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De a
Um dos maiores especialistas em Exames e Concursos do País
CONCURSOS DE
TRIBUNAIS
EM
ANALISTA
2016
6ª EDIÇÃO
5.900
NÍVEL SUPERIOR
QUESTÕES
COMENTADAS
2016 © Wander Garcia
Coordenador: Wander Garcia
Autores: Wander Garcia, Alice Satin, Ana Paula Garcia, André Nader Justo, Arthur Trigueiros, Bruna Vieira, Eduardo Dompieri,
Elson Garcia, Enildo Garcia, Fernando Cavalcante, Flávia Moraes Barros, Gabriela R. Pinheiro, Helder Satin, Henrique Subi,
Hermes Cramacon, Licínia Rossi, Ivo Tomita, Luiz Carlos Fabre, Luiz Dellore, Magally Dato, Márcio Alexandre Pereira, Maria do
Carmo P. Milani, Renato Montans de Sá, Robinson S. Barreirinhas, Savio Chalita, Teresa Melo, Tiago Queiroz
Editor: Márcio Dompieri
Gerente Editorial: Paula Tseng
Equipe Editora Foco: Georgia Dias, Ivo Shigueru Tomita e Ladislau Lima
Capa: Wilton Carvalho Garcia (WCG Propaganda & Design) e R2 Editorial
Projeto Gráfico e diagramação: R2 Editorial
APRESENTAÇÃO
Impressão miolo e acabamento: Gráfica Edelbra
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Como passar em concursos de tribunais analista :
nível superior / Wander Garcia, coordenador; Ivo Tomita,
organizador . -- 6. ed. -- Indaiatuba, SP : Editora Foco
Jurídico, 2016. -- (Coleção como passar)
Bibliografia.
1. Analistas de tribunais - Concursos
2. Direito 3. Direito - Concursos I. Garcia, Wander.
II. Tomita, Ivo. III. Série.
ISBN: 978-85-8242-147-5
15-11325
CDU-34(079)
Índices para catálogo sistemático:
1. Concursos e provas : Questões comentadas : Direito 34(079)
2. Provas e concursos : Questões comentadas : Direito 34(079)
Direitos autorais: É proibida a reprodução parcial ou total desta publicação, por qualquer forma ou meio, sem a prévia
autorização da Editora Foco, com exceção do teor das questões de concursos públicos que, por serem atos oficiais, não
são protegidas como direitos autorais, na forma do Artigo 8º, IV, da Lei 9.610/1998. Referida vedação se estende às características gráficas da obra e sua editoração. A punição para a violação dos Direitos Autorais é crime previsto no Artigo 184 do
Código Penal e as sanções civis às violações dos Direitos Autorais estão previstas nos Artigos 101 a 110 da Lei 9.610/1998.
Atualizações e erratas: a presente obra é vendida como está, sem garantia de atualização futura. Porém, atualizações
voluntárias e erratas são disponibilizadas no site www.editorafoco.com.br, na seção Atualizações. Esforçamo-nos ao máximo
para entregar ao leitor uma obra com a melhor qualidade possível e sem erros técnicos ou de conteúdo. No entanto, nem
sempre isso ocorre, seja por motivo de alteração de software, interpretação ou falhas de diagramação e revisão. Sendo
assim, disponibilizamos em nosso site a seção mencionada (Atualizações), na qual relataremos, com a devida correção,
os erros encontrados na obra. Solicitamos, outrossim, que o leitor faça a gentiliza de colaborar com a perfeição da obra,
comunicando eventual erro encontrado por meio de mensagem para [email protected].
Impresso no Brasil (01.2016)
Data de Fechamento (12.2015)
2016
Todos os direitos reservados à
Editora Foco Jurídico Ltda
A experiência diz que aquele que quer ser aprovado deve fazer três coisas: a)
entender a teoria; b) ler a letra da lei, e c) treinar. A teoria é vista em cursos e livros
à disposição no mercado. O problema é que ela, sozinha, não é suficiente. É fundamental “ler a letra da lei” e “treinar”. E a presente obra possibilita que você faça esses
dois tipos de estudo. Aliás, você sabia que mais de 90% das questões de Concursos
de Tribunais – Analista são resolvidas apenas com o conhecimento da lei, e que as
questões das provas se repetem muito?
Cada questão deste livro vem comentada com o dispositivo legal em que
você encontrará a resposta. E isso é feito não só em relação à alternativa correta.
Todas as alternativas são comentadas.1 Com isso você terá acesso aos principais
dispositivos legais que aparecem nas provas e também às orientações doutrinárias
e jurisprudenciais.
Estudando pelo livro você começará a perceber as técnicas dos examinadores
e as “pegadinhas” típicas de prova, e ganhará bastante segurança para o momento
decisivo, que é o dia do seu exame.
E com o único intuito de auxiliar o candidato na fase de transição dos Códigos
de Processo Civil foi elaborado, nesta edição, dois capítulos de questões de Direito
Processual Civil: um primeiro capítulo com questões comentadas de acordo com o
CPC/1973 (on-line); e um segundo capítulo exclusivo com questões comentadas à
luz do CPC/2015 (versão impressa). Além disso, o livro ainda conta com comentários
pontuais sobre os reflexos do CPC de 2015 nas outras matérias que compõem a obra.
É por isso que podemos afirmar, com uma exclamação, que esta obra vai lhe
demonstrar COMO PASSAR EM CONCURSOS DE TRIBUNAIS – ANALISTA!
Alameda Júpiter, 578 – Galpão 01 – American Park Distrito Industrial
CEP 13347-653 – Indaiatuba – SP
E-mail: [email protected]
www.editorafoco.com.br
1. Eventualmente, algumas questões respondem "de per si" a pergunta, não ensejando comentários adicionais.
SOBRE O ORGANIZADOR
Ivo Tomita – @ivoshigueru
Especialista em Direito Tributário pela PUC/SP – Cogeae. Autor e organizador de obras publicadas pela Editora Foco. Advogado e colaborador da Editora Foco.
SOBRE OS AUTORES
Wander Garcia
@wander_garcia
Procurador do Município de São Paulo.
Professor e coordenador do IEDI. Doutor
e Mestre em Direito pela PUC/SP.
PUC/SP. Doutora em Direito Administrativo pela USP. Professora de Direito
Administrativo.
Gabriela Rodrigues Pinheiro
Advogada. Mestre em Direitos Difusos
pela PUC/SP. Especialista em Direito
Processual Civil pela PUC/SP. Palestrante
e Professora Assistente na Graduação e
Pós-Graduação em Direito da PUC/SP.
Advogada. Pós-Graduada em Direito Civil
e Processual Civil pela Escola Paulista de
Direito. Professora Universitária e do IEDI
Cursos On-line e preparatórios para concursos públicos exame de ordem. Autora
de diversas obras jurídicas para concursos
públicos e exame de ordem.
Ana Paula Garcia
Helder Satin
Alice Satin Calareso
Professora do IEDI. Procuradora do Estado
de São Paulo. Pós-graduada em Direito.
André Braga Nader Justo
Economista formado pela UNICAMP.
Arthur Trigueiros
@proftrigueiros
Procurador do Estado de São Paulo.
Professor da Rede LFG e do IEDI. Autor
de diversas obras de preparação para
Concursos Públicos e Exame de Ordem.
Pós-graduado em Direito.
Bruna Vieira
@profa_bruna
Advogada. Professora do IEDI, PROORDEM, LEGALE, ROBORTELLA e ÊXITO. Palestrante e professora de Pós-Graduação
em Instituições de Ensino Superior. Autora
de diversas obras de preparação para
Concursos Públicos e Exame de Ordem.
Pós-graduada em Direito.
Eduardo Dompieri
@eduardodompieri
Professor do IEDI. Autor de diversas obras
de preparação para Concursos Públicos
e Exame de Ordem. Pós-graduado em
Direito.
Elson Garcia
Professor e Engenheiro graduado pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro
– UFRJ.
Enildo Garcia
Especialista em Matemática pura e
aplicada (UFSJ). Professor tutor de Pós-graduação em Matemática (UFJS – UAB).
Analista de sistemas (PUCRJ).
Fernando Cavalcante
titucional pela PUC/SP. Professor do
Mackenzie, EPD, IEDI, IOB/Marcato e
outras instituições. Advogado concursado
da Caixa Econômica Federal. Ex-assessor
de Ministro do STJ. Membro da Comissão
de Processo Civil da OAB/SP, do IBDP
(Instituto Brasileiro de Direito Processual),
do IPDP (Instituto Panamericano de DerechoProcesal) e diretor do CEAPRO (Centro
de Estudos Avançados de Processo).
Colunista do portal jota.info.
Facebook e LinkedIn: Luiz Dellore
Graduado em Ciências da Computação,
com MBA em Gestão de TI. Professor
do IEDI. Professor de Cursos de Pós-graduação. Desenvolvedor de sistemas
Web e gerente de projetos.
Magally Dato
Henrique Romanini Subi
@henriquesubi
Advogado. Especialista pela Escola Superior do Ministério Público. Mestre pelo
Mackenzie. Professor das disciplinas
de Direito Civil e Direito Processual Civil
em Cursos Preparatórios de Exame de
Ordem e Concursos Públicos. Professor
de Cursos de Extensão Universitária e
de Pós-graduação da Escola Superior da
Advocacia e da Escola Paulista de Direito.
Agente da Fiscalização Financeira do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.
Mestrando em Direito Político e Econômico
pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Especialista em Direito Empresarial
pela Fundação Getúlio Vargas e em
Direito Tributário pela UNISUL. Professor
de cursos preparatórios para concursos
desde 2006. Coautor de mais de 20
obras voltadas para concursos, todas pela
Editora Foco.
Professora de Língua Portuguesa. Agente
de Fiscalização do Tribunal de Contas do
Município de São Paulo.
Márcio Alexandre Pereira
Maria do Carmo P. Milani
Advogada graduada pela PUC/SP.
Renato Montans de Sá
Hermes Cramacon
@hermescramacon
Advogado. Mestre e Especialista em
Direito Processual Civil pela PUC-SP.
Professor da Rede LFG. Coordenador
do curso de Pós-graduação em Direito
Processual Civil Moderno da Universidade
Anhanguera-Uniderp/Rede LFG.
Ivo Tomita – @ivoshigueru
Robinson S. Barreirinhas
[email protected]
Advogado. Professor do Complexo Damásio de Jesus e do IEDI. Professor de Direito
do Trabalho e Processo do Trabalho da Faculdade UNIESP. Pós-graduado em Direito.
Especialista em Direito Tributário pela
PUC/SP – Cogeae. Autor e organizador
de obras publicadas pela Editora Foco.
Advogado e colaborador da Editora Foco.
Licínia Rossi – @liciniarossi
Advogada. Mestre em Direito Constitucional pela PUC/SP. Especialista em Direito
Constitucional pela Escola Superior de Direito Constitucional. Professora exclusiva
de Direito Administrativo e Constitucional
na Rede Luiz Flávio Gomes de Ensino.
Professora de Direito na UNICAMP.
Secretário Municipal dos Negócios Jurídicos da Prefeitura de São Paulo. Professor
do IEDI. Procurador do Município de São
Paulo. Autor e coautor de mais de 20 obras
de preparação para concursos e OAB. Ex-Assessor de Ministro do STJ.
Savio Chalita
Advogado. Mestre em Direitos Sociais. Professor de cursos preparatórios para Exame
de Ordem e Concursos Públicos. Editor do
blog www.comopassarnaoab.com.
Professor assistente do IEDI. Especialista
em Processo Civil pela PUC/SP. Monitor
de Processo Civil na PUC/SP. Advogado.
Luiz Carlos Fabre
Teresa Melo
Flávia Moraes Barros
Luiz Dellore – @dellore
Tiago Queiroz de Oliveira
Procuradora do Município de São Paulo.
Mestre em Direito Administrativo pela
Procurador do Trabalho e Professor de
Cursos Preparatórios para Concursos.
Doutor e Mestre em Direito Processual
Civil pela USP. Mestre em Direito Cons-
Professora do IEDI. Procuradora Federal e
Assessora de Ministro do STJ.
Diretor de Cartório Judicial e Pós-graduado
em Direito.
SUMÁRIO
1. LÍNGUA PORTUGUESA
1
1. INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS............................................................................................................................................... 1
2.VERBO.................................................................................................................................................................................... 29
3.PONTUAÇÃO......................................................................................................................................................................... 41
4. REDAÇÃO, COESÃO E COERÊNCIA................................................................................................................................... 50
5.CONCORDÂNCIA................................................................................................................................................................... 63
6.CONJUNÇÃO......................................................................................................................................................................... 70
7.PRONOMES........................................................................................................................................................................... 77
8.CRASE.................................................................................................................................................................................... 83
9.SEMÂNTICA........................................................................................................................................................................... 91
10. VOZES VERBAIS................................................................................................................................................................... 94
11.ORTOGRAFIA....................................................................................................................................................................... 103
12. REGÊNCIAS VERBAL E NOMINAL..................................................................................................................................... 107
13. TEMAS COMBINADOS E OUTROS TEMAS....................................................................................................................... 113
2. INFORMÁTICA
121
1. HARDWARE......................................................................................................................................................................... 121
2.OFFICE................................................................................................................................................................................. 129
3. EDITORES DE TEXTO......................................................................................................................................................... 143
4. BR OFFICE........................................................................................................................................................................... 161
5.INTERNET............................................................................................................................................................................ 166
6. SISTEMAS OPERACIONAIS................................................................................................................................................ 192
3. MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
211
1. RACIOCÍNIO LÓGICO.......................................................................................................................................................... 211
2. MATEMÁTICA BÁSICA......................................................................................................................................................... 246
3. MATEMÁTICA FINANCEIRA................................................................................................................................................ 286
4.ESTATÍSTICA........................................................................................................................................................................ 289
VIII
SUMÁRIO
SUMÁRIO
4. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
293
9. LEI 8.666/1993
IX
517
1. TEORIAS E CORRENTES DOUTRINÁRIAS....................................................................................................................... 293
1.LICITAÇÃO........................................................................................................................................................................... 517
2. RECURSOS HUMANOS...................................................................................................................................................... 300
2.CONTRATOS........................................................................................................................................................................ 532
3. GESTÃO E LIDERANÇA...................................................................................................................................................... 313
3. LEI 10.520/2002 – PREGÃO................................................................................................................................................ 542
4. ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS................................................................................................................................... 319
5. FERRAMENTAS E TÉCNICAS GERENCIAIS...................................................................................................................... 323
6. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL............................................................................................................................... 331
7. OUTRAS MATÉRIAS E TEMAS COMBINADOS.................................................................................................................. 333
5. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
337
10. DIREITO ADMINISTRATIVO
547
1. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO E PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO................................................. 547
2. PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA........................................................................................................................ 556
3. ATO ADMINISTRATIVO........................................................................................................................................................ 568
4. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA..................................................................................................................................... 595
1. PRINCÍPIOS E NORMAS GERAIS....................................................................................................................................... 337
5. AGENTES PÚBLICOS.......................................................................................................................................................... 611
2. LOA, LDO, PPA..................................................................................................................................................................... 342
6. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA....................................................................................................................................... 624
3.RECEITAS............................................................................................................................................................................ 348
7. BENS PÚBLICOS................................................................................................................................................................. 639
4.DESPESAS........................................................................................................................................................................... 351
5. CRÉDITOS ADICIONAIS E EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA................................................................................................ 357
6. LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL – LRF..................................................................................................................... 362
7. OUTRAS MATÉRIAS E COMBINADAS............................................................................................................................... 365
6. REDAÇÃO
375
1. TEMAS GERAIS................................................................................................................................................................... 375
2. REDAÇÃO OFICIAL.............................................................................................................................................................. 394
3. REDAÇÃO ESPECÍFICA PARA DIREITO DO TRABALHO.................................................................................................. 399
4. REDAÇÃO ESPECÍFICA PARA DIREITO ELEITORAL........................................................................................................ 404
7. REGIMENTO INTERNO E LEGISLAÇÃO LOCAL
413
8. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE............................................................................................................. 641
9. RESPONSABILIDADE DO ESTADO.................................................................................................................................... 642
10. SERVIÇOS PÚBLICOS........................................................................................................................................................ 649
11. CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO...................................................................................................................................... 656
12. PROCESSO ADMINISTRATIVO (LEI 9.784/1999)............................................................................................................... 658
13. OUTROS TEMAS E TEMAS COMBINADOS....................................................................................................................... 671
11. DIREITO CONSTITUCIONAL
673
1. TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO, NORMAS CONSTITUCIONAIS E PODER CONSTITUINTE................................. 673
2. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS E DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ................................................................ 682
3. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO ............................................................................................................................................. 729
4. ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ....................................................................................................................................... 755
1. TRIBUNAIS SUPERIORES.................................................................................................................................................. 413
5. DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS ..................................................................................... 837
2. CONHECIMENTOS COMPLEMENTARES.......................................................................................................................... 417
6. TRIBUTAÇÃO E ORÇAMENTO ........................................................................................................................................... 839
3. TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO........................................................................................................................... 419
4. TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS................................................................................................................................ 425
5. TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS................................................................................................................................... 444
6. TRIBUNAIS DE JUSTIÇA..................................................................................................................................................... 446
7. LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU...................................................................................................................................... 464
8. LEI 8.112/1990
475
1. PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO................................................................... 475
2. DIREITOS E VANTAGENS................................................................................................................................................... 492
3. REGIME DISCIPLINAR........................................................................................................................................................ 503
4. PROCESSO DISCIPLINAR.................................................................................................................................................. 512
5. SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR – BENEFÍCIOS (APOSENTADORIA, AUXÍLIO-NATALIDADE,
SALÁRIO-FAMÍLIA, LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE, LICENÇA À GESTANTE, À ADOTANTE
7. ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA................................................................................................................................ 840
8. ORDEM SOCIAL................................................................................................................................................................... 842
9. QUESTÕES COMBINADAS................................................................................................................................................. 843
12. DIREITO PENAL
849
1. CONCEITO, FONTES, PRINCÍPIOS E APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO E NO ESPAÇO................................................. 849
2. CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES, FATO TÍPICO E TIPO PENAL........................................................................................ 855
3. CRIMES DOLOSOS, CULPOSOS E PRETERDOLOSOS; ERRO DE TIPO, DE PROIBIÇÃO E DEMAIS ERROS .......... 857
4. TENTATIVA, CONSUMAÇÃO, DESISTÊNCIA, ARREPENDIMENTO E CRIME IMPOSSÍVEL........................................... 861
5. ANTIJURIDICIDADE E CAUSAS EXCLUDENTES.............................................................................................................. 864
6. AUTORIA E CONCURSO DE PESSOAS............................................................................................................................. 865
7. CULPABILIDADE E CAUSAS EXCLUDENTES .................................................................................................................. 868
8. PENAS E MEDIDAS DE SEGURANÇA................................................................................................................................ 871
E POR PATERNIDADE, LICENÇA POR ACIDENTE EM SERVIÇO, PENSÃO, AUXÍLIO-FUNERAL E
9. AÇÃO PENAL....................................................................................................................................................................... 876
AUXÍLIO-RECLUSÃO).......................................................................................................................................................... 515
10. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE – PRESCRIÇÃO................................................................................................................ 876
X
SUMÁRIO
SUMÁRIO
11. CRIMES CONTRA A PESSOA E CONTRA O PATRIMÔNIO............................................................................................... 877
XI
9. PROCESSO DE CONHECIMENTO................................................................................................................................... 1061
12. CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA, A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E AS FINANÇAS PÚBLICAS..................................... 881
10. SENTENÇA. COISA JULGADA. AÇÃO RESCISÓRIA....................................................................................................... 1066
13. CRIMES DA LEI ANTIDROGAS........................................................................................................................................... 893
11. TEMAS COMBINADOS DE PROCESSO DE CONHECIMENTO...................................................................................... 1070
14. CRIMES DA LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE..................................................................................................................... 893
12. TEORIA GERAL DOS RECURSOS.................................................................................................................................... 1072
15. TEMAS COMBINADOS........................................................................................................................................................ 896
13.EXECUÇÃO........................................................................................................................................................................ 1076
13. DIREITO PROCESSUAL PENAL
905
1. FONTES, PRINCÍPIOS GERAIS, EFICÁCIA DA LEI PROCESSUAL NO TEMPO E NO ESPAÇO E INTERPRETAÇÃO..........905
2. INQUÉRITO POLICIAL ........................................................................................................................................................ 906
3. AÇÃO PENAL E AÇÃO CIVIL EX DELICTO......................................................................................................................... 912
14. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS ....................................................................................................................................... 1082
15. TEMAS COMBINADOS...................................................................................................................................................... 1083
16. LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE........................................................................................................................................ 1084
16. DIREITO DO TRABALHO
1091
4. JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA; CONEXÃO E CONTINÊNCIA......................................................................................... 923
1. FONTES DO DIREITO DO TRABALHO............................................................................................................................. 1091
5. QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES ....................................................................................................................... 927
2.PRINCÍPIOS....................................................................................................................................................................... 1092
6.PROVA.................................................................................................................................................................................. 929
3. VÍNCULO EMPREGATÍCIO E CONTRATO DE TRABALHO ............................................................................................ 1093
7. PRISÃO, MEDIDAS CAUTELARES E LIBERDADE PROVISÓRIA..................................................................................... 933
4. RELAÇÕES ESPECIAIS DE TRABALHO.......................................................................................................................... 1101
8. SUJEITOS PROCESSUAIS, CITAÇÃO, INTIMAÇÃO E PRAZOS....................................................................................... 940
5. TERCEIRIZAÇÃO E TRABALHO TEMPORÁRIO.............................................................................................................. 1106
9. PROCESSOS E PROCEDIMENTOS; SENTENÇA E COISA JULGADA............................................................................. 944
6. CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL/REGISTRO DE EMPREGADO................................................... 1108
10.NULIDADES.......................................................................................................................................................................... 949
7. JORNADA DE TRABALHO ................................................................................................................................................ 1108
11.RECURSOS ......................................................................................................................................................................... 951
8. TRABALHO NOTURNO (INCLUSIVE, ADICIONAL NOTURNO)........................................................................................1115
12. HABEAS CORPUS E REVISÃO CRIMINAL......................................................................................................................... 954
9. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO..............................................................................................................................1117
13. LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE E TEMAS COMBINADOS............................................................................................... 958
10.FÉRIAS................................................................................................................................................................................1117
14. DIREITO CIVIL
965
11. REMUNERAÇÃO, SALÁRIO E DEMAIS VANTAGENS .................................................................................................... 1122
12. ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO................................................................................................................. 1130
1.LINDB.................................................................................................................................................................................... 965
13. SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO.................................................................................. 1132
2.GERAL.................................................................................................................................................................................. 968
14. RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO (INCLUSIVE, AVISO-PRÉVIO).................................................................. 1135
3.OBRIGAÇÕES.................................................................................................................................................................... 1003
15. ESTABILIDADE E GARANTIA NO EMPREGO.................................................................................................................. 1144
4.CONTRATOS...................................................................................................................................................................... 1013
16.FGTS................................................................................................................................................................................... 1147
5. RESPONSABILIDADE CIVIL.............................................................................................................................................. 1027
17. MEDICINA E SEGURANÇA NO TRABALHO .................................................................................................................... 1149
6. DIREITO DE EMPRESA..................................................................................................................................................... 1033
18. FISCALIZAÇÃO DO TRABALHO....................................................................................................................................... 1151
7.COISAS............................................................................................................................................................................... 1033
19. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA......................................................................................................................................... 1151
8.FAMÍLIA............................................................................................................................................................................... 1036
20. ORGANIZAÇÃO E LIBERDADE SINDICAL....................................................................................................................... 1152
9.SUCESSÕES...................................................................................................................................................................... 1038
21. CONVENÇÕES E ACORDOS COLETIVOS DE TRABALHO............................................................................................ 1155
10. TEMAS COMBINADOS...................................................................................................................................................... 1040
22. DIREITO DE GREVE.......................................................................................................................................................... 1158
15. DIREITO PROCESSUAL CIVIL – NOVO CPC – LEI 13.105/2015
1043
1. PRINCÍPIOS DO PROCESSO CIVIL.................................................................................................................................. 1043
2. PARTES, PROCURADORES, MINISTÉRIO PÚBLICO E JUIZ.......................................................................................... 1044
23. COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA........................................................................................................................... 1159
24. QUESTÕES COMBINADAS............................................................................................................................................... 1161
17. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
1167
3. PRAZOS PROCESSUAIS. ATOS PROCESSUAIS............................................................................................................ 1048
1. JUSTIÇA DO TRABALHO E MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO.............................................................................. 1167
4. LITISCONSÓRCIO E INTERVENÇÃO DE TERCEIROS................................................................................................... 1051
2. TEORIA GERAL E PRINCÍPIOS DO PROCESSO DO TRABALHO.................................................................................. 1169
5. JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA........................................................................................................................................ 1054
3. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA......................................................................................................................................... 1171
6. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS E CONDIÇÕES DA AÇÃO........................................................................................ 1059
4.COMPETÊNCIA.................................................................................................................................................................. 1171
7. FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PROCESSO. NULIDADES...................................................................... 1060
5. CUSTAS, EMOLUMENTOS E HONORÁRIOS................................................................................................................... 1176
8. TUTELA PROVISÓRIA ...................................................................................................................................................... 1061
6. PARTES, ADVOGADOS, REPRESENTAÇÃO................................................................................................................... 1180
XII
COMO USAR O LIVRO?
SUMÁRIO
XIII
7.NULIDADES........................................................................................................................................................................ 1183
8.PROVAS............................................................................................................................................................................. 1185
9. PROCEDIMENTO (INCLUSIVE, ATOS PROCESSUAIS) ................................................................................................. 1190
10. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA............................................................................................................................................ 1202
11.EXECUÇÃO ....................................................................................................................................................................... 1203
12. EMBARGOS DE TERCEIRO.............................................................................................................................................. 1210
13. COISA JULGADA E AÇÃO RESCISÓRIA.......................................................................................................................... 1210
14. INQUÉRITO PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE.......................................................................................................... 1214
COMO USAR O LIVRO?
15. MANDADO DE SEGURANÇA............................................................................................................................................ 1215
16. DEMANDAS COLETIVAS (DISSÍDIO COLETIVO, AÇÃO CIVIL PÚBLICA, AÇÃO DE CUMPRIMENTO)........................ 1217
17.RECURSOS........................................................................................................................................................................ 1219
18. QUESTÕES COMBINADAS............................................................................................................................................... 1229
18. DIREITO ELEITORAL
1233
1. FONTES E PRINCÍPIOS DE DIREITO ELEITORAL.......................................................................................................... 1233
2. DIREITOS POLÍTICOS, ELEGIBILIDADE E ALISTAMENTO ELEITORAL........................................................................ 1234
3. COMPETÊNCIA E ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL......................................................................................... 1235
4. MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL.................................................................................................................................. 1244
5. ALISTAMENTO ELEITORAL E DIREITOS POLÍTICOS..................................................................................................... 1244
6. CANCELAMENTO E EXCLUSÃO DE ELEITOR................................................................................................................ 1248
7. PARTIDOS POLÍTICOS...................................................................................................................................................... 1249
8.INELEGIBILIDADE.............................................................................................................................................................. 1259
9.ELEIÇÕES.......................................................................................................................................................................... 1263
10. CRIMES ELEITORAIS E PROCESSO PENAL ELEITORAL.............................................................................................. 1287
11. PROCESSO ELEITORAL................................................................................................................................................... 1291
12.DIPLOMAÇÃO.................................................................................................................................................................... 1294
13. QUESTÕES COMBINADAS............................................................................................................................................... 1295
19. DIREITO TRIBUTÁRIO
1303
1. PRINCÍPIOS, DEFINIÇÃO E ESPÉCIES DE TRIBUTOS, LEGISLAÇÃO.......................................................................... 1303
2. OBRIGAÇÃO, SUJEIÇÃO PASSIVA, LANÇAMENTO CRÉDITO, GARANTIAS, REPARTIÇÃO DE RECEITAS.............. 1304
3.IMPOSTOS......................................................................................................................................................................... 1306
4. SUSPENSÃO, EXTINÇÃO E EXCLUSÃO DO CRÉDITO.................................................................................................. 1307
5. GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO..................................................................................................................... 1310
6. DÍVIDA ATIVA, INSCRIÇÃO, CERTIDÕES......................................................................................................................... 1310
20. OUTRAS DISCIPLINAS
1311
Para que você consiga um ótimo aproveitamento deste livro, atente para as seguintes orientações:
1o Tenha em mãos um vademecum ou um computador no qual você possa acessar
os textos de lei citados.
Nesse ponto, recomendamos o Vade Mecum de Legislação da Editora FOCO – confira em www.editorafoco.com.br
2o Se você estiver estudando a teoria (fazendo um curso preparatório ou lendo resumos, livros ou apostilas), faça as questões correspondentes deste livro na medida em que
for avançando no estudo da parte teórica.
3o Se você já avançou bem no estudo da teoria, leia cada capítulo deste livro até o final,
e só passe para o novo capítulo quando acabar o anterior; vai mais uma dica: alterne capítulos de acordo com suas preferências; leia um capítulo de uma disciplina que você gosta e,
depois, de uma que você não gosta ou não sabe muito, e assim sucessivamente.
4o Iniciada a resolução das questões, tome o cuidado de ler cada uma delas sem olhar
para o gabarito e para os comentários; se a curiosidade for muito grande e você não conseguir controlar os olhos, tampe os comentários e os gabaritos com uma régua ou um papel; na
primeira tentativa, é fundamental que resolva a questão sozinho; só assim você vai identificar
suas deficiências e “pegar o jeito” de resolver as questões; marque com um lápis a resposta
que entender correta, e só depois olhe o gabarito e os comentários.
5o Leia com muita atenção o enunciado das questões. Ele deve ser lido, no mínimo, duas vezes. Da segunda leitura em diante, começam a aparecer os detalhes, os
pontos que não percebemos na primeira leitura.
6o Grife as palavras-chave, as afirmações e a pergunta formulada. Ao grifar as palavras importantes e as afirmações você fixará mais os pontos-chave e não se perderá no
enunciado como um todo. Tenha atenção especial com as palavras “correto”, “incorreto”,
“certo”, “errado”, “prescindível” e “imprescindível”.
5. DIREITO DO CONSUMIDOR............................................................................................................................................. 1332
7o Leia os comentários e leia também cada dispositivo legal neles mencionados;
não tenha preguiça; abra o vademecum e leia os textos de leis citados, tanto os que explicam as alternativas corretas, como os que explicam o porquê de ser incorreta dada alternativa; você tem que conhecer bem a letra da lei, já que mais de 90% das respostas estão
nela; mesmo que você já tenha entendido determinada questão, reforce sua memória e
leia o texto legal indicado nos comentários.
6.ARQUIVOLOGIA................................................................................................................................................................. 1334
8o Leia também os textos legais que estão em volta do dispositivo; por exemplo, se
1. DIREITO PREVIDENCIÁRIO.............................................................................................................................................. 1311
2. DIREITO AMBIENTAL......................................................................................................................................................... 1318
3. DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE................................................................................................................. 1324
4. DIREITO INTERNACIONAL................................................................................................................................................ 1329
XIV
COMO USAR O LIVRO?
aparecer, em Direito Penal, uma questão cujo comentário remete ao dispositivo que trata
da falsidade ideológica, aproveite para ler também os dispositivos que tratam dos outros
crimes de falsidade; outro exemplo: se aparecer uma questão, em Direito Constitucional,
que trate da composição do Conselho Nacional de Justiça, leia também as outras regras
que regulamentam esse conselho.
9o Depois de resolver sozinho a questão e de ler cada comentário, você deve fazer
uma anotação ao lado da questão, deixando claro o motivo de eventual erro que você
tenha cometido; conheça os motivos mais comuns de erros na resolução das questões:
DL – “desconhecimento da lei”; quando a questão puder ser resolvida apenas com o
conhecimento do texto de lei;
DD – “desconhecimento da doutrina”; quando a questão só puder ser resolvida com
o conhecimento da doutrina;
DJ – “desconhecimento da jurisprudência”; quando a questão só puder ser resolvida
com o conhecimento da jurisprudência;
FA – “falta de atenção”; quando você tiver errado a questão por não ter lido com cuidado o enunciado e as alternativas;
NUT - “não uso das técnicas”; quando você tiver se esquecido de usar as técnicas de
resolução de questões objetivas, tais como as da repetição de elementos (“quanto mais
elementos repetidos existirem, maior a chance de a alternativa ser correta”), das afirmações generalizantes (“afirmações generalizantes tendem a ser incorretas” - reconhece-se
afirmações generalizantes pelas palavras sempre, nunca, qualquer, absolutamente, apenas, só, somente exclusivamente etc.), dos conceitos compridos (“os conceitos de maior
extensão tendem a ser corretos”), entre outras.
10a Confie no bom-senso. Normalmente, a resposta correta é a que tem mais a ver
com o bom-senso e com a ética. Não ache que todas as perguntas contêm uma pegadinha. Se aparecer um instituto que você não conhece, repare bem no seu nome e tente
imaginar o seu significado.
11a Faça um levantamento do percentual de acertos de cada disciplina e dos principais motivos que levaram aos erros cometidos; de posse da primeira informação, verifique quais disciplinas merecem um reforço no estudo; e de posse da segunda informação,
fique atento aos erros que você mais comete, para que eles não se repitam.
12a Uma semana antes da prova, faça uma leitura dinâmica de todas as anotações
que você fez e leia de novo os dispositivos legais (e seu entorno) das questões em que você
marcar “DL”, ou seja, desconhecimento da lei.
13a Para que você consiga ler o livro inteiro, faça um bom planejamento. Por exemplo, se você tiver 90 dias para ler a obra, divida o número de páginas do livro pelo número
de dias que você tem, e cumpra, diariamente, o número de páginas necessárias para chegar até o fim. Se tiver sono ou preguiça, levante um pouco, beba água, masque chiclete
ou leia em voz alta por algum tempo.
14a Desejo a você, também, muita energia, disposição, foco, organização, disciplina, perseverança, amor e ética!
Wander Garcia
Coordenador
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi*
1. INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Atenção: As questões de abaixo referem-se ao texto que segue.
A matéria abaixo, que recebeu adaptações, é do jornalista Alberto Dines, e foi veiculada em 09.05.2015, um dia
após as comemorações pelos 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial.
Quando a guerra acabar…
1
5
10
15
20
Abre parêntese: há momentos − felizmente raros − em que a história pessoal se impõe às percepções conjunturais e o
relato na primeira pessoa, embora singular, parcial, às vezes suspeito, sobrepõe-se à narrativa impessoal, ampla, genérica.
Fecha parêntese.
O descaso e os indícios de esquecimento que, na sexta-feira (8/5), rodearam os setenta anos do fim da fase europeia da
Segunda Guerra Mundial sobressaltaram. O ano de 1945 pegou-me com 13 anos e a data de 8 de maio incorporou-se ao meu
calendário íntimo e o cimentou definitivamente às efemérides históricas que éramos obrigados a decorar no ginásio.
Seis anos antes (1939), a invasão da Polônia pela Alemanha hitlerista − e logo depois pela Rússia soviética − empurrou
a guerra para dentro da minha casa através dos jornais e do rádio: as vidas da minha avó paterna, tios, tias, primos e primas
dos dois lados corriam perigo. Em 1941, quando a Alemanha rompeu o pacto com a URSS e a invadiu com fulminantes
ataques, inclusive à Ucrânia, instalou-se a certeza: foram todos exterminados.
A capitulação da Alemanha tornara-se inevitável, não foi surpresa, sabíamos que seria esmagada pelos Aliados. Nova
era a sensação de paz, a certeza que começava uma nova página da história e perceptível mesmo para crianças e
adolescentes. A prometida quimera embutida na frase “quando a guerra acabar” tornara-se desnecessária, desatualizada.
A guerra acabara para sempre. Enquanto o retorno dos combatentes brasileiros vindos da Itália era saudado
delirantemente, matutinos e vespertinos − mais calejados do que a mídia atual − nos alertavam que a guerra continuava feroz
não apenas no Extremo Oriente, mas também na antiquíssima Grécia, onde guerrilheiros de direita e de esquerda, esquecidos
do inimigo comum − o nazifascismo − se enfrentavam para ocupar o vácuo de poder deixado pela derrotada barbárie.
Sete décadas depois − porção ínfima da história da humanidade −, aquele que foi chamado Dia da Vitória e comemorado
loucamente nas ruas do mundo metamorfoseou-se em Dia das Esperanças Perdidas: a guerra não acabou. Os Aliados
desvincularam-se, tornaram-se adversários. A guerra continua, está aí, espalhada pelo mundo, camuflada por diferentes
nomenclaturas, inconfundível, salvo em breves hiatos sem hostilidades, porém com intensos ressentimentos.
(Reproduzido da Gazeta do Povo (Curitiba, PR) e do Correio Popular (Campinas, SP), 9/5/2015;
intertítulo do Observatório da Imprensa, edição 849)
(Analista – TRT/3ª – 2015 – FCC)
Nesse texto, o jornalista,
(A) ao
organizar minuciosa e cronologicamente os episódios da Segunda Guerra Mundial, ressalta os fatos que
foram mal retratados nas comemorações dos 70 anos do fim do conflito.
(B) ao trazer sua visão pessoal sobre os principais acontecimentos da Segunda Guerra Mundial, defende que a
imprensa privilegie o ângulo particular com que o profissional observa os fatos.
(C) ao apresentar informações e comentários sobre a Segunda Guerra Mundial, toma-a como legítima justificativa
para a publicação de matéria que tem como objeto questões pessoais e íntimas.
(D) ao confessar sobressalto pelo que tinha ocorrido no dia anterior, 8/5, explica-o tanto pela associação de fatos históricos a questões pessoais, quanto pela interpretação de que há um Dia das Esperanças Perdidas.
(E) ao citar a volta dos combatentes brasileiros, critica a euforia das saudações, pois evidenciava que o povo não
tinha percebido que o conflito, na mesma configuração de 1939 a 1945, continuava.
A: incorreta. Sua narrativa nos fatos não é minuciosa ou cronológica, mas sim lembranças um tanto desordenadas. Além disso, sua intenção não
é ressaltar os fatos que foram mal retratados nas comemorações, mas a total ausência de comentários sobre o tema; B: incorreta. Seu comentário sobre a visão pessoal serve para justificar a ausência de objetividade com a qual tratará do tema; C: incorreta. O texto trata do atual cenário
beligerante em que o mundo se encontra, fazendo uma alegoria com a data considerada final da guerra em 1945; D: correta. A alternativa reflete
bem as ideias passadas pelo texto; E: incorreta. Não houve crítica à euforia das saudações, mas uma evidenciação da desilusão com a notícia de
que, ao contrário do que todos imaginavam, a guerra não havia acabado.
Gabarito “D”
* Henrique Subi comentou as questões dos concursos de Analista – TRT/3ª – 2015 – FCC, Analista – TRT/2ª – 2014 – FCC,
Analista – TRT/16ª – 2014 – FCC, VUNESP – 2015. Magally Dato comentou as demais questões.
considera a imprensa de 1945 menos aperfeiçoada do que a imprensa contemporânea.
(B) O primeiro parágrafo é apresentado como “entre
parênteses” porque é tomado como simples anexo,
de conteúdo genérico, sobre a análise de conjunturas, sem conter menção ao que virá no texto.
(C) Dada a natureza do texto, expressões como empurrou a guerra para dentro da minha casa devem ser
desaprovadas, pois, ferindo o rigor lógico, prejudicam a compreensão.
(D) Dines considera a Segunda Guerra Mundial conflito
constituído por mais de um estágio.
(E) Em sua análise de ambientes de guerra, Dines trata
a Grécia como exemplo de conflito interno, descolado do contexto da Guerra Mundial.
A: incorreta. O termo “calejados” foi utilizado para indicar que a
imprensa da época não tinha o “jogo de cintura” para narrar os
fatos de forma menos abrupta, menos chocante; B: incorreta. Os
“parênteses” foram utilizados para justificar as impressões e experiências pessoais que permeariam o texto; C: incorreta. Expressões
como a selecionada não atingem a lógica do texto. Servem, ao
contrário, para deixá-lo mais informal e aproximar o autor do leitor;
D: correta. Isso se vê pela sua abordagem do conflito atual como
uma sucessão do anterior; E: incorreta. O conflito interno na Grécia
somente começou pelo vácuo de poder deixado pela guerra – logo,
não estava dela descolado.
Gabarito “D”
décadas depois − porção ínfima da história da humanidade −, aquele que
foi chamado Dia da Vitória e comemorado loucamente
nas ruas do mundo metamorfoseou-se em Dia das
Esperanças Perdidas: a guerra não acabou. Os Aliados
desvincularam-se, tornaram-se adversários. A guerra
continua, está aí, espalhada pelo mundo, camuflada
por diferentes nomenclaturas, inconfundível, salvo em
breves hiatos sem hostilidades, porém com intensos
ressentimentos.
(Analista – TRT/3ª – 2015 – FCC) Sete
Comenta-se com propriedade sobre o parágrafo acima,
em seu contexto:
travessões encerram forte argumento para a
defesa das ideias de Dines, pois o segmento alerta
para o fato de que, em muito breve intervalo de
tempo, a humanidade conheceu significativo revés
de sentimentos.
(B) As expressões Dia da Vitória e Dia das Esperanças
Perdidas concentram a crítica que Dines faz aos profissionais do jornalismo brasileiro e internacional, ao
cunharem bordões que pouco explicam a natureza
dos fatos.
(C) O emprego do adjetivo camuflada retoma o que se
diz anteriormente por meio da expressão metamorfoseou-se.
(D) A expressão tornaram-se adversários exprime a
consequência inevitável da ação mencionada anteriormente na frase.
(E) Em salvo em breves hiatos sem hostilidades, a
substituição do segmento destacado por “a exceção
de” preserva o sentido e a correção originais.
A reflexão social latino-americana no século XIX, já
testemunha dos sucessos econômicos e políticos dos
Estados Unidos, tomou-os como um paradigma em sua
luta orientada contra o que seria o seu atraso constitutivo,
resultante do caudilhismo e do patrimonialismo vigentes
em seus espaços nacionais. Entre tantos outros,
os argentinos Sarmiento e Alberdi desenvolveram uma
publicística centrada na comparação entre as duas
Américas e o que nos cumpriria fazer para, livrando-nos
dos nossos males históricos, lograrmos sucesso no
ingresso ao mundo moderno. [...]
No caso do Brasil, a comparação com os Estados
Unidos também esteve presente ao longo de nossa história,
influenciando diretamente os embates sobre o processo
da modernização brasileira. Nossa herança ibérica,
marcada por um Estado forte e pela valorização do
público, seria compatível com os valores do mundo
moderno então emergente? Ou, de forma alternativa, ela
teria nos legado uma carga tão excessiva, cuja
superação em direção à modernidade exigiria uma
ruptura com esse passado? Desde já, é importante
ressaltar que, ainda que os conceitos iberismo e
americanismo tenham sido formulados a posteriori, não
estando presentes no vocabulário dos autores consagrados
como fundadores da tradição de interpretar o
Brasil, eles fornecem uma chave interpretativa para o
estudo do processo de nossa formação histórica.
20
25
(Analista – TRT/3ª – 2015 – FCC) A
capitulação da Alemanha
tornara-se inevitável, não foi surpresa, sabíamos que
seria esmagada pelos Aliados. Nova era a sensação de
paz, a certeza que começava uma nova página da história e perceptível mesmo para crianças e adolescentes. A
prometida quimera embutida na frase “quando a guerra
acabar” tornara-se desnecessária, desatualizada.
É correta a seguinte assertiva sobre o que se tem no
trecho acima:
causa de o fato ser inevitável está expressa em
não foi surpresa.
(B) O emprego de mesmo confirma que era natural
esperar que crianças e adolescentes, como os
adultos, tivessem a certeza de que um novo período
da história começava.
(C) A palavra quimera equivale, quanto ao sentido, a
“utopia”.
(D) Em tornara-se desnecessária, desatualizada, as
palavras destacadas estão dispostas em ordem
crescente de valor.
(E) O emprego de Nova justifica-se somente pelo contexto em que as três linhas acima estão inseridas,
pois, nelas, não há nenhuma palavra ou expressão
a que a palavra Nova possa ser associada.
30
35
40
(A) A
A: incorreta. A ausência de surpresa é consequência do fato ser inevitável; B: incorreta. Ao contrário, o uso da palavra “mesmo” indica a
surpresa do autor ao verificar o sentimento em crianças e adolescentes;
C: correta. “Quimera” é sinônimo de “utopia”, “sonho”, “devaneio”; D:
incorreta. Não há gradação nesse caso, nem positiva nem negativa. As
palavras têm significados diferentes; E: incorreta. A palavra “nova” está
associada a “sensação de paz”.
Instruções: Para responder às questões seguintes,
considere o texto a seguir.
1
5
10
15
Desde A democracia na América (1835), de Alexis
de Tocqueville, tornou-se corrente comparar os
Estados Unidos com a América ibérica, constituindo
este exercício uma fonte de inspiração da imaginação
social no continente. Nessa obra, a América do Sul é
descrita como lugar em que a pujança da natureza
debilitaria o homem, enquanto, na América do Norte, a
natureza se revestiria de outro aspecto, onde tudo “era
grave, sério, solene; dissera-se que fora criada para se
tornar província da inteligência, enquanto a outra era a
morada dos sentidos”.
O caso bem-sucedido da América do Norte apontaria
para um processo em que o atraso ibérico, sob o impacto
das diferentes influências exercidas pelo seu vizinho
anglo-americano,
modernizar-se-ia,
rompendo
com os fundamentos da sua própria história.
(VIANNA, Luis Werneck; PERLATTO, Fernando. Iberismo e
americanismo. In: BOTELHO, André; SCHWARCZ, Lilia Moritz (orgs.).
Agenda brasileira: temas de uma sociedade em mudança.
São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p. 248-249)
(Analista – TRT/2ª – 2014 – FCC) Considere o texto e as asser-
tivas que seguem.
I.
II.
III.
O cotejo entre o emprego de certas formas verbais, por
exemplo, (linha 7) debilitaria e (linha 8) era evidencia a
distinção entre o ponto de vista, respectivamente, de
quem comenta uma hipótese lançada por outrem e o
ponto de vista de quem propõe essa mesma hipótese.
Considerada a lógica e o contexto, merece reparo o
que se tem no segmento O caso bem-sucedido da
América do Norte apontaria para um processo em
que o atraso ibérico [...] modernizar-se-ia: em lugar
do que está destacado, seria adequado haver, por
exemplo, “a América ibérica, atrasada,”.
No parágrafo 4, a presença de duas indagações no
excerto deve-se ao fato de cada uma delas enfatizar
uma específica polêmica a respeito de nossa história,
correspondendo, então, uma em relação à outra, a um
caminho alternativo na definição da prioridade a ser
enfrentada no processo de modernização do Brasil.
Está correto o que se afirma em
(A) III,
apenas.
apenas.
(C) I, II e III.
(D) II e III, apenas.
(E) I e II, apenas.
(B) I,
I: correta. O uso do futuro do pretérito indica que a pessoa que fala
não pode assegurar a correção daquilo que foi dito por outra pessoa;
diferentemente, o pretérito imperfeito representa um fato efetivamente
ocorrido, do qual o falante pode dar certeza; II: correta. A expressão
“atraso ibérico” torna o texto dúbio, porque pode se referir tanto à América
Ibérica (latino-americana) ou à península ibérica na Europa (Portugal e
Espanha). Para evitar a confusão, a alteração sugerida seria bem aceita;
III: incorreta. Não se trata de polêmicas diferentes sobre nossa história.
As duas indagações são, na verdade, dois lados da mesma moeda – duas
hipóteses sobre qual seria a influência da tradição ibérica sobre o Brasil.
Gabarito “E”
(A) Dines
A: correta. Os travessões foram utilizados para dar destaque ao
argumento de que o intervalo de tempo é suficientemente breve para
a humanidade viver uma reviravolta tão grande em seus sentimentos;
B: incorreta. Não se pode extrair essa conclusão do texto, até porque o
“dia das esperanças perdidas” é criação do próprio autor; C: incorreta.
São imagens diferentes do texto, a transformação do significado da
data e a guerra sorrateira que hoje está instalada; D: incorreta. Ao se
desvincularem, os Aliados não precisavam necessariamente ter se
tornado adversários – poderiam permanecer neutros uns aos outros.
Logo, não é uma “consequência inevitável”; E: incorreta. Deveria haver
o acento grave indicativo da crase em “à exceção de”.
Gabarito “C”
compreensão:
3
(Analista – TRT/2ª – 2014 – FCC) Observada a organização do
texto, e especialmente a última frase, cria-se uma expectativa de que as linhas seguintes ao fragmento trarão
(A) considerações
sobre o processo de formação do
Brasil, iluminadas por matrizes de pensamento que,
a partir de certo momento, foram conceituadas como
“americanismo” e “iberismo”.
(B) retificações dos textos inaugurais da tradição de
interpretar o Brasil, determinadas pelo fato de que
os autores não contavam, em seu vocabulário, com
as palavras “americanismo” e “iberismo”.
(C) a categoria “iberismo” como fundamento do primeiro
bloco de estudos sobre a formação histórica do Brasil,
dando lugar, a seguir, à categoria “americanismo”.
(D) os conceitos de “iberismo” e de “americanismo” sempre
em oposição, visto que são resultado de momentos
históricos antagônicos e bastante afastados no tempo.
(E) crítica a autores equivocadamente consagrados
como fundadores da tradição de interpretar o Brasil,
equívoco gerado pelo desconhecimento de que eles
muito tardiamente se valeram da chave necessária
à análise da cultura.
O texto todo está construído sobre os conceitos de “americanismo”
e “iberismo”, formas de reler a história das Américas e encontrar os
passos comuns e antagônicos na evolução de cada uma das regiões. Ao
final, ele destaca que tais teorias foram desenvolvidas posteriormente à
maioria das reflexões sobre o tema, passando a categorizá-las dentro
dessa nova doutrina. Correta, portanto, a alternativa “A”.
Gabarito “A”
(Analista – TRT/3ª – 2015 – FCC) O excerto legitima a seguinte
(A) Os
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
Gabarito “A”
2
Considere as informações
prestadas pelo verbete abaixo transcrito.
(Analista – TRT/2ª – 2014 – FCC)
publicística
Datação: c1950
■ substantivo feminino
1 a imprensa jornalística; periodismo
2 Rubrica: termo jurídico, política.
literatura de direito civil, política e/ou temas sociais
3 Rubrica: termo jurídico.
a ciência do direito público
4 Derivação: por metonímia.
o conjunto de autores de textos sobre direito público,
política ou assuntos sociais
Etimologia: emprt. it. [palavra emprestada do italiano]
publicistica ‘atividade desenvolvida por jornalistas na
publicação de artigos pela imprensa, conjunto das
publicações da atualidade’.
(Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa)
Sobre o uso dessa palavra “publicística” no texto, é
correto afirmar:
(A) O excerto e a rubrica denotam a possibilidade, mais
provável do que todas as outras, de ter sido empregada na acepção 3, levando em conta a natureza
da obra de onde foi extraído o trecho.
(B) O contexto evidencia que está, de maneira a excluir
outra possibilidade, empregada na acepção 4, como
o comprova o uso da expressão Entre tantos outros,
que remete a muitos autores.
(C) Levando em conta a datação, isto é, a época em
que ela parece ter surgido na Língua Portuguesa,
não poderia ter sido empregada em um texto que
se refere a pensadores do século XIX.
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
A: incorreta. O texto trata majoritariamente da ciência política e da
sociologia, pouco se reportando ao direito; B: incorreta. A interpretação
do texto permite deduzir que a palavra foi empregada tanto na acepção
4 quanto no acepção 2, de sorte que não podemos excluir diretamente
uma ou outra; C: incorreta. O texto se refere a pensadores do século
XIX, mas foi escrito em 2011 – data em que a palavra já existia há muito
tempo; D: incorreta. Ao contrário, a acepção 1 pode ser facilmente
eliminada, tendo em vista que o texto não trata de artigos jornalísticos,
mas de pensamentos sociais e filosóficos; E: correta, conforme o
comentário à alternativa “B”.
Gabarito “E”
Instruções: Para responder às questões seguintes,
considere o texto a seguir.
1
5
10
15
20
25
A áspera controvérsia sobre a importância da liberdade
política é bem capaz de ocultar o essencial nessa
matéria, ou seja, a liberdade existe como um valor ético
em si mesmo, independentemente dos benefícios concretos que a sua fruição pode trazer aos homens. [...]
A liberdade tem sido, em todos os tempos, a causa
das maiores conquistas do ser humano. E, efetivamente,
que valor teriam a descoberta da verdade, a criação
da beleza, a invenção das utilidades ou a realização da
justiça, se os homens não tivessem a possibilidade de
escolher livremente o contrário de tudo isso?
Heródoto foi um dos primeiros a sublinhar que o estado
de liberdade torna os povos fortes, na guerra e na
paz. Ao relatar a estupenda vitória que os atenienses,
sob o comando de Cleômenes, conquistaram contra os
calcídeos e os beócios, ele comenta: “Aliás, verifica-se,
sempre e em todo lugar, que a igualdade entre os cidadãos
é uma vantagem preciosa: submetidos aos tiranos,
os atenienses não tinham mais valor na guerra que
seus vizinhos; livres, porém, da tirania, sua superioridade
foi manifesta. Por aí se vê que na servidão eles se
recusavam a manifestar seu valor, pois labutavam para
um senhor; ao passo que, uma vez livres, cada um no
seu próprio interesse colaborava, por todas as maneiras,
para o triunfo do empreendimento coletivo”.
30
O mesmo fenômeno de súbita libertação de energias
e de multiplicação surpreendente de forças humanas
voltou a repetir-se vinte e quatro séculos depois, com a
Revolução Francesa. Pela primeira vez na história moderna, as forças armadas de um país não eram compostas
de mercenários, nem combatiam por um príncipe,
sob o comando de nobres, mas eram formadas de
homens livres e iguais, comandados por generais plebeus,
sendo todos movidos tão só pelo amor à pátria.
(COMPARATO, Fábio Konder. A liberdade como valor ético. Ética:
direito, moral e religião no mundo moderno. São Paulo:
Companhia das Letras, 2006, p. 546-547)
(Analista – TRT/2ª – 2014 – FCC) O texto abona o seguinte
comentário: o autor, na defesa de seu ponto de vista,
(A) cita Cleômenes e episódio histórico que deu a esse ate-
niense experiência para reconhecer não só o valor da
liberdade, mas, em próprias palavras do conquistador,
que a igualdade entre os cidadãos é uma vantagem.
(B) faz uso de uma indagação que é meramente retórica,
pois a resposta a ela está implícita na própria pergunta: o valor de descobertas, invenções e demais
realizações está em impor a todos os homens o
mesmo direito de usufruir delas.
(C) contrapõe distintos momentos históricos para evidenciar que a discussão sobre a importância da
liberdade política contém contradições.
(D) opta por fazer um relato de como a liberdade se
manifestou em diferentes momentos históricos, o
que lhe permitiu concluir, ao final do texto, que a
liberdade é um valor ético em si mesmo.
(E) vale-se de um testemunho de prestígio, sem, entretanto, tomá-lo como suficiente, dado que acrescenta
comentário que o ratifica.
A: incorreta. As palavras não são de Cleômenes, mas do historiador
Heródoto; B: incorreta. A retórica consiste em colocar em destaque a
liberdade de escolher o oposto das vantagens narradas; C: incorreta.
O uso do exemplo histórico serve para demonstrar que a necessidade
humana de liberdade não é própria de um dado estágio da civilização,
mas comum a todos eles; D: incorreta. Não se pode concluir isso do
último parágrafo do texto. Nessa passagem o autor apenas se vale de
mais um exemplo de como a liberdade determina as ações humanas;
E: correta. Inicialmente ele cita o exemplo grego e, logo após, ratifica-o
com a menção à Revolução Francesa, ambos com a mesma intenção:
destacar o valor da liberdade como vantagem em uma guerra.
Gabarito “E”
que se informa acima sobre a origem da
palavra e os dados oferecidos no texto comprovam a
impossibilidade de ter sido empregada com acepção
diferente da indicada em 1.
(E) O contexto e a rubrica sugerem que está empregada
na acepção 2, mas a falta de indicações precisas
sobre a natureza dos trabalhos dos autores citados
impede uma conclusão decisiva sobre o seu sentido
no texto.
Atenção: Para responder às questões seguintes, considere o texto abaixo.
Distorção negligenciada
1
Embora poucas vezes mencionadas nos debates sobre desigualdades, as doenças negligenciadas demonstram com
perfeição a necessidade de haver mecanismos capazes de corrigir distorções globais.
Em entrevista a esta Folha, Eric Stobbaerts, diretor − executivo da Iniciativa de Medicamentos para Doenças Negligenciadas
(DNDi, na sigla em inglês), lembrou que tais enfermidades ameaçam uma em cada seis pessoas do planeta; não
5 obstante, entre 2000 e 2011, apenas 4% dos 850 novos medicamentos aprovados no mundo tratavam dessas moléstias.
As listas de moléstias variam de acordo com a agência que tenta capitanear sua causa. Têm em comum o fato de
serem endêmicas em regiões pobres da África, da Ásia e das Américas. Nem sempre fatais, são bastante debilitantes.
Estão nesse grupo, por ordem de prevalência, helmintíase, esquistossomose, filariose, tracoma, oncocercose,
leishmaniose, doença de Chagas e hanseníase. As três últimas e a esquistossomose são as mais relevantes para o Brasil.
10 A maioria desses distúrbios pode ser prevenida e conta com tratamentos efetivos pelo menos para a fase aguda, mas,
por razões econômicas e políticas, eles nem sempre chegam a quem precisa.
Há, além disso, uma dificuldade relativa à ciência. Algumas das terapias disponíveis já têm quatro ou cinco décadas de
existência. Investimentos em pesquisa poderiam levar a estratégias de prevenção e cura mais efetivas. Como essas doenças
não são rentáveis, porém, os grandes laboratórios raras vezes se interessam por esse nicho.
15 Organizações como a DNDi e outras procuram preencher as lacunas. A situação tem melhorado, mas os avanços são
insuficientes.
Seria sem dúvida ingenuidade esperar que a indústria farmacêutica se entregasse de corpo e alma à resolução do
problema. Seu compromisso primordial é com seus acionistas − e essa é a regra do jogo. Isso não significa, contudo, que não
possam fazer parte do esforço.
20 O desejo de manter boas relações públicas combinado com uma política de estímulos governamentais pode produzir
grandes resultados. Também seria desejável envolver com maior intensidade universidades e laboratórios públicos (onde os
há, como é o caso do Brasil).
Mais de 1 bilhão de humanos ainda sofrem, em pleno século 21, com doenças cujo controle é não só possível, mas
também relativamente barato − eis um fato que depõe contra o atual estágio de nossa organização global.
(Folha de S. Paulo. Opinião. p. A3, 14/03/2014)
(Analista – TRT/16ª – 2014 – FCC) No processo argumentativo
adotado no edital,
(A) o
segmento Embora poucas vezes mencionadas
nos debates sobre desigualdades exprime ideia em
relação tal de antinomia com o restante da frase, que
desqualifica a alegação de que as doenças negligenciadas falam a favor da correção de distorções
globais.
(B) a caracterização destacada em demonstram com
perfeição evidencia que, numa escala de valores,
as doenças negligenciadas ocupam alto nível no
que se refere à exposição da necessidade de haver
mecanismos capazes de corrigir distorções globais.
(C) a oferta da informação (DNDi, na sigla em inglês)
deve ser atribuída à necessidade do jornalista de
angariar credibilidade para a organização, confiabilidade de que depende, sobretudo, o grau de
convencimento do leitor deste texto.
(D) o fato de que tais enfermidades ameaçam uma em
cada seis pessoas do planeta é apontado como
causa próxima de que, entre 2000 e 2011, apenas
4% dos 850 novos medicamentos aprovados no
mundo tratavam dessas moléstias.
(E) o título − Distorção negligenciada –, tirando proveito da expressão doenças negligenciadas, tem a
função restrita de qualificar o que se tem na frase
inicial do texto: o fato de essas doenças serem
poucas vezes mencionadas nos debates sobre
desigualdades.
A: incorreta. A conjunção “embora”, de valor concessivo, indica que as
doenças negligenciadas buscam superar o obstáculo de serem poucas
vezes mencionadas nos debates; B: correta. A interpretação fornecida
pela alternativa está totalmente de acordo com o texto; C: incorreta. O
autor fornece a sigla unicamente para deixar claro ao leitor seu significado, porque ela aparecerá outras vezes ao longo do texto; D: incorreta.
O texto critica justamente a contradição entre o fato de tais doenças
afetarem tantas pessoas e tão pouco ter se avançado na descoberta de
medicamentos para seu tratamento; E: incorreta. O título quer chamar
a atenção para a negligência dos laboratórios internacionais com essas
doenças pelo fato delas não trazerem lucro para seus acionistas.
Gabarito “B”
(D) Aquilo
5
(Analista – TRT/16ª – 2014 – FCC) É fiel ao que se tem no 3º
parágrafo a seguinte afirmação:
(A) As moléstias negligenciadas são listadas de modos
distintos, visto que as agências regulam, a seu
modo, cada uma dessas doenças.
(B) Na dependência da agência que ganha a concorrência, uma ou outra doença é retirada da lista oficial
de moléstias negligenciadas e passa a ser tratada.
(C) Um
fator aproxima as doenças negligenciadas:
ocorrem habitualmente e com incidência significativa em populações pobres da África, da Ásia e das
Américas.
(D) Doenças negligenciadas são aquelas moléstias
infecciosas comuns e rápidas que se manifestam
em surto periódico em populações pobres de regiões
como a África, Ásia e Américas.
(E) Em todos os continentes é comum ocorrerem doenças de caráter transitório, que atacam simultaneamente grande número de indivíduos.
A: incorreta. As agências não regulam as doenças. O texto menciona
que, a depender da entidade que busca recursos e conscientização
sobre uma determinada doença negligenciada, ela tende a colocar essa
moléstia como mais importante do que as outras para chamar mais
a atenção para sua causa; B: incorreta, nos termos do comentário à
alternativa anterior; C: correta. Tal fato está expresso diretamente no
terceiro parágrafo do texto; D: incorreta. As moléstias negligenciadas
são endêmicas, termo que identifica moléstias típicas de um determinado grupo ou local, disseminando-se apenas entre os membros
desse grupo; E: incorreta. Tal informação não pode ser depreendida
de nenhuma passagem do texto.
Gabarito “C”
4
(Analista – TRT/16ª – 2014 – FCC)
comentário:
O texto abona o seguinte
(A) (linha
7) Na frase Nem sempre fatais, são bastante
debilitantes, em que se apresenta o perfil das
doenças negligenciadas, indicam-se dois relevantes
traços possíveis de sua constituição.
(B) (linha 10) A frase A maioria desses distúrbios [...]
conta com tratamentos efetivos é passível de ser
transposta para a voz passiva.
(C) (linha 9) Infere-se corretamente que o desafio do
Brasil é enfrentar tanto a prevenção, quanto a cura
de quatro das doenças negligenciadas, visto que
não há ocorrências das demais em solo brasileiro.
(D) (linha 10) O comentário pelo menos para a fase
aguda constitui uma restrição, assim como é restritiva a expressão A maioria desses distúrbios,
mas, no contexto, esses limites estão associados a
avanços, ainda que nem sempre garantidos.
(E) (linha 10) A correlação entre pode ser prevenida e
conta com tratamentos efetivos evidencia, por meio
das formas verbais, a incoerência, respectivamente,
entre as possibilidades técnicas e as ações levadas
a efeito.
A: incorreta. Na passagem destacada, a única característica relevante
apresentada sobre as doenças negligenciadas é que são debilitantes.
Sobre o índice de fatalidade, ao contrário, indica-se que esse não é
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
um traço típico das doenças; B: incorreta. A transposição para a voz
passiva depende da oração original ter três elementos: sujeito, verbo
transitivo direto e objeto direto, o que não ocorre no trecho selecionado; C: incorreta. O texto não nega a ocorrência das demais doenças
no Brasil. Ele apenas anota que quatro delas são as mais relevantes
para o país, porque mais comuns em nossa população; D: correta. O
comentário expõe uma interpretação correta e coerente com os fatos
trazidos pelo texto; E: incorreta. A correlação apresentada no trecho
é coerente – tanto os distúrbios podem ser prevenidos que contam
com tratamentos efetivos (ainda que não cheguem, muitas vezes, até
os necessitados).
III.
Gabarito “D”
(E) II
Responsabilidade social
• (mk,rp) Adoção, por parte da empresa ou de qualquer
instituição, de políticas e práticas organizacionais socialmente responsáveis, por meio de valores e exemplos
que influenciam os diversos segmentos das comunidades impactadas por essas ações. O conceito de responsabilidade social fundamenta-se no compromisso
de uma organização dentro de um ecossistema, onde
sua participação é muito maior do que gerar empregos,
impostos e lucros. Seu objetivo básico é atuar no meio
ambiente de forma absolutamente responsável e ética,
inter-relacionando-se com o equilíbrio ecológico, com o
desenvolvimento econômico e com o equilíbrio social.
Do ponto de vista mercadológico, a responsabilidade
social procura harmonizar as expectativas dos diferentes segmentos ligados à empresa: consumidores,
empregados, fornecedores, redes de venda e distribuição, acionistas e coletividade. Do ponto de vista ético,
a organização que exerce sua responsabilidade social
procura respeitar e cuidar da comunidade, melhorar
a qualidade de vida, modificar atitudes e comportamentos através da educação e da cultura, conservar
a vitalidade da terra e a biodiversidade, gerar uma
consciência nacional para integrar desenvolvimento
e conservação, ou seja, promover o desenvolvimento
sustentável, o bem-estar e a qualidade de vida. Diz-se
tb. responsabilidade social corporativa ou RSC.
V. ecossistema social, ética corporativa, empresa
cidadã e marketing social.
(BARBOSA, Gustavo e RABAÇA, Carlos Alberto. 2.ed. rev. e atualizada.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2001 − 10ª reimpressão, p. 639-40)
(Analista – TRT/16ª – 2014 – FCC)
Para que o leitor leigo tenha acesso adequado a
todas as informações que o texto acima disponibiliza,
basta que, após a sua leitura, cumpra as remissões
indicadas; são remissões indicadas as que estão
expressas nos segmentos iniciados por Diz-se tb.
e V.
II. Para o entendimento do verbete deste dicionário
especializado, contrariamente ao que ocorre com
os verbetes dos dicionários da língua portuguesa,
é imprescindível que o leitor se aproprie de todas
as convenções utilizadas na obra; neste caso, que
saiba que “mk” significa “marketing” e que “rp” significa “relações públicas”.
I.
(B) II.
(C) III.
(D) I
e II.
e III.
I: incorreta. “Diz-se tb.” Introduz os sinônimos da expressão definida
pelo dicionário. As remissões são unicamente as palavras introduzidas por “V.” (abreviatura de vide); II: incorreta. Não é absolutamente
necessário o conhecimento dessas abreviaturas para a compreensão
da definição exposta pelo dicionário. Conhecê-las aumenta o alcance da
obra, mas não afasta o leitor comum do conhecimento ali disseminado;
III: correta. A afirmação descreve acertadamente a estrutura utilizada
pelo dicionário para definir o verbete em questão.
(Analista – TRT/16ª – 2014 – FCC)
verbete:
Infere-se corretamente do
(A) Políticas e práticas socialmente responsáveis são de
competência constitutiva de empresas e de qualquer
instituição.
(B) Valores e exemplos que influenciam os diversos
segmentos que constituem uma comunidade neutralizam os impactos deletérios de empresas instaladas
no entorno dessa comunidade.
(C) É dever de empresas, por determinação legal, a
organização de um sistema que, incluindo os seres
vivos e o ambiente, garanta inter-relacionamento
harmônico entre todos os envolvidos.
(D) É pressuposto que uma empresa participe da geração de empregos, impostos e lucros.
(E) É inerente à atividade empresarial atuar no meio
ambiente de forma absolutamente responsável e
ética.
A: incorreta. A responsabilidade social, segundo o texto, é uma característica de algumas empresas e instituições que veem sua posição no
mercado de forma diferenciada, com o dever de zelar pela qualidade
do meio ambiente em paralelo aos seus interesses econômicos; B:
incorreta. Não se pode concluir isso de nenhuma passagem do texto;
C: incorreta. Não há qualquer obrigação legal para tanto. A responsabilidade social é uma conduta opcional por parte das empresas e
organizações; D: correta. “Pressuposto”, aqui, foi utilizado no sentido
de “fato”, “informação inconteste”. Não se discute que a empresa deve
gerar empregos, impostos e lucros. Isso já está pressuposto. O que elas
também podem fazer é agir com responsabilidade social; E: incorreta,
conforme comentários às alternativas anteriores.
Gabarito “D”
Leia com atenção o verbete abaixo, transcrito do Dicionário de comunicação, e as assertivas que o seguem.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A)I.
Gabarito “C”
Atenção: Para responder às questões abaixo, considere
o texto de Barbosa e Rabaça.
O verbete, neste dicionário especializado, é aberto
por uma expressão; a sinonímia, igualmente assentada em expressão, é relevante nessa estrutura de
vocabulário técnico.
Leia o texto, para responder às questões seguintes.
Ser gentil é um ato de rebeldia. Você sai às ruas e
insiste, briga, luta para se manter gentil. O motorista
quase te mata de susto buzinando e te xingando porque
você usou a faixa de pedestres quando o sinal estava
fechado para ele. Você posta um pensamento gentil nas
redes sociais apesar de ler dezenas de comentários
xenofóbicos, homofóbicos, irônicos e maldosos sobre
tudo e todos. Inclusive você. Afinal, você é obviamente
um idiota gentil.
Há teorias evolucionistas que defendem que as sociedades com maior número de pessoas altruístas sobreviveram por mais tempo por serem mais capazes de
manter a coesão. Pesquisadores da atualidade dizem,
baseados em estudos, que gestos de gentileza liberam
substâncias que proporcionam prazer e felicidade.
Mas gentileza virou fraqueza. É preciso ser macho
pacas para ser gentil nos dias de hoje. Só consigo
associar a aversão à gentileza à profunda necessidade
de ser – ou parecer ser – invencível e bem-sucedido.
Nossas fragilidades seriam uma vergonha social. Um
empecilho à carreira, ao acúmulo de dinheiro.
Não ter tempo para gentilezas é bonito. É justificável
diante da eterna ambivalência humana: queremos ser
bons, mas temos medo. Não dizer bom-dia significa que
você é muito importante. Ou muito ocupado. Humilhar
os que não concordam com suas ideias é coisa de
gente forte. E que está do lado certo. Como se houvesse um lado errado. Porque, se nenhum de nós abrir
a boca, ninguém vai reparar que no nosso modelo de
felicidade tem alguém chorando ali no canto. Porque
ser gentil abala sua autonomia. Enfim, ser gentil está
fora de moda. Estou sempre fora de moda. Querendo
falar de gentileza, imaginem vocês! Pura rebeldia. Sair
por aí exibindo minhas vulnerabilidades e, em ato de
pura desobediência civil, esperar alguma cumplicidade.
Deve ser a idade.
(Ana Paula Padrão, Gentileza virou fraqueza. Disponível em:
<http://www.istoe.com.br>. Acesso em: 27 jan 2015. Adaptado)
Cada um fala como quer, ou como pode, ou como acha
que pode. Ainda ontem me divertiu este trechinho de
crônica do escritor mineiro Humberto Werneck, de seu
livro Esse inferno vai acabar:
“– Meu cabelo está pendoando – anuncia a prima,
apalpando as melenas.
Tenho anos, décadas de Solange, mas confesso
que ela, com o seu solangês, às vezes me pega
desprevenido.
– Seu cabelo está o quê?
– Pendoando – insiste ela, e, com a paciência de quem
explica algo elementar a um total ignorante, traduz:
– Bifurcando nas extremidades.
É assim a Solange, criatura para a qual ninguém
morre, mas falece, e, quando sobrevém esse infausto
acontecimento, tem seu corpo acondicionado num
ataúde, num esquife, num féretro, para ser inumado em
alguma necrópole, ou, mais recentemente, incinerado
em crematório. Cabelo de gente assim não se torna
vulgarmente quebradiço: pendoa.”
Isso me fez lembrar uma visita que recebemos em casa,
eu ainda menino. Amigas da família, mãe e filha adolescente vieram tomar um lanche conosco. D. Glorinha,
a mãe, achava meu pai um homem intelectualizado e
caprichava no vocabulário. A certa altura pediu ela a
mim, que estava sentado numa extremidade da mesa:
- Querido, pode alcançar-me uma côdea desse pão?
Por falta de preparo linguístico não sabia como atender
a seu pedido. Socorreu-me a filha adolescente:
7
- Ela quer uma casquinha do pão. Ela fala sempre assim
na casa dos outros.
A mãe ficou vermelha, isto é, ruborizou, enrubesceu,
rubificou, e olhou a filha com reprovação, isto é,
dardejou-a com olhos censórios.
Veja-se, para concluir, mais um trechinho do Werneck:
“Você pode achar que estou sendo implicante,
metido a policiar a linguagem alheia. Brasileiro é
assim mesmo, adora embonitar a conversa para
impressionar os outros. Sei disso. Eu próprio já
andei escrevendo sobre o que chamei de ruibarbosismo: o uso de palavreado rebarbativo como forma
de, numa discussão, reduzir ao silêncio o interlocutor ignaro. Uma espécie de gás paralisante verbal.”
(Cândido Barbosa Filho, inédito)
(Analista – TRT/1ª – 2012 – FCC) No contexto, as frases “Meu
cabelo está pendoando” e “pode alcançar-me uma
côdea desse pão” constituem casos de
(A) usos opostos de linguagem, já que a completa infor-
malidade da primeira contrasta com a formalidade
da segunda.
(B) usos similares de linguagem, pois em ambas o intento
é valorizar o emprego de vocabulário pouco usual.
(C) intenção didática, já que ambas são utilizadas para
exemplificar o que seja uma má construção gramatical.
(D) usos similares de linguagem, pois predomina em
ambas o interesse pela exatidão e objetividade da
comunicação.
(E) usos opostos de linguagem, pois a perfeita correção
gramatical de uma contrasta com os deslizes da
outra.
A: incorreta. O uso da linguagem nos dois trechos é idêntico, focado
exclusivamente na formalidade; B: correta. Nos respectivos contextos,
os dois personagens querem demonstrar o domínio do vocabulário; C:
incorreta. As construções estão gramaticalmente perfeitas; D: incorreta.
O uso de palavras pouco conhecidas traz prejuízos à objetividade da
comunicação, porque aumenta o risco do receptor não compreender
a mensagem; E: incorreta. Mais uma vez, as construções atendem a
todos os preceitos da gramática.
Gabarito “B”
6
A mãe ficou vermelha, isto
é, ruborizou, enrubesceu, rubificou, e olhou a filha com
reprovação, isto é, dardejou-a com olhos censórios.
(Analista – TRT/1ª – 2012 – FCC)
A expressão isto é, nos dois empregos realçados na
frase acima,
(A) introduz
a conclusão de que o significado das falas
corriqueiras se esclarece mediante uma elaborada
sinonímia.
(B) inicia a tradução adequada de um enunciado anterior
cuja significação se mostrara bastante enigmática.
(C) funciona como os dois pontos na frase Cabelo de gente
assim não se torna vulgarmente quebradiço: pendoa.
(D) introduz uma enumeração de palavras que seriam
evitadas pela prima Solange, levando-se em conta
o que diz dela o cronista Werneck.
(E) inicia uma argumentação em favor da simplificação
da linguagem, de modo a evitar o uso de palavreado
rebarbativo.
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
(1º parágrafo)
(B) para ser inumado em alguma necrópole e incinerado
em crematório. (7º parágrafo)
que recebemos em casa e eu ainda menino.
(8º parágrafo)
(D) achava meu pai um homem intelectualizado e caprichava no vocabulário. (8º parágrafo)
(E) olhou a filha com reprovação e dardejou-a com
(C) visita
A: incorreta. A relação é de alternância (uma coisa ou outra); B: incorreta. A relação é de adição (uma coisa e outra); C: incorreta. A relação
é de temporalidade (a segunda oração indica o momento em que a
primeira aconteceu); D: correta. Realmente, a personagem “caprichava
no vocabulário” porque achava o outro intelectualizado; E: incorreta. A
relação é de sinonímia (as palavras têm sentido equivalente).
Gabarito “D”
Economia religiosa
Concordo plenamente com Dom Tarcísio Scaramussa,
da CNBB, quando ele afirma que não faz sentido nem
obrigar uma pessoa a rezar nem proibi-la de fazê-lo. A
declaração do prelado vem como crítica à professora
de uma escola pública de Minas Gerais que hostilizou
um aluno ateu que se recusara a rezar o pai-nosso
em sua aula.
É uma boa ocasião para discutir o ensino religioso
na rede pública, do qual a CNBB é entusiasta. Como
ateu, não abraço nenhuma religião, mas, como liberal,
não pretendo que todos pensem do mesmo modo.
Admitamos, para efeitos de argumentação, que seja
do interesse do Estado que os jovens sejam desde
cedo expostos ao ensino religioso. Deve-se então
perguntar se essa é uma tarefa que cabe à escola
pública ou se as próprias organizações são capazes
de supri-la, com seus programas de catequese,
escolas dominicais etc.
A minha impressão é a de que não faltam oportunidades para conhecer as mais diversas mensagens
religiosas, onipresentes em rádios, TVs e também nas
ruas. Na cidade de São Paulo, por exemplo, existem
mais templos (algo em torno de 4.000) do que escolas
públicas (cerca de 1.700). Creio que aqui vale a regra
econômica, segundo a qual o Estado deve ficar fora
das atividades de que o setor privado já dá conta. Outro
ponto importante é o dos custos. Não me parece que
faça muito sentido gastar recursos com professores de
(Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) No que diz respeito ao ensino
religioso na escola pública, o autor mantém-se
(A) esquivo, pois arrola tanto argumentos que defendem
a obrigatoriedade como o caráter facultativo da
implementação desse ensino.
(B) intransigente, uma vez que enumera uma série
de razões morais para que se proíba o Estado de
legislar sobre quaisquer matérias religiosas.
(C) pragmático, já que na base de sua argumentação
contra o ensino religioso na escola pública estão
razões de ordem jurídica e econômica.
(D) intolerante, dado que deixa de reconhecer, como
ateu declarado, o direito que têm as pessoas de
decidir sobre essa matéria.
(E) prudente, pois evita pronunciar-se a favor da obrigatoriedade desse ensino, lembrando que ele já vem
sendo ministrado por muitas entidades.
Sobre o tema, o autor prefere manter uma posição pragmática, determinada a partir de sua opção de não usar argumentos pessoais baseados
em seu ateísmo. Sua visão é de natureza objetiva e mensurável, valendo-se de argumentos econômicos (custos e administração da receita
pública) e jurídicos (direito à liberdade religiosa).
(Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) Atente para estas afirmações:
I.
Ao se declarar um cidadão ao mesmo tempo ateu
e liberal, o autor enaltece essa sua dupla condição
pessoal valendo-se do exemplo da própria CNBB.
II. A falta de oportunidade para se acessarem mensagens religiosas poderia ser suprida, segundo o autor,
pela criação de redes de comunicação voltadas para
esse fim.
III. Nos dois últimos parágrafos, o autor mostra não
reconhecer nem legitimidade nem prioridade para
a implementação do ensino religioso na escola
pública.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em
(A) I,
II e III.
e II, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) I e III, apenas.
(E) III, apenas.
(B) I
I: incorreta. Para tentar não macular sua análise, o autor pretende afastar
essas condições, principalmente o ateísmo, de sua argumentação; II:
incorreta. O autor expõe a profusão de mensagens religiosas que nos
bombardeia, não sendo necessária sua expansão; III: correta. Trata-se
da ideia principal defendida pelo autor: não cabe ao Estado custear o
ensino religioso, muito menos diante da situação deficitária de outras
áreas, como português e matemática.
Gabarito “E”
(A) Cada um fala como quer e ou como acha que pode.
(Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, 06/04/2012)
(A) o
ensino religioso demanda profissionais altamente
qualificados, que o Estado não teria como contratar.
(B) a bancada religiosa, tal como qualificada no último
parágrafo, partilha do mesmo radicalismo de Dom
Tarcísio Scaramussa.
(C) as instituições públicas de ensino devem complementar o que já fazem os templos, a exemplo do
que ocorre na cidade de São Paulo.
(D) o aprendizado de uma religião não requer instrução
tão especializada como a que exigem as ciências
exatas.
(E) os membros da bancada religiosa, sobretudo os
liberais, buscam favorecer o setor privado na implementação do ensino religioso.
A: incorreta. O autor não entra no critério da qualificação dos professores de religião, apenas aponta que sua contratação não pode
ser prioridade; B: incorreta. Em sua fala, Dom Tarcísio mostrou-se
ponderado, reconhecendo o direito ao ateísmo. Não há nada de radical
em suas palavras; C: incorreta. O autor defende exatamente o oposto:
que o ensino religioso fique adstrito aos templos, que já se encontram
em maior número do que as escolas públicas na cidade de São Paulo;
D: correta. É o que se depreende da passagem: “Ao contrário do que
se dá com a religião, é difícil aprender física na esquina”; E: incorreta.
Não se pode confundir os religiosos com os liberais e, além disso,
segundo o autor, os primeiros conseguiram alterar a legislação para
criar a obrigação do Estado custear o ensino religioso.
Tenho dúvidas, porém, de que o foco das ações deva
ser o combate ao que dom Odilo Scherer, numa entrevista, chamou de terceirização e comercialização da
saúde. É verdade que colocar um preço em procedimentos médicos nem sempre leva ao melhor dos desfechos, mas é igualmente claro que consultas, cirurgias
e drogas têm custos que precisam ser gerenciados.
Ignorar as leis de mercado, como parece sugerir dom
Odilo, provavelmente levaria o sistema ao colapso,
prejudicando ainda mais os pobres.
Para o religioso, é “a dignidade do ser humano” que
deve servir como critério moral na tomada de decisões
relativas a vida e morte. O problema com a “dignidade”
é que ela é subjetiva demais. A pluralidade de crenças
e preferências do ser humano é tamanha que o termo
pode significar qualquer coisa, desde noções banais,
como não humilhar desnecessariamente o paciente
(forçando-o, por exemplo, a usar aqueles horríveis
aventais vazados atrás), até a adesão profunda a
um dogma religioso (há confissões que não admitem
transfusões de sangue).
Numa sociedade democrática não podemos simplesmente apanhar uma dessas concepções e elevá-la a
valor universal. E, se é para operar com todas as noções
possíveis, então já não estamos falando de dignidade,
mas, sim, de respeito à autonomia do paciente, conceito
que a substitui sem perdas.
(Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, março/2012)
(Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) Considerando-se o contexto,
traduz-se adequadamente um segmento em:
do prelado vem como crítica (1º parágrafo) = o pronunciamento do dignitário eclesiástico
surge como censura
(B) Admitamos, para efeitos de argumentação (2º parágrafo) = Consignemos, a fim de especulação
(C) sejam desde cedo expostos ao ensino religioso (2º
parágrafo) = venham prematuramente a expor-se
no ensino clerical
(D) onipresentes em rádios (3º parágrafo) = discriminadas por emissoras de rádio
(E) não poderia representar ônus (5º parágrafo) = implicaria que se acarretasse prejuízo
(A) A declaração
A: correta. Todos os sinônimos atribuídos traduzem perfeitamente o
trecho original; B: incorreta. “Especulação”, nesse caso, é sinônimo
de “afirmação sem fundamento”, o que se contrapõe diretamente a
“argumentação”; C: incorreta. “Prematuro” não é sinônimo de “cedo”,
é aquilo que veio antes do tempo programado, antes de estar maduro
(“pré + maturidade”); D: incorreta. “Onipresente” é aquilo que está
em todos os lugares. “Discriminado” é sinônimo de “especificado”;
E: incorreta. “Ônus” é sinônimo de “dever”, não está necessariamente
relacionado a “prejuízo”.
Fora com a dignidade
Acho ótimo que a Igreja Católica tenha escolhido a
saúde pública como tema de sua campanha da fraternidade deste ano. Todas as burocracias – e o SUS não
é uma exceção – têm a tendência de acomodar-se e, se
não as sacudirmos de vez em quando, caem na abulia.
É bom que a Igreja use seu poder de mobilização para
cobrar melhorias.
9
(Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) Ao mesmo tempo em que
reconhece a importância de a Igreja Católica ter escolhido a saúde como tema da campanha da fraternidade,
o autor NÃO aprova que o foco das ações deva ser,
como propõe dom Odilo Scherer,
o apoio às iniciativas que valorizem sobretudo os
serviços terceirizados no campo da saúde.
(B) a franca resistência às iniciativas comerciais que
subordinam as questões da saúde às leis do mercado.
(C) a transferência de responsabilidades na área da
saúde, de modo a privilegiar as empresas mais
habilitadas.
(D) a estatização dos serviços essenciais, a fim de
harmonizar o interesse público e as leis do livre
mercado.
(E) a clara demarcação entre o que compete ao Estado
e o que compete à iniciativa privada, na área da
saúde.
(A)
O autor condena a posição do clérigo de atacar a “terceirização e comercialização da saúde”. Isso significa que, para a Igreja, os serviços de
saúde não podem ser transferidos para a iniciativa privada, porque não
deveriam se submeter às leis do mercado. Para Dom Odilo Scherer, o
princípio norteador da saúde pública deve ser unicamente a dignidade
da pessoa, critério combatido pelo articulista.
Gabarito “B”
uma relação de causa e
efeito entre estas duas formulações:
Até 1997, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
acertadamente estabelecia que o ensino religioso nas
escolas oficiais não poderia representar ônus para os
cofres públicos. A bancada religiosa emendou a lei para
empurrar essa conta para o Estado. Não deixa de ser
um caso de esmola com o chapéu alheio.
Pode-se inferir, com base
numa afirmação do texto, que
(Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC)
Gabarito “A”
Gabarito “C”
(Analista – TRT/1ª – 2012 – FCC) Há
religião, quando faltam os de matemática, português
etc. Ao contrário do que se dá com a religião, é difícil
aprender física na esquina.
Gabarito “C”
A: incorreta. A expressão “isto é” foi utilizada para indicar a correção,
a retificação pelo autor do uso de uma palavra comum, enumerando
os sinônimos rebuscados que as personagens usariam; B: incorreta.
O enunciado anterior é bastante claro. Na verdade, trata-se de uma
brincadeira do autor consistente em transformar um texto claro,
com palavras usuais, nas construções complexas utilizadas pelas
personagens; C: correta. Realmente, os dois-pontos têm a mesma
função da expressão “isto é”, já debatida nos comentários anteriores; D: incorreta. As palavras enumeradas são aquelas que seriam
utilizadas pelas personagens que preferem o palavreado rebuscado;
E: incorreta. O efeito é justamente o inverso: as palavras enumeradas
são mais complexas do que aquelas usadas anteriormente, causando
uma complicação da linguagem.
Gabarito “D”
8
(Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC)
afirmações:
I.
Atente para as seguintes
O título do texto é inteiramente irônico, pois ao longo
dele o autor valoriza, exatamente, o que costuma
ser definido como “a dignidade do ser humano”.
Em relação ao texto, está correto APENAS o que se
afirma em
(A) I
aceitação de um rígido preceito
(E) elevá-la a valor universal (4º parágrafo) = reconhecê-la como plenamente aceitável
A: incorreta. “Reiterar” é sinônimo de “repetir”; B: incorreta. “Amiúde”
é sinônimo de “frequentemente”; C: incorreta. “Ratificação” é sinônimo
de “confirmar”, “atestar”; D: correta. Os sinônimos estão perfeitamente
empregados; E: incorreta. “Elevar” e “reconhecer” não são propriamente
sinônimos. Porém, em sentido conotativo, a substituição proposta
manteria o sentido do trecho original a nosso ver. Assim, entendemos
que ela também deve ser considerada correta.
Gabarito “D”
e II
e III
(E) II
I: incorreta. Não há ironia. O autor pretende justamente afastar o
conceito vago de “dignidade da pessoa” e reconhecer a autonomia do
paciente para tomar as suas decisões; II: incorreta. Muito ao contrário,
o autor critica a pluralidade religiosa sob o argumento de que cada
uma delas estabelece um conceito de “dignidade” e pretende elevá-lo
ao patamar de verdade absoluta. Como remédio, sugere o critério da
autonomia do paciente, que não é mencionado por nenhuma crença;
III: correta. É precisamente sobre esse ponto que se assenta a argumentação do autor.
Gabarito “C”
(Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) A frase em que se afirma
uma posição inteiramente contrária às convicções do
autor do texto é:
(A) Em
virtude de se apoiar na subjetividade humana,
o conceito de dignidade não se determina de modo
claro e insofismável.
(B) A variedade das reações e interdições que as
crenças impõem a tratamentos de saúde indica a
pluralidade dos valores subjetivos.
(C) Os mais pobres seriam os mais prejudicados, caso
se levasse a efeito alguma proposta baseada na
posição de dom Odilo Scherer.
(D) Ignorar todas as leis de mercado, na área da saúde,
redunda na impossibilidade de funcionamento do
sistema.
(E) Numa sociedade democrática, o gerenciamento de
custos na área da saúde não pode levar em conta
as leis do mercado.
Todas as alternativas são paráfrases do texto, expressando ideias que
nele são defendidas pelo autor, com exceção da letra “E” (que deve
ser assinalada). O autor defende que, dada a impossibilidade de se
reconhecer um critério universal sobre a dignidade, cabe ao paciente
determinar de forma autônoma como, quando e com quem quer se
tratar, impondo-se ao setor da saúde o respeito às leis da oferta e
da demanda.
Gabarito “E”
(Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) Considerando-se o contexto,
traduz-se adequadamente o sentido de um segmento
em:
a tendência de acomodar-se (1º parágrafo) =
reiteram uma conciliação
(B) nem sempre leva ao melhor dos desfechos (2º parágrafo) = amiúde vai ao encontro dos seus objetivos
(C) têm custos que precisam ser gerenciados (2º parágrafo) = há os ônus que requerem ratificação
(A) têm
É verdade que colocar um
preço em procedimentos médicos nem sempre leva ao
melhor dos desfechos.
(Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC)
O sentido essencial e a correção da frase acima
mantêm-se na seguinte construção:
(A) Nem
sempre é certo que a melhor finalidade se
alcança através de procedimentos médicos aos
quais incorre um determinado preço.
(B) Nada garante, de fato, que estipular um pagamento
por procedimentos médicos implique a melhor solução de um caso.
(C) Uma ótima conclusão não é simplesmente obtida
em favor de se haver afixado um preço aos procedimentos médicos.
(D) A despeito de se estipular um preço para procedimentos médicos, não é usual que cheguem a um
termo satisfatório.
(E) Pela razão de se taxar procedimentos médicos não
redunda automaticamente no melhor dos benefícios.
A: incorreta. Houve alteração de sentido na paráfrase. O trecho
original é mais amplo, fala da precificação dos procedimentos médicos de forma geral, enquanto a alternativa é mais restrita, fala do
tratamento com uma determinada finalidade; B: correta. A paráfrase,
além de preservar o sentido original, atende a todos os preceitos
gramaticais; C: incorreta. A redação está incoerente, ela não faz
sentido; D: incorreta. Houve alteração de sentido na paráfrase. A
locução conjuntiva “a despeito de” tem valor concessivo, ideia que
não está presente no trecho original; E: incorreta. A redação está
incoerente aqui também. Melhor seria dizer: “A taxação de procedimentos médicos não redunda...”.
(Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) No contexto do 4º parágrafo,
o segmento conceito que a substitui sem perdas deve
ser entendido mais explicitamente como:
(A) A dignidade é substituída, sem perdas, pelo conceito
de autonomia do paciente.
dignidade substitui, sem perdas, o conceito de
autonomia do paciente.
(C) A autonomia do paciente deve ser substituída, sem
perdas, pela dignidade dele.
(D) Substituem-se, sem perdas, tanto o conceito de
dignidade como o de autonomia do paciente.
(E) A autonomia do paciente só será substituída sem
perdas no caso de haver nele dignidade.
(B) A
O trecho em destaque indica que, para o autor, a autonomia do paciente
traz mais vantagens para esse do que a amplitude da dignidade. Portanto, a segunda deve ser substituída pela primeira.
Gabarito “A”
(C) III
Gabarito “B”
(B) II
(D) I
(D) adesão profunda a um dogma (3º parágrafo) = plena
O mito napoleônico baseia-se menos nos méritos de
Napoleão do que nos fatos, então sem paralelo, de sua
carreira. Os homens que se tornaram conhecidos por
terem abalado o mundo de forma decisiva no passado
tinham começado como reis, como Alexandre, ou patrícios, como Júlio César, mas Napoleão foi o “pequeno
cabo” que galgou ao comando de um continente pelo
seu puro talento pessoal. Todo homem de negócios
daí em diante tinha um nome para sua ambição: ser −
os próprios clichês o denunciam − um “Napoleão das
finanças” ou “da indústria”. Todos os homens comuns
ficavam excitados pela visão, então sem paralelo, de
um homem comum maior do que aqueles que tinham
nascido para usar coroas. Em síntese, foi a figura com
que todo homem que partisse os laços com a tradição
podia se identificar em seus sonhos.
Para os franceses ele foi também algo bem mais simples: o mais bem-sucedido governante de sua longa
história. Triunfou gloriosamente no exterior, mas, em
termos nacionais, também estabeleceu ou restabeleceu
o mecanismo das instituições francesas como existem
hoje. Ele trouxe estabilidade e prosperidade a todos,
exceto para os 250 mil franceses que não retornaram
de suas guerras, embora até mesmo para os parentes
deles tivesse trazido a glória. Sem dúvida, os britânicos
se viam como lutadores pela causa da liberdade contra
a tirania; mas em 1815 a maioria dos ingleses era mais
pobre do que o fora em 1800, enquanto a maioria dos
franceses era quase certamente mais rica.
