cordo com o De a Um dos maiores especialistas em Exames e Concursos do País CONCURSOS DE TRIBUNAIS EM ANALISTA 2016 6ª EDIÇÃO 5.900 NÍVEL SUPERIOR QUESTÕES COMENTADAS 2016 © Wander Garcia Coordenador: Wander Garcia Autores: Wander Garcia, Alice Satin, Ana Paula Garcia, André Nader Justo, Arthur Trigueiros, Bruna Vieira, Eduardo Dompieri, Elson Garcia, Enildo Garcia, Fernando Cavalcante, Flávia Moraes Barros, Gabriela R. Pinheiro, Helder Satin, Henrique Subi, Hermes Cramacon, Licínia Rossi, Ivo Tomita, Luiz Carlos Fabre, Luiz Dellore, Magally Dato, Márcio Alexandre Pereira, Maria do Carmo P. Milani, Renato Montans de Sá, Robinson S. Barreirinhas, Savio Chalita, Teresa Melo, Tiago Queiroz Editor: Márcio Dompieri Gerente Editorial: Paula Tseng Equipe Editora Foco: Georgia Dias, Ivo Shigueru Tomita e Ladislau Lima Capa: Wilton Carvalho Garcia (WCG Propaganda & Design) e R2 Editorial Projeto Gráfico e diagramação: R2 Editorial APRESENTAÇÃO Impressão miolo e acabamento: Gráfica Edelbra Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Como passar em concursos de tribunais analista : nível superior / Wander Garcia, coordenador; Ivo Tomita, organizador . -- 6. ed. -- Indaiatuba, SP : Editora Foco Jurídico, 2016. -- (Coleção como passar) Bibliografia. 1. Analistas de tribunais - Concursos 2. Direito 3. Direito - Concursos I. Garcia, Wander. II. Tomita, Ivo. III. Série. ISBN: 978-85-8242-147-5 15-11325 CDU-34(079) Índices para catálogo sistemático: 1. Concursos e provas : Questões comentadas : Direito 34(079) 2. Provas e concursos : Questões comentadas : Direito 34(079) Direitos autorais: É proibida a reprodução parcial ou total desta publicação, por qualquer forma ou meio, sem a prévia autorização da Editora Foco, com exceção do teor das questões de concursos públicos que, por serem atos oficiais, não são protegidas como direitos autorais, na forma do Artigo 8º, IV, da Lei 9.610/1998. Referida vedação se estende às características gráficas da obra e sua editoração. A punição para a violação dos Direitos Autorais é crime previsto no Artigo 184 do Código Penal e as sanções civis às violações dos Direitos Autorais estão previstas nos Artigos 101 a 110 da Lei 9.610/1998. Atualizações e erratas: a presente obra é vendida como está, sem garantia de atualização futura. Porém, atualizações voluntárias e erratas são disponibilizadas no site www.editorafoco.com.br, na seção Atualizações. Esforçamo-nos ao máximo para entregar ao leitor uma obra com a melhor qualidade possível e sem erros técnicos ou de conteúdo. No entanto, nem sempre isso ocorre, seja por motivo de alteração de software, interpretação ou falhas de diagramação e revisão. Sendo assim, disponibilizamos em nosso site a seção mencionada (Atualizações), na qual relataremos, com a devida correção, os erros encontrados na obra. Solicitamos, outrossim, que o leitor faça a gentiliza de colaborar com a perfeição da obra, comunicando eventual erro encontrado por meio de mensagem para [email protected]. Impresso no Brasil (01.2016) Data de Fechamento (12.2015) 2016 Todos os direitos reservados à Editora Foco Jurídico Ltda A experiência diz que aquele que quer ser aprovado deve fazer três coisas: a) entender a teoria; b) ler a letra da lei, e c) treinar. A teoria é vista em cursos e livros à disposição no mercado. O problema é que ela, sozinha, não é suficiente. É fundamental “ler a letra da lei” e “treinar”. E a presente obra possibilita que você faça esses dois tipos de estudo. Aliás, você sabia que mais de 90% das questões de Concursos de Tribunais – Analista são resolvidas apenas com o conhecimento da lei, e que as questões das provas se repetem muito? Cada questão deste livro vem comentada com o dispositivo legal em que você encontrará a resposta. E isso é feito não só em relação à alternativa correta. Todas as alternativas são comentadas.1 Com isso você terá acesso aos principais dispositivos legais que aparecem nas provas e também às orientações doutrinárias e jurisprudenciais. Estudando pelo livro você começará a perceber as técnicas dos examinadores e as “pegadinhas” típicas de prova, e ganhará bastante segurança para o momento decisivo, que é o dia do seu exame. E com o único intuito de auxiliar o candidato na fase de transição dos Códigos de Processo Civil foi elaborado, nesta edição, dois capítulos de questões de Direito Processual Civil: um primeiro capítulo com questões comentadas de acordo com o CPC/1973 (on-line); e um segundo capítulo exclusivo com questões comentadas à luz do CPC/2015 (versão impressa). Além disso, o livro ainda conta com comentários pontuais sobre os reflexos do CPC de 2015 nas outras matérias que compõem a obra. É por isso que podemos afirmar, com uma exclamação, que esta obra vai lhe demonstrar COMO PASSAR EM CONCURSOS DE TRIBUNAIS – ANALISTA! Alameda Júpiter, 578 – Galpão 01 – American Park Distrito Industrial CEP 13347-653 – Indaiatuba – SP E-mail: [email protected] www.editorafoco.com.br 1. Eventualmente, algumas questões respondem "de per si" a pergunta, não ensejando comentários adicionais. SOBRE O ORGANIZADOR Ivo Tomita – @ivoshigueru Especialista em Direito Tributário pela PUC/SP – Cogeae. Autor e organizador de obras publicadas pela Editora Foco. Advogado e colaborador da Editora Foco. SOBRE OS AUTORES Wander Garcia @wander_garcia Procurador do Município de São Paulo. Professor e coordenador do IEDI. Doutor e Mestre em Direito pela PUC/SP. PUC/SP. Doutora em Direito Administrativo pela USP. Professora de Direito Administrativo. Gabriela Rodrigues Pinheiro Advogada. Mestre em Direitos Difusos pela PUC/SP. Especialista em Direito Processual Civil pela PUC/SP. Palestrante e Professora Assistente na Graduação e Pós-Graduação em Direito da PUC/SP. Advogada. Pós-Graduada em Direito Civil e Processual Civil pela Escola Paulista de Direito. Professora Universitária e do IEDI Cursos On-line e preparatórios para concursos públicos exame de ordem. Autora de diversas obras jurídicas para concursos públicos e exame de ordem. Ana Paula Garcia Helder Satin Alice Satin Calareso Professora do IEDI. Procuradora do Estado de São Paulo. Pós-graduada em Direito. André Braga Nader Justo Economista formado pela UNICAMP. Arthur Trigueiros @proftrigueiros Procurador do Estado de São Paulo. Professor da Rede LFG e do IEDI. Autor de diversas obras de preparação para Concursos Públicos e Exame de Ordem. Pós-graduado em Direito. Bruna Vieira @profa_bruna Advogada. Professora do IEDI, PROORDEM, LEGALE, ROBORTELLA e ÊXITO. Palestrante e professora de Pós-Graduação em Instituições de Ensino Superior. Autora de diversas obras de preparação para Concursos Públicos e Exame de Ordem. Pós-graduada em Direito. Eduardo Dompieri @eduardodompieri Professor do IEDI. Autor de diversas obras de preparação para Concursos Públicos e Exame de Ordem. Pós-graduado em Direito. Elson Garcia Professor e Engenheiro graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Enildo Garcia Especialista em Matemática pura e aplicada (UFSJ). Professor tutor de Pós-graduação em Matemática (UFJS – UAB). Analista de sistemas (PUCRJ). Fernando Cavalcante titucional pela PUC/SP. Professor do Mackenzie, EPD, IEDI, IOB/Marcato e outras instituições. Advogado concursado da Caixa Econômica Federal. Ex-assessor de Ministro do STJ. Membro da Comissão de Processo Civil da OAB/SP, do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Processual), do IPDP (Instituto Panamericano de DerechoProcesal) e diretor do CEAPRO (Centro de Estudos Avançados de Processo). Colunista do portal jota.info. Facebook e LinkedIn: Luiz Dellore Graduado em Ciências da Computação, com MBA em Gestão de TI. Professor do IEDI. Professor de Cursos de Pós-graduação. Desenvolvedor de sistemas Web e gerente de projetos. Magally Dato Henrique Romanini Subi @henriquesubi Advogado. Especialista pela Escola Superior do Ministério Público. Mestre pelo Mackenzie. Professor das disciplinas de Direito Civil e Direito Processual Civil em Cursos Preparatórios de Exame de Ordem e Concursos Públicos. Professor de Cursos de Extensão Universitária e de Pós-graduação da Escola Superior da Advocacia e da Escola Paulista de Direito. Agente da Fiscalização Financeira do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Mestrando em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Especialista em Direito Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas e em Direito Tributário pela UNISUL. Professor de cursos preparatórios para concursos desde 2006. Coautor de mais de 20 obras voltadas para concursos, todas pela Editora Foco. Professora de Língua Portuguesa. Agente de Fiscalização do Tribunal de Contas do Município de São Paulo. Márcio Alexandre Pereira Maria do Carmo P. Milani Advogada graduada pela PUC/SP. Renato Montans de Sá Hermes Cramacon @hermescramacon Advogado. Mestre e Especialista em Direito Processual Civil pela PUC-SP. Professor da Rede LFG. Coordenador do curso de Pós-graduação em Direito Processual Civil Moderno da Universidade Anhanguera-Uniderp/Rede LFG. Ivo Tomita – @ivoshigueru Robinson S. Barreirinhas [email protected] Advogado. Professor do Complexo Damásio de Jesus e do IEDI. Professor de Direito do Trabalho e Processo do Trabalho da Faculdade UNIESP. Pós-graduado em Direito. Especialista em Direito Tributário pela PUC/SP – Cogeae. Autor e organizador de obras publicadas pela Editora Foco. Advogado e colaborador da Editora Foco. Licínia Rossi – @liciniarossi Advogada. Mestre em Direito Constitucional pela PUC/SP. Especialista em Direito Constitucional pela Escola Superior de Direito Constitucional. Professora exclusiva de Direito Administrativo e Constitucional na Rede Luiz Flávio Gomes de Ensino. Professora de Direito na UNICAMP. Secretário Municipal dos Negócios Jurídicos da Prefeitura de São Paulo. Professor do IEDI. Procurador do Município de São Paulo. Autor e coautor de mais de 20 obras de preparação para concursos e OAB. Ex-Assessor de Ministro do STJ. Savio Chalita Advogado. Mestre em Direitos Sociais. Professor de cursos preparatórios para Exame de Ordem e Concursos Públicos. Editor do blog www.comopassarnaoab.com. Professor assistente do IEDI. Especialista em Processo Civil pela PUC/SP. Monitor de Processo Civil na PUC/SP. Advogado. Luiz Carlos Fabre Teresa Melo Flávia Moraes Barros Luiz Dellore – @dellore Tiago Queiroz de Oliveira Procuradora do Município de São Paulo. Mestre em Direito Administrativo pela Procurador do Trabalho e Professor de Cursos Preparatórios para Concursos. Doutor e Mestre em Direito Processual Civil pela USP. Mestre em Direito Cons- Professora do IEDI. Procuradora Federal e Assessora de Ministro do STJ. Diretor de Cartório Judicial e Pós-graduado em Direito. SUMÁRIO 1. LÍNGUA PORTUGUESA 1 1. INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS............................................................................................................................................... 1 2.VERBO.................................................................................................................................................................................... 29 3.PONTUAÇÃO......................................................................................................................................................................... 41 4. REDAÇÃO, COESÃO E COERÊNCIA................................................................................................................................... 50 5.CONCORDÂNCIA................................................................................................................................................................... 63 6.CONJUNÇÃO......................................................................................................................................................................... 70 7.PRONOMES........................................................................................................................................................................... 77 8.CRASE.................................................................................................................................................................................... 83 9.SEMÂNTICA........................................................................................................................................................................... 91 10. VOZES VERBAIS................................................................................................................................................................... 94 11.ORTOGRAFIA....................................................................................................................................................................... 103 12. REGÊNCIAS VERBAL E NOMINAL..................................................................................................................................... 107 13. TEMAS COMBINADOS E OUTROS TEMAS....................................................................................................................... 113 2. INFORMÁTICA 121 1. HARDWARE......................................................................................................................................................................... 121 2.OFFICE................................................................................................................................................................................. 129 3. EDITORES DE TEXTO......................................................................................................................................................... 143 4. BR OFFICE........................................................................................................................................................................... 161 5.INTERNET............................................................................................................................................................................ 166 6. SISTEMAS OPERACIONAIS................................................................................................................................................ 192 3. MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO 211 1. RACIOCÍNIO LÓGICO.......................................................................................................................................................... 211 2. MATEMÁTICA BÁSICA......................................................................................................................................................... 246 3. MATEMÁTICA FINANCEIRA................................................................................................................................................ 286 4.ESTATÍSTICA........................................................................................................................................................................ 289 VIII SUMÁRIO SUMÁRIO 4. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 293 9. LEI 8.666/1993 IX 517 1. TEORIAS E CORRENTES DOUTRINÁRIAS....................................................................................................................... 293 1.LICITAÇÃO........................................................................................................................................................................... 517 2. RECURSOS HUMANOS...................................................................................................................................................... 300 2.CONTRATOS........................................................................................................................................................................ 532 3. GESTÃO E LIDERANÇA...................................................................................................................................................... 313 3. LEI 10.520/2002 – PREGÃO................................................................................................................................................ 542 4. ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS................................................................................................................................... 319 5. FERRAMENTAS E TÉCNICAS GERENCIAIS...................................................................................................................... 323 6. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL............................................................................................................................... 331 7. OUTRAS MATÉRIAS E TEMAS COMBINADOS.................................................................................................................. 333 5. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA 337 10. DIREITO ADMINISTRATIVO 547 1. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO E PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO................................................. 547 2. PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA........................................................................................................................ 556 3. ATO ADMINISTRATIVO........................................................................................................................................................ 568 4. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA..................................................................................................................................... 595 1. PRINCÍPIOS E NORMAS GERAIS....................................................................................................................................... 337 5. AGENTES PÚBLICOS.......................................................................................................................................................... 611 2. LOA, LDO, PPA..................................................................................................................................................................... 342 6. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA....................................................................................................................................... 624 3.RECEITAS............................................................................................................................................................................ 348 7. BENS PÚBLICOS................................................................................................................................................................. 639 4.DESPESAS........................................................................................................................................................................... 351 5. CRÉDITOS ADICIONAIS E EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA................................................................................................ 357 6. LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL – LRF..................................................................................................................... 362 7. OUTRAS MATÉRIAS E COMBINADAS............................................................................................................................... 365 6. REDAÇÃO 375 1. TEMAS GERAIS................................................................................................................................................................... 375 2. REDAÇÃO OFICIAL.............................................................................................................................................................. 394 3. REDAÇÃO ESPECÍFICA PARA DIREITO DO TRABALHO.................................................................................................. 399 4. REDAÇÃO ESPECÍFICA PARA DIREITO ELEITORAL........................................................................................................ 404 7. REGIMENTO INTERNO E LEGISLAÇÃO LOCAL 413 8. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE............................................................................................................. 641 9. RESPONSABILIDADE DO ESTADO.................................................................................................................................... 642 10. SERVIÇOS PÚBLICOS........................................................................................................................................................ 649 11. CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO...................................................................................................................................... 656 12. PROCESSO ADMINISTRATIVO (LEI 9.784/1999)............................................................................................................... 658 13. OUTROS TEMAS E TEMAS COMBINADOS....................................................................................................................... 671 11. DIREITO CONSTITUCIONAL 673 1. TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO, NORMAS CONSTITUCIONAIS E PODER CONSTITUINTE................................. 673 2. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS E DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ................................................................ 682 3. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO ............................................................................................................................................. 729 4. ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ....................................................................................................................................... 755 1. TRIBUNAIS SUPERIORES.................................................................................................................................................. 413 5. DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS ..................................................................................... 837 2. CONHECIMENTOS COMPLEMENTARES.......................................................................................................................... 417 6. TRIBUTAÇÃO E ORÇAMENTO ........................................................................................................................................... 839 3. TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO........................................................................................................................... 419 4. TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS................................................................................................................................ 425 5. TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS................................................................................................................................... 444 6. TRIBUNAIS DE JUSTIÇA..................................................................................................................................................... 446 7. LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU...................................................................................................................................... 464 8. LEI 8.112/1990 475 1. PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO................................................................... 475 2. DIREITOS E VANTAGENS................................................................................................................................................... 492 3. REGIME DISCIPLINAR........................................................................................................................................................ 503 4. PROCESSO DISCIPLINAR.................................................................................................................................................. 512 5. SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR – BENEFÍCIOS (APOSENTADORIA, AUXÍLIO-NATALIDADE, SALÁRIO-FAMÍLIA, LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE, LICENÇA À GESTANTE, À ADOTANTE 7. ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA................................................................................................................................ 840 8. ORDEM SOCIAL................................................................................................................................................................... 842 9. QUESTÕES COMBINADAS................................................................................................................................................. 843 12. DIREITO PENAL 849 1. CONCEITO, FONTES, PRINCÍPIOS E APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO E NO ESPAÇO................................................. 849 2. CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES, FATO TÍPICO E TIPO PENAL........................................................................................ 855 3. CRIMES DOLOSOS, CULPOSOS E PRETERDOLOSOS; ERRO DE TIPO, DE PROIBIÇÃO E DEMAIS ERROS .......... 857 4. TENTATIVA, CONSUMAÇÃO, DESISTÊNCIA, ARREPENDIMENTO E CRIME IMPOSSÍVEL........................................... 861 5. ANTIJURIDICIDADE E CAUSAS EXCLUDENTES.............................................................................................................. 864 6. AUTORIA E CONCURSO DE PESSOAS............................................................................................................................. 865 7. CULPABILIDADE E CAUSAS EXCLUDENTES .................................................................................................................. 868 8. PENAS E MEDIDAS DE SEGURANÇA................................................................................................................................ 871 E POR PATERNIDADE, LICENÇA POR ACIDENTE EM SERVIÇO, PENSÃO, AUXÍLIO-FUNERAL E 9. AÇÃO PENAL....................................................................................................................................................................... 876 AUXÍLIO-RECLUSÃO).......................................................................................................................................................... 515 10. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE – PRESCRIÇÃO................................................................................................................ 876 X SUMÁRIO SUMÁRIO 11. CRIMES CONTRA A PESSOA E CONTRA O PATRIMÔNIO............................................................................................... 877 XI 9. PROCESSO DE CONHECIMENTO................................................................................................................................... 1061 12. CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA, A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E AS FINANÇAS PÚBLICAS..................................... 881 10. SENTENÇA. COISA JULGADA. AÇÃO RESCISÓRIA....................................................................................................... 1066 13. CRIMES DA LEI ANTIDROGAS........................................................................................................................................... 893 11. TEMAS COMBINADOS DE PROCESSO DE CONHECIMENTO...................................................................................... 1070 14. CRIMES DA LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE..................................................................................................................... 893 12. TEORIA GERAL DOS RECURSOS.................................................................................................................................... 1072 15. TEMAS COMBINADOS........................................................................................................................................................ 896 13.EXECUÇÃO........................................................................................................................................................................ 1076 13. DIREITO PROCESSUAL PENAL 905 1. FONTES, PRINCÍPIOS GERAIS, EFICÁCIA DA LEI PROCESSUAL NO TEMPO E NO ESPAÇO E INTERPRETAÇÃO..........905 2. INQUÉRITO POLICIAL ........................................................................................................................................................ 906 3. AÇÃO PENAL E AÇÃO CIVIL EX DELICTO......................................................................................................................... 912 14. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS ....................................................................................................................................... 1082 15. TEMAS COMBINADOS...................................................................................................................................................... 1083 16. LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE........................................................................................................................................ 1084 16. DIREITO DO TRABALHO 1091 4. JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA; CONEXÃO E CONTINÊNCIA......................................................................................... 923 1. FONTES DO DIREITO DO TRABALHO............................................................................................................................. 1091 5. QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES ....................................................................................................................... 927 2.PRINCÍPIOS....................................................................................................................................................................... 1092 6.PROVA.................................................................................................................................................................................. 929 3. VÍNCULO EMPREGATÍCIO E CONTRATO DE TRABALHO ............................................................................................ 1093 7. PRISÃO, MEDIDAS CAUTELARES E LIBERDADE PROVISÓRIA..................................................................................... 933 4. RELAÇÕES ESPECIAIS DE TRABALHO.......................................................................................................................... 1101 8. SUJEITOS PROCESSUAIS, CITAÇÃO, INTIMAÇÃO E PRAZOS....................................................................................... 940 5. TERCEIRIZAÇÃO E TRABALHO TEMPORÁRIO.............................................................................................................. 1106 9. PROCESSOS E PROCEDIMENTOS; SENTENÇA E COISA JULGADA............................................................................. 944 6. CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL/REGISTRO DE EMPREGADO................................................... 1108 10.NULIDADES.......................................................................................................................................................................... 949 7. JORNADA DE TRABALHO ................................................................................................................................................ 1108 11.RECURSOS ......................................................................................................................................................................... 951 8. TRABALHO NOTURNO (INCLUSIVE, ADICIONAL NOTURNO)........................................................................................1115 12. HABEAS CORPUS E REVISÃO CRIMINAL......................................................................................................................... 954 9. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO..............................................................................................................................1117 13. LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE E TEMAS COMBINADOS............................................................................................... 958 10.FÉRIAS................................................................................................................................................................................1117 14. DIREITO CIVIL 965 11. REMUNERAÇÃO, SALÁRIO E DEMAIS VANTAGENS .................................................................................................... 1122 12. ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO................................................................................................................. 1130 1.LINDB.................................................................................................................................................................................... 965 13. SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO.................................................................................. 1132 2.GERAL.................................................................................................................................................................................. 968 14. RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO (INCLUSIVE, AVISO-PRÉVIO).................................................................. 1135 3.OBRIGAÇÕES.................................................................................................................................................................... 1003 15. ESTABILIDADE E GARANTIA NO EMPREGO.................................................................................................................. 1144 4.CONTRATOS...................................................................................................................................................................... 1013 16.FGTS................................................................................................................................................................................... 1147 5. RESPONSABILIDADE CIVIL.............................................................................................................................................. 1027 17. MEDICINA E SEGURANÇA NO TRABALHO .................................................................................................................... 1149 6. DIREITO DE EMPRESA..................................................................................................................................................... 1033 18. FISCALIZAÇÃO DO TRABALHO....................................................................................................................................... 1151 7.COISAS............................................................................................................................................................................... 1033 19. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA......................................................................................................................................... 1151 8.FAMÍLIA............................................................................................................................................................................... 1036 20. ORGANIZAÇÃO E LIBERDADE SINDICAL....................................................................................................................... 1152 9.SUCESSÕES...................................................................................................................................................................... 1038 21. CONVENÇÕES E ACORDOS COLETIVOS DE TRABALHO............................................................................................ 1155 10. TEMAS COMBINADOS...................................................................................................................................................... 1040 22. DIREITO DE GREVE.......................................................................................................................................................... 1158 15. DIREITO PROCESSUAL CIVIL – NOVO CPC – LEI 13.105/2015 1043 1. PRINCÍPIOS DO PROCESSO CIVIL.................................................................................................................................. 1043 2. PARTES, PROCURADORES, MINISTÉRIO PÚBLICO E JUIZ.......................................................................................... 1044 23. COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA........................................................................................................................... 1159 24. QUESTÕES COMBINADAS............................................................................................................................................... 1161 17. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 1167 3. PRAZOS PROCESSUAIS. ATOS PROCESSUAIS............................................................................................................ 1048 1. JUSTIÇA DO TRABALHO E MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO.............................................................................. 1167 4. LITISCONSÓRCIO E INTERVENÇÃO DE TERCEIROS................................................................................................... 1051 2. TEORIA GERAL E PRINCÍPIOS DO PROCESSO DO TRABALHO.................................................................................. 1169 5. JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA........................................................................................................................................ 1054 3. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA......................................................................................................................................... 1171 6. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS E CONDIÇÕES DA AÇÃO........................................................................................ 1059 4.COMPETÊNCIA.................................................................................................................................................................. 1171 7. FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PROCESSO. NULIDADES...................................................................... 1060 5. CUSTAS, EMOLUMENTOS E HONORÁRIOS................................................................................................................... 1176 8. TUTELA PROVISÓRIA ...................................................................................................................................................... 1061 6. PARTES, ADVOGADOS, REPRESENTAÇÃO................................................................................................................... 1180 XII COMO USAR O LIVRO? SUMÁRIO XIII 7.NULIDADES........................................................................................................................................................................ 1183 8.PROVAS............................................................................................................................................................................. 1185 9. PROCEDIMENTO (INCLUSIVE, ATOS PROCESSUAIS) ................................................................................................. 1190 10. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA............................................................................................................................................ 1202 11.EXECUÇÃO ....................................................................................................................................................................... 1203 12. EMBARGOS DE TERCEIRO.............................................................................................................................................. 1210 13. COISA JULGADA E AÇÃO RESCISÓRIA.......................................................................................................................... 1210 14. INQUÉRITO PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE.......................................................................................................... 1214 COMO USAR O LIVRO? 15. MANDADO DE SEGURANÇA............................................................................................................................................ 1215 16. DEMANDAS COLETIVAS (DISSÍDIO COLETIVO, AÇÃO CIVIL PÚBLICA, AÇÃO DE CUMPRIMENTO)........................ 1217 17.RECURSOS........................................................................................................................................................................ 1219 18. QUESTÕES COMBINADAS............................................................................................................................................... 1229 18. DIREITO ELEITORAL 1233 1. FONTES E PRINCÍPIOS DE DIREITO ELEITORAL.......................................................................................................... 1233 2. DIREITOS POLÍTICOS, ELEGIBILIDADE E ALISTAMENTO ELEITORAL........................................................................ 1234 3. COMPETÊNCIA E ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL......................................................................................... 1235 4. MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL.................................................................................................................................. 1244 5. ALISTAMENTO ELEITORAL E DIREITOS POLÍTICOS..................................................................................................... 1244 6. CANCELAMENTO E EXCLUSÃO DE ELEITOR................................................................................................................ 1248 7. PARTIDOS POLÍTICOS...................................................................................................................................................... 1249 8.INELEGIBILIDADE.............................................................................................................................................................. 1259 9.ELEIÇÕES.......................................................................................................................................................................... 1263 10. CRIMES ELEITORAIS E PROCESSO PENAL ELEITORAL.............................................................................................. 1287 11. PROCESSO ELEITORAL................................................................................................................................................... 1291 12.DIPLOMAÇÃO.................................................................................................................................................................... 1294 13. QUESTÕES COMBINADAS............................................................................................................................................... 1295 19. DIREITO TRIBUTÁRIO 1303 1. PRINCÍPIOS, DEFINIÇÃO E ESPÉCIES DE TRIBUTOS, LEGISLAÇÃO.......................................................................... 1303 2. OBRIGAÇÃO, SUJEIÇÃO PASSIVA, LANÇAMENTO CRÉDITO, GARANTIAS, REPARTIÇÃO DE RECEITAS.............. 1304 3.IMPOSTOS......................................................................................................................................................................... 1306 4. SUSPENSÃO, EXTINÇÃO E EXCLUSÃO DO CRÉDITO.................................................................................................. 1307 5. GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO..................................................................................................................... 1310 6. DÍVIDA ATIVA, INSCRIÇÃO, CERTIDÕES......................................................................................................................... 1310 20. OUTRAS DISCIPLINAS 1311 Para que você consiga um ótimo aproveitamento deste livro, atente para as seguintes orientações: 1o Tenha em mãos um vademecum ou um computador no qual você possa acessar os textos de lei citados. Nesse ponto, recomendamos o Vade Mecum de Legislação da Editora FOCO – confira em www.editorafoco.com.br 2o Se você estiver estudando a teoria (fazendo um curso preparatório ou lendo resumos, livros ou apostilas), faça as questões correspondentes deste livro na medida em que for avançando no estudo da parte teórica. 3o Se você já avançou bem no estudo da teoria, leia cada capítulo deste livro até o final, e só passe para o novo capítulo quando acabar o anterior; vai mais uma dica: alterne capítulos de acordo com suas preferências; leia um capítulo de uma disciplina que você gosta e, depois, de uma que você não gosta ou não sabe muito, e assim sucessivamente. 4o Iniciada a resolução das questões, tome o cuidado de ler cada uma delas sem olhar para o gabarito e para os comentários; se a curiosidade for muito grande e você não conseguir controlar os olhos, tampe os comentários e os gabaritos com uma régua ou um papel; na primeira tentativa, é fundamental que resolva a questão sozinho; só assim você vai identificar suas deficiências e “pegar o jeito” de resolver as questões; marque com um lápis a resposta que entender correta, e só depois olhe o gabarito e os comentários. 5o Leia com muita atenção o enunciado das questões. Ele deve ser lido, no mínimo, duas vezes. Da segunda leitura em diante, começam a aparecer os detalhes, os pontos que não percebemos na primeira leitura. 6o Grife as palavras-chave, as afirmações e a pergunta formulada. Ao grifar as palavras importantes e as afirmações você fixará mais os pontos-chave e não se perderá no enunciado como um todo. Tenha atenção especial com as palavras “correto”, “incorreto”, “certo”, “errado”, “prescindível” e “imprescindível”. 5. DIREITO DO CONSUMIDOR............................................................................................................................................. 1332 7o Leia os comentários e leia também cada dispositivo legal neles mencionados; não tenha preguiça; abra o vademecum e leia os textos de leis citados, tanto os que explicam as alternativas corretas, como os que explicam o porquê de ser incorreta dada alternativa; você tem que conhecer bem a letra da lei, já que mais de 90% das respostas estão nela; mesmo que você já tenha entendido determinada questão, reforce sua memória e leia o texto legal indicado nos comentários. 6.ARQUIVOLOGIA................................................................................................................................................................. 1334 8o Leia também os textos legais que estão em volta do dispositivo; por exemplo, se 1. DIREITO PREVIDENCIÁRIO.............................................................................................................................................. 1311 2. DIREITO AMBIENTAL......................................................................................................................................................... 1318 3. DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE................................................................................................................. 1324 4. DIREITO INTERNACIONAL................................................................................................................................................ 1329 XIV COMO USAR O LIVRO? aparecer, em Direito Penal, uma questão cujo comentário remete ao dispositivo que trata da falsidade ideológica, aproveite para ler também os dispositivos que tratam dos outros crimes de falsidade; outro exemplo: se aparecer uma questão, em Direito Constitucional, que trate da composição do Conselho Nacional de Justiça, leia também as outras regras que regulamentam esse conselho. 9o Depois de resolver sozinho a questão e de ler cada comentário, você deve fazer uma anotação ao lado da questão, deixando claro o motivo de eventual erro que você tenha cometido; conheça os motivos mais comuns de erros na resolução das questões: DL – “desconhecimento da lei”; quando a questão puder ser resolvida apenas com o conhecimento do texto de lei; DD – “desconhecimento da doutrina”; quando a questão só puder ser resolvida com o conhecimento da doutrina; DJ – “desconhecimento da jurisprudência”; quando a questão só puder ser resolvida com o conhecimento da jurisprudência; FA – “falta de atenção”; quando você tiver errado a questão por não ter lido com cuidado o enunciado e as alternativas; NUT - “não uso das técnicas”; quando você tiver se esquecido de usar as técnicas de resolução de questões objetivas, tais como as da repetição de elementos (“quanto mais elementos repetidos existirem, maior a chance de a alternativa ser correta”), das afirmações generalizantes (“afirmações generalizantes tendem a ser incorretas” - reconhece-se afirmações generalizantes pelas palavras sempre, nunca, qualquer, absolutamente, apenas, só, somente exclusivamente etc.), dos conceitos compridos (“os conceitos de maior extensão tendem a ser corretos”), entre outras. 10a Confie no bom-senso. Normalmente, a resposta correta é a que tem mais a ver com o bom-senso e com a ética. Não ache que todas as perguntas contêm uma pegadinha. Se aparecer um instituto que você não conhece, repare bem no seu nome e tente imaginar o seu significado. 11a Faça um levantamento do percentual de acertos de cada disciplina e dos principais motivos que levaram aos erros cometidos; de posse da primeira informação, verifique quais disciplinas merecem um reforço no estudo; e de posse da segunda informação, fique atento aos erros que você mais comete, para que eles não se repitam. 12a Uma semana antes da prova, faça uma leitura dinâmica de todas as anotações que você fez e leia de novo os dispositivos legais (e seu entorno) das questões em que você marcar “DL”, ou seja, desconhecimento da lei. 13a Para que você consiga ler o livro inteiro, faça um bom planejamento. Por exemplo, se você tiver 90 dias para ler a obra, divida o número de páginas do livro pelo número de dias que você tem, e cumpra, diariamente, o número de páginas necessárias para chegar até o fim. Se tiver sono ou preguiça, levante um pouco, beba água, masque chiclete ou leia em voz alta por algum tempo. 14a Desejo a você, também, muita energia, disposição, foco, organização, disciplina, perseverança, amor e ética! Wander Garcia Coordenador 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi* 1. INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Atenção: As questões de abaixo referem-se ao texto que segue. A matéria abaixo, que recebeu adaptações, é do jornalista Alberto Dines, e foi veiculada em 09.05.2015, um dia após as comemorações pelos 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. Quando a guerra acabar… 1 5 10 15 20 Abre parêntese: há momentos − felizmente raros − em que a história pessoal se impõe às percepções conjunturais e o relato na primeira pessoa, embora singular, parcial, às vezes suspeito, sobrepõe-se à narrativa impessoal, ampla, genérica. Fecha parêntese. O descaso e os indícios de esquecimento que, na sexta-feira (8/5), rodearam os setenta anos do fim da fase europeia da Segunda Guerra Mundial sobressaltaram. O ano de 1945 pegou-me com 13 anos e a data de 8 de maio incorporou-se ao meu calendário íntimo e o cimentou definitivamente às efemérides históricas que éramos obrigados a decorar no ginásio. Seis anos antes (1939), a invasão da Polônia pela Alemanha hitlerista − e logo depois pela Rússia soviética − empurrou a guerra para dentro da minha casa através dos jornais e do rádio: as vidas da minha avó paterna, tios, tias, primos e primas dos dois lados corriam perigo. Em 1941, quando a Alemanha rompeu o pacto com a URSS e a invadiu com fulminantes ataques, inclusive à Ucrânia, instalou-se a certeza: foram todos exterminados. A capitulação da Alemanha tornara-se inevitável, não foi surpresa, sabíamos que seria esmagada pelos Aliados. Nova era a sensação de paz, a certeza que começava uma nova página da história e perceptível mesmo para crianças e adolescentes. A prometida quimera embutida na frase “quando a guerra acabar” tornara-se desnecessária, desatualizada. A guerra acabara para sempre. Enquanto o retorno dos combatentes brasileiros vindos da Itália era saudado delirantemente, matutinos e vespertinos − mais calejados do que a mídia atual − nos alertavam que a guerra continuava feroz não apenas no Extremo Oriente, mas também na antiquíssima Grécia, onde guerrilheiros de direita e de esquerda, esquecidos do inimigo comum − o nazifascismo − se enfrentavam para ocupar o vácuo de poder deixado pela derrotada barbárie. Sete décadas depois − porção ínfima da história da humanidade −, aquele que foi chamado Dia da Vitória e comemorado loucamente nas ruas do mundo metamorfoseou-se em Dia das Esperanças Perdidas: a guerra não acabou. Os Aliados desvincularam-se, tornaram-se adversários. A guerra continua, está aí, espalhada pelo mundo, camuflada por diferentes nomenclaturas, inconfundível, salvo em breves hiatos sem hostilidades, porém com intensos ressentimentos. (Reproduzido da Gazeta do Povo (Curitiba, PR) e do Correio Popular (Campinas, SP), 9/5/2015; intertítulo do Observatório da Imprensa, edição 849) (Analista – TRT/3ª – 2015 – FCC) Nesse texto, o jornalista, (A) ao organizar minuciosa e cronologicamente os episódios da Segunda Guerra Mundial, ressalta os fatos que foram mal retratados nas comemorações dos 70 anos do fim do conflito. (B) ao trazer sua visão pessoal sobre os principais acontecimentos da Segunda Guerra Mundial, defende que a imprensa privilegie o ângulo particular com que o profissional observa os fatos. (C) ao apresentar informações e comentários sobre a Segunda Guerra Mundial, toma-a como legítima justificativa para a publicação de matéria que tem como objeto questões pessoais e íntimas. (D) ao confessar sobressalto pelo que tinha ocorrido no dia anterior, 8/5, explica-o tanto pela associação de fatos históricos a questões pessoais, quanto pela interpretação de que há um Dia das Esperanças Perdidas. (E) ao citar a volta dos combatentes brasileiros, critica a euforia das saudações, pois evidenciava que o povo não tinha percebido que o conflito, na mesma configuração de 1939 a 1945, continuava. A: incorreta. Sua narrativa nos fatos não é minuciosa ou cronológica, mas sim lembranças um tanto desordenadas. Além disso, sua intenção não é ressaltar os fatos que foram mal retratados nas comemorações, mas a total ausência de comentários sobre o tema; B: incorreta. Seu comentário sobre a visão pessoal serve para justificar a ausência de objetividade com a qual tratará do tema; C: incorreta. O texto trata do atual cenário beligerante em que o mundo se encontra, fazendo uma alegoria com a data considerada final da guerra em 1945; D: correta. A alternativa reflete bem as ideias passadas pelo texto; E: incorreta. Não houve crítica à euforia das saudações, mas uma evidenciação da desilusão com a notícia de que, ao contrário do que todos imaginavam, a guerra não havia acabado. Gabarito “D” * Henrique Subi comentou as questões dos concursos de Analista – TRT/3ª – 2015 – FCC, Analista – TRT/2ª – 2014 – FCC, Analista – TRT/16ª – 2014 – FCC, VUNESP – 2015. Magally Dato comentou as demais questões. considera a imprensa de 1945 menos aperfeiçoada do que a imprensa contemporânea. (B) O primeiro parágrafo é apresentado como “entre parênteses” porque é tomado como simples anexo, de conteúdo genérico, sobre a análise de conjunturas, sem conter menção ao que virá no texto. (C) Dada a natureza do texto, expressões como empurrou a guerra para dentro da minha casa devem ser desaprovadas, pois, ferindo o rigor lógico, prejudicam a compreensão. (D) Dines considera a Segunda Guerra Mundial conflito constituído por mais de um estágio. (E) Em sua análise de ambientes de guerra, Dines trata a Grécia como exemplo de conflito interno, descolado do contexto da Guerra Mundial. A: incorreta. O termo “calejados” foi utilizado para indicar que a imprensa da época não tinha o “jogo de cintura” para narrar os fatos de forma menos abrupta, menos chocante; B: incorreta. Os “parênteses” foram utilizados para justificar as impressões e experiências pessoais que permeariam o texto; C: incorreta. Expressões como a selecionada não atingem a lógica do texto. Servem, ao contrário, para deixá-lo mais informal e aproximar o autor do leitor; D: correta. Isso se vê pela sua abordagem do conflito atual como uma sucessão do anterior; E: incorreta. O conflito interno na Grécia somente começou pelo vácuo de poder deixado pela guerra – logo, não estava dela descolado. Gabarito “D” décadas depois − porção ínfima da história da humanidade −, aquele que foi chamado Dia da Vitória e comemorado loucamente nas ruas do mundo metamorfoseou-se em Dia das Esperanças Perdidas: a guerra não acabou. Os Aliados desvincularam-se, tornaram-se adversários. A guerra continua, está aí, espalhada pelo mundo, camuflada por diferentes nomenclaturas, inconfundível, salvo em breves hiatos sem hostilidades, porém com intensos ressentimentos. (Analista – TRT/3ª – 2015 – FCC) Sete Comenta-se com propriedade sobre o parágrafo acima, em seu contexto: travessões encerram forte argumento para a defesa das ideias de Dines, pois o segmento alerta para o fato de que, em muito breve intervalo de tempo, a humanidade conheceu significativo revés de sentimentos. (B) As expressões Dia da Vitória e Dia das Esperanças Perdidas concentram a crítica que Dines faz aos profissionais do jornalismo brasileiro e internacional, ao cunharem bordões que pouco explicam a natureza dos fatos. (C) O emprego do adjetivo camuflada retoma o que se diz anteriormente por meio da expressão metamorfoseou-se. (D) A expressão tornaram-se adversários exprime a consequência inevitável da ação mencionada anteriormente na frase. (E) Em salvo em breves hiatos sem hostilidades, a substituição do segmento destacado por “a exceção de” preserva o sentido e a correção originais. A reflexão social latino-americana no século XIX, já testemunha dos sucessos econômicos e políticos dos Estados Unidos, tomou-os como um paradigma em sua luta orientada contra o que seria o seu atraso constitutivo, resultante do caudilhismo e do patrimonialismo vigentes em seus espaços nacionais. Entre tantos outros, os argentinos Sarmiento e Alberdi desenvolveram uma publicística centrada na comparação entre as duas Américas e o que nos cumpriria fazer para, livrando-nos dos nossos males históricos, lograrmos sucesso no ingresso ao mundo moderno. [...] No caso do Brasil, a comparação com os Estados Unidos também esteve presente ao longo de nossa história, influenciando diretamente os embates sobre o processo da modernização brasileira. Nossa herança ibérica, marcada por um Estado forte e pela valorização do público, seria compatível com os valores do mundo moderno então emergente? Ou, de forma alternativa, ela teria nos legado uma carga tão excessiva, cuja superação em direção à modernidade exigiria uma ruptura com esse passado? Desde já, é importante ressaltar que, ainda que os conceitos iberismo e americanismo tenham sido formulados a posteriori, não estando presentes no vocabulário dos autores consagrados como fundadores da tradição de interpretar o Brasil, eles fornecem uma chave interpretativa para o estudo do processo de nossa formação histórica. 20 25 (Analista – TRT/3ª – 2015 – FCC) A capitulação da Alemanha tornara-se inevitável, não foi surpresa, sabíamos que seria esmagada pelos Aliados. Nova era a sensação de paz, a certeza que começava uma nova página da história e perceptível mesmo para crianças e adolescentes. A prometida quimera embutida na frase “quando a guerra acabar” tornara-se desnecessária, desatualizada. É correta a seguinte assertiva sobre o que se tem no trecho acima: causa de o fato ser inevitável está expressa em não foi surpresa. (B) O emprego de mesmo confirma que era natural esperar que crianças e adolescentes, como os adultos, tivessem a certeza de que um novo período da história começava. (C) A palavra quimera equivale, quanto ao sentido, a “utopia”. (D) Em tornara-se desnecessária, desatualizada, as palavras destacadas estão dispostas em ordem crescente de valor. (E) O emprego de Nova justifica-se somente pelo contexto em que as três linhas acima estão inseridas, pois, nelas, não há nenhuma palavra ou expressão a que a palavra Nova possa ser associada. 30 35 40 (A) A A: incorreta. A ausência de surpresa é consequência do fato ser inevitável; B: incorreta. Ao contrário, o uso da palavra “mesmo” indica a surpresa do autor ao verificar o sentimento em crianças e adolescentes; C: correta. “Quimera” é sinônimo de “utopia”, “sonho”, “devaneio”; D: incorreta. Não há gradação nesse caso, nem positiva nem negativa. As palavras têm significados diferentes; E: incorreta. A palavra “nova” está associada a “sensação de paz”. Instruções: Para responder às questões seguintes, considere o texto a seguir. 1 5 10 15 Desde A democracia na América (1835), de Alexis de Tocqueville, tornou-se corrente comparar os Estados Unidos com a América ibérica, constituindo este exercício uma fonte de inspiração da imaginação social no continente. Nessa obra, a América do Sul é descrita como lugar em que a pujança da natureza debilitaria o homem, enquanto, na América do Norte, a natureza se revestiria de outro aspecto, onde tudo “era grave, sério, solene; dissera-se que fora criada para se tornar província da inteligência, enquanto a outra era a morada dos sentidos”. O caso bem-sucedido da América do Norte apontaria para um processo em que o atraso ibérico, sob o impacto das diferentes influências exercidas pelo seu vizinho anglo-americano, modernizar-se-ia, rompendo com os fundamentos da sua própria história. (VIANNA, Luis Werneck; PERLATTO, Fernando. Iberismo e americanismo. In: BOTELHO, André; SCHWARCZ, Lilia Moritz (orgs.). Agenda brasileira: temas de uma sociedade em mudança. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p. 248-249) (Analista – TRT/2ª – 2014 – FCC) Considere o texto e as asser- tivas que seguem. I. II. III. O cotejo entre o emprego de certas formas verbais, por exemplo, (linha 7) debilitaria e (linha 8) era evidencia a distinção entre o ponto de vista, respectivamente, de quem comenta uma hipótese lançada por outrem e o ponto de vista de quem propõe essa mesma hipótese. Considerada a lógica e o contexto, merece reparo o que se tem no segmento O caso bem-sucedido da América do Norte apontaria para um processo em que o atraso ibérico [...] modernizar-se-ia: em lugar do que está destacado, seria adequado haver, por exemplo, “a América ibérica, atrasada,”. No parágrafo 4, a presença de duas indagações no excerto deve-se ao fato de cada uma delas enfatizar uma específica polêmica a respeito de nossa história, correspondendo, então, uma em relação à outra, a um caminho alternativo na definição da prioridade a ser enfrentada no processo de modernização do Brasil. Está correto o que se afirma em (A) III, apenas. apenas. (C) I, II e III. (D) II e III, apenas. (E) I e II, apenas. (B) I, I: correta. O uso do futuro do pretérito indica que a pessoa que fala não pode assegurar a correção daquilo que foi dito por outra pessoa; diferentemente, o pretérito imperfeito representa um fato efetivamente ocorrido, do qual o falante pode dar certeza; II: correta. A expressão “atraso ibérico” torna o texto dúbio, porque pode se referir tanto à América Ibérica (latino-americana) ou à península ibérica na Europa (Portugal e Espanha). Para evitar a confusão, a alteração sugerida seria bem aceita; III: incorreta. Não se trata de polêmicas diferentes sobre nossa história. As duas indagações são, na verdade, dois lados da mesma moeda – duas hipóteses sobre qual seria a influência da tradição ibérica sobre o Brasil. Gabarito “E” (A) Dines A: correta. Os travessões foram utilizados para dar destaque ao argumento de que o intervalo de tempo é suficientemente breve para a humanidade viver uma reviravolta tão grande em seus sentimentos; B: incorreta. Não se pode extrair essa conclusão do texto, até porque o “dia das esperanças perdidas” é criação do próprio autor; C: incorreta. São imagens diferentes do texto, a transformação do significado da data e a guerra sorrateira que hoje está instalada; D: incorreta. Ao se desvincularem, os Aliados não precisavam necessariamente ter se tornado adversários – poderiam permanecer neutros uns aos outros. Logo, não é uma “consequência inevitável”; E: incorreta. Deveria haver o acento grave indicativo da crase em “à exceção de”. Gabarito “C” compreensão: 3 (Analista – TRT/2ª – 2014 – FCC) Observada a organização do texto, e especialmente a última frase, cria-se uma expectativa de que as linhas seguintes ao fragmento trarão (A) considerações sobre o processo de formação do Brasil, iluminadas por matrizes de pensamento que, a partir de certo momento, foram conceituadas como “americanismo” e “iberismo”. (B) retificações dos textos inaugurais da tradição de interpretar o Brasil, determinadas pelo fato de que os autores não contavam, em seu vocabulário, com as palavras “americanismo” e “iberismo”. (C) a categoria “iberismo” como fundamento do primeiro bloco de estudos sobre a formação histórica do Brasil, dando lugar, a seguir, à categoria “americanismo”. (D) os conceitos de “iberismo” e de “americanismo” sempre em oposição, visto que são resultado de momentos históricos antagônicos e bastante afastados no tempo. (E) crítica a autores equivocadamente consagrados como fundadores da tradição de interpretar o Brasil, equívoco gerado pelo desconhecimento de que eles muito tardiamente se valeram da chave necessária à análise da cultura. O texto todo está construído sobre os conceitos de “americanismo” e “iberismo”, formas de reler a história das Américas e encontrar os passos comuns e antagônicos na evolução de cada uma das regiões. Ao final, ele destaca que tais teorias foram desenvolvidas posteriormente à maioria das reflexões sobre o tema, passando a categorizá-las dentro dessa nova doutrina. Correta, portanto, a alternativa “A”. Gabarito “A” (Analista – TRT/3ª – 2015 – FCC) O excerto legitima a seguinte (A) Os 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi Gabarito “A” 2 Considere as informações prestadas pelo verbete abaixo transcrito. (Analista – TRT/2ª – 2014 – FCC) publicística Datação: c1950 ■ substantivo feminino 1 a imprensa jornalística; periodismo 2 Rubrica: termo jurídico, política. literatura de direito civil, política e/ou temas sociais 3 Rubrica: termo jurídico. a ciência do direito público 4 Derivação: por metonímia. o conjunto de autores de textos sobre direito público, política ou assuntos sociais Etimologia: emprt. it. [palavra emprestada do italiano] publicistica ‘atividade desenvolvida por jornalistas na publicação de artigos pela imprensa, conjunto das publicações da atualidade’. (Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa) Sobre o uso dessa palavra “publicística” no texto, é correto afirmar: (A) O excerto e a rubrica denotam a possibilidade, mais provável do que todas as outras, de ter sido empregada na acepção 3, levando em conta a natureza da obra de onde foi extraído o trecho. (B) O contexto evidencia que está, de maneira a excluir outra possibilidade, empregada na acepção 4, como o comprova o uso da expressão Entre tantos outros, que remete a muitos autores. (C) Levando em conta a datação, isto é, a época em que ela parece ter surgido na Língua Portuguesa, não poderia ter sido empregada em um texto que se refere a pensadores do século XIX. 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi A: incorreta. O texto trata majoritariamente da ciência política e da sociologia, pouco se reportando ao direito; B: incorreta. A interpretação do texto permite deduzir que a palavra foi empregada tanto na acepção 4 quanto no acepção 2, de sorte que não podemos excluir diretamente uma ou outra; C: incorreta. O texto se refere a pensadores do século XIX, mas foi escrito em 2011 – data em que a palavra já existia há muito tempo; D: incorreta. Ao contrário, a acepção 1 pode ser facilmente eliminada, tendo em vista que o texto não trata de artigos jornalísticos, mas de pensamentos sociais e filosóficos; E: correta, conforme o comentário à alternativa “B”. Gabarito “E” Instruções: Para responder às questões seguintes, considere o texto a seguir. 1 5 10 15 20 25 A áspera controvérsia sobre a importância da liberdade política é bem capaz de ocultar o essencial nessa matéria, ou seja, a liberdade existe como um valor ético em si mesmo, independentemente dos benefícios concretos que a sua fruição pode trazer aos homens. [...] A liberdade tem sido, em todos os tempos, a causa das maiores conquistas do ser humano. E, efetivamente, que valor teriam a descoberta da verdade, a criação da beleza, a invenção das utilidades ou a realização da justiça, se os homens não tivessem a possibilidade de escolher livremente o contrário de tudo isso? Heródoto foi um dos primeiros a sublinhar que o estado de liberdade torna os povos fortes, na guerra e na paz. Ao relatar a estupenda vitória que os atenienses, sob o comando de Cleômenes, conquistaram contra os calcídeos e os beócios, ele comenta: “Aliás, verifica-se, sempre e em todo lugar, que a igualdade entre os cidadãos é uma vantagem preciosa: submetidos aos tiranos, os atenienses não tinham mais valor na guerra que seus vizinhos; livres, porém, da tirania, sua superioridade foi manifesta. Por aí se vê que na servidão eles se recusavam a manifestar seu valor, pois labutavam para um senhor; ao passo que, uma vez livres, cada um no seu próprio interesse colaborava, por todas as maneiras, para o triunfo do empreendimento coletivo”. 30 O mesmo fenômeno de súbita libertação de energias e de multiplicação surpreendente de forças humanas voltou a repetir-se vinte e quatro séculos depois, com a Revolução Francesa. Pela primeira vez na história moderna, as forças armadas de um país não eram compostas de mercenários, nem combatiam por um príncipe, sob o comando de nobres, mas eram formadas de homens livres e iguais, comandados por generais plebeus, sendo todos movidos tão só pelo amor à pátria. (COMPARATO, Fábio Konder. A liberdade como valor ético. Ética: direito, moral e religião no mundo moderno. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 546-547) (Analista – TRT/2ª – 2014 – FCC) O texto abona o seguinte comentário: o autor, na defesa de seu ponto de vista, (A) cita Cleômenes e episódio histórico que deu a esse ate- niense experiência para reconhecer não só o valor da liberdade, mas, em próprias palavras do conquistador, que a igualdade entre os cidadãos é uma vantagem. (B) faz uso de uma indagação que é meramente retórica, pois a resposta a ela está implícita na própria pergunta: o valor de descobertas, invenções e demais realizações está em impor a todos os homens o mesmo direito de usufruir delas. (C) contrapõe distintos momentos históricos para evidenciar que a discussão sobre a importância da liberdade política contém contradições. (D) opta por fazer um relato de como a liberdade se manifestou em diferentes momentos históricos, o que lhe permitiu concluir, ao final do texto, que a liberdade é um valor ético em si mesmo. (E) vale-se de um testemunho de prestígio, sem, entretanto, tomá-lo como suficiente, dado que acrescenta comentário que o ratifica. A: incorreta. As palavras não são de Cleômenes, mas do historiador Heródoto; B: incorreta. A retórica consiste em colocar em destaque a liberdade de escolher o oposto das vantagens narradas; C: incorreta. O uso do exemplo histórico serve para demonstrar que a necessidade humana de liberdade não é própria de um dado estágio da civilização, mas comum a todos eles; D: incorreta. Não se pode concluir isso do último parágrafo do texto. Nessa passagem o autor apenas se vale de mais um exemplo de como a liberdade determina as ações humanas; E: correta. Inicialmente ele cita o exemplo grego e, logo após, ratifica-o com a menção à Revolução Francesa, ambos com a mesma intenção: destacar o valor da liberdade como vantagem em uma guerra. Gabarito “E” que se informa acima sobre a origem da palavra e os dados oferecidos no texto comprovam a impossibilidade de ter sido empregada com acepção diferente da indicada em 1. (E) O contexto e a rubrica sugerem que está empregada na acepção 2, mas a falta de indicações precisas sobre a natureza dos trabalhos dos autores citados impede uma conclusão decisiva sobre o seu sentido no texto. Atenção: Para responder às questões seguintes, considere o texto abaixo. Distorção negligenciada 1 Embora poucas vezes mencionadas nos debates sobre desigualdades, as doenças negligenciadas demonstram com perfeição a necessidade de haver mecanismos capazes de corrigir distorções globais. Em entrevista a esta Folha, Eric Stobbaerts, diretor − executivo da Iniciativa de Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi, na sigla em inglês), lembrou que tais enfermidades ameaçam uma em cada seis pessoas do planeta; não 5 obstante, entre 2000 e 2011, apenas 4% dos 850 novos medicamentos aprovados no mundo tratavam dessas moléstias. As listas de moléstias variam de acordo com a agência que tenta capitanear sua causa. Têm em comum o fato de serem endêmicas em regiões pobres da África, da Ásia e das Américas. Nem sempre fatais, são bastante debilitantes. Estão nesse grupo, por ordem de prevalência, helmintíase, esquistossomose, filariose, tracoma, oncocercose, leishmaniose, doença de Chagas e hanseníase. As três últimas e a esquistossomose são as mais relevantes para o Brasil. 10 A maioria desses distúrbios pode ser prevenida e conta com tratamentos efetivos pelo menos para a fase aguda, mas, por razões econômicas e políticas, eles nem sempre chegam a quem precisa. Há, além disso, uma dificuldade relativa à ciência. Algumas das terapias disponíveis já têm quatro ou cinco décadas de existência. Investimentos em pesquisa poderiam levar a estratégias de prevenção e cura mais efetivas. Como essas doenças não são rentáveis, porém, os grandes laboratórios raras vezes se interessam por esse nicho. 15 Organizações como a DNDi e outras procuram preencher as lacunas. A situação tem melhorado, mas os avanços são insuficientes. Seria sem dúvida ingenuidade esperar que a indústria farmacêutica se entregasse de corpo e alma à resolução do problema. Seu compromisso primordial é com seus acionistas − e essa é a regra do jogo. Isso não significa, contudo, que não possam fazer parte do esforço. 20 O desejo de manter boas relações públicas combinado com uma política de estímulos governamentais pode produzir grandes resultados. Também seria desejável envolver com maior intensidade universidades e laboratórios públicos (onde os há, como é o caso do Brasil). Mais de 1 bilhão de humanos ainda sofrem, em pleno século 21, com doenças cujo controle é não só possível, mas também relativamente barato − eis um fato que depõe contra o atual estágio de nossa organização global. (Folha de S. Paulo. Opinião. p. A3, 14/03/2014) (Analista – TRT/16ª – 2014 – FCC) No processo argumentativo adotado no edital, (A) o segmento Embora poucas vezes mencionadas nos debates sobre desigualdades exprime ideia em relação tal de antinomia com o restante da frase, que desqualifica a alegação de que as doenças negligenciadas falam a favor da correção de distorções globais. (B) a caracterização destacada em demonstram com perfeição evidencia que, numa escala de valores, as doenças negligenciadas ocupam alto nível no que se refere à exposição da necessidade de haver mecanismos capazes de corrigir distorções globais. (C) a oferta da informação (DNDi, na sigla em inglês) deve ser atribuída à necessidade do jornalista de angariar credibilidade para a organização, confiabilidade de que depende, sobretudo, o grau de convencimento do leitor deste texto. (D) o fato de que tais enfermidades ameaçam uma em cada seis pessoas do planeta é apontado como causa próxima de que, entre 2000 e 2011, apenas 4% dos 850 novos medicamentos aprovados no mundo tratavam dessas moléstias. (E) o título − Distorção negligenciada –, tirando proveito da expressão doenças negligenciadas, tem a função restrita de qualificar o que se tem na frase inicial do texto: o fato de essas doenças serem poucas vezes mencionadas nos debates sobre desigualdades. A: incorreta. A conjunção “embora”, de valor concessivo, indica que as doenças negligenciadas buscam superar o obstáculo de serem poucas vezes mencionadas nos debates; B: correta. A interpretação fornecida pela alternativa está totalmente de acordo com o texto; C: incorreta. O autor fornece a sigla unicamente para deixar claro ao leitor seu significado, porque ela aparecerá outras vezes ao longo do texto; D: incorreta. O texto critica justamente a contradição entre o fato de tais doenças afetarem tantas pessoas e tão pouco ter se avançado na descoberta de medicamentos para seu tratamento; E: incorreta. O título quer chamar a atenção para a negligência dos laboratórios internacionais com essas doenças pelo fato delas não trazerem lucro para seus acionistas. Gabarito “B” (D) Aquilo 5 (Analista – TRT/16ª – 2014 – FCC) É fiel ao que se tem no 3º parágrafo a seguinte afirmação: (A) As moléstias negligenciadas são listadas de modos distintos, visto que as agências regulam, a seu modo, cada uma dessas doenças. (B) Na dependência da agência que ganha a concorrência, uma ou outra doença é retirada da lista oficial de moléstias negligenciadas e passa a ser tratada. (C) Um fator aproxima as doenças negligenciadas: ocorrem habitualmente e com incidência significativa em populações pobres da África, da Ásia e das Américas. (D) Doenças negligenciadas são aquelas moléstias infecciosas comuns e rápidas que se manifestam em surto periódico em populações pobres de regiões como a África, Ásia e Américas. (E) Em todos os continentes é comum ocorrerem doenças de caráter transitório, que atacam simultaneamente grande número de indivíduos. A: incorreta. As agências não regulam as doenças. O texto menciona que, a depender da entidade que busca recursos e conscientização sobre uma determinada doença negligenciada, ela tende a colocar essa moléstia como mais importante do que as outras para chamar mais a atenção para sua causa; B: incorreta, nos termos do comentário à alternativa anterior; C: correta. Tal fato está expresso diretamente no terceiro parágrafo do texto; D: incorreta. As moléstias negligenciadas são endêmicas, termo que identifica moléstias típicas de um determinado grupo ou local, disseminando-se apenas entre os membros desse grupo; E: incorreta. Tal informação não pode ser depreendida de nenhuma passagem do texto. Gabarito “C” 4 (Analista – TRT/16ª – 2014 – FCC) comentário: O texto abona o seguinte (A) (linha 7) Na frase Nem sempre fatais, são bastante debilitantes, em que se apresenta o perfil das doenças negligenciadas, indicam-se dois relevantes traços possíveis de sua constituição. (B) (linha 10) A frase A maioria desses distúrbios [...] conta com tratamentos efetivos é passível de ser transposta para a voz passiva. (C) (linha 9) Infere-se corretamente que o desafio do Brasil é enfrentar tanto a prevenção, quanto a cura de quatro das doenças negligenciadas, visto que não há ocorrências das demais em solo brasileiro. (D) (linha 10) O comentário pelo menos para a fase aguda constitui uma restrição, assim como é restritiva a expressão A maioria desses distúrbios, mas, no contexto, esses limites estão associados a avanços, ainda que nem sempre garantidos. (E) (linha 10) A correlação entre pode ser prevenida e conta com tratamentos efetivos evidencia, por meio das formas verbais, a incoerência, respectivamente, entre as possibilidades técnicas e as ações levadas a efeito. A: incorreta. Na passagem destacada, a única característica relevante apresentada sobre as doenças negligenciadas é que são debilitantes. Sobre o índice de fatalidade, ao contrário, indica-se que esse não é 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi um traço típico das doenças; B: incorreta. A transposição para a voz passiva depende da oração original ter três elementos: sujeito, verbo transitivo direto e objeto direto, o que não ocorre no trecho selecionado; C: incorreta. O texto não nega a ocorrência das demais doenças no Brasil. Ele apenas anota que quatro delas são as mais relevantes para o país, porque mais comuns em nossa população; D: correta. O comentário expõe uma interpretação correta e coerente com os fatos trazidos pelo texto; E: incorreta. A correlação apresentada no trecho é coerente – tanto os distúrbios podem ser prevenidos que contam com tratamentos efetivos (ainda que não cheguem, muitas vezes, até os necessitados). III. Gabarito “D” (E) II Responsabilidade social • (mk,rp) Adoção, por parte da empresa ou de qualquer instituição, de políticas e práticas organizacionais socialmente responsáveis, por meio de valores e exemplos que influenciam os diversos segmentos das comunidades impactadas por essas ações. O conceito de responsabilidade social fundamenta-se no compromisso de uma organização dentro de um ecossistema, onde sua participação é muito maior do que gerar empregos, impostos e lucros. Seu objetivo básico é atuar no meio ambiente de forma absolutamente responsável e ética, inter-relacionando-se com o equilíbrio ecológico, com o desenvolvimento econômico e com o equilíbrio social. Do ponto de vista mercadológico, a responsabilidade social procura harmonizar as expectativas dos diferentes segmentos ligados à empresa: consumidores, empregados, fornecedores, redes de venda e distribuição, acionistas e coletividade. Do ponto de vista ético, a organização que exerce sua responsabilidade social procura respeitar e cuidar da comunidade, melhorar a qualidade de vida, modificar atitudes e comportamentos através da educação e da cultura, conservar a vitalidade da terra e a biodiversidade, gerar uma consciência nacional para integrar desenvolvimento e conservação, ou seja, promover o desenvolvimento sustentável, o bem-estar e a qualidade de vida. Diz-se tb. responsabilidade social corporativa ou RSC. V. ecossistema social, ética corporativa, empresa cidadã e marketing social. (BARBOSA, Gustavo e RABAÇA, Carlos Alberto. 2.ed. rev. e atualizada. Rio de Janeiro: Elsevier, 2001 − 10ª reimpressão, p. 639-40) (Analista – TRT/16ª – 2014 – FCC) Para que o leitor leigo tenha acesso adequado a todas as informações que o texto acima disponibiliza, basta que, após a sua leitura, cumpra as remissões indicadas; são remissões indicadas as que estão expressas nos segmentos iniciados por Diz-se tb. e V. II. Para o entendimento do verbete deste dicionário especializado, contrariamente ao que ocorre com os verbetes dos dicionários da língua portuguesa, é imprescindível que o leitor se aproprie de todas as convenções utilizadas na obra; neste caso, que saiba que “mk” significa “marketing” e que “rp” significa “relações públicas”. I. (B) II. (C) III. (D) I e II. e III. I: incorreta. “Diz-se tb.” Introduz os sinônimos da expressão definida pelo dicionário. As remissões são unicamente as palavras introduzidas por “V.” (abreviatura de vide); II: incorreta. Não é absolutamente necessário o conhecimento dessas abreviaturas para a compreensão da definição exposta pelo dicionário. Conhecê-las aumenta o alcance da obra, mas não afasta o leitor comum do conhecimento ali disseminado; III: correta. A afirmação descreve acertadamente a estrutura utilizada pelo dicionário para definir o verbete em questão. (Analista – TRT/16ª – 2014 – FCC) verbete: Infere-se corretamente do (A) Políticas e práticas socialmente responsáveis são de competência constitutiva de empresas e de qualquer instituição. (B) Valores e exemplos que influenciam os diversos segmentos que constituem uma comunidade neutralizam os impactos deletérios de empresas instaladas no entorno dessa comunidade. (C) É dever de empresas, por determinação legal, a organização de um sistema que, incluindo os seres vivos e o ambiente, garanta inter-relacionamento harmônico entre todos os envolvidos. (D) É pressuposto que uma empresa participe da geração de empregos, impostos e lucros. (E) É inerente à atividade empresarial atuar no meio ambiente de forma absolutamente responsável e ética. A: incorreta. A responsabilidade social, segundo o texto, é uma característica de algumas empresas e instituições que veem sua posição no mercado de forma diferenciada, com o dever de zelar pela qualidade do meio ambiente em paralelo aos seus interesses econômicos; B: incorreta. Não se pode concluir isso de nenhuma passagem do texto; C: incorreta. Não há qualquer obrigação legal para tanto. A responsabilidade social é uma conduta opcional por parte das empresas e organizações; D: correta. “Pressuposto”, aqui, foi utilizado no sentido de “fato”, “informação inconteste”. Não se discute que a empresa deve gerar empregos, impostos e lucros. Isso já está pressuposto. O que elas também podem fazer é agir com responsabilidade social; E: incorreta, conforme comentários às alternativas anteriores. Gabarito “D” Leia com atenção o verbete abaixo, transcrito do Dicionário de comunicação, e as assertivas que o seguem. Está correto o que se afirma APENAS em (A)I. Gabarito “C” Atenção: Para responder às questões abaixo, considere o texto de Barbosa e Rabaça. O verbete, neste dicionário especializado, é aberto por uma expressão; a sinonímia, igualmente assentada em expressão, é relevante nessa estrutura de vocabulário técnico. Leia o texto, para responder às questões seguintes. Ser gentil é um ato de rebeldia. Você sai às ruas e insiste, briga, luta para se manter gentil. O motorista quase te mata de susto buzinando e te xingando porque você usou a faixa de pedestres quando o sinal estava fechado para ele. Você posta um pensamento gentil nas redes sociais apesar de ler dezenas de comentários xenofóbicos, homofóbicos, irônicos e maldosos sobre tudo e todos. Inclusive você. Afinal, você é obviamente um idiota gentil. Há teorias evolucionistas que defendem que as sociedades com maior número de pessoas altruístas sobreviveram por mais tempo por serem mais capazes de manter a coesão. Pesquisadores da atualidade dizem, baseados em estudos, que gestos de gentileza liberam substâncias que proporcionam prazer e felicidade. Mas gentileza virou fraqueza. É preciso ser macho pacas para ser gentil nos dias de hoje. Só consigo associar a aversão à gentileza à profunda necessidade de ser – ou parecer ser – invencível e bem-sucedido. Nossas fragilidades seriam uma vergonha social. Um empecilho à carreira, ao acúmulo de dinheiro. Não ter tempo para gentilezas é bonito. É justificável diante da eterna ambivalência humana: queremos ser bons, mas temos medo. Não dizer bom-dia significa que você é muito importante. Ou muito ocupado. Humilhar os que não concordam com suas ideias é coisa de gente forte. E que está do lado certo. Como se houvesse um lado errado. Porque, se nenhum de nós abrir a boca, ninguém vai reparar que no nosso modelo de felicidade tem alguém chorando ali no canto. Porque ser gentil abala sua autonomia. Enfim, ser gentil está fora de moda. Estou sempre fora de moda. Querendo falar de gentileza, imaginem vocês! Pura rebeldia. Sair por aí exibindo minhas vulnerabilidades e, em ato de pura desobediência civil, esperar alguma cumplicidade. Deve ser a idade. (Ana Paula Padrão, Gentileza virou fraqueza. Disponível em: <http://www.istoe.com.br>. Acesso em: 27 jan 2015. Adaptado) Cada um fala como quer, ou como pode, ou como acha que pode. Ainda ontem me divertiu este trechinho de crônica do escritor mineiro Humberto Werneck, de seu livro Esse inferno vai acabar: “– Meu cabelo está pendoando – anuncia a prima, apalpando as melenas. Tenho anos, décadas de Solange, mas confesso que ela, com o seu solangês, às vezes me pega desprevenido. – Seu cabelo está o quê? – Pendoando – insiste ela, e, com a paciência de quem explica algo elementar a um total ignorante, traduz: – Bifurcando nas extremidades. É assim a Solange, criatura para a qual ninguém morre, mas falece, e, quando sobrevém esse infausto acontecimento, tem seu corpo acondicionado num ataúde, num esquife, num féretro, para ser inumado em alguma necrópole, ou, mais recentemente, incinerado em crematório. Cabelo de gente assim não se torna vulgarmente quebradiço: pendoa.” Isso me fez lembrar uma visita que recebemos em casa, eu ainda menino. Amigas da família, mãe e filha adolescente vieram tomar um lanche conosco. D. Glorinha, a mãe, achava meu pai um homem intelectualizado e caprichava no vocabulário. A certa altura pediu ela a mim, que estava sentado numa extremidade da mesa: - Querido, pode alcançar-me uma côdea desse pão? Por falta de preparo linguístico não sabia como atender a seu pedido. Socorreu-me a filha adolescente: 7 - Ela quer uma casquinha do pão. Ela fala sempre assim na casa dos outros. A mãe ficou vermelha, isto é, ruborizou, enrubesceu, rubificou, e olhou a filha com reprovação, isto é, dardejou-a com olhos censórios. Veja-se, para concluir, mais um trechinho do Werneck: “Você pode achar que estou sendo implicante, metido a policiar a linguagem alheia. Brasileiro é assim mesmo, adora embonitar a conversa para impressionar os outros. Sei disso. Eu próprio já andei escrevendo sobre o que chamei de ruibarbosismo: o uso de palavreado rebarbativo como forma de, numa discussão, reduzir ao silêncio o interlocutor ignaro. Uma espécie de gás paralisante verbal.” (Cândido Barbosa Filho, inédito) (Analista – TRT/1ª – 2012 – FCC) No contexto, as frases “Meu cabelo está pendoando” e “pode alcançar-me uma côdea desse pão” constituem casos de (A) usos opostos de linguagem, já que a completa infor- malidade da primeira contrasta com a formalidade da segunda. (B) usos similares de linguagem, pois em ambas o intento é valorizar o emprego de vocabulário pouco usual. (C) intenção didática, já que ambas são utilizadas para exemplificar o que seja uma má construção gramatical. (D) usos similares de linguagem, pois predomina em ambas o interesse pela exatidão e objetividade da comunicação. (E) usos opostos de linguagem, pois a perfeita correção gramatical de uma contrasta com os deslizes da outra. A: incorreta. O uso da linguagem nos dois trechos é idêntico, focado exclusivamente na formalidade; B: correta. Nos respectivos contextos, os dois personagens querem demonstrar o domínio do vocabulário; C: incorreta. As construções estão gramaticalmente perfeitas; D: incorreta. O uso de palavras pouco conhecidas traz prejuízos à objetividade da comunicação, porque aumenta o risco do receptor não compreender a mensagem; E: incorreta. Mais uma vez, as construções atendem a todos os preceitos da gramática. Gabarito “B” 6 A mãe ficou vermelha, isto é, ruborizou, enrubesceu, rubificou, e olhou a filha com reprovação, isto é, dardejou-a com olhos censórios. (Analista – TRT/1ª – 2012 – FCC) A expressão isto é, nos dois empregos realçados na frase acima, (A) introduz a conclusão de que o significado das falas corriqueiras se esclarece mediante uma elaborada sinonímia. (B) inicia a tradução adequada de um enunciado anterior cuja significação se mostrara bastante enigmática. (C) funciona como os dois pontos na frase Cabelo de gente assim não se torna vulgarmente quebradiço: pendoa. (D) introduz uma enumeração de palavras que seriam evitadas pela prima Solange, levando-se em conta o que diz dela o cronista Werneck. (E) inicia uma argumentação em favor da simplificação da linguagem, de modo a evitar o uso de palavreado rebarbativo. 