar no papel sulfite as respectivas circunferências (com régua e compasso) e as usarmos como molde de verificação do tamanho de cada esfera (Anexo III); outra opção é utilizar o computador para o desenho das circunferências visto a dificuldade que se terá com os diâmetros menores. Para maiores esclarecimentos sobre cor, tamanho e outras características dos planetas, consultar o Anexo IV. Após prontas as representações dos planetas é hora de demonstrarmos as distâncias. Utilizaremos as medidas em escala da tabela 2. Para demonstrar essas distâncias precisaremos de espaço que pode ser o pátio da Escola ou a rua, se possível. Pedir a um aluno que segure a bexiga que representa o Sol; medir 24,95 m para colocar a representação de Mercúrio; 46,63 m para Vênus; 64,48 m para a Terra e 98,23 m para Marte. Com esta demonstração prática dos tamanhos e distâncias dos quatro primeiros planetas (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte), é possível ver a imensidão do Sistema Solar. Não representamos os demais planetas porque precisaríamos de muito mais espaço. Nesta escala, Plutão estaria a uma distância de 2548,93 m, ou seja, a 2,55 km. Esta distância é cerca de 40 vezes a distância entre a Terra e o Sol. 18 Fotos da modelagem do sistema solar em escala: Materiais (Autora: Eliane Ap. D. Montipó) Representação do tamanho dos planetas (Autora: Eliane Ap. D. Montipó) 19 Balão cheio, sendo medida sua circunferência com o barbante (Autora: Eliane Ap. D. Montipó) Comparação do tamanho do Sol com os Planetas que estão por ordem de tamanho (Plutão, Mercúrio, Marte, Vênus, Terra, Netuno, Urano, Saturno e Júpiter) (Autora: Eliane Ap. D. Montipó) 20 Comparação dos tamanhos (Autora: Eliane Ap. D. Montipó) Representação das distâncias do Sol até Mercúrio, Vênus, Terra e Marte (Autora: Eliane Ap. D. Montipó) 21 Com escalas menores poderemos representar mais planetas, porém, seus tamanhos serão bastante reduzidos. Devemos tomar cuidado ao utilizarmos modelos e representações no espaço da sala de aula; se quisermos representar as distâncias entre o Sol e os planetas dentro da sala de aula (que provavelmente tem uma medida aproximada de 6X8 m), utilizando a mesma escala para diâmetros e distâncias, conseguiremos apenas demonstrar as distâncias até o planeta Saturno, fazendo os cálculos onde a escala é 0,6 cm para 1 392 000 km, ou seja, utilizando um Sol com diâmetro de 0,6 cm. Observem a tabela 3 e percebam o quão reduzido ficarão os tamanhos do Sol e dos planetas (as medidas da tabela 3 foram obtidas dividindo-se os valores da tabela 1 e da tabela 2 por 100). Torna-se interessante fazer este exercício com os alunos para que percebam os erros que estão presentes em vários materiais e o quão imenso é o Sistema Solar. Tabela 3 – Escala Reduzida dos Tamanhos e Distâncias do Sol e dos Planetas ASTRO SOL MERCÚRIO VÊNUS TERRA MARTE JÚPITER SATURNO URANO NETUNO PLUTÃO DIÂMETRO (cm) 0,6 0,0021 0,0052 0,0055 0,0029 0,0616 0,0519 0,0220 0,0213 0,0009 DISTÂNCIA (cm) -25 46 64 98 335 615 1236 1938 2549 Se o professor optar por utilizar uma escala para tamanhos e outra para distâncias, deverá ter ciência de que não poderá utilizar as duas representações juntas, pois estará incorrendo num erro conceitual de proporção. Para representar tamanhos e distâncias num mesmo modelo a proporção deve ser respeitada, ou seja, a escala deve ser a mesma. 22 4- Considerações Finais Segundo LANGUI e NARDI (2005), para desenvolver o seu trabalho, o professor precisa compreender os conteúdos das áreas do conhecimento que serão necessários à sua prática docente; esta afirmação é reforçada na DCE de Ciências (2008) com os seguintes entendimentos sobre o que se requer do professor de Ciências em contínuo processo de formação: Conhecer a história da ciência, associando os conhecimentos científicos com os contextos políticos, éticos, econômicos e sociais que originaram sua construção. Dessa forma, podem-se compreender os obstáculos epistemológicos a serem superados