Fatores de cultivo - Portal Atividade Rural

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Fatores de cultivo
CLIMA:
Os fatores climáticos influenciam de forma acentuada o desenvolvimento dos PMAC,
bem como a produção dos princípios ativos. Estes fatores podem influenciar isoladamente ou
em conjunto
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Temperatura:
A temperatura interfere diretamente no desenvolvimento das plantas; normalmente
quanto maior a temperatura, maior será o crescimento. As espécies vegetais, assim como
outro organismos vivos, possuem temperatura mínima e máxima para sobreviver e
temperatura ótima, onde o desenvolvimento será máximo,
A temperatura interfere na formação da clorofila, determinando uma produção maior
ou menor e também uma coloração mais forte ou mais fraca.
A diferença entre a temperatura do dia e da noite é chamada de termoperíodo e
também influencia no desenvolvimento das plantas.
Alguns vegetais exigem temperaturas especiais para completarem o seu ciclo e por
isso não se adaptam (não florescem) quando são transferidas do seu hábitat natural para outros
lugares. Exemplo: algumas flores trazidas da Europa não florescem em nosso meio.
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Luz:
A luminosidade tem papel fundamental na vida das plantas, interferindo na
fotossíntese e portanto no desenvolvimento de cada espécie.
Os vegetais possuem a capacidade de compensar a falta de luminosidade, sendo que
normalmente plantas sombreadas possuem folhas maiores comparadas àquelas que estão bem
expostos ao sol. Plantas bem ensolarados tem maior produção de clorofila e produção de
princípios ativos.
Quanto à necessidade de luz, as plantas classificam-se em:
- plantas de dias curtos: florescem quando recebem pouca iluminação;
- plantas de dias longos: florescem quando recebem maior iluminação;
- plantas indiferentes: a iluminação não interfere no florescimento.
No caso de algumas plantas, existe a necessidade de luz para ocorrer a germinação das
sementes, são chamadas de fotoblásticas positivas, portanto elas não devem ser enterradas e
existem aquelas que são indiferentes com relação à luminosidade, chamadas de fotoblásticas
negativas.
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Umidade:
A umidade interfere diretamente no desenvolvimento das plantas. No caso das PMAC,
o que ocorre com mais freqüência é que quando tem água em abundância aumenta a massa
verde e diminui o teor de princípio ativo. Exemplo: Fumo, Melissa.
Deve-se ter muito cuidado com a qualidade da água que é utilizada para irrigação,
principalmente com relação a contaminação e água tratada com cloro.
Com relação à umidade as plantas são classificadas em:
- hidrófilas: preferem solos com muita umidade. Exemplo: chapéu-de-couro.
- mesófilas: preferem solos normais. Exemplo: Alecrim.
- xerófilas: preferem solos com pouca umidade. Exemplo: cactos.
Em regiões muito áridas, as fontes desenvolvem mecanismos de defesa, como ter mais
espinhos, mais resinas e serem mais tóxicos.
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Altitude:
É a diferença de altura em relação ao nível do mar. A medida que aumenta a altitude,
diminui a temperatura (cada 180 metros, diminui 1°C) e aumenta a quantidade de luz
determinando assim o desenvolvimento da planta e a produção de princípio ativo.
As plantas produtoras de alcalóides produzem mais princípio ativo em baixas altitudes.
Outras plantas que produzem carboidratos e glicossídeos tem a sua produção aumentada em
altas altitudes devido a grande luminosidade.
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Latitude:
A latitude é a distância que determina a região que se encontra da linha do Equador,
podendo ser Norte ou Sul.
Normalmente as plantas cultivadas na mesma latitude, apenas mudando Norte ou Sul,
a produção de princípios ativos é igual. Deve-se observar a época de plantio quando as plantas
são levados de um hemisfério para outro.
Pode ocorrer maior ou menor produção de princípios ativos em um hemisfério devido
a inclinação da Terra e a influência das correntes marítimas sobre a temperatura.
SOLO:
Na natureza, a formação dos solos se dá a partir da transformação das rochas.
