Anti-inflamatórios não esteroidais Prof. Bruna Waddington de Freitas Médica Veterinária [email protected] Introdução Inflamação: resposta normal, protetora, causada por diversos estímulos como trauma físico, substâncias químicas ou agentes microbiológicos. Introdução • Três fases bem distintas: • Fase aguda • Vasodilatação localizada e aumento da permeabilidade vascular • Fase tardia ou subaguda • Infiltração de leucócitos e células fagocitárias • Fase proliferativa crônica • Regeneração tecidual ou fibrose Introdução Principais mediadores químicos: • Tromboxanos • Leucotrienos • Prostaglandinas • COX-1 • Vasos sanguíneos, estômago e rins • COX-2 • Uma das principais responsáveis pelo processo inflamatório Introdução Introdução Anti-inflamatórios não esteroidais Mecanismo de ação • Inibição das cicloxigenases • Não seletiva • Não bloqueiam a via da lipoxigenase • Sem inibição de leucotrienos • Não eliminam completamente os sitomas da inflamação AINEs Farmacocinética • Ácidos orgânicos fracos • Alta afinidade à albumina plasmática • Rápida absorção após administração VO • Não atravessam a BHE facilmente • Baixa lipossolubilidade • Metabolização principalmente no fígado • Excreção predominantemente urinária AINEs Efeitos terapêuticos • De maneira geral atuam sobre: • Dor (ação analgésica) • PG`s - Sensibilização de receptores locais da dor e neurônios centrais • Febre (efeito antipirético) • Regulação hipotalâmica, sensível a PG`s – febre resultante de processo inflamatório • ação fagocitária dos leucócitos sobre partículas estranhas, com liberação de pirógenos endógenos • Inflamação (efeito anti-inflamatório) • Agregação plaquetária (ação anti-trombótica) AINEs • Cada droga em particular tem predominância de um determinado efeito • Efeitos antitrombóticos • Efeitos antipiréticos e analgésicos • Efeitos anti-inflamatórios DOSE • Especialmente úteis nos distúrbios musculoesqueléticos • São menos efetivos que os analgésicos opióides no tratamento da dor visceral AINEs Efeitos Colaterais • Lesão gastrintestinal • Inibição das PGI2 e PGE2 • Substâncias protetoras • inibem a secreção ácida • aumentam o fluxo sanguíneo da mucosa gástrica • estimulam a produção de muco • Atualmente, procura-se sintetizar drogas que inibam somente a COX-2 AINEs Efeitos Colaterais • Bloqueio da agregação plaquetária • Inibição do tromboxano A2 • Aumento no tempo de coagulação, • Inibição da motilidade uterina • Inibição das PGE e PGF • Inibição da função renal • Função vasodilatadora das PG`s • Cuidado com pacientes cardiopatas (ICC), portadores de insuficiência hepática, renal e com hipovolemia Ácido Acetilsalicílico Indicações • Antipirético, antiinflamatório e inibidor da agregação plaquetária • Efeito analgésico leve e fraca ação antiespasmódica • Tratamento de uveíte recorrente em equinos Farmacocinética • Rapidamente absorvida pelo TGI (+ lenta em rum.) • Metabolismo hepático: conjugação com ácido glicurônico *Felinos: metabolismo lento (ausência da glicuroniltransferase) – intervalo entre doses maior • Excreção renal Ácido Acetilsalicílico Efeitos adversos • Uso crônico / altas doses: • Acidose metabólica • Sérios sangramentos digestivos • Sinais superdosagem: • Depressão, vômitos e anorexia • Hipetermia e taquipneia. • Fraqueza muscular, edema cerebral e pulmonar, hipernatremia e hipocalemia, • Ataxia, convulsões, coma e morte do animal Ácido Acetilsalicílico Precauções • Dose reduzida em pacientes hipoalbuminemia • Cautela em pacientes com gastrite, úlcera gástrica, hipoplasia medular e edema pulmonar Interações medicamentosas • Alcalinizantes urinários - > excreção • Furosemida - > risco de intoxicação • Corticosteróides - > risco de sangramento digestivo Acetaminofeno (Paracetamol) Indicações • Propriedades analgésicas e antipiréticas • Efeito antiinflamatório não satisfatório (fraco inibidor COX-1 e COX-2) *Utilizado apenas em cães e equinos Farmacocinética • Rapida absorção por VO • Ampla distribuição • Metabolismo hepático – conjugação ácido glicurônico • Excreção renal Acetaminofeno (Paracetamol) • Boa opção para portadores de úlcera gástrica e coagulopatias * Doses humanos – intoxicações! Precauções • Nefrotóxico • Hepatotóxico – dose dependente • Reações alérgicas cutâneas • CONTRA-INDICADOS em