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi (1º parágrafo) (B) para ser inumado em alguma necrópole e incinerado em crematório. (7º parágrafo) que recebemos em casa e eu ainda menino. (8º parágrafo) (D) achava meu pai um homem intelectualizado e caprichava no vocabulário. (8º parágrafo) (E) olhou a filha com reprovação e dardejou-a com (C) visita A: incorreta. A relação é de alternância (uma coisa ou outra); B: incorreta. A relação é de adição (uma coisa e outra); C: incorreta. A relação é de temporalidade (a segunda oração indica o momento em que a primeira aconteceu); D: correta. Realmente, a personagem “caprichava no vocabulário” porque achava o outro intelectualizado; E: incorreta. A relação é de sinonímia (as palavras têm sentido equivalente). Gabarito “D” Economia religiosa Concordo plenamente com Dom Tarcísio Scaramussa, da CNBB, quando ele afirma que não faz sentido nem obrigar uma pessoa a rezar nem proibi-la de fazê-lo. A declaração do prelado vem como crítica à professora de uma escola pública de Minas Gerais que hostilizou um aluno ateu que se recusara a rezar o pai-nosso em sua aula. É uma boa ocasião para discutir o ensino religioso na rede pública, do qual a CNBB é entusiasta. Como ateu, não abraço nenhuma religião, mas, como liberal, não pretendo que todos pensem do mesmo modo. Admitamos, para efeitos de argumentação, que seja do interesse do Estado que os jovens sejam desde cedo expostos ao ensino religioso. Deve-se então perguntar se essa é uma tarefa que cabe à escola pública ou se as próprias organizações são capazes de supri-la, com seus programas de catequese, escolas dominicais etc. A minha impressão é a de que não faltam oportunidades para conhecer as mais diversas mensagens religiosas, onipresentes em rádios, TVs e também nas ruas. Na cidade de São Paulo, por exemplo, existem mais templos (algo em torno de 4.000) do que escolas públicas (cerca de 1.700). Creio que aqui vale a regra econômica, segundo a qual o Estado deve ficar fora das atividades de que o setor privado já dá conta. Outro ponto importante é o dos custos. Não me parece que faça muito sentido gastar recursos com professores de (Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) No que diz respeito ao ensino religioso na escola pública, o autor mantém-se (A) esquivo, pois arrola tanto argumentos que defendem a obrigatoriedade como o caráter facultativo da implementação desse ensino. (B) intransigente, uma vez que enumera uma série de razões morais para que se proíba o Estado de legislar sobre quaisquer matérias religiosas. (C) pragmático, já que na base de sua argumentação contra o ensino religioso na escola pública estão razões de ordem jurídica e econômica. (D) intolerante, dado que deixa de reconhecer, como ateu declarado, o direito que têm as pessoas de decidir sobre essa matéria. (E) prudente, pois evita pronunciar-se a favor da obrigatoriedade desse ensino, lembrando que ele já vem sendo ministrado por muitas entidades. Sobre o tema, o autor prefere manter uma posição pragmática, determinada a partir de sua opção de não usar argumentos pessoais baseados em seu ateísmo. Sua visão é de natureza objetiva e mensurável, valendo-se de argumentos econômicos (custos e administração da receita pública) e jurídicos (direito à liberdade religiosa). (Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) Atente para estas afirmações: I. Ao se declarar um cidadão ao mesmo tempo ateu e liberal, o autor enaltece essa sua dupla condição pessoal valendo-se do exemplo da própria CNBB. II. A falta de oportunidade para se acessarem mensagens religiosas poderia ser suprida, segundo o autor, pela criação de redes de comunicação voltadas para esse fim. III. Nos dois últimos parágrafos, o autor mostra não reconhecer nem legitimidade nem prioridade para a implementação do ensino religioso na escola pública. Em relação ao texto, está correto o que se afirma em (A) I, II e III. e II, apenas. (C) II e III, apenas. (D) I e III, apenas. (E) III, apenas. (B) I I: incorreta. Para tentar não macular sua análise, o autor pretende afastar essas condições, principalmente o ateísmo, de sua argumentação; II: incorreta. O autor expõe a profusão de mensagens religiosas que nos bombardeia, não sendo necessária sua expansão; III: correta. Trata-se da ideia principal defendida pelo autor: não cabe ao Estado custear o ensino religioso, muito menos diante da situação deficitária de outras áreas, como português e matemática. Gabarito “E” (A) Cada um fala como quer e ou como acha que pode. (Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, 06/04/2012) (A) o ensino religioso demanda profissionais altamente qualificados, que o Estado não teria como contratar. (B) a bancada religiosa, tal como qualificada no último parágrafo, partilha do mesmo radicalismo de Dom Tarcísio Scaramussa. (C) as instituições públicas de ensino devem complementar o que já fazem os templos, a exemplo do que ocorre na cidade de São Paulo. (D) o aprendizado de uma religião não requer instrução tão especializada como a que exigem as ciências exatas. (E) os membros da bancada religiosa, sobretudo os liberais, buscam favorecer o setor privado na implementação do ensino religioso. A: incorreta. O autor não entra no critério da qualificação dos professores de religião, apenas aponta que sua contratação não pode ser prioridade; B: incorreta. Em sua fala, Dom Tarcísio mostrou-se ponderado, reconhecendo o direito ao ateísmo. Não há nada de radical em suas palavras; C: incorreta. O autor defende exatamente o oposto: que o ensino religioso fique adstrito aos templos, que já se encontram em maior número do que as escolas públicas na cidade de São Paulo; D: correta. É o que se depreende da passagem: “Ao contrário do que se dá com a religião, é difícil aprender física na esquina”; E: incorreta. Não se pode confundir os religiosos com os liberais e, além disso, segundo o autor, os primeiros conseguiram alterar a legislação para criar a obrigação do Estado custear o ensino religioso. Tenho dúvidas, porém, de que o foco das ações deva ser o combate ao que dom Odilo Scherer, numa entrevista, chamou de terceirização e comercialização da saúde. É verdade que colocar um preço em procedimentos médicos nem sempre leva ao melhor dos desfechos, mas é igualmente claro que consultas, cirurgias e drogas têm custos que precisam ser gerenciados. Ignorar as leis de mercado, como parece sugerir dom Odilo, provavelmente levaria o sistema ao colapso, prejudicando ainda mais os pobres. Para o religioso, é “a dignidade do ser humano” que deve servir como critério moral na tomada de decisões relativas a vida e morte. O problema com a “dignidade” é que ela é subjetiva demais. A pluralidade de crenças e preferências do ser humano é tamanha que o termo pode significar qualquer coisa, desde noções banais, como não humilhar desnecessariamente o paciente (forçando-o, por exemplo, a usar aqueles horríveis aventais vazados atrás), até a adesão profunda a um dogma religioso (há confissões que não admitem transfusões de sangue). Numa sociedade democrática não podemos simplesmente apanhar uma dessas concepções e elevá-la a valor universal. E, se é para operar com todas as noções possíveis, então já não estamos falando de dignidade, mas, sim, de respeito à autonomia do paciente, conceito que a substitui sem perdas. (Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, março/2012) (Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente um segmento em: do prelado vem como crítica (1º parágrafo) = o pronunciamento do dignitário eclesiástico surge como censura (B) Admitamos, para efeitos de argumentação (2º parágrafo) = Consignemos, a fim de especulação (C) sejam desde cedo expostos ao ensino religioso (2º parágrafo) = venham prematuramente a expor-se no ensino clerical (D) onipresentes em rádios (3º parágrafo) = discriminadas por emissoras de rádio (E) não poderia representar ônus (5º parágrafo) = implicaria que se acarretasse prejuízo (A) A declaração A: correta. Todos os sinônimos atribuídos traduzem perfeitamente o trecho original; B: incorreta. “Especulação”, nesse caso, é sinônimo de “afirmação sem fundamento”, o que se contrapõe diretamente a “argumentação”; C: incorreta. “Prematuro” não é sinônimo de “cedo”, é aquilo que veio antes do tempo programado, antes de estar maduro (“pré + maturidade”); D: incorreta. “Onipresente” é aquilo que está em todos os lugares. “Discriminado” é sinônimo de “especificado”; E: incorreta. “Ônus” é sinônimo de “dever”, não está necessariamente relacionado a “prejuízo”. Fora com a dignidade Acho ótimo que a Igreja Católica tenha escolhido a saúde pública como tema de sua campanha da fraternidade deste ano. Todas as burocracias – e o SUS não é uma exceção – têm a tendência de acomodar-se e, se não as sacudirmos de vez em quando, caem na abulia. É bom que a Igreja use seu poder de mobilização para cobrar melhorias. 9 (Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) Ao mesmo tempo em que reconhece a importância de a Igreja Católica ter escolhido a saúde como tema da campanha da fraternidade, o autor NÃO aprova que o foco das ações deva ser, como propõe dom Odilo Scherer, o apoio às iniciativas que valorizem sobretudo os serviços terceirizados no campo da saúde. (B) a franca resistência às iniciativas comerciais que subordinam as questões da saúde às leis do mercado. (C) a transferência de responsabilidades na área da saúde, de modo a privilegiar as empresas mais habilitadas. (D) a estatização dos serviços essenciais, a fim de harmonizar o interesse público e as leis do livre mercado. (E) a clara demarcação entre o que compete ao Estado e o que compete à iniciativa privada, na área da saúde. (A) O autor condena a posição do clérigo de atacar a “terceirização e comercialização da saúde”. Isso significa que, para a Igreja, os serviços de saúde não podem ser transferidos para a iniciativa privada, porque não deveriam se submeter às leis do mercado. Para Dom Odilo Scherer, o princípio norteador da saúde pública deve ser unicamente a dignidade da pessoa, critério combatido pelo articulista. Gabarito “B” uma relação de causa e efeito entre estas duas formulações: Até 1997, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação acertadamente estabelecia que o ensino religioso nas escolas oficiais não poderia representar ônus para os cofres públicos. A bancada religiosa emendou a lei para empurrar essa conta para o Estado. Não deixa de ser um caso de esmola com o chapéu alheio. Pode-se inferir, com base numa afirmação do texto, que (Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) Gabarito “A” Gabarito “C” (Analista – TRT/1ª – 2012 – FCC) Há religião, quando faltam os de matemática, português etc. Ao contrário do que se dá com a religião, é difícil aprender física na esquina. Gabarito “C” A: incorreta. A expressão “isto é” foi utilizada para indicar a correção, a retificação pelo autor do uso de uma palavra comum, enumerando os sinônimos rebuscados que as personagens usariam; B: incorreta. O enunciado anterior é bastante claro. Na verdade, trata-se de uma brincadeira do autor consistente em transformar um texto claro, com palavras usuais, nas construções complexas utilizadas pelas personagens; C: correta. Realmente, os dois-pontos têm a mesma função da expressão “isto é”, já debatida nos comentários anteriores; D: incorreta. As palavras enumeradas são aquelas que seriam utilizadas pelas personagens que preferem o palavreado rebuscado; E: incorreta. O efeito é justamente o inverso: as palavras enumeradas são mais complexas do que aquelas usadas anteriormente, causando uma complicação da linguagem. Gabarito “D” 8 (Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) afirmações: I. Atente para as seguintes O título do texto é inteiramente irônico, pois ao longo dele o autor valoriza, exatamente, o que costuma ser definido como “a dignidade do ser humano”. Em relação ao texto, está correto APENAS o que se afirma em (A) I aceitação de um rígido preceito (E) elevá-la a valor universal (4º parágrafo) = reconhecê-la como plenamente aceitável A: incorreta. “Reiterar” é sinônimo de “repetir”; B: incorreta. “Amiúde” é sinônimo de “frequentemente”; C: incorreta. “Ratificação” é sinônimo de “confirmar”, “atestar”; D: correta. Os sinônimos estão perfeitamente empregados; E: incorreta. “Elevar” e “reconhecer” não são propriamente sinônimos. Porém, em sentido conotativo, a substituição proposta manteria o sentido do trecho original a nosso ver. Assim, entendemos que ela também deve ser considerada correta. Gabarito “D” e II e III (E) II I: incorreta. Não há ironia. O autor pretende justamente afastar o conceito vago de “dignidade da pessoa” e reconhecer a autonomia do paciente para tomar as suas decisões; II: incorreta. Muito ao contrário, o autor critica a pluralidade religiosa sob o argumento de que cada uma delas estabelece um conceito de “dignidade” e pretende elevá-lo ao patamar de verdade absoluta. Como remédio, sugere o critério da autonomia do paciente, que não é mencionado por nenhuma crença; III: correta. É precisamente sobre esse ponto que se assenta a argumentação do autor. Gabarito “C” (Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) A frase em que se afirma uma posição inteiramente contrária às convicções do autor do texto é: (A) Em virtude de se apoiar na subjetividade humana, o conceito de dignidade não se determina de modo claro e insofismável. (B) A variedade das reações e interdições que as crenças impõem a tratamentos de saúde indica a pluralidade dos valores subjetivos. (C) Os mais pobres seriam os mais prejudicados, caso se levasse a efeito alguma proposta baseada na posição de dom Odilo Scherer. (D) Ignorar todas as leis de mercado, na área da saúde, redunda na impossibilidade de funcionamento do sistema. (E) Numa sociedade democrática, o gerenciamento de custos na área da saúde não pode levar em conta as leis do mercado. Todas as alternativas são paráfrases do texto, expressando ideias que nele são defendidas pelo autor, com exceção da letra “E” (que deve ser assinalada). O autor defende que, dada a impossibilidade de se reconhecer um critério universal sobre a dignidade, cabe ao paciente determinar de forma autônoma como, quando e com quem quer se tratar, impondo-se ao setor da saúde o respeito às leis da oferta e da demanda. Gabarito “E” (Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em: a tendência de acomodar-se (1º parágrafo) = reiteram uma conciliação (B) nem sempre leva ao melhor dos desfechos (2º parágrafo) = amiúde vai ao encontro dos seus objetivos (C) têm custos que precisam ser gerenciados (2º parágrafo) = há os ônus que requerem ratificação (A) têm É verdade que colocar um preço em procedimentos médicos nem sempre leva ao melhor dos desfechos. (Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) O sentido essencial e a correção da frase acima mantêm-se na seguinte construção: (A) Nem sempre é certo que a melhor finalidade se alcança através de procedimentos médicos aos quais incorre um determinado preço. (B) Nada garante, de fato, que estipular um pagamento por procedimentos médicos implique a melhor solução de um caso. (C) Uma ótima conclusão não é simplesmente obtida em favor de se haver afixado um preço aos procedimentos médicos. (D) A despeito de se estipular um preço para procedimentos médicos, não é usual que cheguem a um termo satisfatório. (E) Pela razão de se taxar procedimentos médicos não redunda automaticamente no melhor dos benefícios. A: incorreta. Houve alteração de sentido na paráfrase. O trecho original é mais amplo, fala da precificação dos procedimentos médicos de forma geral, enquanto a alternativa é mais restrita, fala do tratamento com uma determinada finalidade; B: correta. A paráfrase, além de preservar o sentido original, atende a todos os preceitos gramaticais; C: incorreta. A redação está incoerente, ela não faz sentido; D: incorreta. Houve alteração de sentido na paráfrase. A locução conjuntiva “a despeito de” tem valor concessivo, ideia que não está presente no trecho original; E: incorreta. A redação está incoerente aqui também. Melhor seria dizer: “A taxação de procedimentos médicos não redunda...”. (Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) No contexto do 4º parágrafo, o segmento conceito que a substitui sem perdas deve ser entendido mais explicitamente como: (A) A dignidade é substituída, sem perdas, pelo conceito de autonomia do paciente. dignidade substitui, sem perdas, o conceito de autonomia do paciente. (C) A autonomia do paciente deve ser substituída, sem perdas, pela dignidade dele. (D) Substituem-se, sem perdas, tanto o conceito de dignidade como o de autonomia do paciente. (E) A autonomia do paciente só será substituída sem perdas no caso de haver nele dignidade. (B) A O trecho em destaque indica que, para o autor, a autonomia do paciente traz mais vantagens para esse do que a amplitude da dignidade. Portanto, a segunda deve ser substituída pela primeira. Gabarito “A” (C) III Gabarito “B” (B) II (D) I (D) adesão profunda a um dogma (3º parágrafo) = plena O mito napoleônico baseia-se menos nos méritos de Napoleão do que nos fatos, então sem paralelo, de sua carreira. Os homens que se tornaram conhecidos por terem abalado o mundo de forma decisiva no passado tinham começado como reis, como Alexandre, ou patrícios, como Júlio César, mas Napoleão foi o “pequeno cabo” que galgou ao comando de um continente pelo seu puro talento pessoal. Todo homem de negócios daí em diante tinha um nome para sua ambição: ser − os próprios clichês o denunciam − um “Napoleão das finanças” ou “da indústria”. Todos os homens comuns ficavam excitados pela visão, então sem paralelo, de um homem comum maior do que aqueles que tinham nascido para usar coroas. Em síntese, foi a figura com que todo homem que partisse os laços com a tradição podia se identificar em seus sonhos. Para os franceses ele foi também algo bem mais simples: o mais bem-sucedido governante de sua longa história. Triunfou gloriosamente no exterior, mas, em termos nacionais, também estabeleceu ou restabeleceu o mecanismo das instituições francesas como existem hoje. Ele trouxe estabilidade e prosperidade a todos, exceto para os 250 mil franceses que não retornaram de suas guerras, embora até mesmo para os parentes deles tivesse trazido a glória. Sem dúvida, os britânicos se viam como lutadores pela causa da liberdade contra a tirania; mas em 1815 a maioria dos ingleses era mais pobre do que o fora em 1800, enquanto a maioria dos franceses era quase certamente mais rica. Ele destruíra apenas uma coisa: a Revolução de 1789, o sonho de igualdade, liberdade e fraternidade, do povo se erguendo na sua grandiosidade para derrubar a opressão. Este foi um mito mais poderoso do que o dele, pois, após a sua queda, foi isto e não a sua memória que inspirou as revoluções do século XIX, inclusive em seu próprio país. (Adaptado de Eric. J. Hobsbawm. A era das revoluções − 1789-1848. 7ª ed. Trad. de Maria Tereza Lopes Teixeira e Marcos Penchel. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989, p.93-4) (Analista – TRT9 – 2012 – FCC) Segundo o autor, (A) a figura de Napoleão passou a exercer forte apelo no campo do imaginário, servindo de modelo de inaudita superação da condição social. (B) os franceses descartam assumir Napoleão como modelo, buscando valorizar tão somente a sua participação na revolução de 1789. (C) os parentes dos milhares de franceses mortos nas guerras napoleônicas relevaram a perda dos familiares em função da grande prosperidade trazida por Napoleão. (D) a Revolução de 1789 foi um mito menos relevante do que o de Napoleão, pois as obras deste permanecem vivas e aquela não teria sido mais que um sonho. (E) os méritos pessoais de Napoleão nada têm a ver com o mito que se criou em torno de sua figura, surgido apenas de sua trajetória casualmente vitoriosa. A: correta. A ideia principal do texto é refletir sobre as razões de Napoleão ter se tornado um mito. Segundo o autor, isso se deu por força da origem humilde do líder corso, que superou essa condição para se tornar comandante de todo o continente; B: incorreta. Para os franceses, Napoleão foi o mais bem-sucedido governante de sua história; C: incorreta. O texto não fala em perdão dos parentes, diz apenas que mesmo para os mortos nas guerras Napoleão trouxe a glória; D: incorreta. O último parágrafo do texto diz exatamente o inverso; E: incorreta. O autor defende que Napoleão teve méritos em suas conquistas, porém esses não foram a parcela determinante dos resultados. (Analista – TRT9 – 2012 – FCC) Considerando-se o contexto, o segmento cujo sentido está adequadamente expresso em outras palavras é: os laços com a tradição = quebrasse o condão sagrado (B) galgou ao comando de um continente = sobrelevou o ordenamento europeu (C) pela causa da liberdade contra a tirania = pelo motivo da insubmissão versus rigorismo (D) os próprios clichês o denunciam = os próprios lugares-comuns o evidenciam (E) o mecanismo das instituições francesas = a articulação dos institutos galeses (A) partisse A: incorreta. Melhor seria “histórico” no lugar de “sagrado”; B: incorreta. “Sobrelevar” é sinônimo de “suplantar”, “vencer”, ao passo que “galgar” é sinônimo de “subir”; C: incorreta. “Tirania” é o governo autoritário de uma só pessoa, o que não se confunde com o rigor, maior ou menor, com o qualquer governo pode tratar seus súditos; D: correta. Os sinônimos estão perfeitamente empregados; E: incorreta. “Instituição”, sinônimo de “entidade”, não se confunde com “instituto”, sinônimo de “ato”, “procedimento”. Gabarito “D” III. A despeito da pluralidade de crenças religiosas, o autor acredita que a base de todas elas está no que se pode definir como respeito à autonomia do paciente. O conceito de dignidade é questionado pelo autor, que não o acolhe como uma concepção bem determinada e de valor universal. 11 Gabarito “A” II. 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi 10 --Em outubro de 1967, quando Gilberto Gil e Caetano Veloso apresentaram as canções Domingo no parque e Alegria, Alegria, no Festival da TV Record, logo houve quem percebesse que as duas canções eram influenciadas pela narrativa cinematográfica: repletas de cortes, justaposições e flashbacks. Tal suposição seria confirmada pelo próprio Caetano quando declarou que fora “mais influenciado por Godard e Glauber do que pelos Beatles ou Dylan”. Em 1967, no Brasil, o cinema era o que havia de mais intenso e revolucionário, superando o próprio teatro, cuja inquietação tinha incentivado os cineastas a iniciar o movimento que ficou conhecido como Cinema Novo. O Cinema Novo nasceu na virada da década de 1950 para a de 1960, sobre as cinzas dos estúdios Vera Cruz (empresa paulista que faliu em 1957 depois de produzir dezoito filmes). “Nossa geração sabe o que quer”, dizia o baiano Glauber Rocha já em 1963. Inspirado por Rio 40 graus e por Vidas secas, que Nelson Pereira dos Santos lançara em 1954 e 1963, Glauber Rocha transformaria, com Deus e o diabo na terra do sol, a história do cinema no Brasil. Dois anos depois, o cineasta lançou Terra em Transe, que talvez tenha marcado o auge do Cinema Novo, além de ter sido uma das fontes de inspiração do Tropicalismo. A ponte entre Cinema Novo e Tropicalismo ficaria mais evidente com o lançamento, em 1969, de Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade. Ao fazer o filme, Joaquim Pedro esforçou-se por torná-lo um produto estética do Cinema Novo, que marcou época no Brasil, contribuiu para que surgisse, na cena musical, o movimento conhecido como Tropicalismo. (B) Embora o Cinema Novo não tenha conseguido atingir suas metas comerciais, a qualidade estética de suas obras era superior à das obras produzidas pelo cinema comercial. (C) A ampliação da televisão no Brasil, cuja audiência foi sempre maior do que a do cinema, teve papel determinante na derrocada do Cinema Novo. (D) Como seus integrantes estavam comprometidos com os problemas sociais e políticos do país, o Cinema Novo suscitou polêmicas que levaram à volta da censura. (E) O Tropicalismo, movimento liderado por dissidentes do Cinema Novo, se desenvolveu concomitantemente à decadência do teatro nacional. A: correta. Podemos extrair essa conclusão principalmente do trecho “a ponte entre o Cinema Novo e o Tropicalismo”, figura que indica a ligação entre os dois movimentos; B: incorreta. Essa conclusão não pode ser retirada do texto. O autor nada menciona sobre a qualidade dos filmes comerciais; C: incorreta. Como o autor não aborda a televisão em seu texto, essa conclusão não é válida; D: incorreta. Nada se diz sobre a censura ou a atividade política dos integrantes do “Cinema Novo”; E: incorreta. O Tropicalismo, segundo o autor, não é uma dissidência do “Cinema Novo”, mas um movimento musical que dele sofreu influência. Gabarito “A” Fotografias Toda fotografia é um portal aberto para outra dimensão: o passado. A câmara fotográfica é uma verdadeira máquina do tempo, transformando o que é naquilo que já não é mais, porque o que temos diante dos olhos é transmudado imediatamente em passado no momento do clique. Costumamos dizer que a fotografia congela o tempo, preservando um momento passageiro para toda a eternidade, e isso não deixa de ser verdade. Todavia, existe algo que descongela essa imagem: nosso olhar. Em francês, imagem e magia contêm as mesmas cinco letras: image e magie. Toda imagem é magia, e nosso olhar é a varinha de condão que descongela o instante aprisionado nas geleiras eternas do tempo fotográfico. Toda fotografia é uma espécie de espelho da Alice do País das Maravilhas, e cada pessoa que mergulha nesse espelho de papel sai numa dimensão diferente e vivencia experiências diversas, pois o lado de lá é como o albergue espanhol do ditado: cada um só encontra (A) I e II. e III. (B) II (C) I. (D) II. (E) III. O segmento do texto que ressalta a ação mesma da percepção de uma foto é: (A) A câmara (Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC) fotográfica é uma verdadeira máquina do tempo. fotografia congela o tempo. (C) nosso olhar é a varinha de condão que descongela o instante aprisionado. (D o significado de uma imagem muda com o passar do tempo. (E) Mas é difícil imaginar alguém que seja insensível à magia de uma foto. Discriminar ou discriminar? (B) a O autor argumenta que o olhar do observador é a única coisa capaz de “descongelar o tempo” tornado estático pela fotografia. Essa mesma ideia está contida na letra “C”, que deve ser assinalada, ressaltando o fio condutor do texto. (Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC) No contexto do último parágrafo, a referência aos vários níveis de percepção de uma fotografia remete (A) à diversidade das qualidades intrínsecas de uma foto. (B) às diferenças de qualificação do olhar dos observadores. (C) aos graus de insensibilidade de alguns diante de uma foto. (D) às relações que a fotografia mantém com as outras artes. (E) aos vários tempos que cada fotografia representa em si mesma. Ao comparar o olhar do fotógrafo com o ouvido do músico, o autor quer destacar que, dependendo do conhecimento técnico do observador, o resultado da interpretação da imagem é diferente porque saber as nuances da imagem que outros não enxergam permite aprofundar-se mais em seu significado. Gabarito “B” (A) A Em relação ao texto, está correto o que se afirma SOMENTE em I: incorreta. Para o autor, o instante captado pela fotografia pertence, imediatamente, ao passado; II: incorreta. A ideia é exatamente inversa: afirmar que as peculiaridades de cada observador são determinantes na interpretação da imagem; III: correta. O conhecimento técnico, segundo o autor, permite uma análise mais profunda da fotografia do que aquela observada somente por leigos. (Adaptado de Pedro Vasquez, em Por trás daquela foto. São Paulo: Companhia das Letras, 2010) Depreende-se corretamente Gabarito “C” (Analista – TRT9 – 2012 – FCC) Um fotógrafo profissional, conforme sugere o terceiro parágrafo, vê não apenas uma foto, mas os recursos de uma linguagem específica nela fixados. (Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC) afirmações: I. II. Atente para as seguintes Ao dizer, no primeiro parágrafo, que a fotografia congela o tempo, o autor defende a ideia de que a realidade apreendida numa foto já não pertence a tempo algum. No segundo parágrafo, a menção ao ditado sobre o albergue espanhol tem por finalidade sugerir que o olhar do observador não interfere no sentido próprio e particular de uma foto. Os dicionários não são úteis apenas para esclarecer o sentido de um vocábulo; ajudam, com frequência, a iluminar teses controvertidas e mesmo a incendiar debates. Vamos ao Dicionário Houaiss, ao verbete discriminar, e lá encontramos, entre outras, estas duas acepções: a) perceber diferenças; distinguir, discernir; b) tratar mal ou de modo injusto, desigual, um indivíduo ou grupo de indivíduos, em razão de alguma característica pessoal, cor da pele, classe social, convicções etc. Na primeira acepção, discriminar é dar atenção às diferenças, supõe um preciso discernimento; o termo transpira o sentido positivo de quem reconhece e considera o estatuto do que é diferente. Discriminar o certo do errado é o primeiro passo no caminho da ética. Já na segunda acepção, discriminar é deixar agir o preconceito, é disseminar o juízo preconcebido. Discriminar alguém: fazê-lo objeto de nossa intolerância. Diz-se que tratar igualmente os desiguais é perpetuar a desigualdade. Nesse caso, deixar de discriminar (no sentido de discernir) é permitir que uma discriminação continue (no sentido de preconceito). Estamos vivendo uma época em que a bandeira da discriminação se apresenta em seu sentido mais positivo: trata-se de aplicar políticas afirmativas para promover aqueles que vêm sofrendo discriminações históricas. Mas há, por outro lado, quem veja nessas propostas afirmativas a forma mais censurável de discriminação... É o caso das cotas especiais para vagas numa universidade ou numa empresa: é uma discriminação, cujo sentido positivo ou negativo depende da convicção de quem a avalia. As acepções são inconciliáveis, mas estão no mesmo verbete do dicionário e se mostram vivas na mesma sociedade. (Aníbal Lucchesi, inédito) (Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC) A afirmação de que os dicionários podem ajudar a incendiar debates confirma-se, no texto, pelo fato de que o verbete discriminar (A) padece de um sentido vago e impreciso, gerando por isso inúmeras controvérsias entre os usuários. (B) apresenta um sentido secundário, variante de seu sentido principal, que não é reconhecido por todos. (C) abona tanto o sentido legítimo como o ilegítimo que se costuma atribuir a esse vocábulo. (D) faz pensar nas dificuldades que existem quando se trata de determinar a origem de um vocábulo. (E) desdobra-se em acepções contraditórias que correspondem a convicções incompatíveis. Segundo o autor, a partir do momento em que a mesma palavra possui sentidos completamente opostos, seu uso intensifica as controvérsias sobre o tema, já que, ao menos junto ao dicionário, ambos têm razão. (Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC) Diz-se que tratar igualmente os desiguais é perpetuar a desigualdade. Da afirmação acima é coerente deduzir esta outra: (A) Os homens são desiguais porque foram tratados com o mesmo critério de igualdade. (B) A igualdade só é alcançável se abolida a fixação de um mesmo critério para casos muito diferentes. (C) Quando todos os desiguais são tratados desigualmente, a desigualdade definitiva torna-se aceitável. (D) Uma forma de perpetuar a igualdade está em sempre tratar os iguais como se fossem desiguais. (E) Critérios diferentes implicam desigualdades tais que os injustiçados são sempre os mesmos. A dedução possível é aquela que percebe a crueldade da aplicação de critérios idênticos para pessoas em situações diferentes. Escorar-se exclusivamente na igualdade formal (tratamento igual para todos, indistintamente) é fugir da justiça, que se baseia na busca pela igualdade real (tratamento diferenciado para corrigir desigualdades anteriores). (Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em: teses controvertidas (1º parágrafo) = amainar posições dubitativas. (B) um preciso discernimento (2º parágrafo) = uma arraigada dissuasão. (C) disseminar o juízo preconcebido (2º parágrafo) = dissuadir o julgamento predestinado. (D) a forma mais censurável (3º parágrafo) = o modo mais repreensível. (E) As acepções são inconciliáveis (3º parágrafo) = as versões são inatacáveis. (A) iluminar A: incorreta. “Iluminar” foi usado como sinônimo de “clarear”, “destacar”. “Amainar” é sinônimo de “tornar manso”; B: incorreta. “Preciso” é sinônimo de “exato”, “objetivo”, e “discernimento” é sinônimo de “compreensão”, “raciocínio”. Já “arraigada” é sinônimo de “enraizada”, “estabelecida”, e “dissuasão” significa “convencer alguém a desistir”; C: incorreta. “Disseminar” é sinônimo de “difundir”, “espalhar”, que não se confunde com “dissuadir”, verbo relativo a “dissuasão”, vocábulo que já exploramos na alternativa anterior; D: correta. Todos os sinônimos foram usados corretamente; E: incorreta. “Inconciliáveis” são coisas que não podem conviver. “Inatacável” é aquilo que não pode ser atacado, que não pode ser atingido. Gabarito “D” (Adaptado de Eduardo Bueno. Brasil: uma história. Ed. Leya, 2010. p. 408) Variam, também, os níveis de percepção de uma fotografia. Isso ocorre, na verdade, com todas as artes: um músico, por exemplo, é capaz de perceber dimensões sonoras inteiramente insuspeitas para os leigos. Da mesma forma, um fotógrafo profissional lê as imagens fotográficas de modo diferente daqueles que desconhecem a sintaxe da fotografia, a “escrita da luz”. Mas é difícil imaginar alguém que seja insensível à magia de uma foto. III. 13 Gabarito “B” Incapaz de satisfazer plenamente as exigências do mercado, o Cinema Novo deu os seus últimos suspiros em fins da década de 1970 − período que marcou o auge das potencialidades comerciais do cinema feito no Brasil. nele o que trouxe consigo. Além disso, o significado de uma imagem muda com o passar do tempo, até para o mesmo observador. Gabarito “E” afinado com a cultura de massa. “A proposição de consumo de massa no Brasil é algo novo. A grande audiência de TV entre nós é um fenômeno novo. É uma posição avançada para o cineasta tentar ocupar um lugar dentro dessa situação”, disse ele. do texto: 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi Gabarito “E” 12 1: incorreta. Aflorar nesse contexto tem a acepção de “tornar-se visível”, “dar a conhecer”. Desencadear é provocar uma reação súbita. Em um primeiro momento pode-se imaginar que a substituição é possível, porém devemos prestar atenção ao sujeito do verbo aflorar. Seu sujeito é crise. A crise aflora nos picos de viagens. O pico de viagens desencadeia a crise: “toda essa crise (...) aflora nos momentos de pico de viagens”. A assertiva está incorreta. Gabarito 1E Atenção: Para responder à próxima questão, considere o texto abaixo. O cenário é o luxuoso resort Four Seasons. Sua decoração sofisticada, com colunas de mármore, lustres monumentais de cristal e detalhes das escadarias em ouro, atiça os olhos do turista. Câmera em punho, o ímpeto de registrar o ambiente logo é interrompido por um dos funcionários. “É proibido fotografar os homens vestindo roupas brancas e as mulheres em trajes pretos”, exclamou. Restrições desse tipo dentro de um hotel internacional são, no mínimo, estranhas aos olhos ocidentais. No entanto, quando o resort em questão está localizado em Doha, capital do Catar, ter cuidado com as fotos é apenas uma das milhares de regras e imposições a serem respeitadas na cidade. Nas ruas, nos museus ou nos shoppings de Doha, sempre existe alguém para impedir os retratos. E se você conseguir tirar uma foto escondido vai perceber as pessoas cuidadosamente tampando o rosto. Isso porque o Catar, país que acaba de ser eleito sede da Copa do Mundo de 2022, vive sob os preceitos da religião muçulmana. Lá, as mulheres não podem exibir seus rostos fora de suas residências e adotam as burcas como traje. As menos tradicionais se escondem apenas com lenços e véus. (Natália Mestre, “A cidade dos contrastes”. ISTOÉ PLATINUM, n. 22, Dezembro/Janeiro 2011, p. 72) (TRT/4ª – 2011 – FCC) texto: Compreende-se corretamente do (A) a exposição que o Catar recebeu na mídia depois de ter sido eleito sede da Copa do Mundo de 2022 fez que as normas da religião muçulmana se tornassem mais rigorosas. A: incorreta, o texto não diz isso. Infere-se que as normas da religião mulçumana estão igualmente rigorosas; B: correta, reler o trecho: “Lá, as mulheres não podem exibir seus rostos fora de suas residências e adotam as burcas como traje. As menos tradicionais se escondem apenas com lenços e véus.”; C: incorreta, pelo contrário, os limites não são ínfimos, são extremos; D: incorreta, o texto não diz isso. De acordo com o texto, Catar vive sob os preceitos da religião mulçumana que impõe algumas restrições; E: incorreta, não. De acordo com o texto, “Nas ruas, nos museus ou nos shoppings de Doha, sempre existe alguém para impedir os retratos. E se você conseguir tirar uma foto escondido vai perceber as pessoas cuidadosamente tampando o rosto.” Atenção: para responder as duas questões seguintes, considere o texto abaixo. Nas décadas de 1930 e 40, enquanto eu crescia, o desenhista de quadrinhos ocupava um lugar na hierarquia cultural não muito inferior àquele ocupado pelo ator de cinema e pelo inventor. Walt Disney, Al Capp, Peter Arno – quem, agora, poderia conquistar tanta fama apenas com uma caneta de pena e um tinteiro? (John Updike. “A mágica dos quadrinhos”. serrote: uma revista de ensaios, ideias e literatura. n. 2, jul 2009. São Paulo: Instituto Moreira Salles, p. 17) Obs.: Al Capp e Peter Arno foram cartunistas americanos contemporâneos de Walt Disney. (TRT/4ª – 2011 – FCC) No excerto acima, o autor (A) manifesta que, embora com poucos recursos, os desenhistas de quadrinhos de sua infância fascinavam o público. (B) vale-se de uma pergunta retórica para expressar sua crença: atualmente, quem não domina a alta tecnologia não consegue distrair a plateia. (C) critica o lugar de destaque que, no século passado, era concedido aleatoriamente a atores de cinema e inventores. (D) favorece as lembranças de sua infância em prejuízo de considerações sobre os quadrinhos. (E) recorre ao ator de cinema e ao inventor para demonstrar como desenhistas de quadrinhos foram sempre desconsiderados na cultura americana. Em resumo, o texto fala que na infância do autor (décadas de 1930 e 40), os cartunistas com recursos simples (“apenas com uma caneta de pena e um tinteiro”) conseguiam ocupar uma boa posição na hierarquia cultural. A: correta, é exatamente o que o autor diz em sua pergunta (TRT/4ª – 2011 – FCC) correto afirmar: Sobre o que se tem no excerto, é (A) Walt Disney, Al Capp, Peter Arno é sequência que descreve a hierarquia cultural citada, do posto mais elevado para o menos elevado. (B) tanta caracteriza a reputação dos desenhistas citados, tal como percebida pelo autor. (C) apenas denota que o autor deprecia a produção de muitos desenhistas de quadrinhos. (D) Nas décadas de 1930 e 40 equivale a “Nas décadas precedentes”. (E) enquanto eu crescia marca o início da ação de “ocupar”. A: incorreta, não se trata de uma hierarquia, apenas de uma enumeração; B: correta, o autor valoriza a reputação dos desenhistas citados e usa o termo tanta para intensificar o substantivo “fama”; C: incorreta, o advérbio apenas não deprecia. Tem as acepções: exclusivamente, somente; D: incorreta, seria “Nas décadas precedentes” se no texto houvesse menção à década de 50. Não há. Então, a alternativa está incorreta. E: “incorreta, enquanto eu crescia” indica a circunstância do verbo ocupar, que tem como sujeito “o desenhista de quadrinhos”. [Entre falar e escrever] Antigamente os professores de ginásio* ensinavam a escrever mandando fazer redações que puxavam insensivelmente para a grandiloquência, o preciosismo ou a banalidade: descrever uma floresta, uma tempestade, o estouro da boiada; comentar os males causados pelo fumo, o jogo, a bebida; dizer o que pensa da pátria, da guerra, da bandeira. Bem ou mal, íamos aprendendo, sobretudo porque naquele tempo os professores tinham tempo para corrigir os exercícios escritos (o meu chegava a devolver os nossos com igual número de páginas de observações e comentários a tinta vermelha; que Deus o tenha no céu dos bons gramáticos). Mas o efeito podia ser duvidoso. Lembre-se por analogia o começo do romance S. Bernardo, de Graciliano Ramos. O rústico fazendeiro Paulo Honório quer contar a própria vida, mas sendo homem sem instrução, imagina um método prático: contaria os fatos ao jornalista local e este redigiria. No entanto... Leiamos: O resultado foi um desastre. Quinze dias depois do nosso primeiro encontro, o redator do jornal apresentou-me dois capítulos datilografados, tão cheios de besteiras que me zanguei: – Vá para o inferno, Gondim. Você acanalhou o troço. Está pernóstico, está safado, está idiota! Há lá ninguém que fale dessa forma! O jornalista observa então que “um artista não pode escrever como fala”, e ante o espanto de Paulo Honório, explica: – Foi assim que sempre se fez. A literatura é literatura, seu Paulo. A gente discute, briga, trata de negócios naturalmente, mas arranjar palavras com tinta é outra coisa. Se eu fosse escrever como falo, ninguém me lia. Então Paulo Honório põe mãos à obra do seu jeito, “escreve como fala” e resulta o romance S. Bernardo, um clássico de Graciliano Ramos. (Adaptado de Antonio Candido, O albatroz e o chinês) * Ginásio: antiga denominação de período escolar, que hoje corresponde às quatro últimas séries do ensino fundamental. O autor do texto deixa ver que seus professores no ginásio acabavam valorizando, numa redação, (Analista – TRT/20ª – 2011 – FCC) (A) formas concisas de expressão e ousada inventividade linguística. (B) ostentação retórica e correta abordagem de temas educativos e cívicos. (C) valores morais edificantes e expressões em nível bastante coloquial. (D) rigorosa correção ortográfica e originalidade na condução de temas polêmicos. (E) o cultivo do pensamento autocrítico e discrição quanto ao estilo praticado. De acordo com o primeiro parágrafo, podemos identificar alguma ostentação da retórica (“ensinavam a escrever mandando fazer redações que puxavam insensivelmente para a grandiloquência, o preciosismo”), a abordagem de temas educativos (“comentar os males causados pelo fumo, o jogo, a bebida”) e a abordagem de temas cívicos (dizer o que pensa da pátria, da guerra, da bandeira”). Não se pode afirmar se a abordagem é correta ou não, como aponta a assertiva, porém é a melhor opção, dentre as alternativas. (Analista – TRT/20ª – 2011 – FCC) Ao lembrar que o efeito podia ser duvidoso, o autor do texto está aventando a hipótese de que, nas redações, (A) as banalidades decorriam do fato de os alunos não terem aceitado as orientações dos professores. (B) alguns fracassos originavam-se do fato de que os temas eram por demais complexos para a faixa etária dos alunos. (C) expressavam-se muitas dúvidas quanto a ser mais desejável a grandiloquência do que o despojamento da linguagem. (D) nem sempre era muito positivo o saldo final das atividades exercidas pelos mestres e pelos alunos. (E) o que parecia ser um defeito ou uma impropriedade era, na verdade, o resultado de um excessivo domínio da língua. A alternativa mais correta é “nem sempre era muito positivo”. Primeiro Antonio Candido escreve: “ensinavam a escrever mandando fazer redações que puxavam insensivelmente para a grandiloquência, o preciosismo ou a banalidade” e em seguida: “o efeito podia ser duvidoso”. Infere-se que o saldo final das atividades nem sempre era positivo. Gabarito “D” A forma verbal “aflora” (l.4) poderia ser substituída por desencadeia, sem prejuízo nem alteração do sentido original do texto. retórica “quem, agora, poderia conquistar tanta fama apenas com uma caneta de pena e um tinteiro”; B: incorreta, não se pode inferir que a crença dele seja: “quem não domina a alta tecnologia não consegue distrair a plateia”, como a alternativa diz; C: incorreta, não existe essa crítica, apenas a observação; D: incorreta, ao contrário do afirmado, nesse excerto o autor favorece as considerações sobre os autores de quadrinhos e não suas lembranças de infância; E: incorreta, é o aposto do que se afirma nessa alternativa, o autor recorre ao ator de cinema e ao inventor para mostrar a consideração que os cartunistas tinham na cultura americana. 15 Gabarito “B” Acerca dos aspectos estruturais e dos sentidos do texto acima, julgue o item a seguir. (STM – 2011 – CESPE) as mulheres catarianas mais aferradas à herança cultural, quanto as menos, costumam observar o decoro preconizado pela religião que impera em seu estado. (C) turistas do mundo ocidental estranham, mas os limites à atuação dos turistas nos hotéis internacionais de Doha são ínfimos, considerados os padrões dos países orientais. (D) Doha é a única cidade do Catar onde há milhares de regras e imposições a serem respeitadas, entre elas as que definem o ato de fotografar. (E) à exceção do que ocorre no interior de luxuosos hotéis, em Doha o turista pode tirar fotos, desde que furtivamente e dando aos fotografados tempo de tamparem o rosto. Gabarito “B” Nó dos aeroportos poderá ser desatado. In: O Globo, 5/12/2010 (com adaptações). (B) tanto Gabarito “B” A expressão caos aéreo já faz parte da linguagem corrente quando o assunto é a aviação comercial brasileira. A rigor, toda essa crise latente no sistema de terminais 4 aeroportuários – que aflora nos momentos de pico de viagens e a qualquer maior instabilidade meteorológica em regiões chave – já foi prevista há muito tempo. Não era preciso ser 7 médium para, mesmo antes do desastre com avião na Amazônia no final de 2006, perceber que a leniência das autoridades federais diante dos gargalos no setor iria, cedo ou 10 tarde, desembocar na atual situação: pistas saturadas, salas de espera repletas, infraestrutura dos aeroportos, principalmente os maiores, sobrecarregada. Gabarito “A” 1 (1) 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi 14 (A) I. (Analista – TRE/TO – 2011 – FCC) Há exemplos de palavras ou expressões empregadas no texto para retomar outras já utilizadas sem repeti-las literalmente, como ocorre em: (B) II. (C) III. (D) I Releia o último período: “O documento afirma que Moscou deve trabalhar com outras nações para preservar a “paz e a estabilidade” na Antártida, mas salienta que o país tem de se posicionar para tirar vantagem dos recursos naturais caso haja um desmembramento territorial do continente.” e II. e III. I. (E) II II. I: correta, há o antagonismo entre “arranjar palavras com tinta” e “escreve como fala”; II: correta, os antigos professores “ensinavam a escrever mandando fazer redações que puxavam insensivelmente para a grandiloquência, o preciosismo”. O primeiro trecho citado de S. Bernardo diz: “– Vá para o inferno, Gondim. Você acanalhou o troço. Está pernóstico, está safado, está idiota!”; III: incorreta, deduz-se que a linguagem de Paulo Honório é direta e simples. Gabarito “D” De volta à Antártida A Rússia planeja lançar cinco novos navios de pesquisa polar como parte de um esforço de US$ 975 milhões para reafirmar a sua presença na Antártida na próxima década. Segundo o blog Science Insider, da revista Science, um documento do governo estabelece uma agenda de prioridades para o continente gelado até 2020. A principal delas é a reconstrução de cinco estações de pesquisa na Antártida, para realizar estudos sobre mudanças climáticas, recursos pesqueiros e navegação por satélite, entre outros. A primeira expedição da extinta União Soviética à Antártida aconteceu em 1955 e, nas três décadas seguintes, a potência comunista construiu sete estações de pesquisa no continente. A Rússia herdou as estações em 1991, após o colapso da União Soviética, mas pouco conseguiu investir em pesquisa polar depois disso. O documento afirma que Moscou deve trabalhar com outras nações para preservar a “paz e a estabilidade” na Antártida, mas salienta que o país tem de se posicionar para tirar vantagem dos recursos naturais caso haja um desmembramento territorial do continente. III. IV. Atende corretamente ao enunciado da questão o que está em (A) I e III, apenas. e IV, apenas. (C) II e III, apenas. (D) I, II e IV, apenas. (E) I, II, III e IV. (B) I I e III: “na Antártida na próxima década. Segundo o blog Science Insider, da revista Science [o blog é da revista, não se pretende retomar um termo já utilizado], um documento do governo estabelece uma agenda de prioridades para o continente gelado até 2020.”; II: “O documento afirma que Moscou deve trabalhar com outras nações”; IV: “A primeira expedição da extinta União Soviética à Antártida aconteceu em 1955 e, nas três décadas seguintes, a potência comunista construiu sete estações de pesquisa no continente.” Atenção: para responder próximas questões, considere o texto abaixo. 1 5 10 (Pesquisa Fapesp, dezembro de 2010, no 178, p. 23) Em “paz e a estabilidade”, na última frase do texto, o emprego das aspas (Analista – TRE/TO – 2011 – FCC) que esse segmento é transcrição literal do documento do governo russo mencionado no início do texto. (B) sugere a desconfiança do autor do artigo com relação aos supostos propósitos da Rússia de manter a paz na Antártida. o continente gelado – a Antártida Moscou – a Rússia a revista Science – o blog Science Insider a potência comunista – a União Soviética 15 (A) indica 20 Esta é uma história da Bossa Nova e dos rapazes e moças que a fizeram, quando eles tinham entre quinze e trinta anos. É também um livro que se pretende o mais factual e objetivo possível. Evidente que, tendo sido escrito por alguém que vem ouvindo Bossa Nova desde que ela ganhou este nome (e que nunca se conformou quando o Brasil começou a trocá-la por exotismos), uma certa dose de paixão acabou se intrometendo na receita − sem interferir, espero, pró ou contra, na descrição da trajetória de qualquer personagem. Os seres humanos, assim como os LPs, têm lados A e B, e houve um esforço máximo para que ambos fossem mostrados. Para compor essa história, as informações foram buscadas em primeira mão, entre os protagonistas, coadjuvantes ou figurantes de cada evento aqui descrito, citados na lista de agradecimentos. Toda informação importante foi checada e rechecada com mais de uma fonte. A natureza de certas informações torna impossível que sejam especificadas como “entrevista realizada no dia X, na cidade Y, com Fulano de Tal”, porque isto seria a quebra de um preceito ético de 25 proteção à fonte. No caso de fontes que não se furtaram a ser identificadas, estas são mencionadas no corpo do texto. As histórias aqui incluídas levaram em conta apenas a importância que tiveram no desenvolvimento ou na carreira deste ou daquele artista ou da Bossa Nova em conjunto. (Ruy Castro, “Introdução e agradecimentos”. Chega de saudade: a história e as histórias da Bossa Nova. São Paulo: Companhia das Letras, 1990, p. 15) (Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC) O autor do texto (A) advoga para seu relato a condição de “história”, por cumprir o protocolo científico: absoluta fidelidade na descrição dos fatos, dados definitivos e cabal objetividade. (B) emprega simultaneamente história e histórias, o que libera a obra do compromisso com o constatável, como o ratifica o uso das palavras típicas da ficção personagem, protagonistas, coadjuvantes e figurantes. (C) explicita a perspectiva adotada na produção da obra referindo-se a si próprio predominantemente em terceira pessoa, sem deixar, entretanto, em dado momento, de assumir diretamente sua voz. (D) define o foco da pesquisa que deu origem ao livro: a reação de pessoas entre quinze e trinta anos diante do desenvolvimento da Bossa Nova. (E) assume ter pretendido escrever uma história apaixonada sobre a Bossa Nova, o que o leva a pedir a indulgência do leitor quanto às inadequações decorrentes dessa intenção. Reveja trecho: “Esta é uma história da Bossa Nova e dos rapazes e moças que a fizeram, quando eles tinham entre quinze e trinta anos. É também um livro que se pretende o mais factual e objetivo possível. Evidente que, tendo sido escrito por alguém [‘a perspectiva adotada na produção da obra referindo-se a si próprio predominantemente em terceira pessoa’] que vem ouvindo Bossa Nova desde que ela ganhou este nome (e que nunca se conformou quando o Brasil começou a trocá-la por exotismos), uma certa dose de paixão acabou se intrometendo na receita − sem interferir, espero [‘sem deixar, entretanto, em dado momento, de assumir diretamente sua voz’], pró ou contra, na descrição da trajetória de qualquer personagem.” Gabarito “C” Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em ao reconstruir estações de pesquisa na Antártida que datam do período soviético. (D) aponta para o sentido figurado desses vocábulos, que não devem ser entendidos em sentido literal, como o constante dos dicionários. (E) justifica-se pela sinonímia existente entre paz e estabilidade, o que torna impensável a existência de uma sem a outra. (Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC) mente do texto: A: incorreta, as informações não serão tratadas de modo cifrado. Trata-se de um exemplo do que não se pretende fazer: “impossível que sejam especificadas como ‘entrevista realizada no dia X, na cidade Y, com Fulano de Tal’; B: incorreta, veja trecho: “Evidente que, tendo sido escrito por alguém que vem ouvindo Bossa Nova desde que ela ganhou este nome (...), uma certa dose de paixão acabou se intrometendo na receita”; C: correta, é exatamente o “caráter bifronte” que se quer mostrar: “Os seres humanos, assim como os LPs, têm lados A e B, e houve um esforço máximo para que ambos fossem mostrados.”; D: incorreta, não se pode inferir isso; E: incorreta, apenas sabemos que o autor conseguiu as informações diretamente da fonte. (Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC) texto, No primeiro parágrafo do (A) os parênteses (linhas 6 a 8) acolhem explicação sobre o que ocorreu com a Bossa Nova quando o Brasil começou a trocá-la por exotismos. (B) a frase quando eles tinham entre quinze e trinta anos (linhas 2 e 3) delimita o período da concomitância entre a vivência dos jovens e o ato de escrita da obra. (C) Esta (linha 1) e a (linha 2) são pronomes que se antecipam ao elemento a que cada um deles se refere. (D) o segmento introduzido pelo travessão (linha 9) expressa um julgamento que traz as marcas de uma presunção. (E) foram empregados com sentido equivalente os segmentos uma história da Bossa Nova (linha 1), um livro (linha 3) e escrito (linha 5). A: incorreta, os parênteses em “alguém que vem ouvindo Bossa Nova desde que ela ganhou este nome (e que nunca se conformou quando o Brasil começou a trocá-la por exotismos)” expressa uma impressão do autor; B: incorreta, trata-se apenas da idade dos jovens e não se trata do ato de escrita da obra: “Esta é uma história da Bossa Nova e dos rapazes e moças que a fizeram, quando eles tinham entre quinze e trinta anos”; C: incorreta, o pronome “esta” antecipa o elemento a que se refere, mas o pronome “a” se refere a algo que já foi citado; D: correta, o autor deixa clara sua opinião: “− sem interferir, espero, pró ou contra, na descrição da trajetória de qualquer personagem”; E: incorreta, “história da Bossa Nova” e “livro” se equivalem, porém “escrito” é, nesse contexto, verbo no particípio e não substantivo. Gabarito “D” III. Os dois trechos citados de S. Bernardo ilustram posições antagônicas quanto a atributos que devem marcar a linguagem literária. A linguagem do primeiro trecho citado de S. Bernardo não satisfaz os requisitos preciosistas impostos pelos antigos professores de ginásio. Deduz-se que o jornalista Gondim é um adepto da linguagem direta e simples, havendo mostrado um estilo “pernóstico” apenas para atender o gosto pessoal de Paulo Honório. (C) revela ser esse o principal objetivo do governo russo Gabarito “D” II. Atente para as seguintes Gabarito “A” afirmações: 17 Gabarito “C” (Analista – TRT/20ª – 2011 – FCC) I. 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi 16 Compreende-se correta- caracterização de entrevista (linhas 20 e 21) prepara o leitor para a decodificação de certas informações que são tratadas de modo cifrado no livro. (B) as histórias que compõem o livro (linha 25) não possuem relevo próprio, merecendo presença na obra unicamente por tangenciarem a trajetória da Bossa Nova. (C) a comparação entre LPs e seres humanos (linha 11) se fundamenta no traço comum “caráter bifronte”. (D) ao fazer referência a um esforço máximo (linha 12), o autor expressa sua concepção de que a volubilidade torna os seres humanos indecifráveis. (E) ao referir-se a informações em primeira mão (linha 15), o autor informa que os eventos que compõem a história escrita por ele jamais tinham vindo a público. 1 (A) a 4 7 10 13 16 Hoje o sistema isola, atomiza o indivíduo. Por isso seria importante pensar as novas formas de comunicação. Mas o sistema também nega o indivíduo. Na economia, por exemplo, mudam-se os valores de uso concreto e qualitativo para os valores de troca geral e quantitativa. Na filosofia aparece o sujeito geral, não o indivíduo. Então, a diferença é uma forma de crítica. Afirmar o indivíduo, não no sentido neoliberal e egoísta, mas no sentido dessa ideia da diferença é um argumento crítico. Em virtude disso, dessa discussão sobre a filosofia e o social surgem dois momentos importantes: o primeiro é pensar uma comunidade autorefle-xiva e confrontar-se, assim, com as novas formas de ideologia. Mas, por outro lado, a filosofia precisa da sensibilidade para o diferente, senão repetirá apenas as formas do idêntico e, assim, fechará as possibilidades do novo, do espontâneo e do autêntico na história. Espero que seja possível um diálogo entre as duas posições em que ninguém tem a última palavra. Miroslav Milovic. Comunidade da diferença. Relume Dumará, p. 131-2 (com adaptações). Gabarito 1E, 2C 4 7 10 13 16 19 O agente ético é pensado como sujeito ético, isto é, como um ser racional e consciente que sabe o que faz, como um ser livre que escolhe o que faz e como um ser responsável que responde pelo que faz. A ação ética é balizada pelas ideias de bem e de mal, justo e injusto, virtude e vício. Assim, uma ação só será ética se consciente, livre e responsável e será virtuosa se realizada em conformidade com o bom e o justo. A ação ética só é virtuosa se for livre e só o será se for autônoma, isto é, se resultar de uma decisão interior do próprio agente e não de uma pressão externa. Evidentemente, isso leva a perceber que há um conflito entre a autonomia da vontade do agente ético (a decisão emana apenas do interior do sujeito) e a heteronomia dos valores morais de sua sociedade (os valores são dados externos ao sujeito). Esse conflito só pode ser resolvido se o agente reconhecer os valores de sua sociedade como se tivessem sido instituídos por ele, como se ele pudesse ser o autor desses valores ou das normas morais, pois, nesse caso, ele será autônomo, agindo como se tivesse dado a si mesmo sua própria lei de ação. Marilena Chaui. “Uma ideologia perversa”. In: Folhaonline, 14/3/1999 (com adaptações). (Analista – STF – 2008 – CESPE) Julgue os seguintes itens, a respeito da organização das estruturas linguísticas e das ideias do texto acima. Depreende-se do texto que “agente” e “sujeito”, ambos na linha 1, não são sinônimos, embora possam remeter ao mesmo indivíduo. (2) De acordo com as relações argumentativas do texto, se uma ação não for “virtuosa” (l.7), ela não resulta de decisão interior; se não for “ética” (l.6), ela não será consciente, livre e responsável. (3) A expressão “Esse conflito” (l.15) tem a função textual de recuperar a ideia de “heteronomia” (l.13). (1) 1: correta, os dois termos (“agente” e “sujeito”) têm o mesmo referente: “um ser racional e consciente que sabe o que faz”; 2: incorreta, segundo o texto, para uma ação ser virtuosa, é preciso que ela seja livre, e, para que ela seja livre, é preciso que seja autônoma. Veja que a afirmação de que toda ação virtuosa é autônoma não implica que uma ação não virtuosa será, necessariamente, heterônoma (= não autônoma). O mesmo raciocínio lógico se aplica à afirmação de que uma ação só será ética se consciente, livre e responsável, o que não significa dizer que uma ação que não seja ética será, necessariamente, inconsciente, coagida (não livre) e irresponsável. Para que fique claro, perceba que a afirmação “todo sapo é verde” não implica que “todo aquele que não é sapo não é verde”; 3: incorreta, a expressão “Esse conflito” se refere à “autonomia da vontade do agente ético” e à “heteronomia dos valores morais”. Roberto Janine Ribeiro. A cultura ameaçada pela natureza. Pesquisa Fapesp Especial, p. 40 (com adaptações). (Analista – STF – 2008 – CESPE) Considerando o texto acima, julgue o item subsequente (1) O emprego de verbos e pronomes como “somos” (l.1), “se busca” (l.9), “eu” (l.10) e “minha” (l.11) mostra que os argumentos se opõem pela ligação de alguns a um sujeito coletivo e, de outros, a um sujeito individual, associando o coletivo a sujeito social e o individual a objeto, coisa. 1: incorreta, não há oposição. Todos os pronomes e tempos verbais prestam-se a indicar a coletividade. Ao afirmar que “se busca conforto” ou “Se eu for objeto”, o autor refere-se a todos nós, como indivíduos, mas membros da coletividade que “busca conforto na condição de coisa”. Perceba que são comuns construções na primeira pessoa e com sujeito da passiva que indicam coletividade, por exemplo, “o homem busca a prosperidade”, “o brasileiro ama o futebol”, “no mundo moderno, busca-se a paz” etc. A escalada nos preços dos alimentos diante da forte demanda no mercado mundial mobiliza autoridades em todo o planeta. Desde o ano passado, os preços de alimentos subiram em média 40%. Nos últimos três anos, a alta foi de 83%. O presidente Lula, na Holanda, disse que é necessário produzir mais em nível mundial, mas que não se pode culpar o investimento nos biocombustíveis pela pressão. Segundo ele, o aumento dos preços de alimentos se dá pelo fato de “as pessoas pobres estarem começando a comer” em lugares como China, Índia e América Latina. Para o representante da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) no Brasil, a crise mundial de alimentos é fruto de ataque especulativo. Jornal do Brasil, 11/4/2008, p. A17 (com adaptações). Tendo o texto acima como referência inicial e considerando aspectos significativos do atual panorama da economia mundial, julgue os itens que se seguem. (Analista – STF – 2008 – CESPE) (1) Independentemente das razões que levaram à atual escalada nos preços dos alimentos, é correto afir- 1: correta, a assertiva refere-se à notória lei da oferta e demanda. Se a demanda amplia-se mais que a oferta, há, em regra, aumento de preços; 2: incorreta, o texto indica exatamente divergências a respeito das causas para o aumento dos preços dos alimentos. A fala do presidente Lula indica que há quem culpe a produção dos biocombustíveis, o que ele nega. O presidente entende que o aumento da demanda por alimentos causa a majoração dos preços. Já a FAO vê ataque especulativo; 3: incorreta, A emergência da China e da Índia não permite concluir que há declínio na competitividade (não há relação lógica entre as assertivas). Pelo contrário, a globalização e a entrada de novos atores relevantes no mercado global tende a aumentar ainda mais a competitividade; 4: incorreta, como já dito, o presidente nega enfaticamente que a produção de etanol tenha relação com o aumento dos preços dos alimentos. Nesse contexto, seria ilógico concluir, a partir de suas palavras, que o Brasil optou pela redução das áreas para plantio de alimentos, já que a redução da oferta tenderia a contribuir para o aumento dos preços dos alimentos; 5: incorreta, o aumento de investimentos para a compra de commodities agrícolas (melhoria dos transportes, da rede de distribuição etc.) tenderia, ao longo do tempo, a reduzir o custo dos alimentos, o que não pode ser caracterizado como ataque especulativo. Ataque especulativo, por exemplo, seria a ilícita coordenação entre produtores para o aumento de preços, ou negociações abusivas no mercado das commodities. 1 Se a perspectiva do político é a perspectiva de como o poder se constitui e se exerce em uma sociedade, como se distribui, se difunde, se dissemina, mas também se oculta, se 4 dissimula em seus diferentes modos de operar, então é fundamental uma análise do discurso que nos permita rastreá-lo. A necessidade de discussão da questão política e 7 do exercício do poder está em que, em última análise, todos os grupos, classes, etnias visam, de uma forma ou de outra, o controle do poder político. Porém, costumamos ver o poder 10 como algo negativo, perverso, no sentido da dominação, da submissão. Não há, entretanto, sociedade organizada sem formas de exercício de poder. A questão, portanto, deve ser: 13 como e em nome de quem este poder se exerce? Danilo Marcondes. Filosofia, linguagem e comunicação. São Paulo: Cortez, 2000, p. 147-8 (com adaptações). 19 (Analista – STJ – 2008 – CESPE) Em relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item a seguir. (1) Segundo o texto, é inútil discutir o poder, pois seu aspecto negativo, de submissão, é inevitável e aparece em todas as relações de dominação, seja de classe, seja de etnia. 1: incorreta, pelo contrário, o texto enfatiza “A necessidade de discussão da questão política e do exercício do poder”. 1 Em minha opinião, uma percepção ingênua dos fenômenos de mercado, como a crença nos mercados perfeitos, fornece exatamente o que seus críticos mais 4 utilizam como munição nos momentos de crise e descontinuidade. O argumento da suposta infalibilidade dos mercados em bases científicas e a pretensão de transformar 7 economia e finanças em ciências exatas produzem uma perigosa mistificação: confundir brilhantes construções mentais para entender a realidade com a própria realidade. 10 Os mercados não são perfeitos. São, isto, sim, poderosos instrumentos de coordenação econômica em busca permanente de eficiência. Mas são também o espelho de 13 nossos humores, refletindo nossa falibilidade nas avaliações. São contaminados por excesso de otimismo e de pessimismo. São humanos, demasiado humanos. Paulo Guedes. “Os mercados são demasiado humanos”. In: Época, 21/7/2008 (com adaptações). (Analista – STJ – 2008 – CESPE) A partir da organização das ideias e das estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens subsequentes. O período inicial do texto, “Em minha opinião (...) descontinuidade” (l.1-5), explicitando um juízo de valor, apresenta o formato adequado, no teor e na correção gramatical, para compor o texto final de um parecer, se no final deste for acrescida a frase É o parecer. (2) Seria mantida a correção gramatical do trecho “Os mercados não são perfeitos. São, isto, sim, poderosos” (l.10), caso ele fosse assim reescrito: Os mercados não são perfeitos; são, isto sim, poderosos. (1) 1: incorreta, o período é, claramente, introdutório, pois deixa em aberto os fundamentos para a afirmação feita pelo autor, que serão delineados no decorrer do texto, além de tratar de uma questão secundária no contexto argumentativo (a percepção ingênua a respeito do mercado como munição para seus críticos). O cerne do texto refere-se à imperfeição dos mercados, por sujeitarem-se às falibilidades humanas, questão que não é abordada nesse período inicial e constaria, muito provavelmente, da conclusão de um parecer. Finalmente, quanto à forma, o período final de um parecer seria algo como “Por essas razões, entendo que ...”; 2: incorreta, as duas orações são equivalentes. Há correspondência semântica. Gabarito 1E, 2C 1: incorreta, a importância de se “pensar novas formas de comunicação” é consequência da constatação de que “Hoje o sistema isola, atomiza o indivíduo”, o que se percebe pelo uso da expressão “Por isso”; 2: correta, a expressão “por outro lado” aponta o segundo dos “dois movimentos importantes”. mar que é da natureza das economias de mercado a majoração do preço de mercadorias quando a demanda por elas é maior do que a produção existente. (2) Infere-se do texto que países ricos, emergentes ou pobres, além de organismos multilaterais e de especialistas em geral, concordam quanto à identificação da causa comum determinante para o quadro de inflação dos alimentos hoje existente no mundo. (3) No atual cenário mundial, China e Índia se apresentam como países que emergem vigorosamente na economia mundial, o que prova estar em franco declínio a acentuada competitividade que sempre caracterizou a globalização. (4) Depreende-se das palavras do presidente Lula que o Brasil fez a opção estratégica de ampliar seus espaços no comércio global mediante o aumento da capacidade brasileira de produzir etanol ainda que às expensas da redução das áreas de plantio de alimentos. (5) Um exemplo de ataque especulativo que atinge o setor de alimentos, na linha argumentativa utilizada pelo representante da FAO no Brasil, seria a ampliação dos investimentos para a compra de commodities agrícolas. Gabarito 1C, 2E, 3E, 4E, 5E Depreende-se do texto que “pensar as novas formas de comunicação” (l. 2) significa isolar ou atomizar o indivíduo. (2) A expressão “por outro lado” (l.13) explicita a caracterização do segundo dos “dois momentos importantes” (l.10-11). (1) 1 Aceitar que somos indeterminados naturalmente, que seremos lapidados pela educação e pela cultura, que disso decorrem diferenças relevantes e irredutíveis aos genes 4 é muito difícil. Significa aceitarmos que há algo muito precário na condição humana. Parte pelo menos dessa precariedade ou indeterminação alguns chamarão liberdade. 7 Porém nem mesmo a liberdade é tão valorizada quanto se imagina. Ela implica responsabilidades. Parece que se busca conforto na condição de coisa. 10 Se eu for objeto, isto é, se eu for natureza, meus males independem de minha vontade. Aliás, o que está em discussão não é tanto o que os causou, mas como resolvê-los: 13 se eu puder solucioná-los com um remédio ou uma cirurgia, não preciso responsabilizar-me, a fundo, por eles. Tratarei a mim mesmo como um objeto. 16 A postura das ciências humanas e da psicanálise é outra, porém. Muito da experiência humana vem justamente de nos constituirmos como sujeitos. Esse papel é pesado. Por 19 isso, quando entra ele em crise — quando minha liberdade de escolher amorosa ou política ou profissionalmente resulta em sofrimento —, posso aliviar-me procurando uma solução 22 que substitua meu papel de sujeito pelo de objeto. Gabarito 1E (Analista – STF – 2008 – CESPE) Com referência às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens a seguir. 1 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi Gabarito 1E 18 1 4 7 O mundo do trabalho tem mudado numa velocidade vertiginosa e, se os empregos diminuem, isso não quer dizer que o trabalho também. Só que ele está mudando de cara. Como também está mudando o perfil de quem acaba de sair da universidade, da mesma forma que as exigências da sociedade e – por que não? – do mercado, cada vez mais globalizado e competitivo. Gabarito 1C, 2E, 3E o item subsequente. Da organização das ideias do último parágrafo do texto, é correto que se interprete “coquetel” (l.11) como “conhecimentos específicos” (l.11). 1: incorreta, a palavra coquetel, nesse contexto, refere-se à “combinação de uma sólida educação geral com conhecimentos específicos”. Gabarito 1E 1 4 7 10 13 16 19 Muitas coisas nos diferenciam dos outros animais, mas nada é mais marcante do que a nossa capacidade de trabalhar, de transformar o mundo segundo nossa qualificação, nossa energia, nossa imaginação. Ainda assim, para a grande maioria dos homens, o trabalho nada mais é do que puro desgaste da vida. Na sociedade capitalista, a produtividade do trabalho aumentou simultaneamente a tão forte rotinização, apequenamento e embrutecimento do processo de trabalho de forma que já não há nada que mais nos desagrade do que trabalhar. Preferimos, a grande maioria, fazer o que temos em comum com os outros animais: comer, dormir, descansar, acasalar. Nossa capacidade de trabalho, a potência humana de transformação e emancipação de todos, ficou limitada a ser apenas o nosso meio de ganhar pão. Capacidade, potência, criação, o trabalho foi transformado pelo capital no seu contrário. Tornou-se o instrumento de alienação no sentido clássico da palavra: o ato de entregar ao outro o que é nosso, nosso tempo de vida. Emir Sader. “Trabalhemos menos, trabalhemos todos”. In: Correio Braziliense, 18/11/2007 (com adaptações). (Analista – TST – 2008 – CESPE) respeito do texto acima. Julgue os seguintes itens a A argumentação do texto se organiza em torno de duas ideias opostas de trabalho: o trabalho como “puro desgaste da vida” (l.6) e o trabalho como capacidade de “transformação e emancipação de todos” (l.14). (2) As substituições de “Preferimos” (l.10) por Prefere e de “temos” (l.11) por tem preservam a correção gramatical do texto, mas enfraquecem a argumentação de que é a maioria de nós “homens” (l.5) que prefere “comer, dormir,descansar, acasalar” (l.12). (1) Todo mundo é tímido, os que parecem mais tímidos são apenas os mais salientes. Defendo a tese de que ninguém é mais tímido do que o extrovertido. O extrovertido faz questão de chamar atenção para sua extroversão, assim ninguém descobre sua timidez. Já no notoriamente tímido a timidez que usa para disfarçar sua extroversão tem o tamanho de um carro alegórico. Segundo minha tese, dentro de cada Elke Maravilha* existe um tímido tentando se esconder, e dentro de cada tímido existe um exibido gritando: “Não me olhem! Não me olhem!”, só para chamar a atenção. O tímido nunca tem a menor dúvida de que, quando entra numa sala, todas as atenções se voltam para ele e para sua timidez espetacular. Se cochicham, é sobre ele. Se riem, é dele. Mentalmente, o tímido nunca entra num lugar. Explode no lugar, mesmo que chegue com a maciez estudada de uma noviça. Para o tímido, não apenas todo mundo mas o próprio destino não pensa em outra coisa a não ser nele e no que pode fazer para embaraçá-lo. * Atriz de TV muito extrovertida, identificada pela maquiagem e roupas extravagantes. (Luís Fernando Veríssimo, Comédias para se ler na escola) (Analista – TRT/2ª – 2008 – FCC) Na abordagem da timidez, o autor se vale de contradições e paradoxos para demonstrar que (A) o comportamento dos extrovertidos revela seu desejo de serem notados. (B) as atitudes de um tímido derivam de seu complexo de superioridade. (C) a timidez e a extroversão não podem ser claramente distinguidas. (D) o tímido opõe-se ao extrovertido porque assim ninguém o reconhece. (E) os extrovertidos são habitualmente reconhecidos como tímidos notórios. 1: correta, essa oposição é o cerne do texto. A capacidade de trabalhar, que é o principal diferencial do ser humano, foi transformada, pelo capital, em instrumento de alienação; 2: correta, de fato, o uso da primeira pessoa do plural inclui o autor no contexto, enquanto o uso da terceira pessoa afasta-o do conjunto daqueles que se igualam aos “outros animais”. Nesse sentido, a ideia de “nós homens” (o autor incluído), como sujeitos, ficaria enfraquecida pelas substituições propostas. A: incorreta, é o oposto, segundo o autor “O extrovertido faz questão de chamar atenção para sua extroversão, assim ninguém descobre sua timidez”; B: incorreta, o autor se refere ao complexo de superioridade não como causadores das atitudes do tímido, mas para caracterizar aquele que “procura o analista para tratar um complexo de inferioridade”; C: correta, o autor, divertidamente, confunde as figuras do tímido e do extrovertido; D: incorreta, segundo o autor, o tímido quer mesmo é ser notado, pois “dentro de cada tímido existe um exibido gritando: ‘Não me olhem! Não me olhem!’, só para chamar a atenção.”; E: incorreta, o autor não afirma isso, mas apenas que “Ser um tímido notório é uma contradição”. o contexto do primeiro parágrafo, deduz-se da frase só ele acha que se sentir inferior é doença que, na opinião do autor, (A) a timidez leva ao complexo de inferioridade. sentimento de inferioridade não é uma anomalia. (C) o complexo de inferioridade não tem tratamento. (D) o sentimento de inferioridade é próprio dos tímidos. (E) a timidez é um disfarce para os muito extrovertidos. (B) o A frase indica que o sentimento de inferioridade é algo normal, a que as pessoas comuns não dão maior importância, pois “só alguém que se acha muito superior (...) acha que se sentir inferior é doença.” Reconhece-se como em si mesma paradoxal a seguinte expressão do texto: (Analista – TRT/2ª – 2008 – FCC) (A) retumbante timidez. mundo é tímido. (C) maciez estudada. (D) tem horror a ser notado. (E) faz questão de chamar atenção. (B) Todo O paradoxo é pensamento ou argumento que contraria os princípios básicos que costumam orientar o pensamento humano, ou desafia a opinião compartilhada pela maioria. A palavra retumbante tem a acepção daquilo que se reflete com estrondo, grande barulho. Esse significado é paradoxal em relação à acepção da palavra timidez. Atenção: as questões seguintes referem-se ao texto abaixo. Duas linguagens Na minha juventude, tive um grande amigo que era estudante de Direito. Ele questionava muito sua vocação para os estudos jurídicos, pois também alimentava enorme interesse por literatura, sobretudo pela poesia, e não achava compatíveis a linguagem de um código penal e a frequentada pelos poetas. Apesar de reconhecer essa diferença, eu o animava, sem muita convicção, lembrando-lhe que grandes escritores tinham formação jurídica, e esta não lhes travava o talento literário. Outro dia reencontrei-o, depois de muitos anos. É juiz de direito numa grande comarca, e parece satisfeito com a profissão. Hesitei em lhe perguntar sobre o gosto pela poesia, e ele, parecendo adivinhar, confessou que havia publicado alguns livros de poemas – “inteiramente despretensiosos”, frisou. Ficou de me mandar um exemplar do último, que havia lançado recentemente. Hoje mesmo recebi o livro, trazido em casa por um amigo comum. Os poemas são muito bons; têm uma secura de estilo que favorece a expressão depurada de finos sentimentos. Busquei entrever naqueles versos algum traço bacharelesco, alguma coisa que lembrasse a linguagem processual. Nada. Não resisti e telefonei ao meu amigo, perguntando-lhe como conseguiu elidir tão completamente sua formação e sua vida profissional, frequentando um gênero literário que costuma impelir ao registro confessional. Sua resposta: − Meu caro, a objetividade que tenho de ter para julgar os outros comunica-se com a objetividade com que busco tratar minhas paixões. Ser poeta é afinar palavra justas e precisos sentimentos. Justeza e justiça podem ser irmãs. E eu que nunca tinha pensado nisso... (Ariovaldo Cerqueira, inédito) O argumento em favor da plena compatibilidade entre a linguagem da poesia e a das práticas jurídicas está formulado na seguinte frase: (Analista – TRT/2ª – 2008 – FCC) (A) É juiz de direito numa grande comarca, e parece satisfeito com a profissão. (B) Apesar de reconhecer essa diferença, eu o animava, sem muita convicção (...) (C) (...) têm uma secura de estilo que favorece a expressão depurada de finos sentimentos. (D) (...) conseguiu elidir tão completamente sua formação e sua vida profissional (...) (E) Justeza e justiça podem ser irmãs. A: incorreta, essa frase não faz referência à poesia; B: incorreta, o autor expõe, nessa frase, dúvida quanto à compatibilidade entre as linguagens jurídica e poética; C: incorreta, a frase refere-se aos poemas do juiz, sem referência à linguagem jurídica; D: incorreta, o autor refere-se à dúvida quanto ao afastamento da influência jurídica sobre a obra poética (não se refere à compatibilidade entre as linguagens, portanto); E: correta, “Justeza” refere-se à poesia, enquanto “Justiça” à linguagem jurídica. A fraternidade (podem ser irmãs) indica a compatibilidade entre as linguagens poética e jurídica. (Analista – TRT/2ª – 2008 – FCC) Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de um segmento do texto em: lhes travava o talento = não ia ao encontro de seu potencial. (B) “inteiramente despretensiosos”, frisou = “em nada intencionais”, aludiu. (C) têm uma secura de estilo = manifestam uma esterilidade. (D) como conseguiu elidir = como logrou obliterar. (E) impelir ao registro confessional = demover o plano das confissões. (A) não A: incorreta, ir “ao encontro” é harmonizar-se, enquanto ir “de encontro” é confrontar. “Travava o talento” tem o sentido de impedir, confrontar, ir de encontro (não ao encontro); B: incorreta, o termo “despretensiosos” indica que o autor das poesias procura mostrar humildade, o que não significa falta de “intenção”; C: incorreta, “secura de estilo” parece indicar um texto claro, fluido, sem exageros, o que não significa “esterilidade”, ausência de criatividade ou de valor literário; D: correta, “elidir” e “obliterar” têm o mesmo significado, no contexto, de excluir, eliminar; E: incorreta, “impelir ao registro confessional” significa conduzir, sugerir, levar o autor a expressar seus sentimentos íntimos, o que é o oposto de “demover”, afastar esse ímpeto confessional. Gabarito “D” (Analista – TST – 2008 – CESPE) A partir do texto acima, julgue Da timidez Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico: só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença. (Analista – TRT/2ª – 2008 – FCC) Considerando-se 21 Gabarito “E” Revista do Provão, n.º 4, 1999, p. 13 (com adaptações). Atenção: as questões seguintes referem-se ao texto abaixo. Gabarito “A” Tudo indica que mais de 70% do trabalho no futuro 10 vão requerer a combinação de uma sólida educação geral com conhecimentos específicos; um coquetel capaz de fornecer às pessoas compreensão dos processos, capacidade 13 de transferir conhecimentos, prontidão para antecipar e resolver problemas, condições para aprender continuamente, conhecimento de línguas, habilidade para tratar com pessoas 16 e trabalhar em equipe. (1) 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi Gabarito “B” 20 (Analista – TRT/2ª – 2008 – FCC) A afirmação feita pelo juiz de que a objetividade para julgar alguém comunica-se com a objetividade poética na expressão das paixões salienta sua convicção de que (A) não há distinção visível entre as duas atividades. (B) um julgamento é permeado pelos puros sentimentos. Gabarito 1C, 2C Gabarito “C” A: incorreta, “comunica-se” indica que há similitude, não identidade (não são conceitos idênticos); B: incorreta, “objetividade para julgar” opõe-se à ideia de que o julgamento possa ser permeado, influenciado, orientado por sentimentos, pela subjetividade; C: incorreta, a afirmação não indica oposição entre as situações, mas similitude; D: incorreta, a linguagem confessional refere-se à poesia, não à atividade jurisdicional; E: correta, essa é a ideia passada pelo uso do termo “objetividade”, comum às linguagens poética e jurídica. Gabarito “E” 1 Costumamos olhar pouco para fora do Brasil quando tentamos compreender o que estamos vivendo. Faz muito que a distância entre os países desapareceu, no plano 4 objetivo. Continuamos, porém, vivendo “isolados do mundo”, como diz uma canção, ainda que apenas na subjetividade. 7 Se pensarmos no que está à nossa volta, na América do Sul, então, mais ainda. Mesmo quando é bem informado, o brasileiro típico se mostra mais capaz de dar notícia do que 10 ocorre na Europa e nos Estados Unidos da América do que em qualquer de nossos vizinhos. É pena, pois estar mais informados sobre o que 13 acontece além das fronteiras pode ajudar muito a que nos entendamos como país. Marcos Coimbra. “Olhando à nossa volta”. In: Correio Braziliense, 23/9/2007 (com adaptações). Com relação às ideias e estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item a seguir: (Analista – TRT/9ª – 2007 – CESPE) Na linha 9, a preposição de, em “do que”, introduz o segundo termo de uma comparação iniciada com “mais capaz de”. 1: incorreta, a preposição de no sintagma em questão faz parte do primeiro termo da comparação e tem valor de pronome demonstrativo: “o brasileiro típico se mostra mais capaz de dar notícia daquilo que ocorre na Europa e nos Estados Unidos da América do que em qualquer de nossos vizinhos.” O segundo termo da comparação está na outra ocorrência de “do que” em: “do que em qualquer de nossos vizinhos”. A assertiva está incorreta. Gabarito 1E 4 7 10 13 16 (1) 1: correta, a inserção da preposição em: “tornam difícil a manifestação de uma honestidade genuína, de uma criatividade livre, de uma intimidade simples e pura.” mantém as relações sintático-semânticas e deixa claro quem são os complementos de “manifestação”. A assertiva está correta. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 Planeta, set./2007 (com adaptações). Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se, porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem eliminar. Vários processos foram experimentados, todos deixados ao cabo de alguns anos. É curioso que alguns deles coincidissem com os nossos de um e de outro mundo. Os males não eram gerais, mas eram grandes. Havia eleições boas e pacíficas, mas a violência, a corrupção e a fraude inutilizavam em algumas partes as leis e os esforços leais dos governos. Votos vendidos, votos inventados, votos destruídos, era difícil alcançar que todas as eleições fossem puras e seguras. Para a violência havia aqui uma classe de homens, felizmente extinta, a que chamam pela língua do país, kapangas ou kapengas. Eram esbirros particulares, assalariados para amedrontar os eleitores e, quando fosse preciso, quebrar as urnas e as cabeças. Às vezes, quebravam só as cabeças e metiam nas urnas maços de cédulas. Estas cédulas eram depois apuradas com as outras, pela razão especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram dados pela vontade soberana do país. A corrupção era menor que a fraude; mas a fraude tinha todas as formas. Enfim, muitos eleitores, tomados de susto ou de descrença, não acudiam às urnas. Machado de Assis. A semana. Obra completa, v.III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p.757. (Analista – TSE – 2006 – CESPE) De acordo com o texto, julgue os itens a seguir. I. II. Não somos livres como acreditamos ser. Quando se entende isso, fica evidente que a maior parte dos nossos atos e pensamentos não é tão livre de condicionamentos como gostamos de acreditar. Nossa certeza de sermos livres, de fazermos tudo aquilo que queremos, e quando queremos, é quase sempre uma ilusão. Quase todos, na verdade, carregamos condicionamentos mais ou menos ocultos que, com frequência, tornam difícil a manifestação de uma honestidade genuína, uma criatividade livre, uma intimidade simples e pura. É preciso sublinhar o fato de que todas as posições existenciais necessitam de pelo menos duas pessoas cujos papéis combinem entre si. O algoz, por exemplo, não pode continuar a sê-lo sem ao menos uma vítima. A vítima procurará seu salvador e este último, uma vítima para salvar. O condicionamento para o desempenho de um dos papéis é bastante sorrateiro e trabalha de forma invisível. Na linha 9, a inserção da preposição de imediatamente antes de “uma criatividade” e de “uma intimidade” preservaria a coerência e a correção gramatical do texto, explicitando haver mais de um complemento para “manifestação” (l.8). III. IV. A reiteração da palavra “votos” (l.14) confere ênfase à ideia apresentada no período. Pelos sentidos do texto, conclui-se que a palavra “esbirros” (l.18) está sendo empregada com o mesmo significado que tem atualmente a palavra capanga. A expressão “lhe foram dados” (l.24-25) pode, sem prejuízo para a correção gramatical do período, ser substituída por foram dados a ele. A palavra “corrupção” (l.25) está sendo empregada como sinônima de “fraude” (l.26). A quantidade de itens certos é igual a (A) 1. (B) 2. (C) 3. (D) 4. Somente a assertiva IV é errada, pois a afirmação de que “A corrupção era menor que a fraude” indica que são conceitos distintos. Não há como haver gradação sem distinção. Gabarito “C” 1 (Analista – TRT/9ª – 2007 – CESPE) Julgue o próximo item, a respeito das ideias e estruturas linguísticas do texto acima. Caro eleitor, 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação, em que tudo aconteceu de forma tranquila e organizada, a apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o Brasil como modelo nessa área. Amanhã serão definidos os nomes do presidente da República e dos governadores de alguns estados. O país, mais do que nunca, conta com você. Democracia é algo que lhe diz respeito e que se aperfeiçoa no dia-a-dia. É como uma construção bem-preparada, erguida sobre fortes alicerces. Esses alicerces são exatamente os votos de todos os cidadãos. Quanto mais fiel você for no exercício do direito de definir os representantes, mais sólidas serão as bases da nossa democracia. Por isso, é essencial que você valorize essa escolha, elegendo, de modo consciente, o candidato que julgar com mais condições para conduzir os destinos do país e de seu estado. Você estará determinando o Brasil que teremos nos próximos quatro anos. Estará definindo o amanhã, o seu próprio bem-estar e de sua família, o crescimento geral, a melhoria do emprego, da habitação, da saúde e segurança públicas, do transporte, o preço dos alimentos. O momento é decisivo e em suas mãos — entenda bem, em suas mãos — está depositada a confiança em dias felizes. Compareça, participe. Não se omita, não transfira a outros uma escolha que é sua. Pense e vote com a firmeza de quem sabe o que está fazendo, com a responsabilidade de quem realmente compreende a importância de sua atitude para o progresso da nação brasileira. Esta é a melhor contribuição que você poderá dar a sua Pátria. Ministro Marco Aurélio de Mello. “Pronunciamento oficial”. Internet: <www.tse.gov.br> (com adaptações). (Analista – TSE – 2006 – CESPE) Em relação ao texto anterior, assinale a opção correta. (A) Considerando-se o gênero textual, é correto afirmar que o emprego de “você”, no decorrer do texto, indica um interlocutor único. (B) Na linha 3, a substituição do sinal de dois-pontos por ponto final e o emprego de inicial maiúscula em “além” provocam truncamento sintático, o que prejudica a coerência do texto. (C) A expressão “nessa área” (l.7) retoma a ideia implícita, no parágrafo, de processo eleitoral. (D) A substituição da expressão “serão definidos” (l.8) por definir-se-ão garante a correção gramatical do período. A: incorreta, o emprego do pronome de tratamento “você” indica que o autor quer proximidade com seus interlocutores, mas não, no caso, interlocutor único, pois se trata de carta aberta a todos os eleitores; B: incorreta, não haveria alterações sintático-semânticas; C: correta, o parágrafo refere-se ao processo eleitoral, embora não mencione explicitamente essa expressão; D: incorreta, o uso da expressão “serão definidos”, no caso, é gramaticalmente correta. Gabarito “C” oposição entre ambas as situações reforça-as mutuamente. (D) a linguagem confessional serve a ambas as situações. (E) a busca de precisão é indispensável nos dois casos. A ética é o dia-a-dia de uma sociedade. Sociedades não existem no abstrato: elas precisam de alguma espécie de cimento que mantenha as suas peças bem-ajustadas e sólidas. Antigamente, esse cimento era fornecido pelos valores religiosos. Uma das diferenças entre o Ocidente moderno e os países islâmicos é que lá o cimento continua a ser religioso; enquanto aqui, chegou-se à conclusão de que era melhor laicizar a 23 política, deixando as crenças para a consciência ou a convicção de cada um. E assim, o que nos mantém unidos em torno deste ou daquele projeto político é a ideia – concreta ou difusa – de uma ética; de um tipo de comportamento que preste homenagem a certos princípios. Esses princípios poderiam ser resumidos em um só: o da coisa pública. O Globo, 30/11/2006, p. 6 (com adaptações). (Analista – TSE – 2006 – CESPE) Em relação às ideias do texto acima, assinale a opção correta. (A) O cimento que mantém a sociedade ocidental bem- -ajustada e sólida são os valores religiosos. países islâmicos laicizaram a política em busca de um princípio ético. (C) O princípio da coisa pública resume os princípios a que uma ética que embasa um projeto político presta homenagem. (D) Os países islâmicos relegam as crenças à consciência ou à convicção de cada um. (B) Os A, B e D: incorretas, os valores religiosos deixaram de ter função de cimento da sociedade no Ocidente moderno (houve laicização da política, deixaram-se “as crenças para a consciência ou a convicção de cada um”), embora nos países islâmicos “o cimento continu[e] a ser religioso” (não houve laicização); C: correta, o cimento da sociedade ocidental moderna, segundo o autor, “é a ideia — concreta ou difusa — de uma ética; de um tipo de comportamento que preste homenagem a certos princípios. Esses princípios poderiam ser resumidos em um só: o da coisa pública”. Gabarito “C” (C) a (1) 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi Gabarito 1C 22 Instruções: as questões seguintes referem-se ao texto abaixo. As crônicas de Rubem Braga Décadas atrás, afortunados leitores de jornal podiam contar com uma coluna em que sobravam talento, reflexão, observação atenta das cenas da vida, tudo numa linguagem límpida, impecável, densamente poética e reflexiva. Era uma crônica de Rubem Braga. Os chamados “assuntos menores”, que nem notícia costumam ser, ganhavam na pena do cronista uma grandeza insuspeitada. Falasse ele de um leiteiro, de um passarinho, de um pé de milho, de um casal na praia, de uma empregada doméstica esperando alguém num portão de subúrbio − tudo de repente se tornava essencial e vivo, mais importante que a escandalosa manchete do dia. É o que costumam fazer os grandes artistas: revelam toda a carga de humanidade oculta que há na matéria cotidiana pela qual costumamos passar desatentos. Rubem Braga praticamente só escreveu crônicas, como profissional. À primeira vista, espanta que seja considerado um dos grandes escritores brasileiros dedicando-se tão somente a um gênero considerado “menor”: a crônica sempre esteve longe de ter o prestígio dos romances ou dos contos, da poesia ou do teatro. Mas o nosso cronista acabou por elevá-la a um posto de dignidade tal que ninguém se atreverá de chamar seus textos de “páginas circunstanciais”. Tanto não o foram que estão todas recolhidas em livros, driblando o destino comum do papel de jornal. Recusaram-se a ser um entretenimento passageiro: resistem a tantas (Manuel Régio Assunção) Em relação ao gênero que adotou ao escrever seus textos, a principal contribuição de Rubem Braga foi (Analista – TRT/4ª – 2006 – FCC) (A) organizá-los em livro, pois o escritor sabia que não causariam grande impacto numa edição de jornal. (B) dotá-los de um prestígio de que, até então, não eram merecedoras as crônicas publicadas em jornal. (C) dotá-los de uma dignidade maior do que a já reconhecida, por exemplo, nos romances e nos poemas. (D) escrevê-los evitando os chamados “assuntos menores”, que lhe pareciam desinteressantes e melancólicos. (E) escrevê-los como “páginas circunstanciais”, consciente de que as coisas efêmeras são a matéria exclusiva das crônicas. A contribuição de Rubem Braga foi dar prestígio à crônica, “elevá-la a um posto de dignidade”. A: incorreta, a organização em livros foi consequência dessa elevação, não se confundindo com a própria contribuição de Rubem Braga para a literatura; B: correta, essa é a contribuição a que o autor faz referência; C: incorreta, segundo o autor, “a crônica sempre esteve longe de ter o prestígio [não a dignidade] dos romances ou dos contos, da poesia ou do teatro”; D: incorreta, as crônicas referem-se, exatamente, aos “assuntos menores”, cotidianos; E: incorreta, a obra de Rubem Braga não permite “chamar seus textos de ‘páginas circunstanciais’”. Gabarito “B” (Analista – TRT/4ª – 2006 – FCC) afirmações: Atente para as seguintes Uma das qualidades dos grandes artistas, como Rubem Braga, é iluminar de modo especial aquilo que, malgrado sua intensidade humana, pode passar desapercebido. (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) II e III, apenas. (D) I e III, apenas. (E) I, apenas. I: correta, “É o que costumam fazer os grandes artistas: revelam toda a carga de humanidade oculta que há na matéria cotidiana pela qual costumamos passar desatentos.”; II: incorreta, a crônica escrita por um grande artista não é, para o autor, entretenimento passageiro. Os textos de Rubem Braga “Recusaram-se a ser um entretenimento passageiro: resistem a tantas leituras quantas se façam delas, reeditam-se, são lidas, comentadas, não importando o dia em que foram escritas ou publicadas”; III: correta, a organização das crônicas em livros decorreu, exatamente, da importância dos textos publicados nos jornais. (Analista – TRT/4ª – 2006 – FCC) Quanto ao sentido, estabelecem entre si uma relação de oposição as seguintes expressões: (A) páginas circunstanciais / entretenimento passageiro (B) falando laconicamente / respondia monossilabicamente (C) recolhendo suas observações / remoendo seus segredos (D) um gênero considerado “menor” / um posto de dignidade tal (E) recusaram-se a ser um entretenimento passageiro / resistem a tantas leituras quantas se façam delas As alternativas A, B, C e E indicam expressões equivalentes ou harmônicas entre si. A alternativa D indica oposição, pois “um posto de dignidade” não costuma ser relacionado a algo “considerado ‘menor’”. Atenção: as questões seguintes referem-se ao texto abaixo. O esforço pelo esforço Revelou-me um amigo que era contra o atletismo. Ele perguntava: “Você conhece algum atleta longevo?” E concluía: “Quem vive muito são essas velhinhas que se encontram ao fim da tarde para tomar chá com bolo...” Já viu cavalo treinando os 1500 metros? Só quando dominados por homens. As Olimpíadas não são uma manifestação de saúde. São uma exaltação do desejo de ser o maior. Prova disso são os dopings. Os atletas sabem que a coisa faz mal à saúde. Pode matar. Mas uma morte prematura bem vale um lugar no pódio! Aquela máquina de correr, uma atleta negra norte-americana cujo nome esqueci, só músculos, morreu subitamente de um ataque cardíaco. Assim, não pensem que os atletas têm boa saúde, que praticam hábitos saudáveis de vida. Lembram-se daquela corredora suíça, ao final da maratona? (D) se Era a imagem de um corpo torturado pela dor. As expressões indicam que algo vale por si mesmo (valor intrínseco), e não por alguma outra razão externa. Penso também nas nadadoras. Elas me assustam. Aqueles ombros enormes! Acho que meus braços não conseguiriam abraçar uma delas. E abraço é perda de tempo: é preciso aproveitar o tempo lutando contra a água. São inimigas da água. Isso mesmo. Porque uma pessoa que passa dez anos de sua vida treinando seis horas por dia, não por prazer, mas para sair da piscina um centésimo de segundo à frente da marca olímpica, só pode ter ódio da água. A água é o inimigo a ser vencido. Compare com as crianças. Elas amam a água, nunca querem sair da água, a água é sua companheira de brincadeiras. As nadadoras, ao contrário, não brincam com a água, lutam contra ela. Tocada a borda da piscina, para onde olham as nadadoras? Elas olham para o placar onde aparece o tempo. É isso: é o tempo que elas amam. Quanto mais depressa, melhor! Batido um recorde, é só ir atrás de outro. (Adaptado de texto extraído do site de Rubem Alves – “Quarto de badulaques”) (Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC) Depreende-se do texto que a posição do autor, diante dos esforços extremos a que se entregam os atletas de competição, é a de quem (A) apenas admite o excesso de aplicação humana em atividades físicas quando a recompensa é o mais amplo prestígio possível. (B) vai ao encontro da concepção segundo a qual uma prática esportiva deve ser um desafio cujo enfrentamento implica rigorosa disciplina. (C) não reconhece, nas disputas esportivas mais ferrenhas, sequer alguma vantagem física que justifique a aplicação excessiva do atleta. (D) não acredita que os competidores de alto nível deixem de ter grande prazer nas longas e exaustivas preparações a que se submetem. (E) vai ao encontro da concepção segundo a qual todo sucesso proporcionado por um grande sacrifício vale mais do que um prazer natural. A: incorreta, o autor não admite em seu texto o excesso de aplicação humana em atividades físicas. A rigor, rejeita o esporte como simples “exaltação do desejo de ser o maior”; B e E: incorretas, lembre-se que “vai ao encontro” significa harmonia, concordância (diferentemente de “ir de encontro”, que significa confronto, oposição). Em nenhum momento o autor afirma (nem seu texto permite concluir) que o esporte deve ser desafio cujo enfrentamento implica rigorosa disciplina ou que o sucesso proporcionado por um grande sacrifício vale mais do que um prazer natural; C: correta, de fato, o autor é totalmente crítico em relação às disputas esportivas; D: incorreta, o autor entende o oposto, que os atletas não têm qualquer prazer na prática esportiva. Gabarito “C” E teria razão. O leitor que percorrer crônicas do velho Braga saberá que ele não precisaria mesmo dizer nada além do que já disse e continua dizendo em suas páginas mágicas, meditadas, incapazes de passar por cima da poesia da vida. Segundo as convicções do autor, está correto o que se afirma em Gabarito “D” Respondia monossilabicamente às perguntas, com um olhar distante, às vezes consultando o relógio. Não sabíamos, mas já estava gravemente doente. Fosse como fosse, a admiração que os jovens mostravam pelo velho urso pouco lhe dizia, era evidente que preferiria estar em outro lugar, talvez sozinho, talvez numa janela, ou na rede do quintal de seu apartamento (sim, seu apartamento de cobertura tinha um quintal aéreo, povoado de pássaros e plantas), recolhendo suas últimas observações, remoendo seus antigos segredos. Era como se nos dissesse: “Não me perguntem mais nada, estou cansado, tudo o que me importou na vida já escrevi, me deixem em paz, meninos.” III. Apesar de não ser mais que um entretenimento passageiro, uma crônica não deve, por isso, ser considerada menos importante do que um romance ou um poema. Antes mesmo de serem editadas em livro, as crônicas de Rubem Braga já se impunham como textos altamente expressivos nas páginas dos jornais. 25 (Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC) A expressão o esforço pelo esforço permite uma analogia com outras expressões, como o prazer pelo prazer ou dinheiro pelo dinheiro. O elemento comum está no fato de que essas expressões referem-se a situações que (A) devemos suportar, na busca de uma recompensa. justificam pelo valor que lhes é intrínseco. (C) se traduzem como efeitos de causas remotas. (B) se apresentam na forma de um impasse. a uma escolha, diante de uma alternativa. (E) obrigam (Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC) afirmações: I. II. III. Atente para as seguintes As ponderações do amigo do autor, reproduzidas logo no início, são relativizadas ou mesmo contestadas pela argumentação desenvolvida em todo o texto. Conclui-se da leitura do terceiro parágrafo que uma nadadora olímpica só encontra real prazer em seu treinamento quando vislumbra a possibilidade de bater um recorde. A alegria natural, demonstrada pelas crianças, quando brincam na água, é lembrada como um contraponto à obsessão pelo desempenho nas competições. Em relação ao texto, está correto APENAS o que se afirma em (A) I. (B) I e II. (C) II. (D) II e III. (E) III. I: incorreta, o amigo revelou que “era contra o atletismo”. No decorrer do texto, o autor posiciona-se nesse sentido, contrariamente às práticas esportivas dos atletas de ponta; II: incorreta, a nadadora, segundo o autor, não encontra real prazer no treinamento. Ela nada “não por prazer, mas para sair da piscina um centésimo de segundo à frente da marca olímpica”; III: correta, “Compare com as crianças. Elas amam a água (...). As nadadoras, ao contrário, não brincam com a água, lutam contra ela.” Gabarito “E” Conheci Rubem Braga já velho, cansado, algo impaciente e melancólico, falando laconicamente a estudantes de faculdade. Parecia desinteressado da opinião alheia, naquele evento organizado por uma grande empresa, a que comparecera apenas por força de contrato profissional. II. Gabarito “D” leituras quantas se façam delas, reeditam-se, são lidas, comentadas, não importando o dia em que foram escritas ou publicadas. I. 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi Gabarito “B” 24 Instruções: as questões seguintes referem-se ao texto abaixo. A tribo que mais cresce entre nós A nova tribo dos micreiros* cresceu tanto que talvez já não seja apenas mais uma tribo, mas uma nação, embora a linguagem fechada e o fanatismo com que se dedicam ao seu objeto de culto sejam quase de uma seita. São adoradores que têm com o computador uma relação semelhante à do homem primitivo com o totem e o fogo. Passam horas sentados, com o olhar fixo num espaço luminoso de algumas polegadas, trocando não só o dia pela noite, como o mundo pela realidade virtual. Sua linguagem lembra a dos funkeiros** em quantidade de importações vocabulares adulteradas, porém é mais ágil e rica, talvez a mais rápida das tribos urbanas modernas. Dança quem não souber o que é BBS, modem, interface, configuração, acessar e assim por diante. Alguns termos são neologismos e, outros, recriações semânticas de velhos significados, como janela, sistema, ícone, maximizar. No começo da informatização das redações de jornal, houve um divertido mal-entendido quando uma jovem (A) fenômeno emergente, em avançado estágio de expansão, caracterizado por certos procedimentos ritualísticos. (B) fenômeno emergente, de caráter nacionalista, comparável ao crescimento das seitas religiosas. (C) agentes de uma revolução tecnológica, no apogeu de sua expansão, capazes de dedicação integral à sua causa. (D) sinal dos novos tempos, num patamar nacionalista, ainda caracterizado por elementos regressivos. (E) sinal dos novos tempos, evidência da tecnologia nacional, ainda comprometido pelo hermetismo de sua linguagem. O termo “tribo” é utilizado para indicar um grupo social definido que cresce muito (“A nova tribo dos micreiros cresceu tanto ...”). O termo “nação” indica que, na verdade, não se trata de um simples grupo menor, que o termo “tribo” pode sugerir, pois o fenômeno já se expandiu bastante dentro da sociedade. Finalmente, o termo “seita” aponta características dos micreiros que são típicas de certos grupos religiosos, quais sejam “a linguagem fechada e o fanatismo com que se dedicam ao seu objeto de culto”. Gabarito “A” (Analista – TRT/3ª – 2005 – FCC) A analogia estabelecida pelo autor entre a importância do computador e a da primeira Revolução Industrial deriva do fato de que, em ambos os casos, sucesso imediato da novidade levou os homens a um entusiasmo quase irracional, sem limites. (B) os velhos letrados, como sempre, encararam com desconfiança o surgimento de uma nova linguagem. (C) houve reações motivadas pelo temor inerente aos períodos de crise econômica. frase O elemento sublinhado na (A) (...) com o olhar fixo num espaço luminoso de algumas polegadas refere-se ao instante em que o usuário de um micro age como um funkeiro. (B) No começo da informatização das redações de jornal evidencia uma das formas de preconceito com que se reagiu à nova linguagem. (C) Foi-se o tempo em que “fazer um programa” era uma aventura amorosa revela o novo sentido atribuído a uma antiga expressão. (D) Hoje, ninguém mais associa essa palavra ao ato pecaminoso refere-se à necessidade de rejeitar um texto. (E) Aborta-se tão impune e frequentemente quanto se acessa ajuda a esclarecer o novo campo semântico a que pertence aborta-se. A: incorreta, a expressão ilustra o fanatismo a que o autor se referiu; B: incorreta, a expressão não indica qualquer forma de preconceito; C: incorreta, “aventura amorosa” indica o antigo sentido (não o novo) atribuído à expressão “fazer um programa”; D: incorreta, “ato pecaminoso” refere-se ao aborto, à interrupção da gravidez; E: correta, “aborta-se” e “acessa” são termos utilizados pelos micreiros. A relação entre essas palavras, feita pelo autor, ajuda a esclarecer o campo semântico em que “aborta-se” se insere, qual seja, o da linguagem da informática. Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em O sigilo do médico e o do sacerdote têm força igual à do sigilo do advogado. Daí dizer a Lei nº 8.906/94, no inciso 19 do artigo 7º, ser direito deste profissional recusar-se a depor como testemunha, mesmo quando autorizado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo profissional. Se não pode depor, mesmo em juízo, imagine-se a gravidade de ver apreendido, em seu escritório, documento que implique em responsabilidade de seu cliente. (D) I Tem havido, porém, escritórios que aceitam ser sede de empresas de seus clientes, designando locais, em seu espaço interno, para esse efeito. Em outros casos, o advogado é diretor de empresa, não se encontrando no exercício da profissão. São alternativas diversas das que tipificam a atividade profissional, não garantidas pela Constituição e pelas leis, quanto à inviolabilidade. Fora daí, invadir o escritório e apreender documentos físicos ou eletrônicos é abuso de direito, que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem considerado geradora de prova ilícita. (Walter Ceneviva, Folha de S. Paulo, 07/05/2005) (Analista – TRT/11ª – 2005 – FCC) O autor do texto manifesta-se contra práticas policiais Riscos da advocacia invadida que falta o respaldo básico de uma ordem judicial explícita. (B) de respaldo ético indiscutível, já que amparadas por determinação judicial. (C) que ferem direito garantido, inerente a toda prática profissional. (D) em que há abuso da autoridade e extrapolação de uma ordem judicial. (E) em que se ignora direito já reconhecido pela jurisprudência. Tanto quanto se saiba, a polícia tem praticado entradas forçosas em escritórios de advocacia, apreendido papéis e praticado outras violências. A versão oficial diz que as chamadas invasões não existem, pois se trata de ingressos autorizados por ordem judicial para fins determinados, relativos a investigações na apuração de responsabilidades graves. A, B e D: incorretas, o autor é crítico em relação às invasões de escritórios de advocacia, mesmo nos casos em que “A versão oficial diz que (...) se trata de ingressos autorizados por ordem judicial”; C: incorreta, o autor refere-se às práticas profissionais em que o sigilo é essencial (não à toda prática profissional); E: correta, segundo o autor, a invasão de escritórios de advocacia para “apreender documentos físicos ou eletrônicos é abuso de direito, que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem considerado geradora de prova ilícita”. Atenção: as questões seguintes referem-se ao texto abaixo. A regra essencial a esse respeito é, porém, a da inviolabilidade do escritório do advogado. Sou advogado, além de jornalista e, portanto, parte interessada. Por isso, limitarei as anotações cabíveis estritamente aos campos da Constituição e da lei vigente, sem qualquer extrapolação. Comecemos pelo inciso 6 do artigo 5º da Carta Magna, o qual afirma ser “livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. A advocacia exige qualificações específicas, na Carta Magna e na Lei nº 8.906/94, consistentes no diploma do bacharel em ciências jurídicas, no registro profissional na Ordem dos Advogados, depois da aprovação no Exame da Ordem. (A) a (Analista – TRT/11ª – 2005 – FCC) afirmações: I. II. III. Considere as seguintes Quanto à sua inviolabilidade, o direito ao sigilo de médicos e de sacerdotes é garantido no inciso 19 do artigo 7º da Lei nº 8.906/94 e deveria, segundo o autor, ser estendido à prática advocatícia. Para provar sua imparcialidade no tratamento da questão central de seu texto, o autor recusa-se a se valer de argumentos próprios à sua qualificação profissional. Segundo o autor, a garantia de inviolabilidade do escritório de advocacia deixa de existir quando seu espaço for utilizado para o exercício de atividades outras. (A) III. (B) II e III. (C) II. e II. (E) I. I: incorreta, o dispositivo legal refere-se ao sigilo do advogado, com força equivalente ao sigilo médico e ao de sacerdócio; II: incorreta, o autor vale-se dos argumentos próprios à sua qualificação profissional de advogado, embora limite “as anotações cabíveis estritamente aos campos da Constituição e da lei vigente, sem qualquer extrapolação”, para garantir imparcialidade; III: correta, de fato, segundo o autor, essas são “alternativas diversas das que tipificam a atividade profissional, não garantidas pela Constituição e pelas leis, quanto à inviolabilidade”. (Analista – TRT/11ª – 2005 – FCC) No segundo parágrafo, lê-se: Por isso, limitarei as anotações cabíveis estritamente aos campos da Constituição e da lei vigente, sem qualquer extrapolação. Deve-se entender que a expressão sublinhada na frase remete diretamente a uma informação já explicitada no contexto: (A) a versão oficial nega as entradas forçosas. autor se declara parte interessada na questão de que trata. (C) o autor está em pleno exercício de seu ofício de jornalista. (D) a advocacia exige sempre qualificações específicas. (E) os dispositivos legais já citados são inequívocos. (B) o “Por isso” é elemento anafórico que se refere à frase imediatamente anterior: “Sou advogado, além de jornalista e, portanto, parte interessada.” A frase em que a palavra sublinhada está empregada com o mesmo sentido com que se apresenta no texto é: (Analista – TRT/11ª – 2005 – FCC) (A) São providências duras mais forçosas, imprescindí- veis neste momento. bom se reservássemos os ingressos, pois o solista goza de grande prestígio junto ao público. (C) Ele se valeu de razões consistentes e derrubou a frágil proposta da oposição. (D) Mostrou-se constrangido com o deslize que cometeu durante a sessão solene de posse do novo magistrado. (E) Nosso constituinte está prestes a buscar outros advogados, caso não escolhamos outra estratégia de defesa. (B) Seria A: incorreta, “forçosas”, no texto, indica entradas forçadas, sem autorização do advogado; na alternativa, o termo indica providências “necessárias”; B: incorreta, “ingressos”, no texto, indica entrada no escritório; na alternativa, o termo significa bilhete que permite assistir à apresentação do solista; C: incorreta, “consistentes no diploma do bacharel” indica, no texto, aquilo que compõe, que forma; na alternativa, o termo se refere à solidez das razões; D: incorreta, “constrangido a informar”, no texto, indica coação, imposição; na alternativa, o termo se refere à vergonha do sujeito que cometeu o deslize; E: correta, “constituinte”, no texto e na alternativa, tem o mesmo significado, indicando aquele que contratou o advogado (que lhe outorgou mandato, que o tornou procurador). Gabarito “E” (Analista – TRT/3ª – 2005 – FCC) No primeiro parágrafo, as palavras tribo, nação e seita ocorrem ao autor para identificar os micreiros, respectivamente, como (Analista – TRT/3ª – 2005 – FCC) Não é possível o exercício da profissão advocatícia se o cliente não tiver confiança absoluta em que as informações e os documentos passados a seu advogado sejam invioláveis. Nem será possível se o advogado puder ser constrangido a informar fatos relativos a seu cliente. Gabarito “E” (Zuenir Ventura, “Crônicas de um fim de século”) * micreiros = usuários de microcomputador. ** funkeiros = criadores ou entusiastas da música funk. O autor faz referência à Revolução Industrial para ilustrar a inutilidade de se opor a um fenômeno irreversível. Não adianta opor-se à informatização, como não adiantou opor-se à Revolução Industrial. Gabarito “E” Alguns velhos homens de letras olham com preconceito essa tribo, como se ela fosse composta apenas de jovens, e ainda por cima iletrados. É um engano, porque há entre os micreiros respeitáveis senhoras e brilhantes intelectuais. Falar mal do computador é tão inútil e reacionário quanto foi quebrar máquinas no começo da primeira Revolução Industrial. Ele veio para ficar, como se diz, e seu sucesso é avassalador. Basta ver o entusiasmo das adesões. reações mostraram-se inúteis, diante da inexorabilidade de um novo estágio tecnológico. (E) argumentos ponderáveis, de natureza política, evidenciaram o caráter antidemocrático da novidade. Gabarito “B” Nada mais tem forma e sim “formatação”. Foi-se o tempo em que “fazer um programa” era uma aventura amorosa. O “vírus” que apavora os micreiros não é o HIV, mas uma intromissão indevida no “sistema”, outra palavra cujo sentido atual nada tem a ver com os significados anteriores. A geração de 68 lutou para derrubar o sistema; hoje o sistema cai a toda hora. (D) as 27 Gabarito “A” repórter disse pela primeira vez: “Eu abortei!”. Ela acabava de rejeitar não um filho, mas uma matéria. Hoje, ninguém mais associa essa palavra ao ato pecaminoso. Aborta-se tão impune e frequentemente quanto se acessa. (A) o 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi Gabarito “D” 26 28 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi 29 é possível o exercício da advocacia se o cliente não tiver confiança em que as informações passadas a seu advogado sejam invioláveis. (VUNESP – 2015) Para responder à questão, considere a seguinte passagem, no contexto geral da crônica: das mãos a balança com que pesa o direito, enquanto na outra segura a espada por meio da qual o defende. Ocorre adequada correlação entre os tempos e os modos verbais no que está em Não ter tempo para gentilezas é bonito. […] Não dizer bom-dia significa que você é muito importante. (A) I, A frase continuará formalmente correta caso se substituam as expressões sublinhadas, respectivamente, por: Ou muito ocupado. Humilhar os que não concordam com suas ideias é coisa de gente forte. E que está do lado certo. A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a espada, a impotência do direito. Uma completa a outra, e o verdadeiro estado de direito só pode existir quando a justiça sabe brandir a espada com a mesma habilidade com que manipula a balança. (A) é prerrogativa dos que querem ter sua importância reconhecida socialmente. (B) é uma via de mão dupla, por isso não deve ser praticada se não houver reciprocidade. (C) representa um hábito primitivo, que pouco afeta as relações interpessoais. (D) restringe-se ao gênero masculino, pois este representa os mais fortes. (E) é uma qualidade desvalorizada em nossa sociedade nos dias atuais. O texto expõe o ponto de vista da autora de que agir com gentileza virou algo ruim em nossa sociedade, uma característica que não deve ser demonstrada. Em outras palavras, é uma virtude que anda desvalorizada em nosso tempo. Gabarito “E” No final do último parágrafo, a autora caracteriza a gentileza como “ato de pura desobediência civil”; isso permite deduzir que (VUNESP – 2015) (A) assumir a prática da gentileza é rebelar-se contra códigos de comportamento vigentes, mesmo que não declarados. (B) é inviável, em qualquer época, opor-se às práticas e aos protocolos sociais de relacionamento humano. (C) é possível ao sujeito aderir às ideias dos mais fortes, sem medo de ver atingida sua individualidade, no contexto geral. (D) há, nas sociedades modernas, a constatação de que a vulnerabilidade de alguns está em ver a felicidade como ato de rebeldia. (E) obedecer às normas sociais gera prazer, ainda que isso signifique seguir rituais de incivilidade e praticar a intolerância. O último parágrafo é escrito em tom irônico para chamar a atenção do leitor ao absurdo que vivemos ao dar uma conotação ruim aos atos de gentileza. Quando a autora afirma que a gentileza é um ato de desobediência civil, quer dizer que essa prática representa uma rebeldia contra esse hábito vigente e espraiado, ainda que não escrito, mas seguido por todos. de gentileza. que também tolera atitudes não gentis e grosseiras. (C) aponta, ironicamente, o ponto de vista de pessoas não adeptas da gentileza. (D) expõe o que realmente pensa de quem é gentil com os semelhantes. (E) adere às ideias dos não corteses, com os quais acaba se identificando. (B) revela Temos mais uma vez a ironia como marco determinante do estilo da autora nessa passagem. Ela narra como a sociedade vê as pessoas que não são gentis como pessoas fortes, ocupadas e bem-sucedidas. (VUNESP – 2015) Observa-se que, no 1º parágrafo, a autora emprega os pronomes te e você para se referir a um virtual leitor e, no 3º parágrafo, emprega a expressão pacas (É preciso ser macho pacas). Essas duas escolhas permitem inferir que ela (A) rejeita um linguajar jovem, embora formal, contando com a adesão dos leitores mais habituados a ler. (B) escreve para um público leitor de textos nas redes sociais, razão pela qual é obrigada a deixar de lado a norma culta do português. (C) evita atrair a atenção do público mais escolarizado e menos exigente em relação à informalidade da língua. (D) pode conseguir maior identificação com seu público leitor, optando por soluções de linguagem de feição mais informal. (E) despreza convenções da língua-padrão, por crer na inaptidão do leitor para compreender estruturas complexas. As passagens assinaladas, tanto os pronomes de uso cotidiano quanto a gíria, denotam a intenção da autora de aproximar-se do leitor, conquistando um público maior a partir da identificação deste com a linguagem informal utilizada. Gabarito “D” Gabarito “D” É correto inferir que, do ponto de vista da autora, a gentileza (VUNESP – 2015) (A) informa literalmente efeitos positivos que vê na falta O direito é um trabalho sem tréguas, não só do Poder Público, mas de toda a população. A vida do direito nos oferece, num simples relance de olhos, o espetáculo de um esforço e de uma luta incessante, como o despendido na produção econômica e espiritual. Qualquer pessoa que se veja na contingência de ter de sustentar seu direito participa dessa tarefa de âmbito nacional e contribui para a realização da ideia do direito. É verdade que nem todos enfrentam o mesmo desafio. A vida de milhares de indivíduos desenvolve-se tranquilamente e sem obstáculos dentro dos limites fixados pelo direito. Se lhes disséssemos que o direito é a luta, não nos compreenderiam, pois só veem nele um estado de paz e de ordem. (Rudolf von Ihering, A luta pelo direito) Leia o texto, para responder às questões de abaixo. O fim do direito é a paz, o meio de que se serve para consegui-lo é a luta. Enquanto o direito estiver sujeito às ameaças da injustiça – e isso perdurará enquanto o mundo for mundo –, ele não poderá prescindir da luta. A vida do direito é a luta: luta dos povos, dos governos, das classes sociais, dos indivíduos. Todos os direitos da humanidade foram conquistados pela luta; seus princípios mais importantes tiveram de enfrentar os ataques daqueles que a ele se opunham; todo e qualquer direito, seja o direito de um povo, seja o direito do indivíduo, só se afirma por uma disposição ininterrupta para a luta. O direito não é uma simples ideia, é uma força viva. Por isso a justiça sustenta numa (VUNESP – 2015) É do autor, correto concluir que, do ponto de vista (A) toda luta é uma forma de injustiça. luta é indispensável para o direito. (C) o direito termina quando há paz. (D) as injustiças perdurarão enquanto os povos lutarem. (E) nada justifica a luta, nem mesmo a paz. (B) a O trecho do famoso livro de Rudolf von Ihering destaca que a luta é um instrumento de realização do direito, de forma que este não existe sem aquela, sob pena de tornar-se impotente frente aos obstáculos sociais. (VUNESP – 2015) Deve-se concluir, com base nas ideias do autor, que a balança e a espada sustentadas pela justiça simbolizam, respectivamente, (A) mediação e brutalidade. e insubordinação. (C) ponderação e proteção. (D) solenidade e coerção. (E) persuasão e perenidade. (B) pacificação O autor usa a imagem de Têmis, deusa da Justiça, para ilustrar a simbiose entre a justiça, a ponderação, o direito (a balança) e a proteção, a força bruta, a luta (a espada). Gabarito “C” A: está incorreta a expressão: “compartilhadas de seu”. As informações não são do advogado, mas sim do cliente; B: “presumir de que” é incorreto. O certo seria “presumir que”; C: “suspeitar de cujas” é incorreto. O certo seria “suspeitar que”; D: as expressões mantêm a correção da frase; E: “não confiar de que” é incorreto. O certo seria “não confiar que”. Com essas afirmações, a autora Gabarito “B” a desconfiança em que − compartilhadas de seu (B) presumir de que − confiadas ao seu (C) suspeitar de cujas − confidenciadas com seu (D) não supuser que − reveladas a seu (E) não confiar de que − transmitidas a seu Gabarito “C” (A) alimentar 2. VERBO (Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) frases: I. II. III. Atente para as seguintes Seria ótimo que a Igreja Católica venha a escolher, no próximo ano, um tema tão importante como o que já elegera para a campanha da fraternidade deste ano. Se todas as religiões adotassem exatamente o mesmo sentido para o termo dignidade, este alcançaria o valor universal que cada uma delas postula. Quando viermos a nos entender quanto ao que fosse dignidade, esse termo poderia ser utilizado sem gerar tantas controvérsias. II e III. e II, apenas. (C) II e III, apenas. (D) I e III, apenas. (E) II, apenas. (B) I I: incorreta. Deveria constar “viesse” em vez de “venha” e “elegeu” no lugar de “elegera”; II: correta. Todos os verbos foram conjugados conforme as normas gramaticais; III: incorreta. Deveria constar “seja” no lugar de “fosse” e “poderá” em vez de “poderia”. Gabarito “E” (Analista – TRT/11ª – 2005 – FCC) Não O mito napoleônico baseia-se menos nos méritos de Napoleão do que nos fatos, então sem paralelo, de sua carreira. Os homens que se tornaram conhecidos por terem abalado o mundo de forma decisiva no passado tinham começado como reis, como Alexandre, ou patrícios, como Júlio César, mas Napoleão foi o “pequeno cabo” que galgou ao comando de um continente pelo seu puro talento pessoal. Todo homem de negócios daí em diante tinha um nome para sua ambição: ser − os próprios clichês o denunciam − um “Napoleão das finanças” ou “da indústria”. Todos os homens comuns ficavam excitados pela visão, então sem paralelo, de um homem comum maior do que aqueles que tinham nascido para usar coroas. Em síntese, foi a figura com que todo homem que partisse os laços com a tradição podia se identificar em seus sonhos. Para os franceses ele foi também algo bem mais simples: o mais bem-sucedido governante de sua longa história. Triunfou gloriosamente no exterior, mas, em termos nacionais, também estabeleceu ou restabeleceu o mecanismo das instituições francesas como existem hoje. Ele trouxe estabilidade e prosperidade a todos, exceto para os 250 mil franceses que não retornaram de suas guerras, embora até mesmo para os parentes deles tivesse trazido a glória. Sem dúvida, os britânicos se viam como lutadores pela causa da liberdade contra a tirania; mas em 1815 a maioria dos ingleses era mais pobre do que o fora em 1800, enquanto a maioria dos franceses era quase certamente mais rica. Ele destruíra apenas uma coisa: a Revolução de 1789, o sonho de igualdade, liberdade e fraternidade, do povo se erguendo na sua grandiosidade para derrubar a opressão. Este foi um mito mais poderoso do que o dele, pois, após a sua queda, foi isto e não a sua memória que inspirou as revoluções do século XIX, inclusive em seu próprio país. (Adaptado de Eric. J. Hobsbawm. A era das revoluções − 1789-1848. 7ª ed. Trad. de Maria Tereza Lopes Teixeira e Marcos Penchel. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989, p.93-4) Sem dúvida, os britânicos se viam como lutadores pela causa da liberdade contra a tirania ... (Analista – TRT9 – 2012 – FCC) O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o verbo grifado acima está em: (A)Todos os homens comuns ficavam excitados pela visão ... (B)O mito napoleônico baseia-se menos nos méritos de Napoleão ... Gabarito “A” A ponte entre Cinema Novo e Tropicalismo ficaria mais evidente com o lançamento, em 1969, de Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade. Ao fazer o filme, Joaquim Pedro esforçou-se por torná-lo um produto afinado com a cultura de massa. “A proposição de consumo de massa no Brasil é algo novo. A grande audiência de TV entre nós é um fenômeno novo. É uma posição avançada para o cineasta tentar ocupar um lugar dentro dessa situação”, disse ele. Incapaz de satisfazer plenamente as exigências do mercado, o Cinema Novo deu os seus últimos suspiros em fins da década de 1970 − período que marcou o auge das potencialidades comerciais do cinema feito no Brasil. (Adaptado de Eduardo Bueno. Brasil: uma história. Ed. Leya, 2010. p. 408) (Analista – TRT9 – 2012 – FCC )... Glauber Rocha transforma- ria, com Deus e o Diabo na terra do sol, a história do cinema no Brasil. O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está empregado em: ponte entre Cinema Novo e Tropicalismo ficaria mais evidente ... (A) Nem todos discriminam, numa foto, os predicados mágicos que a ela se ...... (atribuir) nesse texto. (B) Os tempos que ...... (documentar) uma simples foto, aparentemente congelada, são complexos e estimulantes. (C) A associação entre músicos e fotógrafos profissionais ...... (remeter) às especificidades de cada tipo de sintaxe. (D) A poucos ...... (costumar) ocorrer que as fotografias podem enfeixar admiráveis atributos estéticos, como obras de arte que são. (E) Imaginem-se os sustos que não ...... (ter) causado aos nativos de tribos remotas a visão de seus rostos fotografados! A: correta. Deve-se conjugar “atribuem”, na terceira pessoa do plural, para concordar com “predicados mágicos”; B: incorreta. Essa é uma “pegadinha” perigosa. O verbo deve ser conjugado como “documenta”, no singular, para concordar com “uma simples foto”, seu sujeito. “Os tempos” é sujeito do verbo “ser”, deslocado para o fim do período; C: incorreta. O verbo deve ser conjugado como “remete”, no singular, para concordar com “associação”; D: incorreta. Outra “pegadinha”. “A poucos” é adjunto adverbial, portanto não determina a concordância do verbo. Na verdade, “costuma” deve ser flexionado no singular porque estamos diante de uma oração com sujeito indeterminado; E: incorreta. Outra alternativa difícil. O núcleo do sujeito de “ter”, que se flexionará “terá”, é “a visão”, substantivo singular. (Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC) Estamos vivendo uma época em que a bandeira da discriminação se apresenta em seu sentido mais positivo: trata-se de aplicar políticas afirmativas para promover aqueles que vêm sofrendo discriminações históricas. Mantém-se adequada correlação entre tempos e modos verbais com a substituição das formas sublinhadas no trecho acima, na ordem dada, por: (A) Estávamos - apresentava - tratava-se - vinham - apresentara - tratava-se - viessem (C) Estaremos - apresente - tratar-se-ia - venham (D) Estávamos - apresentou - tratar-se-á - venham (E) Estaremos - apresentara - tratava-se - viessem (B) Estaríamos Como no trecho original os verbos estão todos no presente, precisamos encontrar a alternativa que mantém o tempo verbal em todos os verbos (Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC) Está adequada a correlação entre tempos e modos verbais na frase: (A) Será que alguém acreditou que uma sociedade sem classes e sem preconceitos possa ter-se formado num regime autoritário? (B) Se a catequese pudesse propagar a fé religiosa sem recorrer à intimidação, talvez os convertidos tenham sido mais numerosos. (C) Um fim talvez justificaria os meios caso estes implicarem sacrifícios que não se distribuam desigualmente. (D) Ele acredita que haverão de justificar-se todos os meios quando os fins representarem um ganho de alcance coletivo. (E) Tão logo fossem denunciados os horrores do stalinismo, os comunistas devem ter revisto suas antigas convicções. A: incorreta, “acreditou [pretérito perfeito do indicativo] que uma sociedade (...) poderia [futuro do pretérito do indicativo] ter-se formado”; B: incorreta, “se a catequese pudesse [pretérito imperfeito do subjuntivo] (...) talvez os convertidos tivessem sido [pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo]; C: incorreta, “Um fim talvez justificaria [futuro do pretérito do indicativo] os meios caso estes implicassem [pretérito imperfeito do subjuntivo] sacrifícios que não se distribuíssem [pretérito imperfeito do subjuntivo]; D: correta, em “haverão de justificar-se” o verbo haver no futuro do presente do indicativo está acertadamente correlacionado ao verbo representar no futuro do subjuntivo; E: incorreta, “os comunistas deveriam ter” – verbo adequadamente correlacionado no futuro do pretérito do indicativo. ... uma observação mais atenta das fotos deixou evidente... O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado na frase acima está em: (TRT/14ª – 2011 – FCC) (A) ... provavelmente fugiram do território peruano ... (B) ... certamente são índios com um passado traumático ... (C) ... que estaria até hoje ... (D) A exploração da madeira (...) carece de fiscalização ... (E) ... vivendo de forma primitiva ... O verbo deixar está conjugado na 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo. A: correta, “fugiram” está conjugado na 3ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo. Pede-se o verbo flexionado nos mesmos tempo (pretérito perfeito) e modo (indicativo). Essa é a alternativa correta; B: incorreta, “são” está conjugado na 1ª pessoa do plural do presente do indicativo; C: incorreta, “estaria” está conjugado a 3ª pessoa do singular do futuro do pretérito do indicativo; D: incorreta, “carece” está conjugado na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo; E: incorreta, “vivendo” está no gerúndio. Gabarito “A” O Cinema Novo nasceu na virada da década de 1950 para a de 1960, sobre as cinzas dos estúdios Vera Cruz (empresa paulista que faliu em 1957 depois de produzir dezoito filmes). “Nossa geração sabe o que quer”, dizia o baiano Glauber Rocha já em 1963. Inspirado por Rio 40 graus e por Vidas secas, que Nelson Pereira dos Santos lançara em 1954 e 1963, Glauber Rocha transformaria, com Deus e o diabo na terra do sol, a história do cinema no Brasil. Dois anos depois, o cineasta lançou Terra em Transe, que talvez tenha marcado o auge do Cinema Novo, além de ter sido uma das fontes de inspiração do Tropicalismo. O verbo indicado entre parênteses deverá ser flexionado no plural para preencher corretamente a lacuna da frase: (Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC) propostos. A: correta. Todos os verbos estão conjugados no pretérito imperfeito do indicativo; B: incorreta. “Estaríamos” e “apresentara” são formas do pretérito mais-que-perfeito do indicativo, “tratava-se” é pretérito imperfeito do indicativo e “viessem” é pretérito imperfeito do subjuntivo; C: incorreta. “Estaremos” pertence ao futuro do presente do indicativo, “apresente” e “venham” são conjugações do presente do subjuntivo e “tratar-se-ia” está no futuro do pretérito do indicativo; D: incorreta. Na ordem indicada, encontramos pretérito imperfeito do indicativo, pretérito perfeito do indicativo, futuro do presente do indicativo e presente do subjuntivo; E: incorreta. Respectivamente, temos futuro do presente do indicativo, pretérito mais-que-perfeito do indicativo, pretérito imperfeito do indicativo e pretérito imperfeito do subjuntivo. 31 A internet produziu transformações espetaculares na sociedade na última década, mas a mais profunda só agora começa a ser estudada pela ciência. A facilidade e a rapidez com que se encontram informações na rede, sobre qualquer assunto e a qualquer hora, podem provocar alterações nos processos de cognição do cérebro. Até a popularização da web, as principais fontes de conhecimento com que todos contavam eram os livros e, evidentemente, a própria memória do que se aprende ao longo da vida. A internet mudou esse panorama: a leitura em profundidade foi substituída pela massa de informações, em sua maioria superficiais, oferecidas pelos sites de buscas, blogs e redes de relacionamento. A memória, por sua vez, perdeu relevância – para que puxar pela cabeça para se lembrar de um fato ou do nome de uma pessoa se essas informações estão disponíveis no Google, a dois toques do mouse? Quanto mais dependemos dos sites de busca para adquirir ou relembrar acontecimentos, mais nosso cérebro se parece com um computador obsoleto que necessita de uma memória mais potente. Na frase genial do cientista brasileiro Miguel Nicolelis, “o cérebro é uma orquestra sinfônica em que os instrumentos vão se modificando à medida que são tocados”. Dificilmente alguém conseguirá explicar essa plasticidade com uma imagem mais exata e intrigante. Imagine-se um violino cerebral que, tocado de forma medíocre por anos a fio, vai se transformando aos poucos em um berimbau. Ou um piano martelado por um músico de uma nota só que, ao fim e ao cabo, vira um bumbo. Pode, com o passar do tempo, a facilidade de estocagem e recuperação de virtualmente qualquer tipo de informação atrofiar os instrumentos da orquestra cerebral humana especializados na busca e seleção de informações? É uma nova linha de investigação científica, que tem um grande futuro pela frente. (Alexandre Salvador e Filipe Vilicic. Veja, 20 de julho, 2011, pp. 87-88, com adaptações) (TRT/20ª – 2011 – FCC) Quanto de busca... (2º parágrafo) mais dependemos dos sites A mesma relação existente entre o verbo e seu complemento, grifados no segmento acima, está em: (A) A internet produziu transformações espetaculares na sociedade na última década... (B) É uma nova linha de investigação científica. (C) ...se essas informações estão disponíveis no Google, a dois toques do mouse? (D) ...que necessita de uma memória mais potente. (E) Ou um piano martelado por um músico de uma nota só que, ao fim e ao cabo, vira um bumbo. O verbo depender é transitivo indireto e tem como complemento o objeto indireto (“dos sites de busca”). A: incorreta, o verbo transformar é transitivo direto e “transformações espetaculares” seu objeto direto; B e C: incorretas, os verbos ser e estar são de ligação; D: correta, o verbo necessitar é transitivo indireto. O complemento “de uma memória mais potente” é o objeto indireto; E: incorreta, o verbo virar é, nesse contexto, transitivo direto. Seu complemento é o objeto direto “um bumbo”. Gabarito “D” Gabarito “A” Em outubro de 1967, quando Gilberto Gil e Caetano Veloso apresentaram as canções Domingo no parque e Alegria, Alegria, no Festival da TV Record, logo houve quem percebesse que as duas canções eram influenciadas pela narrativa cinematográfica: repletas de cortes, justaposições e flashbacks. Tal suposição seria confirmada pelo próprio Caetano quando declarou que fora “mais influenciado por Godard e Glauber do que pelos Beatles ou Dylan”. Em 1967, no Brasil, o cinema era o que havia de mais intenso e revolucionário, superando o próprio teatro, cuja inquietação tinha incentivado os cineastas a iniciar o movimento que ficou conhecido como Cinema Novo. “Transformar” é verbo transitivo direto, que exige como complemento o objeto direto (quem transforma, transforma alguma coisa). A: incorreta. “Ficar”, nesse caso, é verbo de ligação e “mais evidente” é predicativo do sujeito; B: incorreta. “Nascer” é verbo intransitivo, não exige complemento; C: correta. “Lançar” é também verbo transitivo direto; D: incorreta. “Ser” é verbo de ligação e “um fenômeno novo”, predicativo do sujeito; E: incorreta. “Falir” é verbo intransitivo, não exige complemento. Gabarito “A” A: correta. Ambos os verbos estão na terceira pessoa do plural do pretérito imperfeito do indicativo; B: incorreta. Na alternativa, o verbo está na terceira pessoa do singular do presente do indicativo; C: incorreta. Na alternativa, o verbo está na terceira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo; D: incorreta. Na alternativa, o verbo está na terceira pessoa do singular do pretérito mais-que-perfeito do indicativo; E: incorreta. Na alternativa, o verbo está na terceira pessoa do plural do presente do indicativo. Cinema Novo nasceu na virada da década de 1950 para a de 1960 ... (C) Dois anos depois, o cineasta lançou Terra em transe ... (D) A grande audiência de TV entre nós é um fenômeno novo. (E) ... empresa paulista que faliu em 1957 ... (B) O Gabarito “D” exceto para os 250 mil franceses que não retornaram de suas guerras ... (D)Ele destruíra apenas um coisa ... (E) ... os próprios clichês o denunciam ... Gabarito “C” (C) ... (A) A 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi Gabarito “A” 30 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi A forma verbal “tenha” está na 3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo. A: correta, a forma “domine” está na 3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo; B: incorreta, “possuem” está conjugado na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo; C: incorreta, a forma verbal “terá” está conjugada na 3ª pessoa do singular do futuro do presente do indicativo; D: incorreta, o verbo justificar está flexionado nessa alternativa (“justifica”) na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo; E: incorreta, “pode” está na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo. Gabarito “A” (Analista – TRT/20ª – 2011 – FCC) Paulo Honório (querer) con- tar a própria vida, mas, julgando que não o (conseguir), (pedir) ao jornalista Gondim que o (fazer). Os verbos indicados entre parênteses estarão adequadamente correlacionados na frase acima caso se flexionem nas seguintes formas: (A) quisera – conseguirá – pedisse – faria – conseguiria – pediu – fizesse (C) queria – conseguisse – pedia – faça (D) quis – consegue – pede – fizesse (E) quis – conseguiu – pediu – faça (B) queria A: incorreta, quisera (pretérito mais-que-perfeito do indicativo); conseguirá (futuro do presente do indicativo); pedisse (pretérito imperfeito do subjuntivo); faria (futuro do pretérito do indicativo); B: correta, queria (pretérito imperfeito do indicativo); conseguiria (futuro do pretérito do indicativo); pediu (pretérito perfeito do indicativo); fizesse (pretérito imperfeito do subjuntivo): “Paulo Honório queria contar a própria vida, mas, julgando que não o conseguiria, pediu ao jornalista Gondim que o fizesse.”; C: incorreta, conseguisse (pretérito imperfeito do subjuntivo); pedia (pretérito imperfeito do indicativo); faça (presente do subjuntivo); D: incorreta, quis (pretérito perfeito do indicativo); consegue (presente do indicativo); E: incorreta, conseguiu (pretérito perfeito do indicativo). Gabarito “B” (TRT/23ª – 2011 – FCC) Houve uma ocasião em que desejava ser diretor de cinema. O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado na frase acima se encontra em: (A) ...eu escolheria um jornal. meio de comunicação que não tinha limites ... (C) O senhor já pensou em fazer filme? (D) ...o tempo que você passa com amigos ... (E) ...a isolar você do mundo real. (B) ...um O verbo desejar está flexionado na 3ª pessoa do singular do pretérito imperfeito do indicativo. A: incorreta, a forma verbal “escolheria” está conjugada na 3ª pessoa do singular do futuro do pretérito do indicativo; (TRT/23ª – 2011 – FCC) pode trabalhar. ... e com o tempo em que você O segmento grifado na frase acima preenche corretamente a lacuna da frase: (A) Muitos escritores afirmam não saber lidar com a fama ...... almejam em determinado momento de suas carreiras. (B) Alguns escritores menores tentam demonstrar em suas obras uma erudição ..... não possuem de fato. (C) Não por coincidência, o jornalismo é uma profissão ..... vários escritores recorrem em determinado momento de suas vidas. (D) O mercado cinematográfico internacional .... muitos roteiristas iniciantes tentam se inserir é por demais competitivo e estressante. (E) Dizem que o trabalho árduo e diário e uma disciplina tenaz são as principais armas ..... um jovem escritor deve se valer. Nessa oração, o verbo trabalhar é intransitivo. A e B: incorretas, o verbos almejar e possuir são transitivos diretos “a fama que almejam” e “uma erudição que não possuem”; C: incorreta, o verbo recorrer é transitivo indireto “é uma profissão a que vários escritores recorrem”; D: correta, nessa oração, o verbo inserir é intransitivo “em que muitos roteiristas iniciantes tentam se inserir”; E: incorreta, o verbo valer-se é transitivo indireto “de que um jovem escritor deve se valer”. O verbo corretamente empregado e flexionado está grifado em: (Analista – TRT/23ª – 2011 – FCC) (A) É de se imaginar que, se os viajantes setecentistas antevessem as dificuldades que iriam deparar, muitos deles desistiriam da aventura antes mesmo de embarcar. (B) O que quer que os compelisse, cabe admirar a coragem desses homens que partiam para o desconhecido sem saber o que os aguardava a cada volta do rio. (C) Caso não se surtisse com os mantimentos necessários para o longo percurso, o viajante corria o risco de literalmente morrer de fome antes de chegar ao destino. (D) Se não maldiziam os santos, é bastante provável que muitos dos viajantes maldizessem ao menos o destino diante das terríveis tribulações que deviam enfrentar. (E) Na história da humanidade, desbravadores foram não raro aqueles que sobreporam o desejo de enriquecer à relativa segurança de uma vida sedentária. A: incorreta, verbo antever conjugado na 3ª pessoa do plural do pretérito imperfeito do subjuntivo: antevissem; B: correta, o verbo compelir está corretamente flexionado na 3ª pessoa do singular do pretérito imperfeito do subjuntivo; C: incorreta, verbo surtir sem o pronome se; D: incorreta, verbo maldizer na 3ª pessoa do plural do pretérito imperfeito do subjuntivo: maldissessem; E: incorreta, verbo sobrepor na 3ª pessoa do plural do pretérito mais-que-perfeito do indicativo: sobrepuseram. Gabarito “B” domine as técnicas mais modernas, na média, a produtividade da agropecuária brasileira ainda está distante de alcançar seu pleno potencial. (B) Grosso modo, as pastagens brasileiras possuem uma unidade animal por hectare. (C) Para isso, terá dois caminhos ... (D) ... esse investimento muitas vezes não se justifica do ponto de vista estritamente econômico. (E) “Além disso, o Brasil ainda pode aumentar muito a produtividade de grãos, como o milho, o trigo e o feijão”, afirma. (Analista – TRT/23ª – 2011 – FCC) Está adequada a correlação entre tempos e modos verbais na frase: (A) Os criminosos que tenham ultrajado a pátria seriam forçados a servi-la pelo tempo que se julgava necessário. (B) Os que vierem a ultrajar a pátria deveriam ser submetidos a um castigo que trouxera consigo uma clara lição. (C) Ninguém seria indiferente a uma vultosa soma que venha a receber como indenização ao delito que o prejudique. (D) O próprio criminoso, se mantivesse alguma dose de decência, possa tirar proveito da lição a que seja submetido. (E) Sempre houve povos que, por forte convicção, evitaram a guerra, ainda quando fossem provocados. A: incorreta, “Os criminosos que tivessem ultrajado”; B: incorreta, “Os que viessem a ultrajar a pátria deveriam ser submetidos a um castigo que traria consigo uma clara lição.”; C: incorreta, “que viesse a receber como indenização ao delito que o prejudicara”; D: incorreta, “poderia tirar proveito da lição a que tivesse sido submetido”. E: redação com correta correlação entre tempos e modos verbais. Muitos se dizem a favor da pena de morte, mas mesmo os que mais ardorosamente defendem a pena de morte não são capazes de atribuir à pena de morte o efeito de reparação do ato do criminoso que supostamente mereceria a pena de morte. (Analista – TRT/23ª – 2011 – FCC) Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os elementos sublinhados, respectivamente, por: (A) a defendem - lhe atribuir - a mereceria. defendem - atribui-la - lhe mereceria. (C) defendem-na - atribui-la - merecer-lhe-ia. (D) lhe defendem - lhe atribuir - mereceriam-na. (E) defendem-lhe - atribuir-lhe - a mereceria. (B) a O verbo defender é transitivo direto. O objeto direito em “defendem a pena de morte”, pode ser substituído por a: “a defendem” ou “defendem-na”; o verbo atribuir é transitivo direto e indireto. O objeto indireto em “atribuir à pena de morte” pode ser substituído pelo pronome “lhe”: lhe atribuir” ou “atribuir-lhe”; o verbo merecer é transitivo direto. O objeto direto em “mereceria a pena de morte” pode ser substituído pelo pronome “a”: “a mereceria” ou “merecê-la-ia”. Gabarito “A” (A) Embora Gabarito “D” O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em que se encontra o grifado acima está também grifado na frase: B: correta, o verbo ter está flexionado na 3ª pessoa do singular do pretérito imperfeito do indicativo; C: incorreta, “pensou” está flexionado na 3ª pessoa do pretérito perfeito do indicativo; D: incorreta, o verbo passar está na 3ª pessoa do presente do indicativo; E: incorreta, isolar é a forma nominal do verbo, no infinitivo. Gabarito “E” de arcar com 40% desse aumento. (Analista – TRT/24ª – 2011 – FCC) O verbo indicado entre parênteses deverá ser flexionado numa forma do plural para preencher de modo correto a lacuna da frase: (A) Às bondades individuais ...... (dever) seguir um bene- fício que se estenda ao conjunto de uma sociedade. (B) Nem sempre ...... (haver) de respeitar as leis da religião quem se curva às leis civis. (C) Não se ...... (respeitar) as leis civis por bondade, nem as religiosas por espírito cívico. (D) Não se ...... (opor) o princípio da religião ao da ordem civil, embora as instâncias de uma e outra sejam distintas. (E) ...... (ser) de se notar, entre as leis civis e as religiosas, a diferença dos princípios que as regem. A: incorreta, o sujeito do verbo é singular: “um benefício (...) deve seguir às bondades individuais”; B: incorreta, “quem se curva às leis 33 civis há de respeitar as leis da religião”; C: correta, o verbo respeitar é transitivo direto. Na oração “Não se respeitam as leis civis”, o pronome se é apassivador. O verbo concorda com “as leis civis”, sujeito da ativa: “As leis civis e as religiosas não são respeitadas, nem por bondade, no caso das civis, nem por espírito cívico, no caso das religiosas”; D: incorreta, “o princípio da religião (sujeito) não se opõe ao da ordem civil...”; E: incorreta, “a diferença dos princípio que as regem (sujeito) é de ser notar.” Gabarito “C” (TRT/20ª – 2011 – FCC) A expectativa é de que o Brasil tenha Gabarito “B” 32 Para a filosofia, o conceito de belo liga-se, de maneira indissociável, ao de verdadeiro – e, por extensão, ao de bom e justo. Isso ecoa no cotidiano quando classificamos um bom gesto de “belo” ou recriminamos uma criança que cometeu peraltice, dizendo que ela fez uma “coisa feia”. Estamos, aí, ainda que nos aspectos mais comezinhos da vida, no terreno da metafísica, a subdivisão do conhecimento filosófico que se debruça sobre tudo aquilo que ultrapassa a experiência sensível. Há, de fato, na beleza – de uma flor, de uma pessoa, de uma obra de arte – algo que parece transcender o aspecto físico e que se conecta ao que há de idealmente mais perfeito e, até mesmo, ao que é considerado divino. Mas, independentemente de estar associada a outros conceitos sublimes, a beleza requer definição concreta – o que nos ajuda, inclusive, se nem sempre a nos tornarmos mais verdadeiros, bons ou justos, pelo menos mais agradáveis ao espelho. Não basta, portanto, intuir que algo é belo. É preciso entender por que desperta em nós essa percepção deleitosa. De acordo com o estudo das proporções e da biologia evolutiva, a beleza não é apenas questão de gosto: é a reunião feliz, e não muito comum, de simetria, harmonia e unidade. Uma forma de inteligência biológica com evidentes vantagens adaptativas. Em outras palavras, a beleza paira acima das apreciações meramente pessoais. A progressiva compreensão das formas de beleza e as tecnologias dela surgidas produziram uma grande conquista: hoje, talvez não sejamos intrinsecamente mais belos do que outras gerações – mas podemos ficar mais bonitos do que nunca. Tudo que nos permite explorar nossos pontos fortes e driblar nossas fraquezas genéticas é resultante da combinação entre os avanços nos cuidados com a aparência física e o estilo, a possibilidade de envelhecer com saúde e, não menos essencial, a valorização de atributos sociais como autoestima, simpatia, cultura e expressividade. “É o equilíbrio dessas qualidades que torna um indivíduo mais ou menos atraente”, diz o cirurgião plástico Noel Lima, do Rio de Janeiro. (Adaptado de Anna Paula Buchalla. Veja, 12 de janeiro de 2011, p. 79) (TRT/24ª – 2011 – FCC) ...hoje, talvez não sejamos intrinsecamente mais belos do que outras gerações... (4º parágrafo) O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em que se encontra o grifado acima está também grifado na frase: (A) Para nos sentirmos bem, é necessário cultivar certas qualidades, como a simpatia. sociedade moderna sempre haverá expectativa de que nos considerem atraentes. (B) Na 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi Historicamente isso certamente é correto, pelo menos até há pouco tempo, o que resultou em uma proposição ainda hoje extraordinariamente difundida e aceita de que mais indústria é bom e mais agricultura é ruim do ponto de vista do crescimento. Um corolário imediato é também derivado na área de comércio exterior: mais exportações agrícolas (e minerais) pouco contribuem para o crescimento de longo prazo, pois provocam valorização cambial e pouca expansão do emprego, prejudicando a indústria, a chave do crescimento. Essa dicotomia apresenta hoje muitos problemas para ser usada sem cautela, por algumas razões. Uma parte crescente das novidades tecnológicas não está na indústria, mas sim nos serviços, onde se destacam a Tecnologia da Informação (TI), as comunicações, os serviços criativos, etc. Esse fenômeno é tão poderoso que se reconhece que vivemos uma revolução de software, onde se gera a maior parte do valor, que coloca O hardware (máquinas e equipamentos), como caudatários do processo. Por outro lado, a TI permitiu uma ampla modificação no sistema de produção, em que se busca cada vez mais foco e especialização para a cadeia de produção. Como consequência, as atividades produtivas se organizam de maneiras diferentes, formando cadeias muito mais complexas do que no passado e tornando, a meu juízo, envelhecidas as contraposições do tipo agricultura versus indústria. (Adaptado do artigo de José Roberto Mendonça de Barros. O Estado de S. Paulo, B6/Economia, 7 de março de 2010) cadeias muito mais complexas do que no passado... (B) ...o que resultou em uma proposição... (C) ...e mais agricultura é ruim do ponto de vista do crescimento. (D) ...pois provocam valorização cambial e pouca expansão do emprego... (E) Uma parte crescente das novidades tecnológicas não está na indústria... O verbo contribuir é transitivo indireto e tem como complemento um objeto indireto. A: incorreta, “formar” é, nessa oração, transitivo direto; B: correta, o verbo resultar é transitivo indireto e tem como objeto indireto os termos “em uma proposição”; C: incorreta, o verbo ser é de ligação; D: incorreta, o verbo provocar é transitivo direto; E: incorreta, o verbo estar, nessa oração, é intransitivo. 1 5 10 15 20 25 30 35 De dezembro de 1951 a abril de 1974, a aventura brasileira de Elizabeth Bishop estendeu-se por 22 anos – alguns deles, os anos finais, vividos em Ouro Preto, sobretudo após a morte de Lota de Macedo Soares, sua companheira, em 1967. A cidade não tomou conhecimento da grande escritora americana, cujo centenário de nascimento se comemorou dias atrás. Nós, os então jovens escritores de Minas, também não. Hoje leitor apaixonado de tudo o que ela escreveu, carrego a frustração retroativa de ter cruzado com Elizabeth em Ouro Preto sem me dar conta da grandeza de quem ali estava, na sua Casa Mariana – estupenda edificação por ela batizada em homenagem à poeta Marianne Moore, sua amiga e mestra. Consolam-me as histórias que saltam de seus livros e, em especial, da memória de seus (e meus) amigos Linda e José Alberto Nemer, vinhetas que juntei na tentativa de iluminar ainda mais a personagem retratada por Marta Goes na peça Um Porto para Elizabeth. Algumas delas: * Ela adorava aquela casa, construída entre 1698, dois anos após a descoberta do ouro na região, e 1711, quando Ouro Preto foi elevada à condição de vila. Comprou-a em 1965 e não teve outra na vida, a não ser o apartamentinho de Boston onde morreria em 1979. Tinha, dizia, “o telhado mais lindo da cidade”, cuja forma lhe sugeria “uma lagosta deitada de bruços”. Bem cuidada, a casa, agora à venda, pertence aos Nemer desde 1982. * “Gosto de Ouro Preto”, explicou Elizabeth ao poeta Robert Lowell, “porque tudo lá foi feito ali mesmo, à mão, com pedra, ferro, cobre e madeira. Tiveram que inventar muita coisa – e tudo está em perfeito estado há quase 300 anos”. (Humberto Werneck. “Um porto na Montanha”. O Estado de S. Paulo. Cidades/Metrópole. Domingo, 13 de fevereiro de 2011, C10) (TRF/1ª – 2011 – FCC) No segundo parágrafo, a forma verbal que designa um evento posterior à época em que a poeta viveu no Brasil é: (A) (linha 21) adorava. 23) foi elevada. (C) (linha 24) Comprou-a. (D) (linha 25) morreria. (E) (linha 26) Tinha. (B) (linha 1 As indústrias culturais, e mais especificamente a do cinema, criaram uma nova figura, “mágica”, absolutamente moderna: a estrela. Depressa ela desempenhou um papel importante no sucesso de massa que o cinema 5 alcançou. E isso continua. Mas o sistema, por muito tempo restrito apenas à tela grande, estendeu-se progressivamente, com o desenvolvimento das indústrias culturais, a outros domínios, ligados primeiro aos setores do espetáculo, da televisão, do show business. Mas 10 alguns sinais já demonstravam que o sistema estava prestes a se espalhar e a invadir todos os domínios: imagens como as de Gandhi ou Che Guevara, indo de fotos a pôsteres, no mundo inteiro, anunciavam a planetarização de um sistema que o capitalismo de hipercon15 Sumo hoje vê triunfar. O que caracteriza o star-system em uma era hipermoderna é, de fato, sua expansão para todos os domínios. Em todo o domínio da cultura, na política, na religião, na ciência, na arte, na imprensa, na literatura, na 20 filosofia, até na cozinha, tem-se uma economia do estrelato, um mercado do nome e do renome. A própria literatura consagra escritores no mercado internacional, os quais negociam seus direitos por intermédio de agentes, segundo o sistema que prevalece nas indústrias 25 do espetáculo. Todas as áreas da cultura valem-se de paradas de sucesso (hit-parades), dos mais vendidos (best-sellers), de prêmios e listas dos mais populares, assim como de recordes de venda, de frequência e de audiência destes últimos. 30 A extensão do star-system não se dá sem uma forma de banalização ou mesmo de degradação – da figura pura da estrela, trazendo consigo uma imagem de eternidade, chega-se à vedete do momento, à figura fugidia da celebridade do dia; do ícone único e insubstituível, passa35 se a uma comunidade internacional de pessoas conhecidas, “celebrizadas”, das quais revistas especializadas divulgam as fotos, contam os segredos, perseguem a intimidade. Da glória, própria dos homens ilustres da Antiguidade e que era como o horizonte resplandecente 40 da grande cultura clássica, passou-se às estrelas – forma ainda heroicizada pela sublimação de que eram portadoras –, depois, com a rapidez de duas ou três décadas de hipermodernidade, às pessoas célebres, às personalidades conhecidas, às “pessoas”. Deslocamento progressivo 45 que não é mais que o sinal de um novo triunfo da formamoda, conseguindo tornar efêmeras e consumíveis as próprias estrelas da notoriedade. (Adap. de Gilles Lipovetsky e Jean Serroy. Uma cultura de celebridades: a universalização do estrelato. In A cultura – mundo: resposta a uma sociedade desorientada. Trad.: Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, pp. 81-83) Em certas passagens do primeiro parágrafo, os autores referem-se a certas ações pretéritas que consideravam contínuas. A forma verbal que demonstra essa atitude é (Analista – TRE/AP – 2011 – FCC) (A) (linha 2) criaram. (B) (linha 5) alcançou. 5) continua. (D) (linha 13) anunciavam. (E) (linha 15) vê triunfar. (C) (linha A forma verbal que expressa continuidade no passado é o pretérito imperfeito. A e B: pretérito perfeito do indicativo; C e E: presente do indicativo; D: pretérito imperfeito do indicativo. (Analista – TRE/TO – 2011 – FCC) Para que nos faça feliz... O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em que se encontra o grifado acima está em: (A) Seríamos felizes da mesma forma... a morte de alguém que amamos... (C) ... por que nos darmos o trabalho... (D) Se o livro que estamos lendo... (E) ... livros que nos atinjam... (B) ...como Na oração “Para que nos faça feliz”, o verbo fazer está conjugado no presente do subjuntivo. A: “seríamos” está no futuro do pretérito do indicativo; B: incorreta, “amamos” está no presente do indicativo; C: incorreta, “darmos” está no infinitivo pessoal; D: incorreta, “estamos” está no presente do indicativo; E: correta, “atinjam” está no presente do subjuntivo. Minha outra mulher teve uma educação rigorosa, mas mesmo assim mamãe nunca entendeu por que eu escolhera justamente aquela, entre tantas meninas de uma família distinta. O verbo grifado na frase acima pode ser substituído, sem que se altere o sentido e a correção originais, e o modo verbal, por: (Analista – TRE/TO – 2011 – FCC) (A) escolheria. (B) havia escolhido. escolhido. (D) escolhesse. (E) teria escolhido. (C) houvera A forma no pretérito mais-que-perfeito simples do indicativo “escolhera” tem correspondência com a forma composta do mesmo tempo verbal: “havia escolhido”. Gabarito “B” Gabarito “B” Existe uma longa tradição analítica que divide a economia em três setores: primário (atividades agropecuárias), secundário (indústrias extrativas, de transformação, construção civil e utilidades públicas) e terciário (que inclui todos os tipos de serviços públicos e privados). Até aí tudo bem. Entretanto, há também uma tradição em associar as atividades primárias a baixa produtividade, pouca tecnologia e reduzida interconexão com o resto da economia, além de reduzida eficiência organizacional. Ao mesmo tempo, associam-se à indústria qualidades opostas, ou seja, elevada produtividade, maior nível tecnológico e sofisticada organização. (A) ...formando O futuro do pretérito indica um fato futuro em relação a um fato passado. É o que a questão pede: um evento posterior (fato futuro) à época em que a poeta viveu no Brasil (passado). Releia o segunda parágrafo: “Ela adorava aquela casa, construída entre 1698, dois anos após a descoberta do ouro na região, e 1711, quando Ouro Preto foi elevada à condição de vila. Comprou-a em 1965 e não teve outra na vida, a não ser o apartamentinho de Boston onde morreria em 1979.”. Veja a seguir em que tempo e modo os verbos estão: A: incorreta, adorava (pretérito imperfeito do indicativo); B: incorreta, foi (pretérito perfeito do indicativo); C: incorreta, comprou (pretérito perfeito do indicativo); D: correta, morreria (futuro do pretérito do indicativo); E: incorreta, tinha (pretérito imperfeito do indicativo). Gabarito “E” O verbo ser está na 1ª pessoa do plural do presente do subjuntivo (“sejamos”). A: incorreta, “sentirmos” está no infinitivo flexionado; B: correta, “considerem” está flexionado na 3ª pessoa do plural do presente do subjuntivo; C: incorreta, “tentava” está flexionado na 3ª pessoa do singular do pretérito imperfeito; D: incorreta, “estivessem” está na 3ª pessoa do plural do pretérito imperfeito do subjuntivo; E: incorreta, “altera” está na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo. (TRT/24ª – 2011 – FCC) ...mais exportações agrícolas (e minerais) pouco contribuem para o crescimento de longo prazo ... (2º parágrafo) A mesma relação entre o verbo e o complemento grifados acima está em: Gabarito “B” de modo atraente, ela tentava despertar mais admiração naquele encontro. (D) Todos imaginavam que estivessem devidamente preparados para a reunião festiva. (E) O ideal de beleza se altera no decorrer das épocas, fato atestado em muitas obras de arte. Gabarito “D” (C) Vestida 35 Gabarito “D” 34 1 Hoje o sistema isola, atomiza o indivíduo. Por isso seria importante pensar as novas formas de comunicação. Mas o sistema também nega o indivíduo. Na economia, por 4 exemplo, mudam-se os valores de uso concreto e qualitativo para os valores de troca geral e quantitativa. Na filosofia aparece o sujeito geral, não o indivíduo. Então, a diferença 7 é uma forma de crítica. Afirmar o indivíduo, não no sentido neoliberal e egoísta, mas no sentido dessa ideia da diferença é um argumento crítico. Em virtude disso, dessa discussão 10 sobre a filosofia e o social surgem dois momentos importantes: o primeiro é pensar uma comunidade autoreflexiva e confrontar-se, assim, com as novas formas de 13 ideologia. Mas, por outro lado, a filosofia precisa da sensibilidade para o diferente, senão repetirá apenas as formas do idêntico e, assim, fechará as possibilidades do 16 novo, do espontâneo e do autêntico na história. Espero que seja possível um diálogo entre as duas posições em que ninguém tem a última palavra. Miroslav Milovic. Comunidade da diferença. Relume Dumará, pp. 131-2 (com adaptações). 7 10 13 16 19 22 1 Em um artigo publicado em 2000, e que fez muito sucesso na Internet, Cristovam Buarque desenhava um idílico mundo futuro, liberto das soberanias nacionais, em que tudo 4 seria de todos. Se tudo der certo no planeta (o que é discutível), quem sabe um dia, daqui a mil ou dois mil anos, cheguemos lá. Como nada ainda deu certo no planeta, a 7 internacionalização só será aceitável quando se cumprirem duas premissas. Primeira: que desapareçam os Estados nacionais. Segunda: que os grupos, ou comunidades, ou 10 sociedades que restarem mantenham entre si relações impecavelmente equitativas. Quem sabe um dia... Roberto Pompeu de Toledo. “Amazônia: premissas para sua entrega”. In: Veja, 28/5/2008 (com adaptações). Julgue o seguinte item, a respeito da organização das ideias do texto acima. (Analista – STJ – 2008 – CESPE) (1) Roberto Janine Ribeiro. A cultura ameaçada pela natureza. Pesquisa Fapesp Especial, p. 40 (com adaptações). (Analista – STF – 2008 – CESPE) Considerando o texto acima, 1: incorreta, não haveria incorreção gramatical na construção “Significa aceitar que há algo...”. As relações semânticas se mantêm preservadas. A assertiva está errada. Gabarito “E” 1 Se a perspectiva do político é a perspectiva de como o poder se constitui e se exerce em uma sociedade, como se distribui, se difunde, se dissemina, mas também se oculta, se 4 dissimula em seus diferentes modos de operar, então é fundamental uma análise do discurso que nos permita rastreá-lo. A necessidade de discussão da questão política e 7 do exercício do poder está em que, em última análise, todos os grupos, classes, etnias visam, de uma forma ou de outra, o controle do poder político. Porém, costumamos ver o poder 10 como algo negativo, perverso, no sentido da dominação, da submissão. Não há, entretanto, sociedade organizada sem formas de exercício de poder. A questão, portanto, deve ser: 13 como e em nome de quem este poder se exerce? Danilo Marcondes. Filosofia, linguagem e comunicação. São Paulo: Cortez, 2000, p. 147-8 (com adaptações). 1: incorreta, não é possível a substituição das formas verbais do modo subjuntivo (cheguemos, desapareçam e mantenham) por formas no modo indicativo. O subjuntivo nos remete à ideia de incerteza, suposição. O mundo do trabalho tem mudado numa velocidade vertiginosa e, se os empregos diminuem, isso não quer dizer que o trabalho também. 4 Só que ele está mudando de cara. Como também está mudando o perfil de quem acaba de sair da universidade, da mesma forma que as exigências da sociedade e — por que 7 não? — do mercado, cada vez mais globalizado e competitivo. Tudo indica que mais de 70% do trabalho no futuro 10 vão requerer a combinação de uma sólida educação geral com conhecimentos específicos; um coquetel capaz de fornecer às pessoas compreensão dos processos, capacidade 13 de transferir conhecimentos, prontidão para antecipar e resolver problemas, condições para aprender continuamente, conhecimento de línguas, habilidade para tratar com pessoas 16 e trabalhar em equipe. Revista do Provão, n.º 4, 1999, p. 13 (com adaptações). (Analista – TST – 2008 – CESPE) A partir do texto acima, julgue o item subsequente. (1) A opção pelo emprego das formas verbais “tem mudado” (l.1) e “está mudando” (l.4) indica que a argumentação do texto mostra as mudanças do “trabalho” como durativas, estendidas no tempo. 1: correta, as locuções verbais “tem mudado” e “está mudando” transmitem ideias de ações durativas, de aspecto contínuo e não pontuais. Gabarito 1E A substituição de primeira pessoa do plural em “aceitarmos” (l.4) pela forma correspondente não flexionada, aceitar, manteria coerente a argumentação, mas provocaria incorreção gramatical. 1 Gabarito 1C julgue o item subsequente. (1) O emprego das formas verbais “cheguemos” (l.6), “desapareçam” (l.8) e “mantenham” (l.10) indica a expressão de ações hipotéticas; mas o desenvolvimento do texto permite, coerentemente, considerá-las assertivas, e sem que se prejudique a correção gramatical, em seus lugares, é possível empregar as formas chegamos, desaparecem e mantêm, respectivamente. 1: incorreta, não é possível o uso da forma verbal no modo indicativo. A expressão “onde quer que” sugere o uso do subjuntivo pelo seu caráter de incerteza; 2: incorreta, a forma plural do verbo provir na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo é provêm. 1 (Analista – TRT/2ª – 2008 – FCC) Todas as formas verbais estão corretamente empregadas e flexionadas na frase: Pode-se dizer que há complexidade onde quer que se produza um emaranhamento de ações, de interações, de retroações. E esse emaranhamento é tal que nem um 4 computador poderia captar todos os processos em curso. Mas há também outra complexidade que provém da existência de fenômenos aleatórios (que não podem ser determinados e 7 que, empiricamente, agregam incerteza ao pensamento). Pode-se dizer, no que concerne à complexidade, que há um polo empírico e um polo lógico e que a complexidade 10 aparece quando há simultaneamente dificuldades empíricas e dificuldades lógicas. Pascal disse há já três séculos: “Todas as coisas são ajudadas e ajudantes, todas as coisas são 13 mediatas e imediatas, e todas estão ligadas entre si por um laço que conecta umas às outras, inclusive as mais distanciadas. Nessas condições — agrega Pascal — 16 considero impossível conhecer o todo se não conheço as partes”. Esta é a primeira complexidade: nada está isolado no Universo e tudo está em relação. Edgard Morin. “Epistemologia da complexidade”. In: Dora Fried Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade. Porto Alegre: Artmed, 1996, p. 274 (com adaptações). (A) Não há nada que impela mais ao registro confessional da linguagem do que uma vocação poética essencialmente lírica. (B) O juiz disse ao amigo que lhe convira frequentar as duas linguagens, a poética e a jurídica. (C) Constatou que nos poemas não se vislumbrava qualquer marca que adviesse da formação profissional do amigo. (D) O juiz lembrou ao amigo que o ofício de poeta não destitue de objetividade o ofício de julgar. (E) Nem bem se detera na leitura dos poemas do amigo e já percebera que se tratava de uma linguagem muito depurada. A: “não há nada que impila [verbo impelir na 3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo] (...)”; B: “O juiz disse ao amigo que lhe conviera [verbo convir na 3ª pessoa do singular do pretérito mais-que-perfeito (Analista – TRT/2ª – 2008 – FCC) O verbo indicado entre parên- teses deverá flexionar-se numa forma do plural para preencher corretamente a lacuna da frase: (A) Entre as várias qualidades de seus poemas ...... (destacar-se), acima de todas, a virtude da contenção. (B) Como não ...... (haver) de surpreender, em seus poemas, a precisão dos recursos estilísticos? (C) Aos poetas confessionais ...... (costumar) apresentar-se o risco de excessos emotivos. (D) Mais que tudo me ...... (agradar), naquele livro, os recursos formais que intensificavam o lirismo. (E) As duas práticas a que ...... (fazer) referência o texto não são, de fato, inconciliáveis. A: incorreta, verbo no singular: “a virtude da contenção destaca-se”; B: incorreta, verbo no singular: “Como não haveria de surpreender (...) a precisão dos recursos estilísticos”; C: incorreta, verbo no singular: “o risco (...) costuma apresentar-se aos poetas confessionais”; D: correta, verbo no plural: “os recursos formais (...) me agradam”; E: incorreta, verbo no singular: “o texto faz referência”. (Analista – TRT/18ª – 2008 – FCC) Está adequada a correlação entre os tempos e modos verbais na frase: (A) Ainda recentemente, não se poderia imaginar que uma viagem de ônibus venha a ser tão atribulada. (B) A cada vez que se colocar um filme no ônibus, a expectativa seria a de que todos passam a ouvir tiros e gritos. (C) Os que usam fone de ouvido talvez não imaginem que uma chiadeira irritante fique a atormentar os ouvidos do vizinho. (D) Quem não quiser conhecer os detalhes da vida doméstica de alguém, há de tapar os ouvidos quando tocava o celular. (E) Muita gente não distingue a versão eletrônica de uma sinfonia que tocasse no celular da versão original que um Mozart tem criado. As seguintes orações foram corrigidas. A: incorreta, “Ainda recentemente, não se poderia imaginar que uma viagem de ônibus viesse a ser tão atribulada.”; B: incorreta, “A cada vez que se colocasse um filme no ônibus, a expectativa seria a de que todos passassem a ouvir tiros e gritos; D: incorreta, “Quem não quiser conhecer os detalhes da vida doméstica de alguém, haverá de tapar os ouvidos quando tocar o celular.”; E: incorreta, “Muita gente não distingue a versão eletrônica de uma sinfonia que toca no celular da versão original que um Mozart criou.” Gabarito “C” 4 Aceitar que somos indeterminados naturalmente, que seremos lapidados pela educação e pela cultura, que disso decorrem diferenças relevantes e irredutíveis aos genes é muito difícil. Significa aceitarmos que há algo muito precário na condição humana. Parte pelo menos dessa precariedade ou indeterminação alguns chamarão liberdade. Porém nem mesmo a liberdade é tão valorizada quanto se imagina. Ela implica responsabilidades. Parece que se busca conforto na condição de coisa. Se eu for objeto, isto é, se eu for natureza, meus males independem de minha vontade. Aliás, o que está em discussão não é tanto o que os causou, mas como resolvê-los: se eu puder solucioná-los com um remédio ou uma cirurgia, não preciso responsabilizar-me, a fundo, por eles. Tratarei a mim mesmo como um objeto. A postura das ciências humanas e da psicanálise é outra, porém. Muito da experiência humana vem justamente de nos constituirmos como sujeitos. Esse papel é pesado. Por isso, quando entra ele em crise — quando minha liberdade de escolher amorosa ou política ou profissionalmente resulta em sofrimento —, posso aliviar-me procurando uma solução que substitua meu papel de sujeito pelo de objeto. 1: incorreta, em “Não há, entretanto, sociedade organizada sem formas de exercício de poder.” o verbo haver é impessoal e sempre fica no singular no sentido de existir. Porém, se utilizarmos o verbo existir, que é pessoal, haverá flexão verbal, se for o caso. Nesse contexto, a substituição fará com que o verbo existir concorde com o núcleo do sujeito “sociedade” no singular: “Existe, entretanto, sociedade organizada sem formas de exercício de poder.” O desenvolvimento das ideias do texto permite, também, a utilização gramaticalmente correta e textualmente coerente da forma verbal produz no lugar de “produza” (l.2). (2) O sentido impessoal do verbo haver permite que a afirmação generalizada “Mas há também outra complexidade que provém” (l.4-5) seja substituída por uma frase nominal no plural: Mas também outras necessidades provém. (1) do indicativo] (...)”; C: o verbo advir está corretamente conjugado no pretérito imperfeito do subjuntivo; D: “(...) o ofício de poeta não destitui [verbo destituir na 3ª pessoa do presente do indicativo] de objetividade (...)”; E: “Nem bem se detivera [verbo deter na 3ª pessoa do singular do pretérito mais-que-perfeito do indicativo] na leitura (...)”. Gabarito “D” Gabarito 1C 1 A flexão de plural em “formas” (l.12) indica que, se em lugar do verbo impessoal, em “Não há” (l.11), for empregado o verbo existir, serão preservadas a coerência textual e a correção gramatical com a forma existem. Gabarito 1E 1: correta, a substituição de verbo ter no presente do indicativo (tem) pela forma verbal no presente do subjuntivo (tenha) reforça a ideia de suposição do argumento, uma vez que o modo subjuntivo indica caráter hipotético. (1) (Analista – STJ – 2008 – CESPE) Julgue os seguintes itens, a respeito de redações alternativas para termos e estruturas linguísticas do texto acima. Gabarito 1E, 2E Como o último período sintático do texto se inicia pela ideia de possibilidade, a substituição do verbo “tem” (l.18) por tenha, além de preservar a correção gramatical do texto, ressaltaria o caráter hipotético do argumento. Em relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto anterior, julgue o item a seguir. (Analista – STJ – 2008 – CESPE) 37 Gabarito “C” (Analista – STF – 2008 – CESPE) Com referência às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item a seguir. (1) 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi 36 (Analista – TRT/18ª – 2008 – FCC) Transpondo-se para a voz ativa a frase Nossos reveses podem ser consolados pela palavra amiga, a forma verbal resultante será: (A) terá consolado. de consolar-se. (C) poderiam consolar. (D) pode consolar. (E) haverá de consolar. (B) hão 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi Gabarito “D” O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se obrigatoriamente numa forma do plural para preencher de modo correto a frase: (Analista – TRE/PB – 2007 – FCC) (A) Não ...... (ocorrer) aos astrônomos antigos que os planetas girassem em torno do Sol. (B) ...... (dizer) respeito a cada ser humano as pequenas batalhas diárias que visam à preservação do nosso planeta. (C) ...... (faltar) a todos os habitantes deste planeta tomar consciência dos riscos que estamos correndo. (D) Sejam bem-vindas todas as medidas a que se ...... (poder) recorrer para a melhoria da qualidade de vida na Terra. (E) Não ...... (haver) outras preocupações, já a escassez de água representa uma calamitosa ameaça para a vida na Terra. A: incorreta, “Não ocorreu” – o sujeito do verbo ocorrer é oracional “que os planetas girassem em torno do Sol”; B: correta, “Dizem respeito” – o sujeito do verbo dizer é “as pequenas batalhas diárias”; C: incorreta, “Falta a todos” – o sujeito do verbo faltar é “tomar consciência dos riscos que estamos correndo”; D: incorreta, “pode recorrer” – o sujeito da locução verbal é o pronome relativo que; E: incorreta, “Não há” – o verbo haver no sentido de existir é impessoal e mantém-se sempre no singular. 10 13 16 19 22 25 28 Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 706 (Analista – TSE – 2006 – CESPE) Em relação ao texto, assinale a opção correta. (A) A substituição de “estivera” (l.1) por tinha estado prejudica a correção gramatical do período. (B) A correção gramatical e as ideias originais serão mantidas, caso se reescreva o trecho “me não esqueceram (...) artigos que li” (l.9-10) da seguinte forma: não me esqueço dos discursos que ouvi, nem dos artigos que li. (C) Na expressão “contei-lhe” (l.22), “lhe” exerce a função de objeto direto. (D) A palavra “panaceia” (l.29) significa estratégia, método. A: incorreta, são equivalentes as formas verbais “estivera” e “tinha estado”; B: correta; C: incorreta, o verbo contar é transitivo direto e indireto. O pronome lhe corresponde ao objeto indireto. D: incorreta, a palavra panaceia (sem acento, de acordo com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa) tem o sentido daquilo que se emprega para remediar dificuldades. (Analista – TRT/4ª – 2006 – FCC) Estão corretos o emprego e a forma dos tempos verbais na seguinte frase: (A) O leitor que vir a percorrer crônicas do velho Braga estará sabendo atestar o valor de permanência dessas páginas. (B) O grande cronista falava do que lhe aprouver, confiante na riqueza da matéria oculta de cada cena, de cada fragmento da vida cotidiana com que se depare. (C) Não conveio a Rubem Braga aceitar a suposta fatalidade de ser um gênero “menor”, pois decidiu valer-se da crônica como veículo de alta expressão literária. (D) Desafortunado o leitor que não reter das crônicas de Rubem Braga as lições de poesia e de estilo, que o escritor soubesse ministrar a cada texto. (E) Da obra de Rubem Braga advira um prestígio que o gênero da crônica jamais gozara anteriormente, considerada que fosse como simples leitura de entretenimento. A: incorreta, “O leitor que vier” (verbo vir na 3ª pessoa do singular do futuro do subjuntivo); B: incorreta, “do que lhe aprouver” (verbo defectivo aprazer na 3ª pessoa do singular do futuro do subjuntivo); “com que se deparava” (verbo deparar na 3ª pessoa do singular do pretérito imperfeito do indicativo); C: correta, “Não conveio” (verbo convir na 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo); D: incorreta, “que não retivesse” (verbo reter na 3ª pessoa do singular do pretérito imperfeito do subjuntivo); “que o escritor soubera” (verbo saber na 3ª pessoa do singular do pretérito mais-que-perfeito); E: incorreta, “adveio um prestígio” (verbo advir na 3ª pessoa do singular do pretérito do indicativo.) O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural para preencher de modo correto a lacuna da frase: (Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC) (A) Aos recordes batidos nas competições ...... (preferir) o autor referir-se com palavras de nenhum entusiasmo. (B) Não as ...... (sensibilizar), a essas disciplinadíssimas nadadoras olímpicas, o prazer que deixam de sentir na água, em seus penosos treinamentos. (C) Caso ...... (vir) a se poupar de tão grande esforço, essas nadadoras talvez descobrissem o prazer natural da natação. (D) Quando se ...... (assistir) às brincadeiras das crianças na água, vê-se que não as move nenhuma outra preocupação senão a de se divertirem. (E) Nos treinamentos das nadadoras de competição, uma das evidências ...... (estar) na absoluta ausência de prazer em sua ação na água. A: incorreta, “prefere o autor” – o sujeito do verbo preferir é singular (“o autor”); B: incorreta, “Não as sensibilizaria (...) o prazer” – o sujeito do verbo sensibilizar é “o prazer natural da natação”; C: correta, “Caso viessem” – o sujeito do verbo vir é “essas nadadoras”; D: incorreta, “Quando se assiste” – o se é índice de indeterminação do sujeito. Sendo o sujeito indeterminado, o verbo fica na 3ª pessoa do singular; E: incorreta, “uma das evidências está” – o verbo estar concorda com seu sujeito”. (Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC) uma forma verbal em: (A) Deveríamos É preciso corrigir a flexão de rechaçar tudo o que se interpusesse como obstáculo ao processo que desencadeássemos em nossa auto-análise. (B) O que provier de uma imagem fabricada trará graves empecilhos ao reconhecimento do nosso rosto, quando nos detivermos diante de um espelho verdadeiro. (C) Uma vez que não nos conviu nos afastarmos dos subterfúgios ilusórios, também não nos convirá enfrentar nossa imagem num espelho verdadeiro. (D) Muitos descrêem da possibilidade de uma individuação; julgam-na uma quimera, têm-na como um desejo que nasce para não ser atendido. (E) Mesmo sendo difícil alcançar o absoluto sucesso que premie nosso esforço de individuação, não há por que não persistirmos em nossa auto-análise. “Uma vez que não nos conveio [verbo convir na 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito] nos afastarmos (...)” (Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC) Nas antigas aristocracias, o que se ...... da imagem pública de um indivíduo ...... que ela ...... aos parâmetros de honra e decoro que ...... a vida da corte. Haverá correta articulação entre os tempos verbais caso se preencham as lacunas da frase acima, na ordem dada, com as seguintes formas verbais: (A) esperava - era - correspondesse - regiam - era - correspondia - regessem (C) esperou - é - correspondia - regem (D) esperara - seria - corresponda - regiam (E) espera - é - correspondesse - regeram (B) esperava Há duas possibilidades de preenchimento das lacunas: “o que se esperava [pretérito] da imagem pública de um indivíduo era [pretérito] que ela correspondesse [verbo no pretérito – uso do modo subjuntivo – trata-se de uma expectativa] aos parâmetros de honra e decoro que regiam [pretérito] a vida da corte.” e “o que se espera [presente] da imagem pública de um indivíduo é que ela corresponda [verbo no presente – uso do modo subjuntivo – trata-se de uma expectativa] aos parâmetros de honra e decoro que regem [pretérito] a vida da corte.” Está correta a flexão de todas as formas verbais na frase: (Analista – TRT/24ª – 2006 – FCC) (A) Ao longo do tempo, os corruptos nem sempre se desaviram com as instituições; pelo contrário, muitos souberam usá-las em benefício próprio. (B) Em respeito à ética, se os interesses particulares se contrapuserem aos públicos, devem prevalecer estes, e não aqueles. (C) Caso não detêssemos boa parte dos nossos ímpetos destrutivos, nenhuma sociedade conheceria um momento sequer de estabilização. (D) Quando os estados nacionais não intervêem nas instituições corrompidas, a ordem social tende a fragilizar-se cada vez mais. (E) Se tivessem prevalecido as boas causas pelas quais nossos antepassados haveram de lutar, estaríamos hoje numa sociedade mais justa. A: incorreta, desavieram (verbo desavir [“pôr-se em desavença”] na 3ª pessoal do plural do pretérito mais-que-perfeito); B: correta, contrapuseram (verbo contrapor na 1ª pessoa do plural do pretérito imperfeito do subjuntivo); C: incorreta, detivéssemos (verbo deter na 1ª pessoa do plural do pretérito imperfeito do subjuntivo); D: incorreta, intervêm (verbo intervir na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo); E: incorreta, haverão (verbo haver na 3ª pessoa do plural do futuro de presente). Gabarito “B” A: incorreta, “Está nos traços” – o sujeito do verbo estar é singular (“uma forte inspiração para um ensino que ensine”); B: incorreta, “a quem pode convencer” – o sujeito da locução verbal é o pronome quem; C: incorreta, “O despertar (...) abre” – o sujeito é singular; D: correta, “hão de concorrer” – o sujeito do verbo haver é plural “os segmentos mais vivos”; E: incorreta, “Não deve constar” – o sujeito da locução verbal é “qualquer tipo de resposta estereotipada”. 