Ele destruíra apenas uma coisa: a Revolução de 1789,
o sonho de igualdade, liberdade e fraternidade, do povo
se erguendo na sua grandiosidade para derrubar a
opressão. Este foi um mito mais poderoso do que o dele,
pois, após a sua queda, foi isto e não a sua memória
que inspirou as revoluções do século XIX, inclusive em
seu próprio país.
(Adaptado de Eric. J. Hobsbawm. A era das revoluções − 1789-1848.
7ª ed. Trad. de Maria Tereza Lopes Teixeira e Marcos Penchel.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989, p.93-4)
(Analista – TRT9 – 2012 – FCC)
Segundo o autor,
(A) a
figura de Napoleão passou a exercer forte apelo
no campo do imaginário, servindo de modelo de
inaudita superação da condição social.
(B) os franceses descartam assumir Napoleão como
modelo, buscando valorizar tão somente a sua
participação na revolução de 1789.
(C) os parentes dos milhares de franceses mortos nas
guerras napoleônicas relevaram a perda dos familiares em função da grande prosperidade trazida por
Napoleão.
(D) a Revolução de 1789 foi um mito menos relevante
do que o de Napoleão, pois as obras deste permanecem vivas e aquela não teria sido mais que um
sonho.
(E) os méritos pessoais de Napoleão nada têm a ver
com o mito que se criou em torno de sua figura, surgido apenas de sua trajetória casualmente vitoriosa.
A: correta. A ideia principal do texto é refletir sobre as razões de Napoleão ter se tornado um mito. Segundo o autor, isso se deu por força
da origem humilde do líder corso, que superou essa condição para se
tornar comandante de todo o continente; B: incorreta. Para os franceses,
Napoleão foi o mais bem-sucedido governante de sua história; C: incorreta. O texto não fala em perdão dos parentes, diz apenas que mesmo
para os mortos nas guerras Napoleão trouxe a glória; D: incorreta. O
último parágrafo do texto diz exatamente o inverso; E: incorreta. O autor
defende que Napoleão teve méritos em suas conquistas, porém esses
não foram a parcela determinante dos resultados.
(Analista – TRT9 – 2012 – FCC) Considerando-se o contexto,
o segmento cujo sentido está adequadamente expresso
em outras palavras é:
os laços com a tradição = quebrasse o
condão sagrado
(B) galgou ao comando de um continente = sobrelevou
o ordenamento europeu
(C) pela causa da liberdade contra a tirania = pelo motivo
da insubmissão versus rigorismo
(D) os próprios clichês o denunciam = os próprios
lugares-comuns o evidenciam
(E) o mecanismo das instituições francesas = a articulação dos institutos galeses
(A) partisse
A: incorreta. Melhor seria “histórico” no lugar de “sagrado”; B: incorreta. “Sobrelevar” é sinônimo de “suplantar”, “vencer”, ao passo que
“galgar” é sinônimo de “subir”; C: incorreta. “Tirania” é o governo
autoritário de uma só pessoa, o que não se confunde com o rigor,
maior ou menor, com o qualquer governo pode tratar seus súditos; D:
correta. Os sinônimos estão perfeitamente empregados; E: incorreta.
“Instituição”, sinônimo de “entidade”, não se confunde com “instituto”,
sinônimo de “ato”, “procedimento”.
Gabarito “D”
III.
A despeito da pluralidade de crenças religiosas,
o autor acredita que a base de todas elas está no
que se pode definir como respeito à autonomia do
paciente.
O conceito de dignidade é questionado pelo autor,
que não o acolhe como uma concepção bem determinada e de valor universal.
11
Gabarito “A”
II.
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
10
--Em outubro de 1967, quando Gilberto Gil e Caetano
Veloso apresentaram as canções Domingo no parque
e Alegria, Alegria, no Festival da TV Record, logo houve
quem percebesse que as duas canções eram influenciadas pela narrativa cinematográfica: repletas de cortes,
justaposições e flashbacks. Tal suposição seria confirmada pelo próprio Caetano quando declarou que fora
“mais influenciado por Godard e Glauber do que pelos
Beatles ou Dylan”. Em 1967, no Brasil, o cinema era o
que havia de mais intenso e revolucionário, superando
o próprio teatro, cuja inquietação tinha incentivado os
cineastas a iniciar o movimento que ficou conhecido
como Cinema Novo.
O Cinema Novo nasceu na virada da década de 1950
para a de 1960, sobre as cinzas dos estúdios Vera
Cruz (empresa paulista que faliu em 1957 depois de
produzir dezoito filmes). “Nossa geração sabe o que
quer”, dizia o baiano Glauber Rocha já em 1963. Inspirado por Rio 40 graus e por Vidas secas, que Nelson
Pereira dos Santos lançara em 1954 e 1963, Glauber
Rocha transformaria, com Deus e o diabo na terra do
sol, a história do cinema no Brasil. Dois anos depois,
o cineasta lançou Terra em Transe, que talvez tenha
marcado o auge do Cinema Novo, além de ter sido uma
das fontes de inspiração do Tropicalismo.
A ponte entre Cinema Novo e Tropicalismo ficaria mais
evidente com o lançamento, em 1969, de Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade. Ao fazer o filme,
Joaquim Pedro esforçou-se por torná-lo um produto
estética do Cinema Novo, que marcou época no
Brasil, contribuiu para que surgisse, na cena musical,
o movimento conhecido como Tropicalismo.
(B) Embora o Cinema Novo não tenha conseguido
atingir suas metas comerciais, a qualidade estética
de suas obras era superior à das obras produzidas
pelo cinema comercial.
(C) A ampliação da televisão no Brasil, cuja audiência
foi sempre maior do que a do cinema, teve papel
determinante na derrocada do Cinema Novo.
(D) Como seus integrantes estavam comprometidos
com os problemas sociais e políticos do país, o
Cinema Novo suscitou polêmicas que levaram à
volta da censura.
(E) O Tropicalismo, movimento liderado por dissidentes
do Cinema Novo, se desenvolveu concomitantemente à decadência do teatro nacional.
A: correta. Podemos extrair essa conclusão principalmente do trecho “a
ponte entre o Cinema Novo e o Tropicalismo”, figura que indica a ligação
entre os dois movimentos; B: incorreta. Essa conclusão não pode ser
retirada do texto. O autor nada menciona sobre a qualidade dos filmes
comerciais; C: incorreta. Como o autor não aborda a televisão em seu
texto, essa conclusão não é válida; D: incorreta. Nada se diz sobre a
censura ou a atividade política dos integrantes do “Cinema Novo”; E:
incorreta. O Tropicalismo, segundo o autor, não é uma dissidência do
“Cinema Novo”, mas um movimento musical que dele sofreu influência.
Gabarito “A”
Fotografias
Toda fotografia é um portal aberto para outra dimensão:
o passado. A câmara fotográfica é uma verdadeira
máquina do tempo, transformando o que é naquilo que
já não é mais, porque o que temos diante dos olhos é
transmudado imediatamente em passado no momento
do clique. Costumamos dizer que a fotografia congela o
tempo, preservando um momento passageiro para toda
a eternidade, e isso não deixa de ser verdade. Todavia,
existe algo que descongela essa imagem: nosso olhar.
Em francês, imagem e magia contêm as mesmas cinco
letras: image e magie. Toda imagem é magia, e nosso
olhar é a varinha de condão que descongela o instante
aprisionado nas geleiras eternas do tempo fotográfico.
Toda fotografia é uma espécie de espelho da Alice do
País das Maravilhas, e cada pessoa que mergulha
nesse espelho de papel sai numa dimensão diferente e
vivencia experiências diversas, pois o lado de lá é como
o albergue espanhol do ditado: cada um só encontra
(A) I
e II.
e III.
(B) II
(C) I.
(D) II.
(E) III.
O segmento do texto que
ressalta a ação mesma da percepção de uma foto é:
(A) A câmara
(Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC)
fotográfica é uma verdadeira máquina do
tempo.
fotografia congela o tempo.
(C) nosso olhar é a varinha de condão que descongela
o instante aprisionado.
(D o significado de uma imagem muda com o passar
do tempo.
(E) Mas é difícil imaginar alguém que seja insensível à
magia de uma foto.
Discriminar ou discriminar?
(B) a
O autor argumenta que o olhar do observador é a única coisa capaz de
“descongelar o tempo” tornado estático pela fotografia. Essa mesma
ideia está contida na letra “C”, que deve ser assinalada, ressaltando o
fio condutor do texto.
(Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC) No contexto do último parágrafo, a referência aos vários níveis de percepção de
uma fotografia remete
(A) à
diversidade das qualidades intrínsecas de uma
foto.
(B) às diferenças de qualificação do olhar dos observadores.
(C) aos graus de insensibilidade de alguns diante de
uma foto.
(D) às relações que a fotografia mantém com as outras
artes.
(E) aos vários tempos que cada fotografia representa
em si mesma.
Ao comparar o olhar do fotógrafo com o ouvido do músico, o autor quer
destacar que, dependendo do conhecimento técnico do observador,
o resultado da interpretação da imagem é diferente porque saber as
nuances da imagem que outros não enxergam permite aprofundar-se
mais em seu significado.
Gabarito “B”
(A) A
Em relação ao texto, está correto o que se afirma
SOMENTE em
I: incorreta. Para o autor, o instante captado pela fotografia pertence,
imediatamente, ao passado; II: incorreta. A ideia é exatamente inversa:
afirmar que as peculiaridades de cada observador são determinantes na
interpretação da imagem; III: correta. O conhecimento técnico, segundo
o autor, permite uma análise mais profunda da fotografia do que aquela
observada somente por leigos.
(Adaptado de Pedro Vasquez, em Por trás daquela foto. São Paulo:
Companhia das Letras, 2010)
Depreende-se corretamente
Gabarito “C”
(Analista – TRT9 – 2012 – FCC)
Um fotógrafo profissional, conforme sugere o terceiro
parágrafo, vê não apenas uma foto, mas os recursos
de uma linguagem específica nela fixados.
(Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC)
afirmações:
I.
II.
Atente para as seguintes
Ao dizer, no primeiro parágrafo, que a fotografia
congela o tempo, o autor defende a ideia de que a
realidade apreendida numa foto já não pertence a
tempo algum.
No segundo parágrafo, a menção ao ditado sobre o
albergue espanhol tem por finalidade sugerir que o
olhar do observador não interfere no sentido próprio
e particular de uma foto.
Os dicionários não são úteis apenas para esclarecer
o sentido de um vocábulo; ajudam, com frequência,
a iluminar teses controvertidas e mesmo a incendiar
debates. Vamos ao Dicionário Houaiss, ao verbete
discriminar, e lá encontramos, entre outras, estas duas
acepções: a) perceber diferenças; distinguir, discernir;
b) tratar mal ou de modo injusto, desigual, um indivíduo
ou grupo de indivíduos, em razão de alguma característica pessoal, cor da pele, classe social, convicções etc.
Na primeira acepção, discriminar é dar atenção às
diferenças, supõe um preciso discernimento; o termo
transpira o sentido positivo de quem reconhece e considera o estatuto do que é diferente. Discriminar o certo
do errado é o primeiro passo no caminho da ética. Já na
segunda acepção, discriminar é deixar agir o preconceito, é disseminar o juízo preconcebido. Discriminar
alguém: fazê-lo objeto de nossa intolerância.
Diz-se que tratar igualmente os desiguais é perpetuar
a desigualdade. Nesse caso, deixar de discriminar (no
sentido de discernir) é permitir que uma discriminação
continue (no sentido de preconceito). Estamos vivendo
uma época em que a bandeira da discriminação se
apresenta em seu sentido mais positivo: trata-se de
aplicar políticas afirmativas para promover aqueles
que vêm sofrendo discriminações históricas. Mas há,
por outro lado, quem veja nessas propostas afirmativas
a forma mais censurável de discriminação... É o caso
das cotas especiais para vagas numa universidade
ou numa empresa: é uma discriminação, cujo sentido
positivo ou negativo depende da convicção de quem a
avalia. As acepções são inconciliáveis, mas estão no
mesmo verbete do dicionário e se mostram vivas na
mesma sociedade.
(Aníbal Lucchesi, inédito)
(Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC) A afirmação de que os dicionários podem ajudar a incendiar debates confirma-se,
no texto, pelo fato de que o verbete discriminar
(A) padece
de um sentido vago e impreciso, gerando
por isso inúmeras controvérsias entre os usuários.
(B) apresenta
um sentido secundário, variante de seu
sentido principal, que não é reconhecido por todos.
(C) abona tanto o sentido legítimo como o ilegítimo que
se costuma atribuir a esse vocábulo.
(D) faz pensar nas dificuldades que existem quando se
trata de determinar a origem de um vocábulo.
(E) desdobra-se em acepções contraditórias que correspondem a convicções incompatíveis.
Segundo o autor, a partir do momento em que a mesma palavra
possui sentidos completamente opostos, seu uso intensifica as
controvérsias sobre o tema, já que, ao menos junto ao dicionário,
ambos têm razão.
(Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC) Diz-se que tratar igualmente
os desiguais é perpetuar a desigualdade.
Da afirmação acima é coerente deduzir esta outra:
(A) Os
homens são desiguais porque foram tratados
com o mesmo critério de igualdade.
(B) A igualdade só é alcançável se abolida a fixação de
um mesmo critério para casos muito diferentes.
(C) Quando todos os desiguais são tratados desigualmente, a desigualdade definitiva torna-se aceitável.
(D) Uma forma de perpetuar a igualdade está em sempre
tratar os iguais como se fossem desiguais.
(E) Critérios diferentes implicam desigualdades tais que
os injustiçados são sempre os mesmos.
A dedução possível é aquela que percebe a crueldade da aplicação de
critérios idênticos para pessoas em situações diferentes. Escorar-se
exclusivamente na igualdade formal (tratamento igual para todos,
indistintamente) é fugir da justiça, que se baseia na busca pela
igualdade real (tratamento diferenciado para corrigir desigualdades
anteriores).
(Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC) Considerando-se o contexto,
traduz-se adequadamente o sentido de um segmento
em:
teses controvertidas (1º parágrafo) = amainar posições dubitativas.
(B) um preciso discernimento (2º parágrafo) = uma
arraigada dissuasão.
(C) disseminar o juízo preconcebido (2º parágrafo) =
dissuadir o julgamento predestinado.
(D) a forma mais censurável (3º parágrafo) = o modo
mais repreensível.
(E) As acepções são inconciliáveis (3º parágrafo) = as
versões são inatacáveis.
(A) iluminar
A: incorreta. “Iluminar” foi usado como sinônimo de “clarear”, “destacar”. “Amainar” é sinônimo de “tornar manso”; B: incorreta. “Preciso”
é sinônimo de “exato”, “objetivo”, e “discernimento” é sinônimo de
“compreensão”, “raciocínio”. Já “arraigada” é sinônimo de “enraizada”,
“estabelecida”, e “dissuasão” significa “convencer alguém a desistir”; C:
incorreta. “Disseminar” é sinônimo de “difundir”, “espalhar”, que não se
confunde com “dissuadir”, verbo relativo a “dissuasão”, vocábulo que
já exploramos na alternativa anterior; D: correta. Todos os sinônimos
foram usados corretamente; E: incorreta. “Inconciliáveis” são coisas que
não podem conviver. “Inatacável” é aquilo que não pode ser atacado,
que não pode ser atingido.
Gabarito “D”
(Adaptado de Eduardo Bueno. Brasil: uma história.
Ed. Leya, 2010. p. 408)
Variam, também, os níveis de percepção de uma
fotografia. Isso ocorre, na verdade, com todas as
artes: um músico, por exemplo, é capaz de perceber
dimensões sonoras inteiramente insuspeitas para os
leigos. Da mesma forma, um fotógrafo profissional lê
as imagens fotográficas de modo diferente daqueles
que desconhecem a sintaxe da fotografia, a “escrita da
luz”. Mas é difícil imaginar alguém que seja insensível
à magia de uma foto.
III.
13
Gabarito “B”
Incapaz de satisfazer plenamente as exigências do
mercado, o Cinema Novo deu os seus últimos suspiros
em fins da década de 1970 − período que marcou o
auge das potencialidades comerciais do cinema feito
no Brasil.
nele o que trouxe consigo. Além disso, o significado de
uma imagem muda com o passar do tempo, até para o
mesmo observador.
Gabarito “E”
afinado com a cultura de massa. “A proposição de
consumo de massa no Brasil é algo novo. A grande
audiência de TV entre nós é um fenômeno novo. É
uma posição avançada para o cineasta tentar ocupar
um lugar dentro dessa situação”, disse ele.
do texto:
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
Gabarito “E”
12
1: incorreta. Aflorar nesse contexto tem a acepção de “tornar-se visível”,
“dar a conhecer”. Desencadear é provocar uma reação súbita. Em um
primeiro momento pode-se imaginar que a substituição é possível,
porém devemos prestar atenção ao sujeito do verbo aflorar. Seu sujeito é
crise. A crise aflora nos picos de viagens. O pico de viagens desencadeia
a crise: “toda essa crise (...) aflora nos momentos de pico de viagens”.
A assertiva está incorreta.
Gabarito 1E
Atenção: Para responder à próxima questão, considere
o texto abaixo.
O cenário é o luxuoso resort Four Seasons. Sua decoração sofisticada, com colunas de mármore, lustres
monumentais de cristal e detalhes das escadarias em
ouro, atiça os olhos do turista. Câmera em punho, o
ímpeto de registrar o ambiente logo é interrompido
por um dos funcionários. “É proibido fotografar os
homens vestindo roupas brancas e as mulheres em
trajes pretos”, exclamou. Restrições desse tipo dentro
de um hotel internacional são, no mínimo, estranhas
aos olhos ocidentais. No entanto, quando o resort em
questão está localizado em Doha, capital do Catar, ter
cuidado com as fotos é apenas uma das milhares de
regras e imposições a serem respeitadas na cidade.
Nas ruas, nos museus ou nos shoppings de Doha,
sempre existe alguém para impedir os retratos. E se
você conseguir tirar uma foto escondido vai perceber
as pessoas cuidadosamente tampando o rosto. Isso
porque o Catar, país que acaba de ser eleito sede da
Copa do Mundo de 2022, vive sob os preceitos da
religião muçulmana. Lá, as mulheres não podem exibir seus rostos fora de suas residências e adotam as
burcas como traje. As menos tradicionais se escondem
apenas com lenços e véus.
(Natália Mestre, “A cidade dos contrastes”. ISTOÉ PLATINUM,
n. 22, Dezembro/Janeiro 2011, p. 72)
(TRT/4ª – 2011 – FCC)
texto:
Compreende-se corretamente do
(A) a exposição que o Catar recebeu na mídia depois de
ter sido eleito sede da Copa do Mundo de 2022 fez
que as normas da religião muçulmana se tornassem
mais rigorosas.
A: incorreta, o texto não diz isso. Infere-se que as normas da religião
mulçumana estão igualmente rigorosas; B: correta, reler o trecho: “Lá,
as mulheres não podem exibir seus rostos fora de suas residências
e adotam as burcas como traje. As menos tradicionais se escondem
apenas com lenços e véus.”; C: incorreta, pelo contrário, os limites
não são ínfimos, são extremos; D: incorreta, o texto não diz isso. De
acordo com o texto, Catar vive sob os preceitos da religião mulçumana que impõe algumas restrições; E: incorreta, não. De acordo
com o texto, “Nas ruas, nos museus ou nos shoppings de Doha,
sempre existe alguém para impedir os retratos. E se você conseguir
tirar uma foto escondido vai perceber as pessoas cuidadosamente
tampando o rosto.”
Atenção: para responder as duas questões seguintes,
considere o texto abaixo.
Nas décadas de 1930 e 40, enquanto eu crescia, o
desenhista de quadrinhos ocupava um lugar na hierarquia cultural não muito inferior àquele ocupado pelo
ator de cinema e pelo inventor. Walt Disney, Al Capp,
Peter Arno – quem, agora, poderia conquistar tanta
fama apenas com uma caneta de pena e um tinteiro?
(John Updike. “A mágica dos quadrinhos”. serrote: uma revista de
ensaios, ideias e literatura. n. 2, jul 2009. São Paulo:
Instituto Moreira Salles, p. 17)
Obs.: Al Capp e Peter Arno foram cartunistas americanos contemporâneos de Walt Disney.
(TRT/4ª – 2011 – FCC)
No excerto acima, o autor
(A) manifesta
que, embora com poucos recursos, os
desenhistas de quadrinhos de sua infância fascinavam o público.
(B) vale-se de uma pergunta retórica para expressar
sua crença: atualmente, quem não domina a alta
tecnologia não consegue distrair a plateia.
(C) critica o lugar de destaque que, no século passado,
era concedido aleatoriamente a atores de cinema e
inventores.
(D) favorece as lembranças de sua infância em prejuízo
de considerações sobre os quadrinhos.
(E) recorre ao ator de cinema e ao inventor para
demonstrar como desenhistas de quadrinhos foram
sempre desconsiderados na cultura americana.
Em resumo, o texto fala que na infância do autor (décadas de 1930 e
40), os cartunistas com recursos simples (“apenas com uma caneta de
pena e um tinteiro”) conseguiam ocupar uma boa posição na hierarquia
cultural. A: correta, é exatamente o que o autor diz em sua pergunta
(TRT/4ª – 2011 – FCC)
correto afirmar:
Sobre o que se tem no excerto, é
(A) Walt
Disney, Al Capp, Peter Arno é sequência que
descreve a hierarquia cultural citada, do posto mais
elevado para o menos elevado.
(B) tanta caracteriza a reputação dos desenhistas citados, tal como percebida pelo autor.
(C) apenas denota que o autor deprecia a produção de
muitos desenhistas de quadrinhos.
(D) Nas décadas de 1930 e 40 equivale a “Nas décadas
precedentes”.
(E) enquanto eu crescia marca o início da ação de
“ocupar”.
A: incorreta, não se trata de uma hierarquia, apenas de uma enumeração; B: correta, o autor valoriza a reputação dos desenhistas citados e
usa o termo tanta para intensificar o substantivo “fama”; C: incorreta,
o advérbio apenas não deprecia. Tem as acepções: exclusivamente,
somente; D: incorreta, seria “Nas décadas precedentes” se no texto
houvesse menção à década de 50. Não há. Então, a alternativa está
incorreta. E: “incorreta, enquanto eu crescia” indica a circunstância
do verbo ocupar, que tem como sujeito “o desenhista de quadrinhos”.
[Entre falar e escrever]
Antigamente os professores de ginásio* ensinavam a
escrever mandando fazer redações que puxavam insensivelmente para a grandiloquência, o preciosismo ou a
banalidade: descrever uma floresta, uma tempestade,
o estouro da boiada; comentar os males causados pelo
fumo, o jogo, a bebida; dizer o que pensa da pátria, da
guerra, da bandeira. Bem ou mal, íamos aprendendo,
sobretudo porque naquele tempo os professores tinham
tempo para corrigir os exercícios escritos (o meu
chegava a devolver os nossos com igual número de
páginas de observações e comentários a tinta vermelha;
que Deus o tenha no céu dos bons gramáticos). Mas
o efeito podia ser duvidoso. Lembre-se por analogia o
começo do romance S. Bernardo, de Graciliano Ramos.
O rústico fazendeiro Paulo Honório quer contar a própria
vida, mas sendo homem sem instrução, imagina um
método prático: contaria os fatos ao jornalista local e
este redigiria. No entanto... Leiamos:
O resultado foi um desastre. Quinze dias depois do
nosso primeiro encontro, o redator do jornal apresentou-me dois capítulos datilografados, tão cheios de besteiras que me zanguei: – Vá para o inferno, Gondim.
Você acanalhou o troço. Está pernóstico, está safado,
está idiota!
Há lá ninguém que fale dessa forma!
O jornalista observa então que “um artista não pode
escrever como fala”, e ante o espanto de Paulo Honório, explica:
– Foi assim que sempre se fez. A literatura é literatura,
seu Paulo. A gente discute, briga, trata de negócios
naturalmente, mas arranjar palavras com tinta é outra
coisa. Se eu fosse escrever como falo, ninguém me lia.
Então Paulo Honório põe mãos à obra do seu jeito,
“escreve como fala” e resulta o romance S. Bernardo,
um clássico de Graciliano Ramos.
(Adaptado de Antonio Candido, O albatroz e o chinês)
* Ginásio: antiga denominação de período escolar,
que hoje corresponde às quatro últimas séries do
ensino fundamental.
O autor do texto deixa ver
que seus professores no ginásio acabavam valorizando,
numa redação,
(Analista – TRT/20ª – 2011 – FCC)
(A) formas
concisas de expressão e ousada inventividade linguística.
(B) ostentação retórica e correta abordagem de temas
educativos e cívicos.
(C) valores morais edificantes e expressões em nível
bastante coloquial.
(D) rigorosa correção ortográfica e originalidade na
condução de temas polêmicos.
(E) o cultivo do pensamento autocrítico e discrição
quanto ao estilo praticado.
De acordo com o primeiro parágrafo, podemos identificar alguma
ostentação da retórica (“ensinavam a escrever mandando fazer redações
que puxavam insensivelmente para a grandiloquência, o preciosismo”),
a abordagem de temas educativos (“comentar os males causados pelo
fumo, o jogo, a bebida”) e a abordagem de temas cívicos (dizer o que
pensa da pátria, da guerra, da bandeira”). Não se pode afirmar se a
abordagem é correta ou não, como aponta a assertiva, porém é a melhor
opção, dentre as alternativas.
(Analista – TRT/20ª – 2011 – FCC) Ao lembrar que o efeito
podia ser duvidoso, o autor do texto está aventando a
hipótese de que, nas redações,
(A) as
banalidades decorriam do fato de os alunos não
terem aceitado as orientações dos professores.
(B) alguns fracassos originavam-se do fato de que os
temas eram por demais complexos para a faixa
etária dos alunos.
(C) expressavam-se muitas dúvidas quanto a ser mais
desejável a grandiloquência do que o despojamento
da linguagem.
(D) nem sempre era muito positivo o saldo final das
atividades exercidas pelos mestres e pelos alunos.
(E) o que parecia ser um defeito ou uma impropriedade
era, na verdade, o resultado de um excessivo domínio da língua.
A alternativa mais correta é “nem sempre era muito positivo”. Primeiro
Antonio Candido escreve: “ensinavam a escrever mandando fazer
redações que puxavam insensivelmente para a grandiloquência, o preciosismo ou a banalidade” e em seguida: “o efeito podia ser duvidoso”.
Infere-se que o saldo final das atividades nem sempre era positivo.
Gabarito “D”
A forma verbal “aflora” (l.4) poderia ser substituída
por desencadeia, sem prejuízo nem alteração do
sentido original do texto.
retórica “quem, agora, poderia conquistar tanta fama apenas com uma
caneta de pena e um tinteiro”; B: incorreta, não se pode inferir que a
crença dele seja: “quem não domina a alta tecnologia não consegue
distrair a plateia”, como a alternativa diz; C: incorreta, não existe essa
crítica, apenas a observação; D: incorreta, ao contrário do afirmado,
nesse excerto o autor favorece as considerações sobre os autores de
quadrinhos e não suas lembranças de infância; E: incorreta, é o aposto
do que se afirma nessa alternativa, o autor recorre ao ator de cinema
e ao inventor para mostrar a consideração que os cartunistas tinham
na cultura americana.
15
Gabarito “B”
Acerca dos aspectos estruturais e
dos sentidos do texto acima, julgue o item a seguir.
(STM – 2011 – CESPE)
as mulheres catarianas mais aferradas à
herança cultural, quanto as menos, costumam
observar o decoro preconizado pela religião que
impera em seu estado.
(C) turistas do mundo ocidental estranham, mas os limites à atuação dos turistas nos hotéis internacionais
de Doha são ínfimos, considerados os padrões dos
países orientais.
(D) Doha é a única cidade do Catar onde há milhares
de regras e imposições a serem respeitadas, entre
elas as que definem o ato de fotografar.
(E) à exceção do que ocorre no interior de luxuosos
hotéis, em Doha o turista pode tirar fotos, desde
que furtivamente e dando aos fotografados tempo
de tamparem o rosto.
Gabarito “B”
Nó dos aeroportos poderá ser desatado.
In: O Globo, 5/12/2010 (com adaptações).
(B) tanto
Gabarito “B”
A expressão caos aéreo já faz parte da linguagem
corrente quando o assunto é a aviação comercial brasileira.
A rigor, toda essa crise latente no sistema de terminais
4 aeroportuários – que aflora nos momentos de pico de viagens
e a qualquer maior instabilidade meteorológica em regiões chave
– já foi prevista há muito tempo. Não era preciso ser
7 médium para, mesmo antes do desastre com avião na
Amazônia no final de 2006, perceber que a leniência das
autoridades federais diante dos gargalos no setor iria, cedo ou
10 tarde, desembocar na atual situação: pistas saturadas, salas de
espera repletas, infraestrutura dos aeroportos, principalmente
os maiores, sobrecarregada.
Gabarito “A”
1
(1)
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
14
(A) I.
(Analista – TRE/TO – 2011 – FCC) Há exemplos de palavras ou
expressões empregadas no texto para retomar outras já
utilizadas sem repeti-las literalmente, como ocorre em:
(B) II.
(C) III.
(D) I
Releia o último período: “O documento afirma que Moscou deve
trabalhar com outras nações para preservar a “paz e a estabilidade”
na Antártida, mas salienta que o país tem de se posicionar para tirar
vantagem dos recursos naturais caso haja um desmembramento
territorial do continente.”
e II.
e III.
I.
(E) II
II.
I: correta, há o antagonismo entre “arranjar palavras com tinta” e
“escreve como fala”; II: correta, os antigos professores “ensinavam
a escrever mandando fazer redações que puxavam insensivelmente
para a grandiloquência, o preciosismo”. O primeiro trecho citado de
S. Bernardo diz: “– Vá para o inferno, Gondim. Você acanalhou o troço.
Está pernóstico, está safado, está idiota!”; III: incorreta, deduz-se que
a linguagem de Paulo Honório é direta e simples.
Gabarito “D”
De volta à Antártida
A Rússia planeja lançar cinco novos navios de pesquisa
polar como parte de um esforço de US$ 975 milhões
para reafirmar a sua presença na Antártida na próxima
década. Segundo o blog Science Insider, da revista
Science, um documento do governo estabelece uma
agenda de prioridades para o continente gelado até
2020. A principal delas é a reconstrução de cinco estações de pesquisa na Antártida, para realizar estudos
sobre mudanças climáticas, recursos pesqueiros e
navegação por satélite, entre outros. A primeira expedição da extinta União Soviética à Antártida aconteceu
em 1955 e, nas três décadas seguintes, a potência
comunista construiu sete estações de pesquisa no
continente. A Rússia herdou as estações em 1991, após
o colapso da União Soviética, mas pouco conseguiu
investir em pesquisa polar depois disso. O documento
afirma que Moscou deve trabalhar com outras nações
para preservar a “paz e a estabilidade” na Antártida,
mas salienta que o país tem de se posicionar para
tirar vantagem dos recursos naturais caso haja um
desmembramento territorial do continente.
III.
IV.
Atende corretamente ao enunciado da questão o que
está em
(A) I
e III, apenas.
e IV, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) I, II e IV, apenas.
(E) I, II, III e IV.
(B) I
I e III: “na Antártida na próxima década. Segundo o blog Science Insider,
da revista Science [o blog é da revista, não se pretende retomar um
termo já utilizado], um documento do governo estabelece uma agenda
de prioridades para o continente gelado até 2020.”; II: “O documento
afirma que Moscou deve trabalhar com outras nações”; IV: “A primeira
expedição da extinta União Soviética à Antártida aconteceu em 1955
e, nas três décadas seguintes, a potência comunista construiu sete
estações de pesquisa no continente.”
Atenção: para responder próximas questões, considere
o texto abaixo.
1
5
10
(Pesquisa Fapesp, dezembro de 2010, no 178, p. 23)
Em “paz e a estabilidade”,
na última frase do texto, o emprego das aspas
(Analista – TRE/TO – 2011 – FCC)
que esse segmento é transcrição literal do
documento do governo russo mencionado no início
do texto.
(B) sugere a desconfiança do autor do artigo com relação aos supostos propósitos da Rússia de manter
a paz na Antártida.
o continente gelado – a Antártida
Moscou – a Rússia
a revista Science – o blog Science Insider
a potência comunista – a União Soviética
15
(A) indica
20
Esta é uma história da Bossa Nova e dos
rapazes e moças que a fizeram, quando eles tinham
entre quinze e trinta anos. É também um livro que se
pretende o mais factual e objetivo possível. Evidente
que, tendo sido escrito por alguém que vem ouvindo
Bossa Nova desde que ela ganhou este nome (e que
nunca se conformou quando o Brasil começou a trocá-la
por exotismos), uma certa dose de paixão acabou se
intrometendo na receita − sem interferir, espero, pró ou
contra, na descrição da trajetória de qualquer personagem.
Os seres humanos, assim como os LPs, têm
lados A e B, e houve um esforço máximo para que
ambos fossem mostrados.
Para compor essa história, as informações foram
buscadas em primeira mão, entre os protagonistas,
coadjuvantes ou figurantes de cada evento aqui descrito,
citados na lista de agradecimentos. Toda informação
importante foi checada e rechecada com mais de
uma fonte. A natureza de certas informações torna
impossível que sejam especificadas como “entrevista
realizada no dia X, na cidade Y, com Fulano de Tal”,
porque isto seria a quebra de um preceito ético de
25
proteção à fonte. No caso de fontes que não se furtaram
a ser identificadas, estas são mencionadas no corpo do
texto. As histórias aqui incluídas levaram em conta
apenas a importância que tiveram no desenvolvimento
ou na carreira deste ou daquele artista ou da Bossa
Nova em conjunto.
(Ruy Castro, “Introdução e agradecimentos”. Chega de saudade: a
história e as histórias da Bossa Nova. São Paulo:
Companhia das Letras, 1990, p. 15)
(Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC) O
autor do texto
(A) advoga
para seu relato a condição de “história”, por
cumprir o protocolo científico: absoluta fidelidade
na descrição dos fatos, dados definitivos e cabal
objetividade.
(B) emprega simultaneamente história e histórias, o
que libera a obra do compromisso com o constatável, como o ratifica o uso das palavras típicas da
ficção personagem, protagonistas, coadjuvantes e
figurantes.
(C) explicita a perspectiva adotada na produção da obra
referindo-se a si próprio predominantemente em
terceira pessoa, sem deixar, entretanto, em dado
momento, de assumir diretamente sua voz.
(D) define o foco da pesquisa que deu origem ao livro: a
reação de pessoas entre quinze e trinta anos diante
do desenvolvimento da Bossa Nova.
(E) assume ter pretendido escrever uma história apaixonada sobre a Bossa Nova, o que o leva a pedir
a indulgência do leitor quanto às inadequações
decorrentes dessa intenção.
Reveja trecho: “Esta é uma história da Bossa Nova e dos rapazes e
moças que a fizeram, quando eles tinham entre quinze e trinta anos.
É também um livro que se pretende o mais factual e objetivo possível.
Evidente que, tendo sido escrito por alguém [‘a perspectiva adotada
na produção da obra referindo-se a si próprio predominantemente em
terceira pessoa’] que vem ouvindo Bossa Nova desde que ela ganhou
este nome (e que nunca se conformou quando o Brasil começou a
trocá-la por exotismos), uma certa dose de paixão acabou se intrometendo na receita − sem interferir, espero [‘sem deixar, entretanto, em
dado momento, de assumir diretamente sua voz’], pró ou contra, na
descrição da trajetória de qualquer personagem.”
Gabarito “C”
Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que
se afirma em
ao reconstruir estações de pesquisa na Antártida que
datam do período soviético.
(D) aponta para o sentido figurado desses vocábulos,
que não devem ser entendidos em sentido literal,
como o constante dos dicionários.
(E) justifica-se pela sinonímia existente entre paz e
estabilidade, o que torna impensável a existência
de uma sem a outra.
(Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC)
mente do texto:
A: incorreta, as informações não serão tratadas de modo cifrado.
Trata-se de um exemplo do que não se pretende fazer: “impossível que
sejam especificadas como ‘entrevista realizada no dia X, na cidade Y,
com Fulano de Tal’; B: incorreta, veja trecho: “Evidente que, tendo sido
escrito por alguém que vem ouvindo Bossa Nova desde que ela ganhou
este nome (...), uma certa dose de paixão acabou se intrometendo
na receita”; C: correta, é exatamente o “caráter bifronte” que se quer
mostrar: “Os seres humanos, assim como os LPs, têm lados A e B, e
houve um esforço máximo para que ambos fossem mostrados.”; D:
incorreta, não se pode inferir isso; E: incorreta, apenas sabemos que
o autor conseguiu as informações diretamente da fonte.
(Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC)
texto,
No primeiro parágrafo do
(A) os
parênteses (linhas 6 a 8) acolhem explicação
sobre o que ocorreu com a Bossa Nova quando o
Brasil começou a trocá-la por exotismos.
(B) a frase quando eles tinham entre quinze e trinta anos
(linhas 2 e 3) delimita o período da concomitância
entre a vivência dos jovens e o ato de escrita da
obra.
(C) Esta (linha 1) e a (linha 2) são pronomes que se
antecipam ao elemento a que cada um deles se
refere.
(D) o segmento introduzido pelo travessão (linha 9)
expressa um julgamento que traz as marcas de uma
presunção.
(E) foram empregados com sentido equivalente os
segmentos uma história da Bossa Nova (linha 1),
um livro (linha 3) e escrito (linha 5).
A: incorreta, os parênteses em “alguém que vem ouvindo Bossa Nova
desde que ela ganhou este nome (e que nunca se conformou quando
o Brasil começou a trocá-la por exotismos)” expressa uma impressão
do autor; B: incorreta, trata-se apenas da idade dos jovens e não se
trata do ato de escrita da obra: “Esta é uma história da Bossa Nova e
dos rapazes e moças que a fizeram, quando eles tinham entre quinze
e trinta anos”; C: incorreta, o pronome “esta” antecipa o elemento a
que se refere, mas o pronome “a” se refere a algo que já foi citado; D:
correta, o autor deixa clara sua opinião: “− sem interferir, espero, pró ou
contra, na descrição da trajetória de qualquer personagem”; E: incorreta,
“história da Bossa Nova” e “livro” se equivalem, porém “escrito” é,
nesse contexto, verbo no particípio e não substantivo.
Gabarito “D”
III.
Os dois trechos citados de S. Bernardo ilustram
posições antagônicas quanto a atributos que devem
marcar a linguagem literária.
A linguagem do primeiro trecho citado de S. Bernardo
não satisfaz os requisitos preciosistas impostos
pelos antigos professores de ginásio.
Deduz-se que o jornalista Gondim é um adepto da
linguagem direta e simples, havendo mostrado um
estilo “pernóstico” apenas para atender o gosto
pessoal de Paulo Honório.
(C) revela ser esse o principal objetivo do governo russo
Gabarito “D”
II.
Atente para as seguintes
Gabarito “A”
afirmações:
17
Gabarito “C”
(Analista – TRT/20ª – 2011 – FCC)
I.
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
16
Compreende-se correta-
caracterização de entrevista (linhas 20 e 21)
prepara o leitor para a decodificação de certas
informações que são tratadas de modo cifrado no
livro.
(B) as histórias que compõem o livro (linha 25) não
possuem relevo próprio, merecendo presença na
obra unicamente por tangenciarem a trajetória da
Bossa Nova.
(C) a comparação entre LPs e seres humanos (linha 11)
se fundamenta no traço comum “caráter bifronte”.
(D) ao fazer referência a um esforço máximo (linha 12), o
autor expressa sua concepção de que a volubilidade
torna os seres humanos indecifráveis.
(E) ao referir-se a informações em primeira mão (linha
15), o autor informa que os eventos que compõem a
história escrita por ele jamais tinham vindo a público.
1
(A) a
4
7
10
13
16
Hoje o sistema isola, atomiza o indivíduo. Por isso
seria importante pensar as novas formas de comunicação.
Mas o sistema também nega o indivíduo. Na economia, por
exemplo, mudam-se os valores de uso concreto e qualitativo
para os valores de troca geral e quantitativa. Na filosofia
aparece o sujeito geral, não o indivíduo. Então, a diferença
é uma forma de crítica. Afirmar o indivíduo, não no sentido
neoliberal e egoísta, mas no sentido dessa ideia da diferença
é um argumento crítico. Em virtude disso, dessa discussão
sobre a filosofia e o social surgem dois momentos
importantes: o primeiro é pensar uma comunidade autorefle-xiva e confrontar-se, assim, com as novas formas de
ideologia. Mas, por outro lado, a filosofia precisa da
sensibilidade para o diferente, senão repetirá apenas as
formas do idêntico e, assim, fechará as possibilidades do
novo, do espontâneo e do autêntico na história. Espero que
seja possível um diálogo entre as duas posições em que
ninguém tem a última palavra.
Miroslav Milovic. Comunidade da diferença.
Relume Dumará, p. 131-2 (com adaptações).
Gabarito 1E, 2C
4
7
10
13
16
19
O agente ético é pensado como sujeito ético, isto é,
como um ser racional e consciente que sabe o que faz, como
um ser livre que escolhe o que faz e como um ser
responsável que responde pelo que faz. A ação ética é
balizada pelas ideias de bem e de mal, justo e injusto, virtude
e vício. Assim, uma ação só será ética se consciente, livre e
responsável e será virtuosa se realizada em conformidade
com o bom e o justo. A ação ética só é virtuosa se for livre
e só o será se for autônoma, isto é, se resultar de uma decisão
interior do próprio agente e não de uma pressão externa.
Evidentemente, isso leva a perceber que há um conflito entre
a autonomia da vontade do agente ético (a decisão emana
apenas do interior do sujeito) e a heteronomia dos valores
morais de sua sociedade (os valores são dados externos ao
sujeito). Esse conflito só pode ser resolvido se o agente
reconhecer os valores de sua sociedade como se tivessem
sido instituídos por ele, como se ele pudesse ser o autor
desses valores ou das normas morais, pois, nesse caso, ele
será autônomo, agindo como se tivesse dado a si mesmo sua
própria lei de ação.
Marilena Chaui. “Uma ideologia perversa”.
In: Folhaonline, 14/3/1999 (com adaptações).
(Analista – STF – 2008 – CESPE) Julgue os seguintes itens,
a respeito da organização das estruturas linguísticas e
das ideias do texto acima.
Depreende-se do texto que “agente” e “sujeito”,
ambos na linha 1, não são sinônimos, embora possam remeter ao mesmo indivíduo.
(2) De acordo com as relações argumentativas do texto,
se uma ação não for “virtuosa” (l.7), ela não resulta
de decisão interior; se não for “ética” (l.6), ela não
será consciente, livre e responsável.
(3) A expressão “Esse conflito” (l.15) tem a função
textual de recuperar a ideia de “heteronomia” (l.13).
(1)
1: correta, os dois termos (“agente” e “sujeito”) têm o mesmo referente:
“um ser racional e consciente que sabe o que faz”; 2: incorreta, segundo
o texto, para uma ação ser virtuosa, é preciso que ela seja livre, e, para
que ela seja livre, é preciso que seja autônoma. Veja que a afirmação
de que toda ação virtuosa é autônoma não implica que uma ação não
virtuosa será, necessariamente, heterônoma (= não autônoma). O
mesmo raciocínio lógico se aplica à afirmação de que uma ação só
será ética se consciente, livre e responsável, o que não significa dizer
que uma ação que não seja ética será, necessariamente, inconsciente,
coagida (não livre) e irresponsável. Para que fique claro, perceba que
a afirmação “todo sapo é verde” não implica que “todo aquele que
não é sapo não é verde”; 3: incorreta, a expressão “Esse conflito” se
refere à “autonomia da vontade do agente ético” e à “heteronomia dos
valores morais”.
Roberto Janine Ribeiro. A cultura ameaçada pela natureza.
Pesquisa Fapesp Especial, p. 40 (com adaptações).
(Analista – STF – 2008 – CESPE) Considerando o texto acima,
julgue o item subsequente
(1)
O emprego de verbos e pronomes como “somos”
(l.1), “se busca” (l.9), “eu” (l.10) e “minha” (l.11)
mostra que os argumentos se opõem pela ligação
de alguns a um sujeito coletivo e, de outros, a um
sujeito individual, associando o coletivo a sujeito
social e o individual a objeto, coisa.
1: incorreta, não há oposição. Todos os pronomes e tempos verbais
prestam-se a indicar a coletividade. Ao afirmar que “se busca conforto”
ou “Se eu for objeto”, o autor refere-se a todos nós, como indivíduos,
mas membros da coletividade que “busca conforto na condição de
coisa”. Perceba que são comuns construções na primeira pessoa e
com sujeito da passiva que indicam coletividade, por exemplo, “o
homem busca a prosperidade”, “o brasileiro ama o futebol”, “no mundo
moderno, busca-se a paz” etc.
A escalada nos preços dos alimentos diante da forte
demanda no mercado mundial mobiliza autoridades
em todo o planeta. Desde o ano passado, os preços
de alimentos subiram em média 40%. Nos últimos três
anos, a alta foi de 83%. O presidente Lula, na Holanda,
disse que é necessário produzir mais em nível mundial,
mas que não se pode culpar o investimento nos biocombustíveis pela pressão. Segundo ele, o aumento
dos preços de alimentos se dá pelo fato de “as pessoas
pobres estarem começando a comer” em lugares como
China, Índia e América Latina. Para o representante da
Organização das Nações Unidas para a Agricultura e
Alimentação (FAO) no Brasil, a crise mundial de alimentos é fruto de ataque especulativo.
Jornal do Brasil, 11/4/2008, p. A17 (com adaptações).
Tendo o texto acima como
referência inicial e considerando aspectos significativos
do atual panorama da economia mundial, julgue os itens
que se seguem.
(Analista – STF – 2008 – CESPE)
(1)
Independentemente das razões que levaram à atual
escalada nos preços dos alimentos, é correto afir-
1: correta, a assertiva refere-se à notória lei da oferta e demanda.
Se a demanda amplia-se mais que a oferta, há, em regra, aumento
de preços; 2: incorreta, o texto indica exatamente divergências a
respeito das causas para o aumento dos preços dos alimentos. A
fala do presidente Lula indica que há quem culpe a produção dos
biocombustíveis, o que ele nega. O presidente entende que o aumento
da demanda por alimentos causa a majoração dos preços. Já a FAO
vê ataque especulativo; 3: incorreta, A emergência da China e da Índia
não permite concluir que há declínio na competitividade (não há relação
lógica entre as assertivas). Pelo contrário, a globalização e a entrada
de novos atores relevantes no mercado global tende a aumentar ainda
mais a competitividade; 4: incorreta, como já dito, o presidente nega
enfaticamente que a produção de etanol tenha relação com o aumento
dos preços dos alimentos. Nesse contexto, seria ilógico concluir, a
partir de suas palavras, que o Brasil optou pela redução das áreas para
plantio de alimentos, já que a redução da oferta tenderia a contribuir
para o aumento dos preços dos alimentos; 5: incorreta, o aumento de
investimentos para a compra de commodities agrícolas (melhoria dos
transportes, da rede de distribuição etc.) tenderia, ao longo do tempo,
a reduzir o custo dos alimentos, o que não pode ser caracterizado
como ataque especulativo. Ataque especulativo, por exemplo, seria
a ilícita coordenação entre produtores para o aumento de preços, ou
negociações abusivas no mercado das commodities.
1
Se a perspectiva do político é a perspectiva de como
o poder se constitui e se exerce em uma sociedade, como se
distribui, se difunde, se dissemina, mas também se oculta, se
4 dissimula em seus diferentes modos de operar, então é
fundamental uma análise do discurso que nos permita
rastreá-lo. A necessidade de discussão da questão política e
7 do exercício do poder está em que, em última análise, todos
os grupos, classes, etnias visam, de uma forma ou de outra,
o controle do poder político. Porém, costumamos ver o poder
10 como algo negativo, perverso, no sentido da dominação, da
submissão. Não há, entretanto, sociedade organizada sem
formas de exercício de poder. A questão, portanto, deve ser:
13 como e em nome de quem este poder se exerce?
Danilo Marcondes. Filosofia, linguagem e comunicação.
São Paulo: Cortez, 2000, p. 147-8 (com adaptações).
19
(Analista – STJ – 2008 – CESPE) Em relação às ideias e às
estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item a
seguir.
(1)
Segundo o texto, é inútil discutir o poder, pois seu
aspecto negativo, de submissão, é inevitável e
aparece em todas as relações de dominação, seja
de classe, seja de etnia.
1: incorreta, pelo contrário, o texto enfatiza “A necessidade de discussão
da questão política e do exercício do poder”.
1
Em minha opinião, uma percepção ingênua dos
fenômenos de mercado, como a crença nos mercados
perfeitos, fornece exatamente o que seus críticos mais
4 utilizam como munição nos momentos de crise e
descontinuidade. O argumento da suposta infalibilidade dos
mercados em bases científicas e a pretensão de transformar
7 economia e finanças em ciências exatas produzem uma
perigosa mistificação: confundir brilhantes construções
mentais para entender a realidade com a própria realidade.
10 Os mercados não são perfeitos. São, isto, sim, poderosos
instrumentos de coordenação econômica em busca
permanente de eficiência. Mas são também o espelho de
13 nossos humores, refletindo nossa falibilidade nas avaliações.
São contaminados por excesso de otimismo e de pessimismo.
São humanos, demasiado humanos.
Paulo Guedes. “Os mercados são demasiado humanos”.
In: Época, 21/7/2008 (com adaptações).
(Analista – STJ – 2008 – CESPE) A partir
da organização das
ideias e das estruturas linguísticas do texto acima,
julgue os itens subsequentes.
O período inicial do texto, “Em minha opinião (...)
descontinuidade” (l.1-5), explicitando um juízo de
valor, apresenta o formato adequado, no teor e na
correção gramatical, para compor o texto final de
um parecer, se no final deste for acrescida a frase
É o parecer.
(2) Seria mantida a correção gramatical do trecho
“Os mercados não são perfeitos. São, isto, sim,
poderosos” (l.10), caso ele fosse assim reescrito:
Os mercados não são perfeitos; são, isto sim,
poderosos.
(1)
1: incorreta, o período é, claramente, introdutório, pois deixa em aberto
os fundamentos para a afirmação feita pelo autor, que serão delineados
no decorrer do texto, além de tratar de uma questão secundária no contexto argumentativo (a percepção ingênua a respeito do mercado como
munição para seus críticos). O cerne do texto refere-se à imperfeição
dos mercados, por sujeitarem-se às falibilidades humanas, questão que
não é abordada nesse período inicial e constaria, muito provavelmente,
da conclusão de um parecer. Finalmente, quanto à forma, o período
final de um parecer seria algo como “Por essas razões, entendo que
...”; 2: incorreta, as duas orações são equivalentes. Há correspondência
semântica.
Gabarito 1E, 2C
1: incorreta, a importância de se “pensar novas formas de comunicação”
é consequência da constatação de que “Hoje o sistema isola, atomiza
o indivíduo”, o que se percebe pelo uso da expressão “Por isso”; 2:
correta, a expressão “por outro lado” aponta o segundo dos “dois
movimentos importantes”.
mar que é da natureza das economias de mercado
a majoração do preço de mercadorias quando
a demanda por elas é maior do que a produção
existente.
(2) Infere-se do texto que países ricos, emergentes ou
pobres, além de organismos multilaterais e de especialistas em geral, concordam quanto à identificação
da causa comum determinante para o quadro de
inflação dos alimentos hoje existente no mundo.
(3) No atual cenário mundial, China e Índia se apresentam como países que emergem vigorosamente
na economia mundial, o que prova estar em franco
declínio a acentuada competitividade que sempre
caracterizou a globalização.
(4) Depreende-se das palavras do presidente Lula que
o Brasil fez a opção estratégica de ampliar seus
espaços no comércio global mediante o aumento
da capacidade brasileira de produzir etanol ainda
que às expensas da redução das áreas de plantio
de alimentos.
(5) Um exemplo de ataque especulativo que atinge
o setor de alimentos, na linha argumentativa utilizada pelo representante da FAO no Brasil, seria
a ampliação dos investimentos para a compra de
commodities agrícolas.
Gabarito 1C, 2E, 3E, 4E, 5E
Depreende-se do texto que “pensar as novas formas
de comunicação” (l. 2) significa isolar ou atomizar o
indivíduo.
(2) A expressão “por outro lado” (l.13) explicita a
caracterização do segundo dos “dois momentos
importantes” (l.10-11).
(1)
1 Aceitar
que
somos
indeterminados
naturalmente,
que seremos lapidados pela educação e pela cultura, que
disso decorrem diferenças relevantes e irredutíveis aos genes
4 é muito difícil. Significa aceitarmos que há algo muito
precário na condição humana. Parte pelo menos dessa
precariedade ou indeterminação alguns chamarão liberdade.
7 Porém nem mesmo a liberdade é tão valorizada quanto se
imagina. Ela implica responsabilidades.
Parece que se busca conforto na condição de coisa.
10 Se eu for objeto, isto é, se eu for natureza, meus males
independem de minha vontade. Aliás, o que está em
discussão não é tanto o que os causou, mas como resolvê-los:
13 se eu puder solucioná-los com um remédio ou uma cirurgia,
não preciso responsabilizar-me, a fundo, por eles. Tratarei a
mim mesmo como um objeto.
16 A postura das ciências humanas e da psicanálise é
outra, porém. Muito da experiência humana vem justamente
de nos constituirmos como sujeitos. Esse papel é pesado. Por
19 isso, quando entra ele em crise — quando minha liberdade
de escolher amorosa ou política ou profissionalmente resulta
em sofrimento —, posso aliviar-me procurando uma solução
22 que substitua meu papel de sujeito pelo de objeto.
Gabarito 1E
(Analista – STF – 2008 – CESPE) Com referência às ideias
e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue os
itens a seguir.
1
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
Gabarito 1E
18
1
4
7
O mundo do trabalho tem mudado numa velocidade
vertiginosa e, se os empregos diminuem, isso não quer dizer
que o trabalho também.
Só que ele está mudando de cara. Como também
está mudando o perfil de quem acaba de sair da universidade,
da mesma forma que as exigências da sociedade e – por que
não? – do mercado, cada vez mais globalizado e
competitivo.
Gabarito 1C, 2E, 3E
o item subsequente.
Da organização das ideias do último parágrafo do
texto, é correto que se interprete “coquetel” (l.11)
como “conhecimentos específicos” (l.11).
1: incorreta, a palavra coquetel, nesse contexto, refere-se à “combinação
de uma sólida educação geral com conhecimentos específicos”.
Gabarito 1E
1
4
7
10
13
16
19
Muitas coisas nos diferenciam dos outros animais,
mas nada é mais marcante do que a nossa capacidade de
trabalhar, de transformar o mundo segundo nossa
qualificação, nossa energia, nossa imaginação. Ainda assim,
para a grande maioria dos homens, o trabalho nada mais é do
que puro desgaste da vida. Na sociedade capitalista, a
produtividade do trabalho aumentou simultaneamente a tão
forte rotinização, apequenamento e embrutecimento do
processo de trabalho de forma que já não há nada que mais
nos desagrade do que trabalhar. Preferimos, a grande
maioria, fazer o que temos em comum com os outros
animais: comer, dormir, descansar, acasalar.
Nossa capacidade de trabalho, a potência humana de
transformação e emancipação de todos, ficou limitada a ser
apenas o nosso meio de ganhar pão. Capacidade, potência,
criação, o trabalho foi transformado pelo capital no seu
contrário. Tornou-se o instrumento de alienação no sentido
clássico da palavra: o ato de entregar ao outro o que é nosso,
nosso tempo de vida.
Emir Sader. “Trabalhemos menos, trabalhemos todos”.
In: Correio Braziliense, 18/11/2007 (com adaptações).
(Analista – TST – 2008 – CESPE)
respeito do texto acima.
Julgue os seguintes itens a
A argumentação do texto se organiza em torno de
duas ideias opostas de trabalho: o trabalho como
“puro desgaste da vida” (l.6) e o trabalho como
capacidade de “transformação e emancipação de
todos” (l.14).
(2) As substituições de “Preferimos” (l.10) por Prefere
e de “temos” (l.11) por tem preservam a correção
gramatical do texto, mas enfraquecem a argumentação de que é a maioria de nós “homens” (l.5)
que prefere “comer, dormir,descansar, acasalar”
(l.12).
(1)
Todo mundo é tímido, os que parecem mais tímidos
são apenas os mais salientes. Defendo a tese de
que ninguém é mais tímido do que o extrovertido. O
extrovertido faz questão de chamar atenção para sua
extroversão, assim ninguém descobre sua timidez. Já
no notoriamente tímido a timidez que usa para disfarçar
sua extroversão tem o tamanho de um carro alegórico.
Segundo minha tese, dentro de cada Elke Maravilha*
existe um tímido tentando se esconder, e dentro de cada
tímido existe um exibido gritando: “Não me olhem! Não
me olhem!”, só para chamar a atenção.
O tímido nunca tem a menor dúvida de que, quando entra
numa sala, todas as atenções se voltam para ele e para
sua timidez espetacular. Se cochicham, é sobre ele. Se
riem, é dele. Mentalmente, o tímido nunca entra num
lugar. Explode no lugar, mesmo que chegue com a maciez
estudada de uma noviça. Para o tímido, não apenas todo
mundo mas o próprio destino não pensa em outra coisa
a não ser nele e no que pode fazer para embaraçá-lo.
* Atriz de TV muito extrovertida, identificada pela
maquiagem e roupas extravagantes. (Luís Fernando
Veríssimo, Comédias para se ler na escola)
(Analista – TRT/2ª – 2008 – FCC) Na abordagem da timidez,
o autor se vale de contradições e paradoxos para
demonstrar que
(A) o
comportamento dos extrovertidos revela seu
desejo de serem notados.
(B) as atitudes de um tímido derivam de seu complexo
de superioridade.
(C) a timidez e a extroversão não podem ser claramente
distinguidas.
(D) o tímido opõe-se ao extrovertido porque assim
ninguém o reconhece.
(E) os extrovertidos são habitualmente reconhecidos
como tímidos notórios.
1: correta, essa oposição é o cerne do texto. A capacidade de trabalhar,
que é o principal diferencial do ser humano, foi transformada, pelo
capital, em instrumento de alienação; 2: correta, de fato, o uso da
primeira pessoa do plural inclui o autor no contexto, enquanto o uso
da terceira pessoa afasta-o do conjunto daqueles que se igualam aos
“outros animais”. Nesse sentido, a ideia de “nós homens” (o autor
incluído), como sujeitos, ficaria enfraquecida pelas substituições
propostas.
A: incorreta, é o oposto, segundo o autor “O extrovertido faz questão
de chamar atenção para sua extroversão, assim ninguém descobre sua
timidez”; B: incorreta, o autor se refere ao complexo de superioridade não
como causadores das atitudes do tímido, mas para caracterizar aquele que
“procura o analista para tratar um complexo de inferioridade”; C: correta,
o autor, divertidamente, confunde as figuras do tímido e do extrovertido;
D: incorreta, segundo o autor, o tímido quer mesmo é ser notado, pois
“dentro de cada tímido existe um exibido gritando: ‘Não me olhem!
Não me olhem!’, só para chamar a atenção.”; E: incorreta, o autor não
afirma isso, mas apenas que “Ser um tímido notório é uma contradição”.
o contexto
do primeiro parágrafo, deduz-se da frase só ele acha
que se sentir inferior é doença que, na opinião do autor,
(A) a
timidez leva ao complexo de inferioridade.
sentimento de inferioridade não é uma anomalia.
(C) o complexo de inferioridade não tem tratamento.
(D) o sentimento de inferioridade é próprio dos tímidos.
(E) a timidez é um disfarce para os muito extrovertidos.
(B) o
A frase indica que o sentimento de inferioridade é algo normal, a que as
pessoas comuns não dão maior importância, pois “só alguém que se
acha muito superior (...) acha que se sentir inferior é doença.”
Reconhece-se como em si
mesma paradoxal a seguinte expressão do texto:
(Analista – TRT/2ª – 2008 – FCC)
(A) retumbante
timidez.
mundo é tímido.
(C) maciez estudada.
(D) tem horror a ser notado.
(E) faz questão de chamar atenção.
(B) Todo
O paradoxo é pensamento ou argumento que contraria os princípios
básicos que costumam orientar o pensamento humano, ou desafia a
opinião compartilhada pela maioria. A palavra retumbante tem a acepção
daquilo que se reflete com estrondo, grande barulho. Esse significado
é paradoxal em relação à acepção da palavra timidez.
Atenção: as questões seguintes referem-se ao texto
abaixo.
Duas linguagens
Na minha juventude, tive um grande amigo que era
estudante de Direito. Ele questionava muito sua vocação para os estudos jurídicos, pois também alimentava
enorme interesse por literatura, sobretudo pela poesia,
e não achava compatíveis a linguagem de um código
penal e a frequentada pelos poetas.
Apesar de reconhecer essa diferença, eu o animava,
sem muita convicção, lembrando-lhe que grandes
escritores tinham formação jurídica, e esta não lhes
travava o talento literário.
Outro dia reencontrei-o, depois de muitos anos. É juiz
de direito numa grande comarca, e parece satisfeito
com a profissão.
Hesitei em lhe perguntar sobre o gosto pela poesia, e
ele, parecendo adivinhar, confessou que havia publicado alguns livros de poemas – “inteiramente despretensiosos”, frisou. Ficou de me mandar um exemplar
do último, que havia lançado recentemente.
Hoje mesmo recebi o livro, trazido em casa por um
amigo comum. Os poemas são muito bons; têm uma
secura de estilo que favorece a expressão depurada
de finos sentimentos.
Busquei entrever naqueles versos algum traço bacharelesco, alguma coisa que lembrasse a linguagem
processual. Nada.
Não resisti e telefonei ao meu amigo, perguntando-lhe
como conseguiu elidir tão completamente sua formação e sua vida profissional, frequentando um gênero
literário que costuma impelir ao registro confessional.
Sua resposta:
− Meu caro, a objetividade que tenho de ter para julgar
os outros comunica-se com a objetividade com que
busco tratar minhas paixões. Ser poeta é afinar palavra
justas e precisos sentimentos. Justeza e justiça podem
ser irmãs.
E eu que nunca tinha pensado nisso...
(Ariovaldo Cerqueira, inédito)
O argumento em favor da
plena compatibilidade entre a linguagem da poesia e a
das práticas jurídicas está formulado na seguinte frase:
(Analista – TRT/2ª – 2008 – FCC)
(A) É
juiz de direito numa grande comarca, e parece
satisfeito com a profissão.
(B) Apesar de reconhecer essa diferença, eu o animava,
sem muita convicção (...)
(C) (...) têm uma secura de estilo que favorece a expressão depurada de finos sentimentos.
(D) (...) conseguiu elidir tão completamente sua formação e sua vida profissional (...)
(E) Justeza e justiça podem ser irmãs.
A: incorreta, essa frase não faz referência à poesia; B: incorreta, o autor
expõe, nessa frase, dúvida quanto à compatibilidade entre as linguagens
jurídica e poética; C: incorreta, a frase refere-se aos poemas do juiz, sem
referência à linguagem jurídica; D: incorreta, o autor refere-se à dúvida
quanto ao afastamento da influência jurídica sobre a obra poética (não
se refere à compatibilidade entre as linguagens, portanto); E: correta,
“Justeza” refere-se à poesia, enquanto “Justiça” à linguagem jurídica.
A fraternidade (podem ser irmãs) indica a compatibilidade entre as
linguagens poética e jurídica.
(Analista – TRT/2ª – 2008 – FCC) Considerando-se o contexto,
traduz-se corretamente o sentido de um segmento do
texto em:
lhes travava o talento = não ia ao encontro de
seu potencial.
(B) “inteiramente despretensiosos”, frisou = “em nada
intencionais”, aludiu.
(C) têm uma secura de estilo = manifestam uma esterilidade.
(D) como conseguiu elidir = como logrou obliterar.
(E) impelir ao registro confessional = demover o plano
das confissões.
(A) não
A: incorreta, ir “ao encontro” é harmonizar-se, enquanto ir “de encontro”
é confrontar. “Travava o talento” tem o sentido de impedir, confrontar, ir
de encontro (não ao encontro); B: incorreta, o termo “despretensiosos”
indica que o autor das poesias procura mostrar humildade, o que não
significa falta de “intenção”; C: incorreta, “secura de estilo” parece
indicar um texto claro, fluido, sem exageros, o que não significa “esterilidade”, ausência de criatividade ou de valor literário; D: correta, “elidir” e
“obliterar” têm o mesmo significado, no contexto, de excluir, eliminar; E:
incorreta, “impelir ao registro confessional” significa conduzir, sugerir,
levar o autor a expressar seus sentimentos íntimos, o que é o oposto
de “demover”, afastar esse ímpeto confessional.
Gabarito “D”
(Analista – TST – 2008 – CESPE) A partir do texto acima, julgue
Da timidez
Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem
horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se ficou
notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal,
que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção?
Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse
se enganando junto com os outros e sua timidez seja
apenas um estratagema para ser notado. Tão secreto
que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico:
só alguém que se acha muito superior procura o analista
para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele
acha que se sentir inferior é doença.
(Analista – TRT/2ª – 2008 – FCC) Considerando-se
21
Gabarito “E”
Revista do Provão, n.º 4, 1999, p. 13
(com adaptações).
Atenção: as questões seguintes referem-se ao texto
abaixo.
Gabarito “A”
Tudo indica que mais de 70% do trabalho no futuro
10 vão requerer a combinação de uma sólida educação geral
com conhecimentos específicos; um coquetel capaz de
fornecer às pessoas compreensão dos processos, capacidade
13 de transferir conhecimentos, prontidão para antecipar e
resolver problemas, condições para aprender continuamente,
conhecimento de línguas, habilidade para tratar com pessoas
16 e trabalhar em equipe.
(1)
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
Gabarito “B”
20
(Analista – TRT/2ª – 2008 – FCC) A afirmação feita pelo juiz
de que a objetividade para julgar alguém comunica-se
com a objetividade poética na expressão das paixões
salienta sua convicção de que
(A) não
há distinção visível entre as duas atividades.
(B) um julgamento é permeado pelos puros sentimentos.
Gabarito 1C, 2C
Gabarito “C”
A: incorreta, “comunica-se” indica que há similitude, não identidade
(não são conceitos idênticos); B: incorreta, “objetividade para julgar”
opõe-se à ideia de que o julgamento possa ser permeado, influenciado,
orientado por sentimentos, pela subjetividade; C: incorreta, a afirmação
não indica oposição entre as situações, mas similitude; D: incorreta, a
linguagem confessional refere-se à poesia, não à atividade jurisdicional;
E: correta, essa é a ideia passada pelo uso do termo “objetividade”,
comum às linguagens poética e jurídica.
Gabarito “E”
1
Costumamos
olhar
pouco
para
fora
do
Brasil
quando tentamos compreender o que estamos vivendo. Faz
muito que a distância entre os países desapareceu, no plano
4 objetivo. Continuamos, porém, vivendo “isolados do
mundo”, como diz uma canção, ainda que apenas na
subjetividade.
7 Se pensarmos no que está à nossa volta, na América
do Sul, então, mais ainda. Mesmo quando é bem informado,
o brasileiro típico se mostra mais capaz de dar notícia do que
10 ocorre na Europa e nos Estados Unidos da América do que
em qualquer de nossos vizinhos.
É pena, pois estar mais informados sobre o que
13 acontece além das fronteiras pode ajudar muito a que nos
entendamos como país.
Marcos Coimbra. “Olhando à nossa volta”. In: Correio Braziliense,
23/9/2007 (com adaptações).
Com relação às ideias e
estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item a
seguir:
(Analista – TRT/9ª – 2007 – CESPE)
Na linha 9, a preposição de, em “do que”, introduz
o segundo termo de uma comparação iniciada com
“mais capaz de”.
1: incorreta, a preposição de no sintagma em questão faz parte do
primeiro termo da comparação e tem valor de pronome demonstrativo:
“o brasileiro típico se mostra mais capaz de dar notícia daquilo que
ocorre na Europa e nos Estados Unidos da América do que em qualquer
de nossos vizinhos.” O segundo termo da comparação está na outra
ocorrência de “do que” em: “do que em qualquer de nossos vizinhos”.
A assertiva está incorreta.
Gabarito 1E
4
7
10
13
16
(1)
1: correta, a inserção da preposição em: “tornam difícil a manifestação
de uma honestidade genuína, de uma criatividade livre, de uma intimidade simples e pura.” mantém as relações sintático-semânticas e
deixa claro quem são os complementos de “manifestação”. A assertiva
está correta.
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
Planeta, set./2007 (com adaptações).
Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao
mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande
observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo
eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de
novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca
da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,
porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem
eliminar. Vários processos foram experimentados, todos
deixados ao cabo de alguns anos. É curioso que alguns deles
coincidissem com os nossos de um e de outro mundo. Os
males não eram gerais, mas eram grandes. Havia eleições
boas e pacíficas, mas a violência, a corrupção e a fraude
inutilizavam em algumas partes as leis e os esforços leais dos
governos. Votos vendidos, votos inventados, votos destruídos,
era difícil alcançar que todas as eleições fossem puras e
seguras. Para a violência havia aqui uma classe de homens,
felizmente extinta, a que chamam pela língua do país,
kapangas ou kapengas. Eram esbirros particulares,
assalariados para amedrontar os eleitores e, quando fosse
preciso, quebrar as urnas e as cabeças. Às vezes, quebravam
só as cabeças e metiam nas urnas maços de cédulas.
Estas cédulas eram depois apuradas com as outras, pela razão
especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum
pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram
dados pela vontade soberana do país. A corrupção era menor
que a fraude; mas a fraude tinha todas as formas. Enfim,
muitos eleitores, tomados de susto ou de descrença, não
acudiam às urnas.
Machado de Assis. A semana. Obra completa, v.III.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p.757.
(Analista – TSE – 2006 – CESPE) De acordo com o texto, julgue
os itens a seguir.
I.
II.
Não somos livres como acreditamos ser. Quando se
entende isso, fica evidente que a maior parte dos nossos atos
e pensamentos não é tão livre de condicionamentos como
gostamos de acreditar. Nossa certeza de sermos livres, de
fazermos tudo aquilo que queremos, e quando queremos, é
quase sempre uma ilusão. Quase todos, na verdade,
carregamos condicionamentos mais ou menos ocultos que,
com frequência, tornam difícil a manifestação de uma
honestidade genuína, uma criatividade livre, uma intimidade
simples e pura. É preciso sublinhar o fato de que todas as
posições existenciais necessitam de pelo menos duas pessoas
cujos papéis combinem entre si. O algoz, por exemplo, não
pode continuar a sê-lo sem ao menos uma vítima. A vítima
procurará seu salvador e este último, uma vítima para salvar.
O condicionamento para o desempenho de um dos papéis é
bastante sorrateiro e trabalha de forma invisível.
Na linha 9, a inserção da preposição de imediatamente antes de “uma criatividade” e de “uma
intimidade” preservaria a coerência e a correção
gramatical do texto, explicitando haver mais de um
complemento para “manifestação” (l.8).
III.
IV.
A reiteração da palavra “votos” (l.14) confere ênfase
à ideia apresentada no período.
Pelos sentidos do texto, conclui-se que a palavra
“esbirros” (l.18) está sendo empregada com o mesmo
significado que tem atualmente a palavra capanga.
A expressão “lhe foram dados” (l.24-25) pode, sem
prejuízo para a correção gramatical do período, ser
substituída por foram dados a ele.
A palavra “corrupção” (l.25) está sendo empregada
como sinônima de “fraude” (l.26).
A quantidade de itens certos é igual a
(A) 1.
(B) 2.
(C) 3.
(D) 4.
Somente a assertiva IV é errada, pois a afirmação de que “A corrupção
era menor que a fraude” indica que são conceitos distintos. Não há
como haver gradação sem distinção.
Gabarito “C”
1
(Analista – TRT/9ª – 2007 – CESPE) Julgue o próximo item, a respeito das ideias e estruturas linguísticas do texto acima.
Caro eleitor,
1
4
7
10
13
16
19
22
25
28
31
Nos últimos meses, a campanha política mobilizou
vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram
alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de
comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação,
em que tudo aconteceu de forma tranquila e organizada, a
apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o
Brasil como modelo nessa área.
Amanhã serão definidos os nomes do presidente da
República e dos governadores de alguns estados. O país,
mais do que nunca, conta com você.
Democracia é algo que lhe diz respeito e que se
aperfeiçoa no dia-a-dia. É como uma construção
bem-preparada, erguida sobre fortes alicerces. Esses
alicerces são exatamente os votos de todos os cidadãos.
Quanto mais fiel você for no exercício do direito de definir
os representantes, mais sólidas serão as bases da nossa
democracia. Por isso, é essencial que você valorize essa
escolha, elegendo, de modo consciente, o candidato que
julgar com mais condições para conduzir os destinos do país
e de seu estado.
Você estará determinando o Brasil que teremos nos
próximos quatro anos. Estará definindo o amanhã, o seu
próprio bem-estar e de sua família, o crescimento geral, a
melhoria do emprego, da habitação, da saúde e segurança
públicas, do transporte, o preço dos alimentos. O momento
é decisivo e em suas mãos — entenda bem, em suas mãos —
está depositada a confiança em dias felizes.
Compareça, participe. Não se omita, não transfira a
outros uma escolha que é sua. Pense e vote com a firmeza de
quem sabe o que está fazendo, com a responsabilidade de
quem realmente compreende a importância de sua atitude
para o progresso da nação brasileira. Esta é a melhor
contribuição que você poderá dar a sua Pátria.
Ministro Marco Aurélio de Mello. “Pronunciamento oficial”.
Internet: <www.tse.gov.br> (com adaptações).
(Analista – TSE – 2006 – CESPE) Em relação ao texto anterior,
assinale a opção correta.
(A) Considerando-se o gênero textual, é correto afirmar
que o emprego de “você”, no decorrer do texto,
indica um interlocutor único.
(B) Na linha 3, a substituição do sinal de dois-pontos
por ponto final e o emprego de inicial maiúscula
em “além” provocam truncamento sintático, o que
prejudica a coerência do texto.
(C) A expressão “nessa área” (l.7) retoma a ideia implícita, no parágrafo, de processo eleitoral.
(D) A substituição da expressão “serão definidos” (l.8)
por definir-se-ão garante a correção gramatical do
período.
A: incorreta, o emprego do pronome de tratamento “você” indica que
o autor quer proximidade com seus interlocutores, mas não, no caso,
interlocutor único, pois se trata de carta aberta a todos os eleitores;
B: incorreta, não haveria alterações sintático-semânticas; C: correta,
o parágrafo refere-se ao processo eleitoral, embora não mencione
explicitamente essa expressão; D: incorreta, o uso da expressão “serão
definidos”, no caso, é gramaticalmente correta.
Gabarito “C”
oposição entre ambas as situações reforça-as
mutuamente.
(D) a linguagem confessional serve a ambas as situações.
(E) a busca de precisão é indispensável nos dois casos.
A ética é o dia-a-dia de uma sociedade. Sociedades
não existem no abstrato: elas precisam de alguma
espécie de cimento que mantenha as suas peças bem-ajustadas e sólidas. Antigamente, esse cimento era
fornecido pelos valores religiosos. Uma das diferenças
entre o Ocidente moderno e os países islâmicos é que
lá o cimento continua a ser religioso; enquanto aqui,
chegou-se à conclusão de que era melhor laicizar a
23
política, deixando as crenças para a consciência ou a
convicção de cada um.
E assim, o que nos mantém unidos em torno deste ou
daquele projeto político é a ideia – concreta ou difusa
– de uma ética; de um tipo de comportamento que
preste homenagem a certos princípios. Esses princípios
poderiam ser resumidos em um só: o da coisa pública.
O Globo, 30/11/2006, p. 6 (com adaptações).
(Analista – TSE – 2006 – CESPE) Em relação às ideias do texto
acima, assinale a opção correta.
(A) O cimento que mantém a sociedade ocidental bem-
-ajustada e sólida são os valores religiosos.
países islâmicos laicizaram a política em busca
de um princípio ético.
(C) O princípio da coisa pública resume os princípios a
que uma ética que embasa um projeto político presta
homenagem.
(D) Os países islâmicos relegam as crenças à consciência ou à convicção de cada um.
(B) Os
A, B e D: incorretas, os valores religiosos deixaram de ter função
de cimento da sociedade no Ocidente moderno (houve laicização da
política, deixaram-se “as crenças para a consciência ou a convicção de
cada um”), embora nos países islâmicos “o cimento continu[e] a ser
religioso” (não houve laicização); C: correta, o cimento da sociedade
ocidental moderna, segundo o autor, “é a ideia — concreta ou difusa
— de uma ética; de um tipo de comportamento que preste homenagem
a certos princípios. Esses princípios poderiam ser resumidos em um
só: o da coisa pública”.
Gabarito “C”
(C) a
(1)
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
Gabarito 1C
22
Instruções: as questões seguintes referem-se ao texto
abaixo.
As crônicas de Rubem Braga
Décadas atrás, afortunados leitores de jornal podiam
contar com uma coluna em que sobravam talento,
reflexão, observação atenta das cenas da vida, tudo
numa linguagem límpida, impecável, densamente poética e reflexiva. Era uma crônica de Rubem Braga. Os
chamados “assuntos menores”, que nem notícia costumam ser, ganhavam na pena do cronista uma grandeza
insuspeitada. Falasse ele de um leiteiro, de um passarinho, de um pé de milho, de um casal na praia, de uma
empregada doméstica esperando alguém num portão de
subúrbio − tudo de repente se tornava essencial e vivo,
mais importante que a escandalosa manchete do dia. É o
que costumam fazer os grandes artistas: revelam toda a
carga de humanidade oculta que há na matéria cotidiana
pela qual costumamos passar desatentos.
Rubem Braga praticamente só escreveu crônicas,
como profissional. À primeira vista, espanta que seja
considerado um dos grandes escritores brasileiros
dedicando-se tão somente a um gênero considerado
“menor”: a crônica sempre esteve longe de ter o prestígio dos romances ou dos contos, da poesia ou do teatro.
Mas o nosso cronista acabou por elevá-la a um posto
de dignidade tal que ninguém se atreverá de chamar
seus textos de “páginas circunstanciais”. Tanto não o
foram que estão todas recolhidas em livros, driblando
o destino comum do papel de jornal. Recusaram-se a
ser um entretenimento passageiro: resistem a tantas
(Manuel Régio Assunção)
Em relação ao gênero que
adotou ao escrever seus textos, a principal contribuição
de Rubem Braga foi
(Analista – TRT/4ª – 2006 – FCC)
(A) organizá-los
em livro, pois o escritor sabia que não
causariam grande impacto numa edição de jornal.
(B) dotá-los de um prestígio de que, até então, não eram
merecedoras as crônicas publicadas em jornal.
(C) dotá-los de uma dignidade maior do que a já reconhecida, por exemplo, nos romances e nos poemas.
(D) escrevê-los evitando os chamados “assuntos
menores”, que lhe pareciam desinteressantes e
melancólicos.
(E) escrevê-los como “páginas circunstanciais”, consciente de que as coisas efêmeras são a matéria
exclusiva das crônicas.
A contribuição de Rubem Braga foi dar prestígio à crônica, “elevá-la
a um posto de dignidade”. A: incorreta, a organização em livros foi
consequência dessa elevação, não se confundindo com a própria
contribuição de Rubem Braga para a literatura; B: correta, essa é a
contribuição a que o autor faz referência; C: incorreta, segundo o autor,
“a crônica sempre esteve longe de ter o prestígio [não a dignidade]
dos romances ou dos contos, da poesia ou do teatro”; D: incorreta, as
crônicas referem-se, exatamente, aos “assuntos menores”, cotidianos;
E: incorreta, a obra de Rubem Braga não permite “chamar seus textos
de ‘páginas circunstanciais’”.
Gabarito “B”
(Analista – TRT/4ª – 2006 – FCC)
afirmações:
Atente para as seguintes
Uma das qualidades dos grandes artistas, como
Rubem Braga, é iluminar de modo especial aquilo
que, malgrado sua intensidade humana, pode passar desapercebido.
(A) I,
II e III.
(B) I e II, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) I e III, apenas.
(E) I, apenas.
I: correta, “É o que costumam fazer os grandes artistas: revelam toda
a carga de humanidade oculta que há na matéria cotidiana pela qual
costumamos passar desatentos.”; II: incorreta, a crônica escrita por um
grande artista não é, para o autor, entretenimento passageiro. Os textos
de Rubem Braga “Recusaram-se a ser um entretenimento passageiro:
resistem a tantas leituras quantas se façam delas, reeditam-se, são
lidas, comentadas, não importando o dia em que foram escritas ou
publicadas”; III: correta, a organização das crônicas em livros decorreu,
exatamente, da importância dos textos publicados nos jornais.
(Analista – TRT/4ª – 2006 – FCC) Quanto
ao sentido, estabelecem entre si uma relação de oposição as seguintes
expressões:
(A) páginas circunstanciais / entretenimento passageiro
(B) falando
laconicamente / respondia monossilabicamente
(C) recolhendo suas observações / remoendo seus
segredos
(D) um gênero considerado “menor” / um posto de
dignidade tal
(E) recusaram-se a ser um entretenimento passageiro
/ resistem a tantas leituras quantas se façam delas
As alternativas A, B, C e E indicam expressões equivalentes ou harmônicas entre si. A alternativa D indica oposição, pois “um posto de
dignidade” não costuma ser relacionado a algo “considerado ‘menor’”.
Atenção: as questões seguintes referem-se ao texto
abaixo.
O esforço pelo esforço
Revelou-me um amigo que era contra o atletismo. Ele
perguntava: “Você conhece algum atleta longevo?” E
concluía:
“Quem vive muito são essas velhinhas que se encontram ao fim da tarde para tomar chá com bolo...” Já viu
cavalo treinando os 1500 metros? Só quando dominados por homens.
As Olimpíadas não são uma manifestação de saúde.
São uma exaltação do desejo de ser o maior. Prova
disso são os dopings. Os atletas sabem que a coisa
faz mal à saúde.
Pode matar. Mas uma morte prematura bem vale um
lugar no pódio! Aquela máquina de correr, uma atleta
negra norte-americana cujo nome esqueci, só músculos, morreu subitamente de um ataque cardíaco. Assim,
não pensem que os atletas têm boa saúde, que praticam
hábitos saudáveis de vida.
Lembram-se daquela corredora suíça, ao final da
maratona?
(D) se
Era a imagem de um corpo torturado pela dor.
As expressões indicam que algo vale por si mesmo (valor intrínseco),
e não por alguma outra razão externa.
Penso também nas nadadoras. Elas me assustam.
Aqueles ombros enormes! Acho que meus braços não
conseguiriam abraçar uma delas. E abraço é perda de
tempo: é preciso aproveitar o tempo lutando contra a
água. São inimigas da água. Isso mesmo. Porque uma
pessoa que passa dez anos de sua vida treinando seis
horas por dia, não por prazer, mas para sair da piscina
um centésimo de segundo à frente da marca olímpica,
só pode ter ódio da água. A água é o inimigo a ser
vencido. Compare com as crianças. Elas amam a água,
nunca querem sair da água, a água é sua companheira
de brincadeiras. As nadadoras, ao contrário, não brincam com a água, lutam contra ela. Tocada a borda da
piscina, para onde olham as nadadoras? Elas olham
para o placar onde aparece o tempo. É isso: é o tempo
que elas amam. Quanto mais depressa, melhor! Batido
um recorde, é só ir atrás de outro.
(Adaptado de texto extraído do site de Rubem Alves –
“Quarto de badulaques”)
(Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC) Depreende-se do texto que
a posição do autor, diante dos esforços extremos a que
se entregam os atletas de competição, é a de quem
(A) apenas
admite o excesso de aplicação humana em
atividades físicas quando a recompensa é o mais
amplo prestígio possível.
(B) vai ao encontro da concepção segundo a qual uma
prática esportiva deve ser um desafio cujo enfrentamento implica rigorosa disciplina.
(C) não reconhece, nas disputas esportivas mais ferrenhas, sequer alguma vantagem física que justifique
a aplicação excessiva do atleta.
(D) não acredita que os competidores de alto nível deixem de ter grande prazer nas longas e exaustivas
preparações a que se submetem.
(E) vai ao encontro da concepção segundo a qual todo
sucesso proporcionado por um grande sacrifício vale
mais do que um prazer natural.
A: incorreta, o autor não admite em seu texto o excesso de aplicação
humana em atividades físicas. A rigor, rejeita o esporte como simples
“exaltação do desejo de ser o maior”; B e E: incorretas, lembre-se que
“vai ao encontro” significa harmonia, concordância (diferentemente
de “ir de encontro”, que significa confronto, oposição). Em nenhum
momento o autor afirma (nem seu texto permite concluir) que o esporte
deve ser desafio cujo enfrentamento implica rigorosa disciplina ou que
o sucesso proporcionado por um grande sacrifício vale mais do que
um prazer natural; C: correta, de fato, o autor é totalmente crítico em
relação às disputas esportivas; D: incorreta, o autor entende o oposto,
que os atletas não têm qualquer prazer na prática esportiva.
Gabarito “C”
E teria razão. O leitor que percorrer crônicas do velho
Braga saberá que ele não precisaria mesmo dizer
nada além do que já disse e continua dizendo em suas
páginas mágicas, meditadas, incapazes de passar por
cima da poesia da vida.
Segundo as convicções do autor, está correto o que
se afirma em
Gabarito “D”
Respondia monossilabicamente às perguntas, com um
olhar distante, às vezes consultando o relógio. Não
sabíamos, mas já estava gravemente doente. Fosse
como fosse, a admiração que os jovens mostravam
pelo velho urso pouco lhe dizia, era evidente que preferiria estar em outro lugar, talvez sozinho, talvez numa
janela, ou na rede do quintal de seu apartamento (sim,
seu apartamento de cobertura tinha um quintal aéreo,
povoado de pássaros e plantas), recolhendo suas últimas observações, remoendo seus antigos segredos.
Era como se nos dissesse: “Não me perguntem mais
nada, estou cansado, tudo o que me importou na vida
já escrevi, me deixem em paz, meninos.”
III.
Apesar de não ser mais que um entretenimento
passageiro, uma crônica não deve, por isso, ser
considerada menos importante do que um romance
ou um poema.
Antes mesmo de serem editadas em livro, as crônicas de Rubem Braga já se impunham como textos
altamente expressivos nas páginas dos jornais.
25
(Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC) A expressão o esforço pelo
esforço permite uma analogia com outras expressões,
como o prazer pelo prazer ou dinheiro pelo dinheiro. O
elemento comum está no fato de que essas expressões
referem-se a situações que
(A) devemos
suportar, na busca de uma recompensa.
justificam pelo valor que lhes é intrínseco.
(C) se traduzem como efeitos de causas remotas.
(B) se
apresentam na forma de um impasse.
a uma escolha, diante de uma alternativa.
(E) obrigam
(Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC)
afirmações:
I.
II.
III.
Atente para as seguintes
As ponderações do amigo do autor, reproduzidas
logo no início, são relativizadas ou mesmo contestadas pela argumentação desenvolvida em todo o
texto.
Conclui-se da leitura do terceiro parágrafo que uma
nadadora olímpica só encontra real prazer em seu
treinamento quando vislumbra a possibilidade de
bater um recorde.
A alegria natural, demonstrada pelas crianças,
quando brincam na água, é lembrada como um
contraponto à obsessão pelo desempenho nas
competições.
Em relação ao texto, está correto APENAS o que se
afirma em
(A) I.
(B) I
e II.
(C) II.
(D) II
e III.
(E) III.
I: incorreta, o amigo revelou que “era contra o atletismo”. No decorrer
do texto, o autor posiciona-se nesse sentido, contrariamente às práticas
esportivas dos atletas de ponta; II: incorreta, a nadadora, segundo o
autor, não encontra real prazer no treinamento. Ela nada “não por
prazer, mas para sair da piscina um centésimo de segundo à frente da
marca olímpica”; III: correta, “Compare com as crianças. Elas amam
a água (...). As nadadoras, ao contrário, não brincam com a água,
lutam contra ela.”
Gabarito “E”
Conheci Rubem Braga já velho, cansado, algo
impaciente e melancólico, falando laconicamente a
estudantes de faculdade. Parecia desinteressado da
opinião alheia, naquele evento organizado por uma
grande empresa, a que comparecera apenas por força
de contrato profissional.
II.
Gabarito “D”
leituras quantas se façam delas, reeditam-se, são
lidas, comentadas, não importando o dia em que foram
escritas ou publicadas.
I.
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
Gabarito “B”
24
Instruções: as questões seguintes referem-se ao texto
abaixo.
A tribo que mais cresce entre nós
A nova tribo dos micreiros* cresceu tanto que talvez
já não seja apenas mais uma tribo, mas uma nação,
embora a linguagem fechada e o fanatismo com que
se dedicam ao seu objeto de culto sejam quase de uma
seita. São adoradores que têm com o computador uma
relação semelhante à do homem primitivo com o totem
e o fogo. Passam horas sentados, com o olhar fixo num
espaço luminoso de algumas polegadas, trocando não
só o dia pela noite, como o mundo pela realidade virtual.
Sua linguagem lembra a dos funkeiros** em quantidade de importações vocabulares adulteradas, porém
é mais ágil e rica, talvez a mais rápida das tribos
urbanas modernas. Dança quem não souber o que é
BBS, modem, interface, configuração, acessar e assim
por diante. Alguns termos são neologismos e, outros,
recriações semânticas de velhos significados, como
janela, sistema, ícone, maximizar.
No começo da informatização das redações de jornal,
houve um divertido mal-entendido quando uma jovem
(A) fenômeno
emergente, em avançado estágio de
expansão, caracterizado por certos procedimentos
ritualísticos.
(B) fenômeno emergente, de caráter nacionalista, comparável ao crescimento das seitas religiosas.
(C) agentes de uma revolução tecnológica, no apogeu
de sua expansão, capazes de dedicação integral à
sua causa.
(D) sinal dos novos tempos, num patamar nacionalista,
ainda caracterizado por elementos regressivos.
(E) sinal dos novos tempos, evidência da tecnologia
nacional, ainda comprometido pelo hermetismo de
sua linguagem.
O termo “tribo” é utilizado para indicar um grupo social definido que
cresce muito (“A nova tribo dos micreiros cresceu tanto ...”). O termo
“nação” indica que, na verdade, não se trata de um simples grupo
menor, que o termo “tribo” pode sugerir, pois o fenômeno já se
expandiu bastante dentro da sociedade. Finalmente, o termo “seita”
aponta características dos micreiros que são típicas de certos grupos
religiosos, quais sejam “a linguagem fechada e o fanatismo com que
se dedicam ao seu objeto de culto”.
Gabarito “A”
(Analista – TRT/3ª – 2005 – FCC) A analogia estabelecida
pelo autor entre a importância do computador e a da
primeira Revolução Industrial deriva do fato de que, em
ambos os casos,
sucesso imediato da novidade levou os homens
a um entusiasmo quase irracional, sem limites.
(B) os velhos letrados, como sempre, encararam com
desconfiança o surgimento de uma nova linguagem.
(C) houve reações motivadas pelo temor inerente aos
períodos de crise econômica.
frase
O elemento sublinhado na
(A) (...)
com o olhar fixo num espaço luminoso de
algumas polegadas refere-se ao instante em que o
usuário de um micro age como um funkeiro.
(B) No começo da informatização das redações de jornal
evidencia uma das formas de preconceito com que
se reagiu à nova linguagem.
(C) Foi-se o tempo em que “fazer um programa” era uma
aventura amorosa revela o novo sentido atribuído a
uma antiga expressão.
(D) Hoje, ninguém mais associa essa palavra ao ato
pecaminoso refere-se à necessidade de rejeitar um
texto.
(E) Aborta-se tão impune e frequentemente quanto se
acessa ajuda a esclarecer o novo campo semântico
a que pertence aborta-se.
A: incorreta, a expressão ilustra o fanatismo a que o autor se referiu;
B: incorreta, a expressão não indica qualquer forma de preconceito;
C: incorreta, “aventura amorosa” indica o antigo sentido (não o
novo) atribuído à expressão “fazer um programa”; D: incorreta,
“ato pecaminoso” refere-se ao aborto, à interrupção da gravidez; E:
correta, “aborta-se” e “acessa” são termos utilizados pelos micreiros.
A relação entre essas palavras, feita pelo autor, ajuda a esclarecer
o campo semântico em que “aborta-se” se insere, qual seja, o da
linguagem da informática.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma
APENAS em
O sigilo do médico e o do sacerdote têm força igual
à do sigilo do advogado. Daí dizer a Lei nº 8.906/94,
no inciso 19 do artigo 7º, ser direito deste profissional
recusar-se a depor como testemunha, mesmo quando
autorizado pelo constituinte, bem como sobre fato que
constitua sigilo profissional. Se não pode depor, mesmo
em juízo, imagine-se a gravidade de ver apreendido,
em seu escritório, documento que implique em responsabilidade de seu cliente.
(D) I
Tem havido, porém, escritórios que aceitam ser sede
de empresas de seus clientes, designando locais, em
seu espaço interno, para esse efeito. Em outros casos,
o advogado é diretor de empresa, não se encontrando
no exercício da profissão. São alternativas diversas das
que tipificam a atividade profissional, não garantidas
pela Constituição e pelas leis, quanto à inviolabilidade.
Fora daí, invadir o escritório e apreender documentos
físicos ou eletrônicos é abuso de direito, que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem considerado
geradora de prova ilícita.