felinos (qualquer dosagem): • Hematúria, icterícia, depressão e morte Acetaminofeno (Paracetamol) • Intoxicação por paracetamol em felinos: • Metemoglobinemia: • Hipóxia - cianose (4 –12h após administração). • Cianose, dispnéia, hipotermia; • Anorexia e depressão; • Hematúria e hemoglobinúria; • Icterícia; • Edema de face e patas; • Lacrimejamento e prurido. Diclofenaco • Sódico e Potássico • Alta potência antiinflamatória e analgésica • Inibição da cicloxigenase e lipoxigenase • Uso em bovinos • Tratamento de miosites e artrites não infecciosas • Contra-indicado o uso em carnívoros • Gastrenterite hemorrágica Etodolac • Inibidor preferencial COX-2 e COX-1 em cães • Seletivo COX-2 em equinos • Tratamento de osteoartrite em cães • Alívio da dor de cirurgias abdominais e laminite em equinos Cetoprofeno Indicações • Atividade antipirética, analgésica e antiinflamatória • Indicada para processos musculoesqueléticos, especialmente em equinos e cães • Segura para equinos comparada à fenilbutazona e flunixina meglumina; • Via endovenosa. Cetoprofeno Farmacocinética • Boa absorção oral • Reações locais – SC Contra-indicações • Portadores de úlceras gástricas, alterações hematológicas e de medula óssea • Evitar uso em gestantes Meloxicam • Potente inibidor de tromboxanos e PG`s • Antiinflamatório e analgésico • Maior seletividade para COX-2 • Maior segurança – menos efeitos colaterais gástricos e renais • Ação condroprotetora (uso primário em cães) • Vantagem: • Meia vida plasmática longa – dose diária única Flunixim Meglumine • Inibidor COX não seletivo • Potente analgésico, anti-inflamatório e antipirético • Cuidado com possível mascaramento do processo Indicações • Ação antiespasmódica • Cólica equina • Pode ser utilizada em choque séptico (IV) – redução dos níveis de eicosanóides (melhora a hemodinâmica do paciente) Flunixim Meglumine Contra-indicações • Insuficiência renal • Evitar tratamentos prolongados • Irritação e edemas locais (IM) • Evitar tratamento prolongado • Cães e gatos – 3 dias • Equinos – 5 dias Dipirona Indicações • Analgésico, antipirético com pequena ação antiinflamatória • Efeito antiespasmódico Contra-indicações • Anormalidades hematológicas (medula óssea) • Animais de produção – consumo humano • Aumento do tempo de coagulação, náuseas, vômitos, anúria, dor local, erupções cutâneas, anemia hemolítica, edemas, tremores, hemorragia GI, reações alérgicas Fenilbutazona Indicações • Ação analgésica, antiinflamatória e antipirética • Discreta ação antiespasmódica • Processos musculoesqueléticos • Osteoartrites • Laminite • Efeitos colaterais graves em cães; • Distúrbios gastrointestinais; • Discrasias sanguíneas; • Hepatotoxicidade; • Nefropatias. Fenilbutazona Farmacocinética • Boa absorção VO • Ampla distribuição • Via IV – flebites e necrose Contra-indicações • Úlcera gástrica • Animais produtores de leite e carne • Alterações hematológicas e de medula óssea • Insuficiência hepática, cardíaca ou renal • Evitar uso em gestantes Nimesulida • Inibidor preferencial da COX2 • Apresenta propriedades anti-oxidantes • Utilizado em cães e gatos • Aparentemente produz menos efeitos gástrico e renal • Indicado no tratamento de osteoartrites Dimetilsulfóxido (DMSO) • Veículo para diversos medicamentos: • Rápida absorção (mesmo tópica – 5 min); • Carrear substâncias de pequeno peso molecular. • Ação antiinflamatória: • DMSO e do metabólito dimetil sulfeto: • Remover radicais livres (hidroxilas) • Ação analgésica: • Reduz a condução dos impulsos aferentes. Dimetilsulfóxido (DMSO) • Reduz a agregação plaquetária: • Diminui a formação de trombos • Protege o endotélio vascular • Aumenta a perfusão tecidual • Inibe a quimiotaxia de células inflamatórias • Indicado em afecções musculoesqueléticas, ouvido, trauma cranioencefálico e raquimedular. Dimetilsulfóxido (DMSO) Contra-indicações e efeitos colaterais • Eritema, edema, prurido (liberação de histamina) • Alopecia em equinos no local de aplicação • Não utilizar em animais para consumo humano • Uso prolongado em cães – desenvolvimento de cataratas • Proteção adequada do aplicador • Evitar uso em gestantes Glicosaminoglicanos • Anti-inflamatórios indicado em artropatias • Utilizados em equinos e cães • Aplicação IA ou IM • Fármaco seguro