7 Gabarito “B” (estar) nos traços da cultura brasileira, que são também estratégias de sobrevivência, uma forte inspiração para um ensino que ensine. (B) São muitas as pessoas a quem ...... (poder) convencer uma proposta ampla, honesta e revolucionária para o nosso ensino. (C) O despertar para a dialética e para as relações contrastantes ...... (abrir) um caminho mais consequente para a reflexão e para a prática. (D) Para uma revolução no ensino, como a aqui preconizada, ...... (haver) de concorrer os segmentos mais vivos da sociedade brasileira. (E) Não ...... (dever) constar, entre as possibilidades de interpretação de um texto, qualquer tipo de resposta estereotipada. 4 A cidade estivera agitada por motivos de ordem técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de um senador para preencher a vaga do finado Aristides Lobo. Dous candidatos e dous partidos disputavam a palma com alma. Vá de rima; sempre é melhor que disputá-la a cacete, cabeça ou navalha, como se usava antigamente. A garrucha era empregada no interior. Um dia, apareceu a Lei Saraiva, destinada a fazer eleições sinceras e sossegadas. Estas passaram a ser de um só grau. Oh! ainda agora me não esqueceram os discursos que ouvi, nem os artigos que li por esses tempos atrás pedindo a eleição direta! A eleição direta era a salvação pública. Muitos explicavam: direta e censitária. Eu, pobre rapaz sem experiência, ficava embasbacado quando ouvia dizer que todo o mal das eleições estava no método; mas, não tendo outra escola, acreditava que sim, e esperava a lei. A lei chegou. Assisti às suas estreias, e ainda me lembro que na minha seção ouviam-se voar as moscas. Um dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego e os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei que tinha razão, e contei-lhe algumas eleições antigas. Nisto o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa; em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de moribundo. A convicção é que se tinha achado a panaceia universal. Gabarito “C” (A) ...... 1 Gabarito “A” Gabarito “D” O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural para preencher de modo correto a lacuna da frase: (Analista – TRE/MS – 2007 – FCC) Texto para a questão seguinte. Gabarito “C” Ao transpor a oração passiva para a voz ativa, o agente da passiva (“pela palavra amiga”) será o sujeito da ativa (“a palavra amiga”) e o sujeito da passiva (“nossos reveses) será o objeto da ativa. O verbo principal da ativa (locução verbal poder consolar) estará no mesmo tempo e modo do verbo auxiliar da passiva (nesse caso, verbo ser no infinitivo). Desse modo, temos: “A palavra amiga pode consolar nossos reveses.” 39 Gabarito “C” 38 O verbo entre parênteses deverá flexionar-se, obrigatoriamente, numa forma do plural, para preencher de modo correto a lacuna da frase: (Analista – TRT/24ª – 2006 – FCC) (A) ...... -lhes (parecer) justo que as instituições sejam manipuláveis? (B) Eles, a quem nenhuma instituição jamais ...... (impor) quaisquer restrições, são os que mais reclamam. Gabarito “B” Gabarito “E” (Analista – TRF/1º – 2006 – FCC) Estão corretos o emprego e a flexão dos verbos na frase: polêmica que o editorial tinha aceso entre os latino-americanos também acerrou os ânimos de intelectuais progressistas europeus. (B) Atitudes colonialistas costumam insulflar ressentimentos entre os povos que buscam imergir de suas fundas penúrias. (C) A revista The Lancer descriminou os cubanos, tratando-os como bem lhe aprouveu. (D) Se os cubanos interviessem em outros países do modo como já intervieram as grandes potências, seriam duramente rechaçados. (E) Que ninguém se surprenda se os cubanos recomporem seu estilo de vida, após uma eventual ruptura política. (Analista – TRT/11ª – 2005 – FCC) Não é possível o exercício da profissão advocatícia se o cliente não tiver confiança absoluta em que as informações e os documentos passados a seu advogado sejam invioláveis. Permanecerá correta a articulação entre os tempos e os modos verbais da frase acima caso se substituam as formas sublinhadas, respectivamente, por: (A) seria possível − não tenha − são possível − não ter − serão (C) teria sido possível − não tenha − são (D) seria possível − não tivesse − fossem (E) será possível − não teria − sejam (B) será Substituições possíveis: “Não seria possível o exercício da profissão (...) se o cliente não tivesse confiança absoluta (...) que (...) os documentos passados a seu advogado fossem invioláveis.” ou “Não será possível o exercício da profissão (...) se o cliente não tiver confiança absoluta (...) que (...) os documentos passados a seu advogado serão invioláveis” ou “Não teria sido possível o exercício da profissão (...) se o cliente não tivesse confiança absoluta (...) que (...) os documentos passados a seu advogado eram invioláveis.” (Analista – TRT/11ª – 2005 – FCC) É injustificável a forma plural do verbo haver no caso da seguinte frase: (A) Não haveriam meios de alcançar o sucesso de nossas expedições, caso uma empresa não se dispusesse a patrociná-las. (B) Mais livros houvessem sido doados, mais leitores se beneficiariam da nova biblioteca. O verbo haver no sentido de existir é impessoal e permanece sempre no singular. Não há sujeito. Estão corretos o emprego e a forma dos verbos na frase: (Analista – TRT/11ª – 2005 – FCC) (A) Ainda que retêssemos apenas lembranças felizes, as más lembranças não tardariam a incorrer em nossa consciência. (B) Se a adolescência nos provisse apenas de momentos felizes, a ninguém conviria esperar pelos bons momentos da velhice. (C) Se a um velho só lhe aprouver o lamento pelo tempo que já passou, caber-lhe-á algo melhor que o temor do futuro? (D) Costuma ser repelido o adulto experiente que intervir na conduta de um jovem desorientado para tentar ratificar o rumo de sua vida. (E) Sempre conviu ao homem primitivo orientar-se pela sabedoria dos anciãos, ao passo que hoje poucos idosos conseguem fazer-se ouvido. A: incorreta, “Ainda que retivéssemos” – verbo reter; B: incorreta, “Se a adolescência nos proviesse” – verbo provir; C: correta, verbo aprazer; D: incorreta, “Sempre conveio” – verbo convir. Está correta a flexão de todas as formas verbais na frase: (Analista – TRT/13ª – 2005 – FCC) (A) Giscard contrapôs às falas de Mitterrand a impressão de que este se pronunciava como se detera o monopólio do coração. (B) A mãe interviu na discussão, alegando que seu filho era alérgico a pelos de animais – razão pela qual se indispusera com a dona do cachorrinho. (C) O autor afirma que sempre se comprazeu em participar de reuniões em que todos envidam esforços na busca de soluções conciliatórias. (D) Se condissessem com a verdadeira prática democrática, as campanhas eleitorais não dariam lugar ao discurso que inclui arrogância na argumentação. (E) Caso Mitterrand contesse o ímpeto de sua fala, não houvera de argumentar com tamanha simplificação e tão visível autoritarismo. A: incorreta, “como se detivera o monopólio” – verbo deter na 3ª pessoa do singular do pretérito mais-que-perfeito do indicativo; B: incorreta, “a mãe interveio” – verbo intervir na 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo; C: incorreta, “que sempre se comprazer – verbo defectivo comprazer na 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo; D: correta, “Se condissessem” – verbo condizer na 3ª pessoa do singular do pretérito imperfeito do subjuntivo; “não dariam” – verbo dar no futuro do pretérito do indicativo; “que inclui” – verbo incluir na 3ª pessoa do singular o presente do indicativo; E: incorreta, “Caso Miterrand contivesse” – verbo conter na 3ª pessoa do pretérito imperfeito do subjuntivo; “não haveria” – verbo haver na 3ª pessoa do futuro do pretérito do indicativo. Gabarito “D” A: incorreta, obsolescência; constitui (verbo constituir na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo); B: incorreta, denegrirem (verbo denegrir na 3ª pessoa do plural do futuro do subjuntivo); C: incorreta, banalização; D: incorreta, convergem (verbo convergir na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo); E: correta, medeiam (verbo mediar 3ª pessoa do plural do presente do indicativo); ensejam (verbo ensejar 3ª pessoa do plural do presente do indicativo). A: incorreta, “Quem se detiver” (verbo deter na 3ª pessoa do singular do futuro do subjuntivo); B: incorreta, “Os jovens se entretiveram” (verbo entreter na 3ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo); C: incorreta, “ninguém se imiscua” (verbo imiscuir-se – que significa “intrometer-se” – na 3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo); D: correta, “Sobreveio” (verbo sobrevir na 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo); E: incorreta, “Os prejuízos que advierem” (verbo advir na 3ª pessoa do singular do futuro do subjuntivo). haverão eles cometido, para despertarem tantos ressentimentos entre os colegas? (D) Que haveriam de trazer àquela gente simples da aldeia os aventureiros que chegavam com novos hábitos? (E) Não imagino a quem haveriam de agradecer os meninos pelo equipamento esportivo que receberam. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural para preencher corretamente a lacuna da frase: (Analista – TRE/RN – 2005 – FCC) (A) Não se ...... (atribuir) às lagartas a crueldade dos humanos, por depositarem os ovos no interior das vespas. (B) O que ...... (impelir) os animais a agirem como agem são seus instintos herdados, e não uma intenção cruel. (C) Não se ...... (equiparar) às violências dos machos, competindo na vida selvagem, a radicalidade de que é capaz um homem enciumado. (D) ...... (caracterizar-se), em algumas espécies animais, uma modalidade de violência que interpretamos como crueldade. (E) ...... (ocultar-se) na ação de uma única vespa os ditames de um código genético comum a toda a espécie. A: incorreta, “Não se atribui às lagartas” – o sujeito do verbo atribuir é “a crueldade dos humanos”; B: incorreta, “O que impele os animais” – o sujeito do verbo impelir é a palavra que; C: incorreta, “Não se equipara” – o sujeito do verbo equiparar é “a radicalidade de que é capaz um homem enciumado”; D: incorreta, “Caracteriza-se” – o sujeito do verbo caracterizar-se é “uma modalidade de violência que interpretamos como crueldade”; E: correta, “Ocultam-se na ação” – o sujeito do verbo ocultar-se é plural (“os ditames de um código genético comum a toda a espécie”). 3. PONTUAÇÃO (Analista – TRT/3ª – 2015 – FCC) A frase pontuada em conformidade com as orientações da gramática normativa é: (A) Não fica muito claro, como os veteranos estudiosos da área poderiam abrigar o pensamento desse jovem pesquisador, porque o ponto de vista dele é agudo e sobretudo, excêntrico. (B) Seria um equívoco atribuir ao procurador, daquela pessoa idosa, doente, e fragilizada a responsabilidade pelos malfeitos que foram descobertos, pois ele a tem em alta consideração. (C) Se é justo valorizar a experiência de nossos antepassados, o saber advindo de nossas próprias vivências, não deve ser tido como menos valoroso; ao contrário pode harmonizar-se com o saber herdado. (D) O conferencista comprovou que a contextualização é o traço mais forte na área da história das ideias que mais avançou na última década: a história do pensamento político. (E) Sempre voltou seu olhar para as flores mais sensíveis e, de cultivo mais difícil, porém, ao longo de sua trajetória valeu-se de cautelas mais adequadas ao cultivo de espécies mais resistentes. A: incorreta. A vírgula depois de “claro” está errada e deveria haver o mesmo sinal antes de “sobretudo”; B: incorreta. Não deve ser colocada vírgula depois de “procurador” nem de “doente”, que deve ser retirada e colocada após “fragilizada”; C: incorreta. Não há vírgula após “vivências” e deveria haver uma após “contrário”; D: correta. O período atende a todas as normas de pontuação da gramática; E: incorreta. Não há vírgula antes de “de cultivo” e deveria haver uma após “trajetória”. Gabarito “D” obsolecência das instituições constitue um dos grandes desafios dos legisladores, cuja função é reconhecer as solicitações de sua contemporaneidade. (B) Ao se denigrirem as boas reputações, desmoralizam-se os bons valores que devem reger uma sociedade. (C) A banalisação dos atos antissociais é um sintoma da doença do nosso tempo, quando a barbárie dissimula-se em rotina. (D) Quando, numa mesma ação, converjem defeitos e méritos, confundimo-nos, na tentativa de discriminá-los. (E) Os hábitos que medeiam as relações sociais são louváveis, quando eticamente instituídos, e odiosos, quando ensejam privilégios. se deter por muito tempo diante de um monitor, envolver-se-á de tal modo com o mundo virtual que o sobreporá ao mundo real. (B) Os jovens se entreteram tanto com o computador que nem se deram conta das horas que já haviam transcorrido. (C) Dizendo que não quer que ninguém se imisque em sua vida, o jovem tranca-se no quarto, para acessar a Internet e se pôr a navegar. (D) Sobreveio-lhe uma forte irritação, mas conteve-se e abriu a porta com calma, pedindo ao jovem que cessasse a navegação. (E) Os prejuízos que advirem do uso abusivo do computador não serão compensados pelas eventuais vantagens de que o usuário se beneficiou. Gabarito “D” (A) A (A) Quem Gabarito “D” Gabarito “D” Todas as palavras estão corretamente grafadas na frase: (Analista – TRT/24ª – 2006 – FCC) (Analista – TRT/3ª – 2005 – FCC) Está correta a flexão de todas as formas verbais da frase: (C) Que Gabarito “C” A: incorreta, “Parece-lhes” – o sujeito é indeterminado. O verbo deve ser mantido na 3ª pessoa do singular; B: incorreta, “nenhuma instituição jamais impôs” – o sujeito do verbo impor é singular (“nenhuma instituição”); C: incorreta, “Caso não se assegure” – o sujeito do verbo assegurar é singular (“o direito de se expressarem”); D: correta, “Se não vierem a ocorrer” – o sujeito do verbo vir é plural (“tantos desmandos institucionais”); E: incorreta, “É por disseminar” – o sujeito do verbo é oracional (“que muita instituição acaba”), sendo assim, mantém-se no singular. A: incorreta, “também acirrou” – verbo acirrar; B: incorreta, verbo insuflar; C: incorreta, “tratando-os como bem lhe aprouve” – verbo defectivo aprazer na 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo; D: correta, verbo intervir; E: incorreta, “que ninguém se surpreenda” – verbo surpreender. 41 Gabarito “E” se expressarem, as maiorias acabarão exercendo um poder totalitário. (D) Se não ...... (vir) a ocorrer, em qualquer sociedade, tantos desmandos institucionais, não haveria a necessidade de tantos organismos de fiscalização. (E) É por ...... (disseminar) ódios e privilégios que muita instituição acaba se desmoralizando a si mesma. Gabarito “A” (C) Caso não se ...... (assegurar) às minorias o direito de (A) A 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi Gabarito “D” 40 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi Gabarito “E” (Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) A pontuação está plenamente adequada no período: (A) Muito se debate, nos dias de hoje, acerca do espaço que o ensino religioso deve ou não ocupar dentro ou fora das escolas públicas; há quem não admita interferência do Estado nas questões de fé, como há quem lembre a obrigação que ele tem de orientar as crianças em idade escolar. (B) Muito se debate nos dias de hoje, acerca do espaço, que o ensino religioso deve ou não ocupar dentro ou fora das escolas públicas: há quem não admita interferência do Estado, nas questões de fé, como há quem lembre, a obrigação que ele tem de orientar as crianças em idade escolar. (C) Muito se debate nos dias de hoje, acerca do espaço que o ensino religioso, deve ou não ocupar dentro ou fora das escolas públicas, há quem não admita interferência do Estado nas questões de fé, como há quem lembre a obrigação: que ele tem de orientar as crianças em idade escolar. (D) Muito se debate, nos dias de hoje, acerca do espaço que o ensino religioso deve, ou não, ocupar dentro, ou fora, das escolas públicas; há quem não admita interferência, do Estado, nas questões de fé; como há quem lembre a obrigação, que ele tem de orientar as crianças em idade escolar. (Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) A pontuação está plenamente adequada na seguinte frase: (A) O autor ainda que de modo respeitoso, não deixa de discordar de dom Odilo Scherer, que se pronunciou numa entrevista recente, a respeito da cobrança segundo ele inadmissível por serviços de saúde. (B) O autor, ainda que de modo respeitoso não deixa de discordar de dom Odilo Scherer, que se pronunciou, numa entrevista recente a respeito da cobrança, segundo ele inadmissível, por serviços de saúde. (C) O autor, ainda que, de modo respeitoso, não deixa de discordar de dom Odilo Scherer, que se pronunciou numa entrevista recente a respeito da cobrança, segundo ele inadmissível, por serviços de saúde. (D) O autor, ainda que de modo respeitoso, não deixa de discordar de dom Odilo Scherer, que se pronunciou, numa entrevista recente, a respeito da cobrança, segundo ele inadmissível, por serviços de saúde. (E) O autor, ainda que de modo respeitoso não deixa de discordar, de dom Odilo Scherer, que se pronunciou, numa entrevista, recente, a respeito da cobrança segundo ele, inadmissível, por serviços de saúde. Os trechos “ainda que de modo respeitoso”, “numa entrevista recente” e “segundo ele inadmissível” devem estar entre vírgulas, porque estão deslocados da ordem direta nas respectivas orações; e há vírgula após “Scherer” para separar a oração subordinada adjetiva explicativa que lhe prossegue. A colocação do sinal de pontuação em qualquer outro ponto do período desatende aos preceitos gramaticais. O mito napoleônico baseia-se menos nos méritos de Napoleão do que nos fatos, então sem paralelo, de sua carreira. Os homens que se tornaram conhecidos por terem abalado o mundo de forma decisiva no passado tinham começado como reis, como Alexandre, ou patrícios, como Júlio César, mas Napoleão foi o “pequeno cabo” que galgou ao comando de um continente pelo seu puro talento pessoal. Todo homem de negócios daí em diante tinha um nome para sua ambição: ser − os próprios clichês o denunciam − um “Napoleão das finanças” ou “da indústria”. Todos os homens comuns ficavam excitados pela visão, então sem paralelo, de um homem comum maior do que aqueles que tinham nascido para usar coroas. Em síntese, foi a figura com que todo homem que partisse os laços com a tradição podia se identificar em seus sonhos. Ele destruíra apenas uma coisa: a Revolução de 1789, o sonho de igualdade, liberdade e fraternidade, do povo se erguendo na sua grandiosidade para derrubar a opressão. Este foi um mito mais poderoso do que o dele, pois, após a sua queda, foi isto e não a sua memória que inspirou as revoluções do século XIX, inclusive em seu próprio país. (Adaptado de Eric. J. Hobsbawm. A era das revoluções − 1789-1848. 7ª ed. Trad. de Maria Tereza Lopes Teixeira e Marcos Penchel. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989, p.93-4) (Analista – TRT9 – 2012 – FCC) Atente para as seguintes afirmações sobre a pontuação empregada no texto. I. II. III. Os homens que se tornaram conhecidos por terem abalado o mundo de forma decisiva no passado tinham começado como reis, como Alexandre, ou patrícios, como Júlio César ... (1º parágrafo) O segmento em destaque poderia ser isolado por vírgulas, sem prejuízo para o sentido e a correção. Para os franceses ele foi também algo bem mais simples: o mais bem-sucedido governante de sua longa história. (2º parágrafo) Uma vírgula poderia ser colocada imediatamente depois do termo franceses, sem prejuízo para a correção e a lógica. Ele destruíra apenas uma coisa: a Revolução de 1789, o sonho de igualdade, liberdade e fraternidade, do povo se erguendo na sua grandiosidade para derrubar a opressão. (3º parágrafo) Os dois-pontos introduzem no contexto um segmento explicativo. Está correto o que se afirma em (A) I e II, apenas. apenas. (C) I, II e III. (D) III, apenas. (E) II e III, apenas. (B) I, I: incorreta. A colocação das vírgulas daria ao trecho conotação adjetiva explicativa, alterando seu sentido original que é restritivo (fala-se apenas dos homens que se tornaram conhecidos por terem abalado o mundo, não de todos os homens); II: correta. O adjunto adverbial pode ser facultativamente separado por vírgula quando está deslocado para o início da oração sem qualquer prejuízo para o sentido do texto ou para a correção gramatical; III: correta. Os dois-pontos foram realmente usados para anunciar o aposto. Gabarito “E” As vírgulas devem ser usadas somente para separar as orações “sobretudo entre os estudiosos da linguagem”, “por não haver dois sinônimos perfeitos” e “ainda que com isso se corra o risco de passar por pernóstico”, por serem orações subordinadas adverbiais deslocadas da ordem direta do período. A colocação da vírgula em qualquer outro lugar desatende as normas gramaticais. O adjunto adverbial “nos dias de hoje” deve estar entre vírgulas, porque está deslocado da ordem direta da oração. Após “públicas”, o sinal de pontuação pode tanto ser o ponto e vírgula, para indicar uma interrupção no raciocínio, quanto os dois-pontos, para anunciar a enumeração dos argumentos. Após “fé”, é indiferente o uso de ponto e vírgula ou vírgula, diante da função de separar as orações coordenadas. Quaisquer outras vírgulas adicionadas ou faltantes ofendem as regras de pontuação, porque, principalmente as primeiras, acabam por separar o sujeito do verbo ou esse de seus complementos. Para os franceses ele foi também algo bem mais simples: o mais bem-sucedido governante de sua longa história. Triunfou gloriosamente no exterior, mas, em termos nacionais, também estabeleceu ou restabeleceu o mecanismo das instituições francesas como existem hoje. Ele trouxe estabilidade e prosperidade a todos, exceto para os 250 mil franceses que não retornaram de suas guerras, embora até mesmo para os parentes deles tivesse trazido a glória. Sem dúvida, os britânicos se viam como lutadores pela causa da liberdade contra a tirania; mas em 1815 a maioria dos ingleses era mais pobre do que o fora em 1800, enquanto a maioria dos franceses era quase certamente mais rica. (Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC) Está plenamente adequada a pontuação da seguinte frase: (A) As fotografias, por prosaicas que possam ser, representam um corte temporal, brecha no tempo por onde entra nosso olhar, capturado que foi pela magia da imagem e por ela instado a uma viagem imaginária. (B) As fotografias, por prosaicas que possam ser representam um corte temporal; brecha no tempo, por onde entra nosso olhar capturado, que foi pela magia da imagem, e por ela instado a uma viagem imaginária. (C) As fotografias por prosaicas, que possam ser, representam um corte temporal: brecha no tempo por onde entra nosso olhar, capturado que foi, pela magia da imagem, e por ela instado a uma viagem imaginária. (D) As fotografias por prosaicas, que possam ser representam, um corte temporal, brecha no tempo por onde entra nosso olhar capturado, que foi pela magia da imagem e por ela instado a uma viagem imaginária. (E) As fotografias por prosaicas que possam ser, representam um corte temporal, brecha no tempo por onde entra nosso olhar, capturado, que foi pela magia da imagem e, por ela, instado a uma viagem imaginária. As orações “por prosaicas que possam ser” e “brecha no tempo por onde entra nosso olhar”, por serem orações adverbiais deslocadas da ordem direta do período, devem estar entre vírgulas. Quaisquer variações na pontuação desatenderão aos preceitos gramaticais. (Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC) A única frase NÃO pontuada corretamente é: (A) À beira de um ano novo – e quase à beira do outro século –, a imprensa discutia ainda a mesma questão, crucial, sem dúvida, que ocupara por décadas o espírito dos homens públicos. (B) Encontrando o rapaz no lugar combinado, não o saudei; olhei-o, porém, fixamente, e sorri, é verdade, mas como se fosse para alguém a quem se cumprimenta só por obrigação. (C) A mais alta delas andava rapidamente; a outra, cantando e sorrindo, fazia dos passos um modo de brinquedo, então bastante em moda entre os mais jovens. (D) É minha opinião, que não se deve falar mal de ninguém; e menos ainda daqueles que prestam serviços públicos: estes querendo ou não, estão a nosso serviço cotidianamente. (E) Só muito tempo depois de sua partida (vejam o que é a indecisão imposta pelo medo!), compreendi que era só uma mudança de bairro, e então prometi que a visitaria logo. É minha opinião: [o sinal de dois-pontos anuncia uma oração apositiva] que não se deve falar mal de ninguém e, menos ainda, daqueles que prestam serviços públicos. [ponto] Estes, [vírgula] querendo ou não, estão a nosso serviço cotidianamente. Gabarito “D” gem, que por não haver dois sinônimos perfeitos, há que se empregar com toda a precisão os vocábulos de uma língua, ainda que com isso, se corra o risco de passar por pernóstico. (B) Acredita-se, sobretudo entre os estudiosos da linguagem que, por não haver dois sinônimos perfeitos há que se empregar, com toda a precisão, os vocábulos de uma língua ainda que com isso, se corra o risco de passar por pernóstico. (C) Acredita-se sobretudo entre os estudiosos da linguagem que, por não haver dois sinônimos perfeitos, há que se empregar com toda a precisão, os vocábulos de uma língua ainda que, com isso, se corra o risco de passar por pernóstico. (D) Acredita-se, sobretudo, entre os estudiosos da linguagem, que, por não haver dois sinônimos perfeitos, há que se empregar com toda a precisão, os vocábulos de uma língua, ainda que com isso, se corra o risco de passar por pernóstico. (E) Acredita-se, sobretudo entre os estudiosos da linguagem, que, por não haver dois sinônimos perfeitos, há que se empregar com toda a precisão os vocábulos de uma língua, ainda que com isso se corra o risco de passar por pernóstico. que o ensino religioso deve, ou não, ocupar dentro ou fora das escolas públicas: há quem não admita interferência do Estado, nas questões de fé, como há quem lembre, a obrigação, que ele tem de orientar as crianças, em idade escolar. Gabarito “D” (A) Acredita-se sobretudo entre os estudiosos da lingua- (E) Muito se debate, nos dias de hoje acerca do espaço 43 Gabarito “A” (Analista – TRT/1ª – 2012 – FCC) Está plenamente adequada a pontuação do seguinte período: Gabarito “A” 42 (A) Mesmo os stalinistas, que não acreditavam nesses horrores, passaram a execrar seu velho ídolo. (B) As metáforas, que costumam tornar mais concretas as ideias, são úteis e expressivas. (C) O fracasso do comunismo, na prática, acabou com a desculpa para o stalinismo. (D) Quem recorre aos meios extremos, condenados pelos democratas, costuma dá-los como necessários. (E) Até mesmo os sádicos se valem, aqui e ali, de argumentos dados como irrefutáveis. A e B: incorretas, a exclusão da vírgula em “stalinistas que” ou “metáforas que” transformará as orações explicativas em restritivas; C: incorreta, a locução adverbial “na prática” passa a ser adjunto do substantivo comunismo; D: incorreta, sem as vírgulas, os termos “condenados pelos democratas” ficam ligados ao substantivo anterior “extremos” e não mais a “meios extremos”. E: correta, os adjuntos adverbiais “aqui e ali” não terão alterados seus sentidos na oração se as vírgulas forem excluídas. Gabarito “E” 1 A expressão caos aéreo já faz parte da linguagem corrente quando o assunto é a aviação comercial brasileira. A rigor, toda essa crise latente no sistema de terminais 4 aeroportuários – que aflora nos momentos de pico de viagens e a qualquer maior instabilidade meteorológica em regiões chave – já foi prevista há muito tempo. Não era preciso ser 7 médium para, mesmo antes do desastre com avião na Amazônia no final de 2006, perceber que a leniência das autoridades federais diante dos gargalos no setor iria, cedo ou 10 tarde, desembocar na atual situação: pistas saturadas, salas de espera repletas, infraestrutura dos aeroportos, principalmente os maiores, sobrecarregada. Nó dos aeroportos poderá ser desatado. In: O Globo, 5/12/2010 (com adaptações). (STM – 2011 – CESPE) Acerca dos aspectos estruturais e dos sentidos do texto acima, julgue o item a seguir. A omissão do trecho isolado por travessões não acarretaria prejuízo para a correção gramatical do texto. 1: correta, o travessão isola a oração complementar “que aflora nos momentos de pico de viagens e a qualquer maior instabilidade meteorológica em regiões chave”. A omissão desses termos intercalados não acarretaria prejuízo para compreensão ou para a correção gramatical do texto. Gabarito 1C Existe uma longa tradição analítica que divide a economia em três setores: primário (atividades agropecuárias), secundário (indústrias extrativas, de transformação, construção civil e utilidades públicas) e terciário (que inclui todos os tipos de serviços públicos e privados). Até aí tudo bem. Entretanto, há também uma tradição em associar as atividades primárias a baixa produtividade, pouca tecnologia e reduzida interconexão com o resto da economia, além de reduzida eficiência organizacional. Ao mesmo tempo, associam-se à indústria qualidades opostas, ou seja, elevada produtividade, maior nível tecnológico e sofisticada organização. Historicamente isso certamente é correto, pelo menos até há pouco tempo, o que resultou em uma proposição ainda hoje extraordinariamente difundida e aceita de que mais indústria é bom e mais agricultura é ruim do ponto de vista do crescimento. Um corolário imediato é também derivado na área de comércio exterior: mais exportações agrícolas (e minerais) pouco contribuem para o crescimento de longo prazo, pois provocam valorização cambial e pouca expansão do emprego, prejudicando a indústria, a chave do crescimento. Essa dicotomia apresenta hoje muitos problemas para ser usada sem cautela, por algumas razões. Uma parte crescente das novidades tecnológicas não está na indústria, mas sim nos serviços, onde se destacam a Tecnologia da Informação (TI), as comunicações, os serviços criativos, etc. Esse fenômeno é tão poderoso que se reconhece que vivemos uma revolução de software, onde se gera a maior parte do valor, que coloca O hardware (máquinas e equipamentos), como caudatários do processo. Por outro lado, a TI permitiu uma ampla modificação no sistema de produção, em que se busca cada vez mais foco e especialização para a cadeia de produção. Como consequência, as atividades produtivas se organizam de maneiras diferentes, formando cadeias muito mais complexas do que no passado e tornando, a meu juízo, envelhecidas as contraposições do tipo agricultura versus indústria. (Adaptado do artigo de José Roberto Mendonça de Barros. O Estado de S. Paulo, B6/Economia, 7 de março de 2010) (TRT/24ª – 2011 – FCC) A respeito do 1º parágrafo do texto, está INCORRETO o que consta em: (A) Entretanto e Ao mesmo tempo têm função adverbial no contexto em que se situam, introduzindo ressalva em relação ao que se afirma antes. (B) Substituindo-se a expressão uma longa tradição analítica por análises tradicionais, os verbos Existe e divide devem ser colocados no plural, em respeito às normas de concordância. (C) A presença dos dois pontos assinala a introdução de um segmento enumerativo como explicação necessária para a expressão três setores. (D) Os segmentos que aparecem entre parênteses especificam o sentido do termo imediatamente anterior a cada um deles. (E) A ausência e a presença do sinal de crase nos segmentos associar as atividades primárias a baixa produtividade, pouca tecnologia e reduzida interconexão com o resto da economia e associam-se à indústria qualidades opostas denotam incorreção, por ter sido empregado o mesmo verbo, associar. A: assertiva correta, a conjunção adversativa “entretanto” e a locução adverbial “ao mesmo tempo” exprimem uma ressalva; B: assertiva correta, se o referente é flexionado para o plural, os verbos acompanham; C: assertiva correta, o sinal de dois-pontos é utilizado antes de certos apostos, principalmente nas enumerações; D: assertiva correta, os parênteses isolam explicações; E: assertiva incorreta, devendo ser assinalada. O verbo regente associar exige a preposição a. As preposições estão corretamente empregadas. Antes de “baixa produtividade, pouca tecnologia e reduzida interconexão”, há a preposição a que se refere aos três elementos que estão sem artigo (produtividade, tecnologia e interconexão). Em “associam-se à indústria”, temos a preposição exigida pelo verbo e o artigo feminino a antes do substantivo “indústria”. Gabarito “E” (Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC) A exclusão das vírgulas NÃO alterará o sentido da seguinte frase: (1) 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi Preocupada com a ameaça de repetição da crise alimentar que provocou conflitos em várias partes do mundo em 2008, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) convocou uma reunião de emergência, em Roma. As causas dos problemas atuais são bem diferentes das que, há dois anos, levaram o mundo a enfrentar uma séria crise de alimentos. Neste ano, o mundo deverá colher a terceira maior safra de grãos da história e os estoques mundiais estão em nível bem mais alto do que em 2008. Mesmo assim, as cotações de alguns dos principais produtos, de grande consumo pelas populações mais pobres do planeta, subiram muito nos últimos meses e algumas, como as do trigo, mantêm tendência de alta. Protestos contra a alta exagerada de alguns produtos, como o pão, e a escassez de outros, já ocorreram em Moçambique,no Egito e na Índia. Na Rússia, a falta de trigo preocupa a população, e a história recente do país mostra que a escassez de produtos essenciais – como salsicha, sal e vodca, além de farinha de trigo – pode resultar em instabilidade política. Uma combinação de pânico de escassez prolongada e um grande fluxo de investimentos que não encontram atrativos no mercado financeiro para a especulação com estoques e preços de produtos agrícolas está provocando, há alguns meses,uma alta contínua das cotações de alimentos. O índice geral de preços está no seu nível mais alto desde setembro de 2008. Um conjunto de más notícias assustou os consumidores,que foram às compras, o que está pressionando os preços ainda mais para cima. A Rússia transformou-se na principal fonte de notícias ruins para o mercado mundial de alimentos. Assolada pela seca, que deu origem a muitos incêndios nas plantações, estima que este ano sua produção de grãos será38% menor do que a de 2009. As inundações na Ásia destruíram plantações e dificultaram a distribuição de produtos, especialmente para a população mais pobre. Nesse quadro, alguns produtores preferiram manter o produto estocado a vendê-lo pelos preços oferecidos, o que estimulou a alta. Além disso, com os juros baixos na maioria dos países, como parte das medidas de estímulo para as economias afetadas pela crise mundial, investidores estão buscando outras opções de aplicação, e as encontram no mercado de produtos agrícolas, cujos preços, por isso, sobem mais. São notícias preocupantes, mas as reservas mundiais em grãos, suficientes para cobrir a quebra de produção provocada pelos fenômenos climáticos, deveriam conter seus efeitos. Infelizmente,esse dado não está sendo levado na devida conta. (Adaptado de O Estado de S. Paulo, Notas e Informações, A3, 12 de setembro de 2010) (TRT/22ª – 2010 – FCC) – como salsicha, sal e vodca, além de farinha de trigo – (2º parágrafo). Identifica-se, no segmento isolado pelos travessões, (A) especificação enumerativa referente à expressão anterior. (B) repetição enfática de afirmativa já apresentada. 45 (C) retificação de informação constante do desenvolvimento. (D) conclusão esperada do que vem sendo discutido no parágrafo. (E) reprodução exata de citação constante em documento oficial. Os travessões têm também a função de isolar ou destacar uma sequência enumerativa, como em “a escassez de produtos essenciais – como salsicha, sal e vodca, além de farinha de trigo – pode resultar” A expressão a que a enumeração se refere é “produtos essenciais”. Gabarito “A” 44 Multidões de mascarados e maquiados com cores alegóricas das nacionalidades envolvidas nas disputas da Copa do Mundo falam por esse meio uma linguagem que simbolicamente quer dizer muito mais do que pode parecer. Trata-se de um ritual cíclico de renovação de identidades nacionais expressas nos ornamentos e paramentos do que é funcionalmente uma nova religião no vazio contemporâneo. Aqui no Brasil as manifestações simbólicas relacionadas com o futebol e seus significados têm tudo a ver com o modo como entre nós se difundiu a modernidade, nas peculiaridades de nossa história social. Embora não fosse essa a intenção, rapidamente esse esporte assumiu entre nós funções sociais extrafutebolísticas que se prolongam até nossos dias e respondem por sua imensa popularidade. A República, em que todos se tornaram juridicamente brancos, sucedeu a monarquia segmentada em senhores e escravos, brancos e negros, todos acomodados numa dessas duas identidades. A República criou o brasileiro genérico e abstrato. O advento do futebol entre nós coincidiu com a busca de identidades reais para preencher as incertezas dessa ficção jurídica. Clubes futebolísticos de nacionalidades, de empresas, de bairros, de opções subjetivas disfarçaram as diferenças sociais reais e profundas, sobrepuseram-se a elas e tornaram funcionais os conflitos próprios da nova realidade criada pela abolição da escravatura. No futebol há espaço para acomodações e inclusões, mesmo porque, sem a diversidade de clubes e sem a competição, o futebol não teria sentido. O receituário da modernidade inclui, justamente, esses detalhes de convivência com a diversidade e com a rotatividade dos que triunfam. Nela, a vida recomeça continuamente; depois da vitória é preciso lutar pela vitória seguinte. O futebol, essencialmente, massificou e institucionalizou a competição e a concorrência, elevou-as à condição de valores sociais e demonstrou as oportunidades de vitória de cada um no rodízio dos vitoriosos. Nele, a derrota nunca é definitiva nem permanente. Por esse meio, o que era mero requisito do funcionamento do mercado e da multiplicação do capital tornou-se expressamente um rito de difusão de seus princípios no modo de vida, na mentalidade e no cotidiano das pessoas comuns. É nesse sentido que o futebol só pode existir em sociedades competitivas e de antagonismos sociais administráveis. 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi Atenção: para responder a questão seguinte, considere o segmento: Com uma diferença: os 22 jogadores não atuavam como dois times de 11, mas como um único time jogando contra a bola, perseguida em campo todo o tempo. (último parágrafo) (TRE/AC – 2010 – FCC) Os dois pontos introduzem (A) sequência de fatos que justificam a surpresa do pesquisador citado. (B) enumeração de situações pertinentes a uma sociedade tribal. (C) contestação apresentada pelo autor sobre a opinião do antropólogo. (D) repetição enfática de informações apresentadas anteriormente. (E) comentário explicativo a respeito da afirmativa anterior a eles. Uma das funções do sinal de dois-pontos é sinalizar que haverá uma explicação. Gabarito “E” Há justificativa para esta seguinte alteração de pontuação, proposta para o segmento final do primeiro parágrafo: (Analista – TRT/16ª – 2009 – FCC) (A) o citadino diz que ela é caipira querendo dizer: que é atrasada, e portanto, meio ridícula. (B) o citadino diz que ela é caipira querendo dizer que é atrasada; e portanto, meio ridícula. (C) o citadino diz que ela é caipira, querendo dizer, que é atrasada, e, portanto, meio ridícula. (D) o citadino diz que ela é caipira, querendo dizer que é atrasada e, portanto, meio ridícula. (E) o citadino diz: que ela é caipira, querendo dizer: que é atrasada, e portanto meio ridícula. O segmento final do primeiro parágrafo é: “o citadino diz que ela é caipira, querendo dizer que é atrasada e portanto meio ridícula.”. A única alteração de pontuação possível seria colocar a conjunção conclusiva portanto entre vírgulas. A palavra que, nesse segmento, é conjunção integrante e não há vírgula antes dela. Gabarito “D” O país é o mesmo. O dia, mês e ano também. Brasil, 28 de abril de 2009. No Rio Grande do Sul, o índice de chuvas está 96% abaixo do que seria normal neste período. A taxa de umidade despencou para menos de 20%, enquanto o saudável é praticamente o dobro. Tudo é seca e insolação. Brasil, 28 de abril de 2009. No Piauí os moradores enfrentam as piores cheias dos últimos 25 anos. Chove sem parar. Cidades estão ilhadas. Cerca de 100 mil pessoas ficaram desabrigadas. Olhemos, agora, por exemplo, não para a loucura do tempo em um único país, mas sim para a “loucura a dois”. Por que chove tanto em algumas regiões distantes da costa, como no interior da Amazônia, enquanto países como a Austrália se transformam em deserto? Dois cientistas russos sustentam, embasados na metodologia da bomba biótica, que as florestas são responsáveis pela criação dos ventos e a distribuição da chuva ao redor do planeta – como uma espécie de coração que bombeia a umidade. Esse modelo questiona a meteorologia convencional, que explica a movimentação do ar sobretudo pela diferença de temperatura entre os oceanos e a terra. Ao falarem de chuva aqui e de seca acolá, eles acabam falando de um dos mais atuais e globalizados temas: a devastação das matas. Para o biogeoquímico Donato Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e principal proponente da linha da bomba biótica no Brasil, somente ela é que explica com clareza a contradição entre a seca e a aridez que estão minguando as lavouras na região Sul e as chuvas intensas que transbordam o Norte e o Nordeste. 13 apenas do interior do sujeito) e a heteronomia dos valores morais de sua sociedade (os valores são dados externos ao sujeito). Esse conflito só pode ser resolvido se o agente 16 reconhecer os valores de sua sociedade como se tivessem sido instituídos por ele, como se ele pudesse ser o autor desses valores ou das normas morais, pois, nesse caso, ele 19 será autônomo, agindo como se tivesse dado a si mesmo sua própria lei de ação. Marilena Chaui. “Uma ideologia perversa”. In: Folhaonline, 14/3/1999 (com adaptações). Julgue o seguinte item, a respeito da organização das estruturas linguísticas e das ideias do texto acima. (Analista – STF – 2008 – CESPE) (1) 1: tanto os parênteses quanto o travessão podem isolar uma ideia, destacando-a. 1 4 7 De acordo, porém, com o professor americano David Adams, da Universidade do Estado do Amazonas, os físicos russos estão supervalorizando a força da bomba biótica. 10 (Adaptado de Maíra Magro. Istoé, 6/5/2009, pp. 98-99) 13 ... eles acabam falando de um dos mais atuais e globalizados temas: a devastação das matas. (3º parágrafo) 16 O emprego dos dois-pontos assinala, no contexto, 19 (TRT/16ª – 2009 – FCC) de comentário repetitivo. (B) especificação da expressão anterior a eles. (C) transcrição exata da fala dos especialistas. (D) segmento que apresenta sequência de fatos. (E) reforço no sentido da afirmativa anterior. (A) introdução Os dois pontos assinalam a presença de um segmento explicativo. Nesse caso, especifica-se a expressão anterior aos dois pontos (“temas”). 1 O agente ético é pensado como sujeito ético, isto é, como um ser racional e consciente que sabe o que faz, como um ser livre que escolhe o que faz e como um ser 4 responsável que responde pelo que faz. A ação ética é balizada pelas ideias de bem e de mal, justo e injusto, virtude e vício. Assim, uma ação só será ética se consciente, livre e 7 responsável e será virtuosa se realizada em conformidade com o bom e o justo. A ação ética só é virtuosa se for livre e só o será se for autônoma, isto é, se resultar de uma decisão 10 interior do próprio agente e não de uma pressão externa. Evidentemente, isso leva a perceber que há um conflito entre a autonomia da vontade do agente ético (a decisão emana Os sinais de parênteses nas linhas de 12 a 15 têm a função de organizar as ideias que destacam e de inseri-las na argumentação do texto; por isso, sua substituição pelos sinais de travessão preservaria a coerência textual e a correção do texto, mas, na linha 15, o ponto final substituiria o segundo travessão. 22 Aceitar que somos indeterminados naturalmente, que seremos lapidados pela educação e pela cultura, que disso decorrem diferenças relevantes e irredutíveis aos genes é muito difícil. Significa aceitarmos que há algo muito precário na condição humana. Parte pelo menos dessa precariedade ou indeterminação alguns chamarão liberdade. Porém nem mesmo a liberdade é tão valorizada quanto se imagina. Ela implica responsabilidades. Parece que se busca conforto na condição de coisa. Se eu for objeto, isto é, se eu for natureza, meus males independem de minha vontade. Aliás, o que está em discussão não é tanto o que os causou, mas como resolvê-los: se eu puder solucioná-los com um remédio ou uma cirurgia, não preciso responsabilizar-me, a fundo, por eles. Tratarei a mim mesmo como um objeto. A postura das ciências humanas e da psicanálise é outra, porém. Muito da experiência humana vem justamente de nos constituirmos como sujeitos. Esse papel é pesado. Por isso, quando entra ele em crise — quando minha liberdade de escolher amorosa ou política ou profissionalmente resulta em sofrimento —, posso aliviar-me procurando uma solução que substitua meu papel de sujeito pelo de objeto. Roberto Janine Ribeiro. A cultura ameaçada pela natureza. Pesquisa Fapesp Especial, p. 40 (com adaptações). (Analista – STF – 2008 – CESPE) Considerando o texto acima, 1 Um lugar sob o comando de gestores, onde os funcionários são orientados por metas, têm o desempenho avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela 4 eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo — menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas das práticas implantadas com sucesso em um grupo de 7 escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A experiência chama a atenção pelo impressionante progresso dos estudantes depois que ingressaram ali. 10 Como é praxe no local, o avanço foi quantificado. Os alunos são testados na entrada, e quase metade deles tirou zero em matemática e notas entre 1 e 2 em português. Isso 13 em uma escala de zero a 10. Depois de três anos, eles cravaram 6 em tais matérias, em uma prova aplicada pelo Ministério da Educação. Em poucas escolas públicas 16 brasileiras, a média foi tão alta. De saída, há uma característica que as distingue das demais: elas são administradas por uma parceria entre o governo e uma 19 associação formada por empresários da região. Os professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo 22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é concedido bônus no salário. Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações). (STF – 2008 – CESPE) Com referência às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens a seguir. Na linha 20, o sinal de dois-pontos é empregado para indicar que, subsequentemente, há uma explicação. (2) O emprego de vírgula logo após “alunos” (l.21) justifica-se por isolar elementos de mesma função gramatical. (1) 1: correta, o sinal de dois-pontos antecede uma explicação. Veja o trecho: “Os professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo cumprimento das metas acadêmicas”; 2: correta, em “recebem notas dos alunos, dos pais” a vírgula isola os complementos do objeto direto “notas”. 1 Se a perspectiva do político é a perspectiva de como o poder se constitui e se exerce em uma sociedade, como se distribui, se difunde, se dissemina, mas também se oculta, se 4 dissimula em seus diferentes modos de operar, então é fundamental uma análise do discurso que nos permita rastreá-lo. A necessidade de discussão da questão política e 7 do exercício do poder está em que, em última análise, todos os grupos, classes, etnias visam, de uma forma ou de outra, o controle do poder político. Porém, costumamos ver o poder 10 como algo negativo, perverso, no sentido da dominação, da submissão. Não há, entretanto, sociedade organizada sem formas de exercício de poder. A questão, portanto, deve ser: 13 como e em nome de quem este poder se exerce? Danilo Marcondes. Filosofia, linguagem e comunicação. São Paulo: Cortez, 2000, pp. 147-8 (com adaptações). julgue o item subsequente. (1) O deslocamento do travessão na linha 21 para logo depois de “profissionalmente” (l.20) preservaria a correção gramatical do texto e a coerência da argumentação, com a vantagem de não acumular dois sinais de pontuação juntos. 1: incorreta, os termos destacados pelo uso do travessão trabalham sintaticamente entre si, isto é, seus verbos e complementos estão dentro do travessão. O deslocamento do travessão, como sugerido, resultaria em alterações sintáticas e semânticas: o sujeito do verbo resultar, que é “liberdade de escolher”, não ficaria claramente indicado. Gabarito 1E (Adaptado de José de Souza Martins. O Estado de S. Paulo, aliás, J7, 4 de julho de 2010) Gabarito “B” Interpretaram o futebol como ritual de caça. Algo próprio de uma sociedade tribal e comunitária. “O tempo anda louco”, eis a frase leiga e padrão que mais se fala e mais se ouve nas queixas em relação às radicais discrepâncias climáticas. Vale para o Norte e Nordeste do país, vale para a região Sul também. A mais nova e polêmica explicação para tais fenômenos é uma revolucionária teoria sobre as chuvas, chamada “bomba biótica”, e pode mudar os conceitos da meteorologia tradicional. 47 Gabarito 1C, 2C Fora delas, não é compreendido. Há alguns anos, um antropólogo que estava fazendo pesquisa com os índios xerentes, de Goiás, surpreendeu-se ao ver que eles haviam adotado entusiasticamente o futebol. Com uma diferença: os 22 jogadores não atuavam como dois times de 11, mas como um único time jogando contra a bola, perseguida em campo todo o tempo. Gabarito 1C 46 Em relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item a seguir. (Analista – STJ – 2008 – CESPE) (1) A vírgula logo depois de “operar” (l.4) indica que a relação entre as ideias expressas no período iniciado por “então é fundamental” (l.4-5) e as ideias expressas no período anterior seria mantida se a palavra “então” fosse substituída por “posto que”. 1: incorreta, o advérbio então, nesse contexto, tem a acepção de “nesse caso”, “nessa situação”, e não pode ser substituído pela locução conjuntiva posto que, que significa “embora”, “apesar de 1: correta, tanto os parênteses quanto o travessão podem isolar uma ideia, destacando-a. Gabarito 1C 16 19 primeira vez, a população de Belo Horizonte vai poder escolher, por meio da Internet, as obras que serão executadas na cidade. Disponível no período de 1.º a 30 de novembro, a nova modalidade, conhecida por Orçamento Participativo Digital, tem parceria entre a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH) e o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG). (B) O novo sistema baseia-se em dados fornecidos pelo TRE-MG à PBH (quantitativo de eleitores, número do título de eleitor etc.), e foi solicitado pelo prefeito de BH, Fernando Pimentel, há cerca de seis meses, ao então presidente da instituição, Armando Pinheiro Lago. (C) O voto via Internet será permitido apenas para aqueles com domicílio eleitoral na capital (aproximadamente 1,7 milhão de pessoas), que poderão decidir pelo conjunto de nove obras (quatro em cada regional) que serão feitas no município em um prazo máximo de dois anos. (D) Para votar, o cidadão deve entrar no sítio da PBH. Quem não tiver acesso à Internet em casa pode ir até um dos 175 postos públicos montados, pela PBH onde haverá monitores para ajudar aqueles que não estão acostumados a lidar com computador. Opções adaptadas. Internet: <www.tse.gov.br>. “Quem não tiver acesso à Internet em casa pode ir até um dos 175 postos públicos montados, pela PBH, [vírgula] onde haverá monitores para ajudar aqueles que não estão acostumados a lidar com computador.” Emir Sader. “Trabalhemos menos, trabalhemos todos”. In: Correio Braziliense, 18/11/2007 (com adaptações). parênteses é a de Uma das funções dos (A) separar os diversos itens de uma enumeração. a um texto um tom coloquial. (C) indicar que termos foram deslocados na oração. (D) isolar explicações, indicações ou comentários em geral. (E) caracterizar um texto como essencialmente didático. (B) imprimir A: incorreta, o ponto e vírgula separa os diversos itens de uma enumeração; B: incorreta, o tom coloquial é impresso pelos termos utilizados, e não pelo uso dos parênteses; C: incorreta, as vírgulas indicam que termos, na oração, foram deslocados; E: incorreta, a caracterização de um texto como didático não é uma das funções dos parênteses. Gabarito “D” 13 (A) Pela (Analista – TRT/1ª – 2008 – CESPE) Muitas coisas nos diferenciam dos outros animais, mas nada é mais marcante do que a nossa capacidade de trabalhar, de transformar o mundo segundo nossa qualificação, nossa energia, nossa imaginação. Ainda assim, para a grande maioria dos homens, o trabalho nada mais é do que puro desgaste da vida. Na sociedade capitalista, a produtividade do trabalho aumentou simultaneamente a tão forte rotinização, apequenamento e embrutecimento do processo de trabalho de forma que já não há nada que mais nos desagrade do que trabalhar. Preferimos, a grande maioria, fazer o que temos em comum com os outros animais: comer, dormir, descansar, acasalar. Nossa capacidade de trabalho, a potência humana de transformação e emancipação de todos, ficou limitada a ser apenas o nosso meio de ganhar pão. Capacidade, potência, criação, o trabalho foi transformado pelo capital no seu contrário. Tornou-se o instrumento de alienação no sentido clássico da palavra: o ato de entregar ao outro o que é nosso, nosso tempo de vida. a opção que apre- (Analista – TRE/PB – 2007 – FCC) mente adequada na frase: (A) Recebi, A pontuação está inteira- via Internet, de um amigo que há muito não vejo, uma série de fotografias da Terra, tiradas de um satélite. A: correta; B: incorreta, “Tanto os astrônomos antigos como os teólogos [sem vírgula. Não se separa sujeito do verbo.] não erravam, na opinião do autor, quando consideravam que [sem vírgula] a Terra, essa poeira ínfima, era...”; C: incorreta, “Nada mais central na casa, [vírgula] para os pais, que o lugar onde está o berço do filhinho, nada tendo a ver esse centro afetivo [sem vírgula] com...”; D: incorreta, “Será que Niezstche interrompia, [vírgula] a cada belo crepúsculo, suas leituras e seus escritos, sobretudo estes que [sem vírgula] tanto peso...”; E: incorreta, “O astronauta russo, Yuri Gagárin, ao ter a visão de nosso planeta, [vírgula] a partir de um satélite, enviou para todos nós [sem vírgula] esta primeira...”. (Analista – TRT/4ª – 2006 – FCC) Quanto inteiramente correta é: (Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC) Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período: (A) O fato de satisfazermos os instintos que brotam das regiões mais sombrias do nosso ser, constitui um grave equívoco indubitavelmente. (B) É salvo engano, por essa razão, que de forma paradoxal, investimos num egocentrismo que é autodestrutivo. (C) Nossa fixação, em nossos desejos, ou mesmo, eventualmente na plena satisfação dos nossos apetites priva-nos do prazer, de descobrirmos a nós mesmos. (D) Tão custoso é o processo de individuação que, somos quase sempre, levados pela força dos subterfúgios ilusórios, a que nós mesmos nos agarramos. (E) É, sem dúvida, grave o equívoco de satisfazermos, aqui e ali, os nossos instintos mais primitivos, aqueles que nos afastam de nossa verdade profunda. A: incorreta, “O fato de satisfazermos os instintos que brotam das regiões mais sombrias do nosso ser [sem vírgula] constitui um grave equívoco, [vírgula] indubitavelmente.”; B: incorreta, “É, salvo engano, por essa razão [sem vírgula] que, [vírgula] de forma paradoxal, investimos num egocentrismo que é autodestrutivo.”; C: incorreta, “Nossa fixação, em nossos desejos [sem vírgula] ou, [vírgula] mesmo [sem vírgula] eventualmente, [vírgula] na plena satisfação dos nossos apetites, [vírgula] priva-nos do prazer [sem vírgula] de descobrirmos a nós mesmos.”; D: incorreta, “Tão custoso é o processo de individuação que [sem vírgula] somos, [vírgula] quase sempre, levados pela força dos subterfúgios ilusórios, a que nós mesmos nos agarramos.” à pontuação, a frase Está inteiramente correta a pontuação da seguinte frase: (Analista – TRT/13ª – 2005 – FCC) (A) Quando (A) Implícito A: incorreta, “Quando Rubem Braga, [vírgula] já velho, [vírgula] compareceu ao evento programado, notou-se que, mais do que apenas abatido, [vírgula] estava impaciente [sem vírgula] com as perguntas (...)”; B: incorreta, ressalte-se que [sem vírgula] houve, antes de Rubem Braga, cronistas importantes (...)”; C: incorreta, “Muitos trabalhadores do povo, [vírgula] que jamais haviam merecido atenção mais séria, passaram a ser protagonistas [sem vírgula] de inesquecíveis crônicas de Rubem Braga.”; D: incorreta, “Nos jornais [sem vírgula] ou em livros, [vírgula] as crônicas de Braga costumam prender a atenção do leitor, com tanta intensidade, [vírgula] que este não é capaz de arredar os olhos do texto, fascinado, que fica.” A: incorreta, “Implícito, [vírgula] na simplificação sistemática da realidade, está o desrespeito aos eleitores, que são o alvo costumeiro [sem vírgula] da retórica eleitoral.”; B: correta, “É lamentável que candidatos socialistas, a exemplo de Mitterrand, [o aposto está corretamente entre vírgulas] se deixem levar pela convicção de que, em nosso mundo tão complexo, [o aposto está corretamente entre vírgulas] o messianismo faça sentido.”; C: incorreta, “As fórmulas simplificadoras são: se eu estou certo o senhor está errado; somente eu [não há vírgula entre o sujeito e o verbo] tenho a solução; [ponto e vírgula] entusiasmem-se, [vírgula] pois, [vírgula] comigo.”; D: incorreta, “Quando se reúnem, os moradores de vila costumam discutir, tanto os problemas que os afligem, [vírgula] como as soluções que devem brotar [sem vírgula] dessa discussão.”; E: incorreta, “No caso da mãe da criança asmática e da velha senhora, que defende seu cachorrinho, [o aposto está corretamente entre vírgulas] há o dilema [sem vírgula] de se saber qual delas sairá da reunião [sem vírgula] profundamente compungida. Gabarito “E” Preserva-se o respeito às regras de pontuação do padrão formal da língua portuguesa ao se retirar os parênteses das linhas 6 e 7, demarcando-se a explicação do que sejam “fenômenos aleatórios” (l.6) por um travessão ou por uma vírgula logo depois dessa expressão. (Analista – TSE – 2006 – CESPE) Assinale senta erro de pontuação. erravam, na opinião do autor, quando consideravam que, a Terra, essa poeira ínfima, era o centro do universo. (C) Nada mais central na casa para os pais, que o lugar onde está o berço do filhinho, nada tendo a ver esse centro afetivo, com o geométrico da casa edificada. (D) Será que Niezstche interrompia a cada belo crepúsculo, suas leituras e seus escritos, sobretudo estes que, tanto peso tiveram nas ideias de seu tempo? (E) O astronauta russo, Yuri Gagárin, ao ter a visão de nosso planeta a partir de um satélite, enviou para todos nós, esta primeira mensagem de encantamento, “A Terra é azul!”. Gabarito “B” Julgue o seguinte item, a respeito de redações alternativas para termos e estruturas linguísticas do texto acima. (Analista – STJ – 2008 – CESPE) 10 1: correta, o sinal de dois-pontos antecede uma explicação. Gabarito “D” Edgard Morin. “Epistemologia da complexidade”. In: Dora Fried Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade. Porto Alegre: Artmed, 1996, p. 274 (com adaptações). 7 A organização das ideias no último período do texto mostra que a informação apresentada depois do sinal de dois-pontos constitui uma definição de “alienação” (l.17). (B) Tanto os astrônomos antigos como os teólogos, não Gabarito “A” Gabarito 1E Pode-se dizer que há complexidade onde quer que se produza um emaranhamento de ações, de interações, de retroações. E esse emaranhamento é tal que nem um 4 computador poderia captar todos os processos em curso. Mas há também outra complexidade que provém da existência de fenômenos aleatórios (que não podem ser determinados e 7 que, empiricamente, agregam incerteza ao pensamento). Pode-se dizer, no que concerne à complexidade, que há um polo empírico e um polo lógico e que a complexidade 10 aparece quando há simultaneamente dificuldades empíricas e dificuldades lógicas. Pascal disse há já três séculos: “Todas as coisas são ajudadas e ajudantes, todas as coisas são 13 mediatas e imediatas, e todas estão ligadas entre si por um laço que conecta umas às outras, inclusive as mais distanciadas. Nessas condições — agrega Pascal — 16 considero impossível conhecer o todo se não conheço as partes”. Esta é a primeira complexidade: nada está isolado no Universo e tudo está em relação. 4 (1) Julgue o seguinte item a Gabarito 1C 1 1 (Analista – TST – 2008 – CESPE) respeito do texto acima. 49 Gabarito “E” que”. Muita atenção! Apesar de largamente utilizado para indicar causalidade, posto que não tem essa função, segundo a norma culta da língua portuguesa. Assim, está errada (segundo a norma culta) a construção “O candidato deve passar, posto que estudou muito” e está correta a construção “Posto que estudou muito, o candidato não passou.” A vírgula após a palavra operar foi utilizada para isolar a oração seguinte, que tem valor explicativo. Sendo assim, está incorreta a assertiva. (1) 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi 48 Rubem Braga já velho, compareceu ao evento programado, notou-se que, mais do que apenas abatido estava impaciente, com as perguntas que lhe faziam. (B) Ressalte-se que, houve antes de Rubem Braga cronistas importantes, mas nenhum deles se dedicou exclusivamente às crônicas, nem lhes deu como Braga, tal densidade poética. (C) Muitos trabalhadores do povo que jamais haviam merecido atenção mais séria, passaram a ser protagonistas, de inesquecíveis crônicas de Rubem Braga. (D) Nos jornais, ou em livros as crônicas de Braga costumam prender a atenção do leitor, com tanta intensidade que este não é capaz de arredar os olhos do texto, fascinado, que fica. (E) Não é de se imaginar, realmente, que um texto publicado em jornal possa aspirar à mesma permanência a que, em princípio, fariam jus os textos cuidadosamente editados em livro. na simplificação sistemática da realidade, está o desrespeito aos eleitores, que são o alvo costumeiro, da retórica eleitoral. (B) É lamentável que candidatos socialistas, a exemplo de Mitterrand, se deixem levar pela convicção de que, em nosso mundo tão complexo, o messianismo faça sentido. (C) As fórmulas simplificadoras são: se eu estou certo o senhor está errado; somente eu, tenho a solução, entusiasmem-se pois comigo. (D) Quando se reúnem, os moradores de vila costumam discutir, tanto os problemas que os afligem como as soluções que devem brotar, dessa discussão. (E) No caso da mãe da criança asmática e da velha senhora, que defende seu cachorrinho, há o dilema, de se saber qual delas sairá da reunião, profundamente compungida. 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi (Analista – TRT/16ª – 2014 – FCC) Segmentos do texto receberam nova pontuação. O que mantém a adequação à norma-padrão é: (A) Adoção, por parte da empresa ou de qualquer instituição, de políticas e práticas organizacionais socialmente responsáveis / Adoção por parte da empresa ou de qualquer instituição, de políticas e práticas organizacionais, socialmente responsáveis. (B) Do ponto de vista mercadológico, a responsabilidade social procura harmonizar as expectativas dos diferentes segmentos ligados à empresa / Do ponto de vista, mercadológico, a responsabilidade social procura harmonizar as expectativas dos diferentes segmentos, ligados à empresa. (C) a organização que exerce sua responsabilidade social procura respeitar e cuidar da comunidade, melhorar a qualidade de vida / a organização − que exerce sua responsabilidade social − procura, respeitar e cuidar, da comunidade, melhorar a qualidade de vida. (D) gerar uma consciência nacional para integrar desenvolvimento e conservação / gerar uma consciência nacional, para integrar, desenvolvimento e conservação. já se consumido em lágrimas, despediu-se de todos e partiu. (E) A professora lia sorrindo a narrativa do aluno espirituoso. 4. REDAÇÃO, COESÃO E COERÊNCIA (Analista – TRT/3ª – 2015 – FCC) Considerando a norma-padrão da língua e o emprego de forma verbal, é correta a seguinte frase: (A) Pelo (Analista – TRT/3ª – 2015 – FCC) (A) Embora não apoiemos, não nos opomos a que gaste tanto tempo com assuntos supérfluos, contanto que não interrompe a faculdade. (B) Independentemente de onde provierem os recursos, convirjam ou não os pareceres dos técnicos consultados, eles, sempre destemidos, iniciarão a obra. (C) Eles proveem de uma região em que a destruição de bens naturais ou culturais de importância reconhecida é considerada crime de lesa-pátria. (D) Os jogadores pleitearam que os juízes não intervissem a cada pequena confusão provocada por um choque de corpos ou por discussão banal. (E) Enquanto aquela norma vigiu, não houve como solucionar o impasse e retirar o depósito que a justiça reteve em prol dos menores de idade. A: incorreta. A conjugação do verbo “interromper” na terceira pessoa do singular do presente do subjuntivo é “interrompa”; B: correta. O período está redigido e os verbos conjugados conforme a norma padrão; C: incorreta. O verbo “provir” é derivado de “vir” e como ele se conjuga – na terceira pessoa do plural do presente do indicativo fica “provêm”; D: incorreta. “Intervir” também é derivado de “vir”, portanto temos “interviessem” na terceira pessoa do plural do presente do subjuntivo; E: incorreta. A terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo do verbo “viger” conjuga-se “vigeu”. Considere o trecho abaixo, extraído da Nova gramática do português contemporâneo, de Celso Cunha e Luís F. Lindley Cintra. (Analista – TRT/3ª – 2015 – FCC) ...o gerúndio apresenta duas formas: uma simples [...], outra composta [...]. A forma composta é de caráter perfeito e indica uma ação concluída anteriormente à que exprime o verbo da oração principal [...]. O que está exposto acima justifica o emprego do gerúndio na frase: (A) Sendo considerada em plena posse de seu juízo no momento de depor, pôde falar a favor da sobrinha. (B) Combinamos que, no horário das 13 às 15h, estarei atendendo aos fornecedores de laticínios. alunos estão indo para o laboratório porque já vai começar a aula de Biologia. (C) Os Dentre as frases abaixo, a que está clara e correta, segundo a norma-padrão, é: o que distintas matérias informaram, o artista encerrou de modo brilhante o espetáculo que ele havia cobrado apenas uma libra esterlina de cachê para tocar. (B) Considerado eleições fraudulentas pelo partido Amarelo vencidas pelo partido Branco, o pleito poderá ser anulado se assim o considerar o tribunal. (C) No depoimento, acentuava a fragilidade da infância e repetiu várias vezes “Sou filha de pais separados desde os 10 anos de idade”. (D) Dando preferência pelo projeto comunitário, comentou que um dos projetos individuais havia sido excluído por fraude e que o surgimento da denúncia estava ligada a plágio, sempre condenável. (E) A oficina gráfica é muito mais bem conhecida do que os outros estágios da produção e difusão de livros, por ser um tema de estudos muito valorizado no campo da bibliografia analítica. A: incorreta. Deve-se retirar o artigo definido “o” em “pelo o que” (ele já está aglutinado na palavra “pelo”) e deveria haver a preposição “em” na passagem “no espetáculo em que ele havia...”; B: incorreta. O período peca pela falta de clareza. A melhor redação seria: “consideradas fraudulentas pelo Partido Amarelo as eleições vencidas pelo Partido Branco, o pleito poderá ser anulado se assim o considerar o tribunal”; C: incorreta. Há dubiedade no fim do período: não está claro se os pais são separados desde os 10 anos de idade dele ou da filha. Além disso, a melhor técnica de redação não autoriza a mistura de tempos verbais: o ideal seria constar “acentuou” e “repetiu” ou “acentuava” e “repetia”; D: incorreta. Há repetição desnecessária da palavra “projeto” e erro de concordância em “surgimento da denúncia estava ligado...”; E: correta. O período está claro e atende a todas as normas gramaticais. Gabarito “E” (BARBOSA, Gustavo e RABAÇA, Carlos Alberto. 2.ed. rev. e atualizada. Rio de Janeiro: Elsevier, 2001 − 10ª reimpressão, p. 639-40) A: incorreta. Deveria haver vírgula após “adoção” e ser retirada a que consta após “organizacionais”; B: incorreta. Não há vírgula após “vista” nem após “segmentos”; C: incorreta. O uso dos travessões, apesar de correto, altera o sentido original do texto. Além disso, não há vírgula após “procura” e após “cuidar”; D: incorreta. Não há vírgula após “integrar”; E: correta. O período atende a todas as normas de pontuação. A, C e E: incorretas. O gerúndio foi utilizado para indicar um fato contemporâneo ao narrado; B: incorreta. O gerúndio aqui foi utilizado de forma indevida, no grave erro gramatical conhecido como “gerundismo”. O verbo “atender” deveria estar conjugado no futuro do presente do indicativo (“atenderei”); D: correta. Note que primeiro a pessoa se consumiu em lágrimas e só depois de ter parado de chorar é que se despediu e partiu. Logo, o gerúndio composto indica um fato pretérito e já acabado, como na definição do enunciado. Gabarito “B” • (mk,rp) Adoção, por parte da empresa ou de qualquer instituição, de políticas e práticas organizacionais socialmente responsáveis, por meio de valores e exemplos que influenciam os diversos segmentos das comunidades impactadas por essas ações. O conceito de responsabilidade social fundamenta-se no compromisso de uma organização dentro de um ecossistema, onde sua participação é muito maior do que gerar empregos, impostos e lucros. Seu objetivo básico é atuar no meio ambiente de forma absolutamente responsável e ética, inter-relacionando-se com o equilíbrio ecológico, com o desenvolvimento econômico e com o equilíbrio social. Do ponto de vista mercadológico, a responsabilidade social procura harmonizar as expectativas dos diferentes segmentos ligados à empresa: consumidores, empregados, fornecedores, redes de venda e distribuição, acionistas e coletividade. Do ponto de vista ético, a organização que exerce sua responsabilidade social procura respeitar e cuidar da comunidade, melhorar a qualidade de vida, modificar atitudes e comportamentos através da educação e da cultura, conservar a vitalidade da terra e a biodiversidade, gerar uma consciência nacional para integrar desenvolvimento e conservação, ou seja, promover o desenvolvimento sustentável, o bem-estar e a qualidade de vida. Diz-se tb. responsabilidade social corporativa ou RSC. V. ecossistema social, ética corporativa, empresa cidadã e marketing social. (D) Tendo (Analista – TRT/3ª – 2015 – FCC) A redação que está clara, concisa e, segundo a norma-padrão, correta é: (A) A pesquisa concluiu por um lugar-comum que muitos estudiosos da área também concordam, a saber: que o século XVIII realmente, pensava de modo burguês. (B) O que tornou-se um lugar-comum entre muitos estudiosos da área − o século XVIII realmente pensava de modo burguês − foi a conclusão da pesquisa, indo ao encontro daquele. (C) A conclusão da pesquisa vai ao encontro do que se tornou um lugar-comum entre muitos estudiosos da área − a saber, o século XVIII realmente pensava de modo burguês. (D) O século XVIII, que pensava de modo burguês, é a conclusão da pesquisa e isso tornou-se um lugar-comum entre muitos estudiosos da área, o que veio ao encontro desses últimos. (E) Um lugar-comum que a pesquisa concluiu, a saber: muitos estudiosos da área vão ao encontro de que o século XVIII realmente pensava de modo burguês, demonstrando concordância com isso. O único período que está claro, conciso e correto é o da alternativa “C”, que deve ser assinalada. Perceba que somente nessa configuração que as ideias estão concatenadas de forma lógica e permitem a perfeita compreensão da mensagem que se quer transmitir. (Analista – TRT/16ª – 2014 – FCC) Também seria desejável envolver com maior intensidade universidades e laboratórios públicos (onde os há, como é o caso do Brasil). A redação alternativa à frase acima, que se apresenta clara, correta e fiel às ideias nela expostas, é: (A) Igualmente desejável seriam universidades e laboratórios públicos que se envolvessem mais intensamente, pois no caso do Brasil eles têm presença. (B) Da mesma maneira, seria desejável que fossem envolvidos mais intensamente universidades e laboratórios públicos, em lugares, como o Brasil, em que eles existem. (C) Em lugares em que estes existem (sendo o Brasil um caso de ter universidades e laboratórios públicos), seria também desejável seu intenso envolvimento. (D) Inclui-se no raciocínio que é desejável ter-se envolvimento de maior intensidade, de universidades e laboratórios aonde se encontram, como o caso do Brasil. (E) Equivalentemente, seria envolvimento desejável e intenso o das universidades e laboratórios públicos (em que, como o caso do Brasil, eles existem). A única alternativa em que a redação proposta está clara e correta é a letra “B”, que deve ser assinalada. Somente ali as ideias estão concatenadas de forma lógica e de acordo com as normas gramaticais, de forma a permitir sua perfeita compreensão. Gabarito “B” Responsabilidade social integrar desenvolvimento e conservação, ou seja, promover o desenvolvimento sustentável, o bem-estar e a qualidade de vida / para integrar desenvolvimento e conservação, ou seja: promover o desenvolvimento sustentável, o bem-estar e a qualidade de vida. Gabarito “E” Leia com atenção o verbete abaixo, transcrito do Dicionário de comunicação, e as assertivas que o seguem. (E) para Gabarito “D” Atenção: Para responder às questões abaixo, considere o texto de Barbosa e Rabaça. 51 Gabarito “C” 50 (Analista – TRT/2ª – 2014 – FCC) Considerada a norma-padrão escrita, a frase que exige correção é: (A) O representante dos escritores agraciados pelo ambicionado prêmio fez longo discurso, no qual se apontaram os itens mais candentes do embate entre eles e as editoras, deixando manifesto as ácidas críticas que há muito lhes são dirigidas por não manter os compromissos assumidos. (B) Fala-se de Sua Excelência, o Ministro do Meio Ambiente, que, com o intuito de dirimir sejam quais forem as dúvidas dos jornalistas, deve conceder-lhes entrevista coletiva daqui a duas semanas, sem discriminação de ordem alguma. (C) Mal atinando com a razão da impugnação, temendo a consequência de seu ato intempestivo, e julgando estar sozinho para combatê-las, como achar um modo de considerá-las sem sentir desolação? 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi sapientes e pacientes recomendo o belo trabalho que podem escrever pesquisando o conto do vigário pelos séculos atrás: encontrarão um misto de historinhas banais e pequenas obras-primas que ocupariam lugar eminente nas obras de ficção. (E) Não se deve entender os movimentos reivindicatórios como balões de ensaio que, ao primeiro golpe de vento, despencam e se destroem; são a argamassa que se molda à pressão da sociedade, e com que se fará uma sólida e legítima construção. Todas as alternativas respeitam integralmente as normas gramaticais, com exceção da letra “A”, que deve ser assinalada. “Manifesto” é adjetivo, sinônimo de “claro”, “expresso”, portanto deve concordar com “críticas”: “deixando manifestas as ácidas críticas”. O verbo “manter” deve concordar com “compromissos” e ser conjugado na terceira pessoa do plural do infinitivo pessoal: “por não manterem os compromissos”. Gabarito “A” A frase que está clara e em conformidade com a norma-padrão escrita é: (Analista – TRT/2ª – 2014 – FCC) (A) Sempre taxado de inseguro, ousou levantar hipóteses que sortiram tal efeito entre seus pares, que passaram não só a lhe considerar um profissional responsável, como também a prognosticar-lhe um futuro bastante promissor. (B) Em conversas insossas como essas que soem acontecer em situações formais, nada mais admissível que, se antevermos um assunto palpitante, nos agarremos à possibilidade de introduzi-lo e distendê-lo o máximo possível. (C) Têm havido grandes discussões sobre as principais intervenções do poder público naquela área, mas o que observa-se é que todos buscam mesmo ocupar um discreto lugarzinho na administração. (D) Continue a evitar comentários espontâneos que podem constituir risco, pois basta, segundo nos consta, a ponderação dos advogados para ver que o melhor jeito de enfrentar a polêmica é abster-se de declarações capciosas. (E) Quaisquer que possa ser as opiniões dos líderes da comunidade, os últimos acontecimentos mostram que, quanto mais os jovens se aglutinem em prol de uma causa, mais se afastam daqueles. A: incorreta. A oração exige o verbo “surtir”, sinônimo de “causar”, e não “sortir”, equivalente a “misturar”: “que surtiram tal efeito”. Além disso, “considerar” é verbo transitivo direto, portanto impõe o pronome oblíquo “o”, preferencialmente enclítico – “não só a considera-lo”; B: incorreta. O verbo “antever” é derivado de “ver” e como ele se conjuga. Logo, na primeira pessoa do plural do futuro do subjuntivo temos “antevirmos”. Após vírgula, recomenda-se a ênclise, seguindo a regra de que não se inicia oração com pronome oblíquo (“agarremo-nos”). Melhor que “distender”, que transmite a ideia de exagero, algo que passou do ponto ideal, seria o verbo “estender”; C: incorreta. O verbo “haver”, no sentido de “existir”, é impessoal, mesmo na voz passiva. Portanto, o verbo auxiliar permanece no singular: “tem havido”. A grafia correta é “intervenções”. Após o pronome relativo “que” deve haver próclise: “o que se observa”; D: correta. O período atende a todas as normas do padrão culto da língua; E: incorreta. O verbo “poder” deve concordar com “opiniões”: “quaisquer que possam ser as opiniões”. O verbo “aglutinar” deve ser conjugado na terceira pessoa do plural do presente do indicativo, não do subjuntivo: “se aglutinam”. Cada um fala como quer, ou como pode, ou como acha que pode. Ainda ontem me divertiu este trechinho de crônica do escritor mineiro Humberto Werneck, de seu livro Esse inferno vai acabar: “– Meu cabelo está pendoando – anuncia a prima, apalpando as melenas. Tenho anos, décadas de Solange, mas confesso que ela, com o seu solangês, às vezes me pega desprevenido. – Seu cabelo está o quê? – Pendoando – insiste ela, e, com a paciência de quem explica algo elementar a um total ignorante, traduz: (D) O termo “solangês”, tratando-se de um neologismo, aplica-se aos casos segundo os quais quem fala de modo rebarbativo parece aludir a tal Solange. (E) Não é difícil encontrar, aqui e ali, pessoas cujo intento é se apoderar de um alto vocabulário, tendo em vista o propósito de vir a impressionar quem não tem. A: incorreta. Além da falta de clareza e excesso de palavras para transmitir a ideia, há erro gramatical na colocação do acento grave antes de “seu poder” (não ocorre crase antes de palavra masculina); B: correta. A redação está clara, coerente e cumpre todas as regras gramaticais; C: incorreta. A redação está obscura e incoerente. Ela não faz sentido algum; D: incorreta. O excesso de pronomes torna o texto obscuro e prolixo; E: incorreta. O uso de palavras em sentido conotativo, como em “se apoderar de um alto vocabulário”, compromete a clareza da redação. – Bifurcando nas extremidades. É assim a Solange, criatura para a qual ninguém morre, mas falece, e, quando sobrevém esse infausto acontecimento, tem seu corpo acondicionado num ataúde, num esquife, num féretro, para ser inumado em alguma necrópole, ou, mais recentemente, incinerado em crematório. Cabelo de gente assim não se torna vulgarmente quebradiço: pendoa.” Isso me fez lembrar uma visita que recebemos em casa, eu ainda menino. Amigas da família, mãe e filha adolescente vieram tomar um lanche conosco. D. Glorinha, a mãe, achava meu pai um homem intelectualizado e caprichava no vocabulário. A certa altura pediu ela a mim, que estava sentado numa extremidade da mesa: - Querido, pode alcançar-me uma côdea desse pão? Por falta de preparo linguístico não sabia como atender a seu pedido. Socorreu-me a filha adolescente: - Ela quer uma casquinha do pão. Ela fala sempre assim na casa dos outros. A mãe ficou vermelha, isto é, ruborizou, enrubesceu, rubificou, e olhou a filha com reprovação, isto é, dardejou-a com olhos censórios. Veja-se, para concluir, mais um trechinho do Werneck: “Você pode achar que estou sendo implicante, metido a policiar a linguagem alheia. Brasileiro é assim mesmo, adora embonitar a conversa para impressionar os outros. Sei disso. Eu próprio já andei escrevendo sobre o que chamei de ruibarbosismo: o uso de palavreado rebarbativo como forma de, numa discussão, reduzir ao silêncio o interlocutor ignaro. Uma espécie de gás paralisante verbal.” (Cândido Barbosa Filho, inédito) (Analista – TRT/1ª – 2012 – FCC) Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre um aspecto do texto: (A) Nem todas as pessoas que utilizam um vocabulário rebuscado alcançam por isso qualquer ganho que se possa atribuir à seu poder de comunicação. (B) O autor do texto acredita que muita gente se vale de um palavreado rebuscado para intimidar ou mesmo calar os interlocutores menos cultos. (C) Ficou evidente que D. Glorinha buscava ilustrar as pessoas cujo vocabulário menos reduzido as deixasse impressionadas com tamanho requinte. Economia religiosa Concordo plenamente com Dom Tarcísio Scaramussa, da CNBB, quando ele afirma que não faz sentido nem obrigar uma pessoa a rezar nem proibi-la de fazê-lo. A declaração do prelado vem como crítica à professora de uma escola pública de Minas Gerais que hostilizou um aluno ateu que se recusara a rezar o pai-nosso em sua aula. É uma boa ocasião para discutir o ensino religioso na rede pública, do qual a CNBB é entusiasta. Como ateu, não abraço nenhuma religião, mas, como liberal, não pretendo que todos pensem do mesmo modo. Admitamos, para efeitos de argumentação, que seja do interesse do Estado que os jovens sejam desde cedo expostos ao ensino religioso. Deve-se então perguntar se essa é uma tarefa que cabe à escola pública ou se as próprias organizações são capazes de supri-la, com seus programas de catequese, escolas dominicais etc. A minha impressão é a de que não faltam oportunidades para conhecer as mais diversas mensagens religiosas, onipresentes em rádios, TVs e também nas ruas. Na cidade de São Paulo, por exemplo, existem mais templos (algo em torno de 4.000) do que escolas públicas (cerca de 1.700). Creio que aqui vale a regra econômica, segundo a qual o Estado deve ficar fora das atividades de que o setor privado já dá conta. Outro ponto importante é o dos custos. Não me parece que faça muito sentido gastar recursos com professores de religião, quando faltam os de matemática, português etc. Ao contrário do que se dá com a religião, é difícil aprender física na esquina. Até 1997, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação acertadamente estabelecia que o ensino religioso nas escolas oficiais não poderia representar ônus para os cofres públicos. A bancada religiosa emendou a lei para empurrar essa conta para o Estado. Não deixa de ser um caso de esmola com o chapéu alheio. (Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, 06/04/2012) (Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto: O articulista da Folha de S. Paulo (A) propugna de que tanto o liberalismo quanto o ateísmo podem convergir, para propiciar a questão do ensino público da religião. 53 (B) defende a tese de que não cabe ao Estado, inclusive por razões econômicas, promover o ensino religioso nas escolas públicas. (C) propõe que se estenda à bancada religiosa a decisão de aceitar ou rejeitar, segundo seus interesses, o ensino privado da religião. (D) argumenta que no caso do ensino religioso, acatado pelos liberais, não se trata de ser a favor ou contra, mas arguir a real competência. (E) insinua que o ensino público da religião já se faz a contento, por que as emissoras de comunicação intentam-no em grande escala. A: incorreta. O autor cita sua condição de ateu e liberal sem misturá-las: a primeira serve para criticar o ensino religioso em si, a segunda para afastar a obrigação do Estado de ministrá-lo; B: correta, nos termos do comentário à alternativa anterior; C: incorreta. Não há qualquer proposta nesse sentido no texto. Ademais, o autor critica o papel das bancadas religiosas no Poder Legislativo; D: incorreta. O autor não afirma que os liberais concordam com o ensino religioso. Ele mesmo, um liberal, é contra a imposição dele pelo Estado; E: incorreta. O autor não insinua, ele afirma. Defende abertamente que os meios de comunicação e os próprios templos já cumprem o papel de expor todos, principalmente as crianças, aos conceitos religiosos. Gabarito “B” (D) Aos Gabarito “B” 52 Fora com a dignidade Acho ótimo que a Igreja Católica tenha escolhido a saúde pública como tema de sua campanha da fraternidade deste ano. Todas as burocracias – e o SUS não é uma exceção – têm a tendência de acomodar-se e, se não as sacudirmos de vez em quando, caem na abulia. É bom que a Igreja use seu poder de mobilização para cobrar melhorias. Tenho dúvidas, porém, de que o foco das ações deva ser o combate ao que dom Odilo Scherer, numa entrevista, chamou de terceirização e comercialização da saúde. É verdade que colocar um preço em procedimentos médicos nem sempre leva ao melhor dos desfechos, mas é igualmente claro que consultas, cirurgias e drogas têm custos que precisam ser gerenciados. Ignorar as leis de mercado, como parece sugerir dom Odilo, provavelmente levaria o sistema ao colapso, prejudicando ainda mais os pobres. Para o religioso, é “a dignidade do ser humano” que deve servir como critério moral na tomada de decisões relativas a vida e morte. O problema com a “dignidade” é que ela é subjetiva demais. A pluralidade de crenças e preferências do ser humano é tamanha que o termo pode significar qualquer coisa, desde noções banais, como não humilhar desnecessariamente o paciente (forçando-o, por exemplo, a usar aqueles horríveis aventais vazados atrás), até a adesão profunda a um dogma religioso (há confissões que não admitem transfusões de sangue). Numa sociedade democrática não podemos simplesmente apanhar uma dessas concepções e elevá-la a valor universal. E, se é para operar com todas as noções possíveis, então já não estamos falando de dignidade, mas, sim, de respeito à autonomia do paciente, conceito que a substitui sem perdas. (Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, março/2012) Gabarito “D” 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi (A) Presume-se que o autor não defenda a ideia de que deva o Estado assumir inteira responsabilidade pela prestação de quaisquer serviços públicos de alto custo. (B) Não seria possível, para o autor, que os serviços mais onerosos aos cofres públicos compitam ao Estado resolver com seus próprios meios. (C) Uma vez que se atendam as leis do mercado, até mesmo o Estado poderia precaver as ações na área da saúde, sem desmerecer uma sociedade democrática. (D) Entre o que se prega nas religiões e o que implica as leis de mercado, as questões de saúde nada têm a haver com a suposta dignidade humana. (E) Apenas nas crenças que não operam restrições a medidas de saúde, leva-se em conta o valor universal da dignidade humana, para ser bem demonstrado. A: correta. A redação está clara a atende a todos os preceitos gramaticais; B: incorreta. Falta clareza na redação. Melhor seria retirar o trecho: “resolver com seus próprios meios”, que é redundante e não acrescenta nada ao argumento; C: incorreta. O trecho é incoerente, porque a conclusão não decorre logicamente dos argumentos apresentados. Além disso, os verbos “precaver” e “desmerecer” estão “soltos” no período, não sendo possível compreender seu uso; D: incorreta. Mais uma vez, a conclusão apresentada não guarda coerência com as premissas; E: incorreta. Não há vírgula após “saúde” e deveria ser suprimida a expressão “para ser bem demonstrado”, que está completamente desvinculada do texto. Gabarito “A” O mito napoleônico baseia-se menos nos méritos de Napoleão do que nos fatos, então sem paralelo, de sua carreira. Os homens que se tornaram conhecidos por terem abalado o mundo de forma decisiva no passado tinham começado como reis, como Alexandre, ou patrícios, como Júlio César, mas Napoleão foi o “pequeno cabo” que galgou ao comando de um continente pelo seu puro talento pessoal. Todo homem de negócios daí em diante tinha um nome para sua ambição: ser − os próprios clichês o denunciam − um “Napoleão das finanças” ou “da indústria”. Todos os homens comuns ficavam excitados pela visão, então sem paralelo, de um homem comum maior do que aqueles que tinham nascido para usar coroas. Em síntese, foi a figura com que todo homem que partisse os laços com a tradição podia se identificar em seus sonhos. Para os franceses ele foi também algo bem mais simples: o mais bem-sucedido governante de sua longa história. Triunfou gloriosamente no exterior, mas, em termos nacionais, também estabeleceu ou restabeleceu o mecanismo das instituições francesas como existem hoje. Ele trouxe estabilidade e prosperidade a todos, exceto para os 250 mil franceses que não retornaram de suas guerras, embora até mesmo para os parentes deles tivesse trazido a glória. Sem dúvida, os britânicos se viam como lutadores pela causa da liberdade contra a tirania; mas em 1815 a maioria dos ingleses era mais pobre do que o fora em 1800, enquanto a maioria dos franceses era quase certamente mais rica. Ele destruíra apenas uma coisa: a Revolução de 1789, o sonho de igualdade, liberdade e fraternidade, do povo se erguendo na sua grandiosidade para derrubar a opressão. Este foi um mito mais poderoso do que o dele, pois, após a sua queda, foi isto e não a sua memória que inspirou as revoluções do século XIX, inclusive em seu próprio país. (Adaptado de Eric. J. Hobsbawm. A era das revoluções − 1789-1848. 7ª ed. Trad. de Maria Tereza Lopes Teixeira e Marcos Penchel. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989, p.93-4) Todos os homens comuns ficavam excitados pela visão [...] de um homem comum maior do que aqueles que tinham nascido para usar coroas. (Analista – TRT9 – 2012 – FCC) Uma nova redação para a frase acima, em que se preservam a correção e a clareza, está em: (A) Os homens comuns, quando viam que um homem comum como eles era maior do que os nascidos para usar coroas, não tendo como não ficar excitados. (B) Ver os homens comuns que um homem também comum era maior do que os nascidos para usar coroas eram o que os deixavam excitados. (C) A visão de um homem comum maior do que aqueles nascidos para usar coroas, deixavam excitados todos os homens que eram tão comuns como ele. (D) Não havia homem comum que não ficasse excitado pela visão de um homem também comum que se tornara maior do que os nascidos para usar coroas. (E) À medida em que via um homem comum maior do que aqueles nascidos para usar coroas, todo homem comum ficava excitado com a visão que tivesse. A: incorreta. A redação, além de apresentar repetições desnecessárias de termos, está incorreta no último trecho. Deveria constar “tinham” em vez de “tenham”; B: incorreta. A redação está confusa. Além disso, deveria constar “era” em vez de “eram”; C: incorreta. Não deveria haver vírgula após “coroas” e o verbo deveria estar no singular (“deixava”); D: correta. A redação está clara, mantém o sentido original do texto e respeita todos os preceitos gramaticais; E: incorreta. A redação está repleta de repetições desnecessárias, tornando-a prolixa e um tanto confusa. Em outubro de 1967, quando Gilberto Gil e Caetano Veloso apresentaram as canções Domingo no parque e Alegria, Alegria, no Festival da TV Record, logo houve quem percebesse que as duas canções eram influenciadas pela narrativa cinematográfica: repletas de cortes, justaposições e flashbacks. Tal suposição seria confirmada pelo próprio Caetano quando declarou que fora “mais influenciado por Godard e Glauber do que pelos Beatles ou Dylan”. Em 1967, no Brasil, o cinema era o que havia de mais intenso e revolucionário, superando o próprio teatro, cuja inquietação tinha incentivado os cineastas a iniciar o movimento que ficou conhecido como Cinema Novo. O Cinema Novo nasceu na virada da década de 1950 para a de 1960, sobre as cinzas dos estúdios Vera Cruz (empresa paulista que faliu em 1957 depois de produzir dezoito filmes). “Nossa geração sabe o que quer”, dizia o baiano Glauber Rocha já em 1963. Inspirado por Rio 40 graus e por Vidas secas, que Nelson Pereira dos Santos lançara em 1954 e 1963, Glauber Rocha transformaria, com Deus e o diabo na terra do sol, a história do cinema no Brasil. Dois anos depois, o cineasta lançou Terra em Transe, que talvez tenha marcado o auge do Cinema Novo, além de ter sido uma das fontes de inspiração do Tropicalismo. A ponte entre Cinema Novo e Tropicalismo ficaria mais evidente com o lançamento, em 1969, de Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade. Ao fazer o filme, Joaquim Pedro esforçou-se por torná-lo um produto afinado com a cultura de massa. “A proposição de consumo de massa no Brasil é algo novo. A grande audiência de TV entre nós é um fenômeno novo. É uma posição avançada para o cineasta tentar ocupar um lugar dentro dessa situação”, disse ele. Incapaz de satisfazer plenamente as exigências do mercado, o Cinema Novo deu os seus últimos suspiros em fins da década de 1970 − período que marcou o auge das potencialidades comerciais do cinema feito no Brasil. (Adaptado de Eduardo Bueno. Brasil: uma história. Ed. Leya, 2010. p. 408) (Analista – TRT9 – 2012 – FCC) Incapaz de satisfazer plenamente as exigências do mercado, o Cinema Novo deu os seus últimos suspiros em fins da década de 1970 − período que marcou o auge das potencialidades comerciais do cinema feito no Brasil. Uma redação alternativa para a frase acima, em que se mantêm a correção, a lógica e, em linhas gerais, o sentido original, é: (A) Como não fosse capaz de satisfazer plenamente as exigências do mercado, o Cinema Novo acabou no final da década de 1970: período que se destaca, as potencialidades comerciais, do cinema feito no Brasil. (B) Conquanto não pudesse satisfazer plenamente as exigências do mercado, o Cinema Novo terminou no final da década de 1970, período que, marcou o auge das potencialidades comerciais do cinema feito no Brasil. (C) Como não pôde satisfazer plenamente as exigências do mercado, o Cinema Novo acabou em fins da década de 1970, período em que as potencialidades comerciais do cinema feito no Brasil atingiram o seu apogeu. (D) O Cinema Novo, incapaz de satisfazer plenamente as exigências do mercado não resistiu e terminou no final da década de 1970, onde as potencialidades comerciais do cinema feito no Brasil atingiria o seu apogeu. (E) O cinema feito no Brasil, atinge o seu potencial comercial máximo no final da década de 1970, quando, não podendo satisfazer plenamente as exigências do mercado terminava o Cinema Novo. A: incorreta. O erro está no último trecho, onde deveria constar: “período em que se destacam as potencialidades comerciais do cinema feito no Brasil”; B: incorreta. “Conquanto” é sinônimo de “embora”, “não obstante”, ou seja, tem valor concessivo. Seu uso indica que, após a enunciação de um fato, falaremos de outro que lhe é contrário, que aconteceu apesar dos obstáculos impostos pelo primeiro. No caso, o fim do Cinema Novo é consequência de sua incapacidade de satisfazer as exigências do mercado; C: correta. A redação está clara, coerente e correta, mantendo o sentido original do texto; D: incorreta. Aqui, os erros são gramaticais. Deveria haver vírgula após “mercado”, deveria constar “quando” em vez de “onde” e o verbo “atingir” deveria estar conjugado no plural; E: incorreta. Há também diversos erros gramaticais. Não deveria haver vírgula depois de “Brasil” e faltou o mesmo sinal de pontuação após “mercado”. Fotografias Toda fotografia é um portal aberto para outra dimensão: o passado. A câmara fotográfica é uma verdadeira máquina do tempo, transformando o que é naquilo que já não é mais, porque o que temos diante dos olhos é transmudado imediatamente em passado no momento do clique. Costumamos dizer que a fotografia congela o tempo, preservando um momento passageiro para toda a eternidade, e isso não deixa de ser verdade. Todavia, existe algo que descongela essa imagem: nosso olhar. Em francês, imagem e magia contêm as mesmas cinco letras: image e magie. Toda imagem é magia, e nosso olhar é a varinha de condão que descongela o instante aprisionado nas geleiras eternas do tempo fotográfico. Toda fotografia é uma espécie de espelho da Alice do País das Maravilhas, e cada pessoa que mergulha nesse espelho de papel sai numa dimensão diferente e vivencia experiências diversas, pois o lado de lá é como o albergue espanhol do ditado: cada um só encontra nele o que trouxe consigo. Além disso, o significado de uma imagem muda com o passar do tempo, até para o mesmo observador. Variam, também, os níveis de percepção de uma fotografia. Isso ocorre, na verdade, com todas as artes: um músico, por exemplo, é capaz de perceber dimensões sonoras inteiramente insuspeitas para os leigos. Da mesma forma, um fotógrafo profissional lê as imagens fotográficas de modo diferente daqueles que desconhecem a sintaxe da fotografia, a “escrita da luz”. Mas é difícil imaginar alguém que seja insensível à magia de uma foto. (Adaptado de Pedro Vasquez, em Por trás daquela foto. São Paulo: Companhia das Letras, 2010) (Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC) No contexto do primeiro pará- grafo, o segmento Todavia, existe algo que descongela essa imagem pode ser substituído, sem prejuízo para a correção e a coerência do texto, por: (A) Tendo isso em vista, há que se descongelar essa imagem. (B) Ainda assim, há mais que uma imagem descongelada. (C) Apesar de tudo, essa imagem descongela algo. (D) Há, não obstante, o que faz essa imagem descongelar. (E) Há algo, outrossim, que essa imagem descongelará. “Todavia” é sinônimo de “mas”, “porém”, “contudo”, “não obstante”. Essa informação é suficiente para identificar a alternativa “D” como correta, porque todas as outras trazem conjunções que transmitem ideias diferentes. Além disso, nas demais alternativas, a alteração dos tempos verbais e da colocação dos termos da oração promoveu mudanças de sentido. Gabarito “D” deste livre comentário sobre o texto. Gabarito “D” (Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) Está clara e correta a redação 55 Gabarito “C” 54 A: incorreta. O vocabulário excessivamente rebuscado e o uso das palavras em sentido conotativo comprometem a clareza do texto; B: incorreta. A prolixidade do trecho compromete sua clareza; C: correta. A redação está clara e respeita todos os preceitos gramaticais; D: incorreta. Há erro de concordância no trecho. Deveria constar “ocorre” em vez de “ocorrem”; E: incorreta. O trecho chega a ser incoerente de tão confuso. Não é possível discernir a mensagem que está sendo transmitida. Gabarito “C” (Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC) É preciso reelaborar, para sanar falha estrutural, a redação da seguinte frase: (A) O autor do texto chama a atenção para o fato de que o desejo de promover a igualdade corre o risco de obter um efeito contrário. (B) Embora haja quem aposte no critério único de julgamento, para se promover a igualdade, visto que desconsideram o risco do contrário. (C) Quem vê como justa a aplicação de um mesmo critério para julgar casos diferentes não crê que isso reafirme uma situação de injustiça. (D) Muitas vezes é preciso corrigir certas distorções aplicando- se medidas que, à primeira vista, parecem em si mesmas distorcidas. (E) Em nossa época, há desequilíbrios sociais tão graves que tornam necessários os desequilíbrios compensatórios de uma ação corretiva. Todas as alternativas apresentam redações corretas e claras, com exceção da letra “B”, que deve ser assinalada. Há falha na escolha das conjunções, as quais tornam o texto incoerente, no uso da vírgula e na obscuridade do fecho. Melhor seria redigir: “Aqueles que apostam no critério único de julgamento para se promover a igualdade entendem que não se pode desconsiderar o risco de prejuízo com o uso de parâmetros diferenciados”. Gabarito “B” Nos itens a seguir, são apresentados trechos de correspondências oficiais. Julgue-os com relação à língua portuguesa padrão e à forma e ao estilo requeridos na redação oficial. (Analista – STM – 2011 – CESPE) Senhor Coronel José Silva, Vossa Senhoria está convidado a comparecer ao ato solene em 30 de janeiro de 2010. (2) Requero informação sobre o processo licitatório dos equipamentos de informática do tribunal. A frase redigida de modo claro e condizente com o padrão culto escrito é: (Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC) (A) Não posso atribuir unicamente a precária condição de acesso à Educação a apenas a condição de miscigenação dos que desejam ascender à sua dignidade. (B) Os resultados da pesquisa científica levada a efeito no ano passado deve ser aberta àquele núcleo que a instigou, não devendo ficar restrito aos especialistas. (C) A criação, coordenação e assessoria a cursos profissionalizantes está a cargo de ambos os formados na área, de cujo conhecimento de ponta muito se depende. (D) Advoguei junto ao chefe do rapaz que sua atuação tanto profissional como em sociedade não deixava nada à desejar, o que lhe ajudou bastante naquela pendência. (E) Ele era o único que espontaneamente se dignava de ouvir-nos a todos, sem exceção, e consentia prazeroso até o depoimento mais insosso ou desajeitado. A: incorreta, oração truncada, sem sentido. Há várias possibilidades de construção, dependendo do que o autor quer comunicar; B: incorreta, “Os resultados da pesquisa científica, levada a efeito no ano passado, devem ser abertos àquele núcleo que a motivou. Os resultados não devem ficar restritos aos especialistas.” Notem que nem sempre é possível omitir termos e tornar a construção mais enxuta; C: incorreta, “estão a cargo”. O sujeito do verbo estar é composto: “A criação, coordenação e assessoria”; D: incorreta, um redação possível é “Advoguei junto ao chefe do rapaz. Quanto à sua atuação, tanto profissional como em sociedade, não deixava nada a [não ocorre a crase antes do verbo] desejar, fato que o [objeto direto do verbo ajudar] ajudou bastante naquela pendência.” Texto para as próximas duas questões. Os homens-placa Uma cabeleira cor-de-rosa ou verde, um nariz de palhaço, luvas de Mickey gigantescas, pouco importa. Eis que surge numa esquina, e replica-se em outras dez, o personagem mais solitário de nossas ruas, o homem-placa das novas incorporações imobiliárias. Digo homem-placa, não porque ele seja vítima do velho sistema de ficar ensanduichado entre duas tábuas de madeira anunciando remédios ou espetáculos de teatro, nem porque, numa versão mais recente, amarrem-lhe ao corpo um meio colete de plástico amarelo para avisar que se compra ouro ali por perto. Ele é homem-placa porque sua função é mostrar, a cada encruzilhada mais importante do caminho, a direção certa para o novo prédio de apartamentos que está sendo lançado. Durante uma época, a prática foi encostar carros velhíssimos, verdadeiras sucatas, numa vaga de esquina, colocando o anúncio do prédio em cima da capota. O efeito era ruim, sem dúvida. Como acreditar no luxo e na distinção do edifício Duvalier, com seu espaço gourmet e seu depósito de vinho individual, se todo o sonho estava montado em cima de um Opala 74 cor de tijolo com dois pneus no chão? Eliminaram-se os carros-placa, assim como já pertencem ao passado os grandes lançamentos performáticos do mercado imobiliário. A coisa tinha, cerca de dez anos atrás, proporções teatrais. Determinado prédio homenageava a Nova York eterna: mocinhas eram contratadas para se fantasiarem de Estátua da Liberdade, com o rosto pintado de verde, a tocha de plástico numa mão, o folheto colorido na outra. Ou então era o Tio Sam, eram Marilyns e Kennedys, que ocupavam a avenida Brasil, a Nove de Julho, as ruas do Itaim. Esses homens e mulheres-placa não se comparam sequer ao guardador de carros, que precisa impor certa presença ao cliente incauto. Estão ali graças à sua inexistência social. Só que sua função, paradoxalmente, é a de serem vistos; um cabelo azul, um gesto repetitivo apontando o caminho já bastam. (Adaptado de: Marcelo Coelho, www.marcelocoelho.folha.blogspot.uol.com) É preciso corrigir, devido à má estruturação, a redação da seguinte frase: (Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC) (A) Os homens-placa ficam ensanduichados entre tábuas ou pranchas de metal, transportando-as pelas ruas reduzidos à condições de suporte. (B) Sensibilizou-se o autor do texto com a condição humilhante desses homens e mulheres-placa, tratados como se fossem coisas, destituídos de sua humanidade. (C) Não se sabe a quem ocorreu a ideia, uma vez que condomínios de luxo certamente não combinam com sucata, de que usaram como base de anúncio. (D) Alguém, num momento infeliz, teve a lamentável ideia de usar carros velhos como suporte de propaganda para a venda de imóveis de luxo. (E) Definitivamente, quem procura imóvel com espaço gourmet ou depósito de vinho individual não se deixará atrair pela propaganda apoiada num velho Opala de cor berrante. Preste atenção em questões como essa. Logo na alternativa A encontramos erro quanto ao uso da crase (“reduzidos à condições”), porém o que se pede é correção quanto à estruturação da redação. A: assertiva correta, quanto ao termo “ensanduichados”, embora não haja registro de sua ocorrência em dicionários, certamente se trata de um neologismo que o autor do texto criou. Nesse momento, ignorar o termo “ensanduichados”. Nessa alternativa há necessidade de correção em “reduzidos a condições”. O termo “reduzidos” exige preposição a, porém a palavra regida “condições” está no plural e não há o artigo definido feminino. A crase não ocorre; B, D e E: assertivas corretas; C: assertiva incorreta, devendo ser assinalada, a correlação entre as orações está truncada. Não é possível identificar claramente os sujeitos a que os verbos se referem, nem seus complementos. A redação não é inteligível. Gabarito “C” a fotografia nos faz desfrutar e viver experiências de natureza igualmente temporal. (B) Na superfície espacial de uma fotografia, nem se imagine os tempos a que suscitarão essa imagem aparentemente congelada... (C) Conquanto seja o registro de um determinado espaço, uma foto leva-nos a viver profundas experiências de caráter temporal. (D) Tal como ocorrem nos espelhos da Alice, as experiências físicas de uma fotografia podem se inocular em planos temporais. (E) Nenhuma imagem fotográfica é congelada suficientemente para abrir mão de implicâncias semânticas no plano temporal. Gabarito “E” (A) Apesar de se ombrearem com outras artes plásticas, 1: incorreta, “Senhor Coronel José Silva, convidamos o senhor a comparecer”; 2: incorreta, “Requeremos informação” ou “O Departamento de Informática da Cidade X - DIX requer informação”. Não se utiliza a 1ª pessoa do singular. De qualquer modo, lembrar que o verbo requerer na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo tem a forma: requeiro. Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto: (Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC) (A) Quando o corpo humano se reduz em suporte exclusivamente material para qualquer coisa, nossa dignidade deixa de ter preço. (B) Requer-se de um guardador de carros, diferentemente do que ocorre com um homem-placa, que tenha iniciativa e presença. 57 (C) Há momentos onde o afã de se fazer propaganda não mede esforços para lançar mão dos mais grotescos recursos. (D) Ainda se vê em grandes cidades as figuras antagônicas de pobres entalados em cartazes nos quais se diz venderem ouro. (E) Muitos acreditam ter requinte em morar num edifício de nome estrangeiro, além das novidades ligadas à onda de gastronomia. A: incorreta, “Quando o corpo humano se reduz a um suporte”; B: correta; C: incorreta, “Há momentos em que [usar o pronome onde somente quando há referência a lugar]”; D: incorreta, “Ainda se veem (...) as figuras (...) de pobres entalados em cartazes nos quais se diz vender ouro”; E: incorreta, “Muitos acreditam haver algum requinte em morar em um edifício de nome estrangeiro”. O período “além das novidades ligadas à onda de gastronomia”, parece fora de contexto. Gabarito “B” (Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC) Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto: (1) 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi Gabarito 1E, 2E 56 Do homicídio* Cabe a vós, senhores, examinar em que caso é justo privar da vida o vosso semelhante, vida que lhe foi dada por Deus. Há quem diga que a guerra sempre tornou esses homicídios não só legítimos como também gloriosos. Todavia, como explicar que a guerra sempre tenha sido vista com horror pelos brâmanes, tanto quanto o porco era execrado pelos árabes e pelos egípcios? Os primitivos aos quais foi dado o nome ridículo de quakers** fugiram da guerra e a detestaram por mais de um século, até o dia em que foram forçados por seus irmãos cristãos de Londres a renunciar a essa prerrogativa, que os distinguia de quase todo o restante do mundo. Portanto, apesar de tudo, é possível abster-se de matar homens. Mas há cidadãos que vos bradam: um malvado furou-me um olho; um bárbaro matou meu irmão; queremos vingança; quero um olho do agressor que me cegou; quero todo o sangue do assassino que apunhalou meu irmão; queremos que seja cumprida a antiga e universal lei de talião. Não podereis acaso responder-lhes: “Quando aquele que vos cegou tiver um olho a menos, vós tereis um olho a mais? Quando eu mandar supliciar aquele que matou vosso irmão, esse irmão será ressuscitado? Esperai alguns dias; então vossa justa dor terá perdido intensidade; não vos aborrecerá ver com o olho que vos resta a vultosa soma de dinheiro que obrigarei o mutilador a vos dar; com ela vivereis vida agradável, e além disso ele será vosso escravo durante alguns anos, desde que lhe seja permitido conservar seus dois olhos para melhor vos servir durante esse tempo. Quanto ao assassino do seu irmão, será vosso escravo enquanto viver. Eu o tornarei útil para sempre a vós, ao público e a si mesmo”. É assim que se faz na Rússia há quarenta anos. Os criminosos que ultrajaram a pátria são forçados a servir à pátria para sempre; seu suplício é uma lição contínua, e foi a partir de então que aquela vasta região do mundo deixou de ser bárbara. (Voltaire – O preço da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 2001, pp. 15/16. Trad. de Ivone Castilho Benedetti) * Excerto de texto escrito em 1777, pelo filósofo iluminista francês Voltaire (1694-1778). ** Quaker – associação religiosa inglesa do séc. XVI, defensora do pacifismo. 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi tratamento de vós, que hoje nos soa tão cerimonioso, ecoa uma época em que se aliavam boa argumentação e boa retórica. (B) Voltaire não hesita em lembrar as vantagens reais da aplicação de penas que poupam a vida do criminoso para que pague pelo que fez. (C) Como sempre há quem defenda os castigos capitais, razão pela qual Voltaire buscou refutá-los, através de alternativas mais confiáveis. (D) Note-se a preocupação que tem esse iluminista francês em escalonar as penas de modo a que nelas se preserve adequada relação com o crime cometido. (E) Na refutação aos que defendem a pena de talião, Voltaire argumenta que o mal já causado não se sana com um ato idêntico ao do criminoso. Uma redação possível, menos truncada seria: “Como sempre há quem defenda os castigos capitais, refutados por Voltaire, que defendia alternativas a esses castigos.” Gabarito “C” Assim como os antigos moralistas escreviam máximas, deu-me vontade de escrever o que se poderia chamar de mínimas, ou seja, alguma coisa que, ajustada às limitações do meu engenho, traduzisse um tipo de experiência vivida, que não chega a alcançar sabedoria mas que, de qualquer modo, é resultado de viver. Andei reunindo pedacinhos de papel em que estas anotações vadias foram feitas e ofereço-as ao leitor, sem que pretenda convencê-lo do que penso nem convidá-lo a repensar suas ideias. São palavras que, de modo canhestro, aspiram a enveredar pelo avesso das coisas, admitindo-se que elas tenham um avesso, nem sempre perceptível mas às vezes curioso ou surpreendente. C.D.A. (Carlos Drummond de Andrade. O avesso das coisas [aforismos]. 5.ed. Rio de Janeiro: Record, 2007, p. 3) Atenção: a questão seguinte baseia-se no texto apresentado abaixo. A correspondência oficial não dispensa nem os protocolos de rigor que lhe são próprios, nem a máxima objetividade no tratamento do assunto em tela. Não cabendo o coloquialismo do tratamento na pessoa você, é preciso conhecer o emprego mais cerimonioso de Vossa Senhoria e Vossa Excelência, por exemplo, para os casos em que essas ou outras formas mais respeitosas se impõem. Quanto à disposição da matéria tratada, a redação deve ser clara e precisa, para que se evitem ambiguidades, incoerências e quebras sintáticas. (A) no caso de se admitir que. (B) caso se admita que. (C) tomando-se como pressuposto que. (D) visto que é patente que. (E) aceitando como hipótese que. Pelo contexto: “São palavras que, de modo canhestro, aspiram a enveredar pelo avesso das coisas, admitindo-se que elas tenham um avesso” vemos que trata-se de uma hipótese. A única alternativa que não tem apresenta um termo condicional é “visto que é patente que“. Gabarito “D” Está redigida de modo claro e em conformidade com o padrão culto escrito a seguinte frase: (Analista – TRF/1ª – 2011 – FCC) (A) Idôneo, com extraordinário senso de medida, e sem- pre atuando com discrição, era o mais cotado para ascender ao cargo a cuja disputa ninguém jamais se furtava. A ocorrência de ambiguidade e falta de clareza faz necessária uma revisão da seguinte frase: (Analista – TRT/16ª – 2009 – FCC) revolta, a todos, o pouco interesse que ele vem demonstrando na condução desse processo – razão pela qual há quem peça a demissão dele. (B) Conquanto ele nos haja dado uma resposta inconclusiva e protelado a decisão, há quem creia que nos satisfará o desfecho deste caso. (C) Inconformados com a resposta insatisfatória que nos deu, reiteramos o pedido para que ele não deixe de tomar as providências que o caso requer. (D) Ele deu uma resposta insatisfatória à providência que lhe solicitamos, em razão da qual será preciso insistir em que não venha a repeti-la. (E) Caso não sejam tomadas as providências cabíveis, seremos obrigados a comunicar à Direção o menoscabo com que está sendo tratado este caso. Texto para a questão seguinte. A raça humana 1 4 7 10 13 Miroslav Milovic. Comunidade da diferença. Relume Dumará, p. 131-2 (com adaptações). 16 Com referência às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item a seguir. (Analista – STF – 2008 – CESPE) (1) 1 4 7 10 13 (A) Causa-nos 16 19 Muitas coisas nos diferenciam dos outros animais, mas nada é mais marcante do que a nossa capacidade de trabalhar, de transformar o mundo segundo nossa 4 qualificação, nossa energia, nossa imaginação. Ainda assim, para a grande maioria dos homens, o trabalho nada mais é do que puro desgaste da vida. Na sociedade capitalista, a produtividade do trabalho aumentou simultaneamente a tão forte rotinização, apequenamento e embrutecimento do processo de trabalho de forma que já não há nada que mais nos desagrade do que trabalhar. Preferimos, a grande maioria, fazer o que temos em comum com os outros animais: comer, dormir, descansar, acasalar. Nossa capacidade de trabalho, a potência humana de transformação e emancipação de todos, ficou limitada a ser apenas o nosso meio de ganhar pão. Capacidade, potência, criação, o trabalho foi transformado pelo capital no seu contrário. Tornou-se o instrumento de alienação no sentido clássico da palavra: o ato de entregar ao outro o que é nosso, nosso tempo de vida. Emir Sader. “Trabalhemos menos, trabalhemos todos”. In: Correio Braziliense, 18/11/2007 (com adaptações). (Analista – TST – 2008 – CESPE) respeito do texto acima. (1) 19 O emprego de “Em virtude disso” (l.9) mostra que, imediatamente antes do termo “o social” (l.10) está subtendida a preposição de, que, se fosse explicitada, teria de ser empregada sob a forma do. 1: incorreta, a locução “em virtude disso” significa “em razão de”, “em consequência de”. A expressão “o social” vem precedida da preposição sobre, que está sendo usada também para a palavra filosofia. A assertiva está errada. (Diógenes Moreyra, inédito) ...admitindo-se que elas Respeitando a situação em que foi empregada a frase acima, a ÚNICA reformulação INCORRETA para o segmento destacado é: Hoje o sistema isola, atomiza o indivíduo. Por isso seria importante pensar as novas formas de comunicação. Mas o sistema também nega o indivíduo. Na economia, por 4 exemplo, mudam-se os valores de uso concreto e qualitativo para os valores de troca geral e quantitativa. Na filosofia aparece o sujeito geral, não o indivíduo. Então, a diferença 7 é uma forma de crítica. Afirmar o indivíduo, não no sentido neoliberal e egoísta, mas no sentido dessa ideia da diferença é um argumento crítico. Em virtude disso, dessa discussão 10 sobre a filosofia e o social surgem dois momentos importantes: o primeiro é pensar uma comunidade autoreflexiva e confrontar-se, assim, com as novas formas de 13 ideologia. Mas, por outro lado, a filosofia precisa da sensibilidade para o diferente, senão repetirá apenas as formas do idêntico e, assim, fechará as possibilidades do 16 novo, do espontâneo e do autêntico na história. Espero que seja possível um diálogo entre as duas posições em que ninguém tem a última palavra. Julgue o seguinte item a A retirada da preposição em “de transformar” (l.3) violaria as regras de gramática da língua portuguesa, já que essa expressão complementa “capacidade” (l.2). O referente do pronome feminino a em “repeti-la” não está claro. Trata-se da repetição da “resposta” ou da “providência”? 1: incorreta, “Muitas coisas nos diferenciam dos outros animais, mas nada é mais marcante do que a nossa capacidade de trabalhar, transformar o mundo segundo nossa qualificação, nossa energia, nossa imaginação.” Gabarito “D” tenham um avesso... B: incorreta, verifique ortografia (quisesse); colocação pronominal (bastava oferecer-lhe; para ouvi-lo); C: incorreta, verifique a concordância verbal (“aspectos que, sem dúvida, fazem o funcionário perder-se ao fazer os lançamentos, deixando que a chefia os [os lançamentos] faça [sujeito é chefia]”); D: incorreta, verifique a regência nominal (“direito à integração cultural”); E: incorreta, reescreva o trecho: “Surpreendeu a proposta feita anteontem, na diretoria, pela secretária geral. Segundo ela, pelo fato de não termos provido o depósito de material de limpeza, teremos de providenciá-lo às nossas próprias expensas”. 1 Gabarito 1E (Analista – TRF/1ª – 2011 – FCC) bastava oferecer dois dedos de prosa e toda a paciência para ouvirlhe em suas detalhadas lembranças do tempo da guerra. (C) A estrutura do setor de compras possui aspectos que sem dúvida, faz o funcionário perder-se ao fazer os lançamentos, deixando para a chefia que o façam. (D) Todos devem ter o direito da integração cultural, o que depende, em última instância, dos que tomam decisões respeitarem o princípio universal da igualdade de oportunidades. (E) Surpreende a proposta feita anteontem, na diretoria pela secretária geral, segundo a qual, porque não prouvemos o depósito de material de limpeza, tenhamos de providenciá-lo a nossas próprias expensas. 59 22 A raça humana é Uma semana Do trabalho de Deus. A raça humana é a ferida acesa Uma beleza, uma podridão O fogo eterno e a morte A morte e a ressurreição. A raça humana é o cristal de lágrima Da lavra da solidão Da mina, cujo mapa Traz na palma da mão. A raça humana risca, rabisca, pinta A tinta, a lápis, carvão ou giz O rosto da saudade Que traz do Gênesis Dessa semana santa Entre parênteses Desse divino oásis Da grande apoteose Da perfeição divina Na grande síntese. A raça humana é Uma semana Do trabalho de Deus. Gilberto Gil. (Analista – TRT/1ª – 2008 – CESPE) Assinale a opção em que a preposição em apresenta a mesma interpretação que recebe no verso 11: “Traz na palma da mão”. (A) Arrumei os livros na estante da sala. vez em quando, vamos juntos ao cinema. (C) A notícia correu de boca em boca. (D) A cidade entrou em festa. (E) Cremos na vitória da democracia. (B) De No verso “Traz na palma da mão”, a preposição em carrega ideia de lugar, assim como na oração “Arrumei os livros na estante da sala.” Gabarito “A” (A) O (B) Quem quizesse afagar o ego do velho casmurro, lhe Gabarito 1E Deve-se CORRIGIR, por deficiência estrutural, a redação deste livre comentário sobre o texto: (Analista – TRT/23ª – 2011 – FCC) Gabarito “A” 58 (Analista – TRT/2ª – 2008 – FCC) Está clara e correta a redação do seguinte comentário sobre o texto: (A) É notório que o autor do texto seja um tímido, onde se conclui de que ele está falando com o autoritarismo de sua própria experiência. (B) Não se deve vexar os tímidos por sua timidez, porque mesmo os extrovertidos, segundo o autor, não deixam também de ser assim. (C) Mesmo uma Elke Maravilha, afirma o autor, portará consigo um lado de timidez, por conta das extroversões em cujas se fez notória. (D) Faz parte do humor do texto a controvérsia que o complexo de inferioridade implica em que, no fundo, trata-se de seu oposto. (E) Nem todos concordarão com as teses do autor, mesmo porque um humorista não escreve com o fito de estabelecer verdades incontroversas. A seguir, as orações corrigidas. A: incorreta, “É notório que o autor do texto seja um tímido, daí se conclui que ele esteja falando com o autoritarismo de sua própria experiência.”; B: incorreta, oração incoerente; C: incorreta, Mesmo uma Elke Maravilha, afirma o autor, portará consigo um lado de timidez, por conta das extroversões pelas 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi do que se concentrar num filme. (B) A mulher ao lado prefere mais um filme em vez de ouvir música. (C) Tenho mais preferência a desfrutar do silêncio que de ouvir intimidades alheias. (D) O jovem prefere concentrar-se na música a ficar com os olhos num monitor de TV. (E) É mais preferível entreter-se com ideias próprias a que se distrair com as tolices de um filme. O verbo regente preferir exige preposição a: “prefere música a ficar com os olhos num monitor”. Gabarito “D” Releia o primeiro parágrafo, transcrito a seguir, para responder à questão seguinte. Justiça Itinerante Fluvial 1 4 Um historiador nordestino continua criticando o Rio por dar destaque às comemorações do bicentenário da chegada da corte portuguesa ao Brasil. Segundo o mestre do nosso setentrião, que nesse particular é acompanhado por mestres de outros Estados, inclusive de São Paulo, a badalação sobre a vinda de fugitivos de Napoleão é apenas uma jogada de marketing, destinada a encobrir as mazelas de uma cidade que deveria estar preocupada em combater a violência urbana, que envergonha não apenas a cidade mas o país inteiro. (Analista – TJ/MT – 2008 – VUNESP) Ao estabelecer a coesão no início do parágrafo, a preposição por introduz, com relação à oração anterior, uma ideia de (A) hipótese. 7 10 13 16 19 22 (B) concessão. (C) conformidade. (D) causa. 25 (E) oposição. O motivo da crítica está no fato de o Rio dar “destaque às comemorações”. Desse modo, a preposição por introduz uma ideia de causa. 28 Gabarito “D” 1 Há séculos os estudiosos tentam entender os motivos que levam algumas sociedades a evoluir mais rápido que outras. Só recentemente ficou patente que, além da 4 liberdade, outros fatores intangíveis são essenciais ao desenvolvimento das nações. O principal deles é a capacidade de as sociedades criarem regras de conduta que, 7 caso desrespeitadas, sejam implacavelmente seguidas de sanções. 31 34 37 Veja, 5/9/2007 (com adaptações). 40 Julgue o seguinte item, a respeito da organização das ideias no texto acima. 43 (Analista – TRT/9ª – 2007 – CESPE) (1) O emprego da preposição de separada do artigo que determina “sociedades”, em “a capacidade de as sociedades” (l.5-6), indica que o termo “as sociedades” é o sujeito da oração subordinada. 46 Uma das faces do funcionamento do Juizado Especial no Estado do Amapá é a Justiça Itinerante Fluvial. Essa modalidade de serviço judiciário consiste no atendimento de comunidades ribeirinhas por meio da utilização de uma embarcação adaptada para o atendimento judiciário em áreas não servidas por postos avançados e inacessíveis por estradas. Esta desloca-se pelo rio Amazonas e afluentes, visitando ribeirinhos, até o distrito de Bailique, arquipélago localizado no extremo norte do estado. Em seu interior ocorrem audiências cíveis, criminais e de família, em que juízes e promotores efetuam todos os procedimentos judiciários necessários: fazem interrogatórios, proferem sentenças, efetuam conciliações, etc. Nas jornadas do Juizado Itinerante Fluvial, diversas comunidades ribeirinhas são visitadas pela equipe. Na embarcação, que serve de base para a execução dos trabalhos, a comunidade ribeirinha recebe uma ampla orientação de seus direitos e da forma como podem deles usufruir como cidadãos amapaenses. A base fica ancorada em pontos estratégicos no meio do rio, e os interessados aproximam-se em pequenos barcos e canoas, para serem prontamente atendidos pelos serventuários ali presentes. Pela peculiaridade de algumas localidades, nem sempre há a necessidade de o atendimento ser efetuado dentro da embarcação. Nesses casos, o atendimento ocorre em centros comunitários ou escolas da própria localidade. Assim, diversas famílias têm alcançado direitos antes tidos como impossíveis, tais como certidões de nascimento de seus filhos, certidões de casamento, posse de terras, etc. A Lei n.º 9.099/1995 introduziu importantes modificações no sistema penal e processual brasileiro, instituindo os juizados especiais, possibilitando a aplicação de novos institutos, como transação e suspensão condicional do processo. Com isso, nas pequenas infrações, o autor e a vítima poderão ser poupados das delongas e dos prazos decorrentes do processo, com a solução imediata do litígio, por meio da composição, tanto no âmbito civil como no criminal. Nessa nova realidade de aplicação de penas, a justiça do Amapá visualizou um horizonte infinito de trabalho, tendo a sua disposição o respaldo da lei. Surgiram então os Juizados Itinerantes Terrestre e Fluvial, com a premissa máster de oferecer às comunidades distantes das cidades o mesmo atendimento encontrado nos fóruns, pois as jornadas itinerantes são compostas por juízes, promotores, escrivãos, policiais, e toda a infraestrutura para a realização de audiências cíveis, criminais e de família. Internet: <http://www.tjap.gov.br>. Acesso em dez./2003 (com adaptações). (1) No segmento “nem sempre há a necessidade de o atendimento ser efetuado dentro da embarcação”, os vocábulos sublinhados podem, sem se incorrer em erro, ser contraídos da seguinte forma: do. 1: incorreta, a banca considerou errada a assertiva, mas há entendimento diverso, conforme o comentário feito à questão anterior. Entendemos que o sujeito da oração subordinada é “o atendimento”, havendo a contração ou não. (Analista – TRT/4ª – 2006 – FCC) Está clara e correta a redação do seguinte comentário sobre o texto: (A) O autor faz-nos deduzir de que já não se encontra, nos jornais de hoje, crônicas que se possa comparar com o nível das que escrevia Rubem Braga, há décadas atrás. (B) A certa altura do texto, quando relembra o autor a imagem que lhe ficou do rápido contato que teve com o cronista, a figura evocada é a de um homem melancólico. (C) Não é tão simples como possa parecer, alguém retirar da matéria do cotidiano uma linguagem capaz de expressar-se com a limpidez e a elegância como Rubem Braga. (D) Rubem Braga provou tratar-se de uma injustiça que a crônica seja vista como um gênero menor, quando o mesmo as escreveu promovendo-lhes ao mais alto nível. (E) Quando se julga que há assuntos maiores e menores, se parte do erro de não prevenir que justamente os grandes artistas desdenham tal preconceito, que lhes vêm de fora. A: incorreta, “O autor nos faz deduzir que” – o verbo deduzir é transitivo direto e não exige preposição; C: incorreta, “Não é tão simples como pode parecer”; D: incorreta, “promovendo-as ao mais alto nível” – o verbo promover é bitransitivo, o pronome “as” corresponde a “crônicas” e é o objeto direto; E: incorreta, “Quando se julga que há assuntos maiores e menores, parte do erro é não prevenir que justamente os grandes artistas desdenhem tal preconceito vindo de fora.” Gabarito “B” (A) Seu vizinho de poltrona acha preferível ouvir música (Analista – TJ/AP – 2004 – CESPE) A respeito das ideias e das estruturas do texto I, julgue o item seguinte. Penso também nas nadadoras. Elas me assustam. Aqueles ombros enormes. (Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC) As três frases acima estão rearticuladas de forma correta e coerente no seguinte período: (A) Me assustam também, quando penso nas nadadoras, cujos os ombros são enormes. (B) Por serem de ombros enormes, penso também naquelas nadadoras, quando me assusto. (C) Assusto-me com aquelas nadadoras, onde os ombros são enormes, quando também penso nelas. (D) Assustam-me as nadadoras, quando passo a pensar nelas, com seus ombros enormes. (E) Me assustam ainda os ombros enormes daquelas nadadoras, ao pensar neles. Observe, inicialmente, os elementos das três frases: 1) o sujeito do verbo pensar é desinencial (1ª pessoa do singular – “eu”); 2) o objeto do verbo pensar é “nas nadadoras”; 3) o sujeito do verbo assustar é “as nadadoras”; 4) o objeto do verbo assustar corresponde à primeira pessoa do discurso (“eu”). Vamos procurar, nas frases rearticuladas, a mesma correspondência entre sujeito e objeto. A: incorreta, o sujeito do verbo assustar não está claro; B: incorreta, o autor se assusta quando pensa nas nadadoras e nos seus ombros enormes. Não é o susto que faz pensar nelas (as nadadoras é que causam o susto, não o contrário); C: incorreta, “onde os ombros são enormes” não faz sentido; D: correta, “Assustam-me as nadadoras” – o sujeito do verbo assustar é nadadora. O objeto é “me”; “quando passo a pensar nelas” – o sujeito de “passo a pensar” corresponde à primeira pessoa do singular. Essas relações correspondem à informação fornecida pelas frases originais; E: incorreta, embora seja possível imaginar que “os ombros” poderia corresponder ao sujeito de alguma construção com o verbo assustar, não podemos afirmar isso categoricamente, tendo em vista as informações fornecidas no exercício. A melhor alternativa é, realmente, a D. (Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC) São os subterfúgios ilusórios que nos levam a admirar a imagem nossa construída pelos outros. Uma outra forma clara e correta de se redigir o que expressa a frase acima é: (A) É a imagem que os outros constroem para nós com subterfúgios ilusórios que nos levam a admirar. (B) Haja vista dos ilusórios subterfúgios, levam-nos os outros a admirar como foi que se construiu a nossa imagem. (C) Levam-nos a admirar nossa própria imagem, do modo como se construiu os subterfúgios ilusórios dos outros. (D) Deve-se aos subterfúgios ilusórios que sejamos levados à admiração da imagem nossa que os outros construíram. (E) Tendo os outros construído nossa imagem, são com subterfúgios ilusórios que fazem com que lhe sejamos levados a admirar. Na oração original, o sujeito do verbo levar é o pronome relativo que. Esse pronome tem como referente “os subterfúgios ilusórios”. O objeto direto do verbo levar é “nos” e o objeto indireto é “a admirar a imagem nossa construída pelos outros.” Gabarito “D” Está correta a construção Gabarito 1E Gabarito “E” (Analista – TRT/18ª – 2008 – FCC) da seguinte frase: 1: incorreta, não é porque a preposição de está separada do artigo a que “as sociedades” será o sujeito da oração subordinada reduzida de infinitivo (“as sociedades criarem regras”). A preposição separada do artigo não determina isso. Alguns gramáticos repudiam a contração da preposição de com parte do núcleo do sujeito (“das sociedades criarem”) argumentando que o sujeito não pode vir seguido de preposição. Cunha & Cintra dizem que “Quando a preposição que antecede o artigo está relacionada com o verbo, e não com o substantivo que o artigo introduz, é aconselhável [grifo nosso] que os dois elementos fiquem separados, embora não faltem exemplos de sua aglutinação...” (CUNHA, C. & CINTRA, L.F.L. Nova gramática do português contemporâneo. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 209). Entretanto Bechara explica que “não se trata (...) de regência preposicional do sujeito, mas do contato de duas palavras que, por hábito e por eufonia, costumam ser incorporadas na pronúncia. (...) O que a lição dos fatos nos permite ensinar é que ambas as construções são corretas” (BECHARA, E. Lições de Português pela análise sintática. 16ª ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001, pp. 190-191). Em conclusão, o sujeito da oração subordinada é “as sociedades” havendo a contração ou não. Gabarito 1E quais se fez notória.”; D: incorreta, faz parte do humor do texto a controvérsia em que o complexo de inferioridade implica que se trata, no fundo, de seu oposto. 61 Gabarito “D” 60 (Analista – TRT/3ª – 2005 – FCC) A frase cuja redação está inteiramente clara e correta é: (A) A jovem repórter causou alguma incompreensão tão logo ao referir-se a um termo que a todos pareceu ter um sentido além do que ele pretendia. (B) O autor não hesita em concluir que, diante das entusiasmadas adesões à utilização da informática e da linguagem que lhe corresponde, o computador já faz parte do nosso cotidiano. (C) Os programadores de computador, que costumam serem mais jovens, provavelmente não lhes fica claro aquilo que já significou a expressão fazer um programa, desde que o sentido fosse outro. (D) O autor sublinha com razão que é comum que os mais velhos reajam com desassosego, porque, diante do que é mais novo, surge-lhes quase sempre como se fosse uma ameaça. (E) Quando ele diz que dança quem não souber o que é BBS, o verbo que o autor lança mão aqui é um termo de gíria, ao qual é mais costumeiro na linguagem dos jovens. Seguem orações corrigidas. A: incorreta, “A jovem repórter causou incompreensão ao se referir a um termo que a todos pareceu ter um 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi Seguem as demais reescritas corretamente. B: incorreta, “Os escritórios de advogado onde funcionam sedes de empresas”; C: incorreta, “Havendo constrangimento do advogado ao informar fatos que só dizem respeito aos seus clientes, traindo a confiança desses, fica impossível o exercício da profissão que lhes compete.”; D: incorreta, “A menos que sejam previstas como um caso de exercício diverso da advocacia, as situações regulares dos escritórios de advogados impõem o respeito ao direito de sigilo.”; E: incorreta, “tem sido resguardado o sigilo na apreensão de documentos, entendida como flagrante abuso de autoridade.” Gabarito “A” Leia o texto, para responder às questões seguintes. Ser gentil é um ato de rebeldia. Você sai às ruas e insiste, briga, luta para se manter gentil. O motorista quase te mata de susto buzinando e te xingando porque você usou a faixa de pedestres quando o sinal estava fechado para ele. Você posta um pensamento gentil nas redes sociais apesar de ler dezenas de comentários xenofóbicos, homofóbicos, irônicos e maldosos sobre tudo e todos. Inclusive você. Afinal, você é obviamente um idiota gentil. Há teorias evolucionistas que defendem que as sociedades com maior número de pessoas altruístas sobreviveram por mais tempo por serem mais capazes de manter a coesão. Pesquisadores da atualidade dizem, baseados em estudos, que gestos de gentileza liberam substâncias que proporcionam prazer e felicidade. Mas gentileza virou fraqueza. É preciso ser macho pacas para ser gentil nos dias de hoje. Só consigo associar a aversão à gentileza à profunda necessidade (Ana Paula Padrão, Gentileza virou fraqueza. Disponível em: <http://www.istoe.com.br>. Acesso em: 27 jan 2015. Adaptado) (VUNESP – 2015) No trecho – Há teorias evolucionistas… –, a substituição do verbo destacado está de acordo com a norma-padrão de concordância em: (A) Deve existir. haver. (C) Podem haver. (D) Existem. (E) Podem existirem. (B) Vão O verbo “haver”, no sentido de existir, é impessoal, ou seja, não se flexiona em número, sendo grafado sempre no singular. No trecho original, o verbo “haver” está conjugado no presente do indicativo e é seguido de expressão no plural (“teorias evolucionistas”), portanto deve ser substituído pelo verbo “existir” na terceira pessoa do plural do presente do indicativo: “existem”. Leia o texto, para responder às questões de abaixo. O fim do direito é a paz, o meio de que se serve para consegui-lo é a luta. Enquanto o direito estiver sujeito às ameaças da injustiça – e isso perdurará enquanto o mundo for mundo –, ele não poderá prescindir da luta. A vida do direito é a luta: luta dos povos, dos governos, das classes sociais, dos indivíduos. Todos os direitos da humanidade foram conquistados pela luta; seus princípios mais importantes tiveram de enfrentar os ataques daqueles que a ele se opunham; todo e qualquer direito, seja o direito de um povo, seja o direito do indivíduo, só se afirma por uma disposição ininterrupta para a luta. O direito não é uma simples ideia, é uma força viva. Por isso a justiça sustenta numa das mãos a balança com que pesa o direito, enquanto na outra segura a espada por meio da qual o defende. A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a espada, a impotência do direito. Uma completa a outra, e o verdadeiro estado de direito só pode existir quando a justiça sabe brandir a espada com a mesma habilidade com que manipula a balança. O direito é um trabalho sem tréguas, não só do Poder Público, mas de toda a população. A vida do direito nos A vida de milhares de indivíduos desenvolve-se tranquilamente e sem obstáculos dentro dos limites fixados pelo direito. Se lhes disséssemos que o direito é a luta, não nos compreenderiam, pois só veem nele um estado de paz e de ordem. (Rudolf von Ihering, A luta pelo direito) (VUNESP – 2015) Observe os verbos destacados nas passagens – … enfrentar os ataques daqueles que a ele se opunham… / … só veem nele um estado de paz e de ordem… – e assinale a alternativa em que estão corretamente conjugados os verbos opor, ver e os demais assinalados, que seguem o mesmo padrão de conjugação destes. (A) Opormos resistência à liderança dele foi um erro; agora querem que revemos nossa posição. (B) Se os interessados não se opuserem nem previrem razão para protelar o ato, amanhã mesmo será escolhido o síndico do condomínio. (C) Se não se indisporem com as amigas do filho, os pais permitirão que elas o revejam quando ele retornar. (D) Haverá problema se ele ver que houve manipulação de dados; certamente se predisporá a cancelar tudo. (E) Cada vez que prever resistência dos funcionários às decisões do chefe, ele intervirá, antes que todos se indisponham. A: incorreta. “Rever”, na primeira pessoa do plural do presente do subjuntivo, conjuga-se “revejamos”; B: correta. Os verbos estão conjugados conforme a norma culta da língua; C: incorreta. “Indispor”, na terceira pessoa do plural do pretérito imperfeito do subjuntivo, conjuga-se “indispuserem”; D: incorreta. O verbo “ver”, na terceira pessoa do singular do pretérito imperfeito do subjuntivo, conjuga-se “vir”; E: incorreta. O futuro do subjuntivo da terceira pessoa do singular do verbo “prever” é “previr”. De acordo com a norma-padrão, o pronome destacado pode ser colocado também depois do verbo no trecho: (VUNESP – 2015) (A) Se lhes disséssemos que o direito é a luta … (B) … só se afirma por uma disposição ininterrupta para a luta... o meio de que se serve para consegui-lo … (D) A vida do direito nos oferece … (E) … segura a espada por meio da qual o defende. (C) … A: incorreta. A próclise é obrigatória pela conjunção condicional “se”; B: incorreta. A próclise é obrigatória pela presença do advérbio “só”; C: incorreta. A próclise é obrigatória pela presença do pronome relativo “que”; D: correta. Aqui, a próclise é facultativa, por não haver nenhuma ocorrência que a exija; E: incorreta. A próclise é obrigatória por força da locução pronominal relativa “da qual”. Gabarito “D” a versão oficial, as entradas forçosas da polícia em escritórios de advocacia não constituem abuso de autoridade, uma vez que são determinadas por ordem judicial. (B) Os escritórios de advogado aonde funcionam sedes de empresas, não configuram um caso de sigilo profissional, uma vez que se prestam ao exercício de uma função estranha à sua finalidade. (C) Havendo constrangimento do advogado ao informar fatos que só dizem respeito aos seus clientes, traindo sua confiança, fica impossível exercerem a profissão que lhes compete. (D) A menos que seja previsto como um caso de exercício diverso da advocacia, as situações regulares dos escritórios de advogados impõem o respeito ao direito de sigilo. (E) Note-se que na jurisprudência, do âmbito do Supremo Tribunal Federal, tem sido resguardado o sigilo na apreensão de documentos, entendida como fraglante abuso de autoridade. É verdade que nem todos enfrentam o mesmo desafio. (VUNESP – 2015) Assinale a alternativa em que o pronome destacado está empregado de acordo com a norma-padrão. (A) O mundo conhece a paz graças aos povos, governos, classes sociais e indivíduos, cuja luta a garante. (B) Há milhares de indivíduos onde a sua vida se desenvolve tranquilamente e sem obstáculos. (C) A luta garante a conquista dos direitos da humanidade, o qual os princípios mais importantes dela foram atacados. (D) A Justiça tem numa das mãos uma balança, cuja representa a garantia de que o direito será pesado, ponderado. (E) O direito é uma força viva, onde os homens batalham incessantemente para manter. A: correta. O pronome relativo “cuja” está empregado nos exatos termos prescritos pela norma padrão da língua; B: incorreta. “Onde” traz a ideia de lugar, portanto não pode estar associado a indivíduos. Melhor seria “cuja vida”; C: incorreta. Aqui também deveria constar “cujos”; D: incorreta. “Cuja” não foi utilizado corretamente; deveria constar “a qual”; E: incorreta, pela mesma razão do comentário à alternativa “B”. Melhor seria “pela qual”. 5. CONCORDÂNCIA (Analista – TRT/1ª – 2012 – FCC) As normas de concordância verbal estão plenamente observadas na frase: (A) Cabem a cada um dos usuários de uma língua escolher as palavras que mais lhes parecem convenientes. (B) D. Glorinha valeu-se de um palavrório pelo qual, segundo lhe parecia certo, viessem a impressionar os ouvidos de meu pai. (C) As palavras que usamos não valem apenas pelo que significam no dicionário, mas também segundo o contexto em que se emprega. (D) Muita gente se valem da prática de utilizar termos, para intimidar o oponente, numa polêmica, que demandem uma consulta ao dicionário. (E) Não convém policiar as palavras que se pronuncia numa conversa informal, quando impera a espontaneidade da fala. A: incorreta. Deveria constar “cabe” e “parece”, no singular, para concordar com “cada um”; B: incorreta. Deveria constar “viesse”, no singular, para concordar com “palavrório”; C: correta. As normas de concordância verbal foram integralmente respeitadas no trecho; D: incorreta. Deveria constar “vale”, no singular, para concordar com “muita gente”; E: incorreta. Deveria constar “pronunciam”, no plural, para concordar com “palavras”. Gabarito “C” (A) Segundo Não ter tempo para gentilezas é bonito. É justificável diante da eterna ambivalência humana: queremos ser bons, mas temos medo. Não dizer bom-dia significa que você é muito importante. Ou muito ocupado. Humilhar os que não concordam com suas ideias é coisa de gente forte. E que está do lado certo. Como se houvesse um lado errado. Porque, se nenhum de nós abrir a boca, ninguém vai reparar que no nosso modelo de felicidade tem alguém chorando ali no canto. Porque ser gentil abala sua autonomia. Enfim, ser gentil está fora de moda. Estou sempre fora de moda. Querendo falar de gentileza, imaginem vocês! Pura rebeldia. Sair por aí exibindo minhas vulnerabilidades e, em ato de pura desobediência civil, esperar alguma cumplicidade. Deve ser a idade. oferece, num simples relance de olhos, o espetáculo de um esforço e de uma luta incessante, como o despendido na produção econômica e espiritual. Qualquer pessoa que se veja na contingência de ter de sustentar seu direito participa dessa tarefa de âmbito nacional e contribui para a realização da ideia do direito. Gabarito “B” Gabarito “B” Está inteiramente clara e correta a redação da seguinte frase: (Analista – TRT/11ª – 2005 – FCC) de ser – ou parecer ser – invencível e bem-sucedido. Nossas fragilidades seriam uma vergonha social. Um empecilho à carreira, ao acúmulo de dinheiro. Gabarito “D” sentido além do que se pretendia.”; B: correta, está clara a redação; C: incorreta, “Não fica claro aos programadores de computador, normalmente mais jovens, que a expressão fazer um programa já teve outro sentido.”; D: incorreta, “O autor sublinha, com razão, que é comum os mais velhos reagirem com desassossego, porque, aquilo que é novo, surge quase sempre como se fosse uma ameaça.”; E: incorreta, “Quando ele diz que dança quem não souber o que é BBS, o sentido do verbo que o autor utiliza (dançar) é informal, trata-se de uma gíria. Seu uso é mais costumeiro na linguagem dos jovens.” 63 Gabarito “A” 62 (Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) A concordância verbal está plenamente observada na frase: (A) Provocam muitas polêmicas, entre crentes e materialistas, o posicionamento de alguns religiosos e parlamentares acerca da educação religiosa nas escolas públicas. (B) Sempre deverão haver bons motivos, junto àqueles que são contra a obrigatoriedade do ensino religioso, para se reservar essa prática a setores da iniciativa privada. (A) Nenhuma das concepções de dignidade, postuladas por diferentes crenças, ...... (alcançar) uma validade efetivamente universal. (B) Não se ...... (atribuir) às burocracias, nesse texto, o mérito de tomar a iniciativa de atender aos interesses públicos. (C) A terceirização e a comercialização da saúde, para dom Odilo Scherer, ...... (constituir) um profundo desrespeito aos mais pobres. (D) Raramente se ...... (dispensar) aos mais pobres o mesmo cuidado médico das clínicas particulares. (E) Quantas vezes já se ...... (aplicar) aos burocratas dos serviços essenciais alguma sanção por sua negligente abulia? A: incorreta. O verbo “alcançar” deve ser flexionado no singular para concordar com “nenhuma”; B: incorreta. O verbo “atribuir” deve ser conjugado no singular porque se trata de sujeito indeterminado; C: correta. Com efeito, o verbo “constituir” vai para o plural para concordar com “a terceirização e a comercialização”, sujeito composto; D: incorreta. A oração está na voz passiva sintética, cujo sujeito é “o mesmo cuidado médico” – singular, portanto; E: incorreta. “Aplicar” deve concordar com “alguma sanção”, ou seja, fica no singular. Gabarito “C” (Analista – TRT9 – 2012 – FCC) A frase em que todos os verbos estão corretamente flexionados é: se dispor a ler a obra seminal de Hobsbawm sobre as revoluções do final do século XVIII à primeira metade do XIX jamais protestará contra o tempo gasto e o esforço despendido. (B) As reflexões sobre a Revolução Francesa de 1789 requerem muito cuidado para que não se perca de vista a complexidade que as afirmações categóricas tendem a desconsiderar. (C) Os revolucionários de 1789 talvez não previssem, ou sequer imaginassem, o impacto que o movimento iniciado na França teria na história de praticamente toda a humanidade. A: incorreta. Deveria constar “manifesta-se”, no singular, para concordar com “a utilidade”; B: incorreta. Deveria constar “nota”, no singular, para concordar com “qualquer disposição”; C: correta. Todas as normas de concordância verbal foram respeitadas no período; D: incorreta. Deveria constar “há”, no singular, para concordar com “o sentido”; E: incorreta. Deveria constar “surge”, no singular, para concordar com o numeral “uma”. A: incorreta. A conjugação da terceira pessoa do singular do verbo “dispor” no futuro do subjuntivo é “dispuser”; B: correta. Todos os verbos estão conjugados corretamente nesse período; C: incorreta. A conjugação da terceira pessoa do plural do verbo “prever” no pretérito imperfeito do subjuntivo é “previssem”; D: incorreta. A conjugação da terceira pessoa do plural do verbo “desfazer” do futuro do subjuntivo é “desfizerem”; E: incorreta. A conjugação da terceira pessoa do plural do verbo “advir” no pretérito perfeito do indicativo é “advieram”. (A) Em As normas de concordância estão plenamente respeitadas na frase: (Analista – TRT9 – 2012 – FCC) (A) Cada um dos filmes dirigidos por Glauber Rocha apresentavam um caráter revolucionário único. (B) A maioria dos integrantes do movimento conhecido como Cinema Novo estava profundamente interessada nos problemas sociais do país. (C) Muitas expressões artísticas, como o neorrealismo italiano, contribuiu para o desenvolvimento do Cinema Novo. (D) A maior parte dos cineastas envolvidos com o Cinema Novo integravam um grupo que tentavam novos caminhos para o cinema nacional. (E) O Tropicalismo, em que Caetano Veloso e Gilberto Gil se projetou, e o Cinema Novo, cujo principal expoente foi Glauber Rocha, se configura como movimentos artísticos expressivos no século XX. A: incorreta. O certo seria “apresentava”, para rimar com “cada um”; B: correta. Todas as normas de concordância foram respeitadas no período; C: incorreta. O certo seria “contribuíram”, para concordar com “muitas expressões artísticas”; D: incorreta. O certo seria “tentava”, para concordar com “a maior parte”; E: incorreta. O certo seria “configuram”, para concordar com “O Tropicalismo (...) e o Cinema Novo” (sujeito composto). Gabarito “B” Gabarito “E” O verbo indicado entre parênteses deve flexionar-se no plural para preencher corretamente a lacuna da seguinte frase: (Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) as pessoas não se desfazerem da imagem que cultivam de Napoleão, nunca deixarão de acreditar que o talento pessoal é o principal ou mesmo a único requisito para a obtenção do sucesso. (E) Quando se pensa na história universal, nada parece tão disseminado no imaginário popular, sobretudo no ocidente, do que as imagens que adviram da Revolução Francesa de 1789. (Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC) As normas de concordância verbal encontram-se plenamente observadas em: (A) A utilidade dos dicionários, mormente quando se trata de palavras polissêmicas, manifestam-se nas argumentações ideológicas. (B) Não se notam, entre os preconceituosos, qualquer disposição para discutir o sentido de um juízo e as consequências de sua difusão. (C) Não convém aos injustiçados reclamar por igualdade de tratamento quando esta pode levá-los a permanecer na situação de desigualdade. (D) Como discernimento e preconceito são duas acepções de discriminação, hão que se esclarecer o sentido pretendido. (E) Uma das maneiras mais odiosas de refutar os argumentos de alguém surgem na utilização de preconceitos já cristalizados. (Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC) A redação A: incorreta, “não existem dúvidas (...) os Estados Unidos, recentemente, provaram ao mundo”; B: incorreta, “alçar-se a diretor (...) não hesitando”; C: incorreta, “que caberia a ela [não ocorre a crase. O verbo regente caber exige a preposição a, porém não há artigo antes de pronome pessoal] (...) não aquiescendo [não consentindo], impusemos que a mídia teria de lidar”; D: correta, note que o vocábulo bom está sendo usado como adjetivo na comparação “o tio é mais bom [bondoso] do que preparado”; E: incorreta, o verbo defectivo soer (“ele sói ser o melhor conselheiro”) tem a acepção de “habituar, costumar”. É um verbo pouquíssimo usado hodiernamente. (Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC) Estão plenamente observa- das as normas de concordância verbal na frase: (A) Ao se revogarem o emprego de carros-placa na propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma demonstração de mau gosto. (B) Não sensibilizavam aos possíveis interessados em apartamentos de luxo a visão grotesca daqueles velhos carros-placa. (C) Destinam-se aos homens-placa um lugar visível nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é suprimida a visibilidade social. (D) As duas tábuas em que se comprimem o famigerado homem-placa carregam ditos que soam irônicos, como “compro ouro”. (E) Não se compara aos vexames dos homens-placa a exposição pública a que se submetem os guardadores de carros. A: incorreta, “Ao se revogar o emprego”; “pouparam-se a todos”; B: incorreta, “Não sensibilizava (...) a visão” - o sujeito do verbo transitivo direto sensibilizar é “a visão”. Podemos reescrever a oração na ordem direta, facilitando a compreensão: “A visão grotesca daqueles velhos carros-placa não sensibilizava os [sem preposição] possíveis interessados”; C: incorreta, “Destina-se aos homens-placa [objeto indireto do verbo destinar] um lugar visível [o verbo concorda com 65 “um lugar visível”] nas ruas e nas praças”; D: incorreta, “em que o famigerado homem-placa se comprime”. O sujeito do verbo comprimir é “famigerado homem-placa”, sujeito no singular, verbo no singular. E: correta, fica mais clara a oração da alternativa E se alterarmos a ordem: “A exposição pública [a que os guardadores de carros se submetem] não se compara aos vexames dos homens-placa.” Essa é a alternativa correta. Meios e fins correta é: se cuidando dessa doença no início, não existe dúvidas de que haverá cura – é o que os Estados Unidos, recentemente, provou ao mundo. (B) Desejando intensamente alçar-se diretor e ele passou a agir com zelo e discrição, não exitando em exceder suas funções e o horário do fim do expediente. (C) A regente insistiu junto à auxiliar que caberia à ela falar com a imprensa e nós, não aquiecendo, impusemos que a mídia tem de lidar com nós mesmos, os funcionários. (D) Diz-se que o tio é mais bom do que preparado, mas o convívio com a adolescente tem sido dulcíssimo, em que lhe pesem os excessivos maus humores da jovem. (E) Pai extremoso, ele soe ser o melhor conselheiro dos filhos, salvo se o exacerbam os ânimos ao reincidirem pela enésima vez no mesmo erro. Gabarito “D” A: incorreta. O verbo “provocar” deveria estar no singular (“provoca”) para concordar com o sujeito “o posicionamento”; B: incorreta. “Haver”, com sentido de existir, é impessoal e não se flexiona mesmo quando acompanhado de verbo auxiliar. Com isso, o correto é “deve haver”; C: incorreta. “Consistir” deveria permanecer no singular (“consiste”), para concordar com a expressão “um dos (...)”; D: incorreta. O verbo “vir” deve permanecer no singular (“vem”) para concordar com “o número”; E: correta. Todos os verbos atendem aos preceitos da concordância determinados pela gramática. (D) Se Gabarito “B” dos argumentos trazidos pelo autor do texto, contra os que votam a favor do ensino religioso na escola pública, consistem nos altos custos econômicos que acarretarão tal medida. (D) O número de templos em atividade na cidade de São Paulo vêm gradativamente aumentando, em proporção maior do que ocorrem com o número de escolas públicas. (E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação como a regulação natural do mercado sinalizam para as inconveniências que adviriam da adoção do ensino religioso nas escolas públicas. Gabarito “C” (C) Um (A) Quem 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi Gabarito “E” 64 O crítico José Onofre disse uma vez que a frase “não se faz uma omelete sem quebrar ovos” é muito repetida por gente que não gosta de omelete, gosta do barulhinho dos ovos sendo quebrados. Extrema esquerda e extrema direita se parecem não porque amam seus ideais, mas porque amam os extremos, têm o gosto pelo crec-crec. A metáfora da omelete é “o fim justifica os meios”, em linguagem de cozinha. O fim justificaria todos os meios extremos de catequização e purificação, já que o fim é uma humanidade melhor – só variando de extremo para extremo o conceito de “melhor”. Todos os fins são nobres para quem os justifica, seja uma sociedade sem descrentes, sem classes ou sem raças impuras. O próprio sacrifício de ovos pelo sacrifício de ovos tem uma genealogia respeitável, a ideia de regeneração (dos outros) pelo sofrimento e pelo sangue acompanha a humanidade desde as primeiras cavernas. Ou seja, até os sádicos têm bons argumentos. Mas o fim das ideologias teria decretado o fim do horror terapêutico, do mito da salvação pela purgação que o século passado estatizou e transformou no seu mito mais destrutivo. O fracasso do comunismo na prática acabou com a desculpa, racional ou irracional, para o stalinismo. O tempo não redimiu o horror, o fim foi só a última condenação dos meios. (Adaptado de: Luis Fernando Verissimo, O mundo é bárbaro) (Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC) O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural para preencher adequadamente a lacuna da frase: (A) Agrada aos extremistas propagar que, a menos que se ...... (quebrar) ovos, nunca se fará uma omelete. sádicos ...... (dever) agradar ouvir os ovos quebrando- se, como preâmbulo de uma omelete. (C) Os ovos de que se ...... (compor) a omelete ilustram o caso em que a violência de um ato se justifica pela causa a que serve. (D) A todos os meios extremos ...... (costumar) corresponder, segundo os radicais, uma justificativa aceitável. (E) Mesmo aos maiores sádicos ...... (poder) ocorrer uma certa direção de argumentos para justificar seus horrores. (B) Aos A: correta, em “a menos que se quebrem ovos”, o verbo transitivo direto quebrar concorda no plural com o sujeito da passiva (“ovos sejam quebrados”); B: incorreta, o sujeito da locução verbal “deve agradar” é oracional: “ouvir os ovos quebrando deve agradar”. O verbo deve permanecer no singular; C: incorreta, em “de que se compõe a omelete”, o verbo transitivo direto compor concorda no singular com o sujeito 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi (A) Havendo quem vos pretendam convencer de que a pena de morte é necessária, perguntem onde e quando ela já se provou indiscutivelmente eficaz. (B) Entre os cidadãos de todos os países nunca deixarão de haver, por força do nosso instinto de violência, os que propugnam pela pena de morte. (C) Destaca-se, entre as qualidades de Voltaire, suas tiradas irônicas e seu humor ferino, armas de que se valia em suas pregações de homem liberal. (D) Embora remontem aos hábitos das sociedades mais violentas do passado, a pena de talião ainda goza de prestígio entre cidadãos que se dizem civilizados. (E) Opõe-se às ideias libertárias de Voltaire, um lúcido pensador iluminista, a violência das penas irracionais que se aplicam em nome da justiça. A: incorreta, “quem pretenda convencer [a vós] (...) pergunte”; B: incorreta, deixará de haver; C: incorreta, “Destacam-se (...) suas tiradas”; D: incorreta, “Embora [a pena de talião] remonte”; E: correta, o verbo opor concorda com “a violência”, no singular. O verbo aplicar concorda com “penas irracionais”, no plural. 1 4 7 10 13 16 19 22 Aceitar que somos indeterminados naturalmente, que seremos lapidados pela educação e pela cultura, que disso decorrem diferenças relevantes e irredutíveis aos genes é muito difícil. Significa aceitarmos que há algo muito precário na condição humana. Parte pelo menos dessa precariedade ou indeterminação alguns chamarão liberdade. Porém nem mesmo a liberdade é tão valorizada quanto se imagina. Ela implica responsabilidades. Parece que se busca conforto na condição de coisa. Se eu for objeto, isto é, se eu for natureza, meus males independem de minha vontade. Aliás, o que está em discussão não é tanto o que os causou, mas como resolvê-los: se eu puder solucioná-los com um remédio ou uma cirurgia, não preciso responsabilizar-me, a fundo, por eles. Tratarei a mim mesmo como um objeto. A postura das ciências humanas e da psicanálise é outra, porém. Muito da experiência humana vem justamente de nos constituirmos como sujeitos. Esse papel é pesado. Por isso, quando entra ele em crise — quando minha liberdade de escolher amorosa ou política ou profissionalmente resulta em sofrimento —, posso aliviar-me procurando uma solução que substitua meu papel de sujeito pelo de objeto. Roberto Janine Ribeiro. A cultura ameaçada pela natureza. Pesquisa Fapesp Especial, p. 40 (com adaptações). (Analista – STF – 2008 – CESPE) Considerando o texto anterior, julgue o item subsequente. (1) As orações que precedem “é” (l.4) constituem o sujeito que leva esse verbo para o singular. 1: está correta a assertiva. O sujeito do verbo ser é oracional: “Aceitar [...] é...”. 1 4 7 (Analista – STJ – 2008 – CESPE) A partir da organização das ideias e das estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens subsequentes. Na linha 7, a flexão de plural da forma verbal “produzem” é exigida pelo termo “economia e finanças”. (2) Na linha 12, o termo “o espelho” permite que o verbo ser, nessa oração, seja flexionado também no singular: Mas é também o espelho. (1) 1: correta, o verbo produzir concorda com o sujeito composto, que tem como núcleos: argumento e pretensão; 2: incorreta, o verbo concorda com o sujeito subentendido “os mercados”, que é plural. (Analista – TRT/2ª – 2008 – FCC) As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas em: (A) Costumam Gabarito “C” Gabarito “A” (Analista – TRT/23ª – 2011 – FCC) As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase: A: incorreta, “pretendia-se designar”; B: incorreta, “A multiplicação (...) acabou por representar”; C: incorreta, “tomar a iniciativa (...) cabe a quaisquer”; D: correta, o sujeito do verbo opor é composto “instância do (...) privado” e “instância do (...) público”; E: incorreta, “Permite-se (...) levantar”. Paulo Guedes. “Os mercados são demasiado humanos”. In: Época, 21/7/2008 (com adaptações). Em minha opinião, uma percepção ingênua dos fenômenos de mercado, como a crença nos mercados perfeitos, fornece exatamente o que seus críticos mais utilizam como munição nos momentos de crise e descontinuidade. O argumento da suposta infalibilidade dos mercados em bases científicas e a pretensão de transformar economia e finanças em ciências exatas produzem uma perigosa mistificação: confundir brilhantes construções mentais para entender a realidade com a própria realidade. haver nas pessoas extrovertidas traços marcantes de timidez. (B) Não se devem imputar aos muito tímidos a culpa por sua notoriedade. (C) Não deixam de ocorrer a um tímido as vantagens de sua timidez. (D) Interessam a certos extrovertidos encobrir aspectos de sua timidez. (E) O fato de serem tímidas não impossibilitam as pessoas de serem notadas. A: incorreta, o verbo haver no sentido de existir é impessoal e permanece na 3ª pessoa do singular: “Costuma haver”; B: incorreta, “Não se deve imputar” concorda com “a culpa por sua notoriedade”, no singular; C: está correta: a locução verbal concorda com “as vantagens” no plural; D: incorreta, o sujeito do verbo impossibilitar é singular: “O fato”. (Analista – TSE – 2006 – CESPE) Assinale a opção em que o fragmento de texto apresenta erro gramatical. (A) O diretor-geral do TSE, Athayde Fontoura Filho, fez a palestra de lançamento do Manual de Contratos Administrativos na Justiça Eleitoral, de autoria do professor Jorge Ulisses Jacoby Fernandes. (B) A obra trata da unificação de procedimentos que eram adotados de forma diferente pelos TREs na contratação de serviços e compras, como explicou o diretor do TSE. (C) O diretor-geral do TSE salientou a importância de um trabalho de sistematização das experiências anteriores de gestão, que começaram a ser delineados em 2005. “É um trabalho que enobrece o serviço público”, segundo ele. (D) Athayde Fontoura ressaltou, contudo, que a sistemática de gestão dos contratos no serviço público ainda carece de aperfeiçoamentos, porque é um processo em andamento. Tanto que, segundo ele, algumas ações que não puderam ser implantadas neste ano, em virtude do calendário eleitoral, foram transferidas para 2007. Opções adaptadas. Internet: <www.tse.gov.br>. Verifique a concordância nominal: “experiências [palavra feminina plural] anteriores de gestão, que começaram a ser delineadas [palavra feminina plural] em 2005”. (Analista – TSE – 2006 – CESPE) Assinale a opção em que fragmento de texto apresenta erro gramatical. (A) Os próximos quatro anos serão decisivos para a reconstrução republicana. O resultado das eleições demonstraram clara independência com as populações locais. (B) Elas não entregam mais seus ouvidos e, com eles, os seus votos, aos chefetes locais. Isso anuncia surpresas importantes nas eleições municipais de 2008. (C) É agora o tempo oportuno para as grandes reformas (como a agrária), que vêm sendo adiadas neste país há mais de 40 anos e sem as quais continuaremos sendo um dos países mais injustos do globo. (D) Para que elas se façam, é preciso que o arcabouço constitucional seja sólido e claro. Se somos República Federativa no rótulo, que a sejamos no conteúdo. E a União nada cederá de seu poder se não houver a pressão dos estados. Opções adaptadas de Mauro Santayana. Op cit. Verifique a concordância verbal: “O resultado das eleições demonstrou [o verbo concorda com o núcleo do sujeito, no singular] clara independência”. (Analista – TRT/4ª – 2006 – FCC) As normas de concordância verbal e nominal estão plenamente atendidas na frase: (A) Reservam-se os artistas o direito (ou privilégio?) de escolherem o gênero e a forma que lhes pareçam os mais adequados ao seu intento de expressão. (B) Não se reconhecia na crônica, antes de Rubem Braga, quaisquer méritos que pudessem alçá-la à altura dos chamados grandes gêneros literários. (C) Não cabem aos críticos ou aos historiadores da literatura estipular se o gênero de uma ou outra obra é maior ou menor em si mesmos. (D) Uma vez submetido ao poder de sedução de seu estilo admirável, é possível que custassem aos leitores de Rubem Braga ficar aguardando a crônica seguinte. (E) Não lhe bastassem, além do estilo límpido, ter os olhos de um grande fotógrafo, Rubem Braga ainda frequentava as alturas da poesia lírica. A: correta, o sujeito do verbo reservar é “os artistas”; B: incorreta, “Não se reconheciam” – o sujeito do verbo reconhecer é “quaisquer méritos”; C: incorreta, “Não cabe aos críticos” – o sujeito do verbo caber é oracional (“estipular se o gênero de uma ou outra obra é maior ou menor em si mesmos”); D: incorreta, “que custasse” – o sujeito do verbo custar é oracional (“ficar aguardando a crônica seguinte”); E: incorreta, “Não lhe bastasse” – (o sujeito do verbo bastar é oracional (“ter os olhos de um grande fotógrafo”). Gabarito “A” A: correta, o sujeito do verbo interessar é oracional “suscitar nos alunos o gosto (...) interessava aos antigos professores”. A concordância no singular está correta; B: incorreta, o verbo ocorrer deve ficar o singular, concordando com “A nenhum dos professores” (sujeito); C: incorreta, “a que não falta vivacidade”; o sujeito do verbo faltar é “vivacidade”; D: incorreta, “aos bons gramáticos se reserve (...) acomodação privilegiada no céu”; o verbo reservar concorda com o sujeito da passiva (“acomodação”), no singular; E: incorreta, o sujeito do verbo abrir é “Graciliano”. Sujeito singular, verbo no singular: “de que Graciliano não abria mão”. passado, com as qualificações escrita, falada e televisada pretendiam-se designar toda a abrangência das formas de comunicação jornalística. (B) A multiplicação de tantos autores anônimos de blogs acabaram por representar uma séria concorrência para os profissionais da comunicação. (C) Em nossos dias, cabem a quaisquer cidadãos tomar a iniciativa de criar um blog para neles desenvolverem seus temas e pontos de vista. (D) Já não se opõem, num blog, a instância do que seja de interesse privado e a instância do que seja de interesse público. (E) Permitem-se aos seguidores de um blog levantar discordância quanto às linhas de argumentação desenvolvidas por seu autor. Gabarito “C” aos antigos professores de português suscitar nos alunos o gosto pelos efeitos de retórica nas redações. (B) A nenhum dos professores do ginásio ocorreriam imaginar que a linguagem falada pode ser um registro de alto valor estético. (C) Nos dois trechos citados de Graciliano Ramos encontram-se elementos da linguagem falada a que não faltam vivacidade. (D) O autor faz votos de que aos bons gramáticos se reservem, por justas razões, acomodação privilegiada no céu. (E) Graças às convicções de que Graciliano não abriam mão, acabou produzindo uma obra-prima em estilo seco e incisivo. (A) No 10 Os mercados não são perfeitos. São, isto, sim, poderosos instrumentos de coordenação econômica em busca permanente de eficiência. Mas são também o espelho de 13 nossos humores, refletindo nossa falibilidade nas avaliações. São contaminados por excesso de otimismo e de pessimismo. São humanos, demasiado humanos. Gabarito “A” (A) Interessava verbal estão plenamente respeitadas na frase: Gabarito “D” Gabarito “A” (Analista – TRT/20ª – 2011 – FCC) As normas de concordância verbal estão plenamente atendidas na frase: (Analista – TRT/24ª – 2011 – FCC) As normas de concordância Gabarito 1C, 2E da passiva (“a omelete é composta”): “Os ovos de que é composta a omelete ilustram (os ovos ilustram)” ou “Os ovos de que se compõe a omelete ilustram”. O sujeito do verbo ilustrar é “ovos”; D: incorreta, “Uma justificativa aceitável costuma corresponder, segundo os radicais, a todos os meios extremos”. A oração foi colocada na ordem direta. Veja que o sujeito do verbo costumar é “Uma justificativa aceitável” e o objeto indireto é “a todos os meios extremos.”. O verbo concorda, no singular, como sujeito; E: incorreta, o sujeito da locução “pode ocorrer” é “uma certa direção de argumentos”. O núcleo do sujeito é singular, a locução verbal fica no singular. 67 Gabarito “C” 66 (Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC) As normas de concordância estão plenamente respeitadas na frase: (A) Costumam ser muito custosos, para todos os indiví- duos, desviarem-se das tentações do conforto fácil e do prestígio rápido. (B) Quem aos valores dos outros se submetem sem pensar acabam por não encontrar seus valores mais autênticos. Gabarito “E” 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi (A) Têm havido dúvidas sobre a capacidade do sistema (A) Configura-se nas frequentes invasões dos escritórios de advocacia o desrespeito a prerrogativas constitucionais. (B) Não cabem às autoridades policiais valer-se de ordens superiores para justificar a violência dessas invasões. (C) Submetido com frequência a esse tipo de constrangimento, os advogados se vêm forçados a revelar informações confidenciais de seus clientes. (D) Tem ocorrido, de uns tempos para cá, inúmeras entradas forçosas da polícia em escritórios de advocacia. (E) Se não lhes convêm cumprir determinadas medidas, cabe aos advogados recorrer às instâncias superiores da justiça. de saúde cubano. sido levantadas dúvidas sobre a capacidade do sistema de saúde cubano. (C) Será que o sistema de saúde cubano tem suscitado dúvidas sobre sua eficácia? (D) Que dúvidas têm propalado os adversários de Cuba sobre seu sistema de saúde? (E) A quantas dúvidas tem dado margem o sistema de saúde de Cuba? A: correta, o sujeito do verbo configurar é singular: “o desrespeito”; B: incorreta, “Não cabe (...) valer-se” – o sujeito do verbo caber é oracional “valer-se de ordens superiores para justificar a violência dessas invasões”; C: incorreta, “os advogados se veem forçados” – o sujeito do verbo ver é plural (“advogados”); D: incorreta, “Têm ocorrido (...) inúmeras entradas” – o sujeito da locução é plural (“inúmeras entradas”); E: incorreta, “Se não lhes convém” – o sujeito do verbo convir é oracional “cumprir determinadas medidas”. O verbo haver no sentido de existir é impessoal e permanece sempre na 3ª pessoa do singular: “Tem havido dúvidas”. (Analista – TRT/13ª – 2005 – FCC) (A) Se se acrescentar à tribo dos micreiros as tribos dos celuleiros, dos devedeiros etc., haverá de se incorporar à língua portuguesa muitos outros neologismos. (B) Como se não bastassem as dificuldades que muita gente vêm demonstrando no uso do vocabulário tradicional, eis que novas aquisições se fazem necessárias a cada momento, proveniente da tecnologia. (C) A velocidade com que surgem palavras relacionadas aos novos campos tecnológicos fazem com que muitos desanimem, confessando-se inábeis para sua utilização. (D) Estão entre as características do texto a citação de alguns neologismos e o divertido registro de algumas situações em que ocorreu ambivalência de sentido, testemunhadas pelo autor. (E) É costume que se dissemine, sobretudo entre os mais velhos, alguns preconceitos contra o universo dos mais jovens, contra o vocabulário que entre estes se propagam com mais facilidade. A: incorreta, “haverão de se incorporar” – o sujeito do verbo haver é “muitos outros neologismos”; B: incorreta, “vem demonstrando” – o sujeito do verbo vir é “muita gente”; C: incorreta, “A velocidade (...) faz” Quanto à concordância verbal, a frase inteiramente correta é: (A) Não costumam ocorrer, em reuniões de gente interessada na discussão de um problema comum, conflitos que uma boa exposição dos argumentos não possam resolver. (B) Quando há desrespeito recíproco, as razões de cada candidato, mesmo quando justas em si mesmas, acaba por se dissolverem em meio às insolências e aos excessos. (C) O maior dos paradoxos das eleições, de acordo com as ponderações do autor, se verificariam nos caminhos nada democráticos que se trilha para defender a democracia. (D) Quando se torna acirrado, nos debates eleitorais, o ânimo dos candidatos envolvidos, é muito difícil apurar de quem provém os melhores argumentos. (E) Insatisfeitos com o tom maniqueísta e autoritário de que se valem os candidatos numa campanha, os eleitores franceses escolheram o que lhes pareceu menos insolente. A: incorreta, “que uma boa exposição (...) não possa resolver”: o sujeito da locução “possa resolver” é singular; B: incorreta, “as razões (...) acabam” – o sujeito verbo acabar é plural; C: incorreta, “O maior de todos os paradoxos (...) se verificaria” – o sujeito do verbo verificar é singular; D: incorreta, “de quem provêm os melhores argumentos” – o sujeito do verbo provir é “os melhores argumentos”; E: correta, o sujeito do verbo valer é “os candidatos”; o sujeito do verbo escolher é “eleitores franceses”; o sujeito do verbo parecer é a palavra que. Gabarito “E” Gabarito “A” Levando-se em conta as normas de concordância verbal e nominal, a única frase inteiramente correta é: (Analista – TRT/3ª – 2005 – FCC) Gabarito “A” (B) Têm INCORRETA na opção: A concordância está (A) Anexa ao pedido remeteremos a cópia solicitada. dos candidatos bons antecedentes. (C) Marta chegou meia triste; ela mesmo pediu para retirar-se da reunião. (D) No Rio de Janeiro o desemprego é grande, haja vista os mais de 300 mil candidatos a uma vaga de gari. (B) Exigem-se A: assertiva correta, cópia anexa; cópia anexada; B: assertiva correta. O verbo exigir é transitivo direto, o pronome se é apassivador. O verbo concorda com “bons antecedentes”: “bons antecedentes” são exigidos dos candidatos; C: assertiva incorreta, devendo ser assinalada, a palavra meio na acepção de “um tanto, um pouco” é advérbio e, portanto, invariável: “Marta chegou meio triste”; D: assertiva corretam está correto o uso da expressão “haja vista”, que significa “considere-se”. (Analista – TRE/PR – 2004 – ESAG) Assinale a alternativa INCORRETA, quanto à concordância verbal. (A) Faz dezoito anos que você me procura? Não havia meios de eu sabê-lo. (B) Claro que deve haver meios para vocês resolverem essa pendenga! (C) Existe uma série de recursos para examinarmos agora. (D) Por falta de verba, foi suspensa as experiências que faríamos. “Por falta de verba, foram suspensas as experiências”: o sujeito da locução verbal “foram suspensas” é plural (“as experiências”). Assinale a alternativa que preenche, respectivamente, as lacunas do enunciado a seguir, observando a concordância nominal e verbal de acordo com a norma-padrão. (VUNESP – 2015) Mais de um conhecido meu não _____________ gentilezas, infelizmente. Para alguns, certos gestos________________ coisa de idiota, de gente____________________ fora de moda. Com esses, é____________________ paciência. (A) praticam … constituem … meia … necessária (B) pratica … constitui … meia … necessário (C) pratica … constitui … meio … necessária (D) praticam … constitui … meio … necessário (E) pratica … constituem … meio … necessário “Pratica”, no singular, para concordar com “conhecido”; “constituem”, no plural, para concordar com “gestos”; “meio”, advérbio invariável (escreve-se sempre no “masculino”), que significa “um pouco”; “necessário”, no masculino, porque assim se escreve na construção do adjetivo que acompanha o verbo “ser” se não vier seguido de artigo: “é necessário paciência” ou “é necessária a paciência”. Gabarito “E” Gabarito “E” Para que se respeite a concordância verbal, será preciso corrigir a frase: (Analista – TRF/1º – 2006 – FCC) (Analista – TRT/11ª – 2005 – FCC) As normas de concordância estão inteiramente respeitadas na frase: (Analista – TRE/ES – 2005 – ESAG) Leia o texto, para responder às questões seguintes. Ser gentil é um ato de rebeldia. Você sai às ruas e insiste, briga, luta para se manter gentil. O motorista quase te mata de susto buzinando e te xingando porque você usou a faixa de pedestres quando o sinal estava fechado para ele. Você posta um pensamento gentil nas redes sociais apesar de ler dezenas de comentários xenofóbicos, homofóbicos, irônicos e maldosos sobre tudo e todos. Inclusive você. Afinal, você é obviamente um idiota gentil. 69 Há teorias evolucionistas que defendem que as sociedades com maior número de pessoas altruístas sobreviveram por mais tempo por serem mais capazes de manter a coesão. Pesquisadores da atualidade dizem, baseados em estudos, que gestos de gentileza liberam substâncias que proporcionam prazer e felicidade. Mas gentileza virou fraqueza. É preciso ser macho pacas para ser gentil nos dias de hoje. Só consigo associar a aversão à gentileza à profunda necessidade de ser – ou parecer ser – invencível e bem-sucedido. Nossas fragilidades seriam uma vergonha social. Um empecilho à carreira, ao acúmulo de dinheiro. Não ter tempo para gentilezas é bonito. É justificável diante da eterna ambivalência humana: queremos ser bons, mas temos medo. Não dizer bom-dia significa que você é muito importante. Ou muito ocupado. Humilhar os que não concordam com suas ideias é coisa de gente forte. E que está do lado certo. Como se houvesse um lado errado. Porque, se nenhum de nós abrir a boca, ninguém vai reparar que no nosso modelo de felicidade tem alguém chorando ali no canto. Porque ser gentil abala sua autonomia. Enfim, ser gentil está fora de moda. Estou sempre fora de moda. Querendo falar de gentileza, imaginem vocês! Pura rebeldia. Sair por aí exibindo minhas vulnerabilidades e, em ato de pura desobediência civil, esperar alguma cumplicidade. Deve ser a idade. (Ana Paula Padrão, Gentileza virou fraqueza. Disponível em: <http://www.istoe.com.br>. Acesso em: 27 jan 2015. Adaptado) Para responder às questões abaixo, considere a seguinte passagem: Há teorias evolucionistas que defendem que as sociedades com maior número de pessoas altruístas sobreviveram por mais tempo por serem mais capazes de manter a coesão. (VUNESP – 2015) É correto afirmar que a frase destacada na passagem expressa, em relação à que a antecede, o sentido de (A) tempo. (B) adição. (C) causa. (D) condição. (E) finalidade. A oração destacada é subordinada adverbial causal, ou seja, traduz a causa, o motivo, da passagem anterior. Gabarito “C” A: incorreta, “Costuma ser muito custoso (...) desviar-se” – o sujeito da locução “costumar ser” é oracional; B: incorreta, “Quem (...) se submete” – o sujeito do verbo submeter é o pronome quem; C: incorreta, “Não é próprio (...) oferecer” – o sujeito do verbo ser é oracional; D: incorreta, “O que faz” – o sujeito do verbo fazer é oracional “desviar os olhos...”; E: correta, o sujeito do verbo apetecer é “enfrentar os contornos...”; a palavra “desconfortáveis” concorda com “contornos”. O pronome os se refere a “contornos” e o verbo “construído” a “rosto”. – o sujeito do verbo fazer é “A velocidade”; D: correta, “Estão” o sujeito do verbo estar tem dois núcleos: “citação” e “divertido”; E: incorreta, “É costume que se disseminem” – o sujeito do verbo disseminar é “alguns preconceitos”. Gabarito “D” são próprias das regiões mais sombrias do nosso ser oferecer-nos as verdades cruas da nossa personalidade. (D) O que fazem os homens desviar os olhos de sua imagem verdadeira são as facilidades de uma imagem já fabricada. (E) Em geral não nos apetece enfrentar os contornos duros do nosso rosto verdadeiro, mais desconfortáveis que os do construído. Gabarito “C” (C) Não Gabarito “D” 68 Palavras, percebemos, são pessoas. Algumas são sozinhas: Abracadabra. Eureca. Bingo. Outras são promíscuas (embora prefiram a palavra “gregária”): estão sempre cercadas de muitas outras: Que. De. Por. Algumas palavras são casadas. A palavra caudaloso, por exemplo, tem união estável com a palavra rio – você dificilmente verá caudaloso andando por aí acompanhada de outra pessoa. O mesmo vale para frondosa, que está sempre com a árvore. Perdidamente, coitado, é um advérbio que só adverbia o adjetivo apaixonado. 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi Algumas palavras dependem de outras, embora não sejam grudadas por um hífen – quando têm hífen elas não são casadas, são siamesas. Casamento acontece quando se está junto por algum mistério. Alguns dirão que é amor, outros dirão que é afinidade, carência, preguiça e outros sentimentos menos nobres (a palavra engano, por exemplo, só está com ledo por pena – sabe que ledo, essa palavra moribunda, não iria encontrar mais nada a essa altura do campeonato). Talvez pra isso sirva a poesia, pra desfazer ledos enganos em prol de encontros mais frondosos. Tem sempre uma palavra que ama mais. A palavra árvore anda com várias palavras além de frondosa. O casamento é aberto, mas para um lado só. A palavra rio sai com várias outras palavras na calada da noite: grande, comprido, branco, vermelho – e caudaloso fica lá, sozinho, em casa, esperando o rio chegar, a comida esfriando no prato. (D) porque. (E) já 1 5 (VUNESP – 2015) Na passagem – O abraço caudaloso deu tão certo que ficaram perdidamente inseparáveis. –, o trecho destacado expressa, em relação ao anterior, ideia de 10 (A) consequência. (B) tempo. (C) causa. 15 (D) condição. (E) modo. A oração destacada é subordinada adverbial consecutiva, exprime a consequência, os efeitos, da passagem anterior. 20 25 6. CONJUNÇÃO A matéria abaixo, que recebeu adaptações, é do jornalista Alberto Dines, e foi veiculada em 09.05.2015, um dia após as comemorações pelos 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. Quando a guerra acabar… 1 5 10 15 20 Abre parêntese: há momentos − felizmente raros − em que a história pessoal se impõe às percepções conjunturais e o relato na primeira pessoa, embora singular, parcial, às vezes suspeito, sobrepõe-se à narrativa impessoal, ampla, genérica. Fecha parêntese. O descaso e os indícios de esquecimento que, na sexta-feira (8/5), rodearam os setenta anos do fim da fase europeia da Segunda Guerra Mundial sobressaltaram. O ano de 1945 pegou-me com 13 anos e a data de 8 de maio incorporou-se ao meu calendário íntimo e o cimentou definitivamente às efemérides históricas que éramos obrigados a decorar no ginásio. Seis anos antes (1939), a invasão da Polônia pela Alemanha hitlerista − e logo depois pela Rússia soviética − empurrou a guerra para dentro da minha casa através dos jornais e do rádio: as vidas da minha avó paterna, tios, tias, primos e primas dos dois lados corriam perigo. Em 1941, quando a Alemanha rompeu o pacto com a URSS e a invadiu com fulminantes ataques, inclusive à Ucrânia, instalou-se a certeza: foram todos exterminados. A capitulação da Alemanha tornara-se inevitável, não foi surpresa, sabíamos que seria esmagada pelos Aliados. Nova era a sensação de paz, a certeza que começava uma nova página da história e perceptível mesmo para crianças e adolescentes. A prometida quimera embutida na frase “quando a guerra acabar” tornara-se desnecessária, desatualizada. A guerra acabara para sempre. Enquanto o retorno dos combatentes brasileiros vindos da Itália era saudado delirantemente, matutinos e vespertinos − mais calejados do que a mídia atual − nos alertavam que a guerra continuava feroz não apenas no Extremo Oriente, mas também na antiquíssima Grécia, onde guerrilheiros de direita e de esquerda, esquecidos do inimigo comum − o nazifascismo − se enfrentavam para ocupar o vácuo de poder deixado pela derrotada barbárie. Sete décadas depois − porção ínfima da história da humanidade −, aquele que foi chamado Dia da Vitória e comemorado loucamente nas ruas do mundo metamorfoseou-se em Dia das Esperanças Perdidas: a guerra não acabou. Os Aliados desvincularam-se, tornaram-se adversários. A guerra continua, está aí, espalhada pelo mundo, camuflada por diferentes nomenclaturas, inconfundível, salvo em breves hiatos sem hostilidades, porém com intensos ressentimentos. (Reproduzido da Gazeta do Povo (Curitiba, PR) e do Correio Popular (Campinas, SP), 9/5/2015; intertítulo do Observatório da Imprensa, edição 849) Abre parêntese: há momentos − felizmente raros − em que a história pessoal se impõe às percepções conjunturais e o relato na primeira pessoa, embora singular, parcial, às vezes suspeito, sobrepõe-se à narrativa impessoal, ampla, genérica. Fecha parêntese. (Analista – TRT/3ª – 2015 – FCC) Sem que haja prejuízo do sentido e correção originais, a conjunção acima destacada pode ser substituída por: (A) contudo. (B) apesar de. que. “Embora” é conjunção concessiva, sinônima de “apesar de”, “ainda que”, “conquanto”. Gabarito “A” Esse é o problema do casamento entre as palavras, que por acaso é o mesmo do casamento entre pessoas. (Gregório Duvivier, Abraço caudaloso. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/>. Acesso em: 02 fev 2015. Adaptado) (*) ménage: coabitação, vida em comum de um casal, unido legitimamente ou não. (C) quando. 30 A áspera controvérsia sobre a importância da liberdade política é bem capaz de ocultar o essencial nessa matéria, ou seja, a liberdade existe como um valor ético em si mesmo, independentemente dos benefícios concretos que a sua fruição pode trazer aos homens. [...] A liberdade tem sido, em todos os tempos, a causa das maiores conquistas do ser humano. E, efetivamente, que valor teriam a descoberta da verdade, a criação da beleza, a invenção das utilidades ou a realização da justiça, se os homens não tivessem a possibilidade de escolher livremente o contrário de tudo isso? Heródoto foi um dos primeiros a sublinhar que o estado de liberdade torna os povos fortes, na guerra e na paz. Ao relatar a estupenda vitória que os atenienses, sob o comando de Cleômenes, conquistaram contra os calcídeos e os beócios, ele comenta: “Aliás, verifica-se, sempre e em todo lugar, que a igualdade entre os cidadãos é uma vantagem preciosa: submetidos aos tiranos, os atenienses não tinham mais valor na guerra que seus vizinhos; livres, porém, da tirania, sua superioridade foi manifesta. Por aí se vê que na servidão eles se recusavam a manifestar seu valor, pois labutavam para um senhor; ao passo que, uma vez livres, cada um no seu próprio interesse colaborava, por todas as maneiras, para o triunfo do empreendimento coletivo”. O mesmo fenômeno de súbita libertação de energias e de multiplicação surpreendente de forças humanas voltou a repetir-se vinte e quatro séculos depois, com a Revolução Francesa. Pela primeira vez na história moderna, as forças armadas de um país não eram compostas de mercenários, nem combatiam por um príncipe, sob o comando de nobres, mas eram formadas de homens livres e iguais, comandados por generais plebeus, sendo todos movidos tão só pelo amor à pátria. (COMPARATO, Fábio Konder. A liberdade como valor ético. Ética: direito, moral e religião no mundo moderno. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 546-547) Análise da correlação entre frases do texto evidencia que, (Analista – TRT/2ª – 2014 – FCC) (A) (linhas 23 a 25) em ao passo que, uma vez livres, cada um no seu próprio interesse colaborava [...] para o triunfo do empreendimento coletivo, a locução destacada equivale a “enquanto”, exprimindo oposição. (B) (linhas 30 a 32) em as forças armadas de um país não eram compostas de mercenários, nem combatiam por um príncipe, a inserção da conjunção “e” antes da conjunção destacada determinaria que as ideias expostas tivessem o mesmo peso na argumentação, o que não ocorre com a formulação original. (C) (linha 32 e 33) em mas eram formadas de homens livres e iguais, a conjunção destacada tem valor consecutivo. (D) (linhas 20 e 21) em livres, porém, da tirania, sua superioridade foi manifesta, o deslocamento da conjunção para o início da frase altera significativamente o sentido original. (E) (linhas 22 e 23) em pois labutavam para um senhor, a conjunção equivale a “quando”. A: correta. Substituindo a expressão destacada por “enquanto”, fica claro que ambas são sinônimas e que expressam uma comparação entre as duas situações; B: incorreta. A inserção da conjunção aditiva “e” não mudaria a ênfase na segunda ideia exposta – sua supressão ou colocação é mera questão de estilo; C: incorreta. “Mas” é conjunção adversativa, exprime ideias contrárias; D: incorreta. Não há qualquer alteração de sentido ao se deslocar a conjunção adversativa “porém” para o início da oração – novamente, é mera questão estilística; E: incorreta. “Pois” é conjunção explicativa, equivale a “porque”. (Analista – TRT/1ª – 2012 – FCC) Por falta de preparo linguístico não sabia como atender a seu pedido. Caso se dê uma nova redação à frase acima, iniciando-se por Não sabia como atender a seu pedido, a complementação que não traz prejuízo para o sentido e a correção é: (A) mesmo porque não teria preparo linguístico. visto minha despreparação linguística. (C) tendo em mira minha despreparação linguística. (D) em razão de meu despreparo linguístico. (E) não obstante meu despreparo na linguística. (B) haja A preposição “por” no trecho original expõe a relação de explicação entre as orações (a falta de preparo linguístico é a razão de não saber como agir). Dentre todas as locuções conjuntivas apresentadas nas alternativas, a única que introduz o mesmo valor é “em razão de”. As locuções “mesmo porque” e “não obstante” têm valor concessivo; já “haja visto” tem valor causal e “tendo em mira”, final. Gabarito “D” Um dia, caudaloso cansou de ser maltratado e resolveu sair com outras palavras. Esbarrou com o abraço que, por sua vez, estava farto de sair com grande, essa palavra tão gasta. O abraço caudaloso deu tão certo que ficaram perdidamente inseparáveis. Foi em Manuel de Barros. 71 Gabarito “A” Nada é ledo a não ser o engano, assim como nada é crasso a não ser o erro. Ensejo é uma palavra que só serve para ser aproveitada. Algumas palavras estão numa situação pior, como calculista, que vive em constante ménage(*), sempre acompanhada de assassino, frio e e. Gabarito “B” 70 O mito napoleônico baseia-se menos nos méritos de Napoleão do que nos fatos, então sem paralelo, de sua carreira. Os homens que se tornaram conhecidos por terem abalado o mundo de forma decisiva no passado tinham começado como reis, como Alexandre, ou patrícios, como Júlio César, mas Napoleão foi o “pequeno cabo” que galgou ao comando de um continente pelo seu puro talento pessoal. Todo homem de negócios daí em diante tinha um nome para sua ambição: ser − os próprios clichês o denunciam − um “Napoleão das finanças” ou “da indústria”. Todos os homens comuns ficavam excitados pela visão, então sem paralelo, de um homem comum maior do que aqueles que tinham nascido para usar coroas. Em síntese, foi a figura com que todo homem que partisse os laços com a tradição podia se identificar em seus sonhos. Para os franceses ele foi também algo bem mais simples: o mais bem-sucedido governante de sua longa história. Triunfou gloriosamente no exterior, mas, em termos nacionais, também estabeleceu ou restabeleceu o mecanismo das instituições francesas como existem hoje. Ele trouxe estabilidade e prosperidade a todos, exceto para os 250 mil franceses que não retornaram de suas guerras, embora até mesmo para os parentes deles tivesse trazido a glória. Sem dúvida, os britânicos se viam como lutadores pela causa da liberdade contra a tirania; mas em 1815 a maioria dos ingleses era mais pobre do que o fora em 1800, enquanto a maioria dos franceses era quase certamente mais rica. 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi O advérbio “exceto”, que no trecho exerce função de conjunção, indica ressalva, exclusão. Têm a mesma natureza as expressões “senão” (junto), “a não ser”, “à exceção” e “fora” (não “afora”). “Embora” tem valor concessivo e é sinônimo de “apesar de”, “conquanto”, “não obstante”. A alternativa “B” é a única que apresenta, portanto, ambas as correlações corretas. Gabarito “B” Pode-se substituir o elemento sublinhado pelo que está negritado entre parênteses, sem prejuízo para a correção e o sentido da frase, no seguinte caso: (Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC) (A) (...) o fim é uma humanidade melhor – só variando de extremo para extremo o conceito de melhor. (a menos que varie) (B) O fim justificaria todos os meios extremos, já que o fim é uma humanidade “melhor”. (porquanto) (C) Extrema esquerda e extrema direita se parecem não porque amam seus ideais, mas porque amam os extremos. (não obstante) (D) Todos os fins são nobres para quem os justifica. (com aquele que) (E) O próprio sacrifício de ovos pelo sacrifício de ovos tem uma genealogia respeitável. (extrinsecamente) Todas as orações sofrerão alteração de sentido, exceto a B. A conjunção “já que” pode ser substituída pela equivalente explicativa “porquanto”. Gabarito “B” (Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC) que expressa uma causa é: (A) (linhas No contexto, o segmento 8 e 9) uma certa dose de paixão acabou se intrometendo na receita. (B) (linhas 14 e 15) as informações foram buscadas em primeira mão. (C) (linha 2) que a fizeram. (D) (linhas 3 e 4) que se pretende o mais factual e objetivo possível. (E) (linha 5) tendo sido escrito por alguém. (Pesquisa Fapesp, dezembro de 2010, no 178, p. 23) (Analista – TRE/TO – 2011 – FCC) A principal delas é a recons- trução de cinco estações de pesquisa na Antártida, para realizar estudos sobre mudanças climáticas, recursos pesqueiros e navegação por satélite, entre outros. O segmento grifado na frase acima tem sentido (A) adversativo. (B) de consequência. finalidade. (D) de proporção. (E) concessivo. (C) de “Para realizar estudos” tem o mesmo valor que “a fim de realizar estudos. O sentido é de finalidade. Após a década de 1950, as palavras que dominavam as sociedades de consumo ocidentais não eram mais as de escritores seculares, mas as marcas comerciais de produtos ou do que se podia comprar. As imagens que se tornaram ícones de tais sociedades eram as das diversões e consumo de massa: astros e latas. Não surpreende que na década de 1950, no coração da democracia de consumo, a principal escola de pintores abdicasse diante de fabricantes de imagens tão mais poderosas que a arte anacrônica. A arte pop passava o tempo reproduzindo, com tanta exatidão e insensibilidade quanto possível, os badulaques do comercialismo americano: latas de sopa, bandeiras, Marilyn Monroe. (Adaptado de Eric Hobsbawm. Era dos Extremos. Trad. Marcos Santarrita. São Paulo, Cia. das Letras, 2006, p. 496) ...essa corrente, apesar disso, reconhecia que... (2º parágrafo) (TRT/23ª – 2011 – FCC) O termo grifado na frase acima poderia ser substituído, sem prejuízo para o sentido e a correção da frase, por: (TRT/22ª – 2010 – FCC) Preocupada com a ameaça de repeti- ção da crise alimentar que provocou conflitos em várias partes do mundo em 2008, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) convocou uma reunião de emergência, em Roma. Entre as informações presentes na afirmativa inicial do texto há relação, respectivamente, de (A) finalidade e conclusão. e consequência. (C) explicação e finalidade. (D) causa e consequência. (E) tempo e conclusão. (B) tempo Em “Preocupada com a ameaça de repetição da crise” temos um oração subordinada adverbial causal reduzida de particípio (“preocupada”). Se desenvolvermos essa oração, teríamos “A FAO convocou uma reunião de emergência, em Roma, porque estava preocupada com a ameaça”. O pronome “que” em “crise alimentar que provocou conflitos”, indica consequência. “Primeiro veio a crise alimentar, depois, por consequência, os conflitos surgiram. Foram provocados pela crise.” (A) consequentemente. (C) no (TJ/SC – 2010) Observe o uso das palavras sublinhadas e aponte e alternativa que apresenta erro: (B) desse modo. entanto. (D) embora. (E) portanto. A conjunção adversativa “apesar disso” pode ser substituída por outra correspondente, como “no entanto”. A: incorreta, “consequentemente” um advérbio e corresponde a “por conseguinte”; B: incorreta, “desse modo” é uma conjunção coordenativa conclusiva; C: correta, “no entanto” é um conjunção coordenativa adversativa; D: incorreta, “embora” é um conjunção subordinativa concessiva; E: incorreta, “portanto” é uma conjunção coordenativa conclusiva. Em – Tudo indica que 250 mil documentos secretos foram copiados por um jovem soldado num CD enquanto fingia ouvir Lady Gaga. – a palavra destacada exprime ideia de (TJ/SP – 2011 – VUNESP) (A) hipótese. (B) condição. (C) concessão. (D) causa. (E) tempo. A conjunção subordinativa enquanto é temporal. (A) Ele não corre do compromisso, porque foi eleito pelo povo. juiz acaba de explicar por que determinou a aplicação sistêmica da alíquota residencial do IPTU. (C) O e-mail de fl. 52 esclarece o porquê da não utilização dos serviços. (D) O imóvel do impetrante deveria ter sido classificado como misto, até por que o uso do bem não é exclusivamente residencial. (E) O fato de a empresa ter alegado que creditou o valor cobrado pelo serviço nas faturas seguintes não significa que tenha culpa pelos acontecimentos, mesmo porque a prova dos autos vai em sentido contrário. (B) O A palavra por quê separada e com acento é utilizada no final da frase e no sentido de “por qual razão”; a palavra porquê é um substantivo, pode vir precedida por artigo definido e tem acepção de “motivo”, a palavra por que separada é utilizada no sentido de “por qual razão”; Porque junto e sem acento é uma conjunção explicativa. A: conjunção explicativa; B: “por qual razão”; C: substantivo; D: “até porque” – conjunção explicativa; E: conjunção explicativa. Gabarito “E” não − apesar de não ser − conquanto (C) aparte − não obstante (D) à exceção − porém (E) afora − contanto que (B) a A conjunção mas pode ser substituída por outra adversativa (porém, todavia, no entanto, etc.). A: incorreta, conjunção conclusiva; B: incorreta, conjunção comparativa; C: correta, conjunção adversativa; D: incorreta, causal ou pode ser também explicativa; E: incorreta, conjunção alternativa. Gabarito “D” (A) se Gabarito “C” Sem prejuízo para o sentido e a correção, os elementos em destaque na frase acima podem ser substituídos, respectivamente, por: De volta à Antártida A Rússia planeja lançar cinco novos navios de pesquisa polar como parte de um esforço de US$ 975 milhões para reafirmar a sua presença na Antártida na próxima década. Segundo o blog Science Insider, da revista Science, um documento do governo estabelece uma agenda de prioridades para o continente gelado até 2020. A principal delas é a reconstrução de cinco estações de pesquisa na Antártida, para realizar estudos sobre mudanças climáticas, recursos pesqueiros e navegação por satélite, entre outros. A primeira expedição da extinta União Soviética à Antártida aconteceu em 1955 e, nas três décadas seguintes, a potência comunista construiu sete estações de pesquisa no continente. A Rússia herdou as estações em 1991, após o colapso da União Soviética, mas pouco conseguiu investir em pesquisa polar depois disso. O documento afirma que Moscou deve trabalhar com outras nações para preservar a “paz e a estabilidade” na Antártida, mas salienta que o país tem de se posicionar para tirar vantagem dos recursos naturais caso haja um desmembramento territorial do continente. Gabarito “C” (Analista – TRT9 – 2012 – FCC) Ele trouxe estabilidade e prosperidade a todos, exceto para os 250 mil franceses que não retornaram de suas guerras, embora até mesmo para os parentes deles tivesse trazido a glória. Insignificante como arte (no sentido que o século XIX deu à palavra), essa corrente, apesar disso, reconhecia que o triunfo do mercado de massa se baseava, de modo bastante profundo, na satisfação das necessidades tanto espirituais quanto materiais dos consumidores, fato do qual as agências de publicidade há muito tinham consciência quando destinavam suas campanhas a vender não o sabonete, mas o sonho de beleza, não as latas de sopa, mas a felicidade familiar. O que se tornou cada vez mais claro foi que isso tinha o que se podia chamar de uma dimensão estética, uma criatividade de base, ocasionalmente ativa mas sobretudo passiva, que os produtores tinham de competir para oferecer. Como dizia o populismo partilhado pelo mercado, o importante não era distinguir entre bom e ruim, elaborado e simples, mas no máximo entre o que atraía mais ou menos pessoas. Isso não deixava muito espaço para o clássico conceito das artes. Gabarito “D” (Adaptado de Eric. J. Hobsbawm. A era das revoluções − 1789-1848. 7ª ed. Trad. de Maria Tereza Lopes Teixeira e Marcos Penchel. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989, p.93-4) Para que se possa melhor visualizar o texto e analisar os trechos da questão: “Esta é uma história da Bossa Nova e dos rapazes e moças que a fizeram (...). É também um livro que se pretende o mais factual e objetivo possível. Evidente que, tendo sido escrito por alguém que vem ouvindo Bossa Nova desde que ela ganhou este nome (...), uma certa dose de paixão acabou se intrometendo na receita − sem interferir, espero, pró ou contra, na descrição da trajetória de qualquer personagem. (...) Para compor essa história, as informações foram buscadas em primeira mão, entre os protagonistas, coadjuvantes...”. Vemos que “tendo sido escrito” se trata de uma oração subordinada adverbial causal reduzida de gerúndio. Gabarito “E” Ele destruíra apenas uma coisa: a Revolução de 1789, o sonho de igualdade, liberdade e fraternidade, do povo se erguendo na sua grandiosidade para derrubar a opressão. Este foi um mito mais poderoso do que o dele, pois, após a sua queda, foi isto e não a sua memória que inspirou as revoluções do século XIX, inclusive em seu próprio país. 73 Gabarito “C” 72 (TJ/SP – 2011 – VUNESP) Em – A falta de modos dos homens da Casa de Windsor é proverbial, mas o príncipe Edward dizendo bobagens para estranhos no Quirguistão incomodou a embaixadora americana. – a conjunção destacada pode ser substituída por (TJ/SC – 2010) “Conquanto desnecessário, destaco que nos documentos juntados pelo autor havia provas de que se reviu o benefício.” A frase manterá sua ideia original e a correção sintática caso se substituam os elementos sublinhados, respectivamente, por: (A) portanto. (A) Embora (B) como. (C) no entanto. (D) porque. (E) ou. – anexados – foi revisto – apensados – se viu (C) Apesar de – em anexo – foi revisto (D) Não obstante – em anexo – se reexaminou (E) Ainda – apensados – revisou (B) Enquanto 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi (Analista – STF – 2008 – CESPE) Considerando o texto acima, julgue o item subsequente. (1) Este período fica correto com qualquer uma das conjunções abaixo, EXCETO: (A) conquanto (B) entretanto (E) porém Os períodos são coordenados. Há a ideia de oposição. A: conquanto é uma conjunção subordinativa concessiva; B, C, D e E: entretanto, contudo, todavia e porém são conjunções coordenativas adversativas. Gabarito “A” Assinale a alternativa correta quanto à grafia da palavra porque. (TJ/SP – 2010 – VUNESP) (A) Mas o futebol tem importância por quê? Você sabe o motivo por que o brasileiro ama futebol? Porque ele mexe com outras dimensões de nossa natureza. (B) Mas o futebol tem importância porque? Você sabe o motivo porque o brasileiro ama futebol? Porque ele mexe com outras dimensões de nossa natureza. (C) Mas o futebol tem importância por quê? Você sabe o motivo porque o brasileiro ama futebol? Por que ele mexe com outras dimensões de nossa natureza. (D) Mas o futebol tem importância por quê? Você sabe o motivo por que o brasileiro ama futebol? Por que ele mexe com outras dimensões de nossa natureza. (E) Mas o futebol tem importância por que? Você sabe o motivo porque o brasileiro ama futebol? Por que ele mexe com outras dimensões de nossa natureza. A palavra por quê separada e com acento é utilizada no final da frase e no sentido de “por qual razão”; a palavra porquê é um substantivo, pode vir precedida por artigo definido e tem acepção de “motivo”, a palavra por que separada é utilizada no sentido de “por qual razão”; Porque junto e sem acento é uma conjunção explicativa. Gabarito “A” 1 Aceitar que somos indeterminados naturalmente, que seremos lapidados pela educação e pela cultura, que disso decorrem diferenças relevantes e irredutíveis aos genes 4 é muito difícil. Significa aceitarmos que há algo muito precário na condição humana. Parte pelo menos dessa precariedade ou indeterminação alguns chamarão liberdade. 7 Porém nem mesmo a liberdade é tão valorizada quanto se imagina. Ela implica responsabilidades. Parece que se busca conforto na condição de coisa. 10 Se eu for objeto, isto é, se eu for natureza, meus males independem de minha vontade. Aliás, o que está em discussão não é tanto o que os causou, mas como resolvê-los: 1 O mundo do trabalho tem mudado numa velocidade vertiginosa e, se os empregos diminuem, isso não quer dizer que o trabalho também. 4 Só que ele está mudando de cara. Como também está mudando o perfil de quem acaba de sair da universidade, da mesma forma que as exigências da sociedade e — por que 7 não? — do mercado, cada vez mais globalizado e competitivo. Tudo indica que mais de 70% do trabalho no futuro 10 vão requerer a combinação de uma sólida educação geral com conhecimentos específicos; um coquetel capaz de fornecer às pessoas compreensão dos processos, capacidade 13 de transferir conhecimentos, prontidão para antecipar e resolver problemas, condições para aprender continuamente, conhecimento de línguas, habilidade para tratar com pessoas 16 e trabalhar em equipe. Revista do Provão, n.º 4, 1999, p. 13 (com adaptações). (Analista – TST – 2008 – CESPE) A partir do texto acima, julgue o item subsequente. (1) A conjunção “se” (l.2) introduz uma condição para que o trabalho diminua. 1: incorreta, a conjunção condicional se introduz uma hipótese para que o emprego diminua. A assertiva está errada. Gabarito 1E (D) todavia 1: correta, o último período explica o período anterior. Desse modo, é correto o uso da conjunção explicativa porque – “Porém nem mesmo a liberdade é tão valorizada quanto se imagina, porque [a liberdade] implica responsabilidades.” Gabarito 1C (C) contudo Dadas as relações de sentido do texto, os dois últimos períodos do primeiro parágrafo poderiam ser ligados pelo termo porque. Nesse caso, o ponto final que encerra o primeiro desses períodos deveria ser retirado e o termo “Ela” (l.8) deveria ser escrito com letra minúscula. 1 4 7 10 13 Um cenário polêmico é embasado no desencadeamento de um estrondoso processo de exclusão, diretamente proporcional ao avanço tecnológico, cuja projeção futura indica que a automação do trabalho exigirá cada vez menos trabalhadores implicados tanto na produção propriamente dita quanto no controle da produção. Baseando-se unicamente nessa perspectiva, pode-se supor que a sociedade tecnológica seria caracterizada por um contexto no qual o trabalho passaria a ser uma necessidade exclusiva da classe trabalhadora. O capital, podendo optar por um investimento de porte em automação, em informática e em tecnologia de ponta, cada vez mais barata e acessível, não mais teria seu funcionamento embasado exclusivamente na 19 22 exploração dos trabalhadores, cada vez mais exigentes quanto ao valor de sua força de trabalho. Embora não se possa falar de supressão do trabalho assalariado, a verdade é que a posição do trabalhador se enfraquece, tendo em vista que o trabalho humano tende a tornar-se cada vez menos necessário para o funcionamento do sistema produtivo. Gilberto Lacerda Santos. “Formação para o trabalho e alfabetização informática”. In: Linhas Críticas, v. 6, n.º 11, jul/dez, 2000 (com adaptações). (Analista – TST – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item a respeito das ideias e da organização do texto acima. (1) Caso se substituísse “Embora” (l.18) por Apesar de, a ideia de concessão atribuída a essa oração seria mantida, assim como a correção gramatical do período. 1: incorreta, ao se substituir uma conjunção concessiva por outra (“embora”, “apesar de que” e não “apesar de”), a ideia de concessão seria mantida – “Apesar de que não se possa falar de supressão do trabalho assalariado”. A assertiva sugere a substituição de embora pela locução apesar de, o que não é possível. (Analista – TRT/2ª – 2008 – FCC) Na frase Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros (...), o segmento sublinhado pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido e a correção, por: (A) tendo em vista a timidez. obstante a timidez. (C) em razão da timidez. (D) inclusive a timidez. (E) conquanto a timidez. (B) não Ao se substituir uma conjunção adversativa apesar de por outra (não obstante), a ideia de contraste é mantida. Pensador consequente, a Cícero não importavam as questões secundárias; interessavam-lhe os valores essenciais da conduta humana. (Analista – TRT/18ª – 2008 – FCC) O sentido da frase acima permanecerá inalterado caso ela seja introduzida por: (A) Conquanto (B) Athayde Fontoura destacou que, nos estados em que a eleição for só para presidente da República, o tempo de votação deverá ser de apenas 10 segundos. Nos estados onde houver eleição também para governador, o TSE estima que cada pessoa leve, em média, 20 segundos para votar. (C) Também lembrou a estimativa de que 90% dos votos de todo o país para presidente da República estarão totalizados até às 22 h de domingo. Segundo o diretor, até a meia-noite do mesmo dia, 99% dos votos devem estar totalizados. (D) O diretor-geral informou ainda que seis estados pediram ao TSE tropas federais para garantir a segurança do segundo turno das eleições. De acordo com ele, no total, 120 municípios do Amazonas, Rio Grande do Norte, Paraíba, Piauí, Tocantins e Pará receberão reforço na segurança. Opções adaptadas. Internet: <www.tse.gov.br>. A conjunção coordenativa porquanto introduz um segmento que denota explicação do que foi dito anteriormente. Não é coerente o uso dessa conjunção com o objetivo de ligar esse trecho ao anterior. O terreno da ética é o próprio chão onde estão fincadas as bases de uma sociedade. Essa construção é feita todos os dias. Há algo de imaterial em todos os edifícios políticos. Eles não estão aí por obra divina. Precisam ser reforçados permanentemente, por meio de atos significativos em que as pessoas reconheçam o interesse público. É isso que mantém a ordem pública, e não somente, nem, sobretudo, a força policial. Se as pessoas deixam de acreditar em uma ética subjacente ao dia-a-dia em um código de conduta que rege a ação dos políticos, pode-se prever que todo o edifício da sociedade estará ameaçado. O Globo, 30/11/2006, p. 6 (com adaptações). Acerca das relações lógico-sintáticas textuais, as opções seguintes apresentam propostas de associação, mediante o emprego de conjunção, entre períodos sintáticos do texto acima. fosse. embora sendo. (C) Ainda quando fosse. (D) Por ter sido. (E) Mesmo que tenha sido. (Analista – TSE – 2006 – CESPE) Assinale a opção que apresenta proposta de associação incorreta. O sentido da frase permanecerá inalterado caso seja introduzida a locução conjuntiva “por ter sido”, que tem valor explicativo. As locuções das outras alternativas têm valor concessivo. (A) (B) (B) Muito Gabarito “D” Roberto Janine Ribeiro. A cultura ameaçada pela natureza. Pesquisa Fapesp Especial, p. 40 (com adaptações). 16 Gabarito “B” Gabarito “A” (TJ/SC – 2010) “Alega o autor, na exordial, que sua inscrição em órgão de restrição ao crédito ocorreu em razão do inadimplemento do financiamento; _______, limitou-se a juntar uma declaração de que a instituição financeira procedeu à inscrição de seu nome no Serviço de Proteção ao Crédito.” 13 se eu puder solucioná-los com um remédio ou uma cirurgia, não preciso responsabilizar-me, a fundo, por eles. Tratarei a mim mesmo como um objeto. 16 A postura das ciências humanas e da psicanálise é outra, porém. Muito da experiência humana vem justamente de nos constituirmos como sujeitos. Esse papel é pesado. Por 19 isso, quando entra ele em crise — quando minha liberdade de escolher amorosa ou política ou profissionalmente resulta em sofrimento —, posso aliviar-me procurando uma solução 22 que substitua meu papel de sujeito pelo de objeto. 75 Gabarito “A” 1) A conjunção conquanto é concessiva e pode ser substituída por outra equivalente, como: embora, ainda que, mesmo que, por mais que etc. 2) A oração “se reviu o benefício” tem como sujeito passivo “o benefício” (o se é partícula apassivadora). Essa oração pode ser reescrita do seguinte modo: “o benefício foi revisto” – o verbo ser deve estar conjugado no mesmo tempo e modo que na oração original. 3) O adjetivo juntados pode ser substituído por: anexados ou apensados. Gabarito 1E 74 O diretor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Athayde Fontoura Filho, reafirmou que a urna eletrônica apresenta risco zero de fraude e que a segurança pode ser aferida por meio da votação paralela, realizada no dia da eleição, concomitantemente ao pleito oficial. Assinale a opção que não representa continuação coesa e coerente para o trecho acima. (Analista – TSE – 2006 – CESPE) (A) Porquanto, no período entre o primeiro e o segundo turno das eleições, o TSE tradicionalmente aproveita para verificar e corrigir as urnas de locais em que foram verificados problemas. período conjunção período primeiro e segundo terceiro entretanto quarto (C) quarto conquanto quinto (D) quinto já que sexto O período termina sempre por uma pausa bem definida. Essa pausa pode ser o ponto final, o ponto de exclamação, o ponto de interrogação, as reticências e até mesmo os dois pontos. A: “O terreno da ética é o próprio chão onde estão fincadas as bases de uma sociedade [primeiro período] e [conjunção aditiva] essa construção é feita todos os dias.” [segundo período]; B: “Há algo de imaterial em todos os edifícios políticos [terceiro período] entretanto [conjunção adversativa] eles não estão aí por obra divina.” [quarto período]; C: não é possível ligar o quarto período e o quinto (“Precisam ser reforçados permanentemente, por 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi logo tocam / aonde miram (B) Ainda quando toquem / miram-se aonde (C) Quando forem tocar / no que miram (D) Na iminência de tocarem / miram onde (E) Mesmo quando tocada / sobre o que miram A única assertiva que preserva as relações sintático-semânticas é a A: “Tão logo [assim que] tocam a borda da piscina, aonde miram as nadadoras?”. A escolha da locução conjuntiva (“tão logo”) é que permite solucionar a questão, pois há várias possibilidades com o verbo mirar. O verbo regente mirar na acepção de “voltar-se para”, “fitar” pode ser transitivo direto ou transitivo indireto e, nesse caso, vir acompanhado das preposições a ou em. O verbo na acepção de “estar voltado, olhar” é transitivo indireto e pode aparecer com a preposição para. Gabarito “A” (Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC) elemento sublinhado em: Está correto o emprego do (A) Muita gente se agarra à imagem artificial de si mesma sem saber porquê. (B) Não é fácil explicar o porquê do prestígio que alcança a imagem ilusória das pessoas. (C) Não sei porque razão os outros querem nos impor a imagem que têm de nós. (D) Se a ela aderimos, é por que nossa imagem ilusória traz alguma compensação. (E) Queremos perguntar, diante do espelho artificial, por quê nossa imagem não está lá. A: incorreta, “sem saber por quê.” – a palavra por quê separada e com acento é utilizada no final da frase e no sentido de “por qual razão”; B: correta, a palavra porquê é um substantivo, pode vir precedida por artigo definido e tem acepção de “motivo”; C: incorreta, “Não sei por que razão” a palavra por que separada é utilizada no sentido de “por qual razão”; D: incorreta, “é porque nossa imagem” – porque junto e sem acento é uma conjunção explicativa; E: incorreta, “por que nossa imagem”. Gabarito “B” Estamos conscientes de que, sem as instituições, imperaria o caos, a barbárie, a violência, a lei da selva. (Analista – TRT/24ª – 2006 – FCC) Uma outra forma correta de expressar o que diz a frase acima é: Estamos conscientes de que imperaria o caos, a barbárie, a violência, a lei da selva, (A) porquanto não houvessem as instituições. caso delas não terem havido. (C) não fossem as instituições. (D) deixassem as instituições de nos faltar. (E) não obstante as instituições. (B) no Deslocando para o final da oração o sintagma “sem as instituições”, teríamos que manter a ideia condicional. Essa ideia se mantém na assertiva C: “Estamos conscientes de que imperaria o caos, a barbárie, assim, contando com a ainda que houvesse a (C) Apesar disso, pelo fato de haver a (D) Todavia, apesar da (E) Por conseguinte, a despeito da (B) Porém, A conjunção adversativa no entanto pode ser substituída pela adversativa todavia; já a conjunção mesmo pode ser substituída por outra de valor concessivo, como apesar de. (Analista – TRT/11ª – 2005 – FCC) frases: I. II. III. Considere as seguintes Tenho sempre saudades dos tios, que tanto fizeram por mim. Ela me passou as informações, apenas, necessárias para a inscrição no concurso. Durante o dia todo, ela ficou se lastimando por não haver cumprido a promessa. A supressão de vírgula(s) altera o sentido do que está em (A) I, II e III. e II, somente. (C) I e III, somente. (D) II e III, somente. (E) II, somente. (B) I I: correta, “Tenho (...) saudades dos tios, que” – a vírgula antes da palavra que torna a oração explicativa (ou seja, todos os tios fizeram muito por mim). “Tenho (...) saudades dos tios que” – a supressão da vírgula torna a oração restritiva. Nesse caso (se não houver vírgula), entende-se que o sujeito sente saudades somente dos tios “que tanto fizeram por mim”, e não de todos os tios (nesse caso, entende-se que nem todos os tios fizeram muito por mim, apenas alguns deles); II: correta, “Ela me passou as informações, apenas, necessárias”: a vírgula isolando a palavra apenas faz entender que o sujeito (ela) somente passou informações. A supressão da vírgula faz entender que o sujeito da oração passou uma seleção de informações que seriam necessárias para a inscrição no concurso. Gabarito “B” (A) Tão “Embora” é conjunção concessiva, portanto somente pode ser substituída por outra de mesmo sentido: “apesar de”, “ainda que”, “conquanto”. Por isso, a única alternativa que mantém o sentido da oração original é a letra “D”. (A) Ainda Palavras, percebemos, são pessoas. Algumas são sozinhas: Abracadabra. Eureca. Bingo. Outras são promíscuas (embora prefiram a palavra “gregária”): estão sempre cercadas de muitas outras: Que. De. Por. com a multiplicação das instituições, não conhecemos nenhuma época histórica que não tenha sido marcada por conflitos, o segmento sublinhado pode ser corretamente substituído, sem prejuízo para o sentido, por: Gabarito “D” Os elementos sublinhados acima podem ser substituídos, respectivamente, sem prejuízo para a correção e para o sentido da frase, por: (C) Algumas palavras dependem de outras, quando não (Analista – TRT/24ª – 2006 – FCC) Na frase No entanto, mesmo A locução “a partir do que” tem a acepção de “deste ponto em diante”. É a alternativa mais adequada para se substituir a conjunção aditiva e o advérbio hoje: “Ultrapassamos o tamanho das comunas medievais, a partir do que um governo democrático só pode ser representativo”. As assertivas A e D apresentam locuções conjuntivas concessivas. Não há a ideia de concessão na frase proposta. A alternativa B apresenta uma locução conjuntiva final e a E apresenta uma locução conjuntiva causal. a violência, a lei da selva, não fossem as instituições.” A alternativa A apresenta uma conjunção com valor explicativo; as alternativas B e D apresentam construções problemáticas e a alternativa E apresenta uma conjunção com valor adversativo. (Analista – TRT/13ª – 2005 – FCC) Ultrapassamos o tamanho das comunas medievais, e hoje um governo democrático só pode ser representativo: as eleições são inevitáveis. Mantém-se o sentido da frase acima caso se substitua a expressão sublinhada por (A) ainda que. (B) a fim de que. (C) a partir do que. (D) muito embora. (E) tendo em vista que. Algumas palavras são casadas. A palavra caudaloso, por exemplo, tem união estável com a palavra rio – você dificilmente verá caudaloso andando por aí acompanhada de outra pessoa. O mesmo vale para frondosa, que está sempre com a árvore. Perdidamente, coitado, é um advérbio que só adverbia o adjetivo apaixonado. Nada é ledo a não ser o engano, assim como nada é crasso a não ser o erro. Ensejo é uma palavra que só serve para ser aproveitada. Algumas palavras estão numa situação pior, como calculista, que vive em constante ménage(*), sempre acompanhada de assassino, frio e e. Algumas palavras dependem de outras, embora não sejam grudadas por um hífen – quando têm hífen elas não são casadas, são siamesas. Casamento acontece quando se está junto por algum mistério. Alguns dirão que é amor, outros dirão que é afinidade, carência, preguiça e outros sentimentos menos nobres (a palavra engano, por exemplo, só está com ledo por pena – sabe que ledo, essa palavra moribunda, não iria encontrar mais nada a essa altura do campeonato). Esse é o problema do casamento entre as palavras, que por acaso é o mesmo do casamento entre pessoas. Tem sempre uma palavra que ama mais. A palavra árvore anda com várias palavras além de frondosa. O casamento é aberto, mas para um lado só. A palavra rio sai com várias outras palavras na calada da noite: grande, comprido, branco, vermelho – e caudaloso fica lá, sozinho, em casa, esperando o rio chegar, a comida esfriando no prato. Um dia, caudaloso cansou de ser maltratado e resolveu sair com outras palavras. Esbarrou com o abraço que, por sua vez, estava farto de sair com grande, essa palavra tão gasta. O abraço caudaloso deu tão certo que ficaram perdidamente inseparáveis. Foi em Manuel de Barros. Talvez pra isso sirva a poesia, pra desfazer ledos enganos em prol de encontros mais frondosos. (Gregório Duvivier, Abraço caudaloso. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/>. Acesso em: 02 fev 2015. Adaptado) (*)ménage: coabitação, vida em comum de um casal, unido legitimamente ou não. (VUNESP – 2015) Assinale a alternativa que reescreve, com correção e sem alteração de sentido, a passagem – Algumas palavras dependem de outras, embora não sejam grudadas por um hífen. (A) Contanto que não sejam grudadas por um hífen, algumas palavras dependem de outras. (B) Algumas palavras dependem de outras, exceto se são grudadas por um hífen. são grudadas por um hífen. de não serem grudadas por um hífen, algumas palavras dependem de outras. (E) Desde que não sejam grudadas por um hífen, algumas palavras dependem de outras. (D) Apesar Gabarito “D” Gabarito “C” Tocada a borda da piscina, para onde olham as nadadoras? (Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC) 77 Gabarito “C” meio de atos significativos em que as pessoas reconheçam o interesse público.”) pela conjunção concessiva conquanto; D: (“Precisam ser reforçados permanentemente, por meio de atos significativos em que as pessoas reconheçam o interesse público [quinto período] já que [conjunção causal] é isso que mantém a ordem pública, e não somente, nem, sobretudo, a força policial.” Gabarito “C” 76 7. PRONOMES O mito napoleônico baseia-se menos nos méritos de Napoleão do que nos fatos, então sem paralelo, de sua carreira. Os homens que se tornaram conhecidos por terem abalado o mundo de forma decisiva no passado tinham começado como reis, como Alexandre, ou patrícios, como Júlio César, mas Napoleão foi o “pequeno cabo” que galgou ao comando de um continente pelo seu puro talento pessoal. Todo homem de negócios daí em diante tinha um nome para sua ambição: ser − os próprios clichês o denunciam − um “Napoleão das finanças” ou “da indústria”. Todos os homens comuns ficavam excitados pela visão, então sem paralelo, de um homem comum maior do que aqueles que tinham nascido para usar coroas. Em síntese, foi a figura com que todo homem que partisse os laços com a tradição podia se identificar em seus sonhos. Para os franceses ele foi também algo bem mais simples: o mais bem-sucedido governante de sua longa história. Triunfou gloriosamente no exterior, mas, em termos nacionais, também estabeleceu ou restabeleceu o mecanismo das instituições francesas como existem hoje. Ele trouxe estabilidade e prosperidade a todos, exceto para os 250 mil franceses que não retornaram de suas guerras, embora até mesmo para os parentes deles tivesse trazido a glória. Sem dúvida, os britânicos se viam como lutadores pela causa da liberdade contra a tirania; mas em 1815 a maioria dos ingleses era mais pobre do que o fora em 1800, enquanto a maioria dos franceses era quase certamente mais rica. Ele destruíra apenas uma coisa: a Revolução de 1789, o sonho de igualdade, liberdade e fraternidade, do povo se erguendo na sua grandiosidade para derrubar a opressão. Este foi um mito mais poderoso do que o dele, pois, após a sua queda, foi isto e não a sua memória que inspirou as revoluções do século XIX, inclusive em seu próprio país. (Adaptado de Eric. J. Hobsbawm. A era das revoluções − 1789-1848. 7ª ed. Trad. de Maria Tereza Lopes Teixeira e Marcos Penchel. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989, p.93-4) (Analista – TRT9 – 2012 – FCC) coroas. ... tinham nascido para usar Ele trouxe estabilidade e prosperidade a todos ... ... que inspirou as revoluções do século XIX ... A substituição dos elementos sublinhados pelo pronome correspondente, com os necessários ajustes, tem como resultado correto, na ordem dada: 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi (A) O presidente advertiu Vossa Excelência para que não deixeis passar o prazo previsto no acordo, caso em que sereis responsabilizado legalmente pelo decurso. (B) Tenho exausto minhas forças nesse pretencioso projeto, mas nem que consiga o octagésimo lugar no concurso, que é o último, espero vê-lo analisado. (C) Já está inserto na obra o trecho em que ele afirma acreditar muito na água que considera benta, pois diz que, tendo sido benzida em dia de muito fervor, é miraculosa. (D) Urge, e ninguém discorda disso, as medidas já anunciadas, porém se o secretário dispuser de imediato de toda a verba prometida, poderá haver problemas mais à frente. (E) Tratam-se de advertências as mais singulares, entre elas a que incita os cidadãos a que remediem por si sós os danos cuja reparação está legalmente sob o dever do estado. A: incorreta, “O presidente advertiu Vossa Excelência para que não deixe [ao se utilizar pronome de tratamento, o verbo deve concordar na 3ª pessoa], caso em que será responsabilizado”; B: incorreta, “Tenho exaurido [a palavra exausto é adjetivo] minhas forças nesse pretensioso projeto... octogésimo”; C: correta, o nome “inserto” é sinônimo de inserido... D: incorreta, “Urgem (...) as medidas já anunciadas”; E: incorreta, “Trata-se [o verbo é transitivo indireto. O se é índice de indeterminação do sujeito. Se o sujeito é indeterminado, o verbo fica na 3ª pessoa do singular] de advertências as mais singulares, entre elas as [advertências] que incitam os cidadãos a remediar por si sós os danos cujas reparações estão legalmente”. (A) Se preferires, adiaremos o simpósio para que não nos privemos de sua coordenação, Excelência, bem como das sugestões que certamente tereis a nos oferecer. (B) Sempre contaremos com os préstimos com que Vossa Senhoria nos tem honrado, razão pela qual, antecipadamente, deixamos-lhe aqui nosso profundo reconhecimento. (C) Vimos comunicar a Vossa Excelência que já se encontra à vossa disposição o relatório que nos incumbiste de providenciar há cerca de uma semana. (D) Diga a Vossa Senhoria que estamos à espera de suas providências, das quais não nos cabe tratar com seu adjunto – grande, embora, seja a consideração, meu caro senhor, que lhe dispensamos. (E) Esperamos que Vossa Senhoria sejais capaz de atender aos nossos reclamos, ao nosso ver justos e precisados de toda a vossa atenção. Ao se utilizar pronome de tratamento, o verbo deve concordar na 3ª pessoa. A: incorreta, oração corrigida: Se preferir [3ª pessoa do singular do futuro do subjuntivo], (...) Excelência certamente terá [3ª pessoa do singular do futuro do presente do indicativo]”; B: correta, “Vossa Senhoria nos tem [3ª pessoa do singular do presente do indicativo] honrado (...) deixamos-lhe [a Vossa Senhoria]”; C: incorreta, oração corrigida: “Vimos comunicar a Vossa Excelência que já se encontra à sua disposição o relatório que nos incumbiu [3ª pessoa do singular do pretérito perfeito] de providenciar”; D: incorreta, oração corrigida: “Diga a Sua Senhoria...”; E: incorreta, oração corrigida: “Esperamos que Vossa Senhoria seja [3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo] capaz de atender (...) precisados de toda a sua atenção.” 1 4 7 10 13 16 Gabarito “C” A correspondência oficial não dispensa nem os protocolos de rigor que lhe são próprios, nem a máxima objetividade no tratamento do assunto em tela. Não cabendo o coloquialismo do tratamento na pessoa você, é preciso conhecer o emprego mais cerimonioso de Vossa Senhoria e Vossa Excelência, por exemplo, para os casos em que essas ou outras formas mais respeitosas se impõem. Quanto à disposição da matéria tratada, a redação deve ser clara e precisa, para que se evitem ambiguidades, incoerências e quebras sintáticas. (Diógenes Moreyra, inédito) 19 O agente ético é pensado como sujeito ético, isto é, como um ser racional e consciente que sabe o que faz, como um ser livre que escolhe o que faz e como um ser responsável que responde pelo que faz. A ação ética é balizada pelas ideias de bem e de mal, justo e injusto, virtude e vício. Assim, uma ação só será ética se consciente, livre e responsável e será virtuosa se realizada em conformidade com o bom e o justo. A ação ética só é virtuosa se for livre e só o será se for autônoma, isto é, se resultar de uma decisão interior do próprio agente e não de uma pressão externa. Evidentemente, isso leva a perceber que há um conflito entre a autonomia da vontade do agente ético (a decisão emana apenas do interior do sujeito) e a heteronomia dos valores morais de sua sociedade (os valores são dados externos ao sujeito). Esse conflito só pode ser resolvido se o agente reconhecer os valores de sua sociedade como se tivessem sido instituídos por ele, como se ele pudesse ser o autor desses valores ou das normas morais, pois, nesse caso, ele será autônomo, agindo como se tivesse dado a si mesmo sua própria lei de ação. Marilena Chaui. Uma ideologia perversa. In: Folhaonline, 14/3/1999 (com adaptações). (Analista – STF – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item, a respeito da organização das estruturas linguísticas e das ideias do texto anterior. (1) A organização das ideias no texto mostra que, em suas duas ocorrências, o pronome “ele”, na linha 17, refere-se textualmente a “agente” (l.15). 1: correta, a assertiva está correta. Veja a oração do texto: “só pode ser resolvido se o agente reconhecer os valores de sua sociedade como se tivessem sido instituídos por ele [pelo agente], como se ele [o agente] pudesse”. 1 4 7 10 13 16 19 22 Aceitar que somos indeterminados naturalmente, que seremos lapidados pela educação e pela cultura, que disso decorrem diferenças relevantes e irredutíveis aos genes é muito difícil. Significa aceitarmos que há algo muito precário na condição humana. Parte pelo menos dessa precariedade ou indeterminação alguns chamarão liberdade. Porém nem mesmo a liberdade é tão valorizada quanto se imagina. Ela implica responsabilidades. Parece que se busca conforto na condição de coisa. Se eu for objeto, isto é, se eu for natureza, meus males independem de minha vontade. Aliás, o que está em discussão não é tanto o que os causou, mas como resolvê-los: se eu puder solucioná-los com um remédio ou uma cirurgia, não preciso responsabilizar-me, a fundo, por eles. Tratarei a mim mesmo como um objeto. A postura das ciências humanas e da psicanálise é outra, porém. Muito da experiência humana vem justamente de nos constituirmos como sujeitos. Esse papel é pesado. Por isso, quando entra ele em crise — quando minha liberdade de escolher amorosa ou política ou profissionalmente resulta em sofrimento —, posso aliviar-me procurando uma solução que substitua meu papel de sujeito pelo de objeto. Roberto Janine Ribeiro. A cultura ameaçada pela natureza. Pesquisa Fapesp Especial, p. 40 (com adaptações). (Analista – STF – 2008 – CESPE) Considerando o texto acima, julgue o item subsequente. (1) A função sintática exercida por “a mim mesmo”, em “Tratarei a mim mesmo” (l.14-15) corresponde a me e, por essa razão, também seria gramaticalmente correta a seguinte redação: Tratarei-me. 1: incorreta, a função sintática exercida por “a mim mesmo” corresponde ao pronome me. Com relação à colocação pronominal, é obrigatório o uso da mesóclise quando o verbo estiver no futuro. A colocação pronominal correta seria “tratar-me-ei”. A assertiva está errada. Gabarito 1E Gabarito “C” (Analista – TRT/14ª – 2011 – FCC) Está correta a seguinte frase: mas de tratamento, está correta a seguinte construção: 1: correta, o pronome relativo onde refere-se a lugar. “Em que” pode ser substituído por onde sem que haja alterações semânticas; 2: correta, na oração “quando se cumprirem duas premissas” a palavra se é pronome apassivador. O verbo cumprir é transitivo direto e é possível transpor a oração para “quando duas premissas forem cumpridas”. 1 Em um artigo publicado em 2000, e que fez muito sucesso na Internet, Cristovam Buarque desenhava um idílico mundo futuro, liberto das soberanias nacionais, em que tudo 4 seria de todos. Se tudo der certo no planeta (o que é discutível), quem sabe um dia, daqui a mil ou dois mil anos, cheguemos lá. Como nada ainda deu certo no planeta, a 7 internacionalização só será aceitável quando se cumprirem duas premissas. Primeira: que desapareçam os Estados nacionais. Segunda: que os grupos, ou comunidades, ou 10 sociedades que restarem mantenham entre si relações impecavelmente equitativas. Quem sabe um dia... Roberto Pompeu de Toledo. “Amazônia: premissas para sua entrega”. In: Veja, 28/5/2008 (com adaptações). Julgue os seguintes itens, a respeito da organização das ideias do texto anterior. (Analista – STJ – 2008 – CESPE) Mantém-se a correção gramatical do texto e respeitam-se suas relações argumentativas ao se substituir “em que” (l.3) por onde. (2) Preservam-se a correção gramatical e a coerência da argumentação do texto ao se substituir a expressão “se cumprirem” (l.7) por forem cumpridas. (1) 1 Pode-se dizer que há complexidade onde quer que se produza um emaranhamento de ações, de interações, de retroações. E esse emaranhamento é tal que nem um 4 computador poderia captar todos os processos em curso. Mas há também outra complexidade que provém da existência de fenômenos aleatórios (que não podem ser determinados e 7 que, empiricamente, agregam incerteza ao pensamento). Pode-se dizer, no que concerne à complexidade, que há um polo empírico e um polo lógico e que a complexidade 10 aparece quando há simultaneamente dificuldades empíricas e dificuldades lógicas. Pascal disse há já três séculos: “Todas as coisas são ajudadas e ajudantes, todas as coisas são 13 mediatas e imediatas, e todas estão ligadas entre si por um laço que conecta umas às outras, inclusive as mais distanciadas. Nessas condições — agrega Pascal — 16 considero impossível conhecer o todo se não conheço as partes”. Esta é a primeira complexidade: nada está isolado no Universo e tudo está em relação. Edgard Morin. “Epistemologia da complexidade”. In: Dora Fried Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade. Porto Alegre: Artmed, 1996, p. 274 (com adaptações). (Analista – STJ – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item, a res- peito de redações alternativas para termos e estruturas linguísticas do texto acima. (1) Reforça-se a ideia de possibilidade, coerente com a argumentação desenvolvida no texto, e mantém-se sua correção gramatical, ao se utilizar, em lugar de “Pode-se dizer” (l.8), o tempo verbal de futuro do pretérito, da seguinte forma: Poderia-se dizer. 1: incorreta, é obrigatório o uso da mesóclise quando o verbo estiver no futuro. A colocação pronominal correta seria: “Poder-se-ia”. Gabarito 1E No primeiro trecho, a substituição deve ser feita pelo pronome oblíquo “as”, porque “coroas” é objeto direto, posposto ao verbo (ênclise), considerando que não ocorre nenhum caso de próclise obrigatória. No segundo trecho, a substituição deve ser feita pelo pronome “lhes”, porque “a todos” é objeto indireto, anteposto ao verbo (próclise), que se recomenda diante do pronome reto “eles”. No terceiro trecho, a substituição deve ser feita pelo pronome oblíquo “as”, porque “as revoluções...” é objeto direto, anteposto ao verbo (próclise), obrigatória diante do pronome relativo “que”. (Analista – TRT/16ª – 2009 – FCC) Quanto ao emprego das for- Gabarito “B” nascido para as usar − Ele lhes trouxe estabilidade e prosperidade − que lhes inspirou (B) tinham nascido para lhes usar − Ele trouxe-os estabilidade e prosperidade − que inspirou-as (C) tinham nascido para usá-las − Ele lhes trouxe estabilidade e prosperidade − que as inspirou (D) tinham nascido para usá-las − Ele os trouxe estabilidade e prosperidade − que lhes inspirou (E) tinham nascido para as usar − Ele trouxe-os estabilidade e prosperidade − que as inspirou Gabarito “C” (A) tinham 79 Gabarito 1C, 2C 78 1 O mundo do trabalho tem mudado numa velocidade vertiginosa e, se os empregos diminuem, isso não quer dizer que o trabalho também. 4 Só que ele está mudando de cara. Como também está mudando o perfil de quem acaba de sair da universidade, da mesma forma que as exigências da sociedade e — por que 7 não? — do mercado, cada vez mais globalizado e competitivo. Tudo indica que mais de 70% do trabalho no futuro 10 vão requerer a combinação de uma sólida educação geral com conhecimentos específicos; um coquetel capaz de fornecer às pessoas compreensão dos processos, capacidade 13 de transferir conhecimentos, prontidão para antecipar e resolver problemas, condições para aprender continuamente, conhecimento de línguas, habilidade para tratar com pessoas 16 e trabalhar em equipe. Revista do Provão, n.º 4, 1999, p. 13 (com adaptações). (Analista – TST – 2008 – CESPE) julgue o item subsequente. (1) A partir do texto anterior, A interpretação coerente das ideias do texto permite associar “ele” (l.4) tanto com “trabalho” (l.3) quanto com “mundo do trabalho” (l.1). Ambiguidades assim devem ser evitadas na redação de textos oficiais. 1: correta, o pronome pessoal ele, nesse contexto, apresenta uma referência ambígua. Isso deve ser evitado em qualquer tipo de texto, 16 19 Emir Sader. “Trabalhemos menos, trabalhemos todos”. In: Correio Braziliense, 18/11/2007 (com adaptações). (Analista – TST – 2008 – CESPE) Julgue respeito do texto acima. os seguintes itens a No primeiro período do texto, o pronome “nada” integra, como auxiliar da ênfase, uma expressão comparativa; mas, no terceiro período, o mesmo pronome perde o sentido comparativo pela presença do “não”. (2) Subentende-se, pela argumentação do texto, que “seu contrário” (l.16-17) corresponde a contrário do capital. (1) 1: incorreta, a palavra nada funcionando como pronome tem a acepção de “coisa nenhuma”. A assertiva está errada; 2: incorreta, os termos “seu contrário” correspondem ao contrário de trabalho: “o trabalho foi transformado pelo capital no seu contrário.” O pronome possessivo seu se refere a trabalho. A assertiva está errada. Gabarito 1E, 2E Texto para o itens seguintes. 1 4 7 10 13 16 19 22 Um cenário polêmico é embasado no desencadeamento de um estrondoso processo de exclusão, diretamente proporcional ao avanço tecnológico, cuja projeção futura indica que a automação do trabalho exigirá cada vez menos trabalhadores implicados tanto na produção propriamente dita quanto no controle da produção. Baseando-se unicamente nessa perspectiva, pode-se supor que a sociedade tecnológica seria caracterizada por um contexto no qual o trabalho passaria a ser uma necessidade exclusiva da classe trabalhadora. O capital, podendo optar por um investimento de porte em automação, em informática e em tecnologia de ponta, cada vez mais barata e acessível, não mais teria seu funcionamento embasado exclusivamente na exploração dos trabalhadores, cada vez mais exigentes quanto ao valor de sua força de trabalho. Embora não se possa falar de supressão do trabalho assalariado, a verdade é que a posição do trabalhador se enfraquece, tendo em vista que o trabalho humano tende a tornar-se cada vez menos necessário para o funcionamento do sistema produtivo. Gilberto Lacerda Santos. “Formação para o trabalho e alfabetização informática”. In: Linhas Críticas, v. 6, n.º 11, jul/dez, 2000 (com adaptações). (Analista – TRT/2ª – 2008 – FCC) Está adequado o emprego do elemento sublinhado na frase: (A) Meu amigo juiz escrevia poemas que o estilo de linguagem era muito depurado. (B) Expressava-se numa linguagem poética em que ele se obrigara a ser contido e disciplinado. (C) Logo recebi o livro de poemas nos quais o grande valor expressivo eu sequer desconfiava. (D) Surpreendeu-me que tivesse escrito poemas em cujos não havia vestígio de academicismos. (E) Meu amigo deu-me uma explicação à qual pude aproveitar uma lição muito original. Orações corrigidas a seguir. A: incorreta, “(...) poemas nos quais o estilo de linguagem era muito depurado.”; B: está correta; C: incorreta, “Logo recebi o livro de poemas de que o grande valor expressivo eu sequer desconfiava.”; D: incorreta, “Surpreendeu-me que tivesse escrito poemas nos quais não havia vestígio de academicismos.”; E: incorreta, “Meu amigo deu-me uma explicação da qual pude aproveitar uma lição muito original.” Viagem para fora Há não tanto tempo assim, uma viagem de ônibus, sobretudo quando noturna, era a oportunidade para um passageiro ficar com o nariz na janela e, mesmo vendo pouco, ou nada, entreter-se com algumas luzes, talvez a lua, e certamente com os próprios pensamentos. A escuridão e o silêncio no interior do ônibus propiciavam um pequeno devaneio, a memória de alguma cena longínqua, uma reflexão qualquer. Nos dias de hoje as pessoas não parecem dispostas a esse exercício mínimo de solidão. Não sei se a temem: sei que há dispositivos de toda espécie para não deixar um passageiro entregar-se ao curso das ideias e da imaginação pessoal. Há sempre um filme passando nos três ou quatro monitores de TV, estrategicamente dispostos no corredor. Em geral, é um filme ritmado pelo som de tiros, gritos, explosões. É também bastante possível que seu vizinho de poltrona prefira não assistir ao filme e deixar-se embalar pela música altíssima de seu fone de ouvido, que você também ouvirá, traduzida num Quando o ônibus chega, enfim, ao destino, você desce tomado por um inexplicável cansaço. Acho interessantes todas as conquistas da tecnologia da mídia moderna, mas prefiro desfrutar de uma a cada vez, e em momentos que eu escolho. Mas parece que a maioria das pessoas entrega-se gozosa e voluptuosamente a uma sobrecarga de estímulos audiovisuais, evitando o rumo dos mudos pensamentos e das imagens internas, sem luz. Ninguém mais gosta de ficar, por um tempo mínimo que seja, metido no seu canto, entretido consigo mesmo? Por que se deleitam todos com tantas engenhocas eletrônicas, numa viagem que poderia propiciar o prazer de uma pequena incursão íntima? Fica a impressão de que a vida interior das pessoas vem-se reduzindo na mesma proporção em que se expandem os recursos eletrônicos. (Thiago Solito da Cruz, inédito) (Analista – TRT/18ª – 2008 – FCC) O autor vale-se do emprego do pronome você, ao longo do segundo parágrafo, da mesma forma que esse pronome é empregado em: (A) Quando perguntei se você gostava de viajar, você titubeou, e não me respondeu. (B) Já sei a opinião dele acerca da mídia eletrônica; gostaria que você me dissesse, agora, qual a sua. (C) Não é aquele ou aquela passageira que me interessa; meus olhos não conseguem desviar-se de você. (D) Quando se está em meio a um tumulto, você não consegue concentrar-se em seus próprios pensamentos. (E) Espero que você não tenha se ofendido por eu lhe haver proposto que desligue o celular enquanto conversamos. O pronome de tratamento você está sendo usado com a intenção de se direcionar o discurso a um interlocutor genérico. Os verbos considerar e tornar e a locução verbal “vem caracterizando” são transitivos diretos e exigem como complemento um objeto direto. O objeto direto pode ser indicado, nesses períodos, pelo pronome a: considero-as, as vem caracterizando (próclise por conta da palavra atrativa que) e as torna (próclise por conta da palavra atrativa que). 1 Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco: não adianta debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas. É preciso focar as ações de modo pragmático, com as seguintes 4 prioridades: concluir a união aduaneira; eliminar barreiras jurídicas e monetárias; facilitar os negócios entre as empresas dos países-membros e obter financiamentos em nome do bloco 7 no Banco Mundial, para ampliar a infraestrutura regional, o que até agora sequer foi pleiteado. As questões alfandegária e fitossanitária devem ser harmonizadas o mais rapidamente 10 possível, pois não haverá bloco econômico viável enquanto houver entrave no intercâmbio entre os Estados-membros. Finalmente, é preciso considerar que, no mundo globalizado, as 13 relações externas afetam o cotidiano das empresas e das pessoas. O atual impasse no MERCOSUL só será superado se os empresários se organizarem na defesa de seus interesses e 16 direitos, por meio da informação e da mobilização da sociedade sobre as implicações internas das decisões tomadas em fóruns internacionais. Abram Szajman. O Globo, 26/11/2006 (com adaptações). (Analista – TSE – 2006 – CESPE) assinale a opção correta. Em relação ao texto acima, (A) Na linha 1, a substituição do sinal de dois-pontos por ponto final, com a modificação de inicial minúscula para maiúscula na palavra “não”, prejudica a correção gramatical do texto. (B) O emprego de sinal de ponto-e-vírgula (l.4-5) justifica-se por isolar elementos de uma enumeração. (C) Na linha 7, o termo “o que” retoma o antecedente “ampliar a infraestrutura regional”. (D) O vocábulo “se” (l.14-15) exerce a mesma função sintática em ambas as ocorrências. A: incorreta, a alteração sugerida prejudica a correção gramatical. O sinal de dois-pontos enuncia uma enumeração; B: correta, uma das funções do sinal de ponto e vírgula é isolar elementos de uma enumeração (como nestes comentários!); C: incorreta, o termo “o que” retoma “as prioridades” (concluir; eliminar; facilitar; obter); D: incorreta, a palavra se na linha 14 (“será superado se os empresários”) é conjunção condicional e na linha 15 (“os empresários se organizarem na defesa”) é pronome reflexivo. Gabarito “D” 13 1: incorreta, o pronome relativo cuja não poderá ser substituído pela preposição de sem que haja alterações sintáticas e semânticas. As orações: “avanço tecnológico de proteção futura indica” e “avanço tecnológico, cuja projeção futura indica” não são equivalentes. Por exemplo, na primeira oração o sujeito do verbo indicar é “avanço tecnológico”, já na segunda oração, é “projeção futura”. A assertiva está errada; 2: incorreta, é obrigatório o uso da mesóclise quando o verbo estiver no futuro. A colocação pronominal correta seria: “caracterizar-se-ia”. A assertiva está errada. chiado interminável, com direito a batidas mecânicas de algum sucesso pop. Inevitável, também, acompanhar a variedade dos toques personalizados dos celulares, que vão do latido de um cachorro à versão eletrônica de uma abertura sinfônica de Mozart. Claro que você também se inteirará dos detalhes da vida doméstica de muita gente: a senhora da frente pergunta pelo cardápio do jantar que a espera, enquanto o senhor logo atrás de você lamenta não ter incluído certos dados em seu último relatório. Gabarito “B” 10 Gabarito “B” 7 Devido às relações de sentido entre as palavras do texto é correta a substituição do pronome “cuja” (l.4) pela preposição de para expressar noção de posse entre “avanço tecnológico” (l.3-4) e “projeção futura” (l.4). (2) Mantém-se a noção de voz passiva, assim como a correção gramatical, ao se substituir “seria caracterizada” (l.9) por caracterizaria-se. (1) Gabarito 1E, 2E Gabarito 1C 4 Muitas coisas nos diferenciam dos outros animais, mas nada é mais marcante do que a nossa capacidade de trabalhar, de transformar o mundo segundo nossa qualificação, nossa energia, nossa imaginação. Ainda assim, para a grande maioria dos homens, o trabalho nada mais é do que puro desgaste da vida. Na sociedade capitalista, a produtividade do trabalho aumentou simultaneamente a tão forte rotinização, apequenamento e embrutecimento do processo de trabalho de forma que já não há nada que mais nos desagrade do que trabalhar. Preferimos, a grande maioria, fazer o que temos em comum com os outros animais: comer, dormir, descansar, acasalar. Nossa capacidade de trabalho, a potência humana de transformação e emancipação de todos, ficou limitada a ser apenas o nosso meio de ganhar pão. Capacidade, potência, criação, o trabalho foi transformado pelo capital no seu contrário. Tornou-se o instrumento de alienação no sentido clássico da palavra: o ato de entregar ao outro o que é nosso, nosso tempo de vida. (Analista – TST – 2008 – CESPE) Julgue os seguintes itens a respeito das ideias e da organização do texto acima. 81 Gabarito “A” inclusive na redação oficial. A ambiguidade poderia ser evitada pelo uso de pronomes demonstrativos (este para se referir a “trabalho”, aquele para se referir a “mundo do trabalho”). 1 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi 80 (Analista – TRT/18ª – 2008 – FCC) Sempre gostei das viagens de ônibus, mas atualmente considero as viagens de ônibus uma verdadeira provação, pois o que vem caracterizando as viagens de ônibus é uma profusão de ruídos de toda espécie, o que torna as viagens de ônibus um desafio aos nervos de um pacato passageiro. Evitam-se as viciosas repetições do texto acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por: (A) considero-as - as vem caracterizando - as torna - vem-nas caracterizando - lhes torna (C) as considero - vem-lhes caracterizando - torna-las (D) considero-lhes - lhes vem caracterizando - as torna (E) considero-lhes - vem caracterizando-as - torna-as (B) considero-as 1 Um dos lugares-comuns do pensamento político é o de que o sistema democrático exige a descentralização do poder. Democracia não é só o governo do povo, mas o governo do povo 4 a partir de sua comunidade. Esse é um dos argumentos clássicos para o voto distrital: o eleitor fortalece seu poder, ao associá-lo ao de seus vizinhos. Em países de boa tradição democrática, esses 7 vizinhos discutem, dentro dos comitês dos partidos, mas também fora deles, suas ideias com os candidatos. Embora isso não signifique voto imperativo — inaceitável em qualquer situação 10 —, o parlamentar escolhido sabe que há o eleitor múltiplo e bem identificado, ao qual deverá dar explicações periódicas. Se a esse sistema se vincula a possibilidade do recall, do contramandato, 13 cresce a legitimidade do instituto da representação parlamentar. O fato é que, com voto distrital ou não, tornou-se inadiável a discussão em torno do sistema federativo. Quem conhece o Brasil 16 fora das campanhas eleitorais sabe das profundas diferenças entre os estados. Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006. 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi Evitam-se as viciosas repetições e mantém-se a correção do período acima, substituindo-se os elementos sublinhados, respectivamente, por: (A) nutriu-as − fê-las atingir − a elas parecia interditado − nelas todo o seu talento. (B) nutriu-as − fez-lhes atingir − lhes parecia interditado − a elas todo o seu talento. (C) nutriu-lhes − as fez atingir − parecia-lhes interditado − em cujas todo o seu talento. (D) as nutriu − fez-lhes atingir − parecia interditado às mesmas − nelas todo o seu talento. (E) nutriu-lhes − fez elas atingirem − parecia-lhes interditado − nestas todo o seu talento. Os objetos diretos dos verbos nutrir e fazer devem ser substituídos pelo pronome correspondente as: nutriu-as e fê-las (nesse caso, como o verbo termina em z, o pronome toma a forma las e a letra z é excluída). A locução “parecia interditado” exige complemento indireto. O pronome correspondente é “a elas” ou “lhes”: “que a elas parecia interditado”. O sintagma “nas crônicas” pode ser substituído por nelas (em + elas [as crônicas]). A: incorreta, “revelação (...) a qual o autor transcreveu”; B: incorreta, “resultando (...) em uma nova marca”; C: incorreta, “uma atleta cujo corpo”; D: correta, o emprego de ambos os elementos (a que e cujo) está correto; E: incorreta, “um ataque cardíaco ao qual não sobreviveu”. (Analista – TRT/20ª – 2006 – FCC) A língua começou a uniformizar-se e a exportar traços comuns para o Brasil inteiro pelas rotas comerciais que a exploração do ouro criou. Se na frase acima substituirmos a forma verbal criou pela forma deu ensejo, o termo que deverá dar lugar à expressão (A) a cujas. cujas. (C) de onde. (D) a que. (E) com que. (B) de (Analista – TRF/1º – 2006 – FCC) I. Considere as seguintes O editorial calou fundo nos pesquisadores latino-americanos, que a ele reagiram com firmeza. O povo cubano deve decidir, por si mesmo, se precisa ou não de ajuda externa. Ofertas de auxílio podem ser constrangedoras, quando não solicitadas. Gabarito “A” (Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC) As crianças amam a água, têm a água como amiga, aproveitam a água como um presente dos céus, extraem da água todos os prazeres que ela oferece. II. Evitam-se as repetições viciosas da palavra água da frase acima substituindo-se os elementos sublinhados, respectivamente, por A eliminação da(s) vírgula(s) altera o sentido SOMENTE do que está em (A) têm-lhe - aproveitam-lhe - extraem-lhe (B) têm-na - lhe aproveitam - extraem dela (C) a têm - a aproveitam - extraem-na (D) lhe têm - aproveitam-na - extraem a ela (E) têm-na - aproveitam-na - extraem dela Nessa oração, os verbos ter e aproveitar são transitivos diretos. O pronome correspondente ao objeto direto (“a água”) é a (na – pois o verbo conjugado termina em som nasal); o verbo extrair é bitransitivo. O seu objeto indireto é “da água” e pode ser substituído por “dela”. III. (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. e III. (E) II Em “O editorial calou fundo nos pesquisadores latino-americanos, que a ele reagiram com firmeza.”, a vírgula antes da palavra que torna a oração explicativa, já a supressão da vírgula torna a oração restritiva. Neste último caso (sem a vírgula), entende-se que não são todos os latino-americanos que “reagiram com firmeza a ele”, apenas alguns. Gabarito “E” Gabarito “A” (Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC) Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase: (Analista – TRT/11ª – 2005 – FCC) (A) A revelação (A) Juventude que lhe fez o amigo, cuja o autor transcreveu, proporcionou-lhe reflexões através das quais compôs uma argumentação interessante. A: incorreta, o verbo transitivo direto considerar exige como complemento o objeto direto (“juventude”) que pode ser substituído pelo pronome a (consideramo-la – nesse caso, como o verbo termina em s, o pronome toma a forma la e a letra s é excluída ); B: incorreta, nessa assertiva o verbo transitivo direto e indireto deixar apresenta um complemento direto (“o passado”) que pode ser substituído pelo pronome o: “deixa-o em paz”; com o verbo intransitivo interferir utilizaremos a contração nele como referente a “o passado”: “não há como nele interferir”; C: incorreta, a locução “queiramos emprestar” exige dois complementos, um direto (“um valor absoluto” e um indireto “aos dias bons”: “não lhes queiramos emprestar”; D: correta, o verbo transitivo direto poupar exige complemento direto (“os jovens”) que pode ser substituído pelo pronome correspondente os (“poupemo-los”); o pronome relativo que vem precedido de preposição a por exigência da locução “poder dar” ou “saber dar”; E: incorreta, o pronome pessoal do caso oblíquo (mim) não pode ser sujeito: “Se é para eu escolher”. (Analista – TRT/13ª – 2005 – FCC) Gosto da democracia, pratico “A língua começou a uniformizar-se e a exportar traços comuns para o Brasil inteiro pelas rotas comerciais a que a exploração do ouro deu ensejo.” frases: ao passado, deixar-lhe em paz, pois se os dias não voltam não há como interferir-lhes. (C) Se há dias bons na juventude, não os queiramos emprestar um valor absoluto, pois a eles se alternaram dias infelizes. (D) Quanto aos jovens, poupemo-los de aconselhamentos a que não podem ou não sabem dar ouvidos. (E) Se é para mim escolher entre o tumulto do jovem e a serenidade do velho, prefiro esta a aquele. Está correto o emprego de ambos os segmentos sublinhados na frase: é, hoje, uma palavra mágica: consideramo-lhe um talismã, nela atribuímos o condão de uma chave que abre todas as portas. a democracia, respeito os fundamentos que mantêm em pé a democracia, mas nada disso me impede de associar a democracia às campanhas eleitorais, que negam a democracia. Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os segmentos sublinhados, na ordem dada, por (A) a pratico − mantêm-na em pé − lhe associar − a negam (B) pratico-a − a mantêm em pé − associar-lhe − negam ela (C) a pratico − mantêm ela em pé − a associar − lhe negam (D) pratico-a − a mantêm em pé − associá-la − a negam (E) pratico-a − lhe mantêm em pé − a associar − negam-lhe Os objetos diretos dos verbos praticar, manter, associar e negar podem ser substituídos pelo pronome a (“pratico-a”; “a mantém”; “a negam”). No caso do verbo associar, terminado em r, teremos “associá-la”, com a queda da letra r e o uso do pronome na forma la. Gabarito “D” Gabarito “D” Rubem Braga escreveu muitas crônicas, nutriu as crônicas com a matéria do cotidiano, fez as crônicas atingir um patamar que parecia interditado às crônicas, e notabilizou-se empregando todo o seu talento nas crônicas. (Analista – TRT/4ª – 2006 – FCC) (B) Quanto (Analista – TRT/13ª – 2005 – FCC) A expressão che corretamente a lacuna da frase: (A) Continuamos de que preen- a avaliar ...... seria melhor se você desistisse da eleição. (B) A fonte ....... saciará nossa sede fica no alto daquela encosta. (C) Há sonhos ...... é impossível se desviar, quando se pensa no futuro. (D) Todos os momentos ...... devaneamos ficaram impressos na minha memória. (E) Dos livros ...... me ative nos últimos dias, apenas dois têm grande valor. A: incorreta, “Continuamos a avaliar que [conjunção integrante] seria melhor”; B: incorreta, “A fonte que [pronome relativo] saciará”; C: correta, o verbo regente desviar exige a preposição de: “Há sonhos de que é impossível se desviar”; D: incorreta, “Todos os momentos em que devaneamos”; E: incorreta, “Dos livros a que me ative”. (Analista – TRE/ES – 2005 – ESAG) Assinale a alternativa INCORRETA, segundo a norma culta da língua. (A) Minha casa está situada na rua mais movimentada deste bairro. (B) Prefiro leitura a novela, cinema a futebol. (C) Vou escutar-te desta vez, mesmo não acreditando em você. (D) Assistir ao pôr-do-sol em Vitória é para poucos e bons. O uso de pessoas do discurso diferentes em uma mesma oração é incorreto. Poder-se-ia escolher: “Vou escutá-lo desta vez, mesmo não acreditando em você.” ou “Vou escutar-te desta vez, mesmo não acreditando em ti.” (Analista – TRE/SC – 2005 – FAPEU) “Saber as leis não é recordar as suas palavras, mas compreender-lhes a força e o espírito”. A respeito desta máxima de Celsus, retirada de sua obra Digesta, 1, 3, 17, é CORRETO afirmar: I. II. III. o pronome lhes pode fazer referência a palavras das leis; o pronome lhes pode fazer referência a leis; o pronome lhes pode fazer referência a suas palavras; Assinale a alternativa CORRETA. (A) Somente as afirmativas I e II estão corretas. a afirmativa III está correta. (C) Somente as afirmativas II e III estão corretas. (D) Todas as afirmativas estão corretas. (B) Somente O pronome lhes pode se referir tanto às “leis” quanto às “palavras”. Há ambiguidade, pois não se identifica referente único. Gabarito “D” “Ao qual” se refere a “eleitor”. Gabarito “D” em “associá-lo” (l.5), refere-se a “poder” (l.2). (l.8) refere-se a “comitês dos partidos” (l.7). (C) “isso” (l.8) refere-se a “discutem, dentro dos comitês dos partidos, mas também fora deles, suas ideias com os candidatos” (l.7-8). (D) “ao qual” (l.11) refere-se a “parlamentar escolhido” (l.10). (B) “deles” enormes esforços com que as grandes nadadoras empregam nas competições acabam resultando, no máximo, de uma nova marca a ser batida. (C) Ao confessar a forte impressão de que lhe ficou daquela maratonista suíça, o autor destaca a imagem de uma atleta que o corpo demonstra dores torturantes. (D) Os constantes dopings, a que tantos atletas acabam se submetendo, são uma evidência de que há conquistas cujo preço é alto demais. (E) A atleta norte-americana, cujo nome o autor não se lembrou, acabou sofrendo um ataque cardíaco em que não sobreviveu. Gabarito “D” (A) “-lo”, (B) Os Gabarito “C” das relações lógico-sintáticas do texto acima, assinale a opção incorreta. Gabarito “D” (Analista – TSE – 2006 – CESPE) Acerca 83 Gabarito “C” 82 8. CRASE Justifica-se plenamente o emprego de ambos os sinais de crase em: (Analista – TRT/24ª – 2011 – FCC) (A) Ela pode voltar à qualquer momento, fiquemos atentos à sua chegada. (B) Dispôs-se à devolver o livro, à condição de o liberarem da multa por atraso. (C) Postei-me à entrada do cinema, mas ela faltou também à esse compromisso. (D) Àquela altura da velhice já não assistia à filmes trágicos, apenas aos de humor. (E) Não confie à priminha os documentos que obtive à revelia do nosso advogado. A: incorreta, em “a qualquer momento” não ocorre crase. Esse a é preposição. Não há o artigo. Já em “atentos à sua chegada”, o uso do acento grave é facultativo diante de pronome possessivo; B: incorreta, em “a devolver”, não ocorre a crase antes de verbo; C: incorreta, não ocorre a crase. O verbo postar não utiliza a preposição a em sua regência. Em “faltou...a esse compromisso”, o a é preposição, porém não há a possibilidade de um artigo diante do pronome demonstrativo esse, portanto não ocorre a crase; D: incorreta, o verbo assistir exige preposição a, porém a palavra “filmes” é um substantivo masculino Gabarito 1C Gabarito “D” Gabriel García Marquez cresceu em meio ... plantações de banana de Arataca, situada ... poucos quilômetros do vilarejo de Macondo, que ele se dedicou ... retratar na obra Cem anos de solidão. (TRT/23ª – 2011 – FCC) Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada: (A) as -à-a (B) as - à - à (C) às - a - a (D) às - à - à (E) as - a - à “(...) cresceu em meio a (preposição. Também poderia ser às, porém não existe essa opção nas alternativas. Não ocorre a crase. A palavra “plantações” está no plural e não há o artigo definido feminino) plantações (...), situada a (preposição) poucos quilômetros do vilarejo de Macondo, que ele se dedicou a (preposição. Antes de verbo nunca há artigo, logo, nunca ocorre a crase) retratar na obra Cem anos de solidão. Gabarito “C” 7 10 13 16 19 22 O começo foi lá atrás e não foi fácil. A profissão que hoje dá orgulho a Tião, aos 32 anos de idade, já foi motivo de vergonha. Ele começou a catar lixo com onze anos, com a família. “Para mim, catar lixo era natural”, diz. Para os outros, não. Sua mãe deu uma entrevista e ele passou a ser perseguido pelos colegas da escola. No dia seguinte ao da entrevista, chegou à sala de aula e viu escrito na lousa: “Tião, filho da xepeira”, uma referência à xepa, prática de pegar os restos de feiras para levar para casa. Em uma festa da escola, Tião dançava com a namoradinha, quando um menino anunciou pelo microfone: “Olha, ela está dançando com o filho da xepeira.” Humilhado, Tião saiu da festa correndo. Saiu também da escola. Ficou cinco anos sem estudar. Agora cursa o segundo ano do ensino médio. Seu sonho é cursar sociologia. No documentário Lixo Extraordinário, Tião diz que gosta de Nietzsche e Maquiavel. Ele encontrou um exemplar de O Príncipe, de Maquiavel, no meio do chorume do aterro. Depois de ler, ficou comparando os príncipes descritos por Maquiavel com líderes do tráfico. Ele conta que a obra foi fundamental quando estava começando sua própria liderança. Depois da indicação ao Oscar, ele acha que sua voz vai chegar muito mais longe que os trezentos metros quadrados do galpão sufocante da associação dos catadores. “Quem nunca teve voz agora vai ter, agora vão nos ouvir”, diz ele. Sebastião Carlos dos Santos. Do lixo ao Oscar. In: Época, 31/1/2011, p. 12 (com adaptações). (Analista – TRE/PI – 2009 – FCC) A frase inteiramente correta, considerando-se a presença ou a ausência do sinal de crase, é: (A) A mentira, mesmo justificada por certas circunstâncias, pode ser desmascarada à qualquer momento, à vista dos fatos apresentados. (B) Submetida a avaliação da opinião popular, a política deve pautar-se pela lisura e pela veracidade voltadas para à resolução de conflitos. (C) Quanto a defesa da ética, ela é sempre necessária, à fim de que a ação política seja vista como verdadeira representação da vontade popular. (D) Os governados, como preceituam as normas democráticas, têm direito a informações exatas e submetidas à verdade dos fatos. (E) A verdade dos fatos políticos está subordinada, segundo pensadores, à uma lógica particular, à depender dos objetivos do momento. A: incorreta, “a qualquer momento” – não ocorre a crase; “à vista” – ocorre a crase nessa locução; B: incorreta, “Submetida à avaliação” – a palavra regente submetida exige a preposição a e a palavra regida avaliação aceita o artigo definido feminino. Ocorre a crase; “para a resolução” – esse a é um artigo. Não ocorre a crase, pois não há a preposição a; C: incorreta, “a fim de que” – não ocorre a crase antes da palavra fim, que é precedida pela preposição a; D: correta, “direito a informações” – não ocorre a crase, pois nesse sintagma temos apenas a preposição a exigida pela palavra regente direito; “submetidas à verdade” – a palavra regente submetidas exige a preposição a e a palavra regida verdade aceita o artigo definido feminino. Ocorre a crase; E: incorreta, “subordinada a uma lógica” – a palavra regente subordina exige a preposição a e a palavra regida lógica está determinada pelo artigo indefinido. Não ocorre a crase; “a depender” – não ocorre crase antes de verbo. Gabarito “D” É difícil ficar indiferente à causa defendida por algumas organizações não governamentais que ajudam a [preposição – nunca ocorre a crase antes de verbo, pois não se coloca artigo antes de verbo] captar recursos para preservar a [o verbo preservar não exige preposição] cultura de tribos da floresta amazônica. 4 O verbo regente chegar e o termo regente referência exigem a preposição a, as palavras regidas aceitam o artigo definido feminino. Ocorre a crase. Julgue os itens a seguir quanto ao emprego do acento grave nas frases neles apresentadas. (Analista – TRE/MA – 2009 – CESPE) I. II. III. IV. Acostumado à vida parlamentar, o senador resistiu à reação desproporcional pretendida pela bancada oposicionista. A rotina, à qual o ator aderira em 2001, era igual à de sua parceira de novelas. Inúmeros países, à partir daí, não criaram obstáculos à paz. A globalização financeira, associada à melhores instituições e à estabilidade macroeconômica, contribuiu para elevar a taxa de investimento do Brasil. Estão certos apenas os itens (A) I (B) I e II. e III. I: incorreta, o verbo regente acostumar exige a preposição a. A palavra regida vida aceita o artigo a. Ocorre a crase; o verbo regente resistir exige a preposição a. A palavra regida reação aceita o artigo a. Ocorre a crase; II: incorreta, o verbo regente aderir exige a preposição a. Ocorre a crase (“o ator aderira à rotina”); a palavra regente igual exige a preposição a. Após a palavra “igual” há omissão do sintagma “a rotina” (“era igual à rotina”). Ocorre a crase; III: correta, não ocorre a crase antes de verbo (“a partir daí”); IV: incorreta, a palavra regente associada exige a preposição a e o sintagma “melhores instituições” aceita o artigo definido feminino plural. Estão corretas as formas: “associada a melhores instituições e à estabilidade” ou “associadas às melhores instituições e à estabilidade”. (Analista – TJ/PR – 2009) Todos os períodos a seguir foram retirados da revista ISTO É, de 17 jun. 2009. Propositadamente se retiraram os acentos indicativos de crase. Assinale a opção em que tal acento é proibido. (A) “A Transegur terá que pagar indenização a União.” (p. 32) (B) “O ex-presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, ao final de seu mandato (1981 – 1989), comparou a política a um show biz:” (p. 36) (C) “O Ministério da Justiça receberá 900 bafômetros. E mais da metade destes equipamentos será repassada as polícias estaduais...” (p. 35) (D) “Cada vez mais conectado a era digital, o presidente cria blog do Planalto e lança perfis...” (p. 40) (E) “Elas são a melhor maneira de dar transparência as campanhas e mandatos.” (p. 42) A: incorreta, uso obrigatório pela regência do verbo pagar: “que pagar indenização à União”; B: correta, não ocorre a crase nessa assertiva. O verbo transitivo direto e indireto comparar exige a preposição a, porém o termo regido show biz é masculino: “comparou a política a um show biz”; C: incorreta, uso obrigatório pela regência do verbo repassar: “será repassada às polícias estaduais...”; D: incorreta, uso obrigatório pela regência da palavra conectado: “conectado à era digital”; E: incorreta, uso obrigatório pela regência do verbo dar: “dar transparência às campanhas e aos mandatos.”. 1 Em um artigo publicado em 2000, e que fez muito sucesso na Internet, Cristovam Buarque desenhava um idílico mundo futuro, liberto das soberanias nacionais, em que tudo 4 seria de todos. Se tudo der certo no planeta (o que é discutível), quem sabe um dia, daqui a mil ou dois mil anos, cheguemos lá. Como nada ainda deu certo no planeta, a 7 internacionalização só será aceitável quando se cumprirem duas premissas. Primeira: que desapareçam os Estados nacionais. Segunda: que os grupos, ou comunidades, ou 10 sociedades que restarem mantenham entre si relações impecavelmente equitativas. Quem sabe um dia... Roberto Pompeu de Toledo. “Amazônia: premissas para sua entrega”. In: Veja, 28/5/2008 (com adaptações). (Analista – STJ – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item, a respeito da organização das ideias do texto acima. (1) Mantêm-se a coerência de ideias e a correção gramatical do texto ao se empregar o sinal indicativo de crase no “a”, em “a internacionalização” (l.6-7), situação em que esse termo seria empregado como objeto direto preposicionado. 1: incorreta, na oração “a internacionalização só será aceitável”, o artigo definido feminino singular acompanha o sujeito. Não há motivo para a ocorrência da crase, nem de objeto direto preposicionado. A assertiva está errada. 1 Pode-se dizer que há complexidade onde quer que se produza um emaranhamento de ações, de interações, de retroações. E esse emaranhamento é tal que nem um 4 computador poderia captar todos os processos em curso. Mas há também outra complexidade que provém da existência de fenômenos aleatórios (que não podem ser determinados e 7 que, empiricamente, agregam incerteza ao pensamento). Pode-se dizer, no que concerne à complexidade, que há um polo empírico e um polo lógico e que a complexidade 10 aparece quando há simultaneamente dificuldades empíricas e dificuldades lógicas. Pascal disse há já três séculos: “Todas as coisas são ajudadas e ajudantes, todas as coisas são 13 mediatas e imediatas, e todas estão ligadas entre si por um laço que conecta umas às outras, inclusive as mais distanciadas. Nessas condições — agrega Pascal — 16 considero impossível conhecer o todo se não conheço as partes”. Esta é a primeira complexidade: nada está isolado no Universo e tudo está em relação. Edgard Morin. “Epistemologia da complexidade”. In: Dora Fried Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade. Porto Alegre: Artmed, 1996, p. 274 (com adaptações). (Analista – STJ – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item, a res- peito de redações alternativas para termos e estruturas linguísticas do texto acima. (1) A retirada do sinal indicativo de crase em “no que concerne à complexidade” (l.8) altera as relações de sentido entre os termos, mas preserva sua correção gramatical. 1: correta, as relações sintático-semânticas ficam alteradas com a retirada do sinal grave na expressão “no que concerne à complexidade”. A frase isolada “no que concerne a complexidade” pode fazer sentido se considerarmos “a complexidade” como sujeito do verbo transitivo indireto concernir. A frase não mostra o complemento verbal de concernir. A assertiva está correta. (Analista – TRT/1ª – 2008 – CESPE) Assinale a opção em que a frase apresenta o emprego correto do acento grave indicativo de crase. (A) Isto não interessa à ninguém. costumamos comprar roupas à prazo. (C) O estudante se dirigiu à diretoria da escola. (D) Caminhamos devagar até à entrada do estabelecimento. (E) Essa é a instituição à que nos referimos na conversa com o presidente. (B) Não A: incorreta, o verbo interessar exige a preposição a, porém não há artigo definido antes do pronome “ninguém”. Não ocorre a crase; B: incorreta, não ocorre crase na expressão “a prazo”. A palavra prazo é masculina. Esse a é uma preposição; C: correta, o verbo regente dirigir exige a preposição a e a palavra regida “diretoria” aceita o artigo definido feminino. Ocorre a crase; D: incorreta, não ocorre a crase em “até a entrada”. Esse a é um artigo. Não há a preposição a para que a contração ocorra; E: incorreta, em “a que nos referimos” não ocorre a crase antes do pronome relativo que, pois esse não aceita artigo definido, desse modo, não há a contração necessária para que a crase ocorra. Gabarito “C” –à–a (B) a – à – a (C) a – à – à (D) à – a – a (E) à – a – à Nos trechos “chegou à sala de aula” (l.7) e “uma referência àxepa” (l.8), o emprego do sinal indicativo de crase, opcional em ambos os casos, justifica-se pela regência, respectivamente, da forma verbal “chegou” e do substantivo “referência”. e IV. e IV. (E) III e IV. (D) II Gabarito “B” (A) à (1) (C) I 85 Gabarito 1C Gabarito “E” É difícil ficar indiferente ...... causa defendida por algumas organizações não governamentais que ajudam ...... captar recursos para preservar ...... cultura de tribos da floresta amazônica. Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada: (TRT/14ª – 2011 – FCC) (Analista – TJ/ES – 2011 – CESPE) Com referência às ideias do texto acima e às estruturas nele empregadas, julgue o item seguinte. Gabarito “A” e plural. Não cabe o artigo definido feminino, não ocorre a crase. E: correta, os verbos confiar e obter exigem preposição a, os substantivos “priminha” e “revelia” aceitam o artigo definido feminino. Ocorre a crase. 