(Walter Ceneviva, Folha de S. Paulo, 07/05/2005)
(Analista – TRT/11ª – 2005 – FCC) O autor do texto manifesta-se
contra práticas policiais
Riscos da advocacia invadida
que falta o respaldo básico de uma ordem judicial
explícita.
(B) de respaldo ético indiscutível, já que amparadas por
determinação judicial.
(C) que ferem direito garantido, inerente a toda prática
profissional.
(D) em que há abuso da autoridade e extrapolação de
uma ordem judicial.
(E) em que se ignora direito já reconhecido pela jurisprudência.
Tanto quanto se saiba, a polícia tem praticado entradas forçosas em escritórios de advocacia, apreendido
papéis e praticado outras violências. A versão oficial diz
que as chamadas invasões não existem, pois se trata
de ingressos autorizados por ordem judicial para fins
determinados, relativos a investigações na apuração
de responsabilidades graves.
A, B e D: incorretas, o autor é crítico em relação às invasões de escritórios de advocacia, mesmo nos casos em que “A versão oficial diz que
(...) se trata de ingressos autorizados por ordem judicial”; C: incorreta,
o autor refere-se às práticas profissionais em que o sigilo é essencial
(não à toda prática profissional); E: correta, segundo o autor, a invasão
de escritórios de advocacia para “apreender documentos físicos ou
eletrônicos é abuso de direito, que a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal tem considerado geradora de prova ilícita”.
Atenção: as questões seguintes referem-se ao texto
abaixo.
A regra essencial a esse respeito é, porém, a da inviolabilidade do escritório do advogado. Sou advogado,
além de jornalista e, portanto, parte interessada. Por
isso, limitarei as anotações cabíveis estritamente aos
campos da Constituição e da lei vigente, sem qualquer
extrapolação. Comecemos pelo inciso 6 do artigo 5º
da Carta Magna, o qual afirma ser “livre o exercício
de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas
as qualificações profissionais que a lei estabelecer”.
A advocacia exige qualificações específicas, na Carta
Magna e na Lei nº 8.906/94, consistentes no diploma do
bacharel em ciências jurídicas, no registro profissional
na Ordem dos Advogados, depois da aprovação no
Exame da Ordem.
(A) a
(Analista – TRT/11ª – 2005 – FCC)
afirmações:
I.
II.
III.
Considere as seguintes
Quanto à sua inviolabilidade, o direito ao sigilo de
médicos e de sacerdotes é garantido no inciso 19
do artigo 7º da Lei nº 8.906/94 e deveria, segundo
o autor, ser estendido à prática advocatícia.
Para provar sua imparcialidade no tratamento da
questão central de seu texto, o autor recusa-se a
se valer de argumentos próprios à sua qualificação
profissional.
Segundo o autor, a garantia de inviolabilidade do escritório de advocacia deixa de existir quando seu espaço
for utilizado para o exercício de atividades outras.
(A) III.
(B) II
e III.
(C) II.
e II.
(E) I.
I: incorreta, o dispositivo legal refere-se ao sigilo do advogado, com
força equivalente ao sigilo médico e ao de sacerdócio; II: incorreta, o
autor vale-se dos argumentos próprios à sua qualificação profissional
de advogado, embora limite “as anotações cabíveis estritamente aos
campos da Constituição e da lei vigente, sem qualquer extrapolação”,
para garantir imparcialidade; III: correta, de fato, segundo o autor, essas
são “alternativas diversas das que tipificam a atividade profissional,
não garantidas pela Constituição e pelas leis, quanto à inviolabilidade”.
(Analista – TRT/11ª – 2005 – FCC) No segundo parágrafo, lê-se:
Por isso, limitarei as anotações cabíveis estritamente
aos campos da Constituição e da lei vigente, sem
qualquer extrapolação.
Deve-se entender que a expressão sublinhada na frase
remete diretamente a uma informação já explicitada
no contexto:
(A) a
versão oficial nega as entradas forçosas.
autor se declara parte interessada na questão de
que trata.
(C) o autor está em pleno exercício de seu ofício de
jornalista.
(D) a advocacia exige sempre qualificações específicas.
(E) os dispositivos legais já citados são inequívocos.
(B) o
“Por isso” é elemento anafórico que se refere à frase imediatamente
anterior: “Sou advogado, além de jornalista e, portanto, parte interessada.”
A frase em que a palavra
sublinhada está empregada com o mesmo sentido com
que se apresenta no texto é:
(Analista – TRT/11ª – 2005 – FCC)
(A) São providências duras mais forçosas, imprescindí-
veis neste momento.
bom se reservássemos os ingressos, pois o
solista goza de grande prestígio junto ao público.
(C) Ele se valeu de razões consistentes e derrubou a
frágil proposta da oposição.
(D) Mostrou-se constrangido com o deslize que cometeu
durante a sessão solene de posse do novo magistrado.
(E) Nosso constituinte está prestes a buscar outros
advogados, caso não escolhamos outra estratégia
de defesa.
(B) Seria
A: incorreta, “forçosas”, no texto, indica entradas forçadas, sem
autorização do advogado; na alternativa, o termo indica providências
“necessárias”; B: incorreta, “ingressos”, no texto, indica entrada no
escritório; na alternativa, o termo significa bilhete que permite assistir
à apresentação do solista; C: incorreta, “consistentes no diploma do
bacharel” indica, no texto, aquilo que compõe, que forma; na alternativa,
o termo se refere à solidez das razões; D: incorreta, “constrangido a
informar”, no texto, indica coação, imposição; na alternativa, o termo
se refere à vergonha do sujeito que cometeu o deslize; E: correta,
“constituinte”, no texto e na alternativa, tem o mesmo significado,
indicando aquele que contratou o advogado (que lhe outorgou mandato,
que o tornou procurador).
Gabarito “E”
(Analista – TRT/3ª – 2005 – FCC) No primeiro parágrafo, as
palavras tribo, nação e seita ocorrem ao autor para
identificar os micreiros, respectivamente, como
(Analista – TRT/3ª – 2005 – FCC)
Não é possível o exercício da profissão advocatícia se o
cliente não tiver confiança absoluta em que as informações e os documentos passados a seu advogado sejam
invioláveis. Nem será possível se o advogado puder ser
constrangido a informar fatos relativos a seu cliente.
Gabarito “E”
(Zuenir Ventura, “Crônicas de um fim de século”)
* micreiros = usuários de microcomputador.
** funkeiros = criadores ou entusiastas da música funk.
O autor faz referência à Revolução Industrial para ilustrar a inutilidade
de se opor a um fenômeno irreversível. Não adianta opor-se à informatização, como não adiantou opor-se à Revolução Industrial.
Gabarito “E”
Alguns velhos homens de letras olham com preconceito essa tribo, como se ela fosse composta apenas
de jovens, e ainda por cima iletrados. É um engano,
porque há entre os micreiros respeitáveis senhoras
e brilhantes intelectuais. Falar mal do computador é
tão inútil e reacionário quanto foi quebrar máquinas
no começo da primeira Revolução Industrial. Ele veio
para ficar, como se diz, e seu sucesso é avassalador.
Basta ver o entusiasmo das adesões.
reações mostraram-se inúteis, diante da inexorabilidade de um novo estágio tecnológico.
(E) argumentos ponderáveis, de natureza política, evidenciaram o caráter antidemocrático da novidade.
Gabarito “B”
Nada mais tem forma e sim “formatação”. Foi-se o
tempo em que “fazer um programa” era uma aventura
amorosa. O “vírus” que apavora os micreiros não é o
HIV, mas uma intromissão indevida no “sistema”, outra
palavra cujo sentido atual nada tem a ver com os significados anteriores. A geração de 68 lutou para derrubar
o sistema; hoje o sistema cai a toda hora.
(D) as
27
Gabarito “A”
repórter disse pela primeira vez: “Eu abortei!”. Ela
acabava de rejeitar não um filho, mas uma matéria.
Hoje, ninguém mais associa essa palavra ao ato
pecaminoso. Aborta-se tão impune e frequentemente
quanto se acessa.
(A) o
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
Gabarito “D”
26
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1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
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é possível o exercício
da advocacia se o cliente não tiver confiança em que
as informações passadas a seu advogado sejam
invioláveis.
(VUNESP – 2015)
Para responder à questão, considere
a seguinte passagem, no contexto geral da crônica:
das mãos a balança com que pesa o direito, enquanto
na outra segura a espada por meio da qual o defende.
Ocorre adequada correlação entre os tempos e os
modos verbais no que está em
Não ter tempo para gentilezas é bonito. […] Não dizer
bom-dia significa que você é muito importante.
(A) I,
A frase continuará formalmente correta caso se substituam as expressões sublinhadas, respectivamente, por:
Ou muito ocupado. Humilhar os que não concordam
com suas ideias é coisa de gente forte. E que está do
lado certo.
A espada sem a balança é a força bruta, a balança
sem a espada, a impotência do direito. Uma completa
a outra, e o verdadeiro estado de direito só pode existir
quando a justiça sabe brandir a espada com a mesma
habilidade com que manipula a balança.
(A) é
prerrogativa dos que querem ter sua importância
reconhecida socialmente.
(B) é uma via de mão dupla, por isso não deve ser
praticada se não houver reciprocidade.
(C) representa um hábito primitivo, que pouco afeta as
relações interpessoais.
(D) restringe-se ao gênero masculino, pois este representa os mais fortes.
(E) é uma qualidade desvalorizada em nossa sociedade
nos dias atuais.
O texto expõe o ponto de vista da autora de que agir com gentileza virou
algo ruim em nossa sociedade, uma característica que não deve ser
demonstrada. Em outras palavras, é uma virtude que anda desvalorizada
em nosso tempo.
Gabarito “E”
No final do último parágrafo, a autora
caracteriza a gentileza como “ato de pura desobediência
civil”; isso permite deduzir que
(VUNESP – 2015)
(A) assumir
a prática da gentileza é rebelar-se contra
códigos de comportamento vigentes, mesmo que
não declarados.
(B) é inviável, em qualquer época, opor-se às práticas e
aos protocolos sociais de relacionamento humano.
(C) é possível ao sujeito aderir às ideias dos mais fortes,
sem medo de ver atingida sua individualidade, no
contexto geral.
(D) há, nas sociedades modernas, a constatação de que
a vulnerabilidade de alguns está em ver a felicidade
como ato de rebeldia.
(E) obedecer às normas sociais gera prazer, ainda que
isso signifique seguir rituais de incivilidade e praticar
a intolerância.
O último parágrafo é escrito em tom irônico para chamar a atenção
do leitor ao absurdo que vivemos ao dar uma conotação ruim aos
atos de gentileza. Quando a autora afirma que a gentileza é um ato
de desobediência civil, quer dizer que essa prática representa uma
rebeldia contra esse hábito vigente e espraiado, ainda que não escrito,
mas seguido por todos.
de gentileza.
que também tolera atitudes não gentis e
grosseiras.
(C) aponta, ironicamente, o ponto de vista de pessoas
não adeptas da gentileza.
(D) expõe o que realmente pensa de quem é gentil com
os semelhantes.
(E) adere às ideias dos não corteses, com os quais
acaba se identificando.
(B) revela
Temos mais uma vez a ironia como marco determinante do estilo da
autora nessa passagem. Ela narra como a sociedade vê as pessoas
que não são gentis como pessoas fortes, ocupadas e bem-sucedidas.
(VUNESP – 2015) Observa-se que, no 1º parágrafo, a autora
emprega os pronomes te e você para se referir a um
virtual leitor e, no 3º parágrafo, emprega a expressão
pacas (É preciso ser macho pacas).
Essas duas escolhas permitem inferir que ela
(A) rejeita um linguajar jovem, embora formal, contando
com a adesão dos leitores mais habituados a ler.
(B) escreve para um público leitor de textos nas redes
sociais, razão pela qual é obrigada a deixar de lado
a norma culta do português.
(C) evita atrair a atenção do público mais escolarizado e
menos exigente em relação à informalidade da língua.
(D) pode conseguir maior identificação com seu público
leitor, optando por soluções de linguagem de feição
mais informal.
(E) despreza convenções da língua-padrão, por crer
na inaptidão do leitor para compreender estruturas
complexas.
As passagens assinaladas, tanto os pronomes de uso cotidiano quanto
a gíria, denotam a intenção da autora de aproximar-se do leitor,
conquistando um público maior a partir da identificação deste com a
linguagem informal utilizada.
Gabarito “D”
Gabarito “D”
É correto inferir que, do ponto de vista
da autora, a gentileza
(VUNESP – 2015)
(A) informa literalmente efeitos positivos que vê na falta
O direito é um trabalho sem tréguas, não só do Poder
Público, mas de toda a população. A vida do direito nos
oferece, num simples relance de olhos, o espetáculo
de um esforço e de uma luta incessante, como o despendido na produção econômica e espiritual. Qualquer
pessoa que se veja na contingência de ter de sustentar
seu direito participa dessa tarefa de âmbito nacional e
contribui para a realização da ideia do direito.
É verdade que nem todos enfrentam o mesmo desafio.
A vida de milhares de indivíduos desenvolve-se tranquilamente e sem obstáculos dentro dos limites fixados
pelo direito. Se lhes disséssemos que o direito é a luta,
não nos compreenderiam, pois só veem nele um estado
de paz e de ordem.
(Rudolf von Ihering, A luta pelo direito)
Leia o texto, para responder às questões de abaixo.
O fim do direito é a paz, o meio de que se serve para
consegui-lo é a luta. Enquanto o direito estiver sujeito
às ameaças da injustiça – e isso perdurará enquanto o
mundo for mundo –, ele não poderá prescindir da luta.
A vida do direito é a luta: luta dos povos, dos governos,
das classes sociais, dos indivíduos.
Todos os direitos da humanidade foram conquistados
pela luta; seus princípios mais importantes tiveram de
enfrentar os ataques daqueles que a ele se opunham;
todo e qualquer direito, seja o direito de um povo, seja
o direito do indivíduo, só se afirma por uma disposição
ininterrupta para a luta. O direito não é uma simples
ideia, é uma força viva. Por isso a justiça sustenta numa
(VUNESP – 2015) É
do autor,
correto concluir que, do ponto de vista
(A) toda
luta é uma forma de injustiça.
luta é indispensável para o direito.
(C) o direito termina quando há paz.
(D) as injustiças perdurarão enquanto os povos lutarem.
(E) nada justifica a luta, nem mesmo a paz.
(B) a
O trecho do famoso livro de Rudolf von Ihering destaca que a luta é um
instrumento de realização do direito, de forma que este não existe sem
aquela, sob pena de tornar-se impotente frente aos obstáculos sociais.
(VUNESP – 2015) Deve-se concluir, com base nas ideias
do autor, que a balança e a espada sustentadas pela
justiça simbolizam, respectivamente,
(A) mediação
e brutalidade.
e insubordinação.
(C) ponderação e proteção.
(D) solenidade e coerção.
(E) persuasão e perenidade.
(B) pacificação
O autor usa a imagem de Têmis, deusa da Justiça, para ilustrar a simbiose entre a justiça, a ponderação, o direito (a balança) e a proteção,
a força bruta, a luta (a espada).
Gabarito “C”
A: está incorreta a expressão: “compartilhadas de seu”. As informações não são do advogado, mas sim do cliente; B: “presumir de que”
é incorreto. O certo seria “presumir que”; C: “suspeitar de cujas” é
incorreto. O certo seria “suspeitar que”; D: as expressões mantêm a
correção da frase; E: “não confiar de que” é incorreto. O certo seria
“não confiar que”.
Com essas afirmações, a autora
Gabarito “B”
a desconfiança em que − compartilhadas
de seu
(B) presumir de que − confiadas ao seu
(C) suspeitar de cujas − confidenciadas com seu
(D) não supuser que − reveladas a seu
(E) não confiar de que − transmitidas a seu
Gabarito “C”
(A) alimentar
2. VERBO
(Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC)
frases:
I.
II.
III.
Atente para as seguintes
Seria ótimo que a Igreja Católica venha a escolher, no
próximo ano, um tema tão importante como o que já
elegera para a campanha da fraternidade deste ano.
Se todas as religiões adotassem exatamente o
mesmo sentido para o termo dignidade, este alcançaria o valor universal que cada uma delas postula.
Quando viermos a nos entender quanto ao que
fosse dignidade, esse termo poderia ser utilizado
sem gerar tantas controvérsias.
II e III.
e II, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) I e III, apenas.
(E) II, apenas.
(B) I
I: incorreta. Deveria constar “viesse” em vez de “venha” e “elegeu”
no lugar de “elegera”; II: correta. Todos os verbos foram conjugados
conforme as normas gramaticais; III: incorreta. Deveria constar “seja”
no lugar de “fosse” e “poderá” em vez de “poderia”.
Gabarito “E”
(Analista – TRT/11ª – 2005 – FCC) Não
O mito napoleônico baseia-se menos nos méritos de
Napoleão do que nos fatos, então sem paralelo, de sua
carreira. Os homens que se tornaram conhecidos por
terem abalado o mundo de forma decisiva no passado
tinham começado como reis, como Alexandre, ou patrícios, como Júlio César, mas Napoleão foi o “pequeno
cabo” que galgou ao comando de um continente pelo
seu puro talento pessoal. Todo homem de negócios
daí em diante tinha um nome para sua ambição: ser −
os próprios clichês o denunciam − um “Napoleão das
finanças” ou “da indústria”. Todos os homens comuns
ficavam excitados pela visão, então sem paralelo, de
um homem comum maior do que aqueles que tinham
nascido para usar coroas. Em síntese, foi a figura com
que todo homem que partisse os laços com a tradição
podia se identificar em seus sonhos.
Para os franceses ele foi também algo bem mais simples: o mais bem-sucedido governante de sua longa
história. Triunfou gloriosamente no exterior, mas, em
termos nacionais, também estabeleceu ou restabeleceu
o mecanismo das instituições francesas como existem
hoje. Ele trouxe estabilidade e prosperidade a todos,
exceto para os 250 mil franceses que não retornaram
de suas guerras, embora até mesmo para os parentes
deles tivesse trazido a glória. Sem dúvida, os britânicos
se viam como lutadores pela causa da liberdade contra
a tirania; mas em 1815 a maioria dos ingleses era mais
pobre do que o fora em 1800, enquanto a maioria dos
franceses era quase certamente mais rica.
Ele destruíra apenas uma coisa: a Revolução de 1789,
o sonho de igualdade, liberdade e fraternidade, do povo
se erguendo na sua grandiosidade para derrubar a
opressão. Este foi um mito mais poderoso do que o dele,
pois, após a sua queda, foi isto e não a sua memória
que inspirou as revoluções do século XIX, inclusive em
seu próprio país.
(Adaptado de Eric. J. Hobsbawm. A era das revoluções − 1789-1848.
7ª ed. Trad. de Maria Tereza Lopes Teixeira e Marcos Penchel.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989, p.93-4)
Sem dúvida, os britânicos se
viam como lutadores pela causa da liberdade contra
a tirania ...
(Analista – TRT9 – 2012 – FCC)
O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o
verbo grifado acima está em:
(A)Todos
os homens comuns ficavam excitados pela
visão ...
(B)O mito napoleônico baseia-se menos nos méritos
de Napoleão ...
Gabarito “A”
A ponte entre Cinema Novo e Tropicalismo ficaria mais
evidente com o lançamento, em 1969, de Macunaíma,
de Joaquim Pedro de Andrade. Ao fazer o filme, Joaquim Pedro esforçou-se por torná-lo um produto afinado
com a cultura de massa. “A proposição de consumo
de massa no Brasil é algo novo. A grande audiência
de TV entre nós é um fenômeno novo. É uma posição
avançada para o cineasta tentar ocupar um lugar dentro
dessa situação”, disse ele.
Incapaz de satisfazer plenamente as exigências do
mercado, o Cinema Novo deu os seus últimos suspiros
em fins da década de 1970 − período que marcou o
auge das potencialidades comerciais do cinema feito
no Brasil.
(Adaptado de Eduardo Bueno. Brasil: uma história.
Ed. Leya, 2010. p. 408)
(Analista – TRT9 – 2012 – FCC )... Glauber Rocha transforma-
ria, com Deus e o Diabo na terra do sol, a história do
cinema no Brasil.
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que
o grifado acima está empregado em:
ponte entre Cinema Novo e Tropicalismo ficaria
mais evidente ...
(A) Nem
todos discriminam, numa foto, os predicados
mágicos que a ela se ...... (atribuir) nesse texto.
(B) Os tempos que ...... (documentar) uma simples
foto, aparentemente congelada, são complexos e
estimulantes.
(C) A associação entre músicos e fotógrafos profissionais ...... (remeter) às especificidades de cada tipo
de sintaxe.
(D) A poucos ...... (costumar) ocorrer que as fotografias
podem enfeixar admiráveis atributos estéticos, como
obras de arte que são.
(E) Imaginem-se os sustos que não ...... (ter) causado
aos nativos de tribos remotas a visão de seus rostos
fotografados!
A: correta. Deve-se conjugar “atribuem”, na terceira pessoa do plural,
para concordar com “predicados mágicos”; B: incorreta. Essa é uma
“pegadinha” perigosa. O verbo deve ser conjugado como “documenta”,
no singular, para concordar com “uma simples foto”, seu sujeito. “Os
tempos” é sujeito do verbo “ser”, deslocado para o fim do período; C:
incorreta. O verbo deve ser conjugado como “remete”, no singular,
para concordar com “associação”; D: incorreta. Outra “pegadinha”. “A
poucos” é adjunto adverbial, portanto não determina a concordância do
verbo. Na verdade, “costuma” deve ser flexionado no singular porque
estamos diante de uma oração com sujeito indeterminado; E: incorreta.
Outra alternativa difícil. O núcleo do sujeito de “ter”, que se flexionará
“terá”, é “a visão”, substantivo singular.
(Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC) Estamos vivendo uma época
em que a bandeira da discriminação se apresenta em
seu sentido mais positivo: trata-se de aplicar políticas
afirmativas para promover aqueles que vêm sofrendo
discriminações históricas.
Mantém-se adequada correlação entre tempos e modos
verbais com a substituição das formas sublinhadas no
trecho acima, na ordem dada, por:
(A) Estávamos
- apresentava - tratava-se - vinham
- apresentara - tratava-se - viessem
(C) Estaremos - apresente - tratar-se-ia - venham
(D) Estávamos - apresentou - tratar-se-á - venham
(E) Estaremos - apresentara - tratava-se - viessem
(B) Estaríamos
Como no trecho original os verbos estão todos no presente, precisamos
encontrar a alternativa que mantém o tempo verbal em todos os verbos
(Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC) Está adequada a correlação
entre tempos e modos verbais na frase:
(A) Será que alguém acreditou que uma sociedade sem
classes e sem preconceitos possa ter-se formado
num regime autoritário?
(B) Se a catequese pudesse propagar a fé religiosa sem
recorrer à intimidação, talvez os convertidos tenham
sido mais numerosos.
(C) Um fim talvez justificaria os meios caso estes implicarem sacrifícios que não se distribuam desigualmente.
(D) Ele acredita que haverão de justificar-se todos os
meios quando os fins representarem um ganho de
alcance coletivo.
(E) Tão logo fossem denunciados os horrores do stalinismo, os comunistas devem ter revisto suas antigas
convicções.
A: incorreta, “acreditou [pretérito perfeito do indicativo] que uma sociedade (...) poderia [futuro do pretérito do indicativo] ter-se formado”; B:
incorreta, “se a catequese pudesse [pretérito imperfeito do subjuntivo]
(...) talvez os convertidos tivessem sido [pretérito mais-que-perfeito do
subjuntivo]; C: incorreta, “Um fim talvez justificaria [futuro do pretérito
do indicativo] os meios caso estes implicassem [pretérito imperfeito do
subjuntivo] sacrifícios que não se distribuíssem [pretérito imperfeito do
subjuntivo]; D: correta, em “haverão de justificar-se” o verbo haver no
futuro do presente do indicativo está acertadamente correlacionado ao
verbo representar no futuro do subjuntivo; E: incorreta, “os comunistas
deveriam ter” – verbo adequadamente correlacionado no futuro do
pretérito do indicativo.
... uma observação mais atenta das
fotos deixou evidente... O verbo flexionado nos mesmos
tempo e modo que o grifado na frase acima está em:
(TRT/14ª – 2011 – FCC)
(A) ...
provavelmente fugiram do território peruano ...
(B) ... certamente são índios com um passado traumático ...
(C) ... que estaria até hoje ...
(D) A exploração da madeira (...) carece de fiscalização
...
(E) ... vivendo de forma primitiva ...
O verbo deixar está conjugado na 3ª pessoa do singular do pretérito
perfeito do indicativo. A: correta, “fugiram” está conjugado na 3ª pessoa
do plural do pretérito perfeito do indicativo. Pede-se o verbo flexionado
nos mesmos tempo (pretérito perfeito) e modo (indicativo). Essa é a
alternativa correta; B: incorreta, “são” está conjugado na 1ª pessoa do
plural do presente do indicativo; C: incorreta, “estaria” está conjugado
a 3ª pessoa do singular do futuro do pretérito do indicativo; D: incorreta, “carece” está conjugado na 3ª pessoa do singular do presente do
indicativo; E: incorreta, “vivendo” está no gerúndio.
Gabarito “A”
O Cinema Novo nasceu na virada da década de 1950
para a de 1960, sobre as cinzas dos estúdios Vera
Cruz (empresa paulista que faliu em 1957 depois de
produzir dezoito filmes). “Nossa geração sabe o que
quer”, dizia o baiano Glauber Rocha já em 1963. Inspirado por Rio 40 graus e por Vidas secas, que Nelson
Pereira dos Santos lançara em 1954 e 1963, Glauber
Rocha transformaria, com Deus e o diabo na terra do
sol, a história do cinema no Brasil. Dois anos depois,
o cineasta lançou Terra em Transe, que talvez tenha
marcado o auge do Cinema Novo, além de ter sido uma
das fontes de inspiração do Tropicalismo.
O verbo indicado entre
parênteses deverá ser flexionado no plural para preencher corretamente a lacuna da frase:
(Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC)
propostos. A: correta. Todos os verbos estão conjugados no pretérito
imperfeito do indicativo; B: incorreta. “Estaríamos” e “apresentara”
são formas do pretérito mais-que-perfeito do indicativo, “tratava-se” é
pretérito imperfeito do indicativo e “viessem” é pretérito imperfeito do
subjuntivo; C: incorreta. “Estaremos” pertence ao futuro do presente
do indicativo, “apresente” e “venham” são conjugações do presente do
subjuntivo e “tratar-se-ia” está no futuro do pretérito do indicativo; D:
incorreta. Na ordem indicada, encontramos pretérito imperfeito do indicativo, pretérito perfeito do indicativo, futuro do presente do indicativo
e presente do subjuntivo; E: incorreta. Respectivamente, temos futuro
do presente do indicativo, pretérito mais-que-perfeito do indicativo,
pretérito imperfeito do indicativo e pretérito imperfeito do subjuntivo.
31
A internet produziu transformações espetaculares na
sociedade na última década, mas a mais profunda só
agora começa a ser estudada pela ciência. A facilidade
e a rapidez com que se encontram informações na rede,
sobre qualquer assunto e a qualquer hora, podem provocar alterações nos processos de cognição do cérebro.
Até a popularização da web, as principais fontes de
conhecimento com que todos contavam eram os livros
e, evidentemente, a própria memória do que se aprende
ao longo da vida. A internet mudou esse panorama: a
leitura em profundidade foi substituída pela massa de
informações, em sua maioria superficiais, oferecidas
pelos sites de buscas, blogs e redes de relacionamento.
A memória, por sua vez, perdeu relevância – para que
puxar pela cabeça para se lembrar de um fato ou do
nome de uma pessoa se essas informações estão disponíveis no Google, a dois toques do mouse? Quanto
mais dependemos dos sites de busca para adquirir
ou relembrar acontecimentos, mais nosso cérebro se
parece com um computador obsoleto que necessita de
uma memória mais potente.
Na frase genial do cientista brasileiro Miguel Nicolelis, “o cérebro é uma orquestra sinfônica em que os
instrumentos vão se modificando à medida que são
tocados”. Dificilmente alguém conseguirá explicar essa
plasticidade com uma imagem mais exata e intrigante.
Imagine-se um violino cerebral que, tocado de forma
medíocre por anos a fio, vai se transformando aos
poucos em um berimbau. Ou um piano martelado por
um músico de uma nota só que, ao fim e ao cabo, vira
um bumbo.
Pode, com o passar do tempo, a facilidade de estocagem e recuperação de virtualmente qualquer tipo
de informação atrofiar os instrumentos da orquestra
cerebral humana especializados na busca e seleção
de informações? É uma nova linha de investigação
científica, que tem um grande futuro pela frente.
(Alexandre Salvador e Filipe Vilicic. Veja, 20 de julho, 2011,
pp. 87-88, com adaptações)
(TRT/20ª – 2011 – FCC) Quanto
de busca... (2º parágrafo)
mais dependemos dos sites
A mesma relação existente entre o verbo e seu complemento, grifados no segmento acima, está em:
(A) A
internet produziu transformações espetaculares
na sociedade na última década...
(B) É uma nova linha de investigação científica.
(C) ...se essas informações estão disponíveis no Google, a dois toques do mouse?
(D) ...que necessita de uma memória mais potente.
(E) Ou um piano martelado por um músico de uma nota
só que, ao fim e ao cabo, vira um bumbo.
O verbo depender é transitivo indireto e tem como complemento o
objeto indireto (“dos sites de busca”). A: incorreta, o verbo transformar
é transitivo direto e “transformações espetaculares” seu objeto direto; B
e C: incorretas, os verbos ser e estar são de ligação; D: correta, o verbo
necessitar é transitivo indireto. O complemento “de uma memória mais
potente” é o objeto indireto; E: incorreta, o verbo virar é, nesse contexto,
transitivo direto. Seu complemento é o objeto direto “um bumbo”.
Gabarito “D”
Gabarito “A”
Em outubro de 1967, quando Gilberto Gil e Caetano
Veloso apresentaram as canções Domingo no parque
e Alegria, Alegria, no Festival da TV Record, logo houve
quem percebesse que as duas canções eram influenciadas pela narrativa cinematográfica: repletas de cortes,
justaposições e flashbacks. Tal suposição seria confirmada pelo próprio Caetano quando declarou que fora
“mais influenciado por Godard e Glauber do que pelos
Beatles ou Dylan”. Em 1967, no Brasil, o cinema era o
que havia de mais intenso e revolucionário, superando
o próprio teatro, cuja inquietação tinha incentivado os
cineastas a iniciar o movimento que ficou conhecido
como Cinema Novo.
“Transformar” é verbo transitivo direto, que exige como complemento
o objeto direto (quem transforma, transforma alguma coisa). A:
incorreta. “Ficar”, nesse caso, é verbo de ligação e “mais evidente” é
predicativo do sujeito; B: incorreta. “Nascer” é verbo intransitivo, não
exige complemento; C: correta. “Lançar” é também verbo transitivo
direto; D: incorreta. “Ser” é verbo de ligação e “um fenômeno novo”,
predicativo do sujeito; E: incorreta. “Falir” é verbo intransitivo, não
exige complemento.
Gabarito “A”
A: correta. Ambos os verbos estão na terceira pessoa do plural do
pretérito imperfeito do indicativo; B: incorreta. Na alternativa, o verbo
está na terceira pessoa do singular do presente do indicativo; C:
incorreta. Na alternativa, o verbo está na terceira pessoa do plural do
pretérito perfeito do indicativo; D: incorreta. Na alternativa, o verbo
está na terceira pessoa do singular do pretérito mais-que-perfeito do
indicativo; E: incorreta. Na alternativa, o verbo está na terceira pessoa
do plural do presente do indicativo.
Cinema Novo nasceu na virada da década de
1950 para a de 1960 ...
(C) Dois anos depois, o cineasta lançou Terra em transe
...
(D) A grande audiência de TV entre nós é um fenômeno
novo.
(E) ... empresa paulista que faliu em 1957 ...
(B) O
Gabarito “D”
exceto para os 250 mil franceses que não retornaram de suas guerras ...
(D)Ele destruíra apenas um coisa ...
(E) ... os próprios clichês o denunciam ...
Gabarito “C”
(C) ...
(A) A
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
Gabarito “A”
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1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
A forma verbal “tenha” está na 3ª pessoa do singular do presente do
subjuntivo. A: correta, a forma “domine” está na 3ª pessoa do singular
do presente do subjuntivo; B: incorreta, “possuem” está conjugado na
3ª pessoa do plural do presente do indicativo; C: incorreta, a forma
verbal “terá” está conjugada na 3ª pessoa do singular do futuro do
presente do indicativo; D: incorreta, o verbo justificar está flexionado
nessa alternativa (“justifica”) na 3ª pessoa do singular do presente
do indicativo; E: incorreta, “pode” está na 3ª pessoa do singular do
presente do indicativo.
Gabarito “A”
(Analista – TRT/20ª – 2011 – FCC) Paulo Honório (querer) con-
tar a própria vida, mas, julgando que não o (conseguir),
(pedir) ao jornalista Gondim que o (fazer). Os verbos
indicados entre parênteses estarão adequadamente
correlacionados na frase acima caso se flexionem nas
seguintes formas:
(A) quisera
– conseguirá – pedisse – faria
– conseguiria – pediu – fizesse
(C) queria – conseguisse – pedia – faça
(D) quis – consegue – pede – fizesse
(E) quis – conseguiu – pediu – faça
(B) queria
A: incorreta, quisera (pretérito mais-que-perfeito do indicativo); conseguirá (futuro do presente do indicativo); pedisse (pretérito imperfeito do
subjuntivo); faria (futuro do pretérito do indicativo); B: correta, queria
(pretérito imperfeito do indicativo); conseguiria (futuro do pretérito do
indicativo); pediu (pretérito perfeito do indicativo); fizesse (pretérito
imperfeito do subjuntivo): “Paulo Honório queria contar a própria vida,
mas, julgando que não o conseguiria, pediu ao jornalista Gondim que o
fizesse.”; C: incorreta, conseguisse (pretérito imperfeito do subjuntivo);
pedia (pretérito imperfeito do indicativo); faça (presente do subjuntivo);
D: incorreta, quis (pretérito perfeito do indicativo); consegue (presente
do indicativo); E: incorreta, conseguiu (pretérito perfeito do indicativo).
Gabarito “B”
(TRT/23ª – 2011 – FCC) Houve uma ocasião em que desejava
ser diretor de cinema.
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o
grifado na frase acima se encontra em:
(A) ...eu
escolheria um jornal.
meio de comunicação que não tinha limites ...
(C) O senhor já pensou em fazer filme?
(D) ...o tempo que você passa com amigos ...
(E) ...a isolar você do mundo real.
(B) ...um
O verbo desejar está flexionado na 3ª pessoa do singular do pretérito
imperfeito do indicativo. A: incorreta, a forma verbal “escolheria” está
conjugada na 3ª pessoa do singular do futuro do pretérito do indicativo;
(TRT/23ª – 2011 – FCC)
pode trabalhar.
... e com o tempo em que você
O segmento grifado na frase acima preenche corretamente a lacuna da frase:
(A) Muitos
escritores afirmam não saber lidar com a
fama ...... almejam em determinado momento de
suas carreiras.
(B) Alguns escritores menores tentam demonstrar em
suas obras uma erudição ..... não possuem de fato.
(C) Não por coincidência, o jornalismo é uma profissão
..... vários escritores recorrem em determinado
momento de suas vidas.
(D) O mercado cinematográfico internacional .... muitos
roteiristas iniciantes tentam se inserir é por demais
competitivo e estressante.
(E) Dizem que o trabalho árduo e diário e uma disciplina
tenaz são as principais armas ..... um jovem escritor
deve se valer.
Nessa oração, o verbo trabalhar é intransitivo. A e B: incorretas, o verbos
almejar e possuir são transitivos diretos “a fama que almejam” e “uma
erudição que não possuem”; C: incorreta, o verbo recorrer é transitivo
indireto “é uma profissão a que vários escritores recorrem”; D: correta,
nessa oração, o verbo inserir é intransitivo “em que muitos roteiristas
iniciantes tentam se inserir”; E: incorreta, o verbo valer-se é transitivo
indireto “de que um jovem escritor deve se valer”.
O verbo corretamente
empregado e flexionado está grifado em:
(Analista – TRT/23ª – 2011 – FCC)
(A) É
de se imaginar que, se os viajantes setecentistas
antevessem as dificuldades que iriam deparar,
muitos deles desistiriam da aventura antes mesmo
de embarcar.
(B) O que quer que os compelisse, cabe admirar a
coragem desses homens que partiam para o desconhecido sem saber o que os aguardava a cada
volta do rio.
(C) Caso não se surtisse com os mantimentos necessários para o longo percurso, o viajante corria o risco
de literalmente morrer de fome antes de chegar ao
destino.
(D) Se não maldiziam os santos, é bastante provável
que muitos dos viajantes maldizessem ao menos o
destino diante das terríveis tribulações que deviam
enfrentar.
(E) Na história da humanidade, desbravadores foram
não raro aqueles que sobreporam o desejo de enriquecer à relativa segurança de uma vida sedentária.
A: incorreta, verbo antever conjugado na 3ª pessoa do plural do pretérito
imperfeito do subjuntivo: antevissem; B: correta, o verbo compelir está
corretamente flexionado na 3ª pessoa do singular do pretérito imperfeito
do subjuntivo; C: incorreta, verbo surtir sem o pronome se; D: incorreta, verbo maldizer na 3ª pessoa do plural do pretérito imperfeito do
subjuntivo: maldissessem; E: incorreta, verbo sobrepor na 3ª pessoa
do plural do pretérito mais-que-perfeito do indicativo: sobrepuseram.
Gabarito “B”
domine as técnicas mais modernas, na
média, a produtividade da agropecuária brasileira
ainda está distante de alcançar seu pleno potencial.
(B) Grosso modo, as pastagens brasileiras possuem
uma unidade animal por hectare.
(C) Para isso, terá dois caminhos ...
(D) ... esse investimento muitas vezes não se justifica
do ponto de vista estritamente econômico.
(E) “Além disso, o Brasil ainda pode aumentar muito a
produtividade de grãos, como o milho, o trigo e o
feijão”, afirma.
(Analista – TRT/23ª – 2011 – FCC) Está adequada a correlação
entre tempos e modos verbais na frase:
(A) Os criminosos que tenham ultrajado a pátria seriam
forçados a servi-la pelo tempo que se julgava necessário.
(B) Os que vierem a ultrajar a pátria deveriam ser submetidos a um castigo que trouxera consigo uma
clara lição.
(C) Ninguém seria indiferente a uma vultosa soma que
venha a receber como indenização ao delito que o
prejudique.
(D) O próprio criminoso, se mantivesse alguma dose de
decência, possa tirar proveito da lição a que seja
submetido.
(E) Sempre houve povos que, por forte convicção, evitaram a guerra, ainda quando fossem provocados.
A: incorreta, “Os criminosos que tivessem ultrajado”; B: incorreta, “Os
que viessem a ultrajar a pátria deveriam ser submetidos a um castigo
que traria consigo uma clara lição.”; C: incorreta, “que viesse a receber
como indenização ao delito que o prejudicara”; D: incorreta, “poderia
tirar proveito da lição a que tivesse sido submetido”. E: redação com
correta correlação entre tempos e modos verbais.
Muitos se dizem a favor da
pena de morte, mas mesmo os que mais ardorosamente
defendem a pena de morte não são capazes de atribuir
à pena de morte o efeito de reparação do ato do criminoso que supostamente mereceria a pena de morte.
(Analista – TRT/23ª – 2011 – FCC)
Evitam-se as viciosas repetições da frase acima
substituindo-se os elementos sublinhados, respectivamente, por:
(A) a
defendem - lhe atribuir - a mereceria.
defendem - atribui-la - lhe mereceria.
(C) defendem-na - atribui-la - merecer-lhe-ia.
(D) lhe defendem - lhe atribuir - mereceriam-na.
(E) defendem-lhe - atribuir-lhe - a mereceria.
(B) a
O verbo defender é transitivo direto. O objeto direito em “defendem a
pena de morte”, pode ser substituído por a: “a defendem” ou “defendem-na”; o verbo atribuir é transitivo direto e indireto. O objeto indireto
em “atribuir à pena de morte” pode ser substituído pelo pronome “lhe”:
lhe atribuir” ou “atribuir-lhe”; o verbo merecer é transitivo direto. O
objeto direto em “mereceria a pena de morte” pode ser substituído
pelo pronome “a”: “a mereceria” ou “merecê-la-ia”.
Gabarito “A”
(A) Embora
Gabarito “D”
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em
que se encontra o grifado acima está também grifado
na frase:
B: correta, o verbo ter está flexionado na 3ª pessoa do singular do
pretérito imperfeito do indicativo; C: incorreta, “pensou” está flexionado
na 3ª pessoa do pretérito perfeito do indicativo; D: incorreta, o verbo
passar está na 3ª pessoa do presente do indicativo; E: incorreta, isolar
é a forma nominal do verbo, no infinitivo.
Gabarito “E”
de arcar com 40% desse aumento.
(Analista – TRT/24ª – 2011 – FCC) O verbo indicado entre
parênteses deverá ser flexionado numa forma do plural
para preencher de modo correto a lacuna da frase:
(A) Às bondades individuais ...... (dever) seguir um bene-
fício que se estenda ao conjunto de uma sociedade.
(B) Nem sempre ...... (haver) de respeitar as leis da
religião quem se curva às leis civis.
(C) Não se ...... (respeitar) as leis civis por bondade,
nem as religiosas por espírito cívico.
(D) Não se ...... (opor) o princípio da religião ao da ordem
civil, embora as instâncias de uma e outra sejam
distintas.
(E) ...... (ser) de se notar, entre as leis civis e as religiosas, a diferença dos princípios que as regem.
A: incorreta, o sujeito do verbo é singular: “um benefício (...) deve
seguir às bondades individuais”; B: incorreta, “quem se curva às leis
33
civis há de respeitar as leis da religião”; C: correta, o verbo respeitar é
transitivo direto. Na oração “Não se respeitam as leis civis”, o pronome
se é apassivador. O verbo concorda com “as leis civis”, sujeito da ativa:
“As leis civis e as religiosas não são respeitadas, nem por bondade,
no caso das civis, nem por espírito cívico, no caso das religiosas”; D:
incorreta, “o princípio da religião (sujeito) não se opõe ao da ordem
civil...”; E: incorreta, “a diferença dos princípio que as regem (sujeito)
é de ser notar.”
Gabarito “C”
(TRT/20ª – 2011 – FCC) A expectativa é de que o Brasil tenha
Gabarito “B”
32
Para a filosofia, o conceito de belo liga-se, de maneira
indissociável, ao de verdadeiro – e, por extensão, ao
de bom e justo. Isso ecoa no cotidiano quando classificamos um bom gesto de “belo” ou recriminamos uma
criança que cometeu peraltice, dizendo que ela fez uma
“coisa feia”. Estamos, aí, ainda que nos aspectos mais
comezinhos da vida, no terreno da metafísica, a subdivisão do conhecimento filosófico que se debruça sobre
tudo aquilo que ultrapassa a experiência sensível. Há,
de fato, na beleza – de uma flor, de uma pessoa, de uma
obra de arte – algo que parece transcender o aspecto
físico e que se conecta ao que há de idealmente mais
perfeito e, até mesmo, ao que é considerado divino.
Mas, independentemente de estar associada a outros
conceitos sublimes, a beleza requer definição concreta
– o que nos ajuda, inclusive, se nem sempre a nos tornarmos mais verdadeiros, bons ou justos, pelo menos
mais agradáveis ao espelho. Não basta, portanto, intuir
que algo é belo. É preciso entender por que desperta
em nós essa percepção deleitosa. De acordo com o
estudo das proporções e da biologia evolutiva, a beleza
não é apenas questão de gosto: é a reunião feliz, e não
muito comum, de simetria, harmonia e unidade. Uma
forma de inteligência biológica com evidentes vantagens
adaptativas. Em outras palavras, a beleza paira acima
das apreciações meramente pessoais.
A progressiva compreensão das formas de beleza e
as tecnologias dela surgidas produziram uma grande
conquista: hoje, talvez não sejamos intrinsecamente
mais belos do que outras gerações – mas podemos
ficar mais bonitos do que nunca. Tudo que nos permite explorar nossos pontos fortes e driblar nossas
fraquezas genéticas é resultante da combinação entre
os avanços nos cuidados com a aparência física e o
estilo, a possibilidade de envelhecer com saúde e, não
menos essencial, a valorização de atributos sociais
como autoestima, simpatia, cultura e expressividade. “É
o equilíbrio dessas qualidades que torna um indivíduo
mais ou menos atraente”, diz o cirurgião plástico Noel
Lima, do Rio de Janeiro.
(Adaptado de Anna Paula Buchalla. Veja,
12 de janeiro de 2011, p. 79)
(TRT/24ª – 2011 – FCC) ...hoje, talvez não sejamos intrinsecamente mais belos do que outras gerações... (4º
parágrafo)
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em
que se encontra o grifado acima está também grifado
na frase:
(A) Para nos sentirmos bem, é necessário cultivar certas
qualidades, como a simpatia.
sociedade moderna sempre haverá expectativa
de que nos considerem atraentes.
(B) Na
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
Historicamente isso certamente é correto, pelo menos
até há pouco tempo, o que resultou em uma proposição ainda hoje extraordinariamente difundida e aceita
de que mais indústria é bom e mais agricultura é
ruim do ponto de vista do crescimento. Um corolário
imediato é também derivado na área de comércio
exterior: mais exportações agrícolas (e minerais)
pouco contribuem para o crescimento de longo
prazo, pois provocam valorização cambial e pouca
expansão do emprego, prejudicando a indústria, a
chave do crescimento.
Essa dicotomia apresenta hoje muitos problemas
para ser usada sem cautela, por algumas razões.
Uma parte crescente das novidades tecnológicas
não está na indústria, mas sim nos serviços, onde se
destacam a Tecnologia da Informação (TI), as comunicações, os serviços criativos, etc. Esse fenômeno
é tão poderoso que se reconhece que vivemos uma
revolução de software, onde se gera a maior parte
do valor, que coloca
O hardware (máquinas e equipamentos), como caudatários do processo. Por outro lado, a TI permitiu
uma ampla modificação no sistema de produção, em
que se busca cada vez mais foco e especialização
para a cadeia de produção. Como consequência,
as atividades produtivas se organizam de maneiras
diferentes, formando cadeias muito mais complexas
do que no passado e tornando, a meu juízo, envelhecidas as contraposições do tipo agricultura versus
indústria.
(Adaptado do artigo de José Roberto Mendonça de Barros.
O Estado de S. Paulo, B6/Economia, 7 de março de 2010)
cadeias muito mais complexas do que
no passado...
(B) ...o que resultou em uma proposição...
(C) ...e mais agricultura é ruim do ponto de vista do
crescimento.
(D) ...pois provocam valorização cambial e pouca expansão do emprego...
(E) Uma parte crescente das novidades tecnológicas
não está na indústria...
O verbo contribuir é transitivo indireto e tem como complemento um
objeto indireto. A: incorreta, “formar” é, nessa oração, transitivo direto;
B: correta, o verbo resultar é transitivo indireto e tem como objeto
indireto os termos “em uma proposição”; C: incorreta, o verbo ser é de
ligação; D: incorreta, o verbo provocar é transitivo direto; E: incorreta,
o verbo estar, nessa oração, é intransitivo.
1
5
10
15
20
25
30
35
De dezembro de 1951 a abril de 1974, a aventura
brasileira de Elizabeth Bishop estendeu-se por 22 anos
– alguns deles, os anos finais, vividos em Ouro Preto,
sobretudo após a morte de Lota de Macedo Soares, sua
companheira, em 1967. A cidade não tomou conhecimento da grande escritora americana, cujo centenário
de nascimento se comemorou dias atrás. Nós, os então
jovens escritores de Minas, também não. Hoje leitor
apaixonado de tudo o que ela escreveu, carrego a frustração retroativa de ter cruzado com Elizabeth em Ouro
Preto sem me dar conta da grandeza de quem ali estava, na sua Casa Mariana – estupenda edificação por ela
batizada em homenagem à poeta Marianne Moore, sua
amiga e mestra. Consolam-me as histórias que saltam
de seus livros e, em especial, da memória de seus
(e meus) amigos Linda e José Alberto Nemer, vinhetas
que juntei na tentativa de iluminar ainda mais a personagem retratada por Marta Goes na peça Um Porto para
Elizabeth. Algumas delas:
* Ela adorava aquela casa, construída entre 1698, dois
anos após a descoberta do ouro na região, e 1711,
quando Ouro Preto foi elevada à condição de vila.
Comprou-a em 1965 e não teve outra na vida, a não ser
o apartamentinho de Boston onde morreria em 1979.
Tinha, dizia, “o telhado mais lindo da cidade”, cuja forma
lhe sugeria “uma lagosta deitada de bruços”. Bem cuidada, a casa, agora à venda, pertence aos Nemer
desde 1982.
* “Gosto de Ouro Preto”, explicou Elizabeth ao poeta
Robert Lowell, “porque tudo lá foi feito ali mesmo, à
mão, com pedra, ferro, cobre e madeira. Tiveram que
inventar muita coisa – e tudo está em perfeito estado há
quase 300 anos”.
(Humberto Werneck. “Um porto na Montanha”. O Estado de
S. Paulo. Cidades/Metrópole. Domingo,
13 de fevereiro de 2011, C10)
(TRF/1ª – 2011 – FCC) No segundo parágrafo, a forma verbal
que designa um evento posterior à época em que a
poeta viveu no Brasil é:
(A) (linha
21) adorava.
23) foi elevada.
(C) (linha 24) Comprou-a.
(D) (linha 25) morreria.
(E) (linha 26) Tinha.
(B) (linha
1 As indústrias culturais, e mais especificamente a do
cinema, criaram uma nova figura, “mágica”, absolutamente
moderna:
a
estrela.
Depressa
ela
desempenhou
um papel importante no sucesso de massa que o cinema
5 alcançou. E isso continua. Mas o sistema, por muito
tempo restrito apenas à tela grande, estendeu-se
progressivamente, com o desenvolvimento das indústrias
culturais, a outros domínios, ligados primeiro aos setores
do espetáculo, da televisão, do show business. Mas
10 alguns sinais já demonstravam que o sistema estava
prestes a se espalhar e a invadir todos os domínios:
imagens como as de Gandhi ou Che Guevara, indo de
fotos a pôsteres, no mundo inteiro, anunciavam a planetarização
de um sistema que o capitalismo de hipercon15 Sumo hoje vê triunfar.
O que caracteriza o star-system em uma era hipermoderna
é, de fato, sua expansão para todos os domínios.
Em todo o domínio da cultura, na política, na
religião, na ciência, na arte, na imprensa, na literatura, na
20 filosofia, até na cozinha, tem-se uma economia do
estrelato, um mercado do nome e do renome. A própria
literatura consagra escritores no mercado internacional,
os quais negociam seus direitos por intermédio de
agentes, segundo o sistema que prevalece nas indústrias
25 do espetáculo. Todas as áreas da cultura valem-se de
paradas de sucesso (hit-parades), dos mais vendidos
(best-sellers), de prêmios e listas dos mais populares,
assim como de recordes de venda, de frequência e de
audiência destes últimos.
30 A extensão do star-system não se dá sem uma forma
de banalização ou mesmo de degradação – da figura pura
da estrela, trazendo consigo uma imagem de eternidade,
chega-se à vedete do momento, à figura fugidia da
celebridade do dia; do ícone único e insubstituível, passa35 se a uma comunidade internacional de pessoas conhecidas,
“celebrizadas”, das quais revistas especializadas divulgam
as fotos, contam os segredos, perseguem a intimidade.
Da
glória,
própria
dos
homens
ilustres
da
Antiguidade e que era como o horizonte resplandecente
40 da grande cultura clássica, passou-se às estrelas – forma
ainda heroicizada pela sublimação de que eram portadoras
–, depois, com a rapidez de duas ou três décadas de
hipermodernidade, às pessoas célebres, às personalidades
conhecidas, às “pessoas”. Deslocamento progressivo
45 que não é mais que o sinal de um novo triunfo da formamoda,
conseguindo
tornar
efêmeras
e
consumíveis
as
próprias estrelas da notoriedade.
(Adap. de Gilles Lipovetsky e Jean Serroy. Uma cultura de
celebridades: a universalização do estrelato. In A cultura – mundo:
resposta a uma sociedade desorientada.
Trad.: Maria Lúcia Machado. São Paulo:
Companhia das Letras, 2011, pp. 81-83)
Em certas passagens do
primeiro parágrafo, os autores referem-se a certas
ações pretéritas que consideravam contínuas. A forma
verbal que demonstra essa atitude é
(Analista – TRE/AP – 2011 – FCC)
(A) (linha
2) criaram.
(B) (linha
5) alcançou.
5) continua.
(D) (linha 13) anunciavam.
(E) (linha 15) vê triunfar.
(C) (linha
A forma verbal que expressa continuidade no passado é o pretérito
imperfeito. A e B: pretérito perfeito do indicativo; C e E: presente do
indicativo; D: pretérito imperfeito do indicativo.
(Analista – TRE/TO – 2011 – FCC)
Para que nos faça feliz...
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em que
se encontra o grifado acima está em:
(A) Seríamos
felizes da mesma forma...
a morte de alguém que amamos...
(C) ... por que nos darmos o trabalho...
(D) Se o livro que estamos lendo...
(E) ... livros que nos atinjam...
(B) ...como
Na oração “Para que nos faça feliz”, o verbo fazer está conjugado no
presente do subjuntivo. A: “seríamos” está no futuro do pretérito do
indicativo; B: incorreta, “amamos” está no presente do indicativo; C:
incorreta, “darmos” está no infinitivo pessoal; D: incorreta, “estamos”
está no presente do indicativo; E: correta, “atinjam” está no presente
do subjuntivo.
Minha outra mulher teve
uma educação rigorosa, mas mesmo assim mamãe
nunca entendeu por que eu escolhera justamente
aquela, entre tantas meninas de uma família distinta.
O verbo grifado na frase acima pode ser substituído,
sem que se altere o sentido e a correção originais, e
o modo verbal, por:
(Analista – TRE/TO – 2011 – FCC)
(A) escolheria.
(B) havia
escolhido.
escolhido.
(D) escolhesse.
(E) teria escolhido.
(C) houvera
A forma no pretérito mais-que-perfeito simples do indicativo “escolhera”
tem correspondência com a forma composta do mesmo tempo verbal:
“havia escolhido”.
Gabarito “B”
Gabarito “B”
Existe uma longa tradição analítica que divide a
economia em três setores: primário (atividades
agropecuárias), secundário (indústrias extrativas, de
transformação, construção civil e utilidades públicas)
e terciário (que inclui todos os tipos de serviços
públicos e privados). Até aí tudo bem. Entretanto,
há também uma tradição em associar as atividades
primárias a baixa produtividade, pouca tecnologia e
reduzida interconexão com o resto da economia, além
de reduzida eficiência organizacional. Ao mesmo
tempo, associam-se à indústria qualidades opostas,
ou seja, elevada produtividade, maior nível tecnológico e sofisticada organização.
(A) ...formando
O futuro do pretérito indica um fato futuro em relação a um fato passado.
É o que a questão pede: um evento posterior (fato futuro) à época em
que a poeta viveu no Brasil (passado). Releia o segunda parágrafo:
“Ela adorava aquela casa, construída entre 1698, dois anos após a
descoberta do ouro na região, e 1711, quando Ouro Preto foi elevada
à condição de vila. Comprou-a em 1965 e não teve outra na vida, a
não ser o apartamentinho de Boston onde morreria em 1979.”. Veja a
seguir em que tempo e modo os verbos estão: A: incorreta, adorava
(pretérito imperfeito do indicativo); B: incorreta, foi (pretérito perfeito
do indicativo); C: incorreta, comprou (pretérito perfeito do indicativo);
D: correta, morreria (futuro do pretérito do indicativo); E: incorreta,
tinha (pretérito imperfeito do indicativo).
Gabarito “E”
O verbo ser está na 1ª pessoa do plural do presente do subjuntivo
(“sejamos”). A: incorreta, “sentirmos” está no infinitivo flexionado; B:
correta, “considerem” está flexionado na 3ª pessoa do plural do presente
do subjuntivo; C: incorreta, “tentava” está flexionado na 3ª pessoa do
singular do pretérito imperfeito; D: incorreta, “estivessem” está na 3ª
pessoa do plural do pretérito imperfeito do subjuntivo; E: incorreta,
“altera” está na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo.
(TRT/24ª – 2011 – FCC) ...mais exportações agrícolas (e
minerais) pouco contribuem para o crescimento de
longo prazo ... (2º parágrafo) A mesma relação entre o
verbo e o complemento grifados acima está em:
Gabarito “B”
de modo atraente, ela tentava despertar
mais admiração naquele encontro.
(D) Todos imaginavam que estivessem devidamente
preparados para a reunião festiva.
(E) O ideal de beleza se altera no decorrer das épocas,
fato atestado em muitas obras de arte.
Gabarito “D”
(C) Vestida
35
Gabarito “D”
34
1
Hoje o sistema isola, atomiza o indivíduo. Por isso
seria importante pensar as novas formas de comunicação.
Mas o sistema também nega o indivíduo. Na economia, por
4 exemplo, mudam-se os valores de uso concreto e qualitativo
para os valores de troca geral e quantitativa. Na filosofia
aparece o sujeito geral, não o indivíduo. Então, a diferença
7 é uma forma de crítica. Afirmar o indivíduo, não no sentido
neoliberal e egoísta, mas no sentido dessa ideia da diferença
é um argumento crítico. Em virtude disso, dessa discussão
10 sobre a filosofia e o social surgem dois momentos
importantes: o primeiro é pensar uma comunidade autoreflexiva
e confrontar-se, assim, com as novas formas de
13 ideologia. Mas, por outro lado, a filosofia precisa da
sensibilidade para o diferente, senão repetirá apenas as
formas do idêntico e, assim, fechará as possibilidades do
16 novo, do espontâneo e do autêntico na história. Espero que
seja possível um diálogo entre as duas posições em que
ninguém tem a última palavra.
Miroslav Milovic. Comunidade da diferença. Relume Dumará,
pp. 131-2 (com adaptações).
7
10
13
16
19
22
1
Em um artigo publicado em 2000, e que fez muito
sucesso na Internet, Cristovam Buarque desenhava um idílico
mundo futuro, liberto das soberanias nacionais, em que tudo
4 seria de todos. Se tudo der certo no planeta (o que é
discutível), quem sabe um dia, daqui a mil ou dois mil anos,
cheguemos lá. Como nada ainda deu certo no planeta, a
7 internacionalização só será aceitável quando se cumprirem
duas premissas. Primeira: que desapareçam os Estados
nacionais. Segunda: que os grupos, ou comunidades, ou
10 sociedades que restarem mantenham entre si relações
impecavelmente equitativas. Quem sabe um dia...
Roberto Pompeu de Toledo. “Amazônia: premissas para sua entrega”.
In: Veja, 28/5/2008 (com adaptações).
Julgue o seguinte item, a
respeito da organização das ideias do texto acima.
(Analista – STJ – 2008 – CESPE)
(1)
Roberto Janine Ribeiro. A cultura ameaçada pela natureza.
Pesquisa Fapesp Especial, p. 40 (com adaptações).
(Analista – STF – 2008 – CESPE) Considerando o texto acima,
1: incorreta, não haveria incorreção gramatical na construção “Significa
aceitar que há algo...”. As relações semânticas se mantêm preservadas.
A assertiva está errada.
Gabarito “E”
1
Se a perspectiva do político é a perspectiva de como
o poder se constitui e se exerce em uma sociedade, como se
distribui, se difunde, se dissemina, mas também se oculta, se
4 dissimula em seus diferentes modos de operar, então é
fundamental uma análise do discurso que nos permita
rastreá-lo. A necessidade de discussão da questão política e
7 do exercício do poder está em que, em última análise, todos
os grupos, classes, etnias visam, de uma forma ou de outra,
o controle do poder político. Porém, costumamos ver o poder
10 como algo negativo, perverso, no sentido da dominação, da
submissão. Não há, entretanto, sociedade organizada sem
formas de exercício de poder. A questão, portanto, deve ser:
13 como e em nome de quem este poder se exerce?
Danilo Marcondes. Filosofia, linguagem e comunicação.
São Paulo: Cortez, 2000, p. 147-8 (com adaptações).
1: incorreta, não é possível a substituição das formas verbais do modo
subjuntivo (cheguemos, desapareçam e mantenham) por formas
no modo indicativo. O subjuntivo nos remete à ideia de incerteza,
suposição.
O mundo do trabalho tem mudado numa velocidade
vertiginosa e, se os empregos diminuem, isso não quer dizer
que o trabalho também.
4 Só que ele está mudando de cara. Como também
está mudando o perfil de quem acaba de sair da universidade,
da mesma forma que as exigências da sociedade e — por que
7 não? — do mercado, cada vez mais globalizado e
competitivo.
Tudo indica que mais de 70% do trabalho no futuro
10 vão requerer a combinação de uma sólida educação geral
com conhecimentos específicos; um coquetel capaz de
fornecer às pessoas compreensão dos processos, capacidade
13 de transferir conhecimentos, prontidão para antecipar e
resolver problemas, condições para aprender continuamente,
conhecimento de línguas, habilidade para tratar com pessoas
16 e trabalhar em equipe.
Revista do Provão, n.º 4, 1999, p. 13 (com adaptações).
(Analista – TST – 2008 – CESPE) A partir do texto acima, julgue
o item subsequente.
(1)
A opção pelo emprego das formas verbais “tem
mudado” (l.1) e “está mudando” (l.4) indica que a
argumentação do texto mostra as mudanças do
“trabalho” como durativas, estendidas no tempo.
1: correta, as locuções verbais “tem mudado” e “está mudando” transmitem ideias de ações durativas, de aspecto contínuo e não pontuais.
Gabarito 1E
A substituição de primeira pessoa do plural em
“aceitarmos” (l.4) pela forma correspondente não
flexionada, aceitar, manteria coerente a argumentação, mas provocaria incorreção gramatical.
1
Gabarito 1C
julgue o item subsequente.
(1)
O emprego das formas verbais “cheguemos” (l.6),
“desapareçam” (l.8) e “mantenham” (l.10) indica a
expressão de ações hipotéticas; mas o desenvolvimento do texto permite, coerentemente, considerá-las
assertivas, e sem que se prejudique a correção gramatical, em seus lugares, é possível empregar as formas
chegamos, desaparecem e mantêm, respectivamente.
1: incorreta, não é possível o uso da forma verbal no modo indicativo. A
expressão “onde quer que” sugere o uso do subjuntivo pelo seu caráter
de incerteza; 2: incorreta, a forma plural do verbo provir na 3ª pessoa
do plural do presente do indicativo é provêm.
1
(Analista – TRT/2ª – 2008 – FCC) Todas as formas verbais
estão corretamente empregadas e flexionadas na frase:
Pode-se dizer que há complexidade onde quer que
se produza um emaranhamento de ações, de interações, de
retroações. E esse emaranhamento é tal que nem um
4 computador poderia captar todos os processos em curso. Mas
há também outra complexidade que provém da existência de
fenômenos aleatórios (que não podem ser determinados e
7 que, empiricamente, agregam incerteza ao pensamento).
Pode-se dizer, no que concerne à complexidade, que há um
polo empírico e um polo lógico e que a complexidade
10 aparece quando há simultaneamente dificuldades empíricas
e dificuldades lógicas. Pascal disse há já três séculos: “Todas
as coisas são ajudadas e ajudantes, todas as coisas são
13 mediatas e imediatas, e todas estão ligadas entre si por um
laço que conecta umas às outras, inclusive as mais
distanciadas. Nessas condições — agrega Pascal —
16 considero impossível conhecer o todo se não conheço as
partes”. Esta é a primeira complexidade: nada está isolado no
Universo e tudo está em relação.
Edgard Morin. “Epistemologia da complexidade”. In: Dora Fried
Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade.
Porto Alegre: Artmed, 1996, p. 274 (com adaptações).
(A) Não
há nada que impela mais ao registro confessional da linguagem do que uma vocação poética
essencialmente lírica.
(B) O juiz disse ao amigo que lhe convira frequentar as
duas linguagens, a poética e a jurídica.
(C) Constatou que nos poemas não se vislumbrava qualquer marca que adviesse da formação profissional
do amigo.
(D) O juiz lembrou ao amigo que o ofício de poeta não
destitue de objetividade o ofício de julgar.
(E) Nem bem se detera na leitura dos poemas do amigo
e já percebera que se tratava de uma linguagem
muito depurada.
A: “não há nada que impila [verbo impelir na 3ª pessoa do singular do
presente do subjuntivo] (...)”; B: “O juiz disse ao amigo que lhe conviera
[verbo convir na 3ª pessoa do singular do pretérito mais-que-perfeito
(Analista – TRT/2ª – 2008 – FCC) O verbo indicado entre parên-
teses deverá flexionar-se numa forma do plural para
preencher corretamente a lacuna da frase:
(A) Entre
as várias qualidades de seus poemas ......
(destacar-se), acima de todas, a virtude da contenção.
(B) Como não ...... (haver) de surpreender, em seus
poemas, a precisão dos recursos estilísticos?
(C) Aos poetas confessionais ...... (costumar) apresentar-se o risco de excessos emotivos.
(D) Mais que tudo me ...... (agradar), naquele livro, os
recursos formais que intensificavam o lirismo.
(E) As duas práticas a que ...... (fazer) referência o texto
não são, de fato, inconciliáveis.
A: incorreta, verbo no singular: “a virtude da contenção destaca-se”; B:
incorreta, verbo no singular: “Como não haveria de surpreender (...) a
precisão dos recursos estilísticos”; C: incorreta, verbo no singular: “o
risco (...) costuma apresentar-se aos poetas confessionais”; D: correta,
verbo no plural: “os recursos formais (...) me agradam”; E: incorreta,
verbo no singular: “o texto faz referência”.
(Analista – TRT/18ª – 2008 – FCC) Está adequada a correlação
entre os tempos e modos verbais na frase:
(A) Ainda
recentemente, não se poderia imaginar que
uma viagem de ônibus venha a ser tão atribulada.
(B) A cada vez que se colocar um filme no ônibus, a
expectativa seria a de que todos passam a ouvir
tiros e gritos.
(C) Os que usam fone de ouvido talvez não imaginem
que uma chiadeira irritante fique a atormentar os
ouvidos do vizinho.
(D) Quem não quiser conhecer os detalhes da vida
doméstica de alguém, há de tapar os ouvidos
quando tocava o celular.
(E) Muita gente não distingue a versão eletrônica de uma
sinfonia que tocasse no celular da versão original
que um Mozart tem criado.
As seguintes orações foram corrigidas. A: incorreta, “Ainda recentemente, não se poderia imaginar que uma viagem de ônibus viesse a ser
tão atribulada.”; B: incorreta, “A cada vez que se colocasse um filme
no ônibus, a expectativa seria a de que todos passassem a ouvir tiros
e gritos; D: incorreta, “Quem não quiser conhecer os detalhes da vida
doméstica de alguém, haverá de tapar os ouvidos quando tocar o celular.”; E: incorreta, “Muita gente não distingue a versão eletrônica de uma
sinfonia que toca no celular da versão original que um Mozart criou.”
Gabarito “C”
4
Aceitar
que
somos
indeterminados
naturalmente,
que seremos lapidados pela educação e pela cultura, que
disso decorrem diferenças relevantes e irredutíveis aos genes
é muito difícil. Significa aceitarmos que há algo muito
precário na condição humana. Parte pelo menos dessa
precariedade ou indeterminação alguns chamarão liberdade.
Porém nem mesmo a liberdade é tão valorizada quanto se
imagina. Ela implica responsabilidades.
Parece que se busca conforto na condição de coisa.
Se eu for objeto, isto é, se eu for natureza, meus males
independem de minha vontade. Aliás, o que está em
discussão não é tanto o que os causou, mas como resolvê-los:
se eu puder solucioná-los com um remédio ou uma cirurgia,
não preciso responsabilizar-me, a fundo, por eles. Tratarei a
mim mesmo como um objeto.
A postura das ciências humanas e da psicanálise é
outra, porém. Muito da experiência humana vem justamente
de nos constituirmos como sujeitos. Esse papel é pesado. Por
isso, quando entra ele em crise — quando minha liberdade
de escolher amorosa ou política ou profissionalmente resulta
em sofrimento —, posso aliviar-me procurando uma solução
que substitua meu papel de sujeito pelo de objeto.
1: incorreta, em “Não há, entretanto, sociedade organizada sem formas
de exercício de poder.” o verbo haver é impessoal e sempre fica no
singular no sentido de existir. Porém, se utilizarmos o verbo existir,
que é pessoal, haverá flexão verbal, se for o caso. Nesse contexto, a
substituição fará com que o verbo existir concorde com o núcleo do
sujeito “sociedade” no singular: “Existe, entretanto, sociedade organizada sem formas de exercício de poder.”
O desenvolvimento das ideias do texto permite,
também, a utilização gramaticalmente correta e
textualmente coerente da forma verbal produz no
lugar de “produza” (l.2).
(2) O sentido impessoal do verbo haver permite que
a afirmação generalizada “Mas há também outra
complexidade que provém” (l.4-5) seja substituída
por uma frase nominal no plural: Mas também outras
necessidades provém.
(1)
do indicativo] (...)”; C: o verbo advir está corretamente conjugado no
pretérito imperfeito do subjuntivo; D: “(...) o ofício de poeta não destitui
[verbo destituir na 3ª pessoa do presente do indicativo] de objetividade
(...)”; E: “Nem bem se detivera [verbo deter na 3ª pessoa do singular do
pretérito mais-que-perfeito do indicativo] na leitura (...)”.
Gabarito “D”
Gabarito 1C
1
A flexão de plural em “formas” (l.12) indica que, se
em lugar do verbo impessoal, em “Não há” (l.11),
for empregado o verbo existir, serão preservadas
a coerência textual e a correção gramatical com a
forma existem.
Gabarito 1E
1: correta, a substituição de verbo ter no presente do indicativo (tem)
pela forma verbal no presente do subjuntivo (tenha) reforça a ideia
de suposição do argumento, uma vez que o modo subjuntivo indica
caráter hipotético.
(1)
(Analista – STJ – 2008 – CESPE) Julgue os seguintes itens, a
respeito de redações alternativas para termos e estruturas linguísticas do texto acima.
Gabarito 1E, 2E
Como o último período sintático do texto se inicia
pela ideia de possibilidade, a substituição do verbo
“tem” (l.18) por tenha, além de preservar a correção
gramatical do texto, ressaltaria o caráter hipotético
do argumento.
Em relação às ideias e às
estruturas linguísticas do texto anterior, julgue o item
a seguir.
(Analista – STJ – 2008 – CESPE)
37
Gabarito “C”
(Analista – STF – 2008 – CESPE) Com referência às ideias
e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue o
item a seguir.
(1)
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
36
(Analista – TRT/18ª – 2008 – FCC) Transpondo-se para a voz
ativa a frase Nossos reveses podem ser consolados
pela palavra amiga, a forma verbal resultante será:
(A) terá
consolado.
de consolar-se.
(C) poderiam consolar.
(D) pode consolar.
(E) haverá de consolar.
(B) hão
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
Gabarito “D”
O verbo indicado entre
parênteses deverá flexionar-se obrigatoriamente
numa forma do plural para preencher de modo correto
a frase:
(Analista – TRE/PB – 2007 – FCC)
(A) Não
...... (ocorrer) aos astrônomos antigos que os
planetas girassem em torno do Sol.
(B) ...... (dizer) respeito a cada ser humano as pequenas
batalhas diárias que visam à preservação do nosso
planeta.
(C) ...... (faltar) a todos os habitantes deste planeta tomar
consciência dos riscos que estamos correndo.
(D) Sejam bem-vindas todas as medidas a que se ......
(poder) recorrer para a melhoria da qualidade de
vida na Terra.
(E) Não ...... (haver) outras preocupações, já a escassez
de água representa uma calamitosa ameaça para a
vida na Terra.
A: incorreta, “Não ocorreu” – o sujeito do verbo ocorrer é oracional
“que os planetas girassem em torno do Sol”; B: correta, “Dizem respeito” – o sujeito do verbo dizer é “as pequenas batalhas diárias”; C:
incorreta, “Falta a todos” – o sujeito do verbo faltar é “tomar consciência
dos riscos que estamos correndo”; D: incorreta, “pode recorrer” – o
sujeito da locução verbal é o pronome relativo que; E: incorreta, “Não
há” – o verbo haver no sentido de existir é impessoal e mantém-se
sempre no singular.
10
13
16
19
22
25
28
Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 706
(Analista – TSE – 2006 – CESPE) Em relação ao texto, assinale
a opção correta.
(A) A
substituição de “estivera” (l.1) por tinha estado prejudica a correção gramatical do período.
(B) A correção gramatical e as ideias originais serão
mantidas, caso se reescreva o trecho “me não
esqueceram (...) artigos que li” (l.9-10) da seguinte
forma: não me esqueço dos discursos que ouvi, nem
dos artigos que li.
(C) Na expressão “contei-lhe” (l.22), “lhe” exerce a
função de objeto direto.
(D) A palavra “panaceia” (l.29) significa estratégia,
método.
A: incorreta, são equivalentes as formas verbais “estivera” e “tinha
estado”; B: correta; C: incorreta, o verbo contar é transitivo direto e
indireto. O pronome lhe corresponde ao objeto indireto. D: incorreta,
a palavra panaceia (sem acento, de acordo com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa) tem o sentido daquilo que se emprega
para remediar dificuldades.
(Analista – TRT/4ª – 2006 – FCC) Estão
corretos o emprego e
a forma dos tempos verbais na seguinte frase:
(A) O
leitor que vir a percorrer crônicas do velho Braga
estará sabendo atestar o valor de permanência
dessas páginas.
(B) O grande cronista falava do que lhe aprouver, confiante na riqueza da matéria oculta de cada cena,
de cada fragmento da vida cotidiana com que se
depare.
(C) Não conveio a Rubem Braga aceitar a suposta
fatalidade de ser um gênero “menor”, pois decidiu
valer-se da crônica como veículo de alta expressão
literária.
(D) Desafortunado o leitor que não reter das crônicas de
Rubem Braga as lições de poesia e de estilo, que o
escritor soubesse ministrar a cada texto.
(E) Da obra de Rubem Braga advira um prestígio que
o gênero da crônica jamais gozara anteriormente,
considerada que fosse como simples leitura de
entretenimento.
A: incorreta, “O leitor que vier” (verbo vir na 3ª pessoa do singular
do futuro do subjuntivo); B: incorreta, “do que lhe aprouver” (verbo
defectivo aprazer na 3ª pessoa do singular do futuro do subjuntivo);
“com que se deparava” (verbo deparar na 3ª pessoa do singular do
pretérito imperfeito do indicativo); C: correta, “Não conveio” (verbo
convir na 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo); D:
incorreta, “que não retivesse” (verbo reter na 3ª pessoa do singular do
pretérito imperfeito do subjuntivo); “que o escritor soubera” (verbo
saber na 3ª pessoa do singular do pretérito mais-que-perfeito); E:
incorreta, “adveio um prestígio” (verbo advir na 3ª pessoa do singular
do pretérito do indicativo.)
O verbo indicado entre
parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural
para preencher de modo correto a lacuna da frase:
(Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC)
(A) Aos recordes batidos nas competições ...... (preferir)
o autor referir-se com palavras de nenhum entusiasmo.
(B) Não as ...... (sensibilizar), a essas disciplinadíssimas
nadadoras olímpicas, o prazer que deixam de sentir
na água, em seus penosos treinamentos.
(C) Caso ...... (vir) a se poupar de tão grande esforço,
essas nadadoras talvez descobrissem o prazer
natural da natação.
(D) Quando se ...... (assistir) às brincadeiras das crianças na água, vê-se que não as move nenhuma outra
preocupação senão a de se divertirem.
(E) Nos treinamentos das nadadoras de competição,
uma das evidências ...... (estar) na absoluta ausência
de prazer em sua ação na água.
A: incorreta, “prefere o autor” – o sujeito do verbo preferir é singular
(“o autor”); B: incorreta, “Não as sensibilizaria (...) o prazer” – o sujeito
do verbo sensibilizar é “o prazer natural da natação”; C: correta, “Caso
viessem” – o sujeito do verbo vir é “essas nadadoras”; D: incorreta,
“Quando se assiste” – o se é índice de indeterminação do sujeito.
Sendo o sujeito indeterminado, o verbo fica na 3ª pessoa do singular;
E: incorreta, “uma das evidências está” – o verbo estar concorda com
seu sujeito”.
(Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC)
uma forma verbal em:
(A) Deveríamos
É preciso corrigir a flexão de
rechaçar tudo o que se interpusesse
como obstáculo ao processo que desencadeássemos em nossa auto-análise.
(B) O que provier de uma imagem fabricada trará
graves empecilhos ao reconhecimento do nosso
rosto, quando nos detivermos diante de um espelho
verdadeiro.
(C) Uma vez que não nos conviu nos afastarmos dos
subterfúgios ilusórios, também não nos convirá
enfrentar nossa imagem num espelho verdadeiro.
(D) Muitos descrêem da possibilidade de uma individuação; julgam-na uma quimera, têm-na como um
desejo que nasce para não ser atendido.
(E) Mesmo
sendo difícil alcançar o absoluto sucesso
que premie nosso esforço de individuação, não há
por que não persistirmos em nossa auto-análise.
“Uma vez que não nos conveio [verbo convir na 3ª pessoa do singular
do pretérito perfeito] nos afastarmos (...)”
(Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC) Nas antigas aristocracias,
o que se ...... da imagem pública de um indivíduo ......
que ela ...... aos parâmetros de honra e decoro que
...... a vida da corte.
Haverá correta articulação entre os tempos verbais caso
se preencham as lacunas da frase acima, na ordem
dada, com as seguintes formas verbais:
(A) esperava
- era - correspondesse - regiam
- era - correspondia - regessem
(C) esperou - é - correspondia - regem
(D) esperara - seria - corresponda - regiam
(E) espera - é - correspondesse - regeram
(B) esperava
Há duas possibilidades de preenchimento das lacunas: “o que se
esperava [pretérito] da imagem pública de um indivíduo era [pretérito]
que ela correspondesse [verbo no pretérito – uso do modo subjuntivo
– trata-se de uma expectativa] aos parâmetros de honra e decoro que
regiam [pretérito] a vida da corte.” e “o que se espera [presente] da
imagem pública de um indivíduo é que ela corresponda [verbo no
presente – uso do modo subjuntivo – trata-se de uma expectativa] aos
parâmetros de honra e decoro que regem [pretérito] a vida da corte.”
Está correta a flexão de
todas as formas verbais na frase:
(Analista – TRT/24ª – 2006 – FCC)
(A) Ao
longo do tempo, os corruptos nem sempre se
desaviram com as instituições; pelo contrário, muitos
souberam usá-las em benefício próprio.
(B) Em respeito à ética, se os interesses particulares
se contrapuserem aos públicos, devem prevalecer
estes, e não aqueles.
(C) Caso não detêssemos boa parte dos nossos ímpetos
destrutivos, nenhuma sociedade conheceria um
momento sequer de estabilização.
(D) Quando os estados nacionais não intervêem nas
instituições corrompidas, a ordem social tende a
fragilizar-se cada vez mais.
(E) Se tivessem prevalecido as boas causas pelas quais
nossos antepassados haveram de lutar, estaríamos
hoje numa sociedade mais justa.
A: incorreta, desavieram (verbo desavir [“pôr-se em desavença”]
na 3ª pessoal do plural do pretérito mais-que-perfeito); B: correta,
contrapuseram (verbo contrapor na 1ª pessoa do plural do pretérito
imperfeito do subjuntivo); C: incorreta, detivéssemos (verbo deter na
1ª pessoa do plural do pretérito imperfeito do subjuntivo); D: incorreta, intervêm (verbo intervir na 3ª pessoa do plural do presente do
indicativo); E: incorreta, haverão (verbo haver na 3ª pessoa do plural
do futuro de presente).
Gabarito “B”
A: incorreta, “Está nos traços” – o sujeito do verbo estar é singular
(“uma forte inspiração para um ensino que ensine”); B: incorreta, “a
quem pode convencer” – o sujeito da locução verbal é o pronome quem;
C: incorreta, “O despertar (...) abre” – o sujeito é singular; D: correta,
“hão de concorrer” – o sujeito do verbo haver é plural “os segmentos
mais vivos”; E: incorreta, “Não deve constar” – o sujeito da locução
verbal é “qualquer tipo de resposta estereotipada”.
7
Gabarito “B”
(estar) nos traços da cultura brasileira, que são
também estratégias de sobrevivência, uma forte
inspiração para um ensino que ensine.
(B) São muitas as pessoas a quem ...... (poder) convencer uma proposta ampla, honesta e revolucionária
para o nosso ensino.
(C) O despertar para a dialética e para as relações contrastantes ...... (abrir) um caminho mais consequente
para a reflexão e para a prática.
(D) Para uma revolução no ensino, como a aqui preconizada, ...... (haver) de concorrer os segmentos mais
vivos da sociedade brasileira.
(E) Não ...... (dever) constar, entre as possibilidades de
interpretação de um texto, qualquer tipo de resposta
estereotipada.
4
A cidade estivera agitada por motivos de ordem
técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de
um senador para preencher a vaga do finado Aristides Lobo.
Dous candidatos e dous partidos disputavam a palma com
alma. Vá de rima; sempre é melhor que disputá-la a cacete,
cabeça ou navalha, como se usava antigamente. A garrucha
era empregada no interior. Um dia, apareceu a Lei Saraiva,
destinada a fazer eleições sinceras e sossegadas. Estas
passaram a ser de um só grau. Oh! ainda agora me não
esqueceram os discursos que ouvi, nem os artigos que li por
esses tempos atrás pedindo a eleição direta! A eleição direta
era a salvação pública. Muitos explicavam: direta e censitária.
Eu, pobre rapaz sem experiência, ficava embasbacado quando
ouvia dizer que todo o mal das eleições estava no método;
mas, não tendo outra escola, acreditava que sim, e esperava
a lei.
A lei chegou. Assisti às suas estreias, e ainda me
lembro que na minha seção ouviam-se voar as moscas. Um
dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que
estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego e
os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei
que tinha razão, e contei-lhe algumas eleições antigas. Nisto
o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos
eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os
chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam
uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa;
em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação
dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de
moribundo. A convicção é que se tinha achado a panaceia
universal.
Gabarito “C”
(A) ......
1
Gabarito “A”
Gabarito “D”
O verbo indicado entre
parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural
para preencher de modo correto a lacuna da frase:
(Analista – TRE/MS – 2007 – FCC)
Texto para a questão seguinte.
Gabarito “C”
Ao transpor a oração passiva para a voz ativa, o agente da passiva
(“pela palavra amiga”) será o sujeito da ativa (“a palavra amiga”) e o
sujeito da passiva (“nossos reveses) será o objeto da ativa. O verbo
principal da ativa (locução verbal poder consolar) estará no mesmo
tempo e modo do verbo auxiliar da passiva (nesse caso, verbo ser
no infinitivo). Desse modo, temos: “A palavra amiga pode consolar
nossos reveses.”
39
Gabarito “C”
38
O verbo entre parênteses
deverá flexionar-se, obrigatoriamente, numa forma do
plural, para preencher de modo correto a lacuna da frase:
(Analista – TRT/24ª – 2006 – FCC)
(A) ......
-lhes (parecer) justo que as instituições sejam
manipuláveis?
(B) Eles, a quem nenhuma instituição jamais ...... (impor)
quaisquer restrições, são os que mais reclamam.
Gabarito “B”
Gabarito “E”
(Analista – TRF/1º – 2006 – FCC) Estão corretos o emprego e
a flexão dos verbos na frase:
polêmica que o editorial tinha aceso entre os
latino-americanos também acerrou os ânimos de
intelectuais progressistas europeus.
(B) Atitudes colonialistas costumam insulflar ressentimentos entre os povos que buscam imergir de suas
fundas penúrias.
(C) A revista The Lancer descriminou os cubanos,
tratando-os como bem lhe aprouveu.
(D) Se os cubanos interviessem em outros países do
modo como já intervieram as grandes potências,
seriam duramente rechaçados.
(E) Que ninguém se surprenda se os cubanos recomporem seu estilo de vida, após uma eventual ruptura
política.
(Analista – TRT/11ª – 2005 – FCC) Não
é possível o exercício
da profissão advocatícia se o cliente não tiver confiança
absoluta em que as informações e os documentos
passados a seu advogado sejam invioláveis.
Permanecerá correta a articulação entre os tempos e
os modos verbais da frase acima caso se substituam
as formas sublinhadas, respectivamente, por:
(A) seria
possível − não tenha − são
possível − não ter − serão
(C) teria sido possível − não tenha − são
(D) seria possível − não tivesse − fossem
(E) será possível − não teria − sejam
(B) será
Substituições possíveis: “Não seria possível o exercício da profissão (...)
se o cliente não tivesse confiança absoluta (...) que (...) os documentos
passados a seu advogado fossem invioláveis.” ou “Não será possível o
exercício da profissão (...) se o cliente não tiver confiança absoluta (...)
que (...) os documentos passados a seu advogado serão invioláveis”
ou “Não teria sido possível o exercício da profissão (...) se o cliente
não tivesse confiança absoluta (...) que (...) os documentos passados
a seu advogado eram invioláveis.”
(Analista – TRT/11ª – 2005 – FCC) É injustificável a forma plural
do verbo haver no caso da seguinte frase:
(A) Não
haveriam meios de alcançar o sucesso de
nossas expedições, caso uma empresa não se
dispusesse a patrociná-las.
(B) Mais livros houvessem sido doados, mais leitores
se beneficiariam da nova biblioteca.
O verbo haver no sentido de existir é impessoal e permanece sempre
no singular. Não há sujeito.
Estão corretos o emprego
e a forma dos verbos na frase:
(Analista – TRT/11ª – 2005 – FCC)
(A) Ainda
que retêssemos apenas lembranças felizes,
as más lembranças não tardariam a incorrer em
nossa consciência.
(B) Se a adolescência nos provisse apenas de momentos felizes, a ninguém conviria esperar pelos bons
momentos da velhice.
(C) Se a um velho só lhe aprouver o lamento pelo tempo
que já passou, caber-lhe-á algo melhor que o temor
do futuro?
(D) Costuma ser repelido o adulto experiente que intervir
na conduta de um jovem desorientado para tentar
ratificar o rumo de sua vida.
(E) Sempre conviu ao homem primitivo orientar-se pela
sabedoria dos anciãos, ao passo que hoje poucos
idosos conseguem fazer-se ouvido.
A: incorreta, “Ainda que retivéssemos” – verbo reter; B: incorreta, “Se
a adolescência nos proviesse” – verbo provir; C: correta, verbo aprazer;
D: incorreta, “Sempre conveio” – verbo convir.
Está correta a flexão de
todas as formas verbais na frase:
(Analista – TRT/13ª – 2005 – FCC)
(A) Giscard
contrapôs às falas de Mitterrand a impressão de que este se pronunciava como se detera o
monopólio do coração.
(B) A mãe interviu na discussão, alegando que seu filho
era alérgico a pelos de animais – razão pela qual se
indispusera com a dona do cachorrinho.
(C) O autor afirma que sempre se comprazeu em participar de reuniões em que todos envidam esforços
na busca de soluções conciliatórias.
(D) Se condissessem com a verdadeira prática democrática, as campanhas eleitorais não dariam lugar
ao discurso que inclui arrogância na argumentação.
(E) Caso Mitterrand contesse o ímpeto de sua fala, não
houvera de argumentar com tamanha simplificação
e tão visível autoritarismo.
A: incorreta, “como se detivera o monopólio” – verbo deter na 3ª pessoa
do singular do pretérito mais-que-perfeito do indicativo; B: incorreta,
“a mãe interveio” – verbo intervir na 3ª pessoa do singular do pretérito
perfeito do indicativo; C: incorreta, “que sempre se comprazer – verbo
defectivo comprazer na 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito
do indicativo; D: correta, “Se condissessem” – verbo condizer na 3ª
pessoa do singular do pretérito imperfeito do subjuntivo; “não dariam”
– verbo dar no futuro do pretérito do indicativo; “que inclui” – verbo
incluir na 3ª pessoa do singular o presente do indicativo; E: incorreta,
“Caso Miterrand contivesse” – verbo conter na 3ª pessoa do pretérito
imperfeito do subjuntivo; “não haveria” – verbo haver na 3ª pessoa do
futuro do pretérito do indicativo.
Gabarito “D”
A: incorreta, obsolescência; constitui (verbo constituir na 3ª pessoa
do singular do presente do indicativo); B: incorreta, denegrirem (verbo
denegrir na 3ª pessoa do plural do futuro do subjuntivo); C: incorreta,
banalização; D: incorreta, convergem (verbo convergir na 3ª pessoa do
plural do presente do indicativo); E: correta, medeiam (verbo mediar
3ª pessoa do plural do presente do indicativo); ensejam (verbo ensejar
3ª pessoa do plural do presente do indicativo).
A: incorreta, “Quem se detiver” (verbo deter na 3ª pessoa do singular do
futuro do subjuntivo); B: incorreta, “Os jovens se entretiveram” (verbo
entreter na 3ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo); C:
incorreta, “ninguém se imiscua” (verbo imiscuir-se – que significa
“intrometer-se” – na 3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo);
D: correta, “Sobreveio” (verbo sobrevir na 3ª pessoa do singular do
pretérito perfeito do indicativo); E: incorreta, “Os prejuízos que advierem” (verbo advir na 3ª pessoa do singular do futuro do subjuntivo).
haverão eles cometido, para despertarem
tantos ressentimentos entre os colegas?
(D) Que haveriam de trazer àquela gente simples da
aldeia os aventureiros que chegavam com novos
hábitos?
(E) Não imagino a quem haveriam de agradecer os
meninos pelo equipamento esportivo que receberam.
O verbo indicado entre
parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural
para preencher corretamente a lacuna da frase:
(Analista – TRE/RN – 2005 – FCC)
(A) Não
se ...... (atribuir) às lagartas a crueldade dos
humanos, por depositarem os ovos no interior das
vespas.
(B) O que ...... (impelir) os animais a agirem como agem
são seus instintos herdados, e não uma intenção
cruel.
(C) Não se ...... (equiparar) às violências dos machos,
competindo na vida selvagem, a radicalidade de que
é capaz um homem enciumado.
(D) ...... (caracterizar-se), em algumas espécies animais,
uma modalidade de violência que interpretamos
como crueldade.
(E) ...... (ocultar-se) na ação de uma única vespa os
ditames de um código genético comum a toda a
espécie.
A: incorreta, “Não se atribui às lagartas” – o sujeito do verbo atribuir
é “a crueldade dos humanos”; B: incorreta, “O que impele os animais” – o sujeito do verbo impelir é a palavra que; C: incorreta, “Não
se equipara” – o sujeito do verbo equiparar é “a radicalidade de que
é capaz um homem enciumado”; D: incorreta, “Caracteriza-se” – o
sujeito do verbo caracterizar-se é “uma modalidade de violência que
interpretamos como crueldade”; E: correta, “Ocultam-se na ação” – o
sujeito do verbo ocultar-se é plural (“os ditames de um código genético
comum a toda a espécie”).
3. PONTUAÇÃO
(Analista – TRT/3ª – 2015 – FCC) A frase
pontuada em conformidade com as orientações da gramática normativa é:
(A) Não fica muito claro, como os veteranos estudiosos
da área poderiam abrigar o pensamento desse
jovem pesquisador, porque o ponto de vista dele é
agudo e sobretudo, excêntrico.
(B) Seria um equívoco atribuir ao procurador, daquela
pessoa idosa, doente, e fragilizada a responsabilidade pelos malfeitos que foram descobertos, pois
ele a tem em alta consideração.
(C) Se é justo valorizar a experiência de nossos antepassados, o saber advindo de nossas próprias
vivências, não deve ser tido como menos valoroso;
ao contrário pode harmonizar-se com o saber herdado.
(D) O conferencista comprovou que a contextualização
é o traço mais forte na área da história das ideias
que mais avançou na última década: a história do
pensamento político.
(E) Sempre voltou seu olhar para as flores mais sensíveis e, de cultivo mais difícil, porém, ao longo de
sua trajetória valeu-se de cautelas mais adequadas
ao cultivo de espécies mais resistentes.
A: incorreta. A vírgula depois de “claro” está errada e deveria haver o
mesmo sinal antes de “sobretudo”; B: incorreta. Não deve ser colocada
vírgula depois de “procurador” nem de “doente”, que deve ser retirada e
colocada após “fragilizada”; C: incorreta. Não há vírgula após “vivências”
e deveria haver uma após “contrário”; D: correta. O período atende a
todas as normas de pontuação da gramática; E: incorreta. Não há vírgula
antes de “de cultivo” e deveria haver uma após “trajetória”.
Gabarito “D”
obsolecência das instituições constitue um dos
grandes desafios dos legisladores, cuja função é
reconhecer as solicitações de sua contemporaneidade.
(B) Ao se denigrirem as boas reputações, desmoralizam-se os bons valores que devem reger uma
sociedade.
(C) A banalisação dos atos antissociais é um sintoma
da doença do nosso tempo, quando a barbárie
dissimula-se em rotina.
(D) Quando, numa mesma ação, converjem defeitos e
méritos, confundimo-nos, na tentativa de discriminá-los.
(E) Os hábitos que medeiam as relações sociais são
louváveis, quando eticamente instituídos, e odiosos,
quando ensejam privilégios.
se deter por muito tempo diante de um monitor, envolver-se-á de tal modo com o mundo virtual
que o sobreporá ao mundo real.
(B) Os jovens se entreteram tanto com o computador
que nem se deram conta das horas que já haviam
transcorrido.