para que o processo ensino-aprendizagem seja mais bem sucedido; Conhecer os métodos científicos empregados na produção dos conhecimentos, para que as estratégias de ensino propiciem a construção de conhecimentos significativos pelos estudantes; Conhecer as relações conceituais, interdisciplinares e contextuais associadas à produção de conhecimentos, para superar a idéia reducionista da ciência como transmissão de conceitos, porque essa perspectiva desconsidera os aspectos históricos, culturais, éticos, políticos, sociais, tecnológicos, entre outros, que marcam o desenvolvimento científico; Conhecer os desenvolvimentos científicos recentes, por meio dos instrumentos de divulgação científica e suas perspectivas para compreender que a produção científica é dinâmica, mas é, também, falível e, por isso, não deve ser entendida como uma verdade absoluta; Saber selecionar conteúdos científicos escolares adequados ao ensino, considerando o nível de desenvolvimento cognitivo dos estudantes e o aprofundamento conceitual necessário. Tais conteúdos, fundamentais para a compreensão do objeto de estudo da Disciplina de Ciências, precisam ser potencialmente significativos, acessíveis aos estudantes e suscetíveis de interesse. Faz-se necessário, então, que o professor de Ciências conheça esses conteúdos de forma aprofundada e adquira novos conhecimentos que contemplem a proposta curricular da escola, os avanços científicos e tecnológicos, as questões sociais e ambientais, para que seja um profissional bem preparado e possa garantir o bom aprendizado dos estudantes. Segundo LANGHI (2009), a Astronomia “é altamente interdisciplinar, motivadora e popularizável” e “seus objetos de estudo encontram-se além dos olhos dos alunos”, o que desafia a capacidade de imaginação de professores e alunos e apresenta-se como um grande desafio de aprendizagem e 23 compreensão. O mesmo autor aponta algumas particularidades distintivas da astronomia que devem ser consideradas no ensino Sendo uma ciência basicamente visual, o professor precisa fazer uso de figuras, fotos, vídeos, maquetes, etc como recursos didáticos apropriados ao seu ensino; Sendo essencialmente tridimensional, o ensino da astronomia deve ter uma abordagem concreta pelo professor, com a utilização de maquetes, modelos palpáveis, atividades práticas, figuras diferentes sob outros pontos de visão, imagens dinâmicas por computador, estereogramas, etc; Ela talvez seja o exemplo mais adequado para demonstrar o processo histórico de construção do conhecimento científico enquanto atividade humana, histórica, associada a aspectos de ordem social, econômica, política, tecnológica e cultural; e aponta para o uso de procedimentos metodológicos variados, sob a perspectiva do pluralismo metodológico (LABURÚ, 2003) para o ensino da astronomia. O desenvolvimento de atividades experimentais requer um preparo antecipado para que o professor se familiarize com a atividade, tenha total domínio dos conceitos, da metodologia e dos materiais com os quais irá trabalhar, lembrando ainda que sua intervenção (mediação didática) será essencial para a superação da observação como simples ação empírica e de descoberta. Cabe a nós professores organizarmos nosso trabalho pedagógico, inserindo atividades diferenciadas e motivadoras que contribuam para o sucesso do ensino e, ao ensinarmos e aprendermos astronomia levemos em consideração as palavras de LANGHI (2009): Só aprendendo astronomia, percebemos a nossa pequenez diante do universo. Ela nos ajuda, afinal, a compreender a natureza humana e nos desperta para a responsabilidade planetária individual, enquanto um ser habitante do único corpo celeste conhecido que pode nos abrigar vivo. 24 5- Para saber mais: “A nova definição de planeta”, por Sylvio Ferraz Mello (IAG/USP) http://www.astro.iag.usp.br/~dinamica/iau-planeta.html O texto traz a nova definição de planeta; o caso de Plutão; as novas descobertas e a controvérsia que geraram; e os planetas