Mediante a atuação do clima, dos organismos vivos e dos produtos e resíduos resultantes de
sua atividade biológica, durante um certo tempo, e conforme o relevo da região, todos eles
trabalhando sobre o material depositado, vão fragmentando-o cada vez mais, até o tamanho de
grãos e pó, permitindo então que a água, o ar, os gases, os ácidos e os óxidos reajam físico e
quimicamente sobre o material. Para caracterizar mais a complexidade desse processo, basta
lembrar que uma espessura de 20 cm de solo forma-se em um tempo que pode variar de 100 a
10.000 anos.
O solo formado compõe-se de uma parte mineral (45%), uma de água (25%), uma de
ar (25%) e uma parte de matéria orgânica (5%).
Os solos são divididos em classes, conforme a percentagem de argila que possuem, e
com relação a textura são classificados em solos de textura arenosa, solos de textura média e
solos de textura argilosa.
Os melhores solos são aqueles que possuem percentagem mínima de argila e tem boa
percentagem de húmus, são profundos e bem drenados.
Deve-se ter em mente que para ter plantas equilibradas o solo também deve ser
equilibrado.
Princípios e práticas de controle ecológico de pragas e doenças
No controle ecológico de pragas e doenças, não se combate o parasita, se trabalha no
sentido de diminuir seu número e no fortalecimento da planta. Deve-se observar as culturas,
seus problemas minerais e sua adaptação as condições do local. Trabalha-se principalmente,
no sentido de melhorar as condições do solo, porque as plantas ficam suscetíveis ao ataque
das pragas e doenças quando não estão nutridas de forma equilibrada. O controle de insetos,
fungos, ácaros, bactérias e viroses deve ser feito com medidas preventivos como:
- plantio em épocas corretas e com variedades adaptadas ao clima e ao solo da região;
- fazer uso da adubação orgânica;
- fazer rotação de culturas e a adubação verde;
- cobertura morta e plantio direto;
-
consorciação de culturas e manejo seletivo do mato;
evitar erosão do solo;
fazer uso de adubação mineral de baixa solubilidade;
uso de quebra-ventos ou faixas protetoras;
reflorestamento da área para regular temperatura, umidade do ar, o que ajuda a controlar a
quantidade de chuvas;
enriquecimento das sementes com micronutrientes dando origem a plantas mais fortes;
nutrição equilibrada das plantas com macro e micronutrientes.
RECEITAS
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CALDA BIOFERTILIZANTE FORTIFICANTE:
Colocar em uma bombona de plástico:
4 quilos de cinza;
40 litros de esterco;
140 litros de água.
Para fermentar, acrescentar melaço – 2%; mais leite – 2% e mexer.
Pode ser acrescentada farinha de ossos.
Ao acrescentar a cinza, colocá-la em partes, de 3 em 3 horas.
Em 11 dias fermenta em clima quente.
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HORMÔNIO DE ENRAIZAMENTO:
MACERADO DE TIRIRICA (Cyperius rotundus)
Enraizador de mudas por estaca.
Bater em pilão ou em liquidificador um bom maço de tiririca (planta inteira, com
raízes), com ½ litro de água.
Colocar as mudas (estacas) nesta solução e deixar por 3 dias.
Passar as mudas para o viveiro.
Depois de enraizadas, período que pode ser de 1 a 2 meses, podemos transplantar as
mudas para o local definitivo.
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DEFENSIVOS NATURAIS:
FARELO DE PÃO CASEIRO
- O que é: Formicida.
- Ingredientes: Pão caseiro e vinagre.
- Como fazer: Largar farelo de pão caseiro embebido em vinagre próximo as tocas, ninhos
de formiga, carreiros e locais onde estão cortando.
O produto introduzido na alimentação das formigas começa a criar mofo preto e
fermenta. Isso é tóxico e mata a formiga.
- Observação: As folhas de umbu também servem para controlar as formigas.
COMPOSTO DE CAVALINHA
A cavalinha repele os fungos na forma de chá. Usa-se 2 colheres de cavalinha picada
para cada litro de água que deverá ficar de molho pelo menos duas horas. A seguir fazer
decocção por 15 minutos. Aplicar na planta inteira por três dias consecutivos. Regar toda
planta.