(C) Dizendo que não quer que ninguém se imisque em
sua vida, o jovem tranca-se no quarto, para acessar
a Internet e se pôr a navegar.
(D) Sobreveio-lhe uma forte irritação, mas conteve-se
e abriu a porta com calma, pedindo ao jovem que
cessasse a navegação.
(E) Os prejuízos que advirem do uso abusivo do computador não serão compensados pelas eventuais
vantagens de que o usuário se beneficiou.
Gabarito “D”
(A) A
(A) Quem
Gabarito “D”
Gabarito “D”
Todas as palavras estão
corretamente grafadas na frase:
(Analista – TRT/24ª – 2006 – FCC)
(Analista – TRT/3ª – 2005 – FCC) Está correta a flexão de todas
as formas verbais da frase:
(C) Que
Gabarito “C”
A: incorreta, “Parece-lhes” – o sujeito é indeterminado. O verbo deve
ser mantido na 3ª pessoa do singular; B: incorreta, “nenhuma instituição jamais impôs” – o sujeito do verbo impor é singular (“nenhuma
instituição”); C: incorreta, “Caso não se assegure” – o sujeito do verbo
assegurar é singular (“o direito de se expressarem”); D: correta, “Se não
vierem a ocorrer” – o sujeito do verbo vir é plural (“tantos desmandos
institucionais”); E: incorreta, “É por disseminar” – o sujeito do verbo
é oracional (“que muita instituição acaba”), sendo assim, mantém-se
no singular.
A: incorreta, “também acirrou” – verbo acirrar; B: incorreta, verbo
insuflar; C: incorreta, “tratando-os como bem lhe aprouve” – verbo
defectivo aprazer na 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do
indicativo; D: correta, verbo intervir; E: incorreta, “que ninguém se
surpreenda” – verbo surpreender.
41
Gabarito “E”
se expressarem, as maiorias acabarão exercendo
um poder totalitário.
(D) Se não ...... (vir) a ocorrer, em qualquer sociedade,
tantos desmandos institucionais, não haveria a
necessidade de tantos organismos de fiscalização.
(E) É por ...... (disseminar) ódios e privilégios que muita
instituição acaba se desmoralizando a si mesma.
Gabarito “A”
(C) Caso não se ...... (assegurar) às minorias o direito de
(A) A
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
Gabarito “D”
40
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
Gabarito “E”
(Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) A pontuação está plenamente
adequada no período:
(A) Muito se debate, nos dias de hoje, acerca do espaço
que o ensino religioso deve ou não ocupar dentro
ou fora das escolas públicas; há quem não admita
interferência do Estado nas questões de fé, como
há quem lembre a obrigação que ele tem de orientar
as crianças em idade escolar.
(B) Muito se debate nos dias de hoje, acerca do espaço,
que o ensino religioso deve ou não ocupar dentro
ou fora das escolas públicas: há quem não admita
interferência do Estado, nas questões de fé, como
há quem lembre, a obrigação que ele tem de orientar
as crianças em idade escolar.
(C) Muito se debate nos dias de hoje, acerca do espaço
que o ensino religioso, deve ou não ocupar dentro
ou fora das escolas públicas, há quem não admita
interferência do Estado nas questões de fé, como há
quem lembre a obrigação: que ele tem de orientar
as crianças em idade escolar.
(D) Muito se debate, nos dias de hoje, acerca do espaço
que o ensino religioso deve, ou não, ocupar dentro,
ou fora, das escolas públicas; há quem não admita
interferência, do Estado, nas questões de fé; como
há quem lembre a obrigação, que ele tem de orientar
as crianças em idade escolar.
(Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) A pontuação está plenamente
adequada na seguinte frase:
(A) O autor ainda que de modo respeitoso, não deixa de
discordar de dom Odilo Scherer, que se pronunciou
numa entrevista recente, a respeito da cobrança
segundo ele inadmissível por serviços de saúde.
(B) O autor, ainda que de modo respeitoso não deixa de
discordar de dom Odilo Scherer, que se pronunciou,
numa entrevista recente a respeito da cobrança,
segundo ele inadmissível, por serviços de saúde.
(C) O autor, ainda que, de modo respeitoso, não deixa de
discordar de dom Odilo Scherer, que se pronunciou
numa entrevista recente a respeito da cobrança,
segundo ele inadmissível, por serviços de saúde.
(D) O autor, ainda que de modo respeitoso, não deixa de
discordar de dom Odilo Scherer, que se pronunciou,
numa entrevista recente, a respeito da cobrança,
segundo ele inadmissível, por serviços de saúde.
(E) O autor, ainda que de modo respeitoso não deixa de
discordar, de dom Odilo Scherer, que se pronunciou,
numa entrevista, recente, a respeito da cobrança
segundo ele, inadmissível, por serviços de saúde.
Os trechos “ainda que de modo respeitoso”, “numa entrevista recente”
e “segundo ele inadmissível” devem estar entre vírgulas, porque estão
deslocados da ordem direta nas respectivas orações; e há vírgula após
“Scherer” para separar a oração subordinada adjetiva explicativa que
lhe prossegue. A colocação do sinal de pontuação em qualquer outro
ponto do período desatende aos preceitos gramaticais.
O mito napoleônico baseia-se menos nos méritos de
Napoleão do que nos fatos, então sem paralelo, de sua
carreira. Os homens que se tornaram conhecidos por
terem abalado o mundo de forma decisiva no passado
tinham começado como reis, como Alexandre, ou patrícios, como Júlio César, mas Napoleão foi o “pequeno
cabo” que galgou ao comando de um continente pelo
seu puro talento pessoal. Todo homem de negócios
daí em diante tinha um nome para sua ambição: ser −
os próprios clichês o denunciam − um “Napoleão das
finanças” ou “da indústria”. Todos os homens comuns
ficavam excitados pela visão, então sem paralelo, de
um homem comum maior do que aqueles que tinham
nascido para usar coroas. Em síntese, foi a figura com
que todo homem que partisse os laços com a tradição
podia se identificar em seus sonhos.
Ele destruíra apenas uma coisa: a Revolução de 1789,
o sonho de igualdade, liberdade e fraternidade, do povo
se erguendo na sua grandiosidade para derrubar a
opressão. Este foi um mito mais poderoso do que o dele,
pois, após a sua queda, foi isto e não a sua memória
que inspirou as revoluções do século XIX, inclusive em
seu próprio país.
(Adaptado de Eric. J. Hobsbawm. A era das revoluções − 1789-1848.
7ª ed. Trad. de Maria Tereza Lopes Teixeira e Marcos Penchel. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1989, p.93-4)
(Analista – TRT9 – 2012 – FCC) Atente para as seguintes
afirmações sobre a pontuação empregada no texto.
I.
II.
III.
Os homens que se tornaram conhecidos por terem
abalado o mundo de forma decisiva no passado
tinham começado como reis, como Alexandre, ou
patrícios, como Júlio César ... (1º parágrafo)
O segmento em destaque poderia ser isolado por
vírgulas, sem prejuízo para o sentido e a correção.
Para os franceses ele foi também algo bem mais
simples: o mais bem-sucedido governante de sua
longa história. (2º parágrafo)
Uma vírgula poderia ser colocada imediatamente
depois do termo franceses, sem prejuízo para a
correção e a lógica.
Ele destruíra apenas uma coisa: a Revolução de
1789, o sonho de igualdade, liberdade e fraternidade, do povo se erguendo na sua grandiosidade
para derrubar a opressão. (3º parágrafo)
Os dois-pontos introduzem no contexto um segmento explicativo.
Está correto o que se afirma em
(A) I
e II, apenas.
apenas.
(C) I, II e III.
(D) III, apenas.
(E) II e III, apenas.
(B) I,
I: incorreta. A colocação das vírgulas daria ao trecho conotação adjetiva
explicativa, alterando seu sentido original que é restritivo (fala-se apenas
dos homens que se tornaram conhecidos por terem abalado o mundo,
não de todos os homens); II: correta. O adjunto adverbial pode ser
facultativamente separado por vírgula quando está deslocado para o
início da oração sem qualquer prejuízo para o sentido do texto ou para
a correção gramatical; III: correta. Os dois-pontos foram realmente
usados para anunciar o aposto.
Gabarito “E”
As vírgulas devem ser usadas somente para separar as orações
“sobretudo entre os estudiosos da linguagem”, “por não haver dois
sinônimos perfeitos” e “ainda que com isso se corra o risco de passar
por pernóstico”, por serem orações subordinadas adverbiais deslocadas
da ordem direta do período. A colocação da vírgula em qualquer outro
lugar desatende as normas gramaticais.
O adjunto adverbial “nos dias de hoje” deve estar entre vírgulas, porque
está deslocado da ordem direta da oração. Após “públicas”, o sinal de
pontuação pode tanto ser o ponto e vírgula, para indicar uma interrupção
no raciocínio, quanto os dois-pontos, para anunciar a enumeração dos
argumentos. Após “fé”, é indiferente o uso de ponto e vírgula ou vírgula,
diante da função de separar as orações coordenadas. Quaisquer outras
vírgulas adicionadas ou faltantes ofendem as regras de pontuação,
porque, principalmente as primeiras, acabam por separar o sujeito do
verbo ou esse de seus complementos.
Para os franceses ele foi também algo bem mais
simples: o mais bem-sucedido governante de sua
longa história. Triunfou gloriosamente no exterior,
mas, em termos nacionais, também estabeleceu ou
restabeleceu o mecanismo das instituições francesas
como existem hoje. Ele trouxe estabilidade e prosperidade a todos, exceto para os 250 mil franceses que
não retornaram de suas guerras, embora até mesmo
para os parentes deles tivesse trazido a glória. Sem
dúvida, os britânicos se viam como lutadores pela
causa da liberdade contra a tirania; mas em 1815 a
maioria dos ingleses era mais pobre do que o fora em
1800, enquanto a maioria dos franceses era quase
certamente mais rica.
(Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC) Está plenamente adequada
a pontuação da seguinte frase:
(A) As
fotografias, por prosaicas que possam ser,
representam um corte temporal, brecha no tempo
por onde entra nosso olhar, capturado que foi pela
magia da imagem e por ela instado a uma viagem
imaginária.
(B) As fotografias, por prosaicas que possam ser
representam um corte temporal; brecha no tempo,
por onde entra nosso olhar capturado, que foi pela
magia da imagem, e por ela instado a uma viagem
imaginária.
(C) As fotografias por prosaicas, que possam ser,
representam um corte temporal: brecha no tempo
por onde entra nosso olhar, capturado que foi, pela
magia da imagem, e por ela instado a uma viagem
imaginária.
(D) As fotografias por prosaicas, que possam ser
representam, um corte temporal, brecha no tempo
por onde entra nosso olhar capturado, que foi pela
magia da imagem e por ela instado a uma viagem
imaginária.
(E) As fotografias por prosaicas que possam ser,
representam um corte temporal, brecha no tempo
por onde entra nosso olhar, capturado, que foi pela
magia da imagem e, por ela, instado a uma viagem
imaginária.
As orações “por prosaicas que possam ser” e “brecha no tempo por
onde entra nosso olhar”, por serem orações adverbiais deslocadas da
ordem direta do período, devem estar entre vírgulas. Quaisquer variações na pontuação desatenderão aos preceitos gramaticais.
(Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC) A única frase NÃO pontuada
corretamente é:
(A) À
beira de um ano novo – e quase à beira do outro
século –, a imprensa discutia ainda a mesma questão, crucial, sem dúvida, que ocupara por décadas
o espírito dos homens públicos.
(B) Encontrando o rapaz no lugar combinado, não o
saudei; olhei-o, porém, fixamente, e sorri, é verdade,
mas como se fosse para alguém a quem se cumprimenta só por obrigação.
(C) A mais alta delas andava rapidamente; a outra,
cantando e sorrindo, fazia dos passos um modo de
brinquedo, então bastante em moda entre os mais
jovens.
(D) É minha opinião, que não se deve falar mal de
ninguém; e menos ainda daqueles que prestam
serviços públicos: estes querendo ou não, estão a
nosso serviço cotidianamente.
(E) Só muito tempo depois de sua partida (vejam o que
é a indecisão imposta pelo medo!), compreendi que
era só uma mudança de bairro, e então prometi que
a visitaria logo.
É minha opinião: [o sinal de dois-pontos anuncia uma oração apositiva]
que não se deve falar mal de ninguém e, menos ainda, daqueles que
prestam serviços públicos. [ponto] Estes, [vírgula] querendo ou não,
estão a nosso serviço cotidianamente.
Gabarito “D”
gem, que por não haver dois sinônimos perfeitos, há
que se empregar com toda a precisão os vocábulos
de uma língua, ainda que com isso, se corra o risco
de passar por pernóstico.
(B) Acredita-se, sobretudo entre os estudiosos da
linguagem que, por não haver dois sinônimos perfeitos há que se empregar, com toda a precisão, os
vocábulos de uma língua ainda que com isso, se
corra o risco de passar por pernóstico.
(C) Acredita-se sobretudo entre os estudiosos da linguagem que, por não haver dois sinônimos perfeitos, há
que se empregar com toda a precisão, os vocábulos
de uma língua ainda que, com isso, se corra o risco
de passar por pernóstico.
(D) Acredita-se, sobretudo, entre os estudiosos da
linguagem, que, por não haver dois sinônimos perfeitos, há que se empregar com toda a precisão, os
vocábulos de uma língua, ainda que com isso, se
corra o risco de passar por pernóstico.
(E) Acredita-se, sobretudo entre os estudiosos da
linguagem, que, por não haver dois sinônimos perfeitos, há que se empregar com toda a precisão os
vocábulos de uma língua, ainda que com isso se
corra o risco de passar por pernóstico.
que o ensino religioso deve, ou não, ocupar dentro
ou fora das escolas públicas: há quem não admita
interferência do Estado, nas questões de fé, como há
quem lembre, a obrigação, que ele tem de orientar
as crianças, em idade escolar.
Gabarito “D”
(A) Acredita-se sobretudo entre os estudiosos da lingua-
(E) Muito se debate, nos dias de hoje acerca do espaço
43
Gabarito “A”
(Analista – TRT/1ª – 2012 – FCC) Está plenamente adequada
a pontuação do seguinte período:
Gabarito “A”
42
(A) Mesmo
os stalinistas, que não acreditavam nesses
horrores, passaram a execrar seu velho ídolo.
(B) As metáforas, que costumam tornar mais concretas
as ideias, são úteis e expressivas.
(C) O fracasso do comunismo, na prática, acabou com
a desculpa para o stalinismo.
(D) Quem recorre aos meios extremos, condenados
pelos democratas, costuma dá-los como necessários.
(E) Até mesmo os sádicos se valem, aqui e ali, de
argumentos dados como irrefutáveis.
A e B: incorretas, a exclusão da vírgula em “stalinistas que” ou
“metáforas que” transformará as orações explicativas em restritivas;
C: incorreta, a locução adverbial “na prática” passa a ser adjunto do
substantivo comunismo; D: incorreta, sem as vírgulas, os termos
“condenados pelos democratas” ficam ligados ao substantivo anterior
“extremos” e não mais a “meios extremos”. E: correta, os adjuntos
adverbiais “aqui e ali” não terão alterados seus sentidos na oração se
as vírgulas forem excluídas.
Gabarito “E”
1
A expressão caos aéreo já faz parte da linguagem
corrente quando o assunto é a aviação comercial brasileira.
A rigor, toda essa crise latente no sistema de terminais
4 aeroportuários – que aflora nos momentos de pico de viagens
e a qualquer maior instabilidade meteorológica em regiões chave
– já foi prevista há muito tempo. Não era preciso ser
7 médium para, mesmo antes do desastre com avião na
Amazônia no final de 2006, perceber que a leniência das
autoridades federais diante dos gargalos no setor iria, cedo ou
10 tarde, desembocar na atual situação: pistas saturadas, salas de
espera repletas, infraestrutura dos aeroportos, principalmente
os maiores, sobrecarregada.
Nó dos aeroportos poderá ser desatado.
In: O Globo, 5/12/2010 (com adaptações).
(STM – 2011 – CESPE) Acerca dos aspectos estruturais e
dos sentidos do texto acima, julgue o item a seguir.
A omissão do trecho isolado por travessões não
acarretaria prejuízo para a correção gramatical do
texto.
1: correta, o travessão isola a oração complementar “que aflora
nos momentos de pico de viagens e a qualquer maior instabilidade
meteorológica em regiões chave”. A omissão desses termos intercalados não acarretaria prejuízo para compreensão ou para a correção
gramatical do texto.
Gabarito 1C
Existe uma longa tradição analítica que divide a economia em três setores: primário (atividades agropecuárias),
secundário (indústrias extrativas, de transformação,
construção civil e utilidades públicas) e terciário (que
inclui todos os tipos de serviços públicos e privados). Até
aí tudo bem. Entretanto, há também uma tradição em
associar as atividades primárias a baixa produtividade,
pouca tecnologia e reduzida interconexão com o resto
da economia, além de reduzida eficiência organizacional.
Ao mesmo tempo, associam-se à indústria qualidades
opostas, ou seja, elevada produtividade, maior nível
tecnológico e sofisticada organização.
Historicamente isso certamente é correto, pelo menos
até há pouco tempo, o que resultou em uma proposição
ainda hoje extraordinariamente difundida e aceita de
que mais indústria é bom e mais agricultura é ruim do
ponto de vista do crescimento. Um corolário imediato
é também derivado na área de comércio exterior: mais
exportações agrícolas (e minerais) pouco contribuem
para o crescimento de longo prazo, pois provocam
valorização cambial e pouca expansão do emprego,
prejudicando a indústria, a chave do crescimento.
Essa dicotomia apresenta hoje muitos problemas para
ser usada sem cautela, por algumas razões. Uma
parte crescente das novidades tecnológicas não está
na indústria, mas sim nos serviços, onde se destacam
a Tecnologia da Informação (TI), as comunicações, os
serviços criativos, etc. Esse fenômeno é tão poderoso
que se reconhece que vivemos uma revolução de software, onde se gera a maior parte do valor, que coloca
O hardware (máquinas e equipamentos), como caudatários do processo. Por outro lado, a TI permitiu uma
ampla modificação no sistema de produção, em que
se busca cada vez mais foco e especialização para a
cadeia de produção. Como consequência, as atividades produtivas se organizam de maneiras diferentes,
formando cadeias muito mais complexas do que no
passado e tornando, a meu juízo, envelhecidas as
contraposições do tipo agricultura versus indústria.
(Adaptado do artigo de José Roberto Mendonça de Barros.
O Estado de S. Paulo, B6/Economia, 7 de março de 2010)
(TRT/24ª – 2011 – FCC) A respeito do 1º parágrafo do texto,
está INCORRETO o que consta em:
(A) Entretanto e Ao mesmo tempo têm função adverbial
no contexto em que se situam, introduzindo ressalva
em relação ao que se afirma antes.
(B) Substituindo-se a expressão uma longa tradição
analítica por análises tradicionais, os verbos Existe
e divide devem ser colocados no plural, em respeito
às normas de concordância.
(C) A presença dos dois pontos assinala a introdução
de um segmento enumerativo como explicação
necessária para a expressão três setores.
(D) Os segmentos que aparecem entre parênteses
especificam o sentido do termo imediatamente
anterior a cada um deles.
(E) A ausência e a presença do sinal de crase nos
segmentos associar as atividades primárias a baixa
produtividade, pouca tecnologia e reduzida interconexão com o resto da economia e associam-se à
indústria qualidades opostas denotam incorreção,
por ter sido empregado o mesmo verbo, associar.
A: assertiva correta, a conjunção adversativa “entretanto” e a locução
adverbial “ao mesmo tempo” exprimem uma ressalva; B: assertiva correta, se o referente é flexionado para o plural, os verbos acompanham;
C: assertiva correta, o sinal de dois-pontos é utilizado antes de certos
apostos, principalmente nas enumerações; D: assertiva correta, os
parênteses isolam explicações; E: assertiva incorreta, devendo ser assinalada. O verbo regente associar exige a preposição a. As preposições
estão corretamente empregadas. Antes de “baixa produtividade, pouca
tecnologia e reduzida interconexão”, há a preposição a que se refere
aos três elementos que estão sem artigo (produtividade, tecnologia
e interconexão). Em “associam-se à indústria”, temos a preposição
exigida pelo verbo e o artigo feminino a antes do substantivo “indústria”.
Gabarito “E”
(Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC) A exclusão das vírgulas NÃO
alterará o sentido da seguinte frase:
(1)
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
Preocupada com a ameaça de repetição da crise
alimentar que provocou conflitos em várias partes do
mundo em 2008, a Organização das Nações Unidas
para Alimentação e Agricultura (FAO) convocou uma
reunião de emergência, em Roma. As causas dos
problemas atuais são bem diferentes das que, há dois
anos, levaram o mundo a enfrentar uma séria crise de
alimentos. Neste ano, o mundo deverá colher a terceira
maior safra de grãos da história e os estoques mundiais
estão em nível bem mais alto do que em 2008. Mesmo
assim, as cotações de alguns dos principais produtos,
de grande consumo pelas populações mais pobres do
planeta, subiram muito nos últimos meses e algumas,
como as do trigo, mantêm tendência de alta.
Protestos contra a alta exagerada de alguns produtos,
como o pão, e a escassez de outros, já ocorreram em
Moçambique,no Egito e na Índia. Na Rússia, a falta de
trigo preocupa a população, e a história recente do país
mostra que a escassez de produtos essenciais – como
salsicha, sal e vodca, além de farinha de trigo – pode
resultar em instabilidade política.
Uma combinação de pânico de escassez prolongada e
um grande fluxo de investimentos que não encontram
atrativos no mercado financeiro para a especulação
com estoques e preços de produtos agrícolas está
provocando, há alguns meses,uma alta contínua das
cotações de alimentos. O índice geral de preços está
no seu nível mais alto desde setembro de 2008.
Um conjunto de más notícias assustou os
consumidores,que foram às compras, o que está
pressionando os preços ainda mais para cima. A Rússia
transformou-se na principal fonte de notícias ruins para
o mercado mundial de alimentos.
Assolada pela seca, que deu origem a muitos incêndios
nas plantações, estima que este ano sua produção de
grãos será38% menor do que a de 2009. As inundações
na Ásia destruíram plantações e dificultaram a distribuição de produtos, especialmente para a população
mais pobre.
Nesse quadro, alguns produtores preferiram manter o
produto estocado a vendê-lo pelos preços oferecidos,
o que estimulou a alta. Além disso, com os juros baixos na maioria dos países, como parte das medidas
de estímulo para as economias afetadas pela crise
mundial, investidores estão buscando outras opções
de aplicação, e as encontram no mercado de produtos
agrícolas, cujos preços, por isso, sobem mais. São
notícias preocupantes, mas as reservas mundiais em
grãos, suficientes para cobrir a quebra de produção
provocada pelos fenômenos climáticos, deveriam conter
seus efeitos. Infelizmente,esse dado não está sendo
levado na devida conta.
(Adaptado de O Estado de S. Paulo, Notas e Informações,
A3, 12 de setembro de 2010)
(TRT/22ª – 2010 – FCC) – como salsicha, sal e vodca, além
de farinha de trigo – (2º parágrafo). Identifica-se, no
segmento isolado pelos travessões,
(A) especificação
enumerativa referente à expressão
anterior.
(B) repetição enfática de afirmativa já apresentada.
45
(C) retificação
de informação constante do desenvolvimento.
(D) conclusão esperada do que vem sendo discutido no
parágrafo.
(E) reprodução exata de citação constante em documento oficial.
Os travessões têm também a função de isolar ou destacar uma
sequência enumerativa, como em “a escassez de produtos essenciais
– como salsicha, sal e vodca, além de farinha de trigo – pode resultar”
A expressão a que a enumeração se refere é “produtos essenciais”.
Gabarito “A”
44
Multidões de mascarados e maquiados com cores alegóricas das nacionalidades envolvidas nas disputas da
Copa do Mundo falam por esse meio uma linguagem
que simbolicamente quer dizer muito mais do que pode
parecer. Trata-se de um ritual cíclico de renovação de
identidades nacionais expressas nos ornamentos e
paramentos do que é funcionalmente uma nova religião
no vazio contemporâneo. Aqui no Brasil as manifestações simbólicas relacionadas com o futebol e seus
significados têm tudo a ver com o modo como entre
nós se difundiu a modernidade, nas peculiaridades de
nossa história social.
Embora não fosse essa a intenção, rapidamente esse
esporte assumiu entre nós funções sociais extrafutebolísticas que se prolongam até nossos dias e respondem
por sua imensa popularidade. A República, em que
todos se tornaram juridicamente brancos, sucedeu
a monarquia segmentada em senhores e escravos,
brancos e negros, todos acomodados numa dessas
duas identidades. A República criou o brasileiro genérico
e abstrato. O advento do futebol entre nós coincidiu
com a busca de identidades reais para preencher as
incertezas dessa ficção jurídica. Clubes futebolísticos
de nacionalidades, de empresas, de bairros, de opções
subjetivas disfarçaram as diferenças sociais reais e
profundas, sobrepuseram-se a elas e tornaram funcionais os conflitos próprios da nova realidade criada pela
abolição da escravatura.
No futebol há espaço para acomodações e inclusões,
mesmo porque, sem a diversidade de clubes e sem a
competição, o futebol não teria sentido. O receituário
da modernidade inclui, justamente, esses detalhes de
convivência com a diversidade e com a rotatividade dos
que triunfam. Nela, a vida recomeça continuamente;
depois da vitória é preciso lutar pela vitória seguinte.
O futebol, essencialmente, massificou e institucionalizou a competição e a concorrência, elevou-as à condição de valores sociais e demonstrou as oportunidades
de vitória de cada um no rodízio dos vitoriosos. Nele,
a derrota nunca é definitiva nem permanente. Por
esse meio, o que era mero requisito do funcionamento
do mercado e da multiplicação do capital tornou-se
expressamente um rito de difusão de seus princípios
no modo de vida, na mentalidade e no cotidiano das
pessoas comuns.
É nesse sentido que o futebol só pode existir em
sociedades competitivas e de antagonismos sociais
administráveis.
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
Atenção: para responder a questão seguinte, considere
o segmento:
Com uma diferença: os 22 jogadores não atuavam como
dois times de 11, mas como um único time jogando
contra a bola, perseguida em campo todo o tempo.
(último parágrafo)
(TRE/AC – 2010 – FCC)
Os dois pontos introduzem
(A) sequência
de fatos que justificam a surpresa do
pesquisador citado.
(B) enumeração de situações pertinentes a uma sociedade tribal.
(C) contestação apresentada pelo autor sobre a opinião
do antropólogo.
(D) repetição enfática de informações apresentadas
anteriormente.
(E) comentário explicativo a respeito da afirmativa
anterior a eles.
Uma das funções do sinal de dois-pontos é sinalizar que haverá uma
explicação.
Gabarito “E”
Há justificativa para esta
seguinte alteração de pontuação, proposta para o
segmento final do primeiro parágrafo:
(Analista – TRT/16ª – 2009 – FCC)
(A) o
citadino diz que ela é caipira querendo dizer: que
é atrasada, e portanto, meio ridícula.
(B) o citadino diz que ela é caipira querendo dizer que
é atrasada; e portanto, meio ridícula.
(C) o citadino diz que ela é caipira, querendo dizer, que
é atrasada, e, portanto, meio ridícula.
(D) o citadino diz que ela é caipira, querendo dizer que
é atrasada e, portanto, meio ridícula.
(E) o citadino diz: que ela é caipira, querendo dizer: que
é atrasada, e portanto meio ridícula.
O segmento final do primeiro parágrafo é: “o citadino diz que ela é
caipira, querendo dizer que é atrasada e portanto meio ridícula.”. A única
alteração de pontuação possível seria colocar a conjunção conclusiva
portanto entre vírgulas. A palavra que, nesse segmento, é conjunção
integrante e não há vírgula antes dela.
Gabarito “D”
O país é o mesmo. O dia, mês e ano também. Brasil,
28 de abril de 2009. No Rio Grande do Sul, o índice
de chuvas está 96% abaixo do que seria normal neste
período. A taxa de umidade despencou para menos de
20%, enquanto o saudável é praticamente o dobro. Tudo
é seca e insolação. Brasil, 28 de abril de 2009. No Piauí
os moradores enfrentam as piores cheias dos últimos 25
anos. Chove sem parar. Cidades estão ilhadas. Cerca
de 100 mil pessoas ficaram desabrigadas.
Olhemos, agora, por exemplo, não para a loucura do
tempo em um único país, mas sim para a “loucura a
dois”. Por que chove tanto em algumas regiões distantes da costa, como no interior da Amazônia, enquanto
países como a Austrália se transformam em deserto?
Dois cientistas russos sustentam, embasados na metodologia da bomba biótica, que as florestas são responsáveis pela criação dos ventos e a distribuição da chuva
ao redor do planeta – como uma espécie de coração
que bombeia a umidade. Esse modelo questiona a
meteorologia convencional, que explica a movimentação do ar sobretudo pela diferença de temperatura
entre os oceanos e a terra. Ao falarem de chuva aqui
e de seca acolá, eles acabam falando de um dos mais
atuais e globalizados temas: a devastação das matas.
Para o biogeoquímico Donato Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e principal proponente
da linha da bomba biótica no Brasil, somente ela é
que explica com clareza a contradição entre a seca e
a aridez que estão minguando as lavouras na região
Sul e as chuvas intensas que transbordam o Norte e
o Nordeste.
13 apenas do interior do sujeito) e a heteronomia dos valores
morais de sua sociedade (os valores são dados externos ao
sujeito). Esse conflito só pode ser resolvido se o agente
16 reconhecer os valores de sua sociedade como se tivessem
sido instituídos por ele, como se ele pudesse ser o autor
desses valores ou das normas morais, pois, nesse caso, ele
19 será autônomo, agindo como se tivesse dado a si mesmo sua
própria lei de ação.
Marilena Chaui. “Uma ideologia perversa”.
In: Folhaonline, 14/3/1999 (com adaptações).
Julgue o seguinte item, a
respeito da organização das estruturas linguísticas e
das ideias do texto acima.
(Analista – STF – 2008 – CESPE)
(1)
1: tanto os parênteses quanto o travessão podem isolar uma ideia,
destacando-a.
1
4
7
De acordo, porém, com o professor americano David
Adams, da Universidade do Estado do Amazonas,
os físicos russos estão supervalorizando a força da
bomba biótica.
10
(Adaptado de Maíra Magro. Istoé, 6/5/2009, pp. 98-99)
13
... eles acabam falando de um dos
mais atuais e globalizados temas: a devastação das
matas. (3º parágrafo)
16
O emprego dos dois-pontos assinala, no contexto,
19
(TRT/16ª – 2009 – FCC)
de comentário repetitivo.
(B) especificação da expressão anterior a eles.
(C) transcrição exata da fala dos especialistas.
(D) segmento que apresenta sequência de fatos.
(E) reforço no sentido da afirmativa anterior.
(A) introdução
Os dois pontos assinalam a presença de um segmento explicativo. Nesse
caso, especifica-se a expressão anterior aos dois pontos (“temas”).
1
O agente ético é pensado como sujeito ético, isto é,
como um ser racional e consciente que sabe o que faz, como
um ser livre que escolhe o que faz e como um ser
4 responsável que responde pelo que faz. A ação ética é
balizada pelas ideias de bem e de mal, justo e injusto, virtude
e vício. Assim, uma ação só será ética se consciente, livre e
7 responsável e será virtuosa se realizada em conformidade
com o bom e o justo. A ação ética só é virtuosa se for livre
e só o será se for autônoma, isto é, se resultar de uma decisão
10 interior do próprio agente e não de uma pressão externa.
Evidentemente, isso leva a perceber que há um conflito entre
a autonomia da vontade do agente ético (a decisão emana
Os sinais de parênteses nas linhas de 12 a 15 têm
a função de organizar as ideias que destacam e de
inseri-las na argumentação do texto; por isso, sua
substituição pelos sinais de travessão preservaria
a coerência textual e a correção do texto, mas,
na linha 15, o ponto final substituiria o segundo
travessão.
22
Aceitar
que
somos
indeterminados
naturalmente,
que seremos lapidados pela educação e pela cultura, que
disso decorrem diferenças relevantes e irredutíveis aos genes
é muito difícil. Significa aceitarmos que há algo muito
precário na condição humana. Parte pelo menos dessa
precariedade ou indeterminação alguns chamarão liberdade.
Porém nem mesmo a liberdade é tão valorizada quanto se
imagina. Ela implica responsabilidades.
Parece que se busca conforto na condição de coisa.
Se eu for objeto, isto é, se eu for natureza, meus males
independem de minha vontade. Aliás, o que está em
discussão não é tanto o que os causou, mas como resolvê-los:
se eu puder solucioná-los com um remédio ou uma cirurgia,
não preciso responsabilizar-me, a fundo, por eles. Tratarei a
mim mesmo como um objeto.
A postura das ciências humanas e da psicanálise é
outra, porém. Muito da experiência humana vem justamente
de nos constituirmos como sujeitos. Esse papel é pesado. Por
isso, quando entra ele em crise — quando minha liberdade
de escolher amorosa ou política ou profissionalmente resulta
em sofrimento —, posso aliviar-me procurando uma solução
que substitua meu papel de sujeito pelo de objeto.
Roberto Janine Ribeiro. A cultura ameaçada pela natureza.
Pesquisa Fapesp Especial, p. 40 (com adaptações).
(Analista – STF – 2008 – CESPE) Considerando o texto acima,
1 Um lugar sob o comando de gestores, onde os
funcionários são orientados por metas, têm o desempenho
avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela
4 eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo —
menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas
das práticas implantadas com sucesso em um grupo de
7 escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A
experiência chama a atenção pelo impressionante progresso
dos estudantes depois que ingressaram ali.
10 Como é praxe no local, o avanço foi quantificado.
Os alunos são testados na entrada, e quase metade deles tirou
zero em matemática e notas entre 1 e 2 em português. Isso
13 em uma escala de zero a 10. Depois de três anos, eles
cravaram 6 em tais matérias, em uma prova aplicada pelo
Ministério da Educação. Em poucas escolas públicas
16 brasileiras, a média foi tão alta. De saída, há uma
característica que as distingue das demais: elas são
administradas por uma parceria entre o governo e uma
19 associação formada por empresários da região. Os
professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas
dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo
22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é
concedido bônus no salário.
Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).
(STF – 2008 – CESPE) Com referência às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens a seguir.
Na linha 20, o sinal de dois-pontos é empregado para
indicar que, subsequentemente, há uma explicação.
(2) O emprego de vírgula logo após “alunos” (l.21)
justifica-se por isolar elementos de mesma função
gramatical.
(1)
1: correta, o sinal de dois-pontos antecede uma explicação. Veja o
trecho: “Os professores são avaliados em quatro frentes: recebem
notas dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo cumprimento
das metas acadêmicas”; 2: correta, em “recebem notas dos alunos,
dos pais” a vírgula isola os complementos do objeto direto “notas”.
1
Se a perspectiva do político é a perspectiva de como
o poder se constitui e se exerce em uma sociedade, como se
distribui, se difunde, se dissemina, mas também se oculta, se
4 dissimula em seus diferentes modos de operar, então é
fundamental uma análise do discurso que nos permita
rastreá-lo. A necessidade de discussão da questão política e
7 do exercício do poder está em que, em última análise, todos
os grupos, classes, etnias visam, de uma forma ou de outra,
o controle do poder político. Porém, costumamos ver o poder
10 como algo negativo, perverso, no sentido da dominação, da
submissão. Não há, entretanto, sociedade organizada sem
formas de exercício de poder. A questão, portanto, deve ser:
13 como e em nome de quem este poder se exerce?
Danilo Marcondes. Filosofia, linguagem e comunicação.
São Paulo: Cortez, 2000, pp. 147-8 (com adaptações).
julgue o item subsequente.
(1)
O deslocamento do travessão na linha 21 para logo
depois de “profissionalmente” (l.20) preservaria
a correção gramatical do texto e a coerência da
argumentação, com a vantagem de não acumular
dois sinais de pontuação juntos.
1: incorreta, os termos destacados pelo uso do travessão trabalham
sintaticamente entre si, isto é, seus verbos e complementos estão
dentro do travessão. O deslocamento do travessão, como sugerido,
resultaria em alterações sintáticas e semânticas: o sujeito do verbo
resultar, que é “liberdade de escolher”, não ficaria claramente
indicado.
Gabarito 1E
(Adaptado de José de Souza Martins. O Estado de S. Paulo,
aliás, J7, 4 de julho de 2010)
Gabarito “B”
Interpretaram o futebol como ritual de caça. Algo próprio
de uma sociedade tribal e comunitária.
“O tempo anda louco”, eis a frase leiga e padrão que
mais se fala e mais se ouve nas queixas em relação
às radicais discrepâncias climáticas. Vale para o Norte
e Nordeste do país, vale para a região Sul também. A
mais nova e polêmica explicação para tais fenômenos
é uma revolucionária teoria sobre as chuvas, chamada
“bomba biótica”, e pode mudar os conceitos da meteorologia tradicional.
47
Gabarito 1C, 2C
Fora delas, não é compreendido. Há alguns anos,
um antropólogo que estava fazendo pesquisa com os
índios xerentes, de Goiás, surpreendeu-se ao ver que
eles haviam adotado entusiasticamente o futebol. Com
uma diferença: os 22 jogadores não atuavam como dois
times de 11, mas como um único time jogando contra a
bola, perseguida em campo todo o tempo.
Gabarito 1C
46
Em relação às ideias e às
estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item a
seguir.
(Analista – STJ – 2008 – CESPE)
(1)
A vírgula logo depois de “operar” (l.4) indica que a
relação entre as ideias expressas no período iniciado
por “então é fundamental” (l.4-5) e as ideias expressas no período anterior seria mantida se a palavra
“então” fosse substituída por “posto que”.
1: incorreta, o advérbio então, nesse contexto, tem a acepção de
“nesse caso”, “nessa situação”, e não pode ser substituído pela
locução conjuntiva posto que, que significa “embora”, “apesar de
1: correta, tanto os parênteses quanto o travessão podem isolar uma
ideia, destacando-a.
Gabarito 1C
16
19
primeira vez, a população de Belo Horizonte
vai poder escolher, por meio da Internet, as obras
que serão executadas na cidade. Disponível no
período de 1.º a 30 de novembro, a nova modalidade, conhecida por Orçamento Participativo Digital,
tem parceria entre a Prefeitura Municipal de Belo
Horizonte (PBH) e o Tribunal Regional Eleitoral de
Minas Gerais (TRE-MG).
(B) O novo sistema baseia-se em dados fornecidos pelo
TRE-MG à PBH (quantitativo de eleitores, número
do título de eleitor etc.), e foi solicitado pelo prefeito
de BH, Fernando Pimentel, há cerca de seis meses,
ao então presidente da instituição, Armando Pinheiro
Lago.
(C) O voto via Internet será permitido apenas para
aqueles com domicílio eleitoral na capital (aproximadamente 1,7 milhão de pessoas), que poderão
decidir pelo conjunto de nove obras (quatro em cada
regional) que serão feitas no município em um prazo
máximo de dois anos.
(D) Para votar, o cidadão deve entrar no sítio da PBH.
Quem não tiver acesso à Internet em casa pode ir
até um dos 175 postos públicos montados, pela PBH
onde haverá monitores para ajudar aqueles que não
estão acostumados a lidar com computador.
Opções adaptadas. Internet: <www.tse.gov.br>.
“Quem não tiver acesso à Internet em casa pode ir até um dos 175 postos públicos montados, pela PBH, [vírgula] onde haverá monitores para
ajudar aqueles que não estão acostumados a lidar com computador.”
Emir Sader. “Trabalhemos menos, trabalhemos todos”.
In: Correio Braziliense, 18/11/2007 (com adaptações).
parênteses é a de
Uma das funções dos
(A) separar
os diversos itens de uma enumeração.
a um texto um tom coloquial.
(C) indicar que termos foram deslocados na oração.
(D) isolar explicações, indicações ou comentários em
geral.
(E) caracterizar um texto como essencialmente didático.
(B) imprimir
A: incorreta, o ponto e vírgula separa os diversos itens de uma enumeração; B: incorreta, o tom coloquial é impresso pelos termos utilizados,
e não pelo uso dos parênteses; C: incorreta, as vírgulas indicam que
termos, na oração, foram deslocados; E: incorreta, a caracterização
de um texto como didático não é uma das funções dos parênteses.
Gabarito “D”
13
(A) Pela
(Analista – TRT/1ª – 2008 – CESPE)
Muitas coisas nos diferenciam dos outros animais,
mas nada é mais marcante do que a nossa capacidade de
trabalhar, de transformar o mundo segundo nossa
qualificação, nossa energia, nossa imaginação. Ainda assim,
para a grande maioria dos homens, o trabalho nada mais é do
que puro desgaste da vida. Na sociedade capitalista, a
produtividade do trabalho aumentou simultaneamente a tão
forte rotinização, apequenamento e embrutecimento do
processo de trabalho de forma que já não há nada que mais
nos desagrade do que trabalhar. Preferimos, a grande
maioria, fazer o que temos em comum com os outros
animais: comer, dormir, descansar, acasalar.
Nossa capacidade de trabalho, a potência humana de
transformação e emancipação de todos, ficou limitada a ser
apenas o nosso meio de ganhar pão. Capacidade, potência,
criação, o trabalho foi transformado pelo capital no seu
contrário. Tornou-se o instrumento de alienação no sentido
clássico da palavra: o ato de entregar ao outro o que é nosso,
nosso tempo de vida.
a opção que apre-
(Analista – TRE/PB – 2007 – FCC)
mente adequada na frase:
(A) Recebi,
A pontuação está inteira-
via Internet, de um amigo que há muito não
vejo, uma série de fotografias da Terra, tiradas de
um satélite.
A: correta; B: incorreta, “Tanto os astrônomos antigos como os teólogos [sem vírgula. Não se separa sujeito do verbo.] não erravam, na
opinião do autor, quando consideravam que [sem vírgula] a Terra, essa
poeira ínfima, era...”; C: incorreta, “Nada mais central na casa, [vírgula]
para os pais, que o lugar onde está o berço do filhinho, nada tendo a
ver esse centro afetivo [sem vírgula] com...”; D: incorreta, “Será que
Niezstche interrompia, [vírgula] a cada belo crepúsculo, suas leituras
e seus escritos, sobretudo estes que [sem vírgula] tanto peso...”; E:
incorreta, “O astronauta russo, Yuri Gagárin, ao ter a visão de nosso
planeta, [vírgula] a partir de um satélite, enviou para todos nós [sem
vírgula] esta primeira...”.
(Analista – TRT/4ª – 2006 – FCC) Quanto
inteiramente correta é:
(Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC) Está inteiramente correta a
pontuação do seguinte período:
(A) O fato de satisfazermos os instintos que brotam das
regiões mais sombrias do nosso ser, constitui um
grave equívoco indubitavelmente.
(B) É salvo engano, por essa razão, que de forma
paradoxal, investimos num egocentrismo que é
autodestrutivo.
(C) Nossa fixação, em nossos desejos, ou mesmo, eventualmente na plena satisfação dos nossos apetites
priva-nos do prazer, de descobrirmos a nós mesmos.
(D) Tão custoso é o processo de individuação que,
somos quase sempre, levados pela força dos subterfúgios ilusórios, a que nós mesmos nos agarramos.
(E) É, sem dúvida, grave o equívoco de satisfazermos,
aqui e ali, os nossos instintos mais primitivos, aqueles que nos afastam de nossa verdade profunda.
A: incorreta, “O fato de satisfazermos os instintos que brotam das
regiões mais sombrias do nosso ser [sem vírgula] constitui um grave
equívoco, [vírgula] indubitavelmente.”; B: incorreta, “É, salvo engano,
por essa razão [sem vírgula] que, [vírgula] de forma paradoxal, investimos num egocentrismo que é autodestrutivo.”; C: incorreta, “Nossa
fixação, em nossos desejos [sem vírgula] ou, [vírgula] mesmo [sem
vírgula] eventualmente, [vírgula] na plena satisfação dos nossos apetites, [vírgula] priva-nos do prazer [sem vírgula] de descobrirmos a nós
mesmos.”; D: incorreta, “Tão custoso é o processo de individuação que
[sem vírgula] somos, [vírgula] quase sempre, levados pela força dos
subterfúgios ilusórios, a que nós mesmos nos agarramos.”
à pontuação, a frase
Está inteiramente correta a
pontuação da seguinte frase:
(Analista – TRT/13ª – 2005 – FCC)
(A) Quando
(A) Implícito
A: incorreta, “Quando Rubem Braga, [vírgula] já velho, [vírgula] compareceu ao evento programado, notou-se que, mais do que apenas
abatido, [vírgula] estava impaciente [sem vírgula] com as perguntas
(...)”; B: incorreta, ressalte-se que [sem vírgula] houve, antes de Rubem
Braga, cronistas importantes (...)”; C: incorreta, “Muitos trabalhadores
do povo, [vírgula] que jamais haviam merecido atenção mais séria,
passaram a ser protagonistas [sem vírgula] de inesquecíveis crônicas
de Rubem Braga.”; D: incorreta, “Nos jornais [sem vírgula] ou em
livros, [vírgula] as crônicas de Braga costumam prender a atenção do
leitor, com tanta intensidade, [vírgula] que este não é capaz de arredar
os olhos do texto, fascinado, que fica.”
A: incorreta, “Implícito, [vírgula] na simplificação sistemática da realidade, está o desrespeito aos eleitores, que são o alvo costumeiro [sem
vírgula] da retórica eleitoral.”; B: correta, “É lamentável que candidatos
socialistas, a exemplo de Mitterrand, [o aposto está corretamente entre
vírgulas] se deixem levar pela convicção de que, em nosso mundo tão
complexo, [o aposto está corretamente entre vírgulas] o messianismo
faça sentido.”; C: incorreta, “As fórmulas simplificadoras são: se eu
estou certo o senhor está errado; somente eu [não há vírgula entre o
sujeito e o verbo] tenho a solução; [ponto e vírgula] entusiasmem-se,
[vírgula] pois, [vírgula] comigo.”; D: incorreta, “Quando se reúnem,
os moradores de vila costumam discutir, tanto os problemas que os
afligem, [vírgula] como as soluções que devem brotar [sem vírgula]
dessa discussão.”; E: incorreta, “No caso da mãe da criança asmática
e da velha senhora, que defende seu cachorrinho, [o aposto está
corretamente entre vírgulas] há o dilema [sem vírgula] de se saber
qual delas sairá da reunião [sem vírgula] profundamente compungida.
Gabarito “E”
Preserva-se o respeito às regras de pontuação do
padrão formal da língua portuguesa ao se retirar
os parênteses das linhas 6 e 7, demarcando-se a
explicação do que sejam “fenômenos aleatórios” (l.6)
por um travessão ou por uma vírgula logo depois
dessa expressão.
(Analista – TSE – 2006 – CESPE) Assinale
senta erro de pontuação.
erravam, na opinião do autor, quando consideravam
que, a Terra, essa poeira ínfima, era o centro do
universo.
(C) Nada mais central na casa para os pais, que o
lugar onde está o berço do filhinho, nada tendo a
ver esse centro afetivo, com o geométrico da casa
edificada.
(D) Será que Niezstche interrompia a cada belo crepúsculo, suas leituras e seus escritos, sobretudo
estes que, tanto peso tiveram nas ideias de seu
tempo?
(E) O astronauta russo, Yuri Gagárin, ao ter a visão de
nosso planeta a partir de um satélite, enviou para
todos nós, esta primeira mensagem de encantamento, “A Terra é azul!”.
Gabarito “B”
Julgue o seguinte item, a
respeito de redações alternativas para termos e estruturas linguísticas do texto acima.
(Analista – STJ – 2008 – CESPE)
10
1: correta, o sinal de dois-pontos antecede uma explicação.
Gabarito “D”
Edgard Morin. “Epistemologia da complexidade”. In: Dora Fried
Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade.
Porto Alegre: Artmed, 1996, p. 274 (com adaptações).
7
A organização das ideias no último período do
texto mostra que a informação apresentada depois
do sinal de dois-pontos constitui uma definição de
“alienação” (l.17).
(B) Tanto os astrônomos antigos como os teólogos, não
Gabarito “A”
Gabarito 1E
Pode-se dizer que há complexidade onde quer que
se produza um emaranhamento de ações, de interações, de
retroações. E esse emaranhamento é tal que nem um
4 computador poderia captar todos os processos em curso. Mas
há também outra complexidade que provém da existência de
fenômenos aleatórios (que não podem ser determinados e
7 que, empiricamente, agregam incerteza ao pensamento).
Pode-se dizer, no que concerne à complexidade, que há um
polo empírico e um polo lógico e que a complexidade
10 aparece quando há simultaneamente dificuldades empíricas
e dificuldades lógicas. Pascal disse há já três séculos: “Todas
as coisas são ajudadas e ajudantes, todas as coisas são
13 mediatas e imediatas, e todas estão ligadas entre si por um
laço que conecta umas às outras, inclusive as mais
distanciadas. Nessas condições — agrega Pascal —
16 considero impossível conhecer o todo se não conheço as
partes”. Esta é a primeira complexidade: nada está isolado no
Universo e tudo está em relação.
4
(1)
Julgue o seguinte item a
Gabarito 1C
1
1
(Analista – TST – 2008 – CESPE)
respeito do texto acima.
49
Gabarito “E”
que”. Muita atenção! Apesar de largamente utilizado para indicar
causalidade, posto que não tem essa função, segundo a norma culta
da língua portuguesa. Assim, está errada (segundo a norma culta)
a construção “O candidato deve passar, posto que estudou muito”
e está correta a construção “Posto que estudou muito, o candidato
não passou.” A vírgula após a palavra operar foi utilizada para isolar
a oração seguinte, que tem valor explicativo. Sendo assim, está
incorreta a assertiva.
(1)
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
48
Rubem Braga já velho, compareceu ao
evento programado, notou-se que, mais do que apenas abatido estava impaciente, com as perguntas
que lhe faziam.
(B) Ressalte-se que, houve antes de Rubem Braga cronistas importantes, mas nenhum deles se dedicou
exclusivamente às crônicas, nem lhes deu como
Braga, tal densidade poética.
(C) Muitos trabalhadores do povo que jamais haviam
merecido atenção mais séria, passaram a ser protagonistas, de inesquecíveis crônicas de Rubem
Braga.
(D) Nos jornais, ou em livros as crônicas de Braga
costumam prender a atenção do leitor, com tanta
intensidade que este não é capaz de arredar os
olhos do texto, fascinado, que fica.
(E) Não é de se imaginar, realmente, que um texto
publicado em jornal possa aspirar à mesma permanência a que, em princípio, fariam jus os textos
cuidadosamente editados em livro.
na simplificação sistemática da realidade,
está o desrespeito aos eleitores, que são o alvo
costumeiro, da retórica eleitoral.
(B) É lamentável que candidatos socialistas, a exemplo
de Mitterrand, se deixem levar pela convicção de
que, em nosso mundo tão complexo, o messianismo
faça sentido.
(C) As fórmulas simplificadoras são: se eu estou certo
o senhor está errado; somente eu, tenho a solução,
entusiasmem-se pois comigo.
(D) Quando se reúnem, os moradores de vila costumam
discutir, tanto os problemas que os afligem como as
soluções que devem brotar, dessa discussão.
(E) No caso da mãe da criança asmática e da velha
senhora, que defende seu cachorrinho, há o dilema,
de se saber qual delas sairá da reunião, profundamente compungida.
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
(Analista – TRT/16ª – 2014 – FCC) Segmentos do texto receberam nova pontuação. O que mantém a adequação
à norma-padrão é:
(A) Adoção,
por parte da empresa ou de qualquer
instituição, de políticas e práticas organizacionais
socialmente responsáveis / Adoção por parte da
empresa ou de qualquer instituição, de políticas e
práticas organizacionais, socialmente responsáveis.
(B) Do ponto de vista mercadológico, a responsabilidade social procura harmonizar as expectativas dos
diferentes segmentos ligados à empresa / Do ponto
de vista, mercadológico, a responsabilidade social
procura harmonizar as expectativas dos diferentes
segmentos, ligados à empresa.
(C) a organização que exerce sua responsabilidade
social procura respeitar e cuidar da comunidade,
melhorar a qualidade de vida / a organização − que
exerce sua responsabilidade social − procura, respeitar e cuidar, da comunidade, melhorar a qualidade
de vida.
(D) gerar uma consciência nacional para integrar desenvolvimento e conservação / gerar uma consciência
nacional, para integrar, desenvolvimento e conservação.
já se consumido em lágrimas, despediu-se
de todos e partiu.
(E) A professora lia sorrindo a narrativa do aluno espirituoso.
4. REDAÇÃO, COESÃO E COERÊNCIA
(Analista – TRT/3ª – 2015 – FCC)
Considerando a norma-padrão da língua e o emprego de forma verbal, é
correta a seguinte frase:
(A) Pelo
(Analista – TRT/3ª – 2015 – FCC)
(A) Embora não apoiemos, não nos opomos a que gaste
tanto tempo com assuntos supérfluos, contanto que
não interrompe a faculdade.
(B) Independentemente de onde provierem os recursos,
convirjam ou não os pareceres dos técnicos consultados, eles, sempre destemidos, iniciarão a obra.
(C) Eles proveem de uma região em que a destruição
de bens naturais ou culturais de importância reconhecida é considerada crime de lesa-pátria.
(D) Os jogadores pleitearam que os juízes não intervissem a cada pequena confusão provocada por um
choque de corpos ou por discussão banal.
(E) Enquanto aquela norma vigiu, não houve como solucionar o impasse e retirar o depósito que a justiça
reteve em prol dos menores de idade.
A: incorreta. A conjugação do verbo “interromper” na terceira pessoa do
singular do presente do subjuntivo é “interrompa”; B: correta. O período
está redigido e os verbos conjugados conforme a norma padrão; C:
incorreta. O verbo “provir” é derivado de “vir” e como ele se conjuga
– na terceira pessoa do plural do presente do indicativo fica “provêm”;
D: incorreta. “Intervir” também é derivado de “vir”, portanto temos
“interviessem” na terceira pessoa do plural do presente do subjuntivo;
E: incorreta. A terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do
indicativo do verbo “viger” conjuga-se “vigeu”.
Considere o trecho abaixo,
extraído da Nova gramática do português contemporâneo, de Celso Cunha e Luís F. Lindley Cintra.
(Analista – TRT/3ª – 2015 – FCC)
...o gerúndio apresenta duas formas: uma simples [...],
outra composta [...].
A forma composta é de caráter perfeito e indica uma
ação concluída anteriormente à que exprime o verbo
da oração principal
[...].
O que está exposto acima justifica o emprego do
gerúndio na frase:
(A) Sendo considerada em plena posse de seu juízo no
momento de depor, pôde falar a favor da sobrinha.
(B) Combinamos que, no horário das 13 às 15h, estarei
atendendo aos fornecedores de laticínios.
alunos estão indo para o laboratório porque já
vai começar a aula de Biologia.
(C) Os
Dentre as frases abaixo, a
que está clara e correta, segundo a norma-padrão, é:
o que distintas matérias informaram, o artista
encerrou de modo brilhante o espetáculo que ele
havia cobrado apenas uma libra esterlina de cachê
para tocar.
(B) Considerado eleições fraudulentas pelo partido Amarelo vencidas pelo partido Branco, o pleito poderá
ser anulado se assim o considerar o tribunal.
(C) No depoimento, acentuava a fragilidade da infância
e repetiu várias vezes “Sou filha de pais separados
desde os 10 anos de idade”.
(D) Dando preferência pelo projeto comunitário, comentou que um dos projetos individuais havia sido
excluído por fraude e que o surgimento da denúncia
estava ligada a plágio, sempre condenável.
(E) A oficina gráfica é muito mais bem conhecida do que
os outros estágios da produção e difusão de livros,
por ser um tema de estudos muito valorizado no
campo da bibliografia analítica.
A: incorreta. Deve-se retirar o artigo definido “o” em “pelo o que”
(ele já está aglutinado na palavra “pelo”) e deveria haver a preposição
“em” na passagem “no espetáculo em que ele havia...”; B: incorreta.
O período peca pela falta de clareza. A melhor redação seria: “consideradas fraudulentas pelo Partido Amarelo as eleições vencidas pelo
Partido Branco, o pleito poderá ser anulado se assim o considerar
o tribunal”; C: incorreta. Há dubiedade no fim do período: não está
claro se os pais são separados desde os 10 anos de idade dele ou da
filha. Além disso, a melhor técnica de redação não autoriza a mistura
de tempos verbais: o ideal seria constar “acentuou” e “repetiu” ou
“acentuava” e “repetia”; D: incorreta. Há repetição desnecessária da
palavra “projeto” e erro de concordância em “surgimento da denúncia
estava ligado...”; E: correta. O período está claro e atende a todas as
normas gramaticais.
Gabarito “E”
(BARBOSA, Gustavo e RABAÇA, Carlos Alberto. 2.ed. rev. e
atualizada. Rio de Janeiro: Elsevier, 2001 − 10ª reimpressão, p. 639-40)
A: incorreta. Deveria haver vírgula após “adoção” e ser retirada a que
consta após “organizacionais”; B: incorreta. Não há vírgula após “vista”
nem após “segmentos”; C: incorreta. O uso dos travessões, apesar de
correto, altera o sentido original do texto. Além disso, não há vírgula
após “procura” e após “cuidar”; D: incorreta. Não há vírgula após
“integrar”; E: correta. O período atende a todas as normas de pontuação.
A, C e E: incorretas. O gerúndio foi utilizado para indicar um fato
contemporâneo ao narrado; B: incorreta. O gerúndio aqui foi utilizado
de forma indevida, no grave erro gramatical conhecido como “gerundismo”. O verbo “atender” deveria estar conjugado no futuro do presente
do indicativo (“atenderei”); D: correta. Note que primeiro a pessoa se
consumiu em lágrimas e só depois de ter parado de chorar é que se
despediu e partiu. Logo, o gerúndio composto indica um fato pretérito
e já acabado, como na definição do enunciado.
Gabarito “B”
• (mk,rp) Adoção, por parte da empresa ou de qualquer
instituição, de políticas e práticas organizacionais socialmente responsáveis, por meio de valores e exemplos
que influenciam os diversos segmentos das comunidades impactadas por essas ações. O conceito de responsabilidade social fundamenta-se no compromisso
de uma organização dentro de um ecossistema, onde
sua participação é muito maior do que gerar empregos,
impostos e lucros. Seu objetivo básico é atuar no meio
ambiente de forma absolutamente responsável e ética,
inter-relacionando-se com o equilíbrio ecológico, com o
desenvolvimento econômico e com o equilíbrio social.
Do ponto de vista mercadológico, a responsabilidade
social procura harmonizar as expectativas dos diferentes segmentos ligados à empresa: consumidores,
empregados, fornecedores, redes de venda e distribuição, acionistas e coletividade. Do ponto de vista ético,
a organização que exerce sua responsabilidade social
procura respeitar e cuidar da comunidade, melhorar
a qualidade de vida, modificar atitudes e comportamentos através da educação e da cultura, conservar
a vitalidade da terra e a biodiversidade, gerar uma
consciência nacional para integrar desenvolvimento
e conservação, ou seja, promover o desenvolvimento
sustentável, o bem-estar e a qualidade de vida. Diz-se
tb. responsabilidade social corporativa ou RSC.
V. ecossistema social, ética corporativa, empresa
cidadã e marketing social.
(D) Tendo
(Analista – TRT/3ª – 2015 – FCC) A redação que está clara,
concisa e, segundo a norma-padrão, correta é:
(A) A pesquisa concluiu por um lugar-comum que muitos
estudiosos da área também concordam, a saber: que
o século XVIII realmente, pensava de modo burguês.
(B) O que tornou-se um lugar-comum entre muitos estudiosos da área − o século XVIII realmente pensava
de modo burguês − foi a conclusão da pesquisa,
indo ao encontro daquele.
(C) A conclusão da pesquisa vai ao encontro do que se
tornou um lugar-comum entre muitos estudiosos da
área − a saber, o século XVIII realmente pensava
de modo burguês.
(D) O
século XVIII, que pensava de modo burguês, é a
conclusão da pesquisa e isso tornou-se um lugar-comum entre muitos estudiosos da área, o que veio
ao encontro desses últimos.
(E) Um lugar-comum que a pesquisa concluiu, a saber:
muitos estudiosos da área vão ao encontro de que o
século XVIII realmente pensava de modo burguês,
demonstrando concordância com isso.
O único período que está claro, conciso e correto é o da alternativa “C”,
que deve ser assinalada. Perceba que somente nessa configuração que
as ideias estão concatenadas de forma lógica e permitem a perfeita
compreensão da mensagem que se quer transmitir.
(Analista – TRT/16ª – 2014 – FCC) Também seria desejável
envolver com maior intensidade universidades e laboratórios públicos (onde os há, como é o caso do Brasil).
A redação alternativa à frase acima, que se apresenta
clara, correta e fiel às ideias nela expostas, é:
(A) Igualmente
desejável seriam universidades e laboratórios públicos que se envolvessem mais intensamente, pois no caso do Brasil eles têm presença.
(B) Da mesma maneira, seria desejável que fossem
envolvidos mais intensamente universidades e
laboratórios públicos, em lugares, como o Brasil,
em que eles existem.
(C) Em lugares em que estes existem (sendo o Brasil um
caso de ter universidades e laboratórios públicos),
seria também desejável seu intenso envolvimento.
(D) Inclui-se no raciocínio que é desejável ter-se envolvimento de maior intensidade, de universidades e
laboratórios aonde se encontram, como o caso do
Brasil.
(E) Equivalentemente, seria envolvimento desejável e
intenso o das universidades e laboratórios públicos
(em que, como o caso do Brasil, eles existem).
A única alternativa em que a redação proposta está clara e correta é a
letra “B”, que deve ser assinalada. Somente ali as ideias estão concatenadas de forma lógica e de acordo com as normas gramaticais, de
forma a permitir sua perfeita compreensão.
Gabarito “B”
Responsabilidade social
integrar desenvolvimento e conservação, ou
seja, promover o desenvolvimento sustentável,
o bem-estar e a qualidade de vida / para integrar
desenvolvimento e conservação, ou seja: promover
o desenvolvimento sustentável, o bem-estar e a
qualidade de vida.
Gabarito “E”
Leia com atenção o verbete abaixo, transcrito do Dicionário de comunicação, e as assertivas que o seguem.
(E) para
Gabarito “D”
Atenção: Para responder às questões abaixo, considere
o texto de Barbosa e Rabaça.
51
Gabarito “C”
50
(Analista – TRT/2ª – 2014 – FCC) Considerada a norma-padrão
escrita, a frase que exige correção é:
(A) O
representante dos escritores agraciados pelo
ambicionado prêmio fez longo discurso, no qual
se apontaram os itens mais candentes do embate
entre eles e as editoras, deixando manifesto as
ácidas críticas que há muito lhes são dirigidas por
não manter os compromissos assumidos.
(B) Fala-se de Sua Excelência, o Ministro do Meio
Ambiente, que, com o intuito de dirimir sejam quais
forem as dúvidas dos jornalistas, deve conceder-lhes entrevista coletiva daqui a duas semanas, sem
discriminação de ordem alguma.
(C) Mal atinando com a razão da impugnação, temendo
a consequência de seu ato intempestivo, e julgando
estar sozinho para combatê-las, como achar um
modo de considerá-las sem sentir desolação?
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
sapientes e pacientes recomendo o belo trabalho que podem escrever pesquisando o conto do
vigário pelos séculos atrás: encontrarão um misto
de historinhas banais e pequenas obras-primas que
ocupariam lugar eminente nas obras de ficção.
(E) Não se deve entender os movimentos reivindicatórios como balões de ensaio que, ao primeiro golpe de
vento, despencam e se destroem; são a argamassa
que se molda à pressão da sociedade, e com que
se fará uma sólida e legítima construção.
Todas as alternativas respeitam integralmente as normas gramaticais,
com exceção da letra “A”, que deve ser assinalada. “Manifesto” é
adjetivo, sinônimo de “claro”, “expresso”, portanto deve concordar
com “críticas”: “deixando manifestas as ácidas críticas”. O verbo
“manter” deve concordar com “compromissos” e ser conjugado na
terceira pessoa do plural do infinitivo pessoal: “por não manterem os
compromissos”.
Gabarito “A”
A frase que está clara e em
conformidade com a norma-padrão escrita é:
(Analista – TRT/2ª – 2014 – FCC)
(A) Sempre
taxado de inseguro, ousou levantar hipóteses que sortiram tal efeito entre seus pares, que
passaram não só a lhe considerar um profissional
responsável, como também a prognosticar-lhe um
futuro bastante promissor.
(B) Em conversas insossas como essas que soem
acontecer em situações formais, nada mais admissível que, se antevermos um assunto palpitante,
nos agarremos à possibilidade de introduzi-lo e
distendê-lo o máximo possível.
(C) Têm havido grandes discussões sobre as principais
intervenções do poder público naquela área, mas o
que observa-se é que todos buscam mesmo ocupar
um discreto lugarzinho na administração.
(D) Continue a evitar comentários espontâneos que
podem constituir risco, pois basta, segundo nos
consta, a ponderação dos advogados para ver que
o melhor jeito de enfrentar a polêmica é abster-se
de declarações capciosas.
(E) Quaisquer que possa ser as opiniões dos líderes da
comunidade, os últimos acontecimentos mostram
que, quanto mais os jovens se aglutinem em prol
de uma causa, mais se afastam daqueles.
A: incorreta. A oração exige o verbo “surtir”, sinônimo de “causar”,
e não “sortir”, equivalente a “misturar”: “que surtiram tal efeito”.
Além disso, “considerar” é verbo transitivo direto, portanto impõe
o pronome oblíquo “o”, preferencialmente enclítico – “não só a
considera-lo”; B: incorreta. O verbo “antever” é derivado de “ver” e
como ele se conjuga. Logo, na primeira pessoa do plural do futuro do
subjuntivo temos “antevirmos”. Após vírgula, recomenda-se a ênclise,
seguindo a regra de que não se inicia oração com pronome oblíquo
(“agarremo-nos”). Melhor que “distender”, que transmite a ideia de
exagero, algo que passou do ponto ideal, seria o verbo “estender”;
C: incorreta. O verbo “haver”, no sentido de “existir”, é impessoal,
mesmo na voz passiva. Portanto, o verbo auxiliar permanece no
singular: “tem havido”. A grafia correta é “intervenções”. Após o
pronome relativo “que” deve haver próclise: “o que se observa”;
D: correta. O período atende a todas as normas do padrão culto da
língua; E: incorreta. O verbo “poder” deve concordar com “opiniões”:
“quaisquer que possam ser as opiniões”. O verbo “aglutinar” deve
ser conjugado na terceira pessoa do plural do presente do indicativo,
não do subjuntivo: “se aglutinam”.
Cada um fala como quer, ou como pode, ou como acha
que pode. Ainda ontem me divertiu este trechinho de
crônica do escritor mineiro Humberto Werneck, de seu
livro Esse inferno vai acabar:
“– Meu cabelo está pendoando – anuncia a prima,
apalpando as melenas.
Tenho anos, décadas de Solange, mas confesso
que ela, com o seu solangês, às vezes me pega
desprevenido.
– Seu cabelo está o quê?
– Pendoando – insiste ela, e, com a paciência de
quem explica algo elementar a um total ignorante,
traduz:
(D) O termo “solangês”, tratando-se de um neologismo,
aplica-se aos casos segundo os quais quem fala de
modo rebarbativo parece aludir a tal Solange.
(E) Não é difícil encontrar, aqui e ali, pessoas cujo intento
é se apoderar de um alto vocabulário, tendo em vista
o propósito de vir a impressionar quem não tem.
A: incorreta. Além da falta de clareza e excesso de palavras para transmitir a ideia, há erro gramatical na colocação do acento grave antes de
“seu poder” (não ocorre crase antes de palavra masculina); B: correta.
A redação está clara, coerente e cumpre todas as regras gramaticais;
C: incorreta. A redação está obscura e incoerente. Ela não faz sentido
algum; D: incorreta. O excesso de pronomes torna o texto obscuro e
prolixo; E: incorreta. O uso de palavras em sentido conotativo, como em
“se apoderar de um alto vocabulário”, compromete a clareza da redação.
– Bifurcando nas extremidades.
É assim a Solange, criatura para a qual ninguém
morre, mas falece, e, quando sobrevém esse infausto
acontecimento, tem seu corpo acondicionado num
ataúde, num esquife, num féretro, para ser inumado em
alguma necrópole, ou, mais recentemente, incinerado
em crematório. Cabelo de gente assim não se torna
vulgarmente quebradiço: pendoa.”
Isso me fez lembrar uma visita que recebemos em casa,
eu ainda menino. Amigas da família, mãe e filha adolescente vieram tomar um lanche conosco. D. Glorinha,
a mãe, achava meu pai um homem intelectualizado e
caprichava no vocabulário. A certa altura pediu ela a
mim, que estava sentado numa extremidade da mesa:
- Querido, pode alcançar-me uma côdea desse pão?
Por falta de preparo linguístico não sabia como atender
a seu pedido. Socorreu-me a filha adolescente:
- Ela quer uma casquinha do pão. Ela fala sempre assim
na casa dos outros.
A mãe ficou vermelha, isto é, ruborizou, enrubesceu,
rubificou, e olhou a filha com reprovação, isto é,
dardejou-a com olhos censórios.
Veja-se, para concluir, mais um trechinho do Werneck:
“Você pode achar que estou sendo implicante,
metido a policiar a linguagem alheia. Brasileiro é
assim mesmo, adora embonitar a conversa para
impressionar os outros. Sei disso. Eu próprio já
andei escrevendo sobre o que chamei de ruibarbosismo: o uso de palavreado rebarbativo como forma
de, numa discussão, reduzir ao silêncio o interlocutor ignaro. Uma espécie de gás paralisante verbal.”
(Cândido Barbosa Filho, inédito)
(Analista – TRT/1ª – 2012 – FCC) Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre um aspecto do texto:
(A) Nem
todas as pessoas que utilizam um vocabulário
rebuscado alcançam por isso qualquer ganho que
se possa atribuir à seu poder de comunicação.
(B) O autor do texto acredita que muita gente se vale de
um palavreado rebuscado para intimidar ou mesmo
calar os interlocutores menos cultos.
(C) Ficou evidente que D. Glorinha buscava ilustrar
as pessoas cujo vocabulário menos reduzido as
deixasse impressionadas com tamanho requinte.
Economia religiosa
Concordo plenamente com Dom Tarcísio Scaramussa, da
CNBB, quando ele afirma que não faz sentido nem obrigar
uma pessoa a rezar nem proibi-la de fazê-lo. A declaração
do prelado vem como crítica à professora de uma escola
pública de Minas Gerais que hostilizou um aluno ateu que
se recusara a rezar o pai-nosso em sua aula.
É uma boa ocasião para discutir o ensino religioso
na rede pública, do qual a CNBB é entusiasta. Como
ateu, não abraço nenhuma religião, mas, como liberal,
não pretendo que todos pensem do mesmo modo.
Admitamos, para efeitos de argumentação, que seja do
interesse do Estado que os jovens sejam desde cedo
expostos ao ensino religioso. Deve-se então perguntar
se essa é uma tarefa que cabe à escola pública ou se
as próprias organizações são capazes de supri-la, com
seus programas de catequese, escolas dominicais etc.
A minha impressão é a de que não faltam oportunidades para conhecer as mais diversas mensagens
religiosas, onipresentes em rádios, TVs e também nas
ruas. Na cidade de São Paulo, por exemplo, existem
mais templos (algo em torno de 4.000) do que escolas
públicas (cerca de 1.700). Creio que aqui vale a regra
econômica, segundo a qual o Estado deve ficar fora
das atividades de que o setor privado já dá conta. Outro
ponto importante é o dos custos. Não me parece que
faça muito sentido gastar recursos com professores de
religião, quando faltam os de matemática, português
etc. Ao contrário do que se dá com a religião, é difícil
aprender física na esquina.
Até 1997, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
acertadamente estabelecia que o ensino religioso nas
escolas oficiais não poderia representar ônus para os
cofres públicos. A bancada religiosa emendou a lei para
empurrar essa conta para o Estado. Não deixa de ser
um caso de esmola com o chapéu alheio.
(Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, 06/04/2012)
(Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) Está clara e correta a redação
deste livre comentário sobre o texto: O articulista da
Folha de S. Paulo
(A) propugna
de que tanto o liberalismo quanto o ateísmo podem convergir, para propiciar a questão do
ensino público da religião.
53
(B) defende a tese de que não cabe ao Estado, inclusive
por razões econômicas, promover o ensino religioso
nas escolas públicas.
(C) propõe que se estenda à bancada religiosa a decisão
de aceitar ou rejeitar, segundo seus interesses, o
ensino privado da religião.
(D) argumenta que no caso do ensino religioso, acatado
pelos liberais, não se trata de ser a favor ou contra,
mas arguir a real competência.
(E) insinua que o ensino público da religião já se faz
a contento, por que as emissoras de comunicação
intentam-no em grande escala.
A: incorreta. O autor cita sua condição de ateu e liberal sem misturá-las:
a primeira serve para criticar o ensino religioso em si, a segunda para
afastar a obrigação do Estado de ministrá-lo; B: correta, nos termos do
comentário à alternativa anterior; C: incorreta. Não há qualquer proposta
nesse sentido no texto. Ademais, o autor critica o papel das bancadas
religiosas no Poder Legislativo; D: incorreta. O autor não afirma que os
liberais concordam com o ensino religioso. Ele mesmo, um liberal, é
contra a imposição dele pelo Estado; E: incorreta. O autor não insinua,
ele afirma. Defende abertamente que os meios de comunicação e os
próprios templos já cumprem o papel de expor todos, principalmente
as crianças, aos conceitos religiosos.
Gabarito “B”
(D) Aos
Gabarito “B”
52
Fora com a dignidade
Acho ótimo que a Igreja Católica tenha escolhido a
saúde pública como tema de sua campanha da fraternidade deste ano. Todas as burocracias – e o SUS não
é uma exceção – têm a tendência de acomodar-se e, se
não as sacudirmos de vez em quando, caem na abulia.
É bom que a Igreja use seu poder de mobilização para
cobrar melhorias.
Tenho dúvidas, porém, de que o foco das ações deva
ser o combate ao que dom Odilo Scherer, numa entrevista, chamou de terceirização e comercialização da
saúde. É verdade que colocar um preço em procedimentos médicos nem sempre leva ao melhor dos desfechos, mas é igualmente claro que consultas, cirurgias
e drogas têm custos que precisam ser gerenciados.
Ignorar as leis de mercado, como parece sugerir dom
Odilo, provavelmente levaria o sistema ao colapso,
prejudicando ainda mais os pobres.
Para o religioso, é “a dignidade do ser humano” que
deve servir como critério moral na tomada de decisões
relativas a vida e morte. O problema com a “dignidade”
é que ela é subjetiva demais. A pluralidade de crenças
e preferências do ser humano é tamanha que o termo
pode significar qualquer coisa, desde noções banais,
como não humilhar desnecessariamente o paciente
(forçando-o, por exemplo, a usar aqueles horríveis
aventais vazados atrás), até a adesão profunda a
um dogma religioso (há confissões que não admitem
transfusões de sangue).
Numa sociedade democrática não podemos simplesmente apanhar uma dessas concepções e elevá-la a
valor universal. E, se é para operar com todas as noções
possíveis, então já não estamos falando de dignidade,
mas, sim, de respeito à autonomia do paciente, conceito
que a substitui sem perdas.
(Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, março/2012)
Gabarito “D”
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
(A) Presume-se que o autor não defenda a ideia de que
deva o Estado assumir inteira responsabilidade pela
prestação de quaisquer serviços públicos de alto
custo.
(B) Não seria possível, para o autor, que os serviços
mais onerosos aos cofres públicos compitam ao
Estado resolver com seus próprios meios.
(C) Uma vez que se atendam as leis do mercado, até
mesmo o Estado poderia precaver as ações na
área da saúde, sem desmerecer uma sociedade
democrática.
(D) Entre o que se prega nas religiões e o que implica
as leis de mercado, as questões de saúde nada têm
a haver com a suposta dignidade humana.
(E) Apenas nas crenças que não operam restrições
a medidas de saúde, leva-se em conta o valor
universal da dignidade humana, para ser bem
demonstrado.
A: correta. A redação está clara a atende a todos os preceitos gramaticais; B: incorreta. Falta clareza na redação. Melhor seria retirar o trecho:
“resolver com seus próprios meios”, que é redundante e não acrescenta
nada ao argumento; C: incorreta. O trecho é incoerente, porque a conclusão não decorre logicamente dos argumentos apresentados. Além
disso, os verbos “precaver” e “desmerecer” estão “soltos” no período,
não sendo possível compreender seu uso; D: incorreta. Mais uma vez,
a conclusão apresentada não guarda coerência com as premissas;
E: incorreta. Não há vírgula após “saúde” e deveria ser suprimida a
expressão “para ser bem demonstrado”, que está completamente
desvinculada do texto.
Gabarito “A”
O mito napoleônico baseia-se menos nos méritos de
Napoleão do que nos fatos, então sem paralelo, de sua
carreira. Os homens que se tornaram conhecidos por
terem abalado o mundo de forma decisiva no passado
tinham começado como reis, como Alexandre, ou patrícios, como Júlio César, mas Napoleão foi o “pequeno
cabo” que galgou ao comando de um continente pelo
seu puro talento pessoal. Todo homem de negócios
daí em diante tinha um nome para sua ambição: ser −
os próprios clichês o denunciam − um “Napoleão das
finanças” ou “da indústria”. Todos os homens comuns
ficavam excitados pela visão, então sem paralelo, de
um homem comum maior do que aqueles que tinham
nascido para usar coroas. Em síntese, foi a figura com
que todo homem que partisse os laços com a tradição
podia se identificar em seus sonhos.
Para os franceses ele foi também algo bem mais simples: o mais bem-sucedido governante de sua longa
história. Triunfou gloriosamente no exterior, mas, em
termos nacionais, também estabeleceu ou restabeleceu
o mecanismo das instituições francesas como existem
hoje. Ele trouxe estabilidade e prosperidade a todos,
exceto para os 250 mil franceses que não retornaram
de suas guerras, embora até mesmo para os parentes
deles tivesse trazido a glória. Sem dúvida, os britânicos
se viam como lutadores pela causa da liberdade contra
a tirania; mas em 1815 a maioria dos ingleses era mais
pobre do que o fora em 1800, enquanto a maioria dos
franceses era quase certamente mais rica.
Ele destruíra apenas uma coisa: a Revolução de 1789,
o sonho de igualdade, liberdade e fraternidade, do povo
se erguendo na sua grandiosidade para derrubar a
opressão. Este foi um mito mais poderoso do que o dele,
pois, após a sua queda, foi isto e não a sua memória
que inspirou as revoluções do século XIX, inclusive em
seu próprio país.
(Adaptado de Eric. J. Hobsbawm. A era das revoluções − 1789-1848.
7ª ed. Trad. de Maria Tereza Lopes Teixeira e Marcos Penchel. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1989, p.93-4)
Todos os homens comuns
ficavam excitados pela visão [...] de um homem comum
maior do que aqueles que tinham nascido para usar
coroas.
(Analista – TRT9 – 2012 – FCC)
Uma nova redação para a frase acima, em que se
preservam a correção e a clareza, está em:
(A) Os
homens comuns, quando viam que um homem
comum como eles era maior do que os nascidos para
usar coroas, não tendo como não ficar excitados.
(B) Ver os homens comuns que um homem também
comum era maior do que os nascidos para usar
coroas eram o que os deixavam excitados.
(C) A visão de um homem comum maior do que aqueles
nascidos para usar coroas, deixavam excitados
todos os homens que eram tão comuns como ele.
(D) Não havia homem comum que não ficasse excitado
pela visão de um homem também comum que se
tornara maior do que os nascidos para usar coroas.
(E) À medida em que via um homem comum maior do
que aqueles nascidos para usar coroas, todo homem
comum ficava excitado com a visão que tivesse.
A: incorreta. A redação, além de apresentar repetições desnecessárias
de termos, está incorreta no último trecho. Deveria constar “tinham”
em vez de “tenham”; B: incorreta. A redação está confusa. Além disso,
deveria constar “era” em vez de “eram”; C: incorreta. Não deveria haver
vírgula após “coroas” e o verbo deveria estar no singular (“deixava”); D:
correta. A redação está clara, mantém o sentido original do texto e respeita todos os preceitos gramaticais; E: incorreta. A redação está repleta
de repetições desnecessárias, tornando-a prolixa e um tanto confusa.
Em outubro de 1967, quando Gilberto Gil e Caetano
Veloso apresentaram as canções Domingo no parque
e Alegria, Alegria, no Festival da TV Record, logo houve
quem percebesse que as duas canções eram influenciadas pela narrativa cinematográfica: repletas de cortes,
justaposições e flashbacks. Tal suposição seria confirmada pelo próprio Caetano quando declarou que fora
“mais influenciado por Godard e Glauber do que pelos
Beatles ou Dylan”. Em 1967, no Brasil, o cinema era o
que havia de mais intenso e revolucionário, superando
o próprio teatro, cuja inquietação tinha incentivado os
cineastas a iniciar o movimento que ficou conhecido
como Cinema Novo.
O Cinema Novo nasceu na virada da década de 1950
para a de 1960, sobre as cinzas dos estúdios Vera
Cruz (empresa paulista que faliu em 1957 depois de
produzir dezoito filmes). “Nossa geração sabe o que
quer”, dizia o baiano Glauber Rocha já em 1963. Inspirado por Rio 40 graus e por Vidas secas, que Nelson
Pereira dos Santos lançara em 1954 e 1963, Glauber
Rocha transformaria, com Deus e o diabo na terra do
sol, a história do cinema no Brasil. Dois anos depois,
o cineasta lançou Terra em Transe, que talvez tenha
marcado o auge do Cinema Novo, além de ter sido uma
das fontes de inspiração do Tropicalismo.
A ponte entre Cinema Novo e Tropicalismo ficaria mais
evidente com o lançamento, em 1969, de Macunaíma,
de Joaquim Pedro de Andrade. Ao fazer o filme, Joaquim Pedro esforçou-se por torná-lo um produto afinado
com a cultura de massa. “A proposição de consumo
de massa no Brasil é algo novo. A grande audiência
de TV entre nós é um fenômeno novo. É uma posição
avançada para o cineasta tentar ocupar um lugar dentro
dessa situação”, disse ele.
Incapaz de satisfazer plenamente as exigências do
mercado, o Cinema Novo deu os seus últimos suspiros
em fins da década de 1970 − período que marcou o
auge das potencialidades comerciais do cinema feito
no Brasil.
(Adaptado de Eduardo Bueno. Brasil: uma história.
Ed. Leya, 2010. p. 408)
(Analista – TRT9 – 2012 – FCC) Incapaz de satisfazer plenamente as exigências do mercado, o Cinema Novo
deu os seus últimos suspiros em fins da década de
1970 − período que marcou o auge das potencialidades
comerciais do cinema feito no Brasil.
Uma redação alternativa para a frase acima, em que
se mantêm a correção, a lógica e, em linhas gerais, o
sentido original, é:
(A) Como não fosse capaz de satisfazer plenamente as
exigências do mercado, o Cinema Novo acabou no
final da década de 1970: período que se destaca,
as potencialidades comerciais, do cinema feito no
Brasil.
(B) Conquanto não pudesse satisfazer plenamente as
exigências do mercado, o Cinema Novo terminou
no final da década de 1970, período que, marcou
o auge das potencialidades comerciais do cinema
feito no Brasil.
(C) Como não pôde satisfazer plenamente as exigências
do mercado, o Cinema Novo acabou em fins da
década de 1970, período em que as potencialidades
comerciais do cinema feito no Brasil atingiram o seu
apogeu.
(D) O Cinema Novo, incapaz de satisfazer plenamente
as exigências do mercado não resistiu e terminou
no final da década de 1970, onde as potencialidades
comerciais do cinema feito no Brasil atingiria o seu
apogeu.
(E) O cinema feito no Brasil, atinge o seu potencial
comercial máximo no final da década de 1970,
quando, não podendo satisfazer plenamente as
exigências do mercado terminava o Cinema Novo.
A: incorreta. O erro está no último trecho, onde deveria constar: “período
em que se destacam as potencialidades comerciais do cinema feito
no Brasil”; B: incorreta. “Conquanto” é sinônimo de “embora”, “não
obstante”, ou seja, tem valor concessivo. Seu uso indica que, após a
enunciação de um fato, falaremos de outro que lhe é contrário, que
aconteceu apesar dos obstáculos impostos pelo primeiro. No caso, o
fim do Cinema Novo é consequência de sua incapacidade de satisfazer
as exigências do mercado; C: correta. A redação está clara, coerente
e correta, mantendo o sentido original do texto; D: incorreta. Aqui, os
erros são gramaticais. Deveria haver vírgula após “mercado”, deveria
constar “quando” em vez de “onde” e o verbo “atingir” deveria estar
conjugado no plural; E: incorreta. Há também diversos erros gramaticais. Não deveria haver vírgula depois de “Brasil” e faltou o mesmo
sinal de pontuação após “mercado”.
Fotografias
Toda fotografia é um portal aberto para outra dimensão:
o passado. A câmara fotográfica é uma verdadeira
máquina do tempo, transformando o que é naquilo que
já não é mais, porque o que temos diante dos olhos é
transmudado imediatamente em passado no momento
do clique. Costumamos dizer que a fotografia congela o
tempo, preservando um momento passageiro para toda
a eternidade, e isso não deixa de ser verdade. Todavia,
existe algo que descongela essa imagem: nosso olhar.
Em francês, imagem e magia contêm as mesmas cinco
letras: image e magie. Toda imagem é magia, e nosso
olhar é a varinha de condão que descongela o instante
aprisionado nas geleiras eternas do tempo fotográfico.
Toda fotografia é uma espécie de espelho da Alice do
País das Maravilhas, e cada pessoa que mergulha
nesse espelho de papel sai numa dimensão diferente e
vivencia experiências diversas, pois o lado de lá é como
o albergue espanhol do ditado: cada um só encontra
nele o que trouxe consigo. Além disso, o significado de
uma imagem muda com o passar do tempo, até para o
mesmo observador.
Variam, também, os níveis de percepção de uma
fotografia. Isso ocorre, na verdade, com todas as
artes: um músico, por exemplo, é capaz de perceber
dimensões sonoras inteiramente insuspeitas para os
leigos. Da mesma forma, um fotógrafo profissional lê
as imagens fotográficas de modo diferente daqueles
que desconhecem a sintaxe da fotografia, a “escrita da
luz”. Mas é difícil imaginar alguém que seja insensível
à magia de uma foto.
(Adaptado de Pedro Vasquez, em Por trás daquela foto. São
Paulo: Companhia das Letras, 2010)
(Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC) No contexto do primeiro pará-
grafo, o segmento Todavia, existe algo que descongela
essa imagem pode ser substituído, sem prejuízo para
a correção e a coerência do texto, por:
(A) Tendo
isso em vista, há que se descongelar essa
imagem.
(B) Ainda assim, há mais que uma imagem descongelada.
(C) Apesar de tudo, essa imagem descongela algo.
(D) Há, não obstante, o que faz essa imagem descongelar.
(E) Há algo, outrossim, que essa imagem descongelará.
“Todavia” é sinônimo de “mas”, “porém”, “contudo”, “não obstante”.
Essa informação é suficiente para identificar a alternativa “D” como
correta, porque todas as outras trazem conjunções que transmitem
ideias diferentes. Além disso, nas demais alternativas, a alteração
dos tempos verbais e da colocação dos termos da oração promoveu
mudanças de sentido.
Gabarito “D”
deste livre comentário sobre o texto.
Gabarito “D”
(Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) Está clara e correta a redação
55
Gabarito “C”
54
A: incorreta. O vocabulário excessivamente rebuscado e o uso das
palavras em sentido conotativo comprometem a clareza do texto; B:
incorreta. A prolixidade do trecho compromete sua clareza; C: correta.
A redação está clara e respeita todos os preceitos gramaticais; D:
incorreta. Há erro de concordância no trecho. Deveria constar “ocorre”
em vez de “ocorrem”; E: incorreta. O trecho chega a ser incoerente
de tão confuso. Não é possível discernir a mensagem que está sendo
transmitida.
Gabarito “C”
(Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC) É preciso reelaborar, para
sanar falha estrutural, a redação da seguinte frase:
(A) O
autor do texto chama a atenção para o fato de
que o desejo de promover a igualdade corre o risco
de obter um efeito contrário.
(B) Embora haja quem aposte no critério único de julgamento, para se promover a igualdade, visto que
desconsideram o risco do contrário.
(C) Quem vê como justa a aplicação de um mesmo
critério para julgar casos diferentes não crê que isso
reafirme uma situação de injustiça.
(D) Muitas vezes é preciso corrigir certas distorções aplicando- se medidas que, à primeira vista, parecem
em si mesmas distorcidas.
(E) Em nossa época, há desequilíbrios sociais tão
graves que tornam necessários os desequilíbrios
compensatórios de uma ação corretiva.
Todas as alternativas apresentam redações corretas e claras, com
exceção da letra “B”, que deve ser assinalada. Há falha na escolha das
conjunções, as quais tornam o texto incoerente, no uso da vírgula e na
obscuridade do fecho. Melhor seria redigir: “Aqueles que apostam no
critério único de julgamento para se promover a igualdade entendem
que não se pode desconsiderar o risco de prejuízo com o uso de
parâmetros diferenciados”.
Gabarito “B”
Nos itens a seguir, são
apresentados trechos de correspondências oficiais.
Julgue-os com relação à língua portuguesa padrão e à
forma e ao estilo requeridos na redação oficial.
(Analista – STM – 2011 – CESPE)
Senhor Coronel José Silva, Vossa Senhoria está
convidado a comparecer ao ato solene em 30 de
janeiro de 2010.
(2) Requero informação sobre o processo licitatório dos
equipamentos de informática do tribunal.
A frase redigida de modo
claro e condizente com o padrão culto escrito é:
(Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC)
(A) Não
posso atribuir unicamente a precária condição
de acesso à Educação a apenas a condição de
miscigenação dos que desejam ascender à sua
dignidade.
(B) Os resultados da pesquisa científica levada a efeito
no ano passado deve ser aberta àquele núcleo que a
instigou, não devendo ficar restrito aos especialistas.
(C) A criação, coordenação e assessoria a cursos profissionalizantes está a cargo de ambos os formados
na área, de cujo conhecimento de ponta muito se
depende.
(D) Advoguei junto ao chefe do rapaz que sua atuação
tanto profissional como em sociedade não deixava
nada à desejar, o que lhe ajudou bastante naquela
pendência.
(E) Ele era o único que espontaneamente se dignava de
ouvir-nos a todos, sem exceção, e consentia prazeroso até o depoimento mais insosso ou desajeitado.
A: incorreta, oração truncada, sem sentido. Há várias possibilidades de
construção, dependendo do que o autor quer comunicar; B: incorreta,
“Os resultados da pesquisa científica, levada a efeito no ano passado,
devem ser abertos àquele núcleo que a motivou. Os resultados não
devem ficar restritos aos especialistas.” Notem que nem sempre é
possível omitir termos e tornar a construção mais enxuta; C: incorreta,
“estão a cargo”. O sujeito do verbo estar é composto: “A criação, coordenação e assessoria”; D: incorreta, um redação possível é “Advoguei
junto ao chefe do rapaz. Quanto à sua atuação, tanto profissional como
em sociedade, não deixava nada a [não ocorre a crase antes do verbo]
desejar, fato que o [objeto direto do verbo ajudar] ajudou bastante
naquela pendência.”
Texto para as próximas duas questões.
Os homens-placa
Uma cabeleira cor-de-rosa ou verde, um nariz de palhaço,
luvas de Mickey gigantescas, pouco importa. Eis que
surge numa esquina, e replica-se em outras dez, o personagem mais solitário de nossas ruas, o homem-placa
das novas incorporações imobiliárias. Digo homem-placa,
não porque ele seja vítima do velho sistema de ficar
ensanduichado entre duas tábuas de madeira anunciando
remédios ou espetáculos de teatro, nem porque, numa
versão mais recente, amarrem-lhe ao corpo um meio
colete de plástico amarelo para avisar que se compra
ouro ali por perto. Ele é homem-placa porque sua função
é mostrar, a cada encruzilhada mais importante do caminho, a direção certa para o novo prédio de apartamentos
que está sendo lançado. Durante uma época, a prática
foi encostar carros velhíssimos, verdadeiras sucatas,
numa vaga de esquina, colocando o anúncio do prédio
em cima da capota. O efeito era ruim, sem dúvida. Como
acreditar no luxo e na distinção do edifício Duvalier, com
seu espaço gourmet e seu depósito de vinho individual,
se todo o sonho estava montado em cima de um Opala
74 cor de tijolo com dois pneus no chão?
Eliminaram-se os carros-placa, assim como já pertencem ao passado os grandes lançamentos performáticos
do mercado imobiliário. A coisa tinha, cerca de dez anos
atrás, proporções teatrais. Determinado prédio homenageava a Nova York eterna: mocinhas eram contratadas
para se fantasiarem de Estátua da Liberdade, com o
rosto pintado de verde, a tocha de plástico numa mão,
o folheto colorido na outra. Ou então era o Tio Sam,
eram Marilyns e Kennedys, que ocupavam a avenida
Brasil, a Nove de Julho, as ruas do Itaim.
Esses homens e mulheres-placa não se comparam
sequer ao guardador de carros, que precisa impor certa
presença ao cliente incauto. Estão ali graças à sua inexistência social. Só que sua função, paradoxalmente, é
a de serem vistos; um cabelo azul, um gesto repetitivo
apontando o caminho já bastam.