extra-solares. http://www.zenite.nu O site usa a Astronomia para divulgar ciência; apresenta pequenos artigos ilustrados e de leitura agradável, além de outros recursos interativos de aprendizagem. http://www.on.br Observatório Nacional: tem a missão institucional de realizar pesquisa e desenvolvimento em Astronomia, Geofísica e Metrologia em Tempo e Freqüência, formar pesquisadores em seus cursos de pós-graduação, capacitar profissionais, coordenar projetos e atividades nacionais nestas áreas e gerar, manter e disseminar a Hora Legal Brasileira. http://www.nasaimages.org O site disponibiliza download de imagens e vídeos que podem enriquecer as aulas de astronomia. MOURÃO, Ronaldo R. F. Manual do Astrônomo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998. Esta obra traz uma introdução à astronomia observacional e à construção de lunetas e telescópios. CANALLE, João Batista Garcia. Oficina de Astronomia. Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ – Instituto de Física. Esta apostila idealizada pelo Prof. Canalle traz várias atividades práticas que podem ser realizadas em sala de aula e tornar mais fácil o entendimento de vários conceitos da Astronomia. 25 6- Dados Bibliográficos: AUSUBEL, D.P.; NOVAK, J.D.: HANESIAN, H. Psicologia Educacional. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980. COSTA, José Roberto V. Descobrindo o sistema solar. Disponível em: WWW.zenite.nu última atualização 29/04/2008 às 22h07m, consultado em 25/09/2009 às 10h15m. FRIAÇA, Amâncio C.S. et al. Astronomia: uma visão geral do universo. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2006. LABURÚ, C.E.; ARRUDA, S.M.: NARDI, R. Pluralismo metodológico no ensino de ciências. Ciência & Educação. Bauru, v.9, nº 2, p.247-260, 2003. LANGUI, Rodolfo; NARDI, Roberto. Dificuldades interpretadas nos discursos de professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental em relação ao ensino da Astronomia. Revista Latino-Americana de Educação em Astronomia – RELEA, n.2, p.75-92, 2005. LANGHI, Rodolfo. Astronomia nos anos iniciais do ensino fundamental: repensando a formação de professores. 2009. 370 f. Tese (Doutorado em Educação para a Ciência). Faculdade de Ciências, UNESP, Bauru, 2009. NASA. Imagens. Disponível em http://www.nasaimages.org Consultado em maio de 2010. OBSERVATÒRIO NACIONAL. Curso a distância: Astrofísica do Sistema Solar. Disponível em http://www.on.br/ Consultado de junho de 2009 à junho de 2010. RODRIGUES, Cláudia Vilega. O sistema solar. Março, 2001. In: Ministério da Ciência e Tecnologia, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Introdução à Astronomia e Astrofísica. São José dos Campos, 2003. SEED – Secretaria de Estado da Educação do Paraná – Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de Ciências para o Ensino Fundamental. Curitiba, 2008. 26 WIKIPÉDIA. Conceitos de: órbita, estrela e satélite natural. Disponível em http://pt.wikipedia.org/ Consultado em maio de 2010. 27 ANEXOS ANEXO I - PRÉ-TESTE/PÓS-TESTE a) O que é Astronomia? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ (Verificar se o aluno sabe que o estudo dos astros denomina-se astronomia) b) Assinale com X todos os astros que você conhece que estão presentes no Sistema Solar: ( ) Marte ( ) Saturno ( ) Constelações ( ) Sol ( ) Mercúrio ( ) Terra ( ) Vênus ( ) Júpiter ( ) Gás e poeira interplanetária ( ) Urano ( ) Netuno ( ) Cometas ( ) Asteroides ( ) Plutão ( ) Lua ( ) Satélites Naturais ( ) Órion ( ) Cruzeiro do Sul ( ) Três Marias ( ) Estrela Sirius ( ) Buraco Negro ( ) Galáxias ( ) Via Láctea (Verificar se o aluno sabe que do Sistema Solar fazem parte apenas o Sol, os planetas, os satélites naturais, os asteroides, os cometas e gás e poeira interplanetária) c) Se existe um Centro do Universo, o que está no centro dele? Explique sua resposta. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ (Verificar se o aluno compreendeu a teoria Heliocêntrica onde o Sol está no centro e outros astros orbitam ao seu redor devido à força de atração que exerce sobre eles) 28 d) Explique por que temos períodos de claridade e de escuridão (dia/noite). _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ (Verificar se o aluno compreende que os períodos de claridade e escuridão se devem ao movimento de rotação que a Terra realiza em torno do seu próprio eixo) e) Plutão é um planeta ou não? Explique sua resposta. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ (Verificar se o aluno está acompanhando as recentes descobertas e decisões sobre a classificação dos astros e se entendeu que Plutão não é mais considerado um planeta por não ser dominante em sua órbita (foi descoberto astro maior que ele em órbita além de Netuno, o objeto 2003 UB313), além de que Plutão é menor que a Lua e apresenta uma órbita bastante excêntrica e inclinada 17º em relação ao plano da órbita da Terra, muito maior quando comparada aos outros planetas) f) Relacione as colunas comparando o tamanho da Terra, do Sol e de outros planetas do Sistema Solar com objetos do dia a dia. (1) Sol ( ) Bexiga gigante cheia (2) Terra ( ) Bola de tênis de mesa (3) Júpiter ( ) Laranja (4) Mercúrio ( ) Bolinha de sagu (5) Urano ( ) Bolinha de gude (6) Saturno ( ) Grão de soja ( ) Bola de basquete ( ) Limão 29 (Verificar se o aluno tem noção da imensidão que possui o Sistema Solar onde poderíamos comparar o Sol com uma bexiga gigante cheia, a Terra com um grão de soja, Júpiter com uma laranja, Mercúrio com uma bolinha de sagu, Urano com uma bola de tênis de mesa e Saturno com um limão) g) Sendo o Sol representado por uma bexiga gigante cheia, você conseguiria dizer a que distância estaria cada planeta? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ (Verificar se o aluno já tem conhecimento das distâncias entre o Sol e os planetas e se é capaz de representá-las) h) Você consegue diferenciar um planeta de uma estrela no céu noturno? Explique sua resposta. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ (Verificar se o aluno sabe que uma estrela é um astro que possui luz própria, visível como um ponto luminoso que parece sofrer permanentes e bruscas alterações de brilho e coloração (cintilação) e que um planeta apenas reflete a luz que recebe do Sol apresentando luz fixa e sem cintilação) 30 ANEXO II – ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE RESUMO Pesquisar sobre o astro selecionado para seu grupo e elaborar um resumo que contenha os seguintes itens: Características gerais do astro Dados históricos: descoberta, nome, fatos curiosos Como é sua atmosfera Como é sua superfície Como é seu interior Se possui anéis e satélites 31 ANEXO III – MOLDE DAS CIRCUNFERÊNCIAS DOS PLANETAS EM ESCALA (1 cm: 23200 km) Mercúrio Vênus Júpiter Urano Terra Marte Saturno Netuno Plutão 32 ANEXO IV - FICHA TÉCNICA DOS PRINCIPAIS ASTROS DO SISTEMA SOLAR SOL: Sol (Fonte: NASA) Diâmetro: 1 392 000 km Massa: 1,989 x 1030 kg Temperatura média na superfície: 5 500ºC Composição: hidrogênio (74,9%), hélio (23,8%), com traços de outros elementos como ferro, níquel, oxigênio, silício, enxofre, magnésio, cálcio e cromo. 33 MERCÚRIO: Mercúrio (Fonte: NASA) Diâmetro: 4 878 km Distância média ao Sol (órbita): 57 910 000 km Massa: 3,303 X 1023 kg Não possui satélites naturais Não possui anéis Atmosfera extremamente tênue Duração do ano em dias terrestres: 87,969 dias terrestres Duração do dia em dias terrestres: 58,6462 dias terrestres Temperaturas extremas na superfície: a mais alta 467ºC a mais baixa -183ºC Temperatura média na superfície: 179ºC Principais gases da atmosfera: hélio(42%), sódio(42%), oxigênio(15%), outros gases(1%) Entre todos os planetas terrestres, Mercúrio é um extremo: é o menor de todos, o mais denso, aquele com a mais velha superfície, aquele com a maior de todas as variações diárias na temperatura da superfície e o menos explorado entre eles. 34 VÊNUS: Vênus (Fonte: NASA) Diâmetro: 12 104 km Distância média ao Sol (órbita): 108 200 000 km Massa: 4,9 x 1023 kg