Propagação
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Conceito:
Ação de multiplicar ou dar continuidade a uma forma de vida, permitindo o cultivo e a
preservação das espécies.
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Importância:
estabelecimento dos cultivos e hortos;
garantia da identidade das espécies e cultivares;
qualidade dos produtos a serem colhidos;
domesticação das espécies selvagens.

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Obtenção dos materiais de plantio:
compra de sementes ou mudas;
coleta nos locais de ocorrência natural;
coleta em hortos demonstrativos regionais;
aproveitamento de materiais de consumo.
Métodos de propagação
1. PROPAGAÇÃO POR SEMENTES (SEXUADA)
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Vantagens:
manutenção da variabilidade genética;
facilidade de obtenção de grande quantidade de propágulos;
possibilidade de armazenagem de material de propagação.
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Desvantagens:
desuniformidade entre plantas de mesma espécie;
prolongamento do ciclo produtivo;
presença de dormência em algumas espécies;
baixa qualidade dos propágulos.
Cuidados com a semente
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Identificar a planta semeada e a data.
Irrigar com regador de furos pequenos.
Retirar inços.
Fazer desbaste de plantas se necessário.
Usar coberturas quando necessário.
Observação: As coberturas podem ser de palha, capim, bambu, sombrite, ripados e
elevadas a 45 cm do chão.
Cuidados no transplantio
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Transplantar a muda no tamanho correto.
Prática para dias nublados ou à tardinha.
Regar a sementeira no dia anterior.
Cuidar para o sol não ressecar as raízes.
5) Fazer o solo ficar bem em contato com as raízes.
6) Irrigar as mudas logo após o transplantio.
7) Usar cobertura morta e sombreamento.
O que é importante nas sementes?
1) A qualidade das sementes:
- sementes quebradas, doentes ou velhas possuem baixo poder germinativo.
2) Armazenamento:
- ambiente fresco, seco e escuro;
- vidros fechados com sílica gel ou cloreto de cálcio.
3) Quantidade de sementes:
- comprar 1,5 a 4 vezes o número de plantas desejadas.
Tipos de semeadura
1) Semeadura em canteiros sem transplantio.
2) Semeadura em sementeiras, com transplantio.
Modos de fazer semeadura
1) A lanço: inconveniente é a desuniformidade e gasto de sementes.
2) Em linhas: sulcos de 0,5 a 1 cm de profundidade e 10 a 20 cm entre linhas.
3) Em covas: pequenos buracos de profundidade variável conforme o tamanho da semente.
Observação: A profundidade de semeadura deve ser, no máximo, 3 vezes o tamanho da
semente.
Porque fazer sementeiras
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Aumenta o sistema radicular.
Uso mais racional da área de cultivo.
Economia de sementes.
Facilita o manuseio de sementes pequenas.
Como fazer uma sementeira
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Pequenos canteiros, com solo bem preparado.
Caixotes.
Copinhos de jornal ou plástico.
Saquinhos plásticos.
Bandejas multicelulares preenchidos com substratos.
O que é substrato?
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Mistura de diferentes materiais, como:
solo mineral, casca de arroz carbonizada, composto orgânico, húmus de minhoca,
vermiculita, areia.
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A quantidade de solo na mistura nunca deve ultrapassar 1/3 do volume.
Sempre deve-se usar um condicionador, que deixe a mistura mais leve.
A mistura deve ser homogênea.
2. PROPAGAÇÃO VEGETATIVA (ASSEXUADA)
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Vantagens:
descendentes idênticos à planta mãe;
ciclo do plantio à colheita mais rápido;
multiplicação de espécies com dificuldade de obtenção de sementes.
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Desvantagens:
dificuldade de obtenção de grande quantidade de material de propagação;
diminuição da variabilidade genética;
queda paulatina da produção e vigor das plantas;
necessidade de maior espaço físico para viveiro.
Material para propagação vegetativa:
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Estacas herbáceas ou lenhosas.
Folhas.
Rebentos.
Raízes e rizomas.
Fonte: Emater-RS/Ascar
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