(Adaptado de: Marcelo Coelho,
www.marcelocoelho.folha.blogspot.uol.com)
É preciso corrigir, devido à
má estruturação, a redação da seguinte frase:
(Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC)
(A) Os
homens-placa ficam ensanduichados entre
tábuas ou pranchas de metal, transportando-as
pelas ruas reduzidos à condições de suporte.
(B) Sensibilizou-se o autor do texto com a condição
humilhante desses homens e mulheres-placa, tratados como se fossem coisas, destituídos de sua
humanidade.
(C) Não se sabe a quem ocorreu a ideia, uma vez que
condomínios de luxo certamente não combinam com
sucata, de que usaram como base de anúncio.
(D) Alguém, num momento infeliz, teve a lamentável
ideia de usar carros velhos como suporte de propaganda para a venda de imóveis de luxo.
(E) Definitivamente, quem procura imóvel com espaço
gourmet ou depósito de vinho individual não se
deixará atrair pela propaganda apoiada num velho
Opala de cor berrante.
Preste atenção em questões como essa. Logo na alternativa A
encontramos erro quanto ao uso da crase (“reduzidos à condições”),
porém o que se pede é correção quanto à estruturação da redação.
A: assertiva correta, quanto ao termo “ensanduichados”, embora
não haja registro de sua ocorrência em dicionários, certamente se
trata de um neologismo que o autor do texto criou. Nesse momento,
ignorar o termo “ensanduichados”. Nessa alternativa há necessidade
de correção em “reduzidos a condições”. O termo “reduzidos” exige
preposição a, porém a palavra regida “condições” está no plural e não
há o artigo definido feminino. A crase não ocorre; B, D e E: assertivas
corretas; C: assertiva incorreta, devendo ser assinalada, a correlação
entre as orações está truncada. Não é possível identificar claramente
os sujeitos a que os verbos se referem, nem seus complementos. A
redação não é inteligível.
Gabarito “C”
a fotografia nos faz desfrutar e viver experiências de
natureza igualmente temporal.
(B) Na superfície espacial de uma fotografia, nem se
imagine os tempos a que suscitarão essa imagem
aparentemente congelada...
(C) Conquanto seja o registro de um determinado
espaço, uma foto leva-nos a viver profundas experiências de caráter temporal.
(D) Tal como ocorrem nos espelhos da Alice, as experiências físicas de uma fotografia podem se inocular
em planos temporais.
(E) Nenhuma imagem fotográfica é congelada suficientemente para abrir mão de implicâncias semânticas
no plano temporal.
Gabarito “E”
(A) Apesar de se ombrearem com outras artes plásticas,
1: incorreta, “Senhor Coronel José Silva, convidamos o senhor a comparecer”; 2: incorreta, “Requeremos informação” ou “O Departamento
de Informática da Cidade X - DIX requer informação”. Não se utiliza a 1ª
pessoa do singular. De qualquer modo, lembrar que o verbo requerer na
1ª pessoa do singular do presente do indicativo tem a forma: requeiro.
Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
(Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC)
(A) Quando
o corpo humano se reduz em suporte
exclusivamente material para qualquer coisa, nossa
dignidade deixa de ter preço.
(B) Requer-se de um guardador de carros, diferentemente do que ocorre com um homem-placa, que
tenha iniciativa e presença.
57
(C) Há
momentos onde o afã de se fazer propaganda
não mede esforços para lançar mão dos mais grotescos recursos.
(D) Ainda se vê em grandes cidades as figuras antagônicas de pobres entalados em cartazes nos quais
se diz venderem ouro.
(E) Muitos acreditam ter requinte em morar num edifício
de nome estrangeiro, além das novidades ligadas à
onda de gastronomia.
A: incorreta, “Quando o corpo humano se reduz a um suporte”; B:
correta; C: incorreta, “Há momentos em que [usar o pronome onde
somente quando há referência a lugar]”; D: incorreta, “Ainda se veem
(...) as figuras (...) de pobres entalados em cartazes nos quais se diz
vender ouro”; E: incorreta, “Muitos acreditam haver algum requinte
em morar em um edifício de nome estrangeiro”. O período “além das
novidades ligadas à onda de gastronomia”, parece fora de contexto.
Gabarito “B”
(Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC) Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
(1)
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
Gabarito 1E, 2E
56
Do homicídio*
Cabe a vós, senhores, examinar em que caso é justo
privar da vida o vosso semelhante, vida que lhe foi dada
por Deus. Há quem diga que a guerra sempre tornou
esses homicídios não só legítimos como também gloriosos. Todavia, como explicar que a guerra sempre tenha
sido vista com horror pelos brâmanes, tanto quanto o
porco era execrado pelos árabes e pelos egípcios?
Os primitivos aos quais foi dado o nome ridículo de
quakers** fugiram da guerra e a detestaram por mais de
um século, até o dia em que foram forçados por seus
irmãos cristãos de Londres a renunciar a essa prerrogativa, que os distinguia de quase todo o restante do
mundo. Portanto, apesar de tudo, é possível abster-se
de matar homens.
Mas há cidadãos que vos bradam: um malvado furou-me um olho; um bárbaro matou meu irmão; queremos
vingança; quero um olho do agressor que me cegou;
quero todo o sangue do assassino que apunhalou meu
irmão; queremos que seja cumprida a antiga e universal
lei de talião.
Não podereis acaso responder-lhes: “Quando aquele que
vos cegou tiver um olho a menos, vós tereis um olho a
mais? Quando eu mandar supliciar aquele que matou
vosso irmão, esse irmão será ressuscitado? Esperai
alguns dias; então vossa justa dor terá perdido intensidade; não vos aborrecerá ver com o olho que vos resta
a vultosa soma de dinheiro que obrigarei o mutilador a
vos dar; com ela vivereis vida agradável, e além disso
ele será vosso escravo durante alguns anos, desde que
lhe seja permitido conservar seus dois olhos para melhor
vos servir durante esse tempo. Quanto ao assassino
do seu irmão, será vosso escravo enquanto viver. Eu o
tornarei útil para sempre a vós, ao público e a si mesmo”.
É assim que se faz na Rússia há quarenta anos. Os
criminosos que ultrajaram a pátria são forçados a servir
à pátria para sempre; seu suplício é uma lição contínua,
e foi a partir de então que aquela vasta região do mundo
deixou de ser bárbara.
(Voltaire – O preço da justiça. São Paulo: Martins Fontes,
2001, pp. 15/16. Trad. de Ivone Castilho Benedetti)
*
Excerto de texto escrito em 1777, pelo filósofo iluminista francês
Voltaire (1694-1778).
**
Quaker – associação religiosa inglesa do séc. XVI, defensora do
pacifismo.
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
tratamento de vós, que hoje nos soa tão cerimonioso, ecoa uma época em que se aliavam boa
argumentação e boa retórica.
(B) Voltaire não hesita em lembrar as vantagens reais da
aplicação de penas que poupam a vida do criminoso
para que pague pelo que fez.
(C) Como sempre há quem defenda os castigos capitais,
razão pela qual Voltaire buscou refutá-los, através
de alternativas mais confiáveis.
(D) Note-se a preocupação que tem esse iluminista francês em escalonar as penas de modo a que nelas se
preserve adequada relação com o crime cometido.
(E) Na refutação aos que defendem a pena de talião,
Voltaire argumenta que o mal já causado não se
sana com um ato idêntico ao do criminoso.
Uma redação possível, menos truncada seria: “Como sempre há quem
defenda os castigos capitais, refutados por Voltaire, que defendia
alternativas a esses castigos.”
Gabarito “C”
Assim como os antigos moralistas escreviam máximas,
deu-me vontade de escrever o que se poderia chamar
de mínimas, ou seja, alguma coisa que, ajustada às
limitações do meu engenho, traduzisse um tipo de
experiência vivida, que não chega a alcançar sabedoria
mas que, de qualquer modo, é resultado de viver.
Andei reunindo pedacinhos de papel em que estas anotações vadias foram feitas e ofereço-as ao leitor, sem
que pretenda convencê-lo do que penso nem convidá-lo a repensar suas ideias. São palavras que, de modo
canhestro, aspiram a enveredar pelo avesso das coisas,
admitindo-se que elas tenham um avesso, nem sempre
perceptível mas às vezes curioso ou surpreendente.
C.D.A.
(Carlos Drummond de Andrade. O avesso das coisas [aforismos].
5.ed. Rio de Janeiro: Record, 2007, p. 3)
Atenção: a questão seguinte baseia-se no texto apresentado abaixo.
A correspondência oficial não dispensa nem os protocolos de rigor que lhe são próprios, nem a máxima
objetividade no tratamento do assunto em tela. Não
cabendo o coloquialismo do tratamento na pessoa você,
é preciso conhecer o emprego mais cerimonioso de
Vossa Senhoria e Vossa Excelência, por exemplo, para
os casos em que essas ou outras formas mais respeitosas se impõem. Quanto à disposição da matéria tratada,
a redação deve ser clara e precisa, para que se evitem
ambiguidades, incoerências e quebras sintáticas.
(A) no
caso de se admitir que.
(B) caso se admita que.
(C) tomando-se como pressuposto que.
(D) visto que é patente que.
(E) aceitando como hipótese que.
Pelo contexto: “São palavras que, de modo canhestro, aspiram a
enveredar pelo avesso das coisas, admitindo-se que elas tenham um
avesso” vemos que trata-se de uma hipótese. A única alternativa que
não tem apresenta um termo condicional é “visto que é patente que“.
Gabarito “D”
Está redigida de modo
claro e em conformidade com o padrão culto escrito a
seguinte frase:
(Analista – TRF/1ª – 2011 – FCC)
(A) Idôneo, com extraordinário senso de medida, e sem-
pre atuando com discrição, era o mais cotado para
ascender ao cargo a cuja disputa ninguém jamais
se furtava.
A ocorrência de ambiguidade e falta de clareza faz necessária uma revisão da
seguinte frase:
(Analista – TRT/16ª – 2009 – FCC)
revolta, a todos, o pouco interesse que
ele vem demonstrando na condução desse processo
– razão pela qual há quem peça a demissão dele.
(B) Conquanto ele nos haja dado uma resposta inconclusiva e protelado a decisão, há quem creia que
nos satisfará o desfecho deste caso.
(C) Inconformados com a resposta insatisfatória que nos
deu, reiteramos o pedido para que ele não deixe de
tomar as providências que o caso requer.
(D) Ele deu uma resposta insatisfatória à providência
que lhe solicitamos, em razão da qual será preciso
insistir em que não venha a repeti-la.
(E) Caso não sejam tomadas as providências cabíveis,
seremos obrigados a comunicar à Direção o menoscabo com que está sendo tratado este caso.
Texto para a questão seguinte.
A raça humana
1
4
7
10
13
Miroslav Milovic. Comunidade da diferença. Relume Dumará,
p. 131-2 (com adaptações).
16
Com referência às ideias
e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue o
item a seguir.
(Analista – STF – 2008 – CESPE)
(1)
1
4
7
10
13
(A) Causa-nos
16
19
Muitas coisas nos diferenciam dos outros animais,
mas nada é mais marcante do que a nossa capacidade de
trabalhar, de transformar o mundo segundo nossa
4 qualificação, nossa energia, nossa imaginação. Ainda assim,
para a grande maioria dos homens, o trabalho nada mais é do
que puro desgaste da vida. Na sociedade capitalista, a
produtividade do trabalho aumentou simultaneamente a tão
forte rotinização, apequenamento e embrutecimento do
processo de trabalho de forma que já não há nada que mais
nos desagrade do que trabalhar. Preferimos, a grande
maioria, fazer o que temos em comum com os outros
animais: comer, dormir, descansar, acasalar.
Nossa capacidade de trabalho, a potência humana de
transformação e emancipação de todos, ficou limitada a ser
apenas o nosso meio de ganhar pão. Capacidade, potência,
criação, o trabalho foi transformado pelo capital no seu
contrário. Tornou-se o instrumento de alienação no sentido
clássico da palavra: o ato de entregar ao outro o que é nosso,
nosso tempo de vida.
Emir Sader. “Trabalhemos menos, trabalhemos todos”.
In: Correio Braziliense, 18/11/2007 (com adaptações).
(Analista – TST – 2008 – CESPE)
respeito do texto acima.
(1)
19
O emprego de “Em virtude disso” (l.9) mostra que,
imediatamente antes do termo “o social” (l.10) está
subtendida a preposição de, que, se fosse explicitada, teria de ser empregada sob a forma do.
1: incorreta, a locução “em virtude disso” significa “em razão de”, “em
consequência de”. A expressão “o social” vem precedida da preposição sobre, que está sendo usada também para a palavra filosofia. A
assertiva está errada.
(Diógenes Moreyra, inédito)
...admitindo-se que elas
Respeitando a situação em que foi empregada a frase
acima, a ÚNICA reformulação INCORRETA para o
segmento destacado é:
Hoje o sistema isola, atomiza o indivíduo. Por isso
seria importante pensar as novas formas de comunicação.
Mas o sistema também nega o indivíduo. Na economia, por
4 exemplo, mudam-se os valores de uso concreto e qualitativo
para os valores de troca geral e quantitativa. Na filosofia
aparece o sujeito geral, não o indivíduo. Então, a diferença
7 é uma forma de crítica. Afirmar o indivíduo, não no sentido
neoliberal e egoísta, mas no sentido dessa ideia da diferença
é um argumento crítico. Em virtude disso, dessa discussão
10 sobre a filosofia e o social surgem dois momentos
importantes: o primeiro é pensar uma comunidade autoreflexiva
e confrontar-se, assim, com as novas formas de
13 ideologia. Mas, por outro lado, a filosofia precisa da
sensibilidade para o diferente, senão repetirá apenas as
formas do idêntico e, assim, fechará as possibilidades do
16 novo, do espontâneo e do autêntico na história. Espero que
seja possível um diálogo entre as duas posições em que
ninguém tem a última palavra.
Julgue o seguinte item a
A retirada da preposição em “de transformar” (l.3) violaria as regras de gramática da língua portuguesa, já
que essa expressão complementa “capacidade” (l.2).
O referente do pronome feminino a em “repeti-la” não está claro.
Trata-se da repetição da “resposta” ou da “providência”?
1: incorreta, “Muitas coisas nos diferenciam dos outros animais,
mas nada é mais marcante do que a nossa capacidade de trabalhar,
transformar o mundo segundo nossa qualificação, nossa energia,
nossa imaginação.”
Gabarito “D”
tenham um avesso...
B: incorreta, verifique ortografia (quisesse); colocação pronominal (bastava oferecer-lhe; para ouvi-lo); C: incorreta, verifique a concordância
verbal (“aspectos que, sem dúvida, fazem o funcionário perder-se ao
fazer os lançamentos, deixando que a chefia os [os lançamentos] faça
[sujeito é chefia]”); D: incorreta, verifique a regência nominal (“direito
à integração cultural”); E: incorreta, reescreva o trecho: “Surpreendeu
a proposta feita anteontem, na diretoria, pela secretária geral. Segundo
ela, pelo fato de não termos provido o depósito de material de limpeza,
teremos de providenciá-lo às nossas próprias expensas”.
1
Gabarito 1E
(Analista – TRF/1ª – 2011 – FCC)
bastava oferecer dois dedos de prosa e toda a paciência para ouvirlhe em suas detalhadas lembranças
do tempo da guerra.
(C) A estrutura do setor de compras possui aspectos que
sem dúvida, faz o funcionário perder-se ao fazer os
lançamentos, deixando para a chefia que o façam.
(D) Todos devem ter o direito da integração cultural, o
que depende, em última instância, dos que tomam
decisões respeitarem o princípio universal da igualdade de oportunidades.
(E) Surpreende a proposta feita anteontem, na diretoria
pela secretária geral, segundo a qual, porque não
prouvemos o depósito de material de limpeza, tenhamos de providenciá-lo a nossas próprias expensas.
59
22
A raça humana é
Uma semana
Do trabalho de Deus.
A raça humana é a ferida acesa
Uma beleza, uma podridão
O fogo eterno e a morte
A morte e a ressurreição.
A raça humana é o cristal de lágrima
Da lavra da solidão
Da mina, cujo mapa
Traz na palma da mão.
A raça humana risca, rabisca, pinta
A tinta, a lápis, carvão ou giz
O rosto da saudade
Que traz do Gênesis
Dessa semana santa
Entre parênteses
Desse divino oásis
Da grande apoteose
Da perfeição divina
Na grande síntese.
A raça humana é
Uma semana
Do trabalho de Deus.
Gilberto Gil.
(Analista – TRT/1ª – 2008 – CESPE) Assinale a opção em que
a preposição em apresenta a mesma interpretação que
recebe no verso 11: “Traz na palma da mão”.
(A) Arrumei
os livros na estante da sala.
vez em quando, vamos juntos ao cinema.
(C) A notícia correu de boca em boca.
(D) A cidade entrou em festa.
(E) Cremos na vitória da democracia.
(B) De
No verso “Traz na palma da mão”, a preposição em carrega ideia de
lugar, assim como na oração “Arrumei os livros na estante da sala.”
Gabarito “A”
(A) O
(B) Quem quizesse afagar o ego do velho casmurro, lhe
Gabarito 1E
Deve-se CORRIGIR, por
deficiência estrutural, a redação deste livre comentário
sobre o texto:
(Analista – TRT/23ª – 2011 – FCC)
Gabarito “A”
58
(Analista – TRT/2ª – 2008 – FCC) Está clara e correta a redação
do seguinte comentário sobre o texto:
(A) É
notório que o autor do texto seja um tímido, onde
se conclui de que ele está falando com o autoritarismo de sua própria experiência.
(B) Não se deve vexar os tímidos por sua timidez, porque mesmo os extrovertidos, segundo o autor, não
deixam também de ser assim.
(C) Mesmo uma Elke Maravilha, afirma o autor, portará
consigo um lado de timidez, por conta das extroversões em cujas se fez notória.
(D) Faz parte do humor do texto a controvérsia que o
complexo de inferioridade implica em que, no fundo,
trata-se de seu oposto.
(E) Nem todos concordarão com as teses do autor,
mesmo porque um humorista não escreve com o
fito de estabelecer verdades incontroversas.
A seguir, as orações corrigidas. A: incorreta, “É notório que o autor
do texto seja um tímido, daí se conclui que ele esteja falando com
o autoritarismo de sua própria experiência.”; B: incorreta, oração
incoerente; C: incorreta, Mesmo uma Elke Maravilha, afirma o autor,
portará consigo um lado de timidez, por conta das extroversões pelas
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
do que se concentrar num filme.
(B) A mulher ao lado prefere mais um filme em vez de
ouvir música.
(C) Tenho mais preferência a desfrutar do silêncio que
de ouvir intimidades alheias.
(D) O jovem prefere concentrar-se na música a ficar com
os olhos num monitor de TV.
(E) É mais preferível entreter-se com ideias próprias a
que se distrair com as tolices de um filme.
O verbo regente preferir exige preposição a: “prefere música a ficar
com os olhos num monitor”.
Gabarito “D”
Releia o primeiro parágrafo, transcrito a seguir, para
responder à questão seguinte.
Justiça Itinerante Fluvial
1
4
Um historiador nordestino continua criticando o Rio
por dar destaque às comemorações do bicentenário
da chegada da corte portuguesa ao Brasil. Segundo
o mestre do nosso setentrião, que nesse particular é
acompanhado por mestres de outros Estados, inclusive
de São Paulo, a badalação sobre a vinda de fugitivos
de Napoleão é apenas uma jogada de marketing, destinada a encobrir as mazelas de uma cidade que deveria
estar preocupada em combater a violência urbana, que
envergonha não apenas a cidade mas o país inteiro.
(Analista – TJ/MT – 2008 – VUNESP) Ao
estabelecer a coesão
no início do parágrafo, a preposição por introduz, com
relação à oração anterior, uma ideia de
(A) hipótese.
7
10
13
16
19
22
(B) concessão.
(C) conformidade.
(D) causa.
25
(E) oposição.
O motivo da crítica está no fato de o Rio dar “destaque às comemorações”. Desse modo, a preposição por introduz uma ideia de causa.
28
Gabarito “D”
1 Há
séculos
os
estudiosos
tentam
entender
os
motivos que levam algumas sociedades a evoluir mais rápido
que outras. Só recentemente ficou patente que, além da
4 liberdade, outros fatores intangíveis são essenciais ao
desenvolvimento das nações. O principal deles é a
capacidade de as sociedades criarem regras de conduta que,
7 caso desrespeitadas, sejam implacavelmente seguidas de
sanções.
31
34
37
Veja, 5/9/2007 (com adaptações).
40
Julgue o seguinte item,
a respeito da organização das ideias no texto acima.
43
(Analista – TRT/9ª – 2007 – CESPE)
(1)
O emprego da preposição de separada do artigo
que determina “sociedades”, em “a capacidade
de as sociedades” (l.5-6), indica que o termo “as
sociedades” é o sujeito da oração subordinada.
46
Uma das faces do funcionamento do Juizado Especial
no Estado do Amapá é a Justiça Itinerante Fluvial. Essa
modalidade de serviço judiciário consiste no atendimento de
comunidades ribeirinhas por meio da utilização de uma
embarcação adaptada para o atendimento judiciário em áreas
não servidas por postos avançados e inacessíveis por estradas.
Esta desloca-se pelo rio Amazonas e afluentes, visitando
ribeirinhos, até o distrito de Bailique, arquipélago localizado no
extremo norte do estado. Em seu interior ocorrem audiências
cíveis, criminais e de família, em que juízes e promotores
efetuam todos os procedimentos judiciários necessários: fazem
interrogatórios, proferem sentenças, efetuam conciliações, etc.
Nas jornadas do Juizado Itinerante Fluvial, diversas
comunidades ribeirinhas são visitadas pela equipe. Na
embarcação, que serve de base para a execução dos trabalhos,
a comunidade ribeirinha recebe uma ampla orientação de seus
direitos e da forma como podem deles usufruir como cidadãos
amapaenses. A base fica ancorada em pontos estratégicos no
meio do rio, e os interessados aproximam-se em pequenos
barcos e canoas, para serem prontamente atendidos pelos
serventuários ali presentes.
Pela
peculiaridade
de
algumas
localidades,
nem
sempre há a necessidade de o atendimento ser efetuado dentro
da embarcação. Nesses casos, o atendimento ocorre em
centros comunitários ou escolas da própria localidade. Assim,
diversas famílias têm alcançado direitos antes tidos como
impossíveis, tais como certidões de nascimento de seus filhos,
certidões de casamento, posse de terras, etc.
A
Lei
n.º
9.099/1995
introduziu
importantes
modificações no sistema penal e processual brasileiro,
instituindo os juizados especiais, possibilitando a aplicação de
novos institutos, como transação e suspensão condicional do
processo.
Com isso, nas pequenas infrações, o autor e a vítima
poderão ser poupados das delongas e dos prazos decorrentes
do processo, com a solução imediata do litígio, por meio da
composição, tanto no âmbito civil como no criminal.
Nessa nova realidade de aplicação de penas, a justiça
do Amapá visualizou um horizonte infinito de trabalho, tendo
a sua disposição o respaldo da lei. Surgiram então os Juizados
Itinerantes Terrestre e Fluvial, com a premissa máster de
oferecer às comunidades distantes das cidades o mesmo
atendimento encontrado nos fóruns, pois as jornadas
itinerantes são compostas por juízes, promotores, escrivãos,
policiais, e toda a infraestrutura para a realização de
audiências cíveis, criminais e de família.
Internet: <http://www.tjap.gov.br>. Acesso em dez./2003
(com adaptações).
(1)
No segmento “nem sempre há a necessidade de o
atendimento ser efetuado dentro da embarcação”,
os vocábulos sublinhados podem, sem se incorrer
em erro, ser contraídos da seguinte forma: do.
1: incorreta, a banca considerou errada a assertiva, mas há entendimento diverso, conforme o comentário feito à questão anterior.
Entendemos que o sujeito da oração subordinada é “o atendimento”,
havendo a contração ou não.
(Analista – TRT/4ª – 2006 – FCC) Está clara e correta a redação
do seguinte comentário sobre o texto:
(A) O
autor faz-nos deduzir de que já não se encontra,
nos jornais de hoje, crônicas que se possa comparar com o nível das que escrevia Rubem Braga, há
décadas atrás.
(B) A certa altura do texto, quando relembra o autor a
imagem que lhe ficou do rápido contato que teve
com o cronista, a figura evocada é a de um homem
melancólico.
(C) Não é tão simples como possa parecer, alguém
retirar da matéria do cotidiano uma linguagem capaz
de expressar-se com a limpidez e a elegância como
Rubem Braga.
(D) Rubem Braga provou tratar-se de uma injustiça que
a crônica seja vista como um gênero menor, quando
o mesmo as escreveu promovendo-lhes ao mais alto
nível.
(E) Quando se julga que há assuntos maiores e menores, se parte do erro de não prevenir que justamente
os grandes artistas desdenham tal preconceito, que
lhes vêm de fora.
A: incorreta, “O autor nos faz deduzir que” – o verbo deduzir é transitivo
direto e não exige preposição; C: incorreta, “Não é tão simples como
pode parecer”; D: incorreta, “promovendo-as ao mais alto nível” – o
verbo promover é bitransitivo, o pronome “as” corresponde a “crônicas”
e é o objeto direto; E: incorreta, “Quando se julga que há assuntos
maiores e menores, parte do erro é não prevenir que justamente os
grandes artistas desdenhem tal preconceito vindo de fora.”
Gabarito “B”
(A) Seu vizinho de poltrona acha preferível ouvir música
(Analista – TJ/AP – 2004 – CESPE) A respeito das ideias e das
estruturas do texto I, julgue o item seguinte.
Penso também nas nadadoras. Elas me assustam. Aqueles ombros enormes.
(Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC)
As três frases acima estão rearticuladas de forma correta e coerente no seguinte período:
(A) Me
assustam também, quando penso nas nadadoras, cujos os ombros são enormes.
(B) Por serem de ombros enormes, penso também
naquelas nadadoras, quando me assusto.
(C) Assusto-me com aquelas nadadoras, onde os
ombros são enormes, quando também penso nelas.
(D) Assustam-me as nadadoras, quando passo a pensar
nelas, com seus ombros enormes.
(E) Me assustam ainda os ombros enormes daquelas
nadadoras, ao pensar neles.
Observe, inicialmente, os elementos das três frases: 1) o sujeito do
verbo pensar é desinencial (1ª pessoa do singular – “eu”); 2) o objeto
do verbo pensar é “nas nadadoras”; 3) o sujeito do verbo assustar é
“as nadadoras”; 4) o objeto do verbo assustar corresponde à primeira
pessoa do discurso (“eu”). Vamos procurar, nas frases rearticuladas, a
mesma correspondência entre sujeito e objeto. A: incorreta, o sujeito do
verbo assustar não está claro; B: incorreta, o autor se assusta quando
pensa nas nadadoras e nos seus ombros enormes. Não é o susto que
faz pensar nelas (as nadadoras é que causam o susto, não o contrário); C: incorreta, “onde os ombros são enormes” não faz sentido; D:
correta, “Assustam-me as nadadoras” – o sujeito do verbo assustar é
nadadora. O objeto é “me”; “quando passo a pensar nelas” – o sujeito
de “passo a pensar” corresponde à primeira pessoa do singular. Essas
relações correspondem à informação fornecida pelas frases originais;
E: incorreta, embora seja possível imaginar que “os ombros” poderia
corresponder ao sujeito de alguma construção com o verbo assustar,
não podemos afirmar isso categoricamente, tendo em vista as informações fornecidas no exercício. A melhor alternativa é, realmente, a D.
(Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC) São os subterfúgios ilusórios
que nos levam a admirar a imagem nossa construída
pelos outros.
Uma outra forma clara e correta de se redigir o que
expressa a frase acima é:
(A) É
a imagem que os outros constroem para nós com
subterfúgios ilusórios que nos levam a admirar.
(B) Haja vista dos ilusórios subterfúgios, levam-nos os
outros a admirar como foi que se construiu a nossa
imagem.
(C) Levam-nos a admirar nossa própria imagem, do
modo como se construiu os subterfúgios ilusórios
dos outros.
(D) Deve-se aos subterfúgios ilusórios que sejamos
levados à admiração da imagem nossa que os outros
construíram.
(E) Tendo os outros construído nossa imagem, são
com subterfúgios ilusórios que fazem com que lhe
sejamos levados a admirar.
Na oração original, o sujeito do verbo levar é o pronome relativo que.
Esse pronome tem como referente “os subterfúgios ilusórios”. O objeto
direto do verbo levar é “nos” e o objeto indireto é “a admirar a imagem
nossa construída pelos outros.”
Gabarito “D”
Está correta a construção
Gabarito 1E
Gabarito “E”
(Analista – TRT/18ª – 2008 – FCC)
da seguinte frase:
1: incorreta, não é porque a preposição de está separada do artigo a
que “as sociedades” será o sujeito da oração subordinada reduzida de
infinitivo (“as sociedades criarem regras”). A preposição separada do
artigo não determina isso. Alguns gramáticos repudiam a contração da
preposição de com parte do núcleo do sujeito (“das sociedades criarem”) argumentando que o sujeito não pode vir seguido de preposição.
Cunha & Cintra dizem que “Quando a preposição que antecede o artigo
está relacionada com o verbo, e não com o substantivo que o artigo
introduz, é aconselhável [grifo nosso] que os dois elementos fiquem
separados, embora não faltem exemplos de sua aglutinação...” (CUNHA,
C. & CINTRA, L.F.L. Nova gramática do português contemporâneo. 3ª
ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 209). Entretanto Bechara
explica que “não se trata (...) de regência preposicional do sujeito, mas
do contato de duas palavras que, por hábito e por eufonia, costumam
ser incorporadas na pronúncia. (...) O que a lição dos fatos nos permite
ensinar é que ambas as construções são corretas” (BECHARA, E. Lições
de Português pela análise sintática. 16ª ed. Rio de Janeiro: Lucerna,
2001, pp. 190-191). Em conclusão, o sujeito da oração subordinada é
“as sociedades” havendo a contração ou não.
Gabarito 1E
quais se fez notória.”; D: incorreta, faz parte do humor do texto a
controvérsia em que o complexo de inferioridade implica que se trata,
no fundo, de seu oposto.
61
Gabarito “D”
60
(Analista – TRT/3ª – 2005 – FCC) A frase cuja redação está
inteiramente clara e correta é:
(A) A jovem repórter causou alguma incompreensão tão
logo ao referir-se a um termo que a todos pareceu
ter um sentido além do que ele pretendia.
(B) O autor não hesita em concluir que, diante das
entusiasmadas adesões à utilização da informática
e da linguagem que lhe corresponde, o computador
já faz parte do nosso cotidiano.
(C) Os programadores de computador, que costumam
serem mais jovens, provavelmente não lhes fica
claro aquilo que já significou a expressão fazer um
programa, desde que o sentido fosse outro.
(D) O autor sublinha com razão que é comum que os
mais velhos reajam com desassosego, porque,
diante do que é mais novo, surge-lhes quase sempre
como se fosse uma ameaça.
(E) Quando ele diz que dança quem não souber o que é
BBS, o verbo que o autor lança mão aqui é um termo
de gíria, ao qual é mais costumeiro na linguagem
dos jovens.
Seguem orações corrigidas. A: incorreta, “A jovem repórter causou
incompreensão ao se referir a um termo que a todos pareceu ter um
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
Seguem as demais reescritas corretamente. B: incorreta, “Os escritórios de advogado onde funcionam sedes de empresas”; C: incorreta,
“Havendo constrangimento do advogado ao informar fatos que só dizem
respeito aos seus clientes, traindo a confiança desses, fica impossível o
exercício da profissão que lhes compete.”; D: incorreta, “A menos que
sejam previstas como um caso de exercício diverso da advocacia, as
situações regulares dos escritórios de advogados impõem o respeito ao
direito de sigilo.”; E: incorreta, “tem sido resguardado o sigilo na apreensão de documentos, entendida como flagrante abuso de autoridade.”
Gabarito “A”
Leia o texto, para responder às questões seguintes.
Ser gentil é um ato de rebeldia. Você sai às ruas e
insiste, briga, luta para se manter gentil. O motorista
quase te mata de susto buzinando e te xingando porque
você usou a faixa de pedestres quando o sinal estava
fechado para ele. Você posta um pensamento gentil nas
redes sociais apesar de ler dezenas de comentários
xenofóbicos, homofóbicos, irônicos e maldosos sobre
tudo e todos. Inclusive você. Afinal, você é obviamente
um idiota gentil.
Há teorias evolucionistas que defendem que as sociedades com maior número de pessoas altruístas sobreviveram por mais tempo por serem mais capazes de
manter a coesão. Pesquisadores da atualidade dizem,
baseados em estudos, que gestos de gentileza liberam
substâncias que proporcionam prazer e felicidade.
Mas gentileza virou fraqueza. É preciso ser macho
pacas para ser gentil nos dias de hoje. Só consigo
associar a aversão à gentileza à profunda necessidade
(Ana Paula Padrão, Gentileza virou fraqueza. Disponível em:
<http://www.istoe.com.br>. Acesso em: 27 jan 2015. Adaptado)
(VUNESP – 2015) No trecho – Há teorias evolucionistas…
–, a substituição do verbo destacado está de acordo
com a norma-padrão de concordância em:
(A) Deve
existir.
haver.
(C) Podem haver.
(D) Existem.
(E) Podem existirem.
(B) Vão
O verbo “haver”, no sentido de existir, é impessoal, ou seja, não se
flexiona em número, sendo grafado sempre no singular. No trecho
original, o verbo “haver” está conjugado no presente do indicativo e
é seguido de expressão no plural (“teorias evolucionistas”), portanto
deve ser substituído pelo verbo “existir” na terceira pessoa do plural
do presente do indicativo: “existem”.
Leia o texto, para responder às questões de abaixo.
O fim do direito é a paz, o meio de que se serve para
consegui-lo é a luta. Enquanto o direito estiver sujeito
às ameaças da injustiça – e isso perdurará enquanto o
mundo for mundo –, ele não poderá prescindir da luta.
A vida do direito é a luta: luta dos povos, dos governos,
das classes sociais, dos indivíduos.
Todos os direitos da humanidade foram conquistados
pela luta; seus princípios mais importantes tiveram de
enfrentar os ataques daqueles que a ele se opunham;
todo e qualquer direito, seja o direito de um povo, seja
o direito do indivíduo, só se afirma por uma disposição
ininterrupta para a luta. O direito não é uma simples
ideia, é uma força viva. Por isso a justiça sustenta numa
das mãos a balança com que pesa o direito, enquanto
na outra segura a espada por meio da qual o defende.
A espada sem a balança é a força bruta, a balança
sem a espada, a impotência do direito. Uma completa
a outra, e o verdadeiro estado de direito só pode existir
quando a justiça sabe brandir a espada com a mesma
habilidade com que manipula a balança.
O direito é um trabalho sem tréguas, não só do Poder
Público, mas de toda a população. A vida do direito nos
A vida de milhares de indivíduos desenvolve-se tranquilamente e sem obstáculos dentro dos limites fixados
pelo direito. Se lhes disséssemos que o direito é a luta,
não nos compreenderiam, pois só veem nele um estado
de paz e de ordem.
(Rudolf von Ihering, A luta pelo direito)
(VUNESP – 2015) Observe os verbos destacados nas passagens – … enfrentar os ataques daqueles que a ele
se opunham… / … só veem nele um estado de paz
e de ordem… – e assinale a alternativa em que estão
corretamente conjugados os verbos opor, ver e os
demais assinalados, que seguem o mesmo padrão de
conjugação destes.
(A) Opormos
resistência à liderança dele foi um erro;
agora querem que revemos nossa posição.
(B) Se os interessados não se opuserem nem previrem razão para protelar o ato, amanhã mesmo será
escolhido o síndico do condomínio.
(C) Se não se indisporem com as amigas do filho,
os pais permitirão que elas o revejam quando ele
retornar.
(D) Haverá problema se ele ver que houve manipulação
de dados; certamente se predisporá a cancelar
tudo.
(E) Cada vez que prever resistência dos funcionários
às decisões do chefe, ele intervirá, antes que todos
se indisponham.
A: incorreta. “Rever”, na primeira pessoa do plural do presente do
subjuntivo, conjuga-se “revejamos”; B: correta. Os verbos estão conjugados conforme a norma culta da língua; C: incorreta. “Indispor”,
na terceira pessoa do plural do pretérito imperfeito do subjuntivo,
conjuga-se “indispuserem”; D: incorreta. O verbo “ver”, na terceira
pessoa do singular do pretérito imperfeito do subjuntivo, conjuga-se
“vir”; E: incorreta. O futuro do subjuntivo da terceira pessoa do singular
do verbo “prever” é “previr”.
De acordo com a norma-padrão, o pronome destacado pode ser colocado também depois do
verbo no trecho:
(VUNESP – 2015)
(A) Se
lhes disséssemos que o direito é a luta …
(B) … só se afirma por uma disposição ininterrupta para
a luta...
o meio de que se serve para consegui-lo …
(D) A vida do direito nos oferece …
(E) … segura a espada por meio da qual o defende.
(C) …
A: incorreta. A próclise é obrigatória pela conjunção condicional “se”;
B: incorreta. A próclise é obrigatória pela presença do advérbio “só”;
C: incorreta. A próclise é obrigatória pela presença do pronome relativo
“que”; D: correta. Aqui, a próclise é facultativa, por não haver nenhuma
ocorrência que a exija; E: incorreta. A próclise é obrigatória por força
da locução pronominal relativa “da qual”.
Gabarito “D”
a versão oficial, as entradas forçosas da
polícia em escritórios de advocacia não constituem
abuso de autoridade, uma vez que são determinadas
por ordem judicial.
(B) Os escritórios de advogado aonde funcionam sedes
de empresas, não configuram um caso de sigilo
profissional, uma vez que se prestam ao exercício
de uma função estranha à sua finalidade.
(C) Havendo constrangimento do advogado ao informar fatos que só dizem respeito aos seus clientes,
traindo sua confiança, fica impossível exercerem a
profissão que lhes compete.
(D) A menos que seja previsto como um caso de exercício diverso da advocacia, as situações regulares
dos escritórios de advogados impõem o respeito ao
direito de sigilo.
(E) Note-se que na jurisprudência, do âmbito do
Supremo Tribunal Federal, tem sido resguardado
o sigilo na apreensão de documentos, entendida
como fraglante abuso de autoridade.
É verdade que nem todos enfrentam o mesmo desafio.
(VUNESP – 2015) Assinale a alternativa em que o pronome
destacado está empregado de acordo com a norma-padrão.
(A) O
mundo conhece a paz graças aos povos, governos, classes sociais e indivíduos, cuja luta a garante.
(B) Há milhares de indivíduos onde a sua vida se
desenvolve tranquilamente e sem obstáculos.
(C) A luta garante a conquista dos direitos da humanidade, o qual os princípios mais importantes dela
foram atacados.
(D) A Justiça tem numa das mãos uma balança, cuja
representa a garantia de que o direito será pesado,
ponderado.
(E) O direito é uma força viva, onde os homens batalham incessantemente para manter.
A: correta. O pronome relativo “cuja” está empregado nos exatos termos
prescritos pela norma padrão da língua; B: incorreta. “Onde” traz a
ideia de lugar, portanto não pode estar associado a indivíduos. Melhor
seria “cuja vida”; C: incorreta. Aqui também deveria constar “cujos”;
D: incorreta. “Cuja” não foi utilizado corretamente; deveria constar “a
qual”; E: incorreta, pela mesma razão do comentário à alternativa “B”.
Melhor seria “pela qual”.
5. CONCORDÂNCIA
(Analista – TRT/1ª – 2012 – FCC) As normas de concordância
verbal estão plenamente observadas na frase:
(A) Cabem
a cada um dos usuários de uma língua
escolher as palavras que mais lhes parecem convenientes.
(B) D. Glorinha valeu-se de um palavrório pelo qual,
segundo lhe parecia certo, viessem a impressionar
os ouvidos de meu pai.
(C) As palavras que usamos não valem apenas pelo
que significam no dicionário, mas também segundo
o contexto em que se emprega.
(D) Muita gente se valem da prática de utilizar termos,
para intimidar o oponente, numa polêmica, que
demandem uma consulta ao dicionário.
(E) Não convém policiar as palavras que se pronuncia
numa conversa informal, quando impera a espontaneidade da fala.
A: incorreta. Deveria constar “cabe” e “parece”, no singular, para
concordar com “cada um”; B: incorreta. Deveria constar “viesse”, no
singular, para concordar com “palavrório”; C: correta. As normas de
concordância verbal foram integralmente respeitadas no trecho; D:
incorreta. Deveria constar “vale”, no singular, para concordar com
“muita gente”; E: incorreta. Deveria constar “pronunciam”, no plural,
para concordar com “palavras”.
Gabarito “C”
(A) Segundo
Não ter tempo para gentilezas é bonito. É justificável
diante da eterna ambivalência humana: queremos ser
bons, mas temos medo. Não dizer bom-dia significa que
você é muito importante. Ou muito ocupado. Humilhar
os que não concordam com suas ideias é coisa de
gente forte. E que está do lado certo. Como se houvesse um lado errado. Porque, se nenhum de nós abrir
a boca, ninguém vai reparar que no nosso modelo de
felicidade tem alguém chorando ali no canto. Porque
ser gentil abala sua autonomia. Enfim, ser gentil está
fora de moda. Estou sempre fora de moda. Querendo
falar de gentileza, imaginem vocês! Pura rebeldia. Sair
por aí exibindo minhas vulnerabilidades e, em ato de
pura desobediência civil, esperar alguma cumplicidade.
Deve ser a idade.
oferece, num simples relance de olhos, o espetáculo
de um esforço e de uma luta incessante, como o despendido na produção econômica e espiritual. Qualquer
pessoa que se veja na contingência de ter de sustentar
seu direito participa dessa tarefa de âmbito nacional e
contribui para a realização da ideia do direito.
Gabarito “B”
Gabarito “B”
Está inteiramente clara e
correta a redação da seguinte frase:
(Analista – TRT/11ª – 2005 – FCC)
de ser – ou parecer ser – invencível e bem-sucedido.
Nossas fragilidades seriam uma vergonha social. Um
empecilho à carreira, ao acúmulo de dinheiro.
Gabarito “D”
sentido além do que se pretendia.”; B: correta, está clara a redação; C:
incorreta, “Não fica claro aos programadores de computador, normalmente mais jovens, que a expressão fazer um programa já teve outro
sentido.”; D: incorreta, “O autor sublinha, com razão, que é comum os
mais velhos reagirem com desassossego, porque, aquilo que é novo,
surge quase sempre como se fosse uma ameaça.”; E: incorreta, “Quando
ele diz que dança quem não souber o que é BBS, o sentido do verbo
que o autor utiliza (dançar) é informal, trata-se de uma gíria. Seu uso
é mais costumeiro na linguagem dos jovens.”
63
Gabarito “A”
62
(Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) A concordância verbal está
plenamente observada na frase:
(A) Provocam
muitas polêmicas, entre crentes e materialistas, o posicionamento de alguns religiosos e
parlamentares acerca da educação religiosa nas
escolas públicas.
(B) Sempre deverão haver bons motivos, junto àqueles
que são contra a obrigatoriedade do ensino religioso,
para se reservar essa prática a setores da iniciativa
privada.
(A) Nenhuma das concepções de dignidade, postuladas
por diferentes crenças, ...... (alcançar) uma validade
efetivamente universal.
(B) Não se ...... (atribuir) às burocracias, nesse texto, o
mérito de tomar a iniciativa de atender aos interesses
públicos.
(C) A terceirização e a comercialização da saúde, para
dom Odilo Scherer, ...... (constituir) um profundo
desrespeito aos mais pobres.
(D) Raramente se ...... (dispensar) aos mais pobres o
mesmo cuidado médico das clínicas particulares.
(E) Quantas vezes já se ...... (aplicar) aos burocratas
dos serviços essenciais alguma sanção por sua
negligente abulia?
A: incorreta. O verbo “alcançar” deve ser flexionado no singular para
concordar com “nenhuma”; B: incorreta. O verbo “atribuir” deve ser conjugado no singular porque se trata de sujeito indeterminado; C: correta.
Com efeito, o verbo “constituir” vai para o plural para concordar com
“a terceirização e a comercialização”, sujeito composto; D: incorreta. A
oração está na voz passiva sintética, cujo sujeito é “o mesmo cuidado
médico” – singular, portanto; E: incorreta. “Aplicar” deve concordar
com “alguma sanção”, ou seja, fica no singular.
Gabarito “C”
(Analista – TRT9 – 2012 – FCC) A frase em que todos os verbos
estão corretamente flexionados é:
se dispor a ler a obra seminal de Hobsbawm
sobre as revoluções do final do século XVIII à
primeira metade do XIX jamais protestará contra o
tempo gasto e o esforço despendido.
(B) As reflexões sobre a Revolução Francesa de 1789
requerem muito cuidado para que não se perca de
vista a complexidade que as afirmações categóricas
tendem a desconsiderar.
(C) Os revolucionários de 1789 talvez não previssem,
ou sequer imaginassem, o impacto que o movimento
iniciado na França teria na história de praticamente
toda a humanidade.
A: incorreta. Deveria constar “manifesta-se”, no singular, para concordar com “a utilidade”; B: incorreta. Deveria constar “nota”, no singular,
para concordar com “qualquer disposição”; C: correta. Todas as normas
de concordância verbal foram respeitadas no período; D: incorreta.
Deveria constar “há”, no singular, para concordar com “o sentido”; E:
incorreta. Deveria constar “surge”, no singular, para concordar com
o numeral “uma”.
A: incorreta. A conjugação da terceira pessoa do singular do verbo
“dispor” no futuro do subjuntivo é “dispuser”; B: correta. Todos os
verbos estão conjugados corretamente nesse período; C: incorreta. A
conjugação da terceira pessoa do plural do verbo “prever” no pretérito
imperfeito do subjuntivo é “previssem”; D: incorreta. A conjugação da
terceira pessoa do plural do verbo “desfazer” do futuro do subjuntivo é
“desfizerem”; E: incorreta. A conjugação da terceira pessoa do plural do
verbo “advir” no pretérito perfeito do indicativo é “advieram”.
(A) Em
As normas de concordância
estão plenamente respeitadas na frase:
(Analista – TRT9 – 2012 – FCC)
(A) Cada
um dos filmes dirigidos por Glauber Rocha
apresentavam um caráter revolucionário único.
(B) A maioria dos integrantes do movimento conhecido
como Cinema Novo estava profundamente interessada nos problemas sociais do país.
(C) Muitas expressões artísticas, como o neorrealismo
italiano, contribuiu para o desenvolvimento do
Cinema Novo.
(D) A maior parte dos cineastas envolvidos com o
Cinema Novo integravam um grupo que tentavam
novos caminhos para o cinema nacional.
(E) O Tropicalismo, em que Caetano Veloso e Gilberto
Gil se projetou, e o Cinema Novo, cujo principal
expoente foi Glauber Rocha, se configura como
movimentos artísticos expressivos no século XX.
A: incorreta. O certo seria “apresentava”, para rimar com “cada um”;
B: correta. Todas as normas de concordância foram respeitadas no
período; C: incorreta. O certo seria “contribuíram”, para concordar
com “muitas expressões artísticas”; D: incorreta. O certo seria “tentava”, para concordar com “a maior parte”; E: incorreta. O certo seria
“configuram”, para concordar com “O Tropicalismo (...) e o Cinema
Novo” (sujeito composto).
Gabarito “B”
Gabarito “E”
O verbo indicado entre
parênteses deve flexionar-se no plural para preencher
corretamente a lacuna da seguinte frase:
(Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC)
as pessoas não se desfazerem da imagem que
cultivam de Napoleão, nunca deixarão de acreditar
que o talento pessoal é o principal ou mesmo a único
requisito para a obtenção do sucesso.
(E) Quando se pensa na história universal, nada parece
tão disseminado no imaginário popular, sobretudo
no ocidente, do que as imagens que adviram da
Revolução Francesa de 1789.
(Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC) As normas de concordância
verbal encontram-se plenamente observadas em:
(A) A
utilidade dos dicionários, mormente quando se
trata de palavras polissêmicas, manifestam-se nas
argumentações ideológicas.
(B) Não se notam, entre os preconceituosos, qualquer
disposição para discutir o sentido de um juízo e as
consequências de sua difusão.
(C) Não convém aos injustiçados reclamar por igualdade
de tratamento quando esta pode levá-los a permanecer na situação de desigualdade.
(D) Como discernimento e preconceito são duas acepções de discriminação, hão que se esclarecer o
sentido pretendido.
(E) Uma das maneiras mais odiosas de refutar os
argumentos de alguém surgem na utilização de
preconceitos já cristalizados.
(Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC) A redação
A: incorreta, “não existem dúvidas (...) os Estados Unidos, recentemente, provaram ao mundo”; B: incorreta, “alçar-se a diretor (...)
não hesitando”; C: incorreta, “que caberia a ela [não ocorre a crase. O
verbo regente caber exige a preposição a, porém não há artigo antes de
pronome pessoal] (...) não aquiescendo [não consentindo], impusemos
que a mídia teria de lidar”; D: correta, note que o vocábulo bom está
sendo usado como adjetivo na comparação “o tio é mais bom [bondoso]
do que preparado”; E: incorreta, o verbo defectivo soer (“ele sói ser
o melhor conselheiro”) tem a acepção de “habituar, costumar”. É um
verbo pouquíssimo usado hodiernamente.
(Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC) Estão plenamente observa-
das as normas de concordância verbal na frase:
(A) Ao
se revogarem o emprego de carros-placa na
propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma
demonstração de mau gosto.
(B) Não sensibilizavam aos possíveis interessados em
apartamentos de luxo a visão grotesca daqueles
velhos carros-placa.
(C) Destinam-se aos homens-placa um lugar visível nas
ruas e nas praças, ao passo que lhes é suprimida a
visibilidade social.
(D) As duas tábuas em que se comprimem o famigerado
homem-placa carregam ditos que soam irônicos,
como “compro ouro”.
(E) Não se compara aos vexames dos homens-placa a
exposição pública a que se submetem os guardadores de carros.
A: incorreta, “Ao se revogar o emprego”; “pouparam-se a todos”; B:
incorreta, “Não sensibilizava (...) a visão” - o sujeito do verbo transitivo direto sensibilizar é “a visão”. Podemos reescrever a oração na
ordem direta, facilitando a compreensão: “A visão grotesca daqueles
velhos carros-placa não sensibilizava os [sem preposição] possíveis
interessados”; C: incorreta, “Destina-se aos homens-placa [objeto
indireto do verbo destinar] um lugar visível [o verbo concorda com
65
“um lugar visível”] nas ruas e nas praças”; D: incorreta, “em que o
famigerado homem-placa se comprime”. O sujeito do verbo comprimir
é “famigerado homem-placa”, sujeito no singular, verbo no singular.
E: correta, fica mais clara a oração da alternativa E se alterarmos a
ordem: “A exposição pública [a que os guardadores de carros se
submetem] não se compara aos vexames dos homens-placa.” Essa
é a alternativa correta.
Meios e fins
correta é:
se cuidando dessa doença no início, não existe
dúvidas de que haverá cura – é o que os Estados
Unidos, recentemente, provou ao mundo.
(B) Desejando intensamente alçar-se diretor e ele
passou a agir com zelo e discrição, não exitando
em exceder suas funções e o horário do fim do
expediente.
(C) A regente insistiu junto à auxiliar que caberia à ela
falar com a imprensa e nós, não aquiecendo, impusemos que a mídia tem de lidar com nós mesmos,
os funcionários.
(D) Diz-se que o tio é mais bom do que preparado, mas
o convívio com a adolescente tem sido dulcíssimo,
em que lhe pesem os excessivos maus humores da
jovem.
(E) Pai extremoso, ele soe ser o melhor conselheiro
dos filhos, salvo se o exacerbam os ânimos ao
reincidirem pela enésima vez no mesmo erro.
Gabarito “D”
A: incorreta. O verbo “provocar” deveria estar no singular (“provoca”)
para concordar com o sujeito “o posicionamento”; B: incorreta. “Haver”,
com sentido de existir, é impessoal e não se flexiona mesmo quando
acompanhado de verbo auxiliar. Com isso, o correto é “deve haver”; C:
incorreta. “Consistir” deveria permanecer no singular (“consiste”), para
concordar com a expressão “um dos (...)”; D: incorreta. O verbo “vir”
deve permanecer no singular (“vem”) para concordar com “o número”;
E: correta. Todos os verbos atendem aos preceitos da concordância
determinados pela gramática.
(D) Se
Gabarito “B”
dos argumentos trazidos pelo autor do texto,
contra os que votam a favor do ensino religioso na
escola pública, consistem nos altos custos econômicos que acarretarão tal medida.
(D) O número de templos em atividade na cidade de
São Paulo vêm gradativamente aumentando, em
proporção maior do que ocorrem com o número de
escolas públicas.
(E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação como
a regulação natural do mercado sinalizam para as
inconveniências que adviriam da adoção do ensino
religioso nas escolas públicas.
Gabarito “C”
(C) Um
(A) Quem
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
Gabarito “E”
64
O crítico José Onofre disse uma vez que a frase “não
se faz uma omelete sem quebrar ovos” é muito repetida
por gente que não gosta de omelete, gosta do barulhinho dos ovos sendo quebrados. Extrema esquerda e
extrema direita se parecem não porque amam seus
ideais, mas porque amam os extremos, têm o gosto
pelo crec-crec.
A metáfora da omelete é “o fim justifica os meios”, em
linguagem de cozinha. O fim justificaria todos os meios
extremos de catequização e purificação, já que o fim
é uma humanidade melhor – só variando de extremo
para extremo o conceito de “melhor”.
Todos os fins são nobres para quem os justifica, seja
uma sociedade sem descrentes, sem classes ou sem
raças impuras. O próprio sacrifício de ovos pelo sacrifício de ovos tem uma genealogia respeitável, a ideia
de regeneração (dos outros) pelo sofrimento e pelo
sangue acompanha a humanidade desde as primeiras
cavernas. Ou seja, até os sádicos têm bons argumentos. Mas o fim das ideologias teria decretado o fim do
horror terapêutico, do mito da salvação pela purgação
que o século passado estatizou e transformou no seu
mito mais destrutivo.
O fracasso do comunismo na prática acabou com a
desculpa, racional ou irracional, para o stalinismo. O
tempo não redimiu o horror, o fim foi só a última condenação dos meios.
(Adaptado de: Luis Fernando Verissimo, O mundo é bárbaro)
(Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC) O verbo indicado entre
parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural
para preencher adequadamente a lacuna da frase:
(A) Agrada aos extremistas propagar que, a menos que
se ...... (quebrar) ovos, nunca se fará uma omelete.
sádicos ...... (dever) agradar ouvir os ovos
quebrando- se, como preâmbulo de uma omelete.
(C) Os ovos de que se ...... (compor) a omelete ilustram
o caso em que a violência de um ato se justifica pela
causa a que serve.
(D) A todos os meios extremos ...... (costumar) corresponder, segundo os radicais, uma justificativa
aceitável.
(E) Mesmo aos maiores sádicos ...... (poder) ocorrer
uma certa direção de argumentos para justificar
seus horrores.
(B) Aos
A: correta, em “a menos que se quebrem ovos”, o verbo transitivo direto
quebrar concorda no plural com o sujeito da passiva (“ovos sejam
quebrados”); B: incorreta, o sujeito da locução verbal “deve agradar”
é oracional: “ouvir os ovos quebrando deve agradar”. O verbo deve
permanecer no singular; C: incorreta, em “de que se compõe a omelete”,
o verbo transitivo direto compor concorda no singular com o sujeito
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
(A) Havendo
quem vos pretendam convencer de que
a pena de morte é necessária, perguntem onde e
quando ela já se provou indiscutivelmente eficaz.
(B) Entre os cidadãos de todos os países nunca deixarão
de haver, por força do nosso instinto de violência,
os que propugnam pela pena de morte.
(C) Destaca-se, entre as qualidades de Voltaire, suas
tiradas irônicas e seu humor ferino, armas de que
se valia em suas pregações de homem liberal.
(D) Embora remontem aos hábitos das sociedades mais
violentas do passado, a pena de talião ainda goza
de prestígio entre cidadãos que se dizem civilizados.
(E) Opõe-se às ideias libertárias de Voltaire, um lúcido
pensador iluminista, a violência das penas irracionais que se aplicam em nome da justiça.
A: incorreta, “quem pretenda convencer [a vós] (...) pergunte”; B: incorreta, deixará de haver; C: incorreta, “Destacam-se (...) suas tiradas”;
D: incorreta, “Embora [a pena de talião] remonte”; E: correta, o verbo
opor concorda com “a violência”, no singular. O verbo aplicar concorda
com “penas irracionais”, no plural.
1
4
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13
16
19
22
Aceitar
que
somos
indeterminados
naturalmente,
que seremos lapidados pela educação e pela cultura, que
disso decorrem diferenças relevantes e irredutíveis aos genes
é muito difícil. Significa aceitarmos que há algo muito
precário na condição humana. Parte pelo menos dessa
precariedade ou indeterminação alguns chamarão liberdade.
Porém nem mesmo a liberdade é tão valorizada quanto se
imagina. Ela implica responsabilidades.
Parece que se busca conforto na condição de coisa.
Se eu for objeto, isto é, se eu for natureza, meus males
independem de minha vontade. Aliás, o que está em
discussão não é tanto o que os causou, mas como resolvê-los:
se eu puder solucioná-los com um remédio ou uma cirurgia,
não preciso responsabilizar-me, a fundo, por eles. Tratarei a
mim mesmo como um objeto.
A postura das ciências humanas e da psicanálise é
outra, porém. Muito da experiência humana vem justamente
de nos constituirmos como sujeitos. Esse papel é pesado. Por
isso, quando entra ele em crise — quando minha liberdade
de escolher amorosa ou política ou profissionalmente resulta
em sofrimento —, posso aliviar-me procurando uma solução
que substitua meu papel de sujeito pelo de objeto.
Roberto Janine Ribeiro. A cultura ameaçada pela natureza.
Pesquisa Fapesp Especial, p. 40 (com adaptações).
(Analista – STF – 2008 – CESPE) Considerando o texto anterior,
julgue o item subsequente.
(1)
As orações que precedem “é” (l.4) constituem o
sujeito que leva esse verbo para o singular.
1: está correta a assertiva. O sujeito do verbo ser é oracional: “Aceitar
[...] é...”.
1
4
7
(Analista – STJ – 2008 – CESPE) A partir
da organização das
ideias e das estruturas linguísticas do texto acima,
julgue os itens subsequentes.
Na linha 7, a flexão de plural da forma verbal “produzem” é exigida pelo termo “economia e finanças”.
(2) Na linha 12, o termo “o espelho” permite que o
verbo ser, nessa oração, seja flexionado também
no singular: Mas é também o espelho.
(1)
1: correta, o verbo produzir concorda com o sujeito composto, que tem
como núcleos: argumento e pretensão; 2: incorreta, o verbo concorda
com o sujeito subentendido “os mercados”, que é plural.
(Analista – TRT/2ª – 2008 – FCC) As normas de concordância
verbal estão plenamente respeitadas em:
(A) Costumam
Gabarito “C”
Gabarito “A”
(Analista – TRT/23ª – 2011 – FCC) As normas de concordância
verbal estão plenamente respeitadas na frase:
A: incorreta, “pretendia-se designar”; B: incorreta, “A multiplicação (...)
acabou por representar”; C: incorreta, “tomar a iniciativa (...) cabe a
quaisquer”; D: correta, o sujeito do verbo opor é composto “instância
do (...) privado” e “instância do (...) público”; E: incorreta, “Permite-se
(...) levantar”.
Paulo Guedes. “Os mercados são demasiado humanos”.
In: Época, 21/7/2008 (com adaptações).
Em minha opinião, uma percepção ingênua dos
fenômenos de mercado, como a crença nos mercados
perfeitos, fornece exatamente o que seus críticos mais
utilizam como munição nos momentos de crise e
descontinuidade. O argumento da suposta infalibilidade dos
mercados em bases científicas e a pretensão de transformar
economia e finanças em ciências exatas produzem uma
perigosa mistificação: confundir brilhantes construções
mentais para entender a realidade com a própria realidade.
haver nas pessoas extrovertidas traços
marcantes de timidez.
(B) Não se devem imputar aos muito tímidos a culpa
por sua notoriedade.
(C) Não deixam de ocorrer a um tímido as vantagens
de sua timidez.
(D) Interessam a certos extrovertidos encobrir aspectos
de sua timidez.
(E) O fato de serem tímidas não impossibilitam as pessoas de serem notadas.
A: incorreta, o verbo haver no sentido de existir é impessoal e permanece
na 3ª pessoa do singular: “Costuma haver”; B: incorreta, “Não se deve
imputar” concorda com “a culpa por sua notoriedade”, no singular; C:
está correta: a locução verbal concorda com “as vantagens” no plural;
D: incorreta, o sujeito do verbo impossibilitar é singular: “O fato”.
(Analista – TSE – 2006 – CESPE) Assinale a opção em que o
fragmento de texto apresenta erro gramatical.
(A) O
diretor-geral do TSE, Athayde Fontoura Filho, fez
a palestra de lançamento do Manual de Contratos
Administrativos na Justiça Eleitoral, de autoria do
professor Jorge Ulisses Jacoby Fernandes.
(B) A obra trata da unificação de procedimentos que
eram adotados de forma diferente pelos TREs na
contratação de serviços e compras, como explicou
o diretor do TSE.
(C) O diretor-geral do TSE salientou a importância de um
trabalho de sistematização das experiências anteriores de gestão, que começaram a ser delineados
em 2005. “É um trabalho que enobrece o serviço
público”, segundo ele.
(D) Athayde Fontoura ressaltou, contudo, que a sistemática de gestão dos contratos no serviço público
ainda carece de aperfeiçoamentos, porque é um
processo em andamento. Tanto que, segundo ele,
algumas ações que não puderam ser implantadas
neste ano, em virtude do calendário eleitoral, foram
transferidas para 2007.
Opções adaptadas. Internet: <www.tse.gov.br>.
Verifique a concordância nominal: “experiências [palavra feminina
plural] anteriores de gestão, que começaram a ser delineadas [palavra
feminina plural] em 2005”.
(Analista – TSE – 2006 – CESPE) Assinale a opção em que
fragmento de texto apresenta erro gramatical.
(A) Os
próximos quatro anos serão decisivos para a
reconstrução republicana. O resultado das eleições
demonstraram clara independência com as populações locais.
(B) Elas não entregam mais seus ouvidos e, com eles, os
seus votos, aos chefetes locais. Isso anuncia surpresas
importantes nas eleições municipais de 2008.
(C) É agora o tempo oportuno para as grandes reformas
(como a agrária), que vêm sendo adiadas neste país
há mais de 40 anos e sem as quais continuaremos
sendo um dos países mais injustos do globo.
(D) Para que elas se façam, é preciso que o arcabouço constitucional seja sólido e claro. Se somos
República Federativa no rótulo, que a sejamos no
conteúdo. E a União nada cederá de seu poder se
não houver a pressão dos estados.
Opções adaptadas de Mauro Santayana. Op cit.
Verifique a concordância verbal: “O resultado das eleições demonstrou [o verbo concorda com o núcleo do sujeito, no singular] clara
independência”.
(Analista – TRT/4ª – 2006 – FCC) As normas de concordância
verbal e nominal estão plenamente atendidas na frase:
(A) Reservam-se
os artistas o direito (ou privilégio?) de
escolherem o gênero e a forma que lhes pareçam
os mais adequados ao seu intento de expressão.
(B) Não se reconhecia na crônica, antes de Rubem
Braga, quaisquer méritos que pudessem alçá-la à
altura dos chamados grandes gêneros literários.
(C) Não cabem aos críticos ou aos historiadores da
literatura estipular se o gênero de uma ou outra obra
é maior ou menor em si mesmos.
(D) Uma vez submetido ao poder de sedução de seu
estilo admirável, é possível que custassem aos leitores de Rubem Braga ficar aguardando a crônica
seguinte.
(E) Não lhe bastassem, além do estilo límpido, ter os
olhos de um grande fotógrafo, Rubem Braga ainda
frequentava as alturas da poesia lírica.
A: correta, o sujeito do verbo reservar é “os artistas”; B: incorreta,
“Não se reconheciam” – o sujeito do verbo reconhecer é “quaisquer
méritos”; C: incorreta, “Não cabe aos críticos” – o sujeito do verbo
caber é oracional (“estipular se o gênero de uma ou outra obra é maior
ou menor em si mesmos”); D: incorreta, “que custasse” – o sujeito do
verbo custar é oracional (“ficar aguardando a crônica seguinte”); E:
incorreta, “Não lhe bastasse” – (o sujeito do verbo bastar é oracional
(“ter os olhos de um grande fotógrafo”).
Gabarito “A”
A: correta, o sujeito do verbo interessar é oracional “suscitar nos alunos o gosto (...) interessava aos antigos professores”. A concordância
no singular está correta; B: incorreta, o verbo ocorrer deve ficar o
singular, concordando com “A nenhum dos professores” (sujeito);
C: incorreta, “a que não falta vivacidade”; o sujeito do verbo faltar
é “vivacidade”; D: incorreta, “aos bons gramáticos se reserve (...)
acomodação privilegiada no céu”; o verbo reservar concorda com o
sujeito da passiva (“acomodação”), no singular; E: incorreta, o sujeito
do verbo abrir é “Graciliano”. Sujeito singular, verbo no singular: “de
que Graciliano não abria mão”.
passado, com as qualificações escrita, falada e
televisada pretendiam-se designar toda a abrangência das formas de comunicação jornalística.
(B) A multiplicação de tantos autores anônimos de blogs
acabaram por representar uma séria concorrência
para os profissionais da comunicação.
(C) Em nossos dias, cabem a quaisquer cidadãos tomar
a iniciativa de criar um blog para neles desenvolverem seus temas e pontos de vista.
(D) Já não se opõem, num blog, a instância do que seja
de interesse privado e a instância do que seja de
interesse público.
(E) Permitem-se aos seguidores de um blog levantar
discordância quanto às linhas de argumentação
desenvolvidas por seu autor.
Gabarito “C”
aos antigos professores de português
suscitar nos alunos o gosto pelos efeitos de retórica
nas redações.
(B) A nenhum dos professores do ginásio ocorreriam
imaginar que a linguagem falada pode ser um
registro de alto valor estético.
(C) Nos dois trechos citados de Graciliano Ramos
encontram-se elementos da linguagem falada a que
não faltam vivacidade.
(D) O autor faz votos de que aos bons gramáticos se
reservem, por justas razões, acomodação privilegiada no céu.
(E) Graças às convicções de que Graciliano não abriam
mão, acabou produzindo uma obra-prima em estilo
seco e incisivo.
(A) No
10 Os mercados não são perfeitos. São, isto, sim, poderosos
instrumentos de coordenação econômica em busca
permanente de eficiência. Mas são também o espelho de
13 nossos humores, refletindo nossa falibilidade nas avaliações.
São contaminados por excesso de otimismo e de pessimismo.
São humanos, demasiado humanos.
Gabarito “A”
(A) Interessava
verbal estão plenamente respeitadas na frase:
Gabarito “D”
Gabarito “A”
(Analista – TRT/20ª – 2011 – FCC) As normas de concordância
verbal estão plenamente atendidas na frase:
(Analista – TRT/24ª – 2011 – FCC) As normas de concordância
Gabarito 1C, 2E
da passiva (“a omelete é composta”): “Os ovos de que é composta a
omelete ilustram (os ovos ilustram)” ou “Os ovos de que se compõe
a omelete ilustram”. O sujeito do verbo ilustrar é “ovos”; D: incorreta,
“Uma justificativa aceitável costuma corresponder, segundo os radicais,
a todos os meios extremos”. A oração foi colocada na ordem direta.
Veja que o sujeito do verbo costumar é “Uma justificativa aceitável” e
o objeto indireto é “a todos os meios extremos.”. O verbo concorda, no
singular, como sujeito; E: incorreta, o sujeito da locução “pode ocorrer”
é “uma certa direção de argumentos”. O núcleo do sujeito é singular, a
locução verbal fica no singular.
67
Gabarito “C”
66
(Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC) As normas de concordância
estão plenamente respeitadas na frase:
(A) Costumam ser muito custosos, para todos os indiví-
duos, desviarem-se das tentações do conforto fácil
e do prestígio rápido.
(B) Quem aos valores dos outros se submetem sem
pensar acabam por não encontrar seus valores mais
autênticos.
Gabarito “E”
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
(A) Têm havido dúvidas sobre a capacidade do sistema
(A) Configura-se nas frequentes invasões dos escritórios
de advocacia o desrespeito a prerrogativas constitucionais.
(B) Não cabem às autoridades policiais valer-se de
ordens superiores para justificar a violência dessas
invasões.
(C) Submetido com frequência a esse tipo de constrangimento, os advogados se vêm forçados a revelar
informações confidenciais de seus clientes.
(D) Tem ocorrido, de uns tempos para cá, inúmeras
entradas forçosas da polícia em escritórios de
advocacia.
(E) Se não lhes convêm cumprir determinadas medidas,
cabe aos advogados recorrer às instâncias superiores da justiça.
de saúde cubano.
sido levantadas dúvidas sobre a capacidade
do sistema de saúde cubano.
(C) Será que o sistema de saúde cubano tem suscitado
dúvidas sobre sua eficácia?
(D) Que dúvidas têm propalado os adversários de Cuba
sobre seu sistema de saúde?
(E) A quantas dúvidas tem dado margem o sistema de
saúde de Cuba?
A: correta, o sujeito do verbo configurar é singular: “o desrespeito”;
B: incorreta, “Não cabe (...) valer-se” – o sujeito do verbo caber é oracional “valer-se de ordens superiores para justificar a violência dessas
invasões”; C: incorreta, “os advogados se veem forçados” – o sujeito
do verbo ver é plural (“advogados”); D: incorreta, “Têm ocorrido (...)
inúmeras entradas” – o sujeito da locução é plural (“inúmeras entradas”); E: incorreta, “Se não lhes convém” – o sujeito do verbo convir
é oracional “cumprir determinadas medidas”.
O verbo haver no sentido de existir é impessoal e permanece sempre
na 3ª pessoa do singular: “Tem havido dúvidas”.
(Analista – TRT/13ª – 2005 – FCC)
(A) Se
se acrescentar à tribo dos micreiros as tribos
dos celuleiros, dos devedeiros etc., haverá de se
incorporar à língua portuguesa muitos outros neologismos.
(B) Como se não bastassem as dificuldades que muita
gente vêm demonstrando no uso do vocabulário
tradicional, eis que novas aquisições se fazem
necessárias a cada momento, proveniente da tecnologia.
(C) A velocidade com que surgem palavras relacionadas
aos novos campos tecnológicos fazem com que
muitos desanimem, confessando-se inábeis para
sua utilização.
(D) Estão entre as características do texto a citação de
alguns neologismos e o divertido registro de algumas
situações em que ocorreu ambivalência de sentido,
testemunhadas pelo autor.
(E) É costume que se dissemine, sobretudo entre os
mais velhos, alguns preconceitos contra o universo
dos mais jovens, contra o vocabulário que entre
estes se propagam com mais facilidade.
A: incorreta, “haverão de se incorporar” – o sujeito do verbo haver é
“muitos outros neologismos”; B: incorreta, “vem demonstrando” – o
sujeito do verbo vir é “muita gente”; C: incorreta, “A velocidade (...) faz”
Quanto à concordância
verbal, a frase inteiramente correta é:
(A) Não
costumam ocorrer, em reuniões de gente
interessada na discussão de um problema comum,
conflitos que uma boa exposição dos argumentos
não possam resolver.
(B) Quando há desrespeito recíproco, as razões de cada
candidato, mesmo quando justas em si mesmas,
acaba por se dissolverem em meio às insolências
e aos excessos.
(C) O maior dos paradoxos das eleições, de acordo
com as ponderações do autor, se verificariam nos
caminhos nada democráticos que se trilha para
defender a democracia.
(D) Quando se torna acirrado, nos debates eleitorais,
o ânimo dos candidatos envolvidos, é muito difícil
apurar de quem provém os melhores argumentos.
(E) Insatisfeitos com o tom maniqueísta e autoritário de
que se valem os candidatos numa campanha, os
eleitores franceses escolheram o que lhes pareceu
menos insolente.
A: incorreta, “que uma boa exposição (...) não possa resolver”: o sujeito
da locução “possa resolver” é singular; B: incorreta, “as razões (...)
acabam” – o sujeito verbo acabar é plural; C: incorreta, “O maior de
todos os paradoxos (...) se verificaria” – o sujeito do verbo verificar é
singular; D: incorreta, “de quem provêm os melhores argumentos” – o
sujeito do verbo provir é “os melhores argumentos”; E: correta, o sujeito
do verbo valer é “os candidatos”; o sujeito do verbo escolher é “eleitores
franceses”; o sujeito do verbo parecer é a palavra que.
Gabarito “E”
Gabarito “A”
Levando-se em conta as
normas de concordância verbal e nominal, a única frase
inteiramente correta é:
(Analista – TRT/3ª – 2005 – FCC)
Gabarito “A”
(B) Têm
INCORRETA na opção:
A concordância está
(A) Anexa
ao pedido remeteremos a cópia solicitada.
dos candidatos bons antecedentes.
(C) Marta chegou meia triste; ela mesmo pediu para
retirar-se da reunião.
(D) No Rio de Janeiro o desemprego é grande, haja vista
os mais de 300 mil candidatos a uma vaga de gari.
(B) Exigem-se
A: assertiva correta, cópia anexa; cópia anexada; B: assertiva correta.
O verbo exigir é transitivo direto, o pronome se é apassivador. O verbo
concorda com “bons antecedentes”: “bons antecedentes” são exigidos
dos candidatos; C: assertiva incorreta, devendo ser assinalada, a palavra
meio na acepção de “um tanto, um pouco” é advérbio e, portanto,
invariável: “Marta chegou meio triste”; D: assertiva corretam está
correto o uso da expressão “haja vista”, que significa “considere-se”.
(Analista – TRE/PR – 2004 – ESAG) Assinale a alternativa
INCORRETA, quanto à concordância verbal.
(A) Faz
dezoito anos que você me procura? Não havia
meios de eu sabê-lo.
(B) Claro que deve haver meios para vocês resolverem
essa pendenga!
(C) Existe uma série de recursos para examinarmos
agora.
(D) Por falta de verba, foi suspensa as experiências que
faríamos.
“Por falta de verba, foram suspensas as experiências”: o sujeito da
locução verbal “foram suspensas” é plural (“as experiências”).
Assinale a alternativa que preenche,
respectivamente, as lacunas do enunciado a seguir,
observando a concordância nominal e verbal de acordo
com a norma-padrão.
(VUNESP – 2015)
Mais de um conhecido meu não _____________
gentilezas, infelizmente. Para alguns, certos
gestos________________ coisa de idiota, de
gente____________________ fora de moda. Com
esses, é____________________ paciência.
(A) praticam
… constituem … meia … necessária
(B) pratica … constitui … meia … necessário
(C) pratica … constitui … meio … necessária
(D) praticam … constitui … meio … necessário
(E) pratica … constituem … meio … necessário
“Pratica”, no singular, para concordar com “conhecido”; “constituem”,
no plural, para concordar com “gestos”; “meio”, advérbio invariável
(escreve-se sempre no “masculino”), que significa “um pouco”;
“necessário”, no masculino, porque assim se escreve na construção
do adjetivo que acompanha o verbo “ser” se não vier seguido de artigo:
“é necessário paciência” ou “é necessária a paciência”.
Gabarito “E”
Gabarito “E”
Para que se respeite a concordância verbal, será preciso corrigir a frase:
(Analista – TRF/1º – 2006 – FCC)
(Analista – TRT/11ª – 2005 – FCC) As normas de concordância
estão inteiramente respeitadas na frase:
(Analista – TRE/ES – 2005 – ESAG)
Leia o texto, para responder às questões seguintes.
Ser gentil é um ato de rebeldia. Você sai às ruas e insiste,
briga, luta para se manter gentil. O motorista quase te
mata de susto buzinando e te xingando porque você usou
a faixa de pedestres quando o sinal estava fechado para
ele. Você posta um pensamento gentil nas redes sociais
apesar de ler dezenas de comentários xenofóbicos,
homofóbicos, irônicos e maldosos sobre tudo e todos.
Inclusive você. Afinal, você é obviamente um idiota gentil.
69
Há teorias evolucionistas que defendem que as
sociedades com maior número de pessoas altruístas sobreviveram por mais tempo por serem mais
capazes de manter a coesão. Pesquisadores da
atualidade dizem, baseados em estudos, que gestos
de gentileza liberam substâncias que proporcionam
prazer e felicidade.
Mas gentileza virou fraqueza. É preciso ser macho
pacas para ser gentil nos dias de hoje. Só consigo
associar a aversão à gentileza à profunda necessidade
de ser – ou parecer ser – invencível e bem-sucedido.
Nossas fragilidades seriam uma vergonha social. Um
empecilho à carreira, ao acúmulo de dinheiro.
Não ter tempo para gentilezas é bonito. É justificável
diante da eterna ambivalência humana: queremos ser
bons, mas temos medo. Não dizer bom-dia significa que
você é muito importante. Ou muito ocupado. Humilhar
os que não concordam com suas ideias é coisa de
gente forte. E que está do lado certo. Como se houvesse um lado errado. Porque, se nenhum de nós abrir
a boca, ninguém vai reparar que no nosso modelo de
felicidade tem alguém chorando ali no canto. Porque
ser gentil abala sua autonomia. Enfim, ser gentil está
fora de moda. Estou sempre fora de moda. Querendo
falar de gentileza, imaginem vocês! Pura rebeldia. Sair
por aí exibindo minhas vulnerabilidades e, em ato de
pura desobediência civil, esperar alguma cumplicidade.
Deve ser a idade.
(Ana Paula Padrão, Gentileza virou fraqueza. Disponível em:
<http://www.istoe.com.br>. Acesso em: 27 jan 2015. Adaptado)
Para responder às questões abaixo, considere a
seguinte passagem:
Há teorias evolucionistas que defendem que as sociedades com maior número de pessoas altruístas sobreviveram por mais tempo por serem mais capazes de
manter a coesão.
(VUNESP – 2015) É
correto afirmar que a frase destacada
na passagem expressa, em relação à que a antecede,
o sentido de
(A) tempo.
(B) adição.
(C) causa.
(D) condição.
(E) finalidade.
A oração destacada é subordinada adverbial causal, ou seja, traduz a
causa, o motivo, da passagem anterior.
Gabarito “C”
A: incorreta, “Costuma ser muito custoso (...) desviar-se” – o sujeito
da locução “costumar ser” é oracional; B: incorreta, “Quem (...) se
submete” – o sujeito do verbo submeter é o pronome quem; C:
incorreta, “Não é próprio (...) oferecer” – o sujeito do verbo ser
é oracional; D: incorreta, “O que faz” – o sujeito do verbo fazer é
oracional “desviar os olhos...”; E: correta, o sujeito do verbo apetecer
é “enfrentar os contornos...”; a palavra “desconfortáveis” concorda
com “contornos”. O pronome os se refere a “contornos” e o verbo
“construído” a “rosto”.
– o sujeito do verbo fazer é “A velocidade”; D: correta, “Estão” o sujeito
do verbo estar tem dois núcleos: “citação” e “divertido”; E: incorreta,
“É costume que se disseminem” – o sujeito do verbo disseminar é
“alguns preconceitos”.
Gabarito “D”
são próprias das regiões mais sombrias do
nosso ser oferecer-nos as verdades cruas da nossa
personalidade.
(D) O que fazem os homens desviar os olhos de sua
imagem verdadeira são as facilidades de uma imagem já fabricada.
(E) Em geral não nos apetece enfrentar os contornos
duros do nosso rosto verdadeiro, mais desconfortáveis que os do construído.
Gabarito “C”
(C) Não
Gabarito “D”
68
Palavras, percebemos, são pessoas. Algumas são
sozinhas: Abracadabra. Eureca. Bingo. Outras são
promíscuas (embora prefiram a palavra “gregária”):
estão sempre cercadas de muitas outras: Que. De. Por.
Algumas palavras são casadas. A palavra caudaloso,
por exemplo, tem união estável com a palavra rio – você
dificilmente verá caudaloso andando por aí acompanhada de outra pessoa. O mesmo vale para frondosa,
que está sempre com a árvore. Perdidamente, coitado,
é um advérbio que só adverbia o adjetivo apaixonado.
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
Algumas palavras dependem de outras, embora não
sejam grudadas por um hífen – quando têm hífen elas
não são casadas, são siamesas. Casamento acontece
quando se está junto por algum mistério. Alguns dirão
que é amor, outros dirão que é afinidade, carência,
preguiça e outros sentimentos menos nobres (a palavra
engano, por exemplo, só está com ledo por pena – sabe
que ledo, essa palavra moribunda, não iria encontrar
mais nada a essa altura do campeonato).
Talvez pra isso sirva a poesia, pra desfazer ledos enganos em prol de encontros mais frondosos.
Tem sempre uma palavra que ama mais. A palavra
árvore anda com várias palavras além de frondosa. O
casamento é aberto, mas para um lado só. A palavra
rio sai com várias outras palavras na calada da noite:
grande, comprido, branco, vermelho – e caudaloso fica
lá, sozinho, em casa, esperando o rio chegar, a comida
esfriando no prato.
(D) porque.
(E) já
1
5
(VUNESP – 2015) Na passagem – O abraço caudaloso deu
tão certo que ficaram perdidamente inseparáveis. –,
o trecho destacado expressa, em relação ao anterior,
ideia de
10
(A) consequência.
(B) tempo.
(C) causa.
15
(D) condição.
(E) modo.
A oração destacada é subordinada adverbial consecutiva, exprime a
consequência, os efeitos, da passagem anterior.
20
25
6. CONJUNÇÃO
A matéria abaixo, que recebeu adaptações, é do jornalista Alberto Dines, e foi veiculada em 09.05.2015, um dia
após as comemorações pelos 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial.
Quando a guerra acabar…
1
5
10
15
20
Abre parêntese: há momentos − felizmente raros − em que a história pessoal se impõe às percepções conjunturais e o
relato na primeira pessoa, embora singular, parcial, às vezes suspeito, sobrepõe-se à narrativa impessoal, ampla, genérica.
Fecha parêntese.
O descaso e os indícios de esquecimento que, na sexta-feira (8/5), rodearam os setenta anos do fim da fase europeia da
Segunda Guerra Mundial sobressaltaram. O ano de 1945 pegou-me com 13 anos e a data de 8 de maio incorporou-se ao meu
calendário íntimo e o cimentou definitivamente às efemérides históricas que éramos obrigados a decorar no ginásio.
Seis anos antes (1939), a invasão da Polônia pela Alemanha hitlerista − e logo depois pela Rússia soviética − empurrou
a guerra para dentro da minha casa através dos jornais e do rádio: as vidas da minha avó paterna, tios, tias, primos e primas
dos dois lados corriam perigo. Em 1941, quando a Alemanha rompeu o pacto com a URSS e a invadiu com fulminantes
ataques, inclusive à Ucrânia, instalou-se a certeza: foram todos exterminados.
A capitulação da Alemanha tornara-se inevitável, não foi surpresa, sabíamos que seria esmagada pelos Aliados. Nova
era a sensação de paz, a certeza que começava uma nova página da história e perceptível mesmo para crianças e
adolescentes. A prometida quimera embutida na frase “quando a guerra acabar” tornara-se desnecessária, desatualizada.
A guerra acabara para sempre. Enquanto o retorno dos combatentes brasileiros vindos da Itália era saudado
delirantemente, matutinos e vespertinos − mais calejados do que a mídia atual − nos alertavam que a guerra continuava feroz
não apenas no Extremo Oriente, mas também na antiquíssima Grécia, onde guerrilheiros de direita e de esquerda, esquecidos
do inimigo comum − o nazifascismo − se enfrentavam para ocupar o vácuo de poder deixado pela derrotada barbárie.
Sete décadas depois − porção ínfima da história da humanidade −, aquele que foi chamado Dia da Vitória e comemorado
loucamente nas ruas do mundo metamorfoseou-se em Dia das Esperanças Perdidas: a guerra não acabou. Os Aliados
desvincularam-se, tornaram-se adversários. A guerra continua, está aí, espalhada pelo mundo, camuflada por diferentes
nomenclaturas, inconfundível, salvo em breves hiatos sem hostilidades, porém com intensos ressentimentos.
(Reproduzido da Gazeta do Povo (Curitiba, PR) e do Correio Popular (Campinas, SP), 9/5/2015;
intertítulo do Observatório da Imprensa, edição 849)
Abre parêntese: há momentos − felizmente raros − em que a história pessoal se
impõe às percepções conjunturais e o relato na primeira pessoa, embora singular, parcial, às vezes suspeito,
sobrepõe-se à narrativa impessoal, ampla, genérica. Fecha parêntese.
(Analista – TRT/3ª – 2015 – FCC)
Sem que haja prejuízo do sentido e correção originais, a conjunção acima destacada pode ser substituída por:
(A) contudo.
(B) apesar
de.
que.
“Embora” é conjunção concessiva, sinônima de “apesar de”, “ainda
que”, “conquanto”.
Gabarito “A”
Esse é o problema do casamento entre as palavras,
que por acaso é o mesmo do casamento entre pessoas.
(Gregório Duvivier, Abraço caudaloso. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/>. Acesso em: 02 fev 2015. Adaptado)
(*) ménage: coabitação, vida em comum de um casal, unido
legitimamente ou não.
(C) quando.
30
A áspera controvérsia sobre a importância da liberdade
política é bem capaz de ocultar o essencial nessa
matéria, ou seja, a liberdade existe como um valor ético
em si mesmo, independentemente dos benefícios concretos que a sua fruição pode trazer aos homens. [...]
A liberdade tem sido, em todos os tempos, a causa
das maiores conquistas do ser humano. E, efetivamente,
que valor teriam a descoberta da verdade, a criação
da beleza, a invenção das utilidades ou a realização da
justiça, se os homens não tivessem a possibilidade de
escolher livremente o contrário de tudo isso?
Heródoto foi um dos primeiros a sublinhar que o estado
de liberdade torna os povos fortes, na guerra e na
paz. Ao relatar a estupenda vitória que os atenienses,
sob o comando de Cleômenes, conquistaram contra os
calcídeos e os beócios, ele comenta: “Aliás, verifica-se,
sempre e em todo lugar, que a igualdade entre os cidadãos
é uma vantagem preciosa: submetidos aos tiranos,
os atenienses não tinham mais valor na guerra que
seus vizinhos; livres, porém, da tirania, sua superioridade
foi manifesta. Por aí se vê que na servidão eles se
recusavam a manifestar seu valor, pois labutavam para
um senhor; ao passo que, uma vez livres, cada um no
seu próprio interesse colaborava, por todas as maneiras,
para o triunfo do empreendimento coletivo”.
O mesmo fenômeno de súbita libertação de energias
e de multiplicação surpreendente de forças humanas
voltou a repetir-se vinte e quatro séculos depois, com a
Revolução Francesa. Pela primeira vez na história moderna, as forças armadas de um país não eram compostas
de mercenários, nem combatiam por um príncipe,
sob o comando de nobres, mas eram formadas de
homens livres e iguais, comandados por generais plebeus,
sendo todos movidos tão só pelo amor à pátria.
(COMPARATO, Fábio Konder. A liberdade como valor ético. Ética:
direito, moral e religião no mundo moderno. São Paulo:
Companhia das Letras, 2006, p. 546-547)
Análise da correlação entre
frases do texto evidencia que,
(Analista – TRT/2ª – 2014 – FCC)
(A) (linhas
23 a 25) em ao passo que, uma vez livres,
cada um no seu próprio interesse colaborava [...]
para o triunfo do empreendimento coletivo, a locução destacada equivale a “enquanto”, exprimindo
oposição.
(B) (linhas 30 a 32) em as forças armadas de um país não
eram compostas de mercenários, nem combatiam
por um príncipe, a inserção da conjunção “e” antes
da conjunção destacada determinaria que as ideias
expostas tivessem o mesmo peso na argumentação,
o que não ocorre com a formulação original.
(C) (linha 32 e 33) em mas eram formadas de homens
livres e iguais, a conjunção destacada tem valor
consecutivo.
(D) (linhas 20 e 21) em livres, porém, da tirania, sua
superioridade foi manifesta, o deslocamento da conjunção para o início da frase altera significativamente
o sentido original.
(E) (linhas 22 e 23) em pois labutavam para um senhor,
a conjunção equivale a “quando”.
A: correta. Substituindo a expressão destacada por “enquanto”, fica
claro que ambas são sinônimas e que expressam uma comparação
entre as duas situações; B: incorreta. A inserção da conjunção
aditiva “e” não mudaria a ênfase na segunda ideia exposta – sua
supressão ou colocação é mera questão de estilo; C: incorreta. “Mas”
é conjunção adversativa, exprime ideias contrárias; D: incorreta.
Não há qualquer alteração de sentido ao se deslocar a conjunção
adversativa “porém” para o início da oração – novamente, é mera
questão estilística; E: incorreta. “Pois” é conjunção explicativa,
equivale a “porque”.
(Analista – TRT/1ª – 2012 – FCC) Por falta de preparo linguístico
não sabia como atender a seu pedido.
Caso se dê uma nova redação à frase acima,
iniciando-se por Não sabia como atender a seu
pedido, a complementação que não traz prejuízo
para o sentido e a correção é:
(A) mesmo
porque não teria preparo linguístico.
visto minha despreparação linguística.
(C) tendo em mira minha despreparação linguística.
(D) em razão de meu despreparo linguístico.
(E) não obstante meu despreparo na linguística.
(B) haja
A preposição “por” no trecho original expõe a relação de explicação
entre as orações (a falta de preparo linguístico é a razão de não saber
como agir). Dentre todas as locuções conjuntivas apresentadas nas
alternativas, a única que introduz o mesmo valor é “em razão de”. As
locuções “mesmo porque” e “não obstante” têm valor concessivo; já
“haja visto” tem valor causal e “tendo em mira”, final.
Gabarito “D”
Um dia, caudaloso cansou de ser maltratado e resolveu sair com outras palavras. Esbarrou com o abraço
que, por sua vez, estava farto de sair com grande,
essa palavra tão gasta. O abraço caudaloso deu tão
certo que ficaram perdidamente inseparáveis. Foi em
Manuel de Barros.
71
Gabarito “A”
Nada é ledo a não ser o engano, assim como nada
é crasso a não ser o erro. Ensejo é uma palavra que
só serve para ser aproveitada. Algumas palavras
estão numa situação pior, como calculista, que vive
em constante ménage(*), sempre acompanhada de
assassino, frio e e.
Gabarito “B”
70
O mito napoleônico baseia-se menos nos méritos de
Napoleão do que nos fatos, então sem paralelo, de
sua carreira. Os homens que se tornaram conhecidos
por terem abalado o mundo de forma decisiva no passado tinham começado como reis, como Alexandre,
ou patrícios, como Júlio César, mas Napoleão foi o
“pequeno cabo” que galgou ao comando de um continente pelo seu puro talento pessoal. Todo homem
de negócios daí em diante tinha um nome para sua
ambição: ser − os próprios clichês o denunciam − um
“Napoleão das finanças” ou “da indústria”. Todos
os homens comuns ficavam excitados pela visão,
então sem paralelo, de um homem comum maior do
que aqueles que tinham nascido para usar coroas.
Em síntese, foi a figura com que todo homem que
partisse os laços com a tradição podia se identificar
em seus sonhos.
Para os franceses ele foi também algo bem mais simples: o mais bem-sucedido governante de sua longa
história. Triunfou gloriosamente no exterior, mas, em
termos nacionais, também estabeleceu ou restabeleceu
o mecanismo das instituições francesas como existem
hoje. Ele trouxe estabilidade e prosperidade a todos,
exceto para os 250 mil franceses que não retornaram
de suas guerras, embora até mesmo para os parentes
deles tivesse trazido a glória. Sem dúvida, os britânicos
se viam como lutadores pela causa da liberdade contra
a tirania; mas em 1815 a maioria dos ingleses era mais
pobre do que o fora em 1800, enquanto a maioria dos
franceses era quase certamente mais rica.
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
O advérbio “exceto”, que no trecho exerce função de conjunção, indica
ressalva, exclusão. Têm a mesma natureza as expressões “senão”
(junto), “a não ser”, “à exceção” e “fora” (não “afora”). “Embora”
tem valor concessivo e é sinônimo de “apesar de”, “conquanto”, “não
obstante”. A alternativa “B” é a única que apresenta, portanto, ambas
as correlações corretas.
Gabarito “B”
Pode-se substituir o
elemento sublinhado pelo que está negritado entre
parênteses, sem prejuízo para a correção e o sentido
da frase, no seguinte caso:
(Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC)
(A) (...)
o fim é uma humanidade melhor – só variando
de extremo para extremo o conceito de melhor. (a
menos que varie)
(B) O fim justificaria todos os meios extremos, já que o
fim é uma humanidade “melhor”. (porquanto)
(C) Extrema esquerda e extrema direita se parecem
não porque amam seus ideais, mas porque amam
os extremos. (não obstante)
(D) Todos os fins são nobres para quem os justifica.
(com aquele que)
(E) O próprio sacrifício de ovos pelo sacrifício de ovos
tem uma genealogia respeitável. (extrinsecamente)
Todas as orações sofrerão alteração de sentido, exceto a B. A conjunção
“já que” pode ser substituída pela equivalente explicativa “porquanto”.
Gabarito “B”
(Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC)
que expressa uma causa é:
(A) (linhas
No contexto, o segmento
8 e 9) uma certa dose de paixão acabou se
intrometendo na receita.
(B) (linhas 14 e 15) as informações foram buscadas em
primeira mão.
(C) (linha 2) que a fizeram.