Não possui satélites naturais Não possui anéis Atmosfera muito densa Duração do ano em dias terrestres: 224,701 dias terrestres Duração do dia em dias terrestres: 243 dias 26 minutos e 55 segundos terrestres Temperatura média na superfície: 482º C Principais gases da atmosfera: dióxido de carbono (96%), nitrogênio (maior que 3%),vestígios de dióxido de enxofre, vapor d’água, monóxido de carbono, argônio, hélio, neônio, cloreto de hidrogênio e fluoreto de hidrogênio Vênus sempre chamou a atenção devido à sua intensa presença no céu. Visto da Terra, pode superar em brilho todos os corpos celestes com exceção do Sol e da Lua. Quando está no máximo de seu brilho pode ser visto no céu diurno. A razão de tanto brilho deve-se ao fato de Vênus estar coberto por uma densa e contínua concha de nuvens que refletem grande quantidade da luz solar que incide sobre ele. Sua atmosfera densa impede que grande parte do seu calor saia para o espaço. Este grande efeito estufa faz com que Vênus seja o planeta mais quente do Sistema Solar. 35 TERRA: Terra (Fonte: NASA) Diâmetro: 12 756 km Distância média ao Sol (órbita): 149 600 000 km Massa: 5,972 x 1024 kg Tem apenas um satélite natural, a Lua Não possui anéis Atmosfera fina composta de vários gases Duração do ano (translação): 365 dias e 6 horas ou 365,256 dias Duração do dia (rotação): 23h 56 minutos e 4 segundos ou 23,9345 horas Temperatura na superfície: varia de -21ºC a +14ºC Temperaturas extremas: a mais alta registrada 58ºC a mais baixa registrada -88ºC Principais gases da atmosfera: nitrogênio (78%), oxigênio (21%), argônio (0,9%), dióxido de carbono (0,03%) e água A Terra é o único corpo no Sistema Solar que sabemos ter vida. Cerca de 70% da superfície da Terra é coberta por água. A fina camada gasosa que forma a atmosfera isola a Terra de temperaturas extremas; ela mantém o calor dentro da atmosfera e também bloqueia a passagem da maior parte da radiação ultravioleta proveniente do Sol, impedindo-a de atingir a superfície terrestre. 36 MARTE: Marte (Fonte: NASA) Diâmetro: 6 794 km Distância média ao Sol (órbita): 227 940 000 km Massa: 6,4219 x 1023 kg Possui dois satélites: Deimos e Fobos Não possui anéis Possui atmosfera muito fina Duração do ano em anos terrestres: 1 ano e 321,73 dias Duração do dia em tempo terrestre: 24 horas 37 minutos e 23 segundos Temperatura extrema na superfície: a mais alta: 20ºC a mais baixa: -140ºC Temperatura média na superfície: -63ºC Principais gases da atmosfera: dióxido de carbono (95,3%), nitrogênio (2,7%), argônio (1,6%) e traços de oxigênio (0,13%) e água (0,03%) O céu marciano é de cor rosa forte, devido a finas partículas de poeira vermelha em suspensão na sua atmosfera. Marte foi assim batizado por causa do deus romano da guerra, também é chamado de o “Planeta Vermelho” por suas pedras e pó conterem grandes quantidades de óxido de ferro. Este planeta tem camadas de gelo nos pólos, vulcões, cânions, ventos e tempestades de areia; apresenta, também, o que parece ter sido leitos de rios, estuários e litorais. Apesar de muito visitado por sondas espaciais, nenhum sinal de vida foi encontrado até hoje. 37 CINTURÃO DE ASTEROIDES: Asteróide Eros (Fonte: NASA) Os asteroides são objetos rochosos e/ou metálicos, sem atmosfera, que estão em órbita em torno do Sol, no espaço compreendido entre os planetas Marte e Júpiter e são pequenos demais para serem considerados como planetas. Acredita-se que são resíduos do material deixado para trás quando houve a formação do Sistema Solar e que a forte gravidade de Júpiter impediu que esse material se agrupasse formando um corpo semelhante a um planeta. Os asteroides variam muito em tamanho e forma (podendo ser alongados e irregulares). O maior deles é Ceres com 845 km de diâmetro, depois dele, vem Pallas com 498 km, Vesta com 468 km e Hygiea com 407 km. Todos os outros asteróides conhecidos possuem menos de 350 km de diâmetro. Atualmente mais de 70 mil asteroides tem denominação definitiva, entretanto, os menores objetos são apenas parcialmente conhecidos. Poucos asteroides foram estudados de modo bem próximo por sondas espaciais, dentre eles estão: Gaspra em 1991, Ida em 1993, Mathilde em 1997 e Eros em 1999 e 2001 quando a sonda espacial NEAR-Shoemaker pousou nesse asteroide; foi a primeira e única vez que uma sonda espacial pousou na superfície de um asteroide. 