1 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi Gabarito 1E 84 Justifica-se o uso do sinal de crase SOMENTE em (A) II e III. e II. (C) I e III. (D) I. (E) III. (B) I I: incorreta, o verbo estabelecer é transitivo direto e não exige preposição a. Não se trata do uso da expressão “à medida que”, que significa “à proporção que”; II: correta, o verbo assistir na acepção de “ser da competência ou atribuição de (alguém); caber, competir” é transitivo indireto e exige preposição a; III: incorreta, a expressão “à vontade” que significa “livremente, a bel-prazer” está correta com o acento grave, indicador da crase. Gabarito “A” 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 normas que determinam o uso do sinal de crase em: O conceito de verdade tem sido abordado e compreendido de diferentes formas por diversos pensadores e por diversas escolas filosóficas. Os filósofos gregos começaram a buscar a verdade em relação ou oposição à falsidade, ilusão, aparência. De acordo com essa concepção, a verdade estaria inscrita na essência, sendo idêntica à realidade e acessível apenas ao pensamento, e vedada aos sentidos. Assim, um elemento necessário à verdade era a “visão inteligível”; em outras palavras, o ato de revelar, o próprio desvelamento. Já para os romanos, a verdade era Veritas, a veracidade. O conceito era sempre aplicado, isto é, remetia a uma história vivida que pudesse ou não ser comprovada. Essa concepção de verdade subordinava-a, portanto, à possibilidade de uma verificação. A formulação do problema do “critério de verdade” ocupou os adeptos da gnosiologia, aqueles que se dedicavam ao estudo das relações do pensamento, e de seu enunciado, sua forma de tradução na comunicação humana com o objeto ou fato real, em que se buscava uma relação de correspondência. Para a lógica, o interesse circunscrevia-se na correção e(ou) coerência semântica do discurso, da enunciação, descartando a reflexão sobre o mundo objetivo. Para o filósofo Heidegger, as verdades são respostas que o homem dá ao mundo. Ressalte-se a utilização do termo no plural, quando o conceito de verdade perde o critério do absoluto e(ou) do indivisível. Portanto, não haveria mais uma verdade filosófica, mas várias verdades. Esse sentido mais pluralista também é defendido por Foucault, para quem o significado de verdade seria o de expressão de determinada época, cada qual com sua verdade e seu discurso. Iluska Coutinho. O conceito de verdade e sua utilização no jornalismo. Internet: <www.metodista.br/unesco/gcsb> (com adaptações). (Analista – TRE/GO – 2008 – CESPE) Assinale a opção correta a respeito do emprego da crase nas estruturas linguísticas do texto. (A) A (Analista – TRF/5ª – 2008 – FCC) Há rigorosa observância das retirada do sinal indicativo de crase em “à possibilidade” (l.14-15) provocaria erro gramatical e incoerência nas ideias do texto, por transformar objeto indireto em objeto direto na oração. (A) A medida que afere o otimismo pode também avaliar o pessimismo, pois àquela ou à esta sensação corresponde alguma dose de idealismo. (B) O texto não nos leva à paradoxos gratuitos, mas à necessidade de reconhecer uma intersecção entre o otimismo e o pessimismo. (C) Cabe às pessoas decidir, à cada experiência, se lhes convém entregar-se à determinada sensação, a determinado humor. (D) O otimismo não fica à léguas do pessimismo; tendem ambos à convergir, conforme comprovam nossas próprias experiências. (E) Não assiste às ciências positivas o direito de aspirar à definição cabal da fronteira entre o pessimismo e o otimismo. A: incorreta, a locução “à medida que” leva crase; “alguma dose de idealismo corresponde àquela ou a esta sensação”: o verbo regente corresponder exige a preposição a. O pronome demonstrativo “aquela” aceita a crase. Não ocorre a crase diante do pronome demonstrativo “esta”. B: incorreta, “leva a paradoxos”: o verbo regente levar exige a preposição a. A palavra regida paradoxos, masculina e plural, não aceita o artigo feminino. Não ocorre a crase diante dessa palavra. A outra palavra regida, “necessidade” aceita o artigo definido feminino. Nesse caso, ocorre a crase; C: incorreta, “Cabe às pessoas”: o verbo regente caber exige a preposição a. A palavra regida pessoas aceita o artigo feminino. Ocorre a crase; “a cada experiência”: não há porque ocorrer a crase antes de cada; “entregar-se à determinada sensação”: o verbo regente entregar-se exige a preposição a. O sintagma regido determinada sensação aceita o artigo feminino. Ocorre a crase; D: incorreta, “a [preposição – não ocorre a crase] léguas”; “tendem a convergir”: o verbo regente tender exige a preposição a. A palavra regida é um verbo (convergir). Não ocorre a crase; E: correta, o verbo regente assistir na acepção de “ser da competência” é transitivo indireto e exige a preposição a. A palavra regida ciências aceita o artigo feminino. Ocorre a crase; “aspirar à definição”: o verbo regente aspirar na acepção de “almejar” é transitivo indireto e exige a preposição a. A palavra regida definição aceita o artigo feminino. Ocorre a crase. Gabarito “E” 1 A: incorreta, a retirada do sinal indicativo de crase em “à possibilidade” provocaria erro, pois se trata do objeto indireto do verbo subordinava. O objeto direto é o pronome a; B: correta, não haverá alterações sintático-semânticas ao se inserir à: “a verdade em relação ou oposição à falsidade, à ilusão, à aparência”; C: incorreta, o uso da crase em “à realidade” justifica-se pela regência da palavra idêntica, porém o uso da contração da preposição e do artigo em “ao pensamento” se justifica em pela regência da palavra acessível; D: incorreta, em “remetia a uma história”, a palavra a é preposição exigida pelo verbo remeter. Não ocorre a crase antes de “uma”. (Analista – TJ/MT – 2008 – VUNESP) quanto ao uso da crase. Assinale a frase correta (A) A discussão trata da transferência da corte portuguesa à esta cidade. (B) Alguns historiadores são avessos à qualquer comemoração do evento. (C) O Rio de Janeiro deveria dedicar-se ao combate à violência urbana. (D) A violência urbana deve ser motivo de vergonha à toda a nação brasileira. (E) Dom João VI recusou-se a ficar cara à cara com as tropas napoleônicas. A: incorreta, “a [preposição] esta cidade”: não ocorre a crase diante do pronome demonstrativo “esta”; B: incorreta, a palavra regente avessos exige a preposição a, porém não há artigo definido ou pronome demonstrativo para que a crase ocorra. O pronome qualquer é indefinido; C: correta, “combate à violência”: a palavra regente combate exige a preposição a. A palavra regida violência aceita o artigo definido feminino. Ocorre a crase; D: incorreta, “a [preposição] toda a nação”; E: incorreta, não ocorre a crase na expressão “cara a cara”. 1 4 7 Há séculos os estudiosos tentam entender os motivos que levam algumas sociedades a evoluir mais rápido que outras. Só recentemente ficou patente que, além da liberdade, outros fatores intangíveis são essenciais ao desenvolvimento das nações. O principal deles é a capacidade de as sociedades criarem regras de conduta que, caso desrespeitadas, sejam implacavelmente seguidas de sanções. Veja, 5/9/2007 (com adaptações). Julgue o seguinte item, a respeito da organização das ideias no texto acima. (Analista – TRT/9ª – 2007 – CESPE) (1) A ausência de sinal indicativo de crase em “a evoluir” (l.2) indica que o fato de evoluir é considerado de maneira genérica e indeterminada; se a opção fosse pela determinação, com a presença de artigo definido, seria obrigatório o uso de crase. 1: incorreta, a crase não pode ocorrer antes de um verbo. A assertiva está errada. Justificam-se ambas as ocorrências do sinal de crase em: (Analista – TRT/23ª – 2007 – FCC) (A) Na entrevista que concedeu à TV, a juíza recorreu à uma frase de Disraeli. (B) A frase à que se reportou a juíza diz respeito à distinções éticas. (C) Faltam audácia e iniciativa à quem deveria propor-se às ações afirmativas. (D) Não se abra àqueles inescrupulosos o campo favorável à impunidade. (E) A comunidade dos justos assiste à obrigação de dar combate à tal ousadia. A: incorreta, “(...) que concedeu à [1] TV, a juíza recorreu a [2] uma frase (...)”; [1]: ocorre a crase. O verbo conceder é transitivo indireto e exige a preposição a. A palavra “TV” é feminina e aceita o artigo definido feminino; [2]: não ocorre a crase. O verbo recorrer é transitivo indireto e exige a preposição a. A palavra “frase” é feminina e está determinada pelo artigo indefinido; B: incorreta, “A frase a [3] que se reportou a [4] juíza diz respeito a [5] distinções (...)”; [3]: preposição; [4] artigo: “a juíza” é sujeito do verbo reportar; [5]: preposição – a palavra regente “respeito” exige a preposição a; C: incorreta, “Faltam [6] audácia e iniciativa a [7] quem deveria propor-se às [8] ações (...)”; [6]: o verbo 87 faltar transitivo indireto – exige preposição a; [7]: preposição. Não ocorre a crase; [8]: o verbo regente pronominal propor-se é transitivo indireto e exige preposição a. A palavra feminina “ação” aceita artigo definido feminino; D: correta. Não se abra àqueles [9] inescrupulosos o campo favorável à [10] impunidade.”; [9] o verbo abrir na acepção de “tornar acessível” é bitransitivo. Seu objeto direto é “o campo favorável à impunidade” e seu objeto indireto é “àqueles inescrupulosos”. Ocorre a crase com a contração da preposição a e do pronome demonstrativo; [10]: a palavra regente “favorável” exige preposição a. A palavra regida “impunidade” aceita o artigo definido feminino a. Ocorre a crase; E: incorreta, “A comunidade dos justos assiste à [11] obrigação de dar combate a [12] tal ousadia.”; [11]: o verbo assistir quando significa “presenciar” é transitivo indireto e exige a preposição a. A palavra obrigação aceita artigo definido feminino. Ocorre a crase; [12]: o verbo dar é bitransitivo. A palavra combate corresponde ao objeto direto e os termos “a tal ousadia” ao objeto indireto. Esse a é preposição. (Analista – TRE/MS – 2007 – FCC) Quanto à acentuação, grafia das palavras e ocorrência do sinal de crase, a frase inteiramente correta é: (A) Uma revolução no ensino não se faz de modo fortuíto, mas voltada à uma transformação real e motivada das formas de pensamento. (B) Educação não é simples tarefa para filântropos, mas um emprendimento cultural que cabe à sociedade elevar à níveis de excelência. (C) Uma reforma não é o mesmo que uma revolução do ensino: falta àquela o teor de radicalismo necessário e consequente que é inerente a esta. (D) O autor recorreu a varias formas verbais no infinitivo para enfatisar o valor de cada ação que julga imprecindível à uma revolução no ensino. (E) Não será à partir de tímidas reformas que se provirá a educação dos meios para, de fato, construir pessoas e desenvolver ideias. A: incorreta, fortuito; “voltada a uma transformação” – a palavra regente voltada exige a preposição a, porém a palavra regida transformação está determinada por um artigo indefinido. Não ocorre a crase; B: incorreta, filantropo; empreendimento; “cabe à sociedade” – ocorre a crase; “elevar a níveis” – não ocorre a crase. Esse a é uma preposição. A palavra nível é masculina; D: incorreta, enfatizar; “imprescindível a uma” – a palavra regente imprescindível exige a preposição a, porém a palavra regida transformação está determinada por um artigo indefinido; E: incorreta. a partir (sem crase) e proverá (e não provirá). Gabarito “C” III. segundo período do texto (l.3-5), mantêm-se as relações semânticas, bem como a correção gramatical, ao se inserir à antes de “ilusão” e antes de “aparência”. (C) Tanto o uso da crase em “à realidade” (l.6-7) como da contração em “ao pensamento” (l.7) justificam-se pelas relações de regência de “idêntica” (l.6). (D) Nas linhas 12 e 13, preservam-se as relações de regência de “remetia”, bem como a correção gramatical do texto, ao se inserir um sinal indicativo de crase em “a uma história”. Gabarito 1E II. Não é possível estabelecer à medida que distancia um notório tímido de um notório extrovertido. Não assiste às pessoas extrovertidas o privilégio exclusivo de se fazerem notar; também as tímidas chamam a atenção. Ainda que com isso não se sintam à vontade, os tímidos costumam captar a atenção de todos. (B) No Gabarito “B” I. Atente para as seguintes Gabarito “C” (Analista – TRT/2ª – 2008 – FCC) frases: 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi Gabarito “D” 86 (Analista – TRE/PB – 2007 – FCC) Quanto à observância da necessidade do sinal de crase, a frase inteiramente correta é: (A) Não falta à perspectiva adotada pelo autor o subjetivismo de quem se apega àquelas razões que a ciência não considera. (B) Os homens desconheciam, à princípio, que o sol constituía o centro do nosso sistema, que cabia à essa estrela a primazia de protagonista. (C) Na Antiguidade, àqueles astrônomos e teólogos que consideravam a Terra como o centro do universo não se oferecia à menor contestação. (D) Sempre coube a grande poesia, como no caso da de Fernando Pessoa, celebrar às visões totalizadoras do nosso planeta. (E) Uma à uma, as teorias da astrofísica vão atualizando os conhecimentos que se destinam à descrever o funcionamento do universo. 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi O verbo agraciar é transitivo direto (“agracia a juventude”). O sintagma “a juventude” é o objeto direto. Não ocorre a crase. Em “não está a salvo” não ocorre crase diante de palavra masculina. Gabarito “E” (Analista – TRF/4ª – 2007 – FCC) Quanto à observância da necessidade do sinal de crase, a frase inteiramente correta é: (A) Voltam-me à memória os romances a que me dediquei como jovem leitor, bem como os filmes a que assisti com tanto prazer. (B) Se à princípio os jovens demonstram pouco interesse pelas ficções, o contínuo estímulo a elas pode reverter esse quadro. (C) Quem se entrega à boa leitura pode avaliar sua inestimável contribuição à uma vida interior mais rica e mais profunda. (D) Ao se referir à ficção de “O Caçador de Pipas”, o autor tomou-a como exemplo essencial a argumentação que desenvolvia. (E) Os que se dedicam à cultivar a boa literatura sabem o quanto é difícil dotar as palavras de um sentido verdadeiramente essencial. A: correta, o verbo regente voltar-se exige a preposição a; o verbo regente dedicar-se exige a preposição a; o verbo regente assistir exige a preposição a; B: incorreta, “a princípio”: não ocorre a crase antes de palavra masculina; C: incorreta, “se entrega à boa leitura”: o verbo regente entregar-se exige a preposição a. A palavra regida leitura aceita o artigo feminino. Ocorre a crase; “contribuição a uma vida”: a palavra regente contribuição exige a preposição a. A palavra regida vida está determinada por um artigo indefinido. Não ocorre a crase; D: incorreta, “se referir À ficção”: o verbo regente referir-se exige a preposição a. A palavra regida ficção aceita o artigo feminino. Ocorre a crase; “essencial à argumentação”: o vocábulo para se chegar à conclusão de que uma língua se constitui a partir de muitos intercâmbios com outras. (B) Ao se referir à língua de Cabral, o autor do texto lembra que, àquela época, certas sonoridades não eram estranhas às do português que se fala hoje no Brasil. (C) Assim, à primeira vista, não é fácil avaliar o que há de idêntico entre a prosódia brasileira e aquela que se verifica em Lisboa. (D) Tendo em vista a necessidade de se preservar a estrutura de uma língua, apela-se, com frequência, às sistematizações da gramática normativa. (E) Daqui a um bom tempo, o português falado no Brasil poderá estar a uma considerável distância do que se fala hoje. Ocorre a crase quando há a contração da preposição a e do artigo definido a ou do pronome demonstrativo. O verbo agarrar-se é transitivo indireto e exige a preposição a. Na oração “Não é preciso agarrar-se a nenhuma teoria” temos apenas a preposição. A palavra feminina “teoria” não está determinada por um artigo definido e sim por um pronome. Não ocorre a crase. (Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC) Quanto à observância do sinal de crase, a frase inteiramente correta é: (A) Triste de quem só se reconhece à partir da imagem que os outros ficam à construir. (B) Não nos desanime à espera que uma autoanálise requer para que cheguemos à uma imagem verdadeira de nós mesmos. (C) Nossa imagem artificial fica à distância de nós mesmos, embora achemos que ela corresponda as nossas verdades mais profundas. (D) Entre a imagem superficial e a imagem profunda de nós mesmos, costuma-se atribuir mais valor àquela do que a esta. (E) Assim como um bom médico assiste à paciente debilitada, assim também deveríamos nos preocupar em reanimar à verdade do nosso ser. A: incorreta, “(...) reconhece a [preposição – não ocorre a crase antes de verbo] partir da imagem que os outros ficam a [preposição – não ocorre a crase antes de verbo] construir.”; B: incorreta, Não nos desanime à [uso correto antes de nome (substantivo) feminino] espera que uma autoanálise requer para que cheguemos a [preposição – o verbo chegar exige preposição a e a palavra regida imagem está precedida por artigo indefinido. Não ocorre a crase.] uma imagem (...)”; C: incorreta, “Nossa imagem artificial fica à distância [uso correto nessa locução. A distância está especificada (‘de nós mesmos’), nesse caso usa-se a crase.] de nós mesmos, embora achemos que ela corresponda às [o verbo corresponder é transitivo indireto e exige preposição a. O termo regido “verdades” aceita artigo. Ocorre a crase.] nossas verdades mais profundas.”; D: correta, o verbo regente atribuir é transitivo direto e indireto. A palavra regida é feminina e aceita o artigo definido feminino: “costuma-se atribuir mais valor àquela”; E: incorreta, “assiste à [uso correto, pois o verbo regente assistir na acepção de prestar auxílio é transitivo indireto e exige preposição a] paciente debilitada, assim também deveríamos nos preocupar em reanimar a [artigo – o verbo reanimar é transitivo direto e não exige preposição] verdade (...)”. Gabarito “D” à televisão sem sequer atentar para o que está vendo. à juventude de hoje dedicar-se à substituição dos apelos do mercado por impulsos que, em sua verdade natural, façam jus à capacidade humana de sonhar. (C) Os sonhos não se adquirem à vista: custa tempo para se elaborar dentro de nós a matéria de que são feitos, às vezes à revelia de nós mesmos. (D) Compreenda-se quem aspira à estabilidade de um emprego, mas prestem-se todas as homenagens àquele que cultiva seus sonhos. (E) Quem acha que agracia à juventude de hoje com elogios ao seu pragmatismo não está à salvo de ser o responsável pela frustração de toda uma geração. (B) Cabe (A) Não é preciso agarrar-se à nenhuma teoria linguística se estenderam os benefícios da tecnologia àqueles que sempre viveram à margem do progresso. (B) Ao pensamento do autor opõem-se àqueles que preferem a exclusividade à universalização dos benefícios trazidos pela tecnologia. (C) É sobretudo à luz da ética e da política que se revela claramente a exclusão que tem sido imposta à grande maioria da população do planeta. (D) Não se devem levar àqueles que estão excluídos informações falsas, como a de que os avanços tecnológicos servem a todas as pessoas. (E) Quando se atribui a não importa quem seja algum direito exclusivo, a essa exclusividade corresponderão muitas exclusões. O sujeito do verbo opor-se é a oração: “aqueles [não ocorre a crase] que preferem a exclusividade [objeto direto do verbo ‘preferir’] à [correto uso da crase – “à universalização” é o objeto indireto do verbo “preferir’] universalização dos benefícios trazidos pela tecnologia.” O sintagma “Ao pensamento do autor” é o objeto indireto do verbo opor-se. (Analista – TRT/11ª – 2005 – FCC) Quanto à necessidade ou não do sinal de crase, está inteiramente correto o que se lê em: (A) Esse grande físico não pertenceu àquele grupo de cientistas que se mantinham a margem das contingências, desatentos ao mundo à sua volta. (B) Einstein não se limitou à escrever textos científicos; lançou-se à roda dos grandes debates políticos internacionais, à cuja órbita se prendiam as decisões cruciais do pós-guerra. (C) O cerceamento à liberdade, nos regimes totalitários, leva a indignação coletiva às alturas quando os que mais têm a dizer são intimados a calar-se. (D) Não cabe à qualquer pessoa levar a cabo uma experiência científica, mas à toda gente cabe decidir sobre o emprego que se dará às novas ferramentas da ciência. (E) Com os nervos à flor da pele, assistimos na TV à uma cena em que um homem rude, promovido a condição de milagreiro, dava início a tão anunciada intervenção cirúrgica. A: incorreta, “Esse grande físico não pertenceu àquele [O verbo pertencer é transitivo indireto e exige preposição a. O pronome demonstrativo permite que a crase ocorra.] grupo (...) que se mantinham à margem [essa locução é uma expressão que nesse contexto significa ‘sem participação’. Leva acento grave] (...)”; B: incorreta, Einstein não se limitou a [não ocorre a crase antes de verbo, uma vez que a crase é o encontro entre a preposição a e o artigo feminino a (ou do pronome demonstrativo)] escrever textos científicos; lançou-se à roda [essa locução é uma expressão que nesse contexto significa ‘em torno de’. Leva acento grave] dos grandes debates políticos internacionais, a [preposição – o verbo regente prender é pronominal e bitransitivo na acepção de vincular-se. Não ocorre a crase.] cuja órbita se prendiam as decisões cruciais do pós-guerra.”; C: correta, o cerceamento à [o verbo regente cercear no sentido de ‘impor limite a’ é bitransitivo] liberdade, nos regimes totalitários, leva a indignação coletiva às alturas [o verbo regente levar é transitivo direto e indireto e exige a preposição a] quando (...); D: incorreta, “Não cabe a [preposição – não ocorre a crase] qualquer pessoa levar a cabo uma experiência científica, mas a [preposição – não ocorre a crase] toda gente cabe decidir sobre o emprego que se dará às [ocorre a crase] novas ferramentas da ciência.”; E: incorreta, “Com os nervos à flor da pele [essa locução é uma expressão que leva acento grave], assistimos na TV a [preposição – o verbo regente assistir no sentido de ‘ver ou ouvir um espetáculo’ é transitivo indireto e exige preposição a. Não ocorre a crase, pois não há artigo a ou pronome (Analista – TRE/MG – 2005 – FCC) Justifica-se o sinal de crase em ambos os elementos sublinhados na frase: (A) Opõe-se o autor àqueles fundamentalistas que não admitem rever os resultados à que chegaram. (B) Hawking dispôs-se à apresentar a um plenário de cientistas correções à sua teoria dos buracos negros. (C) A quem aspira às certezas dogmáticas não satisfarão as hipóteses de trabalho, sempre sujeitas à alguma revisão. (D) Hawking filia-se à tradição dos grandes cientistas, que sempre souberam curvar-se às evidências de um equívoco. (E) Fundamentalista é todo aquele que prefere às certezas dogmáticas às hipóteses sujeitas a verificação e a erro. A: incorreta, o verbo regente opor-se exige preposição a. O pronome demonstrativo aquele permite a contração. Ocorre a crase; o verbo regente chegar exige a preposição a, porém a palavra que não é determinada por um artigo. Não ocorre a crase (“resultados a que chegaram”); B: incorreta, o verbo regente dispor-se exige preposição a, porém não ocorre a crase antes de verbos: “dispôs-se a apresentar”; a palavra regente correções exige a preposição a. Diante de pronome possessivo feminino, o uso da crase não é obrigatório: “correções a sua teoria” ou “correções à sua teoria”; C: incorreta, o verbo regente aspirar exige preposição a; a palavra regente sujeitas exige preposição a. Porém, não ocorre a crase com o pronome indefinido alguma: “sujeitas a alguma revisão”; D: correta, o verbo regente filiar-se exige preposição a. A palavra tradição aceita o artigo a. Ocorre a crase; o verbo regente curvar-se exige preposição a. A palavra evidências aceita o artigo a. Ocorre a crase. A assertiva D é a correta; E: incorreta, o verbo preferir é bitransitivo: há um objeto direto (“as certezas”) e um objeto indireto (“às hipóteses”). Durante um bom tempo, a administração da Justiça, no Brasil, fez-se por intermédio do Ouvidor-Geral, a quem se podia recorrer no caso de haver discordância com relação 4 às decisões dos ouvidores setoriais, responsáveis pelas comarcas estabelecidas em cada uma das capitanias hereditárias. Modernamente, a função do ouvidor está 7 relacionada às tarefas de ouvir e de encaminhar as solicitações do cidadão, e as experiências dos municípios e estados que instalaram ouvidorias têm comprovado a 10 importância da aliança entre governantes e governados para o fortalecimento de nossas instituições democráticas. Ao se fazer um apanhado histórico do papel do ouvidor na estrutura 13 do Poder Judiciário, no Brasil, é importante ressaltar que seu surgimento se deu com o objetivo de proteger o cidadão contra qualquer tipo de abuso, garantindo-lhe os direitos 16 fundamentais, hoje elencados pela própria Constituição Federal. 1 Internet: <http://www.camara.gov.br>. Tendo por base o texto acima, julgue o item que se segue. Analista – TRT/10ª – 2004 – CESPE) (1) O emprego de sinal indicativo de crase em “as experiências” (l.8) preservaria o sentido original e a correção gramatical do texto. 1: incorreta, em “encaminhar as solicitações do cidadão, e as experiências dos municípios e estados”, a palavra “experiências” corresponde a um dos núcleos do objeto direto do verbo encaminhar. Caso fosse feito o uso da crase, as relações sintático-semânticas não seriam preservadas, pois “às experiências” corresponderia ao objeto indireto. Gabarito 1E (A) À falta de coisa melhor para fazer, muita gente assiste falta ou ocorrência inde- (A) Não demonstrativo.] uma cena em que um homem rude, promovido à [a palavra regente promovido exige a preposição a e a palavra regida ‘condição’ aceita o artigo definido feminino a] condição de milagreiro, dava início à [a palavra regente início exige a preposição a e a palavra regida ‘anunciada’ aceita o artigo definido feminino a] tão anunciada intervenção cirúrgica.” Gabarito “D” É preciso suprimir um ou vida do sinal de crase em: Gabarito “A” mais sinais de crase em: (Analista – TRT/20ª – 2006 – FCC) Há Há falta ou ocorrência indevida do sinal de crase no período: (Analista – TRE/SP – 2006 – FCC) Gabarito “B” Gabarito “A” (Analista – TRF/3ª – 2007 – FCC) regente essencial exige a preposição a. A palavra regida argumentação aceita artigo definido feminino. Ocorre a crase; E: incorreta, “se dedicam a [preposição] cultivar”: não ocorre crase antes de verbo. 89 Gabarito “C” A: correta, o verbo regente faltar exige preposição a. A palavra perspectiva aceita o artigo a. Ocorre a crase; o verbo regente apegar-se exige preposição a. O pronome demonstrativo aquela permite que a crase ocorra. A assertiva A é a correta; B: incorreta, a crase não ocorre diante de palavra masculina: “a princípio”; C: incorreta, o verbo regente oferecer é bitransitivo e exige preposição a. O pronome demonstrativo aqueles permite que a crase ocorra: “não se oferecia àqueles astrônomos [objeto indireto] a menor contestação [objeto direto]; D: incorreta, o verbo regente caber exige preposição a. A palavra poesia aceita o artigo a. Ocorre a crase; o verbo celebrar é transitivo direto. Não ocorre a crase: “celebrar as visões”; E: incorreta, não ocorre a crase diante de numeral: “Uma a uma”; não ocorre a crase antes de verbo: “que se destinam a descrever”. Gabarito “A” 88 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi 4 7 10 13 16 19 Foi a psicologia moderna que primeiro levantou a lebre: no cotidiano familiar, os pais, e não apenas as mães, devem participar ativamente do dia-a-dia dos filhos. Precisam ajudá-los nos deveres de casa, acompanhá-los nos momentos de lazer, conversar com eles e, principalmente, dedicar-lhes fartas doses de carinho, conforto e amor. A princípio, esses conselhos encontraram eco num número reduzido de homens. Como adicionar mais essa tarefa à rotina já extenuante de trabalho? Fazer carinho e demonstrar amor não desmoraliza a figura do pai? E como fica o casamento, se o tempo vago é dedicado às crianças? Nos últimos tempos, cada vez mais pais têm achado respostas a essas perguntas – e sempre em benefício dos filhos. Não apenas eles têm seguido os conselhos dos psicólogos, como se incumbem de tarefas que antes eram exclusivas das mães, como levar os filhos à escola, comparecer às reuniões de pais e mestres (...), acompanhá-los em consultas médicas e, naturalmente, trocar fraldas. Não faz tanto tempo assim, a figura do pai autoritário, que mal deixava a criança abrir a boca para manifestar sua opinião, predominava nos lares brasileiros. Era comum que o pai nem sequer soubesse que série o filho cursava na escola. Hoje, o homem não apenas se envolve mais na vida das crianças, como também demonstra seus sentimentos em relação a elas. Segundo os especialistas, é importante demonstrar sentimentos, ouvir o que os filhos têm a dizer e respeitar suas opiniões, mas sem perder a capacidade de impor regras e limites. (Rosana Zakabi: “Pai pra toda hora”, adap. Veja. São Paulo: Editora Abril. 26 jan. 2005, p.89-90.) (Analista – TRE/PR – 2004 – ESAG) Observe I. II. o emprego do acento indicador de crase, nos fragmentos abaixo. “Como adicionar mais essa tarefa à rotina já extenuante de trabalho?” (linha 6) “levar os filhos à escola” (linha 11) Substituindo-se os substantivos em destaque por, respectivamente, dia-a-dia e colégio, é correto afirmar que, com a substituição, o acento: (A) desaparece nos dois casos, porque não ocorrerá crase que o justifique. nos dois casos, porque continuará a haver crase. (C) somente permanecerá no primeiro fragmento. (D) permanecerá somente no segundo fragmento. (B) permanece 9. SEMÂNTICA 1 As leis religiosas têm mais sublimidade; as leis civis dispõem de mais extensão. 4 A respeito da construção da frase acima, é correto afirmar que 7 (Analista – TRT/24ª – 2011 – FCC) verbo dispor foi empregado no mesmo sentido que assume na frase A solidão dispõe o homem à melancolia. (B) da comparação entre leis civis e leis religiosas, expressa pelo termo mais, resulta a superioridade inconteste de uma delas. (C) entre os dois segmentos separados pelo ponto e vírgula estabelece-se uma relação de sentido equivalente ao da expressão ao passo que. (D) entre os dois segmentos separados por ponto e vírgula estabelece-se uma relação de sentido equivalente ao da expressão por conseguinte. (E) o verbo dispor foi empregado no mesmo sentido que assume na frase O sacristão dispôs o altar para a missa. (Analista – TRE/TO – 2011 – FCC) ... capaz de fornecer as mais diferentes soluções para questões humanas eminentes. (último parágrafo) Considerando-se o par de palavras eminentes / iminentes, é correto afirmar que se trata de exemplo de Ocorre a crase quando há a contratação da preposição a e do artigo definido a ou do pronome demonstrativo. A substituição das palavras “escola” e “rotina” por termos masculinos como “dia-a-dia” e “colégio” faz com que a crase não ocorra nos dois casos. A preposição a continua, porém não há mais o artigo definido para que a contração ocorra. (A) homofonia. Gabarito “A” (D) paronímia. (B) antonímia. (C) sinonímia. (E) homonímia. 4 Cabe à família, à sociedade e ao Estado o dever de garantir esse direito a qualquer ser humano, especialmente aos fracos e aos pequenos. Não se faz caridade com a partilha do pão, proclama-se a vocação humana à vida em comunhão. Não é movido por um sentimento piegas que me inclino diante do desvalido, mas em reconhecimento de que minha própria honra foi atingida e ultrajada 7 na indigência de meu semelhante. A solidariedade só é virtude quando se cultiva a justiça. Então, sim, a sociedade se renova em seu compromisso com as exigências da cidadania. Dom Mauro Morelli, bispo de Duque de Caxias – RJ. Internet: <http://www.santacecilia.org.br>. Acesso em dez./2003 (com adaptações - alterado). (Analista – TJ/AP – 2004 – CESPE) (1) Com base na estruturação sintática e na pontuação do texto II, julgue o item a seguir. As duas ocorrências do acento indicativo de crase que aparecem na linha 4 são facultativas, devido ao fato de antecederem complementos nominais genéricos. 1: incorreta, em “Cabe à família, à sociedade e ao Estado o dever de garantir esse direito a qualquer ser humano”, o verbo caber é transitivo indireto e exige a preposição a. As palavras regidas “família” e “sociedade” aceitam o artigo definido feminino. Ocorre a crase. 13 16 19 22 25 28 31 Naomi Klein. Resistindo ao choque. In: Cult – Revista Brasileira de Cultura. São Paulo: Bregantini, nº 125, jun./2008, p. 10 (com adaptações). Com relação aos sentidos e às estruturas do texto acima, que é parte de uma entrevista de Naomi Klein à revista Cult, julgue o item a seguir. (Analista – TRT/17ª – 2009 – CESPE) (1) A grafia diferenciada de “Estado” (l.6) e “estado” (l.26) indica a diferença de sentido entre as palavras no texto, as quais remetem, respectivamente, ao ente que governa e à concreta unidade da federação: Nova Orleans. 1: correta, a palavra estado está sendo usada com significados diferentes em “uma clara omissão do Estado [Nova Orleans]” e “Todas as partes do estado foram privatizadas”. Assinale a alternativa INCORRETA, em relação ao vocábulo caro. (Analista – TJ/MA – 2009 – IESES) (E) cuidadosamente. corretas as frases Ninguém paga caro pelas rendas de bilro maranhenses / Este ano a gasolina custa mais caro. (B) Em sai algo como 60% mais caro – ele é advérbio; portanto, invariável. (C) Porque esse vocábulo já encerra a ideia de preço, é errado seu uso em expressões como O artesanato em fibra de guarimã não tem preço caro. (D) A modelo comprou caro e belo sapatos da moda. A expressão “a dedo” tem a acepção de algo feito com cuidado, criteriosamente. Na oração “comprou caros e belos sapatos”, a palavra caro é adjetivo e flexiona conforme o substantivo que qualifica. Gabarito “E” 1 Campanhas contra a fome não enchem a barriga de ninguém. O doador se alimenta com a bondade de seu gesto, sem garantir o pão de cada dia ao faminto. Provoca-se muito mais ansiedade do que saciedade, sem promover o direito básico de cada ser humano ao alimento e à nutrição. 10 Gabarito “D” Fome de cidadania A: incorreta, homofonia é relação entre duas ou mais palavras que, sendo diversas no significado e na grafia, se pronunciam de modo idêntico antonímia é a qualidade das palavras antônimas; B: incorreta, antonímia refere-se a significados contrários, que se excluem; C: incorreta, sinonímia é a qualidade dos vocábulos que têm significação muito próxima, permitindo que um seja escolhido pelo outro em alguns contextos; D: correta, paronímia é semelhança entre palavras, quer por motivos etimológicos, quer por convergência fonética parcial; E: incorreta, homonímia é relação entre formas linguísticas com significados diferentes, mas com a mesma forma gráfica e fônica ou apenas fônica. Gabarito “D” Texto para a questão seguinte. Cult – O que significa exatamente “capitalismo do desastre”? Naomi Klein – Veja o que aconteceu após o furacão Katrina, exemplo clássico do capitalismo do desastre. Não considero o Katrina um desastre “natural” porque envolveu uma clara omissão do Estado – no sentido de que as barragens estavam deterioradas. Imediatamente depois do ocorrido, um político republicano, Richard Baker, disse “não pudemos limpar os projetos de conjuntos habitacionais, mas Deus fez isso por nós”. Isso é o capitalismo do desastre! É uma ideia muito velha, que já existia na mentalidade colonial. Na América do Norte, os colonos que ocuparam a Nova Inglaterra tinham uma teoria religiosa sobre a varíola, pois a causa principal de mortalidade dos índios era a doença. Nos diários da época, falava-se da moléstia como uma dádiva de Deus. De diversas maneiras, estavam usando a mesma formulação que o político republicano. Quando a varíola acabou com diversas comunidades dos iroquois e a terra deles foi invadida pelos colonos, Deus foi invocado, e o desastre foi visto como um ato divino. Então, sim, isso não é novidade. Mas, o que há de novo aqui, e que vimos em Nova Orleans, é que não apenas o desastre foi utilizado para a privatização do sistema educacional e habitacional, mas a resposta ao próprio desastre foi vista como oportunidade de mercado. E essa é realmente a última fronteira para o neoliberalismo. Todas as partes do estado foram privatizadas: estradas, eletricidade, telefone, água. Haviam sobrado apenas as funções fundamentais: os militares, a polícia, os bombeiros. Mas agora estamos assistindo ao surgimento de um complexo do capitalismo do desastre: negócios que dependem diretamente desse conjunto de crises e desastres. (A) o A: em “as leis civis dispõem”, o verbo dispor tem acepção de “conter, ter parte constituinte”; já em “A solidão dispõe”, o verbo tem a acepção de predispor-se; B e C: entre as oração estabelece-se uma relação de proporcionalidade; D: “por conseguinte” é uma conjunção que anuncia uma consequência; E: na oração dessa alternativa, o verbo dispor tem a acepção de arrumar. 91 Gabarito 1C 1 Gabarito “C” 90 ... escolherei a dedo seu guarda-roupa e livros sérios para você ler. (Analista – TRE/TO – 2011 – FCC) A expressão grifada na frase acima pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido original, por: (A) pessoalmente. (B) de modo incisivo. (C) apontando. (D) entre outras coisas. (A) Estão Gabarito 1E 1: incorreta, o advérbio então possui a acepção, nesse contexto, de “em tal caso, nessa situação”; 2: incorreta, nesse contexto, a acepção do adjetivo “crítico” é: que avalia competentemente, que distingue o verdadeiro do falso. Gabarito 1E, 2E Claro que você também se inteirará dos detalhes da vida doméstica de muita gente (...) (Analista – TRT/18ª – 2008 – FCC) A frase acima conservará o sentido básico, sem prejuízo para a correção, substituindo-se o elemento sublinhado por: (A) estará à corrente. (B) ficará ao par. (C) abeirar-se-á. (D) certificar-se-á. (E) tomará ciência. A e B: incorretas, a expressão correta é estar “ao corrente de”, que significa ciente de, “a par de”; C: incorreta, abeirar significa chegar perto de, aproximar-se; D: incorreta, certificar é atestar; E: correta, a palavra ciência tem a acepção de conhecimento aprofundado de algo, significado que se encaixa na oração. Gabarito “E” Não somos livres como acreditamos ser. Quando se entende isso, fica evidente que a maior parte dos nossos atos e pensamentos não é tão livre de condicionamentos como 4 gostamos de acreditar. Nossa certeza de sermos livres, de fazermos tudo aquilo que queremos, e quando queremos, é quase sempre uma ilusão. Quase todos, na verdade, 7 carregamos condicionamentos mais ou menos ocultos que, com frequência, tornam difícil a manifestação de uma honestidade genuína, uma criatividade livre, uma intimidade 10 simples e pura. É preciso sublinhar o fato de que todas as posições existenciais necessitam de pelo menos duas pessoas cujos papéis combinem entre si. O algoz, por exemplo, não (1) A expressão “a maior parte dos” (l.2) poderia ser substituída por quase todos os , sem prejuízo da coerência ou da correção gramatical do texto, já que as duas expressões têm função significativa semelhante. Idem, ibidem. 1: incorreta, a expressão “a maior parte dos” não equivale a “quase todos os”. “A maior parte” significa maioria, mais da metade (mais que 50%). “Quase todos” indica quantidade próxima à totalidade (quase 100%). (Analista – TSE – 2006 – CESPE) No que diz respeito aos sentidos e a aspectos gramaticais do texto acima, assinale a opção incorreta. (A) Na expressão “era a de assegurar” (l.2), a presença 1 4 7 Há séculos os estudiosos tentam entender os motivos que levam algumas sociedades a evoluir mais rápido que outras. Só recentemente ficou patente que, além da liberdade, outros fatores intangíveis são essenciais ao desenvolvimento das nações. O principal deles é a capacidade de as sociedades criarem regras de conduta que, caso desrespeitadas, sejam implacavelmente seguidas de sanções. Veja, 5/9/2007 (com adaptações). da preposição “de” decorre da regência de “preocupação” (l.1). (B) O emprego de vírgula após “províncias” (l.4) justifica-se por isolar oração de natureza explicativa. (C) A substituição de “chegaram a ser” (l.8) por foram mantém a correção gramatical do período. (D) A palavra “manietados” (l.12) está sendo empregada com o sentido de mobilizados. A palavra “manietados” significa “de mãos amarradas”, impedidos. Julgue o seguinte item, a respeito da organização das ideias no texto acima. (Analista – TRT/9ª – 2007 – CESPE) (1) Ao expressar a relação de comparação como “mais rápido que outras” (l.2-3), e, não, como mais rápido do que outras, o autor do texto faz opção por um maior grau de formalidade, respeitando regra gramatical da norma culta que prescreve ser errado o emprego da preposição nesse contexto. 1: incorreta, o autor optou por não utilizar a preposição de, porém seu uso não provocaria alteração de sentido: “os estudiosos tentam entender os motivos que levam algumas sociedades a evoluir mais rápido do que outras.” A assertiva está errada. Em perpetuei e transmiti o respeito de meus pais pelas ficções, não haverá necessidade de se alterar ou introduzir qualquer outro elemento nessa frase caso se substitua perpetuei e transmiti por (Analista – TRF/4ª – 2007 – FCC) (A) honrei e convivi. (B) herdei e difundi. (C) habituei-me e aprendi. (D) orgulhei-me e admirei. (E) rendi-me e louvei. A: incorreta, “honrei o respeito; convivi com o respeito”; B: correta, assim como os verbos perpetuar e transmitir, os verbos herdar e difundir são transitivos diretos: “herdei e difundi o respeito”; C: incorreta, “habituei-me com o respeito e aprendi o respeito”; D: incorreta, “orgulhei-me do respeito e admirei o respeito”; E: incorreta, “rendi-me ao respeito e louvei o respeito”. Gabarito “B” O conectivo “Então” (l.6) estabelece uma relação de tempo entre as ideias expressas em duas orações. (2) A partir do desenvolvimento das ideias do texto, conclui-se que a palavra “crítico” (l.9) está sendo empregada como crucial, perigoso. (1) Julgue o próximo item, a respeito das ideias e estruturas linguísticas do texto acima. (Analista – TRT/9ª – 2007 – CESPE) Gabarito 1E Com referência às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens a seguir. (Analista – STF – 2008 – CESPE) Planeta, set./2007 (com adaptações). Uma antiga preocupação dos legisladores do passado era a de assegurar o direito dos povos de manter “os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os 4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão de seu poder. Era de tal forma o respeito a essa autonomia 7 relativa que, em certo momento do regime cruel de Tibério, as eleições chegaram a ser suspensas em Roma, mas se mantiveram nas províncias. 10 Muitos defendem o federalismo, quando se encontram na oposição, mas dele se esquecem quando chegam ao governo. Os municípios, manietados pela falta 13 de recursos próprios, reclamam pela ajuda dos governos dos estados e da União, quando deveriam articular-se em busca de seus direitos de tributação direta e de autonomia 16 política. 1 Gabarito “D” Miroslav Milovic. Comunidade da diferença. Relume Dumará, p. 131-2 (com adaptações). 13 pode continuar a sê-lo sem ao menos uma vítima. A vítima procurará seu salvador e este último, uma vítima para salvar. O condicionamento para o desempenho de um dos papéis é 16 bastante sorrateiro e trabalha de forma invisível. Gabarito 1E Hoje o sistema isola, atomiza o indivíduo. Por isso seria importante pensar as novas formas de comunicação. Mas o sistema também nega o indivíduo. Na economia, por 4 exemplo, mudam-se os valores de uso concreto e qualitativo para os valores de troca geral e quantitativa. Na filosofia aparece o sujeito geral, não o indivíduo. Então, a diferença 7 é uma forma de crítica. Afirmar o indivíduo, não no sentido neoliberal e egoísta, mas no sentido dessa ideia da diferença é um argumento crítico. Em virtude disso, dessa discussão 10 sobre a filosofia e o social surgem dois momentos importantes: o primeiro é pensar uma comunidade autoreflexiva e confrontar-se, assim, com as novas formas de 13 ideologia. Mas, por outro lado, a filosofia precisa da sensibilidade para o diferente, senão repetirá apenas as formas do idêntico e, assim, fechará as possibilidades do 16 novo, do espontâneo e do autêntico na história. Espero que seja possível um diálogo entre as duas posições em que ninguém tem a última palavra. (Analista – TRT/3ª – 2005 – FCC) A geração de 68 lutou para derrubar o sistema; hoje o sistema cai a toda hora. Na frase acima, a repetição da palavra sistema explora o mesmo recurso expressivo alcançado pela repetição de palavra que ocorre na frase: (A) É um sujeito arrogante, ninguém consegue mais suportar a vaidade daquele sujeito. (B) A roupa informal, o comportamento informal, tudo nela revela sua espontaneidade, sua descontração. (C) Valeu-se de uma operação de crédito para tentar restabelecer o crédito com que o distinguiam os amigos mais próximos. (D) Ao propor novos tributos, a comissão não avaliou o quanto os tributos antigos já exauriam os recursos dos contribuintes mais pobres. (E) A fragilização do mercado de ações acabou por redundar na fragilização de um grande número de empresas nacionais. A palavra sistema está sendo usada em dois sentidos diversos: 1) conjunto das instituições a que os indivíduos se subordinam e 2) por extensão de sentido, sistema (computacional), que, de acordo com Houaiss é a “inter-relação das partes, elementos ou unidades que fazem funcionar uma estrutura organizada”. A seguir, detalhamos cada assertiva. A: incorreta, a palavra sujeito nas duas ocorrências está sendo usada no sentido de “pessoa cujo nome não se enuncia”; B: incorreta, a palavra informal nas duas ocorrências está sendo usada no sentido de “não convencional”; C: correta, a palavra crédito está sendo usada em dois sentidos diversos. Em “operação de crédito” a acepção é de operação financeira (empréstimo) e em “restabelecer o 93 crédito” o significado da palavra crédito é confiança; D: incorreta, a palavra tributos nas duas ocorrências está sendo usada no sentido de exação fiscal (impostos, taxas, contribuições); E: incorreta, a palavra fragilização nas duas ocorrências está sendo usada no sentido de “pouco estável”. Gabarito “C” 1 1 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi 92 As verdades da Ciência Li recentemente nos jornais que o renomado cientista Stephen Hawking fez uma declaração sensacional, para dizer o mínimo. Afirma que cometeu um erro ao enunciar, nos anos 70, a sua teoria dos buracos negros, e agora se prepara para apresentar as devidas correções diante de um plenário de cientistas. Para entender o de que vou aqui tratar não é necessário saber o que são os buracos negros; basta lembrar que constituem uma das questões mais controversas e cativantes da astrofísica moderna. Para os que lidam com as ciências, não há nada de excepcional nessa atitude de Hawking, mas entendo que o episódio deva ser levado ao conhecimento dos jovens de todas as escolas não fundamentalistas e leigas, para que reflitam sobre os princípios da ciência moderna. Esta não crê que o novo está sempre certo, ou que a verdade reside congelada num passado remoto. Ao contrário, ela se baseia no princípio da “falibilidade”, segundo o qual a ciência avança corrigindo-se constantemente, desmentindo suas hipóteses por meios de tentativa e erro, reconhecendo os próprios enganos e considerando que um experimento malsucedido não é um fracasso, podendo ser tão valioso quanto outro bem-sucedido, por provar que determinada linha de pesquisa estava equivocada, e que é necessário corrigi-la, ou mesmo recomeçar do zero. Esse modo de pensar opõe-se a todas as formas de fundamentalismo, a todas as interpretações literais das sagradas escrituras – também passíveis de constante reinterpretação – e a todas as certezas dogmáticas das próprias ideias. Essa é a boa “filosofia”, no sentido cotidiano e socrático do termo, que a escola deveria ensinar. Umberto Eco (Adaptado do site http:// revistaentrelivros.uol.com.br) (Analista – TRE/MG – 2005 – FCC) Esta é uma das acepções da palavra fundamentalismo, no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa: qualquer corrente, movimento ou atitude, de cunho conservador e integrista, que enfatiza a obediência rigorosa e literal a um conjunto de princípios básicos. Considerando-se essa acepção, o fundamentalismo a que se refere Umberto Eco em seu texto (A) está na base do desenvolvimento da ciência moderna, cujos sólidos princípios devem merecer e inspirar a reflexão dos jovens. Gabarito “C” Abaixo existem quatro pares de frases, cada uma com uma expressão em destaque. (Analista – TRE/PR – 2005 – ESAG) Assinale a alternativa em que o significado dessas expressões está trocado. (A) Os pais gostam de participar do dia-a-dia dos filhos. = cotidiano Os pais, dia a dia, aprendem melhor a conviver com os filhos = todos os dias (B) Fui à festa e passei despercebido; ninguém falou comigo. = desprevenido Ivo participou do concurso desapercebido dos conhecimentos necessários. = não notado (C) Foi difícil, a princípio, conciliar respeito com autoridade. = inicialmente Os pais, em princípio, desejam tornar-se amigos dos filhos. = em tese (D) Mal o aluno chegou à escola, a sineta soou. = assim que Mau o aluno; não estudava, não se comportava. = ruim A palavra despercebido tem a acepção de “não notado”; já desapercebido significa “desprevenido”. Gabarito “B” Desde que Montesquieu, no século XVIII, em O Espírito das Leis, definiu as linhas básicas do sistema democrático de governo, a ciência política não logrou 4 conceber, até os nossos dias, forma mais significativa de expressão da vontade de um povo no que se refere à convivência em uma sociedade politicamente organizada 7 do que a estabelecida por ele, genialmente, na clássica tríplice separação dos poderes do Estado. O Estado, entidade inanimada e abstrata, que, ao se 10 realizar, materializa-se na concreção de formas, atos e sentidos, traduz-se nesse imensurável complexo de ações que dão substância ao desejo de conformação política de uma 13 nação. 1 Internet: <http://www.stf.gov.br/noticias/imprensa>. Pode-se inferir do contexto que a palavra “logrou” (l.3) está sendo empregada com o sentido de desejou. (2) O emprego do termo “do que” (l.7) é uma exigência que está vinculada ao uso da expressão antecedente “mais significativa” (l.4). VOZ VERBAL SUJEITO VERBO TRANSITIVO DIRETO OBJETO DIRETO ATIVA Z verbo concordando com o sujeito Y Passiva analítica Y ver ser no mesmo tempo e modo que o verbo da ativa + principal no particípio ATIVA sujeito indeterminado verbo na 3ª pessoa do plural quando o sujeito for indeterminado Y verbo no tempo e modo que o verbo da ativa + SE Y (1) 1: incorreta. Alguns velhos homens de letras olham com preconceito essa tribo, como se ela fosse composta apenas de jovens, e ainda por cima iletrados em “a ciência política não logrou conceber, até os nossos dias, forma mais significativa de expressão da vontade”, o vocábulo lograr na locução “logrou conceber” tem a acepção de “usufruir o que se conquistou; gozar, desfrutar”. A assertiva está errada; 2: correta, os termos da expressão comparativa “mais...do que” estão vinculados em: “a ciência política não logrou conceber (...) forma mais significativa de expressão da vontade de um povo (...) do que a [expressão da vontade] estabelecida por ele [pelo próprio povo]”. A assertiva está correta. Passiva sintética (Analista – TRT/1ª – 2012 – FCC) É exemplo de construção na voz passiva o segmento sublinhado na seguinte frase: (A) Ainda ontem fui tomado de risos ao ler um trechinho O processo, que é o instrumento que reúne todas as peças da pretensão levada ao juiz, seja do autor, seja do réu, da acusação ou da defesa, é uma engrenagem complexa. 4 A Constituição Federal erigiu o devido processo legal, situado substancialmente no acatamento ao primado do contraditório e do amplo direito de defesa, como um 7 conjunto de regras de valores supremos não só para os julgadores mas também para as partes do qual não pode se afastar o aplicador do direito no momento de exercer a 10 jurisdição. Entretanto, a esse pretexto, o que se verifica é um eterno vai-e-vem na tramitação do processo, de imperdoável 13 irracionalidade, que não pode ser atribuído ao juiz, mas ao nosso já vetusto sistema processual, ultrapassado em quilômetros de distância da evolução por que passa o Mundo 16 e da qual o Brasil não se pode apartar. 1 Internet: <http://www.stf.gov.br/noticias/imprensa>. (Analista – TRT/10ª – 2004 – CESPE) segue, relativo ao texto acima. (1) Julgue o item que se A palavra “erigiu” (l.4) está sendo empregada com o mesmo significado que apresenta na seguinte frase: O governo erigiu um monumento em granito para celebrar a passagem da data nacional. 1: incorreta, o verbo erigir em “A Constituição Federal erigiu o devido processo legal” tem a acepção de “instituir”. Diferente do uso em “O governo erigiu um monumento” em que o significado do verbo é “construir”. A assertiva está errada. 10. VOZES VERBAIS Para a transposição das vozes verbais, siga sempre o esquema: – – – – o verbo tem que ser transitivo direto; objeto da ativa = sujeito da passiva analítica; sujeito da ativa = agenda da passiva analítica; o verbo sempre se mantém no mesmo tempo e modo; – se o sujeito for indeterminado, o verbo da ativa ficará na 3ª pessoa do plural. de crônica. (B) A Solange toma especial cuidado com a escolha dos vocábulos. Glorinha e sua filha não partilham do mesmo gosto pelo requinte verbal. (D) O enrubescimento da mãe revelou seu desconforto diante da observação da filha. (E) Lembro-me de uma visita que recebemos em casa, há muito tempo. (C) D. Chama-se voz passiva a construção na qual o sujeito, ao invés de agir, recebe a ação verbal. Ela está presente somente na alternativa “A”, que deve ser assinalada. Note que o sujeito oculto “eu” não diz que “riu” (praticando, assim, a ação verbal), mas que “foi tomado de risos”, ou seja, recebeu a ação do verbo “tomar”. Em todas as demais, temos voz ativa, isto é, o próprio sujeito praticando a ação (tomar cuidado, partilhar, revelar). A letra “E” merece atenção, porque é voz ativa. O sujeito da oração sublinhada está oculto (“nós”) e ele pratica a ação verbal de “receber”. Transpondo-se para a voz passiva a frase Sempre haverá quem rejeite a interferência do Estado nas questões religiosas, mantendo-se a correta correlação entre tempos e modos verbais, ela ficará: (Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) (A) Terá havido sempre quem tem rejeitado que o Estado 95 AGENTE DA PASSIVA Z Em outubro de 1967, quando Gilberto Gil e Caetano Veloso apresentaram as canções Domingo no parque e Alegria, Alegria, no Festival da TV Record, logo houve quem percebesse que as duas canções eram influenciadas pela narrativa cinematográfica: repletas de cortes, justaposições e flashbacks. Tal suposição seria confirmada pelo próprio Caetano quando declarou que fora “mais influenciado por Godard e Glauber do que pelos Beatles ou Dylan”. Em 1967, no Brasil, o cinema era o que havia de mais intenso e revolucionário, superando o próprio teatro, cuja inquietação tinha incentivado os cineastas a iniciar o movimento que ficou conhecido como Cinema Novo. O Cinema Novo nasceu na virada da década de 1950 para a de 1960, sobre as cinzas dos estúdios Vera Cruz (empresa paulista que faliu em 1957 depois de produzir dezoito filmes). “Nossa geração sabe o que quer”, dizia o baiano Glauber Rocha já em 1963. Inspirado por Rio 40 graus e por Vidas secas, que Nelson Pereira dos Santos lançara em 1954 e 1963, Glauber Rocha transformaria, com Deus e o diabo na terra do sol, a história do cinema no Brasil. Dois anos depois, o cineasta lançou Terra em Transe, que talvez tenha marcado o auge do Cinema Novo, além de ter sido uma das fontes de inspiração do Tropicalismo. interferisse nas questões religiosas. interferência do Estado nas questões religiosas sempre haverá de ser rejeitada por alguém. (C) Sempre haverá de ter quem rejeite que o Estado interferisse nas questões religiosas. (D) A interferência do Estado nas questões religiosas sempre tem encontrado quem a rejeita. (E) As questões religiosas sempre haverão de rejeitar que o Estado venha a interferir nelas. A ponte entre Cinema Novo e Tropicalismo ficaria mais evidente com o lançamento, em 1969, de Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade. Ao fazer o filme, Joaquim Pedro esforçou-se por torná-lo um produto afinado com a cultura de massa. “A proposição de consumo de massa no Brasil é algo novo. A grande audiência de TV entre nós é um fenômeno novo. É uma posição avançada para o cineasta tentar ocupar um lugar dentro dessa situação”, disse ele. A transposição para a voz passiva é feita deslocando o sujeito da voz ativa como agente da passiva; o complemento verbal da voz ativa se torna o sujeito paciente; e o verbo na voz ativa é conjugado em seu particípio composto ao lado de um verbo auxiliar. No nosso caso, como a oração na voz ativa não tem sujeito, ao realizar a transposição ela pode ser facultativamente complementada por “alguém”: “A interferência do Estado nas questões religiosas sempre haverá de ser rejeitada (por alguém)”. Incapaz de satisfazer plenamente as exigências do mercado, o Cinema Novo deu os seus últimos suspiros em fins da década de 1970 − período que marcou o auge das potencialidades comerciais do cinema feito no Brasil. (B) A Gabarito “B” Reler o trecho: “entendo que o episódio deva ser levado (...). Ao contrário, ela se baseia no princípio da ‘falibilidade’, segundo o qual a ciência avança corrigindo-se constantemente”. (Analista – TRT/10ª – 2004 – CESPE) Em relação ao texto acima, julgue os itens que se seguem. Gabarito 1E toda experimentação científica que, partindo de princípios rigorosos, admita negá-los, quando necessário. (C) contraria o princípio da falibilidade da ciência moderna, segundo o qual os fracassos têm sua importância para o caminho do acerto. (D) contraria o método científico da tentativa e erro, segundo o qual uma verdade só se afirma quando se mostra infalível. (E) corrige o excesso de confiança nos princípios da ciência moderna, segundo os quais não haveria erros ou equívocos absolutos. Gabarito “A” (B) caracteriza 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi Gabarito 1E, 2C 94 (Adaptado de Eduardo Bueno. Brasil: uma história. Ed. Leya, 2010. p. 408) 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi 96 (Analista – TRT9 – 2012 – FCC) Em outubro de 1967, quando Gilberto Gil e Caetano Veloso apresentaram as canções Domingo no parque e Alegria, Alegria, no Festival da TV Record, logo houve quem percebesse que as duas canções eram influenciadas pela narrativa cinematográfica ... (Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC) Existe voz verbal para outra em: transposição de uma apresentaram − influencia apresentado − se influenciaram (C) eram apresentadas − influenciou (D) foram apresentadas − influenciava (E) são apresentadas − influenciou os níveis de percepção de uma fotografia = São vários os níveis de percepção de uma fotografia. (B) As fotografias são uma espécie de espelhos = As fotografias tornam-se uma espécie de espelhos. (C) A percepção de uma imagem muda com o passar do tempo = O passar do tempo muda a percepção de uma imagem. (D) Os olhares hão de descongelar cada imagem = Cada imagem há de ser descongelada pelos olhares. (E) Certas fotos se assemelham a espelhos = Há espelhos aos quais certas fotos se tornam semelhantes. Com a primeira oração na voz passiva, teremos: “As canções ‘Domingo no parque’ e ‘Alegria, alegria’ foram apresentadas por Gilberto Gil e Caetano Veloso no Festival da TV Record”. Com a segunda oração na voz ativa, teremos: “A narrativa cinematográfica influenciava as duas canções”. A, B e E: incorretas. Os verbos permaneceram na voz ativa. As alterações apenas substituíram verbos de ação por verbos de ligação, transformando os predicados verbais e nominais; C: incorreta. Houve apenas inversão dos elementos da oração; D: correta. No segundo trecho, o verbo foi transposto para a voz passiva analítica. Gabarito “D” Gabarito “D” Transpondo-se a primeira das frases grifadas acima para a voz passiva e a segunda para a voz ativa, as formas verbais resultantes serão, respectivamente: (A) se (B) foi (A) Variam 97 Veja a resolução esquematizada: VOZ VERBAL SUJEITO VERBO TRANSITIVO DIRETO OBJETO DIRETO Passiva analítica A linguagem do poder era falada (verbo ser no pretérito imperfeito do indicativo + particípio) ATIVA sujeito indeterminado Falavam (pretérito imperfeito do indicativo na 3ª pessoa do plural) AGENTE DA PASSIVA a linguagem do poder (Analista – TRT/24ª – 2011 – FCC) Transpondo-se para a voz passiva a frase Hoje a autoria institucional enfrenta séria concorrência dos autores anônimos, obter-se-á a seguinte forma verbal: (A) são enfrentados. enfrentado. (C) tem sido enfrentada. (D) têm sido enfrentados. (E) é enfrentada. (B) tem Na transposição da voz ativa para a passiva, o sujeito da ativa (“a autoria institucional”) será o agente da passiva (“pela autoria institucional”) e o objeto da ativa (“séria concorrência”) será o sujeito da passiva. O verbo auxiliar da passiva estará no mesmo tempo e modo que o verbo enfrentar na ativa (presente do indicativo): “Hoje a séria concorrência dos autores anônimos é enfrentada pela autoria institucional”. Gabarito “E” Veja a resolução esquematizada: como resultado: para a voz ativa da frase Foi assim que sempre se fez a literatura tem (A) Sempre foi assim que a literatura fez. é que sempre foi feita a literatura. (C) Terá sido feito sempre assim, a literatura. (D) Foi sempre assim que a literatura tem feito. (E) Foi assim que sempre fizeram a literatura. (B) Assim Gabarito “E” VERBO TRANSITIVO DIRETO Passiva analítica A literatura foi feita (verbo ser no pretérito perfeito do indicativo + particípio) ATIVA sujeito indeterminado Fizeram (pretérito perfeito do indicativo na 3ª. pessoa do plural) “que se fez” = fez-se (pretérito perfeito do indicativo) Passiva sintética (Analista – TRT/23ª – 2011 – FCC) Passiva analítica Séria concorrência é enfrentada (verbo ser no presente do indicativo + particípio) ATIVA A autoria institucional enfrenta (presente do indicativo) OBJETO DIRETO AGENTE DA PASSIVA pela autoria institucional séria concorrência Com a substituição do segmento grifado pela expressão entre parênteses no final da transcrição, o verbo que deverá ser mantido no singular está em: Veja a resolução esquematizada: SUJEITO VERBO TRANSITIVO DIRETO (Analista – TRE/TO – 2011 – FCC) Temos “se fez a literatura”. O verbo fazer é transitivo direto. O pronome se é apassivador. A oração está na voz passiva sintética. A voz passiva analítica seria: A literatura foi feita [“por eles”]. O sujeito é indeterminado. A forma verbal “foi feita” está no pretérito perfeito do indicativo. Na transposição da voz passiva para a ativa, o agente da passiva torna-se sujeito da ativa (nesse caso, será sujeito indeterminado); o sujeito da passiva torna-se objeto da ativa. O verbo do sujeito indeterminado fica na 3ª. pessoa do plural. O verbo ficará no mesmo tempo e modo da oração na passiva. Desse modo teremos: “fizeram [verbo no pretérito perfeito do indicativo] a literatura”. VOZ VERBAL SUJEITO OBJETO DIRETO AGENTE DA PASSIVA (A) ... um tema que se discuta nos bares ... (daqueles temas) o raciocínio conservacionista tem sido puramente contábil ... (o raciocínio dos conservacionistas) (C) Mas, ainda que seja um assunto cada vez mais popular ... (assuntos cada vez mais populares) (D) ... de quem está mergulhado nas decisões mais prosaicas do dia a dia. (daqueles que) (E) ... nunca, na história do planeta, registrou-se um número tão grande de espécies ameaçadas. (tantas espécies ameaçadas) (B) ... A: incorreta, “daqueles temas que se discutiam nos bares”; B: correta, o núcleo do sujeito [raciocínio] continua sendo singular; C: incorreta, “ainda que sejam assuntos”; D: incorreta, “daqueles que estão mergulhando”; E: incorreta, “tantas espécies foram registradas” (voz passiva analítica) ou “registraram-se tantas espécies” (voz passiva sintética). Lembre-se que quando há o verbo transitivo direto + se, essa partícula é apassivadora. A oração está na voz passiva sintética. Assim, o verbo concorda com o sujeito da passiva analítica que é igual ao objeto direto da passiva sintética ou da ativa. Gabarito “B” (Analista – TRT/20ª – 2011 – FCC) A transposição VOZ VERBAL Veja a resolução esquematizada da alternativa E, com a opção no singular: “registrou-se um número tão grande de espécies ameaçadas” VOZ VERBAL SUJEITO VERBO TRANSITIVO DIRETO a literatura Passiva analítica Um número tão grande... foi registrado (verbo ser no pretérito perfeito do indicativo + particípio) a literatura ATIVA sujeito indeterminado Registraram (pretérito perfeito do indicativo na 3ª. pessoa do plural) um número tão grande... Registrou-se (pretérito perfeito do indicativo + SE) um número tão grande... Tanto as fontes quanto a própria historiografia falavam a linguagem do poder ... Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será: (A) eram faladas. falada. (C) se falaram. (D) era falada. (E) tinha-se falado. (B) foi O verbo falar em “falavam a linguagem do poder” está no pretérito imperfeito do indicativo. Ao transpor a oração para a voz passiva, a forma verbal resultante ficará no mesmo tempo e modo: “A linguagem do poder era falada tanto pelas fontes quanto pela própria historiografia.” Passiva sintética OBJETO DIRETO AGENTE DA PASSIVA Veja a resolução esquematizada da alternativa E, com a substituição sugerida: “tantas espécies ameaçadas” VOZ VERBAL SUJEITO VERBO TRANSITIVO DIRETO Passiva analítica Tantas espécies ameaçadas foram registradas (verbo ser no pretérito perfeito do indicativo + particípio) ATIVA sujeito indeterminado Registraram (pretérito perfeito do indicativo na 3ª. pessoa do plural) tantas espécies ameaçadas Registraram-se (pretérito perfeito do indicativo + SE) tantas espécies ameaçadas Passiva sintética OBJETO DIRETO AGENTE DA PASSIVA Gabarito “D” 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi Assim como os antigos moralistas escreviam máximas, deu-me vontade de escrever o que se poderia chamar de mínimas, ou seja, alguma coisa que, ajustada às limitações do meu engenho, traduzisse um tipo de experiência vivida, que não chega a alcançar sabedoria mas que, de qualquer modo, é resultado de viver. (Analista – TJ/SE – 2009 – FCC) NÃO é possível transpor para Andei reunindo pedacinhos de papel em que estas anotações vadias foram feitas e ofereço-as ao leitor, sem que pretenda convencê-lo do que penso nem convidá-lo a repensar suas ideias. São palavras que, de modo canhestro, aspiram a enveredar pelo avesso das coisas, admitindo-se que elas tenham um avesso, nem sempre perceptível mas às vezes curioso ou surpreendente. (B) Isaac C.D.A. (Carlos Drummond de Andrade. O avesso das coisas [aforismos]. 5.ed. Rio de Janeiro: Record, 2007, p. 3) (Analista – TRF/1ª – 2011 – FCC) ...em que estas anotações vadias foram feitas... Observando o contexto em que a frase acima foi empregada, a sua transposição para a voz ativa produz corretamente a seguinte forma verbal: (A) fizeram-se. (C) fiz. feito. (D) faziam. (E) poderia (A) Florença, com seu ciclo artístico, serve como exemplo. Newton não descobriu a lei da gravidade por causa de uma maçã. (C) A pintura florentina ampliou os horizontes da arte. (D) Gutenberg adaptou a prensa de vinho a uma nova função. (E) O caso exemplifica uma reciclagem. A: assertiva incorreta, devendo ser assinalada, o verbo servir nessa oração é transitivo indireto predicativo e não admite transposição para a voz passiva; B: assertiva correta, “A lei da gravidade não foi descoberta por Isaac Newton por causa de uma maçã.”; C: assertiva correta, “Os horizontes da arte foram ampliados pela pintura florentina.”; D: assertiva correta, “A prensa de vinha foi adaptada por Gutenberg a uma nova função.”; E: assertiva correta, “Uma reciclagem é exemplificada pelo caso.” Gabarito “A” (B) tinha a voz passiva a seguinte construção: fazer. Pelo contexto sabe-se que as anotações foram feitas pelo escritor. Veja trecho: “[Eu] Andei reunindo pedacinhos de papel em que estas anotações vadias foram feitas e [eu] ofereço-as ao leitor”. (Analista – TJ/PR – 2009) Na norma culta da língua aparecem três vozes verbais. Assinale a opção em que o período não pode ser transposto para a voz passiva. (Períodos retirados da revista ISTO É, de 3 jun. 2009) (A) “Eles estão conduzindo um trabalho interessante.” (p. 81) Gabarito “C” Veja a resolução esquematizada: VOZ VERBAL SUJEITO VERBO TRANSITIVO DIRETO Passiva analítica Estas anotações vadias foram feitas (verbo ser no pretérito prefeito do indicativo + particípio) Eu fiz (pretérito perfeito do indicativo) ATIVA (Analista – TRT/16ª – 2009 – FCC) Verifica-se OBJETO DIRETO (B) “Quando retiramos de circulação milhares de animais de um ambiente há um desequilíbrio tão violento quanto um tsunami.” (p. 93) (C) “O Ministério do Meio Ambiente criou em 2002 as Unidades de Conservação: áreas protegidas nos patamares federal, estadual e municipal. (p. 97) (D) “Sustentabilidade é usar conscientemente os recursos naturais hoje, para melhorar a vida das pessoas agora, sem comprometer o futuro da Terra.” (p. 101) (E) “A Polícia Federal brasileira poderá usar o banco genético do FBI, o maior arquivo de DNA em todo o mundo.” (p. 102) A: assertiva correta, “Um trabalho interessante está sendo conduzido por eles.”; B: assertiva correta, “Quando milhares de animais são retirados de um ambiente há um desequilíbrio tão violento quanto um tsunami.”; C: assertiva correta, “As Unidades de Conservação (áreas protegidas...) foram criadas pelo Ministério do Meio Ambiente em 2002.”; D: assertiva incorreta, devendo ser assinalada, o verbo ser é predicativo nessa oração. Não é possível a transposição para a voz passiva; E: “O banco genético do FBI (o maior arquivo...) poderá ser usado pela Polícia Federal brasileira.” AGENTE DA PASSIVA por mim estas anotações vadias Texto para a questão seguinte. Formalidade bate recorde 1 correta transposição de uma para outra voz verbal no seguinte caso: (...) obras-primas (3º parágrafo) = tinham sido gravadas obras-primas. livros continuam em minha biblioteca (3º parágrafo) = os livros têm continuado em minha biblioteca. (C) podemos acessar os mesmos conteúdos = os mesmos conteúdos podem ser acessados. (D) dedicou-se à questão (1º parágrafo) = a ela foi dedicada. (E) se realizam estudos (1º parágrafo) = estudos sejam realizados. 4 (A) Gravei (B) os A: incorreta, “As obras-primas foram gravadas”; B: incorreta, nessa oração o verbo continuar é intransitivo. Não é possível a transposição para a voz passiva; C: correta, está correta a assertiva; D: incorreta, nessa oração o verbo dedicar-se é transitivo indireto. Não é possível a transposição para a voz passiva; E: incorreta, “Estudos são realizados”. Gabarito “C” O que se pode atestar com certeza é que essa transformação deu novo ânimo à economia (...). Mantém-se corretamente a voz passiva do verbo grifado acima, respeitando seu sentido original, caso seja feita a substituição por: 7 10 13 16 (Analista – TRE/PI – 2009 – FCC) (A) pode ser atestado. possível atestar. (C) se havia atestado. (D) tem sido atestado. (E) seria possível atestar. (B) é 19 22 25 Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontam para a criação de 554 mil postos de trabalho com carteira assinada no primeiro trimestre deste ano, o que representa recorde histórico para esse período. A série de dados do CAGED tem início em 1992. Contra os três primeiros meses de 2007, quando foram criadas 399 mil vagas (recorde anterior), segundo informações do MTE, o crescimento no número de empregos formais criados foi de 38,7%. “Esse primeiro trimestre, como dizem meus filhos, bombou”, afirmou o ministro do Trabalho a jornalistas. Para o ano de 2008 fechado, o ministro manteve a previsão de criação de 1,8 milhão de postos de trabalho com carteira assinada. “Vai ser novo recorde, apesar da taxa de juros”, disse ele em referência à decisão do Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central de elevar os juros de 11,25% para 11,75% ao ano. Em 2007, recorde para um ano fechado, foram criados 1,61 milhão de empregos formais. Segundo o ministro, a demanda interna permanece “muito aquecida”. “Esse aumento de 0,5 ponto percentual na taxa de juros, até chegar ao consumidor, demora. Quem compra fogão, geladeira e carro a prazo vai perceber um aumento real de juros maior do que 0,5 ponto percentual. Pode haver uma diminuição na escalada de compra de bens duráveis”, disse ele. Para o ministro do Trabalho, a decisão do COPOM de subir os juros neste mês, e nos subsequentes, conforme projeção do mercado financeiro, pode impactar um pouco a criação de empregos formais mais para o final de 2008. “Esses próximos três meses vão continuar sendo muito fortes na criação de empregos com carteira assinada”, avaliou ele. O ministro do Trabalho classificou a decisão do COPOM de subir os juros de “precipitada”. “É um erro imaginar que há inflação no Brasil. Temos alguns produtos subindo de preços, como o trigo e outros produtos, por causa das chuvas, ou falta de chuvas. Os preços dos bens duráveis (fogões, geladeiras e carros, por exemplo, que são impactados pela decisão dos juros) não estão aumentando”, disse ele a jornalistas. O ministro avaliou, entretanto, que o impacto maior se dará nas operações de comércio exterior. Isso porque a decisão sobre juros tende a trazer mais recursos para o Brasil e, com isso, pressionar para baixo o dólar. Dólar baixo, por sua vez, estimula importações e torna as vendas ao exterior mais caras. Por conta principalmente do dólar baixo, a balança comercial teve queda de 67% no superávit (exportações menos importações) no primeiro trimestre deste ano. A criação de empregos formais no primeiro trimestre deste ano cresceu em quase todos os setores da economia. No caso da indústria de transformação, por exemplo, foram criadas 146 mil vagas nos três primeiros meses deste ano, contra 110 mil em igual período de 2007. Tribuna do Brasil, 11/4/2008. Internet: <www.tribunadobrasil.com.br> (com adaptações). Transpondo a oração para a voz passiva, teremos: “Que essa transformação deu novo ânimo à economia pode ser atestado com certeza.” (Analista – TRT/1ª – 2008 – CESPE) O texto apresenta uma oração na voz passiva no trecho Gabarito “A” (A) “A série VOZ VERBAL SUJEITO VERBO TRANSITIVO DIRETO Passiva analítica Que essa transformação deu novo ânimo pode ser atestado (verbo ser no infinitivo + particípio do principal) o que se pode atestar (verbo principal no infinitivo) OBJETO DIRETO que essa transformação deu novo ânimo... AGENTE DA PASSIVA de dados do CAGED tem início em 1992” (l.3). (B) “o crescimento no número de empregos formais criados foi de 38,7%” (l.4-5). (C) “‘Pode haver uma diminuição na escalada de compra de bens duráveis’” (l.12). (D) ‘Os preços dos bens duráveis (...) não estão aumentando’ (l.18-19). (E) “No caso da indústria de transformação, por exemplo, foram criadas 146 mil vagas” (l.23-24). A: incorreta, a locução verbal “tem início” é intransitiva; B: incorreta, o verbo ir (“foi”) é intransitivo; C: incorreta, o verbo haver no sentido de “existir” é impessoal e não permite transposição para a voz passiva; D: incorreta, a oração está na voz ativa; E: correta, a locução verbal “foram criadas” está na voz passiva. Gabarito “E” Veja a resolução esquematizada: Passiva sintética 99 Gabarito “D” 98 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi (A) não terá descoberto. será descoberta. (C) não terá sido descoberta. (D) não é descoberta. (E) não tem descoberto. (B) não Na transposição da voz ativa para a passiva, o sujeito da ativa (ninguém) será o agente da passiva (por ninguém) e o objeto da ativa (“sua timidez”) será o sujeito da passiva. O verbo auxiliar da passiva estará no mesmo tempo e modo que o descobrir na ativa (presente do indicativo): “Sua timidez não é descoberta por ninguém.”. A: assertiva correta, “A nossa fecundidade indisciplinada deveria ser contemplada pela orientação do nosso ensino.”; B: assertiva incorreta, devendo ser assinalada, o verbo depender é transitivo indireto e não admite transposição para a voz passiva; C: assertiva correta, “A possibilidade de seus múltiplos sentidos sempre será considerada pela leitura responsável de um texto.”; D: assertiva correta, “Uma solução única para cada problema é tão somente considerada pela maioria dos professores.”; E: assertiva correta, “A valorização das contradições é, acima de qualquer certeza dogmática, estimulada pelo método dialético. Gabarito “D” VOZ VERBAL SUJEITO VERBO TRANSITIVO DIRETO OBJETO DIRETO ATIVA Ninguém descobre (presente do indicativo) sua timidez Passiva analítica Sua timidez não é descoberta (verbo ser no presente do indicativo + particípio) AGENTE DA PASSIVA por ninguém Transpondo-se para a voz passiva a frase Nesta visão, os valores morais dariam o balizamento do agir, a forma verbal resultante deverá ser: (Analista – TRT/19ª – 2008 – FCC) (A) seja (C) seria astrônomos antigos colocaram-na no centro do universo. (B) A mensagem chegou com o título de “A Bela Azul”. (C) O coração coloca as razões do amor no centro do universo. (D) Anunciam os cientistas a agonia de nossa Bela Azul. (E) A presença da natureza por vezes nos desvia da leitura de um livro. A construção com verbo intransitivo (chegar) não permite a transposição da oração para a voz passiva. (Analista – TRE/SE – 2007 – FCC) NÃO admite transposição para a voz passiva a seguinte construção: (A) O Gabarito “A” Veja a resolução esquematizada: VOZ VERBAL SUJEITO VERBO TRANSITIVO DIRETO OBJETO DIRETO ATIVA Os valores morais dariam (futuro do pretérito do indicativo) o balizamento do agir Passiva analítica O balizamento do agir seria dado (verbo ser no futuro do pretérito do indicativo + particípio) AGENTE DA PASSIVA pelos valores morais atual desequilíbrio climático certamente comprometerá nossos recursos. (B) Nossos descendentes haverão de reconhecer esses efeitos devastadores. (C) Trata-se de uma consequência direta dos fundamentos do cristianismo. (D) Nossa própria cultura engendrou esse dilema de difícil solução. (E) Muitos sustentam a possibilidade de superação desse nosso dilema. Nessa oração o verbo tratar é transitivo indireto, a palavra se é índice de indeterminação do sujeito. Não é possível a transposição para a voz passiva. Gabarito “C” alimentada. alimentado. (E) fosse alimentado. (D) tenha “Para que nossa insatisfação seja alimentada”: o objeto direto da voz ativa torna-se o objeto da voz passiva. (Analista – TRE/SP – 2006 – FCC) A humanidade tem dominado a natureza a fim de tornar a vida cada vez mais longa e mais cômoda. Na frase acima, I. prova de que não somos uma coisa só está em cada dia que amanhece. (B) Outro dia recortei da Internet este fragmento de um blog (...). (C) A humanidade não tem jeito. (D) O pessimista não é inimigo das idealizações, muito pelo contrário. (E) Nem tudo está perdido. A: incorreta, o verbo estar é intransitivo e não é possível a transposição para a voz passiva; B: correta, “Este fragmento de um blog foi outro dia recortado da Internet por mim” – o verbo recortar é transitivo direto, de modo que é possível a transposição para a voz passiva; C, D e E: incorretas, os verbos ter, ser e estar são verbos predicativos nessas orações. Não é possível a transposição para a voz passiva. Gabarito “B” É exemplo de construção (A) Como não concordar com a oportunidade da frase? não transpõe o limite da queixa (...) pautam sua vida por princípios de dignidade. (D) (...) vêm sendo investigadas e punidas. (E) (...) não indo além de um mero discurso ético. (C) (...) Da forma verbal ativa [sujeito] vem investigando e punindo [objeto direto no plural] obteve-se a voz passiva: “vêm sendo investigadas e punidas”. (Analista – TRE/MS – 2007 – FCC) NÃO admite transposição para a voz passiva a seguinte construção: (A) A orientação do nosso ensino deveria contemplar nossa fecundidade indisciplinada. (B) Uma revolução na orientação do ensino brasileiro depende de uma combinação de múltiplas iniciativas. (C) A leitura responsável de um texto sempre considerará a possibilidade de seus múltiplos sentidos. (D) A maioria dos professores considera tão somente uma solução única para cada problema. (E) O método dialético estimula, acima de qualquer certeza dogmática, a valorização das contradições. II. III. a transposição para outra voz verbal implicará em substituir-se tem dominado por tem sido dominada. a substituição de A humanidade por Os homens implicará, obrigatoriamente, alteração na voz verbal. a expressão a fim de tornar a vida tem sentido equivalente ao de a fim de que a vida se torne. Está correto o que se afirma SOMENTE em (A) I. (B) II. (C) III. (D) II (E) I e III. e III. I: correta, a oração original está na voz ativa. Na transposição para a voz passiva, o objeto direto passa a ser sujeito e o sujeito da ativa passa a ser o agente da passiva: “A natureza tem sido dominada pela humanidade a fim de tornar a vida cada vez mais longa e mais cômoda.”. Está correta essa assertiva; II: incorreta, a substituição não implicará alteração na voz verbal. O agente da passiva “pela humanidade” seria substituído por “pelos homens”. Essa assertiva é incorreta; III: correta, a oração reduzida adverbial final “a fim de tornar a vida” equivale à desenvolvida “a fim de que a vida se torne”. A assertiva está correta. (Analista – TRF/2º – 2007 – FCC) Transpondo a frase “os extraordinários acontecimentos pareciam dividir nitidamente o mundo entre os defensores e os inimigos da liberdade e do progresso social” para a voz passiva, a forma verbal corretamente obtida é: (Analista – TRF/1º – 2006 – FCC) A frase que admite transposição para a voz passiva é: (A) parecia (A) O ser dividido. ter sido divididos. (C) tinha sido dividido. (D) tinha parecido dividir. (E) pareciam dividirem. (B) pareciam “O mundo entre os defensores e os inimigos da liberdade e progresso social parecia ser dividido nitidamente pelos extraordinários acontecimentos.” país pode chegar a uma situação caótica. editorial é um desrespeito à soberania cubana. (C) A atenção do Estado cubano para com a saúde popular é exemplo para todos. (D) Houve indignação e protestos contra o editorial da revista. (E) Cuba tem auxiliado países vítimas de catástrofes. (B) O Gabarito “A” (A) A (B) Se Gabarito “D” (Analista – TRF/5ª – 2008 – FCC) A frase que admite transposição para a voz passiva é: alimentada. (B) alimentemos. Para que seja possível a transposição para a voz passiva, o verbo da oração tem que ser transitivo direto. Transpondo-se para a voz passiva a frase transmiti o respeito de meus pais pelas ficções, a forma verbal resultante será (Analista – TRT/4ª – 2006 – FCC) (Analista – TRF/4ª – 2007 – FCC) (A) fora transmitido. (B) transmitiram-se. (C) foi transmitido. Gabarito “E” Na transposição da oração para a voz passiva, o sujeito da voz ativa (“os valores morais”) será o agente da passiva (“pelos valores morais”) e o objeto direto (“o balizamento do agir”) da voz ativa será o sujeito da passiva: “Nesta visão, o balizamento do agir seria dado pelos valores morais.” verbal na voz passiva: Transpondo-se para voz passiva o segmento Para alimentar nossa insatisfação, a forma verbal resultante será (Analista – TJ/PE – 2007 – FCC) Gabarito “E” dado. (B) teriam dado. (C) seriam dados. (D) teriam sido dados. (E) fora dado. (Analista – TRT/23ª – 2007 – FCC) “O respeito de meus pais pelas ficções foi transmitido [por mim]”. Gabarito “B” (A) seria sido transmitido. (E) transmitiram-me. A construção que NÃO admite transposição para a voz passiva é: (Analista – TRE/PB – 2007 – FCC) (A) Os Veja a resolução esquematizada: (D) terá Gabarito “A” para a voz passiva o segmento ninguém descobre sua timidez, a forma Gabarito “B” (Analista – TRT/2ª – 2008 – FCC) Transpondo-se verbal resultante será: 101 Gabarito “C” 100 Transpondo-se para a voz passiva a frase tudo o que me importou na vida já escrevi, ela ficará: (A) Tudo o que me importou na vida já foi por mim escrito. praticam hábitos saudáveis de vida. (B) Penso também nas nadadoras. (C) Elas olham para o placar. (D) (...) é o tempo que elas amam. (E) (...) não conseguiriam abraçar uma delas. O verbo pensar na acepção de “procurar lembrar-se, imaginar” é transitivo indireto e não admite transposição para a voz passiva. É muito importante saber que a transposição para a voz passiva somente é possível quando o verbo da oração é transitivo direto. Gabarito “B” (Analista – TRT/24ª – 2006 – FCC) Transpondo-se para a voz passiva o segmento instituições macabras que os homens – lamentavelmente – criam contra sua própria humanidade, a forma verbal resultante será (A) estão sendo criadas. (B) são criadas. (C) foram criadas. (D) têm criado. (E) têm sido criadas. Reescrevendo a oração na voz ativa, teremos: “Os homens [sujeito] criam instituições macabras [objeto direto no plural] (criam – lamentavelmente – contra sua própria humanidade)”. Na transposição para a voz passiva, o objeto direto torna-se sujeito, e o sujeito da ativa será o agente da passiva: “Instituições macabras são criadas pelos homens”. Gabarito “B” (Analista – TRT/3ª – 2005 – FCC) Não é possível alterar a voz nação, mais do que uma simples tribo. (B) No começo da informatização das redações de jornal, houve um divertido mal-entendido. (C) Alguns velhos homens de letras olham com preconceito essa tribo. (D) A jovem repórter citada no texto tinha abortado uma matéria, e não um filho. (E) Recriações semânticas são feitas a partir de termos ou expressões já antigos. O verbo haver no sentido de existir é impessoal, não possui sujeito e não permite a transposição de vozes. Gabarito “B” (Analista – TRT/11ª – 2005 – FCC) possíveis de convivência. processo eleitoral parece ser o desmentido da humildade necessária para o exercício da democracia. (C) Mitterrand perdeu as eleições por conta de uma declaração infeliz. (D) As reuniões de moradores não obteriam êxito caso eles agissem como candidatos numa eleição. (E) As promessas mirabolantes e a retórica vazia vêm alimentando o discurso da maioria dos candidatos. (B) O Não é possível a transposição para a voz passiva de oração que apresenta locução predicativa (“parecer ser”). É possível transpor para a voz passiva orações que sejam desenvolvidas por verbo transitivo direto. A: assertiva correta, “Uma reunião é apreciada (por mim)”; C: assertiva correta, “As eleições foram perdidas por Mitterand”; D: assertiva correta, “Êxito não seria obtido”; E: assertiva correta, “O discurso vem sendo alimentado”. (Analista – TRE/MG – 2005 – FCC) Admite transposição para a (A) A quantidade dos micreiros já constitui, de fato, uma passiva a frase (A) Aprecio uma reunião em que há o esforço de inventar Transpondo-se para a voz alternativas diversas das que tipificam a atividade profissional, a forma verbal resultante será são tipificadas. voz passiva o segmento sublinhado na seguinte frase: (A) Esse modo de pensar opõe-se a todas as formas de fundamentalismo. (B) (...) por provar que determinada linha de pesquisa estava equivocada. (C) Para os que lidam com a ciência, não há nada de excepcional nessa atitude (...) (D) (...) se prepara para apresentar as devidas correções diante de um plenário de cientistas. (E) (...) a verdade reside congelada num passado remoto. A: incorreta, o verbo opor-se é transitivo indireto e não admite transposição para a voz passiva; B: incorreta, o verbo estar é predicativo e não admite transposição para a voz passiva; C: incorreta, o verbo lidar é transitivo indireto e não admite transposição para a voz passiva; D: correta, a oração admite transposição para a voz passiva: “para as devidas correções serem apresentadas”; E: incorreta, o verbo residir é intransitivo e não admite transposição para a voz passiva. Gabarito “D” da forma verbal da frase: NÃO é possível a transposição para a voz passiva do segmento sublinhado da frase: (Analista – TRT/13ª – 2005 – FCC) NÃO admite transposição para a voz passiva o seguinte segmento do texto: (Analista – TRE/RN – 2005 – FCC) (A) centenas de formigas devorando um lagarto. assistir a documentários sobre a violência do mundo animal. (C) uma espécie de vespa cuja fêmea deposita seus ovos dentro de lagartas. (D) Predadores não sentem a menor culpa. (E) quando matam as suas presas. (B) ao 34 Com isso, nas pequenas infrações, o autor e a vítima poderão ser poupados das delongas e dos prazos decorrentes do processo, com a solução imediata do litígio, por meio da 37 composição, tanto no âmbito civil como no criminal. Nessa nova realidade de aplicação de penas, a justiça do Amapá visualizou um horizonte infinito de trabalho, tendo 40 a sua disposição o respaldo da lei. Surgiram então os Juizados Itinerantes Terrestre e Fluvial, com a premissa máster de oferecer às comunidades distantes das cidades o mesmo 43 atendimento encontrado nos fóruns, pois as jornadas itinerantes são compostas por juízes, promotores, escrivãos, policiais, e toda a infraestrutura para a realização de 46 audiências cíveis, criminais e de família. A: assertiva correta, “Um lagarto sendo devorado por centenas de formigas”; B: assertiva incorreta, devendo ser assinalada, o verbo assistir nessa oração é transitivo indireto e não admite transposição para a voz passiva; C: assertiva correta, “Seus ovos dentro de lagartas são depositados por uma espécie de vespa”; D: assertiva correta, “A menor culpa não é sentida por predadores.”; E: assertiva correta, “Quando suas presas são mortas”. (Analista – TJ/AP – 2004 – CESPE) A respeito das ideias e das estruturas do texto I, julgue o item seguinte: (1) (Analista – TRE/PR – 2004 – ESAG) Em relação a “A psicologia moderna levantou a lebre: os pais devem participar ativamente do dia-a-dia dos filhos”, é INCORRETO afirmar: (A) Na frase, levantou é verbo transitivo direto. (B) Na frase, há predominância de palavras paroxítonas, em relação às oxítonas. a frase para a voz passiva, o núcleo verbal fica foi levantada. (D) A psicologia moderna é agente da voz passiva. (C) Transpondo Em relação a essa oração, que está na voz ativa, “A psicologia moderna” é o sujeito do verbo levantar. Internet: <http://www.tjap.gov.br>. Acesso em dez./2003 (com adaptações). As ideias e a correção gramatical do texto serão mantidas, caso o trecho na voz passiva “as jornadas (...) de família” (l.43-46) seja reescrito na voz ativa como juízes, promotores, escrivães e policiais, bem como toda a infraestrutura para a realização de audiências cíveis, criminais e de família, compõem as jornadas itinerantes. 1: correta, o trecho na voz passiva “as jornadas itinerantes são compostas por juízes, promotores, escrivãos [sic – o correto é escrivães], policiais, e toda a infraestrutura para a realização de 46 audiências cíveis, criminais e de família” pode ser reescrito na voz ativa, substituindo a forma verbal “são compostas” por “compõem”. Além disso, o agente da passiva será o sujeito da ativa e o sujeito da passiva (“as jornadas itinerantes”) será o objeto da ativa. Justiça Itinerante Fluvial 1 Uma das faces do funcionamento do Juizado Especial no Estado do Amapá é a Justiça Itinerante Fluvial. Essa modalidade de serviço judiciário consiste no atendimento de 4 comunidades ribeirinhas por meio da utilização de uma embarcação adaptada para o atendimento judiciário em áreas não servidas por postos avançados e inacessíveis por estradas. 7 Esta desloca-se pelo rio Amazonas e afluentes, visitando ribeirinhos, até o distrito de Bailique, arquipélago localizado no extremo norte do estado. Em seu interior ocorrem audiências 10 cíveis, criminais e de família, em que juízes e promotores efetuam todos os procedimentos judiciários necessários: fazem interrogatórios, proferem sentenças, efetuam conciliações, etc. 13 Nas jornadas do Juizado Itinerante Fluvial, diversas comunidades ribeirinhas são visitadas pela equipe. Na embarcação, que serve de base para a execução dos trabalhos, 16 a comunidade ribeirinha recebe uma ampla orientação de seus direitos e da forma como podem deles usufruir como cidadãos amapaenses. A base fica ancorada em pontos estratégicos no 19 meio do rio, e os interessados aproximam-se em pequenos barcos e canoas, para serem prontamente atendidos pelos serventuários ali presentes. 22 Pela peculiaridade de algumas localidades, nem sempre há a necessidade de o atendimento ser efetuado dentro da embarcação. Nesses casos, o atendimento ocorre em 25 centros comunitários ou escolas da própria localidade. Assim, diversas famílias têm alcançado direitos antes tidos como impossíveis, tais como certidões de nascimento de seus filhos, 28 certidões de casamento, posse de terras, etc. A Lei n.