(D) (linhas 3 e 4) que se pretende o mais factual e
objetivo possível.
(E) (linha 5) tendo sido escrito por alguém.
(Pesquisa Fapesp, dezembro de 2010, no 178, p. 23)
(Analista – TRE/TO – 2011 – FCC) A principal delas é a recons-
trução de cinco estações de pesquisa na Antártida, para
realizar estudos sobre mudanças climáticas, recursos
pesqueiros e navegação por satélite, entre outros.
O segmento grifado na frase acima tem sentido
(A) adversativo.
(B) de
consequência.
finalidade.
(D) de proporção.
(E) concessivo.
(C) de
“Para realizar estudos” tem o mesmo valor que “a fim de realizar
estudos. O sentido é de finalidade.
Após a década de 1950, as palavras que dominavam
as sociedades de consumo ocidentais não eram mais
as de escritores seculares, mas as marcas comerciais
de produtos ou do que se podia comprar. As imagens
que se tornaram ícones de tais sociedades eram as
das diversões e consumo de massa: astros e latas.
Não surpreende que na década de 1950, no coração da
democracia de consumo, a principal escola de pintores
abdicasse diante de fabricantes de imagens tão mais
poderosas que a arte anacrônica. A arte pop passava
o tempo reproduzindo, com tanta exatidão e insensibilidade quanto possível, os badulaques do comercialismo
americano: latas de sopa, bandeiras, Marilyn Monroe.
(Adaptado de Eric Hobsbawm. Era dos Extremos.
Trad. Marcos Santarrita. São Paulo, Cia. das Letras,
2006, p. 496)
...essa corrente, apesar disso, reconhecia que... (2º parágrafo)
(TRT/23ª – 2011 – FCC)
O termo grifado na frase acima poderia ser substituído,
sem prejuízo para o sentido e a correção da frase, por:
(TRT/22ª – 2010 – FCC) Preocupada com a ameaça de repeti-
ção da crise alimentar que provocou conflitos em várias
partes do mundo em 2008, a Organização das Nações
Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) convocou
uma reunião de emergência, em Roma.
Entre as informações presentes na afirmativa inicial do
texto há relação, respectivamente, de
(A) finalidade
e conclusão.
e consequência.
(C) explicação e finalidade.
(D) causa e consequência.
(E) tempo e conclusão.
(B) tempo
Em “Preocupada com a ameaça de repetição da crise” temos um oração
subordinada adverbial causal reduzida de particípio (“preocupada”). Se
desenvolvermos essa oração, teríamos “A FAO convocou uma reunião
de emergência, em Roma, porque estava preocupada com a ameaça”.
O pronome “que” em “crise alimentar que provocou conflitos”, indica
consequência. “Primeiro veio a crise alimentar, depois, por consequência, os conflitos surgiram. Foram provocados pela crise.”
(A) consequentemente.
(C) no
(TJ/SC – 2010) Observe o uso das palavras sublinhadas e
aponte e alternativa que apresenta erro:
(B) desse
modo.
entanto.
(D) embora.
(E) portanto.
A conjunção adversativa “apesar disso” pode ser substituída por outra
correspondente, como “no entanto”. A: incorreta, “consequentemente”
um advérbio e corresponde a “por conseguinte”; B: incorreta, “desse
modo” é uma conjunção coordenativa conclusiva; C: correta, “no
entanto” é um conjunção coordenativa adversativa; D: incorreta,
“embora” é um conjunção subordinativa concessiva; E: incorreta,
“portanto” é uma conjunção coordenativa conclusiva.
Em – Tudo indica que 250 mil
documentos secretos foram copiados por um jovem
soldado num CD enquanto fingia ouvir Lady Gaga. – a
palavra destacada exprime ideia de
(TJ/SP – 2011 – VUNESP)
(A) hipótese.
(B) condição.
(C) concessão.
(D) causa.
(E) tempo.
A conjunção subordinativa enquanto é temporal.
(A) Ele não corre do compromisso, porque foi eleito pelo
povo.
juiz acaba de explicar por que determinou a aplicação sistêmica da alíquota residencial do IPTU.
(C) O e-mail de fl. 52 esclarece o porquê da não utilização dos serviços.
(D) O imóvel do impetrante deveria ter sido classificado
como misto, até por que o uso do bem não é exclusivamente residencial.
(E) O fato de a empresa ter alegado que creditou o valor
cobrado pelo serviço nas faturas seguintes não significa que tenha culpa pelos acontecimentos, mesmo
porque a prova dos autos vai em sentido contrário.
(B) O
A palavra por quê separada e com acento é utilizada no final da frase
e no sentido de “por qual razão”; a palavra porquê é um substantivo,
pode vir precedida por artigo definido e tem acepção de “motivo”, a
palavra por que separada é utilizada no sentido de “por qual razão”;
Porque junto e sem acento é uma conjunção explicativa. A: conjunção
explicativa; B: “por qual razão”; C: substantivo; D: “até porque” – conjunção explicativa; E: conjunção explicativa.
Gabarito “E”
não − apesar de
não ser − conquanto
(C) aparte − não obstante
(D) à exceção − porém
(E) afora − contanto que
(B) a
A conjunção mas pode ser substituída por outra adversativa (porém,
todavia, no entanto, etc.). A: incorreta, conjunção conclusiva; B:
incorreta, conjunção comparativa; C: correta, conjunção adversativa;
D: incorreta, causal ou pode ser também explicativa; E: incorreta,
conjunção alternativa.
Gabarito “D”
(A) se
Gabarito “C”
Sem prejuízo para o sentido e a correção, os elementos
em destaque na frase acima podem ser substituídos,
respectivamente, por:
De volta à Antártida
A Rússia planeja lançar cinco novos navios de pesquisa
polar como parte de um esforço de US$ 975 milhões
para reafirmar a sua presença na Antártida na próxima
década. Segundo o blog Science Insider, da revista
Science, um documento do governo estabelece uma
agenda de prioridades para o continente gelado até
2020. A principal delas é a reconstrução de cinco estações de pesquisa na Antártida, para realizar estudos
sobre mudanças climáticas, recursos pesqueiros e
navegação por satélite, entre outros. A primeira expedição da extinta União Soviética à Antártida aconteceu
em 1955 e, nas três décadas seguintes, a potência
comunista construiu sete estações de pesquisa no
continente. A Rússia herdou as estações em 1991, após
o colapso da União Soviética, mas pouco conseguiu
investir em pesquisa polar depois disso. O documento
afirma que Moscou deve trabalhar com outras nações
para preservar a “paz e a estabilidade” na Antártida,
mas salienta que o país tem de se posicionar para
tirar vantagem dos recursos naturais caso haja um
desmembramento territorial do continente.
Gabarito “C”
(Analista – TRT9 – 2012 – FCC) Ele trouxe estabilidade e prosperidade a todos, exceto para os 250 mil franceses que
não retornaram de suas guerras, embora até mesmo
para os parentes deles tivesse trazido a glória.
Insignificante como arte (no sentido que o século XIX
deu à palavra), essa corrente, apesar disso, reconhecia
que o triunfo do mercado de massa se baseava, de
modo bastante profundo, na satisfação das necessidades tanto espirituais quanto materiais dos consumidores, fato do qual as agências de publicidade há
muito tinham consciência quando destinavam suas
campanhas a vender não o sabonete, mas o sonho de
beleza, não as latas de sopa, mas a felicidade familiar.
O que se tornou cada vez mais claro foi que isso tinha
o que se podia chamar de uma dimensão estética, uma
criatividade de base, ocasionalmente ativa mas sobretudo passiva, que os produtores tinham de competir
para oferecer. Como dizia o populismo partilhado pelo
mercado, o importante não era distinguir entre bom e
ruim, elaborado e simples, mas no máximo entre o que
atraía mais ou menos pessoas. Isso não deixava muito
espaço para o clássico conceito das artes.
Gabarito “D”
(Adaptado de Eric. J. Hobsbawm. A era das revoluções − 1789-1848.
7ª ed. Trad. de Maria Tereza Lopes Teixeira e Marcos Penchel.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989, p.93-4)
Para que se possa melhor visualizar o texto e analisar os trechos da
questão: “Esta é uma história da Bossa Nova e dos rapazes e moças
que a fizeram (...). É também um livro que se pretende o mais factual
e objetivo possível. Evidente que, tendo sido escrito por alguém que
vem ouvindo Bossa Nova desde que ela ganhou este nome (...),
uma certa dose de paixão acabou se intrometendo na receita − sem
interferir, espero, pró ou contra, na descrição da trajetória de qualquer
personagem. (...) Para compor essa história, as informações foram
buscadas em primeira mão, entre os protagonistas, coadjuvantes...”.
Vemos que “tendo sido escrito” se trata de uma oração subordinada
adverbial causal reduzida de gerúndio.
Gabarito “E”
Ele destruíra apenas uma coisa: a Revolução de 1789,
o sonho de igualdade, liberdade e fraternidade, do povo
se erguendo na sua grandiosidade para derrubar a
opressão. Este foi um mito mais poderoso do que o dele,
pois, após a sua queda, foi isto e não a sua memória
que inspirou as revoluções do século XIX, inclusive em
seu próprio país.
73
Gabarito “C”
72
(TJ/SP – 2011 – VUNESP)
Em – A falta de modos dos
homens da Casa de Windsor é proverbial, mas o
príncipe Edward dizendo bobagens para estranhos no
Quirguistão incomodou a embaixadora americana. – a
conjunção destacada pode ser substituída por
(TJ/SC – 2010) “Conquanto desnecessário, destaco que
nos documentos juntados pelo autor havia provas de
que se reviu o benefício.” A frase manterá sua ideia
original e a correção sintática caso se substituam os
elementos sublinhados, respectivamente, por:
(A) portanto.
(A) Embora
(B) como.
(C) no
entanto.
(D) porque.
(E) ou.
– anexados – foi revisto
– apensados – se viu
(C) Apesar de – em anexo – foi revisto
(D) Não obstante – em anexo – se reexaminou
(E) Ainda – apensados – revisou
(B) Enquanto
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
(Analista – STF – 2008 – CESPE) Considerando o texto acima,
julgue o item subsequente.
(1)
Este período fica correto com qualquer uma das conjunções abaixo, EXCETO:
(A) conquanto
(B) entretanto
(E) porém
Os períodos são coordenados. Há a ideia de oposição. A: conquanto
é uma conjunção subordinativa concessiva; B, C, D e E: entretanto,
contudo, todavia e porém são conjunções coordenativas adversativas.
Gabarito “A”
Assinale a alternativa correta
quanto à grafia da palavra porque.
(TJ/SP – 2010 – VUNESP)
(A) Mas
o futebol tem importância por quê? Você sabe
o motivo por que o brasileiro ama futebol? Porque
ele mexe com outras dimensões de nossa natureza.
(B) Mas o futebol tem importância porque? Você sabe o
motivo porque o brasileiro ama futebol? Porque ele
mexe com outras dimensões de nossa natureza.
(C) Mas o futebol tem importância por quê? Você sabe
o motivo porque o brasileiro ama futebol? Por que
ele mexe com outras dimensões de nossa natureza.
(D) Mas o futebol tem importância por quê? Você sabe
o motivo por que o brasileiro ama futebol? Por que
ele mexe com outras dimensões de nossa natureza.
(E) Mas o futebol tem importância por que? Você sabe
o motivo porque o brasileiro ama futebol? Por que
ele mexe com outras dimensões de nossa natureza.
A palavra por quê separada e com acento é utilizada no final da frase
e no sentido de “por qual razão”; a palavra porquê é um substantivo,
pode vir precedida por artigo definido e tem acepção de “motivo”, a
palavra por que separada é utilizada no sentido de “por qual razão”;
Porque junto e sem acento é uma conjunção explicativa.
Gabarito “A”
1
Aceitar
que
somos
indeterminados
naturalmente,
que seremos lapidados pela educação e pela cultura, que
disso decorrem diferenças relevantes e irredutíveis aos genes
4 é muito difícil. Significa aceitarmos que há algo muito
precário na condição humana. Parte pelo menos dessa
precariedade ou indeterminação alguns chamarão liberdade.
7 Porém nem mesmo a liberdade é tão valorizada quanto se
imagina. Ela implica responsabilidades.
Parece que se busca conforto na condição de coisa.
10 Se eu for objeto, isto é, se eu for natureza, meus males
independem de minha vontade. Aliás, o que está em
discussão não é tanto o que os causou, mas como resolvê-los:
1
O mundo do trabalho tem mudado numa velocidade
vertiginosa e, se os empregos diminuem, isso não quer dizer
que o trabalho também.
4 Só que ele está mudando de cara. Como também
está mudando o perfil de quem acaba de sair da universidade,
da mesma forma que as exigências da sociedade e — por que
7 não? — do mercado, cada vez mais globalizado e
competitivo.
Tudo indica que mais de 70% do trabalho no futuro
10 vão requerer a combinação de uma sólida educação geral
com conhecimentos específicos; um coquetel capaz de
fornecer às pessoas compreensão dos processos, capacidade
13 de transferir conhecimentos, prontidão para antecipar e
resolver problemas, condições para aprender continuamente,
conhecimento de línguas, habilidade para tratar com pessoas
16 e trabalhar em equipe.
Revista do Provão, n.º 4, 1999, p. 13 (com adaptações).
(Analista – TST – 2008 – CESPE) A partir do texto acima, julgue
o item subsequente.
(1)
A conjunção “se” (l.2) introduz uma condição para
que o trabalho diminua.
1: incorreta, a conjunção condicional se introduz uma hipótese para
que o emprego diminua. A assertiva está errada.
Gabarito 1E
(D) todavia
1: correta, o último período explica o período anterior. Desse modo, é
correto o uso da conjunção explicativa porque – “Porém nem mesmo
a liberdade é tão valorizada quanto se imagina, porque [a liberdade]
implica responsabilidades.”
Gabarito 1C
(C) contudo
Dadas as relações de sentido do texto, os dois últimos períodos do primeiro parágrafo poderiam ser
ligados pelo termo porque. Nesse caso, o ponto final
que encerra o primeiro desses períodos deveria ser
retirado e o termo “Ela” (l.8) deveria ser escrito com
letra minúscula.
1
4
7
10
13
Um
cenário
polêmico
é
embasado
no
desencadeamento de um estrondoso processo de
exclusão,
diretamente
proporcional
ao
avanço
tecnológico, cuja projeção futura indica que a
automação do trabalho exigirá cada vez menos
trabalhadores
implicados
tanto
na
produção
propriamente dita quanto no controle da produção.
Baseando-se unicamente nessa perspectiva, pode-se
supor que a sociedade tecnológica seria caracterizada
por um contexto no qual o trabalho passaria a ser uma
necessidade exclusiva da classe trabalhadora. O
capital, podendo optar por um investimento de porte
em automação, em informática e em tecnologia de
ponta, cada vez mais barata e acessível, não mais
teria seu funcionamento embasado exclusivamente na
19
22
exploração
dos
trabalhadores,
cada
vez
mais
exigentes quanto ao valor de sua força de trabalho.
Embora não se possa falar de supressão do trabalho
assalariado, a verdade é que a posição do trabalhador
se enfraquece, tendo em vista que o trabalho humano
tende a tornar-se cada vez menos necessário para o
funcionamento do sistema produtivo.
Gilberto Lacerda Santos. “Formação para o trabalho e
alfabetização informática”. In: Linhas Críticas, v. 6,
n.º 11, jul/dez, 2000 (com adaptações).
(Analista – TST – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item a
respeito das ideias e da organização do texto acima.
(1)
Caso se substituísse “Embora” (l.18) por Apesar de,
a ideia de concessão atribuída a essa oração seria
mantida, assim como a correção gramatical do período.
1: incorreta, ao se substituir uma conjunção concessiva por outra
(“embora”, “apesar de que” e não “apesar de”), a ideia de concessão
seria mantida – “Apesar de que não se possa falar de supressão do
trabalho assalariado”. A assertiva sugere a substituição de embora pela
locução apesar de, o que não é possível.
(Analista – TRT/2ª – 2008 – FCC) Na frase Se ficou notório
apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando
junto com os outros (...), o segmento sublinhado pode
ser substituído, sem prejuízo para o sentido e a correção, por:
(A) tendo
em vista a timidez.
obstante a timidez.
(C) em razão da timidez.
(D) inclusive a timidez.
(E) conquanto a timidez.
(B) não
Ao se substituir uma conjunção adversativa apesar de por outra (não
obstante), a ideia de contraste é mantida.
Pensador consequente, a
Cícero não importavam as questões secundárias; interessavam-lhe os valores essenciais da conduta humana.
(Analista – TRT/18ª – 2008 – FCC)
O sentido da frase acima permanecerá inalterado caso
ela seja introduzida por:
(A) Conquanto
(B) Athayde
Fontoura destacou que, nos estados em
que a eleição for só para presidente da República,
o tempo de votação deverá ser de apenas 10 segundos. Nos estados onde houver eleição também para
governador, o TSE estima que cada pessoa leve, em
média, 20 segundos para votar.
(C) Também lembrou a estimativa de que 90% dos
votos de todo o país para presidente da República
estarão totalizados até às 22 h de domingo. Segundo
o diretor, até a meia-noite do mesmo dia, 99% dos
votos devem estar totalizados.
(D) O diretor-geral informou ainda que seis estados
pediram ao TSE tropas federais para garantir a segurança do segundo turno das eleições. De acordo
com ele, no total, 120 municípios do Amazonas, Rio
Grande do Norte, Paraíba, Piauí, Tocantins e Pará
receberão reforço na segurança.
Opções adaptadas. Internet: <www.tse.gov.br>.
A conjunção coordenativa porquanto introduz um segmento que denota
explicação do que foi dito anteriormente. Não é coerente o uso dessa
conjunção com o objetivo de ligar esse trecho ao anterior.
O terreno da ética é o próprio chão onde estão fincadas as bases de uma sociedade. Essa construção é
feita todos os dias. Há algo de imaterial em todos os
edifícios políticos.
Eles não estão aí por obra divina. Precisam ser reforçados permanentemente, por meio de atos significativos
em que as pessoas reconheçam o interesse público.
É isso que mantém a ordem pública, e não somente,
nem, sobretudo, a força policial.
Se as pessoas deixam de acreditar em uma ética
subjacente ao dia-a-dia em um código de conduta que
rege a ação dos políticos, pode-se prever que todo o
edifício da sociedade estará ameaçado.
O Globo, 30/11/2006, p. 6 (com adaptações).
Acerca das relações lógico-sintáticas textuais, as
opções seguintes apresentam propostas de associação,
mediante o emprego de conjunção, entre períodos
sintáticos do texto acima.
fosse.
embora sendo.
(C) Ainda quando fosse.
(D) Por ter sido.
(E) Mesmo que tenha sido.
(Analista – TSE – 2006 – CESPE) Assinale a opção que apresenta proposta de associação incorreta.
O sentido da frase permanecerá inalterado caso seja introduzida a
locução conjuntiva “por ter sido”, que tem valor explicativo. As locuções
das outras alternativas têm valor concessivo.
(A)
(B)
(B) Muito
Gabarito “D”
Roberto Janine Ribeiro. A cultura ameaçada pela natureza.
Pesquisa Fapesp Especial, p. 40 (com adaptações).
16
Gabarito “B”
Gabarito “A”
(TJ/SC – 2010) “Alega o autor, na exordial, que sua inscrição em órgão de restrição ao crédito ocorreu em
razão do inadimplemento do financiamento; _______,
limitou-se a juntar uma declaração de que a instituição
financeira procedeu à inscrição de seu nome no Serviço
de Proteção ao Crédito.”
13 se eu puder solucioná-los com um remédio ou uma cirurgia,
não preciso responsabilizar-me, a fundo, por eles. Tratarei a
mim mesmo como um objeto.
16 A postura das ciências humanas e da psicanálise é
outra, porém. Muito da experiência humana vem justamente
de nos constituirmos como sujeitos. Esse papel é pesado. Por
19 isso, quando entra ele em crise — quando minha liberdade
de escolher amorosa ou política ou profissionalmente resulta
em sofrimento —, posso aliviar-me procurando uma solução
22 que substitua meu papel de sujeito pelo de objeto.
75
Gabarito “A”
1) A conjunção conquanto é concessiva e pode ser substituída
por outra equivalente, como: embora, ainda que, mesmo que, por
mais que etc. 2) A oração “se reviu o benefício” tem como sujeito
passivo “o benefício” (o se é partícula apassivadora). Essa oração
pode ser reescrita do seguinte modo: “o benefício foi revisto” – o
verbo ser deve estar conjugado no mesmo tempo e modo que na
oração original. 3) O adjetivo juntados pode ser substituído por:
anexados ou apensados.
Gabarito 1E
74
O diretor-geral do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), Athayde Fontoura Filho, reafirmou que a urna eletrônica apresenta risco zero de
fraude e que a segurança pode ser aferida por meio
da votação paralela, realizada no dia da eleição, concomitantemente ao pleito oficial. Assinale a opção que
não representa continuação coesa e coerente para o
trecho acima.
(Analista – TSE – 2006 – CESPE)
(A) Porquanto, no período entre o primeiro e o segundo
turno das eleições, o TSE tradicionalmente aproveita
para verificar e corrigir as urnas de locais em que
foram verificados problemas.
período
conjunção
período
primeiro
e
segundo
terceiro
entretanto
quarto
(C)
quarto
conquanto
quinto
(D)
quinto
já que
sexto
O período termina sempre por uma pausa bem definida. Essa pausa
pode ser o ponto final, o ponto de exclamação, o ponto de interrogação,
as reticências e até mesmo os dois pontos. A: “O terreno da ética é o
próprio chão onde estão fincadas as bases de uma sociedade [primeiro
período] e [conjunção aditiva] essa construção é feita todos os dias.”
[segundo período]; B: “Há algo de imaterial em todos os edifícios políticos [terceiro período] entretanto [conjunção adversativa] eles não estão
aí por obra divina.” [quarto período]; C: não é possível ligar o quarto
período e o quinto (“Precisam ser reforçados permanentemente, por
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
logo tocam / aonde miram
(B) Ainda quando toquem / miram-se aonde
(C) Quando forem tocar / no que miram
(D) Na iminência de tocarem / miram onde
(E) Mesmo quando tocada / sobre o que miram
A única assertiva que preserva as relações sintático-semânticas é a
A: “Tão logo [assim que] tocam a borda da piscina, aonde miram as
nadadoras?”. A escolha da locução conjuntiva (“tão logo”) é que permite
solucionar a questão, pois há várias possibilidades com o verbo mirar.
O verbo regente mirar na acepção de “voltar-se para”, “fitar” pode ser
transitivo direto ou transitivo indireto e, nesse caso, vir acompanhado
das preposições a ou em. O verbo na acepção de “estar voltado, olhar”
é transitivo indireto e pode aparecer com a preposição para.
Gabarito “A”
(Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC)
elemento sublinhado em:
Está correto o emprego do
(A) Muita
gente se agarra à imagem artificial de si
mesma sem saber porquê.
(B) Não é fácil explicar o porquê do prestígio que alcança
a imagem ilusória das pessoas.
(C) Não sei porque razão os outros querem nos impor
a imagem que têm de nós.
(D) Se a ela aderimos, é por que nossa imagem ilusória
traz alguma compensação.
(E) Queremos perguntar, diante do espelho artificial, por
quê nossa imagem não está lá.
A: incorreta, “sem saber por quê.” – a palavra por quê separada e com
acento é utilizada no final da frase e no sentido de “por qual razão”; B:
correta, a palavra porquê é um substantivo, pode vir precedida por artigo
definido e tem acepção de “motivo”; C: incorreta, “Não sei por que razão”
a palavra por que separada é utilizada no sentido de “por qual razão”;
D: incorreta, “é porque nossa imagem” – porque junto e sem acento
é uma conjunção explicativa; E: incorreta, “por que nossa imagem”.
Gabarito “B”
Estamos conscientes de
que, sem as instituições, imperaria o caos, a barbárie,
a violência, a lei da selva.
(Analista – TRT/24ª – 2006 – FCC)
Uma outra forma correta de expressar o que diz a frase
acima é: Estamos conscientes de que imperaria o caos,
a barbárie, a violência, a lei da selva,
(A) porquanto
não houvessem as instituições.
caso delas não terem havido.
(C) não fossem as instituições.
(D) deixassem as instituições de nos faltar.
(E) não obstante as instituições.
(B) no
Deslocando para o final da oração o sintagma “sem as instituições”,
teríamos que manter a ideia condicional. Essa ideia se mantém na
assertiva C: “Estamos conscientes de que imperaria o caos, a barbárie,
assim, contando com a
ainda que houvesse a
(C) Apesar disso, pelo fato de haver a
(D) Todavia, apesar da
(E) Por conseguinte, a despeito da
(B) Porém,
A conjunção adversativa no entanto pode ser substituída pela adversativa todavia; já a conjunção mesmo pode ser substituída por outra de
valor concessivo, como apesar de.
(Analista – TRT/11ª – 2005 – FCC)
frases:
I.
II.
III.
Considere as seguintes
Tenho sempre saudades dos tios, que tanto fizeram
por mim.
Ela me passou as informações, apenas, necessárias
para a inscrição no concurso.
Durante o dia todo, ela ficou se lastimando por não
haver cumprido a promessa.
A supressão de vírgula(s) altera o sentido do que está
em
(A) I,
II e III.
e II, somente.
(C) I e III, somente.
(D) II e III, somente.
(E) II, somente.
(B) I
I: correta, “Tenho (...) saudades dos tios, que” – a vírgula antes da
palavra que torna a oração explicativa (ou seja, todos os tios fizeram
muito por mim). “Tenho (...) saudades dos tios que” – a supressão da
vírgula torna a oração restritiva. Nesse caso (se não houver vírgula),
entende-se que o sujeito sente saudades somente dos tios “que tanto
fizeram por mim”, e não de todos os tios (nesse caso, entende-se que
nem todos os tios fizeram muito por mim, apenas alguns deles); II:
correta, “Ela me passou as informações, apenas, necessárias”: a vírgula
isolando a palavra apenas faz entender que o sujeito (ela) somente
passou informações. A supressão da vírgula faz entender que o sujeito
da oração passou uma seleção de informações que seriam necessárias
para a inscrição no concurso.
Gabarito “B”
(A) Tão
“Embora” é conjunção concessiva, portanto somente pode ser
substituída por outra de mesmo sentido: “apesar de”, “ainda que”,
“conquanto”. Por isso, a única alternativa que mantém o sentido da
oração original é a letra “D”.
(A) Ainda
Palavras, percebemos, são pessoas. Algumas são
sozinhas: Abracadabra. Eureca. Bingo. Outras são
promíscuas (embora prefiram a palavra “gregária”):
estão sempre cercadas de muitas outras: Que. De. Por.
com a multiplicação das instituições, não conhecemos
nenhuma época histórica que não tenha sido marcada
por conflitos, o segmento sublinhado pode ser corretamente substituído, sem prejuízo para o sentido, por:
Gabarito “D”
Os elementos sublinhados acima podem ser substituídos, respectivamente, sem prejuízo para a correção e
para o sentido da frase, por:
(C) Algumas palavras dependem de outras, quando não
(Analista – TRT/24ª – 2006 – FCC) Na frase No entanto, mesmo
A locução “a partir do que” tem a acepção de “deste ponto em diante”.
É a alternativa mais adequada para se substituir a conjunção aditiva e
o advérbio hoje: “Ultrapassamos o tamanho das comunas medievais, a
partir do que um governo democrático só pode ser representativo”. As
assertivas A e D apresentam locuções conjuntivas concessivas. Não há
a ideia de concessão na frase proposta. A alternativa B apresenta uma
locução conjuntiva final e a E apresenta uma locução conjuntiva causal.
a violência, a lei da selva, não fossem as instituições.” A alternativa A
apresenta uma conjunção com valor explicativo; as alternativas B e D
apresentam construções problemáticas e a alternativa E apresenta uma
conjunção com valor adversativo.
(Analista – TRT/13ª – 2005 – FCC) Ultrapassamos
o tamanho
das comunas medievais, e hoje um governo democrático só pode ser representativo: as eleições são
inevitáveis.
Mantém-se o sentido da frase acima caso se substitua
a expressão sublinhada por
(A) ainda
que.
(B) a fim de que.
(C) a partir do que.
(D) muito embora.
(E) tendo em vista que.
Algumas palavras são casadas. A palavra caudaloso, por
exemplo, tem união estável com a palavra rio – você dificilmente verá caudaloso andando por aí acompanhada
de outra pessoa. O mesmo vale para frondosa, que
está sempre com a árvore. Perdidamente, coitado, é um
advérbio que só adverbia o adjetivo apaixonado. Nada
é ledo a não ser o engano, assim como nada é crasso a
não ser o erro. Ensejo é uma palavra que só serve para
ser aproveitada. Algumas palavras estão numa situação
pior, como calculista, que vive em constante ménage(*),
sempre acompanhada de assassino, frio e e.
Algumas palavras dependem de outras, embora não
sejam grudadas por um hífen – quando têm hífen elas
não são casadas, são siamesas. Casamento acontece
quando se está junto por algum mistério. Alguns dirão
que é amor, outros dirão que é afinidade, carência,
preguiça e outros sentimentos menos nobres (a palavra
engano, por exemplo, só está com ledo por pena – sabe
que ledo, essa palavra moribunda, não iria encontrar
mais nada a essa altura do campeonato).
Esse é o problema do casamento entre as palavras,
que por acaso é o mesmo do casamento entre pessoas.
Tem sempre uma palavra que ama mais. A palavra árvore
anda com várias palavras além de frondosa. O casamento
é aberto, mas para um lado só. A palavra rio sai com várias
outras palavras na calada da noite: grande, comprido,
branco, vermelho – e caudaloso fica lá, sozinho, em casa,
esperando o rio chegar, a comida esfriando no prato.
Um dia, caudaloso cansou de ser maltratado e resolveu sair com outras palavras. Esbarrou com o abraço
que, por sua vez, estava farto de sair com grande,
essa palavra tão gasta. O abraço caudaloso deu tão
certo que ficaram perdidamente inseparáveis. Foi em
Manuel de Barros.
Talvez pra isso sirva a poesia, pra desfazer ledos enganos em prol de encontros mais frondosos.
(Gregório Duvivier, Abraço caudaloso. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/>. Acesso em: 02 fev 2015. Adaptado)
(*)ménage: coabitação, vida em comum de um casal, unido
legitimamente ou não.
(VUNESP – 2015) Assinale a alternativa que reescreve,
com correção e sem alteração de sentido, a passagem
– Algumas palavras dependem de outras, embora não
sejam grudadas por um hífen.
(A) Contanto
que não sejam grudadas por um hífen,
algumas palavras dependem de outras.
(B) Algumas palavras dependem de outras, exceto se
são grudadas por um hífen.
são grudadas por um hífen.
de não serem grudadas por um hífen, algumas palavras dependem de outras.
(E) Desde que não sejam grudadas por um hífen, algumas palavras dependem de outras.
(D) Apesar
Gabarito “D”
Gabarito “C”
Tocada a borda da piscina,
para onde olham as nadadoras?
(Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC)
77
Gabarito “C”
meio de atos significativos em que as pessoas reconheçam o interesse
público.”) pela conjunção concessiva conquanto; D: (“Precisam ser
reforçados permanentemente, por meio de atos significativos em que
as pessoas reconheçam o interesse público [quinto período] já que
[conjunção causal] é isso que mantém a ordem pública, e não somente,
nem, sobretudo, a força policial.”
Gabarito “C”
76
7. PRONOMES
O mito napoleônico baseia-se menos nos méritos de
Napoleão do que nos fatos, então sem paralelo, de sua
carreira. Os homens que se tornaram conhecidos por
terem abalado o mundo de forma decisiva no passado
tinham começado como reis, como Alexandre, ou patrícios, como Júlio César, mas Napoleão foi o “pequeno
cabo” que galgou ao comando de um continente pelo
seu puro talento pessoal. Todo homem de negócios
daí em diante tinha um nome para sua ambição: ser −
os próprios clichês o denunciam − um “Napoleão das
finanças” ou “da indústria”. Todos os homens comuns
ficavam excitados pela visão, então sem paralelo, de
um homem comum maior do que aqueles que tinham
nascido para usar coroas. Em síntese, foi a figura com
que todo homem que partisse os laços com a tradição
podia se identificar em seus sonhos.
Para os franceses ele foi também algo bem mais simples: o mais bem-sucedido governante de sua longa
história. Triunfou gloriosamente no exterior, mas, em
termos nacionais, também estabeleceu ou restabeleceu
o mecanismo das instituições francesas como existem
hoje. Ele trouxe estabilidade e prosperidade a todos,
exceto para os 250 mil franceses que não retornaram
de suas guerras, embora até mesmo para os parentes
deles tivesse trazido a glória. Sem dúvida, os britânicos
se viam como lutadores pela causa da liberdade contra
a tirania; mas em 1815 a maioria dos ingleses era mais
pobre do que o fora em 1800, enquanto a maioria dos
franceses era quase certamente mais rica.
Ele destruíra apenas uma coisa: a Revolução de 1789,
o sonho de igualdade, liberdade e fraternidade, do povo
se erguendo na sua grandiosidade para derrubar a
opressão. Este foi um mito mais poderoso do que o dele,
pois, após a sua queda, foi isto e não a sua memória
que inspirou as revoluções do século XIX, inclusive em
seu próprio país.
(Adaptado de Eric. J. Hobsbawm. A era das revoluções − 1789-1848.
7ª ed. Trad. de Maria Tereza Lopes Teixeira e Marcos Penchel. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1989, p.93-4)
(Analista – TRT9 – 2012 – FCC)
coroas.
... tinham nascido para usar
Ele trouxe estabilidade e prosperidade a todos ...
... que inspirou as revoluções do século XIX ...
A substituição dos elementos sublinhados pelo pronome
correspondente, com os necessários ajustes, tem como
resultado correto, na ordem dada:
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
(A) O presidente advertiu Vossa Excelência para que não
deixeis passar o prazo previsto no acordo, caso em
que sereis responsabilizado legalmente pelo decurso.
(B) Tenho exausto minhas forças nesse pretencioso
projeto, mas nem que consiga o octagésimo lugar
no concurso, que é o último, espero vê-lo analisado.
(C) Já está inserto na obra o trecho em que ele afirma
acreditar muito na água que considera benta, pois
diz que, tendo sido benzida em dia de muito fervor,
é miraculosa.
(D) Urge, e ninguém discorda disso, as medidas já anunciadas, porém se o secretário dispuser de imediato
de toda a verba prometida, poderá haver problemas
mais à frente.
(E) Tratam-se de advertências as mais singulares, entre
elas a que incita os cidadãos a que remediem por si
sós os danos cuja reparação está legalmente sob o
dever do estado.
A: incorreta, “O presidente advertiu Vossa Excelência para que não
deixe [ao se utilizar pronome de tratamento, o verbo deve concordar na
3ª pessoa], caso em que será responsabilizado”; B: incorreta, “Tenho
exaurido [a palavra exausto é adjetivo] minhas forças nesse pretensioso projeto... octogésimo”; C: correta, o nome “inserto” é sinônimo
de inserido... D: incorreta, “Urgem (...) as medidas já anunciadas”;
E: incorreta, “Trata-se [o verbo é transitivo indireto. O se é índice de
indeterminação do sujeito. Se o sujeito é indeterminado, o verbo fica
na 3ª pessoa do singular] de advertências as mais singulares, entre
elas as [advertências] que incitam os cidadãos a remediar por si sós
os danos cujas reparações estão legalmente”.
(A) Se
preferires, adiaremos o simpósio para que não
nos privemos de sua coordenação, Excelência, bem
como das sugestões que certamente tereis a nos
oferecer.
(B) Sempre contaremos com os préstimos com que
Vossa Senhoria nos tem honrado, razão pela qual,
antecipadamente, deixamos-lhe aqui nosso profundo reconhecimento.
(C) Vimos comunicar a Vossa Excelência que já se
encontra à vossa disposição o relatório que nos
incumbiste de providenciar há cerca de uma
semana.
(D) Diga a Vossa Senhoria que estamos à espera de
suas providências, das quais não nos cabe tratar
com seu adjunto – grande, embora, seja a consideração, meu caro senhor, que lhe dispensamos.
(E) Esperamos que Vossa Senhoria sejais capaz de
atender aos nossos reclamos, ao nosso ver justos
e precisados de toda a vossa atenção.
Ao se utilizar pronome de tratamento, o verbo deve concordar na
3ª pessoa. A: incorreta, oração corrigida: Se preferir [3ª pessoa do
singular do futuro do subjuntivo], (...) Excelência certamente terá
[3ª pessoa do singular do futuro do presente do indicativo]”; B:
correta, “Vossa Senhoria nos tem [3ª pessoa do singular do presente
do indicativo] honrado (...) deixamos-lhe [a Vossa Senhoria]”; C:
incorreta, oração corrigida: “Vimos comunicar a Vossa Excelência
que já se encontra à sua disposição o relatório que nos incumbiu
[3ª pessoa do singular do pretérito perfeito] de providenciar”; D:
incorreta, oração corrigida: “Diga a Sua Senhoria...”; E: incorreta,
oração corrigida: “Esperamos que Vossa Senhoria seja [3ª pessoa do
singular do presente do subjuntivo] capaz de atender (...) precisados
de toda a sua atenção.”
1
4
7
10
13
16
Gabarito “C”
A correspondência oficial não dispensa nem os protocolos de rigor que lhe são próprios, nem a máxima
objetividade no tratamento do assunto em tela. Não
cabendo o coloquialismo do tratamento na pessoa você,
é preciso conhecer o emprego mais cerimonioso de
Vossa Senhoria e Vossa Excelência, por exemplo, para
os casos em que essas ou outras formas mais respeitosas se impõem. Quanto à disposição da matéria tratada,
a redação deve ser clara e precisa, para que se evitem
ambiguidades, incoerências e quebras sintáticas.
(Diógenes Moreyra, inédito)
19
O agente ético é pensado como sujeito ético, isto é,
como um ser racional e consciente que sabe o que faz, como
um ser livre que escolhe o que faz e como um ser
responsável que responde pelo que faz. A ação ética é
balizada pelas ideias de bem e de mal, justo e injusto, virtude
e vício. Assim, uma ação só será ética se consciente, livre e
responsável e será virtuosa se realizada em conformidade
com o bom e o justo. A ação ética só é virtuosa se for livre
e só o será se for autônoma, isto é, se resultar de uma decisão
interior do próprio agente e não de uma pressão externa.
Evidentemente, isso leva a perceber que há um conflito entre
a autonomia da vontade do agente ético (a decisão emana
apenas do interior do sujeito) e a heteronomia dos valores
morais de sua sociedade (os valores são dados externos ao
sujeito). Esse conflito só pode ser resolvido se o agente
reconhecer os valores de sua sociedade como se tivessem
sido instituídos por ele, como se ele pudesse ser o autor
desses valores ou das normas morais, pois, nesse caso, ele
será autônomo, agindo como se tivesse dado a si mesmo sua
própria lei de ação.
Marilena Chaui. Uma ideologia perversa. In: Folhaonline,
14/3/1999 (com adaptações).
(Analista – STF – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item, a
respeito da organização das estruturas linguísticas e
das ideias do texto anterior.
(1)
A organização das ideias no texto mostra que, em
suas duas ocorrências, o pronome “ele”, na linha
17, refere-se textualmente a “agente” (l.15).
1: correta, a assertiva está correta. Veja a oração do texto: “só pode
ser resolvido se o agente reconhecer os valores de sua sociedade
como se tivessem sido instituídos por ele [pelo agente], como se ele
[o agente] pudesse”.
1
4
7
10
13
16
19
22
Aceitar
que
somos
indeterminados
naturalmente,
que seremos lapidados pela educação e pela cultura, que
disso decorrem diferenças relevantes e irredutíveis aos genes
é muito difícil. Significa aceitarmos que há algo muito
precário na condição humana. Parte pelo menos dessa
precariedade ou indeterminação alguns chamarão liberdade.
Porém nem mesmo a liberdade é tão valorizada quanto se
imagina. Ela implica responsabilidades.
Parece que se busca conforto na condição de coisa.
Se eu for objeto, isto é, se eu for natureza, meus males
independem de minha vontade. Aliás, o que está em
discussão não é tanto o que os causou, mas como resolvê-los:
se eu puder solucioná-los com um remédio ou uma cirurgia,
não preciso responsabilizar-me, a fundo, por eles. Tratarei a
mim mesmo como um objeto.
A postura das ciências humanas e da psicanálise é
outra, porém. Muito da experiência humana vem justamente
de nos constituirmos como sujeitos. Esse papel é pesado. Por
isso, quando entra ele em crise — quando minha liberdade
de escolher amorosa ou política ou profissionalmente resulta
em sofrimento —, posso aliviar-me procurando uma solução
que substitua meu papel de sujeito pelo de objeto.
Roberto Janine Ribeiro. A cultura ameaçada pela
natureza. Pesquisa Fapesp Especial, p. 40
(com adaptações).
(Analista – STF – 2008 – CESPE) Considerando o texto acima,
julgue o item subsequente.
(1)
A função sintática exercida por “a mim mesmo”, em
“Tratarei a mim mesmo” (l.14-15) corresponde a me
e, por essa razão, também seria gramaticalmente
correta a seguinte redação: Tratarei-me.
1: incorreta, a função sintática exercida por “a mim mesmo” corresponde ao pronome me. Com relação à colocação pronominal, é obrigatório o uso da mesóclise quando o verbo estiver no futuro. A colocação
pronominal correta seria “tratar-me-ei”. A assertiva está errada.
Gabarito 1E
Gabarito “C”
(Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC) Está correta a seguinte frase:
mas de tratamento, está correta a seguinte construção:
1: correta, o pronome relativo onde refere-se a lugar. “Em que” pode ser
substituído por onde sem que haja alterações semânticas; 2: correta, na
oração “quando se cumprirem duas premissas” a palavra se é pronome
apassivador. O verbo cumprir é transitivo direto e é possível transpor a
oração para “quando duas premissas forem cumpridas”.
1
Em um artigo publicado em 2000, e que fez muito
sucesso na Internet, Cristovam Buarque desenhava um idílico
mundo futuro, liberto das soberanias nacionais, em que tudo
4 seria de todos. Se tudo der certo no planeta (o que é
discutível), quem sabe um dia, daqui a mil ou dois mil anos,
cheguemos lá. Como nada ainda deu certo no planeta, a
7 internacionalização só será aceitável quando se cumprirem
duas premissas. Primeira: que desapareçam os Estados
nacionais. Segunda: que os grupos, ou comunidades, ou
10 sociedades que restarem mantenham entre si relações
impecavelmente equitativas. Quem sabe um dia...
Roberto Pompeu de Toledo. “Amazônia: premissas
para sua entrega”. In: Veja, 28/5/2008
(com adaptações).
Julgue os seguintes itens,
a respeito da organização das ideias do texto anterior.
(Analista – STJ – 2008 – CESPE)
Mantém-se a correção gramatical do texto e
respeitam-se suas relações argumentativas ao se
substituir “em que” (l.3) por onde.
(2) Preservam-se a correção gramatical e a coerência
da argumentação do texto ao se substituir a expressão “se cumprirem” (l.7) por forem cumpridas.
(1)
1
Pode-se dizer que há complexidade onde quer que
se produza um emaranhamento de ações, de interações, de
retroações. E esse emaranhamento é tal que nem um
4 computador poderia captar todos os processos em curso. Mas
há também outra complexidade que provém da existência de
fenômenos aleatórios (que não podem ser determinados e
7 que, empiricamente, agregam incerteza ao pensamento).
Pode-se dizer, no que concerne à complexidade, que há um
polo empírico e um polo lógico e que a complexidade
10 aparece quando há simultaneamente dificuldades empíricas
e dificuldades lógicas. Pascal disse há já três séculos: “Todas
as coisas são ajudadas e ajudantes, todas as coisas são
13 mediatas e imediatas, e todas estão ligadas entre si por um
laço que conecta umas às outras, inclusive as mais
distanciadas. Nessas condições — agrega Pascal —
16 considero impossível conhecer o todo se não conheço as
partes”. Esta é a primeira complexidade: nada está isolado no
Universo e tudo está em relação.
Edgard Morin. “Epistemologia da complexidade”. In: Dora Fried
Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade.
Porto Alegre: Artmed, 1996, p. 274 (com adaptações).
(Analista – STJ – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item, a res-
peito de redações alternativas para termos e estruturas
linguísticas do texto acima.
(1)
Reforça-se a ideia de possibilidade, coerente com a
argumentação desenvolvida no texto, e mantém-se
sua correção gramatical, ao se utilizar, em lugar de
“Pode-se dizer” (l.8), o tempo verbal de futuro do
pretérito, da seguinte forma: Poderia-se dizer.
1: incorreta, é obrigatório o uso da mesóclise quando o verbo estiver no
futuro. A colocação pronominal correta seria: “Poder-se-ia”.
Gabarito 1E
No primeiro trecho, a substituição deve ser feita pelo pronome oblíquo
“as”, porque “coroas” é objeto direto, posposto ao verbo (ênclise),
considerando que não ocorre nenhum caso de próclise obrigatória.
No segundo trecho, a substituição deve ser feita pelo pronome “lhes”,
porque “a todos” é objeto indireto, anteposto ao verbo (próclise), que
se recomenda diante do pronome reto “eles”. No terceiro trecho, a
substituição deve ser feita pelo pronome oblíquo “as”, porque “as
revoluções...” é objeto direto, anteposto ao verbo (próclise), obrigatória
diante do pronome relativo “que”.
(Analista – TRT/16ª – 2009 – FCC) Quanto ao emprego das for-
Gabarito “B”
nascido para as usar − Ele lhes trouxe estabilidade e prosperidade − que lhes inspirou
(B) tinham nascido para lhes usar − Ele trouxe-os estabilidade e prosperidade − que inspirou-as
(C) tinham nascido para usá-las − Ele lhes trouxe estabilidade e prosperidade − que as inspirou
(D) tinham nascido para usá-las − Ele os trouxe estabilidade e prosperidade − que lhes inspirou
(E) tinham nascido para as usar − Ele trouxe-os estabilidade e prosperidade − que as inspirou
Gabarito “C”
(A) tinham
79
Gabarito 1C, 2C
78
1
O mundo do trabalho tem mudado numa velocidade
vertiginosa e, se os empregos diminuem, isso não quer dizer
que o trabalho também.
4 Só que ele está mudando de cara. Como também
está mudando o perfil de quem acaba de sair da universidade,
da mesma forma que as exigências da sociedade e — por que
7 não? — do mercado, cada vez mais globalizado e
competitivo.
Tudo indica que mais de 70% do trabalho no futuro
10 vão requerer a combinação de uma sólida educação geral
com conhecimentos específicos; um coquetel capaz de
fornecer às pessoas compreensão dos processos, capacidade
13 de transferir conhecimentos, prontidão para antecipar e
resolver problemas, condições para aprender continuamente,
conhecimento de línguas, habilidade para tratar com pessoas
16 e trabalhar em equipe.
Revista do Provão, n.º 4, 1999, p. 13 (com adaptações).
(Analista – TST – 2008 – CESPE)
julgue o item subsequente.
(1)
A partir do texto anterior,
A interpretação coerente das ideias do texto permite
associar “ele” (l.4) tanto com “trabalho” (l.3) quanto
com “mundo do trabalho” (l.1). Ambiguidades assim
devem ser evitadas na redação de textos oficiais.
1: correta, o pronome pessoal ele, nesse contexto, apresenta uma
referência ambígua. Isso deve ser evitado em qualquer tipo de texto,
16
19
Emir Sader. “Trabalhemos menos, trabalhemos todos”.
In: Correio Braziliense, 18/11/2007 (com adaptações).
(Analista – TST – 2008 – CESPE) Julgue
respeito do texto acima.
os seguintes itens a
No primeiro período do texto, o pronome “nada” integra,
como auxiliar da ênfase, uma expressão comparativa;
mas, no terceiro período, o mesmo pronome perde o
sentido comparativo pela presença do “não”.
(2) Subentende-se, pela argumentação do texto, que
“seu contrário” (l.16-17) corresponde a contrário do
capital.
(1)
1: incorreta, a palavra nada funcionando como pronome tem a acepção
de “coisa nenhuma”. A assertiva está errada; 2: incorreta, os termos
“seu contrário” correspondem ao contrário de trabalho: “o trabalho foi
transformado pelo capital no seu contrário.” O pronome possessivo
seu se refere a trabalho. A assertiva está errada.
Gabarito 1E, 2E
Texto para o itens seguintes.
1
4
7
10
13
16
19
22
Um
cenário
polêmico
é
embasado
no
desencadeamento de um estrondoso processo de
exclusão,
diretamente
proporcional
ao
avanço
tecnológico, cuja projeção futura indica que a
automação do trabalho exigirá cada vez menos
trabalhadores
implicados
tanto
na
produção
propriamente dita quanto no controle da produção.
Baseando-se unicamente nessa perspectiva, pode-se
supor que a sociedade tecnológica seria caracterizada
por um contexto no qual o trabalho passaria a ser uma
necessidade exclusiva da classe trabalhadora. O
capital, podendo optar por um investimento de porte
em automação, em informática e em tecnologia de
ponta, cada vez mais barata e acessível, não mais
teria seu funcionamento embasado exclusivamente na
exploração
dos
trabalhadores,
cada
vez
mais
exigentes quanto ao valor de sua força de trabalho.
Embora não se possa falar de supressão do trabalho
assalariado, a verdade é que a posição do trabalhador
se enfraquece, tendo em vista que o trabalho humano
tende a tornar-se cada vez menos necessário para o
funcionamento do sistema produtivo.
Gilberto Lacerda Santos. “Formação para o trabalho e
alfabetização informática”. In: Linhas Críticas, v. 6,
n.º 11, jul/dez, 2000 (com adaptações).
(Analista – TRT/2ª – 2008 – FCC) Está adequado o emprego
do elemento sublinhado na frase:
(A) Meu
amigo juiz escrevia poemas que o estilo de
linguagem era muito depurado.
(B) Expressava-se numa linguagem poética em que ele
se obrigara a ser contido e disciplinado.
(C) Logo recebi o livro de poemas nos quais o grande
valor expressivo eu sequer desconfiava.
(D) Surpreendeu-me que tivesse escrito poemas em
cujos não havia vestígio de academicismos.
(E) Meu amigo deu-me uma explicação à qual pude
aproveitar uma lição muito original.
Orações corrigidas a seguir. A: incorreta, “(...) poemas nos quais o
estilo de linguagem era muito depurado.”; B: está correta; C: incorreta,
“Logo recebi o livro de poemas de que o grande valor expressivo eu
sequer desconfiava.”; D: incorreta, “Surpreendeu-me que tivesse
escrito poemas nos quais não havia vestígio de academicismos.”; E:
incorreta, “Meu amigo deu-me uma explicação da qual pude aproveitar
uma lição muito original.”
Viagem para fora
Há não tanto tempo assim, uma viagem de ônibus,
sobretudo quando noturna, era a oportunidade para um
passageiro ficar com o nariz na janela e, mesmo vendo
pouco, ou nada, entreter-se com algumas luzes, talvez
a lua, e certamente com os próprios pensamentos. A
escuridão e o silêncio no interior do ônibus propiciavam
um pequeno devaneio, a memória de alguma cena
longínqua, uma reflexão qualquer.
Nos dias de hoje as pessoas não parecem dispostas a
esse exercício mínimo de solidão. Não sei se a temem:
sei que há dispositivos de toda espécie para não deixar
um passageiro entregar-se ao curso das ideias e da
imaginação pessoal. Há sempre um filme passando
nos três ou quatro monitores de TV, estrategicamente
dispostos no corredor. Em geral, é um filme ritmado pelo
som de tiros, gritos, explosões. É também bastante possível que seu vizinho de poltrona prefira não assistir ao
filme e deixar-se embalar pela música altíssima de seu
fone de ouvido, que você também ouvirá, traduzida num
Quando o ônibus chega, enfim, ao destino, você desce
tomado por um inexplicável cansaço.
Acho interessantes todas as conquistas da tecnologia
da mídia moderna, mas prefiro desfrutar de uma a cada
vez, e em momentos que eu escolho. Mas parece que
a maioria das pessoas entrega-se gozosa e voluptuosamente a uma sobrecarga de estímulos audiovisuais,
evitando o rumo dos mudos pensamentos e das imagens internas, sem luz. Ninguém mais gosta de ficar,
por um tempo mínimo que seja, metido no seu canto,
entretido consigo mesmo? Por que se deleitam todos
com tantas engenhocas eletrônicas, numa viagem que
poderia propiciar o prazer de uma pequena incursão
íntima? Fica a impressão de que a vida interior das
pessoas vem-se reduzindo na mesma proporção em
que se expandem os recursos eletrônicos.
(Thiago Solito da Cruz, inédito)
(Analista – TRT/18ª – 2008 – FCC) O autor vale-se do emprego
do pronome você, ao longo do segundo parágrafo, da
mesma forma que esse pronome é empregado em:
(A) Quando
perguntei se você gostava de viajar, você
titubeou, e não me respondeu.
(B) Já sei a opinião dele acerca da mídia eletrônica;
gostaria que você me dissesse, agora, qual a sua.
(C) Não é aquele ou aquela passageira que me interessa; meus olhos não conseguem desviar-se de
você.
(D) Quando se está em meio a um tumulto, você não
consegue concentrar-se em seus próprios pensamentos.
(E) Espero que você não tenha se ofendido por eu lhe
haver proposto que desligue o celular enquanto
conversamos.
O pronome de tratamento você está sendo usado com a intenção de
se direcionar o discurso a um interlocutor genérico.
Os verbos considerar e tornar e a locução verbal “vem caracterizando” são transitivos diretos e exigem como complemento um
objeto direto. O objeto direto pode ser indicado, nesses períodos,
pelo pronome a: considero-as, as vem caracterizando (próclise por
conta da palavra atrativa que) e as torna (próclise por conta da
palavra atrativa que).
1
Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco: não
adianta debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas.
É preciso focar as ações de modo pragmático, com as seguintes
4 prioridades: concluir a união aduaneira; eliminar barreiras
jurídicas e monetárias; facilitar os negócios entre as empresas
dos países-membros e obter financiamentos em nome do bloco
7 no Banco Mundial, para ampliar a infraestrutura regional, o que
até agora sequer foi pleiteado. As questões alfandegária e
fitossanitária devem ser harmonizadas o mais rapidamente
10 possível, pois não haverá bloco econômico viável enquanto
houver entrave no intercâmbio entre os Estados-membros.
Finalmente, é preciso considerar que, no mundo globalizado, as
13 relações externas afetam o cotidiano das empresas e das pessoas.
O atual impasse no MERCOSUL só será superado se os
empresários se organizarem na defesa de seus interesses e
16 direitos, por meio da informação e da mobilização da sociedade
sobre as implicações internas das decisões tomadas em fóruns
internacionais.
Abram Szajman. O Globo, 26/11/2006 (com adaptações).
(Analista – TSE – 2006 – CESPE)
assinale a opção correta.
Em relação ao texto acima,
(A) Na linha 1, a substituição do sinal de dois-pontos por
ponto final, com a modificação de inicial minúscula
para maiúscula na palavra “não”, prejudica a correção gramatical do texto.
(B) O emprego de sinal de ponto-e-vírgula (l.4-5) justifica-se por isolar elementos de uma enumeração.
(C) Na linha 7, o termo “o que” retoma o antecedente
“ampliar a infraestrutura regional”.
(D) O vocábulo “se” (l.14-15) exerce a mesma função
sintática em ambas as ocorrências.
A: incorreta, a alteração sugerida prejudica a correção gramatical.
O sinal de dois-pontos enuncia uma enumeração; B: correta, uma
das funções do sinal de ponto e vírgula é isolar elementos de uma
enumeração (como nestes comentários!); C: incorreta, o termo “o
que” retoma “as prioridades” (concluir; eliminar; facilitar; obter); D:
incorreta, a palavra se na linha 14 (“será superado se os empresários”)
é conjunção condicional e na linha 15 (“os empresários se organizarem
na defesa”) é pronome reflexivo.
Gabarito “D”
13
1: incorreta, o pronome relativo cuja não poderá ser substituído pela
preposição de sem que haja alterações sintáticas e semânticas. As
orações: “avanço tecnológico de proteção futura indica” e “avanço
tecnológico, cuja projeção futura indica” não são equivalentes. Por
exemplo, na primeira oração o sujeito do verbo indicar é “avanço
tecnológico”, já na segunda oração, é “projeção futura”. A assertiva
está errada; 2: incorreta, é obrigatório o uso da mesóclise quando o
verbo estiver no futuro. A colocação pronominal correta seria: “caracterizar-se-ia”. A assertiva está errada.
chiado interminável, com direito a batidas mecânicas de
algum sucesso pop. Inevitável, também, acompanhar a
variedade dos toques personalizados dos celulares, que
vão do latido de um cachorro à versão eletrônica de uma
abertura sinfônica de Mozart. Claro que você também se
inteirará dos detalhes da vida doméstica de muita gente:
a senhora da frente pergunta pelo cardápio do jantar que
a espera, enquanto o senhor logo atrás de você lamenta
não ter incluído certos dados em seu último relatório.
Gabarito “B”
10
Gabarito “B”
7
Devido às relações de sentido entre as palavras do
texto é correta a substituição do pronome “cuja” (l.4)
pela preposição de para expressar noção de posse
entre “avanço tecnológico” (l.3-4) e “projeção futura”
(l.4).
(2) Mantém-se a noção de voz passiva, assim como a
correção gramatical, ao se substituir “seria caracterizada” (l.9) por caracterizaria-se.
(1)
Gabarito 1E, 2E
Gabarito 1C
4
Muitas coisas nos diferenciam dos outros animais,
mas nada é mais marcante do que a nossa capacidade de
trabalhar, de transformar o mundo segundo nossa
qualificação, nossa energia, nossa imaginação. Ainda assim,
para a grande maioria dos homens, o trabalho nada mais é do
que puro desgaste da vida. Na sociedade capitalista, a
produtividade do trabalho aumentou simultaneamente a tão
forte rotinização, apequenamento e embrutecimento do
processo de trabalho de forma que já não há nada que mais
nos desagrade do que trabalhar. Preferimos, a grande
maioria, fazer o que temos em comum com os outros
animais: comer, dormir, descansar, acasalar.
Nossa capacidade de trabalho, a potência humana de
transformação e emancipação de todos, ficou limitada a ser
apenas o nosso meio de ganhar pão. Capacidade, potência,
criação, o trabalho foi transformado pelo capital no seu
contrário. Tornou-se o instrumento de alienação no sentido
clássico da palavra: o ato de entregar ao outro o que é nosso,
nosso tempo de vida.
(Analista – TST – 2008 – CESPE) Julgue os seguintes itens a
respeito das ideias e da organização do texto acima.
81
Gabarito “A”
inclusive na redação oficial. A ambiguidade poderia ser evitada pelo uso
de pronomes demonstrativos (este para se referir a “trabalho”, aquele
para se referir a “mundo do trabalho”).
1
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
80
(Analista – TRT/18ª – 2008 – FCC) Sempre
gostei das viagens
de ônibus, mas atualmente considero as viagens de
ônibus uma verdadeira provação, pois o que vem
caracterizando as viagens de ônibus é uma profusão
de ruídos de toda espécie, o que torna as viagens de
ônibus um desafio aos nervos de um pacato passageiro.
Evitam-se as viciosas repetições do texto acima
substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem
dada, por:
(A) considero-as
- as vem caracterizando - as torna
- vem-nas caracterizando - lhes torna
(C) as considero - vem-lhes caracterizando - torna-las
(D) considero-lhes - lhes vem caracterizando - as torna
(E) considero-lhes - vem caracterizando-as - torna-as
(B) considero-as
1 Um dos lugares-comuns do pensamento político é o de que
o sistema democrático exige a descentralização do poder.
Democracia não é só o governo do povo, mas o governo do povo
4 a partir de sua comunidade. Esse é um dos argumentos clássicos
para o voto distrital: o eleitor fortalece seu poder, ao associá-lo ao
de seus vizinhos. Em países de boa tradição democrática, esses
7 vizinhos discutem, dentro dos comitês dos partidos, mas também
fora deles, suas ideias com os candidatos. Embora isso não
signifique voto imperativo — inaceitável em qualquer situação
10 —, o parlamentar escolhido sabe que há o eleitor múltiplo e bem
identificado, ao qual deverá dar explicações periódicas. Se a esse
sistema se vincula a possibilidade do recall, do contramandato,
13 cresce a legitimidade do instituto da representação parlamentar.
O fato é que, com voto distrital ou não, tornou-se inadiável a
discussão em torno do sistema federativo. Quem conhece o Brasil
16 fora das campanhas eleitorais sabe das profundas diferenças entre
os estados.
Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006.
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
Evitam-se as viciosas repetições e mantém-se a correção do período acima, substituindo-se os elementos
sublinhados, respectivamente, por:
(A) nutriu-as
− fê-las atingir − a elas parecia interditado
− nelas todo o seu talento.
(B) nutriu-as − fez-lhes atingir − lhes parecia interditado
− a elas todo o seu talento.
(C) nutriu-lhes − as fez atingir − parecia-lhes interditado
− em cujas todo o seu talento.
(D) as nutriu − fez-lhes atingir − parecia interditado às
mesmas − nelas todo o seu talento.
(E) nutriu-lhes − fez elas atingirem − parecia-lhes interditado − nestas todo o seu talento.
Os objetos diretos dos verbos nutrir e fazer devem ser substituídos
pelo pronome correspondente as: nutriu-as e fê-las (nesse caso,
como o verbo termina em z, o pronome toma a forma las e a letra z é
excluída). A locução “parecia interditado” exige complemento indireto.
O pronome correspondente é “a elas” ou “lhes”: “que a elas parecia
interditado”. O sintagma “nas crônicas” pode ser substituído por nelas
(em + elas [as crônicas]).
A: incorreta, “revelação (...) a qual o autor transcreveu”; B: incorreta,
“resultando (...) em uma nova marca”; C: incorreta, “uma atleta cujo
corpo”; D: correta, o emprego de ambos os elementos (a que e cujo)
está correto; E: incorreta, “um ataque cardíaco ao qual não sobreviveu”.
(Analista – TRT/20ª – 2006 – FCC) A língua começou a uniformizar-se e a exportar traços comuns para o Brasil inteiro
pelas rotas comerciais que a exploração do ouro criou.
Se na frase acima substituirmos a forma verbal criou
pela forma deu ensejo, o termo que deverá dar lugar
à expressão
(A) a
cujas.
cujas.
(C) de onde.
(D) a que.
(E) com que.
(B) de
(Analista – TRF/1º – 2006 – FCC)
I.
Considere as seguintes
O editorial calou fundo nos pesquisadores latino-americanos, que a ele reagiram com firmeza.
O povo cubano deve decidir, por si mesmo, se precisa ou não de ajuda externa.
Ofertas de auxílio podem ser constrangedoras,
quando não solicitadas.
Gabarito “A”
(Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC) As crianças amam a água,
têm a água como amiga, aproveitam a água como um
presente dos céus, extraem da água todos os prazeres
que ela oferece.
II.
Evitam-se as repetições viciosas da palavra água da
frase acima substituindo-se os elementos sublinhados,
respectivamente, por
A eliminação da(s) vírgula(s) altera o sentido SOMENTE
do que está em
(A) têm-lhe
- aproveitam-lhe - extraem-lhe
(B) têm-na - lhe aproveitam - extraem dela
(C) a têm - a aproveitam - extraem-na
(D) lhe têm - aproveitam-na - extraem a ela
(E) têm-na - aproveitam-na - extraem dela
Nessa oração, os verbos ter e aproveitar são transitivos diretos. O
pronome correspondente ao objeto direto (“a água”) é a (na – pois o
verbo conjugado termina em som nasal); o verbo extrair é bitransitivo.
O seu objeto indireto é “da água” e pode ser substituído por “dela”.
III.
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I
e II.
e III.
(E) II
Em “O editorial calou fundo nos pesquisadores latino-americanos, que
a ele reagiram com firmeza.”, a vírgula antes da palavra que torna a
oração explicativa, já a supressão da vírgula torna a oração restritiva.
Neste último caso (sem a vírgula), entende-se que não são todos os
latino-americanos que “reagiram com firmeza a ele”, apenas alguns.
Gabarito “E”
Gabarito “A”
(Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC)
Está correto o emprego de
ambos os elementos sublinhados na frase:
(Analista – TRT/11ª – 2005 – FCC)
(A) A revelação
(A) Juventude
que lhe fez o amigo, cuja o autor transcreveu, proporcionou-lhe reflexões através das quais
compôs uma argumentação interessante.
A: incorreta, o verbo transitivo direto considerar exige como complemento o objeto direto (“juventude”) que pode ser substituído pelo
pronome a (consideramo-la – nesse caso, como o verbo termina em
s, o pronome toma a forma la e a letra s é excluída ); B: incorreta,
nessa assertiva o verbo transitivo direto e indireto deixar apresenta
um complemento direto (“o passado”) que pode ser substituído pelo
pronome o: “deixa-o em paz”; com o verbo intransitivo interferir
utilizaremos a contração nele como referente a “o passado”: “não
há como nele interferir”; C: incorreta, a locução “queiramos emprestar” exige dois complementos, um direto (“um valor absoluto” e
um indireto “aos dias bons”: “não lhes queiramos emprestar”; D:
correta, o verbo transitivo direto poupar exige complemento direto
(“os jovens”) que pode ser substituído pelo pronome correspondente
os (“poupemo-los”); o pronome relativo que vem precedido de
preposição a por exigência da locução “poder dar” ou “saber dar”;
E: incorreta, o pronome pessoal do caso oblíquo (mim) não pode
ser sujeito: “Se é para eu escolher”.
(Analista – TRT/13ª – 2005 – FCC) Gosto da democracia, pratico
“A língua começou a uniformizar-se e a exportar traços comuns para
o Brasil inteiro pelas rotas comerciais a que a exploração do ouro
deu ensejo.”
frases:
ao passado, deixar-lhe em paz, pois se os
dias não voltam não há como interferir-lhes.
(C) Se há dias bons na juventude, não os queiramos
emprestar um valor absoluto, pois a eles se alternaram dias infelizes.
(D) Quanto aos jovens, poupemo-los de aconselhamentos a que não podem ou não sabem dar ouvidos.
(E) Se é para mim escolher entre o tumulto do jovem e
a serenidade do velho, prefiro esta a aquele.
Está correto o emprego de
ambos os segmentos sublinhados na frase:
é, hoje, uma palavra mágica: consideramo-lhe um talismã, nela atribuímos o condão de
uma chave que abre todas as portas.
a democracia, respeito os fundamentos que mantêm
em pé a democracia, mas nada disso me impede de
associar a democracia às campanhas eleitorais, que
negam a democracia.
Evitam-se as viciosas repetições da frase acima
substituindo-se os segmentos sublinhados, na ordem
dada, por
(A) a
pratico − mantêm-na em pé − lhe associar − a
negam
(B) pratico-a − a mantêm em pé − associar-lhe − negam
ela
(C) a pratico − mantêm ela em pé − a associar − lhe
negam
(D) pratico-a − a mantêm em pé − associá-la − a negam
(E) pratico-a − lhe mantêm em pé − a associar − negam-lhe
Os objetos diretos dos verbos praticar, manter, associar e negar podem
ser substituídos pelo pronome a (“pratico-a”; “a mantém”; “a negam”).
No caso do verbo associar, terminado em r, teremos “associá-la”, com
a queda da letra r e o uso do pronome na forma la.
Gabarito “D”
Gabarito “D”
Rubem Braga escreveu
muitas crônicas, nutriu as crônicas com a matéria do
cotidiano, fez as crônicas atingir um patamar que parecia interditado às crônicas, e notabilizou-se empregando
todo o seu talento nas crônicas.
(Analista – TRT/4ª – 2006 – FCC)
(B) Quanto
(Analista – TRT/13ª – 2005 – FCC) A expressão
che corretamente a lacuna da frase:
(A) Continuamos
de que preen-
a avaliar ...... seria melhor se você
desistisse da eleição.
(B) A fonte ....... saciará nossa sede fica no alto daquela
encosta.
(C) Há sonhos ...... é impossível se desviar, quando se
pensa no futuro.
(D) Todos os momentos ...... devaneamos ficaram
impressos na minha memória.
(E) Dos livros ...... me ative nos últimos dias, apenas
dois têm grande valor.
A: incorreta, “Continuamos a avaliar que [conjunção integrante] seria
melhor”; B: incorreta, “A fonte que [pronome relativo] saciará”; C:
correta, o verbo regente desviar exige a preposição de: “Há sonhos de
que é impossível se desviar”; D: incorreta, “Todos os momentos em
que devaneamos”; E: incorreta, “Dos livros a que me ative”.
(Analista – TRE/ES – 2005 – ESAG) Assinale a alternativa
INCORRETA, segundo a norma culta da língua.
(A) Minha
casa está situada na rua mais movimentada
deste bairro.
(B) Prefiro leitura a novela, cinema a futebol.
(C) Vou escutar-te desta vez, mesmo não acreditando
em você.
(D) Assistir ao pôr-do-sol em Vitória é para poucos e
bons.
O uso de pessoas do discurso diferentes em uma mesma oração é
incorreto. Poder-se-ia escolher: “Vou escutá-lo desta vez, mesmo
não acreditando em você.” ou “Vou escutar-te desta vez, mesmo não
acreditando em ti.”
(Analista – TRE/SC – 2005 – FAPEU) “Saber as leis não é recordar as suas palavras, mas compreender-lhes a força e
o espírito”. A respeito desta máxima de Celsus, retirada
de sua obra Digesta, 1, 3, 17, é CORRETO afirmar:
I.
II.
III.
o pronome lhes pode fazer referência a palavras das
leis;
o pronome lhes pode fazer referência a leis;
o pronome lhes pode fazer referência a suas palavras;
Assinale a alternativa CORRETA.
(A) Somente
as afirmativas I e II estão corretas.
a afirmativa III está correta.
(C) Somente as afirmativas II e III estão corretas.
(D) Todas as afirmativas estão corretas.
(B) Somente
O pronome lhes pode se referir tanto às “leis” quanto às “palavras”. Há
ambiguidade, pois não se identifica referente único.
Gabarito “D”
“Ao qual” se refere a “eleitor”.
Gabarito “D”
em “associá-lo” (l.5), refere-se a “poder” (l.2).
(l.8) refere-se a “comitês dos partidos” (l.7).
(C) “isso” (l.8) refere-se a “discutem, dentro dos comitês
dos partidos, mas também fora deles, suas ideias
com os candidatos” (l.7-8).
(D) “ao qual” (l.11) refere-se a “parlamentar escolhido”
(l.10).
(B) “deles”
enormes esforços com que as grandes nadadoras empregam nas competições acabam resultando,
no máximo, de uma nova marca a ser batida.
(C) Ao confessar a forte impressão de que lhe ficou
daquela maratonista suíça, o autor destaca a imagem de uma atleta que o corpo demonstra dores
torturantes.
(D) Os constantes dopings, a que tantos atletas acabam
se submetendo, são uma evidência de que há conquistas cujo preço é alto demais.
(E) A atleta norte-americana, cujo nome o autor não se
lembrou, acabou sofrendo um ataque cardíaco em
que não sobreviveu.
Gabarito “D”
(A) “-lo”,
(B) Os
Gabarito “C”
das relações lógico-sintáticas do texto acima, assinale a opção incorreta.
Gabarito “D”
(Analista – TSE – 2006 – CESPE) Acerca
83
Gabarito “C”
82
8. CRASE
Justifica-se plenamente o
emprego de ambos os sinais de crase em:
(Analista – TRT/24ª – 2011 – FCC)
(A) Ela
pode voltar à qualquer momento, fiquemos
atentos à sua chegada.
(B) Dispôs-se à devolver o livro, à condição de o liberarem da multa por atraso.
(C) Postei-me à entrada do cinema, mas ela faltou
também à esse compromisso.
(D) Àquela altura da velhice já não assistia à filmes
trágicos, apenas aos de humor.
(E) Não confie à priminha os documentos que obtive à
revelia do nosso advogado.
A: incorreta, em “a qualquer momento” não ocorre crase. Esse a é
preposição. Não há o artigo. Já em “atentos à sua chegada”, o uso do
acento grave é facultativo diante de pronome possessivo; B: incorreta,
em “a devolver”, não ocorre a crase antes de verbo; C: incorreta,
não ocorre a crase. O verbo postar não utiliza a preposição a em sua
regência. Em “faltou...a esse compromisso”, o a é preposição, porém
não há a possibilidade de um artigo diante do pronome demonstrativo
esse, portanto não ocorre a crase; D: incorreta, o verbo assistir exige
preposição a, porém a palavra “filmes” é um substantivo masculino
Gabarito 1C
Gabarito “D”
Gabriel García Marquez cresceu
em meio ... plantações de banana de Arataca, situada
... poucos quilômetros do vilarejo de Macondo, que ele
se dedicou ... retratar na obra Cem anos de solidão.
(TRT/23ª – 2011 – FCC)
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima,
na ordem dada:
(A) as
-à-a
(B) as - à - à
(C) às - a - a
(D) às - à - à
(E) as - a - à
“(...) cresceu em meio a (preposição. Também poderia ser às, porém
não existe essa opção nas alternativas. Não ocorre a crase. A palavra
“plantações” está no plural e não há o artigo definido feminino) plantações (...), situada a (preposição) poucos quilômetros do vilarejo de
Macondo, que ele se dedicou a (preposição. Antes de verbo nunca há
artigo, logo, nunca ocorre a crase) retratar na obra Cem anos de solidão.
Gabarito “C”
7
10
13
16
19
22
O começo foi lá atrás e não foi fácil. A profissão que
hoje dá orgulho a Tião, aos 32 anos de idade, já foi motivo de
vergonha. Ele começou a catar lixo com onze anos, com a
família. “Para mim, catar lixo era natural”, diz. Para os outros,
não. Sua mãe deu uma entrevista e ele passou a ser perseguido
pelos colegas da escola. No dia seguinte ao da entrevista,
chegou à sala de aula e viu escrito na lousa: “Tião, filho da
xepeira”, uma referência à xepa, prática de pegar os restos de
feiras para levar para casa. Em uma festa da escola, Tião
dançava com a namoradinha, quando um menino anunciou pelo
microfone: “Olha, ela está dançando com o filho da xepeira.”
Humilhado, Tião saiu da festa correndo. Saiu também da
escola. Ficou cinco anos sem estudar. Agora cursa o
segundo ano do ensino médio. Seu sonho é cursar sociologia.
No documentário Lixo Extraordinário, Tião diz que
gosta de Nietzsche e Maquiavel. Ele encontrou um exemplar de
O Príncipe, de Maquiavel, no meio do chorume do aterro.
Depois de ler, ficou comparando os príncipes descritos por
Maquiavel com líderes do tráfico. Ele conta que a obra foi
fundamental quando estava começando sua própria liderança.
Depois da indicação ao Oscar, ele acha que sua voz vai chegar
muito mais longe que os trezentos metros quadrados do galpão
sufocante da associação dos catadores. “Quem nunca teve voz
agora vai ter, agora vão nos ouvir”, diz ele.
Sebastião Carlos dos Santos. Do lixo ao Oscar.
In: Época, 31/1/2011, p. 12 (com adaptações).
(Analista – TRE/PI – 2009 – FCC) A frase inteiramente correta,
considerando-se a presença ou a ausência do sinal
de crase, é:
(A) A mentira,
mesmo justificada por certas circunstâncias, pode ser desmascarada à qualquer momento,
à vista dos fatos apresentados.
(B) Submetida a avaliação da opinião popular, a política
deve pautar-se pela lisura e pela veracidade voltadas
para à resolução de conflitos.
(C) Quanto a defesa da ética, ela é sempre necessária, à
fim de que a ação política seja vista como verdadeira
representação da vontade popular.
(D) Os governados, como preceituam as normas
democráticas, têm direito a informações exatas e
submetidas à verdade dos fatos.
(E) A verdade dos fatos políticos está subordinada,
segundo pensadores, à uma lógica particular, à
depender dos objetivos do momento.
A: incorreta, “a qualquer momento” – não ocorre a crase; “à vista” – ocorre
a crase nessa locução; B: incorreta, “Submetida à avaliação” – a palavra
regente submetida exige a preposição a e a palavra regida avaliação aceita
o artigo definido feminino. Ocorre a crase; “para a resolução” – esse a é
um artigo. Não ocorre a crase, pois não há a preposição a; C: incorreta,
“a fim de que” – não ocorre a crase antes da palavra fim, que é precedida
pela preposição a; D: correta, “direito a informações” – não ocorre a crase,
pois nesse sintagma temos apenas a preposição a exigida pela palavra
regente direito; “submetidas à verdade” – a palavra regente submetidas
exige a preposição a e a palavra regida verdade aceita o artigo definido
feminino. Ocorre a crase; E: incorreta, “subordinada a uma lógica” – a
palavra regente subordina exige a preposição a e a palavra regida lógica
está determinada pelo artigo indefinido. Não ocorre a crase; “a depender”
– não ocorre crase antes de verbo.
Gabarito “D”
É difícil ficar indiferente à causa defendida por algumas organizações
não governamentais que ajudam a [preposição – nunca ocorre a crase
antes de verbo, pois não se coloca artigo antes de verbo] captar recursos
para preservar a [o verbo preservar não exige preposição] cultura de
tribos da floresta amazônica.
4
O verbo regente chegar e o termo regente referência exigem a preposição a, as palavras regidas aceitam o artigo definido feminino.
Ocorre a crase.
Julgue os itens a seguir
quanto ao emprego do acento grave nas frases neles
apresentadas.
(Analista – TRE/MA – 2009 – CESPE)
I.
II.
III.
IV.
Acostumado à vida parlamentar, o senador resistiu
à reação desproporcional pretendida pela bancada
oposicionista.
A rotina, à qual o ator aderira em 2001, era igual à
de sua parceira de novelas.
Inúmeros países, à partir daí, não criaram obstáculos
à paz.
A globalização financeira, associada à melhores
instituições e à estabilidade macroeconômica, contribuiu para elevar a taxa de investimento do Brasil.
Estão certos apenas os itens
(A) I
(B) I
e II.
e III.
I: incorreta, o verbo regente acostumar exige a preposição a. A palavra
regida vida aceita o artigo a. Ocorre a crase; o verbo regente resistir
exige a preposição a. A palavra regida reação aceita o artigo a. Ocorre
a crase; II: incorreta, o verbo regente aderir exige a preposição a.
Ocorre a crase (“o ator aderira à rotina”); a palavra regente igual exige
a preposição a. Após a palavra “igual” há omissão do sintagma “a
rotina” (“era igual à rotina”). Ocorre a crase; III: correta, não ocorre a
crase antes de verbo (“a partir daí”); IV: incorreta, a palavra regente
associada exige a preposição a e o sintagma “melhores instituições”
aceita o artigo definido feminino plural. Estão corretas as formas:
“associada a melhores instituições e à estabilidade” ou “associadas
às melhores instituições e à estabilidade”.
(Analista – TJ/PR – 2009) Todos
os períodos a seguir foram
retirados da revista ISTO É, de 17 jun. 2009. Propositadamente se retiraram os acentos indicativos de crase.
Assinale a opção em que tal acento é proibido.
(A) “A Transegur
terá que pagar indenização a União.”
(p. 32)
(B) “O ex-presidente dos Estados Unidos, Ronald
Reagan, ao final de seu mandato (1981 – 1989),
comparou a política a um show biz:” (p. 36)
(C) “O Ministério da Justiça receberá 900 bafômetros. E
mais da metade destes equipamentos será repassada as polícias estaduais...” (p. 35)
(D) “Cada vez mais conectado a era digital, o presidente
cria blog do Planalto e lança perfis...” (p. 40)
(E) “Elas são a melhor maneira de dar transparência as
campanhas e mandatos.” (p. 42)
A: incorreta, uso obrigatório pela regência do verbo pagar: “que pagar
indenização à União”; B: correta, não ocorre a crase nessa assertiva. O
verbo transitivo direto e indireto comparar exige a preposição a, porém
o termo regido show biz é masculino: “comparou a política a um show
biz”; C: incorreta, uso obrigatório pela regência do verbo repassar: “será
repassada às polícias estaduais...”; D: incorreta, uso obrigatório pela
regência da palavra conectado: “conectado à era digital”; E: incorreta,
uso obrigatório pela regência do verbo dar: “dar transparência às
campanhas e aos mandatos.”.
1
Em um artigo publicado em 2000, e que fez muito
sucesso na Internet, Cristovam Buarque desenhava um idílico
mundo futuro, liberto das soberanias nacionais, em que tudo
4 seria de todos. Se tudo der certo no planeta (o que é
discutível), quem sabe um dia, daqui a mil ou dois mil anos,
cheguemos lá. Como nada ainda deu certo no planeta, a
7 internacionalização só será aceitável quando se cumprirem
duas premissas. Primeira: que desapareçam os Estados
nacionais. Segunda: que os grupos, ou comunidades, ou
10 sociedades que restarem mantenham entre si relações
impecavelmente equitativas. Quem sabe um dia...
Roberto Pompeu de Toledo. “Amazônia: premissas para sua entrega”.
In: Veja, 28/5/2008 (com adaptações).
(Analista – STJ – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item, a
respeito da organização das ideias do texto acima.
(1)
Mantêm-se a coerência de ideias e a correção gramatical do texto ao se empregar o sinal indicativo
de crase no “a”, em “a internacionalização” (l.6-7),
situação em que esse termo seria empregado como
objeto direto preposicionado.
1: incorreta, na oração “a internacionalização só será aceitável”, o
artigo definido feminino singular acompanha o sujeito. Não há motivo
para a ocorrência da crase, nem de objeto direto preposicionado. A
assertiva está errada.
1
Pode-se dizer que há complexidade onde quer que
se produza um emaranhamento de ações, de interações, de
retroações. E esse emaranhamento é tal que nem um
4 computador poderia captar todos os processos em curso. Mas
há também outra complexidade que provém da existência de
fenômenos aleatórios (que não podem ser determinados e
7 que, empiricamente, agregam incerteza ao pensamento).
Pode-se dizer, no que concerne à complexidade, que há um
polo empírico e um polo lógico e que a complexidade
10 aparece quando há simultaneamente dificuldades empíricas
e dificuldades lógicas. Pascal disse há já três séculos: “Todas
as coisas são ajudadas e ajudantes, todas as coisas são
13 mediatas e imediatas, e todas estão ligadas entre si por um
laço que conecta umas às outras, inclusive as mais
distanciadas. Nessas condições — agrega Pascal —
16 considero impossível conhecer o todo se não conheço as
partes”. Esta é a primeira complexidade: nada está isolado no
Universo e tudo está em relação.
Edgard Morin. “Epistemologia da complexidade”. In: Dora
Fried Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade.
Porto Alegre: Artmed, 1996, p. 274
(com adaptações).
(Analista – STJ – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item, a res-
peito de redações alternativas para termos e estruturas
linguísticas do texto acima.
(1)
A retirada do sinal indicativo de crase em “no que
concerne à complexidade” (l.8) altera as relações de
sentido entre os termos, mas preserva sua correção
gramatical.
1: correta, as relações sintático-semânticas ficam alteradas com a
retirada do sinal grave na expressão “no que concerne à complexidade”.
A frase isolada “no que concerne a complexidade” pode fazer sentido
se considerarmos “a complexidade” como sujeito do verbo transitivo
indireto concernir. A frase não mostra o complemento verbal de concernir. A assertiva está correta.
(Analista – TRT/1ª – 2008 – CESPE) Assinale a opção em que
a frase apresenta o emprego correto do acento grave
indicativo de crase.
(A) Isto
não interessa à ninguém.
costumamos comprar roupas à prazo.
(C) O estudante se dirigiu à diretoria da escola.
(D) Caminhamos devagar até à entrada do estabelecimento.
(E) Essa é a instituição à que nos referimos na conversa
com o presidente.
(B) Não
A: incorreta, o verbo interessar exige a preposição a, porém não há
artigo definido antes do pronome “ninguém”. Não ocorre a crase; B:
incorreta, não ocorre crase na expressão “a prazo”. A palavra prazo
é masculina. Esse a é uma preposição; C: correta, o verbo regente
dirigir exige a preposição a e a palavra regida “diretoria” aceita o
artigo definido feminino. Ocorre a crase; D: incorreta, não ocorre a
crase em “até a entrada”. Esse a é um artigo. Não há a preposição a
para que a contração ocorra; E: incorreta, em “a que nos referimos”
não ocorre a crase antes do pronome relativo que, pois esse não
aceita artigo definido, desse modo, não há a contração necessária
para que a crase ocorra.
Gabarito “C”
–à–a
(B) a – à – a
(C) a – à – à
(D) à – a – a
(E) à – a – à
Nos trechos “chegou à sala de aula” (l.7) e “uma
referência àxepa” (l.8), o emprego do sinal indicativo
de crase, opcional em ambos os casos, justifica-se
pela regência, respectivamente, da forma verbal
“chegou” e do substantivo “referência”.
e IV.
e IV.
(E) III e IV.
(D) II
Gabarito “B”
(A) à
(1)
(C) I
85
Gabarito 1C
Gabarito “E”
É difícil ficar indiferente ...... causa
defendida por algumas organizações não governamentais que ajudam ...... captar recursos para preservar ......
cultura de tribos da floresta amazônica. Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada:
(TRT/14ª – 2011 – FCC)
(Analista – TJ/ES – 2011 – CESPE) Com referência às ideias
do texto acima e às estruturas nele empregadas, julgue
o item seguinte.
Gabarito “A”
e plural. Não cabe o artigo definido feminino, não ocorre a crase. E:
correta, os verbos confiar e obter exigem preposição a, os substantivos
“priminha” e “revelia” aceitam o artigo definido feminino. Ocorre a crase.
1
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
Gabarito 1E
84
Justifica-se o uso do sinal de crase SOMENTE em
(A) II
e III.
e II.
(C) I e III.
(D) I.
(E) III.
(B) I
I: incorreta, o verbo estabelecer é transitivo direto e não exige preposição a. Não se trata do uso da expressão “à medida que”, que significa
“à proporção que”; II: correta, o verbo assistir na acepção de “ser da
competência ou atribuição de (alguém); caber, competir” é transitivo
indireto e exige preposição a; III: incorreta, a expressão “à vontade”
que significa “livremente, a bel-prazer” está correta com o acento grave,
indicador da crase.
Gabarito “A”
4
7
10
13
16
19
22
25
28
31
normas que determinam o uso do sinal de crase em:
O conceito de verdade tem sido abordado e
compreendido de diferentes formas por diversos pensadores
e por diversas escolas filosóficas. Os filósofos gregos
começaram a buscar a verdade em relação ou oposição à
falsidade, ilusão, aparência. De acordo com essa concepção,
a verdade estaria inscrita na essência, sendo idêntica à
realidade e acessível apenas ao pensamento, e vedada aos
sentidos. Assim, um elemento necessário à verdade era a
“visão inteligível”; em outras palavras, o ato de revelar, o
próprio desvelamento.
Já para os romanos, a verdade era Veritas, a
veracidade. O conceito era sempre aplicado, isto é, remetia
a uma história vivida que pudesse ou não ser comprovada.
Essa concepção de verdade subordinava-a, portanto, à
possibilidade de uma verificação. A formulação do
problema do “critério de verdade” ocupou os adeptos da
gnosiologia, aqueles que se dedicavam ao estudo das
relações do pensamento, e de seu enunciado, sua forma de
tradução na comunicação humana com o objeto ou fato real,
em que se buscava uma relação de correspondência. Para a
lógica, o interesse circunscrevia-se na correção e(ou)
coerência semântica do discurso, da enunciação,
descartando a reflexão sobre o mundo objetivo.
Para o filósofo Heidegger, as verdades são respostas
que o homem dá ao mundo. Ressalte-se a utilização do
termo no plural, quando o conceito de verdade perde o
critério do absoluto e(ou) do indivisível. Portanto, não
haveria mais uma verdade filosófica, mas várias verdades.
Esse sentido mais pluralista também é defendido por
Foucault, para quem o significado de verdade seria o de
expressão de determinada época, cada qual com sua
verdade e seu discurso.
Iluska Coutinho. O conceito de verdade e sua utilização no
jornalismo. Internet: <www.metodista.br/unesco/gcsb>
(com adaptações).
(Analista – TRE/GO – 2008 – CESPE) Assinale a opção correta
a respeito do emprego da crase nas estruturas linguísticas do texto.
(A) A
(Analista – TRF/5ª – 2008 – FCC) Há rigorosa observância das
retirada do sinal indicativo de crase em “à possibilidade” (l.14-15) provocaria erro gramatical e
incoerência nas ideias do texto, por transformar
objeto indireto em objeto direto na oração.
(A) A
medida que afere o otimismo pode também avaliar o pessimismo, pois àquela ou à esta sensação
corresponde alguma dose de idealismo.
(B) O texto não nos leva à paradoxos gratuitos, mas à
necessidade de reconhecer uma intersecção entre
o otimismo e o pessimismo.
(C) Cabe às pessoas decidir, à cada experiência, se
lhes convém entregar-se à determinada sensação,
a determinado humor.
(D) O otimismo não fica à léguas do pessimismo; tendem
ambos à convergir, conforme comprovam nossas
próprias experiências.
(E) Não assiste às ciências positivas o direito de aspirar
à definição cabal da fronteira entre o pessimismo e
o otimismo.
A: incorreta, a locução “à medida que” leva crase; “alguma dose de
idealismo corresponde àquela ou a esta sensação”: o verbo regente
corresponder exige a preposição a. O pronome demonstrativo
“aquela” aceita a crase. Não ocorre a crase diante do pronome
demonstrativo “esta”. B: incorreta, “leva a paradoxos”: o verbo
regente levar exige a preposição a. A palavra regida paradoxos,
masculina e plural, não aceita o artigo feminino. Não ocorre a crase
diante dessa palavra. A outra palavra regida, “necessidade” aceita o
artigo definido feminino. Nesse caso, ocorre a crase; C: incorreta,
“Cabe às pessoas”: o verbo regente caber exige a preposição a. A
palavra regida pessoas aceita o artigo feminino. Ocorre a crase; “a
cada experiência”: não há porque ocorrer a crase antes de cada;
“entregar-se à determinada sensação”: o verbo regente entregar-se
exige a preposição a. O sintagma regido determinada sensação aceita
o artigo feminino. Ocorre a crase; D: incorreta, “a [preposição – não
ocorre a crase] léguas”; “tendem a convergir”: o verbo regente tender
exige a preposição a. A palavra regida é um verbo (convergir). Não
ocorre a crase; E: correta, o verbo regente assistir na acepção de
“ser da competência” é transitivo indireto e exige a preposição a.
A palavra regida ciências aceita o artigo feminino. Ocorre a crase;
“aspirar à definição”: o verbo regente aspirar na acepção de “almejar”
é transitivo indireto e exige a preposição a. A palavra regida definição
aceita o artigo feminino. Ocorre a crase.
Gabarito “E”
1
A: incorreta, a retirada do sinal indicativo de crase em “à possibilidade”
provocaria erro, pois se trata do objeto indireto do verbo subordinava.
O objeto direto é o pronome a; B: correta, não haverá alterações sintático-semânticas ao se inserir à: “a verdade em relação ou oposição
à falsidade, à ilusão, à aparência”; C: incorreta, o uso da crase em “à
realidade” justifica-se pela regência da palavra idêntica, porém o uso da
contração da preposição e do artigo em “ao pensamento” se justifica
em pela regência da palavra acessível; D: incorreta, em “remetia a uma
história”, a palavra a é preposição exigida pelo verbo remeter. Não
ocorre a crase antes de “uma”.
(Analista – TJ/MT – 2008 – VUNESP)
quanto ao uso da crase.
Assinale a frase correta
(A) A
discussão trata da transferência da corte portuguesa à esta cidade.
(B) Alguns historiadores são avessos à qualquer comemoração do evento.
(C) O Rio de Janeiro deveria dedicar-se ao combate à
violência urbana.
(D) A violência urbana deve ser motivo de vergonha à
toda a nação brasileira.
(E) Dom João VI recusou-se a ficar cara à cara com as
tropas napoleônicas.
A: incorreta, “a [preposição] esta cidade”: não ocorre a crase diante
do pronome demonstrativo “esta”; B: incorreta, a palavra regente
avessos exige a preposição a, porém não há artigo definido ou pronome demonstrativo para que a crase ocorra. O pronome qualquer é
indefinido; C: correta, “combate à violência”: a palavra regente combate
exige a preposição a. A palavra regida violência aceita o artigo definido
feminino. Ocorre a crase; D: incorreta, “a [preposição] toda a nação”; E:
incorreta, não ocorre a crase na expressão “cara a cara”.
1
4
7
Há séculos os estudiosos tentam entender os
motivos que levam algumas sociedades a evoluir mais rápido
que outras. Só recentemente ficou patente que, além da
liberdade, outros fatores intangíveis são essenciais ao
desenvolvimento das nações. O principal deles é a
capacidade de as sociedades criarem regras de conduta que,
caso desrespeitadas, sejam implacavelmente seguidas de
sanções.
Veja, 5/9/2007 (com adaptações).
Julgue o seguinte item,
a respeito da organização das ideias no texto acima.
(Analista – TRT/9ª – 2007 – CESPE)
(1)
A ausência de sinal indicativo de crase em “a evoluir” (l.2) indica que o fato de evoluir é considerado
de maneira genérica e indeterminada; se a opção
fosse pela determinação, com a presença de artigo
definido, seria obrigatório o uso de crase.
1: incorreta, a crase não pode ocorrer antes de um verbo. A assertiva
está errada.
Justificam-se ambas as
ocorrências do sinal de crase em:
(Analista – TRT/23ª – 2007 – FCC)
(A) Na
entrevista que concedeu à TV, a juíza recorreu
à uma frase de Disraeli.