38 JÚPITER: Júpiter (Fonte: NASA) Diâmetro: 142 984 km Distância média ao Sol (órbita): 778 330 000 km Massa: 1,9 x 1027 kg Possui 61 satélites conhecidos (citamos alguns): Metis, Adrastéia, Amaltéia, Thebe, Io, Europa, Ganimedes, Calisto, Leda, Himalaia, Lisitéia, Elara, Ananke, Carme, Pasiphae, Sinope, etc. Possui quatro anéis fracos Possui atmosfera bastante espessa e corresponde a uma grande parte do seu raio, praticamente o planeta inteiro Duração do ano em anos terrestres: 11,86 anos Duração do dia em horas terrestres: 9 horas 50 minutos e 33 segundos Temperaturas extremas: a mais alta: 30 000ºC na região central do planeta a mais baixa: -143ºC no topo das nuvens Temperatura média das nuvens: -121ºC Principais gases da atmosfera: hidrogênio (82%), hélio (18%) Júpiter é o maior dos planetas do Sistema Solar; se fosse oco, mais de 1000 Terras poderiam ser colocadas no seu interior. No céu noturno, é frequentemente, o astro mais brilhante e os quatro satélites Galileanos (Io, Europa, Ganimedes e Calisto) são facilmente visíveis com binóculos. 39 SATURNO: Saturno (Fonte: NASA) Diâmetro: por ser bastante achatado, seu diâmetro equatorial é de 120 536 km enquanto que seu diâmetro polar é de 108 728 km Distância média ao Sol (órbita): 1 429 400 000 km Massa: 5,68 x 1026 kg Possui 31satélites conhecidos (citamos alguns): Calipso, Epimeteus, Iapetus, Pandora, Réia, Dione, Helene, Janus, Phoebe, Tetis, Enceladus, Hiperion, Mimas, Prometeus, Titã Possui seis anéis Possui atmosfera espessa composta principalmente por hidrogênio e hélio Duração do ano em anos terrestres: 29,458 anos Duração do dia em horas terrestres: equatorial: 10 horas 13 minutos e 59 segundos Interno: 10 horas 39 minutos e 25 segundos Temperatura média nas nuvens: -125ºC Principais gases da atmosfera: hidrogênio (97%), hélio (3%) O planeta Saturno é bastante achatado. Acredita-se que esse achatamento é devido à sua rápida rotação e ao fato de ser basicamente formado por fluídos. É o menos denso de todos os planetas e seu sistema de anéis o faz um dos objetos mais bonitos do Sistema Solar. 40 URANO: Urano (Fonte: NASA) Diâmetro: 51 200 km Distância média ao Sol (órbita): 2 870 990 000 km Massa: 8,686 x 1025 kg Possui 26 satélites conhecidos (citamos alguns): Ariel, Umbriel, Miranda, Oberon, Titania Possui dez anéis Atmosfera sem características marcantes a não ser pela presença de metano que confere a urano a aparência azul esverdeada Duração do ano em anos terrestres: 84,01 anos Duração do dia em tempo terrestre: -17,9 horas Temperatura média nas nuvens: -193ºC Principais gases da atmosfera: hidrogênio (83%), hélio (15%), metano (2%) Urano é único entre os planetas por que seu eixo de rotação é fortemente inclinado, estando situado muito aproximadamente no plano de sua órbita. Quando urano se move ao longo de sua órbita de 84 anos terrestres, devido à grande inclinação do seu eixo de rotação, seus polos norte e sul, alternadamente, apontam na direção ou no sentido contrário ao Sol, produzindo mudanças sazonais extremas neste planeta quase sem características notáveis. 41 NETUNO: Netuno (Fonte: NASA) Diâmetro: 49 528 km Distância média ao Sol (órbita): 4 504 300 000 km Massa: 1,024 x 1026 kg Possui 13 satélites conhecidos (citamos alguns): Tritão, Proteus, Nereida, Thalassa, Despina, Galatéia, Larissa, Naiad Possui seis anéis Possui atmosfera com densas nuvens Duração do ano em anos terrestres: 164,79 anos Duração do dia em tempo terrestre: 16,11 horas Temperatura média nas nuvens: -193ºC a -153ºC Principais gases da atmosfera: hidrogênio (85%), hélio (13%), metano (2%) Devido à percentagem relativamente alta de metano e baixa percentagem de amônia em sua atmosfera, o planeta Netuno apresenta a cor azul. A atmosfera de Netuno é devastada pelos ventos mais rápidos conhecidos no Sistema Solar. 