º 9.099/1995 introduziu importantes modificações no sistema penal e processual brasileiro, 31 instituindo os juizados especiais, possibilitando a aplicação de novos institutos, como transação e suspensão condicional do processo. (Analista – TRE/BA – 2003 – FCC) A única frase que NÃO admite transposição para a voz passiva é: (A) Podemos repetir uma experiência científica inúmeras vezes. bons cientistas consideram o caminho traçado por seus antecessores. (C) Os melhores charlatões não resistem a um inquérito verdadeiramente científico. (D) Qualquer um de nós deseja compreender nosso vasto e misterioso Universo. (E) Que bom se conhecêssemos todas as forças responsáveis pela nossa existência... (B) Os A única frase que não admite a transposição para a voz passiva é a que tem o verbo transitivo indireto (“resistir a”). Gabarito “C” (A) (...) Todos os verbos das assertivas (tipificar, ter praticado, ter apreendido, exigir e limitar) são transitivos diretos. Desse modo, é possível a transposição para a voz passiva. A: incorreta, “a atividade profissional é tipificada”; B: incorreta, “entradas forçosas têm sido praticadas (...) pela polícia”; C: correta, “papéis têm sido apreendidos pela polícia”; D: incorreta, “qualificações específicas são exigidas pela advocacia”; E: incorreta, “as anotações cabíveis serão limitadas aos campos”. Gabarito “B” Gabarito “A” A frase que NÃO admite transposição para a voz passiva é: (Analista – TRT/6ª – 2006 – FCC) a polícia tem praticado entradas forçosas em escritórios de advocacia, a forma verbal resultante será foram praticadas. (C) (...) a polícia tem apreendido papéis, a forma verbal resultante será têm sido apreendidos. (D) A advocacia exige qualificações específicas, a forma verbal resultante será têm sido exigidas. (E) (...) limitarei as anotações cabíveis aos campos da Constituição e da lei vigente, a forma verbal resultante será terei limitado. Gabarito “D” O verbo é transitivo direto: escrever está na 1ª pessoa do singular do pretérito perfeito. O sujeito é desinencial: eu. Na transposição da voz ativa para a passiva, o sujeito da ativa (eu) será o agente da passiva (por mim) e o objeto da ativa (“tudo o que me importou na vida”) será o sujeito da passiva: “tudo o que me importou na vida já foi escrito por mim”. (B) (...) 103 Gabarito 1C o que a vida me importou já fora escrito por mim. (C) A vida já me importou em tudo o que escrevi. (D) Já está escrito na vida tudo o que ela me importou. (E) Tudo o que me importou na vida já tenho escrito. Gabarito “C” (B) Tudo (A) (...) 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi Gabarito “B” 102 11. ORTOGRAFIA (Analista – TRT/20ª – 2011 – FCC) Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto: (A) Muita gente imagina que literatura é aonde se escreve como se fala, embora hajam autores que consigam fazê-lo com arte. (B) O gosto literário dos antigos professores de português não sucitava qualquer dúvida quanto ao brilho da retórica exagerada. (C) A formulação mesma dos temas de redação era um indubitável encaminhamento do aluno para o estilo grandiloquente. A: incorreta, “se equivocou” (3ª pessoa do singular); B: correta, o Novo Acordo Ortográfico determina a supressão do acento circunflexo das formas verbais terminadas em “-eem”; C: incorreta, a forma verbal “satisfazerem” existe. Trata-se do infinitivo conjugado. Preste atenção que a oração desse alternativa começa com um pronome condicional (“se”). Desse modo, usaremos o futuro do subjuntivo “satisfizerem”. A oração corretamente redigida fica: “Se eles não satisfizerem todas as exigências”. Na língua falada é muito comum essa troca. Dê especial atenção a isso, pois é tema comum nas questões de concursos. D: incorreta, a oração poderia ser reescrita. Uma possibilidade é: “O traumático episódio gerou grande ansiedade e excitação desmedida. Xingaram e investiram contra a pessoa mais cumpridora com seus deveres.”; E: incorreta, “será uma compulsão que ninguém deve compartilhar”. Gabarito “B” (Analista – TRE/AP – 2011 – FCC) Está correta a seguinte frase: que os méritos pela execução do projeto não coubessem àquele engenheiro, foram-lhe logo atribuídos, mas ele, com humildade, não hesitou em recusá-los. (B) Parecia haver muitas razões para que seus estudos de metereologia não convencesse, mas a mais excêntrica era inventar pretextos inverossímeis para seus erros. (C) Devem fazer mais de seis meses que ele não constroe nenhuma maquete, talvez por estresse; por isso, muitos são a favor de que lhe seja concedido as férias acumuladas. (D) Ele é especialista em vegetais euros-siberianos, motivo das suas análizes serem feitas em extensa faixa da Europa e dele viajar tão à vontade. (E) Ao que me disseram, tratam-se de questões totalmente irrelevante para o pesquisador, mas, mesmo assim, jornalistas tentam assessorá-lo na divulgação delas. Julgue os itens abaixo quanto à grafia das palavras neles empregadas. (Analista – TRE/MA – 2009 – CESPE) I. II. III. IV. Após ter seu mandato cassado, o prefeito está ancioso para voltar à vida política. A polícia revelou, algumas horas depois do ocorrido, a indentidade do incendiário. Por proceder mal, o profissional foi considerado, um mau colega. Recentemente, surgiram denúncias de privilégios e malversação dos recursos públicos. Estão certos apenas os itens (A) I e II. e III. (C) II e III. (D) II e IV. (E) III e IV. (B) I I: ansioso; II: identidade; III: correto o uso do adjetivo mau, que qualifica o substantivo “colega” (mal e bem são advérbios – mau e bom são adjetivos). (Analista – TRT/18ª – 2008 – FCC) todas as palavras da frase: Está correta a grafia de (A) Muitos se deixam embalar por um mixto de torpor e devaneio, quando se entretém à janela do ônibus. (B) Tentou convencer o jovem a desligar a engenhoca, mas não obteve sucesso nessa tentativa de dissuazão. (C) Que temos nós a haver com o relatório que deixou frustado aquele executivo? (D) Por que não se institue a determinação de por um fim ao abuso dos ruídos no interior de um ônibus? (E) É difícil explicar o porquê de tanta gente sentir-se extasiada diante das iniquidades de um filme violento. A: incorreta, misto; B: incorreta, dissuasão; C: incorreta, frustrado; D: incorreta, instituir; E: correta, a palavra “porquê” é um substantivo e está corretamente grafada. A palavra “iniquidade” não leva mais trema, de acordo com o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. (Analista – TRT/1ª – 2008 – CESPE) Com referência à ortografia oficial e às regras de acentuação de palavras, assinale a opção incorreta. (A) Os vocábulos lágrima e Gênesis seguem a mesma regra de acentuação. (B) As palavras oásis e lápis são acentuadas pelo mesmo motivo. (C) A grafia correta do verbo correspondente a ressurreição é ressucitar. O ___ (acidente/incidente) que causou a ____ (delação/ dilação) do presidente da Amma revela uma __ (contravenção/contraversão) dos magistrados por muito tempo no estado do Maranhão. As ações consideradas ___ (imorais/amorais) foram apreciadas pelo PCA, cujo relator, o conselheiro Felipe L. Cavalcanti que, ____ (ao encontro de/de encontro a) lei, ___ (aferir/ auferir) resultados dignos de um ____ (censo/senso) de justiça exemplar. (A) Sinônimos (B) Homônimos (C) Homônimos homófonos homógrafos Todas as palavras estão corretamente grafadas na frase: (D) Antônimos (A) Ela Essas palavras são homônimas (palavras que possuem significados diferentes e forma fônica idêntica; homófono) e homófonas (palavras diversas no significado e na grafia e pronúncia de modo idêntico). De acordou com Houaiss, a palavra acidente é um acontecimento casual, fortuito, inesperado; incidente é um acontecimento imprevisível que modifica o desenrolar normal de uma ação; delação é o ato ou efeito de delatar; acusação secreta; denúncia; dilação é a transferência para mais tarde; adiamento, prorrogação; imoral é contrário à moral, às regras de conduta vigentes em dada época ou sociedade ou ainda àquelas que um indivíduo estabelece para si próprio; amoral é moralmente neutro (nem moral, nem imoral); que não leva em consideração preceitos morais; estranho à moral; a locução ao encontro de tem a acepção de “em atendimento a; em favor de” e a locução de encontro a significa “em direção contrária; em trajetória de colisão com” ou “em desacordo com, em oposição a”. O verbo aferir significa cotejar (pesos, medidas etc.) com os respectivos padrões; afilar; examinar a exatidão dos instrumentos que servem para pesar, medir etc.; auferir é ter como resultado; conseguir, obter, colher. O vocábulo censo tem a acepção de recenseamento e senso é a qualidade de sensato; prudência, circunspecção; “faculdade de julgar, de sentir, de apreciar; juízo, entendimento, percepção, sentido”; sentido, direção, rumo. (Analista – TRF/5ª – 2008 – FCC) não crê em rixa, mas em complementaridade entre o pessimismo e o otimismo, admitindo, assim, flexibilização das sensações humanas. (B) As sensações espectantes produzem, entre os mais pessimistas, muito temor, e entre os otimistas, uma gososa, deleitosa ansiedade. (C) Algumas pessoas não admitem hesitação ou abstensão, quando nos inquirem: você se arroula entre os pessimistas ou entre os otimistas? (D) Em tese, não se deve previlegiar o otimismo ou o pessimismo; esses humores não reinvindicam, por si mesmos, nenhuma hegemonia. (E) O autor do texto se apoia na tese segundo a qual não se deve descriminar em definitivo entre o pessimismo e o otimismo. A: correta, a grafia das palavras dessa assertiva está correta; B: incorreta, expectantes; gozosa (aquilo que resulta em satisfação); C: incorreta, abstenção; arrola (verbo arrolar [inscrever-se] na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo); D: incorreta, privilegiar; reivindicam; E: incorreta, o verbo apoiar na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo (“apoia”) não leva acento de acordo com o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa; discriminar (distinguir). (Analista – TJ/MT – 2008 – VUNESP) Assinale a frase em que a expressão em destaque está grafada/empregada corretamente. (A) A matéria há cerca da clonagem de órgãos humanos foi alvo de diversas críticas. artigo do cientista apresentou uma rezenha das teorias mais recentes sobre o cérebro humano. (C) O documento contêm informações sigilosas a respeito de diversas transações da Bolsa de Valores. (D) A empresa subsídia diversas Organizações Não Governamentais no interior do Estado do Mato Grosso. (E) Segundo os especialistas, não há por que se preocupar com o aquecimento global a curto prazo. (B) O A: incorreta, “A matéria acerca da [a respeito de] clonagem”; B: incorreta, resenha; C: incorreta, “O documento contém” – verbo conter na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo; D: incorreta, “A empresa subsidia” – verbo subsidiar na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo; E: está correto o uso de “por que” separado e sem acento, usado no sentido de “razão pela qual”. Gabarito “E” Senhor Ministro, peço sua licença para advertir que Vossa Excelência se equivocais no julgamento dessa lei tão polêmica. (B) Seus companheiros, até os recém-contratados, não lhe atribuem nenhum deslize e creem que esse é mais um injusto empecilho entre tantos com que ele já se defrontou. (C) Se eles não satisfazerem todas as exigências, não se têm como contratá-los sem enveredar pelo caminho da irregularidade. (D) O traumático episódio gerou grande ansiedade, excitação desmedida que lhe fez xingar e investir contra a pessoa mais cumpridora com seus deveres. (E) Caso ele venha a se opor, será uma compulsão a que ninguém deve compartilhar, sob perigo de todos os envolvidos se virem em situação de risco na empresa. A: assertiva correta, as palavras lágrima e Gênesis são proparoxítonas. Todas as palavras proparoxítonas, isto é, as palavras que possuem o acento tônico na antepenúltima sílaba, são acentuadas; B: assertiva correta, as palavras oásis e lápis são paroxítonas, isto é, são palavras que têm o acento tônico na penúltima sílaba. Acentuam-se as paroxítonas terminadas em i seguido ou não de s; C: assertiva incorreta, devendo ser assinalada: ressuscitar; D: assertiva correta, poetisa; E: assertiva correta, o vocábulo traz corresponde à 3ª pessoa do singular do verbo trazer. A palavra trás (ou “atrás, detrás”) é um advérbio empregado na indicação de lugar. (Analista – TJ/PB – 2008 – COMPROV) As opções que preenchem adequadamente os espaços do fragmento abaixo são prototípicas de um fenômeno denominado em língua portuguesa de: (E) Parônimos (Analista – TRT/23ª – 2007 – FCC) Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras da frase: (A) A corrupção só se extingue ou diminue quando os justos intervêm para que as boas causas prevalesçam. (B) Os homens que usufruem de vantagens a que não fazem jus cultivam a hipocrisia de propalar discursos moralizantes. (C) Contra tantos canalhas audases há que haver a reação dos que têm a probidade como um valor inerente ao exercício da cidadania. (D) Há uma inestricável correlação entre a apatia dos bons cidadãos e a desenvoltura com que agem os foras-da-lei. (E) Deprende-se que houve êxito das iniciativas dos homens de bem quando os prevaricadores sentiram cerceada sua área de atuação. A: incorreta, diminui (verbo diminuir na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo); prevaleçam; C: incorreta, audazes; D: incorreta, inextricável; fora da lei (locução adverbial); E: incorreta, depreende-se. Gabarito “B” (A) – Gabarito “E” que apresenta emprego da letra “z”, o feminino de poeta é grafado com s. (E) O vocábulo traz corresponde apenas a uma das formas do verbo trazer; a forma trás é empregada na indicação de lugar (equivale a parte posterior). Gabarito “A” Gabarito “C” (Analista – TRE/AP – 2011 – FCC) A alternativa frase correta é: (D) Apesar de a grafia correta do verbo poetizar exigir o 105 Gabarito “B” A: incorreta, “Muita gente imagina que na literatura se escreve como se fala, embora haja autores que consegue fazê-lo com arte.”; B: incorreta, “suscitava”; C: correta; D: incorreta, “não o desestimulou a escrever”; E: incorreta, “ache preferível. B: incorreta, verifique a ortografia: meteorologia; C: incorreta, o verbo fazer quando indica tempo decorrido é impessoal: “Deve fazer mais de seis meses que ele não constrói [note a ortografia da 3ª pessoa do singular do presente do indicativo] (...) muitos são a favor de que lhe sejam concedidas as férias [verifique a concordância verbal – ‘que as férias sejam concedidas’]”; D: incorreta, ortografia: análises; o pronome dele é possessivo e não funciona como sujeito, porém há algumas gramáticas que já aceitam o seu uso. De qualquer modo, sejamos conservadores considerando como forma correta: “de ele viajar”. O pronome pessoa “ele” é o sujeito do verbo viajar; E: incorreta, o verbo tratar é transitivo indireto em “trata-se de questões”, o se é índice de indeterminação do sujeito. Nesse caso, o verbo sempre permanece no singular, uma vez que não o sujeito não está determinado para indicar a concordância. Quanto à concordância nominal, o adjetivo concorda em gênero (quando for o caso) e número com o substantivo: “questões irrelevantes”. Gabarito “E” lou-lhe de escrever um romance que se notabilizaria como literário. (E) Embora Graciliano Ramos ache mais preferível uma linguagem concisa do que a empolada, ele é um escritor bastante culto. Gabarito “C” (D) A linguagem rude de Paulo Honório não desestimu- (A) Ainda 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi Gabarito “A” 104 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi (A) Segundo estudo realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a maioria dos latinosamericanos considera que a democracia é indispensável para o desenvolvimento e é preferível à qualquer outra forma de governo, embora se mostrem insatisfeitos com seu desempenho. (B) De acordo com os dados da pesquisa A Democracia na América Latina, realizados pelo PNUD, 66% dos latino-americanos considera que a democracia é indispensável para o desenvolvimento de seus países e que não pode haver democracia sem partidos políticos ou congressos. (C) A satisfação ou insatisfação com a democracia, segundo conclusões de pesquisa encomendada pela ONU, na América Latina, estão relacionados com sua eficácia para resolver os problemas econômico, social e politico do país. (D) Passados 20 anos da Campanha Diretas Já, o Brasil, segundo relatório do PNUD, apresenta uma situação contraditória: atinge a melhor avaliação no Índice de Democracia Eleitoral, mas, ao mesmo tempo, tem uma população que abriria mão do sistema democrático em prol de uma economia mais segura. (E) Conforme o relatório do PNUD, 64,7% dos entrevistados – entre os 18.643 latino-americanos ouvidos – afirmam que os governantes não cumprem o que promete por que mentem para ganhar as eleições. A maior parte se queixam também da corrupção, (A) cidadão/mal (B) questão/girassol (C) cristão/cônsul (Analista – TRE/PE – 2004 – FCC) Encontram-se palavras escritas de modo INCORRETO na frase: As palavras “interpretação e general” são pluralizadas da seguinte forma: “interpretações e generais”. A: incorreta, cidadãos/males; B: correta, questões/girassóis; C: incorreta, cristãos/cônsules; D: incorreta, órfãos/funis. (A) Algumas (D) órfão/ funil (Analista – TRT/3ª – 2005 – FCC) Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras da frase: (A) É costume discriminar-se os jovens, e a razão maior está em serem jovens, e não em alguns de seus hábitos que fossem em si mesmos pernisciosos. (B) A encorporação de um novo léxico é uma das consequências de todo amplo avanço tecnológico, já que este indus à criação ou recriação de palavras para nomear novos referentes. (C) Um pequeno glossário, capaz de elucidar a nova terminologia da informática, contribui muito para afastar os percalços do caminho dos usuários iniciantes, aturdidos com tanta novidade. (D) Os maus-entendidos são fatais quando ainda não se tem destreza numa nova linguagem, quando ainda não se está familiarizado com um novo vocabulario. (E) Muita gente letrada e idosa aderiu ao uso do computador, considerando-o não um sinal do apocalípse, mas uma ferramenta revolucionária na execução de tarefas, um instrumento útil para qualquer pesquizador. A: incorreta, perniciosos; B: incorreta, incorporação; consequência (de acordo com o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, o trema passou a ser empregado apenas em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros); induz; D: incorreta, mal-entendidos; vocabulário; E: incorreta, apocalipse; pesquisador. Gabarito “C” fragmento de texto está gramaticalmente correto quanto a grafia, morfologia e sintaxe. (Analista – TRE/SC – 2005 – FAPEU) Assinale a alternativa em que os vocábulos formem o plural como interpretação e general, respectivamente. A: incorreta, adéque (sem trema, de acordo com o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa); B: incorreta, altercações (altercar é polemizar); disseminar; C: incorreta, constitui (verbo constituir na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo); preservando; D: incorreta, inépcia; falacioso; E: correta, o verbo crer na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo levava acento, porém com o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, a grafia correta é “creem”. A palavra bem-sucedido é hifenizada. A questão é de 2005 (antes do Acordo), de modo que a assertiva E era a correta. (Analista – TRT/13ª – 2005 – FCC) Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras na frase: (A) Há discussões que chegam a um tal estado de paradoxismo que fica improvável alguma solução que se adeque à expectativa dos contendores. (B) Os candidatos, em suas altercalções num debate, costumam dissiminar mais injúrias um contra o outro do que esclarecimentos ao eleitorado. tribos indígenas almejam a expansão de seu território, com a demarcação oficial da área que habitam. (B) A visão de um paraíso natural onde índios vivam em harmonia parece estar em desacordo com a atual realidade extrativista. (C) Os colonizadores demonstraram enorme incomprenção dos costumes indígenas, regeitando-os, devido a sua formação religiosa. (D) Uma hipótese consiste em reconhecer certos direitos dos índios, como a utilização sustentável da floresta, que gera recursos para as tribos. (E) Existem as chamadas unidades de conservação, cujo objetivo se volta para a manutenção da floresta e especialmente para animais em risco de extinção. Estão incorretamente grafadas as palavras: incompreensão e rejeitando. Justiça Itinerante Fluvial 1 Uma das faces do funcionamento do Juizado Especial no Estado do Amapá é a Justiça Itinerante Fluvial. Essa modalidade de serviço judiciário consiste no atendimento de 4 comunidades ribeirinhas por meio da utilização de uma embarcação adaptada para o atendimento judiciário em áreas não servidas por postos avançados e inacessíveis por estradas. 7 Esta desloca-se pelo rio Amazonas e afluentes, visitando ribeirinhos, até o distrito de Bailique, arquipélago localizado no extremo norte do estado. Em seu interior ocorrem audiências 10 cíveis, criminais e de família, em que juízes e promotores efetuam todos os procedimentos judiciários necessários: fazem interrogatórios, proferem sentenças, efetuam conciliações, etc. 13 Nas jornadas do Juizado Itinerante Fluvial, diversas comunidades ribeirinhas são visitadas pela equipe. Na embarcação, que serve de base para a execução dos trabalhos, 16 a comunidade ribeirinha recebe uma ampla orientação de seus direitos e da forma como podem deles usufruir como cidadãos amapaenses. A base fica ancorada em pontos estratégicos no 19 meio do rio, e os interessados aproximam-se em pequenos barcos e canoas, para serem prontamente atendidos pelos serventuários ali presentes. 22 Pela peculiaridade de algumas localidades, nem sempre há a necessidade de o atendimento ser efetuado dentro da embarcação. Nesses casos, o atendimento ocorre em 25 centros comunitários ou escolas da própria localidade. Assim, diversas famílias têm alcançado direitos antes tidos como impossíveis, tais como certidões de nascimento de seus filhos, 28 certidões de casamento, posse de terras, etc. A Lei n.º 9.099/1995 introduziu importantes modificações no sistema penal e processual brasileiro, 31 instituindo os juizados especiais, possibilitando a aplicação de novos institutos, como transação e suspensão condicional do processo. 34 Com isso, nas pequenas infrações, o autor e a vítima poderão ser poupados das delongas e dos prazos decorrentes do processo, com a solução imediata do litígio, por meio da 37 composição, tanto no âmbito civil como no criminal. Nessa nova realidade de aplicação de penas, a justiça do Amapá visualizou um horizonte infinito de trabalho, tendo 40 a sua disposição o respaldo da lei. Surgiram então os Juizados Itinerantes Terrestre e Fluvial, com a premissa máster de oferecer às comunidades distantes das cidades o mesmo 43 atendimento encontrado nos fóruns, pois as jornadas itinerantes são compostas por juízes, promotores, escrivãos, policiais, e toda a infraestrutura para a realização de 46 audiências cíveis, criminais e de família. Internet: <http://www.tjap.gov.br>. Acesso em dez./2003 (com adaptações). (Analista – TJ/AP – 2004 – CESPE) A respeito das ideias e das estruturas do texto I, julgue o item seguinte. (1) No singular, os vocábulos “fóruns” e “juízes” têm, respectivamente, a seguinte grafia: fórum e juiz. 1: a assertiva está correta. Normalmente, o plural de palavras terminadas em -m é formado pela terminação -ns e o plural de palavras terminadas em -z é formado pela terminação -es. 12. REGÊNCIAS VERBAL E NOMINAL (Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) O Estado deve ficar fora das atividades de que o setor privado já dá conta. A nova redação da frase acima estará correta caso se substitua o elemento sublinhado por (A) a que o setor privado já vem colaborando. as quais o setor privado já vem cuidando. (C) nas quais o setor privado já vem interferindo. (D) em cujas o setor privado já vem demonstrando interesse. (E) pelas quais o setor privado já vem administrando. (B) com A: incorreta. “Colaborar” rege a preposição “com”, não “a”; B: incorreta. “Cuidar” rege a preposição “de”, não “com”; C: correta. “Interferir” rege, realmente, a preposição “em”; D: incorreta. “Cujas” é pronome relativo que indica posse, o que não faz sentido nessa construção. Além disso, “interesse” rege a preposição “por”; E: incorreta. “Administrar” é verbo transitivo direto, ou seja, não rege preposição. Gabarito “C” Gabarito “E” (Analista – TRE/PA – 2005 – CESPE) Assinale a opção em que o A: incorreta, “a maioria dos latino-americanos considera (...) embora se mostre insatisfeita”; B: incorreta, “De acordo com os dados da pesquisa (...) realizada pelo PNUD, “66% dos latino-americanos consideram”; C: incorreta, “A satisfação (...) está relacionada com sua eficácia para resolver os problemas econômico, social e político”; D: correta, o período está gramaticalmente correto; E: incorreta, “os governantes não cumprem o que prometem, porque (...). A maior parte se queixa (...)”. democracia, por vezes, constitue uma espécie de campo de provas que poucos candidatos estão habilitados a cruzar prezervando sua dignidade. (D) Se os eleitores fossem mais atentos à inépsia dos candidatos, não se deixariam envolver por tudo o que há de falascioso nos discursos de campanha. (E) Crêem muitos que há obsolescência na democracia, conquanto ninguém se arvore em profeta de algum outro regime que pudesse ser mais bem sucedido. Gabarito “C” A: incorreta, viés; pôr [acentuado] tudo a [não ocorre a crase antes de verbo] perder; B: incorreta, “Sua pretensão”; em torno (à volta de); “dispostas a [preposição] debates”; C: incorreta, ultraje; adivinhando; D: incorreta, dispensasse; consequente; ali; E: correta, “para tudo” (o verbo parar na 3ª pessoa do singular recebia acento diferencial. De acordo com o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, não há mais esse acento. A questão é de 2007 (anterior ao Acordo), de modo que a assertiva era considerada correta). Opções adaptadas. Internet: <http://www.eleicoes.infonet.com.br>. (C) A 107 Gabarito 1C de por tudo à perder, na medida em que será alterada a estratégia da pesquisa previamente adotada. (B) Sua pretenção ao consenso esvaiu-se quase que de repente, quando notou que entorno de si as pessoas mais pareciam descansar que dispostas à debates. (C) Tomou como ultrage a displicência com que foi recebido, advinhando que o mal-estar que impregnava o ambiente era mais que uma questão eminentemente pessoal. (D) Estava atrás de um acessório que o despensasse de promover a limpeza do aparelho e sua conseqüente manutenção depois de cada utilização, mas não pôde achá-lo por alí. (E) Quando se considera a par do tema, ajuíza sem medo, mas, ao se compreender insipiente, pára tudo e pede aos especialistas que o catequizem no assunto para não passar por néscio. Gabarito “B” (A) Ao se estender esse viez interpretativo, correm o risco ineficiência do Judiciário, falta de profissionalismo combinada com o abuso da força policial e incapacidade dos governos de resolver problemas sociais básicos. Gabarito “E” (Analista – TRF/2º – 2007 – FCC) A frase em que a grafia e a acentuação estão em conformidade com as prescrições da norma padrão da Língua Portuguesa é: Gabarito “D” 106 (Analista – TRT9 – 2012 – FCC) Em 1992, a indústria cinematográfica do país entrou numa crise ...... só começou a se recuperar na segunda metade da década de 1990. (Adaptado de Eduardo Bueno, op.cit.) Preenche corretamente a lacuna da frase acima: (A) a qual que (C) na qual (D) onde (E) da qual (B) a Ocorre crase no primeiro caso, porque o verbo “atribuir” rege a preposição “a” e seu complemento é palavra feminina singular antecedida do artigo definido “a”. No segundo caso, não há acento grave, porque não ocorre crase antes de verbo. No terceiro caso, não ocorre crase porque “alavancar” é verbo transitivo direto, ou seja, seu complemento (no caso, “indústria”) não vem antecedido de preposição. Gabarito “E” (Analista – TRT/11ª – 2012 – FCC) Está expressão sublinhada em: correto o emprego da (A) Os dicionários são muito úteis, sobretudo para bem discriminarmos o sentido das palavras em cujas resida alguma ambiguidade. (B) O texto faz menção ao famoso caso das cotas, pelas quais muitos se contrapuseram por considerá-las discriminatórias. (C) Por ocasião da defesa de políticas afirmativas, com as quais tantos aderiram, instaurou-se um caloroso debate público. (D) Um dicionário pode oferecer muitas surpresas, dessas em que não conta quem vê cada palavra como a expressão de um único sentido. (E) Esclarece-nos o texto as acepções da palavra discriminação, pela qual se expressam ações inteiramente divergentes. A: incorreta. “Cujo” remete a posse, propriedade. No caso, deveria ter sido usado “nas quais”; B: incorreta. O verbo “contrapor” rege a preposição “a”, portanto o correto seria “às quais”; C: incorreta. O verbo “aderir” rege a preposição “a”, portanto o correto seria “às quais”; D: incorreta. Não há nenhum verbo a reger a preposição em”. Deveria constar apenas “que” ou “quais”; E: correta. O uso do pronome relativo e da preposição atendem aos preceitos gramaticais. Gabarito “E” Está adequado o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase: (Analista – TRT/23ª – 2011 – FCC) (A) Os argumentos de que devemos nos agarrar devem se pautar nos limites da racionalidade e da justiça. casos históricos em que Voltaire recorre em seu texto ajudam-no a demonstrar de que a pena de morte é ineficaz. (C) A pena de talião é um recurso de cuja eficácia muitos defendem, ninguém se abale em tentar demonstrá-la. (D) Os castigos a que se submetem os criminosos devem corresponder à gravidade de que se reveste o crime. (A) Os recursos da internet, dos quais podemos nos valer a qualquer momento, permitem veicular mensagens por cujo conteúdo seremos responsáveis. (B) Artistas plásticos, que suas obras lhes interessa divulgar, frequentam os espaços da internet, mediante aos quais promovem a divulgação de seu trabalho. (C) Jornalistas veteranos, de cujas colunas tantos leitores já frequentaram, passaram a criar seus próprios blogs, pelos quais acrescentam uma dose de subjetivismo. (D) É comum que, num blog, os assuntos públicos, a cujo interesse social ninguém duvida, coabitem aos assuntos particulares, que a poucos interessará. (E) As múltiplas formas de linguagem com que o autor de um blog pode lançar mão obrigam-no a se familiarizar com técnicas de que jamais cogitou dominar. A: correta, valer-se de; responsáveis por; B: incorreta, redação truncada. Uma opção é “Artistas plásticos, interessados em divulgar suas obras, frequentam os espaços da internet, mediante os quais”; C: incorreta, cujas colunas; aos quais acrescentam; D: incorreta, “de cujo interesse social ninguém duvida” (verto transitivo indireto); E: incorreta, “de que o autor de um blog pode lançar (verto transitivo indireto) mão”; “técnicas que jamais cogitou dominar” (verto transitivo direto). Não é usual tratar da política na perspectiva da afirmação da verdade. Platão afirmou, na República, que a verdade merece ser estimada sobre todas as coisas, mas ressalvou que há circunstâncias em que a mentira pode ser útil, e não odiosa. Na política, a derrogação da verdade pela aceitação da mentira muito deve à clássica tradição do realismo que identifica no predomínio do conflito o cerne dos fatos políticos. Esta tradição trabalha a ação política como uma ação estratégica que requer, sem idealismos, uma praxiologia, vendo na realidade resistência e no poder, hostilidade. Neste contexto, política é guerra e, como diz o provérbio, “em tempos de guerra, mentiras por mar, mentiras por terra”. Celso Lafer. O Estado de S. Paulo, A2, 20 de julho de 2008, com adaptações. (Analista – TRE/PI – 2009 – FCC) Esta tradição trabalha a ação política como uma ação estratégica... (1º parágrafo) A frase em que o verbo exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima é: (A) ...que identifica no predomínio do conflito o cerne dos fatos políticos. (B) Neste contexto, política é guerra... (C) Recorrendo a metáforas do reino animal... (D) ...que obedece aos consagrados preceitos do “não matar” e do “não mentir”... (E) ...que a fraude é mais importante do que a força ... O verbo trabalhar tem dois complementos: um objeto direto (“a ação política”) e um adjunto adverbial (“como uma ação estratégica”). O verbo identificar também tem os mesmos complementos (“o cerne dos fatos políticos” é o objeto direto e “no predomínio do conflito” é o adjunto adverbial). 1 ... para a preservação das espécies e das áreas em que elas se encontram. (último parágrafo) 4 A expressão pronominal grifada acima preenche corretamente a lacuna da frase: 7 (Analista – TRE/TO – 2011 – FCC) (A) É necessário ampliar o conhecimento sobre a impor- tância da biodiversidade para a vida no planeta, ...... se amplie o campo das pesquisas genéticas. (B) O número de espécies de um bioma garante a matéria genética ...... dispõem os pesquisadores para estudos nas mais diversas áreas do conhecimento. (C) Material genético disponível para estudos mais aprofundados na área da saúde humana é tudo aquilo ...... possam sonhar os cientistas. (D) Justifica-se uma preocupação maior com a sustentabilidade do planeta, tendo em vista ...... se acelera o ritmo da degradação de diversos biomas. (E) As inúmeras espécies que constituem os biomas oferecem material de estudo ...... se fundamentam os cientistas para descobrir a cura de doenças. A: incorreta, que se amplie” B: incorreta, de que dispõem; C: incorreta, “com que possam sonhar”; D: incorreta, “tenho em vista que”; E: correta, “em que se fundamentam”. Gabarito “E” −à−a (B) a − à − a (C) a − a − à (D) a − à − à (E) à − a − a (Analista – TRT/24ª – 2011 – FCC) Está adequado o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase: Atenção: a questão seguinte baseia-se no texto apresentado abaixo. 10 13 16 19 O agente ético é pensado como sujeito ético, isto é, como um ser racional e consciente que sabe o que faz, como um ser livre que escolhe o que faz e como um ser responsável que responde pelo que faz. A ação ética é balizada pelas ideias de bem e de mal, justo e injusto, virtude e vício. Assim, uma ação só será ética se consciente, livre e responsável e será virtuosa se realizada em conformidade com o bom e o justo. A ação ética só é virtuosa se for livre e só o será se for autônoma, isto é, se resultar de uma decisão interior do próprio agente e não de uma pressão externa. Evidentemente, isso leva a perceber que há um conflito entre a autonomia da vontade do agente ético (a decisão emana apenas do interior do sujeito) e a heteronomia dos valores morais de sua sociedade (os valores são dados externos ao sujeito). Esse conflito só pode ser resolvido se o agente reconhecer os valores de sua sociedade como se tivessem sido instituídos por ele, como se ele pudesse ser o autor desses valores ou das normas morais, pois, nesse caso, ele será autônomo, agindo como se tivesse dado a si mesmo sua própria lei de ação. Marilena Chaui. “Uma ideologia perversa”. In: Folhaonline, 14/3/1999 (com adaptações). (Analista – STF – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item, a respeito da organização das estruturas linguísticas e das ideias do texto acima. (1) É pela acepção do verbo levar, em “leva a perceber” (l.11), que se justifica o emprego da preposição “a” nesse trecho, de tal modo que, se for empregado o 109 substantivo correspondente a “perceber”, percepção, a preposição continuará presente e será correto o emprego da crase: à percepção. 1: correta, o verbo regente levar exige a preposição a, porém verbos não aceitam artigos, sendo assim, antes deles nunca ocorre crase (contração da preposição a e do artigo definido feminino ou pronome demonstrativo). A substituição do verbo pelo substantivo feminino percepção permitirá a ocorrência da crase: “levar à percepção”. A assertiva está correta. 1 Se a perspectiva do político é a perspectiva de como o poder se constitui e se exerce em uma sociedade, como se distribui, se difunde, se dissemina, mas também se oculta, se 4 dissimula em seus diferentes modos de operar, então é fundamental uma análise do discurso que nos permita rastreá-lo. A necessidade de discussão da questão política e 7 do exercício do poder está em que, em última análise, todos os grupos, classes, etnias visam, de uma forma ou de outra, o controle do poder político. Porém, costumamos ver o poder 10 como algo negativo, perverso, no sentido da dominação, da submissão. Não há, entretanto, sociedade organizada sem formas de exercício de poder. A questão, portanto, deve ser: 13 como e em nome de quem este poder se exerce? Danilo Marcondes. Filosofia, linguagem e comunicação. São Paulo: Cortez, 2000, p. 147-8 (com adaptações). (Analista – STJ – 2008 – CESPE) Em relação às ideias e às estru- turas linguísticas do texto acima, julgue os itens a seguir. Na linha 7, para evitar as duas ocorrências da preposição “em” e tornar o estilo do texto mais elegante, mantendo-se a correção gramatical, deve-se deixar subentendida a primeira delas, reescrevendo-se o respectivo trecho da seguinte forma: está que, em última análise. (2) Mantendo-se as ideias originalmente expressas no texto, assim como a sua correção gramatical, o complemento da forma verbal “visam” (l.8) poderia ser introduzido pela preposição a: ao controle. (1) 1: incorreta, no período “A necessidade de discussão da questão política e do exercício do poder está em que, em última análise, todos (...)”, a primeira preposição aparece por exigência do verbo estar. Nesse contexto, o verbo estar é transitivo indireto e tem a acepção de “consistir, resumir-se”. A assertiva está errada; 2: correta, o verbo visar é transitivo direto ou transitivo indireto no sentido de objetivar. A assertiva está correta. Gabarito 1E, 2C (A) à A: incorreta, “a que devemos nos agarrar”; B: incorreta, “a que Voltaire recorre”; “a demonstrar que”; C: incorreta, “recurso cuja eficácia muitos defendem”; “se abale ao tentar”; D: correta, “submeter-se a”; “revestir-se de”; E: incorreta, “a cuja propagação se lançou”; “a quem não falte o senso de justiça”. Gabarito “A” Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada: ideias liberais, de cuja propagação Voltaire se lançou, estimulam legisladores em quem não falte o senso de justiça. Gabarito “A” Gabarito “E” Costuma-se atribuir ...... originalidade da obra de Glauber Rocha o êxito do movimento denominado Cinema Novo, cujos filmes ajudaram ...... alavancar temporariamente ...... indústria cinematográfica nacional. (Analista – TRT9 – 2012 – FCC) (E) As Gabarito “D” O verbo “recuperar” rege a preposição “de” (quem se recupera, recupera-se de alguma coisa). Portanto, tal preposição deve aparecer junto com o pronome relativo feminino para concordar com “crise” – daí temos “da qual”. (B) Os 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi Gabarito 1C 108 1 Em primeiro lugar, é preciso definir o que vem a ser igualdade social. Esse conceito pressupõe que todos sejam forçados a viver em casas idênticas, ganhar os mesmos 4 salários, comer as mesmas comidas e acreditar nos mesmos valores? Essa abordagem já foi tentada e os resultados foram e são desastrosos, para não dizer trágicos. Como os 7 fundadores dos EUA sabiam muito bem, é impossível para um governo arcar com a missão de assegurar igualdade para todos os cidadãos. As pessoas não nascem iguais. Elas 10 possuem habilidades e talentos próprios. O principal papel de um governo não é ir contra essa realidade e forçar algo que não existe nem existirá. O bom governo é aquele que 13 oferece oportunidades iguais para todos buscarem a própria felicidade. Veja, 3/9/2008, pp.17-20 (com adaptações). Com base na organização do texto acima, julgue os itens subsequentes. (Analista – TJ/CE – 2008 – CESPE) (1) O desenvolvimento da argumentação permite a inserção da preposição a imediatamente antes de 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi 13 época em que é muito difícil ser-se linear. Porque estamos em uma fase de revisão radical do paradigma epistemológico da ciência moderna, é bem possível que seja sobretudo o 16 olhar que esteja mudando. Mas, por outro lado, não parece crível que essa mudança tivesse ocorrido sem nada ter mudado no objeto do olhar que o olha. 1: correta, a palavra regente “forçados” exige a preposição a. Essa preposição pode ser inserida antes dos verbos “ganhar”, “comer” e “acreditar”: “Esse conceito pressupõe que todos sejam forçados a viver (...), a ganhar (...), a comer (...) e a acreditar nos mesmos valores?” A assertiva está correta; 2: incorreta, em “O principal papel de um governo não é ir contra essa realidade”, considerando que “contra” é um preposição, não é possível manter as relações sintático-semânticas. A assertiva está errada. Boaventura Souza Santos. Modernidade, identidade e a cultura de fronteira. Tempo Social, USP, 1993, p. 39 (com adaptações). Tudo parece ter começado a mudar nos últimos anos e as revisões profundas por que estão passando os discursos e as práticas identitárias deixam no ar a dúvida sobre se a 4 concepção hegemônica da modernidade se equivocou na identificação das tendências dos processos sociais, ou se tais tendências se inverteram totalmente em tempos recentes, ou, 7 ainda, sobre se se está perante uma inversão de tendências ou, antes, perante cruzamentos múltiplos de tendências opostas sem que seja possível identificar os vetores mais 10 potentes. Como se calcula, as dúvidas são acima de tudo sobre se o que presenciamos é realmente novo ou se é apenas novo o olhar com que o presenciamos. Estamos em uma das ideias do texto acima e de suas estruturas linguísticas, julgue os itens a seguir: Na linha 2, o uso da preposição “por” antes do pronome relativo deve-se à regência da forma verbal “passando”, que está empregada no texto com a acepção de vivenciando. (2) A preposição “sobre” (l.3), que introduz os complementos da palavra “dúvida” (l.3), está subentendida imediatamente antes da primeira ocorrência de “se” (l.5). (1) 1: correta, a forma verbal regente “passando” exige a preposição por: “os discursos estão passando por revisões profundas”. A assertiva está correta; 2: correta, o significado da preposição sobre (“dúvida sobre se a concepção hegemônica da modernidade se equivocou (...) ou se tais tendências se inverteram”) recai sobre os complementos da palavra “dúvida”: “se a concepção hegemônica” e “se tais tendências”. A assertiva está correta. Gabarito 1C, 2C Gabarito 1C, 2E 1 (Analista – TJ/CE – 2008 – CESPE) Acerca A expressão com que preenche corretamente a lacuna da frase: (Analista – TRF/4ª – 2007 – FCC) (A) As ficções, sobretudo as da meninice, ...... o autor tanto conviveu e se impressionou, marcaram-no para sempre. (B) O exemplo de “O Caçador de Pipas”, ...... devemos atentar, é um caso de particularismo cultural que imediatamente se universaliza. (C) A “mágica da ficção” é um efeito artístico ...... o autor, já em seus primeiros contatos com esse universo, demonstrou sua preferência. (D) As experiências da vida comum, ...... muita gente não atribui valor especial, revelam-se extraordinárias ao ganhar forma artística. (E) O entusiasmo ....... o autor demonstrou pelas ficções prova sua convicção quanto à verdade expressa pelas artes. Para responder a essa questão, observe as regências dos verbos: “conviver”, “atribuir”, “demonstrar” e a locução verbal “dever atentar”. Observe também a regência do nome “preferência”. A: correta, “As ficções (...) com que o autor tanto conviveu”; B: incorreta, o verbo atentar na acepção de “tomar em consideração” exige preposição a, em ou para: “O exemplo (...) a que devemos atentar”; C: incorreta, “é um efeito artístico em relação ao qual o autor (...) demonstrou sua preferência”; D: incorreta, “a que muita gente não atribui valor especial”; E: incorreta, “o entusiasmo que o autor demonstrou”. Gabarito “A” Os seres humanos, nas culturas orais primárias, não afetadas por qualquer tipo de escrita, aprendem muito, possuem e praticam uma grande sabedoria, porém não “estudam”. Eles aprendem pela prática — caçando com caçadores experientes, por exemplo —, pelo tirocínio, que constitui um tipo de aprendizado; aprendem ouvindo, 4 repetindo o que ouvem, dominando profundamente provérbios e modos de combiná-los e recombiná-los, assimilando outros materiais formulares, participando de um tipo de retrospecção coletiva — não pelo estudo no sentido estrito. 7 Quando o estudo, no sentido estrito de análise sequencial ampla, se torna possível com a interiorização da escrita, uma das primeiras coisas que os letrados frequentemente estudam é a própria linguagem e seus usos. A fala é inseparável da nossa consciência e tem fascinado os seres humanos, além de trazer à tona reflexões 10 importantes sobre ela própria, desde os mais antigos estágios da consciência, muito tempo antes do surgimento da escrita. Walter Ong. Oralidade e cultura escrita. Papirus, 1998, p. 17 (com adaptações). (Analista – TJ/DF – 2008 – CESPE) A partir (1) (2) da organização do texto acima, julgue os seguintes itens. Na linha 5, o emprego de “pelo”, regendo “estudo”, indica que está subentendida, antes dessa contração, a forma verbal aprendem, como utilizado na linha 2. Na linha 9, mesmo que o verbo que antecede a locução adverbial “à tona” não exigisse objeto regido pela preposição “a”, como exige esse emprego do verbo “trazer”, o sinal indicativo de crase seria obrigatório nesse contexto. 1: correta, em “Eles aprendem pela prática [linha 2] não pelo estudo [linha 5]”, subentende-se que antes de “pelo” há o verbo aprendem; 2: correta, a expressão “à tona” vem sempre com o acento grave. Gabarito 1C, 2C (Analista – TRE/MS – 2007 – FCC) Em matemática, por exemplo, em vez de enfoque nas soluções únicas, atenção para as formulações alternativas (...). Quanto à forma, a frase acima não precisará sofrer qualquer alteração caso se substituam os elementos sublinhados, respectivamente, por (A) ênfase e apego. e insistência. (C) ênfase e focalização. (D) obsessão e cuidado. (E) insistência e disposição. (B) preocupação A: incorreta, “apego às formulações”; B: incorreta, “preocupação com as soluções únicas, insistência nas formulações”; C: incorreta, “focalização nas formulações”; D: incorreta, “obsessão pelas soluções únicas, cuidado com as formulações”; E: correta, “insistência nas soluções únicas, disposição para as formulações”. Parecia desinteressado da opinião alheia, naquele evento organizado por uma grande empresa, a que comparecera apenas por força de contrato profissional. (Analista – TRT/4ª – 2006 – FCC) A frase acima permanecerá formalmente correta caso se substituam os elementos sublinhados, respectivamente, por (A) infenso pela opinião alheia / onde fora à opinião alheia / em que se fizera presente (C) imparcial pela opinião alheia / aonde estivera (D) neutralizado sobre a opinião alheia / na qual estivera (E) imparcial com a opinião alheia / aonde se apresentara (B) infenso Verificar as regências verbais e nominais. A: incorreta, infenso à opinião alheia; aonde fora; B: correta, “Parecia infenso [em oposição a] à opinião alheia, naquele evento organizado por uma grande empresa em que se fizera presente apenas por força de contrato profissional.”; C: incorreta, onde estivera; D: incorreta, neutralizado pela opinião alheia; E: incorreta, imparcial à opinião alheia; onde se apresentara. Gabarito “B” 1 (Analista – TSE – 2006 – CESPE) Assinale a opção que apresenta fragmento de texto gramaticalmente correto. (A) O presidente do TSE, Marco Aurélio de Mello, atribuiu ao “aprimoramento” do processo eleitoral eletrônico a velocidade da totalização dos votos. Nesta última eleição, o TSE bateu o recorde histórico, alcançando a totalização de 90% dos votos às 19 h. Às 21 h 15 min, já haviam sido apuradas 99% das urnas. (B) “Estamos num caminho certo, no caminho que consagra o sistema que preserva, acima de tudo, a vontade do eleitor”, destacou. O presidente lembrou de que a expectativa inicial era de chegar ao patamar de 90% dos votos totalizados em todo o país às 22 horas, mas o índice foi alcançado às 19 h 30 min. (C) O presidente do TSE avaliou que o sistema de votação brasileiro é “satisfatório”, tendo sido preservado a vontade do eleitor. Marco Aurélio ponderou que, diante da agilidade na apuração dos votos, a antecipação do resultado final em todo o país não é o mais importante no momento. (D) Ao responder uma questão sobre os resultados apontados na apuração do segundo turno presidencial, o ministro Marco Aurélio considerou que, “sem dúvida alguma, a diferença maior de votos resulta por legitimidade para o candidato eleito”. O ministro Marco Aurélio congratulou aos eleitores brasileiros que, mais uma vez, compareceram às urnas para exercer “esse direito inerente à cidadania, que é o direito de escolher os representantes”. Opções adaptadas. Internet: <www.tse.gov.br>. A: correta; B: incorreta, “O presidente lembrou que a expectativa inicial era chegar ao patamar de 90% dos votos (...)”; C: incorreta, verifique a concordância: “tendo sido preservada a vontade do eleitor.”; D: incorreta, o verbo transitivo direto e indireto congratular exige a preposição por: “O ministro Marco Aurélio congratulou os eleitores brasileiros por que, mais uma vez, compareceram às urnas”. (Analista – TRF/1º – 2006 – FCC) A expressão com que preenche corretamente a lacuna da frase: (A) Foi dura, mas justa, a réplica ...... Sergio Pastrana se valeu, em desagravo à dignidade do país. (B) Foi grande a repercussão ...... obteve o editorial da revista entre pesquisadores latino-americanos. (C) A muitos cubanos ofenderam os termos ...... o editorial se referiu ao futuro do país. (D) As grandes potências costumam ser presunçosas quando analisam o tipo de sociedade ...... os pequenos países escolheram construir. (E) A revista britânica esqueceu-se de que os cubanos notabilizaram-se pelo sentimento de solidariedade ...... já demonstraram nas últimas décadas. Para responder a essa questão, observe a regência dos verbos: “valer-se”, “obter”, “ofender”, “demonstrar” e a locução “escolher construir”. A: incorreta, “a réplica da qual Sergio Pastrana se valeu”; B: incorreta, “a repercussão que obteve o editorial”; C: correta, com que preenche corretamente a frase; D: incorreta, “o tipo de sociedade que os pequenos países escolheram construir”; E: incorreta, “sentimento de solidariedade que já demonstraram”. Gabarito “C” “ganhar” (l.3), de “comer” (l.4) e de “acreditar” (l.4), sem se prejudicar a correção gramatical do texto. (2) Seriam mantidas a correção gramatical e a coerência de sentidos ao se substituir “essa realidade” (l.11) por à realidade. 111 Gabarito “A” 110 (Analista – TRT/13ª – 2005 – FCC) Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase: (A) O autor preza a discussão à qual se envolvem os moradores de um condomínio, quando os anima a aspiração de um consenso. (B) A frase de Mitterrand na qual se arremeteu o candidato Giscard não representava, de fato, uma posição com a qual ninguém pudesse discordar. (C) A frase de cujo teor Giscard discordou revelava, de fato, o sentimento de superioridade do qual o discurso de Mitterrand era uma clara manifestação. (D) Os candidatos em cujos argumentos são fracos costumam valer-se da oposição entre o certo e errado à qual se apoiam os maniqueístas. (E) O comportamento dos condôminos cuja a disposição é o consenso deveria servir de exemplo ao dos candidatos que seu único interesse é ganhar a eleição. Gabarito “E” 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi (Analista – TRE/ES – 2005 – ESAG) Assinale II. III. IV. No verão, viajar pelo litoral capixaba é o ___ mais gosto. Prefiro Vila Velha ___ Cariacica, porque lá moram meus pais. Visitando Cachoeiro do Itapemirim lembrei-me ___ Rubem Braga. Eis um político ___ atuação podemos acreditar. A opção que completa corretamente os espaços é: (A) de que – a – de – em cuja – a – de que – por cuja (C) que – à – de – cuja (D) de que – à – de – em cuja (B) que I: o verbo gostar exige preposição de (“viajar pelo litoral capixaba é o de que mais gosto”); II: o verbo preferir exige preposição a em sua regência (“Prefiro Vila Velha a Cariacica”); III: o verbo preposicionado lembrar-se exige preposição de (“lembrei-me de Rubem Braga”); IV: o verbo acreditar exige preposição em (“Eis um político em cuja atuação”). Gabarito “A” Durante um bom tempo, a administração da Justiça, no Brasil, fez-se por intermédio do Ouvidor-Geral, a quem se podia recorrer no caso de haver discordância com relação 4 às decisões dos ouvidores setoriais, responsáveis pelas comarcas estabelecidas em cada uma das capitanias hereditárias. Modernamente, a função do ouvidor está 7 relacionada às tarefas de ouvir e de encaminhar as solicitações do cidadão, e as experiências dos municípios e estados que instalaram ouvidorias têm comprovado a 10 importância da aliança entre governantes e governados para o fortalecimento de nossas instituições democráticas. Ao se fazer um apanhado histórico do papel do ouvidor na estrutura 13 do Poder Judiciário, no Brasil, é importante ressaltar que seu surgimento se deu com o objetivo de proteger o cidadão contra qualquer tipo de abuso, garantindo-lhe os direitos 16 fundamentais, hoje elencados pela própria Constituição Federal. 1 Internet: <http://www.camara.gov.br>. Tendo por base o texto acima, julgue o item que se segue. (Analista – TRT/10ª – 2004 – CESPE) (1) A preposição empregada em “a quem” (l.2) justifica-se pela regência do verbo “recorrer” (l.3). 1: correta, na oração “a quem se podia recorrer no caso de haver discordância”, o verbo regente recorrer é transitivo indireto e exige a preposição a. A assertiva está correta. Julgue os itens que se seguem, relativos ao texto acima. (Analista – TRT/10ª – 2004 – CESPE) Em relação ao texto acima, julgue o item que se segue. (1) Na linha 5, a presença de preposição em “ao primado” justifica-se pela regência de “situado”. 1: incorreta, a presença da preposição a no sintagma “ao primado” justifica-se pela regência de “acatamento”: “situado substancialmente no acatamento ao primado do contraditório”. A assertiva está errada. Gabarito 1E I. Internet: <http://www.stf.gov.br/noticias/imprensa>. Palavras, percebemos, são pessoas. Algumas são sozinhas: Abracadabra. Eureca. Bingo. Outras são promíscuas (embora prefiram a palavra “gregária”): estão sempre cercadas de muitas outras: Que. De. Por. Algumas palavras são casadas. A palavra caudaloso, por exemplo, tem união estável com a palavra rio – você dificilmente verá caudaloso andando por aí acompanhada de outra pessoa. O mesmo vale para frondosa, que está sempre com a árvore. Perdidamente, coitado, é um advérbio que só adverbia o adjetivo apaixonado. Nada é ledo a não ser o engano, assim como nada é crasso a não ser o erro. Ensejo é uma palavra que só serve para ser aproveitada. Algumas palavras estão numa situação pior, como calculista, que vive em constante ménage(*), sempre acompanhada de assassino, frio e e. Algumas palavras dependem de outras, embora não sejam grudadas por um hífen – quando têm hífen elas não são casadas, são siamesas. Casamento acontece quando se está junto por algum mistério. Alguns dirão que é amor, outros dirão que é afinidade, carência, preguiça e outros sentimentos menos nobres (a palavra engano, por exemplo, só está com ledo por pena – sabe que ledo, essa palavra moribunda, não iria encontrar mais nada a essa altura do campeonato). Esse é o problema do casamento entre as palavras, que por acaso é o mesmo do casamento entre pessoas. Tem sempre uma palavra que ama mais. A palavra árvore anda com várias palavras além de frondosa. O casamento é aberto, mas para um lado só. A palavra rio sai com várias outras palavras na calada da noite: grande, comprido, branco, vermelho – e caudaloso fica lá, sozinho, em casa, esperando o rio chegar, a comida esfriando no prato. Um dia, caudaloso cansou de ser maltratado e resolveu sair com outras palavras. Esbarrou com o abraço que, por sua vez, estava farto de sair com grande, essa palavra tão gasta. O abraço caudaloso deu tão certo que ficaram perdidamente inseparáveis. Foi em Manuel de Barros. Talvez pra isso sirva a poesia, pra desfazer ledos enganos em prol de encontros mais frondosos. (Gregório Duvivier, Abraço caudaloso. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/>. Acesso em: 02 fev 2015. Adaptado) (*)ménage: coabitação, vida em comum de um casal, unido legitimamente ou não. (VUNESP – 2015) Na passagem – Outras são promíscuas (embora prefiram a palavra “gregária”): estão sempre cercadas de muitas outras: Que. De. Por. –, as palavras destacadas são preposições. Assinale a alternativa em que elas estão empregadas de acordo com a norma-padrão de regência verbal e nominal. de falar conosco, que somos os responsáveis por tudo. (B) Ele insiste de negar tudo, mas é suspeito por ter recebido propina. (C) Há um que hesita de fazer o negócio; os demais são favoráveis por comprar o terreno. (D) Recusa-se de ajudar, ficando indiferente por nosso problema. (E) Eles se admiram de que tenhamos preferência por funcionários mais experientes. (A) Persiste A: incorreta. “Persistir”, nesse caso, rege a preposição “em”; B: incorreta. “Insistir”, nesse caso, rege também a preposição “em” e o adjetivo “suspeito” rege a preposição “de”; C: incorreta. “Hesitar” rege a preposição “em” e “favoráveis” rege a preposição “a”; D: incorreta. “Recusar-se” rege a preposição “a”, assim como “indiferente”; E: correta. “Admirar-se” rege a preposição “de” e “preferência” rege a preposição “por”. (VUNESP – 2015) O sinal indicativo de crase está empregado de acordo com a norma-padrão em: (A) Todos os documentos serão encaminhados às partes à partir da próxima semana. (B) Todos tiveram de comparecer perante à autoridade, prestando contas à ela. (C) Recusa-se à entregar às certidões antes do final do expediente. (D) Encaminhamos à V.Exª os documentos à que se refere o Edital. (E) O caso exige tratamento igual às partes, sem fazer exceção à ré. A: incorreta. Não ocorre crase na expressão “a partir”, porque formada por verbo; B: incorreta. “Perante” já é preposição, de forma que o “a” que a sucede é somente artigo definido. Logo, não ocorre crase; C: incorreta. Não ocorre crase antes de verbo e “certidões” é objeto direto, portanto não vem precedido de preposição; D incorreta. Não ocorre crase antes de pronomes pessoais de tratamento e o “a” que sucede “documentos” é unicamente uma preposição; E: correta. O advérbio “igual” e o substantivo “exceção” regem a preposição “a”, que se aglutina com o artigo definido a seguir para formar a crase. Gabarito “E” Gabarito “C” a alternativa que completa corretamente os espaços, observando a regência dos verbos. O processo, que é o instrumento que reúne todas as peças da pretensão levada ao juiz, seja do autor, seja do réu, da acusação ou da defesa, é uma engrenagem complexa. 4 A Constituição Federal erigiu o devido processo legal, situado substancialmente no acatamento ao primado do contraditório e do amplo direito de defesa, como um 7 conjunto de regras de valores supremos não só para os julgadores mas também para as partes do qual não pode se afastar o aplicador do direito no momento de exercer a 10 jurisdição. Entretanto, a esse pretexto, o que se verifica é um eterno vai-e-vem na tramitação do processo, de imperdoável 13 irracionalidade, que não pode ser atribuído ao juiz, mas ao nosso já vetusto sistema processual, ultrapassado em quilômetros de distância da evolução por que passa o Mundo 16 e da qual o Brasil não se pode apartar. 1 Gabarito “E” Verificar a regência verbal dos elementos em negrito. A: incorreta, “O autor preza a discussão na qual se envolvem (...) quando os anima a aspiração a um consenso.”; B: incorreta, “A frase de Mitterrand contra a qual se arremeteu o candidato Giscard não representava (...) uma posição da qual ninguém pudesse discordar.”; C: correta, “A frase de cujo teor Giscard discordou revelava (...) o sentimento de superioridade do qual o discurso de Mitterrand era uma clara manifestação.”; D: incorreta, “Os candidatos cujos argumentos são fracos costumam valer-se da oposição entre o certo e errado na qual se apoiam [sem acento, conforme o novo Acordo Ortográfico] os maniqueístas.”; E: incorreta, “O comportamento dos condôminos cuja [sem posposição de artigo] disposição é o consenso deveria servir de exemplo ao dos candidatos já que seu único interesse é ganhar a eleição.” 113 13. TEMAS COMBINADOS E OUTROS TEMAS O texto e a norma-padrão legitimam a seguinte afirmação: (Analista – TRT/3ª – 2015 – FCC) (A) (linha 1) Em há momentos, se o verbo viesse acom- panhado de auxiliar, a forma a ser empregada seria “devem haver”. (B) (linhas 15 e 16) Em a guerra continuava feroz não apenas no Extremo Oriente, mas também na antiquíssima Grécia, a correlação estabelecida entre as regiões se dá por meio dos segmentos destacados. (C) (linha 17) Em se enfrentavam para ocupar o vácuo de poder, a substituição da palavra grifada por “afim de” mantém o sentido e a correção originais. (D) (linhas 16 e 17 ) Em onde guerrilheiros de direita e de esquerda [...] se enfrentavam, a palavra destacada pode ser substituída por “pela qual”, sem prejuízo do sentido e da correção originais. (E) (linhas 14 e 15) Transpondo a frase o retorno dos combatentes brasileiros vindos da Itália era saudado delirantemente para a voz ativa, pode-se ter a forma verbal “saudava” ou “saudavam”, na dependência de se considerar como agente da ação, por exemplo, “o povo” ou “as pessoas”. A: incorreta. Quando utilizado no sentido de “existir”, o verbo “haver” é impessoal mesmo que acompanhado de verbo auxiliar, permanecendo sempre na terceira pessoa do singular. O correto, portanto, seria “deve haver”; B: incorreta. A correlação é feita pelas expressões “não apenas” e “mas também”; C: incorreta. “Para” é sinônimo de “a fim de”, separado, com o sentido de “com o fim de”, “com a finalidade de”; D: incorreta. O pronome “onde” transmite ideia de lugar, ao passo que “pela qual” indica finalidade, objetivo; E: correta. Como o agente da passiva não está expresso na oração, é possível utilizar qualquer dos exemplos dados como sujeito, o que pode alterar a conjugação do verbo. Gabarito “E” 112 (Analista – TRT/3ª – 2015 – FCC) Perguntando-me a mim mesmo por que processo de associação ela me viera à memória, não atinei com o porquê. Pensei, então, no motivo de eu lastimar sua ausência e não obtive de imediato a resposta. Passaram-se muitos meses quando, de repente, percebi o sentido disso tudo: ela era, sempre fora e sempre seria a concretização da fantasia primeira da minha adolescência. Considere o trecho acima e as afirmações que seguem: Em Perguntando-me a mim mesmo, há duas formas − me e a mim mesmo − que expressam reflexividade da ação, motivo pelo qual uma delas pode ser elidida sem prejuízo do sentido. II.Em por que processo de associação ela me viera à memória, o segmento destacado está grafado segundo as normas gramaticais. III.Em não atinei com o porquê, a palavra destacada apresenta erro de grafia: o acento gráfico não é justificável. IV.Em percebi o sentido disso tudo, a palavra destacada resume as razões citadas após os dois-pontos. I. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I. Gabarito 1C Gabarito “B” Instruções: Para responder às questões seguintes, considere o texto a seguir. 5 10 15 20 25 30 35 40 Desde A democracia na América (1835), de Alexis de Tocqueville, tornou-se corrente comparar os Estados Unidos com a América ibérica, constituindo este exercício uma fonte de inspiração da imaginação social no continente. Nessa obra, a América do Sul é descrita como lugar em que a pujança da natureza debilitaria o homem, enquanto, na América do Norte, a natureza se revestiria de outro aspecto, onde tudo “era grave, sério, solene; dissera-se que fora criada para se tornar província da inteligência, enquanto a outra era a morada dos sentidos”. O caso bem-sucedido da América do Norte apontaria para um processo em que o atraso ibérico, sob o impacto das diferentes influências exercidas pelo seu vizinho anglo-americano, modernizar-se-ia, rompendo com os fundamentos da sua própria história. A reflexão social latino-americana no século XIX, já testemunha dos sucessos econômicos e políticos dos Estados Unidos, tomou-os como um paradigma em sua luta orientada contra o que seria o seu atraso constitutivo, resultante do caudilhismo e do patrimonialismo vigentes em seus espaços nacionais. Entre tantos outros, os argentinos Sarmiento e Alberdi desenvolveram uma publicística centrada na comparação entre as duas Américas e o que nos cumpriria fazer para, livrando-nos dos nossos males históricos, lograrmos sucesso no ingresso ao mundo moderno. [...] No caso do Brasil, a comparação com os Estados Unidos também esteve presente ao longo de nossa história, influenciando diretamente os embates sobre o processo da modernização brasileira. Nossa herança ibérica, marcada por um Estado forte e pela valorização do público, seria compatível com os valores do mundo moderno então emergente? Ou, de forma alternativa, ela teria nos legado uma carga tão excessiva, cuja superação em direção à modernidade exigiria uma ruptura com esse passado? Desde já, é importante ressaltar que, ainda que os conceitos iberismo e americanismo tenham sido formulados a posteriori, não estando presentes no vocabulário dos autores consagrados como fundadores da tradição de interpretar o Brasil, eles fornecem uma chave interpretativa para o estudo do processo de nossa formação histórica. (VIANNA, Luis Werneck; PERLATTO, Fernando. Iberismo e americanismo. In: BOTELHO, André; SCHWARCZ, Lilia Moritz (orgs.). Agenda brasileira: temas de uma sociedade em mudança. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p. 248-249) (Analista – TRT/2ª – 2014 – FCC) (A)(linhas Afirma-se com correção: 23 e 24) Transpondo para a voz passiva o segmento os argentinos Sarmiento e Alberdi desenvolveram uma publicística, a forma correta obtida é “tinha sido desenvolvida”. A: incorreta. O correto seria “foi desenvolvida”; B: correta. O pronome possessivo “sua” foi utilizado como ferramenta de coesão para resgatar a ideia da América Ibérica representada no trecho “atraso ibérico”; C: incorreta. A substituição correta seria “compara-se”; D: incorreta. Até então, o texto trata da América Ibérica como um todo, para só depois especificar o caso brasileiro. Não há, pois, redundância; E: incorreta. A primeira substituição estão correta, porque ambas as construções representam o sujeito indeterminado. A segunda, porém, altera o sentido da oração, porque “fora criada” exprime ideia de certeza, enquanto “teria sido criada” traz ínsita a ideia de dúvida sobre o que se está afirmando. Gabarito “B” I: correta. Trata-se de pleonasmo literário, figura de estilo que pretende dar ênfase ao que se fala usando elementos redundantes, de forma que qualquer deles pode ser suprimido sem alterar o sentido do texto; II: correta. Nessa passagem, temos a preposição “por” associada ao pronome relativo “que”, sinônimo de “qual” (“por qual razão...”); III: incorreta. A grafia está certa: “porquê”, junto e com acento, é substantivo – sinônimo de “motivo”, “razão”; IV: incorreta. O advérbio “tudo” refere-se aos fatos descritos antes dos dois-pontos. da sua própria história, o pronome destacado indica que a história é a da América ibérica. (C)(linhas 2 e 3) Desenvolvendo a forma destacada em tornou-se corrente comparar os Estados Unidos com a América ibérica, estaria em concordância com as normas gramaticais a formulação “comparando”. (D) (linha 28) O emprego da expressão No caso do Brasil pode ser considerado redundância, pois o conteúdo anterior já está organizado sob essa perspectiva, como o comprova o uso de (linha 25) nos cumpriria [...], livrando-nos. (E) (linha 9) Em dissera-se que fora criada, a substituição das formas verbais preserva o sentido original se forem trocadas, respectivamente, por “haviam dito” e “teria sido criada”. 1 5 10 15 20 25 30 A áspera controvérsia sobre a importância da liberdade política é bem capaz de ocultar o essencial nessa matéria, ou seja, a liberdade existe como um valor ético em si mesmo, independentemente dos benefícios concretos que a sua fruição pode trazer aos homens. [...] A liberdade tem sido, em todos os tempos, a causa das maiores conquistas do ser humano. E, efetivamente, que valor teriam a descoberta da verdade, a criação da beleza, a invenção das utilidades ou a realização da justiça, se os homens não tivessem a possibilidade de escolher livremente o contrário de tudo isso? Heródoto foi um dos primeiros a sublinhar que o estado de liberdade torna os povos fortes, na guerra e na paz. Ao relatar a estupenda vitória que os atenienses, sob o comando de Cleômenes, conquistaram contra os calcídeos e os beócios, ele comenta: “Aliás, verifica-se, sempre e em todo lugar, que a igualdade entre os cidadãos é uma vantagem preciosa: submetidos aos tiranos, os atenienses não tinham mais valor na guerra que seus vizinhos; livres, porém, da tirania, sua superioridade foi manifesta. Por aí se vê que na servidão eles se recusavam a manifestar seu valor, pois labutavam para um senhor; ao passo que, uma vez livres, cada um no seu próprio interesse colaborava, por todas as maneiras, para o triunfo do empreendimento coletivo”. O mesmo fenômeno de súbita libertação de energias e de multiplicação surpreendente de forças humanas voltou a repetir-se vinte e quatro séculos depois, com a Revolução Francesa. Pela primeira vez na história moderna, as forças armadas de um país não eram compostas de mercenários, nem combatiam por um príncipe, sob o comando de nobres, mas eram formadas de homens livres e iguais, comandados por generais plebeus, sendo todos movidos tão só pelo amor à pátria. (COMPARATO, Fábio Konder. A liberdade como valor ético. Ética: direito, moral e religião no mundo moderno. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 546-547) Observadas as orientações da gramática normativa, é pertinente o seguinte comentário: (Analista – TRT/2ª – 2014 – FCC) (A) (linha 18) No segmento submetidos aos tiranos, tem-se exemplo de emprego de particípio atribuindo à frase valor temporal. (B) (linhas 16 a 21) Tanto em ele comenta, quanto em Por aí se vê, observa-se o emprego do tempo presente pelo pretérito (presente histórico), para dar vivacidade a fatos ocorridos no passado. (C) (linhas 4 e 5) Outra redação para independentemente dos benefícios concretos que a sua fruição pode trazer aos homens estará clara e correta se tiver a formulação “em nada dependendo dos benefícios concretos que podem advirem da sua fruição aos homens”. (D) (linhas 7 a 9) Em E, efetivamente, que valor teriam a descoberta da verdade (...) ou a realização da justiça, o valor da sequência implica uma vírgula obrigatória depois da conjunção “ou”. (E) (linha 8) Se as normas preveem a possibilidade de ocorrer o verbo no singular no caso de haver uma sucessão de substantivos que indicam gradação de um mesmo fato, seria correto empregar “teria”, em vez de teriam. A: correta. O uso do particípio do verbo “submeter” transmite a ideia de que o fato ocorreu no passado; B: incorreta. O tempo presente foi utilizado por ser o gramaticalmente adequado, não por recurso de estilo; C: incorreta. A redação clara e correta seria: “em nada dependendo dos benefícios concretos que podem advir da sua fruição pelos homens”; D: incorreta. A vírgula é facultativa nesse caso; E: incorreta. A regra enunciada está certa, mas o trecho indicado não é uma gradação, e sim uma enumeração. (Analista – TRT/16ª – 2014 – FCC) Há, além disso, uma dificuldade relativa à ciência. Algumas das terapias disponíveis já têm quatro ou cinco décadas de existência. Investimentos em pesquisa poderiam levar a estratégias de prevenção e cura mais efetivas. Como essas doenças não são rentáveis, porém, os grandes laboratórios raras vezes se interessam por esse nicho. Considerado o trecho acima, é adequado o seguinte comentário: (A) A supressão da vírgula após a palavra Há preserva a correção da frase. (B) A correlação entre as formas verbais Há e poderiam levar evidencia a relação estabelecida entre o que efetivamente existe e a hipótese considerada bastante improvável. (C) Formulação alternativa ao uso de têm está correta assim − “existe a”. (D) A expressão mais efetivas, em virtude do segmento que caracteriza, pode ser deslocada para depois da palavra estratégias, sem prejudicar o sentido original. (E) No contexto, o emprego de já contribui para a construção da ideia de que certas terapias têm longevidade que comprova sua eficiência. A: incorreta. A expressão “além disso”, por estar deslocada da ordem direta, deve vir entre vírgulas; B: incorreta. Dada a correlação entre as duas formas verbais, evidencia-se que a possibilidade aventada pelo autor é bastante provável de acontecer; C: incorreta. “Têm”, com acento circunflexo, é conjugação da terceira pessoa do plural do presente do indicativo do verbo “ter”. Logo, a substituição deveria ser por “existem a”; D: correta. A alteração da colocação como proposta não altera o sentido ou a clareza do texto; E: incorreta. Ao contrário, “já” foi utilizada para evidenciar o longo tempo transcorrido desde o desenvolvimento das terapias e, consequentemente, sua menor efetividade quando comparadas com as possibilidades atuais da medicina e da farmácia. (Analista – TRT/16ª – 2014 – FCC) Seria sem dúvida ingenuidade esperar que a indústria farmacêutica se entregasse de corpo e alma à resolução do problema. Seu compromisso primordial é com seus acionistas − e essa é a regra do jogo. Isso não significa, contudo, que não possam fazer parte do esforço. Afirma-se com correção sobre aspecto do trecho acima: (A) Se, em vez de resolução do problema, houvesse “resolver o problema”, seria correto manter o acento indicativo da crase − “se entregasse [...] à resolver o problema”. (B) A palavra primordial está corretamente empregada, assim como está em “É primordial para o setor, sem dúvida alguma, as mudanças relativas à área de recursos humanos”. (C) Justifica-se o uso do sinal de pontuação, na linha 2 do trecho acima, assim: “Não é raro o emprego de um só travessão para indicar que a parte final de um enunciado constitui um comentário marginal, de reduzida força para o desenvolvimento do raciocínio”. (D) A substituição da conjunção contudo por “ainda que” não altera a relação que originalmente está estabelecida entre as frases do texto. (E) A substituição da forma verbal possam fazer por “possa fazer” estaria correta e adequada ao contexto. A: incorreta. Não ocorre crase antes de verbo; B: incorreta. Na oração proposta, “primordial” deveria estar no plural para concordar com “mudanças”; C: incorreta. Essa não é a razão para o uso do travessão. Ele substitui os dois-pontos na introdução do aposto; D: incorreta. “Ainda que” tem valor concessivo; já “contudo” é conjunção adversativa que pode ser substituída por “mas”, “porém”, “todavia”; E: correta. A alteração faria com que o verbo se referisse à “indústria farmacêutica” em vez de “acionistas”, mas de qualquer forma correta. Gabarito “E” (B) (linhas 15 e 16) Em rompendo com os fundamentos Gabarito “A” e II. e III. (D) III e IV. (E) II e IV. (C) II 115 Gabarito “D” (B) I 1 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi 114 (Analista – TRT/16ª – 2014 – FCC) Mais de 1 bilhão de humanos ainda sofrem, em pleno século 21, com doenças cujo controle é não só possível, mas também relativamente barato − eis um fato que depõe contra o atual estágio de nossa organização global. Na frase acima, (A) a correlação estabelecida por não só... mas também pode ser igualmente estabelecida por “tanto ... quanto também”. (B) cujo pode ser substituído, sem prejuízo da correção e do sentido, por “de que seu”. (C) o emprego de sofrem, no plural, é a única forma aceitável de concordância, segundo a norma-padrão. (D) a expressão com doenças exprime ideia de “conformidade”. (E) o emprego de depõe é que infunde o sentido de negatividade ao segmento final. que ele viu-os sair apressados e com semblante sério, indagou-se sobre o que teria acontecido durante aqueles tensos minutos que estiveram na sala da diretoria? (B) Exequibilidade à parte, o projeto do coordenador dos eventos exibia tanta riqueza de informação, a prenunciar sucesso, que não havia quem não os quisesse custear. (C) Não se tratava de excrescências a serem relegadas mas, de ítens absolutamente imprescindíveis ao bom encaminhamento das secções em que se fosse debater tantos e tão controversos temas. (D) Levantada a hipótese de os assessores se contrapuserem à decisão intempestiva do diretor, ninguém hesitaria em lhes apoiar, pois sabiam que ele determinava, depois ponderava sobre o assunto decidido. (E) Primeiramente em prioridade absoluta, tornar-se-ia necessário que se revisasse as últimas determinações do ministro, mas nada parecia indicar que o fizessem à tempo. A: incorreta. A conjunção integrante “que” determina a próclise em “assim que ele os viu sair”; B: correta. O período está redigido de forma clara e atende a todas as prescrições da gramática; C: incorreta. A vírgula deveria estar antes, e não depois, de “mas”. Além disso, não há acento na palavra “itens”. Mais ainda, “seção” é sinônimo de “reunião”; “secção” é sinônimo de “corte”; D: incorreta. A conjugação correta do verbo “contrapor-se” é a terceira pessoa do plural do presente do subjuntivo: “contraponham”. O maior problema, porém, é a falta de clareza da redação; E: incorreta. Há grave pleonasmo logo no início do período e o verbo “revisar” deveria estar no plural (“revisassem”), para concordar com “determinações”. Gabarito “B” (Analista – TRT/16ª – 2014 – FCC) Não faltam clareza e correção, segundo a norma-padrão, à seguinte frase: estou entre aqueles que foi mau tratado pelo adjunto do secretário geral, por isso pretendo envidar todos os esforços para que ele responda pelos seus atos na medida exata da justiça. (B) Estando emerso em decisões a tomar, não previu a possibilidade de, tempo findo, ser chamado a prestar contas e enumerar os impecilhos que o tornaram vulnerável a uma suspensão. (C) Crêa você, ou não, o fato é que dissensões existem até na hora de organizar as homenagens decididas por consenso, pois os mais expontâneos, a rigor, são sempre os mais influentes nas deliberações finais. (D) A homogenização dos ingredientes no tacho de cobre, é determinante de um bom ou medíocre resultado da receita, motivo porque muitos cozinheiros reservam toda a atenção e tempo a esse quesito. (E) Acometido de forte disenteria, de que a palidez era sinal inequívoco, viu-se na iminência de ser internado, o que o impediu de comparecer ao julgamento como a testemunha mais importante da defesa. Cada um fala como quer, ou como pode, ou como acha que pode. Ainda ontem me divertiu este trechinho de crônica do escritor mineiro Humberto Werneck, de seu livro Esse inferno vai acabar: “– Meu cabelo está pendoando – anuncia a prima, apalpando as melenas. Tenho anos, décadas de Solange, mas confesso que ela, com o seu solangês, às vezes me pega desprevenido. – Seu cabelo está o quê? – Pendoando – insiste ela, e, com a paciência de quem explica algo elementar a um total ignorante, traduz: – Bifurcando nas extremidades. É assim a Solange, criatura para a qual ninguém morre, mas falece, e, quando sobrevém esse infausto acontecimento, tem seu corpo acondicionado num ataúde, num esquife, num féretro, para ser inumado em alguma necrópole, ou, mais recentemente, incinerado em crematório. Cabelo de gente assim não se torna vulgarmente quebradiço: pendoa.” Isso me fez lembrar uma visita que recebemos em casa, eu ainda menino. Amigas da família, mãe e filha adolescente vieram tomar um lanche conosco. D. Glorinha, a mãe, achava meu pai um homem intelectualizado e caprichava no vocabulário. A certa altura pediu ela a mim, que estava sentado numa extremidade da mesa: – Querido, pode alcançar-me uma côdea desse pão? Por falta de preparo linguístico não sabia como atender a seu pedido. Socorreu-me a filha adolescente: – Ela quer uma casquinha do pão. Ela fala sempre assim na casa dos outros. A mãe ficou vermelha, isto é, ruborizou, enrubesceu, rubificou, e olhou a filha com reprovação, isto é, dardejou-a com olhos censórios. Veja-se, para concluir, mais um trechinho do Werneck: “Você pode achar que estou sendo implicante, metido a policiar a linguagem alheia. Brasileiro é assim mesmo, adora embonitar a conversa para impressionar os outros. Sei disso. Eu próprio já andei escrevendo sobre o que chamei de ruibarbosismo: o uso de palavreado rebarbativo como forma de, numa discussão, reduzir ao silêncio o interlocutor ignaro. Uma espécie de gás paralisante verbal.” (Cândido Barbosa Filho, inédito) Atente para as seguintes I. Na frase “Isso me fez lembrar uma visita que recebemos em casa, eu ainda menino”, o segmento sublinhado pode ser corretamente substituído por aonde eu ainda era menino. II. Transpondo-se para a voz passiva a frase “Socorreu-me a filha adolescente”, a forma verbal resultante será tendo-me socorrido. III. No contexto, a expressão “Brasileiro é assim mesmo” é um caso típico de generalização abusiva, como a que também ocorre em os alemães são pragmáticos. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. e III. (E) II I: incorreta. A justaposição da preposição “a” com o advérbio “onde” (a+onde) indica o movimento de um lugar para outro. A expressão sublinhada no texto exerce função de adjunto adverbial de tempo, ou seja, refere-se ao momento em que o fato aconteceu, não onde ele aconteceu; II: incorreta. A voz passiva analítica ficaria: “Eu fui socorrido pela filha adolescente”; III: correta. A generalização excessiva, desprovida de fundamentos, é uma falha na argumentação. (Analista – TRT/1ª – 2012 – FCC) “Ruibarbosismo” é um neologismo do qual se valeu o autor do texto para lembrar o estilo retórico pelo qual se notabilizou o escritor baiano. Não haverá prejuízo para a correção da frase acima ao se substituírem os segmentos sublinhados, na ordem dada, por: (A) a que recorreu - que fez notável. qual incorreu - com que se afamou. (C) a cujo recorreu - o qual celebrizou. (D) em que fez uso - em cujo deu notabilidade. (E) em cujo incorreu - com o qual se propagou. (B) do A: correta. Os pronomes relativos referem-se ao mesmo termo da oração, respeitam as normas de regência verbal e as palavras substituídas são efetivamente sinônimas; B: incorreta. “Incorrer” significa “cometer”, “incidir”, “ficar compreendido”; C: incorreta. “Cujo” é pronome relativo que indica posse, relação que não se estabelece no trecho destacado; D: incorreta. Há erro de regência na alternativa na primeira substituição (deveria constar “de que”) e, na segunda, “cujo” remete a posse, propriedade, ideia que não está contida no texto original; E: incorreta. Os mesmos erros relativos a regência, “cujo” e “incorrer” já analisados nas alternativas anteriores aparecem aqui. Economia religiosa Concordo plenamente com Dom Tarcísio Scaramussa, da CNBB, quando ele afirma que não faz sentido nem obrigar uma pessoa a rezar nem proibi-la de fazê-lo. A declaração do prelado vem como crítica à professora de uma escola pública de Minas Gerais que hostilizou um aluno ateu que se recusara a rezar o pai-nosso em sua aula. 117 É uma boa ocasião para discutir o ensino religioso na rede pública, do qual a CNBB é entusiasta. Como ateu, não abraço nenhuma religião, mas, como liberal, não pretendo que todos pensem do mesmo modo. Admitamos, para efeitos de argumentação, que seja do interesse do Estado que os jovens sejam desde cedo expostos ao ensino religioso. Deve-se então perguntar se essa é uma tarefa que cabe à escola pública ou se as próprias organizações são capazes de supri-la, com seus programas de catequese, escolas dominicais etc. A minha impressão é a de que não faltam oportunidades para conhecer as mais diversas mensagens religiosas, onipresentes em rádios, TVs e também nas ruas. Na cidade de São Paulo, por exemplo, existem mais templos (algo em torno de 4.000) do que escolas públicas (cerca de 1.700). Creio que aqui vale a regra econômica, segundo a qual o Estado deve ficar fora das atividades de que o setor privado já dá conta. Outro ponto importante é o dos custos. Não me parece que faça muito sentido gastar recursos com professores de religião, quando faltam os de matemática, português etc. Ao contrário do que se dá com a religião, é difícil aprender física na esquina. Até 1997, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação acertadamente estabelecia que o ensino religioso nas escolas oficiais não poderia representar ônus para os cofres públicos. A bancada religiosa emendou a lei para empurrar essa conta para o Estado. Não deixa de ser um caso de esmola com o chapéu alheio. (Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, 06/04/2012) (...) ele afirma que não faz sentido nem obrigar uma pessoa a rezar nem proibi-la de fazê-lo. (Analista – TRT/6ª – 2012 – FCC) Mantém-se, corretamente, o sentido da frase acima substituindo-se o segmento sublinhado por: (A) nem impor a alguém que reze, nem impedi-la de fazer o mesmo. (B) deixar de obrigar uma pessoa a rezar, ou lhe proibir de o fazer. (C) seja obrigar que uma pessoa reze, ou mesmo que o deixe de o praticar. (D) coagir alguém a que reze, ou impedi-lo de o fazer. (E) forçar uma pessoa para que reze, ou não fazê-la de modo algum. A: incorreta. A maioria dos gramáticos condena o uso do advérbio “mesmo” como um pronome. Melhor seria, segundo eles, “fazê-lo”. Além disso, o pronome “alguém” é masculino, o que determina o uso do pronome oblíquo “o” em “impedi-lo”; B: incorreta. “Proibir” é verbo transitivo direto, portanto determina o uso do pronome oblíquo “a”, não “lhe”. Mais ainda, “deixar de obrigar” não tem o mesmo sentido exposto no trecho transcrito no enunciado; C: incorreta. O pronome oblíquo “o” está desnecessária e erroneamente repetido. Bastaria dizer: “ou mesmo que deixe de fazê-lo”; D: correta. Os sinônimos empregados e a colocação pronominal estão perfeitos; E: incorreta. O advérbio de negação “não” determina a próclise, além de o pronome oblíquo estar errado, porque ele não se refere a “pessoas”, mas ao verbo “fazer”. O correto seria: “ou não o fazer de modo algum”. Gabarito “D” (A) Assim (Analista – TRT/1ª – 2012 – FCC) afirmações: Gabarito “A” Gabarito “A” (Analista – TRT/16ª – 2014 – FCC) A alternativa que apresenta frase redigida de modo claro e condizente com a norma-padrão é: A: incorreta. Deveria constar “mal”, antônimo de “bem”, e não “mau”, contrário de “bom”. O período é também bastante prolixo, o que causa prejuízo à clareza; B: incorreta. Deveria constar “imerso”, sinônimo de “afundado”, “submerso”, e não “emerso”, equivalente a “na superfície”. Há também erro de grafia em “empecilhos”; C: incorreta. A conjugação da terceira pessoa do singular do presente do subjuntivo do verbo “crer” se escreve “creia”. A grafia correta é “espontâneos”. E o texto peca pela total falta de clareza – não se pode compreender a mensagem que quer transmitir; D: incorreta. Faltou uma letra em “homogeneização”. Não há vírgula depois de “cobre”; E: correta. Todas as palavras estão grafadas corretamente e há clareza na redação. Gabarito “C” A: correta. As expressões são realmente sinônimas e estabelecem relação de comparação; B: incorreta. A alteração proposta não se coaduna com as regras de regência da gramática normativa; C: incorreta. É aceita a concordância com “um bilhão”, no singular; D: incorreta. A ideia é de união, ligação; E: incorreta. O sentimento de negatividade vem da preposição “contra”. (A) Eu 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi Gabarito “E” 116 1. Língua Portuguesa Magally Dato e Henrique Subi (VUNESP – 2015) Leia o texto da tira. Algumas palavras dependem de outras, embora não sejam grudadas por um hífen – quando têm hífen elas não são casadas, são siamesas. Casamento acontece quando se está junto por algum mistério. Alguns dirão que é amor, outros dirão que é afinidade, carência, preguiça e outros sentimentos menos nobres (a palavra engano, por exemplo, só está com ledo por pena – sabe que ledo, essa palavra moribunda, não iria encontrar mais nada a essa altura do campeonato). Esse é o problema do casamento entre as palavras, que por acaso é o mesmo do casamento entre pessoas. Tem sempre uma palavra que ama mais. A palavra árvore anda com várias palavras além de frondosa. O casamento é aberto, mas para um lado só. A palavra rio sai com várias outras palavras na calada da noite: grande, comprido, branco, vermelho – e caudaloso fica lá, sozinho, em casa, esperando o rio chegar, a comida esfriando no prato. Um dia, caudaloso cansou de ser maltratado e resolveu sair com outras palavras. Esbarrou com o abraço que, por sua vez, estava farto de sair com grande, essa palavra tão gasta. O abraço caudaloso deu tão certo que ficaram perdidamente inseparáveis. Foi em Manuel de Barros. Talvez pra isso sirva a poesia, pra desfazer ledos enganos em prol de encontros mais frondosos. (Gregório Duvivier, Abraço caudaloso. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/>. Acesso em: 02 fev 2015. Adaptado) Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas da tira. (A) veio em … houvesse … o em … houvessem … o (C) foi a … houvesse … o (D) veio a … houvessem … lhe (E) foi à … houvessem … lhe (B) foi “Foi a”, porque o contexto deixa claro que as personagens não estão em Curitiba, nome de cidade que não é antecedido por artigo, portanto não ocorre crase; “houvesse”, porque o verbo “haver”, no sentido de “existir”, é impessoal, está sempre no singular; “o”, pronome oblíquo utilizado para substituir o objeto direto (“ver” é verbo transitivo direto). (*) ménage: coabitação, vida em comum de um casal, unido legitimamente ou não. A partir da ideia de que palavras “são pessoas”, o autor atribui às palavras caracterização própria de humanos. É correto afirmar que, nesse procedimento, ele emprega (VUNESP – 2015) (A) palavras de gíria de jovens. em sentido figurado. (C) palavras ainda não dicionarizadas. (D) termos de uso regional. (E) expressões de vocabulário técnico. (B) palavras O autor se vale da metáfora, das palavras em sentido conotativo, em sentido figurado. Gabarito “B” (Pryscila. Disponível em:<http://www1.folha.uol.com.br/>. Acesso em: 02 fev 2015. Adaptado) Gabarito “C” Palavras, percebemos, são pessoas. Algumas são sozinhas: Abracadabra. Eureca. Bingo. Outras são promíscuas (embora prefiram a palavra “gregária”): estão sempre cercadas de muitas outras: Que. De. Por. Algumas palavras são casadas. A palavra caudaloso, por exemplo, tem união estável com a palavra rio – você dificilmente verá caudaloso andando por aí acompanhada de outra pessoa. O mesmo vale para frondosa, que está sempre com a árvore. Perdidamente, coitado, é um advérbio que só adverbia o adjetivo apaixonado. Nada é ledo a não ser o engano, assim como nada é crasso a não ser o erro. Ensejo é uma palavra que só serve para ser aproveitada. Algumas palavras estão numa situação pior, como calculista, que vive em constante ménage(*), sempre acompanhada de assassino, frio e e. Leia o texto, para responder às questões de abaixo. O fim do direito é a paz, o meio de que se serve para consegui-lo é a luta. Enquanto o direito estiver sujeito às ameaças da injustiça – e isso perdurará enquanto o mundo for mundo –, ele não poderá prescindir da luta. A vida do direito é a luta: luta dos povos, dos governos, das classes sociais, dos indivíduos. Todos os direitos da humanidade foram conquistados pela luta; seus princípios mais importantes tiveram de enfrentar os ataques daqueles que a ele se opunham; todo e qualquer direito, seja o direito de um povo, seja o direito do indivíduo, só se afirma por uma disposição ininterrupta para a luta. O direito não é uma simples ideia, é uma força viva. Por isso a justiça sustenta numa das mãos a balança com que pesa o direito, enquanto na outra segura a espada por meio da qual o defende. (VUNESP – 2015) O direito é um trabalho sem tréguas, não só do Poder Público, mas de toda a população. A vida do direito nos oferece, num simples relance de olhos, o espetáculo de um esforço e de uma luta incessante, como o despendido na produção econômica e espiritual. Qualquer pessoa que se veja na contingência de ter de sustentar seu direito participa dessa tarefa de âmbito nacional e contribui para a realização da ideia do direito. (A) O É verdade que nem todos enfrentam o mesmo desafio. A vida de milhares de indivíduos desenvolve-se tranquilamente e sem obstáculos dentro dos limites fixados pelo direito. Se lhes disséssemos que o direito é a luta, não nos compreenderiam, pois só veem nele um estado de paz e de ordem. (Rudolf von Ihering, A luta pelo direito) 119 Assinale a alternativa em que uma das vírgulas foi empregada para sinalizar a omissão de um verbo, tal como ocorre na passagem – A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a espada, a impotência do direito. A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a espada, a impotência do direito. Uma completa a outra, e o verdadeiro estado de direito só pode existir quando a justiça sabe brandir a espada com a mesma habilidade com que manipula a balança. direito, no sentido objetivo, compreende os princípios jurídicos manipulados pelo Estado. (B) Todavia, não pretendo entrar em minúcias, pois nunca chegaria ao fim. (C) Do autor exige-se que prove, até o último centavo, o interesse pecuniário. (D) É que, conforme já ressaltei várias vezes, a essência do direito está na ação. (E) A cabeça de Jano tem face dupla: a uns volta uma das faces, aos demais, a outra. A única alternativa na qual a vírgula foi utilizada para indicar a elipse (supressão) do verbo é a letra “E”, que deve ser assinalada. Na parte final, a vírgula após “demais” substitui o verbo “voltar”, para evitar repetições desnecessárias. Gabarito “E” 118