(B) A frase à que se reportou a juíza diz respeito à
distinções éticas.
(C) Faltam audácia e iniciativa à quem deveria propor-se
às ações afirmativas.
(D) Não se abra àqueles inescrupulosos o campo favorável à impunidade.
(E) A comunidade dos justos assiste à obrigação de dar
combate à tal ousadia.
A: incorreta, “(...) que concedeu à [1] TV, a juíza recorreu a [2] uma
frase (...)”; [1]: ocorre a crase. O verbo conceder é transitivo indireto e
exige a preposição a. A palavra “TV” é feminina e aceita o artigo definido
feminino; [2]: não ocorre a crase. O verbo recorrer é transitivo indireto
e exige a preposição a. A palavra “frase” é feminina e está determinada
pelo artigo indefinido; B: incorreta, “A frase a [3] que se reportou a [4]
juíza diz respeito a [5] distinções (...)”; [3]: preposição; [4] artigo: “a
juíza” é sujeito do verbo reportar; [5]: preposição – a palavra regente
“respeito” exige a preposição a; C: incorreta, “Faltam [6] audácia e
iniciativa a [7] quem deveria propor-se às [8] ações (...)”; [6]: o verbo
87
faltar transitivo indireto – exige preposição a; [7]: preposição. Não
ocorre a crase; [8]: o verbo regente pronominal propor-se é transitivo
indireto e exige preposição a. A palavra feminina “ação” aceita artigo
definido feminino; D: correta. Não se abra àqueles [9] inescrupulosos
o campo favorável à [10] impunidade.”; [9] o verbo abrir na acepção de
“tornar acessível” é bitransitivo. Seu objeto direto é “o campo favorável
à impunidade” e seu objeto indireto é “àqueles inescrupulosos”. Ocorre
a crase com a contração da preposição a e do pronome demonstrativo;
[10]: a palavra regente “favorável” exige preposição a. A palavra regida
“impunidade” aceita o artigo definido feminino a. Ocorre a crase; E:
incorreta, “A comunidade dos justos assiste à [11] obrigação de dar
combate a [12] tal ousadia.”; [11]: o verbo assistir quando significa
“presenciar” é transitivo indireto e exige a preposição a. A palavra
obrigação aceita artigo definido feminino. Ocorre a crase; [12]: o verbo
dar é bitransitivo. A palavra combate corresponde ao objeto direto e os
termos “a tal ousadia” ao objeto indireto. Esse a é preposição.
(Analista – TRE/MS – 2007 – FCC) Quanto à acentuação, grafia
das palavras e ocorrência do sinal de crase, a frase
inteiramente correta é:
(A) Uma
revolução no ensino não se faz de modo
fortuíto, mas voltada à uma transformação real e
motivada das formas de pensamento.
(B) Educação não é simples tarefa para filântropos, mas
um emprendimento cultural que cabe à sociedade
elevar à níveis de excelência.
(C) Uma reforma não é o mesmo que uma revolução do
ensino: falta àquela o teor de radicalismo necessário
e consequente que é inerente a esta.
(D) O autor recorreu a varias formas verbais no infinitivo para enfatisar o valor de cada ação que julga
imprecindível à uma revolução no ensino.
(E) Não será à partir de tímidas reformas que se provirá a educação dos meios para, de fato, construir
pessoas e desenvolver ideias.
A: incorreta, fortuito; “voltada a uma transformação” – a palavra regente
voltada exige a preposição a, porém a palavra regida transformação
está determinada por um artigo indefinido. Não ocorre a crase; B:
incorreta, filantropo; empreendimento; “cabe à sociedade” – ocorre a
crase; “elevar a níveis” – não ocorre a crase. Esse a é uma preposição.
A palavra nível é masculina; D: incorreta, enfatizar; “imprescindível a
uma” – a palavra regente imprescindível exige a preposição a, porém a
palavra regida transformação está determinada por um artigo indefinido;
E: incorreta. a partir (sem crase) e proverá (e não provirá).
Gabarito “C”
III.
segundo período do texto (l.3-5), mantêm-se
as relações semânticas, bem como a correção
gramatical, ao se inserir à antes de “ilusão” e antes
de “aparência”.
(C) Tanto o uso da crase em “à realidade” (l.6-7) como
da contração em “ao pensamento” (l.7) justificam-se
pelas relações de regência de “idêntica” (l.6).
(D) Nas linhas 12 e 13, preservam-se as relações de
regência de “remetia”, bem como a correção gramatical do texto, ao se inserir um sinal indicativo de
crase em “a uma história”.
Gabarito 1E
II.
Não é possível estabelecer à medida que distancia
um notório tímido de um notório extrovertido.
Não assiste às pessoas extrovertidas o privilégio
exclusivo de se fazerem notar; também as tímidas
chamam a atenção.
Ainda que com isso não se sintam à vontade, os
tímidos costumam captar a atenção de todos.
(B) No
Gabarito “B”
I.
Atente para as seguintes
Gabarito “C”
(Analista – TRT/2ª – 2008 – FCC)
frases:
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
Gabarito “D”
86
(Analista – TRE/PB – 2007 – FCC) Quanto à observância da
necessidade do sinal de crase, a frase inteiramente
correta é:
(A) Não
falta à perspectiva adotada pelo autor o subjetivismo de quem se apega àquelas razões que a
ciência não considera.
(B) Os homens desconheciam, à princípio, que o sol
constituía o centro do nosso sistema, que cabia à
essa estrela a primazia de protagonista.
(C) Na Antiguidade, àqueles astrônomos e teólogos que
consideravam a Terra como o centro do universo não
se oferecia à menor contestação.
(D) Sempre coube a grande poesia, como no caso da de
Fernando Pessoa, celebrar às visões totalizadoras
do nosso planeta.
(E) Uma à uma, as teorias da astrofísica vão atualizando
os conhecimentos que se destinam à descrever o
funcionamento do universo.
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
O verbo agraciar é transitivo direto (“agracia a juventude”). O sintagma
“a juventude” é o objeto direto. Não ocorre a crase. Em “não está a
salvo” não ocorre crase diante de palavra masculina.
Gabarito “E”
(Analista – TRF/4ª – 2007 – FCC) Quanto à observância da
necessidade do sinal de crase, a frase inteiramente
correta é:
(A) Voltam-me
à memória os romances a que me dediquei como jovem leitor, bem como os filmes a que
assisti com tanto prazer.
(B) Se à princípio os jovens demonstram pouco interesse pelas ficções, o contínuo estímulo a elas pode
reverter esse quadro.
(C) Quem se entrega à boa leitura pode avaliar sua
inestimável contribuição à uma vida interior mais
rica e mais profunda.
(D) Ao se referir à ficção de “O Caçador de Pipas”, o
autor tomou-a como exemplo essencial a argumentação que desenvolvia.
(E) Os que se dedicam à cultivar a boa literatura sabem
o quanto é difícil dotar as palavras de um sentido
verdadeiramente essencial.
A: correta, o verbo regente voltar-se exige a preposição a; o verbo regente
dedicar-se exige a preposição a; o verbo regente assistir exige a preposição
a; B: incorreta, “a princípio”: não ocorre a crase antes de palavra masculina;
C: incorreta, “se entrega à boa leitura”: o verbo regente entregar-se exige
a preposição a. A palavra regida leitura aceita o artigo feminino. Ocorre
a crase; “contribuição a uma vida”: a palavra regente contribuição exige
a preposição a. A palavra regida vida está determinada por um artigo
indefinido. Não ocorre a crase; D: incorreta, “se referir À ficção”: o verbo
regente referir-se exige a preposição a. A palavra regida ficção aceita o
artigo feminino. Ocorre a crase; “essencial à argumentação”: o vocábulo
para se chegar à conclusão de que uma língua se
constitui a partir de muitos intercâmbios com outras.
(B) Ao se referir à língua de Cabral, o autor do texto lembra que, àquela época, certas sonoridades não eram
estranhas às do português que se fala hoje no Brasil.
(C) Assim, à primeira vista, não é fácil avaliar o que há
de idêntico entre a prosódia brasileira e aquela que
se verifica em Lisboa.
(D) Tendo em vista a necessidade de se preservar a
estrutura de uma língua, apela-se, com frequência,
às sistematizações da gramática normativa.
(E) Daqui a um bom tempo, o português falado no Brasil
poderá estar a uma considerável distância do que
se fala hoje.
Ocorre a crase quando há a contração da preposição a e do artigo definido
a ou do pronome demonstrativo. O verbo agarrar-se é transitivo indireto e
exige a preposição a. Na oração “Não é preciso agarrar-se a nenhuma teoria”
temos apenas a preposição. A palavra feminina “teoria” não está determinada por um artigo definido e sim por um pronome. Não ocorre a crase.
(Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC) Quanto à observância do sinal
de crase, a frase inteiramente correta é:
(A) Triste
de quem só se reconhece à partir da imagem
que os outros ficam à construir.
(B) Não nos desanime à espera que uma autoanálise
requer para que cheguemos à uma imagem verdadeira de nós mesmos.
(C) Nossa imagem artificial fica à distância de nós
mesmos, embora achemos que ela corresponda as
nossas verdades mais profundas.
(D) Entre a imagem superficial e a imagem profunda de
nós mesmos, costuma-se atribuir mais valor àquela
do que a esta.
(E) Assim como um bom médico assiste à paciente
debilitada, assim também deveríamos nos preocupar
em reanimar à verdade do nosso ser.
A: incorreta, “(...) reconhece a [preposição – não ocorre a crase antes
de verbo] partir da imagem que os outros ficam a [preposição – não
ocorre a crase antes de verbo] construir.”; B: incorreta, Não nos desanime à [uso correto antes de nome (substantivo) feminino] espera que
uma autoanálise requer para que cheguemos a [preposição – o verbo
chegar exige preposição a e a palavra regida imagem está precedida por
artigo indefinido. Não ocorre a crase.] uma imagem (...)”; C: incorreta,
“Nossa imagem artificial fica à distância [uso correto nessa locução.
A distância está especificada (‘de nós mesmos’), nesse caso usa-se a
crase.] de nós mesmos, embora achemos que ela corresponda às [o
verbo corresponder é transitivo indireto e exige preposição a. O termo
regido “verdades” aceita artigo. Ocorre a crase.] nossas verdades mais
profundas.”; D: correta, o verbo regente atribuir é transitivo direto e
indireto. A palavra regida é feminina e aceita o artigo definido feminino:
“costuma-se atribuir mais valor àquela”; E: incorreta, “assiste à [uso
correto, pois o verbo regente assistir na acepção de prestar auxílio
é transitivo indireto e exige preposição a] paciente debilitada, assim
também deveríamos nos preocupar em reanimar a [artigo – o verbo
reanimar é transitivo direto e não exige preposição] verdade (...)”.
Gabarito “D”
à televisão sem sequer atentar para o que está vendo.
à juventude de hoje dedicar-se à substituição
dos apelos do mercado por impulsos que, em sua
verdade natural, façam jus à capacidade humana
de sonhar.
(C) Os sonhos não se adquirem à vista: custa tempo
para se elaborar dentro de nós a matéria de que
são feitos, às vezes à revelia de nós mesmos.
(D) Compreenda-se quem aspira à estabilidade de um
emprego, mas prestem-se todas as homenagens
àquele que cultiva seus sonhos.
(E) Quem acha que agracia à juventude de hoje com
elogios ao seu pragmatismo não está à salvo de ser
o responsável pela frustração de toda uma geração.
(B) Cabe
(A) Não é preciso agarrar-se à nenhuma teoria linguística
se estenderam os benefícios da tecnologia
àqueles que sempre viveram à margem do progresso.
(B) Ao pensamento do autor opõem-se àqueles que
preferem a exclusividade à universalização dos
benefícios trazidos pela tecnologia.
(C) É sobretudo à luz da ética e da política que se
revela claramente a exclusão que tem sido imposta
à grande maioria da população do planeta.
(D) Não se devem levar àqueles que estão excluídos
informações falsas, como a de que os avanços
tecnológicos servem a todas as pessoas.
(E) Quando se atribui a não importa quem seja algum
direito exclusivo, a essa exclusividade corresponderão muitas exclusões.
O sujeito do verbo opor-se é a oração: “aqueles [não ocorre a crase] que
preferem a exclusividade [objeto direto do verbo ‘preferir’] à [correto
uso da crase – “à universalização” é o objeto indireto do verbo “preferir’]
universalização dos benefícios trazidos pela tecnologia.” O sintagma “Ao
pensamento do autor” é o objeto indireto do verbo opor-se.
(Analista – TRT/11ª – 2005 – FCC) Quanto à necessidade ou não
do sinal de crase, está inteiramente correto o que se lê em:
(A) Esse
grande físico não pertenceu àquele grupo de
cientistas que se mantinham a margem das contingências, desatentos ao mundo à sua volta.
(B) Einstein não se limitou à escrever textos científicos;
lançou-se à roda dos grandes debates políticos
internacionais, à cuja órbita se prendiam as decisões
cruciais do pós-guerra.
(C) O cerceamento à liberdade, nos regimes totalitários,
leva a indignação coletiva às alturas quando os que
mais têm a dizer são intimados a calar-se.
(D) Não cabe à qualquer pessoa levar a cabo uma experiência científica, mas à toda gente cabe decidir sobre o
emprego que se dará às novas ferramentas da ciência.
(E) Com os nervos à flor da pele, assistimos na TV à
uma cena em que um homem rude, promovido a
condição de milagreiro, dava início a tão anunciada
intervenção cirúrgica.
A: incorreta, “Esse grande físico não pertenceu àquele [O verbo pertencer
é transitivo indireto e exige preposição a. O pronome demonstrativo permite que a crase ocorra.] grupo (...) que se mantinham à margem [essa
locução é uma expressão que nesse contexto significa ‘sem participação’.
Leva acento grave] (...)”; B: incorreta, Einstein não se limitou a [não ocorre
a crase antes de verbo, uma vez que a crase é o encontro entre a preposição a e o artigo feminino a (ou do pronome demonstrativo)] escrever
textos científicos; lançou-se à roda [essa locução é uma expressão que
nesse contexto significa ‘em torno de’. Leva acento grave] dos grandes
debates políticos internacionais, a [preposição – o verbo regente prender é
pronominal e bitransitivo na acepção de vincular-se. Não ocorre a crase.]
cuja órbita se prendiam as decisões cruciais do pós-guerra.”; C: correta,
o cerceamento à [o verbo regente cercear no sentido de ‘impor limite a’ é
bitransitivo] liberdade, nos regimes totalitários, leva a indignação coletiva
às alturas [o verbo regente levar é transitivo direto e indireto e exige a
preposição a] quando (...); D: incorreta, “Não cabe a [preposição – não
ocorre a crase] qualquer pessoa levar a cabo uma experiência científica,
mas a [preposição – não ocorre a crase] toda gente cabe decidir sobre o
emprego que se dará às [ocorre a crase] novas ferramentas da ciência.”;
E: incorreta, “Com os nervos à flor da pele [essa locução é uma expressão
que leva acento grave], assistimos na TV a [preposição – o verbo regente
assistir no sentido de ‘ver ou ouvir um espetáculo’ é transitivo indireto e
exige preposição a. Não ocorre a crase, pois não há artigo a ou pronome
(Analista – TRE/MG – 2005 – FCC) Justifica-se o sinal de crase
em ambos os elementos sublinhados na frase:
(A) Opõe-se
o autor àqueles fundamentalistas que não
admitem rever os resultados à que chegaram.
(B) Hawking dispôs-se à apresentar a um plenário de
cientistas correções à sua teoria dos buracos negros.
(C) A quem aspira às certezas dogmáticas não satisfarão as hipóteses de trabalho, sempre sujeitas à
alguma revisão.
(D) Hawking filia-se à tradição dos grandes cientistas,
que sempre souberam curvar-se às evidências de
um equívoco.
(E) Fundamentalista é todo aquele que prefere às certezas
dogmáticas às hipóteses sujeitas a verificação e a erro.
A: incorreta, o verbo regente opor-se exige preposição a. O pronome
demonstrativo aquele permite a contração. Ocorre a crase; o verbo regente
chegar exige a preposição a, porém a palavra que não é determinada por
um artigo. Não ocorre a crase (“resultados a que chegaram”); B: incorreta,
o verbo regente dispor-se exige preposição a, porém não ocorre a crase
antes de verbos: “dispôs-se a apresentar”; a palavra regente correções
exige a preposição a. Diante de pronome possessivo feminino, o uso da
crase não é obrigatório: “correções a sua teoria” ou “correções à sua
teoria”; C: incorreta, o verbo regente aspirar exige preposição a; a palavra
regente sujeitas exige preposição a. Porém, não ocorre a crase com o
pronome indefinido alguma: “sujeitas a alguma revisão”; D: correta, o
verbo regente filiar-se exige preposição a. A palavra tradição aceita o
artigo a. Ocorre a crase; o verbo regente curvar-se exige preposição a.
A palavra evidências aceita o artigo a. Ocorre a crase. A assertiva D é a
correta; E: incorreta, o verbo preferir é bitransitivo: há um objeto direto
(“as certezas”) e um objeto indireto (“às hipóteses”).
Durante um bom tempo, a administração da Justiça,
no Brasil, fez-se por intermédio do Ouvidor-Geral, a quem
se podia recorrer no caso de haver discordância com relação
4 às decisões dos ouvidores setoriais, responsáveis pelas
comarcas estabelecidas em cada uma das capitanias
hereditárias. Modernamente, a função do ouvidor está
7 relacionada às tarefas de ouvir e de encaminhar as
solicitações do cidadão, e as experiências dos municípios e
estados que instalaram ouvidorias têm comprovado a
10 importância da aliança entre governantes e governados para
o fortalecimento de nossas instituições democráticas. Ao se
fazer um apanhado histórico do papel do ouvidor na estrutura
13 do Poder Judiciário, no Brasil, é importante ressaltar que seu
surgimento se deu com o objetivo de proteger o cidadão
contra qualquer tipo de abuso, garantindo-lhe os direitos
16 fundamentais, hoje elencados pela própria Constituição
Federal.
1
Internet: <http://www.camara.gov.br>.
Tendo por base o texto
acima, julgue o item que se segue.
Analista – TRT/10ª – 2004 – CESPE)
(1)
O emprego de sinal indicativo de crase em “as
experiências” (l.8) preservaria o sentido original e a
correção gramatical do texto.
1: incorreta, em “encaminhar as solicitações do cidadão, e as experiências dos municípios e estados”, a palavra “experiências” corresponde
a um dos núcleos do objeto direto do verbo encaminhar. Caso fosse
feito o uso da crase, as relações sintático-semânticas não seriam
preservadas, pois “às experiências” corresponderia ao objeto indireto.
Gabarito 1E
(A) À falta de coisa melhor para fazer, muita gente assiste
falta ou ocorrência inde-
(A) Não
demonstrativo.] uma cena em que um homem rude, promovido à [a palavra regente promovido exige a preposição a e a palavra regida ‘condição’
aceita o artigo definido feminino a] condição de milagreiro, dava início à [a
palavra regente início exige a preposição a e a palavra regida ‘anunciada’
aceita o artigo definido feminino a] tão anunciada intervenção cirúrgica.”
Gabarito “D”
É preciso suprimir um ou
vida do sinal de crase em:
Gabarito “A”
mais sinais de crase em:
(Analista – TRT/20ª – 2006 – FCC) Há
Há falta ou ocorrência indevida do sinal de crase no período:
(Analista – TRE/SP – 2006 – FCC)
Gabarito “B”
Gabarito “A”
(Analista – TRF/3ª – 2007 – FCC)
regente essencial exige a preposição a. A palavra regida argumentação
aceita artigo definido feminino. Ocorre a crase; E: incorreta, “se dedicam
a [preposição] cultivar”: não ocorre crase antes de verbo.
89
Gabarito “C”
A: correta, o verbo regente faltar exige preposição a. A palavra perspectiva aceita o artigo a. Ocorre a crase; o verbo regente apegar-se exige
preposição a. O pronome demonstrativo aquela permite que a crase
ocorra. A assertiva A é a correta; B: incorreta, a crase não ocorre diante
de palavra masculina: “a princípio”; C: incorreta, o verbo regente oferecer
é bitransitivo e exige preposição a. O pronome demonstrativo aqueles
permite que a crase ocorra: “não se oferecia àqueles astrônomos [objeto
indireto] a menor contestação [objeto direto]; D: incorreta, o verbo regente
caber exige preposição a. A palavra poesia aceita o artigo a. Ocorre a
crase; o verbo celebrar é transitivo direto. Não ocorre a crase: “celebrar
as visões”; E: incorreta, não ocorre a crase diante de numeral: “Uma a
uma”; não ocorre a crase antes de verbo: “que se destinam a descrever”.
Gabarito “A”
88
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
4
7
10
13
16
19
Foi a psicologia moderna que primeiro levantou a lebre: no cotidiano familiar,
os pais, e não apenas as mães, devem participar ativamente do dia-a-dia dos filhos.
Precisam ajudá-los nos deveres de casa, acompanhá-los nos momentos de lazer,
conversar com eles e, principalmente, dedicar-lhes fartas doses de carinho, conforto
e amor. A princípio, esses conselhos encontraram eco num número reduzido de
homens. Como adicionar mais essa tarefa à rotina já extenuante de trabalho? Fazer
carinho e demonstrar amor não desmoraliza a figura do pai? E como fica o
casamento, se o tempo vago é dedicado às crianças? Nos últimos tempos, cada vez
mais pais têm achado respostas a essas perguntas – e sempre em benefício dos filhos.
Não apenas eles têm seguido os conselhos dos psicólogos, como se incumbem
de tarefas que antes eram exclusivas das mães, como levar os filhos à escola,
comparecer às reuniões de pais e mestres (...), acompanhá-los em consultas médicas
e, naturalmente, trocar fraldas.
Não faz tanto tempo assim, a figura do pai autoritário, que mal deixava a
criança abrir a boca para manifestar sua opinião, predominava nos lares brasileiros.
Era comum que o pai nem sequer soubesse que série o filho cursava na escola. Hoje,
o homem não apenas se envolve mais na vida das crianças, como também demonstra
seus sentimentos em relação a elas.
Segundo os especialistas, é importante demonstrar sentimentos, ouvir o que
os filhos têm a dizer e respeitar suas opiniões, mas sem perder a capacidade de impor
regras e limites.
(Rosana Zakabi: “Pai pra toda hora”, adap. Veja.
São Paulo: Editora Abril. 26 jan. 2005, p.89-90.)
(Analista – TRE/PR – 2004 – ESAG) Observe
I.
II.
o emprego do acento indicador de crase, nos fragmentos abaixo.
“Como adicionar mais essa tarefa à rotina já extenuante de trabalho?” (linha 6)
“levar os filhos à escola” (linha 11)
Substituindo-se os substantivos em destaque por, respectivamente, dia-a-dia e colégio, é correto afirmar que,
com a substituição, o acento:
(A) desaparece
nos dois casos, porque não ocorrerá crase que o justifique.
nos dois casos, porque continuará a haver crase.
(C) somente permanecerá no primeiro fragmento.
(D) permanecerá somente no segundo fragmento.
(B) permanece
9. SEMÂNTICA
1
As leis religiosas têm mais
sublimidade; as leis civis dispõem de mais extensão.
4
A respeito da construção da frase acima, é correto
afirmar que
7
(Analista – TRT/24ª – 2011 – FCC)
verbo dispor foi empregado no mesmo sentido
que assume na frase A solidão dispõe o homem à
melancolia.
(B) da comparação entre leis civis e leis religiosas,
expressa pelo termo mais, resulta a superioridade
inconteste de uma delas.
(C) entre os dois segmentos separados pelo ponto e
vírgula estabelece-se uma relação de sentido equivalente ao da expressão ao passo que.
(D) entre os dois segmentos separados por ponto e
vírgula estabelece-se uma relação de sentido equivalente ao da expressão por conseguinte.
(E) o verbo dispor foi empregado no mesmo sentido que
assume na frase O sacristão dispôs o altar para a
missa.
(Analista – TRE/TO – 2011 – FCC) ... capaz de fornecer as mais
diferentes soluções para questões humanas eminentes.
(último parágrafo) Considerando-se o par de palavras
eminentes / iminentes, é correto afirmar que se trata
de exemplo de
Ocorre a crase quando há a contratação da preposição a e do artigo definido a ou do pronome demonstrativo. A substituição das palavras “escola”
e “rotina” por termos masculinos como “dia-a-dia” e “colégio” faz com que a crase não ocorra nos dois casos. A preposição a continua, porém
não há mais o artigo definido para que a contração ocorra.
(A) homofonia.
Gabarito “A”
(D) paronímia.
(B) antonímia.
(C) sinonímia.
(E) homonímia.
4 Cabe à família, à sociedade e ao Estado o dever de garantir esse direito a qualquer ser humano, especialmente
aos fracos e aos pequenos. Não se faz caridade com a partilha do pão, proclama-se a vocação humana à vida
em comunhão. Não é movido por um sentimento piegas que me inclino diante do desvalido, mas em reconhecimento de que minha própria honra foi atingida e ultrajada
7 na indigência de meu semelhante. A solidariedade só é virtude quando se cultiva a justiça. Então, sim, a sociedade se renova em seu compromisso com as exigências da cidadania.
Dom Mauro Morelli, bispo de Duque de Caxias – RJ. Internet: <http://www.santacecilia.org.br>.
Acesso em dez./2003 (com adaptações - alterado).
(Analista – TJ/AP – 2004 – CESPE)
(1)
Com base na estruturação sintática e na pontuação do texto II, julgue o item a seguir.
As duas ocorrências do acento indicativo de crase que aparecem na linha 4 são facultativas, devido ao fato
de antecederem complementos nominais genéricos.
1: incorreta, em “Cabe à família, à sociedade e ao Estado o dever de garantir esse direito a qualquer ser humano”, o verbo caber é transitivo indireto
e exige a preposição a. As palavras regidas “família” e “sociedade” aceitam o artigo definido feminino. Ocorre a crase.
13
16
19
22
25
28
31
Naomi Klein. Resistindo ao choque. In: Cult – Revista Brasileira de
Cultura. São Paulo: Bregantini,
nº 125, jun./2008, p. 10 (com adaptações).
Com relação aos sentidos e às estruturas do texto acima, que é parte de
uma entrevista de Naomi Klein à revista Cult, julgue
o item a seguir.
(Analista – TRT/17ª – 2009 – CESPE)
(1)
A grafia diferenciada de “Estado” (l.6) e “estado”
(l.26) indica a diferença de sentido entre as palavras
no texto, as quais remetem, respectivamente, ao
ente que governa e à concreta unidade da federação: Nova Orleans.
1: correta, a palavra estado está sendo usada com significados diferentes em “uma clara omissão do Estado [Nova Orleans]” e “Todas as
partes do estado foram privatizadas”.
Assinale a alternativa
INCORRETA, em relação ao vocábulo caro.
(Analista – TJ/MA – 2009 – IESES)
(E) cuidadosamente.
corretas as frases Ninguém paga caro pelas
rendas de bilro maranhenses / Este ano a gasolina
custa mais caro.
(B) Em sai algo como 60% mais caro – ele é advérbio;
portanto, invariável.
(C) Porque esse vocábulo já encerra a ideia de preço, é
errado seu uso em expressões como O artesanato
em fibra de guarimã não tem preço caro.
(D) A modelo comprou caro e belo sapatos da moda.
A expressão “a dedo” tem a acepção de algo feito com cuidado,
criteriosamente.
Na oração “comprou caros e belos sapatos”, a palavra caro é adjetivo
e flexiona conforme o substantivo que qualifica.
Gabarito “E”
1 Campanhas contra a fome não enchem a barriga de ninguém. O doador se alimenta com a bondade de seu
gesto, sem garantir o pão de cada dia ao faminto. Provoca-se muito mais ansiedade do que saciedade, sem
promover o direito básico de cada ser humano ao alimento e à nutrição.
10
Gabarito “D”
Fome de cidadania
A: incorreta, homofonia é relação entre duas ou mais palavras que,
sendo diversas no significado e na grafia, se pronunciam de modo
idêntico antonímia é a qualidade das palavras antônimas; B: incorreta,
antonímia refere-se a significados contrários, que se excluem; C:
incorreta, sinonímia é a qualidade dos vocábulos que têm significação
muito próxima, permitindo que um seja escolhido pelo outro em alguns
contextos; D: correta, paronímia é semelhança entre palavras, quer por
motivos etimológicos, quer por convergência fonética parcial; E: incorreta, homonímia é relação entre formas linguísticas com significados
diferentes, mas com a mesma forma gráfica e fônica ou apenas fônica.
Gabarito “D”
Texto para a questão seguinte.
Cult – O que significa exatamente “capitalismo do
desastre”?
Naomi Klein – Veja o que aconteceu após o furacão
Katrina, exemplo clássico do capitalismo do desastre. Não
considero o Katrina um desastre “natural” porque envolveu
uma clara omissão do Estado – no sentido de que as
barragens estavam deterioradas. Imediatamente depois do
ocorrido, um político republicano, Richard Baker, disse “não
pudemos limpar os projetos de conjuntos habitacionais, mas
Deus fez isso por nós”. Isso é o capitalismo do desastre!
É uma ideia muito velha, que já existia na mentalidade
colonial. Na América do Norte, os colonos que ocuparam a
Nova Inglaterra tinham uma teoria religiosa sobre a varíola,
pois a causa principal de mortalidade dos índios era a
doença. Nos diários da época, falava-se da moléstia como
uma dádiva de Deus. De diversas maneiras, estavam usando
a mesma formulação que o político republicano. Quando a
varíola acabou com diversas comunidades dos iroquois e a
terra deles foi invadida pelos colonos, Deus foi invocado, e
o desastre foi visto como um ato divino. Então, sim, isso não
é novidade. Mas, o que há de novo aqui, e que vimos em
Nova Orleans, é que não apenas o desastre foi utilizado para
a privatização do sistema educacional e habitacional, mas
a resposta ao próprio desastre foi vista como oportunidade
de mercado. E essa é realmente a última fronteira para
o neoliberalismo. Todas as partes do estado foram
privatizadas: estradas, eletricidade, telefone, água. Haviam
sobrado apenas as funções fundamentais: os militares, a
polícia, os bombeiros. Mas agora estamos assistindo ao
surgimento de um complexo do capitalismo do desastre:
negócios que dependem diretamente desse conjunto de crises
e desastres.
(A) o
A: em “as leis civis dispõem”, o verbo dispor tem acepção de “conter,
ter parte constituinte”; já em “A solidão dispõe”, o verbo tem a acepção
de predispor-se; B e C: entre as oração estabelece-se uma relação de
proporcionalidade; D: “por conseguinte” é uma conjunção que anuncia
uma consequência; E: na oração dessa alternativa, o verbo dispor tem
a acepção de arrumar.
91
Gabarito 1C
1
Gabarito “C”
90
... escolherei a dedo seu
guarda-roupa e livros sérios para você ler.
(Analista – TRE/TO – 2011 – FCC)
A expressão grifada na frase acima pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido original, por:
(A) pessoalmente.
(B) de
modo incisivo.
(C) apontando.
(D) entre
outras coisas.
(A) Estão
Gabarito 1E
1: incorreta, o advérbio então possui a acepção, nesse contexto, de
“em tal caso, nessa situação”; 2: incorreta, nesse contexto, a acepção
do adjetivo “crítico” é: que avalia competentemente, que distingue o
verdadeiro do falso.
Gabarito 1E, 2E
Claro que você também
se inteirará dos detalhes da vida doméstica de muita
gente (...)
(Analista – TRT/18ª – 2008 – FCC)
A frase acima conservará o sentido básico, sem
prejuízo para a correção, substituindo-se o elemento
sublinhado por:
(A) estará
à corrente.
(B) ficará ao par.
(C) abeirar-se-á.
(D) certificar-se-á.
(E) tomará ciência.
A e B: incorretas, a expressão correta é estar “ao corrente de”, que
significa ciente de, “a par de”; C: incorreta, abeirar significa chegar
perto de, aproximar-se; D: incorreta, certificar é atestar; E: correta, a
palavra ciência tem a acepção de conhecimento aprofundado de algo,
significado que se encaixa na oração.
Gabarito “E”
Não somos livres como acreditamos ser. Quando se
entende isso, fica evidente que a maior parte dos nossos atos
e pensamentos não é tão livre de condicionamentos como
4 gostamos de acreditar. Nossa certeza de sermos livres, de
fazermos tudo aquilo que queremos, e quando queremos, é
quase sempre uma ilusão. Quase todos, na verdade,
7 carregamos condicionamentos mais ou menos ocultos que,
com frequência, tornam difícil a manifestação de uma
honestidade genuína, uma criatividade livre, uma intimidade
10 simples e pura. É preciso sublinhar o fato de que todas as
posições existenciais necessitam de pelo menos duas pessoas
cujos papéis combinem entre si. O algoz, por exemplo, não
(1)
A expressão “a maior parte dos” (l.2) poderia ser
substituída por quase todos os , sem prejuízo da
coerência ou da correção gramatical do texto, já
que as duas expressões têm função significativa
semelhante.
Idem, ibidem.
1: incorreta, a expressão “a maior parte dos” não equivale a “quase
todos os”. “A maior parte” significa maioria, mais da metade (mais
que 50%). “Quase todos” indica quantidade próxima à totalidade
(quase 100%).
(Analista – TSE – 2006 – CESPE) No que diz respeito aos sentidos e a aspectos gramaticais do texto acima, assinale
a opção incorreta.
(A) Na expressão “era a de assegurar” (l.2), a presença
1
4
7
Há
séculos
os
estudiosos
tentam
entender
os
motivos que levam algumas sociedades a evoluir mais rápido
que outras. Só recentemente ficou patente que, além da
liberdade, outros fatores intangíveis são essenciais ao
desenvolvimento das nações. O principal deles é a
capacidade de as sociedades criarem regras de conduta que,
caso desrespeitadas, sejam implacavelmente seguidas de
sanções.
Veja, 5/9/2007 (com adaptações).
da preposição “de” decorre da regência de “preocupação” (l.1).
(B) O emprego de vírgula após “províncias” (l.4) justifica-se por isolar oração de natureza explicativa.
(C) A substituição de “chegaram a ser” (l.8) por foram
mantém a correção gramatical do período.
(D) A palavra “manietados” (l.12) está sendo empregada
com o sentido de mobilizados.
A palavra “manietados” significa “de mãos amarradas”, impedidos.
Julgue o seguinte item,
a respeito da organização das ideias no texto acima.
(Analista – TRT/9ª – 2007 – CESPE)
(1)
Ao expressar a relação de comparação como “mais
rápido que outras” (l.2-3), e, não, como mais rápido
do que outras, o autor do texto faz opção por um
maior grau de formalidade, respeitando regra gramatical da norma culta que prescreve ser errado o
emprego da preposição nesse contexto.
1: incorreta, o autor optou por não utilizar a preposição de, porém seu
uso não provocaria alteração de sentido: “os estudiosos tentam entender
os motivos que levam algumas sociedades a evoluir mais rápido do
que outras.” A assertiva está errada.
Em perpetuei e transmiti
o respeito de meus pais pelas ficções, não haverá
necessidade de se alterar ou introduzir qualquer outro
elemento nessa frase caso se substitua perpetuei e
transmiti por
(Analista – TRF/4ª – 2007 – FCC)
(A) honrei
e convivi.
(B) herdei e difundi.
(C) habituei-me e aprendi.
(D) orgulhei-me e admirei.
(E) rendi-me e louvei.
A: incorreta, “honrei o respeito; convivi com o respeito”; B: correta,
assim como os verbos perpetuar e transmitir, os verbos herdar e
difundir são transitivos diretos: “herdei e difundi o respeito”; C: incorreta, “habituei-me com o respeito e aprendi o respeito”; D: incorreta,
“orgulhei-me do respeito e admirei o respeito”; E: incorreta, “rendi-me
ao respeito e louvei o respeito”.
Gabarito “B”
O conectivo “Então” (l.6) estabelece uma relação de
tempo entre as ideias expressas em duas orações.
(2) A partir do desenvolvimento das ideias do texto,
conclui-se que a palavra “crítico” (l.9) está sendo
empregada como crucial, perigoso.
(1)
Julgue o próximo item, a
respeito das ideias e estruturas linguísticas do texto
acima.
(Analista – TRT/9ª – 2007 – CESPE)
Gabarito 1E
Com referência às ideias
e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue os
itens a seguir.
(Analista – STF – 2008 – CESPE)
Planeta, set./2007 (com adaptações).
Uma
antiga
preocupação
dos
legisladores
do
passado era a de assegurar o direito dos povos de manter
“os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os
4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em
troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão
de seu poder. Era de tal forma o respeito a essa autonomia
7 relativa que, em certo momento do regime cruel de
Tibério, as eleições chegaram a ser suspensas em Roma,
mas se mantiveram nas províncias.
10 Muitos
defendem
o
federalismo,
quando
se
encontram na oposição, mas dele se esquecem quando
chegam ao governo. Os municípios, manietados pela falta
13 de recursos próprios, reclamam pela ajuda dos governos
dos estados e da União, quando deveriam articular-se em
busca de seus direitos de tributação direta e de autonomia
16 política.
1
Gabarito “D”
Miroslav Milovic. Comunidade da diferença. Relume Dumará,
p. 131-2 (com adaptações).
13 pode continuar a sê-lo sem ao menos uma vítima. A vítima
procurará seu salvador e este último, uma vítima para salvar.
O condicionamento para o desempenho de um dos papéis é
16 bastante sorrateiro e trabalha de forma invisível.
Gabarito 1E
Hoje o sistema isola, atomiza o indivíduo. Por isso
seria importante pensar as novas formas de comunicação.
Mas o sistema também nega o indivíduo. Na economia, por
4 exemplo, mudam-se os valores de uso concreto e qualitativo
para os valores de troca geral e quantitativa. Na filosofia
aparece o sujeito geral, não o indivíduo. Então, a diferença
7 é uma forma de crítica. Afirmar o indivíduo, não no sentido
neoliberal e egoísta, mas no sentido dessa ideia da diferença
é um argumento crítico. Em virtude disso, dessa discussão
10 sobre a filosofia e o social surgem dois momentos
importantes: o primeiro é pensar uma comunidade autoreflexiva
e confrontar-se, assim, com as novas formas de
13 ideologia. Mas, por outro lado, a filosofia precisa da
sensibilidade para o diferente, senão repetirá apenas as
formas do idêntico e, assim, fechará as possibilidades do
16 novo, do espontâneo e do autêntico na história. Espero que
seja possível um diálogo entre as duas posições em que
ninguém tem a última palavra.
(Analista – TRT/3ª – 2005 – FCC) A
geração de 68 lutou para
derrubar o sistema; hoje o sistema cai a toda hora.
Na frase acima, a repetição da palavra sistema explora
o mesmo recurso expressivo alcançado pela repetição
de palavra que ocorre na frase:
(A) É
um sujeito arrogante, ninguém consegue mais
suportar a vaidade daquele sujeito.
(B) A roupa informal, o comportamento informal, tudo
nela revela sua espontaneidade, sua descontração.
(C) Valeu-se de uma operação de crédito para tentar
restabelecer o crédito com que o distinguiam os
amigos mais próximos.
(D) Ao propor novos tributos, a comissão não avaliou o
quanto os tributos antigos já exauriam os recursos
dos contribuintes mais pobres.
(E) A fragilização do mercado de ações acabou por
redundar na fragilização de um grande número de
empresas nacionais.
A palavra sistema está sendo usada em dois sentidos diversos: 1)
conjunto das instituições a que os indivíduos se subordinam e 2) por
extensão de sentido, sistema (computacional), que, de acordo com
Houaiss é a “inter-relação das partes, elementos ou unidades que
fazem funcionar uma estrutura organizada”. A seguir, detalhamos
cada assertiva. A: incorreta, a palavra sujeito nas duas ocorrências
está sendo usada no sentido de “pessoa cujo nome não se enuncia”;
B: incorreta, a palavra informal nas duas ocorrências está sendo usada
no sentido de “não convencional”; C: correta, a palavra crédito está
sendo usada em dois sentidos diversos. Em “operação de crédito” a
acepção é de operação financeira (empréstimo) e em “restabelecer o
93
crédito” o significado da palavra crédito é confiança; D: incorreta, a
palavra tributos nas duas ocorrências está sendo usada no sentido de
exação fiscal (impostos, taxas, contribuições); E: incorreta, a palavra
fragilização nas duas ocorrências está sendo usada no sentido de
“pouco estável”.
Gabarito “C”
1
1
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
92
As verdades da Ciência
Li recentemente nos jornais que o renomado cientista
Stephen Hawking fez uma declaração sensacional,
para dizer o mínimo. Afirma que cometeu um erro
ao enunciar, nos anos 70, a sua teoria dos buracos
negros, e agora se prepara para apresentar as devidas
correções diante de um plenário de cientistas. Para
entender o de que vou aqui tratar não é necessário
saber o que são os buracos negros; basta lembrar
que constituem uma das questões mais controversas
e cativantes da astrofísica moderna.
Para os que lidam com as ciências, não há nada de
excepcional nessa atitude de Hawking, mas entendo
que o episódio deva ser levado ao conhecimento
dos jovens de todas as escolas não fundamentalistas e leigas, para que reflitam sobre os princípios
da ciência moderna. Esta não crê que o novo está
sempre certo, ou que a verdade reside congelada
num passado remoto. Ao contrário, ela se baseia no
princípio da “falibilidade”, segundo o qual a ciência
avança corrigindo-se constantemente, desmentindo
suas hipóteses por meios de tentativa e erro, reconhecendo os próprios enganos e considerando que
um experimento malsucedido não é um fracasso,
podendo ser tão valioso quanto outro bem-sucedido,
por provar que determinada linha de pesquisa estava
equivocada, e que é necessário corrigi-la, ou mesmo
recomeçar do zero.
Esse modo de pensar opõe-se a todas as formas de
fundamentalismo, a todas as interpretações literais das
sagradas escrituras – também passíveis de constante
reinterpretação – e a todas as certezas dogmáticas
das próprias ideias.
Essa é a boa “filosofia”, no sentido cotidiano e socrático
do termo, que a escola deveria ensinar.
Umberto Eco (Adaptado do site http:// revistaentrelivros.uol.com.br)
(Analista – TRE/MG – 2005 – FCC) Esta é uma das acepções
da palavra fundamentalismo, no Dicionário Houaiss
da Língua Portuguesa: qualquer corrente, movimento
ou atitude, de cunho conservador e integrista, que
enfatiza a obediência rigorosa e literal a um conjunto
de princípios básicos.
Considerando-se essa acepção, o fundamentalismo a
que se refere Umberto Eco em seu texto
(A) está
na base do desenvolvimento da ciência
moderna, cujos sólidos princípios devem merecer
e inspirar a reflexão dos jovens.
Gabarito “C”
Abaixo existem quatro
pares de frases, cada uma com uma expressão em
destaque.
(Analista – TRE/PR – 2005 – ESAG)
Assinale a alternativa em que o significado dessas
expressões está trocado.
(A) Os pais gostam de participar do dia-a-dia dos filhos.
= cotidiano
Os pais, dia a dia, aprendem melhor a conviver com
os filhos = todos os dias
(B) Fui
à festa e passei despercebido; ninguém falou
comigo. = desprevenido
Ivo participou do concurso desapercebido dos
conhecimentos necessários. = não notado
(C) Foi
difícil, a princípio, conciliar respeito com autoridade. = inicialmente
Os pais, em princípio, desejam tornar-se amigos dos
filhos. = em tese
(D) Mal o aluno chegou à escola, a sineta soou. = assim
que
Mau o aluno; não estudava, não se comportava. =
ruim
A palavra despercebido tem a acepção de “não notado”; já desapercebido significa “desprevenido”.
Gabarito “B”
Desde
que
Montesquieu,
no
século
XVIII,
em
O Espírito das Leis, definiu as linhas básicas do sistema
democrático de governo, a ciência política não logrou
4 conceber, até os nossos dias, forma mais significativa de
expressão da vontade de um povo no que se refere à
convivência em uma sociedade politicamente organizada
7 do que a estabelecida por ele, genialmente, na clássica
tríplice separação dos poderes do Estado.
O Estado, entidade inanimada e abstrata, que, ao se
10 realizar, materializa-se na concreção de formas, atos e
sentidos, traduz-se nesse imensurável complexo de ações que
dão substância ao desejo de conformação política de uma
13 nação.
1
Internet: <http://www.stf.gov.br/noticias/imprensa>.
Pode-se inferir do contexto que a palavra “logrou”
(l.3) está sendo empregada com o sentido de desejou.
(2) O emprego do termo “do que” (l.7) é uma exigência
que está vinculada ao uso da expressão antecedente “mais significativa” (l.4).
VOZ VERBAL
SUJEITO
VERBO TRANSITIVO DIRETO
OBJETO
DIRETO
ATIVA
Z
verbo concordando com o sujeito
Y
Passiva analítica
Y
ver ser no mesmo tempo e modo que
o verbo da ativa
+
principal no particípio
ATIVA
sujeito
indeterminado
verbo na 3ª pessoa do plural quando
o sujeito for indeterminado
Y
verbo no tempo e modo que o verbo
da ativa
+
SE
Y
(1)
1: incorreta. Alguns velhos homens de letras olham com preconceito
essa tribo, como se ela fosse composta apenas de jovens, e ainda
por cima iletrados em “a ciência política não logrou conceber, até
os nossos dias, forma mais significativa de expressão da vontade”,
o vocábulo lograr na locução “logrou conceber” tem a acepção de
“usufruir o que se conquistou; gozar, desfrutar”. A assertiva está
errada; 2: correta, os termos da expressão comparativa “mais...do
que” estão vinculados em: “a ciência política não logrou conceber (...)
forma mais significativa de expressão da vontade de um povo (...)
do que a [expressão da vontade] estabelecida por ele [pelo próprio
povo]”. A assertiva está correta.
Passiva sintética
(Analista – TRT/1ª – 2012 – FCC) É exemplo de construção na
voz passiva o segmento sublinhado na seguinte frase:
(A) Ainda ontem fui tomado de risos ao ler um trechinho
O processo, que é o instrumento que reúne todas as
peças da pretensão levada ao juiz, seja do autor, seja do réu,
da acusação ou da defesa, é uma engrenagem complexa.
4 A Constituição Federal erigiu o devido processo
legal, situado substancialmente no acatamento ao primado
do contraditório e do amplo direito de defesa, como um
7 conjunto de regras de valores supremos não só para os
julgadores mas também para as partes do qual não pode se
afastar o aplicador do direito no momento de exercer a
10 jurisdição.
Entretanto, a esse pretexto, o que se verifica é um
eterno vai-e-vem na tramitação do processo, de imperdoável
13 irracionalidade, que não pode ser atribuído ao juiz, mas ao
nosso já vetusto sistema processual, ultrapassado em
quilômetros de distância da evolução por que passa o Mundo
16 e da qual o Brasil não se pode apartar.
1
Internet: <http://www.stf.gov.br/noticias/imprensa>.
(Analista – TRT/10ª – 2004 – CESPE)
segue, relativo ao texto acima.
(1)
Julgue o item que se
A palavra “erigiu” (l.4) está sendo empregada com o
mesmo significado que apresenta na seguinte frase:
O governo erigiu um monumento em granito para
celebrar a passagem da data nacional.
1: incorreta, o verbo erigir em “A Constituição Federal erigiu o devido
processo legal” tem a acepção de “instituir”. Diferente do uso em
“O governo erigiu um monumento” em que o significado do verbo é
“construir”. A assertiva está errada.
10. VOZES VERBAIS
Para a transposição das vozes verbais, siga sempre
o esquema:
–
–
–
–
o verbo tem que ser transitivo direto;
objeto da ativa = sujeito da passiva analítica;
sujeito da ativa = agenda da passiva analítica;
o verbo sempre se mantém no mesmo tempo e
modo;
– se o sujeito for indeterminado, o verbo da ativa ficará
na 3ª pessoa do plural.
de crônica.
(B) A Solange toma especial cuidado com a escolha dos
vocábulos.
Glorinha e sua filha não partilham do mesmo
gosto pelo requinte verbal.
(D) O enrubescimento da mãe revelou seu desconforto
diante da observação da filha.
(E) Lembro-me de uma visita que recebemos em casa,
há muito tempo.
(C) D.
Chama-se voz passiva a construção na qual o sujeito, ao invés de agir,
recebe a ação verbal. Ela está presente somente na alternativa “A”, que
deve ser assinalada. Note que o sujeito oculto “eu” não diz que “riu”
(praticando, assim, a ação verbal), mas que “foi tomado de risos”, ou
seja, recebeu a ação do verbo “tomar”. Em todas as demais, temos voz
ativa, isto é, o próprio sujeito praticando a ação (tomar cuidado, partilhar,
revelar). A letra “E” merece atenção, porque é voz ativa. O sujeito da oração
sublinhada está oculto (“nós”) e ele pratica a ação verbal de “receber”.
Transpondo-se para a voz
passiva a frase Sempre haverá quem rejeite a interferência do Estado nas questões religiosas, mantendo-se a correta correlação entre tempos e modos verbais,
ela ficará:
(Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC)
(A) Terá havido sempre quem tem rejeitado que o Estado
95
AGENTE DA
PASSIVA
Z
Em outubro de 1967, quando Gilberto Gil e Caetano
Veloso apresentaram as canções Domingo no parque
e Alegria, Alegria, no Festival da TV Record, logo houve
quem percebesse que as duas canções eram influenciadas pela narrativa cinematográfica: repletas de cortes,
justaposições e flashbacks. Tal suposição seria confirmada pelo próprio Caetano quando declarou que fora
“mais influenciado por Godard e Glauber do que pelos
Beatles ou Dylan”. Em 1967, no Brasil, o cinema era o
que havia de mais intenso e revolucionário, superando
o próprio teatro, cuja inquietação tinha incentivado os
cineastas a iniciar o movimento que ficou conhecido
como Cinema Novo.
O Cinema Novo nasceu na virada da década de 1950
para a de 1960, sobre as cinzas dos estúdios Vera
Cruz (empresa paulista que faliu em 1957 depois de
produzir dezoito filmes). “Nossa geração sabe o que
quer”, dizia o baiano Glauber Rocha já em 1963. Inspirado por Rio 40 graus e por Vidas secas, que Nelson
Pereira dos Santos lançara em 1954 e 1963, Glauber
Rocha transformaria, com Deus e o diabo na terra do
sol, a história do cinema no Brasil. Dois anos depois,
o cineasta lançou Terra em Transe, que talvez tenha
marcado o auge do Cinema Novo, além de ter sido uma
das fontes de inspiração do Tropicalismo.
interferisse nas questões religiosas.
interferência do Estado nas questões religiosas
sempre haverá de ser rejeitada por alguém.
(C) Sempre haverá de ter quem rejeite que o Estado
interferisse nas questões religiosas.
(D) A interferência do Estado nas questões religiosas
sempre tem encontrado quem a rejeita.
(E) As questões religiosas sempre haverão de rejeitar
que o Estado venha a interferir nelas.
A ponte entre Cinema Novo e Tropicalismo ficaria mais
evidente com o lançamento, em 1969, de Macunaíma,
de Joaquim Pedro de Andrade. Ao fazer o filme, Joaquim Pedro esforçou-se por torná-lo um produto afinado
com a cultura de massa. “A proposição de consumo
de massa no Brasil é algo novo. A grande audiência
de TV entre nós é um fenômeno novo. É uma posição
avançada para o cineasta tentar ocupar um lugar dentro
dessa situação”, disse ele.
A transposição para a voz passiva é feita deslocando o sujeito da voz ativa
como agente da passiva; o complemento verbal da voz ativa se torna o
sujeito paciente; e o verbo na voz ativa é conjugado em seu particípio
composto ao lado de um verbo auxiliar. No nosso caso, como a oração
na voz ativa não tem sujeito, ao realizar a transposição ela pode ser
facultativamente complementada por “alguém”: “A interferência do Estado
nas questões religiosas sempre haverá de ser rejeitada (por alguém)”.
Incapaz de satisfazer plenamente as exigências do
mercado, o Cinema Novo deu os seus últimos suspiros
em fins da década de 1970 − período que marcou o
auge das potencialidades comerciais do cinema feito
no Brasil.
(B) A
Gabarito “B”
Reler o trecho: “entendo que o episódio deva ser levado (...). Ao
contrário, ela se baseia no princípio da ‘falibilidade’, segundo o qual a
ciência avança corrigindo-se constantemente”.
(Analista – TRT/10ª – 2004 – CESPE) Em relação ao texto acima,
julgue os itens que se seguem.
Gabarito 1E
toda experimentação científica que,
partindo de princípios rigorosos, admita negá-los,
quando necessário.
(C) contraria o princípio da falibilidade da ciência
moderna, segundo o qual os fracassos têm sua
importância para o caminho do acerto.
(D) contraria o método científico da tentativa e erro,
segundo o qual uma verdade só se afirma quando
se mostra infalível.
(E) corrige o excesso de confiança nos princípios da
ciência moderna, segundo os quais não haveria
erros ou equívocos absolutos.
Gabarito “A”
(B) caracteriza
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
Gabarito 1E, 2C
94
(Adaptado de Eduardo Bueno. Brasil:
uma história. Ed. Leya, 2010. p. 408)
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
96
(Analista – TRT9 – 2012 – FCC) Em outubro de 1967, quando
Gilberto Gil e Caetano Veloso apresentaram as canções
Domingo no parque e Alegria, Alegria, no Festival da TV
Record, logo houve quem percebesse que as duas canções eram influenciadas pela narrativa cinematográfica ...
(Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC) Existe
voz verbal para outra em:
transposição de uma
apresentaram − influencia
apresentado − se influenciaram
(C) eram apresentadas − influenciou
(D) foram apresentadas − influenciava
(E) são apresentadas − influenciou
os níveis de percepção de uma fotografia =
São vários os níveis de percepção de uma fotografia.
(B) As fotografias são uma espécie de espelhos = As
fotografias tornam-se uma espécie de espelhos.
(C) A percepção de uma imagem muda com o passar
do tempo = O passar do tempo muda a percepção
de uma imagem.
(D) Os olhares hão de descongelar cada imagem = Cada
imagem há de ser descongelada pelos olhares.
(E) Certas fotos se assemelham a espelhos = Há espelhos aos quais certas fotos se tornam semelhantes.
Com a primeira oração na voz passiva, teremos: “As canções ‘Domingo
no parque’ e ‘Alegria, alegria’ foram apresentadas por Gilberto Gil e
Caetano Veloso no Festival da TV Record”. Com a segunda oração
na voz ativa, teremos: “A narrativa cinematográfica influenciava as
duas canções”.
A, B e E: incorretas. Os verbos permaneceram na voz ativa. As alterações
apenas substituíram verbos de ação por verbos de ligação, transformando os predicados verbais e nominais; C: incorreta. Houve apenas
inversão dos elementos da oração; D: correta. No segundo trecho, o
verbo foi transposto para a voz passiva analítica.
Gabarito “D”
Gabarito “D”
Transpondo-se a primeira das frases grifadas acima
para a voz passiva e a segunda para a voz ativa, as
formas verbais resultantes serão, respectivamente:
(A) se
(B) foi
(A) Variam
97
Veja a resolução esquematizada:
VOZ VERBAL
SUJEITO
VERBO TRANSITIVO DIRETO
OBJETO DIRETO
Passiva analítica
A linguagem
do poder
era falada
(verbo ser no pretérito imperfeito do indicativo + particípio)
ATIVA
sujeito
indeterminado
Falavam
(pretérito imperfeito do indicativo na 3ª pessoa do plural)
AGENTE DA
PASSIVA
a linguagem
do poder
(Analista – TRT/24ª – 2011 – FCC) Transpondo-se para a voz passiva a frase Hoje a autoria institucional enfrenta séria
concorrência dos autores anônimos, obter-se-á a seguinte forma verbal:
(A) são
enfrentados.
enfrentado.
(C) tem sido enfrentada.
(D) têm sido enfrentados.
(E) é enfrentada.
(B) tem
Na transposição da voz ativa para a passiva, o sujeito da ativa (“a autoria institucional”) será o agente da passiva (“pela autoria institucional”) e o
objeto da ativa (“séria concorrência”) será o sujeito da passiva. O verbo auxiliar da passiva estará no mesmo tempo e modo que o verbo enfrentar
na ativa (presente do indicativo): “Hoje a séria concorrência dos autores anônimos é enfrentada pela autoria institucional”.
Gabarito “E”
Veja a resolução esquematizada:
como resultado:
para a voz ativa da frase Foi assim que sempre se fez a literatura tem
(A) Sempre
foi assim que a literatura fez.
é que sempre foi feita a literatura.
(C) Terá sido feito sempre assim, a literatura.
(D) Foi sempre assim que a literatura tem feito.
(E) Foi assim que sempre fizeram a literatura.
(B) Assim
Gabarito “E”
VERBO TRANSITIVO DIRETO
Passiva analítica
A literatura
foi feita
(verbo ser no pretérito perfeito do indicativo + particípio)
ATIVA
sujeito
indeterminado
Fizeram
(pretérito perfeito do indicativo na 3ª. pessoa do plural)
“que se fez” = fez-se
(pretérito perfeito do indicativo)
Passiva sintética
(Analista – TRT/23ª – 2011 – FCC)
Passiva
analítica
Séria
concorrência
é enfrentada
(verbo ser no presente do indicativo + particípio)
ATIVA
A autoria
institucional
enfrenta
(presente do indicativo)
OBJETO DIRETO
AGENTE DA PASSIVA
pela autoria institucional
séria
concorrência
Com a substituição do segmento grifado pela expressão entre parênteses no final da
transcrição, o verbo que deverá ser mantido no singular está em:
Veja a resolução esquematizada:
SUJEITO
VERBO TRANSITIVO DIRETO
(Analista – TRE/TO – 2011 – FCC)
Temos “se fez a literatura”. O verbo fazer é transitivo direto. O pronome se é apassivador. A oração está na voz passiva sintética. A voz passiva
analítica seria: A literatura foi feita [“por eles”]. O sujeito é indeterminado. A forma verbal “foi feita” está no pretérito perfeito do indicativo. Na
transposição da voz passiva para a ativa, o agente da passiva torna-se sujeito da ativa (nesse caso, será sujeito indeterminado); o sujeito da
passiva torna-se objeto da ativa. O verbo do sujeito indeterminado fica na 3ª. pessoa do plural. O verbo ficará no mesmo tempo e modo da oração
na passiva. Desse modo teremos: “fizeram [verbo no pretérito perfeito do indicativo] a literatura”.
VOZ VERBAL
SUJEITO
OBJETO DIRETO
AGENTE DA
PASSIVA
(A) ...
um tema que se discuta nos bares ... (daqueles temas)
o raciocínio conservacionista tem sido puramente contábil ... (o raciocínio dos conservacionistas)
(C) Mas, ainda que seja um assunto cada vez mais popular ... (assuntos cada vez mais populares)
(D) ... de quem está mergulhado nas decisões mais prosaicas do dia a dia. (daqueles que)
(E) ... nunca, na história do planeta, registrou-se um número tão grande de espécies ameaçadas. (tantas espécies
ameaçadas)
(B) ...
A: incorreta, “daqueles temas que se discutiam nos bares”; B: correta, o núcleo do sujeito [raciocínio] continua sendo singular; C: incorreta, “ainda
que sejam assuntos”; D: incorreta, “daqueles que estão mergulhando”; E: incorreta, “tantas espécies foram registradas” (voz passiva analítica) ou
“registraram-se tantas espécies” (voz passiva sintética). Lembre-se que quando há o verbo transitivo direto + se, essa partícula é apassivadora. A oração
está na voz passiva sintética. Assim, o verbo concorda com o sujeito da passiva analítica que é igual ao objeto direto da passiva sintética ou da ativa.
Gabarito “B”
(Analista – TRT/20ª – 2011 – FCC) A transposição
VOZ VERBAL
Veja a resolução esquematizada da alternativa E, com a opção no singular: “registrou-se um número tão grande de espécies ameaçadas”
VOZ VERBAL
SUJEITO
VERBO TRANSITIVO DIRETO
a literatura
Passiva
analítica
Um número
tão grande...
foi registrado
(verbo ser no pretérito perfeito do indicativo + particípio)
a literatura
ATIVA
sujeito
indeterminado
Registraram
(pretérito perfeito do indicativo na 3ª. pessoa do plural)
um número tão
grande...
Registrou-se
(pretérito perfeito do indicativo + SE)
um número tão
grande...
Tanto as fontes quanto a própria historiografia falavam a linguagem do poder ...
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será:
(A) eram
faladas.
falada.
(C) se falaram.
(D) era falada.
(E) tinha-se falado.
(B) foi
O verbo falar em “falavam a linguagem do poder” está no pretérito imperfeito do indicativo. Ao transpor a oração para a voz passiva, a forma verbal
resultante ficará no mesmo tempo e modo: “A linguagem do poder era falada tanto pelas fontes quanto pela própria historiografia.”
Passiva
sintética
OBJETO DIRETO
AGENTE DA PASSIVA
Veja a resolução esquematizada da alternativa E, com a substituição sugerida: “tantas espécies ameaçadas”
VOZ VERBAL
SUJEITO
VERBO TRANSITIVO DIRETO
Passiva
analítica
Tantas espécies
ameaçadas
foram registradas
(verbo ser no pretérito perfeito do indicativo + particípio)
ATIVA
sujeito
indeterminado
Registraram
(pretérito perfeito do indicativo na 3ª. pessoa do plural)
tantas espécies
ameaçadas
Registraram-se
(pretérito perfeito do indicativo + SE)
tantas espécies
ameaçadas
Passiva
sintética
OBJETO DIRETO
AGENTE DA PASSIVA
Gabarito “D”
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
Assim como os antigos moralistas escreviam máximas, deu-me vontade de escrever o que se poderia chamar de
mínimas, ou seja, alguma coisa que, ajustada às limitações do meu engenho, traduzisse um tipo de experiência
vivida, que não chega a alcançar sabedoria mas que, de qualquer modo, é resultado de viver.
(Analista – TJ/SE – 2009 – FCC) NÃO é possível transpor para
Andei reunindo pedacinhos de papel em que estas anotações vadias foram feitas e ofereço-as ao leitor, sem que
pretenda convencê-lo do que penso nem convidá-lo a repensar suas ideias. São palavras que, de modo canhestro,
aspiram a enveredar pelo avesso das coisas, admitindo-se que elas tenham um avesso, nem sempre perceptível
mas às vezes curioso ou surpreendente.
(B) Isaac
C.D.A.
(Carlos Drummond de Andrade. O avesso das coisas [aforismos].
5.ed. Rio de Janeiro: Record, 2007, p. 3)
(Analista – TRF/1ª – 2011 – FCC)
...em que estas anotações vadias foram feitas...
Observando o contexto em que a frase acima foi empregada, a sua transposição para a voz ativa produz corretamente a seguinte forma verbal:
(A) fizeram-se.
(C) fiz.
feito.
(D) faziam.
(E) poderia
(A) Florença, com seu ciclo artístico, serve como exemplo.
Newton não descobriu a lei da gravidade por
causa de uma maçã.
(C) A pintura florentina ampliou os horizontes da arte.
(D) Gutenberg adaptou a prensa de vinho a uma nova
função.
(E) O caso exemplifica uma reciclagem.
A: assertiva incorreta, devendo ser assinalada, o verbo servir nessa
oração é transitivo indireto predicativo e não admite transposição para a
voz passiva; B: assertiva correta, “A lei da gravidade não foi descoberta
por Isaac Newton por causa de uma maçã.”; C: assertiva correta, “Os
horizontes da arte foram ampliados pela pintura florentina.”; D: assertiva
correta, “A prensa de vinha foi adaptada por Gutenberg a uma nova função.”; E: assertiva correta, “Uma reciclagem é exemplificada pelo caso.”
Gabarito “A”
(B) tinha
a voz passiva a seguinte construção:
fazer.
Pelo contexto sabe-se que as anotações foram feitas pelo escritor. Veja trecho: “[Eu] Andei reunindo pedacinhos de papel em que estas anotações
vadias foram feitas e [eu] ofereço-as ao leitor”.
(Analista – TJ/PR – 2009) Na norma culta da língua aparecem
três vozes verbais. Assinale a opção em que o período
não pode ser transposto para a voz passiva. (Períodos
retirados da revista ISTO É, de 3 jun. 2009)
(A) “Eles
estão conduzindo um trabalho interessante.”
(p. 81)
Gabarito “C”
Veja a resolução esquematizada:
VOZ VERBAL
SUJEITO
VERBO TRANSITIVO DIRETO
Passiva
analítica
Estas anotações
vadias
foram feitas
(verbo ser no pretérito prefeito do indicativo + particípio)
Eu
fiz
(pretérito perfeito do indicativo)
ATIVA
(Analista – TRT/16ª – 2009 – FCC) Verifica-se
OBJETO DIRETO
(B) “Quando
retiramos de circulação milhares de
animais de um ambiente há um desequilíbrio tão
violento quanto um tsunami.” (p. 93)
(C) “O Ministério do Meio Ambiente criou em 2002 as
Unidades de Conservação: áreas protegidas nos
patamares federal, estadual e municipal. (p. 97)
(D) “Sustentabilidade é usar conscientemente os
recursos naturais hoje, para melhorar a vida das
pessoas agora, sem comprometer o futuro da
Terra.” (p. 101)
(E) “A Polícia Federal brasileira poderá usar o banco
genético do FBI, o maior arquivo de DNA em todo o
mundo.” (p. 102)
A: assertiva correta, “Um trabalho interessante está sendo conduzido
por eles.”; B: assertiva correta, “Quando milhares de animais são
retirados de um ambiente há um desequilíbrio tão violento quanto um
tsunami.”; C: assertiva correta, “As Unidades de Conservação (áreas
protegidas...) foram criadas pelo Ministério do Meio Ambiente em
2002.”; D: assertiva incorreta, devendo ser assinalada, o verbo ser
é predicativo nessa oração. Não é possível a transposição para a voz
passiva; E: “O banco genético do FBI (o maior arquivo...) poderá ser
usado pela Polícia Federal brasileira.”
AGENTE DA PASSIVA
por mim
estas anotações
vadias
Texto para a questão seguinte.
Formalidade bate recorde
1
correta transposição de uma para outra voz verbal no seguinte caso:
(...) obras-primas (3º parágrafo) = tinham sido gravadas obras-primas.
livros continuam em minha biblioteca (3º parágrafo) = os livros têm continuado em minha biblioteca.
(C) podemos acessar os mesmos conteúdos = os mesmos conteúdos podem ser acessados.
(D) dedicou-se à questão (1º parágrafo) = a ela foi dedicada.
(E) se realizam estudos (1º parágrafo) = estudos sejam realizados.
4
(A) Gravei
(B) os
A: incorreta, “As obras-primas foram gravadas”; B: incorreta, nessa oração o verbo continuar é intransitivo. Não é possível a transposição para a
voz passiva; C: correta, está correta a assertiva; D: incorreta, nessa oração o verbo dedicar-se é transitivo indireto. Não é possível a transposição
para a voz passiva; E: incorreta, “Estudos são realizados”.
Gabarito “C”
O que se pode atestar com certeza é que essa transformação deu novo ânimo à
economia (...). Mantém-se corretamente a voz passiva do verbo grifado acima, respeitando seu sentido original,
caso seja feita a substituição por:
7
10
13
16
(Analista – TRE/PI – 2009 – FCC)
(A) pode
ser atestado.
possível atestar.
(C) se havia atestado.
(D) tem sido atestado.
(E) seria possível atestar.
(B) é
19
22
25
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) apontam para a criação de 554 mil postos de trabalho com carteira assinada no primeiro trimestre deste ano, o
que representa recorde histórico para esse período. A série de dados do CAGED tem início em 1992. Contra os três primeiros
meses de 2007, quando foram criadas 399 mil vagas (recorde anterior), segundo informações do MTE, o crescimento no número de
empregos formais criados foi de 38,7%. “Esse primeiro trimestre, como dizem meus filhos, bombou”, afirmou o ministro do
Trabalho a jornalistas. Para o ano de 2008 fechado, o ministro manteve a previsão de criação de 1,8 milhão de postos de trabalho
com carteira assinada. “Vai ser novo recorde, apesar da taxa de juros”, disse ele em referência à decisão do Comitê de Política
Monetária (COPOM) do Banco Central de elevar os juros de 11,25% para 11,75% ao ano. Em 2007, recorde para um ano fechado,
foram criados 1,61 milhão de empregos formais.
Segundo o ministro, a demanda interna permanece “muito aquecida”. “Esse aumento de 0,5 ponto percentual na taxa de
juros, até chegar ao consumidor, demora. Quem compra fogão, geladeira e carro a prazo vai perceber um aumento real de juros
maior do que 0,5 ponto percentual. Pode haver uma diminuição na escalada de compra de bens duráveis”, disse ele. Para o ministro
do Trabalho, a decisão do COPOM de subir os juros neste mês, e nos subsequentes, conforme projeção do mercado financeiro,
pode impactar um pouco a criação de empregos formais mais para o final de 2008. “Esses próximos três meses vão continuar sendo
muito fortes na criação de empregos com carteira assinada”, avaliou ele.
O ministro do Trabalho classificou a decisão do COPOM de subir os juros de “precipitada”. “É um erro imaginar que há
inflação no Brasil. Temos alguns produtos subindo de preços, como o trigo e outros produtos, por causa das chuvas, ou falta de
chuvas. Os preços dos bens duráveis (fogões, geladeiras e carros, por exemplo, que são impactados pela decisão dos juros) não
estão aumentando”, disse ele a jornalistas. O ministro avaliou, entretanto, que o impacto maior se dará nas operações de comércio
exterior. Isso porque a decisão sobre juros tende a trazer mais recursos para o Brasil e, com isso, pressionar para baixo o dólar.
Dólar baixo, por sua vez, estimula importações e torna as vendas ao exterior mais caras. Por conta principalmente do dólar baixo,
a balança comercial teve queda de 67% no superávit (exportações menos importações) no primeiro trimestre deste ano. A criação
de empregos formais no primeiro trimestre deste ano cresceu em quase todos os setores da economia. No caso da indústria de
transformação, por exemplo, foram criadas 146 mil vagas nos três primeiros meses deste ano, contra 110 mil em igual período de
2007.
Tribuna do Brasil, 11/4/2008. Internet: <www.tribunadobrasil.com.br> (com adaptações).
Transpondo a oração para a voz passiva, teremos: “Que essa transformação deu novo ânimo à economia pode ser atestado com certeza.”
(Analista – TRT/1ª – 2008 – CESPE) O
texto apresenta uma oração na voz passiva no trecho
Gabarito “A”
(A) “A série
VOZ VERBAL
SUJEITO
VERBO TRANSITIVO DIRETO
Passiva
analítica
Que essa transformação deu novo ânimo
pode ser atestado
(verbo ser no infinitivo + particípio do principal)
o que se pode atestar
(verbo principal no infinitivo)
OBJETO DIRETO
que essa transformação deu novo ânimo...
AGENTE DA
PASSIVA
de dados do CAGED tem início em 1992” (l.3).
(B) “o crescimento no número de empregos formais criados foi de 38,7%” (l.4-5).
(C) “‘Pode haver uma diminuição na escalada de compra de bens duráveis’” (l.12).
(D) ‘Os preços dos bens duráveis (...) não estão aumentando’ (l.18-19).
(E) “No caso da indústria de transformação, por exemplo, foram criadas 146 mil vagas” (l.23-24).
A: incorreta, a locução verbal “tem início” é intransitiva; B: incorreta, o verbo ir (“foi”) é intransitivo; C: incorreta, o verbo haver no sentido de
“existir” é impessoal e não permite transposição para a voz passiva; D: incorreta, a oração está na voz ativa; E: correta, a locução verbal “foram
criadas” está na voz passiva.
Gabarito “E”
Veja a resolução esquematizada:
Passiva
sintética
99
Gabarito “D”
98
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
(A) não
terá descoberto.
será descoberta.
(C) não terá sido descoberta.
(D) não é descoberta.
(E) não tem descoberto.
(B) não
Na transposição da voz ativa para a passiva, o sujeito da ativa (ninguém) será o agente da passiva (por ninguém) e o objeto da ativa (“sua timidez”)
será o sujeito da passiva. O verbo auxiliar da passiva estará no mesmo tempo e modo que o descobrir na ativa (presente do indicativo): “Sua
timidez não é descoberta por ninguém.”.
A: assertiva correta, “A nossa fecundidade indisciplinada deveria ser
contemplada pela orientação do nosso ensino.”; B: assertiva incorreta,
devendo ser assinalada, o verbo depender é transitivo indireto e não
admite transposição para a voz passiva; C: assertiva correta, “A possibilidade de seus múltiplos sentidos sempre será considerada pela
leitura responsável de um texto.”; D: assertiva correta, “Uma solução
única para cada problema é tão somente considerada pela maioria dos
professores.”; E: assertiva correta, “A valorização das contradições é,
acima de qualquer certeza dogmática, estimulada pelo método dialético.
Gabarito “D”
VOZ VERBAL
SUJEITO
VERBO TRANSITIVO DIRETO
OBJETO DIRETO
ATIVA
Ninguém
descobre
(presente do indicativo)
sua timidez
Passiva
analítica
Sua timidez
não é descoberta
(verbo ser no presente do indicativo + particípio)
AGENTE DA PASSIVA
por ninguém
Transpondo-se para a voz passiva a frase Nesta visão, os valores morais dariam o
balizamento do agir, a forma verbal resultante deverá ser:
(Analista – TRT/19ª – 2008 – FCC)
(A) seja
(C) seria
astrônomos antigos colocaram-na no centro do
universo.
(B) A mensagem chegou com o título de “A Bela Azul”.
(C) O coração coloca as razões do amor no centro do
universo.
(D) Anunciam os cientistas a agonia de nossa Bela Azul.
(E) A presença da natureza por vezes nos desvia da
leitura de um livro.
A construção com verbo intransitivo (chegar) não permite a transposição da oração para a voz passiva.
(Analista – TRE/SE – 2007 – FCC) NÃO admite transposição
para a voz passiva a seguinte construção:
(A) O
Gabarito “A”
Veja a resolução esquematizada:
VOZ VERBAL
SUJEITO
VERBO TRANSITIVO DIRETO
OBJETO DIRETO
ATIVA
Os valores
morais
dariam
(futuro do pretérito do indicativo)
o balizamento
do agir
Passiva analítica
O balizamento
do agir
seria dado
(verbo ser no futuro do pretérito do indicativo + particípio)
AGENTE DA PASSIVA
pelos valores morais
atual desequilíbrio climático certamente comprometerá nossos recursos.
(B) Nossos descendentes haverão de reconhecer esses
efeitos devastadores.
(C) Trata-se de uma consequência direta dos fundamentos do cristianismo.
(D) Nossa própria cultura engendrou esse dilema de
difícil solução.
(E) Muitos sustentam a possibilidade de superação
desse nosso dilema.
Nessa oração o verbo tratar é transitivo indireto, a palavra se é índice
de indeterminação do sujeito. Não é possível a transposição para a
voz passiva.
Gabarito “C”
alimentada.
alimentado.
(E) fosse alimentado.
(D) tenha
“Para que nossa insatisfação seja alimentada”: o objeto direto da voz
ativa torna-se o objeto da voz passiva.
(Analista – TRE/SP – 2006 – FCC) A humanidade tem dominado
a natureza a fim de tornar a vida cada vez mais longa
e mais cômoda.
Na frase acima,
I.
prova de que não somos uma coisa só está em
cada dia que amanhece.
(B) Outro dia recortei da Internet este fragmento de um
blog (...).
(C) A humanidade não tem jeito.
(D) O pessimista não é inimigo das idealizações, muito
pelo contrário.
(E) Nem tudo está perdido.
A: incorreta, o verbo estar é intransitivo e não é possível a transposição
para a voz passiva; B: correta, “Este fragmento de um blog foi outro dia
recortado da Internet por mim” – o verbo recortar é transitivo direto,
de modo que é possível a transposição para a voz passiva; C, D e E:
incorretas, os verbos ter, ser e estar são verbos predicativos nessas
orações. Não é possível a transposição para a voz passiva.
Gabarito “B”
É exemplo de construção
(A) Como não concordar com a oportunidade da frase?
não transpõe o limite da queixa (...)
pautam sua vida por princípios de dignidade.
(D) (...) vêm sendo investigadas e punidas.
(E) (...) não indo além de um mero discurso ético.
(C) (...)
Da forma verbal ativa [sujeito] vem investigando e punindo [objeto direto
no plural] obteve-se a voz passiva: “vêm sendo investigadas e punidas”.
(Analista – TRE/MS – 2007 – FCC) NÃO admite transposição
para a voz passiva a seguinte construção:
(A) A
orientação do nosso ensino deveria contemplar
nossa fecundidade indisciplinada.
(B) Uma revolução na orientação do ensino brasileiro
depende de uma combinação de múltiplas iniciativas.
(C) A leitura responsável de um texto sempre considerará a possibilidade de seus múltiplos sentidos.
(D) A maioria dos professores considera tão somente
uma solução única para cada problema.
(E) O método dialético estimula, acima de qualquer
certeza dogmática, a valorização das contradições.
II.
III.
a transposição para outra voz verbal implicará em
substituir-se tem dominado por tem sido dominada.
a substituição de A humanidade por Os homens
implicará, obrigatoriamente, alteração na voz verbal.
a expressão a fim de tornar a vida tem sentido
equivalente ao de a fim de que a vida se torne.
Está correto o que se afirma SOMENTE em
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) II
(E) I
e III.
e III.
I: correta, a oração original está na voz ativa. Na transposição para a voz
passiva, o objeto direto passa a ser sujeito e o sujeito da ativa passa a ser
o agente da passiva: “A natureza tem sido dominada pela humanidade a
fim de tornar a vida cada vez mais longa e mais cômoda.”. Está correta
essa assertiva; II: incorreta, a substituição não implicará alteração na
voz verbal. O agente da passiva “pela humanidade” seria substituído
por “pelos homens”. Essa assertiva é incorreta; III: correta, a oração
reduzida adverbial final “a fim de tornar a vida” equivale à desenvolvida
“a fim de que a vida se torne”. A assertiva está correta.
(Analista – TRF/2º – 2007 – FCC) Transpondo a frase “os
extraordinários acontecimentos pareciam dividir nitidamente o mundo entre os defensores e os inimigos da
liberdade e do progresso social” para a voz passiva, a
forma verbal corretamente obtida é:
(Analista – TRF/1º – 2006 – FCC) A frase que admite transposição para a voz passiva é:
(A) parecia
(A) O
ser dividido.
ter sido divididos.
(C) tinha sido dividido.
(D) tinha parecido dividir.
(E) pareciam dividirem.
(B) pareciam
“O mundo entre os defensores e os inimigos da liberdade e progresso
social parecia ser dividido nitidamente pelos extraordinários acontecimentos.”
país pode chegar a uma situação caótica.
editorial é um desrespeito à soberania cubana.
(C) A atenção do Estado cubano para com a saúde
popular é exemplo para todos.
(D) Houve indignação e protestos contra o editorial da
revista.
(E) Cuba tem auxiliado países vítimas de catástrofes.
(B) O
Gabarito “A”
(A) A
(B) Se
Gabarito “D”
(Analista – TRF/5ª – 2008 – FCC) A frase que admite transposição para a voz passiva é:
alimentada.
(B) alimentemos.
Para que seja possível a transposição para a voz passiva, o verbo da
oração tem que ser transitivo direto.
Transpondo-se para a voz
passiva a frase transmiti o respeito de meus pais pelas
ficções, a forma verbal resultante será
(Analista – TRT/4ª – 2006 – FCC)
(Analista – TRF/4ª – 2007 – FCC)
(A) fora
transmitido.
(B) transmitiram-se.
(C) foi
transmitido.
Gabarito “E”
Na transposição da oração para a voz passiva, o sujeito da voz ativa (“os valores morais”) será o agente da passiva (“pelos valores morais”) e o
objeto direto (“o balizamento do agir”) da voz ativa será o sujeito da passiva: “Nesta visão, o balizamento do agir seria dado pelos valores morais.”
verbal na voz passiva:
Transpondo-se para voz
passiva o segmento Para alimentar nossa insatisfação,
a forma verbal resultante será
(Analista – TJ/PE – 2007 – FCC)
Gabarito “E”
dado.
(B) teriam dado.
(C) seriam dados.
(D) teriam sido dados.
(E) fora dado.
(Analista – TRT/23ª – 2007 – FCC)
“O respeito de meus pais pelas ficções foi transmitido [por mim]”.
Gabarito “B”
(A) seria
sido transmitido.
(E) transmitiram-me.
A construção que NÃO
admite transposição para a voz passiva é:
(Analista – TRE/PB – 2007 – FCC)
(A) Os
Veja a resolução esquematizada:
(D) terá
Gabarito “A”
para a voz passiva o segmento ninguém descobre sua timidez, a forma
Gabarito “B”
(Analista – TRT/2ª – 2008 – FCC) Transpondo-se
verbal resultante será:
101
Gabarito “C”
100
Transpondo-se para a voz
passiva a frase tudo o que me importou na vida já
escrevi, ela ficará:
(A) Tudo
o que me importou na vida já foi por mim
escrito.
praticam hábitos saudáveis de vida.
(B) Penso também nas nadadoras.
(C) Elas olham para o placar.
(D) (...) é o tempo que elas amam.
(E) (...) não conseguiriam abraçar uma delas.
O verbo pensar na acepção de “procurar lembrar-se, imaginar” é transitivo indireto e não admite transposição para a voz passiva. É muito
importante saber que a transposição para a voz passiva somente é
possível quando o verbo da oração é transitivo direto.
Gabarito “B”
(Analista – TRT/24ª – 2006 – FCC) Transpondo-se
para a voz
passiva o segmento instituições macabras que os
homens – lamentavelmente – criam contra sua própria
humanidade, a forma verbal resultante será
(A) estão
sendo criadas.
(B) são criadas.
(C) foram criadas.
(D) têm criado.
(E) têm sido criadas.
Reescrevendo a oração na voz ativa, teremos: “Os homens [sujeito]
criam instituições macabras [objeto direto no plural] (criam – lamentavelmente – contra sua própria humanidade)”. Na transposição para a
voz passiva, o objeto direto torna-se sujeito, e o sujeito da ativa será o
agente da passiva: “Instituições macabras são criadas pelos homens”.
Gabarito “B”
(Analista – TRT/3ª – 2005 – FCC) Não
é possível alterar a voz
nação, mais do que uma simples tribo.
(B) No começo da informatização das redações de
jornal, houve um divertido mal-entendido.
(C) Alguns velhos homens de letras olham com preconceito essa tribo.
(D) A jovem repórter citada no texto tinha abortado uma
matéria, e não um filho.
(E) Recriações semânticas são feitas a partir de termos
ou expressões já antigos.
O verbo haver no sentido de existir é impessoal, não possui sujeito e
não permite a transposição de vozes.
Gabarito “B”
(Analista – TRT/11ª – 2005 – FCC)
possíveis de convivência.
processo eleitoral parece ser o desmentido da
humildade necessária para o exercício da democracia.
(C) Mitterrand perdeu as eleições por conta de uma
declaração infeliz.
(D) As reuniões de moradores não obteriam êxito caso
eles agissem como candidatos numa eleição.
(E) As promessas mirabolantes e a retórica vazia vêm
alimentando o discurso da maioria dos candidatos.
(B) O
Não é possível a transposição para a voz passiva de oração que apresenta locução predicativa (“parecer ser”). É possível transpor para a
voz passiva orações que sejam desenvolvidas por verbo transitivo
direto. A: assertiva correta, “Uma reunião é apreciada (por mim)”;
C: assertiva correta, “As eleições foram perdidas por Mitterand”; D:
assertiva correta, “Êxito não seria obtido”; E: assertiva correta, “O
discurso vem sendo alimentado”.
(Analista – TRE/MG – 2005 – FCC) Admite transposição para a
(A) A quantidade dos micreiros já constitui, de fato, uma
passiva a frase
(A) Aprecio uma reunião em que há o esforço de inventar
Transpondo-se para a voz
alternativas diversas das que tipificam a atividade profissional, a forma verbal resultante será são
tipificadas.
voz passiva o segmento sublinhado na seguinte frase:
(A) Esse
modo de pensar opõe-se a todas as formas
de fundamentalismo.
(B) (...) por provar que determinada linha de pesquisa
estava equivocada.
(C) Para os que lidam com a ciência, não há nada de
excepcional nessa atitude (...)
(D) (...) se prepara para apresentar as devidas correções
diante de um plenário de cientistas.
(E) (...) a verdade reside congelada num passado
remoto.
A: incorreta, o verbo opor-se é transitivo indireto e não admite transposição para a voz passiva; B: incorreta, o verbo estar é predicativo e
não admite transposição para a voz passiva; C: incorreta, o verbo lidar
é transitivo indireto e não admite transposição para a voz passiva; D:
correta, a oração admite transposição para a voz passiva: “para as
devidas correções serem apresentadas”; E: incorreta, o verbo residir é
intransitivo e não admite transposição para a voz passiva.
Gabarito “D”
da forma verbal da frase:
NÃO é possível a transposição para a voz passiva do segmento sublinhado
da frase:
(Analista – TRT/13ª – 2005 – FCC)
NÃO admite transposição
para a voz passiva o seguinte segmento do texto:
(Analista – TRE/RN – 2005 – FCC)
(A) centenas
de formigas devorando um lagarto.
assistir a documentários sobre a violência do
mundo animal.
(C) uma espécie de vespa cuja fêmea deposita seus
ovos dentro de lagartas.
(D) Predadores não sentem a menor culpa.
(E) quando matam as suas presas.
(B) ao
34 Com isso, nas pequenas infrações, o autor e a vítima
poderão ser poupados das delongas e dos prazos decorrentes
do processo, com a solução imediata do litígio, por meio da
37 composição, tanto no âmbito civil como no criminal.
Nessa nova realidade de aplicação de penas, a justiça
do Amapá visualizou um horizonte infinito de trabalho, tendo
40 a sua disposição o respaldo da lei. Surgiram então os Juizados
Itinerantes Terrestre e Fluvial, com a premissa máster de
oferecer às comunidades distantes das cidades o mesmo
43 atendimento encontrado nos fóruns, pois as jornadas
itinerantes são compostas por juízes, promotores, escrivãos,
policiais, e toda a infraestrutura para a realização de
46 audiências cíveis, criminais e de família.
A: assertiva correta, “Um lagarto sendo devorado por centenas de
formigas”; B: assertiva incorreta, devendo ser assinalada, o verbo
assistir nessa oração é transitivo indireto e não admite transposição
para a voz passiva; C: assertiva correta, “Seus ovos dentro de lagartas
são depositados por uma espécie de vespa”; D: assertiva correta, “A
menor culpa não é sentida por predadores.”; E: assertiva correta,
“Quando suas presas são mortas”.
(Analista – TJ/AP – 2004 – CESPE) A respeito das ideias e das
estruturas do texto I, julgue o item seguinte:
(1)
(Analista – TRE/PR – 2004 – ESAG) Em relação a “A psicologia
moderna levantou a lebre: os pais devem participar
ativamente do dia-a-dia dos filhos”, é INCORRETO
afirmar:
(A) Na
frase, levantou é verbo transitivo direto.
(B) Na frase, há predominância de palavras paroxítonas,
em relação às oxítonas.
a frase para a voz passiva, o núcleo
verbal fica foi levantada.
(D) A psicologia moderna é agente da voz passiva.
(C) Transpondo
Em relação a essa oração, que está na voz ativa, “A psicologia moderna”
é o sujeito do verbo levantar.
Internet: <http://www.tjap.gov.br>. Acesso em dez./2003
(com adaptações).
As ideias e a correção gramatical do texto serão
mantidas, caso o trecho na voz passiva “as jornadas
(...) de família” (l.43-46) seja reescrito na voz ativa
como juízes, promotores, escrivães e policiais, bem
como toda a infraestrutura para a realização de
audiências cíveis, criminais e de família, compõem
as jornadas itinerantes.
1: correta, o trecho na voz passiva “as jornadas itinerantes são compostas por juízes, promotores, escrivãos [sic – o correto é escrivães],
policiais, e toda a infraestrutura para a realização de 46 audiências cíveis,
criminais e de família” pode ser reescrito na voz ativa, substituindo a
forma verbal “são compostas” por “compõem”. Além disso, o agente
da passiva será o sujeito da ativa e o sujeito da passiva (“as jornadas
itinerantes”) será o objeto da ativa.
Justiça Itinerante Fluvial
1 Uma das faces do funcionamento do Juizado Especial
no Estado do Amapá é a Justiça Itinerante Fluvial. Essa
modalidade de serviço judiciário consiste no atendimento de
4 comunidades ribeirinhas por meio da utilização de uma
embarcação adaptada para o atendimento judiciário em áreas
não servidas por postos avançados e inacessíveis por estradas.
7 Esta desloca-se pelo rio Amazonas e afluentes, visitando
ribeirinhos, até o distrito de Bailique, arquipélago localizado no
extremo norte do estado. Em seu interior ocorrem audiências
10 cíveis, criminais e de família, em que juízes e promotores
efetuam todos os procedimentos judiciários necessários: fazem
interrogatórios, proferem sentenças, efetuam conciliações, etc.
13 Nas jornadas do Juizado Itinerante Fluvial, diversas
comunidades ribeirinhas são visitadas pela equipe. Na
embarcação, que serve de base para a execução dos trabalhos,
16 a comunidade ribeirinha recebe uma ampla orientação de seus
direitos e da forma como podem deles usufruir como cidadãos
amapaenses. A base fica ancorada em pontos estratégicos no
19 meio do rio, e os interessados aproximam-se em pequenos
barcos e canoas, para serem prontamente atendidos pelos
serventuários ali presentes.
22 Pela
peculiaridade
de
algumas
localidades,
nem
sempre há a necessidade de o atendimento ser efetuado dentro
da embarcação. Nesses casos, o atendimento ocorre em
25 centros comunitários ou escolas da própria localidade. Assim,
diversas famílias têm alcançado direitos antes tidos como
impossíveis, tais como certidões de nascimento de seus filhos,
28 certidões de casamento, posse de terras, etc.
A
Lei
n.º
9.099/1995
introduziu
importantes
modificações no sistema penal e processual brasileiro,
31 instituindo os juizados especiais, possibilitando a aplicação de
novos institutos, como transação e suspensão condicional do
processo.
(Analista – TRE/BA – 2003 – FCC) A única frase que NÃO
admite transposição para a voz passiva é:
(A) Podemos repetir uma experiência científica inúmeras
vezes.
bons cientistas consideram o caminho traçado
por seus antecessores.
(C) Os melhores charlatões não resistem a um inquérito
verdadeiramente científico.
(D) Qualquer um de nós deseja compreender nosso
vasto e misterioso Universo.
(E) Que bom se conhecêssemos todas as forças responsáveis pela nossa existência...
(B) Os
A única frase que não admite a transposição para a voz passiva é a que
tem o verbo transitivo indireto (“resistir a”).
Gabarito “C”
(A) (...)
Todos os verbos das assertivas (tipificar, ter praticado, ter
apreendido, exigir e limitar) são transitivos diretos. Desse modo,
é possível a transposição para a voz passiva. A: incorreta, “a atividade profissional é tipificada”; B: incorreta, “entradas forçosas
têm sido praticadas (...) pela polícia”; C: correta, “papéis têm sido
apreendidos pela polícia”; D: incorreta, “qualificações específicas
são exigidas pela advocacia”; E: incorreta, “as anotações cabíveis
serão limitadas aos campos”.
Gabarito “B”
Gabarito “A”
A frase que NÃO admite
transposição para a voz passiva é:
(Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC)
a polícia tem praticado entradas forçosas em
escritórios de advocacia, a forma verbal resultante
será foram praticadas.
(C) (...) a polícia tem apreendido papéis, a forma verbal
resultante será têm sido apreendidos.
(D) A advocacia exige qualificações específicas, a forma
verbal resultante será têm sido exigidas.
(E) (...) limitarei as anotações cabíveis aos campos da
Constituição e da lei vigente, a forma verbal resultante será terei limitado.
Gabarito “D”
O verbo é transitivo direto: escrever está na 1ª pessoa do singular do
pretérito perfeito. O sujeito é desinencial: eu. Na transposição da voz
ativa para a passiva, o sujeito da ativa (eu) será o agente da passiva
(por mim) e o objeto da ativa (“tudo o que me importou na vida”) será
o sujeito da passiva: “tudo o que me importou na vida já foi escrito
por mim”.
(B) (...)
103
Gabarito 1C
o que a vida me importou já fora escrito por
mim.
(C) A vida já me importou em tudo o que escrevi.
(D) Já está escrito na vida tudo o que ela me importou.
(E) Tudo o que me importou na vida já tenho escrito.
Gabarito “C”
(B) Tudo
(A) (...)
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
Gabarito “B”
102
11. ORTOGRAFIA
(Analista – TRT/20ª – 2011 – FCC) Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
(A) Muita
gente imagina que literatura é aonde se
escreve como se fala, embora hajam autores que
consigam fazê-lo com arte.
(B) O gosto literário dos antigos professores de português não sucitava qualquer dúvida quanto ao brilho
da retórica exagerada.
(C) A formulação mesma dos temas de redação era um
indubitável encaminhamento do aluno para o estilo
grandiloquente.
A: incorreta, “se equivocou” (3ª pessoa do singular); B: correta, o Novo
Acordo Ortográfico determina a supressão do acento circunflexo das
formas verbais terminadas em “-eem”; C: incorreta, a forma verbal
“satisfazerem” existe. Trata-se do infinitivo conjugado. Preste atenção
que a oração desse alternativa começa com um pronome condicional
(“se”). Desse modo, usaremos o futuro do subjuntivo “satisfizerem”.