42 CINTURÃO TRANS-NEPTUNIANO OU CINTURÃO DE KUIPER: Esquema Cinturão de Kuiper (Fonte: NASA) Um ano depois de o astrônomo Jan Oort haver proposto a longínqua localização dos cometas, 50 000 vezes mais afastados do Sol do que a Terra, o astrônomo Gerard Kuiper sugeriu que alguns objetos semelhantes a cometas, resíduos da formação do Sistema Solar, deveriam estar localizados logo depois da órbita de Netuno. Esta ideia foi reforçada quando astrônomos notaram que existiam duas populações separadas de cometas. A chamada “família de Júpiter” era formada por cometas que orbitavam em torno do Sol em menos de 200 anos. Além disso, o plano da órbita destes cometas estava localizado bem próximo ao plano de revolução da Terra em torno do Sol. Outro fato marcante era que todos estes cometas se movimentam em torno do Sol na mesma direção que os planetas. Cometas de curto período (SPC - Short-Period Comets) são aqueles cujo período orbital é menor do que 200 anos. As órbitas destes cometas podem estar inclinadas em até 30º em relação ao plano das órbitas dos planetas do Sistema Solar. Como o seu período orbital é bastante curto, estes cometas já foram vistos várias vezes durante a história da humanidade. Acredita-se que eles entraram nas suas órbitas atuais bem recentemente. Os cometas de curto período não conseguem sobreviver ao grande número de vezes que eles passam próximos ao Sol (passagem pelo seu periélio). Devido à baixa inclinação das órbitas destes cometas acredita-se que eles podem ser 43 originários do Cinturão de Kuiper. O cometa Halley é um cometa de curto período. Ele dá uma volta em torno do Sol em, aproximadamente, 76 anos. Cometa Halley (Fonte: NASA) Alguns objetos do Cinturão de Kuiper Nos últimos anos têm sido identificados muitos objetos do Cinturão de Kuiper, comumente chamados de objetos trans-netunianos. A imagem abaixo mostra alguns deles. Objetos Cinturão de Kuiper (Fonte: NASA) As Chuvas de Meteoros É um fenômeno no qual muitos meteoros atravessam a atmosfera da Terra em um intervalo de tempo relativamente curto e em trajetórias aproximadamente paralelas. 44 As chuvas de meteoros ocorrem quando a Terra, em seu movimento orbital em torno do Sol, passa através da órbita de um cometa e os resíduos deixados para trás por ele bombardeiam a superfície da Terra. As chuvas de meteoros ocorrem em épocas bem definidas a cada ano. Elas têm o nome da constelação da qual elas parecem se originar, ou seja, o seu radiante. Um fato importante a notar é que os resíduos deixados pelo cometa continuam seguindo a órbita originalmente descrita por ele. Assim, não é correta a interpretação de que a Terra encontra os resíduos de um cometa que acabou de passar. Por exemplo, a chuva de meteoros Lyrids é causada pelos resíduos deixados pelo cometa Thatcher ao longo de sua órbita. No entanto, este cometa possui um período muito longo só visitando o Sistema Solar interior a cada 415 anos mais ou menos. A despeito deste longo período, todos os anos presenciamos a chuva de meteoros Lyrids. Isto é possível por que o cometa Thatcher está visitando o Sistema Solar interno há muito tempo e, ao longo de todo este período, ele foi deixando resíduos bem distribuídos por toda a sua trajetória. Cada vez que a Terra cruza a órbita deste cometa ela encontra resíduos deixados por ele há centenas de anos e, conseqüentemente, assistimos à chuva de meteoros Lyrids. Embora bem distribuído, o material residual de um cometa não é uniformemente distribuído. Por esta razão em determinados anos temos uma chuva de meteoros de grande intensidade enquanto que no ano seguinte ela pode ser bem menos espetacular. A maior ou menor quantidade de meteoros observada em uma chuva anualmente não pode ser previsto e somente depois que ela acontece é que podemos falar sobre a sua intensidade. 