A oração corretamente redigida fica: “Se eles não satisfizerem todas as
exigências”. Na língua falada é muito comum essa troca. Dê especial
atenção a isso, pois é tema comum nas questões de concursos. D: incorreta, a oração poderia ser reescrita. Uma possibilidade é: “O traumático
episódio gerou grande ansiedade e excitação desmedida. Xingaram e
investiram contra a pessoa mais cumpridora com seus deveres.”; E:
incorreta, “será uma compulsão que ninguém deve compartilhar”.
Gabarito “B”
(Analista – TRE/AP – 2011 – FCC) Está correta a seguinte frase:
que os méritos pela execução do projeto
não coubessem àquele engenheiro, foram-lhe logo
atribuídos, mas ele, com humildade, não hesitou em
recusá-los.
(B) Parecia haver muitas razões para que seus estudos de
metereologia não convencesse, mas a mais excêntrica
era inventar pretextos inverossímeis para seus erros.
(C) Devem fazer mais de seis meses que ele não constroe nenhuma maquete, talvez por estresse; por
isso, muitos são a favor de que lhe seja concedido
as férias acumuladas.
(D) Ele é especialista em vegetais euros-siberianos,
motivo das suas análizes serem feitas em extensa
faixa da Europa e dele viajar tão à vontade.
(E) Ao que me disseram, tratam-se de questões totalmente
irrelevante para o pesquisador, mas, mesmo assim,
jornalistas tentam assessorá-lo na divulgação delas.
Julgue os itens abaixo
quanto à grafia das palavras neles empregadas.
(Analista – TRE/MA – 2009 – CESPE)
I.
II.
III.
IV.
Após ter seu mandato cassado, o prefeito está
ancioso para voltar à vida política.
A polícia revelou, algumas horas depois do ocorrido,
a indentidade do incendiário.
Por proceder mal, o profissional foi considerado, um
mau colega.
Recentemente, surgiram denúncias de privilégios e
malversação dos recursos públicos.
Estão certos apenas os itens
(A) I
e II.
e III.
(C) II e III.
(D) II e IV.
(E) III e IV.
(B) I
I: ansioso; II: identidade; III: correto o uso do adjetivo mau, que
qualifica o substantivo “colega” (mal e bem são advérbios – mau e
bom são adjetivos).
(Analista – TRT/18ª – 2008 – FCC)
todas as palavras da frase:
Está correta a grafia de
(A) Muitos
se deixam embalar por um mixto de torpor e
devaneio, quando se entretém à janela do ônibus.
(B) Tentou convencer o jovem a desligar a engenhoca,
mas não obteve sucesso nessa tentativa de dissuazão.
(C) Que temos nós a haver com o relatório que deixou
frustado aquele executivo?
(D) Por que não se institue a determinação de por um
fim ao abuso dos ruídos no interior de um ônibus?
(E) É difícil explicar o porquê de tanta gente sentir-se
extasiada diante das iniquidades de um filme violento.
A: incorreta, misto; B: incorreta, dissuasão; C: incorreta, frustrado; D:
incorreta, instituir; E: correta, a palavra “porquê” é um substantivo e
está corretamente grafada. A palavra “iniquidade” não leva mais trema,
de acordo com o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
(Analista – TRT/1ª – 2008 – CESPE) Com referência à ortografia
oficial e às regras de acentuação de palavras, assinale
a opção incorreta.
(A) Os
vocábulos lágrima e Gênesis seguem a mesma
regra de acentuação.
(B) As palavras oásis e lápis são acentuadas pelo
mesmo motivo.
(C) A grafia correta do verbo correspondente a ressurreição é ressucitar.
O ___ (acidente/incidente) que causou a ____ (delação/
dilação) do presidente da Amma revela uma __ (contravenção/contraversão) dos magistrados por muito
tempo no estado do Maranhão. As ações consideradas
___ (imorais/amorais) foram apreciadas pelo PCA,
cujo relator, o conselheiro Felipe L. Cavalcanti que,
____ (ao encontro de/de encontro a) lei, ___ (aferir/
auferir) resultados dignos de um ____ (censo/senso)
de justiça exemplar.
(A) Sinônimos
(B) Homônimos
(C) Homônimos
homófonos
homógrafos
Todas as palavras estão
corretamente grafadas na frase:
(D) Antônimos
(A) Ela
Essas palavras são homônimas (palavras que possuem significados
diferentes e forma fônica idêntica; homófono) e homófonas (palavras
diversas no significado e na grafia e pronúncia de modo idêntico). De
acordou com Houaiss, a palavra acidente é um acontecimento casual,
fortuito, inesperado; incidente é um acontecimento imprevisível que
modifica o desenrolar normal de uma ação; delação é o ato ou efeito
de delatar; acusação secreta; denúncia; dilação é a transferência para
mais tarde; adiamento, prorrogação; imoral é contrário à moral,
às regras de conduta vigentes em dada época ou sociedade ou
ainda àquelas que um indivíduo estabelece para si próprio; amoral
é moralmente neutro (nem moral, nem imoral); que não leva em
consideração preceitos morais; estranho à moral; a locução ao
encontro de tem a acepção de “em atendimento a; em favor de” e a
locução de encontro a significa “em direção contrária; em trajetória
de colisão com” ou “em desacordo com, em oposição a”. O verbo
aferir significa cotejar (pesos, medidas etc.) com os respectivos
padrões; afilar; examinar a exatidão dos instrumentos que servem
para pesar, medir etc.; auferir é ter como resultado; conseguir, obter,
colher. O vocábulo censo tem a acepção de recenseamento e senso
é a qualidade de sensato; prudência, circunspecção; “faculdade
de julgar, de sentir, de apreciar; juízo, entendimento, percepção,
sentido”; sentido, direção, rumo.
(Analista – TRF/5ª – 2008 – FCC)
não crê em rixa, mas em complementaridade
entre o pessimismo e o otimismo, admitindo, assim,
flexibilização das sensações humanas.
(B) As sensações espectantes produzem, entre os mais
pessimistas, muito temor, e entre os otimistas, uma
gososa, deleitosa ansiedade.
(C) Algumas pessoas não admitem hesitação ou abstensão, quando nos inquirem: você se arroula entre
os pessimistas ou entre os otimistas?
(D) Em tese, não se deve previlegiar o otimismo ou o
pessimismo; esses humores não reinvindicam, por
si mesmos, nenhuma hegemonia.
(E) O autor do texto se apoia na tese segundo a qual
não se deve descriminar em definitivo entre o pessimismo e o otimismo.
A: correta, a grafia das palavras dessa assertiva está correta; B:
incorreta, expectantes; gozosa (aquilo que resulta em satisfação); C:
incorreta, abstenção; arrola (verbo arrolar [inscrever-se] na 3ª pessoa
do singular do presente do indicativo); D: incorreta, privilegiar; reivindicam; E: incorreta, o verbo apoiar na 3ª pessoa do singular do presente
do indicativo (“apoia”) não leva acento de acordo com o novo Acordo
Ortográfico da Língua Portuguesa; discriminar (distinguir).
(Analista – TJ/MT – 2008 – VUNESP) Assinale a frase em que
a expressão em destaque está grafada/empregada
corretamente.
(A) A matéria há cerca da clonagem de órgãos humanos
foi alvo de diversas críticas.
artigo do cientista apresentou uma rezenha das
teorias mais recentes sobre o cérebro humano.
(C) O documento contêm informações sigilosas a respeito de diversas transações da Bolsa de Valores.
(D) A empresa subsídia diversas Organizações Não
Governamentais no interior do Estado do Mato Grosso.
(E) Segundo os especialistas, não há por que se preocupar com o aquecimento global a curto prazo.
(B) O
A: incorreta, “A matéria acerca da [a respeito de] clonagem”; B: incorreta, resenha; C: incorreta, “O documento contém” – verbo conter na 3ª
pessoa do singular do presente do indicativo; D: incorreta, “A empresa
subsidia” – verbo subsidiar na 3ª pessoa do singular do presente do
indicativo; E: está correto o uso de “por que” separado e sem acento,
usado no sentido de “razão pela qual”.
Gabarito “E”
Senhor Ministro, peço sua licença para advertir
que Vossa Excelência se equivocais no julgamento
dessa lei tão polêmica.
(B) Seus companheiros, até os recém-contratados, não
lhe atribuem nenhum deslize e creem que esse é
mais um injusto empecilho entre tantos com que ele
já se defrontou.
(C) Se eles não satisfazerem todas as exigências,
não se têm como contratá-los sem enveredar pelo
caminho da irregularidade.
(D) O traumático episódio gerou grande ansiedade,
excitação desmedida que lhe fez xingar e investir
contra a pessoa mais cumpridora com seus deveres.
(E) Caso ele venha a se opor, será uma compulsão a que
ninguém deve compartilhar, sob perigo de todos os
envolvidos se virem em situação de risco na empresa.
A: assertiva correta, as palavras lágrima e Gênesis são proparoxítonas.
Todas as palavras proparoxítonas, isto é, as palavras que possuem o
acento tônico na antepenúltima sílaba, são acentuadas; B: assertiva correta, as palavras oásis e lápis são paroxítonas, isto é, são palavras que
têm o acento tônico na penúltima sílaba. Acentuam-se as paroxítonas
terminadas em i seguido ou não de s; C: assertiva incorreta, devendo
ser assinalada: ressuscitar; D: assertiva correta, poetisa; E: assertiva
correta, o vocábulo traz corresponde à 3ª pessoa do singular do verbo
trazer. A palavra trás (ou “atrás, detrás”) é um advérbio empregado
na indicação de lugar.
(Analista – TJ/PB – 2008 – COMPROV) As opções que preenchem adequadamente os espaços do fragmento
abaixo são prototípicas de um fenômeno denominado
em língua portuguesa de:
(E) Parônimos
(Analista – TRT/23ª – 2007 – FCC) Estão corretos o emprego
e a grafia de todas as palavras da frase:
(A) A
corrupção só se extingue ou diminue quando os
justos intervêm para que as boas causas prevalesçam.
(B) Os homens que usufruem de vantagens a que não
fazem jus cultivam a hipocrisia de propalar discursos
moralizantes.
(C) Contra tantos canalhas audases há que haver a
reação dos que têm a probidade como um valor
inerente ao exercício da cidadania.
(D) Há uma inestricável correlação entre a apatia dos
bons cidadãos e a desenvoltura com que agem os
foras-da-lei.
(E) Deprende-se que houve êxito das iniciativas dos
homens de bem quando os prevaricadores sentiram
cerceada sua área de atuação.
A: incorreta, diminui (verbo diminuir na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo); prevaleçam; C: incorreta, audazes; D: incorreta,
inextricável; fora da lei (locução adverbial); E: incorreta, depreende-se.
Gabarito “B”
(A) –
Gabarito “E”
que apresenta
emprego da letra “z”, o feminino de poeta é grafado
com s.
(E) O vocábulo traz corresponde apenas a uma das
formas do verbo trazer; a forma trás é empregada
na indicação de lugar (equivale a parte posterior).
Gabarito “A”
Gabarito “C”
(Analista – TRE/AP – 2011 – FCC) A alternativa
frase correta é:
(D) Apesar de a grafia correta do verbo poetizar exigir o
105
Gabarito “B”
A: incorreta, “Muita gente imagina que na literatura se escreve como se
fala, embora haja autores que consegue fazê-lo com arte.”; B: incorreta,
“suscitava”; C: correta; D: incorreta, “não o desestimulou a escrever”;
E: incorreta, “ache preferível.
B: incorreta, verifique a ortografia: meteorologia; C: incorreta, o verbo
fazer quando indica tempo decorrido é impessoal: “Deve fazer mais de
seis meses que ele não constrói [note a ortografia da 3ª pessoa do singular do presente do indicativo] (...) muitos são a favor de que lhe sejam
concedidas as férias [verifique a concordância verbal – ‘que as férias
sejam concedidas’]”; D: incorreta, ortografia: análises; o pronome dele
é possessivo e não funciona como sujeito, porém há algumas gramáticas
que já aceitam o seu uso. De qualquer modo, sejamos conservadores
considerando como forma correta: “de ele viajar”. O pronome pessoa
“ele” é o sujeito do verbo viajar; E: incorreta, o verbo tratar é transitivo
indireto em “trata-se de questões”, o se é índice de indeterminação do
sujeito. Nesse caso, o verbo sempre permanece no singular, uma vez que
não o sujeito não está determinado para indicar a concordância. Quanto
à concordância nominal, o adjetivo concorda em gênero (quando for o
caso) e número com o substantivo: “questões irrelevantes”.
Gabarito “E”
lou-lhe de escrever um romance que se notabilizaria
como literário.
(E) Embora Graciliano Ramos ache mais preferível uma
linguagem concisa do que a empolada, ele é um
escritor bastante culto.
Gabarito “C”
(D) A linguagem rude de Paulo Honório não desestimu-
(A) Ainda
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
Gabarito “A”
104
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
(A) Segundo estudo realizado pelo Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a maioria
dos latinosamericanos considera que a democracia é
indispensável para o desenvolvimento e é preferível à
qualquer outra forma de governo, embora se mostrem
insatisfeitos com seu desempenho.
(B) De acordo com os dados da pesquisa A Democracia
na América Latina, realizados pelo PNUD, 66% dos
latino-americanos considera que a democracia é
indispensável para o desenvolvimento de seus países e que não pode haver democracia sem partidos
políticos ou congressos.
(C) A satisfação ou insatisfação com a democracia,
segundo conclusões de pesquisa encomendada
pela ONU, na América Latina, estão relacionados
com sua eficácia para resolver os problemas econômico, social e politico do país.
(D) Passados 20 anos da Campanha Diretas Já, o Brasil,
segundo relatório do PNUD, apresenta uma situação
contraditória: atinge a melhor avaliação no Índice de
Democracia Eleitoral, mas, ao mesmo tempo, tem
uma população que abriria mão do sistema democrático em prol de uma economia mais segura.
(E) Conforme o relatório do PNUD, 64,7% dos entrevistados – entre os 18.643 latino-americanos ouvidos
– afirmam que os governantes não cumprem o que
promete por que mentem para ganhar as eleições.
A maior parte se queixam também da corrupção,
(A) cidadão/mal
(B) questão/girassol
(C) cristão/cônsul
(Analista – TRE/PE – 2004 – FCC) Encontram-se palavras
escritas de modo INCORRETO na frase:
As palavras “interpretação e general” são pluralizadas da seguinte
forma: “interpretações e generais”. A: incorreta, cidadãos/males;
B: correta, questões/girassóis; C: incorreta, cristãos/cônsules; D:
incorreta, órfãos/funis.
(A) Algumas
(D) órfão/
funil
(Analista – TRT/3ª – 2005 – FCC) Estão corretos o emprego e
a grafia de todas as palavras da frase:
(A) É costume discriminar-se os jovens, e a razão maior
está em serem jovens, e não em alguns de seus
hábitos que fossem em si mesmos pernisciosos.
(B) A encorporação de um novo léxico é uma das consequências de todo amplo avanço tecnológico, já
que este indus à criação ou recriação de palavras
para nomear novos referentes.
(C) Um pequeno glossário, capaz de elucidar a nova
terminologia da informática, contribui muito para
afastar os percalços do caminho dos usuários iniciantes, aturdidos com tanta novidade.
(D) Os maus-entendidos são fatais quando ainda não se
tem destreza numa nova linguagem, quando ainda
não se está familiarizado com um novo vocabulario.
(E) Muita gente letrada e idosa aderiu ao uso do computador, considerando-o não um sinal do apocalípse,
mas uma ferramenta revolucionária na execução de
tarefas, um instrumento útil para qualquer pesquizador.
A: incorreta, perniciosos; B: incorreta, incorporação; consequência
(de acordo com o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, o
trema passou a ser empregado apenas em palavras derivadas de nomes
próprios estrangeiros); induz; D: incorreta, mal-entendidos; vocabulário;
E: incorreta, apocalipse; pesquisador.
Gabarito “C”
fragmento de texto está gramaticalmente correto quanto
a grafia, morfologia e sintaxe.
(Analista – TRE/SC – 2005 – FAPEU) Assinale a alternativa em
que os vocábulos formem o plural como interpretação
e general, respectivamente.
A: incorreta, adéque (sem trema, de acordo com o novo Acordo
Ortográfico da Língua Portuguesa); B: incorreta, altercações (altercar
é polemizar); disseminar; C: incorreta, constitui (verbo constituir na
3ª pessoa do singular do presente do indicativo); preservando; D:
incorreta, inépcia; falacioso; E: correta, o verbo crer na 3ª pessoa do
plural do presente do indicativo levava acento, porém com o novo
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, a grafia correta é “creem”.
A palavra bem-sucedido é hifenizada. A questão é de 2005 (antes do
Acordo), de modo que a assertiva E era a correta.
(Analista – TRT/13ª – 2005 – FCC) Estão corretos o emprego
e a grafia de todas as palavras na frase:
(A) Há
discussões que chegam a um tal estado de
paradoxismo que fica improvável alguma solução
que se adeque à expectativa dos contendores.
(B) Os candidatos, em suas altercalções num debate,
costumam dissiminar mais injúrias um contra o outro
do que esclarecimentos ao eleitorado.
tribos indígenas almejam a expansão de
seu território, com a demarcação oficial da área que
habitam.
(B) A visão de um paraíso natural onde índios vivam em
harmonia parece estar em desacordo com a atual
realidade extrativista.
(C) Os colonizadores demonstraram enorme incomprenção dos costumes indígenas, regeitando-os, devido
a sua formação religiosa.
(D) Uma hipótese consiste em reconhecer certos direitos
dos índios, como a utilização sustentável da floresta,
que gera recursos para as tribos.
(E) Existem as chamadas unidades de conservação,
cujo objetivo se volta para a manutenção da floresta
e especialmente para animais em risco de extinção.
Estão incorretamente grafadas as palavras: incompreensão e rejeitando.
Justiça Itinerante Fluvial
1 Uma das faces do funcionamento do Juizado Especial
no Estado do Amapá é a Justiça Itinerante Fluvial. Essa
modalidade de serviço judiciário consiste no atendimento de
4 comunidades ribeirinhas por meio da utilização de uma
embarcação adaptada para o atendimento judiciário em áreas
não servidas por postos avançados e inacessíveis por estradas.
7 Esta desloca-se pelo rio Amazonas e afluentes, visitando
ribeirinhos, até o distrito de Bailique, arquipélago localizado no
extremo norte do estado. Em seu interior ocorrem audiências
10 cíveis, criminais e de família, em que juízes e promotores
efetuam todos os procedimentos judiciários necessários: fazem
interrogatórios, proferem sentenças, efetuam conciliações, etc.
13 Nas jornadas do Juizado Itinerante Fluvial, diversas
comunidades ribeirinhas são visitadas pela equipe. Na
embarcação, que serve de base para a execução dos trabalhos,
16 a comunidade ribeirinha recebe uma ampla orientação de seus
direitos e da forma como podem deles usufruir como cidadãos
amapaenses. A base fica ancorada em pontos estratégicos no
19 meio do rio, e os interessados aproximam-se em pequenos
barcos e canoas, para serem prontamente atendidos pelos
serventuários ali presentes.
22 Pela
peculiaridade
de
algumas
localidades,
nem
sempre há a necessidade de o atendimento ser efetuado dentro
da embarcação. Nesses casos, o atendimento ocorre em
25 centros comunitários ou escolas da própria localidade. Assim,
diversas famílias têm alcançado direitos antes tidos como
impossíveis, tais como certidões de nascimento de seus filhos,
28 certidões de casamento, posse de terras, etc.
A
Lei
n.º
9.099/1995
introduziu
importantes
modificações no sistema penal e processual brasileiro,
31 instituindo os juizados especiais, possibilitando a aplicação de
novos institutos, como transação e suspensão condicional do
processo.
34 Com isso, nas pequenas infrações, o autor e a vítima
poderão ser poupados das delongas e dos prazos decorrentes
do processo, com a solução imediata do litígio, por meio da
37 composição, tanto no âmbito civil como no criminal.
Nessa nova realidade de aplicação de penas, a justiça
do Amapá visualizou um horizonte infinito de trabalho, tendo
40 a sua disposição o respaldo da lei. Surgiram então os Juizados
Itinerantes Terrestre e Fluvial, com a premissa máster de
oferecer às comunidades distantes das cidades o mesmo
43 atendimento encontrado nos fóruns, pois as jornadas
itinerantes são compostas por juízes, promotores, escrivãos,
policiais, e toda a infraestrutura para a realização de
46 audiências cíveis, criminais e de família.
Internet: <http://www.tjap.gov.br>. Acesso em dez./2003
(com adaptações).
(Analista – TJ/AP – 2004 – CESPE) A respeito das ideias e das
estruturas do texto I, julgue o item seguinte.
(1)
No singular, os vocábulos “fóruns” e “juízes” têm,
respectivamente, a seguinte grafia: fórum e juiz.
1: a assertiva está correta. Normalmente, o plural de palavras terminadas
em -m é formado pela terminação -ns e o plural de palavras terminadas
em -z é formado pela terminação -es.
12. REGÊNCIAS VERBAL E NOMINAL
(Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) O
Estado deve ficar fora das
atividades de que o setor privado já dá conta.
A nova redação da frase acima estará correta caso se
substitua o elemento sublinhado por
(A) a
que o setor privado já vem colaborando.
as quais o setor privado já vem cuidando.
(C) nas quais o setor privado já vem interferindo.
(D) em cujas o setor privado já vem demonstrando
interesse.
(E) pelas quais o setor privado já vem administrando.
(B) com
A: incorreta. “Colaborar” rege a preposição “com”, não “a”; B: incorreta.
“Cuidar” rege a preposição “de”, não “com”; C: correta. “Interferir” rege,
realmente, a preposição “em”; D: incorreta. “Cujas” é pronome relativo
que indica posse, o que não faz sentido nessa construção. Além disso,
“interesse” rege a preposição “por”; E: incorreta. “Administrar” é verbo
transitivo direto, ou seja, não rege preposição.
Gabarito “C”
Gabarito “E”
(Analista – TRE/PA – 2005 – CESPE) Assinale a opção em que o
A: incorreta, “a maioria dos latino-americanos considera (...) embora se
mostre insatisfeita”; B: incorreta, “De acordo com os dados da pesquisa
(...) realizada pelo PNUD, “66% dos latino-americanos consideram”;
C: incorreta, “A satisfação (...) está relacionada com sua eficácia para
resolver os problemas econômico, social e político”; D: correta, o
período está gramaticalmente correto; E: incorreta, “os governantes não
cumprem o que prometem, porque (...). A maior parte se queixa (...)”.
democracia, por vezes, constitue uma espécie
de campo de provas que poucos candidatos estão
habilitados a cruzar prezervando sua dignidade.
(D) Se os eleitores fossem mais atentos à inépsia dos
candidatos, não se deixariam envolver por tudo o
que há de falascioso nos discursos de campanha.
(E) Crêem muitos que há obsolescência na democracia,
conquanto ninguém se arvore em profeta de algum
outro regime que pudesse ser mais bem sucedido.
Gabarito “C”
A: incorreta, viés; pôr [acentuado] tudo a [não ocorre a crase antes
de verbo] perder; B: incorreta, “Sua pretensão”; em torno (à volta de);
“dispostas a [preposição] debates”; C: incorreta, ultraje; adivinhando;
D: incorreta, dispensasse; consequente; ali; E: correta, “para tudo” (o
verbo parar na 3ª pessoa do singular recebia acento diferencial. De
acordo com o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, não há
mais esse acento. A questão é de 2007 (anterior ao Acordo), de modo
que a assertiva era considerada correta).
Opções adaptadas. Internet:
<http://www.eleicoes.infonet.com.br>.
(C) A
107
Gabarito 1C
de por tudo à perder, na medida em que será alterada
a estratégia da pesquisa previamente adotada.
(B) Sua pretenção ao consenso esvaiu-se quase que de
repente, quando notou que entorno de si as pessoas
mais pareciam descansar que dispostas à debates.
(C) Tomou como ultrage a displicência com que foi recebido, advinhando que o mal-estar que impregnava o
ambiente era mais que uma questão eminentemente
pessoal.
(D) Estava atrás de um acessório que o despensasse de
promover a limpeza do aparelho e sua conseqüente
manutenção depois de cada utilização, mas não
pôde achá-lo por alí.
(E) Quando se considera a par do tema, ajuíza sem
medo, mas, ao se compreender insipiente, pára
tudo e pede aos especialistas que o catequizem no
assunto para não passar por néscio.
Gabarito “B”
(A) Ao se estender esse viez interpretativo, correm o risco
ineficiência do Judiciário, falta de profissionalismo
combinada com o abuso da força policial e incapacidade dos governos de resolver problemas sociais
básicos.
Gabarito “E”
(Analista – TRF/2º – 2007 – FCC) A frase em que a grafia e a
acentuação estão em conformidade com as prescrições
da norma padrão da Língua Portuguesa é:
Gabarito “D”
106
(Analista – TRT9 – 2012 – FCC) Em
1992, a indústria cinematográfica do país entrou numa crise ...... só começou a
se recuperar na segunda metade da década de 1990.
(Adaptado de Eduardo Bueno, op.cit.)
Preenche corretamente a lacuna da frase acima:
(A) a
qual
que
(C) na qual
(D) onde
(E) da qual
(B) a
Ocorre crase no primeiro caso, porque o verbo “atribuir” rege a preposição “a” e seu complemento é palavra feminina singular antecedida
do artigo definido “a”. No segundo caso, não há acento grave, porque
não ocorre crase antes de verbo. No terceiro caso, não ocorre crase
porque “alavancar” é verbo transitivo direto, ou seja, seu complemento
(no caso, “indústria”) não vem antecedido de preposição.
Gabarito “E”
(Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC) Está
expressão sublinhada em:
correto o emprego da
(A) Os
dicionários são muito úteis, sobretudo para bem
discriminarmos o sentido das palavras em cujas
resida alguma ambiguidade.
(B) O texto faz menção ao famoso caso das cotas, pelas
quais muitos se contrapuseram por considerá-las
discriminatórias.
(C) Por ocasião da defesa de políticas afirmativas, com
as quais tantos aderiram, instaurou-se um caloroso
debate público.
(D) Um dicionário pode oferecer muitas surpresas,
dessas em que não conta quem vê cada palavra
como a expressão de um único sentido.
(E) Esclarece-nos o texto as acepções da palavra
discriminação, pela qual se expressam ações inteiramente divergentes.
A: incorreta. “Cujo” remete a posse, propriedade. No caso, deveria
ter sido usado “nas quais”; B: incorreta. O verbo “contrapor” rege a
preposição “a”, portanto o correto seria “às quais”; C: incorreta. O verbo
“aderir” rege a preposição “a”, portanto o correto seria “às quais”; D:
incorreta. Não há nenhum verbo a reger a preposição em”. Deveria
constar apenas “que” ou “quais”; E: correta. O uso do pronome relativo
e da preposição atendem aos preceitos gramaticais.
Gabarito “E”
Está adequado o emprego
de ambos os elementos sublinhados na frase:
(Analista – TRT/23ª – 2011 – FCC)
(A) Os argumentos de que devemos nos agarrar devem
se pautar nos limites da racionalidade e da justiça.
casos históricos em que Voltaire recorre em seu
texto ajudam-no a demonstrar de que a pena de
morte é ineficaz.
(C) A pena de talião é um recurso de cuja eficácia muitos
defendem, ninguém se abale em tentar demonstrá-la.
(D) Os castigos a que se submetem os criminosos
devem corresponder à gravidade de que se reveste
o crime.
(A) Os
recursos da internet, dos quais podemos nos
valer a qualquer momento, permitem veicular mensagens por cujo conteúdo seremos responsáveis.
(B) Artistas plásticos, que suas obras lhes interessa
divulgar, frequentam os espaços da internet,
mediante aos quais promovem a divulgação de seu
trabalho.
(C) Jornalistas veteranos, de cujas colunas tantos
leitores já frequentaram, passaram a criar seus
próprios blogs, pelos quais acrescentam uma dose
de subjetivismo.
(D) É comum que, num blog, os assuntos públicos, a
cujo interesse social ninguém duvida, coabitem aos
assuntos particulares, que a poucos interessará.
(E) As múltiplas formas de linguagem com que o autor
de um blog pode lançar mão obrigam-no a se familiarizar com técnicas de que jamais cogitou dominar.
A: correta, valer-se de; responsáveis por; B: incorreta, redação truncada.
Uma opção é “Artistas plásticos, interessados em divulgar suas obras,
frequentam os espaços da internet, mediante os quais”; C: incorreta,
cujas colunas; aos quais acrescentam; D: incorreta, “de cujo interesse
social ninguém duvida” (verto transitivo indireto); E: incorreta, “de que o
autor de um blog pode lançar (verto transitivo indireto) mão”; “técnicas
que jamais cogitou dominar” (verto transitivo direto).
Não é usual tratar da política na perspectiva da afirmação da verdade. Platão afirmou, na República, que a
verdade merece ser estimada sobre todas as coisas,
mas ressalvou que há circunstâncias em que a mentira
pode ser útil, e não odiosa. Na política, a derrogação da
verdade pela aceitação da mentira muito deve à clássica tradição do realismo que identifica no predomínio
do conflito o cerne dos fatos políticos. Esta tradição
trabalha a ação política como uma ação estratégica
que requer, sem idealismos, uma praxiologia, vendo
na realidade resistência e no poder, hostilidade. Neste
contexto, política é guerra e, como diz o provérbio, “em
tempos de guerra, mentiras por mar, mentiras por terra”.
Celso Lafer. O Estado de S. Paulo, A2, 20 de julho de 2008,
com adaptações.
(Analista – TRE/PI – 2009 – FCC) Esta tradição trabalha a ação
política como uma ação estratégica... (1º parágrafo)
A frase em que o verbo exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima é:
(A) ...que
identifica no predomínio do conflito o cerne
dos fatos políticos.
(B) Neste contexto, política é guerra...
(C) Recorrendo a metáforas do reino animal...
(D) ...que obedece aos consagrados preceitos do “não
matar” e do “não mentir”...
(E) ...que a fraude é mais importante do que a força ...
O verbo trabalhar tem dois complementos: um objeto direto (“a ação
política”) e um adjunto adverbial (“como uma ação estratégica”). O verbo
identificar também tem os mesmos complementos (“o cerne dos fatos políticos” é o objeto direto e “no predomínio do conflito” é o adjunto adverbial).
1
... para a preservação das
espécies e das áreas em que elas se encontram. (último
parágrafo)
4
A expressão pronominal grifada acima preenche corretamente a lacuna da frase:
7
(Analista – TRE/TO – 2011 – FCC)
(A) É necessário ampliar o conhecimento sobre a impor-
tância da biodiversidade para a vida no planeta, ......
se amplie o campo das pesquisas genéticas.
(B) O número de espécies de um bioma garante a matéria genética ...... dispõem os pesquisadores para
estudos nas mais diversas áreas do conhecimento.
(C) Material genético disponível para estudos mais
aprofundados na área da saúde humana é tudo
aquilo ...... possam sonhar os cientistas.
(D) Justifica-se uma preocupação maior com a sustentabilidade do planeta, tendo em vista ...... se acelera
o ritmo da degradação de diversos biomas.
(E) As inúmeras espécies que constituem os biomas
oferecem material de estudo ...... se fundamentam
os cientistas para descobrir a cura de doenças.
A: incorreta, que se amplie” B: incorreta, de que dispõem; C: incorreta,
“com que possam sonhar”; D: incorreta, “tenho em vista que”; E:
correta, “em que se fundamentam”.
Gabarito “E”
−à−a
(B) a − à − a
(C) a − a − à
(D) a − à − à
(E) à − a − a
(Analista – TRT/24ª – 2011 – FCC) Está adequado o emprego
de ambos os elementos sublinhados na frase:
Atenção: a questão seguinte baseia-se no texto apresentado abaixo.
10
13
16
19
O agente ético é pensado como sujeito ético, isto é,
como um ser racional e consciente que sabe o que faz, como
um ser livre que escolhe o que faz e como um ser
responsável que responde pelo que faz. A ação ética é
balizada pelas ideias de bem e de mal, justo e injusto, virtude
e vício. Assim, uma ação só será ética se consciente, livre e
responsável e será virtuosa se realizada em conformidade
com o bom e o justo. A ação ética só é virtuosa se for livre
e só o será se for autônoma, isto é, se resultar de uma decisão
interior do próprio agente e não de uma pressão externa.
Evidentemente, isso leva a perceber que há um conflito entre
a autonomia da vontade do agente ético (a decisão emana
apenas do interior do sujeito) e a heteronomia dos valores
morais de sua sociedade (os valores são dados externos ao
sujeito). Esse conflito só pode ser resolvido se o agente
reconhecer os valores de sua sociedade como se tivessem
sido instituídos por ele, como se ele pudesse ser o autor
desses valores ou das normas morais, pois, nesse caso, ele
será autônomo, agindo como se tivesse dado a si mesmo sua
própria lei de ação.
Marilena Chaui. “Uma ideologia perversa”. In: Folhaonline,
14/3/1999 (com adaptações).
(Analista – STF – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item, a
respeito da organização das estruturas linguísticas e
das ideias do texto acima.
(1)
É pela acepção do verbo levar, em “leva a perceber”
(l.11), que se justifica o emprego da preposição “a”
nesse trecho, de tal modo que, se for empregado o
109
substantivo correspondente a “perceber”, percepção, a preposição continuará presente e será correto
o emprego da crase: à percepção.
1: correta, o verbo regente levar exige a preposição a, porém verbos não
aceitam artigos, sendo assim, antes deles nunca ocorre crase (contração
da preposição a e do artigo definido feminino ou pronome demonstrativo).
A substituição do verbo pelo substantivo feminino percepção permitirá
a ocorrência da crase: “levar à percepção”. A assertiva está correta.
1
Se a perspectiva do político é a perspectiva de como
o poder se constitui e se exerce em uma sociedade, como se
distribui, se difunde, se dissemina, mas também se oculta, se
4 dissimula em seus diferentes modos de operar, então é
fundamental uma análise do discurso que nos permita
rastreá-lo. A necessidade de discussão da questão política e
7 do exercício do poder está em que, em última análise, todos
os grupos, classes, etnias visam, de uma forma ou de outra,
o controle do poder político. Porém, costumamos ver o poder
10 como algo negativo, perverso, no sentido da dominação, da
submissão. Não há, entretanto, sociedade organizada sem
formas de exercício de poder. A questão, portanto, deve ser:
13 como e em nome de quem este poder se exerce?
Danilo Marcondes. Filosofia, linguagem e comunicação.
São Paulo: Cortez, 2000, p. 147-8 (com adaptações).
(Analista – STJ – 2008 – CESPE) Em relação às ideias e às estru-
turas linguísticas do texto acima, julgue os itens a seguir.
Na linha 7, para evitar as duas ocorrências da preposição “em” e tornar o estilo do texto mais elegante,
mantendo-se a correção gramatical, deve-se deixar
subentendida a primeira delas, reescrevendo-se o
respectivo trecho da seguinte forma: está que, em
última análise.
(2) Mantendo-se as ideias originalmente expressas
no texto, assim como a sua correção gramatical, o
complemento da forma verbal “visam” (l.8) poderia
ser introduzido pela preposição a: ao controle.
(1)
1: incorreta, no período “A necessidade de discussão da questão política
e do exercício do poder está em que, em última análise, todos (...)”, a
primeira preposição aparece por exigência do verbo estar. Nesse contexto,
o verbo estar é transitivo indireto e tem a acepção de “consistir, resumir-se”. A assertiva está errada; 2: correta, o verbo visar é transitivo direto
ou transitivo indireto no sentido de objetivar. A assertiva está correta.
Gabarito 1E, 2C
(A) à
A: incorreta, “a que devemos nos agarrar”; B: incorreta, “a que Voltaire
recorre”; “a demonstrar que”; C: incorreta, “recurso cuja eficácia
muitos defendem”; “se abale ao tentar”; D: correta, “submeter-se a”;
“revestir-se de”; E: incorreta, “a cuja propagação se lançou”; “a quem
não falte o senso de justiça”.
Gabarito “A”
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima,
na ordem dada:
ideias liberais, de cuja propagação Voltaire se
lançou, estimulam legisladores em quem não falte
o senso de justiça.
Gabarito “A”
Gabarito “E”
Costuma-se atribuir ......
originalidade da obra de Glauber Rocha o êxito do
movimento denominado Cinema Novo, cujos filmes
ajudaram ...... alavancar temporariamente ...... indústria
cinematográfica nacional.
(Analista – TRT9 – 2012 – FCC)
(E) As
Gabarito “D”
O verbo “recuperar” rege a preposição “de” (quem se recupera, recupera-se de alguma coisa). Portanto, tal preposição deve aparecer junto
com o pronome relativo feminino para concordar com “crise” – daí
temos “da qual”.
(B) Os
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
Gabarito 1C
108
1
Em primeiro lugar, é preciso definir o que vem a ser
igualdade social. Esse conceito pressupõe que todos sejam
forçados a viver em casas idênticas, ganhar os mesmos
4 salários, comer as mesmas comidas e acreditar nos mesmos
valores? Essa abordagem já foi tentada e os resultados foram
e são desastrosos, para não dizer trágicos. Como os
7 fundadores dos EUA sabiam muito bem, é impossível para
um governo arcar com a missão de assegurar igualdade para
todos os cidadãos. As pessoas não nascem iguais. Elas
10 possuem habilidades e talentos próprios. O principal papel
de um governo não é ir contra essa realidade e forçar algo
que não existe nem existirá. O bom governo é aquele que
13 oferece oportunidades iguais para todos buscarem a própria
felicidade.
Veja, 3/9/2008, pp.17-20 (com adaptações).
Com base na organização
do texto acima, julgue os itens subsequentes.
(Analista – TJ/CE – 2008 – CESPE)
(1)
O desenvolvimento da argumentação permite a
inserção da preposição a imediatamente antes de
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
13 época em que é muito difícil ser-se linear. Porque estamos
em uma fase de revisão radical do paradigma epistemológico
da ciência moderna, é bem possível que seja sobretudo o
16 olhar que esteja mudando. Mas, por outro lado, não parece
crível que essa mudança tivesse ocorrido sem nada ter
mudado no objeto do olhar que o olha.
1: correta, a palavra regente “forçados” exige a preposição a. Essa
preposição pode ser inserida antes dos verbos “ganhar”, “comer” e
“acreditar”: “Esse conceito pressupõe que todos sejam forçados a viver
(...), a ganhar (...), a comer (...) e a acreditar nos mesmos valores?”
A assertiva está correta; 2: incorreta, em “O principal papel de um
governo não é ir contra essa realidade”, considerando que “contra” é
um preposição, não é possível manter as relações sintático-semânticas.
A assertiva está errada.
Boaventura Souza Santos. Modernidade, identidade e a cultura de
fronteira. Tempo Social, USP, 1993, p. 39 (com adaptações).
Tudo parece ter começado a mudar nos últimos anos
e as revisões profundas por que estão passando os discursos
e as práticas identitárias deixam no ar a dúvida sobre se a
4 concepção hegemônica da modernidade se equivocou na
identificação das tendências dos processos sociais, ou se tais
tendências se inverteram totalmente em tempos recentes, ou,
7 ainda, sobre se se está perante uma inversão de tendências
ou, antes, perante cruzamentos múltiplos de tendências
opostas sem que seja possível identificar os vetores mais
10 potentes. Como se calcula, as dúvidas são acima de tudo
sobre se o que presenciamos é realmente novo ou se é apenas
novo o olhar com que o presenciamos. Estamos em uma
das ideias do texto
acima e de suas estruturas linguísticas, julgue os itens
a seguir:
Na linha 2, o uso da preposição “por” antes do pronome relativo deve-se à regência da forma verbal
“passando”, que está empregada no texto com a
acepção de vivenciando.
(2) A preposição “sobre” (l.3), que introduz os complementos da palavra “dúvida” (l.3), está subentendida
imediatamente antes da primeira ocorrência de “se”
(l.5).
(1)
1: correta, a forma verbal regente “passando” exige a preposição por: “os
discursos estão passando por revisões profundas”. A assertiva está correta;
2: correta, o significado da preposição sobre (“dúvida sobre se a concepção
hegemônica da modernidade se equivocou (...) ou se tais tendências se
inverteram”) recai sobre os complementos da palavra “dúvida”: “se a
concepção hegemônica” e “se tais tendências”. A assertiva está correta.
Gabarito 1C, 2C
Gabarito 1C, 2E
1
(Analista – TJ/CE – 2008 – CESPE) Acerca
A expressão com que preenche corretamente a lacuna da frase:
(Analista – TRF/4ª – 2007 – FCC)
(A) As
ficções, sobretudo as da meninice, ...... o autor
tanto conviveu e se impressionou, marcaram-no
para sempre.
(B) O exemplo de “O Caçador de Pipas”, ...... devemos
atentar, é um caso de particularismo cultural que
imediatamente se universaliza.
(C) A “mágica da ficção” é um efeito artístico ...... o autor,
já em seus primeiros contatos com esse universo,
demonstrou sua preferência.
(D) As experiências da vida comum, ...... muita gente não
atribui valor especial, revelam-se extraordinárias ao
ganhar forma artística.
(E) O entusiasmo ....... o autor demonstrou pelas ficções
prova sua convicção quanto à verdade expressa
pelas artes.
Para responder a essa questão, observe as regências dos verbos:
“conviver”, “atribuir”, “demonstrar” e a locução verbal “dever atentar”.
Observe também a regência do nome “preferência”. A: correta, “As
ficções (...) com que o autor tanto conviveu”; B: incorreta, o verbo
atentar na acepção de “tomar em consideração” exige preposição a,
em ou para: “O exemplo (...) a que devemos atentar”; C: incorreta, “é
um efeito artístico em relação ao qual o autor (...) demonstrou sua
preferência”; D: incorreta, “a que muita gente não atribui valor especial”;
E: incorreta, “o entusiasmo que o autor demonstrou”.
Gabarito “A”
Os seres humanos, nas culturas orais primárias, não afetadas por qualquer tipo de escrita, aprendem muito,
possuem e praticam uma grande sabedoria, porém não “estudam”. Eles aprendem pela prática — caçando com
caçadores experientes, por exemplo —, pelo tirocínio, que constitui um tipo de aprendizado; aprendem ouvindo,
4 repetindo o que ouvem, dominando profundamente provérbios e modos de combiná-los e recombiná-los,
assimilando outros materiais formulares, participando de um tipo de retrospecção coletiva — não pelo estudo no
sentido estrito.
7 Quando o estudo, no sentido estrito de análise sequencial ampla, se torna possível com a interiorização
da escrita, uma das primeiras coisas que os letrados frequentemente estudam é a própria linguagem e seus usos. A
fala é inseparável da nossa consciência e tem fascinado os seres humanos, além de trazer à tona reflexões
10 importantes sobre ela própria, desde os mais antigos estágios da consciência, muito tempo antes do surgimento da escrita.
Walter Ong. Oralidade e cultura escrita. Papirus, 1998, p. 17 (com adaptações).
(Analista – TJ/DF – 2008 – CESPE) A partir
(1)
(2)
da organização do texto acima, julgue os seguintes itens.
Na linha 5, o emprego de “pelo”, regendo “estudo”, indica que está subentendida, antes dessa contração, a
forma verbal aprendem, como utilizado na linha 2.
Na linha 9, mesmo que o verbo que antecede a locução adverbial “à tona” não exigisse objeto regido pela preposição “a”, como exige esse emprego do verbo “trazer”, o sinal indicativo de crase seria obrigatório nesse contexto.
1: correta, em “Eles aprendem pela prática [linha 2] não pelo estudo [linha 5]”, subentende-se que antes de “pelo” há o verbo aprendem; 2: correta,
a expressão “à tona” vem sempre com o acento grave.
Gabarito 1C, 2C
(Analista – TRE/MS – 2007 – FCC) Em
matemática, por exemplo, em vez de enfoque nas soluções únicas, atenção para
as formulações alternativas (...).
Quanto à forma, a frase acima não precisará sofrer qualquer alteração caso se substituam os elementos sublinhados, respectivamente, por
(A) ênfase
e apego.
e insistência.
(C) ênfase e focalização.
(D) obsessão e cuidado.
(E) insistência e disposição.
(B) preocupação
A: incorreta, “apego às formulações”; B: incorreta, “preocupação com as soluções únicas, insistência nas formulações”; C: incorreta, “focalização
nas formulações”; D: incorreta, “obsessão pelas soluções únicas, cuidado com as formulações”; E: correta, “insistência nas soluções únicas,
disposição para as formulações”.
Parecia desinteressado da
opinião alheia, naquele evento organizado por uma
grande empresa, a que comparecera apenas por força
de contrato profissional.
(Analista – TRT/4ª – 2006 – FCC)
A frase acima permanecerá formalmente correta caso
se substituam os elementos sublinhados, respectivamente, por
(A) infenso
pela opinião alheia / onde fora
à opinião alheia / em que se fizera presente
(C) imparcial pela opinião alheia / aonde estivera
(D) neutralizado sobre a opinião alheia / na qual estivera
(E) imparcial com a opinião alheia / aonde se apresentara
(B) infenso
Verificar as regências verbais e nominais. A: incorreta, infenso à opinião
alheia; aonde fora; B: correta, “Parecia infenso [em oposição a] à opinião
alheia, naquele evento organizado por uma grande empresa em que se
fizera presente apenas por força de contrato profissional.”; C: incorreta,
onde estivera; D: incorreta, neutralizado pela opinião alheia; E: incorreta,
imparcial à opinião alheia; onde se apresentara.
Gabarito “B”
1
(Analista – TSE – 2006 – CESPE) Assinale
a opção que apresenta fragmento de texto gramaticalmente correto.
(A) O presidente do TSE, Marco Aurélio de Mello, atribuiu
ao “aprimoramento” do processo eleitoral eletrônico
a velocidade da totalização dos votos. Nesta última
eleição, o TSE bateu o recorde histórico, alcançando
a totalização de 90% dos votos às 19 h. Às 21 h 15
min, já haviam sido apuradas 99% das urnas.
(B) “Estamos num caminho certo, no caminho que
consagra o sistema que preserva, acima de tudo, a
vontade do eleitor”, destacou. O presidente lembrou
de que a expectativa inicial era de chegar ao patamar
de 90% dos votos totalizados em todo o país às 22
horas, mas o índice foi alcançado às 19 h 30 min.
(C) O
presidente do TSE avaliou que o sistema de
votação brasileiro é “satisfatório”, tendo sido preservado a vontade do eleitor. Marco Aurélio ponderou
que, diante da agilidade na apuração dos votos, a
antecipação do resultado final em todo o país não
é o mais importante no momento.
(D) Ao responder uma questão sobre os resultados
apontados na apuração do segundo turno presidencial, o ministro Marco Aurélio considerou que, “sem
dúvida alguma, a diferença maior de votos resulta
por legitimidade para o candidato eleito”. O ministro
Marco Aurélio congratulou aos eleitores brasileiros
que, mais uma vez, compareceram às urnas para
exercer “esse direito inerente à cidadania, que é o
direito de escolher os representantes”.
Opções adaptadas. Internet: <www.tse.gov.br>.
A: correta; B: incorreta, “O presidente lembrou que a expectativa inicial
era chegar ao patamar de 90% dos votos (...)”; C: incorreta, verifique a
concordância: “tendo sido preservada a vontade do eleitor.”; D: incorreta, o verbo transitivo direto e indireto congratular exige a preposição
por: “O ministro Marco Aurélio congratulou os eleitores brasileiros por
que, mais uma vez, compareceram às urnas”.
(Analista – TRF/1º – 2006 – FCC) A expressão com que preenche corretamente a lacuna da frase:
(A) Foi
dura, mas justa, a réplica ...... Sergio Pastrana
se valeu, em desagravo à dignidade do país.
(B) Foi grande a repercussão ...... obteve o editorial da
revista entre pesquisadores latino-americanos.
(C) A muitos cubanos ofenderam os termos ...... o editorial se referiu ao futuro do país.
(D) As grandes potências costumam ser presunçosas
quando analisam o tipo de sociedade ...... os pequenos países escolheram construir.
(E) A revista britânica esqueceu-se de que os cubanos
notabilizaram-se pelo sentimento de solidariedade
...... já demonstraram nas últimas décadas.
Para responder a essa questão, observe a regência dos verbos:
“valer-se”, “obter”, “ofender”, “demonstrar” e a locução “escolher
construir”. A: incorreta, “a réplica da qual Sergio Pastrana se valeu”; B:
incorreta, “a repercussão que obteve o editorial”; C: correta, com que
preenche corretamente a frase; D: incorreta, “o tipo de sociedade que
os pequenos países escolheram construir”; E: incorreta, “sentimento
de solidariedade que já demonstraram”.
Gabarito “C”
“ganhar” (l.3), de “comer” (l.4) e de “acreditar” (l.4),
sem se prejudicar a correção gramatical do texto.
(2) Seriam mantidas a correção gramatical e a coerência
de sentidos ao se substituir “essa realidade” (l.11)
por à realidade.
111
Gabarito “A”
110
(Analista – TRT/13ª – 2005 – FCC) Está correto o emprego de
ambos os elementos sublinhados na frase:
(A) O
autor preza a discussão à qual se envolvem os
moradores de um condomínio, quando os anima a
aspiração de um consenso.
(B) A frase de Mitterrand na qual se arremeteu o candidato Giscard não representava, de fato, uma posição
com a qual ninguém pudesse discordar.
(C) A frase de cujo teor Giscard discordou revelava,
de fato, o sentimento de superioridade do qual o
discurso de Mitterrand era uma clara manifestação.
(D) Os candidatos em cujos argumentos são fracos costumam valer-se da oposição entre o certo e errado
à qual se apoiam os maniqueístas.
(E) O comportamento dos condôminos cuja a disposição
é o consenso deveria servir de exemplo ao dos candidatos que seu único interesse é ganhar a eleição.
Gabarito “E”
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
(Analista – TRE/ES – 2005 – ESAG) Assinale
II.
III.
IV.
No verão, viajar pelo litoral capixaba é o ___ mais
gosto.
Prefiro Vila Velha ___ Cariacica, porque lá moram
meus pais.
Visitando Cachoeiro do Itapemirim lembrei-me ___
Rubem Braga.
Eis um político ___ atuação podemos acreditar.
A opção que completa corretamente os espaços é:
(A) de
que – a – de – em cuja
– a – de que – por cuja
(C) que – à – de – cuja
(D) de que – à – de – em cuja
(B) que
I: o verbo gostar exige preposição de (“viajar pelo litoral capixaba é
o de que mais gosto”); II: o verbo preferir exige preposição a em sua
regência (“Prefiro Vila Velha a Cariacica”); III: o verbo preposicionado
lembrar-se exige preposição de (“lembrei-me de Rubem Braga”); IV: o
verbo acreditar exige preposição em (“Eis um político em cuja atuação”).
Gabarito “A”
Durante um bom tempo, a administração da Justiça,
no Brasil, fez-se por intermédio do Ouvidor-Geral, a quem
se podia recorrer no caso de haver discordância com relação
4 às decisões dos ouvidores setoriais, responsáveis pelas
comarcas estabelecidas em cada uma das capitanias
hereditárias. Modernamente, a função do ouvidor está
7 relacionada às tarefas de ouvir e de encaminhar as
solicitações do cidadão, e as experiências dos municípios e
estados que instalaram ouvidorias têm comprovado a
10 importância da aliança entre governantes e governados para
o fortalecimento de nossas instituições democráticas. Ao se
fazer um apanhado histórico do papel do ouvidor na estrutura
13 do Poder Judiciário, no Brasil, é importante ressaltar que seu
surgimento se deu com o objetivo de proteger o cidadão
contra qualquer tipo de abuso, garantindo-lhe os direitos
16 fundamentais, hoje elencados pela própria Constituição
Federal.
1
Internet: <http://www.camara.gov.br>.
Tendo por base o texto
acima, julgue o item que se segue.
(Analista – TRT/10ª – 2004 – CESPE)
(1)
A preposição empregada em “a quem” (l.2) justifica-se pela regência do verbo “recorrer” (l.3).
1: correta, na oração “a quem se podia recorrer no caso de haver
discordância”, o verbo regente recorrer é transitivo indireto e exige a
preposição a. A assertiva está correta.
Julgue os itens que se seguem, relativos ao texto acima.
(Analista – TRT/10ª – 2004 – CESPE) Em relação ao texto acima,
julgue o item que se segue.
(1)
Na linha 5, a presença de preposição em “ao primado” justifica-se pela regência de “situado”.
1: incorreta, a presença da preposição a no sintagma “ao primado”
justifica-se pela regência de “acatamento”: “situado substancialmente
no acatamento ao primado do contraditório”. A assertiva está errada.
Gabarito 1E
I.
Internet: <http://www.stf.gov.br/noticias/imprensa>.
Palavras, percebemos, são pessoas. Algumas são
sozinhas: Abracadabra. Eureca. Bingo. Outras são
promíscuas (embora prefiram a palavra “gregária”):
estão sempre cercadas de muitas outras: Que. De. Por.
Algumas palavras são casadas. A palavra caudaloso,
por exemplo, tem união estável com a palavra rio – você
dificilmente verá caudaloso andando por aí acompanhada de outra pessoa. O mesmo vale para frondosa,
que está sempre com a árvore. Perdidamente, coitado,
é um advérbio que só adverbia o adjetivo apaixonado.
Nada é ledo a não ser o engano, assim como nada
é crasso a não ser o erro. Ensejo é uma palavra que
só serve para ser aproveitada. Algumas palavras
estão numa situação pior, como calculista, que vive
em constante ménage(*), sempre acompanhada de
assassino, frio e e.
Algumas palavras dependem de outras, embora não
sejam grudadas por um hífen – quando têm hífen elas
não são casadas, são siamesas. Casamento acontece
quando se está junto por algum mistério. Alguns dirão
que é amor, outros dirão que é afinidade, carência,
preguiça e outros sentimentos menos nobres (a palavra
engano, por exemplo, só está com ledo por pena – sabe
que ledo, essa palavra moribunda, não iria encontrar
mais nada a essa altura do campeonato).
Esse é o problema do casamento entre as palavras,
que por acaso é o mesmo do casamento entre pessoas.
Tem sempre uma palavra que ama mais. A palavra
árvore anda com várias palavras além de frondosa. O
casamento é aberto, mas para um lado só. A palavra
rio sai com várias outras palavras na calada da noite:
grande, comprido, branco, vermelho – e caudaloso fica
lá, sozinho, em casa, esperando o rio chegar, a comida
esfriando no prato.
Um dia, caudaloso cansou de ser maltratado e resolveu sair com outras palavras. Esbarrou com o abraço
que, por sua vez, estava farto de sair com grande,
essa palavra tão gasta. O abraço caudaloso deu tão
certo que ficaram perdidamente inseparáveis. Foi em
Manuel de Barros.
Talvez pra isso sirva a poesia, pra desfazer ledos enganos em prol de encontros mais frondosos.
(Gregório Duvivier, Abraço caudaloso. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/>. Acesso em: 02 fev 2015. Adaptado)
(*)ménage: coabitação, vida em comum de um casal, unido
legitimamente ou não.
(VUNESP – 2015) Na
passagem – Outras são promíscuas
(embora prefiram a palavra “gregária”): estão sempre
cercadas de muitas outras: Que. De. Por. –, as palavras
destacadas são preposições. Assinale a alternativa em
que elas estão empregadas de acordo com a norma-padrão de regência verbal e nominal.
de falar conosco, que somos os responsáveis por tudo.
(B) Ele insiste de negar tudo, mas é suspeito por ter
recebido propina.
(C) Há um que hesita de fazer o negócio; os demais são
favoráveis por comprar o terreno.
(D) Recusa-se de ajudar, ficando indiferente por nosso
problema.
(E) Eles se admiram de que tenhamos preferência por
funcionários mais experientes.
(A) Persiste
A: incorreta. “Persistir”, nesse caso, rege a preposição “em”; B:
incorreta. “Insistir”, nesse caso, rege também a preposição “em” e o
adjetivo “suspeito” rege a preposição “de”; C: incorreta. “Hesitar” rege
a preposição “em” e “favoráveis” rege a preposição “a”; D: incorreta.
“Recusar-se” rege a preposição “a”, assim como “indiferente”; E:
correta. “Admirar-se” rege a preposição “de” e “preferência” rege a
preposição “por”.
(VUNESP – 2015) O sinal indicativo de crase está empregado de acordo com a norma-padrão em:
(A) Todos
os documentos serão encaminhados às
partes à partir da próxima semana.
(B) Todos tiveram de comparecer perante à autoridade,
prestando contas à ela.
(C) Recusa-se à entregar às certidões antes do final do
expediente.
(D) Encaminhamos à V.Exª os documentos à que se
refere o Edital.
(E) O caso exige tratamento igual às partes, sem fazer
exceção à ré.
A: incorreta. Não ocorre crase na expressão “a partir”, porque formada
por verbo; B: incorreta. “Perante” já é preposição, de forma que o
“a” que a sucede é somente artigo definido. Logo, não ocorre crase;
C: incorreta. Não ocorre crase antes de verbo e “certidões” é objeto
direto, portanto não vem precedido de preposição; D incorreta. Não
ocorre crase antes de pronomes pessoais de tratamento e o “a” que
sucede “documentos” é unicamente uma preposição; E: correta. O
advérbio “igual” e o substantivo “exceção” regem a preposição “a”,
que se aglutina com o artigo definido a seguir para formar a crase.
Gabarito “E”
Gabarito “C”
a alternativa que
completa corretamente os espaços, observando a
regência dos verbos.
O processo, que é o instrumento que reúne todas as
peças da pretensão levada ao juiz, seja do autor, seja do réu,
da acusação ou da defesa, é uma engrenagem complexa.
4 A Constituição Federal erigiu o devido processo
legal, situado substancialmente no acatamento ao primado
do contraditório e do amplo direito de defesa, como um
7 conjunto de regras de valores supremos não só para os
julgadores mas também para as partes do qual não pode se
afastar o aplicador do direito no momento de exercer a
10 jurisdição.
Entretanto, a esse pretexto, o que se verifica é um
eterno vai-e-vem na tramitação do processo, de imperdoável
13 irracionalidade, que não pode ser atribuído ao juiz, mas ao
nosso já vetusto sistema processual, ultrapassado em
quilômetros de distância da evolução por que passa o Mundo
16 e da qual o Brasil não se pode apartar.
1
Gabarito “E”
Verificar a regência verbal dos elementos em negrito. A: incorreta, “O
autor preza a discussão na qual se envolvem (...) quando os anima a
aspiração a um consenso.”; B: incorreta, “A frase de Mitterrand contra
a qual se arremeteu o candidato Giscard não representava (...) uma
posição da qual ninguém pudesse discordar.”; C: correta, “A frase de
cujo teor Giscard discordou revelava (...) o sentimento de superioridade do qual o discurso de Mitterrand era uma clara manifestação.”;
D: incorreta, “Os candidatos cujos argumentos são fracos costumam
valer-se da oposição entre o certo e errado na qual se apoiam [sem
acento, conforme o novo Acordo Ortográfico] os maniqueístas.”; E:
incorreta, “O comportamento dos condôminos cuja [sem posposição
de artigo] disposição é o consenso deveria servir de exemplo ao dos
candidatos já que seu único interesse é ganhar a eleição.”
113
13. TEMAS COMBINADOS E OUTROS
TEMAS
O texto e a norma-padrão
legitimam a seguinte afirmação:
(Analista – TRT/3ª – 2015 – FCC)
(A) (linha 1) Em há momentos, se o verbo viesse acom-
panhado de auxiliar, a forma a ser empregada seria
“devem haver”.
(B) (linhas 15 e 16) Em a guerra continuava feroz não
apenas no Extremo Oriente, mas também na antiquíssima Grécia, a correlação estabelecida entre as
regiões se dá por meio dos segmentos destacados.
(C) (linha 17) Em se enfrentavam para ocupar o vácuo
de poder, a substituição da palavra grifada por “afim
de” mantém o sentido e a correção originais.
(D) (linhas 16 e 17 ) Em onde guerrilheiros de direita e de
esquerda [...] se enfrentavam, a palavra destacada
pode ser substituída por “pela qual”, sem prejuízo
do sentido e da correção originais.
(E) (linhas 14 e 15) Transpondo a frase o retorno dos
combatentes brasileiros vindos da Itália era saudado
delirantemente para a voz ativa, pode-se ter a forma
verbal “saudava” ou “saudavam”, na dependência de
se considerar como agente da ação, por exemplo,
“o povo” ou “as pessoas”.
A: incorreta. Quando utilizado no sentido de “existir”, o verbo “haver” é
impessoal mesmo que acompanhado de verbo auxiliar, permanecendo
sempre na terceira pessoa do singular. O correto, portanto, seria “deve
haver”; B: incorreta. A correlação é feita pelas expressões “não apenas” e
“mas também”; C: incorreta. “Para” é sinônimo de “a fim de”, separado,
com o sentido de “com o fim de”, “com a finalidade de”; D: incorreta.
O pronome “onde” transmite ideia de lugar, ao passo que “pela qual”
indica finalidade, objetivo; E: correta. Como o agente da passiva não está
expresso na oração, é possível utilizar qualquer dos exemplos dados
como sujeito, o que pode alterar a conjugação do verbo.
Gabarito “E”
112
(Analista – TRT/3ª – 2015 – FCC) Perguntando-me a mim
mesmo por que processo de associação ela me viera
à memória, não atinei com o porquê. Pensei, então,
no motivo de eu lastimar sua ausência e não obtive
de imediato a resposta. Passaram-se muitos meses
quando, de repente, percebi o sentido disso tudo: ela
era, sempre fora e sempre seria a concretização da
fantasia primeira da minha adolescência.
Considere o trecho acima e as afirmações que seguem:
Em Perguntando-me a mim mesmo, há duas formas
− me e a mim mesmo − que expressam reflexividade
da ação, motivo pelo qual uma delas pode ser elidida
sem prejuízo do sentido.
II.Em por que processo de associação ela me viera
à memória, o segmento destacado está grafado
segundo as normas gramaticais.
III.Em não atinei com o porquê, a palavra destacada
apresenta erro de grafia: o acento gráfico não é
justificável.
IV.Em percebi o sentido disso tudo, a palavra destacada
resume as razões citadas após os dois-pontos.
I.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I.
Gabarito 1C
Gabarito “B”
Instruções: Para responder às questões seguintes,
considere o texto a seguir.
5
10
15
20
25
30
35
40
Desde A democracia na América (1835), de Alexis
de Tocqueville, tornou-se corrente comparar os
Estados Unidos com a América ibérica, constituindo
este exercício uma fonte de inspiração da imaginação
social no continente. Nessa obra, a América do Sul é
descrita como lugar em que a pujança da natureza
debilitaria o homem, enquanto, na América do Norte, a
natureza se revestiria de outro aspecto, onde tudo “era
grave, sério, solene; dissera-se que fora criada para se
tornar província da inteligência, enquanto a outra era a
morada dos sentidos”.
O caso bem-sucedido da América do Norte apontaria
para um processo em que o atraso ibérico, sob o impacto
das diferentes influências exercidas pelo seu vizinho
anglo-americano,
modernizar-se-ia,
rompendo
com os fundamentos da sua própria história.
A reflexão social latino-americana no século XIX, já
testemunha dos sucessos econômicos e políticos dos
Estados Unidos, tomou-os como um paradigma em sua
luta orientada contra o que seria o seu atraso constitutivo,
resultante do caudilhismo e do patrimonialismo vigentes
em seus espaços nacionais. Entre tantos outros,
os argentinos Sarmiento e Alberdi desenvolveram uma
publicística centrada na comparação entre as duas
Américas e o que nos cumpriria fazer para, livrando-nos
dos nossos males históricos, lograrmos sucesso no ingresso
ao mundo moderno. [...]
No caso do Brasil, a comparação com os Estados
Unidos também esteve presente ao longo de nossa história,
influenciando diretamente os embates sobre o processo
da modernização brasileira. Nossa herança ibérica,
marcada por um Estado forte e pela valorização do
público, seria compatível com os valores do mundo moderno
então emergente? Ou, de forma alternativa, ela
teria nos legado uma carga tão excessiva, cuja
superação em direção à modernidade exigiria uma
ruptura com esse passado? Desde já, é importante
ressaltar que, ainda que os conceitos iberismo e
americanismo tenham sido formulados a posteriori, não
estando presentes no vocabulário dos autores consagrados
como fundadores da tradição de interpretar o
Brasil, eles fornecem uma chave interpretativa para o
estudo do processo de nossa formação histórica.
(VIANNA, Luis Werneck; PERLATTO, Fernando. Iberismo e
americanismo. In: BOTELHO, André; SCHWARCZ, Lilia Moritz (orgs.).
Agenda brasileira: temas de uma sociedade em mudança. São Paulo:
Companhia das Letras, 2011, p. 248-249)
(Analista – TRT/2ª – 2014 – FCC)
(A)(linhas
Afirma-se com correção:
23 e 24) Transpondo para a voz passiva o
segmento os argentinos Sarmiento e Alberdi desenvolveram uma publicística, a forma correta obtida é
“tinha sido desenvolvida”.
A: incorreta. O correto seria “foi desenvolvida”; B: correta. O pronome
possessivo “sua” foi utilizado como ferramenta de coesão para
resgatar a ideia da América Ibérica representada no trecho “atraso
ibérico”; C: incorreta. A substituição correta seria “compara-se”; D:
incorreta. Até então, o texto trata da América Ibérica como um todo,
para só depois especificar o caso brasileiro. Não há, pois, redundância;
E: incorreta. A primeira substituição estão correta, porque ambas
as construções representam o sujeito indeterminado. A segunda,
porém, altera o sentido da oração, porque “fora criada” exprime ideia
de certeza, enquanto “teria sido criada” traz ínsita a ideia de dúvida
sobre o que se está afirmando.
Gabarito “B”
I: correta. Trata-se de pleonasmo literário, figura de estilo que pretende
dar ênfase ao que se fala usando elementos redundantes, de forma
que qualquer deles pode ser suprimido sem alterar o sentido do texto;
II: correta. Nessa passagem, temos a preposição “por” associada ao
pronome relativo “que”, sinônimo de “qual” (“por qual razão...”); III:
incorreta. A grafia está certa: “porquê”, junto e com acento, é substantivo – sinônimo de “motivo”, “razão”; IV: incorreta. O advérbio “tudo”
refere-se aos fatos descritos antes dos dois-pontos.
da sua própria história, o pronome destacado indica
que a história é a da América ibérica.
(C)(linhas 2 e 3) Desenvolvendo a forma destacada
em tornou-se corrente comparar os Estados Unidos
com a América ibérica, estaria em concordância
com as normas gramaticais a formulação “comparando”.
(D) (linha 28) O emprego da expressão No caso do Brasil
pode ser considerado redundância, pois o conteúdo
anterior já está organizado sob essa perspectiva,
como o comprova o uso de (linha 25) nos cumpriria
[...], livrando-nos.
(E) (linha 9) Em dissera-se que fora criada, a substituição das formas verbais preserva o sentido original
se forem trocadas, respectivamente, por “haviam
dito” e “teria sido criada”.
1
5
10
15
20
25
30
A áspera controvérsia sobre a importância da liberdade
política é bem capaz de ocultar o essencial nessa
matéria, ou seja, a liberdade existe como um valor ético
em si mesmo, independentemente dos benefícios concretos que a sua fruição pode trazer aos homens. [...]
A liberdade tem sido, em todos os tempos, a causa
das maiores conquistas do ser humano. E, efetivamente,
que valor teriam a descoberta da verdade, a criação
da beleza, a invenção das utilidades ou a realização da
justiça, se os homens não tivessem a possibilidade de
escolher livremente o contrário de tudo isso?
Heródoto foi um dos primeiros a sublinhar que o estado
de liberdade torna os povos fortes, na guerra e na
paz. Ao relatar a estupenda vitória que os atenienses,
sob o comando de Cleômenes, conquistaram contra os
calcídeos e os beócios, ele comenta: “Aliás, verifica-se,
sempre e em todo lugar, que a igualdade entre os cidadãos
é uma vantagem preciosa: submetidos aos tiranos,
os atenienses não tinham mais valor na guerra que
seus vizinhos; livres, porém, da tirania, sua superioridade
foi manifesta. Por aí se vê que na servidão eles se
recusavam a manifestar seu valor, pois labutavam para
um senhor; ao passo que, uma vez livres, cada um no
seu próprio interesse colaborava, por todas as maneiras,
para o triunfo do empreendimento coletivo”.
O mesmo fenômeno de súbita libertação de energias
e de multiplicação surpreendente de forças humanas
voltou a repetir-se vinte e quatro séculos depois, com a
Revolução Francesa. Pela primeira vez na história moderna, as forças armadas de um país não eram compostas
de mercenários, nem combatiam por um príncipe,
sob o comando de nobres, mas eram formadas de
homens livres e iguais, comandados por generais plebeus,
sendo todos movidos tão só pelo amor à pátria.
(COMPARATO, Fábio Konder. A liberdade como valor ético. Ética:
direito, moral e religião no mundo moderno. São Paulo:
Companhia das Letras, 2006, p. 546-547)
Observadas as orientações da gramática normativa, é pertinente o seguinte
comentário:
(Analista – TRT/2ª – 2014 – FCC)
(A) (linha
18) No segmento submetidos aos tiranos,
tem-se exemplo de emprego de particípio atribuindo
à frase valor temporal.
(B) (linhas 16 a 21) Tanto em ele comenta, quanto em
Por aí se vê, observa-se o emprego do tempo presente pelo pretérito (presente histórico), para dar
vivacidade a fatos ocorridos no passado.
(C) (linhas 4 e 5) Outra redação para independentemente dos benefícios concretos que a sua fruição
pode trazer aos homens estará clara e correta se
tiver a formulação “em nada dependendo dos benefícios concretos que podem advirem da sua fruição
aos homens”.
(D) (linhas 7 a 9) Em E, efetivamente, que valor teriam
a descoberta da verdade (...) ou a realização da
justiça, o valor da sequência implica uma vírgula
obrigatória depois da conjunção “ou”.
(E) (linha 8) Se as normas preveem a possibilidade de
ocorrer o verbo no singular no caso de haver uma
sucessão de substantivos que indicam gradação de
um mesmo fato, seria correto empregar “teria”, em
vez de teriam.
A: correta. O uso do particípio do verbo “submeter” transmite a ideia
de que o fato ocorreu no passado; B: incorreta. O tempo presente foi
utilizado por ser o gramaticalmente adequado, não por recurso de estilo;
C: incorreta. A redação clara e correta seria: “em nada dependendo dos
benefícios concretos que podem advir da sua fruição pelos homens”;
D: incorreta. A vírgula é facultativa nesse caso; E: incorreta. A regra
enunciada está certa, mas o trecho indicado não é uma gradação, e
sim uma enumeração.
(Analista – TRT/16ª – 2014 – FCC) Há, além disso, uma
dificuldade relativa à ciência. Algumas das terapias
disponíveis já têm quatro ou cinco décadas de existência. Investimentos em pesquisa poderiam levar a
estratégias de prevenção e cura mais efetivas. Como
essas doenças não são rentáveis, porém, os grandes
laboratórios raras vezes se interessam por esse nicho.
Considerado o trecho acima, é adequado o seguinte
comentário:
(A) A supressão
da vírgula após a palavra Há preserva
a correção da frase.
(B) A correlação entre as formas verbais Há e poderiam
levar evidencia a relação estabelecida entre o que
efetivamente existe e a hipótese considerada bastante improvável.
(C) Formulação alternativa ao uso de têm está correta
assim − “existe a”.
(D) A expressão mais efetivas, em virtude do segmento
que caracteriza, pode ser deslocada para depois
da palavra estratégias, sem prejudicar o sentido
original.
(E) No contexto, o emprego de já contribui para a
construção da ideia de que certas terapias têm
longevidade que comprova sua eficiência.
A: incorreta. A expressão “além disso”, por estar deslocada da ordem
direta, deve vir entre vírgulas; B: incorreta. Dada a correlação entre as
duas formas verbais, evidencia-se que a possibilidade aventada pelo
autor é bastante provável de acontecer; C: incorreta. “Têm”, com acento
circunflexo, é conjugação da terceira pessoa do plural do presente do
indicativo do verbo “ter”. Logo, a substituição deveria ser por “existem
a”; D: correta. A alteração da colocação como proposta não altera o
sentido ou a clareza do texto; E: incorreta. Ao contrário, “já” foi utilizada
para evidenciar o longo tempo transcorrido desde o desenvolvimento
das terapias e, consequentemente, sua menor efetividade quando
comparadas com as possibilidades atuais da medicina e da farmácia.
(Analista – TRT/16ª – 2014 – FCC) Seria sem dúvida ingenuidade esperar que a indústria farmacêutica se entregasse de corpo e alma à resolução do problema. Seu
compromisso primordial é com seus acionistas − e essa
é a regra do jogo. Isso não significa, contudo, que não
possam fazer parte do esforço.
Afirma-se com correção sobre aspecto do trecho acima:
(A) Se,
em vez de resolução do problema, houvesse
“resolver o problema”, seria correto manter o acento
indicativo da crase − “se entregasse [...] à resolver
o problema”.
(B) A palavra primordial está corretamente empregada,
assim como está em “É primordial para o setor, sem
dúvida alguma, as mudanças relativas à área de
recursos humanos”.
(C) Justifica-se o uso do sinal de pontuação, na linha 2
do trecho acima, assim: “Não é raro o emprego de
um só travessão para indicar que a parte final de
um enunciado constitui um comentário marginal, de
reduzida força para o desenvolvimento do raciocínio”.
(D) A substituição da conjunção contudo por “ainda
que” não altera a relação que originalmente está
estabelecida entre as frases do texto.
(E) A substituição da forma verbal possam fazer por
“possa fazer” estaria correta e adequada ao contexto.
A: incorreta. Não ocorre crase antes de verbo; B: incorreta. Na oração
proposta, “primordial” deveria estar no plural para concordar com
“mudanças”; C: incorreta. Essa não é a razão para o uso do travessão.
Ele substitui os dois-pontos na introdução do aposto; D: incorreta.
“Ainda que” tem valor concessivo; já “contudo” é conjunção adversativa
que pode ser substituída por “mas”, “porém”, “todavia”; E: correta. A
alteração faria com que o verbo se referisse à “indústria farmacêutica”
em vez de “acionistas”, mas de qualquer forma correta.
Gabarito “E”
(B) (linhas 15 e 16) Em rompendo com os fundamentos
Gabarito “A”
e II.
e III.
(D) III e IV.
(E) II e IV.
(C) II
115
Gabarito “D”
(B) I
1
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
114
(Analista – TRT/16ª – 2014 – FCC) Mais de 1 bilhão de humanos
ainda sofrem, em pleno século 21, com doenças cujo
controle é não só possível, mas também relativamente
barato − eis um fato que depõe contra o atual estágio
de nossa organização global.
Na frase acima,
(A) a
correlação estabelecida por não só... mas também pode ser igualmente estabelecida por “tanto
... quanto também”.
(B) cujo pode ser substituído, sem prejuízo da correção
e do sentido, por “de que seu”.
(C) o emprego de sofrem, no plural, é a única forma aceitável de concordância, segundo a norma-padrão.
(D) a expressão com doenças exprime ideia de “conformidade”.
(E) o emprego de depõe é que infunde o sentido de
negatividade ao segmento final.
que ele viu-os sair apressados e com semblante sério, indagou-se sobre o que teria acontecido
durante aqueles tensos minutos que estiveram na
sala da diretoria?
(B) Exequibilidade à parte, o projeto do coordenador
dos eventos exibia tanta riqueza de informação, a
prenunciar sucesso, que não havia quem não os
quisesse custear.
(C) Não se tratava de excrescências a serem relegadas
mas, de ítens absolutamente imprescindíveis ao
bom encaminhamento das secções em que se fosse
debater tantos e tão controversos temas.
(D) Levantada a hipótese de os assessores se contrapuserem à decisão intempestiva do diretor, ninguém
hesitaria em lhes apoiar, pois sabiam que ele determinava, depois ponderava sobre o assunto decidido.
(E) Primeiramente em prioridade absoluta, tornar-se-ia
necessário que se revisasse as últimas determinações do ministro, mas nada parecia indicar que o
fizessem à tempo.
A: incorreta. A conjunção integrante “que” determina a próclise em “assim
que ele os viu sair”; B: correta. O período está redigido de forma clara e
atende a todas as prescrições da gramática; C: incorreta. A vírgula deveria
estar antes, e não depois, de “mas”. Além disso, não há acento na palavra
“itens”. Mais ainda, “seção” é sinônimo de “reunião”; “secção” é sinônimo
de “corte”; D: incorreta. A conjugação correta do verbo “contrapor-se” é
a terceira pessoa do plural do presente do subjuntivo: “contraponham”.
O maior problema, porém, é a falta de clareza da redação; E: incorreta.
Há grave pleonasmo logo no início do período e o verbo “revisar” deveria
estar no plural (“revisassem”), para concordar com “determinações”.
Gabarito “B”
(Analista – TRT/16ª – 2014 – FCC) Não
faltam clareza e correção, segundo a norma-padrão, à seguinte frase:
estou entre aqueles que foi mau tratado pelo
adjunto do secretário geral, por isso pretendo envidar
todos os esforços para que ele responda pelos seus
atos na medida exata da justiça.
(B) Estando emerso em decisões a tomar, não previu a
possibilidade de, tempo findo, ser chamado a prestar
contas e enumerar os impecilhos que o tornaram
vulnerável a uma suspensão.
(C) Crêa você, ou não, o fato é que dissensões existem
até na hora de organizar as homenagens decididas
por consenso, pois os mais expontâneos, a rigor, são
sempre os mais influentes nas deliberações finais.
(D) A homogenização dos ingredientes no tacho de
cobre, é determinante de um bom ou medíocre resultado da receita, motivo porque muitos cozinheiros
reservam toda a atenção e tempo a esse quesito.
(E) Acometido de forte disenteria, de que a palidez era
sinal inequívoco, viu-se na iminência de ser internado, o que o impediu de comparecer ao julgamento
como a testemunha mais importante da defesa.
Cada um fala como quer, ou como pode, ou como acha
que pode. Ainda ontem me divertiu este trechinho de
crônica do escritor mineiro Humberto Werneck, de seu
livro Esse inferno vai acabar:
“– Meu cabelo está pendoando – anuncia a prima,
apalpando as melenas.
Tenho anos, décadas de Solange, mas confesso
que ela, com o seu solangês, às vezes me pega
desprevenido.
– Seu cabelo está o quê?
– Pendoando – insiste ela, e, com a paciência de
quem explica algo elementar a um total ignorante,
traduz:
– Bifurcando nas extremidades.
É assim a Solange, criatura para a qual ninguém
morre, mas falece, e, quando sobrevém esse infausto
acontecimento, tem seu corpo acondicionado num
ataúde, num esquife, num féretro, para ser inumado em
alguma necrópole, ou, mais recentemente, incinerado
em crematório. Cabelo de gente assim não se torna
vulgarmente quebradiço: pendoa.”
Isso me fez lembrar uma visita que recebemos em casa,
eu ainda menino. Amigas da família, mãe e filha adolescente vieram tomar um lanche conosco. D. Glorinha,
a mãe, achava meu pai um homem intelectualizado e
caprichava no vocabulário. A certa altura pediu ela a
mim, que estava sentado numa extremidade da mesa:
– Querido, pode alcançar-me uma côdea desse pão?
Por falta de preparo linguístico não sabia como atender
a seu pedido. Socorreu-me a filha adolescente:
– Ela quer uma casquinha do pão. Ela fala sempre
assim na casa dos outros.
A mãe ficou vermelha, isto é, ruborizou, enrubesceu,
rubificou, e olhou a filha com reprovação, isto é,
dardejou-a com olhos censórios.
Veja-se, para concluir, mais um trechinho do Werneck:
“Você pode achar que estou sendo implicante,
metido a policiar a linguagem alheia. Brasileiro é
assim mesmo, adora embonitar a conversa para
impressionar os outros. Sei disso. Eu próprio já
andei escrevendo sobre o que chamei de ruibarbosismo: o uso de palavreado rebarbativo como forma
de, numa discussão, reduzir ao silêncio o interlocutor ignaro. Uma espécie de gás paralisante verbal.”
(Cândido Barbosa Filho, inédito)
Atente para as seguintes
I.
Na frase “Isso me fez lembrar uma visita que recebemos em casa, eu ainda menino”, o segmento
sublinhado pode ser corretamente substituído por
aonde eu ainda era menino.
II.
Transpondo-se para a voz passiva a frase
“Socorreu-me a filha adolescente”, a forma verbal
resultante será tendo-me socorrido.
III.
No contexto, a expressão “Brasileiro é assim
mesmo” é um caso típico de generalização abusiva,
como a que também ocorre em os alemães são
pragmáticos.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I
e II.
e III.
(E) II
I: incorreta. A justaposição da preposição “a” com o advérbio “onde”
(a+onde) indica o movimento de um lugar para outro. A expressão sublinhada no texto exerce função de adjunto adverbial de tempo, ou seja,
refere-se ao momento em que o fato aconteceu, não onde ele aconteceu;
II: incorreta. A voz passiva analítica ficaria: “Eu fui socorrido pela filha
adolescente”; III: correta. A generalização excessiva, desprovida de
fundamentos, é uma falha na argumentação.
(Analista – TRT/1ª – 2012 – FCC) “Ruibarbosismo” é um neologismo do qual se valeu o autor do texto para lembrar o
estilo retórico pelo qual se notabilizou o escritor baiano.
Não haverá prejuízo para a correção da frase acima ao
se substituírem os segmentos sublinhados, na ordem
dada, por:
(A) a
que recorreu - que fez notável.
qual incorreu - com que se afamou.
(C) a cujo recorreu - o qual celebrizou.
(D) em que fez uso - em cujo deu notabilidade.
(E) em cujo incorreu - com o qual se propagou.
(B) do
A: correta. Os pronomes relativos referem-se ao mesmo termo da oração, respeitam as normas de regência verbal e as palavras substituídas
são efetivamente sinônimas; B: incorreta. “Incorrer” significa “cometer”,
“incidir”, “ficar compreendido”; C: incorreta. “Cujo” é pronome relativo
que indica posse, relação que não se estabelece no trecho destacado;
D: incorreta. Há erro de regência na alternativa na primeira substituição (deveria constar “de que”) e, na segunda, “cujo” remete a posse,
propriedade, ideia que não está contida no texto original; E: incorreta.
Os mesmos erros relativos a regência, “cujo” e “incorrer” já analisados
nas alternativas anteriores aparecem aqui.
Economia religiosa
Concordo plenamente com Dom Tarcísio Scaramussa,
da CNBB, quando ele afirma que não faz sentido nem
obrigar uma pessoa a rezar nem proibi-la de fazê-lo. A
declaração do prelado vem como crítica à professora
de uma escola pública de Minas Gerais que hostilizou
um aluno ateu que se recusara a rezar o pai-nosso
em sua aula.
117
É uma boa ocasião para discutir o ensino religioso
na rede pública, do qual a CNBB é entusiasta. Como
ateu, não abraço nenhuma religião, mas, como liberal,
não pretendo que todos pensem do mesmo modo.
Admitamos, para efeitos de argumentação, que seja
do interesse do Estado que os jovens sejam desde
cedo expostos ao ensino religioso. Deve-se então
perguntar se essa é uma tarefa que cabe à escola
pública ou se as próprias organizações são capazes
de supri-la, com seus programas de catequese,
escolas dominicais etc.
A minha impressão é a de que não faltam oportunidades para conhecer as mais diversas mensagens
religiosas, onipresentes em rádios, TVs e também nas
ruas. Na cidade de São Paulo, por exemplo, existem
mais templos (algo em torno de 4.000) do que escolas
públicas (cerca de 1.700). Creio que aqui vale a regra
econômica, segundo a qual o Estado deve ficar fora
das atividades de que o setor privado já dá conta. Outro
ponto importante é o dos custos. Não me parece que
faça muito sentido gastar recursos com professores de
religião, quando faltam os de matemática, português
etc. Ao contrário do que se dá com a religião, é difícil
aprender física na esquina.
Até 1997, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
acertadamente estabelecia que o ensino religioso nas
escolas oficiais não poderia representar ônus para os
cofres públicos. A bancada religiosa emendou a lei para
empurrar essa conta para o Estado. Não deixa de ser
um caso de esmola com o chapéu alheio.
(Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, 06/04/2012)
(...) ele afirma que não faz
sentido nem obrigar uma pessoa a rezar nem proibi-la
de fazê-lo.
(Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC)
Mantém-se, corretamente, o sentido da frase acima
substituindo-se o segmento sublinhado por:
(A) nem
impor a alguém que reze, nem impedi-la de
fazer o mesmo.
(B) deixar de obrigar uma pessoa a rezar, ou lhe proibir
de o fazer.
(C) seja obrigar que uma pessoa reze, ou mesmo que
o deixe de o praticar.
(D) coagir alguém a que reze, ou impedi-lo de o fazer.
(E) forçar uma pessoa para que reze, ou não fazê-la de
modo algum.
A: incorreta. A maioria dos gramáticos condena o uso do advérbio
“mesmo” como um pronome. Melhor seria, segundo eles, “fazê-lo”.
Além disso, o pronome “alguém” é masculino, o que determina o uso
do pronome oblíquo “o” em “impedi-lo”; B: incorreta. “Proibir” é verbo
transitivo direto, portanto determina o uso do pronome oblíquo “a”,
não “lhe”. Mais ainda, “deixar de obrigar” não tem o mesmo sentido
exposto no trecho transcrito no enunciado; C: incorreta. O pronome
oblíquo “o” está desnecessária e erroneamente repetido. Bastaria dizer:
“ou mesmo que deixe de fazê-lo”; D: correta. Os sinônimos empregados
e a colocação pronominal estão perfeitos; E: incorreta. O advérbio de
negação “não” determina a próclise, além de o pronome oblíquo estar
errado, porque ele não se refere a “pessoas”, mas ao verbo “fazer”. O
correto seria: “ou não o fazer de modo algum”.
Gabarito “D”
(A) Assim
(Analista – TRT/1ª – 2012 – FCC)
afirmações:
Gabarito “A”
Gabarito “A”
(Analista – TRT/16ª – 2014 – FCC) A alternativa que apresenta
frase redigida de modo claro e condizente com a norma-padrão é:
A: incorreta. Deveria constar “mal”, antônimo de “bem”, e não “mau”,
contrário de “bom”. O período é também bastante prolixo, o que causa
prejuízo à clareza; B: incorreta. Deveria constar “imerso”, sinônimo de
“afundado”, “submerso”, e não “emerso”, equivalente a “na superfície”.
Há também erro de grafia em “empecilhos”; C: incorreta. A conjugação
da terceira pessoa do singular do presente do subjuntivo do verbo “crer”
se escreve “creia”. A grafia correta é “espontâneos”. E o texto peca pela
total falta de clareza – não se pode compreender a mensagem que quer
transmitir; D: incorreta. Faltou uma letra em “homogeneização”. Não há
vírgula depois de “cobre”; E: correta. Todas as palavras estão grafadas
corretamente e há clareza na redação.
Gabarito “C”
A: correta. As expressões são realmente sinônimas e estabelecem
relação de comparação; B: incorreta. A alteração proposta não se coaduna com as regras de regência da gramática normativa; C: incorreta.
É aceita a concordância com “um bilhão”, no singular; D: incorreta. A
ideia é de união, ligação; E: incorreta. O sentimento de negatividade
vem da preposição “contra”.
(A) Eu
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
Gabarito “E”
116
1. Língua Portuguesa
Magally Dato e Henrique Subi
(VUNESP – 2015) Leia
o texto da tira.
Algumas palavras dependem de outras, embora não
sejam grudadas por um hífen – quando têm hífen elas
não são casadas, são siamesas. Casamento acontece
quando se está junto por algum mistério. Alguns dirão
que é amor, outros dirão que é afinidade, carência,
preguiça e outros sentimentos menos nobres (a palavra
engano, por exemplo, só está com ledo por pena – sabe
que ledo, essa palavra moribunda, não iria encontrar
mais nada a essa altura do campeonato).
Esse é o problema do casamento entre as palavras,
que por acaso é o mesmo do casamento entre pessoas.
Tem sempre uma palavra que ama mais. A palavra árvore
anda com várias palavras além de frondosa. O casamento
é aberto, mas para um lado só. A palavra rio sai com várias
outras palavras na calada da noite: grande, comprido,
branco, vermelho – e caudaloso fica lá, sozinho, em casa,
esperando o rio chegar, a comida esfriando no prato.
Um dia, caudaloso cansou de ser maltratado e resolveu
sair com outras palavras. Esbarrou com o abraço que, por
sua vez, estava farto de sair com grande, essa palavra
tão gasta. O abraço caudaloso deu tão certo que ficaram
perdidamente inseparáveis. Foi em Manuel de Barros.
Talvez pra isso sirva a poesia, pra desfazer ledos enganos em prol de encontros mais frondosos.
(Gregório Duvivier, Abraço caudaloso. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/>. Acesso em: 02 fev 2015. Adaptado)
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas da tira.
(A) veio
em … houvesse … o
em … houvessem … o
(C) foi a … houvesse … o
(D) veio a … houvessem … lhe
(E) foi à … houvessem … lhe
(B) foi
“Foi a”, porque o contexto deixa claro que as personagens não estão
em Curitiba, nome de cidade que não é antecedido por artigo, portanto
não ocorre crase; “houvesse”, porque o verbo “haver”, no sentido de
“existir”, é impessoal, está sempre no singular; “o”, pronome oblíquo
utilizado para substituir o objeto direto (“ver” é verbo transitivo direto).
(*) ménage: coabitação, vida em comum de um casal, unido legitimamente
ou não.
A partir da ideia de que palavras “são
pessoas”, o autor atribui às palavras caracterização
própria de humanos. É correto afirmar que, nesse
procedimento, ele emprega
(VUNESP – 2015)
(A) palavras
de gíria de jovens.
em sentido figurado.
(C) palavras ainda não dicionarizadas.
(D) termos de uso regional.
(E) expressões de vocabulário técnico.
(B) palavras
O autor se vale da metáfora, das palavras em sentido conotativo, em
sentido figurado.
Gabarito “B”
(Pryscila. Disponível em:<http://www1.folha.uol.com.br/>.
Acesso em: 02 fev 2015. Adaptado)
Gabarito “C”
Palavras, percebemos, são pessoas. Algumas são
sozinhas: Abracadabra. Eureca. Bingo. Outras são
promíscuas (embora prefiram a palavra “gregária”):
estão sempre cercadas de muitas outras: Que. De. Por.
Algumas palavras são casadas. A palavra caudaloso,
por exemplo, tem união estável com a palavra rio – você
dificilmente verá caudaloso andando por aí acompanhada de outra pessoa. O mesmo vale para frondosa,
que está sempre com a árvore. Perdidamente, coitado,
é um advérbio que só adverbia o adjetivo apaixonado.
Nada é ledo a não ser o engano, assim como nada
é crasso a não ser o erro. Ensejo é uma palavra que
só serve para ser aproveitada. Algumas palavras
estão numa situação pior, como calculista, que vive
em constante ménage(*), sempre acompanhada de
assassino, frio e e.
Leia o texto, para responder às questões de abaixo.
O fim do direito é a paz, o meio de que se serve para
consegui-lo é a luta. Enquanto o direito estiver sujeito
às ameaças da injustiça – e isso perdurará enquanto o
mundo for mundo –, ele não poderá prescindir da luta.
A vida do direito é a luta: luta dos povos, dos governos,
das classes sociais, dos indivíduos.
Todos os direitos da humanidade foram conquistados
pela luta; seus princípios mais importantes tiveram de
enfrentar os ataques daqueles que a ele se opunham;
todo e qualquer direito, seja o direito de um povo, seja
o direito do indivíduo, só se afirma por uma disposição
ininterrupta para a luta. O direito não é uma simples
ideia, é uma força viva. Por isso a justiça sustenta numa
das mãos a balança com que pesa o direito, enquanto
na outra segura a espada por meio da qual o defende.
(VUNESP – 2015)
O direito é um trabalho sem tréguas, não só do Poder
Público, mas de toda a população. A vida do direito nos
oferece, num simples relance de olhos, o espetáculo
de um esforço e de uma luta incessante, como o despendido na produção econômica e espiritual. Qualquer
pessoa que se veja na contingência de ter de sustentar
seu direito participa dessa tarefa de âmbito nacional e
contribui para a realização da ideia do direito.
(A) O
É verdade que nem todos enfrentam o mesmo desafio.
A vida de milhares de indivíduos desenvolve-se tranquilamente e sem obstáculos dentro dos limites fixados
pelo direito. Se lhes disséssemos que o direito é a luta,
não nos compreenderiam, pois só veem nele um estado
de paz e de ordem.
(Rudolf von Ihering, A luta pelo direito)
119
Assinale a alternativa em que uma das
vírgulas foi empregada para sinalizar a omissão de um
verbo, tal como ocorre na passagem – A espada sem
a balança é a força bruta, a balança sem a espada, a
impotência do direito.
A espada sem a balança é a força bruta, a balança
sem a espada, a impotência do direito. Uma completa
a outra, e o verdadeiro estado de direito só pode existir
quando a justiça sabe brandir a espada com a mesma
habilidade com que manipula a balança.
direito, no sentido objetivo, compreende os princípios jurídicos manipulados pelo Estado.
(B) Todavia, não pretendo entrar em minúcias, pois
nunca chegaria ao fim.
(C) Do autor exige-se que prove, até o último centavo,
o interesse pecuniário.
(D) É que, conforme já ressaltei várias vezes, a essência
do direito está na ação.
(E) A cabeça de Jano tem face dupla: a uns volta uma
das faces, aos demais, a outra.
A única alternativa na qual a vírgula foi utilizada para indicar a elipse
(supressão) do verbo é a letra “E”, que deve ser assinalada. Na parte
final, a vírgula após “demais” substitui o verbo “voltar”, para evitar
repetições desnecessárias.
Gabarito “E”
118
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