45 PLUTÃO (Planeta Anão ou Plutoide): Plutão (Fonte: NASA) Diâmetro: 2 274 km Distância média ao Sol (órbita): 5 913 520 000 km Massa: 1,27 x 1022 kg Possui um satélite conhecido: Caronte Não possui anéis Não se sabe ao certo, mas, sua atmosfera parece ser muito rarefeita Duração do ano em anos terrestres: 248,54 anos Duração do dia em tempo terrestre: 6 dias 9 horas e 17 minutos Temperatura mais baixa na superfície: -233ºC; a mais alta não se sabe Principais gases da atmosfera: provavelmente nitrogênio com algum monóxido de carbono e metano Até 2006, Plutão era considerado como um planeta principal; mas a descoberta de vários corpos celestes de tamanho comparável e até mesmo a descoberta de um astro maior (Éris) no Cinturão de Kuiper fez com que a União Astronômica Internacional, em 24 de agosto, durante uma conferência da organização, decidisse considerá-lo como um planeta anão, juntamente com Éris (Cinturão de Kuiper) e Ceres (Cinturão de asteroides, entre Marte e Júpiter). Plutão é visto agora como um plutóide, denominação aprovada pela União Astronômica Internacional em 11 de junho de 2008. Verdade seja dita desde o seu descobrimento, Plutão nunca foi considerado um planeta pelos astrônomos, até mesmo por seu descobridor. Há muitas décadas os astrônomos já vinham travando acirradas discussões sobre este assunto. 46 Plutão é tão pequeno que 7 satélites naturais de outros planetas do Sistema Solar são maiores que ele: a nossa Lua, Io, Ganimedes, Calisto e Europa (satélites de Júpiter), Titã (satélite de Saturno) e Tritão (satélite de Netuno). Sua órbita é altamente excêntrica e durante parte do seu movimento de translação em torno do Sol, sua órbita cruza a de Netuno. A melhor imagem feita de Plutão mostra, na sua maior parte, a cor marrom. Acredita-se que isto seja devido ao fato da sua superfície ser dominada por depósitos de metano congelado, transformados pela luz solar que lá chega fraca, mas energética. Mesmo reclassificado, Plutão continua protagonizando novas descobertas, como os dois novos satélites (Nix e Hydra), observados pelo Hubble Space Telescope e divulgados durante o ano de 2006. Crédito da imagem: M. Mutchler (STScI), A. Stern (SwRI), e HST Pluto Companion Search Team, ESA, NASA 47 NUVEM DE OORT: Esquema Nuvem de Oort (Fonte: NASA) A Nuvem de Oort é uma imensa nuvem esférica, prevista teoricamente, que circunda todo o sistema planetário pertencente ao Sistema Solar. Esta Nuvem estaria bastante afastada e nela encontraríamos os resquícios da formação do Sistema Solar. Esse local seria um “reservatório” de pequenos corpos gelados que, ao serem perturbados em suas órbitas, se deslocam na direção do Sol transformando-se em cometas. Para os cientistas, é da Nuvem de Oort que partiriam os chamados Cometas de longo período, aqueles que têm órbitas não necessariamente situadas no plano da eclíptica. Cometas de longo período (LPC - Long-Period Comets) são aqueles que possuem órbitas excêntricas e longas. Seu período orbital é muito maior do que 200 anos. Este tipo de cometa deve ter sua origem na Nuvem de Oort. Os cometas de longo período têm muitas outras notáveis propriedades orbitais. Por exemplo, suas inclinações orbitais são aleatórias tanto em forma como em inclinação. Eles entram na região planetária isotropicamente, isto é, eles não mostram uma direção preferida. Cerca de 50% dos cometas deste tipo são retrógrados, o que é consistente com uma distribuição verdadeiramente aleatória. 48 A Nuvem de Oort se estende por aproximadamente três anos-luz e está a cerca de 30 trilhões de quilômetros do Sol e acredita-se que façam parte dela cerca de seis trilhões de objetos congelados, que são cometas. Hoje, a Nuvem de Oort é considerada o verdadeiro limite do Sistema Solar, o local onde a influência dinâmica, gravitacional e física do Sol se esgota. Cometa Hyakutake (cometa de longo período) (Fonte: NASA) Cometa Hale-Bopp (cometa de longo período) (Fonte: NASA)